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Aula 00

Direito Civil p/ ISS-Rio Verde (Auditor


Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital

Autor:
Paulo H M Sousa

10 de Março de 2020
Paulo H M Sousa
Aula 00

Sumário

Livro I – Direito das Obrigações ......................................................................................................................... 7

1 – Considerações iniciais ............................................................................................................................... 7

Título VI: Várias espécies de contratos ............................................................................................................ 8

Capítulo I – Compra e venda ..................................................................................................................... 8

Título VII: Atos unilaterais .............................................................................................................................. 16

Capítulo I – Promessa de recompensa ...................................................................................................... 16

Capítulo II – Gestão de negócios .............................................................................................................. 17

Capítulo III – Pagamento indevido ............................................................................................................ 18

Capítulo IV – Enriquecimento sem causa ................................................................................................... 20

2 – Considerações finais ............................................................................................................................... 21

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 23

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 57

Gabarito ........................................................................................................................................................... 72

Resumo .............................................................................................................................................................. 74

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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Iniciamos nosso Curso de Direito Civil em teoria e questões, voltado para o cargo de Auditor Fiscal da
Prefeitura de Lucas do Rio Verde - MT.

Foi publicado edital da Prefeitura de Lucas do Rio Verde. A banca organizadora do certame é o Grupo ATAME,
e a prova objetiva será realizada no dia 03/05/2020.

Veja a ementa do edital:

DIREITO CIVIL. A empresa, o empresário e o estabelecimento empresarial, nome


empresarial. Empresário individual. Sociedades empresárias e simples: conceito, ato
constitutivo, personalidade jurídica, contrato social, classificação e tipos de sociedades,
direitos, deveres e responsabilidades dos sócios, administração e gerência. Sociedade
limitada. Sociedades por ações. Registro público de empresas. Contratos comerciais:
compra e venda mercantil, alienação fiduciária em garantia, arrendamento mercantil,
concessão e representação comercial, franquia mercantil, cartões de crédito. Aquisição da
propriedade imóvel: registro de imóveis, acessão física, compra e venda. Direitos Reais
sobre bens imóveis: enfiteuse, servidões, uso, usufruto e habitação, do direito do
promitente comprador. Cessão de direitos de bens imóveis.

O curso é uma reformulação extensa – atualização, revisão e ampliação – dos cursos que desenvolvo desde
o ano de 2015. Desde então, acompanho as mais diversas provas, incluindo OAB, concursos públicos em
geral, de nível médio e superior, e carreiras jurídicas. As alterações legislativas, jurisprudenciais e
doutrinárias são acompanhadas de perto desde o início.

O acompanhamento das mudanças legislativas, jurisprudenciais e doutrinárias me permitiu, há bastante


tempo, compreender as necessidades de dois tipos de concurseiros, ao mesmo tempo: aquele que está
iniciando seus estudos e aquele que está estudando já mais tempo. Por isso, os conceitos serão expostos
de forma didática, com explicação dos institutos jurídicos e resumos da jurisprudência, quando importantes
para a prova.

Confira, a seguir, com mais detalhes, a minha metodologia, que integra a metodologia do Estratégia
Concursos.

Algumas constatações sobre a metodologia são importantes! Posso afirmar que as aulas levarão em
consideração as seguintes “fontes”.

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Para tornar o seu estudo mais completo, é muito importante resolver questões anteriores para se situar
diante das possibilidades de cobrança. Trarei questões de todos os níveis, fáceis e difíceis, das principais
bancas de Concurso, para enriquecer seu aprendizado.

Essas observações são importantes pois permitirão que eu possa organizar seu curso de modo focado,
voltado para acertar questões objetivas e discursivas.

O objetivo é um só: permitir que você consiga a aprovação! Essa é a minha proposta pra você; topa?

Vistos alguns aspectos gerais da matéria, faço algumas considerações acerca da metodologia de estudo.

As aulas em .pdf tem por característica essencial a didática. Ao contrário do que você encontra na doutrina
especializada de Direito Civil (Flávio Tartuce e Pablo Stolze Gagliano, para citar dois dos conhecidos autores),
o curso todo se desenvolverá com uma leitura de fácil compreensão e assimilação.

Isso, contudo, não significa superficialidade. Pelo contrário, sempre que necessário e importante os assuntos
serão aprofundados. A didática, entretanto, será fundamental para que diante do contingente de disciplinas,
do trabalho, dos problemas e questões pessoais seus, você possa extrair o máximo de informações para a
hora da prova.

Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos informativos, resumos, figuras, tudo com a
pretensão de chamar atenção para as informações que realmente importam.

Com essa estrutura e proposta pretendemos conferir segurança e tranquilidade para uma preparação
completa, sem necessidade de recurso a outros materiais didáticos.

Finalmente, destaco que um dos instrumentos mais relevantes para o estudo em .pdf é o contato direto e
pessoal com o Professor. Além do nosso fórum de dúvidas, estou disponível por e-mail e, eventualmente,
pelas redes sociais. Aluno nosso não vai para a prova com dúvida!

Por vezes, ao ler o material surgem incompreensões, dúvidas, curiosidades, e, nesses casos, basta acessar o
sistema e mandar uma mensagem pra mim! Assim que possível responderei a todas as dúvidas. É notável a
evolução dos alunos que levam a sério a metodologia.

Além disso, você tem videoaulas! Essas aulas destinam-se a complementar a preparação. Quando estiver
cansado do estudo ativo (leitura e resolução de questões) ou até mesmo para a revisão, abordarei alguns
pontos da matéria nos vídeos.

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Com outra didática, você disporá de um conteúdo complementar para a sua preparação. Ao contrário do
.pdf, evidentemente, AS VIDEOAULAS NÃO ATENDEM A TODOS OS PONTOS QUE VOU ANALISAR NOS PDFS,
NOSSOS MANUAIS ELETRÔNICOS. Por vezes, haverá aulas com vários vídeos; outras que terão videoaulas
apenas em parte do conteúdo; e outras, ainda, que não conterão vídeos, se for o caso. Seu foco tem que
ser, sempre, o estudo ativo!

Assim, cada aula será estruturada do seguinte modo:

APRESENTAÇÃO PESSOAL
Por fim, fica uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Paulo H M Sousa. Tenho Graduação, Mestrado
e Doutorado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fui, durante o Doutorado, Visiting
Researcher no Max-Planck-Institut für ausländisches und internationales Privatrecht, em
Hamburgo/Alemanha.

Estou envolvido com concursos já há bastante tempo e desde os tempos da faculdade transito pelo Direito
Privado. Estudo o Direito Civil há mais de uma década; sou um civilista nato!

Não só um civilista nato, mas também um professor nato. Exerço a advocacia desde que fui aprovado na
OAB e, apesar de ter sido aprovado e convocado em concurso de provas e títulos para Procurador Municipal
de Colombo/PR, não cheguei a assumir o cargo. No entanto, a docência vem desde os tempos do Ensino
Médio, quando já ensinava matemática e física (pois é!) em aulas de reforço. Na faculdade fui monitor e,
ainda no Mestrado, ingressei bem jovem na docência em Nível Superior.

Essas são, para quem me conhece, minhas paixões profissionais: o Direito Civil e a docência! Atualmente,
sou professor de Direito, aprovado em concurso de provas e títulos, na Universidade Estadual do Oeste do
Paraná, a UNIOESTE, no campus de Foz do Iguaçu; bem como Professor de Direito, aprovado em teste
seletivo, na Universidade Federal de Brasília, a UnB. Aqui no Estratégia, leciono Direito Civil, Direito
Processual Civil, Direito do Consumidor e Legislação Civil Especial.

Agora é hora de começar seus estudos. Direito Civil e ponto!

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CRONOGRAMA DE AULAS
Veja a distribuição das aulas:

AULAS TÓPICOS ABORDADOS DATA


Aula 00 Aquisição da propriedade imóvel: compra e venda. 10.03
Aula 01 Contratos comerciais: alienação fiduciária em garantia (móveis) 17.03
Aula 02 Contratos comerciais: alienação fiduciária em garantia (imóveis) 24.03
Aula 03 Aquisição da propriedade imóvel: registro de imóveis, acessão física. 31.03
Direitos Reais sobre bens imóveis: enfiteuse, servidões, uso, usufruto e
Aula 04 habitação, do direito do promitente comprador. Cessão de direitos de bens 07.04
imóveis.

Essa é a distribuição dos assuntos ao longo do curso. Eventuais ajustes poderão ocorrer, especialmente por
questões didáticas. De todo modo, sempre que houver alterações no cronograma acima, você será
previamente informado, justificando-se.

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LIVRO I – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

1 – Considerações iniciais

Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais:

prof.phms@estrategiaconcursos.com.br

prof.phms

prof.phms

prof.phms

Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno

Na aula de hoje, você verá o tema Direito dos Contratos. São muitas as espécies e os concursos variam
enormemente naquilo que se cobra. É um carnaval de maldades do examinador, eu sei... há, claro, contratos
e contratos.

Na prática há alguns que são realmente muito importantes, como a compra e venda (possivelmente, você
celebre ao menos uma todos os dias). Outros, porém, praticamente unicórnios, nunca vistos, como a
constituição de renda (possivelmente você morra sem ver uma).

No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =)

Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui?

Aquisição da propriedade imóvel: compra e venda.

Boa aula!

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Título VI: Várias espécies de contratos

Capítulo I – Compra e venda

Seção I – Disposições gerais

1 – Possibilidades

No contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o
outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro, como dispõe o art. 481 do Código Civil.

Ela pode ser realizada verbalmente e, em algumas situações, até de maneira presumida. Não se exige, em
regra, formalidade específica. A exceção fica por conta dos casos estritamente previstos em lei e, nesse caso,
destaca-se a compra e venda de bens imóveis, contratos nos quais é necessária a realização de contrato
escrito mediante escritura pública e seu registro no Registro de Imóveis para que gere efeitos perante
terceiros.

Esse contrato é classificado como sinalagmático (obrigações recíprocas) ou bilateral. Isso porque tanto o
comprador quanto o vendedor têm prestações a cumprir, que envolvem a transferência de seus
patrimônios.

Por isso, pode-se dizer que ele sempre será oneroso. Deixa claro o art. 482 do Código Civil que, quando
pura, a compra e venda é considerada obrigatória e perfeita, desde que as partes concordem quanto
ao objeto e ao preço. Assim, o preço é elemento essencial desse contrato.

A lei permite que o preço não esteja determinado desde logo no contrato e que as partes o indiquem através
de outros meios:

A) Terceiro (preço por avaliação)


• Fixa o preço, já se estabelecendo quem ele será no próprio contrato, ou prevendo que ele será
posteriormente escolhido.
• E se o terceiro indicado não aceitar? A compra e venda será ineficaz, salvo se os contratantes
indicarem outra pessoa (art. 485 do Código Civil).
B) Taxa do mercado ou da bolsa (preço por cotação)
• Em certo e determinado dia e local, nos termos do art. 486 do Código Civil.

C) Índices ou parâmetros (preço por cotação)


• Desde que possam ser determinados objetivamente (art. 487do Código Civil);
• Esses índices podem ser qualquer um, desde que objetivos (salários mínimos, canetas Bic azul na
papelaria da esquina etc.).

Atente que a fixação do preço, apesar de poder ser estipulada pelas partes, não pode ser fixado de acordo
com a vontade de apenas uma das partes, como diz o art. 489 do Código Civil. Se as partes não fixarem

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preço será considerado o preço das vendas habituais do vendedor (art. 488 do Código Civil). Se houver
desacordo em relação ao preço, prevalecerá o termo médio (parágrafo único do mesmo artigo).

Em regra, as despesas de escritura e registro ficam a cargo do comprador e as despesas


com a tradição ficam sob responsabilidade do vendedor, nos termos do art. 490 do
Código Civil, mas nada impede que as partes estabeleçam regra diversa.

No contrato de compra e venda à vista, em regra, quem tem que cumprir primeiro com
sua obrigação é o comprador, ou seja, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa
antes de receber o preço (art. 491 do Código Civil). Ou seja, habitualmente não pode o
comprador alegar falta de pagamento pela ausência de entrega da coisa, já que o vendedor tem direito de
receber o pagamento previamente.

Até o momento da tradição, na dicção do art. 492 do Código Civil, tudo o que ocorrer com a
coisa será de responsabilidade do vendedor e tudo o que acontecer com o preço será de
responsabilidade comprador, em regra.

Assim, se antes de haver a entrega do celular, o vendedor é roubado, ele deverá providenciar
outro para me entregar. Se eu dependia de um financiamento para pagar pelo bem comprado,
mas não consigo, terei de arranjar outros meios para pagar.

O vendedor, inclusive, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa
até o momento da tradição, pela regra do art. 502 do Código Civil. De outra banda, os riscos com a coisa
correm por conta do comprador quando:

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1) A coisa encontra-se à disposição do comprador


• Para que ele possa contar, marcar ou assinalar a coisa e, em razão de caso fortuito ou força maior, a
coisa se deteriora (art. 492, §1º, do Código Civil).
2) O comprador está em mora de receber a coisa
• Foi posta à disposição pelo vendedor no local, tempo e modo acertado (complemento à regra res
perit domino, uma vez que não houve a tradição da coisa). Não seria justo, entretanto, que o
vendedor arcasse com os riscos da coisa, uma vez que cumpriu sua parte do contrato, segundo o art.
492, §2º, do Código Civil.
3) O comprador solicita que a coisa seja entregue em local diverso
• Do lugar que deveria ser entregue (regra do art. 494, do Código Civil).

4) Houver mútuo acordo entre as partes


• Em contrato, estabelecendo funcionamento diverso da distribuição dos riscos. Essa regra é
consequência do princípio da autonomia privada, que dá supletividade das normas em relação ao
contrato.

Pensar num exemplo sempre facilita. Você vai a uma lanchonete, paga por um pastel de pizza
(curiosamente, nunca vi uma pizza de pastel, apesar de existir a de coxinha). Antes de entregar
o pastel a você, o atendente o derruba. Res perit domino. Ele entrega outro. Se você pega o
pastel e o derruba? Res perit domino. Nenhum pastel novo.

Se o atendente deixa o pastel sobre o balcão e um pássaro o pega. Res perit domino. Nenhum
pastel novo (a coisa estava à disposição do comprador). Se você compra o pastel e diz que às 15 horas o
pegará. Às 19 horas aparece. Res perit domino. Ficará com o pastel murcho, gordurento e mole. Se você
solicita que o atendente leve o pastel para outro lugar, por equívoco (colocou o endereço errado). Res perit
domino. Nenhum pastel novo.

E quem paga o atendente que entrega o pastel? Res perit domino. O vendedor. E se para transferir o pastel
houver algum custo de escrituração ou registro? Res perit domino. Você arca (OK, pastéis não têm esse custo,
mas eu não iria mudar o exemplo de pastel para casa agora, convenhamos). Se você perdeu a nota de R$5
que usaria para pagar o pastel? Res perit domino. Vire-se e arranje o dinheiro. Novamente, a lógica do Direito
Civil não tem falhas.

O prazo ajustado para pagamento é o que vige. Se as partes estipularam à vista, não pode o comprador
pretender pagar a prazo, e vice-versa, quanto ao vendedor (é a mesma regra do Direito das Obrigações).

Porém, na compra e venda, a despeito do prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o
comprador cair em insolvência, pode o vendedor sobrestar a entrega da coisa, até que o comprador lhe
dê caução de pagar no tempo ajustado, permite o art. 495 do Código Civil.

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2 – Restrições

Além disso, a lei veda que determinadas pessoas participem de compra e venda. Essa vedação
não resulta da incapacidade das pessoas para realizar essa operação, mas sim da posição na
relação jurídica (legitimação). No caso, eles não têm legitimidade para realizar determinadas
operações. Isso ocorre nas seguintes situações:

1) Tutores, curadores, testamenteiros e administradores

• Não podem comprar, ainda que em hasta pública, os bens confiados à sua guarda ou administração
(art. 497, inc. I, do Código Civil)

2) Servidores públicos

• Não podem comprar, ainda que em hasta pública, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que
servirem, ou que estejam sob sua administração, direta ou indireta (art. 497, inc. II), do Código Civil

3) Juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da Justiça

• Não podem comprar, ainda que em hasta pública, os bens ou direitos sobre os quais se litigar em
tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade (art.
497, inc. III, do Código Civil)
• Segundo o art. 498 do Código Civil, essa proibição não compreende os casos de compra e venda ou
cessão entre coerdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a
tais pessoas

4) Leiloeiros e seus prepostos

• Não podem adquirir, ainda que em hasta pública, os bens de cuja venda estejam encarregados (art.
497, inc. IV, do Código Civil)

5) Descendentes não podem adquirir bens do ascendente

• Sem consentimento expresso dos demais descendentes e do cônjuge do alienante (art. 496 do
Código Civil)
• A autorização do cônjuge é dispensada se o regime é da separação obrigatória/legal de bens.

Todas essas hipóteses são de nulidade da compra e venda, exceto no caso da venda de
ascendente para descendente, sem consentimento dos demais descendentes e do cônjuge,
que é hipótese de anulabilidade.

Curiosamente, é lícita a compra e venda entre cônjuges e companheiros, com relação a bens
excluídos da comunhão, consoante o art. 499 do Código Civil. Isso exige, logicamente, que o

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regime de bens adotado pelo casal possibilite a existência de bens individuais, ou um cônjuge estaria
vendendo um bem próprio para si mesmo, desvirtuando completamente o sistema.

3 – Peculiaridades

A. Venda por amostra

Ocorre quando a venda se dá com base em amostra, protótipo ou modelo exibidos ao comprador. Nessas
vendas, o comprador tem direito de receber coisa igual à amostra.

Se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato, prevalece a
amostra, o protótipo ou o modelo, segundo o art. 484, parágrafo único, do Código Civil.

B. Venda ad corpus e venda ad mensuram

Na venda ad mensuram as partes estão interessadas em uma determinada área (exemplo: fazendeiro tem
interesse em adquirir mil hectares para poder plantar). O objetivo do adquirente é comprar uma coisa com
determinada medida (mensuram) necessária para desenvolver uma finalidade, muito mais do que a coisa
em si.

Já na venda ad corpus as partes estão interessadas em comprar coisa certa e determinada


(corpus), independentemente da extensão. Por exemplo, quando uma pessoa tem interesse em
adquirir a Fazenda Rancho Fundo. Nesse caso, entende-se que a referência à medida do terreno
é meramente enunciativa, nos termos do art. 500, §3º, do Código Civil.

No caso de venda ad mensuram, o comprador tem o direito de exigir que a coisa vendida tenha
as medidas acertadas e, não o tendo, pode pedir a complementação da área. Caso isso não seja possível,
pode ele pedir o abatimento proporcional do ou resolver o contrato de compra e venda, repetindo o valor
pago (ação redibitória), na dicção do art. 500 do Código Civil.

Em que pese se tratar de venda ad mensuram, segundo o §1º, a referência às dimensões foi simplesmente
enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada (5%). Ao
contrário, se não faltar, mas exceder, o comprador completa o valor ou devolve o excesso (na regra do
§2º), caso tivesse o vendedor motivos para ignorar a medida exata da área vendida.

Já no caso de venda ad corpus, o comprador não teria esse direito, caso verifique que as medidas do imóvel
adquirido não correspondem exatamente às medidas constantes do contrato (§3º).

C. Venda conjunta

Segundo previsão do art. 503 do Código Civil, nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma
não autoriza a rejeição de todas, seja o conjunto uma universalidade de direito, seja uma universalidade
de fato. Isso ocorre, por exemplo, na compra de milhares de pares de calçados por um revendedor, ou na
alienação de centenas de vacas por um produtor rural a outro.

A regra não se aplica, evidentemente, quando a coisa é conjunta apenas na aparência, constituindo
uma coisa una. Assim, se compro um par de sapatos e um dos pés tem um vício, posso rejeitar o par,
já que seria absurdo me obrigar a ficar com um pé apenas, abatendo-se em 50% do preço pago.

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D. Coisa indivisa

Ao se alienar um bem, deve-se oferecer aos condôminos e depois a terceiros, segundo a regra do art. 504
do Código Civil. Se não for ofertada a preferência ao condômino, poderá ele, depositando o preço, haver
para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo decadencial de 180 dias.

E se mais de um condômino quiser a coisa comum? O parágrafo único estabelece que terá preferência
aquele que tiver benfeitoria de maior valor; se todas as benfeitorias forem de igual valor, a quem tem o
quinhão maior, de acordo com o parágrafo único.

Seção II – Cláusulas especiais à compra e venda

Subseção I – Retrovenda

Também chamado de direito de recobro, direito de retrato ou direito de resgate. O


vendedor tem direito de exigir que o comprador lhe revenda o imóvel, dentro do
prazo máximo de 3 anos (cláusula resolutiva), nos termos do art. 505 do Código Civil.
Devendo restituir o preço recebido e reembolsar as despesas do comprador.

Para ter efeito contra todos (erga omnes), o direito de retrovenda deve ser registrado
no Registro de Imóveis, juntamente com a escritura pública de compra e venda. Ou seja, a cláusula de
retrovenda só se aplica a bens imóveis.

Esse direito, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro
adquirente, consoante regra do art. 507 do Código Civil. Assim, por exemplo, se eu vendo um imóvel a João,
com cláusula de retrovenda, e ele vende a casa a Pedro, eu posso exigir o imóvel de volta de Pedro, desde
que pague o que se estabelece no art. 505 do Código Civil.

Ainda, se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer,
poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja
efetuado o depósito, contanto que seja integral. Essa é a regra trazida pelo art. 508 do Código Civil.

Subseção II – Venda a contento e venda sujeita a prova

A venda a contento ocorre quando o adquirente manifestar seu contentamento com a coisa e, ainda,
mesmo com a tradição do bem, o domínio só é transferido com a concordância do comprador.

Vemos isso, por exemplo, na chamada consignação, em que o vendedor de uma roupa a deixa em poder do
adquirente para que este a prove e, posteriormente, manifeste se a quer adquirir.

Já na venda sujeita a prova, o vendedor dá prazo para que o comprador verifique se a coisa tem as
qualidades anunciadas e seja idônea para o fim a que se destina, segundo o art. 510 do Código Civil.

E quando haverá a consolidação da propriedade nas mãos do adquirente, já que a tradição, aí, não transferiu
a propriedade? Se houver prazo, nesse prazo; se não houver prazo, pela interpelação judicial ou
extrajudicial para que o adquirente o faça em prazo improrrogável (se não se manifestar nesse prazo,
presume-se que o aceitou), nos termos do art. 512 do Código Civil.

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E qual é a diferença fática entre a venda a contento e a sujeita a prova? A distinção, é


bastante simples: na venda sujeita a prova a condição suspensiva é objetiva, ao passo que
na venda a contento a condição suspensiva é subjetiva.

Subseção III – Preempção ou preferência

Também chamada de prelação, a preferência convencional ocorre quando o comprador


queira vender o bem adquirido a terceiros. Havendo tal cláusula, ele estará obrigado a
oferecer o bem ao vendedor, que se pagar o mesmo valor oferecido pelo terceiro, nas
mesmas condições, terá preferência sobre ele, nos termos do art. 513 do Código Civil. Não
exercendo o direito, entende-se que há renúncia tácita.

Veja que não se confunde a preempção (preferência convencional, vista agora) com a
prelação de coisa indivisa (preferência legal, vista anteriormente). Quais são os requisitos dessa cláusula?
Veja:

A) O comprador tem que querer vender o bem adquirido

B) O vendedor tem que querer recomprar o bem


• Estando disposto a pagar ao comprador o preço que ele tiver conseguido com terceiros, em
condições iguais.
C) O vendedor tem que exercer o direito no prazo
• Limite: não pode ser superior a 180 dias se bem móvel ou 2 anos, se imóvel; se não estipulado,
caducará em 3 dias, se bem móvel, e 60 dias, se imóvel.

O próprio vendedor pode intimar o comprador, se souber que ele vai revender a coisa (art. 514 do Código
Civil). Diferentemente da retrovenda, a preferência vale tanto para bens móveis quanto imóveis. E, ao
contrário daquela, também, segundo o art. 520 do Código Civil, o direito de preferência não se pode ceder
nem passa aos herdeiros.

No que difere a preferência da retrovenda?

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• Noção: recobrar a coisa vendida;


• Prazo: máximo de 3 anos;
• Objeto: só para bens imóveis;
Retrovenda • Comprador: se submete, mesmo que não queira
vender;
• Pagamento: o que recebeu, mais despesas.

• Noção: preferência quando o outro vender;


• Prazo: máximo de 180 dias (móveis) e 2 anos
(imóveis);
Preferência • Objeto: bens móveis e imóveis;
• Comprador: só se submete se for vender;
• Pagamento: o valor que terceiro pagaria.

Subseção IV – Venda com reserva de domínio

Nessa modalidade de venda, o domínio permanece com o vendedor até que a última prestação seja paga
pelo comprador (evento futuro e incerto), a teor do art. 521 do Código Civil.

A venda com reserva de domínio restringe-se aos bens móveis e exige forma escrita. Se não
há previsão expressa da reserva de domínio, aplica-se a regra geral de que a propriedade do
bem móvel transfere-se com a tradição do bem.

A cláusula de reserva de domínio valerá para terceiros apenas se o contrato for registrado no Registro de
Títulos e Documentos do comprador e se estipulada por escrito, na leitura do art. 522 do Código Civil.

A transferência de propriedade ao comprador ocorrerá no momento em que o preço esteja integralmente


pago, estabelece o art. 524 do Código Civil. Porém, o comprador responde pelos riscos da coisa, desde
quando lhe foi entregue, já que a perda, aqui, ocorrerá para o adquirente que ainda não é proprietário da
coisa.

Para executar a cláusula de reserva de domínio o vendedor deverá constituir o comprador em mora,
mediante protesto do título ou interpelação judicial, aplicando-se o art. 525 do Código Civil.

Subseção V – Venda sobre documentos

Nesse caso, não há tradição da coisa propriamente dita, que é substituída pela entrega do seu título
representativo, segundo estabelece o art. 529 do Código Civil. Exemplo dessa rara e praticamente
inexistente cláusula adjeta é a aquisição, no exterior, de um veículo de coleção. Eu compro o carro, mas o
vendedor me transfere apenas o documento, sendo que o bem continua no exterior.

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Com a documentação em ordem, o comprador não pode recusar o pagamento, alegando defeito de
qualidade ou do estado da coisa vendida, a não ser que se já tenha sido comprovado. Em regra, o
pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos, na dicção do art. 530 do CC.

Se o pagamento ocorrer por intermédio de estabelecimento bancário, consoante com o art. 532 do Código
Civil, caberá à instituição financeira efetuar o pagamento contra a entrega dos documentos, sem obrigação
de verificar a coisa vendida. Nessa hipótese, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar
o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador, segundo o parágrafo único.

Título VII: Atos unilaterais

Os atos unilaterais, como o termo já sugere, resultam da manifestação de vontade de


uma pessoa. Assim, o ato unilateral depende da concordância da parte contrária para
produzir os efeitos jurídicos desejados. Mas, desde já, determinados efeitos jurídicos
vêm do ato. Em resumo, um lado apenas pratica o ato e desse ato surgem efeitos
jurídicos relevantes, desde já.

Capítulo I – Promessa de recompensa

A promessa de recompensa é uma obrigação assumida com a própria declaração. Ou seja, no momento
em que essa declaração de vontade se torna pública, há obrigação. São, portanto, três elementos,
presentes no art. 854 do Código Civil:

Designação de serviço ou de
Anúncio ao público (publicidade) Indicação de um prêmio
condição que se pretenda premiar

A consequência desse ato unilateral é a vinculação, onde quem prometeu assume o compromisso de
cumprir a obrigação de entregar o prêmio na hipótese de alguém cumprir o serviço ou a condição. Essa
obrigação, porém, só surge quando alguém cumpre a condição ou serviço, quando este tem pretensão ao
prêmio pelo qual o promitente encontra-se obrigado.

Para o art. 855 do Código Civil não interessa a vontade daquele que cumpre a promessa (se tinha interesse
ou não), mas o fato de ter cumprido a promessa, ou seja, o cumprimento é um ato-fato jurídico. Agora,
suponha que mais de uma pessoa cumpra a obrigação presente na promessa (prometo R$50 mil a quem
cruzar a BR-101 inteira a pé). Quem tem direito ao prêmio?

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Primeiro critério: O prêmio será Faz-se um sorteio e


temporal. Quem E se mais de um dividido entre os o que ganhar deve
primeiro cumprir, cumprir ao mesmo cumpridores (art. E se o prêmio for indenizar o outro
ganha o prêmio tempo? 858 do Código indivisível? (art. 858 do
(art. 857 do Civil) Código Civil)
Código Civil)

O primeiro a cruzar leva os R$50 mil. Se dois cruzarem ao mesmo tempo, dividem os R$50 mil, R$25 mil para
cada um. Se prometi um carro de R$50 mil, sorteio-o e o vencedor indeniza o perdedor em R$25 mil. No
caso de empate, valem as mesmas regras da recompensa com pluralidade subjetiva (prevista nos arts. 857
e 858 do Código Civil), segundo o art. 859, §3º, do Código Civil.

O julgamento feito pelas pessoas designadas pelo edital é vinculante, indiscutível e obriga os
interessados (art. 859, §1º, do Código Civil). Assim, não se permite levar ao Judiciário a escolha deste
ou daquele trabalho.

O juiz, portanto, não pode questionar o mérito da decisão dos julgadores (sacou porque o Poder Judiciário
não anula questões objetivas de prova nem revê as provas dissertativas? De novo, o Direito Civil).

Capítulo II – Gestão de negócios

A Gestão de negócios ocorre quando aquele que, sem autorização do interessado,


intromete-se na gestão de negócio alheio. Gerindo esse negócio segundo interesse e
vontades de seu dono, ficando responsável e este e às pessoas com quem tratar, como
dispõe o art. 861 do Código Civil.

Quais são os deveres do gestor de negócios? Em que pese a gratuidade e o caráter altruísta, o gestor tem
obrigações. Ao gestor do negócio cabe:

Dever de diligência e de atuar Dever de continuidade, no caso


conforme vontade manifesta ou Dever de aviso (art. 864 do de não conseguir contato com o
presumível do dono do negócio Código Civil) dono, até a sua intimação (art.
(art. 866 do Código Civil) 865 do Código Civil)

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O gestor deverá responder pelo negócio, quando age culposamente, e ainda quando a gestão se inicia
contra a vontade do dono do negócio (art. 862 do Código Civil). Pode, no entanto, o gestor se afastar da
responsabilização quando, no caso de ter iniciado a gestão contra a vontade do dono, numa situação
específica; quando? Quando prova que o caso fortuito causaria o prejuízo ao dono do negócio
independentemente da gestão feita. Ou seja, mesmo que ele tivesse se omitido, o prejuízo teria ocorrido.

Já ao dono do negócio cabe:

Dever de indenizar o gestor caso a gestão lhe seja


proveitosa, pelos gastos necessários, úteis, com Dever de cumprimento das obrigações assumidas
juros, desde o desembolso e pelos prejuízos pelo gestor, no caso de aceitação (art. 869 do
causados (arts. 868, parágrafo único e 869, ambos Código Civil)
do Código Civil)

O critério de avaliação é objetivo, pois é necessário avaliar se a gestão foi ou não útil ao dono do negócio,
como diz o art. 870 do Código Civil. Por isso, não se pode falar meramente em gestão “lucrativa”. Mesmo
que traga prejuízo, a gestão pode ter sido útil ao dono, que não pode afastar sua responsabilização
patrimonial.

Imagine que você, tão logo termine a obra de levantamento do muro de sua casa, viaje de
férias. Uma chuva torrencial atinge a região e, apesar de existir um sistema de escoamento
de água, ele é subdimensionado. Com a chuva, o nível da água sobe rapidamente e, em breve,
se nada for feito, a água que se acumula junto ao muro o derrubará inteiro, causando grave
prejuízo também ao vizinho. O que eu faço?

Chamo um pedreiro conhecido que destrói parte da sua calçada, permitindo o escoamento. Você, ao voltar,
encontra uma calçada destruída e, ainda por cima, um vizinho pedindo indenização pelo “serviço”. Num
primeiro momento, você me indenizaria?

Evidente que não. Mas você tem o dever de indenizar, porque, gestor que fui, segundo as circunstâncias
do caso, evitei que você tivesse um prejuízo astronômico. Assim, faço jus à indenização pelo custo que tive
com o pedreiro, porque a gestão se mostrou útil/necessária.

Capítulo III – Pagamento indevido

Acontece o pagamento de dívida indevida por variadas razões, como a nulidade, por exemplo. O pagamento
indevido constitui um dos modos de enriquecimento sem causa.

Assim, a teoria do pagamento indevido pretende proteger tanto credores quanto devedores, evitando, de
um lado, enriquecimento indevido e, de outro, a insatisfação do crédito. O art. 876 do Código Civil estabelece
as linhas gerais do pagamento indevido, estabelecendo que aquele que recebe o que não era devido deve
restituir, com atualização monetária; igualmente, aquele que recebe dívida condicional antes de cumprida
a condição.

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Dessa noção, desdobram-se elementos de fato e de direito. São dois os elementos materiais:

Prestação
•Entrega da coisa (obrigação de dar) ou realização/abstenção de fato (obrigação de fazer/não fazer)

Intenção
•A vontade de cumprir uma obrigação

São três os elementos jurídicos:

Falta de causa
•Não há fundamento jurídico para sustentar a obrigação, significando enriquecimento sem causa (ao contrário,
pagar demais por um bem, pagar dívida prescrita ou pagar dívida de jogo, não é pagamento indevido)
Pagamento malfeito
•Enriquece-se um em detrimento do empobrecimento de outro

Ausência de culpa
•Agiu o devedor com cautela, de boa-fé (ausência de negligência, imprudência ou imperícia), como se
estabelece no art. 877 do Código Civil

Por conta disso, o art. 877 do Código Civil deixa claro que a prova do pagamento indevido incumbe àquele
que fez o pagamento; deve ele provar ter feito o pagamento em erro.

O pagamento pode ser objetivamente indevido e subjetivamente indevido. Objetivamente indevido é o


pagamento de dívida que não existe ou que é feito de maneira injusta, como no caso em que pago dívida
em valor superior ao devido. Subjetivamente indevido é o pagamento feito a pessoa que não
é credora; nesse caso, vige a máxima “quem paga mal, paga duas vezes”, ou seja, terei de pagar
ao credor correto, mas isso não me impede de buscar indenização contra aquele que recebeu
indevidamente (enriquecendo-se sem causa).

Porém, são as hipóteses em que mesmo “indevido” do pagamento não cabe restituição:

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Obrigação prescrita
•Presume-se, absolutamente, que o devedor renunciou à prescrição (art. 882 do Código Civil)

Obrigação natural/mutilada
•Já vistas as razões de ordem moral que impedem a repetição (art. 882 do Código Civil)

Obrigação quitada por terceiro


•Quando o credor inutiliza o título, perde as garantias recebidas ou deixa a obrigação prescrever (art.
880 do Código Civil)

Obrigação ilícita
•Não pode a lei proteger quem comete ilegalidade, ou seja, ninguém pode beneficiar-se de sua
própria torpeza (art. 883 do Código Civil)
•Por outro lado, aquele que recebeu o pagamento o perderá em favor de instituição de beneficência,
segundo o parágrafo único desse artigo

De qualquer forma, o art. 883 do Código Civil elimina quaisquer dúvidas de que não há direito à repetição
por parte daquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei.

Por fim, atenção! Não há, no Código Civil, qualquer menção à devolução em dobro dos
valores recebidos por alguém em razão do pagamento indevido. Para se repetir o valor
indevidamente pago, o devedor terá direito meramente ao valor pago, acrescido de
juros e correção monetária (além de honorários advocatícios e custas processuais, se
intentada ação processual). Atente para o art. 882 do Código Civil:

Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.

Se houver má-fé daquele que recebeu indevidamente, cabem perdas e danos. Perdas e
danos. Novamente, nenhuma menção a devolução em dobro. Nenhuma.

Capítulo IV – Enriquecimento sem causa

Não confunda locupletamento sem causa com locupletamento ilícito! Todo locupletamento ilícito é sem
causa, mas nem todo locupletamento sem causa é ilícito. O locupletamento sem causa consiste na
obtenção de uma vantagem sem a respectiva causa ou, em outras palavras, é o acréscimo patrimonial sem
motivo juridicamente reconhecido.

Assim, se enriqueço traficando pessoas ou entorpecentes que constam na lista da ANVISA, locupleto-me
ilicitamente E sem causa. Se recebo de você uma dívida em valor superior ao devido porque
você fez o cálculo de maneira equivocada, por exemplo, sem razão meu enriquecimento, mas
ele é lícito.

Curiosamente, no primeiro caso, você não receberá seu dinheiro de volta, mas eu serei preso,
a teor do art. 883, parágrafo único, do Código Civil (seu pagamento foi indevido, já que, em

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tese, você não teria de me pagar por uma obrigação cujo objeto é ilícito). Já no segundo caso, você receberá
seu dinheiro de volta, mas eu não serei preso, já que não há ilicitude.

Segundo o art. 884 do Código Civil é necessário, para configurar o enriquecimento sem causa:

Enriquecimento do accipiens
•Enriquecimento não precisa gerar um lucro apenas no sentido positivo (ganhar algo), mas também no
sentido negativo (deixar de perder);
Empobrecimento do solvens
•Do mesmo modo, pode ser positivo ou negativo (perder algo ou deixar de ganhar);

Nexo de causalidade
•Deve haver nexo entre o enriquecimento de um e o empobrecimento do outro;

Falta de causa justa


•A ausência de causa pode ser contemporânea ao ato ou posterior, ou seja, a perda da causa também gera
enriquecimento sem causa.

A expressão se enriquecer à custa de outrem do art. 886 do Código Civil não significa, necessariamente, que
deve haver empobrecimento de outrem. Atente porque, segundo o art. 884, parágrafo único, do Código
Civil, se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la. Se
a coisa não mais subsistir, a restituição far-se-á pelo valor do bem na época em que foi exigido (exigido!).

O enriquecimento sem causa é gênero, do qual o pagamento indevido é espécie. Ou seja, posso enriquecer
sem causa de variadas maneiras, sendo a principal delas por intermédio do pagamento
indevido que recebo. Posso enriquecer, também, quando a causa desaparece, ou seja, havia
causa (e o pagamento, portanto, era devido), mas ela não mais subsiste.

2 – Considerações finais

Chegamos ao final da aula! Essa é uma aula mais, bem... aleatória. Muitos contratos e provavelmente nem
tantas questões assim. Tentei tratar de maneira resumida e centralizada os temas, já que não adiante tratar
artigo por artigo sobre tudo.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas
do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios.

Aguardo você na próxima aula. Até lá!

Paulo H M Sousa

prof.phms@estrategiaconcursos.com.br

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QUESTÕES COMENTADAS

FCC

1. (FCC / AFAP – 2019) Em relação à prestação de serviços,


a) toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, desde que material, pode ser contratada mediante
remuneração.
b) pode seu contrato ser estipulado por qualquer prazo, mesmo que se destine à execução de obra certa e
determinada.
c) não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar,
qualquer das partes pode resolver o contrato, a seu arbítrio, independentemente de prévio aviso.
d) a retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço se, por convenção ou costume, não houver de ser
adiantada, ou paga em prestações.
e) se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, quem o despediu deverá pagar-lhe por inteiro
tanto a remuneração vencida como a que venceria até o termo legal do contrato.

Comentários

A alternativa A está incorreta, conforme disciplina o artigo 594 do Código Civil, toda espécie de trabalho
lícito, material OU IMATERIAL poderá ser objeto de contrato de prestação de serviço.

A alternativa B está incorreta, o contrato de prestação de serviço, de acordo com o artigo 594 do Código
Civil, não poderá ser convencionado pelas partes com prazo de duração superior a quatro anos, sendo que
o contrato, ao fim deste prazo, dar-se-á por extinto, ainda que a obra não esteja concluída.

A alternativa C está incorreta, de acordo com o artigo 599 do Código Civil, qualquer das partes poderá, a
seu arbítrio, resolver o contrato quando este não tiver prazo estipulado ou quando não se puder inferir o
mesmo da natureza do contrato, MEDIANTE PRÉVIO AVISO, o qual deverá ser comunicado com antecedência
de oito ou quatro dias ou, até mesmo, na véspera, a depender da forma em que o salário foi ajustado.

A alternativa D está correta, como pode-se inferir do artigo 597, Código Civil: “A retribuição pagar-se-á
depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em
prestações”.

A alternativa E está incorreta, caso o prestador de serviço contrato seja demitido sem justa causa, lhe será
devido pela outra parte o pagamento integral da remuneração vencida, bem como o pagamento da METADE

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do que lhe tocaria ao termo legal do contrato se este fosse cumprido na íntegra, conforme o artigo 603 do
Código Civil.

2. (FCC / DPE-AM – 2018) Em relação à fiança, é correto afirmar:


a) A fiança dar-se-á por escrito, por ser contrato acessório formal, admitindo interpretação extensiva.
b) As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois
que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
c) Para ser estipulada, a fiança exige consentimento ou autorização do devedor, por integrar seu direito
pessoal de crédito.
d) A fiança pode exceder o valor da obrigação principal, mas não pode ser de valor inferior a ela.
e) A fiança compreenderá sempre todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais,
desde a citação do fiador, não podendo ser estipulada de modo limitado.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois, conforme disposto no artigo 819 do Código Civil, o contrato de fiança se
dará por escrito, e NÃO admite interpretação extensiva.

A alternativa B está correta, transcrevendo na íntegra o artigo 821, CC.

A alternativa C está incorreta. Mesmo sem o consentimento do devedor ou, até mesmo, contra a sua
vontade, a fiança poderá ser estipulada, com base no artigo 820, CC.

A alternativa D está incorreta. A fiança poderá ter valor tanto inferior quanto superior ao da dívida, contudo,
neste último caso, só valerá até o limite da obrigação principal, conforme o artigo 823, CC.

A alternativa E está incorreta. O artigo 822 aduz que “não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os
acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador”, ou seja, a fiança
poderá ser estipulada de modo limitado e, SOMENTE SE NÃO A FOR, compreenderá todos os acessórios da
obrigação principal, incluindo também as despesas judiciais.

3. (FCC / DPE- RS – 2018) O contrato de fiança é o instrumento pelo qual uma pessoa garante satisfazer
ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. Considerando as normas que
regulamentam o instituto da fiança, avalie as seguintes asserções e a relação proposta por elas:

I. A estipulação da fiança é condicionada ao consentimento expresso do devedor.

PORQUE

II. A fiança deve se dar por escrito e não admite interpretação extensiva.

Nesse caso,
a) a asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
b) as asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.
c) as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.

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d) a asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.


e) as asserções I e II são proposições falsas.

Comentários

A asserção I está incorreta, pois, conforme previsto no artigo 820 do Código Civil, a fiança pode ser estipulada
mesmo que sem o consentimento do devedor ou, até mesmo, contra a sua vontade.

Em contrapartida, a asserção II está correta de acordo com o artigo 819, CC.

A alternativa A está correta.

As alternativa B, C, D e E estão incorretas, consequentemente.

4. (FCC / ALESE – 2018) No contrato oneroso de transporte, a responsabilidade do transportador


a) é elidida se as partes estipularem cláusula excludente de responsabilidade.
b) não admite nenhuma excludente de responsabilidade.
c) não difere do transporte feito gratuitamente.
d) deixa de existir se houver prova de culpa de terceiro, não sendo afastada por motivo de força maior.
e) existe independentemente de prova de culpa do transportador, salvo se o fato decorrer de força maior.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois, conforme o artigo 734 do Código Civil, o transportador responde pelos
danos causados às pessoas transportadas bem como às suas bagagens, sendo que qualquer cláusula que
estipule exclusão de responsabilidade do transportador será NULA.

A alternativa B está incorreta novamente diante do mesmo dispositivo 734 que expressa a responsabilidade
do transportador pelos danos causados.

A alternativa C está incorreta, uma vez que o transporte feito gratuitamente, seja por amizade ou cortesia,
não se subordinam às normas do contrato de transporte disciplinado no capítulo XIV, título VI, do Código
Civil, diferindo-se, assim, destes.

A alternativa D está incorreta, em virtude do artigo 735 o qual estipula que diante de prova de culpa de
terceiro a responsabilidade do transportador não deixa de existir, podendo este acionar regressivamente o
terceiro culpado.

A alternativa E está correta, seguindo a determinação do artigo 734 que expressamente prevê a
responsabilidade do transportador pelos danos causados, SALVO motivo de força maior.

5. (FCC / PGE-TO – 2018) Nos contratos de empreitada de edifício, o empreiteiro de materiais e


execução responderá, durante o prazo

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a) irredutível de 3 anos pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo,
mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se não propuser a ação contra o empreiteiro,
nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
b) irredutível de 5 anos pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo,
mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se não propuser a ação contra o empreiteiro,
nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
c) de 5 anos, prorrogável ou redutível por acordo entre as partes, pela solidez e segurança do trabalho, assim
em razão dos materiais, como do solo, mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se
não propuser a ação contra o empreiteiro, nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
d) prescricional de 10 anos pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do
solo, mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se não propuser a ação contra o
empreiteiro, nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
e) de garantia de 5 anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo,
desde que comprovada sua culpa.

Comentários

A alternativa A está incorreta pelo fato de que o prazo estipulado pelo artigo 618 é de cinco anos, de forma
irredutível, em que o empreiteiro ficará responsável pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão
dos materiais.

A alternativa B está correta, descrevendo com exatidão os prazos descritos no artigo 618 e seu parágrafo
único:

Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de
materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do
trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.

Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra
o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

A alternativa C está incorreta no que tange a irredutibilidade do prazo expressa no artigo 618.

A alternativa D está incorreta tanto no que diz respeito à natureza do prazo que é, na realidade, decadencial,
quanto no prazo em si, que é de cinco anos, conforme o artigo 618.

A alternativa E está incorreta, pois não é necessária a demonstração de culpa do empreiteiro.

6. (FCC / DPE-AM – 2018) Em relação ao pagamento indevido,


a) se aquele que tiver recebido indevidamente um imóvel o tiver alienado em boa-fé, gratuitamente,
responde somente pela quantia recebida; mas, se o alienou onerosamente ainda que de boa-fé, além do
valor do imóvel responde por perdas e danos.
b) àquele que voluntariamente recebeu o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro ou dolo.
c) não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral ou proibido por lei;
nesse caso, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência a critério do juiz.

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d) pode-se repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, mas não o valor pago para cumprir obrigação
judicialmente inexigível.
e) todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
também àquele que recebe dívida condicional, antes ou após cumprida a condição.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois, conforme o artigo 879 do Código Civil, aquele que recebe indevidamente
um imóvel responderá somente pela quantia recebida se aliená-lo em boa-fé, respondendo por perdas e
danos apenas se agir de má-fé.

A alternativa B está incorreta pelo fato de que incumbe a quem PAGOU indevidamente comprovar que
efetuou o pagamento por erro.

A alternativa C está correta, descrevendo corretamente o disposto no artigo 883 do Código Civil.

A alternativa D está incorreta. O artigo 882 disciplina que não poderá repetir o que se pagou para cumprir
obrigação judicialmente inexigível, NEM MESMO para solver dívida prescrita.

A alternativa E está incorreta, pois se incumbe a obrigação de restituir àquele que receber dívida condicional
SOMENTE ANTES de cumprida a condição.

7. (FCC / DPE-AP – 2018) Paulo doou o imóvel em que reside a Fábio, seu filho mais novo, reservando
para si o direito de usufruto. No ato de doação, não foi colhido consentimento de Rafael, o filho mais
velho. Posteriormente, Fábio veio a se desentender com a nova companheira de seu pai, Valquíria, ocasião
em que a ofendeu. Todos os envolvidos são maiores e capazes. Diante desta situação,
a) embora Fábio seja o proprietário do imóvel, é Paulo quem pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará
repassar os valores ou prestar contas a Fábio.
b) Rafael tem direito à anulação da doação feita em prol de seu irmão mais novo sem o seu consentimento,
por ser o negócio jurídico anulável nesta hipótese.
c) Valquíria tem direito à anulação da doação feita por Paulo em razão do ato de ingratidão do donatário.
d) Paulo pode pleitear a anulação da doação por vício do consentimento referente ao erro essencial quanto
à pessoa do donatário.
e) Fábio tem direito a exigir a extinção do usufruto em razão da superveniência da união estável do
usufrutuário Paulo com Valquíria.

Comentários

A alternativa A está correta, pois, apesar de Fábio ser o proprietário do imóvel, Paulo, o usufrutuário é que,
pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará repassar os valores nem mesmo prestar contas a Fábio,
conforme disciplina o artigo 1.394 do Código Civil.

A alternativa B está incorreta, tendo em vista que a doação é permitida no caso em tela. O artigo 544,
contudo, disciplina que qualquer doação feita em vida a um herdeiro necessário constituirá adiantamento

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da herança e por conta disso, o bem deverá ser trazido à colação, quando da abertura da sucessão, conforme
o artigo 2.002, CC.

A alternativa C está incorreta, pois, neste caso, a doação não poderá ser anulada, nem mesmo revogada por
não corresponder a uma das hipóteses de revogação por ingratidão, descritas no artigo 557: “Podem ser
revogadas por ingratidão as doações:

I – se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;

II – se cometeu contra ele ofensa física;

III – se o injuriou gravemente ou o caluniou;

IV – se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que ele necessitava.”

A alternativa D está incorreta. O que poderia ocorrer seria a revogação e não a anulação, contudo, ainda sim
o caso não se enquadra nas hipóteses de revogação por ingratidão do artigo 557, nem mesmo trata-se de
situação de inexecução do encargo descrita no artigo 555.

A alternativa E está incorreta, pois a situação descrita não corresponde a nenhuma das hipóteses de extinção
do usufruto, dispostas no artigo 1.410 do Código Civil: “o usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no
Cartório de Registro de Imóveis:

I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;

II - pelo termo de sua duração;

III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;

IV - pela cessação do motivo de que se origina;

V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;

VI - pela consolidação;

VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;

VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).”

8. (FCC / PGE-TO – 2018) Em transporte gratuito de pessoa, a responsabilidade civil do transportador


é regulada pela seguinte regra, extraída da lei e da jurisprudência:
a) No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por
danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.

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b) O transportador não responde em nenhuma hipótese pelos danos causados à pessoa transportada, mas
responde pelos danos causados à sua bagagem, salvo motivo de força maior ou fortuito interno.
c) Subordina-se às normas do contrato de transporte aquele realizado gratuitamente por amizade ou
cortesia.
d) Não se considera gratuito o transporte apenas se o transportador receber remuneração em dinheiro, não
desnaturando a gratuidade o recebimento de vantagem indireta, como o pagamento de pedágio e
alimentação do transportador.
e) É vedado o transporte de menores desacompanhados dos pais ou responsáveis, sujeitando essa infração
à responsabilidade objetiva do transportador.

Comentários

A alternativa A está correta, transcrevendo na integralidade o texto da Súmula 145 do Superior Tribunal de
Justiça.

A alternativa B está incorreta, pois o transportador é responsável não só pelos danos causados às bagagens
das pessoas transportadas, mas também pelos danos causados às próprias pessoas transportadas, salvo, em
ambos os casos, motivo de força maior.

A alternativa C está incorreta, uma vez que, diferentemente do descrito no texto da alternativa, o transporte
feito gratuitamente, seja por amizade ou cortesia, não se subordinam às normas do contrato de transporte
disciplinado no capítulo XIV, título VI, do Código Civil, segundo disciplina o artigo 736 do mesmo diploma.

A alternativa D está incorreta, visto que contraria o disposto em lei. Segundo o parágrafo único do artigo
736, se o transportador, ainda que não receba remuneração, auferir vantagens indiretas, será
descaracterizada a gratuidade do contrato de transporte.

A alternativa E está incorreta. De fato, o artigo 83 do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê


expressamente que nenhum menor de dezesseis anos poderá viajar para fora da comarca onde reside
desacompanhado dos pais ou sem autorização judicial expressa. Contudo, a alternativa menciona todo o tipo
de transporte, incluindo-se o feito dentro da própria comarca.

9. (FCC / PGE-TO – 2018) Em razão de fortes chuvas que ocasionaram inundação, os habitantes de
certa área ribeirinha tiveram de depositar seus móveis e utensílios nos armazéns e galpões particulares
que se situavam em lugares não atingidos pela calamidade. Esse depósito qualifica-se como
a) contrato inominado, por faltar disposição legal sobre ele, podendo ser gratuito ou oneroso.
b) voluntário e se presume gratuito, exceto se houver convenção em contrário.
c) necessário e se presume gratuito.
d) legal e sujeita o depositário que se recusar a devolver os bens, cessados os efeitos da calamidade, à prisão
e ao ressarcimento dos prejuízos.
e) miserável, mas não se presume gratuito.

Comentários

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A alternativa A está incorreta, pois não falta disposição legal sobre o contrato a que se refere o caso em tela.
Trata-se do depósito necessário, disciplinado a partir do artigo 647, que o conceitua, sendo o depósito
necessário aquele que se faz em desemprenho de obrigação legal (depósito legal) ou por ocasião de alguma
calamidade, como é o caso da inundação (depósito miserável).

A alternativa B está incorreta, visto que o contrato voluntário, disciplinado a partir do artigo 627, se faz
espontaneamente e decorre da vontade das partes, diferente do caso narrado em que os habitantes da
região, por conta de uma calamidade, necessitaram depositar seus pertences em outro local.

A alternativa C está incorreta. Embora a situação fática constitua realmente um depósito necessário, esta
espécie de depósito não se presume gratuito, conforme disposto no artigo 651: “o depósito necessário não
se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, a remuneração pelo depósito está incluída no preço da
hospedagem.”

A alternativa D está incorreta. De fato, o depositário que se recusar a devolver os bens, seja no depósito
voluntário ou necessário, será compelido a devolvê-lo mediante prisão não excedente a uma ano, além de
dever ressarcir os prejuízos. Contudo, a situação descrita no enunciado da questão descreve uma hipótese
de depósito necessário MISERÁVEL e não legal, estando este disposto no inciso I do artigo 647, enquanto
aquele, no inciso II do mesmo artigo.

A alternativa E está correta, a situação narrada no enunciado da questão corresponde a um depósito


necessário que se efetua por ocasião de uma calamidade, a inundação, ou seja, um depósito miserável,
disposto no inciso II do artigo 647. Além disso, trata-se de um contrato que não se presume gratuito,
conforme o artigo 651.

10. (FCC / PGE-TO – 2018) Discorrendo sobre a inexecução contratual positiva, escreveu Orlando
Gomes:

O conceito de inadimplemento ampliou-se com a importante contribuição trazida por Staub em sua
famosa obra Die positiv Vertragsverletzungen, publicada em 1904, em que trata dos obstáculos ao
cumprimento da obrigação. Aos três modos conhecidos de inadimplemento, acrescentou um, positivo,
denominado, estreitamente para Wieacker, inexecução contratual positiva, ou, como prefere Hedemann,
violação positiva do crédito. Configura-se o inadimplemento, nessa hipótese, pelo comportamento do
devedor, que faz o que não deveria fazer, agindo quando deveria omitir-se. Pratica ele, em suma, uma
ação injusta ao criar obstáculo ao cumprimento da obrigação, devendo-se, por conseguinte, interpretar-
se tal comportamento como inadimplemento.

(Adaptado de: GOMES, Orlando. Transformações Gerais do Direito das Obrigações. Editora Revista dos
Tribunais: São Paulo, 1980, p. 157).

A partir desse excerto e das regras legais vigentes, é correto afirmar que há violação positiva do contrato
quando
a) o credor, contra a vontade do devedor, estipula fiança.
b) o alienante do estabelecimento empresarial, não havendo proibição expressa, faz concorrência ao
adquirente nos 5 anos subsequentes à transferência.

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c) terceiro alicia pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem.


d) o mandatário que, em qualquer circunstância, ciente da morte do mandante concluir negócio já
começado.
e) o segurado, ainda que não intencionalmente, agravar o risco objeto do contrato de seguro.

Comentários

A alternativa A está incorreta, uma vez que o artigo 820 prevê a possibilidade do credor estipular a fiança
mesmo sem o consentimento do devedor ou até mesmo contra a sua vontade, não constituindo assim uma
violação positiva do contrato.

A alternativa B está correta, pois o artigo 1.147 disciplina que o alienante do estabelecimento não poderá
fazer concorrência expressa ao adquirente nos cinco anos subsequentes à transferência deste, salvo se
houver autorização expressa. Assim, ao fazer concorrência dentro do prazo estipulado no dispositivo
supracitado, o alienante comete uma violação positiva.

A alternativa C está incorreta, pois a situação está descrita no artigo 608, condicionando o terceiro ao
pagamento da importância que ao prestador de serviço houvesse de caber durante dois anos, por conta do
ajuste desfeito, não caracterizando, assim, violação positiva.

A alternativa D está incorreta, em virtude do dever de conclusão do negócio já iniciado mesmo com a ciência
da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, se houver perigo na demora. Ou seja, agindo de
tal modo, o mandatário não comete violação positiva.

A alternativa E está incorreta, pois, o artigo 768 apenas menciona a hipótese de perda do direito à garantia
quando o segurado agravar intencionalmente o risco objeto do contrato. Dessa forma, o agravamento não
intencional não constitui violação positiva.

11. (FCC / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) De acordo com o Código Civil, o mandato
a) pode ser verbal ou escrito, mas não pode ser tácito.
b) não admite aceitação tácita.
c) outorgado por instrumento público não poderá ser substabelecido por instrumento particular.
d) se sujeita, necessariamente, à forma exigida por lei para o ato a ser praticado.
e) em termos gerais confere poderes para alienar ou hipotecar, salvo se expressamente excluídos.

Comentários

A alternativa A está incorreta, visto que o artigo 656 prevê a possibilidade do mandato ser expresso OU
TÁCITO.

A alternativa B está incorreta, pois o artigo 659 permite a aceitação tácita do mandante.

A alternativa C está incorreta, uma vez que mesmo quando outorgado por instrumento público, o mandato
poderá ser substabelecido mediante instrumento particular, conforme o artigo 655.

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A alternativa D está correta. Conforme o artigo 657, a outorga do mandato sujeita-se à forma exigida em lei
para o ato a ser praticado.

A alternativa E está incorreta, pois o mandato em termos gerais não confere certos poderes como alienar,
hipotecar, transigir ou qualquer outro ato que extrapole os poderes referentes à administração ordinária,
sendo necessário, para tanto, a procuração de poderes especiais e expressos.

12. (FCC / FUNAPE – 2017) Em matéria de mandato, é INCORRETO afirmar:


a) As pessoas capazes, em regra, são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá
desde que tenha a assinatura do outorgante.
b) O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante
e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
c) O substabelecimento de procuração outorgada por instrumento público não pode se dar, em nenhuma
==0==

hipótese, por meio de instrumento particular.


d) O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
e) O mandato, em termos gerais, só confere poderes de administração.

Comentários

A alternativa A está correta, em virtude do artigo 654 que disciplina que “todas as pessoas capazes são aptas
para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do
outorgante.”

A alternativa B está correta, uma vez que descreve de maneira correta todos os requisitos do instrumento
particular, dispostos no parágrafo 1º do artigo 654.

A alternativa C está incorreta, pois mesmo quando outorgado por instrumento público, o mandato poderá
ser substabelecido mediante instrumento particular, conforme o artigo 655.

A alternativa D está correta, já que todas as hipóteses citadas estão dispostas no artigo 656 do Código Civil.

A alternativa E está correta, em conformidade com o artigo 661: “o mandato em termos gerais só confere
poderes de administração.”

13. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Sobre o contrato de compra e venda, nos termos estabelecidos
pelo Código Civil, é correto afirmar:
a) O prazo para exercer o direito de preferência ou preempção não poderá exceder a cinco anos, se a coisa
for imóvel.
b) É anulável a venda de ascendente a descendente sem o consentimento dos outros descendentes e do
cônjuge do alienante, independentemente do regime de bens estabelecido para o casamento.
c) Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser,
tanto por tanto, observadas as regras estabelecidas pela legislação em vigor.

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d) No contrato de compra e venda com reserva de domínio o vendedor poderá executar a cláusula de reserva
de domínio independentemente de constituir o devedor em mora, mediante protesto ou interpelação
judicial.
e) É vedada a fixação pelas partes do preço da coisa à taxa de mercado ou de bolsa em certo e determinado
dia e lugar.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o prazo não corresponde com o previsto no parágrafo único do artigo
513 que é de cento e oitenta dias para coisa móvel e de DOIS ANOS para coisas imóveis.

A alternativa B está incorreta, visto que, em caso de venda de ascendente a descendente, é dispensado o
consentimento do cônjuge do alienante se o regime de bens for o da separação obrigatória.

A alternativa C está correta, pois está em conformidade com o previsto no artigo 504: “não pode um
condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto.
O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a
parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.”

A alternativa D está incorreta, uma vez que, de acordo com o artigo 525, no caso de contrato de compra e
venda com reserva de domínio, o vendedor poderá executar a cláusula de reserva somente quando o
comprador constituir em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.

A alternativa E está incorreta, pois a fixação pelas partes do preço da coisa à taxa de mercado ou de bolsa
em certo e determinado dia e lugar é permitida, de acordo com o artigo 486.

14. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-
la no prazo máximo de decadência de 3 anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas
do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita,
ou para a realização de benfeitorias necessárias. No tocante às cláusulas especiais à compra e venda, trata-
se especificamente da
a) venda com reserva de domínio.
b) preempção.
c) preferência.
d) retrovenda.
e) venda a contento.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A venda com a reserva de domínio é aquela na qual o comprador toma apenas
posse da coisa, não sendo transferida a plena propriedade desta, ficando reservado ao vendedor o direito
ao domínio da coisa até o pagamento integral do preço da mesma. Haverá, então, a transferência do domínio
da coisa ao comprador com o pagamento integral do preço. Dessa forma, não é o caso descrito no enunciado.

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A alternativa B está incorreta. A perempção, descrita no artigo 513, ou direito de prelação, refere-se ao
direito de preferência que o vendedor terá quando o comprador quiser vender a coisa após a sua aquisição.
Não se trata da hipótese em tela.

A alternativa C está incorreta. A preferência, ou perempção, como já citado estão regulamentadas no artigo
513 e não se amoldam as condições da situação do enunciado.

A alternativa D está correta. A retrovenda é o direito que o vendedor de coisa móvel tem de recobrar, no
prazo máximo decadencial de 3 anos, de recobrar a coisa móvel vendida, mediante a restituição do preço
recebido, bem como o reembolso das despesas do comprador, incluindo as que, durante o período de
resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias,
conforme previsto no artigo 505.

A alternativa E está incorreta. A venda a contento, disciplinada no artigo 509, diz respeito à compra que é
realizada sob condição suspensiva, mesmo tendo sido entregue, somente sendo reputada perfeito com a
manifestação de agrado do adquirente.

15. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Paulo vendeu um automóvel para Pedro, reservando para si a
propriedade até que o preço esteja integralmente pago. Tal modalidade de compra e venda denomina-se
a) venda sujeita a preferência.
b) venda a contento.
c) venda sobre documentos.
d) retrovenda.
e) venda com reserva de domínio.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A venda com cláusula de preferência ou perempção é aquela que impõe ao
devedor a obrigação de ofertar preferencialmente ao vendedor a coisa que será vendida, ou, até mesmo,
dá-la em pagamento. Ou seja, não é a situação descrita no enunciado da questão.

A alternativa B está incorreta, uma vez que a venda a contento, conforme disciplinada no artigo 509, diz
respeito à compra que é realizada sob condição suspensiva, mesmo tendo sido entregue, somente sendo
reputada perfeito com a manifestação de agrado do adquirente, ou seja, não se trata do caso narrado no
enunciado

A alternativa C está incorreta. A venda sobre documentos é aquela na qual a tradição, ou seja, a entrega da
coisa é substituída pela entrega de um documento, o título representativo, bem como outros documentos
exigidos pelo contrato para que a tradição seja efetuada. Esta modalidade não é a que se amolda ao caso
narrado.

A alternativa D está incorreta. A retrovenda é o direito que o vendedor de coisa móvel tem de recobrar, no
prazo máximo decadencial de 3 anos, de recobrar a coisa móvel vendida, mediante a restituição do preço
recebido, bem como o reembolso das despesas do comprador, incluindo as que, durante o período de
resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias,

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conforme previsto no artigo 505. Dessa forma, percebe-se não se tratar dessa modalidade de compra no
caso em tela.

A alternativa E está correta, visto que a venda com reserva de domínio, que está prevista nos artigos 521 a
528, é aquela na qual o comprador toma apenas posse da coisa, não sendo transferida a plena propriedade
desta, ficando reservado ao vendedor o direito ao domínio da coisa até o pagamento integral do preço da
mesma. Haverá, então, a transferência do domínio da coisa ao comprador com o pagamento integral do
preço.

16. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito do contrato de compra e venda, considere:

I. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos e houver contradição ou diferença


entre estes e a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato, prevalecerá a descrição constante do
contrato.

II. As partes podem deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia
e local.

III. É lícita a compra e venda entre cônjuges com relação a bens excluídos da comunhão.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) III.

Comentários

A afirmativa I está incorreta, uma vez que o artigo 484 dispõe que nesta modalidade de venda, o vendedor
estará assegurando que a coisa ofertada tem as qualidades que a elas correspondem, qualidades estas que
prevalecerão sobre a descrição contida no contrato.

A afirmativa II está correta, correspondendo à hipótese descrita no artigo 486: “também se poderá deixar a
fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.”

A afirmativa III está correta, pois transcreve na literalidade o disposto no artigo 499.

A alternativa A está correta.

As alternativa B, C, D e E estão incorretas, consequentemente.

17. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) No que concerne ao contrato de locação de coisas, considere:

I. Benfeitorias necessárias feitas com expresso consentimento do locador.


II. Benfeitorias necessárias feitas sem expresso consentimento do locador.

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III. Benfeitorias úteis feitas com expresso consentimento do locador.

IV. Benfeitorias úteis feitas sem expresso consentimento do locador.

Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção APENAS em


a) I, III e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

Comentários

A análise das afirmações parte do artigo 578 do Código Civil: “salvo disposição em contrário, o locatário goza
do direito de retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem
sido feitas com expresso consentimento do locador”. Assim:

A afirmativa I está correta, tendo o locatário o direito de retenção da benfeitoria.

A afirmativa II está correta, pois, no caso de benfeitorias necessárias, não é necessário o expresso
consentimento do locador para que o locatário tenha o direito de retenção.

A afirmativa III está correta, tendo o locatário o direito de retenção da benfeitoria.

A afirmativa IV está incorreta, pois, no caso de benfeitorias úteis, o locatário somente terá o direito a
retenção quando estas forem realizadas com expresso consentimento do locador.

A alternativa D está correta.

As alternativa A, B, C e E estão incorretas, consequentemente.

18. (FCC / TRE-SP – 2017) A respeito da fiança, considere:

I. Pode ser estipulada na forma verbal, desde que na presença de, ao menos, duas testemunhas.

II. Pode ser estipulada ainda que contra a vontade do devedor.

III. Não pode ser de valor inferior ao da obrigação principal.

IV. Não admite interpretação extensiva.

Está correto o que consta APENAS em


a) II e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I e II.

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e) I e III.

Comentários

A afirmação I está incorreta, pois, a fiança não poderá ser estipulada na forma verbal, uma vez que o artigo
819 prevê expressamente que a fiança somente se dará por escrito, não admitindo interpretação extensiva.

A afirmação II está correta, em virtude do artigo 820 a fiança pode ser estipulada contra a vontade do
devedor, como também sem o consentimento deste.

A afirmação III está incorreta, uma vez que, de acordo com o artigo 823 a fiança poderá ser estipulada com
valor inferior ao da obrigação principal.

A afirmação IV está correta, novamente em face do artigo 819 que dispõe que não se admitirá interpretação
extensiva nos contratos de fiança.

A alternativa A está correta.

As alternativa B, C, D e E estão incorretas, consequentemente.

19. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Ricardo, empreiteiro, firmou contrato de empreitada com Rodrigo,
envolvendo fornecimento de mão de obra e materiais para construção de uma casa com cinco dormitórios
em condomínio fechado na cidade de São Paulo. A obra transcorreu de forma regular e o imóvel foi
entregue ao contratante Rodrigo. À luz do Código Civil, com a entrega da obra, Ricardo responderá pela
solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como o solo, durante o prazo irredutível
de
a) 10 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 180 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
b) 5 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 180 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
c) 5 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 90 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
d) 15 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 90 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
e) 10 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 90 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Diante do disposto no artigo 618, Ricardo responderá pela solidez e segurança
do trabalho, assim em razão do materiais, como o solo, pelo prazo irredutível de CINCO anos, sendo que tal
direito decairá se Rodrigo não propuser a ação em cento e oitenta dias a contar do aparecimento do vício ou
defeito.

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A alternativa B está correta, pois descreve com exatidão os prazos previstos no artigo 618.

A alternativa C está incorreta quanto ao prazo para proposição da ação que, conforme o artigo 618 é de
cento e oitenta dias a partir do aparecimento do vício ou defeito.

A alternativa D está incorreta, pois ambos os prazos apresentados diferem do disposto no Código Civil, de
cinco anos de responsabilidade do empreiteiro e de cento e oitenta dias para proposição da ação pelo dono
da obra.

A alternativa E está incorreta, novamente pelo fato de que ambos os prazos apresentados diferem do
disposto no Código Civil, de cinco anos de responsabilidade do empreiteiro e de cento e oitenta dias para
proposição da ação pelo dono da obra.

20. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) No contrato de empreitada,


a) o contrato para elaboração de um projeto implica a obrigação de executá-lo.
b) presume-se a obrigação de fornecer materiais por parte do empreiteiro.
c) o empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se por imperícia ou negligência os inutilizar.
d) o contrato para elaboração de um projeto implica a obrigação de fiscalizar a sua execução.
e) a morte de qualquer das partes implica sempre a sua extinção.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o parágrafo 2º do artigo 610, os contratos de empreitada para
elaboração de um projeto não implicam a obrigação de executá-los.

A alternativa B está incorreta, pois, novamente diante do artigo 610, desta vez em seu artigo 1º, a obrigação
do empreiteiro de fornecer os materiais NÃO é presumida, resultando apenas da lei ou da vontade das
partes.

A alternativa C está correta. O empreiteiro será obrigado a pagar os materiais que recebeu caso inutilize-os
por imperícia ou negligência, de acordo com o artigo 617.

A alternativa D está incorreta, em virtude do disposto no parágrafo 2º do artigo 610, que prevê que o
contra.to para elaboração de um projeto não implica também a obrigação de fiscalizar a sua execução.

A alternativa E está incorreta, diante do artigo 626 que dispõe que, salvo o caso em que o contrato é ajustado
em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro, a morte de qualquer das partes não extinguirá o
contrato de empreitada.

21. (FCC / DPE-ES – 2016) Sobre o contrato de fiança:

I. A fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva, mas, não sendo limitada,
compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do
fiador.

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II. É nula a fiança concedida pelo homem casado, sem a anuência do cônjuge, salvo se o casamento se tiver
realizado pelo regime da separação total de bens.

III. A fiança conjuntamente celebrada a um só débito por mais de uma pessoa não importa compromisso
de solidariedade entre elas, salvo disposição contratual em sentido contrário.

IV. O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as extintivas da obrigação que
competem ao devedor principal, se não provierem simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso de
mútuo feito a pessoa menor.

V. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe
convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do
credor, mas esse prazo é de cento e vinte dias se a fiança for de obrigações decorrentes de locação predial
urbana.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III, IV e V.
b) I, II e III.
c) I, IV e V.
d) I, III, e IV.
e) II, IV e V.

Comentários

A afirmação I está correta, pois descreve na literalidade os artigos 819 e 822.

A afirmação II está incorreta, pois o que dispõe o artigo 1.649 é que a falta da autorização do cônjuge, sem
que seja suprida pelo juiz torna ANULÁVEL o ato praticado, exceto no caso de regime de separação absoluta.

A afirmação III está incorreta pois, caso a fiança seja conjuntamente prestada a um só débito por mais de
uma pessoa, a estas importará o compromisso de solidariedade, se declaradamente não se reservarem o
benefício da divisão, conforme disciplina o artigo 829.

A afirmação IV está correta, visto que está de acordo com o artigo 837, que dispõe que o fiador poderá opor
ao credor tanto as exceções pessoais, quanto as extintivas da obrigação que competem ao devedor principal,
caso estas não provenham de incapacidade pessoal, ressalvado o mútuo feito a pessoa menor.

A afirmação V está correta, uma vez que o fiador poderá exonerar-se da fiança sem limitação de tempo e
sempre que lhe convier, ficando, contudo, obrigado por todos os efeitos do contrato durante os sessenta
dias após a notificação do credor.

A alternativa C está correta.

As alternativa A, B, D e E estão incorretas, consequentemente.

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22. (FCC / SEGEP-MA – 2016) Marcelo emprestou gratuitamente a Henrique, para que expusesse em
sua galeria de arte, obra assinada por renomado artista plástico. Enquanto a obra estava exposta, a galeria
de artes foi atingida por um raio que incendiou o local. Durante o incêndio, Henrique houve por bem salvar
as obras de sua propriedade, tendo em vista possuírem valor maior, abandonando a de Marcelo, que se
danificou. O contrato celebrado entre Marcelo e Henrique é de
a) Comodato, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com o acordo de vontades e Henrique
responderá pelo dano, não podendo invocar como causa excludente de responsabilidade caso fortuito ou
força maior.
b) Comodato, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com a sua tradição e Henrique responderá
pelo dano, não podendo invocar como causa excludente de responsabilidade caso fortuito ou força maior.
c) Mútuo, que tem como objeto bem fungível, perfaz-se com o acordo de vontades e Henrique não
responderá pelo dano, pois o caso fortuito ou a força maior exclui o nexo de causalidade, afastando o dever
de indenizar.
d) Comodato, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com o acordo de vontades e Henrique não
responderá pelo dano, pois o caso fortuito ou a força maior exclui o nexo de causalidade, afastando o dever
de indenizar.
e) Mútuo, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com a sua tradição e Henrique responderá pelo
dano, não podendo invocar como causa excludente de responsabilidade caso fortuito ou força maior.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o contrato de comodato se perfaz com a tradição do objeto, conforme o
artigo 579 e não com o acordo de vontade entre as partes.

A alternativa B está correta, visto que o caso em tela realmente narra uma situação de celebração de
contrato de comodato que tem por objeto um bem infungível, que se perfez com a tradição do bem e que
Henrique deverá responder pelo dano mesmo diante do caso fortuito, por conta de ter dado prioridade a
salvação dos seus bens, deixando com que o bem de Marcelo fosse danificado, de acordo com o artigo 583.

A alternativa C está incorreta, pois não se trata de um empréstimo mútuo, nem de bem fungível e nem
mesmo de um contrato que se perfaz com o acordo de vontade entre as partes.

A alternativa D está incorreta, já que, como descrito no artigo 579, o comodato se perfaz com a tradição do
objeto. Além disso, diante do artigo 583, Henrique será responsável pelo dano causado ao bem de Marcelo.

A alternativa E está incorreta, pois, por se tratar do empréstimo gratuito de um bem infungível, a situação
descreve um contrato de comodato e não de empréstimo mútuo, o qual constitui empréstimo de coisas
fungíveis.

23. (FCC / SEGEP-MA – 2016) Fábio locou imóvel residencial para Cláudio. Luiz afiançou o contrato,
embora contra a vontade de Cláudio e em valor inferior ao da obrigação principal, renunciado ao benefício
de ordem. Tal contrato é

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a) Inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do devedor, e em valor inferior ao
da obrigação principal, é nula a renúncia ao benefício de ordem, tendo em vista que a fiança não pode
receber interpretação extensiva.
b) Válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do devedor e em valor inferior ao da
obrigação principal, e havendo renunciado ao benefício de ordem, Luiz terá direito de exigir sejam excutidos,
antes dos seus, os bens do devedor.
c) Inválido, pois a fiança, assim como qualquer contrato, não pode ser estipulada contra a vontade de uma
das partes.
d) Inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do devedor, deve necessariamente
compreender o valor integral da obrigação principal.
e) Válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do devedor e em valor inferior ao da
obrigação principal, mas havendo renunciado ao benefício de ordem, Luiz não terá direito de exigir sejam
excutidos, antes dos seus, os bens do devedor.

Comentários

A alternativa A está incorreta, uma vez que o contrato é valido já que a renúncia ao benefício da ordem é
permitida e está disposta no artigo 828, inciso I.

A alternativa B está incorreta, pois, o artigo 828 prevê que caso o fiador renuncie expressamente ao
benefício da ordem, não terá o direito de exigir que os bens do devedor sejam executados antes dos seus,
até por que, renunciou a tal direito.

A alternativa C está incorreta, uma vez que a fiança poderá ser estipulada sem o consentimento do devedor
ou até mesmo contra a sua vontade, de acordo com o artigo 820.

A alternativa D está incorreta, já que a fiança pode ser estipulada em valor inferior ao da obrigação principal,
conforme respaldo do artigo 823.

A alternativa E está correta, diante do artigo 820 a fiança pode ser estipulado mesmo contra a vontade do
devedor e, em valor inferior ao da obrigação principal, pelo disposto no 823. Ademais, o artigo 828 prevê
que o fiador poderá renunciar expressamente o benefício de ordem.

24. (FCC / PGE-MT – 2016) Acerca do comodato, considere:

I. O comodato é contrato real, perfazendo-se com a tradição do objeto.

II. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da
coisa que for arbitrado pelo comodante.

III. O comodatário responde pelo dano decorrente de caso fortuito ou força maior se, correndo risco o
objeto do comodato, juntamente com os seus, antepuser a salvação destes, abandonando o do
comodante.

IV. Se o comodato não tiver prazo convencional, o comodante poderá, a qualquer momento, suspender o
uso e gozo da coisa emprestada, independentemente de decisão judicial e da finalidade do negócio.

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Está correta o que ser afirma em


a) I, II e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Comentários

A afirmativa I está correta, pois o contrato de comodato é aquele em que uma parte empresta gratuitamente
um bem infungível a outra e, tal contrato, conforme previsto no artigo 579, se perfaz com a tradição do
objeto, ou seja, com a entrega deste.

A afirmativa II está correta, de acordo com a segunda parte do artigo 582 do Código Civil: “... O comodatário
constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado
pelo comodante.”

A afirmativa III está correta, uma vez que, ao dar preferência a salvação de seus objetos, abandonando os
do comodante, o comodatária responderá pelos danos causados a este, ainda que o fato constitua caso
fortuito ou de força maior, conforme o artigo 583.

A afirmativa IV está incorreta, pois não está em conformidade com o artigo 581, que prevê que o uso e gozo
da coisa emprestada somente poderá ser suspenso antes do fim do prazo convencional, ou o que se
determine pelo uso outorgado, salvo necessidade imprevista e urgente reconhecida pelo juiz.

A alternativa A está correta.

As alternativa B, C, D e E estão incorretas, consequentemente.

25. (FCC / PGE-MT – 2016) Em relação ao mandato, considere:

I. Tanto as pessoas capazes, bem como as relativa ou absolutamente incapazes, são aptas para outorgar
procuração mediante instrumento particular.

II. Não se pode substabelecer mediante instrumento particular, se o mandato foi outorgado mediante
instrumento público.

III. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto
corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.

IV. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida, quanto baste para
pagamento de tudo que lhe for devido em consequência do mandato.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e IV.

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b) II e III.
c) I e IV.
d) I e III.
e) II e IV.

Comentários

A afirmativa I está incorreta, pois, de acordo com o artigo 654, todas as pessoas CAPAZES são aptas para dar
procuração.

A afirmativa II está incorreta, visto que, mesmo diante de mandato outorgado por instrumento público, pode
se substabelecer mediante instrumento particular, conforme determina o artigo 655.

A afirmativa III está correta, em conformidade com o artigo 658: “O mandato presume-se gratuito quando
não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário
trata por ofício ou profissão lucrativa.”

A afirmativa IV está correta, pois o direito do mandatário de reter o quanto baste para pagamento de tudo
que lhe for devido em consequência do mandato está previsto no artigo 664.

A alternativa A está correta.

As alternativa B, C, D e E estão incorretas, consequentemente.

26. (FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Mário vendeu um apartamento a seu filho Caio, porém sem obter,
antes, a anuência dos demais filhos seus. Tal contrato é
a) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas de escritura e registro e
responderá por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
b) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do falecimento de Mário. Salvo
convenção em contrário, Caio arcará com as despesas de escritura e registro e Mário responderá por todos
os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
c) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do falecimento de Mário. Salvo
convenção em contrário, Mário arcará com as despesas de escritura e registro e responderá por todos os
débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
d) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Caio arcará com as despesas de escritura e registro e Mário
responderá por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
e) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas de escritura e registro e Caio
responderá por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O contrato da fato é anulável, contudo, por conta do disposto no artigo 490,
as despesas de escritura e registro ficarão a cargo do comprador, ou seja, de Caio, salvo disposição em
contrário.

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A alternativa B está incorreta, pois prevê o artigo 496 que, salvo se os outros descendentes consentirem, a
venda de ascendente a descendente é anulável.

A alternativa C está incorreta, uma vez que o contrato é anulável, conforme o artigo 496 e as despesas de
escritura e registro ficarão a encargo de Caio, de acordo com o artigo 490.

A alternativa D está correta. Conforme os artigos 490 e 496, a venda é anulável, uma vez que não houve o
consentimento dos demais descentes, sendo que as despesas de escritura e registro e as despesas da
tradição são de responsabilidade de Caio e Mário respectivamente.

A alternativa E está incorreta, pois é Caio que deverá arcar com as despesas de registro e escritura, ao passo
que Mário arcará com os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição, de acordo com o artigo
490.

27. (FCC / DPE-BA – 2016) Lauro é casado com Vânia. O casal teve um filho, já falecido, que lhes deu
dois netos, Roberto e Renato, todos maiores e capazes. Lauro deseja transferir um de seus imóveis ao seu
neto Renato, entretanto, Roberto e Vânia não concordam com referida transferência. Diante desses fatos,
é correto afirmar que o contrato de venda e compra entre Lauro e seu neto Renato sem o consentimento
de Roberto é
a) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia, pode afetar ou não a validade do ato, a depender do
regime de bens adotado; ainda, o consentimento de Roberto é necessário para que Lauro faça doação em
favor de Renato.
b) Anulável, assim como o é em razão da falta do consentimento de Vânia, independentemente do regime
de bens adotado; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação em favor
de Renato.
c) Nulo, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do ato ou não, a depender do regime
de bens adotado; por fim, ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação
em favor de Renato.
d) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do ato ou não, a depender do
regime de bens adotado; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça a doação
em favor de Renato.
e) Válido, pois a lei apenas exige o consentimento nos contratos de compra e venda entre pai e filhos, não
se estendendo às hipóteses de contratos entre avôs e netos; ainda, o consentimento de Roberto não é
necessário para que Lauro faça doação em favor de Renato.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro possa
efetuar a doação do imóvel em seu favor.

A alternativa B está incorreta. O artigo 496 dispõe que para que a venda de Lauro não seja anulável, é
necessário tanto o consentimento dos demais descentes, ou seja, Roberto, quanto o de sua esposa, Vânia,
porém, se casados em regime de separação obrigatória, o consentimento de Vânia é dispensado.

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A alternativa C está incorreta, uma vez que a venda é anulável e não nula.

A alternativa D está correta. A venda é anulável diante da falta de consentimento de Roberto, ao passo que
o consentimento de Vânia será necessário somente quando o regime de bens não for o da separação
obrigatória, conforme disciplina o artigo 496.

A alternativa E está incorreta, visto que a venda não é válida, mas sim anulável, conforme o artigo 496.

28. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) A transação


a) Concernente a obrigações resultantes de delito extingue a Ação Penal Pública.
b) Entre um dos credores solidários e o devedor não extingue a obrigação deste para com os outros credores.
c) Entre um dos devedores solidários e seu credor, não extingue a dívida em relação aos codevedores.
d) Deve ser interpretada de forma ampla e irrestrita.
e) Concluída entre o credor e o devedor desobrigará o fiador.

Comentários

A alternativa A está incorreta, uma vez que o artigo 846 dispõe que a transação concernente a obrigações
resultantes de delito NÃO extingue a Ação Penal Pública.

A alternativa B está incorreta. O parágrafo 2º do artigo 844 prevê que a transação entre um dos credores
solidários e o devedor, EXTNGUE a obrigação deste para com os outros credores solidários.

A alternativa C está incorreta. O parágrafo 3º do artigo 844 prevê que a transação entre um dos devedores
solidários e o seu credor, EXTNGUE a dívida em relação aos co-devedores.

A alternativa D está incorreta, uma vez que a transação se interpreta restritivamente, conforme o artigo 843.

A alternativa E está correta, de acordo com o parágrafo 3º do artigo 844: “se for concluída entre o credor e
o devedor, desobrigará o fiador.”

29. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) Sobre o contrato de prestação de serviços, considere:

I. Caso pessoa obrigada por contrato escrito a prestar serviço a alguém venha a prestar serviço a outrem
mediante aliciamento de terceiro, caberá ao prestador de serviços indenizar o tomador prejudicado, pois
o terceiro é pessoa estranha ao contrato.

II. A lei proíbe expressamente que a prestação de serviço seja convencionada por prazo superior a quatro
anos, de modo que caso haja fixação de prazo superior, o contrato, não sendo de natureza empresarial,
deve ser reputado extinto em relação ao excesso, ocorrendo a redução temporal, ainda que não concluída
a obra.

III. O contrato de prestação de serviços é personalíssimo, de modo que nem o tomador poderá transferir
a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem anuência da outra parte,
apresentar substituto.

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IV. É considerado serviço de consumo qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, salvo as de natureza bancária, financeira, de crédito, securitária ou trabalhista.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) II e III.
e) I e III.

Comentários

A afirmativa I está incorreta, uma vez que no caso em tela, caberá àquele que aliciar as pessoas que estão
obrigadas em contrato escrito de prestação de serviço pagar ao prestador de serviço uma importância
referente ao que lhe caberia, pelo ajuste desfeito, durante dois anos.

A afirmativa II está correta, em conformidade com o artigo 598: “a prestação de serviço não se poderá
convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem
o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-
á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.”

A afirmativa III está correta, pois o contrato não poderá ser transferido, nem do tomador do serviço a
outrem, nem do prestador do serviço a um substituto sem a anuência da outra parte, consoante o artigo
605.

A afirmativa IV está incorreta, pois de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 3º, §
2° as atividades fornecidas decorrentes das relações de caráter trabalhista não são consideradas serviço de
consumo.

A alternativa D está correta.

As alternativa A, B, C e E estão incorretas, consequentemente.

30. (FCC / TRT - 1ª REGIÃO – 2016) A respeito do contrato de compra e venda, é correto afirmar:
a) Até o momento da tradição, os riscos do preço correm por conta do comprador.
b) Não é lícita a compra e venda entre cônjuges com relação a bens excluídos da comunhão.
c) Será anulável a venda de ascendente a descendente quando houver expresso consentimento pelos outros
descendentes, mas não pelo cônjuge do alienante, independentemente do regime de bens.
d) Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o vendedor cair em insolvência,
poderá o comprador sobrestar o pagamento da coisa, até que o vendedor garanta a entrega do bem.
e) A fixação do preço não pode ser deixada ao arbítrio de terceiro.

Comentários

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A alternativa A está correta, em conformidade com o artigo 492: “até o momento da tradição, os riscos da
coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.”

A alternativa B está incorreta, uma vez que o artigo 499 dispõe ser lícita a compra e venda entre cônjuges,
sendo objeto da venda bens excluídos da comunhão.

A alternativa C está incorreta, pois, em caso de regime de separação obrigatória o consentimento do cônjuge
do alienante é dispensado, conforme o artigo 496.

A alternativa D está incorreta. O que o artigo 495 prevê é que, em caso de insolvência do comprador antes
da tradição, o vendedor poderá sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar
no tempo ajustado.

A alternativa E está incorreta, dado que o artigo 485 permite que a fixação do preço poderá ser deixada ao
arbítrio de terceiros.

31. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) Analise as seguintes assertivas sobre o contrato de mandato, de
acordo com o que estabelece o Código Civil:

I. A ratificação de atos praticados por quem não tenha o mandato, ou o tenha sem poderes suficientes,
deverá ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e produzirá efeitos a partir da data da ratificação.

II. Para administração ordinária e para transigir o mandatário dependerá de procuração com poderes
especiais ou expressos.

III. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por outro lado,
tenha obtido com esforço ao seu constituinte.

Está correto o que se afirma em


a) II e III, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.

Comentários

A afirmativa I está incorreta, um vez que diante do artigo 662, para que os atos praticados por quem não
tenha mandato sejam eficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, precisarão ser por ele
ratificados expressamente, ou ser resultado de ato inequívoco e retroagirão à DATA DO ATO, agindo, dessa
forma, de maneira “ex tunc”.

A afirmativa II está incorreta. Para atos que não exorbitem à esfera da administração ordinária, dependerá
apenas mandado em termos gerais, enquanto para transigir, o mandatário dependerá de procuração de
poderes especiais e expressos, conforme dispõe o artigo 661.

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A afirmativa III está correta, de acordo com o artigo 669 que prevê: “o mandatário não pode compensar os
prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte.”

A alternativa D está correta.

As alternativa A, B, C e E estão incorretas, consequentemente.

32. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) Conforme estabelece o Código Civil Brasileiro, nos contratos de
empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução
responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em
razão dos materiais, como do solo. Contudo, decairá deste direito assegurado pelo Código Civil, o dono da
obra que NÃO propuser a ação contra o empreiteiro, nos
a) 90 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
b) 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
c) 12 meses seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
d) 30 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
e) 60 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

Comentários

Conforme conceitua o do artigo 618 do Código Civil, o empreiteiro responderá por prazo irredutível de cinco
anos pela solidez e segurança do trabalho, em razão dos materiais, como do solo, sendo que de acordo com
o parágrafo único do aludido artigo, tal direito do dono da obra decairá se não propuser a ação contra o
empreiteiro no prazo de 180 dias a partir do aparecimento do vício ou defeito.

Dessa forma, a única alternativa que corresponde com o previsto no dispositivo legal é a alternativa B.

A alternativa B está correta.

As alternativa A, C, D, e E estão incorretas, consequentemente.

33. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) Sobre a transação, na esteira do que estabelece o Código Civil, é
correto afirmar:
a) A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.
b) É inadmissível a pena convencional na transação.
c) A transação concernente a obrigações resultantes de delito extingue, em regra, a ação penal pública.
d) A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, salvo se disser respeito a coisa
indivisível.
e) A transação não é interpretada restritivamente, e por ela se transmitem, declaram ou reconhecem
direitos.

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A alternativa A está correta, correspondendo ao disposto no artigo 849 que prevê as possibilidades de
anulação da transação somente por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.

A alternativa B está incorreta, uma vez que é ADMISSÍVEL a pena convencional na transação, de acordo com
o artigo 847.

A alternativa C está incorreta. Conforme aduz o artigo 846, se concernente a obrigações resultantes de
delito, a transação NÃO extingue a ação penal pública.

A alternativa D está incorreta, consoante o disposto no artigo 844 mesmo que a transação diga respeito a
coisa indivisível, a transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem.

A alternativa E está incorreta. A transação é interpretada restritivamente, e por ela não se transmite, mas
sim, apenas se declaram ou reconhecem direitos, de acordo com o artigo 844.

34. (FCC / TRT - 23ª REGIÃO – 2016) Jorge vendeu um imóvel a Plínio. Plínio, por sua vez, vendeu um
veículo a Jorge. As partes não convencionaram quem arcaria com as despesas com escritura e registro do
imóvel, nem com as da tradição do veículo. Neste caso, de acordo com o Código Civil,
a) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também com as da tradição do veículo.
b) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Jorge com as da tradição do veículo.
c) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também com as da tradição do veículo.
d) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Plínio com as da tradição do veículo.

e) Plínio e Jorge arcarão, em parte iguais, com as despesas com escritura e registro do imóvel e com as da
tradição do veículo.

Comentários

De acordo com o artigo 490, as despesas de escritura e registro ficam a cargo do comprados, ao passo que
as despesas da tradição ficam a cargo do vendedor, salvo cláusula que expresse o contrário. Nos dois
contratos de compra e venda narrados no enunciado da questão não houve disposição de qualquer cláusula
no sentido de modificar a divisão feita pelo artigo 490.

Jorge é o vendedor do imóvel a Plínio, assim, é Plínio, o comprador, que arcará com as despesas do registro
e escritura do imóvel. Quanto a venda do veículo, Plínio vendeu-o a Jorge, ou seja, na condição de vendedor,
também é Plínio que deverá arcar com as despesas da tradição.

Diante disso, somente a alternativa C está correta, enquanto as demais estão incorretas, contrariando o
dispositivo legal.

As alternativa A, B, D e E estão incorretas, consequentemente.

35. (FCC / TJ-PI – 2015) Sobre a compra e venda, considere:

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I. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo
do vendedor as da tradição.

II. É nula a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante
expressamente houverem consentido.

III. O ascendente não pode vender a seus descendentes bens cujo valor ultrapasse a metade de seu
patrimônio.

IV. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta
do comprador.

V. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.

Está correto o que se afirmar APENAS em


a) II, III e V.
b) II, III e IV.
c) I, III e V.
d) I, IV e V.
e) I, II e IV.

Comentários

A afirmativa I está correta, consoante o que dispõe o artigo 490: “salvo cláusula em contrário, ficarão as
despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição”.

A afirmativa II está incorreta, uma vez que, de acordo com o artigo 496 a venda efetuada de ascendente
para descendente, sem o consentimento expresso dos demais descendentes e do cônjuge do alienante é
ANULÁVEL e não nula.

A afirmativa III está incorreta, pois não há proibição legal que impeça o ascendente de efetuar venda a seus
descentes de bens cujo valor ultrapasse a metade do seu patrimônio.

A afirmativa IV está correta, em conformidade com o disposto no artigo 492: “Até o momento da tradição,
os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.”

A afirmativa V está correta, de acordo com o artigo 499 que permite a compra e venda entre cônjuges com
relação a bens excluídos da comunhão.

A alternativa D está correta.

As alternativa A, B, C e E estão incorretas, consequentemente.

36. (FCC / TJ-SE – 2015) São contratos aleatórios,

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a) Apenas os que se referem a alienação de coisas existentes, mas expostas a risco assumido pelo adquirente
e, por isso, poderá ser anulado como doloso pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não
ignorava a consumação do risco a que se considerava exposta a coisa.
b) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes
assuma, os cujo objeto sejam coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer
quantidade e os que se referirem a coisas existentes, mas expostas a risco assumido pelo adquirente.
c) Somente os que envolvam jogo ou aposta, e o de seguro.
d) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes
assuma, entretanto, não se consideram aleatórios se o risco for de virem a existir em qualquer quantidade.
e) Aqueles em que o risco assumido é de virem existir coisas em qualquer quantidade, mas não os de nada
virem a existir, porque, neste caso, o negócio é nulo por acarretar o enriquecimento sem causa e, portanto,
ilícito o objeto.

Comentários

A alternativa A está incorreta, uma vez que os artigos 458 e 459 disciplinam modalidades de contratos
aleatórios que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, ou seja, não existindo somente contratos aleatórios
referentes à alienação de coisas existentes, mas expostas a risco.

A alternativa B está correta. Descreve as modalidades de contratos aleatórios sendo o primeiro, referente a
coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir seja assumido por um dos contratantes está disposto
no artigo 458; o segundo, com objeto coisas futuras, tomando o adquirente para si o risco de virem a existir
em qualquer quantidade, está disposto no artigo 459; e, por fim, o que se refere a coisas existentes, mas
expostas a risco, sendo este assumido pelo adquirente, está disposto no artigo 460.

A alternativa C está incorreta, pois os contratos aleatórios estão descritos no artigo 458 a 461, sendo que,
inicialmente, os contratos de jogo e aposta não são respaldados pela legislação vigente, enquanto o contrato
de seguro não se enquadra nos dispositivos descritos.

A alternativa D está incorreta, visto que, são também considerados aleatórios os contratos em que o risco
for de que as coisas possam vir a existir em qualquer quantidade, conforme o artigo 459.

A alternativa E está incorreta, uma vez que os contratos em que as coisas correm o risco de não vir a existir
não são nulos, pelo contrário, estão disciplinados no artigo 458 como contratos aleatórios.

37. (FCC / TRE-AP – 2015) De acordo com o Código Civil brasileiro, sob pena de nulidade, não podem
ser comprados, pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde
servirem, ou a que se estender a sua autoridade. Esta proibição
a) Não compreende os casos de compra e venda entre coerdeiros.
b) Não se estendem, em regra, à cessão de crédito.
c) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
d) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

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e) Não compreende bens adquiridos em hasta pública.

Comentários

A alternativa A está correta. O artigo 498 dispõe que a proibição de que trata o inciso III do artigo 497, ou
seja, que juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça
não podem comprar, ainda que por hasta pública os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo
ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade, não compreende os casos de
compra e venda ou cessão entre coerdeiros.

A alternativa B está incorreta, diante do disposto no parágrafo único do artigo 497 que prevê que as
proibições do artigo em questão ESTENDEM-SE à cessão de crédito.

A alternativa C está incorreta, pois o Código Civil em nenhum momento faz limitação em relação ao valor do
bem, assim como a alternativa D também está incorreta.

A alternativa D está incorreta, pois o Código Civil em nenhum momento faz limitação em relação ao valor
do bem, assim como a alternativa D também está incorreta.

A alternativa E está incorreta, visto que o caput do artigo 497 prevê que ainda que em hasta pública, os
incisos de I a IV caracterizam hipóteses em que a compra é efetuada sob pena de nulidade.

38. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Na compra e venda

a) Os riscos da tradição, em regra, correm por conta do vendedor.

b) O vendedor é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço, mesmo que o negócio tenha sido
praticado à vista.

c) Não pode o cônjuge, na constância do casamento, alienar um bem a outro, ainda que particular.

d) A entrega da coisa é pressuposto de existência do contrato.

e) O vendedor sempre responde pelos débitos, até o momento da tradição.

Comentários

A alternativa A está correta em conformidade com o disposto na primeira parte do artigo 492, que prevê
que, até a tradição, os riscos correm por conta do vendedor.

A alternativa B está incorreta, pois, a não ser que a venda seja efetuada a crédito, o vendedor NÃO é
obrigado a entregar a coisa sem que tenha recebido o preço, de acordo com o artigo 491

A alternativa C está incorreta, visto que o artigo 499 permite a compra e venda entre cônjuges com relação
a bens excluídos da comunhão.

A alternativa D está incorreta. O artigo 482 expressamente dispõe que o contrato de compra e venda se
considera perfeito e obrigatório a partir do momento em que as partes acordarem no objeto e no preço.

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A alternativa E está incorreta, uma vez que o artigo 502 apresenta uma exceção à regra, sendo que, caso
haja convenção em contrário, o vendedor não reponde por todos os débitos que gravem a coisa até o
momento da tradição.

39. (FCC / TRT - 9ª REGIÃO – 2015) A respeito da transação, considere:

I. Admite-se a transação apenas quanto a direitos patrimoniais de caráter privado.

II. Quando recair sobre direitos contestados em juízo, a transação será feita por escritura ou por termo
nos autos, assinados pelos transigentes e homologado pelo juiz.

III. A transação se interpreta restritivamente.

IV. A transação feita entre credor e devedor obriga o fiador.

De acordo com o Código Civil, é correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e IV.

Comentários

A afirmação I está correta, conforme o artigo 841 que prevê que a transação somente é permitida quanto a
direitos patrimoniais de caráter privado.

A afirmação II está correta, um vez que, caso a transação recaia sobre direitos contestados em juízo, a mesma
só poderá ser feita por escritura pública ou por termos nos autos, assinados pelos transigentes e homologado
pelo juiz, de acordo com o artigo 841.

A afirmação III está correta, expressando o artigo 842 que a transação será interpretada restritivamente.

A afirmação IV está incorreta, pois, no caso de transação efetuada entre credor e o devedor, o fiador ficará
DESOBRIGADO, conforme o §1º do artigo 844.

A alternativa B está correta.

As alternativa A, C, D e E estão incorretas, consequentemente.

40. (FCC / SEFAZ-PI – 2015) De acordo com o Código Civil, o mútuo


a) Não transfere ao mutuário o domínio da coisa emprestada.
b) Autoriza o mutuário a devolver coisa de gênero, qualidade e quantidades diferentes da emprestada, desde
que de igual valor.
c) É empréstimo de coisa infungível.

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d) Será de um ano, pelo menos, se for de dinheiro e as partes não houverem estipulado prazo.
e) Pode se destinar a fins econômicos, presumindo-se, neste caso, serem devidos juros, permitida a
capitalização anual.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o mútuo é caracterizado pela transferência do domínio da coisa empresta
ao mutuário, conforme dispõe o artigo 587.

A alternativa B está incorreta. O artigo 586 é claro ao dizer que o mutuário tem o dever de restituir a coisa
ao mutuante em MESMO gênero, qualidade e quantidade.

A alternativa C está incorreta, pois, novamente de acordo com o artigo 586, o mútuo é o empréstimo de
coisas FUNGÍVEIS.

A alternativa D está incorreta, visto que, consoante o inciso II do artigo 592, se o mútuo for de dinheiro e as
partes não estipularem outro, o prazo do mútuo será de trinta dias e não de um ano.

A alternativa E está correta, uma vez que o artigo 591 prevê a hipótese do mútuo com destinação a fins
econômicos, o que neste caso, faz-se presumir os devidos juros, sendo permitida a capitalização anual.

41. (FCC / TCM-RJ – 2015) De acordo com o Código Civil, a doação


a) É nula quando realizada de ascendente para descendente.
b) Dispensa aceitação, ainda que sujeita a encargo.
c) É anulável quando realizada de ascendente para descendente.
d) Não poderá ultrapassar a vida do donatário, quando feita em forma de subvenção periódica.
e) Não se reveste, em regra, da forma escrita.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a doação de ascendente a descente é permitida, contudo, importará,
neste caso, adiantamento do que lhe couber por herança, de acordo com o artigo 544.

A alternativa B está incorreta, dispondo o artigo 539 que o doador fixará prazo para o donatário declarar o
aceite ou não da doação e, caso não o faça dentro do prazo estipulado, será considerada a aceitação.

A alternativa C está incorreta, novamente consoante o artigo 544 a doação, neste caso é permitida, contudo,
importará no adiantamento do que couber da herança.

A alternativa D está correta, de acordo com o artigo 545: “a doação em forma de subvenção periódica ao
beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar
a vida do donatário.”

A alternativa E está incorreta, já que o artigo 541 prevê a necessidade de que a doação seja efetuada por
escritura pública ou instrumento particular.

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42. (FCC / TJ-RR – 2015) A respeito de contratos de seguro, considere as seguintes assertivas:

I. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no
momento da contratação e a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento
do sinistro.

II. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.

III. Salvo disposição em contrário, não se admite a transferência do contrato de seguro de dano a terceiro
com a alienação ou cessão do interesse segurado.

IV. No seguro de vida, só podem figurar como beneficiárias pessoas que estejam sob a dependência
econômica do segurado, exceto se se tratar de cônjuge ou companheiro.

V. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado, para o caso de
morte, não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III, IV e V.
b) I, III e IV.
c) II, III e V.
d) I, II, e V.
e) I, III e V.

Comentários

A afirmativa I está correta, de acordo com os artigos 778 e 781 do Código Civil:

Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no
momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no
caso couber.

Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro, e, em
hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador.

A afirmativa II está correta, uma vez que traz, também na integralidade, o disposto no artigo 789.

A afirmativa III está incorreta, pois, de acordo com o artigo 785, a regra é que se admite a transferência do
contrato a terceiro com alienação ou cessão do interesse segurado, sendo a exceção quando as partes
dispuserem o contrário.

A afirmativa IV está incorreta, pois consoante o parágrafo único do artigo 790, presume-se o interesse, até
que se prove o contrário, quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do proponente.

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A afirmativa V está correta, transcrevendo na integralidade o artigo 794: “no seguro de vida ou de acidentes
pessoais para o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera
herança para todos os efeitos de direito.”

A alternativa D está correta.

As alternativa A, B, C e E estão incorretas, consequentemente.

43. (FCC / TRT - 23ª REGIÃO – 2015) Luiz Henrique emprestou a Cláudio, sem nenhum ônus, obra de
arte assinada pelo respectivo autor, a qual ficou exposta na sala de sua residência. A residência, durante
uma tempestade, foi atingida por um raio e se incendiou. Durante o incêndio, Cláudio houve por bem
salvar outras obras de arte, de sua propriedade, por possuírem maior valor. Considerada a situação
descrita, analise:

I. O contrato celebrado entre Luiz Henrique e Cláudio chama-se comodato, o qual tem por objeto bem
infungível, como é o caso da obra de arte assinada pelo respectivo autor.

II. O empréstimo de bem fungível ou infungível é um contrato de natureza real, perfazendo-se com a
entrega do objeto.

III. Cláudio não será obrigado a indenizar Luiz Henrique pelo perecimento da obra de arte, tendo em vista
que o caso fortuito e a força maior afastam o nexo de causalidade, o qual é pressuposto para a
responsabilização civil.

IV. Independentemente do dever de indenizar, Cláudio poderá recobrar de Luiz Henrique as despesas
feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.

Está correto o que consta APENAS em


a) III e IV.
b) I e III.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I, II e III.

Comentários

A afirmativa I está correta, pois se trata de um empréstimo gratuito de um bem não fungível, o que
caracteriza o comodato, conforme a primeira parte do artigo 579a

A afirmativa II está correta, uma vez que o comodato se perfaz com a tradição do bem, como dispõe a
segunda parte do artigo 479.

A afirmativa III está incorreta, pois Cláudio responderá pelo dano causado, uma vez que priorizou a salvação
de seus objetos, abandonando o a obra de arte do comodante. É o que disciplina o artigo, 583.

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A afirmativa IV está incorreta, visto que o artigo 584 expressamente proíbe que o comodatário recobre do
comodante as feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.

A alternativa C está correta.

As alternativa A, B, D e E estão incorretas, consequentemente.

LISTA DE QUESTÕES
FCC

1. (FCC / AFAP – 2019) Em relação à prestação de serviços,


a) toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, desde que material, pode ser contratada mediante
remuneração.
b) pode seu contrato ser estipulado por qualquer prazo, mesmo que se destine à execução de obra certa e
determinada.
c) não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar,
qualquer das partes pode resolver o contrato, a seu arbítrio, independentemente de prévio aviso.
d) a retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço se, por convenção ou costume, não houver de ser
adiantada, ou paga em prestações.
e) se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, quem o despediu deverá pagar-lhe por inteiro
tanto a remuneração vencida como a que venceria até o termo legal do contrato.

2. (FCC / DPE-AM – 2018) Em relação à fiança, é correto afirmar:


a) A fiança dar-se-á por escrito, por ser contrato acessório formal, admitindo interpretação extensiva.
b) As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois
que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
c) Para ser estipulada, a fiança exige consentimento ou autorização do devedor, por integrar seu direito
pessoal de crédito.
d) A fiança pode exceder o valor da obrigação principal, mas não pode ser de valor inferior a ela.
e) A fiança compreenderá sempre todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais,
desde a citação do fiador, não podendo ser estipulada de modo limitado.

3. (FCC / DPE- RS – 2018) O contrato de fiança é o instrumento pelo qual uma pessoa garante satisfazer
ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. Considerando as normas que
regulamentam o instituto da fiança, avalie as seguintes asserções e a relação proposta por elas:

I. A estipulação da fiança é condicionada ao consentimento expresso do devedor.

PORQUE
II. A fiança deve se dar por escrito e não admite interpretação extensiva.

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Nesse caso,
a) a asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
b) as asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I.
c) as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
d) a asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
e) as asserções I e II são proposições falsas.

4. (FCC / ALESE – 2018) No contrato oneroso de transporte, a responsabilidade do transportador


a) é elidida se as partes estipularem cláusula excludente de responsabilidade.
b) não admite nenhuma excludente de responsabilidade.
c) não difere do transporte feito gratuitamente.
d) deixa de existir se houver prova de culpa de terceiro, não sendo afastada por motivo de força maior.
e) existe independentemente de prova de culpa do transportador, salvo se o fato decorrer de força maior.

5. (FCC / PGE-TO – 2018) Nos contratos de empreitada de edifício, o empreiteiro de materiais e


execução responderá, durante o prazo
a) irredutível de 3 anos pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo,
mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se não propuser a ação contra o empreiteiro,
nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
b) irredutível de 5 anos pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo,
mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se não propuser a ação contra o empreiteiro,
nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
c) de 5 anos, prorrogável ou redutível por acordo entre as partes, pela solidez e segurança do trabalho, assim
em razão dos materiais, como do solo, mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se
não propuser a ação contra o empreiteiro, nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
d) prescricional de 10 anos pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do
solo, mas o dono da obra decairá desse direito que lhe é assegurado, se não propuser a ação contra o
empreiteiro, nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou do defeito.
e) de garantia de 5 anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo,
desde que comprovada sua culpa.

6. (FCC / DPE-AM – 2018) Em relação ao pagamento indevido,


a) se aquele que tiver recebido indevidamente um imóvel o tiver alienado em boa-fé, gratuitamente,
responde somente pela quantia recebida; mas, se o alienou onerosamente ainda que de boa-fé, além do
valor do imóvel responde por perdas e danos.
b) àquele que voluntariamente recebeu o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro ou dolo.
c) não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral ou proibido por lei;
nesse caso, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência a critério do juiz.
d) pode-se repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, mas não o valor pago para cumprir obrigação
judicialmente inexigível.

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e) todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
também àquele que recebe dívida condicional, antes ou após cumprida a condição.

7. (FCC / DPE-AP – 2018) Paulo doou o imóvel em que reside a Fábio, seu filho mais novo, reservando
para si o direito de usufruto. No ato de doação, não foi colhido consentimento de Rafael, o filho mais
velho. Posteriormente, Fábio veio a se desentender com a nova companheira de seu pai, Valquíria, ocasião
em que a ofendeu. Todos os envolvidos são maiores e capazes. Diante desta situação,
a) embora Fábio seja o proprietário do imóvel, é Paulo quem pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará
repassar os valores ou prestar contas a Fábio.
b) Rafael tem direito à anulação da doação feita em prol de seu irmão mais novo sem o seu consentimento,
por ser o negócio jurídico anulável nesta hipótese.
c) Valquíria tem direito à anulação da doação feita por Paulo em razão do ato de ingratidão do donatário.
d) Paulo pode pleitear a anulação da doação por vício do consentimento referente ao erro essencial quanto
à pessoa do donatário.
e) Fábio tem direito a exigir a extinção do usufruto em razão da superveniência da união estável do
usufrutuário Paulo com Valquíria.

8. (FCC / PGE-TO – 2018) Em transporte gratuito de pessoa, a responsabilidade civil do transportador


é regulada pela seguinte regra, extraída da lei e da jurisprudência:
a) No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por
danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.
b) O transportador não responde em nenhuma hipótese pelos danos causados à pessoa transportada, mas responde pelos danos
causados à sua bagagem, salvo motivo de força maior ou fortuito interno.
c) Subordina-se às normas do contrato de transporte aquele realizado gratuitamente por amizade ou cortesia.
d) Não se considera gratuito o transporte apenas se o transportador receber remuneração em dinheiro, não desnaturando a
gratuidade o recebimento de vantagem indireta, como o pagamento de pedágio e alimentação do transportador.
e) É vedado o transporte de menores desacompanhados dos pais ou responsáveis, sujeitando essa infração à responsabilidade
objetiva do transportador.

9. (FCC / PGE-TO – 2018) Em razão de fortes chuvas que ocasionaram inundação, os habitantes de
certa área ribeirinha tiveram de depositar seus móveis e utensílios nos armazéns e galpões particulares
que se situavam em lugares não atingidos pela calamidade. Esse depósito qualifica-se como
a) contrato inominado, por faltar disposição legal sobre ele, podendo ser gratuito ou oneroso.
b) voluntário e se presume gratuito, exceto se houver convenção em contrário.
c) necessário e se presume gratuito.
d) legal e sujeita o depositário que se recusar a devolver os bens, cessados os efeitos da calamidade, à prisão
e ao ressarcimento dos prejuízos.
e) miserável, mas não se presume gratuito.

10. (FCC / PGE-TO – 2018) Discorrendo sobre a inexecução contratual positiva, escreveu Orlando
Gomes:

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O conceito de inadimplemento ampliou-se com a importante contribuição trazida por Staub em sua
famosa obra Die positiv Vertragsverletzungen, publicada em 1904, em que trata dos obstáculos ao
cumprimento da obrigação. Aos três modos conhecidos de inadimplemento, acrescentou um, positivo,
denominado, estreitamente para Wieacker, inexecução contratual positiva, ou, como prefere Hedemann,
violação positiva do crédito. Configura-se o inadimplemento, nessa hipótese, pelo comportamento do
devedor, que faz o que não deveria fazer, agindo quando deveria omitir-se. Pratica ele, em suma, uma
ação injusta ao criar obstáculo ao cumprimento da obrigação, devendo-se, por conseguinte, interpretar-
se tal comportamento como inadimplemento.

(Adaptado de: GOMES, Orlando. Transformações Gerais do Direito das Obrigações. Editora Revista dos
Tribunais: São Paulo, 1980, p. 157).

A partir desse excerto e das regras legais vigentes, é correto afirmar que há violação positiva do contrato
quando
a) o credor, contra a vontade do devedor, estipula fiança.
b) o alienante do estabelecimento empresarial, não havendo proibição expressa, faz concorrência ao
adquirente nos 5 anos subsequentes à transferência.
c) terceiro alicia pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem.
d) o mandatário que, em qualquer circunstância, ciente da morte do mandante concluir negócio já
começado.
e) o segurado, ainda que não intencionalmente, agravar o risco objeto do contrato de seguro.

11. (FCC / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) De acordo com o Código Civil, o mandato
a) pode ser verbal ou escrito, mas não pode ser tácito.
b) não admite aceitação tácita.
c) outorgado por instrumento público não poderá ser substabelecido por instrumento particular.
d) se sujeita, necessariamente, à forma exigida por lei para o ato a ser praticado.
e) em termos gerais confere poderes para alienar ou hipotecar, salvo se expressamente excluídos.

12. (FCC / FUNAPE – 2017) Em matéria de mandato, é INCORRETO afirmar:


a) As pessoas capazes, em regra, são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá
desde que tenha a assinatura do outorgante.
b) O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante
e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
c) O substabelecimento de procuração outorgada por instrumento público não pode se dar, em nenhuma
hipótese, por meio de instrumento particular.
d) O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
e) O mandato, em termos gerais, só confere poderes de administração.

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13. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Sobre o contrato de compra e venda, nos termos estabelecidos
pelo Código Civil, é correto afirmar:
a) O prazo para exercer o direito de preferência ou preempção não poderá exceder a cinco anos, se a coisa
for imóvel.
b) É anulável a venda de ascendente a descendente sem o consentimento dos outros descendentes e do
cônjuge do alienante, independentemente do regime de bens estabelecido para o casamento.
c) Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser,
tanto por tanto, observadas as regras estabelecidas pela legislação em vigor.
d) No contrato de compra e venda com reserva de domínio o vendedor poderá executar a cláusula de reserva
de domínio independentemente de constituir o devedor em mora, mediante protesto ou interpelação
judicial.
e) É vedada a fixação pelas partes do preço da coisa à taxa de mercado ou de bolsa em certo e determinado
dia e lugar.

14. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-
la no prazo máximo de decadência de 3 anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas
do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita,
ou para a realização de benfeitorias necessárias. No tocante às cláusulas especiais à compra e venda, trata-
se especificamente da
a) venda com reserva de domínio.
b) preempção.
c) preferência.
d) retrovenda.
e) venda a contento.
15. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) Paulo vendeu um automóvel para Pedro, reservando para si a
propriedade até que o preço esteja integralmente pago. Tal modalidade de compra e venda denomina-se
a) venda sujeita a preferência.
b) venda a contento.
c) venda sobre documentos.
d) retrovenda.
e) venda com reserva de domínio.

16. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito do contrato de compra e venda, considere:

I. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos e houver contradição ou diferença


entre estes e a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato, prevalecerá a descrição constante do
contrato.
II. As partes podem deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia
e local.

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III. É lícita a compra e venda entre cônjuges com relação a bens excluídos da comunhão.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) III.

17. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) No que concerne ao contrato de locação de coisas, considere:

I. Benfeitorias necessárias feitas com expresso consentimento do locador.

II. Benfeitorias necessárias feitas sem expresso consentimento do locador.

III. Benfeitorias úteis feitas com expresso consentimento do locador.

IV. Benfeitorias úteis feitas sem expresso consentimento do locador.

Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção APENAS em


a) I, III e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

18. (FCC / TRE-SP – 2017) A respeito da fiança, considere:

I. Pode ser estipulada na forma verbal, desde que na presença de, ao menos, duas testemunhas.

II. Pode ser estipulada ainda que contra a vontade do devedor.

III. Não pode ser de valor inferior ao da obrigação principal.

IV. Não admite interpretação extensiva.

Está correto o que consta APENAS em


a) II e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I e II.
e) I e III.

19. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Ricardo, empreiteiro, firmou contrato de empreitada com Rodrigo,
envolvendo fornecimento de mão de obra e materiais para construção de uma casa com cinco dormitórios
em condomínio fechado na cidade de São Paulo. A obra transcorreu de forma regular e o imóvel foi

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entregue ao contratante Rodrigo. À luz do Código Civil, com a entrega da obra, Ricardo responderá pela
solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como o solo, durante o prazo irredutível
de
a) 10 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 180 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
b) 5 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 180 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
c) 5 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 90 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
d) 15 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 90 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
e) 10 anos, decaindo deste direito assegurado ao dono da obra, se Rodrigo não propuser a ação nos 90 dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

20. (FCC / TRT - 11ª REGIÃO – 2017) No contrato de empreitada,


a) o contrato para elaboração de um projeto implica a obrigação de executá-lo.
b) presume-se a obrigação de fornecer materiais por parte do empreiteiro.
c) o empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se por imperícia ou negligência os inutilizar.
d) o contrato para elaboração de um projeto implica a obrigação de fiscalizar a sua execução.
e) a morte de qualquer das partes implica sempre a sua extinção.

21. (FCC / DPE-ES – 2016) Sobre o contrato de fiança:

I. A fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva, mas, não sendo limitada,
compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do
fiador.

II. É nula a fiança concedida pelo homem casado, sem a anuência do cônjuge, salvo se o casamento se tiver
realizado pelo regime da separação total de bens.

III. A fiança conjuntamente celebrada a um só débito por mais de uma pessoa não importa compromisso
de solidariedade entre elas, salvo disposição contratual em sentido contrário.

IV. O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as extintivas da obrigação que
competem ao devedor principal, se não provierem simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso de
mútuo feito a pessoa menor.

V. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe
convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do
credor, mas esse prazo é de cento e vinte dias se a fiança for de obrigações decorrentes de locação predial
urbana.
Está correto o que se afirma APENAS em

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a) III, IV e V.
b) I, II e III.
c) I, IV e V.
d) I, III, e IV.
e) II, IV e V.

22. (FCC / SEGEP-MA – 2016) Marcelo emprestou gratuitamente a Henrique, para que expusesse em
sua galeria de arte, obra assinada por renomado artista plástico. Enquanto a obra estava exposta, a galeria
de artes foi atingida por um raio que incendiou o local. Durante o incêndio, Henrique houve por bem salvar
as obras de sua propriedade, tendo em vista possuírem valor maior, abandonando a de Marcelo, que se
danificou. O contrato celebrado entre Marcelo e Henrique é de
a) Comodato, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com o acordo de vontades e Henrique
responderá pelo dano, não podendo invocar como causa excludente de responsabilidade caso fortuito ou
força maior.
b) Comodato, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com a sua tradição e Henrique responderá
pelo dano, não podendo invocar como causa excludente de responsabilidade caso fortuito ou força maior.
c) Mútuo, que tem como objeto bem fungível, perfaz-se com o acordo de vontades e Henrique não
responderá pelo dano, pois o caso fortuito ou a força maior exclui o nexo de causalidade, afastando o dever
de indenizar.
d) Comodato, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com o acordo de vontades e Henrique não
responderá pelo dano, pois o caso fortuito ou a força maior exclui o nexo de causalidade, afastando o dever
de indenizar.
e) Mútuo, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com a sua tradição e Henrique responderá pelo
dano, não podendo invocar como causa excludente de responsabilidade caso fortuito ou força maior.

23. (FCC / SEGEP-MA – 2016) Fábio locou imóvel residencial para Cláudio. Luiz afiançou o contrato,
embora contra a vontade de Cláudio e em valor inferior ao da obrigação principal, renunciado ao benefício
de ordem. Tal contrato é
a) Inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do devedor, e em valor inferior ao
da obrigação principal, é nula a renúncia ao benefício de ordem, tendo em vista que a fiança não pode
receber interpretação extensiva.
b) Válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do devedor e em valor inferior ao da
obrigação principal, e havendo renunciado ao benefício de ordem, Luiz terá direito de exigir sejam excutidos,
antes dos seus, os bens do devedor.
c) Inválido, pois a fiança, assim como qualquer contrato, não pode ser estipulada contra a vontade de uma
das partes.
d) Inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do devedor, deve necessariamente
compreender o valor integral da obrigação principal.
e) Válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do devedor e em valor inferior ao da
obrigação principal, mas havendo renunciado ao benefício de ordem, Luiz não terá direito de exigir sejam
excutidos, antes dos seus, os bens do devedor.

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24. (FCC / PGE-MT – 2016) Acerca do comodato, considere:

I. O comodato é contrato real, perfazendo-se com a tradição do objeto.

II. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da
coisa que for arbitrado pelo comodante.

III. O comodatário responde pelo dano decorrente de caso fortuito ou força maior se, correndo risco o
objeto do comodato, juntamente com os seus, antepuser a salvação destes, abandonando o do
comodante.

IV. Se o comodato não tiver prazo convencional, o comodante poderá, a qualquer momento, suspender o
uso e gozo da coisa emprestada, independentemente de decisão judicial e da finalidade do negócio.

Está correta o que ser afirma em


a) I, II e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

25. (FCC / PGE-MT – 2016) Em relação ao mandato, considere:

I. Tanto as pessoas capazes, bem como as relativa ou absolutamente incapazes, são aptas para outorgar
procuração mediante instrumento particular.

II. Não se pode substabelecer mediante instrumento particular, se o mandato foi outorgado mediante
instrumento público.

III. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto
corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.

IV. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida, quanto baste para
pagamento de tudo que lhe for devido em consequência do mandato.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I e III.
e) II e IV.

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26. FCC / TRT - 20ª REGIÃO – 2016) Mário vendeu um apartamento a seu filho Caio, porém sem obter,
antes, a anuência dos demais filhos seus. Tal contrato é
a) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas de escritura e registro e
responderá por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
b) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do falecimento de Mário. Salvo
convenção em contrário, Caio arcará com as despesas de escritura e registro e Mário responderá por todos
os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
c) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do falecimento de Mário. Salvo
convenção em contrário, Mário arcará com as despesas de escritura e registro e responderá por todos os
débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
d) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Caio arcará com as despesas de escritura e registro e Mário
responderá por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
e) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas de escritura e registro e Caio
responderá por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.

27. (FCC / DPE-BA – 2016) Lauro é casado com Vânia. O casal teve um filho, já falecido, que lhes deu
dois netos, Roberto e Renato, todos maiores e capazes. Lauro deseja transferir um de seus imóveis ao seu
neto Renato, entretanto, Roberto e Vânia não concordam com referida transferência. Diante desses fatos,
é correto afirmar que o contrato de venda e compra entre Lauro e seu neto Renato sem o consentimento
de Roberto é
a) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia, pode afetar ou não a validade do ato, a depender do
regime de bens adotado; ainda, o consentimento de Roberto é necessário para que Lauro faça doação em
favor de Renato.
b) Anulável, assim como o é em razão da falta do consentimento de Vânia, independentemente do regime
de bens adotado; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação em favor
de Renato.
c) Nulo, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do ato ou não, a depender do regime
de bens adotado; por fim, ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação
em favor de Renato.
d) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do ato ou não, a depender do
regime de bens adotado; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça a doação
em favor de Renato.
e) Válido, pois a lei apenas exige o consentimento nos contratos de compra e venda entre pai e filhos, não
se estendendo às hipóteses de contratos entre avôs e netos; ainda, o consentimento de Roberto não é
necessário para que Lauro faça doação em favor de Renato.

28. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) A transação


a) Concernente a obrigações resultantes de delito extingue a Ação Penal Pública.
b) Entre um dos credores solidários e o devedor não extingue a obrigação deste para com os outros credores.
c) Entre um dos devedores solidários e seu credor, não extingue a dívida em relação aos codevedores.
d) Deve ser interpretada de forma ampla e irrestrita.

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e) Concluída entre o credor e o devedor desobrigará o fiador.

29. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) Sobre o contrato de prestação de serviços, considere:

I. Caso pessoa obrigada por contrato escrito a prestar serviço a alguém venha a prestar serviço a outrem
mediante aliciamento de terceiro, caberá ao prestador de serviços indenizar o tomador prejudicado, pois
o terceiro é pessoa estranha ao contrato.

II. A lei proíbe expressamente que a prestação de serviço seja convencionada por prazo superior a quatro
anos, de modo que caso haja fixação de prazo superior, o contrato, não sendo de natureza empresarial,
deve ser reputado extinto em relação ao excesso, ocorrendo a redução temporal, ainda que não concluída
a obra.

III. O contrato de prestação de serviços é personalíssimo, de modo que nem o tomador poderá transferir
a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem anuência da outra parte,
apresentar substituto.

IV. É considerado serviço de consumo qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, salvo as de natureza bancária, financeira, de crédito, securitária ou trabalhista.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) II e III.
e) I e III.

30. (FCC / TRT - 1ª REGIÃO – 2016) A respeito do contrato de compra e venda, é correto afirmar:
a) Até o momento da tradição, os riscos do preço correm por conta do comprador.
b) Não é lícita a compra e venda entre cônjuges com relação a bens excluídos da comunhão.
c) Será anulável a venda de ascendente a descendente quando houver expresso consentimento pelos outros
descendentes, mas não pelo cônjuge do alienante, independentemente do regime de bens.
d) Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o vendedor cair em insolvência,
poderá o comprador sobrestar o pagamento da coisa, até que o vendedor garanta a entrega do bem.
e) A fixação do preço não pode ser deixada ao arbítrio de terceiro.

31. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) Analise as seguintes assertivas sobre o contrato de mandato, de
acordo com o que estabelece o Código Civil:

I. A ratificação de atos praticados por quem não tenha o mandato, ou o tenha sem poderes suficientes,
deverá ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e produzirá efeitos a partir da data da ratificação.

II. Para administração ordinária e para transigir o mandatário dependerá de procuração com poderes
especiais ou expressos.

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III. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por outro lado,
tenha obtido com esforço ao seu constituinte.

Está correto o que se afirma em


a) II e III, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.

32. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) Conforme estabelece o Código Civil Brasileiro, nos contratos de
empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução
responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em
razão dos materiais, como do solo. Contudo, decairá deste direito assegurado pelo Código Civil, o dono da
obra que NÃO propuser a ação contra o empreiteiro, nos
a) 90 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
b) 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
c) 12 meses seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
d) 30 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
e) 60 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

33. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) Sobre a transação, na esteira do que estabelece o Código Civil, é
correto afirmar:
a) A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.
b) É inadmissível a pena convencional na transação.
c) A transação concernente a obrigações resultantes de delito extingue, em regra, a ação penal pública.
d) A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, salvo se disser respeito a coisa
indivisível.
e) A transação não é interpretada restritivamente, e por ela se transmitem, declaram ou reconhecem
direitos.

34. (FCC / TRT - 23ª REGIÃO – 2016) Jorge vendeu um imóvel a Plínio. Plínio, por sua vez, vendeu um
veículo a Jorge. As partes não convencionaram quem arcaria com as despesas com escritura e registro do
imóvel, nem com as da tradição do veículo. Neste caso, de acordo com o Código Civil,
a) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também com as da tradição do veículo.
b) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Jorge com as da tradição do veículo.
c) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também com as da tradição do veículo.
d) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Plínio com as da tradição do veículo.

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e) Plínio e Jorge arcarão, em parte iguais, com as despesas com escritura e registro do imóvel e com as da tradição do veículo.

35. (FCC / TJ-PI – 2015) Sobre a compra e venda, considere:

I. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo
do vendedor as da tradição.

II. É nula a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante
expressamente houverem consentido.

III. O ascendente não pode vender a seus descendentes bens cujo valor ultrapasse a metade de seu
patrimônio.

IV. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta
do comprador.

V. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.

Está correto o que se afirmar APENAS em


a) II, III e V.
b) II, III e IV.
c) I, III e V.
d) I, IV e V.
e) I, II e IV.

36. (FCC / TJ-SE – 2015) São contratos aleatórios,


a) Apenas os que se referem a alienação de coisas existentes, mas expostas a risco assumido pelo adquirente
e, por isso, poderá ser anulado como doloso pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não
ignorava a consumação do risco a que se considerava exposta a coisa.
b) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes
assuma, os cujo objeto sejam coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer
quantidade e os que se referirem a coisas existentes, mas expostas a risco assumido pelo adquirente.
c) Somente os que envolvam jogo ou aposta, e o de seguro.
d) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes
assuma, entretanto, não se consideram aleatórios se o risco for de virem a existir em qualquer quantidade.
e) Aqueles em que o risco assumido é de virem existir coisas em qualquer quantidade, mas não os de nada
virem a existir, porque, neste caso, o negócio é nulo por acarretar o enriquecimento sem causa e, portanto,
ilícito o objeto.

37. (FCC / TRE-AP – 2015) De acordo com o Código Civil brasileiro, sob pena de nulidade, não podem
ser comprados, pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde
servirem, ou a que se estender a sua autoridade. Esta proibição
a) Não compreende os casos de compra e venda entre coerdeiros.

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b) Não se estendem, em regra, à cessão de crédito.


c) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
d) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
e) Não compreende bens adquiridos em hasta pública.

38. (FCC / MANAUSPREV – 2015) Na compra e venda

a) Os riscos da tradição, em regra, correm por conta do vendedor.

b) O vendedor é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço, mesmo que o negócio tenha sido praticado à vista.

c) Não pode o cônjuge, na constância do casamento, alienar um bem a outro, ainda que particular.

d) A entrega da coisa é pressuposto de existência do contrato.

e) O vendedor sempre responde pelos débitos, até o momento da tradição.

39. (FCC / TRT - 9ª REGIÃO – 2015) A respeito da transação, considere:

I. Admite-se a transação apenas quanto a direitos patrimoniais de caráter privado.

II. Quando recair sobre direitos contestados em juízo, a transação será feita por escritura ou por termo
nos autos, assinados pelos transigentes e homologado pelo juiz.

III. A transação se interpreta restritivamente.

IV. A transação feita entre credor e devedor obriga o fiador.

De acordo com o Código Civil, é correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e IV.

40. (FCC / SEFAZ-PI – 2015) De acordo com o Código Civil, o mútuo


a) Não transfere ao mutuário o domínio da coisa emprestada.
b) Autoriza o mutuário a devolver coisa de gênero, qualidade e quantidades diferentes da emprestada, desde
que de igual valor.
c) É empréstimo de coisa infungível.
d) Será de um ano, pelo menos, se for de dinheiro e as partes não houverem estipulado prazo.
e) Pode se destinar a fins econômicos, presumindo-se, neste caso, serem devidos juros, permitida a
capitalização anual.
41. (FCC / TCM-RJ – 2015) De acordo com o Código Civil, a doação

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a) É nula quando realizada de ascendente para descendente.


b) Dispensa aceitação, ainda que sujeita a encargo.
c) É anulável quando realizada de ascendente para descendente.
d) Não poderá ultrapassar a vida do donatário, quando feita em forma de subvenção periódica.
e) Não se reveste, em regra, da forma escrita.

42. (FCC / TJ-RR – 2015) A respeito de contratos de seguro, considere as seguintes assertivas:

I. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no
momento da contratação e a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento
do sinistro.

II. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.

III. Salvo disposição em contrário, não se admite a transferência do contrato de seguro de dano a terceiro
com a alienação ou cessão do interesse segurado.

IV. No seguro de vida, só podem figurar como beneficiárias pessoas que estejam sob a dependência
econômica do segurado, exceto se se tratar de cônjuge ou companheiro.

V. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado, para o caso de
morte, não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III, IV e V.
b) I, III e IV.
c) II, III e V.
d) I, II, e V.
e) I, III e V.

43. (FCC / TRT - 23ª REGIÃO – 2015) Luiz Henrique emprestou a Cláudio, sem nenhum ônus, obra de
arte assinada pelo respectivo autor, a qual ficou exposta na sala de sua residência. A residência, durante
uma tempestade, foi atingida por um raio e se incendiou. Durante o incêndio, Cláudio houve por bem
salvar outras obras de arte, de sua propriedade, por possuírem maior valor. Considerada a situação
descrita, analise:

I. O contrato celebrado entre Luiz Henrique e Cláudio chama-se comodato, o qual tem por objeto bem
infungível, como é o caso da obra de arte assinada pelo respectivo autor.

II. O empréstimo de bem fungível ou infungível é um contrato de natureza real, perfazendo-se com a
entrega do objeto.

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III. Cláudio não será obrigado a indenizar Luiz Henrique pelo perecimento da obra de arte, tendo em vista
que o caso fortuito e a força maior afastam o nexo de causalidade, o qual é pressuposto para a
responsabilização civil.

IV. Independentemente do dever de indenizar, Cláudio poderá recobrar de Luiz Henrique as despesas
feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.

Está correto o que consta APENAS em


a) III e IV.
b) I e III.
c) I e II.
d) II e IV.

e) I, II e III.

GABARITO

FCC

1. AFAP – 2019 D 17. TRT - 11ª REGIÃO – 2017 D


2. DPE-AM – 2018 B 18. TRE-SP – 2017 A
3. DPE- RS – 2018 A 19. TRT - 24ª REGIÃO – 2017 B
4. ALESE – 2018 E 20. TRT - 11ª REGIÃO – 2017 C
5. PGE-TO – 2018 B 21. DPE-ES – 2016 C
6. DPE-AM – 2018 C 22. SEGEP-MA – 2016 B
7. DPE-AP – 2018 A 23. SEGEP-MA – 2016 E
8. PGE-TO – 2018 A 24. PGE-MT – 2016 A
9. PGE-TO – 2018 E 25. PGE-MT – 2016 A
10. PGE-TO – 2018 B 26. TRT - 20ª REGIÃO – 2016 D
11. TRF - 5ª REGIÃO – 2017 D 27. DPE-BA – 2016 D
12. FUNAPE – 2017 C 28. PREF DE TERESINA-PI – 2016 E
13. TRT - 24ª REGIÃO – 2017 C 29. PREF DE TERESINA-PI – 2016 D
14. TRT - 24ª REGIÃO – 2017 D 30. TRT - 1ª REGIÃO – 2016 A
15. TRT - 11ª REGIÃO – 2017 E 31. TRT - 14ª REGIÃO – 2016 D
16. TRT - 11ª REGIÃO – 2017 A 32. TRT - 14ª REGIÃO – 2016 B

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33. TRT - 14ª REGIÃO – 2016 A 39. TRT - 9ª REGIÃO – 2015 B


34. TRT - 23ª REGIÃO – 2016 C 40. SEFAZ-PI – 2015 E
35. TJ-PI – 2015 D 41. TCM-RJ – 2015 D
36. TJ-SE – 2015 B 42. TJ-RR – 2015 D
37. TRE-AP – 2015 A 43. TRT - 23ª REGIÃO – 2015 C
38. TRE-AP – 2015 A

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RESUMO
 Compra e venda: um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-
lhe certo preço em dinheiro.

 Não se exige, em regra, formalidade específica, salvo nos casos estritamente previstos em lei,
como a compra e venda de bens imóveis, em que é necessária a realização de contrato escrito mediante
escritura pública e seu registro no Registro de Imóveis para que gere efeitos perante terceiros.

 Em regra, as despesas de escritura e registro ficam a cargo do comprador e as despesas com a


tradição ficam sob responsabilidade do vendedor.

 Em regra, até o momento da tradição, tudo o que ocorrer com a coisa será de responsabilidade do
vendedor e tudo o que acontecer com o preço será de responsabilidade comprador. Os riscos com a coisa
correm por conta do comprador quando:

• A coisa encontra-se à disposição do comprador;


• O comprador está em mora de receber a coisa;
• O comprador solicita que a coisa seja entregue em local diverso;
• Houver mútuo acordo entre as partes.

 Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:

• pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda


ou administração;
• pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou
que estejam sob sua administração direta ou indireta;
• pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares
da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar
onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
• pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.

 É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do


alienante expressamente houverem consentido.

Retrovenda: vendedor tem direito de exigir que o comprador lhe revenda o imóvel, dentro do
prazo máximo de 3 anos (cláusula resolutiva), devendo restituir o preço recebido e reembolsar as despesas
do comprador.

 Venda a contento: o adquirente manifesta seu contentamento com a coisa e, ainda, mesmo com
a tradição do bem, o domínio só é transferido com a concordância do comprador.

 Venda sujeita a prova: o vendedor dá prazo para que o comprador verifique se a coisa tem as
qualidades anunciadas e seja idônea para o fim a que se destina.

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 Preempção: o comprador fica obrigado a oferecer o bem ao vendedor, que se pagar o mesmo
valor oferecido pelo terceiro, nas mesmas condições, terá preferência sobre ele. São requisitos:

• comprador tem que querer vender o bem adquirido


• vendedor tem que querer recomprar o bem
• vendedor tem que exercer o direito no prazo (não pode ser superior a 180 dias se bem móvel
ou 2 anos, se imóvel; se não estipulado, caducará em 3 dias, se bem móvel, e 60 dias, se
imóvel.)

Venda com reserva de domínio: o domínio permanece com o vendedor até que a última prestação
seja paga pelo comprador (evento futuro e incerto); o comprador responde pelos riscos da coisa, desde
quando lhe foi entregue.

Venda sobre documentos: não há tradição da coisa propriamente dita, que é substituída pela
entrega do seu título representativo.

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