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Flávio Sousa
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2023
Brasília
3ª edição
Organizado por CP Iuris
ISBN 978-65-5701-062-4
MEDICINA LEGAL
Apresentação
Este e-book é fruto de diversas doutrinas, quais sejam, Hygino de C. Hércules; Genival Veloso de
França; Roberto Blanco; Wilson Palermo; Neusa Bittar; Professor Malthus; Delton Croce Junior etc.
Também foram utilizados os cursos dos professores Roberto Blanco, André Uchoa, Luciana Gazzola, entre
outros.
Deixo meu agradecimento pessoal aos meus amigos Alessandro Gabri e Caroline Freitas, que
contribuíram para que esse material se tornasse melhor.
Por fim, estude para ser o primeiro colocado. Acredite em você! Crenças limitam o potencial. Seja
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disciplinado. A disciplina é o medidor do seu comprometimento com os seus projetos. Se você anda
indisciplinado, é porque não tem dado importância suficiente para o que você quer.
Bons estudos!
Sousa Nogueira
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Sobre o autor
FREDERICO ALVES MELO. Delegado de Polícia Civil do Estado de São Paulo. Ex-perito papiloscopista da
PCERJ. Ex-oficial de Cartório. Aprovado para Delegado de Polícia Federal (fases objetiva, subjetiva e oral).
Flávio Sousa
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SUMÁRIO
1. CONCEITO..............................................................................................................................................................20
1. PERÍCIA ..................................................................................................................................................................28
2. PERITO...................................................................................................................................................................30
3. VESTÍGIOS .............................................................................................................................................................32
2. PROVA ...................................................................................................................................................................42
3. PERÍCIA ..................................................................................................................................................................45
4. PERITO...................................................................................................................................................................48
4.1. FUNÇÃO .............................................................................................................................................................48
5. VESTÍGIOS .............................................................................................................................................................50
6.1. CONCEITO...........................................................................................................................................................51
7. PRESUNÇÃO ..........................................................................................................................................................54
8. INDÍCIO .................................................................................................................................................................54
9.2. AUTÓPSIA...........................................................................................................................................................56
9.10. DOCUMENTOS..................................................................................................................................................57
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1.1. CONCEITO...........................................................................................................................................................68
7.1. ENTRADA EM LOCAIS ISOLADOS OU REMOÇÃO DE VESTÍGIOS ANTES DE LIBERADOS PELO PERITO
RESPONSÁVEL ..............................................................................................................................................................80
Flávio
1. CONCEITO..............................................................................................................................................................90
1.1. CONCEITO.........................................................................................................................................................105
7. ALBODATILOGRAMA ...........................................................................................................................................114
11.1. REAÇÕES QUE INDICAM CERTEZA DE SER SANGUE (HUMANO OU NÃO) ......................................................117
16.1. CAUCÁSICO.....................................................................................................................................................133
2. PELE .....................................................................................................................................................................139
2.1. EPIDERME.........................................................................................................................................................139
3. TRAUMA..............................................................................................................................................................141
4. LESÃO ..................................................................................................................................................................142
6. SIMULAÇÃO.........................................................................................................................................................150
6.1. SIMULAÇÃO......................................................................................................................................................150
9.4. PRESSÃO...........................................................................................................................................................153
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2. CLASSIFICAÇÃO ...................................................................................................................................................206
3. MUNIÇÃO ............................................................................................................................................................212
4. BALÍSTICA ............................................................................................................................................................219
4.7. POSSIBILIDADE DE MAIS PROJÉTEIS, NO INTERIOR DO CORPO, DO QUE ORIFÍCIOS DE ENTRADA ..................229
2. BLAST ..................................................................................................................................................................251
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4. GRANADA............................................................................................................................................................252
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6. PÉROLAS ÓSSEAS.................................................................................................................................................265
8. FOTODERMATOFITOSES ......................................................................................................................................268
9. REGRA DOS NOVE DE WALLACE ..........................................................................................................................268
3.1. ENCEFÁLO.........................................................................................................................................................288
Flávio
4. CHUVA ÁCIDA......................................................................................................................................................298
1. CONCEITO............................................................................................................................................................301
2. METABOLISMO DA GLICOSE................................................................................................................................301
3. PH DO SANGUE ...................................................................................................................................................302
4. HEMATOSE ..........................................................................................................................................................302
2.2. CONTAMINAÇÃO..............................................................................................................................................340
2. IMPUTABILIDADE ................................................................................................................................................357
6.4. EMBRIAGUEZ....................................................................................................................................................364
7. SEMI-IMPUTABILIDADE .......................................................................................................................................365
2. PERINECROSCOPIA ..............................................................................................................................................390
2.2. AUTÓPSIA.........................................................................................................................................................392
15. ALTERAÇÕES CELULARES MICROSCÓPICAS QUE APARECEM HORAS APÓS A MORTE: TIPOS DE MORTE CELULAR
...................................................................................................................................................................................411
15.3. AUTÓLISE........................................................................................................................................................411
2. GRAVIDEZ ............................................................................................................................................................433
3. PARTO .................................................................................................................................................................437
3.1. INÍCIO DO PARTO .............................................................................................................................................437
5. GEMÊOS ..............................................................................................................................................................440
7. RECÉM-NASCIDO .................................................................................................................................................442
9. HIMENOLOGIA ....................................................................................................................................................442
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8. ABORTO ..............................................................................................................................................................449
8.1. O ABORTO NO CÓDIGO PENAL .........................................................................................................................450
1. CONCEITO............................................................................................................................................................485
2. VENENOS .............................................................................................................................................................485
3. INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTO...................................................................................................................485
4. DROGAS ..............................................................................................................................................................489
7.2. SINERGISMO.....................................................................................................................................................493
7.3. ANTAGONISMO ................................................................................................................................................493
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FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL• 1
1. CONCEITO
É arte porque a realização de uma perícia médica requer habilidade (instinto), na prática do exame,
e estilo de redação do laudo. Essa arte se sujeita à ciência que se vale de todo o conhecimento oferecido
pelas demais especialidades médicas, além de ter campo próprio de pesquisa.
A definição de medicina legal varia de autor para autor, podendo ser apontada como principais
definições:
doutrina.”
• Bonnet: “É uma disciplina que a totalidade das ciências médicas para dar respostas a questões
judiciais.”
• Lacassagne: “A arte de pôr os conceitos médicos legais a serviço da administração da justiça.”
• Legrand Du Saulle: “A aplicação das ciências médicas ao estudo e solução de todas as questões
especiais, que podem suscitar a instituição das leis e a ação da justiça.”
A medicina legal é uma especialidade médica, pois há tarefas que são exclusivas dos médicos
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legistas. Além disso, o modo de informar as autoridades que solicitam perícias é especial, devendo observar
algumas peculiaridades.
2. NOÇÕES HISTÓRICAS
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Em que pese relatos históricos mais antigos, podem ser apontados como marcos da medicina legal:
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• Código de Hamurábi: O mais antigo Código Penal, promulgado no séc. XVIII a.C., trouxe
dispositivos que tratam da relação jurídica entre médico e paciente, sendo considerado o
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• Século XVI — Ano 1532: Primeira publicação — “Constitutio Criminalis Carolina” —, que passou
a exigir a presença de peritos em certos delitos.
• Ano 1575 — Ambroise Paré: Considerado o marco formal inicial, cuidou-se do primeiro tratado
de medicina legal que tratava de técnicas de embalsamento, gravidade de feridas, virgindade
etc.
OBSERVAÇÃO
Em que pese o Tratado Ambroise Paré ser considerado o marco formal inicial, a primeira obra
escrita de medicina legal ocorreu na China em 1248, tratando da aplicação de conhecimentos médicos à
solução de casos criminais.
20
FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL• 1
• Ano 1602 — Fortunatus Fidelis: Primeiro tratado de medicina legal tido como completo —
lançado em Palermo.
• Primeira Revista de medicina legal: surgiu na Alemanha, em 1821. O País foi pioneiro ao
inaugurar a primeira Escola de Medicina Legal.
• Segunda Revista de medicina legal: surgiu na França, em 1829.
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FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL• 1
• A fase estrangeira ocorreu do Período Colonial até o ano de 1877. As principais influências da
medicina legal brasileira são oriundas da França (principal), Alemanha e Itália. É quase nula a
influência da medicina legal portuguesa sobre a brasileira;
• A fase de transição se deu em 1877 com Agostinho José de Souza Lima, por meio do ensino da
medicina legal;
• A fase de nacionalização foi inaugurada em 1895 por Raimundo Nina Rodrigues — conhecido
como “Lombroso dos trópicos”—, que iniciou a fase de pesquisa científica médico-legal,
principalmente relacionada à psiquiatria forense e à antropologia criminal na faculdade de
Medicina da Bahia. Outros nomes importantes para nacionalização da medicina legal vieram
em seguida, tais como, Oscar Freire e Afrânio Peixoto, que seguiram os estudos de Raimundo
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Nina Rodrigues.
• Em 1832, houve a inclusão da medicina legal como matéria nas faculdades de medicina da Bahia
e do Rio de Janeiro, além de ter sido estabelecido regramento para o exame de corpo de delito
no processo penal.
A medicina legal geral vai além do estudo do ser humano e divide-se em:
• Deontologia; e
Flávio Sousa
• Diceologia.
Flávio
3.1.1. Deontologia
A deontologia se ocupa das normas éticas a que o médico está sujeito no exercício da profissão.
3.1.2. Diceologia
A medicina legal especial liga-se ao estudo do ser humano e tem como principais subdivisões:
• Patologia Forense;
• Toxicologia Forense;
• Infortunística;
• Antropologia Forense;
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FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL• 1
• Sexologia Forense; e
• Psiquiatria Forense.
Há ainda sub-ramos específicos dentro da medicina legal especial que infelizmente não é uma
realidade em todos os institutos. São eles a odontologia forense; radiologia forense; entomologia forense;
psicologia forense; medicina legal desportiva etc.
A toxicologia forense tem por objeto de estudo as substâncias tóxicas; os efeitos delas sobre o ser
humano; os mecanismo de ação delas; o modo de detecção delas, em casos concretos; e o esclarecimento
de aspectos de repercussão jurídica.
3.2.3. Infortunística
A antropologia forense estuda os restos mortais com objetivo de esclarecer sua identidade, causa
Sousa Nogueira
de morte e ascendência.
Estuda os métodos científicos utilizados pela medicina legal no auxílio das investigações policiais.
A medicina legal pode se relacionar com a ciência médica ou, ainda, com a ciência jurídica.
23
FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL• 1
A medicina legal busca seus temas nos mais diversos ramos da ciência médica, como o da
traumatologia, da psicologia, da ginecologia e das demais especialidades médicas.
24
FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL• 1
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) De acordo com Afrânio Peixoto, a Medicina Legal pode ser definida como “A aplicação de conhecimentos
científicos dos misteres da justiça”. Do ponto de vista didático tradicional, a Medicina Legal pode ser
dividida em Geral e Legal. No caso da Geral, seu campo de ação se ocupa de várias áreas do conhecimento,
como
a) Antropologia Forense.
b) Honorários Médicos.
c) Asfixiologia Forense.
d) Genética Forense.
e) Sexologia Forense.
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2) Sob o ponto de vista didático, a medicina legal está dividida em medicina geral e medicina especial. A
respeito da medicina legal especial, assinale a opção correta.
b) A infortunística trata da análise racional da participação da vítima na eclosão e justificação das infrações
penais.
3) A Medicina Legal é uma ciência de grandes proporções e muita diversificação. A respeito do conceito de
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II. Embora se relacione estreitamente com o Direito Processual Penal, a Medicina Legal não apresenta
relação com o Direito Processual Civil.
III. Uma das definições de Medicina Legal é que esta é a arte de pôr os conhecimentos médicos a serviço da
administração da Justiça.
IV. A Medicina Legal tem recebido diversas denominações, como: Medicina Judiciária, Medicina Política e
Medicina Forense.
a) I, II e III, apenas
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FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL• 1
d) I, II e IV, apenas
4) De acordo com Ambroise Paré, a medicina legal é a arte de produzir relatórios na justiça.
( ) Certo ( ) Errado
5) Entre os conceitos a seguir, assinale a alternativa que apresenta uma definição de medicina legal.
e) Ciência que estuda os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos.
GABARITO
4) Resposta: Certo
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FREDERICO ALVES MELO
PERITOS E PERÍCIAS
PERITOS E PERÍCIAS• 2
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
1. PERÍCIA
A perícia médico-legal é definida como sendo “um conjunto de procedimentos médicos e técnicos
que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça”.
A perícia é o exame dos elementos materiais de interesse de um processo, cuja realização é feita
por perito. Assim, a perícia é uma diligência com a finalidade de se estabelecer a veracidade ou a
falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, por meio de prova, com a análise de toda a matéria
colhida como vestígio de uma infração, ou seja, do exame de corpo de delito. Portanto, perícia tem como
finalidade provar atos de interesse da justiça.
Quando os fatos alegados, em um processo, deixam vestígios materiais e estes se perdem no
mesmo instante em que ocorre — ou logo após—, sua comprovação em juízo só poderá ser feita pela
prova testemunhal. Porém, o relato dessas testemunhas pode, por diversas razões, não corresponder
fielmente à realidade. No entanto, se resultam vestígios duradouros, com a possibilidade de serem
detectados, o seu exame e registro devem ser feitos obrigatoriamente. O exame desses elementos
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materiais, quando feito por técnico, é chamado de perícia. Nesse sentido, para o processo penal, a perícia
é um meio de prova, pois é a forma que as fontes de prova são introduzidas na ação penal.
Trata-se de alterações visíveis verificadas pelo perito objetivamente. É encontrada no laudo pericial
na parte denominada “descrição”.
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1.3. Local
Segundo o art. 6º do Código de Processo Penal (CPP), ao ocorrer um delito, deve a autoridade
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Art. 6º, CPP Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
O local em que será realizada a perícia poder ser classificado como local idôneo e local inidôneo.
O local será considerado inidôneo caso não esteja preservado, ou seja, foi alterado.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
É o local que não tem ligação direta com o local objeto da perícia imediata, mas indiretamente
pode conter ou ser útil para análise de prova.
ATENÇÃO!
Embora o artigo 6º do CPP trate apenas das perícias em local de crime, elas podem ocorrer em
qualquer coisa que esteja relacionada ao delito, como em seres humanos, cadáveres, coisas, animais etc.
OBSERVAÇÃO
Se a perícia for tida como complexa, ou seja, se abranger mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial. Caso haja divergência entre os
peritos, a autoridade nomeará um terceiro. Se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar
proceder novo exame por outros peritos.
[...]
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar
mais de um assistente técnico.
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Art. 180, CPP. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do
exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente
Sousa Nogueira
O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo esse prazo ser prorrogado,
em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 160, CPP. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o
que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo
este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
O juiz não está vinculado ao laudo apresentado pelo perito, e, em caso de não acatar o laudo, no
todo ou parte, deverá motivar objetivamente.
Art. 182, CPP. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte.
29
FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
Na fase pré-processual, a requisição da perícia é feita pela autoridade policial. Salvo no tocante ao
exame de constatação de sanidade mental do indiciado, pois, mesmo em sede pré-processual, caberá
apenas à autoridade judiciária determinar.
Na fase processual, a perícia será requisitada pela autoridade judiciária. Não cabe às partes
intervirem na nomeação do perito.
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2. Perito
2.1. Função
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Conforme art. 159 do CPP, as perícias serão realizadas por perito oficial.
Sousa Nogueira
Art. 159, CPP. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
Flávio Sousa
oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Flávio
Perito oficial é o perito concursado, que, no ato de sua posse, presta compromisso de realizar o
mister com ética e relatar com veracidade o que aprecia, não sendo necessário prestar esse compromisso a
cada perícia. Vale ressaltar que, sendo perito oficial, a regra é que a perícia seja realizada por apenas um
perito.
30
FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
Segundo o art. 277 do CPP, o perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo,
sob pena de multa, salvo se apresentar justo motivo para a escusa.
Art. 277, CPP. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob
pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos
estabelecidos.
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2.5. Impedimentos
Qualquer posição em que esteja o perito, seja ele oficial ou não, seu compromisso com a verdade
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constitui-se dever ético e obrigação legal. A declaração falsa ou a ocultação da verdade constitui o delito
Sousa Nogueira
Art. 342, CP - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
Flávio Sousa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850,
de 2013)
É possível a indicação de assistente técnico, que só será admitido pelo juiz após a conclusão dos
exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais.
31
FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
Segundo o § 5o do art. 159 do CPP, durante o curso do processo judicial, é permitido às partes,
quanto à perícia:
3. VESTÍGIOS
O delito não transeunte ocorre quando a infração penal deixa vestígios. São vestígios duradouros,
chamados delicta factis permanentis.
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São exemplos de crimes não transeuntes: homicídio, estupro, lesões corporais etc.
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O delito transeunte ocorre quando a infração penal não deixa vestígios. São denominados delicta
Flávio
factis transeuntes.
São exemplos de crimes transeuntes: calúnia, difamação, injúria, se praticados por meio verbal.
4. CORPO DE DELITO
4.1. Conceito
Quando o fato delituoso produz alterações materiais no ambiente, dá-se o nome de corpo de
delito ao conjunto de elementos sensíveis denunciadores do fato criminoso. Assim, pode-se definir corpo
de delito como sendo:
32
FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
O corpo de delito, elemento sensível e objetivo, deve ser alvo de prova, obtida por meios que o
direito fornece. Assim, os peritos dirão natureza do corpo de delito e estabelecerão o nexo entre ele e o
ato ou omissão do acusado. Dessa maneira, tem-se o exame de corpo de delito.
ATENÇÃO!
Não se deve confundir corpo de delito com exame de corpo de delito. O primeiro é o elemento
objetivo que o crime deixou. O segundo, por sua vez, é o exame realizado sobre aquele elemento.
Exemplo: Suponha que tenha ocorrido um homicídio e que, no local, foi encontrado um projetil e
uma arma de fogo. Neste caso, o corpo de delito é o projetil e a arma de fogo coletados no local do delito.
O exame de corpo de delito é o trabalho realizado pelo perito para comparar se o projetil foi disparado por
uma determinada arma de fogo.
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OBSERVAÇÃO
Nem toda perícia é um exame de corpo de delito, mas todo exame de corpo de delito é uma
perícia. Exemplo: Perícia para avaliação de valor.
Art. 158, CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Sousa Nogueira
O corpo de delito é objeto da atividade pericial. Há um contato direto do perito com a pessoa ou
Flávio
Exemplo: Perito que tem contato direto com um cadáver, em um delito de homicídio.
Segundo o Professor Wilson Palermo, o exame de corpo de delito indireto é aquele realizado
quando inexistentes vestígios materiais, sendo suprido pela informação testemunhal. Assim, observa-se o
art. 167 CPP, o qual dispõe que, se houver desaparecimento dos vestígios, a prova testemunhal poderá
suprir a falta.
33
FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
Art. 167, CPP. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido
os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
• 2ª Corrente: Entende que o exame de corpo de delito indireto é aquele em que não é mais
possível a perícia direta no corpo de delito, por este ter desaparecido. Porém, apesar disso, o
médico legista terá acesso aos prontuários médicos do paciente e elaborará o documento
médico-legal.
Sempre que o delito deixar vestígios, é obrigatório que se faça o exame de corpo de delito, seja
ele direito ou indireto, conforme preceitua o Código de Processo Penal.
Art. 158, CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
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Art. 184, CPP. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da
verdade.
Segundo a Lei n.º 9.099/1995, nas infrações penais de menor potencial ofensivo, é dispensado o
exame corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
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do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim
médico ou prova equivalente.
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Art. 12, Lei 11.340/06. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
Flávio
O art. 564 do CPP traz hipóteses de nulidade do processo, estando a ausência do exame de corpo
de delito entre elas.
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Art. 167;
PERITOS E PERÍCIAS• 2
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no
35
FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
Segundo o CPP, quando o delito envolver violência doméstica e familiar contra mulher, violência
contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência, deve ser dada prioridade na realização do
exame de corpo de delito.
Como regra, o exame de corpo de delito pode ser realizado em qualquer dia e horário.
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Art. 161, CPP. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora.
Como exceção:
• a autopsia deve ser feita pelo menos seis horas após a morte, pois é o tempo que aparecem os
sinais de certeza de morte;
• a autopsia poderá ocorrer antes se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, tiverem
CPF: 037.820.231-61
certeza do óbito.
Art. 162, CPP. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Nogueira -- CPF:
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
Sousa Nogueira
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para
a verificação de alguma circunstância relevante.
Flávio Sousa
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
APLICAÇÃO EM CONCURSO
a) É facultada ao acusado a indicação de assistente técnico, após admissão pela autoridade policial.
b) Entende-se por perícia complexa aquela que abrange mais de uma área de conhecimento especializado.
d) Na falta de perito oficial, qualquer contribuinte poderá exercer o mister, desde que não inadimplente
com impostos públicos, e que seja admitido pelo delegado de polícia presidente do inquérito.
2) Jovem do sexo masculino é encontrado morto no seu quarto, aparentemente um caso de suicídio por
enforcamento. Logo ao chegar no local de morte, a equipe pericial encontra a vítima na cama, com o objeto
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usado como elemento constritor removido. Nessa situação, o perito criminal deve
a) avaliar detalhadamente o local, buscar pistas de envolvimento de terceiros, não realizar o exame pericial
do cadáver e registrar a alteração notada no laudo final.
b) fazer o boletim de ocorrência com a alteração notada, isolar e preservar o local de morte, e solicitar o
envio de equipe pericial do instituto médico-legal para realização de perícia conjunta.
c) informar à autoridade policial sobre a alteração do local de morte, emitir o laudo de impedimento e
CPF: 037.820.231-61
d) realizar o exame externo do cadáver, de tudo que é encontrado em torno dele ou que possa ter relação
com o fato em questão, e registrar no laudo a alteração notada no local de morte.
Nogueira -- CPF:
e) realizar o registro fotográfico do local, investigar as circunstâncias da morte, não realizar o exame
pericial do cadáver, coletar o provável instrumento utilizado e descrever no laudo a alteração do local de
Sousa Nogueira
morte.
Flávio Sousa
3) No que se refere às perícias e aos laudos médicos em medicina legal, assinale a opção correta.
Flávio
b) A perícia em antropologia forense permite estabelecer a identidade de criminosos e de vítimas, por meio
de exames de DNA, sem, no entanto, determinar a data e a circunstância da morte.
c) A opção pela perícia antropológica deve ser conduta de rotina nos casos em que a família da vítima
manifestar suspeita de morte por envenenamento.
4) Com relação aos conhecimentos sobre corpo de delito, perito e perícia em medicina legal e aos
documentos médico-legais, assinale a opção correta.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
a) Perícia é o exame determinado por autoridade policial ou judiciária com a finalidade de elucidar fato,
estado ou situação no interesse da investigação e da justiça.
b) O atestado médico equipara-se ao laudo pericial, para serventia nos autos de inquéritos e processos
judiciais, devendo ambos ser emitidos por perito oficial.
c) Perito oficial é todo indivíduo com expertise técnica na área de sua competência incumbido de realizar o
exame.
d) É inválido o laudo pericial que não foi assinado por dois peritos oficiais.
II A perícia médica indireta ocorre quando é baseada em informações trazidas ao perito, seja pelos
documentos dos autos, por pesquisa de campo ou por novos documentos.
III Em sentido amplo, perícia médica é todo e qualquer ato propedêutico ou exame feito por médico com a
finalidade de colaborar com as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias na formação de juízo a
que estão obrigadas.
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IV De acordo com o código de processo penal, quando a infração deixar vestígios, será dispensável o exame
de corpo de delito, sendo suficiente a confissão do acusado.
6) Qual deve ser a resposta ao 1º quesito oficial, no exame de conjunção carnal, em multípara, com história
de estupro há 7 dias, sem vestígios?
a) Não.
b) Sem elementos.
c) Prejudicado.
d) Sim.
e) Rotura antiga.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
a) em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame
complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
c) não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
d) o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
e) a necropsia médico-legal será sempre feita pelo menos seis horas depois do óbito.
8) Numa infração penal com vestígios, o exame de corpo de delito (ECD) torna-se indispensável, conforme
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a) O laudo médico-legal constitui a prova material que, originalmente como prova, tem por finalidade
demonstrar ou verificar a verdade, sendo importantíssima para o processo, pois fundamenta o
convencimento do juiz.
b) Deve ser realizado por peritos oficiais médico-legistas, que responderão no laudo, às dúvidas suscitadas
pela autoridade policial ou judicial.
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c) Pode ser substituído pelo prontuário da vítima quando este for anexado ao inquérito policial, por
solicitação direta ao hospital, pela autoridade policial.
d) Os ECDs realizados pelos peritos médicolegistas são incorporados no inquérito policial e servem como
elemento probatório.
Nogueira -- CPF:
e) Em algumas situações, no exame necroscópico, o perito médico legista examinará apenas os ferimentos
Sousa Nogueira
9) Nas mortes violentas ou suspeitas, já previstas por lei, os peritos nomeados ou oficiais, por solicitação da
Flávio
autoridade competente, só poderão realizar a necropsia após 6 h de verificado o óbito. Sobre o exame
necroscópico, é CORRETO afirmar que
10) Em se tratando de exame de corpo de delito (ECD) lesão corporal, é INCORRETO afirmar:
a) em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame
complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS• 2
c) não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
d) o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
e) a necropsia médico-legal será sempre feita pelo menos seis horas depois do óbito.
GABARITO
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Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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3
FREDERICO ALVES MELO
CRIMINALÍSTICA
CRIMINALÍSTICA • 3
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Hans Gross, juiz criminal e professor de direito penal, foi o primeiro a utilizar a expressão
“criminalística”, no ano de 1893.
A criminalística, que é uma disciplina autônoma, possui leis, métodos e princípios próprios. ela tem
por objetivo entender os indícios materiais extrínsecos do delito ou identificar o criminoso,
diferentemente da medicina legal, que estuda os vestígios intrínsecos do crime e está interligada a outras
ciências, como química, física, biologia, toxicologia etc. Por isso os peritos criminais possuem formações
específicas.
2. PROVA
Prova é todo meio de se demonstrar/evidenciar uma verdade. No processo penal, está ligada ao
princípio da verdade processual dos fatos ocorridos.
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São aspectos importantes relacionados à prova: fonte de prova, meio de prova e meio de
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obtenção de prova.
Fonte de prova refere-se às pessoas ou coisas das quais se consegue a prova. Em outras palavras,
uma vez cometido o fato delituoso, tudo aquilo que possa servir para esclarecê-lo pode ser conceituado
Sousa Nogueira
A fonte de prova deriva do fato delituoso e sua existência independe do processo. A introdução no
Flávio Sousa
O meio de prova, também chamado de meio de prova de 1º grau — na medida em que se destina
à produção da prova de maneira imediata e em sentido estrito —, é o instrumento por meio do qual as
fontes de prova são introduzidas no processo. Enquanto a fonte de prova ocorre antes do processo, o meio
de prova é uma atividade endoprocessual. É por isso que deve ser observado o contraditório quanto aos
meios de prova.
OBSERVAÇÃO
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
O meio de obtenção da prova, também chamado de meio de prova de 2º grau, refere-se a certos
procedimentos, em regra, extraprocessuais, cujo objetivo é a identificação de fontes de prova, geralmente
realizados por outros funcionários que não o juiz. Não é obrigatória a observância do contraditório, tendo
como elemento fundamental a surpresa.
Havendo revelia no processo penal, os fatos não se presumem verdadeiros, devendo a acusação
provar a autoria.
Prova nominada é aquela que é prevista em lei, com ou sem procedimento probatório. Exemplo:
Reprodução simulada dos fatos é uma prova nominada e atípica, pois, embora tenha previsão no CPP, não
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A prova inominada é a prova que não possui previsão em lei. Como visto, no processo penal, vigora
o princípio da busca da verdade pelo juiz, em virtude do qual, ainda que não haja previsão legal, a prova
Sousa Nogueira
inominada pode ser utilizada, desde que não seja ilícita ou imoral.
Flávio Sousa
A prova anômola é a utilizada para fins diversos daqueles que lhe são próprios, com características
de outra prova típica. Ou seja, existe meio de prova legalmente previsto, porém ele é deixado de lado,
valendo-se a parte de outro.
Prova irritual é a prova típica colhida sem a observância do procedimento probatório previsto em
lei. A prova irritual é uma prova ilegítima, sujeita à declaração de nulidade.
Segundo Neusa Bittar, ocorre quando recai diretamente sobre o fato, permitindo uma conclusão
direta e objetiva.
43
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Segundo Neusa Bittar, ocorre quando se afirma um outro fato para que, por raciocínio indutivo,
chegue-se a uma conclusão.
44
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Sobre a prova pericial, sugere-se a leitura dos arts. 158 a 184 CPP.
Sobre a prova confessional, sugere-se a leitura dos arts. 197 a 200 do CPP.
Sobre a prova testemunhal, sugere-se a leitura dos arts. 202 a 225 do CPP.
Sobre a prova documental, sugere-se a leitura dos arts. 231 a 238 do CPP.
3. PERÍCIA
A perícia médico-legal é definida como sendo “um conjunto de procedimentos médicos e técnicos
que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça”.
A perícia é o exame dos elementos materiais de interesse de um processo, cuja realização é feita
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por perito. Assim, a perícia é uma diligência com a finalidade de se estabelecer a veracidade ou a
falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, por meio de prova, com a análise de toda a matéria
colhida como vestígio de uma infração, ou seja, do exame de corpo de delito. Portanto, perícia tem como
finalidade provar atos de interesse da justiça.
Nogueira -- CPF:
mesmo instante em que ocorre — ou logo após—, sua comprovação em juízo só poderá ser feita pela
prova testemunhal. Porém, o relato dessas testemunhas pode, por diversas razões, não corresponder
fielmente à realidade. No entanto, se resultam vestígios duradouros, com a possibilidade de serem
Flávio Sousa
detectados, o seu exame e registro devem ser feitos obrigatoriamente. O exame desses elementos
Flávio
materiais, quando feito por técnico, é chamado de perícia. Nesse sentido, para o processo penal, a perícia
é um meio de prova, pois é a forma que as fontes de prova são introduzidas na ação penal.
Trata-se de alterações visíveis verificadas pelo perito objetivamente. É encontrada no laudo pericial
na parte denominada “descrição”.
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
3.3. Local
Segundo o art. 6º do Código de Processo Penal (CPP), ao ocorrer um delito, deve a autoridade
policial comparecer ao local, e preservá-lo até a chegada dos peritos criminais.
Art. 6º, CPP Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
O local em que será realizada a perícia poder ser classificado como local idôneo e local inidôneo.
O local será considerado inidôneo caso não esteja preservado, ou seja, foi alterado.
É o local que não tem ligação direta com o local objeto da perícia imediata, mas indiretamente
pode conter ou ser útil para análise de prova.
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ATENÇÃO!
Embora o artigo 6º do CPP trate apenas das perícias em local de crime, elas podem ocorrer em
Nogueira -- CPF:
qualquer coisa que esteja relacionada ao delito, como em seres humanos, cadáveres, coisas, animais etc.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
OBSERVAÇÃO
Flávio
Se a perícia for tida como complexa, ou seja, se abranger mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial. Caso haja divergência entre os
peritos, a autoridade nomeará um terceiro. Se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar
proceder novo exame por outros peritos.
Art. 180, CPP. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do
exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente
46
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo esse prazo ser prorrogado,
em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 160, CPP. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o
que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo
este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
O juiz não está vinculado ao laudo apresentado pelo perito, e, em caso de não acatar o laudo, no
todo ou parte, deverá motivar objetivamente.
Art. 182, CPP. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
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ou em parte.
Na fase pré-processual, a requisição da perícia é feita pela autoridade policial. Salvo no tocante ao
exame de constatação de sanidade mental do indiciado, pois, mesmo em sede pré-processual, caberá
apenas à autoridade judiciária determinar.
Nogueira -- CPF:
Na fase processual, a perícia será requisitada pela autoridade judiciária. Não cabe às partes
intervirem na nomeação do perito.
Flávio Sousa
4. Perito
4.1. Função
Conforme art. 159 do CPP, as perícias serão realizadas por perito oficial.
Art. 159, CPP. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Perito oficial é o perito concursado, que, no ato de sua posse, presta compromisso de realizar o
mister com ética e relatar com veracidade o que aprecia, não sendo necessário prestar esse compromisso a
cada perícia. Vale ressaltar que, sendo perito oficial, a regra é que a perícia seja realizada por apenas um
perito.
Segundo o art. 277 do CPP, o perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo,
sob pena de multa, salvo se apresentar justo motivo para a escusa.
Art. 277, CPP. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob
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estabelecidos.
4.5. Impedimentos
Flávio Sousa
Qualquer posição em que esteja o perito, seja ele oficial ou não, seu compromisso com a verdade
constitui-se dever ético e obrigação legal. A declaração falsa ou a ocultação da verdade constitui o delito
de falsa perícia, previsto no art. 342 do Código Penal (CP).
Art. 342, CP - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
PERITO, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral:
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850,
de 2013)
É possível a indicação de assistente técnico, que só será admitido pelo juiz após a conclusão dos
exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais.
Segundo o § 5o do art. 159 do CPP, durante o curso do processo judicial, é permitido às partes,
quanto à perícia:
perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua
guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for
Sousa Nogueira
5. VESTÍGIOS
Flávio Sousa
Flávio
O delito não transeunte ocorre quando a infração penal deixa vestígios. São vestígios duradouros,
chamados delicta factis permanentis.
São exemplos de crimes não transeuntes: homicídio, estupro, lesões corporais etc.
O delito transeunte ocorre quando a infração penal não deixa vestígios. São denominados delicta
factis transeuntes.
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
São exemplos de crimes transeuntes: calúnia, difamação, injúria, se praticados por meio verbal.
6. CORPO DE DELITO
6.1. Conceito
Quando o fato delituoso produz alterações materiais no ambiente, dá-se o nome de corpo de
delito ao conjunto de elementos sensíveis denunciadores do fato criminoso. Assim, pode-se definir corpo
de delito como sendo:
O corpo de delito, elemento sensível e objetivo, deve ser alvo de prova, obtida por meios que o
direito fornece. Assim, os peritos dirão natureza do corpo de delito e estabelecerão o nexo entre ele e o
ato ou omissão do acusado. Dessa maneira, tem-se o exame de corpo de delito.
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Não se deve confundir corpo de delito com exame de corpo de delito. O primeiro é o elemento
objetivo que o crime deixou. O segundo, por sua vez, é o exame realizado sobre aquele elemento.
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Exemplo: Suponha que tenha ocorrido um homicídio e que, no local, foi encontrado um projetil e
uma arma de fogo. Neste caso, o corpo de delito é o projetil e a arma de fogo coletados no local do delito.
Sousa Nogueira
O exame de corpo de delito é o trabalho realizado pelo perito para comparar se o projetil foi disparado por
uma determinada arma de fogo.
Flávio Sousa
Flávio
OBSERVAÇÃO
Nem toda perícia é um exame de corpo de delito, mas todo exame de corpo de delito é uma
perícia. Exemplo: Perícia para avaliação de valor.
Art. 158, CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
51
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
O corpo de delito é objeto da atividade pericial. Há um contato direto do perito com a pessoa ou
coisa a ser periciada.
Exemplo: Perito que tem contato direto com um cadáver, em um delito de homicídio.
Segundo o Professor Wilson Palermo, o exame de corpo de delito indireto é aquele realizado
quando inexistentes vestígios materiais, sendo suprido pela informação testemunhal. Assim, observa-se o
art. 167 CPP, o qual dispõe que, se houver desaparecimento dos vestígios, a prova testemunhal poderá
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suprir a falta.
Art. 167, CPP. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido
os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
• 2ª Corrente: Entende que o exame de corpo de delito indireto é aquele em que não é mais
possível a perícia direta no corpo de delito, por este ter desaparecido. Porém, apesar disso, o
médico legista terá acesso aos prontuários médicos do paciente e elaborará o documento
médico-legal.
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Sempre que o delito deixar vestígios, é obrigatório que se faça o exame de corpo de delito, seja
Nogueira -- CPF:
Art. 158, CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Flávio Sousa
Art. 184, CPP. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
Flávio
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da
verdade.
Segundo a Lei n.º 9.099/1995, nas infrações penais de menor potencial ofensivo, é dispensado o
exame corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
52
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Art. 12, Lei 11.340/06. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
[...]
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar
outros exames periciais necessários;
[...]
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos
por hospitais e postos de saúde.
O art. 564 do CPP traz hipóteses de nulidade do processo, estando a ausência do exame de corpo
de delito entre elas.
Segundo o CPP, quando o delito envolver violência doméstica e familiar contra mulher, violência
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contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência, deve ser dada prioridade na realização do
exame de corpo de delito.
Como regra, o exame de corpo de delito pode ser realizado em qualquer dia e horário.
Art. 161, CPP. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora.
Como exceção:
• a autopsia deve ser feita pelo menos seis horas após a morte, pois é o tempo que aparecem os
sinais de certeza de morte;
• a autopsia poderá ocorrer antes se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, tiverem
certeza do óbito.
Art. 162, CPP. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
53
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para
a verificação de alguma circunstância relevante.
7. PRESUNÇÃO
Segundo Neusa Bittar, presunção é a convicção na consciência sobre a existência real de um fato
ou circunstância desconhecida, que, por sua natureza, permitem relação com um fato conhecido. Este fato
conhecido e provado é chamado de indício.
8. INDÍCIO
Indícios são circunstâncias conhecidas, as quais estão provadas, mas, a partir delas, deduzir-se-á
outras. Isto é, a partir dessas circunstâncias é possível chegar à conclusão sobre fato determinado.
Segundo Neusa Bittar, a relação entre o indício (fato conhecido) e a presunção (fato desconhecido),
pode ser:
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• de identidade; e
• de causa (causal).
ATENÇÃO!
Indício não se confunde com vestígio, sendo este último qualquer elemento detectado no local de
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crime. Aquele é resultado do vestígio analisado, que se verifica associado com o fato criminoso.
Sousa Nogueira
permitindo a identificação.
O indício de causa (causal) ocorre quando o fato desconhecido é a causa do fato conhecido (“onde
há fumaça, há fogo” — efeito e causa).
• prova indireta; e
• prova semiplena.
54
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Segundo o art. 239 do CPP, considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo
relação com o fato, autorize, por indução, concluir a existência de outra ou outras circunstâncias. Pode ser
valorada com as demais provas para formar a convicção do julgador.
DOS INDÍCIOS
Art. 239, CPP. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo
relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
É a prova de menor valor persuasivo, ou seja, é uma prova que não consegue formar um juízo de
certeza, mas que atinge a formação de juízo de probabilidade.
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Quando o indício for positivo, indica a presença do fato ou elemento que se pretenda provar.
Quando o indício for negativo (contra indícios), indica circunstâncias indiretas que, uma vez
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OBSERVAÇÃO
Nogueira -- CPF:
O indício, quando tem valor de prova indireta, é equivalente a qualquer outro meio de prova, pois a
Flávio Sousa
• corpo de delito;
• autópsia;
• exumação;
• identificação de cadáver;
• local de crime;
• laboratório;
• objetos e instrumentos;
• avaliação econômica de danos;
• incêndios;
• documentos; e
• perícias no novo CPC.
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Art. 158, CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
9.2. Autópsia
Art. 162, CPP. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
verificação de alguma circunstância relevante.
9.3. Exumação
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Art. 163, CPP. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará
para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará
auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da
sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a
sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
Art. 166, CPP. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao
reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou
pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no
qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
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Art. 169, CPP. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a
Flávio
chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou
esquemas elucidativos.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e
discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
9.6. Laboratório
Art. 170, CPP. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Art. 171, CPP. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios,
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato
praticado.
56
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Art. 175, CPP. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da
infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
9.9. Incêndios
Art. 173, CPP. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver
começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a
extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação
do fato.
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9.10. Documentos
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Art. 174, CPP. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra,
observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se
for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa
reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre
cuja autenticidade não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que
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Faça a leitura dos arts. 156 a 158; 422; 371 e 464 a 480 do CPP.
Flávio
Segundo Neusa Bittar, locais de crime são os locais em que ocorrem fatos que levam ao interesse
policial ou Judiciário. Nesses locais, será feita a análise de vestígios, para buscar saber se se trata de crime,
de suicídio ou de acidente.
Ao ocorrer um delito, cabe à autoridade policial a preservação imediata do local, para que não se
altere o estado das coisas, até a chegada dos peritos. Isso salvo no caso de existir vítima a ser sorrida em
57
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
acidente de trânsito, com a possibilidade, inclusive, de remoção de veículos envolvidos (art. 1º da Lei n.º
5.970/1973).
Art. 6º, CPP. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
Art 1º, Lei 5.970/73. Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial que
primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independentemente de exame do
local, a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos veículos
nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública e prejudicarem o tráfego.
Os locais de crime, em relação aos vestígios e indícios, podem ser classificados como:
• local preservado;
• local contaminado; e
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• local referido.
O local será considerado preservado quando os indícios, no local da infração penal, foram
preservados da ocorrência dos fatos, até o completo registro.
O local será considerado contaminado quando houve, no local, a adulteração por adição, subtração
ou substituição de algum elemento incriminador.
O local será considerado referido quando, na infração penal, duas áreas se associam ou se
completam.
Flávio Sousa
• impressões digitais;
• manchas de esperma;
• manchas de sangue.
Segundo Neusa Bittar, as impressões digitais podem ser imperfeitas, com pouca nitidez, e
fragmentadas. No entanto, elas podem resultar no sucesso da investigação.
• coloridas;
• moldadas; e
• latentes.
58
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
11.1.1. Coloridas
11.1.2. Moldadas
11.1.3. Latentes
São as deixadas por descuido pelas mãos desprotegidas, em decorrência da água e ácidos graxos
presentes no suor. São transformadas em impressões coloridas para serem analisadas.
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
OBSERVAÇÃO
2) verificar impressões deixadas nos objetos pelo material empregado na confecção de luvas;
O esperma é fruto da secreção de várias glândulas masculinas (uretra, próstata e vesícula seminal).
O eventual encontro de espermatozoides, na substância coletada, dá a certeza de se tratar de esperma,
pois o esperma é fluido orgânico responsável por transportar os espermatozoides.
presença de fosfatase ácida em altos índices (acima de 300 unidades) é indicativo da presença de sêmen.
A dinâmica de um delito pode ser avaliada pela presença de manchas de sangue. Essas manchas
podem ser:
Sousa Nogueira
• manchas de projeção;
•
Flávio Sousa
manchas de escorrimento;
• manchas de contato;
Flávio
• gotas; e
• salpicos.
a. Gotas
O formato das gotas irá variar de acordo com a altura do gotejamento. Assim, é indicativo de ser:
60
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
• altura superior a 125 cm: quando a gota possuir forma estrelada com bordos denteados e gotas
satélites (gotas menores em volta da principal);
• grande altura (superior a 2m): quando a gota ficar em formato de gotículas.
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
b. Salpicos
Há salpicos quando há a atuação de outra força anterior seguida da força posterior da gravidade,
sendo causadas, por exemplo, pela movimentação de uma arma, do indivíduo ou ambos, que resultam em
salpicos com forma alongada no final.
São vistas como filetes ou poças devido à maior intensidade do sangramento, estando a vítima
parada.
Ocorrem quando mãos, pés, calçados ensanguentados da vítima ou do agressor deixam impressões
onde tocam. Neste caso, o sangue deve estar na forma líquida. Caso esteja coagulado, poderá deixar
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impressões moldadas.
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Ocorrem diante de grande sangramento, que se fixa em vestes, toalhas etc., em razão da absorção.
São as manchas presentes em tecidos utilizados pelo agressor para a limpeza do local, da arma etc.
Flávio
A olho nu, as manchas de sangue parecem ter desaparecido. Com a ajuda de luz forense, essas
manchas podem ser observadas.
Para saber se se trata de sangue verdadeiro, são utilizadas algumas reações, que podem ser de
probabilidade ou de certeza.
62
FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Utiliza uma substância chamada fenolftaleína, a qual indica a probabilidade de ser sangue, se ela
tomar cor rósea.
Utiliza-se uma substância chamada benzidina, a qual indica a probabilidade de ser sangue, se ela
tomar cor azulada.
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12.1.3. Luminol
Trata-se da emissão de luz, que toma a cor azul, se a substância tiver a presença de ferro (Fe).
Assim, como o sangue possui ferro, será indicativo de ser sangue, se tomar a cor azulada.
É possível a utilização do produto até mesmo com anos passados. Possui eficácia ainda que o local
seja lavado ou até mesmo após o uso de substâncias químicas.
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O material que teve contato com luminol não é servível para testes de certeza, pois a intensidade
para resultados fica diminuída. Ainda que diminuída, é possível verificar a cadeia de DNA por meio do uso
da técnica PCR.
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Detecta a formação de cristais de hemina nos glóbulos vermelhos, sendo utilizado no material
concentrado ou em crostas.
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
São utilizados antissoros específicos para identificar a origem do sangue, os quais reagem com
sangue específico humano ou não humano.
A reação que indica certeza de ser sangue humano é a chamada Reação de Uhlenhuth ou
Albuminorreação.
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
Faz-se a mistura do sangue com o soro de animais de várias espécies. Se houver reação antígeno-
anticorpo, o resultado será positivo sangue humano.
Indica certeza de sangue humano, ainda, pela forma e tamanho das células sanguíneas (anucleação
das hemácias).
São utilizadas para a identificação de grupo sanguíneo, após já se ter certeza de se tratar de sangue
humano.
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO CRIMINALÍSTICA • 3
APLICAÇÃO EM CONCURSO
d) A fixação é a fase em que os elementos de potencial interesse para a investigação são levados aos
laboratórios, onde serão fixados e estudados.
e) O rastreamento dos elementos de interesse se inicia após iniciado seu transporte para a unidade onde
serão analisados (laboratórios).
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2) Acerca dos vestígios, indícios e de outros elementos encontrados nos locais de crime, julgue os itens
seguintes.
I - A nulidade por falta do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios é absoluta.
II - No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída
com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.
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III - Os cadáveres, as lesões externas e os vestígios deixados no local do crime serão sempre fotografados
na posição em que forem encontrados.
GABARITO
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Flávio
Flávio Sousa
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CADEIA DE CUSTÓDIA
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CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
1. Considerações iniciais
Essa sistemática é nova no Código de Processo Penal, ela foi inserida pela Lei n.º 13.964/2019
(Pacote Anticrime), tratando da documentação de uma evidência. A preocupação do legislador foi a de
tecer todo um procedimento para garantir a integridade da prova, a fim de que essa prova, quando
submetida ao contraditório, chegasse absolutamente íntegra.
Exemplo: Ao se fazer um exame de sangue, existe todo o procedimento a ser seguido pelo
atendente, como lavar as mãos, usar as luvas, mostrar a seringa e a agulha, bem como que ambas estão
lacradas, mostrar a etiqueta com os respectivos dados, e, por fim, fazer a coleta do sangue. Todo esse
procedimento visa a dar segurança. Nesse mesmo sentido, deve haver a documentação da evidência, com
fim de dar segurança.
1.1. Conceito
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O princípio da mesmidade dispõe que a prova é exatamente aquela que foi colhida, ou seja, é a
mesma prova. A autoridade policial, ao colher e custodiar a prova, deve obedecer ao princípio da
mesmidade, sem manipular, alterar ou filtrar.
“Ex. 1: A defesa deve ter acesso à integralidade da prova, na sua originalidade, em casos
de interceptação telefônica (manifestação do contraditório = direito à informação e
paridade de armas), não podendo ser filtrado apenas aquilo que interessa à acusação.
68
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
Ex. 2: o elemento colhido em cadeia de custódia deve ser o mesmo a título de prova no
processo.”2
A prova deve ser acreditada, submetida a um procedimento que demonstre que tais elementos
correspondem ao que a parte alega ser. Nem tudo que ingressa no processo pode ter valor probatório (há
que ser acreditado, desde sua coleta até a produção em juízo, para daí então ter valor probatório).3
Segundo o Professor Wilson Palermo, cadeia de custódia e corpo de delito não se confundem,
pois:
• a cadeia de custódia representa todos os procedimentos que são utilizados para manter,
preservar, rastrear a posse e o manuseio dos vestígios desde o seu reconhecimento até o
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descarte.
• o corpo de delito é a base residual do crime, sem o que ele não existe (Genival França).
Vale lembrar que, se a infração penal deixar vestígio, é indispensável o corpo de delito, conforme o
art. 158 do CPP.
procedimentos abaixo:
• procedimentos periciais.
Sousa Nogueira
Note que o início da cadeia de custódia pode se dar por qualquer agente público envolvido nas
diligências.
Flávio Sousa
Segundo o Professor Wilson Palermo, não necessariamente um objeto reconhecido como vestígio
Flávio
estará na cena do delito, e, por esse motivo, abriu-se a possibilidade de se iniciar uma cadeia de custódia
com procedimentos policiais ou periciais, nos quais seja detectada a existência de vestígio.
2. 1. Conceito de vestígio
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FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, relacionado
com a infração penal. O vestígio é matéria-prima na produção da prova pericial.
• vestígio visível;
• vestígio latente.
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
É aquele que precisa ser revelado por técnicas especiais para que possa ser coletado.
Art. 239, CPP. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo
relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial, ficando este responsável por sua
preservação.
produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
Sousa Nogueira
Segundo o Professor Wilson Palermo, no que diz respeito às fases da cadeia de custódia, elas
Flávio
71
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e
Sousa Nogueira
obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do
material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou
transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação
vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
3.3.1. Reconhecimento
É o ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial,
ou seja, ato de verificar-se que algo interessa para produção da prova pericial.
3.3.2. Isolamento
72
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
É o ato de evitar que se altere o estado das coisas (preservação), devendo isolar e preservar o
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e o local de crime.
a. Ambiente imediato
É a área abrangida pelo corpo de delito e seu entorno. É o local que se encontra a maioria dos
vestígios materiais.
b. Ambiente mediato
c. Ambiente relacionado
Não tem conexão física/geográfica com a cena do crime, mas guarda relação com a prática
delituosa.
3.3.3. Fixação
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3.3.4. Coleta
Sousa Nogueira
É o ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características
e natureza.
Flávio Sousa
Segundo o art. 158-C do CPP, a coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por
Flávio
perito oficial (1 perito), que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando
for necessária a realização de exames complementares.
Art. 158-C, CPP. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito
oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando
for necessária a realização de exames complementares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019
Segundo o Professor Wilson Palermo, a coleta deve ser feita necessariamente por perito oficial ou
por peritos ad hoc. Isso admite uma única exceção que seria aquela justificada por questões de segurança,
determinadas no próprio local, diante de eventual comprometimento da integridade física dos
componentes da equipe que participa das diligências, devendo ter autorização do delegado de polícia e
liberação do perito, com a sua supervisão, para ter ciência da forma como o material foi coletado.
3.3.5. Acondicionamento
73
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
É o procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada,
de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da
data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento.
Flávio Sousa
Flávio Nogueira -- CPF:
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FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
3.3.6. Transporte
3.3.7. Recebimento
É o ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo,
informações referentes ao número de procedimento e à unidade de polícia judiciária relacionada, ao
local de origem, ao nome de quem transportou o vestígio, ao código de rastreamento, à natureza do
exame, ao tipo do vestígio, ao protocolo, à assinatura e à identificação de quem o recebeu.
Segundo o Professor Wilson Palermo, o ato de transferência da posse do vestígio pode não estar
presente em todas as situações, já que o próprio perito que coletou, pode efetuar o transporte e submetê-
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lo ao exame pertinente.
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3.3.8. Processamento
3.3.9. Armazenamento
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Contraperícia é uma nova perícia realizada em material depositado em local seguro e isento, que
Sousa Nogueira
já teve a parte anteriormente analisada, originando a prova que está sendo contestada (Senasp, Anexo II da
Portaria 82/2014).
Flávio Sousa
3.3.10. Descarte
Ao tratar da cadeia de custódia, os arts. 158-A, 158-B, 158- C, 158-D, 158-E e 158-F, do
CPP, introduzidos pela Lei 13.964/19, não condicionam a realização de exames periciais à
necessidade de prévia autorização judicial, a qual se faz necessária, quando pertinente,
tão somente para eventual descarte, assim compreendido como o procedimento
referente à liberação do vestígio (Renato Brasileiro de Lima, Comentário à Lei 13.964/19,
Juspodivm, 2021, p. 135).
75
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
Segundo o Professor Wilson Palermo, embora a lei tenha previsto sequencialidade, deve-se se ater
a critérios lógicos, entendendo ser possível pequenas inversões, desde que não comprometa a
integridade, nem se perca a história do vestígio, atendendo, assim, ao princípio da eficiência.
4.1. 1ª corrente
A quebra da cadeia de custódia leva à ilicitude da prova. A quebra fere o princípio do contraditório
da parte que não tem acesso à prova integral.
Art. 157, CPP. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem
ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e
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a sentença ou acórdão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI
6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
Flávio Sousa
4.2. 2ª corrente
Flávio
Segundo Renato Brasileiro, a quebra da cadeia de custódia leva à ilegitimidade da prova, pois
haveria violação às regras de direito processual, assim, devendo ser observada a teoria das nulidades.
No mesmo sentido, para o Professor Wilson Palermo, a cadeia de custódia é um verdadeiro meio
de obtenção de provas, já que viabiliza eventuais exames nos vestígios que, por si só, já constituem corpo
de delito. Assim, entende que eventual violação à cadeia de custódia será de natureza processual,
portanto, será tratada como prova ilegítima, merecendo tutela da teoria das nulidades, na forma do art.
564, IV, do CPP. Wilson Palermo ensina ainda que se trata de nulidade relativa (deve demonstrar prejuízo
e ser alegada em momento oportuno, sob pena de preclusão) e que pode ser sanada, conforme art. 572
do CPP.
76
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
Art. 572, CPP. As nulidades previstas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV,
considerar-se-ão sanadas:
I - se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo
anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
4.3. 3ª corrente
magistrado, sendo certo que qualquer interferência indevida durante esse trâmite
processual pode resultar na sua imprestabilidade (RHC 77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 05/02/2019). A defesa deve ter acesso à integralidade das conversas
advindas nos autos de forma emprestada, sendo inadmissível que as autoridades de
persecução façam a seleção dos trechos que ficarão no processo e daqueles que serão
Nogueira -- CPF:
extraídos. A apresentação de somente parcela dos áudios, cuja filtragem foi feita sem a
presença do defensor, acarreta ofensa ao princípio da paridade de armas e ao direito à
Sousa Nogueira
prova, porquanto a pertinência do acervo probatório não pode ser realizada apenas pela
acusação, na medida em que gera vantagem desarrazoada em detrimento da defesa.
Flávio Sousa
STJ, HC 574.103/MG
Com relação à ilegalidade referente à cadeia de custódia do material genético enviado
para exame de DNA, tem-se que, apesar de o ofício ter sido elaborado de maneira concisa,
sem indicação de número do pacote, não restou comprovada a quebra da cadeia de
custódia, uma vez que a simples concisão do ofício e a ausência de indicação do número
do pacote não são suficientes para reconhecer a ilegalidade.
77
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
Segundo o art. 158-C do CPP, a coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por
perito oficial (um perito), que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo
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Art. 158-C, CPP. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito
oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando
for necessária a realização de exames complementares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
Segundo o Professor Wilson Palermo, a coleta deve ser feita necessariamente por perito oficial ou
por peritos ad hoc. Contudo, admite uma única exceção: a justificada por questões de segurança,
CPF: 037.820.231-61
Segundo o Professor Wilson Palermo, o perito criminal irá eleger o melhor método para a busca
detalhada de vestígios. Cita que os métodos existentes podem ser:
Flávio Sousa
• em linha;
Flávio
• em linha cruzada;
• em quadrante; e
• em espiral.
6.1. Em linha
É varredura potencializada pois é feita de forma contínua. Quando a linha se movimenta e encontra
um vestígio, obrigatoriamente, todos param até que o vestígio seja marcado. Neste método, sempre se tem
um líder, que é a pessoa base da busca.
78
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
É também chamada de grade. É o mesmo sistema da linha, no entanto, é feita uma segunda busca
em linha em sentido perpendicular à primeira busca em linha. É uma busca mais completa, porém
demorada.
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6.3. Em quadrante
CPF: 037.820.231-61
É utilizada quando a área imediata é de maior extensão. Faz-se a divisão em quadrantes de maneira
que cada área seja analisada individualmente. Dentro de cada quadrante, pode ser utilizado algum dos
demais métodos. Em áreas externas, os quadrantes são delimitados por fitas, cones etc.
Nogueira -- CPF:
Segundo o Professor Wilson Palermo é a técnica aplicada no RJ, e, por vezes, é combinada com o
Sousa Nogueira
método em espiral.
Flávio Sousa
Flávio
6.4. Em espiral
Quando a área imediata é de menor extensão utiliza-se o método em espiral, que consiste na busca
de vestígios na área mais periférica, após, contorna-se todo local até chegar na área central.
79
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
O Órgão Central de Perícia Oficial de Natureza Criminal é responsável por detalhar a forma do
cumprimento do tratamento dos vestígios coletados no curso do inquérito ou processo.
A disciplina da cadeia de custódia deve ser observada tanto na fase pré-processual, como na fase
processual penal.
De acordo com o § 2º do art. 158-C do CPP, é proibida a entrada em locais isolados, é proibida a
remoção de qualquer vestígio do local de crime, salvo, se o local for liberado pelo perito responsável, sob
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Deve o delegado de polícia analisar o dolo do agente que promove a retirada de vestígios do local
do crime, pois pode haver remoção justamente para uma preservação do vestígio.
como fraude processual a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir
a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. O recipiente ainda deverá individualizar
o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência
adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo.
O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise, e, motivadamente, por
pessoa autorizada.
Art. 158-D, CPP. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela
natureza do material. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada,
de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir
contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de
informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
80
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e,
motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Cada vez que houver rompimento do lacre deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de
vestígio: o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações
referentes ao novo lacre utilizado. Se houver rompimento do lacre, este deverá estar presente no novo
recipiente.
81
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e
controle dos vestígios.
Art. 158-E, CPP. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia
destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente
ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para
conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a
classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar
condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas,
consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
flaviosousanogueira@gmail·com
037.820.231-61 -- flaviosousanogueira@gmail·com
O material periciado será encaminhado para central de custódia após a realização da perícia. No
período entre a realização da perícia e o armazenamento, o material é devolvido à central de custódia. Se a
central de custódia não possuir espaço ou condições de armazenar determinado material, deverá a
CPF: 037.820.231-61
autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local diverso,
mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal.
Art. 158-F, CPP. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de
Nogueira -- CPF:
13.964, de 2019)
Flávio
82
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) De acordo com o Código de Processo Penal, assinale a alternativa que indica corretamente a etapa
consistente no ato de acondicionamento da cadeia de custódia.
a) Ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e
natureza.
b) Ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato
e relacionado aos vestígios e local de crime.
d) Procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo
com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e
flaviosousanogueira@gmail·com
037.820.231-61 -- flaviosousanogueira@gmail·com
e) Exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas
características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser
formalizado em laudo produzido por perito.
2) O Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019) introduziu no Código de Processo Penal brasileiro, a chamada
CPF: 037.820.231-61
b) O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais
Sousa Nogueira
c) O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova
Flávio Sousa
pericial deverá comunicar a autoridade que ficará responsável por sua preservação.
Flávio
d) A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o
encaminhamento necessário para a central de custódia, exceto quando for necessária a realização de
exames complementares.
e) É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime
antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como crime de desobediência a sua
realização.
3) André foi aprovado em concurso público para o cargo de auxiliar de necropsia da Polícia Civil do Estado
Alfa. Durante seu curso de formação na Acadepol, André e os demais novos policiais foram orientados a
atender todas as normas sobre a cadeia de custódia. De acordo com o Código de Processo Penal,
considera(m)-se cadeia de custódia:
83
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
a) as prisões localizadas no interior das delegacias de polícia, que se destinam a receber e manter
recolhidos, até ordem judicial de soltura, os presos provisórios;
b) o controle feito pelo juiz das garantias, que é responsável pela análise da legalidade da investigação
criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais do indiciado;
d) as penitenciárias, que se destinam a receber e manter recolhidos, até ordem judicial de soltura, os
detentos condenados com trânsito em julgado à pena privativa de liberdade, com início de cumprimento
em regime fechado;
4) Uma das alterações mais significativas que o Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019), de autoria do então
Ministro Sérgio Moro, trouxe ao Direito Penal, seja ele substantivo ou adjetivo, foi a inserção da “Cadeia de
Custódia”, cujo escopo é de assegurar a preservação do local do crime e da prova em si. Sobre a cadeia de
custódia e a cronologia de algumas de suas etapas, é CORRETO afirmar:
5) Conforme a doutrina de Renato Brasileiro de Lima, a “cadeia de custódia, que consiste, em termos
gerais, em um mecanismo garantidor de autenticidade das evidências coletadas e examinadas,
Flávio Sousa
assegurando que correspondem ao caso investigado, sem que haja lugar para qualquer tipo de
adulteração”. (DE LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal. Volume único. 9ª ed. ver., ampl.,
Flávio
atual, Salvador/BA. Editora Juspodvm, 2021. pg. 608)Assim, acerca da cadeia de custódia e recentes
alterações introduzidas pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), assinale a alternativa correta.
d) A coleta dos vestígios deverá ser realizada obrigatoriamente por perito oficial.
e) É permitida remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável.
84
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
a) a incompletude dos documentos importa em quebra da cadeia de custódia, ainda que hígidos o exercício
da ampla defesa e do contraditório;
b) a quebra da cadeia de custódia refere-se à idoneidade do caminho que deve ser percorrido pela prova
até sua análise pelo perito;
e) a não identificação de elementos que demonstrem cabalmente a adulteração de documentos não leva à
quebra da cadeia de custódia, caso viável o exercício da ampla defesa e do contraditório.
7) Marcos foi aprovado, em primeiro lugar, no concurso para Perito Criminal da Polícia Civil do Estado X. Em
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entrevista ao jornal local especializado em concursos públicos, Marcos esclareceu que estudava mais de
quatro horas por dia e, entre as suas técnicas de estudo, estavam os mnemônicos (consiste na elaboração
de suportes como esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases relacionadas com o assunto que se
pretende memorizar). Instado pela repórter a revelar aos assinantes a questão que mais tinha tomado
tempo dele na prova, em virtude do nível de dificuldade, Marcos mencionou a questão que tratava do tema
exame de corpo de delito e perícias em geral. A respeito desse tema, assinale a afirmativa INCORRETA.
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear
sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
b) Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à
Nogueira -- CPF:
infração penal.
Sousa Nogueira
c) Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção,
devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais,
devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do
Flávio Sousa
vestígio.
Flávio
d) Na falta de perito oficial, o exame será realizado por uma pessoa idônea, portadora de diploma de curso
superior preferencialmente na área específica, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a
natureza do exame.
e) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.
8) Acerca da cadeia de custódia e recentes alterações introduzidas pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime)
no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
b) Vestígio é todo objeto ou material bruto, apenas visível e constatado, que se relaciona à infração penal.
c) A coleta dos vestígios deverá ser realizada obrigatoriamente por perito oficial.
85
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
d) É permitida a entrada em locais isolados, bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de
crime, antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua
realização.
e) O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material, e todos os
recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.
9) Uma das maiores inovações no âmbito probatório foi a inclusão da Cadeia de Custódia no Processo
Penal. Sobre a Cadeia de Custódia, pode-se afirmar que:
a) a Cadeia de Custódia foi recentemente introduzida no Código de Processo Penal pela Lei n.º 13.964 de
2020.
b) o processamento é procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é isolado de forma a evitar
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d) na etapa da coleta, cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas
características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de
quem realizou a coleta e o acondicionamento.
CPF: 037.820.231-61
10) Em tema de indispensabilidade do controle epistêmico da prova penal, assinale a opção correta.
Nogueira -- CPF:
a) A cadeia de custódia da prova penal é composta pela sequência das etapas de “coleta do vestígio”,
“exame pericial” e “elaboração do respectivo laudo”.
Sousa Nogueira
b) A coleta dos vestígios deve ser realizada obrigatoriamente por perito oficial, que dará o
encaminhamento necessário para a central de custódia.
Flávio Sousa
c) No exame toxicológico para constatar substância entorpecente proibida, a atuação de perito único revela
Flávio
d) A remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável,
pode ser tipificada como fraude processual.
11) Sobre a necessidade de preservação da cadeia de custódia, de acordo com as alterações normativas
advindas da Lei nº 13.964/2019, considere as seguintes afirmativas:
1. Como forma de preservação da cadeia de custódia, é proibida a remoção de quaisquer vestígios de locais
de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tal remoção tipificada como fraude
processual.
2. Todos os recipientes utilizados para acondicionamento de vestígios deverão ser selados com lacres, com
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o
transporte.
86
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
3. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio em quatro etapas, sendo a primeira delas o
acondicionamento e a última, o processamento.
4. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e ao
controle de vestígios.
12) A Lei 13.964/2019, mais conhecida como “pacote anticrime”, alterou o Código de Processo Penal para
incluir no capítulo do exame de corpo de delito o tema cadeia de custódia da prova penal. Trata-se de
importante dispositivo processual com a finalidade de assegurar a integridade dos elementos probatórios.
Acerca do tema, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à
infração penal.
CPF: 037.820.231-61
b) O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova
pericial encaminhará ao Delegado de Polícia, que ficará responsável por sua preservação.
c) É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime
Nogueira -- CPF:
antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua
realização.
Sousa Nogueira
d) Todos os recipientes para acondicionamento dos vestígios deverão ser selados com lacres, com
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o
Flávio Sousa
transporte.
Flávio
e) Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser
registradas a data e a hora do acesso.
87
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 4
GABARITO
88
Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
Nogueira -- CPF:
CPF: 037.820.231-61
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5
FREDERICO ALVES MELO
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
89
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
1. CONCEITO
OBSERVAÇÃO
CPF: 037.820.231-61
Se o médico verificar que o paciente se encontra com o Covid-19, deve notificar a autoridade
competente, por ser doença infectocontagiosa.
Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira
A Lei n.º 13.931/2019, passou a disciplinar que o médico deve notificar a autoridade policial em
até 24 horas, no caso de indícios ou confirmação de violência contra a mulher.
Flávio Sousa
Flávio
ATENÇÃO!
Não constitui notificação compulsória o conhecimento, pelo médico, de pessoa viciada em droga.
A notificação compulsória não viola o dever de sigilo médico, diante de justa causa ou dever legal
(art. 73 do Código de Ética Médico).
As notificações compulsórias foram regulamentas pela Portaria n.º 104/2011 do SUS. A ausência de
notificação, quando exigida, faz com que o médico incorra no delito de omissão de notificação de
doença, previsto no art. 269 do Código Penal.
Art. 269, CP - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação
é compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
90
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
2.2. Atestado
É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas possíveis consequências. É também
chamado de certificado médico. Sendo um documento unilateral e singelo, que não possui forma pré-
definida e, ainda, não pode se sobrepor ao laudo médico.
• atestado judiciário;
• atestado administrativo;
• atestado oficioso.
a. Atestado judiciário
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São os atestados requisitados por juiz. Só os atestados que interessam à justiça constituem
documentos médico-legais.
b. Atestado administrativo
São os reclamados pelo servidor público para efeito de licenças, aposentadoria, abono etc.
c. Atestado oficioso
CPF: 037.820.231-61
São os requisitados por particulares para justificar ausências, seja no trabalho, escola etc.
• atestado idôneo;
Sousa Nogueira
• atestado falso;
•
Flávio
atestado de óbito.
a. Atestado idôneo
Aquele que a pessoa que pede é do círculo de amizade, mas não esteve sob os cuidados do
profissional. O ato de dar atestado médico falso constitui ilícito penal.
c. Atestado imprudente
91
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
É aquele que o médico não toma as medidas para verificar a veracidade do afirmado pelo paciente,
ou seja, confia na palavra deste.
d. Atestado falso
ATENÇÃO!
Atestado não se confunde com declaração, sendo o primeiro apenas um relato de testemunho.
Com a Lei n.º 9.099/99 (art. 77, § 1º), o atestado médico assumiu a posição de substituto
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e. Atestado de óbito
CPF: 037.820.231-61
O atestado de óbito está regulado pela Resolução n.º 1.779/05 do CFM. O atestado é uma
declaração padronizada, que é elaborada por médico, que indica a causa médica da morte. É composta por
8 blocos de informações e indispensável para assentamento do óbito no cartório de registro civil.
Nogueira -- CPF:
• natural: é a morte proveniente de causas internas (doença ou envelhecimento). Ela pode ser
Flávio Sousa
declaração de óbito (art. 1º da RES. 1.779/06), desde que não veja nenhum sinal de morte
violenta. O médico não precisa estar no momento que a pessoa morreu, e, sim, ter a
acompanhado em vida.
• não assistida: se não tiver médico assistente, a declaração de óbito deve ser feita pelo Serviço
de Verificação de Óbito (SVO). Se não houver este serviço no local, deve ser requerida a
remoção pela autoridade policial do cadáver para o IML (art. 2º da RES. 1.779/06).
• violenta: é a proveniente de causas externas, como homicídio, suicídio, acidente etc., que são as
causas jurídicas da morte. Neste caso, o médico-legista do IML é quem vai fornecer a declaração
de óbito (art. 3º da RES. n.º 1.779/2006).
• suspeita: é a morte que não se sabe se a causa foi interna (natural) ou externa (violenta). Neste
caso, o médico-legista do IML é quem vai fornecer a declaração de óbito. De acordo com o
professor Hygino de C. Hercules, será considerada morte suspeita sempre que houver a
possibilidade de não ter sido natural a causa.
92
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
• Morte natural: se não deu assistência ou se não tem diagnóstico da causa da morte, antes de 24
horas após o período de internação.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, no caso de uma pessoa falecer, em um hospital, que
estava em um curto período (24 horas), deve o hospital realizar a autopsia.
• Morte violenta: Neste caso, o médico-legista do IML é quem vai fornecer a declaração de óbito.
• Morte suspeita: Neste caso, o médico legista do IML é quem vai fornecer a declaração de óbito.
Flávio Sousa
Flávio Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira flaviosousanogueira@gmail·com
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CPF: 037.820.231-61
93
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
No caso de ocorrer a morte fetal, o atestado de óbito pode ser obrigatório ou dispensado, a
depender se a morte é:
Se a morte fetal é prematura, o médico não é obrigado a expedir declaração de óbito, ou seja, pode
ser dispensada (facultativo).
Se a morte fetal é prematura e criminosa, o feto deve ser encaminhado ao IML, e deve ser expedida
a declaração de óbito indicando a causa da morte.
ATENÇÃO!
Flávio
A Lei de Registros Públicos cita, em seu artigo 53, a obrigatoriedade de se realizar o atestado de
óbito fetal em todos os casos. Mas, para a doutrina médico-legal, essa obrigação só se dá a partir da
morte fetal intermediária.
94
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
Se houve a morte fetal, houve um aborto, que pode ter sido natural ou provocado (criminoso ou
legal).
2.3. Prontuários
Trata-se de todo acervo (padronizado, organizado e conciso), referente aos cuidados médicos
prestados ao paciente, sendo um verdadeiro “dossiê”. O prontuário é de propriedade do paciente.
STF
A instituição ou médico não é obrigada a atender requisição de prontuários – apenas ao
perito cabe o direito de consultá-los, e mesmo assim, obrigando-se ao sigilo.
Trata-se do depoimento em juízo do perito que foi intimado para audiência. Neste ato, ele irá
explicar de forma clara e sem termos científicos o que ele procedeu à elaboração de seus laudos, dirimindo
flaviosousanogueira@gmail·com
037.820.231-61 -- flaviosousanogueira@gmail·com
Alguns doutrinadores não relacionam o depoimento como documento médico-legal, sendo-o feito
pelo professor Delton Croce.
É o documento médico-legal que possui forma escrita e minuciosa de todas as operações de uma
perícia médica determinada por autoridade policial ou judiciária.
CPF: 037.820.231-61
O professor Genival Veloso de França diz que, para ser auto, deve existir testemunha.
Sousa Nogueira
• Laudo: Se feito pelo perito, após terminada a perícia, chama-se laudo. O laudo é mais elaborado
e mais demorado do que o auto.
Flávio Sousa
• preâmbulo;
• quesitos;
• histórico ou comemorativo;
• descrição (é a parte mais importante);
• discussão;
• conclusão;
• resposta aos quesitos.
MNEMÔNICO
95
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
OBSERVAÇÃO
Alguns doutrinadores citam a assinatura do perito como sendo integrante do relatório médico
legal.
a. Preâmbulo
É uma espécie de introdução na qual constam: a qualificação (da autoridade requisitante, do perito
requisitado, do examinado), o local em que deve ser feito o exame, data e a hora e o tipo de perícia a ser
feita.
A data do exame pode constar no preâmbulo, no início da descrição, ou ser colocada antes das
assinaturas finais.
Flávio Sousa
Flávio Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira flaviosousanogueira@gmail·com
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CPF: 037.820.231-61
96
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
b. Quesitos oficiais
São perguntas, cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que deram origem ao
processo. Não existem no foro cível. No foro penal, são padronizadas e têm o fim de caracterizar os
elementos de um fato típico. Contudo, em que pese existir um rol padronizado, não impede que a
autoridade formule outros quesitos.
1) Houve morte?
4) Se a morte foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel?
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c. Histórico ou comemorativo
Pode ser encontrada também com o termo de anamnese médico-legal (entrevista). São dados
referentes aos antecedentes obtidos pelo próprio examinando, exceto no caso de autopsia, nos quais
precisam ser transcritos, não endossados, da guia de remoção que acompanha o corpo.
d. Descrição
CPF: 037.820.231-61
É a descrição minuciosa e precisa do que se foi observado pelo perito; como ali se chegou;
métodos; formas; tempo; velocidade etc., ilustrando com desenhos, gráficos, plantas, fotografias, dentre
outras formas.
Nogueira -- CPF:
É a parte mais importante do relatório médico-legal, pois não pode ser refeita com a mesma
riqueza de detalhes em um exame posterior, por isso deve ser minuciosa, correspondendo ao chamado
Sousa Nogueira
A data do exame pode constar no preâmbulo, no início da descrição ou ser colocada antes das
assinaturas finais.
Flávio
e. Discussão
Quando surge alguma discrepância entre a descrição e o histórico, torna-se imperiosa. Nesses
casos, os achados têm que ser analisados sob novos ângulos, tentando encontrar uma explicação para as
diferenças.
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, se não houver contradições aparentes, pode não ser
necessária.
f. Conclusão
97
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
Deve ser sucinta e objetiva, não sendo admissível falta de clareza nem interpretação dúbia. Em
caso de dúvida, o perito dirá que não têm dados para esclarecê-la. Terminado o relatório, o perito deve
assiná-lo.
A data do exame pode constar no preâmbulo, no início da descrição ou ser colocada antes das
assinaturas finais.
É o documento elaborado por uma instituição, cujo corpo técnico tem competência inquestionável
ou a um perito ou professor cuja autoridade na matéria seja reconhecida acerca de divergências
importantes constantes na consulta médico-legal.
O parecer será solicitado por uma consulta médico-legal (que envolve divergências importantes
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quanto à interpretação dos achados de uma perícia, de modo a pedir uma orientação correta dos
julgadores).
O julgador ou qualquer das partes interessadas podem solicitar esclarecimentos a uma instituição
ou a um perito.
mesmo um outro perito solicita esclarecimento sobre pontos controvertidos constantes no documento,
em geral, formulando quesitos complementares. Decorre da não compreensão de algum aspecto do
relatório ou pela superveniência de um fato novo no decorrer do processo.
Nogueira -- CPF:
Alguns doutrinadores, inclusive o Professor Hygino de C. Hercules, citam que a consulta médico-
legal é um documento médico-legal.
Sousa Nogueira
• preâmbulo;
•
Flávio
exposição;
• discussão;
• conclusão.
ATENÇÃO!
2.7.1. Preâmbulo
2.7.2. Exposição
98
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
99
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
2.7.3. Discussão
A discussão é a parte mais importante do parecer médico legal. O parecerista demonstra nela seu
poder de argumentação. Não há, como no relatório, o dever cívico de servir à justiça.
2.7.4. Conclusão
100
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) Segundo a melhor doutrina, pode-se considerar que “Documento é toda anotação escrita que tem a
finalidade de reproduzir e representar uma manifestação de pensamento”.
Dentre os documentos médico-legais temos as seguintes descrições:
- É declaração simples, por escrito, de um fato médico e de suas possíveis consequências, feitas por
qualquer médico que esteja no exercício regular de sua profissão e que tem o propósito de sugerir um
estado de doença, para fim de licença, dispensa ou justificativa de falta de serviço.
- Comunicações compulsórias feitas às autoridades competentes, pelo médico, de um fato profissional, por
necessidade sanitária e social sobre moléstia infectocontagiosa, doença de trabalho e a morte encefálica.
- Intercessão no decurso de um processo, por estudioso médico legal, nomeado para intervir na qualidade
de perito, para emitir suas impressões e responder aos quesitos formulados pelas partes.
- Descrição minuciosa de uma perícia médica, feita por peritos oficiais, requisitada por autoridade policial
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d) notificação é uma comunicação feita pelo médico ao delegado de polícia sobre um fato relevante na
investigação.
a) descrição.
b) discussão.
c) conclusão.
d) preâmbulo.
101
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
e) quesitos.
a) ao histórico.
b) ao preâmbulo
c) à descrição.
d) à discussão e conclusão
5) O documento médico legal, ditado ao escrivão logo após a realização do exame pericial, é denominado
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a) Auto.
b) Parecer.
c) Atestado.
d) Relatório.
e) Notificação.
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6) A correta análise da evolução das complicações de um trauma que conduz a vítima ao óbito é essencial
para o preenchimento adequado da declaração de óbito. Em uma vítima de agressão por projétil de arma
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de fogo penetrante do abdome com lesão hepática, hemorragia que evolui com choque hipovolêmico,
insuficiência renal e que faz uma parada cardiorrespiratória irreversível, a causa básica correta da morte a
Sousa Nogueira
b) homicídio doloso;
Flávio
c) choque hipovolêmico;
d) parada cardiorrespiratória;
7) O documento odontolegal que pode ser definido como “a resposta escrita a uma consulta formulada
com o intuito de esclarecer questões de interesse jurídico, feita pela parte ou pelo advogado de uma das
partes em processo judicial, procurando interpretar e esclarecer dúvidas levantadas em relação a um
relatório odontoloegal” é chamado
a) laudo.
b) parecer.
102
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 5
c) consulta.
d) auto.
e) notificação.
GABARITO
103
Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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6
FREDERICO ALVES MELO
ANTROPOLOGIA FORENSE
ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. Conceito
A Antropologia forense estuda os restos mortais com objetivo de esclarecer sua identidade, causa
de morte e ascendência.
1.2.1. Identidade
A identidade é a qualidade de ser a mesma coisa e não diversa. Traduz-se pelo conjunto de
características peculiares que lhe dão a individualidade, ou seja, o torna único, diferente de qualquer
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outro. São atributos que tornam alguém ou alguma coisa igual apenas a si próprio.
1.2.2. Identificação
Os sinais e dados utilizados na identificação são chamados de elementos sinaléticos (Ex.: cor e o
tipo de cabelo).
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ATENÇÃO!
Sousa Nogueira
É a qualidade da pessoa ser Processo pelo qual se identifica Por método de comparação,
única, não existindo outra igual. pessoa ou algo. uma pessoa reconhece outra. A
primeira, conhecendo as
Tem como características a Como exemplos, podemos citar a
características físicas da segunda,
unicidade e imutabilidade. identificação de um cadáver em
compara os dados memoriais
decomposição, por meio da
que possui com a imagem que
realização de exame de DNA.
lhe apresenta. Portanto, um
Baseados em métodos método não científico,
105
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
Exemplo: reconhecimento
fotográfico.
• unicidade ou individualidade;
• imutabilidade;
• perenidade;
• praticabilidade; e
• classificabilidade.
a. Unicidade ou individualidade
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A unicidade é o conjunto dos elementos que deve ser exclusivo do indivíduo, de modo a distingui-
lo de todos os demais.
b. Imutabilidade
c. Perenidade
Nogueira -- CPF:
sinônimo de imutabilidade.
O Professor Wilson Palermo, que integra a Banca de Delegado do RJ, cita como característica
Flávio Sousa
d. Praticabilidade
Esses elementos não podem expor as pessoas a vexame quando elas precisarem ser identificadas,
ou seja, sua coleta deve ser de maneira simples e fácil, sem ser invasiva a pessoa.
e. Classificabilidade
2. MÉTODO DE VUCETICH
106
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
Existem diversos métodos de identificação. No entanto, convencionou-se que o que melhor atende
aos elementos propostos, é o Método Vucetich, adotado no Brasil a partir de 1903, que toma como
elemento básico a presença, a ausência e a posição de uma figura chamada de delta nos dedos da mão.
As papilas dérmicas que vão dar origem aos desenhos digitais surgem com 6 meses de vida
intrauterina.
107
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
2.1.1. Delta
O delta são pequenos ângulos ou triângulos formados pelas cristas papilares. É a característica
fundamental no sistema de Juan Vucetich, sendo formado no ponto de encontro dos sistemas basilar,
nuclear e marginal.
É o conjunto de linhas paralelas ao sulco que separa a segunda da terceira falange, ou seja ,
compreende as linhas abaixo do ramo inferior das linhas diretrizes, ficam na base da impressão digital, isto
é, abaixo do núcleo.
É o conjunto de linhas das bordas e extremidades da terceira falange, ou seja, é formado pelas
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linhas que estão acima do ramo superior das linhas diretrizes que se sobrepõe ao núcleo.
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
• arco;
• presilha interna;
• presilha externa;
• verticilo;
2.2.1. Arco
2.2.4. Verticilo
Flávio
109
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
ATENÇÃO!
O desenho digital é o que está na pele, sem que haja contato com a superfície. Por outro lado,
quando há o ajuntamento de linhas (pretas e brancas) sobre determinada superfície, tem-se a impressão
digital, em que o delta das presilhas se inverte. Assim, o desenho de uma da presilha interna, na impressão
digital passa a ser à esquerda, e o da presilha externa passa a ser à direita.
ATENÇÃO!
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Para identificar uma impressão digital, deve-se analisar a posição do delta. Assim, o delta deve
ser avaliado na superfície.
Nogueira -- CPF:
Porém, deve-se lembrar que — uma pessoa que olha seu dedo (desenho digital) e vê um delta à
esquerda —, no momento que tocar uma superfície (gerando uma impressão digital), ao olhar para a
Sousa Nogueira
impressão gerada, o delta estará do lado oposto, devendo, assim, ser classificado. Portanto, uma pessoa
que olha, no seu dedo, e vê um delta à esquerda, não tem como classificação de sua impressão digital
Flávio Sousa
presilha externa, mas, sim, presilha interna, devido a essa inversão no momento do toque.
Flávio
A banca pode induzir o candidato ao erro, quando a questão trouxer que “Analisando o local de
crime, os peritos encontraram um desenho digital que continha um delta à esquerda”. Neste caso, apesar
de constar o termo desenho, na verdade, tem-se uma impressão digital, pois não se analisou o dedo do
criminoso ou vítima. A consequência disso é que, ao responder a questão, o candidato não deverá inverter
o lado do delta encontrado, afirmando que a classificação da impressão digital (ou desenho digital, como a
banca trouxe) é presilha externa.
3. FÓRMULA DATILOSCÓPICA
Na fórmula datiloscópica, cada tipo de classificação é representado por um número ou uma letra.
Veja:
110
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
• arco
• presilha interna
• presilha externa
• verticilo
3.1.1. Arco
A presença de presilha interna, nos demais dedos, é representado pelo número “2”.
Flávio Sousa
A presença de presilha externa, nos demais dedos, é representado pelo número “3”.
3.1.4. Verticilo
3.2.1. “X”
111
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
3.2.2. “0”
É feita a análise na forma de uma fração, veja, por exemplo, a fração abaixo:
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3.3.1. Numerador
O numerador é chamado de série e refere-se à fórmula da mão direita. A série é formada por: V-
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3241.
3.3.2. Denominador
Sousa Nogueira
• Trata-se da mão direita, pois série é sinônimo de numerador. Assim, conclui-se que se refere à
mão direita;
• A classificação do dedo polegar é um arco, pois, em relação ao polegar, é analisado a presença
de letras, que, no caso, é a letra A;
• O dedo indicador possui dois deltas, pois é indicado com o número 4, que é o verticilo.
• O dedo médio com X indica dificuldade na classificação.
• O dedo anelar com 0 indica ausência da falange distal.
• O dedo mínimo com 1 indica presença de arco.
4. REGRA DE LOCARD
112
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
Segundo Edmond Locard, tudo que se toca deixa uma marca. Assim, ao se analisar uma impressão
digital, deve-se verificar um número mínimo de pontos durante um confronto de análise de verificação da
identidade do portador da digital analisada.
No Brasil, o número de pontos característicos que deve se ter para ter a certeza do confronto
positivo (certeza de ser aquela pessoa) é de 12 pontos.
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Este é um exemplo do cotejamento (na imagem: meu polegar direito), feito pelo Perita
Papiloscopista Estephânia Medeiros, do Instituto de Identificação Félix Pacheco — PCERJ. Note que foi
preciso localizar 12 pontos característicos, para que pudesse ser feita a identificação, com a certeza de que
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
5
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• Visível;
• latente; e
Nogueira -- CPF:
• moldada.
Sousa Nogueira
6.1. Visível
Flávio Sousa
6.2. Latente
A impressão digital só pode ser observada após o uso de técnicas especiais, como o uso de agentes
químicos (reveladores).
6.3. Moldada
7. ALBODATILOGRAMA
5 Imagem retirada do Manual Técnico de Datiloscopia do Instituto de Identificação Félix Pacheco — RJ.
114
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
É o conjunto de linhas brancas que atravessam as negras que representam as cristas papilares.
Podem ter qualquer direção e tamanho, mas, geralmente, são transversais. Na verdade, representam
pequenas pregas superficiais à maneira de rugas, adquiridas com o passar dos anos, que se tornam mais
visíveis quando se faz a flexão da terceira falange. São mais frequentes nos polegares e nos indivíduos mais
idosos.
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Note ainda a presença de poros no meio das linhas pretas. Tais poros são utilizados para
idenficação pela poroscopia.
Os portadores da Síndrome de Nagali não têm nenhuma impressão digital. É um defeito genético
raríssimo que impede a formação das digitais no feto. Além da falta das impressões digitais, as pessoas
Flávio Sousa
portadoras da síndrome costumam ter unhas, dentes e cabelos mais frágeis e a pele apresenta manchas
marrons irregulares pelo corpo. Neste caso, a identificação do portador da Síndrome de Nagali, deve ser
Flávio
feito por outros meios, como pela arcada dentária, biometria etc.
Em que pese citado como métodos de identificação, não preenchem os requisitos citados:
115
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
• retrato falado
A Orla de Burton é típica de indivíduos que trabalham com chumbo, onde existe coloração escura
na orla gengival.
Esse sistema de identificação foi desenvolvido por Alphonse Bertillon, sendo considerado o
primeiro método de identificação. A identificação de pessoas se dá por uma descrição física baseada em
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medições antropométricas. Bertillon realizava medições na orelha direita, dedo mínimo esquerdo e pé
esquerdo. Além disso, fotografava a pessoa de frente e de perfil (lado direito), o que se denomina
fotografia sinalética (com redução de 1/7). Para identificar bastavam de 9 a 11 sinais característicos.
Este método carece de unicidade, imutabilidade e classificabilidade. Ele acabou sendo superado
pelo Distema Dactiloscópico de Vucetich, em virtude dos seus atributos ideais para a identificação.
9.4. Rugopalatoscopia
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É analisado o palato duro ou céu da boca. O rugograma é obtido através da moldagem da massa do
dentista.
9.5. Poroscopia
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Tem por base a posição dos poros onde as glândulas sudoríparas se abrem nas cristas papilares.
Sousa Nogueira
Vale lembrar que o registro de recém-nascidos é feito pela podoscopia (planta dos pés) e a sua
Flávio Sousa
9.6. Flebografia
Faz a análise de uma foto 3x4. É considerado um método antigo utilizado para identificação
judiciária.
Descrição e anotação de certos dados, como estatura, raça e compleição física. É considerado um
método antigo utilizado para identificação judiciária.
116
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
Na identificação pelo sangue, deve o perito, inicialmente, verificar se realmente é sangue, para
depois buscar saber se esse sangue é humano ou não.
Existem diversas reações para verificar se é sangue humano ou não. As reações podem ser de
probabilidade ou de certeza.
• Cristais de Teichmann
• Cristais de Strzywsky
São reações que indicam probabilidade de ser sangue humano, pois indicam a presença de ferro
(Fe++) da hemoglobina:
Flávio Sousa
• Reação de Adler
•
Flávio
Faz-se a mistura de sangue com soro de animais de várias espécies. Se houver reação antígeno-
anticorpo, o resultado será positivo para o soro do ser humano, que indica ser sangue humano.
117
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
Indica certeza de sangue humano, ainda, pela forma e tamanho das células sanguíneas (anucleação
das hemácias).
Fâneros, fâneros cutâneos ou fâneros são as estruturas visíveis da pele. Compreendem os cabelos,
pelos e unhas.
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O DNA cromossomial e mitocondrial deve ser feito nas células nucleadas na raiz dos fâneros. Nas
partes mais externas dos fâneros, as células são anucleadas, sendo possível, assim, só o DNA mitocondrial.
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QUESTÃO DE CONCURSO
Sousa Nogueira
Prova discursiva Delegado RJ (2022): DNA e princípio elementar da reação em cadeia de polimerase
Flávio Sousa
inequívoco, cabendo, então, a análise do material genético. Nesse caso, para subsidiar a investigação de
uma informação válida em conformidade, o ensaio ou exame de perfil do ácido desoxirribonucleico (DNA)
deve atender a critérios mínimos.
Tendo como referência a situação hipotética anterior, disserte, de forma justificada, com base em
conhecimentos de medicina legal, sobre o princípio elementar da reação em cadeia de polimerase (PCR),
comumente utilizada para determinar o perfil de DNA. Em seu texto, aborde, ainda, cinco aplicações
práticas dessa importante técnica na investigação criminal e, por fim, responda qual tipo de exame deve ser
solicitado pela autoridade policial na situação narrada, em função do encontro de tais vestígios, nos termos
do Código de Processo Penal (CPP).
118
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
de pequena quantidade de material genético. Essa relevante e já consagrada técnica pode ser aplicada
com certa plausibilidade nos casos de identificação de vítima em que outros métodos se mostrarem
ineficazes. Podem ser citados, como exemplo, dentre outros igualmente pertinentes para fins de
identificação humana, as situações de grandes mutilações/encontro de despojos ou nos carbonizados
parcial ou quase totalmente, ou ainda nas exumações. Na investigação de paternidade e maternidade,
hoje, com esses novos recursos, obtêm-se respostas a situações antes impossíveis, como nos casos de
investigação de pais falecidos a partir de familiares diretos. Nos casos de prática de infração penal, a
autoridade policial deve solicitar o exame de corpo de delito direto (art. 158 do CPP). Todavia, nada
impede que requeira exame pericial específico, com vistas à pesquisa de DNA, modalidade genética
forense.
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
13. OSTEOLOGIA
Como já visto, a antropologia forense é um ramo da antropologia física (biológica) que tem por
finalidades: estabelecer a identidade do sujeito por meio da individualização da idade, do sexo, do padrão
racial e da estatura; e determinar a causa, a data e as circunstâncias da morte. É subdividida em:
• osteologia;
• arqueologia;
• tafonomia;
a. Osteologia
b. Arqueologia
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c. Tafonomia
É o conhecimento das alterações que ocorrem sobre os despojos a partir do momento da morte ao
longo do tempo, incluindo trauma, decomposição e modificações climáticas, ressaltando-se o papel do
patologista forense na diagnose diferencial entre trauma, fenômenos tafonômicos e doenças ósseas.
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• esqueleto axial; e
• esqueleto apendicular.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica.
120
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
14. OSSO
É um órgão formado por tecido ósseo que, juntamente com a cartilagem, compõe o esqueleto dos
vertebrados.
Os tecidos ósseos são constituídos por células (osteócitos, osteoblastos e osteoclastos) e matriz
intercelular (fibras colágenas e glicoproteínas — material orgânico que confere resistência e elasticidade).
14.1. Osteoblasto
O osteoblasto é uma célula jovem, que não se divide. Ele produz secreção da parte orgânica da
matriz óssea, chamada de osteóide ou pré-osso.
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14.2. Osteócito
14.3. Osteoclasto
O osteoclasto é a célula gigante, multinucleada, que não se divide, responsável pela reabsorção do
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excesso da matriz óssea, participando da remodelação, do reparo e da remoção da matriz mal constituída
ou fragmentada.
Em relação aos tipos de ossos, macroscopicamente dois tipos de tecido ósseo podem ser
Sousa Nogueira
diferenciados:
• osso compacto; e
Flávio Sousa
• osso esponjoso.
Flávio
O osso compacto se apresenta sólido e forma a parede óssea em toda a extensão da diáfise
(haste), podendo estar presente também nas epífises (extremidades).
O tecido ósseo esponjoso tem aspecto poroso e é composto por um conjunto de espículas ou
trabéculas irregulares, finas e interligadas em ramificações, formando uma trama cujos espaços são
preenchidos pela medula óssea vermelha (tecido hematopoiético). Ele ocorre na epífise dos ossos longos e
na parte central dos ossos curtos e é envolto por uma fina camada externa de osso compacto.
Constitui a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e irregulares. A maior parte é
encontrada nas epífises.
121
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
• Ossos longos;
• ossos curtos;
• ossos chatos; e
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• ossos irregulares.
É composto pela diáfise (haste) com duas epífases (extremidades), ou seja, possuem o
comprimento maior que a largura. São pouco encurvados, garantindo maior resistência.
Os ossos longos têm suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam grande
quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises. Exemplo: fêmur, úmero.
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ou une a um segundo osso, em uma articulação. Cada epífise consiste em uma fina camada
de osso compacto que reveste o osso esponjoso e recobertas por cartilagem.
Flávio Sousa
São como os longos, só que em miniaturas, assim, seus comprimentos são próximos às suas
larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, em que há fina camada de tecido
ósseo compacto.
122
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
Os ossos irregulares são os que possuem formas complexas, como as vértebras, esfenoide (face
lateral abaixo do crânio). Ainda, tem quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto.
Nos ossos chatos, o espaço medular é totalmente preenchido por osso esponjoso, sem cavidade
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presente.
As cavidades medulares internas são delimitadas pelo endósteo (no interior da cavidade medular
do osso, revestido por tecido conjuntivo).
Nos espaços intrabeculares do osso esponjoso, existe a medula óssea vermelha (tecido
hematopoiético), a qual forma células sanguíneas e fica nas extremidades dos ossos (epífases).
A cavidade medular (diáfase) pode servir como um sítio para armazenamento de tecido adiposo,
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A estrutura externa possui membrana que recobre o osso, que é o chamado periósteo,
constituindo um revestimento forte e fibroso (protegem o osso), que reveste a superfície externa da
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diáfise, exceto nas superfícies articulares (nas epífases), que são protegidas por cartilagem.
Flávio Sousa
Tanto o periósteo quanto o endósteo contêm células que podem fabricar osso.
Flávio
123
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
O crescimento dos ossos pode ser longitudinal ou radial, a depender se se trata da diáfise ou
epífise:
O disco epifisário ou metáfise, localizado entre a epífise e a diáfise, permite o aumento do osso em
comprimento até atingir a idade adulta, ou seja, permanece até o término do crescimento, em altura, do
indivíduo (aproximadamente 20 anos de idade), quando se torna ossificado, cessando o alongamento
ósseo.
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Os ósteons são o conjunto de Sistema de Havers e estão organizados ao longo das linhas de
Flávio
Cada Sistema de Havers é um cilindro com um canal central, que é o Canal de Havers, ao redor do
qual se distribuem lâminas ósseas concêntricas.
Os pequenos espaços entre os Sistemas de Havers são preenchidos por lamelas ósseas de
disposição diversa, formando as lamelas intersticiais.
Os Canais de Havers de sistemas vizinhos são conectados pelos Canais de Volkmann. No interior
desses canais, estende-se uma rede de capilares sanguíneos e nervos.
Uma alteração nos padrões de estresse em um osso durante a vida resulta em um realinhamento
dos ósteons. Essa é a única propriedade adaptativa do osso conhecida como Lei de Wolff.
Tome nota:
125
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
14.8.1. Ósteons
São tubos estreitos dentro dos ossos por onde passam vasos sanguíneos e células nervosas. Canais
que são conectados por canais de Volkman e juntos formam o sistema de Havers.
ossos animais, são bem menos grosseiros. Porém, tal diagnostico não é valido para não-adultos.
Em humanos, os ósteons (unidade do osso cortical) acham-se espalhados, dispersos, com certo
espaçamento no interior do osso, o qual exibe disposição em camadas.
Em outros animais, os ósteons tendem a se alinhar em fileiras limitadas por estruturas de formato
retangular, chamadas de osso plexiforme (emaranhada/disforme).
Os ósteons secundários ou Sistemas de Havers constituem pequenos pacotes de osso lamelar, que
circundam um canal de Havers. Embora a maioria dos vertebrados não exiba um padrão de osso haversiano
denso, como nos seres humanos, estudos comparativos revelam que nem sempre é possível uma
identificação positiva pelo encontro desse padrão.
126
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
Os canais de havers possuem diâmetro maior que os animais, logo, o número de canais é menor.
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Canais concêntricos
Os animais possuem osso com estrutura plexiforme, com os ósteons em forma retangular, regular e
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O Canal de Havers possui diâmetro menor que os humanos, logo, o número de canais é maior.
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127
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
A medula humana, que fica no interior dos ossos, é mais fina que a medula animal, logo, o índice
cortical medular é pequeno. O mesmo se aplica na identificação de pelos, que também possuem a parte
externa e interna, sendo a parte interna (medula) do pelo humano mais fina que a do animal.
128
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
É a designação genérica das glândulas sexuais que, a depender, irão produzir óvulos ou
espermatozoides. O sexo masculino possui testículos. O sexo feminino possui ovários.
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Analisa a presença de corpúsculos de Barr (cromatina sexual) para definição do sexo. O sexo
masculino não possui. O sexo feminino possui.
O sexo masculino possui ductos de Wolff. A função desse sistema é a de estoque, maturação do
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O sexo feminino possui ducto de Muller, que se originam as trompas uterinas, o útero e a parte
superior da vagina.
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O sexo masculino possui pênis e escroto. O sexo feminino possui vagina e mamas.
Flávio Sousa
15.9.1. Crâniometria
O crânio é formado por 8 ossos: frontal, parietal (dois), occipital, temporal (dois), esfenoide e
etmóide. Verifica-se as medidas anteroposterior (comprimento), altura e laterolateral do crânio (largura).
129
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
O crânio masculino possui o osso frontal mais inclinado, a mastoide e a estiloide (são apófises, ou
seja, extensões de osso) são mais desenvolvidas e o supercilio também é mais desenvolvido.
O crânio feminino possui o osso frontal mais vertical, a mastoide e a estiloide são menos
desenvolvidas e o supercilio também é menos desenvolvido.
O crânio de uma pessoa mais jovem apresenta as suturas cranianas visíveis (ligações entre os ossos
do crânio), com o tempo, o crânio que é adulto vai ossificando, e as suturas ficam menos visíveis.
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15.9.2. Prosopometria
O professor Wilson Palermo cita, como meio identificador, os pontos craniométricos de Galvão, que
seria uma análise de medidas a partir do meato acústico externo (M.A.E), que é uma estrutura que compõe
o ouvido externo (orelha).
130
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
O buraco occipital fica na base do crânio, e por ele passa a medula espinhal. Esse buraco está
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ladeado por duas saliências ósseas, chamados de côndilos occiptais. Esses côndilos se encaixam na faceta,
dando encaixe ao pescoço.
A primeira vértebra que apoia o crânio é chamada de atlas, e, nela, estão as facetas que apoiam os
côndilos.
• Índice de Baudoin masculino: O buraco occipital possui largura pequena e comprimento maior.
• Índice de Baudoin feminimo: O buraco occipital possui largura grande e comprimento menor.
131
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
15.9.4. Pelve
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Trata-se do osso da bacia, também chamado de ilíaco ou osso inominado. A pelve feminina indica
uma bacia larga. A pelve masculina indica uma bacia estreita.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
Flávio CPF: 037.820.231-61
Nogueira -- CPF:
132
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
15.9.5. Púbis
O púbis é resultado da união dos ilíacos, e sua angulação indica ser masculino ou feminino. O púbis
feminino possui o ângulo formado pela união dos ilíacos superior que 90º. O púbis masculino possui o
ângulo formado pela união dos ilíacos inferior que 90º.
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• caucásico;
• mongólico;
•
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negróide;
• indiano;
• australóide.
Nogueira -- CPF:
16.1. Caucásico
Sousa Nogueira
É aquele que possui pele branca, cabelos lisos ou crespos, louros ou castanhos e íris azuis ou
castanhas. O perfil facial pode ser ortognata ou ligeiramente prognata.
Flávio Sousa
16.2. Mongólico
Flávio
É aquele que possui pele amarela, cabelos lisos, face achatada de diante para trás e maxilares
salientes.
16.3. Negróide
É aquele que possui pele negra, cabelos crespos, crânio pequeno, íris castanha, nariz largo e
achatado.
16.4. Indiano
Não é um tipo racial definido. Possui estatura alta, pele amarela-trigueira, orelhas pequenas,
cabelos pretos e lisos e barba escassa.
133
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
16.5. Australóide
É aquele que possui estatura alta, pele trigueira, dentes fortes, nariz curto e largo e arcadas
superciliares salientes.
É a classificação feita através da análise do crânio — índice cefálico horizontal —, que, de acordo
com Malthus Galvão, é verificado pela seguinte fórmula matemática:
comprimento do crânio
17.1. Braquicéfalos
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São os “cabeças chatas”, que possuem crânio curto e largo. Seu índice maior que 80 indica ser da
raça branca ou negra.
17.2. Mesocéfalos
É o crânio médio, que possui índice maior que 74,9 e menor que 80. Indica ser da raça asiática ou
amarela.
17.3. Dolicocéfalo
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É o possuidor de crânio longo (diâmetro anteroposterior) e afinado, possuindo índice menor que
74,9. Pode ser da raça branca ou negra.
Nogueira -- CPF:
O índice nasal é um dos mais importantes parâmetros antropométricos para se sugerir a raça:
Flávio Sousa
• platirrinos;
• mesorrinos;
Flávio
• leptorrinos ou catarrinos.
18.1. Platirrinos
O índice nasal é maior que 85. O nariz é achatado. Indicam raça negra (Melanodermos).
18.2. Mesorrinos
O índice nasal é menor que 70. O nariz é fino. Indicam raça branca (Leucodermos)
134
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
É a identificação de raça por meio do ângulo da face, tendo como ponto anterior a base da fenda
nasal.
19.1. Prognata
Possui um ângulo menor que 83º (maxilar está mais para fora, mais saliente). Normalmente indica
ser da raça negra.
19.2. Mesognata
19.3. Ortognata
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Ângulo maior que 83º (maxilar está mais para dentro, mais retraída). Normalmente indica da raça
branca.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
Flávio CPF: 037.820.231-61
Nogueira -- CPF:
135
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
APLICAÇÃO EM CONCURSO
a) A fotografia sinalética constitui um método bastante eficaz de identificação e, por sua precisão, pode ser
utilizada como método isolado de identificação de pessoas.
d) Ilhotas, forquilhas e bifurcações são espécies de pontos característicos existentes nos desenhos digitais,
sendo que a presença de ao menos quatro destes pontos, sem nenhum ponto de divergência, indica
confronto positivo para a identificação do suspeito.
2) A respeito de identificação médico-legal, de aspectos médico-legais das toxicomanias e lesões por ação
elétrica, de modificadores da capacidade civil e de imputabilidade penal, julgue o item que se segue.
( ) Certo ( ) Errado
3) Em relação à identificação policial ou judiciária podem ser destacados vários métodos de identificação,
Nogueira -- CPF:
entre eles, o sistema dactiloscópico de Vucetich, que se baseia na disposição das cristas papilares que se
encontram na polpa dos dedos. A presença de um, ou dois, ou nenhum delta numa impressão digital
Sousa Nogueira
estabelece os quatro tipos fundamentais do Sistema dactiloscópico de Vucetich, assim qual a alternativa
CORRETA em relação a esse sistema?
Flávio Sousa
e) Presilha externa: ausência de deltas e apenas com sistema de linhas basilares e marginais. Não tem
núcleo.
4) No que se refere ao tema “identificação", os ângulos de Jacquart, Cloquet e Curvier são verificados:
a) no tórax.
b) nas pernas.
136
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 6
c) nos braços.
d) na bacia.
e) no crânio.
5) A antropologia forense utiliza tabelas que relacionam medidas de partes do corpo para estimar a
estatura dos indivíduos. Em esqueletos completos ou ossos isolados, podem ser utilizadas para tal as
medidas dos ossos longos do esqueleto apendicular superior, como:
a) o úmero e o rádio;
b) o fêmur e a tíbia;
c) a tíbia e o úmero;
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d) a escápula e a clavícula;
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e) a clavícula e a fíbula.
GABARITO
2) Resposta: Errado
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Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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7
FREDERICO ALVES MELO
TRAUMATOLOGIA FORENSE
TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
138
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A traumatologia ou lesionologia forense faz parte da patologia forense, sendo uma das
subdivisões da medicina legal especial. É responsável pelo estudo das energias vulnerantes, seus
mecanismos de ação e suas consequências (lesões). Segundo o professor Genival de Veloso de França: “É
um ramo da medicina legal que estuda os estados patológicos imediatos ou tardios oriundos de uma
violência que atinja o corpo humano, causando uma lesão.”
2. PELE
A pele é o maior órgão do corpo humano e é a primeira barreira contra a lesão. Por ser a primeira
barreira, faz com que a maioria das lesões apareçam na pele.
• epiderme;
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• derme.
2.1. Epiderme
É a parte superficial da pele, que possui uma camada mais externa (que só possui células mortas) e
uma camada mais profunda (que possui células vivas).
A parte superficial é composta de células mortas, para que o organismo possa reagir com o meio
ambiente. Na epiderme não tem vasos sanguíneos, tampouco filetes nervosos.
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• camada córnea;
Nogueira -- CPF:
• camada lúcida;
• camada granulosa;
Sousa Nogueira
• camada espinhosa e
• camada basal.
Flávio Sousa
As células desta camada são mortas (a fim de poder reagir com o meio ambiente), não possuem
núcleo e são completamente achatadas em forma de lâminas. As células mortas exercem função de
proteção contra agentes externos, além de impedir a evaporação de água. É uma camada completamente
queratinizada, o que a torna impermeável.
Como as células da camada córnea são anucleadas, não há DNA nuclear. Contudo, em que pese a
ausência do núcleo, é possível a verificação do DNA mitocondrial. No entanto, o DNA mitocondrial só
possui o DNA materno, porque a célula reprodutora masculina, ao fecundar a célula reprodutora feminina,
não entra com o DNA mitocondrial do pai, que se localiza no citoplasma (flagelo) da célula (só entra o
núcleo, a cabeça do espermatozoide, que não possui mitocôndria).
É a camada imediatamente inferior a camada córnea, com menor queratinização e constituída por
uma fina camada de células achatadas, cujos núcleos celulares apresentam sinais de degeneração,
139
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Nem todas as regiões do corpo possuem essa camada, sendo mais comuns nas regiões
palmoplantares (mãos e pés).
Nesta camada, há a presença de células poligonais e achatadas com núcleo central. Há produção de
grânulos de queratina, que impedem a passagem de compostos e água.
É formada por 4 a 10 fileiras de células cuboides ou ligeiramente achatadas com núcleo central e
pequenas expansões no citoplasma (separam o núcleo da membrana), que dá o aspecto espinhoso. Na
camada espinosa, ainda existe a produção de queratina. A camada espinosa se localiza acima da camada
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basal.
É a camada que possui a parte proliferativa e que dá origem às células das outras camadas
(responsável pela renovação da epiderme).
As células (única fileira de células prismáticas) presentes possuem núcleo, logo, é possível
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identificar o DNA materno e paterno. É a camada mais profunda, estando acima da derme. Também é
chamada de camada germinativa ou geradora.
É a camada presente acima das papilas dérmicas. A camada de malpighi ou camada epidérmica, é
Sousa Nogueira
constituída por das três últimas camadas da epiderme: camada granulosa; camada espinosa; e camada
basal.
Flávio Sousa
O processo das células da camada basal (camada geradora) até a camada córnea dura o período de
21 a 28 dias. As células vão sendo produzidas através do processo de mitose (processo de divisão de células
eucarióticas), e, ao ir subindo de camadas, as células vão se achatando, perdendo núcleo, citoplasma etc.,
até chegar na camada córnea morta.
2.2. Derme
A derma se localiza abaixo da epiderme e é composta exclusivamente por células vivas. É macia,
cheia de filetes nervosos, vasos sanguíneos e rica em gordura. É formada por tecido conjuntivo com as
funções de oferecer sustentação e nutrir a epiderme. Está dividida funcional e anatomicamente em duas
camadas distintas:
140
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
A derme superficial é constituída por tecido pouco denso, provido de vascularização e inervação
abundantes.
A derme profunda é formada por tecido mais denso, mais resistente às trações, por seu maior teor
em fibras elásticas e colágenas. Nessa camada, estão os músculos eretores dos pelos e suas hastes com
glândulas sebáceas.
As papilas dérmicas é o local onde a derme e a epiderme se encontram. Elas são entrelaçadas
(formam o desenho digital através das cristas dérmicas), logo, são irregulares, pois se interpenetram
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formando ondulações.
8
Sousa Nogueira
São estruturas anexas da pele, que são constituídas pelas glândulas sudoríparas, sebáceas e os
Flávio
pelos. Este órgão importante tem as seguintes funções: sensibilidade, regulação térmica e proteção.
3. TRAUMA
3.1. Homeostasia
141
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Homeostasia é o corpo em equilíbrio. O trauma deve causar um desvio nesse equilíbrio do corpo
humano.
• reação local;
• reação sistêmica ou geral.
Quando a reação é local, há uma reação inflamatória que leva ao aumento da circulação local,
causando, assim, uma vasodilatação (hiperemia), que leva ao rubor, calor e edema. Em razão desta reação,
tem-se um aumento de glóbulos brancos, que é uma função de defesa, para a região.
anabolismo. O Professor Hygino de C. Hercules ensina que, com a reação sistêmica, há um aumento do
catabolismo, em função do aceleramento do metabolismo orgânico. Assim, predomina o catabolismo
Flávio
(perda de substância corporal) sobre o anabolismo (ganho ponderal, de peso). Dessa forma, a recuperação
costuma ser mais longa que o desvio. Quando a pessoa volta ao equilíbrio, com a alimentação regular, o
balanço volta a ser positivo.
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, é uma desordem mental caracterizada por sintomas de
ordem mental e física, em que predomina suscetibilidade a ameaças a sua integridade física, irritabilidade e
pouca socialidade. Há distúrbios físicos, como tremores, dificuldade de respiração pela simples evocação da
violência sofrida. Algumas pessoas chegam a mudar sua rotina.
4. LESÃO
142
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
A lesão é a consequência, isto é, a alteração traumática resultante da agressão sofrida pelo corpo
humano. Segundo o professor Hygino de C. Hercules, a lesão é uma alteração estrutural proveniente de
uma agressão, só se considerando lesão se demonstrável morfologicamente.
O trauma causa a lesão, assim, verifica-se a maioria das lesões na pele — maior órgão do corpo
humano, que é objeto do trauma.
Flávio Sousa
Flávio Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira flaviosousanogueira@gmail·com
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CPF: 037.820.231-61
143
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, pelo critério cronológico, a lesão pode ser:
• recente;
• intermediária;
• consolidada.
4.1.1. Recente
Se diz que a lesão é recente, é possível fazer a verificação de tempo da lesão. O Professor Hygino de
C. Hercules critica tal classificação, pois, o limite entre o conceito de recente e intermediário é abstrato e
subjetivo, não havendo padrão consensual.
4.1.2. Intermediária
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As lesões intermediárias são aquelas que não são mais recentes, mas ainda não chegaram à
consolidação. É possível fazer a verificação de tempo da lesão.
4.1.3. Consolidada
A lesão consolidada não se confunde com “curada”, sendo definida como a lesão que parou de
evoluir. Assim, a consolidação pode ocorrer porque houve cicatrização ou ainda por ter parado de evoluir
sem cicatrizar (exemplo: pseudoartrose).
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• direta;
• indireta;
Flávio
• fechada;
• aberta ou exposta;
• mortal;
• não mortal;
• com assinatura.
4.2.1. Direta
4.2.2. Indireta
A lesão indireta, também chamada de lesão a contragolpe, ocorre quando, no lado oposto ao
trauma, há lesão reflexa ou indireta. Exemplo: lesões na cabeça, em que o deslocamento do cérebro causa
lesões do lado oposto ao trauma.
144
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
4.2.3. Fechada
Exemplos: rubefação, tumefação, equimose, bossa, entorse, luxação, fratura não exposta etc.
4.2.5. Mortal
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São as lesões que culminam em morte e podem ser fruto de suicídio, acidente ou crime.
São as lesões criminosas, que podem ser dolosas ou culposas, podendo se ajustar a algum tipo
penal, por exemplo, ao art. 129 do CP.
Flávio Sousa
A lesão com assinatura ocorre quando a lesão denuncia o instrumento que a causou, ou seja, ao
visualizar a lesão, é possível determinar qual objeto foi utilizado para causar a lesão.
OBSERVAÇÃO
Lesão patognomônica: Quando for possível dizer o instrumento vulnerante utilizado para causar a
lesão, diz-se que a lesão é patognomônica.
145
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
As lesões corporais encontram-se no art. 129 do Código Penal (CP). Anote que, apesar de o artigo
ser composto por diversos parágrafos, para medicina legal, apenas os parágrafos 1º e 2º são importantes,
pois são os artigos relacionados à gravidade da lesão, não se analisando o dolo pelo perito médico-legista.
Flávio Sousa
Flávio Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira flaviosousanogueira@gmail·com
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CPF: 037.820.231-61
146
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Os peritos médico-legislas não devem analisar o dolo do agente ativo na lesão, devendo analisar
apenas a lesão existente.
Nos demais parágrafos, o dolo da lesão será analisado pelos agentes jurídicos atuantes, que será
você, delegado de polícia.
A lesão corporal será considerada leve quando não se encaixa nem no § 1º, nem o § 2º do art. 129
do Código Penal.
ATENÇÃO!
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Apesar de não constar no art. 129 do CP a diferenciação, o § 1º se refere à forma grave da lesão
(sentido estrito), enquanto o § 2º se refere à forma gravíssima da lesão (sentido amplo, extenso, amplo).
Essa interpretação se faz da leitura dos arts. 122 do CP, art. 1º, § 3ºda Lei de Tortura (Lei n.º 9.455/1997) e
art. 303, § 2º do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
CPF: 037.820.231-61
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
Sousa Nogueira
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
Flávio Sousa
§ 2° Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
Flávio
II – enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
147
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Art. 303, CTB. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
[...]
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017)
a. Membro
Pode ser qualquer membro. Pode ser superior, braço, antebraço e mão, e pode ser inferior, coxa,
perna e pé.
b. Perda de pênis
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c. Sentido
d. Função
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Será, na forma gravíssima, apenas se houver a perda do sentido ou função em sua forma dupla.
Sousa Nogueira
OBSERVAÇÃO
Flávio
A perda do baço se enquadra na debilidade de função (lesão grave), pois ele possui funções
imunológicas e hematopoiéticas, que também são exercidas pelo fígado e pela medula óssea vermelha (art.
129, § 1º, III, CP).
148
Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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149
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
É analisada pelo perito como uma lesão duradoura, podendo, com o tempo, retomar as
normalidades. Essa lesão é analisada dentro do prazo de um ano.
6. SIMULAÇÃO
ATENÇÃO!
O perito, ao examinar o indivíduo, para fins de classificação do art. 129 do CP, deve tomar cuidado
para eventuais simulações. Essas simulações podem ser as seguintes:
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• simulação
• dissimulação
• metassimulação
• parassimulação
6.1. Simulação
Sempre que alguém tenta imitar, agravar ou criar intencionalmente sintomas. Em resumo, diz ter o
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6.2. Dissimulação
Nogueira -- CPF:
O agente possuidor de algo busca dar a impressão que é saudável. Em resumo, diz não ter o que
tem.
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6.3. Metassimulação
Flávio Sousa
O agente possuidor da doença exagera nos sintomas para parecer que o quadro é mais grave.
Flávio
6.4. Parassimulação
• Sinal de Levy
• Sinal de Muller
• Sinal de Mankoff
• Sinal de Imbert
150
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
É feita a observação da pupila (parte negra do olho). Ao se apertar o local que o examinando diz
sentir dor, se ocorrer a midríase, a pupila dilata, se ocorrer a miose, ela se contrai, e indica a verdade. Se a
pupila não se alterar, indica que há mentira.
São feitos círculos na região apontada com dor, e, após, sem a pessoa olhar, com uma caneta,
aperta os diversos círculos, para buscar se o examinando está falando a verdade ou mentindo.
Observa-se o ritmo cardíaco na artéria radial através da pressão do local indicado como doloroso.
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Há um aumento da carga de peso no membro que o examinando diz sentir dor analisando a reação.
Trata-se da pessoa que mente deliberadamente a ponto de acreditar na própria mentira. Por vezes,
isso ocorre com a pessoa que mente diante do perito.
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É a situação em que o responsável por alguém, com o objetivo de chamar a atenção e apresentar
uma imagem de cuidador diligente, busca ajuda médica para a pessoa que está sob seus cuidados, mesmo
Nogueira -- CPF:
que essa pessoa não precise de ajuda. De tanto o responsável falar que a pessoa sob sua tutela precisa de
Sousa Nogueira
ajuda médica, faz com que o próprio paciente sinta psicologicamente os sintomas.
7. AGENTES VULNERANTES
Flávio Sousa
Será estudado agora sobre os agentes ou elementos que, por meio de contato direto ou indireto,
Flávio
Os agentes vulnerantes são aqueles que atuam no organismo e são capazes de causar alterações.
• física;
• química;
• biológica; e
• mista.
6.1. Física
151
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
6.2. Química
A composição de átomos, que compõe o agente, ao ser transferida, se altera. São energias
relacionadas a substâncias ácidas e bases.
6.3. Biológica
A energia depende de seres vivos para ser transferida. São energias relacionadas a vírus, bactérias,
protozoários etc.
6.4. Mista
São aqueles agentes que, para causar lesão, não precisam de movimento. Exemplo: eletricidade,
calor, luz, som, pressão, radiação.
Nogueira -- CPF:
objeto para o copo (deslocamento ativo) seja do corpo para o objeto (deslocamento passivo). A energia de
ordem mecânica é capaz de lesar, porque transfere toda a sua energia cinética ou parte dela à área da
Flávio
O professor Hygino de C. Hércules cita que as energias de ordem física são as energias: cinéticas,
barométricas, elétricas, térmicas e radiantes.
Neste momento, serão estudadas as energias de ordem cinética e seus efeitos no corpo humano.
9. ENERGIA CINÉTICA
A energia cinética é a energia dos corpos em movimento. Não se confunde com energia em
potencial, que é a energia armazenada nos corpos e objetos, a depender de sua posição. Na energia
cinética, são analisadas as lesões causadas por instrumentos contundentes, perfurantes, cortantes,
pérfurocortantes, pérfuro-contundentes e corto-contundentes.
152
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Exemplo: Uma pessoa, em uma janela, a 30 metros de altura, possui uma energia potencial. Caso
essa pessoa caia ou pule, a gravidade irá aumentar a velocidade durante a queda, assim, a energia
potencial, que estava acumulada, se transformará em energia cinética.
E = m.v²
2
E é a energia;
m é a massa do agente;
v é a sua velocidade.
Quanto maior o peso do objeto e a velocidade de movimento, maior será a energia cinética.
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O princípio geral da conservação da energia diz que a quantidade de energia antes do choque de
dois corpos tem que ser igual à energia presente após a colisão. A energia não pode ser criada nem
destruída: a energia pode apenas transformar-se.
9.2. Gravidade
força centrípeta.
Pode um agente mecânico causar lesão estando parado, desde que o alvo esteja em movimento.
Sousa Nogueira
• Passiva: O alvo está em movimento. Exemplo: se um preso bate com a cabeça na cela.
• Mista: Ambos estão em movimentos. Exemplo: colisão.
9.4. Pressão
A produção de lesões depende também da extensão da área sobre aquela que atua um agente
mecânico. A pressão de um corpo sobre a superfície é diretamente proporcional à sua força e
inversamente à extensão da área com que entre em contato (Pressão = Força/Superfície). Por isso, um
alfinete precisa de pouca força para penetrar na pele, pois a pressão é maior em função da pouca extensão
da zona de contato.
Uma mesma força sobre uma superfície menor = a pressão no ponto de impacto aumenta.
Uma mesma força sobre uma superfície maior = a pressão no ponto de impacto diminui.
153
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Exemplo: Um disparo de arma de fogo, no meio gasoso, irá fazer com que o PAF chegue ao alvo
com muita energia cinética.
Exemplo: Um disparo de arma de fogo no meio líquido irá fazer com que o PAF chegue ao alvo com
menor energia cinética que no meio gasoso, por ter maior densidade.
Nos três primeiros casos, temos agentes simples, visto que seu uso principal tem uma única
finalidade.
Os três últimos casos são classificados como agentes mistos, pois sua ação gera dois tipos de lesões.
O agente contundente é aquele que só contunde. Ele resulta da atuação de agentes que
transferem sua energia cinética através de pressão para o corpo, por meio de uma superfície, uma área,
Flávio Sousa
O agente contundente não possui ponta, nem gume. O agente é classificado como sendo
contundente. A lesão é classificada como sendo contusa (lesão em plano).
Segundo o Professor Genival V. de França e o Professor Wilson Palermo, não existe lesão
dilacerante ou lacerante (mesmo se oriunda de explosões), portanto, não existe lesão lacero-contusa. Isso
porque não há instrumentos com os mesmos nomes (dilacerantes, corto-dilacerantes, pérfuro-dilacerantes
nem contuso-dilacerantes), sendo, na verdade, uma variação da lesão contusa.
ATENÇÃO!
Outros professores admitem a lesão lacerante, assim, seria possível a lesão lacero-contusa.
Portanto, atente-se ao perfil da banca.
154
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Veja, a banca Fumarc, ao aplicar a prova de Delegado de Minas Gerais, adotou a posição do
Professor Genival V. de França (citado expressamente no edital): Um indivíduo foi vítima da explosão de
uma bomba ao implantá-la num caixa eletrônico, tendo evoluído para óbito imediatamente. Qual das
feridas tem mais probabilidade de tê-lo acometido?
a) Contusodilacerantes
b) Cortocontusas
c) Cortodilacerantes
d) Dilacerantes.
Um exemplo clássico de atuação contundente é a lesão causada pelo martelo, que causa lesões
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contusas.
Por já ter sido cobrado em provas, a ação do martelo, na calota craniana, pode gerar três tipos de
lesões:
• Sinal de Terraza de Hoffman: A ação tangencial do objeto produz fratura em formato triangular,
com a base ligada ao tecido ósseo adjacente e o vértice solto, voltado para o interior da
cavidade craniana
155
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
10.1.1. Compressão
O agente incide diretamente sobre a superfície e comprime os tecidos (soco, martelada, pedrada).
É a forma mais comum.
10.1.2. Tração
Ocorre quando uma parte do corpo, por exemplo, o cabelo, é preso e puxado por alguma
engrenagem. Nesses casos, pode ocorrer o escalpe, que é o arrancamento do couro cabeludo.
Torções articulares provocam lesões por força de tração exercida sobre os ligamentos da face
oposta à flexão ou extensão exagerada.
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10.1.3. Deslizamento
Deve-se ao atrito entre o agente e a pele. São chamadas de lesão em linha. O exemplo mais
comum são as escoriações.
• pressão;
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• sucção;
• torção;
• flexão;
• cisalhamento.
Nogueira -- CPF:
Em relação ao cisalhamento, trata-se de forças que atingem o mesmo ponto em sentidos opostos,
Sousa Nogueira
como a ação de uma tesoura. A tesoura fechada é um agente perfurante. Já a tesoura aberta, cada ramo é
um agente pérfurocortante de um gume. O mecanismo de ação quando a tesoura funciona é o
Flávio Sousa
cisalhamento.
Flávio
Lembrando que as lesões podem ser fechadas ou abertas, assim, serão analisadas as hipóteses de
cada uma.
• Rubefação
• Tumefação (classificação citada pelo do professor Hygino de C. Hercules)
• Equimose
• Bossa
• Hematoma ou tumor de sangue
• Entorse
• Luxação
• Fratura
10.2.1. Rubefação
156
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
A rubefação é a lesão produzida por ação contundente mais leve, mais simples que existe. É o
rubor, a vermelhidão na pele.
É constituída por hiperemia, que é aumento da circulação sanguínea local, sendo o efeito anti-
inflamatório e normalizador circulatório, observada no local de impacto, ou seja, há uma vermelhidão,
não havendo extravasamento de sangue.
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, a rubefação aparece nos primeiros instantes e alcança
o máximo em cerca de um minuto, persistindo por até cerca de dez minutos. Ainda, o professor aponta que
é fugaz (temporária), e sua comprovação pericial é quase impossível, pois a vítima de uma agressão que lhe
tenha produzido apenas uma rubefação, como no caso de uma bofetada, se for a exame de corpo de delito,
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ATENÇÃO!
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
CUIDADO!
Apesar de determinadas doutrinas apontarem a rubefação como eritema (Wilson Palermo), não
confunda com eritema causado pelo agente vulnerante calor. Ambos são semelhantes visualmente, mas a
lesão na rubefação é causada por ação contundente, enquanto a lesão chamada de eritema é causada pelo
calor (agente térmico). “Eritro” significa vermelho, “ema”, formação. Assim, a rubefação seria uma
formação de uma área vermelha.
Em provas, deve ser evitado o uso do termo eritema para se referir às rubefações, a fim de se
evitar eventuais confusões para o examinador.
• Valor médico-legal da rubefação: caracteriza que houve uma ação contundente em vida.
10.2.2. Tumefação
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A tumefação é citada pelo Professor Hygino de C. Hercules como sendo um trauma um pouco mais
intenso que a rubefação, portanto, demora um pouco mais para desaparecer. A tumefação consta de
elevação local e palidez da pele na área do impacto, surgindo, depois de um a três minutos, junto com a
rubefação, que sempre a acompanha. Segundo o Professor, faz parte da Tríplice Reação de Lewis, que
possui três momentos:
10
10.2.3. Equimose
Nas equimoses, o trauma causa o extravasamento do sangue dos vasos sanguíneos, pois sofreu
rotura, secção, havendo, assim, infiltração do sangue nas malhas dos tecidos (superficiais ou profundos),
de maneira que a equimose é vista através de uma lâmina de tecido (em regra, a pele, mas pode ser
através do pulmão, coração etc.).
158
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
a. Equimose espontânea
Equimose espontânea são equimoses que não são fruto de um trauma. A doutrina aponta algumas
possibilidades.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, seria possível ter uma equimose sem o seccionamento
de um vaso sanguíneo (com o vaso íntegro), através da diapedese, ou seja, com a passagem do fluxo
sanguíneo através dos poros das paredes dos vasos. Cita também que se pode ter equimoses espontâneas
oriundas de doenças ou, ainda, podem aparecer em pessoas idosas que possuem a pele fragilizada (pouca
resistência).
O Professor Delton Croce cita a possibilidade de uma equimose ter fundo emocional. Neste caso, o
professor denomina a equimose de fundo emocional de enquimose.
b. Equimose tardia
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Segundo o professor Hygino de C. Hercules, a equimose tardia são lesões que aparecem longe do
ponto de impacto após algum tempo, sendo decorrentes da migração do sangue extravasado, em focos de
fratura, e das necroses isquêmicas (coagulação) por secção ou compressão arterial. Exemplo: fraturas no
teto orbitário costumam aparecer na região da pálpebra superior.
A equimose pode ser classificada também de acordo com sua forma, veja:
•
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petéquia;
• sugilação;
• víbice;
• sufusão ou equimoma.
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c. Petéquia
Sousa Nogueira
ponto de uma cabeça de alfinete. A literatura médico-legal diz que é comum em mortes rápidas. A reunião
de várias petéquias é chamada de sugilação.
Flávio
11
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Petéquias subconjuntivais
• Manchas de Tardieu: Por volta de 1800, um perito chamado Tardieu disse que, quando uma
pessoa aparecia morta e tinha esses pontos sanguinolentos subconjuntivais, ela havia sido
morta asfixiada por sufocação. Assim, esses pontos passaram a ser chamados de Manchas de
Tardieu. Hoje, sabe-se que essas manchas podem aparecer nas asfixias em geral, mas também
nas mortes naturais. Essas manchas não são patognomônicas.
d. Sugilação
É formada por confluência de numerosas (milhares ou centenas) lesões puntiformes em uma área
bem delineada (forma de pequenos grãos). Portanto, é uma equimose formada por vários pontinhos
aglomerados. Geralmente, é fruto de atos libidinosos decorrente de sucção, no entanto, também pode ser
fruto de pancadas. Segundo a doutrina médico-legal, pode surgir em vida ou após a morte.
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e. Víbice
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Trata-se de petéquias, em faixa dupla paralela, causadas por agente contundente que possui
forma cilíndrica e que, ao colidir com a pele, desloca o sangue para linha paralela ao instrumento, como é o
Flávio Sousa
caso de um taco de beisebol ou cassetete. Para o Professor Hygino de C. Hercules, essas faixas seriam
quase paralelas — convergindo para o punho (borda proximal) do instrumento e divergentes para a
Flávio
ponta do instrumento (esse posicionamento já foi cobrado na prova de Delegado de Polícia do RJ).
f. Víbices estriadas
A víbice pode ocorrer, ainda, quando o pneu de um automóvel passa por um corpo, sendo
chamado de víbices estriadas ou Estrias Pneumáticas de Simonin, não sendo paralelas neste caso
específico.
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g. Sufusão ou equimoma
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A sufusão representa uma hemorragia que possui maior extensão; uma equimose em proporção
maior e de tamanho variado. É o que se denomina de lençol hemorrágico ou de “mancha de sangue”.
Flávio Sousa
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sufusão subconjutival
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
• Mancha de Tardieu
A Mancha de Tardieu não é patognomônica, ou seja, não indica certeza de algum tipo de morte,
pois pode aparecer em diversos tipos de mortes, inclusive, nos naturais.
Segundo a literatura médico-legal, decorre do CO2, que pode causar a excitação bulbar ou danificar
diretamente o capilar.
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• Mancha de Paltauf
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
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É a mancha arroxeada formada por um conjunto de milhares de petéquias que atinge ao rosto.
Ocorre normalmente diante de soterramentos, compressão de tórax etc.
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Veja, a circulação fica prejudicada, pois o sangue bombeado que foi para a região da cabeça fica
impedido de voltar para o coração, pois o átrio direito que recebe o sangue, encontra-se comprimido, não
conseguindo receber o sangue retornado. Diante do acúmulo de sangue na região da face, ele irá
extravasar dos vasos, formando assim milhares de petéquias, que é chamada de máscara equimótica de
Morestin. É indicativo de lesão intra vitam.
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Flávio Sousa
i. Equimoses específicas
Flávio
Nem toda equimose é fruto de trauma, podendo aparecer, segundo o professor Hygino de C.
Hercules, através da diapedese, ou seja, com a passagem do fluxo sanguíneo através dos poros das paredes
dos vasos. Cita também que se pode ter equimoses espontâneas oriundas de doenças ou, ainda, podem
aparecer em pessoas idosas que possuem a pele fragilizada (pouca resistência).
O professor Delton Croce cita a possibilidade de uma equimose ter fundo emocional. Neste caso, o
professor chama a equimose de fundo emocional de enquimose.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
São localizadas nas regiões anais e vaginal, devendo ter atenção para que não seja confundida com
lesões dermatológicas ou parasitoses.
• Equimose a distância
Às vezes, a equimose aparece no lugar do impacto, mas, às vezes, a equimose aparece a distância.
Exemplo: quando uma pessoa é asfixiada (enforcada, esganada), a lesão pode ser no pescoço, mas
aparecem petéquias espalhadas pelo corpo todo. Essas petéquias espalhadas são equimoses a distância.
Quando se tem uma lesão no couro cabeludo, há extravasamento de sangue, que, em razão da
gravidade, vai parar na região dos olhos (lembre-se de que, nos olhos, não se observa o espectro
equimótico de Legrand Du Saulle). Assim, a região dos olhos fica arroxeada sem que tenha sofrido uma
lesão nos olhos.
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Sousa Nogueira
Flávio Sousa
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
• Mobilidade equimótica
• Sinal de Batlle
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• Sinal de Cullen
Quando o coração para de bater, o sangue (não coagulado) irá se acumular nas regiões de maior
declive do corpo, devido à gravidade. Em razão da pressão exercida nos vasos, o sangue irá extravasar,
Flávio Sousa
formando uma série de pontos. Assim, se o sangue estiver saindo de vasos que estão íntegros, trata-se de
“equimose falsa” em pessoa morta, pois não há hemorragia. São os denominados livores, que, com o
Flávio
passar do tempo, irão se fixar nos tecidos, não sendo mais possível a movimentação do sangue.
Se a equimose for fruto de um trauma, e o sangue (coagulado) estiver fora dos vasos (infiltração
hemorrágica), trata-se de equimose verdadeira, ou seja, foi feita em vida.
OBSERVAÇÃO
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Flávio
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Deve-se fazer um corte no local e jogar água corrente. Se a área for limpa, indica que foi feito após
a morte, pois não infiltrou. Se não limpar, indica que foi feita em vida, pois há sangue acumulado na região
(infiltrou).
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• Índice de Verderau
É uma forma de verificar se a equimose foi produzida intra vitam ou post mortem, consistindo na
divisão do número de glóbulos vermelhos (hemácias) pelo número de glóbulos brancos (ligados à defesa do
organismo). Se houver alteração do índice, em função do aumento do número de glóbulos brancos, indica
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que houve reação inflamatória, logo, uma lesão produzida em vida. Se o índice se mantiver sem alteração,
indica uma falsa equimose, ou seja, post mortem.
Quando o sangue sai dos vasos, ele tem como principal componente a hemoglobina, que é um
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pigmento vermelho. Quando a hemoglobina sai dos vasos, ela começa a se degradar (Ferro: Fe++) e
transforma-se em outros compostos (Biliverdina, que tem coloração esverdeada; e Bilirrubina, que tem cor
Flávio Sousa
Para se verificar o tempo aproximado (nexo temporal) em que as lesões foram produzidas,
verifica-se a coloração delas: é o que se denomina de Espectro Equimótico de Legrand Du Saulle (um
perito chamado LeGrand Du Saulle comparou esse fenômeno ao espectro solar, às cores do arco-íris), no
qual se tem as seguintes variações de colorações, nesta ordem:
• Vermelho bronzeado: A cor avermelha ocorre no 1º dia. Essa coloração se dá em razão da cor
da hemoglobina.
• Violáceo/arroxeado: A cor violácea ocorre no 2º e 3º dias. A cor violácea se dá em razão da
hemossiderina.
• Azul: A cor azulada ocorre nos dias 4º, 5º e 6º. A cor azulada se dá em razão da hematoidina.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
• Esverdeado: A cor esverdeada ocorre nos dias 7º, 8º, 9º e 10º. Essa cor esverdeada se dá em
razão da hematina.
• Amarelado: A cor amarelada ocorre a partir do 11º dia. A cor amarelada se dá em razão da
hematina.
Após cerca de 20 dias, a macha some completamente (há doutrina que indica a partir do 15º dia).
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
OBSERVAÇÃO
A doutrina aponta que pode haver variação no tempo da alteração de cor, em razão de
vascularização da região, idade etc., ou seja, é uma cronologia relativa.
Exemplo: a variação de cor será mais rápida na região da face de jovens do que em membros
inferiores de idosos.
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• Sinal de Kunckel
Pode auxiliar na busca do tempo aproximado da lesão após a mancha equimótica desaparecer em
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Segundo Hygino de C. Hercules, é uma lesão de cor azulada, geralmente congênita, que costuma
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situar-se nas imediações da região sacra, sendo formada pela deposição do pigmento da melanina por
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Flávio
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
A causa da mudança de cor é a progressiva reabsorção da hemorragia pela ação dos macrófagos
(células de limpeza do tecido conjuntivo local) através da fagocitose. O sangue extravasado passa a ser
considerado corpo estranho ao tecido e desperta reação de defesa, com a finalidade de removê-lo. Logo,
nos primeiros dias, as hemácias são fagocitadas (processo de ingestão e destruição de partículas) pelos
macrófagos, em cujo interior sua membrana é destruída e a hemoglobina digerida.
Há doutrina que também cita a ausência de variação cromática nas regiões palmares, plantares e
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subungueais.
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Há divergência dos dias decorridos em relação à respectiva coloração, havendo outras tabelas
(Tourdes e Devergie), mas a de Legrand Du Saulle é a que prevalece no estudo da matéria.
10.2.4. Bossa
Flávio
Segundo Hygino de C. Hercules, a bossa ocorre quando há o aumento de volume dos tecidos por
coleção (não há extravasamento) de líquido, que os infiltra intensamente, decorrente de distúrbio
circulatório localizado. Em síntese, a bossa é uma lesão que iria formar uma equimose, no entanto, por
existir um plano ósseo abaixo do local de contato, o líquido empurra a pele para cima, formando um
“galo”.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
21
Segundo Hygino de C. Hercules, trata-se da bossa na cabeça da criança, pois a pressão exercida pela
cabeça sobre o orifício interno do colo uterino é acompanhada por uma reação igual e contrária, conforme
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as leis da física.
À medida que vão sucedendo as grandes contrações uterinas, a cabeça vai aflorando na cavidade
vaginal, aparecendo primeiro o setor occipital. Assim, a porção do couro cabeludo que já está insinuada fica
voltada para a cavidade vaginal e não recebe pressão. No anel que circunscreve essa porção, a pressão é
forte o suficiente para barrar a saída do sangue venoso, mas não o fluxo de sangue arterial para aquela
porção circular do couro cabeludo. Por isso, o sangue venoso fica sob pressão aumentada, o que
desequilibra a microcirculação, fazendo com que se forme a bossa. Quanto mais demorar o parto, maior
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será a bossa formada. O aumento de volume do setor occipital do couro cabeludo é chamado vulgarmente
de Tumor do Parto ou Caput Succedaneum.
pelo seu volume e velocidade de formação, afasta os tecidos vizinhos e ocupa um espaço próprio,
formando uma neocavidade.
O que acontece com o hematoma é que o vaso que se rompe é um pouco mais calibroso, então o
sangue sai do vaso com uma certa pressão é empurra os tecidos para o sangue poder passar. O tecido se
afasta e o sangue se acumula entre os tecidos, formando uma bolsa de sangue, em uma cavidade que não
existia.
O Professor Hygino de C. Hercules diz que não há, como nas equimoses, uma infiltração do sangue
nas malhas dos tecidos, a não ser em pequena extensão, em sua periferia. Os tecidos vizinhos são
deslocados e comprimidos.
Características do hematoma:
172
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
As meninges são o sistema das membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central,
medula espinhal, tronco encefálico e o encéfalo. A meninge consiste em três camadas:
• dura-máter;
• aracnóide;
• piamater.
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Essas meninges são vivas, elas têm vasos sanguíneos. Se uma pessoa leva uma pancada na cabeça,
pode romper vasos da pia-máter, vasos da aracnóide e, às vezes, da dura-máter. No local que esse vaso
romper, o sangue não terá para onde ir e acumular-se-á entre as membranas ou entre o crânio e a pia-
Flávio Sousa
máter. No local de acúmulo do sangue, o hematoma crescerá e empurrará o cérebro para dentro. Se não
Flávio
b. Dura-máter
A dura-mater é a camada mais externa e mais espessa. O hematoma que ocorre fora da dura-
máter é chamado de hematoma extradural ou epidural.
Entre a dura-máter e o crânio, há a Zona Descolável de Gerard Marchand, que permite a formação
do hematoma.
OBSERVAÇÕES
Às vezes, leva horas para se formar. Quatro, dez, doze horas depois, começam a aparecer os
problemas. Os sinais apresentados são muito parecidos com a embriaguez alcoólica (fala desconexa; andar
desiquilibrado etc.).
173
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
A literatura ensina que basta fazer um pequeno furo no local e drenar o sangue para salvar a
pessoa.
c. Aracnóide
A aracnóide se localiza entre a dura-máter e a pia-máter, ou seja, é a meninge do meio das demais
meninges.
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
OBSERVAÇÃO
Entre a pia-máter e a aracnoide existe uma substância chamada de liquor, que tem por função a
drenagem local, e o amortecimento.
d. Pia-máter
A pia-mater é a mais fina das meninges. É o envelope meníngeo que firmemente adere à superfície
do cérebro e à medula espinhal (feixes nervosos). Ela segue os menores contornos do cérebro
e. Leptomeninges
Leptomeninges são as duas meninges mais internas de tecido que cobrem o cérebro e a medula
espinhal. As duas meninges são: aracnóide e pia-máter. São finas e transparentes, e, por isso, são
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chamadas de leptomeninges.
A Síndrome do bebê sacudido ocorre quando alguém chacoalha intensamente uma criança. Se um
bebê é sacudido com força, seu cérebro frágil se move para frente e para trás dentro do crânio. Essa
movimentação do cérebro pode causar hemorragias nos vasos delicados da aracnóide e pia-máter, gerando
hematomas.
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OBSERVAÇÕES
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Pode levar à hemorragia na retina de ambos os olhos, com uma macha branca no centro da
hemorragia (Manchas de Roth), não sendo um indicativo patognomônico da Síndrome do bebê sacudido.
Flávio Sousa
Até os quadros mais leves da Síndrome do bebê sacudido podem causar danos irreversíveis ao
cérebro, podendo levar até ao óbito. Os sobreviventes podem apresentar complicações permanentes,
Flávio
Com o sacudir, é possível que ocorra o rompimento dos vasos sanguíneos da retina da criança.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
• Lesões intracranianas
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CUIDADO!
A criança pode apresentar lesões que ocorreram em tempos diversos. Isso se verifica pelo tempo
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O professor Hygino de C. Hercules cita como gênero de abuso contra a criança, a Síndrome da
Flávio
criança maltratada, não se restringindo a agressões, propriamente ditas, abrangendo, ainda, negligências
no geral, como alimentação, higiene, saúde etc. Por isso, o mestre prefere a expressão “Síndrome da
criança maltratada”, por ser mais abrangente, quando comparada à expressão usualmente utilizada
“Síndrome da criança espancada”.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
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Nesse caso, há uma ausência de cuidado com a criança, devendo o agente garantidor ser
responsabilizado.
10.2.6. Entorse
ósseo.
A entorse está relacionada aos ligamentos. Estes podem sofrer arrancamento, rotura ou
alongamento (que é o mais comum). A entorse aparece sempre que a amplitude normal dos movimentos
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
a. Importância médico-legal
A importância médico-legal das entorses ocorre pelo fato de ela poder levar à incapacidade
permanente, por exemplo.
b. Graus da entorse
c. Regeneração da entorse
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10.2.7. Luxação
A luxação é mais grave que a entorse, assim, sempre que houver luxação ou sub-luxação, haverá
entorse (o contrário não é recíproco).
Nogueira -- CPF:
OBSERVAÇÃO
Sousa Nogueira
Se a luxação se der nas vertebras, pode causar a compressão da medula, o que pode comprometer
Flávio Sousa
10.2.8. Fratura
A fratura é a interrupção de continuidade dos ossos decorrente, em regra, por uma ação
contundente. Na maioria dos casos, tem origem traumática, mas pode ocorrer espontaneamente, quando
o osso está enfraquecido por alguma doença, que são chamadas de fraturas patológicas (como no caso de
uma osteoporose).
O mecanismo de produção pode ser direto, quando o agente contundente incide sobre o osso e o
rompe no local do impacto, ou indireto, por flexão exagerada, por torção, por arrancamento ou por
esmagamento.
• fratura direta
• fratura indireta
• fratura completa
178
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
• fratura incompleta
• fratura múltipla
• fratura comutativa
a. Fratura direta
Na fratura direta, a perda de solução de continuidade dos ossos ocorre no local onde incidiu a
energia vulnerante.
b. Fratura indireta
A fratura será indireta quando ocorrer a perda de solução de continuidade dos ossos em local
diverso de onde incidiu a energia vulnerante.
c. Fratura completa
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A fratura será completa quando o seu traço separa uma parte do osso ou divide-o em mais de um
segmento.
OBSERVAÇÃO
Os arrancamentos ósseos que ocorrem na zona de inserção de tendões e ligamentos não chegam a
dividir o osso, são fraturas parciais, mas destacam completamente pequenos fragmentos. As que chegam a
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d. Fratura incompleta
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A fratura será incompleta quando a fratura não chega a dividir o osso. É o caso dos afundamentos
Sousa Nogueira
de ossos esponjosos, como o díploe, osso esponjoso da calota craniana, das fissuras e das fraturas em ramo
verde das crianças (o osso "dobra" e só quebra de um lado).
Flávio Sousa
Ocorre quando o osso não quebra, havendo apenas rachadura, possuindo tendência de ocorrer em
jovens e crianças, vez que os ossos são mais flexíveis.
f. Fratura múltipla
g. Fratura comutativa
Será comutativa a fratura em que osso apresenta numerosos fragmentos e focos de fratura. Ocorre
o estilhaçamento ósseo.
h. Fratura em mapa-múndi
179
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
A fratura em mapa-múndi (Sinal de Carrara) é uma fratura na cabeça, em que os fragmentos ósseos
ficam separados um do outro, sendo um tipo de fratura cominutiva, na qual cada parte de osso isolada é
chamada de esquírola.
Fratura em mapa-múndi
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Quando a fratura for externa, constitui séria ameaça à consolidação pelo risco de contaminação.
Quando ocorre em decorrência do próprio impacto que a produziu, pela ação direta do agente
contundente, a ferida cutânea tem bordas escoriadas e irregulares. Se resulta de atuação do fragmento
ósseo de dentro para fora, como nas fraturas por flexão, a ferida é mais regular e não apresenta escoriação
nas bordas. Neste caso, o risco de infecção é um pouco menor.
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j. Pseudoartrose
O estudo do calo ósseo pode ser utilizado para definir a idade da lesão.
Flávio Sousa
180
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
O tempo necessário ao deslocamento da crosta depende de fatores locais do tecido como a sua
vascularização e a velocidade de renovação normal do epitélio. Assim, as escoriações da face evoluem mais
rapidamente que outra de mesma profundidade situada na perna.
O deslocamento da crosta deixa ver uma superfície de cor rósea, muito mais clara que a pele
vizinha, resultado da ausência de pigmento de melanina no epitélio jovem e da presença de maior número
de capilares. Essa zona hipocrômica é chamada de marca de escoriação e tende a desaparecer com o
tempo, sem deixar cicatriz.
A doutrina aponta que, por se tratar de regeneração, haverá uma consolidação da lesão com cura.
b. Crosta sérica
As escoriações que desgastam até a derme papilar (o professor Wilson Palermo diz que só atinge a
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epiderme) traduzem-se macroscopicamente por exsudação (migração, para o foco inflamatório, de líquidos
e células, provenham eles de vasos ou de tecidos vizinhos) de líquido seroso incolor, que evapora, deixando
pequeno coágulo amarelado que produz uma crosta sérica por evaporação (escoriação típica, só com a
Nogueira -- CPF:
presença de linfa).
Sousa Nogueira
c. Crosta serossanguinolenta
Flávio Sousa
As escoriações que passam em plano intermediário entre o ápice e a base das papilas dérmicas
aparecem como um pontilhado hemorrágico em meio a exsudação serosa e formam crosta
Flávio
d. Crosta hemática
Já as lesões mais profundas, que passam em plena derme por toda a sua extensão, formam um
lençol hemorrágico uniforme que dá origem a uma crosta hemática (ressecamento do sangue na derme
reticular).
181
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
crosta. Segundo o Professor Wilson Palermo, essa placa poderá aparecer em vivos que sofreram pressão
em razão de enforcamento.
22
Com o passar do tempo, a crosta vai escurecendo e soltando, entrando na fase de regeneração. Na
imagem, temos uma escoriação com crosta na fase quase final de regeneração.
Nogueira -- CPF:
10.3.2. Ferida
Sousa Nogueira
Na ferida, haverá lesão tanto da epiderme quanto da derme, atingindo inclusive os planos
Flávio Sousa
subcutâneos, pois a ação contundente foi capaz de ultrapassar os tecidos moles. Há cicatrização, havendo a
substituição de um tecido funcional por um tecido fibroso. A cicatriz é para sempre, não desaparece.
Flávio
A doutrina aponta que, na ferida, há consolidação sem cura. No entanto, o professor Hygino de C.
Hercules diz que pode haver cicatrização com cura, se as funções permanecem, independente da presença
de cicatriz.
ATENÇÃO!
22
Imagem retirada do site do Professor Malthus.
182
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
A ferida acima foi feita por instrumento irregular. O instrumento rasgou, então, provavelmente, era
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um instrumento contundente. As bordas são completamente irregulares (as retrações mostram reação
vital), indicando que a pele não foi cortada, e sim que foi uma ferida contusa. Essa ferida contusa sangra
pouco, porque, com a pancada, os vasos sanguíneos são esmagados, portanto, o sangramento é menor que
uma ferida incisa.
A ferida pode ser contusa, e, neste caso, os mecanismos que causam a ferida contusa são:
limite de sua elasticidade e comece a se romper aos poucos em várias fendas irregulares e
paralelas, até que uma delas interessa toda a espessura e a pele é rompida. São exemplos
Sousa Nogueira
desse mecanismo o escalpe produzido por correias que prendem os cabelos e os tracionam de
modo violento; e o estiramento da pele por pneu de viatura que passe sobre um segmento
Flávio Sousa
corporal.
Flávio
Servem para atestar a ação contundente e, em alguns casos, por sua forma sui generis, indicar o
agente vulnerante.
10.3.3. Esmagamento
São lesões em que todos os planos anatômicos (é o grau máximo da ação contundente) de um
segmento do corpo são comprimidos e triturados pelo agente contundente.
O agente causador dos esmagamentos é sempre um agente dotado de excessiva energia cinética,
em geral, de grande massa. Prensas, veículos, polias de máquinas em movimento, marretas, martelos,
todos podem causar esmagamento na dependência do segmento lesado. As partes moles são
extensamente laceradas e os ossos sofrem fratura do tipo cominutiva.
183
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Diante de um esmagamento, há liberação, pelo músculo, de uma proteína (mioglobina), que entra
na circulação até chegar aos rins. Assim, há o bloqueio dos canais urinários, podendo causar a morte por
insuficiência renal aguda.
Os agentes perfurantes transferem sua energia cinética por meio de uma ponta, pressionando e
afastando os elementos do tecido, pois a ponta atua por pressão e vai afastando as fibras dos tecidos à
medida que se faz a penetração da haste. Por isso, possuem abertura pequena de raro sangramento.
São formados por uma ponta continuada e por uma haste cilíndrica. Conforme o diâmetro dessa
haste, pode ser classificada como de calibre pequeno (alfinetes, agulhas e espinhos) ou de calibre médio
(furador de gelo e sovela).
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A ação do instrumento perfurante pode ser ativa (quando o instrumento atingir o corpo em
repouso ou quase em repouso) ou passiva (quando o corpo em movimento se chocar com o instrumento
localizado em um anteparo).
ATENÇÃO!
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Não existe instrumento perfurante de grande calibre, sendo, neste caso, classificado como
pérfuro-contundente. Exemplo: vergalhão.
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• Lesão em sedenho: Quando o agente perfurante não atinge as cavidades, é chamada de lesão
Sousa Nogueira
em sedenho.
Flávio Sousa
Causam lesões diferentes das feridas punctórias quando penetram nos tecidos. São chamadas de
lesões fusiformes ou em casa de botoeira. Como exemplo, a doutrina aponta o picador de gelo:
184
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
As feridas pelos instrumentos perfurantes de calibre médio podem ser classificadas em:
em fundo de saco.
• Transfixantes: a lesão atravessa qualquer segmento do corpo de uma face à outra, ou seja,
possui entrada e saída.
A profundidade varia de acordo com a penetração da haste, podendo ser igual, maior ou menor
do que o cumprimento dela:
A profundidade será maior do que o cumprimento da haste, se houver compressão dos planos
superficiais pela empunhadura do instrumento, como nos golpes mais violentos desferidos no abdômen
(Lacassagne).
Flávio Sousa
Flávio Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira
23
O aspecto das feridas causadas pelos instrumentos perfurantes de calibre médio obedece a três
princípios (Leis de Edourd Filhós), que o diferencia das lesões incisas:
185
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
As lesões produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre têm aspecto semelhante (não
são iguais) às produzidas por instrumento pérfurocortante de dois gumes (lesão em casa de botoeira ou
fusiformes). Observa-se feridas em forma de botoeira, tendo a mesma direção em uma mesma região do
corpo, sempre acompanhando as linhas de força.
24
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As lesões produzidas por instrumento perfurante de médio calibre têm sempre a mesma direção,
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em uma mesma região do corpo (paralelas), em razão das linhas de força das fibras elásticas do corpo.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
Flávio
25
186
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
26
As lesões produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre podem ter forma diferente,
bizarra, anômala e/ou polimórfica, nos pontos de entrecruzamentos de linhas de força das fibras elásticas
da pele.
Os instrumentos cortantes transferem energia cinética por deslizamento e leve pressão através de
uma borda aguçada a que se dá o nome gume ou fio.
O instrumento de ação cortante causa ferida incisa. O exemplo típico desses instrumentos é a
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navalha, podendo outros objetos agir desta forma, como, inclusive, uma folha de papel.
Sousa Nogueira
Existe mais deslizamento que pressão. As fibras dos tecidos são seccionadas e os vasos
permanecem abertos nas vertentes das feridas, e em razão disso, há abundância em sangramento.
Flávio Sousa
• bordas regulares;
• predomínio da extensão sobre a profundidade (geralmente são artificiais, mas nada impede de
atingir planos mais profundos);
• profundidade é maior na porção correspondente ao terço inicial;
• a lesão termina com uma escoriação linear que se chama Cauda de Rato de Lacasagne, que
indica o sentido do deslocamento do instrumento, no momento do golpe, pela posição da cauda
de saída. Há ainda a presença da Cauda de Escoriação de Romanese. Ambas representam a
direção de saída do instrumento.
• quando, em função da ação do agente cortante, a vítima fica com uma cicatriz no rosto,
denomina-se Sinal de Gilvaz.
187
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
• podem causar mutilação se atingirem extremidades sem esqueleto, tais como o nariz, as
orelhas, a ponta dos dedos, o pênis etc.;
• no cadáver, as feridas incisas ficam menos abertas que em vivos, pois a pele do cadáver sofre
desidratação e se torna menos elástica.
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Note maior profundidade no terço inicial e a Cauda de Rato indicando o sentido da ação.
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Sousa Nogueira
Flávio Sousa
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Algumas feridas incisas recebem nomes especiais de acordo com a sua localização no corpo:
• esgorjamento;
• degolamento;
• lesões de defesa;
• ferida hiatrogênica.
12.1. Esgorjamento
Esgorjar é colocar a garganta para fora. São chamadas de esgorjamento as feridas que ocorrem nas
regiões laterais ou anterior do pescoço, podendo ser fruto de ação incisa ou corto-contundente.
• Anemia aguda: Há redução no volume de sangue circulante, levando à queda da pressão arterial
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• Pode ser homicídio: é orientada pela disposição, pelo número e pela localização das lesões ou
• Pode ser suicídio: Geralmente estão presentes lesões de hesitação, que se verifica na presença
de múltiplos entalhes nos lábios da ferida ou mesmo feridas menores e mais superficiais
paralelas à ferida principal. O agente busca testar sua sensibilidade à dor.
12.2. Degolamento
189
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Ocorre quando as lesões se situam na região da gola do pescoço, ou seja, na parte posterior do
pescoço, sem que haja o arrancamento da cabeça. Se houver o arrancamento da cabeça, haverá a
decapitação.
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Localizados na mão ou no antebraço, principalmente na borda ulnar (não no rádio, que é o osso
interno do antebraço). Se situadas na palma da mão, traduzem a tentativa de a vítima segurar a arma do
agressor.
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Flávio Sousa
Flávio
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Para saber qual incisão foi feita primeiro, deve-se tentar a aproximação das bordas separadas. Se a
escolha tiver sido correta, poderemos suturar as bordas da segunda ferida ao longo de duas direções
defasadas, mas paralelas. É chamado Sinal de Chavigny.
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melhor cicatrização.
Flávio Sousa
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Os instrumentos pérfurocortantes podem transferir sua energia cinética por pressão e por
deslizamento. Quando por pressão, irá gerar a perfuração através da ponta. Quando por deslizamento será
através dos gumes que seccionam as fibras dos tecidos.
Os instrumentos pérfurocortantes possuem uma ponta e um ou mais gumes. Eles são aqueles que
perfuram e cortam. Eles geram uma lesão pérfuro-incisa. Exemplo: faca de cozinha, que possui apenas um
gume, punhal, baioneta, espada que possuem dois gumes, e lima de serralheiro que possui três gumes.
13.1. Um gume
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Se o instrumento for de um gume, irá formar lesões em forma de casa de botoeira, com um dos
ângulos bem mais agudo que o outro. Assim temos que:
a. Entalhe
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A presença do entalhe, que consiste no ato de girar o instrumento no interior do corpo indica,
segundo o Professor Hygino de C. Hercules, animus necandi.
Flávio Sousa
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33
192
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
34
Se o instrumento for de dois gumes, a lesão terá forma de fenda e ângulos bastante agudos e
semelhantes. Na porção central, o afastamento das bordas tem alcance máximo, atenuando-se
gradualmente em direção aos ângulos.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Por fim, o instrumento de três gumes possui forma estrelada com tantas pontas quantas forem as
arestas do instrumento. Suas bordas são curvas e convexas em direção ao centro da ferida.
• superficiais;
• penetrantes;
• transfixantes.
a. Superficiais
As lesões superficiais são atípicas, pois, há o predomínio da ação cortante, e a regra é que a ação
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perfurante predomine.
b. Penetrantes
sanfona.
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c. Transfixantes
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
• encravamento;
• empalamento.
14.1. Encravamento
Encravamento
Sousa Nogueira
14.2. Empalamento
Flávio Sousa
Empalamento
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Este tipo de lesão ocorre na queda de grande altura, em que o corpo cai de cabeça e o couro
cabeludo se mantém integro ou quase integro com múltiplas fraturas calvária e laceração da massa
encefálica.
Nas quedas acidentais, o corpo tende a ficar próximo do ponto de lançamento. Nos homicídios, a
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distância tende a ser maior, pois há alguém empurrando. Nos suicídios, o corpo tende a ficar ainda mais
longe do ponto do lançamento, em razão do impulso.
Os agentes corto-contundentes são instrumentos que, dotados de grande massa, transferem a sua
energia por meio de um gume, causando lesões corto-contusas. Por isso causam lesões muito profundas e
graves, geralmente causando mutilações (fruto de ações traumáticas). Esses instrumentos agem
principalmente por pressão (parte que contunde) e, ainda, por deslizamento (em virtude de possuir gume).
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Exemplos: machados, enxadas, foices, facões, alfanjes e, inclusive, rodas de trem e guilhotina,
arcada dentária.
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Há dúvidas sobre a classificação da chave de fenda. O professor Hygino de C. Hercules ensina que
não há um enquadramento de classificação e que o melhor a ser feito pelo perito é classificar a ação e não
o instrumento. Pois a chave de fenda não é perfurante, em razão da ausência de ponta, e não seria pérfuro-
contundente.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
Houve uma mutilação: a retratitibilidade da pele é uma característica que indica que a lesão foi
feita em vida.
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15.2. Decapitação
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Quando o instrumento corto-contundente incide sobre a cabeça ou o pescoço, pode produzir tanto
Flávio
fratura exposta de crânio como decapitação, que é o destacamento da cabeça do corpo, podendo ser
homicida ou acidental.
15.3. Esquartejamento
15.4. Espostejamento
Essa lesão é causada pela mordedura de animais, que leva ao dilaceramento da pele, pois o animal
morde, sacode e puxa, não havendo regularidade nas lesões.
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Flávio
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) Um faxineiro de um hospital público, ao manusear o lixo da unidade cirúrgica, sofreu uma lesão que foi
descrita no prontuário médico como incisa. Com base nessas informações, é correto afirmar que, na
situação hipotética apresentada, a lesão foi causada por instrumento:
a) cortocontundente.
b) perfurante.
c) pérfurocontundente.
d) contundente.
e) cortante.
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2) Policiais civis do Grupo Especial de Local de Crime da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo
(DHNSG) foram acionados para proceder à perinecroscopia em função do encontro dos cadáveres de
Beatriz e Rodrigo, recém-casados. No interior do apartamento do casal, localizado no décimo terceiro
andar do imóvel A, tanto o delegado de polícia quanto o perito criminal perceberam o seguinte: sobre a
cama da suíte principal, havia uma mala com diversas roupas femininas dentro e fora dela; a sala estava em
desalinho; a distância máxima do parapeito da varanda em relação à parede oposta do interior do
apartamento era de seis metros; na varanda deste imóvel, cujo chão não estava sujo de sangue, foi notada
a presença de um estilete limpo e de um vaso de plantas quebrado, com terra derramada. Beatriz e Rodrigo
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foram encontrados além do muro limítrofe entre os imóveis A e B, já na área externa deste último,
respectivamente e de modo perpendicular, a três e a sete metros de distância a partir da linha de projeção
traçada com base nos parapeitos das varandas da mesma coluna que o apartamento do casal no imóvel A.
Beatriz estava com múltiplas escoriações e equimoses, protusão do globo ocular esquerdo, diversas
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fraturas da calvária, laceração da massa encefálica, além de uma amputação na altura do terço médio do
fêmur da perna direita, cujas bordas eram irregulares, com equimoses ao redor da lesão, tendo sido
Sousa Nogueira
encontrada a peça anatômica amputada a quinze metros do local em que o cadáver de Beatriz estava.
Rodrigo tinha múltiplas escoriações, midríase bilateral e fraturas expostas nos ossos da pelve, na fíbula e na
Flávio Sousa
tíbia, além de ter sido constatada, pelo perito legista, a presença da substância
metilenodioximetanfetamina no sangue de Rodrigo. A partir de análises das filmagens do circuito fechado
Flávio
de monitoramento do imóvel A, ficou comprovado que o casal estava sozinho no apartamento. Com base
nas informações apresentadas nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) As fraturas expostas nos ossos da pelve de Rodrigo são incompatíveis com a dinâmica do evento de
defenestração.
b) Os elementos obtidos nas perícias e no exame do local dos fatos, em conjunto com a distância entre os
cadáveres e a linha de projeção dos parapeitos das varandas do imóvel A, permitem distinguir as causas
jurídicas das mortes de Beatriz e Rodrigo.
d) As lesões na perna direita de Beatriz, conforme descritas pelo perito criminal, permitem que o delegado
de polícia conclua a investigação afirmando que a amputação foi provocada pela ação cortante do estilete
encontrado na varanda do apartamento do casal.
199
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
e) As lesões no cadáver de Rodrigo descritas pelo perito criminal não permitem indicar a provável região
anatômica que primeiro tocou o solo após a defenestração.
3) O corpo de um personal trainner que praticava habitualmente exercícios exenuantes matinais na praia
foi encontrado caído sobre a areia sem sinais externos de violência. Após análises periciais e do legista,
constatou-se que a morte desse indivíduo ocorreu em consequência de choque cardiogênico
(tamponamento cardíaco), o qual decorre da ação de energias de ordem
a) física.
b) mista.
c) bioquímica.
d) físico-química.
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e) biodinâmica.
Relacione o tipo de energia listado na coluna 1 com seu respectivo exemplo de lesão na coluna 2.
Coluna 1
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Tipo de energia
Coluna 2
Flávio
Exemplos de lesões
a) 1 • 2 • 3 • 4
b) 2 • 1 • 3 • 4
200
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
c) 2 • 1 • 4 • 3
d) 3 • 1 • 2 • 4
e) 3 • 1 • 4 • 2
5) As lesões complexas ou mistas são geralmente causadas por um instrumento cujas características de
atuação têm mais de um mecanismo de lesão. Por exemplo, lesões causadas por punhais, estiletes, facas e
similares, caracterizam uma lesão por:
a) Abuso físico.
b) Violência emocional.
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c) Síndrome de Munchausen.
Sousa Nogueira
d) Negligência e maus-tratos.
7) As equimoses sofrem alteração de coloração que varia do vermelho ao amarelado ao longo do tempo
Flávio
I couro cabeludo.
II supercílio.
IV região palpebral.
V região periorbicular.
a) I e II.
b) III e IV.
c) I, III e V.
201
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
d) I, II, IV e V.
e) II, III, IV e V.
c) foice, facão.
9) Periciado vítima de acidente automobilístico apresentou fratura exposta de fêmur direito em ambas as
tíbias, extensa equimose em tórax anterior, hematoma subgaleal em região frontoparietal direita. O
instrumento que provocou as referidas lesões é do tipo
a) perfurante.
b) contundente.
c) pérfurocortante.
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d) pérfurocontundente.
e) cortante.
Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira
b) um instrumento contundente.
Flávio
c) um instrumento cortante.
d) afogamento.
e) um instrumento perfurante.
11) Uma ferida de forma linear, bordas regulares, predominância do comprimento sobre a profundidade,
afastamento das bordas da ferida, regularidade do fundo da lesão, hemorragia quase sempre abundante,
presença de cauda de escoriação, centro da ferida mais profundo que as extremidades é denominada
ferida
a) contusa.
b) pérfurocontusa.
c) punctória.
202
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
d) cortante.
e) pérfurocortante.
13) Uma ferida de entrada de projétil de arma de fogo que apresenta a câmara de mina de Hoffman resulta
de tiro:
a) na boca.
b) encostado.
c) à queima-roupa.
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d) a distância.
e) embutido.
Nogueira -- CPF:
destruição do tecido cortical no polo frontal e no polo occipital, provocadas pelo efeito de movimentação
do encéfalo no interior do crânio. Tais achados caracterizam a chamada lesão de:
Flávio Sousa
a) polos opostos;
Flávio
b) bate-bate;
c) Chamberlain;
d) chacoalhamento;
e) golpe e contragolpe.
GABARITO
203
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 7
204
Flávio
Flávio Sousa
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8
FREDERICO ALVES MELO
205
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O projétil de arma de fogo é agente pérfuro-contundente, mas que, diferente dos já apontados,
não possui haste.
O PAF (projétil de arma de fogo) consiste em um pedaço de chumbo, que pode ter forma
arredondada, afilada e bem fina. Esse chumbo pode ser duro ou mole, e, por isso, pode interferir no fato
de alguns PAF transfixarem e outros só penetrarem.
As armas de fogo, são equipamentos capazes de disparar um PAF, por meio da força expansiva dos
gases liberados, pela queima de pólvora.
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2. CLASSIFICAÇÃO
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• fixa;
• móvel;
• semiportátil;
• portátil.
2.1.1. Fixa
São as que possuem mobilidade restrita, ou seja, os deslocamentos verticais e horizontais são
limitados.
2.1.2. Móvel
206
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São as que podem ser deslocadas de acordo com a conveniência. São montadas em carros de
combate ou dispositivos com rodas.
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207
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2.1.3. Semiportátil
As que podem ser montadas e desmontadas do suporte com facilidade para uso, mas que não
podem ser carregadas por um só homem.
2.1.4. Portátil
• Arma própria;
• Arma imprópria.
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É o instrumento que não é feito para ataque e/ou defesa, mas que pode ser utilizado para tal
finalidade.
• lisa;
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• raiada.
2.3.1. Lisa
2.3.2. Raiada
O cano da arma de fogo possui raiamento interno. As raias (produzem cavados nos projéteis) são
depressões, de forma helicoidal, cavadas ao longo do cano, separadas por cristas paralelas em que o metal
não está rebaixado.
208
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
O raiamento do cano serve para imprimir um movimento de rotação ao projétil, tornando seu
deslocamento, através das camadas do ar, mais regular e estável.
O raiamento irá dar movimento de rotação (causa as estrias), e será chamada de raias:
• Dextrógiras: quando o projétil rodar da esquerda para a direita em torno do seu eixo
longitudinal (sentido horário).
• Sinistrógiras: quando o projétil rodar em sentido contrário, da direita para esquerda
(sentido anti-horário).
d. Número de raias
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O número de raias varia de um fabricante para outro, mas são, no mínimo, cinco. Pode ser par ou
Flávio Sousa
ímpar. Algumas armas possuem raias mais estreitas e em maior número (microrraiação).
Flávio
e. Passo
A distância necessária para um giro de 360° do projétil é chamada de passo. A velocidade angular
do movimento de rotação do projétil depende do passo e da carga propelente.
O parâmetro para se verificar a velocidade do PAF é a velocidade do som, podendo ser de:
• baixa velocidade;
• média velocidade;
• alta velocidade.
209
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
• Tiro único;
• De repetição
As armas de tiro único têm que ser alimentadas (municiadas) e carregadas para cada disparo, pois
só comportam um cartucho para cada cano; existem aquelas com dois ou três canos.
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2.5.2. De repetição
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O mecanismo de repetição pode ser simples, como na maioria dos revólveres, ou executado por
Flávio
parte da energia proveniente do disparo. Neste caso, se puderem disparar todos os projéteis sem
necessidade de aliviar o dedo do gatilho serão chamadas de armas automáticas. Se precisarem de um
movimento completo do gatilho para cada disparo, serão consideradas semiautomáticas.
• Calibre real;
• Calibre nominal.
210
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
É verificado pelo diâmetro da boca das armas de fogo raiadas, quando medido entre dois cheios
opostos, no caso de raiamento par. Se o raiamento for de número ímpar, deve ser utilizado um
equipamento especial.
OBSERVAÇÃO
36
Quando ele é referido de acordo com o número dado pelo fabricante (que se encontra na caixa).
Flávio
Mais de um calibre nominal pode corresponder a um mesmo calibre real, seja da arma seja do projétil.
A designação de calibre nominal das espingardas segue referencial diferente, medido pelo
cartucho, e não pela boca da arma.
211
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
Os calibres encontrados no comércio são, do maior para o menor: 36; 32; 28; 24; 20; 16 e 12. Neste
caso, conforme for maior o calibre, menor é o diâmetro dos balins.
OBSERVAÇÃO
A espingarda calibre 12, quando tem o cano amputado em cerca de 1/3 do seu comprimento para
transporte clandestino, é vulgarmente chamada de escopeta.
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A Lei n.º 10.826/2003 estabelece que o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) é o órgão controlador
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do registro e cadastro de armas e de emissão de portes, de modo a ter o controle do número de armas em
Flávio
poder da sociedade civil e de seu fluxo. Esse controle não abrange as armas das Forças Armadas e
Auxiliares, pois continua competente o Comando do Exército para a fiscalização dos chamados produtos
controlados.
3. MUNIÇÃO
• projétil;
• estojo;
• carga propelente;
212
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• espoleta;
• no caso específico de espingardas, tem-se a bucha.
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3.1. Projétil
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Segundo o professor Hygino de C. Hercules todas as armas raiadas usam cartuchos com projétil
Flávio
único, enquanto as espingardas usam, preferencialmente, cartuchos com projéteis múltiplos, embora
possam usar cartucho de projétil único.
ATENÇÃO!
213
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
Em relação as armas de uso civil, os revólveres costumam usar projéteis de chumbo nu. A ponta
desses projéteis pode ser do tipo ogival, truncada (cilindro-tronco-cônico) ou plana (canto vivo).
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Quanto mais plana a extremidade do projétil menos ele penetra e mais transfere energia cinética
para o alvo. Denomina-se poder de parada (stopping power) a capacidade que tem um projétil de
incapacitar um oponente ao atingi-lo. Assim, os projéteis que transferem sua energia cinética rapidamente
têm maior poder de parada do que os que penetram mais rápido e chegam a transfixar o alvo.
OBSERVAÇÃO
O stopping power será maior se atingir órgão vital. Logo, será menor se não atingir órgão vital.
Existem modificações introduzidas pelos fabricantes de cartucho que podem ser utilizadas para
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aumentar a capacidade de projétil transferir a sua energia ao tocar o alvo. Isso se consegue construindo
projéteis que se deformem e se expandam ao entrarem em contato com os tecidos do corpo humano,
ampliando o diâmetro da área de contato. Outro modo é fazê-lo fragmentar-se.
Para aumentar a deformidade dos projéteis, os fabricantes os fazem com a ponta formada por liga
de chumbo mais mole, truncada (soft nose) ou não (soft point) ou com a ponta escavada (hollow point).
Os projéteis deformáveis costumam ser parcialmente blindados, tendo a parte apical nua. Sua
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blindagem, com frequência, é serrilhada longitudinalmente na metade próxima da ponta, para que se abra
como aletas no momento do impacto, de modo a ampliar em muito a transferência de energia e a
destruição dos tecidos. Alguns são totalmente blindados, mas revelam fendas na ponta ou nas laterais da
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Também são destinados a penetrar, sendo revestidos por uma capa de cobre. Além disso, têm um
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orifício na ponta (chumbo mole, ponta oca, sem revestimento metálico). Quando atingem o alvo, eles se
abrem como se fossem um cogumelo, perdendo a capacidade de transfixar, ancorando dentro alvo. A
Flávio
vantagem é que toda a energia que o projétil hollow point traz é transferida para o corpo, com
probabilidade de causar lesões maiores.
215
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
38
levando a óbito alguns desses agentes. A partir desse episódio, os projéteis foram melhorados no sentido
de buscar a penetração, sem que houvesse a transfixação.
O tema já foi cobrado na prova de Delegado de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
Os projéteis de espingardas são chamados de balins ou bagos. Seu formato é esférico e o seu
diâmetro não tem muita relação com o calibre da arma. Uma espingarda 12 pode usar cartuchos com
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Existem, contudo, projéteis de espingarda únicos, que apresentam forma cilindro-ogival, sulcos
cavados de modo helicoidal na face externa e corpo escavado pela base. São chamados de balote ou de
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bala ideal. Disparados sobre o ser humano, penetram menos que os projéteis comuns de revólver, mas
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levam energia muito maior, com grande poder de parada (stopping power).
Como os projéteis, em regra, possuem chumbo, é feita uma reação com o fim de verificar se
Flávio
determinada pessoa possui chumbo nas mãos: a reação do rodizonato de sódio, sem ficar avermelhado,
indica a presença de chumbo. Isso não é indicativo de certeza que a pessoa efetuou um disparo, pois o
chumbo pode ser proveniente de outra fonte.
3.2. Estojo
O estojo é a parte do cartucho que recebe e acomoda as demais partes componentes. Ele
apresenta um orifício pequeno na base, onde se aloja a espoleta. Na munição de armas raiadas, o estojo é
formado por latão.
216
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
Quanto à base, borda ou culote, o estojo difere-se conforme se trate de munição para revólver ou
para pistola. Nos cartuchos para revólver, existe uma orla saliente onde se encaixa o extrator para removê-
los das câmaras de combustão do tambor. No caso das pistolas, não há orla e sim um sulco, também
chamado trilho, em que o extrator atua, deixando marcas, também importantes para identificação da arma
que efetuou o disparo. Algumas pistolas adotam munição com trilhos e discreta orla.
A energia que empurrará o PAF para frente é proveniente dos gases da queima de um propelente
(qualquer substância que, quando queimada, produz gás). A tendência do gás é se expandir em todas as
direções e sentidos. Dessa maneira, se esse gás queimar dentro de um recipiente, o gás não terá para onde
se expandir, assim, só poderá se expandir numa direção, que está arrolhada por um projétil. Portanto, este
projétil impulsionado por esse gás será arremessado a distância em direção ao alvo.
• Combustão é uma reação química exotérmica em que há queima da substância de modo lento,
ao ar livre, na qual o calor despendido pode dissipar-se e os gases produzidos não exercem
pressão sobre o combustível.
• Deflagração consiste em uma combustão rápida de modo que haja aquecimento progressivo do
combustível e aumento da pressão ambiente pelo desprendimento dos gases. É o que ocorre
com as pólvoras balísticas.
• Denotação resulta de um processo extremamente rápido que propaga, quase
instantaneamente, toda a massa de combustível como uma onda de choque explosiva. É o caso
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3.4. Espoleta
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A espoleta ou cápsula de espoletamento localiza-se abaixo do estojo. Quando o pino percutor bate
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na espoleta, gera uma faísca na mistura iniciadora. Essa faísca incendeia a pólvora, que virará gás e expelirá
o projétil. Segundo o Professor Wilson Palermo, neste composto químico, geralmente estão presentes
Flávio
estifnato de chumbo, tetrazeno, nitrato de bário, tissulfato de antimônio e chumbo. O níquel costuma não
integrar a mistura.
217
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
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Qualquer que seja o tipo de pólvora de um cartucho, sua queima tem que ser iniciada a partir de
um dispositivo com material que se inflame e transmita sua chama à pólvora.
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Primer ou mistura iniciadora é a substância que inicia a combustão, para posterior deflagração do
projétil. Essa combustão se dá em função de, após a espoleta ser acionada pelo percutor, o primer, em
contato com a bigorna, produzir faísca, que passa pelos eventos, com sua posterior combustão.
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Bucha pneumática é uma espécie de tampão de cartão, cortiça ou serragem prensada que separa a
carga de pólvora dos balins, nos cartuchos para espingardas. Nos mais modernos, a bucha é de plástico, em
forma de copo, e tem também a função de manter os balins juntos durante pequena porção inicial do
218
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
trajeto. A resistência do ar, contudo, faz com que ela se abra e fique a meio caminho do alvo nos tiros de
meia distância.
Nos tiros de curta distância, a bucha também atinge o alvo, podendo ser encontrada no interior da
ferida. Quanto mais denso o material que é feita, maior a distância que ela atinge. Sendo encontrada, a
bucha serve para verificar o calibre da espingarda.
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É o conjunto de feridas produzidas pela entrada de projéteis múltiplos disparados pela espingarda.
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Em regra, quanto maior a distância entre as entradas das feridas, maior foi a distância do disparo.
4. BALÍSTICA
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Balística é a parte da mecânica que estuda o movimento dos projéteis e as forças envolvidas na
Flávio Sousa
O impulso dado a um PAF depende da potência da carga, que determina a velocidade com que sai
da boca da arma. Por sua vez, a velocidade é o elemento mais importante na fórmula da energia cinética.
Iniciada a deflagração, os gases forçam o estojo em todos os sentidos. Por trás, ele é projetado
sobre a culatra; lateralmente, não explode por causa da resistência da câmara de combustão, restando,
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FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
para seu escape, a base do projétil. Pequena parcela de gases passa na junção entre o tambor e o orifício
posterior do cano, no caso dos revólveres.
O projétil é forçado a girar em torno do seu eixo longitudinal pelos cheios da raiação, ao ser
empurrado ao longo do cano da arma, já que seu diâmetro externo é ligeiramente superior ao calibre real
da arma. Assim, os cheios fazem um sulco oblíquo no corpo do projétil.
• rotação;
• translação;
• báscula;
• nutação;
• precessão.
4.1.1. Rotação
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Um dos movimentos do projétil é o de rotação sobre seu próprio eixo, que é fundamental para sua
estabilidade ao longo do trajeto em direção ao alvo.
Não fosse a rotação, a resistência do ar faria desviar esse eixo com relação à trajetória, de modo
que, a meio caminho, entre a boca da arma e o alvo, o projétil ficaria de lado ou mesmo com a base para
diante, o que reduziria o seu alcance.
4.1.2. Translação
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compensação é calculada pelo fabricante quando constrói o aparelho de pontaria da arma. Existem
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4.1.3. Báscula
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Flávio
Em razão de ter forma cilíndrico-ogival, e de ter o peso da base diferente em relação a ponta, o
projétil evidencia o movimento de báscula, que é a oscilação (entre a ponta e a base), que se integra aos
outros dois já citados.
4.1.4. Nutação
4.1.5. Precessão
220
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
41
A análise da distância alcançada pelo projétil depende de alguns fatores, tais como:
• massa do projétil;
• comprimento do cano da arma;
• quantidade e tipo de propelente etc.
É necessário juntar essas características para saber o que se quer fazer com aquele disparo. Por
isso, há arma de cano curto e arma de cano longo; propelente do tipo A e do tipo B; propelente que faz
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Se o material do cone de dispersão atingir o alvo, indica que o disparo foi a curta distância ou a
queima roupa. Logo, como regra (há exceção), se não houver fragmentos do cone de dispersão no alvo,
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esse tiro foi a distância (o professor Hygino de C. Hercules chama de a longa distância).
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Veja que o cone de dispersão é formado pelos gases superaquecidos, micropartículas etc.
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4.2.3. Residuograma
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É o estudo dos resíduos provenientes do tiro. É feita pela microscopia eletrônica de varredura.
Esses resíduos podem ser provenientes do propelente que está dentro do estojo, do material que está
dentro da espoleta, do próprio projétil de arma de fogo e do cano da arma. Tudo isso vai impregnar a
vítima ou a mão do atirador.
4.3.1. Primários
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Efeitos primários do tiro são resultantes da ação direta do projétil, ou seja, são característicos do
ponto de impacto deste com o alvo. Independem da distância do tiro.
4.3.2. Secundários
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Os efeitos secundários resultam dos tiros encostados ou a curta distância, pois são oriundos do
Flávio Sousa
cone de dispersão
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Exemplo: Vapor superaquecido, língua de fogo, pólvora (in) combusta, micropartículas de metais do
cano da arma etc. Dependem da distância do tiro.
Quando não se encontra os resíduos do cone de dispersão no alvo, pode ser indicativo de que o tiro
foi a longa distância, pois apenas o projétil produziu efeitos no alvo.
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FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
CUIDADO!
O tiro pode ser de curta distância e não deixar resíduos do cone de dispersão se houver a
presença de um anteparo. Exemplo: travesseiro.
É a primeira das orlas. Nela, ocorre a limpeza dos resíduos e impurezas que o PAF trouxe ao deslizar
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pelo cano da arma. Essa limpeza, segundo o Professor Hygino de C. Hércules, ocorre na derme.
A orla de enxugo é um indicativo de certeza de tiro de entrada, assim, auxilia a indicar a direção do
projétil. É também chamada de Sinal de Chavigny ou orla de Canuto e Tovo.
A ausência do Sinal de Chavigny não garante que seja um orifício de saída. Por vezes a orla de
enxugo pode só ser observada nas roupas da vítima.
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A epiderme é o primeiro plano a entrar em contato com a entrada de um PAF. Assim, ocorre o
arrancamento da epiderme, deixando a derme à mostra, ou seja, uma lesão de escoriação. Essa orla
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O diâmetro de entrada na pele é menor que o calibre do projetil em função da elasticidade da pele.
O professor Hygino de C. Hercules aponta que é possível verificar a orla de escoriação na saída,
desde que exista um anteparo, por exemplo, a pessoa esteja encostada na parede, em um cinto etc. Além
disso, ensina que é possível a lesão de entrada não possuir orla de escoriação — desde que localizada nas
regiões palmares/plantares —, em função da camada córnea dessas regiões ser mais espessa/rígida,
podendo a lesão ter forma estrelada e sem orla de escoriação.
224
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Nas escoriações excêntricas, o local que houver maior escoriação, é indicativo da incidência do PAF.
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Essa análise da direção do tiro é feita com o cadáver em decúbito dorsal (posição anatômica), o que
Flávio Sousa
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46
O anel de Fisch é formado pelo somatório da orla de enxugo ou alimpadura com a orla de
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escoriação, sendo uma característica de lesão de entrada de PAF. Ainda, o anel de Fisch indica a incidência
do disparo.
ATENÇÃO!
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Trata-se de mancha arroxeada formada pelo rompimento dos vasos, durante o trajeto no corpo,
devido à ação contundente do projétil, que leva ao extravasamento do sangue e à sua posterior infiltração
nas bordas da lesão.
226
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
O professor Hygino de C. Hercules diz que a orla de equimose não é constante nem exclusiva da
entrada, podendo ser observada nos tecidos vizinhos ao orifício de saída.
ATENÇÃO!
48
Quando o tiro é dado a curta distância, além das lesões causadas pela entrada do projétil, tem-se
ainda os efeitos causados pelo cone de dispersão (efeitos secundários). A presença desses efeitos (zonas),
dependerá da distância do tiro, podendo ser verificada três, duas ou apenas uma dessas zonas.
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• zona de tatuagem.
Flávio
Trata-se da queimadura produzida pelos gases nos tiros de curta distância. Pode levar a
queimaduras de 1º e 2º graus.
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Trata-se da fuligem formada pela fumaça nos tiros de curta distância. É também conhecida como
zona de falsa tatuagem. Essa zona é produzida, porque os resíduos da combustão, por possuírem pouca
densidade, possuem mais dificuldade de atravessar o ar, mas vão mais longe que a zona de queimadura.
A zona de esfumaçamento pode ser removida da pele através da limpeza de água e sabão.
Nos disparos oblíquos, as zonas de esfumaçamento e de tatuagem serão maiores no lado oposto do
disparo.
De acordo com o Professor Genival França, o disparo que ocorreu em até 10 centímetros de
distância é considerado tiro a queima roupa.
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ATENÇÃO!
A ausência das zonas de chamuscamento, tisnado ou tatuagem não indica certeza de que o tiro
foi a longa distância, vez que é possível que seja feito a curta distância, com a presença de um anteparo.
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Os micros resíduos do cone de dispersão, grãos de pólvora em combustão ou ainda não queimados,
atravessam a epiderme e impregnam-se na derme, nos tiros a curta distância.
A zona de tatuagem só pode ser removida através de cirurgia plástica. Assim, a limpeza local com
água em sabão não irá alterar a zona de tatuagem.
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É possível se ter mais projéteis, no interior do corpo, do que orifícios de entrada em duas hipóteses:
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Todos os componentes do projétil irão interagir com a pele nos tiros efetuados com a boca da
arma encostada nela. Os efeitos que serão causados dependerão da existência de plano ósseo ou não
embaixo da pele, além da pressão exercida na região.
De acordo com a doutrina, são os sinais presentes em tiros efetuados encostados na pele:
• Sinal de Escarapela
Se o tiro for disparado encostado na pele, e existir plano ósseo subjacente, os gases não terão para
onde se expandir, fazendo com que a pele fique evertida, estrelada de forma irregular, pois os gases fazem
com que ela estoure de dentro para fora. Ainda, os resíduos de pólvora ficam impregnados na região.
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Existe doutrina que aponta haver, na boca de mina, zona de tatuagem, mas o tema não é pacífico.
ATENÇÃO!
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O Sinal de boca de mina de Hoffman é na pele. Não confunda com o Sinal de Benassi, que é no
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plano ósseo.
Flávio Sousa
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
Se o tiro for disparado encostado na pele, sem plano ósseo subjacente, é possível que a massa de
mira e o cano da arma fiquem marcadas na pele, em razão da ação contundente e do aquecimento (ação
termomecânica). Neste caso, os gases entram na pele, ficando invertida.
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O Sinal de Benassi é o sinal de esfumaçamento no osso, nos tiros encostados com plano ósseo.
Esse sinal desaparece com a putrefação.
CUIDADO!
Não confunda com o Sinal de boca de mina de Hoffman, pois, neste, o sinal é na pele.
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O professor Genival Veloso de França usa o termo esfumaçamento ou falsa-tatuagem, mas existem
outros autores que usam o termo tatuagem no osso.
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É representado pelo esfumaçamento das paredes do conduto (canal do tiro) produzido pelos
gases que vem atrás do projétil entres as lâminas interna e externa de um osso chato (crânio, externo,
costelas, escápula e ilíaco ou pelve). É indicativo de tiro encostado e, excepcionalmente, à queima-roupa.
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FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
Este sinal, que é o tronco de um cone, aparece em ossos achatados. Normalmente, é verificado no
crânio, pois este possui duas tábuas ósseas compactas separadas por um osso esponjoso. Na entrada, a
tábua mais externa possui orifício menor que a da tábua interna, sendo chamada de cortada em bisel. Sua
importância médico-legal é indicar a direção do projetil.
Vale lembrar que, na saída, haverá inversão: a tábua interna terá o orifício menor que a tábua
externa.
ATENÇÃO!
Tronco de cone de Bonnet com base maior para dentro do crânio indica lesão de entrada.
Tronco de cone de Bonnet com base maior para fora do crânio indica lesão de saída.
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Note que, na entrada do projétil, a lesão, na tábua externa, é menor do que na tábua interna; e, na
saída do projetil, a lesão na tábua externa é maior do que na tábua interna.
233
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
São dois anéis concêntricos de esfumaçamento intercalados por um halo claro nos locais onde
ocorreu tiro à queima roupa.
uma vez que a pele é elástica e volta para o lugar (salvo no Sinal de boca de mina de Hoffman).
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Flávio Sousa
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
4.10.1. Trajeto
O trajeto se inicia com a entrada do projétil no corpo, ou seja, é o percurso interno do projétil no
alvo. O trajeto se finaliza com a parada no interior do corpo ou com a saída do PAF.
4.10.2. Trajetória
Trata-se do percurso externo ao alvo do projetil, ou seja, fora do corpo da vítima. Durante a
trajetória, o PAF sofre influência da gravidade e da resistência do ar.
Durante o trajeto ou durante a trajetória, o projetil sofre a força de arrasto, que é a dificuldade de
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progressão no geral, e a força gravitacional, que é a atuação da gravidade. Ambas as forças podem alterar
a estabilidade do PAF.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
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235
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
4.11. Feridas
Trata-se da ferida causada pelo PAF que possui entrada, trajeto, mas não possui saída, ou seja, o
projétil fica dentro da cavidade corporal.
centrífuga. Se em órgãos de menor densidade, a lesão é menos exuberante, como nos pulmões, em razão
da capacidade de absorção das energias da onda de pressão.
CB=m
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----------------------------------
I . d²
m=massa; I=fator de forma; d= densidade
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O fator de forma é um número que expressa o quão pontiagudo é o projétil. Seu valor é menor,
Sousa Nogueira
nos projéteis com ponta afilada, tornando-se maior nos de ponta truncada, e máximo nos de ponta plana,
tipo canto vivo.
Flávio Sousa
Assim temos que, quanto maior o coeficiente balístico, maior a chance de transfixar, e quanto
Flávio
maior o calibre, menor a chance de transfixar, pois possui maior poder de parada.
É aquele que o PAF entra, mas não sai, uma vez que busca que toda sua energia cinética seja
transferida para o alvo. São normalmente os PAFs que possuem pontas rombas (deformáveis), sendo
conhecido como “bala dum dum”, “hollowpoint” etc.
236
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
É aquele feito para entrar e sair, ou seja, neste caso, não haverá a transferimento total da energia,
uma vez que o PAF segue sua trajetória com energia cinética. Sua ponta deve ser fina.
Um projétil tem estabilidade na trajetória quando o seu centro de massa e o seu centro de pressão
estão alinhados horizontalmente com trajetória.
É o ponto ideal de aplicação das forças de arrasto (força que oferece resistência ao deslocamento
do projétil sendo diretamente proporcional à densidade do meio atravessado). Ou seja, centro de pressão é
o ponto imaginário onde as partículas de ar colidem contra o projétil.
Quanto maior a distância entre o centro de massa e o centro de pressão, mais estável é o projétil.
Nos PAFs, o centro de pressão está em direção à base do PAF, e o centro de massa fica na ponta
dele, como na flecha abaixo:
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Sousa Nogueira
Flávio Sousa
De acordo com o Professor Hygino de C. Hercules, nos tiros de fuzis, o centro de massa é anterior
(base do PAF) ao centro de pressão (próxima à ponta), e, por esse motivo, possui maior facilidade de perda
Flávio
237
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
56
4.16. Residuografia
O exame residuográfico analisa a pele da mão de quem efetuou o disparo, com o fim de verificar a
presença de resíduos provenientes:
• do primer;
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• da queima da pólvora;
• do atrito do PAF com o cano;
• micro partículas dos PAFs;
• micro partículas do cano.
além de dizer o tipo de resíduo que existe, estabelece os percentuais de cada um.
São citados ainda como métodos de análise as reações de Difenilamina, de Griess e o teste de
parafina ou prova de Iturrioz.
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• Pólvora negra: indica que o cheiro persiste por 12 horas e, em mais de 5 dias, causa ferrugem
no cano da arma.
Flávio
A presença dos resíduos na mão pode indicar um autor ou uma vítima que tentou se defender.
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choque, que são ouvidas como um estrondo e resultam da incapacidade das moléculas gasosas de
transmitirem as vibrações com a mesma velocidade com que chegam, o que gera um acúmulo de energia,
Flávio Sousa
As ondas de pressão são diferentes, pois, resultam do deslocamento dos tecidos percutidos pelo
projétil. O deslizamento de partículas do meio ao longo do projétil tende a ser paralelo a sua direção, mas,
quando elas esbarram em uma curva da sua superfície, afastam-se de modo centrífugo. Isso leva que se
forme uma zona de vazio e de baixa pressão atrás do projétil, embora o deslocamento dos tecidos se deva
a ondas de pressão positivas. Assim, a cavidade permanente, representada pelos tecidos lacerados e
esmagados pelo contato direto com o projétil, é ampliada temporariamente (cavidade temporária) pelo
afastamento de suas paredes.
239
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, a gravidade da lesão é fruto da onda de pressão, pois o
efeito da onda de choque é ineficaz devido a sua brevidade/curta duração (tanto que são utilizadas na
destruição de cálculos renais).
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• cavidade permanente; e
• cavidade temporária
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Na formação da cavidade temporária, que pode ter amplitudes variadas, há um estiramento que
resulta do deslocamento centrífugo que os tecidos sofrem pelo contato do projetil, em razão da onda de
pressão. Ela é resultante do alargamento da cavidade permanente, estando presente em todos os tipos de
tiro.
ATENÇÃO!
Levando em consideração as mesmas constantes, o PAF de maior velocidade, vai gerar uma maior
cavidade temporária, pois maior será a energia cinética, e, por consequência, maior será a onda de pressão.
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• onda de pressão;
• estabilidade do PAF; e
• tamanho do trajeto.
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A ponta do projetil reflete no tamanho da cavidade temporária, em que, quanto menor a ponta
desta, menor será a cavidade.
Flávio Sousa
diâmetro do projetil.
Normalmente, a cavidade temporária é menor no início e no fim, mas, caso a amplitude máxima da
cavidade coincida com o limite do corpo, poderá ser muito maior que a de entrada.
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Como regra, as lesões de saída possuem forma irregular e bordas evertidas, com maior
sangramento do que no orifício de entrada. Não apresentam as orlas e zonas já estudadas.
ATENÇÃO!
Lembre-se de que um único projetil, com um orifício de entrada, pode causar mais de uma lesão de
saída, desde que este se desfragmente.
• Saída de PAF secundário: ocorre quando a lesão de saída é causada por fragmentos de ossos
que foram fraturados, ou seja, não é causada pelo PAF.
• Sinal de Rommanesi: trata-se da ferida que se observa no orifício de saída de PAF, quando o
plano cutâneo se acha contatado externamente com um anteparo duro. Exemplo: encostado na
parede; carteira no bolso etc.
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É considerado projetil de alta energia aquele que possui a velocidade inicial acima de 600 m/s
(metros por segundo). Em relação aos PAFs de baixa energia, tem-se que os de alta energia possuem uma
maior cavitação (assim, maiores cavidades são formadas) e ainda, em condições iguais, maior capacidade
de causar lesões de saída mais exuberantes.
O professor Hygino de C. Hercules diz que as lesões de entrada sem anteparo são circulares
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Como regra, as lesões de entrada sem anteparo são menores que o diâmetro do projetil, no
entanto, é possível que seja maior em razão de alta velocidade do projetil.
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Se houver anteparo (osso) a ferida de entrada tende a ser muito mais exuberante, a ponto de
Sousa Nogueira
Normalmente, a cavidade temporária é menor no início e no fim, mas, caso a amplitude máxima da
Flávio Sousa
cavidade coincida com o limite do corpo, poderá ser muito maior que a de entrada.
Flávio
Em mesmas condições, os órgãos de maior densidade tendem a ter lesões mais exuberantes do que
em órgãos de menor densidade, pois apresentam uma maior resistência.
Exemplo: o fígado é mais rígido do que o pulmão, e, nas mesmas condições, tende a apresentar
lesões mais exuberantes.
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APLICAÇÃO EM CONCURSO
a) compreender que a lesão observada na nuca é oriunda da utilização de arma de fogo com cano de alma
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raiada, uma vez que a produção de orla/zona de tatuagem é exclusiva da utilização desse tipo de
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armamento.
b) considerar que a orla/zona de tatuagem advém do emprego de um tipo especial de munição com balins
e bucha plástica nas armas de fogo com cano de alma lisa, razão pela qual não será observada por ocasião
da utilização de armas de fogo com cano de alma raiada.
d) instaurar inquérito policial para apurar homicídio simples e compreender que as lesões descritas pelos
peritos foram produzidas por ação vulnerante perfurante e pérfuro-cortante, além de ter sido utilizada
eletricidade industrial.
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e) instaurar inquérito policial para apurar homicídio qualificado, haja vista a impossibilidade de defesa de
Sousa Nogueira
2) Nas lesões produzidas por disparo de arma de fogo, o projétil atinge o organismo, penetra e pode ficar
retido ou atravessar o corpo. Em relação às orlas que são formadas no orifício de entrada do projétil, a orla
de contusão é aquela que:
a) É também chamada zona de tatuagem falsa, pois ocorre simples depósito de pólvora incombusta e
impurezas, e é facilmente removível.
b) Apresenta características mistas devido a menor energia cinética, perda das impurezas no percurso e
aquisição de material orgânico.
c) É gerada quando o projétil penetra, a pele se invagina como um dedo de luva e se rompe, devido à
diferença de elasticidade existente entre a epiderme e a derme.
d) É gerada pela rotação do projétil sobre o seu próprio eixo e revestida com impurezas provenientes da
pólvora e dos meios anteriormente atravessados, deixando impurezas trazidas do exterior.
245
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
e) É também chamada de tatuagem verdadeira pois deixa incrustação dos grânulos e poeiras que
acompanham o projétil em disparos próximos.
3) O fator mais importante no grande poder lesivo dos projéteis de fuzil é seu/sua:
a) massa maior;
b) estabilidade no trajeto;
c) poder de penetração;
d) formato;
e) energia cinética.
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4) Lesões por projéteis de arma de fogo (PAF) são um tipo de ferida pérfuro-contusa frequentemente vistas
no cotidiano de um perito legista. A esse respeito, assinale a alternativa correta em relação aos orifícios de
entrada das lesões por PAF.
c) Sempre contêm orla de enxugo, mesmo quando o PAF sai e entra novamente.
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5) Após disparo de arma de fogo, o cone de dispersão, contendo os ferimentos causados por projéteis de
Sousa Nogueira
arma de fogo, apresentam características relativas à distância entre o atirador e a vítima. Nesse contexto, é
correto afirmar que
Flávio Sousa
a) ferimentos causados por disparos com cano encostado têm aspecto semelhante em locais com tecidos
Flávio
c) a orla de tatuagem é formada por grânulos de pólvora em combustão, que causam queimaduras na pele.
d) a orla de escoriação está presente no orifício de saída, sempre, em suas bordas evertidas.
a) a orla de tatuagem é formada por grãos de pólvora incombusta que queimam a epiderme.
b) a presença de orla de tatuagem faz com que não sejam visíveis as demais orlas, uma vez que, por se
tratar de uma área extensa de queimadura, inviabiliza a exposição das demais.
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FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
d) a presença de orla de queimadura descrita no laudo pericial caracteriza disparo a distância inferior a um
metro.
7) Nos tiros dados em crânio, costelas e escápulas, principalmente quando a arma está sobre a pele, pode-
se encontrar um halo fuliginoso na lâmina externa do osso referente ao orifício de entrada. Esse sinal é
conhecido como
a) sinal de Werkgaertner.
c) sinal de Benassi.
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8) A balística forense ocupa-se do estudo das armas de fogo, munições e efeitos dos tiros desencadeados
por elas. Nesse sentido, acerca do tema, assinale a alternativa correta.
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a) À pistola possui tambor giratório e número variado de câmaras, geralmente cinco ou seis.
b) O revólver é uma arma de fogo não portátil que não tem tambor.
c) Arma de fogo portátil é aquela que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, pode ser transportada por
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e) A orla de escoriação é representada pela orla de detritos e impurezas que ficam retidas na pele quando o
Flávio Sousa
a) zona de esfumaçamento.
b) zona de tatuagem.
c) zona de chama.
d) orla de contusão.
e) orla de enxugo.
247
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
10) Em estudos de balística, observa-se que, num disparo de arma de fogo, ao atingir um corpo,
frequentemente,
11) Os fuzis, armas militares utilizadas pelo crime organizado, disparam projéteis de alta energia cinética.
Em relação às características desses projéteis, é correto afirmar que:
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c) por terem ponta afilada, os orifícios de entrada são sempre de pequeno diâmetro;
d) pela sua alta velocidade, não permitem realizar exame de microcomparação balística;
12) Um dos métodos mais fidedignos para a pesquisa de pólvora na mão do atirador, também chamado de
residuograma, é realizado por meio da:
a) diafanoscopia;
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b) reação de residronato;
Sousa Nogueira
248
FREDERICO ALVES MELO PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO • 8
GABARITO
249
Flávio
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO
EXPLOSIVOS
LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR
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LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 9
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 9
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O estudo dos explosivos trata do conjunto de manifestações violentas causadas pela expansão dos
gases de uma grande explosão, que causa a onda de choque e de pressão, e assim leva ao deslocamento
bruto de ar em todas as direções.
2. BLAST
O blast ocorre diante de uma explosão de qualquer artefato explosivo, ou seja, é resultante da
liberação de gases comprimidos. Essa liberação de gases é chamada de onda de choque. A velocidade
dessa onda irá variar de acordo com a potência da carga explosiva.
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• aéreo;
• aquático ou líquido;
• terrestre ou sólido.
2.1. Aéreo
Neste caso, a energia produzida propaga-se rapidamente através do ar. Para se verificar o blast, a
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onda de choque gerada deve ser superior a 340 m/s (metros por segundo).
A energia produzida propaga-se rapidamente através da massa líquida. A onda de choque gerada é
Sousa Nogueira
Ocorre quando a onda de choque gerada é superior a 5.000 metros por segundo.
Em relação à proximidade do alvo ao centro da explosão, o blast pode ser primário, secundário ou
terciário:
O blast será primário quando o alvo se encontra no centro da explosão. Neste caso, o alvo poderá
ser carbonizado, espostejado, reduzidos a pedaços, conforme a força da explosão.
O blast primário atua por três tipos de força: de fragmentação, de implosão e de inércia. A
primeira lasca e rompe as estruturas da parede do espaço aéreo. A de implosão é o resultado da
reexpansão do ar que foi comprimido; e a de inércia é representada pela resistência dos diversos tecidos
dos órgãos ao deslocamento, sendo maior em órgãos mais densos.
251
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 9
Ocorre quando o alvo está um pouco afastado do centro da explosão. Assim, o alvo é atingido
pelos estilhaços oriundos da expansão do centro da explosão.
Ocorre quando a onda de choque projeta a pessoa contra o chão, ou algum anteparo, podendo
causar lesões contundentes. Aqui, o alvo encontra-se mais afastado que no blast secundário.
A doutrina, por outros, Hygino C. Hércules refere que seriam todos os efeitos não causados
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diretamente pelos tipos anteriores, logo, tudo que não se encaixa nos blasts primário, secundário ou
terciário.
Roberto Blanco afirma que seriam as lesões ou mortes decorrentes da explosão sem terem sido
causadas diretamente por ela.
Exemplo: síndrome do pânico por ter estado envolvido naquela situação de estresse.
É possível que ocorram efeitos do blast nos órgãos, como no pulmão, podendo inclusive não existir
lesões externas.
4. GRANADA
É um artefato metálico, com a carapaça metálica de ferro fundido, que é serrilhada, estando pronta
para se fragmentar. Possui um sistema que tem um pino de segurança, e uma vez retirado o pino, o
percursor é acionado, começando a desenrolar uma mola que toca em uma espoleta, e assim, liga o
detonador, fazendo com que em alguns segundos (temporizador) ele se comunique com a carga explosiva,
causando a explosão da granada.
Com a explosão, dezenas de estilhaços sãos dispersados. Cada estilhaço desse é um projetil de
arma de fogo.
252
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 9
A trajetória inicial dos estilhaços inicia sendo retilínea, mas com a ação da gravidade, se torna
curvilínea. Atenção, pois os projeteis que vão para baixo, vão possuir trajetória retilínea a todo tempo.
A granada que é utilizada para ataque, ou seja, destinada a causar lesões (seja pelos estilhaços,
pelo calor que causa queimaduras ou substâncias tóxicas), é classificada como granada defensiva.
As granadas ofensivas são destinadas a defender os arremessadores, como aquelas que produzem
fumaças para indicar a presença de alguém, ou para dissipar tumultos.
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Flávio Sousa
Flávio
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) No dia 13/6/2021, no munícipio de Santo Antônio de Pádua – RJ, por ocasião dos festejos de seu
padroeiro, houve uma explosão acidental de um artefato explosivo composto exclusivamente por pólvora,
que havia sido acionado pela vítima numa região descampada, o que culminou no despedaçamento de
parte do seu membro superior direito, bem como em queimaduras extremas diversas, conforme descrição
no laudo da necropsia.
Nessa situação hipotética, com base nas lesões descritas pelo perito legista, a autoridade policial deverá
afirmar que se trata dos efeitos do blast de nível
Alternativas
253
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 9
a) quaternário.
b) primário.
c) terciário.
d) secundário.
e) quinquenário.
GABARITO
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Flávio
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10 AGENTES TÉRMICOS
AGENTES TÉRMICOS • 10
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
1. CONCEITOS INICIAIS
Agente térmico trata-se de energia vulnerante física não mecânica, pois não é necessário que se
tenha movimento para causar a lesão.
• quente; ou
• frio.
OBSERVAÇÃO
Flávio Sousa
3. SENSORES TÉRMICOS
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, sensores térmicos são estruturas nervosas capazes de
detectar a alteração da temperatura, sendo encontrados:
São as formas de conservação e dissipação de calor entre o corpo humano e o meio ambiente:
• condução;
• irradiação;
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Flávio
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• convecção; e
• evaporação/transpiração.
AGENTES TÉRMICOS • 10
257
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
4.1. Condução
A condução se dá por meio do contato íntimo, ou seja, há contato com a fonte do calor. Através da
condução é possível ocorrer a queimadura.
4.2. Irradiação
A fonte (emissão) de calor vem de longe, não há contato com a fonte de calor. Através da
irradiação é possível ocorrer a termonose.
4.3. Convecção
Ocorre quando há várias camadas, em que as camadas mais quentes perdem calor na superfície,
em função de ondas sucessivas (que podem ser pela passagem de líquido, ar etc.) que vão diminuindo o
calor. Exemplo: xícara de café quente, ventilador etc.
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A perda de água pelo calor se dá com a passagem do estado líquido para o gasoso, sendo
responsável pela manutenção da temperatura corporal (suor refresca a pele).
As lesões fruto de ação térmica, podem ser oriundas da ação difusa do calor, ou da ação direta.
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• termonoses; ou
• queimaduras.
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5.1. Termonoses
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Trata-se da ação difusa do calor, ou seja, a fonte do calor, não toca na vítima (quadro sistêmico).
Flávio Sousa
Diferente da queimadura, que deve haver contato, sendo uma ação local.
Flávio
• insolação; ou
• intermação, exaustão térmica ou prostração
5.1.1. Insolação
A intermação ocorre quando a fonte de calor é proveniente de outra fonte térmica que não o sol.
Geralmente, ocorre em lugares pouco arejados. Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, uma vez
envolvido o hipotálamo — que abriga o centro termorregulador do corpo —, será insolação (forma mais
258
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
grave); caso não seja afetado o hipotálamo, sendo apenas distúrbio cardiovascular, trata-se de intermação
(independe da fonte térmica).
Afirma-se que, se a intermação for grave, incidirá numa insolação, pois, fatalmente o hipotálamo
será atingido. Assim, para o Professor, toda morte por meio da ação difusa do calor acabará em insolação.
Ainda, segundo o Professor, a forma mais eficiente de se combater os efeitos gerados pelo modo
difuso é a prevenção, mas, caso já tenha ocorrido, devem ser utilizados métodos de resfriamento externo e
de evaporação formada.
Hipotálamo
O hipotálamo, localizado na base do cérebro, contém os centros termorreguladores centrais
(manutenção da temperatura). Ele está relacionado com a insolação, além de produzir e secretar
hormônios, sendo ligado à hipófise (que coloca em circulação os hormônios produzidos pelo hipotálamo).
Sincopes térmicas
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ambiental ou corporal, sem que o organismo consiga adaptar-se a tempo de evitar os sinais e sintomas
delas ou, ainda, fruto de sudorese excessiva. São sintomas: tonteira, mal-estar, dor de cabeça, visão turva,
Flávio Sousa
Veja algumas:
Flávio
• câimbra térmica;
• sincope térmica;
• exaustão pelo calor;
• mialária;
• edema.
a. Câimbra térmica
Quando há sudorese abundante, tem-se a perda de líquido e sais minerais (sódio, potássio), e, com
a perda desses sais, afetar-se-á diretamente o perfeito funcionamento dos músculos.
A mera reposição de água não repõe os sais, de maneira que não se evita as câimbras musculares
(espasmos musculares intensos).
b. Sincope térmica
259
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
Ocorre porque o cérebro dá o comando de desligamento para que cesse determinado tipo de
atividade.
d. Mialária
Trata-se da infiltração do suor retido nos tecidos vizinhos, sendo mais comum em crianças.
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e. Edema
Ocorre em indivíduos que ficam por muito tempo numa posição, em um clima que não está
acostumado.
5.2. Queimaduras
Nas queimaduras, a fonte térmica toca ao corpo, ou seja, ocorre uma ação local, e, diante da
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Difere-se das termonoses, que o calor não tem contato, sendo uma ação difusa.
• Lussena-Hoffman;
• Krisek.
Flávio Sousa
• 1º grau: eritema
• 2º grau: flictena
• 3º grau: escarificação da derme
• 4º grau: carbonização
a. 1º grau: eritema
260
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
261
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
b. 2º grau: flictena
Com o aumento do calor, surgem as bolhas, pois os líquidos corporais — linfa —, ao tentar
diminuir a ação do calor, extravasam. O 2º grau pode ainda ser caracterizado quando ocorre o
arrancamento da epiderme, com exposição da derme. Nesta fase, a derme ainda não é atingida.
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64
É uma bolha com conteúdo aéreo (não possui conteúdo líquido), indicando que foi formada em
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pessoa viva, pois, em seu interior, há a presença de exudato leucocitário (produzido pelos glóbulos
brancos).
Flávio Sousa
d. 4º grau: carbonização
262
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66
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Faciostomia
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Quando há carbonização, a pele sofre uma retração, em virtude da ação do calor. Essa retração
pode comprimir determinadas partes, vasos e artérias do corpo. Assim, o profissional pratica uma secção
Flávio Sousa
263
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
• superficial;
• parcial;
• total.
a. Superficial
b. Parcial
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da camada de malpighi;
• Parcial profunda: corresponde à queimadura de 2º grau de Lussena: flictena. Localiza-se abaixo
Flávio Sousa
da camada de malpighi.
Flávio
OBSERVAÇÃO
Existem autores que tratam a queimadura parcial profunda como sendo de 3º grau.
c. Total
Quando a queimadura for total, corresponderá à queimadura de 3º grau de Lussena, ainda que haja
carbonização.
264
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
6. PÉROLAS ÓSSEAS
O professor Genival Veloso de França cita que, diante de altas temperaturas (calor muito intenso
seja pela ação do fogo seja pela corrente elétrica), o fosfato de cálcio do osso queima e calcina, formando
pequeninas bolinhas de cálcio fundido.
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• Sinal de Montalti;
• Sinal de Dervegie, Boxeur, esgrimista ou saltimbanco.
Nas mortes ocorridas em razão de fogo, normalmente, a morte ocorre por asfixia. Em razão disso,
há inspiração de fuligem, que ficará agarrada na mucosa da árvore respiratória.
OBSERVAÇÃO
A presença do Sinal de Montalti é indicativo de que a pessoa estava viva na hora do incêndio.
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Outro indicativo de que o cadáver estava vivo na hora do incêndio é a presença de carboxihemoglobina
(indica intoxicação por monóxido de carbono) no teor acima de 50%.
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68
266
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
OBSERVAÇÕES
Nos indivíduos completamente carbonizados, é possível buscar o DNA nos órgãos internos, tecidos,
ossos, polpa dentária etc. Também são importantes para a identificação: próteses, cirurgias anteriores,
grupo sanguíneo etc.
69
267
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
Os ossos, quando submetidos a uma temperatura de até 400º Celsius, apresentam cor pardacenta
e escurecida pela cor do sangue.
b. Acima de 400º C
8. FOTODERMATOFITOSES
Trata-se de uma reação química exotérmica causada pela luz solar, que leva a queimaduras no
corpo, devido a exposição.
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70
Quando uma pessoa da entrada no hospital com queimaduras, devem ser analisadas as áreas
Sousa Nogueira
atingidas (extensão). De acordo com a Regra dos Nove, estabelece-se o percentual de queimadura, e, a
depender do grau, estabelece-se o tratamento a ser aplicado.
Flávio Sousa
A Regra dos Nove do Wallace pode ser encontrada com o nome de Regra de Pulaski e Tennison,
Flávio
268
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
OBSERVAÇÃO
Nas crianças, a percentagem é superior do que a do adulto, assim, alguns doutrinadores dizem
ser Regra dos 11.
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• asfixia;
• intoxicação;
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• envenenamento; e
• queimaduras.
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No incêndio, pode haver a combustão de muitos compostos que geram resíduos altamente tóxicos
Flávio Sousa
Por vezes, o que mata é a ação desses gases tóxicos, e não o fogo, por causar asfixia.
Carboxi-hemoglobina
É derivada do monóxido de carbono e, em função da inalação da fumaça tóxica, pode levar à morte
por asfixia, deixando uma tonalidade carminada (cereja) nas vísceras.
É indicativo que a morte foi causada pela carboxi-hemoglobina se houver a presença acima de 50%
do sangue circulante.
269
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
É causada pela presença de cianeto, que é produzido pela queima de acrílico. O cianeto atua nas
células bloqueando a enzima citocromo-oxidase.
Desidratação
A desidratação pode levar a intermação, pois o hipotálamo está funcionando corretamente diante
do calor, determinando o aumento dos canais sanguíneos para melhor circulação, mas diante da falta de
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Lesões de inalação
Se o indivíduo sobrevive, mas inala a fumaça tóxica, pode ter complicações respiratórias, podendo
causar infecções graves, em razão da formação de ácidos cáusticos na mucosa respiratória, que levam a
uma reação exotérmica que geram queimaduras nas vias aéreas. Podem causar pneumonia, e até mesmo
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levar a morte.
Úlcera de Curling
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São micro ulcerações gastroduodenais causadas pelo estresse pós-queimadura, que levam à
Sousa Nogueira
Hemorragia epidural
270
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
Trata-se de da ação do fogo na região do crânio, em que, a dura-máter (meninge do cérebro), tem
os vasos rompidos, levando à fervura do cérebro, que expulsa o sangue por este caminho.
É comum ter áreas íntegras em meio a outras queimadas, o que pode levar ao aspecto de mapa
geográfico.
•
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• Não carboniza;
271
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
16.1. Hipotermia
Quando se fala em calor frio, em sua forma difusa, fala-se em hipotermia, pois há o impedimento
de produção de calor. Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, fala-se em hipotermia quando a
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temperatura corporal se encontra abaixo de 35º Celsius. Diz, ainda, que, na temperatura compreendida
entre 28ºC e 32ºC, o coração pode sofrer fibrilação ventricular.
Segundo o doutrinador a medição da temperatura deve ser feita preferencialmente, nesta ordem:
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esôfago e ânus.
Sousa Nogueira
272
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
• Tremores para produção de calor interno: devido à excitação do sistema adrenérgico (Sistema
que libera mediadores químicos que produzem energia. Ex. Adrenalina);
Com a redução intensa da temperatura corporal, esgota-se a fase excitatória e inicia-se a fase de
decompensação (momento em que, com o abaixamento da temperatura, aumenta-se a afinidade entre a
hemoglobina e o oxigênio — oxihemoglobina), dificultando a liberação do oxigênio para os tecidos,
ficando prejudicada a respiração celular, podendo levar à acidez celular, e, consequentemente, à morte.
OBSERVAÇÕES
Nas grandes alturas a percentagem dos gases se mantém a mesma, em que pese as quantidades
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serem inferiores:
• Oxigênio: 21%
• Nitrogênio: 78%
• Outros gases: 1%
É semelhante à úlcera de Curling. Se o estresse for em virtude do calor frio, é chamada Úlcera de
Wischnewski, ou seja, leva a infiltração hemorrágica na mucosa gástrica.
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16.2. Geladuras
É a forma de lesão provocada pelo frio, na forma direta, que pode ocorrer por gelo seco ou objetos
em baixas temperaturas.
Segundo a doutrina, quando a queimadura é produzida pelo frio, ela poderá ser de até 3º grau:
• 1º grau: Eritema
• 2º grau: Flictena
273
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
O professor Hygino de C. Hercules considera que a queimadura causada pelo frio pode ter 4 graus:
• Superficiais: 1º e 2º Grau;
• Profundas: 3º e 4º Grau
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) A classificação das queimaduras, que considera a profundidade das lesões, é definida em graus, do
primeiro ao quarto. Uma queimadura que apresenta vesículas ou flictenas, contendo líquido seroso,
remete-se:
a) primeiro grau.
b) segundo grau.
c) terceiro grau.
d) quarto grau.
2) Em caso de incêndio em edificações, o agente causador que sempre explica a morte de pessoas é o
físico, o calor, provocando, nos cadáveres, sempre, queimaduras graves - de segundo e terceiro grau.
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( ) Certo
( ) Errado
3) Um cadáver, encontrado em uma pequena cabana de uma praia pouco movimentada, ao ser analisado
pelo legista, apresentava os seguintes sinais: rigidez cadavérica precoce e bem acentuada; manchas
hipostáticas de cor lívida, distribuindo-se pelo tórax, costas e braços; e espuma abundante na boca. A
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temperatura do corpo era de 25 ºC. Ele constatou, ainda, que o encéfalo apresentava hiperemia e
congestão das meninges; coração com consistência muito aumentada; pulmões com equimoses
subpleurais e edema interno; notou, em outras vísceras, a presença de hipertermia interna e de grande
quantidade de sangue no sistema venoso. O perito criminal, ao examinar o local, verificou condições do
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tempo e certificou-se de não ter havido testemunhas. Deteve-se, então, na busca da causa das lesões
Sousa Nogueira
observadas.Nessa situação hipotética, não tendo encontrado causa diversa de morte, o perito
diagnosticará que as lesões estão mais relacionadas a óbito decorrente de
Flávio Sousa
a) eletroplessão.
Flávio
b) insolação.
c) intermação.
d) inanição.
e) fulguração.
4) Com relação às queimaduras, lesões resultantes da atuação direta do calor que podem ser simples ou
complexas, assinale a opção correta.
a) Cadáveres com queimaduras de terceiro grau podem apresentar grande redução de peso e de volume.
b) Nas queimaduras de segundo grau, ocorre carbonização superficial ou profunda de todos os tecidos.
c) Bordas regulares, ausência de pontes de tecido no fundo da lesão e hemorragia abundante são
características de queimaduras.
275
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
d) Nas queimaduras de primeiro grau, somente a pele é atingida e, no cadáver, a coagulação fixa o eritema
após a morte.
b) sinal de Lichtemberg.
c) mancha de Tardieu.
d) manchas de Paltauf.
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e) marca de Jellineck.
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iii Eletroplessão é a denominação que se dá às lesões causadas pela energia elétrica artificial ou industrial.
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iv O tipo de corrente, o tempo de contato com a fonte elétrica, o isolamento, a densidade da corrente
elétrica, o trajeto da corrente e a presença de cardiopatias podem interferir no resultado dos acidentes
elétricos.
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 10
8) A ação do calor difuso pode levar a diversas alterações, sendo a mais grave:
a) lipotimia;
b) intermação;
c) síncope térmica;
d) insolação;
e) queimadura.
GABARITO
2) Resposta: Errado
277
Flávio
Flávio Sousa
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11
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AGENTES ELÉTRICOS
AGENTES ELÉTRICOS• 11
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
1. ENERGIA ELÉTRICA
É uma energia vulnerante não mecânica, em que uma determinada forma de energia (água, ar,
calor etc.) será transformada em energia elétrica.
O átomo é formado por nêutrons, prótons (carga positiva) e elétrons (carga negativa). Quando há
desequilíbrio nas cargas elétricas, tem-se o íon, que pode ser positivo, quando possui mais prótons que
elétrons (cátion) ou negativo, quando possui mais elétrons que prótons (ânions).
Geradores de energia, por meio do atrito entre superfícies, conseguem separar os elétrons
negativos dos positivos (prótons). Assim, através de um fio condutor, essas cargas negativas fazem com
que haja vibração e escoamento dos elétrons, gerando a corrente elétrica.
Existem materiais que são condutores: facilitam a passagem da corrente elétrica, pois os elétrons
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escoam com facilidade — Ex.: Tecido do corpo; e materiais que são isolantes: dificultam a passagem da
corrente elétrica — elétrons não escoam com facilidade.
1.2. Aterramento
A corrente elétrica só entra se ela tiver por onde sair. Para sair, deve-se escoar os elétrons para a
terra, pois todos os corpos são atraídos para o centro da terra. Assim, se ela não tiver como sair (Ex.: em
pés isolados), ela não chega a entrar.
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A corrente elétrica sempre tende a passar pelo meio “mais fácil”. Dessa forma, onde há resistência
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(OHM), a corrente elétrica buscará o local em que esta seja a menor possível.
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Em condições iguais, a corrente elétrica tende a passar pelo caminho mais curto.
Toda corrente elétrica, ao passar em um local, gera um campo magnético. Assim, os metais
eventualmente atingidos por esse campo magnético ficam imantados (imã) e passam a gerar um campo
magnético. No entanto, se esses metais resultam em fusão com o corpo (metais impregnam na pele),
ocorre a chamada metalização ou eletroforese.
A corrente elétrica altera o diâmetro dos poros da membrana das células, assim, permite que
substâncias importantes, que não deveriam sair, saiam, e que substâncias, que não deviam entrar,
entrem, causando, dessa forma, desiquilíbrio entre sódio (deve ficar fora da célula) e potássio (deve ficar
dentro da célula), podendo acarretar a morte das células.
279
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
Quando a célula é excitada com a entrada da corrente elétrica, e a sofre uma despolarização, não
respondendo a excitação. O período da despolarização até o restabelecimento da normalidade é chamado
de período refratário da célula.
• natural; ou
• industrial.
2.1. Natural
As lesões causadas no corpo humano, quando oriundas de energia natural, são chamadas de
eletrofulguração.
2.1.1. Fulguração
Denomina-se fulguração quando a fonte de energia elétrica for natural, cósmica ou meteórica
(raios).
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A literatura médico-legal diz que, diante de carga de energia elétrica natural, se a vítima:
OBSERVAÇÃO
Flávio Sousa
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, será fulguração independente de levar a óbito ou não.
Flávio
a. Sinal de Lichtenberg
Quando a energia elétrica de ordem natural penetra no corpo, produz um sinal, o Sinal de
Lichtenberg, que possui forma de galho, arborifome, rabo de andorinha ou samambaia, que é verificado
na pele (reproduz o trauma vascular subjacente — vasculite), mas a lesão se dá nos vasos sanguíneos.
ATENÇÃO!
O Sinal de Lichitemberg é visível na pele; mas a lesão se dá nos vasos sanguíneos (vasculite).
280
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
281
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
Flash over
Trata-se do recebimento pelo corpo de uma corrente elétrica total vinda do raio, em que a
passagem desta corrente pelo corpo não atinge os planos profundos.
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Flávio Sousa
2.2. Industrial
Flávio
2.2.1. Eletroplessão
a. Sinal de Jellinek
282
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
Trata-se do sinal de entrada da corrente elétrica artificial, na pele, sendo uma lesão de entrada
dura, seca, elevada, indolor e de profundidade variável. Pode, ainda, ser patognomônica, pois é possível
reproduzir a forma do condutor elétrico.
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ATENÇÃO!
OBSERVAÇÕES
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, com o passar do tempo, surge uma reação inflamatória
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
73
Ocorre em caso de acidente com descarga elétrica que, em primeiro momento, não levou à morte.
A vítima sofre lesão oriunda de ação contundente por se chocar com o solo na queda e sofre traumatismo
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c. Arco voltaico
Este fenômeno é tão forte que consegue romper a isolação feita pelo ar, conduzindo elétrons de
um eletrodo ao outro através de um fluxo de corrente de ar.
A corrente elétrica pode estar acumulada, em geradores de alta tensão, e pode permitir a corrente
a saltar no ar, atingindo uma fonte condutora próxima, como o corpo humano.
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VOLTAGEM
Voltagem é a resistência multiplicada pela intensidade (V= R.I).
Volt que é força geradora da corrente, é o resultado da resistência (OHM) vezes amperagem, que é
a corrente passando propriamente.
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OBSERVAÇÕES
O que leva a óbito não é a voltagem, e sim a amperagem.
O estado da pele reflete na resistência, assim, quanto maior a resistência da pele (seca, áspera,
espessa etc.), menor será a amperagem, e quanto menor a resistência (úmida, lisa, suada etc.), maior será a
amperagem.
O local que houver maior resistência será o que terá maior temperatura.
• Associação em paralelo
Há uma variação da intensidade da corrente elétrica em cada setor de uma associação em paralelo.
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• Associação em série
Na associação em série, há o recebimento total da corrente elétrica, pois a energia elétrica segue
um caminho único, sem desvio.
A mesma intensidade de amperagem (corrente) aparece em todos os segmentos que estão ligados
em série.
287
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
75
São órgãos em que a passagem da corrente elétrica pode levar a óbito instantaneamente:
•
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encefálo
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• cérebro
• tronco cerebral ou encefálico
• coração
• musculatura respiratória
3.1. Encefálo
• Cérebro
• Cerebelo
• Ponte
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• Bulbo
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3.2. Cérebro
Flávio Sousa
3.4. Coração
4. CADEIRA ELÉTRICA
288
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
Na cadeira elétrica, é feito com que a corrente entre pela cabeça e saia pela perna esquerda. Isso
ocorre porque a intenção é que atinjam os órgãos principais, encéfalo e coração, levando à morte.
76
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A causa da morte pode variar de acordo com o grau da amperagem (não da voltagem), que pode
ser alta, média ou baixa.
É considerado média amperagem quando a voltagem for entre a baixa amperagem e até 1200
Volts.
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A corrente de alta e média amperagem levam à morte pela mesma causa, a depender do órgão
Sousa Nogueira
atingido, veja:
Flávio Sousa
5.2.1. Coração
Flávio
Neste caso, se a morte ocorrer, será por parada cardíaca periférica (assistolia).
Pode causar parada cardiorrespiratória central, por atingir o bulbo (nervo vago). Causando
também hipertemia.
76
Imagens do Curso de Medicina Legal do Professor Roberto Blanco.
289
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
5.3.1. Coração
Neste caso, se a morte ocorrer, será pela fibrilação ventricular (alteração do ritmo de batimentos
cardíacos, levando o batimento a 50 a 60 vezes por segundo — quase imperceptível, alterando o
organismo, não conseguindo bombear o sangue).
Leva ao estado de choque cardiogênico, ou seja, a pressão atinge níveis mínimos, pois o coração
não consegue bombear, não havendo pulsação arterial periférica ou central.
Desfibrilador
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É o aparelho que faz com que o coração reinicie, e possa retomar os batimentos normais.
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A passagem pelo tronco encefálico pode causar parada cardiorrespiratória de origem central, se
vier a passar pelo bulbo (nervo vago).
Flávio
6. SINAL DE PIACENTINO
É uma equimose puntiforme (petéquias) que ocorre no encéfalo, pescoço ou tórax, em virtude da
passagem de corrente elétrica.
Está associado à marca de Jellinek e permite o diagnóstico de certeza de morte por efeito da
eletricidade artificial (eletrocutado azul).
290
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) O termo eletroplessão é utilizado para se referir a lesões produzidas por eletricidade industrial,
enquanto o termo fulguração é empregado para se referir a lesões produzidas por eletricidade natural.
( ) Certo
( ) Errado
2) Com relação às lesões provocadas por ação elétrica, analise as afirmativas a seguir.
I. Nos acidentes com correntes elétricas de baixa voltagem, a morte é geralmente provocada por fibrilação
ventricular.
II. A morte por parada respiratória central é causada pela contração involuntária da musculatura
respiratória, durante a passagem da corrente elétrica pelo tronco da vítima.
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III. A marca elétrica de Jellineck é uma lesão vascular, de aspecto arborescente, tipicamente observada nos
acidentes de fulguração.
Assinale:
3) Um adolescente conversava com seu amigo em uma quadra de esportes pública, quando, ao encostar-se
nas cercas da quadra, que estavam em péssimo estado de manutenção, recebeu uma descarga elétrica,
Flávio Sousa
que lhe resultou em lesão corporal. Apesar de ter sido socorrido, ele veio a óbito no caminho do hospital.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta, acerca de lesão ocasionada por energia
Flávio
elétrica artificial.
4) A perturbação causada no corpo de vítimas que sofreram descargas elétricas cósmicas ou raios, sem
ocorrência de êxito letal, é denominada
a) fulguração.
291
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
b) inanição.
c) eletroplessão.
d) insolação.
e) intermação.
III Eletroplessão é a denominação que se dá às lesões causadas pela energia elétrica artificial ou industrial.
IV O tipo de corrente, o tempo de contato com a fonte elétrica, o isolamento, a densidade da corrente
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elétrica, o trajeto da corrente e a presença de cardiopatias podem interferir no resultado dos acidentes
elétricos.
6) As figuras de Lichtenberg são achados característicos, tanto no vivo quanto no cadáver, da ação da
energia:
Flávio Sousa
a) radioativa industrial;
Flávio
b) elétrica natural;
c) mecânica industrial;
d) luminosa natural;
e) térmica industrial.
7) Uma pessoa sofreu um acidente doméstico, ficando interposta num circuito de 220v por ter tocado o
chuveiro com uma das mãos, enquanto tomava banho. Ela soltou um grito e caiu. Quando chegou o
socorro, três minutos após o fato, já estava em parada cardiorrespiratória irreversível. O mecanismo letal,
no caso, foi:
a) hemorragia interna;
292
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
e) fibrilação ventricular.
I. A fulguração é a síndrome desencadeada pela eletricidade artificial. Entre as lesões produzidas pela
corrente, observavam-se lesões localizadas, cutâneas, ou internas, além dos efeitos gerais sobre o
organismo.
II. A eletroplessão é a lesão localizada, não letal, produzida pela eletricidade cósmica ou querauranográfica,
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III. A lesão sistêmica, letal, produzida pela eletricidade cósmica ou querauranográfica é denominada
fulminação.
Assinale
293
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS• 11
GABARITO
1) Resposta: Certo
294
Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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12
FREDERICO ALVES MELO
AGENTES CÁUSTICOS
295
AGENTES CÁUSTICOS• 12
FREDERICO ALVES MELO AGENTES CÁUSTICOS• 12
1. CONCEITO
Cáusticos ou corrosivos são substâncias que modificam os tecidos com que são postos em contato
de modo a provocar necrose química, que pode ser coagulativa e seca ou úmida e liquefacientes. Os
cáusticos possuem ação local.
Entre as substâncias coagulantes incluem-se os ácidos fortes como o clorídrico (ácido muriático —
lesão negra); o sulfúrico (óleo de vitríolo — lesão pardo escura) e o nítrico (água régia — lesão amarelada).
Os cáusticos liquefacientes são as bases (básicos) fortes, como, por exemplo, a soda cáustica, a
potassa e a amônia.
Tais agentes, ao entrar em contato com a pele, queimam, em razão das reações exotérmicas que
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ocorrem imediatamente.
Quando em baixa concentração, uma substância corrosiva é geralmente irritante, causando danos
reversíveis na pele e nos tecidos.
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2. AGENTES ÁCIDOS
Sousa Nogueira
Os agentes ácidos são ávidos por água e, por isso, causam rápida desidratação local e inativação
Flávio Sousa
das enzimas, em razão da modificação intensa do pH. Eles causam lesões secas, duras e de contorno
preciso.
Flávio
O ácido sulfúrico, que é um agente corrosivo, é conhecido como óleo de vitríolo. Ao entrar em
contato com a pele, causa uma reação de exotérmica, libera calor, e leva à coagulação das proteínas,
podendo causar lesões que atinjam, inclusive, o plano muscular. A lesão causada pelo ácido sulfúrico possui
escaras anegradas e secas.
a. Vitriolagem
296
FREDERICO ALVES MELO AGENTES CÁUSTICOS• 12
Pode dar origem ao crime de vitriolagem (no caso de dolo), que se encaixaria na deformidade
permanente, no caso de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV do CP — pena: 2 a 8 anos de Reclusão).
Flávio Sousa
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297
FREDERICO ALVES MELO AGENTES CÁUSTICOS• 12
O ácido nítrico é conhecido como água régia. Diferente do ácido sulfúrico, a lesão causada pelo
ácido nítrico possui escaras amareladas.
O ácido clorídrico é conhecido como ácido muriático. Diferente dos anteriores, a lesão causada
pelo ácido clorídrico possui escaras avermelhadas.
Os agentes básicos causam escaras esbranquiçadas e úmidas (liquefazem). Essas lesões úmidas e
moles possuem contorno impreciso.
4. CHUVA ÁCIDA
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Sousa Nogueira
É derivada da reação de óxidos eliminados por fábricas com o vapor d’água das nuvens.
Flávio Sousa
APLICAÇÃO EM CONCURSO
Flávio
a) As lesões cáusticas provocadas por ácido forte são úmidas porque há formação de sabões.
c) São formas de se classificar os cáusticos: estado físico, origem, funções químicas e finalidade de uso.
d) As fases do percurso do veneno através do organismo são penetração, absorção, distribuição, fixação,
transformação e eliminação.
GABARITO
298
Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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299
AGENTES CÁUSTICOS• 12
Flávio
Flávio Sousa
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13
FREDERICO ALVES MELO
ASFIXIOLOGIA FORENSE
ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
300
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
1. CONCEITO
Quadro da asfixia
O denominado quadro da asfixia se dá com a hipoxia e hipercapnia.
2. METABOLISMO DA GLICOSE
O oxigênio é necessário para que haja a queima dos alimentos, cuja principal fonte é a glicose,
fenômeno este que ocorre na mitocôndria da célula.
A glicose é uma molécula formada por 6 (seis) carbonos (C). Com a queima (oxidação), os
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Neste caso, libera-se muito ATP (38 moléculas). Em virtude da quebra da molécula de carbono
formadora da glicose em 6 moléculas de CO2 H2O, produz-se energia, a qual é armazenada na mitocôndria
(veja que há a presença de H2O, que impede o processo de acidose).
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Ocorre em situações emergenciais, que não podem ser prolongadas, pois produz produtos tóxicos.
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Nesta situação, há oxidação parcial da glicose, e pouca liberação de ATP (4 moléculas) e hidrogênio (12
moléculas), o que leva ao processo de acidose.
Sousa Nogueira
Nos casos em que a queima de glicose ocorre sem a presença de oxigênio (anaeróbica), essa
queima (C6H12O6) gera pouco ATP, além de ácido lático, pois restam hidrogênios. Diante da falta de
Flávio Sousa
oxigênio, não se produz, então, água, assim, deixando o corpo em processo de acidose (pH fica abaixo de
Flávio
ATENÇÃO!
A captação do oxigênio é essencial para que o pH permaneça neutro (=7), pois, com a formação de
água, impede-se que o pH fique ácido (<7).
301
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
77
Note: ao quebrar a ligação entre os carbonos, é formada energia, a qual é armazenada na molécula
de ATP, dentro da mitocôndria, que fica no citoplasma da célula. Com a quebra, restam 12 moléculas de
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Hidrogênio positivo (+), que são ácidos, logo, formam ácido lático (processo de acidose que leva à morte da
célula). Por isso a importância da manutenção de captação de Oxigênio.
OBSERVAÇÃO
As células mais sensíveis a hipoxia são as que apresentam maior atividade metabólica, como os
neurônios.
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3. PH DO SANGUE
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4. HEMATOSE
Hematose é o processo de troca (processo de difusão) de gases nos alvéolos pulmonares, em que
o sangue venoso, concentrado em CO2, é convertido para O2 (há uma troca em razão da diferença de
concentração), e o CO2 é expirado.
302
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
A hemácia (eritrócito), está com a cor azul, em razão do transporte de CO2. Após liberar o CO2 e
receber o O2, passa a ser vermelha vivo e é levada para todo corpo.
5.1.1. Veia
Flávio Sousa
Veia é todo vaso sanguíneo que se aproxima do coração e, em regra, transporta sangue rico em gás
Flávio
carbônico.
ATENÇÃO!
As veias pulmonares são vasos sanguíneos que carregam sangue rico em oxigênio dos pulmões até
o átrio esquerdo do coração. Elas são as únicas veias da circulação do corpo humano que carregam
sangue oxigenado (vermelho).
5.1.2. Artéria
Artéria é todo vaso sanguíneo que se afasta do coração. Em regra, transportam sangue rico em
oxigênio.
303
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
ATENÇÃO!
As artérias pulmonares são os vasos sanguíneos que, partindo do ventrículo direito do coração,
alcançam os pulmões, penetrando no hilo pulmonar e se ramificando junto aos brônquios. São as únicas
artérias que transportam sangue pobre em oxigénio e rico em gás carbono (sangue venoso).
5.1.3. Coração
É formado por dois átrios (esquerdo e direito) e dois ventrículos (esquerdo e direito):
a. Átrio
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São duas cavidades do coração, localizadas uma em cada lado, acima dos ventrículos, dos quais são
separadas por válvulas cardíacas.
Os átrios recebem, através das veias, o sangue da grande e da pequena circulação, que não se
misturam, pois, cada aurícula é separada da outra. A cada batimento cardíaco, os átrios contraem-se
primeiro, impulsionando o sangue para os ventrículos, o que corresponde à sístole atrial.
b. Ventrículo
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O ventrículo refere-se a uma câmara inferior do coração. O coração humano possui dois
ventrículos, esquerdo e direito:
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• Ventrículo esquerdo: Sua função é bombear o sangue para a circulação sistêmica (para o
Sousa Nogueira
304
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
5.4. Asfixia
Asfixia é o impedimento, de algum modo, de que a célula utilize oxigênio. Assim, sem o oxigênio,
a queima da glicose fica muito reduzida, e a produção de ATP tende a zero, levando as células à morte em
função do processo de acidose.
• primária;
• violenta;
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• mecânica.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
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305
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
5.4.1. Primária
É primária quanto ao tempo. A causa primária da morte é a asfixia, ou seja, primeiro vem a asfixia,
depois a morte.
5.4.2. Violenta
É violenta quanto ao modo. Deve ser entendida em seu sentido amplo, ou seja, pode ser fruto de
agentes mecânicos, elétricos, químicos etc. É a causa jurídica da morte (suicídio, acidente ou crime).
As asfixias naturais, como as de origem de doença, não são de interesse da Medicina Legal.
5.4.3. Mecânica
• dorsal;
• pneumotáxico;
• ventral.
5.5.1. Dorsal
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5.5.2. Pneumotáxico
Sousa Nogueira
5.5.3. Ventral
O controle ventral só é ativado quando o estímulo sobre o mecanismo dorsal é muito intenso. Sua
função é aumentar a ventilação em razão do aumento do vigor de inspiração e expiração
5.6. Expiração
306
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
O sangue não coagula, ou seja, segue líquido. Fica escuro, pois, com a ausência de oxigênio, diminui
a oxihemoglobina (que possui cor vermelha vivo) e aumenta, assim, a quantidade de hemoglobina reduzida
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São petéquias que podem aparecer no pulmão, coração, nas regiões subconjuntivais e crânio,
que, a depender dos vestígios, permitem pensar que houve asfixia. Permitem apenas pensar, pois, podem
aparecer em qualquer tipo de morte, inclusive nas mortes naturais.
Nogueira -- CPF:
Com presença dos três sinais acima, tem-se a chamada tríade asfíxica. No entanto, ela (a tríade
asfíxica) não é um sinal de certeza (patognomônico) de asfixia.
Flávio Sousa
• cogumelo de espuma;
• cianose facial;
• protusão da língua;
• livores de hipóstase;
• equimoses na pele e mucosas;
Quando existe mais de 5% de Hemoglobina reduzida (não oxigenada) na circulação, diz-se que há
cianose, em que o sangue fica com tom azulado. É mais frequente em estrangulamento e esganaduras.
307
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
A asfixia pura somente altera o sistema respiratório. São manifestadas pela hipoxia e hipercapnia,
podendo ocorrer nas seguintes situações:
• Sufocação direta: há obstrução da boca e das narinas pelas mãos ou das vias aéreas mais
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inferiores.
• Sufocação indireta: ocorre quando os movimentos respiratórios estão impedidos, como quando
há compressão do tórax.
• Transformação do meio gasoso em meio líquido: neste caso, tem-se o afogamento.
Nogueira -- CPF:
• Confinamento;
Flávio
• Enforcamento: ocorre com a constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo.
• Estrangulamento: ocorre com a constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular.
308
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
309
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
9. MODALIDADES DE ASFIXIA
o Via curare
o Via monóxido de carbono
o Via eletroplessão
• Sufocação direta; e
• Sufocação indireta.
boca) e nas vias aéreas (como na aspiração de algo que obstrua a faringe, laringe, traqueia, brônquios etc.,
a passagem de ar).
Flávio Sousa
A sufocação direta pode ou não deixar vestígios, como por exemplo, podem ser verificados
Flávio
310
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Os orifícios e vias aéreas estão livres, no entanto, a vítima é asfixiada em razão do impedimento dos
movimentos respiratórios, como quando há compressão toráxica e paralisia da musculatura respiratória.
Nogueira -- CPF:
• Crucificação;
• eletroplessão de média amperagem;
Flávio Sousa
• compressão do tórax;
• fratura do gradil costal;
Flávio
10.2.1. Crucificação
A crucificação é conhecida como a asfixia posicional. É a forma de asfixia mecânica produzida pela
posição em que o indivíduo se encontra no momento. A posição leva à incapacidade de ventilação
pulmonar, em razão da falência muscular respiratória (exaustão da musculatura).
311
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Com o apoio para os pés, o peso é dividido em três pontos, fazendo com que o indivíduo demore
mais tempo para o óbito.
Com a passagem da corrente elétrica pelo corpo (tronco), leva ao espasmo muscular generalizado,
e impede os movimentos respiratórios (relaxamento e contração), podendo causar a morte.
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Quando se tem um peso contra o tórax, o sangue bombeado para a cabeça não consegue retornar
para o coração, assim, acumula-se e acaba por extravasar na região da face, causando milhares de
Nogueira -- CPF:
Veja, a circulação fica prejudicada, pois o sangue bombeado que foi para a região da cabeça fica
impedido de voltar para o coração, pois o átrio direito, que recebe o sangue, encontra-se comprimido,
não conseguindo receber o sangue retornado. Diante do acúmulo de sangue, na região da face, ele irá
extravasar dos vasos, formando, assim, milhares de petéquias, que é chamada de Máscara Equimótica de
Morestin.
312
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Sousa Nogueira
Flávio Sousa
Flávio CPF: 037.820.231-61
Nogueira -- CPF:
313
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No total, há 12 costelas no gradil costal. Com as fraturas do gradil (a maioria das costelas), não há
obediência aos movimentos respiratórios, o que, gradativamente, pode levar à asfixia.
Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os músculos o que leva a
espasmos musculares generalizados, podendo levar à morte por sufocação indireta (asfixia).
• Enforcamento;
• Estrangulamento;
• Esganadura.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
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Nogueira -- CPF:
No pescoço, temos a artéria carótida, responsável por levar o sangue oxigenado para a cabeça e a
veia jugular, que é responsável por levar o sangue rico em gás carbônico de volta para o coração.
OBSERVAÇÃO
A constrição do pescoço pode levar à morte por outras causas, como: impedir o sangue de chegar
ao cérebro e a constrição do nervo vago (Sinal de Dotto).
11.1. Enforcamento
No enforcamento, há um laço no pescoço e uma força que aperta esse laço. Para que seja
considerado enforcamento, essa força deve ser o peso do corpo.
314
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
• homicídio
• acidente
• suicídio
O laço em volta do pescoço causa uma pressão desigual em todos os pontos de contato. Assim, a
doutrina diz que esse laço é descontínuo, incompleto e com profundidade distintas, ademais de ter
posição oblíqua e se localizar acima do osso hioide e da laringe.
OBSERVAÇÕES
Em regra, o laço é descontínuo, mas a doutrina aponta que, excepcionalmente, se o laço for de
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O laço mais fino deixa vestígios marcantes, diferente do laço largo que deixa quase imperceptível.
Sousa Nogueira
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Nogueira -- CPF:
Note que o laço é descontínuo, incompleto e com profundidade distinta, tendo posição oblíqua, e
localizando-se acima do osso hioide e da laringe.
Flávio
315
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
• Enforcamento completo;
• Enforcamento incompleto;
• Enforcamento típico;
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• Enforcamento atípico;
• Enforcamento branco;
• Enforcamento azul.
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a. Enforcamento completo
Sousa Nogueira
No enforcamento completo, o corpo fica totalmente suspenso, ou seja, não existe contato com
Flávio Sousa
superfície.
Flávio
b. Enforcamento incompleto
c. Enforcamento típico
No enforcamento típico, tem-se nó na parte posterior do pescoço. Assim, a cabeça irá ficar virada
para o lado contrário do nó.
d. Enforcamento atípico
No enforcamento atípico, tem-se nó na parte anterior ou lateral do pescoço. Assim, a cabeça irá
ficar virada para o lado contrário ao nó.
316
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
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Enforcamento atípico
83
CPF: 037.820.231-61
e. Enforcamento branco
Ocorre em enforcamentos típicos, em que a cabeça vai para o lado oposto ao nó e impede
Nogueira -- CPF:
completamente a circulação.
Sousa Nogueira
f. Enforcamento azul
Flávio Sousa
Ocorre quando a face fica muito escura, azulada (cianosada), pois a constrição das veias e artérias
do pescoço é grande.
Flávio
11.2. Estrangulamento
No estrangulamento, há um laço no pescoço e uma força que aperta esse laço. Para que seja
considerado estrangulamento, essa força deve ser diferente do peso do corpo.
• homicídio;
• acidente;
317
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
• suicídio.
OBSERVAÇÕES
O laço em volta do pescoço causa uma pressão igual em todos os pontos, pois ele é contínuo,
completo e com mesma profundidade em todos os pontos de contato. Assim, possui posição horizontal, e
localiza-se abaixo do osso hioide e da laringe.
318
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
11.3. Esganadura
Como regra, a literatura médico-legal, diz que a esganadura pode se dar pelo emprego das mãos,
antebraço ou pernas, diretamente no pescoço. Aqui, não há laço, alça e sulco. Na parte interna, há
equimoses, lesões no osso hioide, laringe etc. Pode, ainda, causar equimoses subconjuntivais.
O fator neurológico é o mais importante, pois há excitação dos seios carotídeos, que produz
resposta reflexa através do nervo vago. O fator circulatório é o menos importante.
• homicídio
• Estigmas ungueais: Os estigmas ungueais são os provocados com a unha. São as marcas das
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unhas, em forma de meia lua, deixadas no pescoço (podendo ser uma escoriação).
• Estigmas digitais: Na ausência de unha, é possível formação de equimoses causadas pela
constrição com ausência de unha (com a polpa digital).
Flávio Sousa
Flávio Nogueira -- CPF:
Sousa Nogueira
84
319
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85
• Sinal de Bonnet
• Sinal de Amussat
• Sinal de Friedberg
•
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Sinal de Zienke
• Sinal de Dotto
• Sinal de Thoinot
• Sinal de Ponsold
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• Sinal de Schulz
Flávio
• Sinal de França
• Sinal de Linha Argentina
• Sinal de Orso’s
a. Sinal de Bonnet
É o sulco no pescoço que indica o tipo de laço que apertou o pescoço e a rotura das cordas vocais.
320
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
b. Sinal de Amussat
Trata-se da lesão causada no interior da carótida (túnica interna). Esse sinal ocorre no
enforcamento e no estrangulamento. Se em virtude de esganadura, chama-se Sinal de França.
c. Sinal de Friedberg
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d. Sinal de Zienke
e. Sinal de Dotto
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f. Sinal de Thoinot
Nogueira -- CPF:
g. Sinal de Ponsold
Flávio Sousa
São livores puntiformes por cima e por baixo das bordas do sulco.
i. Sinal de Neyding
k. Sinal de Lesser
321
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
l. Sinal de Schulz
m. Sinal de França
É similar ao Sinal de Amussat, mas este decorre exclusivamente da esganadura (feito pela unha).
322
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
o. Sinal de Orso’s
• Afogamento;
• Soterramento;
• Confinamento;
12.1. Afogamento
No afogamento ocorre a troca do ar por líquido. O que causa o afogamento é o excesso de CO2 no
corpo, que estimula o nervo vago a inspirar.
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• secundário
as manchas de Paltauf, que são roturas nos alvéolos em função da presença de líquidos.
Trata-se do afogamento branco de Parrot, que, embora a pessoa tenha morrido no interior da
água, não se verificam sinais de afogamento (não há água nas intimidades dos pulmões etc.).
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules, o tempo em que a vítima cai na água e o tempo que
submerge é tão curto que não seria suficiente para morrer por asfixia.
c. Completo
d. Incompleto
323
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
No quase afogamento, a pessoa se afogou, mas sobreviveu. Ocorre que vem a óbito cerca de 24
horas após, em função dos efeitos do afogamento.
f. Secundário
A vítima está na água, e vem a se afogar em virtude de outras causas, como por exemplo, uso de
drogas.
• Manchas de Paltauf;
• Alteração das densidades do sangue nos átrios;
• Alteração do ponto de congelamento do sangue no átrio ou ponto de congelamento de
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Carrara
• Efisema hidroaéreo;
• Presença de algas diatomáceas na medula óssea dos ossos longos ou no interior da polpa
dentária;
a. Manchas de Paltauf
São manchas decorrentes das roturas (rompimento) nos alvéolos em função da presença de
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líquidos. Essas equimoses são vistas no pulmão através da transparência da pleura. Trata-se de um sinal
patognomônico de afogamento.
O sangue possui cerca de 55% de parte líquida e 45% de parte sólida. E a água do sangue possui
Sousa Nogueira
menos sal (menos densa) que a água salgada e mais sal que a água doce (mais densa).
Ao se afogar, a água que ingressa no alvéolo, e em contato com a água causara alteração na
Flávio Sousa
densidade do sangue.
Flávio
O chamado ponto de congelamento de Carrara diz que a água congela a 0º celsius. Ao se colocar
sal, o ponto de congelamento irá abaixar (negativo). Assim, na água salgada, o átrio esquerdo terá o ponto
de congelamento abaixo de zero. O contrário ocorre na água doce.
d. Efisema hidroaéreo
Ocorre a mistura da água com ar no pulmão, formando espuma, que volta pelo aparelho
respiratório, saindo por narinas e boca.
324
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
É importante para analisar em cadáver em avançado estágio de putrefação, pois dentro da água há
algas microscópicas que são jogadas para dentro do pulmão, e em função do seu tamanho, caem na
corrente sanguínea, e chegam aos ossos longos e na polpa dentária que possuem vasos sanguíneos.
Um dos sinais de certeza de morte, é o aparecimento da mancha verde abdominal na fossa ilíaca
direita do cadáver. Quando se trata de afogados, essa mancha verde tende a aparecer nos terços médios
superiores do corpo.
b. Pele anserina
É a coloração verde escura que se observa na face do cadáver do afogado depois de vários dias
Nogueira -- CPF:
submerso.
Sousa Nogueira
d. Lesões de arraste
Flávio Sousa
São lesões decorrentes do deslocamento do cadáver pela correnteza, fazendo ele se chocar rochas,
Flávio
corais etc.
a. Temporal
Consiste no extravasamento de sangue no ouvido médio. É conhecido por Sinal de Niles, e possui
uma coloração azulada na região temporal.
325
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
b. Etmoidal
Consiste no extravasamento de sangue no osso etmoide, que é o osso localizado atrás do nariz. É
conhecido como Sinal de Vargas-Alvarado, e se revela por zonas azuladas no compartimento anterior da
base do crânio.
O sangue possui cerca de 55% de parte liquida e 45% de parte sólida. E a água do sangue possui
menos sal (menos densa) que a água salgada e mais sal que a água doce (mais densa). Ao se afogar, a água
que ingressa no alvéolo, e em contato com a água causara alteração na densidade do sangue, pois tudo
tende ao equilíbrio.
Quando a água doce chega nos alvéolos, a tendência é que esta água passe para o sangue, pois
este tem mais sal em relação a água. Assim, o sangue torna-se mais diluído, de maneira que chega no
átrio esquerdo menos denso (mais diluído) que o átrio direito (todo sangue que vem do pulmão vai para o
átrio esquerdo).
Hemólise
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O sangue que fica diluído com água, os poros arrebentam e liberam potássio (K+), e o excesso de
potássio pode afetar o coração, levando à fibrilação ventricular.
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Quando a água salgada chega nos alvéolos, a tendência é que a água do sangue passe para os
alvéolos, pois estes têm mais sal em relação a sangue. Dessa forma, o sangue torna-se menos diluído, de
Flávio Sousa
maneira que chega no átrio esquerdo mais denso que o átrio direito (todo sangue que vem do pulmão vai
para o átrio esquerdo).
Flávio
Em relação ao ponto crioscópico (de congelamento) se afasta de zero graus: 4 graus negativos em
média.
Prova de Plazac
Forma pela qual se verifica as densidades do sangue, e, assim, observa-se que o afogamento foi em
água doce ou salgada.
a. Luta
O indivíduo tenta não se afogar, buscando algum apoio para não se afundar e acaba engolindo
água.
326
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
b. Apnéia voluntária
c. Aspiração involuntária
Em determinado momento, e em razão do excesso de CO2, há excitação bulbar que leva a aspiração
involuntária.
f. Morte real
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O professor Hygino de C. Hercules abdica de citar as fases por falta de uniformidade na doutrina e
em razão de o afogamento humano não equivaler aos afogamentos experimentais feito em animais.
O corpo que se encontra no mar, tende a sofrer lesões em função do arraste/contato com certas
superfícies.
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Princípio de Arquimedes
Flávio Sousa
Flávio
86
12.2. Soterramento
327
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
Ainda, é possível a presença de cogumelo de espuma, o que indica que a pessoa estava viva no
momento do soterramento.
Flávio Sousa
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328
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
a. Sentido amplo
A pessoa encontra-se totalmente debaixo dos escombros, terra etc. Neste caso, a morte pode se
dar por compressão do tórax (sufocação indireta). Assim, é possível que não haja sólido pulverulento no
interior do aparelho respiratório.
b. Sentido estrito
Para afirmar ser soterramento em sentido estrito, deve haver necessariamente na árvore
respiratória e no aparelho digestório resíduos pulverulentos (houve aspiração). A presença de sólido
pulverulento na intimidade da faringe é indicativa que a pessoa estava viva.
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Segundo o Professor Wilson Palermo, a morte no soterramento pode se dar por: asfixia por
compressão toráxica; sufocação direta; confinamento; ação contundente e soterramento em sentido
estrito.
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87
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12.3. Confinamento
Sousa Nogueira
É modalidade de asfixia pura, em que se troca o ar respirável por outro ar não usado na
Flávio Sousa
O confinamento pode se dar em local aberto ou fechado. Em local aberto, pode ocorrer se não for
possível a renovação de ar, como em um poço artesiano que esteja a muitos metros de profundidade.
329
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
a. Teoria físico-química
O corpo humano normalmente é mais quente que o ambiente, e, sem a renovação do ar, a
temperatura ambiental tende a aumentar, pois o corpo perde calor para o ambiente através do suor.
Ocorre que o suor evapora e aumenta a umidade do ar ambiental. Com a umidade do ar, ocorre o
retardamento a evaporação do suor, e a temperatura corporal aumenta. Causa a morte por hipertermia
(aumento da temperatura interna), com a hipoxia e hipercapnia (pois não se tem a renovação do ar
ambiental).
b. Teoria química
Sem a renovação do ar ambiental, os níveis de gás carbônico aumentam, com isso, o centro
respiratório bulbar, estimulado pelo CO2, aumenta o ritmo respiratório, e, por consequência, o consumo de
O2 aumenta, causando a morte pelo quadro de hipercapnia e hipoxia.
330
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
• Via cianeto
• Via curare
• Via monóxido de carbono
• Via eletroplessão
O cianeto faz com que a enzima citocromooxidase, que atua no interior das mitocôndrias, fique
inibida, e, assim, fique impedida de retirar os hidrogênios, impedindo de reagir com o oxigênio (que está na
célula, mas não reage), podendo levar à morte instantânea por excesso de hidrogênio nas células.
Flávio Sousa
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331
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
O curare é um relaxante muscular que impede a realização dos movimentos respiratórios, e assim,
pode levar a asfixia.
O monóxido de carbono possui maior afinidade (cerca de 250 vezes mais que o oxigênio) com a
hemoglobina (formando a carboxihemoglobina). Dessa forma, o CO se fixa com maior facilidade, sendo
muito mais estável que a oxihemoglobina, e por isso, impede que haja fixação do oxigênio, e pode levar à
morte por asfixia.
carbonizado.
• As vísceras ficam com cor carminada diferente da oxihemoglobina que tem a coloração
vermelha vivo.
13.4. Eletroplessão
14. ASFIXIOFILIA
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A asfixia autoerótica é a restrição intencional de oxigênio ao cérebro para fins de excitação sexual.
Sousa Nogueira
Ao apertar o pescoço, causa baixa de oxigênio no cérebro, e o acúmulo de dióxido de carbono aumentaria a
sensação de prazer.
Flávio Sousa
Essa asfixia provoca uma vasodilatação generalizada (que levaria a uma melhor ereção) que pode
levar a desmaiar, uma vez que pode atingir o nervo vago, causando uma parada respiratória, e
Flávio
Trata-se de oclusão inesperada das vias aéreas em decorrência da ingestão de alimentos. Logo,
trata-se de uma sufocação direta.
332
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
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A morte, em razão do sangue, poderá ocorrer por anemia aguda (perda) ou ingestão de sangue
(aspiração).
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Segundo a doutrina, a morte por asfixia leva a uma rigidez cadavérica mais rápida, em razão da
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333
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) As asfixias mecânicas se enquadram na categoria dos traumas de natureza fisicoquímica. Nos casos das
constrições cervicais – enforcamento, estrangulamento e esganadura – as asfixias demonstram sinais
característicos que as diferenciam entre si. Nesse sentido, verifica-se o seguinte:
b) a esganadura só ocorre na forma dolosa, uma vez que as formas acidental e culposa são afastadas pelo
mecanismo de ação empregado.
c) nos estrangulamentos, os sinais são constituídos de equimose facial associada a marcas ungueais, os
quais permitem a identificação do agressor.
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d) uma suspensão incompleta, num caso de enforcamento, aponta, direta e inquestionavelmente, para um
homicídio por execução da vítima.
e) dentre as asfixias por constrição cervical, a mais rápida delas em termos de ocorrência da morte é
representada pelo estrangulamento.
( ) O enforcamento, de acordo com sua definição médico-legal, quando diagnosticado indica a ocorrência
de suicídio.
( ) O enforcamento, de acordo com sua definição médico-legal, necessita que o peso do corpo da vítima
Nogueira -- CPF:
acione o laço. Desta forma, os casos descritos como enforcamento, mas nos quais a vítima não estava
Sousa Nogueira
completamente suspensa (pés não tocando o solo) devem ser classificados como “montagem” (tentativa de
ocultação de homicídio).
Flávio Sousa
( ) O enforcamento, de acordo com sua definição médico-legal, não necessita do peso do corpo da vítima
para ocorrer.
Flávio
a) V – V – F – F.
b) V – F – V – V.
c) F – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) F – F – F – F.
3) Diante de notícia sobre a ocorrência de crime de homicídio, policiais civis foram ao local para investigar o
fato. Ao chegarem, foi possível observar que a vítima estava com o corpo totalmente em contato com o
334
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
solo, em decúbito ventral, com as mãos amarradas para trás. Na região do pescoço, foi possível observar
que havia um fio que circulava a região por três vezes. A perícia no material revelou que nas duas pontas do
fio havia um pedaço de madeira amarrado, o que possibilitava o tracionamento para lados opostos. O sulco
provocado pelo fio era contínuo, com profundidade uniforme e em sentido horizontal, tendo lesionado a
região inferior ao osso hioide. Diante das informações apresentadas acima, pode-se afirmar que houve:
a) soterramento.
b) enforcamento.
c) esganadura.
d) estrangulamento.
e) afogamento
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4) De acordo com a classificação de Afrânio Peixoto, as asfixias podem ser definidas como puras, complexas
e mistas. Acerca desta classificação, é um exemplo de asfixia pura a(o):
a) esganadura.
b) enforcamento.
c) confinamento.
d) empalamento.
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e) estrangulamento.
Nogueira -- CPF:
b) o sulco comumente encontrado nos enforcados e estrangulados é produzido por um instrumento corto-
Flávio Sousa
contundente.
Flávio
c) soterramento é um tipo de asfixia em que ocorre a substituição do meio aéreo por terra.
6) No dia 2/1/2022, Juliana compareceu à delegacia de polícia em Paraty – RJ para registrar ocorrência de
desaparecimento dos seus pais, Sebastião e Maria Eugênia, por eles terem extrapolado o horário previsto
para retorno de um passeio que faziam sozinhos naquele mesmo dia, numa luxuosa embarcação com
piscina de água potável. Poucas horas depois do registro, policiais civis daquela unidade receberam a
notícia do encontro de um cadáver do sexo feminino às margens de uma das praias da cidade. Feita a
perinecroscopia, o perito criminal relatou equimose periorbital, pele anserina, cogumelo de espuma na
boca e narinas, assim como a presença de estigmas ungueais nos antebraços. No dia seguinte ao relato do
desaparecimento, os policiais civis souberam que pescadores haviam encontrado um cadáver do sexo
masculino em alto-mar. Comparecendo ao local, o perito criminal relatou que o cadáver estava em
decúbito ventral, com ausência do cogumelo de espuma, sem sinais aparentes de violência e sem sinais de
335
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
a) O cogumelo de espuma é um sinal patognomônico de afogamento, de modo que a sua ausência em C2,
relatada pelo perito criminal, é suficiente para que o delegado de polícia conclua a investigação excluindo a
ocorrência dessa modalidade de asfixia no caso de C2.
b) As lesões descritas pelo perito criminal nos antebraços de C1 não permitem que o delegado de polícia
requisite ao perito legista a coleta de material subungueal de C2 para eventual confronto genético.
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c) A verificação da diferença na diluição do sangue nos hemicorações esquerdos dos cadáveres permite que
o delegado de polícia considere que as duas mortes ocorreram por afogamento em água salgada, uma vez
que a informação quanto ao ponto crioscópico do sangue seria irrelevante, pois tal achado seria idêntico
tanto em água doce quanto em água salgada.
d) Em relação a C2, enquanto o sinal de Niles faz referência ao encontro de água doce no átrio esquerdo do
coração, o sinal de Vargas-Alvarado diz respeito à presença de plâncton na corrente sanguínea.
e) Os achados periciais permitem que o delegado de polícia considere que as duas mortes foram
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provocadas por afogamento, tendo a de Sebastião ocorrido em água salgada e a de Maria Eugênia, em
água doce, ainda que C1 tenha sido encontrado numa praia.
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7) Um médico legista, ao chegar à sala de necropsia, deparou-se com três cadáveres cuja causa da morte
Sousa Nogueira
foi asfixia. Durante o exame necroscópico, foi identificado no primeiro corpo, sulco único, com
profundidade variável e direção oblíqua ao eixo do pescoço; no segundo, os sulcos são duplos, de
profundidade constante e transversais ao eixo do pescoço; no terceiro, em vez de sulcos, havia equimoses
Flávio Sousa
e escoriações nos dois lados do pescoço. A causa da morte mais provável em cada um deles é,
Flávio
respectivamente:
8) Há, segundo vários autores, diferenças entre a evolução dos afogados em água do mar e a dos afogados
em água doce. Assim, é correto afirmar que:
a) em ambos os casos, o sangue do ventrículo esquerdo está diluído, quando comparado ao sangue normal;
336
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE• 13
d) é possível dar certeza de morte por afogamento comparando a densidade do sangue nas cavidades
cardíacas direitas e esquerdas, em ambas as hipóteses;
e) a pesquisa de algas no sangue dos afogados nada informa aos peritos quanto ao mecanismo de morte,
tanto nos de água doce como nos de água salgada.
9) Uma pessoa está em um churrasco com amigos em casa que tem piscina. De repente, um colega a
empurra, por brincadeira, para dentro dessa piscina. Está uma tarde fria. Ela cai na parte mais funda,
demora a vir à tona e morre em consequência da brincadeira. Houve um afogamento:
a) incompleto;
b) branco;
c) verdadeiro;
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d) secundário;
e) idiopático.
d) substituição da carboxi-hemoglobina;
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GABARITO
Flávio
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Flávio
Flávio Sousa
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Flávio
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FREDERICO ALVES MELO
RADIANTE
LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA
LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
339
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Trata-se dos efeitos resultantes em toda a atmosfera, ambiental etc., de partículas radioativas, por
exemplo, usinas nucleares).
A radiação pode levar até a morte, e, para entender a radiação, é preciso entender o átomo. O
átomo possui um núcleo, e, nele, contem prótons (carga positiva), sendo circundados por elétrons (carga
negativa), possuindo ainda os nêutrons, que não possuem carga elétrica.
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Quando um átomo que está no espaço é atingido por um raio cósmico, que bate no núcleo, pode
fazer com que um nêutron ou próton seja eliminado. Ou seja, esse raio cósmico, ao bater nesse átomo,
pode emprestar toda a sua energia para esse átomo, e este fica altamente energizado. Essa energia
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cumulada dentro do átomo vai aos poucos sendo eliminada. Essa eliminação da energia é que confere a
radioatividade a esse átomo.
A alteração nuclear (prótons e nêutrons), em razão do recebimento de uma carga de energia, faz
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com que prótons e nêutrons sejam eliminados do núcleo. Após o recebimento dessa energia, esta é
eliminada do núcleo aos poucos e assim confere-se radioatividade ao átomo.
Sousa Nogueira
Essa dissipação da energia (radioatividade) pelo átomo, é feita através da liberação de partículas
alfa, beta e gama.
Flávio Sousa
Flávio
2. IRRADIAÇÃO E CONTAMINAÇÃO
2.1. Irradiação
Segundo o Professor Roberto Blanco, sempre que alguém ficar exposto a alguma substância
química capaz de emitir partículas radioativas alfa ou beta, bem como ondas eletromagnéticas com
determinados comprimentos de onda, como os raios X, e principalmente os raios gama, essa pessoa estará
irradiada. Quando essa pessoa se afasta do foco de radiação, os efeitos lesivos provenientes da fonte de
radiação deixam de continuar a afetar a pessoa, embora os efeitos produzidos na pessoa permaneçam.
ATENÇÃO!
Na irradiação, a pessoa irradiada não é uma fonte de energia radiante, sendo apenas uma vítima.
2.2. Contaminação
340
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
ATENÇÃO!
• Radiação Alfa
• Radiação Beta
• Radiação Gama
• Raio-X
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A radiação Alfa é a mais fraca das radiações, sendo incapaz de ultrapassar uma folha de papel.
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Assim, se o indivíduo estiver exposto a um produto radioativo que está eliminando partículas alfa, mas
estiver protegido por uma roupa, essa partícula alfa não atravessa a roupa. Ela não tem poder de
Sousa Nogueira
penetração.
Haverá problema se a pessoa ingerir algo contaminado pela partícula alfa, pois ao ingressar no
Flávio Sousa
A radiação Beta, atravessa o papel, mas não alumínio. Podem penetrar superficialmente na pele
causando queimaduras.
A radiação Gama, desloca-se na velocidade da luz, atravessa a pele e atravessa até mesmo o aço, o
chumbo, mas não é capaz de ultrapassar o concreto.
Se o agente for ficar perto de uma substância radioativa que emite uma radiação gama, deve
atentar para o tempo de exposição, pois os efeitos da radiação gama estão relacionados com o tempo de
exposição.
341
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
Em contato com o corpo, essa radiação vai direto para os órgãos produtores de sangue (glóbulos
vermelhos, glóbulos brancos, e plaquetas), causando assim anemia, infecções e sangramentos, levando a
morte.
3.4. Raio-X
O raio-X, ultrapassa o papel, pele, alumínio, mas não passa pelo chumbo.
Em resumo: é mais penetrante que a radiação beta e menos penetrante que a radiação gama.
Flávio Sousa
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342
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
Quanto menor o comprimento da onda radioativa, mais rápida é a vibração e mais penetrante ela
é, logo, quanto maior o comprimento da onda radioativa, menos rápida é a vibração e menos penetrante
ela é.
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88
5. UNIDADE DE RADIAÇÃO
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• Becquerel (Bq)
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Dose anual permitida de radiação: 2,4 mSv/ano, no máximo. Na proporção que essa quantidade
começa a aumentar, problemas podem surgir.
Se apresentam de forma não visual, pois nós apenas enxergamos do vermelho ao violeta.
OBSERVAÇÃO
Esta unidade está para radiação como o kg está para a massa, como o litro está para o volume.
343
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
Às vezes a partícula é liberada em segundos, às vezes é liberada em dias, ou anos. Cada substância
radioativa tem uma velocidade de eliminação.
A forma aguda pode ser verificada com queimaduras, que, a depender da proximidade, irá variar,
podendo ser:
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• 1º grau
• 2º grau
• 3º grau
6.1.1. 1º grau
Consiste no eritema e depilação da área afetada. Forma-se uma mancha avermelhada que, aos
poucos escurece.
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6.1.2. 2º grau
Formam-se pápulas avermelhadas que podem chegar à ulceração, em geral dolorosa e recoberta
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por crosta purulenta pois infeccionam com facilidade; sua cicatrização é difícil. Há também flictenas (bolhas
de conteúdo rico em proteínas).
Sousa Nogueira
6.1.3. 3º grau
Flávio Sousa
OBSERVAÇÃO
Segundo o Professor Roberto Blanco, embora a maioria dos autores não considerem esse grau de
lesão nas radiodermites (melhor orientação em prova objetiva), não resta dúvida que as lesões mais
intensas e profundas equivalem as típicas lesões de carbonização, muito comuns nos demais tipos de
queimaduras por agentes térmicos.
ATENÇÃO!
344
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
Podem afetar a pele ou órgãos internos, produzindo síndromes digestivas, genitais, cancerígenas,
graves alterações sanguíneas (na medula óssea vermelha), podendo causar até a morte.
Segundo o Professor Roberto Blanco, estas úlceras quando derivadas de doença profissional ou de
doenças das condições de trabalho, em radiologistas ou pessoas eventualmente expostas, no trabalho, à
radiação, recebem este nome, sendo comumente visualizadas nas mãos.
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6.5. Septicemia
Sousa Nogueira
Geralmente é a morte atingida por radiação, após a perda dos glóbulos vermelhos e glóbulos
Flávio Sousa
brancos, quando não se tem mais defesa no organismo e as infecções se instalam no organismo.
Flávio
Meia vida é o tempo que o elemento radioativo demora para perder a metade da radiação que
carrega. As principais meia-vidas são:
• Iodo-131: 8 dias
• Césio-137: 30 anos
• Carbono-14: 5.730 anos
OBSERVAÇÃO
O Carbono-14 é o mais utilizado para cálculo da idade dos fósseis que viveram há mais de 5.730
anos.
345
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA RADIANTE• 14
O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um
grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de
setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica
abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás.
O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se
de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou
seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do
Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.
O professor Blanco realizou este procedimento com roupas adequadas que apenas o protegiam dos
raios alfa e beta, logo, sua proteção contra os raios gama seria a duração de contato de acordo com os
Sieverts medidos na irradiação do cadáver.
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APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) Goiânia foi sede do maior acidente radioativo do Brasil. Várias pessoas sofreram ações diretas e indiretas
do elemento radioativo. Sobre radioatividade, tem-se que:
c) a ação local da radioatividade causa as radiodermites que possuem curta duração, em média três dias.
GABARITO
Flávio Sousa
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Flávio
Flávio Sousa
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BAROMÉTRICA
LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA
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LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O estudo das lesões e mortes causadas por baropatias está ligado ao aumento ou diminuição da
pressão atmosférica. Trata-se de uma energia física não mecânica de origem barométrica.
O ser humano está adaptado para viver em uma mistura gasosa, a atmosfera, que exerce sobre o
seu corpo uma pressão de 760 mm Hg (milímetros de mercúrio) ao nível do mar.
Apesar de seus aparelhos respiratório e circulatório estarem preparados para dar o máximo de
rendimento nessas condições, guardam certa reserva funcional, que permite ao indivíduo suportar
pressões um pouco maiores, ou menores, sem prejuízos para o organismo. Ultrapassado o limite da
tolerância, surgem distúrbios, a princípio reversíveis. Aumentando a variação barométrica ainda mais,
aparecem, então, alterações funcionais e estruturais em diversos tecidos. Podemos chamar o conjunto
dessas alterações de baropatia, ou seja, doenças causadas pela pressão atmosférica.
(subir montanhas) essa pressão diminui, ao mergulhar, a massa liquida da água atua sobre o mergulhador
(pressão hidroestática) e a cada 10 metros de profundidade, aumenta 1 ATM.
É comum verificar-se baropatias entre mergulhadores, uma vez que, a cada 10 metros de
profundidade, a pressão ambiente eleva-se de 1 atmosfera. Assim, a 10 metros de profundidade, o corpo
do mergulhador está submetido a 2 atmosferas de pressão (uma do ar e outra dos 10 m de água); a uma
profundidade de 20 metros, está sob 3 atmosferas, e assim por diante.
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OBSERVAÇÃO
Na subida, o mergulhador para evitar a descompressão, deve fazer 1/10 de ATM a cada 10 minutos.
Nogueira -- CPF:
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• Oxigênio: 21%
Flávio
ATENÇÃO!
Mesmo em grandes altitudes, com quantidades absolutas menores, o percentual dos gases se
mantém.
São as leis que determinam o comportamento dos gases nos diversos fenômenos físicos, veja:
• Lei de Boyle-Mariotte
• Lei de Dalton
348
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
• Lei de Henry
Segundo a lei de Boyle-Mariote, sob temperatura constante, o volume ocupado por uma massa de
gás é inversamente proporcional à pressão suportada. Assim, quando dobramos a pressão sobre uma
massa gasosa, seu volume reduz-se a metade, desde que se mantenha a temperatura.
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Segundo a Lei de Dalton, a pressão exercida por uma mistura gasosa é igual à soma das pressões
parciais de cada componente da mistura.
A pressão parcial corresponde à pressão que exerceria qualquer dos componentes, se estivesse
disperso sozinho por todo o espaço ocupado pela mistura. Além do mais, “a concentração de um gás
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dissolvido em uma massa líquida é diretamente proporcional a pressão exercida pela fase gasosa da
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mistura líquido-gás”.
Segundo a Lei de Henry, é analisada a quantidade de gás que se pode dissolver em uma massa
líquida.
A Lei de Henry diz que, se aumentar a pressão parcial de um dos gases do ar inspirado, sua
quantidade dissolvida em uma massa líquida (Ex. sangue) aumentará na mesma proporção; e que
variações para menos também serão acompanhadas com a mesma intensidade.
Lei do refrigerante
A Lei de Henry é também chamada de Lei do refrigerante. Por isso que, se os mergulhadores não
voltarem lentamente, os gases se expandem rapidamente (similar a abertura de uma lata de
refrigerante), podem causar o apagamento brusco do mergulhador. É chamado de mal dos
mergulhadores ou dos escafandristas.
349
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
• Forma aguda;
• Forma crônica.
Quando o indivíduo sobe a grandes altitudes (acima de 3 mil metros em que o ar é rarefeito) ou um
piloto de avião em cabines despressurizadas, estão sujeitos a alterações em seu quadro normal em função
da diminuição da pressão.
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São características que configuram o mal das montanhas ou aviadores, em sua forma aguda:
• Retenção de líquidos;
• Espessamento perí-alveolar.
Nogueira -- CPF:
OBSERVAÇÃO
Sousa Nogueira
A doença de monge é a forma crônica do mal das montanhas que ocorre em pessoas que vivem
em grandes altitudes, normalmente acima de 3 mil metros de altura, onde se tem o ar rarefeito (estão
ambientadas a baixa pressão).
Em função do corpo humano buscar se adaptar ao ambiente, e podem surgir características que
configuram a doença de monge:
350
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
b. Aumento da hematopoiese
351
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
c. Poliglobulia compensadora
É o fenômeno adaptativo de pessoas que vivem em grandes altitudes, pois o ar disponível é mais
rarefeito, que leva a hipoxia, e assim para compensar essa hipoxia, tem-se a poliglobulia compensadora,
que é marcada pelo aumento da atividade da eritropoietina e da hematopoiese (o que leva a um aumento
de glóbulos vermelhos para aumentar a capacidade de transporte de oxigênio).
d. Risco de tromboses
Pois com o aumento de glóbulos vermelhos (para capturar mais oxigênio), o sangue fica mais
espesso e a circulação mais lenta, podendo levar a obstrução de alguns vasos.
O sangue é formado por: Plasma ou parte líquida do sangue que correspondem a 55% e
elementos figurados que correspondem a 45% do sangue.
Os elementos figurados são: glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácia), que possuem função de
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capturar e transportar o oxigênio; glóbulos brancos (leucócitos), que possuem função de defesa e as
plaquetas.
Alteração morfológica que ocorre nas extremidades dos dedos que ficam alargados.
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Mioglobina é proteína que ajuda molecularmente o deslocamento do oxigênio para o interior das
Nogueira -- CPF:
células.
Sousa Nogueira
Trata-se do aumento da pressão sofrida pelo corpo, pois a cada dez metros de profundidade, há o
Flávio
O perigo se dá na subida em função da Lei de Boyle Mariote, pois a pressão vai diminuir e o volume
do pulmão aumenta (pressão e volume tem reação inversa), assim o oxigênio não renovado (e sem
pressão), não consegue passar para o sangue, levando a hipoxia aguda, e ao apagamento. Com o desmaio,
o indivíduo pode ingerir água podendo ocorrer a morte por afogamento.
352
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
Segundo o Professor Hygino de C. Hercules nesses casos de subida brusca, causa a hiperdistensão
alveolar, podendo levar ao rompimento das paredes do pulmão.
Ocorrem nas descidas, devido ao aumento da pressão, que pode levar ao rompimento do tímpano.
Forma de igualar a pressão interna (que é menor) com a pressão externa (que é maior), através do
sopro com nariz e boca fechados, que faz com que o tímpano seja empurrado para fora.
Se o indivíduo estiver gripado, a manobra de valsalva não é eficaz devido a inflamação atingir o
ouvido interno.
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Consiste na deglutição com a boca e nariz tapados, o que provoca uma diminuição da pressão na
nasofaringe e na caixa timpânica.
Na proporção que a pressão externa aumenta, o aparelho injeta ar com uma pressão para dentro,
e assim as pressões de fora para dentro e de dentro para fora, se igualam.
O perigo encontra-se na volta, pois se o mergulhador ao subir rapidamente haverá expansão dos
Nogueira -- CPF:
gases (deve subir de forma lenta e gradual para melhor descompressão) que ao cair na circulação
sanguínea, podem causar obstruções.
Sousa Nogueira
É a forma aguda da doença, que leva a roturas das paredes alveolares durante a subida, diante de
uma descompressão dos gases, causando uma hemorragia intrapulmonar (também levará ao
aparecimento das manchas de paltauf nos pulmões).
É a forma crônica da doença, devido ao ar comprimido seguir no corpo, ou seja, foi feita uma
descompressão inadequada, o que leva a acúmulo de gases que, no dia a dia, são descomprimidos nas
articulações, causando dores, sendo chamado de “BEND”.
353
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Quantidade de ar diminui conforme a profundidade. O oxigênio que entrou foi gasto. O nitrogênio não é
gasto, e começa a expandir, causando problemas.
Trilix
O ar inserido na scuba é composto por três gases (nitrôgênio, oxigênio e outro gás, que
normalmente é o gás hélio - heliox), pois, se mantiver a quantidade normal de nitrogênio (78%), pode
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Nitrox
Sousa Nogueira
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) Um mergulhador que sai do fundo de um rio e sobe muito rápido pode estar sujeito aos efeitos da
descompressão. Tal fato é considerado um:
b) afogamento
354
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR ENERGIA BAROMÉTRICA• 15
e) barotrauma
GABARITO
355
Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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16 MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE
MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
356
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. Imputável
É o agente, que ao tempo da conduta, possui plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.
1.2. Semi-imputável
1.3. Inimputável
É o agente, que ao tempo da conduta, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
2. IMPUTABILIDADE
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A psiquiatria forense, que faz parte da Medicina Legal especial, tem por finalidade a avaliação da
responsabilidade penal e a capacidade civil, que podem estar alteradas em função de distúrbios mentais.
Sousa Nogueira
É o exame técnico com o fim de analisar a imputabilidade ao tempo da conduta e somente o juiz
pode determinar o exame de sanidade mental do indiciado ou acusado.
OBSERVAÇÃO
357
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
ATENÇÃO!
Os artigos a seguir são de leitura obrigatória: art. 26, 27 e 28 do CP; art. 45 e 46 da Lei n.º
11.343/2006.
O art. 45 da Lei n.º 11.343/2006 que será isento de pena o agente que , em razão da
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da
ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 45, Lei n.º 11.343/06. É isento de pena o agente que, em razão da dependência,
ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da
ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
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entendimento.
Ainda, segundo o art. 46 da Lei de Drogas, as penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços
se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou
da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
Art. 46, Lei n.º 11.343/06. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por
força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da
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Segundo o art. 28 do Código Penal, é isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
Sousa Nogueira
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Flávio Sousa
§ 1º- É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Ainda, diz o §2º que a pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º- A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
• tolerância
358
Flávio
Flávio Sousa
Sousa Nogueira
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• dependência
• síndrome de abstinência
MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
359
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
4.1. Tolerância
Exemplo: A pessoa bebia uma dose de uísque para se sentir “alegre”, e com o tempo passa a beber
mais doses para atingir o mesmo efeito.
São efeitos psíquicos e somáticos (nervosismo, alucinações, agitação, tremores etc.) da ausência do
uso da droga. Em resumo, é um conjunto de sintomas e sinais que ocorrem ao mesmo tempo causados
pela carência da droga.
OBSERVAÇÃO
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Quando é atestada a síndrome de abstinência, esse indivíduo é tido como dependente da droga.
4.3. Dependência
A dependência está relacionada a conflitos sociais, como, familiares, trabalho, polícia, justiça, na
vida cotidiana no geral.
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CUIDADO!
Para isenção de pena pela dependência da droga, independe de ser proveniente de caso fortuito
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• biológico;
• biopsicológico ou misto.
Quando o critério for biológico, leva-se em conta a idade da pessoa. No Brasil, são considerados
inimputáveis os menores de 18 anos.
360
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
Art. 26, CP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
• Psicóticos;
•
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Portadores de esquizofrenia;
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Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
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Note a ausência do termo doente mental no parágrafo único. Isso ocorre porque a doença mental
encontra-se inserida dentro do gênero perturbado mental.
Aqui, além dos doentes mentais, são também considerados perturbados mentais os:
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• neuróticos;
• psicopatas;
Sousa Nogueira
• epilépticos.
Flávio Sousa
5.2.1. Neuróticos
Flávio
Eles se utilizam de mecanismos de defesa de maneira inconsciente para não ter que enfrentar uma
realidade que está recalcada no âmago de sua mente.
Por vezes esses portadores de neuroses tentam maquiar suas neuroses, podendo ocorrer por:
• simulação
• dissimulação
• metassimulação
• parassimulação
a. Simulação
361
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
Segundo Bonnet, sempre que alguém tenta imitar, agravar ou criar intencionalmente sintomas de
uma doença para buscar eventual reconhecimento de inimputabilidade.
b. Dissimulação
362
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
c. Metassimulação
O agente possuidor da doença, exagera nos sintomas para parecer que o quadro é mais grave.
d. Parassimulação
5.2.2. Psicopatas
Os psicopatas não são doentes mentais e sim perturbados mentais. Locados no art. 26 parágrafo
único do CP, possuem capacidade de entendimento e autodeterminação reduzidas.
É um perturbado mental que tem um desvio social (sociopata ou personalidades anormais), que
acredita que o mundo deve-se reger pelas suas regras, fazendo isso com a maior naturalidade. Ele é
desprovido de afeto. É egocêntrico e possui convicção de que seus pares o devem servir, sem os contrariar.
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O indivíduo nasce psicopata. Ele não vira psicopata com o passar do tempo.
5.2.3. Epilépticos
Segundo o professor Roberto Blanco, o epilético não é doente mental, e sim portadores de
alteração neurológica que gera reflexos musculares. Os epilépticos possuem distúrbios no sistema nervoso
central e costumam ter crises convulsivas, tendo comportamento agressivo e desproporcional.
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Para o referido mestre, a epilepsia será classificada como doença mental quando for epilepsia
catatônica, ou seja, que tem o condão de retirar totalmente a capacidade de entendimento e
determinação.
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O “crime epilético” é marcado por multiplicidade de golpes, sem motivação, sem premeditação,
amnésia anterior e não há preocupação em esconder os elementos do crime.
Sousa Nogueira
Os epilépticos, segundo Hygino C. Hércules, são doentes mentais. Possuem alteração neurológica
que gera reflexos neuromusculares. Distúrbios no sistema nervoso central, que podem levar a crises
Flávio Sousa
convulsivas. Na forma mais grave, pode gerar comportamento agressivo e desproporcional levando a
Flávio
O criminoso epiléptico é o agente criminoso que possui epilepsia, sendo, portanto, imputável.
O epiléptico criminoso é o agente que não é criminoso, mas em razão das alterações psicomotoras,
acabam por cometer um delito. Neste caso, deve ser comprovado o nexo entre a epilepsia e a conduta
ilícita, podendo ser reconhecida sua semi-imputabilidade.
São os que não possuem o desenvolvimento mental completo. Os surdos e mudos que não
conseguem exprimir sua vontade, podem se enquadrar nesta categoria.
363
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
6.1. Retardado
São os oligofrênicos, ou seja, os que possuem desenvolvimento mental deficiente (podendo ser
congênita ou adquirida), tendo afetada a sua capacidade intelectual. São classificados de acordo com que
Q.I. em:
• idiotas
• imbecis
• débeis mentais
6.1.1. Idiotas
Os idiotas possuem o Q.I. de 0 a 25% de uma pessoa normal, com uma idade mental até 3 anos.
Esse indivíduo, possui um retardo profundo e é dependente de outra pessoa.
6.1.2. Imbecis
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Os imbecis possuem o Q.I. de 25% a 50% de uma pessoa normal, tendo a idade mental de 3 a 7
anos. Diz-se que possui um retado moderado, sendo um independente treinável.
Possuem o Q.I. de 50% a 75% de uma pessoa normal, tendo a Idade mental até 7 a 12 anos.
Possuem retardo mental leve, sendo uma independente educável.
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FENILCETONÚRIA
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Os cromossomos são distribuídos em pares. 23 do pai, 23 da mãe totalizando 46. Assim, a síndrome
Flávio
de Down é uma anomalia causada pela presença de três cromossomos 21 (trissomia 21). As células destas
pessoas possuem 47 cromossomos, e não 46.
A Síndrome de Turner é causada pela mutação genética, onde ocorre a falta de um segundo
cromossomo sexual. Os indivíduos afetados usualmente têm 45 cromossomos, com os 22 pares de
autossomos e mais um cromossomo X.
6.4. Embriaguez
364
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
No critério misto, é indispensável comprovar o nexo de causalidade entre o aspecto biológico (embriaguez),
e a alteração do psiquismo que permitiu a realização da conduta delituosa.
•
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inimputável
• semi-imputável
• inimputabilidade
Para ser considerado inimputável, a embriaguez deve ser completa, proveniente de caso fortuito ou força
maior e ao tempo da ação ou da omissão, o agente deve estar inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 28 § 1º, CP - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente
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7. SEMI-IMPUTABILIDADE
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entendimento.
Flávio
365
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A embriaguez voluntária ocorre quando o agente ingere bebida alcoólica com a finalidade de se
embriagar.
Flávio Sousa
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A busca da embriaguez é para cometer um crime, e, neste caso, incidirá a agravante da embriaguez
pré-ordenada.
No caso de pré-ordenada, se concluir o plano inicial, essa embriaguez é tida como incompleta, pois
se completa fosse, não tem nem consciência nem vontade sob o domínio dele.
Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
l) em estado de embriaguez preordenada.
O agente ingere bebida voluntariamente, mas fica embriagado culposamente, ou seja, o agente não
tinha a intenção de ficar embriagado.
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A teoria da actio libera in causa vem solucionar casos nos quais, embora considerado inimputável, o
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Há uma verdadeira idiossincrasia, que pode levar ao cometimento de delitos. Não havendo
consciência e vontade, o agente será tratado como inimputável.
Idiossincrasia
Trata-se do efeito inesperado gerado em razão de alguma substância que foi ingerida pela pessoa
(Ex. bebida, medicamento etc.).
A ingestão de bebida alcoólica pode levar a embriaguez, e essa embriaguez pode ser
classificada em fases.
367
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
368
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
Nesta fase inicial há uma excitação, uma desinibição inicial do agente. O álcool é uma substância
depressora, atuando no sistema nervoso central, deprimindo assim, a censura, causando a desinibição
inicial.
Com a progressão dos efeitos do álcool, há uma agitação, uma confusão no agente que leva a ficar
agressivo.
conseguindo se manter em pé. Nesta fase o agente encontra-se em sono profundo, podendo estar em
coma, vomitar, urinar etc.
Na fase do porco o agente pode cometer crimes de omissão, desde que esteja na condição de
garantidor.
No Instituto Médico Legal – IML, os exames de embriaguez que podem ser feitos em nos indivíduos
vivos, são os seguintes:
• clínico
• neurológico
Nogueira -- CPF:
• psíquico
Sousa Nogueira
7.3.1. Clínico
Flávio Sousa
No exame clínico, é feita uma análise da como a pessoa se apresenta. Assim, é verificado o ritmo
Flávio
cardiorrespiratório acelerado; conjuntivas vermelhas; hálito com odor alcoólico; pele com suor etc.
7.3.2. Neurológico
Se a pessoa está sob o efeito de álcool, há alteração no cerebelo, que afeta a coordenação motora
e o equilíbrio (parte neurológica), assim o exame clínico, neurológico é feito através do Sinal de Romberg e
o Sinal de Quatro.
a. Sinal de Romberg
Periciado fica em pé, com pés juntos, membros superiores juntos ao corpo, e olhar em direção ao
horizonte.
Na mesma posição do anterior, mas neste deve-se fechar os olhos e inclinar a cabeça para trás.
369
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
c. Sinal de Quatro
7.3.3. Psíquico
São feitas perguntas sobre a pessoa, família, dia a dia, atualidades etc. Não se faz exame de sangue
ou de urina no IML.
É a capacidade, a facilidade de as pessoas ficarem embriagadas, que devem ser analisadas por
diversos fatores, tais como: peso, frequência que ingere álcool, estado de saúde etc.
A embriaguez ao volante, em que pese a sua classificação como crime de perigo abstrato,
exige prova de efetiva alteração da capacidade psicomotora para sua configuração, não
sendo suficiente, portanto, a aferição através de etilômetro, embora dispensável o exame
pericial.
ATENÇÃO!
Se a pessoa possuir doença cerebelar (labirintite), pode dar a impressão de estar bêbado, pois esta
causa perda do equilíbrio.
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O meio ambiente pode influir no alcoolismo, podendo essa influência ser classificada, segundo o
Sousa Nogueira
• Alfa
Flávio Sousa
• Beta
•
Flávio
Gama
• Delta
• Epsilon
7.5.1. Alfa
O ambiente social é apenas uma desculpa para ingestão do álcool. Em qualquer situação a ingestão
do álcool passa a ser necessária.
7.5.2. Beta
É resultado da influência cultural. O agente faz consumo regularmente sem se embriagar. Por
vezes, acabam por causar doenças como cirrose, pancreatite, etc.
7.5.3. Gama
370
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
7.5.4. Delta
7.5.5. Epsilon
Decorre da dipsomania ou alcoolismo periódico. O agente fica sem beber por algum tempo, mas
periodicamente, por algum motivo, faz o consumo exagerado.
Trata-se de síndrome decorrente da ação lesiva do álcool no sistema nervoso central, provocando:
• Amnésia lacunar
• Palimpsesto
• Alucinose alcoólica
• Flash-back
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7.6.2. Palimpsesto
Sousa Nogueira
São os esquecimentos lacunares repetitivos. Caso o agente venha a cometer um delito, agredido
alguém, não se recorda e não acredita que tenha feito.
Flávio Sousa
São psicoses que ocorrem diante do quadro de abstinência após anos de consumo. É chamado de
delirium tremens.
7.6.4. Flash-back
371
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
O álcool ao entrar no corpo humano, segue um determinado caminho. Inicialmente vai para o
estômago, após intestino, e posteriormente vai para o sangue até chegar ao cérebro.
Se o estômago está vazio, o álcool chega mais rápido ao cérebro. Se está com alimentos
(principalmente gordurosos), o álcool demora mais a passar para o intestino e logo mais para chegar ao
cérebro.
Assim, o caminho do álcool até ser eliminado é: ingestão, absorção, metabolização e eliminação.
Na pessoa viva, em cerca de 8 a 10 horas há toda metabolização do álcool, não restando vestígios
do álcool no corpo.
Se a pessoa bebeu e morreu, a metabolização cai quase a zero, assim, mantém altos níveis de
álcool no corpo. Os melhores locais para se verificar a presença de álcool no sangue do cadáver são:
OBSERVAÇÃO
O coração não é indicado, pois o álcool pode passar do estomago para o coração (em razão da
proximidade), dando um falso diagnóstico.
Deve ser analisado todos os órgãos para analisar o percurso da droga no corpo.
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8. MENINGES DO CÉREBRO
• Pia-máter
• Aracnóide
Sousa Nogueira
• Dura-máter
Flávio Sousa
8.1. Pia-máter
Flávio
A pia-máter é a primeira membrana que envolve o cérebro, sendo das três, a mais fina.
8.1.1. Liquor
Entre a pia-máter e a aracnoide, existe uma substância chamada de liquor, que tem por função a
drenagem local, e o amortecimento.
8.2. Aracnóide
372
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
As meninges aracnoide e pia-máter, são finas e transparentes, e por isso são chamadas de lepto
meninges.
8.3. Dura-máter
373
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
89
ATENÇÃO!
Com o hematoma extra dural, o cérebro fica comprimido e a pessoa pode apresentar sintomas de
quem ingeriu bebida (fala desconexa, andar cambaleando etc.), podendo dar um diagnóstico falso de
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embriaguez.
9. LEI DE DROGAS
Nogueira -- CPF:
Quando se trata de drogas, a substância proibida deve estar relacionada na Portaria 344 da Anvisa.
Sousa Nogueira
Diz o art. 45 que será isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
Flávio
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer
que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Se o agente for DEPENDENTE, independe de ser proveniente de caso fortuito ou força maior,
restando apenas a análise de estar inteiramente incapaz ou não.
Art. 45, CP. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
374
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
Segundo o parágrafo único, quando o agente for absolvido, sendo reconhecido por força pericial,
que este apresentava, à época do fato, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o
juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.
Não se trata de medida de segurança, e sim encaminhamento para tratamento médico adequado.
Flávio Sousa
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375
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9.1.1. Semi-imputável
Ainda, segundo o art. 46 da Lei de Drogas, as penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços
se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou
da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
Art. 46, CP. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou
da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
• Hidrargirismo
• Mitridatismo
• Saturnismo
• Chumbinho (carbamato)
• Pesticidas organofosforados
• Monóxido de carbono
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• Cianeto
• Drogas psicoativas ou psicotrópicas
10.1. Hidrargirismo
Nogueira -- CPF:
pode causar erupções na pele, problemas de memória, e inclusive levar a óbito, sendo muito comum em
Flávio
áreas de garimpo.
10.2. Mitridatismo
No mitridatismo, o envenenamento ocorre por arsênico, que em doses mínimas pode matar.
O arsênico possui grande afinidade com a pele, e mesmo após anos da morte, é possível verificar a
presença de arsênico nos fâneros da pele.
São sinais caraterísticos que indicam envenenamento por arsênico: eritema na pele sem exposição
ao sol, dores abdominais, vômitos esbranquiçados, diarreia, fígado amarelado (forma crônica), etc.
São ranhuras, estrias, esbranquiçadas que surgem nas unhas em razão do arsênico.
376
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
Historicamente era usado para matar reis. Por isso, o Rei Mitridates, buscou imunizar-se contra um
eventual envenenamento, tomando doses crescentes (mas nunca letais) de arsênico =, até que fosse capaz
de tolerar até mesmo uma dose mortal. Curiosamente, morreu envenenado.
10.3. Saturnismo
O saturnismo afeta o cérebro, causando psicoses tóxicas, além de ser causador de anemia, por não
permitir a fixação do ferro na hemoglobina.
Se um PAF ficar alojado por muito tempo dentro do corpo, é possível que ocorra o saturnismo.
A orla do encaixe do dente na gengiva vai ficando anegrada e indica a intoxicação por chumbo.
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a acetilcolina.
Flávio
Entenda: A acetilcolina é liberada após cada transmissão dos impulsos nervosos aos diversos órgãos
do corpo, que fazem os músculos contrair. A acetilcolinesterase faz com que o músculo após a contração,
relaxe. Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os músculos o que leva a
espasmos musculares generalizados, podendo levar à morte por sufocação indireta (asfixia).
Esses pesticidas feitos por organofosforados tem a finalidade de matar as pragas da lavoura. Por
vezes, a ingestão destes alimentos sem a adequada higiene, leva a contaminação, levando a problemas
neurológicos, de controle da musculatura, náuseas etc.
377
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
O monóxido de carbono normalmente está presente na fumaça negra que ocorre pela queima de
determinados produtos. Ele possui uma afinidade muito grande com hemoglobina, e em razão disso,
forma-se a carboxihemoglobina, que impede o transporte de oxigênio, e leva a intoxicação por monóxido
de carbono.
Quando a concentração de monóxido de carbono no sangue é maior que 50%, há perigo de morte
iminente. Ainda, no caso de morte, verifica-se que as vísceras ficam com a cor carminada.
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10.7. Cianeto
O cianeto é um tóxico que age em nível intracelular (ação química). Ele faz com que a enzima
citocromooxidase (que atua no interior das mitocôndrias), fique inibida, e assim, fique impedida de retirar
os hidrogênios e como consequência impede a reação com o oxigênio (que está na célula, mas não reage),
podendo levar a morte instantânea por excesso de hidrogênio nas células. Leva a hemorragia da mucosa
gástrica (lembrando uma polpa de goiaba).
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As drogas psicoativas podem ser classificadas, quanto aos seus efeitos, em drogas:
Sousa Nogueira
• Psicolépticas ou psicocatalépticas
• Psicodislépticas
• Psicoanalépticas
Flávio Sousa
Flávio
São exemplos de drogas psicolépticas, o álcool, sedativos, morfina, ópio, papoula, heroína,
barbitúricos etc.
11.2. Psicodislépticas
São exemplos drogas psicodislépticas, o LSD, psilocibina, mascalina, cogumelos, maconha, haxixe
etc.
378
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
A maconha, é a droga mais consumida no mundo, e tem o princípio ativo através do THC
(tetrahidrocanabinol), que só está presente na flor das plantas da maconha feminina.
11.3. Psicoanalépticas
São exemplos de drogas psicoanalépticas, a cocaína, anfetaminas, ecstaxy, oxi, crack, merla etc.
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Metabólicos da cocaína
O exame de sangue do usuário de cocaína pode apresentar as seguintes substâncias como
metabolismo:
OBSERVAÇÃO
Os pelos do corpo podem acusar o uso de drogas por até 6 meses após o indivíduo parar o uso da
substância ilícita.
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São drogas sintéticas produzidas em laboratório, que causam (mimetizam) os mesmos efeitos das
drogas ilícitas (psicoléptica, psicodisléptica ou psicoanaléptica), mas com componentes químicos que não
estão elencados na portaria 344 da Anvisa.
similaridade estrutural, com lavratura de laudo positivo para drogas ilícitas. A defesa pode
ponderar infringência ao princípio da legalidade, legalidade estrita e taxatividade.
Princípios caros para direito penal.
O STJ refuta esta alegação sob o fundamento de que a droga tem mesma estrutura de
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da criminalidade que manipula a estrutura da droga justamente para lhe deferir o status
de “legal hights” burlando a lei.
O STJ utiliza o princípio da proporcionalidade na sua vertente da vedação à proteção
Flávio Sousa
deficiente. À luz do princípio geral de que o Estado não pode admitir que o agente se
valha da própria torpeza e preservando a saúde pública, bem jurídico tutelado pela lei
Flávio
11.343/06.
A síndrome do corpo embalagem ocorre quando pacotes de drogas são inseridos em um corpo para
serem transportados (mulas) e se rompem seu interior deste corpo. A depender do local do corpo em que
são transportados, pode ser classificado como:
• Body packer
• Body pusher
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Flávio
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• Via oral;
• Injetar;
• Via inalação.
OBSERVAÇÃO
A forma de introdução via inalação, possui os efeitos mais rápidos, pois não precisa passar pelo
coração para chegar as artérias.
• Aditivo;
• Sinergismo;
• Antagonismo.
Quando ocorre o consumo de mais de uma droga e os efeitos individuais de cada uma se somam.
11.7.2. Sinergismo
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Ex.: Droga A, será mais toxica em doses menores, em função da presença de outra droga.
11.7.3. Antagonismo
Flávio Sousa
Flávio
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FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) Maria compareceu à delegacia para registrar ocorrência de que a esposa do seu irmão vinha ameaçando
matar o próprio filho, que nasceu havia três dias. Disse que sua cunhada vinha enfrentando dificuldades
para dormir e para amamentar a criança. Acrescentou que a cunhada apresentava agitação e raiva, que
estava sempre confusa na hora de conversar e que manifestava delírios e alucinações. Considerando-se
essa situação hipotética, é correto afirmar que a provável patologia mental apresentada pela cunhada de
Maria, que pode levar ao infanticídio, é a(o)
a) blues puerperal.
b) depressão pós-parto.
c) transtorno da ansiedade.
d) transtorno do pânico.
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e) psicose puerperal.
2) Em relação à condição de pessoas com transtornos mentais perante a justiça, assinale a opção correta.
b) A falha na capacidade de controle da impulsividade não é atributo justificável para considerar condição
de inimputabilidade às pessoas com cleptomania, transtorno explosivo e piromania.
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c) A epilepsia, por implicar comprometimento neurológico crônico e grave, deve ser considerada como
causa de inimputabilidade, no mínimo, parcial.
d) Na medicina legal, o desenvolvimento mental incompleto aplica-se às pessoas que não alcançaram sua
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3) No que concerne aos transtornos de personalidade na prática da psiquiatria forense, assinale a opção
correta.
a) A embriaguez admite natureza atenuante em crimes cometidos por pessoas com transtorno de
personalidade borderline, não havendo necessidade de análise, visto que essas pessoas têm por
característica primária um déficit na autorregulação e no autocontrole.
c) Não há previsão de inimputabilidade para os transtornos de personalidade, visto que, nessas condições,
não há comprometimento da capacidade de julgamento.
383
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
a) O exame psiquiátrico forense pode ser realizado por ordem do juiz ou da autoridade policial ou
administrativa que esteja instruindo o processo.
b) É importante que a doença mental, se existente, seja constatada antes da condenação, pois, uma vez
deferida a sentença, ela não poderá ser sujeita a reforma em sua natureza.
c) O relatório de exame pericial em psiquiatria fica impedido de ser realizado no caso de o examinado
reservar-se ao seu direito de manter-se em silêncio.
periciado.
e) Uma vez estabelecido o status de inimputabilidade ao réu por condição patológica irreversível, fica
dispensada a periodicidade do exame de cessação de periculosidade.
5) De acordo com Greco (2010), para que o agente possa ser responsabilizado pelo fato típico e ilícito por
ele cometido, é preciso que ele seja imputável. Considerando os conceitos relacionados a essa afirmação,
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a) A função do perito é traduzir a linguagem jurídica para a linguagem médica, cabendo-lhe decidir sobre as
consequências legais decorrentes de estados mentais alterados ou relacionadas a eles.
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d) A inimputabilidade encontra-se respaldada sempre nas psicoses, nas síndromes mentais orgânicas e na
Flávio Sousa
oligofrenia.
Flávio
384
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
e) O uso frequente de opioides e crack, substâncias que geralmente causam dependência apenas psíquica,
não causa prejuízos à capacidade de autodeterminação.
7) No que se refere às aplicações forenses relativas ao retardo mental, assinale a opção correta.
a) Pessoas portadoras de retardo mental que exibem características de personalidade passiva e submissa
apresentam maior potencial para cometer crimes.
b) Em pessoas com retardo mental, o desenvolvimento mental retardado pode comprometer tanto a
capacidade de entendimento como de determinação, bem como afetar sua capacidade civil.
c) Verifica-se que indivíduos mentalmente retardados raramente entram em conflito com as leis penais.
d) Quanto mais grave o retardo mental, maior a probabilidade de o indivíduo envolver-se em uma prática
delituosa.
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e) Transtornos do caráter, com respostas inadequadas aos estímulos recebidos, são raros em portadores de
retardo mental.
a) Se o agente, por embriaguez voluntária ou culposa, não possuía, ao tempo da ação ou omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento,
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b) A esquizofrenia determina incapacidade civil ou irresponsabilidade penal, mesmo que não exista nexo
causal com os fatos processuais.
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c) indivíduos que recebem curatela total sempre serão inimputáveis na esfera criminal.
Sousa Nogueira
e) Para que uma pessoa seja considerada inimputável, é necessário que tenha rebaixada a sua capacidade
de entendimento e/ou reduzida a sua capacidade de autodeterminação.
Flávio
9) Na avaliação pericial, ocorrem situações em que o periciado pode simular doenças. A respeito da
simulação, assinale a opção correta.
a) Em situação em que haja acentuada discrepância entre o sofrimento apontado pelo paciente e os
achados objetivos, falta de cooperação durante a avaliação e presença de um transtorno de personalidade,
deve-se suspeitar de simulação.
b) A simulação é o resultado de uma decisão com motivação consciente em certo momento da vida, sendo
classificada, nos manuais diagnósticos, como um transtorno mental.
d) Entre as condições psiquiátricas mais simuladas estão os transtornos pelo uso de substâncias, o
transtorno obsessivo compulsivo e os transtornos de personalidade.
385
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
e) A comunicação de ideação suicida é forte indício de que o indivíduo não seja um simulador.
10) Um doente mental que apresenta os seguintes sinais neurológicos: tremores de língua, ataxia na
marcha, disartria, anisocoria e sinal de Argyll-Roberson é portador de:
a) epilepsia.
b) paranoia.
d) esquizofrenia.
e) psicose alcoólica.
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11) Supondo que um indivíduo, por engano, tomasse uma bebida considerada inócua e se tratasse de uma
com grande teor alcoólico, ou que ingerisse um remédio que potencializasse os efeitos de uma pequena
dose de bebida considerada inócua, quando caracterizado o ato, o agente pode gozar de benefício de
isenção de responsabilidade. Isso é um exemplo de:
a) embriaguez preordenada.
c) embriaguez acidental.
d) embriaguez culposa.
e) embriaguez dolosa.
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12) O Art. 26 do Código Penal brasileiro descreve as situações de inimputabilidade penal. Conforme a nossa
lei penal e a doutrina médico-legal vigente, são considerados sempre penalmente inimputáveis os:
Flávio Sousa
a) criminosos passionais;
Flávio
b) surdos socializados;
13) Quando alguém for considerado inimputável, não cumprirá pena se delinquir, mas serão aplicadas as
medidas de segurança previstas na lei penal. A interrupção dessas medidas será feita:
386
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE• 16
e) quando o agente tiver cumprido o tempo correspondente a 1/6 da pena a que deveria ser condenado se
fosse imputável.
14) Um homem é conduzido ao IML, para exame de corpo de delito de embriaguez, por ter se envolvido em
colisão de veículos ocorrida há cerca de quatro horas, sendo atendido em hospital da rede pública antes.
Ao exame, informa que bebeu uma lata de cerveja depois que saiu do trabalho; diz estar um pouco tonto e
nauseado, porém, responde com coerência às questões formuladas pelo perito; sem mais alterações de
interesse médico-legal. Colhida urina para pesquisa de álcool, o exame foi negativo. Nesse caso, é correto
afirmar que:
d) os sintomas referidos pelo homem indicam que ele está sob efeito do álcool;
e) o exame de urina foi negativo porque o álcool não começou a ser eliminado.
15) Quando cometem um delito, de acordo com o Código Penal brasileiro, os oligofrênicos podem sofrer
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a) natureza do delito;
b) uso de violência;
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d) causa da oligofrenia;
a) habitual;
b) preordenada;
c) patológica;
d) voluntária;
e) fortuita.
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GABARITO
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Flávio
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TANATOLOGIA FORENSE
TANATOLOGIA FORENSE• 17
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A tanatologia faz parte da patologia forense e estuda os sinais que se relacionam com a evolução da
morte, sua causa médica e os fenômenos cadavéricos.
Atualmente, considera-se morto aquele que tem diagnosticado a morte encefálica, dada a
irreversibilidade da situação.
O moderno conceito de “morte clínica” ou “morte encefálica” se caracteriza pelo que preconiza a
Resolução CFM Nº 2.173/2017, a qual considera “que a perda completa e irreversível das funções
encefálicas, definida pela cessação das atividades corticais e de tronco encefálico, caracteriza a morte
encefálica e, portanto, a morte da pessoa”
É apontado que, após inicialmente diagnosticada a morte, é possível serem feitos exames
complementares. Entre a primeira e a segunda avaliação, deve ser observado um espaço temporal que vai
variar de acordo com a faixa etária:
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Existem ainda, alguns exames clínicos que são utilizados para auxiliar no diagnóstico de morte
encefálica, sendo eles:
oculocefalógiro
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Realiza-se um giro rápido da cabeça nos sentidos, vertical e horizontal do pescoço, em que, se
houver movimentos oculares no sentido contrário do giro, indica resposta esperada para morte.
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Com uma fonte luminosa direcionada para os olhos, espera-se resposta ao estímulo como
indicativo de vida.
2. PERINECROSCOPIA
Art. 6º, CPP-Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
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I - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
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2.1. Tanatopsia
2.2. Autópsia
É o termo usado no CPP, para o exame do cadáver. Normalmente é usado o termo necropsia, como
sinônimo de autopsia.
É o local que não tem ligação direta com o local do cadáver, mas indiretamente pode conter, ou ser
útil para análise de prova.
O corpo de delito é o elemento objetivo que o crime deixou, o exame de corpo de delito, é o
exame realizado sobre este elemento.
CPP
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á
do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim
médico ou prova equivalente.
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4. TIPOS DE MORTE
Sousa Nogueira
• Morte natural
Flávio Sousa
• Morte violenta
• Morte suspeita
Flávio
• Morte súbita
• Morte real
• Morte aparente
A morte natural é a morte proveniente de causas internas. Ela pode ser uma morte natural assistida
ou não assistida.
É assistida quando a pessoa possui um médico assistente em vida sendo este obrigado a dar a
declaração de óbito (Art. 1º da RES. 1.779/06), desde que não veja nenhum sinal de morte violenta. O
médico não precisa estar no momento que a pessoa morreu, e sim ter a acompanhado em vida.
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Se não tiver médico assistente, a declaração de óbito deve ser feita pelo serviço de verificação de
óbito (SVO). Se não houver este serviço no local, deve ser requerida a remoção pela autoridade policial do
cadáver para o IML (Art. 2º da RES. 1.779/06).
A morte violenta é proveniente de causas externas, como homicídio, suicídio, acidente etc., que
são as causas jurídicas da morte. Nesse caso, o médico legista do IML quem vai fornecer a declaração de
óbito (Art. 3º da RES. 1.779/06).
É a morte que não sabe se a causa foi interna (natural) ou externa (violenta). Neste caso, o
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De acordo com o professor Hygino de C. Hercules, será considerada morte suspeita, sempre que
houver a possibilidade de não ter sido natural a causa.
Para ser considerada morte súbita, essa morte tem que ser natural (logo, não poder ser violenta),
tem que ser inesperada, podendo ser:
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De acordo com o professor Hygino de C. Hercules, tal conceito prende-se mais a inexistência de um
quadro patológico prévio que pudesse explicá-la do que ao tempo de evolução rápido da causa da morte.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
Se verifica pelo nível de glicogênio medido no fígado, que se for alta ou normal, indica a morte
rápida, se for baixa, morte agônica.
Quando a glândula suprarrenal, que produz adrenalina, estiver abarrotada de adrenalina, indica
que a morte foi rápida. Se a adrenalina estiver em níveis baixos, indica que a morte foi agônica.
É a morte verdadeira, completa, absoluta: é a morte da pessoa, ou seja, quando pode-se afirmar
existir cadáver.
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Tríade de Thoinot
Define clinicamente o estado de morte aparente, sendo caracterizado pela presença de:
• imobilidade;
• ausência aparente de respiração;
• ausência aparente de circulação.
5. ALTERAÇÕES CELULARES
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As alterações celulares que podem indicar que houve a morte só aparecem algumas horas após a
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morte da célula.
• cérebro
• cerebelo
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• ponte ou protuberância
• bulbo
6.1. Cérebro
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6.2. Cerebelo
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6.4. Bulbo
a. Nervo vago
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
b. Morte encefálica
Segundo a Lei n.º 9.434/97, apenas com a morte encefálica (tronco encefálico) tem-se o cadáver.
Veja, morte encefálica e morte cerebral não são a mesma coisa, pois, o cérebro é apenas uma parte
do encéfalo (estado de coma).
No caso de ocorrer a morte fetal, o atestado de óbito pode ser obrigatório ou dispensado, a
Sousa Nogueira
depender se a morte é:
Se a morte fetal é prematura, o médico não é obrigado a expedir declaração de óbito, ou seja, pode
ser dispensada (facultativo).
Se a morte fetal é prematura e criminosa, o feto deve ser encaminhado ao IML, e deve ser expedida
a declaração de óbito indicando a causa da morte.
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
ATENÇÃO!
A Lei de Registros Públicos cita, em seu artigo 53, a obrigatoriedade de se realizar o atestado de
óbito fetal em todos os casos. Mas, para a doutrina médico-legal, essa obrigação só se dá a partir da
morte fetal intermediária.
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Se houve a morte fetal, houve um aborto, que pode ter sido natural ou provocado (criminoso ou
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legal).
Flávio Sousa
É o meio pelo qual se verifica o tempo de gestação através da estatura do feto. Se verifica o tempo
de gestação através da raiz quadrada da estatura do feto. Assim, se o feto tiver:
A partir da fórmula de Haase é possível verificar o tempo de gestação. Assim possível verificar
eventual estupro de vulnerável de uma menor de idade.
Ex.: Uma menor de 14 anos e 3 meses sofre um aborto espontâneo e o feto possui 25 cm. Isso
indica que o feto já possui 5 meses, logo houve um estupro de vulnerável.
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Os sinais abióticos imediatos, são indicativos de probabilidade de morte, sendo os apontados pela
doutrina:
• Perda de consciência
• Imobilidade
• Insensibilidade
• Abolição do tônus muscular
• Relaxamento do esfincter
• Facies hipocrática, cadavérica ou máscara da morte
• Inexcitação elétrica
• Cessação da respiração
• Cessação da circulação
397
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
9.2. Imobilidade
9.3. Insensibilidade
Injeta-se 1 ml de éter na coxa, se houver absorção, indica vida, se refluir, indica morte.
• Teste de Magnus
• Teste de Halluin
• Teste de Rebouillat
• Teste de Icard
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Amarra-se um torniquete ao redor de um dedo com pressão suficiente para barrar o sangue venoso
sem bloquear o arterial. Se houver circulação, em poucos minutos a parte distal fica arroxeada e congesta.
Aplica-se uma gota de éter no fundo-de-saco conjuntival de um dos olhos. Se estiver vivo, haverá
congestão.
A injeção de éter no tecido subcutâneo reflui pela ferida punctória da pele, caso não haja
circulação; caso contrário, é absorvido e desperta reação inflamatória.
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Produz uma coloração verde-esmeralda na esclerótica (parte branca do olho) pela injeção
endovenosa ou intramuscular de uma solução de fluoresceína esterilizada.
ATENÇÃO!
Com os sinais abióticos imediatos, não é possível afirmar que houve a morte encefálica (tronco
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cerebral).
No período de incerteza de Tourdes, tem-se a presença dos sinais abióticos imediatos de morte.
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Trata-se do período em que não se pode afirmar se o indivíduo está morto ou não, devendo buscar neste
momento a reanimação.
Flávio Sousa
Segundo o Professor Wilson Palermo, é o período quantificado entre cerca de 6 horas antes e 6
horas depois da morte.
Ainda, segundo o professor diz que durante este período, se forem produzidas lesões no cadáver,
não é possível afirmar com precisão se as lesões foram feitas em vida ou após a morte.
Após a morte, os órgãos permanecem funcionando por algum tempo, ou seja, não param
imediatamente.
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Neste caso, trata-se de sinais tardios ou reais, que indicam a certeza da morte. São eles:
• Evaporação tegumentar;
• Resfriamento do corpo cadavérico ou algor mortis;
• Livores cadavéricos, hipóstases ou livor mortis;
• Rigidez cadavérica ou rigor mortis;
Trata-se de um fenômeno físico, no qual a água do corpo começa a evaporar, ou seja, ocorre a
desidratação dos tecidos, levando ao apergaminhamento da pele, a dessecação das mucosas, a perda de
peso, sendo mais acentuado em recém-nascidos.
A desidratação tem início nos locais em que a pele é mais delgada, como a bolsa escrotal.
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Com olhos abertos, a evaporação ocorrerá mais rápido, podendo ocorrer os seguintes fenômenos
oculares:
Sinal de Louis
• Sinal de Ripault
• Sinal de Bouchut
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Com a evaporação, a esclerótica (parte branca do olho) fica transparente, deixando o tecido
subjacente, conhecido como coroide (que é mais escura) à mostra. Em média, aparece com cerca de 3 a 5
Flávio Sousa
91
.
400
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
A poeira que está no ar, ao cair em cima dos olhos, mistura-se com a lágrima, com as células dos
olhos e gera uma sujeira (lama), que cobre a íris deixando a córnea menos transparente.
O tempo de aparecimento varia de acordo com as condições ambientais, por exemplo, se o olho
estava aberto ou fechado, local ventilado ou não. A doutrina aponta o tempo médio de aparecimento de 3
a 5 horas após a morte.
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92
c. Sinal de Louis
d. Sinal de Ripault
Trata-se da deformação da íris e da pupila que ocorre cerca de 8 horas após a morte.
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e. Sinal de Bouchut
Sousa Nogueira
Trata-se de um fenômeno físico, que ocorre diante da morte. O sistema de aquecimento do corpo é
interrompido, e, como o corpo é mais quente que o meio ambiente (regra), o calor do corpo passa para o
meio ambiente e começa a esfriar. Neste caso, não existe perda de calor por transpiração.
401
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
É a busca do tempo em que a morte ocorreu pela temperatura corporal. É possível se utilizar de
duas fórmulas:
• Fórmula de Moritz
• Fórmula de Rentoul e Smith
Flávio Sousa
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402
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
a. Fórmula de Moritz
A fórmula de Moritz estabelece o tempo da morte pela temperatura retal, tendo como parâmetro a
temperatura de 37,2º (trinta e sete) graus, e, após, deve-se diminuir a temperatura retal, e por fim, somar
3 (três), em que o resultado será o tempo aproximado da morte.
93
Aponta que a temperatura corporal diminui de 1,5º por hora, devendo ser observada a seguinte
fórmula:
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H=N.C
1,5
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• H = Tempo calculado
• N = Temperatura normal (37,2º)
Flávio Sousa
• C = Temperatura do cadáver
• 1,5 = é a média em graus de resfriamento a cada hora.
Flávio
OBSERVAÇÃO
Em alguns livros as temperaturas são calculadas em graus Farenheit. A forma de conversão para
graus Celsius é:
ºF = (ºC . 1,8) + 32
• Perda de peso;
• Mancha verde abdominal;
403
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Trata-se de um fenômeno físico, em que manchas arroxeadas são formadas em função do acúmulo
de sangue no interior dos vasos sanguíneos das regiões de maior declive do cadáver (em razão da ação da
gravidade).
Ex.: Se um indivíduo morrer enforcado, a região das hipóstases será a região dos membros
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inferiores.
Os livores cadavéricos podem ser cutâneos (pele) ou viscerais (órgãos), e permanecem até surgirem
os fenômenos da putrefação.
As partes que ficarem no aclive ou que ficar pressionada, ficarão sem acúmulo de sangue.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
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94
404
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
OBSERVAÇÃO
Neste momento, o livor é móvel, ou seja, se mudar o cadáver ou ele for manipulado, o livor vai
mudar de posição
• Cerca de 8 a 12 horas: Com a autólise, o sangue que está dentro do vaso passa para o exterior e
mancha os tecidos, e, mesmo que mude o cadáver de posição, o livor não irá sair do lugar, pois
encontram-se fixados.
Flávio Sousa
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405
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Quando o coração para de bater, o sangue irá se acumular nas regiões de maior declive do corpo,
devido à gravidade. Em razão da pressão exercida nos vasos, o sangue irá extravasar, formando uma série
de pontos. Assim, se o sangue estiver saindo dos vasos, trata-se de “equimose falsa” em pessoa morta, que
são chamados de livores (que, com o passar do tempo, irão se fixar nos tecidos, não sendo mais possível a
movimentação do sangue).
Se a equimose for fruto de um trauma e estiver fora dos vasos (infiltração hemorrágica), trata-se de
equimose verdadeira, ou seja, foi feita em vida.
Como verificar?
Para verificar se se está diante de um livor ou equimose, deve ser utilizada a Técnica de Bonnet,
que consiste em realizar uma incisão no local e jogar água corrente: se limpar a área, indica que foi feito
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após a morte (pois não infiltrou); e se não limpar, indica que foi feita em vida, pois há sangue acumulado na
região.
Para fixar:
Se estiver saindo sangue pontilhado dos vasos: trata-se de livor. Assim, ao se jogar água no local, irá
limpar a região.
95
406
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Com a ausência de oxigênio, o corpo fica ácido, e o pH cai, assim, é impossível a manutenção de
vida no meio ácido, o que faz com que se perca a mobilidade muscular, pois a actina e a miosina coagulam.
Esse processo que ocorre entre actina e miosina é chamado de Teoria química de Brucke e Kuhne.
Nas primeiras duas horas após a morte, o corpo ainda se encontra em flacidez total.
b. Aproximadamente 2 horas
c. Entre 2 e 6 a 8 horas
No período a partir das 2 horas até as 6 a 8 horas após a morte, a região do pescoço e membros
superiores encontra-se rígida e os membros inferiores encontram-se em flacidez. É o período de chamado
de semirrigidez.
d. Cerca de 6 a 8 horas
407
Flávio
Flávio Sousa
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408
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
e. Acima de 24 a 36 horas
Há o desfazimento da rigidez (o corpo volta a ficar maleável, em flacidez), pois se tem o início da
decomposição dos tecidos (putrefação).
Se determinada região, após estar em rigidez, for manipulada e ficar flácida, a rigidez dessa região
não voltará a ser instalada.
musculatura que entrou em rigidez primeiro também será a primeira a entrar em flacidez, ou seja, segue o
sentido céfalo-caudal.
Trata-se de uma rigidez cadavérica instantânea localizada, ou seja, assim que ocorre a morte,
determinada região mantem a última posição até o início da putrefação.
97
No caso de mortes violentas, acompanhadas de intensa luta ou casos de mortes causadas por
asfixia mecânica (eletroplessão de média amperagem que causa parada respiratória periférica), pode-se
acelerar o curso de rigidez cadavérica, dado que houve um alto consumo de energia. Assim, faltará energia
para os tecidos flácidos (a falta do oxigênio, faz o processo de rigidez ser mais rápido que o normal).
409
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
A rigidez cadavérica precoce se verifica pelo nível de glicogênio medido no fígado, que, se for alta,
indica a morte rápida.
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410
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Se existe reação inflamatória na lesão, a pessoa sobreviveu algum tempo após a lesão. Se não
possui sinal de reação inflamatória, ou a lesão foi feita após o óbito ou estava vivo e morreu
instantaneamente, e não houve tempo para a reação iniciar.
• Apoptose;
• Necrose;
• Autólise.
15.1. Apoptose
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São células normais, que, em determinado momento, sem ser em decorrência de inflamação ou
doença, involuem (diminuem de tamanho e ficam mais densas pela perda de líquido) e morrem
isoladamente, cedendo espaço para que o organismo se utilize daquela área para outra finalidade.
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Sousa Nogueira
OBSERVAÇÃO
Flávio Sousa
15.2. Necrose
Ocorre quando um grupo de células morre em função de uma doença ou trauma que comprometa
o organismo. Pode atingir membros e órgãos, no todo ou em parte.
Na necrose sempre existe a reação inflamatória, que será em função de um trauma ou doença.
15.3. Autólise
É a autodestruição da célula, após cumprir seu ciclo vital. Há liberação de enzimas de seus
lisossomos e autodestrói-se. Seus resíduos servem de alimento para as demais células locais. É um processo
natural, que não decorre de doença ou trauma (não é reação inflamatória no local).
OBSERVAÇÃO
411
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
16.1. Conservadores
São fenômenos conservadores naturais, que começam a se instalar dois ou mais meses depois da
morte. São eles:
• mumificação
• saponificação
• corificação
16.1.1. Mumificação
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É um fenômeno químico que ocorre em ambiente muito arejado, seco e quente, favorecendo a
perda de líquidos. Com a acentuada perda de líquidos, cessa a proliferação de bactérias, impedindo que a
putrefação prossiga. Assim, em razão da desidratação, o cadáver fica mumificado.
O professor Roberto Blanco cita a possibilidade de ocorrer mumificação no gelo, desde que o
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cadáver esteja exposto a ventos gelados (não haverá se estiver coberto com neve).
Flávio Sousa
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Sousa Nogueira
98
412
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
É um fenômeno químico, que ocorre em ambiente quente, úmido e pouco arejado. Surge da
reação da gordura, do tecido gorduroso, com os metais do solo, formando um produto químico
semelhante ao sabão ou a uma cera, que cobre o cadáver, impedindo a proliferação das bactérias.
Este fenômeno pode começar a partir de 2 meses, após o falecimento (durante a putrefação), pois
a massa de adipocera passa a apresentar uma coloração mais escura, tornando-se mais dura e quebradiça.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, este processo é marcado por um odor de queijo
rançoso e adocicado.
O professor Genival Veloso de França cita que o cadáver que se encontra no mar terá uma primeira
flutuação, em função dos gases produzidos, mas volta a afundar. Dessa forma, ocorre uma segunda
imersão, em função da eventual saponificação que ocorre no fundo do mar. Assim, em função da diferença
de densidades, o cadáver flutua novamente.
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Cadáver Saponificado
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16.1.3. Corificação
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É um tipo especial da mumificação, pois há desidratação, com os tecidos secos e duros. Exige um
ambiente especial, qual seja, no interior de urnas lacradas e forradas com zinco. Os tecidos de
Flávio Sousa
100
413
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Plastinação
Trata-se de ação da ciência, para a conservação de cadáveres (desenvolvida por Gunther Von
Hagens), em que os tecidos corporais são substituídos por resinas sintéticas, sendo impregnados com
silicone e variados tipos de polímeros, que permitem a plasticidade, resistência e durabilidade (não
possuem o odor natural do cadáver). Essa medida é comum em museus.
16.2. Destrutivos
• autólise
• putrefação
• maceração
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16.2.1. Autólise
A célula é composta por núcleo e citoplasma. No citoplasma estão os lisossomos (que seriam os
“estômagos das células”) e dentro deles há enzimas, que são liberadas e destroem a célula.
Essa liberação e consequente destruição, ocorre, pois, a célula já cumpriu seu ciclo vital, está
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16.2.2. Putrefação
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A depender do ambiente, esse processo de putrefação pode ser mais rápido ou mais lento,
podendo inclusive variar para um quadro de conservação.
Flávio Sousa
Fases da putrefação:
OBSERVAÇÃO
Nada impede que, no mesmo corpo, ocorra simultaneamente mais de uma fase da putrefação.
414
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Esta mancha aparece cerca de 18 a 24 horas da morte, a depender das condições do corpo e do
local. O professor Wilson Palermo cita que o aparecimento ocorre com cerca de 24 horas da morte, que
coincidiria com o momento do desfazimento da rigidez cadavérica. No frio, pode o tempo de aparecimento
ser maior que em condições normais.
OBSERVAÇÃO
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101
• Aparecimento da mancha verde em outros locais do corpo: Nos fetos (natimortos), a mancha
Sousa Nogueira
verde de Brouardel aparece na entrada dos orifícios naturais (boca, narina e ânus), pois é o local
que há presença bactérias.
Flávio Sousa
O professor Wilson Palermo ensina que, nos afogados, essa mancha verde tende a aparecer nos
terços médios superiores do corpo.
2) Enfisematosa ou gaseificação
Nesta segunda fase, os órgãos tendem a ir para fora, em função dos gases, assim, tem-se a
protusão da língua e dos olhos, o intestino a sair pelo ânus, o útero a sair pela vagina, o pênis a ficar ereto.
A fase gasosa ocorre cerca de 48 a 72 horas da morte, a depender das condições do corpo e do
local.
415
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
102
Em resumo, em função da ação dos gases, o sangue é empurrado para as regiões periféricas,
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preenchendo vasos que estavam vazios, dando a impressão de circulação sanguínea. Há doutrina que diz
poder ser perceptível ainda na fase cromática, no entanto, há maior percepção da circulação póstuma de
Brouardel na fase gasosa.
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103
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
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No 1º dia, os gases não são inflamáveis, ou seja, não são combustíveis, pois há uma alta presença
de CO2, nitrogênio, gás sulfídrico e amônia.
No 2º, 3º e 4º dia, ensina a doutrina que os gases são combustíveis em função da presença dos
gases metano e hidrogênio.
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Cadáver flutuando
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Se um cadáver estiver flutuando, indica que há a presença da fase de gaseificação, que ocorre
Sousa Nogueira
• Técnica do desluvamento: a epiderme tende a ser destruída nesta fase, assim, se ainda estiver
Flávio
presente, é possível a retirada dela como se fosse uma luva, preservando-a com glicerina para
posterior coleta das digitais.
417
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
105
Entomologia forense
É possível cronotanatognose pela entomologia forense, que irá variar conforme o tipo de inseto
presente no cadáver (puppa).
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Sombra cadavérica
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É a mancha decorrente da dissolução dos tecidos moles que se impregna no local que se encontra o
cadáver. Sendo possível a análise desse material para relacioná-lo com a morte.
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
4) Esqueletização
Flávio
A última fase é marcada pela exposição do esqueleto. É possível que a esqueletização ocorra
gradativamente em certas partes do corpo, assim, pode ser total ou parcial. Geralmente, esta etapa ocorre
em cerca de 3 anos, podendo variar de acordo com a ambiente.
Fauna cadavérica
418
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
16.2.3. Maceração
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Trata-se da destruição dos tecidos moles em virtude da ação de um líquido (geralmente a água). É
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um fenômeno químico.
419
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
a. Maceração fetal
Os fetos ficam dentro do saco amniótico. O líquido contido no saco pode destruir as células da pele.
Ocorre que, quando feto está vivo, a pele é sempre regenerada, impedindo a maceração. Mas, se o feto
vier a morrer, no interior do saco amniótico (aborto retido), a pele não regenera, e os tecidos moles sofrem
maceração. É uma maceração asséptica, se não houver infecção.
Se o feto, quando sair, já estiver macerado, indica que tem mais de 24 horas dentro do útero.
Ao ser expulso, o feto macerado apresenta coloração róseo-avermelhada universal, tem cabelos
destacados e o couro cabeludo muito frouxo, deslizando amplamente sobre os ossos da calota, os quais se
mostram frouxos, por vezes soltos uns dos outros, se a retenção durar mais alguns dias (Sinal de Spalding).
Sousa Nogueira
Flávio Sousa
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106
420
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
• Sinal de Spalding: é o cavalgamento das calotas cranianas que indica mais de 7 dias da morte
fetal.
• Sinal de Hartley: é a perda da configuração da coluna vertebral.
• Sinal de Tager: ocorre diante da curvatura acentuada da coluna vertebral.
• Sinal de Spangler: ocorre quando há achatamento da abóboda craniana.
• Sinal de Horner: é representado pela assimetria craniana.
• Sinal de Robert: é a presença de gases nos grandes vasos e vísceras.
• Sinal de Brakeman: quando ocorre a queda do maxilar (boca aberta).
• Sinal de Damel: trata-se do halo pericraniano translúcido.
Segundo Laugley, a maceração pode ser do grau zero até o grau três:
• Grau zero (até 8 horas da morte): Há a presença de pequenas bolhas espalhadas na epiderme.
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O professor Wilson Palermo, seguindo o professor Genival Veloso de França, cita apenas graus 1, 2
e 3:
• 1º grau: dá-se com a presença de flictenas, que aparecem de 1 a 3 dias após a morte.
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• 2º grau: rompe-se as bolhas, e a epiderme fica com cor arroxeada. A partir do 8º dia da morte.
• 3º grau: apresenta deformidade craniana e infiltração de hemoglobina nas vísceras. O feto
Sousa Nogueira
107
Feto macerado
421
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
c. Litopédio
O litopédio, que ocorre antes do quarto mês, é um fenômeno transformativo conservador, pois,
diante da ausência de líquido amniótico, os sais minerais começam a aderir ao feto, petrificando-o.
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d. Feto papiráceo
Exige a presença de pelo menos outro feto na cavidade uterina, para que um deles seja papiráceo.
Com a evolução da gestação, um dos fetos, o que vai sobreviver, impede o desenvolvimento do outro que
se torna progressivamente atrofiado, e morre. Morto e atrofiado, progressivamente vai sendo comprimido
pelo irmão-parasita até o final da gestação.
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Nogueira -- CPF:
108
Flávio
17. EXUMAÇÃO
Exumação é retirada do cadáver ou restos mortais da terra ou outro local onde tenha sido feita a
inumação para verificação de circunstância juridicamente relevante, ou de interesse administrativo ou
arqueológico.
• administrativa;
• judicial; e
• arqueológica.
422
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
17.1. Administrativas
É feita pelo próprio cemitério para sepultamento de outros cadáveres. Ocorre, normalmente, após
3 anos.
17.2. Judiciais
O delegado faz o auto de exumação, em que todas as pessoas que participaram da exumação,
assinam. E o perito legista faz o laudo de exumação, que apenas o legista assina.
Art. 163, CPP. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará
para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará
auto circunstanciado.
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Art. 164, CPP. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem
CPF: 037.820.231-61
devidamente rubricados.
Sousa Nogueira
Art. 166, CPP. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao
reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou
Flávio Sousa
17.3. Arqueológicas
No caso de ocorrer a morte fetal, o atestado de óbito pode ser obrigatório ou dispensado, a
depender se a morte é:
423
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
Se a morte fetal é prematura, o médico não é obrigado a expedir declaração de óbito, ou seja, pode
ser dispensada (facultativo).
Se a morte fetal é prematura e criminosa, o feto deve ser encaminhado ao IML, e deve ser expedida
a declaração de óbito indicando a causa da morte.
ATENÇÃO!
CPF: 037.820.231-61
• mais de 35 centímetros ou
• mais de 6 meses.
Flávio Sousa
A Lei de Registros Públicos cita, em seu artigo 53, a obrigatoriedade de se realizar o atestado de
óbito fetal em todos os casos. Mas, para a doutrina médico-legal, essa obrigação só se dá a partir da
morte fetal intermediária.
Se houve a morte fetal, houve um aborto, que pode ter sido natural ou provocado (criminoso ou
legal).
424
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) Assinale a opção em que os dois tipos de fenômenos transformativos verificados nos cadáveres em
estado de decomposição estão correta e respectivamente exemplificados
a) de primeiro grau.
c) de segundo grau.
e) típicas de cadáveres.
CPF: 037.820.231-61
3) A putrefação, geralmente, tem como primeira manifestação visível a “mancha verde” que se localiza na
região inguinoabdominal direita.Aparece cerca de 20 a 24 horas após a morte e é devida à ação do gás
Nogueira -- CPF:
sulfídrico sobre a hemoglobina. Da fossa ilíaca se espalha para o resto do abdome, tórax, pescoço e face.A
Sousa Nogueira
a) violenta.
b) acidental domiciliar.
425
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
i A morte agônica é precedida de doença grave, com perda da consciência, e de estados pré-comatoso e
comatoso prolongados.
ii Sobrevivência é o período de tempo transcorrido desde o instante em que o indivíduo recebe a lesão
mortal até que faleça.
iii Comoriência é a morte simultânea, ao mesmo tempo, de duas ou mais pessoas que foram partícipes do
mesmo evento.
iv Premoriência é a morte de um dos partícipes de um mesmo evento, instantes antes do(s) outro(s); isto é,
a morte de um dos participantes precede a do(s) outro(s).
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a) O nível de potássio do humor vítreo é de grande auxílio para se calcular a hora da morte.
Sousa Nogueira
dia da morte.
a) é a apneia.
b) é o resfriamento do corpo.
c) é a rigidez cadavérica.
e) é a autólise.
426
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
i A morte aparente é um estado profundo de embotamento dos sinais vitais, que geram grande dificuldade
de se escutar os batimentos cardíacos ou perceber os movimentos respiratórios.
ii O coma epiléptico, os estados sincopais e a morte aparente do recém-nascido são exemplos de causas
naturais de morte aparente.
iii Casos de asfixia, envenenamento, eletroplessão, fulguração são exemplos de causas de morte aparente
por fatores externos.
9) A necropsia
10) Assinale a opção que apresenta a sequência correta das fases da putrefação.
Flávio
a) Putrefação.
c) Rigidez cadavérica.
427
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
d) Saponificação.
13) A necropsia médico-legal não precisa ser realizada quando a morte resulta de:
b) suicídio.
c) acidente ofídico.
b) Putrefação cadavérica consiste na decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de diversos
Nogueira -- CPF:
c) No período cromático ou de coloração da putrefação, de maneira geral, a mudança de cor se inicia pelos
pés do cadáver, quando estes estiverem presos ao corpo.
Flávio Sousa
d) No período de esqueletização, a atuação do meio ambiente e dos elementos que surgem do trabalho da
Flávio
desintegração do corpo fazem com que os ossos se apresentem quase livres, presos apenas por alguns
ligamentos articulares.
e) Maceração é um processo especial de transformação que sofre o cadáver do feto no útero materno, do
sexto ao nono mês de gravidez. Esse fenômeno pode ser séptico de acordo com as condições do meio onde
o corpo permanece.
15) Baseado nos fenômenos cadavéricos estudados, é possível estabelecer um calendário de morte.
Assinale a alternativa INCORRETA:
428
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
c) Rigidez generalizada, manchas de hipóstase, sem mancha verde abdominal e desaparecimento das
artérias do fundo de olho: mais de 8 horas e menos de 16 horas.
d) Presença de mancha verde abdominal, início de flacidez e papilas e máculas não localizáveis em fundo de
olho: 24 a 48 horas.
16) Brouardel, perfurando o abdome dos cadáveres com trocarte e aproximando a chama de uma vela,
observou diferentes comportamentos dos gases e criou uma classificação para a putrefação. Ele justificou a
existência de atividades de bactérias aeróbias produtoras de gás carbônico, hidrogênio, hidrocarbonetos,
azoto e amônias compostas, caracterizando cada fase. Segundo Brouardel, assinale a opção que caracteriza
corretamente essa classificação.
17) Uma das características de um crime doloso pode ser a mudança de local da vítima. Qual das
alternativas contém vestígio(s) dessa mudança?
18) Durante a investigação de um crime, alguns fatores auxiliam o perito na pesquisa da hora provável da
morte, cuja determinação pode ser de grande valia, por meio da observação de alguns fenômenos
cadavéricos, tais como:
429
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
19) O cadáver de um homem sepultado há cerca de seis meses foi exumado para localizar projétil de arma
de fogo, que deixou de ser recolhido durante a necropsia por falta de condições técnicas. Cumpridos os
trâmites de praxe, a abertura do caixão revelou aos peritos e autoridades presentes: odor rançoso e
desagradável; tronco e membros inferiores preservados e de tonalidade pardo-amarelada. O achado
possibilitou aos peritos revisar as lesões descritas no laudo de necropsia e concluir seu trabalho. O caso
relatado permite concluir que o corpo:
a) possivelmente passou por algum método de conservação antes do sepultamento, por isso a putrefação
ainda não se completou;
c) está na fase gasosa, por isso o odor exalado e a conservação de tronco e membros inferiores;
d) está na fase coliquativa que antecede a esqueletização, por isso tronco e membros inferiores ainda estão
preservados;
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e) apresenta o fenômeno de adipocera ou saponificação, por isso tronco e membros inferiores estão
preservados.
a) Espasmo cadavérico.
b) Idade do morto.
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c) Temperatura ambiente.
d) Umidade do ar.
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21) Cadáver de 40 anos foi encontrado em casa em putrefação na chamada “mancha verde abdominal” que
ocorre no(a)
Flávio Sousa
22) Um cadáver, que estava sem identificação, foi achado por moradores. A vítima estava próxima ao
riacho local. Apresentava as partes moles se decompondo, transformando-se em uma massa pastosa,
semilíquida, escura e de intensa fetidez. Havia a presença de larvas e insetos necrófagos em grande
número. A fase de putrefação em que o corpo se encontrava é denominada período
a) cromático.
b) enfisematoso.
c) gasoso.
430
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA FORENSE• 17
d) de esqueletização.
e) coliquativo.
GABARITO
431
Flávio
Flávio Sousa
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18 SEXOLOGIA FORENSE
SEXOLOGIA FORENSE• 18
432
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
O início da vida sexual feminina tem como marco a primeira menstruação, que é chamada de
menarca.
Trata-se da primeira menstruação, que vem após à primeira ovulação (eliminação do ovócito —
nome técnico do óvulo), decorrente da estrutura chamada folículo de Graaf ou ovariano. Esse folículo
protege o óvulo, no período de ovulação da mulher, até o momento que o óvulo é expelido. Ao ser
expelido, o óvulo vai para a trompa uterina, e neste local, pode ser ou não fecundado pelo espermatozoide.
Se não houver fecundação, haverá a descamação da parede, que levará à menstruação.
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109
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Note que, após óvulo ser expelido, a célula de Graff permanece sendo chamado de corpo amarelo
ou corpo lúteo (responsável por produzir a progesterona).
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O corpo amarelo ou lúteo é responsável pela produção de progesterona, que atua no útero,
Flávio Sousa
mantendo a camada do endométrio ilesa, evitando a descamação. Se não houver a fecundação, o corpo
amarelo irá retrair e cessará a produção de progesterona, com o consequente descamamento do
Flávio
Se houver a nidação, o próprio feto irá produzir o Beta-HCG, que irá agir sobre o corpo amarelo,
mantendo a produção de progesterona e a manutenção do endométrio sem sua descamação (por isso
durante a gravidez não há menstruação).
2. GRAVIDEZ
433
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
O óvulo é envolto por um conjunto de células denominadas folículo de Graaf ou ovariano (envolve
o óvulo dentro do ovário). O folículo protege o óvulo, no período de ovulação da mulher, até o momento
que o óvulo é expelido. Ao ser expelido, o óvulo, que está envolto de células foliculares, vai para a trompa
uterina, e, neste local, pode ser ou não fecundado pelo espermatozoide. Se o espermatozoide fecundar o
óvulo, formar-se-á o zigoto (ovo), o qual se implantará no endométrio (parede do útero).
O óvulo é coberto por células foliculares que o protegem contra invasores indesejáveis. Essa
barreira de células é unida por ácido hialurônico. Ocorre que apenas o espermatozoide consegue penetrar
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A fecundação ocorre no terço médio ou superior da trompa uterina (túnel que liga o ovário e o
útero). Ocorre, neste local, pois o ovócito secundário sobrevive cerca de 24 a 36 horas, e o percurso pela
trompa uterina leva de 5 a 7 dias. Assim, o espermatozoide, que possui um período de vida superior,
percorre maior trajeto para chegar, na parte superior da trompa uterina, e fecundar o óvulo.
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Quando ocorre a fecundação, isto é, ao penetrar o óvulo, apenas a cabeça do espermatozoide (que
tem sua estrutura formada por cabeça e flagelo) entra. Uma espécie de guilhotina secciona seu corpo
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Para fixar: Segundo o Delegado de Polícia Alessandro Gabri, é o único momento em que a máxima
Flávio
110
434
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Estrutura do espermatozoide
Após a concepção ou fecundação, que antecede a nidação, tem-se a formação do embrião zigoto
(embrião). A nidação é o momento em que esse embrião se implanta no endométrio, que é a parede
interna do útero (não confundir com perimétrio ou miométrio).
Flávio Sousa
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435
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ATENÇÃO!
Perimétrio é parte externa do útero, sendo formada por tecido conjuntivo. É a camada mais
espessa.
Miométrio é camada intermediária do útero e possui musculatura lisa. Essa musculatura permite as
contrações no momento do parto.
Endométrio é o tecido que reveste o útero internamente. Ele é formado por tecido epitelial
altamente vascularizado. É o local onde ocorre a fixação do embrião, para que a gestação tenha início e
produza a placenta onde então o embrião será preservado durante toda a gestação.
CUIDADO!
Para o direito penal, a nidação marca o início da gravidez. Por isso, mesmo após a concepção, se o
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O mesmo pensamento se aplica na análise do uso de pílula anticoncepcional, pílula do dia seguinte
etc.
É possível que o embrião se fixe em outro ponto que não seja no endométrio: início do ovário, na
trompa etc. Neste caso, tem-se a gravidez ectópica ou tubária, o que pode levar a perigo de vida (como
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A gravidez ectópica pode ser: abdominal ou uterina. Será abdominal se for ovariana (ovário),
mesentérica (une o intestino com o abdômen), hepática ou tubária (trompa). Será uterina se for miometrial
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ou cervical.
Sousa Nogueira
Se houver perigo de vida da mulher, é possível a realização do aborto na mulher com fundamento
no aborto necessário, terapêutico ou profilático (art. 128 do Código Penal111).
Flávio Sousa
Flávio
111 Art. 128, CP - Não se pune o aborto praticado por médico:(Vide ADPF 54)
Aborto necessário
436
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Quando o embrião se forma, ele é constituído por células trofoblásticas, que inicialmente
protegem o zigoto e posteriormente formam a placenta. Dessa maneira, é possível verificar aborto em
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mulher morta: inicialmente, é verificado se ela passou por período de gravidez, e, após, é averiguada a
presença de células trofoblásticas na corrente sanguínea (pois ao se retirar o concepto, essas células se
misturam com as células da mãe).
3. PARTO
• Início do parto
• Expulsão do concepto
• Fim do parto
Uma primeira corrente diz que o marco do início do parto se dá no momento da dilatação do
orifício colo uterino.
Uma segunda corrente aponta que o início como sendo a rotura do saco amniótico.
437
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Por fim, uma última corrente diz que o início do parto se dá com o início das contrações expulsivas.
Se o parto ocorrer via cesariana, o início do parto se dá com o rompimento do saco amniótico.
O momento que marca o fim do parto é a eliminação da placenta (que é um órgão do concepto,
responsável pela alimentação) pela mãe.
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A placenta também é chamada de secundina. Por isso pode a eliminação da placenta também pode
ser chamado de dequitação ou secundamento.
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112
Sousa Nogueira
3.4. Puerpério
Flávio Sousa
Trata-se do período imediato entre o fim do parto e retorno das condições pré-gestacionais (média
de 40 dias, e é vulgarmente chamado de resguardo), que se dá com a nova ovulação.
Flávio
ATENÇÃO!
O puerpério não se confunde com estado puerperal, pois este é um estado anímico que ocorre
após o parto, podendo haver, inclusive, o cometimento do crime de infanticídio (matar o próprio filho,
durante ou logo após, sob influência do estado puerperal — art. 123, CP113).
Art. 123, CP - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
438
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
O blues puerperal, também conhecido como melancolia da maternidade ou baby blues, chega a
afetar até 50% das novas mães. Trata-se de uma tristeza que surge pelo 3º até o 5º dia após o parto, porém
costuma se resolver sozinha após algumas semanas e não necessita de tratamento.
Nesses dias, o humor se torna tão instável e depressivo, possivelmente, por conta de flutuações
hormonais. Neste sentido, tanto as alterações dos hormônios sexuais (estrogênio e progesterona) quanto
os hormônios da tireoide podem ser os “culpados”. Depois que o organismo da mulher entra em equilíbrio
novamente após o parto, essa condição tende a desaparecer.
3.5. Lóquios
Após o parto, a mulher expulsa uma secreção que é resultado do desligamento da placenta com o
endométrio. Esse desligamento resulta em feridas no endométrio. Essas feridas são chamadas de lóquios.
Através dos fragmentos (lóquios) do local onde a placenta estava inserida, é possível verificar se o
puerpério é:
• imediato
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• intermediário ou recente
• tardio
• longínquo
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3.5.1. Imediato
Sousa Nogueira
3.5.3. Tardio
3.5.4. Longínquo
114Fonte: <http://institutodepsiquiatriapr.com.br/blog/depressao-pos-parto-e-blues-puerperal-qual-a-
diferenca/#:~:text=O%20blues%20puerperal%2C%20tamb%C3%A9m%20conhecido,e%20n%C3%A3o%20necessita%20de%20trata
mento>.
439
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4. COLO DO ÚTERO
À medida em que a criança vai sendo expelida, no parto vaginal — no qual a cabeça é a primeira a
sair —, a cabeça do bebê pode ficar presa no colo do útero, recebendo pressão dele. Assim, a cabeça
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receberá o sangue normalmente, mas, devido à compressão, a volta sanguínea fica dificultada, levando ao
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acúmulo de sangue local, causando a chamada bossa serinossaguinolenta occiptal ou tumor do parto.
A presença do tumor do parto ou caput sucedaneum indica a presença de vida, mesmo que
expelida morta. Logo, se há vida tem-se personalidade, cadeia sucessória etc.
Em regra, ocorre no primeiro filho por parto vaginal, pois, nos seguintes, a musculatura está menos
rígida.
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Flávio Sousa
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5. GEMÊOS115
Gestação gemelar é uma gravidez de mais de um feto, que são chamados de gêmeos. Os gêmeos
podem ser univitelinos ou bivitelinos.
São gêmeos que são quase idênticos em razão de serem oriundos do mesmo óvulo, e este embrião
se divide em dois, se implantando no mesmo local do útero.
ATENÇÃO
440
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Quando a mulher elimina dois ou mais óvulos e esses óvulos são fecundados por espermatozoides
diversos. Se implantam em locais diversos do útero.
São gêmeos pois nasceram no mesmo parto, mas as características físicas são diversas.
• carúnculas mirtiformes
• verificação do colo do útero
São retalhos de hímen roto pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo verdadeiros
tubérculos em sua implantação. Em resumo, são diversos resíduos de hímen que ficam na mucosa
vaginal.
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Se a saída do orifício do colo do útero estiver lacerada, tem-se um dado positivo de parto vaginal
anterior. Chama-se de focinho de tenca a saída do colo uterino que indica parto anterior.
Sousa Nogueira
116
441
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
117
• Mulher nulípara: é a mulher que nunca teve um filho por via vaginal.
• Mulher primípara: é a mulher que teve um filho por via vaginal.
• Mulher multípara: a mulher que teve mais de um filho por via vaginal.
7. RECÉM-NASCIDO
Para a Medicina Legal, o recém-nascido é a criança que, durante o parto ou logo após, não recebeu
ainda nenhum cuidado médico. Assim, é a criança que o corpo ainda se encontra acobertado por sangue do
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parto, estando ligada à placenta pelo cordão umbilical, e que está suja de induto sebáceo (gosma que
recobre o corpo para melhor passagem pelo canal vaginal).
8. CONJUNÇÃO CARNAL
Flávio
Art. 213, CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
9. HIMENOLOGIA
442
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ATENÇÃO!
Não confundir com himeneologia, que é o estudo das questões médico legais do casamento.
O hímen é uma membrana que limita a entrada da vagina, onde há a presença de uma orla (“D”) e
o óstio (“C”). Há ainda a borda livre (“B”) e a borda fixa ou de inserção (“A” — presa a vagina).
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• face vulvar; e
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• face vaginal.
118
443
Flávio
Flávio Sousa
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Alterações congênitas são as que já existem desde o nascimento, podendo ser hereditárias ou não
hereditárias. São os tipos de alteração congênitas:
119
• entalhes;
• chanfradura.
9.4.1. Entalhes
445
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• não cicatrizam;
• geralmente não atingem toda a orla;
• geralmente são simétricas;
• não coapta (não é possível juntar).
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9.4.2. Chanfradura
• são dezenas de pequenos entalhes, como se a borda do hímen fosse repleta de fragmentos.
• não cicatrizam.
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446
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
120
Flávio
As alterações traumáticas do hímen são aquelas que não nascem com a mulher. Podendo ser
classificada como:
• carúnculas mirtiformes
• roturas do hímen
447
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Alguns autores apontam a prática intensa de atividade sexual como possível causa da presença das
carúnculas mirtiformes.
As roturas do hímen:
a. Lâmpada de Woods
a. Relógio de Lacassagne
Para se analisar o local da rotura do hímen, Lacassagne faz analogia ao mostrador de um relógio (0
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a 12 horas), para apontar em que posição ocorreu a rotura do hímen. Na imagem acima de nº 6 há uma
rotura às 6 horas.
448
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identificação, tais como leucócitos tipo linfócitos T e células da mucosa da uretra (em ambos há
cromossomos do pai e da mãe).
a. Reação de Corin-Stokis
São reações que apontam a probabilidade de ser esperma, pois também podem apontar
probabilidade de ser outras substâncias:
• Cristais de Florence;
• Cristais de Barbério;
•
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Cristais de Baechi;
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• Critais de Bokarius.
• Lâmpada de Woods: Lâmpada de raio ultravioleta serve também para indicar probabilidade de
existir sêmen, através da luminescência local.
• Presença da proteína P30: A proteína P30 é uma glicoproteína produzida pelo homem que se
encontra no sêmen, indicativo de conjunção anterior. Assim, a presença da proteína P30 indica a
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carnal.
• Fosfatase ácida prostática: A presença de fosfatase ácida em alta quantidade no canal vaginal é
Sousa Nogueira
indicativo de certeza de conjunção carnal. É necessário que esteja presente em alta quantidade,
pois as mulheres também possuem fosfatase ácida, porém em baixa quantidade. A fosfatáse
Flávio Sousa
9.7.2. Gravidez
Para a medicina legal, a gravidez indica conjunção carnal anterior, mesmo que hoje existam
possibilidades diversas de se engravidar.
8. ABORTO
449
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
É a morte do concepto, com ou sem expulsão, decorrente de uma ação interna ou externa, a
qualquer tempo da gestação. Esse concepto é chamado de natimorto.
No Direito Penal, para ser criminoso, o aborto deve ser doloso, sendo tratado nos arts. 124 a 128
do Código Penal.
Segundo o art. 124 do CP, provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque é
apenado com de detenção, de 1 a 3 anos.
Art. 124, CP - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
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O aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante, é a forma mais grave.
A gestante deverá consentir, de maneira que ela responde pela forma do art. 124 CP e o terceiro
Sousa Nogueira
provocador pelo art. 126 do CP, tratando-se de exceção pluralista a teoria monista.
Flávio Sousa
Art. 124, CP - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Flávio
Segundo o art. 127 do CP, as penas cominadas ao aborto provocado por terceiro com
consentimento da gestante e o crime de aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante
são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a
gestante sofre lesão corporal de natureza grave. Serão duplicadas se, por qualquer dessas causas, lhe
sobrevém a MORTE.
Art. 127, CP - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um
terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a
gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas
causas, lhe sobrevém a morte.
De acordo com o art. 128 do CP, não se pune o aborto necessário e aborto fruto de estupro.
450
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
É o aborto feito quando não há outro meio de salvar a vida da gestante. O agente não será punido
em função da excludente de ilicitude estado de necessidade.
Se a gravidez resulta de estupro é permitido que se faça o aborto. Esse aborto deve ser precedido
de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. É uma excludente de
ilicitude em função do exercício regular do direito.
• maceração fetal;
• litopédio;
• feto papiráceo;
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• mola hidatiforme;
Sousa Nogueira
• docimasias negativas.
8.3.1. Maceração
Flávio Sousa
Flávio
Trata-se da destruição dos tecidos moles em virtude da ação de um líquido (geralmente a água). É
um fenômeno químico.
a. Maceração fetal
Os fetos ficam dentro do saco amniótico. O líquido contido no saco pode destruir as células da pele.
Ocorre que, quando feto está vivo, a pele é sempre regenerada, impedindo a maceração. Mas, se o feto
vier a morrer, no interior do saco amniótico (aborto retido), a pele não regenera, e os tecidos moles sofrem
maceração. É uma maceração asséptica, se não houver infecção.
451
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Se o feto, quando sair, já estiver macerado, indica que tem mais de 24 horas dentro do útero.
Ao ser expulso, o feto macerado apresenta coloração róseo-avermelhada universal, tem cabelos
destacados e o couro cabeludo muito frouxo, deslizando amplamente sobre os ossos da calota, os quais se
mostram frouxos, por vezes soltos uns dos outros, se a retenção durar mais alguns dias (Sinal de Spalding).
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121
Flávio
• Sinal de Spalding: é o cavalgamento das calotas cranianas que indica mais de 7 dias da morte
fetal.
• Sinal de Hartley: é a perda da configuração da coluna vertebral.
• Sinal de Tager: ocorre diante da curvatura acentuada da coluna vertebral.
• Sinal de Spangler: ocorre quando há achatamento da abóboda craniana.
• Sinal de Horner: é representado pela assimetria craniana.
• Sinal de Robert: é a presença de gases nos grandes vasos e vísceras.
452
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Segundo Laugley, a maceração pode ser do grau zero até o grau três:
• Grau zero (até 8 horas da morte): Há a presença de pequenas bolhas espalhadas na epiderme.
• Grau um (de 8 a 24 horas da morte): Há o agrupamento de bolhas com o início do
destacamento da pele. A derme fica embebida por hemoglobina, pois os glóbulos vermelhos se
abrem (hemólise) e a hemoglobina, que é vermelha, sai e mancha os tecidos.
• Grau dois (de 24 a 48 horas da morte): Tem-se o acentuado destacamento da derme e a
presença de líquido avermelhado acentuado nas cavidades.
• Grau três (mais de 48 horas da morte): Além das alterações anteriores, há a presença de líquido
acastanhado (pardacento) nas cavidades corporais.
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O professor Wilson Palermo, seguindo o professor Genival Veloso de França, cita apenas graus 1, 2
e 3:
• 1º grau: dá-se com a presença de flictenas, que aparecem de 1 a 3 dias após a morte.
• 2º grau: rompe-se as bolhas, e a epiderme fica com cor arroxeada. A partir do 8º dia da morte.
• 3º grau: apresenta deformidade craniana e infiltração de hemoglobina nas vísceras. O feto
apresenta uma tonalidade marrom. Ocorre a partir da terceira semana.
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122
Feto macerado
8.3.2. Litopédio
O litopédio, que ocorre antes do quarto mês, é um fenômeno transformativo conservador, pois,
diante da ausência de líquido amniótico, os sais minerais começam a aderir ao feto, petrificando-o.
453
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
Exige a presença de pelo menos outro feto na cavidade uterina, para que um deles seja papiráceo.
Com a evolução da gestação, um dos fetos, o que vai sobreviver, impede o desenvolvimento do outro que
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se torna progressivamente atrofiado, e morre. Morto e atrofiado, progressivamente vai sendo comprimido
pelo irmão-parasita até o final da gestação.
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123
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Flávio Sousa
Flávio
454
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É uma complicação rara da gravidez que leva ao aborto espontâneo e que pode ser classificada em
completa ou parcial.
Na completa o feto recebe apenas as células do pai duplicadas e na parcial também receberá
células duplicadas do pai e as da mãe. Essas alterações formam um emaranhado de células semelhantes a
cachos de uva no útero da mulher, causando a má formação da placenta e do feto, o que impede o
desenvolvimento deste feto.
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8.3.5. Docimasias
CPF: 037.820.231-61
São exames feitos pela Medicina Legal que tem o intuito de provar que houve o nascimento do feto
com vida. As docimasias podem ser:
Nogueira -- CPF:
• respiratórias ou
• não respiratórias.
Sousa Nogueira
a. Docimasias respiratórias
Flávio Sousa
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Galeno dizia que o pulmão de um vivo flutua em água. Assim, indica a análise do bloco respiratória
em água, veja:
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1) Pega-se o bloco respiratório, e coloca-o na água: Se flutuar, é indicativo que respirou, se afundar,
provavelmente não respirou, e segue para etapa seguinte.
2) Após, deixa apenas o pulmão dentro d’água: Se flutuar é indicativo que respirou, se não flutuar,
provavelmente não respirou, e segue para etapa seguinte.
3) Corta-se pedaços do pulmão dentro d’água: Se flutuar é indicativo que respirou, se não flutuar,
provavelmente não respirou.
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4) Por fim, ao se esmagar os fragmentos do pulmão, sem tirá-los d’água, se houver bolhas, é
indicativo que houve respiração, logo, nasceu com vida.
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Visualmente, o pulmão que respirou é arredondado e, ao toque, crepita, enquanto o que não
respirou apresenta-se com bordas finas e achatados, com consistência firme (como se fosse um fígado).
Assim, o pulmão que se encontra arredondado, crepitado, indica o nascimento com vida.
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Esta prova se realiza por meio de pequenos cortes de fragmento de pulmão, de dimensão reduzida,
esmagado entre duas lâminas de modo a transformá-lo num esfregaço. Nos casos em que houve
respiração, nota-se inúmeras bolhas de ar no esfregaço. Porém, esta prova não tem valor para pulmões
putrefeitos, pois os gases da putrefação podem simular um resultado falsamente positivo.
Docimasia pode ser realizada para complementar a prova de Galeno (nos casos de dúvida, ou
quando apenas a 4ª fase deu positiva), pois necessita de quantidade mínima de ar nos fragmentos de
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pulmão.
Fundamenta-se no estudo da superfície externa do pulmão por meio do ultra-opak. Para isso, o
pulmão deve ser lavado em formalina, depositado em uma placa de Petri, cortado em fragmentos, unido a
uma gota de glicerina e visualizado com a lente objetiva de imersão. Quando houve respiração, as
cavidades cheias de ar mostram-se arredondadas com refringência contrastada em fundo negro. O pulmão
que não respirou, mostra apenas um fundo negro uniforme e sem imagens. No pulmão putrefeito, as
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Consiste em colocar um fragmento de pulmão da parte central de um lobo, que foi previamente
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lavado em álcool puro, em uma solução alcoólica de potassa cáustica a 30%. Inicialmente, o fragmento fica
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preso ao fundo do frasco, porém, se houve respiração, deverão se desprender bolhas de ar originadas do
parênquima destruído pelo líquido. Se o pulmão estiver putrefeito, a dissolução da víscera será rápida e as
Flávio Sousa
É similar ao docimasia de Galeno. Diferencia-se, pois, o exame é feito com estômago, intestino
delgado e intestino grosso. Assim, se houver flutuação, a docimasia é positiva.
CUIDADO!
Pode ocorrer um falso negativo, pois é possível que ocorra a flutuação em função da presença de
gases da putrefação.
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Flávio
Flávio Sousa
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Baseia-se no fato fisiológico de que quando houve respiração, deve haver, portanto, uma pressão
negativa na cavidade pleural (membrana que envolve o pulmão).
Liga-se a traqueia na parte superior e coloca-se um manômetro bem sensível por corte transversal.
Em seguida, faz-se pressão nos pulmões, e, caso haja ar em seu interior devido à respiração, o líquido do
manômetro irá oscilar. Porém, esta prova não tem valor em pulmões putrefeitos.
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Procura estabelecer se houve ou não respiração pelo estudo do conteúdo hemático dos pulmões.
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Baseia-se na diferença de peso relativo dos pulmões e do corpo do infante que respirou ou não.
Flávio Sousa
O diagnóstico da respiração, neste caso, é dado pelo grau de deslocamento do líquido quando
neste estão imersos o pulmão e o coração.
Através de exame de Raio-X, a presença de manchas negras nos pulmões, estômago e intestino,
indicam a presença de ar.
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Fundamenta-se no estado de mielinização do nervo óptico, a qual se inicia logo após o nascimento.
Tem muito mais valor como determinante do tempo de sobrevivência do recém-nascido. Este fenômeno se
inicia 12h após o nascimento e se completa dentro de 4 dias aproximadamente.
Consiste na pesquisa de leite ou outros alimentos no estômago do feto; referidos elementos não
existem no natimorto. Porém, neste caso, é importante não confundir estes restos de alimentos com o
induto sebáceo que pode ter sido deglutido pelo feto antes de nascer.
Os fenômenos putrefativos, no feto natimorto, começam pelos orifícios da boca, nariz e ânus. Nos
casos em que o feto teve vida extrauterina, a putrefação se inicia pelo tubo digestivo e pelo sistema
respiratório. Procura-se também pela presença de bactérias Bacterium Colli como evidência de que houve
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respiração, porém, sua presença é um tanto contraditória, pois fala a favor da deglutição de alimentos do
que propriamente à respiração.
Esta docimasia será positiva se forem encontrados uratos nos condutos renais, como marca da
respiração do recém-nascido. Esses sedimentos se apresentam sob a forma de estrias amareladas dispostas
radialmente na zona medular. Esta docimasia é baseada no conceito de que a presença de sedimentos de
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ácido úrico é muito comum naqueles que sobreviveram por um ou dois dias (Virchow).
À medida que a criança vai sendo expelida no parto vaginal, e a cabeça é a primeira a sair, esta
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pode ficar presa no colo do útero, recebendo pressão dele. Assim, a cabeça vai receber o sangue
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normalmente, mas devido à compressão, a volta fica dificultada, levando ao acúmulo de sangue local,
causando a chamada Bossa serinosaguinolenta occiptal ou Tumor do parto.
Flávio Sousa
A presença do Tumor do parto ou Caput sucedaneum indica a presença de vida (mesmo que
expelida morta).
Flávio
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É o meio pelo qual se verifica o tempo de gestação por meio da estatura do feto. Esse tempo se
verifica através da raiz quadrada da estatura do feto. Assim, se o feto tiver:
A partir da fórmula de Haase é possível verificar o tempo de gestação. Assim, é possível conferir
eventual estupro de vulnerável ou de uma menor de idade.
Exemplo: Uma menor de 14 anos e 3 meses sofre um aborto espontâneo e o feto possui 25 cm. Isso
indica que o feto já possui 5 meses, logo, houve um estupro de vulnerável.
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Ponto de ossificação da epífise distal do fêmur, que ocorre a partir do 8º mês de gestação.
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13. INFANTICÍDIO
É a conduta de matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após. Historicamente, o delito de infanticídio tinha o especial fim de agir, que era “ocultar desonra
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Para ocorrer o infanticídio, o feto deve ter nascido com vida, por isso é importante o estudo das
docimasias.
Flávio Sousa
É um conceito jurídico ligado ao estado psíquico (durante ou logo após o parto), não se
confundindo com puerpério (que se dá com o fim do parto, expulsão da placenta, até a volta das condições
pré-gestacionais, ou seja, voltar a ovular).
Trata-se de um critério físico-psíquico, pois, em seu aspecto físico, tem-se estar no estado
puerperal, e no aspecto psíquico, agir sob a influência dele.
Segundo o Professor Roberto Blanco é o conjunto de sinais e sintomas provocados pelas ações
hormonais, sangramentos, lesões e dores decorrentes do parto e do puerpério.
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Art. 123, CP - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto
ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
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Ocorre quando a capacidade mental da mulher é alterada a ponto de ela ser considerada
inimputável. A depressão puerperal é uma doença mental. Não ocorre sob a influência do estado
puerperal. Assim, caso venha a matar o próprio filho logo após o parto, cometerá homicídio, sendo
absolvida sumariamente em razão dessa inimputabilidade.
Pode ser chamada também de febre puerperal, infecção puerperal ou psicose puerperal.
14. PSEUDOCIESE
É a falsa gravidez, em que a mulher acredita sinceramente estar grávida (neurose). Não se trata
de simulação, pois sente os sintomas como se gravida estivesse. Pode ser encontrada como o nome de
gravidez psicológica.
Hermafroditismo é o nome de uma condição na qual a pessoa nasce com dois órgãos sexuais,
tanto do sexo masculino, como do feminino. Verifica-se a presença de gônadas que mostram, no mesmo
órgão, tecidos masculinos e femininos, constituindo ovotestis (é uma das gônadas tanto com aspectos
testiculares como ovarianos). Assim, no ovotestis, são encontrados setores com:
A genitália pode ter qualquer aspecto, desde masculino normal, estágios intermediários, ao
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feminino normal.
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16. PSEUDO-HERMAFRODITISMO
Apresentam gônadas normais ou atróficas, porém, com histologia compatível com somente um dos
sexos, ou seja, apresentam genitália externa oposta ao da gônada que apresentam. Podem ser:
17. PARAFILIAS
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Transtornos parafílicos são parafilias que causam angústia ou problemas com o desempenho de
funções da pessoa com parafilia ou que prejudicam ou podem prejudicar outra pessoa.
Segundo o professor Malthus, são as principais parafilias (serão destacadas em negrito as mais
importantes para provas objetivas):
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Actirastia Condição de quem se sente sexualmente excitado por expor o corpo ao sol
Condição de quem se sente sexualmente excitado por ter um parceiro que finge
Agonofilia
lutar ou resistir
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Condição de quem se sente sexualmente excitado por saber que terceiros sabem
Agrexofilia
que se está a ter relações sexuais
Alopelia Ato de ter um orgasmo por observar outros a terem relações sexuais
Condição de quem se sente sexualmente excitado por ter fantasias com outras
Alorgasmia
pessoas que não o actual parceiro
Atração por indivíduos que não têm um ou vários dos membros do corpo (ver
Amalotasis
Acrotomofilia)
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Analingus Ato de lamber e penetrar o ânus com a língua (ver Analinctus Anulingus)
Androginofilia Atração sexual e amorosa por indivíduos de ambos os sexos (ver Bissexualidade)
Condição de quem se sente sexualmente excitado com robôs que tenham uma
Androidismo
forma humana
Andromimetofilia ouCondição de quem se sente sexualmente excitado por ter uma parceira que se
Androminetofilia veste como homem
Excitação sexual com vento ou sopro (corrente de ar) nos genitais ou em outra zona
Anemofilia
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erógena
Anfissexualidade Bissexualidade
Flávio
Anililagnia Condição de quem se sente sexualmente excitado com parceiras mais velhas
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Arenotigmofilia Ninfomania
Asfixia auto-erótica fluxo de oxigénio ao cérebro provoca um intensificar das sensações de prazer. É, no
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entanto, uma prática perigosa que pode provocar a morte caso o indivíduo não
consiga controlar o seu comportamento
Asinofilia Celibato, em particular quando induzido por uma Disfunção Eréctil no homem
Prática em que o parceiro ativo, após o coito anal, leva seu pênis à boca da pessoa
ATM (ass to mouth)
penetrada
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Aulofobia Medo irracional e excessivo de instrumentos musicais com uma forma fálica
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Auto-assassinofilia
sua própria morte (ver Autonecrofilia)
Ato de chicotear-se a si próprio como forma de obtenção de prazer sexual ou, pelo
Autoflagelação
contrário, de o mitigar
468
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Automasoquismo Auto-indução de dor com o objectivo de obter excitação sexual (ver Masoquismo)
Condição de quem se sente sexualmente excitado por olhar para o seu próprio
Autoscopofilia
corpo, em particular para os órgãos genitais)
Auto-sexualidade Masturbação
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Biastofilia Condição de quem se sente sexualmente excitado por atacar e por violar alguém
Blastolagnia Condição de quem se sente sexualmente excitado com jovens do sexo feminino
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Masturbação feminina com objectos, tais como vibradores, que alargam o tamanho
Buginonia
da vagina
modalidade de sexo grupal praticado com uma pessoa que "recebe" no rosto a
Bukkake
ejaculação de diversos homens
Claustrofilia Condição de quem se sente sexualmente excitado por estar em locais fechados
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Clismafilia ouCondição de quem se sente sexualmente excitado por fazer um clister (a si próprio
Clismofilia ou a um parceiro sexual)
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Coito a tergo Relação sexual em que o homem penetra a mulher por trás
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Coprolália Utilização de uma linguagem sexual obscena, em particular durante o ato sexual
Coproscopia Condição de quem se sente sexualmente excitado por observar alguém a defecar
Condição de quem se sente sexualmente excitado pelo fato de ter que pagar ao
Crematistofilia
parceiro para ter relações sexuais ou de por ele ser roubado
Crematistofilia excitação sexual ao dar dinheiro, ser roubado, chantageado ou extorquido pelo
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parceiro
Crinofilia excitação sexual por secreções (saliva, suor, secreções vaginais, etc)
Condição de quem se sente sexualmente excitado pelo fato de ter um parceiro cuja
Cronofilia
idade é discordante da sua
Condição de quem se sente sexualmente excitado por ver lágrimas nos olhos de um
Dacrilagnia ou Dacrifilia
parceiro
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Dipoldismo Excitação sexual provocada por abusar sexualmente de crianças (ver Pedofilia)
Dorafilia
cabedal ou com a pele humana
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Ecdemolagnia Condição de quem se sente sexualmente excitado por estar longe de casa
Flávio Sousa
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Enditolagnia ou
Condição de quem se sente sexualmente excitado com parceiros vestidos
Enditofilia
Situação em que um homem se veste com roupas de mulher. Este nome advém de
Eonismo Chevalier d´Eon (1728-1810), diplomata francês que se passou por mulher na corte
de Catarina (ver Travestismo e Cross-dresser)
Eritrofobia
que ocorre quando se fica sexualmente excitado
Erotismo
Penetração do ânus com o braço
braquiopróctico
Erotismo
Penetração da vagina com o braço
braquiovaginal
Erotofobia
respostas sexuais, em específico
de amor
Condição de quem se sente sexualmente excitado por falar de uma forma obscena
Escatofilia
e sexualizada com desconhecidos
Condição de quem se sente sexualmente excitado por observar terceiros ou por ser
Escoptofilia
observado a ter relações sexuais (ver Exibicionismo e Voyeurismo)
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Prática medieval que consiste na excitação por fantasias com fantasmas, espíritos
Espectrofilia
ou deuses
Estenolagnia Condição de quem se sente sexualmente excitado por mostrar os seus músculos
Flatofilia Prazer erótico em escutar, cheirar e apreciar gases intestinais próprios e alheios
Flávio Sousa
Maieusofilia Fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos - ver pregnofilia
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Pirofilia Prazer sexual com fogo, vendo-o, queimando-se ou queimando objetos com ele
Pregnofilia ou
fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos ver maieusofilia
Flávio Sousa
maieusofilia
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Trampling Fetiche onde o indivíduo sente prazer ao ser pisado pelo parceiro
Prazer pela observação da intimidade de outras pessoas, que podem ou não estar
Voyeurismo
nuas ou praticando sexo
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APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) No dia 4/2/2022, H. A. S., com 24 anos de idade, do sexo masculino, foi encontrado morto em quarto de
hotel. Na perinecroscopia, o perito criminal descreveu que a vítima foi encontrada com um laço no
pescoço, nua, apontando preliminarmente para a possibilidade de suicídio por estrangulamento, pois as
câmeras do hotel não haviam registrado entrada ou saída de pessoas do apartamento da vítima, e a porta
estava fechada por dentro. Posteriormente, conforme a investigação avançou, a família relatou dados
específicos sobre o comportamento sexual da vítima, o que levou o delegado de polícia a considerar a
hipótese de morte acidental. Com base nas informações apresentadas nessa situação hipotética, é correto
considerar a hipótese da parafilia denominada
a) coprolalia.
b) frotteurismo.
c) dolismo.
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d) hipoxifilia.
e) clismafilia.
2) Suponha que traficantes tenham submetido uma adolescente a violência sexual, em uma comunidade
carente do Rio de Janeiro. Nesse contexto, na perícia de casos de conjunção carnal, para o exame objetivo,
de natureza específica, deve ser fornecida a informação de
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3) Entre os fenômenos cadavéricos, aquele que pode atingir o feto morto retido do quinto ao nono mês de
gravidez no útero materno é chamado de
a) mumificação.
b) saponificação.
c) corificação.
d) litopédio.
e) maceração.
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c) feto natimorto.
d) infecção pós-aborto.
5) À luz do conceito adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), abortamento consiste na
a) interrupção da gestação com menos de 21 semanas ou com produto da concepção (embrião ou feto)
pesando menos de 500 g.
b) interrupção da gestação com menos de 20 semanas ou com produto da concepção (embrião ou feto)
pesando menos de 500 g.
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c) interrupção da gestação com menos de 21 semanas ou com produto da concepção (embrião ou feto)
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d) interrupção da gestação com menos de 23 semanas ou com produto da concepção (embrião ou feto)
pesando menos de 600 g.
e) interrupção da gestação com menos de 22 semanas ou com produto da concepção (embrião ou feto)
pesando menos de 500 g.
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7) Assinale a opção que corresponde à denominação do ato intencional de esfregar os órgãos genitais no
corpo ou tocar com a mão os seios e as genitais, principalmente de mulheres, aproveitando-se de
aglomerações em locais apertados, como ônibus, trem etc.
a) dolismo
b) pigmalionismo
c) riparofilia
d) erotismo
e) frottismo
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
a) maceração do concepto.
9) Assinale a alternativa INCORRETA. As docimasias para constatar a presença de vida extra-uterina são:
c) hidrostática de Galeno-Rayger-Schreger.
d) acidopirática de Middeldorf.
e) hidrostáticas de Icard.
10) Um indivíduo adulto manteve conjunção carnal consentida com uma menina, sabidamente de 13 anos
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d) Manobras de reanimação com insuflação pulmonar artificial podem gerar falsos positivos.
12) Pais de uma menor de 13 anos procuram a delegacia e fazem um boletim de ocorrência após esta
relatar que foi “molestada uma vez pelo primo de 18 anos há 2 anos atrás, inclusive com relação sexual
vaginal”. Ela é, então, encaminhada para exame sexológico no IMOL a pedido do delegado, a fim de
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
constatar ou não o fato. Após examinar, você, o médico perito do caso, relata que não é possível saber se
houve coito vaginal, devido:
13) Mulher sofreu conjunção carnal mediante grave ameaça, sem registrar a ocorrência policial. Dois meses
depois, percebe que está grávida. Sabendo-se que ela era e permanece casada e que já tem um filho
saudável, resulta que:
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a) ela não pode interromper a gestação legalmente, pois não corre risco de vida;
b) o marido tem que autorizar para que ela realize o aborto legalmente;
c) ela não tem direito de interromper legalmente a gestação por falta de registro;
14) Ainda hoje, apesar das enormes mudanças comportamentais e do aumento da tolerância com as
diferenças, os transtornos da sexualidade podem gerar consequências penais e civis na vida do indivíduo
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que os apresenta. O curioso transtorno que se caracteriza pelo desejo da prática sexual com um parceiro
sujo, mal asseado, com má higiene, é denominado:
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a) dolismo;
Flávio Sousa
b) riparofilia;
Flávio
c) mixoscopia;
d) frotteurismo;
e) masoquismo.
15) No crime de infanticídio, previsto no Art. 123 do Código Penal brasileiro, o estudo do cadáver deve
verificar se houve respiração extrauterina. Existem vários métodos para examinar os pulmões, dentre eles,
um que observa macroscopicamente o desenho do mosaico alveolar denominado docimasia:
a) hidrostática;
b) diafragmática;
c) óptica;
d) plêurica;
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
e) ponderal.
16) Mulher de 40 anos comparece ao exame de corpo de delito em investigação de crime sexual. Conta
que, estando hospedada na casa de amigos, na noite anterior, acreditando tratar-se de seu marido na
cama, já tarde da noite, teve relação sexual vaginal com outro homem, somente percebendo o engano
após o fato, tendo prontamente prestado queixa na Delegacia de Polícia. Esse breve relato do ocorrido
permite ao perito pensar na possibilidade de:
17) Em que pese o conceito de estupro atualmente ser mais amplo que outrora, ainda é de interesse
médico-legal o estudo do hímen. Um cuidado especial deve ser dado à distinção entre entalhe e rotura da
membrana himenal. Favorece o diagnóstico de entalhe a característica de apresentar:
a) profundidade completa;
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d) simetria;
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e) hemorragia e edema.
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b) traumatismo craniencefálico;
c) afogamento;
d) ação pérfurocortante;
e) asfixia.
19) No texto do Art. 123 do Código Penal brasileiro (infanticídio), a expressão “sob a influência do estado
puerperal" significa que:
b) as condições hormonais e a dor do parto modificam a compreensão da mãe com relação ao crime;
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
d) a capacidade de entendimento da mãe está diminuída pelo sentimento de desonra relativo à gestação;
e) a pena é reduzida quando comparada à prevista para o homicídio porque há perda da autodeterminação
da mãe.
20) Mulher comparece ao IML para exame de conjunção carnal e de ato libidinoso diverso da conjunção
carnal, que apura: genitália externa sem lesões violentas; hímen com duas roturas cicatrizadas nos
quadrantes anterior e posterior direitos; ânus com tônus pouco diminuído, mostrando equimoses violáceas
na região perianal e rotura disposta radialmente ao plano da mucosa anal, no quadrante anterior esquerdo;
a pesquisa de espermatozoides foi negativa para o material colhido em ambas as cavidades. Em relação ao
exame, é correto afirmar que:
a) foi negativo para conjunção carnal e positivo para ato libidinoso diverso da conjunção carnal;
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b) foi negativo para conjunção carnal e indeterminado para ato libidinoso diverso da conjunção carnal;
c) foi positivo para conjunção carnal e positivo para ato libidinoso diverso da conjunção carnal;
d) não há como afirmar ou negar a conjunção carnal; foi positivo para ato libidinoso diverso da conjunção
carnal;
e) foi indeterminado para conjunção carnal e indeterminado para ato libidinoso diverso da conjunção
carnal.
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21) Uma mulher está no sétimo mês de gestação de uma gravidez resultante de adultério. Ingere uma
droga abortiva e elimina um concepto que consegue sobreviver. Do ponto de vista penal, houve:
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a) autoaborto;
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b) aborto necessário;
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c) aborto terapêutico;
Flávio
d) tentativa de aborto;
22) O médico legista deve estar atento ao diagnóstico diferencial entre as rupturas himenais por coito e os
retalhos de hímen roto pelo parto vaginal. Os retalhos himenais se retraem, constituindo verdadeiros
tubérculos em sua implantação, e correspondem a:
a) carúnculas mirtiformes.
b) chanfraduras vulvo-himenais.
c) entalhes himenais.
d) hímens cribriformes.
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE• 18
GABARITO
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19 TOXICOLOGIA FORENSE
TOXOLOGIA FORENSE• 17
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1. CONCEITO
A toxicologia forense é o estudo quantitativo da ação das drogas no organismo. Ela envolve os
estudos de energias de ordem química, englobando assim venenos e drogas.
O estudo da ação química, é dividido em duas partes: ação cáustica (estudo dos cáusticos) e ação
sistêmica (estudo dos venenos).
ATENÇÃO!
Importante salientar que as drogas ilícitas de uso abusivo e seus efeitos deletérios são estudados
na ação sistêmica.
2. VENENOS
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Pode-se conceituar veneno como toda substância que, por sua natureza, ministrada em dose
relativamente pequena tem o condão de gerar desequilíbrio das funções orgânicas e desorganizar
tecidos, acarretando grave perturbação da saúde ou a morte. Os venenos possuem ação sistêmica.
• São substâncias mineral ou orgânica que podem ser de origem mineral, vegetal, animal ou
sintética e, quando administradas no organismo em pequenas quantidades, causam alterações
substanciais no funcionamento do corpo, podendo inclusive levar a morte.
• São circunstâncias preponderantes no envenenamento a pequena dose da substância, e
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observância do efeito nocivo primordialmente em pessoas sadias. Com base nessas premissas, é
possível observar que todo envenenamento é uma intoxicação exógena, mas nem toda
intoxicação exógena é um envenenamento. Diversas substâncias podem causar intoxicação, mas
nem toda substância é considerada veneno.
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• Não se confunde com a substância tóxica, pois esta, deve ser administrada em grandes
quantidades.
Sousa Nogueira
O sistema capilar é o campo de ação dos venenos, assim, a rapidez de ação dos venenos é
Flávio
• Penetração;
• Absorção;
• Distribuição;
• Fixação;
• Transformação;
• Eliminação pelo sistema urinário, digestivos (vômitos), suor, saliva, bile ou leite.
3. INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTO
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3.1. Hidrargirismo
3.2. Mitridatismo
No mitridatismo, o envenenamento ocorre por arsênico, que em doses mínimas pode matar.
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O arsênico possui grande afinidade com a pele, e mesmo após anos da morte, é possível verificar a
presença de arsênico nos fâneros da pele.
São sinais caraterísticos que indicam envenenamento por arsênico: eritema na pele sem exposição
ao sol, dores abdominais, vômitos esbranquiçados, diarreia, fígado amarelado (forma crônica), etc.
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São ranhuras, estrias, esbranquiçadas que surgem nas unhas em razão do arsênico.
Historicamente era usado para matar reis. Por isso, o Rei Mitridates, buscou imunizar-se contra um
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eventual envenenamento, tomando doses crescentes (mas nunca letais) de arsênico =, até que fosse capaz
Sousa Nogueira
3.3. Saturnismo
Flávio Sousa
Flávio
O saturnismo afeta o cérebro, causando psicoses tóxicas, além de ser causador de anemia, por não
permitir a fixação do ferro na hemoglobina.
Se um PAF ficar alojado por muito tempo dentro do corpo, é possível que ocorra o saturnismo.
A orla do encaixe do dente na gengiva vai ficando anegrada e indica a intoxicação por chumbo.
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Flávio
Flávio Sousa
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FREDERICO ALVES MELO
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Entenda: A acetilcolina é liberada após cada transmissão dos impulsos nervosos aos diversos órgãos
do corpo, que fazem os músculos contrair. A acetilcolinesterase faz com que o músculo após a contração,
relaxe. Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os músculos o que leva a
espasmos musculares generalizados, podendo levar à morte por sufocação indireta (asfixia).
Esses pesticidas feitos por organofosforados tem a finalidade de matar as pragas da lavoura. Por
vezes, a ingestão destes alimentos sem a adequada higiene, leva a contaminação, levando a problemas
neurológicos, de controle da musculatura, náuseas etc.
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O monóxido de carbono normalmente está presente na fumaça negra que ocorre pela queima de
determinados produtos. Ele possui uma afinidade muito grande com hemoglobina, e em razão disso,
forma-se a carboxihemoglobina, que impede o transporte de oxigênio, e leva a intoxicação por monóxido
de carbono.
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Quando a concentração de monóxido de carbono no sangue é maior que 50%, há perigo de morte
Sousa Nogueira
iminente. Ainda, no caso de morte, verifica-se que as vísceras ficam com a cor carminada.
3.7. Cianeto
Flávio Sousa
Flávio
O cianeto é um tóxico que age em nível intracelular (ação química). Ele faz com que a enzima
citocromooxidase (que atua no interior das mitocôndrias), fique inibida, e assim, fique impedida de retirar
os hidrogênios e como consequência impede a reação com o oxigênio (que está na célula, mas não reage),
podendo levar a morte instantânea por excesso de hidrogênio nas células. Leva a hemorragia da mucosa
gástrica (lembrando uma polpa de goiaba).
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4. DROGAS
O conceito de drogas é um conceito legal, sendo considerado droga todas as substâncias que se
encontram elencadas na Portaria 344 da Anvisa. No entanto, há doutrina que conceitua no sentido de
que é a substância natural ou sintética, que causa tolerância, dependência ou crise de abstinência.
• Tolerância;
• Síndrome de abstinência;
• Dependência
4.1. Tolerância
Exemplo: A pessoa bebia uma dose de uísque para se sentir “alegre”, e com o tempo passa a beber
mais doses para atingir o mesmo efeito.
São efeitos psíquicos e somáticos (nervosismo, alucinações, agitação, tremores etc.) da ausência do
uso da droga. Em resumo, é um conjunto de sintomas e sinais que ocorrem ao mesmo tempo causados
pela carência da droga.
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OBSERVAÇÃO
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Quando é atestada a síndrome de abstinência, esse indivíduo é tido como dependente da droga.
Sousa Nogueira
4.3. Dependência
Flávio Sousa
A dependência está relacionada a conflitos sociais, como, familiares, trabalho, polícia, justiça, na
Flávio
CUIDADO!
Para isenção de pena pela dependência da droga, independe de ser proveniente de caso fortuito
ou força maior, restando apenas a análise de estar inteiramente incapaz ou não.
As drogas psicoativas podem ser classificadas, quanto aos seus efeitos, em drogas:
• Psicolépticas ou psicocatalépticas
• Psicodislépticas
• Psicoanalépticas
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São exemplos de drogas psicolépticas, o álcool, sedativos, morfina, ópio, papoula, heroína,
barbitúricos etc.
5.1.1. Álcool
Sua absorção começa na mucosa oral, segue no estômago e é máxima no intestino delgado.Sua
absorção começa na mucosa oral, segue no estômago e é máxima no intestino delgado.
Quando não for possível verificar a dosagem de álcool no sangue, deve ser analisado o humor
vítreo (parte atrás do globo ocular).
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5.1.2. Heroína
A heroína é fruto da transformação da morfina, que é uma droga natural. Assim, a doutrina
aponta a heroína como sendo uma droga semissintética ou seminatural (uma parte natural e outra parte
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feita em laboratório).
Sousa Nogueira
O professor Genival Veloso de França trata a heroína como sendo uma droga sintética.
Flávio Sousa
5.2. Psicodislépticas
Flávio
São exemplos drogas psicodislépticas::::: o LSD, psilocibina, mascalina, cogumelos, maconha, haxixe
etc.
A maconha, é a droga mais consumida no mundo e tem o princípio ativo através do THC
(tetrahidrocanabinol), que só está presente na flor das plantas da maconha feminina.
5.3. Psicoanalépticas
As drogas psicoanalépticas são estimulantes do sistema nervoso central, gerando euforia, agitação,
respiração ofegante, pupilas dilatadas etc.
São exemplos de drogas psicoanalépticas, a cocaína, anfetaminas, ecstaxy, oxi, crack, merla etc.
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Metabólicos da cocaína
O exame de sangue do usuário de cocaína pode apresentar as seguintes substâncias como
metabolismo:
OBSERVAÇÃO
Os pelos do corpo podem acusar o uso de drogas por até 6 meses após o indivíduo parar o uso da
substância ilícita.
Flávio Sousa
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São drogas sintéticas produzidas em laboratório, que causam (mimetizam) os mesmos efeitos das
drogas ilícitas (psicoléptica, psicodisléptica ou psicoanaléptica), mas com componentes químicos que não
estão elencados na portaria 344 da Anvisa.
valha da própria torpeza e preservando a saúde pública, bem jurídico tutelado pela lei
11.343/06.
A síndrome do corpo embalagem ocorre quando pacotes de drogas são inseridos em um corpo para
serem transportados (mulas) e se rompem seu interior deste corpo. A depender do local do corpo em que
são transportados, pode ser classificado como:
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• Body packer
• Body pusher
• Via oral;
• Injetar;
• Via inalação.
OBSERVAÇÃO
A forma de introdução via inalação, possui os efeitos mais rápidos, pois não precisa passar pelo
coração para chegar as artérias.
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• Efeito aditivo
• Sinergismo
• Antagonismo
7.2. Sinergismo
Exemplo: Droga A será mais toxica em doses menores, em função da presença de outra droga....
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7.3. Antagonismo
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APLICAÇÃO EM CONCURSO
1) Um casal de jovens foi encontrado sem vida em cômodo doméstico (banheiro), confinado (com pouca
ventilação). Na necropsia, evidenciaram-se, em ambos, a pele e face rosadas, vísceras de cor de cereja,
livores carminados, sangue fluido e róseo. A partir dos achados descritos nessa situação hipotética, é
correto afirmar que o tipo de agente químico, a via de exposição e o biomarcador a ser investigado pelo
exame complementar são, respectivamente,
I O cianeto, ao reagir com a citocromoxidase, inibe a respiração celular, o que resulta em hipóxia citotóxica.
II Constatação, à necropsia, de conteúdo gástrico avermelhado e com odor de amêndoas amargas sugere
intoxicação por arsênico.
III O etanol, psicoléptico, depressor do sistema nervoso central, inibe a liberação do hormônio
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antidiurético.
IV A biotransformação da cocaína, que tem propriedade anestésica geral, gera metabólitos ativos.
A) I e II.
Flávio Sousa
B) I e III.
Flávio
C) II e IV.
D) III e V.
E) IV e V.
3) Assinale a alternativa que apresenta corretamente drogas com menores índices ou que não apresentam
crises de abstinência.
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4) Além de serem empregados como veneno, os compostos de arsênio começaram a ser utilizados na
agricultura como ingredientes em inseticidas, venenos de ratos, herbicidas e conservantes de madeira,
além de pigmentos em tintas, papel de parede e cerâmica. Sobre a Toxicologia Forense, quais os materiais
corporais têm mais vestígios e são coletados para pesquisa de intoxicação por arsênio?
5) Para se conceituar uma substância como um veneno, o mais importante é ter a ação:
6) Na perícia de indivíduo sob efeito de prováveis drogas ilícitas, pode-se realizar a pesquisa de drogas no
Sousa Nogueira
sangue ou urina. No caso de suspeita do uso de psicodislépticos, deve-se pesquisar, dentre outros, o
princípio ativo:
Flávio Sousa
A) diacetilmorfina;
Flávio
C) tetra-hidrocanabinol;
D) dextrometorfano;
E) tetracaína.
A) a introdução de substâncias tóxicas por via parenteral não é uma via de escolha frequente para
administração de tóxicos em casos de homicídios.
B) a maioria das substâncias administradas por via oral passa a atuar antes da passagem pelo metabolismo
hepático.
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C) as substâncias inaladas precisam passar pelo coração para atingir o sangue arterial.
D) a presença de gorduras na pele favorece a absorção de substâncias tóxicas, pois elas costumam ser
lipossolúveis.
E) a via de administração mais frequente é a respiratória, pela facilidade de administração, e a oral é a mais
grave pela rapidez na ação na substância.
8) Agentes vulnerantes de ordem química são substâncias tóxicas que podem agir de formas diferentes. Em
relação às noções de toxicologia, é correto afirmar que
C) na maceração, os músculos e tendões do cadáver viram pó.as lesões causadas por cáusticos sempre
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9) As drogas, de modo geral, têm uma classificação de acordo com os seus princípios ativos e seus
efeitos. São substâncias psicolépticas somente:
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B) Durante a realização da autopsia, a coleta de sangue extravasado para a cavidade abdominal deve ser a
preferida para a realização do exame toxicológico.
C) A sequência do exame cadavérico em caso de suposta intoxicação exógena inclui o exame externo do
cadáver, o exame interno do cadáver e a coleta de material para exame toxicológico.
D) Em vítima de intoxicação por monóxido de carbono, é possível encontrar focos de hemorragia petequial
e focos de necrose no encéfalo, principalmente nos núcleos da base, corpo caloso e cápsula interna.
E) O achado de intensa gastrite aguda, na ausência de outras lesões, é indicativo de que o médico legista
deve solicitar exame toxicológico.
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GABARITO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, Wilson Luiz Palermo. Sinopses Para Concursos - V.41 - Medicina Legal Editora
Juspodivm, 2023
HYGINO, de C. Hercules. Medicina legal - Texto e atlas - 2ª ed. - Editora Atheneu, 2014.
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal - 11º ed. Editora Gen, 2017.
UCHOA, André Luís Alves. Medicina Legal Decifrada - André Luís Alves Uchoa - Editora Alfacon,
2021.
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