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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Dos Juizados Especiais Cíveis - Parte I

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
Gustavo Deitos

Sumário
Juizados Especiais Cíveis – Parte I............................................................................................... 3
1. Aspectos Introdutórios............................................................................................................... 4
2. Regras Específicas: Capítulo I e Seções I a VIII do Capítulo II............................................ 6
Exercícios......................................................................................................................................... 29
Gabarito............................................................................................................................................ 38

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
Gustavo Deitos

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS – PARTE I


Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o conteúdo necessário para ter o melhor de-
sempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
Juizados Especiais Cíveis (Parte I).
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você
tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema,
por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação.
Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer pro-
blemas nas aulas.

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Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

1. Aspectos Introdutórios
No direito brasileiro, os Juizados Especiais consistem em órgãos responsáveis pela ma-
nutenção de microssistemas processuais, criados para que seja conferida maior efetividade
a determinados princípios e regras jurídicas em nível que não seja possível, como regra, no
procedimento judicial comum.
A mesma lógica se aplica a todos os Juizados Especiais, que, no direito brasileiro, são:
• Juizados Especiais Cíveis;
• Juizados Especiais Criminais;
• Juizados Especiais da Fazenda Pública;
• Juizados Especiais Federais.

 Obs.: Esta lista aborda os Juizados existentes de forma genérica, sem contemplar eventuais
subdivisões administrativas internas.

Professor, quais seriam esses “princípios e regras jurídicas” aptos a receber maior efeti-
vidade?

Para assimilar a resposta desta pergunta, você deve se questionar: quais são os principais
motivos que levam os processos judiciais comuns a perderem sua utilidade ou a não alcança-
rem resultado algum? Costuma-se dizer que tais motivos são, principalmente, a morosidade
(lentidão) e o excesso de formalismo.
À vista destes motivos, o legislador pretendeu criar procedimentos diferenciados dentro
do direito processual civil, para que as causas mais suscetíveis de serem prejudicadas pela
morosidade e pelo formalismo exacerbado tramitem, judicialmente, de forma mais célere e
mais simples.
Prática e teoricamente, um procedimento mais célere e mais simples tende a efetivar o
princípio do acesso à justiça, possibilitando que os cidadãos (jurisdicionados) recebam o bem
da vida em tempo razoável e de forma justa.
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Diante desta lógica, constatou-se que algumas ações específicas, por envolverem valores
menores e bens jurídicos mais essenciais e comuns, poderiam ser regidas por um procedi-
mento diferenciado, que desse maior rapidez e simplicidade ao processo, em prol da rápida
solução dos conflitos.
Dessa forma, as ações de maior repercussão, seja pelo envolvimento de maiores valores
ou pela abrangência de objetos mais complexos, permaneceriam regidas pelo procedimen-
to comum, e as ações mais “simples” poderiam seguir um rito diferenciado, para que sejam
solucionadas de forma mais rápida, sem permanecerem numa fila de processos densos e
complexos.
Seguindo tal lógica, o Poder Constituinte Originário inseriu, no texto da Constituição Fede-
ral de 1988, a seguinte regra:

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conci-
liação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóte-
ses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

As ações mais “simples” são, portanto, definidas dessa forma:


• Causas cíveis de menor complexidade;
• Infrações penais de menor potencial ofensivo.

A tal procedimento diferenciado, dá-se o nome de microssistema processual. Nesta aula,


estudaremos o microssistema das causas que tramitam nos Juizados Especiais Cíveis dos
Estados e, por critérios de valor e de objeto, mereçam uma tramitação mais rápida e simples.
Sabemos, agora, que estes critérios de “valor” e “objeto” se unem para a criação do critério das
causas cíveis de menor complexidade (art. 98, inciso I, CF/88).
Diante deste contexto, tornam-se claros os dois princípios especialmente tutelados e visa-
dos na criação dos Juizados Especiais:
• 1) PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: prestação da máxima atividade jurisdicio-
nal com o mínimo de atos processuais. Sempre que for possível, sem prejuízo a alguém,
aproveitar um momento processual para resolver diversas questões de uma só vez, para
evitar trabalho excessivo ou retrabalho das partes e do juiz, estes deverão providenciar
a fim de que sejam apresentadas/sustentadas todas as alegações desejadas (parte) e
impostas todas as determinações devidas no momento (juiz).
• 2) PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL: a tutela jurisdicional pretendida pelas par-
tes deve ser entregue pelo Estado em tempo razoável, não maior do que o necessário
para dar efetividade ao direito pretendido, sem geração de prejuízos em decorrência da
espera pelas partes.

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Os Juizados Especiais Cíveis dos Estados são definidos e regulamentados pela Lei Federal
n. 9.099/1995. Neste microssistema, o gênero “causas cíveis de menor complexidade” é res-
tringido de modo a abranger somente as causas cíveis de menor complexidade mencionadas
no art. 3º da referida lei.
Nesta aula, estudaremos este microssistema processual de forma sistematizada, median-
te comentários individualizados e contextualizados a cada dispositivo da referida norma, com
pertinentes associações à doutrina e à jurisprudência.

2. Regras Específicas: Capítulo I e Seções I a VIII do Capítulo II

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento
e execução, nas causas de sua competência.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

O primeiro artigo da lei estabelece a competência para criação dos Juizados Especiais
Cíveis, bem como quais entes federados podem ter um Juizado desta natureza em sua estru-
tura orgânica.
Os Juizados Especiais Cíveis situam-se na estrutura orgânica dos Tribunais de Justiça dos
Estados e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Portanto, os Juiza-
dos Especiais Cíveis integram os âmbitos estadual e distrital.

Professor, e quanto à União? Ela não pode ser contemplada por um Juizado Especial Cível
da Lei n. 9.099/1995 integrante de sua estrutura?

Não, caro(a) aluno(a). O motivo pelo qual a União é excluída da possibilidade de ter este
microssistema é o fato de que as causas cíveis de menor complexidade de interesse da União
já são processadas e julgadas nos Juizados Especiais Federais, regidos pela Lei Federal n.
10.259/2001.
Temos agora a primeira regra a aprender:
1) Os Juizados Especiais Cíveis, nos Estados, são criados pelos próprios Estados.
2) No Distrito Federal, o respectivo Juizado Especial Cível é criado pela União.

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Professor, por qual razão o Distrito Federal não é competente para criar o próprio
Juizado?

A razão, caro(a) aluno(a), é dogmática: o art. 22 da Constituição Federal, um dos que de-
finem a repartição de competências constitucionais, atribuiu tal competência à União em seu
inciso XVII, que no ano da publicação da Lei n. 9.099/95 tinha os seguintes termos:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
Territórios, bem como organização administrativa destes;

 Obs.: Atualmente, a redação do inciso XVII do art. 22 da Constituição Federal é diferente


(Emenda Constitucional n. 69/2012): “organização judiciária, do Ministério Público do
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como
organização administrativa destes”.

E quanto aos Municípios?

Os Municípios, por não possuírem o Poder Judiciário entre suas funções, naturalmente não
podem ter Juizados Especiais em sua estrutura orgânica.
Ademais, cabe salientar que o art. 1º também confere aos Juizados Especiais Cíveis a
competência executória, de modo que pode, sem necessidade de remessa dos autos a qual-
quer outro órgão, executar suas decisões provisórias ou definitivas, na forma da lei.
As atividades de julgamento e de execução, no entanto, NÃO são as prioritárias dos Jui-
zados. Nestes órgãos, a primazia pertence à CONCILIAÇÃO e à MEDIAÇÃO. Os juízes leigos
atuantes nos Juizados – figura esta que estudaremos mais adiante – devem, em cooperação
direta com as partes, tentar solucionar o conflito por meio da autocomposição (conciliação ou
mediação).

 Obs.: Embora o art. 2º cite “conciliação ou a transação”, devemos interpretá-lo com sentido
mais genérico: o de que deve ser buscada, ao máximo, a autocomposição, que com-
preende toda forma de solução pacífica de conflitos por meio de consenso entre as
partes. Essa interpretação é mais recomendável até porque, atualmente, ao tratar-se
de autocomposição, citam-se a conciliação e a mediação. O termo “transação” é, pro-
priamente, de um instituto de direito material, e por isso, modernamente, vem sendo
deixado de lado quando o assunto é autocomposição processual.

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Em provas, ganha grande importância o conhecimento sobre os princípios expressamente


aplicáveis aos Juizados Especiais. São eles:
1) ORALIDADE: Tanto quanto possível, as objeções e dúvidas das partes devem ser resol-
vidas diretamente na audiência, sem necessidade de transcrição de tudo para termo escrito.
Esse princípio manifesta-se, por exemplo, no art. 13, § 3º, o qual dispõe que “apenas os atos
considerados essenciais serão registrados resumidamente”.
2) SIMPLICIDADE: Eventuais objeções e requerimentos das partes devem ser resolvidos
por meios simplificados e desburocratizados, e, sempre que possível, sem abertura de inciden-
tes processuais.
3) INFORMALIDADE: Os atos do processo e todas as manifestações a ele pertinentes não
dependem de nenhuma forma específica, a menos que uma determinada forma seja funda-
mental para a correta e proba prática do ato ou exposição da manifestação, mediante previsão
normativa ou fundamentado entendimento do juiz.
4) ECONOMIA PROCESSUAL: O processo deve atingir o máximo de objetivos com o míni-
mo de atos e diligências possível, reservando-se a prática de atos processuais para as situa-
ções que, realmente, os demandem.
5) CELERIDADE: Todos os atos do processo, bem como toda a organização judiciária, de-
vem ser organizados de modo a viabilizar o andamento do processo do modo mais rápido
possível, à medida que não violar direitos de nenhuma pessoa.

 Obs.: Em provas, as descrições desses princípios podem aparecer de diversas formas, mas,
se você conhecer o núcleo essencial de cada um, não terá quaisquer problemas.

Capítulo II
Dos Juizados Especiais Cíveis

Seção I
Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das cau-
sas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III – a ação de despejo para uso próprio;
IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste
artigo.

Quando a Constituição Federal falou em causas cíveis de menor complexidade, ela não
especificou que causas seriam essas. Esse papel coube ao art. 3º da Lei n. 9.099/95, que es-
pecificou, nos seus quatro incisos, que causas são essas.

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1) TODAS AS CAUSAS CÍVEIS DE ATÉ 40 (QUARENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS, com exceção


das mencionadas no § 2º. Com exceção das causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e
de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e
ao estado e capacidade das pessoas, TODAS as causas cíveis cujos valores não ultrapassem
exatos 40 salários mínimos podem tramitar no Juizado Especial Cível.

O limite de 40 (quarenta) salários mínimos é, possivelmente, o dado mais cobrado em provas


que exploram o rito dos Juizados Especiais Cíveis. Portanto, acima de qualquer detalhe, o es-
tudante deve conhecer com exatidão esse limite.

2) TODAS AS CAUSAS QUE TRAMITAVAM NO PROCEDIMENTO SUMÁRIO DO CPC DE 1973.


Este ponto talvez lhe cause estranheza, pois o CPC de 2015 trata apenas do procedimento
comum, e o sumário não existe mais. No entanto, aqui, temos um grande detalhe. Veja o que
dispõe o art. 1.063 do CPC de 2015:

Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei n. 9.099, de
26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas
previstas no art. 275, inciso II, da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.

Portanto, caro(a) aluno(a), o art. 275, inciso II do CPC de 1973 continua produzindo efeitos
em relação aos Juizados Especiais Cíveis até que a redação do inciso II do art. 3º, ora em co-
mento, seja alterada.
As causas mencionadas no art. 275, inciso II do CPC de 1973, e que devem ser processa-
das nos Juizados, independentemente do valor (podem ser até 40 salários mínimos ou até
mais, como 80, 90 ou 500 salários mínimos), são:
• a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
• b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
• c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
• d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
• e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo,
ressalvados os casos de processo de execução;
• f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legis-
lação especial;
• g) que versem sobre revogação de doação;
• h) nos demais casos previstos em lei.

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Professor, quer dizer que, para garantir o sucesso nas questões de Juizados Especiais
Cíveis, devo conhecer a redação de um dispositivo do CPC de 1973, mesmo já revogado?

Sim, caro(a) aluno(a). No entanto, não se preocupe: é apenas este dispositivo!

Recomendo-lhe especial atenção quanto às ações de alíneas “e” e “f”. Se o examinador disser
que tais ações são, “em qualquer hipótese”, de competência do Juizado, a afirmação estará er-
rada, vez que as próprias alíneas criam exceções a tal competência (exceções estas que estão
devidamente grifadas acima).

O PULO DO GATO
Você percebeu que a última alínea fala “nos demais casos previstos em lei”. Se o examinador
for extremamente rigoroso, poderá cobrar alguma espécie de ação que, conforme previsão
em lei esparsa, deveria seguir o procedimento sumário do CPC de 1973 independentemen-
te do valor.
Como forma de precaução, informo a você a hipótese mais comum de tramitação no Juizado
Especial e que, ainda, é prevista só na legislação esparsa: a ação revisional de aluguel. Confor-
me o art. 68 da Lei n. 8.245/91, essa ação deveria seguir o rito sumário, independentemente
de seu valor.
Por ser uma ação corriqueira, fica a dica!

3) AÇÃO DE DESPEJO PARA USO PRÓPRIO. Esta ação prescinde de maior detalhamento:
independentemente de seu valor (40, 100, 200 salários mínimos), tramitará no Juizado Espe-
cial Cível.
4) AÇÕES POSSESSÓRIAS SOBRE BENS IMÓVEIS DE VALOR NÃO EXCEDENTE A 40 SALÁ-
RIOS MÍNIMOS. Todas as ações possessórias (reintegração de posse, manutenção de posse
e interdito proibitório), quando tiverem por objeto um imóvel de valor não maior que 40 salários
mínimos, tramitarão no Juizado Especial Cível.
Cuidado para não confundir:

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§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I – dos seus julgados;
II – dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado
o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

Como já salientado, os Juizados Especiais Cíveis têm também a competência executória,


de modo que lhe é possível, sem necessidade de remessa dos autos a qualquer outro órgão,
executar suas decisões provisórias ou definitivas, na forma da lei.
Ademais, não são apenas as suas decisões (títulos executivos judiciais) que podem ser
executadas no próprio Juizado. O inciso II do § 1º também permite a execução de títulos exe-
cutivos extrajudiciais (cheques, notas promissórias, documentos assinados pelo devedor e por
duas testemunhas, debênture etc.), quando o valor do título, sujeito a execução, não ultrapas-
sar o limite de 40 (quarenta) salários mínimos.

§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, fali-


mentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a
resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

Como salientado anteriormente, todas essas causas, independentemente do quão baixos


sejam seus valores, devem tramitar em outros órgãos. As ações alimentícias, na Vara da Fa-
mília; as ações falimentares, na Vara da Falência e da Recuperação Judicial; as ações fiscais,
na Justiça competente em razão da pessoa (se for em favor da União, na Vara Federal); as de
interesse da Fazenda Pública, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, e assim por diante.

 Obs.: Nas comarcas onde não existirem Varas Especializadas, naturalmente, as ações serão
de competência da Vara Única ou de uma das Varas Cíveis entre as quais se distri-
buem todas as competências.

§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao
limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Eis uma regra importantíssima: a CONDENAÇÃO não pode ultrapassar 40 salários míni-
mos, mas a CONCILIAÇÃO pode, sim, envolver qualquer valor, até um milhão de salários míni-
mos, por exemplo.
Veja que, nos Juizados Especiais, não existe nenhuma limitação à vontade das partes
quando o assunto é conciliação.

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:


I – do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
II – do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

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III – do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer
natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste
artigo.

Antes de verificar a fundo qual é o foro competente para processar e julgar, em Juizado
Especial, uma causa cível de menor complexidade, é necessário ter em mente que, em qual-
quer caso, será competente, ao menos concorrentemente, o foro do domicílio do réu, seja seu
domicílio civil propriamente dito ou onde ele trabalhe, invista ou tenha unidade comercial/eco-
nômica (estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório).
Quando a ação tiver por objeto o cumprimento de obrigação civil, será concorrentemente
competente o foro do lugar onde a obrigação deva ser cumprida.
Já quando a ação tiver por objeto a reparação por danos morais, materiais ou de qualquer
outra espécie, serão concorrentemente competentes os foros de domicílio do autor e do local
onde o dano tenha ocorrido ou sido praticado (ato/fato).
Veja: as regras dos incisos II e III são, necessariamente, regras de competência territorial
concorrente, pois nunca excluem a competência do foro do domicílio do réu.
Por força do princípio do juiz natural e da regra processual de prevenção do juízo (art. 59
do CPC), será perpetuada a competência daquele que tiver por primeiro apreciado a causa, e
se não tiver sido impugnada a sua competência.

 Obs.: Se o foro onde tiver sido ajuizada a ação não for o territorialmente competente, mas
não houver alegação de incompetência territorial até a contestação, o fenômeno será
outro: prorrogação de competência.

Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para
apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Neste artigo, encontramos expressão de dois princípios do direito processual:


• Princípio Inquisitivo: O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas
a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou
excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
− O poder do juiz para aceitar ou rejeitar meios de prova oferecidos pelas partes encon-
tra-se dentro da essência do princípio inquisitivo. Poeticamente, “o juiz é quem tem a
caneta em mãos”, após as partes colocarem a lide à sua disposição.

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− Como a audiência do Juizado Especial é una, a parte que tiver seu meio de prova inde-
ferido será prejudicada, e poderá, em grau de recurso, suscitar nulidade da audiência
por cerceamento de defesa, provando que aquele meio de prova não era excessivo,
nem pertinente, tampouco protelatório.
− Se a Turma Recursal acolher essa preliminar de nulidade, o processo voltará ao Juiza-
do de origem para realização de nova audiência.
• Princípio da Imediatidade ou Imediação: O juiz dirigirá o processo com liberdade para
apreciar as provas e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.
− É característica clássica do princípio da imediatidade/imediação que o juiz tenha con-
tato direto com a prova produzida, analisando-a/apreciando-a.
− Os Juizados envolvem matérias cíveis muito próximas da rotina comum de todas as
pessoas. Por isso, o juiz não só pode como deve dar especial valor às regras de expe-
riência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos
fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

Os Juizados Especiais Cíveis não são órgãos essencialmente técnicos. Você já sabia disso
porque viu no início da aula que os Juizados são marcados pelo princípio da informalidade.
A adoção de critérios gerais de justiça e equidade dá espaço à fundamentação conforme
proporcionalidade e razoabilidade. Dessa forma, não é raro que os juízes leigos ou togados da
Turma Recursal interpretem de forma não literal determinadas disposições normativas e/ou
contratuais.
Ademais, ganham notável espaço nos Juizados as interpretações finalística/teleológica e
sociológica.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferen-
temente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de
experiência.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados
Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Os requisitos deste artigo são muito importantes e de muito provável cobrança em prova.

CONCILIADOR: deve ser, pelo menos, bacharel em Direito.


JUIZ LEIGO: além de bacharel em Direito, deve ser advogado, e que tenha atuado na profis-
são por mais de 5 (cinco) anos (este requisito temporal é muito importante!).

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
Gustavo Deitos

O PULO DO GATO
O juiz leigo é alcançado por um impedimento legal de atuar no Juizado. No entanto, embora
o art. 7º, parágrafo único não seja específico, há entendimento pacífico de que esse impedi-
mento somente se aplica no âmbito no Juizado em que o respectivo advogado atua como juiz
leigo. Veja:

Enunciado n. 40 do FONAJE: O conciliador ou juiz leigo não está incompatibilizado nem


impedido de exercer a advocacia, exceto perante o próprio Juizado Especial em que atue
ou se pertencer aos quadros do Poder Judiciário.

 Obs.: O impedimento de atuar como advogado no Juizado em que exerça suas funções
também se aplica ao conciliador, embora a lei faça referência apenas ao juiz leigo. Na
prova, não se preocupe se a banca somente se referir ao juiz leigo: ela estará simples-
mente se baseando no texto literal da Lei n. 9.099/95.

• 1) Conciliadores e Juízes Leigos não precisam ser concursados. Alguns Estados até promo-
vem concursos públicos para essas funções, mas não há tal obrigatoriedade na legislação.
É mais comum que os juízes da localidade escolham alguém para exercer cada função.
• 2) Conciliadores apenas tratam das tentativas de conciliação/mediação. Já os juízes
leigos podem, igualmente, tratar da conciliação/mediação e conduzir a instrução.
− Veremos mais adiante que, embora o juiz leigo seja incumbido de proferir decisão,
sua decisão não é imperiosa: ela deve ser homologada por um juiz togado, que pode,
inclusive, substituí-la.

Seção III
Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas
jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

Você lembra das hipóteses em que a ação deve tramitar na Vara, e não no Juizado, em ra-
zão da matéria? As alimentares, falimentares, de acidente de trabalho etc. O art. 8º apresenta
hipóteses em que a ação não poderá tramitar no Juizado, independentemente do valor, em
razão da pessoa envolvida.
NÃO poderão tramitar no Juizado ações que envolvam incapazes (absoluta ou relativa-
mente), nem mesmo com representação ou assistência de outra pessoa. O mesmo raciocínio
vale para o preso.
Já as pessoas jurídicas de direito público e as empresas públicas da União devem ser pro-
cessadas nos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei n. 12.153/2009).
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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
Gustavo Deitos

A massa falida e o insolvente civil, igualmente, devem ser processados perante uma Vara
Cível, e não nos Juizados, independentemente do valor da causa.

§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:


I – as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas;
II – as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas
de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
III – as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,
nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
IV – as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1º da Lei no 10.194, de 14
de fevereiro de 2001.
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para
fins de conciliação.

Não é qualquer pessoa que pode ser AUTORA no Juizado Especial Cível.
Podem ser autores, apenas, os seguintes:
1) Pessoas físicas MAIORES DE 18 ANOS E CAPAZES;

 Obs.: O cessionário de direito de pessoa jurídica não poderá ser autor no Juizado.

2) Pessoas jurídicas que se qualifiquem como ME, EPP, MEI, OSCIP e Sociedade de Crédito
ao Microempreendedor.

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, po-
dendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

Nos Juizados Especiais Cíveis, é possível a atuação sem advogado! Trata-se de um direito
já tradicionalmente conhecido no ramo justrabalhista, denominado jus postulandi.
No entanto, esse direito tem um limite: somente pode ser exercido nos processos de valor
não excedente a 20 (vinte) salários mínimos.
Não confunda:

A atuação sem advogado no Juizado Especial Cível em processos de até 20 (vinte) salários mí-
nimos é apenas uma faculdade, e não uma obrigação. Não há problema nenhum quando a parte
contrata um advogado para representá-la, no Juizado, em processo de valor não excedente a este.

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
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Uma verdadeira obrigação somente existe quando o valor da causa ultrapassa esse limite de
20 (vinte) salários mínimos, caso em que será obrigatória a assistência da parte por advogado.

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se
o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária pres-
tada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.

Há duas situações em que uma parte terá o direito de exigir do Juizado o fornecimento de
assistência judiciária (representação por advogado):
1) Quando, sendo o processo de valor não maior que 20 salários mínimos, a parte contrária
tem advogado constituído;
2) Quando, sendo o processo de valor não maior que 20 salários mínimos, a parte ré é pes-
soa jurídica ou, se pessoa física, é empresária individual.

 Obs.: Perceba que, nas duas situações, uma condição é inalterável: deve o processo ter valor
não excedente a 20 salários mínimos (situação em que a assistência é facultativa).

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o reco-
mendar.

Às vezes, por mais que a parte tenha o direito de atuar sem advogado, a matéria envolvida
pode ser tão complexa a ponto de demandar uma densa instrução probatória, e/ou uma sig-
nificativa fundamentação jurídica. Nesses casos, o juiz será obrigado a, pelo menos, alertar a
parte de que a assistência por advogado, naquele caso, é recomendável.
No entanto, se a parte não atender à recomendação e persistir na ideia de atuar sem advo-
gado, não poderá o juiz fazer nada, senão conduzir o processo normalmente. Afinal, o direito
de postular em causa própria no Juizado, sem advogado, em processos de até 20 salários
mínimos, não pode ser afastado com fundamento na incapacidade técnica do sujeito.

§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.

Nos Juizados Especiais Cíveis, o mandato verbal ou tácito consiste na outorga de poderes
pela parte a algum advogado por um meio que não seja a procuração formal.
Geralmente, quando a parte é acompanhada de advogado em sua ação no Juizado, ela
confere ao advogado uma procuração específica, com poderes gerais e, na maioria das vezes,
também poderes especiais.
As exceções a esse fato verificam-se quando uma parte vai para a audiência sem advo-
gado nenhum, mas, na espera pelo início de sua audiência – ou até mesmo após seu início –,
essa parte aceita que um advogado ali presente a acompanhe na audiência.

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
Gustavo Deitos

Para você relembrar a diferença entre poderes para o foro em geral e poderes especiais,
cito o art. 105, caput, do CPC:

Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado
pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, con-
fessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se
funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência
econômica, que devem constar de cláusula específica.

A partir da palavra “exceto”, são os poderes especiais. Portanto, os poderes para o foro
em geral (tidos pelo advogado investido em mandato tácito/verbal) são todos, com exceção
dos especiais.
Portanto, o advogado investido em mandato tácito/verbal NÃO PODERÁ: receber citação,
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o
qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipos-
suficiência econômica.

O PULO DO GATO
O mandato verbal, por incrível que pareça, tem uma forma escrita: deve haver registro, na ata da
audiência, de que determinado advogado (devidamente qualificado na ata) acompanha a parte.

§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto
credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de
vínculo empregatício.

A regra é simples, e versa apenas sobre a possibilidade de a pessoa jurídica e de o empre-


sário individual pessoa física enviarem um preposto (representante) para atuar na audiência
em nome da pessoa jurídica ou do empresário.
Não há necessidade de que esse preposto seja empregado da pessoa jurídica ou do em-
presário. Existem, tão somente, dois requisitos:
• 1) Posse de carta de preposição (documento escrito que atesta que a ré concorda em
ser representada pela pessoa portadora da carta);
• 2) A carta de preposição deve ser expressa no sentido de conceder ao preposto poderes
para transigir (participar ativamente de tentativas de conciliação).
− Se o preposto não tiver poderes para transigir, será como se a ré não tivesse preposto
nenhum.

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência.
Admitir-se-á o litisconsórcio.

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O art. 10 quer dizer que, nos Juizados Especiais Cíveis, não cabe nenhuma forma de inter-
venção de terceiros tratada no CPC, citando expressamente a assistência, que nada mais é que
uma das formas de intervenção de terceiros.
As formas de intervenção de terceiros tratadas no CPC são:
• 1) Assistência;
• 2) Denunciação da lide;
• 3) Chamamento ao processo;
• 4) Amicus curiae;
• 5) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica.

Eis aqui uma pegadinha gigante, caro(a) aluno(a).

Embora o art. 10 vede, expressamente, qualquer forma de intervenção de terceiros no âm-


bito do Juizado Especial Cível, seu conteúdo foi derrogado (revogado parcialmente) pelo art.
1.062 do CPC, que dispõe:

Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de com-


petência dos juizados especiais.

Este ponto pode ser facilmente esclarecido: ao tempo em que foi redigido o art. 10 da Lei
n. 9.099/95, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica não tinha regulamenta-
ção legal, exceto no Código de Defesa do Consumidor, para as relações de consumo. Ademais,
esse incidente não era tratado, especificamente, como forma típica de intervenção de tercei-
ros. Tal tratamento surgiu do CPC de 2015.
Portanto, neste caso, devemos interpretar o art. 10 com o método sistemático (em con-
junto com o art. 1.062 do CPC/2015), que nos levará a um resultado restritivo (permanecerão
proibidas as formas de intervenção de terceiro, exceto o incidente de desconsideração da per-
sonalidade jurídica).
Portanto, em processos que tramitem sob os Juizados Especiais, é cabível a instauração
do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ).
O IDPJ é um procedimento instaurado por decisão interlocutória do juiz, a requerimento
das partes ou do MP interveniente (nunca de ofício), a fim de possibilitar que os sócios da em-
presa respondam pelas dívidas da empresa. Logo, a instauração do IDPJ acarretará a citação
dos sócios para que exerçam o contraditório, manifestando-se nos autos.
O IDPJ é regulamentado pelos arts. 133 a 137 do CPC de 2015, aplicando-se, como dito,
aos processos dos Juizados Especiais.
Há outro ponto a se destacar no art. 10: é PERMITIDO o litisconsórcio.
Litisconsórcio é a participação de várias pessoas num mesmo polo (consórcio) de um li-
tígio (litis). Várias pessoas participam de um processo em conjunto, em razão de defenderem
seus direitos uma ao lado da outra, no mesmo “lado” do conflito.

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As várias definições de litisconsórcio (ativo/passivo, facultativo/necessário, simples/uni-


tário etc.) são tratadas em aula específica de nosso curso.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

A Lei n. 9.099/95 não cria novas hipóteses de intervenção do MP como fiscal da lei. Ela se
limita a não criar impeditivos a tal atuação.
No CPC, as hipóteses de intervenção do MP como custos legis são enumeradas, exempli-
ficativamente, no art. 178.

Seção IV
Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária.

Este dispositivo não delimita um horário específico para a prática de atos processuais,
mas permite a prática desses atos durante a noite, em horário a ser previsto pelas normas de
organização judiciária.
Se a prova se limitar a cobrar a redação do art. 12, bastará saber que os atos processu-
ais são públicos e que podem ser praticados durante horário noturno. No entanto, é possível
que o examinador cobre esse dispositivo em conjunto com o art. 212, caput e § 1º do CPC,
que dispõem:

Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento preju-
dicar a diligência ou causar grave dano.

É importantíssimo conhecer o limite horário para a prática de atos processuais de acordo


com o CPC – aplicável supletiva e subsidiariamente ao rito da Lei n. 9.099/95 –, pelo que apre-
sento a seguinte ilustração:

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
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Os horários acima destacados aplicam-se somente à prática física dos atos processuais.
Quando o ato processual for praticado de forma eletrônica, no sistema de processos eletrô-
nicos, deverá ele ser realizado em qualquer horário, devendo a parte, para evitar preclusão,
praticá-lo até as 24 horas do último dia do prazo (art. 213, caput).

De qualquer modo, você deve conhecer qual é a delimitação legal de horários para prática
de atos processuais, porque tal dado é cobrado com relativa frequência em provas, e pode per-
feitamente ser explorado em conjunto com o CPC.

Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer
ato processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis.

O art. 12-A, incluído pela Lei n. 13.728/2018, traz importantíssima novidade: os prazos
processuais são contados tão somente em dias úteis também nos Juizados Especiais Cíveis.
Finais de semana, feriados, dias sem expediente forense e recessos forenses são descon-
siderados do lapso temporal que forma o prazo.

A regra do cômputo de dias úteis aplica-se somente a prazos PROCESSUAIS, que são aqueles
concedidos para a prática de algum ato no processo.
Prazos decadenciais e prescricionais, por exemplo, são contados em dias corridos, e não se
sujeitam à regra do art. 12-A.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais
forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

O art. 13 é um dos dispositivos do direito processual brasileiro (ao lado do art. 188 do CPC)
que insculpem o princípio da instrumentalidade das formas, também conhecido como princí-
pio da finalidade.
A forma dos atos processuais, caso não seja observada de maneira rigorosa, não causará
a nulidade do ato se a sua finalidade for atingida.
Em algumas hipóteses bem específicas, a forma será um elemento essencial do ato
processual.
O erro quanto à forma dos atos processuais é uma nulidade relativa. Em razão do princípio
do aproveitamento (§ 1º), os atos que puderem ser aproveitados a fim de que se atinjam as
suas finalidades serão, prontamente, aproveitados, sem declaração de nulidade.

 Obs.: O aproveitamento só é possível quando dele não resulta prejuízo a quaisquer das
partes (§ 1º).

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Conclusão: o erro de forma somente causará a nulidade do ato se, pela forma como prati-
cado, não puder ser aproveitado. Portanto, quando a forma do ato for essencial, será um caso
em que eventual ato de forma errônea não poderá ser aproveitado.
A aplicação desses princípios é reforçada nos Juizados Especiais e até pode ser vista
como decorrência lógica dos princípios da informalidade, da simplicidade e da economia pro-
cessual, expressamente listados no art. 2º da Lei n. 9.099/95.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
idôneo de comunicação.

No procedimento comum do CPC, costumamos estudar que a prática de atos processuais


em outras comarcas depende da expedição de carta, quando o juízo não tiver poderes para
intervir em determinada situação.
A carta tem várias espécies:
1) Carta Precatória;
2) Carta Rogatória;
3) Carta de Ordem;
4) Carta Arbitral.
Entretanto, caro(a) aluno(a), o § 2º do art. 13 confere maior flexibilidade às partes e ao juí-
zo para a prática desses atos: podem ser utilizadas quaisquer formas de comunicação, desde
que a finalidade seja atingida e não surja, do ato, nenhum prejuízo a quem quer que seja.
O legislador fez questão de criar essa flexibilidade no rito dos Juizados, à luz do princípio
da simplicidade, pois sabia dos grandes atrasos e incômodos causados especialmente pelas
cartas precatórias no Judiciário, que, em regra, demoram muito a ser cumpridas e, em conse-
quência, prejudicam muito o andamento dos processos. Lembre-se dessa observação quando
o examinador questionar sobre a obrigatoriedade das cartas precatórias nos Juizados Espe-
ciais, para responder que não existe tal obrigatoriedade.

 Obs.: No momento em que o legislador permitiu o uso de qualquer meio idôneo de comu-
nicação, ele não proibiu as cartas. Ele apenas as tornou facultativas. Se, em deter-
minado caso concreto, o juízo perceber que somente a expedição da carta é capaz
de preencher a finalidade do ato – por quaisquer razões concretas –, poderá, sim, ser
expedida a carta.

§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manus-


critas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em
fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos
que o instruem.

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No processo, especialmente na ata de audiência, somente os atos e as manifestações


relevantes serão registrados por escrito. Eventuais outras manifestações serão acessíveis so-
mente em gravações.
Neste ponto, para fins de prova, é útil saber até qual momento essas gravações devem ser
mantidas: até o trânsito em julgado.
Quanto aos autos físicos dos processos, as regras de conservação e descarte serão deter-
minadas em normas aplicáveis a cada Juizado.

Seção V
Do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do
Juizado.
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:
I – o nome, a qualificação e o endereço das partes;
II – os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
III – o objeto e seu valor.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão
da obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o siste-
ma de fichas ou formulários impressos.

Os requisitos da petição inicial, nos Juizados, são bem mais simples e reduzidos do que
os previstos no CPC. Basta saber quem são as partes, onde as partes podem ser encontradas,
o que gerou a demanda, o porquê de ter surgido a demanda e a pretensão do autor (resumida-
mente, os requisitos do § 1º).
Inclusive, é permitido às partes, nos casos em que a assistência por advogado for faculta-
tiva, comparecer diretamente ao Juizado para, com o auxílio de servidor, apresentar pedidos
verbais, que deverão ser reduzidos a termo escrito pelo servidor.
Também é permitido que a parte entregue sua petição já escrita, de modo a prescindir da
intervenção de serventuário.
A petição inicial somente será indeferida se contiver defeito patente e grave, de modo a
impedir até mesmo uma análise superficial do caso ou a tramitação do processo.

Exemplo: Não seria possível, notadamente, o prosseguimento de um pedido sem o nome e o


endereço da parte ré, identificada somente por um apelido.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta
última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.

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No procedimento comum do CPC, aprendemos que a cumulação de pedidos contra o mesmo réu
pode ocorrer mesmo que não exista conexão entre eles. No entanto, o art. 15 da Lei n. 9.099/95
tem regra específica: deve haver conexão entre os pedidos para que eles possam ser cumulados.

Outro requisito da cumulação de pedidos, no Juizado, é o de que a soma de todos eles (va-
lor global) não ultrapasse 40 (quarenta) salários mínimos, que é o limite da competência dos
Juizados Especiais Cíveis em razão do valor.
Vale registrar que será possível a atuação da parte sem advogado quando a soma de todos
os pedidos cumulados não ultrapassar 20 (vinte) salários mínimos.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do Juiza-


do designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conci-
liação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal e
ambos serão apreciados na mesma sentença.

É muito mais comum que os pedidos sejam apresentados pela parte autora sem o prévio
conhecimento da ré. Neste caso, será a ré, desde logo, citada para comparecer à audiência de
conciliação, de cuja data tomará ciência no próprio ato da citação.
A Lei n. 9.099/95 não só prevê que a audiência de conciliação é o primeiro ato, como tam-
bém prevê a necessidade de sua designação no prazo máximo de 15 (quinze dias). Para fins de
prova, é importante conhecer essas regras. No entanto, na prática, muitos Juizados oportuni-
zam à parte ré, primeiramente, a apresentação de defesa, para apenas depois designarem au-
diência de conciliação, que por várias vezes ocorre após o prazo máximo de 15 (quinze) dias.
O art. 17 traz uma regra específica dos Juizados, que não existe no procedimento comum do CPC:
é possível que as partes (autora e ré) apresentem conjuntamente uma petição, de modo que será
possível, de imediato, a realização de audiência conciliatória, sem nenhum ato prévio de citação da ré.
Se não houver conciliação e, na própria petição, já estiverem expostas as pretensões con-
trapostas de ambas as partes, será dispensada a apresentação de contestação pela ré. Dessa
forma, o processo poderá seguir diretamente em conclusão para sentença.

Seção VI
Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:


I – por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
II – tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recep-
ção, que será obrigatoriamente identificado;
III – sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória.

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A citação pelo correio (inciso I) é preferencial, e somente não será realizada quando impos-
sível a citação por esta forma.
A citação pelo correio somente não será preferencial na hipótese do inciso III, quando for fun-
damentadamente justificada a necessidade de citação por oficial de justiça. A situação mais co-
mum dessa necessidade ocorre quando o citando reside em local não servido por serviços postais.
O inciso II, na prática, corresponde a uma citação por correio, mas tem o papel de esclare-
cer que, quando o réu é pessoa jurídica ou empresário individual, a citação pode ser entregue
a pessoa que trabalhe na recepção do estabelecimento. Trata-se da teoria da aparência, devi-
damente adotada neste dispositivo.

§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e adver-
tência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será
proferido julgamento, de plano.
§ 2º Não se fará citação por edital.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Antes de tratarmos da regra do § 1º, acompanhe-me no raciocínio sobre os §§ 2º e 3º.


É proibida, em qualquer caso, a citação por edital nos Juizados Especiais Cíveis. Não im-
porta se o citando está em local inacessível ou incerto, nem quaisquer outras circunstâncias.
Simplesmente, não se faz citação por edital nos processos dos Juizados.
No entanto, imagine que a citação do réu tenha sido nula (deveria ter sido feita por correios,
mas foi feita por edital, equivocadamente). O réu, por ter a maior sorte do mundo, leu o Diário
Oficial justamente no dia em que lá constava sua citação por edital. Nesta situação, se o réu
comparecer em juízo mesmo tendo sua citação sido nula, esta nulidade será convalidada, e o
prazo para contestação será contado a partir da data em que comparecer em juízo.
Exatamente a mesma lógica vale para o caso de inexistência de citação. Se o réu “ouvir dizer”
que foi processado, mesmo sem ter sido citado, ele poderá comparecer em juízo, e a inexistência
da citação poderá ser suprida pelo comparecimento (rara hipótese de convalidação de uma ine-
xistência).
Agora, voltemos ao § 1º.
Se o réu, devidamente citado (com cópia dos pedidos e data/horário da audiência), não
comparecer à audiência de conciliação, será considerado revel e serão aplicados, em regra, os
efeitos da confissão: presunção de veracidade de todos os fatos narrados pelo autor.
Dessa forma, decretada a revelia, o processo seguirá diretamente concluso para julgamen-
to, no qual serão aplicados os efeitos da confissão, se cabíveis.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idô-
neo de comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo,
reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da co-
municação.

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
Gustavo Deitos

As intimações (atos de comunicação que ocorrem após a citação) têm as mesmas formas
previstas para as citações (art. 18). No entanto, o caput do art. 19 permite certa flexibilidade a
tais meios, permitindo intimações por quaisquer meios idôneos de comunicação.
Dessa forma, torna-se possível, por exemplo, a realização de intimação por e-mail, desde
que tal comunicação torne inequívoca a ciência da parte. Trata-se da aplicação do princípio da
instrumentalidade das formas, já abordado nesta aula.
O § 1º dispõe sobre uma questão importantíssima: quando atos processuais forem prati-
cados na própria audiência (designação de prova técnica, determinação de juntada de docu-
mentos etc.), as partes serão consideradas intimadas na própria audiência, de modo a tornar
desnecessária qualquer intimação posterior.
Para o andamento do processo, a existência de endereço atualizado nos autos é funda-
mental, uma vez que todas as intimações dirigidas às partes vão para os endereços informa-
dos nos autos. Este é, inclusive, um dever das partes (art. 77, inciso V, CPC).
Se uma das partes negligenciar o dever de manter o endereço atualizado, ela não poderá
reclamar se, em razão de intimação enviada a endereço não mais ocupado, perder um prazo
para a prática de ato processual importante (§ 2º).

Seção VII
Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e jul-
gamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar
da convicção do Juiz.

Nos Juizados, não se aplicam, exatamente, as exceções previstas no art. 345 do CPC quan-
to à impossibilidade de presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor quando da
revelia da parte ré. No rito da Lei n. 9.099/1995, a presunção de veracidade é limitada pelo bom
senso – convicção – do juiz.
Se o juiz entender que, naquele caso, a presunção de veracidade de todos os fatos alega-
dos pode gerar injustiça flagrante, ele não será obrigado a implementar tal presunção.
A regra é, mesmo, bem genérica. Não define se a presunção deve ser afastada quando os
fatos são inverossímeis, se estão em contradição com provas dos autos, se a petição está
desacompanhada de instrumento imprescindível, dentre outras condições. As partes, no caso
de revelia, ficam “nas mãos do juiz” no que se refere à extensão da presunção de veracidade
dos fatos.

Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens
da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as consequências do litígio, especialmente quanto ao
disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
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Às vezes, caro(a) aluno(a), o óbvio precisa ser dito: o juiz não pode, em hipótese alguma,
revelar qual será sua decisão de mérito como forma de estimular a conciliação. É possível que
você já tenha visto isso acontecer em alguma unidade judiciária, mas saiba que tal forma de
obter a conciliação é antiética e compromete, por completo, a imparcialidade do juiz.
O que o art. 21 permite é o esclarecimento dos riscos e das consequências do litígio, e não
do entendimento particular do magistrado. Em teoria, o juiz deve apenas salientar, na audiên-
cia, sobre os ônus probatórios de cada parte e sobre as consequências práticas de eventual
procedência ou improcedência do pedido. Não pode, nunca, revelar qual será sua decisão. De-
verá o juiz limitar-se a fazer observações no campo hipotético, e tecer esclarecimentos sobre
as necessidades da instrução probatória.
Afinal, quando um juiz adianta qual será sua decisão de mérito naquele caso concreto, ele
inutiliza várias possíveis técnicas de negociação que podem ser utilizadas, pois provavelmente
a parte “beneficiada” pelo entendimento exposto pelo juiz não cooperará com uma negociação
da qual somente lhe podem advir prejuízos.
Ademais, o adiantamento do entendimento sobre o mérito, pelo magistrado, compromete
inteiramente a sua imparcialidade. Afinal, se o magistrado chegou ao ponto de usar desse arti-
fício para tentar obter a conciliação, ele fará questão de levar a efeito em eventual sentença o
entendimento exposto na tentativa de conciliação, como forma de punição à parte que discor-
dou da proposta, ressalvadas raras exceções.
Não há problema nenhum no fato de o juiz incentivar as partes a entabular conciliação.
Afinal, o próprio art. 21 impõe esse estímulo. O que se proíbe é que o juiz force uma das partes
a concordar com uma conciliação que não queira.
Por fim, cabe relembrar que o § 3º do art. 3º da lei ora em estudo permite que, em conci-
liação, sejam envolvidos valores até maiores que 40 salários mínimos. Sim! É possível que,
no Juizado, seja homologado um acordo de 500 (quinhentos) salários mínimos, por exemplo.
Apenas as condenações, em sentença, é que não podem ultrapassar tal limite.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.
§ 1º Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado mediante
sentença com eficácia de título executivo.
§ 2º É cabível a conciliação não presencial conduzida pelo Juizado mediante o emprego dos recur-
sos tecnológicos disponíveis de transmissão de sons e imagens em tempo real, devendo o resulta-
do da tentativa de conciliação ser reduzido a escrito com os anexos pertinentes.

Os §§ 1º e 2º foram incluídos pela Lei n. 13.994/2020.

O primeiro dado importantíssimo do art. 22 é sobre quem pode conduzir a audiência de


conciliação. Tal ato pode ser conduzido pelo juiz togado (concursado), pelo juiz leigo ou, ainda,
por conciliador. Este último deve, em todo caso, seguir as orientações dos juízes.

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O acordo, quando realizado, deve ser homologado mediante sentença, e necessariamente


pelo juiz togado. Se não houver assinatura do juiz togado na sentença de homologação de
acordo, o ato será nulo, ou, para alguns, até inexistente.
Se o acordo for descumprido, a respectiva sentença homologatória valerá como título exe-
cutivo judicial, a ser executado no próprio Juizado.
O § 2º, embora surgido à época da pandemia da Covid-19, não se restringe a tal cenário.
Ele permite, de forma genérica, a realização de conciliações nos Juizados mediante videocon-
ferência. Portanto, tal dispositivo fundamentará as audiências telepresenciais até que seja,
talvez, revogado.

Art. 23. Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da tentativa de conciliação não
presencial, o Juiz togado proferirá sentença.

A presunção de veracidade dos fatos narrados pelo autor ocorrerá tanto na hipótese de falta à
audiência presencial como na de falta à audiência telepresencial.

Não há justificativa genérica para que a parte se recuse a participar de audiência virtual.
Os motivos a fundamentar eventual ausência são os mesmos que valem para as audiências
presenciais, como a força maior.

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na
forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de compromisso, com
a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de
imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Veja: é possível a instituição do juízo arbitral inclusive depois do início do processo no


Juizado. A banca pode tentar confundir o candidato dizendo que a arbitragem somente seria
acessível antes do processo, o que estaria errado.
O art. 24 é claro: a opção pela arbitragem pode ser feita após a tentativa de conciliação na
audiência designada para tanto.
Ademais, a instauração do juízo arbitral não depende de nenhum ato forma, como termo de
compromisso. Depende, tão somente, da escolha do árbitro pelas partes, de comum acordo.
Dessa forma, o árbitro realizará a instrução do processo. Ademais, esse árbitro deve ser
um dos juízes leigos da comarca.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º
desta Lei, podendo decidir por equidade.

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Você pode já ter estudado em direito processual civil que o juiz somente pode decidir por equi-
dade nos casos expressos em lei (art. 140, parágrafo único, CPC). Eis aqui um desses casos:
no juízo arbitral instituído perante o Juizado, o juiz leigo pode decidir, inclusive, por equidade.

 Obs.: A banca poderá tentar confundir o candidato ao afirmar que o juiz leigo, na condição de
árbitro escolhido pelas partes, “deveria” julgar por equidade, ou seja, que o julgamento
por equidade seria uma obrigação. Essa afirmação, patentemente, estaria errada. É
perfeitamente possível que o árbitro decida por vários fundamentos, e não por equida-
de. A equidade é uma faculdade.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o árbitro apresentará o laudo ao
Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.

Um importante aspecto técnico do juízo arbitral é quanto à “decisão” do árbitro. O árbitro


não profere sentença, mas, sim, elabora um laudo arbitral com as suas conclusões.
Quem profere sentença é o juiz togado, ao homologar as conclusões do laudo arbitral.
Esta sentença será irrecorrível, e transitará em julgado a partir da ciência efetiva das partes.

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
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EXERCÍCIOS
001. (2019/AOCP/TJ-MG/JUIZ LEIGO) Considerando os princípios que regem os Juizados
Especiais Cíveis, assinale a alternativa correta a respeito das citações e intimações, nos ter-
mos do que dispõe a Lei n. 9.099/1995.
a) Em caso de pessoa jurídica ou firma individual, a citação far-se-á, obrigatoriamente, na pes-
soa de seu representante legal.
b) Como regra geral, a citação far-se-á com aviso de recebimento em mão própria.
c) Em casos excepcionais e demonstrada a necessidade, a citação poderá se dar por edital.
d) As citações poderão ser feitas por qualquer meio idôneo de comunicação.

a) Errada. Tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, a citação será feita mediante en-
trega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado (art. 18, II).
b) Certa. É a regra do art. 18, inciso I, que prevê tal meio de citação independentemente de
qualquer condição.
c) Errada. Não se fará citação por edital (art. 18, § 2º).
d) Errada. Há formas específicas de citação previstas na Lei n. 9.099/95, que devem, priorita-
riamente, ser adotadas.
Letra b.

002. (2019/AOCP/TJ-MG/JUIZ LEIGO) Considerando o que dispõe a Lei n. 9.099/1995, a res-


peito das partes nos Juizados Especiais Cíveis, assinale a alternativa correta.
a) Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência.
Admitir-se-á o litisconsórcio.
b) Não poderão ser partes no processo instituído pela Lei n. 9.099/1995, em qualquer hipótese,
dentre outras, o incapaz, o preso e as pessoas jurídicas de direito privado.
c) Nas causas de valor até trinta salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente,
podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
d) O maior de dezoito e menor de vinte e um anos poderá ser autor, mediante assistência de
seu representante legal.

a) Certa. É a regra literal do art. 10.


b) Errada. As pessoas jurídicas de direito privado podem, sim, ser partes nos Juizados Espe-
ciais Cíveis, e poderão ser até mesmo autoras se se configurarem como ME, EPP, MEI, OSCIP
ou sociedades de crédito ao microempreendedor (art. 8º, § 1º). No entanto, está correta a par-
te que proíbe o incapaz e o preso de serem partes (art. 8º, caput).
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c) Errada. O limite para postulação sem advogado é de 20 (vinte) salários mínimos (art. 9º).
d) Errada. O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclu-
sive para fins de conciliação (art. 8º, § 2º).
Letra a.

003. (2019/AOCP/TJ-MG/JUIZ LEIGO) Podem tramitar nos Juizados Especiais Cíveis, segun-
do a Lei n. 9.099/1995, EXCETO
a) as causas cíveis de menor complexidade de valor não excedente a quarenta vezes o salá-
rio mínimo.
b) as execuções dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salá-
rio mínimo.
c) as execuções das sentenças arbitrais proferidas em sede dos Juizados Especiais Cíveis.
d) as causas relativas à capacidade das pessoas, desde que de cunho patrimonial.

Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimen-


tar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a
resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial (art. 3º, § 2º).
As demais citadas na questão podem, sim, ser apreciadas nos Juizados (art. 3º, caput e § 1º).
Letra d.

004. (2019/INSTITUTO AOCP/TJ-MG/JUIZ LEIGO) Nos Juizados Especiais Cíveis, regulados


pela Lei n. 9.099/1995, o processo será orientado, dentre outros, pelos critérios de
a) economia processual e celeridade, não sendo a tentativa de conciliação condição para ins-
trução e julgamento do feito.
b) oralidade, simplicidade e competência.
c) oralidade, simplicidade e formalidade.
d) economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a
transação.

O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia


processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação (art. 2º).
Letra d.

005. (2019/INSTITUTO AOCP/TJ-MG/JUIZ LEIGO) Considerando as previsões da Lei n.


9.099/1995, a respeito da competência nos Juizados Especiais Cíveis, informe se é verdadeiro
(V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
I – ( ) São da competência dos Juizados Especiais Cíveis as ações possessórias sobre bens
imóveis, em caso de o valor do bem não exceder quarenta vezes o salário mínimo.

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II – ( ) Tendo em vista que a ação de despejo é um procedimento especial, previsto na Lei n.


8.245/1991, não é possível, em qualquer hipótese, pleitear um despejo em sede de Juizados
Especiais Cíveis.
III – ( ) É possível tramitar ação de alimentos nos Juizados Especiais Cíveis, desde que o va-
lor de doze meses da pensão pleiteada não exceda quarenta vezes o salário mínimo.
IV – ( ) É competente, para as causas previstas na Lei n. 9.099/1995, o Juizado do foro
do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qual-
quer natureza.
a) F – V – V – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – F – V.
d) V – F – V – F.

I – Certo. É a regra do art. 3º, inciso IV.


II – Errado. O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento
da ação de despejo para uso próprio (art. 3º, inciso III).
III – Errado. Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza ali-
mentar (...) – art. 3º, § 2º.
IV – Certo. É a regra do art. 4º, inciso III.
Letra b.

006. (2020/FGV/TJ-RS/OFICIAL DE JUSTIÇA) Nos Juizados Especiais, o processo orienta-se


pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
Ao tratar das intimações e das citações no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, a Lei n.
9.099/95 estabelece que:
a) a citação não se fará por edital;
b) a citação é feita exclusivamente por oficial de justiça;
c) o comparecimento espontâneo não suprirá a falta ou nulidade da citação;
d) dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão cientes as partes presentes após intima-
ção por oficial de justiça;
e) dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão cientes as partes presentes após a pu-
blicação no Diário Oficial.

a) Certa. É a regra literal do art. 18, § 2º.


b) Errada. Há várias formas diversas de citação, previstas no art. 18.
c) Errada. O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação (art. 18, § 3º).
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d) Errada. Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes
(art. 19, § 1º).
e) Errada. Vide comentário à letra “d”.
Letra a.

007. (2019/ADVISE/Prefeitura de Juarez Távora - PB/Procurador Jurídico)


Sobre o Juízo Arbitral no procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais Cíveis da Lei no
9.099/95, assinale a alternativa CORRETA.
a) Não existe a hipótese de juízo arbitral no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis.
b) Se o processo já está na jurisdição estatal não há como ser movido para a jurisdição privada
do Juízo Arbitral.
c) Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, que
seguirá forma prevista pela Lei no 9.099/95.
d) Somente é possível a realização de arbitragem mediante celebração de cláusula compro-
missória antes do ingresso da lide no Poder Judiciário.
e) A arbitragem somente é utilizada para demandas de elevado valor econômico, não sendo
cabível no procedimento do Juizado Especial Cível.

a) Errada. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo ar-
bitral, na forma prevista nesta Lei (art. 24).
b) Errada. Vide comentário à letra “a”, que apresenta o fundamento legal da interrupção do pro-
cesso judicial pela arbitragem.
c) Certa. Vide comentário à letra “a”.
d) Errada. O art. 24 deixa claro que a arbitragem pode ser instituída até mesmo depois do início
do processo no Juizado.
e) Errada. Não há tal requisito na Lei n. 9.099/95, nem em quaisquer outras leis.
Letra c.

008. (2019/TJ-PR/COMARCA DE TIBAJI/JUIZ LEIGO) No que concerne aos aspectos pro-


cessuais dos Juizados Especiais Cíveis previstos na Lei n. 9.099/95, é CORRETO afirmar que:
a) Poderão também ser partes, no processo instituído por esta Lei, as pessoas jurídicas de
direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
b) Admitir-se-á nomeação à autoria, chamamento ao processo e assistência.
c) Tratando-se de pedidos cumulativos, a soma poderá ultrapassar o limite de quarenta salá-
rios mínimos.
d) Não se fará citação por edital, ainda que o réu se encontre em local incerto e não sabido.

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a) Errada. Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as
pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insol-
vente civil (art. 8º, caput).
b) Errada. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de
assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio (art. 10).
c) Errada. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados;
nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele
dispositivo (art. 15).
d) Certa. O art. 18, § 2º é incondicional: “Não se fará citação por edital”.
Letra d.

009. (2019/TJ-PR/COMARCA DE SÃO JOÃO/JUIZ LEIGO) Julgue o item abaixo.


Segundo o art. 10 da Lei Federal n. 9.099/95, “Não se admitirá, no processo, qualquer forma
de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio”. Sob esse prisma,
considerando que, com o advento do Código de Processo Civil (CPC) de 2015, a desconside-
ração da personalidade jurídica passou a ser tratada no Título que versa sobre a intervenção
de terceiros, é incabível a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica no procedi-
mento sujeito ao rito sumaríssimo.

Embora o art. 10 vede expressamente qualquer forma de intervenção de terceiro, seu alcance
foi derrogado pelo art. 1.062 do CPC de 2015, que dispõe: “O incidente de desconsideração da
personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais”.
Errado.

010. (2019/CESPE/TJ-BA/JUIZ LEIGO) No que se refere ao juízo arbitral no juizado especial


cível, julgue os itens a seguir.
I – O juízo arbitral pode decidir por equidade.
II – O juízo arbitral não pode ser instaurado de ofício pelo juiz togado.
III – A opção pelo juízo arbitral implica em renúncia à jurisdição oficial.
IV – A instauração do juízo arbitral depende de prévia convenção de arbitragem firmada em
cláusula compromissória estipulada por escrito.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

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I – Certo. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts.
5º e 6º desta Lei, podendo decidir por equidade (art. 25).
II – Certo. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo ar-
bitral, na forma prevista nesta Lei (art. 24).
III – Errado. Não existe tal previsão na Lei n. 9.099/95.
IV – Errado. O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de com-
promisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-
-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução (art. 24, § 1º).
Letra a.

011. (2019/CESPE/TJ-BA/JUIZ LEIGO) O laudo emitido pelo juízo arbitral do juizado especial
cível adquire natureza de título judicial se for homologado pelo(a)
a) conciliador do juizado especial.
b) juiz leigo do juizado especial.
c) juiz togado do juizado especial.
d) juízo da vara cível.
e) turma recursal.

Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz
togado para homologação por sentença irrecorrível (art. 26).
Letra c.

012. (2019/CESPE/TJ-BA/JUIZ LEIGO) A sentença condenatória de pagar quantia certa pro-


ferida pelo juizado especial cível é considerada
a) título executivo extrajudicial, passível de execução no próprio juizado especial.
b) título de crédito, passível de execução do juizado especial.
c) título cambial, não passível de execução no juizado especial.
d) título administrativo, não passível de execução no próprio juizado especial.
e) título executivo judicial, passível de execução no próprio juizado especial.

O art. 3º, § 1º, inciso I outorga aos Juizados Especiais a competência executória quanto aos
seus julgados, que são títulos executivos judiciais, eis que produzidos por sentença judicial.
Letra e.

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
Gustavo Deitos

013. (2019/CESPE/TJ-BA/JUIZ LEIGO) Em audiência de conciliação no juizado especial cível


em que não tenha havido acordo, deverá ser oferecida às partes a possibilidade de utilização
de arbitragem. No que se refere ao juízo arbitral, assinale a opção correta.
a) Cabe às partes a escolha do árbitro, entre os cadastrados no Cadastro Nacional de Árbi-
tros (CNA).
b) O laudo arbitral deve ser apresentado no prazo de quinze dias após o encerramento da au-
diência de instrução.
c) A instauração do juízo arbitral depende da assinatura do termo de compromisso.
d) A não instalação imediata da audiência de instrução e julgamento, em decorrência da ausên-
cia do juiz arbitral, implica a extinção do processo.
e) Para que tenha eficácia executiva, o laudo arbitral deve ser homologado pelo juiz togado.

a) Errada. O árbitro deve ser um dos juízes leigos (art. 24, § 2º).
b) Errada. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o árbitro apresentará o
laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível (art. 26).
c) Errada. O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de compro-
misso, com a escolha do árbitro pelas partes (art. 24, § 1º).
d) Errada. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada para um
dos quinze dias subsequentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente
presentes (art. 27, parágrafo único).
e) Certa. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o árbitro apresentará o lau-
do ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível (art. 26).
Letra e.

014. (2018/CESPE/PREFEITURA DE MANAUS - AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Con-


siderando o disposto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais e na Lei dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública, julgue o item que se segue.
Nas ações que tramitarem nos juizados especiais cíveis, não poderão ser partes do processo
as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida, o insol-
vente civil, o preso e o incapaz.

É a regra constante do art. 8º, quase em termos literais.


Certo.

015. (2016/CESPE/DPU/ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO) Acerca dos juizados es-


peciais cíveis comuns e federais, julgue o item seguinte.
Nos juizados especiais cíveis, em razão de o processo seguir critérios de oralidade, economia
processual e celeridade, é inaplicável o princípio do duplo grau de jurisdição.

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Dos Juizados Especiais Cíveis – Parte I
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A questão comete extrapolação, pois não há nenhuma norma na lei que proíba o direito ao re-
curso, ressalvada a situação do art. 26 (homologação de laudo arbitral). Essa isolada exceção
não é suficiente para que se possa excluir a incidência de tal princípio no âmbito dos Juizados.
Errado.

016. (2014/CESPE/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em relação ao proces-


so de execução no âmbito do Código de Processo Civil, aos juizados especiais cíveis e à ação
civil pública, julgue os itens subsecutivos.
O credor poderá ajuizar a ação de conhecimento ou de execução perante os juizados especiais
cíveis se o valor a ser cobrado for inferior a quarenta salários mínimos, ainda que constante de
título executivo extrajudicial. Nesse caso, é facultativa a presença de advogado.

O simples fato de a execução ser de título extrajudicial não torna facultativa a assistência por
advogado. Tal facultatividade somente existiria, por certo, se o valor da execução não ultrapas-
sasse 20 (vinte) salários mínimos – limite estabelecido no art. 9º.
Errado.

017. (2012/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca da regulamen-


tação referente às causas apreciadas pelos juizados especiais, julgue os itens seguintes.
É competência dos juizados especiais estaduais processar e julgar as ações possessórias
sobre bens imóveis cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo.

É a correta regra do art. 3º, inciso IV.


Certo.

018. (INÉDITA/2021) À luz das disposições da Lei n. 9.099/95, e consideradas todas as suas
alterações posteriores, julgue o item subsequente:
Apenas em períodos de pandemia ou outras situações de força maior, é cabível a conciliação
não presencial conduzida pelo Juizado mediante o emprego dos recursos tecnológicos dispo-
níveis de transmissão de sons e imagens em tempo real, devendo o resultado da tentativa de
conciliação ser reduzido a escrito com os anexos pertinentes.

Não há restrição de tal possibilidade a tais períodos. É a regra do art. 22, § 2º, válida para todos
os cenários fáticos.
Errado.
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019. (INÉDITA/2021) À luz das disposições da Lei n. 9.099/95, e consideradas todas as suas
alterações posteriores, julgue o item subsequente:
Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo juiz leigo mediante sen-
tença com eficácia de título executivo.

Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado mediante
sentença com eficácia de título executivo (art. 22, § 1º).
Errado.

020. (INÉDITA/2021) À luz das disposições da Lei n. 9.099/95, e consideradas todas as suas
alterações posteriores, julgue o item subsequente:
Se o demandado recusar-se a participar da tentativa de conciliação não presencial, o juiz toga-
do designará audiência presencial.

Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da tentativa de conciliação não


presencial, o Juiz togado proferirá sentença (art. 23).
Errado.

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GABARITO
1. b 8. d 15. E
2. a 9. E 16. E
3. d 10. a 17. C
4. d 11. c 18. E
5. b 12. e 19. E
6. a 13. e 20. E
7. c 14. C

Gustavo Deitos
Professor de Cursos Preparatórios pra Concursos Públicos. Coach especialista em Concursos Públicos.
Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região. Outras
aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – Analista Judiciário e 48°
lugar – TRT da 24ª Região – Técnico Judiciário.

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