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Fundamentos do Estudo Jurídico para Carreiras

Estratégia Carreira Jurídica

Olá, pessoal! Tudo bem?

Aqui é Ricardo Torques, Professor e Diretor do Estratégia Carreiras Jurídicas.

Gostaria de lhes apresentar o e-book "Fundamentos do Estudo para Carreiras


Jurídicas". Elaborado com muito carinho e cuidado por vários professores,
você terá em suas mãos as respostas para as principais dúvidas que
aparecerão na sua preparação para os cargos da área finalística dos concursos
jurídicos.

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Grande abraço,

Ricardo Torques

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Fundamentos do Estudo Jurídico para Carreiras
Estratégia Carreira Jurídica

Sumário
3 Anos de Atividade Jurídica - Prof. Paulo Sousa ............................................................................................... 3

Planejamento de Estudos - Prof. Rodolfo Penna ............................................................................................... 5

Estudo de Base e Aprofundamento - Prof. Igor Maciel ..................................................................................... 7

Definição da Carreira(s) - Prof. Rodrigo Vaslin................................................................................................... 9

Técnicas de Aprendizagem - Prof. Ricardo Torques ........................................................................................ 12

Resolução de Questões e Simulados - Prof. Felipe Duque .............................................................................. 16

Revisão - Prof. Thais Souza............................................................................................................................... 17

Motivação - Prof. Felipe Duque ....................................................................................................................... 18

Resiliência - Prof. Leonardo Tavares ................................................................................................................ 19

Na Hora da Prova - Prof. Thais Souza ............................................................................................................... 21

Pós-Prova e Redefinição da Estratégia - Prof. Igor Maciel............................................................................... 22

Fase Escrita - Prof. Rodrigo Vaslin .................................................................................................................... 24

Fase Oral - Prof. Michael Procópio................................................................................................................... 26

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FUNDAMENTOS DO ESTUDO JURÍDICO PARA CARREIRAS


3 ANOS DE ATIVIDADE JURÍDICA - PROF. PAULO SOUSA
Vários concursos jurídicos apresentam como requisito à inscrição definitiva ou à posse a comprovação de
um tempo mínimo de exercício de atividade jurídica. Este termo genérico assume diversas conotações,
variando de acordo com o órgão responsável pela seleção.
Vamos analisar resumidamente os requisitos de cada uma das carreiras jurídicas.

1. Magistratura

Para a Magistratura, considera-se atividade jurídico:


1) Atividade exercida com exclusividade por bacharel em Direito.
2) Exercício da advocacia, com participação anual mínima de 5 atos privativos de advogado em causas ou
questões distintas.
3) Exercício de cargos, empregos e funções (inclusive magistério) que exigem o uso preponderante de
conhecimento jurídico.
4) Exercício da função de conciliador junto ao Poder Judiciário por no mínimo 16 horas mensais e durante 1
ano.
5) Exercício de mediação ou de arbitragem na composição de litígios.
6) Concursos Ministério Público: a atividade jurídica segundo a Resolução 40/2009 do CNMP.
O Conselho Nacional do Ministério Público editou, em 2009, a Resolução 40. Com a finalidade de se adequar
ao mandamento contido no artigo 129, § 3º. Esta Resolução contém todos os parâmetros pelos quais as
atividades apontadas pelos candidatos aos concursos do órgão serão analisadas e consideradas atividade
jurídica. O artigo 1º da Resolução já explicita todas as atividades jurídicas. É importante lembrar que
atividade jurídica é, antes de tudo, aquela desempenhada após a conclusão do bacharelado em Direito.

2. Ministério Público

Para o Ministério Público, considera-se atividade jurídica:


1) Efetivo exercício da advocacia, com participação anual mínima em pelo menos 5 atos privativos de
advogado, em causas ou questões distintas.
2) Exercício de cargo, emprego ou função que exija a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos.
3) Exercício da função de conciliador junto ao Poder Judiciário de pelo menos 16 horas mensais por 1 ano.
4) Exercício de mediação ou arbitragem na composição de litígios, por 16 horas mensais por 1 ano.
5) Um ano para pós-graduação latu-sensu em Direito.
6) Dois anos para Mestrado em Direito.
7) Três anos para Doutorado em Direito.

3. Advocacia Geral da União

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Para os concursos de Advogado da União e de Procurador da Fazenda Nacional é considerada atividade


jurídica (prática forense):
1) Efetivo exercício da advocacia (postulação ao Poder Judiciário, Consultoria, Assessoramento e Direção
Jurídicos) com inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
2) Exercício de cargo, empregou ou função pública privativos de bacharel em Direito (efetivo, permanente
ou de confiança).
3) Exercício profissional de consultoria, assessoramento ou direção de cargo, emprego ou função pública
de nível superior com atividades eminentemente jurídicas.
4) Igual período (2 anos) de Estágio em Direito desempenhado de acordo com as regulamentações oficiais.

4. Procurador Federal

Para os concursos de Procurador Federal


1) Estágio em Direito (de acordo com a legislação).
2) Efetivo exercício da advocacia, com inscrição na Ordem dos Advogados da OAB: postulação a qualquer
órgão do Poder Judiciário, atividades de consultoria, assessoramento e direção jurídicos.
3) Comprovação da existência de atividades, pelo menos parcialmente jurídicas, em cargos, empregos ou
funções públicas (efetivos, permanentes ou de confiança) em qualquer dos Poderes ou Funções Essenciais
à Justiça.

5. Defensoria Pública da União

A exigência de comprovação de tempo mínimo de atividade jurídica nos concursos de ingresso na carreira
da Defensoria Pública da União não é uma novidade. O caput artigo 29 da Lei Orgânica do órgão (Lei
Complementar 80/1994) prevê a exigência de dois anos de prática.

6. Defensoria Pública do Estado

Na seção dedicada ao ingresso na carreira das Defensorias Públicas Estaduais da LDPU, não há menção nem
à exigência de dois anos de atividade jurídica. No âmbito das Defensorias Estaduais, a exigência de atividade
jurídica ainda não está uniformizada. Umas seguem a regra dos dois anos de prática, considerando
inclusive o estágio profissional. Outras começam a se adaptar às mudanças geradas pela EC 80/2014. A
exigência dos três anos, por exemplo, consta na Lei Orgânica da Defensoria do Estado do Amapá (Lei
Complementar 086/2014). No entanto, não está prevista que ela deve, obrigatoriamente, ser realizada após
a conclusão do bacharelado em Direito. O estágio profissional realizado no órgão (artigo 33, § 3º) conta como
prática forense.

7. Procuradorias Estaduais e Municipais

No âmbito das procuradorias Estaduais e Municipais, a exigência de atividade jurídica ainda não está
uniformizada. Há procuradorias que exigem anos de atividade e outras que NÃO exigem prática jurídica para
o ingresso na carreira.

8. Delegado de polícia federal

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Para os concursos de Delegado de Polícia Federal é considerada atividade jurídica:


1) A atividade exercida com exclusividade por bacharel em Direito;
2) O efetivo exercício de advocacia (inclusive voluntária), que deverá ser comprovada mediante a
participação em 5 atos privativos de advogado em causas ou processos distintos;
3) O exercício de cargo, emprego ou função pública (inclui-se aí o magistério superior), que exija a utilização
preponderante de conhecimento jurídico;
4) O exercício da função de conciliador em tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de
juizados especiais ou de varas judiciais por 16 horas mensais durante 1 ano;
5) O exercício de mediação ou arbitragem na composição de litígios por 16 horas mensais durante 1 ano.
Importante: somente as atividades realizadas após a colação de grau no curso de bacharelado em Direito
serão aceitos para fins de contagem de tempo. As atividades de estágio realizados durante o curso de
graduação não serão aceitas.

9. Delegado de polícia civil

No âmbito dos concursos para Delegado de Polícia Civil, a exigência de atividade jurídica ou policial ainda
não está uniformizada. Há Estados em que o certame exige anos de atividade e outras que NÃO exigem
prática jurídica ou policial para o ingresso na carreira.

PLANEJAMENTO DE ESTUDOS - PROF. RODOLFO PENNA


1. Primeiro passo

Para ter um bom planejamento dos estudos, em primeiro lugar, é importante definir o seu objetivo. Algumas
dicas práticas para definir a carreira: a) Conhecer as atribuições: saber “com o quê” você irá trabalhar após
a posse e passará o resto da sua vida fazendo; b) Conhecer as principais matérias da carreira: para saber se
você tem afinidade com elas ou não; c) Remuneração: ponto importante! Vocação não coloca comida na
mesa; d) Qualidade de vida: se a carreira é estruturada, se passa muito tempo no interior (para escolher
outra carreira se a pessoa não gosta de interior ou escolher essa carreira se gosta), se trabalha muito mais
do que as demais carreiras etc.

Se, fazendo esse exercício, você ainda não conseguir se decidir ou ficar entre duas carreiras, você pode
começar estudando as matérias em comum (especialmente Constitucional, Administrativo e outras que
sejam comuns às carreiras que você está em dúvida. Com o tempo, você acaba se inclinando a uma delas e,
então, pega as demais matérias específicas.

2. Planejando o seu estudo

Não fique perdido, nem perca muito tempo tentando achar “o melhor” cronograma, apenas faça
o seu e comece a estudar, depois você vai se adaptando. Lembre-se, é caminhando que se
aprende o caminho.

Para montar um cronograma de estudos, você pode fazer direto no excel ou pegar algum modelo e adaptar.

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A primeira coisa a fazer é colocar todos os seus compromissos na planilha e os respectivos


horários, desde a hora de acordar, o tempo para tomar café, banho, almoço, jantar, trabalho e
até o lazer, para que você descanse ou se distraia sem peso na consciência. Tudo deve estar
programado (de forma flexível, claro).

Feito isso, você notará que sobraram espaços “em branco” no seu calendário, que são os horários sem
compromissos. Esses espaços você preencherá com as matérias a serem estudadas.

No estudo, siga a ordem do seu material de acordo com o edital do concurso. Por exemplo, suponha que em
Direito Administrativo tenhamos Princípios, Administração Pública, Organização da Administração Pública,
Terceiro Setor, Poderes da Administração Pública etc. Se o seu edital não cobra terceiro setor, siga essa
ordem, mas pule o referido assunto.

Outra dúvida que surge é: e o tempo de ler a lei e fazer questões?

A resposta é: você não separa tempo para ler a lei e fazer questões! A leitura da legislação e o treinamento
de questões devem ser feitos juntamente com o estudo do conteúdo/teoria. Por exemplo, se você está
estudando desapropriação, estude o conteúdo/teoria, leia as leis relacionadas (ex.: DL 3.365/41) e faça
questões sobre o assunto.

Se você separou 3 horas para estudar Direito Administrativo, os últimos (ou primeiros – eu explico na parte
de revisões) 20 minutos em média são para fazer questões.

Ponto importantíssimo que deve ser lembrado: o seu cronograma deve ser flexível!

Se surgir mais tempo na semana, insere mais tempo de estudos. Se reduzir o tempo, faça as adequações
necessárias. O ideal é não ficar preso a um cronograma eternamente. Ele deve se adequar às diversas fases
de estudos.

3. Quantas matérias colocar no meu cronograma? Devo colocar todas as matérias do edital em uma
semana?

De início, recomendo não colocar mais de duas matérias por dia. Embora a alternância seja importante,
alternar muito pode atrapalhar mais do que ajudar. Estudar uma matéria por apenas 1 hora fará com que
você perca a sequência e o raciocínio, deixando o estudo muito “quebrado” e, quando for estudar a mesma
matéria novamente, terá dificuldades na retomada.

Portanto, o ideal é, no início, estudar no máximo 2 matérias por dia da seguinte forma:

a) Se você possui até 5 horas de estudos por dia: estude apenas 1 matéria.
b) Se você possui 6 horas ou mais: estude 2 matérias.

4. Para quem está começando a estudar

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Neste ponto surge uma importante dúvida de quem está começando a estudar: Devo inserir todas as
matérias do edital no cronograma logo de início? Como fazer?

Bom, não se deve começar estudando todas as matérias do edital, até porque cada concurso possui as suas
matérias principais, intermediárias e de baixa relevância.

Logo, a melhor estratégia é saber muito as principais e, só então, partir para as demais disciplinas. Isto
porque nem sempre será possível “esgotar” o edital e, caso isso aconteça, você estará melhor preparado
sabendo mais as matérias mais importantes.

Por isso, comece estudando as 6 principais matérias daquele concurso. Alguns exemplos:

a) Procuradorias: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Processual Civil, Direito


Tributário, Direito Civil e Direito Financeiro;
b) Magistratura Estadual e Federal (guardadas as respectivas peculiaridades): Direito Administrativo,
Direito Constitucional, Direito Processual Civil, Direito Civil, Direito Penal e Direito Processual Penal;
c) Ministério Público: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Processual Civil (incluindo a
tutela coletiva), Direito Civil, Direito Penal e Direito Processual Penal;
d) Delegado de Polícia: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Penal, Direito Processual
Penal.

O ideal aqui é conhecer a carreira e saber quais as principais matérias cobradas e começar por elas.

Quando terminar a primeira leitura dessas principais disciplinas, acrescente as intermediárias, sem retirar as
principais, que continuarão a ser revisadas. Por exemplo:

➢ Procuradorias:

a) Principais: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Processual Civil, Direito Tributário,
Direito Civil e Direito Financeiro;

b) Intermediárias: Direito Ambiental, Direito Empresarial, Fazenda Pública em Juízo, Direito do Trabalho
e Direito Processual do Trabalho.

Após terminar as intermediárias, insere as disciplinas de baixa relevância que, para procuradorias, por
exemplo, são as demais matérias do seu edital.

ESTUDO DE BASE E APROFUNDAMENTO - PROF. IGOR


MACIEL
O início do estudo para uma determinada carreira jurídica é sempre bastante desafiador. Contudo, é possível
reduzir o tempo de estudos até a aprovação se alguns passos forem seguidos.

Tentaremos esquematizar cada passo a seguir:

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Passo 01 - Entender a carreira

Se você pretende fazer um concurso para Delegado ou de Juiz, por exemplo, é necessário que você entenda
o funcionamento da respectiva carreira.

Quais os assuntos mais cobrados em cada carreira?

Qual a base do estudo comum a todos os editais?

Que matérias necessariamente eu precisarei estudar e que constarão de qualquer edital desta carreira?

Exemplo disso, encontra-se na carreira de Procurador do Estado ou do Município que - em todos os certames
- sempre as seguintes disciplinas são cobradas: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito
Tributário e Processo Civil.

Passo 02 - Criar um edital base para o seu estudo

Uma vez analisada a situação da carreira escolhida, crie o seu próprio edital padrão ou edital base.

Você iniciará o estudo diário por este edital até concluí-lo por inteiro (eventualmente você pode escolher o
menor edital também).

Fato é que você estudará para todos os possíveis concursos da sua carreira ao mesmo tempo, uma vez que
apenas estudará - no início da sua preparação - as matérias que estão em todos os editais.

Passo 03 - Iniciar os estudos das matérias mais importantes.

O passo 03 é uma continuidade do passo 02: inicie os estudos pelas matérias mais importantes (com maior
incidência de questões) dentre as matérias comuns a todos os editais.

Exemplo: não estudar Direito Urbanístico para Procuradorias Municipais, mas Direito Administrativo e
Constitucional inicialmente.

Desta forma, você verá as matérias mais relevantes da carreira e, inclusive, verá se gosta efetivamente dos
temas e terá empolgação para seguir nos estudos.

Passo 04 - O estudo é de longo prazo. Não adianta pressa.

O próprio título do passo já fala por si.

Fique tranquilo. Sua hora irá chegar. Não adianta pressa.

Vamos seguir firmes no estudo de base, sem afobação e sem desespero.

Passo 05 - Identificação de Temas Quentes.

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À medida em que você vai formando a base do seu estudo, é interessante que após alguns meses de
dedicação e, naturalmente, de experiência, você comece a tentar identificar possíveis temas quentes para
uma etapa discursiva e/ou prática na carreira escolhida.

É interessante que durante os próprios estudos você já comece a grifar os pontos que você identifica como
os mais importantes para a carreira.

Geralmente estes pontos possuem relação direta com o dia a dia da atuação prática do profissional da sua
carreira.

Exemplo disto é o tema licitações e contratos administrativos para um procurador estadual ou municipal.

Passo 06 - Aprofundamento de temas.

O passo 06 acaba sendo uma continuidade do passo 05.

Se você vem ao longo dos estudos identificando e grifando temas quentes no seu material (naquela
oportunidade sem perder muito tempo), o momento de aprofundar chegou.

Agora, você deve retormar o seu material, revisando os principais pontos grifados e aprofundar - na prática
- com julgados e discussões doutrinárias aqueles pontos destacados anteriormente.

É dizer: o estudo de base foi feito. A identificação de temas quentes também. A base para as provas objetivas
já está encaminhada.

Agora é hora de pensar nas fases seguintes, com o aprofundamento dos grandes temas estruturais de cada
carreira (que você mesmo veio identificando ao longo dos estudos de base).

DEFINIÇÃO DA CARREIRA(S) - PROF. RODRIGO VASLIN


Definir a carreira jurídica é muito difícil.

Quando somos vestibulandos, a definição da Faculdade é um tormento.

Quando escolhemos o direito, chegando ao final da Graduação, o tormento se multiplica, pois já somos mais
velhos, temos responsabilidades – sustentar a si próprio ou, eventualmente, uma família -; o mercado é
competitivo, visto que o Brasil é o país que tem mais Faculdades de Direito que a soma de todas as faculdades
do mundo inteiro; o salário inicial dos advogados é muito baixo, e vários outros complicadores.

Para tentar facilitar a vida de vocês, preparamos um material gratuito para que haja algumas coordenadas
que facilitem a tomada de decisão nesse momento tão difícil.

Nesse sentido, entendo que há 3 pilares essenciais:

1º pilar: experiência de vida

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Tal fator pode variar de fonte.

Muitos estudantes de direito têm alguma influência familiar na escolha da Faculdade e, consequentemente,
terão na escolha de qual carreira seguir. Alguns possuem pais advogados, outros juízes, promotores,
defensores; alguns possuem tios, tias e primos delegados (as), titulares de cartórios etc. E, com a convivência
intensa, ouvem casos, histórias, relatos do dia a dia que, vez ou outra, vão moldando seus desejos por esta
ou aquela carreira jurídica.

Outros estudantes escolhem a carreira por se espelhar em algum professor(a) ou algum profissional
admirável. Por querer ser igual, sente-se inclinado a escolher a carreira daquele sujeito.

Ainda, acredito que há uma forma de ter uma fonte melhor ainda: estágios. É exatamente nos estágios
diferentes que fazemos durante a faculdade que temos contato real e verdadeiro com o dia a dia daquele
profissional. Muitas vezes idealizamos o que faz um juiz, promotor, defensor, procurador, delegado, titular
de cartório, mas não fazemos ideia do que fazem em 100% do seu tempo.

O juiz, por exemplo, tem que não só decidir casos, mas gerir uma vara, conversar com servidores, fazer
reuniões, estipular metas estratégicas, seguir instruções administrativas do CNJ, do Tribunal, prestar
informações em mil e um sistemas etc.

O Defensor e Promotor também não só atuam em processos judiciais, mas sim no âmbito extrajudicial, que
requer uma proatividade significativa, visitas a locais diferentes, conversas com atingidos por aquela situação
etc.

O Delegado não apenas investiga, mas tem toda a parte burocrática para tomar conta.

E assim vai.

Portanto, saiba exatamente o dia a dia do profissional. Se não teve oportunidade de estagiar, que procure
ver relatos de profissionais que vocês admiram sobre como é o cotidiano daquele cargo.

2º pilar: identificar a(s) motivação(ões) preponderantes, o que te impulsiona a buscar aquela carreira

Nesse ponto, há de ser sincero consigo. Está buscando a carreira x, y ou z tão somente por conta do retorno
financeiro? Não há nada de errado nisso, sobretudo porque vivemos em instabilidade econômica e ter um
dinheiro certo no final do mês é motivo para muita alegria.

Se o seu desejo é escolher a carreira que melhor remunera, procure saber sobre concursos de Cartórios, que
não se submetem ao teto constitucional.

Os concursos de Delegado de alguns estados, nesse sentido, não seriam tão atraentes, visto que não ganham
o teto constitucional. As procuradorias municipais, idem. Todavia, muitas delas permitem a advocacia
privada, o que as tornam atrativas nesse ponto.

Todas as outras carreiras (Magistratura, Defensoria, Promotoria, Procuradorias Federais e Estaduais) ganham
praticamente o teto constitucional, diferenciando-se em detalhes quanto aos auxílios.

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Se sua motivação principal é servir o público, fazer algo pelo Brasil etc., excelente. Afinal, essa deveria ser
uma das principais motivações do servidor público.

Nesse ponto, é importante aliar essa motivação ao terceiro pilar.

3º pilar: constatar qual carreira se amolda melhor às suas características pessoais.

Todo ser humano é único em sua personalidade. Todos temos peculiaridades, características intrínsecas e/ou
desenvolvidas ao longo da nossa história.

Tente identificar tais características e visualizar qual carreira se amolda mais a essas peculiaridades.

Por exemplo, se você é o sujeito que sempre se mostrou prudente, analisando as duas posições em um
conflito e procurou decidir com justiça, sem o pendor para o lado A ou lado B, talvez seu lugar seja na
magistratura.

Se você sempre se mostrou aguerrido, ficando indignado com o descumprimento das leis e com o
cometimento de ilícitos no país, talvez seu lugar possa ser no Ministério Público.

Se você é extremamente consternado com a situação miserável de milhões de brasileiros, que não detém os
mínimos direitos para viver com dignidade, e sempre se preocupou com a causa social, a carreira
interessante para que você dê toda a assistência jurídica integral e gratuita a essa camada da população
(hipossuficientes) é a Defensoria Pública.

Se você sempre conseguiu ver o outro lado das demandas contra o Estado, demonstrando a necessidade de
que o Poder Público, aquele que cuida da res publica (coisa pública), seja bem defendido, bem gerido
administrativa e financeiramente, talvez sua posição seja na Advocacia Pública.

Se seu espírito sempre foi mais investigativo, bem como proativo e indignado com o cometimento de crimes
e as ilicitudes no país, exercer a profissão de Delegado de Polícia pode ser a sua vocação.

Percebam que, com esses exemplos, há certas inclinações pessoais que melhor se amoldam às profissões.

Todavia, se você não as tem, fique tranquilo. Esse não é um rol exaustivo. Ademais, o mundo da vida é muito
mais rico que qualquer predefinição que façamos.

Já presenciamos pessoas inclinadas a certas carreiras que, de repente, passam em outro concurso e se dão
super bem e, ao fim e ao cabo, descobrem que aquilo é exatamente o que queriam fazer.

Portanto, não deixe de tentar alcançar aquele sonho.

Para definir bem o sonho, porém, é interessante seguir esses três pilares como direcionamentos.

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TÉCNICAS DE APRENDIZAGEM - PROF. RICARDO TORQUES

PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO: MEMÓRIA E APRENDIZAGEM


APLICADA A CONCURSOS PÚBLICOS
As provas estão cada vez mais difíceis: basta comparar questões atuais às de 10 anos atrás. A concorrência
é muito maior: compare número de inscritos em concurso. Nos últimos 15 anos, experimentamos
a profissionalização na oferta de ensino para concursos e a ampla disseminação de informações sobre
oportunidades em concursos públicos, o que atraiu muito mais interessados nas carreiras públicas.

A conclusão natural é a de que temos que estudar cada vez mais. Não que isso seja mentira, mas entendo
que é minha função – como professor – proporcionar uma aprendizagem efetiva. Quanto mais efetivo for o
processo para a assimilação de conteúdos, maior a probabilidade de êxito, mais curto poderá ser este longo
caminho.

Compreender o processo de aprendizagem é importante para que o aluno procure adotar as melhores
técnicas de estudo e para que nós, professores, façamos uso correto e assertivo das ferramentas na
transmissão do conteúdo. Nos últimos 100 anos, experimentamos forte evolução no campo da neurociência
e da psicologia cognitiva. Conceitos como memória de trabalho, memória de longa duração, carga cognitiva
e plasticidade cerebral são úteis para que possamos adotar melhores estratégias de aprendizagem. Não
obstante, ainda há muito a ser estudado e compreendido acerca de um dos aspectos mais ricos da nossa
inteligência, que é a capacidade de aprender.

A aprendizagem

A aprendizagem pode ser entendida como o processo de codificação e armazenamento de conteúdo na


memória de longo prazo, de modo que possa ser resgatado e aplicado futuramente quando desejarmos ou
quando necessário. Para a neurociência, a aprendizagem envolve a capacidade de os neurônios se regularem
conforme os estímulos externos, agregando novos dados às informações já armazenadas na memória. O
cérebro se adapta, se molda conforme armazena novos dados codificados.

De forma simples, a aprendizagem é o processo de transformar o conteúdo absorvido pela memória de


trabalho (também conhecida como de curto prazo) em memória de longo prazo.

Vamos compreender melhor esses conceitos de memória.

Caminho necessário para aprendizagem: da memória de trabalho à de longo prazo

A memória é um complexo sistema que permite registrar, reter e recuperar experiências. Em um primeiro
momento, somos expostos a diversas informações, com as quais podemos interagir e por um breve período
lembrar, contudo, rapidamente esqueceremos. Esse é o conceito de memória de trabalho, compreendido
como a forma que armazenamos o conteúdo recebido para que seja utilizado de forma imediata e que,
em poucos segundos, será descartado. A memória de trabalho é operada por intermédio de estímulos
sensoriais, auditivos ou visuais.

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Estratégia Carreira Jurídica

O garçom vai até a mesa, ouve os pedidos. Sem anotá-los, direciona-se até a cozinha e repassa o pedido no
sistema de controle do restaurante. Após – e, portanto, sem precisar interagir mais com aquela informação
-, o conteúdo é descartado. Após finalizados os pratos, precisará consultar o sistema para saber a que mesa
levar os pratos recém feitos.

Naturalmente, para o manejo da informação na memória de trabalho ela não deve ser longa, sob pena de
não ser armazenável.

Caso na mesma mesa tenhamos muitos pedidos, o garçom poderá chegar à cozinha sem lembrar de todos.
Em situações como essa, intuitivamente, ele recorre a um caderninho.

Há, entretanto, garçons que ouvem dezenas de pedidos e repassam todos eles corretamente à cozinha.
Como isso se dá? É inteligência? Sim, a de manter a memória de trabalho, revisitando a informação durante
a interação. Não é a memória de trabalho que se alonga, mas a interação com ela é maior. Assim, enquanto
se desloca para a cozinha, mentalmente, o garçom repete para si mesmo os pedidos feitos. Isso pode ocorrer
inclusive de forma inconsciente, por estímulos ou pela relevância que damos à informação.

Contudo, o aprendizado em si se dá a nível da memória de longo prazo.

A memória de longo prazo é consequência da formação de uma rede estruturada de informações. De


acordo com neurocientistas, é necessário modificar a estrutura e as funções das sinapses dentro do cérebro.
A formação de memória se dá pela capacidade de o cérebro se adaptar, receber marcas da informação
codificada. Assim, o nosso cérebro torna-se único: reúne as informações já retidas às novas. Nosso cérebro
está em constante construção, conforme o conhecimento que adquirimos.

Toda semana, a mesma família vai ao mesmo restaurante e, com pouquíssimas variações, pede os mesmos
pratos. O garçom, atencioso ao cliente frequente e pela repetição, lembra-se dos pedidos feitos nas semanas
anteriores a ponto de sugerir à família o “mesmo pedido de sempre”.

Esse processo de formação da memória de longo prazo – que resulta na aprendizagem – é, ainda, um tanto
misterioso. Não temos clareza científica de como ocorre. Fato é que a importância que damos à informação,
gosto, motivações pessoais e a repetição são decisivos para que a informação seja estruturada numa rede.

Estudos recentes indicam que a formação da memória de longo prazo passa por três
etapas: repetição, elaboração e consolidação. Pela repetição somos expostos a diferentes fontes sobre o
mesmo conteúdo, de modo a fortalecer os conhecimentos e registros já existentes. Por elaboração entende-
se a associação que fazemos com as informações já existentes. É, de certo modo, a experiência. Assim, quem
traz alguma bagagem, tem melhor capacidade de aprender novos conteúdos e registrá-los
permanentemente. Pela consolidação entende-se o processo biológico de alteração das ligações entre os
neurônios com acúmulo de proteínas e outras substâncias para robustecer as sinapses.

Enfim, a aprendizagem é justamente essa adaptação do cérebro (plasticidade cerebral) pela codificação da
informação nos neurônios e o fortalecimento das sinapses. O aprendizado implica em alterações químicas,
anatômicas e fisiológicas no cérebro.

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Fundamentos do Estudo Jurídico para Carreiras
Estratégia Carreira Jurídica

Tendo isso como premissa, a partir de experimentos e também das percepções da psicologia cognitiva, foram
desenvolvidas estratégias para tornar o processo de aprendizagem mais eficaz. Justamente neste ponto, há
interesse tanto de quem estuda (para melhor estudar) como de quem ensina (para melhor ensinar).

Recursos para formação da memória de longo prazo

O papel dessas técnicas de formação da memória de longo prazo é potencializar a aprendizagem, de modo
que o aluno tenha melhor controle sobre o processamento, armazenamento e recuperação da informação.
São diversos os recursos, alguns menos eficazes, outros mais. Mais do que isso, para diferentes pessoas, o
mesmo recurso pode ter eficácia distinta.

Fato é que a informação precisará ser classificada, organizada, conectada e armazenada juntamente com as
informações já existentes. Além disso, quanto mais diversificada for a experiência, melhor será assimilada e
consolidada.

Entre todas as técnicas, destacam-se:

1) Repetição. A depender de como é feita, pode ser pouco efetiva e demorada. De toda forma proporciona
trabalhar a mesma informação por diferentes perspectivas. Ao estudar, a revisão é a técnica de repetição
por excelência.

2) Evocação expandida. Constitui técnica de repetição da informação a ser memorizada em intervalos de


tempo que aumentam gradativamente. Em concursos públicos se fala muito em curva do esquecimento e
de retenção e o uso de revisões periódicas como forma de reduzir o efeito do esquecimento ou de
maximização da retenção. Quem não ouviu falar em revisão de 24h, de 7 dias e de 1 mês?!

3) Mnemônicos. A associação de um conjunto de informações, imagens, frase cômica ou frase rimada é de


grande relevância para introjetar informação no longo prazo. Quem não lembra do SOCIDIVALPLU,
CAPACETE DE PM ou do LIMPE?!

4) PQRST. É uma técnica que amplia a quantidade de neurônios utilizados para potencializar o aprendizado.
Em síntese:

• Preview – leitura inicial do conteúdo;


• Question – perguntas sobre o material lido;
• Read – nova leitura do mesmo material;
• State – síntese do material lido;
• Test – teste de compreensão e de memorização.

5) Referência. É a técnica que permite acessar o conteúdo aprendido por intermédio de uma palavra,
imagem ou frase de referência. Muitos alunos estudam fazendo grifos. Se bem feitos – leia-se: de forma
objetiva, pontual – ao revisar a leitura de uma palavra destacada ou da primeira frase grifada, você é capaz
de lembrar da informação completa antes de concluir a leitura dos destaques. A referência vai muito além,
e pode ser representada por uma imagem, por uma uma fotografia mental da página em que se encontra o
conteúdo ou até mesmo pela ligação emocional com aquele conteúdo cobrado na questão do último
concurso que você fez e não foi aprovado por uma questão.

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Estratégia Carreira Jurídica

Essas técnicas – no ato de estudar – impactam decisivamente a memória de trabalho, gerando estímulos
suficientes para que o conteúdo transcenda para a memória de longo prazo. Assim, quanto mais técnicas
forem empregadas, maior o estímulo e mais rico será o processo de aprendizagem.

Carga Cognitiva: equilíbrio para correto estímulo pelo professor

O educador também deve ficar atento ao uso desses recursos para facilitar o processo de estudo. Há,
contudo, um risco: a falta de equilíbrio no uso da carga cognitiva.

A carga cognitiva é a atividade mental a que estará sujeita a memória de trabalho. Lembre-se: tudo começa
pela memória de trabalho. Sob o aspecto intrínseco, essa carga envolve a natureza do conteúdo (ex.
dificuldade, volume de detalhes, etc.). Sob o aspecto extrínseco, discute-se o modo como a informação é
apresentada. A adoção de uma carga cognitiva ineficaz pode minar a aprendizagem. Exemplos: em um
conteúdo complexo, o professor trabalha com slides repletos de citações; ou em um assunto repleto de
expressões técnicas, o professor não explica previamente os conteúdos base.

A carga cognitiva deve ser adequada, de modo a pautar a estruturação da informação, conduzindo o aluno
para o limite do seu máximo esforço de processamento, mas não além dele. Naturalmente, o aluno não pode
sentir-se ocioso no processo de aprendizagem, mas não pode sentir-se sobrecarregado, incapaz de perceber
os conteúdos apresentados.

Além disso, é natural que o aluno perceba numa mesma aula trechos dessa carga cognitiva extrínseca ora
ineficaz, ora adequada. O mais importante é que esta predomine sobre aquela.

No processo de aprendizagem, tanto a carga cognitiva intrínseca como a carga cognitiva extrínseca ineficaz
devem ser baixas. E como vencer uma prova complexa, cuja carga cognitiva intrínseca é altíssima? Deve-se
começar com uma carga cognitiva intrínseca baixa e aumentar gradativamente após aprendizagem de base.

O professor, para buscar o equilíbrio no processo de transmissão da informação, deve ser valer:

• do aumento gradativo da carga cognitiva intrínseca até o limite do que é necessário para o fim
pretendido. Dito de outro modo: formar a base do conteúdo e aprofundar conforme o grau de
complexidade das questões do concurso.
• tornar a revisão um processo continuado, tanto para atender à repetição como para a evocação
expandida. Por exemplo, ministrar um mesmo conteúdo sob diferentes perspectivas, combinando
aulas teóricas, de resolução de questões, a partir de casos práticos. São formas de proporcionar a
construção do aprendizado por diferentes fontes de estímulo.
• uso de recursos como mnemônicos, especialmente para aquilo que precisa ser memorizado e não
há, para tal, outro recurso mais efetivo.
• uso intenso de referenciais. O uso de imagens em slides, a construção do conteúdo por meio de
exemplos ou até mesmo do storytelling podem ser recursos excepcionais no processo de assimilação
do conteúdo.

Nesse ponto, cabe um complemento. Uma preocupação para quem estuda, por exemplo, fazendo
associações a partir de palavras-chave é lembrar das próprias palavras chaves na “hora H”. Pela forma como
as provas de concurso são aplicadas, não deve ser uma preocupação. Talvez a exceção seja as provas orais.
Em provas objetivas e discursivas temos o enunciado. Ele trará, em alguma medida, as informações para

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desencadear o processo de busca da informação junto à memória de longo prazo por meio de referências.
Em provas objetivas podemos, ainda, “jogar com as alternativas” para buscar a associação correta, capaz de
acessar a memória.

Conclusão

É importante conhecer a base do processo de aprendizagem para compreender que um bom desempenho
em uma prova não é trivial. É fruto de muito esforço, da experiência acumulada, do grau e da capacidade de
buscar estímulos quando somos submetidos à carga de conteúdos.

Além disso, ter claras as técnicas farão compreender a importância de nos valermos de todas elas. É um erro
ignorar o processo de revisão, por exemplo. É equivocado não variar entre os recursos didáticos à disposição.
E mais do que isso, é necessário entrar nessa empreitada ciente de que, além de todo o esforço que será
necessário, é preciso resiliência.

E a nós, professores, por melhores que nossas aulas possam ser, sempre há algo novo ou a mais que possa
ser feito para otimizar o processo de aprendizagem.

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES E SIMULADOS - PROF. FELIPE


DUQUE
Você já parou para pensar que são aquelas 5 (cinco) horas que vão definir se você vai passar no concurso?

Eu achava aquilo ali muito estranho. Era uma sensação absurdamente difícil de entender...Geralmente esse
sentimento batia quando eu estava realizado justamente a prova no dia do concurso, e estava diante de
alguma questão que eu não sabia.

Eu olhava para essa danada e fazia “bom, são essas questões que eu não sei ou que estou em dúvidas que
vão me dizer se eu passarei ou não nessa prova”.

Comecei a perceber, portanto, a real sensação de simular o dia da prova.

Porque veja, no dia da prova, haverá as maiores adversidades possíveis. Há o sujeito que vai levar o caminhão
de comida (e fará muito barulho); há o fiscal da prova que te olha como se você fosse um infrator; tem um
ranço ali do colega do lado com a sinusite de a cada 3 (três) segundos fazendo aquele rungido que te
incomoda...

Bom, só é um pedaço do que acontece. Tem coisas pior.

O pior é você perder o tempo crucial no dia da prova naquelas questões de dúvidas, e quando você olha, o
fiscal já diz: “30 minutos para encerrar a prova, quem quiser já pode sair com o seu caderno”.

Isso acontece porque você não simulou quanto tempo gasta nas questões difíceis e que você não sabe. Isso
acontece quando você não treina através de questões para saber quanto tempo gasta em cada uma, a
depender ainda do tamanho dos enunciados.

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E, por favor, não me venha dizer que tem jogador que vai lá e arrasa no dia da prova. Esse jogador está
escondendo o jogo. Ele escondeu os bastidores e você acreditou.

A importância de fazer questões, por alguém que já fez mais de 80.000 questões:

1) Você vai mapear que assuntos são mais importantes

2) Você percebe a forma como cada assunto é cobrado (há bancas que tem entendimentos distintos sobre
alguns temas)

3) Você concede um recado a si mesmo sobre o que precisa ser entendido, ainda que você odeie o assunto
– porque ele cai – é importante e te faz passar.

4) Você redobra sua atenção nos pontos que precisam ser estudados com mais vigor.

Esses são apenas informações não porque você deve fazer questões e simulados, mas sim porque você
PRECISA!

REVISÃO - PROF. THAIS SOUZA

Sem Revisar o Conteúdo Você Não Irá Passar!!

É isso mesmo, acredite!!!!! O simples acúmulo do estudo de todas as disciplinas não te garante a aprovação.
É essencial que você tenha um bom esquema de revisão para que esteja em constante contato com todas as
disciplinas e o seu conhecimento seja cada vez mais internalizado e solidificado.

Falando em solidificação, a revisão é uma etapa crucial nos estudos para concursos públicos, pois permite a
fixação e o aprimoramento do conhecimento adquirido. Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas
para revisar o material estudado, como exercícios, releitura, quadros mnemônicos e simulados.

Os exercícios é, sem dúvida, a forma mais eficiente de revisão, pois permitem a aplicação prática do
conhecimento e ajudam a identificar pontos fracos que precisam ser reforçados. Todos os nossos cursos são
repletos de exercícios e o estratégia cast. é um instrumento que te dá fácil acesso a questão de todos os
concursos do país.

A frequência ideal para fazer exercícios depende do tempo disponível e da quantidade de conteúdo que está
sendo estudado. No entanto, uma prática comum é realizar exercícios assim que se termina de estudar um
determinado conteúdo. Isso ajuda a consolidar o conhecimento adquirido e identificar possíveis lacunas no
aprendizado.

Além disso, é recomendado que o aluno faça revisões periódicas do conteúdo, que podem ser feitas por
meio de exercícios. Uma sugestão é fazer uma revisão mensal de todo o conteúdo estudado até o momento,
com o objetivo de consolidar o conhecimento e identificar pontos fracos que precisam ser trabalhados.

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No entanto, é importante lembrar que a frequência de exercícios e revisões deve ser adaptada às
necessidades individuais de cada aluno. Algumas pessoas podem precisar fazer exercícios com mais
frequência, enquanto outras podem se beneficiar mais com revisões menos frequentes, mas mais
detalhadas.

O importante é manter uma rotina de estudos consistente, com um equilíbrio entre revisões e exercícios,
para garantir uma preparação eficiente para o concurso público.

A releitura de material é outra técnica importante, pois permite que o estudante revise conceitos
importantes que podem ter sido esquecidos. É recomendado que a releitura seja feita com uma frequência
regular para que a informação fique fresca na mente.

Os quadros mnemônicos são um tipo de resumo que ajuda a memorizar informações complexas. Eles
consistem em criar uma imagem mental ou uma palavra-chave que represente um conceito ou um conjunto
de informações. São utilizados principalmente para as matérias que são “mais decorebas” e que possuem
bastantes detalhes importantes. Faça quadros mnemônicos e coloque em local de fácil acesso e que você
visualize diariamente. Tire alguns minutos do seu dia para fazer a releitura desses quadros, a fim de garantir
o acerto daquelas questões que ninguém acerta.

Por fim, os simulados são uma das técnicas mais importantes para revisão, pois simulam as condições reais
da prova. Eles permitem que o estudante teste seu conhecimento e identifique pontos fracos, além de ajudar
a acostumar-se com a dinâmica e o tempo da prova.

Em resumo, a revisão é fundamental para o sucesso nos concursos públicos e repito novamente, SEM
REVISTA O CONTEÚDO VOCÊ NÃO IRÁ PASSAR.

Use e abuse das técnicas mencionada, faça-as isolada ou conjuntamente, mas faça-as. Com muitas dedicação
e muita prática, a revisão vai ser tornar sua maior aliada nesse momento tão desafiador e logo vai se tornar
uma rotina muito fácil de inserir em sua rotina.

Muito sucesso, bons estudos e ótima revisão!!!!

MOTIVAÇÃO - PROF. FELIPE DUQUE


Há uma incapacidade terrível no ser humano de achar que “motivação” é algo que será conquistado e que
pronto, visualizei o contracheque, percebi os benefícios e é isso que eu quero para minha vida!

A motivação que você visualiza é a externa. Essa motivação do “status”, do salário ou das coisas mais
vulgares não te sustente à noite. Ela não te põe de pé nos dias difíceis, nem sequer te concede a força
necessária para correr atrás de algo que você tem medo de não conseguir.

Você não caiu aqui por acaso, nem está lendo aqui por acaso, querido aluno(a). Há agora uma série de
dúvidas ao seu redor se o caminho dos concursos é realmente algo que você pode conseguir.

Há um emaranhado de sentimentos que te dizem que é melhor sucumbir a voz dizendo que você é
insuficiente, ou que não nasceu para isso, porque, no fundo, você nem quer tentar o desafio...

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Aí que mora o perigo. Você sentiu em algum momento que era capaz de passar em concursos públicos. Você,
em algum instante, percebeu que você possui a oportunidade de se preparara para concursos... e, agora,
você vai simplesmente largar mão desse sonho...

Mas já vai assim?

Onde está a sua motivação?

Talvez, um dia, você perceberá que essa sua oportunidade de estudar ela é única. Sentirá que as gerações
anteriores sofreram muito para você estar aí, sentado, reclamando do ar-condicionado.

O momento da motivação noturna surge quando você sentir o que pude constatar na hora em que estava
estudando para a prova oral do concurso de Procurador da Fazenda Nacional.

Eu olhava no espelho, e me via um sujeito fraco, uma fraude, um cara mediano que sabia de suas
insuficiências... e que passar no concurso sempre foi para gênio...o que não era meu caso. Mas, diante de
todas as adversidades, o reflexo no espelho não era meu. Eram os meus pais ali, atrás da minha imagem; era
a minha esposa; eram os meus avós; eram os meus irmãos...

E em algum instante da sua preparação você perceberá isso: o projeto de passar em concurso público ganhar
outra motivação (intrínseca e substancial) quando você percebe a oportunidade que você tem nas mãos de
consagrar o tanto de apoio que você recebeu da vida para “poder estudar”.

Continue batendo na porta, ela não irá se abrir facilmente. Continue batendo na porta, não importa os “
nãos” que a vida te deu. Continue batendo na porta, você hoje está sentindo que está aprendendo o
conhecimento, nem que seja um pouquinho?

É assim... a sensação é essa... você vai passar. E você, vai mandar uma mensagem para mim: “professor,
passei”. E eu vou chorar, porque imaginarei o sentimento da sua família. Vai lá. Tu és a oportunidade que
os teus pais não tiveram.

RESILIÊNCIA - PROF. LEONARDO TAVARES


Que tal a gente emprestar um conceito da física para ajudar você a atingir seus objetivos nos concursos?

Me refiro à ‘resiliência’, que diz respeito à capacidade que um material tem de retornar ao seu estado normal
(ou original) depois de submetido a uma determinada tensão ou pressão.

Essa é uma característica que considero essencial, talvez a mais importante para quem pretende passar em
concursos difíceis. Afinal, estamos tratando de empreitadas de longa duração, de muito esforço e dedicação
e com muitas intempéries no caminho.

Mas, afinal de contas, o que é ser resiliente? Significa ser ‘casca grossa’ (como dizem por aí)? Significa não
se prostrar e nem se abater com as dificuldades da vida e dos estudos?

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NÃO, não é isso! Afinal, somos todos humanos e, justamente por essa condição, sofremos as agruras da vida
e do próprio dia a dia. Quem nunca?

Ser resiliente não é ser inatingível; não é não sofrer ou mesmo nunca se abater ou chorar; não é não ter
medo do fracasso – é não se deixar tomar por ele. Ser vulnerável não é problema; o problema é persistir na
vulnerabilidade ou se vitimizar – você tem de enfrentar as adversidades! Por outro lado, a eventual ‘dureza’
ou frieza emocional com que reagimos às pressões da vida não representa, necessariamente, a resiliência
como predicado fundamental para o sucesso profissional.

Como dizem, o importante não é o quão forte você bate, mas sim o quanto aguenta ‘apanhar’ e continuar
em frente! Não é ser imune ao sofrimento; estamos falando de algo mais relacionado à capacidade de se
regenerar.

Fracasso não é vergonha, acontece com todo mundo. Feio é não tentar! Até para quem acha que está no
‘fundo do poço’ e não vê saída, uma coisa é certa: para baixo é que não se deve continuar cavando!

Dentre os materiais, qual seria mais resiliente? Um vidro espesso ou um estreito pedaço de borracha?
Veja, o vidro pode até ser bastante rígido e diante de pequenas pressões permanecer incólume, mas uma
vez submetido a um determinado impacto, certamente se quebrará e não terá condições de retomar o seu
estado original; por outro lado, a borracha, por mais que estreita e tensionada, devido à sua maleabilidade,
tenderá a voltar ao seu estado normal.

E mais, ser resiliente não é apenas saber assimilar as grandes ‘pancadas’ da vida, não! É muito mais, para sua
preparação, saber suportar (reclamando ou não) um dia a dia maçante de estudos, sem lazer ou atividades
mais prazerosas. É ter força para aceitar e desenvolver o hábito; é se submeter a uma disciplina e rotina que
não seria a sua preferida, mas de uma forma otimista ou, pelo menos, construtiva – a alegria também pode
ser encontrada na luta e a felicidade não se encontra só no destino, mas também na caminhada! É saber
encontrar ‘paz de espírito’ na busca pela aprovação, nesse período intermediário que as vezes parece não
ter fim! Se necessário com adaptações e com a ressignificação de algumas coisas na vida que, nesse
momento crucial, devem ficar em segundo plano. A resiliência requer a gestão das emoções, o controle dos
impulsos e a prorrogação dos desejos.

Ser resiliente também envolve a capacidade de ser otimista, de ver ‘o lado bom das coisas’ ou o copo ‘meio
cheio’. Não obstante a dificuldade, não podemos nos deixar contaminar pela ‘Síndrome de Hardy’! Para
quem não sabe, Hardy era uma hiena, personagem de um desenho animado (do século passado, da Hanna-
Barbera) que era totalmente pessimista e só reclamava de tudo (oh céus, oh vida, oh azar!).

Ao invés de reclamar, você pode lembrar, por exemplo, que muitas pessoas gostariam de ter as suas
condições e poder estudar; mas não podem, não tiveram a oportunidade que você tem. Se é final de semana
e você tem de estudar, pode começar cantando Raul Seixas (como eu fazia – ‘hoje é domingo missa praia céu
de anil’...). Você tem saúde, você consegue ler e tem capacidade para assimilar o conteúdo? Pois bem, o
resto só depende de você! Invente a sua tática, porque não existe fórmula pronta ou método único!

Complexo... A resiliência envolve muita coisa, não é?! As vezes você pode estar achando que tem poucas ou
nenhuma dessas características... Mas fique tranquilo, porque preciso te dizer ainda que esse é um atributo
que não vem de nascença; muito pelo contrário, é uma competência que você desenvolve e aprimora
durante toda a vida, com uma boa dose de inspiração diária!

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Então, desenvolva sua aptidão para a ‘borracha’ na preparação para os concursos! (kkk)

Não seja escravo da mediocridade. Faça de você mesmo a sua melhor obra na construção do conhecimento.
Dê o seu melhor, nas circunstâncias que você tem. Enfim, seja resiliente que no final tudo vai dar certo!

Prof. Leonardo Tavares

NA HORA DA PROVA - PROF. THAIS SOUZA


Do que adianta nadar, nadar e morrer na praia? Sim, meus amigos, isso pode acontecer com você caso não
se planeje adequadamente para o dia da prova.

Falamos muito sobres as melhores técnicas para passar em concurso público, mas pouco falamos sobres as
melhores técnicas para o seu dia de prova.

Logo, para sintetizar tudo isso, vamos dividir sua preparação na hora da prova em atos preparatórios e atos
executórios.

Os atos preparatórios são aqueles essenciais para o momento pré-prova e precisam ser organizados, no
mínimo, um dia antes da data da sua prova. Então, anote essas dicas:

1. Preparar os documentos necessários: é fundamental verificar no edital os documentos que são


obrigatórios para a realização da prova e deixá-los separados e organizados para evitar qualquer
imprevisto.
2. Separar os materiais de consulta: O seu edital vai trazer quais os materiais são permitidos na prova,
se organize e deixe tudo separado na noite anterior. Muito cuidado, pois, alguns códigos possuem
partes que precisam ser isoladas e/ou são proibidas. Geralmente são proibidas as anotações pessoais,
as súmulas, os enunciados, exposição de motivos de códigos e orientações jurisprudenciais.
3. Boa noite de sono e alimentação: é recomendado uma boa noite de sono e uma alimentação leve e
saudável antes da prova, para estar bem descansado e com energia para o exame.
4. Acompanhamento psicológico: é comum que o candidato fique nervoso e ansioso antes da prova,
por isso é importante ter um acompanhamento psicológico para ajudar a lidar com as emoções e
evitar que afetem o desempenho na prova.
5. Chegar com antecedência: é fundamental que o candidato chegue com um bom tempo de
antecedência no local da prova, para evitar imprevistos com trânsito ou transporte público e para ter
tempo suficiente para se acomodar e se preparar antes do início do exame.

Com relação aos atos executórios precisamos ter em mente que o ótimo desempenho na prova não depende
apenas do conhecimento sobre o conteúdo, mas também da estratégia para a leitura e marcação do
gabarito. Vejamos, então, algumas dicas importantes:

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1. Leitura atenta: antes de responder as questões, é importante que o candidato faça uma leitura atenta
do enunciado e das alternativas. Elimine da resposta os itens que você tem certeza de que não são
corretos e gaste o resto do tempo apenas refletindo sobre as dúvidas.
2. Estratégia de marcação: uma boa técnica é marcar as questões que não foram respondidas ou que
geram dúvidas e voltar a elas depois. Dessa forma, o candidato pode aproveitar melhor o tempo e
focar nas questões mais fáceis. Não fique muito tempo parado em questões que você tem muita
dúvida ou nunca leu a matéria.
3. Controle do tempo: é fundamental que o candidato controle o tempo durante a prova, para garantir
que ele seja suficiente para responder todas as questões e marcar o gabarito. Assim, a sugestão
prática é ao finalizar a prova, voltar refazendo as questões que teve dúvida, sem reler de novo as que
teve certeza. Após finalizar essa segunda leitura já ir direto para o gabarito e preencher com muito
cuidado.
4. Cuidado com o preenchimento do gabarito: é importante que o candidato preencha o gabarito com
atenção e cuidado, para evitar possíveis erros de marcação. Separe pelo menos 40 minutos para
preencher o gabarito com calma e evitar as frustrações das marcações errada.

Atentos as dicas de atos preparatórios e executórios tenho certeza de que vocês terão uma ótima experiência
na hora da prova e jamais irão deixar com que uma falha nesse momento comprometa todos os anos
anteriores.

Uma boa prova e bons estudos para você!

PÓS-PROVA E REDEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA - PROF. IGOR


MACIEL
A reprovação nunca é um momento fácil na vida do concurseiro. Mas, é preciso seguir em frente.

Sempre é possível reorganizar os estudos e redefinir a estratégia em um pós prova.

Tentaremos esquematizar cada passo a seguir:

Passo 01 - Respire.

Inicialmente, é importante respirar fundo. Tirar um ou dois dias de folga sem estudar.

Relaxar.

Descansar.

Desopilar.

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Não adianta querer voltar para casa imediatamente e já entrar em um novo ritmo alucinante de estudos. É
importante que a gente deixe o rojão passar.

Passo 02 - Entender os erros.

Dói. Mas você precisa entender onde errou.

Quais as matérias que mais tem erros? Quantas questões você chutou?

Qual o percentual de acerto por matéria?

Analise cada dado.

Exemplo: Acertei 8 das 10 questões de Direito Constitucional. Acertei apenas 3 das 10 questões de Direito
do Trabalho.

Passo 03 - Rever a prova.

Os seus erros foram erros estruturais ou pontuais?

Comparativamente, houve uma evolução por matéria em relação ao concurso anterior que eventualmente
você prestou?

A prova fugiu do padrão?

Muita lei local, de repente?

Analise se o resultado deste concurso foi um resultado "normal", decorrente da evolução dos estudos ou se
um resultado completamente absurdo, dada eventual cobrança desproporcional de assuntos e matérias na
prova.

Passo 04 - Estudar os pontos estruturais na semana seguinte, antes de retomar o plano de estudos.

Acaso você tenha errado algum assunto estrutural da sua carreira, é importante o estudo imediato destes
temas antes de retomar o seu plano de estudos.

Exemplo: professor, errei algo de licitações e estudo para procuradorias. Ora, se o erro decorreu da ausência
de estudo completo da matéria (um assunto estruturante), é importante a revisão deste tema antes da
continuidade dos estudos.

Agora, se o erro decorreu apenas de uma falta de atenção ou do esquecimento de um pequeno detalhe, uma
revisão rápida já nos permite passar para o próximo passo.

Passo 05 - Pensar no próximo edital.

É hora de retomar o estudo dos demais assuntos.

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Penso que o caminho é muito prático:

Há algum edital publicado e que você irá prestar o concurso?

Se a resposta é não, é hora de retomar normalmente o plano de estudos regular de longo prazo e que
tratamos em outro momento do nosso projeto.

Se a resposta é sim, penso que já devemos preparar o estudo de Reta Final para a próxima prova.

FASE ESCRITA - PROF. RODRIGO VASLIN


As bases desse estudo para a prova discursiva e prova de sentença residem em:

a) não se esquecer do estudo horizontal, consistente na releitura do seu próprio material,


envolvendo, sempre, legislação, doutrina, jurisprudência e resolução de questões.

b) estudar com afinco os membros da Banca Examinadora1. Com base no gosto dos membros da
banca, verticalizar o estudo em temas relevantes, que têm maior chance de incidência;

c) Treinar a escrita/tempo, pois na hora da prova, é muito corrido e a redação não é das melhores.

d) Preparar parágrafos-padrão sobre temas que sabe que vai cair.

Exemplo:

Malgrado não haja posicionamento doutrinário uníssono a respeito do tema (vide posições
distintas adotadas Ronald Dworkin, Robert Alexy, Peter Häberle, Gustavo Zabrebelsky, Luigi
Ferrajoli), pode-se dizer, consoante Min. Barroso, que o Neoconstitucionalismo foi um
movimento surgido no pós 2ª Guerra Mundial (marco histórico), que buscou, assentado em bases
pós-positivistas, reaproximar o Direito da Moral (marco filosófico), a partir da compreensão de
que uma extrema injustiça não poderia ser considerada Direito (fórmula de Radbruch), bem
como entender a Constituição como um documento dotado de força normativa (Konrad Hesse),
o que acarretou uma revolução na teoria dos direitos fundamentais e uma expansão da
jurisdição constitucional (marco teórico).

Lembrem-se, sempre, das palavras-chave. Ex: modelo constitucional de Processo Civil, modelo cooperativo,
jurisprudência estável, íntegra e coerente, princípio da primazia da decisão de mérito etc.

1Certamente, os examinadores perguntarão sobre temas com os quais tem mais contato e sobre os quais tem mais domínio,
escreveram sobre, estudaram etc.

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e) Não recomendamos entrar em grupos de Whatsapp para a 1ª fase. Todavia, para a 2ª etapa
(discursivas/sentenças) em diante, isso se torna importante, uma vez que a pesquisa dos membros da Banca
Examinadora é facilitada com a divisão de tarefas, as discussões são de alto nível e a experiência
compartilhada, envolvendo aflição, dificuldades etc., deixa-nos ligados e motivados.

f) Fazer um curso preparatório que englobará todos os itens acima (pesquisa dos membros da banca,
simulado com correção individualizada, aulas em vídeo sobre como responder discursivas e questões de
peças etc.)

Feita a preparação com base nesses 4 pilares, na hora H, o que fazer diante das questões?

Temos de ir por passos. Sugerimos adotar o seguinte método:

1 – Fazer um “brainstorm”, uma tempestade de ideias de tudo que vem à mente. Não há tempo para
rascunhos, são apenas tópicos;

2 – Numerar aquele “brainstorm” na ordem que vai colocar no texto.

3 – Mãos à obra. Afinal, não há muito tempo.

Atenção: Sempre é aconselhável desenvolver os seguintes pontos:

i- conceito;

i- os fundamentos existentes nos Tratados Internacionais, em normas constitucionais, supralegais e legais;

ii- doutrina;

iv- jurisprudência.

E em relação à prova de peças/sentença?

É importante ter um resumo dos tópicos essenciais, da estruturação formal da peça/sentença.

No início da prova, antes mesmo de ler o enunciado da questão, é interessante escrever no rascunho dado
pela organização da prova a estruturação da peça/sentença.

Esse rascunho da estrutura formal da sentença é importante, sobretudo na sentença criminal,


que deve cumprir vários requisitos (preliminares; análise de cada crime; dispositivo, dosimetria,
disposições finais etc.).

Depois do dispositivo, a sentença penal ainda tem que passar pela dosimetria (3 fases), analisar
eventual concurso de crimes; detração; regime inicial; substituição/sursis; reparação mínima;
prisão preventiva/recorrer em liberdade; condenação em custas. Ainda, após o trânsito em
julgado: expedição de ofício para o TRE do Estado (art. 15, III, CRFB); expedição de guia de
recolhimento; ofício à VEP; ofício ao órgão de cadastro de antecedentes; intimação para pagar
multa etc.

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Essa estruturação formal é essencial para não se esquecer de nenhum ponto.

Após transcreverem a estrutura formal, leiam o enunciado da questão e vão preenchendo os espaços em
branco que tenham deixado na estrutura formal.

Numa primeira leitura, preencham o tópico das preliminares.

Numa segunda leitura, preencham o mérito e já vão inserindo as informações importantes para a dosimetria
e demais determinações.

Enfim, de modo muito sucinto, era esse o proceder. Em nossos cursos, aprofundamos cada item citado.

FASE ORAL - PROF. MICHAEL PROCÓPIO


Saudações, pessoal.

Aqui é Michael Procopio, Professor de Direito Penal do Estratégia Carreira


Jurídica, responsável por videoaulas e pelo material escrito (pdf). Em breve
apresentação, sou Juiz Federal (TRF6), Mestrando em Direito Penal (USP) e
autor de Manual de Direito Penal. Meu perfil no Instagram é
@professor.procopio. Meu e-mail é: michael.avelar@estrategia.com.br.
Gostaria de, objetivamente, tratar do estudo para A Fase Oral em concursos
de carreira jurídica.

A prova oral está prevista no edital como fase de alguns concursos de Carreira
Jurídica. Em alguns concursos, como de Delegado, essa prova não costuma
versar sobre todo o conteúdo programático, sendo que o habitual é que essa
fase abranja as disciplinas de Direito Constitucional, Direito Penal, Direito Processual Penal e Legislação
Extravagante. Em outros, como Magistratura, Ministério Público e Defensoria Pública, todo o conteúdo
programático pode ser cobrado, abrangendo, portanto, o conhecimento exigido nas fases anteriores.

Ao chegar a essa fase, há algumas diferenças. Caso todo o estudo programático seja cobrado, é necessário
manter o estudo. Meu conselho é que não alterem o material de estudos, mas a forma de estudos. A partir
dessa fase, é importante formular perguntas e procurar respondê-las verbalmente, seja em frente a um
colega de concurso, a um familiar ou amigo ou mesmo para uma câmera, para assistir ao conteúdo depois e
aperfeiçoar a partir dos problemas detectados, como vícios de linguagem ou concordância verbal. Caso haja
previsão no edital de que algumas disciplinas específicas

O conteúdo da prova oral é o mesmo das fases anteriores ou será um conteúdo mais restrito. Desse modo,
a preparação anteriormente a essa etapa compreende o conhecimento jurídico necessário para a sua

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Estratégia Carreira Jurídica

aprovação. Por isso, recomendo que se inicie a preparação específica após superar as fases anteriores do
certame, o que é também a opinião de muitos professores e é seguido por muitos aprovados.

Por isso, aconselho a praticar a resposta de perguntas de forma verbal. Isso pode ser feito sem auxílio: basta
usar um celular ou mesmo o espelho. A vantagem de se gravar é encontrar vícios na fala, ficar emitindo sons
enquanto se raciocina (“hã”, “né”, “hum”), tomar cuidado com frases muito longas que fazem perder o
raciocínio, verificar o tom de voz, se está audível etc.

Além disso, é possível e recomendável praticar com colegas. Praticar muito e frequentemente. Nessa fase,
é comum que todos percebam que já não há uma concorrência tão forte, como na primeira fase, e que todos
podem ir bem nessa fase e alcançar o sucesso. Formar grupos de outros aprovados para essa fase pode
auxiliar muito a prática da arguição. A tecnologia facilita muito, pois a videochamada permite que se faça
isso sem se deslocar.

Estudar os membros da banca é um diferencial muito grande para a fase oral. Muitas vezes esses membros
da banca possuem produção bibliográfica, como livros publicados, teses de mestrado, artigos científicos,
além de atuação profissional, com recursos confeccionados, acórdãos prolatados, pareces proferidos. É
natural do ser humano voltar-se para a área em que se tem mais conforto e, no caso da pesquisa, o tema
que se estudou ou com que se trabalha muito provavelmente ocupará um papel de destaque na arguição
daquele membro.

A vestimenta é a forma de apresentação do candidato e da candidata perante a banca. A apresentação visual


é a primeira imagem passada à banca. Recomenda-se que não se usem cores fortes e chamativas, mas se
prefira tons sóbrios para que o destaque não esteja na roupa, mas nas suas respostas e no conhecimento
jurídico demonstrado. Não se recomenda o uso de gravatas com personagens animados ou cores berrantes.
Também se deve evitar o uso de vestimentas decotadas e joias e maquiagens carregadas. A orientação, e
não uma regra estabelecida, é a sobriedade, para se passar uma imagem séria e adequada ao ambiente a à
importância da carreira jurídica que se almeja.

A banca já trata o candidato, habitualmente, de Senhor. Não se recomenda o uso de “você” para tratar os
seus componentes, não sendo demais enfatizar que se trata de uma sessão solene de arguição, em que
formalidades devem ser observadas. Entendo que não se peca por excesso de formalidade, recomendando-
se fortemente utilizar o termo “Excelência”, ainda que não pareça indevido o tratamento por “Senhor” ou
“Senhora”.

Caso realmente não consiga responder a uma pergunta da banca, alguns especialistas também recomendam
pedir uma reformulação, caso o termo seja muito específico. De todo modo, o que se concorda é que a fase
“No momento não me recordo, Excelência” soa muito melhor do que dizer “Não sei” ou “Isso eu não
estudei”. Não recordar é humano e não passa a impressão ou reforça impressões de que a preparação não
foi completa. Normalmente o examinador possuirá outras questões e a sua avaliação poderá ser feita com
base nas demais.

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Estratégia Carreira Jurídica

Os editais muitas vezes preveem que a avaliação compreende o domínio do conhecimento jurídico, a
articulação do raciocínio, a capacidade de argumentação e o uso correto do vernáculo. Além disso,
costumam ser elaboradas questões que permitam ao candidato demonstrar conhecimento jurídico e
segurança na exposição, ou seja, que permitam examinar o candidato acerca do seu conhecimento jurídico
e da sua segurança ao expor as suas respostas.

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