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PROCESSUAL PENAL
Procedimentos – Parte II
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Procedimentos – Parte II
Sumário
Douglas Vargas
Apresentação. . .................................................................................................................................. 4
Procedimentos - Parte II.. ............................................................................................................... 5
1. Procedimento do Tribunal do Júri............................................................................................. 5
1.1. Competência do Tribunal do Júri.. ........................................................................................... 6
1.2. Tribunal do Júri & Crimes Preterdolosos............................................................................. 6
1.3. Competência Mínima. . .............................................................................................................. 7
1.4. Composição do Tribunal do Júri............................................................................................. 7
1.5. Princípios do Tribunal do Júri. . ................................................................................................ 8
1.6. Procedimento do Tribunal do Júri.......................................................................................... 8
1.7. Pronúncia.................................................................................................................................. 10
1.8. Impronúncia..............................................................................................................................13
1.9. Absolvição Sumária.................................................................................................................13
1.10. Jurados......................................................................................................................................15
1.11. Julgamento...............................................................................................................................16
1.12. Abertura da Audiência.......................................................................................................... 18
1.13. Instrução em Plenário...........................................................................................................19
1.14. Algemas....................................................................................................................................19
1.15. Fluxo dos Atos após o Início da Instrução.. ...................................................................... 20
1.16. Debates.....................................................................................................................................21
1.17. Réplica e Tréplica................................................................................................................... 22
1.18. Tempo....................................................................................................................................... 22
1.19. Finalização dos Debates...................................................................................................... 23
1.20. Quesitos. . ................................................................................................................................ 24
1.21. Pontos Interessantes sobre a Votação. . ........................................................................... 25
Resumo............................................................................................................................................. 27
Questões de Concurso.................................................................................................................. 33
Gabarito............................................................................................................................................ 43
Gabarito Comentado.....................................................................................................................44
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Procedimentos – Parte II
Douglas Vargas
Apresentação
Queridos alunos,
Hoje vamos iniciar nossos estudos sobre os PROCEDIMENTOS no âmbito processual pe-
nal. Veremos detalhadamente o seguinte procedimento especial:
• Do Tribunal do Júri;
Veja que trabalharemos diversos procedimentos especiais ao longo de nosso curso, mas
esta aula contemplará apenas o procedimento do tribunal do júri, tema de extrema relevância
em provas de concursos e repleto de detalhes que você precisará dominar.
Faremos um estudo contextualizado, direcionado ao entendimento do fluxo procedimental
do júri, e com um foco estatístico nos pontos mais importantes. Lembre-se que a leitura do
texto legal de forma complementar é obrigatória, haja vista que artigos menos cobrados po-
dem cair, e que este PDF ficaria demasiado extenso caso comentássemos artigo por artigo. A
ideia, sempre, é um estudo eficiente.
Como de praxe, ao final da aula, faremos uma lista de questões sobre o tema.
Um excelente dia de estudos para todos vocês!
Prof. Douglas
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PROCEDIMENTOS - PARTE II
1. Procedimento do Tribunal do Júri
Seguindo adiante no estudo das normas procedimentais, hoje vamos tratar das normas a
serem observadas no tribunal do júri, cuja competência é a de julgar os crimes dolosos con-
tra a vida.
Para mim, o Júri é uma instituição fascinante. Talvez uma das mais fascinantes que exis-
tem em nosso ordenamento jurídico.
Em outros países, é utilizado de uma forma mais ampla do que no nosso, seguindo ritos
com diferenças marcantes quando comparados com o instituto previsto em nossa CF/88.
Apesar disso, sua essência é basicamente a mesma: Um órgão que conta com a partici-
pação de um juiz togado e diversos jurados, de modo que um cidadão seja julgado por seus
pares nos casos em que isso se fizer necessário.
Nosso objetivo de hoje será o de conhecer, a fundo, como funcionam os procedimentos do
tribunal do júri em nosso país. Qual sua competência, sua composição e suas formalidades. E
tudo com foco na resolução de questões, como manda o figurino.
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CF- Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, asse-
gurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Além disso, o tribunal do júri também é responsável por julgar os crimes conexos ou conti-
nentes aos crimes dolosos contra a vida, como prevê o art. 78, inciso I do CPP:
CPP- Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as
seguintes regras:
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a
competência do júri.
Assim, indivíduo que praticou, por exemplo, um estupro, e não satisfeito praticou ainda
um homicídio doloso, de forma conexa, será julgado por ambas as condutas perante o tribu-
nal do júri.
EXEMPLO
Lesões Corporais seguidas de morte.
Latrocínio (Roubo seguido de morte).
Isso ocorre pois o ataque contra a vida da vítima aqui não é doloso, e sim culposo, o que
afasta a competência do tribunal do júri.
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A competência do Tribunal do Júri pode ser AMPLIADA pela lei (não necessita de emenda
constitucional) mas não pode ser REDUZIDA.
O conselho de sentença possui uma grande importância, pois é a ele que cabe decidir se
o réu será condenado ou absolvido, através da chamada votação de quesitos, sobre a qual ire-
mos discorrer mais à frente.
O número mínimo de jurados para que o Tribunal do Júri inicie seus trabalhos é 15.
CPP- Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instala-
dos os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.
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A primeira fase tem um objetivo básico: tratar as questões de ordem técnica desde logo,
sob a tutela do juiz togado (que possui o conhecimento jurídico para tal), de modo a facilitar o
trabalho dos juízes leigos (os jurados). Além disso, a primeira fase também serve para confir-
mar a competência do tribunal do júri.
Essa fase é muito parecida com o rito do procedimento comum ordinário, com algumas
pequenas diferenças:
− Manifestação do Ministério Público
CPP- Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre prelimi-
nares e documentos, em 5 (cinco) dias.
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CPP- Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências reque-
ridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
− Diligências
A fase de diligências do procedimento comum ordinário (CPP, art. 402), não existe no tri-
bunal do júri.
− Oralidade
CPP- Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.
1.7. Pronúncia
Antes de mais nada, vamos dar uma olhada em um pequeno esquema para que você possa
se situar melhor quanto aos procedimentos que estudamos até o presente momento, e que
são essenciais para entender bem o conceito de pronúncia:
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Note que o procedimento, por hora, se assemelha muito com o procedimento comum ordi-
nário. Vários ritos foram repetidos, desde a citação do acusado para lhe informar de que foi re-
cebida uma denúncia contra ele, até a manifestação da defesa e a possibilidade de nomeação
de defensor dativo. Praticamente tudo seguiu o rito de um procedimento comum.
Mas aí é que a coisa muda de figura: após as alegações finais da primeira fase, o juiz não
irá proferir uma sentença condenatória ou absolutória para o réu. Ele irá decidir simplesmente
pela pronúncia ou impronúncia deste:
Em outras palavras: O juiz togado irá decidir se está convencido da materialidade do fato
e da existência de indícios suficientes de autoria ou participação para levar o acusado para
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a segunda fase do tribunal do júri, na qual ele será submetido ao crivo dos jurados (juízes
não togados).
É muito interessante notar que a atuação do magistrado, nesse momento, fica um pouco
“tolhida”. Isso acontece pelo seguinte motivo: Se o magistrado pronunciar o réu afirmando
categoricamente estar convencido de que este é o autor da infração penal que ensejou a de-
núncia, poderá influir no pensamento dos jurados.
Pense comigo:
Ao analisar o caso concreto, o juiz decide pela pronúncia do acusado, afirmando que existe
a materialidade do fato e certeza de que o réu é o autor de um homicídio.
Nessa situação, ao tomarem ciência da decisão de pronúncia, haverá uma tendência de
que os jurados tomem por base a decisão do juiz para embasar a sua própria convicção sobre
os fatos, o que prejudicaria totalmente a imparcialidade do júri.
Este é o fenômeno que o STF chamou, em seu informativo 597, de excesso de linguagem.
Para dificultá-lo, o magistrado deve evitar demonstrar de forma muito clara o seu conven-
cimento sobre o assunto, limitando-se a fazer um juízo de probabilidade, e não de certeza,
conforme leciona Leonardo Barreto Moreira Alves.
DICA
É muito importante que você faça a leitura dos artigos 406 a
421 do CPP, cuja literalidade também é muito cobrada pelas
bancas ao elaborar questões sobre o procedimento do tribu-
nal do júri.
Uma vez que o juiz decide pela pronúncia do réu, deve decidir sobre sua prisão, conforme
expressa previsão do art. 413 e seus parágrafos. Note, portanto, que não existe a prisão auto-
mática do réu como consequência de sua pronúncia:
CPP- Art. 413, § 2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou
manutenção da liberdade provisória.
§ 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão
ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a
necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título
IX do Livro I deste Código.
Além disso, uma vez que o juiz decida pela pronúncia, deve intimar o réu dessa decisão
(aqui temos uma intimação de um ato já praticado). Tal intimação, via de regra, deve ser feita
pessoalmente, mas é admissível a intimação por edital, em caso de réu solto e não encontrado.
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1.8. Impronúncia
Se na pronúncia existe a materialidade delitiva e existem indícios de autoria, é claro que é
possível a situação oposta: O magistrado não entende que existe prova de materialidade ou
indícios suficientes de autoria para pronunciar o réu.
Nessa situação, deverá fazer o oposto: impronunciá-lo. Note que, no entanto, o próprio
CPP prevê expressamente que a impronúncia não impede que o réu seja novamente denuncia-
do caso sejam obtidas novas provas:
CPP- Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes
de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova de-
núncia ou queixa se houver prova nova.
CPP- Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputa-
bilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código
Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.
Certo. Diante do exposto, você já sabe das seguintes possibilidades na primeira fase do
tribunal do júri:
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Até aí está muito fácil. O problema é o seguinte: E se o Juiz discordar da acusação, e en-
tender que não ocorreu um crime doloso contra a vida? O que acontece?
Devemos sempre nos lembrar da premissa básica de que o magistrado analisa fatos. Essa
é a essência da jurisdição (dai-me os fatos que lhe darei o direito). Nesse sentido, pode ser
que o juiz, ao analisar a peça acusatória, venha a discordar da existência de crime doloso con-
tra a vida.
Por exemplo:
EXEMPLO
Tyrion derruba veneno na bebida de seu sobrinho, Joffrey, que vem a óbito. O Ministério Públi-
co de Porto Real oferece a denúncia contra Tyrion por homicídio doloso.
O juiz de Porto Real, no entanto, entende que Tyrion praticou homicídio culposo, pois derramou
o veneno na bebida de seu sobrinho por negligência, sem ter a intenção de matar.
E eis que surge um problema: se não estamos diante de um crime doloso contra a vida,
não estamos diante da competência do tribunal do júri, certo?
Corretíssimo! E assim sendo, surge uma nova possibilidade de atuação do magistrado:
desclassificar a denúncia.
CPP- Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de cri-
me diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento,
remeterá os autos ao juiz que o seja.
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado
preso.
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• Segunda Fase
Agora que você já compreende bem a primeira fase da atuação do tribunal do júri, pas-
samos para a próxima fase. Infelizmente, essa fase tem um caráter ainda mais formal e ins-
trumental, de modo que iremos recorrer bastante à leitura do CPP para conhecer os ritos que
podem ser cobrados em prova.
Iniciaremos com a leitura do art. 422, que trata do primeiro passo da segunda fase do rito
do tribunal do júri:
CPP- Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do
órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5
(cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cin-
co), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.
Na primeira fase, a audiência irá seguir a regra geral (8 testemunhas). Já na segunda fase,
quando se trata de arrolar as testemunhas que irão depor em plenário, a regra é que no máxi-
mo 5 testemunhas poderão ser arroladas por cada parte.
CPP- Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no
plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente:
I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interes-
se ao julgamento da causa;
II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal
do Júri.
1.10. Jurados
Finalmente vamos começar a tratar da atuação dos jurados. Embora este ainda não seja
o momento de nos dedicar unicamente a este assunto (o que será feito posteriormente nessa
aula), já é hora de fazer algumas observações iniciais:
CPP- Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de
18 (dezoito) anos de notória idoneidade.
§ 1º Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de
cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução.
§ 2º A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários
mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.
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Como você provavelmente já sabia, o serviço do júri é obrigatório, de forma que a recusa
injustificada a atender ao chamado do júri acarreta multa, a critério do magistrado.
A atuação como jurado é de enorme responsabilidade, haja vista que a tomada de decisão
dos jurados também deve ser imparcial, assim como seria a de um juiz togado.
Por esse motivo, aplicam-se aos jurados as mesmas regras de impedimento e suspeição
aplicáveis aos juízes.
É interessante notar que, de forma que se possa manter a imparcialidade do júri, as partes
tem o direito de apresentar provas que permitam justificar ao juiz-presidente o afastamento de
um jurado. É a chamada recusa justificada.
EXEMPLO
Um dos jurados é irmão do acusado.
Previsão de Impedimento (CPP)
CPP- Art. 252, V - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Na situação hipotética acima, fica óbvio que o jurado que é irmão do réu não poderá atuar
de forma imparcial, motivo pelo qual caberá ao Ministério Público arrazoar o impedimento do
jurado de modo a afastá-lo da atuação naquele caso específico.
Cuidado!
Não existe um limite legal para a recusa justificada dos jurados. Se porventura forem
recusados tantos jurados que não reste um número suficiente para compor o conselho de
sentença, o juiz-presidente deve marcar uma nova data para julgamento convocando jurados
suplentes (é o chamado estouro da urna).
Além da recusa motivada, existe ainda a possibilidade de recusa imotivada de três jurados
por cada uma das partes.
Na recusa imotivada, como o próprio nome diz, o Ministério Público ou a defesa poderão
recusar o jurado, sem qualquer tipo de justificativa. É só recusar, e pronto.
1.11. Julgamento
Após essas observações iniciais, podemos finalmente passar para a o estudo da realiza-
ção do julgamento propriamente dito. E em primeiro lugar, devemos falar nas hipóteses em que
faltar algum ator importante do processo (MP, Advogado e Acusado).
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Os artigos que tratam das hipóteses acima são de leitura obrigatória. Vamos lá:
CPP- Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o
primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao Procu-
rador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão.
CPP- Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por
este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão.
§ 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado
ser julgado quando chamado novamente.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento,
que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente
ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado.
§ 1º Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo com-
provado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente do Tribunal
do Júri.
§ 2º Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpe-
dido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele
e seu defensor.
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CPP- Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presidente, sem preju-
ízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2º do art. 436 deste Código.
DICA
É recorrente em provas o teor do art. 460, que versa sobre a
espera das testemunhas antes de seu depoimento:
CPP- Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença,
as testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas não pos-
sam ouvir os depoimentos das outras.
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É interessante notar que o art. 472 narra exatamente os dizeres que devem ser repetidos
aos jurados para que estes prestem seu compromisso:
CPP- Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os
presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão
de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
Assim o prometo.
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões
posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.
CPP- Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o
juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão,
sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arro-
ladas pela acusação.
Durante as oitivas, as perguntas podem ser realizadas diretamente pelas partes. Entretan-
to, existe uma peculiaridade bastante relevante:
Os jurados NÃO podem fazer perguntas diretamente!
Sempre que os jurados tiverem o interesse em formular uma pergunta à uma testemunha,
por exemplo, devem fazê-lo por intermédio do juiz-presidente, por expressa previsão do art.
473, parágrafo 2º:
CPP- Art. 473, § 2º Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por inter-
médio do juiz presidente.
1.14. Algemas
Outra observação que merece nota é sobre o uso de algemas: O CPP veda ex-
pressamente o uso de algemas no acusado durante o plenário do júri, salvo a se-
guinte exceção:
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CPP- Art. 474, § 3 Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que perma-
º
necer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança
das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.
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1.16. Debates
Finalizadas as oitivas, é hora de passar para o momento mais querido pelos produtores de
Hollywood quando o assunto são filmes de julgamentos: As sustentações orais da acusação
e defesa, na tentativa de influir na íntima convicção dos jurados sobre os fatos até então
apresentados.
Os debates orais seguem a seguinte ordem:
CPP- Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acu-
sação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação,
sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante.
§ 1º O assistente falará depois do Ministério Público.
§ 3º Finda a acusação, terá a palavra a defesa.
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Procedimentos – Parte II
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CPP- Art. 476, § 4º A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de
testemunha já ouvida em plenário.
1.18. Tempo
Os debates orais no tribunal do júri possuem um prazo específico, previsto no art. 477 do CPP:
Além disso, é importante conhecer o que o CPP determina no caso de existir mais de um
acusador ou mais de um advogado de defesa, para que seja feita a correta divisão do tempo:
CPP- Art. 477, § 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a
distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não
exceder o determinado neste artigo.
CPP- Art. 477, § 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será
acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no §
1º deste artigo.
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Procedimentos – Parte II
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CPP- Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do
juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida
ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato
por ele alegado.
E existe ainda a possibilidade da realização dos chamados apartes, que nada mais são do
que intervenções realizadas por uma das partes durante a fala do orador, com autorização do
juiz. Os apartes não podem ultrapassar três minutos e esse tempo não é subtraído do tempo
do orador.
CPP- Art. 480, § 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a
julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos.
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Procedimentos – Parte II
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CPP- Art. 480, § 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos
à vista dos autos.
E se não forem, ato em que os jurados se sentem prontos, o juiz deverá passar
para a fase de leitura dos chamados quesitos.
1.20. Quesitos
Os quesitos nada mais são do que perguntas simples e diretas elaboradas pelo presi-
dente, que são lidas aos jurados e por eles respondidas para que se chegue à conclusão do
julgamento.
Sobre os quesitos, é absolutamente essencial fazer a leitura do CPP:
CPP- Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve
ser absolvido. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, de
modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na
sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores
que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes.
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre:
I – a materialidade do fato;
II – a autoria ou participação;
III – se o acusado deve ser absolvido;
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia
ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I
e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.
§ 2º Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e
II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação:
§ 3º Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados que-
sitos sobre:
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
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Código de Processo Penal, e se você quer maximizar os seus acertos, tem que combinar o
estudo esquematizado das nossas apostilas com a leitura da lei seca.
Por isso essa recomendação.
E digo mais: faça o teste! Leia os artigos do CPP, leia nossa aula, leia o CPP de novo, e de-
pois vá fazer questões. Você vai sentir na pele o efeito dessa leitura combinada.
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Procedimentos – Parte II
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RESUMO
Procedimento do Tribunal do Júri
• O tribunal do Júri tem a competência CONSTITUCIONAL de julgar os chamados crimes
dolosos contra a vida
• Também é responsável por julgar os crimes conexos ou continentes aos crimes dolosos
contra a vida
• Crimes PRETERDOLOSOS (nos quais o agente possui DOLO na conduta ANTECEDENTE
e CULPA na conduta CONSEQUENTE) não são de competência do júri.
• A competência do Tribunal do Júri pode ser AMPLIADA pela lei (não necessita de emen-
da constitucional) mas não pode ser REDUZIDA!
Composição
• O número mínimo de jurados para que o Tribunal do Júri inicie seus trabalhos é 15.
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Procedimento
• O procedimento do júri é chamado pela doutrina de procedimento bifásico ou escalona-
do.
• Fases:
• A primeira fase tem dois objetivos: tratar as questões de ordem técnica e confirmar a
competência do Tribunal do Júri.
Pronúncia
• O juiz togado irá decidir se está convencido da materialidade do fato e da existência de
indícios suficientes de autoria ou participação para levar o acusado para a segunda fase
do tribunal do júri, na qual ele será submetido ao crivo dos jurados.
• Não existe a prisão automática do réu como consequência de sua pronúncia
Impronúncia
• O magistrado não entende que existe prova de materialidade ou indícios suficientes de
autoria para pronunciar o réu.
• A impronúncia não impede que o réu seja novamente denunciado caso sejam obtidas
novas provas.
Absolvição Sumária
• Despenca em provas!
• O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
− Provada a inexistência do fato;
− Provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
− O fato não constituir infração penal;
− Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.
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• Se não estiver diante de um crime doloso contra a vida o juiz pode também DESCLASSI-
FICAR a denúncia.
Segunda Fase
• Na primeira fase, a audiência irá seguir a regra geral (8 testemunhas). Já na segunda
fase, quando se trata de arrolar as testemunhas que irão depor em plenário, a regra é que
no máximo 5 testemunhas poderão ser arroladas por cada parte!
Jurados
• O serviço do júri é obrigatório, de forma que a recusa injustificada a atender ao chamado
do júri acarreta multa, a critério do magistrado
• Aplicam-se aos jurados as mesmas regras de impedimento e suspeição aplicáveis aos
juízes
• Não existe um limite legal para a recusa justificada dos jurados
• Existe ainda a possibilidade de recusa imotivada de três jurados por cada uma das par-
tes.
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Julgamento
Abertura da Audiência
Instrução em Plenário
• Iniciam-se as oitivas.
• Os jurados NÃO podem fazer perguntas diretamente!
− Devem fazê-las por intermédio do juiz-presidente
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Quesitos e Votação
• O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve
ser absolvido.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/2021/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO-PROVA 1)
Acerca dos aspectos processuais no direito penal, julgue o item subsequente.
A simples leitura da decisão de pronúncia do plenário do tribunal do júri induz à nulidade do
julgamento.
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c) vinte e um jurados.
d) nove jurados.
e) quinze jurados.
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d) Um (01) Juiz togado que o preside, sete (07) jurados sorteados entre os vinte e cinco (alis-
tados), o réu ou réus, o representante do Ministério Público, ao menos um (01) Advogado
de defesa.
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e) 25 (vinte e cinco) jurados que serão escolhidos pelo presidente dentre os alistados, 07 (sete)
dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.
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d) Estão isentos do serviço do júri os cidadãos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos de idade
que requeiram sua dispensa.
e) Não estão impedidos de servir no mesmo Conselho as pessoas que mantenham união es-
tável reconhecida como entidade familiar.
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e) O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acu-
sado fique sujeito a pena mais grave.
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GABARITO
1. E
2. d
3. b
4. E
5. b
6. d
7. b
8. a
9. d
10. a
11. d
12. b
13. d
14. d
15. d
16. e
17. b
18. e
19. a
20. e
21. e
22. a
23. a
24. a
25. b
26. b
27. c
28. a
29. c
30. a
31. a
32. e
33. c
34. d
35. d
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/2021/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO-PROVA 1)
Acerca dos aspectos processuais no direito penal, julgue o item subsequente.
A simples leitura da decisão de pronúncia do plenário do tribunal do júri induz à nulidade do
julgamento.
De acordo com a Constituição Federal, em seu art. 5º, temos acerca do Tribunal do Júri:
Plenitude → de Defesa
Sigilo → das votações
Soberania → dos veredictos
Competência → julgamento de crimes dolosos contra a vida.
Letra d.
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Conforme estudamos, os crimes PRETERDOLOSOS (nos quais o agente possui DOLO na con-
duta ANTECEDENTE e CULPA na conduta CONSEQUENTE) não são de competência do júri.
Exemplos: Lesões Corporais seguidas de morte e Latrocínio (Roubo com resultado morte).
Isso ocorre pois o ataque contra a vida da vítima aqui não é doloso, e sim culposo, o que afasta
a competência do tribunal do júri.
Errado.
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CPP, Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e
cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho
de Sentença em cada sessão de julgamento.
Letra b.
O assistente de acusação tem o direito de falar após o MP, na forma do art. 476, §1º do CPP.
Por esse motivo, deverá também ser consultado sobre o desejo de fazer uso da tréplica, assim
como é o órgão ministerial.
Letra d.
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Muito cuidado com questões assim – nas quais o examinador pede que você identifique a
assertiva INCORRETA.
Dito isso, o Art. 413, parágrafo 3º do CPP rege que “O juiz decidirá, motivadamente, no caso
de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade ante-
riormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da
prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.”
Não há que se falar, portanto, em manutenção da prisão de forma automática – haja vista que
a decretação deve ser sempre MOTIVADA.
Letra b.
Segundo o art. 447 do Código de Processo Penal, “O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz
togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados,
7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.”.
Ademais, o art. 463 determina que “Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz
presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a
julgamento.”
Letra a.
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Questão embasada no art. 414 do CPP, parágrafo único, segundo o qual no âmbito do Tribunal
do Júri, enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia
ou queixa se houver prova nova.
Letra a.
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Questão muito boa, que acaba pegando o aluno que está desatento. O conselho de sentença
será questionado sobre matéria de FATO e se o acusado deve ser absolvido (Art. 482 CPP).
Matéria de DIREITO é competência do juiz-presidente, que possui capacidade técnica para tal!
Letra d.
Muito cuidado com afirmações taxativas e absolutas como “TODOS”, “NENHUM”, pois o exa-
minador adora utilizar esses termos para elaborar boas pegadinhas.
O Tribunal do Júri possui sim a competência constitucional para julgar os crimes dolosos con-
tra a vida. Entretanto, não serão TODOS que serão julgados pelo Júri!
Se, por exemplo, um indivíduo com foro por prerrogativa de função previsto na CF/88 (Como
um Senador ou Presidente da República) pratica um crime doloso contra a vida, será julgado
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por tal tribunal, haja vista que ambas as competências foram definidas em norma constitucio-
nal. No exemplo em que trabalhamos, o processo tramitaria no STF – e não no tribunal do júri.
Letra b.
Questão fácil – novamente o examinador se baseia apenas no art. 447 do CPP. São 25 jurados,
um juiz togado e 07 jurados selecionados para o conselho de sentença. Muito simples!
Letra d.
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Questão boa, e que premia o candidato bem preparado. Como você já sabe, o tribunal do júri
tem competência sobre os crimes dolosos contra a vida.
Homicídio culposo não se enquadra nessa categoria.
Rixa com resultado morte e lesão corporal com resultado morte são crimes preterdolosos,
nos quais a morte ocorre de forma CULPOSA (só há dolo na rixa e na lesão corporal, respec-
tivamente).
O latrocínio, por sua vez, é o roubo com resultado morte, que no entanto é crime contra o
PATRIMONIO e não contra a vida, a despeito de seu resultado (o agente, primariamente, quer
subtrair um bem da vítima).
O único delito que sobra, portanto, é o de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, que
efetivamente é um crime doloso contra a vida.
27% dos candidatos (em base de dados online com mais de 9000 respostas) erram essa ques-
tão. Veja como é importante analisar com calma as assertivas apresentadas pelo examinador!
Letra d.
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Conforme estudamos, a essência da jurisdição está na frase “dai-me os fatos que lhe darei o
direito”. O juiz togado, bacharel em direito, sabe o direito – e portanto julga os fatos, e não a
tipificação jurídica à ele apresentada pelo Ministério Público.
Por esse motivo, desde que não altere a descrição dos fatos apresentados na denúncia, o juiz
pode sim dar nova definição jurídica diversa, mesmo que mais gravosa para o acusado.
Letra e.
O interrogatório do acusado sempre ocorre após todas as outras oitivas, sendo realizado ao
final da instrução, antes apenas dos debates orais entre a acusação e a defesa.
Letra b.
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Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.”
Letra e.
Art. 425, CPP - Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a
1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes,
de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de
80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população.
Letra a.
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Crimes contra a vida são uma espécie de crimes contra a pessoa. A competência do tribunal
do júri é para julgamento de crimes dolosos contra a vida, mas não se estende aos demais de-
litos praticados contra a pessoa, motivo pelo qual a assertiva A está incorreta.
Letra a.
Outra questão simples. Segundo o art. 413 do CPP, “O juiz, fundamentadamente, pronunciará
o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de
autoria ou de participação.”
Letra a.
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d) Estão isentos do serviço do júri os cidadãos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos de idade
que requeiram sua dispensa.
e) Não estão impedidos de servir no mesmo Conselho as pessoas que mantenham união es-
tável reconhecida como entidade familiar.
Conforme determina o art. 447 do CPP, Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu
presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete)
dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.
Letra b.
Por força do art. 427 do CPP, é competência do TRIBUNAL determinar o desaforamento – e não
do juiz por si só. Pegadinha sutil, mas muito recorrente em provas. Fique atento!
Letra b.
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Procedimentos – Parte II
Douglas Vargas
Conforme preconiza o art. 411, parágrafo 1º, CPP, “Os esclarecimentos dos peritos dependerão
de prévio requerimento (das partes) e deferimento pelo juiz.”.
Letra c.
Quando houver prova de que o acusado não é o autor ou partícipe do fato, não ocorrerá sua
impronúncia, e sim sua absolvição sumária!
Letra a.
Olha a que ponto chega o examinador para cobrar a letra da lei: exigir que o candidato saiba a
ORDEM da formulação de quesitos aos jurados. Absurdo – porém aconteceu nesse certame e
irá com certeza acontecer em outros.
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Procedimentos – Parte II
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Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
I – a materialidade do fato; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – a autoria ou participação; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – se o acusado deve ser absolvido; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído pela Lei n. 11.689, de
2008)
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia
ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. (Incluído pela Lei n. 11.689, de
2008)
Letra c.
Conforme preconiza o art. 497, XII do CPP, é atribuição do juiz-presidente do Tribunal do Júri
“regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver
com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão
acrescidos ao tempo desta última.”.
Por esse motivo, quando dos debates, a parte só poderá intervir, com aparte (ou seja, quando
a outra parte estiver com a palavra), com a permissão do juiz.
Letra a.
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Não pode perder uma questão como essa de forma alguma. Basta ler o art. 412 do CPP, que
determina que o procedimento de instrução preliminar no Tribunal do Júri seja finalizado em
até 90 dias.
Letra e.
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Procedimentos – Parte II
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Essa com certeza você tirou de letra. O que o juiz pode fazer ao final da primeira fase do pro-
cesso de competência do tribunal do júri é pronunciar o réu, impronunciá-lo, desclassificar o
delito para outro que não é de competência do júri ou absolver sumariamente o acusado!
Letra d.
Essa você já aprendeu na aula de hoje: A competência para o julgamento de crimes dolosos
contra a vida, consumados ou tentados, é, em regra, do tribunal do júri. Entretanto essa com-
petência não é absoluta nem exclusiva (pois pode passar para outros tribunais em casos ex-
cepcionais, como ocorre com os autores que possuem foro por prerrogativa de função previsto
na CF/88).
Letra d.
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Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
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