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Aula 02

Direito Financeiro p/ PGM-SP


(Procurador Municipal) - 2020.2
Pré-Edital

Autor:
Vanessa Brito Arns
Aula 02

7 de Julho de 2020

40003401820 - Flávia Aparecida Pereira Araújo


Vanessa Brito Arns
Aula 02

Sumário
Direito Financeiro ................................................................................................................................. 2

1. Ciclo Orçamentário ........................................................................................................................ 3

2. Leis orçamentárias ...................................................................................................................... 18

3. Plano Plurianual .......................................................................................................................... 19

4. Lei de Diretrizes Orçamentárias .................................................................................................. 25

5. Lei Orçamentária Anual............................................................................................................... 34

Legislação e Jurisprudência Destacadas .............................................................................................


1475263 44

Resumo ............................................................................................................................................... 55

Considerações Finais ........................................................................................................................... 67

Lista de Questões Comentadas .......................................................................................................... 68

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DIREITO FINANCEIRO
Na aula de hoje vamos continuar os estudos da disciplina de Direito Financeiro, com foco nas
principais leis orçamentárias, um tema essencial na nossa disciplina e foco de todo o esforço da
legislação financeira.

Vejamos o tópico específico do edital que será abordado em aula:

Leis orçamentárias. Ciclo orçamentário. Plano Plurianual. Lei de Diretrizes Orçamentárias. Lei
orçamentária anual.

A Constituição da República Federativa do Brasil contém diversas normas que estruturam o nosso
sistema orçamentário, sendo que o orçamento, quando elaborado por meio da Lei Orçamentária
Anual (LOA), deve respeitar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual (PPA), de acordo
com o objetivo dos governantes eleitos.

Tudo isso deve acontecer, contudo, seguindo os objetivos previstos no art. 3º da Constituição
Federal:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

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Lembrando também que toda a legislação deve respeitar os fundamentos da república brasileira,
previstos no art. 1º da Constituição. Nas palavras de Harrison Leite1:

(..)
“Assim, há um processo de afunilamento, partindo dos fundamentos e objetivos
constitucionais, PPA, LDO até a LOA, que restringem as opções orçamentárias, fazendo
com que o primeiro planejamento, o PPA, seja uma aplicação estratégica de longo prazo
da vontade constitucional, partindo para um segundo plano operacional de curto prazo,
a LDO, e, por fim, a concretização desses planejamentos, em uma lei de realização,
chamada de LOA.”

É evidente, portanto, a necessidade de se estudar as leis orçamentárias, considerando sua


importância para o entendimento de todo o sistema orçamentário e financeiro nacional, incluindo-
se receitas, despesa, créditos públicos e os tipos de controle, que veremos nas próximas aulas.

Vamos explorar os vários tópicos que envolvem esse tema?

Estou à disposição se surgirem dúvidas! Boa aula!

1. CICLO ORÇAMENTÁRIO

O chamado ciclo orçamentário é uma série de fatos orçamentários que deve ser iniciada com a
necessidade de um recurso, desde que justificada, até sua aplicação e fiscalização. É, portanto, um
conjunto de etapas que não se limitam a um exercício financeiro, visto que os fenômenos
orçamentários não terminam com sua ocorrência.

É por isso, portanto, que a doutrina afirma que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício
financeiro, pois o exercício financeiro é apenas uma fase do ciclo considerando que existem as fases
de preparação da proposta orçamentaria, elaboração, avaliação e prestação de contas.

Veremos as etapas do Ciclo Orçamentário:

1
LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 8.ed. ver. ampl. E atual. Salvador: JUSPODIVM, 2019.

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1. Iniciativa

As leis orçamentárias são de iniciativa privativa do Poder Executivo, além de serem indelegáveis. É
o que diz o art. 84 da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

Por ser o Poder Executivo o incumbido de verificar os recursos necessários à satisfação das
necessidades públicas, e por ser também o poder encarregado de executar tarefas delineadas no
orçamento é que o constituinte o concedeu a iniciativa das leis orçamentárias. O Congresso nacional,
embora apto para o exercício da produção de leis, não possui o nível de informações técnicas e
peculiares da administração para o entendimento das necessidades públicas. Nas palavras de
Harrison Leite:

“É o executivo que conhece a realidade sobre o qual atua e pode, aprioristicamente, melhor julgar
a sua alocação, que será posteriormente analisada pelos legisladores.”2(grifo nosso)

O legislativo, portanto, não tem competência para iniciar um projeto de lei orçamentária. É
importante frisar, no entanto, que o legislativo pode alcançar de forma reflexa o orçamento por
meio de leis tributárias, já que está dentro do poder legislativo a iniciativa de lei tributária apta a
reduzir receita pública. O STF já decidiu nesse sentido:

A Constituição de 1998 admite a iniciativa parlamentar na instauração do processo


legislativo em tema de direito tributário. A iniciativa reservada, por constituir matéria de
direito estrito, não se presume e nem comporta interpretação ampliativa, na medida em
que, por implicar imitação ao poder de instauração do processo legislativo, deve
necessariamente derivar de norma constitucional explicita e inequívoca. O ato de legislar
sobre direito tributário, ainda que para conceder benefícios jurídicos de ordem fiscal,
não se equipara, especialmente para os fins de instauração do respectivo processo
legislativo, ao ato de legislar sobre o orçamento do Estado. (ADE 724-MC Rel. Min. Celso

2
LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 8.ed. ver. ampl. E atual. Salvador: JUSPODIVM, 2019.
P. 169.

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de Mello, julgamento em 7-5-1992 Plenário DJ de 27/04/2001) No mesmo sentido: RE


590/697-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 23/08/2011)

É possível entender, portanto, que parlamentares podem apresentar projeto de lei sobre matéria
fiscal, no sentido de conceder benefícios jurídicos de origem fiscal. A exceção prevista na
constituição é quanto aos territórios, em que a lei tributária tem iniciativa reservada ao Presidente
da República:

Art. 61§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


II - disponham sobre:
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;

Conforme vimos, o Supremo Tribunal Federal tem reafirmado o entendimento de que a iniciativa
de lei para benefícios fiscais é concorrente, não cabendo apenas ao chefe do poder executivo. Desta
forma, o impacto dos incentivos fiscais nas contas públicas – ou seja, a renúncia de receita – não faz
delas verdadeiras leis orçamentárias para os fins do disposto no art. 165 da Constituição Federal.

Para Harrison Leite, no entanto, tema merece maior reflexão, visto que

“[L]eis concessivas de benefícios fiscais são, na verdade, leis que alteram o orçamento
com equivalência a criação de despesa. Logo, como compete primariamente ao
Executivo mensurar os efeitos do aumento ou da criação de despesas, dentro do seu
plano político-governamental, tendo em vista sua missão principal, igualmente apenas

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ele pode medir diretamente as consequências da ausência de receitas nos programas e


projetos existentes”3

A concessão de incentivos fiscais e medidas desonerativas por parte do poder legislativo são
bastante comuns no país, podendo causar um desequilíbrio orçamentário. Há uma série de
requisitos para a ocorrência da renúncia de receitas, como os descritos na Lei de Responsabilidade
fiscal, art. 14:

Da Renúncia de Receita
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da
qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto
orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois
seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das
seguintes condições
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de
receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de
resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput,
por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base
de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão
de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo
que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado.
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput
deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor
quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.

3
LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 8.ed. ver. ampl. E atual. Salvador: JUSPODIVM, 2019.
P. 170.

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É importante destacar, também, sobre a iniciativa de elaboração de projeto das leis orçamentárias,
que se trata de verdadeiro DEVER para o poder executivo, de modo que sua omissão constitui crime
de responsabilidade, conforme o art. 85, VI da Constituição Federal.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
VI - a lei orçamentária;

O projeto de lei orçamentária é resultado do trabalho e das análises feitas pelos setores
competentes. No caso da União, por exemplo, o trabalho é feito pela Secretaria de Orçamento
Federal. O órgão setorial de planejamento faz um apanhado de todas as demandas de cada órgão
para encaminhar a proposta consolidada ao órgão central de planejamento, Ministerial ou
Secretarial. Uma vez consolidada a proposta de cada poder, forma-se o projeto de lei que será
encaminhado ao legislativo. O art. 99 da Constituição Federal prevê que o Poder Judiciário, por
exemplo:

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.


§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em
desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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O art. 12º da Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que o Poder Executivo de cada ente colocará à
disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final
para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas
para o exercício subsequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Os poderes Judiciário, Legislativo e o Ministério Público elaboram suas próprias propostas parciais
que são encaminhadas ao poder executivo, responsável pelo envio da proposta consolidada ao
Legislativo.

Ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e à Defensoria Pública é assegurada a


autonomia administrativa e financeira. Tais entes devem, no entanto, respeitar os
limites previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O Poder Executivo não pode, unilateralmente, reduzir a despesa prevista.

Como os poderes são autônomos administrativa e financeiramente, poderia o executivo alterar a


proposta orçamentária encaminhada, vetar ou alterar as despesas?

Existem duas hipóteses:

I. Se os Poderes e o Ministério Público ao elaborarem suas propostas orçamentárias não


observaram os limites estipulados conjuntamente na Lei de Diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo poderá proceder aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual.
II. No entanto, se houve observância dos limites estipulados na LDO e mesmo assim o Executivo
não concordou com a proposta encaminhada, ele não pode consolidar ou alterar a proposta
de acordo com a sua visão e encaminhar ao legislativo um projeto de Lei Orçamentária
Anual diferente do encaminhado pelos demais Poderes e Ministério Público. No caso, o
Poder Executivo consolida como encaminhado e, querendo, propõe uma emenda

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modificativa à comissão mista permanente a fim de o legislativo discutir a matéria. O que


não pode é o executivo alterar a proposta orçamentária do judiciário ou demais poderes e
órgãos. Trazemos o seguinte julgado nesse sentido:

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar no Mandado
de Segurança (MS) 33490, impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder
Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus-DF) contra ato da
Presidência da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do
Congresso Nacional, que não teria respeitado decisão do STF no MS 33186.
Em outubro de 2014, a ministra Rosa Weber deferiu liminar no MS 33186 para impedir o
corte unilateral promovido pelo Poder Executivo nas propostas orçamentárias do
Judiciário e do Ministério Público da União (MPU) para o ano de 2015. Na ocasião, a
relatora alegou que eventual adequação nos orçamentos de outros Poderes e órgãos
autônomos deve ser conduzida pelo Legislativo ao analisar o projeto de lei
orçamentária anual e não previamente pelo Executivo ao consolidar tais propostas.
Fonte:
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=287511&tip=UN

Tal entendimento também pode ser encontrado no Julgamento da ADI 5287PB de 18/05/2016, de
Relatoria do Min. Luiz Fux.

2. Apreciação e Emendas ao orçamento

Após o encaminhamento da proposta consolidada, ela é apreciada pelo Poder Legislativo, que no
caso da união acontece em análise conjunta das duas casas do congresso nacional.

Tal apreciação é prevista nas regras do Regimento Comum (Regimento do Congresso Nacional –
Resolução n. 01 de 1970), em que ocorre a sessão conjunta, mas com apuração de votos em
separado. Isso significa que em cada votação haverá a sessão conjunta, mas, quando da votação,
será verificada a maioria simples em cada casa (Câmara dos deputados e Senado) para que não haja
a rejeição da matéria.

A Constituição Federal previu a criação de uma Comissão Mista Permanente (CMP) ou Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO):

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Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao


orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas,
criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

A Resolução 01/2006 dispõe que a comissão mista de planos, orçamentos públicos e Fiscalização,
composta de 40(quarenta) membros titulares, sendo 30 (trinta) Deputados Federais e 10 (dez)
Senadores, com igual número de suplentes. A Comissão mista possui quatro comitês permanentes,
assim distribuídos:

i. Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária


ii. Comitê de Avaliação da Receita
iii. Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades
Graves
iv. Comitê de Exame da Admissibilidade de Emendas.

A Comissão Mista tem por competência emitir parecer e deliberar sobre:

i. projetos de lei relativos ao plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual e


créditos adicionais, assim como sobre as contas dos Chefes do Poder Executivo, as dos
Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público,
bem como do Tribunal de Contas;
ii. planos e programas nacionais, regionais e setoriais; III – documentos pertinentes ao
acompanhamento e fiscalização da execução orçamentária e financeira e da gestão fiscal

Durante a análise e apreciação dos projetos, os congressistas podem oferecer emendas aos projetos
de leis orçamentárias, que serão discutidas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

Ou seja, antes de submeter o projeto do Poder Executivo à apreciação pelo poder Executivo, o
projeto de lei é encaminhado à Comissão Mista Permanente, que examina e emite parecer,
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podendo, durante tal análise, os congressistas oferecerem emendas aso projetos de lei. Esse mesmo
procedimento deve ser observado quando os projetos de lei solicitam autorização para a abertura
de créditos adicionais, que veremos adiante.

As Emendas Parlamentares são fundamentais e podem ser apresentadas individuais ou


coletivamente. As Emendas são o instrumento pelo qual os Deputados e Senadores podem
interferir de alguma forma no conteúdo dos projetos de lei que são trazidos; incluindo, alterando
e suprimindo proposições.

Segundo Marcus Abraham4, as emendas parlamentares podem ser classificadas da seguinte


maneira:

1) quanto ao autor:
a) emenda individual: apresentada por qualquer parlamentar individualmente (81
senadores e 513 deputados federais), no limite de até 25 emendas no seu mandato;
b) emenda coletiva: apresentada por bancadas estaduais, de interesse de cada unidade
da federação, ou por comissões permanentes, de caráter institucional e de interesse
nacional;
c) emenda de relator: apresentada para corrigir erros e omissões de ordem técnica ou
legal; recompor, total ou parcialmente, dotações canceladas, limitada a recomposição
ao montante originalmente proposto no projeto; atender às especificações dos
Pareceres Preliminares;

2) quanto ao objeto:
a) emenda à receita: é a que tem por finalidade alteração da estimativa da receita,
devido a sua reestimativa por variações positivas ou negativas, ou por renúncia de
receitas;
b) emenda à despesa: pode ser de remanejamento, que propõe acréscimo ou inclusão
de dotações com a anulação equivalente de outras dotações; de apropriação, que
propõe acréscimo ou inclusão de dotações com a anulação equivalente de recursos
integrantes da Reserva de Recursos ou outras dotações definidas no Parecer
Preliminar; ou de cancelamento :que propõe a redução de dotações constantes do
projeto;

4
ABRAHAM, Marcus. Curso de Direito Financeiro Brasileiro. 5.ed, ver. Atual. E ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2018.

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c) emenda ao texto: pode ser aditiva, que acrescenta proposta; modificativa, que altera
proposta existente; supressiva, que exclui uma proposta; substitutiva, que substitui
proposta principal por outra.

As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:

I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,


excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;


b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III – sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou


b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. (§§ 2º e 3º do art. 166, CF/1988).

Feitas as análises pela Comissão Parlamentar Permanente e após a emissão de parecer, haverá a
redação final do projeto de lei e encaminhamento ao plenário do Congresso Nacional para a
votação conjunta, embora a contagem seja separada, como já afirmamos. A maioria das casas deve
aprovar as leis orçamentarias e não a maioria do Parlamento, pois tal raciocínio poderia resultar
numa maioria na Câmara dos Deputados e numa minoria no Senado, por exemplo.

Após a votação pela aprovação, o projeto é encaminhado ao Presidente da República para sanção,
promulgação e publicação, conforme as demais leis ordinárias. (art. 166 §7º)

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(FGV/Analista Legislativo – Senado Federal/2018)

Após o Presidente da República remeter ao Congresso o projeto de lei orçamentária:

I. cabe às comissões permanentes o exame da matéria, sendo desnecessária a


instituição de comissão temporária;

II. será lido o projeto em sessão conjunta, especialmente convocada, até quarenta e
oito horas após a entrega;

III. o projeto será apreciado por Comissão mista e pelas comissões permanentes;

IV. o parecer do relator da Comissão Mista deverá fazer referência expressa ao ponto
de vista expendido pela Comissão Permanente;

V. poderão ser realizadas sessões conjuntas entre comissões permanentes do Senado e


da Câmara, para discutir o orçamento.

Analise os itens acima e assinale:

a) se somente os itens I e II estiverem corretos.

b) se somente os itens II, III, IV e V estiverem corretos.

c) se somente os itens I, III e IV estiverem corretos.

d) se somente os itens II, IV e V estiverem corretos.

e) se somente os itens IV e V estiverem corretos.

Gabarito: B

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3. Sanção ou Veto

Seguindo o trâmite legislativo, o Poder Executivo tem 15 dias úteis a contar da data de recebimento
do projeto para sancioná-lo. Pode também vetá-lo, em todo ou em parte, comunicando o fato em
48 horas ao presidente do Senado Federal, expondo seus motivos. O silêncio significa sanção.

Caso ocorra veto, será apreciado em sessão conjunta dentro de 30 dias de recebimento. Não
havendo deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as
demais proposições, até sua votação final, com exceção das medidas provisórias.

Para que haja a rejeição do veto e reestabelecimento da proposta original é necessária a maioria
absoluta dos Deputados e Senadores, de acordo com o art. 66 §4º da Constituição Federal:

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)

Se o veto for derrubado, o projeto deve ser enviado para promulgação ao presidente da república.
Se for mantido, o projeto será promulgado pelo executivo sem a parte vetada.

É dever do executivo vetar as emendas ilegais, como as que indicam fonte de recursos proibidas ou
deixa m de indicar fontes. Alguns recursos podem ficar sem despesas correspondentes em virtude
de um veto, e para tanto temos o art. 166 §8º da Constituição Federal:

Art. 166§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de


lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.

4. Execução

Aprovada e publicada a lei orçamentária, ela entra em vigor e começa a ser cumprida. Isso significa
que o Executivo está autorizado a despender os recursos aprovados na lei orçamentária. O executivo
deve estabelecer, em até 30 dias após a publicação do orçamento, a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso.

Com a Programação Financeira e o Cronograma de execução mensal de desembolso, os


administradores começam a executar o orçamento. Tal programação prevê, mês a mês, o quanto
cada Ministério, Secretaria ou outro órgão receberá, segundo estipulado pelo Poder Executivo. Com

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a finalidade de permitir que a sociedade conheça, acompanhe e controle a execução orçamentária


do Governo, o Executivo deve publicar, também, os seguintes relatórios:

1. Quadro de Detalhamento de Despesa ou Detalhamento de Despesa por elemento,


autorizando o Ministério ou Secretaria a liberar os créditos para as unidades orçamentarias
vinculadas
2. O Relatório Resumido de Execução Orçamentária, previsto na Constituição Federal em seu
art. 165:

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária.

De acordo com o art. 9º da LRF, se verificado que ao final de um bimestre que a realização da receita
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecido no
Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos
montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, uma limitação de empenho e movimentação
financeira, segundo critérios estabelecidas pela Lei de Diretrizes orçamentárias.

Conforme veremos, a limitação de empenho existe para que não haja despesa sem a devida receita.
Há despesas que não podem ser objeto de limitação de empenho. São:

1. As que constituem obrigações constitucionais do ente


2. As destinadas ao pagamento do serviço da dívida
3. As ressalvadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias

Quanto aos repasses aos demais órgãos e Poderes o art. 168 da Constituição Federal dispõe que:

20 de cada mês, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os


créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia
20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165,
§ 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Tal lei complementar, no entanto, não foi editada, logo há um repasse mensal de 1/12 da dotação
global fixada na lei orçamentária independente das circunstâncias específicas de cada ente
federativo.

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5. Controle

A realização do gasto público exige um acompanhamento para que possa ser efetuado, bem como
fiscalização e controle. Teremos uma aula especial dedicada aos Tribunais de Contas e sua
apreciação da correta aplicação dos recursos públicos.

O controle é essencial para transparência e aplicação dos valores recolhidos aos cofres públicos e
devem ser observados todos os princípios e leis que regem o sistema financeiro nacional.

Conforme ensina Marcus Abraham5,

“Como em qualquer atividade humana, a execução orçamentária precisa ser


devidamente acompanhada, fiscalizada e controlada. Isso porque a concretização da
programação orçamentária é feita através de atos da Administração Pública, que, da
mesma forma que outros atos, estão sujeitos a equívocos, inobservância de suas normas,
desvios de conduta dos agentes e toda a sorte de irregularidades.

(...) Uma das características dos regimes absolutistas ou autoritários é a ausência de


mecanismos de fiscalização e controle, para que não haja limitação de poderes. No Estado
Democrático de Direito, porém, o controle representa um fundamental instrumento para
garantir a realização do interesse público.

Infelizmente, a malversação do Erário tem sido ao longo dos anos, no Brasil, um fato
comum que precisa ser combatido de modo constante. Felizmente, nosso ordenamento
jurídico-financeiro possui um eficiente sistema de avaliação, fiscalização e controle.
Aplicar essas normas é fundamental para o desenvolvimento da nação.”

5
ABRAHAM, Marcus. Curso de Direito Financeiro Brasileiro. 5.ed, ver. Atual. E ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2018.

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Ciclo Orçamentário

Iniciativa

Apreciação e
Emendas ao
Orçamento

Sanção ou
Veto

Execução

Controle

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2. LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Conforme ensina Marcus Abraham6, “planejamento é o processo permanente, dinâmico e


sistematizado de gestão, composto de um conjunto de ações coordenadas e integradas, pelo qual se
estabelece antecipadamente o que se pretende realizar e quais metas se busca atingir, com o
objetivo de se chegar a um resultado satisfatório e desejado.”

Segundo Abraham, procuramos, pelo planejamento, responder as seguintes questões básicas: onde
queremos chegar e como atingiremos nossos objetivos?

“Em se tratando de patrimônio e recursos financeiros públicos, o orçamento público é o instrumento


típico de planejamento utilizado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Através dele, os
entes federativos deverão projetar e controlar, a curto, médio e longo prazos, suas receitas e
despesas, estabelecendo metas e objetivos a serem atingidos.”

No ciclo orçamentário brasileiro, integram-se três leis orçamentárias que permitem o


planejamento no setor público. No Plano Plurianual (PPA), lei de duração de 4 anos, encontramos
a previsão, além do que já está em andamento, do que se pretende realizar no quadriênio em termos
de aprimoramento de ação governamental. Já na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), temos a
orientação para a elaboração do orçamento, definindo as prioridades e metas do PPA para o
exercício financeiro subsequente. E, finalmente, na Lei Orçamentária Anual (LOA), que é lei de
execução do orçamento para o exercício seguinte, tem-se a estimativa de receita e a autorização das
despesas. As duas primeiras planejam e a última executa.

Vemos, portanto, que tais leis orçamentárias estão estritamente ligadas entre si, devendo obedecer
às disposições de acordo com a hierarquia:

6
ABRAHAM, Marcus. Curso de Direito Financeiro Brasileiro. 5.ed, ver. Atual. E ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2018.

18
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Plano Plurianual

Lei de Diretrizes
Orçamentárias

Lei
Orçamentária
Anual
Embora tenham a mesma hierarquia formal, sendo todas leis ordinárias, é possível notar uma
subordinação entre elas por suas temáticas, prevalecendo o Plano Plurianual sobre a Lei de Diretrizes
Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. O PPA, mais abrangente, acaba por orientar a LDO e a
LOA. Em caso do conflito entre as duas leis, por exemplo, a doutrina entende que prevalece o
disposto no PPA. No caso da LOA, ela é subordinada ao PPA e ao LDO, que prevalecem.

É importante ressaltar que embora estudemos Direito Financeiro com enfoque em leis
federais, especialmente no tocante ao orçamento da união, as normas devem ser também aplicadas
nos demais entes da federação (simetria das normas constitucionais).

3. PLANO PLURIANUAL

1. Conceito e Conteúdo

O Plano Plurianual (PPA), está previsto no artigo 165 da Constituição Federal e regulamentado pelo
Decreto 2.829, de 29 de outubro de 1998. O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem
seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de um período de quatro anos.

Trata-se de lei que estabelece o planejamento estratégico do governo de longo prazo e influencia
diretamente as demais leis orçamentárias, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei
Orçamentária Anual.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

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I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as


diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital
e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

O Plano Plurianual tem como objetivo, portanto, estabelecer diretrizes, objetivos e metas (sigla
DOM) da Administração Pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
para as despesas e duração continuada.

Como se verá adiante, as despesas de capital são, em regra, aquelas atreladas à ideia de
investimento. Logo, no PPA, encontramos as despesas voltadas ao investimento e também às
chamadas despesas correntes, ou seja, despesas para manutenção da máquina pública.

Despesas de capital são, geralmente aquelas atreladas à ideia de investimento.


Encontramos no PPA, portanto, aquelas despesas voltadas ao investimento, sendo que
desses surgem outras despesas, chamadas despesas correntes, para manutenção da
máquina pública. Por exemplo, quando um ente constrói um posto de saúde, tal despesa
é prevista como uma despesa de capital. No entanto, para o Estado manter o posto de
saúde, necessita-se pagar médicos, enfermeiros, zeladores, entre outros. Tais despesas
são consideradas despesas correntes e naturalmente DECORREM das chamadas
despesas de capital.

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Estabelece as diretrizes,
objetivos e metas da
administração pública federal
para as despesas de capital e
PPA
outras dela decorrentes

Estabelece as diretrizes da
administração pública
federal para as despesas de
duração continuada

Pela sua redação, temos que no PPA devem estar todas as obras e serviços de duração prolongada,
já que nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade (art. 167, §1º da CF).

A vigência do Plano Plurianual inicia no segundo ano de um mandato presidencial e dura até o final
do primeiro ano do mandato seguinte. Com a adoção do Plano Plurianual, o Governo deve planejar
todas as suas ações e também o orçamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas. O prazo
para envio do projeto do PPA é até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro (31 de Agosto) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (22 de
Dezembro)

O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano deverá conter:

• Objetivo
• Órgão do Governo responsável pela execução do projeto
• Valor
• Prazo de conclusão
• Fontes de financiamento
• Indicador que represente a situação que o plano visa alterar
• Necessidade de bens e serviços para a correta efetivação do previsto
• Ações não previstas no orçamento da União
• Regionalização do plano

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• Etc.

O Plano Plurianual deve, além de promover a integração nacional, orientar a elaboração dos planos
e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição. Segundo Harrison Leite, “seu
caráter programático é manifesto. Não se trata aqui de valores, dos custos reais dos programas, mas
de verdadeira carta de intenções, a serem realizadas dentro das disponibilidades financeiras ao longo
do governo.”7

2. Prazo para envio

O art. 165 §9º inciso I da Constituição Federal dispõe que:

§ 9º Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

Como tal lei complementar ainda não foi promulgada, seguimos a regra do art. 35, §2º, Inciso I do
ADCT, que afirma que o projeto do PPA será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do primeiro exercício financeiro (31 de agosto) e devolvido para sanção até o encerramento da
sessão legislativa (22 de dezembro).

O prazo de envio do projeto do PPA e das demais leis orçamentárias é o final do


exercício financeiro.

7
LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 8.ed. ver. ampl. E atual. Salvador: JUSPODIVM, 2019.
P. 170.

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Os prazos de envio e devolução constantes no ADCT vinculam a União. Os demais entes


federativos poderão eleger nas suas Constituições ou Leis Orgânicas prazos próprios,
distintos daqueles do ADCT.

3. Vigência

A vigência do PPA é de 4 (quatro) anos, não coincidente com o mandato do Executivo. Segundo o
art. 35 §2º do ADCT:

§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II,
serão obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício
financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses
antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa;

A ideia do constituinte é de que haja uma continuidade no processo de planejamento do setor


público, de tal forma de que no primeiro ano de mandato o gestor tendesse à continuidade do PPA
do governo anterior.

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• Execução do 4o ano do PPA


1o anterior
Ano

• 1o ano do PPA
2o
Ano

• 2o Ano do PPA
3o
Ano

• 3o Ano do PPA
4o
Ano

1o ano • 4o Ano do PPA


do mandato
seguinte

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Em muitos concursos o termo “planeamento” refere-se a lei do plano plurianual.

4. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

1. Definição e Conteúdo

No Brasil, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tem como a principal finalidade orientar a
elaboração dos orçamentos fiscais e da seguridade social e de investimento do Poder Público,
incluindo os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, as empresas públicas e autarquias.

A LDO foi criada pela Constituição de 1988 como um ele entre o planejamento (PPA) e o operacional
(LOA). Enquanto o PPA tem como objetivo o planejamento estratégico do governo, a LDO planeja o
curto prazo, o planejamento operacional.

Está prevista no art. 165 da Constituição Federal:

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento.

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A LDO busca harmonizar a Lei Orçamentária Anual (LOA) com as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública estabelecidas no Plano Plurianual.

De acordo com o art. 165, § 2º da Constituição Federal, a LDO:

1. Estabelece as metas e propriedades da administração, incluindo despesas de capital para o


exercício subsequente - nesse ponto, pode-se afirmar que a LDA é um recorte do PPA. Ou
seja, enquanto o PPA prevê as diretrizes, objetivos e metas da administração para o período
de quatro anos, a LDO, recorda o que é mais importante para o exercício subsequente.

2. É também função da LDO orientar a elaboração da LOA, sendo uma ponte entre a PPA e a
LOA. A LDO orienta também a elaboração do orçamento dos poderes legislativo, executivo e
judiciário, bem como do MP, que possuem orçamentos próprios, mas devem seguir o
disposto na LDO.

3. Dispõe sobre as alterações na legislação tributária – como alterações na legislação tributária


podem trazer implicações no orçamento público, pela majoração de tributos ou concessão
de benefícios fiscais, tais reflexos precisam ser antevistos na LDO, já que podem afetar
resultados fiscais, investimentos, concessão de isenções etc. Buscamos a definição de
legislação tributária no Código Tributário Nacional:

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções


internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte,
sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Segundo o Professor Harrisson Leite, “por esse entendimento, toda e qualquer alteração
na legislação tributária demandaria prévia autorização na LDO, o que não tem ocorrido
no dia a dia da Administração Pública que, muitas vezes, concede benefícios fiscais sem
lei, com inobservância inclusive do art. 150 §6º da Constituição Federal, que veda
benefícios sem previsão em lei. “

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Para o autor, parte da crise fiscal no país é devido a alterações na legislação tributária sem previsão
na LDO, já que demandaria planejamento para compensação da receita renunciada.

4. Fixa a política de aplicação das agencias financeiras oficiais de fomento. É comum ouvirmos
que o país investirá em financiamentos habitacionais ou em facilidades para empréstimos em
pequenos negócios, etc. a ideia de política publica relativa a investimentos é desenvolvida
pelos bancos oficiais do governo, como a Caixa Econômica Federal, o Banco Do Brasil, o Banco
Do Nordeste e o Banco Nacional de Desenvolvimento. Como há recursos públicos envolvidos
nesses incentivos, tal previsão e forma de alocação devem estar contidas na LDO, sempre no
ano anterior à sua ocorrência.
5. Autoriza a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração de servidores, a
criação de cargos, empregos, funções ou alteração na estrutura de carreira, bem como
admissão e contratação de pessoal a qualquer título na administração, exceto para as
empresas públicas e as sociedades de economia mista (art. 169, CF). Qualquer gasto público
com m pessoal deve necessariamente ser previsto na LDO, compatibilizando tais gastos com
metas de crescimento e endividamento.

O STF decidiu que a previsão na LDO é necessária para o aumento da remuneração dos
servidores. No entanto, se for dado um aumento sem tal previsão, isso não significa que o
aumento seja invalido, tão somente que não valera para o exercício em que foi concedido e sim
para o exercício seguinte. Vejamos:

EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Leis federais nº 11.169/2005 e


11.170/2005, que alteram a remuneração dos servidores públicos integrantes dos
Quadros de Pessoal da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 3. Alegações de
vício de iniciativa legislativa (arts. 2º 37, X, e 61, § 1º, II, a, da Constituição Federal);
desrespeito ao princípio da isonomia (art. 5º, caput, da Carta Magna); e inobservância da
exigência de prévia dotação orçamentária (art. 169, § 1º, da CF). 4. Não configurada a
alegada usurpação de iniciativa privativa do Presidente da República, tendo em vista que
as normas impugnadas não pretenderam a revisão geral anual de remuneração dos
servidores públicos. 5. Distinção entre reajuste setorial de servidores públicos e revisão
geral anual da remuneração dos servidores públicos: necessidade de lei específica para
ambas as situações. 6. Ausência de violação ao princípio da isonomia, porquanto normas
que concedem aumentos para determinados grupos, desde que tais reajustes sejam

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devidamente compensados, se for o caso, não afrontam o princípio da isonomia. 7. A


ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a
declaração de inconstitucionalidade da lei, impedindo tão-somente a sua aplicação
naquele exercício financeiro. 8. Ação direta não conhecida pelo argumento da violação
do art. 169, § 1º, da Carta Magna. Precedentes: ADI 1585-DF, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, unânime, DJ 3.4.98; ADI 2339-SC, Rel. Min. Ilmar Galvão, unânime, DJ 1.6.2001;
ADI 2343-SC, Rel. Min. Nelson Jobim, maioria, DJ 13.6.2003. 9. Ação direta de
inconstitucionalidade parcialmente conhecida e, na parte conhecida, julgada
improcedente.

Eventual aumento concedido aos empregados de empresas publicas e sociedades de


economia mista não precisam estar previstos na LDO

O conteúdo da LDO pode ser esquematizado da seguinte forma:

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Estabelece as metas e proridades da administracão,


incluindo despesas de capital para o exercício
subsequente
Lei de Diretrizes
Orçamentárias

Orienta a elaboração da LOA

Dispõe sobre as alterações na legislação tributária

Fixa a Política de aplicação das agências financeiras


oficias de fomento

Autoriza a concessao de qualquer vantagem ou


aumento de remuneracao de servidores, a criacao de
cargos, empregos , funcoes ou alteracao na estrutura
de carreira, bem como admissao e contratacao de
pessoal a qualquer titulo na administracao, excto
empresas publicas e sociedades de economia mista

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2. Prazo para envio

. DE acordo com o art. 57 da CF a sessão legislativa é dividida em períodos:

• Legislatura

Período de 4 anos.

• Sessão Legislativa

De 02 de Fevereiro a 22 de Dezembro

• Período Legislativo
o Primeiro Período

De 2 de Fevereiro a 17 de julho (Devolução da LDO)

o Segundo Período

De 1º de Agosto a 22 de Dezembro. (Devolução do PPA e da LOA).

Logo, a LDO deve ser aprovada entre a data do envio, que não deve ser após o dia 15 de abril, até a
devolução, que deve se dar até o dia 17 de julho.

Há um rigor constitucional nesse sentido, no art. 52:

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de


diretrizes orçamentárias.

Ou seja, não haverá recesso sem a aprovação da LDO.

Como a LDO orienta a LOA, entrando em vigor no primeiro momento da sua vigência, a LDO orientará
a LOA. A LDO entra em vigor no ano de sua aprovação.

Após a LOA entrar em vigor, a LDO disporá sobre diversos aspectos, como a execução de despesas
de investimentos, como para orientação de metas e propriedades da administração para o exercício
subsequente.

No caso dos municípios, o poder executivo deve encaminhar o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias até uma data limite, definida pela Lei Orgânica do Município. A Câmara dos
vereadores tem um prazo para realizar a votação - que varia de cidade para cidade. Caso contrário,
esta não poderá entrar em recesso.

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3. Vigência

O período de vigência da LDO depende da data de sua publicação, mas geralmente tem vigência por
mais de um ano, para atender a metas e prioridades da administração e orientar a LOA.
Normalmente a LDO entra em vigor após 17 de Julho de um exercício, permanecendo a sua vigência
até o dia 31 de dezembro do exercício subsequente.

Esquematizamos a vigência da LDO no quadro abaixo:

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• Prazo para envio da LDO do Executivo


Até 15 de Abril ao Legislativo

• Discussão da LDO perante o Poder


Entre 15 de
Abril e 17 de Legislativo
Junho

• Sanção da LDO, quando entra em


SANÇÃO vigor

• Orientará a elaboração do Projeto da


Entre Sanção e
até 31 de Agosto
LOA (Lei Orçamentária Anual)

Entre 31 de
• Orientará a aprovação da LOA (Lei
Agosto até
aprovação da
Orçamentária Anual)
LOA

(ANO+1)
• Disporá sobre execução da LOA e será
Entre 1 de
Janeiro e 31 de
executada nos outros conteúdos.
Dezembro

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4. 4. LDO e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

É comum encontrar nos concursos questões sobre as inovações trazidos á LDO pela LRF, de modo a
contextualizá-la com a política macroeconômica, por meio de interação de metas fiscais com as
políticas monetária e cambial (assuntos que trato em Direito Econômico! )

Além dos 5 pontos do conteúdo da LDO, o art. 4º da LRF ampliou sua competência, que deverá dispor
também sobre:

Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da


Constituição e:
I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na
alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
c) (VETADO)
d) (VETADO)
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas
financiados com recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e
privadas;
II - (VETADO)
III - (VETADO)

Além disso, o art. 4º da LRF determinou que a LDO contivesse dois anexos, que também costumam
cair em provas de concursos. São o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que


serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas,
despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a
que se referirem e para os dois seguintes.
§ 2o O Anexo conterá, ainda:
I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que
justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios
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anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política


econômica nacional;
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a
origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de
Amparo ao Trabalhador;
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de
expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados
os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as
providências a serem tomadas, caso se concretizem.
§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico,
os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as
projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o
exercício subseqüente.

São inovações trazidas pelas LRF à LDO:

❖ O Equilíbrio entre receita e despesa


❖ Critérios e forma de limitação de empenho
❖ Normas relativas ao controle de custos
❖ Avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos
❖ Condições e exigências para transferência de recursos
❖ Anexo de Metas Fiscais
❖ Anexo de Riscos Fiscais

5. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

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A Lei Orçamentária Anual (LOA) é uma lei elaborada pelo Poder Executivo que estabelece as
despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano. De acordo com a Constituição Federal,

Art. 165 § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela


vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo poder público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado


do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano


plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo
critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e


à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.

1. Conceito

A Lei orçamentária anual trata da parte da execução dos projetos previstos nas diretrizes, objetivas
e metas contidas no Plano Plurianual e nas metas e prioridades antevistas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

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É a lei que traz no seu corpo os recursos propriamente ditos, seja na parte das receitas,
prevendo-as, seja na parte das despesas, fixando-as. De rigor, é a mais importante das
leis orçamentárias, por pormenorizar as projeções de receitas e despesas para o ano
subsequente, a justificar a maior preocupação do constituinte em dedicar atenção aos
contornos da sua feitura, aplicação e fiscalização.

O orçamento é, portanto, uma lei que prevê receitas e fixa despesas.

2. Conteúdo

A novidade da Constituição Federal de 1988 é que o orçamento anual deve retratar as finanças
públicas do país. Até antes da CF/88, o Brasil conviveu com três suborçamentos, mas apenas um
deles estava submetido pela Constituição ao Congresso nacional.

De acordo com o princípio da universalidade e de acordo com a Constituição Federal de


1988, toda a projeção de receitas e fixação de despesas da administração direta e indireta
devem ser retratadas no orçamento anual, sem exceção.

Conforme vimos o art. 165 da Constituição Federal, a LOA compreende três orçamentos:

A Lei Orçamentária Anual compreenderá:

❖ o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
e estatais chamadas de dependentes(deficitárias).
❖ o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;

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LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. Ed. Juspodivm, 2019. P. 196

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❖ o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,


da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.

Orçamento Fiscal
• O orçamento fiscal é o mais importante orçamento e alcança todos os os
Poderes da União, fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
• Empresas que fazem parte deste Orçamento devem demonstrar todas as
suas receitas e despesas

Orçamento de Investimentos
• Abrange as empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto. Os gastos com
investimentos e a origem dos recusos devem ser demonstrados.

Orçamento da Seguridade Social

Segundo o art. 165, o orçamento da seguridade social abrange todas


as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta
ou indireta, bem como os fundos e fundações instutuídos e mantidos
pelo poder público.

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3. Prazo para envio

De acordo com o art. 35 §2º do ADCT, o projeto de lei orçamentário da União será encaminhado
até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa. Isso significa que no âmbito federal o prazo de envio ao
legislativo é de até 31 de Agosto.

...e se houver atraso ou não envio do projeto da lei orçamentária pelo executivo? Tal
hipótese está no art. 32 da Lei n.4.320/64:

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas
Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de
Orçamento vigente.

4. Vigência

A Lei Orçamentária Anual, também chamada apenas de orçamento, tem a vigência de um ano e, na
linha do princípio da anualidade, entra em vigor em 01 de Janeiro, com vigência até o dia 31 de
dezembro.

5. Inovações trazidas pela LRF

A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe também novidades em relação à LOA, acrescentando que o
projeto da LOA deverá:

❖ Conter anexo demonstrando a compatibilidade da programação dos orçamentos com os


objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais

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❖ Ser acompanhado do demonstrativo referido no art. 165 da Constituição, assim como de


medidas de caráter compensatório a renúncias de receita e ao aumento de despesas
obrigatórias de caráter continuado
❖ Conter reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na
receita corrente líquida, serão estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Foi publicada no final de 2019 a EC 105/2019, que acrescenta o art. 166-A ao Texto Constitucional:

Emendas individuais de Deputados Federais e Senadores ao orçamento da União

O art. 166-A trata das emendas que Deputados Federais e Senadores poderão apresentar à lei
orçamentária anual transferindo recursos do orçamento da União para os Estados, Distrito Federal
e Municípios.

O novo artigo prevê que as emendas individuais impositivas poderão repassar esses
recursos por meio de duas espécies diferentes de transferências:
1) Transferência especial; (pertence ao ente federado no ato da efetiva transferência)
2) Transferência com finalidade definida. (programação estabelecida em emenda
parlamentar)

IMPORTANTE. Os Estados, DF e Municípios não poderão aplicar os recursos recebidos para o


pagamento de:

a) despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e

b) encargos referentes ao serviço da dívida.

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De acordo com a nova emenda constitucional, esses recursos não integram a receita do Estado, DF
e Municípios

Os recursos transferidos na forma do art. 166-A não integrarão a receita do Estado, do


Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da
despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento
do ente federado.

Vejamos o que diz o § 16º do art. 166:

§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos
§§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá
da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente
líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.

Como funciona a TRANSFERÊNCIA ESPECIAL?

Na transferência especial, os recursos:

I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado (Estado, DF ou Município),


independentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere.

Obs: antes da EC 105/2019, era necessária a celebração do convênio ou outro


instrumento, o que tornava mais burocrática essa transferência. Com a dispensa do
convênio, os entes terão maior liberdade para definir o destino dessas verbas;

II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e

III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder


Executivo do ente federado beneficiado.

Obs: pelo menos 70% das transferências especiais deverão ser aplicadas em despesas de capital

(§ 5º).

Despesas de capital são os gastos realizados pela Administração Pública com:

• investimentos;

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• inversões financeiras e

• transferências de capital (art. 12 da Lei nº 4.320/64).

Segundo o § 3º, o ente federado beneficiado da transferência especial poderá firmar contratos de
cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução orçamentária na
aplicação dos recursos.

Essa hipótese será mais comum no caso de pequenos Municípios.

Percentual mínimo de 60% das transferências especiais relativas ao ano de 2020 deverão ser
executadas no 1º semestre

O art. 2º da EC 105/2019 prevê o seguinte:

Art. 2º No primeiro semestre do exercício financeiro subsequente ao da publicação desta Emenda


Constitucional, fica assegurada a transferência financeira em montante mínimo equivalente a 60%
(sessenta por cento) dos recursos de que trata o inciso I do caput do art. 166-A da Constituição
Federal.

Segundo os parlamentares, o objetivo dessa previsão é “evitar que, num ano eleitoral, haja
contingenciamento de tais recursos como forma de pressão político-partidária”.

Como funciona essa TRANSFERÊNCIA COM FINALIDADE DEFINIDA?

Na transferência com finalidade definida, os recursos serão:

I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e

II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União.

Vigência

A EC 105/2019 entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2020. Segue a Emenda Constitucional em sua
integralidade, por sua novidade ela provavelmente começará a aparecer muito nos concursos
públicos:

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Subchefia para Assuntos Jurídicos

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 105, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2019

Acrescenta o art. 166-A à Constituição Federal, para autorizar a transferência de


recursos federais a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios mediante emendas ao
projeto de lei orçamentária anual.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60


da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar acrescida do seguinte art. 166-A:

"Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei


orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios
por meio de:

I - transferência especial; ou

II - transferência com finalidade definida.

§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do


Estado, do Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos
limites da despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de
endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a
que se refere o caput deste artigo no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com


pensionistas; e

II - encargos referentes ao serviço da dívida.

§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os


recursos:

I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de


celebração de convênio ou de instrumento congênere;

II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e

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III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder


Executivo do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo.

§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do


caput deste artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar
o acompanhamento da execução orçamentária na aplicação dos recursos.

§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste


artigo, os recursos serão:

I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e

II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União.

§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o
inciso I do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a
restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo."

Art. 2º No primeiro semestre do exercício financeiro subsequente ao da publicação desta


Emenda Constitucional, fica assegurada a transferência financeira em montante mínimo
equivalente a 60% (sessenta por cento) dos recursos de que trata o inciso I do caput do
art. 166-A da Constituição Federal.

Art. 3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor em 1º de janeiro do ano subsequente


ao de sua publicação.

Brasília, em 12 de dezembro de 2019

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LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA DESTACADAS


Aqui destacaremos a legislação e jurisprudência mais importantes para a aula.

1. Iniciativa

As leis orçamentárias são de iniciativa privativa do Poder Executivo, além de serem indelegáveis. É
o que diz o art. 84 da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

O legislativo, não tem competência para iniciar um projeto de lei orçamentária. É importante frisar,
no entanto, que o legislativo pode alcançar de forma reflexa o orçamento por meio de leis
tributárias, já que está dentro do poder legislativo a iniciativa de lei tributária apta a reduzir receita
pública. O STF já decidiu nesse sentido:

A Constituição de 1998 admite a iniciativa parlamentar na instauração do processo


legislativo em tema de direito tributário. A iniciativa reservada, por constituir matéria de
direito estrito, não se presume e nem comporta interpretação ampliativa, na medida em
que, por implicar imitação ao poder de instauração do processo legislativo, deve
necessariamente derivar de norma constitucional explicita e inequívoca. O ato de legislar
sobre direito tributário, ainda que para conceder benefícios jurídicos de ordem fiscal,
não se equipara, especialmente para os fins de instauração do respectivo processo
legislativo, ao ato de legislar sobre o orçamento do Estado. (ADE 724-MC Rel. Min. Celso
de Mello, julgamento em 7-5-1992 Plenário DJ de 27/04/2001) No mesmo sentido: RE
590/697-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 23/08/2011)

A exceção prevista na constituição é quanto aos territórios, em que a lei tributária tem iniciativa
reservada ao Presidente da República:

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Art. 61§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


II - disponham sobre:
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;

Conforme vimos, o Supremo Tribunal Federal tem reafirmado o entendimento de que a iniciativa
de lei para benefícios fiscais é concorrente, não cabendo apenas ao chefe do poder executivo. Desta
forma, o impacto dos incentivos fiscais nas contas públicas – ou seja, a renúncia de receita – não faz
delas verdadeiras leis orçamentárias para os fins do disposto no art. 165 da Constituição Federal.

A concessão de incentivos fiscais e medidas desonerativas por parte do poder legislativo são
bastante comuns no país, podendo causar um desequilíbrio orçamentário. Há uma série de
requisitos para a ocorrência da renúncia de receitas, como os descritos na Lei de Responsabilidade
fiscal, art. 14:

Da Renúncia de Receita
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da
qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto
orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois
seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das
seguintes condições
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de
receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de
resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput,
por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base
de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão
de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo
que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado.
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput
deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor
quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.

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É importante destacar, também, sobre a iniciativa de elaboração de projeto das leis orçamentárias,
que se trata de verdadeiro DEVER para o poder executivo, de modo que sua omissão constitui crime
de responsabilidade, conforme o art. 85, VI da Constituição Federal.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
VI - a lei orçamentária;

O projeto de lei orçamentária é resultado do trabalho e das análises feitas pelos setores
competentes. No caso da União, por exemplo, o trabalho é feito pela Secretaria de Orçamento
Federal. O órgão setorial de planejamento faz um apanhado de todas as demandas de cada órgão
para encaminhar a proposta consolidada ao órgão central de planejamento, Ministerial ou
Secretarial. Uma vez consolidada a proposta de cada poder, forma-se o projeto de lei que será
encaminhado ao legislativo. O art. 99 da Constituição Federal prevê que o Poder Judiciário, por
exemplo:

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.


§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em
desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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O art. 12º da Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que o Poder Executivo de cada ente colocará à
disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final
para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas
para o exercício subsequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar no Mandado
de Segurança (MS) 33490, impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder
Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus-DF) contra ato da
Presidência da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do
Congresso Nacional, que não teria respeitado decisão do STF no MS 33186.
Em outubro de 2014, a ministra Rosa Weber deferiu liminar no MS 33186 para impedir o
corte unilateral promovido pelo Poder Executivo nas propostas orçamentárias do
Judiciário e do Ministério Público da União (MPU) para o ano de 2015. Na ocasião, a
relatora alegou que eventual adequação nos orçamentos de outros Poderes e órgãos
autônomos deve ser conduzida pelo Legislativo ao analisar o projeto de lei
orçamentária anual e não previamente pelo Executivo ao consolidar tais propostas.
Fonte:
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=287511&tip=UN

Tal entendimento também pode ser encontrado no Julgamento da ADI 5287PB de 18/05/2016, de
Relatoria do Min. Luiz Fux.

2. Apreciação e Emendas ao orçamento

Tal apreciação é prevista nas regras do Regimento Comum (Regimento do Congresso Nacional –
Resolução n. 01 de 1970), em que ocorre a sessão conjunta, mas com apuração de votos em
separado. Isso significa que em cada votação haverá a sessão conjunta, mas, quando da votação,
será verificada a maioria simples em cada casa (Câmara dos deputados e Senado) para que não haja
a rejeição da matéria.

A Constituição Federal previu a criação de uma Comissão Mista Permanente (CMP) ou Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO):

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Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao


orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas,
criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
3. Sanção ou veto

Para que haja a rejeição do veto e reestabelecimento da proposta original é necessária a maioria
absoluta dos Deputados e Senadores, de acordo com o art. 66 §4º da Constituição Federal:

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)

Se o veto for derrubado, o projeto deve ser enviado para promulgação ao presidente da república.
Se for mantido, o projeto será promulgado pelo executivo sem a parte vetada.

É dever do executivo vetar as emendas ilegais, como as que indicam fonte de recursos proibidas ou
deixa m de indicar fontes. Alguns recursos podem ficar sem despesas correspondentes em virtude
de um veto, e para tanto temos o art. 166 §8º da Constituição Federal:

Art. 166§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de


lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.
2. Execução

Aprovada e publicada a lei orçamentária, ela entra em vigor e começa a ser cumprida. Isso significa
que o Executivo está autorizado a despender os recursos aprovados na lei orçamentária. O executivo
deve estabelecer, em até 30 dias após a publicação do orçamento, a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso.

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§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária.

20 de cada mês, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os


créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia
20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165,
§ 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Tal lei complementar, no entanto, não foi editada, logo há um repasse mensal de 1/12 da dotação
global fixada na lei orçamentária independente das circunstâncias específicas de cada ente
federativo.

❖ Leis Orçamentárias

3. Plano Plurianual

O Plano Plurianual (PPA), está previsto no artigo 165 da Constituição Federal e regulamentado pelo
Decreto 2.829, de 29 de outubro de 1998. O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem
seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de um período de quatro anos.

Trata-se de lei que estabelece o planejamento estratégico do governo de longo prazo e influencia
diretamente as demais leis orçamentárias, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei
Orçamentária Anual.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as


diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital
e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
4. Prazo para envio

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O art. 165 §9º inciso I da Constituição Federal dispõe que:

§ 9º Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

Como tal lei complementar ainda não foi promulgada, seguimos a regra do art. 35, §2º, Inciso I do
ADCT, que afirma que o projeto do PPA será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do primeiro exercício financeiro (31 de agosto) e devolvido para sanção até o encerramento da
sessão legislativa (22 de dezembro).

A vigência do PPA é de 4 (quatro) anos, não coincidente com o mandato do Executivo. Segundo o
art. 35 §2º do ADCT:

§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II,
serão obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício
financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses
antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa;

5. Lei de Diretrizes Orçamentárias

No Brasil, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tem como a principal finalidade orientar a
elaboração dos orçamentos fiscais e da seguridade social e de investimento do Poder Público,
incluindo os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, as empresas públicas e autarquias.

Está prevista no art. 165 da Constituição Federal:

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§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento.

O STF decidiu que a previsão na LDO é necessária para o aumento da remuneração dos
servidores. No entanto, se for dado um aumento sem tal previsão, isso não significa que o
aumento seja invalido, tão somente que não valera para o exercício em que foi concedido e sim
para o exercício seguinte. Vejamos:

EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Leis federais nº 11.169/2005 e


11.170/2005, que alteram a remuneração dos servidores públicos integrantes dos
Quadros de Pessoal da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 3. Alegações de
vício de iniciativa legislativa (arts. 2º 37, X, e 61, § 1º, II, a, da Constituição Federal);
desrespeito ao princípio da isonomia (art. 5º, caput, da Carta Magna); e inobservância da
exigência de prévia dotação orçamentária (art. 169, § 1º, da CF). 4. Não configurada a
alegada usurpação de iniciativa privativa do Presidente da República, tendo em vista que
as normas impugnadas não pretenderam a revisão geral anual de remuneração dos
servidores públicos. 5. Distinção entre reajuste setorial de servidores públicos e revisão
geral anual da remuneração dos servidores públicos: necessidade de lei específica para
ambas as situações. 6. Ausência de violação ao princípio da isonomia, porquanto normas
que concedem aumentos para determinados grupos, desde que tais reajustes sejam
devidamente compensados, se for o caso, não afrontam o princípio da isonomia. 7. A
ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a
declaração de inconstitucionalidade da lei, impedindo tão-somente a sua aplicação
naquele exercício financeiro. 8. Ação direta não conhecida pelo argumento da violação
do art. 169, § 1º, da Carta Magna. Precedentes: ADI 1585-DF, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, unânime, DJ 3.4.98; ADI 2339-SC, Rel. Min. Ilmar Galvão, unânime, DJ 1.6.2001;
ADI 2343-SC, Rel. Min. Nelson Jobim, maioria, DJ 13.6.2003. 9. Ação direta de
inconstitucionalidade parcialmente conhecida e, na parte conhecida, julgada
improcedente.

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A LDO deve ser aprovada entre a data do envio, que não deve ser após o dia 15 de abril, até a
devolução, que deve se dar até o dia 17 de julho.

Há um rigor constitucional nesse sentido, no art. 52:

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de


diretrizes orçamentárias.
6. LDO e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

É comum encontrar nos concursos questões sobre as inovações trazidos a LDO pela LRF, de modo a
contextualizá-la com a política macroeconômica, por meio de interação de metas fiscais com as
políticas monetária e cambial (assuntos que trato em Direito Econômico! )

Além dos 5 pontos do conteúdo da LDO, o art. 4º da LRF ampliou sua competência, que deverá dispor
também sobre:

Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da


Constituição e:
I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na
alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
c) (VETADO)
d) (VETADO)
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas
financiados com recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e
privadas;
II - (VETADO)
III - (VETADO)

Além disso, o art. 4º da LRF determinou que a LDO contivesse dois anexos, que também costumam
cair em provas de concursos. São o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que


serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas,
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despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a


que se referirem e para os dois seguintes.
§ 2o O Anexo conterá, ainda:
I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que
justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios
anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política
econômica nacional;
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a
origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de
Amparo ao Trabalhador;
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de
expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados
os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as
providências a serem tomadas, caso se concretizem.
§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico,
os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as
projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o
exercício subseqüente.
❖ Lei Orçamentária Anual

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é uma lei elaborada pelo Poder Executivo que estabelece as
despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano. De acordo com a Constituição Federal,

Art. 165 § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
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III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela


vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo poder público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado


do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano


plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo
critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e


à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.

...e se houver atraso ou não envio do projeto da lei orçamentária pelo executivo? Tal
hipótese está no art. 32 da Lei n.4.320/64:

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas
Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de
Orçamento vigente.

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RESUMO
 CICLO ORÇAMENTÁRIO

O chamado ciclo orçamentário é uma série de fatos orçamentários que deve ser iniciada com a
necessidade de um recurso, desde que justificada, até sua aplicação e fiscalização.

 É, portanto, um conjunto de etapas que não se limitam a um exercício financeiro, visto que os
fenômenos orçamentários não terminam com sua ocorrência.

O ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro, pois o exercício financeiro é
apenas uma fase do ciclo considerando que existem as fases de preparação da proposta
orçamentaria, elaboração, avaliação e prestação de contas.

 Etapas do Ciclo Orçamentário:

1. Iniciativa

As leis orçamentárias são de iniciativa privativa do Poder Executivo, além de serem indelegáveis. É
o que diz o art. 84 da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

É importante destacar, também, sobre a iniciativa de elaboração de projeto das leis


orçamentárias, que se trata de verdadeiro DEVER para o poder executivo, de modo que sua omissão
constitui crime de responsabilidade, conforme o art. 85, VI da Constituição Federal.

2. Apreciação e Emendas ao orçamento

Após o encaminhamento da proposta consolidada, ela é apreciada pelo Poder Legislativo, que no
caso da união acontece em análise conjunta das duas casas do congresso nacional.

Tal apreciação é prevista nas regras do Regimento Comum (Regimento do Congresso Nacional –
Resolução n. 01 de 1970), em que ocorre a sessão conjunta, mas com apuração de votos em
separado. Isso significa que em cada votação haverá a sessão conjunta, mas, quando da votação,

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será verificada a maioria simples em cada casa (Câmara dos deputados e Senado) para que não haja
a rejeição da matéria.

A Constituição Federal previu a criação de uma Comissão Mista Permanente (CMP) ou Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum.

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da
atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art.
58.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

Durante a análise e apreciação dos projetos, os congressistas podem oferecer emendas aos
projetos de leis orçamentárias, que serão discutidas na Comissão mista, que sobre elas emitirá
parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

Ou seja, antes de submeter o projeto do Poder Executivo à apreciação pelo poder Executivo, o
projeto de lei é encaminhado à Comissão Mista Permanente, que examina e emite parecer,
podendo, durante tal análise, os congressistas oferecerem emendas aso projetos de lei. Esse mesmo
procedimento deve ser observado quando os projetos de lei solicitam autorização para a abertura
de créditos adicionais, que veremos adiante.

As Emendas Parlamentares são fundamentais e podem ser apresentadas individuais ou


coletivamente. As Emendas são o instrumento pelo qual os Deputados e Senadores podem interferir
de alguma forma no conteúdo dos projetos de lei que são trazidos; incluindo, alterando e suprimindo

As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:

I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

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II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,


excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III – sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. (§§ 2º e 3º do art. 166, CF/1988).

Feitas as análises pela Comissão Parlamentar Permanente e após a emissão de parecer, haverá a
redação final do projeto de lei e encaminhamento ao plenário do Congresso Nacional para a votação
conjunta, embora a contagem seja separada, como já afirmamos. A maioria das casas deve aprovar
as leis orçamentarias e não a maioria do Parlamento, pois tal raciocínio poderia resultar numa
maioria na Câmara dos Deputados e numa minoria no Senado, por exemplo.

Após a votação pela aprovação, o projeto é encaminhado ao Presidente da República para sanção,
promulgação e publicação, conforme as demais leis ordinárias. (art. 166 §7º)

3. Sanção ou Veto

Seguindo o trâmite legislativo, o Poder Executivo tem 15 dias úteis a contar da data de
recebimento do projeto para sancioná-lo. Pode também vetá-lo, em todo ou em parte, comunicando
o fato em 48 horas ao presidente do Senado Federal, expondo seus motivos. O silêncio significa
sanção.

Caso ocorra veto, será apreciado em sessão conjunta dentro de 30 dias de recebimento. Não
havendo deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as
demais proposições, até sua votação final, com exceção das medidas provisórias.

Para que haja a rejeição do veto e reestabelecimento da proposta original é necessária a maioria
absoluta dos Deputados e Senadores.

Se o veto for derrubado, o projeto deve ser enviado para promulgação ao presidente da república.
Se for mantido, o projeto será promulgado pelo executivo sem a parte vetada.

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É dever do executivo vetar as emendas ilegais, como as que indicam fonte de recursos proibidas
ou deixa m de indicar fontes. Alguns recursos podem ficar sem despesas correspondentes em
virtude de um veto, e para tanto temos o art. 166 §8º da Constituição Federal:

Art. 166§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o
caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

4. Execução

Aprovada e publicada a lei orçamentária, ela entra em vigor e começa a ser cumprida. Isso significa
que o Executivo está autorizado a despender os recursos aprovados na lei orçamentária. O executivo
deve estabelecer, em até 30 dias após a publicação do orçamento, a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso.

Com a Programação Financeira e o Cronograma de execução mensal de desembolso, os


administradores começam a executar o orçamento. Tal programação prevê, mês a mês, o quanto
cada Ministério, Secretaria ou outro órgão receberá, segundo estipulado pelo Poder Executivo. Com
a finalidade de permitir que a sociedade conheça, acompanhe e controle a execução orçamentária
do Governo, o Executivo deve publicar, também, os seguintes relatórios:

1. Quadro de Detalhamento de Despesa ou Detalhamento de Despesa por elemento,


autorizando o Ministério ou Secretaria a liberar os créditos para as unidades orçamentarias
vinculadas

2. O Relatório Resumido de Execução Orçamentária, previsto na Constituição Federal em seu


art. 165:

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.

De acordo com o art. 9º da LRF, se verificado que ao final de um bimestre que a realização da receita
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecido no
Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos
montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, uma limitação de empenho e movimentação
financeira, segundo critérios estabelecidas pela Lei de Diretrizes orçamentárias.

Conforme veremos, a limitação de empenho existe para que não haja despesa sem a devida
receita. Há despesas que não podem ser objeto de limitação de empenho. São:

1. As que constituem obrigações constitucionais do ente

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2. As destinadas ao pagamento do serviço da dívida

3. As ressalvadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias

Quanto aos repasses aos demais órgãos e Poderes o art. 168 da Constituição Federal dispõe que:

20 de cada mês, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Tal lei complementar, no entanto, não foi editada, logo há um repasse mensal de 1/12 da dotação
global fixada na lei orçamentária independente das circunstâncias específicas de cada ente
federativo.

5. Controle

A realização do gasto público exige um acompanhamento para que possa ser efetuado, bem como
fiscalização e controle. Teremos uma aula especial dedicada aos Tribunais de Contas e sua
apreciação da correta aplicação dos recursos públicos.

 O controle é essencial para transparência e aplicação dos valores recolhidos aos cofres públicos e
devem ser observados todos os princípios e leis que regem o sistema financeiro nacional.

 LEIS ORÇAMENTÁRIAS

No ciclo orçamentário brasileiro, integram-se três leis orçamentárias que permitem o
planejamento no setor público. No Plano Plurianual (PPA), lei de duração de 4 anos, encontramos a
previsão, além do que já está em andamento, do que se pretende realizar no quadriênio em termos
de aprimoramento de ação governamental. Já na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), temos a
orientação para a elaboração do orçamento, definindo as prioridades e metas do PPA para o
exercício financeiro subsequente. E, finalmente, na Lei Orçamentária Anual (LOA), que é lei de
execução do orçamento para o exercício seguinte, tem-se a estimativa de receita e a autorização das
despesas. As duas primeiras planejam e a última executa.

Embora tenham a mesma hierarquia formal, sendo todas leis ordinárias, é possível notar uma
subordinação entre elas por suas temáticas, prevalecendo o Plano Plurianual sobre a Lei de Diretrizes
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Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. O PPA, mais abrangente, acaba por orientar a LDO e a
LOA. Em caso do conflito entre as duas leis, por exemplo, a doutrina entende que prevalece o
disposto no PPA. No caso da LOA, ela é subordinada ao PPA e ao LDO, que prevalecem.

 PLANO PLURIANUAL

O Plano Plurianual (PPA), está previsto no artigo 165 da Constituição Federal e regulamentado
pelo Decreto 2.829, de 29 de outubro de 1998. O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas a
serem seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de um período de quatro
anos.

Trata-se de lei que estabelece o planejamento estratégico do governo de longo prazo e influencia
diretamente as demais leis orçamentárias, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei
Orçamentária

O Plano Plurianual tem como objetivo, portanto, estabelecer diretrizes, objetivos e metas (sigla
DOM) da Administração Pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
para as despesas e duração continuada.

Como se verá adiante, as despesas de capital são, em regra, aquelas atreladas à ideia de
investimento. Logo, no PPA, encontramos as despesas voltadas ao investimento e também às
chamadas despesas correntes, ou seja, despesas para manutenção da máquina pública.

Despesas de capital são, geralmente aquelas atreladas à ideia de investimento. Encontramos no


PPA, portanto, aquelas despesas voltadas ao investimento, sendo que desses surgem outras
despesas, chamadas despesas correntes, para manutenção da máquina pública. Por exemplo,
quando um ente constrói um posto de saúde, tal despesa é prevista como uma despesa de capital.
No entanto, para o Estado manter o posto de saúde, necessita-se pagar médicos, enfermeiros,
zeladores, entre outros. Tais despesas são consideradas despesas correntes e naturalmente
DECORREM das chamadas despesas de capital.

Pela sua redação, temos que no PPA devem estar todas as obras e serviços de duração prolongada,
já que nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade (art. 167, §1º da CF).

A vigência do Plano Plurianual inicia no segundo ano de um mandato presidencial e dura até o
final do primeiro ano do mandato seguinte. Com a adoção do Plano Plurianual, o Governo deve
planejar todas as suas ações e também o orçamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas.
O prazo para envio do projeto do PPA é até quatro meses antes do encerramento do primeiro

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exercício financeiro (31 de Agosto) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa
(22 de Dezembro)

O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano deverá conter:

• Objetivo

• Órgão do Governo responsável pela execução do projeto

• Valor

• Prazo de conclusão

• Fontes de financiamento

• Indicador que represente a situação que o plano visa alterar

• Necessidade de bens e serviços para a correta efetivação do previsto

• Ações não previstas no orçamento da União

• Regionalização do plano

• Etc.

O Plano Plurianual deve, além de promover a integração nacional, orientar a elaboração dos
planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição. Segundo Harrison
Leite, “seu caráter programático é manifesto. Não se trata aqui de valores, dos custos reais dos
programas, mas de verdadeira carta de intenções, a serem realizadas dentro das disponibilidades
financeiras ao longo do governo.”

O projeto do PPA será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro (31 de agosto) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa
(22 de dezembro).

O prazo de envio do projeto do PPA e das demais leis orçamentárias é o final do exercício
financeiro.

Os prazos de envio e devolução constantes no ADCT vinculam a União. Os demais entes federativos
poderão eleger nas suas Constituições ou Leis Orgânicas prazos próprios, distintos daqueles do
ADCT.

A vigência do PPA é de 4 (quatro) anos, não coincidente com o mandato do Executivo. Segundo o
art. 35 §2º do ADCT:

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§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

A ideia do constituinte é de que haja uma continuidade no processo de planejamento do setor


público, de tal forma de que no primeiro ano de mandato o gestor tendesse à continuidade do PPA
do governo anterior.

Em muitos concursos o termo “planejamento” refere-se a lei do plano plurianual.

 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

No Brasil, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tem como a principal finalidade orientar a
elaboração dos orçamentos fiscais e da seguridade social e de investimento do Poder Público,
incluindo os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, as empresas públicas e autarquias.

A LDO foi criada pela Constituição de 1988 como um ele entre o planejamento (PPA) e o
operacional (LOA). Enquanto o PPA tem como objetivo o planejamento estratégico do governo, a
LDO planeja o curto prazo, o planejamento operacional.

A LDO busca harmonizar a Lei Orçamentária Anual (LOA) com as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública estabelecidas no Plano Plurianual.

De acordo com o art. 165, § 2º da Constituição Federal, a LDO:

1. Estabelece as metas e propriedades da administração, incluindo despesas de capital para o


exercício subsequente - nesse ponto, pode-se afirmar que a LDA é um recorte do PPA. Ou seja,
enquanto o PPA prevê as diretrizes, objetivos e metas da administração para o período de quatro
anos, a LDO, recorda o que é mais importante para o exercício subsequente.

2. É também função da LDO orientar a elaboração da LOA, sendo uma ponte entre a PPA e a
LOA. A LDO orienta também a elaboração do orçamento dos poderes legislativo, executivo e
judiciário, bem como do MP, que possuem orçamentos próprios, mas devem seguir o disposto na
LDO.

3. Dispõe sobre as alterações na legislação tributária – como alterações na legislação tributária


podem trazer implicações no orçamento público, pela majoração de tributos ou concessão de
benefícios fiscais, tais reflexos precisam ser antevistos na LDO, já que podem afetar resultados
fiscais, investimentos, concessão de isenções etc. Buscamos a definição de legislação tributária no
Código Tributário Nacional:

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4. Fixa a política de aplicação das agencias financeiras oficiais de fomento. É comum ouvirmos
que o país investirá em financiamentos habitacionais ou em facilidades para empréstimos em
pequenos negócios, etc. a ideia de política pública relativa a investimentos é desenvolvida pelos
bancos oficiais do governo, como a Caixa Econômica Federal, o Banco Do Brasil, o Banco Do Nordeste
e o Banco Nacional de Desenvolvimento. Como há recursos públicos envolvidos nesses incentivos,
tal previsão e forma de alocação devem estar contidas na LDO, sempre no ano anterior à sua
ocorrência.

5. Autoriza a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração de servidores, a


criação de cargos, empregos, funções ou alteração na estrutura de carreira, bem como admissão e
contratação de pessoal a qualquer título na administração, exceto para as empresas públicas e as
sociedades de economia mista (art. 169, CF). Qualquer gasto público com m pessoal deve
necessariamente ser previsto na LDO, compatibilizando tais gastos com metas de crescimento e
endividamento.

Eventual aumento concedido aos empregados de empresas públicas e sociedades de economia


mista não precisam estar previstos na LDO.

A iniciativa do projeto da LDO é exclusiva do chefe do Poder Executivo (no âmbito federal, o
Presidente da República, por meio da Secretaria de Orçamento Federal) e deve ser encaminhado ao
Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano para aprovação (oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro).

Como a LDO orienta a LOA, entrando em vigor no primeiro momento da sua vigência, a LDO
orientará a LOA. A LDO entra em vigor no ano de sua aprovação.

Após a LOA entrar em vigor, a LDO disporá sobre diversos aspectos, como a execução de despesas
de investimentos, como para orientação de metas e propriedades da administração para o exercício
subsequente.

No caso dos municípios, o poder executivo deve encaminhar o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias até uma data limite, definida pela Lei Orgânica do Município. A Câmara dos
vereadores tem um prazo para realizar a votação - que varia de cidade para cidade. Caso contrário,
esta não poderá entrar em recesso.

O período de vigência da LDO depende da data de sua publicação, mas geralmente tem vigência
por mais de um ano, para atender a metas e prioridades da administração e orientar a LOA.
Normalmente a LDO entra em vigor após 17 de Julho de um exercício, permanecendo a sua vigência
até o dia 31 de dezembro do exercício subsequente.

Além dos 5 pontos do conteúdo da LDO, o art. 4º da LRF ampliou sua competência, que deverá
dispor também sobre:

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Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados
com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

Além disso, o art. 4º da LRF determinou que a LDO contivesse dois anexos, que também costumam
cair em provas de concursos. São o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas,
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e
para os dois seguintes.

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que
justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores,
e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo
ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão


das despesas obrigatórias de caráter continuado.

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§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as
providências a serem tomadas, caso se concretizem.

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos


das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus
principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

São inovações trazidas pelas LRF à LDO:

• O Equilíbrio entre receita e despesa


• Critérios e forma de limitação de empenho
• Normas relativas ao controle de custos
• Avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos
• Condições e exigências para transferência de recursos
• Anexo de Metas Fiscais
• Anexo de Riscos Fiscais

 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é uma lei elaborada pelo Poder Executivo que estabelece as
despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano.

A Lei orçamentária anual trata da parte da execução dos projetos previstos nas diretrizes,
objetivos e metas contidas no Plano Plurianual e nas metas e prioridades antevistas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias.

 É a lei que traz no seu corpo os recursos propriamente ditos, seja na parte das receitas, prevendo-
as, seja na parte das despesas, fixando-as. De rigor, é a mais importante das leis orçamentárias, por
pormenorizar as projeções de receitas e despesas para o ano subsequente, a justificar a maior
preocupação do constituinte em dedicar atenção aos contornos da sua feitura, aplicação e
fiscalização.

O orçamento é, portanto, uma lei que prevê receitas e fixa despesas.

A novidade da Constituição Federal de 1988 é que o orçamento anual deve retratar as finanças
públicas do país. Até antes da CF/88, o Brasil conviveu com três suborçamentos, mas apenas um
deles estava submetido pela Constituição ao Congresso nacional.

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De acordo com o princípio da universalidade e de acordo com a Constituição Federal de 1988, toda
a projeção de receitas e fixação de despesas da administração direta e indireta devem ser retratadas
no orçamento anual, sem exceção.

Conforme vimos o art. 165 da Constituição Federal, a LOA compreende três orçamentos:

A Lei Orçamentária Anual compreenderá:

• o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, e estatais chamadas de dependentes(deficitárias).
• o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
• o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo Poder Público.

De acordo com o art. 35 §2º do ADCT, o projeto de lei orçamentário da União será encaminhado
até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa. Isso significa que no âmbito federal o prazo de envio ao
legislativo é de até 31 de Agosto.

.Se houver atraso ou não envio do projeto da lei orçamentária pelo executivo: Art. 32. Se não
receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos
Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.

A Lei Orçamentária Anual, também chamada apenas de orçamento, tem a vigência de um ano e,
na linha do princípio da anualidade, entra em vigor em 01 de Janeiro, com vigência até o dia 31 de
dezembro.

A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe também novidades em relação à LOA, acrescentando que
o projeto da LOA deverá:

• Conter anexo demonstrando a compatibilidade da programação dos orçamentos com


os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais
• Ser acompanhado do demonstrativo referido no art. 165 da Constituição, assim como
de medidas de caráter compensatório a renúncias de receita e ao aumento de despesas
obrigatórias de caráter continuado
• Conter reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com
base na receita corrente líquida, serão estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final da nossa aula.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato comigo. Estou disponível no fórum no
Curso, por e-mail e pelo Instagram.

Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!

Vanessa Brito

E-mail: profvanessabrito@gmail.com

Instagram: https://www.instagram.com/profvanessabrito

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS


1. (CESPE / Procurador – TCE-RO/2019)
A respeito das regras constitucionais para a proposição de emendas ao projeto de lei
orçamentária e de execução financeira e orçamentária, assinale a opção correta.

a) Emendas a projeto de lei orçamentária anual somente poderão ser aprovadas se forem
compatíveis com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e se indicarem os
recursos necessários, como o serviço da dívida.
b) Emendas individuais a projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% da
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, de modo que um terço desse valor
deverá ser destinado a ações e serviços de saúde.
c) Emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de estados ou do DF não estão sujeitas
à execução equitativa das programações de caráter obrigatório.
d) Aplica-se às programações incluídas pelas emendas de iniciativa de bancada de
parlamentares de estados ou do DF a garantia de execução obrigatória, no montante de até
1% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
e) Somente na hipótese de haver superávit primário, a administração deverá executar as
programações orçamentárias, adotando as medidas e os meios necessários, com o propósito
de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade.

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A alternativa A está incorreta. De acordo com o Art. 166 da Constituição Federal, § 3º:
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As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem


somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
b) serviço da dívida;

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 166 da Constituição Federal,

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo
Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos
de saúde.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 166 da Constituição Federal, § 11: É obrigatória
a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.

A alternativa D está correta. De Acordo com a Constituição Federal. Art. 166 §12. A garantia de
execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas por todas
as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no
montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior

A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 166 da Constituição Federal em seu § 13. As
programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória nos
casos dos impedimentos de ordem técnica.

2. ((VUNESP/ Procurador Legislativo Mauá SP- 2019) Estabelecerá, de forma regionalizada, as


diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O trecho
transcrito refere-se

a) à lei de responsabilidade fiscal.


b) à lei de diretrizes orçamentárias.
c) à lei que institui plano financeiro setorial.
d) ao anexo de metas fiscais.
e) ao plano plurianual.

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Comentários

A alternativa A está incorreta. A chamada Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece normas de


finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

A alternativa B está incorreta. De acordo com a Constituição Federal, Art. 165 §2º A lei de diretrizes
orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A alternativa C está incorreta. O plano financeiro setorial é um termo que não existe, existe apenas
o chamado planejamento setorial.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal, o anexo
de metas fiscais integra o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e nele se estabelecem metas
anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e
primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

A alternativa E está correta. De acordo com a Constituição Federal (Art. 165. §1º ) o Plano Plurianual
estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de
duração continuada

3. (VUNESP/ Procurador Francisco Morato -SP - 2019) O Anexo de Riscos Fiscais, onde serão
avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas,
informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem, deverá estar contido na Lei

a) do Orçamento Anual.
b) de Diretrizes Orçamentárias.
c) do Plano Plurianual.
d) Geral do Orçamento.
e) de Responsabilidade Fiscal.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 4, § 3o, da LRF “a lei de
diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem.”

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4. (CESPE/MPC-PA Procurador de Contas – 2019) A Lei orçamentária anual (LOA) concedeu aumento
de remuneração aos servidores da administração direta da União sem a respectiva previsão na lei
de diretrizes orçamentárias (LDO).
Nesse caso, de acordo com a jurisprudência do STF, a falta de previsão do aumento de
remuneração na LDO

a) enseja a declaração de inconstitucionalidade da LOA.


b) não obsta a concessão do aumento no exercício financeiro, bastando a previsão da LOA.
c) não invalida a concessão do aumento no exercício financeiro se houver crédito suplementar
para tanto.
d) pode ser suprida por previsão na LOA.
e) impede a concessão do aumento no exercício financeiro.

Comentários

A letra E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com a Constituição Federal, art. 169 : A
despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,


empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como admissão ou
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta
ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser
feitas:
II. se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Além disso, de acordo com a ADI 3599 (STF):

Controle concentrado de constitucionalidade

Ação direta de inconstitucionalidade. Leis federais 11.169/2005 e 11.170/2005, que


alteram a remuneração dos servidores públicos integrantes dos Quadros de Pessoal da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Alegações de (...) inobservância da exigência
de prévia dotação orçamentária (art. 169, § 1º, da CF). (...) A ausência de dotação
orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a declaração de
inconstitucionalidade da lei, impedindo tão somente a sua aplicação naquele exercício
financeiro. Ação direta não conhecida pelo argumento da violação do art. 169, § 1º,
da Carta Magna.
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[ADI 3.599, rel. min. Gilmar Mendes, j. 21-5-2007, P, DJ de 14-9-2007.]

5. (VUNESP/Procurador do Município de São José do Rio Preto - 2019) Compreende as metas e


prioridades da Administração Pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orienta a elaboração da lei orçamentária anual, dispõe sobre as
alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento, a lei

a) do plano plurianual.
b) geral do orçamento.
c) de diretrizes orçamentárias.
d) de responsabilidade fiscal.
e) de política orçamentária nacional.

Comentários

De acordo com o art. 165, parágrafo 2º da Constituição Federal,

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento.

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

6. (FUNDEP – CAU-MG Advogado -2019) Considerando que a Constituição Federal, ao dedicar um


capítulo às finanças públicas, estabelece que a arquitetura do sistema orçamentário é composta
por Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA),
é correto afirmar:

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a) A Lei de Diretrizes Orçamentárias, de iniciativa do Executivo, orienta a elaboração da lei


orçamentária anual, dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política
de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
b) O Plano Plurianual constitui um plano prévio de preparação de ações de curto prazo, com
vigência anual, de iniciativa do Chefe do Poder Executivo e cuja tramitação deve ocorrer no
primeiro semestre de cada ano.
c) A Constituição Federal fixa que o Plano Plurianual dever respeitar as disposições da Lei de
Diretrizes Orçamentárias e ambas devem estar em consonância com o teor da Lei
Orçamentária Anual, sendo que todas elas devem estar adequadas ao planejamento global
da ação do Estado.

d) A Lei Orçamentária Anual, de iniciativa do Poder Legislativo, tem competência para eleger as
metas e ações prioritárias na execução do orçamento seguinte e deverá dispor sobre o
equilíbrio não só entre receitas e despesas como também entre critérios e forma de limitação
de empenho.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 165 da Constituição
Federal:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,


objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as

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alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências


financeiras oficiais de fomento.

7. (CESPE/PGM Campo Grande – 2019) A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes
orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA), julgue o item a seguir.
==1682bf==

O PPA traça o planejamento de longo prazo, estabelece diretrizes, objetivos e metas da


administração pública federal para as despesas correntes e para as despesas relativas aos programas
de duração continuada.

Comentários

A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 165, § 1º da Constituição Federal, a lei que instituir
o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada. O candidato deveria se lembrar das despesas de
capital para acertar a questão.

8. (VUNESP/Procurador da Câmara de Sertãozinho SP - 2019) Considerando o Direito Financeiro


atual, julgue o item a seguir:

O Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, integrará o projeto

Comentários

A assertiva está correta de acordo com a Lei Complementar 101/2000 em seu art. 4º:

§ 1 Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que


serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas,
despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a
que se referirem e para os dois seguintes.

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9. (VUNESP/Procurador Legislativo – Câmara de Tatuí SP - 2019) Assinale a alternativa que se


apresenta de acordo com a Constituição Federal:

a) O Poder Executivo publicará, até 15 (quinze) dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária.
b) A lei ordinária disporá sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a
organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária
anual.
c) Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
d) Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes não poderão ser utilizados como créditos
especiais ou suplementares, mesmo com prévia e específica autorização legislativa.
e) Considera-se equitativa a execução das programações de caráter facultativo que atenda de
forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com a Constituição Federal em seu art. 165, § 3º O Poder
Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
execução orçamentária.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 165 da Constituição Federal, § 9º Cabe à lei
complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a
organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

A alternativa C está correta. Segundo a Constituição Federal em seu Art. 166. Os projetos de lei
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
comum.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 166 § 8º Os recursos que, em decorrência de
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 166 § 18 Se for verificado que a reestimativa da
receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida
na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser

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reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas
discricionárias, conforme redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019.

10. (CESPE/PGM – João Pessoa- PB – 2018) Acerca das espécies e da tramitação legislativa das leis
orçamentárias, assinale a opção correta.

a) A lei que instituir a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) estabelecerá, de forma regionalizada,
diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e para
outras delas decorrentes.
b) O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.
c) O plano plurianual compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo-se as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.
d) No âmbito federal, emendas a projeto de lei orçamentária anual (LOA) somente poderão ser
apresentadas ao plenário das duas Casas do Congresso Nacional, que as apreciarão na forma
do regimento comum.
e) Emendas a projeto de lei orçamentária anual (LOA) devem indicar os recursos necessários,
sendo admitida como fonte a anulação de despesa para pessoal e seus encargos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com a Constituição Federal em seu art. 165, § 1º A lei que
instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.

A alternativa B está correta. De acordo com a Constituição Federal em seu art. 165§ 3º O Poder
Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
execução orçamentária.

A alternativa C está incorreta. De acordo com a Constituição Federal em seu art. 165§ 2º A lei de
diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política
de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

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§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

A alternativa E está incorreta. De acordo com o § 3º do art. 166 as emendas ao projeto de lei do
orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,


excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos;

11. (VUNESP/PGM – São Bernardo do Campo – SP - 2018) Dispor sobre normas relativas ao controle
de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos é
matéria que, dentre outras, compete à Lei

a) Geral do Orçamento.
b) do Plano Plurianual.
c) de Diretrizes Orçamentárias.
d) do Orçamento Anual.
e) de Responsabilidade Fiscal.

Comentários

A alternativa C é o gabarito da questão. De acordo com a Lei Complementar 101/2000:

Art. 4 A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da


Constituição e:
I - disporá também sobre:
(...)
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas
financiados com recursos dos orçamentos;

12. (VUNESP/Procurador – Câmara de Itaquaquecetuba – SP - 2019) O projeto de lei orçamentária


anual deve ser elaborado de forma compatível com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias. Além disso, é correto afirmar que

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a) o refinanciamento da dívida pública não constará da lei orçamentária.


b) a atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada poderá superar a
variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias apenas nos casos em
que a amortização seja superior a 60 meses.
c) a lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração inferior a um
exercício financeiro.
d) todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as
atenderão, constarão da lei orçamentária anual.
e) serão incluídas na lei orçamentária as despesas do Banco Central do Brasil relativas a pessoal
e encargos sociais, exceto aqueles destinados a benefícios e assistência aos servidores.

Comentários

Todas as alternativas podem ser encontradas no art. 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal. Vejamos:

A alternativa A está incorreta. § 2o O refinanciamento da dívida pública constará separadamente


na lei orçamentária e nas de crédito adicional.

A alternativa B está incorreta § 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária


refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes
orçamentárias, ou em legislação específica.

A alternativa C está incorreta. § 5o A lei orçamentária não consignará dotação para investimento
com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em
lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.

A alternativa D está correta. § 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou


contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual.

A alternativa E está incorreta. § 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei


orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio
administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.

13. (VUNESP/PGM Sorocaba - 2018) O ciclo orçamentário é um processo contínuo de planejamento,


acompanhamento e execução da ação pública do Estado, por meio de instrumentos de natureza
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jurídico- -financeira. São parte desse ciclo, no Brasil, o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A respeito desse tema, é correto afirmar
que

a) o PPA é peça fundamental na intermediação entre o planejamento de longo prazo, presente


na LDO, e a ação de curto prazo, prevista na LOA, na medida em que dispõe sobre as
prioridades e metas para as despesas de capital no próximo exercício e nos dois seguintes.
b) a LOA é lei de efeitos abstratos que não está sujeita a controle de constitucionalidade por
parte do Poder Judiciário, por veicular a instrumentalização da manifestação do Poder
Legislativo e do Poder Executivo naquilo que lhes é próprio, ou seja, na formulação e na
execução de políticas públicas.
c) a LDO ganhou, a partir da publicação da Lei Complementar n° 101/2000, novo papel, o que
lhe concedeu destaque no ciclo orçamentário, na medida em que, nesta lei, são definidas
metas de resultados fiscais, tais como resultado primário e resultado nominal, para o
exercício a que se referir e para os dois seguintes.
d) o PPA reflete o planejamento da ação estatal no longo prazo, considerando-se que deve ser
proposto e aprovado no último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, para vigorar
nos 4 (quatro) anos seguintes.
e) a LOA, ao estipular as dotações orçamentárias para o ano seguinte, fixa obrigação de
execução da despesa para o Poder Executivo, não podendo este contingenciar a execução da
despesa pública, sem prévia autorização do Poder Legislativo, por motivos ligados à
necessidade de compatibilização da despesa com modificações do cenário econômico que
impacte a previsão de receitas.

Comentários

De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, LC nº 101/2000 - estabelece normas de finanças


públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da


Constituição e:
(...).
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que
serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas,
despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a
que se referirem e para os dois seguintes.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

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14. (FCC/PGE-AP – 2018) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um documento orçamentário


preliminar à Lei Orçamentária Anual, introduzido pela Constituição de 1988, mas que somente
teve seu conteúdo preenchido com o advento da LRF. Segundo essa Lei Complementar, a LDO
deve:

a) dispor acerca de critérios para equilíbrio entre receitas e despesas.


b) ser acompanhada das medidas de compensação a renúncias de receita.
c) ser acompanhada das medidas de compensação ao aumento de despesas obrigatórias de
caráter continuado.
d) estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração
pública.
e) incluir demonstrativo do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro.

Comentários

A alternativa A está correta. De acordo com a LC 101/00 - Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias
atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:


equilíbrio entre receitas e despesas

15. (VUNESP/ Procurador Jurídico da Prefeitura de Bauru – 2018) Sobre a lei de diretrizes
orçamentárias, é correto afirmar:

a) a lei de diretrizes orçamentárias vige pelo período de doze meses e sua vigência coincide com
o ano civil.
b) a lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da Administração
Pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
c) o projeto de lei relativo às diretrizes orçamentárias será apreciado por apenas uma das Casas
do Congresso Nacional.
d) a aprovação das emendas ao projeto da lei de diretrizes orçamentárias independe de sua
compatibilidade com o plano plurianual.
e) o projeto de lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas da Administração Pública
federal, estadual e municipal e obedecerá ao estabelecido na lei orçamentária anual e disporá
sobre as alterações na legislação tributária.

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Comentários

A alternativa B está correta. De acordo com o art. 165 CF § 2º A lei de diretrizes orçamentárias
compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento.

16. (CESPE/PGM Fortaleza - 2018) Com fundamento na disciplina que regula o direito financeiro e nas
normas sobre orçamento constantes na CF, julgue o item a seguir.

Constitui ofensa à competência reservada ao chefe do Poder Executivo a iniciativa parlamentar que
prevê, na LDO, a inclusão de desconto no imposto sobre a propriedade de veículos automotores, em
caso de pagamento antecipado

Comentários

A questão cobra do candidato o conhecimento da jurisprudência no Direito Financeiro. O Supremo


Tribunal Federal, afirma o seguinte:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 553/2000, DO ESTADO DO AMAPÁ.


DESCONTO NO PAGAMENTO ANTECIPADO DO IPVA E PARCELAMENTO DO VALOR
DEVIDO. BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS. LEI DE INICIATIVA PARLAMENTAR. AUSÊNCIA DE
VÍCIO FORMAL. 1. Não ofende o art. 61, § 1º, II, b da Constituição Federal lei oriunda
de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria
tributária, uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas
privativas do Chefe do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios
federais. (ADI 2.464/AP, Rel. Min. Ellen Gracie, j.11/04/2007)

Conforme vimos ao longo das nossas aulas, e segundo o Professor Harrison Leite, o poder legislativo
não tem competência para iniciar projeto de lei orçamentária, que são elaboradas por iniciativa do
Poder Executivo. No entanto, o legislativo poderá, através de leis tributárias, principalmente as
concessivas de benefícios fiscais, alcançar reflexamente o orçamento, sem com isso ferir a
competência exclusiva do Executivo para tratar do orçamento, visto que está dentro da competência
do Poder Legislativo a iniciativa de lei tributária que reduz receita pública.”

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Desse modo, nosso gabarito só pode ser que a alternativa está errada.

17. (CESPE - PGM Fortaleza - 2018) Com fundamento na disciplina que regula o direito financeiro e nas
normas sobre orçamento constantes na CF, julgue o item a seguir

Na LDO será estabelecida a política de aplicação a ser executada pelas agências oficiais de fomento.

Comentários

Conforme vimos, os concursos gostam muito de cobrar esse artigo. Para relembrar:

Constituição Federal, art. 165: Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração


pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará
a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A alternativa está correta.

18. (MPE -RS/Promotor de Justiça - 2017) À luz da Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, NÃO integrará
ou acompanhará a Lei Orçamentária Anual:

a) autorização para a alienação de bem imóvel.


b) sumário geral da receita por fontes.
c) quadro discriminativo da receita por fontes.
d) quadro das dotações por órgãos do Governo.
e) quadro demonstrativo da receita.

Comentários

Segundo a Lei 4.320/64:

Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:

I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do


artigo 43;

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II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação


da receita, para atender a insuficiências de caixa.
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder
Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis somente
se incluirá na receita quando umas e outras forem especificamente autorizadas pelo Poder
Legislativo em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no
exercício.
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a operações
de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.

Desse modo, nosso gabarito só pode ser a alternativa A: que também contraria o princípio da
exclusividade, que veda inclusão de matérias não atinentes à fixação de despesa e previsão de
receita, exceto créditos suplementares e operações de crédito na lei orçamentária anual - art. 165
§8).

19. (VUNESP /Juiz Substituto TJRJ - 2016) O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público estão compreendidas na lei

a) do orçamento anual.
b) orgânica.
c) de responsabilidade fiscal.
d) de diretrizes orçamentárias.
e) do plano diretor.

Comentários

A alternativa A está correta. De acordo com a Constituição Federal de 1988:

Art. 165, § 5º
A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público;

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20. (CESPE/Juiz Federal – TRF 2ª Região - 2011) Considerando as especificidades dos orçamentos
previstos na Lei Orçamentária Anual da União, consoante a CF, assinale a opção correta.

a) O orçamento monetário destina-se às despesas e receitas do BACEN.


b) O orçamento previdenciário contém as dotações destinadas à saúde e à previdência
c) O orçamento federal de investimento das estatais abrange todas as empresas públicas e
sociedades de economia mista públicas, incluindo-se as dos estados e dos municípios.
d) O orçamento fiscal compreende parte da administração direta e parte da administração
indireta da União.
e) O orçamento plurianual cria dotações orçamentárias para quatro anos.

Comentários

A alternativa D é a correta , já que o chamado Orçamento Fiscal “compreende os poderes da União,


os Fundos, Órgãos, Autarquias, inclusive as especiais e Fundações instituídas e mantidas pela União;
abrange, também, as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e que recebam desta quaisquer
recursos que não sejam provenientes de participação acionária, pagamentos de serviços prestados,
transferências para aplicação em programas de financiamento atendendo ao disposto na alínea "c"
do inciso I do art. 159 da CF e refinanciamento da dívida externa”.

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