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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Juizados Especiais da Fazenda Pública

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Juizados Especiais da Fazenda Pública
Gustavo Deitos

Sumário
Apresentação.. ................................................................................................................3
Juizados Especiais da Fazenda Pública. . ...........................................................................5
1. Aspectos Introdutórios................................................................................................5
2. Disposições da Lei Federal n. 12.153/2009.. ................................................................ 7
Questões de Concurso...................................................................................................43
Gabarito........................................................................................................................53
Gabarito Comentado. .....................................................................................................54

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
Gustavo Deitos

Apresentação

Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o
melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente o seguinte tópico de Direito Processual Civil: Jui-
zados Especiais da Fazenda Pública.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do
material.

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houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema
possivelmente terá surgido em alguma fase da edição, pelo que o professor não responde.
Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

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JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA


1. Aspectos Introdutórios

No direito brasileiro, os Juizados Especiais consistem em órgãos responsáveis pela ma-


nutenção de microssistemas processuais, criados para que seja conferida maior efetividade
a determinados princípios e regras jurídicas em nível que não seja possível, como regra, no
procedimento judicial comum.
A mesma lógica se aplica a todos os Juizados Especiais, que, no direito brasileiro, são:
• Juizados Especiais Cíveis;
• Juizados Especiais Criminais;
• Juizados Especiais da Fazenda Pública;
• Juizados Especiais Federais.

 Obs.: Esta lista aborda os Juizados existentes de forma genérica, sem contemplar eventu-
ais subdivisões administrativas internas.

Professor, quais seriam esses “princípios e regras jurídicas” aptos a receber maior efeti-
vidade?

Para assimilar a resposta desta pergunta, você deve se questionar: quais são os principais
motivos que levam os processos judiciais comuns a perderem sua utilidade ou a não alcança-
rem resultado algum? Costuma-se dizer que tais motivos são, principalmente, a morosidade
(lentidão) e o excesso de formalismo.
À vista destes motivos, o legislador pretendeu criar procedimentos diferenciados dentro
do direito processual civil, para que as causas mais suscetíveis de serem prejudicadas pela
morosidade e pelo formalismo exacerbado tramitem, judicialmente, de forma mais célere e
mais simples.

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Prática e teoricamente, um procedimento mais célere e mais simples tende a efetivar o


princípio do acesso à justiça, possibilitando que os cidadãos (jurisdicionados) recebam o
bem da vida em tempo razoável e de forma justa.
Diante desta lógica, constatou-se que algumas ações específicas, por envolverem valores
menores e bens jurídicos mais essenciais e comuns, poderiam ser regidas por um procedi-
mento diferenciado, que desse maior rapidez e simplicidade ao processo, em prol da rápida
solução dos conflitos.
Dessa forma, as ações de maior repercussão, seja pelo envolvimento de maiores valores
ou pela abrangência de objetos mais complexos, permaneceriam regidas pelo procedimento
comum, e as ações mais “simples” poderiam seguir um rito diferenciado, para que sejam so-
lucionadas de forma mais rápida, sem permanecerem numa fila de processos densos e com-
plexos.
Seguindo tal lógica, o Poder Constituinte Originário inseriu, no texto da Constituição Fede-
ral de 1988, a seguinte regra:

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conci-
liação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóte-
ses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

As ações mais “simples” são, portanto, definidas dessa forma:


• Causas cíveis de menor complexidade;
• Infrações penais de menor potencial ofensivo.

A tal procedimento diferenciado, dá-se o nome de microssistema processual. Nesta aula,


estudaremos o microssistema das causas que envolvam a Fazenda Pública e, por critérios de
valor e de objeto, mereçam uma tramitação mais rápida e simples. Sabemos, agora, que estes
critérios de “valor” e “objeto” se unem para a criação do critério das causas cíveis de menor
complexidade (art. 98, inciso I, CF/88).
• Diante deste contexto, tornam-se claros os dois princípios especialmente tutelados e
visados na criação dos Juizados Especiais, inclusive o da Fazenda Pública:

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• 1) PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: prestação da máxima atividade jurisdicio-


nal com o mínimo de atos processuais. Sempre que for possível, sem prejuízo a alguém,
aproveitar um momento processual para resolver diversas questões de uma só vez,
para evitar trabalho excessivo ou retrabalho das partes e do juiz, estes deverão provi-
denciar a fim de que sejam apresentadas/sustentadas todas as alegações desejadas
(parte) e impostas todas as determinações devidas no momento (juiz).
• 2) PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL: a tutela jurisdicional pretendida pelas
partes deve ser entregue pelo Estado em tempo razoável, não maior do que o necessá-
rio para dar efetividade ao direito pretendido, sem geração de prejuízos em decorrência
da espera pelas partes.

Os Juizados Especiais da Fazenda Pública são definidos e regulamentados pela Lei Fede-
ral n. 12.153/2009. Neste microssistema, o gênero “causas cíveis de menor complexidade” é
restringido de modo a abranger somente as causas cíveis de menor complexidade que envol-
vam o interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e/ou dos Municípios.
Nesta aula, estudaremos este microssistema processual de forma sistematizada, me-
diante comentários individualizados e contextualizados a cada dispositivo da referida norma,
com pertinentes associações à doutrina e à jurisprudência.

2. Disposições da Lei Federal n. 12.153/2009


Art. 1º Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Siste-
ma dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.
Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é formado
pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais da Fazenda
Pública.

O primeiro artigo da lei estabelece a competência para criação dos Juizados Especiais da
Fazenda Pública, bem como quais entes federados podem ter um Juizado desta natureza em
sua estrutura orgânica.

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ATENÇÃO
Este artigo trata dos entes que podem criar os Juizados Especiais da Fazenda Pública e sobre

onde eles podem se situar, e não sobre os entes federados que possam ser partes em proces-

sos nesses Juizados. Sobre estes entes, estudaremos no comentário ao art. 2º.

 Obs.: De agora em diante, farei referência aos Juizados Especiais da Fazenda Pública

mediante uso da expressão “Juizados da Fazenda”.

Os Juizados da Fazenda situam-se na estrutura orgânica dos Tribunais de Justiça dos Es-

tados e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Portanto, os Juizados


da Fazenda integram os âmbitos estadual e distrital.

Professor, e quanto à União? Ela não pode ser contemplada por um Juizado Especial in-
tegrante de sua estrutura?

Não, caro(a) aluno(a). A atuação da União, no tocante aos Juizados da Fazenda, limita-se

à competência para criar o Juizado da Fazenda no âmbito do Distrito Federal. A União não

pode ter um Juizado Especial da Fazenda Pública em sua estrutura.

O motivo pelo qual a União é excluída da possibilidade de ter este microssistema é o fato

de que as causas cíveis de menor complexidade envolvendo a União já são processadas e

julgadas nos Juizados Especiais Federais.

Temos agora a primeira regra a aprender:

1) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, nos Estados, são criados pelos próprios

Estados.

2) No Distrito Federal, o respectivo Juizado Especial da Fazenda Pública é criado pela


União.

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Professor, por qual razão o Distrito Federal não é competente para criar o próprio Juizado
da Fazenda?

A razão, caro(a) aluno(a), é dogmática: o art. 22 da Constituição Federal, um dos que de-
finem a repartição de competências constitucionais, atribuiu tal competência à União em seu
inciso XVII, que no ano da publicação da Lei n. 12.153/2009 tinha os seguintes termos:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
Territórios, bem como organização administrativa destes;

 Obs.: Atualmente, a redação do inciso XVII do art. 22 da Constituição Federal é diferente


(Emenda Constitucional n. 69/2012): “organização judiciária, do Ministério Público
e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização
administrativa destes;”.

E quanto aos Municípios?


Os Municípios, por não possuírem o Poder Judiciário em suas funções, naturalmente não
podem ter Juizados Especiais. Apesar disso, os Municípios podem, sim, ser partes em proces-
sos que tramitem nos Juizados da Fazenda. Estudaremos melhor esta regra no comentário ao
artigo seguinte.

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar
causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o
valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

No art. 5º da lei ora em comento, estudaremos com profundidade sobre os entes públicos
capazes de serem partes nos processos dos Juizados da Fazenda.
Neste momento, é importantíssimo darmos enfoque ao critério de valor que determina as
ações submetidas ao microssistema dos Juizados da Fazenda: ações cujos valores não ultra-
passem 60 (sessenta) salários mínimos à época do seu ajuizamento.

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 Obs.: Trata-se do mesmo limite aplicável aos Juizados Especiais Federais, caso você pre-
fira fazer esta associação.

É possível, caro(a) aluno(a), que a ação contemple vários autores (litisconsórcio ativo fa-
cultativo). Neste caso, de acordo com o STJ, deverá ser utilizado como parâmetro para defini-
ção da competência do Juizado da Fazenda o valor correspondente aos pedidos individuais de
cada autor.
Caso a soma de todos os pedidos, em litisconsórcio ativo, ultrapasse os 60 salários míni-
mos, ainda assim a ação poderá tramitar no Juizado da Fazenda, se os pedidos pertinentes a
cada autor, individualmente, não ultrapassarem tal valor.

Exemplo: Havendo quatro autores postulando créditos equivalentes a 50 salários mínimos


cada um (200 salários mínimos no total), a ação poderá tramitar, mesmo assim, no Juizado da
Fazenda.

O STJ já aplicou tal entendimento nos seguintes julgados: AgRg no REsp n. 1.376.544/SP,
AREsp n. 261.558/SP, AgRg no REsp n. 1.358.730, REsp n. 1.257.935.

§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

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Mesmo que a ação tenha valor não maior que 60 (sessenta) salários mínimos, ela não
poderá tramitar no Juizado da Fazenda quando tiver como objeto qualquer dos elementos
descritos nos incisos do § 1º, por menor que seja o valor da causa.
Abordaremos, abaixo, tais elementos.

 Obs.: Todas as ações abaixo mencionadas têm algo em comum: possuem ritos complexos,
e essa complexidade é essencial para a correta e justa solução dos conflitos subme-
tidos a tais ritos. Logo, tais ações não podem ser inseridas no conceito de “causas de
menor complexidade”.

I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por


improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos
e coletivos;

De forma organizada, são as seguintes ações:


• Mandado de segurança (MS) individual e coletivo: possui procedimento especial e téc-
nico, delineado na Lei n. 12.016/2009.
− Somente caberá mandado de segurança no microssistema dos Juizados Especiais
da Fazenda Pública na hipótese específica de impetração contra decisão interlo-
cutória irrecorrível de imediato. Neste caso, o MS deverá ser impetrado perante a
Turma Recursal. É o entendimento fixado no Enunciado n. 88 do FONAJEF (Fórum
Nacional dos Juizados Especiais Federais):

Enunciado n. 88 do FONAJEF
Não se admite Mandado de Segurança para Turma Recursal, exceto na hipótese de ato
jurisdicional teratológico contra o qual não caiba mais recurso.

• Ação de desapropriação: possui procedimento especial e técnico, delineado no Decre-


to-Lei n. 3.365/1941.
• Ação de divisão e demarcação de terras: possui procedimento especial e técnico, deli-
neado em capítulo próprio do CP
• Ação popular: seu rito é especial, embora seja mais simples. Apesar da maior simpli-
cidade do procedimento da ação popular, trata-se nela de interesses públicos primá-

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rios e fundamentais: ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado


participe, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural.
Não é legítimo sacrificar a minuciosidade do tratamento desses interesses em prol de
celeridade ou simplicidade.
• Ação de improbidade administrativa: seu rito é especial e técnico, delineado na Lei n.
8.429/1992. Além disso, envolve-se nesta ação um interesse público primário: mora-
lidade administrativa. Não é legítimo sacrificar a minuciosidade do tratamento desse
interesse em prol de celeridade ou simplicidade.
• Execução fiscal: seu rito é especial e técnico, delineado na Lei n. 6.830/1980. Envol-
vem-se nela créditos das pessoas jurídicas de direito público, créditos estes que, jus-
tamente por pertencerem ao Poder Público, não correm risco de perecimento ou inuti-
lidade pelo transcurso do tempo.
• Ações de direitos ou interesses difusos e coletivos.

ATENÇÃO
Quanto às ações de direitos ou interesses difusos e coletivos, o STJ entende que somente
são excluídas do âmbito dos Juizados da Fazenda as ações puramente coletivas. Isso signifi-
ca que as ações destinadas à tutela de direitos usufruídos por um só indivíduo, embora envol-
vam bens jurídicos coletivos (como a saúde), podem, sim, tramitar nos Juizados da Fazenda.
Este entendimento já foi fixado nos julgados REsp n. 1.409.706-MG e REsp n. 1.433.279.
Explicarei com um exemplo.

Exemplo:
Pode o Ministério Público ajuizar ação visando ao fornecimento de medicamentos ou trata-
mentos médicos, na qualidade de substituto processual de um cidadão. Neste caso, embora a
saúde seja um direito coletivo em sentido amplo, a tutela pretendida é individual. A ação, por
sua vez, tem feição de ação individual.
Logo, se o valor dessa ação não ultrapassar 60 salários mínimos, poderá ela tramitar no Jui-
zado Especial da Fazenda Pública.

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II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias
e fundações públicas a eles vinculadas;

Todas as ações imobiliárias de interesse dos Estados, do DF, de Território ou dos Municí-
pios, independentemente de seus valores e de seus ritos (ação possessória, ação de nuncia-
ção de obra nova, ação reivindicatória), são excluídas dos Juizados da Fazenda e devem ser
processadas nas Varas.

III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores
públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

Um servidor público demitido em processo administrativo disciplinar, por ter cometido


infração disciplinar, representa uma causa de maior complexidade, uma vez que a pretensão
do servidor se centraliza na reintegração ao cargo público.
A reintegração envolve provimento de cargo público e aumento de despesa corrente do
respectivo ente. Portanto, a relevância do interesse público envolvido não pode ser sacrifica-
da em prol de maior celeridade e simplicidade.

 Obs.: Ações de servidores públicos civis que impugnem eventuais penas de suspensão,
advertência ou repreensão, onde houver, inserem-se na competência dos Juizados
da Fazenda, assim como as ações de servidores públicos com o objetivo de pleitear
verbas trabalhistas devidas pelo ente público, como horas extras, indenização por
acúmulo de função etc.

Por outro lado, todas as penalidades disciplinares aplicáveis a servidores militares, inde-
pendentemente de quais sejam, são excluídas da apreciação dos Juizados da Fazenda, de-
vendo ser apreciadas pelo órgão jurisdicional de competência material militar (Justiça Militar,
onde houver, ou órgão especializado da Justiça Estadual).
Para ilustrar a diferença sutil que abordamos:

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§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado
Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá ex-
ceder o valor referido no caput deste artigo.

Quando o crédito cobrado do ente público for dividido em parcelas, o limite de 60 salários
mínimos, para ser verificado, deverá ter como base a soma das próximas 12 (doze) parcelas e
das parcelas que já estiverem vencidas.
Se de tal soma resultar valor excedente, a ação não poderá tramitar no Juizado da Fazenda.

§ 3º (VETADO)
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é ab-
soluta.

ATENÇÃO
A regra deste § 4º é importantíssima e chove e provas de concursos que abordam o tema!

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Nem todos os foros/comarcas possuem Juizado Especial da Fazenda Pública. Normal-


mente, esta espécie de Juizado existe em comarcas maiores.
Nas comarcas onde houver um ou mais Juizados da Fazenda, todas as ações que se
enquadrem no rito desses Juizados (até 60 salários mínimos e objeto não incluído no rol do
§ 1º) deverão tramitar nos Juizados.

 Obs.: Trata-se de uma excepcional hipótese em que a competência em razão do valor é uma
competência absoluta. Afinal de contas, aprende-se que a competência em razão do
valor é, em regra, relativa: as ações sujeitas aos Juizados Especiais Cíveis podem, se
a parte quiser, tramitar na Vara, e não no Juizado.
 Obs.: Não é esta a regra aplicável ao microssistema dos Juizados da Fazenda. Sendo a
ação de valor não maior que 60 salários mínimos e de objeto não incluído no rol do
§ 1º, ela deverá, obrigatoriamente, tramitar no Juizado da Fazenda, sob pena de nuli-
dade absoluta.

Art. 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências cautela-
res e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.

ATENÇÃO
No microssistema dos Juizados da Fazenda, as tutelas provisórias podem ser concedidas de
ofício, ao contrário do procedimento comum do CPC, que exige requerimento das partes para
tal concessão.

De qualquer forma, a parte, em seu requerimento, ou o juiz, em sua decisão de ofício, deve-
rão demonstrar o preenchimento dos dois requisitos essenciais da tutela provisória: FUMUS
BONI IURIS e PERICULUM IN MORA – probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo, respectivamente (art. 300, caput, do CPC).

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• Probabilidade do direito: a parte demonstra que suas razões fáticas e jurídicas levam a
crer que o direito por ela postulado é muito provável ou, até mesmo, evidente. Trata-se
de um contexto em que a inexistência do direito é algo difícil de ser provado, embora
possível.
• Perigo de dano: o direito postulado pode sofrer lesão em decorrência da demora da
decisão definitiva.
• Risco ao resultado útil do processo: se a tutela de urgência não for concedida, é pos-
sível que eventual dano faça com que o processo perca seu objeto, e tenha tramitado
inutilmente.

As espécies de tutelas provisórias aplicáveis são as mesmas do CPC, aplicáveis subsidia-


riamente a este microssistema, por força do art. 27, que autoriza a aplicação subsidiária do
CPC a este procedimento.
A tutela provisória pode ser concedida em qualquer fase do processo nos Juizados da Fa-
zenda, inclusive na própria sentença, de modo que o direito seja protegido por eventual tempo
decorrido na análise de recurso.

Art. 4º Exceto nos casos do art. 3º, somente será admitido recurso contra a sentença.

ATENÇÃO
Eis aqui uma regra importantíssima e muito explorada pelas provas que abarcam os Juizados
Especiais da Fazenda Pública.

No curso do procedimento, caberá recurso em duas hipóteses:


• 1) Sentença definitiva, que dá fim ao conflito em primeira instância do Juizado.
− O recurso cabível não tem um nome específico, e segue o mesmo modelo da Lei n.
9.099/1995, aplicável subsidiariamente à presente lei: recurso inominado.
− O recurso inominado deve ser interposto no prazo de 10 dias (art. 42, caput, Lei n.
9.099/1995).

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• 2) Concessão de tutela provisória: caberá agravo de instrumento à Turma Recursal da


decisão interlocutória que conceder a tutela.
− Não caberá recurso contra a decisão que denegar a tutela provisória. O cabimento
recursal em relação a tal decisão limita-se à hipótese de concessão da tutela pro-
visória.

 Obs.: O art. 4º não fala que o recurso cabível seja o agravo de instrumento. Todavia, tal
entendimento é aceito pela jurisprudência majoritária das Turmas Recursais, a exem-
plo da Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA - CABIMENTO


APENAS CONTRA DECISÃO QUE CONCEDA PEDIDO DE NATUREZA LIMINAR - LEITURA
CONJUNTA DOS ARTS. 3º E 4º DA LEI 12.153/2009 - PROCESSO QUE SEGUIU O RITO
DO JUIZADO ESPECIAL - AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DO AUTOR QUANTO AO PROCE-
DIMENTO ADOTADO - PRECEDENTES - RECURSO NÃO CONHECIDO.”O agravo de instru-
mento é cabível unicamente contra decisão que deferir providência cautelar e antecipatória
no curso do processo, para evitar dano de difícil ou incerta reparação, conforme previsto
no art. 4º da Lei 12.153/2009 (...)” (6ª Turma de Recursos - Processo n. 2012.600218-6, de
Videira - Rel. Juiz Jaime Machado Junior - j. em 16.04.2012). “Da interpretação conjunta
dos dois dispositivos retira-se que (1) é possível a antecipação de tutela ou deferimento de
cautelar no Juizado Especial da Fazenda Pública (2) como regra, só é admissível recorrer
da sentença (3) excepcionalmente é possível recorrer de despacho interlocutório, mas isso
tão-somente contra a decisão que antecipa a tutela ou que defere liminar” (TJSC, Agravo
de Instrumento n. 2013.501528-8, de Joinville, rel. Juiz Cesar Otavio Scirea Tesseroli, j.
05-08-2013).

Ademais, conforme as disposições subsidiariamente aplicáveis da Lei n. 9.099/1995, ca-


bem embargos de declaração contra as sentenças, nos casos do CPC (omissão, contradição,
obscuridade e erro material), no prazo de 5 dias.

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O PULO DO GATO
Os embargos de declaração aplicáveis aos Juizados, inclusive aos Juizados Especiais da Fa-
zenda Pública interrompem o prazo para qualquer recurso.
O efeito interruptivo desses embargos, nos Juizados Especiais, foi incluído pelo Novo CPC.
Antes da alteração, os embargos de declaração do microssistema dos Juizados tinham efeito
suspensivo, o que o diferenciava do procedimento do CPC. Agora, não se preocupe: o efeito
dos embargos de declaração é o mesmo do CPC: interrupção do prazo para recurso.

Se os ED forem tempestivos (opostos dentro de 5 dias) e a representação processual da


parte estiver regular, eles causarão um importantíssimo efeito no processo: INTERRUPÇÃO
de todo e qualquer prazo para interposição de recursos naquele processo. Neste caso, o pra-
zo para qualquer recurso voltará ao zero, se ainda não tiver se esgotado.
Sempre que o juiz ou o tribunal, ao julgar os ED, corrigir algum vício na decisão embargada
(omissão, contradição, obscuridade ou erro material), alterando a parte dispositiva da senten-
ça ou acórdão, ocorrerá o chamado EFEITO MODIFICATIVO da decisão judicial.
Efeito Modificativo é DIFERENTE de “efeito substitutivo”. O primeiro ocorre quando o mes-
mo órgão jurisdicional prolator da decisão corrige vício percebido. O segundo, por sua vez,
ocorre quando órgão jurisdicional diverso (hierarquicamente superior) altera a decisão re-
corrida, como no caso da Turma Recursal que, proferindo acórdão, modifica o comando da
sentença recorrida.
O Efeito Modificativo somente poderá ocorrer quando a parte contrária se manifestar so-
bre os ED opostos pela parte embargante. Eventual ausência de intimação da outra parte para
se manifestar sobre os ED é causa de nulidade da decisão judicial que der o efeito modificati-
vo, por força do princípio do contraditório.

Art. 5º Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:

O microssistema dos Juizados da Fazenda impõe um conceito bem mais restrito de “ca-
pacidade de ser parte”, também chamada de “capacidade de estar em juízo”. Neste procedi-

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mento, somente determinados sujeitos podem ser autores, e determinados sujeitos podem
ser réus. E eles são expressamente apontados nos incisos abaixo. Vejamos.

I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim de-
finidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;

O PULO DO GATO

Nos Juizados da Fazenda Pública, a Fazenda Pública pode apenas ser ré, e nunca autora. Veja
que o Juizado da Fazenda serve para que as pessoas cobrem seus créditos contra a Fazenda,
e não para beneficiá-la, pelo menos em tese.

Podem ser autores em processos dos Juizados da Fazenda Pública:


• 1) PESSOAS FÍSICAS, independentemente de suas rendas.
• 2) As seguintes PESSOAS JURÍDICAS:
− Microempresas (ME)
− Empresas de Pequeno Porte (EPP)

O ajuizamento de ação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública é uma prerrogativa dos
sujeitos mais frágeis da sociedade, que precisem de maior celeridade e simplicidade para que
o direito pleiteado seja efetivo.
Portanto, pessoas jurídicas de maior porte não podem ser autoras nos Juizados da Fazen-
da, independentemente do valor e do objeto da ação.

 Obs.: Existe, ainda, o “microempreendedor individual”, tipificado na Lei Complementar n.


123/2008, cuja receita bruta máxima tem valor menor que o da microempresa. A juris-
prudência e a doutrina em geral costumam admitir o microempreendedor individu-
al a ser parte em processo do Juizado da Fazenda. Todavia, em provas, a inclusão
do microempreendedor individual entre os possíveis autores no Juizado da Fazenda
costuma ser uma pegadinha para tornar a assertiva errada.

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O PULO DO GATO

Lembre-se de que o “microempreendedor individual” não é mencionado no rol acima. Portan-


to, se a questão cobrar estritamente o que estiver na lei, eventual inclusão do microempreen-
dedor individual tornará a assertiva errada.

II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias,
fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

O inciso II, por sua vez, define quais são os entes da “Fazenda Pública” capazes de serem
partes, como réus, nos processos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública. Tais entes são:
• Estados;
• Distrito Federal;
• Municípios.

Os Municípios participarão dos processos no Juizado da Fazenda vinculado aos Estados


que integrarem. O Distrito Federal, por sua vez, participará dos processos no Juizado da Fazen-
da criado pela União para o próprio Distrito Federal. Os Estados, logicamente, serão partes em
processos que tramitam em seus próprios Juizados da Fazenda.
Confira o teor do Enunciado n. 08 do Fórum Nacional de Juízes Estaduais dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública (FONAJE – JEFP):

Enunciado n. 08, FONAJE – JEFP:


De acordo com a decisão proferida pela 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça no Con-
flito de Competência 35.420, e considerando que o inciso II do art. 5º da Lei 12.153/2009
é taxativo e não inclui ente da Administração Federal entre os legitimados passivos, não
cabe, no Juizado Especial da Fazenda Pública ou no Juizado Estadual Cível, ação contra a
União, suas empresas públicas e autarquias, nem contra o INSS.

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A capacidade de ser parte, nos Juizados da Fazenda, estende-se às autarquias, fundações


e empresas públicas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Também estudaremos
esta regra ao lermos o art. 5º, inciso II, da lei ora em comento.

Professor, e quanto às sociedades de economia mista?

Caro(a) aluno(a), em razão de o rol do art. 5º ser taxativo, as sociedades de economia mis-
ta não podem ser partes nos Juizados da Fazenda. Também não podem ser partes nos Juiza-
dos da Fazenda as concessionárias e permissionárias de serviço público, pois não constam do
rol de legitimados do art. 5º.
Para ilustrar:

Veja, agora, o teor do interessantíssimo Enunciado n. 21 do FONAJEF:

Enunciado n. 21 do FONAJEF

As pessoas físicas, jurídicas, de direito privado ou de direito público estadual ou municipal


podem figurar no polo passivo, no caso de litisconsórcio necessário.

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No polo passivo da ação que tramita no Juizado da Fazenda, basta que um dos sujeitos
seja enquadrado no inciso II do art. 5º. É possível, portanto, que pessoa física ou jurídica pri-
vada figure como ré nestas ações, desde que, necessariamente, figure ao seu lado uma das
pessoas jurídicas de direito público legitimadas pelo art. 5º, inciso II.

Art. 6º Quanto às citações e intimações, aplicam-se as disposições contidas na Lei n. 5.869, de 11


de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil.

Todas as formas de comunicação dos atos processuais aplicáveis aos Juizados da Fazen-
da são aquelas delineadas no CPC de 2015. A lei citada no art. 6º é o CPC de 1973. Todavia,
de acordo com o art. 1.046, § 4º, do Novo CPC, “As remissões a disposições do Código de
Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são corres-
pondentes neste Código.”.

Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de
conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.

Em direito processual civil, você aprende que as pessoas jurídicas de direito público têm
prazos dobrados para todas suas manifestações nos autos, salvo quando a lei der um prazo
específico a estes entes.
Agora, perceba o seguinte: a lei que estamos estudando institui um microssistema próprio
para ações em face da Fazenda Pública. Logo, toda e qualquer disposição da lei, inclusive as
disposições sobre prazos, também são definidas de forma apropriada à Fazenda Pública, con-
corda?
Portanto, o raciocínio a ser empregado é o mesmo: como todos os prazos desta lei são
definidos de forma própria à Fazenda Pública, ela não terá prazos contados em dobro, ou qual-
quer outro privilégio na contagem dos prazos processuais.
No mais, é importantíssimo que você assimile o intervalo mínimo entre a citação para a
audiência de conciliação e a data de comparecimento à audiência: 30 DIAS.

 Obs.: Os 30 dias correspondem à antecedência mínima. É possível que haja um intervalo


de 40, 50 ou até 100 dias. O que não pode ocorrer é um intervalo menor que 30 dias.

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Para ilustrar:

Art. 8º Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar, transigir ou de-
sistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses previstas
na lei do respectivo ente da Federação.

Os procuradores das entidades fazendárias (Estados, DF e Municípios), não terão uma pro-
curação para atuar nos autos. Eles, por serem ocupantes do cargo público de Procurador do
ente público, terão seus poderes definidos e limitados em lei do ente federado.
No mesmo leque de disposições, serão definidos os limites dos procuradores para conci-
liar, transigir ou desistir de pedidos e argumentos nos Juizados da Fazenda.

Exemplos: Valor máximo para conciliações, direitos que podem ou não ser objeto de transa-
ções em audiência, limite máximo para a possibilidade de desistência, hipóteses em que o
procurador poderá desistir de sua pretensão etc.

Art. 9º A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclareci-
mento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.

Existe um limite processual para que o ente público réu apresente as provas que tiver em
sua defesa: até a data da audiência de conciliação, que é a única audiência do processo, uma
vez que após a tentativa de conciliação haverá a imediata instrução, seguida do julgamento.
Caso o ente deixe de juntar documentos favoráveis à sua defesa até a data da audiência
conciliatória, haverá preclusão do direito de produzir a prova “esquecida”.

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O intervalo mínimo, estudado anteriormente, que deve ser respeitado entre a data da efe-
tiva citação do ente público e a data da audiência serve também para que o ente fazendário
prepare sua defesa e suas provas.

Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes da audiência.

A ideia da lei é de que exista uma única audiência, na qual haverá a tentativa de conciliação,
a instrução probatória e o julgamento. Portanto, se a prova pericial for imprescindível para que
a conciliação tenha bases justas, ou para que o julgamento seja mais bem fundamentado e
mais próximo da verdade real, será autorizada a realização de exame pericial.
Neste caso, o laudo do perito deverá ser juntado aos autos até 5 dias antes da audiência.
Caso seja impossível a juntada dentro deste limite, a audiência deverá ser adiada.

 Obs.: Há vários acórdãos de Turmas Recursais, inclusive do STJ, afirmando que o fato de
haver maior complexidade de instrução probatória (em razão da necessidade de prova
pericial) não impede o processamento do feito nos Juizados Especiais da Fazenda
Pública. Por outro lado, há outros afirmando que, se a prova exigida for muito com-
plexa, os Juizados da Fazenda não poderiam contemplar o processamento da ação,
porque nem sempre é possível, na época da propositura da ação, saber se a instrução
probatória será simples ou mais complexa.
 Obs.: Há uma questão de concurso (banca VUNESP) adotando o segundo entendimento:
de que a excessiva complexidade impede a tramitação do feito no microssistema dos
Juizados Especiais da Fazenda Pública. Ela será apresentada na lista de exercícios.
Se você enfrentar a referida banca, já saberá de qual é o entendimento por ela adota-
do.

Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

O reexame necessário, modernamente nomeado pelo CPC de 2015 de “Remessa Neces-


sária”, consiste em enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que condenem
pessoas jurídicas de direito público a pagar determinado valor:

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
Gustavo Deitos

• União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 salários míni-
mos;
• Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações pú-
blicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários
mínimos.

O § 4º do art. 496 do CPC ainda estabelece casos em que, independentemente do valor da


condenação em desfavor do ente público, a remessa não será necessária. Veja o que dispõe
tal norma:

§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do pró-
prio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

Exemplo:
Mesmo que a União seja condenada em um bilhão de reais (muito mais que 1000 salários míni-
mos), se o entendimento utilizado para a condenação estiver respaldado em orientação vincu-
lante firmada no âmbito administrativo de um órgão da própria União (manifestação, parecer
ou súmula administrativa, desde que de caráter administrativamente vinculante), não haverá
necessidade de reexame necessário (redundância proposital) pela instância superior.

Afinal de contas, por que razão o reexame necessário não pode ser aplicado neste micros-
sistema?
É porque, para que a ação se enquadre no microssistema dos Juizados da Fazenda, não
poderá haver envolvimento de mais de 60 salários mínimos. Os valores de condenação que
legalmente exigem reexame necessário são muito maiores do que tal limite.

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Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que imponham obriga-
ção de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade
citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

O sujeito notificado para cumprir obrigação reconhecida em acordo ou sentença será uma
autoridade pública autorizada a representar os interesses do ente público réu (normalmente,
um dos Procuradores do ente).
Uma coisa é cobrar o cumprimento de valor em dinheiro, caso em que deverão ser obser-
vados os passos do Precatório e da Requisição de Pequeno Valor, estudados no comentário
ao art. 13.
A situação é diferente quando a obrigação a ser cumprida pelo ente público for de fazer,
não fazer ou entregar coisa certa. Nestes casos, o juiz ordenará a expedição de ofício, a ser por
ele assinado, direcionado à Procuradoria do ente público, para que cumpra a obrigação.

Exemplos: nomeação de servidor preterido em lista de aprovação de concurso público; devo-


lução de veículo apreendido, depois de cumpridos todos os requisitos legais exigidos do pro-
prietário.

Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão,
o pagamento será efetuado:
I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade
citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3º do art. 100 da Constitui-
ção Federal; ou
II – mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como obrigação
de pequeno valor.
§ 1º Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro do numerário
suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda Pública.
§ 2º As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente de preca-
tório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da Federação.
§ 3º Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2º, os valores serão:
I – 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal;
II – 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos Municípios.
§ 4º São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor da execução, de modo que
o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e, em parte, mediante
expedição de precatório, bem como a expedição de precatório complementar ou suplementar do
valor pago.

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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§ 5º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido para pagamento independentemente do


precatório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultada à parte exe-
quente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo
sem o precatório.

A execução contra a fazenda pública não envolve penhora e expropriação de bens, tam-
pouco bloqueio de contas bancárias, porque os bens públicos são impenhoráveis e, de regra,
inalienáveis. Esta garantia consta do art. 100 do Código Civil, que dispõe:

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

O PULO DO GATO

Quanto aos bens das empresas estatais prestadoras de serviços públicos, há uma peculiari-
dade. Dessas estatais, nem todos os bens são protegidos pela garantia da impenhorabilidade.
Quanto aos bens das empresas estatais, somente serão garantidos pela impenhorabilidade
os bens vinculados à prestação do serviço público. Eventuais bens das estatais que não te-
nham relação com o serviço público, como terrenos vazios, podem ser penhorados e aliena-
dos, quando a empresa estatal não se submeter ao regime dos Precatórios e RPVs ou quando,
em hipótese legal, forem sequestrados seus bens para garantia do pagamento do valor requi-
sitado por meio de Precatório ou RPV.

Portanto, em vez de o juiz intimar o ente público para pagamento sob pena de penhora de
bens, ele ordenará a expedição de Precatório ou de Requisição de Pequeno Valor (RPV), a de-
pender do valor devido na execução contra o ente fazendário.
Lei de cada Estado, lei do DF e lei de cada Município definirá qual é o valor-limite para paga-
mento de execuções mediante Requisição de Pequeno Valor por parte do DF ou do respectivo
Estado ou Município e suas autarquias, fundações e empresas prestadores de serviço público.
Professor, e se o ente federado não tiver uma lei especificando o limite?

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Neste caso, valerá o valor definido como subsidiariamente aplicável no § 3º do artigo ora
em comento, que copia os valores dispostos no art. 87 do Ato das Disposições Constitucio-
nais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal:

Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a
publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto
no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório
judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I – quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II – trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.

ESTADOS e DF MUNICÍPIOS

40 salários mínimos 30 salários mínimos

Exemplo prático:
O Estado de Santa Catarina, por meio de lei estadual, fixou como limite para as Obrigações de
Pequeno Valor (pagas por meio de RPV) o montante de 10 salários mínimos. Se tal lei não exis-
tisse, ou se ela viesse a ser revogada, seria aplicável o limite de 40 salários mínimos, definido
no ADCT e no § 3º, inciso I, do artigo ora em comento.
A mesma lógica vale para todos os Municípios.

ATENÇÃO
O valor-limite definido pelas leis estaduais/municipais NÃO PODE ser inferior ao valor do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (teto do RGPS).
Se o teto dos benefícios do RGPS atingir a marca de R$ 6.500,00, não pode o ente federado
fixar como valor-limite, por exemplo, “dois salários mínimos”.
É a regra do art. 100, § 4º, da CF: “Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis
próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência
social”.

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A RPV será enviada diretamente pelo juiz do trabalho ao ente público devedor, que deverá
pagar o valor no prazo de 60 DIAS. Se o ente não cumprir a obrigação neste prazo, o juiz do
trabalho determinará o sequestro do valor devido.
Nesta situação, o sequestro de valores do ente público pode ser determinado de ofício ou
a requerimento do autor/exequente.
Professor, e se o valor devido ao exequente for maior que o limite da RPV, será possível
fracionar os valores para que o exequente receba parte por RPV e a outra parte por meio de
Precatório?
Não, caro(a) aluno(a). O fracionamento para fins de recebimento de parte como RPV e
parte como Precatório é proibido pela Constituição Federal (art. 100, § 8º) e pelo § 4º do artigo
ora em comento.
Neste caso, o que pode ser feito é o exequente RENUNCIAR a parte excedente do limite
para receber tudo por meio de RPV, o que é muito mais rápido, e você verá o porquê.
Professor, e se houver mais de um exequente na reclamação?
Se houver mais de um autor/exequente, o valor a ser considerado para enquadramento
da obrigação como de “pequeno valor”, a ser requisitada mediante RPV, será o valor devido A
CADA AUTOR, INDIVIDUALMENTE.
Já o pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pública mediante precatório é demora-
do. O Precatório consiste numa fila de pessoas que devem receber valores, na estrita ordem
cronológica de entrada dos formulários de precatórios.
Os valores destinados ao pagamento dos precatórios serão incluídos na dotação orça-
mentária do ente público SEM MENCIONAR números de processos ou pessoas específicas

que devam receber parte dos valores. Vide art. 100, caput, da CF:

Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em vir-
tude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

Apesar de o pagamento observar a estrita ordem temporal (cronológica) de entrada dos


precatórios, há sujeitos específicos que, em razão de uma condição pessoal ou da natureza

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dos valores devidos, receberão o valor dos precatórios numa fila preferencial. Veja a norma

dos §§ 1º e 2º do art. 100 da CF:

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-


tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles
referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, te-
nham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defici-
ência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.

Para você visualizar, de forma organizada, as regras dos dispositivos acima, apresento a

seguinte ilustração:

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A sentença condenatória contra a Fazenda Pública, para ser determinante à expedição de


Precatórios e RPV, deve já ter transitado em julgado (não caber mais qualquer recurso).
Fique atento(a) quanto à regra do § 2º: a pessoa com 60 anos ou mais, com doença grave
ou a pessoa com deficiência terá preferência, nos créditos alimentícios, na primeira fila MES-
MO QUE o crédito devido seja decorrente de sucessão hereditária.

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Exemplo prático:
Jorge, que foi servidor público municipal, ajuíza ação no Juizado Especial da Fazenda Pública
postulando diferenças de vencimentos que o Município deixou de pagar ao exonerá-lo, além
do valor de uma gratificação que Jorge deveria ter recebido durante todo o período trabalha-
do, mas não recebeu. O Município foi condenado a pagar R$ 30.000,00 a Jorge.
Jorge, um mês após o trânsito em julgado da sentença, faleceu. Seu único herdeiro, Fábio,
é Pessoa com Deficiência, pois tem impedimento de longo prazo de natureza mental.,
Imagine que o valor-limite das RPVs do referido Município equivale, exatamente, a R$
70.000,00.
Fábio, em razão de sua condição, deverá receber na primeira fila preferencial o montante de
R$ 21.000,00, que equivale ao triplo do valor-limite do RPV daquele Município.
Os outros R$ 9.000,00 deverão ser pagos a Fábio na segunda fila preferencial, pois o valor
devido pelo Município tem natureza alimentícia (vencimentos e gratificações).

Quanto ao momento de pagamento dos precatórios, devemos observar a regra do art. 100,
§ 5º, da CF:

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária


ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.

Explico com exemplo:

Exemplo prático:
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 01/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2022 (data
que equivale à expressão “até o final do exercício seguinte”).
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 02/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2023.

O pagamento dos precatórios, diferentemente dos RPVs, deve ser cobrado do ente público
pelo Presidente do Tribunal. É a regra do art. 100, § 6º, da CF:

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§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder


Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pa-
gamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de pre-
terimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à
satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.

No caso dos Precatórios, o sequestro da quantia devida só poderá ocorrer em duas hipó-
teses:
1) Fila dos precatórios é “furada” (preterição de uma pessoa na lista ordinal)
2) Ente público não inclui o valor devido em sua dotação orçamentária (nem na Lei Orça-
mentária Anual, nem em crédito adicional).
Voltemos, agora, à análise dos dois últimos parágrafos do art. 13:

§ 6º O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em qualquer
agência do banco depositário, independentemente de alvará.
§ 7º O saque por meio de procurador somente poderá ser feito na agência destinatária do depósito,
mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem o valor originalmente
depositado e sua procedência.

O valor a ser pago pela Fazenda Pública mediante RPV ou precatório ficará depositado
numa conta judicial. O credor (autor) poderá sacar tal valor somente comprovando sua iden-
tidade, sem necessidade de alvará judicial, como nos casos corriqueiros.
É possível que o advogado do autor saque o valor da conta judicial, desde que porte pro-
curação específica com firma reconhecida, na qual deverá ser mencionado, inclusive, o valor
exato do depósito a ser sacado, e qual foi o ente depositante.

Art. 14. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados pelos Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal.
Parágrafo único. Poderão ser instalados Juizados Especiais Adjuntos, cabendo ao Tribunal desig-
nar a Vara onde funcionará.

Você já sabe de que são os Estados e o Distrito Federal, em seus respectivos TJ, que man-
tém os Juizados da Fazenda.

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Os Juizados Especiais Adjuntos são Juizados Especiais como os outros, mas pelos quais
respondem os próprios juízes das comarcas onde se situarem. É mais conveniente a instau-
ração de Juizados Adjuntos em comarcas pequenas, para que processos enquadráveis no
microssistema do Juizado Especial tramitem separadamente dos demais, mas sob a respon-
sabilidade do mesmo juiz.

Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, conciliadores
e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, observadas as atribuições previstas nos
arts. 22, 37 e 40 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1º Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferente-
mente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de 2 (dois) anos
de experiência.
§ 2º Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados Especiais
da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no desempenho de suas funções.

Os Juizados da Fazenda contam com dois principais servidores: o conciliador e o juiz lei-
go. Neste comentário, trabalharemos os requisitos e condições para atuação nessas funções
específicas.
• 1) CONCILIADOR: Deve ser selecionado entre qualquer bacharel em Direito da locali-
dade, seja ele advogado ou não, independentemente de ter exercido atividade jurídica.
É possível que, um dia após a colação de grau de um acadêmico de Direito, ele seja
nomeado conciliador do Juizado Especial da Fazenda Pública.
• 2) JUIZ LEIGO: Deve ser escolhido de forma mais restrita, entre advogados com mais de
2 (dois) anos de experiência (efetivo exercício da advocacia)
− O advogado selecionado para ser juiz leigo poderá continuar advogando perante
qualquer órgão do Poder Judiciário, menos nos Juizados da Fazenda de qualquer
lugar do Brasil.

 Obs.: Atente-se para o detalhe de que o impedimento de exercer a advocacia é restrito a


Juizados da Fazenda, mas se estende aos Juizados da Fazenda de todo o Brasil, inde-
pendentemente do Estado em que atue.

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Art. 16. Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a audiência de conciliação.
§ 1º Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da composição amigável, ouvir as partes e
testemunhas sobre os contornos fáticos da controvérsia.
§ 2º Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução do processo, podendo dispensar
novos depoimentos, se entender suficientes para o julgamento da causa os esclarecimentos já
constantes dos autos, e não houver impugnação das partes.

 Obs.: A audiência neste microssistema é planejada para ser única, embora na prática alguns
Juizados prefiram fracioná-la em duas. Trabalharemos com a sistemática da lei (uma
só audiência).

A abertura da audiência deve ser feita pelo conciliador, que apresentará as bases da conci-
liação e suas vantagens, com fundamento nos riscos e provas do processo.
De forma geral, o momento da conciliação é informal. As partes podem manifestar tudo o
que entenderem conveniente acerca dos fatos do conflito (§ 1º).
Todos esses esclarecimentos serão acompanhados e ouvidos, também, pelo juiz leigo. Se
ele entender que não há mais qualquer esclarecimento a ser prestado para o julgamento da
causa, ele dispensará novos depoimentos e proferirá julgamento. Caso contrário, ele ouvirá os
depoimentos necessários para a correta solução da controvérsia.
Se as partes impugnarem a conclusão do juiz leigo sobre a suficiência das provas, elas
poderão protestar pela oitiva das partes, ou pela produção de outras provas, se não tiverem
sido alcançadas pela preclusão. Em caso de novo indeferimento, elas poderão renovar seus
protestos em recurso.

 Obs.: Na prática, também é comum que o conciliador e o juiz leigo do Juizado sejam a
mesma pessoa.

Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes em
exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal,
com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados
Especiais.
§ 1º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de antiguidade e me-
recimento.
§ 2º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da Turma Recur-
sal.

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A Turma Recursal é a instância que analisa os recursos interpostos contra as sentenças


proferidas pelos juízes leigos. Em alguns casos especialíssimos, a Turma Recursal atua como
instância originária, como no caso de mandado de segurança contra ato irrecorrível praticado
por juiz leigo, como já estudado anteriormente.
Perceba que a lei não estabelece o número de membros da Turma Recursal. Tal número
deve ser definido por cada Tribunal.

Exemplo: O TJDFT definiu o número de juízes mais seguido pelos tribunais do Brasil: três.

Imagine que sejam três juízes que componham a Turma Recursal. Estes juízes devem ser
selecionados dentre os juízes estaduais de primeira instância (juízes togados, concursados),
para atuarem como se fossem “desembargadores”, grosso modo. Estes juízes apreciarão, de
forma colegiada, os recursos interpostos contra as decisões dos juízes leigos.

O PULO DO GATO

Esses juízes da Turma Recursal serão escolhidos, de forma preferencial, dentre aqueles que
já atuem nas Turmas Recursais de outros Juizados Especiais, como o Cível. A escolha dos já
atuantes, no entanto, reitero, não é obrigatória, mas meramente preferencial.

Tais juízes não são fixos. Eles têm mandato de dois anos improrrogáveis. Ademais, eles
não podem ser reconduzidos (reeleitos), a não ser que seja impossível a seleção de outro juiz.

Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver divergência entre
decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material.
§ 1º O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julgado em reunião
conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de
Justiça.
§ 2º No caso do § 1º, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser feita por meio
eletrônico.
§ 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações divergentes, ou
quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça,
o pedido será por este julgado.

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O art. 18 cria o incidente de uniformização de jurisprudência próprio dos Juizados da


Fazenda Pública, que pode ser provocado pelos sujeitos interessados. Existem dois tipos de
incidentes desta finalidade:
• 1) Incidente de uniformização limitado ao próprio Tribunal de Justiça: quando a diver-
gência existir entre Turmas Recursais do mesmo Estado.
− Pode envolver lei estadual ou lei federal;
− O julgamento do incidente ocorre com a reunião dos membros das Turmas diver-
gentes, acompanhados de um Desembargador do TJ, selecionado pelo próprio TJ,
que presidirá a sessão de julgamento do incidente. Dessa forma, caso as Turmas
empatem a deliberação, o Desembargador prolatará o voto de desempate, para que
uma das interpretações seja “vencedora”.
− Os juízes situados em localidades diversas poderão participar da sessão mediante
videoconferência.
• 2) Incidente de uniformização nacional: quando a divergência ocorrer entre Turmas
Recursais de Estados diferentes.
− Deve envolver pelo menos uma de duas coisas:
o Divergência interpretativa sobre lei federal; ou
o Contrariedade a Súmula do STJ.
− Será julgado pelo STJ, por meio de uma Turma especificamente encarregada da
uniformização da jurisprudência dos Juizados Especiais.

ATENÇÃO
No âmbito dos Juizados Especiais, inclusive da Fazenda Pública, os incidentes de uniformi-
zação somente podem referir-se às divergências sobre direito material, e não sobre direito
processual.

Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o § 1º do art. 18
contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá provocar a manifesta-
ção deste, que dirimirá a divergência.

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§ 1º Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e recebidos subsequen-


temente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos autos, aguardando pronuncia-
mento do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2º Nos casos do caput deste artigo e do § 3º do art. 18, presente a plausibilidade do direito in-
vocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício
ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos
quais a controvérsia esteja estabelecida.

É possível que, no âmbito dos Tribunais de Justiça, os incidentes de uniformização sejam


julgados de forma a contrariar Súmula do STJ. Nesta situação, a parte interessada poderá pe-
ticionar ao STJ para que aprecie a divergência.
Neste caso, se o STJ acolher a petição do interessado, as Turmas Recursais deverão reter
nos autos (obstar prosseguimento) eventuais pedidos de uniformização de divergência entre
Turmas Recursais do Estado.
É possível, ainda, que seja tomada uma providência de maior repercussão: suspensão de
todos os processos, no Brasil, que envolvam a mesma questão controvertida. Para que a sus-
pensão nacional seja levada a efeito, deve haver preenchimento de dois requisitos:
• 1) Plausibilidade do direito invocado;
• 2) Fundado receio de dano de difícil reparação caso não haja suspensão.

O PULO DO GATO

Cuidado para não confundir estas duas regras:


1) A retenção dos incidentes de uniformização nos autos poderá ser implementada pelas Tur-
mas Recursais mesmo que não haja plausibilidade ou perigo de dano.
2) A suspensão de todos os processos, no Brasil, que envolvam a mesma questão é que de-
penderá da plausibilidade e do perigo de dano.

A medida de suspensão dos processos poderá ser tomada de ofício ou a requerimento.


Já a retenção dos incidentes nos autos deverá ser realizada de ofício.

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 Obs.: Todo incidente de uniformização deve se ater ao direito material abstrato. Logo,
o incidente não pode ser utilizado para discussão de matéria de fato (Enunciado n. 99
do FONAJEF).

§ 3º Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou Presidente


da Turma de Uniformização e, nos casos previstos em lei, ouvirá o Ministério Público, no prazo de
5 (cinco) dias.

A oitiva do MP, como custos legis, existirá quando a questão controvertida envolver direito
material que caiba ao MP fiscalizar, por função institucional (direito de indígena, direito de in-
capaz etc.).
A requisição de informações a Presidentes de Turma Recursal ou de Turma de Uniformiza-
ção será feita somente se o relator do incidente de uniformização nacional entender necessá-
rio.

§ 4º (VETADO)
§ 5º Decorridos os prazos referidos nos §§ 3º e 4º, o relator incluirá o pedido em pauta na sessão,
com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os habe-
as corpus e os mandados de segurança.

Caso seja hipótese de concessão de vista de 5 dias ao MP, logo que transcorrido este
prazo, o processo do incidente será incluído em pauta para julgamento em sessão, de forma
preferencial.
A preferência do julgamento do incidente somente será menor do que os processos do STJ
que envolvam:
1) Réu preso;
2) Habeas corpus;
3) Mandado de segurança.

§ 6º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 1º serão apreciados pelas


Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou os declararão prejudicados, se veicu-
larem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

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Lembra dos pedidos de uniformização que deveriam ficar retiros nos autos dos proces-
sos das Turmas Recursais? Depois do julgamento do incidente pelo STJ, poderão verificar-se
duas consequências:
1) A Turma Recursal reconsidera sua decisão em favor da parte que suscitar a divergência,
quando a tese fixada pelo STJ estiver de acordo com o fundamento invocado pela parte;
2) A Turma Recursal declarará prejudicado o incidente da parte, quando a tese fixada pelo
STJ for contrária ao fundamento invocado pela parte.

Art. 20. Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no
âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando os procedimentos a serem ado-
tados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordi-
nário.

Mais detalhes do processamento dos incidentes são estruturados pelos próprios Tribu-
nais, em atos normativos que lhes caibam praticar.

Art. 21. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado segundo o
estabelecido no art. 19, além da observância das normas do Regimento.

O Recurso Extraordinário, de acordo com o art. 102, inciso III, da Constituição Federal, terá
cabimento nas causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
• a) contrariar dispositivo da Constituição;
• b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
• c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição.
• d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Perceba que o artigo fala em causas decididas em ÚNICA ou ÚLTIMA instância. As deci-
sões proferidas pelas Turmas Recursais, inclusive dos Juizados Especiais da Fazenda Públi-
ca, não são recorríveis por recurso próprio. Portanto, se houver enquadramento da pretensão
recursal em uma das hipóteses constitucionais, poderá ser interposto o recurso extraordiná-
rio ao STF contra a decisão da Turma.
É no mesmo sentido a Súmula n. 640 do STF:

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Súmula n. 640 do STF


É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas
causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.

O art. 21 limita-se a estender ao processamento dos recursos extraordinários interpostos


contra as decisões das Turmas Recursais o mesmo procedimento dos incidentes de unifor-
mização, no que couber, além das normas do Regimento Interno do STF sobre o trâmite do
recurso extraordinário.

Art. 22. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados no prazo de até 2 (dois) anos da
vigência desta Lei, podendo haver o aproveitamento total ou parcial das estruturas das atuais Varas
da Fazenda Pública.
Art. 23. Os Tribunais de Justiça poderão limitar, por até 5 (cinco) anos, a partir da entrada em vigor
desta Lei, a competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, atendendo à necessidade da
organização dos serviços judiciários e administrativos.

Na realidade brasileira, vários tribunais podem deparar-se com dificuldades de organização


administrativa para o recebimento dos Juizados da Fazenda. A instalação desse órgão natural-
mente demanda mais servidores, mais recursos e, por consequência, mais orçamento.
Diante dessa realidade, o legislador permitiu, neste artigo, que o Tribunal optasse por definir
que, mesmo após a instalação do Juizado da Fazenda após a publicação da lei, algumas ações
enquadradas no microssistema tramitassem na Vara da Fazenda Pública, e não no Juizado.
Houve questionamento da constitucionalidade deste dispositivo na ADI 4847/DF, que até
os dias atuais não foi julgada. Em razão da passagem dos cinco anos definidos no artigo, este
professor entende que a referida ADI perdeu seu objeto, e, mesmo que fosse julgada proceden-
te atualmente, teria um efeito perigosíssimo: nulidade de inúmeros processos.

Art. 24. Não serão remetidas aos Juizados Especiais da Fazenda Pública as demandas ajuizadas
até a data de sua instalação, assim como as ajuizadas fora do Juizado Especial por força do dis-
posto no art. 23.

Todas as ações ajuizadas em data anterior à da instalação do Juizado da Fazenda na


comarca, mesmo que preencham todos os requisitos para tramitação neste microssistema
(valor, objeto, réu etc.), não poderão ser remetidas ao Juizado da Fazenda.

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Somente tramitarão neste microssistema as ações ajuizadas depois da instalação do Jui-


zado, caso em que a competência do Juizado já terá força absoluta (art. 2º, § 4º).

Art. 25. Competirá aos Tribunais de Justiça prestar o suporte administrativo necessário ao funcio-
namento dos Juizados Especiais.
Art. 26. O disposto no art. 16 aplica-se aos Juizados Especiais Federais instituídos pela Lei n. 10.259,
de 12 de julho de 2001.
Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Có-
digo de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001.

Ao longo da aula, destaquei vários pontos em que se faz necessário considerar o disposto
no Código de Processo Civil. A lei citada neste artigo é o CPC de 1973 (revogado). Todavia,
de acordo com o art. 1.046, § 4º, do Novo CPC, “As remissões a disposições do Código de
Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são cor-
respondentes neste Código.”. Portanto, deve ser considerado o CPC de 2015, para todos os
efeitos.
Ademais, em vários outros momentos, destaquei a aplicabilidade de dispositivos da Lei n.
9.099/1995, que trata dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Também é subsidiariamente
aplicável a Lei n. 10.259/2001, que trata dos Juizados Especiais Federais. Por esta razão, mui-
tos enunciados do Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais (FONAJEF) são aplicáveis
nos Juizados da Fazenda.

Art. 28. Esta Lei entra em vigor após decorridos 6 (seis) meses de sua publicação oficial.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/PROCURADOR DO
MUNICÍPIO) Nos exatos termos da Lei do Juizado Especial da Fazenda Pública, assinale a
alternativa correta.
a) As causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servido-
res públicos civis podem, perante ele, ser ajuizadas.
b) No foro onde estiver instalado, a sua competência é relativa.
c) O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências caute-
lares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.
d) Podem ser partes como réus os Municípios, bem como suas autarquias, fundações, empre-
sas públicas e sociedades de economia mista.
e) Deve a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de
15 (quinze) dias.

Questão 2 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) As causas cí-


veis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios podem ser
conciliadas e julgadas nos Juizados Especiais da Fazenda Pública. A respeito destes órgãos
da Justiça comum e do procedimento previsto na Lei Federal n. 12.153, de 22 de dezembro de
2009, é correto afirmar que
a) estão incluídos em sua competência as causas que tenham como objeto a impugnação da
pena de demissão imposta a servidores públicos civis.
b) podem ser autores qualquer pessoa física ou jurídica.
c) no foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é
absoluta.
d) os prazos para a prática de qualquer ato processual pela Fazenda Pública são contados em
dobro.
e) as obrigações definidas como de pequeno valor deverão ser pagas no prazo máximo de 15
dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa.

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
Gustavo Deitos

Questão 3 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) No que res-


peita às disposições da Lei n. 12.153/2009, é correto afirmar que
a) haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas
de direito público, inclusive para interposição de recursos, devendo a citação para a audiência
de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
b) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem ser partes no Juizado Especial da Fa-
zenda Pública, na qualidade de autores ou réus.
c) para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 15 dias antes da audiência.
d) as execuções fiscais não estão incluídas na competência do Juizado Especial da Fazenda
Pública.
e) nas causas sujeitas ao Juizado Especial da Fazenda Pública, nas quais a Fazenda Pública
seja parte vencida, haverá reexame necessário.

Questão 4 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Em rela-


ção aos Juizados Especiais da Fazenda Pública, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, dispõe a Lei n. 12.153/2009:
a) nos Juizados Especiais, tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito
em julgado da decisão, o pagamento será efetuado, no prazo máximo de 90 (noventa) dias,
contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independentemente
de precatório, ou mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido
como obrigação de pequeno valor, no máximo em 20 (vinte) parcelas.
b) não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiên-
cia de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
c) podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública, como autores, as pessoas físicas,
as microempresas, as empresas de pequeno porte, a empresa individual de responsabilidade
limitada e o microempreendedor individual, assim definidos na Lei, e, como réus, os Estados,
o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como suas respectivas autarquias, ex-

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cluindo-se as fundações e empresas públicas a eles vinculadas, salvo se constituídas poste-


riormente ao advento da lei.
d) as Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes em exer-
cício nos respectivos Tribunais, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, com
mandato de 3 (três) anos, e integradas, preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados
Especiais.
e) serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, conciliadores e
juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, considerados auxiliares da Justiça,
recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os estagiários e bacharéis em direito, e os
segundos, entre advogados com mais de 3 (três) anos de experiência.

Questão 5 (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO


LEGISLATIVO) Nos termos da Lei Federal n. 12.153/2009, que disciplina os juizados especiais
da Fazenda Pública, é correto afirmar que
a) as ações de mandado de segurança, anulatória de débito fiscal e de consignação em paga-
mento, não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública.
b) as empresas públicas podem figurar como autoras no Juizado Especial da Fazenda Pública.
c) tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão,
o pagamento será efetuado, por precatório, no prazo máximo de 90 (noventa) dias
d) é da competência dos juizados da fazenda pública julgar ação de repetição de indébito cujo
valor seja de até 60 (sessenta) salários mínimos.
e) não cabe recurso da decisão que de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação.

Questão 6 (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Empre-


sa que presta serviços de locação de vestidos de festas ajuizou ação no juizado especial da
Fazenda Pública com a finalidade de ver anulado lançamento tributário efetuado pela Muni-
cipalidade, sob fundamento de que a locação de vestidos não é prevista como fato gerador
do ISS. No curso da ação anulatória, tendo sido informado da existência de execução fiscal

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ajuizada pela Municipalidade para a cobrança do ISS supostamente devido e da iminência da


realização de penhora de valores em conta corrente de titularidade da empresa utilizada para
o pagamento de fornecedores e funcionários, o juiz do juizado especial da Fazenda Pública
defere, em favor do contribuinte, medida cautelar suspendendo a exigibilidade do crédito tribu-
tário, para evitar dano de difícil reparação. Considerando as disposições constantes da Lei n.
12.153/2009, é correto afirmar que, contra essa decisão,
a) não cabe recurso, pois a lei só admite recurso contra sentença.
b) cabe apenas mandado de segurança.
c) cabe pedido de suspensão endereçado ao Presidente do Tribunal.
d) cabe recurso de apelação.
e) cabe recurso, apesar de a lei não indicar de maneira expressa a modalidade.

Questão 7 (2019/VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS-


-REMOÇÃO) É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conci-
liar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos.
A respeito do procedimento de trâmite dos processos perante o Juizado em apreço, assinale
a alternativa correta.
a) No foro onde estiver instalado, a sua competência é relativa.
b) Não se incluem na sua competência, dentre outras, as ações de mandado de segurança, de
desapropriação e de divisão e demarcação.
c) O cumprimento da sentença que imponha obrigação será efetuado mediante citação do
ente público por mandado, na pessoa de seu representante legal ou do chefe do executivo
respectivo.
d) O juiz poderá, desde que haja requerimento das partes ou do conciliador, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação.
e) Para efetuar o exame técnico necessário ao julgamento da causa, o juiz nomeará pessoa
habilitada, que apresentará o laudo até 48 (quarenta e oito) horas antes da audiência.

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Questão 8 (2019/INSTITUTO CONSULPLAN/TJ-CE/JUIZ LEIGO) Considerando que, nos


termos da legislação vigente, podem figurar como réus, no âmbito dos juizados especiais da
Fazenda Pública, “os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como au-
tarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas”, marque a assertiva correta.
a) A atuação do juizado especial da Fazenda Pública alcança toda a administração pública
direta e indireta.
b) A organização social pode figurar no polo passivo das ações processadas nos referidos
juizados especiais.
c) As ações contra a sociedade de economia mista não se processam no juizado especial da
Fazenda Pública.
d) As ações contra concessionárias de serviço público devem ser processadas nos referidos
juizados especiais.

Questão 9 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ADVOGADO) A Lei n. 12.153/2009


instituiu os Juizados Especiais da Fazenda Pública. Acerca de tal diploma legal, assinale a al-
ternativa correta.
a) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm competência para processar e julgar causas
de interesse dos entes públicos com valor de até 40 salários-mínimos.
b) Contra a sentença proferida no âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, caberá
apelação no prazo de 15 (quinze) dias.
c) Nos processos em trâmite perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública, os entes pú-
blicos têm prazo em dobro para contestar
d) As sentenças proferidas no âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública não estão
sujeitas ao reexame necessário.
e) Não cabe pedido de tutela antecipada em processos que tramitam no âmbito dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública.

Questão 10 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/ANALISTA JURÍDICO-PROCU-


RADOR MUNICIPAL) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e
integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, foram criados para processar, conciliar e julgar

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causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios,
até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos. Sobre o procedimento dos Juizados em pauta,
é correto afirmar que
a) quando a pretensão do autor versar sobre obrigações vincendas, para fins de sua competên-
cia, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas poderá exceder
o valor referido no enunciado desta questão.
b) podem figurar como réus os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem
como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
c) são de sua competência as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de de-
missão imposta a servidores públicos civis, desde que observado o valor de alçada.
d) no foro onde estiver instalado, a sua competência é relativa, podendo o autor optar por ajui-
zar a ação na Vara da Fazenda Pública.
e) se a Fazenda Pública sucumbir no mérito, haverá reexame necessário.

Questão 11 (2019/UPENET/IAUPE/UPE/ADVOGADO) Sobre o Juizado Especial da Fazenda


Pública, a Lei n. 12.153/2009 dispõe que
a) podem ser parte, no Juizado Especial da Fazenda pública, como autores, as pessoas físicas
e as microempresas e empresas de pequeno porte, e, como réus, os Estados, o Distrito Federal,
os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles
vinculadas.
b) nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, não há prazo diferenciado para a prática de
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, salvo a interposição de
recursos e a contestação.
c) é relativa a competência do Juizado Especial da Fazenda Pública nos foros em que estiver
instalado.
d) é defeso aos representantes judiciais dos réus, no Juizado Especial da Fazenda Pública,
conciliar, transigir ou desistir dos processos.
e) as autarquias, fundações e empresas públicas vinculadas a determinado Município não po-
dem ser partes como réus nos Juizados Especiais da Fazenda Pública.

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Questão 12 (2018/CESPE/PGM-JOÃO PESSOA-PB/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) De


acordo com a Lei n. 12.153/2009, os juizados especiais da fazenda pública têm competência
para processar e julgar
a) ação de desapropriação de imóvel cujo valor não exceda sessenta salários mínimos.
b) ação cujos sujeitos ativos sejam entes públicos da administração pública direta, autárquica
e fundacional dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
c) ação rescisória para desconstituir as suas próprias decisões de mérito.
d) ação de improbidade administrativa praticada por secretário municipal, cujo valor do dano
ao erário não ultrapasse sessenta salários mínimos.
e) mandado de segurança contra suas decisões interlocutórias proferidas, haja vista a irrecor-
ribilidade imediata de decisões dessa natureza.

Questão 13 (2018/CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Observada a regra que de-


termina que o valor da causa não pode ultrapassar o limite de sessenta salários mínimos,
o juizado especial da fazenda pública possui competência para julgar
a) ação civil pública para a tutela de direito difuso decorrente de dano ambiental simples.
b) ação que tenha como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidor civil.
c) ação em que contribuinte questione a validade do lançamento de crédito tributário estadual.
d) mandado de segurança contra ato praticado por servidor municipal em procedimento licita-
tório.
e) ação proposta por particular para reivindicar bem imóvel de autarquia estadual.

Questão 14 (2017/CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO/ADAPTADA) Acerca de formação


de litisconsórcio, conflito de competência e prazo, julgue o item subsequente à luz do entendi-
mento dos tribunais superiores.
É competência absoluta dos juizados especiais da fazenda pública processar e julgar as cau-
sas de interesse dos estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios cujos valores
não excedam sessenta salários mínimos, inexistindo impedimento à formação de litisconsór-
cio passivo do ente estatal com pessoa jurídica de direito privado.

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Questão 15 (2016/FCC/AL-MS/CONSULTOR DE PROCESSO LEGISLATIVO) Sobre o Juizado


Especial da Fazenda Pública, a Lei n. 12.153/2009 dispõe que
a) são processadas no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública as execuções fiscais
de até sessenta salários mínimos.
b) podem ser parte, no Juizado Especial da Fazenda pública, como autores, as pessoas físi-
cas e as microempresas e empresas de pequeno porte, e, como réus, os Estados, o Distrito
Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas
a eles vinculadas.
c) é relativa a competência do Juizado Especial da Fazenda Pública nos foros em que estiver
instalado.
d) é defeso aos representantes judiciais dos réus, no Juizado Especial da Fazenda Pública,
conciliar, transigir ou desistir dos processos.
e) a Fazenda Pública possui prazo diferenciado para a prática dos atos processuais no âmbito
do Juizado Especial da Fazenda Pública.

Questão 16 (2018/VUNESP/CÂMARA DE ORLÂNDIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A lei que


dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública determina que
a) é de competência dos Juizados processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos
Estados, independentemente do valor da causa ou de proveito econômico.
b) não se incluem na competência dos Juizados as ações de mandado de segurança, de de-
sapropriação, a não ser que versem sobre direitos ou interesses coletivos e difusos.
c) o juiz poderá de ofício deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso
do processo, desde que não exista dano de difícil ou de incerta reparação.
d) para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará laudo até 05 (cinco) dias antes da audiência.
e) podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública pessoas físicas ou jurídicas,
inclusive microempresas, exceto as empresas de pequeno porte.

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Questão 17 (2018/VUNESP/CÂMARA DE NOVA ODESSA-SP/ASSESSOR JURÍDICO I) De


acordo com a Lei n. 12.153/2009, é de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pú-
blica processar, conciliar e julgar causas de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos. Observado esse
limite de alçada, estão incluídos na competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública
a) os mandados de segurança em matéria tributária.
b) as execuções fiscais.
c) as ações tributárias que versem sobre bens imóveis dos Estados e Municípios.
d) as ações de repetição de indébito tributário.
e) as demandas sobre direitos ou interesses coletivos de autarquias e fundações em matéria
tributária.

Questão 18 (2018/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/ASSISTEN-


TE JURÍDICO) No Juizado Especial da Fazenda Pública, no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios,
a) não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, exceto para a interposição de recursos.
b) pode-se julgar demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos.
c) as microempresas e empresas de pequeno porte não poderão figurar como autores.
d) pode-se julgar ações de mandado de segurança.
e) não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, inclusive a interposição de recursos.

Questão 19 (2018/COMPERVE/TJ-RN/JUIZ LEIGO) O sistema dos Juizados Especiais dos


Estados e do Distrito Federal é formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais
Criminais e Juizados Especiais da Fazenda Pública, estes últimos estabelecidos pela Lei
12.153/2009. Segundo a citada lei, incluem-se na competência dos Juizados Especiais as cau-
sas
a) que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos
civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

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b) de improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interes-


ses difusos e coletivos.
c) sobre bens imóveis dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, autar-
quias e fundações públicas a eles vinculadas.
d) cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o
valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Questão 20 (2018/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ LEIGO) Em relação à prova pericial no âmbito dos


Juizados Especiais da Fazenda Pública, afirma-se que
a) o exame técnico inclui as perícias complexas e onerosas.
b) a apresentação de pareceres técnicos ou de documentos elucidativos pelas partes não dis-
pensa em nenhuma hipótese a produção de prova pericial.
c) em qualquer hipótese a prova técnica poderá ser deferida pelo juiz.
d) é vedada a produção de prova técnica no âmbito dos juizados especiais.
e) para efetuar o exame técnico, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até
5 (cinco) dias antes da audiência.

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GABARITO
1. c
2. c
3. d
4. b
5. d
6. e
7. b
8. c
9. d
10. b
11. a
12. e
13. c
14. C
15. b
16. d
17. d
18. e
19. d
20. e

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/PROCURADOR DO
MUNICÍPIO) Nos exatos termos da Lei do Juizado Especial da Fazenda Pública, assinale a
alternativa correta.
a) As causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servido-
res públicos civis podem, perante ele, ser ajuizadas.
b) No foro onde estiver instalado, a sua competência é relativa.
c) O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências caute-
lares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.
d) Podem ser partes como réus os Municípios, bem como suas autarquias, fundações, empre-
sas públicas e sociedades de economia mista.
e) Deve a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de
15 (quinze) dias.

Letra c.
a) Errada. Tais causas são excluídas da competência dos Juizados da Fazenda (art. 2º, § 1º,
inciso III).
b) Errada. Onde houver Juizado da Fazenda, este terá competência absoluta (art. 2º, § 4º).
c) Certa. Trata-se da regra literal do art. 3º, explorada em razão da excepcional possibilidade de
o juiz conceder tutela provisória de ofício.
d) Errada. As sociedades de economia mista são excluídas da competência dos Juizados da
Fazenda.
e) Errada. A antecedência mínima é de 30 (trinta) dias, conforme o período final do art. 7º.

Questão 2 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) As causas cí-


veis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios podem ser
conciliadas e julgadas nos Juizados Especiais da Fazenda Pública. A respeito destes órgãos
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a) estão incluídos em sua competência as causas que tenham como objeto a impugnação da
pena de demissão imposta a servidores públicos civis.
b) podem ser autores qualquer pessoa física ou jurídica.
c) no foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é
absoluta.
d) os prazos para a prática de qualquer ato processual pela Fazenda Pública são contados em
dobro.
e) as obrigações definidas como de pequeno valor deverão ser pagas no prazo máximo de 15
dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa.

Letra c.
a) Errada. Tais causas são excluídas da competência dos Juizados da Fazenda (art. 2º, § 1º,
inciso III).
b) Errada. Podem ser autores neste microssistema processual somente pessoas físicas e al-
gumas jurídicas: microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Com-
plementar no 123, de 14 de dezembro de 2006 (art. 5º, inciso I).
c) Certa. É a regra do art. 2º, § 4º.
d) Errada. A Fazenda Pública, neste microssistema, não tem prazos privilegiados. É a regra do
art. 7º, caput: “Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação
para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.”.
e) Errada. O prazo para pagamento das obrigações de pequeno valor é de 60 dias, conforme
o art. 13, inciso I.

Questão 3 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) No que res-


peita às disposições da Lei n. 12.153/2009, é correto afirmar que
a) haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas
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de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.

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Gustavo Deitos

b) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem ser partes no Juizado Especial da Fa-
zenda Pública, na qualidade de autores ou réus.
c) para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 15 dias antes da audiência.
d) as execuções fiscais não estão incluídas na competência do Juizado Especial da Fazenda
Pública.
e) nas causas sujeitas ao Juizado Especial da Fazenda Pública, nas quais a Fazenda Pública
seja parte vencida, haverá reexame necessário.

Letra d.
a) Errada. O erro está na primeira parte da alternativa: a Fazenda Pública, neste microssistema,
não tem prazos privilegiados. É a regra do art. 7º, caput: “Não haverá prazo diferenciado para
a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a in-
terposição de recursos, devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias.”.
b) Errada. Os Estados, DF e Municípios podem apenas ser réus, e não autores (art. 5º, inciso II).
c) Errada. O intervalo mínimo entre a apresentação do laudo e a audiência é de 5 dias (art. 10).
d) Certa. De fato, as execuções fiscais são excluídas desse microssistema (art. 2º, § 1º, inci-
so I).
e) Errada. Não há reexame necessário (remessa necessária) no microssistema do Juizado da
Fazenda, uma vez que tal instituto só se aplica quando o valor da condenação do ente público
for muito considerável (100 salários mínimos para entes municipais e 500 salários mínimos
para entes estaduais ou municipais que constituam capitais de Estados – art. 496, § 3º, inci-
sos II e III, do CPC).

Questão 4 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Em rela-


ção aos Juizados Especiais da Fazenda Pública, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, dispõe a Lei n. 12.153/2009:

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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a) nos Juizados Especiais, tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito
em julgado da decisão, o pagamento será efetuado, no prazo máximo de 90 (noventa) dias,
contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independente-
mente de precatório, ou mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor
definido como obrigação de pequeno valor, no máximo em 20 (vinte) parcelas.
b) não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiên-
cia de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
c) podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública, como autores, as pessoas físicas,
as microempresas, as empresas de pequeno porte, a empresa individual de responsabilidade
limitada e o microempreendedor individual, assim definidos na Lei, e, como réus, os Estados,
o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como suas respectivas autarquias, ex-
cluindo-se as fundações e empresas públicas a eles vinculadas, salvo se constituídas poste-
riormente ao advento da lei.
d) as Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes em exer-
cício nos respectivos Tribunais, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, com
mandato de 3 (três) anos, e integradas, preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados
Especiais.
e) serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, conciliadores e
juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, considerados auxiliares da Justiça,
recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os estagiários e bacharéis em direito, e os
segundos, entre advogados com mais de 3 (três) anos de experiência.

Letra b.
a) Errada. O prazo para pagamento das obrigações de pequeno valor é de 60 dias, conforme o
art. 13, inciso I. Ademais, quando o pagamento ocorrer mediante precatório, não existe na lei
um limite de parcelas para o pagamento, quer mínimo, quer máximo. Na prática, os pagamen-
tos de precatórios são feitos em única parcela.
b) Certa. É a regra do art. 7º, caput, em sua literalidade.

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c) Errada. A EIRELI e o microempreendedor individual não são mencionados no art. 5º, inciso
I, como pessoas jurídicas capazes de serem partes no Juizado da Fazenda. Ademais, as fun-
dações e as empresas públicas podem, sim, ser rés, independentemente da época em que
tenham sido constituídas (art. 5º, inciso II).
d) Errada. O mandato de tais juízes é de dois anos (art. 17, caput).
e) Errada. Os conciliadores são escolhidos somente entre bacharéis em Direito, e os juízes
leigos, entre advogados com mais de 2 (dois) anos de experiência (art. 15, § 1º).

Questão 5 (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO


LEGISLATIVO) Nos termos da Lei Federal n. 12.153/2009, que disciplina os juizados especiais
da Fazenda Pública, é correto afirmar que
a) as ações de mandado de segurança, anulatória de débito fiscal e de consignação em paga-
mento, não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública.
b) as empresas públicas podem figurar como autoras no Juizado Especial da Fazenda Pública.
c) tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão,
o pagamento será efetuado, por precatório, no prazo máximo de 90 (noventa) dias
d) é da competência dos juizados da fazenda pública julgar ação de repetição de indébito cujo
valor seja de até 60 (sessenta) salários mínimos.
e) não cabe recurso da decisão que de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação.

Letra d.
a) Errada. A ação de consignação em pagamento e a ação anulatória de débito fiscal não cons-
tam do rol do art. 2º, § 1º, que estabelece as ações excluídas do microssistema dos Juizados
da Fazenda.
b) Errada. Empresas públicas podem somente figurar como rés (art. 5º, inciso II).
c) Errada. O pagamento mediante precatório ou RPV depende do valor do débito: se ele se en-
quadra, ou não, como obrigação de pequeno valor. O prazo para pagamento das obrigações de

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pequeno valor é de 60 dias, conforme o art. 13, inciso I. Ademais, quando o pagamento ocorrer
mediante precatório, o prazo para pagamento é definido no art. 100, § 5º, da CF/88:

É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pa-
gamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios
judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente.

d) Certa. A ação de repetição de indébito não consta do rol do art. 2º, § 1º. Logo, se seu valor
não exceder a 60 salários mínimos, ela poderá tramitar no Juizado da Fazenda.
e) Errada. O art. 4º permite que, além das sentenças, seja recorríveis de imediato as decisões
que concedam tutela provisória, de ofício ou a requerimento, em favor de uma das partes
(art. 3º). Em interpretação sistemática, conclui-se que tal recurso seja o agravo de instrumen-
to.

Questão 6 (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Empre-


sa que presta serviços de locação de vestidos de festas ajuizou ação no juizado especial da
Fazenda Pública com a finalidade de ver anulado lançamento tributário efetuado pela Muni-
cipalidade, sob fundamento de que a locação de vestidos não é prevista como fato gerador
do ISS. No curso da ação anulatória, tendo sido informado da existência de execução fiscal
ajuizada pela Municipalidade para a cobrança do ISS supostamente devido e da iminência da
realização de penhora de valores em conta corrente de titularidade da empresa utilizada para
o pagamento de fornecedores e funcionários, o juiz do juizado especial da Fazenda Pública
defere, em favor do contribuinte, medida cautelar suspendendo a exigibilidade do crédito tribu-
tário, para evitar dano de difícil reparação. Considerando as disposições constantes da Lei n.
12.153/2009, é correto afirmar que, contra essa decisão,
a) não cabe recurso, pois a lei só admite recurso contra sentença.
b) cabe apenas mandado de segurança.
c) cabe pedido de suspensão endereçado ao Presidente do Tribunal.
d) cabe recurso de apelação.
e) cabe recurso, apesar de a lei não indicar de maneira expressa a modalidade.

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Letra e.
Os art. 4º permite interposição de recursos contra as sentenças e as decisões que concedam
tutela provisória. A lei, de fato, não especifica o nome do recurso, muito embora a jurispru-
dência das Turmas Recursais indique que, em caso de concessão de tutela provisória, seja
cabível agravo de instrumento.

Questão 7 (2019/VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS-


-REMOÇÃO) É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conci-
liar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos.
A respeito do procedimento de trâmite dos processos perante o Juizado em apreço, assinale
a alternativa correta.
a) No foro onde estiver instalado, a sua competência é relativa.
b) Não se incluem na sua competência, dentre outras, as ações de mandado de segurança, de
desapropriação e de divisão e demarcação.
c) O cumprimento da sentença que imponha obrigação será efetuado mediante citação do
ente público por mandado, na pessoa de seu representante legal ou do chefe do executivo
respectivo.
d) O juiz poderá, desde que haja requerimento das partes ou do conciliador, deferir quaisquer
providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação.
e) Para efetuar o exame técnico necessário ao julgamento da causa, o juiz nomeará pessoa
habilitada, que apresentará o laudo até 48 (quarenta e oito) horas antes da audiência.

Letra b.
a) Errada. No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua compe-
tência será absoluta, conforme o art. 2º, § 4º.
b) Certa. Trata-se da regra do art. 2º, § 1º, inciso I.

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c) Errada. O cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública observa o regime dos pre-
catórios e das requisições de pequeno valor. Não haverá intimação para pagamento, mas,
sim, observância das regras do art. 13. O pagamento mediante precatório ou RPV depende do
valor do débito: se ele se enquadra, ou não, como obrigação de pequeno valor. O prazo para
pagamento das obrigações de pequeno valor é de 60 dias, conforme o art. 13, inciso I. Ade-
mais, quando o pagamento ocorrer mediante precatório, o prazo para pagamento é definido
no art. 100, § 5º, da CF/88.
d) Errada. No microssistema dos Juizados da Fazenda Pública, a tutela provisória, cautelar ou
antecipada, poderá ser deferida de ofício, não dependendo do requerimento, embora possa ser
realizado pelas partes (art. 3º).
e) Errada. O intervalo mínimo entre a apresentação do laudo e a audiência é de 5 dias (art. 10).

Questão 8 (2019/INSTITUTO CONSULPLAN/TJ-CE/JUIZ LEIGO) Considerando que, nos


termos da legislação vigente, podem figurar como réus, no âmbito dos juizados especiais da
Fazenda Pública, “os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como au-
tarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas”, marque a assertiva correta.
a) A atuação do juizado especial da Fazenda Pública alcança toda a administração pública
direta e indireta.
b) A organização social pode figurar no polo passivo das ações processadas nos referidos
juizados especiais.
c) As ações contra a sociedade de economia mista não se processam no juizado especial da
Fazenda Pública.
d) As ações contra concessionárias de serviço público devem ser processadas nos referidos
juizados especiais.

Letra c.
a) Errada. Excluem-se do microssistema do Juizado Especial da Fazenda Pública as socie-
dades de economia mista, que são entidades da Administração Indireta. Logo, é equivocado
generalizar o termo.

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b) Errada. Organizações sociais são entidades do setor privado, embora colaborem com o Po-
der Público em serviços públicos e demais atividades de interesse público. Ademais, elas não
se inserem no art. 5º, inciso II.
c) Certa. De fato, as sociedades de economia mista não se inserem no art. 5º, inciso II.
d) Errada. Concessionárias e permissionárias de serviço público são pessoas jurídicas do
setor privado, embora contratadas pelo Poder Público para a prestação serviços públicos.
Ademais, elas não se inserem no art. 5º, inciso II.

Questão 9 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ADVOGADO) A Lei n. 12.153/2009


instituiu os Juizados Especiais da Fazenda Pública. Acerca de tal diploma legal, assinale a al-
ternativa correta.
a) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm competência para processar e julgar causas
de interesse dos entes públicos com valor de até 40 salários-mínimos.
b) Contra a sentença proferida no âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, caberá
apelação no prazo de 15 (quinze) dias.
c) Nos processos em trâmite perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública, os entes pú-
blicos têm prazo em dobro para contestar
d) As sentenças proferidas no âmbito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública não estão
sujeitas ao reexame necessário.
e) Não cabe pedido de tutela antecipada em processos que tramitam no âmbito dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública.

Letra d.
a) Errada. O valor máximo das causas processadas no Juizado da Fazenda é de 60 (sessenta)
salários mínimos (art. 2º, caput).
b) Errada. A sentença proferida pelo juiz leigo do Juizado Especial da Fazenda Pública é recorrí-
vel por recurso inominado (não especificado), no prazo de 10 dias (art. 4º da Lei n. 12.153/2009
c/c art. 42, caput, da Lei n. 9.099/1995).

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c) Errada. De acordo com o art. 7º, “não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer
ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos,
devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de
30 (trinta) dias.”.
d) Certa. É a regra literal do art. 11.
e) Errada. A tutela antecipada, assim como a cautelar (tutelas provisórias), é aceita no micros-
sistema dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (art. 3º).

Questão 10 (2019/VUNESP/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/ANALISTA JURÍDICO-PROCU-


RADOR MUNICIPAL) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e
integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, foram criados para processar, conciliar e julgar
causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios,
até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos. Sobre o procedimento dos Juizados em pauta,
é correto afirmar que
a) quando a pretensão do autor versar sobre obrigações vincendas, para fins de sua competên-
cia, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas poderá exceder
o valor referido no enunciado desta questão.
b) podem figurar como réus os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem
como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
c) são de sua competência as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de de-
missão imposta a servidores públicos civis, desde que observado o valor de alçada.
d) no foro onde estiver instalado, a sua competência é relativa, podendo o autor optar por ajui-
zar a ação na Vara da Fazenda Pública.
e) se a Fazenda Pública sucumbir no mérito, haverá reexame necessário.

Letra b.
a) Errada. Na verdade, a soma das doze prestações vincendas ao valor das vencidas não pode-
rá exceder a 60 salários mínimos, sob pena de perda da alçada do Juizado da Fazenda.
b) Certa. São estes, exatamente, os entes/entidades públicas que podem ser réus neste mi-
crossistema (art. 5º, inciso II).

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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c) Errada. A penalidade de demissão a servidores públicos civis não pode ser apreciada no
Juizado da Fazenda (art. 2º, § 1º, III).
d) Errada. No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua compe-
tência será absoluta, conforme o art. 2º, § 4º.
e) Errada. Não pode haver reexame necessário das sentenças proferidas no microssistema
dos Juizados da Fazenda (art. 11).

Questão 11 (2019/UPENET/IAUPE/UPE/ADVOGADO) Sobre o Juizado Especial da Fazenda


Pública, a Lei n. 12.153/2009 dispõe que
a) podem ser parte, no Juizado Especial da Fazenda pública, como autores, as pessoas físicas
e as microempresas e empresas de pequeno porte, e, como réus, os Estados, o Distrito Federal,
os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles
vinculadas.
b) nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, não há prazo diferenciado para a prática de
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, salvo a interposição de
recursos e a contestação.
c) é relativa a competência do Juizado Especial da Fazenda Pública nos foros em que estiver
instalado.
d) é defeso aos representantes judiciais dos réus, no Juizado Especial da Fazenda Pública,
conciliar, transigir ou desistir dos processos.
e) as autarquias, fundações e empresas públicas vinculadas a determinado Município não po-
dem ser partes como réus nos Juizados Especiais da Fazenda Pública.

Letra a.
a) Certa. São exatamente os sujeitos capazes de serem partes neste microssistema, conforme
art. 5º, incisos I e II.
b) Errada. Seja recurso, contestação ou qualquer outro ato processual, a Fazenda Pública não
terá prazos diferenciados neste microssistema (art. 7º).

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c) Errada. No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua compe-
tência será absoluta, conforme o art. 2º, § 4º.
d) Errada. Os procuradores dos entes públicos até podem transigir, conciliar e desistir, desde
que o façam nos limites e nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação
(art. 8º).
e) Errada. São justamente estas as entidades da Administração Indireta que podem ser partes
(rés, especificamente) neste microssistema.

Questão 12 (2018/CESPE/PGM-JOÃO PESSOA-PB/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) De


acordo com a Lei n. 12.153/2009, os juizados especiais da fazenda pública têm competência
para processar e julgar
a) ação de desapropriação de imóvel cujo valor não exceda sessenta salários mínimos.
b) ação cujos sujeitos ativos sejam entes públicos da administração pública direta, autárquica
e fundacional dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
c) ação rescisória para desconstituir as suas próprias decisões de mérito.
d) ação de improbidade administrativa praticada por secretário municipal, cujo valor do dano
ao erário não ultrapasse sessenta salários mínimos.
e) mandado de segurança contra suas decisões interlocutórias proferidas, haja vista a irrecor-
ribilidade imediata de decisões dessa natureza.

Letra e.
Questão polêmica e difícil. Trataremos cada assertiva separadamente.
a) Errada. Ações de desapropriação de qualquer natureza não podem tramitar neste microssis-
tema (art. 2º, § 1º, inciso I).
b) Errada. Tais entes e entidades, além da empresa pública, podem ser sujeitos passivos (réus)
neste microssistema, e não autores.
c) Errada. Ações rescisórias, embora não incluídas no rol do art. 2º, § 1º, são ações de compe-
tência originária de tribunais. Logo, mesmo não inseridas em tal rol, não podem ser processa-
das em Juizados Especiais, por questão sistemática.

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d) Errada. Ações de improbidade não podem tramitar neste microssistema (art. 2º, § 1º, inci-
so I).
e) Certa. Você sabe que ações de mandado de segurança não podem tramitar neste micros-
sistema (art. 2º, § 1º, inciso I). Para considerar a assertiva correta, a CESPE utilizou como fun-
damento o Enunciado n. 88 do FONAJEF: “Não se admite Mandado de Segurança para Turma
Recursal, exceto na hipótese de ato jurisdicional teratológico contra o qual não caiba mais re-
curso.”. Logo, a assertiva não abordou os mandados de segurança de maneira genérica, mas,
sim, direcionou sua cobrança ao conteúdo do enunciado. Tutelas provisórias indeferidas são
irrecorríveis, uma vez que a lei só permite recurso contra a concessão de tutelas provisórias
(art. 4º). Por não haver recurso próprio contra tal indeferimento, cabe mandado de segurança
à Turma Recursal.

Questão 13 (2018/CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Observada a regra que de-


termina que o valor da causa não pode ultrapassar o limite de sessenta salários mínimos,
o juizado especial da fazenda pública possui competência para julgar
a) ação civil pública para a tutela de direito difuso decorrente de dano ambiental simples.
b) ação que tenha como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidor civil.
c) ação em que contribuinte questione a validade do lançamento de crédito tributário estadual.
d) mandado de segurança contra ato praticado por servidor municipal em procedimento licita-
tório.
e) ação proposta por particular para reivindicar bem imóvel de autarquia estadual.

Letra c.
a) Errada. Ações de natureza coletiva, sobre direitos difusos e coletivos em sentido estrito, não
podem tramitar neste microssistema (art. 2º, § 1º, inciso I).
b) Errada. A penalidade de demissão a servidores públicos civis não pode ser apreciada no
Juizado da Fazenda (art. 2º, § 1º, III).
c) Certa. Tal ação não é inserida no rol de proibições do art. 2º, § 1º.

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d) Errada. Mandados de segurança não podem tramitar nos Juizados Especiais da Fazenda
(art. 2º, § 1º, inciso I), salvo na excepcionalíssima hipótese tratada no Enunciado n. 88 do
FONAJEF, abordado em aula.
e) Errada. Qualquer ação que verse sobre bem imóvel das entidades fazendárias, qualquer que
seja sua espécie, não pode tramitar neste microssistema (art. 2º, § 1º, inciso II).

Questão 14 (2017/CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO/ADAPTADA) Acerca de formação


de litisconsórcio, conflito de competência e prazo, julgue o item subsequente à luz do entendi-
mento dos tribunais superiores.
É competência absoluta dos juizados especiais da fazenda pública processar e julgar as cau-
sas de interesse dos estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios cujos valores
não excedam sessenta salários mínimos, inexistindo impedimento à formação de litisconsór-
cio passivo do ente estatal com pessoa jurídica de direito privado.

Certo.
O período inicial do item está em conformidade com o art. 2º, caput. Já o período final abor-
da a jurisprudência do STJ e dos Tribunais de Justiça, que admitem que, no polo passivo, no
microssistema dos Juizados da Fazenda, figure pessoa física ou jurídica privada ao lado do
ente público. Basta que figure no polo passivo ao menos um ente mencionado no art. 5º, inci-
so II. É neste sentido o Enunciado n. 21 do FONAJEF: “As pessoas físicas, jurídicas, de direito
privado ou de direito público estadual ou municipal podem figurar no polo passivo, no caso de
litisconsórcio necessário.”.

Questão 15 (2016/FCC/AL-MS/CONSULTOR DE PROCESSO LEGISLATIVO) Sobre o Juiza-


do Especial da Fazenda Pública, a Lei n. 12.153/2009 dispõe que
a) são processadas no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública as execuções fiscais
de até sessenta salários mínimos.
b) podem ser parte, no Juizado Especial da Fazenda pública, como autores, as pessoas físicas
e as microempresas e empresas de pequeno porte, e, como réus, os Estados, o Distrito Federal,

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os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles


vinculadas.
c) é relativa a competência do Juizado Especial da Fazenda Pública nos foros em que estiver
instalado.
d) é defeso aos representantes judiciais dos réus, no Juizado Especial da Fazenda Pública,
conciliar, transigir ou desistir dos processos.
e) a Fazenda Pública possui prazo diferenciado para a prática dos atos processuais no âmbito
do Juizado Especial da Fazenda Pública.

Letra b.
a) Errada. As execuções fiscais são excluídas desse microssistema (art. 2º, § 1º, inciso I).
b) Certa. São exatamente os sujeitos capazes de serem partes neste microssistema, conforme
art. 5º, incisos I e II.
c) Errada. No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua compe-
tência será absoluta, conforme o art. 2º, § 4º.
d) Errada. Os procuradores dos entes públicos até podem transigir, conciliar e desistir, desde
que o façam nos limites e nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação
(art. 8º).
e) Errada. A Fazenda Pública, neste microssistema, não tem prazos privilegiados. É a regra do
art. 7º, caput: “Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação
para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.”.

Questão 16 (2018/VUNESP/CÂMARA DE ORLÂNDIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A lei


que dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública determina que
a) é de competência dos Juizados processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos
Estados, independentemente do valor da causa ou de proveito econômico.
b) não se incluem na competência dos Juizados as ações de mandado de segurança, de desa-
propriação, a não ser que versem sobre direitos ou interesses coletivos e difusos.

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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c) o juiz poderá de ofício deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso


do processo, desde que não exista dano de difícil ou de incerta reparação.
d) para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará laudo até 05 (cinco) dias antes da audiência.
e) podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública pessoas físicas ou jurídicas, in-
clusive microempresas, exceto as empresas de pequeno porte.

Letra d.
a) Errada. O valor da causa é o principal critério definidor da competência deste microssiste-
ma: 60 salários mínimos (art. 2º).
b) Errada. É afastada da competência dos Juizados da Fazenda qualquer ação de natureza
coletiva, inclusive as ações de mandado de segurança e desapropriação (art. 2º, § 1º, inciso I).
c) Errada. Não existe, no art. 3º, a condição de inexistência de dano irreparável ou de difícil
reparação.
d) Certa. Trata-se da regra literal do art. 10.
e) Errada. Empresas de pequeno porte também podem ser autoras, além das mencionadas
(art. 5º, inciso I).

Questão 17 (2018/VUNESP/CÂMARA DE NOVA ODESSA-SP/ASSESSOR JURÍDICO I) De


acordo com a Lei n. 12.153/2009, é de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pú-
blica processar, conciliar e julgar causas de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários-mínimos. Observado esse
limite de alçada, estão incluídos na competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública
a) os mandados de segurança em matéria tributária.
b) as execuções fiscais.
c) as ações tributárias que versem sobre bens imóveis dos Estados e Municípios.
d) as ações de repetição de indébito tributário.
e) as demandas sobre direitos ou interesses coletivos de autarquias e fundações em matéria
tributária.

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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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Letra d.
a) Errada. Mandados de segurança não podem ser processados neste microssistema, como
regra geral (art. 2º, § 1º, inciso I).
b) Errada. As execuções fiscais são excluídas desse microssistema (art. 2º, § 1º, inciso I).
c) Errada. Qualquer ação que verse sobre bem imóvel das entidades fazendárias, qualquer que
seja sua espécie, não pode tramitar neste microssistema (art. 2º, § 1º, inciso II).
d) Certa. A ação de repetição de indébito não consta do rol do art. 2º, § 1º. Logo, se seu valor
não exceder a 60 salários mínimos, ela poderá tramitar no Juizado da Fazenda.
e) Errada. É afastada da competência dos Juizados da Fazenda qualquer ação de natureza
coletiva (art. 2º, § 1º, inciso I).

Questão 18 (2018/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/ASSISTEN-


TE JURÍDICO) No Juizado Especial da Fazenda Pública, no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios,
a) não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, exceto para a interposição de recursos.
b) pode-se julgar demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos.
c) as microempresas e empresas de pequeno porte não poderão figurar como autores.
d) pode-se julgar ações de mandado de segurança.
e) não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, inclusive a interposição de recursos.

Letra e.
a) Errada. De acordo com o art. 7º, “não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer
ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos,
devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de
30 (trinta) dias.”.
b) Errada. É afastada da competência dos Juizados da Fazenda qualquer ação de natureza
coletiva (art. 2º, § 1º, inciso I).

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c) Errada. As ME e as EPP podem, sim, ser autoras neste microssistema (art. 5º, inciso I).
d) Errada. Mandados de segurança não podem ser processados neste microssistema, como
regra geral (art. 2º, § 1º, inciso I).
e) Certa. Vide comentário à
letra a.

Questão 19 (2018/COMPERVE/TJ-RN/JUIZ LEIGO) O sistema dos Juizados Especiais dos


Estados e do Distrito Federal é formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais
Criminais e Juizados Especiais da Fazenda Pública, estes últimos estabelecidos pela Lei
12.153/2009. Segundo a citada lei, incluem-se na competência dos Juizados Especiais as cau-
sas
a) que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos
civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.
b) de improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interes-
ses difusos e coletivos.
c) sobre bens imóveis dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, autar-
quias e fundações públicas a eles vinculadas.
d) cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o
valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Letra d.
a) Errada. A penalidade de demissão a servidores públicos civis e qualquer penalidade aplicá-
vel a militares não podem ser apreciadas no Juizado da Fazenda (art. 2º, § 1º, III).
b) Errada. Ações de improbidade não podem tramitar neste microssistema (art. 2º, § 1º, inci-
so I).
c) Errada. Qualquer ação que verse sobre bem imóvel das entidades fazendárias, qualquer que
seja sua espécie, não pode tramitar neste microssistema (art. 2º, § 1º, inciso II).
d) Certa. É a regra do art. 2º, caput.

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Questão 20 (2018/VUNESP/TJ-RJ/JUIZ LEIGO) Em relação à prova pericial no âmbito dos


Juizados Especiais da Fazenda Pública, afirma-se que
a) o exame técnico inclui as perícias complexas e onerosas.
b) a apresentação de pareceres técnicos ou de documentos elucidativos pelas partes não dis-
pensa em nenhuma hipótese a produção de prova pericial.
c) em qualquer hipótese a prova técnica poderá ser deferida pelo juiz.
d) é vedada a produção de prova técnica no âmbito dos juizados especiais.
e) para efetuar o exame técnico, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até
5 (cinco) dias antes da audiência.

Letra e.
a) Errada.
b) Errada. Caso a prova pericial seja simplificada, ela pode ser dispensada por parecer técnico
ou documento elucidativo. É uma regra do CPC (art. 464, § 2º, CPC).
c) Errada. A prova técnica (exame pericial) será deferida somente se necessária à conciliação
ou ao julgamento da causa (art. 10).
d) Errada. O art. 10 permite a produção de prova pericial (técnica).
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 10.

Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e
48° lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.

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