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DESCONSTRUINDO O JURIDIQUÊS:

O papel das ciências sociais na simplificação da linguagem jurídica

Yarah Marla Saraiva Rolim1

RESUMO

Este artigo explora o papel das ciências sociais na simplificação da linguagem jurídica. Destaca-
se o surgimento do direito influenciado pela sociedade, as mudanças ao longo do tempo e o
panorama do direito contemporâneo. Analisa-se a linguagem jurídica em diferentes períodos,
sua finalidade e a importância da acessibilidade linguística. Destaca-se também o papel das
ciências sociais na simplificação da redação jurídica, visando torná-la mais clara,
compreensível e acessível a todos. Conclui-se que a simplificação da linguagem jurídica é
essencial para fortalecer a confiança e a efetividade do direito, assegurando que as normas
sejam compreendidas e aplicadas de maneira justa e igualitária. A interdisciplinaridade entre o
direito e as ciências sociais desempenha um papel crucial nesse processo, proporcionando uma
abordagem mais ampla e crítica na produção e interpretação das leis. Através da simplificação
da linguagem jurídica, busca-se promover a inclusão, a participação cidadã e a transparência no
sistema jurídico, tornando-o mais acessível e democrático para todos os cidadãos.

Palavras-chave: Linguagem. Direito. Juridiquês. Ciências Sociais. Acessibilidade.

ABSTRACT

This article explores the role of social sciences in simplifying legal language. It highlights the
emergence of law influenced by society, changes over time, and the contemporary landscape of
law. The evolution of legal language across different periods, its purpose, and the importance
of linguistic accessibility are examined. Furthermore, the article emphasizes the role of social
sciences in simplifying legal writing to make it clearer, more understandable, and accessible to
all. The conclusion underscores that simplifying legal language is essential to strengthen trust
and effectiveness in the legal system, ensuring that norms are comprehended and applied fairly
and equitably. The interdisciplinary approach between law and social sciences plays a crucial
role in this process, offering a broader and critical perspective in the creation and interpretation
of laws. Through the simplification of legal language, inclusivity, citizen participation, and
transparency are sought within the legal system, making it more accessible and democratic for
all citizens.

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Bacharel em Direito. Pós-graduanda em Direito Constitucional. Mestrando em Estudos Jurídicos com Ênfase
em Direito Internacional pela Must University. E-mail: yarahmsrolim.adv@gmail.com
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Keywords: Language, Law, Legalese, Social Sciences, Accessibility.

1 Introdução

A linguagem jurídica é conhecida por ser complexa e de difícil compreensão, o que

cria uma separação entre o sistema jurídico e a sociedade. Isso impede o acesso efetivo à justiça

e dificulta a compreensão dos direitos dos cidadãos. Nesse contexto, as ciências sociais têm um

papel fundamental na superação dessa barreira linguística e na busca por uma linguagem

jurídica mais acessível e compreensível para todos.

O objetivo deste artigo é analisar o impacto das ciências sociais na formação do direito

e como elas contribuíram para a evolução da linguagem jurídica ao longo do tempo. O estudo

utiliza uma revisão bibliográfica abrangente, incluindo diferentes fontes, como livros, artigos

acadêmicos e pesquisas científicas, abordando diversos períodos históricos e contextos

jurídicos.

Inicialmente, abordamos o impacto das ciências sociais na formação do direito, com

ênfase no surgimento do direito e na influência da sociedade nesse processo. Em seguida,

exploramos as mudanças ocorridas no direito ao longo do tempo e como as ciências sociais

contribuíram para essas transformações. Depois, apresentamos um panorama geral do direito

contemporâneo, destacando sua complexidade e os desafios enfrentados pela sociedade em

compreender sua linguagem jurídica. Por fim, discutimos a linguagem jurídica em si, com foco

em sua evolução e nas características que a tornam distinta e de difícil compreensão para leigos.

O estudo visa fornecer uma visão crítica e embasada sobre o papel das ciências sociais

na simplificação da linguagem jurídica, com o objetivo de promover uma maior acessibilidade

e compreensão do direito pela sociedade. A desconstrução do "juridiquês" busca estabelecer

uma ponte entre o sistema jurídico e os cidadãos, promovendo uma justiça mais inclusiva e

democrática.
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2 O impacto das Ciências Sociais na formação do Direito

O direito, como sistema normativo, está intrinsecamente ligado à sociedade em que é

aplicado. As ciências sociais desempenham um papel fundamental na compreensão das

dinâmicas sociais, culturais, políticas e econômicas que moldam o direito. Ao analisar as

interações entre os indivíduos e as estruturas sociais, essas disciplinas contribuem para uma

compreensão mais profunda do contexto em que as normas jurídicas são estabelecidas e

aplicadas.

A sociologia, por exemplo, investiga os processos sociais, as relações de poder e as

desigualdades presentes na sociedade. Por meio de teorias sociológicas, é possível compreender

como fatores como classe social, gênero, raça e etnia influenciam a criação e a aplicação do

direito. Essa análise crítica permite identificar potenciais viéses e injustiças no sistema jurídico,

bem como propor reformas que promovam maior igualdade e justiça social (NADER, 2014).

Além disso, a ciência política oferece uma perspectiva crucial sobre as estruturas de

governo, os sistemas de governança e as instituições políticas que moldam o direito (FRIEDE,

2017). Ao investigar as relações de poder e as tomadas de decisão políticas, os cientistas

políticos podem analisar como as leis são formuladas, implementadas e modificadas. Essa

compreensão das dinâmicas políticas contribui para uma análise crítica do direito, permitindo

identificar influências políticas e interesses particulares que possam afetar sua aplicação

imparcial.

Dessa forma, as ciências sociais desempenham um papel fundamental na formação e

no desenvolvimento do direito, fornecendo uma base teórica sólida e uma análise crítica das

relações sociais, políticas e culturais envolvidas. Essas disciplinas contribuem para uma

compreensão mais profunda dos desafios e das demandas enfrentados pelo sistema jurídico,

permitindo o desenvolvimento de soluções mais justas, inclusivas e eficientes.


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2. 1 O surgimento do Direito

O direito é um fenômeno intrínseco à organização social, tendo surgido como uma

resposta à necessidade de estabelecer normas e regras que regulassem as interações entre os

indivíduos em uma determinada comunidade. Seu surgimento remonta aos primórdios da

civilização humana, quando as sociedades se formaram e se desenvolveram.

Segundo Wallace Couto Dias (2021, P10), "com a razão, surge a necessidade de o

homem compreender as coisas pela sapientia e scientia, a inevitável busca pela ordem, uma

tentativa de encontrar no cérebro humano conceitos, causas e efeitos".

A influência da sociedade no surgimento do direito é inegável. As normas jurídicas

refletem os valores, as crenças e as necessidades de uma determinada sociedade em um dado

momento histórico. "O Direito é um caminho na busca pela harmonia social, mesmo quando

ele falha neste objetivo." (DIAS, 2021, p. 10). Nasce a partir das relações sociais e das

demandas coletivas por ordem, justiça e segurança. É o resultado da interação entre os

indivíduos e suas necessidades de convivência pacífica e solução de conflitos.

Ao longo da história, diferentes sociedades desenvolveram suas próprias formas de

direito. Desde as sociedades primitivas, em que normas não escritas eram transmitidas

oralmente e baseadas em costumes e tradições, até as civilizações antigas, como a

Mesopotâmia, o Egito, a Grécia e Roma, que estabeleceram sistemas jurídicos mais complexos

e codificados.

Afirma Reis Friede (2023, p. 19) que

“podemos afirmar que o Direito surge com o primeiro encontro de dois


homens, na qualidade de seres individuais, onde a autonomia, o
individualismo, o egoísmo e a independência necessitavam de algum
limite para propiciar uma convivência harmoniosa e plenamente
efetiva”.
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Nesse sentido, podemos perceber que, quando o homem, enquanto indivíduo, se

reúne com outros, surge o desejo de estabelecer associações a partir de algum tipo de identidade

(FRIEDE, 2023, p. 19).

A influência da sociedade no surgimento do direito é evidente nos processos de

criação das leis. As normas jurídicas refletem não apenas a estrutura social e as relações de

poder existentes, mas também os valores culturais, morais e religiosos que permeiam uma

sociedade. Por exemplo, nas sociedades antigas, as leis frequentemente refletiam a divisão de

classes, a hierarquia social e as crenças religiosas predominantes.

Além disso, o surgimento do direito está intimamente ligado à necessidade de

solucionar conflitos e garantir a justiça. À medida que as sociedades se tornaram mais

complexas e as relações entre os indivíduos se tornaram mais multifacetadas, surgiram

demandas por regras claras e imparciais para resolver disputas e garantir a segurança dos

membros da comunidade. (NADER, 2014).

Nesse contexto, as ciências sociais têm desempenhado um papel fundamental na

compreensão do surgimento do direito. Através de estudos antropológicos e históricos, é

possível analisar as diferentes formas de organização social e suas influências na criação das

normas jurídicas.

Em suma, o surgimento do direito está intrinsecamente ligado à influência da

sociedade. O direito é uma resposta às necessidades sociais e reflete os valores, as crenças e as

demandas de uma determinada comunidade em um determinado momento histórico. As

ciências sociais desempenham um papel fundamental na compreensão desse processo,

fornecendo insights sobre as estruturas sociais, as relações de poder e as dinâmicas culturais

que moldam o direito ao longo do tempo. No próximo tópico, exploraremos as mudanças do

direito ao longo da história e a contribuição das ciências sociais nesse processo.


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2.2 As mudanças do Direito

O direito é uma disciplina dinâmica, sujeita a mudanças e adaptações ao longo do

tempo. À medida que a sociedade evolui e novos desafios surgem, o direito também se

transforma para lidar com essas demandas. Nesse contexto, as ciências sociais têm

desempenhado um papel significativo ao analisar e influenciar essas mudanças.

Ao longo da história, o direito passou por diferentes fases de desenvolvimento e

transformação. Desde os sistemas jurídicos primitivos, baseados em costumes e tradições, até

os sistemas jurídicos contemporâneos altamente complexos e codificados, muitas mudanças

ocorreram para atender às necessidades da sociedade em constante evolução. (NADER, 2014).

As ciências sociais, como a sociologia e a antropologia, contribuíram para a

compreensão dessas mudanças. Como menciona Cleyson de Moraes Melo (2021, p.195), “o

costume repousa no consenso geral e amolda-se com maior plasticidade às mudanças sociais.

(...) O direito consuetudinário era muito utilizado pelos povos primitivos”.

Um dos principais fatores que contribuíram para as mudanças do direito ao longo

do tempo é a própria evolução da sociedade. À medida que novas formas de organização social

surgiam e as relações entre os indivíduos se tornavam mais complexas, as demandas por normas

jurídicas mais sofisticadas também aumentavam (FERRAZ JUNIOR, 2003). Por exemplo, o

desenvolvimento do comércio, a industrialização e a globalização trouxeram consigo a

necessidade de regulamentação legal mais abrangente para lidar com questões comerciais,

trabalhistas e transnacionais.

Além disso, eventos históricos e mudanças políticas também tiveram um impacto

significativo no direito. Revoluções, como a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e os

movimentos de independência das colônias, desencadearam transformações no sistema

jurídico, buscando maior igualdade, liberdade e justiça social (FERRAZ JUNIOR, 2003). Essas
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mudanças refletiram a demanda da sociedade por um sistema legal mais inclusivo e

democrático.

As ciências sociais, ao investigar essas mudanças e suas implicações, têm

contribuído para a reflexão crítica sobre o direito e para a formulação de reformas legais.

(FRIEDE, 2023) Através de pesquisas, debates acadêmicos e ativismo, os estudiosos das

ciências sociais têm questionado a validade e a eficácia das leis existentes, promovendo a

necessidade de atualização e adaptação do direito às realidades sociais contemporâneas.

Em resumo, as mudanças do direito ao longo do tempo são resultado da interação

entre a sociedade e suas demandas, bem como de fatores históricos, políticos, sociais, culturais,

econômicos e científicos. As ciências sociais têm desempenhado um papel crucial na

compreensão dessas mudanças, fornecendo análises críticas e contribuindo para a reforma e

aprimoramento do sistema jurídico. Sua investigação e perspectivas têm permitido uma visão

mais abrangente do direito, considerando seu impacto na sociedade e promovendo a busca por

uma justiça mais acessível e equitativa.

3 A linguagem jurídica, o juridiquês e a acessibilidade linguística

3. 1 A Linguagem Jurídica Ao Longo Do Tempo

No período inicial do direito, a linguagem jurídica era mais simples e direta, com foco

na clareza e compreensibilidade. Nas antigas civilizações, como a Mesopotâmia e o Egito, as

leis eram escritas em linguagem acessível ao povo, utilizando termos cotidianos e uma estrutura

mais informal (FRIEDE, 2017). O objetivo era garantir que as leis fossem compreendidas e

aplicadas por todos, evitando ambiguidades e interpretações equivocadas.


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Segundo Margarete Terezinha de Andrade Costa (2021, p. 18) “a linguagem é um

instrumento político por meio do qual, em uma prática social básica, criam-se normas e regras

reguladoras da vida social, espaço em que o direito desempenha seu papel”.

Com o passar dos séculos e o desenvolvimento de sistemas legais mais complexos, a

linguagem jurídica foi se tornando mais formal e técnica. O latim, considerado a linguagem

universal do direito na Idade Média, trouxe consigo uma terminologia específica e uma

estrutura linguística mais elaborada. Essa complexidade linguística acabou criando uma

barreira entre o sistema jurídico e a sociedade em geral, tornando o acesso ao direito restrito a

poucos especialistas. (FERRAZ JUNIOR, 2003)

Acrescenta a ilustríssima Margarete, que “por muito tempo, o vocabulário jurídico

esteve repleto de termos técnicos, com uso excessivo de expressões arcaicas, termos

extravagantes e pouco usuais, jargões da área, utilização de muitos termos em latim e uso

exagerado de figuras de linguagem” (COSTA, 2021, p.217)

No entanto, no contexto mais recente, observa-se um movimento crescente em direção

à simplificação da linguagem jurídica. Reconhece-se que a complexidade excessiva da

linguagem jurídica dificulta a compreensão e o acesso à justiça por parte dos cidadãos. Assim,

a busca por uma linguagem mais clara, simples e acessível tem sido uma pauta importante no

campo do direito.

3.2 A Finalidade Da Linguagem Jurídica

Uma das principais finalidades da linguagem jurídica é transmitir com precisão e clareza

as normas e os princípios do direito. Por meio de uma linguagem técnica e especializada, busca-

se garantir que as leis sejam interpretadas e aplicadas de maneira uniforme e consistente. A


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linguagem jurídica permite uma comunicação precisa entre os operadores do direito, facilitando

a compreensão das normas e contribuindo para a estabilidade e segurança jurídica.

Além disso, a linguagem jurídica tem o objetivo de estabelecer uma linguagem comum

e universal no campo do direito (GUANDALINI JUNIOR, 2021). Ela proporciona uma

linguagem técnica e compartilhada pelos profissionais da área, permitindo uma comunicação

eficaz e precisa entre advogados, juízes, promotores e demais atores jurídicos. Essa

padronização linguística é fundamental para garantir a uniformidade de entendimentos e a

consistência nas decisões judiciais. (MELO, 2021)

Outra finalidade da linguagem jurídica é expressar a autoridade e a solenidade do

sistema jurídico. O uso de uma linguagem formal e técnica confere legitimidade e seriedade aos

documentos e às manifestações jurídicas (COSTA, 2021). A linguagem jurídica, por vezes

repleta de termos específicos e construções complexas, cria uma aura de expertise e

conhecimento especializado, fortalecendo a confiança e a credibilidade do sistema jurídico

perante a sociedade.

Acrescenta Margarete Costa (2021, p. 219) que “o propósito da comunicação é que os

envolvidos compreendam o que está em discussão”. Contudo, o direito não se limita apenas aos

operadores e juristas, mas a toda a sociedade que é sujeito de direito. Por isso, a busca pela

simplificação da linguagem jurídica se faz necessária para promover uma maior acessibilidade

e compreensibilidade das leis, aproximando o direito da realidade cotidiana das pessoas.

4 O papel das ciências sociais na simplificação da redação jurídica

Uma das contribuições das ciências sociais na simplificação da redação jurídica é a

compreensão dos contextos e das necessidades dos destinatários das normas jurídicas. Ao

utilizar os conhecimentos das ciências sociais, os redatores jurídicos podem identificar as


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características do público-alvo e adaptar a linguagem e a estrutura das normas para torná-las

mais acessíveis (COSTA, 2021). Compreender as diferentes formas de interpretação e

compreensão das pessoas em relação à linguagem jurídica é essencial para garantir que as

normas sejam efetivamente compreendidas e aplicadas.

Além disso, as ciências sociais fornecem insights sobre os efeitos psicológicos da

linguagem jurídica sobre os cidadãos. Estudos mostram que o uso de termos técnicos, frases

longas e estruturas complexas pode gerar ansiedade e dificultar a compreensão por parte das

pessoas (NADER, 2014).

Outro aspecto relevante é o papel das ciências sociais na análise das relações de poder

presentes na linguagem jurídica. A linguagem utilizada no campo do direito muitas vezes reflete

as assimetrias de poder entre os profissionais do direito e os cidadãos comuns. Ao analisar essas

dinâmicas, as ciências sociais podem identificar formas de promover uma linguagem mais

inclusiva e igualitária, diminuindo as barreiras entre os diferentes atores do sistema jurídico.

Isso é especialmente importante para garantir o acesso à justiça e a participação efetiva de todos

os cidadãos no processo jurídico. (FRIEDE, 2017).

Além disso, as ciências sociais oferecem abordagens e metodologias que podem ser

aplicadas na redação jurídica, como a pesquisa empírica e a análise de dados. A coleta e a

análise de informações sobre a compreensão e a interpretação das normas pelos cidadãos podem

fornecer subsídios para a simplificação da linguagem jurídica. Por meio de pesquisas e estudos,

é possível identificar os termos e as estruturas que são mais eficazes na comunicação jurídica e

adaptar a redação com base nesses resultados.

É importante ressaltar que a simplificação da redação jurídica não significa

comprometer a precisão e a especificidade das normas (COSTA, 2021). Trata-se de encontrar

um equilíbrio entre a linguagem técnica necessária para garantir a segurança jurídica e a clareza

e a acessibilidade que permitem a compreensão por parte dos destinatários. Nesse sentido, as
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ciências sociais desempenham um papel fundamental ao fornecer conhecimentos e ferramentas

que auxiliam nessa tarefa de simplificação, contribuindo para uma comunicação mais efetiva e

inclusiva no campo do direito.

Por meio da aplicação dos conhecimentos e das abordagens das ciências sociais, é

possível avançar na simplificação da redação jurídica e tornar as normas e os documentos

jurídicos mais compreensíveis para todos os cidadãos. Essa busca pela acessibilidade linguística

no campo do direito é fundamental para promover a participação cidadã, a transparência e a

efetividade do sistema jurídico. Ao simplificar a redação jurídica, é possível aproximar o direito

da realidade cotidiana das pessoas, tornando-o mais acessível e legítimo.

5 Considerações Finais

As ciências sociais oferecem abordagens teóricas e metodológicas que permitem

compreender as dinâmicas sociais, as relações de poder e as necessidades dos cidadãos. Esses

conhecimentos podem ser aplicados na produção de normas e documentos jurídicos mais

acessíveis, claros e compreensíveis para todos os destinatários. Ao simplificar a linguagem

jurídica, as ciências sociais contribuem para promover a participação cidadã, a transparência e

a legitimidade do sistema jurídico.

Portanto, é fundamental reconhecer a importância das ciências sociais na desconstrução

do juridiquês e na simplificação da linguagem jurídica. Essa abordagem interdisciplinar, que

integra conhecimentos do direito e das ciências sociais, permite avançar em direção a um

sistema jurídico mais inclusivo, acessível e democrático. A busca pela clareza e

compreensibilidade na linguagem jurídica é essencial para fortalecer a confiança e a efetividade

do direito, assegurando que as normas sejam compreendidas e aplicadas de forma justa e

igualitária.
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6 Referências Bibliográficas

COSTA, Margarete Terezinha de Andrade. Lógica, comunicação e argumentação jurídica.

Curitiba: InterSaberes, 2021.

DIAS, Wallace Couto. A jornada do direito : uma viagem por sua história e símbolos. 1. ed. –

Jundiaí - SP : Paco, 2021.

FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão,

dominação. São Paulo: Atlas, 2003.

FRIEDE, Reis. Lições esquematizadas de ciência política e teoria geral do Estado (evolução

das instituições e do pensamento político). 4. Ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017.

FRIEDE, Reis. Lições esquematizadas de Introdução ao Estudo do Direito: teoria, esquemas

analíticos e exercícios de fixação. 6. Ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2023.

GUANDALINI JUNIOR, Walter. História do direito romano. Curitiba: InterSaberes, 2021.

MELO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. 3. Ed. Rio de Janeiro. Processo,

2021.

NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 36 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.

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