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Prova de Direito Financeiro:

Aluno: Brenno Nascimento Pinto


Matrícula: 20201361047
Professora: Claudia Amaral
Graduação: Direito
Disciplina: Direito Financeiro

Resposta:

A matéria do jornal trata de um ramo do Direito, conhecido como Direito


Financeiro.Porque, de acordo com Luiz Emygdio F. da Rosa Júnior:

“Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que estuda o ordenamento


jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua
atividade financeira e que se estabeleceram entre o Estado e o particular.”

E como a matéria do jornal trata do orçamento público, consequentemente


trata-se também do Direito Financeiro.

O Dr. Hugo Rizerio trata do Direito Financeiro, como:

A referida citação estabelece o Direito Financeiro como um gênero entre os


ramos do Direito Público. Tal gênero objetiva a captação de recursos e sua
consequente divisão isonômica entre os entes Federados e particulares
como um todo. O foco do direito financeiro é atender às necessidades
públicas do Estado. O direito Financeiro é o corpo e o Direito Tributário as
mãos/arrecadadoras de tributos.

O Direito financeiro possui um sistema próprio de princípios e normas (art.


24, I, 163 e 169, CF/88, entre outros artigos espalhados pelo referido diploma) que
justifica seu estudo apartado do direito tributário, tendo em vista que o direito
financeiro estuda a atividade financeira do estado (a qual se inclui as receitas
tributárias, mas não somente elas).

O direito financeiro tem por objeto uma parcela da atividade financeira do


Estado, no caso o orçamento público, compreendendo, pois, sua composição por
meio das respectivas receitas e despesas, bem assim o competente controle interno
e externo.

Já a definição de Ricardo Lobo Torres:

Direito Financeiro é o conjunto de normas e princípios que regulam a


atividade financeira. Incumbe-lhe disciplinar a constituição e a gestão da
Fazenda Pública, estabelecendo as regras e procedimentos para a
obtenção da receita pública e a realização dos gastos necessários para
consecução dos objetivos do Estado.
De acordo com a obra de Eduardo Jardim:

O orçamento público é o conjunto de receitas e despesas contido na lei


orçamentária concernentes a um determinado ano-calendário,
compreendendo, portanto, o período que se inicia em 1º de janeiro e
termina no dia 31 de dezembro. Convém esclarecer que o ano-calendário
não se confunde com o ano civil, porquanto este representa o lapso
temporal de 365 dias contados a partir de qualquer dia do ano, consoante
consta da Lei 810, de 6 de setembro de 1949.

Kiyoshi Harada qualifica o orçamento público como interno, externo e


privado. De acordo com o mencionado autor:

“O controle privado é uma novidade trazida pela Carta Política de 1988.


Dispõe no § 2º do art. 74 que qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União”.

Já o controle interno é realizado pelos Poderes Legislativo, Executivo e


Judiciário, e o controle externo é realizado pelo Tribunal de Contas, que incumbe
apreciar e julgar as contas do dinheiro, bens e valores públicos, cabendo-lhe, ao
demais, efetivar o referido controle nos termos do art. 71, incisos I a XI, bem assim
parágrafos 1º a 4º, da Constituição Federal, especificamente aplicáveis à União
Federal, os quais se aplicam simetricamente aos Estados, Municípios e Distrito
Federal, por força do disposto no caput dos artigos 25, 29 e 32 da Constituição de
1988.

O Chefe do Executivo de acordo com a Constituição de 1988 ficou


responsável pela iniciativa da Lei Orçamentária, como disposto no art. 61, § 1º,
inciso II, alínea b. Competindo ao Parlamento a função de votar, referendando,
emendando ou rejeitando aquela providência deflagrada pelo Executivo.

Em relação às normas de conteúdo nacional, não há dúvida que é


competência da União Federal a função de legislador do Estado Brasileiro, como
disposto no artigo 24 combinado com o 24, § 1º, do da Carta Magna. Porém, os
demais entes federativos podem também elaborar o seu próprio orçamento, de
acordo com caput do art. 24, da Constituição, de acordo com a competência
concorrente. Além disso, pode-se destacar também os artigos 25, 29 e 32, da
Constituição, para tratar dos demais entes.

Além disso, o § 2º, do art. 74, da Constituição estabeleceu poderes aos


cidadãos, partido político, associação ou sindicato no sentido de denunciar
irregularidades ou ilegalidades na gestão dos recursos públicos perante o Tribunal
de Contas.

O Direito Financeiro possui diversos princípios, pode-se destacar como os


principais os seguintes: legalidade, anualidade, universalidade, unidade,
exclusividade em matéria orçamentária, vedação ao estorno, especialização e
publicidade.

A legalidade pode ser encontrada no art. 5º, inciso II, da Constituição, que
alega que somente a lei pode criar direitos e deveres. A legalidade no orçamento
público pode ser encontrada na Constituição, nos artigos 165 a 169. Pode-se
destacar no art. 165 que trata da questão dos orçamentos e apresenta que as leis
de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais.

A lei orçamentária é anual, como está previsto no art. 165, § 5º, mesmo
assim pode ocorrer a existência de planos orçamentários plurianuais para os casos
em que os projetos a serem desenvolvidos ao longo de um período de tempo acima
do anual, de acordo com o art. 165, inciso I, e o § 7º, também da Constituição.
Entretanto, o constituinte incumbiu o legislador complementar de dispor sobre a
definição do lapso temporal da anualidade, nos termos do disposto no art. 165, § 9º,
da Carta Magna de 1988.

A universalidade trata do registro de todas as receitas e despesas públicas.


Assim, oferece a transparência à lei orçamentária e otimiza a moralidade
administrativa, ao vedar a omissão de despesa mediante o artifício de lançamento
de receitas líquidas.

A unidade trata de uma lei orçamentária básica, que é implementada por


documentos ou orçamentos miniaturais que se agregam ao orçamento matriz,
preservando, assim, o primado da unidade que é de importância para efeito de
transparência e controle do orçamento.

De acordo com a exclusividade em matéria orçamentária, a lei orçamentária


só pode dispor sobre previsão de receita e fixação de despesa, como disposto no
art. 165, § 8º, do Texto Magno, que apresenta a seguinte redação:

A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização
para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

A vedação ao estorno trata do regime jurídico administrativo, uma vez que a


execução do orçamento é efetivada no plano da função administrativa que é
infralegal, de onde cabe ao seu gestor aplicar a lei orçamentária em conformidade
com o seu teor aprovado pela Casa Parlamentar. A vedação é encontrada
expressamente no art. 167, inciso VI, da Constituição de 1988.
A especialização trata da contabilidade pública aplicável ao orçamento
tendo como objetivo analisar a origem das receitas e a sua respectiva destinação.
Esses tendem a redimensionar a transparência e o controle do orçamento.

A publicidade é observada na questão que o processo legislativo somente é


concluído quando a lei objeto de aprovação é publicada no Diário Oficial, o mesmo
ocorrendo nos demais Poderes, tanto no Judiciário quanto no Executivo. A
publicidade está expressa no caput do art. 37 da Constituição Federal.

É importante entendermos o orçamento público no âmbito do Congresso


Nacional. E para isso precisamos destacar as responsabilidades do Congresso
Nacional, sendo essas responsabilidades: deliberar sobre as leis orçamentárias e
proceder à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da Administração direta e indireta.

De acordo com o site do Congresso Nacional:

As leis orçamentárias inicialmente são enviadas como projeto pela


Presidência da República ao Congresso Nacional, ao qual cabe discutir,
votar, alterar e, se for o caso, aprovar o texto normativo para posterior
vigência como lei após concordância do Chefe do Executivo.

As leis de caráter orçamentário dizem respeito ao plano plurianual (PPA),


às diretrizes orçamentárias (LDO), suas alterações, ao orçamento anual
(LOA) e aos créditos adicionais, os quais são apreciados na forma do
Regimento Comum (art. 166, CF e Resolução nº 1 de 2006 – CN).

O PPA trata do planejamento de governo para os próximos quatro anos,


envolvendo as principais diretrizes e metas da administração pública
federal. É encaminhado ao Poder Legislativo até o dia 31 de agosto do
início do mandato, possuindo vigência a partir do 2º ano do mandato
presidencial até o 1º ano do subsequente.

A proposta da LDO, realizada em conformidade com o PPA, é encaminhada


anualmente ao Congresso até 15 de abril e sua função é fixar as
prioridades do governo federal, além de orientar a elaboração da LOA.

O projeto da LOA, elaborado com base na LDO, também é anual e seu


papel é estimar a receita e fixar a despesa para o ano seguinte, ou seja,
demonstrar de qual modo o governo irá arrecadar e gastar os recursos
públicos, com previsão de envio até o dia 31 de agosto para o Legislativo.

A LOA pode ser modificada por meio de créditos adicionais para atender
despesa não autorizada ou insuficientemente prevista. Como pode acontecer
quando os valores autorizados na lei orçamentária podem revelar-se insuficientes
para as finalidades planejadas ou necessitar de aumento de despesa não
autorizada a princípio.

Os créditos adicionais classificam-se em suplementares, especiais ou


extraordinários e sendo aprovados passam a integrar o orçamento em exercício. Os
créditos suplementares visam reforçar valores monetários previstos na LOA
destinados a atender determinados programas. Destaca-se que o orçamento anual
poderá autorizar o Presidente da República a editar decretos para abertura de
crédito suplementar sem necessidade de autorização pelos congressistas, nos
percentuais e limites estabelecidos.

Com exceção dos créditos extraordinários, os projetos orçamentários devem


ser apreciados pelo Congresso em sessão conjunta, onde senadores e deputados
se reúnem em um só local para discutir e votar a matéria em questão. Com a
aprovação, são enviados ao Presidente da República para sanção (concordância)
ou veto (discordância), parcial ou total. Aceitando o texto encaminhado, o
Presidente da República sanciona, promulga e publica, transformando-o em lei.

O texto trata também diretamente de alguns institutos de Direito Financeiro


que serão apresentados:

Há 4 tipos de orçamento público:

- Orçamento Tradicional

- Orçamento de Desempenho

- Orçamento de Base Zero

- Orçamento-Programa

O governo atual utiliza o orçamento-programa. Assim, o planejamento e o


orçamento são integrados: a partir de um é possível elaborar o outro. Fala-se, no
orçamento-programa, em controle que visa eficiência, eficácia e efetividade.

O texto trata das chamadas “emendas do relator”. Essas emendas são


ferramentas que foram criadas pelo Orçamento Impositivo e dão ao relator da LOA o
direito de encaminhar emendas que precisam ser priorizadas pelo executivo. E por
não serem claramente discriminadas nos sistemas nos quais é feito o controle da
execução orçamentária, é também conhecida como “orçamento secreto”.

A Câmara dos Deputados, de acordo com a nota técnica nº 63/2021 da


Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira, de 8 de novembro de 2021,
afirma que as emendas do relator “tradicionalmente, são utilizadas com a finalidade
de corrigir erros ou omissões de ordem técnica do projeto de lei orçamentária, ou
seja, um instrumento colocado à disposição dos relatores para que possam cumprir
a função de organizar e sistematizar a peça orçamentária”.

O mecanismo recebe diversas críticas por permitir que o governo distribua


dinheiro público a seus aliados como quiserem, permitindo que o Planalto utilize
essas emendas nas negociações pela tramitação de propostas de seu interesse no
Legislativo.
Alexandre de Andrade em uma determinada entrevista alegou que:

É possível que se levante a destinação dessas despesas. O que não se


sabe a partir desse instrumento é quem determinou o gasto. Mas
conseguimos saber para onde a despesa foi direcionada.

Esses fatos são tratados no texto do jornal e explica, porque é considerado


“barganha política''.

Emendas são recursos do orçamento direcionados por deputados a suas


bases políticas ou estados de origem. As verbas devem ser usadas para
investimentos em saúde e educação.

As emendas se dividem em três: Individuais, em que cada parlamentar


decide onde alocar o dinheiro; De Bancada, também chamada de emendas
coletivas, elaboradas por deputados do mesmo estado ou região; De Comissão, que
são emendas coletivas de comissões permanentes da Câmara ou do Senado.

Todas essas emendas permitem a identificação do parlamentar e das


bancadas que destinaram recursos públicos a determinados locais.

Por ser feito dessa forma o orçamento secreto acaba estimulando o mau
uso dos recursos públicos e da corrupção e também acaba gerando a concentração
de poder e das desigualdades, como trata o próprio texto, por ser uma “barganha
política”.

O texto trata de um termo conhecido como “gastos livres”, que são os


gastos que podem ser ajustados pelo governo, e geralmente se faz necessário
quando há aumento da estimativa de gastos obrigatórios.

De acordo com uma pesquisa no Portal da Transparência, é possível achar


o Orçamento Brasileiro por área de atuação no ano de 2022:
No texto, os gastos públicos têm o mesmo significado de despesas públicas.

O texto trata da sigla OCDE, que significa Organização para Cooperação e


Desenvolvimento Econômico (OCDE). A Organização permite a troca de
informações e alinhamento de políticas entre os países-membro com o objetivo de
potencializar o crescimento econômico e contribuir para o desenvolvimento de todos
os participantes, tornando-se um importante ator na busca de soluções de políticas
públicas em um mundo globalizado.

No gráfico da reportagem apresenta a proposta de distribuição das


despesas que é enviada pelo presidente (Chefe do Executivo) ao Congresso é a
proposta de lei orçamentária, como já foi apresentado neste texto. Além disso,
Ainda no gráfico o texto apresenta a seguinte expressão: “Comissão Mista do
Orçamento”, que conforme a definição no site da Câmara é a seguinte:

Comissão mista integrada por Deputados e Senadores, constituída para


tratar de matéria pertinente à competência do Congresso Nacional, que tem
por atribuição apreciar e emitir parecer sobre os projetos de lei relativos ao
plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais da União, sobre as contas apresentadas anualmente
pelo Presidente da República e sobre os planos e programas nacionais,
regionais e setoriais previstos na Constituição, bem como exercer o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas
especificamente.

Essa comissão está presente na Constituição Federal de 1988, art. 166,


§1º.
REFERÊNCIAS

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B
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

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<https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/gestao-na-camara-dos-deputa
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‌ nciclopédia
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<https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/307/edicao-1/normas-gerais-de-direito-
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em:
<https://www.congressonacional.leg.br/materias/materias-orcamentarias/entenda-o-
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‌ ntenda o que são as “emendas do relator” ao Orçamento. Disponível em:


E
<https://www.cnnbrasil.com.br/politica/stf-julga-suspensao-das-emendas-do-relator-a
o-orcamento-entenda/>.

Governo anuncia bloqueio de R$ 8,2 bilhões em gastos e reduz orçamento dos


ministérios. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/20/governo-anuncia-bloqueio-de-r-8
2-bilhoes-em-gastos-e-comprime-orcamento-dos-ministerios.ghtml>.

JUSBRASIL. Direito Financeiro Conceito e Objetivos . Disponível em:


https://rizeriohl.jusbrasil.com.br/artigos/373537141/direito-financeiro-conceitos-objeti
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<https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/o-pa
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<https://www.portaltransparencia.gov.br/orgaos/?ano=2022>. Acesso em: 17 ago.
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Resumo Esquematizado - Direito Financeiro: conceitos iniciais. Disponível em:


<https://www.institutoformula.com.br/resumo-esquematizado-direito-financeiro-conce
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SILVEIRA, L. R. M. DA. Conheça os 4 Modelos de Orçamento Público e suas
principais características. Disponível em:
<https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/conheca-os-4-modelos-de-orcamento
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