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FACULDADE DE OLINDA

BACHARELADO EM DIREITO
DIREITO ELEITORAL
DANILO MERGULHÃO
Monica Magno Rigaard
ALUNO:
Mat. 1618088
TURMA: 9º C DATA: 13/052020

IMPACTO DA COVID-19 NO PROCESSO ELEITORAL

O presente relatório tem como objetivo descrever a transmissão ao vivo intitulada:


“Impacto da Covid-19 no Processo Eleitoral”. Realizada no canal do YouTube do
Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (IEJA), no dia 01 de maio de 2020, às 16h,
contou com a participação do Ministro Luis Roberto Barroso, o Vice-Presidente do
Senado Antônio Anastasia, a Ex-Secretária Geral do STF e Presidente do IEJA
Fabiane Oliveira, o Advogado e Ex-Secretário Geral do TSE Carlos Eduardo Frasão
e o Desembargador do TRE/DF Telson Luiz Cavalcante Ferreira.

As principais informações apresentadas pelos palestrantes discorreram sobre a


realização das eleições municipais 2020 diante da pandemia que assola o Brasil, tal
como seus reflexos e consequências no isolamento social, da situação econômica e
de saúde pública.

No começo do debate foram feitas as apresentações e agradecimentos aos


participantes, onde foi dada a palavra ao Ministro Luis Roberto Barroso, que discorreu
sobre como tem visto o impacto da corona vírus no Brasil. Nesse momento, o Ministro
realizou uma breve comparação das aflições que atinge o setor político, como as fake
News; campanhas de ódio; a questão da Amazônia e a visibilidade do Brasil no
mundo; mudanças climáticas; a guerra comercial entre EUA e China — tal como isso
poderia atingir a América Latina que já vive com baixo crescimento e instabilidade; e,
acima de tudo, as questões democráticas. Prosseguiu apontando que, com apenas
este início de ano, já assola o cenário social uma crise a qual classificou como “crise
múltipla”, tendo em vista envolver questões sanitária, econômica, social, fiscal,
politica, institucional e eleitoral, com a divulgação para o mundo pela OMS, de que um
vírus se propagava rapidamente pelo mundo.

Ainda citou a grande preocupação com o número crescente de mortos no Brasil em


virtude da pandemia, tal como o impacto sem precedentes na vida de todos os
brasileiros — onde, de mais a mais, do ponto de vista sanitário, a única forma de se
preservar é o isolamento social e, do ponto de vista econômico, espreita uma recessão
mundial com grandes impactos no país, que estava a passos curtos saindo de uma
outra crise que se arrasta desde 2014/2015.

Tendo como consequência, além da questão da saúde, o defict fiscal que tenderá a
se aprofunda por conta do grande número de brasileiros que vivem na informalidade.
Contudo, a situação real, no momento, configura como prioridade salvar vidas, antes
mesmo de chegar à questão eleitoral. Portanto, se faz necessário pensar na agenda
do pós crise, por que essa impermanência vai passar e, neste momento, será
necessário uma agenda mínima sanitária e de recuperação econômica; logo, os
questionamento acerca da realização de eleições, tal como as implicações
decorrentes da possibilidade inevitável de adiamento, já estão sendo discutidas, mas
dependerá das diretrizes da OMS.

Ao Vice-Presidente do Senado Antônio Anastasia, foi questionado sobre definições


de datas para convenções partidárias, formalização de pedidos de registro de
candidatura e propagandas eleitorais, além do panorama sobre o momento de crise
sanitária do país. O senador reafirmou o que o Ministro Barroso colocou sobre a crise
sanitária que estamos vivenciando, não só pelo sofrimento dos que perdem seus
familiares, mas o medo eminente de ser contaminado, além das perdas de empregos
e como consequência a impossibilidade de suprir suas necessidades básicas.

Com relação ao panorama político do Brasil, pontuou que a situação é delicada: onde
um governo legitimamente eleito que tem, em suas palavras, um “estilo próprio de
governar” se diferencia dos antecessores por causar colisões. Assim, identifica que,
neste momento de pandemia, seria necessário equilíbrio e bom senso para o combate
vírus diante da ausência de um remédio eficaz.

O isolamento social logicamente irá causar efeitos sem precedentes a eleição. Por
uma questão de saúde pública não será possível permitir aglomerações nas zonas
eleitorais, além do grande número de pessoas que são escaladas para que ocorra a
eleição e, portanto, seria leviano confirmar alguma medida concreta para que haja
eleição no segundo semestre sem ao menos ter uma ideia do que ocorrerá até lá.

Os debates sobre a prorrogação dos mandatos, o que não seria tão simples e nem
constitucional, ou até mesmo unificação das eleições, o que o Ministro Barroso
colocou que seria inviável, tendo em vista que o eleitor teria que escolher presidente,
governador, prefeito, senador, deputado federal, deputado estadual e vereador. Dessa
forma, do ponto de vista democrático, tiraria do direito de um voto consciente do eleitor
médio. Lembrando ainda que uma unificação da eleição abrange diferentes
interesses, correndo o risco de municipalizar a eleição nacional ou nacionalizar a
eleição municipal, isso porque os interesses de uma eleição municipal geram em torno
de transporte urbano, remoção de lixo e a eleição nacional vai discutir política
econômica sistema único de saúde.

Por fim, ficou colocado que o TSE e o Congresso irão decidir uma forma legal proceder
com o processo eleitoral. Foi abordado também sobre o fundo eleitoral ser revertido
para ajudar financeiramente ao combate da pandemia e a eleição ser financiada por
empresas privadas; contudo o Ministro Barroso entende que se empresas particulares
contribuirem com financiamento de eleição haverá uma troca de favores, correndo o
risco de privativa o espaço político. O que ficou claro foi que, seja como for, a eleição
haverá ou não, isso será decidido na hora certa, respeitando as regras da Organização
Mundial de Saúde.

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