Você está na página 1de 73
AULA 03: PUNIBILIDADE E EXTINGAO DA PUNIBILIDADE SUMARIO 1. PUNIBILIDADE E SUA EXTINGAO 1.1 Introdugao. 1.2 Causas de extingdo da punibil idade diversas da prescricao. 1.3 Prescrigéo. 13.1 Prescricao da pretensao punitiva.. 13.2 Prescriggo da pretensao executéria... 1.3.3 Disposigdes importantes sobre a prescricao 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES, 3 SUMULAS PERTINENTES 3.4 Stmulas do STI. 4 RESUMO. 5 EXERCICIOS PARA PRATICAR 6 EXERCICIOS COMENTADOS.. 7 GABARITO Ola, meus amigos concurseiros! Nessa aula vamos um estudar um tema muito relevante que é a “extingdo da punibilidade”. Muita atencdo a aula de hoje, pois é um tema que exige concentragao. A aula inteira é importante, mas o foco principal deve ser a parte relativa a prescricao da pretensdo punitiva 1 PUNIBI E E SUA EXTINCAO 1.1 Introducdo Quando alguém comete um fato definido como crime, surge para o Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius puniendi. Em regra, todo fato tipico, ilicito e praticado por agente culpavel, é punivel. No entanto, 0 exercicio do ius puniendi encontra limitacées de diversas ordens, sendo a principal delas a limitacdo temporal (prescric&o). Desta forma, o Estado deve exercer o jus puniendi da maneira prevista na lei (através do manejo da Ac&o Penal no processo penal), bem como deve fazé- lo no prazo legal. Para o nosso estudo interessam mais as hipéteses de extingdo da punibilidade. Vamos analisd-las entao! O art. 107 do CP prevé que: Art 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redacio dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984 I- pela morte do agente; IT - pela anistia, graca ou indulto; Il - pela retroatividade de lei que n3o mais considera 0 fato como criminoso; IV - pela prescri¢ao, decadéncia ou perempcao; V - pela rentincia do direito de queixa ou pelo perdio aceito, nos crimes de acio privada; VI - pela retratacao do agente, nos casos em que a lei a admite; IX - pelo perdao judicial, nos casos previstos em lei. Veremos, primeiro, todas as causas de extingdo da punibilidade diversas da prescrigdo. Depois, vamos ao estudo da prescrig&o, que é a principal delas. 1.2 Causas de extincdo da punibilidade diversas da prescricdo © primeiro caso é bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o principio da intranscendéncia da pena, ou seja, a pena ndo pode passar da pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa 0 direito de punir do Estado. Aanistia, a graca e 0 indulto séo modalidades muito parecidas de exting&o da punibilidade. Entretanto, nao se confundem. A anistia) exclui) 6) proprio rime, ou seja, o Estado determina que as condutas praticadas (ja praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos agentes nado sejam consideradas crimes. A anistia pode ser concedida pelo Poder Legislativo, e pode ser conferida a qualquer momento (inclusive apés a sentenca penal condenatéria transitada em julgado), fazendo cessar todos os efeitos PENAIS da condenacdo (ex.: reincidéncia). EXEMPLO: Determinados policiais militares resolvem fazer greve por melhores salarios, condicdes de trabalho, etc. Na greve, fazem piquetes, acabam coagindo colegas, etc. Tais pessoas estardo praticando crime. Contudo, posteriormente, o Poder Legislativo verifica que so pessoas boas, que agiram no impulso, compelidas pela precaria situacdo da Corporagao e, portanto, decide ANISTIA-LOS, ou seja, 0 Poder Publico iré “esquecer” que tais crimes foram praticados (aqueles crimes praticados naquelas circunstancias, ou seja, somente aqueles ali mesmo!) Alguns autores diferenciam a anistia em anistia propria e anistia imprépria. A anistia propria seria aquela concedida ANTES da condenacéo e anistia imprépria seria aquela concedida APOS a condenacao. Pode, ainda, ser: + Irrestrita ou restrita - Seré irrestrita quando se dirigir a todos os agentes. Seré restrita quando exigir do agente determinada qualidade especifica (ser primario, por exemplo). + Incondicionada ou condicionada - Serd incondicionada quando nao impuser nenhuma condic&o. Sera condicionada quando impuser uma condigao para sua validade (Como, por exemplo, a reparagéio do dano causado). + Comum ou especial - A primeira é destinada a crimes comuns, e a segunda é destinada a crimes politicos. Jé a Graga e 0 indulto séo bem mais semelhantes entre si, pois ndo excluem o FATO criminoso em si, mas apenas extinguem a punibilidade em relac&o a determinados agentes (podem ser todos), e sé podem ser concedidos pelo Presidente da Repiblica. EXEMPLO: Imaginemos que, no exemplo da greve dos policiais militares, o Presidente da Republica assinasse um Decreto concedendo indulto a 150 dos 300 policiais militares envolvidos. Percebam que o fato criminoso nao foi “esquecido” pelo Estado. Houve apenas a exting3o da punibilidade em relag&o a alguns infratores. Assim, a ANISTIA atinge o FATO (e por via reflexa, a punibilidade). A graca e o indulto atingem DIRETAMENTE A PUNIBILIDADE. A Graca é€ conferida de maneira individual, e o indulto é conferido coletivamente (a um grupo que se encontre na mesma situagéio). A anistia s6 pode ser causa de extincéio total da punibilidade (pois, como disse, exclui o préprio crime). J4 a Graca e o indulto podem ser parciais. Pode ser extinta a punibilidade, também, pelo fendmeno da abolitio criminis, nos termos do art. 107, III do CP. Como vimos, a abolitio criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato como crime. CUIDADO! Néo confundam abolitio criminis com anistia. A abolitio criminis no se dirige a um fato criminoso especifico, ja praticado, A abolitio criminis simplesmente faz desaparecer a propria figura tipica prevista na Lei, ou seja, a conduta incriminada (0 tipo penal) deixa de existir. Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de acdo penal privada, renunciar ao ito de oferecer queixa, ou conceder o perdao ao acusado. Nesses casos, também estara extinta a punibilidade. Arenuncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de seis meses de que dispde 0 ofendido para oferecé-la, este renuncia ao direito, de maneira expressa ou tacita. A rentincia técita ocorre quando 0 ofendido pratica algum ato incompativel com a intencdo de processar o agente (quando, por exemplo, convida o infrator pra ser seu padrinho de casamento). O perdao, por sua vez, é muito semelhante a rentincia, com a ressalva de que © perddo s6 pode ser concedido quando ja ajuizada a acao penal privada, e que o simples oferecimento do perdao, por si sé, ndo gera a extingéo da punibilidade, devendo o agente aceitar o perdao. Ocorrendo a rentincia ao direito de queixa, ou o perd&o do ofendido, e sendo este Ultimo aceito pelo querelado (autor do fato), estara extinta a punibilidade. Em determinados crimes 0 Estado confere o perd&o ao infrator, por entender que a aplicagéio da pena nao é necessaria. E 0 chamado “perdao judicial”. Eo que ocorre, por exemplo, no caso de homicidio culposo no qual o infrator tenha perdido alguém querido (Lembram-se do caso Herbert Viana?). Essa hipdtese esta prevista no art. 121, § 5° do CP: § 5° - Na hipétese de homicidio culposo, o juiz poderd deixar de aplicar a pena, se as conseqiiéncias da infracao atingirem o proprio agente de forma tao grave que a sancao penal se torne desnecessaria. (Incluido pela Lei n? 6.416, de 24.5.1977) Entdo, nesse caso, ocorrendo o perdéo judicial, também estaré extinta a punibilidade. Além disso, o art. 120 do CP diz que se houver o perdao judicial, esta sentenca que concede o perdio judicial n&o é considerada para fins de reincidéncia (apesar de ser uma sentenga condenatéria). Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratacéo do agente também é hipétese de extinc&o da punibilidade, nos casos em que a lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de caluinia ou difamacao, nos quais a lei admite a retrataco como causa de extingo da punibilidade, se realizada antes da sentenca. Nos termos do art. 143 do CP: Art. 143 - O querelado que, antes da sentenca, se retrata cabalmente da caltinia ou da difamagao, fica isento de pena. Ha, também, a extingdo da punibilidade pela decadéncia ou pela perempgao. Adecadéncia ocorre quando a vitima deixa de ajuizar a agdo penal dentro do prazo, ou quando deixa de oferecer a representacao dentro do prazo (nos casos de crimes de ago penal privada e de ac&o penal publica condicionada a representacao, respectivamente). O prazo é de seis meses a contar da data em que a vitima passa a saber quem foi o autor do fato. A perempcio, por sua vez, € a extincéo da ac&o penal privada pelo “desleixo” da vitima (quando deixa de dar seguimento a acdo, deixa de comparecer a alguma ato processual a que estava obrigado, etc.). Esta prevista no art. 60 do CPI Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-& perempta a acao penal: 1 quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; Il - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, néo comparecer em juizo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, quaiquer das pessoas a quem couber fazé-lo, ressalvado o disposto no art. 36; II - quando 0 querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ‘ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular 0 pedido de condenagao nas alegacées finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa juridica, esta se extinguir sem deixar sucessor Enfim, a cldssica e mais comum hipétese de extingSo da punibilidade: a PRESCRICAO. A prescri¢&io 6 a perda do poder de exercer um direito em razdo da inércia do seu titular. Ou seja, é 0 famoso “camaréo que dorme a onda leva”. A prescrig&o pode ser dividida basicamente em duas espécies: Prescric&éo da pretensdo punitiva e prescrigéo da pretens&o executéria. A primeira pode ocorrer quando ainda n&o ha sentenca penal condenatoria transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer somente depois de ja haver sentenca penal condenatoria transitada em julgado. Vamos estuda-las em topicos separados. 1.3.1 Prescrigéo da pretens&o punitiva Aqui o Estado ainda no aplicou (em caréter definitivo) uma sanc&o penal ao agente que praticou a conduta criminosa. Mas qual é o prazo de prescric&o? O prazo prescricional varia de crime para crime, e é definido tendo por base a pena maxima estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art. 109 do CP: Art. 109. A prescri¢So, antes de transitar em julgado a sentenca final, salvo o disposto no § 10 do art, 110 deste Cédigo, regula-se pelo maximo da pena privativa de 2010). I- em vinte anos, se o maximo da pena é superior a doze; IL - em dezesseis anos, se 0 maximo da pena é superior a ito anos e néo excede a doze; III - em doze anos, se 0 maximo da pena superior a quatro anos e nao excede a oito; 1V- em oito anos, se 0 maximo da pena é superior a dois anos e ndo excede a quatro; V - em quatro anos, se o maximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, néo excede a dois; VI - em 3 (trés) anos, se 0 maximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redaco dada pela Lei n° 12.234, de 2010). Prescri¢&o das penas restritivas de direito Parégrafo Unico - Aplicam-se as penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11,7,1984) Assim, no crime de homicidio simples, por exemplo, para o qual a lei estabelece pena maxima de 20 anos (art. 121 do CP), 0 prazo prescricional é de 20 anos, pois a pena maxima é superior a 12 anos. O crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve em oito anos, pois a pena maxima prevista é de quatro anos. CUIDADO! 0 prazo de prescric&o do crime nao é igual @ pena maxima a ele estabelecida, mas € calculado através de uma tabela que leva em consideraco a pena maxima! = Mas professor, quando comega a correr o prazo prescricional? Simples, meus caros. A resposta para esta pergunta estd no art. 111 do CP: Art. 111 - A prescricio, antes de transitar em julgado a sentenca final, comeca a correr: (Redagio dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - do dia em que o crime se consumou; (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IT no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redac3o dada pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanéncia; (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IV - nos de bigamia e nos de falsificac3o ou alteraco de assentamento do registro civil, da data em que 0 fato se tornou conhecido. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) V- nos crimes contra a dignidade sexual de criancas e adolescentes, previstos neste Cédigo ou em legislac3o especial, da data em que a vitima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo ja houver sido proposta a acdo penal. (Redacdo dada pela Lei n° 12,650, de 2012) Apenas um comentério em relagao a este artigo: A regra, aqui, é de que o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se consuma. CUIDADO! Lembrem-se de que o crime se considera praticado (tempo do crime) quando ocorre a conduta, e no a consumagao. Assim: Tempo do crime - Momento da conduta Inicio do prazo prescricional - Momento da consumacgao Prestem atengo para no errarem isso, pois esta é uma pegadinha que pode derrubar vocés no concurso. EXEMPLO: Em 10.01.2010 José atira em Maria, querendo sua morte. Maria vai para 0 Hospital e so vem a falecer em 15.04.2010. No caso em tela, o tempo do crime é 0 dia 10.01.2010 (data em que foi praticado o delito). O inicio do prazo prescricional, porém, tera como base o dia 15.04.2010, eis que somente nesta data o delito se consumou. Como nos crimes tentados nao ha propriamente consumagao (pois ndo ha resultado naturalistico esperado), o prazo prescricional comeca a fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critério utilizado para os crimes permanentes. Na hipétese de pena de multa, como calcular o prazo prescricional? Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o prazo sera de dois anos. Porém, se a multa for aplicada ou prevista cumulativamente com a pena de pris&o (privativa de liberdade), 0 prazo de prescriggo seré 0 mesmo estabelecido para a pena privativa de liberdade. Isto é que se extrai do art. 114 do CP: Art. 114 - A prescricdo da pena de multa ocorreré: (RedagSo dada pela Lei n® 9.268, de 1°.4.1996) I- em 2 (dois) anos, quando a multa for a Unica cominada ou aplicada; (Incluido pela Lei n° 9.268, de 1°.4,1996) I - no mesmo prazo estabelecido para prescricéo da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluido pela Lei n? 9.268, de 194.1996) A prescrig&io da pretensdo punitiva pode ser a “ordinaria”, que é esta que vimos até agora (e utiliza a pena maxima prevista como base), mas também pode ser superveniente (intercorrente). A prescrigao da pretenséo punitiva em sua modalidade “intercorrente” é aquela que ocorre DEPOIS da sentenga penal condenatoria, quando ha transito em julgado para a ACUSACAO, mas no para a defesa. Como assim? Imagine que José tenha sido condenado pelo crime de homicidio a 06 anos de reclusao. A acusag&o no recorre, por entender que a pena esté num patamar razodvel. A defesa, porém, recorre da sentenga. Neste ‘caso nds temos o chamado “transito em julgado para a acusacdo”, ou seja, somente a defesa pode “se dar bem” daqui pra frente, j4 que quando o Tribunal for apreciar o recurso de apelagao nao podera prejudicar o réu (recorrente), pelo principio da non reformatio in pejus. Bom, considerando o exemplo acima, como a defesa nao pode ser prejudicada no julgamento de seu recurso, podemos chegar a conclusdo de que 0 maximo de pena que José iré receber sera 06 anos (a pena atual). A partir deste momento o prazo prescricional passa a ser calculado tendo como base esta pena aplicada (e ndo mais a pena maxima em abstrato). Vejam que ha uma implicagdo pratica: Neste caso, 0 prazo prescricional diminui consideravelmente: Antes, 0 prazo prescricional (ordinario) era de 20 anos (pois a pena maxima é de 20 anos). Agora, o prazo prescricional a ser considerado (intercorrente) sera de 12 anos (pois a pena aplicada é de 06 anos. Esté entre 04 e 08, nos termos do art. 109, III do CP). Vejamos o art. 110, §1° do CP: Art. 110 (...) § 12 A prescri¢So, depois da sentenca condenatéria com trénsito em Julgado para a acusacéo ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena ‘aplicada, no podendo, em nenhuma hipétese, ter por termo inicial data anterior 8 da dentincia ou queixa. (Redacao dada pela Lei n° 12.234, de 2010). Podemos ter, ainda, a prescric&o da pretensdo punitiva retroativa que ocorre quando, uma vez tendo havido o transito em julgado para a acusacéio, se chega a conclusdo de que, naquele momento, houve a prescricéo da pretensdo punitiva entre a data da dentncia (ou queixa) e a sentenca condenatéria. EXEMPLO: Paulo foi denunciado pelo crime de receptagao, cuja pena maxima prevista é de 04 anos de reclusdo. O fato ocorreu em 10.01.2011, e a denuncia foi recebida em 15.03.2011. Em 20.04.2016 é proferida sentenca, condenando Paulo & pena minima, 01 ano de recluséo. O MP nao recorre e a decisao transita em julgado para o MP. Neste caso, podemos verificar que nao houve prescricéo da pretensdo punitiva comum, pois considerando a pena maxima abstrata, 0 prazo é de 08 anos (art. 109, IV do CP). Todavia, se considerarmos a pena aplicada, chegaremos a conclusao de que a prescrigéo ocorreu entre o recebimento da dentincia e a publicag3o da sentenca, pois de acordo com a pena aplicada (01 ano), o prazo prescricional a ser considerado & de 04 anos (art. 109, V do CP). Neste caso, transcorreu mais de 04 anos entre o recebimento da dentincia e a sentenga. Logo, a prescrig&o retroativa ocorreu. + Por que retroativa? Porque ela ocorre antes da sentenga, mas sé pode ser reconhecida depois da sentenga, eis que sé neste momento teremos 0 novo patamar para o calculo (a pena aplicada). Vejamos 0 esquema: PRESCRIGAO NATUREZA EspéciES cALcuLo, PRETENSKO CONSIDERA APENA EXECUTORIA COMUM Axia Em AasTRATO| PRESCRIGAO ——E —EE PRETENSAO. CONSIDERA APENA PUNITIVA SUPERVENTENTE [TS APLUCADA CONSIDERA A PENA 'APLICADA (MAS RETROATIVA ———~_ocogne anTES DA SENTENCA) Esse é 0 sistema que vigora atualmente. Antes da Lei 12.234/10 havia uma outra hipétese de prescricéo retroativa, que era a que ocorria entre o fato criminoso e 0 recebimento da dentincia ou queixa. Atualmente essa hipdtese NAO EXISTE MAIS. = ica que nao ha mais hipétese de ocorrer prescrig&o entre a data do fato e a data do recebimento da dentincia ou queixa? Nao, nao foi isso que ocorreu. O que néo pode mais ocorrer é a prescrigéo RETROATIVA (ou seja, aquela calculada com base na pena aplicada) entre a data do fato ea data do recebimento da dentincia ou queixa. Nada impede, porém, que nesse lapso temporal ocorra a prescrig&o da pretensdo punitiva ordinaria (ou comum). CUIDADO! Tal previso (vedac&o a prescricao retroativa tendo como marco inicial data anterior ao recebimento da dentincia ou queixa) é muito prejudicial ao réu, pois Ihe retira uma possibilidade de ver sua punibilidade extinta. Desta forma, NAO poderd retroagir para alcangar crimes praticados ANTES de sua entrada em vigora (Em 2010). Assim, aos crimes praticados ANTES da Lei 12.234/10, € possivel aplicarmos a prescricdo retroativa entre a data da consumacao do delito e o recebimento da dentincia ou queixa. Vou utilizar um caso exemplificativo para que possamos esclarecer as diversas hipéteses de prescric&o da pretensdo punitiva: EXEMPLO: Marcelo pratica o crime de furto em 01.01.1994. A dentincia é recebida em 10.06.2001. Marcelo é condenado em 10.07.2006 a 02 anos de reclusdo. O MP nao recorre (com transito em julgado para a acusacéo em 25.07.2006), mas a defesa apresenta recurso, que é julgado e improvido (a pena é mantida), tendo havido o efetivo transito em julgado em 10.01.2014. Vejamos as hipoteses: PRESCRICAO COMUM: Como a pena maxima prevista em abstrato para 0 furto é de 04 anos, o prazo prescricional seria de 08 anos (art. 109, IV do CP). Entre a data da consumagéo do delito e o recebimento da dentincia nao ocorreu tal prescricéo, eis que se passaram apenas 07 anos e alguns meses. Também nfo ocorreu tal prescricéo posteriormente (pois ndo se passaram mais de 08 anos entre uma interrupgdo da prescric&o e outra). PRESCRICAO SUPERVENIENTE: Aqui devemos considerar como parametro a pena efetivamente aplicada (02 anos), de forma que o prazo prescricional a ser utilizado sera de 04 anos (art. 109, V do CP). Podemos Verificar que entre o transito em julgado para a acusagSo ¢ 0 transito em julgado efetivo (para ambos), passaram-se mais de 04 anos, de forma que podemos dizer que HOUVE a prescri¢&io da pretensao punitiva SUPERVENIENTE. PRESCRICAO RETROATIVA: Da mesma forma que a anterior, terd como base a pena efetivamente aplicada (02 anos), logo, 0 prazo prescricional utilizado sera de 04 anos. Podemos verificar que entre o recebimento da dentincia e a sentenga condenatéria passaram-se mais de 04 anos (pouco mais de cinco anos). Assim, podemos dizer que OCORREU a prescrigao da pretensdo punitiva retroativa. Neste caso, como a prescrig&o retroativa ocorreu, e isso podia ser verificado ja em 25.07.06, sequer chegariamos a ter a prescricéo superveniente (utilizei apenas para facilitar a compreensao). ATENGAO! Como o crime foi praticado antes da Lei 12.234/10, seria possivel reconhecer a prescrico retroativa entre a data da consumaciio do delito e data do recebimento da dentincia. Como nés acabamos de verificar, existem fatos que interrompem a prescrigdo. Sao eles: + Recebimento da denincia ou queixa + Prondncia + Decisdo confirmatéria da pronincia * Publicagao da sentenca ou acérdao condenatérios recor! + Inicio ou continuacdo do cumprimento da pena - S6 se aplica a prescrigao da pretensdo executéria * Reincidéncia - S6 se aplica a prescrigdo da pretensdo executéria 1 importante ressaltar que o STF possui entendimento no sentido de que a interrupgéo se dé, no caso de ‘acérdéo condenatério, na data da prépria sessio de julgamento, ¢ nde em momento posterior (quando da icagdo no Diario Oficial) ~ RHC 12507 Uma vez interrompido 0 curso do prazo prescricional, este voltara a correr novamente, do zero, a partir da data da interrupcao (salvo no caso de Inicio ou continuac&io do cumprimento da pena). Além disso, fora as duas Ultimas hipédteses, nas demais, ocorrendo a interrupg&o da prescrigéo em relagao a um dos autores do crime, tal interrupgéo se estendera aos demais. OCP prevé, ainda, hipdteses nas quais a prescrigéio nao corre, tanto no que se refere a prescrigéo da pretenséio punitiva quanto a prescrigdo da pretensdo executoria, embora as circunstancias sejam diferentes para cada uma delas. Nos termos do art. 116 e seu § tinico, do CP: Causas impeditivas da prescricéo Art, 116 - Antes de passar em julgado a sentenca final, a prescricio no corre: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - enquanto nao resolvida, em outro processo, questéo de que dependa o reconhecimento da existéncia do crime; (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IL enquanto 0 agente cumpre pena no estrangeiro.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Pardgrafo Unico - Depois de passada em julgado a sentenca condenatéria, a prescricio no corre durante o tempo em que o condenado esté preso por outro motivo. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Assim, nestes casos, 0 prazo prescricional n&o corre, ficando suspenso. Uma vez resolvida a questéo que causava a suspensdo, ele volta a correr de onde parou (diferente da interrup¢do, portanto). 1.3.2 Prescricao da pretens&o executéria Como disse a vocés, a prescricéo pode ocorrer antes do transito em julgado (prescricéo da pretensdo punitiva) ou depois do transito em julgado (quando teremos a prescricgéo da pretensdo executéria). Esta Ultima ocorre quando o Estado condena o individuo, de maneira irrecorrivel, mas nao consegue fazer cumprir a decisdo. Nos termos do art. 110 do CP: Art. 110 - A prescricao depois de transitar em julgado a sentenca condenatéria regula- se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terco, se 0 condenado é reincidente. (Redac3o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Assim, na hipétese do crime de homicidio, conforme o exemplo dado anteriormente, antes de transitar em julgado a sentenca condenatéria, o prazo prescricional é regulado pela pena maxima cominada ao crime em abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Apés o transito em julgado, o parametro utilizado pela lei para o cdlculo do prazo prescricional deixa de ser a pena maxima prevista e passa a ser a pena efetivamente aplicada. Assim, se no crime de homicidio simples, que tem pena prevista de 06 a 20 anos, 0 agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de recluso, 0 prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos termos do art. 109, III do CP. © art. 112 do CP estabelece 0 marco inicial (termo a quo) do prazo prescricional da pretensdo executéria: Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cédigo, a prescric&o comeca a correr: (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - do dia em que transita em julgado a sentenca condenatéria, para a acusacao, ou a que revoga a suspenséo condicional da pena ou o livramento condicional; (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I1- do dia em que se interrompe a execucio, salvo quando o tempo da interrupcéo deva computar-se na pena. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Lembrando que o inicio de cumprimento da pena é causa de interrupcdo da prescrigéio. O art. 112, I foi (e ainda 6) muito criticado na Doutrina (recebendo algumas criticas na Jurisprudéncia também). Isto porque ele determina que o termo inicial da prescrigéo da pretenséo EXECUTORIA ocorrera com o transito em julgado para a ACUSACAO. Isso significa que se houver o transito em julgado para a acusacéo mas nao para a defesa (apenas a defesa recorreu), jé estaria correndo o prazo prescricional da PRETENSAO EXECUTORIA. As criticas, bastante fundamentadas, se dirigiam ao fato de que considerar a pretensdo executéria, neste momento, violaria a presuncSo de inocéncia, eis que ainda nao houve o transito em julgado para ambas as partes. Outra critica, muito importante, se refere ao fato de que a prescrigao é a perda de um direito em razao da INERCIA de seu titular. No caso da prescricéo da pretenséo EXECUTORIA seria a perda do direito de executar a pena em razio da INERCIA do Estado em agir. Contudo, como nao houve transito em julgado para a defesa, o Estado AINDA NAO PODE EXECUTAR A PENA! Ora, se 0 Estado no pode executar a pena, como pode ser punido com a perda deste direito, se néo podia exercé-lo?? A“gritaria” nao foi aceita pela Jurisprudéncia, que firmou entendimento no sentido de que o termo inicial da prescriggo da pretensdo EXECUTORIA ocorre com 0 transito em julgado para a acusacao. Contudo, apesar de reconhecer que o termo inicial da prescrigéo da pretensdo executoria ocorre com o transito em julgado para a acusacéo, o STJ decidiu que antes de haver o transito em julgado para AMBAS AS PARTES a prescrigéio da pretenséo executéria NAO PODE SER RECONHECIDA. Resumidamente: O prazo prescricional comega a correr com o transito em julgado para a acusacéo, mas eventual reconhecimento da efetiva ‘ocorréncia da prescrigdo (executéria) somente tera cabimento APOS o=™ transito em julgado para ambas as partes. 1.3.3 Disposigdes importantes sobre a prescricéo Vou elencar no quadrinho abaixo alguns pontos importantes sobre o tema: REDUGAO DOS PRAZOS DE PRESCRIGAO: Em alguns casos, a Lei estabelece que o prazo prescricional sera reduzido. E o caso do art. 115 do CP, que estabelece que os prazos prescricionais serao reduzidos pela metade quando o infrator possuir menos de 21 anos na data do crime ou mais de 70 na data da sentenca. AUMENTO DO PRAZO PRESCRICIONAL: Se o condenado é reincidente, o prazo de prescrig&o da pretenséo EXECUTORIA aumenta-se em um terco. Nao se aplica tal aumento aos prazos de prescrigéo da pretensdo punitiva, conforme SUMULA N° 220 DO ST3: "a reincidéncia nao influi no prazo da prescric3o da pretensao punitiva”. PRESCRICAO EM PERSPECTIVA (ANTECIPADA, PROJETADA OU VIRTUAL): Tal modalidade, uma criagdo jurisprudencial, nunca teve fundamento no CP. Consiste na configuragdo da prescricéo tendo como base uma eventual futura pena a ser aplicada ao acusado. Assim, o Juiz analisava 0 caso e, verificando que o réu, por exemplo, receberia pena minima (por ser primario, de bons antecedentes, etc.), utilizava esta pena minima como parametro para o prazo prescricional. Isto nao existe e atualmente é vedado pelo STJ, que sumulou o entendimento no sentido de que isso néo possui qualquer previsao legal (SUMULA N° 438: “é inadmissivel a extinc3o da punibilidade pela prescricao da pretenséo punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existéncia ou sorte do processo penal.) PRESCRICAOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Os menores nao sdo julgados de acordo com as normas do CP, mas de acordo com o Estatuto da Crianga e do Adolescente. Contudo, as normas referentes & prescric&o sdo aplicéveis as medidas socioeducativas (sancées penais aplicdveis aos adolescentes). Vejamos a SUMULA 338 DO STJ: “a prescricao penal é aplicével nas medidas sécio-educativas”. 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO PENAL % Arts. 107 a 120 do CP - Regulamentam a extincdo da punibilidade no CP: TETULO VIII DA EXTINGAO DA PUNIBILIDADE Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) 1 - pela morte do agente; I - pela anistia, graca ou indulto; III - pela retroatividade de lei que n3o mais considera 0 fato como criminoso; IV - pela prescricéo, decadéncia ou perempcao; V- pela reniincia do direito de queixa ou pelo perdao aceito, nos crimes de acao privada; VI - pela retratacao do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei n® 11.106, de 2005) VIII - (Revogado pela Lei n° 11.106, de 2005) IX - pelo perdo judicial, nos casos previstos em lei. Art. 108 - A extinc&o da punibilidade de crime que & pressuposto, elemento constitutivo ou circunsténcia agravante de outro néo se estende a este. Nos crimes conexos, a extincSo da punibilidade de um deles nao impede, quanto aos outros, a agravagao da pena resultante da conexSo. (Redac3o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prescrigo antes de transitar em julgado a sentenca Art. 109. A prescri¢éo, antes de transitar em julgado a sentenca final, salvo 0 disposto no § 1o do art. 110 deste Cédigo, regula-se pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redacéo dada pela Lei n° 12.234, de 2010). I= em vinte anos, se o maximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se 0 maximo da pena é superior a oito anos e nao excede a doze; III - em doze anos, se 0 maximo da pena é superior a quatro anos e ndo excede a oito; quatro; V - em quatro anos, se 0 maximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, no excede a dois; VI - em 3 (trs) anos, se o maximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redacdo dada pela Lei n° 12,234, de 2010). Prescric&o das penas restritivas de direito Pardgrafo Unico - Aplicam-se as penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prescri¢&o depois de transitar em julgado sentenca final condenatéria Art, 110 - A prescricao depois de transitar em julgado a sentenca condenatéria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tergo, se 0 condenado é reincidente. (Redacao dada pela Lei n° 7,209, de 11.7.1984) § 10 A prescri¢ao, depois da sentenca condenatdria com transito em julgado para a acusacgo ou depois de improvido sev recurso, regula-se pela pena aplicada, no podendo, em nenhuma hipétese, ter por termo inicial data anterior 3 da dentincia ou queixa. (Redacao dada pela Lei n° 12.234, de 2010). § 20 (Revogado pela Lei n® 12.234, de 2010). Termo inicial da prescri¢éo antes de transitar em julgado a sentenca final Art. 111 - A prescricao, antes de transitar em julgado a sentenca final, comeca a correr: (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) 1 - do dia em que o crime se consumou; (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) II- no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanéncia; (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IV - nos de bigamia e nos de falsificagéo ou alteragéo de assentamento do registro civil, da data em que 0 fato se tornou conhecido. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) neste Cédigo ou em legislacdo especial, da data em que a vitima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo jé houver sido proposta a acao penal. (Redacao dada pela Lei n® 12.650, de 2012) Termo inicial da prescricao apés a sentenca condenatoria irrecorrivel Art, 112 - No caso do art. 110 deste Cédigo, a prescricSo comeca a correr: (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) 1- do dia em que transita em julgado a sentenca condenatéria, para a acusacao, ou a que revoga a suspenséo condicional da pena ou 0 livramento condicional; (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) II - do dia em que se interrompe a execugao, salvo quando o tempo da interrupcéo deva computar-se na pena. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prescrigéo no caso de evaséo do condenado ou de revogacso do livramento condicional Art. 113 - No caso de evadir-se 0 condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescri¢ao é regulada pelo tempo que resta da pena. (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prescricao da multa Art, 114 - A prescricao da pena de multa ocorrera: (Redacdo dada pela Lei n° 9.268, de 1°.4.1996) 1- em 2 (dois) anos, quando a multa for a Unica cominada ou aplicada; (Incluido pela Lei n° 9.268, de 1°.4,1996) II- no mesmo prazo estabelecido para prescricéo da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluido pela Lei n® 9.268, de 1°.4.1996) Redugo dos prazos de prescricio Art. 115 - Sao reduzidos de metade os prazos de prescric&0 quando o criminoso era, a0 tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentenca, maior de 70 (setenta) anos.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Causas impeditivas da prescricéo Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentenca final, a prescricao no corre: (RedacSo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) reconhecimento da existéncia do crime; (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Pardgrafo Unico - Depois de passada em julgado a sentenca condenatéria, a prescricéo nao corre durante 0 tempo em que 0 condenado estd preso por outro motivo. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Causas interruptivas da prescricao Art. 117 - O curso da prescricéo interrompe-se: (Redacao dada pela Lein® 7.209, de 11.7,1984) 1 pelo recebimento da deniincia ou da queixa; (RedacSo dada pela Lei n° 7.209, de 11,7,1984) IT - pela prontncia; (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) III - pela decisao confirmatéria da prontincia; (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IV - pela publicaco da sentenca ou acérdao condenatérios recorriveis; (Redacdo dada pela Lei n° 11.596, de 2007). V - pelo inicio ou continuacao do cumprimento da pena; (Redacao dada pela Lei n0 9.268, de 1°.4.1996) VI - pela reincidéncia. (Redacao dada pela Lei n° 9.268, de 1°.4.1996) § 1° - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupcdo da prescric3o produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupcao relativa 2 qualquer deles. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - Interrompida a prescricio, salvo a hipétese do inciso V deste artigo, todo © prazo comega a correr, novamente, do dia da interrup¢ao. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Rehabilitacao sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Perdao judicial Art. 120 - A sentenca que conceder perdio judicial n3o serd considerada para efeitos de reincidéncia. (Redacdo dada pela Lei n® 7,209, de 11.7.1984) 3 _SUMULAS PERTINENTES 3.1 Sdmulas do STJ ‘% SGmula 18 do STJ - O ST) sumulou entendimento no sentido de que os efeitos da condenacao nao subsistem quando se trata de sentenca que concede perdéo judicial: Samula 18 do STJ - A SENTENCA CONCESSIVA DO PERDAO JUDICIAL E DECLARATORIA DA EXTINCAO DA PUNIBILIDADE, NAO SUBSISTINDO QUALQUER EFEITO CONDENATORIO. % Sdmula 220 do STJ - O ST) sumulou entendimento no sentido de que, se o condenado € reincidente, o prazo de prescricio da pretenséo EXECUTORIA aumenta-se em um terco, nao se aplicando tal aumento aos prazos de prescrigdo da pretens&o punitiva: Samula 220 do ST3 - “a reincidéncia nao influi no prazo da prescricdo da pretensdo punitiva”. % Sdmula 438 do STJ - PRESCRICAO EM PERSPECTIVA (ANTECIPADA, PROJETADA OU VIRTUAL): Tal modalidade, uma criagao jurisprudencial, nunca teve fundamento no CP. Consiste na configuraco da prescric&o tendo como base uma eventual futura pena a ser aplicada ao acusado. Assim, 0 Juiz analisava o caso e, verificando que o réu, por exemplo, receberia pena minima (por ser primério, de bons antecedentes, etc.), utilizava esta pena minima como parametro para o prazo prescricional. Isto nao existe e atualmente é vedado pelo STJ, que sumulou o entendimento no sentido de que isso nao possui qualquer previsao legal: SUMULA N° 438 do STJ - “é inadmissivel a extincao da punibilidade pela prescricao da pretensdo punitiva com fundamento em pena hipotstica, independentemente da existéncia ou sorte do proceso penal”.) % Sdmula 338 do STJ - PRESCRICAOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Os menores nao so julgados de acordo com as normas do CP, mas de acordo com 0 Estatuto da Crianca e do Adolescente. Contudo, as normas referentes prescrigad eae ephicavers as medicas sociocducelvas tsarigoes penais aplicavers aos adolescentes). | sUmuLa 338 Do STS - “a prescricao penal é aplicavel nas medidas sécio-educativas” % Sdmula 191 do STJ - O ST) sumulou entendimento no sentido de que a decis&o de prontincia, no rito do Tribunal do Juri, interrompe o curso do prazo prescricional, ainda que os jurados venham a desclassificar 0 delito (na segunda fase do rito do juri): Samula 191 do STJ - A PRONUNCIA E CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRICAO, AINDA QUE O TRIBUNAL DO JURI VENHA A DESCLASSIFICAR O CRIME. EXTINGAO DA PUNIBILIDADE Punibili de punir). jade — Possibilidade de o Estado exercer seu jus puniendi (poder-dever Extingdo da punibilidade - Perda do direito de exercer 0 jus puniendi. CAUSAS DE EXTINGAO DA PUNIBILIDADE DIVERSAS DA PRESCRICAO Anistia - A anistia exclui o préprio crime, ou seja, o Estado determina que as condutas praticadas (j4 praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos agentes no sejam consideradas crimes. Concedida pelo Poder Legislativo. $6 pode ser causa de extingao total da punibilidade. Faz cessar todos os efeitos PENAIS da condenagao (ex.: reincidéncia). Graga - Conferida de maneira individual. No exclui o FATO criminoso em si, mas apenas extingue a punibilidade em relacéo a determinados agentes. Sua concesséio cabe ao Presidente da Republica. Pode ser causa parcial de exting&o da punibilidade. Indulto - Conferida de maneira coletiva. Nao exclui o FATO criminoso em si, mas apenas extingue a punibilidade em relacio a determinados agentes. Sua concess&io cabe ao Presidente da Republica. Pode ser causa parcial de exting&o da punibilidade. Abolitio criminis - Ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato como crime. Faz cessar todos os efeitos PENAIS da condenacao (ex.: reincidéncia) Rentincia x perdao do ofendido x perdao judi jal ~ conforme quadro abaixo: PERDAO DO RENUNCIA PERDAO JUDICIAL OFENDIDO Concedido pela Concedida pela Concedido pelo viTIMA viTIMA Estado (Juiz) Somente nos crimes Somente nos crimes Somente nos casos de aco penal de ag&o penal previstos em Lei privada privada Depois de ajuizada a Ante do Na sentenca ag&o penal ajuizamento da acgao penal Precisa ser aceito pelo infrator aceito pelo infrator —_aceito pelo infrator Decadéncia - Ocorre quando a vitima deixa de ajuizar a agdo penal dentro do prazo, ou quando deixa de oferecer a representacdo dentro do prazo. O prazo é de seis meses a contar da data em que a vitima passa a saber quem foi o autor do fato. Perempgio - Exting&o da aco penal privada pela negligéncia do ofendido na condugao da causa. Retratacéo do agente - Somente nos casos em que a lei a admite. Ex.: difamacao. PRESCRICGAO Conceito - Perda do jus puniendi pelo decurso do tempo. Espécies - Prescricéo da pretensdéo punitiva e prescrigéo da pretensdo executéria Prescricdo da pretensdo pun quo Estado amea mae apicca ten caratercenmevey cmersacae penance agente que praticou a conduta criminosa. * Prazo prescricional ~ Calculado com base na pena maxima em abstrato prevista para o delito. * Infcio do prazo prescricional - (1) do dia em que o crime se consumou (2) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa (3) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanéncia (4) nos de bigamia e nos de falsificacao ou alteraco de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido (5) nos crimes contra a dignidade sexual de criancas e adolescentes, da data em que a vitima completar 18 (dezoito) anos, salvo se jé tiver sido proposta a aco penal. « Prescrigéo da pena de multa - Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o prazo Sera de dois anos. Porém, se a multa for aplicada ou prevista cumulativamente com a pena de prisdo (privativa de liberdade), 9 prazo de prescricéo sera 0 mesmo estabelecido para a pena privativa de liberdade. Prescricdo da pretenséo punitiva superveniente (intercorrente) Verifica-se DEPOIS da sentenca penal condenatéria, com base na pena efetivamente aplicada, quando ocorre entre o transito em julgado da sentenca condenatéria para a acusagao e 0 transito em julgado da sentenca condenatéria em definitivo (tanto para a acusagdo quanto para defesa) Prescricéo da pretensdo punitiva retroativa Quando, uma vez tendo havido o transito em julgado para a acusacio, se chega & concluséio de que, naquele momento, houve a prescricdo da pretensdo punitiva entre a data da dentincia (ou queixa) € a sentenca condenatéria. OBS Antes da Lei 12.234/10 havia possibilidade de ocorréncia da prescricéo retroativa (com base na pena aplicada) entre a data do fato criminoso (ou outro marco inicial) e 0 recebimento da denincia ou queixa. Atualmente essa hipétese NAO EXISTE MAIS. InterrupgSo da prescrig&o -— Uma vez interrompido o prazo, volta a correr do zero. Interrompem a prescrigao: + Recebimento da dentncia ou queixa + Prondncia + Deciséo confirmatéria da prontincia + Publicacdo da sentenca ou acérdado condenatérios recorriveis * Inicio ou continuacao do cumprimento da pena — no se estende aos demais autores do delito. S6 se aplica a prescricéo da pretensdo executéria + Reincidéncia - n&o se estende aos demais autores do delito. S6 se aplica a prescric&éo da pretensdo executéria. Prescricéo da pretensdo executéria Ocorre quando 0 Estado condena o individuo, de maneira irrecorrivel, mas nao consegue fazer cumprir a decisdo. Caracteristicas: «= Tem como base a pena aplicada * Inicio - (1) do dia em que transita em julgado a sentenca condenatéria, para a acusagio, ou a que revoga a suspensao condicional da pena ou o livramento condicional; (2) do dia em que se interrompe a execugao, salvo quando 0 tempo da interrup¢0 deva computar-se na pena. Bons estudos! Prof. Renan Araujo SSO ors 1. (FGV - 2016 — MPE-RJ - ANALISTA PROCESSUAL) Marco, 40 anos, foi denunciado pela pratica do crime de les&o corporal culposa praticada na direc&o de veiculo automotor, cuja pena privativa de liberdade prevista é de detencdo de 06 meses a 02 anos. Os fatos ocorreram em 02.02.2011, e, considerando que nao houve interesse em aceitar transacéo penal, composicao dos danos ou suspensiio condicional do processo, foi oferecida dentncia em 27.02.2014 e recebida a inicial acusatéria em 11.03.2014. Apds a instrug&o, foi Marco condenado @ pena minima de 06 meses em sentenca publicada em 29.02.2016, tendo a mesma transitado em julgado. Considerando os fatos narrados e a atual previsdo do Cédigo Penal, é correto afirmar que: a) deveré ser reconhecida a extingdo da punibilidade de Marco em razéo da prescric&o da pretensdo punitiva pela pena em abstrato; b) deveré ser reconhecida a exting&o da punibilidade de Marco em razao da prescrig&o da pretensdo punitiva pela pena em concreto; c) deverd ser reconhecida a exting&o da punibilidade de Marco em razéo da prescricdo da pretensdo executéria; TE) nao devera ser reconnecica a extnicae ce punbincade ce Marco, pos nce ocorreu prescrig&0; @) © oferecimento da dentincia funciona como marco interruptivo do prazo prescricional. 2. (FGV - 2016 - CODEBA - ADVOGADO) No dia 11/01/2010, Jean, nascido em 11/01/1992, praticou um crime de furto simples, razéo pela qual foi denunciado como incurso nas sangdes do Art. 155, caput, do Cédigo Penal. Em 25/01/2010, foi a inicial acusatéria recebida, nao sendo cabivel a suspensdo condicional do proceso. Apés o regular processamento do feito, diante da confisséo de Jean, foi o mesmo condenado & pena minima de um ano de reclusdo, sendo a sentenca condenatéria publicada em 01/03/2012 e transitando em julgado. Jean dé inicio ao cumprimento da pena em 02/01/2014 Considerando a situac&o exposta, assi ale a afirmativa correta. a) Ocorreu a prescrigéo da pretensdo punitiva do Estado, devendo ser reconhecida a exting&o da punibilidade. b) A condenacdo foi indevida, pois Jean nao era imputavel na data dos fatos. c) Ocorreu a prescricfo da pretenséo executéria do Estado, devendo ser reconhecida a extinc&o da punibilidade. d) N&o ocorreu a exting&o da punibilidade, pois no foi ultrapassado o prazo de quatro anos entre os marcos interruptivos da prescricdo. e) N&o ocorreu a exting&o da punibilidade, pois no foi ultrapassado o prazo de trés anos entre os marcos interruptivos da prescricéo. 3. (FGV - 2015 - TJ-PI - OFICIAL DE JUSTICA) A prescric&o da pretensdo punitiva do Estado, em segundo grau de jurisdic&o, se interrompe na data da: a) publicagdo na sesso de julgamento do recurso; b) publicag&o do acérdao no diario oficial; c) intimagao pessoal do Ministério Publico e réu; d) intimagao pessoal do Ministério Publico, sem recurso; e) entrega dos autos ao escrivéo. 4. (FGV - 2015 - DPE-RO - ANALISTA JURIDICO) José, nascido em 12.12.1990, foi denunciado pela pratica de dois crimes de apropriac&o indébita simples, cuja pena em abstrato prevista é de reclusdio de 01 a 04 anos e multa, em continuidade delitiva, por fatos ocorridos em 04.04.2010 e@ 10.04.2010. A dentncia foi recebida em 07.04.2015, sendo o réu imediatamente citado. Nessa situacao, é correto afirmar que: ra) a presence da pretensee punitive do Eetcdo pea pena em eDetatoccoea em 06.04.2023; b) a punibilidade do réu deve ser extinta pelo reconhecimento da prescricdo da pretenso punitiva pela pena ideal; c) a prescric&o da pretensao punitiva do Estado pela pena em abstrato ocorrera em 06.04.2027; d) a prescrigéo da pretens&o punitiva pela pena em abstrato somente ocorreré em 06.04.2019; e) a punibilidade do réu deve ser imediatamente extinta pelo reconhecimento da prescrigao da pretensdo punitiva pela pena em abstrato. 5. (FGV - 2015 - DPE-MT - ADVOGADO) Thiago, nascido em 10/10/90, foi denunciado pela pratica do crime de tentativa de homicidio qualificado (Art. 121, § 2°, inciso IV c/c Art. 14, inciso II, ambos do Cédigo Penal) por fato ocorrido em 01/11/10. A deniincia foi recebida em 05/05/14, tendo o feito regular prosseguimento. Em 12/10/14, foi publicada decisao do juiz pronunciando o acusado. Inconformada com essa deciséo, a advogada do réu interpés o recurso cabivel, mas a prontincia foi confirmada em decis&o do Tribunal proferida e publicada em 12/12/14. Considerando apenas essas informaces, é correto afirmar que a prescricdo da pretensdo punitiva pela pena em abstrato ocorrera em a) 12 de dezembro de 2034. b) 12 de outubro de 2034. c) 12 de outubro de 2030. d) 12 de dezembro de 2024. e) 12 de outubro de 2024. 6. (FGV - 2014 - PROCEMPA - ADVOGADO) As opcées a seguir apresentam causas de extincdo da punibilidade, a excecao de uma. Assinale-a. a) Indulto e graca. b) Prescrig&o e decadéncia. c) Anistia. d) Morte da vitima. e) Perdéo aceito, nos crimes de aco privada. 7. (FGV - 2017 - OAB - XXII EXAME DE ORDEM) No dia 15 de abril de 2011, Jodo, nascido em 18 de maio de 1991, foi preso em flagrante pela pratica do crime de furto simples, sendo, em seguida, concedida liberdade proviséria. A denuincia somente foi oferecida e recebida em 18 de abril de 2014, ocasiéo em que o juiz designou o dia 18 de junho de 2014 para a Tealizagadda euciencia cepecia de euepeneae condicionar de processe crerecioa pelo Ministério Publico. A proposta foi aceita pelo acusado e pela defesa técnica, iniciando-se 0 periodo de prova naquele mesmo dia. Trés meses depois, nao tendo 0 acusado cumprido as condigées estabelecidas, a suspensdo foi revogada, © que ocorreu em decisdo datada de 03 de outubro de 2014. Ao final da fase instrutoria, a pretensdo punitiva foi acolhida, sendo aplicada ao acusado a pena de 01 ano de reclusdo em regime aberto, substituida por restritiva de direitos. A sentenca condenatéria foi publicada em 19 de maio de 2016, tendo transitado em julgado para a acusacao. Intimado da decisdo respectiva, Jo&o procura vocé, na condig&o de advogado(a), para saber sobre eventual prescric&o, pois tomou conhecimento de que a pena de 01 ano, em tese, prescreve em 04 anos, mas que, no caso concreto, por forca da menoridade relativa, deve 0 prazo ser reduzido de metade. Diante desse quadro, vocé, como advogado(a), devera esclarecer que A) ocorreu a prescrigao da pretensao punitiva entre a data do fato e a do recebimento da dentincia. B) ocorreu a prescrigéo da pretensdo punitiva entre a data do recebimento da dentincia e a da publicag&o da sentenca condenatéria. C) ocorreu a prescrigo da pretens&o executéria entre a data do recebimento da dentincia e a da publicag&o da sentenca condenatéria. D) nao hé que se falar em prescrig&o, no caso apresentado. 8. (FGV - 2017 - OAB - XXIV EXAME DE ORDEM) No dia 28 de agosto de 2011, apés uma discussao no trabalho quando todos comemoravam os 20 anos de Joao, este desfere uma facada no braco de Paulo, que fica revoltado e liga para a Policia, sendo Joao preso em flagrante pela pratica do injusto de homicidio tentado, obtendo liberdade provisoria logo em seguida. © laudo de exame de delito constatou a existéncia de leséo leve. A denincia foi oferecida em 23 de agosto de 2013 e recebida pelo juiz em 28 de agosto de 2013. Finda a primeira fase do procedimento do Tribunal do Juri, ocasiéo em que a vitima compareceu, confirmou os fatos, inclusive dizendo acreditar que a intencéio do agente era efetivamente maté-la, e demonstrou todo seu inconformismo com a conduta do réu, Jodo foi pronunciado, sendo a deciséo publicada em 23 de agosto de 2015, nao havendo impugnacao pelas partes. Submetido a julgamento em sessdo plendria em 18 de julho de 2017, os jurados afastaram a inteng&o de matar, ocorrendo em sentenca, entéio, a desclassificacao para o crime de les&o corporal simples, que tem a pena maxima prevista de 01 ano, sendo certo que 0 Cédigo Penal prevé que a pena de 01 a 02 anos prescreve em 04 anos. Na ocasiao, vocé, como advogado(a) de Jodo, considerando apenas as informagées narradas, deveré requerer que seja declarada a extingdo da punibilidade pela A) decadéncia, por auséncia de representagao da vitima. B) prescricgéo da pretensio punitiva, porque j4 foi ultrapassado o prazo ——prescricioarente a cata dotatee a coreceDmentoca cerned: C) (prescrigo da pretensdo punitiva, porque ja foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do oferecimento da dentincia e a da publicacéo da decis&o de prontincia. D) prescrigéo da pretensdo punitiva, porque entre a data do recebimento da dentincia e a do julgamento pelo juri decorreu o prazo prescricional. 9. (FGV - 2016 - XXI EXAME DA OAB - PRIMEIRA FASE) Carlos, 21 anos, foi condenado a cumprir pena de prestacio de servicos & comunidade pela pratica de um crime de lesdo corporal culposa no transito. Em 01/01/2014, seis meses apés cumprir a pena restritiva de direitos aplicada, praticou novo crime de natureza culposa, vindo a ser denunciado. Carlos, apés nao aceitar qualquer beneficio previsto na Lei no 9.099/95 e ser realizada audiéncia de instrugéo e julgamento, é novamente condenado em 17/02/2016. O juiz aplica pena de 11 meses de detenc&o, ndo admitindo a substituicdo por restritiva de direitos em razdo da reincidéncia. Considerando que os fatos sao verdadeiros e que o Ministério Publico nao apelou, 0(a) advogado(a) de Carlos, sob o ponto de vista técnico, devera requerer, em recurso, A) a substituicaio da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. B) a suspenso condicional da pena. C) 0 afastamento do reconhecimento da reincidéncia D) a prescricfo da pretensdo punitiva. 10. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM) Trata-se de causa extintiva da punibilidade consistente na exclusdo, por lei ordinaria com efeitos retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo de incidéncia do Direito Penal, a) 0 indulto individual b) a anistia. ) 0 indulto coletivo. d) a graga. 11. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM) Com relag&o as causas de extingo da punibilidade previstas no artigo 107 do Cédigo Penal, assinale a alternativa correta. a) O perdao do ofendido é ato unilateral, prescindindo de anuéncia do querelado. b) Nos crimes conexos, a extincéio da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravacdo da pena resultante da conexdo. c) A perempgao € causa de extingo de punibilidade exclusiva da ago penal privada ——HEm calStemore coca neo he tseremextncse ca roneMcacencevenco 0 juiz absolvé-lo com base no método de resolugdo de conflitos do in dubio pro reo. 12. (FGV - 2015 — OAB - XVI EXAME DE ORDEM) Felipe, menor de 21 anos de idade e reincidente, no dia 10 de abril de 2009, foi preso em flagrante pela pratica do crime de roubo. Foi solto no curso da instrucao e acabou condenado em 08 de julho de 2010, nos termos do pedido inicial, ficando a pena acomodada em 04 anos de reclusdo em regime fechado e multa de 10 dias, certo que houve a compensacao da agravante da reincidéncia com a atenuante da menoridade. A decisao transitou em julgado para ambas as partes em 20 de julho de 2010. Foi expedido mandado de prisdo e Felipe nunca veio a ser preso. Considerando a questao fética, assinale a afirmativa correta. a) A extingao da punibilidade pela prescric&o da pretensdo executéria ocorrerd em 20 de julho de 2016. b) A exting&o da punibilidade pela prescric&o da pretens&o executéria ocorreu em 20 de julho de 2014. c) A extingo da punibilidade pela prescriclo da pretensdo executéria ocorrerd em 20 de julho de 2022. d) A exting&o da punibilidade pela prescric&o da pretensdo executéria ocorreré em 20 de novembro de 2015 13. (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM) Francisco foi condenado por homicidio simples, previsto no Art. 121 do Cédigo Penal, devendo cumprir pena de seis anos de recluséo. A sentenca penal condenatéria transitou em julgado no dia 10 de agosto de 1984. Dias depois, Francisco foge para o interior do Estado, onde residia, ficando isolado num sitio. Apés a fuga, as autoridades publicas nunca conseguiram captura-lo. Francisco procura vocé como advogado(a) em 10 de janeiro de 2014. Com relacéo ao caso narrado, assinale a afirmativa correta a) Ainda nao ocorreu prescrigéo do crime, tendo em vista que ainda nao foi ultrapassado o prazo de trinta anos requerido pelo Cédigo Penal. b) Houve prescrig&o da pretens&o executéria c) Nao houve prescric&o, pois o crime de homicidio simples é imprescritivel. d) Houve prescrig&o da pretens&o punitiva pela pena em abstrato, pois Francisco nunca foi capturado. 14. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM) No dia 18/10/2005, Eratéstenes praticou um crime de corrupcao ativa em transag&o comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa. Devidamente investigado, Eratéstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, “ainicial atusatoria Tor receDida, O processo teve regular seauimientoe, conical © magistrado sentenciou Eratéstenes, condenando-o a pena de 1 ano de reclusao e ao pagamento de dez dias-multa. A sentenga foi publicada em 7/4/2007. O Ministério PUblico nao interpés recurso, tendo, tal sentenga, transitado em julgado para a acusac&o. A defesa de Eratéstenes, por sua vez, que objetivava sua absolvic&o, interpés sucessivos recursos. Até 0 dia 15/5/2011, 0 processo ainda nao havia tido seu definitivo julgamento, ou seja, ndo houve transito em julgado final. Levando-se em conta as datas descritas e sabendo-se que, de acordo com o art. 109, incisos III e V, do Cédigo Penal, a prescricéo, antes de transitar em julgado a sentenca final, verifica-se em 12 (doze) anos se o maximo da pena é superior a quatro e ndo excede a oito anos e em 4 (quatro) anos se 0 maximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, ndo exceda a dois, com base na situag3o apresentada, ¢ correto afirmar que a) n&o houve prescrig&io da pretens&o punitiva nem prescric&o da pretensdo executéria, pois desde a publicacdo da sentenga nao transcorreu lapso de tempo superior a doze anos. b) ocorreu prescrigéo da pretensdo punitiva retroativa, pois, apés a data da publicacdo da sentenca e a ultima data apresentada no enunciado, transcorreu lapso de tempo superior a 4 anos. c) ocorreu prescrig&o da pretenséo punitiva superveniente, que pressupée o transito em julgado para a acusacdo e leva em conta a pena concretamente imposta na sentenga. d) n&o houve prescric&o da pretensdo punitiva, pois, como ainda nao ocorreu 0 transito em julgado final, deve-se levar em conta a teoria da pior hipdtese, de modo que a prescricéo, se houvesse, somente ocorreria doze anos apés a data do fato. 15. (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM) A respeito do regime legal da prescrigéo no Cédigo Penal, tendo por base ocorréncia do fato na data de hoje, assinale a alternativa correta a) A prescric&o, depois da sentenca condenatéria com transito em julgado para a acusagao, regula-se pela pena aplicada, néo podendo, em nenhuma hipétese, ter por termo inicial data anterior a da dentincia ou queixa b) A prescrigéo da pena de multa ocorreré em 2 (dois) anos, independentemente do prazo estabelecido para a prescricéo da pena de liberdade aplicada cumulativamente c) Se 0 réu citado por edital permanece revel e nao constitui advogado, fica suspenso 0 processo, mantendo-se em curso 0 prazo prescricional, que passa a ser computado pelo dobro da pena maxima cominada ao crime. d) So causas interruptivas do curso da prescrig&o previstas no Cédigo Penal, dentre outras, o recebimento da dentincia ou da queixa, a prontincia, a publicagdo da sentenca condenatéria ou absolutéria recorrivel 16. (FCC - 2017 - TRE-SP - ANALISTA JUDICIARIO AREA JUDICIARIA) Paulo, quancotnna 20 anos ce dace, cposserapordadoenrame Ditcceponca rodovidria federal na Rodovia Presidente Dutra, no dia 1° de Junho de 2010, oferece R$ 1.000,00, em dinheiro, para o policial responsavel pela abordagem para nao ser autuado por excesso de velocidade. Paulo € conduzido ao Distrito Policial, preso em flagrante, e acaba beneficiado pela Justiga sendo colocado em liberdade apés pagamento de fianca. Encerrado o inquérito Policial, a dentincia em desfavor de Paulo, pelo crime de corrupgao ativa, é recebida no dia 15 de Julho de 2014. O processo tramita regularmente e Paulo é condenado a cumprir pena de 2 anos de reclusdo, em regime inicial aberto, por sentenga publicada em 14 de Agosto de 2016. A sentenga transita em julgado. Ricardo, advogado de Paulo, postula ao Magistrado competente para a execucéo da sentenga o reconhecimento da prescric&o. Neste caso, de acordo com o Cédigo Penal, a prescrig&o da pretensdo punitiva estatal ocorre em (A) 8 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, ndo esta prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena. (B) 4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, nao esta prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena. (C) 3 anos € a pena cominada ao réu, Paulo, esta prescrita em decorréncia do decurso do prazo superior a 3 anos entre a data do crime e do recebimento da dendncia. (D) 4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, esta prescrita em decorréncia do decurso do prazo entre a data do crime e do recebimento da denincia. (E) 2 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, esta prescrita em decorréncia do decurso do prazo entre a data do recebimento da dentincia e a publicacdo da sentenga condenatéria. 17. (FCC - 2017 - TRE-SP - ANALISTA JUDICIARIO AREA ADMINISTRATIVA) Moisés respondeu processo por crime de corrupcao ativa cometido no dia 30 de Setembro de 2010, quando tinha 66 anos de idade. A dentincia oferecida pelo Ministério Publico em 16 de Outubro de 2014 é recebida pelo Magistrado competente no dia 18 de Outubro do mesmo ano de 2014. O processo tramita regularmente e Moisés é condenado a cumprir pena de 2 anos de reclusdo, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de 10 dias-multa por sentenga proferida em 25 de Abril de 2016 e publicada no dia 27 do mesmo més e ano. Nao houve interposicéio de recurso pelas partes e € certificado 0 transito em julgado. No caso hipotético apresentado, a prescricfo da pretens&o punitiva estatal regula-se pela pena aplicada ao réu Moisés e verifica-se em (A) 02 anos e 0 réu deverd cumprir integralmente a sua pena, ndo sendo o caso de extingao da sua punibilidade. (B) 02 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do recebimento da denuncia (©) 04 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do recebimento da denincia. (D) 01 ano e 06 meses, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do recebimento da dentincia e entre a data do recebimento da dentincia e da publicacao da sentenga. (E) 03 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do recebimento da denuncia 18. (FCC - 2016 - DPE-BA - DEFENSOR PUBLICO) Sobre a prescric&o, é correto afirmar que a) 0 oferecimento da dentincia ou queixa é causa interruptiva da prescric&o. b) 0 prazo da prescrig&o da pretensao executéria regula-se pela pena aplicada na sentenga, aumentado de um terco, se 0 condenado for reincidente. ) no caso de concurso de crimes, as penas se somam para fins de prescrig&o. d) é reduzido de metade o prazo de prescrigéo quando o agente for menor de 21 anos na data da sentenca. e) no caso de fuga ou evasio do condenado a prescrico € regulada de acordo com o total da pena fixada na sentenca. 19. (FCC - 2015 - MP-PB - TECNICO MINISTERIAL) Paulo, de 19 anos de idade, é abordado em uma operac&o da Policia Militar do Estado da Paraiba, na cidade de Jodo Pessoa, deflagrada no dia 10 de dezembro de 2012. Apds se recusar a submeter-se ao teste do bafémetro e apresentar a documentag&o solicitada, Paulo ofende moralmente os policiais que trabalhavam regularmente na ocorréncia e é conduzido preso ao Distrito Policial. Posteriormente Paulo é denunciado pelo Ministério Publico por crime de desacato ea denuncia é recebida pelo Magistrado competente no dia 14 de abril de 2013, com instauracao da acéio penal. Por ostentar maus antecedentes e nao fazer jus a qualquer beneficio, a acdo tramita regularmente até a prolacdéo da sentenca condenatéria pelo Magistrado competente no dia 15 de maio de 2015, que aplicou ao réu Paulo a pena de 1 ano de detencdo, em regime inicial semiaberto. A sentenca transitou em julgado. Apés 0 transito em julgado, o advogado de Paulo postulou ao Magistrado a extinc&o da punibilidade do seu cliente com base na prescrig&io. Neste caso, o Magistrado a) nao devera reconhecer a prescricéo uma vez que o Codigo Penal estabelece o prazo prescricional de 4 anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano. b) n&o deveré reconhecer a prescrigSo uma vez que 0 Cédigo Penal estabelece o prazo prescricional de 3 anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano. c) deveré declarar extinta a punibilidade do réu pela prescric&o, uma vez que o Cédigo Penal estabelece, neste caso, o prazo prescricional de 2 anos. d) nao devera reconhecer a prescrigéo uma vez que o Cédigo Penal estabelece o prazo prescricional de 6 anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano. e) no devera reconhecer a prescrigdo uma vez que o Codigo Penal estabelece o prazo prescricional de 5 anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano. 20. (FCC - 2015 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO) Renato, com 20 anos de idade é abordado por policiais militares apés se envolver em uma briga em boate da cidade de Macapé. Embriagado e extremamente nervoso Renato passa a ofender os policiais no exercicio regular da funcdo. Conduzido ao Distrito Policial Renato acaba posteriormente denunciado pelo Ministério Publico por crime de desacato e, por sentenga final, condenado ao pagamento de 20 dias-multa, no valor unitario minimo como incurso no artigo 331, do Cédigo Penal (crime de desacato). Neste caso, a prescrigao da pena aplicada ocorreré em (A) 05 anos. (B) 02 anos. (C) 01 ano. (D) 04 anos. (E) 03 anos. 21. (FCC - 2015 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Ticio, funcionario puiblico municipal, para justificar um periodo de uma semana de falta, apresenta um atestado médico no dia 10 de Janeiro de 2007. Desconfiado da conduta de Ticio, o superior imediato dele Renato coleta informacées e descobre que o atestado apresentado por Ticio é falso, noticiando imediatamente 0 fato a Autoridade Policial, que determina a instauracao de Inquérito Policial. © inquérito demora muito tempo para ser encerrado e relatado. Ticio é, ent&o, denunciado pelo Ministério Publico como incurso no artigo 297, c.c, 0 artigo 304, ambos do Cédigo Penal e a dentincia recebida em 20 de Julho do mesmo ano de 2007. O proceso transcorre normalmente até a prolacdo da sentenga pelo Magistrado competente, que condena Ticio a cumprir pena de 02 anos e 06 meses de reclusdo e multa. A sentenga é publicada em 20 de Setembro de 2010. Interposto recurso de apelacao pelo réu Ticio o Tribunal de Justica nega provimento ao apelo e mantém a sentenca de primeiro grau. O Acérdéo, publicado em 10 de Outubro de 2015, transitou em julgado. Na situacao hipotética apresentada, na fase de execucdo, o Magistrado (A) deveré extinguir a punibilidade de Ticio pela prescricfo uma vez que transcorreu lapso temporal superior a 5 anos entre a data da publicacéo da sentenca e da publicacao do acérdao recorrivel. (8) devera extinguir a punibilidade de Ticio pela prescrigéo que ocorre no caso concreto em trés anos, prazo este transcorrido entre a data do recebimento da deniincia e da sentenca. (C) devera extinguir a punibilidade de Ticio pela prescrigaéo que ocorre no caso concreto em quatro anos, prazo este transcorrido entre a data da publicagéo da sentenga Geprmene grace co ecordc recone (D) deverd extinguir a punibilidade de Ticio pela prescriggo uma vez que transcorreu lapso temporal superior a 2 anos entre a data do recebimento da dentincia e da sentenca (E) no deverd extinguir a punibilidade de Ticio pela prescric&o. 22. (FCC - 2015 - TCE-AM - AUDITOR) O perdao judicial tem natureza juridica de a) causa de exclusao de culpabilidade. b) causa extintiva da punibilidade. c) efeito da sentenca penal. d) desisténcia voluntéria e) efeito civil da sentenca penal. 23. (FCC - 2015 - TRE/SE - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Pedro, que contava com 69 anos de idade na época, sécio proprietério de uma empresa de embalagens, apés ser alvo de uma diligéncia por agentes fiscais de determinado Estado no dia 11 de Julho de 2013, oferece dinheiro em espécie aos referidos funcionérios puiblicos para nao ter a empresa autuada pelo Fisco. O fato & noticiado 4 Autoridade Policial, que determina a instauraco de inquérito policial. Relatado 0 Inquérito Policial, Pedro é denunciado por crime de corrupco ativa. A dentincia é recebida em 30 de Agosto do mesmo ano de 2013 e a acéo penal é instaurada, com inquirigéo das testemunhas arroladas pelas partes, interrogatério do réu e debates entre Ministério PUblico e advogado. No dia 17 de Setembro de 2015 0 processo é sentenciado pelo Magistrado que condena Pedro a cumprir pena de 2 anos de reclusdo em regime inicial semiaberto, substituida por duas penas restritivas de direito. A sentenca transita em julgado e o advogado de Pedro apresenta requerimento de extingao da punibilidade pela prescrig&o. Neste caso, 0 Magistrado, atentando para a pena fixada, (A) n&o deverd extinguir a punibilidade do réu pela prescric&o, cujo prazo é no caso concreto de 3 anos. (B) no devera extinguir a punibilidade do réu pela prescric&io, cujo prazo é no caso concreto de 4 anos. (C) devera extinguir a punibilidade do réu pela prescrigéo, consumada em 2 anos entre a data do recebimento da denuincia e a sentenga. (D) n&o deveré extinguir a punibilidade do réu pela prescric&o, cujo prazo é no caso concreto de 8 anos. (E) ndo deverd extinguir a punibilidade do réu pela prescrig&0, cujo prazo é no caso concreto de 6 anos. 24. (FCC - 2015 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO) A interrupgao da prescricao a) nao leva a que comece a correr novamente o prazo a partir do dia em que verificada a causa interruptiva, no caso de continuag&o do cumprimento da pena. b) ocorre com o oferecimento da deniincia ou da queixa, e néo com o recebimento. c) é extensivel aos crimes conexos, ainda que objeto de processos distintos, se verificada em relacéo a qualquer deles. d) produz efeitos relativamente a todos os autores do crime quando do inicio ou continuacéio do cumprimento da pena por algum deles. e) ocorre com a publicagao da sentenca ou acérdaos absolutérios recorriveis. 25. (FCC - 2015 - TRE/SE - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) Sobre a exting&o da punibilidade, nos termos preconizados pelo Cédigo Penal, é correto afirmar que (A) no caso de revogagao do livramento condicional, a prescricdo € regulada pelo tempo que resta da pena. (B) 0 prazo prescrig&o € reduzido de metade quando o criminoso era, ao tempo da sentenca, maior de 60 anos de idade (C) a sentenga que conceder ao réu o perdao judicial seré considerada para efeitos de reincidéncia. (D) no caso de concurso de crimes, a extingo da punibilidade incidiré sobre a somatéria das penas cominadas aos crimes. (E) tratando-se de pena de multa, a Unica aplicada ao réu, 0 prazo prescricional é de 3 anos. 26. (FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO) No tocante & interrupcao da prescric&o, é correto afirmar que a) 0 tempo transcorrido antes da causa interruptiva é contado, em qualquer situag&o, para o prazo prescricional. b) pode produzir efeitos relativamente a todos os autores do crime, salvo excesées. c) a reincidéncia interrompe a prescric&o da pretensdo punitiva. d) a improntincia constituiu causa interruptiva da prescricao. @) a prescricéo fica interrompida enquanto nao resolvida, em outro processo, questao de que dependa o reconhecimento da existéncia do crime. 27. (FCC — 2015 - TRE-PB - ANALISTA JUDICIARIO — AREA’ ADMINISTRATIVA) No que refere & exting&o da punibilidade, de acordo com 0 Cédigo de Processo Penal, interrompida a prescric&o, todo 0 prazo comeca a correr, novamente, do dia da interrup¢do, salvo no caso de: a) prondincia. b) recebimento da dentincia. ¢) inicio ou continuag&o do cumprimento da pena. d) deciséo confirmatéria da proniincia. e) publicac&o da sentenca ou acérdao condenatérios recorriveis. 28. (FCC - 2014 - SEFAZ/PE - AUDITOR) Na lei penal brasileira, NAO é causa extintiva da punibilidade (A) a retrataggo cabal do querelado, antes da sentenga, na calinia e na difamacéo. (B) 0 perdao judicial, no peculato mediante erro de outrem (C) a reparag&o integral do dano, no peculato culposo, quando precedente & sentenga irrecorrivel (D) a retratacio ou declaracéo da verdade, antes da sentenca no processo em que ocorreu 6 ilicito, no falso testemunho ou falsa pericia. (E) a declaragéo, confissdo e © pagamento espontaneos das contribuicdes, valores, importancias e informagées devidas a previdéncia social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do inicio da ago fiscal, na apropriacao indébita previdenciéria. 29. (FCC - 2014 - TRF3 - ANALISTA JUDICIARIO) NAO é causa extintiva da punibilidade: a) prescric&o, apés 0 langamento do tributo. b) morte do agente, apés definitiva a condenacéo. c) retratac&o do querelado, na calinia contra os mortos d) perempsao, na ago penal privada subsididria da publica. e) perdao judicial, na apropriacao indébita previdenciaria. 30. (FCC - 2015 - TJ-RR - JUIZ) Constituem causas de extingéo da punibilidade que se relacionam com a aco penal publica condicionada a) a perempgao e o perdo do ofendido. b) a decadéncia e a perempcio. c) © perdao do ofendido e a composig&o homologada dos danos civis nos juizado especial criminal. d) a decadéncia e 0 perdao do ofendido. e) a composic&o homologada dos danos civis no juizado especial criminal e a decadéncia. 31. (FCC - 2015 - TJ-PE - JUIZ) A prescrig&o retroativa, a) modalidade de prescricio da pretensdo executéria, ¢ regulada pela pena aplicada, ndo podendo ter por termo inicial data anterior 4 da dentincia ou queixa. b) modalidade de prescric&o da pretens&o executéria, é regulada pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime e pode ocorrer entre o recebimento da dentincia e a publicagdo da sentenga condenatéria transitada em julgado para a acusacao. c) modalidade de prescricéo da pretensdo punitiva, 6 regulada pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, n&o podendo ter por termo inicial data anterior & da denuncia ou queixa. d) antes prevista como forma de prescricéo da pretensdo punitiva, foi abolida por recente reforma legislativa. ) modalidade de prescricéo da pretensdo punitiva, é regulada pela pena aplicada e pode ocorrer entre o recebimento da denuncia e a publicacéo da sentenca condenatéria transitada em julgado para a acusacao. 32. (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) De acordo com 0 Cédigo Penal NAO é causa de extingao da punibilidade a A) reparac&o do dano posterior 4 sentenga irrecorrivel no crime de peculato culposo. B) morte do agente. C) anistia. D) prescrig&o. E) retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso. 33. (FCC - 2010 - TCE-RO - AUDITOR) No tocante as causas de extincéo da punibilidade, é correto afirmar que A) a concessdo de anistia € atribuic&o exclusiva do Presidente da Republica. B) 0 dia do comego inclui-se no cémputo do prazo da decadéncia. C) sao previstas exclusivamente na parte geral do Cédigo Penal D) a concesséo do indulto restabelece a condig&o de primério do beneficiado. E) € cabivel 0 perdao judicial em qualquer crime. 34. (FCC - 2012 - TRE/SP - ANALISTA JUDICIARIO) Rubens esta sendo processado por crime de peculato, praticado no dia 03 de™= fevereiro de 2008, quando tinha 20 anos de idade. A denuncia foi recebida no dia 05 de junho de 2008. Por sentenca judicial, publicada no Diario Oficial no dia 10 de novembro de 2011, Rubens foi condenado a cumprir pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de recluséo, em regime inicial aberto, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa. A pena privativa de liberdade aplicada pelo Magistrado foi substituida, na forma do artigo 44, do Cédigo Penal, por uma pena restritiva de direitos de prestagdo de servicos & comunidade, pelo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e por 10 (dez) dias-multa, no valor unitdrio minimo. A sentenca transitou em julgado no dia 10 de janeiro de 2012. Nesse caso, apés 0 transito em julgado, a prescrig&o para as penalidades aplicadas ao réu verifica- se no prazo de a) 02 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas. b) 08 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas. c) 04 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas. d) 04 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas. e) 08 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas. 35. (FCC - 2012 - T3/GO - 3UIZ) No tocante & prescrigo, é correto afirmar que a) 0 dia do comego no se inclui no cémputo do prazo. b) 0 prazo é sempre de dois anos no caso de penas restritivas de direitos. c) no constitui matéria prejudicial da anélise do mérito da ago penal. d) incidiré sobre o total da pena, se reconhecido o concurso material de infracdes, e sobre a pena de cada um, isoladamente, se identificado o formal. e) se regula, em abstrato, pelo maximo da pena cominada, menos um terco, no caso de imputacéo de crime tentado. 36. (VUNESP - 2014 - DPE-MS - DEFENSOR PUBLICO) Agente imputavel e menor de 21 anos a época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A dentincia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 nao havia sido prolatada sentenca. Diante disso, pode-se afirmar que a) ocorreu a pretenséo punitiva estatal, considerado 0 maximo da pena abstratamente cominada a infracao. b) ocorreré a prescrigéo da pretensdo punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014). ¢) ocorreré a prescrigfo da pretensdo punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014). d) antes da prolac&o da sentenca condenatéria no se pode falar em ocorréncia da pretensdo punitiva estatal. 37. (VUNESP - 2015 = NS Quanto a exting&o da punibilidade, é correto afirmar que a) a punibilidade s6 se extingue pela morte do agente; pela anistia, graca ou indulto; pela prescric&o, decadéncia ou perempcio; pela renuncia do direito de queixa ‘ou pelo perddo aceito, nos crimes de acdo privada e pela retratacdo do agente, nos casos em que a lei a admite. b) © curso da prescrig&o interrompe-se com o oferecimento da denincia pelo Ministério Pablico. c) 0 perdao expresso ou tacito concedido pelo ofendido a um dos querelados nao pode ser aproveitado pelos demais na hipdtese de ofensa conjunta por mais de um agente. d) considerando que 0 delito previsto no art. 137, caput, do Cédigo Penal prevé pena de detengéio de quinze dias a dois meses ou multa, a prescrigéo da pena em abstrato ocorreré em dois anos. e) a sentenca que conceder perdao judicial nao sera considerada para efeitos de reincidéncia. 38. (VUNESP - 2015 - MPE/SP - ANALISTA DE PROMOTORIA) Sobre as causas de extingao de punibilidade, pode-se afirmar que (A) 0 perdao judicial, previsto no inciso IX, art. 107, CP, no se dirige a toda e qualquer infracSo penal, mas apenas aquelas previamente determinadas pela lei, embora se admita a analogia in bonan partem. (B) a hipétese do inciso V, art. 107, CP, que trata do perdao nas acées privadas, nao esta condicionada a aceitacdo da vitima. (C) a perempgao, prevista no inciso IV, art. 107, CP, é instituto juridico mediante © qual a vitima ou seu representante, perde o direito de queixa ou de representag&o em virtude da inércia. (D) a extingo da punibilidade poderd ser reconhecida desde o inicio das investigagdes até a sentenca penal condenatoria ainda no transitada em julgado. (E) 0 rol constante do artigo 107, do Cédigo Penal, é taxativo. 39. (VUNESP - 2015 - PC/CE - ESCRIVAO) No tocante as disposigées previstas no Cédigo Penal relativas prescricio penal, causa de extingao da punibilidade, é correto afirmar que (A) nos crimes conexos, a extingao da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravacéio da pena resultante da conexdo. (B) antes de transitar em julgado a sentenga final, a prescrig&o comega a correr do oferecimento da dentincia. (C) depois da sentenca condenatéria com transito em julgado para a acusaco ou depois de improvido seu recurso, a prescrig&o regula-se pela pena aplicada, n&o podendo, em nenhuma hipétese, ter por termo inicial data anterior a da dentincia ou queixa. (D) depois da sentenga condenatoria com transito em julgado para a acusagao ou depois de improvido seu recurso, a prescrig&o regula-se pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime. (E) no caso de evadir-se 0 condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrico é regulada pelo tempo total da pena. 40. (VUNESP - 2015 - TJ-SP - JUIZ - ADAPTADA) E inadmissivel a extinc&o da punibilidade pela prescricdo da pretensdo punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existéncia ou sorte do processo penal. 41. (VUNESP - 2014 - TJ-SP - JUIZ) Analise estes conceitos atinentes a prescric&o penal: 1. E a perda do direito de punir do Estado, considerada a pena concreta com transito em julgado para a acusacéo, levando-se em conta prazo anterior a sentenga. II. Ea perda do direito de punir do Estado, levando-se em conta a pena concreta, com transito em julgado para a acusacdo, ou improvido seu recurso, cujo lapso temporal inicia-se na data da sentenca e segue até o transito em julgado para a defesa. III. Ea perda do direito de aplicar efetivamente a pena concreta e definitiva, com 9 lapso temporal entre o transito em julgado da sentenca condenatéria para a acusaco e 0 inicio do cumprimento da pena ou a ocorréncia de reincidéncia. Agora, escolha a opgéo que indique, respectivamente, as modalidades de prescric&o acima descritas: a) retroativa; intercorrente ou superveniente; da pretens&o executéria. b) intercorrente ou superveniente; retroativa; da pretenso executéria. c) da pretensdo executéria; intercorrente ou superveniente; retroativa. d) retroativa; da pretenso executéria; intercorrente ou superveniente. 42, (VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE POLicIA) Em regra geral, a prescrigo antes de transitar em julgado a sentenca final a) chamada, pela doutrina, de prescrigo intercorrente. b) é chamada, pela doutrina, de prescric&o retroativa. c) regula-se pelo minimo da pena privativa de liberdade cominada ao crime. d) regula-se pela pena aplicada na sentenga de primeiro grau e) regula-se pelo maximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime. 43. (VUNESP - 2013 - MPE-ES - ANALISTA DE PROMOTORIA) E causa de extingaio da punibilidade o/a a) perdao judicial. b) inimputabilidade. c) semi-imputabilidade. d) adequaggo social da conduta. e) inexigibilidade de conduta diversa. 44. (VUNESP - 2013 - MPE-ES - ANALISTA DE PROMOTORIA) Para o agente que tenha mais de 70 (setenta) anos na data da sentenca, o prazo minimo e maximo de prescricéo, considerando como base os lapsos previstos no art. 109 do CP é, em anos, respectivamente, a) 3 20. b) 2e 15. c)2e10. d)1,5e 15. e)1,5€ 10. 45. (VUNESP - 2013 - DPE-MS ~ DEFENSOR PUBLICO) So causas extintivas da punibilidade: I. Anistia ~ 6 concedida por lei, referindo-se a fatos jé realizados, pressupondo condenag&o transitada em julgado. II. Perempc&o — na ac&o penal privada ou publica condicionada a representacao, consistindo na perda do direito de prosseguir na aco. III. Rentincia ~ ato unilateral e extraprocessual, pelo qual 0 ofendido abdica do direito de oferecer queixa. E correto apenas o que se afirma em a). b) I. c)lelll. d) elm. 46. (VUNESP - 2012 - TJ-RJ - JUIZ) A pena privativa de liberdade fixada em 3 (trés) meses; a pena de multa quando é cumulativamente aplicada com uma privativa de liberdade e a pena de prestac&o pecuniaria prescrevem, respectivamente, a) em 3 (trés) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade com a qual foi cumulativamente aplicada; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade que substituiu. b) em 2 (dois) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade com a qual foi cumulativamente aplicada; em 4 (quatro) anos. ¢) em 3 (trés) anos; em 2 (dois) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade que substituiu. d) em 2 (dois) anos; em 2 (dois) anos; em 2 (dois) anos. 6 EXERCICIOS COMENTADOS 01. (FGV - 2016 - MPE-RJ - ANALISTA PROCESSUAL) Marco, 40 anos, foi denunciado pela pratica do crime de lesdo corporal culposa praticada na direcdo de veiculo automotor, cuja pena privativa de liberdade prevista é de detencdo de 06 meses a 02 anos. Os fatos ocorreram em 02.02.2011, e, considerando que naéo houve interesse em aceitar transacdo penal, composicao dos danos ou suspens4o condicional do processo, foi oferecida dentincia em 27.02.2014 e recebida a inicial acusatéria em 11.03.2014. Apés a instrucao, foi Marco condenado a pena minima de 06 meses em sentenca publicada em 29.02.2016, tendo a mesma transitado em julgado. Considerando os fatos narrados e a atual previséo do Cédigo Penal, é correto afirmar que: a) devera ser reconhecida a extingao da punibilidade de Marco em razio da prescrigéo da pretensdo punitiva pela pena em abstrato; b) devera ser reconhecida a e: go da punibilidade de Marco em razéo da prescricao da pretensdo punitiva pela pena em concreto; cc) devera ser reconhecida a extingdo da punibilidade de Marco em razéo da prescricao da pretensdo executéria; d) nao devera ser reconhecida a extingdo da punibi ndo ocorreu prescrigdo; nto da dentincia funciona como marco interruptivo do ional. COMENTARIOS: Neste caso, 0 prazo prescricional é de 04 anos, na forma do art. 109, V do CP. Em 11.03.14 houve a interrupg3o do prazo prescricional, com o RECEBIMENTO da denuncia (0 oferecimento da denuincia néo é€ causa de interrupgao do prazo prescricional). Isto posto, n&o ocorreu a prescrig&o da pretensdo punitiva comum (ou ordinéria), que leva em conta a pena maxima em abstrato para o delito, pois nao transcorreu mais de 04 anos entre um marco interruptivo da prescrig&o e outro. Todavia, com a publicacéo da sentenca e aplicacao de pena de 06 meses, este passa a ser 0 novo patamar para o calculo da prescrig&0. Considerando este novo parametro, o prazo prescricional (para o cdlculo da prescrico baseada na pena em concreto) seria de 03 anos (art. 109, VI do CP). Como se vé, passou mais de 03 anos entre a data do fato e o recebimento da dentincia. Em tese, portanto, teria ocorrido a prescrico da pretensio punitiva em sua modalidade RETROATIVA. Porém, tal modalidade de prescric&o nao pode ter por termo inicial data anterior ao recebimento da dentincia ou queixa, de forma que nao podemos reconhecer a prescrig&o retroativa neste caso. idade de Marco, pois _ Portanto, SALTERNATIVACORRETAEATEIRAD: 02. (FGV - 2016 - CODEBA - ADVOGADO) No dia 11/01/2010, Jean, nascido em 11/01/1992, praticou um crime de furto simples, razio pela qual foi denunciado como incurso nas sancées do Art. 155, caput, do Cédigo Penal. Em 25/01/2010, foi acusatéria recebida, nado sendo cabivel a suspensdo condi processo. Apés o regular processamento do feito, diante da confissdo de Jean, foi o mesmo condenado a pena minima de um ano de reclusdo, sendo a sentenga condenatoria publicada em 01/03/2012 e transitando em julgado. Jean da inicio ao cumprimento da pena em 02/01/2014. Considerando a situacao exposta, assinale a afirmativa correta. a) Ocorreu a prescricéo da pretensdo punitiva do Estado, devendo ser reconhecida a exting&o da punibilidade. b) A condenacio foi indevida, pois Jean nao era imputavel na data dos fatos. c) Ocorreu a prescrigado da pretensdo executéria do Estado, devendo ser reconhecida a extingdo da punibilidade. d) No ocorreu a exting&o da punibilidade, pois ndo foi ultrapassado o prazo de quatro anos entre os marcos interruptivos da prescricdo. e) Nao ocorreu a extingéo da punibilidade, pois ndo foi ultrapassado o prazo de trés anos entre os marcos interruptivos da prescric&o. COMENTARIOS: Neste caso, 0 agente praticou o delito aos 18 anos, motivo pelo qual o prazo prescricional devera ser reduzido pela metade, pois o agente tinha menos de 21 anos na data do fato (art. 115 do CP). O prazo prescricional para o delito, levando em conta a pena maxima prevista em abstrato, é de 08 anos, na forma do art. 109, IV do CP. Assim, este prazo deve ser reduzido pela metade (ou seja, no caso, o prazo prescricional sera de 04 anos). Nao passou mais de 04 anos entre um marco interruptivo da prescrigéio e outro, logo, néo ocorreu a prescrig&o com base na pena em abstrato (prescrigdo da pretensao punitiva comum). Todavia, precisamos saber se ocorreu a prescrig¢&o da pretensao punitiva com base na pena concretamente aplicada (01 ano de reclusaio). Considerando a pena aplicada, chegamos a um novo prazo prescricional, que sera de 04 anos (art. 109, V do CP), reduzido pela metade em razo da idade do agente, ou seja, um prazo de 02 anos. Isto posto, temos que saber se transcorreu mais de 02 anos entre um marco interruptivo da prescrig&o e outro. A resposta é positiva. Entre o recebimento da dentincia e a publicagao da sentenca tivemos um lapso temporal superior a 02 anos, motivo pelo qual ocorreu a prescrig&o da pretenséo punitiva com base na pena em concreto (neste caso, prescrigéio da pretensdo punitiva RETROATIVA). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 03. (FGV - 2015 - TJ-PI - OFICIAL DE JUSTICA) A prescricéo da pretensio punitiva do Estado, em segundo grau de jurisdic&o, se interrompe na data da: b) publicacao do acérdao no diario oficial; ago pessoal do Ministério Publico e réu; istério PUblico, sem recurso; e) entrega dos autos ao escrivao. COMENTARIOS: 0 art. 117 do CP assim estabelece: Art_117 - O curso da prescri¢io interrompe-se: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) 1- pelo recebimento da dentincia ou da queixa; (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IT- pela proniincia; (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) III - pela decisao confirmatéria da prontincia; (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IV - pela publicacdo da sentenca ou acérdéo condenatérios recorriveis; (Redacao dada pela Lei n° 11.596, de 2007). V = pelo inicio ou continuacao do cumprimento da pena; (Redacao dada pela Lei n° 9.268, de 1°.4.1996) VI - pela reincidéncia. (Redagao dada pela Lei n° 9.268, de 19.4.1996) Como se vé, a publicacéo do acérdéo condenatério recorrivel é causa de interrupgéo do prazo prescricional. Todavia, o STF possui entendimento no sentido de que esta publicac&o se da, para estes fins, na data da propria sesso de julgamento, e ndo em momento posterior (quando da publicagao no Diario Oficial). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 04. (FGV - 2015 - DPE-RO - ANALISTA JUR{DICO) José, nascido em 12.12.1990, foi denunciado pela pratica de dois crimes de apropriacio indébita simples, cuja pena em abstrato prevista é de recluséo de 01 a 04 anos e multa, em continuidade delitiva, por fatos ocorridos em 04.04.2010 e 10.04.2010. A dentncia foi recebida em 07.04.2015, sendo o réu imediatamente citado. Nessa situaco, é correto afirmar que: a) a prescrigdo da pretensdo punitiva do Estado pela pena em abstrato ocorrera em 06.04.2023; b) a punibilidade do réu deve ser extinta pelo reconhecimento da prescricdo da pretensdo punitiva pela pena ideal; c) a prescrigdo da pretensdo punitiva do Estado pela pena em abstrato ocorrera em 06.04.2027; —"d) a preStricao da pretensao punitiva pela pena ent abstrate somente ocorrera em 06.04.2019; e) a punibilidade do réu deve ser imediatamente extinta pelo reconhecimento da prescrig3o da pretensdo punitiva pela pena em abstrato. COMENTARIOS: Neste caso, a primeira coisa que temos que ter em mente, é que a prescric&o de cada delito sera analisada isoladamente, mesmo em se tratando de continuidade delitiva. E o que determina o art. 119 do CP. Pois bem, ambos os delitos possuem pena maxima de 04 anos, logo, o prazo prescricional é de 08 anos. Porém, como o agente tinha menos de 21 anos na data dos fatos, 0 prazo prescricional de ambos os delitos cai pela metade (passa a ser de apenas 04 anos), na forma do art. 115 do CP. Assim, precisamos saber agora se j4 passou mais de 04 anos entre um marco interruptivo da prescricéo e outro. A resposta é positiva. Entre a data dos fatos (04.04.2010 e 10.04.2010) e 0 recebimento da dentncia (07.04.2015) ja transcorreu lapso superior a 04 anos, motivo pelo qual ocorreu a prescrigao da pretensdo punitiva com base na pena em abstrato. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 05. (FGV - 2015 - DPE-MT - ADVOGADO) Thiago, nascido em 10/10/90, foi denunciado pela pratica do crime de tentativa de homicidio qualificado (Art. 121, § 2°, inciso IV c/c Art. 14, inciso II, ambos do Cédigo Penal) por fato ocorrido em 01/11/10. A denuncia foi recebida em 05/05/14, tendo o feito regular prosseguimento. Em 12/10/14, foi publicada deciséo do juiz pronunciando o acusado. Inconformada com essa decisao, a advogada do réu interpés o recurso cabivel, mas a prontncia foi confirmada em decisdo do Tribunal proferida e publicada em 12/12/14. Considerando apenas essas informacées, é correto afirmar que a prescricdo da pretens4o punitiva pela pena em abstrato ocorrera em a) 12 de dezembro de 2034. b) 12 de outubro de 2034. ) 12 de outubro de 2030. d) 12 de dezembro de 2024. e) 12 de outubro de 2024. COMENTARIOS: Neste caso temos um crime cuja pena maxima prevista em abstrato é de 30 anos. Todavia, por se tratar da forma TENTADA deste delito, para obter a pena maxima deveremos aplicar o patamar minimo de redugéo atinente a tentativa (um terco). Logo, 30 anos menos um terco é igual a 20 anos. A pena maxima para este caso especifico, portanto, é de 20 anos. Considerando tal pena maxima, o prazo prescricional, na forma do art. 109, I do CP, sera também de 20 anos. Porém, como o agente tinha menos de 21 anos na data do raze sera Teducide pela meade, ou cela, O preco presciicionarscra ce Tato, est 10 anos. A partir dai, para calcularmos a data em que ocorreré a prescrico da pretensdo punitiva com base na pena abstrata, temos que saber quando ocorreu a ultima interrupg&o da prescrico. No caso da questdo, a ultima interrupco do prazo prescricional se deu em 12.12.14, ou seja, quando da publicagéo da decisio confirmatéria da pronuincia, na forma do art. 117, III do CP. Assim, considerando este ultimo marco interruptivo da prescrig&o, a prescrigéo efetivamente ocorreré em 12.12.2024. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 06. (FGV - 2014 - PROCEMPA - ADVOGADO) As opcées a seguir apresentam causas de extincdo da punil excecgao de uma. Assinale-a. a) Indulto e graca. b) Prescrigao e decadéncia. ©) Anistia. d) Morte da vitima. e) Perd&o aceito, nos crimes de acéo privada. COMENTARIOS: As causas de extingao da punibilidade est&o elencadas no art. 107 do CP. Vejamos: Extingao da punibilidade Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) I- pela morte do agente; IL- pela anistia, graca ou indulto; II - pela retroatividade de lei que no mais considera 0 fato como criminoso; IV - pela prescric30, decadéncia ou perempcao; V - pela rentincia do direito de queixa ou pelo perdio aceito, nos crimes de aco privada; VI - pela retratacao do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei n° 11.106, de 2005) VIII - (Revogado pela Lei n® 11.106, de 2005) IX - pelo perdao judicial, nos casos previstos em lei. dade, a Como se pode ver, a morte da VITIMA no é causa de exting&o da punibilidade (0 que é causa de extingao da punibilidade é a morte do INFRATOR) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 07. (FGV - 2017 - OAB - XXII EXAME DE ORDEM) No dia 15 de abril de 2011, Jodo, nascido em 18 de maio de 1991, foi preso em flagrante pela pratica do crime de furto simples, sendo, em seguida, concedida liberdade proviséria. A dentincia somente foi oferecida e recebida em 18 de abril de 2014, ocasido em que o juiz designo™o dia Te de junhe de S0Ta para a Tealizacao da audiencia especial de suspensdo condicional do processo oferecida pelo Ministério Publico. A proposta foi aceita pelo acusado e pela defesa técnica, iniciando-se o periodo de prova naquele mesmo dia. Trés meses depois, nao tendo o acusado cumprido as condicées estabelecidas, a suspensaéo foi revogada, o que ocorreu em decisdo datada de 03 de outubro de 2014. Ao final da fase instrutéria, a pretenséo punitiva foi acolhida, sendo ‘ada ao acusado a pena de 01 ano de reclusdo em regime aberto, substituida por restritiva de direitos. A sentenca condenatéria foi publicada em 19 de maio de 2016, tendo transitado em julgado para a acusacao. Intimado da deciséo respectiva, Jodo procura vocé, na condicgéo de advogado(a), para saber sobre eventual prescricéo, pois tomou conhecimento de que a pena de 01 ano, em tese, prescreve em 04 anos, mas que, no caso concreto, por forca da menoridade relativa, deve o prazo ser reduzido de metade. Diante desse quadro, vocé, como advogado(a), devera esclarecer que A) ocorreu a prescricio da pretensdo punitiva entre a data do fatoe a do recebimento da dentncia. B) ocorreu a prescricgdo da pretensdo punitiva entre a data do recebimento da dentncia e a da publicacao da sentenca condenatéria. C) ocorreu a prescricfo da pretenséo executéria entre a data do recebimento da dentincia e a da publicacdo da sentenca condenatéria. D) nao hd que se falar em prescricgio, no caso apresentado. COMENTARIOS: Neste caso nao ocorreu a prescricéo da pretensdo punitiva. Primeiramente, n&o ocorreu a prescrigéio da pretenséo punitiva ordindria (comum), pois tal modalidade de prescriggo leva em conta a pena maxima prevista para o delito (04 anos), logo, a prescrigéo somente ocorreria em 08 anos, nos termos do art. 109, IV do CP. Ainda que se reduza tal prazo pela metade, em raz&o de ser o agente menor de 21 anos na data do fato (art. 115 do CP), ainda assim no teria ocorrido prescrig30, pois ndo passou mais de 04 anos entre um marco interruptivo da prescrigao e outro. Por fim, devemos analisar se ocorreu a prescrigéo da pretensdo punitiva RETROATIVA, que leva em conta a pena APLICADA. Considerando a pena aplicada (01 ano), 0 prazo prescricional seria de 04 anos, nos termos do art. 109, V do CP, reduzidos pela metade em razdo de ser o agente menor de 21 anos na data do fato, logo, a prescrig&io retroativa ocorreria em 02 anos. Agora devemos saber se entre um marco interruptivo da prescrigdo, e outro, transcorreu mais de 02 anos. Entre a data do fato (15.04.2011) e 0 recebimento da dentincia (18.04.2011) transcorreu mais de 02 anos. Todavia, a prescric&o retroativa nao pode ocorrer antes do recebimento da dentincia, logo, esquegamos esse periodo. Com relag&o ao periodo entre o recebimento da dentincia (18.04.2016) e a publicacéo da sentenca recorrivel (19.05.2016), também transcorreu mais de 02 anos. Porem, nesses Us anos e Of mes, tvemios aproximeadcmente Oe meses ce suspensdo do processo (entre 18.06.2014 e 03.10.2014). Nesse periodo de trés meses 0 prazo de prescrigéo FICOU SUSPENSO, nos termos do art. 89, §6° do CPP. Assim, se descontarmos esses trés meses, também n&o passou mais de 02 anos entre o recebimento da dentincia e a publicacdo da sentenga recorrivel, logo, no ocorreu a prescricgo retroativa. Assim, no ocorreu prescrig&o no presente caso. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 08. (FGV - 2017 - OAB - XXIV EXAME DE ORDEM) No dia 28 de agosto de 2011, apés uma discussao no trabalho quando todos comemoravam os 20 anos de Jodo, este desfere uma facada no braco de Paulo, que fica revoltado e liga para a Policia, sendo Jodo preso em flagrante pela pratica do injusto de homicidio tentado, obtendo liberdade proviséria logo em seguida. O laudo de exame de delito constatou a existéncia de lesido leve. A denuncia foi oferecida em 23 de agosto de 2013 e recebida pelo juiz em 28 de agosto de 2013. Finda a primeira fase do procedimento do Tribunal do Juri, ocasiao em que a vitima compareceu, confirmou os fatos, inclusive dizendo acreditar que a intengéo do agente era efetivamente matd-la, e demonstrou todo seu inconformismo com a conduta do réu, Jodo foi pronunciado, sendo a deciséo publicada em 23 de agosto de 2015, nao havendo impugnacdo pelas partes. Submetido a julgamento em sessdo plendria em 18 de julho de 2017, os jurados afastaram a intengdo de matar, ocorrendo em sentenca, entdo, a desclassificacéo para o crime de les&o corporal simples, que tem a pena maxima prevista de 01 ano, sendo certo que o Cédigo Penal prevé que a pena de 01 a 02 anos prescreve em 04 anos. Na ocasido, vocé, como advogado(a) de Jodo, considerando apenas as informagées narradas, devera requerer que seja declarada a extinco da punibilidade pela A) decadéncia, por auséncia de representagao da vitima. B) prescricdo da pretensdo punitiva, porque ja foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do fato e a do recebimento da dentincia. C) (prescrigdo da pretensdo punitiva, porque ja foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do oferecimento da dentincia e a da publicacao da decis&o de prontncia. D) prescricdo da pretens4o punitiva, porque entre a data do recebimento da dentincia e a do julgamento pelo juri decorreu o prazo prescricional. COMENTARIOS: Neste caso ocorreu a prescrig&éo da pretensdo punitiva, porque ja foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do fato e a do recebimento da dentincia, pois 0 prazo prescricional, originalmente de 04 anos, deve ser reduzido pela metade, na forma do art. 115 do CP, ja que o agente era menor de 21 anos na data do fato.

Você também pode gostar