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O orçamento surge não só com o objectivo de organizar as receitas e despesas de um Estado, mas
como forma de controlo de arrecadação e gasto. No primeiro momento, essa função estava
concentrada na figura do monarca, e, após, passa a ser dividida com o Parlamento. Isso ocorre
tendo em vista que o orçamento é, precisamente, uma lei orçamentária: deveria ser aprovada pelo
Parlamento. Existia uma visão clássica sobre o orçamento, centrada nos aspectos formais de
preparação, aprovação, execução e modificação da lei orçamentária, isto é, no ciclo
orçamentário. A principal preocupação do Direito Financeiro era a relação entre o Executivo e o
Legislativo; na época, como o Parlamento poderia controlar os gastos do Monarca (Rizerio,
2017).
Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que estuda o ordenamento jurídico das finanças
do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira e que se estabeleceram
entre o Estado e o particular.
A Constituição.
No que tange ao domínio das normas de organização, bem como das normas de percepção,
pragmatismo, percepção e orientação, dos princípios do Direito Financeiro.
A Constituição deverá ser bastante específica e clara quanto às matérias relacionadas as fontes de
Direito Financeiro, principalmente no respeitante à responsabilização e controlo financeiro, e à
autonomia financeira ( das autarquias).
As Leis e os Decretos – Leis são as principais fontes de Direito Financeiro. Assim, a lei Formal
reservará à Constituição determinadas matérias (específicas), tais como a criação de impostos,
autorização de empréstimos, bem como outras operações de crédito, delimitando as condições
gerais, a aprovação do OGE, estabelecendo-se as infracções fiscais e financeiras, e suas sanções
jurídicas.
Regulamentos Financeiros.
Os Regulamentos Financeiros poderão assumir diversas formas, tais como : Despachos
Ministerias; Resoluções de Conselhos de Ministros; Portarias; Decretos Regulamentares; ou
mesmo as Instruções dos Responsáveis Administrativos.
Fontes Primárias
Direito que gera nova situação é fonte primária Ex.: troca de informações fiscais (Rizerio, 2017).
Fonte Secundária
Direito regulamentar;
1º A receita pública
2º A despesa pública
3º O Orçamento Público
4ª O crédito Público
Assim, em harmonia com as reflexões prefaladas, as Normas Gerais de Direito Financeiro são
aquelas objetivadas a informar e a presidir a elaboração e a realização do orçamento público e o
seu competente controle interno e externo. São, com efeito, as regras submersas em legislação
nacional a serem observadas pela legislação orçamentária da União, dos Estados, do Distrito e
dos Municípios (Jardim, 2019).
O Direito Econômico é o ramo normativo que disciplina atividade econômica do Estado e dos
particulares, no tocante à produção, distribuição, circulação e consumo de riquezas, tanto no
plano interno, como no internacional.13 Cumpre-lhe, por exemplo, garantir o abastecimento de
alimentos e serviços essenciais, bem como impedir a concorrência desleal, o abuso de poder
econômico, senão também a manipulação de preços no mercado.
Direito Econômico é o ramo do Direito que tem por objeto a regulamentação da política
econômica e por sujeito o agente que dela participe”. Como tal, é um conjunto de normas de
conteúdo econômico que assegura a defesa e a harmonia dos interesses individuais e coletivos,
de acordo com a ideologia adotada na ordem jurídica. Para tanto, utiliza-se do princípio da
economicidade.
O Direito Econômico transcende a noção clássica que circunscreve o seu objeto aos planos das
regras ordenadoras da economia e sua dinâmica de produção, circulação, distribuição e consumo.
Sublinha o autor que o aludido campo do direito versa sobre fatos sociais de conteúdo
econômico que são comuns a outros planos do direito, assim como o tributário, o financeiro, o
comercial, o trabalho e outros.
Destarte, ressalta à evidência que as finanças de interesse público jazem no palco do Direito
Econômico, mas nem por hipótese se confundem com o Direito Financeiro, pois, embora os
referidos planos normativos revelem inegável afinidade, cada qual resguarda a sua autonomia na
dimensão em que hospedam objeto próprio e peculiar.
Como se vê, são íntimas as relações entre o Direito Financeiro e o Direito Econômico,
porquanto, conforme sublinhado, a totalidade dos fatos sociais revestem conteúdo econômico e
também financeiro.
Constituem fontes das receitas das autarquias locais: as receitas próprias31, as transferências
orçamentais e, de forma excecional, as transferências extraordinárias atendíveis por lei.
A lei considera como receitas próprias das autarquias locais: impostos e taxas autárquicas; um
percentual de impostos do Estado que lhes são atribuídos legalmente; contribuições especiais;
taxas por licenças concedidas pela autarquia, taxas ou tarifas resultantes da prestação de serviços;
multas, legados, doações e outras liberalidades, receitas de capital, entre outras legalmente
atendíveis (Nguenha, et al., 2012).
Por seu turno as transferências orçamentais podem ser por via do Fundo de Compensação
Autárquica (FCA), apoios ao desenvolvimento autárquico ou por via de dotações específicas
para o financiamento de projectos de investimento nas autarquias locais quer de iniciativa central
quer local (Nguenha, et al., 2012).
Quanto as transferências extraordinárias é de salientar que estas são, por regra, legalmente
proibidas, porém, o Conselho de Ministros pode fazê-las quando ocorrem situações de
calamidade pública ou quando tiverem por escopo a resolução de situações graves, que afetem
anormalmente a prestação de serviços públicos indispensáveis.
Como se pode depreender do exposto acima, a lei dá mais primazia as receitas próprias para
servirem como base de satisfação das necessidades dos habitantes das autarquias, relegando para
o segundo plano e com carácter de complementaridade, as transferências orçamentais do Estado,
daí que, por exemplo, o FCA ficou reduzido aos 1,5% das receitas fiscais previstas no
Orçamento do Estado (OE) no respetivo ano
O relacionamento entre o orçamento das autarquias locais com o OE pode ser definido de três
formas ou modelos:
“O modelo discricionário, em que o Estado definiria em cada caso e ano a ano os montantes a
afetar às autarquias; o modelo rígido em que o Estado está vinculado a afetar quantias
determinadas previamente fixadas na lei; o modelo misto em que complementarmente às
quantias fixadas na lei é deixada uma margem de discricionariedade ao Estado”
Não havendo modelo claro na lei, “é normal que o critério se torne político e clientelar ou seja,
que varie de acordo com a sensibilidade dos que estão no poder e tenha uma tendência
irresistível para beneficiar aquelas autarquias que têm dirigentes da mesma cor política ou de
sensibilidades afins”. Por outro lado, quando o modelo for legalmente demasiado rígido pode-se
retirar a responsabilidade e a sensibilidade do Estado perante as necessidades relevantes das
autarquias, pois este pode alegar a falta da permissão legal para dispor de fundos.
Do exposto pode-se notar que o legislador moçambicano adotou o modelo intermédio que
assegura o mínimo de condições e acesso aos fundos por via do OGE e permite a afetação de
fundos suplementares para fazer face a necessidades extraordinárias ou simplesmente úteis das
autarquias.
Segundo Nguenha, Raich e Weimer (2012), existem seis indicadores que podem ser usados para
medir os princípios financeiros (variáveis) da sustentabilidade, empenho, dependência e ciclos
eleitorais, nomeadamente: a) as receitas próprias / despesas correntes; b) receitas correntes /
despesas correntes; c) receitas fiscais / receitas próprias; d) fontes não próprias de receitas /
receitas totais; e) ajuda + SPG / despesas de capital e f) despesas não salariais per capita em ano
eleitoral / despesa média não salarial per capita em ano não eleitoral. E estes indicadores,
segundo os autores, comportam-se da seguinte maneira:
a) As receitas próprias / despesas correntes — é o indicador que serve para avaliar até que ponto
o município gera recursos próprios suficientes para cobrir as suas despesas operacionais
(despesas correntes). Neste caso, as receitas próprias são aquelas que estão definidas no n.º 1 do
art. 17 da Lei n.º 1/2008, ao passo que as despesas correntes são custos com remunerações,
custos de operação como aquisição de bens do município para outras instituições públicas,
privadas e sócias, entre outros.
c) Receitas fiscais / receitas próprias — este mede o empenho dos municípios em arrecadar
receitas fiscais (impostos). Assim, trata-se de um indicador que representa o esforço que os
municípios fazem para arrecadar receitas para o provimento de bens públicos locais.
d) Fontes não próprias de receitas / receitas totais — indicador que mede a dependência de fontes
não próprias de receitas compostas por transferências governamentais e outros donativos. As
receitas totais são a soma de todas as receitas fiscais, receitas não fiscais, transferências,
subvenções/doações e créditos/empréstimos.
e) Ajuda + SPG / despesas de capital — é o indicador que mostra a proporção das despesas de
capital (investimento) que são financiadas através de ajuda e Subvenções para Propósitos
Especiais como é o caso do FIIL em Moçambique. E as despesas de capitais incluem todos os
custos com a aquisição de património fixo e património governamental, cobertos por todas as
receitas internas e externas.
O conceito de Constituição Económica (lato sensu) não tem sido uniformemente aproveitado:
por detrás da singela ideia de regulação da atividade económica, que é meramente formal, podem
esconder-se variadíssimas matérias, em relação às quais se exige a assunção de decisões.
Partindo de diversos elementos fundamentais na caracterização da economia que interessam ao
estatuto constitucional, pode dizer-se que a Constituição Económica contém as seguintes
matérias:
Artigo 97
(Princípios fundamentais)
a) Na valorização do trabalho;
b) Nas forças do mercado;
c) Na iniciativa dos agentes económicos;
d) Na coexistência do sector público, do sector privado e do sector cooperativo e social;
e) Na propriedade pública dos recursos naturais e de meios de produção, de acordo com o
interesse colectivo;
f) Na protecção do sector cooperativo e social;
g) Na acção do Estado como regulador e promotor do crescimento e desenvolvimento
económico e social (Gouveia, 2015).
Conclusão
Diante deste estudo, cheguei a conclusão que, princípio do Estado Constitucional de Direito
prescreve não apenas uma dimensão privilegiada de validade das normas, mas submete o
legislador à observância contínua da Constituição, ao entabular uma jurisdição de controlo de
constitucionalidade de todas as suas normas, pelos aspectos substanciais ou formais.
Em direito financeiro: Norma geral e abstracta – norma de criação da despesa pública, pela qual
se estabelecem os órgãos competentes, fins, condições e forma da realização desta despesa
pública. Norma individual e concreta – norma de realização financeira, quando da realização de
despesas contratadas e empenhadas. Disposições insertas na Lei de Directrizes Orçamentárias se
esgotam com a propositura e a votação do orçamento fiscal.
Referências bibliográficas
Nguenha, E.; Raich, U.; Weimer, B., (2012). Finanças Locais: desempenho
Rizerio, H., (2017). Direito Financeiro, conceitos objetivos. Distinções dos ramos pseudo
sinônimos Fiscal/Tributário/Econômico