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DIREITO

PROCESSUAL PENAL
Provas – Parte II

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Provas – Parte II
Caroline Argôlo e Fábio Roque

Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Provas – Parte II............................................................................................................................... 4
1. Tipos de Prova. . ............................................................................................................................. 4
1.1. Confessional............................................................................................................................... 4
1.2. Testemunhal. . ............................................................................................................................. 5
1.3. Documental...............................................................................................................................15
1.4. Pericial........................................................................................................................................15
2. Formas de Prova......................................................................................................................... 17
2.1. Direta.......................................................................................................................................... 17
2.2. Indireta...................................................................................................................................... 17
3. Indício e Presunção................................................................................................................... 18
Resumo..............................................................................................................................................19
Mapa mental................................................................................................................................... 28
Questões de Concurso.................................................................................................................. 29
Gabarito............................................................................................................................................60
Referências.......................................................................................................................................61

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Provas – Parte II
Caroline Argôlo e Fábio Roque

Apresentação
Olá, futuro concursado!
Nós e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de concurso e criando questões inéditas para que você consiga
fixar todo o conteúdo estudado!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final da aula. Assim, você terá um supor-
te caso queira um aprofundamento sobre os temas.
Traremos, também, jurisprudência atualizada, pois, sabemos, não basta saber a legislação
ou as considerações doutrinárias sobre o Direito Processual Penal, sendo imprescindível que
estejam atentos às compreensões dos tribunais.
Aqui, na Parte II da Aula sobre Provas, trataremos dos seguintes tópicos: tipos de prova;
formas de prova; indício e presunção.
Esperamos que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: ma-
terial obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estamos esperando as dúvidas no Fó-
rum do aluno!
Vamos começar?
Caroline Argolo (@professoracarolineargolo)
• Advogada, professora e autora de obras jurídicas;
• Mestra em Ciências Criminológico-Forenses e Mestra em Políticas Sociais e Cidadania;
• Especialista em Direito Penal, Especialista em Direito do Estado e Especialista em Com-
pliance e Direito Anticorrupção.
• Fábio Roque Araújo (@professorfabioroque)
• Juiz Federal, professor e autor de obras jurídicas;
• Doutor e Mestre em Direito Público pela UFBA.
• Canal no Youtube: Fábio Roque Araújo.

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PROVAS – PARTE II
1. Tipos de Prova1
1.1. Confessional
Confissão é a admissão, por parte do imputado, da sua responsabilidade. A confissão2 re-
cai sobre fatos, pois apenas dos fatos o réu se defende.
A confissão pode ser judicial, quando realizada perante o magistrado, ou extrajudicial,
quando realizada perante outras autoridades, na fase pré-processual (no inquérito policial, na
CPI, na investigação realizada pelo MP etc.).
A confissão judicial será, ainda, própria, quando realizada perante a autoridade judicial
competente para o julgamento do processo, ou imprópria, quando realizada diante de autori-
dade incompetente (ex.: confissão perante o juízo deprecado).
Quanto aos seus efeitos, a confissão poderá ser simples, complexa ou qualificada. Con-
fissão simples é aquela que se adstringe a reconhecer o fato imputado. Confissão complexa
ocorre quando o acusado reconhece vários fatos criminosos. Por fim, confissão qualificada é
aquela em que o réu confessa, mas acrescenta algum elemento apto a excluir a responsabili-
dade penal, como uma excludente de ilicitude ou dirimente de culpabilidade.

Fiquem atentos (as)!

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 545 do STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento
do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do CP. Todavia, divergindo da
referida súmula, vale considerar que o STF possui julgados no sentido de que a confissão
qualificada não autoriza a incidência da atenuante (HC n. 119.671/SP, rel. Min. Luiz Fux).

Ainda, a confissão poderá ser classificada como expressa, quando, claramente, o acusado
confessa os fatos criminosos; ou ficta, decorrente de algum acontecimento, como, por exem-
plo, o pagamento de indenização à vítima ou o silêncio do acusado. Ambas as situações não
se adequam ao ordenamento jurídico pátrio, haja vista a independência das instâncias de res-
ponsabilidade (art. 935 do CPC), bem como diante do direito que o acusado goza de perma-
necer calado (art. 5º, LXIII, CF), bem como em razão da premissa de que o seu silêncio não
importará confissão (art. 198, CPP)3.
1
ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed. Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.
2
De acordo com o art. 389 do CPC, há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao
seu interesse e favorável ao do adversário.
3
ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.

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De mais a mais, a confissão, em analogia ao CPM (art. 307), para ter valor de prova deve ser
feita perante autoridade competente, ser livre, espontânea e expressa, deve versar sobre o fato
principal, ser verossímil e, por fim, ter compatibilidade e concordância com as demais provas.

Art. 197 do CPP. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos
de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. (destacamos).

Por fim, atentem-se que o réu poderá se retratar da confissão, desdizendo o que afirmou,
no todo ou em parte. Desejando fazê-lo, não pode o juiz negar-lhe a oportunidade para se re-
tratar, sob pena de nulidade por cerceamento do direito de defesa, pressupondo requerimento
nesse sentido. O magistrado, em razão do livre convencimento motivado (art. 93, IX, CF), não
está vinculado à retratação, que tem valor relativo, podendo ser ilidida pelo conjunto probatório.

1.2. Testemunhal
Testemunha é a pessoa desinteressada que depõe sobre fatos relevantes para o desfecho
da demanda. Sob o ponto de vista doutrinário, temos as seguintes espécies de testemunhas:

Testemunhas que souberam dos fatos por intermédio de outras


Indiretas pessoas.

São testemunhas arroladas pelas partes e devidamente


Numerárias compromissadas. Compõem o limite máximo de testemunha para
cada procedimento.

Ouvidas por iniciativa do magistrado e, em regra, compromissadas


(art. 209, CPP). É o caso das testemunhas referidas, que são aquelas
Extranumerárias mencionadas por outra testemunha. Se o juiz reputar relevante, pode
determinar a oitiva da pessoa apontada, a despeito de requerimento
da parte.

Não se sujeitam ao compromisso de dizer a verdade, nem tampouco


Informantes compõem o limite máximo de testemunhas. São as pessoas
enumeradas nos artigos 206 e 208 do CPP.

Testemunha ouvida sobre os fatos criminosos que integram o objeto


Própria do processo.

Testemunha que depõe sobre algum ato da persecução criminal. É o


Imprópria, que ocorre, por exemplo, na busca e apreensão domiciliar (art. 245,
instrumentária § 7º, CPP) e na leitura do auto de prisão em flagrante (art. 304, § 3º,
ou fedatária CPP).

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Testemunhas que prestam declarações relacionadas aos antecedentes


Laudadores do réu. Também chamadas de testemunhas de “beatificação”.

Diz respeito ao testemunho prestado pelo agente infiltrado. Esta


figura foi prevista em alguns diplomas, como a Lei n. 12.850/2013
Testemunhas da (Crime Organizado) e a Lei n. 11.343/2006 (Drogas). Agente infiltrado
coroa é o policial que, com autorização judicial, disfarçado, ingressa em
uma organização criminosa, colhendo material probatório acerca
das práticas delitivas.

É a pessoa que não sabe absolutamente nada da causa, de maneira


Inócua a não ser computada no número legal (art. 209, § 2º, CPP).

1.2.1. São as características da prova testemunhal:

a) Oralidade: o depoimento é prestado oralmente, sendo vedado à testemunha levá-lo por


escrito, muito embora seja-lhe facultada a consulta a apontamentos.
b) Objetividade: a testemunha depõe sobre fatos, sendo-lhe vedada a emissão de valora-
ções subjetivas, salvo se indissociáveis do fato em questão.
c) Retrospectividade: a testemunha depõe sobre fatos já ocorridos e sobre os quais tenha
algum conhecimento.
d) Judicialidade: a testemunha depõe perante o juiz. Como regra, o depoimento prestado
na fase pré-processual deve ser ratificado em juízo.
e) Individualidade: as testemunhas devem ser inquiridas separadamente, de modo que
umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras (art. 210, caput, CPP).
f) Imediação: a testemunha deve depor sobre aquilo que captou imediatamente, por meio
dos sentidos.

1.2.2. Quantidade de testemunhas

A quantidade de testemunhas4 que cada parte poderá arrolar varia de acordo com o proce-
dimento adotado. Assim, nos procedimentos mais importantes, temos:
a) Procedimento comum ordinário: 8 testemunhas;
b) Procedimento comum sumário: 5 testemunhas;
c) Procedimento comum sumaríssimo: a Lei n. 9.099/1995 foi omissa. O entendimento
majoritário na doutrina, ao qual aderimos, é de que podem ser arroladas até 3 testemunhas;
d) Procedimento do júri, em sua segunda fase: 5 testemunhas.
Assevere-se que o artigo se refere à pessoa natural, o ser humano. Não se concebe a hipó-
tese da pessoa jurídica funcionando como testemunha.

4
Conforme consagrado entendimento doutrinário e jurisprudencial, o número de testemunhas deve ser computado tendo em
vista cada fato delituoso e cada delinquente, considerados individualmente.

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Fiquem atentos (as)!


O corréu não pode ser testemunha, pois, sendo também réu, tem o direito ao silêncio, não lhe
podendo ser imposto o dever de dizer a verdade e, em consequência, as penas cominadas
para o crime de falso testemunho, consignado no art. 342 do CPP.

1.2.3. Compromisso de dizer a verdade

Art. 203 do CPP. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que
souber e lhe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência,
sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes,
ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de
sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. (destacamos)
Art. 208 do CPP. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes
mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

Trata-se da previsão legal do compromisso da testemunha, consistente na “promessa de


dizer a verdade”. Diz-se compromisso, na medida em que a testemunha está se comprometen-
do a dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado.
Diverge a doutrina sobre a necessidade de compromisso para a configuração do falso tes-
temunho. Não se trata, aqui, da situação das testemunhas que não prestam compromisso,
pois estas não respondem pelo crime mencionado. Trata-se da questão da testemunha que
possui o dever de dizer a verdade, na hipótese em que o magistrado não lhe tomou o com-
promisso. Sufragamos o entendimento de que o compromisso é formalidade destituída de
maior relevância e a sua inobservância constitui mera irregularidade, sendo possível, portanto,
a imputação do crime de falso testemunho. O fundamento para este entendimento é bastante
razoável: o dever de dizer a verdade decorre da lei, e não da promessa da testemunha.
Após o compromisso tomado, a testemunha depõe. Conforme o disposto no artigo, pode-
mos cindir o depoimento da testemunha em três momentos distintos:
a) informações sobre seu nome, idade, estado e residência, profissão, lugar onde exerce
sua atividade;
b) indagação sobre possível vínculo com qualquer das partes (“se é parente, e em que grau,
de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas”);
c) após, deverá depor sobre o que sabe.
O primeiro momento do depoimento é imprescindível para aferir se a pessoa que se apre-
senta para prestar declarações é, realmente, a pessoa arrolada pela parte. O segundo momen-
to, serve para que a parte interessada possa impugnar a oitiva da testemunha (contradita)
alegando eventual impedimento ou dispensa de compromisso. Por fim, ultrapassadas as fases
iniciais, o magistrado colherá o depoimento da testemunha sobre a causa posta em juízo.
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Tratando-se de fato que possa incriminar a testemunha, ela também poderá se valer do direito
ao silêncio, pois ninguém é obrigado a se autoincriminar (nemo tenetur se detegere).

1.2.4. Pessoas desobrigadas a depor5

Art. 206 do CPP. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto,
recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desqui-
tado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

O CPP excepciona a regra de que toda pessoa está obrigada a depor como testemunha. No
artigo em tela, reconhece-se que pelo forte vínculo familiar existente com o acusado, não se
pode compelir a pessoa a testemunhar.
Três observações importantes ao dispositivo:
a) deve-se interpretá-lo de forma a englobar não apenas o cônjuge, mas também o com-
panheiro(a);
b) o artigo em apreço faz menção ao fato de se poder exigir a oitiva destas pessoas “quan-
do não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circuns-
tâncias”. Se, por exemplo, o filho do réu é a única testemunha do fato, pode-se obrigá-lo a tes-
temunhar. Neste caso, todavia, não será compromissado (art. 208, CPP), não sendo possível, a
nosso sentir, imputar-lhe o crime de falso testemunho, não porque não firmou o compromisso,
mas porque a própria lei o exime do dever de dizer a verdade.

1.2.5. Pessoas proibidas de depor

Art. 207 do CPP. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o
seu testemunho.

A vedação tem por base as seguintes atividades:


a) função: encargo oriundo da lei, de decisão judicial ou contrato. Ex.: a função pública, em
que as atribuições decorrem da lei;
b) ministério: decorre de atividade religiosa ou de assistência social. Ex.: atividade exerci-
da por padres, pastores, rabinos, bispos etc.;

5
Saliente-se que a prerrogativa tratada no artigo diz respeito a parentes do acusado, não se estendendo aos parentes da
vítima, que estão obrigados a depor e podem cometer o crime de falso testemunho (art. 342, CP).

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c) ofício: atividade de cunho manual, mecânica. Ex.: a secretária do advogado que teve
acesso a provas sigilosas;
d) profissão: atividade especializada que exige determinada habilidade intelectual. Ex.: tra-
balho de advogados, médicos, psicólogos etc.
As pessoas enquadradas em tais atribuições poderão depor, caso desejem, se desobriga-
das pela parte interessada.

EXEMPLO
Um paciente pode desobrigar o seu psiquiatra do dever de sigilo, para que testemunhe acerca
de seu quadro clínico.

Percebam que o CPP admite o depoimento, pressupondo autorização, desde que o depo-
ente deseje fazê-lo. Aceitando depor, será compromissado a dizer a verdade, já que pode ser
enquadrado no falso testemunho (art. 342, CP). No que tange ao advogado, a regra foi reitera-
da pelo Estatuto da Advocacia (art. 7º, XIX, Lei n. 8.906/1994).
Por fim, a despeito das divergências doutrinárias em torno da matéria, o STF “firmou en-
tendimento no sentido de que não há irregularidade no fato de, na fase judicial, os policiais
que participaram das diligências serem ouvidos como testemunhas” (HC 91.487/RO, Rel. Min.
Cármen Lúcia).

1.2.6. Prova testemunhal de ofício

Art. 209 do CPP. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indi-
cadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da
causa.

Estamos diante da prerrogativa conferida ao juiz de produzir a prova testemunhal de ofício


(há quem sustente que tal prerrogativa fere o sistema acusatório, lembram?). Embora exista
divergência, o entendimento majoritário na doutrina e na jurisprudência é no sentido da cons-
titucionalidade do artigo.
Desta forma, o juiz pode determinar a oitiva de testemunhas não arroladas pelas partes.
São testemunhas conhecidas, doutrinariamente, como extranumerárias, pois não compõem o
limite máximo de testemunhas que podem ser indicadas em cada procedimento.
O § 1º versa sobre as testemunhas rotuladas como referidas. Se, por exemplo, a teste-
munha ouvida afirmar não ter maiores informações sobre o fato, mas sabe que um vizinho
presenciou o crime, pode o juiz determinar a sua oitiva, ainda que não tenha sido indicado por
qualquer das partes.

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O § 2º trata da testemunha inócua. Ela não será computada como testemunha, para efeitos
de observância do limite legal. Cumpre esclarecer que quando o CPP faz menção a testemunha
“que nada souber que interesse à decisão da causa” não está se referindo, necessariamente,
ao fato criminoso em si. A testemunha que nada sabe sobre o fato criminoso, mas, conhecen-
do o acusado, depõe sobre sua personalidade ou conduta social (as relações do acusado com
sua família, vizinhança, empregado/empregador etc.), está prestando testemunho sobre fato
que interessa à causa, pois estas circunstâncias serão valoradas, caso sobrevenha sentença
condenatória (art. 59, caput, CP).
Ademais, da leitura do art. 210 do CPP, evidencia-se a característica da individualidade, ao
dispor que as testemunhas devem ser ouvidas separadamente, cabendo ao juiz fazer com que
umas não ouçam o depoimento das outras. Devem ser reservados espaços separados para as
testemunhas, de forma a assegurar a incomunicabilidade (parágrafo único). Assim, objetiva-se
evitar que algumas testemunhas exerçam influência sobre as outras.

1.2.7. Crime de falso testemunho

Deve o juiz advertir a testemunha das penas cominadas ao crime de falso testemunho
(art. 342, CP). É certo que ninguém se escusa de cumprir a lei alegando desconhecê-la, sendo
o compromisso de dizer a verdade um imperativo legal. Todavia, o CPP exorta o magistrado a
fazer a advertência para que a testemunha fique ciente de que pode cometer crime.
Saliente-se, ainda, que a jurisprudência dos Tribunais Superiores admite a possibilidade de
advogado responder como partícipe no crime de falso testemunho, quando orientar a testemu-
nha a falsear ou calar a verdade (STF – RHC 81.327/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; STJ – HC 30.858/
RS, Rel. Min. Paulo Gallotti).
Seja como for, não podemos deixar de destacar que a retratação da testemunha até a pro-
lação da sentença no processo em que mentiu, extingue a punibilidade, por força do disposto
no art. 342, § 2º, CP6.
Todavia, se o falso ocorre em plenário de julgamento, proferida a sentença em audiên-
cia, inexiste a possibilidade de a testemunha se retratar, o que ocasionaria a extinção da
punibilidade7.

Fiquem atentos (as)!


O STF possui o sedimentado entendimento de que “o falso testemunho é crime de natureza
formal e se consuma com a simples prestação do depoimento falso, sendo de todo irrelevante
se influiu ou não no desfecho do processo” (HC 81.951/SP, Rel. Min. Ellen Gracie).

6
Por outro lado, em consonância com o art. 211 do CPP, se o juiz, ao prolatar a sentença (vale dizer, após a conclusão da
instrução criminal) constatar a prática do crime de falso testemunho, deverá remeter cópia do depoimento à autoridade
policial, requisitando a instauração do inquérito policial (art. 5º, II, CPP).
7
Portanto, admite-se a imediata apresentação da testemunha à autoridade policial, para que proceda, inclusive, à lavratura
do flagrante, se o juiz não entender por bem, ele mesmo, presidir a formalização da prisão (art. 307, CPP).

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1.2.8. Como deve ocorrer a inquirição das testemunhas?

Art. 212 do CPP. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admi-
tindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importa-
rem na repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.

Tradicionalmente, nosso processo acolheu o sistema presidencialista, no qual as partes


podem formular perguntas às testemunhas, por intermédio do juiz. Inovando o nosso sistema
processual, a Lei n. 11.690/2008 aboliu o sistema presidencialista, instituindo a inquirição di-
reta das testemunhas pelas partes (direct examination).
Na atual sistemática, o juiz só deve intervir se constatar algum abuso, por qualquer das
partes, como na hipótese tratada no artigo em que se tenta induzir a resposta (ex.: “o senhor
não acha que...”), não há relação com a causa (já que fatos irrelevantes não são objeto de pro-
va) ou a pergunta já foi respondida. Nestas situações, deve o juiz indeferir as perguntas. Se a
parte se sentir prejudicada com o indeferimento do juiz, deve requerer que conste no termo a
pergunta formulada e as razões de indeferimento apresentadas pelo magistrado.
Após as perguntas das partes, o juiz poderá complementar a inquirição, caso reste algum
ponto não esclarecido. Trata-se de outra inovação trazida pela Lei n. 11.690/2008 já que, histo-
ricamente, o juiz iniciava a inquirição.
É importante consignar que, conforme se depreende da leitura do art. 213 do CPP, o juiz
não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando insepará-
veis da narrativa do fato, trata-se da característica da objetividade.

1.2.9. A testemunha poderá ser contraditada pelas partes?

Sim, conforme art. 214 do CPP. Contraditar a testemunha significa impugnar sua participa-
ção no processo, alegando ser ela suspeita, impedida ou indigna de fé. Deve a parte contraditar
a testemunha em audiência, antes da sua oitiva, expondo os argumentos que a inabilitem ou
afastem a credibilidade. Feita a contradita, o juiz deve franquear a palavra à testemunha para
que se manifeste acerca do seu teor. Após a resposta da testemunha, o juiz decidirá o inciden-
te, excluindo a testemunha (cf. art. 207, CPP, supra) ou não lhe deferindo o compromisso (cf.
art. 208, CPP, supra).
Pode-se ainda formular a arguição de defeito, existindo suspeita de parcialidade (ex.: tes-
temunha amiga ou inimiga do réu) ou indignidade (ex.: testemunha que já foi condenada pelo
crime de falso testemunho). Nesta situação, o juiz não excluirá a testemunha e ainda tomará o
seu compromisso. O CPP permite que a parte formule tal arguição para que o juiz fique ciente
da circunstância que envolve a testemunha, atribuindo o valor que entender adequando ao teor
do depoimento.

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Ademais, assinale-se que, por vezes, o fato criminoso pode deixar algum trauma na vítima
ou mesmo na testemunha. O risco de intimidação pode comprometer o próprio conteúdo do
depoimento. Por essa razão, cabe ao juiz, constatando o fato, determinar a inquirição do ofen-
dido ou da testemunha por videoconferência. Na eventual impossibilidade (por falta de equipa-
mentos, de estrutura etc.), o juiz ouvirá a vítima ou testemunha na sala de audiência, impondo
a retirada do réu, é o que se depreende do art. 217 do CPP.
O juiz pode ordenar a retirada do réu de ofício (constatando a humilhação, temor ou cons-
trangimento), assim como por provocação da própria vítima ou da testemunha. Naturalmente,
o defensor do réu deve permanecer no recinto, assistindo a oitiva e, querendo, formulará per-
guntas. A retirada do defensor representa flagrante ofensa ao princípio do contraditório, sendo
fato gerador de nulidade absoluta.
Questão intrigante diz respeito ao réu que, sendo advogado devidamente habilitado nos
quadros da OAB, atua em causa própria. Poderá o juiz determinar a sua retirada? Assiste razão
ao STJ que, ao apreciar a questão, decidiu: “Nos termos do art. 217, do CPP, o réu pode ser
retirado da sala de audiências, quando constranger o depoimento de testemunhas, sendo irre-
levante a circunstância de o réu atuar em causa própria, se o Juiz providenciou a assistência de
dativo para o ato” (HC 11.550/SP, Rel. Min. Gilson Dipp). Desta forma, assegura-se o contraditó-
rio, com a nomeação do defensor para o ato, e preserva-se a vítima ou testemunha de eventual
humilhação, temor ou constrangimento.

1.2.10. Pode a testemunha deixar de comparecer?

Como a testemunha contribui com a Administração da Justiça, o seu comparecimento é


obrigatório, pressupondo-se para tanto regular intimação, que de regra é feita pessoalmente
(art. 218, CPP).
Existem regras peculiares, como a do militar, que será requisitado aos superiores, em res-
peito à hierarquia. Quanto ao funcionário público, exige-se a notificação do chefe do serviço,
para que providencie a devida substituição no dia do testemunho, em função da continuidade
do serviço público (art. 221, §§ 2º e 3º, CPP).
Cumpridas todas as formalidades da intimação, a ausência injustificada autoriza a con-
dução coercitiva da testemunha, de imediato, ou em dia designado, caso a audiência fique
frustrada. Para tanto, o magistrado poderá requisitar a condução por meio da autoridade po-
licial (nada impede que possa se valer da Polícia Militar), ou do oficial de justiça, que também
poderá se valer de apoio policial.
Consoante art. 219, o juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453
do CPP, sem prejuízo do processo penal por desobediência, e condená-la ao pagamento de
custas de diligência.
Noutro passo, as pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer
a depor, serão inquiridas onde estiverem, conforme art. 220 do CPP.

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1.2.10.1. Exceção ao dever de comparecimento (art. 221, CPP)

Serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz (rol taxativo):

a) Presidente da República;

b) Vice-Presidente da República;

c) Senadores;

d) Deputados federais;

e) Ministros de Estado;

f) Governadores de Estados e Territórios;

g) Secretários de Estado;

h) Prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios;

i) Deputados estaduais;

j) Membros do Poder Judiciário;

k) Ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do


Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo

l) Membros do MP (art. 40, I, da Lei Orgânica do Nacional do Ministério


Público (Lei n. 8.625/1993)).

O CPP não estipula limite de tempo para que as autoridades ajustem o local, dia e hora da
inquirição. Todavia, no afã de evitar abusos, o STF consignou que se a autoridade não atender
ao chamado judicial no prazo de 30 (trinta) dias, perderá esta prerrogativa, podendo o juiz de-
signar o local, dia e hora para a oitiva (AP 421 QO/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa).

Fiquem atentos (as)!


O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara
dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento
por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes
serão transmitidas por ofício.
• Acerca dos deputados e senadores, é importante registrar o consignado no art. 53, § 6º,
da CF/1988:

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Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pa-
lavras e votos. [...] § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre infor-
mações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.

• Os representantes diplomáticos não possuem o dever de comparecer como testemu-


nha, nem tampouco de atender ao pleito judicial de designação de dia, hora e local para
depor, na medida em que a eles não se estendem as regras do CPP, por força do seu
art. 1º, I, do Código. A eles, serão aplicadas as regras da Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas, aprovada pelo Decreto n. 56.435/1965, que, em seu artigo 31,
item 2, assegura que o agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como
testemunha. Contudo, poderá fazê-lo, se quiser. Em se tratando dos agentes consulares,
contudo, aplicam-se as regras da Convenção de Viena, de 1963:

“no sentido de que a autoridade consular não pode ser perturbada no exercício de suas funções; se
necessário, será ouvida em sua residência ou no próprio consulado”.

• A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de
sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, cuja expedição não sus-
penderá a instrução criminal. De mais a mais, a oitiva poderá ser realizada por meio de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante
a realização da audiência de instrução e julgamento.
• Embora o art. 222 do CPP determine que as partes devem ser intimadas, a ausência de
intimação apenas ensejará nulidade se restar demonstrado algum prejuízo para a parte:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 155/STF: “É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da
expedição de precatória para inquirição de testemunha”.
Súmula n. 273/STJ: “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desne-
cessária intimação da data da audiência no juízo deprecado”. O STF, atualmente, compac-
tua do mesmo entendimento, muito embora ressalve que, entre a intimação da expedição
da precatória e a oitiva, deve decorrer prazo razoável, sob pena de se impossibilitar a atu-
ação da defesa técnica (HC 91.501/RJ, Rel. Min. Eros Grau).

• Já as cartas rogatórias para intimação de testemunhas, só serão expedidas quando


demonstrada a sua imprescindibilidade, de maneira que a parte interessada deve arcar
com os custos relativos a diligência (art. 222-A, CPP). Almeja-se, assim, evitar medidas
protelatórias, já que o cumprimento da rogatória costuma demandar tempo razoável.

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1.3. Documental
Art. 232 do CPP. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos
ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do
original.

O CPP acolheu uma acepção restrita de documento, identificando-o, apenas, com escritos,
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares:
a) Instrumentos (documentos pré-constituídos): são documentos elaborados com o intui-
to de provar algo. Ex.: contratos;
b) Documentos eventuais ou acidentais (meros papeis): possuem objetivo diverso da de-
monstração probatória, mas acidentalmente podem ser utilizados com este objetivo;
c) Documentos particulares: elaborados por qualquer do povo;
d) Documento público: elaborado por funcionário público no desempenho funcional, equi-
parando-se a ele, para efeitos penais, aqueles originados de entidade paraestatal, o título ao
portador, o transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e
o testamento particular (art. 297, § 2º, CP).
Em uma acepção mais ampla, documento pode abranger quaisquer objetos representados
por sinais gráficos distintos da escrita, tais como desenhos, pinturas, fotos, planilhas, esque-
mas, e-mails etc.

1.4. Pericial
O perito é um auxiliar da justiça com conhecimentos especializados em determinada área,
que colaboram na formação do convencimento do magistrado. Deve ser imparcial, exercendo
um juízo de valor isento, distanciado das partes envolvidas na questão.
Como regra, o perito é oficial, vale dizer, funcionário público devidamente investido na fun-
ção mediante aprovação em concurso público. De forma excepcional, pode ser nomeado peri-
to não oficial, que, necessariamente, deve ser portador de diploma de curso superior, preferen-
cialmente, na área específica sobre a qual vai se manifestar (art. 159, § 1º).
Se o perito, no desempenho de seu mister, falsear ou calar a verdade, incorre no crime de
falsa perícia (art. 342, CP).
De mais a mais, o perito é pessoa de confiança da autoridade (delegado ou juiz), não sen-
do permitido às partes intervenção na nomeação. Nada impede, todavia, a apresentação de
quesitos, que são as perguntas a serem respondidas pelos peritos, elaboradas pela autoridade
e pelas partes.

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Nas ações privadas, caso a perícia seja realizada por precatória, as partes podem acordar que
os peritos sejam nomeados pela autoridade deprecante, e não pelo órgão deprecado. Isso não sig-
nifica intervenção na designação, e sim na escolha da autoridade nomeante (art. 177, CPP).
As partes (e o assistente de acusação) poderão indicar assistentes técnicos, que serão
ou não admitidos por deliberação judicial. A função do assistente é diretamente ligada aos
interesses da acusação ou da defesa. Não interferem na realização da perícia oficial, caben-
do-lhes a elaboração de parecer técnico, que também poderá servir como fonte de convenci-
mento do magistrado (art. 159, §§ 3º e 4º, CPP).
Ademais, em linha de princípio, o perito (oficial) não poderá recusar o seu encargo (injusti-
ficadamente), pois tal recusa, por si só, já constitui infração funcional, passível de responsabi-
lização, conforme art. 277 do CPP. Não obstante, considerando que a penalização expressa no
referido artigo é a aplicação de multa no valor de cem a quinhentos mil-réis, ante a ausência de
atualização monetária, resta inaplicável a referida penalidade.

1.4.1. O perito pode ser conduzido coercitivamente?

A possibilidade de condução coercitiva do perito faltoso é expressa pela legislação (art.


278 do CPP), apesar da pouca aplicabilidade prática. Com efeito, é mais fácil ao juiz nomear
outro perito (sem prejuízo das infrações administrativas e/ou penais eventualmente pertinen-
tes ao seu antecessor) do que insistir na condução coercitiva de um auxiliar da justiça que não
está disposto a atuar na causa.
Se a ausência é justificada, deve ser designada nova data para a realização do ato, envidan-
do-se os esforços e atenção necessária para que os trabalhos técnicos sejam concretizados.

1.4.2. Além da possibilidade de suspeição, existem hipóteses de impedimento?

• O inciso I, do art. 279, do CPP, referencia o disposto no artigo 47, incisos I e II, do CP, re-
lativos à imposição de penas de interdição de direitos, com vedação ao exercício:
a) de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
b) profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público. Naturalmente, se foi imposta uma sanção penal desta
natureza, o condenado não poderá ser admitido a funcionar no processo penal na con-
dição de perito;
• Impedimento semelhante àquele imposto aos magistrados. Se o perito já se pronunciou
anteriormente acerca da questão colocada para sua apreciação, pode ter comprometida
a sua imparcialidade para o funcionamento na causa. Saliente-se, à luz do § 2º da Lei n.
11.343/2006 (Tóxicos), que o perito que elaborar o laudo de constatação não está impe-
dido de atuar na confecção do laudo definitivo (conforme art. 279, II do CPP);

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• No que tange às hipóteses insertas no inciso III do art. 279, do CPP, estão impedidos os
analfabetos e os menores de 21 anos. Atualmente, os peritos são, em regra, oficiais e,
portanto, servidores públicos devidamente habilitados em concurso público; já os peri-
tos não oficiais devem ser portadores de diploma de curso superior. Por tais razões, o
impedimento relativo ao analfabeto encontra-se absolutamente obsoleto e destituído
de importância prática. De modo similar, a vedação ao funcionamento do menor de 21
anos será de difícil ocorrência prática. De toda sorte, por força deste impedimento legal,
devem os editais de concurso para perito prever a idade mínima de 21 anos. Na remota
hipótese de inexistir perito oficial e o perito não oficial, portador de diploma de curso
superior, ter menos de 21 anos, estará impedido para funcionar no processo penal.

2. Formas de Prova
2.1. Direta
É classificada como direta aquela prova que está ligada diretamente ao fato probando, ao
objeto do litígio.

EXEMPLO
A testemunha, as imagens de câmeras de vigilância que evidenciam o crime.

2.2. Indireta
Já a prova indireta não está diretamente ligada ao fato, mas guarda certo nexo de causa-
lidade e que se fazendo um raciocínio, pode se chegar ao fato probando. Aqui, estamos no
campo dos indícios e presunções de verdade sobre o fato a ser provado.

EXEMPLO
Quando uma pessoa é chamada em Juízo e, depondo, afirma ter visto o réu, de arma em punho,
ameaçando a vítima e retirando bens, temos uma prova direta sobre o roubo, pois se está
falando sobre o próprio fato cuja existência é o fulcro da acusação. De modo diverso, se a
testemunha afirma apenas ter visto o réu ser preso e com ele encontrado o relógio reclamado
pela vítima, temos, apenas, uma prova indireta do roubo, pois, para se chegar ao fato probando
usaremos do raciocínio indutivo8.

8
STUMVOLL, Victor Paulo. Ciminalística. 7ª ed. Campinas, SP: Millennium Editora, 2019.

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3. Indício e Presunção
Indício é o que é provável, é um sinal indicativo de que algo existiu. Conforme o art. 239 do
CPP é considerado indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,
autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Presunção é mera opinião, uma suposição que, quando não é de origem legal, não pode
servir como meio de prova. São simples probabilidades, de conclusão lógica.
Dito de outra maneira, presunção é a opinião pessoal, a convicção ou a suspeita que se for-
ma em nossa consciência, da existência real de um fato ou circunstância desconhecidos, face
a outros fatos ou circunstâncias conhecidos, que, por sua natureza, devam, ou possam estar
relacionados com o fato que se desconhece; ao passo que indício é todo e qualquer fato, sinal,
marca ou vestígio, conhecido e provado, que, por sua relação necessária ou possível com outro
fato, que se desconhece, prova ou leva a presumir a existência deste último9.

9
STUMVOLL, Victor Paulo. Ciminalística. 7ª ed. Campinas, SP: Millennium Editora, 2019.

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RESUMO
Caro (a) aluno (a), chegamos ao fim de nossa décima segunda aula. Mas antes que possa-
mos nos despedir, vamos revisar os conceitos estudados com um breve resumo!

1. Tipos de Prova

1.1. Confessional: trata-se da admissão, por parte do imputado, da sua responsabilidade e


se recai sobre fatos, pois apenas dos fatos o réu se defende.
1.1.1. Classificação:
• Judicial, quando realizada perante o magistrado.
− Própria, quando realizada perante a autoridade judicial competente para o julgamento
do processo;
− Imprópria, quando realizada diante de autoridade incompetente.
• Extrajudicial, quando realizada perante outras autoridades, na fase pré-processual.
• Simples, aquela que se adstringe a reconhecer o fato imputado;
• Complexa ocorre quando o acusado reconhece vários fatos criminosos;
• Qualificada é aquela em que o réu confessa, mas acrescenta algum elemento apto a
excluir a responsabilidade penal, como uma excludente de ilicitude ou dirimente de cul-
pabilidade;
• Expressa, quando, claramente, o acusado confessa os fatos criminosos;
• Ficta, decorrente de algum acontecimento, como, por exemplo, o pagamento de inde-
nização à vítima ou o silêncio do acusado (ambas as situações não se adequam ao
ordenamento jurídico pátrio, haja vista a independência das instâncias de responsabili-
dade (art. 935 do CPC), bem como diante do direito que o acusado goza de permanecer
calado (art. 5º, LXIII, CF), bem como em razão da premissa de que o seu silêncio não
importará confissão (art. 198, CPP)).

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 545 do STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento
do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do CP. Todavia, divergindo da
referida súmula, vale considerar que o STF possui julgados no sentido de que a confissão
qualificada não autoriza a incidência da atenuante (HC n. 119.671/SP, rel. Min. Luiz Fux).

• A confissão, para ter valor de prova deve ser feita perante autoridade competente, ser
livre, espontânea e expressa, deve versar sobre o fato principal, ser verossímil e, por fim,
ter compatibilidade e concordância com as demais provas.
• O réu poderá se retratar da confissão, desdizendo o que afirmou, no todo ou em parte.
Desejando fazê-lo, não pode o juiz negar-lhe a oportunidade para se retratar, sob pena de
nulidade por cerceamento do direito de defesa, pressupondo requerimento nesse sentido.

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1.2. Testemunhal: Testemunha é a pessoa desinteressada que depõe sobre fatos rele-
vantes para o desfecho da demanda. Sob o ponto de vista doutrinário, temos as seguintes
espécies de testemunhas:

Testemunhas que souberam dos fatos por intermédio


Indiretas de outras pessoas.

São testemunhas arroladas pelas partes e devidamente


Numerárias compromissadas. Compõem o limite máximo de
testemunha para cada procedimento.

Ouvidas por iniciativa do magistrado e, em regra,


compromissadas (art. 209, CPP). É o caso das
testemunhas referidas, que são aquelas mencionadas
Extranumerárias por outra testemunha. Se o juiz reputar relevante, pode
determinar a oitiva da pessoa apontada, a despeito de
requerimento da parte.

Não se sujeitam ao compromisso de dizer a verdade, nem


tampouco compõem o limite máximo de testemunhas.
Informantes São as pessoas enumeradas nos artigos 206 e 208 do
CPP.

Testemunha ouvida sobre os fatos criminosos que


Própria integram o objeto do processo.

Testemunha que depõe sobre algum ato da persecução


Imprópria, criminal. É o que ocorre, por exemplo, na busca e
instrumentária apreensão domiciliar (art. 245, § 7º, CPP) e na leitura do
ou fedatária auto de prisão em flagrante (art. 304, § 3º, CPP).

Testemunhas que prestam declarações relacionadas


Laudadores aos antecedentes do réu. Também chamadas de
testemunhas de “beatificação”.

Diz respeito ao testemunho prestado pelo agente


infiltrado. Esta figura foi prevista em alguns diplomas,
como a Lei n. 12.850/2013 (Crime Organizado) e a Lei n.
Testemunhas da 11.343/2006 (Drogas). Agente infiltrado é o policial que,
coroa com autorização judicial, disfarçado, ingressa em uma
organização criminosa, colhendo material probatório
acerca das práticas delitivas.

É a pessoa que não sabe absolutamente nada da causa,


Inócua de maneira a não ser computada no número legal (art.
209, § 2º, CPP).

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1.2.1. São as características da prova testemunhal:

a) Oralidade;
b) Objetividade;
c) Retrospectividade;
d) Judicialidade;
e) Individualidade;
f) Imediação.

1.2.2. Quantidade de testemunhas


a) Procedimento comum ordinário: 8 testemunhas;
b) Procedimento comum sumário: 5 testemunhas;
c) Procedimento comum sumaríssimo: a Lei n. 9.099/1995 foi omissa. O entendimento
majoritário na doutrina, ao qual aderimos, é de que podem ser arroladas até 3 testemunhas;
d) Procedimento do júri, em sua segunda fase: 5 testemunhas.
• O corréu não pode ser testemunha, pois, sendo também réu, tem o direito ao silêncio,
não lhe podendo ser imposto o dever de dizer a verdade e, em consequência, as penas
cominadas para o crime de falso testemunho, consignado no art. 342 do CPP.

1.2.3. Compromisso de dizer a verdade. Diz-se compromisso, na medida em que a teste-


munha está se comprometendo a dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. O dever
de dizer a verdade decorre da lei, e não da promessa da testemunha.
Podemos cindir o depoimento da testemunha em três momentos distintos:
a) informações sobre seu nome, idade, estado e residência, profissão, lugar onde exerce
sua atividade;
b) indagação sobre possível vínculo com qualquer das partes (“se é parente, e em que grau,
de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas”);
c) após, deverá depor sobre o que sabe.
• Tratando-se de fato que possa incriminar a testemunha, ela também poderá se valer do di-
reito ao silêncio, pois ninguém é obrigado a se autoincriminar (nemo tenetur se detegere).

1.2.4. Pessoas desobrigadas a depor: ascendente ou descendente, o afim em linha reta,


o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo
quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas cir-
cunstâncias.
1.2.5. Pessoas proibidas de depor: pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar
o seu testemunho.

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• A despeito das divergências doutrinárias em torno da matéria, o STF “firmou entendi-


mento no sentido de que não há irregularidade no fato de, na fase judicial, os policiais
que participaram das diligências serem ouvidos como testemunhas” (HC 91.487/RO,
Rel. Min. Cármen Lúcia).

1.2.6. Prova testemunhal de ofício: prerrogativa conferida ao juiz de produzir a prova tes-
temunhal de ofício. Embora exista divergência, o entendimento majoritário na doutrina e na
jurisprudência é no sentido da constitucionalidade de tal possibilidade (testemunhas extra-
numerárias).
1.2.7. Crime de falso testemunho: Deve o juiz advertir a testemunha das penas cominadas
ao crime de falso testemunho (art. 342, CP).
• A jurisprudência dos Tribunais Superiores admite a possibilidade de advogado respon-
der como partícipe no crime de falso testemunho, quando orientar a testemunha a fal-
sear ou calar a verdade (STF – RHC 81.327/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; STJ – HC 30.858/
RS, Rel. Min. Paulo Gallotti).
• É possível a retratação da testemunha até a prolação da sentença no processo em que
mentiu. Assim ocorrendo, estará extinta a punibilidade, por força do disposto no art. 342,
§ 2º, CP. Todavia, se o falso ocorre em plenário de julgamento, proferida a sentença em
audiência, inexiste a possibilidade de a testemunha se retratar.
• O STF possui o sedimentado entendimento de que “o falso testemunho é crime de na-
tureza formal e se consuma com a simples prestação do depoimento falso, sendo de
todo irrelevante se influiu ou não no desfecho do processo” (HC 81.951/SP, Rel. Min.
Ellen Gracie).

1.2.8. Como deve ocorrer a inquirição das testemunhas?

• A Lei n. 11.690/2008 aboliu o sistema presidencialista, instituindo a inquirição direta


das testemunhas pelas partes (direct examination). Na atual sistemática, o juiz só deve
intervir se constatar algum abuso, por qualquer das partes.
• Após as perguntas das partes, o juiz poderá complementar a inquirição, caso reste al-
gum ponto não esclarecido.
• Conforme art. 213 do CPP, o juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apre-
ciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato, trata-se da caracterís-
tica da objetividade.

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1.2.9. A testemunha poderá ser contraditada pelas partes?

• Sim, conforme art. 214 do CPP.


• Contraditar a testemunha significa impugnar sua participação no processo, alegando
ser ela suspeita, impedida ou indigna de fé.
• Deve a parte contraditar a testemunha em audiência, antes da sua oitiva, expondo os
argumentos que a inabilitem ou afastem a credibilidade.
• Feita a contradita, o juiz deve franquear a palavra à testemunha para que se manifeste
acerca do seu teor.
• Após a resposta da testemunha, o juiz decidirá o incidente, excluindo a testemunha (cf.
art. 207, CPP, supra) ou não lhe deferindo o compromisso (cf. art. 208, CPP, supra).
• Pode-se ainda formular a arguição de defeito, existindo suspeita de parcialidade (ex.:
testemunha amiga ou inimiga do réu) ou indignidade (ex.: testemunha que já foi conde-
nada pelo crime de falso testemunho). Nesta situação, o juiz não excluirá a testemunha
e ainda tomará o seu compromisso.
• Cabe ao juiz, constatando a necessidade, como, por exemplo, testemunha que se sin-
ta intimidade pelo réu, determinar a sua inquirição por videoconferência. Na eventual
impossibilidade (por falta de equipamentos, de estrutura etc.), o juiz ouvirá a vítima ou
testemunha na sala de audiência, impondo a retirada do réu, mantido o seu defensor
(art. 217, CPP).

1.2.10. Pode a testemunha deixar de comparecer?

• Como a testemunha contribui com a Administração da Justiça, o seu comparecimento


é obrigatório (art. 218, CPP).
• O militar será requisitado aos superiores, em respeito à hierarquia.
• Quanto ao funcionário público, exige-se a notificação do chefe do serviço.
• Cumpridas todas as formalidades da intimação, a ausência injustificada autoriza a con-
dução coercitiva da testemunha, de imediato, ou em dia designado.
• Consoante art. 219, o juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art.
453 do CPP, sem prejuízo do processo penal por desobediência, e condená-la ao paga-
mento de custas de diligência.
• As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer a depor,
serão inquiridas onde estiverem (art. 220 do CPP).

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Provas – Parte II
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1.2.10.1. Exceção ao dever de comparecimento (art. 221, CPP)

Serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz (rol taxativo):

a) Presidente da República;

b) Vice-Presidente da República;

c) Senadores;

d) Deputados federais;

e) Ministros de Estado;

f) Governadores de Estados e Territórios;

g) Secretários de Estado;

h) Prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios;

i) Deputados estaduais;

j) Membros do Poder Judiciário;

k) Ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito


Federal, bem como os do Tribunal Marítimo

l) Membros do MP (art. 40, I, da Lei Orgânica do Nacional do Ministério Público


(Lei n. 8.625/1993)).

• O STF consignou que se a autoridade não atender ao chamado judicial no prazo de 30


(trinta) dias, perderá esta prerrogativa, podendo o juiz designar o local, dia e hora para a
oitiva (AP 421 QO/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa).
• O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados e do STF poderão optar pela prestação de depoimento por escri-
to, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão
transmitidas por ofício.
• Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações rece-
bidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.
• Aos representantes diplomáticos serão aplicadas as regras da Convenção de Viena so-
bre Relações Diplomáticas (Decreto n. 56.435/1965, art. 31, item 2), que asseguram que
o agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha. Contudo,
poderá fazê-lo, se quiser.

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• Em se tratando dos agentes consulares, contudo, aplicam-se as regras da Convenção


de Viena, de 1963, “no sentido de que a autoridade consular não pode ser perturbada
no exercício de suas funções; se necessário, será ouvida em sua residência ou no pró-
prio consulado”.
• A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de
sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, cuja expedição não sus-
penderá a instrução criminal. De mais a mais, a oitiva poderá ser realizada por meio de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 155/STF: “É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da
expedição de precatória para inquirição de testemunha”.
Súmula n. 273/STJ: “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desne-
cessária intimação da data da audiência no juízo deprecado”. O STF, atualmente, compac-
tua do mesmo entendimento, muito embora ressalve que, entre a intimação da expedição
da precatória e a oitiva, deve decorrer prazo razoável, sob pena de se impossibilitar a atu-
ação da defesa técnica (HC 91.501/RJ, Rel. Min. Eros Grau).

• As cartas rogatórias para intimação de testemunhas, só serão expedidas quando de-


monstrada a sua imprescindibilidade, de maneira que a parte interessada deve arcar
com os custos relativos a diligência (art. 222-A, CPP).

1.3. DOCUMENTAL. O CPP acolheu uma acepção restrita de documento:


a) Instrumentos (documentos pré-constituídos): são documentos elaborados com o intuito
de provar algo. Ex.: contratos;
b) Documentos eventuais ou acidentais (meros papeis): possuem objetivo diverso da de-
monstração probatória, mas acidentalmente podem ser utilizados com este objetivo;
c) Documentos particulares: elaborados por qualquer do povo;
d) Documento público: elaborado por funcionário público no desempenho funcional, equi-
parando-se a ele, para efeitos penais, aqueles originados de entidade paraestatal, o título ao
portador, o transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e
o testamento particular (art. 297, § 2º, CP).
1.4. PERICIAL. O perito é um auxiliar da justiça com conhecimentos especializados em
determinada área, que colaboram na formação do convencimento do magistrado. Deve ser
imparcial, exercendo um juízo de valor isento, distanciado das partes envolvidas na questão.
• Como regra, o perito é oficial, vale dizer, funcionário público devidamente investido na
função mediante aprovação em concurso público.

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• De forma excepcional, pode ser nomeado perito não oficial, que, necessariamente, deve
ser portador de diploma de curso superior, preferencialmente, na área específica sobre
a qual vai se manifestar (art. 159, § 1º).
• Se o perito, no desempenho de seu mister, falsear ou calar a verdade, incorre no crime
de falsa perícia (art. 342, CP).
• O perito é pessoa de confiança da autoridade (delegado ou juiz), não sendo permitido
às partes intervenção na nomeação. Nada impede, todavia, a apresentação de quesitos.
• Nas ações privadas, caso a perícia seja realizada por precatória, as partes podem acordar
que os peritos sejam nomeados pela autoridade deprecante, e não pelo órgão deprecado.
• As partes (e o assistente de acusação) poderão indicar assistentes técnicos (cuja função
é a elaboração de parecer técnicos), que serão ou não admitidos por deliberação judicial.
• O perito (oficial) não poderá recusar o seu encargo (injustificadamente), pois tal recusa,
por si só, já constitui infração funcional, passível de responsabilização, conforme art.
277 do CPP.

1.4.1. O perito pode ser conduzido coercitivamente?

• A possibilidade de condução coercitiva do perito faltoso é expressa pela legislação (art.


278 do CPP.
• Se a ausência é justificada, deve ser designada nova data para a realização do ato, envi-
dando-se os esforços e atenção necessária para que os trabalhos técnicos sejam con-
cretizados.

1.4.2. Além da possibilidade de suspeição, existem hipóteses de impedimento?

Conforme art. 279, inciso I, do CPP, há vedação ao exercício:


a) de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
b) profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou au-
torização do poder público. Naturalmente, se foi imposta uma sanção penal desta natureza, o
condenado não poderá ser admitido a funcionar no processo penal na condição de perito;
• Impedimento semelhante àquele imposto aos magistrados. Se o perito já se pronunciou
anteriormente acerca da questão colocada para sua apreciação, pode ter comprometida
a sua imparcialidade para o funcionamento na causa.
• No que tange às hipóteses insertas no inciso III do art. 279, do CPP, estão impedidos os
analfabetos e os menores de 21 anos.

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2. Formas de Prova

2.1. Direta: é classificada como direta aquela prova que está ligada diretamente ao fato
probando, ao objeto do litígio.

EXEMPLO
A testemunha, as imagens de câmeras de vigilância que evidenciam o crime.

2.2. Indireta: não está diretamente ligada ao fato, mas guarda certo nexo de causalidade e
que se fazendo um raciocínio, pode se chegar ao fato probando. Aqui, estamos no campo dos
indícios e presunções de verdade sobre o fato a ser provado.

EXEMPLO
Quando uma pessoa é chamada em Juízo e, depondo, afirma ter visto o réu, de arma em punho,
ameaçando a vítima e retirando bens, temos uma prova direta sobre o roubo, pois se está
falando sobre o próprio fato cuja existência é o fulcro da acusação. De modo diverso, se a
testemunha afirma apenas ter visto o réu ser preso e com ele encontrado o relógio reclamado
pela vítima, temos, apenas, uma prova indireta do roubo, pois, para se chegar ao fato probando
usaremos do raciocínio indutivo.

3. Indício e Presunção

• Indício (art. 239 do CPP): a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com
o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
• Presunção é mera opinião, uma suposição que, quando não é de origem legal, não pode
servir como meio de prova.

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MAPA MENTAL
TIPOS DE PROVA

Documental O CPP acolheu uma acepção


Confessional Testemunhal restrita de documento:

Classificação
Própria, quando realizada perante a autori- Testemunha é a pessoa desinteressada São as características da prova testemunhal: Pode a testemunha deixar de comparecer? Instrumentos (documentos pré-constituídos): são documen-
dade judicial competente para o julgamento que depõe sobre fatos relevantes para a) Oralidade; tos elaborados com o intuito de provar algo. Ex.: contratos;
do processo; b) Objetividade; Como a testemunha contribui com a Administração da Jus-
o desfecho da demanda. Sob o ponto de
c) Retrospectividade; tiça, o seu comparecimento é obrigatório (art. 218, CPP). Documentos eventuais ou acidentais (meros papeis): pos-
vista doutrinário, temos as seguintes espé-
Imprópria, quando realizada diante de autori- d) Judicialidade; O militar será requisitado aos superiores, em respeito à suem objetivo diverso da demonstração probatória, mas
Judicial cies de testemunhas:
dade incompetente. e) Individualidade; hierarquia. acidentalmente podem ser utilizados com este objetivo;
f) Imediação. Quanto ao funcionário público, exige-se a notificação do
Indireta: testemunhas que souberam dos Documentos particulares: elaborados por qualquer do povo;
chefe do serviço.
Quando realizada perante outras autori- fatos por intermédio de outras pessoas.
Quantidade de testemunhas: Cumpridas todas as formalidades da intimação, a ausência
Extrajudicial dades, na fase pré-processual. Documento público: elaborado por funcionário público no
a) Procedimento comum ordinário: 8 testemunhas; injustificada autoriza a condução coercitiva da testemunha,
Numerárias: são testemunhas arroladas desempenho funcional, equiparando-se a ele, para efeitos
b) Procedimento comum sumário: 5 testemunhas; de imediato, ou em dia designado.
pelas partes e devidamente compromissa- penais, aqueles originados de entidade paraestatal, o título
c) Procedimento comum sumaríssimo: a Lei n.
Aquela que se adstringe a reco- Consoante art. 219, o juiz poderá aplicar à testemunha ao portador, o transmissível por endosso, as ações de
das. Compõem o limite máximo de teste- 9.099/1995 foi omissa. O entendimento majoritário
Simples nhecer o fato imputado; faltosa a multa prevista no art. 453 do CPP, sem prejuízo do sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento
munha para cada procedimento. na doutrina, ao qual aderimos, é de que podem ser
processo penal por desobediência, e condená-la ao paga- particular (art. 297, § 2º, CP).
arroladas até 3 testemunhas;
Extranumerárias: ouvidas por iniciativa do mento de custas de diligência.
d) Procedimento do júri, em sua segunda fase: 5
magistrado e, em regra, compromissadas As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice,
testemunhas.
Ocorre quando o acusado reco- de comparecer a depor, serão inquiridas onde estiverem (art.
(art. 209, CPP). É o caso das testemunhas O corréu não pode ser testemunha, pois, sendo
Complexa nhece vários fatos criminosos; 220 do CPP).
referidas, que são aquelas mencionadas também réu, tem o direito ao silêncio, não lhe
por outra testemunha. Se o juiz reputar podendo ser imposto o dever de dizer a verdade e,
Exceção ao dever de comparecimento - Serão inquiridos em
Aquela em que o réu confessa, mas acrescenta relevante, pode determinar a oitiva da em consequência, as penas cominadas para o crime
local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz Pericial
algum elemento apto a excluir a responsabili- pessoa apontada, a despeito de requeri- de falso testemunho, consignado no art. 342 do CPP.
(rol taxativo):
dade penal, como uma excludente de ilicitude mento da parte.
Qualificada Pessoas desobrigadas a depor: ascendente ou des-
ou dirimente de culpabilidade; a) Presidente da República;
cendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que O perito é um auxiliar da justiça com conhecimentos especia-
Informantes: não se sujeitam ao compro- b) Vice-Presidente da República; lizados em determinada área, que colaboram na formação
desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo
Quando, claramente, o acusado misso de dizer a verdade, nem tampouco c) Senadores; do convencimento do magistrado. Deve ser imparcial,
do acusado, salvo quando não for possível, por outro
confessa os fatos criminosos. compõem o limite máximo de testemu- d) Deputados federais; exercendo um juízo de valor isento, distanciado das partes
Expressa modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de
e) Ministros de Estado; envolvidas na questão.
nhas. São as pessoas enumeradas nos arti- suas circunstâncias.
gos 206 e 208 do CPP. f) Governadores de Estados e Territórios;
Como regra, o perito é oficial;
Decorrente de algum acontecimento, como, por Pessoas proibidas de depor: pessoas que, em razão g) Secretários de Estado;
De forma excepcional, pode ser nomeado perito não oficial,
exemplo, o pagamento de indenização à vítima ou Própria: Testemunha ouvida sobre os fatos de função, ministério, ofício ou profissão, devam h) Prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios; que, necessariamente, deve ser portador de diploma de
o silêncio do acusado (ambas as situações não se criminosos que integram o objeto do pro- guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte i) Deputados estaduais; curso superior, preferencialmente, na área específica sobre a
adequam ao ordenamento jurídico pátrio, haja vista cesso. interessada, quiserem dar o seu testemunho. j) Membros do Poder Judiciário; qual vai se manifestar (art. 159, § 1º);
A despeito das divergências doutrinárias em torno da k) Ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, Se o perito falsear ou calar a verdade, incorre no crime de
a independência das instâncias de responsabilidade
matéria, o STF “firmou entendimento no sentido de dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal falsa perícia (art. 342, CP);
(art. 935 do CPC), bem como diante do direito que Impróprias: testemunha que depõe sobre
O perito é pessoa de confiança da autoridade (delegado ou
algum ato da persecução criminal. É o que que não há irregularidade no fato de, na fase judicial, Marítimo
o acusado goza de permanecer calado (art. 5º, LXIII, juiz), não sendo permitido às partes intervenção na nomea-
os policiais que participaram das diligências serem l) Membros do MP (art. 40, I, da Lei Orgânica do Nacional do
CF), bem como em razão da premissa de que o seu ocorre, por exemplo, na busca e apreensão ção. Nada impede, todavia, a apresentação de quesitos;
Ficta ouvidos como testemunhas” (HC 91.487/RO, Rel. Min. Ministério Público (Lei nº 8.625/1993)). Nas ações privadas, caso a perícia seja realizada por precató-
silêncio não importará confissão (art. 198, CPP)). domiciliar (art. 245, § 7º, CPP) e na leitura
Cármen Lúcia). ria, as partes podem acordar que os peritos sejam nomeados
do auto de prisão em flagrante (art. 304,
O STF consignou que se a autoridade não atender ao pela autoridade deprecante, e não pelo órgão deprecado;
§ 3º, CPP). Crime de falso testemunho: Deve o juiz advertir a chamado judicial no prazo de 30 (trinta) dias, perderá esta As partes (e o assistente de acusação) poderão indicar assis-
Súmula 545 do STJ: Quando a confissão for utilizada para a testemunha das penas cominadas ao crime de falso prerrogativa, podendo o juiz designar o local, dia e hora para tentes técnicos (cuja função é a elaboração de parecer técni-
formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à ate- Laudadores: testemunhas que prestam testemunho (art. 342, CP). cos), que serão ou não admitidos por deliberação judicial;
a oitiva (AP 421 QO/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa).
nuante prevista no art. 65, III, d, do CP. Todavia, divergindo da declarações relacionadas aos anteceden- A jurisprudência dos Tribunais Superiores admite a O perito (oficial) não poderá recusar o seu encargo (injusti-
O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes
referida súmula, vale considerar que o STF possui julgados no tes do réu. Também chamadas de teste- possibilidade de advogado responder como partícipe ficadamente), pois tal recusa, por si só, já constitui infração
do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do STF pode- funcional, passível de responsabilização, conforme art. 277
sentido de que a confissão qualificada não autoriza a incidên- munhas de “beatificação”. no crime de falso testemunho, quando orientar a
rão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em do CPP.
cia da atenuante (HC n. 119.671/SP, rel. Min. Luiz Fux). testemunha a falsear ou calar a verdade (STF – RHC
que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo
Testemunha da coroa: diz respeito ao 81.327/SP, Rel. Min. Ellen Gracie; STJ – HC 30.858/RS, Conforme art. 279, inciso I, do CPP, há vedação ao exercício:
juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.
A confissão, para ter valor de prova deve ser feita perante testemunho prestado pelo agente infil- Rel. Min. Paulo Gallotti). a) de cargo, função ou atividade pública, bem como de
Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemu-
autoridade competente, ser livre, espontânea e expressa, deve trado. Esta figura foi prevista em alguns É possível a retratação da testemunha até a prolação mandato eletivo;
nhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
diplomas, como a Lei nº 12.850/2013 da sentença no processo em que mentiu. Assim b) profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação
versar sobre o fato principal, ser verossímil e, por fim, ter com- do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
ocorrendo, estará extinta a punibilidade, por força especial, de licença ou autorização do poder público. Natu-
patibilidade e concordância com as demais provas. (Crime Organizado) e a Lei nº 11.343/2006 confiaram ou deles receberam informações.
do disposto no art. 342, § 2º, CP. Todavia, se o falso ralmente, se foi imposta uma sanção penal desta natureza, o
(Drogas). Agente infiltrado é o policial Aos representantes diplomáticos serão aplicadas as regras condenado não poderá ser admitido a funcionar no processo
ocorre em plenário de julgamento, proferida a
O réu poderá se retratar da confissão, desdizendo o que afir- que, com autorização judicial, disfarçado, da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (Decreto penal na condição de perito;
sentença em audiência, inexiste a possibilidade de a
mou, no todo ou em parte. Desejando fazê-lo, não pode o juiz ingressa em uma organização criminosa, nº 56.435/1965, art. 31, item 2), que asseguram que o agente Impedimento semelhante àquele imposto aos magistrados.
testemunha se retratar.
negar-lhe a oportunidade para se retratar, sob pena de nuli- Se o perito já se pronunciou anteriormente acerca da ques-
colhendo material probatório acerca das O STF possui o sedimentado entendimento de que diplomático não é obrigado a prestar depoimento como
tão colocada para sua apreciação, pode ter comprometida a
dade por cerceamento do direito de defesa, pressupondo práticas delitivas. “o falso testemunho é crime de natureza formal e se testemunha. Contudo, poderá fazê-lo, se quiser.
sua imparcialidade para o funcionamento na causa.
requerimento nesse sentido. consuma com a simples prestação do depoimento Em se tratando dos agentes consulares, contudo, aplicam-se No que tange às hipóteses insertas no inciso III do art. 279,
Inócua: é a pessoa que não sabe absolu- falso, sendo de todo irrelevante se influiu ou não as regras da Convenção de Viena, de 1963, “no sentido de que do CPP, estão impedidos os analfabetos e os menores de
tamente nada da causa, de maneira a não no desfecho do processo” (HC 81.951/SP, Rel. Min. a autoridade consular não pode ser perturbada no exercício 21 anos.

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ser computada no número legal (art. 209, Ellen Gracie). de suas funções; se necessário, será ouvida em sua residên-
§ 2º, CPP). cia ou no próprio consulado”.
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Caroline Argôlo e Fábio Roque

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IADES/PC-DF/2017/PERITO CRIMINAL/ADAPTADA) O termo “prova” não é unívoco.
Apesar de ser um termo basilar no Direito, sobretudo no Direito Penal e no Processual Penal,
trata-se de um vocábulo que possui várias acepções, que precisam ser desveladas para o al-
cance de todo o seu conteúdo. A respeito dos significados e das classificações desse termo,
julgue o item a seguir.
Uma das acepções do termo relaciona-se aos meios que podem ser utilizados para provar.
Nesse sentido, a prova trata-se do processo a partir do qual se verifica a procedência, a verda-
de ou a exatidão dos fatos que se alegam.

Conforme vimos, prova é tudo aquilo que contribui para a formação do convencimento do jul-
gador, demonstrando fatos e, excepcionalmente, o Direito.
Errado.

002. (IADES/PC-DF/2017/PERITO CRIMINAL/ADAPTADA) O termo “prova” não é unívoco.


Apesar de ser um termo basilar no Direito, sobretudo no Direito Penal e no Processual Penal,
trata-se de um vocábulo que possui várias acepções, que precisam ser desveladas para o al-
cance de todo o seu conteúdo. A respeito dos significados e das classificações desse termo,
julgue o item a seguir.
Prova direta é o processo a partir do qual se verifica a procedência, a verdade ou a exatidão dos
fatos que se alegam.

Conforme vimos, prova é tudo aquilo que contribui para a formação do convencimento do jul-
gador, demonstrando fatos e, excepcionalmente, o Direito.
Errado.

003. (IADES/PC-DF/2017/PERITO CRIMINAL/ADAPTADA) O termo “prova” não é unívoco.


Apesar de ser um termo basilar no Direito, sobretudo no Direito Penal e no Processual Penal,
trata-se de um vocábulo que possui várias acepções, que precisam ser desveladas para o al-
cance de todo o seu conteúdo. A respeito dos significados e das classificações desse termo,
julgue o item a seguir.
A prova testemunhal e a prova pericial são exemplos de instrumentos que podem ser usados
no ordenamento brasileiro.

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Caroline Argôlo e Fábio Roque

Conforme vimos, a prova testemunhal é aceita no ordenamento jurídico. Ademais, testemunha


é a pessoa desinteressada que depõe sobre fatos relevantes para o desfecho da demanda. Vi-
mos, ainda, que a prova pericial também é instrumento aceito em nosso ordenamento, sendo
o perito um auxiliar da justiça com conhecimentos especializados em determinada área, que
colabora na formação do convencimento do magistrado.
Certo.

004. (IADES/PC-DF/2017/PERITO CRIMINAL/ADAPTADA) O Código de Processo Penal


(CPP) de 1941 trouxe, em seu bojo, regras referentes à produção da prova material. A perícia
criminal como atividade sistematizada ganhava corpo já naquela época e, como tal, precisava
de uma normatização mínima que a orientasse. O Capítulo II do Título VII, que trata “DO EXAME
DO CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL”, ficou dedicado a esse fim.
Acerca da programação normativa que disciplina a prova material no CPP, julgue o item a seguir.
Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, auto-
rize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias (Art. 239 do CPP).

Conforme vimos, indício é o que é provável, é um sinal indicativo de que algo existiu. É conside-
rado indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Certo.

005. (IADES/PC-DF/2017/PERITO CRIMINAL/ADAPTADA) O Código de Processo Penal


(CPP) de 1941 trouxe, em seu bojo, regras referentes à produção da prova material. A perícia
criminal como atividade sistematizada ganhava corpo já naquela época e, como tal, precisava
de uma normatização mínima que a orientasse. O Capítulo II do Título VII, que trata “DO EXAME
DO CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL”, ficou dedicado a esse fim.
Acerca da programação normativa que disciplina a prova material no CPP, julgue o item a seguir.
Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, podendo supri-lo a confissão do acusado (Art. 158 do CPP).

Conforme o caput do art. 158, do CPP, “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”.
Errado.

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006. (IADES/PC-DF/2017/PERITO CRIMINAL/ADAPTADA) O Código de Processo Penal


(CPP) de 1941 trouxe, em seu bojo, regras referentes à produção da prova material. A perícia
criminal como atividade sistematizada ganhava corpo já naquela época e, como tal, precisava
de uma normatização mínima que a orientasse. O Capítulo II do Título VII, que trata “DO EXAME
DO CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL”, ficou dedicado a esse fim.
Acerca da programação normativa que disciplina a prova material no CPP, julgue o item a seguir.
Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, o perito providenciará
imediatamente que não se altere o estado das coisas e poderá instruir seu laudo com fotogra-
fias, desenhos ou esquemas elucidativos (Art. 169 do CPP).

Conforme o art. 169 do CPP:

Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão
instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

Trata-se da autoridade policial, não dos peritos.


Errado.

007. (IADES/PC-DF/2017/PERITO CRIMINAL/ADAPTADA) O Código de Processo Penal


(CPP) de 1941 trouxe, em seu bojo, regras referentes à produção da prova material. A perícia
criminal como atividade sistematizada ganhava corpo já naquela época e, como tal, precisava
de uma normatização mínima que a orientasse. O Capítulo II do Título VII, que trata “DO EXAME
DO CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL”, ficou dedicado a esse fim.
Acerca da programação normativa que disciplina a prova material no CPP, julgue o item a seguir.
O exame de corpo de delito e as perícias serão realizados por dois peritos oficiais, portado-
res de diploma de curso superior e, na falta de peritos oficiais, o exame será realizado por
uma pessoa portadora de diploma de curso superior preferencialmente na área específica (Art.
159 do CPP).

Conforme o art. 159, do CPP:

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. [...] § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame [...].
Certo.

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008. (CIEE/TJ-DFT/DIREITO/ESTÁGIO/2019) Com relação às testemunhas no processo pe-


nal, é correto afirmar que
a) é permitido à testemunha trazer o depoimento por escrito, não necessitando prestá-lo
oralmente.
b) as pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor,
serão inquiridas onde estiverem.
c) é vedado ao juiz ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
d) é vedado à testemunha trazer apontamentos para consulta em seu depoimento.

a) Errada. Conforme o art. 204, do CPP, “O depoimento será prestado oralmente, não sendo
permitido à testemunha trazê-lo por escrito”.
b) Certa. Conforme o art. 220, do CPP, “As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por
velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem”.
c) Errada. Conforme o art. 209, do CPP, “O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras
testemunhas, além das indicadas pelas partes”.
d) Errada. Conforme art. 209, Parágrafo único, do CPP, “Não será vedada à testemunha, entre-
tanto, breve consulta a apontamentos”.
Letra b.

009. (FGV/ALERJ/2016) José, deputado estadual, recebeu duas intimações, na condição de


testemunha, oriundas de duas diferentes ações penais. Na primeira ação, deveria prestar de-
poimento sobre informações de que veio a ter conhecimento em razão do exercício de seu
mandato, enquanto a segunda versava sobre crime de lesão que presenciara na festa de ani-
versário de sua mãe. Diante das intimações, apresentou formalmente um pedido de escla-
recimento por parte da Procuradoria da Assembleia Legislativa sobre seu dever de depor na
condição de testemunha.
Diante da situação narrada, o Procurador deverá esclarecer que José:
a) é obrigado a prestar depoimento sobre ambos os fatos, podendo vir a ser conduzido coerci-
tivamente se deixar de comparecer aos atos nos dias para os quais foi intimado;
b) não é obrigado a prestar depoimento sobre nenhum dos fatos, tendo em vista que a condi-
ção de deputado lhe garante imunidade para testemunhar;
c) é obrigado a prestar depoimento sobre ambos os fatos, mas o Código de Processo Penal lhe
garante o direito de ser inquirido em dia e hora previamente ajustados;
d) não é obrigado a prestar depoimento sobre os fatos de que veio a saber em razão do man-
dato, mas deverá prestar na ação penal que apura o crime de lesão;
e) não é obrigado a depor na ação penal que apura o crime de lesão, mas é obrigado a esclare-
cer sobre os fatos de que soube em razão do mandato.

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Conforme vimos, o art. 221, do CPP:

O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de


Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito
Federal e dos Municípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito
Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajus-
tados entre eles e o juiz.

Ademais, conforme o art. 53, § 6º, da CF/1988:

Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pa-
lavras e votos. [...] § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre infor-
mações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.
Letra b.

010. (CETRO/PC-DF/2015/ADAPTADA) À luz da legislação processual penal e da jurispru-


dência e doutrina majoritária a respeito da matéria, julgue o item a seguir.
De acordo com o CPP, em regra, o exame de corpo de delito será realizado por ao menos dois
peritos oficiais portadores de diploma de curso superior.

Conforme o art. 159, do CPP:


O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de di-
ploma de curso superior. [...] § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas)
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área especí-
fica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame [...].

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. [...] § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame [...].

Errado.

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011. (FCC/DPE-AM/2017/ADAPTADA) Conforme a lei penal e processual penal vigente, jul-


gue o item a seguir.
O Presidente e o Vice-Presidente da República, os Senadores e Deputados Federais, os Minis-
tros de Estado, os Governadores de Estados e Territórios, os Secretários de Estado, os Prefei-
tos do Distrito Federal e dos Municípios, os Deputados das Assembleias Legislativas Estadu-
ais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local,
dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz quando servirem de testemunhas, mas não
quando forem investigados.

Conforme art. 221, do CPP:

O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de


Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito
Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito
Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajus-
tados entre eles e o juiz.
Errado.

012. (INSTITUTO AOCP/ITEP-RN/AGENTE TÉCNICO FORENSE/2018) Acerca do Exame de


corpo de delito e perícias em geral, assinale a alternativa correta.
a) Os exames de corpo de delito somente poderão ser realizados em dias úteis.
b) A confissão do acusado é suficiente para a comprovação das infrações penais que deixam
vestígios.
c) As perícias em geral serão, em regra, realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma
de curso superior, não cabendo às partes formularem quesitos ou indicar assistente técnico.
d) Não sendo possível realizar o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestí-
gios, tal prova poderá ser suprida pela prova testemunhal.
e) É obrigatória a juntada de fotografias, esquemas e desenhos, para acompanhar os laudos
de que representem lesões.

a) Errada. Conforme art. 161, CPP: “O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer
dia e a qualquer hora”.
b) Errada. Conforme art. 158, CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.

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c) Errada. Conforme art. 159, § 3º, CPP:

Serão facultados ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao


acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

d) Certa. Conforme art. 167, CPP:

Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

e) Errada. Conforme art. 165, CPP:

Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
Letra d.

013. (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA/DF/INSPETOR DE POLÍCIA LEGISLATIVA) Acerca da


prova no processo penal, é correto afirmar:
a) O único documento idôneo para o reconhecimento da menoridade do réu é a certidão de
nascimento.
b) Se dará o mesmo valor do original à fotografia do documento, devidamente autenticada.
c) As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor,
deverão ser dispensadas.
d) Será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência a testemunha que morar fora da jurisdição
do juiz, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, que suspenderá a instrução criminal, com
prazo razoável, intimadas as partes.
e) O juiz, ainda que tenha notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da
acusação ou da defesa, somente poderá providenciar a sua juntada aos autos mediante reque-
rimento expresso de qualquer das partes.

a) Errada. Conforme a Súmula 74 do STJ:

Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil.

b) Certa. Conforme o art. 232 do CPP:

Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. Pará-


grafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original.

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c) Errado. Conforme o art. 220 do CPP:

As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer a depor, serão inquiri-
das onde estiverem.

d) Errado. Conforme art. 222, do CPP:

A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência,
expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.

Não há previsão de suspensão da instrução criminal.


e) Errado. Conforme art. 234, do CPP:

Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da de-
fesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada
aos autos, se possível.
Letra b.

014. (CESPE/CEBRASPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Felipe foi denunciado


por furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. Durante a instrução processual, verifi-
cou-se que, sem nenhuma justificativa, embora fosse possível, o laudo pericial não havia sido
realizado; entretanto, a vítima e uma testemunha local confirmaram que uma porta havia sido
arrombada no local quando do momento do furto.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) O juiz deve reconhecer a qualificadora, pois, nesse caso, existe um exame de corpo de deli-
to indireto.
b) O juiz não deve reconhecer a qualificadora, tendo em vista que foi injustificada a não realiza-
ção de laudo pericial, que era viável.
c) Caso Felipe confessasse o arrombamento, tal confissão já seria prova suficiente da ocorrên-
cia da qualificadora.
d) O fato de as vítimas terem confirmado o arrombamento supre a falta de exame pericial.
e) Caso o furto tivesse sido filmado por câmeras de segurança, tal prova não seria suficiente
para caracterizar a qualificadora de arrombamento.

JURISPRUDÊNCIA
Info 259 – STJ
DIREITO PENAL. EXAME PERICIAL NO CASO DE CRIME DE FURTO QUALIFICADO PELA
ESCALADA. Ainda que não tenha sido realizado exame de corpo de delito, pode ser reco-
nhecida a presença da qualificadora de escalada do crime de furto (art. 155, § 4º, II, do
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CP) na hipótese em que a dinâmica delitiva tenha sido registrada por meio de sistema
de monitoramento com câmeras de segurança e a materialidade do crime qualificado
possa ser comprovada por meio das filmagens e também por fotos e testemunhos. De
fato, nas infrações que deixam vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, nos
termos do que disciplina o art. 158 do CPP, o qual somente pode ser suprido pela prova
testemunhal quando aqueles houverem desaparecido. Contudo, estando devidamente
demonstrada a existência de provas referentes à utilização da escalada para realizar o
furto, por meio de filmagem, fotos e testemunhos, mostra-se temerário desconsiderar o
arcabouço probatório ante a ausência de laudo pericial da escalada, o qual certamente
apenas confirmaria as provas já existentes. Note-se que prevalece igualmente no STJ o
entendimento de que não se deve reconhecer uma nulidade sem a efetiva demonstra-
ção do prejuízo, pois a forma não deve preponderar sobre a essência no processo penal.
Ademais, importante ponderar que não pode o processo penal andar em descompasso
com a realidade, desconsiderando elementos de prova mais modernos e reiteradamente
usados, os quais, na maioria das vezes, podem revelar de forma fiel a dinâmica delitiva e
as circunstâncias do crime praticado. REsp 1.392.386-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Belli-
zze, julgado em 3/9/2013.

Letra b.

015. (IBFC/EBSERH/ADVOGADO/2020) Quando a infração deixar vestígios, será indispensá-


vel o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Sobre o exame de corpo de delito, assinale a alternativa incorreta.
a) Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
envolva violência doméstica e familiar contra mulher.
b) O exame de corpo de delito deverá ser feito a partir do encaminhamento do Delegado res-
ponsável pelo caso em data marcada pelo hospital.
c) O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior.
d) Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade provi-
denciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos,
que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
e) No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém,
no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.

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a) Certa. Conforme art. 158, do CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado. Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I – violência doméstica e familiar
contra mulher; [...]

b) Errada. Conforme art. 6, do CPP:

Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [...] VII – de-
terminar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; [...].

c) Certa. Conforme art. 159, do CPP:

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior.

d) Certa. Conforme art. 169, do CPP:

Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão
instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

e) Certa. Conforme art. 177, do CPP:

No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no
caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Letra b.

016. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) Jeremy Bentham dizia que” as


testemunhas são os olhos e os ouvidos da Justiça “, afirma que revela a importância da prova
testemunhal, notadamente porque é ela, no mais das vezes, que respalda uma sentença con-
denatória. Sobre a temática da prova testemunhal, julgue o item a seguir.
O STF tem precedente no sentido de que a antecipação da prova testemunhal configura medi-
da necessária, pela gravidade do crime e possibilidade concreta de perecimento, haja vista que
as testemunhas poderiam se esquecer de detalhes importantes dos fatos em decorrência do
decurso do tempo.

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JURISPRUDÊNCIA
[...] PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS. NÃO VIOLAÇÃO DA SÚMULA 455 DESTA
CORTE. [...] 1. A orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, com base no
princípio do pas de nuílité sans grief, previsto no art. 563 do Código de Processo Penal,
é no sentido de que eventual nulidade decorrente da falta de citação pessoal do réu é
sanada quando ocorre o comparecimento do réu aos autos. 2. Na hipótese, inexiste nuli-
dade por ausência de intimação pessoal do réu não encontrado pelo Oficial de Justiça
no endereço declinado no interrogatório e que, ciente do inquérito policial contra si ins-
taurado, mudou-se e não informou o novo endereço. Ademais, eventual nulidade restou
superada, porquanto diante da notícia de que se encontrava preso, foi citado e ofereceu
resposta à acusação por meio de defensor constituído. 3. Revela-se idôneo o funda-
mento apresentado para a produção antecipada de provas. No caso, em razão do risco
irreparável das testemunhas se olvidarem de detalhes relevante do fato em virtude do
decurso temporal. [...] (AgRg no AREsp 1823407/PR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES
DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 22/06/2021, DJe 28/06/2021)

Certo.

017. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) Jeremy Bentham dizia que” as


testemunhas são os olhos e os ouvidos da Justiça “, afirma que revela a importância da prova
testemunhal, notadamente porque é ela, no mais das vezes, que respalda uma sentença con-
denatória. Sobre a temática da prova testemunhal, julgue o item a seguir.
Segundo entendimento dominante no STJ, os depoimentos dos policiais responsáveis pela
prisão em flagrante não são meios idôneos e suficientes para respaldar uma sentença conde-
natória, tendo em vista que eles têm, naturalmente, interesse na condenação, até mesmo para
legitimar a atuação policial, sendo, assim, parciais em seus depoimentos.

JURISPRUDÊNCIA
[...] PRECEDENTES. DEPOIMENTO DOS POLICIAIS PRESTADOS EM JUÍZO. MEIO DE PROVA
IDÔNEO. [...] Ademais, segundo a jurisprudência consolidada desta Corte, o depoimento
dos policiais prestado em Juízo constitui meio de prova idôneo a resultar na condena-
ção do réu, notadamente quando ausente qualquer dúvida sobre a imparcialidade dos
agentes, cabendo à defesa o ônus de demonstrar a imprestabilidade da prova, o que não
ocorreu no presente caso. (AgRg no HC 672.359/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 22/06/2021, DJe 28/06/2021)

Errado.

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018. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) Jeremy Bentham dizia que” as


testemunhas são os olhos e os ouvidos da Justiça “, afirma que revela a importância da prova
testemunhal, notadamente porque é ela, no mais das vezes, que respalda uma sentença con-
denatória. Sobre a temática da prova testemunhal, julgue o item a seguir.
Se o juiz verificar que a presença do réu pode causar humilhação, temor, ou sério constrangi-
mento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, farão
a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinar a
retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença de seu defensor.

Conforme vimos, consoante art. 217, do CPP:

Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento
à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição
por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. Parágrafo único. A adoção de qual-
quer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos
que a determinaram.
Certo.

019. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ DE DIREITO/2019) Nos termos do art. 158, parágrafo único, do


CPP, dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime
a) cometido por idoso.
b) cometido por réu preso temporariamente.
c) cometido por réu preso preventivamente.
d) hediondo.
e) que envolva violência doméstica e familiar contra mulher.

Conforme art. 158, do CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado. Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I – violência doméstica e familiar
contra mulher; II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Letra e.

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020. (VUNESP/TJ-RO/JUIZ DE DIREITO/2019) Tendo em conta as disposições do Código de


Processo Penal relacionadas à prova, exame de corpo e delito e perícias em geral, assinale a
alternativa correta.
a) As partes poderão apresentar quesitos para que os peritos respondam, por escrito, em laudo
complementar, inexistindo previsão, contudo, para requerer a oitiva deles, em audiência.
b) Negando a pessoa a quem se atribui o escrito de fornecer material para comparação, o exa-
me grafotécnico somente poderá ser realizado com base em documentos que contem com
reconhecimento judicial de terem partido do seu punho.
c) Não se admite a indicação pela parte de mais de um assistente técnico por perícia.
d) Nas perícias de laboratórios, os laudos obrigatoriamente devem ser ilustrados com fotogra-
fias, desenhos ou esquemas, sendo ainda exigido que os peritos guardem material suficiente
para eventual contraprova.
e) O Juiz pode rejeitar a perícia requerida pelas partes, quando se mostrar irrelevante para o
deslinde da causa.

a) Errada. Conforme art. 159, § 5º, do CPP:

Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: I – requerer a oitiva
dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de
intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência
mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; [...].

b) Errada. Conforme art. 174, II, do CPP:

No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:


II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou
já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não
houver dúvida; [...].

c) Errada. Conforme art. 159, § 5º, II, do CPP:

Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: II – indicar assistentes téc-
nicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

d) Errada. Conforme art. 170, do CPP:

Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova
perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfoto-
gráficas, desenhos ou esquemas.

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e) Certa. Conforme art. 400, § 1º, do CPP:

As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevan-
tes, impertinentes ou protelatórias.
Letra e.

021. (FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2019/ADAPTADA) Em matéria


Penal, através das provas, as partes pretendem influenciar o convencimento do julgador, além
de demonstrar a veracidade de determinado fato.
O Código de Processo Penal disciplina o tema, trazendo previsões gerais e regras próprias para
as provas em espécie.
Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, julgue o item a seguir.
Em razão do livre convencimento motivado, ao Ministério Público, assim como ao acusado, é
facultado apresentar quesitos e indicar assistente técnico por ocasião da prova pericial, mas
o laudo elaborado não vincula o juiz, que poderá aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

Conforme art. 159, do CPP:

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. [...] § 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

C/c o art. 182, do CPP:

O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Certo.

022. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL/2017/ADAPTADA) A prova pericial, entre as acep-


ções correntes, assume um caráter instrumental. É, indubitavelmente, o meio de prova que
melhor pode aproximar o julgador da realidade acontecida. Na doutrina, três são os sistemas
listados no que tange aos critérios de avaliação que devem ser utilizados: sistema da livre
convicção, sistema de prova legal e sistema da persuasão racional. Acerca desse tema, julgue
o item a seguir.
No sistema da livre convicção, o juiz está livre para decidir uma lide de acordo com sua convic-
ção íntima. Não há necessidade de apresentar as razões que o levaram a dada conclusão. A
motivação de suas decisões é desnecessária.

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Provas – Parte II
Caroline Argôlo e Fábio Roque

Conforme estudamos na Aula 11, são sistemas de valoração da prova:


a) Convencimento íntimo do julgador, sistema da certeza moral do julgador ou sistema do livre
convencimento do julgador. Neste sistema o juiz valora a prova livremente, pois não existe
hierarquia entre elas e, assim, à luz do caso concreto, o julgador irá determinar o peso de cada
prova. Neste sistema, adotado no Tribunal do Júri quanto às atividades dos jurados, o juiz não
possui necessidade de motivar as suas decisões.
b) Sistema das provas legais ou sistema das provas tarifadas. É um sistema em que a lei esta-
belece a priori o peso de cada prova, ou seja, neste sistema há hierarquia entre as provas.
c) Sistema da persuasão racional ou sistema do livre convencimento motivado do julgador. É o
sistema adotado no Brasil como regra. Aqui, o juiz valora a prova livremente, mas deve motivar
todas as suas decisões.
Certo.

023. (IADES/PC-DF/PERITO CRIMINAL/2017/ADAPTADA) A prova pericial, entre as acepções


correntes, assume um caráter instrumental. É, indubitavelmente, o meio de prova que melhor
pode aproximar o julgador da realidade acontecida. Na doutrina, três são os sistemas listados
no que tange aos critérios de avaliação que devem ser utilizados: sistema da livre convicção, sis-
tema de prova legal e sistema da persuasão racional. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.
O sistema de prova legal (convencimento racional ou livre convencimento motivado) autoriza
o juiz a decidir de acordo com o seu livre convencimento, sendo o magistrado obrigado, en-
tretanto, a motivá-lo. Esse é o sistema difundido no sistema processual brasileiro, que guarda
fundamento na própria Constituição Federal.

Conforme estudamos na Aula 11, são sistemas de valoração da prova:


a) Convencimento íntimo do julgador, sistema da certeza moral do julgador ou sistema do livre
convencimento do julgador. Neste sistema o juiz valora a prova livremente, pois não existe
hierarquia entre elas e, assim, à luz do caso concreto, o julgador irá determinar o peso de cada
prova. Neste sistema, adotado no Tribunal do Júri quanto às atividades dos jurados, o juiz não
possui necessidade de motivar as suas decisões.
b) Sistema das provas legais ou sistema das provas tarifadas. É um sistema em que a lei esta-
belece a priori o peso de cada prova, ou seja, neste sistema há hierarquia entre as provas.
c) Sistema da persuasão racional ou sistema do livre convencimento motivado do julgador. É o
sistema adotado no Brasil como regra. Aqui, o juiz valora a prova livremente, mas deve motivar
todas as suas decisões.
Vê-se, pois, que a assertiva está errada, pois ela mescla os sistemas de prova legal e o sistema
do livre convencimento motivado.
Errado.

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024. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Sobre as provas no processo penal, assinale


a alternativa incorreta:
a) Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato,
autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. No sentido
narrado, o Código de Processo Penal considera os indícios como prova indireta.
b) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Dar-se-á prioridade à realização do exa-
me de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I – violência doméstica e familiar
contra mulher; II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
c) A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se
a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, mesmo que separado
judicialmente ou divorciado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando
não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
d) As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas
em juízo. Entretanto, as cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para
a defesa de seu direito, devendo constar o consentimento expresso do signatário, evitando-se
a violação da privacidade e a ilicitude da prova.

a) Certa. Conforme art. 239, do CPP:

Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize,
por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

b) Certa. Conforme art. 158, do CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.

c) Certa. Conforme o art. 206, do CPP:

A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo
o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o
pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

d) Errada. Conforme art. 233, do CPP:

As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em
juízo. Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a
defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário.
Letra d.

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025. (FCC/TJ-MA/OFICIAL DE JUSTIÇA/2019) O exame de corpo de delito


a) deve ser realizado por perito oficial ou pelo próprio juiz.
b) deve ser realizado quando se mostrar ausente vestígio do crime, assegurado o direito de
apresentação de quesitos pelas partes.
c) será feito de maneira indireta no caso de competência do Tribunal do Júri.
d) poderá ser substituído pela acareação ou pelo reconhecimento em crimes contra a fé pública.
e) será realizado com prioridade em caso de violência doméstica e familiar contra a mulher.

a) Errada. Conforme art. 159, do CPP:

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior.

Sobre as letras b e c: Errada. Conforme art. 158, do CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.

d) Errada. Conforme art. 167, do CPP:

Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

e) Certa. Conforme art. 158, parágrafo único, do CPP:

Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:
I – violência doméstica e familiar contra mulher;.
Letra d.

026. (CESPE/CEBRASPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Com relação a provas,


julgue o próximo item.
O depoimento de policial em juízo é dotado de fé pública, exceção de prova tarifada dentro do
sistema adotado no processo penal brasileiro da persuasão racional do juiz.

A primeira parte da assertiva, qual a seja a que indica que o depoimento de policial em juízo é
dotado de fé pública, está correta. Entretanto, conforme vimos na Aula 11, o sistema das pro-
vas legais ou sistema das provas tarifadas, não adotado pelo Brasil, é um sistema em que a lei
estabelece a priori o peso de cada prova, ou seja, neste sistema há hierarquia entre as provas.
Errado.

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027. (CESPE/CEBRASPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/2019) Jaime foi preso em fla-


grante por ter furtado uma bicicleta havia dois meses. Conduzido à delegacia, Jaime, em de-
poimento ao delegado, no auto de prisão em flagrante, confessou que era o autor do furto. Na
audiência de custódia, o Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em
prisão preventiva, sob o argumento da gravidade abstrata do delito praticado. No entanto, após
ouvir a defesa, o juiz relaxou a prisão em flagrante, com fundamento de que não estava presente
o requisito legal da atualidade do flagrante, em razão do lapso temporal de dois meses entre a
consumação do crime e a prisão do autor. Dias depois, em nova diligência no inquérito policial
instaurado pelo delegado para apurar o caso, Jaime, já em liberdade, retratou-se da confissão,
alegando que havia pegado a bicicleta de Abel como forma de pagamento de uma dívida. Ao ser
ouvido, Abel confirmou a narrativa de Jaime e afirmou, ainda, que registrou boletim de ocorrên-
cia do furto da bicicleta em retaliação à conduta de Jaime, seu credor. Por fim, o juiz competen-
te arquivou o inquérito policial a requerimento de membro do Ministério Público, por atipicidade
material da conduta, sob o fundamento de ter havido entendimento mútuo e pacífico entre Jai-
me e Abel acerca da questão, nos termos do relatório final produzido pelo delegado.
A respeito da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
Sendo a confissão retratável e divisível, o delegado ou o juízo não poderiam deixar de registrar
a retratação de Jaime nos autos.

Conforme vimos, a confissão é a admissão, por parte do imputado, da sua responsabilidade. Aten-
tem-se, porém, que o réu poderá se retratar da confissão, desdizendo o que afirmou, no todo ou
em parte. Desejando fazê-lo, não pode o juiz negar-lhe a oportunidade para se retratar, sob pena
de nulidade por cerceamento do direito de defesa, pressupondo requerimento nesse sentido. No
entanto, o magistrado, em razão do livre convencimento motivado (art. 93, IX, CF), não está vincula-
do à retratação, que tem valor relativo, podendo ser ilidida pelo conjunto probatório (art. 200, CPP).
Certo.

028. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Ao tratar da prova, o Código de Proces-


so Penal estabelece que serão considerados documentos quaisquer escritos, instrumentos ou
papéis, públicos ou particulares. Em relação aos documentos em língua estrangeira, eles
a) só poderão ser juntados aos autos, traduzidos ou não, mediante requerimento das partes.
b) sendo originários de órgãos públicos não necessitam de tradução, enquanto que os particu-
lares deverão sempre ser traduzidos.
c) só poderão ser juntados aos autos após necessariamente traduzidos por tradutor público ou
pessoa idônea nomeada pela autoridade.
d) poderão ser juntados aos autos, mas deverão ser posteriormente traduzidos por tradutor
público ou pessoa idônea nomeada pela autoridade.
e) poderão ser juntados aos autos, mesmo sem tradução, se a crivo do julgador esta se revele
desnecessária e não cause prejuízo às partes.

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Conforme art. 236, do CPP:

Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário,
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Letra e.

029. (FCC/IAPEN-AP/AGENTE PENITENCIÁRIO/2018) O exame de corpo de delito


a) é indispensável quando a infração deixar vestígios, podendo ser suprido pela confissão
do acusado.
b) será realizado por dois peritos oficiais, sem necessidade de diploma do curso superior.
c) poderá ser suprido por prova testemunhal quando desaparecerem os vestígios e não for
possível sua realização.
d) será realizado, na falta de perito oficial, por 3 pessoas idôneas, sendo dispensadas de pres-
tar compromisso de desempenho do encargo.
e) não poderá ser realizado das 22:00 horas da noite às 06:00 horas da manhã.

a) Errada. Conforme art. 158, do CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.

b) Errada. Conforme art. 159, do CPP:

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior.

c) Certa. Conforme art. 167 do CPP:

Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

d) Errada. Conforme art. 159, § 1º, do CPP:

Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diplo-
ma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técni-
ca relacionada com a natureza do exame. § 2º – Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
de bem e fielmente desempenhar o encargo.

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e) Errada. Conforme art. 161, do CPP:

O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Letra c.

030. (INSTITUTO CONSULPAN/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Preceitua o Códi-


go de Processo Penal, na primeira parte do interrogatório, que o interrogando será perguntado
sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, vida pregressa,
notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do
processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu
e outros dados familiares e sociais.

Conforme art. 187, do CPP: “O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa
do acusado e sobre os fatos.

§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão,
oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou
processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicio-
nal ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre:
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece
a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas
esteve antes da prática da infração ou depois dela;
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;
IV – as provas já apuradas;
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o
que alegar contra elas;
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se
relacione e tenha sido apreendido;
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circuns-
tâncias da infração;
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa.
Errado.

031. (INSTITUTO CONSULPAN/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Nos termos do Có-


digo de Processo Penal, dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando
se tratar de crime que envolva: violência ou grave ameaça contra pessoa; violência doméstica e
familiar contra mulher; e violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

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Conforme art. 158, do CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado. Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I – violência doméstica e familiar
contra mulher; II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Errado.

032. (CESPE/CEBRASPE/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO/2019) De acordo com o Código de Pro-


cesso Penal, na audiência de instrução para a colheita de depoimento de testemunha, o juiz
a) poderá vedar à testemunha consulta a apontamentos, mesmo que seja breve.
b) deixará de colher depoimento de pessoa não identificada, designando nova data com ime-
diata intimação e determinando diligências para a sua perfeita identificação.
c) poderá colher, de ofício ou a pedido das partes, o depoimento antecipado de testemunha
que, por velhice ou doença, possa vir a falecer antes de realizada a instrução criminal.
d) suspenderá a instrução criminal sempre que for emitida carta precatória para oitiva de tes-
temunha em comarca diversa.
e) efetuará primeiro suas perguntas, depois as perguntas de quem arrolou a testemunha, e, por
fim, os questionamentos da parte contrária.

a) Errada. Conforme art. 204, parágrafo único, do CPP:

Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.

b) Errada. Conforme art. 205, do CPP:

Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao
seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.

c) Certa. Conforme art. 225, do CPP:

Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio
de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

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d) Errada. Conforme art. 222, do CPP:

A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência,
expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. § 1º A expe-
dição da precatória não suspenderá a instrução criminal. [...].

e) Errada. Conforme art. 212, do CPP:

As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aque-
las que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de
outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar
a inquirição.
Errado.

033. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ASSISTENTE SOCIAL/2019/ADAPTADA) Tratando das perí-


cias em geral, com base no Código de Processo Penal, julgue o item a seguir.
Os peritos elaborarão o laudo pericial no prazo máximo de 10 dias improrrogáveis, onde des-
creverão minuciosamente o que examinarem e responderão aos quesitos formulados.

Errado, conforme art. 160, do CPP:

Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e res-
ponderão aos quesitos formulados. Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo
de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Errado.

034. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ASSISTENTE SOCIAL/2019/ADAPTADA) Tratando das perí-


cias em geral, com base no Código de Processo Penal, julgue o item a seguir.
Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou
por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumen-
tos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.

Conforme art. 171, do CPP: “Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo
a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indica-
rão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado”.
Certo.

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035. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ASSISTENTE SOCIAL/2019/ADAPTADA) Tratando das perí-


cias em geral, com base no Código de Processo Penal, julgue o item a seguir.
Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de
nova perícia e, obrigatoriamente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou micro-
fotográficas, desenhos ou esquemas.

Conforme art. 170, do CPP:

Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova
perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfoto-
gráficas, desenhos ou esquemas.
Errado.

036. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019/ADAPTADA) Perícia é o exame de


algo ou alguém realizado por técnicos ou especialistas em determinados assuntos, podendo
fazer afirmações ou extrair conclusões pertinentes ao processo penal. A esse respeito, julgue
o item a seguir.
Nos crimes cometidos de subtração da coisa, especialmente os delitos patrimoniais, os peritos
devem indicar o modo de proceder do infrator, relatando os instrumentos utilizados (objetos
para a consecução dos fins), os meios empregados (escadas, escavações), e em que época
presume o fato ter ocorrido.

Conforme art. 171, do CPP:

Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por
meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por
que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
Certo.

037. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019/ADAPTADA) Perícia é o exame de


algo ou alguém realizado por técnicos ou especialistas em determinados assuntos, podendo
fazer afirmações ou extrair conclusões pertinentes ao processo penal. A esse respeito, julgue
o item a seguir.
Quando não houver escritos para a comparação de letra no exame respectivo, ou forem insufi-
cientes os exibidos, a autoridade convidará a pessoa para escrever o que lhe for ditado.

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Errado. Conforme art. 174, do CPP:

No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: [...]
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autorida-
de mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar
certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que
a pessoa será intimada a escrever.
Errado.

038. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019/ADAPTADA) Sobre o exame de corpo


de delito e sobre as perícias em geral, assinale a alternativa correta.
O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior, mas, na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre
as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.

Conforme art. 159, do CPP:

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idô-
neas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que
tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. [...]
Certo.

039. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019/ADAPTADA) -Sobre o exame de corpo


de delito e sobre as perícias em geral, assinale a alternativa correta.
Os peritos não oficiais não serão intimados a prestar o compromisso de bem e fielmente de-
sempenhar o encargo, podendo seu apontamento ser impugnado pela parte interessada, ainda
que o laudo já tenha sido oficialmente protocolado nos autos processuais.

Conforme art. 159, do CPP:

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma
de curso superior. § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desem-
penhar o encargo. [...]
Errado.

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040. (CESPE/CEBRASPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) De acordo


com o entendimento do STJ acerca da imprescindibilidade da realização de exame de corpo
de delito e outras perícias, julgue o item a seguir.
É imprescindível a realização de exame de corpo de delito para a constatação da ocorrência do
crime de estupro, especialmente quando a vítima tiver ido à delegacia de polícia apenas no dia
seguinte ao do suposto cometimento do delito.

JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL PENAL. PETIÇÃO. ART. 213, CAPUT, C/C ART. 224, “A”, DO CP. ALEGAÇÃO
DE DEFICIÊNCIA NA DEFESA DO RÉU. NULIDADE DO PROCESSO. INOCORRÊNCIA. NÃO
DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO SOFRIDO. AUSÊNCIA DE REALIZAÇÃO DO EXAME DE
CORPO DE DELITO. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS A PARTIR DAS DEMAIS
PROVAS EXISTENTES NOS AUTOS. I – “No processo penal, a falta da defesa constitui
nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o
réu.” (Enunciado n.º 523 da Súmula do Pretório Excelso) II – A perícia não é, necessaria-
mente, imprescindível, em sede dos crimes de estupro e de atentado violento ao pudor.
Havendo nos autos outras provas capazes de levar ao convencimento do julgador, não
há que se falar em nulidade processual por ausência do exame de corpo de delito (Pre-
cedentes do Pretório Excelso e do STJ).
Petição recebida como habeas corpus. Writ denegado. (Pet 4.369/PR, Rel. Ministro FELIX
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 07/03/2006, DJ 10/04/2006, p. 228).

Errado.

041. (CESPE/CEBRASPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) De acordo


com o entendimento do STJ acerca da imprescindibilidade da realização de exame de corpo
de delito e outras perícias, julgue o item a seguir.
É imprescindível a realização de perícia para a configuração da causa de aumento de pena
pela utilização de arma de fogo no roubo, ainda que exista testemunha do delito e que a vítima
confirme o uso da arma.

JURISPRUDÊNCIA
[...] INCIDÊNCIA DA MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA. APREENSÃO E PERÍCIA.
DESNECESSIDADE. COMPROVAÇÃO DA SUA UTILIZAÇÃO NA AÇÃO CRIMINOSA POR
OUTROS MEIOS DE PROVA.

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POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE NOVOS ARGUMENTOS APTOS A DESCONSTITUIR


A DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. [...] V – A Terceira Seção
desta Corte, quando do julgamento do EREsp n.961.863/RS, submetido à sistemática
dos recursos repetitivos, firmou o entendimento no sentido de que, para a incidência da
causa especial de aumento prevista no art. 157, § 2º-A, I, do Código Penal, mostra-se
prescindível a apreensão e realização de perícia na arma utilizada na prática do crime de
roubo, desde que seja comprovada a sua utilização na prática delituosa por outros meios
de prova. Desta forma, restando comprovado o uso da arma de fogo por outros meios
de prova, mostra-se adequada a incidência da causa de aumento prevista no art. 157, §
2º-A, I, do Código Penal, sendo prescindível a apreensão e perícia da arma. [...] (AgRg no
HC 642.042/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 09/03/2021,
DJe 12/03/2021).

Errado.

042. (CESPE/CEBRASPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) De acordo


com o entendimento do STJ acerca da imprescindibilidade da realização de exame de corpo
de delito e outras perícias, julgue o item a seguir.
É imprescindível a realização de perícia para a constatação da qualificadora referente ao arrom-
bamento no crime de furto, mesmo que a vítima tenha reparado prontamente o objeto violado.

JURISPRUDÊNCIA
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. FURTO
QUALIFICADO. AUSÊNCIA DE PERÍCIA DEVIDAMENTE JUSTIFICADA. ROMPIMENTO DE
OBSTÁCULO CONFIRMADO POR MEIO DE OUTROS MEIOS DE PROVAS. AGRAVO REGI-
MENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Por expressa disposição legal, é imprescindí-
vel a prova técnica para o reconhecimento do furto qualificado pelo rompimento de obs-
táculo/arrombamento, sendo possível a substituição do laudo pericial por outros meios
de prova apenas quando o delito não deixar vestígios, estes tenham desaparecido ou,
ainda, se as circunstâncias do crime não permitirem a confecção do laudo. 2. Na hipó-
tese dos autos, é possível extrair dos excertos acima transcritos que, não obstante o
crime em comento tenha deixado vestígios, a prova técnica para a comprovação do ale-
gado rompimento de obstáculo não foi realizada, mas restou devidamente justificada a
ausência do laudo pericial ante a necessidade de se providenciar o imediato reparo dos
danos causados às janelas do veículo para que o dono pudesse utilizar o veículo sem
colocar em risco a segurança de seus bens. (e-STJ fls. 194). 3. Verificada, na espécie, a
inviabilidade material para realização da prova, em razão do desaparecimento dos vestí-

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gios, resta configurada a excepcional possibilidade de a prova técnica ser suprida pelos
demais elementos de provas carreados aos presentes autos, consistentes em prova tes-
temunhal, depoimento das vítimas, além da atuação criminosa ter sido visualizada por
câmeras públicas de monitoramento (vídeo, ID 15565241), o reconhecimento do recor-
rente pelo policial que fez a prisão e a confissão do acusado. 4. Agravo regimental não
provido. (AgRg no REsp 1900903/DF, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 09/02/2021, DJe 12/02/2021).

Errado.

043. (VUNESP/TJ-MT/JUIZ DE DIREITO/2018/ADAPTADA) Julgue o item a seguir.


Aos Deputados Federais e Estaduais é assegurada a oitiva em seus respetivos gabinetes, co-
municando-os previamente a data e horário designado pelo juiz para realização do ato.

Conforme art. 221, do CPP:

O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de


Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito
Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito
Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajus-
tados entre eles e o juiz.
Errado.

044. (VUNESP/TJ-MT/JUIZ DE DIREITO/2018/ADAPTADA) Julgue o item a seguir.


A testemunha pode trazer em audiência seu depoimento por escrito para que seja juntado
aos autos.

Conforme art. 204, do CPP:

O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.
Errado.

045. (VUNESP/TJ-MT/JUIZ DE DIREITO/2018/ADAPTADA) Julgue o item a seguir.


Contraditada a testemunha por ser ela suspeita ou indigna de fé, o juiz deve realizar a prova
acerca dessa alegação, por intermédio de outras testemunhas trazidas pela parte que a contra-
ditou e, deferida a contradita, deverá exclui-la do rol, permitindo à parte contrária a substituição
da testemunha contraditada.

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Conforme art. 214, do CPP:

Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir circunstân-


cias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a con-
tradita ou arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.

Art. 207, do CPP:

São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

Art. 208, do CPP:


Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos
menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.
Art. 206, do CPP:

A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo
o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o
pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Errado.

046. (VUNESP/TJ-MT/JUIZ DE DIREITO/2018/ADAPTADA) Julgue o item a seguir.


Aos menores de dezesseis anos e o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o côn-
juge, o irmão e o pai, a mãe do acusado não será deferido o compromisso de dizer a verdade.

Art. 208, do CPP:


Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos
menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.
Art. 206, do CPP:

A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo
o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o
pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Errado.

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047. (VUNESP/MPE-SP/ANALISTA JURÍDICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2018/ADAPTA-


DA) Em relação à prova testemunhal, julgue o item a seguir.
A judicialidade significa que só é prova testemunhal aquela produzida perante o juiz, em con-
traditório.

Conforme vimos, são características da prova testemunhal:


a) Oralidade: o depoimento é prestado oralmente, sendo vedado à testemunha levá-lo por es-
crito, muito embora seja-lhe facultada a consulta a apontamentos.
b) Objetividade: a testemunha depõe sobre fatos, sendo-lhe vedada a emissão de valorações
subjetivas, salvo se indissociáveis do fato em questão.
c) Retrospectividade: a testemunha depõe sobre fatos já ocorridos e sobre os quais tenha
algum conhecimento.
d) Judicialidade: a testemunha depõe perante o juiz. Como regra, o depoimento prestado na
fase pré-processual deve ser ratificado em juízo.
e) Individualidade: as testemunhas devem ser inquiridas separadamente, de modo que umas
não saibam nem ouçam os depoimentos das outras (art. 210, caput, CPP).
f) Imediação: a testemunha deve depor sobre aquilo que captou imediatamente, por meio
dos sentidos.
Certo.

048. (CESPE/CEBRASPE/ANALISTA MINISTERIAL/2018) Durante uma festa, após desen-


tendimentos entre Carlos e Miro, este proferiu xingamentos racistas contra aquele, o que levou
Carlos a empurrar seu agressor, que caiu em uma mesa de vidro. Com o forte impacto, a mesa
se despedaçou completamente e seus cacos causaram cortes profundos por todo o corpo de
Miro. Os convidados ligaram para a polícia e para o corpo de bombeiros: Carlos foi preso em
flagrante e Miro foi encaminhado ao hospital, onde ficou internado por cinco dias, com risco
de morte; passou por procedimentos cirúrgicos e, posteriormente, teve de ficar afastado de
sua atividade laboral por trinta e dois dias. O Ministério Público denunciou Carlos por lesão
corporal de natureza grave.
Nessa situação hipotética,
Mesmo que Carlos confesse o crime, esse ato não suprirá a necessidade do laudo pericial para
comprovar a materialidade do crime e a gravidade das lesões sofridas por Miro.

Conforme o caput do art. 158, do CPP:

Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Errado.

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049. (CESPE/CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/2018) Depois de adquirir um revólver calibre


38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em
desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abor-
dado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi
conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Caso declarações de José sejam divergentes de declarações de testemunhas da receptação
praticada, poderá ser realizada a acareação, que é uma medida cabível exclusivamente na fase
investigatória.

Conforme o art. 6º, CPP:

Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: VI – proceder
a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações.

Ademais, conforme art. 229, CPP:

A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acu-
sado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em
suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Parágrafo único. Os acareados serão re-
perguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.

Vê-se, pois, que a acareação é admitida tanto na fase investigativa, quanto na fase processual.
Errado.

050. (CESPE/CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/2018) Na tentativa de entrar em território bra-


sileiro com drogas ilícitas a bordo de um veículo, um traficante disparou um tiro contra agente
policial federal que estava em missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agen-
tes prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o
colega ferido ao hospital da região.
Nessa situação hipotética,
Para que a perícia verifique a natureza e a eficiência da arma utilizada pelo traficante, esta
deverá ser apreendida por meio de mandado expedido por autoridade judiciária: a autoridade
policial não poderá atuar de ofício para tal finalidade.

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Conforme art. 6º, do CPP:

Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais;
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII,
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido
a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quais-
quer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

Portanto, a autoridade policial não precisa de autorização judicial para a apreensão da arma
utilizada pelo traficante; trata-se de prerrogativa/dever decorrente de lei.
Errado.

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GABARITO
1. E 26. E
2. E 27. C
3. C 28. e
4. C 29. C
5. E 30. E
6. E 31. E
7. C 32. E
8. b 33. E
9. b 34. C
10. E 35. E
11. E 36. C
12. d 37. E
13. b 38. C
14. b 39. E
15. b 40. E
16. C 41. E
17. E 42. E
18. C 43. E
19. e 44. E
20. e 45. E
21. C 46. E
22. C 47. C
23. E 48. E
24. d 49. E
25. d 50. E

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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor. Código de Processo Penal para concursos. 10ª ed.
Salvador: Editora JusPODIVM, 2021.

ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Processo Penal Didático. 4ª ed. Salvador: Editora
JusPODIVM, 2021.

BRASIL. Código de Processo Penal brasileiro. Texto publicado em 03 de outubro de 1941, com
alterações adotadas até a Lei n. 13.964 de 24 de dezembro de 2019. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm. Acesso em 08 de agosto de 2021.

STUMVOLL, Victor Paulo. Criminalística. 7ª ed. Campinas, SP: Millennium Editora, 2019.

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Caroline Argôlo
Advogada. Parecerista. Professora. Autora. Mestra em Ciências Criminológico-Forenses. Especialista
em Direito Penal. Especialista em Direito do Estado. Especialista em Compliance e Direito Anticorrupção.
Mestranda em Políticas Públicas e Cidadania.

Fábio Roque
Juiz federal. Doutor e mestre em Direito Público pela UFBA. Professor. Autor.

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