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A ressaca íntima, pessoal, familiar, social e económica que a
ingestão de quantidades exageradas de bebidas alcoólicas provoca na
sociedade portuguesa continua a ser grossa, grave e, com demasiada
frequência, muito dolorosa.
É preciso ter presente que o álcool não pode ser comparado e

equiparado às drogas ilícitas sancionadas legalmente em termos de
consumo e cedência a terceiros, pois, ao contrário do que acontece com
estas últimas, que o sentir coletivo da comunidade dificilmente tolera,
aceita e banaliza, os atos de comprar e beber livremente todo o tipo de
bebidas alcoólicas é encarado, em geral, como normal, quando não
mesmo acarinhado pelo cidadão comum e consentido pelo legislador
[com ressalva das exceções derivadas da idade mínima a partir do qual
tal é permitido, do estado de acentuada sobriedade reclamado por
algumas profissões especificas e das taxas máximas estabelecidas para o
ato de conduzir veículos motorizados].
As campanhas rodoviárias ou das condições de segurança e

saúde no trabalho procuram que o condutor não ingira, de todo, bebidas
alcoólicas enquanto tripula a sua viatura [«Se conduzir, não beba!»], quer
o faça ou não no desenvolvimento da sua atividade laboral, mas tal
desiderato não é acompanhado pelo regime legal aplicável, que
concede, por exemplo, que um motorista profissional conduza o seu
camião ou carro com uma TAS não superior a 0,2 g/l ou que os demais
cidadãos também o façam desde que não ultrapassem uma TAS de 0,5
g/l.

Estas diferentes perspetivas quanto à ingestão de álcool e ao

controlo do seu excesso que perpassam pelos textos legais e pela
cultura, hábitos e práticas sociais portuguesas não são fáceis de conjugar
e conciliar e reclamam, inevitavelmente, uma abordagem
multidisciplinar, como a que foi feita na ação de formação realizada em
parceria com o SICAD no dia 3 de junho de 2022, no Centro de Estudos
Judiciários.
Lisboa, dia 20 de dezembro de 2022

José Eduardo Sapateiro
Juiz‐Desembargador

Ficha Técnica

Nome:
Álcool e Justiça – 2022

Coleção:
Formação Contínua

Conceção e organização:
José Eduardo Sapateiro – Juiz Desembargador e Diretor‐Adjunto do Centro de Estudos Judiciários
(à data da ação de formação)

Programa:
Álcool e Justiça – 3 de junho 2022

Intervenientes:
Manuel Cardoso – Subdiretor‐geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e
nas Dependências (SICAD)
José Eduardo Sapateiro – Juiz Desembargador e Diretor‐Adjunto do Centro de Estudos Judiciários
(à data da ação de formação)
Manuela Grazina – Doutorada em Ciências Biomédicas, área de Genética Bioquímica, Professor
Auxiliar na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Patrícia Pissarra – Chefe da Divisão de Prevenção e Intervenção Comunitária do SICAD
Ana Feijão – Coordenadora e Diretora Clínica da Unidade de Alcoologia de Coimbra
Ana Caetano – Diretora de Serviços de Planeamento, Controlo e Recursos Humanos da Secretaria
do Ministério da Administração Interna (SMAI)
Ana Moura – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) (DRA – Divisão de Riscos
Alimentares)
José Quaresma – Juiz Desembargador e docente do CEJ
Alain Areal – Diretor‐Geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP)
Sérgio Oliveira – Jornalista (Revista Dependências)

Revisão final:
Carla Câmara – Juíza Desembargadora, Coordenadora do Departamento da Formação do CEJ

Notas:
Para a visualização correta dos e‐books recomenda‐se o seu descarregamento e a utilização de
um programa leitor de PDF.
Foi respeitada a opção dos autores na utilização ou não do novo Acordo Ortográfico.
Os conteúdos e textos constantes desta obra, bem como as opiniões pessoais aqui expressas, são
da exclusiva responsabilidade dos/as seus/suas Autores/as não vinculando nem necessariamente
correspondendo à posição do Centro de Estudos Judiciários relativamente às temáticas
abordadas.
A reprodução total ou parcial dos seus conteúdos e textos está autorizada sempre que seja
devidamente citada a respetiva origem.
Forma de citação de um livro eletrónico (NP405‐4):

AUTOR(ES) – Título [Em linha]. a ed. Edição. Local de edição: Editor, ano de
edição.
[Consult. Data de consulta]. Disponível na internet: <URL:>. ISBN.

Exemplo:
Direito Bancário [Em linha]. Lisboa: Centro de Estudos Judiciários, 2015.
[Consult. 12 mar. 2015].
Disponível na
internet: <URL: http://www.cej.mj.pt/cej/recursos/ebooks/civil/Direito_Bancario.pdf.
ISBN 978‐972‐9122‐98‐9.

Registo das revisões efetuadas ao e‐book

Identificação da versão Data de atualização
20/12/2022

Álcool e Justiça
2022
– Índice –
Abertura 9
1. Enquadramento social e cultural do álcool em Portugal 11
2. O efeito do álcool no nosso organismo 47
Manuela Grazina
3. Os números do álcool em Portugal 49
Patrícia Pissarra
4. Enquadramento das razões por que a legislação limita a acessibilidade às 65

bebidas alcoólicas
Ana Feijão
5. Consumo nocivo do álcool: perspetivas da Administração Interna e contributos 67
para a reflexão em torno de novos desafios
Ana Caetano
6. Novos desafios para a aplicação da lei na distribuição, promoção e publicidade 77
às bebidas alcoólicas
Ana Moura
7. Álcool e Justiça – Novos caminhos 95
Mesa redonda: José Quaresma e Alain Areal

Moderador: Sérgio Oliveira

ÁLCOOL E JUSTIÇA – 2022

Abertura
ABERTURA
Manuel Cardoso1

Vídeo da apresentação

Vídeo da apresentação

https://educast.fccn.pt/vod/clips/gwqc323lu/streaming.html?locale=pt

1
Subdiretor‐geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

9

1. Enquadramento social e cultural do álcool em Portugal
1. ENQUADRAMENTO SOCIAL E CULTURAL DO ÁLCOOL EM PORTUGAL

1

Apresentação Power Point
Vídeo da intervenção


1
Diretor‐Adjunto do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) (à data da ação de formação).

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https://educast.fccn.pt/vod/clips/gwqc3247x/streaming.html?locale=pt

46

2. O efeito do álcool no nosso organismo
2. O EFEITO DO ÁLCOOL NO NOSSO ORGANISMO

1
Manuela Grazina



https://educast.fccn.pt/vod/clips/gwqc3250c/streaming.html?locale=pt

1
Doutorada em Ciências Biomédicas, área de Genética Bioquímica, Professor Auxiliar na Faculdade de
Medicina da Universidade de Coimbra.

47

3. Os números do álcool em Portugal
3. OS NÚMEROS DO ÁLCOOL EM PORTUGAL
Patrícia Pissarra1



1
Chefe da Divisão de Prevenção e Intervenção Comunitária do SICAD.

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4. Enquadramento das razões por que a legislação limita a acessibilidade às bebidas alcoólicas
4. ENQUADRAMENTO DAS RAZÕES POR QUE A LEGISLAÇÃO LIMITA A ACESSIBILIDADE ÀS
BEBIDAS ALCOÓLICAS

Ana Feijão1



https://educast.fccn.pt/vod/clips/obbgxu4qs/streaming.html?locale=pt

1
Coordenadora e Diretora Clínica da Unidade de Alcoologia de Coimbra.

65

5. Consumo nocivo do álcool: perspetivas da Administração Interna e contributos para a reflexão em torno de novos desafios
5. CONSUMO NOCIVO DO ÁLCOOL: PERSPETIVAS DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA E

CONTRIBUTOS PARA A REFLEXÃO EM TORNO DE NOVOS DESAFIOS
Ana Caetano1



1
Diretora de Serviços de Planeamento, Controlo e Recursos Humanos da Secretaria do Ministério da
Administração Interna (SMAI).

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https://educast.fccn.pt/vod/clips/2cc276ssij/streaming.html?locale=pt

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6. Regime de disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas
6. REGIME DE DISPONIBILIZAÇÃO, VENDA E CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
Ana Moura1



1
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) (DRA – Divisão de Riscos Alimentares).

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https://educast.fccn.pt/vod/clips/obbgxu58z/streaming.html?locale=pt

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7. Álcool e Justiça – Novos caminhos
7. ÁLCOOL E JUSTIÇA – NOVOS CAMINHOS

Mesa redonda: José Quaresma1 e Alain Areal2
Moderação: Sérgio Oliveira3

Vídeo da mesa redonda

Vídeo da mesa redonda

https://educast.fccn.pt/vod/clips/obbgxu6io/streaming.html?locale=pt

1
Juiz Desembargador e docente do CEJ.
2
Diretor‐Geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP).
3
Jornalista (Revista Dependências).

95
Título:
Álcool e Justiça – 2022
Ano de Publicação: 2022
ISBN: 978‐989‐9102‐06‐4
Série: Formação Contínua
Edição: Centro de Estudos Judiciários
Largo do Limoeiro
1149‐048 Lisboa
cej@mail.cej.mj.pt

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É preciso ter presente que o álcool não pode ser comparado e

As campanhas rodoviárias ou das condições de segurança e

Estas diferentes perspetivas quanto à ingestão de álcool e ao

4. Enquadramento das razões por que a legislação limita a acessibilidade às 65

Mesa redonda: José Quaresma e Alain Areal

5. CONSUMO NOCIVO DO ÁLCOOL: PERSPETIVAS DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA E

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