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AULA Nº 04 - Orçamento Público

Aspectos gerais. Conceito. Natureza


jurídica. Classificação. Princípios
orçamentários. Ciclo orçamentário.
Controle de execução e fiscalização.

 Aspectos gerais

Documento que prevê as quantias de dinheiro que, num período


determinado, devem entrar e sair dos cofres públicos, com especificação
de suas principais fontes de financiamento e das categorias de despesa
mais relevantes.
Obrigatoriamente é formalizado através de Lei, proposta pelo Poder
Executivo e analisada pelo Poder Legislativo na forma definida na
Constituição.
Instrumento de caráter múltiplo: político (realização da política
pública), econômico (recursos versus necessidades), programático
(planejamento), gerencial (de administração e controle) e financeiro
(expressão dos recursos).

 Conceito

Instrumento de planejamento da ação governamental, composto das


despesas fixadas pelo Poder Legislativo (PL), autorizando ao Poder
Executivo (PE) realizá-las durante um exercício financeiro, mediante a
arrecadação de receitas suficientes e previamente estimadas.

 Natureza jurídica

Formal: não gera direito de exigência de sua realização por via judicial
(princípio da reserva do possível).

 Características da Lei Orçamentária Anual (LOA)


Formal (meio de planejamento autorizativo)
Temporária
Especial (art. 166, §§ 6º e 7º da CF)
Ordinária (quórum de aprovação: maioria simples)
 Classificação

O critério de classificação é o Planejamento.


A concepção do orçamento como um ato preventivo e autorizativo das
despesas que o Estado deve efetuar em um exercício, no intuito de
atingir os seus objetivos e metas programadas, é instrumento da Ação
Planejadora gerencial.

Principais espécies (técnicas):


1. Orçamento Clássico: não enfatiza o planejamento;

2. Orçamento de Desempenho ou Realizações: enfatiza as


realizações governamentais;

3. Orçamento-Programa: vinculado ao planejamento econômico e


social (PPA).
Técnica do Orçamento-Programa:
a) Definição de Objetivos e Análise de Alternativas
b) Estrutura Programática
c) A mensuração de receitas e de custos
 Surgimento do Orçamento-Programa: No Brasil, a Lei n° 4.320/64
não baseou sua implantação (no aspecto formal: métodos). Já o
Decreto-Lei n° 200/67 dispõe que ele é um meio do planejamento. E
Portaria n° 09/74 o estabeleceu para os Estados e Municípios.

 Princípios orçamentários
Institutos norteadores do procedimento orçamentário. Objetivam
assegurar o cumprimento dos fins a que se propoe o orçamento.

a- Princípio da legalidade

Abrangência do PPA, LDO, LOA – art. 165, incisos I, II e III da CF/88


O artigo 5.º, inciso II, c/c artigo 37 da CF/88, determina a subordinação
da Administração Pública aos preceitos constitucionais, no trato da
matéria orçamentária, no que concerne às leis do Plano Plurianual
(PPA), as diretrizes orçamentárias (LDO) e os orçamentos anuais (LOA),
todas de iniciativa do chefe do Poder Executivo (art. 165, CF/88).

b- Princípio da Anualidade

Periodicidade anual do orçamento.


O exercício financeiro coincide com o ano civil (art. 34 da Lei nº
4.320/64).
LC → exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e
organização das leis financeiras (art. 165, § 9º, CF/88).
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
III - os orçamentos anuais.
§ 9º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual.

c- Princípio da Unidade

Previsão legal: art. 2º da Lei nº 4.320/64 - A Lei do Orçamento conterá a


discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos
os princípios de unidade, universalidade e anualidade.

Existência de uma única lei orçamentária para cada ente federativo. Esse
princípio segue a concepção da totalidade (múltiplos orçamentos →
consolidação), pois determina que todas as receitas e despesas, ainda
que constante de três peças orçamentárias distintas deva constar de
uma única lei.

d- Princípio da Universalidade:

Previsão legal - art. 165, § 5º, da CF/88 (implícito).


Art. 165, § 5º da CF/88 - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades
e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Art. 3º e 4º da lei nº 4.320/64 (explícito).


Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive
as de operações de crédito autorizadas em lei.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias
dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por
intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.

e- Princípio do Orçamento Bruto


Previsão legal: art. 6º da lei nº 4.320/64 - Todas as receitas e despesas
constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
***Impede a inclusão de importâncias (valores) líquidas.

f- Princípio da Exclusividade

A Lei orçamentária deve conter, apenas, matéria exclusiva quanto à


previsão de receita e a fixação de despesa, ou seja, não conterá matéria
estranha ao orçamento. Não se confundindo com outros campos
jurídicos como o tributário.

Exceção: autorização para a abertura de créditos suplementares e


contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da
receita orçamentária (ARO) - art. 165, § 8°, CF/88.

g- Princípio da Especificação

Art. 5º da lei 4320/64 - A Lei de Orçamento não consignará dotações


globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal,
material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras,
ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 15 da lei 4320/64 - Na Lei de Orçamento a discriminação da


despesa far-se-á no mínimo por elementos.

Objetiva vedar as dotações globais, ou seja, a classificação e designação


dos itens que devem constar do orçamento, de forma a apresentar o
planejamento mais analítico possível.
Exceção: (é uma dotação global) a reserva de contingência e os
investimentos em regime de execução especial.

h- Princípio da não afetação das receitas

Veda a vinculação de impostos a determinado órgão, fundo ou despesa,


salvo as exceções constitucionais:
Transferências constitucionais da arrecadação de impostos que
caracterizam a repartição das receitas tributárias, bem como o FPE e
FPM (art. 158 e 159 CF/88).
Manutenção e desenvolvimento do ensino (União mínimo de 18%;
E/DF/Mun 25%).
Serviços públicos de saúde.
Garantias às operações de créditos por ARO (art. 167, IV).
Vinculação de impostos Estaduais e Municipais para prestação de
garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para
com esta (art. 167, § 4°).

 Ciclo orçamentário.

É a sequência das etapas desenvolvidas pelo processo orçamentário e


dividida em quatro fases:
1ª Fase de Elaboração do Planej./Orçamento
2ª Fase de Execução
3ª Fase de Monitoramento e Avaliação
4ª Fase de Correção / Revisão

 Controle de execução e fiscalização

Controle Interno (órgão de controle e setoriais)

Controle Externo
Tribunal de Contas (Fiscaliza e emite Parecer sobre contas)
Poder Legislativo (Fiscaliza e julga politicamente o chefe do Executivo)
Controle Social (Participa do planejamento, acompanha a execução,
examina a prestação de contas)

Tribunal de Contas da União – arts. 71 - 75 e 161 da CF e Lei 8443/92


(lei orgânica do tribunal de contas) + Regimento interno.
Competência – 71 a 74 da CF
Composição – art. 73 da CF
Atribuição no controle da execução do orçamento.
Fiscalização orçamentária.

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