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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE DIREITO
COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: Direito Financeiro
PROFESSOR: Antônio de Moura Borges

ALUNO: Fábio Ulisses Sousa (202039743)

SEGUNDO QUESTIONÁRIO

Responda às seguintes questões:

1ª. Qual é a natureza jurídica do orçamento público?

R: O orçamento público consiste em um conjunto de normas com finalidades


constitucionais, que especifica receitas públicas e autoriza despesas públicas sem
interferir nas leis tributárias e financeiras. A teoria mais aceita no Brasil retrata o
orçamento público como lei formal e consequentemente é passível de controle de
constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.

2ª. Em que a lei de diretrizes orçamentárias difere da lei do orçamento anual?

R: A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve viabilizar as diretrizes


estabelecidas no Plano Plurianual (PPA) a curto prazo, definindo as prioridades e
verificando as possibilidades de realização das políticas públicas para o exercício
seguinte.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) deve estimar as receitas e fixar as despesas


do exercício financeiro, bem como dar concretude aos programas e diretrizes
estabelecidos no PPA e na LDO. Divide-se em três sub-orçamentos: orçamento da
seguridade social, orçamento dos investimentos e orçamento fiscal.

3ª. Quais são as especificidades dos aspectos político e econômico do orçamento?

R: O aspecto político do orçamento público é importante para manter a harmonia e a


independência entre os três poderes. Ele é influenciado pela opinião pública e é
importante que esta acompanhe esse controle orçamentário, exigindo a destinação
correta dos gastos públicos para atender às emendas de classes sociais e aspirações
coletivas.
No que diz respeito ao aspecto econômico do orçamento, as atividades do Estado devem
fazer um planejamento para se adaptarem ao exercício financeiro que se dará e os
efeitos da política fiscal com a implementação deste orçamento. O equilíbrio, neste
caso, deve ser feito entre receitas e despesas.
4ª. O que caracteriza o princípio da unidade orçamentária?

R: O princípio da unidade ou da totalidade está previsto no artigo 2º da Lei nº


4.320/1964 e também está implícito no artigo 165, §5º, da Constituição Federal de
1988. Este princípio determina que a lei orçamentária tem de estar em um único
documento legal, determinando todas as receitas e todas as despesas do Estado naquele
lapso temporal.

5ª. Estabeleça a distinção entre os princípios orçamentários da universalidade e da


exclusividade.

R: O princípio da universalidade consiste no fato de que o orçamento tem de conter


toda a receita e toda a despesa do Estado, para que o governo tenha conhecimento do
panorama orçamentário de forma completa. Isso garante que toda a Administração
Pública esteja contemplada no orçamento e impede que o Executivo realize operações
de receita e de despesa sem autorização prévia do Poder Legislativo.
O princípio da exclusividade está previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal e
estabelece que a Lei Orçamentária Anual (LOA) não pode conter dispositivos que não
estejam previstos na receita ou fixados como despesa. Embora complementares, os
princípios se diferem por alguns motivos.
O segundo princípio impede tanto o poder executivo quanto o poder legislativo de
interferir no orçamento público, determinando que somente a lei orçamentária e seus
créditos adicionais podem autorizar crédito orçamentário. Dessa forma, nem outra lei é
capaz de modificar a LOA.

6ª. No Brasil, como são elaboradas as leis orçamentárias?

R: Conforme o artigo 84, XXIII da CF/88, cabe ao Presidente da República enviar ao


Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento. O Congresso Nacional é responsável por alterar e votar,
inicialmente, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO)
e, em seguida, os projetos são votados em sessão plenária conjunta do Congresso. Após
isso, o projeto orçamentário retorna ao Executivo para que haja a sanção do presidente,
consolidando o projeto em lei. Por fim, há a liberação das verbas para a execução dos
projetos.

7ª. Relativamente à execução do orçamento, que etapas devem ser observadas na


realização da despesa?

R: Quatro são as etapas que devem ser observadas na realização da despesa: previsão,
empenho, liquidação e pagamento. Na primeira, as despesas são definidas e fixadas na
lei orçamentária. A segunda consiste em ato emanado de autoridade competente que
cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de
condição. Na terceira, são cobradas a prestação de serviços e/ou entrega de bens, para
que se evite o pagamento sem qualquer implemento de condição. Há a verificação do
direito adquirido pelo credor, com a finalidade de verificar a origem e o objeto que
devem ser pagos. Por fim, a última fase consiste no pagamento e na entrega de
numerário ao credor, extinguindo a obrigação existente.

8ª. Como se realiza o controle da execução orçamentária?


R:O controle da execução orçamentária ocorre por meio de controle direto e indireto,
como consta no artigo 70 da CF/88. O controle direto se dá pela verificação do
cumprimento na prestação de serviços e do programa de trabalho de realização de obras.
Já o controle indireto consiste na fiscalização dos agentes administrativos responsáveis
por bens e valores públicos. Assim, há fiscalização financeira, operacional e
orçamentária da execução.

9ª. Quais são as possíveis vantagens e desvantagens do atual modelo do processo de


escolha dos membros dos tribunais de contas no Brasil?

R: De acordo com os §§2º, 3º e 4º do art. 73 da CF/88, há nove ministros, dentre os


quais seis são indicados pelo Congresso Nacional e três, pelo Presidente da República.
Desde já, é possível verificar que se trata de cargos estratégicos e políticos, já que há
proximidade entre nomeados e fiscalizados. Além disso, as exigências de notórios
conhecimentos de modo geral, da idoneidade moral e da reputação ilibada já trouxeram
alguns questionamentos quanto à qualificação dos escolhidos para essa função.

10ª. Quais são as principais atribuições do Tribunal de Contas da União?

R: O Tribunal de Contas da União tem como principais atribuições as que estão


previstas nos artigos 33, §2º, 70, 71, 72, §1º, 74, §2º e 161, parágrafo único, da
Constituição Federal. O TCU é o órgão responsável pelo controle externo do governo
federal e deve auxiliar o Congresso Nacional a acompanhar a execução orçamentária e
financeira do Brasil, bem como verificar formas de aperfeiçoar a máquina pública em
prol da sociedade no âmbito das atividades contenciosas e fiscalizadoras.

11ª. Que é e qual é a importância do crédito público?

R: O crédito público consiste na capacidade do governo de captar recursos da esfera


privada por meio de empréstimos para cumprir com suas obrigações financeiras com os
seus credores, principalmente com os cidadãos brasileiros. Dessa forma, esses
empréstimos se traduzem em uma antecipação de receita futura para o Estado e uma
relação de confiança entre as partes envolvidas. Com base nessa confiança, o Estado
obtém recursos na forma de empréstimos.

12ª. Estabeleça a distinção entre dívida pública fundada e dívida pública flutuante.

R: A dívida pública fundada consiste em operações de crédito assumidas em virtude da


lei e, normalmente, se dá por meio de contratos de empréstimo e/ou financiamentos de
prazo superior a doze meses, com exceção da LRF e a Resolução nº 43/01 do Senado
Federal que prevêem operações financeiras com prazo inferior a doze meses, mas que
ainda sim se encaixam como dívida fundada por estarem previstas em lei. Já a dívida
pública flutuante surge da necessidade momentânea de suprimento de caixa e é
contraída pela Administração Pública por determinado período de tempo, que deve ser
inferior a doze meses, deve ser paga no exercício financeiro e independe de autorização
orçamentária.

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