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Direito Previdenciário - Prof. Rubens Maurício
Sumário
2 - Saúde....................................................................................................................................................... 10
5.2 - Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais ............. 22
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Antes de iniciarmos, gostaria de pedir licença para me apresentar. Meu nome é Rubens Maurício. Sou
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB e professor de Direito Previdenciário.
Sou formado em Eletrônica e Direito, com especialização em Direito Tributário e Previdenciário, já tendo
sido aprovado e nomeado nos seguintes concursos:
Atuo também como instrutor e multiplicador de sistemas internos na Receita Federal, com mais de 20 anos
de experiência em provas e concursos.
Vamos lá! O Exame da OAB é composto por duas provas. A 1ª fase possui 80 questões objetivas de múltipla
escolha, com quatro alternativas (A, B, C, D), dos mais variados conteúdos jurídicos estudados na graduação.
A partir da experiência de quem trabalha há anos com a OAB, bem como pela análise meticulosa das provas
anteriores, criamos uma técnica assertiva para você assimilar o máximo de conteúdo em menos tempo.
A partir do 38º Exame de Ordem Unificado, com a inclusão de três novas disciplinas à primeira fase (Direito
Previdenciário, Direito Eleitoral e Direito Financeiro) as questões passarão a ser distribuídas entre as
seguintes matérias: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito do Trabalho, Direito Penal, Direito
Civil, Direito Empresarial, Direito Tributário e Processual Tributário, Direito Internacional, Direito Processual
Civil, Direito Processual Penal e Direito Processual do Trabalho, Direitos Humanos, Código de Defesa do
Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Filosofia do Direito, Estatuto da
Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina da OAB, Direito Previdenciário,
Direito Eleitoral e Direito Financeiro.
Em meio a esse vasto conteúdo programático, a disciplina de Direito Previdenciário deverá ter relevância
mediana na prova de 1ª fase, representando algo entre 5% e 10% do total de pontos possíveis.
Você deve estar se perguntando: - Como estudar Direito Previdenciário, já que se trata de uma matéria nova
na OAB?
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Como não temos histórico de provas anteriores, levantei alguns temas que são, em regra, os mais presentes
em provas de Direito Previdenciário em provas e concursos. Confira:
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Como resultado da análise realizada, temos uma delimitação clara do que o examinador possivelmente
exigirá na prova vindoura. Desse modo, poderemos conduzir os estudos dos conteúdos a partir dos assuntos
com maior relevância dentro da disciplina e maior probabilidade de cobrança.
CONTEÚDO
SEGURIDADE SOCIAL
Conceito, organização e princípios constitucionais
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Segurados Obrigatórios
Segurados Facultativos
Filiação e Inscrição
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
Conceito de empresa e empregador doméstico
Receitas da União
Receitas das contribuições sociais
Salário de Contribuição
Arrecadação e Recolhimento
Prazo de Recolhimento
Recolhimento fora do prazo
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OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
RETENÇÃO E RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
DEPENDENTES DO RGPS
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
Fato Gerador
Carência
Salário de benefício
Renda mensal inicial
Data de início do benefício
Data de cessação do benefício
SERVIÇO SOCIAL E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS
MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA
RECURSOS DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS
AÇÕES JUDICIAIS EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Assim, em nosso sentir, a melhor técnica para o estudo do Direito Previdenciário, considerando a falta de
histórico de cobrança na OAB, é priorizar temas frequentes em provas de concursos.
Outrossim, a resolução de questões é o que nos permite toda a construção do conhecimento, consolidação
e retenção do conteúdo para a prova. É a partir da análise das questões que nós, professores, conseguimos
preparar aulas focadas dentro daquilo que você precisa para atingir a maior pontuação com menor esforço.
METODOLOGIA DO CURSO
IMPORTANTE! LEIA ATENTAMENTE. TODAS AS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES SOBRE O NOSSO TRABALHO
ESTÃO EXPLICADAS AQUI!
PRIMEIRA: como a disciplina e conteúdo são vastos, vamos priorizar os assuntos mais recorrentes e
importantes para a prova. Desse modo, os conceitos e informações apresentados serão objetivos e diretos,
visando à resolução de provas objetivas.
A parte teórica do nosso curso não terá mais do que 500 páginas. Vamos focar no que é mais importante!
SEGUNDA: a cada livro digital, você encontrará aulas em vídeo associadas. Assim, você disporá de dupla
metodologia completa de aprendizado do mesmo conteúdo. Dessa forma, você pode ler e revisar pelo vídeo,
ou estudar o vídeo e revisar com a leitura. Escolha a melhor forma para você absorver o assunto.
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TERCEIRA: serão utilizados, ao longo do curso, questões inéditas, para que você possa treiná-las. Além disso,
comentaremos cada uma das alternativas, para você saber o porquê estão certas ou erradas.
QUINTA: você manterá contato direto comigo e com nossa equipe pelo fórum de dúvidas. Em, no máximo
72 horas, as dúvidas postadas são respondidas. Além disso, você pode consultar dúvidas de outros colegas.
SEXTA: para cada aula iremos elaborar um resumo. A finalidade primordial deste material é viabilizar a
revisão da matéria, para fixação dos pontos mais relevantes. O resumo constitui material de fundamental
importância nas semanas que antecedem a prova.
SÉTIMA: o curso segue um cronograma específico, didaticamente organizado para que você possa revisar os
principais conteúdos teóricos daquela matéria. A cada aula vencida, você dará um passo para a aprovação.
Confira-o atentamente. Eventualmente, por razões excepcionais, o cronograma poderá ser alterado.
Contudo, você será avisado na área de recados do curso.
Embora nossa sugestão seja pelo estudo de todo o conteúdo, vamos identificar no cronograma aulas ou
temas que entendemos fundamentais. Isso se dá porque sabemos que você poderá não ter tempo
suficiente para assistir a todas as aulas e ler todos os livros digitais. Não obstante, alguns pontos você
NECESSARIAMENTE deverá estudar. Sem ler esses conteúdos, a chance de insucesso na primeira fase é
grande.
CRONOGRAMA DE AULAS
O nosso Curso compreenderá um total de dez aulas (incluindo esta aula demonstrativa), distribuídas
conforme cronograma abaixo (cujas cores mais escuras indicam maior grau de importância):
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Salário de Benefício.
Renda mensal inicial do benefício. Reajustamento do
valor do benefício.
07 Data de Início do Benefício.
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Justificação Administrativa.
Como vocês podem perceber, as aulas são distribuídas para que possamos tratar cada um dos assuntos com
tranquilidade, transmitindo segurança a vocês para um excelente desempenho em prova.
Eventuais ajustes de cronograma poderão ser realizados por questões didáticas e serão sempre informados
com antecedência.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje veremos dois assuntos iniciais do Direito Previdenciário:
Recomendo uma atenção especial no segundo capítulo sobre Organização e Princípios Constitucionais da
Seguridade Social, pois é um assunto muito cobrado em provas. Boa aula!
SEGURIDADE SOCIAL
Iniciaremos conceituando a Seguridade Social, conceito este que nos é dado pela própria Constituição
Federal, em seu art. 194, conforme segue:
Podemos dizer, portanto, que a Seguridade Social é gênero, dos quais são espécies Saúde, Assistência Social
e Previdência Social.
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Poderes Públicos
A Seguridade Social
compreende um
de iniciativa dos
conjunto integrado de
ações (Art. 194 CF/88)
Sociedade
O conceito constitucional da Seguridade Social não costuma causar quaisquer dificuldades de interpretação
ou de memorização ao candidato. No entanto, muita atenção às palavras-chave destacadas abaixo, pois não
são raras questões de provas abordando tais assuntos:
• As ações destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, Assistência Social e Previdência Social
são ações integradas.
• As ações destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, Assistência Social e Previdência Social
são de iniciativa dos “Poderes Públicos” e da “Sociedade”.
2 - Saúde
Destinatários: A saúde é direito de todos e dever do Estado. Assim sendo, os serviços públicos de saúde no
Brasil se destinam a todos, sejam pobres ou ricos, necessitados ou abastados.
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3 - Assistência Social
Destinatários: A Assistência Social, conforme disposto no art. 203 da Constituição Federal, será prestada a
quem dela necessitar. Assim sendo, a Assistência Social no Brasil não se destina a todos, mas apenas às
pessoas necessitadas.
Contribuição: O art. 203 da CF também determina que a Assistência Social, assim como os serviços públicos
de saúde, será prestada independentemente de contribuição à Seguridade Social.
4 - Previdência Social
Destinatários: A Previdência Social será destinada aos beneficiários, que são as pessoas que recebem ou
possam vir a receber as prestações previdenciárias (benefícios e/ou serviços). Os beneficiários se dividem
em segurados e dependentes.
Contribuição: Nos termos do Art. 201 da Constituição Federal, a Previdência Social será organizada sob a
forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória. Assim sendo, apenas os segurados
que contribuam para a Previdência Social, bem como seus dependentes, poderão fazer jus às prestações
previdenciárias (benefícios e/ou serviços). Ademais, toda pessoa física que exerça alguma atividade
remunerada será, obrigatoriamente, filiada ao Regime Geral de Previdência Social, exceto se esta atividade
gerar filiação obrigatória a Regime Próprio de Previdência.
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Como vimos, a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de
filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos
termos da lei, a:
Equilíbrio atuarial é a garantia de equivalência, a valor presente, entre o fluxo das receitas
estimadas e das obrigações projetadas, apuradas a longo prazo.
Outrossim, relaciono abaixo outras importantes disposições constitucionais aplicáveis à Previdência Social,
que poderão ser objeto de prova, as quais serão detalhadas durante o nosso curso:
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Seguridade Social
direito dos
direito de todos e direito dos que beneficiários
dever do estado necessitarem (segurados/depend
entes)
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a) integradas e de iniciativa exclusiva do Poder Público Federal e da sociedade, com destinação de garantia
de direitos da previdência social, da saúde, da assistência social, da educação, cultura e desporto.
Essa alternativa é incorreta, pois apesar de ser uma iniciativa integrada, não é exclusiva do Poder Público
Federal e não tem nenhuma relação com os três itens citados (educação, cultura e desporto). Basta conferir
no art. 194 da Constituição Federal.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Alternativa INCORRETA.
b) independentes e centralizadas, de iniciativa privativa dos Poderes Públicos, visando exclusivamente à
garantia de direitos relativos à previdência social.
Está incorreta, pois não é independente, nem centralizada, nem da iniciativa privativa e não visa
exclusivamente à garantia de direitos relativos à previdência social. Note que é muito comum o examinador
trocar algumas palavras para tentar confundir o candidato. Por exemplo, trocar “integrado” por
“centralizado”. Fique atento e, sempre que puder, releia o texto puro da lei. Alternativa INCORRETA.
c) integradas de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos
à saúde, à previdência e à assistência social.
Repetindo o art. 194 da CF/88:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Como podemos ver no referido art. 194, essa alternativa é a correta, pois a seguridade social engloba direitos
à saúde, assistência social e previdência, sendo os dois primeiros direitos garantidos ao cidadão sem nenhum
tipo de contribuição. Alternativa CORRETA.
d) integradas e de iniciativa privativa dos Poderes Públicos com destinação à garantia de direitos da
previdência social, da saúde, da assistência social, da educação, cultura e desporto.
Mais uma vez, como já visto anteriormente a seguridade social não é de iniciativa privativa e não tem relação
com educação, cultura e desporto. Alternativa INCORRETA
Gabarito: C
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d) Assistência Social, Previdência Social e Seguridade Social são conceitos jurídicos idênticos.
COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que assinalemos a ASSERTIVA CORRETA.
A resolução da presente questão tem por base o art. 194 da Constituição Federal, cujo texto transcrevemos
a seguir:
“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.”
Podemos afirmar, portanto, que a Seguridade Social é gênero, dos quais são espécies a Saúde, a Previdência
Social e a Assistência Social.
Tomando por base o texto constitucional citado, vamos à análise de cada alternativa:
a) a Previdência Social é vista como um direito social independente e não relacionado à Assistência Social,
apesar de fazerem parte da Seguridade Social. (ERRADA).
Não procede a afirmação da presente assertiva, pois nos termos do art. 194 da CF/88, a Saúde, a Previdência
e a Assistência Social terão seus direitos assegurados por meio de ações INTEGRADAS, não sendo a
Previdência Social, portanto, um direito social independente e não relacionado com a Assistência Social.
b) a Previdência Social é vista como um subsistema da Saúde dentro da Seguridade Social. (ERRADA).
Não procede tal afirmação, pois nos termos do art. 194 da CF/88, a Previdência Social, bem como a
Assistência Social e a Saúde, são subsistemas da Seguridade Social. Como vimos, a Seguridade Social é
Gênero, dos quais são espécies a Saúde, a Previdência Social e a Assistência Social.
c) a Previdência Social é vista como um serviço a ser prestado de forma integrada com a Assistência Social e
a Saúde. (CORRETA).
Conforme disposto no art. 194 da CF/88, a Saúde, a Previdência e a Assistência Social terão seus direitos
assegurados por meio de ações INTEGRADAS, exatamente como disposto na presente assertiva.
d) Assistência Social, Previdência Social e Seguridade Social são conceitos jurídicos idênticos. (ERRADA).
Não procede a afirmação. Apesar das ações da Seguridade Social ser integradas, visando assegurar os
direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência social, cada uma das espécies que compõe a
Seguridade Social tem conceito jurídico próprio, conforme segue:
A Saúde é um direito de todos e dever do Estado, cujas disposições gerais estão disciplinadas pelos artigos
196 a 200 da CF/88.
A Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, e tem suas disposições gerais disciplinadas pelos artigos 201 e 202 da CF/88.
A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição, cujas
disposições gerais estão disciplinadas também na CF/88, nos artigos 203 e 204.
Gabarito: C
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À luz da Organização da Seguridade Social definida na Constituição Federal, assinale a alternativa correta:
a) Previdência Social, Educação e Assistência Social são partes da Seguridade Social;
b) a Saúde possui abrangência universal, sendo qualquer pessoa por ela amparada;
c) a Previdência Social pode ser dada gratuitamente à população rural carente;
d) a Assistência Social, por meio de sistema único e centralizado no poder central federal, pode ser dada a
todos os contribuintes individuais da Previdência Social.
COMENTÁRIOS:
a) Previdência Social, Educação e Assistência Social são partes da Seguridade Social. (ERRADO).
Assertiva INCORRETA, pois nos termos do art. 194 da CF/88, os direitos assegurados através da Seguridade
Social são aqueles relativos à Saúde, Previdência Social e Assistência Social. Assim sendo, podemos afirmar
que a Seguridade Social é gênero, dos quais são espécies a Saúde, a Previdência e a Assistência Social. A
educação, portanto, não faz parte do rol de direitos assegurados pela Seguridade Social.
b) a Saúde possui abrangência universal, sendo qualquer pessoa por ela amparada. (CORRETO).
Assertiva CORRETA. Nos termos do art. 196 da CF/88, a Saúde é direito de todos e dever do Estado,
possuindo, portando, abrangência universal e sendo qualquer pessoa por ela amparada.
c) a Previdência Social pode ser dada gratuitamente à população rural carente. (ERRADO).
Assertiva INCORRETA, pois nos termos do art. 201 da CF/88, a Previdência Social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, não podendo, portanto, ser oferecida
gratuitamente à população urbana ou rural, ainda que carente.
d) a Assistência Social, por meio de sistema único e centralizado no poder central federal, pode ser dada a
todos os contribuintes individuais da Previdência Social. (ERRADO).
Assertiva INCORRETA. Nos termos do art. 203 da CF/88, a Assistência Social será prestada a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição. Assim sendo, não são todas as pessoas por ela amparadas,
mas apenas os necessitados. Ademais, as ações governamentais na área da assistência social serão
organizadas de forma descentralizada, nos termos do art. 204, I, da CF/88.
Gabarito: B
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COMENTÁRIOS:
Preliminarmente, vamos mencionar as principais características de cada um dos direitos assegurados através
da Seguridade Social:
Saúde: é um direito de todos e dever do Estado, cujas disposições gerais estão disciplinadas pelos artigos
196 a 200 da CF/88.
Previdência Social: será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, e tem suas disposições gerais disciplinadas pelos artigos 201 e 202 da CF/88.
Assistência Social: será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição, cujas
disposições gerais estão disciplinadas também na CF/88, nos artigos 203 e 204.
Vamos agora à análise de cada alternativa:
a) Marlete e Rosenval Lacerda podem participar da Assistência Social. (ERRADA).
Assertiva INCORRETA. Nos termos do art. 203 da CF/88, a Assistência Social será prestada a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição. Assim sendo, não são todas as pessoas por ela amparadas,
mas apenas os necessitados. Desta forma, podemos concluir que Rosenval, por ser dirigente de
multinacional, por certo não será amparado pelos programas de Assistência Social.
b) Apenas Rosenval Lacerda pode participar da Previdência Social. (ERRADA).
Assertiva INCORRETA, pois nos termos do art. 201 da CF/88, a Previdência Social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória. Na situação apresentada, não apenas
Rosenval, mas também Marlete, devem necessariamente participar da Previdência Social, pois ambos
exercem atividades que os enquadram como segurados obrigatórios do RGPS.
c) Marlete pode usufruir dos serviços de Saúde pública em razão da sua deficiência física. (ERRADA).
Assertiva INCORRETA. Não procede integralmente a afirmação da presente assertiva. Nos termos do art. 196
da CF/88, a Saúde é direito de todos e dever do Estado, possuindo, portando, abrangência universal e sendo
qualquer pessoa por ela amparada. Desta forma, Marlete pode usufruir dos serviços de Saúde pública, mas
não em razão de sua deficiência física, como afirma a assertiva, pois o direito a saúde independe de sua
condição de deficiente.
d) Marlete e Rosenval podem participar da Previdência Social. (CORRETA).
Assertiva CORRETA. Na situação apresentada, Rosenval Lacerda e Marlete podem participar da Previdência
Social. Fazendo uma análise mais criteriosa, ambos não apenas podem, mas devem necessariamente
participar da Previdência Social, pois exercem atividades que os enquadram como segurados obrigatórios
do Regime Geral de Previdência Social. Por fim, quem deve participar da Previdência Social, por certo pode
fazê-lo.
Gabarito: D
Os princípios específicos da Seguridade Social encontram-se elencados no parágrafo único do art. 194 da
Constituição Federal. Além desses princípios, aplicam-se à Seguridade Social, também, alguns princípios
gerais, tais como solidariedade, legalidade e igualdade.
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O parágrafo único do art. 194 da CF/88 não utiliza o termo “princípios”. Em seu lugar, o legislador
constituinte preferiu usar o termo “objetivos”. Para fins de prova, as bancas de concursos às vezes utilizam
o termo “princípios”, outras vezes preferem utilizar o termo “objetivos”. Assim sendo, considere-as como
sinônimos para efeito de provas de concursos.
Uma importante informação que devemos extrair do caput do Art. 194 da Constituição Federal e
memorizar para provas de concursos é:
O princípio da universalidade da cobertura e do atendimento está elencado no art. 194, § único, I da CF/88.
Trata-se, na verdade, de dois princípios em um. Para melhor entendimento, vamos dividi-lo em duas partes:
a universalidade da cobertura e a universalidade do atendimento.
• Universalidade da Cobertura: a proteção social oferecida pela Seguridade Social deve alcançar
todos os riscos sociais (infortúnios), aos quais quaisquer pessoas estão sujeitas, e que possam levá-
las a uma condição de necessidade, tais como: maternidade, velhice, doença, acidente, invalidez,
reclusão e morte.
• Universalidade do Atendimento: Visa tornar a Seguridade Social acessível a todas as pessoas, sejam
nacionais ou estrangeiras.
Para evitar dúvidas acerca da aplicação desses princípios nas três áreas que compõe a Seguridade Social,
vamos explicá-las individualmente:
Saúde: Em relação à saúde, esses princípios são aplicados sem ressalva, pois, como vimos, qualquer pessoa
pode ter acesso a tais serviços, independente de contribuição.
Assistência Social: Em relação à assistência social, todos aqueles que se enquadrem na condição de
necessitados, terão acesso.
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Previdência Social: Em relação à previdência social, todos, desde que contribuam, podem participar do
sistema. Eis o problema: e se determinada pessoa não exerce atividade remunerada que o enquadre como
segurado obrigatório, como ter o amparo universal da Previdência Social? Para responder esta pergunta e
atender ao princípio constitucional da Universalidade do Atendimento, foi criada, no Regime Geral de
Previdência Social – RGPS, a figura do segurado facultativo, que poderá ter cobertura previdenciária mesmo
sem exercer atividade remunerada, desde que contribua volitivamente (por livre e espontânea vontade)
para o sistema.
Vejamos a seguir o diagrama com o resumo das informações mais importantes sobre o princípio da
universalidade da cobertura e do atendimento:
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O princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais está
elencado no art. 194, § único, II da CF/88. Assim como o princípio anterior, vamos estudá-lo em duas partes:
primeiro a uniformidade dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; em seguida, estudaremos
a equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
• Uniformidade: Refere-se à igualdade quanto aos eventos a serem cobertos para as populações
urbanas e rurais. Assim sendo, diante das mesmas contingências (maternidade, morte, velhice,
doença, etc.) a cobertura deverá se entender tanto a população urbana como rural.
• Equivalência: Refere-se ao valor pecuniário dos benefícios ou qualidade da prestação dos serviços,
em relação às populações urbanas e rurais. Não quer dizer que os valores têm que ser idênticos.
Quer dizer que, se as pessoas estiverem na mesma condição, não poderá haver diferenciação,
devendo tais prestações ser, portanto, equivalentes.
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ATENÇÃO: Esse é o único dos princípios relacionados no parágrafo único do art. 194 da Constituição Federal
onde são mencionadas as “populações urbanas e rurais”. As provas de concursos costumam inserir esses
termos “urbanos” e “rurais” em conjunto com outros princípios da Seguridade Social, para confundir o
candidato, tornando, portando, errada a questão. Por exemplo: Pode ocorrer de a questão afirmar que um
dos princípios da Seguridade Social é o princípio da Universalidade da Cobertura e do Atendimento às
populações urbanas e rurais. Como acabamos de ver, tal assertiva deve ser considerada errada pelo
candidato, pois, segundo o art. 194, parágrafo único, inciso I, da Constituição Federal, o princípio da
Universalidade da Cobertura e do Atendimento não cita as populações urbanas e rurais em seu enunciado.
Portanto, não esqueçam: O único dos princípios relacionados no parágrafo único do art. 194 da Constituição
Federal que menciona as “populações urbanas e rurais” é o princípio da uniformidade e equivalência dos
benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
Vejamos a seguir o diagrama com o resumo das informações mais importantes sobre o princípio da
uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais:
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b) Dentre os princípios que regem a previdência social incluem-se a universalidade e a equivalência dos
benefícios e serviços prestados às populações urbanas e rurais.
c) A uniformidade dos benefícios às populações urbanas e rurais refere-se ao aspecto pecuniário e a
equivalência às contingências que serão cobertas.
d) O único dos princípios relacionados no parágrafo único do art. 194 da Constituição Federal que menciona
as “populações urbanas e rurais” é o princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais.
COMENTÁRIOS
a) Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base no seguinte
objetivo: prevalência dos benefícios e serviços às populações rurais.
Assertiva INCORRETA. Não podemos falar em prevalência dos benefícios e serviços às populações rurais, pois
contraria frontalmente o disposto no inciso II, do parágrafo único, do art. 194 da CF/88, que determina como
sendo um dos objetivos da Seguridade Social a “uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais”, e não a prevalência de tais prestações às populações rurais, como afirma
erroneamente o enunciado.
A uniformidade mencionada refere-se à igualdade quanto aos eventos a serem cobertos para as populações
urbanas e rurais.
A equivalência, no entanto, refere-se ao valor pecuniário dos benefícios ou qualidade da prestação dos
serviços, em relação às populações urbanas e rurais, devendo tais prestações ser equivalentes.
b) Dentre os princípios que regem a previdência social incluem-se a universalidade e a equivalência dos
benefícios e serviços prestados às populações urbanas e rurais.
Assertiva INCORRETA. Não existe o princípio da universalidade dos benefícios e serviços prestados às
populações urbanas e rurais. O que existe é a uniformidade dos benefícios e serviços prestados às
populações urbanas e rurais.
c) A uniformidade dos benefícios às populações urbanas e rurais refere-se ao aspecto pecuniário e a
equivalência às contingências que serão cobertas.
Assertiva INCORRETA. A uniformidade refere-se à igualdade quanto aos eventos a serem cobertos para as
populações urbanas e rurais. Assim sendo, diante das mesmas contingências (maternidade, morte, velhice,
doença, etc.) a cobertura deverá se entender tanto a população urbana como rural.
A equivalência refere-se ao valor pecuniário dos benefícios ou qualidade da prestação dos serviços, em
relação às populações urbanas e rurais. Assim sendo, se as pessoas estiverem na mesma condição, não
poderá haver diferenciação, devendo tais prestações ser, portanto, equivalentes.
d) O único dos princípios relacionados no parágrafo único do art. 194 da Constituição Federal que menciona
expressamente as “populações urbanas e rurais” é o princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios
e serviços às populações urbanas e rurais.
CORRETO. Realmente esse é o único dos princípios relacionados no parágrafo único do art. 194 da
Constituição Federal que menciona as “populações urbanas e rurais”.
Gabarito: D
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O princípio da Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços está elencado no art.
194, § único, III da CF/88. Assim como os princípios anteriores, vamos estudá-lo em duas partes: primeiro a
seletividade na prestação dos benefícios e serviços; em seguida, estudaremos a distributividade na prestação
dos benefícios e serviços.
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d) Segundo o princípio da distributividade, deverá haver uma delimitação das prestações que são mantidas
pela Seguridade Social.
COMENTÁRIOS
a) Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base na seletividade e
distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
Assertiva CORRETA. A presente alternativa reproduz a literalidade do inciso III, do parágrafo único, do art.
194 da CF/88.
b) A Constituição Federal contempla a seletividade na prestação dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais.
Assertiva INCORRETA. O princípio da Seletividade na Prestação dos Benefícios e Serviços está previsto no
art. 194, § único, inciso III da CF/88, mas não faz nenhuma referência às populações urbanas e rurais.
c) Compete ao Poder Público organizar a seguridade social com base na seletividade e distributividade na
prestação dos benefícios. Contudo não há previsão para seletividade e distributividade dos serviços.
Assertiva INCORRETA. O princípio da Seletividade na Prestação dos Benefícios e Serviços está previsto no
art. 194, § único, inciso III da CF/88. Assim sendo, há previsão para seletividade e distributividade inclusive
dos serviços (e não apenas dos benefícios).
d) Segundo o princípio da distributividade, deverá haver uma delimitação das prestações que são mantidas
pela Seguridade Social.
Assertiva INCORRETA. A alternativa trata do conceito de seletividade e não de distributividade.
Gabarito: A
O princípio da Irredutibilidade do Valor dos Benefícios está elencado no art. 194, § único, IV da CF/88.
Tal princípio, quando aplicado aos benefícios da Previdência Social, segundo entendimento emanado pelo
art. 201, §4º da CF/88, bem como pelo art. 1º, parágrafo único, inciso IV, do Regulamento da Previdência
Social – RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99, busca manter o valor real do benefício, ou seja, manter o
poder aquisitivo do benefício para que o mesmo não seja corroído com a inflação do período, conforme
podemos observar abaixo:
Constituição Federal/1988
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Ocorre, porém, que conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal – STF, tal princípio constitucional,
quando aplicável à Seguridade Social, visa apenas proteger o valor nominal do benefício, uma vez que o
valor real do benefício previdenciário já está protegido pelo art. 201, §4º da CF/88, acima transcrito.
Contudo, tal regra vale apenas para os benefícios da Seguridade Social (exceto para os benefícios
previdenciários). Desta forma, podemos concluir que os benefícios da Assistência Social e da Saúde terão
apenas seu valor nominal protegido, sem a necessidade de preservar o valor real.
Obs.: Valor nominal é o valor numérico original, sem levar em conta qualquer reajuste pela
inflação do período.
Assim sendo, apresentamos abaixo uma regra prática para você sempre acertar esta questão na prova:
2) Se a banca perguntar genericamente sobre benefícios da Seguridade Social (sem especificar qual
a área da Seguridade Social):
• Segundo a CF/88: garantia da manutenção apenas do VALOR NOMINAL;
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Ou seja, podemos afirmar que a Assistência Social e a Saúde não têm a obrigação constitucional ou legal de
reajustar seus benefícios pelo índice oficial de inflação, para garantir a preservação de seu valor. Busca-se
garantir nestes casos, somente a manutenção do valor nominal destes benefícios. A Previdência Social, no
entanto, é a única obrigada a reajustar seus benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor
real, conforme critérios definidos em lei.
ATENÇÃO: A irredutibilidade refere-se tão somente ao valor dos “benefícios”, e não ao valor dos “serviços”.
Apenas os benefícios têm caráter pecuniário e poderiam, indevidamente, se sujeitar a eventual redução.
Para responder esta pergunta, temos que trazer a EMENTA do Recurso Especial (Resp) nº 1.265.580/RS, Rel.
Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12, conforme segue:
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Ou seja, os índices negativos de correção monetária (deflação) devem ser computados em todos os meses
do ano para se apurar o índice final do período (em regra, de janeiro a dezembro). Contudo, se o resultado
final do período for negativo, implicando em redução do valor principal, tal valor deve ser mantido, ou seja,
em casos de cálculos que resultariam em redução de valor, deve prevalecer o valor nominal, ou seja, não
haverá redução no valor do benefício, mesmo que o índice real fique negativo.
Neste caso, como o cálculo final resultou num índice de -5,00% (deflação), o benefício não sofrerá redução,
pois em caso de deflação, fica garantido o valor nominal de R$ 2.000,00 (valor hipotético, utilizado no
exemplo).
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Caso o índice tivesse ficado em, por exemplo, +3,00%, o benefício previdenciário teria que ter um reajuste
mínimo de 3,00%, para garantir seu valor real (manutenção do poder aquisitivo de compra), passando de
R$2.000,00 para R$ 2.060,00.
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O princípio da Equidade na Forma de Participação no Custeio está elencado no art. 194, § único, V da
CF/88. Tal princípio busca a observância dos critérios de justiça e igualdade, e consiste em tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Estabelece, também, que a
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contribuição para o sistema será determinada de acordo com a capacidade econômica de cada contribuinte,
ou seja, quem tem maior capacidade contributiva deverá contribuir com mais; quem tem menor capacidade,
com menos.
Exemplo: É com base neste princípio que se estabelece, por exemplo, uma tabela de
contribuição progressiva para os segurados empregados, trabalhadores avulsos e
empregados domésticos, determinando que a contribuição dos citados segurados seja
calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o salário de contribuição
mensal (7,5%, 9%, 12% e 14%). Também pelo princípio da equidade pôde o legislador
cobrar maiores alíquotas das instituições financeiras (22,5%), se comparadas às empresas
em geral (20%). Também haverá uma contribuição simplificada e favorecida para as
microempresas e empresas de pequeno porte, etc.
Vejamos a seguir o diagrama com o resumo das informações mais importantes sobre esse princípio:
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O enunciado pede para marcarmos a assertiva incorreta. Assim sendo, vamos analisar cada uma das
alternativas:
a) universalidade da cobertura e do atendimento.
Assertiva CORRETA. CF/88, Art. 194, parágrafo único, I.
b) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
Assertiva CORRETA. CF/88, Art. 194, parágrafo único, III.
c) irredutibilidade do valor dos benefícios.
Assertiva CORRETA. CF/88, Art. 194, parágrafo único, IV.
d) igualdade na forma de participação no custeio.
Assertiva INCORRETA. Não existe igualdade na forma de participação no custeio. O que a CF/88 prevê é a
equidade na forma de participação no custeio da Seguridade Social. Não devemos confundir equidade com
igualdade. Na equidade, deve-se cobrar mais de quem pode pagar mais e cobrar menos de quem pode pagar
menos. CF/88, Art. 194, parágrafo único, V.
Gabarito: E
O princípio da Diversidade da Base de Financiamento está elencado no art. 194, § único, VI da CF/88. O
citado princípio busca garantir a arrecadação de contribuições, de modo que a base de financiamento da
seguridade social seja a mais variada possível, tendo diversas fontes de custeio. Dessa forma, haverá maior
segurança para o sistema, pois caso haja dificuldades na arrecadação de contribuições de determinada fonte,
haverá outras para lhe suprir a falta.
A própria CF/88, em seu art. 195, elenca, com base no princípio da diversidade da base de financiamento,
as contribuições sociais para a Seguridade Social:
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Contribuições Sociais
(Art. 195, CF)
receita ou faturamento
lucro
Cabe ressaltar a possibilidade de que sejam criadas contribuições sociais além das citadas, tendo em vista a
competência residual da União em relação às contribuições sociais, prevista no art. 195, §4º da CF/88. Tal
assunto será estudado detalhadamente na próxima aula.
A lei (lei complementar) poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
Seguridade Social
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Assertiva INCORRETA. Não existe prevalência dos benefícios e serviços às populações rurais. O que a CF/88
determina é a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. (CF/88,
Art. 194, parágrafo único, II).
b) unicidade da base de financiamento.
Assertiva INCORRETA. Não existe unicidade da base de financiamento. O que a CF/88 determina é a
diversidade da base de financiamento (CF/88, Art. 194, parágrafo único, VI).
c) a necessidade de se identificar, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e despesas
vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservando o caráter contributivo da
previdência social.
Assertiva CORRETA. Nos termos do inciso VI, do parágrafo único, do art. 194 da CF/88, compete ao Poder
Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base diversidade da base de financiamento,
identificando-se, em rubricas contábeis especificadas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
ações de saúde, previdência e assistência social, preservando o caráter contributivo da previdência social
(CF/88, Art. 194, parágrafo único, VI).
d) existência de rubrica única para as três áreas que compõe a Seguridade Social.
Assertiva INCORRETA. Deve-se identificar, em rubricas contábeis especificadas para cada área, as receitas e
as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservando o caráter contributivo
da previdência social (CF/88, Art. 194, parágrafo único, VI).
Gabarito: C
Tal princípio está elencado no art. 194, § único, VII da CF/88. Assegura a participação da sociedade na gestão
da Seguridade Social, ou seja, deixa de ser administrada exclusividade do Poder Público, e passa a ser
compartilhada com integrantes da sociedade civil, tendo, portanto, caráter democrático e descentralizado,
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do
próprio governo, em órgãos de deliberação colegiados.
Vejamos, a seguir, o diagrama com o resumo das informações mais importantes sobre o caráter democrático
e descentralizado da administração da Seguridade Social, mediante gestão quadripartite, com participação
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados:
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Democrático
Caráter Da administração
Descentralizado
trabalhadores
empregadores
mediante gestão
quadripartite nos órgãos colegiados
aposentados
governo
Temos aqui importantes informações que podemos extrair deste princípio, as quais deverão ser
memorizadas pelo candidato, acerca da Seguridade Social:
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b) Entre os objetivos em que se baseia a organização da seguridade social no Brasil inclui-se o caráter
democrático e descentralizado da administração, mediante gestão tripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores e do governo nos órgãos colegiados.
c) a gestão da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada, monocrática e quadripartite.
d) a gestão da Seguridade Social é ato privativo do Poder Público.
COMENTÁRIOS
a) O princípio do caráter democrático da administração da seguridade social preconiza que sua gestão será
quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo.
Assertiva CORRETA. Nos termos do inciso VII, do parágrafo único, do art. 194 da CF/88, compete ao Poder
Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base no caráter democrático e descentralizado
da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores,
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
b) Entre os objetivos em que se baseia a organização da seguridade social no Brasil inclui-se o caráter
democrático e descentralizado da administração, mediante gestão tripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores e do governo nos órgãos colegiados.
Assertiva INCORRETA. A administração da Seguridade Social deverá ser quadripartite e não tripartite, pois
conta com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo.
c) a gestão da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada, monocrática e quadripartite.
Assertiva INCORRETA. A gestão da Seguridade Social ocorre de forma descentralizada, democrática (e não
monocrática) e quadripartite.
d) a gestão da Seguridade Social é ato privativo do Poder Público.
Assertiva INCORRETA. A gestão da Seguridade Social não é ato privativo do Poder Público, devendo ocorrer
de forma democrática e descentralizada da administração, mediante gestão quadripartite, com participação
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo.
Gabarito: A
5.8 - Solidariedade
O princípio da Solidariedade está elencado no art. 3º, I da CF/88, que assim dispõe:
O citado princípio busca reduzir as desigualdades sociais, permitindo que alguns contribuam mais para o
sistema, enquanto outros contribuam menos, de acordo com suas condições financeiras e demais
características individuais previstas em lei.
Vale a regra de quem contribui não o faz para si, mas para toda a sociedade. Não se trata de um regime de
capitalização, onde cada segurado contribui para uma conta vinculada em seu nome e para seu próprio
benefício. A solidariedade é uma contribuição para o sistema, não apenas visando o seu próprio direito, mas
sim visando o bem comum, ou seja, o direito de toda a coletividade.
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Exemplo: Imaginemos um trabalhador que, ao final do seu primeiro dia de trabalho, saiu
para comemorar o novo emprego com os amigos. Ficou embriagado e imprudentemente
voltou dirigindo para casa. No trajeto, sofreu um acidente e ficou definitivamente incapaz
para o trabalho. Independentemente da natureza ou da causa do acidente, o empregado
acidentado terá direito de se aposentar por invalidez, mesmo sem ter ainda qualquer
contribuição recolhida para o sistema.
Vejamos a seguir o diagrama com o resumo das informações mais importantes sobre esse princípio da
solidariedade:
Solidariedade
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a) A Previdência Social possui caráter contributivo e obrigatório. Assim sendo, os trabalhadores devem
contribuir compulsoriamente em razão da cotização individual ser necessária para a manutenção do sistema
em benefício de toda a coletividade.
Assertiva CORRETA. Quem contribui não o faz para si, mas para toda a sociedade. Não se trata de um regime
de capitalização, onde cada segurado contribui para uma conta vinculada em seu nome e para seu próprio
benefício. A solidariedade é uma contribuição para o sistema, não apenas visando o seu próprio direito, mas
sim visando o bem comum, ou seja, o direito de toda a coletividade.
b) A solidariedade é um pressuposto para a ação cooperativa da sociedade, pois a contribuição não pertence
a quem contribuiu, mas sim a todo e qualquer beneficiário do sistema.
Assertiva CORRETA. A solidariedade é uma contribuição para o sistema, não apenas visando o seu próprio
direito, mas sim visando o bem comum, ou seja, o direito de toda a coletividade.
c) A solidariedade justifica a cobrança de contribuições pelo aposentado que volta a trabalhar, pois quem
contribui não o faz para si, mas sim para toda a sociedade.
Assertiva CORRETA. Quando o aposentado volta a trabalhar, deverá contribuir sobre sua remuneração,
mesmo que não possa se beneficiar de suas contribuições. Tal fato se justifica no sistema solidário adotado
pelo Brasil.
d) O Brasil adota na Previdência Social pública o sistema de capitalização, onde a contribuição é direcionada
para o próprio contribuinte individualmente, o que acaba, de forma indireta, contribuindo para toda a
coletividade.
Assertiva INCORRETA. O Brasil adota na Previdência Social pública o sistema solidário (e não de
capitalização), onde a contribuição é direcionada para o sistema, visando o bem comum, ou seja, o direito
de toda a coletividade.
Gabarito: D
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poder público
Iniciativa
sociedade
trabalhadores
empregadores
Administração (Gestão)
aposentados
governo
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1 - Membros do CNPS
O Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior de deliberação colegiada, terá como membros:
2 - Competência do CNPS
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• estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência prévia do
Procurador-Geral ou do Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social para formalização de
desistência ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 353;
• elaborar e aprovar seu regimento interno;
• aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento dos benefícios por intermédio da rede bancária
ou por outras formas; e
• acompanhar e avaliar os trabalhos de implantação e manutenção do Cadastro Nacional de
Informações Sociais.
O Conselho Nacional de Previdência Social reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação
de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de quinze dias se houver requerimento nesse
sentido da maioria dos conselheiros.
Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento de um terço de seus
membros, conforme dispuser o regimento interno do Conselho Nacional de Previdência Social.
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Ficam instituídos, como unidades descentralizadas do Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS, os
Conselhos de Previdência Social - CPS, que funcionarão junto às Gerências-Executivas do INSS.
Os CPS serão compostos por 10 conselheiros e respectivos suplentes, designados pelo titular da Gerência
Executiva na qual for instalado, assim distribuídos:
As reuniões serão mensais ou bimensais, a critério do respectivo CPS, e abertas ao público, cabendo a sua
organização e funcionamento ao titular da Gerência-Executiva na qual for instalado o colegiado.
As funções dos conselheiros dos CPS não serão remuneradas e seu exercício será considerado serviço público
relevante.
A Previdência Social não se responsabilizará por eventuais despesas com deslocamento ou estada dos
conselheiros representantes da sociedade.
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Nas cidades onde houver mais de uma Gerência-Executiva, o Conselho será instalado naquela indicada pelo
Gerente Regional do INSS cujas atribuições abranjam a referida cidade.
É facultado ao Gerente Regional do INSS participar das reuniões do CPS localizados em região de suas
atribuições e presidi-las.
As resoluções tomadas pelo Conselho Nacional de Previdência Social deverão ser publicadas no Diário
Oficial da União.
As reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social serão iniciadas com a presença da maioria absoluta
de seus membros, sendo exigida para deliberação a maioria simples de votos.
As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do
Conselho Nacional de Previdência Social, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente
trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
Aos membros do Conselho Nacional de Previdência Social, enquanto representantes dos trabalhadores em
atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o
término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave,
regularmente comprovada mediante processo judicial.
Haverá, no âmbito da Previdência Social, uma Ouvidora-geral, cujas atribuições serão definidas em
regulamento.
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b) Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da República.
Assertiva CORRETA (Art. 295, § 1º, do Decreto 3.048/99).
c) Os membros do CNPS representantes titulares da sociedade civil terão mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução.
Assertiva INCORRETA. Os representantes titulares da sociedade civil mandato de dois anos, podendo ser
reconduzidos, de imediato, uma única vez (Art. 295, § 1º, do Decreto 3.048/99).
d) O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presidente.
Assertiva CORRETA (Art. 295, § 3º, do Decreto 3.048/99).
Gabarito: C
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Assertiva INCORRETA. Serão apenas 6 os representantes do Governo Federal, cujo mandato não tem prazo
máximo definido (Art. 295, do Decreto 3.048/99).
Gabarito: A
(Questão Inédita – Direito Previdenciário)
São atribuições do Conselho Nacional de Previdência Social-CNPS, EXCETO:
a) estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social.
b) participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente, a gestão previdenciária.
c) apreciar e aprovar os planos e programas da previdência social.
d) prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento das competências do Conselho
Nacional de Previdência Social, fornecendo inclusive estudos técnicos.
COMENTÁRIOS
a) estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social.
Assertiva CORRETA (Art. 296, I, do Decreto 3.048/99).
b) participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente, a gestão previdenciária.
Assertiva CORRETA (Art. 296, II, do Decreto 3.048/99).
c) apreciar e aprovar os planos e programas da previdência social.
Assertiva CORRETA (Art. 296, III, do Decreto 3.048/99).
d) prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento das competências do Conselho
Nacional de Previdência Social, fornecendo inclusive estudos técnicos.
Assertiva INCORRETA (Art. 297, I, do Decreto 3.048/99).
Gabarito: D
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula demonstrativa.
Rubens Maurício
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Sumário
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3
Legislação Previdenciária ................................................................................................................................... 3
1 - Conteúdo .................................................................................................................................................. 3
2 - Fontes do Direito Previdenciário .............................................................................................................. 4
3 - Ramo e Autonomia do Direito Previdenciário .......................................................................................... 9
Competência Legislativa .................................................................................................................................. 13
1 – Competência para Legislar sobre Seguridade Social e Previdência Social ............................................ 13
Aplicação das Normas Previdenciárias ............................................................................................................ 16
1 - Introdução............................................................................................................................................... 16
2 - Vigência ................................................................................................................................................... 16
3 - Interpretação .......................................................................................................................................... 19
3.1 - Interpretação quanto ao meio......................................................................................................... 22
3.2 - Interpretação quanto à origem (fonte) ........................................................................................... 24
3.3 - Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados) ............................................................. 25
4 - Integração ............................................................................................................................................... 29
4.1 - Analogia ........................................................................................................................................... 31
4.2 - Princípios Gerais da Seguridade Social ............................................................................................ 32
4.3 - Princípios Gerais do Direito ............................................................................................................. 32
4.4 - Equidade .......................................................................................................................................... 33
4.5 - Costumes ......................................................................................................................................... 33
5 - Hierarquia ............................................................................................................................................... 35
5.1 - Normas Constitucionais: .................................................................................................................. 36
5.2 - Normas Infraconstitucionais: ........................................................................................................... 36
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 37
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos 3 assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas previdenciárias:
3 - Competência Legislativa
Recomendo uma atenção especial no tópico que trata da interpretação da legislação previdenciária e da
competência legislativa.
Boa aula!
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
1 - Conteúdo
A palavra lei, no entanto, tem diferentes sentidos, conforme seu contexto seja estrito (stricto sensu) ou
amplo (lato sensu).
A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo Poder Legislativo, que detém a
competência constitucional para legislar. São as denominadas normas legais ou primárias, que podem
inovar no direito previdenciário.
A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto de normas referentes ao funcionamento
da Previdência Social, sejam normas legais (conhecidas como primárias, que podem inovar), sejam normas
infralegais (conhecidas como secundárias, que não podem inovar).
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Legislação
Previdenciária (leis em
sentido amplo) (Lato
Sensu)
Atos da Previdência
Administrativos Social
(normas
infralegais)
"Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes utilizados no
processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica
próprios, disciplinador da realidade social de um Estado. Trata-se, portanto, da matéria prima da qual nasce
o direito.
A palavra fonte é empregada metaforicamente conforme observa o jurista suíço Claude Du Pasquier, senão
vejamos:
“remontar à fonte de um rio é buscar o lugar de onde as suas águas saem da terra; do mesmo modo,
inquirir sobre a fonte de uma regra jurídica é buscar o ponto pelo qual sai das profundidades da vida social
para aparecer na superfície do Direito.”
Segundo o jurista e doutrinador Miguel Reale, “o termo fonte do direito deve indicar os processos de
produção da norma jurídica, vinculados a uma estrutura do poder, o qual, diante de fatos e valores, opta por
dada solução normativa e pela garantia do seu cumprimento”.
Ao utilizarmos a expressão “fontes do direito”, queremos designar o texto em que o Direito está embasado
ou todos os elementos que possam ajudar na sua aplicabilidade.
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“Por fonte do direito designamos os processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se
positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura
normativa”.
Fonte do Direito é, portanto, a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se cria (fonte material) e
como se aplica (fonte formal), ou seja, o processo de produção das normas.
São exemplos de fontes do direito: as leis, jurisprudência, doutrina, analogia, princípio geral do direito,
costumes e equidade.
Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata), corresponde às que têm força
suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento jurídico. São atos legislativos
(emanados do Poder Legislativo), ou de natureza legislativa (atos com força de lei, emanados do Poder
Executivo, cujo exemplo mais importante, hoje, são as medidas provisórias), que têm como característica
poderem inovar o direito.
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas), correspondem às que não
têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e servem de precioso
substrato para a compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar. Têm como característica a
impossibilidade teórica de criar, de forma inaugural, direitos ou obrigações, ou de modificar direitos ou
obrigações previstos em lei ou outros atos primários. São decretos regulamentares e atos administrativos,
que apenas regulamentam a lei, ou seja, detalham seus comandos e uniformizam procedimentos da
administração, a fim de dar execução à lei.
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• Súmulas Vinculantes
• Decretos Regulamentares
• Portarias
• Instruções Normativas
O estudo das “fontes do direito” se inicia com a diferenciação entre direito enquanto forma, no caso das
fontes formais (norma jurídica positivada em leis, decretos, portarias etc.) e direito enquanto matéria, no
caso das fontes materiais (substância/valor/justiça).
Fonte Formal do Direito: é aquela pela qual o direito se manifesta. Dividem-se em fontes formais imediatas
e fontes formais mediatas, conforme definição abaixo:
• As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como
por exemplo, as normas legais.
• As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina. São os
meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se
conhecidas.
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o Direito. Este
significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas jurídicas.
No Brasil, temos algumas formas de expressão das fontes formais, sendo as leis a principal forma de
expressão; contando também com a jurisprudência (conjunto de entendimentos de determinado tribunal)
e a doutrina.
Dizem respeito ao direito já devidamente formalizado, que revelam um direito vigente, possibilitando a sua
aplicação a um caso concreto.
No sentido formal, portanto, pode-se afirmar que a expressão “fontes do direito” diz respeito aos processos
e estruturas capazes de produzir normas jurídicas aptas a regular as interações entre indivíduos e entre estes
e o governo.
As fontes formais estatais englobam a Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas,
medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções do senado. Englobam, também, decretos
regulamentares do poder executivo, instruções ministeriais, circulares, portarias, ordem de serviço e normas
individuais.
• Constituição Federal;
• Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios);
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Fonte Material do Direito: É o estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou dos fatos econômicos
que condicionam o aparecimento e as transformações das regras do direito. São constituídas pelos fatos
sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e que são condicionados pela moral, economia,
geografia.
As fontes materiais do direito previdenciário consistem, portanto, nos fatores que interferem na produção
de suas normas jurídicas, como, por exemplo, os fundamentos do surgimento dos benefícios previdenciários
e os costumes nas relações entre o INSS e o segurado.
São elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram o comportamento a ser
tutelado e que levam ao vislumbre de um direito. A título exemplificativo, as fontes materiais, dentre outras,
podem ser:
No sentido material, portanto, pode-se afirmar que todo fato social é fonte do direito. Tudo o que acontece
de relevante pode dar ensejo à criação, alteração ou extinção de direitos.
No campo específico da Seguridade Social, o direito surge de variáveis sociais e econômicas como a
expectativa de vida da população, riqueza do país, Índices de desemprego, saúde dos trabalhadores, número
de acidentes do trabalho etc.
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Constituição Federal +
Leis Complementares
atos administrativos em
geral
COMENTÁRIOS:
a) As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991.
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A assertiva está CORRETA. As fontes formais do direito são aquelas pela qual o direito se manifesta, como,
por exemplo, as normas citadas.
b) As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como ocorre
com as normas legais.
A assertiva está CORRETA. As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores
do direito como, por exemplo, as normas legais.
c) São exemplos de fontes formais mediatas os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina.
A assertiva está CORRETA. As fontes formais mediatas são os meios de expressão do Direito, as formas pelas
quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas, como podemos observar nos princípios
gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina.
d) Fontes secundárias do direito correspondem às que têm força suficiente para gerar a regra jurídica,
podendo inovar no ordenamento jurídico.
A assertiva está INCORRETA. Esse é o conceito de fontes primárias do direito (e não das fontes secundárias).
As fontes secundarias correspondem às que não têm a força das normas primárias, mas esclarecem os
espíritos dos aplicadores da lei e servem de precioso substrato para a compreensão e aplicação global do
Direito, sem inovar.
Gabarito: D
O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas os doutrinadores mais atuais colocam-no
como ramo do direito social, enquanto outros classificam como ramo do direito público (corrente
tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da Seguridade Social. Evidentemente, nunca será
direito privado, já que, na relação jurídico-securitária, há a participação do Estado, dotado de seu poder de
império, determinando a filiação compulsória ao sistema e exigindo o pagamento de contribuições.
Trata-se, outrossim, de um ramo didaticamente autônomo do direito público, uma vez que possui métodos,
objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão interna.
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Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, dando àquela vida
autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção de que a previdência pertencia, em termos
normativos, ao direito do trabalho.
Existem duas grandes teorias que versam sobre a autonomia do Direito Previdenciário, senão vejamos:
• A teoria monista diz que o Direito previdenciário está inserido no Direito do Trabalho; e
• A teoria dualista, que dispõe haver plena autonomia do direito previdenciário sem qualquer
interferência do direito trabalhista.
Atualmente a grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista, que prega a autonomia entre
direito do trabalho e direito previdenciário.
O Direito Previdenciário é definindo como um conjunto de regras que regem o seguro social, que tem
objetos, princípios e instituto próprios e normas específicas que tratam de Seguridade Social, além de conter
um grande repertório jurisprudencial e doutrinário distintos.
Se é verdade que em alguns casos, direito previdenciário e direito do trabalho se aproximam, também é
verdade que na maioria das ocorrências tal relacionamento não acontece, não sendo correto dizer,
atualmente, que o Direito Previdenciário seja um apêndice do Direito Laboral.
O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre particulares (relação empregatícia), situa-
se no campo do direito privado; o Direito Previdenciário, no entanto, possui natureza jurídica de direito
público, pois a relação entre as partes estabelece-se por força da lei e não por suas vontades.
O Poder Constituinte de 1988 criou um capítulo próprio para a Seguridade Social no Capítulo II, incluído no
Título VIII (“Da Ordem Social”), no qual constam várias disposições sobre Seguridade Social, abrangendo a
Previdência Social, Assistência Social e Saúde, que vai do artigo 194 até o artigo 204, tornando este instituto
de Direito Previdenciário totalmente desvinculado do Direito do Trabalho, que teve suas prescrições
incluídas no Capítulo II (“Dos Direitos Sociais”) do Título II (“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”) no
artigo 7º.
O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do direito por possuir métodos próprios, objeto
próprio, princípios próprios, leis específicas e divisão interna, segundo critérios pacificamente aceitos pela
doutrina dominante.
O objeto do direito previdenciário é disciplinar a Previdência Social regrando a relação jurídica de benefício
e de custeio previdenciário, além de regrar a relação jurídica de previdência complementar.
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Porém, não se pode afirmar categoricamente que a autonomia ou distanciamento desses dois importantes
ramos do Direito implica em seu isolamento absoluto, haja vista que do ponto de vista científico o Direito é
uno e as ciências jurídicas do nosso ordenamento são um feixe de regras que se relacionam e se
interpenetram.
Direito Previdenciário
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COMENTÁRIOS:
a) O direito previdenciário é classificado como ramo do direito público, tendo reconhecida, pela doutrina
majoritária, sua autonomia didática em relação a outros ramos do direito.
A assertiva está CORRETA. O direito previdenciário é um ramo didaticamente autônomo do direito público,
uma vez que possui métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão interna.
b) O Direito Previdenciário, segundo os doutrinadores mais atuais, enquadra-se como ramo do direito social,
enquanto a corrente tradicionalista classifica como ramo do direito público, voltada para o estudo e a
regulamentação da Seguridade Social.
A assertiva está CORRETA. Evidentemente, o direito previdenciário nunca será direito privado, já que, na
relação jurídico-securitária, há a participação do Estado, dotado de seu poder de império, determinando a
filiação compulsória ao sistema e exigindo o pagamento de contribuições.
c) A teoria monista dispõe haver plena autonomia do direito previdenciário, sem qualquer interferência do
direito trabalhista.
A assertiva está INCORRETA. A teoria monista diz que o direito previdenciário está inserido no direito do
trabalho. A teoria que dispõe haver plena autonomia do direito previdenciário, sem qualquer interferência
do direito trabalhista, é a teoria dualista.
d) O direito do trabalho situa-se no campo do direito privado, enquanto o direito previdenciário possui
natureza jurídica de direito público, pois a relação entre as partes estabelece-se por força da lei e não por
suas vontades.
A assertiva está CORRETA. Como já vimos, enquanto o direito do trabalho situa-se no campo do direito
privado, o direito previdenciário possui natureza jurídica de direito público.
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Gabarito: C
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre questões relacionadas a
seguridade social. Contudo, lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas relacionadas à Seguridade Social.
Ademais, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre previdência
social.
Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais.
Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades. No entanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspenderá
a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Segue abaixo as respectivas normas constitucionais que tratam da competência legislativa previdenciária:
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: (...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a
estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.
COMENTÁRIOS:
a) Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar sobre questões
específicas relacionadas à seguridade social.
A assertiva está CORRETA. Nos termos do parágrafo único, do art. 22 da CF/88, lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas a Seguridade Social.
b) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre questões
relacionadas a seguridade social.
A assertiva está INCORRETA. Compete privativamente à União legislar sobre questões relacionadas a
seguridade social.
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d) A competência da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos Estados.
A assertiva está INCORRETA. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
Gabarito: A
COMENTÁRIOS:
a) Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
A assertiva está CORRETA, nos termos do art. 24, § 1º, da CF/88.
b) A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
A assertiva está CORRETA, nos termos do art. 24, § 2º, da CF/88.
c) Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades
A assertiva está CORRETA, nos termos do art. 24, § 3º, da CF/88.
d) Compete privativamente à União legislar sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos estados e
ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.
A assertiva está INCORRETA. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre previdência social, nos termos do art. 24, XII, da CF/88.
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Gabarito: D
1 - Introdução
Neste capítulo que se inicia, referente à aplicação das normas previdenciárias, vamos estudar:
2 - Vigência
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. É uma
característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por esta prescrita é exigível. Em
outras palavras, a vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como diz respeito à
sua existência jurídica em determinado momento.
Não devemos confundir vigência, validade e eficácia, pois possuem conceitos jurídicos distintos, senão
vejamos:
Validade: a validade de uma norma significa, apenas, que ela está integrada ao ordenamento jurídico, ou
seja, pertence ao conjunto das normas jurídicas.
Vigência: é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos.
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Obs.: A vigência é requisito necessário para a eficácia da lei, mas tais conceitos não podem ser
confundidos.
Para exemplificar, podemos citar uma lei publicada dia 15 de agosto de 2018, aumentando uma contribuição
previdenciária de 11% para 14%, cuja lei tenha fixado o início da sua vigência em 01 de setembro de 2018.
Assim sendo, no dia 15/08/2018 a lei já é válida, porém ainda não está vigente.
No dia 01 de setembro de 2018 a lei estará válida e vigente, porém ainda não estará eficaz, uma vez que,
para tornar-se eficaz e produzir seus efeitos, a lei que aumenta contribuição de Seguridade Social deverá
respeitar a anterioridade nonagesimal (conhecida também por anterioridade mitigada ou noventena),
somente podendo ser exigida após 90 dias contados da data da publicação da lei. Após os 90 dias contados
da publicação da lei, esta lei terá sua eficácia, além de válida (desde a publicação em 15/08/2018) e vigente
(desde 01/09/2018, conforme previsto na própria lei)
ATENÇÃO: Para esta lei ser eficaz, não são contados 90 dias da vigência, mas sim contados da publicação
da lei.
Geralmente, uma norma entra em vigor no momento de publicação do texto legal que a veicula. No entanto,
pode ser estabelecido no próprio texto legislativo que a norma só passará a viger após certo período de
tempo, contado a partir da sua publicação. Tal período é denominado “vacatio legis”.
No exemplo acima, a “vacatio legis” é o período compreendido entre a publicação da lei, em 15/08/2018 e
sua vigência, em 01/09/2018.
Convém lembrar que a Lei de Introdução às Normas do Direito (LINDB), de 1942, estabelece, em seu artigo
1º, que:
“Art. 1º. Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada”.
Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de vacância, que então será de
45 dias após oficialmente publicada.
Em relação ao prazo de vigência temos, portanto, algumas situações possíveis abaixo exemplificadas:
• Situação 1: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”. Neste caso, a vigência é imediata, na
data da publicação;
• Situação 2: “Esta lei entra em vigor no dia 25/09/2018” (data hipotética). Neste caso, a própria lei
determina quando será o início da vigência;
• Situação 3: “Esta lei entra em vigor no primeiro dia do segundo mês subsequente à sua publicação”.
Neste caso, a lei determina uma regra para a apuração da data de início da vigência;
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• Situação 4: A lei nada diz a respeito da vigência. Neste caso, devemos utilizar a regra de vigência
prevista no art. 1º da LINDB: “Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”
Vigência
COMENTÁRIOS:
a) Validade jurídica, vigência e eficácia são sinônimos dentro do Direito Previdenciário.
A assertiva está INCORRETA. A validade de uma norma significa, apenas, que ela está integrada ao
ordenamento jurídico, ou seja, pertence ao conjunto das normas jurídicas. A vigência é a propriedade das
regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. A eficácia diz respeito à concreta possibilidade
de já produzir seus efeitos. Podemos ter, por exemplo, uma norma vigente, mas ainda sem eficácia, pois está
cumprindo a anterioridade nonagesimal (noventena das contribuições previdenciárias).
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3 - Interpretação
Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que objetivam definir
o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas.
Já a norma jurídica é o texto legal interpretado, dotada de carga criativa do intérprete, diferentemente do
caráter geral e abstrato que marca o enunciado normativo.
A interpretação decorre, portanto, da análise da norma jurídica, para permitir sua aplicação ao caso
concreto.
Toda lei está sujeita a interpretação, não apenas leis obscuras e ambíguas.
A ciência da interpretação das leis é denominada hermenêutica jurídica e, como toda ciência, tem seus
métodos.
Assim sendo, buscando extrair o preciso alcance, conteúdo e sentido da norma, a doutrina propõe diversos
critérios interpretativos, por meio de modelos, elementos e técnicas, conforme abaixo enumerados:
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Gramatical / Literal
Finalística / Teleológica
Histórica
Lógica
Legislativa / Autêntica
Interpretação (sentido e
alcance das normas Judicial
jurídicas)
Quanto à Origem (fonte)
Administrativa
Doutrinária
Declaratória
Quanto à Finalidade
Extensiva
(Efeitos ou Resultados)
Restritiva
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Nesta técnica interpretativa busca-se o sentido da lei mediante a análise do significado das palavras
utilizadas pelo legislador, levando-se em conta exclusivamente o rigoroso significado literal das
palavras constantes do texto legal, sem considerar outros valores interpretativos.
Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição em contrário, ser utilizada
isoladamente.
Gramatical / Literal
Nesta técnica interpretativa busca-se o fim almejado pelo legislador, ou seja, o intérprete busca o
sentido da norma por meio do entendimento da finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico
e por meio dos valores por ela tutelados.
Finalística ou Teleológica
• Interpretação sistemática
Nesta técnica interpretativa a norma é analisada como parte de um sistema jurídico na qual está
inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser interpretada em conjunto e de
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forma compatível com outros diplomas legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito
envolvidos.
Sistemática
• Interpretação histórica
Por meio desta técnica interpretativa o intérprete deve levar em consideração os antecedentes
normativos e históricos, tais como circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes
no momento da edição da norma, mediante a análise contextual dos interesses da época.
Histórica
• Interpretação lógica
Lógica
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A interpretação é denominada autêntica quando é realizada pela mesma autoridade responsável pela
elaboração da lei que se pretenda interpretar.
Legislativa ou Autêntica
• Interpretação judicial
A interpretação é denominada judicial quando for efetivada pelos órgãos do Poder Judiciário (juízes
e tribunais), no exercício da jurisdição, ao analisarem os processos que lhes são submetidos.
Não devemos confundir interpretação judicial com jurisprudência. A decisão de um juiz é fruto de
sua interpretação judicial. No entanto, para falarmos em jurisprudência, é necessário que diversas
decisões se reiterem no mesmo sentido.
Judicial
• Interpretação administrativa
A administração interpreta a lei por meio de atos gerais e abstratos (atos administrativos gerais sem
analisar casos concretos) ou por meio de atos individuais e concretos (atos administrativos
específicos, aplicáveis a casos concretos).
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Administrativa
• Interpretação doutrinária
Tal técnica interpretativa não é de observância obrigatória, mas é uma importante ferramenta para
que o legislador, juízes e autoridades administrativas fundamentem suas conclusões e
posicionamentos.
Doutrinária
• Interpretação declaratória
Declaratória
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A interpretação extensiva ocorre quando o legislador diz no enunciado normativo menos do que
pretendia, deixando de abranger situações que deveriam estar contempladas, sendo necessário,
neste caso, ampliar o alcance da norma, alcançado por meio da interpretação extensiva situações
que o legislador originalmente pretendia contemplar.
Extensiva (ampla)
A interpretação restritiva ocorre quando o legislador diz no enunciado normativo mais do que
pretendia, abrangendo situações que não deveriam estar contempladas, sendo necessário, neste
caso, restringir o alcance da norma interpretada, alcançado apenas as situações que o legislador
originalmente pretendia contemplar.
Restritiva (limitativa)
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COMENTÁRIOS:
a) Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que objetivam
definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas, aplicando-se nos casos de ausência de norma
expressa e específica para o caso.
A assertiva está INCORRETA. A interpretação da norma pressupõe a existência de uma norma expressa e
específica para o caso, cujo objetivo é definir o conteúdo, o sentido e o alcance dessas normas jurídicas.
c) Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser
interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de
interpretação como parte de um todo.
A assertiva está INCORRETA. Na interpretação finalística ou teleológica busca-se o fim almejado pelo
legislador, ou seja, o intérprete busca o sentido da norma por meio do entendimento da finalidade de sua
inserção no ordenamento jurídico e por meio dos valores por ela tutelados. A situação apresentada na
assertiva é a interpretação sistemática.
Gabarito: D
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ampliar o alcance da norma, alcançado por meio da interpretação situações que o legislador originalmente
pretendia contemplar.
c) A interpretação é denominada judicial quando for efetivada pelos órgãos do Poder Judiciário, por meio de
juízes e tribunais, no exercício da jurisdição, ao analisarem os processos que lhes são submetidos.
d) Na interpretação declaratória o intérprete, após utilizar-se dos demais critérios de interpretação, conclui
que há coincidência entre o que o legislador pretendia dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto
legal, dispensando qualquer correção interpretativa do alcance normativo.
COMENTÁRIOS:
a) Na técnica de interpretação literal ou gramatical busca-se o sentido da lei mediante a análise do significado
das palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta exclusivamente o rigoroso significado literal das
palavras constantes do texto legal, sem considerar outros valores interpretativos.
A assertiva está CORRETA. Esse é exatamente o conceito de interpretação literal ou gramatical, conforme
estudado.
b) A interpretação é restritiva ou limitativa quando o legislador diz no enunciado normativo menos do que
pretendia, deixando de abranger situações que deveriam estar contempladas, sendo necessário, neste caso,
ampliar o alcance da norma, alcançado por meio da interpretação situações que o legislador originalmente
pretendia contemplar.
A assertiva está INCORRETA. A interpretação restritiva ou limitativa ocorre quando o legislador diz no
enunciado normativo mais do que pretendia, abrangendo situações que não deveriam estar contempladas,
sendo necessário, neste caso, restringir o alcance da norma interpretada, alcançado apenas as situações que
o legislador originalmente pretendia contemplar. A situação apresentada na assertiva é a interpretação
extensiva.
c) A interpretação é denominada judicial quando for efetivada pelos órgãos do Poder Judiciário, por meio de
juízes e tribunais, no exercício da jurisdição, ao analisarem os processos que lhes são submetidos.
A assertiva está CORRETA. Esse é exatamente o conceito de interpretação judicial, conforme estudado.
d) Na interpretação declaratória o intérprete, após utilizar-se dos demais critérios de interpretação, conclui
que há coincidência entre o que o legislador pretendia dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto
legal, dispensando qualquer correção interpretativa do alcance normativo.
A assertiva está CORRETA. Esse é exatamente o conceito de interpretação declaratória, conforme estudado.
Gabarito: B
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4 - Integração
Como vimos, interpretar é buscar o conteúdo e o alcance de determinada norma jurídica. Ou seja, quando
utilizamos as técnicas de interpretação, estamos diante a norma jurídica existe, cabendo apenas interpretá-
la.
Entretanto, pode ocorrer de não existir no sistema jurídico uma norma para a situação que se apresente
para resolver. Neste caso, a interpretação torna-se prejudicada, pois não norma alguma a se interpretar,
uma vez que estamos diante de lacunas normativas, ou seja, situações não disciplinadas por lei, mas que
precisam de uma solução a ser dada pelo direito. Neste caso, o aplicador da lei utiliza-se das técnicas de
integração da legislação, para garantir a plenitude do direito.
Integração: Aplica-se nos casos de ausência de norma expressa e específica para o caso.
Pelo princípio da plenitude do direito, o juiz está proibido de deixar de decidir os litígios a ele submetidos
sob a alegação de que não existe lei disciplinando a matéria, pois, nestes casos, deverá utilizar as técnicas
de integração, conforme previsto em nosso ordenamento jurídico.
Integrar, portanto, significa preencher as lacunas da lei. Assim sendo, o intérprete fica autorizado a suprir
tais lacunas existentes na norma por meio da utilização de técnicas integrativas.
A regra geral básica para solucionar o problema das lacunas no direito brasileiro está prevista no art. 4º da
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, conforme segue:
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
(grifos nossos)
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Analogia
Princípios Gerais da
Seguridade Social
Ferramentas para a
integração
Princípios Gerais do
Direito
Equidade
Segundo o art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), “quando a lei
for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito”
Juiz não pode abster-se de julgar alegando a inexistência de norma sobre determinado
assunto. Tem que usar recursos integrativos.
4.1 - Analogia
Pela analogia, a lacuna deverá ser preenchida buscando-se solução para casos semelhantes no ordenamento
jurídico, para os quais exista norma jurídica. Pelo conceito de analogia, casos parecidos devem ser julgados
de maneira semelhante.
O uso da analogia, nos termos do § 1º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na exigência de uma
contribuição previdenciária não previsto em lei.
A utilização da analogia tem por fundamento o princípio da isonomia, pois em casos semelhantes devem-se
aplicar soluções análogas.
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Analogia
Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deve o responsável pela aplicação da legislação
previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais da Seguridade Social.
Tais princípios estão previstos na Constituição Federal, mais exatamente nos artigos 194 a 204.
Não preenchida a lacuna por meio da analogia nem tampouco por meio dos princípios gerais da Seguridade
Social, deve o responsável pela aplicação da legislação previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais do
Direito.
Princípios Gerais do Direito são ideias basilares e fundamentais do direito, que lhe dão apoio e coerência,
fornecendo as principais diretrizes do ordenamento jurídico. Trata-se de enunciações normativas de valor
genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e
integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. São considerados, por muitos autores, como
sendo os alicerces do ordenamento jurídico.
Trago, também, uma das melhores definições do conceito de princípios, extraída dos ensinamentos de Celso
Antônio Bandeira de Mello:
“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição
fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para
a sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema
normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que
preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico
positivo”
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4.4 - Equidade
Caso nenhuma das técnicas anteriores preencha a lacuna normativa, a autoridade responsável pela
aplicação da legislação previdenciária se utilizará da equidade, procurando dar a solução mais justa, por meio
da humanização da aplicação normativa.
Quando decide por equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse o legislador, com o mais
amplo senso de justiça.
Neste caso, a decisão é carregada de um amplo grau de discricionariedade para preencher a lacuna,
adequando o ordenamento jurídico, na falta de norma específica, às especificidades apresentadas no caso
concreto, decidindo da forma que entenda ser a mais justa.
O uso da equidade, nos termos do § 2º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na dispensa de pagamento
de uma contribuição previdenciária devida.
Equidade
4.5 - Costumes
Nos termos do art. 4º da LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Considera-se costume a prática reiterada no tempo que se subtende obrigatória. A isso chamamos
juridicamente de costume, havendo a presença de dois elementos que o compõem:
Preenchidos esses dois requisitos (reiteração no tempo e obrigatoriedade social), podemos dizer, então, que
temos um costume dentro de uma sociedade politicamente organizada. Aliás, as regulações jurídicas, no seu
nascedouro, eram tipicamente consuetudinárias (baseadas nos costumes). Com o passar dos tempos, a lei
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foi assumindo o papel de destaque e os costumes se tornaram secundários nas resoluções dos conflitos
sociais.
No ordenamento jurídico brasileiro é vedada a revogação da lei pelos costumes, seja na hipótese de provocar
o seu desuso, seja no caso de ser contrário à lei.
Costumes
COMENTÁRIOS:
a) Integrar significa preencher as lacunas da lei, definindo o conteúdo, sentido e o alcance das normas
jurídicas, quando há norma expressa e específica para o caso.
A assertiva está INCORRETA. A técnica utilizada para definição do conteúdo, sentido e o alcance das normas
jurídicas, quando há norma expressa e específica para o caso, é e interpretação (e não a integração).
b) Pela integração por meio de equidade, a lacuna deverá ser preenchida buscando-se solução para casos
semelhantes no ordenamento jurídico, para os quais exista norma jurídica.
A assertiva está INCORRETA. A lacuna normativa deverá ser preenchida buscando-se solução para casos
semelhantes no ordenamento jurídico, para os quais exista norma jurídica, pela técnica da analogia (e não
equidade). Caso nenhuma das técnicas preencha a lacuna normativa, a autoridade responsável pela
aplicação da legislação previdenciária se utilizará da equidade, procurando dar a solução mais justa, por meio
da humanização da aplicação normativa.
c) Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deve o responsável pela aplicação da legislação
previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais da Seguridade Social.
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d) Considera-se analogia a técnica de integração decorrente da prática reiterada no tempo que se subtende
obrigatória.
A assertiva está INCORRETA. Considera-se costumes (e não analogia) a técnica de integração decorrente da
prática reiterada no tempo que se subtende obrigatória.
Gabarito: D
5 - Hierarquia
As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro guardam hierarquia entre si, ou seja, existem
normas superiores que devem ser respeitadas pelas normas inferiores.
Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre o assunto), temos as seguintes regras
básicas de solução de antinomias (contradição entre duas leis):
Portanto, quanto da aplicação da lei, deve-se seguir uma hierarquia, ou seja, as leis de menor grau devem
obedecer às de maior grau.
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Como se constata, há uma evidente hierarquia entre as fontes. O ordenamento jurídico nacional caracteriza
as normas em categorias, quanto à hierarquia, da seguinte forma:
• Constituição Federal;
• Emendas Constitucionais.
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros são
equivalentes a emendas constitucionais, nos termos do § 3º do art. 5º da CF/88.
As normas constitucionais são as normas mais importantes do ordenamento jurídico nacional. Por tal razão,
um dos princípios pertinentes à Constituição Federal é o princípio da supremacia Constitucional.
• Normas Supralegais;
• Normas Legais; e
• Normas Infralegais.
Normas Supralegais: são os tratados internacionais de direitos humanos aprovados pelo procedimento
ordinário. Esses Tratados, conforme dispõe o STF, estão acima de todas as leis e a abaixo da Constituição e
suas emendas.
Normas Legais:
• Leis Complementares;
• Leis Ordinárias;
• Leis Delegadas;
• Medidas Provisórias;
• Decretos Legislativos;
• Resoluções da Câmara dos Deputados;
• Resoluções do Senado Federal; e
• Tratados internacionais que não versarem sobre direitos humanos serão equivalentes às leis
ordinárias (não podendo, portanto, disciplinar matéria reservada a lei complementar).
• Decretos;
• Portarias;
• Instruções Normativas;
• Ordens de Serviço;
• outros atos administrativos.
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Esses atos estão no patamar mais baixo da hierarquia normativa. Caso as normas infralegais deixem de
respeitar as Normas Constitucionais, as Normas Supralegais ou as Normas Legais, deverão ser declaradas
inconstitucionais ou ilegais.
Ainda dentro da legislação previdenciária, vejamos o que está disposto no art. 85-A da lei 8.212/91:
Como podemos observar, os tratados, convenções e outros acordos internacionais que versem sobre
matéria previdenciária serão considerados como lei especial e não lei geral. Assim, pelo critério da
especialidade, havendo conflito entre lei interna e um tratado que trade de matéria previdenciária, deverá
prevalecer a norma especial (tratado) sobre a norma geral (lei interna).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula. Estudamos nessa aula conteúdo, fontes e autonomia da legislação
previdenciária, bem como competência legislativa, vigência, hierarquia, interpretação e integração nas
normas previdenciárias.
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Sumário
1 - Introdução ........................................................................................................................................................................... 4
1 - Filiação .............................................................................................................................................................................. 12
2 - Inscrição............................................................................................................................................................................ 14
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1 - Conceito ............................................................................................................................................................................ 68
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Regimes Previdenciários.
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam de segurados obrigatórios e segurado
facultativo. Boa aula!
REGIMES PREVIDENCIÁRIOS
1 - Introdução
Em nosso curso temos, como principal objetivo, o estudo do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.
Entretanto, antes de iniciarmos os estudos do RGPS, estudaremos, de forma resumida, algumas
características dos Regimes Previdenciários brasileiros, pois é de fundamental importância
distinguirmos o Regime Geral de Previdência Social – RGPS dos Regimes Próprios de Previdência
Social – RPPS.
A Previdência Social brasileira possui dois regimes básicos e distintos entre si, ambos de filiação
obrigatória, que são o Regime Geral de Previdência Social – RGPS e os Regimes Próprios de
Previdência Social – RPPS dos servidores públicos e militares.
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Além dos regimes básicos acima mencionados, há o Regime de Previdência Privada, de caráter
complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social,
facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por
lei complementar, nos termos do art. 202 da CF.
Enquanto o RGPS é único para todo o Brasil, os RPPS existentes foram criados em cada ente
federativo, aplicando-se apenas aos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos das
respectivas unidades federadas, incluídas suas autarquias e fundações.
Atualmente, no Brasil, já possuem seus respectivos Regimes Próprios de Previdência Social a União,
cada um dos Estados e o Distrito Federal. Alguns Municípios também já instituíram seus Regimes
Próprios de Previdência Social. No entanto, temos ainda diversos municípios brasileiros que não
instituíram seus Regimes Próprios. Neste caso, excepcionalmente, seus servidores serão vinculados ao
RGPS.
Muitos alunos questionam sobre a possibilidade de uma mesma pessoa ser vinculada ao RGPS e ao
RPPS. Vamos objetivamente à resposta: uma vez que determinado servidor público, ocupante de cargo
efetivo, exerça, além desta sua atividade como servidor público, outra atividade remunerada vinculada
ao RGPS, não apenas poderá, mas deverá obrigatoriamente se filiar aos dois regimes
previdenciários. Nesse caso, contribuirá para ambos, podendo, inclusive, se aposentar pelos dois
regimes.
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O Regime Geral de Previdência Social – RGPS é responsável pela cobertura da grande maioria dos
trabalhadores brasileiros. Toda pessoa física que exerça atividade remunerada será obrigatoriamente
filiada a este regime previdenciário, exceto se tal atividade gerar filiação obrigatória a Regime Próprio
de Previdência Social – RPPS.
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Compete, outrossim, ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia federal vinculada ao
Ministério da Fazenda, a operacionalização do reconhecimento dos direitos dos beneficiários do
Regime Geral de Previdência Social.
Ao RGPS estão vinculados os trabalhadores brasileiros de modo geral, sendo o regime de previdência
disciplinado no art. 201 da Constituição.
Segundo o Art. 201 da Constituição Federal, o Regime Geral de Previdência Social – RGPS terá caráter
contributivo e filiação obrigatória, senão vejamos:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social,
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade
avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
Resumidamente, podemos afirmar que o RGPS tem caráter contributivo e compulsório e, do ponto de
vista financeiro, é de repartição simples. É administrado pelo INSS e abrange todos aqueles que
exercem atividade remunerada descrita pela Lei de Benefícios (Lei nº 8.213/91).
Considera-se beneficiário do Regime Geral de Previdência Social toda pessoa física que se encontre
vinculada e protegida pela Previdência Social, ou seja, são os destinatários das prestações
previdenciárias (benefícios e/ou serviços). Os benefícios são prestações dotadas de conteúdo
pecuniário, como, por exemplo, uma aposentadoria ou um auxílio por incapacidade temporária. Os
serviços, por sua vez, não possuem natureza pecuniária.
Importante frisar que apenas pessoas físicas poderão ser beneficiárias do RGPS. As pessoas
jurídicas serão, em regra, contribuintes; jamais serão beneficiárias.
Os beneficiários poderão ser os segurados ou seus dependentes. Assim sendo, dizemos que
beneficiário é gênero, do qual são espécies os segurados e os dependentes.
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Beneficiários
Segurados Dependentes
Obrigatórios Classe I
Facultativos Classe II
Classe III
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Segurados
Obrigatórios Facultativos
não exercem
atividade
atividade
remunerada
remunerada
filiação
ato volitivo
compulsória
5 tipos
Nos termos do art. 40 da Constituição Federal, os Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS dos
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, conforme podemos
observar a seguir:
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CF/88. “Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de
cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.”
Como vimos, enquanto o RGPS é único para todo o Brasil, os RPPS são vários, criados por entes
federativos e restritos aos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos das respectivas unidades
federadas. Importante destacar que cada Ente Federativo poderá ter um único RPPS.
Os Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS, a exemplo do que ocorre com o RGPS, organizam-se
pelo princípio da solidariedade e são de repartição simples.
Quando o regime próprio de previdência do servidor foi criado, o ente instituiu uma contribuição social
para financiar o sistema, cobrada de seus servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas,
conforme dispõe o §1º do art. 149 da Constituição Federal:
Já estudamos que a União, os Estados e o Distrito Federal já instituíram os seus regimes próprios de
previdência. Contudo, a maioria dos municípios, por sua vez, não criou regimes próprios para seus
servidores, ficando estes amparados pelo RGPS.
Com a Reforma da Previdência (Emenda Constitucional nº 103/2019), não há mais como ser criado
novos regimes próprios de previdência, conforme disposto no §22 ao art. 40 da Constituição.
São segurados obrigatórios do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, quando exercerem as
respectivas atividades em quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações:
• Militares;
• Magistrados;
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Não serão filiadas ao RPPS as pessoas físicas que trabalhem para empresas públicas e para sociedades
de economia mista. Nestes casos, serão segurados obrigatórios do RGPS.
Os servidores públicos da administração direta, autárquica ou fundacional, por sua vez, podem ser:
Dentre todos os servidores públicos citados, apenas os ocupantes de cargo efetivo podem ser
amparados por Regime Próprio de Previdência Social - RPPS. Os demais são segurados obrigatórios
do RGPS, na qualidade de empregado.
Além dos regimes básicos da previdência brasileira (RGPS e RPPS), há ainda a possibilidade de qualquer
pessoa ingressar na previdência complementar, que é de natureza facultativa.
O regime complementar ao RGPS está disciplinado no art. 202 da Constituição Federal e regulado pelas
Leis Complementares nº 108 e 109, ambas de 2001, e será efetivada por intermédio de entidade
fechada ou aberta de previdência complementar.
CF/88. Art. 40. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de
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cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor
das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de
entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar.
Art. 1º. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em
relação ao regime geral de previdência social, é facultativo, baseado na constituição de reservas que
garantam o benefício, nos termos do caput do art. 202 da Constituição Federal, observado o disposto nesta
Lei Complementar.
Art. 2º. O regime de previdência complementar é operado por entidades de previdência complementar que
têm por objetivo principal instituir e executar planos de benefícios de caráter previdenciário, na forma desta
Lei Complementar.
A Lei complementar 108/2001, por sua vez, disciplina a relação entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e
empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadores de entidades fechadas de
previdência complementar, e suas respectivas entidades fechadas.
FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO
1 - Filiação
Nos termos do artigo 20 do Regulamento da Previdência Social - RPS, filiação é o vínculo que se
estabelece entre as pessoas que contribuem para a Previdência Social e esta, do qual decorrem direitos
e obrigações.
Trata-se de um instituto de enorme importância no Regime Geral de Previdência Social - RGPS, pois é
com a filiação que uma pessoa física passará à condição de segurado e terá proteção previdenciária para
si e seus dependentes.
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da qual decorrem
Relação jurídica
direitos e obrigações
Filiação
A filiação do trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física por prazo de até dois
meses no período de um ano, para o exercício de atividades de natureza temporária, decorre
automaticamente de sua inclusão em declaração prevista em ato do Secretário Especial da Receita
Federal do Brasil do Ministério da Economia por meio de identificação específica.
Por sua vez, para o segurado facultativo, a filiação apenas ocorrerá com a inscrição formalizada
(cadastro no banco de dados da Previdência Social) e o efetivo recolhimento da primeira
contribuição previdenciária, nos moldes do artigo 20 do RPS, decorrendo necessariamente da sua
manifestação de vontade (ato volitivo), pois não é compulsória.
O exercício de atividade prestada de forma gratuita e o serviço voluntário, nos termos do disposto
na Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, não geram filiação obrigatória ao RGPS.
A idade mínima para a filiação dos segurados obrigatórios será de 16 anos de idade, salvo atividades
insalubres, perigosas ou noturnas (cuja idade mínima é de 18 anos), ou excepcionalmente de 14 anos
de idade, na condição de aprendiz, a teor do artigo 7°, XXXIII, da Constituição Federal, com redação
dada pela EC 20/1998.
A idade mínima para a filiação como segurado facultativo, nos termos o artigo 14, da Lei 8.212/91, é
de 14 anos de idade. Contudo, o artigo 11 do RPS prevê a idade mínima de 16 anos de idade para a
filiação como segurado facultativo.
A Constituição Federal, no entanto, veda o trabalho do menor de 16 anos, salvo na condição de menor
aprendiz. No entanto, tal dispositivo não alcança o segurado facultativo, pois este não exerce atividade
remunerada.
Para efeito de prova, vale ressaltar que a doutrina majoritária e o próprio INSS entendem que a idade
mínima para a filiação do segurado facultativo é de 16 anos de idade. No entanto, se a questão de prova
exigir literalmente o texto da Lei 8.213/91 (artigo 13) ou da Lei 8.212/91 (artigo 14), as bancas
consideram correta a alternativa que traz 14 anos de idade.
Atenção: a idade mínima para a filiação como segurado facultativo deve ser 16 anos de idade, salvo se o
enunciado da questão mencionar expressamente que a resposta deve ser dada “nos termos da lei”, cuja
resposta, neste caso, será 14 anos de idade.
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2 - Inscrição
• Trabalhador Avulso: pelo cadastramento e pelo registro no órgão gestor de mão de obra, no
caso de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso de trabalhador não portuário, e a
partir da obrigatoriedade do uso do eSocial, ou do sistema que venha a substituí-lo, por meio
do cadastramento e do registro eletrônico realizado nesse Sistema;
• Contribuinte Individual:
o por ato próprio, por meio do cadastramento de informações para identificação e
reconhecimento da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional do Seguro Social -
INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o exercício da
atividade declarada;
o pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica a quem preste serviço, no caso
de cooperados ou contratados, respectivamente, se ainda não inscritos no RGPS; e
o pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal do Empreendedor;
• Segurado Facultativo: por ato próprio, por meio do cadastramento de informações pessoais
que permitam a sua identificação, desde que não exerça atividade que o enquadre na
categoria de segurado obrigatório.
Para o segurado obrigatório, a inscrição é o ato que formaliza (materializa) a filiação, cadastrando o
segurado no banco de dados da Previdência Social.
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formalização ou
Cadastramento materialização da
filiação
Inscrição
é a formalização da filiação, ou seja, é o
cadastramento no banco de dados da
previdência social
Para o segurado obrigatório, primeiro ocorrerá a filiação com o exercício da atividade laborativa
remunerada. Em um segundo momento, ocorrerá sua inscrição. Já para o segurado facultativo,
primeiro ocorrerá a sua inscrição para, depois, se for o caso, efetivar-se a sua filiação com o
recolhimento da contribuição previdenciária.
Segundo a doutrina, para o segurado obrigatório, a inscrição sem a prévia filiação não produz qualquer
efeito perante a Previdência Social".
O artigo 18, §2º, do RPS, restringe a inscrição dos menores de 16 anos. No entanto, devemos lembrar
que o aprendiz pode se filiar e se inscrever a partir dos 14 anos de idade, conforme previsão
constitucional, sendo considerado segurado empregado.
No caso do segurado especial, a sua inscrição será feita de forma a vinculá-lo ao seu respectivo grupo
familiar e conterá, além das informações pessoais, a identificação da propriedade em que desenvolve a
atividade e a que título, se nela reside ou o município onde reside e, quando for o caso, a identificação e
inscrição da pessoa responsável pela unidade familiar.
Vale frisar que não serão consideradas a inscrição post mortem (após a morte do segurado) de
segurado facultativo e do contribuinte individual.
Entretanto, será permitida a inscrição post mortem do segurado especial, desde que presentes os
pressupostos da filiação, na forma do artigo 18, §5º, do RPS, vez que a filiação dos segurados especiais
ocorrerá com o exercício de atividade agropecuária ou pesqueira artesanal, individualmente ou em
regime de economia familiar, para fins de subsistência.
A legislação é omissa em relação à possibilidade de inscrição post mortem das demais categorias de
segurados.
No caso do dependente, apenas ocorrerá a sua inscrição quando houver requerimento administrativo
de benefício previdenciário, nos termos do artigo 17, §1°, da Lei 8.213/91 e do artigo 22, do RPS, não
cabendo mais ao segurado inscrever previamente seu dependente.
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A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, ou seja, de vontade própria,
gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não
permitindo, em regra, o pagamento de contribuições relativas a competências anteriores à data
da inscrição.
Outrossim, todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita
ao RGPS, será obrigatoriamente inscrito em relação a cada uma das atividades.
Por fim, havendo atividade remunerada, a filiação do segurado obrigatório será automática e
compulsória. Neste caso, não poderá o segurado inscrever-se e filiar-se ao RGPS como segurado
facultativo, pois a filiação compulsória sempre se sobrepõe à facultativa.
A filiação
compulsória
Sempre se sobrepões à
facultativa
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a) I e II
b) II e III
c) II
d) I
COMENTÁRIOS:
I - A filiação do segurado obrigatório ao RGPS decorre automaticamente do exercício da atividade
remunerada.
ASSERTIVA CORRETA. Decreto 3.048/99. Art. 20. Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que
contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações. § 1º A filiação à previdência
social decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios,
observado o disposto no § 2º, e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o
segurado facultativo.
III - Os dados constantes dos cadastros informatizados da previdência social, como o Cadastro Nacional
de Informações Sociais (CNIS), valem como prova da filiação à previdência social, do tempo de
contribuição e dos salários-de-contribuição, desde que acompanhados de outras provas documentais.
ASSERTIVA INCORRETA. Decreto 3.048/99. Art. 19. Os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações
Sociais - CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições valem como prova de filiação à previdência social,
tempo de contribuição e salários-de-contribuição.
O dispositivo legal não apresenta condicionantes. Podemos concluir, portanto, que a afirmativa está errada.
Gabarito: D
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• Empregado;
• Empregado Doméstico;
• Contribuinte Individual;
• Trabalhador Avulso e
• Segurado Especial
Empregado
Segurados Obrigatórios
Empregado doméstico
Contribuinte individual
Trabalhador avulso
Segurado especial
1 - Segurado Empregado
I. Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual,
sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado.
✓ Após a Constituição de 1988, não há mais distinção entre o empregado urbano ou rural.
✓ Entende-se por serviço prestado em caráter não eventual aquele relacionado direta ou
indiretamente com as atividades normais da empresa.
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II. aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, na forma prevista em legislação
específica, por prazo não superior a cento e oitenta dias, consecutivos ou não, prorrogável por
até noventa dias, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de
pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas.
✓ Trata-se do trabalhador temporário.
✓ A empresa de trabalho temporário, uma vez contratada, fornece os trabalhadores para
trabalhar temporariamente sob o comando da empresa tomadora.
✓ O trabalhador temporário é empregado da empresa de trabalho temporário, mesmo
que esteja prestando serviço a outras empresas.
✓ O trabalho temporário somente será utilizado nas duas situações a seguir:
a) atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e
permanente. Exemplo: substituição de funcionários em férias, licenciados,
doentes, etc.
b) acréscimo extraordinário de serviço. Exemplo: aumento de vendas ou de
serviços prestados em épocas de Natal, Ano Novo, Carnaval, etc.
✓ O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá
exceder ao prazo de 180 dias, consecutivos ou não. Tal contrato poderá ser prorrogado
por até 90 dias, além do prazo inicial de 180 dias, quando comprovada a manutenção
das condições que o ensejaram.
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COMENTÁRIOS:
I - É segurado obrigatório da previdência social o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para
trabalhar como empregado em sucursal de empresa nacional no exterior.
ASSERTIVA CORRETA. Realmente trata-se de segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de segurado
empregado, nos termos do Art. 9°, I, "c", do Decreto 3.048/99.
II - Se um cidadão brasileiro domiciliado em Maceió for contratado para trabalhar como empregado em
sucursal de empresa na Bélgica, com sede no Rio de Janeiro e constituída de acordo com as leis
brasileiras, ele será considerado segurado contribuinte individual do RGPS.
ASSERTIVA INCORRETA. Trata-se de segurado empregado do RGPS (e não comtribuinte individual),
nos termos do Art. 9°, I, "c", do Decreto 3.048/99.
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Gabarito: A.
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c) trabalhador avulso.
d) não será segurado do RGPS.
Comentários:
Para responder essa questão basta consultarmos o Art. 11 da Lei 8.213/91, nos trechos selecionados
abaixo:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado: (...)
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em
empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital
nacional;
Sendo assim, podemos concluir que se trata de um segurado empregado.
Gabarito: B.
V. aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições,
excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela
legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular.
✓ O trabalho dar-se-á no Brasil.
✓ O serviço será prestado: a) a missão diplomática; b) a repartição consular de carreira
estrangeira; c) a órgãos a elas subordinados; d) a membros dessas missões e
repartições.
✓ O estrangeiro que não tenha residência permanente no Brasil, no caso em questão, está
excluído do RGPS.
✓ Caso o brasileiro seja amparado por regime previdenciário do país da respectiva
missão diplomática ou repartição consular, também estará excluído do RGPS.
VI. o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se
amparado por regime próprio de previdência social.
✓ O trabalho ocorrerá no exterior.
✓ O trabalho será necessariamente prestado por um brasileiro civil.
✓ O brasileiro civil contratado trabalha PARA a União.
✓ O serviço será prestado em Organismo Oficial Brasileiro ou Internacional.
✓ É obrigatório que o Brasil seja membro efetivo do respectivo Organismo onde ocorrerá o
trabalho.
✓ É irrelevante onde o brasileiro civil seja domiciliado ou contratado.
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VII. o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais
brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57
da Lei no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não
possa filiar-se ao sistema previdenciário local.
✓ O trabalho ocorrerá no exterior.
✓ O trabalho será necessariamente prestado por um brasileiro civil.
✓ O brasileiro civil contratado trabalha PARA a União.
✓ O serviço será prestado em repartições governamentais brasileiras.
✓ O brasileiro civil deverá ser domiciliado e contratado no exterior, onde está instalada
a respectiva repartição governamental brasileira onde os serviços são prestados.
✓ Também serão segurados da previdência social brasileira, como empregado, os
auxiliares locais, porém apenas os de nacionalidade brasileira, desde que, em razão de
proibição legal, não possam filiar-se ao sistema previdenciário do país de domicílio.
✓ O Auxiliar Local é o brasileiro ou o estrangeiro admitido para prestar serviços ou
desempenhar atividades de apoio que exijam familiaridade com as condições de vida,
os usos e os costumes do país onde esteja sediado o posto.
VIII. o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de
25 de setembro de 2008.
✓ Apenas serão segurados empregados do RGPS os bolsistas e estagiários contratados
em desacordo com a lei que dispõe sobre o estágio de estudantes.
✓ Se o estágio for regular, o estagiário não será segurado obrigatório do RGPS por tal
atividade, podendo, se cumpridos os demais requisitos, filiar-se como segurado
facultativo.
✓ O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, desde que observados
os seguintes requisitos:
a) O bolsista e o estagiário deverão estar devidamente matriculados e com frequência
regular em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio,
da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade
profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino.
b) Deverá haver celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino.
c) Deverá haver compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e
aquelas previstas no termo de compromisso.
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IX. o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e
fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
✓ Trata-se de um servidor público que trabalha para a União, Estado, Distrito Federal ou
Município, incluídas suas autarquias e fundações.
✓ Tal servidor foi nomeado para um cargo em comissão, declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
✓ Para ser segurado obrigatório do RGPS, tal servidor, nomeado para exercer o cargo em
comissão, não poderá ser, na época da nomeação, servidor ocupante de cargo efetivo,
amparado por RPPS, pois, nesse caso, permanecerá vinculado ao regime próprio de
origem, independentemente se na mesma ou em outra esfera de governo.
✓ Por não ser servidor ocupante de cargo efetivo amparado por RPPS, dizemos que se
trata de um servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão.
✓ Assim sendo, por ocupar exclusivamente o cargo em comissão, declarado em lei de
livre nomeação e exoneração, será segurado empregado do RGPS.
Obs.: Considera-se também segurado empregado, desde que sem vínculo efetivo com a União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias e fundações, o ocupante de cargo de:
• Ministro de Estado,
• Secretário Estadual,
• Secretário Distrital,
• Secretário Municipal.
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A resposta para essa questão, na qual, o examinador pede pela alternativa correta, podemos encontrar
tanto na Constituição Federal como na lei 8.212/91.
Constituição Federal:
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos
e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo.
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social.
Lei 8.212/91:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias,
inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais;
§ 6o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de
Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundações.
Vamos às alternativas:
a) Segurados não obrigatórios da Previdência Social.
Alternativa incorreta, pois são considerados segurados obrigatórios na qualidade de empregados.
b) Segurados da Previdência Complementar, obrigatoriamente.
Alternativa incorreta, pois são considerados empregados e segurados obrigatórios do RGPS. Lembre-
se, previdência complementar é sempre facultativa.
c) empregados e segurados obrigatórios da Previdência Social.
Alternativa correta. É exatamente o que nos diz a lei quando aplicada ao caso exposto pelo
examinador.
d) contribuintes individuais e segurados obrigatórios da Previdência Social
Alternativa incorreta, pois são considerados empregados do RGPS.
Gabarito: C
X. o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por
regime próprio de previdência social.
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✓ Trata-se de um servidor público ocupante de cargo efetivo, não amparado por Regime
Próprio de Previdência Social – RPPS, que trabalhe para o Estado, Distrito Federal ou
Município, incluídas suas autarquias e fundações.
✓ Os únicos servidores públicos civis que podem ser amparados por RPPS são os
ocupantes de cargo efetivo. Porém, para que um servidor ocupante de cargo efetivo
seja amparado pelo RPPS, deverá ter sido instituído, pelo respectivo ente federativo
(Estados, DF ou Município), mediante lei, tal regime previdenciário. Ocorre, contudo,
que os citados entes federativos não são obrigados a criar seu regime próprio de
previdência social.
✓ Caso os Estados, o DF e os Municípios instituam seus Regimes Próprios de Previdência
Social – RPPS, seus respectivos servidores ocupantes de cargos efetivos estarão
amparados por tal regime. No entanto, caso determinado ente federativo não o
institua, seus servidores ocupantes de cargo efetivo serão amparados pelo Regime
Geral de Previdência Social – RGPS, como segurados obrigatórios, na qualidade de
segurados empregados.
✓ Em relação à União, tal possibilidade não existe, pois seus servidores ocupantes de
cargo efetivo já são obrigatoriamente amparados por RPPS, estando, portanto,
excluídos do RGPS.
✓ Por fim, cabe ressaltar que, atualmente, no Brasil, já possuem seus respectivos Regimes
Próprios de Previdência Social a União, cada um dos Estados e o Distrito Federal.
Alguns Municípios também já instituíram seus Regimes Próprios de Previdência Social.
No entanto, temos ainda diversos municípios brasileiros que não instituíram seus
Regimes Próprios. Neste caso, seus servidores, inclusive os ocupantes de cargo efetivo,
serão vinculados ao RGPS.
✓ Podemos concluir, portanto, que a regra em comento se aplica apenas aos servidores
dos municípios que não instituíram, até o momento, seus Regimes Próprios de
Previdência Social – RPPS.
XI. o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas
respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição
Federal.
✓ Trata-se de um servidor público contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou
Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo
determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
✓ Para a contratação do servidor por tempo determinado, deverão ser observadas as
regras dispostas na Lei nº 8.745/93.
✓ Em qualquer caso, o servidor contratado por prazo determinado, independentemente
da esfera de governo que trabalhe, será sempre segurado obrigatório do RGPS, na
qualidade de segurado empregado.
XII. o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e
fundações, ocupante de emprego público.
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XIII. o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de
21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social,
em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994.
✓ Se contratados a partir de 21/11/1994: o escrevente e o auxiliar contratados por
titular de serviços notariais e de registro são segurados obrigatórios do RGPS, na
qualidade de segurados empregados.
✓ Se contratados até 20/11/1994: eram amparados por RPPS, sendo-lhes dada a opção
de permanecerem vinculados ao RPPS ou aderirem ao RGPS. Caso optem pelo RGPS
passarão a ser segurados obrigatórios desse regime previdenciário, na qualidade de
segurados empregados.
✓ Importante frisar que os escreventes e auxiliares contratados por titular de serviços
notariais e de registro, a partir de 21/11/1994, são segurados empregados. Já o notário
ou tabelião, bem como o oficial de registros, que detêm a delegação e a titularidade das
atividades notariais e de registros, são contribuintes individuais.
XIV. o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que não
vinculado a regime próprio de previdência social.
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f) Deputado Federal;
g) Senador e
h) Presidente da República.
✓ Em regra, tais exercentes de mandato eletivo são segurados obrigatórios do RGPS, na
qualidade de segurado empregado;
✓ Pode ocorrer, porém, de um servidor público ocupante de cargo efetivo, amparado por
RPPS, se candidatar e ser eleito para um dos mandatos citados. Nesse caso, continuarão
vinculados ao regime próprio de origem, independentemente da esfera de governo em
que exerciam o cargo efetivo, ficando, portanto, excluídos do RGPS.
✓ No caso do Vereador, temos algumas peculiaridades a comentar:
a) O vereador poderá, por expressa permissão constitucional, acumular o subsídio do
mandato eletivo de vereador com a remuneração do cargo efetivo que exercia
quando de sua eleição, desde que haja compatibilidade de horários.
b) Caso o vereador não tenha nenhum vínculo efetivo com o serviço público, filia-se
apenas ao RGPS pelo exercício da vereança.
c) Caso o vereador exerça concomitantemente, mandato eletivo e cargo efetivo
amparado por RPPS (havendo compatibilidade de horários), filia-se ao RGPS pelo
cargo eletivo de vereador e ao RPPS pelo cargo efetivo que ocupa no serviço
público.
d) Caso o vereador exerça concomitantemente, mandato eletivo e cargo efetivo NÃO
amparado por RPPS (havendo compatibilidade de horários), filia-se ao RGPS em
relação a ambas atividades exercidas.
e) Não havendo compatibilidade de horários, o servidor terá que se afastar do cargo
efetivo para exercer a vereança, sendo-lhe facultado optar por sua remuneração.
Neste caso, o servidor será filiado apenas a um regime previdenciário: se
amparado por RPPS pelo cargo efetivo do qual se afastou para exercer a vereança,
mantém tal vínculo. Se não era amparado por qualquer RPPS quando eleito, filia-
se apenas ao RGPS.
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COMENTÁRIOS:
Essa questão busca testar seus conhecimentos sobre o art. 11 da lei nº 8.213/1991, mas atenção, pois o
examinador pede pela alternativa que NÃO condiz com o enquadramento legal para o segurado
obrigatório a previdência social.
Após consultar este importante dispositivo legal, vamos às assertivas:
b) exercente de mandato eletivo estadual, desde que não vinculado a regime próprio de previdência
social.
Alternativa incorreta. Conforme podemos verificar no Art. 11, inciso XIV, da lei nº 8.213/1991, trata-
se de um segurado empregado.
d) brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se
segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio.
Alternativa incorreta, conforme podemos verificar no Art. 11 lei nº 8.213/1991, pois trata-se de um
segurado empregado.
Gabarito: C.
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XVI. o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei
no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por
prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano.
✓ Trata-se de um trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física,
podendo, inclusive, ser contratado por segurado especial.
✓ A atividade realizada pelo trabalhador rural contratado será, obrigatoriamente,
atividade de natureza temporária.
✓ O prazo máximo para a realização dessas atividades de natureza temporária será de 2
meses, dentro do período de 1 ano. Caso supere os 2 meses, fica convertido em contrato
de trabalho por prazo indeterminado.
✓ O trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física para a realização de
atividades de natureza temporária, por prazo não superior a 2 meses dentro de 1 ano,
é considerado segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de segurado empregado.
XVII. o aprendiz maior de 14 anos e menor de 24 anos, ressalvado o portador de deficiência, ao qual
não se aplica o limite máximo de idade, sujeito à formação técnica-profissional metódica, sob
a orientação de entidade qualificada, conforme disposto nos arts. 428 e 433 da CLT.
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XVIII. o diretor empregado de empresa urbana ou rural, que, participando ou não do risco econômico
do empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção de sociedade
anônima, mantendo as características inerentes à relação de emprego.
✓ As sociedades anônimas podem ter dois tipos de diretores: o diretor empregado e o
diretor não empregado. Trataremos, no momento, apenas do diretor empregado.
✓ O diretor empregado é aquele contratado ou promovido para o cargo de direção da
sociedade anônima.
✓ O diretor empregado mantém as características inerentes à relação de emprego.
✓ O diretor empregado é considerado segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de
segurado empregado.
✓ Estudaremos o diretor não empregado no capítulo correspondente ao contribuinte
individual, haja vista tal diretor não empregado enquadrar-se nesta espécie de
segurado obrigatório.
XX. o treinador profissional de futebol, independentemente de acordos firmados, nos termos da Lei
nº 8.650, de 20 de abril de 1993.
✓ Trata-se do treinador profissional de futebol.
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XXI. aquele contratado como trabalhador intermitente para a prestação de serviços, com
subordinação, de forma não contínua, com alternância de períodos de prestação de serviços e
de inatividade, em conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da Consolidação das Leis
do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
✓ Trata-se do trabalhador intermitente.
✓ Os serviços são prestados mediante subordinação, de forma não contínua, com
alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade.
✓ Os serviços são prestados em conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, conforme segue:
“Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a
prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo
com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade,
determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de
atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas,
regidos por legislação própria.”
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2 - Empregado Doméstico
Mediante subordinação
Empregado doméstico
De forma pessoal
A natureza contínua do serviço prestado, requisito necessário para se caracterizar o vínculo de emprego
doméstico, significa que deverá haver “ausência de interrupção”.
Segundo a Lei Complementar 150/2015, que dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico,
comprovando-se o labor por somente dois dias na semana, configura-se o caráter “descontínuo” da
prestação de trabalho. Neste caso, não teremos configurado o vínculo de emprego doméstico, por falta
de continuidade nos serviços prestados.
Antes da Lei Complementar 150/2015, não existia um número exato de dias em que
a diarista poderia trabalhar na residência para que fosse considerada empregada
doméstica. No entanto, após a publicação da LC 150/2015, ficou expressamente
definido que o empregado doméstico deve trabalhar por mais de 2 (dois) dias por
semana, ou seja, 3 (três) dias ou mais. Até dois dias por semana é considerado
diarista e se enquadra na qualidade de segurado contribuinte individual, como será
estudado adiante.
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2.2 - Subordinação
O empregado doméstico está sujeito ao poder de direção do empregador.
2.3 - Onerosidade
O trabalho do empregado doméstico tem que ser remunerado (oneroso).
2.4 - Pessoalidade
Não pode o empregado domésticos se fazer substituir por outro trabalhador.
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babá, dentre outros, o deslocamento para fora da residência, no exercício das funções domésticas, não
descaracteriza a relação de trabalho doméstico, pois o que se considera essencial é que o espaço de
trabalho se refira ao interesse pessoal ou familiar.
Dizer que a atividade não pode ter finalidade lucrativa não significa que o empregado
doméstico não possa receber remuneração. Como vimos, a remuneração é requisito
necessário para se configurar o vínculo do empregado doméstico. No entanto, o
conceito traz restrição tão somente em relação à atividade desempenhada pelo
trabalhador doméstico, que não poderá visar lucro para o empregador.
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COMENTÁRIOS:
a) empregador doméstico, segurado obrigatório da previdência social.
Assertiva incorreta. Não podemos confundir o empregado doméstico com o empregador doméstico.
Gabarito: D.
3 - Trabalhador Avulso
Considera-se trabalhador avulso aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana
ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão
gestor de mão-de-obra ou do sindicato da categoria.
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Se o trabalhador prestar tal serviço, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, porém sem a
intermediação obrigatória do OGMO ou do sindicato, será considerado contribuinte individual.
O órgão gestor de mão-de-obra – OGMO, é quem faz a intermediação da contratação dos trabalhadores
avulsos na atividade portuária. Nas demais atividades, a intermediação será feita pelo sindicato da
respectiva categoria profissional.
Assim, na atividade portuária, o OGMO interpõe-se entre o trabalhador avulso e o Operador Portuário,
requisitante dos serviços, organizando a prestação laborativa, negociando preço, recrutando os
trabalhadores e repassando a cota correspondente a cada trabalhador contratado.
No caso das atividades não portuárias, o sindicato da categoria irá se interpor entre os respectivos
trabalhadores e as empresas requisitantes dos serviços. Mesmo nesse caso, quando deverá haver
intermediação obrigatória do sindicato, não é obrigatório que o respectivo obreiro seja sindicalizado.
Importante frisar que o trabalhador avulso presta serviços sem vínculo empregatício, pois não há
subordinação ao OGMO ou ao sindicato, tampouco às empresas para as quais presta serviços.
• o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga,
vigilância de embarcação e bloco;
• o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério;
• o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);
• o amarrador de embarcação;
• o carregador de bagagem em porto;
• o prático de barra em porto;
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• o guindasteiro;
• o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos.
Para melhor esclarecer alguns dos termos utilizados acima, acerca do trabalhador avulso, entende-se
por:
➢ Capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto,
compreendidos o recebimento, a conferência, o transporte interno, a abertura de volumes para
a conferência aduaneira, a manipulação, a arrumação e a entrega e o carregamento e a descarga
de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário; (Redação dada pelo Decreto
nº 10.410, de 2020).
➢ Estiva - a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das
embarcações principais ou auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e despeação,
bem como o carregamento e a descarga das mesmas, quando realizados com equipamentos de
bordo;
➢ Conferência de carga - a contagem de volumes, anotação de suas características, procedência
ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do
manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de
embarcações;
➢ Conserto de carga - o reparo e a restauração das embalagens de mercadoria, nas operações de
carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem,
etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição;
➢ Vigilância de embarcações - a atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo
das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias
nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; e
➢ Bloco - a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques,
incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo de pequena monta e serviços correlatos
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4 - Segurado Especial
4.1 - Conceito
Considera-se Segurado Especial a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou
rural próximo, que exerça suas atividades individualmente ou em regime de economia familiar, ainda
que com o auxílio eventual de terceiros, em condições de mútua colaboração, na condição de:
• Pequeno produtor rural;
• Pescador artesanal ou a este assemelhado;
• Cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este
equiparado, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais ou
pesqueiras artesanais do grupo familiar.
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residente em individualmente
Pequeno imóvel rural
produtor ou
rural ou
aglomerado regime de
urbano ou rural economia familiar
Pescador próximo ao
Artesanal imóvel rural
(ou assemelhado) ainda que com o
auxílio eventual
mesmo município de terceiros a
pessoa ou título de mútua
física município contíguo colaboração,
sem subordinação
nem remuneração.
Cônjuge
ou
do pequeno comprovadamente,
Companheiro produtor rural tenham participação
e ativa nas atividades
rurais ou pesqueiras
Filho maior de do pescador artesanais do
16 anos de idade artesanal grupo familiar.
ou a este
equiparado
O segurado especial recebe tal denominação em razão do seu tratamento diferenciado e favorecido em
relação aos demais segurados, entre os quais se destacam:
a) contribuição com alíquota reduzida e base da cálculo diferenciada, conforme será
oportunamente estudado;
b) sua carência, para fazer jus aos benefícios previdenciários, não é contada em quantidade de
contribuições, mas em número de meses de efetivo exercício de atividade rural ou pesqueira,
ainda que de forma descontínua;
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O grupo familiar poderá utilizar-se apenas de dois tipos de segurados contratados por
prazo determinado, sem que percam a condição de segurado especial:
a) Trabalhador rural contratado por prazo determinado, inclusive aquele
contratado por produtor rural pessoa física para o exercício de atividades de
natureza temporária, por prazo não superior a dois meses dentro do período de um
ano. (Este trabalhador é um segurado empregado);
b) Trabalhador que presta serviço, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego, em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120
pessoas/dia dentro do ano civil (de 01/janeiro a 31/dezembro), em períodos
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, à
razão de 8 horas/dia e 44 horas/semana, hipóteses em que períodos de afastamento
em decorrência de percepção de auxílio por incapacidade temporária não serão
computados. (Este trabalhador é, em regra, um segurado contribuinte individual).
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Vejamos, a seguir, o diagrama com o resumo das informações mais importantes sobre as peculiaridades
do regime de economia familiar, contratação de trabalhadores pelo segurado especial e utilização da
propriedade para exploração turística:
sem utilização
de empregados em períodos corridos ou intercalados, ou,
permanentes ainda, por tempo equivalente em horas de
trabalho, à razão de oito horas por dia e
quarenta e quatro horas por semana
Caso a propriedade seja superior a esse valor, o produtor rural não será segurado especial, mas um
contribuinte individual.
No caso do seringueiro ou extrativista vegetal, que realize atividade de coleta e extração, de modo
sustentável, de recursos naturais renováveis, e faça dessas atividades o principal meio de vida, não
existe limitação de área. Assim sendo, quando exercerem tais atividades, manterão a condição de
segurados especiais, independentemente do tamanho da área onde realizem suas atividades de
extração e coleta.
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Vejamos tais informações através do diagrama abaixo, para facilitar sua memorização:
extrativista vegetal
Entende-se por embarcação de pequeno porte aquela que possui arqueação bruta – AB menor ou igual
que 20 (vinte), nos termos da lei nº 11.959/2009.
Apenas por curiosidade, arqueação bruta (AB) é a expressão do tamanho total de uma embarcação, de
parâmetro adimensional, determinada de acordo com o disposto na convenção marítima internacional
sobre arqueação de navios (1969) e normas nacionais, sendo função do volume de todos os espaços
fechados, multiplicado por uma variável “k”.
Caso a embarcação utilizada extrapole o limite informado, o pescador não poderá mais ser enquadrado
como segurado especial, passado à condição de contribuinte individual.
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Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto
se decorrente de:
a) benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere
o do menor benefício de prestação continuada da previdência social;
b) benefício concedido ao segurado qualificado como segurado especial,
independentemente do valor;
c) benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar
instituído por entidade classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador
rural ou de produtor rural em regime de economia familiar;
d) exercício de atividade remunerada em período não superior a cento e vinte dias, corridos
ou intercalados, no ano civil, devendo, neste caso, efetuar o recolhimento da contribuição
devida em relação ao exercício de tal atividade;
e) exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de
trabalhadores rurais;
f) exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural, ou de
dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais,
devendo, neste caso, efetuar o recolhimento da contribuição devida em relação ao exercício de
tal atividade;
g) parceria ou meação outorgada, por meio de contrato escrito, de até 50% de imóvel rural
cuja área total, contínua ou descontínua, não seja superior a quatro módulos fiscais, desde
que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou
em regime de economia familiar;
h) atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo
familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que, nesse caso, a renda
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COMENTÁRIOS:
I - O fato de um dos integrantes do seu núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por
si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado especial, devendo-se proceder à análise
do caso concreto.
II - O pescador que exerça essa atividade como principal meio de vida é considerado segurado especial
mesmo que tenha empregados permanentes.
Assertiva incorreta. A partir do momento que o pescador artesanal passa a utilizar empregados
permanentes, sua condição de segurado especial é descaracterizada
Gabarito: A
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COMENTÁRIOS:
b) exercício de atividade remunerada em período não superior a 180 dias, corridos ou intercalados, no
ano civil.
Assertiva incorreta. O exercício de atividade remunerada não pode ocorrer em período superior a 120
(cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil.
d) benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do
menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.
Assertiva correta. Essa é a exceção pedida pelo examinador, nos termos do § 9o , I, da lei nº 8.213/91.
Gabarito: D
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Até a publicação da Medida Provisória 871 de 18/01/2019, a comprovação da atividade como segurado
especial era feita por prova documental contemporânea aos fatos e não era necessário que o segurado
comprovasse o efetivo recolhimento de contribuições para poder usufruir dos benefícios da seguridade
social, sendo necessário somente que o segurado comprovasse a atividade.
A Medida Provisória 871 de 18/01/2019, convertida na Lei 13.846/19, trouxe a previsão de que o
Ministério da Economia manterá um sistema de cadastro dos segurados especiais no CNIS (que
é a base de dados da previdência social que contém as informações relativas aos vínculos empregatícios
dos segurados).
A partir de janeiro de 2023, a comprovação da atividade dos segurados especiais será feita
exclusivamente pelos dados do CNIS. Para períodos anteriores a essa data, o segurado especial
comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de autodeclaração ratificada por
entidades públicas credenciadas, sendo vedada a atualização após o prazo de 5 anos contados da
data limite da atualização anual prevista em lei.
Se até janeiro de 2023 não houver 50% dos segurados especiais cadastrados no CNIS, a comprovação
da atividade exclusivamente por essa base de dados somente ocorrerá depois que o CNIS atingir a
cobertura mínima de 50% dos segurados especiais, apurada conforme quantitativo da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).
5 - Contribuinte Individual
5.1 - Conceito
A categoria de segurado contribuinte individual foi criada pela Lei nº 9.876/99, e reúne as antigas
categorias de segurados empresário, autônomo e equiparado a autônomo.
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5.2 - Classificação
I. a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título,
em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro
módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade
pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou
ainda quando deixar de satisfazer as condições para ser segurado especial.
II. a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -,
em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou
sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua.
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a) individualmente;
b) com auxílio de empregados temporários;
c) com auxilia de empregados permanentes;
d) em regime de economia familiar;
e) mediante contrato de parceria;
f) por intermédio de preposto;
g) em cooperativa;
h) qualquer outra forma de associativismo.
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De acordo com a Lei nº 8.212/1991, são segurados obrigatórios da Previdência Social, como
contribuintes individuais os indicados em:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
COMENTÁRIOS:
I - Pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter
permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais.
Assertiva correta. Trata-se de um segurado contribuinte individual, nos termos do art. 9º, V, "a", do
Decreto 3.048/99.
II - Pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter
permanente ou temporário, em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais, com auxílio de
empregados permanentes ou por intermédio de prepostos.
Assertiva correta. Trata-se de um segurado contribuinte individual, nos termos do art. 9º, V, "a", do
Decreto 3.048/99.
III - Pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter
permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua.
Assertiva correta. Trata-se de um segurado contribuinte individual, nos termos do art. 9º, V, "b", do
Decreto 3.048/99.
IV - Pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter
permanente ou temporário, que deixar de satisfazer as condições para ser segurado especial.
Assertiva correta. Trata-se de um segurado contribuinte individual, nos termos do art. 9º, V, "a", do
Decreto 3.048/99.
Gabarito: A
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aprovados para a prática das atividades por autoridade religiosa competente. São
exemplos de ministros de confissão religiosa: padres, pastores, rabinos, sacerdotes, bispos.
✓ Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os efeitos desta Lei, os valores
despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro de
confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência desde que fornecidos em
condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.
✓ No caso em que os valores recebidos por esses religiosos não sejam considerados
remuneração, nos termos do item anterior, tais segurados permanecerão enquadrados
como contribuintes individuais. Contudo, por falta de remuneração, a base de cálculo das
contribuições previdenciárias será o valor por eles declarados, respeitados os limites
mínimos e máximos do salário-de-contribuição, conforme estudaremos mais adiante.
COMENTÁRIOS:
a) o membro de instituto de vida consagrada.
Contribuinte Individual. Trata-se de um segurado contribuinte individual, nos termos do art. 9º, V,
"c", do Decreto 3.048/99.
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Contribuinte Individual. Trata-se de um segurado contribuinte individual, nos termos do art. 9º, V,
"c", do Decreto 3.048/99.
c) o garimpeiro.
Contribuinte Individual. Trata-se de um segurado contribuinte individual, nos termos do art. 9º, V,
"b", do Decreto 3.048/99.
Gabarito: D.
IV. o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o
Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por
regime próprio de previdência social;
✓ Não podemos confundir o contribuinte individual em análise com o brasileiro civil que
trabalha PARA A UNIÃO em organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro
efetivo. Se trabalhar PARA A UNIÃO nesse organismo oficial internacional, será
segurado empregado.
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COMENTÁRIOS:
Analisemos alguns dispositivos legais, pois, através destes já abarcamos os comentários para todas as
alternativas deste exercício.
Conforme art. 11 da Lei nº 8.213/1991:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado: (...)
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se
segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
(...)
V - como contribuinte individual: (...)
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de
previdência social;
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Gabarito: A
✓ O empresário individual nada mais é do que aquele que exerce em nome próprio
atividade empresarial, sem constituir sociedade.
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VII. Os sócios nas sociedades em nome coletivo, desde que recebam remuneração decorrente de
trabalho na empresa;
b) Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, não
podendo ser constituída por pessoas jurídicas.
VIII. O sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto a este último, quando não for
empregado em sociedade limitada, urbana ou rural, desde que recebam remuneração
decorrente de trabalho na empresa;
✓ Sócio Gerente:
b) O sócio gerente é o que tem poderes para gerir o negócio e em geral contrair
obrigações em nome da empresa.
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✓ Sócio Cotista:
c) Caso o sócio cotista não retire pro labore, poderá se filiar, caso deseje e não haja
vedação legal, como segurado facultativo.
IX. o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade
de direção condominial, desde que recebam remuneração;
b) Nos termos do art. 47 da Lei nº 5.764/71, a cooperativa será administrada por uma
Diretoria ou Conselho de Administração, composto exclusivamente de associados
eleitos pela Assembleia Geral.
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b) Tal regra não se aplica a dirigentes sindicais, já que eles mantêm, durante o
exercício do mandato, o mesmo enquadramento no RGPS que possuía antes de
assumir o cargo.
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COMENTÁRIOS:
I - Conforme entendimento do STJ, síndico de condomínio que receber remuneração pelo exercício
dessa atividade será enquadrado como contribuinte individual do RGPS, ao passo que o síndico isento
da taxa condominial, por não ser remunerado diretamente, não será considerado contribuinte do RGPS.
Assertiva incorreta. Conforme entendimento do STJ, síndico de condomínio isento da taxa
condominial, apesar der não ser remunerado diretamente (sua remuneração é considerada indireta),
será também considerado contribuinte individual do RGPS.
II - Síndico eleito para exercer atividade de direção condominial é segurado empregado, desde que
receba remuneração.
Assertiva incorreta. síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial,
desde que recebam remuneração, são considerados contribuintes individuais.
III - Considera-se contribuinte individual o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, desde
que receba remuneração.
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Assertiva correta. Considera-se contribuinte individual o associado eleito para cargo de direção em
cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, desde que recebam
remuneração.
Gabarito: D.
X. quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego;
✓ O serviço é prestado a uma ou mais empresas, porém não poderá haver relação de
emprego.
EXEMPLOS: eletricista, pintor, encanador, etc, quando contratados para uma atividade
específica e sem relação de emprego.
XI. a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com
fins lucrativos ou não;
✓ A atividade em questão não precisará ser exercida apenas a contratantes que possuam
finalidades lucrativas. Assim sendo, tais contratantes poderão, também, ter fins não
lucrativos, como, por exemplo, uma pessoa física que contrate um advogado para
mover uma ação judicial ou contrate um dentista para fazer um tratamento dentário.
EXEMPLOS: advogado, médico, contador, dentista, etc, desde que trabalhem por conta
própria e sem relação de emprego com o contratante. No entanto, se tais profissionais
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XIII. o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade
cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e (Incluída pelo Decreto
nº 4.032, de 2001)
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XIV. o trabalhador associado a cooperativa que, nesta qualidade, presta serviços a terceiros.
XV. o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos
e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais; (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
✓ Considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-
calendário anterior, de até R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais), optante pelo Simples
Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.
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XVI. o médico participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de
22 de outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura securitária específica estabelecida
por organismo internacional ou filiação a regime de seguridade social em seu país de origem,
com o qual a República Federativa do Brasil mantenha acordo de seguridade social;
✓ No âmbito do Programa Mais Médicos, foi instituído o Projeto Mais Médicos para o
Brasil, que será oferecido:
• aos médicos formados em instituições de educação superior brasileiras ou com
diploma revalidado no País; e
• aos médicos formados em instituições de educação superior estrangeiras, por meio
de intercâmbio médico internacional.
XVII. o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela
Lei nº 13.958, de 18 de dezembro de 2019;
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Além dos contribuintes individuais mencionados em nosso estudo, podemos citar, de forma
exemplificativa, outros importantes segurados que se enquadram no RGPS nesta qualidade, e que
costumam ser cobrados em provas:
I - o condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive como taxista ou motorista de
transporte remunerado privado individual de passageiros, ou como operador de trator, máquina
de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, sem vínculo empregatício;
II - aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em
automóvel cedido em regime de colaboração, sem vínculo empregatício. A cessão do automóvel
somente poderá ser feita para, no máximo, dois outros profissionais;
III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade
comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante. Este segurado
também é conhecido como camelô ou mascate;
IV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615/98, que institui
normas gerais sobre desporto;
V - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm
a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres
públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994;
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VII - a pessoa física que edifica obra de construção civil. Trata-se do construtor profissional,
que edifica obra de construção civil com fins lucrativos. Não estamos falando de quem constrói
sua própria casa;
VIII - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981, desde que preste
tais serviços de acordo com a lei. Caso preste seus serviços em desacordo com a lei nº 6.932/81,
é considerado segurado empregado;
IX - o incorporador, pessoa física, comerciante ou não, que embora não efetuando a construção,
compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais
frações a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime
condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação de tais transações,
coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela
entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluídas;
XII - aquele que presta serviço de natureza não contínua (até 2 vezes por semana), por conta
própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, sem fins lucrativos. É quase um
empregado doméstico, exceto pelo fato de prestar tais serviços de forma não contínua, enquanto
o empregado doméstico deverá sempre prestar serviços de natureza contínua. Tal segurado,
quando presta serviços de forma não contínua, ou seja, até duas vezes por semana, é conhecido
como “diarista”, e enquadra-se como segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de
contribuinte individual;
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XVI – o repentista, desde que não se enquadre na condição de empregado em relação à referida
atividade; e
XVII - artesão, desde que não se enquadre em outras categorias de segurado obrigatório do
RGPS em relação à referida atividade.
1 - Conceito
No tópico anterior, finalizamos o estudo das cinco espécies de segurados obrigatórios (empregado,
empregado doméstico, trabalhador avulso, segurado especial e contribuinte individual).
Trata-se de uma espécie tributária cuja filiação ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS depende
exclusivamente de sua vontade, desde que não seja vedada expressamente esta opção.
É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social, mediante contribuição, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre
como segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
Para efeito de prova, vale ressaltar que a doutrina majoritária e o próprio INSS
entendem que a idade mínima para a filiação do segurado facultativo é de 16
anos de idade. No entanto, se a questão de prova exigir literalmente o texto da
Lei 8.213/91 (artigo 13) ou da Lei 8.212/91 (artigo 14), as bancas
consideram correta a alternativa que traz 14 anos de idade.
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Atenção: a idade mínima para a filiação como segurado facultativo deve ser 16 anos de
idade, salvo se o enunciado da questão mencionar expressamente que a resposta deve
ser dada “nos termos da lei”, cuja resposta, neste caso, será 14 anos de idade.
Atenção: No caso de servidor público ocupante de cargo efetivo, vinculado a RPPS, apenas poderá filiar-
se como segurado facultativo no RGPS se houver afastamento do cargo público, sem vencimento, e
desde que não seja permitido, durante seu afastamento, o pagamento de contribuições ao respectivo
RPPS. Se ele puder manter a vinculação ao RPPS, mediante recolhimento mensal da respectiva
contribuição, não poderá filiar-se ao RGPS como segurado facultativo.
Para o servidor público aposentado, qualquer que seja o regime de Previdência Social a que esteja
vinculado, não será permitida a filiação facultativa no RGPS.
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maior de 16 anos
A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, ou seja, de vontade própria,
gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e
não permitindo, em regra, o pagamento de contribuições relativas a competências anteriores à
data da inscrição.
OBS.: Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá recolher contribuições em atraso
quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado.
São listadas abaixo as principais pessoas que podem filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social –
RGPS, na qualidade de segurado facultativo, e que deverão ser memorizadas para a prova:
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III - o estudante;
VII - o estagiário que preste serviços a empresa nos termos do disposto na Lei nº 11.788, de 2008. Caso
prestem tais serviços em desacordo com a Lei, serão considerados segurados empregados;
VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,
mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social;
IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social;
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condição, preste
serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da
organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria;
XII - o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado a regime próprio de previdência social ou não
enquadrado como segurado obrigatório do RGPS.
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IV - O bolsista remunerado que se dedica em tempo integral à pesquisa e o segurado recolhido à prisão
sob regime fechado — e que, nesta condição, exerça atividade artesanal por conta própria dentro da
unidade prisional — são segurados obrigatórios do RGPS.
Podemos afirmar que estão incorretas as seguintes assertivas:
a) I e II
b) I, II e III
c) II, III e IV
d) I, II, III e IV
COMENTÁRIOS:
I - O síndico de condomínio ou o administrador que tenha sido eleito para exercer atividade de
administração condominial e que receba remuneração está amparado na lei para se inscrever como
contribuinte facultativo da previdência social.
Assertiva incorreta. O síndico, quando remunerado (direta ou indiretamente), trata-se de um
contribuinte individual.
II - O aprendiz, maior de quatorze e menor de vinte e quatro anos de idade, deve contribuir na qualidade
de segurado facultativo.
Assertiva incorreta. O aprendiz é segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de empregado.
III - Síndico do condomínio que esteja dispensado do pagamento da taxa condominial, sem receber
qualquer outro tipo de remuneração, enquadra-se como segurado facultativo do RGPS.
Assertiva incorreta. Trata-se de segurado obrigatório, na qualidade de contribuinte individual e não
facultativo. Como já vimos, isenção de pagamento de taxa condominial equivale a uma remuneração
indireta.
IV - O bolsista remunerado que se dedica em tempo integral à pesquisa e o segurado recolhido à prisão
sob regime fechado — e que, nesta condição, exerça atividade artesanal por conta própria dentro da
unidade prisional — são segurados obrigatórios do RGPS.
Assertiva incorreta. As situações mencionadas são de segurados facultativos (e não segurados
obrigatórios).
Gabarito: D
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1 - Dirigente Sindical
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que estiver exercendo ou que voltar a
exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade,
ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio da Seguridade Social.
Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime
Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.
Se o Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil constatar que o segurado contratado como contribuinte
individual, trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, preenche as condições referidas no
inciso I do caput do art. 9º, deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o enquadramento
como segurado empregado.
O INSS, em regra, não reconhecia vínculos empregatícios entre cônjuges e companheiros. De acordo
com a IN 77/2015, art. 8º, § 2º, essa situação somente seria admitida quando o cônjuge/companheiro
fosse contratado por sociedade em nome coletivo em que participasse o outro cônjuge ou
companheiro como sócio, desde que houvesse a comprovação do efetivo exercício da atividade
remunerada.
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Art. 9 § 27. O vínculo empregatício mantido entre cônjuges ou companheiros não impede o
reconhecimento da qualidade de segurado do empregado, excluído o doméstico, (...).
Então, agora não há controvérsias de que pode haver vínculo empregatício entre cônjuges ou
companheiros, desde que não como empregado doméstico.
COMENTÁRIOS:
I - O segurado aposentado pelo RGPS que passar a auferir renda na condição de trabalhador autônomo
será segurado obrigatório em relação a essa atividade e participará do custeio da seguridade social.
Assertiva correta. O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que estiver exercendo
ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa
atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio da Seguridade
Social.
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II - Um aposentado pelo Regime Próprio de Previdência Social que venha a exercer atividade
remunerada abrangida pelo Regime Geral da Previdência Social deve ser considerado segurado
obrigatório em relação a essa atividade.
Assertiva correta. O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que estiver exercendo
ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa
atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio da Seguridade
Social.
III - O servidor público federal filiado ao Regime Próprio de Previdência Social que passar a exercer
atividade remunerada em empresa privada será considerado segurado obrigatório do RGPS.
Assertiva correta. Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada,
é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. Caso passe a exercer atividade remunerada em
empresa privada, será considerado segurado obrigatório do RGPS.
Gabarito: D.
Conforme disposto na legislação previdenciária, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social –
RGPS:
1) O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Estado, Distrito Federal ou
Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, desde que amparados por Regime
Próprio de Previdência Social (RPPS).
Obs.: Caso o servidor público ocupante de cargo efetivo (vinculado ao Regime Próprio de Previdência
Social – RPPS) ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades
abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS, tornar-se-ão segurados obrigatórios
também em relação a essas atividades.
Obs. 2: É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de Regime Próprio de Previdência (RPPS).
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5) Brasileiro na condição de auxiliar local de nacionalidade brasileira que presta serviço a organismos
oficiais brasileiros no exterior, quando inexistente proibição de que se vincule à previdência do país
em que esteja domiciliado.
6) Os militares, magistrados, ministros dos Tribunais de Contas, Conselheiros dos Tribunais de Contas
e membros do Ministério Público.
7) O militar ou servidor público ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Estado, Distrito
Federal ou Município, filiados a Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, estarão também
excluídos do Regime Geral de Previdência Social – RGPS, devendo permanecer vinculados ao regime
previdenciário de origem, nas seguintes situações:
a) Quando cedido, com ou sem ônus para o cessionário, a órgão ou entidade da administração
direta ou indireta de outro ente federativo;
Exemplo: Fernando é Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo. Atualmente está
ocupando o cargo em comissão de Secretário de Finanças do município de Jundiaí. Nesta
situação, Fernando continuará vinculado ao Regime Próprio de Previdência dos
Servidores Públicos do Estado de São Paulo - RPPS. Estará, portanto, excluído do Regime
Geral de Previdência Social - RGPS.
Observação: Caso o exercente de mandato de vereador seja um servidor público ocupante de cargo
efetivo vinculado a Regime Próprio de Previdência Social e, havendo compatibilidade de horários,
exerça as duas atividades concomitantemente (cargo efetivo + mandato de vereador), deverá filiar-
se da seguinte forma:
• Pelo cargo efetivo: filia-se ao RPPS;
• Pelo mandato eletivo de vereador: filia-se ao RGPS
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COMENTÁRIOS:
Art. 13. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de
Previdência Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por regime próprio de
previdência social.
(Destaques nossos)
Vamos às assertivas:
a) apenas Josias é excluído do Regime Geral de Previdência Social, independentemente do amparo por
regime próprio de previdência social.
Alternativa incorreta, pois conforme podemos verificar na Lei nº 8.212/91, só será excluído do RGPS
se houver amparo do RPPS.
c) apenas Valéria é excluída do Regime Geral de Previdência Social, independentemente do amparo por
regime próprio de previdência social.
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Alternativa incorreta, pelo mesmo motivo das anteriores, só serão excluídos do RGPS se amparados
pelo RPPS.
d) Josias e Valéria são excluídos do Regime Geral de Previdência Social, desde que amparados por
regime próprio de previdência social.
Alternativa correta, pois reproduz o que, de fato, é dito no Art. 13 da Lei nº 8.212/91 que
reproduzimos acima.
Gabarito: D
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula. Estudamos regimes previdenciário, filiação, inscrição, segurados
obrigatórios e segurado facultativo.
São assuntos imprescindíveis para a prosseguimento do nosso estudo. Assim sendo, não prossiga o
estudo sem saber exatamente o conceito de cada tipo de segurado.
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"INSERIR CAPA"
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Sumário
Considerações Iniciais................................................................................................................................................................ 5
Introdução.................................................................................................................................................................................. 5
Introdução................................................................................................................................................................................ 27
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Contribuinte individual que trabalha por CONTA PRÓPRIA, sem prestar serviço a empresa. ......... 34
Contribuinte individual que presta serviço a EMPRESA (exceto empresas imunes) ........................... 35
Contribuinte individual que presta serviço por intermédio de COOPERATIVA DE TRABALHO ..... 36
Cláusula de Arrependimento............................................................................................................................................ 43
Introdução................................................................................................................................................................................ 45
Agroindústria .......................................................................................................................................................................... 55
3
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50% dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição
Federal. ................................................................................................................................................................................. 65
40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Receita Federal do Brasil ........................... 65
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam dos princípios constitucionais aplicáveis
ao financiamento da Seguridade Social. Boa aula!
1 - Introdução
Iniciaremos nosso estudo do financiamento da Seguridade Social analisando o disposto no caput do art.
195 da Constituição Federal, conforme segue:
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
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c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. “
Vejamos abaixo, de forma diagramada, os principais pontos sobre o financiamento da Seguridade Social,
estudados neste tópico:
de forma
direta e indireta
com recursos
provenientes
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COMENTÁRIOS:
a) de contribuições sociais provenientes de exportação.
Esta é a única assertiva que não compõe o orçamento da Seguridade Social, como solicita o enunciado.
Incide contribuição social sobre importações, mas não sobre exportações.
b) de contribuições sociais provenientes dos segurados empregados, incidentes sobre o seu salário-de-
contribuição.
As contribuições sociais provenientes dos segurados empregados, incidentes sobre o seu salário-de-
contribuição compõem o orçamento da Seguridade Social.
e) de contribuições sociais das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos
segurados a seu serviço.
As contribuições sociais das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos
segurados a seu serviço, compõem o orçamento da Seguridade Social.
Gabarito: A.
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A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Assim sendo, podemos concluir que a prova de quitação de contribuições sociais destinadas à
seguridade social é condição para as seguintes situações:
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III - A pessoa física em débito com o sistema da seguridade social não poderá contratar com o Poder
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Estão corretas as assertivas:
a) I e II
b) I e III
c) II e II
d) todas estão incorretas
COMENTÁRIOS:
I - É correto afirmar que a pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade social pode contratar
com o poder público federal.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 195, § 3º da CF/88, a pessoa jurídica em débito com o sistema
da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
II - Mesmo em débito com o sistema da seguridade social, pode a pessoa jurídica contratar com o poder
público.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 195, § 3º da CF/88, a pessoa jurídica em débito com o sistema
da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
III - A pessoa física em débito com o sistema da seguridade social não poderá contratar com o Poder
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 195, § 3º da CF/88, a pessoa jurídica (e não a pessoa física)
em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o
Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios
Gabarito: D
Segundo a CF/88, a lei (lei complementar) poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social.
No entanto, somente a União poderá instituir essas novas contribuições sociais, denominadas
“Contribuições Sociais Residuais”. A União somente poderá instituir essas contribuições sociais
residuais mediante lei complementar, e desde que sejam não-cumulativas e não tenham fato gerador
ou base de cálculo próprios das contribuições discriminadas nesta Constituição.
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ATENÇÃO: As contribuições sociais residuais não poderão ter fato gerador ou base de
cálculo iguais as contribuições sociais já definidas e discriminadas na CF/88. No entanto,
segundo o STF, não há qualquer vedação para que essas novas contribuições sociais para a
seguridade social tenham o mesmo fato gerador e base de cálculo de impostos já existentes.
Portanto, não há impedimento de que a União crie uma contribuição social residual cujo fato
gerador seja a propriedade ou domínio útil de um imóvel urbano, que é o fato gerador do
IPTU (que é um imposto e não uma contribuição social).
Lei
Complementar
Art. 195,
§4º CF A lei poderá instituir outras
fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da Seguridade Social
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COMENTÁRIOS:
I - Segundo o entendimento do STF, mediante lei complementar, é possível criar contribuições sociais
— além daquelas previstas no texto constitucional —, que poderão ter base de cálculo e fato gerador
idênticos aos de impostos discriminados na CF.
Assertiva correta. É possível criar, mediante lei complementar, contribuições sociais, além daquelas
previstas no texto constitucional, com base de cálculo e fato gerador idênticos aos de impostos
discriminados na CF, mas nunca com fato gerador ou base de cálculo idênticos às contribuições sociais
já existentes.
II - Lei ordinária pode instituir outras fontes de custeio além das previstas na Constituição Federal.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 195, §4º da CF/88, a lei poderá instituir outras fontes
destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. Porém, conforme disposto no
art. 154, I da CF/88, a União somente poderá fazê-lo mediante lei complementar, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios das contribuições sociais já
discriminadas na Constituição.
III - A lei complementar não pode instituir outras fontes de custeio além daquelas previstas na
Constituição Federal.
Assertiva incorreta. Nos termos do § 4º do art. 195 da CF/88, “A lei poderá instituir outras fontes
destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154,
I”
Gabarito: A
Segundo a CF/88, nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
Assim sendo, vamos separar as principais palavras-chave da disposição constitucional ora analisada:
• A vedação mencionada proíbe não apenas que o benefício ou serviço da seguridade social
seja criado, mas também proíbe que sejam majorados ou estendidos, quando não houver a
respectiva fonte de custeio total.
• A fonte de custeio tem que ser TOTAL, não se admitindo que seja parcial.
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Art. 195, da
§5º CF Seguridade
benefício
Social
Nenhum
serviço
poderá ser
sem a correspondente
fonte de custeio total
COMENTÁRIOS:
a) trata-se de princípio aplicado exclusivamente aos sistemas de previdência.
Alternativa incorreta. O princípio da contrapartida ou preexistência de custeio é aplicado a todas as
áreas da Seguridade Social.
b) trata-se de princípio aplicado exclusivamente aos sistemas de previdência e assistência, mas não de
saúde.
Alternativa incorreta. O princípio da contrapartida ou preexistência de custeio é aplicado a todas as
áreas da Seguridade Social.
c) pode ser definido como a diretriz que impõe a existência de prévia fonte de custeio para que um
benefício ou serviço da seguridade social seja criado ou majorado.
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Alternativa correta. Através da leitura do § 5º, do Art. 195, da Constituição Federal, podemos concluir
que a alternativa está correta
Gabarito: C
Apesar do texto constitucional, em seu art. 195 § 6º, dispor expressamente que o
prazo de noventa dias será contado da data da publicação da lei que houver
instituído ou modificado contribuições sociais de seguridade social, o Supremo
Tribunal Federal – STF, entendendo que a anterioridade nonagesimal existe para
proteger o contribuinte contra mudanças que repercutam negativamente no seu
patrimônio, decidiu que tal artigo só é aplicável no caso de instituição ou
majoração. (e não em qualquer modificação, como consta no texto da
constituição).
Por fim, cabe destacar que não se aplica o princípio da anterioridade do exercício financeiro às
contribuições sociais em questão, ou seja, mesmo que instituídas ou modificadas tais contribuições, as
mesmas poderão ser exigidas no mesmo exercício financeiro que tenha ocorrido a publicação da
respectiva lei, bastando, tão somente, que respeitem o decurso de, pelo menos, noventa dias após a
publicação.
Assim sendo, vamos separar as principais palavras-chave da disposição constitucional ora analisada:
• O prazo é contado da data da publicação da lei, e não da sua vigência ou assinatura, por exemplo.
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para a
Art. 195, Seguridade
§6º CF Social
As contribuições sociais
COMENTÁRIOS:
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I - Lei que aprovar a majoração de contribuição previdenciária para efeito de custeio de benefício ou
serviço da seguridade social só poderá ser aplicada após decorridos noventa dias da data da sua
publicação.
Assertiva correta. A questão é uma disposição literal da Constituição Federal, Art. 195, referente ao
que chamamos de anterioridade nonagesimal, nos termos do art. 195, § 6º da CF/88.
II - As contribuições sociais criadas somente podem ser exigidas no ano seguinte à publicação da
respectiva lei.
Assertiva incorreta. Nos termos do § 6º do art. 195 da CF/88, as contribuições sociais destinadas ao
financiamento da Seguridade Social não se sujeitam ao princípio da anterioridade do exercício
financeiro.
III - As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da assinatura da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna.
Assertiva incorreta. A data inicial para a contagem desta noventena, conhecida como anterioridade
nonagesimal ou mitigada, será a data da publicação da lei que houver instituído ou modificado as
contribuições sócias de seguridade social, e não a data da assinatura desta lei.
Gabarito: A
Segundo a CF/88, são isentas (imunes) de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Trata-se aqui, na verdade, de uma imunidade, e não de isenção. Apesar de o dispositivo ter em seu texto
a palavra isenção, bem como prever que os requisitos para que as entidades mencionadas gozem do
benefício estejam previstos em lei, é a própria Constituição Federal de 1988, e não a lei, que prevê a
impossibilidade de cobrança do tributo. A lei apenas irá prever as exigências para que tais entidades
sejam imunes.
O art. 14 do Código Tributário Nacional – CTN dispõe que são os seguintes alguns dos requisitos para
que as entidades em questão gozem da imunidade:
• não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
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Art. 195,
§7º CF para a
Seguridade
São isentas (imunes) de Social
contribuições sociais
Desta forma, por exemplo, a microempresa e a empresa de pequeno porte (diferenciação quanto ao
porte) com valor elevado de folha de salários (diferenciação decorrente da utilização intensiva de mão
de obra) contam com uma redução do montante a ser recolhido no Simples Nacional.
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Outras bases de cálculo diferenciadas somente serão permitidas na contribuição social sobre a
receita ou faturamento e o lucro.
Art. 195,
§9º CF empregador
As
contribuições empresa poderão ter
sociais
equiparado
atividade econômica
Alíquotas utilização intensiva de mão-de-obra
diferenciadas
porte da empresa
em razão da
condição estrutural do mercado de trabalho
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c) II e III
d) III
COMENTÁRIOS:
I - A contribuição social destinada ao financiamento da seguridade social a cargo da empresa poderá ter
alíquota diferenciada unicamente em razão do porte da empresa e da atividade econômica por ela
exercida.
Assertiva incorreta. A assertiva está errada, uma vez que outros fatores justificam uma alíquota
diferenciada da empresa, nos termos do § 9º do art. 195, da CF.
Gabarito: D
A EC 103/19 deu nova redação ao § 11 do art. 195 da Constituição Federal, conforme segue:
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Além disso, o § 11 do art. 195 da CF também veda que sejam concedidos remissão ou anistia (formas
de perdoar a dívida) dessas contribuições. Para tanto, é necessária a edição de lei complementar
regulamentadora.
Quanto a esta última regra, perceba que antes da EC 103/19, lei complementar iria fixar um montante
acima do qual seriam proibidos a remissão e a anistia. Agora, a lei complementar não precisa mais fixar
esse valor mínimo para que se proíba concessão e anistia. Ou seja, ela poderá vedar a concessão e anistia
para contribuições de qualquer valor.
1 - Conceito de Empresa
Para o direito previdenciário, o conceito de empresa vai além do conceito previsto em outros ramos do
direito, sendo mais amplo e abrangente.
O importante, para nosso estudo, é a existência de vínculo de prestação de serviço, seja empregatício
ou não, com os segurados obrigatórios.
O conceito formal de empresa, para o direito previdenciário, encontra-se no art. 15, inciso I, da Lei n
8.212/91, conforme segue:
Considera-se:
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• ATENÇÃO: os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional não são
“equiparados a empresas”. São considerados, para efeitos previdenciários, “EMPRESAS” (e não
equiparadas).
Art. 15, I
8.212/91
atualmente
empresário
Empresa
individual
Firma urbana
assume o risco da
individual atividade econômica
ou rural
ou
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• São equiparados a empresa aqueles que, mesmo sem ser considerado empresa, são tratados,
para fins previdenciários, como se empresa fossem.
Art. 12
parágrafo único
RPS
Equiparados a Empresa
Contribuinte apenas em relação ao segurado
Individual que lhe preste serviço
Cooperativa
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Proprietário ou
dono de obra de quando pessoa física, em relação
construção civil a segurado que lhe preste serviço
COMENTÁRIOS:
I - Equiparar-se-á a empresa, para os fins do RGPS, a pessoa física que, para fazer uma reforma na
própria casa, contratar pedreiro.
Assertiva correta. É exatamente o que está disposto no inciso IV do Art. 12 do Decreto 3.048/99.
II - Um contribuinte individual que contrata segurados para a prestação de serviços se equipara a uma
empresa para fins de cumprimento de obrigações previdenciárias.
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III - Não se considera empresa, nem a ela se equipara, para fins de custeio da Previdência Social, a
cooperativa, a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras ou a entidade de
qualquer natureza ou finalidade.
Assertiva incorreta. Como a assertiva dispõe que a cooperativa, a missão diplomática e a repartição
consular de carreiras estrangeiras ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade NÃO se consideram
equiparadas a empresa, incorreta a afirmação contida no enunciado, pois todas são equiparadas a
empresas.
IV - Carlos, advogado autônomo, possui escritório no qual trabalham uma secretária e um office-boy.
Nesta situação, podemos afirmar que Carlos deverá contribuir somente sobre os valores auferidos com
o seu trabalho de contribuinte individual autônomo.
Assertiva incorreta. Carlos será equiparado a empresa para fins previdenciários, haja vista tratar-se
de um contribuinte individual que possui segurados empregados que lhe prestam serviços.
Assim sendo, Carlos deverá recolher, além de suas contribuições devidas na condição de segurado
contribuinte individual, também as contribuições devidas como equiparado a empresa.
Gabarito: A
O conceito de empregador doméstico encontra-se previsto no art. 12, inciso II, do Decreto 3.048/99,
nos seguintes termos:
Considera-se empregador doméstico - aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem
finalidade lucrativa, empregado doméstico.
Quando estudamos os empregados domésticos, vimos que se filiam obrigatoriamente ao Regime Geral
de Previdência Social – RGPS, na qualidade de segurado empregado doméstico, aquele que presta
serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa
ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana.
• O trabalho do empregado doméstico ocorra de forma contínua, ou seja, mais de dois dias por
semana;
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• O empregado doméstico deve estar sujeito às ordens de seu empregador doméstico, para
configurar a subordinação;
• O trabalho deverá ser oneroso, ou seja, o trabalhador doméstico deverá ser remunerado;
• As atividades prestadas pelo empregado doméstico não poderão ter finalidade lucrativa para
o empregador;
• O empregador doméstico será necessariamente pessoa física, seja pessoa ou entidade familiar,
pois empregado doméstico não pode prestar serviços a pessoa jurídica;
• O trabalho deve ocorrer no âmbito residencial do empregador doméstico, ou seja, para o seu
bem estar e de sua família.
Art. 12, II
RPS
Empregador Doméstico
Pessoa ou família que admite a seu serviço
o empregado doméstico
mediante subordinação
mediante remuneração
mediante pessoalidade
sem finalidade lucrativa
por mais de 2 dias por semana
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Conforme já mencionamos, o caput do art. 195 da CF/88 dispõe que a seguridade social será financiada
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei.
A forma direta e indireta de se financiar a seguridade social podem ser assim definidas:
• Forma indireta: Financiamento da Seguridade Social por meio de recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
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• Contribuições Previdenciárias;
• Contribuições Não Previdenciárias
Vamos analisar o conceito de cada uma das subespécies de contribuições sociais de seguridade social:
São Contribuições Sociais Previdenciárias aquelas incidentes sobre a folha de salários das empresas,
a contribuição dos segurados e dos empregadores domésticos.
São Contribuições Sociais Não Previdenciárias aquelas incidentes sobre o faturamento e o lucro das
empresas, bem como as contribuições decorrentes das receitas dos concursos de prognósticos e a
cobrada do importador de bens e serviços.
COMENTÁRIOS:
a) do empregador sobre receita e faturamento.
Alternativa incorreta. Trata-se de contribuição "não previdenciária".
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Gabarito: C
1 - Introdução
Passaremos a estudar, a seguir, a base de cálculo dos segurados, das empresas e dos empregadores
domésticos. Subsequentemente estudaremos as alíquotas legais que incidirão sobre cada uma dessas
bases de cálculo.
Contribuições Previdenciárias
% x BC base de
alíquota cálculo
definidas
em lei
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• Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo.
Para o segurado especial, temos uma situação diferenciada. Para esta espécie de segurado, a base de
cálculo utilizada para o cálculo de suas contribuições é a receita bruta da comercialização de sua
produção rural, nos termos do § 8º do art. 195 da CF/88.
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Receita bruta da
Segurado especial comercialização da
sua produção rural
A base de cálculo utilizada para o cálculo da contribuição das empresas é, em regra, a remuneração
paga ou creditada aos segurados a seu serviço, sem limites mínimos ou máximos.
No entanto, conforme iremos estudar na próxima aula, existem empresas que possuem uma base de
cálculo diferenciada, e o cálculo de suas contribuições deverão obedecer a regras próprias.
Empresas
remuneração paga, devida ou creditada
aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço,
mesmo sem vínculo empregatício
Trabalhadores Contribuintes
Empregados
Avulsos Individuais
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Assim sendo, a base de cálculo do empregador doméstico também deverá respeitar o limite mínimo e
máximo do salário-de-contribuição.
Empregador doméstico
Valor do salário-de-contribuição do
empregado doméstico a seu serviço
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Empregado
Contribuição com
Trabalhador avulso
alíquota progressiva
Empregado doméstico
(Quem ganha mais, paga mais. Quem ganha menos, paga menos)
Assim sendo, quanto maior o salário-de-contribuição, maior será a alíquota. Desta forma, o princípio da
equidade será aplicado, pois quem ganha mais deverá contribuir com mais e, quem ganha menos,
contribuirá com menos.
A Emenda Constitucional 103/19, publicada em 13/11/19, alterou a forma de cálculo das contribuições
previdenciárias desses segurados.
Portaria Interministerial MPS/ MF Nº 26, de 10 de janeiro de 2023 – DOU de 11/ jan/ 2023
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COMENTÁRIOS:
I - A contribuição do segurado empregado é feita de forma isonômica, sendo vedada a distinção de
alíquotas ou valores de contribuição em decorrência de salários diferenciados.
Assertiva incorreta. A assertiva está incorreta, pois a contribuição é variável. Os segurados não pagam
exatamente o mesmo valor, senão, não haveria equidade. As alíquotas serão aplicadas de forma
progressiva, ou seja, quanto maior o salário de contribuição do segurado, maior a alíquota. As alíquotas
previstas incidirão sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites do salário de
contribuição.
II - A contribuição do segurado empregado e a do trabalhador doméstico recaem sobre o valor dos seus
salários de contribuição, até um teto máximo fixado por lei.
Assertiva correta. Tem sim um teto, conforme o examinador coloca. As alíquotas serão aplicadas de
forma progressiva, ou seja, quanto maior o salário de contribuição do segurado, maior a alíquota. As
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alíquotas previstas incidirão sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites. Acima do
texto máximo do salário de contribuição não haverá contribuição social previdenciária.
III - A alíquota de contribuição do empregado doméstico para o custeio da seguridade social é inferior
à alíquota aplicável aos demais empregados.
Assertiva incorreta. As faixas das alíquotas são as mesmas para os segurados empregados,
empregados domésticos e trabalhadores avulsos.
Gabarito: C
O contribuinte individual pode contribuir de diversas maneiras, de acordo com a forma de prestação
dos serviços:
• Contribuinte individual que trabalha por conta própria, sem prestar serviço a empresa;
Vamos estudar, a seguir, cada uma das situações e respectivas contribuições do contribuinte individual:
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Para o contribuinte individual que trabalha por conta própria, sem relação de trabalho com a empresa,
temos 3 (três) formas de contribuição, conforme o caso, senão vejamos:
• Caso o segurado contribuinte individual opte pelo plano simplificado de inclusão previdenciária,
a alíquota de contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal do salário-de-contribuição
será de 11%. Neste caso, a base de cálculo será o salário-mínimo, e não o próprio salário-de-
contribuição.
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Optante pelo
11% do SM Plano Simplificado de Inclusão Previdenciária.
Em relação ao contribuinte individual que presta serviços a empresas, ficará a empresa obrigada a
arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da
respectiva remuneração.
A alíquota de contribuição a ser descontada, pela empresa (exceto as empresas imunes), sobre a
remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual a seu serviço é de 11% sobre o respectivo
salário de contribuição, calculadas da seguinte forma:
Contribuição dos Segurados
Contribuinte individual
Que presta serviços a empresas (exceto empresas imunes)
11% do SC
Em relação ao contribuinte individual que presta serviços a empresas imunes, ficará a empresa, ainda
que imune das contribuições previdenciárias patronais a seu cargo, obrigada a arrecadar a contribuição
do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração.
A alíquota de contribuição a ser descontada pela empresa imune, incidente sobre a remuneração paga
ou creditada ao contribuinte individual a seu serviço, é de 20% sobre o respectivo salário de
contribuição.
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Contribuição dos Segurados
Contribuinte individual
Que presta serviço a empresas imunes
20% do SC
Tal cooperativa intermedeia a prestação de serviços de seus cooperados, expressos em forma de tarefa,
obra ou serviço, com os seus contratantes, pessoas físicas ou jurídicas, não produzindo bens ou serviços
próprios.
A alíquota da contribuição previdenciária devida pelo contribuinte individual que presta serviço a
empresa ou a pessoa física por intermédio de cooperativa de trabalho é:
• de 20% sobre o montante correspondente a 20% (vinte por cento) do valor bruto do frete,
carreto, transporte de passageiros ou do serviço prestado, observado o limite máximo do salário
de contribuição, do contribuinte individual que trabalha como condutor autônomo de veículo
rodoviário, como auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em
regime de colaboração, como operador de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e
assemelhados. Neste caso, portanto, a remuneração considerada será de 20% dos valores brutos
recebidos.
Cooperativa de produção, espécie de cooperativa, é a sociedade que, por qualquer forma, detém os
meios de produção e seus associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para a
produção em comum de bens.
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A cooperativa de produção é obrigada a descontar 11% (onze por cento) da remuneração paga ou
creditada aos cooperados envolvidos na produção dos bens ou serviços.
A contribuição incidente sobre tal remuneração, no caso de serviços prestados por cooperados a
cooperativa de produção, deverá respeitar o limite mínimo e máximo do salário de contribuição.
É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social, mediante contribuição, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre
como segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social - RGPS. A filiação na qualidade de
segurado facultativo representa um ato volitivo, ou seja, de vontade própria.
Para o segurado facultativo, temos três formas de contribuição, conforme o caso, senão vejamos:
1) A alíquota de contribuição do segurado facultativo é de 20% (vinte por cento) aplicada sobre o
respectivo salário de contribuição, observados os limites mínimo e máximo. O salário de
contribuição do segurado facultativo é o valor por ele declarado. Neste caso, o segurado terá direito
a se aposentar por tempo de contribuição.
Em regra
Segurado
Facultativo 20%
do salário de contribuição
2) Caso o segurado facultativo opte pelo plano simplificado de inclusão previdenciária, a alíquota de
contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição será de 11%.
Neste caso, a base de cálculo será o salário-mínimo, e não o próprio salário de contribuição.
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3) Caso o segurado facultativo, sem renda própria, que se dedique exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente à família de baixa renda, opte pelo
plano simplificado de inclusão previdenciária, a alíquota de contribuição incidente sobre o limite
mínimo mensal do salário de contribuição será de 5%. Neste caso, a base de cálculo será o
salário-mínimo, e não o próprio salário de contribuição. A alíquota de 5% aplica-se apenas ao
segurado facultativo mencionado (popularmente conhecido como “dono(a)-de-casa” ou “do lar”).
Considera-se família de baixa renda, para o fim mencionado, a família inscrita no Cadastro
único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico e cuja renda mensal familiar
seja de até 2 salários mínimos.
Segurado Facultativo
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d) III, apenas.
COMENTÁRIOS:
I - A alíquota de contribuição, para custeio da seguridade social, dos segurados facultativos e dos
segurados empregados é a mesma e varia segundo o salário-de-contribuição.
Assertiva incorreta. A alíquota de contribuição não é a mesma. Para segurados empregados existe uma
tabela progressiva e para segurados facultativos a alíquota padrão é de 20%, podendo ser reduzida para
11% ou 5% nos termos da legislação.
II - Caso opte pelo plano simplificado de inclusão previdenciária, é dado ao segurado facultativo a opção
de reduzir pela metade a alíquota de contribuição incidente sobre o seu salário de contribuição.
Assertiva incorreta. Tal opção é dada ao segurado facultativo. Contudo, a redução não é pela metade,
pois poderá reduzir sua alíquota-padrão de 20% para 11% ou 5%.
III - A alíquota de contribuição do segurado facultativo é de 20% (vinte por cento) aplicada sobre o
respectivo salário de contribuição, observados os limites mínimo e máximo.
Assertiva correta. É exatamente o que está previsto na legislação que acabamos de estudar.
Gabarito: D
O segurado especial contribui por meio da aplicação de uma alíquota de 1,3% sobre a receita bruta da
comercialização de sua produção rural, sendo 1,2% de contribuição social + 0,1% de contribuição
social para financiamento das prestações por acidente do trabalho.
Recolhendo tal contribuição de 1,3% sobre a receita bruta da comercialização de sua produção
rural, não contará como tempo de contribuição para dar direito a aposentadoria por tempo de
contribuição.
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Integra a receita bruta mencionada, além dos valores decorrentes da comercialização da produção
relativa aos produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de
beneficiamento ou industrialização rudimentar, a receita proveniente:
Não integra a base de cálculo da contribuição do empregador rural pessoa física a produção rural
destinada ao plantio ou reflorestamento, nem o produto animal destinado à reprodução ou criação
pecuária ou granjeira e à utilização como cobaia para fins de pesquisas científicas, quando vendido pelo
próprio produtor e por quem a utilize diretamente com essas finalidades e, no caso de produto vegetal,
por pessoa ou entidade registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que se
dedique ao comércio de sementes e mudas no País.
O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outorgados
os poderes, na forma do regulamento.
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Segurado Especial
1,2%
(Para a Seguridade Social) 1,3% sobre a
+ receita bruta da
comercialização
0,1% da sua produção rural
(Financiamento das prestações por
acidente do trabalho)
O segurado especial, além da contribuição obrigatória de 1,3% sobre a receita bruta da comercialização
de sua produção rural, poderá contribuir, facultativamente, como se fosse um contribuinte individual
ou facultativo, com uma alíquota de 20% sobre o respectivo salário de contribuição, cujo valor será por
ele declarado, desde que não seja inferior a um salário-mínimo mensal e nem superior ao limite máximo
do salário de contribuição.
Caso tenha optado por contribuir facultativamente, o segurado especial passará a ter direito a
aposentadoria por tempo de contribuição e poderá receber, dependendo da base de cálculo declarada,
benefícios em valores superiores a um salário-mínimo.
ATENÇÃO: Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente, como se
fosse um contribuinte individual ou facultativo, com uma alíquota de 20% sobre o
respectivo salário de contribuição, não ficará desobrigado a contribuir como segurado
especial, por meio da aplicação de uma alíquota de 1,3% sobre a receita bruta da
comercialização de sua produção rural:
Observação: com a Reforma da Previdência, foram alteradas as regras de aposentadoria, não existindo
mais aposentadoria por tempo de contribuição e por idade. Entretanto, a Lei 8.212/91 ainda não sofreu
atualização com as novas regras e continua havendo a previsão de que o segurado especial contribua
facultativamente com 20% sobre o salário-de-contribuição por ele declarado.
“A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de
24/07/91, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários”
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Obs.: Se o segurado especial não atualizar as informações presentes no cadastro dos segurados
especiais referentes à atividade em um dado ano até a data de 30 de junho do ano subsequente, tal
segurado somente poderá computar a atividade referente àquele ano se tiver efetuado
recolhimento de contribuição previdenciária.
Segurado Especial
COMENTÁRIOS:
I - Produtor rural que exerça sua atividade em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, será isento de contribuição para a seguridade social.
Assertiva incorreta. A constituição prevê um tratamento diferenciado ao segurado especial, mas não
se trata de isenção, pois deverá recolher suas contribuições sobre a receita bruta da comercialização da
sua produção rural.
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II - O segurado especial contribui por meio da aplicação de uma alíquota de 1,3% sobre a receita bruta
da comercialização de sua produção rural.
Assertiva correta. Assertiva está de acordo com o previsto na legislação e estudado acima.
III - O segurado especial, além da contribuição obrigatória sobre a receita bruta da comercialização de
sua produção rural, poderá contribuir, facultativamente, com uma alíquota de 11% sobre o respectivo
salário de contribuição.
Assertiva incorreta. O segurado especial, além da contribuição obrigatória sobre a receita bruta da
comercialização de sua produção rural, poderá contribuir, facultativamente, com uma alíquota de 20%
(e não 11%) sobre o respectivo salário de contribuição por ele declarado.
Gabarito: D
5 - Cláusula de Arrependimento
O contribuinte individual ou segurado facultativo que tenha optado pela exclusão do direito ao benefício
de aposentadoria por tempo de contribuição (plano simplificado de inclusão previdenciária) e, por
arrependimento, pretenda contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da
aposentadoria por tempo de contribuição, deverá complementar a contribuição mensal, mediante
recolhimento sobre o salário-mínimo mensal, da diferença entre o percentual pago e o de 20% devidos,
acrescido dos juros moratórios.
Cláusula de Arrependimento
Contribuinte ou Segurado
Individual Facultativo
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Outra novidade trazida pela EC 103/19 é que, no caso desses segurados, se o somatório de
remunerações auferidas no período de 1 mês for inferior ao limite mínimo mensal do salário de
contribuição, eles poderão:
Sendo assim, se em um mês o segurado tiver a contribuição inferior ao limite mínimo mensal, essa
contribuição não será computada para fins de benefícios previdenciários, a não ser que o segurado
complemente a contribuição. Além disso, existe a possibilidade de que o segurado agrupe várias
competências em valores inferiores ao mínimo, até que se atinja o limite mínimo, por exemplo, se em
duas competências ele recebeu meio salário-mínimo, ele poderá juntá-las e elas serão contadas como
apenas uma competência. Além disso, o segurado pode pegar o excesso de uma contribuição e
complementar outra que esteja abaixo do limite mínimo.
Mas todos esses ajustes devem ser feitos dentro do mesmo ano civil. Sendo assim, o segurado não
pode agrupar a competência de dezembro de um ano com a competência de janeiro do ano seguinte.
Caso esse segurado tenha interesse de, no ano seguinte, complementar todas as suas competências
inferiores ao mínimo do ano anterior, também não haverá a possibilidade.
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1 - Introdução
Dentro desta diretriz constitucional, são contribuições a cargo da empresa, destinadas à Seguridade
Social:
I – 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês,
aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir
o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou
do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.
• 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do
trabalho seja considerado leve;
• 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja
considerado médio;
• 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja
considerado grave.
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III – 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês,
aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços;
Art. 22
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Contribuição das Empresas
Para melhor entendimento do assunto, vamos estudar cada uma destas contribuições das empresas
(patronais) individualmente.
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Como vimos, a empresa contribui com 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que
lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as
gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste
salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou
tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa.
No caso de instituições financeiras, a presente alíquota será majorada em 2,5%, totalizando 22,5%.
Considera-se:
• Remuneração devida: aquela que o segurado tem direito a receber, mas ainda não recebeu;
Como vimos, a empresa contribui com 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem
serviços.
No caso de instituições financeiras, a presente alíquota será majorada em 2,5%, totalizando 22,5%.
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a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do
trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado
médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado
grave.
Art. 22, II
8.212/91
RAT – Riscos Ambientais do Trabalho
Visa financiar a aposentadoria especial e os benefícios
acidentários ou por incapacidade laborativa
A empresa com mais de um estabelecimento e com mais de uma atividade econômica, deverá apurar a
atividade preponderante em cada estabelecimento, individualmente.
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Verificado erro no autoenquadramento, a RFB adotará as medidas necessárias à sua correção e, se for
o caso, constituirá o crédito tributário decorrente.
O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois
inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério de arredondamento na
quarta casa decimal, a ser aplicado à respectiva alíquota RAT.
Assim sendo, após multiplicarmos o RAT (cujo valor será de 1%, 2% ou 3%, segundo a atividade
preponderante da empresa), pelo FAP, cujo valor é individualizado por empresa, chegaremos ao “RAT
AJUSTADO”, que nada mais é do que o resultado da multiplicação do RAT pelo FAP (RAT x FAP).
Os índices de frequência, gravidade e custo serão calculados segundo metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta:
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III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária pagos ou devidos pela
previdência social.
Por outro lado, a “Construtora B” não investe em segurança do trabalho e nem tampouco em
equipamentos de proteção, causando muitos acidentes do trabalho e um enorme custo para
a Previdência Social.
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COMENTÁRIOS:
a) vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título,
durante o mês.
Assertiva correta. É exatamente o que está previsto na legislação, como estudamos acima.
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c) quinze por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título,
durante o mês.
Assertiva Incorreta. A contribuição a cargo da empresa será de 20% sobre o total das remunerações
pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês (e não 15%).
Gabarito: A
Por hora, estudaremos as seguintes empresas que possuem base de cálculo diferenciadas:
O produtor rural pessoa física que explora a sua atividade com o auxílio de empregados permanentes é
segurado obrigatório da Previdência Social, enquadrado na categoria de contribuinte individual.
Assim sendo, enquanto segurado contribuinte individual, ele recolherá suas contribuições da mesma
maneira que os demais contribuintes individuais que prestam serviços por conta própria.
No entanto, as contribuições aqui estudadas não são por ele devidas na qualidade de segurado. Trata-
se de contribuição do produtor rural pessoa física enquanto empregador, caso contrate
trabalhadores para lhe prestar serviços. Nesta condição, o produtor rural pessoal física é denominado
empregador rural pessoa física, passando a ser, neste caso, equiparado a empresa, nos termos do art.
15 da Lei nº 8.212/1991.
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A contribuição patronal deste empregador rural pessoa física, enquanto equiparado à empresa, tem
alíquotas e base de cálculo diferenciadas das demais empresas, conforme previsto no art. 25 da Lei nº
8.212/91, conforme segue:
Nos termos do inciso I do art. 22 da Lei nº 8.212/91, a contribuição de 1,3% do empregador rural
pessoal física é devida em substituição à contribuição da empresa de 20% sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços.
Atenção: a contribuição patronal do Empregador Rural Pessoa Física, que totaliza 1,3%, incidentes
sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural, substituem apenas as contribuições
patronais incidentes sobre a remuneração paga aos empregados e trabalhadores avulsos por eles
contratados. Desta forma, não substituem as contribuições patronais por ele devidas caso contrate
contribuintes individuais ou cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho.
O produtor rural pessoa física poderá optar por contribuir com 1,3% sobre a receita bruta da
comercialização de sua produção rural ou sobre a folha de pagamento dos segurados empregados e
trabalhadores avulsos a seu serviço, manifestando sua opção mediante o pagamento da contribuição
incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência
subsequente ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-calendário.
O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outorgados
os poderes, na forma do regulamento.
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Art. 25
8.212/91 Empregador Rural Pessoa Física
A contribuição devida pelo empregador, pessoa jurídica, que se dedique à produção rural, em
substituição à prevista nos incisos I e II do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, nos
termos do art. 25 da Lei nº 8.870/94, passa a ser de 1,8% da receita bruta proveniente da
comercialização da sua produção, conforme segue:
I - 1,7% (um inteiro e sete décimos por cento) da receita bruta proveniente da comercialização da
sua produção;
II - um décimo por cento da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção, para
o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho.
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Atenção: as contribuições patronais do Produtor Rural Pessoa Jurídica, incidentes sobre a receita bruta
da comercialização de sua produção rural, substituem apenas as contribuições patronais incidentes
sobre a remuneração paga aos empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço. Desta forma, não
substituem as contribuições patronais por ele devidas caso contrate contribuintes individuais ou
cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho.
O produtor rural pessoa jurídica poderá optar por contribuir com 1,8% sobre a receita bruta da
comercialização de sua produção rural ou sobre a folha de pagamento dos segurados empregados e
trabalhadores avulsos a seu serviço, manifestando sua opção mediante o pagamento da contribuição
incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência
subsequente ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-calendário.
Art. 25
8.870/94 Produtor Rural Pessoa Jurídica
3 - Agroindústria
A agroindústria é o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica seja a industrialização de
produção própria ou de produção própria e adquirida de terceiros. A agroindústria, portanto, exerce
atividade de produtor rural e de indústria.
A contribuição devida pela agroindústria, incidente sobre o valor da receita bruta proveniente da
comercialização da produção, em substituição às previstas nos incisos I e II do art. 22 da Lei n 8.212/91,
é de 2,6%, assim distribuídos:
Nos termos do inciso I do art. 22 da Lei nº 8.212/91, a contribuição de 2,5% da agroindústria é devida
em substituição à contribuição da empresa de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe
prestem serviços.
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Nos termos do inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212/91, a contribuição de 0,1% da agroindústria é devida
em substituição à contribuição da empresa para o RAT, de 1%, 2% ou 3%, sobre o sobre o total das
remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos.
Art. 22-a
8.212/91
Agroindústria
Empregado
Não recolhe contribuição patronal
em relação aos segurados:
Trabalhador avulso
Diferença
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5% Patrocínio
da Publicidade
receita Propaganda
bruta
Licenciamento pelo uso de marcas e símbolos
Transmissão de eventos desportivos
Nos termos do inciso I do art. 22 da Lei nº 8.212/91, as contribuições acima mencionadas substituem
as seguintes contribuições:
• Contribuição da empresa de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas
a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe
prestem serviços;
• As contribuições relativas ao RAT, de 1%, 2% ou 3%, sobre o sobre o total das remunerações
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos.
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Associações Desportivas que não mantenham equipe de futebol profissional devem contribuir da
mesma forma que as empresas em geral.
Caberá à associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional informar à entidade
promotora do espetáculo desportivo todas as receitas auferidas no evento, discriminando-as
detalhadamente.
No caso de a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional receber recursos de
empresa ou entidade, a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade,
propaganda e transmissão de espetáculos, esta última ficará com a responsabilidade de reter e
recolher o percentual de cinco por cento da receita bruta decorrente do evento, inadmitida qualquer
dedução.
Art. 22, § 7º e § 9º
8.212/91 Associação desportiva que mantém
equipe de futebol profissional
Informações gerais
Patrocínio
Recolhida pela empresa que
Publicidade
repassou recursos financeiros
Propaganda à associação desportiva
Licenciamento pelo uso de marcas e símbolos
que mantém equipe de
futebol profissional
Transmissão de eventos desportivos
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COMENTÁRIOS:
I - A contribuição empresarial de associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional
distingue-se da contribuição exigida de outras empresas.
Assertiva correta. A contribuição empresarial de associação desportiva que mantenha equipe de
futebol profissional será de 5% sobre renda bruta dos espetáculos desportivos, publicidade, patrocínio,
propaganda, licenciamento e transmissão dos eventos, distinguindo-se, portanto, da contribuição
exigida de outras empresas.
II - A receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território
nacional é base de cálculo das contribuições do produtor rural pessoa jurídica.
Assertiva incorreta. A receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em
todo território nacional é base de cálculo das associações desportivas que mantenham equipe de futebol
profissional (e não a base de cálculo do produtor rural pessoa jurídica).
Gabarito: B
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Como vimos, as contribuições patronais estudadas substituem apenas aquelas incidentes sobre a
remuneração paga aos empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço. Desta forma, não substituem
as contribuições patronais devidas caso contratem contribuintes individuais ou cooperados por
intermédio de cooperativa de trabalho.
Além destas contribuições previdenciárias, o empregador doméstico também é obrigado, nos termos
do art. 34 da Lei Complementar 150/2015 (Simples Doméstico):
• Reter e recolher a contribuição previdenciária a cargo do empregado doméstico (7,5%, 9%, 12%
e 14%);
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Ademais, também cabe ao empregador doméstico o recolhimento do imposto de renda retido na fonte
de que trata o inciso I do art. 7º da Lei 7.713/88, se for o caso.
Salário-de-contribuição
Base de cálculo do empregado doméstico
a serviço do empregador
Não é a remuneração
Contribuição 8% do salário-de-contribuição
do empregado doméstico que
Patronal
lhe presta serviço
+
Seguro contra + 0,8% do salário-de-contribuição
Acidentes do do empregado doméstico que
Trabalho lhe presta serviço
FGTS 8% da remuneração
A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições é do empregador doméstico, que ficará com
a obrigação de descontar a contribuição do empregado doméstico a seu serviço e recolhê-la, juntamente
com a parcela a seu cargo
Para finalizarmos este assunto, importante destacar que o empregador doméstico deverá fornecer ao
empregado doméstico, mensalmente, cópia do documento de arrecadação do Simples Doméstico.
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COMENTÁRIOS:
I - Marina é empregada doméstica na casa de Tadeu, segurado empregado de uma empresa. Como
empregador doméstico, Tadeu deve realizar o recolhimento da contribuição patronal de 8% sobre o
valor registrado na carteira de trabalho de Marina, limitado ao teto do RGPS, além de 0,8% de
contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho.
Assertiva correta. A contribuição do empregador doméstico incidirá sobre a remuneração registrada
na carteira de trabalho da empregada doméstica a seu serviço, limitada ao teto do RGPS, ou seja, sobre
o respectivo salário de contribuição do empregado doméstico.
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IV - O valor total da remuneração dos empregados domésticos é base de cálculo das contribuições dos
empregadores domésticos.
Assertiva incorreta. A contribuição do empregador doméstico incide sobre o salário-de-contribuição
do empregado doméstico a seu serviço (e não valor total da remuneração do empregado doméstico).
Gabarito: A
As contribuições sociais que sejam recolhidas fora do prazo previsto pela legislação, devem ser
acrescidas de juros e multas. Porém, a atualização monetária não é mais devida desde a competência
01/1995.
A retribuição pelos serviços referidos no caput deste artigo será de 3,5% do montante arrecadado, salvo
percentual diverso estabelecido em lei específica.
• Contribuições para financiamento dos serviços sociais autônomos (conhecidos como sistema
“S”), do qual fazem parte entidades como SESI, SENAI, SESC, SENAC, SEST, SENAT, SENAR,
SEBRAE, INCRA, etc.
Estas contribuições, apesar de não se destinar à Previdência Social, são recolhidas juntamente com as
contribuições previdenciárias, no mesmo documento de arrecadação.
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Como exemplo podemos citar as receitas decorrentes da concessão a outrem do gozo temporário de um
prédio urbano público da Seguridade Social, no todo ou em parte, mediante retribuição, bem como
locações de imóveis da Seguridade Social, fornecimento de bens pela administração, etc.
Como exemplo podemos citar as receitas decorrentes da venda de um imóvel pertencente a umas das
entidades da Seguridade Social. Podemos citar, também, os rendimentos decorrentes de aplicações
financeiras obtidas com os recursos da Seguridade Social.
As receitas financeiras são aquelas que não constam da apuração do resultado fiscal, sendo derivadas
de aplicações no mercado financeiro e de privatizações.
As doações efetuadas em favor da Seguridade Social são consideradas receitas que integrarão seu
orçamento, assim como os legados decorrentes de testamento em benefício da Seguridade Social,
efetivado por meio da transferência de valores, de bens ou herança.
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Assim sendo, os 50% dos recursos obtidos em decorrência de bens confiscados e leiloados em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será revertido para ações de saúde,
especificamente em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de
viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do
crime de tráfico dessas substâncias.
Caso sejam leiloados, 40% do resultado dos leilões serão destinados à Seguridade Social.
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Bens apreendidos
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COMENTÁRIOS:
I - Constitui fonte de receita da seguridade social um percentual incidente sobre os valores arrecadados
com os resultados dos leilões de bens apreendidos pela Receita Federal do Brasil.
Assertiva correta. Constitui fonte de receita da seguridade social 40% incidente sobre os valores
arrecadados com os resultados dos leilões de bens apreendidos pela Receita Federal do Brasil.
II - Constituem outras receitas da seguridade social 60% do resultado dos leilões dos bens apreendidos
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Assertiva incorreta. Constitui fonte de receita da seguridade social 40% ( e não 60%) incidente sobre
os valores arrecadados com os resultados dos leilões de bens apreendidos pela Receita Federal do
Brasil.
III - constitui receita da seguridade social 40% dos recursos obtidos de bens confiscados e leiloados em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
Assertiva incorreta. Constitui receita da seguridade social 50% (e não 40%) dos recursos obtidos de
bens confiscados e leiloados em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
Gabarito: A
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COMENTÁRIOS:
O Art. 27, da Lei 8.212/91, prevê que 40% da receita provinda de leilões de apreensões realizadas pela
Receita Federal, componham a categoria de outras receitas da Seguridade Social.
Assim sendo, R$ 3.000.000,00 x 0,4 = R$ 1.200.000,00.
Gabarito: D
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula, onde estudamos o Financiamento da Seguridade Social.
Tal assunto é muito importantes e, em regra, um dos mais cobrados em provas de Direito
Previdenciário.
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Sumário
Introdução ................................................................................................................................................................................. 6
Reajustamento ...................................................................................................................................................................... 16
Salário.................................................................................................................................................................................. 19
Horas Extras...................................................................................................................................................................... 22
Gorjetas ............................................................................................................................................................................... 23
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Aviso-Prévio ...................................................................................................................................................................... 29
Auxílio-Moradia ............................................................................................................................................................... 32
A parcela "in natura" recebida de acordo com os Programas de Alimentação aprovados pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei 6.321/76 ....................................... 40
Indenização de 40% do montante depositado no FGTS, por demissão sem justa causa .................... 43
Indenização por despedida sem justa causa nos contratos por prazo determinado ........................... 43
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Licença-prêmio indenizada......................................................................................................................................... 45
Indenização por dispensa sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a correção salarial
................................................................................................................................................................................................ 45
A Participação nos Lucros ou Resultados da empresa - PLR, quando paga ou creditada de acordo
com lei específica. ........................................................................................................................................................... 50
Valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes
do instrumento de rescisão de contrato de trabalho ........................................................................................ 56
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Valor Dispendido com Ministro de Confissão Religiosa e Membro de Instituto de Vida Consagrada,
de Congregação ou Ordem Religiosa ....................................................................................................................... 59
Pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento do empregado por motivo de doença ou
acidente de trabalho ...................................................................................................................................................... 60
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam das parcelas não integrantes do salário-
de-contribuição. Boa aula!
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SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
1 - Introdução
Trata-se de um conceito previdenciário, destinado a identificar quais parcelas recebidas pelo segurado
sofrerão ou não a incidência da contribuição previdenciária.
Podemos afirmar, portanto, que o salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo utilizada
para se calcular o valor da contribuição devida pelo trabalhador, destinada à Previdência Social.
Essa regra não é absoluta, pois no caso do segurado especial a base de cálculo é a receita bruta da
comercialização de sua produção rural, e não seu salário de contribuição.
O salário de contribuição, contudo, não deve ser confundido com a remuneração do segurado, pois, em
relação ao salário de contribuição, deve ser observado os limites mínimo e máximo previstos em lei.
Podemos afirmar, portanto, que a remuneração (sem limites mínimo e máximo) é, em regra, a base
de cálculo da contribuição previdenciária das empresas. Por outro lado, o salário de contribuição
é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos segurados (exceto segurado especial).
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a qualquer título
Inclusive as gorjetas
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d) a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do
empregador ou tomador.
COMENTÁRIOS:
Para resolver essa questão, basta uma leitura atenta às alternativas e ter observado o comando da
questão. Do ponto de vista de conhecimento de leis, bastaria lembrar do Art. 28 da lei 8.212/91. Vejamos
os erros de cada alternativa:
a) Alternativa incorreta. Não é destinado a retribuir apenas o trabalho sem vínculo empregatício.
b) Alternativa incorreta. Não é destinado a retribuir apenas o trabalho com vínculo empregatício.
c) Alternativa incorreta. Não é a título remuneratório e indenizatório, mas apenas a título
remuneratório.
d) Alternativa correta.
Sendo assim, podemos concluir que a assertiva “E” é a correta. Apesar de serem assertivas grandes, a
questão é simples, pois a assertiva trata da literalidade da lei.
Gabarito: E.
Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, o
salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o
tempo de trabalho efetivo durante o mês.
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COMENTÁRIOS:
I - Beatriz mantém vínculo empregatício com a empresa A e com a empresa B, das quais recebe
remuneração mensal equivalente a um e dois salários-mínimos, respectivamente. Nessa situação, a
contribuição previdenciária de Beatriz deverá incidir sobre os valores integrantes do salário de
contribuição recebidos de ambos os empregos.
Assertiva correta. De fato, em se tratando de parcelas integrantes do salário-de-contribuição, a
contribuição previdenciária de Beatriz deverá incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos.
II - O salário de contribuição de segurado empregado vinculado ao RGPS que integre categoria cuja
remuneração mensal mínima seja fixada em R$ 1.600,00 por acordo coletivo é o salário-mínimo.
Assertiva incorreta. Nesse caso, o limite mínimo do salário-de-contribuição é o piso salarial legal ou
normativo da categoria, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo
de trabalho efetivo durante o mês.
III - O limite mínimo do salário de contribuição de segurado empregado e trabalhador avulso é o piso
salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, o salário-mínimo, tomado sempre no seu
valor mensal.
Assertiva incorreta. O limite mínimo do salário-de-contribuição é o piso salarial legal ou normativo da
categoria ou, inexistindo este, o salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário,
conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
Gabarito: A
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Empregado Doméstico
Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao
salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o
tempo de trabalho efetivo durante o mês.
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Contribuinte Individual
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Segurado Facultativo
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ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo, assim como ocorre
com o contribuinte individual, é apenas o salário-mínimo no seu valor mensal.
COMENTÁRIOS:
a) As contribuições sociais a cargo do segurado sempre incidirão sobre a totalidade de sua
remuneração.
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Alternativa incorreta. As contribuições sociais a cargo do segurado não incidirão sempre sobre a
totalidade de sua remuneração, pois deverão ser observados os limites mínimo e máximo do salário de
contribuição.
c) Entende-se por salário de contribuição o valor da base de cálculo sobre o qual será recolhida
determinada a contribuição.
Alternativa correta. Salário de contribuição é o valor da base de cálculo sobre o qual será recolhida
determinada a contribuição, conforme estudado.
d) Para o segurado facultativo será o valor da sua remuneração registrada na Carteira de Trabalho e
Previdência Social, respeitados os limites mínimo e máximo previstos na legislação.
Alternativa incorreta. Entende-se por salário de contribuição para o segurado facultativo
o valor por ele declarado.
Gabarito: C.
7 - Reajustamento
Nos termos do art. 28, § 5º, da Lei n 8.212/91, o limite máximo do salário de contribuição será
reajustado na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de
prestação continuada da Previdência Social.
No ano de 2023, o reajustamento do limite máximo do salário de contribuição ocorreu por meio da
PORTARIA INTERMINISTERIAL MPS/MF Nº 26, DE 10 DE JANEIRO DE 2023, que reajustou em
5,93%, a partir de 1º de janeiro de 2023, os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), bem como os valores da Tabela de Salários de Contribuição aplicável aos segurados
empregados, domésticos e trabalhadores avulsos.
Os valores foram atualizados segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), medido pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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O limite máximo do
Reajustamento salário-de-contribuição
é
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Remuneração
9 - Indenização e Ressarcimento
Para melhor compreensão do assunto, vamos conceituar indenização e ressarcimento:
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10.1 - Salário
Assim dispõe o § 1º do art. 457 da CLT acerca do salário:
“Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo
empregador.”
Além do salário, também integram o salário de contribuição o saldo de salário pagos na rescisão do
contrato de trabalho, pois são pagos pelos dias trabalhados pelo empregado no mês da rescisão. Desta
forma, incidirá contribuição previdenciária sobre o salário e respectivo saldo pago na rescisão.
IMPORTANTE: o salário-maternidade era o único dos benefícios devidos pelo Regime Geral
de Previdência Social - RGPS que integrava o salário de contribuição. Agora nenhum
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COMENTÁRIOS:
a) Fátima, empregada da empresa Fantástica Indústria Ltda, entrou em gozo de licença-maternidade.
Nessa situação, haverá incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o valor
recebido por Fátima a título de salário-maternidade.
Alternativa incorreta. Foi declarado pelo STF que “É inconstitucional a incidência da contribuição
previdenciária a cargo do empregador sobre o salário maternidade". Assim sendo, não haverá
incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o valor recebido por Bruna a
título de salário-maternidade.
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Gabarito: A
FÉRIAS GOZADAS: São aquelas férias usufruídas pelo trabalhador, durante a vigência do
contrato de trabalho, que se afasta de suas atividades laborativas para descansar, recebendo
sua remuneração acrescida de 1/3.
Não podemos confundir férias gozadas com férias indenizadas. As férias gozadas integram o salário de
contribuição. As férias indenizadas, como estudaremos adiante, não integram.
FÉRIAS INDENIZADAS: são aquelas que não chegaram a ser gozadas pelo trabalhador dentro
do seu contrato de trabalho. Neste caso, caso o trabalhador já tenha adquirido direito às
férias, porém não as tenha gozado oportunamente durante o contrato de trabalho, deverão
ser indenizadas, ou seja, convertidas em dinheiro e pagas ao trabalhador quando da rescisão
do seu contrato de trabalho. As férias indenizadas, pagas ao trabalhador quando da rescisão
do contrato de trabalho, não integram o salário de contribuição, ou seja, sobre elas não
incidirá contribuição social previdenciária.
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natureza remuneratória e salarial, nos termos do art. 148 da CLT, integrando, portanto,
o salário de contribuição (Resp 1240038/PR, DJe 02/05/2014).
A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a Súmula 688,
senão vejamos:
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10.6 - Gorjetas
Considera-se gorjeta a parte da remuneração do empregado que não é paga diretamente por seu
empregador, mas por terceiros, normalmente clientes, denominadas gorjetas espontâneas.
Também se considera gorjeta a importância cobrada pela empresa do cliente, como adicional nas
contas, a ser posteriormente distribuída entre seus empregados. Trata-se da gorjeta conhecida como
compulsória. (exemplo: 10% em contas de restaurantes)
O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que ela é composta pelo salário mais as gorjetas,
senão vejamos:
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas
que receber.
(...)
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado,
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e
destinado à distribuição aos empregados.”
Como integram o conceito de remuneração, as gorjetas integram o salário de contribuição. Desta forma,
haverá incidência da contribuição previdenciária sobre tais parcelas.
O STJ também tem julgado neste sentido, nos termos do REsp 1.099.319/RJ, publicada em 12/09/2012,
senão vejamos:
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EXEMPLO: Algumas empresas oferecem a seus funcionários do alto escalão um imóvel para
que ele resida com sua família. A empresa paga, em regra, o aluguel, condomínio e, muitas
vezes, até mesmo as contas de água, luz, telefone, etc. Nesses casos, temos pagamento de
salários in natura, por meio de utilidades, os quais devem ter seus valores somados à
respectiva remuneração para fins de incidência de contribuições previdenciárias.
O próprio STF , ao julgar o RE 437640/RS, publicado em 02/03/2007, decidiu neste sentido, conforme
segue:
Contribuição previdenciária: aposentado que retorna à atividade: CF, art. 201, § 4º; L.
8.212/91, art. 12: aplicação à espécie, mutatis mutandis, da decisão plenária da ADIn
3.105, red.p/acórdão Peluso, DJ 18.2.05. A contribuição previdenciária do aposentado
que retorna à atividade está amparada no princípio da universalidade do custeio da
Previdência Social (CF, art. 195); o art. 201, § 4º, da Constituição Federal "remete à lei
os casos em que a contribuição repercute nos benefícios"
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AJUSTES TÁCITOS: São as gratificações não previstas formalmente, mas que são fornecidas
ao trabalhador com habitualidade.
Assim sendo, as gratificações habituais, sejam elas expressas ou tácitas, terão a incidência de
contribuição previdenciária. Se as gratificações forem eventuais, não haverá incidência de contribuição.
“Súmula 247: A parcela paga aos bancários sob a denominação quebra de caixa possui
natureza salarial, integrando o salário do prestador dos serviços, para todos os efeitos
legais”.
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O STJ também tem entendido que tal verba possui natureza salarial, integrando o salário de
contribuição e incidindo, sobre ela, contribuição previdenciária. Vejamos o julgado REsp 1.397.333/RS,
publicado em 09/12/2014:
Desta forma, os valores pagos a título de quebra de caixa integram o salário de contribuição, havendo,
portanto, incidência de contribuição previdenciária.
“Súmula 203: A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos
legais.”.
Desta forma, os valores pagos a título de adicional por tempo de serviço integram o salário de
contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição previdenciária.
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• ATIVIDADES INSALUBRES: Aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 40%, 20% ou 10% sobre o salário-mínimo
(conforme o grau da insalubridade seja, respectivamente, máximo, médio ou mínimo)
Para o empregado urbano, o adicional noturno será de pelo menos 20% sobre a hora diurna.
Para o trabalhador rural, o adicional será de 25% sobre a remuneração normal.
Tais adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno possuem caráter retributivo e,
consequentemente, natureza salarial. Desta forma, tais rubricas integram o salário de contribuição e
sobre estes valores será cobrada contribuição previdenciária.
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10.15 - Aviso-Prévio
O aviso-prévio é a notificação de rompimento do contrato de trabalho que uma das partes (empregado
ou empregador), dá à outra, sem motivo justificado.
O objetivo do aviso-prévio é:
• dar tempo ao empregado de procurar outro serviço, caso seja dado pelo empregador;
• permitir ao empregado ter tempo de contratar um novo colaborador, caso seja dado pelo
empregado.
Além disso, o aviso-prévio se aplica somente a:
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Quando o aviso-prévio é trabalhado, não há dúvidas de que o valor recebido tem natureza salarial,
integrando o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição previdenciária.
No entanto, quando o aviso-prévio é indenizado, temos uma divergência entre lei e jurisprudência.
Para a lei, incide contribuição previdenciária tanto no aviso-prévio trabalhado, quanto no indenizado.
No entanto, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, em 26/02/2014, o STJ decidiu pela não incidência
de contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado, conforme segue:
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Caso a questão pergunte sobre o aviso-prévio indenizado “NOS TERMOS DA LEI”: Responda
que incide contribuição previdenciária.
Para o STJ, não importa o fato de que não houve contraprestação do trabalhador.
Acrescenta ainda que: “a ausência de serviço prestado ou mesmo de tempo à
disposição do empregador, consoante aduz a recorrente, não tem o condão de
desconfigurar o caráter remuneratório da verba, pois, do contrário, não seria devida a
contribuição em nenhuma das hipóteses de afastamento legalmente instituído, tal
como ocorre sobre as férias gozadas.”
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10.17 - Auxílio-Moradia
A parcela paga a título de auxílio-moradia não está relacionada entre as exceções legais para deixar de
integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. Além disso, o STJ já decidiu que o auxílio-
moradia tem natureza remuneratória, integrando, consequentemente, o salário de contribuição e
sofrendo incidência de contribuição previdenciária.
Vejamos abaixo um julgado neste sentido:
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Sobre a questão, o STJ já decidiu que a licença casamento tem natureza remuneratória, integrando,
consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição previdenciária,
senão vejamos:
(...)
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Sobre a questão, o STJ já decidiu que a licença para prestação de serviço eleitoral tem natureza
remuneratória, integrando, consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de
contribuição previdenciária, senão vejamos:
(...)
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Ressalte-se que "o salário-paternidade deve ser tributado, por se tratar de licença
remunerada prevista constitucionalmente, não se incluindo no rol dos benefícios
previdenciários" (AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman
Benjamin, DJe de 9.11.2009).
10.22 - Seguro-Desemprego
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Nos termos da lei 8.212/91, com as alterações trazidas pela MP 905/2019 (revogada e com vigência
encerrada), o beneficiário do Seguro-Desemprego concedido nos termos da lei era segurado
obrigatório da previdência social.
Durante os meses de percepção, o valor do seguro-desemprego era considerado salário de
contribuição, devendo-se descontar, nos pagamentos ao beneficiário, a respectiva contribuição
previdenciária.
Tal período era computado como tempo de contribuição para efeito de concessão de benefícios
previdenciários.
1/3 de FÉRIAS GOZADAS: Férias gozadas são aquelas férias usufruídas pelo trabalhador,
durante a vigência do contrato de trabalho, que se afasta de suas atividades laborativas para
descansar, recebendo sua remuneração acrescida de 1/3.
Segundo entendimento da Receita Federal, o terço constitucional de férias, incidente sobre as férias
gozadas, integrará o salário de contribuição. Como as férias gozadas têm natureza salarial, entende que
o terço constitucional também deverá ter tal natureza.
Contudo, havia divergência entre a lei e a jurisprudência sobre o tema em questão. Porém, com o
julgamento do RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.072.485 PARANÁ, o Supremo Tribunal Federal - STF, por
maioria, apreciando o tema 985 da repercussão geral, deu parcial provimento ao recurso extraordinário
interposto pela União, assentando a incidência de contribuição previdenciária sobre valores pagos
pelo empregador a título de terço constitucional de férias gozadas, nos termos do voto do Relator,
vencido o Ministro Edson Fachin.
Diante do exposto, o Supremo Tribunal Federal publicou, em 02/10/2020, o acórdão de mérito da
questão constitucional suscitada no RE 1.072.485, do respectivo tema 985, cuja tese foi firmada nos
seguintes termos: “É legítima a incidência de contribuição social sobre o valor satisfeito a título
de terço constitucional de férias”.
Como a tese também teve repercussão geral reconhecida, deve ser aplicada no âmbito de todos os
órgãos do Poder Judiciário, de forma a garantir a racionalidade dos trabalhos e a segurança dos
jurisdicionados.
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Deve-se destacar que a posição do STF se aplica apenas ao terço constitucional que incide sobre as
férias gozadas. Isso porque, com relação às férias indenizadas (e respectivo adicional de 1/3), o art.
28, § 9º, “d”, da Lei 8.212/1991, determina expressamente a não incidência de contribuição social.
Vejamos a seguir quais são as parcelas não integrantes do salário de contribuição, previstas na
legislação previdenciária
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IMPORTANTE: o salário-maternidade era o único dos benefícios devidos pelo Regime Geral
de Previdência Social - RGPS que integrava o salário de contribuição. Agora nenhum
benefício do RGPS integra o salário de contribuição a cargo do empregador. Contudo, o
entendimento da Procuradoria da Fazenda Nacional e da Secretaria da Receita Federal do
Brasil é no sentido de que continua incidindo a contribuição do segurado sobre a
parcela de salário-maternidade.
COMENTÁRIOS:
a) Compõem o salário de contribuição do empregado vinculado ao RGPS as parcelas remuneratórias
decorrentes do seu trabalho, ressalvada a gratificação natalina (décimo terceiro salário), conforme
entendimento do STF.
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Alternativa incorreta. Segundo a lei e segundo o STF, a gratificação natalina integra normalmente o
salário de contribuição e, sobre ela, deverá incidir contribuição previdenciária.
d) Integra o salário de contribuição o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador, quando executa
alguma atividade de interesse do empregador.
Alternativa incorreta. O reembolso de despesas pagas pelo trabalhador, quando executa alguma
atividade de interesse do empregador, não integra o salário de contribuição.
Gabarito: C
Tais verbas tem caráter indenizatório, não possuindo, portanto, natureza salarial. Desta forma, não
integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo das contribuições previdenciárias.
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Diante da jurisprudência já pacificada, e buscando evitar maiores prejuízos para a Fazenda Nacional,
haja vista as sucessivas derrotas na esfera judicial, a própria administração pública reconheceu tal
entendimento e, por meio da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN, emitiu o Parecer nº
2.117/2011. Neste parecer recomenda-se a não apresentação de contestação, a não interposição de
recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações
judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílio-alimentação não
há incidência da contribuição previdenciária.
Desta forma, para questões de prova que discorram sobra a incidência ou não de contribuição
previdenciária sobre o pagamento in natura do auxílio-alimentação, a melhor resposta em qualquer
desses casos, e que tais valores não integram o salário de contribuição.
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No entanto, se o pagamento do auxílio-alimentação for feito em dinheiro, ele integra a base de cálculo
das contribuições previdenciárias. Este, inclusive, é o entendimento da Turma Nacional de
Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU), conforme segue:
Considera-se:
DOBRA DE FÉRIAS: Sempre que as férias forem concedidas após o prazo legal, denominado
período concessivo, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração de férias.
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Sumula 171 – TST: Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a
extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração
das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze)
meses.
Assim sendo, podemos concluir que o empregado só terá direito a férias proporcionais (devida nos
casos em que não completa o período aquisitivo no momento da rescisão) se não for dispensado por
justa causa.
Uma vez que receba indenização de férias, na rescisão de contrato de trabalho (sejam vencidas ou
proporcionais), terão natureza de indenização e sobre tais valores não incide contribuição
previdenciária.
Da mesma forma, o terço constitucional de férias indenizadas (pago na rescisão do contrato de
trabalho), bem como a dobra de férias (por ter sido concedida após o prazo legal), não sofrerão
incidência de contribuição previdenciária.
COMENTÁRIOS:
I - O contrato de trabalho de Margarete, empregada da empresa Humildade Ltda., foi rescindido antes
que ele pudesse usufruir de férias vencidas. Nessa situação, haverá a incidência de contribuição
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previdenciária sobre a importância paga a título de indenização das férias vencidas e sobre o respectivo
adicional constitucional.
Assertiva incorreta. Não integram o salário-de-contribuição as importâncias recebidas a título de
férias indenizadas e respectivo adicional constitucional.
II - Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo empregado, as parcelas
referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.
Assertiva incorreta. Somente integram o salário de contribuição as parcelas referentes às férias
gozadas, não incidindo contribuição previdenciária sobre férias indenizadas.
III - O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao Regime Geral da Previdência
Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência de contribuição previdenciária.
Assertiva correta. O auxílio-alimentação, quando pago em dinheiro (pecúnia) integra o salário de
contribuição e sujeita-se à incidência de contribuição previdenciária.
Gabarito: D
11.6 - Indenização por despedida sem justa causa nos contratos por
prazo determinado
Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado
será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até
o termo do contrato.
Tais verbas tem natureza indenizatória, não possuindo, portanto, natureza salarial. Desta forma, não
integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo das contribuições previdenciárias.
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Tais regras podem variar de empresa para empresa e nem todas as empresas oferecem este benefício a
seus empregados.
Quando o benefício é concedido, alguns trabalhadores optam por não gozar a licença prêmio a que tem
direito, convertendo este direito em pecúnia, “vendendo” sua licença prêmio à empresa.
Neste caso, a empresa indeniza o trabalhador, pagando-lhe a denominada licença prêmio indenizada.
Pode ocorrer, também, de ter o empregado adquirido o direito à licença-prêmio, mas ter sido demitido
antes de gozá-la. Neste caso, o empregado também receberá em uma indenização em dinheiro, no valor
correspondente aos dias de licença-prêmio não gozada.
Como se trata de indenização, tais valores não integrarão o salário de contribuição do
empregado, tampouco incidirá sobre eles contribuição previdenciária.
O valor desta indenização, equivalente a 1 salário mensal, não tem natureza salarial e, portanto, não
integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias.
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No mesmo ano, foi publicada a Súmula nº 60, de 08 de dezembro de 2011 dispondo sobre o tema,
conforme segue:
"Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia,
considerando o caráter indenizatório da verba".
A presente Súmula vincula a RFB e a Fazenda Nacional, impedindo a cobrança de contribuições
previdenciárias sobre tais verbas, ainda que pagas em dinheiro.
Tais verbas tem natureza indenizatória, não possuindo, portanto, natureza salarial. Desta forma, não
integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo das contribuições previdenciárias, ainda
que pagas em dinheiro.
Contudo, se os empregadores descumprirem outras disposições constantes da legislação própria, como,
por exemplo, deixar de efetuar o desconto obrigatório de 6% sobre o salário básico do trabalhador, tais
verbas integrarão o salário de contribuição e serão consideradas base de cálculo para a cobrança de
contribuições previdenciárias.
COMENTÁRIOS:
I - Segundo a legislação vigente, deve haver incidência de contribuição previdenciária sobre
importância recebida a título de incentivo a demissão voluntária e abono de férias.
Assertiva incorreta. Não integram o salário-de-contribuição as importâncias recebidas a título de
incentivo à demissão e a título de abono de férias.
II - Segundo entendimento do STF, a indenização de transporte paga em dinheiro não integra o salário
de contribuição.
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Assertiva correta. A indenização de transporte paga em dinheiro não integra o salário de contribuição
e sobre ela não incide, portanto, contibuição previdenciária.
III - Licença prêmio indenizada não integra o salário de contribuição do empregado, não incidindo sobre
eles contribuição previdenciária.
Assertiva correta. Não incide comtribuição previdenciária sobre a licença prêmio indenizada, pois tal
parcela é expressamente excluída do salário de contribuição.
Gabarito: C
ATENÇÃO: Para que não sofra incidência de contribuição previdenciária, a ajuda de custo
deverá ser paga em parcela única. Caso seja paga em 2 ou mais parcelas, haverá a incidência
da contribuição previdenciária sobre todas elas.
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Após as recentes alterações decorrentes da Lei 13.467/17, a nova redação da lei 8.212/91 a respeito de
diárias para viagem ficou da seguinte forma:
Texto original do § 8º do art. 28 da Lei nº 8.212/91, antes de ser revogado pela Lei 13.467/17:
“§ 8º Integram o salário-de-contribuição pelo seu valor total: (REVOGADO)
a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinquenta por cento da remuneração mensal ”
(REVOGADO)
Texto original do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91, antes de ser alterado pela Lei 13.467/17:
“§9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da remuneração
mensal (ALTERADO)
Após a vigência da Lei 13.467/17, a redação nova redação da Lei 8.212/91, a respeito das diárias para
viagem, ficou assim:
Art. 28. Lei 8212/91.(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente (...)
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da remuneração
mensal;
h) as diárias para viagens
CONCLUSÃO: a partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, podemos concluir que o total das
diárias pagas, ainda quando excedentes a cinquenta por cento da remuneração mensal, não
mais integrarão o salário de contribuição, em qualquer caso.
Assim sendo, as diárias para viagem, ainda que habituais, não integram a remuneração do empregado e
nem tampouco o salário de contribuição,
IMPORTANTE: Não podemos confundir diárias para viagem com reembolso de despesas
de viagem. As diárias são pagas, em regra, num valor fixo por dia de viagem. Com tal valor o
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ATENÇÃO: se o estágio for realizado em desacordo com a lei, o estagiário será segurado
obrigatório, na qualidade de empregado, os valores recebidos irão integrar o salário de
contribuição e sobre eles incidirá, consequentemente, contribuições previdenciárias.
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o comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo
sindicato da respectiva categoria;
o convenção ou acordo coletivo.
• Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à
fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos
de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da
distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados,
entre outros, os seguintes critérios e condições:
o índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;
o programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.
• O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores.
• É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de
participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo ano civil
e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil.
Desta forma, a importância paga a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, quando
paga nos termos da Lei no 10.101/2000, não integra o salário de contribuição.
Por outro lado, se descumpridos os requisitos legais, tal verba será considerada base de cálculo de
contribuições previdenciárias. Neste sentido, vejamos o julgado abaixo do STF:
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o medicamentos;
o óculos;
o aparelhos ortopédicos;
o próteses;
o órteses;
o despesas médico-hospitalares e
o outras similares,
Após a vigência da Lei 13.467/17, a redação nova redação da Lei 8.212/91, a respeito de assistência
médica, odontológica e reembolso de despesas médico-hospitalares ficou assim:
“Art. 28. Lei 8212/91.(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
(...)
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa
ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares”
Atualmente a exigência de que a cobertura abranja a totalidade de empregados e dirigentes da empresa
não existe mais. Assim sendo, tais valores não integrarão, em qualquer caso, o salário de contribuição e
não sofrerão incidência de contribuição previdenciária.
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• outros acessórios.
Tais itens, quando utilizados no local do trabalho, para a prestação dos respectivos serviços, não são
fornecidas como retribuição pelo trabalho. Nesta hipótese, as mencionadas utilidades são concedidas
para o trabalho.
Tais elementos são necessários à prestação dos serviços, sem as quais o trabalhador teria prejuízo no
desempenho de suas funções. Tais utilidades não têm natureza salarial e estão fora, portanto, do campo
de incidência das contribuições previdenciárias.
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PRÊMIOS: liberalidades concedidas pelo empregador, até duas vezes ao ano, em forma de
bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado, grupo de empregados ou terceiros
vinculados à sua atividade econômica em razão de desempenho superior ao ordinariamente
esperado no exercício de suas atividades.
Após a vigência da Lei 13.467/17, a redação nova redação da Lei 8.212/91, a respeito de prêmios e
abonos, ficou assim:
“Art. 28. Lei 8212/91.(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
z) os prêmios e os abonos”
Assim sendo, nos termos da Lei 8.212/91, art. 28, §9º, “z”, combinado com o art. 457, §2, da CLT, não
incide contribuição previdenciária sobre os prêmios e abonos.
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b) as diárias para viagem pagas pelo empregador, quando devidamente comprovadas, não integram o
salário de contribuição.
c) apenas o percentual das diárias para viagem que exceder 50% do salário mensal do empregado
integra o salário de contribuição.
d) os prêmios e abonos integram o salário de contribuição, desde que decorram de regulamento interno
da empresa.
COMENTÁRIOS:
a) o total das diárias para viagem pagas pela empresa, quando excedente a 50% do salário mensal,
integra o salário de contribuição.
Alternativa incorreta. Atualmente a redação do dispositivo correspondente foi alterada, sendo que as
diárias para viagem não integram mais o salário-de-contribuição, qualquer que seja o seu valor.
b) as diárias para viagem pagas pelo empregador, quando devidamente comprovadas, não integram o
salário de contribuição.
Alternativa correta. As diárias para viagem não integram mais o salário-de-contribuição.
c) apenas o percentual das diárias para viagem que exceder 50% do salário mensal do empregado
integra o salário de contribuição.
Alternativa incorreta. Atualmente a redação do dispositivo correspondente foi alterada, sendo que as
diárias para viagem não integram mais o salário-de-contribuição, qualquer que seja o seu valor.
d) os prêmios e abonos integram o salário de contribuição, desde que decorram de regulamento interno
da empresa.
Alternativa incorreta. Atualmente os prêmios e abonos não integram o salário-de-contribuição.
Gabarito: B
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COMENTÁRIOS:
a) O salário de contribuição para o empregado doméstico é a remuneração registrada em Carteira de
Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para
comprovação de vínculo empregatício e os limites mínimo e máximo da remuneração.
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Assertiva correta. Nos termos do art. 28, II, da Lei 8.212/91, o salário de contribuição para o
empregado doméstico é a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo
empregatício e do valor da remuneração.
Gabarito: C
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Dessa forma, com base nesse entendimento, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional
editou o PARECER SEI Nº 16120/2020/ME e o PARECER SEI Nº 1446/2021/ME,
incluindo o tema na lista de dispensa de contestar e de recorrer.
Como vimos, o STJ, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, de 26/02/2014, decidiu pela não incidência
da contribuição previdenciárias sobre a importância paga nos primeiros 15 dias que antecedem o
auxílio por incapacidade temporária, conforme segue:
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Outrossim, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, em 26/02/2014, o STJ já havia decidido pela não
incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado, conforme segue:
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reparar o dano causado ao trabalhador que não fora alertado sobre a futura rescisão
contratual com a antecedência mínima estipulada na CF (atualmente regulamentada
pela Lei 12.506/2011). Dessarte, não há como se conferir à referida verba o caráter
remuneratório, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano. Ressalte-se
que, se o aviso prévio é indenizado, no período que lhe for correspondente o
empregado não presta trabalho algum, nem fica à disposição do empregador. Assim,
por ser não coincidir com a hipótese de incidência, é irrelevante a circunstância de não
haver previsão legal de isenção em relação a tal verba.
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contribuição previdenciária. Por outro lado, pontuou que, a partir da Lei 13.467/2017, o pagamento
de intervalo intrajornada suprimido passou a ter natureza indenizatória, sobre a qual não incide a
contribuição previdenciária.
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Proporcionalidade do salário-de-contribuição
COMENTÁRIOS:
I - Não integram o salário de contribuição a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da
legislação própria; a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de
mudança de local de trabalho do empregado e as diárias para viagens, qualquer que seja o seu valor.
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Assertiva correta. Todas as parcelas mencionadas não integram o salário de contribuição, como
estudado.
GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
I - Com relação às normas constitucionais que regem a previdência social, os ganhos habituais do
empregado e o vale-transporte pago em dinheiro incorporam-se ao seu salário para efeito de
contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios.
Assertiva incorreta. O vale-transporte pago em dinheiro, quando fornecido nos termos da lei não
integra o aslário de comtribuição.
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III - Não integram o salário de contribuição a parcela in natura recebida de acordo com os programas
de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da lei.
Assertiva correta. A parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da lei não integram o salário de
contribuição, como estudado.
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
I - Marlete é empregada vinculada ao RGPS. Nessa situação, o salário de contribuição de Marlete é o
valor total recebido, incluindo os ganhos habituais em forma de utilidades.
Assertiva incorreta. O salário de contribuição de Marlete é o valor total recebido, incluindo os ganhos
habituais em forma de utilidades, limitado ao teto do RGPS.
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II - Victor advogava para diversas empresas na justiça do trabalho, sem manter vínculo de emprego,
auferindo valores fixos mensais de cada uma delas. Nessa situação, o salário de contribuição de Victor
corresponde à soma de todas as remunerações percebidas, independentemente de qualquer limite.
Assertiva incorreta. O salário de contribuição de Victor corresponde à soma de todas as remunerações
percebidas, limitado ao teto do RGPS.
III - A empresa em que Fernando trabalha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos
lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre o valor
recebido mensalmente por Fernando a título de participação nos lucros.
Assertiva correta. O pagamento mensal do valor referente à participação nos lucros está em desacordo
com a lei, motivo pelo qual incide contribuição previdenciária sobre tal valor recebido mensalmente
por Fernando.
GABARITO: D
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula, onde estudamos o salário-de-contribuição.
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"INSERIR CAPA"
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Sumário
2 - Contribuição patronal incidente sobre as remunerações dos segurados a seu serviço ....................... 8
7 - Obrigação da empresa que remunera empregado licenciado para exercer mandato de dirigente
sindical ..................................................................................................................................................................................... 11
8 - Obrigação da entidade sindical que remunera dirigente que mantém a qualidade de segurado
empregado ou trabalhador avulso ................................................................................................................................ 11
9 - Obrigação da entidade sindical que remunera dirigente que mantém a qualidade de contribuinte
individual ................................................................................................................................................................................ 12
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3 - Contribuição que vence até 2 dias úteis após a realização do evento ...................................................... 21
4 - Contribuições que vencem até o dia 20 do mês seguinte (Lei 14.438/2022) ....................................... 22
2 - Multa de Mora................................................................................................................................................................. 27
3 - Multa de Ofício................................................................................................................................................................ 28
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6 - Procedimento da Retenção........................................................................................................................................ 47
10 - Retenção em Empresa Optante pela Contribuição Previdenciária Sobre a Receita Bruta - CPRB
.................................................................................................................................................................................................... 50
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7 - Administradores Públicos.......................................................................................................................................... 56
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Obrigações acessórias.
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam das obrigações da empresa e demais
contribuintes em relação à arrecadação e recolhimento das contribuições previdenciárias.
Boa aula!
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Vamos de forma direta e objetiva entrar no conteúdo da presente aula, analisando cada uma das
obrigações das empresas no tocante à arrecadação e recolhimento das contribuições previdenciárias.
e recolher o
produto
arrecadado
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Quanto às gorjetas que as empresas cobram na conta de consumo, devem inserir o valor na nota fiscal.
Ademais, o empregador deve fazer arrecadação na fonte do percentual das gorjetas arrecadadas
para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados de sua integração à
remuneração dos empregados. O valor restante deve ser revertido integralmente em favor do
trabalhador. O percentual a ser retido poderá ser de até:
• 20% se a empresa estiver inscrita em regime de tributação federal diferenciado, como por
exemplo, o Simples Nacional;
• 33% para as demais empresas.
Se a gorjeta não for cobrada na nota de consumo, mas for entregue pelo consumidor diretamente ao
empregado, seus critérios serão definidos em acordo ou convenção coletiva e é facultado ao
empregador a retenção conforme os critérios acima expostos.
COMENTÁRIOS:
a) As empresas são obrigadas a arrecadar a contribuição apenas do segurado contribuinte individual a
seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração.
Assertiva incorreta. As empresas não são obrigadas a arrecadar a contribuição apenas do segurado
contribuinte individual a seu serviço, mas também dos demais segurados a seu serviço.
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Gabarito: B
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As empresas prestadoras que recolhem suas contribuições previdenciárias sobre a receita bruta (com
desoneração da folha de pagamento), caso prestem serviços sujeitos à retenção, nos termos da lei,
deverão sofrer uma retenção de apenas 3,5% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços (e não de 11%). A retenção deverá ser feita pela empresa contratante e o recolhimento deverá
ser feito em nome da prestadora.
Maiores detalhes sobre as características da cessão de mão de obra e da empreitada, suas semelhanças,
diferenças, bem como a respectiva retenção de 11%, serão objeto de estudo ainda nesta aula.
Nos termos do art. 216, inciso I, do RPS, a empresa é obrigada a recolher as contribuições incidentes
sobre o faturamento e o lucro (CSLL e COFINS) na forma e prazos definidos pela legislação tributária
federal vigente.
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Quando o segurado especial tiver comercializado sua produção do ano anterior exclusivamente com
empresa adquirente, consignatária ou cooperativa, tal fato deverá ser comunicado à Previdência Social
pelo respectivo grupo familiar.
adquirente
a empresa
consumidora
cooperativa consignatária
são obrigadas a arrecadar e recolher a contribuição incidente
sobre a comercialização da produção rural do
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O produtor rural pessoa jurídica é obrigado a recolher a contribuição incidente sobre o total da receita
bruta proveniente da comercialização de sua produção rural até o dia 20 do mês seguinte ao da
operação de venda, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior quando não
houver expediente bancário no dia 20.
Tais contribuições substituem aqueles incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas
aos segurados empregado e trabalhador avulso, bem como as contribuições provenientes do
faturamento e do lucro.
No entanto, quando o empregador rural pessoa jurídica contrata contribuinte individual, fica obrigada
a pagar as mesmas contribuições que as demais empresas em geral pagam em relação e estes fatos
geradores.
A empresa que remunera empregado licenciado para exercer mandato de dirigente sindical é obrigada
a recolher a contribuição deste, bem como as parcelas a seu cargo, até o dia 20 do mês seguinte àquele
a que se referirem as remunerações, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente
anterior quando não houver expediente bancário no dia 20.
A entidade sindical que remunera dirigente que mantém a qualidade de segurado empregado,
licenciado da empresa, ou trabalhador avulso, é obrigada a recolher a contribuição destes, bem como
as parcelas a seu cargo, até o dia 20 do mês seguinte àquele a que se referirem as remunerações,
antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior quando não houver expediente
bancário no dia 20.
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A entidade sindical que remunera dirigente que mantém a qualidade de contribuinte individual é
obrigada a recolher a contribuição deste, bem como as parcelas a seu cargo, até o dia 20 do mês seguinte
àquele a que se referirem as remunerações, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente
anterior quando não houver expediente bancário no dia 20.
A empresa (ou equiparada) é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado a seu serviço,
descontando-a da respectiva remuneração.
Empregado
Quem arrecada e recolhe?
empresa ou equiparada
A empresa (ou equiparada) é obrigada a arrecadar a contribuição do trabalhador avulso a seu serviço,
descontando-a da respectiva remuneração.
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Trabalhador avulso
Quem arrecada e recolhe?
trabalhador
avulso órgão gestor de mão-de-obra (OGM O)
portuário
trabalhador
avulso empresa tomadora do serviço
não portuário
Empregado doméstico
Quem arrecada e recolhe?
empregador doméstico
junto com a parcela a seu cargo
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COMENTÁRIOS:
c) O produtor rural pessoa jurídica é desobrigado a recolher a contribuição incidente sobre o total da
receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural.
Assertiva incorreta. O produtor rural pessoa jurídica é obrigado a recolher a contribuição incidente
sobre o total da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural
Gabarito: C
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O segurado facultativo está obrigado a recolher sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia quinze
do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia
útil subsequente quando não houver expediente bancário no dia quinze.
Segurado facultativo
Quem arrecada e recolhe?
O produto arrecadado pela empresa ou equiparada deverá ser recolhido até o dia 20 do mês seguinte
àquele a que se referirem as remunerações, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente
anterior quando não houver expediente bancário no dia 20.
Cabe ao próprio contribuinte individual que prestar serviços, no mesmo mês, a mais de uma empresa,
cuja soma das remunerações superar o limite mensal do salário de contribuição, comprovar às que
sucederem à primeira o valor ou valores sobre os quais já tenha incidido o desconto da contribuição, de
forma a se observar o limite máximo do salário de contribuição.
No entanto, quando o segurado contribuinte individual exercer atividade econômica por conta própria
ou prestar serviço a pessoa física ou a outro contribuinte individual, produtor rural pessoa física, missão
diplomática ou repartição consular de carreira estrangeiras, ou quando se tratar de brasileiro civil que
trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, está
obrigado a recolher sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia 15 do mês seguinte àquele a que
as contribuições se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não
houver expediente bancário no dia quinze.
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Contribuinte individual
Quem arrecada e recolhe?
OU
O próprio produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição
de 1,3% incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, caso comercializem a sua
produção:
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sido realizadas diretamente com estes ou com intermediário pessoa física, bem como no caso em que
tal adquirente seja:
• Pessoa Jurídica;
• Pessoa física não produtora rural, que adquire a produção do segurado especial ou do produtor
rural pessoa física para vender, no varejo, a consumidor pessoa física, como, por exemplo, os
feirantes não produtores.
Obs.: O segurado especial que contratar empregados por prazo determinado ou trabalhador rural
em caráter eventual, sem relação de emprego, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por
dia no ano civil, está obrigado a arrecadar e recolher as contribuições, sob sua responsabilidade, até o
dia 20 do mês seguinte ao da competência (Lei 14.438/22), nas seguintes situações:
OU
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COMENTÁRIOS:
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II - O próprio produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição
de 1,3% incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, caso comercializem a sua
produção diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física.
Assertiva correta. Nesta situação apresentada, o próprio produtor rural pessoa física e o segurado
especial são obrigados a recolher a contribuição incidente sobre a receita bruta da comercialização da
produção rural.
III - O próprio produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição
de 1,3% incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, caso comercializem a sua
produção com pessoa física não produtora rural, que adquire a produção do segurado especial ou do
produtor rural pessoa física para vender, no varejo, a consumidor pessoa física, como, por exemplo, os
feirantes não produtores.
Assertiva incorreta. Nesse caso, a contribuição do segurado especial será recolhida pelo adquirente,
como estudamos.
Gabarito: B
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2 1 1 2 várias
contribuições
contribuições contribuição contribuição contribuições
O Prazo de recolhimento será até o dia 15 do mês seguinte ao da respectiva competência nos seguintes
casos:
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ATENÇÃO: Se o vencimento cair em dia não útil, ANTECIPA-SE o vencimento para o dia útil
anterior.
se o vencimento cair em dia não útil, antecipa para o dia útil anterior
O Prazo de recolhimento será até 2 (dois) dias úteis após a realização do evento nos seguintes casos:
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ATENÇÃO: O vencimento sempre cairá em dia útil, pois o será em até 2 dias úteis após a
realização do evento.
*Segundo a lei nº14.438/22, o vencimento das contribuições que estudaremos neste tópico foi
alterado do dia 07 (sete) do mês seguinte para o dia 20 (vinte) do mês seguinte, sendo que tal
alteração só produzirá efeitos a partir da data de início da arrecadação por meio da prestação
dos serviços digitais de geração de guias.
Assim sendo, assim que a lei 14.438/2022 produzir efeitos em relação a essa mudança de prazo de
vencimento, o novo prazo de recolhimento passará a ser até o dia 20 do mês seguinte ao da respectiva
competência nos seguintes casos:
Segurado Especial
O segurado especial que contratar empregados por prazo determinado ou trabalhador rural em
caráter eventual, sem relação de emprego, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia
no ano civil, está obrigado a arrecadar e recolher as contribuições, sob sua responsabilidade, até o dia
20 (vinte) do mês seguinte ao da competência (LEI 14.438/2022), nas seguintes situações:
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• Contribuições recolhidas pelo próprio segurado especial, incidente sobre a receita bruta da
comercialização da produção rural;
Empregador Doméstico
ATENÇÃO: Se o vencimento cair em dia não útil, ANTECIPA-SE o vencimento para o dia útil
anterior.
O Prazo de recolhimento será até o dia 20 do mês seguinte ao da respectiva competência nos demais
casos, tais como:
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ATENÇÃO: Se o vencimento cair em dia não útil, ANTECIPA-SE o vencimento para o dia útil
anterior.
as demais contribuições
se o vencimento cair em dia não útil, antecipa para o dia útil anterior
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COMENTÁRIOS:
I - Contribuinte individual, quando exercer atividade econômica por conta própria é obrigado a recolher
sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte àquele a que as contribuições
se referirem.
Assertiva correta. A presente assertiva está correta, pois nos termos do art. 216, inciso II, do
Regulamento da Previdência Social – RPS, o contribuinte individual, quando exercer atividade
econômica por conta própria, é obrigado a recolher sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia
quinze do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem.
II - Os segurados, contribuinte individual e facultativo, estão obrigados a recolher sua contribuição por
iniciativa própria, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência.
Assertiva incorreta. Conforme disposto no art. 30, inciso II, da Lei nº 8.212/91, “o segurado
contribuinte individual e o facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa
própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da competência”
III - nos termos da legislação de custeio previdenciário em vigor, que se não houver expediente bancário
nas datas legais de recolhimento da contribuição, o recolhimento deverá ser efetuado no dia útil
imediatamente posterior
Assertiva incorreta. Conforme disposto no § 2º do art. 30 da Lei nº 8.212/91, se não houver expediente
bancário nas datas indicadas, teremos duas possibilidades de prazo para recolhimento, conforme segue:
O recolhimento das contribuições dos segurados contribuinte individual e facultativo, quando eles estão
obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa própria, deverá ocorrer até o dia quinze do mês
seguinte ao da competência, prorrogando-se para o dia útil imediatamente posterior, se não houver
expediente bancário nas datas indicadas.
O recolhimento das contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a serviço da
empresa, referente aos valores descontados da respectiva remuneração, bem como todas as demais
contribuições cujo prazo de recolhimento também seja até o dia 20 do mês seguinte ao da competência
(inclusive a contribuição incidente sobre o 13º salário, cujo prazo de recolhimento será dia 20 de
dezembro, exceto nos casos de rescisão do contrato de trabalho, quando tais contribuições deverão ser
recolhidas até o dia 20 do mês seguinte ao da rescisão), serão antecipadas para o dia útil imediatamente
anterior, se não houver expediente bancário nas datas indicadas.
Gabarito: A
6 - Recolhimento Trimestral
É facultado aos segurados contribuinte individual (apenas quando recolhem sua contribuição por
conta própria) e facultativo, cujos salários-de-contribuição sejam iguais ao valor de um salário-
mínimo, optarem pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias, com vencimento no
dia quinze do mês seguinte ao de cada trimestre civil.
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Diante do exposto, podemos concluir que as contribuições que podem ser pagas até o dia 15 do mês
seguinte, quando recolhidas sobre um salário-mínimo, poderão ser recolhidas trimestralmente.
Nos termos do art. 398 da IN RFB nº 971/2009, na redação dada pela IN RFB nº 1.238/2012, é vedado
o recolhimento, em documento de arrecadação, de valor inferior a R$ 10,00.
Se o valor a recolher na competência for inferior ao valor mínimo estabelecido, deverá ser adicionado
ao devido na competência seguinte, e assim sucessivamente, até atingir o valor mínimo permitido para
recolhimento.
Ficam sujeitos aos acréscimos legais os valores não recolhidos a partir da competência em que for
alcançado o valor mínimo.
juros multa
de mora de mora
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1 - Juros de Mora
Quando as contribuições previdenciárias forem pagas após a data de vencimento, incidirão juros que
serão calculados da seguinte forma:
• 1% no mês do pagamento.
Obs.: Não há cobrança de juros de mora para pagamentos feitos dentro do próprio mês de
vencimento, ainda que pago em atraso. Neste caso, incidirá apenas multa de mora, como
estudaremos a seguir.
Exemplo:
Contribuição patronal da empresa referente à competência out/2022: R$ 100.000,00.
Data do Vencimento: 20/novembro/2022.
Data do Pagamento: 08/março/2023.
2 - Multa de Mora
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• 0,33% por dia de atraso, calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do
prazo previsto para pagamento, até o dia em que ocorrer seu efetivo pagamento.
• O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20% (ou seja, a partir do 61º dia de atraso,
o valor ficará fixo em 20%).
Exemplo:
Contribuição patronal da empresa referente à competência out/2017: R$ 100.000,00.
Data do Vencimento: 20/novembro/2017.
Data do Pagamento: 08/março/2018.
TOTAL DA MULTA DE MORA: 108 dias em atraso x 0,33% = 35,64% (Limitado a 20%).
TOTAL A PAGAR: R$ 20.000,00 (20% de R$ 100.000,00).
3 - Multa de Ofício
Quando for constatado contribuições previdenciárias devidas e não declaradas em GFIP, caberá à
Receita Federal do Brasil – RFB efetuar lançamento de ofício, por meio da lavratura de auto de infração
ou notificação de lançamento.
Neste caso, a multa a ser aplicada passa a ser de 75%, calculada sobre a contribuição devida e não
recolhida.
Tal multa poderá dobrar de valor, passando de 75% para 150% nos seguintes casos:
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multa de ofício
(através de lavratura de auto-de-infração ou notificação de lançamento)
compensação indevida
em dobro (falsidade da declaração )
150 % nos casos de evidente intuito de fraude
Os percentuais da multa de ofício que acabamos de estudar (75% ou 150%, conforme o caso), serão
aumentadas de metade, passando respectivamente para 112,5% e 225%, nos seguintes casos:
• Não atendimento, pelo sujeito passivo, de intimação para prestar esclarecimentos no prazo
determinado;
• Não atendimento, pelo sujeito passivo, de intimação para apresentar arquivos digitais, quando
usuário de sistema de processamento eletrônico de dados, bem como a documentação técnica
completa e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a sua auditoria, facultada a
manutenção em meio magnético, sem prejuízo de sua emissão gráfica, quando solicitada.
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COMENTÁRIOS:
I - As contribuições sociais incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento ou inscritas em dívida
ativa que forem pagas com atraso estarão sujeitas a atualização monetária, juros de mora e multa.
Acerca da multa de mora, o valor será de 0,66% ao dia, limitado a 20%.
Assertiva incorreta. Quando as contribuições previdenciárias forem pagas após a data de vencimento,
(espontaneamente ou após terem sido devidamente declaradas ao fisco), serão acrescidos, além dos
juros de mora, também a multa de mora, que serão calculados da seguinte forma:
- 0,33% por dia de atraso, calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo
previsto para pagamento, até o dia em que ocorrer seu efetivo pagamento.
- O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20%.
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Assertiva correta. Neste caso, a multa a ser aplicada é a multa de mora (e não a multa de ofício),
exatamente como está na presente assertiva.
III - A multa de ofício poderá dobrar de valor, passando de 75% para 150% no caso de compensação
indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo.
Assertiva correta. A multa de ofício poderá dobrar de valor, passando de 75% para 150% nos
seguintes casos:
- Compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo;
- Nos casos de evidente intuito de fraude.
Gabarito: D
• 40%, se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de 30, contado da data em que foi
notificado do lançamento;
• 20%, se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, contado da data em que
foi notificado da decisão administrativa de primeira instância.
No caso de provimento ao recurso de ofício interposto por autoridade julgadora de primeira instância
(Delegacia da receita Federal de Julgamento - DRJ), aplica-se a redução de:
A rescisão do parcelamento, motivada pelo descumprimento das normas que o regulam, implicará
restabelecimento do montante da multa proporcionalmente ao valor da receita não satisfeita e que
exceder o valor obtido com a garantia apresentada.
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OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
As obrigações acessórias têm por objeto as prestações positivas ou negativas previstas na legislação
tributária, assim entendidas aquelas prestações obrigacionais de fazer ou deixar de fazer, desde que
sejam no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Não se incluem as obrigações de dar
dinheiro ao fisco (pagar tributo ou penalidade pecuniária), porque estas são consideradas "obrigações
principais".
Na esfera previdenciária, as obrigações acessórias têm por finalidade, dentre outras, subsidiar a
fiscalização para a verificação da regularidade fiscal previdenciária do contribuinte.
O art. 32 da lei nº 8.212/91, c/c o art. 225 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo
Decreto n 3.048/99, dispõe sobre as principais obrigações acessórias das empresas em matéria de
interesse do fisco previdenciário. Tal assunto é muito cobrado em provas de concursos e será estudado
de forma detalhada e diagramada a seguir:
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1 - Folha de Pagamento
A folha de pagamento será elaborada mensalmente, de forma coletiva, por estabelecimento da empresa,
por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, e deverá:
No que se refere ao trabalhador portuário avulso, o órgão gestor de mão de obra (OGMO) elaborará a
folha de pagamento por navio, mantendo-a disponível para uso da fiscalização, indicando o operador
portuário e os trabalhadores que participaram da operação, detalhando, com relação aos respectivos
trabalhadores:
O órgão gestor de mão de obra consolidará as folhas de pagamento relativas às operações concluídas
no mês anterior por operador portuário e por trabalhador portuário avulso, indicando, com relação a
estes, os respectivos números de registro ou cadastro, as datas dos turnos trabalhados, as importâncias
pagas e os valores das contribuições previdenciárias retidas.
Para efeito de observância do limite máximo da contribuição do segurado trabalhador avulso, o órgão
gestor de mão de obra manterá resumo mensal e acumulado, por trabalhador portuário avulso, dos
valores totais das férias, do décimo terceiro salário e das contribuições previdenciárias retidas.
Obs.: Nos termos do art. 216, inciso XII, do RPS, a empresa que remunera contribuinte
individual é obrigada a fornecer a este comprovante do pagamento do serviço prestado
consignando, além dos valores da remuneração e do desconto feito, o número da inscrição
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do segurado no Instituto Nacional do Seguro Social. Já o § 21 do art. 216, por sua vez, dispõe
sobre o compromisso de que o valor da respectiva remuneração será incluído em Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
– GFIP e efetuado o recolhimento da correspondente contribuição.
COMENTÁRIOS:
a) Os códigos ou abreviaturas que identifiquem as respectivas rubricas utilizadas na elaboração das
folhas de pagamento devem obedecer ao padrão determinado pela Receita Federal do Brasil, órgão
responsável por arrecadar os tributos referentes à Previdência Social.
Assertiva incorreta. Os códigos ou abreviaturas que identifiquem as respectivas rubricas utilizadas na
elaboração das folhas de pagamento deverão ficar à disposição da fiscalização, sem, contudo, obedecer
a um padrão determinado pela Receita Federal do Brasil.
b) Os registros da folha de pagamentos de obras de construção civil podem ser mantidos centralizados
na sede da empresa construtora.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 225 da lei 8.212/91, a empresa é também obrigada a preparar
folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço,
devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos.
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c) folha de pagamento deve incluir todas as remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a
serviço da empresa, exceto os contribuintes individuais, uma vez que não possuem vínculo
empregatício com a empresa.
Assertiva incorreta. A empresa é também obrigada a preparar folha de pagamento da remuneração
paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, inclusive aqueles sem vínculo
empregatício.
Gabarito: D
Também é obrigada a prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita Federal
todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse deles, na forma por eles
estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização.
Os lançamentos contábeis, devidamente escriturados nos livros Diário e Razão, serão exigidos pela
fiscalização após 90 (noventa) dias contados da ocorrência dos fatos geradores das contribuições,
devendo, obrigatoriamente:
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Além das obrigações contábeis aqui mencionadas, a empresa é obrigada a cumprir as demais normas
legais e regulamentares referentes à escrituração contábil.
• a pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, de acordo com a legislação tributária
federal, desde que mantenha a escrituração do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário; e
• a pessoa jurídica que optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples nacional), desde que
mantenha escrituração do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.
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COMENTÁRIOS:
a) O síndico não é obrigado a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições
previstas na Lei n. 8.212/91.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 33, § 2º, da Lei 8.212/91, "A empresa, o segurado da
Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante
de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros
relacionados com as contribuições previstas nesta Lei"
c) A empresa é obrigada exibir à fiscalização da RFB, quando intimada para tal, todos os documentos e
livros com as formalidades legais intrínsecas e extrínsecas, relacionados com as contribuições sociais,
salvo na hipótese em que, justificadamente, tais documentos e livros estejam fora da sede da empresa.
Assertiva incorreta. A empresa não pode alegar que tais documentos e livros estejam fora da sede da
empresa para se eximir do cumprimento de sua obrigação.
d) É obrigação acessória das contribuições sociais para a previdência social o lançamento semanal, em
títulos contábeis próprios, de forma discriminada, dos fatos geradores de todas as contribuições sociais
a cargo da empresa.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 32, II, da Lei 8.212/91, a empresa é obrigada a lançar
mensalmente (e não semanalmente) em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada,
os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da
empresa e os totais recolhidos.
Gabarito: B
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• Inscrição do segurado empregado: deverá ser efetuada diretamente pela empresa, mediante
preenchimento dos documentos que o habilitem ao exercício da atividade, formalizado pelo
contrato de trabalho;
• Inscrição do trabalhador avulso portuário: deverá ser efetuada diretamente no Órgão Gestor
de mão de obra (OGMO), mediante cadastramento e registro do trabalhador;
• Inscrição do trabalhador avulso não-portuário: deverá ser efetuada diretamente no sindicato
de classe, mediante cadastramento e registro do trabalhador;
• Inscrição do contribuinte individual e cooperados: deverá ser efetuada diretamente pela
empresa ou cooperativa, caso constate que ainda não estão inscritos.
A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e
atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal,
trabalhista e previdenciária fica obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os sistemas
e os arquivos, em meio eletrônico ou assemelhado, durante o prazo decadencial, os quais ficarão à
disposição da fiscalização.
A empresa (ou equiparada) é obrigada a matricular obra de construção civil de sua propriedade, ou
executada sob sua responsabilidade, no prazo de 30 dias do início das respectivas atividades.
A matrícula deverá ser efetuada mediante comunicação obrigatória do responsável por sua execução,
quando obterá número cadastral básico, de caráter permanente, sob pena de multa.
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6 - Acidente de Trabalho
Desta comunicação, receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que
corresponda a sua categoria.
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública,
não prevalecendo nestes casos o prazo previsto na legislação. Neste caso, a comunicação por terceiros
não exime a empresa de responsabilidade e da respectiva multa.
A empresa (ou equiparada) é obrigada a afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativamente à
competência anterior, durante o período de um mês, no quadro de horário da empresa.
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A empresa (ou equiparada) é obrigada a informar, anualmente, à Secretaria da Receita Federal do Brasil,
na forma por ela estabelecida, o nome, o número de inscrição na previdência social e o endereço
completo dos segurados que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exercem pequena atividade
comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciantes ambulantes, por ela utilizados no
período, a qualquer título, para distribuição ou comercialização de seus produtos, sejam eles de
fabricação própria ou de terceiros, sempre que se tratar de empresa que realize vendas diretas.
10 - LTCAT e PPP
A empresa (ou equiparada) é obrigada a manter laudo técnico atualizado com referência aos agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou emitir documento de
comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo. Trata-se do Laudo Técnico
das Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT.
A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no
ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva
exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita às penalidades previstas na legislação.
Ademais, deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico previdenciário - PPP, abrangendo
as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de
trabalho ou do desligamento do cooperado, cópia autêntica deste documento.
A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário
denominado perfil profissiográfico previdenciário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do
Seguro Social, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições
ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
A empresa (ou equiparada) é obrigada a exibir à fiscalização da Receita Federal do Brasil, quando
devidamente intimada para tal, todos os documentos e livros relacionados com as contribuições sociais,
contendo todas as formalidades legais intrínsecas (internas) e extrínsecas (externas).
• Intrínsecas (Internas):
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- Em idioma nacional;
- Sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e transportes para
as margens.
• Extrínsecas (externas):
O Município, por intermédio do órgão competente, fornecerá à Receita Federal do Brasil, para fins de
fiscalização, mensalmente, relação de todos os alvarás para construção civil e documentos de "habite-
se" concedidos, de acordo com critérios estabelecidos pelo referido órgão, devendo ser encaminhada
até o dia dez do mês seguinte àquele a que se referirem os documentos.
O titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais remeterá ao INSS, no prazo de um dia útil,
pelo Sistema Nacional de Informações de Registro Civil, ou pelo sistema que venha a substituí-lo, a
relação dos nascimentos, dos natimortos, dos casamentos, dos óbitos, das averbações, das anotações e
das retificações registradas na serventia.
Para os Municípios que não dispõem de provedor de conexão à internet ou de qualquer meio de acesso
à internet, fica autorizada a remessa da relação no prazo de cinco dias úteis, conforme critérios
definidos pelo INSS.
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• nome completo;
• número de inscrição no CPF;
• sexo; e
• data e local de nascimento.
• nome completo;
• número de inscrição no CPF;
• sexo; e
• data e local de nascimento do registrado.
Além das informações acima, constarão dos registros de casamento e de óbito, caso estejam disponíveis,
os seguintes dados:
Na hipótese de não haver sido registrado nascimento, natimorto, casamento, óbito ou averbação,
anotação e retificação no mês, o titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais comunicará
este fato ao INSS até o quinto dia útil do mês subsequente, na forma estabelecida pelo INSS.
RETENÇÃO DE 11%
A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada,
inclusive em regime de trabalho temporário, a partir da competência fevereiro de 1999, deverá reter
11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços e
recolher a importância retida em nome da empresa contratada, em documento de arrecadação
identificado com a denominação social e o CNPJ desta empresa.
Outrossim, a empresa contratada deverá emitir nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços
específica para os serviços prestados em condições especiais pelos segurados ou discriminar o valor
desses na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços
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A retenção da contribuição social previdenciária, por parte do responsável pelo recolhimento, sempre
se presumirá feito, oportuna e regularmente, não lhe sendo lícito alegar qualquer omissão para se
eximir da obrigação, permanecendo responsável pelo recolhimento das importâncias que deixar de
reter.
cessão de mão-de-obra
mediante
empreitada
Cessão de mão de obra é a colocação à disposição da empresa contratante, em suas dependências ou nas
de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade
fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação, inclusive por meio de trabalho
temporário.
• Dependências de terceiros: aquelas indicadas pela empresa contratante, que não sejam as suas
próprias e que não pertençam à empresa prestadora dos serviços.
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2 - Empreitada - Conceito
Conceito de empreitada
Empreitada de mão-de-obra é a execução, contratualmente
estabelecida, de tarefa, de obra ou de serviço, por preço ajustado,
com ou sem fornecimento de material ou uso de equipamentos, que
podem ou não ser utilizados, realizada nas dependências da empresa
contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada, tendo
como objeto um resultado pretendido.
Cessão de mão de obra: os serviços devem ser prestados obrigatoriamente nas dependências da
empresa contratante ou na de terceiros, indicadas pela contratante, mas nunca nas próprias
dependências da empresa contratada, prestadora dos serviços.
Empreitada: Não há qualquer restrição ao local de execução dos serviços, podendo os mesmos ser
prestados nas dependências da empresa contratante, nas dependências de terceiros, indicadas pela
contratante e, inclusive, nas próprias dependências da empresa contratada.
Estarão sujeitos à retenção, em regra, se contratados mediante cessão de mão de obra, os serviços de:
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• vigilância ou segurança, que tenham por finalidade a garantia da integridade física de pessoas
ou a preservação de bens patrimoniais;
• cobrança;
• copa e hotelaria;
• distribuição;
• treinamento e ensino;
• montagem;
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• secretaria e expediente;
• saúde; e
Na empreitada:
• vigilância ou segurança, que tenham por finalidade a garantia da integridade física de pessoas
ou a preservação de bens patrimoniais;
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Alguns serviços, como pudemos observar nas relações acima, estarão sujeitos à retenção tanto se
contratados mediante cessão de mão de obra como se contratados mediante empreitada. Segue relação
de tais serviços:
• aos órgãos públicos da administração direta, autarquias e fundações de direito público quando
contratantes de obra de construção civil, reforma ou acréscimo, por meio de empreitada total ou
parcial, ressalvado o caso de contratarem serviços de construção civil mediante cessão de mão
de obra ou empreitada, em que se obrigam a efetuar a retenção de 11%.
6 - Procedimento da Retenção
A empresa contratante (tomadora) dos serviços prestados mediante cessão de mão de obra ou
empreitada, quando se tratar de serviço sujeito à retenção, deverá:
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• Reter 11% sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços emitido
pela contratada, a título de contribuição para a seguridade social;
• Recolher a importância retida em nome da empresa cedente da mão de obra, até o dia 20 (vinte)
do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil
imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia.
Procedimento da retenção
A empresa contratada (prestadora) dos serviços prestados mediante cessão de mão de obra ou
empreitada, quando se tratar de serviço sujeito à retenção, deverá:
• Destacar na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços o valor da retenção para a
Seguridade Social;
• Elaborar folha de pagamento e GFIP distintas para cada obra ou estabelecimento das empresas
tomadoras (contratantes);
Procedimento da retenção
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O percentual de retenção do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços relativa a
serviços prestados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, a
cargo da empresa contratante, é acrescido de 4%, 3% ou 2%, relativamente aos serviços prestados pelo
segurado empregado cuja atividade permita a concessão de aposentadoria especial após 15 anos, 20
anos ou 25 anos de contribuição, respectivamente. Assim sendo, o percentual de retenção passará para
15%, 14% e 13%, conforme o caso.
SÚMULA 425 DO STJ: “A retenção da contribuição para a seguridade social pelo tomador
do serviço não se aplica às empresas optantes pelo Simples.”
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Nos termos da mencionada Súmula, as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo
Simples nacional, caso prestem serviços mediante cessão de mão de obra ou empreitada, não se
sujeitam à retenção de 11%.
No entanto, existem exceções a esta regra. Assim sendo, as empresas optantes pelo Simples Nacional,
quando exerçam as atividades abaixo, continuam sujeitas à retenção de 11%:
• Construção civil;
• Vigilância;
• Limpeza e conservação.
Súmula 425
STJ
Súmula 425 do superior tribunal de justiça - STJ
As empresas prestadoras que recolhem suas contribuições previdenciárias sobre a receita bruta (com
desoneração da folha de pagamento), caso prestem serviços sujeitos à retenção, nos termos da lei,
deverão sofrer uma retenção de apenas 3,5% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços (e não de 11%). A retenção deverá ser feita pela empresa contratante e o recolhimento deverá
ser feito em nome da prestadora.
Lei
12.546/2011
retenção nas empresas prestadoras beneficiadas
pela desoneração da folha de pagamento
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11 - Cooperativa de Trabalho
Não haverá retenção de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal emitida por cooperativa de trabalho.
COMENTÁRIOS:
a) A empresa prestadora de serviços está obrigada a destacar nas notas fiscais, nas faturas ou nos
recibos de prestação de serviços emitidos o valor da retenção para a previdência social.
Assertiva correta. Art. 31, § 1º, da lei 8.212/91.
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c) a empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mão de obra deverá
reter quinze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher
a importância retida em nome da empresa contratada.
Assertiva incorreta. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada
de mão de obra deverá reter 11% (e não 15%) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de
prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada.
Gabarito: A
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
O art. 264 do Novo Código Civil dispõe que há solidariedade quando, na mesma obrigação, concorrem
mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito ou obrigado à dívida toda.
Quando concorrem mais de um credor na mesma obrigação, temos a solidariedade ativa. Se os que
concorrem na mesma obrigação forem devedores, temos a solidariedade passiva.
A solidariedade tributária aqui estudada será sempre a passiva, uma vez que não é possível, neste caso,
haver solidariedade ativa, pois apenas um ente federativo possui competência tributária definida
constitucionalmente para instituir o tributo, admitindo-se, outrossim, delegação da capacidade ativa,
para as atribuições de fiscalizar e cobrar tais tributos.
O art. 124 do Código Tributário Nacional – CTN dispõe que são solidariamente obrigadas as pessoas que
tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal e as pessoas
expressamente designadas por lei.
Segundo o parágrafo único do art. 124 do CTN, a solidariedade ali prevista não comporta benefício de
ordem, ou seja, o sujeito ativo pode cobrar a dívida de qualquer um dos devedores solidários, sem
necessitar seguir uma ordem específica, não podendo as pessoas solidariamente responsáveis pela
obrigação se negar a pagar, alegando que outras não pagaram.
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art. 220
RPS
proprietário construção
da unidade
incorporador imobiliária, cuja reforma
contratação da
dono da obra acréscimo
Obs.: Não se considera cessão de mão de obra a contratação de construção civil em que a
empresa construtora assuma a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o
contrato integralmente.
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Observação 1: Nos contratos de construção civil, a retenção de 11% será opcional quando
não envolver cessão de mão de obra. Quando envolver cessão de mão de obra, a retenção de
11% será obrigatória.
Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito passivo, o montante dos salários pagos pela
execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão de obra empregada,
proporcional à área construída, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou
empresa corresponsável o ônus da prova em contrário.
Para exemplificar, suponhamos que efetuemos a compra um apartamento em construção por meio de
uma empresa de comercialização ou no stand de vendas de uma incorporadora de imóveis. Neste caso,
não teremos, como adquirentes, qualquer responsabilidade perante a Seguridade Social em relação às
contribuições não recolhidas.
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As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente,
pelas respectivas obrigações previdenciárias.
Caracteriza-se grupo econômico quando duas ou mais empresas estiverem sob a direção, o controle ou
a administração de uma delas, compondo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade
econômica.
Considera-se consórcio simplificado de produtores rurais aquele formado pela união de produtores rurais
pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação
de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e
documentos.
Os produtores rurais integrantes do consórcio simplificado respondem entre si, solidariamente, pelas
respectivas obrigações previdenciárias.
O consórcio que realizar a contratação, em nome próprio, de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem
vínculo empregatício, poderá efetuar a retenção das contribuições e cumprir as respectivas
obrigações acessórias, hipótese em que as empresas consorciadas serão solidariamente responsáveis.
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As regras deste tópico abrangem as contribuições destinadas a outras entidades e fundos (terceiros),
além da multa por atraso no cumprimento das obrigações acessórias.
O operador portuário e o órgão gestor de mão de obra são solidariamente responsáveis pelo pagamento
das contribuições previdenciárias e demais obrigações, inclusive acessórias, devidas à seguridade
social, relativamente à requisição de mão de obra de trabalhador avulso, vedada a invocação do
benefício de ordem.
O órgão gestor de mão-de-obra deverá, quando exigido pela fiscalização, exibir as listas de escalação
diária dos trabalhadores portuários avulsos, por operador portuário e por navio.
Caberá exclusivamente ao órgão gestor de mão-de-obra a responsabilidade pela exatidão dos dados
lançados nas listas diárias acima mencionadas.
7 - Administradores Públicos
8 - Cooperativa de Trabalho
No caso de serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho, não haverá
solidariedade entre a cooperativa e o tomador dos serviços.
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Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito passivo, o valor da contribuição será obtido
mediante AFERIÇÃO INDIRETA, mediante cálculo da mão de obra empregada, proporcional à área
construída, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, nos
termos o art. 33, § 4º, da Lei 8.212/91, combinada com os art. 234 do Regulamento da Previdência Social
- RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99.
Art. 33... (...) § 4º Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito passivo, o montante dos
salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão
de obra empregada, proporcional à área construída, de acordo com critérios estabelecidos pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da
unidade imobiliária ou empresa corresponsável o ônus da prova em contrário.
COMENTÁRIOS:
a) O proprietário responde solidariamente pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade
Social decorrentes de obra.
Assertiva correta. Conforme disposto no art. 30, inciso VI, da Lei nº 8.212/91, o proprietário, qualquer
que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, é solidário com o construtor, e
este com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social.
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b) O incorporador responde solidariamente pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade
Social decorrentes de obra.
Assertiva correta. Conforme disposto no art. 30, inciso VI, da Lei nº 8.212/91, o incorporador,
qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, é solidário com o
construtor, e este com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade
Social.
c) O fiscal de obras do município responde solidariamente pelo cumprimento das obrigações para com
a Seguridade Social decorrentes de obra.
Assertiva incorreta. Em relação ao fiscal de obras do município, nesta condição, não há qualquer
previsão que o torne solidariamente responsável pelo cumprimento das obrigações para com a
Seguridade Social decorrentes de obra que fiscalize.
d) o construtor responde solidariamente pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade
Social decorrentes de obra.
Assertiva correta. Art. 30, inciso VI, da Lei nº 8.212/91.
Gabarito: C
COMENTÁRIOS:
a) Considera-se construtor, para os efeitos do Regulamento da Previdência Social, a pessoa física ou
jurídica que executa obra sob sua responsabilidade, no todo ou em parte.
Assertiva correta. A resolução da presente questão tem por base o § 4º do art. 220 do Regulamento da
Previdência Social – RPS, que assim dispõe:
Art. 220. (...) § 4º Considera-se construtor, para os efeitos deste Regulamento, a pessoa física ou jurídica
que executa obra sob sua responsabilidade, no todo ou em parte.
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b) Obra de construção civil realizada em um supermercado não contém prova regular e formalizada do
montante dos salários pagos durante a sua execução. Assim, pode-se concluir que não poderá haver
cobrança de contribuição social pela Receita Federal do Brasil.
Assertiva incorreta. Haverá cobrança por aferição indireta, conforme dispõe o art. 33, § 4º, da Lei
8.212/91:
Art. 33. (...) § 4º Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito passivo, o montante dos salários
pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão de obra
empregada, proporcional à área construída, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou
empresa corresponsável o ônus da prova em contrário.
Gabarito: B
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula, onde estudamos a arrecadação e recolhimento das contribuições
previdenciárias.
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"INSERIR CAPA"
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Sumário
1 - Introdução ........................................................................................................................................................................... 6
1 - Cônjuge ................................................................................................................................................................................. 8
2 - Companheiros.................................................................................................................................................................... 9
4 - Concubinato..................................................................................................................................................................... 11
5 - Filhos .................................................................................................................................................................................. 11
6 - Equiparados a Filhos.................................................................................................................................................... 13
1 - Pais ...................................................................................................................................................................................... 16
1 - Irmãos ................................................................................................................................................................................ 17
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1 - Introdução ........................................................................................................................................................................ 24
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10 - Auxílio-acidente .......................................................................................................................................................... 49
10.2 - Beneficiários......................................................................................................................................................... 50
11 - Salário-maternidade .................................................................................................................................................. 54
11.2 - Beneficiários......................................................................................................................................................... 56
12 - Salário-Família ............................................................................................................................................................. 62
12.2 - Beneficiários......................................................................................................................................................... 62
13.2 - Beneficiários......................................................................................................................................................... 67
14.2 - Beneficiários......................................................................................................................................................... 72
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15.2 - Beneficiários......................................................................................................................................................... 76
16 - Serviço Social................................................................................................................................................................ 78
1 - Conceito ............................................................................................................................................................................ 85
4 - Salário-maternidade .................................................................................................................................................... 89
5 - Auxílio-reclusão ............................................................................................................................................................. 90
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Dependentes do RGPS.
Período de Carência.
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam dos fatos geradores dos benefícios
previdenciários e carência.
Boa aula!
1 - Introdução
Como já estudado, os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social – RGPS são os segurados e
seus dependentes.
Após termos feito o estudo detalhado de cada uma das espécies de segurados, vamos agora estudar cada
um dos dependentes.
Os dependentes são beneficiários do RGPS independentemente de qualquer contribuição, pois seu
vínculo com a Previdência Social decorre da contribuição do segurado com o qual mantenha vínculo de
dependência.
Nos termos do art. 16 da Lei 8.213/91, os dependentes dividem-se em três classes, conforme segue:
• Classe I (1ª Classe) - também conhecido como dependentes preferenciais: o cônjuge, a
companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência grave;
• Classe II (2ª Classe): os pais;
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• Classe III (3ª Classe): o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
Além destes benefícios, os dependentes também terão direito aos serviços oferecidos pela Previdência
Social, conforme segue:
• Habilitação e reabilitação profissional; e
• Serviço Social.
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Tais benefícios e serviços serão estudados em detalhes, junto com as demais prestações
previdenciárias, durante nosso curso.
Direitos dos
Dependentes
Benefícios Serviços
Habilitação e
Pensão por morte
Reabilitação Profissional
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Súmula 336 – STJ: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à
pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente.”
Apesar da súmula mencionar apenas a separação judicial, tal entendimento aplica-se também aos casos
de divórcio.
Para corroborar com tal entendimento, podemos citar parte da ementa de Julgamento do STJ do Agravo
Regimental no Agravo em Recurso Especial 101062/RJ:
STJ: “Consoante jurisprudência desta Corte, comprovada a dependência econômica em relação ao
de cujus, o cônjuge separado judicialmente faz jus ao benefício de pensão pós-morte do ex-cônjuge,
ainda que não receba pensão alimentícia.”
Na hipótese de o segurado estar, na data do seu óbito, obrigado por determinação judicial a pagar
alimentos temporários a ex-cônjuge ou a ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte
será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de
cancelamento anterior do benefício.
2 - Companheiros
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável
com o segurado ou com a segurada.
Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre
pessoas, estabelecida com intenção de constituição de família, exceto nos casos de impedimento legal
de casamento, que também impedem a constituição de união estável.
Outrossim, no caso em que um dos companheiros ou ambos sejam separados apenas de fato, tal
situação, apesar de impedir casamento, não impedirá a união estável.
Assim sendo, podemos resumir as condições para que se reste caracterizada a união estável em dois
itens:
• convivência pública, contínua e duradoura entre pessoas, estabelecida com intenção de
constituição de família;
• ambos os companheiros sejam solteiros, separados judicialmente, divorciados, viúvos ou
separados de fato.
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Obs.: Não é possível o reconhecimento da união estável, bem como dos efeitos
previdenciários correspondentes, quando um ou ambos os pretensos companheiros forem
menores de 16 anos.
3 - Companheiros Homossexuais
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, as normas que tratam de dependentes para
fins previdenciários devem ser interpretadas de forma a abranger a união estável entre pessoas do
mesmo sexo.
O companheiro ou a companheira do mesmo sexo de segurado inscrito no RGPS integra o rol dos
dependentes e, desde que comprovada a união estável, concorre com os dependentes preferenciais
(dependentes de Classe I), para fins de recebimento de pensão por morte e de auxílio-reclusão,
independentemente de comprovação de dependência econômica.
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4 - Concubinato
Considera-se concubinato a relação não eventual entre pessoas, impedidas de casar-se. Trata-se de
uma relação impedida e que não pode ser considerada como entidade familiar. No entanto, exclui-se da
noção de concubinato a relação de pessoas separadas judicialmente ou de fato que, apesar de serem
impedidas para novo casamento, podem estabelecer união estável, conforme previsão expressa em lei.
Também se considera concubino(a) a pessoa com quem o cônjuge adúltero tem encontros periódicos
fora do lar.
A doutrina e a jurisprudência consideram as relações de concubinato excluídas do conceito de união
estável, por considerá-las ilegítimas, não alcançando a proteção do Estado. Vejamos decisão do STF
sobre o assunto:
5 - Filhos
Os filhos também estão incluídos no rol de dependentes de Classe I (dependentes preferenciais),
quando não emancipados, de qualquer condição, quando menores de 21 anos ou, em qualquer
idade, quando inválidos ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência grave.
Destaco aqui que os filhos adotivos não são classificados como equiparados a filhos... Filhos adotivos
SÃO FILHOS, sem qualquer distinção (não por equiparação, mas por definição). A Constituição Federal
de 1988 unificou o direito de igualdade entre os filhos de qualquer condição (sejam adotados ou não).
Muitos alunos costumam confundir a dependência dos filhos para efeitos previdenciários com a
dependência para efeito de imposto de renda. Os filhos que tenham entre 21 e 24 anos, quando
universitários ou estejam cursando escola técnica de 2º grau, apesar de dependentes para efeito de
imposto de renda, não são considerados dependentes para efeitos previdenciários.
O filho maior de 21 anos somente manterá a condição de dependente quando inválido ou se tiver
deficiência intelectual, mental ou deficiência grave.
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Outro ponto que costuma causar confusão ocorreu após a redução da maioridade promovida pelo Novo
Código Civil, de 21 anos para 18 anos, para aquisição de plena capacidade civil. Essa redução de
maioridade civil para 18 anos em nada altera a idade dos filhos, equiparados a filhos e irmãos
para fins previdenciários, que manterão a qualidade de dependente, quando não emancipados, até
completar 21 anos de idade.
A emancipação, cujo conceito jurídico é a aquisição de capacidade civil antes da idade mínima
definida em lei, ou seja, é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil, poderá antecipar a
perda da qualidade de dependente para idades anteriores a 21 anos. Vejamos abaixo as causas de
emancipação:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
A cota do filho, do enteado, do menor tutelado ou do irmão dependente que se tornar inválido ou
pessoa com deficiência intelectual, mental ou grave antes de completar vinte e um anos de idade
não será extinta se confirmada a invalidez ou a deficiência.
A invalidez será reconhecida pela Perícia Médica Federal.
A deficiência será reconhecida por meio de avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar.
Portanto, para efeitos de dependência previdenciária sem limite de idade, a invalidez tem que existir
quando o requisito exigido como condição para concessão do benefício for implementado. Assim
sendo, a pensão por morte somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha ocorrido antes
da emancipação ou antes de completar a idade de vinte e um anos, desde que reconhecida ou
comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do segurado.
Exemplo 2: Agora vamos imaginar que Paulo, quando do falecimento de seu pai Abelardo,
tivesse 16 anos. Caso Paulo fique inválido antes de completar 21 anos, terá direito à
manutenção dos benefícios de pensão por morte, enquanto durar a invalidez,
independentemente de ter ficado inválido antes ou após o óbito do segurado.
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6 - Equiparados a Filhos
Tutela: considera-se tutela um encargo conferido a uma pessoa civilmente capaz, para que
esta administre os bens e/ou a conduta de um menor de idade, decorrente de falecimento
dos pais ou estes decaírem do poder familiar.
Os equipados a filhos, quando cumprirem os requisitos exigidos, estão incluídos no rol de dependentes
de Classe I (dependentes preferenciais), desde que sejam menores de 21 anos ou, em qualquer idade,
quando inválidos ou que tenha deficiência intelectual, mental ou deficiência grave.
No caso de equiparado a filho, a inscrição será feita mediante a comprovação da equiparação por:
• documento escrito do segurado falecido manifestando essa intenção;
• da dependência econômica; e
• da declaração de que não tenha sido emancipado.
A maior polêmica está na exclusão dos “menores sob guarda” do rol de dependentes equiparados a
filhos, conforme podemos verificar no art. 16, § 2º, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei nº
9.528/97. Após a exclusão dos menores sob guarda, restaram como equiparados a filhos apenas o
enteado e o menor tutelado.
No entanto, o Estatuto da Criança e Adolescente (Lei 8.090/90), em seu art. 33, §1º, determina que:
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos
de direito, inclusive previdenciários.
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Como podemos perceber, existe um conflito entre a norma mais específica (Lei 8.213/91) e a norma
mais genérica (Estatuto da Criança e do Adolescente) acerca da equiparação a filho do “menor sob
guarda”, para efeitos previdenciários. Vejamos, resumidamente, cada entendimento:
Para resolver tal conflito, a Emenda Constitucional 103/19 (Reforma da Previdência), norma
supralegal, determinou que se equiparam a filho, para fins de recebimento da pensão por morte,
exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.
Nesse caso, como a Constituição Federal prevalece sobre as leis, podemos concluir que o menor sob
guarda não é dependente do RGPS.
Não obstante, o STF julgou em 2021 a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5083, e decidiu que foi
inconstitucional a exclusão do menor sob guarda como equiparado a filho pela Lei 9.517/97.
Portanto, a corte entendeu que o menor sob guarda é considerado dependente para fins
previdenciários.
Porém, esse entendimento deve ser levado para prova somente se a banca fizer menção à
jurisprudência no enunciado da questão. Isso porque a decisão mencionada abrangeu somente a Lei
9.518/97 e não se estende à Emenda Constitucional 103/19. Até agora, a última é considerada válida.
Dessa forma, a decisão do STF só vale para benefícios com fatos geradores até 13/11/2019, já
que a partir dessa data entrou em vigor nova norma de hierarquia constitucional que deixa claro
que somente são dependentes o menor tutelado e o enteado.
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No caso dos demais dependentes de Classe I, mesmo que possuam bens suficientes para garantir seu
sustento e educação e não dependam economicamente do segurado, farão jus às prestações
previdenciárias na qualidade de dependentes.
Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, deverão ser apresentados,
no mínimo, dois documentos, os quais deverão ser contemporâneos dos fatos, produzidos em período
não superior aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão do
segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força
maior ou caso fortuito.
Obs.: O fato superveniente que importe em exclusão ou inclusão de dependente deve ser comunicado ao
Instituto Nacional do Seguro Social, com as provas cabíveis.
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Em relação aos dependentes, temos algumas regras básicas para que sejam considerados beneficiários
do RGPS, conforme segue:
• A existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das
classes seguintes.
o Exemplo: Se houver algum cônjuge, companheiro, filho ou equiparado a filho como
dependentes, os pais e irmão não terão qualquer direito ao benefício previdenciário.
• Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições. Assim
sendo, os benefícios dos dependentes (pensão por morte e auxílio-reclusão), quando
devidos, serão divididos em cotas iguais entre cada um dos dependentes.
o Exemplo: Imaginemos uma pensão por morte a ser paga para cinco dependentes, sendo
uma esposa e quatro filhos menores. Se o valor da renda mensal inicial da pensão por
morte for R$ 2.000,00, cada um dos cinco dependentes receberá R$ 400,00.
• Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do segurado, e comprovada a
dependência econômica, exclusivamente o enteado e o menor que esteja sob sua tutela.
o Enteado: considera-se enteado o filho de seu cônjuge ou companheiro atual, proveniente
de um matrimônio anterior.
o Tutela: considera-se tutela um encargo conferido a uma pessoa civilmente capaz, para
que esta administre os bens e/ou a conduta de um menor de idade, decorrente de
falecimento dos pais ou estes decaírem dom poder familiar.
• O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante
apresentação de termo de tutela.
• Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha união estável com o
segurado ou segurada.
o Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e
duradoura entre pessoas, estabelecida com intenção de constituição de família, inclusive
na relação homoafetiva.
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• para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a
prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial
transitada em julgado;
• para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou
segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;
• ao completar vinte e um anos de idade, para o filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado,
ou nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente a essa idade:
o casamento;
o início do exercício de emprego público efetivo;
o constituição de estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria; ou
o concessão de emancipação, pelos pais, ou por um deles na falta do outro, por meio de
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença
judicial, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
• para os dependentes em geral:
o pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave; ou
o pelo falecimento.
Também será excluído definitivamente da condição de dependente aquele que tiver sido condenado
criminalmente por sentença transitada em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio
doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os
absolutamente incapazes e os inimputáveis.
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Assim sendo, não há inscrição prévia de dependente. Somente quando do requerimento do benefício de
pensão por morte ou auxílio-reclusão é que os dependentes deverão comprovar sua qualidade de
dependente.
COMENTÁRIOS:
I - De acordo com o disposto na Lei n.º 8.213/1991, o filho, ainda não emancipado, quando adquire a
maioridade civil e não é portador de invalidez ou qualquer deficiência, automaticamente perde a
condição de dependente do segurado do RGPS.
Assertiva incorreta. A idade considerada pela legislação previdenciária para a perda da condição de
dependente é de 21 anos. Isto é diferente da maioridade civil que, segundo o artigo 5º do Código Civil,
cessa aos 18 anos.
II - Carlos é segurado do RGPS e faleceu deixando como único dependente seu filho Gustavo, que tinha
17 anos da data do óbito de seu pai e não era emancipado. Aos 20 anos, Gustavo sofreu um acidente que
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o deixou inválido. Tendo em vista estas informações, é correto afirmar que Gustavo fará jus à pensão
por morte enquanto durar sua invalidez.
Assertiva correta. A pensão por morte somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha
ocorrido antes da emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos, desde que reconhecida ou
comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do segurado.
Na questão, como é informado que a invalidez de Gustavo se deu aos 20 anos de idade, ele terá direito
ao benefício enquanto durar a invalidez, validando a assertiva.
Gabarito: C
COMENTÁRIOS:
I - Após a EC 103/2019 o menor sob guarda passou a ser equiparado a filho, para fins de recebimento
da pensão por morte, desde que comprovada a dependência econômica.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 23, § 6º, da EC 103/2019, equiparam-se a filho, para fins de
recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que
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comprovada a dependência econômica. Sendo a assim, o menor sob guarda não é considerado
dependente do RGPS de acordo com a EC 103/2019.
III - São exemplos de prestações sociais oferecidas pela Previdência Social ao grupo de dependentes do
segurado os benefícios de pensão por morte, auxílio-reclusão e salário-família.
Assertiva incorreta. O salário-família, apesar de ser pago em razão dos dependentes do segurado do
baixa-renda, é um benefício que é devido ao próprio segurado e não aos dependentes.
Gabarito: B
COMENTÁRIOS:
I - Alberto, segurado empregado do RGPS, é casado com Marlete, de 43 anos de idade, com a qual tem
dois filhos menores de idade. Marlete está desempregada e nunca contribuiu para a previdência social.
A partir dessa situação hipotética podemos afirmar que a dependência econômica de Marlete e de seus
filhos com Alberto deve ser comprovada.
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III - À luz da Lei n.º 8.213/1991, são dependentes do segurado do regime geral de previdência social os
filhos não emancipados e menores de vinte e quatro anos de idade.
Assertiva incorreta. Conforme o inciso I do art. 16 da Lei 8.213/91, o filho não emancipado é
dependente do RGPS se menor de 21 anos, e não menor de 24 anos como afirma a questão. Caso seja
inválido ou tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, não se aplica o limite de idade.
Gabarito: D
COMENTÁRIOS:
I - Os pais de um Segurado da Previdência Social são considerados dependentes, inclusive se houver
cônjuge, companheira, companheiro, filho não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
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Assertiva incorreta. Conforme o §1º A do art. 16 da Lei 8.213, a existência de dependente em qualquer
das classes exclui do direto ao benefício os dependentes das classes seguintes. Portanto, a assertiva está
incorreta uma vez que se houve cônjuge, companheira, companheiro ou filho (que se enquadre nos
requisitos), os pais não serão considerados dependentes.
II - Os pais de um segurado podem ser considerados dependentes somente quando não houver irmão
não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave.
Assertiva incorreta. A existência de dependente de qualquer uma das classes exclui do direito às
prestações os dependentes das classes seguinte. Os pais estão previstos no inciso II do art. 16 da Lei
8.213 e os irmãos estão previstos no inciso III do mesmo artigo. Portanto, os pais são classe anterior
aos irmãos, podendo ser considerados dependentes mesmo quando houver dependentes previstos no
inciso III do art. 16.
Gabarito: A
SERVIÇOS: são as prestações previdenciárias sem conteúdo pecuniário, ou seja, não são
pagas, mas prestadas em favor dos beneficiários (segurados e dependentes)
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Serviços
Habilitação e
Serviço Social
Reabilitação Profissional
Dentre as prestações previdenciárias, os segurados fazem jus aos seguintes benefícios e serviços:
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• Salário-Família; e
• Salário-Maternidade.
Dentre as prestações previdenciárias, os dependentes fazem jus apenas aos seguintes benefícios e
serviços:
• BENEFÍCIOS devidos aos DEPENDENTES do RGPS:
• Pensão por Morte; e
• Auxílio-Reclusão.
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- Auxílio-Acidente;
- Salário-Família; e
- Salário-Maternidade.
Nos termos do § 4º, do art. 18, da Lei 8.213/91, incluído pela Lei 13.846/19, os benefícios
previdenciários poderão ser solicitados, pelos interessados, aos Oficiais de Registro Civil
das Pessoas Naturais, que encaminharão, eletronicamente, requerimento e respectiva
documentação comprobatória de seu direito para deliberação e análise do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), nos termos do regulamento.
Nos termos do art. 120, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 13.846/19, a
Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nos casos de:
I - negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para
a proteção individual e coletiva;
II - violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de
agosto de 2006.
Nos termos do art. 121, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 13.846/19, o
pagamento de prestações pela Previdência Social em decorrência dos casos previstos
nos incisos I e II do caput do art. 120, acima mencionados, não exclui a responsabilidade
civil da empresa (no caso de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene
do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva), ou do responsável (no caso de
violência doméstica e familiar contra a mulher).
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A aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência
exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio por incapacidade temporária,
for considerado permanentemente incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente dependerá da verificação da condição
de incapacidade por meio de exame médico-pericial a cargo da Perícia Médica Federal, de modo que
o segurado possa, às suas expensas, ser acompanhado por médico de sua confiança.
A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente, inclusive quando precedida de auxílio
por incapacidade temporária, fica condicionada ao afastamento do segurado de todas as suas
atividades.
Total
da capacidade para
Perda o trabalho
Permanente
5.2 - Beneficiários
Todos os segurados do RGPS têm direito à aposentadoria por incapacidade permanente.
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O segurado aposentado por incapacidade permanente poderá ser convocado a qualquer momento para
avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou
administrativamente, bem como fica obrigado, sob pena de suspensão do pagamento do benefício, a
submeter-se a exame médico-pericial pela Perícia Médica Federal, a processo de reabilitação
profissional a cargo do INSS e a tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusão de sangue, que são facultativos.
O aposentado por incapacidade permanente que não tenha retornado à atividade estará isento do
exame médico-pericial acima mencionado nos seguintes casos:
• após completar 55 anos de idade e quando decorridos quinze anos da data de concessão da
aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária que a
tenha precedido; ou
• após completar sessenta anos de idade.
O aposentado por incapacidade permanente, ainda que tenha implementado as condições para a
isenção do exame médico-pericial, será a ele submetido quando necessário para apuração de fraude.
Obs.: O segurado com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) fica dispensado da avaliação
médico-pericial, exceto quando necessário para apuração de fraude e nos demais casos em que a
isenção do exame seja afastada, como acabamos de estudar.
A Perícia Médica Federal terá acesso aos prontuários médicos do segurado registrados no Sistema
Único de Saúde - SUS, desde que haja anuência prévia do periciado e seja garantido o sigilo sobre os
seus dados.
O atendimento domiciliar e hospitalar é assegurado pela Perícia Médica Federal e pelo serviço social ao
segurado com dificuldade de locomoção, quando o seu deslocamento, em razão de sua limitação
funcional e de condições de acessibilidade, lhe impuser ônus desproporcional e indevido.
O aposentado por incapacidade permanente que se julgar apto a retornar à atividade deverá solicitar
ao INSS a realização de nova avaliação médico-pericial. Na hipótese de a Perícia Médica Federal
concluir pela recuperação da capacidade laborativa, a aposentadoria do segurado será cancelada.
O segurado que retornar à atividade poderá requerer, a qualquer tempo, novo benefício, tendo este
processamento normal.
• Obs.: O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
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Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário.
6 - Aposentadoria Programada
6.1 - Conceito
Antes da Reforma da Previdência ocorrida em 2019, um segurado do Regime Geral de Previdência
Social poderia se aposentar ou por idade ou por tempo de contribuição. Após a reforma, em regra, não
há mais a hipótese de uma pessoa aposentar-se ou por idade ou por tempo de contribuição. Não
existem mais esses dois benefícios, salvo em casos de direito adquirido, regras de transição,
aposentadoria do trabalhador rural e aposentadoria da pessoa com deficiência (que serão
estudados nos próximos tópicos).
Agora, para se aposentar, o segurado deverá preencher, em regra, tanto o requisito de idade como o
requisito de tempo de contribuição.
Para os segurados que se filiaram ao RGPS após 13/11/19 (data em que entrou em vigor a Emenda
Constitucional 103/19), a aposentadoria programada será devida, após cumprida a carência exigida
na lei, ao segurado que cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
• 65 anos de idade e 20 anos de contribuição, se homem; e
• 62 anos de idade e 15 anos de contribuição, se mulher.
65 anos de 20 anos de
Completar (Homem)
idade contribuição
a idade e o
tempo de
contribuição (Mulher)
62 anos de 15 anos de
idade contribuição
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Art. 51. A aposentadoria programada, uma vez cumprido o período de carência exigido, será
devida ao segurado que cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos: (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020).
I - sessenta e dois anos de idade, se mulher, e sessenta e cinco anos de idade, se homem; e
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
II - quinze anos de tempo de contribuição, se mulher, e vinte anos de tempo de contribuição,
se homem.
Obs.: Para fins de apuração do tempo de contribuição acima, é vedada a inclusão de tempo fictício.
Entende-se como tempo de contribuição fictício todo aquele considerado em lei anterior como tempo
de serviço, público ou privado, computado para fins de concessão de aposentadoria sem que haja, por
parte do servidor ou segurado, cumulativamente:
a) a prestação de serviço; e
b) a correspondente contribuição social.
Obs.: O período pelo qual os segurados contribuinte individual e facultativo tiverem contribuído
segundo o Plano Simplificado de Inclusão Previdenciária (com alíquota e base de cálculo reduzidas),
será considerado como tempo de contribuição, desde que complementem a contribuição mensal por
meio do recolhimento da diferença entre o percentual pago e o de vinte por cento sobre o valor
correspondente ao limite mínimo mensal do salário de contribuição em vigor na competência a ser
complementada, acrescido dos juros moratórios.
Ademais, a aposentadoria pode ser requerida compulsoriamente pela empresa, desde que o
segurado tenha cumprido o tempo de contribuição mínimo, quando completar 70 anos de idade, se
homem, ou 65 anos de idade, se mulher (art. 51 da Lei 8.213/91).
Neste caso, a aposentadoria será compulsória, independentemente, portanto, da vontade do segurado,
sendo-lhe garantida a indenização prevista na legislação trabalhista.
Obs.: A empresa, por sua vez, não é obrigada a requerer a aposentadoria do segurado nas idades
mencionadas. É um direito da empresa, porém não uma obrigação. No entanto, se requerida a
aposentadoria compulsória do segurado, torna-se obrigatória (compulsória) para este segurado. Assim
sendo, podemos concluir que tal aposentadoria será compulsória para o segurado, mas não é compulsória
para a empresa.
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Para os segurados especiais, não se exige que eles comprovem o pagamento da contribuição
previdenciária para que tenham direito ao benefício. Deverá ser comprovado o efetivo exercício de
atividade rural pelo número de meses iguais ao da carência do benefício.
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60 anos de 25 anos de
Professor Idade
(65 anos - 5 anos = 60 anos)
contribuição
57 anos de 25 anos de
Professora Idade
(62 anos - 5 anos = 57 anos)
contribuição
O Supremo Tribunal federal – STF já firmou entendimento de que as atividades de direção de unidade
escolar, coordenação e assessoramento pedagógico também são consideradas funções de
magistério e terão a idade reduzida em 5 anos, desde que exercidas por professores na educação básica
(educação infantil, ensino fundamental e ensino médio).
Também tem decidido o STF que, para efeito de aposentadoria, não é possível conversão de tempo
de magistério em tempo de exercício comum. Ou seja, se o professor não tiver tempo exclusivo de
magistério que permita sua aposentadoria com a redução de 5 anos, os anos de contribuição na
condição de professor serão contados sem nenhum acréscimo.
6.4 - Beneficiários
Todas as categorias de segurados do RGPS têm direito à Aposentadoria Programada.
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Obs.: A aposentadoria das pessoas com deficiência já foi prevista na Lei Complementar 142/2013,
não tendo sofrido alteração com a Reforma da Previdência.
Antes da EC 103/19, o texto constitucional proibia, regra geral, a adoção de requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria. Para os demais benefícios não havia vedação.
Agora o § 1º do art. 201 ficou mais restritivo. A proibição não é somente para aposentadorias, é para
qualquer benefício.
Mas a norma faz uma ressalva: lei complementar pode prever idade e tempo de contribuição
distintos para aposentadorias exclusivamente em favor de segurados:
a) Com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar;
b) Cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por
categoria profissional ou ocupação.
No caso das pessoas com deficiência, a lei complementar é a 142/15 e continuam sendo válidas suas
previsões.
Quanto aos segurados que exercem atividades expostos a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, chamo a atenção para o fato de que é vedada a categorização por categoria
profissional ou ocupação.
Essa categorização já não havia antes da EC 103/19, mas agora ela é expressa constitucionalmente.
Então, não se pode prever requisitos diferenciados para a profissão de médicos, por exemplo, e estendê-
los para todos os profissionais da categoria. É preciso avaliar, caso a caso, os agentes nocivos aos quais
o profissional está exposto.
Os agentes nocivos podem ser:
• químicos (ex: hidrocarbonetos, reagentes, gases tóxicos);
• físicos (ex: altas temperaturas, ruídos, postura inadequada); ou
• biológicos (ex: microrganismos, coronavírus).
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É assegurada a concessão de aposentadoria por idade, ao segurado com deficiência, com as idades
mínimas a seguir:
• aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, independentemente do grau de deficiência e
• aos 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, independentemente do grau de
deficiência.
Além das idades acima mencionadas, o segurado com deficiência, para poder se aposentar por idade,
deve contar com no mínimo 15 anos de tempo de contribuição, cumpridos na condição de pessoa
com deficiência, independentemente do grau.
60 anos de idade
(Homem)
Completar a
Regra
Idade
55 anos de idade
(Mulher)
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• Contribuinte Individual: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa
com deficiência quando trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou
equiparado, caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% sobre o salário-mínimo.
• Microempreendedor Individual (MEI): este contribuinte individual não terá direito a
aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência caso tenha optado por
contribuir com alíquota de 5% sobre o salário-mínimo.
• Segurado Facultativo: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa
com deficiência caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% ou 5% sobre o salário-
mínimo, conforme o caso.
A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia própria
para avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
A existência de deficiência anterior à data da vigência da Lei Complementar 142/2013 deverá ser
certificada, inclusive quanto ao seu grau, por ocasião da primeira avaliação, sendo obrigatória a fixação
da data provável do início da deficiência.
A comprovação de tempo de contribuição na condição de segurado com deficiência em período anterior
à entrada em vigor Lei Complementar 142/2013 não será admitida por meio de prova
exclusivamente testemunhal.
Para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver seu grau de
deficiência alterado, o tempo de contribuição será proporcionalmente ajustado e os respectivos
períodos serão somados após conversão, considerando o grau de deficiência preponderante, conforme
as tabelas constantes no Regulamento da Previdência Social – RPS.
Considera-se grau de deficiência preponderante aquele em que o segurado cumpriu maior tempo de
contribuição, antes da conversão, e servirá como parâmetro para definir o tempo mínimo necessário
para a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência e para a conversão.
Quando o segurado contribuiu alternadamente na condição de pessoa sem deficiência e com deficiência,
os respectivos períodos poderão ser somados, após aplicação da conversão.
A redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência não poderá ser acumulada, no
mesmo período contributivo, com a redução aplicada aos períodos de contribuição relativos a
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, para
efeito de aposentadoria especial (Obs.: o conceito de aposentadoria especial será estudado ainda nesta
aula).
É garantida a conversão do tempo de contribuição cumprido em condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física do segurado, inclusive da pessoa com deficiência, para fins
da aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência, se resultar mais
favorável ao segurado.
Obs.: É vedada a conversão do tempo de contribuição da pessoa com deficiência para fins de
concessão da aposentadoria especial.
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Obs.: É facultado ao segurado com deficiência optar pela percepção de qualquer outra
espécie de aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa.
Nos termos do § 3º, do art. 55, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 13.846/19, a
comprovação do tempo de serviço, inclusive mediante justificativa administrativa ou
judicial, só produzirá efeito quando for baseada em início de prova material
contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma prevista no regulamento.
Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário.
7.3 - Beneficiários
Para o reconhecimento do direito às aposentadorias por idade ou tempo de contribuição nessas
condições, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao segurado que tenha
reconhecido, em avaliação médica e funcional realizada por perícia própria do INSS, grau de deficiência
leve, moderada ou grave, está condicionada à comprovação da condição de pessoa com deficiência na
data da entrada do requerimento ou na data da implementação dos requisitos para o benefício.
A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a avaliação
biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário.
8 - Aposentadoria Especial
8.1 - Conceito
A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência e idade mínima exigidas, será devida ao
segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual (no caso do contribuinte
individual somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção), que tenha
trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições
especiais cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes.
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Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição
prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria segundo as
regras abaixo:
Tempo de
Idade
Exposição
Mínima
(de acordo com o
Regras de (homem e mulher)
agente nocivo)
Aposentadoria
Especial
15 ANOS 55 ANOS
(Enquanto não for publicada
lei complementar
prevendo as regras
para a concessão de 20 ANOS 58 ANOS
aposentadoria especial)
25 ANOS 60 ANOS
O tempo de contribuição e a idade mínima são os mesmos para segurados de ambos os sexos na
aposentadoria especial.
A concessão da aposentadoria especial dependerá da comprovação, durante o período mínimo de
quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso:
• tempo de trabalho em condições especiais que atenda aos seguintes requisitos:
o trabalho permanente,
▪ trabalho não ocasional,
▪ trabalho não intermitente,
Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional e nem
intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente
nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, ou seja, aquele em que o
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segurado, no exercício de todas as suas funções, esteve efetivamente exposto a agentes nocivos físicos,
químicos e biológicos ou associação de agentes.
NÃO OCASIONAL: quando não ocorra eventualmente. Assim sendo, a exposição aos
referidos agentes nocivos não poderá ocorrer eventualmente (ocasionalmente)
NÃO INTERMITENTE: algo que não sofre interrupções. Logo, para efeito de aposentadoria
especial, não poderá haver interrupção na exposição aos referidos agentes nocivos previstos
na legislação.
Desta forma, trabalho não ocasional e não intermitente é aquele em que na jornada de trabalho não
houve interrupção ou suspensão do exercício de atividade com exposição aos agentes nocivos, ou seja,
não foi exercida de forma alternada, entre atividade comum e atividade especial com exposição a
agentes nocivos.
Considera-se também tempo de trabalho permanente os períodos de descanso determinados pela
legislação trabalhista, inclusive férias, aos de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio
por incapacidade temporária ou aposentadoria por incapacidade permanente acidentários, bem como
aos de percepção de salário-maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse
exposto seguintes fatores de risco: agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde. No entanto, os períodos de afastamento decorrentes de gozo de
benefício por incapacidade de espécie não acidentária não serão considerados como sendo de
trabalho sob condições especiais.
Obs.: A redução de jornada de trabalho por acordo, convenção coletiva de trabalho ou sentença
normativa não descaracteriza a atividade exercida em condições especiais.
A efetiva exposição a agente prejudicial à saúde configura-se quando, mesmo após a adoção das
medidas de controle previstas na legislação trabalhista, a nocividade não seja eliminada ou
neutralizada.
Considera-se:
Eliminação - a adoção de medidas de controle que efetivamente impossibilitem a exposição ao
agente prejudicial à saúde no ambiente de trabalho; e
Neutralização - a adoção de medidas de controle que reduzam a intensidade, a concentração ou a
dose do agente prejudicial à saúde ao limite de tolerância previsto neste Regulamento ou, na sua
ausência, na legislação trabalhista.
A exposição aos agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou a associação desses
agentes, deverá superar os limites de tolerância estabelecidos segundo critérios quantitativos ou
estar caracterizada de acordo com os critérios da avaliação qualitativa.
A avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos será comprovada mediante descrição:
• das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou associação de
agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada;
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Para o segurado que houver exercido duas ou mais atividades sujeitas a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou a associação desses agentes, sem completar em quaisquer delas o
prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos de exercício serão
somados após conversão, hipótese em que será considerada a atividade preponderante para efeito de
enquadramento.
A atividade preponderante será aquela pela qual o segurado tenha contribuído por mais tempo, antes
da conversão, e servirá como parâmetro para definir o tempo mínimo necessário para a aposentadoria
especial e para a conversão.
Aposentadoria especial
Químicos
Trabalhar
exposto Prejudiciais à saúde
Físicos
a agentes
nocivos
Biológicos
8.2 - Beneficiários
São beneficiários da aposentadoria especial:
• segurado empregado;
• trabalhador avulso; e
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Aposentadoria Especial
Segurado empregado
Trabalhador avulso
Segurado cooperado
Cooperativa de trabalho
Cooperativa de trabalho
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O trabalhador ou o seu preposto terá acesso às informações prestadas pela empresa sobre o seu
perfil profissiográfico previdenciário e poderá, inclusive, solicitar a retificação de informações que
estejam em desacordo com a realidade do ambiente de trabalho, conforme orientação estabelecida em
ato do Ministro de Estado da Economia.
A cooperativa de trabalho e a empresa contratada para prestar serviços mediante cessão ou
empreitada de mão-de-obra atenderão às mesmas obrigações acessórias acima citadas, com base nos
laudos técnicos de condições ambientais de trabalho emitidos pela empresa contratante, quando o
serviço for prestado em estabelecimento da contratante.
Nas avaliações ambientais deverão ser considerados, além do disposto no Anexo IV do Regulamento da
Previdência Social - RPS, a metodologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos pela Fundação
Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO.
Na hipótese de não terem sido estabelecidos pela FUNDACENTRO a metodologia e procedimentos de
avaliação, caberá ao Ministério da Economia indicar outras instituições para estabelecê-los.
A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerão ao
disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço, ainda que posteriormente
revogada ou modificada.
O STJ tem entendimento de que a classificação dos agentes nocivos constantes dos decretos
regulamentadores (Regulamento da Previdência Social – RPS, por exemplo) são meramente
exemplificativos, cabendo o enquadramento inclusive em situações não previstas, desde que fique
demonstrado a efetiva exposição a fatores de risco. Como exemplo podemos citar a exposição do
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segurado à “eletricidade”. Apesar de tal exposição não estar prevista nos decretos regulamentadores,
tal atividade exposta ao agente pode ser considerada especial.
Outrossim, o STJ também tem entendimento de que o fato da empresa fornecer ao segurado
equipamento de proteção individual – EPI, não afasta, por si só, o direito à aposentadoria especial,
devendo ser apreciado caso a caso.
Obs.: As demais informações sobre a aposentadoria especial serão objeto de estudo nos
demais capítulos do nosso Curso de Direito Previdenciário.
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Trabalho
Incapacidade
Temporária
Atividade
habitual
9.2 - Beneficiários
Todos os segurados têm direito ao benefício de auxílio por incapacidade temporária.
Todas as categorias
de segurados
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I - exame médico a cargo da Previdência Social para avaliação das condições que ensejaram sua
concessão ou manutenção;
II - processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado; e
III - tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são
facultativos.
O segurado poderá recorrer do resultado da avaliação decorrente do exame médico acima mencionado,
no prazo de trinta dias, de competência da Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e
Previdência, por meio da Subsecretaria de Perícia Médica Federal.
Na impossibilidade de realização do exame médico-pericial inicial antes do término do período de
recuperação indicado pelo médico assistente em documentação, o empregado é autorizado a retornar
ao trabalho no dia seguinte à data indicada pelo médico assistente, mantida a necessidade de
comparecimento do segurado à perícia na data agendada.
O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária concedido judicial ou
administrativamente poderá ser convocado a qualquer tempo para avaliação das condições que
ensejaram sua concessão ou manutenção.
Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência poderá estabelecer as condições de dispensa
da emissão de parecer conclusivo da perícia médica federal quanto à incapacidade laboral,
hipótese na qual a concessão do auxílio por incapacidade temporária será feita por meio de análise
documental, incluídos atestados ou laudos médicos, realizada pelo INSS. (MP nº 1.113/2022).
O segurado que durante o gozo do auxílio por incapacidade temporária vier a exercer atividade
que lhe garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade.
No entanto, caso o segurado, durante o gozo do auxílio por incapacidade temporária, venha a
exercer atividade diversa daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade para
cada uma das atividades exercidas.
O auxílio por incapacidade temporária do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida
pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma
delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o segurado estiver
exercendo. Neste caso, o auxílio por incapacidade temporária será concedido em relação à atividade para
a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência somente as
contribuições relativas a essa atividade.
Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento
de todas.
Na hipótese de o segurado exercer mais de uma atividade e não se afastar de todas, o valor do auxílio
por incapacidade temporária poderá ser inferior ao salário-mínimo, desde que, se somado às demais
remunerações recebidas, resulte em valor superior ao salário-mínimo.
O segurado que, durante o gozo do auxílio por incapacidade temporária, vier a exercer atividade
remunerada que lhe garanta a subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à
atividade.
Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio por incapacidade temporária,
judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício. Na ausência de
fixação do prazo de duração, o benefício cessará após cento e vinte dias, contado da data de concessão
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Obs.: No entanto, quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar
definitivamente para uma delas, deverá o auxílio por incapacidade temporária ser
mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por
incapacidade permanente, enquanto essa incapacidade não se estender às demais
atividades.
Nesse caso, o segurado somente poderá transferir-se das demais atividades que exerce após
o conhecimento da reavaliação médico-pericial.
O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio por incapacidade temporária, será
considerado pela empresa e pelo empregador doméstico como licenciado.
A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o
período de auxílio por incapacidade temporária a eventual diferença entre o valor do benefício e a
importância garantida pela licença remunerada.
A previdência social deve processar de ofício o benefício, quando tiver ciência da incapacidade do
segurado sem que este tenha requerido auxílio por incapacidade temporária.
É facultado à empresa protocolar requerimento de auxílio por incapacidade temporária ou
documento dele originário de seu empregado ou de contribuinte individual a ela vinculado ou a seu
serviço, na forma estabelecida pelo INSS.
A empresa terá acesso às decisões administrativas de benefícios requeridos por seus
empregados, resguardadas as informações consideradas sigilosas, na forma estabelecida em ato do
INSS.
Obs.: Não será devido auxílio por incapacidade temporária para o segurado recluso em
regime fechado. O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária na data de
recolhimento à prisão terá seu benefício suspenso por até 60 dias, contados da data de
recolhimento à prisão, cessado o benefício após o referido prazo. Na hipótese de o segurado
ser colocado em liberdade antes de 60 dias, o benefício será restabelecido a partir da data
de soltura.
Em caso de prisão declarada ilegal, o segurado terá direito à percepção do benefício por todo
o período devido, efetuado o encontro de contas na hipótese de ter havido pagamento de
auxílio-reclusão com valor inferior ao do auxílio por incapacidade temporária no mesmo
período.
O segurado recluso em cumprimento de pena em regime aberto ou semiaberto fará jus ao
auxílio por incapacidade temporária.
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O STJ tem entendimento que o auxílio por incapacidade temporária é devido ao segurado mesmo
que seja considerado parcialmente incapaz para o trabalho, desde que suscetível de reabilitação
profissional para o exercício de outras atividades laborais.
Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário.
10 - Auxílio-acidente
10.1 - Conceito
O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado ao segurado empregado,
empregado doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial, quando, após consolidação
das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas definitivas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
Para ter direito ao auxílio-acidente não é necessário que seja acidente do trabalho. A lei refere-se a
acidente de qualquer natureza.
No entanto, não basta a ocorrência do acidente de qualquer natureza para que o benefício de auxílio-
acidente seja concedido. Faz-se necessário a ocorrência das circunstâncias a seguir:
1) segurado sofra um acidente de qualquer natureza;
2) ocorra a consolidação das lesões (quadro clínico tenha estabilizado);
3) do acidente, resulte sequelas definitivas;
4) haja redução da capacidade laborativa do segurado para o trabalho que habitualmente
exercia.
Obs.: O ANEXO III do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto
3.048/99, traz uma lista de situações que dão direito ao auxílio-acidente.
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Pré-requisitos
Qualquer
Natureza Acidente Com redução
Ocorrido um parcial da
Consolidação
Acidente capacidade
Das lesões
Qualquer laborativa para a
Causa Sequelas
atividade habitual
Definitivas
10.2 - Beneficiários
Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os seguintes segurados:
• Empregado;
• Empregado doméstico;
• Trabalhador avulso; e
• Segurado especial
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AUXÍLIO ACIDENTE
Segurado empregado
Empregado doméstico
Trabalhador avulso
Segurado especial
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O STJ tem entendimento de que para fazer jus ao auxílio-acidente, não basta apenas a comprovação do
dado à saúde do segurado, mas é necessário que se mostre configurado o comprometimento de sua
capacidade laborativa. Vejamos abaixo julgado neste sentido:
AGRAVO REGIMENTAL - RECURSO ESPECIAL - DIREITO PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-ACIDENTE -
REQUISITOS - INCAPACIDADE - REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA
7/STJ.
1. Esta Corte Superior de Justiça, no julgamento do REsp 1.108.298/SC, submetido ao rito dos
recursos repetitivos, firmou entendimento segundo o qual "o auxílio-acidente visa indenizar e
compensar o segurado que não possui plena capacidade de trabalho em razão do acidente sofrido,
não bastando, portanto, apenas a comprovação de um dano à saúde do segurado, quando o
comprometimento da sua capacidade laborativa não se mostre configurado".
2. Hipótese em que a Corte a quo examinou a fundamentação à luz do trabalho pericial que,
diferentemente do aduzido pelo agravante, concluiu pela ausência de qualquer restrição para o
trabalho, considerando para tanto o grau extremamente leve da moléstia.(...)
(STJ, AgRg no AREsp 215287 / SP, Rel. Min. DIVA MALERBI, 2ª Turma, DJe 18/12/2012).
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• Caso de mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela empresa, como
medida preventiva, em decorrência de inadequação do local de trabalho.
A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente
quando, além do reconhecimento do nexo entre o trabalho e o agravo, resultar, comprovadamente,
na redução ou perda da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia.
Assim sendo, para que a perda da audição, em qualquer grau, dê direito à concessão de auxílio-acidente,
é obrigatório que se cumpram, cumulativamente, os requisitos abaixo:
• Nexo causal entre o trabalho exercido e a perda da audição;
• Redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, em decorrência da
perda da audição.
Ou seja, não será devido o auxílio-acidente, em caso de redução ou perda da audição, se não houver
nexo causal entre o trabalho e a perda auditiva ou, ainda que existente nexo causal, a perda da audição
não provocar a redução ou perda da capacidade laborativa.
Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto de mais de um auxílio-
acidente. Desta forma, se o segurado em gozo de auxílio-acidente fizer jus a um novo auxílio-acidente,
decorrente de um outro acidente que acarretou novas sequelas com perda parcial da capacidade para
o trabalho, será mantido apenas um auxílio-acidente, de valor mais vantajoso entre os dois.
No caso de reabertura de auxílio por incapacidade temporária pelo mesmo acidente que tenha dado
origem a auxílio-acidente, este (o auxílio-acidente) será suspenso até a cessação do auxílio por
incapacidade temporária reaberto, quando será reativado o respectivo auxílio-acidente. No entanto, se
o auxílio por incapacidade temporária for decorrente de doença ou acidente diverso daquele que deu
origem ao auxílio-acidente concedido, é perfeitamente possível acumular o auxílio-acidente com o
auxílio por incapacidade temporária (apenas quando decorrentes de causas diversas).
O STJ tem manifestado entendimento neste sentido, senão vejamos:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE E AUXÍLIO-DOENÇA. CUMULAÇÃO INDEVIDA. DECISÃO
MANTIDA. 1. A teor da jurisprudência assente no âmbito da Terceira Seção, é indevida a cumulação
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Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso.
11 - Salário-maternidade
11.1 - Conceito
Salário-maternidade é um benefício previdenciário devido em função das seguintes circunstâncias:
• Parto (inclusive se natimorto);
• Aborto não criminoso;
• Adoção; ou
• Guarda judicial para fins de adoção.
Seguem abaixo breves comentários introdutórios e conceituais acerca das circunstâncias que são
consideradas fatos geradores de salário-maternidade. Em seguida, iremos aprofundar o estudo deste
benefício previdenciário com mais informações:
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No início e final
Adoção do período
11.2 - Beneficiários
No caso de parto e aborto não criminoso, são beneficiários do salário-maternidade:
• Todas as seguradas do RGPS.
o (apenas do sexo feminino*).
No caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção de criança, são beneficiários do salário-
maternidade:
• Todos os segurados e seguradas do RGPS.
o (do sexo masculino ou feminino)
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Adoção
Previdência social paga diretamente
Guarda judicial para todos os tipos de segurados
para fins de adoção
Empregada do MEI
Empregada
Intermitente Previdência social paga diretamente
Empregada com
jornada parcial
(SC inferior ao limite mínimo mensal)
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Se a empregada gestante tiver seu contrato de trabalho extinto sem justa causa ou em razão do
encerramento do prazo de vigência inicialmente firmado entre empregador e empregado ou no caso de
contrato de trabalho com prazo determinado que tenha se encerrado pelo decurso do prazo pré-
estipulado entre as partes, o benefício será pago diretamente pela empresa, em forma de
indenização, quando a segurada estiver grávida na data do encerramento do contrato de trabalho.
Assim sendo, não caberá ao INSS a responsabilidade por tal pagamento.
A segurada que estiver desempregada ou que cessar suas contribuições por qualquer razão, bem como
a segurada especial, terão direito ao salário-maternidade desde que o parto, aborto não criminoso ou
adoção (eventos geradores do benefício) ocorram dentro do prazo de manutenção da qualidade de
segurada, conforme regras que serão estudadas oportunamente. Entretanto, se a perda da qualidade
de segurado vier a ocorrer no período de 28 (vinte e oito) dias anteriores ao parto, ainda assim será
devido o salário-maternidade.
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Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário.
Regra 1
Regra 2
Regra 3
Regra 4
Regra 5
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Regra 6
Regra 7
Regra 8
Regra 9
Regra 10
Regra11
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12 - Salário-Família
12.1 - Conceito
O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, empregado doméstico e ao
trabalhador avulso, desde que sejam considerados segurados de baixa renda, ou seja, que tenham
salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 1.754,18 (valor válido para 2023), na proporção do
respectivo número de filhos ou equiparados, de qualquer condição, até 14 anos de idade ou inválidos
de qualquer idade.
Equiparam-se aos filhos, nos termos do art. 16, §3º do RPS, mediante declaração escrita do segurado,
comprovada a dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela.
A invalidez do filho, do enteado ou do menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica
dos dois últimos, maior de quatorze anos de idade será verificada em exame médico-pericial realizado
pela Perícia Médica Federal.
12.2 - Beneficiários
O salário-família será pago mensalmente:
• ao empregado, pela empresa, com o respectivo salário;
• ao empregador doméstico, pelo empregador doméstico, com o respectivo salário;
• ao trabalhador avulso, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, mediante convênio;
• ao empregado, empregado doméstico e ao trabalhador avulso aposentado por
incapacidade permanente ou em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pelo INSS
juntamente com o benefício;
• ao trabalhador rural (empregado ou trabalhador avulso) aposentado por idade aos 60
(sessenta) anos, se do sexo masculino, ou 55 (cinquenta e cinco) anos, se do sexo feminino, pelo
INSS, juntamente com a aposentadoria; e
• aos demais empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos aposentados
aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou aos sessenta anos, se mulher, pelo INSS,
juntamente com a aposentadoria.
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Obs. 1: Quando o salário do empregado não for mensal, o salário-família será pago juntamente com o
último pagamento relativo ao mês.
Obs. 2: O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no mês,
devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota.
Obs. 3: Quando o pai e a mãe são segurados empregados, empregados domésticos ou trabalhadores
avulsos, ambos têm direito ao salário-família, desde que sejam considerados segurados de baixa
renda.
OBS. 4: As cotas do salário-família pagas pela empresa ou pelo empregador doméstico serão deduzidas
quando do recolhimento das contribuições.
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As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador doméstico, mensalmente,
junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do recolhimento das contribuições.
Obs.: Por se tratar de um benefício previdenciário, o encargo financeiro deverá recair sobre
a Previdência Social. Desta forma, embora o valor seja pago pela empresa ou pelo
empregador doméstico, trata-se apenas de uma antecipação compensável, que será
reembolsado quando do recolhimento das contribuições da empresa ou empregador
doméstico, abatendo das respectivas contribuições devidas.
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Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário Diagramado.
Regra 1
Salário
Família Para o segurado empregado é pago pela empresa.
Regra 2
Salário Para o empregado doméstico, pelo empregador doméstico.
Família
Regra 3
Salário Para o trabalhador avulso é pago pelo sindicato ou OGMO,
Família mediante convênio.
Regra 4
Salário Ao empregado, empregado doméstico e ao trabalhador avulso
Família aposentado por incapacidade permanente ou em gozo de auxílio por
incapacidade temporária, é pago pelo INSS junto com a aposentadoria.
Regra 5
Salário Ao trabalhador rural (empregado ou trabalhador avulso) aposentado
Família por idade aos 60 (sessenta) anos, se do sexo masculino, ou 55 (cinquenta
e cinco) anos, se do sexo feminino, pelo INSS, juntamente com a
aposentadoria.
Regra 6
Salário Aos demais empregados, empregados domésticos e trabalhadores
Família avulsos aposentados aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou
aos sessenta anos, se mulher, pelo INSS, juntamente com a aposentadoria.
Regra 7
Regra 8
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Regra 9
Regra 10
Regra 11
Salário Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou
Família em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do
pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago diretamente
àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa,
se houver determinação judicial nesse sentido.
Regra 12
O valor do salário-família, por não substituir a remuneração mensal
Salário do segurado, poderá ter valor inferior ao salário-mínimo.
Família
Regra 13
As cotas do salário-família não serão incorporadas, para qualquer
Salário efeito, ao salário ou ao benefício.
Família
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Morte do
Segurado
Mediante sentença Se reaparecer,
declaratória de ausência cessa o
Morte (expedida por autoridade judiciária) benefício
presumida
do segurado Em caso de desaparecimento
Boa fé:
não devolve
do segurado por motivo de
É a morte do catástrofe, acidente ou desastre Má fé:
segurado, não devolve
do dependente
Mediante prova hábil
(comprovação administrativa)
13.2 - Beneficiários
São beneficiários da pensão por morte os dependentes de todas as espécies de segurados do Regime
Geral de Previdência Social – RGPS.
Dependentes
de todos os
segurados
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O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a companheira atuais
do segurado, e somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova
de dependência econômica. Assim sendo, podemos constatar que, apesar do cônjuge, em regra, não
precisar comprovar dependência econômica, excepcionalmente deverá comprovar essa dependência
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econômica quando se tratar de cônjuge ausente, assim entendido aquele se, apesar de não separado
judicialmente, afasta-se do convívio conjugal por longo período.
O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos
concorrerá em igualdade de condições com os dependentes de Classe I. Mesmo que houver renúncia
dos alimentos, manterá o direito à pensão por morte do ex-marido e ex-companheiro(a),
comprovada a necessidade econômica superveniente.
Se o segurado falecido estiver, na data de seu óbito, obrigado por determinação judicial a pagar
alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será
devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento
ou cessação anterior do benefício, como estudaremos adiante.
O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não
impede a concessão ou manutenção da parte individual da pensão do dependente com deficiência
intelectual ou mental ou com deficiência grave.
Caso haja uma ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá requerer a
habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de rateio com
outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da decisão
judicial que reconhecer a qualidade de dependente, ressalvada a existência de decisão judicial que
disponha em sentido contrário.
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Exemplo: Pedro ajuizou ação judicial para reconhecimento de que é filho de João, após o
falecimento deste. João era segurado do RGPS e deixou como dependente Maria, seu cônjuge.
Enquanto estiver em curso a ação judicial, Pedro poderá se habilitar provisoriamente para
o benefício da pensão por morte, mas não receberá sua cota parte até que haja trânsito em
julgado da decisão judicial. Maria, por sua vez, em decorrência da habilitação provisória de
Pedro, receberá como cota parte 50% do valor do benefício.
A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível
dependente, e qualquer habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente
somente produzirá efeito a contar da data da habilitação.
Nas ações judiciais em que o INSS for parte, este poderá proceder, de ofício (por conta própria), à
habilitação excepcional da pensão objeto da ação apenas para efeitos de rateio, descontados os
valores referentes à habilitação das demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o
trânsito em julgado da ação, ressalvada a existência de decisão judicial que disponha em sentido
contrário.
Julgada improcedente a ação de reconhecimento da condição de dependente, o valor retido, corrigido
pelos índices legais de reajustamento, será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
de acordo com suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.
Fica assegurada ao INSS a cobrança dos valores indevidamente pagos em decorrência da habilitação.
A pensão por morte será devida ao filho, ao enteado, ao menor tutelado e ao irmão, desde que
comprovada a dependência econômica (no caso do enteado, menor tutelado e irmão), que sejam
inválidos ou que tenham deficiência intelectual, mental ou grave, observadas as condições a seguir:
• a invalidez ou deficiência tenha ocorrido antes da data do óbito;
• a invalidez ou a deficiência intelectual, mental ou grave tenha ocorrido antes de completar 21
anos;
• a invalidez ou a deficiência intelectual, mental ou grave tenha ocorrido antes da sua
emancipação, se ocorrida anteriormente a essa idade.
A invalidez será reconhecida pela Perícia Médica Federal.
A deficiência será reconhecida por meio de avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar.
A condição do dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave poderá ser
reconhecida previamente ao óbito do segurado e, quando necessário, ser reavaliada quando da
concessão do benefício.
O pensionista inválido fica obrigado, sob pena de suspensão do benefício, a:
• submeter-se a exame médico a cargo da Perícia Médica Federal;
• processo de reabilitação profissional a cargo do INSS; e
• tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são
facultativos.
O pensionista inválido que não tenha retornado à atividade estará isento desse exame a partir dos
60 anos de idade.
Contudo, a isenção do exame acima mencionada não se aplica quando o exame tiver a finalidade de:
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Obs.: Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após
a perda da qualidade de segurado salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da
aposentadoria segundo a legislação em vigor à época da implementação das condições para
se aposentar.
Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário.
14 - Auxílio Reclusão
14.1 - Conceito
O auxílio-reclusão, respeitado o tempo mínimo de carência (vinte e quatro contribuições mensais),
será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à
prisão em regime fechado, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de
auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou
abono de permanência em serviço, desde que seja considerado segurado de baixa renda.
Para fins de concessão do benefício de auxílio-reclusão, considera-se segurado de baixa renda aquele
que tenha renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 1.754,18 (valor válido para 2023), corrigidos
pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos benefícios do RGPS, calculada com base na média
aritmética simples dos salários de contribuição apurados no período dos doze meses anteriores ao mês
do recolhimento à prisão.
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Segurado Se continuar
recolhido Regime recebendo a
à prisão remuneração
prisional que recebia,
fechado não recebe
Apenas para auxílio-reclusão
segurado de
baixa renda
Não precisa ser condenado,
Renda bruta mensal menor Basta ser preso
ou igual a R$ 1.754,18
(no ano de 2023)
14.2 - Beneficiários
São beneficiários do auxílio reclusão os dependentes dos segurados de baixa renda de todas as
espécies de segurados do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.
Como vimos, segurado de baixa renda é aquele que tenha renda bruta mensal igual ou inferior a
R$ 1.754,18 (valor válido para 2023), corrigidos pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos
benefícios do RGPS, calculada com base na média aritmética simples dos salários de contribuição
apurados no período dos doze meses anteriores ao mês do recolhimento à prisão.
AUXÍLIO RECLUSÃO
Dependentes
de todos os
segurados
de baixa renda
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A aferição da renda mensal bruta para enquadramento do segurado como de baixa renda ocorrerá pela
média dos salários de contribuição apurados no período de doze meses anteriores ao mês do
recolhimento à prisão. Ou seja, para verificar se a renda do segurado é igual ou inferior a R$ 1.754,18
(valor válido para 2023), não se olhará o último salário de contribuição do segurado. Será feita uma
média dos salários de contribuição apurados nos 12 meses anteriores ao mês de recolhimento à prisão.
Obs.: Se o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade em algum dos 12 meses utilizados para
aferição da renda mensal bruta para enquadramento do segurado como de baixa renda, sua duração será
contada considerando-se como salário de contribuição no período o salário de benefício que serviu de
base para o cálculo da renda mensal, reajustado na mesma época e com a mesma base dos benefícios
em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário-mínimo.
É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado inclusive quando não houver salário-de-
contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado
e cujo valor da média dos salários de contribuição apurados no período de doze meses anteriores ao
mês do recolhimento à prisão seja igual ou inferior ao valor para ser considerado de baixa renda.
Equipara-se à condição de recolhido à prisão, a situação do maior de dezesseis e menor de dezoito
anos de idade que se encontre internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia
do Juizado da Infância e da Juventude.
Para o maior de dezesseis e menor de dezoito anos, serão exigidos certidão do despacho de internação
e o documento atestando seu efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juiz da Infância e da
Juventude.
Ao término da prisão provisória o auxílio-reclusão pago aos dependentes deverá ser cessado e,
caso nova prisão ocorra, ainda que em razão do mesmo evento causador da primeira privação de
liberdade, proceder-se-á à nova análise de dependência, qualidade de segurado e renda, em novo
requerimento de auxílio-reclusão.
Não cabe a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que esteja em livramento
condicional ou que cumpra pena em regime semiaberto ou aberto.
O cumprimento de pena em prisão domiciliar não impede o recebimento do benefício de auxílio-
reclusão pelos dependentes, se o regime previsto for o fechado.
A monitoração eletrônica do instituidor do benefício de auxílio-reclusão não interfere no direito do
dependente ao recebimento do benefício, uma vez que tem a função de fiscalizar o preso, desde que
mantido o regime de prisão domiciliar e o regime prisional seja considerado fechado.
Em caso de morte de segurado recluso que tenha contribuído para a previdência social
durante o período de reclusão, o valor da pensão por morte será calculado levando-se em
consideração o tempo de contribuição adicional e os correspondentes salários de
contribuição, facultada a opção pelo valor do auxílio-reclusão.
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O INSS celebrará convênios com os órgãos públicos responsáveis pelo cadastro dos
presos para obter informações sobre o recolhimento à prisão.
Até que o acesso à base de dados seja disponibilizado pelo Conselho Nacional de Justiça, o
beneficiário apresentará trimestralmente atestado de que o segurado continua em regime
fechado, que deverá ser firmado pela autoridade competente.
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Obs.: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da
cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso
Curso de Direito Previdenciário.
15.2 - Beneficiários
Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover tal prestação aos segurados, inclusive
aposentados e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições
locais do órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de serviços
especializados.
As pessoas com deficiência serão atendidas mediante celebração de convênio de cooperação técnico-
financeira.
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Obs.: O Instituto Nacional do Seguro Social não reembolsará as despesas realizadas com a
aquisição de órtese ou prótese e outros recursos materiais não prescritos ou não autorizados
por suas unidades de reabilitação profissional.
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Compete ao reabilitando, além de acatar e cumprir as normas estabelecidas nos contratos, acordos ou
convênios, pautar-se no regulamento daquelas organizações.
Concluído o processo de reabilitação profissional, o INSS emitirá certificado individual indicando a
função para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de outra
para a qual se julgue capacitado.
Não constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua
colocação em outro para o qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional com a
emissão do respectivo certificado.
Cabe à previdência social a articulação com a comunidade, com vistas ao levantamento da oferta do
mercado de trabalho, ao direcionamento da programação profissional e à possibilidade de reingresso
do reabilitando no mercado formal.
O acompanhamento e a pesquisa da fixação no mercado de trabalho são obrigatórios e tem como
finalidade a comprovação da efetividade do processo de reabilitação profissional.
A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% de seus cargos com
beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 empregados, 2%;
II - de 201 a 500 empregados, 3%;
III - de 501 a 1000 empregados, 4%; ou
IV - mais de 1000 empregados, 5%.
16 - Serviço Social
16.1 - Introdução e Regras Legais
Previsto no art. 88 da Lei nº 8.213/91 e no art. 161 do Regulamento da Previdência Social – RPS, o
denominado serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social e visa prestar ao beneficiário
orientação e apoio no que concerne à solução dos problemas pessoais e familiares e à melhoria da sua
inter-relação com a previdência social, para a solução de questões referentes a benefícios, bem como,
quando necessário, à obtenção de outros recursos sociais da comunidade.
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Compete também ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios
de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que
emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na
dinâmica da sociedade.
A concessão do Serviço Social independe de carência.
Será dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade temporária e atenção especial aos
aposentados e pensionistas.
Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção técnica, assistência
de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa social,
inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou contratos.
O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e no
fortalecimento da política previdenciária, em articulação com as associações e entidades de classe.
O Serviço Social, considerando a universalização da Previdência Social, prestará assessoramento
técnico aos Estados, Distrito Federal e Municípios na elaboração e implantação de suas respectivas
propostas de trabalho relacionadas com a previdência social.
O atendimento domiciliar e hospitalar é assegurado pela Perícia Médica Federal e pelo serviço social
ao segurado com dificuldade de locomoção, quando o seu deslocamento, em razão de sua limitação
funcional e de condições de acessibilidade, lhe impuser ônus desproporcional e indevido.
Consideram-se beneficiários do serviço social todos os segurados e seus dependentes.
As ações do Serviço Social no INSS são realizadas pelos Assistentes Sociais e desenvolvidas em
consonância com as diretrizes e objetivos estratégicos adotados pela instituição, da seguinte forma:
• Prestar atendimento individual e grupal aos usuários, esclarecendo-os quanto ao acesso aos
direitos previdenciários, tais como: benefícios e serviços, condições e documentos necessários
para o requerimento e concessão dos benefícios previdenciários e assistenciais, manutenção e
possibilidade da perda da qualidade de segurado, entre outros;
• Realizar pesquisa social para identificação do perfil e das necessidades dos usuários.
• Emitir parecer social fornecendo elementos para a concessão, manutenção, recurso de
benefícios e decisão médico-pericial, nos casos de segurados em auxílio por incapacidade
temporária previdenciário ou acidentário, cujas situações sociais interfiram na origem, evolução
ou agravamento de determinadas doenças.
• Assessorar entidades governamentais e não governamentais em assuntos de política e legislação
previdenciária e assistencial.
• Realizar o cadastro dos Recursos Sociais e Grupos Organizados.
Nos termos do art. 305 da IN INSS/PRES nº 128/2022, compete à Perícia Médica Federal e ao Serviço
Social do INSS, para efeito de concessão da aposentadoria da pessoa com deficiência, reconhecer o grau
de deficiência, que pode ser leve, moderado ou grave, bem como fixar a data provável do início da
deficiência e identificar a ocorrência de variação no grau de deficiência.
A avaliação será efetuada por meio de instrumento desenvolvido especificamente para esse fim, que
poderá ser objeto de revalidação periódica.
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A pesquisa social constitui-se recurso técnico fundamental para a realimentação do saber e do fazer
profissional, voltado para a busca do conhecimento crítico e interpretativo da realidade, favorecendo a
identificação e a melhor caracterização das demandas do INSS e do perfil socioeconômico-cultural dos
beneficiários como recursos para a qualificação dos serviços prestados, o que propiciará:
• o conhecimento da realidade social na qual se inserem os usuários da política de seguridade
social, considerando o seu contexto político, cultural e socioeconômico, em sua relação com a
Previdência Social;
• a elaboração de planos, programas e projetos vinculados com a proposta teórico-metodológica
que embasa as ações do Serviço Social;
• a produção e divulgação de novos conhecimentos que possam contribuir para a ampliação da
proteção social e melhoria dos serviços prestados.
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O Estudo Exploratório dos Recursos Sociais constitui instrumento que facilita a necessária articulação
da política previdenciária com a rede socioassistencial para o desenvolvimento do trabalho do Serviço
Social e atendimento aos usuários da Previdência Social.
A avaliação social, em conjunto com a avaliação médica da pessoa com deficiência, consiste num
instrumento destinado à caracterização da deficiência, e considerará os fatores ambientais, sociais,
pessoais, a limitação do desempenho de atividades e a restrição da participação social dos requerentes
do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social.
Para assegurar o efetivo atendimento aos beneficiários, podem ser utilizados mecanismos de
intervenção técnica, ajuda material, articulação com a rede socioassistencial, intercâmbio com
empresas, instituições públicas e entidades da sociedade civil, inclusive, mediante celebração de
convênios, acordos ou termos de cooperação técnica, conforme regulamentos do INSS.
O Serviço Social tem como diretriz a participação do beneficiário na implementação e fortalecimento da
Seguridade Social, especialmente no que tange à política previdenciária e da assistência social, em
articulação com as associações e entidades de classe e com as outras áreas do INSS, entidades
governamentais e organizações da sociedade civil.
O Serviço Social presta assessoramento técnico aos Estados, Distrito Federal e Municípios na elaboração
de suas respectivas propostas de trabalho relacionadas com a Previdência Social, bem como compor
comitês intersetoriais de políticas sociais.
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c) I e III.
d) II e III.
COMENTÁRIOS:
I - A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha
cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65
(sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória para o segurado.
Assertiva correta, nos termos do art. 51 da Lei 8.213/91.
II - Acerca dos princípios constitucionais da Previdência Social é correto afirmar os requisitos de idade
e tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil, no ensino fundamental, no
ensino médio e no ensino superior.
Assertiva incorreta. A redução de 5 anos no tempo de contribuição na aposentadoria por tempo de
contribuição para professor se aplica aos professores da educação infantil, ensino fundamental e médio,
e não se aplica aos professores de ensino superior.
III - O auxílio-reclusão será devido nas condições da pensão por morte, respeitado o tempo mínimo de
carência de 24 meses, aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime
fechado, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade
temporária, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em
serviço.
Assertiva correta. Trata-se do contido no art. 25 e art. 80 da Lei 8.213/91.
Gabarito: C
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III - Leila é segurada do RGPS na qualidade de contribuinte individual e após 6 anos de contribuições
ininterruptas foi acometida por incapacidade multiprofissional total e permanente para o trabalho.
Nessas condições, é possível se afirmar que Leila terá direito a receber do INSS o benefício de
aposentadoria por incapacidade permanente.
Estão corretas as seguintes assertivas:
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) III.
COMENTÁRIOS:
I - Emanuel se formou no curso de medicina, aos 25 anos, em dezembro de 2019 e desde então começou
a trabalhar como plantonista em um hospital particular em sua cidade, filiando-se ao RGPS na qualidade
de segurado empregado. Nessas condições, podemos afirmar que Emanuel poderá se aposentar ao
completar 35 anos de contribuição.
Assertiva incorreta. Para quem ingressou no RGPS após a promulgação da Emenda Constitucional
103/19, não existe mais a hipótese de aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima.
Para os homens, a regra geral para aposentadoria é completar 65 anos de idade e 20 anos de
contribuição. No caso de Emanuel, apesar de ele já possuir e superar o tempo mínimo de contribuição
ao completar 35 nãos de contribuição, ele possuirá apenas 60 anos nessa ocasião, idade inferior aos 65
exigidos para aposentadoria no âmbito do RGPS.
II - Marli é estudante de curso superior e, preocupada com as notícias sobre a Reforma da Previdência,
começou a contribuir com o RGPS na qualidade de segurada facultativa em dezembro de 2019, sendo
esta sua primeira contribuição para o sistema. Caso mantenha a regularidade de suas contribuições,
Marli poderá se aposentar pelo RGPS ao completar 60 anos de idade, desde que tenha 15 anos de tempo
de contribuição.
Assertiva incorreta. A regra geral de aposentadoria exige que as mulheres possuam 62 anos de idade,
e não 60 como afirmado na questão, além tempo mínimo de contribuição de 15 anos.
III - Leila é segurada do RGPS na qualidade de contribuinte individual e após 6 anos de contribuições
ininterruptas foi acometida por incapacidade multiprofissional total e permanente para o trabalho.
Nessas condições, é possível se afirmar que Leila terá direito a receber do INSS o benefício de
aposentadoria por incapacidade permanente.
Assertiva correta, nos termos do art. 42 da Lei 8.213/91.
Gabarito: D
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COMENTÁRIOS:
I - O segurado especial terá direito a aposentadoria por idade com requisito diferenciado, desde que
comprove o exercício da atividade rural por tempo igual ao número de meses exigidos para a carência
do benefício.
Assertiva correta. O segurado especial terá direito a aposentadoria por idade com requisito
diferenciado, desde que comprove o exercício da atividade rural por tempo igual ao número de meses
exigidos para a carência do benefício, nos termos do art. 201, § 7º, II, da CF/88.
II - Adami é segurado do RGPS desde 15/08/1995, na qualidade de contribuinte individual. Ele pretende
solicitar ao INSS, em 15/08/2030, dia do seu aniversário de 55 anos, sua aposentadoria programada.
Na data de seu referido aniversário, Adami ainda não terá cumprido os requisitos para começar a
receber aposentadoria programada.
Assertiva correta. Na situação hipotética, Adami possuirá 35 anos de contribuição 15/08/2030, tempo
superior ao mínimo de 15 anos exigidos para aposentadoria no RGPS. Entretanto, ele não possuirá a
idade mínima exigida, que seria de 65 anos.
III - Isabel, filiada ao regime geral de previdência social e contribuinte há dez meses, sofreu um acidente
de carro, que lhe causou incapacidade para o trabalho pelo período de quinze dias. Nesse caso, Isabel
receberá auxílio por incapacidade temporária, independentemente do preenchimento do período de
carência.
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Assertiva incorreta. Em regra, a concessão de auxílio por incapacidade temporária exige um período
de carência de 12 contribuições mensais. Entretanto, como no caso em tela, quando o benefício é
decorrente de acidente de qualquer natureza, não se exige a carência. Mas, de qualquer forma, Joana
não terá direito ao auxílio por incapacidade temporária, pois não ficou incapacitada por mais de 15 dias.
Gabarito: B
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O STJ decidiu ser possível considerar o período em que o segurado esteve em gozo de benefício
por incapacidade (auxílio por incapacidade temporária ou aposentadoria por incapacidade
permanente) para fins de carência, desde que intercalados com períodos contributivos, conforme
segue:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. VIOLAÇÃO DO
ART. 535 DO CPC. CÔMPUTO DO TEMPO DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE COMO PERÍODO DE
CARÊNCIA. POSSIBILIDADE, DESDE QUE INTERCALADO COM PERÍODO DE EFETIVO TRABALHO.
POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO.
EFEITOS ERGA OMNES LIMITADOS À COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR.
1. Ação civil pública que tem como objetivo obrigar o INSS a computar, como período de carência, o
tempo em que os segurados estão no gozo de benefício por incapacidade (auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez).
2. O acórdão recorrido julgou a lide de modo fundamentado e coerente, não tendo incorrido em
nenhum vício que desse ensejo aos embargos de declaração e, por conseguinte, à violação do art. 535
do Código de Processo Civil.
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3. É possível considerar o período em que o segurado esteve no gozo de benefício por incapacidade
(auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) para fins de carência, desde que intercalados com
períodos contributivos.
4. Se o período em que o segurado esteve no gozo de benefício por incapacidade é excepcionalmente
considerado como tempo ficto de contribuição, não se justifica interpretar a norma de maneira
distinta para fins de carência, desde que intercalado com atividade laborativa.
5. Possibilidade de execução da obrigação de fazer, de cunho mandamental, antes do trânsito em
julgado e independentemente de caução, a ser processada nos moldes do art. 461 do Código de
Processo Civil.
6. Prevalece nesta Corte o entendimento de que a sentença civil fará coisa julgada erga omnes nos
limites da competência territorial do órgão prolator, nos termos do art. 16 da Lei n. 7.347/85,
alterado pela Lei n. 9.494/97.
7. O valor da multa cominatória fixada pelas instâncias ordinárias somente pode ser revisado em sede
de recurso especial se irrisório ou exorbitante, hipóteses não contempladas no caso em análise. 8.
Recurso especial parcialmente provido.
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OBSERVAÇÃO: Até que seja elaborada a lista de doenças e afecções mencionada acima,
independe de carência a concessão de auxílio por incapacidade temporária e de
aposentadoria por incapacidade permanente ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for
acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose
múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da
deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em
conclusão da medicina especializada.
Em casos de acidente, a legislação previdenciária afirma que a dispensa da carência será concedida para
acidentes decorrentes de qualquer natureza ou causa, independentemente de tratar-se ou não de
acidente de trabalho. Assim sendo, até mesmo uma lesão sofrida por segurado durante uma partida de
futebol com os amigos no final de semana, se resultar em perda ou redução permanente ou temporária
da capacidade laborativa, é motivo para concessão do benefício, independente do cumprimento de
qualquer carência.
Para o segurado especial, como já estudado, a contagem da carência não é efetuada necessariamente
com base no número de contribuições mensais recolhidas, mas sim pela comprovação do exercício de
atividade rural pelo período equivalente ao número de meses correspondente à carência do benefício
requerido. Assim sendo, para ter direito à aposentadoria por incapacidade permanente ou auxílio por
incapacidade temporária, basta o segurado especial comprovar 12 meses de efetivo exercício na
respectiva atividade agropecuária ou pesqueira (exceto nos casos em que a carência é dispensada).
Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por
exposição a agentes exógenos, físicos, químicos ou biológicos, que acarrete lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução permanente ou temporária da
capacidade laborativa.
Regra 12 contribuições
incapacidade decorrente de acidente de
qualquer natureza ou causa
doença profissional ou do trabalho
Sem segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das
carência doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos
Ministérios da Saúde e da Economia, atualizada a cada 3 (três)
anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade
e gravidade que mereçam tratamento particularizado.
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carência passou de
60 para 180 contribuições
(regra de transição – art. 142 da lei 8.213/91)
4 - Salário-maternidade
4.1 - Carência
A concessão do salário-maternidade para o contribuinte individual, segurada facultativa e
segurada especial depende do cumprimento da carência de 10 contribuições mensais.
Será devido o salário-maternidade à segurada especial, no valor de um salário-mínimo, desde que
comprove o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores à data
do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que de forma
descontínua.
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Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso não há carência a ser
cumprida para recebimento do benefício de salário-maternidade.
Assim sendo, se o parto de uma segurada facultativa, segurada especial ou contribuinte individual for
antecipado em 3 meses, a carência será reduzida de 10 contribuições mensais para 7 contribuições
mensais.
Salário-maternidade
Empregada
Trabalhadora avulsa “sem carência”
Empregada doméstica
Contribuinte individual
Segurada facultativa 10 contribuições
Segurada especial*
5 - Auxílio-reclusão
5.1 - Carência
A concessão do benefício de auxílio-reclusão depende do cumprimento da carência de 24
contribuições mensais.
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Essa é uma das principais alterações trazidas pela Medida Provisória 871/19, convertida na Lei
13.846/19. Antes disso, não era exigido carência para a concessão de auxílio reclusão.
Auxílio-reclusão
Carência
24
contribuições mensais
“sem carência”
“sem carência”
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Como já estudado, também independem de carência os seguintes benefícios, nas condições abaixo
especificadas:
• auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria por incapacidade temporária nos
casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem
como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e
afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Economia, atualizada
a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência
ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento
particularizado;
• salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada
doméstica.
Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefícios de auxílio por
incapacidade temporária, de aposentadoria por incapacidade permanente, de salário-
maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da data da nova filiação à
Previdência Social, com metade dos períodos de carência previstos para tais benefícios.
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COMENTÁRIOS:
I - Os benefícios de aposentadoria por incapacidade permanente e auxílio por incapacidade temporária
independem de carência quando originários de causa acidentária de qualquer natureza.
Assertiva correta. Em regra, a concessão de aposentadoria por incapacidade permanente e auxílio por
incapacidade temporária exigem um período de carência de 12 contribuições mensais. Entretanto,
como corretamente afirmado, quando o benefício é decorrente de acidente de qualquer natureza, não
se exige a carência, nos termos do art. 26, II, da lei 8.213/91.
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III - Considere que o INSS, após a revisão do ato administrativo de concessão de um auxílio por
incapacidade temporária decorrente de acidente de trabalho, tenha decidido pela sua anulação, sob o
fundamento de que o segurado não haveria cumprido carência. Nessa situação, o fundamento utilizado
pelo INSS não é procedente, pois o auxílio por incapacidade temporária em questão independe de
carência.
Assertiva correta. O fundamento utilizado pelo INSS não é procedente, pois o auxílio por incapacidade
temporária, decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa, independe de carência, exatamente
como afirma o enunciado.
Gabarito: D
COMENTÁRIOS:
I - O período de carência do salário maternidade será reduzido em 50% do número de contribuições
necessárias, independentemente de quantos meses o parto foi antecipado.
Assertiva incorreta. Nos termos do parágrafo único do art. 25 da lei 8.213/91, em caso de parto
antecipado, o período de carência do salário maternidade será reduzido em número de contribuições
equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.
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III - O período de carência legal do salário maternidade, quando exigido, será reduzido em número de
contribuições equivalentes ao número de meses em que o parto foi antecipado.
Assertiva correta, nos termos do parágrafo único do art. 25 da lei 8.213/91.
Gabarito: D
COMENTÁRIOS:
I - Apenas a pensão por morte e o salário-família são devidos sem exigência de quaisquer períodos de
carência.
Assertiva incorreta. Não são apenas a pensão por morte e o salário-família que são concedidos
independentemente de carência.
II - O auxílio-reclusão será devido aos dependentes do segurado sem a exigência de qualquer período
de carência.
Assertiva incorreta. A carência exigida para a concessão de auxílio-reclusão é de 24 contribuições
mensais.
Gabarito: C
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COMENTÁRIOS:
a) 20 contribuições mensais para auxílio reclusão.
Alternativa incorreta. A carência exigida para a concessão de auxílio-reclusão é de 24 contribuições
mensais
Gabarito: C
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula. Nesta aula estudamos os dependentes e os fatos geradores das
prestações previdenciárias do Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
Aguardo vocês em nossa próxima aula!
Um forte abraço e bons estudos a todos!
Rubens Maurício
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"INSERIR CAPA"
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Sumário
Salário-de-benefício ................................................................................................................................................................... 5
1. Conceito ............................................................................................................................................................................. 5
1. Conceito .......................................................................................................................................................................... 12
1. Conceito .......................................................................................................................................................................... 13
3. Aposentadoria Programada (por Idade e Tempo de Contribuição) – Renda Mensal Inicial (RMI)
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1. Conceito .......................................................................................................................................................................... 38
3. Aposentadoria Programada (por idade e por tempo de contribuição) – Data de Início do Benefício
(DIB) ......................................................................................................................................................................................... 40
1. Conceito .......................................................................................................................................................................... 53
3
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Salário de Benefício.
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam da Renda Mensal Inicial do Benefício - RMI.
Boa aula!
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SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO
1. Conceito
Salário-de-benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de
prestação continuada da Previdência Social (exceto o salário-família, salário-maternidade, pensão por
morte e auxílio reclusão).
Ou seja, o salário-de-benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos
seguintes benefícios:
Não serão calculados com base no salário-de-benefício o valor dos seguintes benefícios de prestação
continuada da Previdência Social (porém utilizam INDIRETAMENTE o salário-de-benefício no seu
cálculo, como estudaremos oportunamente):
Por outro lado, não serão calculados com base no salário-de-benefício o valor dos seguintes
benefícios de prestação continuada da Previdência Social:
• salário-família;
• salário-maternidade;
• auxílio-reclusão; e
• os demais benefícios previstos em legislação especial.
Podemos afirmar, em síntese, que o salário-de-benefício será utilizado, em regra, como valor base para
o cálculo da renda mensal dos benefícios.
Como vimos, o salário-maternidade e o salário-família não são calculados com base no salário-de
benefício, conforme estudaremos adiante, ainda nessa aula.
Outrossim, a pensão por morte e o auxílio-reclusão, apesar da legislação previdenciária não utilizar
diretamente o salário-de-benefício como forma de cálculo, serão calculados indiretamente por meio
do salário-de-benefício, como estudaremos também nessa aula.
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2. Cálculo do Salário-de-benefício
Nos termos do art. 135-A, da Lei 8.213/91, recentemente incluído pela Lei nº 14.331/22, foi
estabelecido um divisor mínimo no cálculo do salário-de-benefício, conforme segue:
Art. 135-A. Para o segurado filiado à Previdência Social até julho de 1994, no cálculo do salário de
benefício das aposentadorias, exceto a aposentadoria por incapacidade permanente, o divisor
considerado no cálculo da média dos salários de contribuição não poderá ser inferior a 108 (cento
e oito) meses.
Em resumo, isso significa que para os benefícios requeridos após 05/05/2022 (data da publicação da
Lei 14.331/2022), ao calcular a média dos salários de contribuição, o divisor (denominador) não poderá
ser menor que 108.
Dessa forma, ainda que o segurado tenha menos de 108 contribuições realizadas após JUL/1994 (data
de início do período básico de cálculo), é necessário efetuar o cálculo da média dividindo a soma dos
salários de contribuição por 108.
Exemplo: Caso o segurado tenha realizado apenas 90 contribuições para o RGPS a partir de
JUL/1994, o cálculo de seu SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO será resultante da soma desses 90
salários-de-contribuição, considerados para a concessão do benefício e atualizados
monetariamente, dividido por 108 (e não mais dividido pelo número de contribuições que, no
nosso exemplo, seria 90).
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Obs.: Não será considerado, para o cálculo do salário-de-benefício, o aumento dos salários-de-
contribuição que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis)
meses imediatamente anteriores ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do
Trabalho, resultante de promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida pela
legislação do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido pela categoria
respectiva.
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ATENÇÃO: Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por
incapacidade, sua duração será contada para cálculo do salário-de-benefício. Neste período,
considerar-se-á como salário-de-contribuição o respectivo salário-de-benefício que serviu
de base para o cálculo da renda mensal do benefício por incapacidade, reajustado nas
mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um)
salário-mínimo e nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição.
No cálculo do valor da renda mensal do benefício, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, serão
computados:
Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas
as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o valor de seus
salários-de-contribuição no período básico de cálculo, será considerado, para o cálculo do benefício
referente ao período sem comprovação do valor do salário de contribuição, o valor do salário-mínimo
e essa renda será recalculada quando da apresentação de prova dos salários de contribuição.
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Para os segurados contribuinte individual e facultativo optantes pelo recolhimento trimestral, que
tenham solicitado qualquer benefício previdenciário, o salário-de-benefício consistirá na média
aritmética simples de todos os salários-de-contribuição integrantes da contribuição trimestral,
desde que efetivamente recolhidos.
Para fins do cálculo das aposentadorias programadas (aposentadorias programada, especial e por
idade do trabalhador rural e as aposentadorias transitórias por idade e por tempo de contribuição) para
as quais seja exigido tempo mínimo de contribuição, existe a possibilidade de se excluir da média para
cálculo do salário-de-benefício os salários-de-contribuição que estejam reduzindo o valor do benefício,
caso ele já tenha o tempo mínimo necessário para a concessão do benefício pleiteado. Entretanto, será
vedada a utilização do tempo de contribuição referente para qualquer fim, inclusive para:
Exemplo: Vamos supor que um segurado do sexo masculino tenha trabalhado por 20 anos
contribuindo sobre o limite máximo do salário-de-contribuição. Após, trabalhou mais 1
ano recebendo um salário-mínimo. Essas contribuições desse 1 ano no salário-mínimo
diminuirão o salário-de-benefício do segurado, então existe a possibilidade de se excluir
essas contribuições do cálculo. Entretanto, esse 1 ano de contribuição não será computado
para qualquer fim, não podendo inclusive ser averbado em certidão de tempo de
contribuição. É como se o segurado não tivesse trabalhado aquele ano.
A exclusão de tais contribuições não altera o direito à aposentadoria previamente reconhecido, desde
que mantida a quantidade de contribuições equivalentes ao período de carência e observado o tempo
mínimo de contribuição necessário à elegibilidade da aposentadoria requerida.
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Entretanto, isso não se aplica ao segurado que, em obediência ao limite máximo do salário-de-
contribuição, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes ou que tenha sofrido redução
do salário-de-contribuição das atividades concomitantes em respeito ao limite máximo desse
salário.
Sendo assim, um segurado que possui dois empregos não terá direito a duas aposentadorias, já que a
aposentadoria no RGPS é única. Entretanto, no momento do cálculo do seu benefício, os salários dos
dois empregos serão somados, até que a soma atinja o limite máximo do salário-de-contribuição.
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O salário de benefício do auxílio por incapacidade temporária será calculado com base na soma dos
salários de contribuição referentes às atividades para as quais o segurado seja considerado
incapacitado.
COMENTÁRIOS
I - Assertiva incorreta. Nos termos do art. 57 da Lei 8.213/91, a aposentadoria especial será devida, uma
vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, conforme dispuser
a lei.
II - Assertiva incorreta. Nos termos do art. 32 do Decreto 3.048/99, o salário de benefício consiste no
resultado da média aritmética simples dos salários de contribuição, considerados para a concessão do
benefício, atualizados monetariamente, correspondentes a cem por cento do período contributivo
desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior a essa competência.
III - Assertiva correta. São benefícios que podem ser prestados a todos as categorias de segurados do
RGPS: aposentadorias por incapacidade permanente, aposentadoria programada, salário-maternidade
e auxílio por incapacidade temporária.
Gabarito: D
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FATOR PREVIDENCIÁRIO
1. Conceito
Com a publicação da Reforma da Previdência (EC 103/2019), o uso do fato previdenciário tornou-se
bastante restrito, sendo utilizado apenas em uma das regras de transição, nos casos de direito
adquirido e nas aposentadorias por idade e tempo de contribuição da pessoa com deficiência
(nestes últimos casos, desde que seja mais vantajoso para o segurado). Trata-se o Fator Previdenciário
de um coeficiente calculado, caso a caso, para ajustar, quando for o caso, o valor do salário-de-benefício
da aposentadoria por tempo de contribuição e idade, aplicado na regra de transição do pedágio
de 50% (que analisaremos oportunamente), objetivando inibir e desestimular aposentadorias
precoces, levando-se em conta os seguintes elementos:
• Idade do segurado;
• Tempo de contribuição;
• Expectativa de sobrevida;
• Alíquota fixa de contribuição no valor de 0,31.
Obs.: O cálculo é realizado mediante uma fórmula, conforme estudaremos no próximo item.
Como acabamos de ver, o coeficiente do Fator Previdenciário será calculado, caso a caso, para ajustar
o valor do salário-de-benefício da aposentadoria pela regra de transição do pedágio de 50% e caso
seja mais vantajoso nos benefícios de aposentadoria por idade ou tempo de contribuição da
pessoa com deficiência, além dos casos em que houver direito adquirido, levando-se em conta os
seguintes elementos:
• Idade do segurado;
• Tempo de contribuição;
• Expectativa de sobrevida;
• Alíquota fixa de contribuição no valor de 0,31.
Ou seja, mesmo as mulheres tendo uma maior expectativa de vida, não haverá nenhum prejuízo para
elas, pois será considerada a média entre homens e mulheres.
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II - cinco anos, quando se tratar de professor que comprovem exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
III - dez anos, quando se tratar de professora, que comprovem exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
O valor do fator previdenciário, após ser calculado, poderá resultar em 3 situações possíveis:
Em relação aos elementos que compõe o Fator Previdenciário, podemos chegar às seguintes conclusões:
1. Conceito
Considera-se renda mensal inicial o valor do benefício que será efetivamente pago ao beneficiário,
logo após sua concessão, sem levar em conta os reajustes posteriores a que estiver sujeito, para
preservar o real valor do benefício.
A renda mensal inicial do benefício será calculada a partir da aplicação dos percentuais definidos em lei
e ratificados no Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99), para cada espécie, sobre o
salário de benefício.
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EM REGRA
RMI = % x SB
Em regra, a renda mensal de benefício de prestação continuada que substituir o salário de contribuição
ou o rendimento do trabalho do segurado não poderá ser inferior a um salário-mínimo mensal e
nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição. No entanto, existem algumas exceções
que devem ser observadas:
O valor dos benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão (que são devidos apenas aos
dependentes, e não aos segurados), não poderão ter seu valor global inferior ao salário-mínimo
mensal. No entanto, a cota individual de cada dependente poderá ser inferior ao salário-mínimo.
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Observação: Como vimos, existem alguns casos em que a renda mensal inicial poderá ser
maior do que o limite máximo do salário-de-contribuição e menor do que o salário-mínimo.
No entanto, em relação ao salário-de-benefício (utilizado para cálculo da renda mensal
inicial), não existe exceção, ou seja, o salário-de-benefício nunca poderá ser inferior ao
salário-mínimo e nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição.
É devido abono anual ao segurado e ao dependente da Previdência Social que, durante o ano, recebeu
auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente ou aposentadoria, salário-maternidade, pensão
por morte ou auxílio-reclusão. Trata-se de pagamento equivalente ao 13º salário (gratificação natalina).
O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a Gratificação de Natal dos
trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano.
I - a primeira parcela corresponderá a até 50% do valor do benefício devido no mês de agosto e será
paga juntamente com os benefícios dessa competência; e
II - a segunda parcela corresponderá à diferença entre o valor total do abono anual e o valor da primeira
parcela e será paga juntamente com os benefícios da competência de novembro.
Segundo disposto no § 4º do art. 201 da CF/88: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.”
Nos termos do art. 41-A da Lei 8.213/91, o valor dos benefícios em manutenção será reajustado,
anualmente, na mesma data do reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor -
INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
No primeiro reajuste do benefício, o índice de tal reajuste deverá ser aplicado de forma proporcional
entre a data da concessão do benefício e seu primeiro reajustamento.
Atenção: Apesar do benefício do RGPS sofrer reajuste na mesma data do reajuste do salário-mínimo,
não será utilizado o mesmo índice de reajuste do salário-mínimo.
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Exemplo 1: Eduardo, foi contratado por uma empresa, ganhando R$2.000,00 mensais. Após 12 meses
de trabalho, ele houve complicações em uma doença degenerativa que ele descobriu há pouco tempo e
ele ficou permanentemente incapacitado para o trabalho. Nos primeiros 15 dias de afastamento seu
empregador deverá pagar seu salário integral. A partir do 16º dia, como ele já cumpriu a carência
exigida, ele receberá o benefício de aposentadoria por incapacidade permanente do INSS. O cálculo do
valor que ele receberá será feito da seguinte forma:
𝟏𝟐 × 𝟐𝟎𝟎𝟎
𝒔𝒂𝒍á𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒃𝒆𝒏𝒆𝒇í𝒄𝒊𝒐 (𝑺𝑩) =
𝟏𝟐
𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟎𝟎
= = 𝑹$𝟐𝟎𝟎𝟎
𝟏𝟐
𝟔𝟎 𝒙 𝟐𝟎𝟎𝟎
𝑹𝑴𝑰 = 𝟔𝟎% 𝒅𝒐 𝑺𝑩 = = 𝑹$𝟏. 𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎
𝟏𝟎𝟎
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Exemplo 2: Após 6 meses trabalhando como contribuinte individual e contribuindo com R$2.000,00
mensalmente para o INSS, Betina sofreu um acidente de trabalho, o qual a deixou permanentemente
incapacitada para o trabalho. O benefício de aposentadoria por incapacidade dela será calculado da
seguinte forma:
Para o segurado especial que não contribui facultativamente com 20% sobre o salário-de-
contribuição, a renda mensal inicial da sua aposentadoria por incapacidade permanente será um
salário-mínimo.
Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente com 20% sobre o salário-de-
contribuição, terá direito a uma renda mensal de benefício calculada da mesma forma que os demais
segurados.
Obs.: O acréscimo de 25% cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporado ao
valor da pensão por morte.
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• Cegueira total.
• Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta.
• Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.
• Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível.
• Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.
• Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível.
• Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social.
• Doença que exija permanência contínua no leito.
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A reforma da previdência também trouxe uma alteração significativa no momento do cálculo da Renda
Mensal Inicial do benefício de aposentadoria programada. Com as novas regras, se um segurado se
aposentar com o tempo mínimo de contribuição exigido para a aposentadoria, ou seja, 20 anos para os
homens e 15 anos para mulheres e, o valor da renda mensal inicial será de 60% do salário-de-
benefício. Para cada ano de trabalho que o segurado tenha além desse mínimo exigido, acrescenta-se
mais 2%. Nesse cálculo, as mulheres conseguirão se aposentar com 100% do salário-de-benefício aos
35 anos de contribuição e os homens, aos 40 anos de contribuição.
• 60% do salário-de-benefício caso tenha atingido o tempo mínimo de contribuição (20 anos
para os homens e 15 anos para mulheres) e
+
• 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de
contribuição, para os homens, ou de 15 anos de contribuição, para as mulheres.
Obs.: Os homens que já estavam filiados ao RGPS na data da publicação da EC 103/19 poderão se
aposentar com 15 anos de contribuição, (assim como as mulheres). Mesmo nesse caso, o adicional de
2% para os homens só começará a ser computado a partir dos 20 anos de contribuição. Ou seja, se o
homem se aposentar com 15, 16, 17, 18, 19 ou 20 anos de contribuição, ele terá direito a apenas 60%
do salário-de-benefício, sem nenhum adicional.
Algumas observações:
• As novas regras permitem que um segurado receba mais de 100% do seu salário-de-
benefício, desde que o valor total da aposentadoria não exceda ao teto previdenciário (limite
máximo do salário-de-contribuição). Portanto, se um homem tiver mais de 40 anos de
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contribuição e uma mulher tiver mais de 35 anos de contribuição, a porcentagem poderá ser
maior que 100%.
• Na regra geral, não existe mais a aplicação do fator previdenciário para aposentadoria
programada.
• Em duas das regras de transição que veremos mais adiante, o cálculo será feito de forma
diferente da estudada nesse tópico.
Exemplo 1: Edson, segurado que se filiou ao RGPS após a promulgação da EC 103/19, espera
se aposentar, com as novas regras, com 65 anos de idade e 35 anos de contribuição. Neste
caso, a renda mensal inicial de Edson será calculada da seguinte forma:
Adicional: 30%, uma vez que Edson contribuiu 15 anos além dos 20 anos (que é o período
mínimo necessário), tendo um adicional de 2% para cada ano.
RMI = 60% + 30% = 90% do salário-de-benefício.
Para o segurado especial que não contribui adicionalmente com 20% sobre o salário-de-contribuição,
a renda mensal inicial da sua aposentadoria será um salário-mínimo. No entanto, quando a sua
aposentadoria for precedida de auxílio-acidente, deverá somar-se ao valor da aposentadoria a renda
mensal do auxílio-acidente vigente na data de início da referida aposentadoria.
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Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente com 20% sobre o salário-de-
contribuição, terá direito a uma renda mensal de benefício calculada da mesma forma que os demais
segurados (60% do salário-de-benefício + 2% do salário-de-benefício para cada ano que exceda ao
tempo de contribuição mínimo).
+
acrescido de 2% do salário de benefício para cada ano de
contribuição que exceder o tempo mínimo de 20 anos de
contribuição, para os homens, ou de 15 anos de contribuição,
para as mulheres.
Como já estudado, a aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência e idade mínima exigidas,
será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual (no caso do
contribuinte individual somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção),
que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a
condições especiais cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes.
A reforma da previdência trouxe uma alteração significativa no cálculo da Renda Mensal Inicial da
aposentadoria especial. Atualmente, a renda mensal inicial da aposentadoria especial, será:
• 60% do salário-de-benefício;
+
• 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de
contribuição, para os homens, ou de 15 anos de contribuição, para as mulheres.
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• 60% do salário-de-benefício;
+
• 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo mínimo de 15
anos de contribuição, tanto para os homens quanto para as mulheres.
Algumas observações:
• As novas regras permitem que um segurado receba uma aposentadoria especial maior de 100%
do seu salário-de-benefício, desde que o valor total da aposentadoria não exceda ao teto
previdenciário (limite máximo do salário-de-contribuição).
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A aposentadoria por IDADE do trabalhador rural, uma vez cumprido o período de carência exigido
(180 contribuições), será devida quando completarem 55 anos de idade (quando mulheres) e 60
anos de idade (quando homens) sem exigir tempo mínimo de contribuição, aos segurados abaixo
relacionados:
Para os segurados especiais, não se exige que eles comprovem o pagamento da contribuição
previdenciária para que tenham direito ao benefício. Deverá ser comprovado o efetivo exercício de
atividade rural pelo número de meses iguais ao da carência do benefício.
A renda mensal inicial da aposentadoria por idade dos trabalhadores rurais acima mencionados e
para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, (no caso do segurado
especial, somente se contribuir facultativamente na forma do art. 21 da Lei 8.212/91) incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal, será de:
• 70% do salário-de-benefício
+
• 1% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição (desde o 1° ano)
Para o segurado especial que realize suas contribuições apenas sobre a receita bruta da comercialização
de sua produção rural, o valor da renda mensal inicial – RMI da aposentadoria por idade do trabalhador
rural será de um salário-mínimo (nos termos do art. 39, §2º, I, do Decreto 3.048/99 c/c art. 56, §3º,
do Decreto 3.048/99).
Exemplo: Marcelino, empregado rural, completou 60 anos de idade e já havia contribuído para o
RGPS durante 18 anos (216 contribuições). Neste caso, a renda mensal inicial do benefício de
aposentadoria por idade de Marcelino será calculada da seguinte forma:
➔ 216 contribuições = 18 anos de contribuição
➔ RMI = 70% + 18% = 88%
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A renda mensal inicial da aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência será
de:
• 100% do salário-de-benefício.
A renda mensal inicial da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência será de:
• 70% do salário-de-benefício
+
• 1% do salário-de-benefício para cada grupo de 12 contribuições
Exemplo: Dorival, pessoa com deficiência, completou 60 anos de idade e já havia contribuído
para o RGPS durante 24 anos (288 contribuições). Neste caso, a renda mensal inicial do
benefício de aposentadoria por idade de Dorival será calculada da seguinte forma:
➔ 288 contribuições = 24 grupos de 12 contribuições
➔ RMI = 70% + 24% = 94%
• 91% do salário-de-benefício.
Para o segurado especial que não contribui adicionalmente com 20% sobre o salário-de-contribuição,
a renda mensal inicial da sua aposentadoria por idade será um salário-mínimo.
Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente com 20% sobre o salário-de-
contribuição, terá direito a uma renda mensal de benefício calculada da mesma forma que os demais
segurados (91% do salário-de-benefício).
EXEMPLO 1:
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Salário-de-benefício = R$ 3.600,00
Média aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contribuição = R$ 3.400,00
Neste caso, a renda mensal inicial do auxílio por incapacidade temporária será R$ 3.276,00
(91% de R$ 3.600,00) e não excedeu os R$ 3.400,00).
EXEMPLO 2:
Salário-de-benefício = R$ 4.200,00
Média aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contribuição = R$ 3.400,00
Neste caso, a renda mensal inicial do auxílio por incapacidade temporária será R$ 3.400,00
(uma vez que 91% de R$ 4.200,00 excede o valor máximo de R$ 3.400,00).
• 50% do salário-de-benefício que deu origem ao auxílio por incapacidade temporária do segurado,
corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente e será devido até a véspera de início de
qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
O valor da renda mensal inicial do auxílio-acidente poderá ser inferior ao salário-mínimo, pois tal
benefício não substitui o rendimento do trabalho, podendo ser acumulado com salário e outros
benefícios (exceto aposentadoria), conforme será estudado.
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A renda mensal inicial do salário-maternidade será calculada de acordo com as regras abaixo:
• Segurado empregado e trabalhador avulso: remuneração Integral, limitado ao subsídio mensal dos
Ministros do STF;
Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente e adicionalmente com 20%
sobre o salário-de-contribuição, seu salário-maternidade será calculado da mesma forma que se calcula
o salário-maternidade do contribuinte individual.
Segundo o art. 7º, XVIII, da CF/88, a segurada em licença à gestante não pode sofrer prejuízo do salário,
nos termos abaixo:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (...)
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; (...)
No entanto, nos termos do art. 248 da CF/88, combinado com o art. 37, XI da CF/88, nenhum benefício
previdenciário poderá exceder o valor do subsídio mensal dos Ministros do STF.
Assim sendo, caso a remuneração integral mensal da segurada empregada ou trabalhadora avulsa seja
superior ao subsídio mensal dos Ministros do STF, caberá à empresa o pagamento da diferença.
Ou seja, o ônus financeiro da Previdência Social está limitado ao valor do subsídio mensal dos ministros
do STF. O que passar deste valor, deverá ser assumido pela empresa, pois os segurados empregados e
trabalhadores avulsos não poderão sofrer prejuízo no seu emprego e salário, nos temos da CF/88 acima
mencionados.
Exemplo:
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Como vimos, o salário-maternidade para a segurada empregada consiste numa renda mensal igual à
sua remuneração integral e será pago pela empresa, efetivando-se a compensação, observado o
disposto no art. 248 da Constituição (ou seja, limitado ao subsídio dos Ministros do STF), quando do
recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.
Sobre a renda mensal do salário-maternidade deve-se aplicar a incidência da tabela progressiva para a
cobrança da contribuição previdenciária do segurado (pois o salário-maternidade continua
sofrendo incidência de contribuição previdência sobre o valor recebido pelo segurado, apesar do STF
ter declarado inconstitucional a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-
maternidade).
A empresa deve conservar, durante o prazo decadencial, comprovantes dos pagamentos e atestados
ou das certidões correspondentes para exame pela fiscalização.
A segurada que exerça atividades concomitantes fará jus ao salário-maternidade relativo a cada
atividade para a qual tenha cumprido os requisitos exigidos, observadas as seguintes condições:
• o valor global do salário-maternidade, consideradas todas as atividades, não poderá ser inferior
ao salário-mínimo mensal.
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Empregada
Salário integral
Trabalhadora avulsa Não sujeito ao teto do RGPS
A renda mensal do salário-família corresponde a uma cota em relação a cada filho ou equiparado
(enteado e menor sob tutela), de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade.
O valor da cota do salário-família por filho ou por equiparado, desde que comprovada a dependência
econômica do equiparado (enteado e do menor sob tutela), até 14 anos de idade ou inválido de qualquer
idade, para o ano de 2023, é de:
• R$ 59,82 para segurado com remuneração mensal não superior a R$ 1.754,18 (baixa
renda).
Tais valores serão reajustados na mesma data e pelo mesmo índice de correção dos demais benefícios
do RGPS.
O salário-família, como podemos perceber, poderá ter seu valor inferior a um salário-mínimo, pois não
é benefício que tenha a finalidade de substituir a remuneração mensal do trabalhador.
O segurado de baixa renda receberá tantas cotas quantas sejam o número de filhos ou equiparados de
até 14 anos ou inválidos de qualquer idade.
Apenas os segurados de baixa renda terão direito ao recebimento do salário-família, ou seja, apenas
os que tenham remuneração mensal de até R$ 1.754,18. (valor válido para o ano de 2023).
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Como já estudado, quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos de baixa
renda, ambos têm direito ao salário-família. No entanto, tendo havido divórcio, separação judicial ou
de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-
família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra
pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido.
ATENÇÃO: A cota do salário-família não será incorporada, para qualquer efeito, ao salário
ou ao benefício.
A pensão por morte será equivalente a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria recebida
pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente
na data do óbito, acrescida de cotas de 10% por dependente, até o máximo de 100%. Se o número
de dependentes for superior a 5, a pensão por morte se manterá em 100%. Em qualquer caso, o valor
global do benefício não será inferior ao salário-mínimo.
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Dessa forma, se o segurado possuía 1 dependente, a pensão por morte será de 60% do valor do valor
que o segurado recebia de aposentadoria ou receberia se estivesse aposentado por invalidez na
data do óbito. Se houver 2 dependentes, a pensão será de 70% (50% + 10% a mais para cada
dependente). Se o número de dependentes for três, a pensão por morte será de 80%. Se o número de
dependentes for quatro, a pensão por morte será de 90%. Se o número de dependentes for cinco ou
mais, a pensão por morte será de 100%.
Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor
da pensão por morte será, independentemente do número de dependentes, equivalente a 100%
(cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do
Regime Geral de Previdência Social.
Importante destacar que o valor final obtido será divido igualmente por todos os dependentes. Além
disso, as cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos
demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o
número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco) ou enquanto existir dependente
inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave.
O fato de a cota de um dependente não ser reversível aos demais implica que o valor global da pensão
por morte diminuirá em 10% cada vez que um dependente perde esta qualidade.
O valor total da pensão por morte não poderá ser inferior a um salário-mínimo. No entanto, cada
dependente que esteja dividindo a mesma pensão por morte poderá receber uma cota no valor abaixo
de um salário-mínimo. Mas, como já vimos, a soma de todas as cotas não poderá ser inferior a um
salário-mínimo.
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Exemplo: Um segurado falece estando aposentado e recebendo R$3.000,00 por mês. Esse
segurado deixou 3 dependentes no INSS: sua mulher e 2 filhos não inválidos menores de 21
anos. O valor da pensão por morte será de 80% (50% + 10% a mais por dependente) do
valor da aposentadoria que esse segurado recebia, ou seja, será de R$2.400,00. Cada um dos
beneficiários receberá mensalmente 1/3 do valor total do benefício, ou seja R$800,00.
Quando o filho mais velho completar 21 anos, ele perderá a qualidade de dependente e sua
pensão por morte cessará. Assim, o valor global da pensão por morte passará a ser de 70%
da aposentadoria que o segurado recebia, ou seja, 70% de R$3.000,00, totalizando
R$2.100,00. Cada um dos dependentes receberá mensalmente R$1.050,00.
Quando o filho mais novo também completar 21 anos, somente a mulher receberá o
benefício, que passará a ser de 60% de R$3.000,00, ou seja, R$1.800,00.
Enquanto o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave mantiver essa
condição, independentemente do número de dependentes habilitados ao benefício, o valor da pensão
será mantido em 100% da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, e será rateado entre todos os dependentes
em partes iguais.
Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor
da pensão será recalculado, seguindo a regra geral, ou seja, uma cota familiar de 50% do valor da
aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por
incapacidade permanente na data do óbito/reclusão, acrescida de cotas de 10% por dependente, até
o máximo de 100%.
A condição como dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, pode ser
reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação biopsicossocial realizada
por equipe multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão periódica na forma da legislação.
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• 60% do salário-de-benefício caso tenha atingido o tempo mínimo de contribuição (15 anos
para mulheres e 20 anos para os homens)
+
• 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que excedam ao tempo mínimo de
15 anos de contribuição para mulheres e 20 anos de contribuição para os homens.
Exemplo: Luiz era segurado do RGPS há 10 anos quando veio a falecer em um acidente de
carro, deixando como dependente sua esposa Luíza e seu filho Luizinho, de 10 anos. Como
Luiz não era aposentado, o valor do benefício de pensão por morte será calculado da
seguinte forma:
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O valor global da pensão por morte será de 50% + 10% por dependente sobre a base de
cálculo acima calculada. Sendo assim, como há dois dependentes (Luiza e Luizinho), a
pensão por morte será de 50% + 10% + 10%, ou seja, 70% de R$2.400,00, que é igual a
R$1.680,00, a ser dividido entre os dois dependentes em partes iguais.
Dessa forma, a esposa Luiza receberá R$840,00 e o filho Luizinho também receberá
R$840,00.
Devemos lembrar que o valor global do benefício não deverá ser inferior a um salário-
mínimo. Contudo, cada dependente que esteja dividindo a mesma pensão por morte poderá
receber uma cota no valor abaixo de um salário-mínimo.
Obs.: Se o segurado era aposentado por incapacidade permanente e recebia o adicional de 25%, por
necessitar da assistência permanente de outra pessoa, esse acréscimo não será integrado ao valor da
pensão.
Obs.: O valor recebido a título de auxílio-acidente pelo segurado não aposentado irá integrar o cálculo
do valor do benefício da aposentadoria por incapacidade permanente que servirá de base para o valor
da pensão por morte (caso o segurado não seja aposentado na data do óbito). Contudo, tal valor não
deverá ser somado ao valor da pensão, mas ao salário de contribuição para a obtenção do salário de
benefício, observando o limite máximo estabelecido por Portaria do Ministério da Economia.
O valor da pensão por morte, no caso de morte de segurado recluso que tenha contribuído para a
previdência social durante o período de reclusão, será calculado de modo a considerar o tempo
de contribuição adicional e os correspondentes salários de contribuição.
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Obs. 1: Se o número de dependentes for superior a 5, a pensão por morte se manterá em 100%.
Obs. 2: Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o
valor da pensão por morte será, independentemente do número de dependentes, equivalente a 100%
(cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do
Regime Geral de Previdência Social.
Obs. 3: Em qualquer caso, o valor global do benefício não será inferior ao salário-mínimo. No entanto,
cada dependente que esteja dividindo a mesma pensão por morte poderá receber uma cota no valor
abaixo de um salário-mínimo. Mas a soma de todas as cotas não poderá ser inferior a um salário-
mínimo.
Segundo a EC 103/2019 (Reforma da Previdência), até que lei discipline o valor do auxílio-reclusão, de
que trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu cálculo será realizado na forma daquele
aplicável à pensão por morte, não podendo exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo.
Assim sendo, com as regras trazidas pela Reforma da Previdência, o valor global do auxílio-reclusão
não poderá exceder a 1 salário-mínimo.
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Como não poderá ser inferior e nem superior a um salário-mínimo, então será, até que lei discipline o
seu valor, exatamente no valor de um salário-mínimo.
Lembre-se que o auxílio-reclusão, havendo mais de um dependente, será rateado entre todos os
dependentes beneficiários em parte iguais, bem como reverterá em favor dos demais a parte
daquele cujo direito ao auxílio-reclusão cessar.
Como vimos, o valor total do auxílio reclusão será exatamente um salário-mínimo. No entanto, cada
dependente que esteja dividindo o auxílio reclusão poderá receber uma cota no valor abaixo de um
salário-mínimo. Mas, como já vimos, a soma de todas as cotas não poderá ser inferior a um salário-
mínimo (nem superior).
COMENTÁRIOS
a) Alternativa incorreta. A renda mensal inicial da aposentadoria será de 60% do salário-de-benefício
caso tenha atingido o tempo mínimo de contribuição (15 anos para mulheres e 20 anos para os homens)
+ 2% do salário-de-benefício para cada grupo de 12 contribuições que excedam ao tempo mínimo.
b) Alternativa incorreta. Nos termos do art. 120 do Decreto 3.048/99, será devido abono anual ao
segurado e ao dependente que, durante o ano, receberam auxílio por incapacidade temporária, auxílio-
acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão.
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c) Alternativa incorreta. De acordo com a regra geral, para um homem se aposentar pelo RGPS
(aposentadoria programada), ele deverá ter, no mínimo 65 anos de idade, além de 20 anos de
contribuição.
Gabarito: D
COMENTÁRIOS
I - Assertiva incorreta. Nos termos do art. 104, § 1º, o auxílio-acidente mensal corresponderá a
cinquenta por cento do salário-de-benefício que deu origem ao auxílio-doença do segurado, corrigido
até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente e será devido até a véspera de início de qualquer
aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
II - Assertiva incorreta. Nos termos do § 23, do art. 32, do Decreto 3.048/99, o auxílio por incapacidade
temporária não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários de contribuição,
inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não houver doze salários de contribuição, a média
aritmética simples dos salários de contribuição existentes.
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III - Assertiva incorreta. Nos termos do art. 53 do Decreto 3.048/99, o valor da aposentadoria
programada corresponderá a 60% do salário de benefício, com acréscimo de 2% para cada ano de
contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, para os homens, ou de 15 anos de
contribuição, para as mulheres. Nesse caso, a RMI ad aposentadoria programada de Jonas será 80% do
salário de benefícios [(60% + (2% x 10)].
Gabarito: D
COMENTÁRIOS
I - Assertiva correta. Art. 101, III, do Decreto 3.048/99.
Gabarito: D
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COMENTÁRIOS
a) Alternativa correta. Art. 45 da lei 8.213/91.
b) Alternativa incorreta. Nos termos do art. 45, "c", da lei 8.213/91, o acréscimo de 25% cessará com a
morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.
c) Alternativa incorreta. O acréscimo será de 25%, nos termos do art. 45 da lei 8.213/91.
d) Alternativa incorreta. O acréscimo será de 25%, nos termos do art. 45 da lei 8.213/91.
Gabarito: A
1. Conceito
Considera-se “Data de Início do Benefício – DIB” a data a partir da qual o benefício é devido e deverá
ser pago pelo INSS ao beneficiário.
A data de início da aposentadoria por incapacidade permanente deverá obedecer às regras abaixo:
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• Quando for precedida de auxílio por incapacidade temporária: dia imediatamente após ao
da cessação do auxílio por incapacidade temporária.
o Demais segurados:
▪ a contar da data do início da incapacidade; ou
▪ a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento por
incapacidade e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias.
Durante os primeiros 15 dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa
pagar ao segurado empregado o salário.
Vejamos abaixo a Súmula 576 do STJ sobre esse assunto, quando a aposentadoria por incapacidade
permanente não tiver sido precedida de auxílio por incapacidade temporária e não houver prévio
requerimento administrativo:
Súmula 576 – STJ - Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação da
aposentadoria por invalidez (atualmente denominada aposentadoria por incapacidade permanente)
concedida judicialmente será a data da citação válida. (grifos nossos)
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A data de início da aposentadoria programada (por idade e tempo de contribuição) deverá obedecer
às regras abaixo:
• Demais segurados:
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Aposentadoria Programada
Demais
Direito desde a data do requerimento
segurados
• Segurado empregado:
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Aposentadoria Especial
Trabalhador Avulso
e CI (cooperado) Direito desde a data do requerimento
A data de início do auxílio por incapacidade temporária deverá obedecer às regras abaixo:
o Segurado empregado:
o Demais segurados:
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Obs.: Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 dias contados
da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos
quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-
se os dias trabalhados, se for o caso.
Cabe à empresa que dispuser de serviço médico próprio ou em convênio o exame médico e o abono das
faltas correspondentes aos primeiros quinze dias de afastamento.
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O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio por incapacidade
temporária, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado,
vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.
O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas definitivas que impliquem:
• redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia e exija maior esforço para o
desempenho da mesma atividade que exercia à época do acidente; ou
No entanto, como vimos, não basta a ocorrência do acidente de qualquer natureza para que o benefício
de auxílio-acidente seja concedido. Faz-se necessário a ocorrência das circunstâncias a seguir:
Conforme entendimento do STF, quando não houver concessão de auxílio por incapacidade temporária,
nem tampouco prévio requerimento administrativo do auxílio-acidente, ingressando-se diretamente
com ação judicial, o termo inicial para a implantação do benefício concedido judicialmente será a data
da citação válida do INSS.
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Auxílio-Acidente
• Parto;
• Aborto não criminoso;
• Adoção; ou
• Guarda judicial para fins de adoção.
Como é impossível prever, com exatidão, a data do parto, caso ocorra nascimento antecipado, poderá
ter início no intervalo de 28 dias antes do parto até a data do parto, iniciando-se a contagem dos 120
dias de salário-maternidade. Nesse caso, a data de início do benefício (DIB) será fixada conforme
atestado médico original e específico, apresentado pela segurada, ainda que o requerimento seja
realizado após o parto.
A partir da 23ª semana de gestação, mesmo que natimorto, será considerado parto e dará direito a 120
dias de salário-maternidade.
Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao parto podem ser aumentados
de mais 2 (duas) semanas, mediante atestado médico específico submetido à avaliação médico-
pericial.
Em caso de parto antecipado ou não, a segurada tem direito aos 120 (cento e vinte dias) previstos na
legislação.
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ABORTO NÃO CRIMINOSO (data de início do benefício): Em caso de aborto não criminoso,
comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente
a 2 (duas) semanas, iniciando o benefício do salário-maternidade na data do fato gerador (no
caso, considera-se fato gerador a data do aborto não criminoso). No entanto, se o aborto for tipificado
como crime, a segurada não terá direito ao salário-maternidade.
• Aborto involuntário;
• Quando não há outro meio de salvar a vida da gestante:
• Quando a gravidez resulta de estupro; e
• Interrupção de gravidez de feto que apresenta anencefalia (entendimento do STF)
ADOÇÃO e GUARDA JUDIAL PARA FINS DE ADOÇÃO (data de início do benefício): Em acaso de
adoção ou guarda judicial para fins de adoção, ao segurado ou segurada da Previdência Social que
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo
período de 120 (cento e vinte) dias, contados da data do fato gerador (no caso, considera-se fato
gerador a data da adoção ou da guarda judicial para fins de adoção).
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Salário-Maternidade
Data do
Em regra Aborto não criminoso
fato gerador
Adoção ou guarda judicial
para fins de adoção
Se afastar
Data de início fixada conforme atestado médico
antes do
original e específico apresentado pela segurada,
dia do
com a data prevista para o nascimento.
parto
Não é devido salário-família no período entre a suspensão do benefício motivada pela falta de
comprovação da frequência escolar e o seu reativamento, salvo se provada a frequência escolar
regular no período.
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Salário-Família
Condições
comprovação semestral de frequência à escola
do filho ou equiparado, a partir dos 4 anos de
idade.
A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (qualquer tipo
de segurado), aposentado ou não, a contar da data:
• do óbito, quando requerida em até 180 dias após o óbito, para os filhos menores de 16 anos;
• do óbito, quando requerida em até 90 dias após o óbito, para os demais dependentes;
• do requerimento, quando requerido após 180 dias do óbito, para os filhos menores de 16
anos;
• do requerimento, quando requerido após 90 dias do óbito, para os demais dependentes;
• da decisão judicial, no caso de morte presumida.
Nos casos em que a data de início do pagamento da pensão por morte se der na data do
requerimento, temos uma situação peculiar: para efeito de cálculo, a data de início do benefício será a
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data do óbito, aplicados os devidos reajustamentos até a data de início do pagamento, não sendo devida
qualquer importância relativa ao período anterior à data de entrada do requerimento.
Exemplo: Josias faleceu em 15/01/2018. Sua esposa Fátima requereu a pensão por morte
100 dias após o óbito, em 24/04/2018. Neste caso, a pensão por morte será devida desde o
requerimento, em 24/04/2018. No entanto, para efeito de cálculo, considerar-se-á a data de
início do benefício a data do óbito, em 15/01/2018. Uma vez apurado o valor do benefício
em 15/01/2018, tal valor será atualizado até 24/04/2018, a partir de quando o pagamento
da pensão por morte será devido.
Antes da publicação da Medida Provisória 871 de 18/01/19 (convertida na lei 13.846/2019), que
limitou em 180 dias o prazo para que o menor de 16 anos requeira a pensão morte e receba o pagamento
desde o óbito, o entendimento do STJ era de que tratando-se de dependente absolutamente incapaz
ou menor de 16 anos, tal beneficiário teria direito a pensão por morte no período compreendido entre
o óbito do segurado e a data do requerimento administrativo, independentemente da data de tal
requerimento. Atualmente, devemos considerar a regra da lei 13.846/2019 (decorrente da conversão
da Medida Provisória 871/19), ou seja, se requerer a pensão por morte após 180 dias do óbito, o
menor de 16 anos receberá os pagamentos desde a data do requerimento tão somente.
Também não e aplica aos menores, incapazes e ausentes a prescrição de 5 anos, a contar da data em
que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer
restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social.
Segundo o STF, a pensão por morte deve ser regida pela lei vigente à época do óbito do seu instituidor.
Desta forma, a pensão por morte de fatos geradores ocorridos antes da vigência da Lei 8.213/91, é
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devida desde o óbito do segurado instituidor, independentemente de ter sido requerido tardiamente,
ressalvando-se, contudo, a prescrição quinquenal (prazo de 5 anos para mover ação para haver
prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social).
M orte
Da decisão judicial
presumida
Considerando que, nos termos do art. 80 da lei 8.212/91, o auxílio-reclusão será devido nas condições
da pensão por morte, podemos afirmar que tal benefício será devido:
• a contar da data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, quando requerida em até 180
dias após a prisão, para os filhos menores de 16 anos;
• a contar da data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, quando requerida em até 90
dias após a prisão, para os demais dependentes;
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• do requerimento, quando requerido após 180 dias da prisão, para os filhos menores de 16
anos;
• do requerimento, quando requerido após 90 dias da prisão, para os demais dependentes.
• Segurado não esteja em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-
maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço;
• Seja segurado de baixa renda, ou seja, que tenha salário-de-contribuição igual ou inferior a R$
1.503,25 (valor válido para 2021).
Auxílio-Reclusão
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COMENTÁRIOS
I - Assertiva correta. Art. 74, I, da lei 8.213/91.
II - Assertiva incorreta. O requerimento foi apresentado quando havia decorrido 120 dias do óbito.
Nesse caso, temos que: Bruna receberá o benefício desde o óbito, uma vez que ela é menor de 16 anos
e o benefício foi requerido dentro de 180 dias contados do óbito, sendo aplicado o inciso I do art. 74;
Lucélia receberá o benefício desde a data do requerimento, uma vez que requereu o benefício após 90
dias do óbito.
III - Assertiva incorreta. Nos termos do § 1º, do art. 72, da lei 8.213/91, o salário-maternidade para a
segurada empregada ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração
integral, cabendo à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregada gestante,
efetivando-se a compensação quando do recolhimento das suas contribuições.
Gabarito: A
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COMENTÁRIOS
I - Assertiva correta. Art. 86 da Lei 8.213/91.
II - Assertiva correta. Art. 42, § 2º, da Lei 8.213/91.
III - Assertiva incorreta. Nos termos do art. 201, § 7º, da CF/88, é assegurada aposentadoria no regime
geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: 65 anos de idade, se
homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição de
20 anos para home e 15 anos para mulher.
Gabarito: B
1. Conceito
Considera-se “Data da Cessação do Benefício – DCB” a data a partir da qual o benefício deixará de ser
devido pela Previdência Social.
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• Quando a recuperação for total e ocorrer no prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do
início da aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade
temporária que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará:
o de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista,
valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela
Previdência Social; ou
o após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio por incapacidade
temporária e da aposentadoria por incapacidade permanente, para os demais
segurados;
• Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após 5 (cinco) anos, contados da data do início
da aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio por incapacidade temporária que
a antecedeu sem interrupção, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício
de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem
prejuízo da volta à atividade:
o no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a
recuperação da capacidade;
o com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses;
o com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis)
meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Como vimos, há casos em que o segurado poderá voltar ao trabalho e, mesmo assim, continuará
recebendo, por algum tempo, a aposentadoria por incapacidade permanente. Trata-se da conhecida
mensalidade de recuperação.
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A aposentadoria programada (por idade e por tempo de contribuição) cessará apenas com a morte
do segurado.
A desaposentação é a renúncia pelo segurado da aposentadoria percebida a fim de requerer uma nova
aposentadoria (reaposentação). Foi uma tese criada para permitir que aposentados que continuavam a
trabalhar e, portanto, a contribuir, pudessem incorporar os novos salários-de-contribuição, bem como
um fator previdenciário mais benéfico pelo aumento da idade, do tempo de contribuição e diminuição
da expectativa de vida por ocasião da nova aposentadoria.
Seguindo a mesma tendência, a Turma Nacional de Uniformização (TNU), órgão jurisdicional de cúpula
dos Juizados Especiais Federais, também firmou posicionamento admitindo a desaposentação.
O STF utilizou, dentre outros argumentos, o art. 18, § 2º, da Lei 8.213/91, in verbis:
Lei 8.213/91
Art. 18. (...)
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§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social — RGPS que permanecer em atividade sujeita a
este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência
do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.
(grifos nossos)
Ou seja, afora as duas situações legalmente pontuadas, o aposentado que voltasse a trabalhar não
possuiria direito a nenhum outro benefício (inclusa a desaposentação/reaposentação) pelo fato de
estar novamente pagando contribuições para a Previdência Social.
A corte também compreendeu que houve silêncio da Constituição, que, apesar de não proibir o direito
à "desaposentação", também não o previu. Neste caso, caberia ao legislador ordinário estabelecer ou
não essa possibilidade e, no caso, o art. 18, § 2º da Lei nº 8.213/91 proibiu.
Um dos argumentos utilizados pelos advogados dos aposentados é que o artigo da lei 8.213/91 seria
inconstitucional, porque desconsideraria contribuições efetivamente vertidas para custeio do sistema.
Porém, essa alegação restou afastada ao argumento que o sistema previdenciário brasileiro é solidário
e contributivo.
Nos termos do Regulamento da Previdência Social, a aposentadoria programada (por idade e tempo de
contribuição), bem como a aposentadoria especial, concedidas pela previdência social são
irreversíveis e irrenunciáveis.
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O segurado que durante o gozo do auxílio por incapacidade temporária vier a exercer
atividade que lhe garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno
à atividade. No entanto, caso o segurado, durante o gozo do auxílio por incapacidade
temporária, venha a exercer atividade diversa daquela que gerou o benefício, deverá ser
verificada a incapacidade para cada uma das atividades exercidas.
O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária, insuscetível de recuperação para sua
atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de
outra atividade.
O auxílio por incapacidade temporária será mantido até que o segurado seja considerado
reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado
não recuperável, seja aposentado por incapacidade permanente.
Atenção: Não será devido auxílio por incapacidade temporária para o segurado recluso em
regime fechado. O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária na data de
recolhimento à prisão terá seu benefício suspenso por até 60 dias, contados da data de
recolhimento à prisão, cessado o benefício após o referido prazo. Na hipótese de o segurado
ser colocado em liberdade antes de 60 dias, o benefício será restabelecido a partir da data
de soltura.
Obs.: Em caso de prisão declarada ilegal, o segurado terá direito à percepção do benefício
por todo o período devido.
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Outrossim, a doutrina discute a legalidade da cessação do auxílio-acidente com a emissão da CTC, pois,
apesar de constar no Regulamento da Previdência Social, não encontra amparo em lei.
• PARTO: 120 dias (em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao parto
podem ser aumentados em mais 2 semanas cada, mediante atestado médico específico)
• ABORTO NÃO CRIMINOSO: 2 semanas;
• ADOÇÃO e GUARDA JUDIAL PARA FINS DE ADOÇÃO: 120 dias.
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A falta de comunicação oportuna de fato que implique cessação do salário-família, bem como a prática,
pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu recebimento, autoriza a empresa, o INSS, o
sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, conforme o caso, a descontar dos pagamentos de cotas
devidas com relação a outros filhos ou, na falta delas, do próprio salário do empregado ou da renda
mensal do seu benefício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem prejuízo das sanções penais
cabíveis.
O empregado deve dar quitação à empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra de cada
recebimento mensal do salário-família, na própria folha de pagamento ou por outra forma admitida, de
modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada.
Estudaremos dois grupos de situações que geram a cessação da pensão por morte:
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• cessação do benefício.
• para o filho, pessoa a ele equiparada (enteado e menor sob tutela) ou o irmão, de ambos os sexos,
ao completar vinte e um anos de idade, salvo se o pensionista for inválido ou tiver deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave;
• para filho, pessoa a ele equiparada (enteado e menor sob tutela) ou irmão inválido, pela
cessação da invalidez;
• para filho, pessoa a ele equiparada (enteado e menor sob tutela) ou irmão que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave, pelo afastamento da deficiência, nos termos do
regulamento;
• pela adoção, para o filho adotado que recebia pensão por morte dos pais biológicos.
o se inválido ou com deficiência, cessa a cota individual da pensão por morte pela cessação
da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os períodos mínimos
abaixo.
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Poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades na tabela acima, em ato do Ministério da
Economia, após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse período se verifique o
incremento mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à
expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, limitado o acréscimo na comparação
com as idades anteriores ao referido incremento.
Obs.: As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis
aos demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por
morte quando o número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (pois
a RMI da pensão por morte equivale a 50% + 10% por dependente), exceto quando pelo
menos um dos dependentes for inválido ou tiver deficiência intelectual, mental ou
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deficiência grave, pois, nesse caso, a pensão por morte será sempre paga na totalidade,
independentemente do número de dependentes.
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de 2 anos de casamento ou da união estável, não se aplicará o prazo mínimo de 4 meses. Dever-se-á,
neste caso, aplicar a tabela de idades acima ou, tratando-se de cônjuge ou companheiro(a) inválido
ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os
períodos mínimos da tabela de idades, conforme o caso
O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, respeitado o período
mínimo de carência de 24 meses, aos dependentes do segurado recolhido à prisão em regime fechado,
desde que não recebam remuneração da empresa nem estejam em gozo de auxílio por incapacidade
temporária, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em
serviço.
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Obs.: Perde o direito ao auxílio reclusão o condenado criminalmente por sentença com
trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de tentativa de homicídio doloso,
cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os
inimputáveis. (Se o homicídio doloso for consumado, tal dependente perderá também o
direito à pensão por morte).
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No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a
contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado.
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c) Ao segurado da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda para fins de adoção é devido o
salário-maternidade pelo período de 2 semanas.
d) O salário-maternidade para a segurada contribuinte individual será calculado sobre 1/12 da soma
dos 12 últimos salários-de-contribuição, apurados em um período não superior a 15 meses.
COMENTÁRIOS
b) Alternativa incorreta. Nos termos do art. 71-B, da lei 8.213/91, no caso de falecimento da segurada
ou segurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o
período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha
a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as
normas aplicáveis ao salário-maternidade.
c) Alternativa incorreta. Nos termos do art. 71-A, da lei 8.213/91, ao segurado ou segurada da
Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-
maternidade pelo período de 120 dias.
Gabarito: D
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b) I e II
c) II
d) III
COMENTÁRIOS
I - Assertiva incorreta. O direito à percepção da cota individual da pensão por morte cessará em 4
meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 contribuições mensais ou se o
casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 anos antes do óbito do segurado,
nos termos do art. 77, § 2º, V, "b", da lei 8.213/91.
III - Assertiva incorreta. Nos termos do art. 77, § 2º-A, da lei 8.213/91, se o óbito do segurado decorrer
de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do
recolhimento de 18 contribuições mensais ou da comprovação de 2 anos de casamento ou de união
estável será aplicada a tabela de idades (e não será devida por apenas 4 meses).
Gabarito: C
COMENTÁRIOS
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d) Assertiva incorreta. Nos termos do art. 76, § 3º, da Lei 8.213/91, na hipótese de o segurado falecido
estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a
ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo
remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.
Gabarito: D
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula. Nesta aula fizemos um estudo mais detalhado e aprofundado dos
benefícios e serviços do Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
Aguardo vocês em nossa próxima aula!
Um forte abraço e bons estudos a todos!
Rubens Maurício
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"INSERIR CAPA"
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Sumário
1 - Introdução ........................................................................................................................................................................... 4
2 - Benefícios Inacumuláveis.............................................................................................................................................. 4
2.6 - Segurado incorporado às forças armadas para prestar serviço militar .......................................... 37
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1 - Conceito ............................................................................................................................................................................ 42
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Acumulação de benefícios.
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam das novidades trazidas pela EC 103/2019
(Reforma da Previdência) acerca da Acumulação de Benefícios.
Boa aula!
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ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS
1 - Introdução
A acumulação dos benefícios securitários (Previdência Social e Assistência Social) está prevista em
diversas normas do nosso ordenamento, sem ser exaurido apenas pela leitura do artigo 124 da Lei nº
8.231/91, conforme segue:
▪ Lei n.º 8.213/1991
▪ Decreto n.º 3.048/1999
▪ Instrução Normativa INSS n.º 77/2015, com texto atualizado até a Instrução Normativa INSS n.º
86/2016;
▪ Lei n.º 8.742/1993, com texto atualizado até a Lei nº13.146/2015;
▪ Decreto n.º 6.214/2007, com texto atualizado até o Decreto nº 8.805/2016.
Apesar das regras que estudaremos abaixo, deverão ser respeitados os direitos adquiridos à
acumulação nas hipóteses em que o segurado ou dependente estejam acumulando benefícios que,
posteriormente, foram proibidos de acumular.
Assim sendo, a possibilidade ou não de acumulação de benefícios deverão ser aferidas de acordo com a
lei em vigor no momento de sua ocorrência, em respeito ao princípio do Tempus Regit Actum, segundo
o qual o tempo rege o ato, no sentido de que os atos jurídicos se regem pela lei da época em que
ocorreram. Assim sendo, deve-se verificar a possibilidade ou não de acumulação de acordo com as
regras vigentes à época de sua ocorrência.
2 - Benefícios Inacumuláveis
A proteção previdenciária tem por escopo a cobertura de determinados riscos sociais eleitos pelo
legislador como relevantes, de modo a merecer atenção especial da Previdência Social.
Nesse sentido, tem-se que a cada um dos riscos sociais eleitos (tais como doença, invalidez, morte,
redução da capacidade laborativa, proteção à maternidade, idade avançada, etc.) corresponde uma
prestação previdenciária específica, destinada à cobertura da situação que, em regra, implicam em
afastamento do segurado de atividade laboral que lhe garanta a sobrevivência ou o amparo a seus
dependentes.
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Daí a instituição dos diversos benefícios, cada um tendo como pressuposto um evento específico, de
modo que, em princípio, para cada situação de risco corresponderia um único benefício, uma vez que a
concessão de mais de um benefício para a mesma situação é contrária à lógica da proteção
previdenciária, com sérios riscos à sustentabilidade financeira e atuarial do sistema.
A legislação previdenciária prevê as hipóteses em que é vedada a acumulação de benefícios, seja de
forma expressa ou implícita, em razão dos princípios que norteiam o sistema ou decorrentes de
incompatibilidade lógica.
A seguir iremos analisar as hipóteses legais de vedação à acumulação de benefícios previdenciários no
âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, bem como aquelas em que é possível o
recebimento conjunto de mais de um benefício previdenciário pelo segurado ou seus dependentes.
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• Mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro(a), facultado
ao dependente optar pela mais vantajosa (exceto se o óbito tenha ocorrido até
28/04/1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032/95, período em que era permitida a
acumulação. Nada impede, contudo, a acumulação de mais de uma pensão por morte em
outros casos, como, por exemplo, recebimento de pensão na qualidade de cônjuge e outra
na qualidade de filho do segurado.
• Pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro (a) com auxílio-reclusão
de outro cônjuge ou companheiro (a), para evento ocorrido a partir de 29/04/1995,
data da publicação da Lei nº 9.032/1995. Neste caso, o requerente poderá optar pelo
benefício que tiver o valor mais vantajoso, ressaltando a impossibilidade de reativação
da pensão, após a assinatura do termo de opção;
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COMENTÁRIOS:
I - A respeito dos benefícios e serviços do RGP e não havendo direito adquirido, a legislação
previdenciária veda a cumulação de auxílio-acidente com aposentadoria.
Assertiva correta. Art. 167, IX, do Decreto 3.048/99
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II - Aparecida está aposentada pelo RGPS e voltou a exercer atividade remunerada sujeita a esse regime.
Em razão de doença que a incapacitou para o trabalho, afastou-se por seis meses consecutivos e
engravidou. Nessa situação, não havendo direito adquirido e considerando a legislação previdenciária,
Aparecida não poderá acumular os benefícios de auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria,
mas poderá acumular a aposentadoria com o salário-maternidade.
Assertiva correta. Aparecida não poderá acumular os benefícios de auxílio por incapacidade
temporária e aposentadoria (Art. 167, I, do Decreto 3.048/99). Contudo, não há vedação na legislação à
acumulação aposentadoria com o salário-maternidade.
III - Em relação à situação hipotética da assertiva anterior, Aparecida poderá acumular os benefícios de
auxílio por incapacidade temporária com salário-maternidade.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 167, IV, do Decreto 3.048/99, exceto na hipótese de direito
adquirido, não é permitido o recebimento conjunto de salário-maternidade com auxílio por
incapacidade temporária.
Gabarito: B
COMENTÁRIOS:
I - Aposentadoria por incapacidade permanente poderá ser cumulada com o auxílio-acidente.
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Assertiva incorreta. Nos termos do Art. 167, IX, do Decreto 3.048/99, exceto na hipótese de direito
adquirido, não é permitido o recebimento conjunto de auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.
IV - Fátima encontra-se afastada de suas atividades laborais e recebe o auxílio por incapacidade
temporária. Nessa situação, caso engravide e tenha um filho, Fátima poderá receber, ao mesmo tempo,
o auxílio por incapacidade temporária e o salário-maternidade
Assertiva incorreta. Nos termos do Art. 167, IV, do Decreto 3.048/99, exceto na hipótese de direito
adquirido, não é permitido o recebimento conjunto de salário-maternidade com auxílio por
incapacidade temporária.
Gabarito: D
3 - Informações Adicionais
Além das informações acima, segue mais algumas informações acerca da acumulação de benefícios
previdenciários:
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operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12
de setembro de 1967, serão assegurados os seguintes direitos: (…) II – pensão especial
correspondente à deixada por segundo-tenente das Forças Armadas, que poderá ser
requerida a qualquer tempo, sendo inacumulável com quaisquer rendimentos recebidos
dos cofres públicos, exceto os benefícios previdenciários, ressalvado o direito de opção”.
• Temos um conflito entre a jurisprudência e a IN INSS/PRES 128/2022, pois a TNU fixou a tese
de que o benefício de pensão especial vitalícia de seringueiro “soldados da borracha” de
que trata o art. 54 do ADCT, pode ser cumulado com outro benefício no âmbito do RGPS,
ante a inexistência de vedação legal. No âmbito do STJ este entendimento também já foi
adotado, como se pode ver do julgamento do REsp 501.035: “Decidindo que não há vedação legal
na cumulação da pensão especial de seringueiro com a aposentadoria por idade, não há reparo
a fazer ao acórdão atacado, pois realmente não pode a Administração, por meio de ato
regulamentador, impor restrição não existente na lei”.
Contudo, a IN INSS/PRES nº 128/2022 traz em seu art. art. 489 que é vedada a percepção
cumulativa dessa pensão mensal vitalícia com qualquer outro benefício de prestação
continuada mantido pelo RGPS ou RPPS, ressalvada a possibilidade de opção pelo benefício
mais vantajoso.”
Assim sendo, para efeito de prova, se a questão perguntar sobre a possibilidade de acumulação do
benefício de pensão especial vitalícia de seringueiro “soldados da borracha” de que trata o
art. 54 do ADCT, com qualquer outro benefício de prestação continuada mantido pelo RGPS
ou RPPS, nos termos da IN 128/2022, a resposta deve ser no sentido de que é vedada tal
acumulação. Se a pergunta for nos termos da jurisprudência (TNU ou STJ), a resposta é que não
é vedada a acumulação.
Obs.: Ficaram conhecidos como os Soldados da Borracha os seringueiros que foram trabalhar na
Amazônia extraindo látex para a fabricação de pneumáticos que seriam utilizados pelos ‘aliados’ na
segunda guerra mundial. Vejamos o que dispõe o art. 54 do ADCT: “Art. 54. Os seringueiros
recrutados nos termos do Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, e amparados pelo
Decreto-Lei nº 9.882, de 16 de setembro de 1946, receberão, quando carentes, pensão mensal
vitalícia no valor de dois salários-mínimos. § 1º O benefício é estendido aos seringueiros que,
atendendo a apelo do Governo brasileiro, contribuíram para o esforço de guerra, trabalhando na
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6 - Limites de acumulação
Com a reforma da previdência, continuou sendo vedada a acumulação de mais de uma pensão por
morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime de previdência social,
havendo a possibilidade de se escolher o benefício mais vantajoso. Entretanto, pode-se acumular:
• pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social
com pensão por morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões
decorrentes das atividades militares;
• pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social
com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio
de previdência social;
• pensões decorrentes das atividades militares com aposentadoria concedida no âmbito do
Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência social.
Ou seja, é possível acumular pensão por morte deixada por cônjuge/companheiro de regimes
previdenciários distintos. Também é possível acumulação de pensão por morte com
aposentadoria.
Só que após a EC 103/19, nestas hipóteses de acumulação, não mais se receberá o valor total de cada
um dos benefícios. Fica garantido o recebimento do valor integral (100%) do benefício mais vantajoso
e de uma parte do benefício de menor valor (caso ele seja superior ao salário-mínimo).
Se o benefício de menor valor for igual ao salário-mínimo, o beneficiário irá recebê-lo também
integralmente.
Se o benefício de menor valor for superior ao salário-mínimo, recebe-se integralmente um salário-
mínimo e uma parte do que exceder, apurada cumulativamente de acordo com as seguintes faixas:
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Exemplo: Mara é aposentada pelo RGPS e sua aposentadoria é de R$5.000,00. Seu marido,
que também era segurado do RGPS, veio a falecer e ela requereu pensão por morte. O INSS
calculou que o valor da pensão por morte seria R$3.000,00, sem redução.
Nesta situação, Mara poderá acumular os dois benefícios, já que aposentadoria e pensão por
morte são acumuláveis.
Ela receberá 100% do valor da aposentadoria, que é mais vantajosa, e a pensão por morte
terá reduções.
Sabendo-se que o salário-mínimo é R$1.320,00 (a partir de maio/2023), ela receberá, de
pensão:
• R$1.320,00 (até 1 salário-mínimo recebe-se o valor integral);
• + 60% do que exceder a 1 salário-mínimo e for menor que 2 salários-mínimos = 60% de
R$2.640,00 – R$1.320,00 = 60% de R$1.320,00 = R$792,00;
• + 40% do que exceder a 2 salários-mínimos e for menor que 3 salários-mínimos = 60% de
R$3.000,00 (que é o valor da pensão) – R$2.640,00 = 40% de R$360,00 = R$144,00;
Somando todas as parcelas, Mara receberá de pensão: R$1.320,00 + R$792,00 + R$144,00
= R$2.256,00.
Devemos lembrar que o redutor no benefício de menor valor é aplicado exclusivamente nas seguintes
acumulações:
• pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social
com pensão por morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões
decorrentes das atividades militares;
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• pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social
com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime
próprio de previdência social;
• pensões decorrentes das atividades militares com aposentadoria concedida no âmbito do
Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência social.
Atenção: Quando se acumula duas ou mais pensões por morte, essa forma de cálculo se
aplica se uma das pensões é deixada por cônjuge ou companheiro. Portanto, se uma criança
ficar órfã e tiver direito a receber uma pensão por morte deixada pela mãe e outra pensão
por morte deixada pelo pai, independente do regime a que pertençam essas pensões, a
criança irá receber o valor integral de cada uma delas.
Por fim, referente às alterações que a EC 103/19 fez no texto do art. 202 da CF/88, foi incluído o
parágrafo 15, conforme segue:
Art. 201 § 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de
benefícios previdenciários.
Assim sendo, é necessário LEI COMPLEMENTAR para estabelecer vedações, regras e condições para a
acumulação de benefício.
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COMENTÁRIOS:
I - É vedada a cumulação da pensão por morte de trabalhador rural com o benefício da aposentadoria
por incapacidade permanente, uma vez que ambos os casos apresentam pressupostos fáticos e fatos
geradores análogos.
Assertiva incorreta. Enquanto aposentadorias possuem como beneficiários os próprios segurados,
pensão por morte e o auxílio-reclusão possuem como beneficiários os dependentes. Assim sendo, nestes
casos não há que se falar em proibição de cumulação.
A pensão por morte, portanto, pode ser acumulada com aposentadoria, pois são benefícios com
pressupostos fáticos e fatos geradores diversos, sem vedação na legislação previdenciária.
II - É vedada a acumulação de pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de
previdência social com pensão por morte concedida por outro regime de previdência social.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 167-A, I, do Decreto 3.048/99, será admitida a acumulação de
pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro do RGPS com pensão por morte concedida por
outro regime de previdência social.
III - É permitida a acumulação de pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro do RGPS com
aposentadoria do mesmo regime e de regime próprio de previdência social, garantindo-se o
recebimento do valor integral do benefício mais vantajoso.
Assertiva correta. Art. 167-A, II e § 1º do Decreto 3.048/99.
Gabarito: D
7 - Direito Adquirido
Merece destaque a menção feita no caput do art. 124 da Lei n. 8.213/91 às situações de direito
adquirido. Isto porque, como é cediço, a concessão e manutenção de benefícios previdenciários deve
observar princípio tempus regit actum, de modo que deverá ser respeitado o direito adquirido à
acumulação, na hipótese de o segurado ou dependente ter acumulado benefícios que, posteriormente,
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passaram a não mais poder ser acumulados, devendo a possibilidade ou não de acumulação ser
verificada de acordo com as regras vigentes à época de sua ocorrência.
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COMENTÁRIOS:
De fato, a assertiva está correta. Não existe na legislação previdenciária proibição à acumulação de
aposentadorias em regimes distintos (uma no RGPS e outra no RPPS, por exemplo), desde que sejam
computados os tempos de serviços realizados em atividades concomitantes em cada sistema
previdenciário, com a respectiva contribuição para cada regime. Ademias, nota-se claramente que não
há transgressão a lei ao receber até três aposentadorias, desde que sejam de regimes diferenciados
(RGPS, RPPS e Previdência Complementar).
Gabarito: CORRETO
Observação 1: É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por
cônjuge ou companheiro(a), facultado ao dependente optar pela mais vantajosa (exceto se o
óbito tenha ocorrido até 28/04/1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032/95, período em
que era permitida a acumulação). Nada impede, contudo, a acumulação de mais de uma
pensão por morte em outros casos, como, por exemplo, recebimento de pensão na
qualidade de cônjuge e outra na qualidade de filho do segurado.
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Observação 3: É vedada a pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro(a) com
auxílio-reclusão de outro cônjuge ou companheiro (a), para evento ocorrido a partir de
29/04/1995, data da publicação da Lei nº 9.032/1995. Neste caso, o requerente poderá
optar pelo benefício que tiver o valor mais vantajoso, ressaltando a impossibilidade de
reativação da pensão, após a assinatura do termo de opção. Nada impede, contudo, a
acumulação de pensão por morte com auxílio-reclusão em outros casos, como, por
exemplo, recebimento de pensão na qualidade de cônjuge e auxílio-reclusão na
qualidade de filho do segurado.
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Período de Graça
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De acordo com o art. 13 do Decreto nº 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social), com a redação
dada pelo Decreto nº 10.410/2020, mantém a qualidade de segurado, independentemente de
contribuições, pelos seguintes prazos e nas seguintes circunstâncias:
Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, o segurado que estiver em gozo de benefício, exceto na hipótese de auxílio-acidente;
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou das contribuições, observado o
disposto nos § 7º e § 8º e no art. 19-E;
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço
militar; e
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais
de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde
que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no § 1º ao segurado que se desvincular de regime próprio de
previdência social.
§ 5º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo
de contribuição e especial.
§ 6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o
número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.
§ 7º Para o contribuinte individual, o período de manutenção da qualidade de segurado inicia-se no
primeiro dia do mês subsequente ao da última contribuição com valor igual ou superior ao salário-
mínimo.
§ 8º O segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição
somente manterá a qualidade de segurado se efetuar os ajustes de complementação, utilização e
agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e o § 27-A do art. 216.
Art. 14. O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos fixados no art. 13
ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês
imediatamente posterior ao término daqueles prazos.
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Apesar do INSS não aceitar outros meios de prova, a Turma Nacional de Uniformização – TNU,
competente para processar e julgar pedido de uniformização de interpretação de lei federal, editou o
enunciado de Súmula 27, aduzindo que “A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho
não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito”. Segundo o
STJ, admite-se, inclusive, prova testemunhal.
O STJ também tem entendido que a ausência de anotação laboral na carteira de trabalho do segurado
não é suficiente para comprovar sua situação de desemprego, uma vez que a ausência de anotação
na CTPS não afasta possível exercício de atividade remunerada na informalidade.
Observação 1: Somente serão consideradas as competências cujo salário de contribuição seja igual ou
superior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição.
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Observação 2: O segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de
contribuição somente poderá computar tais competências para manter a qualidade de segurado se
efetuar os ajustes de complementação, utilização e agrupamento.
Resumidamente, podemos afirmar que o período de graça do segurado que deixar de contribuir ou
após a cessação de benefício por incapacidade será de:
• 12 meses:
o caso o segurado não tenha mais de 120 contribuições mensais.
• 24 meses:
o se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que
acarrete a perda da qualidade de segurado; ou
o caso o segurado não tenha mais de 120 contribuições, porém comprove que permanece
em situação de desemprego involuntário.
• 36 meses:
o se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que
acarrete a perda da qualidade de segurado e comprove, também, que permanece em
situação de desemprego involuntário.
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Segurado desempregado
(Desemprego involuntário)
+
12 meses Comprovada a situação pelo registro no órgão próprio da
Secretaria Especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia
Exemplo: inscrição cadastral no Sistema Nacional de Emprego - SINE,
seguro desemprego ou por outros meios admitidos em direito.
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COMENTÁRIOS:
I - Jurandir manterá a qualidade de segurado até a readmissão em novo emprego, desde que esta ocorra
no prazo de quarenta e oito meses.
Assertiva incorreta. Conforme podemos conferir no enunciado, Jurandir já contribui por 12 anos
(tendo recolhido, portanto, mais de 120 contribuições) e, por tal razão, tem o direito a um período de
graça de 24 meses. Caso seja comprovada a situação de desemprego involuntário ele tem direito a 36
meses de período de graça. Em nenhum caso manterá sua qualidade de segurado por 48 meses, nos
termos do art. 15 e §§ 1º e 2º da lei 8.212/91.
II - Jurandir perderá a qualidade de segurado se não voltar a contribuir para o regime geral de
previdência social, ainda que como facultativo, em até cento e oitenta dias após a demissão.
Assertiva incorreta. Conforme podemos conferir no enunciado, Jurandir já contribui por 12 anos
(tendo recolhido, portanto, mais de 120 contribuições). Desta forma, tem o direito a um período de
graça de 24 meses e, caso seja comprovada a situação de desemprego involuntário, ele terá direito a 36
meses de período de graça. Assim sendo, não existe a obrigatoriedade de Jurandir contribuir para o
RGPS dentro de 180 dias após sua demissão para manter a qualidade de segurado, nos termos do art.
15 e §§ 1º e 2º da lei 8.212/91.
III - Jurandir perdeu a qualidade de segurado, automaticamente, na data da demissão, se esta ocorreu
por justa causa.
Assertiva incorreta. Conforme podemos conferir no enunciado, Jurandir já contribui por 12 anos
(tendo recolhido, portanto, mais de 120 contribuições). Desta forma, tem o direito a um período de
graça de 24 meses. No caso em questão, Jurandir não perderá sua qualidade de segurado na data de sua
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demissão, pois, mesmo sendo demitido por justa causa, manterá a qualidade de segurado durante o
período de graça, nos termos do art. 15 e § 1º da lei 8.212/91.
Gabarito: D
COMENTÁRIOS:
I - Empregado demitido de determinada empresa após ter contribuído por quinze anos de serviço
manterá a qualidade de segurado por até trinta e seis meses, caso comprove a situação de desemprego
em órgão próprio da previdência social.
Assertiva correta. Conforme podemos conferir no enunciado, caso o segurado já tenha contribuído por
15 anos (portanto, mais de 120 meses) terá direito a um período de graça de 24 meses e, caso seja
comprovada a situação de desemprego, ele tem direito a uma prorrogação de mais 12 meses,
totalizando 36 meses de período de graça, nos termos do art. 15 e §§ 1º e 2º da lei 8.212/91..
II - Em agosto de 2021, depois de pagar ininterruptamente por mais de dez anos contribuições mensais
à previdência social, Joana foi demitida da empresa onde trabalhava como vendedora e, desde então,
ela não recolheu contribuições para a previdência social. Em face dessa situação hipotética, é correto
afirmar que, em abril de 2023, Joana ainda mantinha a qualidade de segurada.
Assertiva correta. Conforme podemos conferir no enunciado, Joana já contribui há mais de 10 anos
(ou seja, já possui mais de 120 contribuições mensais recolhidas ininterruptamente). Assim sendo,
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Maria tem o direito a um período de graça de 24 meses e, caso seja comprovada a situação de
desemprego, ela tem direito a uma prorrogação de mais 12 meses, totalizando 36 meses de período de
graça. Desta forma, é correto afirmar que, em abril de 2023, Joana ainda mantinha a qualidade de
segurada, mesmo que não comprove a situação de desemprego e não faça jus à prorrogação por mais
12 meses, nos termos do art. 15 e § 1º da lei 8.212/91.
Gabarito: B
COMENTÁRIOS:
I - Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, por até trinta e seis meses,
o segurado desempregado, desde que tal situação esteja comprovada por registro no Ministério do
Trabalho e Previdência ou outro meio admitido e tenham sido vertidas mais de 120 contribuições sem
interrupção que tenha acarretado a perda da qualidade de segurado.
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Assertiva correta. Para o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela
Previdência Social, manterá a qualidade de segurado (período de graça), por até 12 meses,
independentemente do recolhimento de contribuições.
Tal prazo será aumentado para 24 meses, pois o segurado já pagou mais de 120 contribuições mensais
sem interrupção que tenha acarretado a perda da qualidade de segurado.
O prazo de 24 meses será acrescido de mais 12 meses por se tratar de segurado desempregado, uma
vez que tenha comprovado essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e
Previdência.
Assim sendo, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, por até trinta e
seis meses, o segurado da questão em análise, nos termos do art. 15 e §§ 1º e 2º da lei 8.212/91.
III - Josias já pagou mais de 120 contribuições mensais, ininterruptas, à Previdência Social. Encontra-se
cadastrado no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Previdência. Josias está desempregado de
forma involuntária há vinte e seis meses. Em face desta situação, Josias não ostenta mais a qualidade de
segurado da Previdência Social.
Assertiva incorreta. Conforme podemos conferir no enunciado, Josias já pagou mais de 120
contribuições mensais sem interrupção. Por tal razão, já teria direito a 24 meses de manutenção na
qualidade de segurado. No entanto, como comprovou situação de desemprego involuntário, este prazo
será prorrogado por mais 12 meses, totalizando 36 meses de período de graça. Como Josias está
desempregada há 26 meses, ainda mantém sua qualidade de segurado, nos termos do art. 15 e §§ 1º e
2º da lei 8.212/91.
Gabarito: A
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Após a cessação do benefício por incapacidade, como já estudamos, o segurado em gozo de benefício
manterá a qualidade de segurado (período de graça), independentemente de contribuições, por mais
12 meses. Ou seja, manterá a qualidade de segurado por todo o período em que esteve em gozo de
benefício e ainda pelos próximos 12 meses, após a cessação do respectivo benefício.
Tal prazo poderá ser aumentado para 24 meses após a cessação do benefício por incapacidade, se
o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda
da qualidade de segurado.
Quaisquer dos prazos acima (seja 12 meses ou 24 meses, conforme o caso), serão acrescidos de mais
12 meses para o segurado involuntariamente desempregado, desde que comprovada essa situação
por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Previdência, podendo comprovar tal
condição, dentre outras formas:
• por comprovação do recebimento do seguro-desemprego; ou
• pela inscrição cadastral no Sistema Nacional de Emprego - SINE, órgão responsável pela política
de emprego nos Estados da federação.
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Apesar do INSS não aceitar outros meios de prova, a Turma Nacional de Uniformização – TNU editou o
enunciado de Súmula 27, aduzindo que “A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não
impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito”. Segundo o STJ, admite-
se, inclusive, prova testemunhal.
O STJ também tem entendido que a ausência de anotação laboral na carteira de trabalho do segurado
não é suficiente para comprovar sua situação de desemprego, uma vez que a ausência de anotação na
CTPS não afasta possível exercício de atividade remunerada na informalidade.
Exemplo: No exemplo anterior, Josephina manteve sua qualidade de segurada durante todo
o período em que esteve em gozo de benefício (recebendo auxílio por incapacidade
temporária), independentemente do prazo de duração do benefício. Outrossim, assim que
cessar seu benefício, Josephina manterá sua qualidade de segurada por mais 12 meses,
independentemente do recolhimento de qualquer contribuição previdenciária neste
período. No entanto, se Josephina já tiver pago, durante sua vida, mais de 120 contribuições
mensais, sem interrupção que tenha acarretado a perda da sua qualidade de segurada,
manterá sua qualidade de segurada por 24 meses após a cessação do benefício por
incapacidade, independentemente do recolhimento de qualquer contribuição
previdenciária neste período. Se Josephina não estiver recolhendo contribuições por
situação de desemprego comprovado, seu período de graça, em quaisquer das situações
acima, será ampliado em mais 12 meses.
Resumidamente, podemos afirmar que o período de graça do segurado em gozo ou após a cessação do
benefício por incapacidade poderá ser:
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o caso o segurado tenha mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete
a perda da qualidade de segurado; ou
o caso o segurado tenha 120 contribuições mensais ou menos, mas comprove que
permanece em situação de desemprego após a cessação do benefício por incapacidade.
exceto auxílio-acidente
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COMENTÁRIOS:
I - Juarez, filiado ao RGPS há mais de dez anos, foi demitido do emprego em agosto de 2022,
interrompendo o recolhimento das contribuições sociais. Nesse caso, Juarez manterá a qualidade de
segurado, sem limite de prazo, se estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária.
Assertiva correta. Nos termos do art. 15, I, da lei 8.213/91. mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do
auxílio-acidente.
III - O trabalhador que, em razão de estar incapacitado para o trabalho, deixar de contribuir para a
previdência social por mais de doze meses consecutivos perderá a qualidade de segurado, pois
incapacidade não é hipótese legalmente prevista para a manutenção da qualidade de segurado do
trabalhador que deixe de exercer atividade remunerada.
Assertiva incorreta. Conforme podemos conferir no enunciado, o segurado deixou de contribuir por
mais de 12 meses consecutivos em razão de sua incapacidade. Ora, neste caso, o segurado incapacitado
para o trabalho estará em gozo de benefício por incapacidade. Assim sendo, manterá sua qualidade de
segurado, independentemente de contribuições, sem limite de prazo, nos termos do art. 15, I, da lei
8.213/91.
Gabarito: A
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• 12 meses:
o após a cessação da segregação compulsória.
Até
Após cessar a segregação
12 meses
a) I.
b) II.
c) I e III.
d) II e III.
COMENTÁRIOS:
I - Manterá a condição de segurado, pelo máximo de até dezoito meses após cessar a segregação, o
segurado acometido de doença de segregação compulsória.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 15, II, da lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, por até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado
acometido de doença de segregação compulsória.
III - Poliana passou a integrar, pela primeira vez, o RGPS, na condição de segurada, quando se empregou
em empresa privada em agosto de 2015. Desde janeiro de 2023, adoecida, goza de auxílio por
incapacidade temporária. Assim sendo, a manutenção de sua condição de segurada não ultrapassará 12
meses, enquanto perdurar sua segregação, em razão de ter sido acometido por doença de segregação
compulsória.
Assertiva incorreta. Poliana mantém sua qualidade de segurada por até 12 meses após cessar a
segregação, por estar acometido de doença de segregação compulsória. Enquanto perdurar a
segregação, manterá a qualidade de segurado sem limite de prazo, e não apenas por 12 meses. O prazo
de 12 meses será contato após cessar a segregação compulsória, nos termos do art. 15, II, da lei
8.213/91.
Gabarito: B
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O segurado detido ou recluso (que já era segurado do RGPS antes de ser preso) manterá a qualidade
de segurado (período de graça) por mais 12 meses após o livramento, independentemente do
recolhimento de contribuições.
No entanto, durante o período em que estiver preso, manterá a qualidade de segurado sem limite de
prazo. O prazo de 12 meses será contato a partir do livramento.
Resumidamente, podemos afirmar que o período de graça do segurado detido ou recluso será:
• 12 meses:
o após o livramento.
Até
Após o livramento
12 meses
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COMENTÁRIOS:
I - Renan, que era empregado filiado ao RGPS e recebia um salário-mínimo de seu empregador, foi
demitido e, 60 dias depois, condenado à pena de prisão em regime fechado. Considerando essa situação
hipotética, podemos afirmar que, assim que Renan terminar de cumprir a pena, deixará de ser segurado
da previdência social.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 15, IV, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou
recluso. Notem ainda que, mesmo ele tendo sido demitido 30 dias antes de ir à prisão, ainda mantinha
a sua condição de segurado, conforme prevê o inciso II do mesmo artigo 15 em questão.
II - Manterá a condição de segurado, pelo máximo de até três meses após o livramento, o segurado retido
ou recluso.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 15, IV, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou
recluso.
Gabarito: D
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O segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar (que já era segurado do
RGPS antes de ser incorporado às Forças Armadas) manterá a qualidade de segurado (período de graça)
por mais 3 meses após o licenciamento, independentemente do recolhimento de contribuições.
No entanto, durante o período em que estiver incorporado às Forças Armadas para prestar serviço
militar, manterá a qualidade de segurado sem limite de prazo. O prazo de 3 meses será contato a partir
do licenciamento.
Trata-se aqui da prestação do serviço militar obrigatório, suspendendo-se o curso do contrato de
trabalho a partir da data em que o trabalhador se afasta do trabalho para servir. Durante este período
em que esteja prestando o serviço militar, o trabalhador mantém seus direitos trabalhistas e
previdenciários.
Resumidamente, podemos afirmar que o período de graça do segurado incorporado às Forças
Armadas para prestar serviço militar será:
• 3 meses:
o após o licenciamento.
Até
Após o licenciamento
3 meses
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COMENTÁRIOS:
I - Manterá a condição de segurado, pelo máximo de até seis meses após o licenciamento, o segurado
incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 15, V, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado
às Forças Armadas para prestar serviço militar.
Gabarito: B
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O segurado facultativo manterá a qualidade de segurado (período de graça) por até 6 meses após a
cessação das contribuições.
Ou seja, o segurado facultativo poderá atrasar suas contribuições previdenciárias por até 6 meses
consecutivos e ainda manterá sua qualidade de segurado. No entanto, se atrasar suas contribuições
previdenciárias por 7 meses consecutivos perderá sua qualidade de segurado.
Nos termos da IN INSS 77/2015, art. 137 §7º, o segurado facultativo, após a cessação de benefícios por
incapacidade e salário-maternidade, manterá a qualidade de segurado pelo prazo de 12 meses.
Nos termos da IN INSS 77/2015, art. 137 §8º, o segurado obrigatório que, durante o gozo de período de
graça (12, 24 ou 36 meses, conforme o caso), se filiar ao RGPS na categoria de facultativo, ao deixar de
contribuir como facultativo, terá direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior, se mais
vantajoso.
Nos termos da IN INSS 77/2015, art. 137 §9º, o segurado obrigatório que, durante o período de
manutenção da qualidade de segurado decorrente de percepção do benefício por incapacidade, salário
maternidade ou auxílio-reclusão, se filiar ao RGPS na categoria de facultativo, terá direito de usufruir
do período de graça decorrente da sua condição anterior, se mais vantajoso.
Resumidamente, podemos afirmar que o período de graça do segurado facultativo será de até:
• 6 meses:
o após a cessação das contribuições.
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Após a
cessação das contribuições
Até
6 meses
COMENTÁRIOS:
I - Cleiton é segurado facultativo da Previdência Social e está enfrentando problemas financeiros
que o impossibilitaram de recolher as contribuições dos últimos quatro meses. Neste caso, em
regra, Cleiton mantém a qualidade de segurado até seis meses após a cessação das contribuições.
Assertiva correta. Nos termos do art. 15, VI, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado
facultativo.
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Assertiva incorreta. Em regra, mantêm a qualidade de segurado por até doze meses,
independentemente de contribuições, apenas os segurados obrigatórios. O segurado facultativo
mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 6 (seis) meses após a
cessação das contribuições, nos termos do art. 15, VI, da Lei 8.213/91.
III - Manterá a condição de segurado, pelo máximo de até seis meses após a cessação das
contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela
previdência social.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 15, II, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o
segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social. O período de
graça de 6 meses é aplicado apenas ao segurado facultativo, nos termos do art. 15, VI, da Lei 8.213/91.
Gabarito: A
Durante o período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência
Social, com exceção ao salário-família, que cessará, automaticamente, pelo desemprego do segurado,
nos termos do art. 88, IV, do Regulamento da Previdência Social – RPS).
Outrossim, o período de graça não é contado para fins de:
• Carência;
• Tempo de contribuição.
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Exemplo: Josué foi demitido da empresa em 31/01/2021, comprovando situação de desemprego por
meio do recebimento do seguro-desemprego. Considere que Josué tenha recolhido 100 contribuições
até o momento de sua demissão.
• Período de graça comum = 12 meses = 31/01/2022;
• Prorrogação (desemprego involuntário) = + 12 meses = 31/01/2023;
• Término do período de graça = 31/01/2023;
• Data da perda da qualidade de segurado = 16/03/2023 (16º dia do 2º mês subsequente ao
término do período de graça, que corresponde ao dia seguinte ao do vencimento da
contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término dos
prazos de período de graça).
Obs.: O segurado não terá 12 meses adicionais de prorrogação, além da prorrogação já concedida, pois
não conta com mais de 120 contribuições mensais recolhidas.
Como pode ser visto no exemplo, apesar de a data do período de graça terminar no dia 31/01/2023 já
com a prorrogação (pelo fato de estar involuntariamente desempregado), a data de fixação da perda da
qualidade de segurado dar-se-á somente em 16/03/2023 (16º dia do 2º mês subsequente ao término
do período de graça).
A explicação é pelo fato de que, caso o segurado (do exemplo acima) queira efetuar recolhimento na
condição de contribuinte individual referente ao mês de janeiro/2023, a lei lhe garante o prazo para
pagamento até o dia 15/02/2023 e portanto, os direitos de “segurado” devem ser mantidos até do
vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao
término dos prazos de período de graça estudados, ou seja, manterá a qualidade de segurado até o dia
15/03/2023, perdendo tal qualidade apenas em 16/03/2023.
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Em suma, se o salário de contribuição foi inferior ao mínimo, aquela contribuição não valerá para
manutenção da qualidade de segurado. É como se não houvesse contribuição.
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Para que ela seja contada, deverá haver a regularização por uma das hipóteses:
a) complementação da contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo exigido;
b) transferência do valor excedente ao salário-mínimo de outra contribuição daquele mesmo ano
civil, para aquela competência menor que o mínimo;
c) agrupamento de contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências. Nesse
caso, serão agrupadas em uma competência para que ela atinja o salário-mínimo. Também só
podem ser usadas competências do mesmo ano civil.
Contudo, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais – TNU
tem entendimento excepcional acerca da perda da qualidade de segurado para o contribuinte
individual, quando este deveria recolher suas contribuições por conta própria, mas deixa de efetuar os
respectivos recolhimentos, senão vejamos:
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECONHECIMENTO DA
QUALIDADE DE SEGURADO PELO SIMPLES EXERCÍCO DE ATIVIDADE INFORMAL. REGULARIZAÇÃO POST
MORTEM DO RECOHIMENTO DAS CONSTRIBUIÇÕES. IMPOSSIBILIDADE. INCIDENTE PROVIDO. 1. Este
Colegiado possui entendimento consolidado no sentido de que a qualidade de segurado do contribuinte
individual não decorre do simples exercício de atividade remunerada, mas do concomitante recolhimento das
contribuições exigíveis. Assim, revela-se incabível, para fins de obtenção de pensão por morte, a regularização
do recolhimento das contribuições posteriormente ao óbito. [...] (TNU, PEDILEF 2005.63.02.013290-9)
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II - Um segurado que tenha perdido a qualidade de segurado não fará jus à concessão de aposentadoria
programada ao completar idade mínima e número mínimo de contribuições mensais exigidos na data
do requerimento, por não ter mais a qualidade de segurado.
III - A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão
tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes
requisitos foram atendidos.
Estão corretas as seguintes assertivas:
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
COMENTÁRIOS:
I - Suponha que Leandro, segurado facultativo, tenha recolhido sua última contribuição previdenciária
em 15/06/2021 e falecido em 17/02/2022. Nesse caso, Leandro perdera a qualidade de segurado antes
da data do óbito.
Assertiva correta. Vamos à análise de caso:
- Última contribuição recolhida por Leandro: 15/06/2022.
- Término do período de graça (6 meses após a cessação das contribuições): dezembro/2022.
- Data da perda da qualidade de segurado: 16/02/2023 (16º dia do 2º mês subsequente ao término do
período de graça).
Ou seja, na data de seu falecimento, em 17/02/2023, Leandro já tinha perdido sua qualidade de
segurado no dia anterior.
II - Um segurado que tenha perdido a qualidade de segurado não fará jus à concessão de aposentadoria
programada ao completar idade mínima e número mínimo de contribuições mensais exigidos na data
do requerimento, por não ter mais a qualidade de segurado.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 102, § 1º, da lei 8.213/91, a perda da qualidade de segurado
não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os
requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos.
III - A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão
tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes
requisitos foram atendidos.
Assertiva correta. Nos termos do art. 102, § 1º, da lei 8.213/91, a perda da qualidade de segurado não
prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos,
segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos.
Gabarito: C
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula. Nesta aula estudamos acumulação de benefícios, bem como
manutenção e perda da qualidade de segurado no Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
Aguardo vocês em nossa próxima aula!
Um forte abraço e bons estudos a todos!
Rubens Maurício
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Sumário
1 - Conceito .................................................................................................................................................... 4
4.2 - Prazo para a Previdência Social anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os beneficiários ................................................................................................................................ 22
6.2 - Prescrição para ajuizar ação referente à prestação por acidente de trabalho ............................... 31
Justificação ....................................................................................................................................................... 32
1 - Conceito .................................................................................................................................................. 32
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes assuntos do Direito Previdenciário que tratam de normas
previdenciárias:
Decadência e Prescrição.
Justificação Administrativa.
Recomendo uma atenção especial aos tópicos que tratam das ações judiciais em matéria previdenciária.
Boa aula!
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
1 - Conceito
A prescrição e a decadência são institutos muito parecidos, porém não devemos confundi-los. Ambos
possuem em comum, essencialmente, a perda de um direito ante a falta de iniciativa de seu titular em
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exercê-lo dentro dos prazos legais. Constituem, outrossim, instrumentos que têm a finalidade de garantir a
segurança jurídica, haja vista que a pretensão do titular do direito não pode se perpetuar no tempo. No
entanto, inobstante as semelhanças, existem pontuais diferenças entre os institutos, as quais serão
destacadas a seguir:
Decadência:
• é a perda de um direito que não foi exercido pelo seu titular no prazo previsto em lei;
• é a perda do próprio direito em si, em razão do decurso do tempo;
• é a perda do direito pelo seu não uso no prazo legalmente previsto;
• é a perda próprio direito material, por não ter formalizado o pedido de seu direito dentro de um
prazo definido.
Prescrição:
• é a perda do direito de mover ação judicial para reaver um direito violado;
• é a perda do direito de exigir algo pela via jurisdicional, pelo decurso do prazo legal;
• é a perda de uma pretensão de exigir judicialmente de alguém um determinado comportamento;
• é a perda do direito à pretensão em razão do decurso do tempo;
• é a perda do direito de ação, de modo de o direito material subsiste, contudo, não pode mais ser
alcançado pelas vias judiciais, em razão da extinção do direito de pleitear em juízo.
Na mesma linha conceitual já apresentada, vamos agora analisar os conceitos específicos de decadência e
prescrição dentro do custeio previdenciário:
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oportunidade de exigir judicialmente este direito, por meio de uma ação judicial de execução fiscal. Assim
sendo, o prazo para que se ajuíze a ação de execução fiscal é prescricional.
Em resumo, podemos afirmar que o lançamento é o marco que separa, na linha do tempo, a prescrição da
decadência.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
(...)
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência
do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5
(cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o
decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição
do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
indispensável ao lançamento.
Como podemos perceber pela leitura dos dispositivos mencionados acima, o prazo de decadência para o
fisco constituir o crédito tributário/previdenciário pelo lançamento é de 5 anos, em qualquer caso. No
entanto, para cada situação mencionada, temos um marco inicial específico para a contagem deste prazo,
senão vejamos:
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1º marco inicial (regra geral): primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter
sido efetuado;
3º marco inicial: da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado.
4º marco inicial: da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao
sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
A seguir, vamos estudar detalhadamente quando utilizamos cada um dos pontos de partida para a contagem
do prazo decadencial.
ART. 150, § 4º
Vamos iniciar nosso estudo de decadência no custeio previdenciário pela regra geral, prevista no inciso I do
art. 173 do CTN, conforme segue:
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
(...)
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Esta regra de contagem de prazo decadencial ocorre quando o contribuinte não realizou qualquer
pagamento ou quando agiu com dolo, fraude ou simulação.
Exemplo:
Vamos supor que ocorreram fatos geradores de contribuição previdenciária em maio/2018, com
a prestação dos serviços de empregados a uma determinada empresa.
A empresa teria, consequentemente, que recolher suas contribuições, juntamente com as
contribuições arrecadadas do emprego a seu serviço, até o dia 20 do mês seguinte (no exemplo,
até 20/junho/2018).
Caso não recolha qualquer contribuição até o vencimento, a Receita Federal poderá, por meio
do auditor-fiscal (autoridade competente), lavrar um respectivo auto-de-infração (lançamento
tributário) para constituir o crédito tributário correspondente.
O prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de-infração e constitua o crédito
tributário será de 5 anos, contados de 01/01/2019, pois este é primeiro dia do exercício seguinte
(ano seguinte) àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
No exemplo acima, o lançamento poderia ter sido efetuado pelo fisco a partir do dia seguinte ao
vencimento da contribuição previdenciária, sem que tenha havido qualquer pagamento. E o
primeiro dia do exercício seguinte (ano seguinte) àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado é 01/01/2019, sendo este o termo inicial da contagem do prazo decadencial.
Consequentemente, a decadência estará consumada em 01/01/2024, de forma que o
lançamento somente poderia ser realizado até 31/12/2023.
Como podemos perceber, por esta regra a Administração Tributária acaba tendo maias de 5 anos para
exercer seu direito de constituir o crédito tributário, pois a contagem dos 5 a os só tem início no primeiro
dia do ano seguinte, conferindo um maior prazo para que o Fisco tome conhecimento da ocorrência do fato
gerador.
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A seguir, vamos estudar outras situações e seus respectivos inícios de contagem do prazo decadencial.
Vamos estudar agora a decadência no custeio previdenciário segundo a regra aplicável aos tributos sujeitos
a lançamento por homologação, desde que não se comprove dolo, fraude ou simulação por parte do sujeito
passivo, conforme previsto no § 4º do art. 150 do CTN abaixo:
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida
pelo obrigado, expressamente a homologa.
(...)
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.
Esta regra de contagem de prazo decadencial ocorre quando o contribuinte realizou qualquer pagamento
ou quando não agiu com dolo, fraude ou simulação.
Inicialmente, para melhor compreensão desta contagem de prazo decadencial, temos que esclarecer o que
é lançamento por homologação:
O lançamento por homologação é usado em relação aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo
o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Ou seja, o próprio
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contribuinte apura o tributo que entende devido, declara ao fisco e efetua o pagamento, sem prévio exame
da autoridade administrativa. Contudo, após realizado o pagamento pelo contribuinte dos valores que este
entende devidos, compete a autoridade fiscal homologá-lo, aceitando o cálculo e pagamento realizados pelo
contribuinte, ou recusar a homologação.
No caso de recusar a homologação, o fisco deverá efetuar o lançamento e cobrar a diferença correspondente
ao tributo que deixou de ser pago pelo contribuinte, acrescido de juros e multa.
Este lançamento, por se tratar de tributos sujeitos a lançamento por homologação, deve ser realizado dentro
de 5 anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, salvo se comprovado dolo, fraude ou simulação,
como estudamos pela regra anterior.
Entretanto, passado o prazo sem qualquer providência ou discordância do fisco em relação aos valores
apurados e recolhidos pelo sujeito passivo, o lançamento por homologação reputa-se legalmente efetuado,
decaindo, portando, o direito de a Administração Tributária lançar de ofício as diferenças apuradas.
Assim sendo, passados os 5 anos contados do fato gerador, sem manifestação contrária da autoridade
competente, considera-se realizado tacitamente o lançamento por homologação, tendo tal prazo natureza
decadencial, pois ele implica na perda do direito do fisco de efetuar, de ofício, o lançamento de eventuais
diferenças devidas.
Para que ocorra o lançamento por homologação é necessário que exista algum pagamento por parte do
contribuinte, ainda que insuficiente para cobrir a totalidade do crédito tributário. No entanto, caso não
exista qualquer pagamento, o prazo decadencial é computado pela regra geral, prevista no inciso I do art.
173 do CTN, ou seja, a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter
sido efetuado.
No entanto, nunca é demais repetir: se houver dolo, fraude ou simulação por parte do sujeito passivo, com
a intenção de reduzir ou suprimir tributo devido, o dia inicial para a contagem do prazo decadencial deixará
de ser a data do fato gerador, passando a obedecer a regra geral, ou seja, iniciará a contagem no primeiro
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
As contribuições previdenciárias são tributos sujeitos a lançamento por homologação, ou seja, cabe ao
próprio sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento que entende devido sem prévio exame da
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autoridade administrativa. Assim sendo, para as contribuições previdenciárias o prazo decadencial deverá
ser contado da data da ocorrência do fato gerador, salvo nos seguintes casos:
Obs.: Nestes dois casos acima, o prazo decadencial será contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Assim sendo, se o contribuinte realizou pagamento de contribuição previdenciária dentro do prazo legal,
ainda que o valor recolhido tenha sido ínfimo, a homologação tácita ocorrerá em 5 anos contados da data
do fato gerador, sendo este o prazo que o fisco tem para cobrar as diferenças que apurar. No entanto, se o
contribuinte não antecipou qualquer valor, o prazo para a realização do lançamento de ofício começará a
fluir a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
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Segundo o entendimento atual do Superior Tribunal de Justiça – STJ, temos os seguintes posicionamentos:
Exemplo:
Vamos supor que ocorreu fato gerador de contribuição previdenciária em 31/maio/2018.
Em decorrência de tais fatos geradores, o sujeito passivo deveria ter declarado e recolhido
R$800.000,00. No entanto, a empresa apenas declarou e recolheu R$300.000,00. Neste caso, a
Receita Federal do Brasil poderá, por meio do auditor-fiscal (autoridade competente), lavrar um
respectivo auto-de-infração (lançamento tributário) para constituir o crédito tributário sobre a
diferença de R$500.000,00 (com os devidos acréscimos de juros e multa), uma vez que tais
valores não foram declarados e nem recolhidos pelo sujeito passivo.
O prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de-infração e constitua o crédito
tributário, neste caso, será de 5 anos, contados do fato gerador. Desta forma, o prazo de
decadência para se cobrar os valores ainda devidos pelo sujeito passivo inicia-se em 31/05/2018
e termina em 31/05/2023.
Utilizando os mesmos dados do exemplo acima, vamos trabalhar com a seguinte situação:
• Valor correto que deveria ser declarado e pago pelo contribuinte: R$ 800.000,00.
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Diante desta premissa, vamos ver algumas situações possíveis e os respectivos prazos para início da
contagem da decadência:
Situação 1: Declarou R$ 300.000,00 e pagou R$ 300.000,00. Como o contribuinte declarou a menor sua
contribuição previdenciária devida e efetuou algum recolhimento, ainda que menor que o devido, temos um
caso típico de contagem de prazo desde a ocorrência do fato gerador (Art. 150, §4º, do CTN).
Situação 2: Declarou R$ 800.000,00 e não efetuou qualquer pagamento. Como o contribuinte declarou
corretamente o valor devido, sem ter recolhido tais valores conforme declarado, não há que se falar em
decadência, pois o crédito tributário já se considera constituído pela própria declaração de débito do
contribuinte, sendo possível a imediata inscrição em dívida ativa e posterior ajuizamento da ação de
execução fiscal, nos termos da Súmula STJ 436.
Situação 4: Não declarou e nem pagou qualquer valor. Como o contribuinte nada declarou e nada pagou,
temos um caso típico de contagem de prazo que tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido efetuado (Art. 173, I, do CTN).
Situação 5: Nos casos em que houver dolo, fraude ou simulação, temos, também, um caso típico de
contagem de prazo que tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ter sido efetuado (Art. 173, I, do CTN).
Vamos estudar agora a decadência no custeio previdenciário em caso de anulação, por vício formal, de um
lançamento anteriormente efetuado, conforme previsto no inciso II do art. 173 do CTN:
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
(...)
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
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Esta regra de contagem de prazo decadencial ocorre quando é efetuado um lançamento, dentro do prazo
legal, porém com vício de forma, sendo posteriormente anulado por uma decisão administrativa ou judicial
definitiva.
Considera-se vício formal, neste contexto, situações em que se verifique desrespeito a alguma regra do
procedimento de lançamento. Ou seja, o vício formal não se refere ao conteúdo do ato, mas sim a um
aspecto formal.
Como exemplo podemos citar um auto-de-infração lavrado por pessoa incompetente (sem competência
legal) para a prática do ato, bem como erro de identificação do sujeito passivo, cerceamento do direito de
defesa, etc.
Assim sendo, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
Exemplo:
Vamos supor que ocorreu fato gerador de contribuição previdenciária em 31/05/2013.
Em decorrência de tais fatos geradores, o sujeito passivo deveria ter declarado e recolhido
R$800.000,00. No entanto, o respectivo contribuinte apenas declarou e recolheu R$300.000,00.
Neste caso, a Receita Federal do Brasil poderá, por meio do auditor-fiscal (autoridade
competente), lavrar um respectivo auto-de-infração (lançamento tributário) para constituir o
crédito tributário sobre a diferença de R$500.000,00 (com os devidos acréscimos de juros e
multa), uma vez que tais valores não foram declarados e nem recolhidos pelo sujeito passivo.
O prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de-infração e constitua o crédito
tributário, neste caso, será de 5 anos, contados do fato gerador. Desta forma, o prazo de
decadência para se cobrar os valores ainda devidos pelo sujeito passivo inicia-se em 31/05/2013
e termina em 31/05/2018.
Admita-se que, no dia 15/04/2016 um agente público sem competência legal promova o
lançamento das contribuições previdenciárias devidas e que, posteriormente, o sujeito passivo
impugne o lançamento realizado, resultando em anulação, por vício formal, decorrente da
incompetência da autoridade lançadora.
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Vamos estudar agora a decadência no custeio previdenciário no caso em que ocorre a antecipação do início
da contagem do prazo decadencial, conforme previsto no parágrafo único do art. 173 do CTN:
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
(...)
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do
prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário
pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Trata-se aqui de uma situação em que poderá ocorrer antecipação do início da contagem do prazo
decadencial, quando, originalmente, sua contagem teria início no primeiro dia do exercício seguinte.
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Aplica-se este dispositivo se, durante o lapso de tempo compreendido entre o fato gerador e o início da
fluência do prazo decadencial (nos casos em que tal contagem teria início no primeiro dia do exercício
seguinte), o fisco adota medida preparatória para o lançamento, antecipando-se o início da contagem do
prazo decadencial para esta data.
Como exemplo de medida preparatória para o lançamento podemos citar o recebimento, pelo
sujeito passivo, de um Termo de Início de Procedimento Fiscal, tomando ciência do início do
procedimento de fiscalização relativo ao fato.
Uma vez que a administração tributária iniciou procedimento de fiscalização relativo ao contribuinte (ou deu
ciência ao contribuinte de qualquer outra medida preparatória indispensável ao lançamento), antecipa-se o
marco inicial da decadência (caso ainda não tenha iniciado) para a data em que o sujeito passivo foi
cientificado das medidas preparatórias adotadas pelo fisco.
Caso o prazo decadencial já esteja em curso, não haverá qualquer alteração. Tal regra somente tem o condão
de antecipar a contagem de prazo, não gerando qualquer efeito sobre o prazo que já teve sua fluência
iniciada.
Exemplo:
Vamos supor que ocorreram fatos geradores de contribuição previdenciária em maio/2018, com
a prestação dos serviços de empregados a uma determinada empresa.
A empresa teria, consequentemente, que recolher suas contribuições, juntamente com as
contribuições arrecadadas do emprego a seu serviço, até o dia 20 do mês seguinte (no exemplo,
até 20/junho/2018).
Caso não recolha qualquer contribuição até o vencimento, a Receita Federal poderá, por meio
do auditor-fiscal, lavrar um respectivo auto-de-infração para constituir o crédito tributário
correspondente.
Considerando que não houve qualquer declaração ou pagamento por parte do sujeito passivo, o
prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de-infração e constitua o crédito tributário
será de 5 anos, contados de 01/01/2019, pois este é primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
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do contribuinte, sendo possível a imediata inscrição em dívida ativa e posterior ajuizamento da ação de
execução fiscal.
COMENTÁRIOS:
I - Caso a contribuição previdenciária não seja declarada e nem paga, o termo inicial do prazo decadencial
será o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Assertiva correta. Art. 173, I, do CTN.
II - Caso a contribuição previdenciária seja declarada a menor e for realizado algum pagamento, o termo
inicial do prazo decadencial será o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ter sido efetuado, para o fisco homologar expressamente o pagamento efetuado pelo contribuinte ou
efetuar lançamento suplementar em relação aos valores devidos.
Assertiva incorreta. Caso a contribuição previdenciária seja declarada a menor e for realizado algum
pagamento, o termo inicial do prazo decadencial será a data do fato gerador, para o fisco homologar
expressamente o pagamento efetuado pelo contribuinte (caso concorde com os valores recolhidos), ou
efetuar lançamento suplementar em relação aos valores devidos, nos termos do art. 150, §4º, do CTN.
III - Caso a contribuição previdenciária seja declarada corretamente e não paga integralmente, não há que
se falar em decadência, pois o crédito tributário já se considera constituído pela própria declaração de débito
do contribuinte, sendo possível a imediata inscrição em dívida ativa e posterior ajuizamento da ação de
execução fiscal.
Assertiva correta. Súmula STJ 436: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco”.
Gabarito: C
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Estudaremos agora os prazos determinados por lei para que os beneficiários do RGPS (segurados e
dependentes) possam pleitear seus direitos previdenciários.
Começaremos com o estudo da decadência em matéria de benefícios, conforme disposto no caput do art.
103 da Lei 8.213/91, na nova redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019, reproduzido a seguir (o qual foi
declarado inconstitucional nos termos da ADIN 6096):
Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do
ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício e do ato de deferimento,
indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de 10 (dez) anos, contado: (...) (Vide ADIN
6096).
Agora que o STF decidiu pela inconstitucionalidade, retorna redação anterior do art. 103 da Lei 8.213,
limitando o prazo decadencial somente para a revisão do ato de concessão de benefício, conforme segue:
Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte
ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento
da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Redação dada pela Lei nº 10.839, de
2004)
Dessa forma, o resultado do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 6096 rechaça a
restrição normativa decenal para ajuizamento de ação visando à revisão dos atos administrativos
previdenciários de indeferimento, cancelamento, cessação, restabelecimento ou de revisão de benefícios,
reconhecendo-lhe a inconstitucionalidade.
O Supremo Tribunal Federal – STF, na mencionada ADI nº 6096, decidiu pela inconstitucionalidade do art.
24 da Lei n° 13.846/19, que havia dado nova redação para o art. 103 da Lei n° 8.213/91, de modo que esta
redação limitava o direito fundamental à concessão de benefício ao prazo decadencial para revisão.
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Segundo o relator, ministro Edson Fachin, “o direito à previdência social constitui direito fundamental e,
uma vez implementados os pressupostos de sua aquisição, não deve ser afetado pelo decurso do tempo.”
Ademais, segundo a nova redação da Súmula 81 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais – TNU (redação alterada em 09/12/2020), temos que:
Assim sendo, nos termos da ADIN nº 6096 e segundo a nova redação da Súmula 81 da TNU, este prazo
decadencial de 10 anos não pode ser invocado nos casos abaixo, os quais não se submetem a qualquer
prazo extintivo, seja em relação à revisão desses atos, seja em relação ao fundo de direito:
Contudo, fora mantido o prazo decadencial de 10 anos de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a:
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primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória
definitiva no âmbito administrativo
II - O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de
impugnação de ato de indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício é de 10 (dez) anos a contar
do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em
que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
III - O prazo decadencial decenal não pode ser invocado para impugnação de ato de indeferimento, para
impugnação de cessação de benefício previdenciário e para impugnação de cancelamento de benefício
previdenciário, os quais não se submetem a qualquer prazo extintivo, seja em relação à revisão desses atos,
seja em relação ao fundo de direito.
COMENTÁRIOS:
I - É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para
a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da
primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória
definitiva no âmbito administrativo.
Assertiva correta. O STF decidiu pela inconstitucionalidade disposto no caput do art. 103 da Lei 8.213/91,
na nova redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019. Dessa forma, retorna redação anterior do art. 103 da Lei
8.213, limitando o prazo decadencial somente para a revisão do ato de concessão de benefício, conforme
consta na assertiva.
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III - O prazo decadencial decenal não pode ser invocado para impugnação de ato de indeferimento, para
impugnação de cessação de benefício previdenciário e para impugnação de cancelamento de benefício
previdenciário, os quais não se submetem a qualquer prazo extintivo, seja em relação à revisão desses atos,
seja em relação ao fundo de direito.
Assertiva correta. O STF decidiu pela inconstitucionalidade disposto no caput do art. 103 da Lei 8.213/91,
na nova redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019. Dessa forma, retorna redação anterior do art. 103 da Lei
8.213, limitando o prazo decadencial somente para a revisão do ato de concessão de benefício, conforme
consta na assertiva, não mais se aplicando qualquer prazo extintivo para impugnação de ato de
indeferimento, para impugnação de cessação de benefício previdenciário e para impugnação de
cancelamento de benefício previdenciário.
Gabarito: C
4.2 - Prazo para a Previdência Social anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os beneficiários
Do lado da administração pública, a revisão de benefício concedido também sofre prazo decadencial de 10
anos. Ou seja, o INSS tem lapso temporal decenal (10 anos) para exercer o seu direito de revisão do benefício
concedido, sob pena de decadência pelo transcurso do tempo, nos termos do art. 103-A, da Lei 8.213/91,
conforme segue:
Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do
primeiro pagamento.
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O prazo decadencial de 10 anos fixados para que o INSS possa revisar e anular os benefício previdenciários
concedidos não poderia ser eterno, sob pena de prejudicar o direito à ampla defesa dos segurados, uma vez
que demandar beneficiários sobre a legalidade de seus benefícios após longos lapsos temporais implica,
indiretamente, no cerceamento ou total exclusão do direito à ampla defesa, pois, por óbvio, o beneficiário
raramente terá todos os documentos solicitados pelo INSS, bem como o próprio beneficiário poderá já se
encontrar em idade avançada, sem a menor condição física ou psicológica para fazer prova perante a
Previdência Social.
Por outro lado, quando comprovada má-fé do beneficiário, o mencionado prazo decadencial não irá correr.
Importante destacar, por oportuno, que a má-fé deve ser única e exclusivamente do beneficiário, excluindo,
assim, a má-fé de terceiros sem conhecimento do beneficiário.
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COMENTÁRIOS:
I - O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-
fé.
Assertiva correta. Art. 103-A da Lei 8.213/91.
II - O INSS tem lapso temporal decenal para exercer o seu direito de revisão do benefício concedido, sob
pena de decadência pelo transcurso do tempo.
Assertiva correta. É exatamente o que consta no art. 103-A da Lei 8.213/91, senão vejamos: " Art. 103-A. O
direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé."
III - Não há prazo extintivo do direito da Previdência Social anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os seus beneficiários, quando houver erro no ato de concessão.
Assertiva incorreta. Como vimos nos comentários anteriores, o direito da Previdência Social de anular os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé, nos termos do art. 103-A da Lei
8.213/91.
Gabarito: B
A regra de prescrição das contribuições previdenciárias segue a mesma regra da prescrição dos demais
tributos, prevista no Código Tributário Nacional - CTN, em seu art. 173 e art. 150, §4º, conforme segue:
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Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.
Na prescrição, como já estudado, não se perde o direito material em si (pois este direito já foi garantido pelo
lançamento), mas tão somente a oportunidade de exigir judicialmente este direito, por meio de uma ação
judicial de execução fiscal.
Uma vez constituído o crédito previdenciário pelo lançamento, surge para a União (sujeito ativo), por meio
da Fazenda Pública, o direito de cobrá-lo judicialmente, mediante uma ação judicial de execução fiscal.
Assim sendo, opera-se a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo legal, a respectiva ação
judicial de execução fiscal, para exigir do sujeito passivo devedor a satisfação do crédito previdenciário.
O prazo legal para a Fazenda Pública propor a ação de execução fiscal é de 5 anos, constados da data da
constituição definitiva do crédito previdenciário.
Considera-se definitivamente constituído o crédito previdenciário quando não possa mais ser modificado
administrativamente, ou seja, não caiba mais qualquer impugnação ou recurso administrativo por parte do
sujeito passivo dentro do processo contencioso administrativo fiscal.
Quando o sujeito passivo é notificado do lançamento, o crédito tributário está constituído. Neste caso, não
falamos mais em decadência, pois houve a constituição tempestiva do crédito tributário pelo lançamento.
No entanto, para que ele esteja definitivamente constituído, como vimos, é necessário que não possa mais
ser modificado na esfera administrativa.
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Assim sendo, podemos concluir que o curso da decadência termina no momento da ciência do auto-de-
infração ou notificação de lançamento pelo sujeito passivo, quando se considera constituído o crédito
previdenciário. Outrossim, o prazo de prescrição só tem início com a constituição definitiva do crédito
previdenciário, após concluído todo o processo contencioso administrativo fiscal referente a este
lançamento (auto-de-infração ou notificação de lançamento). Assim, no intervalo entre a ciência do
lançamento e a decisão administrativa final não corre nem prazo de decadência e nem prazo de prescrição.
De forma resumida, podemos afirmar que a ação para a cobrança do crédito previdenciário prescreve em 5
anos, contados da data da sua constituição definitiva, ou seja, 5 anos contados:
Caso a contribuição previdenciária tenha sido declarada em GFIP (ou por meio do eSocial ou por qualquer
outro documento legal de declaração dos fatos gerados previdenciários), nos termos da Súmula STJ 436, os
valores declarados já se consideram definitivamente constituído, independentemente de qualquer
procedimento administrativo, conforme segue:
Súmula STJ 436: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o
crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.”
• GFIP (ou documento equivalente) entregue antes do vencimento do prazo para pagamento da
contribuição previdenciária: o prazo prescricional começa a fluir no dia seguinte ao do vencimento
da contribuição.
• GFIP (ou documento equivalente) entregue após o vencimento do prazo para pagamento da
contribuição previdenciária: o prazo prescricional começa a fluir no dia seguinte ao da entrega.
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Existem situações legalmente previstas em que o prazo prescricional poderá ser interrompido. Tais situações
estão enumerados no art. 174 do CTN, conforme segue:
Interrupção da prescrição implica na devolução integral do prazo ao interessado, com o reinício de sua
contagem, desconsiderando o tempo já decorrido.
Como vimos, uma vez que o crédito previdenciário esteja definitivamente constituído, começa o curso da
prescrição. No entanto, se antes de decorridos os 5 anos ocorre umas das hipóteses de interrupção prevista
no CTN, o prazo decorrido é desconsiderado e a contagem volta a ser iniciada.
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Assim sendo, nos termos do parágrafo único do art. 174 do CTN, interrompem o prazo de prescrição:
O estudo da prescrição em matéria de benefícios está disposto no parágrafo único do art. 103 da Lei
8.213/91, reproduzido a seguir:
Em outras palavras, podemos dizer que os beneficiários do RGPS têm um prazo de 5 anos para promover
toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela
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Previdência Social. Esse prazo de 5 anos será contado da data em que deveriam ter sido pagas tais
prestações, restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social.
Assim sendo, mesmo que reconhecido um erro no cálculo do benefício nos últimos 10 anos, o beneficiário
só terá direito a receber a diferença dos últimos 5 anos.
Obs.1: Não é considerado pedido de revisão de decisão indeferitória definitiva, mas de novo pedido de
benefício, o que vier acompanhado de outros documentos além dos já existentes no processo.
O prazo prescricional que estamos estudando apenas garante o recebimento dos valores devidos pela
Previdência Social aos beneficiários referentes aos últimos 5 anos, mesmo que se prove diferenças devidas
em período superior a 5 anos.
Enquanto a decadência permite que o beneficiário solicite ao INSS uma revisão do ato de concessão do seu
benefício no prazo de até 10 anos, a prescrição só garante o recebimento de valores devidos referente aos
últimos 5 anos, contados da data em que deveriam ter sido pagas tais prestações, restituições ou
diferenças devidas pela Previdência Social.
Devemos destacar, outrossim, nos termos do parágrafo único, do art. 103, da Lei 8.213/91, em sua parte
final, que não se aplica o prazo de prescrição que acabamos de estudar aos menores, incapazes ou ausentes,
na forma do Código Civil.
haver quaisquer
haver
restituições ou diferenças
prestações vencidas devidas pela previdência social
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COMENTÁRIOS:
I - Prescreve em dez anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver
prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito
dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.
Assertiva incorreta. Nos termos do parágrafo único, do art. 103, da Lei 8.213/91, prescreve em cinco anos
(e não em 10 anos), a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver
prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito
dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.
II - A ação para a cobrança do crédito previdenciário prescreve em cinco anos, contados da data da ciência
do lançamento.
Assertiva incorreta. Nos termos art. 174 do CTN, a ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em
cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva (e não da ciência do lançamento).
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III - O despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal interrompe o prazo de prescrição.
Assertiva correta. Art. 174, parágrafo único, I.
Gabarito: D
6.2 - Prescrição para ajuizar ação referente à prestação por acidente de trabalho
As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data:
• do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia
médica a cargo da Previdência Social; ou
• em que for reconhecida, pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das
sequelas do acidente.
Esta regra está prevista no art. 104, da Lei 8.212/91, conforme segue:
Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos,
observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data:
I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia
médica a cargo da Previdência Social; ou
II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das
sequelas do acidente.
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JUSTIFICAÇÃO
1 - Conceito
A Justificação Administrativa (JA) é um procedimento que, quando cabível, temo objetivo de proporcionar
aos beneficiários do RGPS (segurados e dependentes), oportunidade para se provar certos fatos ou
determinadas circunstâncias, com a finalidade de suprir a falta ou insuficiência de documento, sempre de
interesse previdenciário, quando não haja outra forma de comprová-los perante o INSS.
A Justificação Administrativa (JA) é processada perante a própria previdência, sem ônus para o interessado,
com a vantagem de economia de tempo. Serve, por exemplo, para suprir a falta ou a insuficiência de
documento que evidencie tempo de serviço prestado, dependência econômica do instituidor do benefício
em relação ao beneficiário, união estável, identidade e relação de parentesco.
Como vimos, a justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência de
documento ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante a
previdência social.
Quando a concessão do benefício depender de documento ou de prova de ato ao qual o segurado não tenha
acesso, exceto quanto a registro público ou início de prova material, a justificação administrativa será
oportunizada, somente sendo admitido seu processamento quando necessário para corroborar o início de
prova material apto a demonstrar a plausibilidade do que se pretende comprovar.
A prova material somente terá validade para a pessoa referida no documento, vedada a sua utilização por
outras pessoas.
A JA para confirmar a identidade e relação de parentesco constitui hipótese de exceção e será utilizada
quando houver divergência de dados a respeito da correspondência entre a pessoa interessada e os
documentos exibidos.
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No caso de exigência de início de prova material, tal exigência será dispensada quando houver ocorrência
de motivo de força maior ou caso fortuito.
Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória, tais como
incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o segurado
alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial feito
em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e verificada a
correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado.
No registro da ocorrência policial, da certidão do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, ou de outro órgão
público competente para emitir certidão sobre o evento, deverá constar a identificação da empresa atingida
e a extensão dos danos causados.
Se a empresa não estiver mais em atividade, deverá o interessado juntar prova oficial de sua existência no
período que pretende comprovar, salvo na possibilidade de verificação por meio de sistemas coorporativos
disponíveis.
No caso dos segurados empregado doméstico e contribuinte individual, após a homologação do processo,
este deverá ser encaminhado ao setor competente de arrecadação para levantamento e cobrança do
crédito.
O início de prova material deve ser contemporâneo aos fatos alegados, observadas as seguintes disposições:
A homologação da justificação judicial processada com base em prova exclusivamente testemunhal dispensa
a justificação administrativa, se complementada com início razoável de prova material contemporânea dos
fatos.
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em número não inferior a dois nem superior a seis, cujos depoimentos possam levar à convicção da
veracidade do que se pretende comprovar.
Deverá ser oportunizada ao interessado a complementação dos dados necessários, mediante exigência para
cumprimento no prazo máximo de trinta dias.
As testemunhas, no dia e no horário marcados, serão inquiridas a respeito dos pontos que forem objeto da
justificação.
Caso uma ou mais testemunhas residam em localidade distante do local do processamento da JA, a oitiva
poderá ser realizada na Unidade de Atendimento mais próxima da residência de cada uma delas, mediante
requerimento do interessado.
Obs.: A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais
pessoas e lhe serão assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.
A justificação administrativa será avaliada globalmente quanto à forma e ao mérito, valendo perante o INSS
para os fins especificamente visados, caso considerada eficaz.
A justificação administrativa será processada sem ônus para o interessado e nos termos das instruções do
INSS.
Aos autores de declarações falsas, prestadas em justificações processadas perante a Previdência Social,
serão aplicadas as penas de Falsidade Ideológica previstas no Código Penal.
Somente será admitido o processamento de justificação administrativa quando necessário para corroborar
o início de prova material apto a demonstrar a plausibilidade do que se pretende comprovar.
Para a comprovação de atividade rural em qualquer categoria, caso os documentos apresentados não sejam
suficientes, por si só, para a prova pretendida, mas se constituam como início de prova material, a pedido
do interessado, poderá ser processada JA.
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Caso os documentos apresentados não sejam suficientes para a comprovação da área, contínua ou
descontínua, ou da embarcação utilizada pelo segurado especial, para o desenvolvimento da atividade,
assim como a comprovação da identificação do proprietário por meio do nome e CPF, deverá ser
apresentada a declaração do segurado neste sentido.
Somente será aceito laudo de exame documentoscópico com parecer grafotécnico como início de prova
material se realizado por perito especializado em perícia grafotécnica acompanhado dos documentos
originais que serviram de base para a realização do exame.
Poderá ser processada a JA para eliminar possível dependente em favor de outro, situado em ordem
concorrente ou preferencial, por inexistir qualquer condição essencial ao primeiro, observando-se que:
• cada pretendente ao benefício deverá ser cientificado, antes da realização da JA, quanto à existência
de outro possível dependente e ser orientado a requerer, também, a oitiva de testemunhas ou
realizar a comprovação de dependência econômica, quando couber;
• sempre que o dependente a excluir for incapaz, a JA somente poderá ser realizada se ele estiver
devidamente representado; e
• no caso de dependente incapaz, em razão da concorrência de interesses, o representante legal não
poderá ser pessoa que venha a ser beneficiada com a referida exclusão, hipótese em que não caberá
o processamento de JA, devendo o interessado fazer a prova perante o juízo de direito competente.
As testemunhas, no dia e no horário marcados, serão inquiridas a respeito dos pontos que forem objeto da
justificação.
Realizado o procedimento de depoimento das testemunhas, análise quanto à forma e emitindo parecer, o
processo será encaminhado, preferencialmente, àquele que determinou o processamento da JA, a fim de:
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• confrontar a prova oral produzida e o parecer conclusivo do justificante com o início de prova
material e as demais informações dos sistemas corporativos; e
• emitir decisão fundamentada esclarecendo se a JA foi eficaz para comprovar os fatos alegados pelo
justificante.
Caso a JA tenha sido eficaz para comprovar parcialmente os fatos ou períodos de contribuição alegados pelo
justificante, o parecer deverá conter a delimitação clara entre o que foi e o que não foi reconhecido.
Se, após o processamento da JA, ficar evidenciado que a prestação de serviço ocorreu sem relação de
emprego, será feito o reconhecimento da filiação na categoria correspondente, com obrigatoriedade do
recolhimento das contribuições, quando for o caso.
Caso a JA não seja processada por não preencher os requisitos necessários, ou por ausência de início de
prova material, ou ainda, por não compreender todo o período pretendido, o segurado deverá ser
cientificado, expressamente, da possibilidade de recurso, informando o prazo.
Não caberá recurso da decisão conclusiva do INSS que considerar eficaz ou ineficaz a JA.
Após a conclusão da JA, se o interessado apresentar documentos de início de prova adicionais que,
confrontados com os depoimentos, possam ampliar os períodos já homologados, poderá ser efetuado termo
aditivo e reconhecidos os novos períodos.
Não caberá reinquirição de testemunhas ou novo processamento de JA para o mesmo objeto quando a
anterior já tiver recebido análise de mérito.
A JA processada por determinação judicial deverá ser analisada quanto à forma e quanto ao mérito, de
acordo com o disposto na legislação previdenciária.
Restará encerrado o processo administrativo com a decisão administrativa não mais passível de recurso,
ressalvado o direito de o requerente pedir a revisão da decisão no prazo decadencial de 10 anos, previsto
na Lei de Benefícios.
4 - Impossibilidade de Justificação
Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar exigir registro público de
casamento, de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial.
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COMENTÁRIOS:
I - A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento
ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante a previdência social.
Assertiva correta. Art. 142 do Decreto 3.048/99.
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Gabarito: A
Atualmente, conforme previsto na Lei 11.457/2007, passaram a ser regidos pelo Decreto nº 70.235/1972 os
procedimentos fiscais e os processos administrativo-fiscais de determinação e exigência de créditos
tributários referentes às contribuições sociais previdenciárias e contribuições devidas a terceiros
(outras entidades e fundos).
Uma vez formalizada a exigência fiscal pela lavratura do auto-de-infração ou notificação de lançamento, 4
hipóteses são possíveis:
• Pagamento;
• Parcelamento;
• Impugnação, contestando a exigência fiscal; e
• Revelia, pela ausência do contraditório por parte do contribuinte.
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Pagamento
Parcelamento
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF será constituído por seções e pela Câmara Superior
de Recursos Fiscais - CSRF. As seções serão especializadas por matéria e constituídas por câmaras. As
câmaras poderão ser divididas em turmas.
A Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF será constituída por turmas, compostas pelos Presidentes e
Vice-Presidentes das câmaras.
O Ministro de Estado da Fazenda poderá criar, nas seções, turmas especiais, de caráter temporário, com
competência para julgamento de processos que envolvam valores reduzidos, que poderão funcionar nas
cidades onde estão localizadas as Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil.
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As turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF serão constituídas pelo Presidente do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, pelo Vice-Presidente, pelos Presidentes e pelos Vice-Presidentes
das câmaras, respeitada a paridade.
A presidência das turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF será exercida pelo Presidente do
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF e a vice-presidência, por conselheiro representante dos
contribuintes.
Os cargos de Presidente das Turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF, das câmaras, das suas
turmas e das turmas especiais serão ocupados por conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que,
em caso de empate, terão o voto de qualidade, e os cargos de Vice-Presidente, por representantes dos
contribuintes.
Os conselheiros serão designados pelo Ministro de Estado da Fazenda para mandato, limitando-se as
reconduções, na forma e no prazo estabelecidos no regimento interno.
A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será
apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da
exigência.
A impugnação mencionará:
II - a qualificação do impugnante;
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III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas
que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)
IV - as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as
justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de
perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de
1993)
V - se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição.
a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;
A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição
em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições acima mencionadas.
Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for
interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância.
Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.
Não sendo cumprida nem impugnada a exigência, a autoridade preparadora declarará a revelia,
permanecendo o processo no órgão preparador, pelo prazo de trinta dias, para cobrança amigável.
Esgotado o prazo de cobrança amigável sem que tenha sido pago o crédito tributário, o órgão preparador
declarará o sujeito passivo devedor remisso e encaminhará o processo à autoridade competente para
promover a cobrança executiva.
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Impugnação
Da decisão de primeira instância, proferida pela Delegacias da Receita Federal de Julgamento – DRJ, caberá
recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, conforme segue:
• recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência
da decisão.
• recurso de ofício, interposto pela própria autoridade julgadora (DRJ)
Da decisão de primeira instância, proferida pela Delegacias da Receita Federal de Julgamento – DRJ, caso
seja contrária total ou parcialmente ao sujeito passivo, caberá recurso voluntário ao Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência
da decisão.
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• exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$
15.000.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda
(atualmente fixado pela Portaria MF nº 02, de 17 de janeiro de 2023).
• deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominados à infração denunciada na
formalização da exigência.
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Caberá recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF, no prazo de 15 (quinze) dias da
ciência do acórdão ao interessado, de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe
tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de Recursos
Fiscais.
Ou seja, compete à Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF a unificação da interpretação em matéria
tributária.
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• os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos processos de interesse de seus beneficiários;
• as contestações e os recursos relativos à atribuição, pelo Ministério do Trabalho e Previdência, do
FAP aos estabelecimentos das empresas;
• os recursos das decisões proferidas pelo INSS relacionados à comprovação de atividade rural de
segurado especial ou às demais informações relacionadas ao CNIS relativos a vínculos, remunerações
e contribuições;
• os recursos das decisões relacionadas à compensação financeira de que trata a Lei nº 9.796/99;
• os recursos relacionados aos processos sobre irregularidades verificadas em procedimento de
supervisão e de fiscalização nos regimes próprios de previdência social e aos processos sobre
apuração de responsabilidade por infração às disposições da Lei nº 9.717/98.
O prazo para interposição de contestações e recursos ou para oferecimento de contrarrazões será de trinta
dias, contado:
• no caso das contestações, da publicação no Diário Oficial da União das informações sobre a forma de
consulta ao FAP;
• no caso dos recursos, da ciência da decisão; e
• no caso das contrarrazões, da interposição do recurso.
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o os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos processos de interesse de seus
beneficiários, exceto o julgamento dos recursos das decisões constantes de parecer
conclusivo quanto à incapacidade laboral e à caracterização da invalidez do dependente, de
competência da Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência, por meio
da Subsecretaria de Perícia Médica Federal;
o os recursos das decisões proferidas pelo INSS relacionados à comprovação de atividade rural
de segurado especial ou às demais informações relacionadas ao CNIS;
o os recursos de decisões relacionadas à compensação financeira de que trata a Lei nº 9.796/99;
o as contestações relativas à atribuição do FAP aos estabelecimentos da empresa; e
o os recursos relacionados aos processos sobre irregularidades verificadas em procedimento
de supervisão e de fiscalização nos regimes próprios de previdência social e aos processos
sobre apuração de responsabilidade por infração às disposições da Lei nº 9.717/98.
• Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília, Distrito Federal, com a competência para julgar os
recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos.
• Conselho Pleno, com a competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante
enunciados, podendo ter outras competências definidas no Regimento Interno do Conselho de
Recursos da Previdência Social.
Obs.: A quantidade de Juntas de Recursos e de Câmaras de Julgamento do CRPS será estabelecida no decreto
que aprovar a estrutura regimental do Ministério do Trabalho e Previdência.
O CRPS é presidido por representante do Governo, com notório conhecimento da legislação previdenciária,
nomeado pelo Ministro de Estado do Trabalho e Previdência, cabendo-lhe dirigir os serviços administrativos
do órgão.
As Juntas de Recursos e as Câmaras de Julgamento, presididas por representante do Governo federal, são
integradas por quatro conselheiros em cada turma, nomeados pelo Ministro de Estado do Trabalho e
Previdência, com a seguinte composição:
• para os órgãos com competência para processar e julgar as contestações ou os recursos das decisões
proferidas pelo INSS nos processos de interesse de seus beneficiários, as contestações e os recursos
relativos à atribuição, pelo Ministério do Trabalho e Previdência, do FAP aos estabelecimentos das
empresas e os recursos das decisões proferidas pelo INSS relacionados à comprovação de atividade
rural de segurado especial ou às demais informações relacionadas ao CNIS:
o dois representantes do Governo federal;
o um representante das empresas; e
o um representante dos trabalhadores; e
• para os órgãos com competência para processar e julgar os recursos das decisões relacionadas à
compensação financeira de que trata a Lei nº 9.796/99 e os recursos relacionados aos processos
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O mandato dos conselheiros do CRPS é de três anos, permitida a recondução, cumpridos os seguintes
requisitos:
A gratificação dos membros de Câmara de Julgamento e Junta de Recursos será definida em ato do Ministro
de Estado do Trabalho e Previdência.
O conselheiro afastado por qualquer das razões elencadas no Regimento Interno do Conselho de Recursos
da Previdência Social, exceto quando decorrente de renúncia voluntária, não poderá ser novamente
designado para o exercício desta função antes do transcurso de cinco anos, contados do efetivo
afastamento.
O limite máximo de composições por Câmara de Julgamento ou Junta de Recursos, do Conselho de Recursos
da Previdência Social, será definido em ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência, por proposta
fundamentada do presidente do referido Conselho, em função da quantidade de processos em tramitação
em cada órgão julgador.
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COMENTÁRIOS
I - Caso seja interposto recurso contra a decisão do INSS que indeferiu o pedido de segurado para converter
seu auxílio por incapacidade temporário em aposentadoria por incapacidade permanente, o órgão regional
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do INSS que proferiu a decisão não poderá reformá-la, devendo encaminhar o recurso à instância
competente.
Assertiva incorreta. Nos termos do art. 305, § 3º, do Decreto 3.048/99, o INSS, a Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência e, quando for o caso, os entes federativos
poderão reformar suas decisões e deixar de encaminhar, no caso de reforma favorável ao interessado, a
contestação ou o recurso à instância competente ou de rever o ato para o não prosseguimento da
contestação ou do recurso.
II - Contra a decisão do INSS pelo indeferimento de benefício previdenciário, o segurado poderá interpor
recurso administrativo, que será julgado, em primeira instância, pela Câmara de Julgamento da Previdência
Social.
Assertiva incorreta. A Câmara de Julgamento tem com a competência para julgar os recursos interpostos
contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos. O julgamento das decisões proferidas pelo INSS nos
processos de interesse de seus beneficiários será de competência, em primeira instância, das Juntas de
Recursos, nos termos do art. 303, § 1º, do Decreto 3.048/99.
III - Compete às juntas de recursos julgar os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos processos de
interesse de seus beneficiários.
Assertiva correta. Art. 305, I, do Decreto 3.048/99.
Gabarito: D
Os recursos interpostos tempestivamente contra decisões proferidas pelas Juntas de Recursos e pelas
Câmaras de Julgamento do CRPS têm efeito:
• Suspensivo: As decisões proferidas em primeira instância não poderão ser executadas até o
julgamento do recurso; e
• Devolutivo: Devolve toda matéria para reexame em instância superior, para que decisão de primeira
instância seja anulada, reformada, ou, se for o caso, mantida.
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A propositura pelo interessado de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual verse o
processo administrativo importará renúncia ao direito de contestar e recorrer na esfera administrativa,
com a consequente desistência da contestação ou do recurso interposto.
Considera-se idêntica a ação judicial que tiver as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido
do processo administrativo.
• Ação de revisão.
o Comum
o Acidentária
o Assistencial
Antes da propositura da ação previdenciária, é necessário verificar qual o tipo de ação, a natureza do
benefício, se houve prévio requerimento na via administrativa (INSS), qual o valor da causa, entre outros
elementos.
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A Turma de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNUJEF) entende que é necessário o exaurimento
da via administrativa para posteriormente dar entrada na via judicial, senão vejamos:
No entanto, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem o entendimento oposto, ou seja, não
há necessidade de prévio requerimento administrativo para a propositura de ação previdenciária judicial,
senão vejamos:
Assim sendo, podemos observar que existe divergência de entendimentos sobre a necessidade ou não do
prévio requerimento administrativo antes do ajuizamento da ação previdenciária. Resumidamente, temos:
• Outros doutrinadores pátrios afirmam categoricamente que o segurado-litigante não pode optar
diretamente pela via judicial, sem a prévia impugnação na via administrativa.
Argumento: sem o inconformismo na via administrativa, estaria caracterizada a ausência de conflito
de interesses entre o segurado e o INSS, ou seja, a ação judicial não poderá prosperar pela
inexistência de interesse em agir.
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Cabem aos juízes federais processarem e julgarem as ações previdenciárias, pois nesse tipo de ação, a
União, por meio do INSS, configura um dos polos da ação, na condição de autora, ré, assistente ou oponente.
Logo, as ações previdenciárias de concessão e de revisão de benefícios previdenciários, de natureza
comum ou assistencial, serão propostas perante a Justiça Federal.
No entanto, serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou
beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a
comarca não seja sede de vara do juízo federal. Verificada essa condição, portanto, a lei poderá permitir
que as causas sejam processadas e julgadas pela justiça estadual. Estamos diante de uma hipótese
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Esse deslocamento de competência se refere somente ao 1.º grau de jurisdição. Mesmo na hipótese do
deslocamento de competência da Justiça Federal para a Justiça Estadual, o recurso cabível será sempre para
o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. Apesar de a ação tramitar
primeiramente em uma vara estadual por motivo do deslocamento de competência, o possível recurso não
será interposto ao Tribunal de Justiça (TJ) do respectivo Estado, e sim ao Tribunal Regional Federal (TRF) da
região judiciária a qual pertence o município-sede da vara estadual.
Obs.: SÚMULA 689/STF: “O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo
federal do seu domicílio ou nas varas federais da Capital do Estado-Membro”. Assim sendo, a propositura
de ação contra o INSS pode ocorrer tanto no domicílio do segurado como no da Capital do Estado-membro.
Nos casos de Mandado de Segurança, não cabe o deslocamento de competência da Justiça Federal para a
Justiça Estadual, uma vez que é privativo à Justiça Federal o julgamento desse tipo de ação contra ato de
autoridade federal (INSS).
As ações ajuizadas pelos segurados contra o INSS, decorrentes de benefícios previdenciários de natureza
acidentária, ou seja, que decorram de acidente do trabalho, devem ser ajuizadas perante a Justiça Estadual.
Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho serão apreciados, na via judicial, pela
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, segundo o Rito Sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses,
mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento à Previdência Social, através de
Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), sendo isento do pagamento de quaisquer custas e de verbas
relativas à sucumbência.
Assim sendo, as ações que objetivem a revisão e a concessão de auxílio por incapacidade temporária, auxílio-
acidente, pensão por morte, decorrentes de acidente de trabalho, bem como doença profissional ou do
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trabalho, devem ser ajuizados perante a Justiça Estadual, cabendo inclusive recurso junto ao Tribunal de
Justiça do respectivo Estado.
A jurisprudência de nossos Tribunais tem-se manifestado no sentido de que, tratando o feito originário de
ação regressiva na qual o INSS postula indenização contra as empresas negligentes, com base no artigo
120 da Lei nº 8.213 /1991, a competência para processar e julgar o feito é da Justiça Federal.
No entanto, as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho,
serão julgadas na Justiça do Trabalho em 1ª e em 2ª instância.
Competência Competência
Tipo da ação Natureza do benefício
1ª instância 2ª instância
Justiça Federal
Comum
Justiça Estadual*
TRF
Ação de Justiça Federal
concessão e Assistencial
Justiça Estadual*
TRF
revisão
ACIDENTÁRIA Justiça Estadual TJ**
* Deslocamento de competência
** Exceto as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho,
que serão julgadas na Justiça do Trabalho em 1ª e em 2ª instância.
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Quanto à prescrição, no caso das ações judiciais referentes ao Acidente do Trabalho, ocorre em 5 anos, a
contar:
1. Do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta
em perícia médica a cargo da Previdência social, ou;
Por fim, importante destacar que, conforme entendimento do STF, quando se tratar de acumulação de
benefício previdenciário de natureza comum com benefício previdenciário de natureza acidentária, a
competência para julgar ações nesse sentido não cabe à Justiça Estadual, mas sim à Justiça Federal.
Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça
Federal até o valor de 60 salários-mínimos, bem como executar as suas sentenças.
A competência dos JEFs em razão do valor da causa é absoluta, por isso, o autor não pode optar pela Justiça
Federal quando o valor da causa for inferior a 60 salários-mínimos.
Essa competência absoluta não é verificada nos casos em que não haja Vara do JEF no foro competente para
a causa.
Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas (a vencer), para fins de competência do Juizado
Especial, a soma de 12 parcelas não poderá exceder a 60 salários-mínimos.
Quando se tratar de prestações vencidas e vincendas, o valor da causa, que ser· apurado pelo somatório das
parcelas vencidas com 12 parcelas vincendas, não poderá ultrapassar 60 salários-mínimos.
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4 - Tutela Antecipada
A tutela antecipada é perfeitamente possível e válida nas ações previdenciárias para concessão e revisão de
benefícios. Nem sempre é possível a impetração do mandado de segurança, em razão da ausência de prova
de direito líquido e certo, o que implica na necessidade de tutela antecipada nas ações ordinárias.
Na concessão de benefícios por incapacidade (Aposentadoria por incapacidade permanente ou auxílio por
incapacidade temporária), não se pode falar em coisa julgada quando houver o agravamento ou mesmo
surgimento de nova doença após a perícia judicial.
Outra situação em que não há coisa julgada ocorre, por exemplo, nas ações de reconhecimento de tempo
de contribuição em que, tanto o pedido administrativo, quanto o judicial, são indeferidos por ausência de
documento necessário à comprovação do direito. Futuramente, caso o segurado obtenha as provas
necessárias para se provar o tempo que alega ter contribuído, poderá ingressar na via administrativa e/ou
judicial novamente para fazer valer seus direitos.
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ESTRATÉGIA OAB
Direito Previdenciário - Prof. Rubens Maurício
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
COMENTÁRIOS:
I - Serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as
causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja
sede de vara do juízo federal.
Assertiva correta. As ações previdenciárias de concessão e de revisão de benefícios previdenciários, de
natureza comum ou assistencial, serão propostas perante a Justiça Federal. Contudo, serão processadas e
julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem
parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo
federal. Verificada essa condição, portanto, a lei poderá permitir que as causas sejam processadas e julgadas
pela justiça estadual. Estamos diante de uma hipótese constitucional de incidente de deslocamento de
competência da Justiça Federal para a Justiça Estadual, para processar e julgar ações previdenciárias.
II - Na hipótese do deslocamento de competência da Justiça Federal para a Justiça Estadual, o recurso cabível
será interposto ao Tribunal de Justiça (TJ) do respectivo Estado.
Assertiva incorreta. O deslocamento de competência da Justiça Federal para a Justiça Estadual se refere
somente ao 1.º grau de jurisdição. Mesmo na hipótese do deslocamento de competência da Justiça Federal
para a Justiça Estadual, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição
do juiz de primeiro grau. Apesar de a ação tramitar primeiramente em uma vara estadual por motivo do
deslocamento de competência, o possível recurso não será interposto ao Tribunal de Justiça (TJ) do
respectivo Estado, e sim ao Tribunal Regional Federal (TRF) da região judiciária a qual pertence o município-
sede da vara estadual.
III - Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de
acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou
sociedades de economia mista.
Assertiva correta. Súmula 501/STF.
Gabarito: C
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula e do nosso curso. Nesta aula estudamos Decadência, Prescrição, Justificação
Administrativa, Recurso das decisões administrativas e Ações Judiciais em matéria previdenciária.
Espero que você tenha muito sucesso e prosperidade nessa sua jornada como advogado.
Um forte abraço,
Rubens Maurício
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