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A atividade financeira estatal permeia uma miríade de esferas na tessitura da vida social,
uma vez que seu propósito primordial reside em aplacar as necessidades públicas dos
indivíduos. Nesse âmbito, a atividade financeira desdobra-se em diversas esferas, tais
como o campo econômico, político, jurídico e sociológico, entre outros. O campo
econômico, de modo essencial, encontra-se intrinsecamente vinculado à administração dos
recursos financeiros escassos pelo Estado. Por sua vez, o campo político manifesta-se
através de debates acerca das melhores formas de alocar os recursos financeiros, visando
concretizar políticas públicas voltadas para saneamento, educação básica, transporte,
segurança pública e demais áreas de interesse coletivo. Por fim, os campos jurídico e
sociológico referem-se, respectivamente, ao modo como as leis que regem a atividade
financeira estatal podem satisfazer as necessidades públicas da sociedade em sua
totalidade.
O fenômeno da extrafiscalidade pode ser entendido como uma nova atribuição de função
ao tributo, isto é, para além de ser um meio essencial de obtenção de receita estatal, passa
a ser um instrumento tanto para incentivar quanto para desestimular determinados
comportamentos, sendo, portanto, fundamental na sociedade contemporânea para evitar
ações como sonegação fiscal e outros tipos de fraude.
10ª. Como ocorre a exploração pelo Estado dos bens pertencentes ao seu patrimônio
Conforme o art. 3° do Código Tributário Nacional (CTN), tributos são todas prestações
pecuniárias, em moeda ou valor equivalente, que não sejam sanções de ato ilícito,
instituídas por lei por atividade administrativa vinculada (não discricionária). Nesse sentido,
consistem em exações tributárias, na compreensão do Supremo Tribunal Federal: (a)
contribuições sociais ou especiais, que surgem quando o Estado atua indiretamente,
beneficiando certos contribuintes de forma diferenciada; (b) contribuições de melhoria,
que surgem quando há valorização imobiliária decorrente da realização de uma obra
pública; (c) taxas, que estão ligadas a atividades específicas do Estado, como a prestação
de serviços públicos, por exemplo, iluminação pública e saneamento básico; (d) impostos,
que não dependem de uma atividade estatal específica como fator gerador; e (e)
empréstimos compulsórios, de competência exclusiva da União, com o objetivo de
atender a despesas extraordinárias.
13ª. Defina despesa pública e exponha a sua concepção moderna, em cotejo com
aquela do período clássico da ciência das finanças.
A despesa pública é constituída por meio dos seguintes elementos: (a) o aspecto
econômico; (b) o âmbito político; e (c) a esfera jurídica. A despesa pública representa
seu componente econômico, uma vez que os recursos financeiros são propriedade do
Estado, que possui a responsabilidade de administrar esses ativos de forma adequada. Há
também o elemento político, uma vez que é necessário realizar escolhas difíceis,
conhecidas como "tragic choices", decidindo quais necessidades públicas serão atendidas
em detrimento de outras, dado que os recursos financeiros são limitados. Por fim, o
elemento jurídico está relacionado à exigência de uma previsão legal explícita para realizar
as despesas públicas, conforme mencionado anteriormente.
De forma concisa, as principais razões para o crescimento gradual da despesa pública são:
(i) o avanço econômico, social e político do Estado; (ii) o aprimoramento da qualidade de
vida e do bem-estar social da sociedade; (iii) a valorização dos serviços públicos; (iv) as
deficiências econômicas dos governantes; (v) a demanda por novos serviços públicos; (vi)
desvalorização da moeda; (vii) crescimento populacional; e (viii) crescimento territorial.
De forma sintética, existe a previsão constitucional de que as despesas públicas podem ser
classificadas quanto à competência em níveis: federais, estaduais ou municipais,
conforme o ato público seja realizado pelo ente federativo em cada caso concreto.