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ORIENTATIVO DA

FASE INTERNA DAS


LICITAÇÕES
Diretoria de Administração e Finanças - DAF
Coordenação-Geral de Cadastro e Licitações
ORIENTATIVO DA FASE
INTERNA DAS LICITAÇÕES
Diretoria de Administração e Finanças - DAF
Coordenação-Geral de Cadastro e Licitações

1ª EDIÇÃO – Brasília, 2021

DIRETOR GERAL
Antônio Leite dos Santos Filho

DIRETORA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS - SUBSTITUTA


Fernanda Gimenez Machado Faé

COORDENADOR GERAL DE CADASTRO E LICITAÇÕES


Rafael Gerard de Almeida Demuelenaere

EQUIPE TÉCNICA:
Leandro Frauzino Real
Nathália Prado Radel

DIREITOS AUTORAIS
DNIT
Sumário
Introdução ao Orientativo da Fase Interna das Licitações ...................................... 3
QUESTÃO I – Inconsistências quanto à Declaração de Recursos Orçamentários 4
QUESTÃO II – Inconsistências quanto à Licença Ambiental ................................... 7
QUESTÃO III – Inconsistências quanto à Avocação de Competência .................... 9
QUESTÃO IV – Inconsistências quanto ao Plano Anual de Contratações ........... 10
QUESTÃO V – Ausência de Documentos Obrigatórios ......................................... 11
QUESTÃO VI – Inconsistências na Pesquisa de Preços ........................................ 12
QUESTÃO VII – Inconsistências na elaboração dos documentos ........................ 14
QUESTÃO VIII – Inconsistências nos critérios de habilitação............................... 17
QUESTÃO IX – Inconsistências quanto à elaboração da Intenção de Registro de
Preços ....................................................................................................................... 24
QUESTÃO X – Inconsistências quanto a questões contratuais ............................ 26
QUESTÃO XI – Erros Formais .................................................................................. 29
Introdução ao Orientativo da Fase Interna das
Licitações
O Orientativo – Fase Interna tem como proposta reunir as principais
inconsistências dentro do processo licitatório, especificamente na Fase Interna,
direcionado às Diretorias e áreas demandantes, de forma que estas tenham um
documento para eventuais consultas quando da necessidade de instrução
processual.

Este orientativo, originou-se das metas desta Coordenação Geral de


Cadastro e Licitações, quais sejam:

Reduzir o prazo de homologação das licitações de obras e serviços de


engenharia para 175 dias, contados da data de chegada do processo na CGCL;

Reduzir o prazo de homologação das licitações de aquisição de bens e


serviços administrativos para 105 dias, contados da data da chegada do
processo na CGCL.

Baseado nestas metas, foram analisados os processos homologados no


ano de 2020, sendo mapeadas as principais inconsistências na fase interna que
ocasionaram a devolução do processo para correções.

Sabe-se que estas inconsistências nos processos licitatórios podem


atrasar a conclusão do certame, bem como podem ocasionar irregularidades na
fase externa. Sendo assim, este documento é importante para mitigar, e até
mesmo evitar tais problemas.

Salienta-se, porém, que este documento não exime o conhecimento por


parte das áreas demandantes, das legislações correlatas ao tema.

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“Madame Simza: O que você vê?


Sherlock Holmes: Tudo! Essa é a minha maldição”

Sherlock Holmes: A Game of Shadows


QUESTÃO I – Inconsistências quanto à Declaração de Recursos
Orçamentários

A Declaração de Recursos Orçamentários é documento essencial no


processo licitatório, uma vez que demonstra a existência de recursos para a
contratação. Conforme artigo 30, V da Instrução Normativa nº 5 de 2017, o
Termo de Referência ou Projeto Básico deve conter adequação orçamentária.

Entretanto, verifica-se que os processos licitatórios são encaminhados


com inconsistências relativas a este quesito, dentre estes problemas podem-se
destacar os seguintes:

 Ausência de Declaração de Existência de Recursos Orçamentários

De acordo com o artigo 7º, §2º, III da Lei nº 8.666/93 a licitação somente
poderá ocorrer se houver “previsão de recursos orçamentários que assegurem
o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma.

 Ausência de Declaração Exigida na LRF

Esta declaração é exigida, conforme a Lei Complementar nº 101/2000 em


seu artigo 16, inciso II:

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação


governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de:
(...)
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem
adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária
anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias.

 Ausência da Estimativa de Impacto Orçamentário

A Lei Complementar nº 101/2000, também indica a necessidade de


estimativa de impacto orçamentário, vejamos:
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de:
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;

Salienta-se que a estimativa de impacto orçamentário apenas refere-se


àquelas despesas que se classificam como projeto na Lei Orçamentária Anual.

Para mais informações, sugere-se a leitura do Memorando - Circular


PFE/Nº 00014/2010 (5345306).

 Declaração de existência de recursos orçamentários com saldo


insuficiente para a contratação

Esta inconsistência refere-se às declarações que não possuem saldo


suficiente para a contratação. Salienta-se que o saldo deve ser necessário para
cobrir as despesas a serem gastas apenas no ano corrente.

 Informações orçamentárias incompletas no Termo de Referência


Este problema ocorre quando no Termo de Referência não consta
informações relativas aos recursos orçamentários como: Gestão/Unidade,
Fonte, Programa de Trabalho, Elemento da Despesa e Plano Interno (PI).

Estas informações são necessárias para preenchimento de item no edital


que trata acerca dos recursos orçamentários, de forma a demonstrar a
programação da despesa.

 Declaração de existência de Recursos Orçamentários e declaração


exigida na LRF desatualizadas
Ocorre a desatualização das declarações, quando estas se referem à
exercício já findado. Portanto, quando a fase interna de um processo licitatório
ultrapassa o ano corrente, as declarações deverão ser substituídas.

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“Os pequenos detalhes são sempre os mais importantes”


Sherlock Holmes
QUESTÃO II – Inconsistências quanto à Licença Ambiental

Sabe-se que a licença ambiental é documento indispensável para a


contratação de obras e serviços de engenharia, e que sua ausência configura
afronta aos ditames legais, conforme pode ser observado no Informativo 111 do
TCU, abaixo:

Informativo 111: 1. A realização de certame licitatório com base


em projeto básico elaborado sem a existência de licença
ambiental prévia configura, em avaliação preliminar, afronta aos
comandos contidos no art. 10 da Lei 6.938/1981, no art. 6º, inciso
IX, c/c o art. 12, inciso VII, da Lei 8.666/1993 e no art. 8º, inciso
I, da Resolução/Conama 237/1997. Comunicação de Cautelar,
TC 017.008/2012-3

Verifica-se que existem três tipos de licenças ambientais: a licença prévia,


de instalação e de operação, cabendo ao setor demandante responsabilizar-se
por obter a licença adequada ao objeto a ser licitado. Vejamos abaixo, as fases
do empreendimento relacionadas a cada tipo de licença ambiental.

Figura 1: Fases do empreendimento relacionadas a cada tipo de licença ambiental

Fonte: Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal de Contas da União. –Brasília: TCU, Secretaria
de Fiscalização de obras e patrimônio da União, 2004, p. 15.
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“Todos os problemas se tornam infantis depois de explicados”


Sherlock Holmes
QUESTÃO III – Inconsistências quanto à Avocação de Competência

Com a necessidade de descentralização das responsabilidades, ocorre a


delação de competência às Superintendências Regionais para a realização dos
procedimentos licitatórios em todas as suas fases.

Portanto, nos casos em que as Diretorias queiram realizar as licitações


que sejam objeto de delegação, é necessário a avocação de competência,
inclusive há também necessidade de publicidade desta avocação.

Desta forma, é importante que as áreas demandantes se atentem aos


serviços que são delegados às Superintendências, para que se for o caso,
proceda com os trâmites necessários para avocação da competência.
Atualmente, a Portaria de Delegação de Competência vigente é a Portaria nº
6756 de 23/11/2020, vejamos alguns exemplos de serviços que são objeto de
delegação:

Art. 1º DELEGAR COMPETÊNCIA Plena e Responsabilidades


Decorrentes aos Superintendentes Regionais do DNIT, para a
realização dos procedimentos licitatórios em todas as suas
fases, inclusive os atos preparatórios (abrangendo elaboração
dos editais nos padrões aprovados pelo DNIT, nomeação de
Comissão de Licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial,
publicação do resumo do edital conforme legislação pertinente,
homologação e adjudicação do objeto de licitação, publicação
do resultado, lavratura, assinatura do contrato e publicação no
DOU do extrato do contrato), com vistas à contratação de
empresas especializadas para realização de:

I - obras de Manutenção/Conservação (PATO),


independentemente de valor;

II - obras do Programa CREMA, independentemente do valor;

III - obras do Programa PROARTE, independentemente do


valor;

IV - obras do Programa BR-LEGAL, independentemente do


valor; (...)

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“Você vê, mas não observa”


Sherlock Holmes
QUESTÃO IV – Inconsistências quanto ao Plano Anual de Contratações

Considerando cada vez mais a necessidade de instrumentos de


planejamento da contratação, foi instituído o Plano Anual de Contratações, que
é o documento que consolida todas as compras e contratações que o órgão
pretende realizar ou prorrogar, no ano seguinte, e contempla bens, serviços,
obras e soluções de tecnologia da informação.

Desta forma, os itens a serem contratados no ano subsequente, devem


ser cadastrados no Sistema de Planejamento e Gerenciamento das
Contratações – PGC, razão pela qual é necessário que a área demandante já
tenha realizado a inclusão daquele item antes do envio dos autos à CGCL.

A partir do Plano Anual de Contratações, é realizado o Calendário de


Licitações, que estabelece datas para: elaboração do Termo de Referência,
envio dos processos à CGCL, bem como a prioridade da contratação, sendo,
portanto, um excelente instrumento de planejamento, pois:

 Contribui para a priorização dos empreendimentos, de forma a verificar


quais contratações são mais importantes para o órgão;
 Contribui nas demandas das áreas técnicas, uma vez que poderão prever os
prazos necessários para elaboração dos documentos preliminares;
 Contribui com o setor de licitações, pois é possível saber em que períodos será
necessária maior quantidade de recursos humanos nas comissões de licitação.

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“O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém jamais observa.”


Sherlock Holmes
QUESTÃO V – Ausência de Documentos Obrigatórios

A ausência de documentos obrigatórios dentro do processo licitatório


além de atrasar a conclusão do certame, prejudica a análise do processo, uma
vez que nestes documentos é que estão previstas as informações essenciais da
licitação. Sendo assim, vejamos os principais documentos que devem constar
no processo licitatório, além daqueles já citados anteriormente:

DOCUMENTO PREVISÃO NORMATIVA


Documento de formalização da demanda Art. 21, I – IN 05/2017 - SEGES
Mapa de Risco Art. 26 – IN 05/2017 - SEGES
Estudo Técnico Preliminar Art. 24 – IN 05/2017 - SEGES
Lista de Verificação de Instrução ao Processo IN/DG nº 08 de 12 de junho de 2018
Licitatório – Obras e Serviços de Engenharia
Lista de Verificação – Contratação de Bens e IN/DG nº 08 de 12 de junho de 2018
Serviços Administrativos – Instrução do Processo
Licitatório
Termo de Referência Artigo 28 – IN 05/2017- SEGES
Projeto Básico
Artigo 7º,I - Lei 8.666/93
Artigo 28 – IN 05/2017 - SEGES
Artigo 2º, IV – Lei 12.462/2011

Projeto Executivo Artigo 7º, II - Lei 8.666/93


Artigo 2º, V – Lei 12.462/2011

Anteprojeto de Engenharia Artigo 9º, §2º, I - Lei 12.462/2011


Planilhas Orçamentárias e Cronograma Físico Artigo 7º, §2º, II – Lei 8.666/93
Financeiro Artigo 40, §2º,II – Lei 8.666/93
Artigo 2º, Parágrafo Único, VI – Lei
12.462/2011
Instrumento de Medição de Resultado Anexo I, IX – IN 05/2017 - SEGES
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“Para uma mente ampla, nada é pequeno”


Sherlock Holmes
QUESTÃO VI – Inconsistências na Pesquisa de Preços

Na aquisição de bens e contratação de serviços em geral, a pesquisa de


preços é regida pela Instrução Normativa nº 73 de 05 de agosto de 2020, onde
estabelece que a pesquisa de preço deve ser materializada em documento que
conterá a identificação do agente responsável pela cotação; caracterização das
fontes consultadas; série de preços coletados; método matemático aplicado para
a definição do valor estimado; e justificativas para a metodologia utilizada.

Por outro lado, o Decreto nº 7.983 de 08 de abril de 2013, estabelece as


regras e critérios para elaboração de orçamento de referência de obras e
serviços de engenharia.

Neste sentido, observa-se algumas inconsistências nos processos


licitatórios, quanto à pesquisa de preços. Primeiramente, verifica-se processos
que não possuem cotação de preço, ou tais cotação não seguem os parâmetros
estabelecidos no artigo 5º da IN 73, vejamos:

Art. 5º A pesquisa de preços para fins de determinação do preço


estimado em processo licitatório para a aquisição e contratação
de serviços em geral será realizada mediante a utilização dos
seguintes parâmetros, empregados de forma combinada ou não:
I – Painel de Preços, disponível no endereço eletrônico
gov.br/paineldeprecos, desde que as cotações refiram-se a
aquisições ou contratações firmadas no período de até 1 (um)
ano anterior à data de divulgação do instrumento convocatório;
II – aquisições e contratações similares de outros entes públicos,
firmadas no período de até 1 (um) ano anterior à data de
divulgação do instrumento convocatório;
III – dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde
que atualizados no momento da pesquisa e compreendidos no
intervalo de até 6 (seis) meses de antecedência da data de
divulgação do instrumento convocatório, contendo a data e hora
de acesso; ou
IV – pesquisa direta com fornecedores, mediante solicitação
formal de cotação, desde que os orçamentos considerados
estejam compreendidos no intervalo de até 6 (seis) meses de
antecedência da data de divulgação do instrumento
convocatório.
No caso de Obras e Serviços de Engenharia, verifica-se em alguns casos
a utilização de tabela de órgão estadual, o que está em desacordo com o Decreto
nº 7.983 de 08 de abril de 2013, vejamos:
Art. 6o. Em caso de inviabilidade da definição dos custos
conforme o disposto nos arts. 3º, 4º e 5º, a estimativa de custo
global poderá ser apurada por meio da utilização de dados
contidos em tabela de referência formalmente aprovada por
órgãos ou entidades da administração pública federal em
publicações técnicas especializadas, em sistema específico
instituído para o setor ou em pesquisa de mercado. (grifou-se)

Em que pese, a IN 73 de 2020 não se aplicar às contratações de obras e


serviços de engenharia de que trata o Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013,
entende-se que em alguns casos os parâmetros da IN podem ser seguidos,
como por exemplo, na aquisição de equipamentos eletrônicos em uma
supervisão de obras.

Outro fator importante a ser observado pela área técnica é a atualização


dos orçamentos, uma vez que em alguns casos estes se encontram defasados.
Desta forma, podem não mostram a realidade do mercado no momento, gerando
assim, problemas para a elaboração de proposta, e até mesmo desinteresse dos
licitantes.

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“Não há nada mais enganador que um fato óbvio”


Sherlock Holmes
QUESTÃO VII – Inconsistências na elaboração dos documentos

Estas inconsistências ocorrem quando existem problemas na elaboração


dos documentos, obstando o prosseguimento do processo, e por consequência
atrasando a licitação. Passemos a listar os principais problemas ocorridos na
elaboração dos documentos obrigatórios.

 Ausência de assinatura do(s) responsável(is) pela


elaboração/aprovação do(s) documento(s)
De acordo com o §1º do Artigo 22 da Lei nº 9.784/1999, os atos devem
ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização
e a assinatura da autoridade responsável. Portanto, a ausência da assinatura do
documento, frustra a análise, vez que não é possível saber a responsabilidade
pela confecção deste.

 Mesmo servidor é responsável pela elaboração e aprovação do


documento
O documento deve ser assinado pelo servidor que o elabora, bem como
por aquele que o aprova, salientando ainda, a necessidade de serem pessoas
distintas em atenção ao princípio da segregação de funções, conforme já
salientado pelo TCU:

Informativo nº 55: Na realização de processos licitatórios deve


ser observada a segregação de funções, não se admitindo o
acúmulo de atribuições em desconformidade com tal princípio.
Acórdão n.º 686/2011-Plenário.

 Ausência de justificativa para o não parcelamento do objeto


Conforme §1º do Artigo 23 da Lei 8.666/93, as obras, serviços e compras
serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e
economicamente viáveis. Portanto, há uma preferência clara pelo parcelamento
do objeto, uma vez que este amplia a competitividade no certame. Desta forma,
caso a administração opte por não parcelar o objeto, esta decisão deverá sempre
ser precedida de justificativas viáveis, conforme salientado pelo TCU:

Informativo nº 68 - A decisão do administrador em não parcelar


uma contratação deve ser obrigatoriamente precedida de
estudos técnicos que a justifiquem.

Informativo nº 96 - A ausência de estudo técnico, financeiro, ou


de pesquisa de mercado prévios sobre a pertinência de
parcelamento de dado objeto, quando esse se revela possível,
configura, por si só, afronta ao § 1º do art. 23 da Lei 8.666/1993.
 Exclusividade ME/EPP
Conforme Artigo 48, I da Lei Complementar nº 123, as contratações cujo
valor sejam de até R$ 80.000,00 devem ser destinadas exclusivamente à
participação de microempresas e empresas de pequeno porte, portanto cabe à
área demandante indicar no Termo de Referência ou Projeto Básico que a
licitação será exclusiva de ME/EPP.

Salienta-se ainda a importância de observar os critérios de desempate


assegurados às microempresas e empresas de pequeno porte, vejamos:

Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de


desempate, preferência de contratação para as microempresas
e empresas de pequeno porte.

§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as


propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de
pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento)
superiores à proposta mais bem classificada.

§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo percentual


estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% (cinco por
cento) superior ao melhor preço.

 Ausência de indicação dos documentos que serão disponibilizados


aos licitantes
O princípio da publicidade rege as contratações públicas, portanto, é de
suma importância que a área demandante indique quais documentos deverão
ser disponibilizados aos licitantes, de forma a garantir a elaboração da proposta.

Salienta-se ainda a importância de a área técnica inserir no processo


licitatório as planilhas orçamentárias em arquivo editável, facilitando assim o
manuseio por parte dos licitantes na confecção de suas propostas.

 Ausência de informações essenciais no Termo de Referência/Projeto


Básico
Quando as informações essenciais não estão presentes no Termo de
Referência, verifica-se a necessidade de devolução dos autos para correção,
uma vez que estes dados são necessários para ajustes no Edital, bem como
para a melhor execução do contrato, as principais informações que não são
inseridas no TR, são estas:
INFORMAÇÃO PREVISÃO NORMATIVA
Modalidade da licitação Artigo 40, caput Lei 8.666/93;
Item 1.1, c – Anexo VII – A da IN
05/2017- SEGES
Critério de julgamento Artigo 40, VII - Lei 8.666/93;
Artigo 4º, I, b – Decreto 7.581/2011
Regime de contratação Artigo 40, caput Lei 8.666/93;
Item 1.1, d - Anexo VII – A da IN
05/2017- SEGES
Modo de disputa Artigo 16 da Lei 12.461/2011
Artigo 14, III – Decreto 10.024/2019
Intervalo mínimo de diferença de valores Artigo 31, Parágrafo único – Decreto
ou percentuais entre os lances 10.024/2019
Prazo de início da execução do objeto Artigo 40, II – Lei 8.666/93
Visita técnica Artigo 40, IV – Lei 8.666/93
Critério de aceitabilidade dos preços Artigo 40, X – Lei 8666/93
Critério de avaliação dos serviços Item d.8 – Anexo V - da IN 05/2017-
SEGES
Forma de recebimento dos serviços Artigo 40, XVI – Lei 8.666/93
Indicação do sigilo ou não do orçamento Artigo 6º, §3º - Lei 12.462/2011
Artigo 15 – Decreto 10.024/2019
Prazo de validade da proposta Artigo 64,§3º - Lei 8.666/93
Artigo 8º, IX – Decreto 7.581/2011
Participação de empresas em consórcio Artigo 33 – Lei 8.666/93
Artigo 51 – Decreto 7.581/2011
Critérios de qualificação técnica Artigo 27 – Lei 8.666/93
Obrigações da contratante/contratada Artigo 54, §1º - Lei 8.666/93
Item 2.4, e – Anexo V da IN 05/2017 -
SEGES
Código de Serviço (CATSER) Item 2.1, b – Anexo V da IN 05/2017 -
SEGES

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“É tão manifesto que fica secreto”


Sherlock Holmes
QUESTÃO VIII – Inconsistências nos critérios de habilitação

A licitação tem como objetivo a seleção da proposta mais vantajosa, o que


não significa que esta proposta seja a de menor preço, havendo necessidade de
que a licitante cumpra requisitos técnicos que comprovem a experiência prévia
em serviços de igual ou similar complexidade ao objeto contratado.

Os critérios de habilitação devem permitir a competitividade, de forma que


estes não podem ser restritivos. Vejamos as principais inconsistências relativas
aos critérios de habilitação que restringem a competitividade:

 Exigência de visita técnica


Verifica-se que a visita técnica não deve ser obrigatória, uma vez que esta
poderá ser substituída por declaração de pleno conhecimento do local dos
serviços, conforme salientado pelo TCU:

Informativo 339 - A vistoria ao local das obras somente deve


ser exigida quando imprescindível para a perfeita compreensão
do objeto e com a necessária justificativa da Administração nos
autos do processo licitatório, podendo ser substituída pela
apresentação de declaração de preposto da licitante de que
possui pleno conhecimento do objeto. A visita deve ser
compreendida como direito subjetivo da empresa licitante, não
como obrigação imposta pela Administração. Acórdão 170/2018
Plenário.

Importante ainda salientar, que não pode haver exigência de visita técnica
coletiva ao local da obra, conforme disposto no Acordão 3835/2012 – Segunda
Câmara:

1.5.1. determinar ao Município de São José do Calçado/ES que,


nas licitações envolvendo objetos custeados, no todo ou em
parte, com recursos federais, abstenha-se de:

(...)

1.5.1.3. estipular visita técnica coletiva (estabelecimento de


único dia e horário) que, a par de militar contra a manutenção do
sigilo das propostas, já que acaba por reunir num mesmo
momento os postulantes ao objeto em disputa, caracteriza
cláusula restritiva, segundo farta jurisprudência desta Corte (v.g.
Acórdãos nºs 409/2006; 800/2008; 2477/2009 e 326/2010, todos
do Plenário), impondo condicionante sem justificativa plausível e
que pode trazer empecilho àquele que, por alguma razão, não
puder se fazer presente no dia fixado ou que somente tomou
conhecimento do certame após a data agendada, com o
agravante de que para o ato em questão a empresa deve se
fazer representar, necessariamente, por seu responsável
técnico, o que também é rechaçado pelo Tribunal nos
precedentes invocados;

 Exigência de tempo de experiência para comprovação da capacidade


técnica profissional
Destaca-se ainda a impossibilidade de exigência de tempo de experiência
para comprovação da capacidade técnica profissional, conforme Acordão
134/2017-TCU, direcionado ao DNIT:

9.1. com fulcro no art. 7º da Resolução TCU 265/2014, dar


ciência ao Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes e à Superintendência Regional do Dnit no Estado
de Goiás e Distrito Federal acerca das seguintes irregularidades,
identificadas nos editais do Pregão Eletrônico 126/2016 e da
Concorrência 39/2011, bem como nos contratos decorrentes:
(...)
9.1.3. exigência de comprovação, para fim de qualificação
técnica-profissional, de tempo de experiência ou de exercício em
função dos profissionais a serem disponibilizados pela licitante
para a execução do objeto, observado no Termo de Referência
do Pregão Eletrônico 126/2016, com infração ao disposto no art.
37, inciso XXI, da Constituição Federal, e nos arts. 3º, §1º, inciso
I, e 30, §§ 1º, 3º e 5º, da Lei 8.666/1993;

Ressalta-se que o Acórdão 3.356/2015-Plenário, pondera “que exigências


relativas ao tempo de formação acadêmica e de experiência profissional
somente são aceitáveis como requisito de habilitação em licitações se
acompanhadas de justificativa expressa, no instrumento convocatório, que
demonstre a imprescindibilidade de tais condições à execução do objeto”

 Exigência de Regularidade e Quitação da licitante


Conforme artigo 30, I da Lei 8.666/93, somente deve ser exigido para fins
de qualificação técnica, o registro ou inscrição na entidade profissional, não
sendo necessária a exigência de regularidade ou quitação da licitante.

 Exigência de quantitativos superiores a 50% do que será licitado


Para as exigências relativas à qualificação técnica, a Administração deve
atentar-se ao quantitativo que será contratado, uma vez que os quantitativos
exigidos não podem ultrapassar 50% do que será licitado, vejamos:
Consoante a jurisprudência assente deste Tribunal, é indevido o
estabelecimento de número mínimo de atestados de capacidade
técnica, bem como a fixação de quantitativo mínimo nesses
atestados superiores a 50% (cinquenta por cento) dos
quantitativos dos bens e serviços que se pretende contratar, a
não ser que a especificidade do objeto o recomende, situação
em que os motivos de fato e de direito deverão estar
devidamente explicitados no processo administrativo da
licitação. Acordão 1052/2012 – Plenário.

 Exigência de número mínimo de atestados e vedação ao somatório


de atestados
Conforme o Tribunal de Contas da União, também fere a competitividade
a exigência de número mínimo de atestados de capacidade técnica, bem como
a vedação ao somatório de atestados, para fins de habilitação, vejamos:

Informativo nº 366 -É irregular a exigência de número mínimo


de atestados de capacidade técnica para fins de habilitação, a
não ser que a especificidade do objeto a recomende, situação
em que os motivos de fato e de direito deverão estar explicitados
no processo licitatório.

Informativo nº 346- É vedada a imposição de limites ou de


quantidade certa de atestados ou certidões para fins de
comprovação da qualificação técnica. Contudo, caso a natureza
e a complexidade técnica da obra ou do serviço mostrem
indispensáveis tais restrições, deve a Administração demonstrar
a pertinência e a necessidade de estabelecer limites ao
somatório de atestados ou mesmo não o permitir no exame da
qualificação técnica do licitante.

Informativo nº 193- A exigência de número mínimo de


atestados técnicos é medida excepcional que deve ser adotada
exclusivamente quando a especificidade do objeto assim exigir
e não houver comprometimento à competitividade do certame, e
apenas se devidamente justificada no processo administrativo
da licitação.

Informativo nº 115 -É indevida a proibição de somatório de


atestados, para efeito de comprovação de qualificação técnico-
operacional, quando a aptidão da licitante puder ser
satisfatoriamente demonstrada por mais de um atestado.
 Ausência de critérios de habilitação específicos para consórcio
Vejamos o estabelecido na Lei n° 8.666/93:

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de


empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:

I - comprovação do compromisso público ou particular de


constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;

II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá


atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no
edital;

III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31


desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para
efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de
cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-
financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na
proporção de sua respectiva participação, podendo a
Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de
até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante
individual, inexigível este acréscimo para os consórcios
compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas
assim definidas em lei;

IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na


mesma licitação, através de mais de um consórcio ou
isoladamente;

V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos


praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de
execução do contrato.

Portanto, a Administração deve estabelecer os critérios de qualificação


técnica nos casos em que for permitida a participação de consórcios, inclusive
indicando como se dará o somatório de atestados. Salienta-se ainda, que a
limitação a número máximo de empresas integrantes de consórcio deve ter
motivação prévia e consistente, conforme, Informativo nº 320 do TCU.

 Exigência de Certidão de Acervo Técnico para comprovação da


capacidade técnico operacional
A área técnica não pode exigir para fins de comprovação da capacidade
técnica operacional que os atestados estejam registrados junto ao CREA, uma
vez que a CAT apenas é necessária para comprovação da capacidade do
profissional.

Informativo 375 - É irregular a exigência de que a atestação de


capacidade técnico-operacional de empresa participante de
certame licitatório seja registrada ou averbada junto ao Crea,
uma vez que o art. 55 da Resolução-Confea 1.025/2009 veda a
emissão de Certidão de Acervo Técnico (CAT) em nome de
pessoa jurídica. A exigência de atestados registrados nas
entidades profissionais competentes deve ser limitada à
capacitação técnico-profissional, que diz respeito às pessoas
físicas indicadas pelas empresas licitantes.

 Comprovação de experiência prévia


Conforme o §5º do Artigo 30 da Lei 8.666, não poderá ser exigido a
comprovação de atividades com limitações de tempo ou de época, uma vez que
isto inibe a participação na licitação, restringindo assim, a competitividade.

a.1) a exigência, no item 7.1.3 do edital, sem justificativa, de


atestados de capacidade técnica que preveem quantidade de
profissionais, tempo de experiência mínima e data de início e
término do trabalho já realizado, o que pode restringir a
competitividade do certame e contrariar a jurisprudência deste
Tribunal, inclusive no que concerne à razoabilidade dos
quantitativos exigidos e sua compatibilidade com os serviços a
serem prestados pela futura contratada; Acordão 727/2012-
Plenário.

 Problemas quanto às exigências relativas ao critério de julgamento


– Técnica e Preço
Conforme o Artigo 20 da Lei nº 12.462/211, no julgamento por técnica e
preço, deverão ser utilizados parâmetros objetivos para análise da proposta
técnica da licitante, vejamos:

Art. 20. No julgamento pela melhor combinação de técnica e


preço, deverão ser avaliadas e ponderadas as propostas
técnicas e de preço apresentadas pelos licitantes, mediante a
utilização de parâmetros objetivos obrigatoriamente inseridos no
instrumento convocatório.

Desta forma, os critérios de julgamento da proposta técnicas não podem


ser subjetivos, de forma que se diversos agentes analisarem a mesma proposta,
a mesma pontuação deverá ser obtida em todas as análises.
Verificam-se, portanto, que conceitos como: "Excelente", "Bom" e
"Insuficiente", podem trazer uma certa subjetividade na avaliação de uma
proposta. Portanto, as áreas técnicas não devem exigir confecção de Plano de
Trabalho por parte da licitante, como forma de compor a nota de sua proposta
técnica, uma vez que em desacordo com os julgados do TCU, como exemplo o
Acórdão nº 713/2019 - TCU - Plenário, que assim diz:

9.4. dar ciência à Agência Nacional de Transportes Terrestres,


para que sejam adotadas medidas internas com vistas à
prevenção de ocorrências semelhantes, sobre as seguintes
irregularidades:

(...)

9.4.1.1. utilização de critérios de julgamento subjetivos na


avaliação da nota de proposta técnica quanto aos quesitos
“Plano de Trabalho” e “Conhecimento do Problema”, em
violação ao disposto nos arts. 3º, caput, 40, inciso VII, 44, § 1º,
e 45, da Lei 8.666/1993;

Salienta-se ainda que esta questão já fora abordada no âmbito deste


DNIT, conforme Acórdão-TCU-2ª Câmara 2601/2004 (Ministro-Relator: Adylson
Motta), vejamos:

9.2. determinar ao DNIT que:

(…) 9.2.3.2.defina previamente à publicação do edital as


características técnicas e a metodologia necessária para a
execução dos serviços conforme determinado no art. 6º, inciso
IX c/c o art. 7º, § 2º, inciso I da Lei 8.666/93, evitando a utilização
de critérios do tipo ‘Conhecimento do Problema’ e ‘Plano de
Trabalho’ como forma de julgamento de propostas técnicas em
que as licitantes descrevam metodologias ou especificações
técnicas que devem estar contidas no projeto básico, de forma a
evitar julgamentos subjetivos com base nestes itens das
propostas técnicas, pois isto fere o art. 44, § 1º e o art. 46, § 1º,
inciso I e § 2º do mesmo artigo, da Lei 8.666/93;’ (grifos
acrescidos)

O Tribunal de Contas da União, também já se manifestou quanto ao


assunto, esclarecendo que os critérios utilizados para pontuação também
deverão valorar a metodologia empregada, conforme Acórdão nº 1167/2015-14
– Plenário:
“9.2.1. os critérios de pontuação das propostas técnicas estão
em desacordo com o disposto no art. 9º, § 3º, da Lei
12.462/2011, pois deve-se, quando adotar o critério de
julgamento de técnica e preço, pontuar a proposta técnica
de acordo com a valoração da metodologia ou técnica
construtiva a ser empregada, e não, somente, pontuar a
experiência profissional das contratadas ou de seus
responsáveis técnicos;”

Desta forma, o tempo de experiência e formação profissional utilizados


para pontuação técnica da empresa, podem não ser parâmetros válidos para
medir que uma empresa possui a melhor técnica.

Portanto, ao optar pelo critério de julgamento “técnica e preço” as áreas


demandantes deverão atentar-se aos seguintes fatores:

 Os critérios de análise da proposta técnica deverão ser objetivos, de


forma que a mesma pontuação seja obtida da análise de um ou mais
servidores;
 Deve-se evitar a utilização de Plano de Trabalho como parte da nota,
visto que este traz critérios subjetivos de análise;
 Os critérios devem buscar valorar a empresa que possua a melhor
metodologia ou técnica construtiva a ser empregada;
 Experiência profissional, ou experiência da empresa, por si só, podem
não garantir a contratação de empresa com a melhor técnica.
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“Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a lei não
consegue”
Sherlock Holmes
QUESTÃO IX – Inconsistências quanto à elaboração da Intenção de
Registro de Preços

As contratações de serviços e a aquisição de bens, quando efetuadas


pelo Sistema de Registro de Preços - SRP, no âmbito da administração pública
federal devem ser precedidas da elaboração da Intenção de Registro de Preços
- IRP, na forma prevista no art. 4º do Decreto nº 7.892/2013.

Portanto, é necessário que as áreas demandantes realizem a intenção de


registro de preços anexando o resumo do quadro da IRP aos autos do processo
licitatório devendo corresponder exatamente aos quantitativos constantes do
Termo de Referência.

✓ Ausência da Intenção de Registro de Preços


Conforme art. 4º e 5º do Decreto nº 7.892/2013, toda contratação por
sistema de registro de preços deverá ser iniciada com o registro e divulgação
dos itens a serem licitados no Sistema de Administração e Serviços Gerais -
SIASG para que outros órgãos e entidades manifestem interesse em participar
da IRP.

A "divulgação" da intenção de registro de preços para que outros órgãos


e entidades manifestem interesse em participar poderá ser dispensada, de forma
justificada pelo órgão gerenciador, consoante prevê o art. 4º, § 1º do Decreto nº
7.892/2013, o que não dispensa o registro da IRP unicamente para o DNIT.

Assim, sendo a IRP divulgada para que outros órgãos e entidades


manifestem interesse em participar ou mesmo que seja dispensada sua
divulgação para que outros órgãos e entidades manifestem interesse em
participar, de forma justificada pelo órgão gerenciador, cabe a área técnica
anexar ao processo o resumo do quadro da IRP.

✓ Divergência entre os quantitativos registrados na Intenção de


Registro de Preços e constantes do Termo de Referência
De acordo com o art. 5º, inciso I, do Decreto nº 7.892/2013, cabe à área
técnica verificar e se certificar de que os quatitativos registrados na Internção de
Registro de Preço correspondem extamente aos quantitativos constantes do
Termo de Referência, uma vez que eventual divergência poderá impossibilitar a
publicação do Edital da licitação.
✓ Ausência da Tabela consolidada com o quantitativo dos órgãos
participantes e do DNIT

De acordo com o art. 5º, º, inciso II, do Decreto nº 7.892/2013, cabe à área
demandante a consolidação das informações relativas à estimativa individual de
cada órgão e total de consumo para todos os órgãos, promovendo a adequação
dos respectivos termos de referência ou projetos básicos encaminhados para
atender aos requisitos de padronização e racionalização.

✓ Ausência de confirmação junto aos órgãos participantes a sua


concordância com o objeto a ser licitado, inclusive quanto aos
quantitativos
Conforme o art. 5º, º, inciso V, do Decreto nº 7.892/2013, cabe à área
demandante confirmar junto aos órgãos participantes a sua concordância com o
objeto a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência ou
projeto básico.

Em alguns casos, os órgãos participantes da intenção de registro de


preços acabam por desistirem da contratação, seja porque a licitação demorou
a ser publicada, seja porque o órgão optou por outro meio de contratação como
dispensa, adesão à ata de registro de preços de outros órgãos (carona) e etc., o
que poderá resultar na suspensão da licitação para os devidos ajustes de
quantitativos.

Assim, sempre deve haver a confirmação junto ao órgão que manifestou


interesse na adesão à intenção de registro de preços para confirmar sua
concordância com o objeto a ser licitado e aos quantitativos.

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“Eu sou um cérebro, Watson. O resto é mero apêndice”


Sherlock Holmes
QUESTÃO X – Inconsistências quanto a questões contratuais

O edital de licitação, bem como seus anexos, incluindo o Termo de


Contrato, devem prever regras para uma boa execução contratual, como
exemplo, as obrigações do contratante e da contratada, a necessidade de
garantias visando a segurança para a Administração, bem como sanções
administrativas em caso de inexecução do contrato.

Portanto, vejamos algumas das irregularidades relativas à estas


questões, que ainda se fazem presentes nos Termos de Referência
encaminhados pelas áreas demandantes.

 Ausência de informações sobre garantias contratuais


Conforme o inciso VI do artigo 55 da Lei 8.666/93 é uma cláusula
necessária em todo o contrato, as garantias oferecidas para assegurar a plena
execução do objeto. A lei 12.462/2011 também prevê que os contratos devem
observar as condições de garantias compatíveis com as condições do mercado.

Portanto, é necessário que a área técnica defina no Termo de Referência,


as garantias, bem como suas condições de apresentação.

 Ausência de definição das sanções referentes à etapa contratual

Conforme o inciso VII do artigo 55 da Lei 8.666/93 é uma cláusula


necessária em todo o contrato aquela que estabelece as penalidades cabíveis.
Ademais, o Anexo V, em seu item 2.6, alínea “j” da IN 05/2017 – Seges,
estabelece que o Termo de Referência deve definir as sanções, glosas e
condições para rescisão contratual.

Portanto, as áreas demandantes devem definir em seu Termo de


Referência as sanções contratuais, indicando ainda a observância da Instrução
Normativa sobre o Processo Administrativo de Apuração de Responsabilidade –
IN 06/2019/DG. Ressalta-se que não são todas as sanções da IN 06/2019 que
são aplicáveis a todo e qualquer tipo de modalidade, razão pela qual é importante
à área técnica mencionar as modalidades afetas à contratação.
 Problemas relacionados à subcontratação do objeto

Em relação à subcontratação, sabe-se que sua possibilidade deve estar


prevista em Termo de Referência, bem como devem ser definidas as parcelas
que podem ser subcontratadas. Partindo deste princípio, existem algumas
inconsistências em relação a este quesito no Termo de Referência.

Inicialmente, é necessário que a área técnica defina quais são as parcelas


de maior relevância da licitação, de forma a indicar aqueles serviços que serão
subcontratados. Salienta-se que não é permitido que haja subcontratação do
objeto principal, vejamos algumas jurisprudências, relacionadas:

É inadmissível a subcontratação das parcelas tecnicamente


mais complexas ou de valor mais significativo do objeto, que
motivaram a necessidade de comprovação de capacidade
financeira ou técnica pela licitante contratada.

(...)

9.8. determinar ao Dnit que:

9.8.1. não inclua, em seu edital padrão, cláusula que permita


subcontratação do principal do objeto, entendido este como o
conjunto de itens para os quais, como requisito de habilitação
técnico-operacional, foi exigida apresentação de atestados que
comprovassem execução de serviço com características
semelhantes; Acórdão 3144/2011 - Plenário

Ademais, verifica-se que toda a subcontratação deve ser precedida de


autorização por parte da Administração, razão pela qual o Termo de Referência
deve prevê as sanções referentes à subcontratação irregular, conforme indicado
no mesmo Acórdão acima indicado, vejamos

(...)

9.9. alertar o Dnit quanto:


9.9.2. à pendência de atendimento do item 9.3.9 do Acórdão
1570/2009-TCU-Plenário, relativo à inclusão, nos editais-
padrão, de previsão de penalidade intermediária para
subcontratação não autorizada; Acórdão 3144/2011 - Plenário

 Ausência de item específico sobre o reajuste do contrato


Conforme o inciso XI do artigo 48 da Lei 8.666/93 o edital deverá prevê
os critérios de reajuste, que retratarão a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até
a data do adimplemento de cada parcela.

De acordo com o Acórdão 19/2017 – Plenário o TCU recomendou a


adoção da data-base de elaboração da planilha orçamentária como marco inicial
para efeito de reajustamento, uma vez que o transcurso de prazo entre a data
de elaboração do orçamento e a data de abertura das propostas é recorrente
nas licitações de obras públicas.

 Ausência do prazo de vigência da contratação


Os prazos de vigência do contrato devem observar o artigo 57 da Lei
8.666/93, bem como as regras de eventuais prorrogações contratuais.

Retorno ao sumário

“Você vê, mas não observa. A diferença é clara”


Sherlock Holmes
QUESTÃO XI – Erros Formais

Finalmente, esta última questão, trata-se de erros formais no processo,


que por si só não causam a devolução dos autos, entretanto, devem ser
corrigidas em momento anterior à publicação do edital, portanto, consideramos
que seja de grande importância a observância por parte da área técnica.

Inicialmente, é importante salientar que o processo licitatório deve ser


iniciado de modo restrito, apenas tornando-se público após a publicação do
edital, conforme já salientado no Memorando Circular nº
1097/2018/ASSAD/GABDG/DNIT SEDE (Sei nº 0930166).

Outros aspectos a serem analisados pela área técnica são as citações de


Instruções Normativas ou Instruções de Serviço já revogadas, devendo ser feito
uma análise dos normativos citados em seus documentos de forma a evitar tais
problemas.

Ademais, podem ser observadas as citações de legislações não


aplicáveis ao caso em questão, como por exemplo, a previsão da Lei nº
10.520/2002, sendo que a modalidade escolhida para o objeto foi o RDC.

Também é necessário a revisão de todos os documentos, evitando-se


assim divergências de informações entre documentos dentro do mesmo
processo, como por exemplo, valor do orçamento, informações essenciais como
modo de disputa, regime de contratação, dentre outros.

Desta forma, busca-se sanar a devolução dos autos para ajustes,


impedindo assim problemas na fase externa, e até mesmo necessidades de
suspensão ou anulação da licitação. Buscando-se alinhar o planejamento das
contratações, visto que os atrasos na homologação do certame licitatório
poderão ser evitados.

Retorno ao sumário

“Elementar, meu caro Watson. ...”


Sherlock Holmes

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