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Aula 06

TJDFT (Analista Judiciário - Sem


Especialidade) Direito Processual Penal -
2022 (Pós-Edital)

Autor:
Renan Araujo

12 de Fevereiro de 2022
Renan Araujo
Aula 06

Índice
1) Teoria Geral da Prova no Processo Penal
..............................................................................................................................................................................................3

2) Questões Comentadas - Provas (Parte I) - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
21

3) Lista de Questões - Provas (Parte I) - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
49

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​ TEORIA GERAL DA PROVA NO PROCESSO


PENAL

Introdução. Classificações

Introdução

A Teoria Geral da Prova no Processo Penal está regulada no Título VII CPP, a partir do art.
155, que assim dispõe:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
2008)

A expressão “livre apreciação da prova produzida” consagra a adoção do sistema do livre


convencimento motivado da prova1. O que isso significa? O princípio ou sistema do livre
convencimento motivado, ou livre convencimento regrado, diz que o Juiz deve valorar a prova
produzida da maneira que entender mais conveniente, de acordo com sua análise dos fatos
comprovados nos autos.

Assim, o Juiz não está obrigado a conferir determinado “peso” a alguma prova. Por
exemplo: num processo criminal, mesmo que o acusado confesse o crime, o Juiz não está
obrigado a dar a esta prova (confissão) valor absoluto, devendo avaliá-la em conjunto com as
demais provas produzidas no processo, de forma a atribuir a esta prova o valor que reputar
pertinentes.

Entretanto, esta liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois:

● O Magistrado deve fundamentar suas decisões;


● As provas devem constar dos autos do processo;
● As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial – Assim,
as provas exclusivamente produzidas em sede policial (Inquérito Policial) não
podem, por si sós, fundamentar a decisão do Juiz.2

1
Também chamado de princípio da PERSUASÃO RACIONAL, CONVENCIMENTO RACIONAL ou APRECIAÇÃO
FUNDAMENTADA. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição. Ed.
Forense. Rio de Janeiro, 2015, p.345
2
À exceção das provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Além disso, PACELLI sustenta que a impossibilidade
de utilização dos elementos colhidos na investigação como únicos para fundamentar a decisão somente se aplicaria
à decisão condenatória, pois o intuito da norma e evitar que sejam violados o contraditório e a ampla defesa. E, se
tratando de decisão absolutória, não haveria qualquer razão para não se admitir. PACELLI, Eugênio. Curso de
processo penal. 16º edição. Ed. Atlas. São Paulo, 2012, p. 331.

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Além disso, o CPP determina que as provas urgentes, que não podem esperar para serem
produzidas em outro momento (cautelares, provas não sujeitas à repetição, etc.), estão
ressalvadas da obrigatoriedade de serem produzidas necessariamente pelo crivo do contraditório
judicial, embora se deva sempre procurar estabelecer o contraditório em sede policial quando da
realização destas diligências.

Ao sistema do livre convencimento regrado ou motivado, contrapõem-se:

● Sistema da prova tarifada (ou certeza moral do legislador, sistema das regras legais ou da
prova legal) - o sistema da prova tarifada, ou sistema tarifário da prova, estabelece, diretamente
pela lei, determinados “pesos” que cada prova possui, num sistema de apreciação bastante
rígido para o Juiz3. De acordo com este sistema, cabe ao Juiz apenas fazer a soma aritmética dos
“pesos” de cada prova, a fim de decidir se o somatório das provas em determinado sentido é
superior ao somatório das provas em sentido contrário.
Neste sistema, a título de exemplo, a confissão deveria possuir valor máximo
(rainha das provas), de forma que sendo o réu confesso, o Juiz deveria
condená-lo, ainda que todas as outras provas indicassem o contrário.

O Brasil não adotou, como regra, o sistema da prova tarifada. No entanto, existem algumas
exceções no CPP. Exemplos: Necessidade de que, para a extinção da punibilidade pela morte
do acusado, a prova se dê única e exclusivamente pela certidão de óbito (art. 62); quando o Juiz
esteja obrigado a suspender o curso do processo penal para que seja decidida, no Juízo Cível,
questão sobre o estado das pessoas. Nesse caso, o único meio de prova que se admite para a
comprovação do estado da pessoa (filiação, etc.), é a sentença produzida no Juízo Cível (art. 92
do CPP).

Essa tarifação exemplificada acima, é o que se chama de tarifação absoluta, ou seja,


somente se admite aquela prova expressamente prevista. Existe, entretanto, a chamada tarifação
relativa, que é aquela na qual a lei estabelece determinado critério de valoração do meio de
prova, mas confere alguma liberdade ao Juiz.

EXEMPLO: o art. 158 do CPP prevê a obrigatoriedade do exame de delito para


se provar a existência dos crimes que deixarem vestígios. No entanto, o art. 167
relativiza esta disposição, afirmando que se os vestígios tiverem desaparecido,
poderá o Magistrado suprir o exame de corpo de delito pela prova testemunhal.

● Sistema da íntima convicção (ou certeza moral do Juiz) – É um sistema no qual não há
necessidade de fundamentação por parte do julgador, podendo ele decidir da maneira que a sua
“sensação de Justiça” indicar. Também não é adotado como regra no Processo Penal pátrio,
tendo sido adotado, porém, como exceção, nos processos cujo julgamento seja afeto ao Tribunal
do Júri, pois os jurados, pessoas leigas que são, julgam conforme o seu sentimento interior de
Justiça, não tendo que fundamentar o porquê de sua decisão.

Vale mencionar a vocês que o Brasil não adotou, como regra, o sistema taxativo da prova.
O sistema taxativo implica a impossibilidade de produção de outros meios de prova que não

3
PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 330

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sejam aqueles expressamente previstos na Lei Processual. No Brasil, é plenamente possível a


utilização de meios de prova inominados ou atípicos (não previstos expressamente na Lei). Não
confundam isto com sistema da prova tarifada. São coisas distintas!

Podemos definir prova como o elemento produzido pelas partes ou mesmo pelo Juiz,
visando à formação do convencimento deste (Juiz) acerca de determinado fato. Como o
processo criminal é um processo de “conhecimento” (pois se busca a certeza, já que reside
incerteza quanto à materialidade do delito e sua autoria), a produção probatória é um
instrumento que conduz o Juiz ao alcance da “certeza”, de forma que, de posse da certeza dos
fatos, o Juiz possa aplicar o Direito.

Por sua vez, o objeto de prova é o fato que precisa ser provado para que a causa seja
decidida, pois sobre ele existe incerteza4. Assim, num crime de homicídio, o exame de corpo de
delito é prova, enquanto o fato (existência ou não do homicídio – a materialidade do crime) é o
objeto de prova. NÃO CONFUNDAM ISSO!

Somente os fatos, em regra, podem ser objeto de prova, pois o Direto não precisa ser
provado, na medida em que o Juiz conhece o Direito (iura novit curia). No entanto, utilizando-se
por analogia o regramento processual civil, a parte que alegar direito5 municipal, estadual ou
estrangeiro, deve provar-lhes o teor e a vigência, pois o Juiz não está obrigado a conhecer estas
normas jurídicas.

No entanto, esta disposição fica muito enfraquecida no Direito Processual Penal,


considerando a competência privativa da União para legislar sobre Direito Penal e Processual, nos
termos do art. 22, I da CRFB/88.

Porém, existem determinados fatos que não necessitam serem provados6 (não sendo,
portanto, objeto de prova). São eles:

● Fatos evidentes (ou axiomáticos, ou intuitivos) – São fatos que decorrem de um


raciocínio lógico, intuitivo, decorrente de alguma situação que gera a lógica
conclusão de outro fato (ex.: o réu, nascido em junho de 1985, fato este conhecido
do Juízo, não precisa provar que em agosto de 2015 ele possuía 30 anos. É
evidente que se nasceu em junho de 1985, em agosto de 2015 já terá completado
30 anos).
● Fatos notórios – São aqueles que pertencem ao conhecimento comum de todas as
pessoas. Assim, ao mencionar, por exemplo, que um fato criminoso fora cometido
no dia 25 de dezembro, Natal, não tem a parte obrigação de provar que o dia 25 de
dezembro é Natal, pois isso é do conhecimento comum de qualquer pessoa.
● Presunções legais – São fatos que a lei presume tenham ocorrido. O exemplo mais
clássico é a inocência do réu. A Lei presume a inocência do réu, portanto, não cabe
ao réu provar que é inocente, pois este fato já é presumido. No entanto, este fato é
uma presunção relativa, ou seja, pode ser desconstituído se o titular da ação penal
4
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 341
5
Normas infralegais (portarias, resoluções, etc.) também devem ser provadas, exceto se forem complemento para
normas penais em branco, como, por exemplo, a Portaria da ANVISA nº 344, que regulamenta Lei 13.343/06 (Lei de
Drogas), estabelecendo quais são as substâncias consideradas entorpecentes.
6
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 342

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(MP ou ofendido) provar que o acusado é culpado. Nessa hipótese, terá sido ilidida
a presunção de inocência. Por outro lado, a presunção pode ser também, absoluta,
ou seja, não admitir prova em contrário. Um exemplo clássico é a presunção de que
o menor de 14 anos não tem condições mentais de consentir na realização de um
ato sexual, sendo, portanto, crime de estupro a prática de ato sexual com pessoa
menor de 14 anos, consentido ou não a vítima (presunção absoluta de incapacidade
para consentir, ou presunção iure et de iure). Para parcela da Doutrina, no entanto,
trata-se de presunção meramente relativa (tese minoritária). Frise-se que embora o
fato presumido independa de prova, o fato que gera a presunção deve ser provado.
Assim, embora seja presumida a incapacidade para consentir do menor de 14 anos,
a condição de menor de 14 anos deve ser objeto de prova.
● Fatos inúteis – São aqueles que não possuem qualquer relevância para a causa,
sendo absolutamente dispensáveis e, até mesmo, podendo ser dispensada a sua
apreciação pelo Juiz.

Classificação das provas

As provas podem ser classificadas em:

Quanto ao seu objeto:

a) Provas diretas – Aquelas que provam o próprio fato, de maneira direta. Exemplo:
Testemunha ocular de um delito, que, com seu depoimento, prova diretamente a
ocorrência do fato;
b) Provas indiretas – Aquelas que não provam diretamente o fato, mas por uma dedução
lógica, acabam por prová-lo. Exemplo: Imagine-se que o acusado comprove de
maneira cabal (absoluta) que se encontrava em outro país quando da ocorrência de um
roubo na cidade do Rio de Janeiro, do qual é acusado. Assim, comprovado este fato
(que não é o fato criminoso), deduz-se de maneira irrefutável, que o acusado não
praticou o crime (prova indireta).

Quanto ao valor:

a) Provas plenas – Aquelas que trazem a possibilidade de um juízo de certeza quanto ao


fato que buscam provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua decisão de mérito em
apenas uma delas, se for o caso. Exemplo: Prova documental, testemunhal, exame de
corpo de delito, etc.;
b) Provas não-plenas – Apenas ajudam a reforçar a convicção do Juiz, contribuindo na
formação de sua certeza, mas não possuem o poder de formar a convicção do Juiz,
que não pode fundamentar sua decisão de mérito apenas numa prova não-plena.
Exemplos: Indícios (art. 239 do CPP), fundada suspeita (art. 240, § 2° do CPP), etc.

Quanto ao sujeito:

a) Provas reais – Aquelas que se baseiam em algum objeto, e não derivam de uma
pessoa. Exemplo: Cadáver, documento, etc.

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b) Provas pessoais – São aquelas que derivam de uma pessoa. Exemplo: Testemunho,
interrogatório do réu, etc.

Existe, ainda, a figura da PROVA EMPRESTADA. A prova emprestada é aquela que, tendo sido
produzida em outro processo, vem a ser apresentada7 no processo corrente, de forma a também
neste produzir os seus efeitos.

A Doutrina e a Jurisprudência discutem sobre a necessidade de que a prova emprestada tenha


sido produzida em processo que envolveu as mesmas partes (identidade de partes).

O entendimento mais recente do STJ8 é no sentido de que não se exige que a prova emprestada
seja oriunda de processo que envolveu as mesmas partes, desde que essa prova emprestada
seja, no momento de sua inclusão no processo atual, submetida ao contraditório.

Presentes os requisitos, a prova emprestada terá o mesmo valor das demais provas. Ausente
qualquer dos requisitos, será considerada como mero indício, tendo o valor de prova não-plena.9

Quanto ao procedimento:

a) prova típica – Seu procedimento está previsto na Lei.

b) prova atípica – Duas correntes: a.1) É somente aquela que não está prevista na
Legislação (este conceito se confunde com o de prova inominada); a.2) É tanto aquela que
está prevista na Lei, mas seu procedimento não, quanto aquela em que nem ela nem seu
procedimento estão previstos na Legislação.

Outras classificações:

a) prova anômala – É a prova típica, só que utilizada para fim diverso daquele para o qual
foi originalmente prevista.

7
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 339
8
REsp 1340069/SC, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 15/08/2017, DJe 28/08/2017

9
Temos, ainda, a chamada “serendipidade”, que é o encontro fortuito de provas. Ocorre quando um elemento de
prova relativo ao fato objeto de um processo é encontrado fortuitamente, ou seja, por acaso, em outro processo.
Neste caso, a decisão judicial pode ser fundamentada em elementos de prova surgidos, de forma fortuita, durante a
investigação de outros crimes.

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b) prova irritual – É aquela em que há procedimento previsto na Lei, só que este


procedimento não é respeitado quando da colheita da prova.

c) prova “fora da terra” – É aquela realizada perante juízo distinto daquele perante o qual
tramita o processo (realizada por carta precatória, por exemplo).

d) prova crítica – É utilizada como sinônimo de “prova pericial”.

Princípios que regem o sistema probatório

A) Princípio do contraditório – Todas as provas produzidas por uma das partes podem ser
contraditadas (contraprova) pela outra parte;
B) Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova) – A prova é produzida por
uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos autos, deixa de pertencer
àquele que a produziu, passando a ser parte integrante do processo, podendo ser utilizada em
benefício de qualquer das partes. Exemplo: Imagine que o réu arrole uma testemunha,
acreditando que seu depoimento será favorável a ele. No entanto, eu seu depoimento a
testemunha afirma que viu o acusado praticar o crime. Assim, nada impede que o Juiz se valha
da própria prova produzida pelo réu para condená-lo, pois a prova não é mais do réu, e sim
comum ao processo (comunhão da prova). Isso é muito importante! Guardem isso!
C) Princípio da oralidade – Sempre que for possível, as provas devem ser produzidas
oralmente na presença do Juiz. Assim, mais valor tem uma prova testemunhal produzida em
audiência que um mero documento juntado aos autos contendo algumas declarações de uma
suposta testemunha. Desse princípio decorrem:

c.1) Subprincípio da concentração – Sempre que possível as provas devem ser


concentradas na audiência. Tanto o é que, com as alterações promovidas pela Lei
11.719/08, as alegações finais, que antes eram realizadas mediante a apresentação de
memoriais (escritos), atualmente serão, em regra, apresentadas oralmente ao final da
audiência (podendo, em casos complexos, serem apresentadas por escrito, através de
memoriais);

c.2) Subprincípio da publicidade – Os atos processuais não devem ser praticados de


maneira secreta, sendo vedado ao Juiz apresentar obstáculos à publicidade dos atos
processuais. Isto deriva da própria Constituição, em seus arts. 5°, LX e 93, IX. Porém, esta
publicidade não é absoluta, podendo ser restringida em alguns casos, apenas às partes e
seus procuradores, ou somente a estes. Percebam, portanto, que existe a possibilidade,
até mesmo, de um ato processual não ser público para uma das partes, MAS NUNCA
PODERÁ SER RESTRINGIDA A PUBLICIDADE AOS PROCURADORES DAS PARTES;

c.3) Subprincípio da imediação – o Juiz, sempre que possível, deve ter contato físico com a
prova, no ato de sua produção, a fim de que melhor possa formar sua convicção;

D) Princípio da autorresponsabilidade das partes – As partes respondem pelo ônus da


produção da prova acerca do fato que tenham de provar. Assim, se o titular da ação penal não

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provar a autoria e a materialidade do fato, terá uma consequência adversa para si, que é a
absolvição do acusado;
E) Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo tenetur se detegere) – Por este princípio
entende-se a não obrigatoriedade que a parte tem de produzir prova contra si mesma. Assim,
não está o acusado obrigado a responder às perguntas que lhe forem feitas, nem a participar da
reconstituição simulada, nem fornecer material gráfico para exame grafotécnico, etc.

Etapas de produção da prova

Esclareço a vocês, ainda, que quatro são as etapas do processo de produção da prova:

1. Proposição – A produção da prova é requerida ao Juiz, podendo ocorrer em momento


ordinário ou extraordinário. O momento ordinário é aquele no qual a lei estabelece que
devam ser requeridas. Assim, o momento para a proposição de meios de prova é a
denúncia, para o MP, e a resposta à acusação, para a defesa. O momento
extraordinário, por sua vez, é todo momento em que a parte requeira a produção de
uma prova fora da época correta (momento ordinário);
2. Admissão – É o ato mediante o qual o Juiz defere ou não a produção de uma prova. As
provas propostas no momento ordinário só podem ser indeferidas quando
impertinentes ao processo (não guardam relação com o processo). Já as provas
propostas em momento extraordinário podem ser indeferidas pela simples análise, pelo
Juiz, de sua desnecessidade para a formação de sua convicção;
3. Produção – É o momento em que a prova é trazida para dentro do processo, seja
através da juntada de um documento ou laudo pericial, ou através da oitiva de uma
testemunha, etc.;
4. Valoração – É o momento no qual o Juiz aprecia cada prova produzida e lhe atribui o
valor que julgar pertinente, de acordo com todo o conteúdo probatório existente,
fundamentando sua decisão.

Ônus da prova

O ônus da prova pode ser definido como o encargo conferido a uma das partes referente à
produção probatória relativa ao fato por ela alegado.10

Assim, nos termos do art. 156, 1° parte, do CPP:

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Desta forma, fica claro que a parte que alega algum fato, deve fazer prova dele. Portanto,
cabe ao acusador fazer prova da materialidade e da autoria do delito.11 Cabe ao réu, por sua vez,
provar os fatos que alegar (algum álibi) ou desconstituir a prova feita pelo acusador (um
excludente de ilicitude, uma excludente de culpabilidade, etc.).

10
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 342
11
PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 325

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Um ônus não é uma obrigação, pois uma obrigação descumprida é um ato contrário ao
Direito. Um ônus, por sua vez, quando descumprido, não gera um ato contrário ao Direito, mas
representa uma perda de oportunidade à parte que lhe der causa.

Produção probatória pelo Juiz

Pode se dar de duas formas distintas:

(i) Na produção antecipada de provas – Regra geral, as provas devem ser produzidas
pelas partes. No entanto, em alguns casos, o Juiz pode determinar a produção de algumas
provas. Essa faculdade está prevista no art. 156, segunda parte, e incisos I e II do CPP. O primeiro
deles trata da produção de provas urgentes:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Muito se discutiu na Doutrina acerca da constitucionalidade desta faculdade, tendo em


conta a adoção, no Brasil, de um sistema processual acusatório, ou seja, cabe às partes agirem
para formar a convicção do Magistrado, que apenas recebe os elementos de prova e os valora.

No entanto, o STJ e o STF entenderam que a produção de provas pelo Juiz É


CONSTITUCIONAL, sendo, porém, medida excepcional, pois embora se adote o sistema
acusatório, também se adota o princípio da verdade real12, de forma que o Juiz deve buscar
sempre a verdade dos fatos, e não se contentar com a “verdade” que consta no processo
(verdade formal).

Deve, ainda, o Magistrado quando determinar a produção de prova antecipada, fazer isto
obedecendo:

⇒ A necessidade da prova – A prova determinada deve ser indispensável à elucidação


dos fatos.
⇒ Adequação da prova – A prova da adequação se dá mediante uma análise da
urgência de sua realização. Se determinada a realização de uma prova que não é
urgente, não haverá adequação da medida.
⇒ Proporcionalidade – Está relacionada à ponderação de valores em conflito. Assim, a
proporcionalidade deve ser extraída mediante um balanço entre a busca da verdade
real e a imparcialidade do Juiz, mediante a análise de fatores como a existência de
outras provas acerca do mesmo fato, gravidade do delito, grau de urgência, etc.

Ressalto a vocês, por fim, que a determinação de produção antecipada de provas urgentes
e relevantes é uma espécie de medida cautelar (busca evitar o perecimento da prova), de forma
12
Tal princípio não está imune a críticas, notadamente aquelas que o consideram como uma brecha inquisitiva para o
exercício arbitrário de poder por parte do Estado. PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 322/323

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que devem estar presentes os requisitos da cautelaridade, que são o fumus comissi delicti
(existência de indícios da materialidade e da autoria do delito) e o periculum in mora (Perigo de
que a demora na produção da prova torne impossível a sua realização).

(ii) Na produção de provas após iniciada a fase de instrução do processo – Esta


possibilidade está prevista no art. 156, II do CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
(...) II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)

Um exemplo de exercício desta faculdade está no art. 196 do CPP, que permite ao Juiz
proceder, de ofício (ou seja, sem requerimento das partes), a novo interrogatório do réu. Ou,
ainda, nos termos do art. 209 do CPP, ouvir testemunhas não arroladas pelas partes, dentre
outros exemplos.

O mesmo que foi dito quanto à constitucionalidade da produção antecipada de provas ex


officio se aplica a esta hipótese de produção de provas pelo Juiz. O objetivo é conciliar o
princípio da verdade real com o modelo acusatório.

A diferença entre ambas as hipóteses reside, primordialmente, no fato de que no primeiro


caso se exige a cautelaridade da medida (urgência de sua realização). No segundo caso, basta
que o Magistrado tenha dúvida sobre ponto relevante, o que autoriza a produção de provas ex
officio.

Produção probatória pelo Juiz e Lei 13.964/19

A Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) provocou mudanças sensíveis no processo


penal brasileiro. Dentre estas mudanças, está o art. 3º-A do CPP:

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz
na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação. (eficácia suspensa por força de decisão liminar proferida pelo STF na
ADI 6298)

Como se vê, hoje, o sistema acusatório no nosso processo penal não é mais uma
interpretação doutrinária dos contornos da nossa legislação. Trata-se de um sistema que foi
expressamente adotado, nos termos da Lei.

Mais que isso: ao adotar expressamente o sistema acusatório, o legislador ainda trouxe duas
vedações ao Juiz (reforçando o caráter acusatório de nosso sistema):

⇒ Vedação da iniciativa do juiz na fase de investigação

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⇒ Vedação da substituição da atuação probatória do órgão de acusação

Ou seja, ao Juiz é vedado agir “de ofício” no curso da investigação, bem como atuar de
maneira proativa na produção probatória, exercendo a função conferida ao acusador (o que
configuraria resquício inquisitivo).

Assim, diante da nova sistemática, cremos que a possibilidade de o Juiz determinar “ex
officio” (sem provocação) a produção antecipada de provas na fase pré-processual estaria
tacitamente revogada. Para reforçar tal compreensão, o art. 3º-B (também criado pela Lei
13.964/19) assim estabelece:

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da


investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia
tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe
especialmente: (eficácia suspensa por força de decisão liminar proferida pelo STF
na ADI 6298)
(...) VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas
consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral;

Como se vê claramente, o art. 3º-B, VIII do CPP estabelece que incumbe ao Juiz das
Garantias (Juiz que atua na fase pré-processual, supervisionando a investigação criminal) decidir
sobre o REQUERIMENTO de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis. Ou seja: hoje deve haver requerimento, não se admitindo que o Juiz assim proceda de
ofício.

ATENÇÃO!!! Vale ressaltar que estes dispositivos (arts. 3º-A e 3º-B do CPP) estão
com eficácia suspensa, por força de decisão liminar proferida pelo STF no bojo
da ADI 6298.

Professor, mas por qual razão nós vimos esta parte então? Para que vocês entendam que hoje há
na Lei (embora com eficácia suspensa) um regramento que restringe a atuação “de ofício” do
Juiz. Ou seja, é mais produtivo saber que o legislador optou pela inclusão de tais dispositivos e o
STF suspendeu temporariamente do que simplesmente ignorar a alteração legislativa.

Provas ilegais

As provas ilegais são um gênero do qual derivam três espécies: provas ilícitas, provas ilícitas
por derivação e provas ilegítimas.

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Provas ilícitas

São consideradas provas ilícitas aquelas produzidas mediante violação de normas de direito
material (normas constitucionais ou legais)13. A Constituição Federal expressamente prevê a
vedação da utilização de provas obtidas por meios ilícitos. Nos termos do seu art. 5°, LVI:

Art. 5º (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos;

O art. 157 do CPP, por sua vez, diz:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

São exemplos de prova ilícita:

● Interceptação telefônica realizada sem ordem judicial, por violar o art. 5°, XII da
Constituição Federal.
● Busca e apreensão domiciliar sem ordem judicial, por violação ao art. 5°, XI da
Constituição.
● Prova obtida mediante violação de correspondência, pois viola o art. 5°, XII da
Constituição Federal.

Muitos outros existem, e ficaríamos dias e dias a enumerá-los. No entanto, o que vocês
devem saber é que qualquer prova obtida por meio ilícito é uma prova ilegal, e que por meio
ilícito deve-se entender aquele que importa em violação a algum direito material,
constitucionalmente protegido, de maneira direta ou indireta.

A prova pode ser ilícita por afrontar direta ou indiretamente a Constituição. Todos os
exemplos citados acima são hipóteses de prova ilícita por afrontamento direto à Constituição. No
entanto, pode ocorrer de a prova ser ilícita por ofender uma norma prevista em Lei (não na
Constituição), mas essa Lei retira seu fundamento diretamente da Constituição.

EXEMPLO: Imagine um interrogatório do réu em sede judicial realizado sem a


presença do advogado. A norma que diz que a presença do advogado é
indispensável não está na Constituição, mas no art. 185 do CPP. No entanto, este
art. 185 do CPP nada mais faz que observar o princípio da ampla defesa. Assim,
pode-se dizer que quando se afronta o art. 185 do CPP, está a ser violado,
também, o princípio da ampla defesa, consagrado no art. 5°, LV da Constituição.

Provas ilícitas por derivação

São aquelas provas que, embora sejam lícitas em sua essência, derivam de uma prova ilícita,
daí o nome “provas ilícitas por derivação”. Trata-se da aplicação da Teoria dos frutos da árvore

13
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 340

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envenenada (fruits of the poisonous tree), segundo a qual, o fato de a árvore estar envenenada
necessariamente contamina os seus frutos. Trazendo para o mundo jurídico, significa que o
defeito (vício, ilegalidade) de um ato contamina todos os outros atos que a ele estão vinculados.

Antes do advento da Lei 11.690 (que alterou alguns dispositivos do CPP), a utilização desta
teoria era fundamentada com base no art. 573, § 1° do CPP, que diz:

Art. 573 (...) § 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos
que dele diretamente dependam ou sejam consequência.

No entanto, com o advento da Lei citada, o art. 157, § 1° do CPP passou a tratar
expressamente da prova ilícita por derivação. Vejamos:

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)

Perceba, caro aluno, que a primeira parte do dispositivo transcrito trata da regra, qual seja:
Toda prova derivada de prova ilícita é inadmissível no processo. Entretanto, a segunda parte do
artigo excepciona a regra, ou seja, existem casos em que a prova, mesmo derivando de outra
prova, esta sim ilícita, poderá ser utilizada.

Exige-se, primeiramente, que a prova ilícita por derivação possua uma relação de
causalidade exclusiva com a prova originalmente ilícita. Assim, se uma prova B (lícita) só pode ser
obtida porque se originou de uma prova ilícita (A), a prova B será inadmissível. Entretanto, se a
prova B não foi obtida exclusivamente em razão da prova A, a prova B não será inadmissível.

EXEMPLO: Imagine que Paulo fora arrolado pelo MP como testemunha em um


processo criminal, tendo prestado seu depoimento de maneira válida durante a
instrução processual. O que esta prova tem de ilícita? Nada. Porém, imagine que
a testemunha Paulo só tenha sido descoberta em razão de um depoimento
testemunhal ocorrido em sede policial, na qual a testemunha Carlos foi torturada.
Assim, o depoimento de Carlos é prova ilícita, de formar que contamina o
depoimento (válido) de Paulo, pois somente através do depoimento mediante
tortura de Carlos é que se chegou até a testemunha Paulo.
Imagine, agora, que além de ter sido mencionado como testemunha do crime
por Carlos (que estava sob tortura), Paulo tenha sido apontado como testemunha
ocular do crime por outra testemunha, Ricardo, que prestou depoimento válido e
de maneira livre em sede policial. Ora, estamos aqui diante do que se chama de
fonte independente capaz de conduzir ao objeto de prova.14 Assim, se a prova
ilícita por derivação (depoimento de Paulo) tenha sido obtida também por uma
fonte independente (depoimento de Ricardo) da fonte contaminada (depoimento
de Carlos, sob tortura), a prova deixará de ser ilícita por derivação e poderá ser
utilizada no processo. Nos termos do § 2° do art. 157 do CPP:

14
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 341

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Art. 157 (...) § 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº
11.690, de 2008)

Por fim, há ainda o que a Doutrina chama de “Teoria da descoberta inevitável”15 (inevitable
discovery), segundo a qual também poderá ser utilizada a prova que, embora obtida através de
uma outra prova, ilícita, teria sido obtida inevitavelmente pela autoridade.

EXEMPLO: Imagine que o Juiz tenha determinado a Busca e apreensão de


documentos e objetos na casa do suspeito José. Antes de realizada a diligência,
José, que estava preso, afirma, mediante tortura, que a arma do crime está em
sua residência, dentro do armário. Chegando no local, a autoridade policial
constata que de fato a arma está no armário, mas simultaneamente chega ao
local outra equipe, para cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão
determinado anteriormente. Ora, a arma seria localizada inevitavelmente pela
equipe que fora realizar a busca e apreensão (diligência válida e regular).
Portanto, a prova ilícita por derivação (arma do crime, à qual se chegou através
de interrogatório mediante tortura) teria sido inevitavelmente descoberta de
forma lícita, ainda que não houvesse a prova ilícita que lhe deu origem.
Assim, a prova foi obtida de forma ilícita, pois decorreu do interrogatório
mediante tortura. Todavia, analisando-se as circunstâncias, é perfeitamente
possível concluir que esta mesma prova acabaria sendo obtida de qualquer
modo, licitamente.
Desta forma, a prova poderá ser usada no processo.

Provas ilegítimas

São provas obtidas mediante violação a normas de caráter eminentemente processual, sem
que haja nenhum reflexo de violação a normas constitucionais.

EXEMPLO: Imagine que num determinado processo criminal em uma comarca do


interior, não havendo perito oficial, o Juiz tenha determinado a produção de
prova pericial por um perito não oficial. Esta prova pericial produzida será
ilegítima, pois viola uma norma processual, prevista no art. 159, § 1° do CPP:
Art. 159 (...)
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza
do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Neste caso, não há qualquer violação à Constituição, pois a realização de uma
prova pericial por apenas um perito não-oficial, ao invés de dois, em nada

15
Também chamada de “exceção da fonte HIPOTÉTICA independente”.

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prejudica algum direito fundamental. No entanto, trata-se de violação a uma


norma processual, de forma que esta prova é considerada ilegítima.

Não se pode esquecer que o termo “ilegítimas” só se aplica às provas obtidas com violação
às normas de direito PROCESSUAL. Já o termo “ilícitas” se aplica apenas às provas obtidas com
violação às normas de direito material.

Assim:

ILÍCITAS (08 LETRAS) – MATERIAL (08 LETRAS)


ILEGÍTIMAS (10 LETRAS) – PROCESSUAL (10 LETRAS)

Consequências processuais no caso de reconhecimento da ilegalidade


da prova

Reconhecida a ilegalidade da prova, este reconhecimento gera algumas consequências


práticas no processo criminal. Entretanto, estas consequências são diferentes no caso de provas
ilícitas (ilícitas e ilícitas por derivação) e provas ilegítimas.

Consequências processuais do reconhecimento da ilicitude da prova

No caso das provas ilícitas e ilícitas por derivação, declarada sua ilicitude, elas deverão ser
desentranhadas do processo16 e, após estar preclusa a decisão que determinou o
desentranhamento (não couber mais recurso desta decisão), esta prova será inutilizada pelo Juiz.
É o que preconiza o § 3° do art. 157 do CPP:

Art. 157 (...) § 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada


inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes
acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Trata-se, portanto, de valoração da ilicitude da prova ANTES DA SENTENÇA. Entretanto,


em relação à simetria de tratamento que se dá às provas ilícitas e às nulidades absolutas, a
ilicitude destas provas poderá ser arguida a qualquer momento, inclusive após a sentença.

16
Sobre os efeitos do reconhecimento da ilicitude da prova, vale destacar que o mero reconhecimento da ilicitude
da prova não é capaz de ensejar o trancamento da ação penal ou a prolação de uma sentença condenatória. A ação
penal pode possuir justa causa (elementos mínimos de prova) calcada em outras provas, não declarada ilícitas, bem
como a condenação pode sobrevir condenação, também fundada em outras provas, não vinculadas à prova
considerada ilícita (Informativo 776 do STF).

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CUIDADO! Há parcela da Doutrina, no entanto, vem entendendo que, desentranhada prova


declarada inadmissível, a sua inutilização não é obrigatória, podendo o Magistrado declarar a
inadmissibilidade da prova, mas não decretar seu desentranhamento e inutilização.

Isto se deve em razão da existência de forte entendimento17 no sentido de que a prova, ainda
que seja ilícita, se for a única prova que possa conduzir à absolvição do réu, ou comprovar fato
importante para sua defesa, em razão do princípio da proporcionalidade, deverá ser utilizada no
processo. Assim, a inutilização da prova inviabilizaria sua utilização pro reo.

EXEMPLO: Imagine que Marcelo, acusado de homicídio, saiba que, na verdade, Bruno é o
verdadeiro homicida, mas não possui provas acerca disso. No entanto, Marcelo adentra à casa de
Bruno pela madrugada e acopla um dispositivo para realização de escutas. Durante a utilização
do dispositivo, Bruno comenta diversas vezes com sua esposa acerca da autoria do homicídio,
confessando-o. Esta prova, obtida ilicitamente (violação ao Direito à privacidade, art. 5°, X da
Constituição), por ser a única capaz de provar a inocência de Marcelo, apesar de ilícita, poderá
ser utilizada para sua absolvição.

Entretanto, a prova não passa a ser considerada lícita. Ela continua sendo ilícita, mas
excepcionalmente será utilizada, apenas para beneficiar o acusado (Marcelo). Isso é
extremamente importante, pois se a prova passasse a ser considerada lícita, poderia ser utilizada
para incriminar o verdadeiro autor do crime (Bruno). Entretanto, como ela continua sendo prova
ilícita, poderá ser utilizada para inocentar Marcelo, mas não poderá ser utilizada para incriminar
Bruno, pois a Doutrina e Jurisprudência dominantes só admitem a utilização da prova ilícita pro
reo, e não pro societate. MUITO CUIDADO COM ISSO!

Outra questão interessante diz respeito à IMPOSSIBILIDADE de o Juiz que conhecer do


conteúdo da prova declarada inadmissível vir a proferir posteriormente a sentença ou acórdão.
Tal previsão havia sido incluída no art. 157, §4º (na reforma de 2008), mas foi vetada à época, e a
Doutrina entendia equivocado o veto. A Lei 13.964/19, enfim, 11 anos depois, efetivamente
incluiu tal previsão no CPP (art. 157, §5º do CPP):

Art. 157 (...) § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada


inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão

Assim, caso o Juiz reconheça que determinada prova é ilícita e, portanto, inadmissível, este
mesmo Juiz não poderá posteriormente proferir a sentença, devendo ser designado outro Juiz
(conforme as regras de substituição previstas pelo Tribunal) para proferir sentença.

Qual a razão de tal vedação, professor? A razão é simples. Quando o Juiz declara inadmissível
uma prova, dada sua ilicitude, aquela prova passa a não fazer mais parte dos autos do processo
e, portanto, não pode ser utilizada para formar o convencimento do Juiz. Todavia, na prática,
nenhum ser humano é absolutamente isento e capaz de fazer tal separação. Imagine que um Juiz
tomou conhecimento de uma confissão realizada pelo réu, mas tal confissão foi obtida mediante
interceptação telefônica clandestina. Ainda que o referido Juiz não possa fundamentar sua
decisão com base naquela confissão (prova ilícita), é inegável que aquilo está na cabeça do Juiz e
17
PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 320

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vai fazer com que o mesmo olhe para as demais provas dos autos já com a imagem de um
culpado em sua cabeça.

ATENÇÃO! Este dispositivo teve sua eficácia SUSPENSA cautelarmente pelo STF
na ADI 6298. Assim, até a análise definitiva do mérito da ADI, a eficácia do §5º
do art. 157 está suspensa.

Qual é o recurso cabível em face da decisão referente à ilicitude da prova? A Doutrina entende
que:

● Decisão que RECONHECE A ILICITUDE da prova – Cabe RESE, nos termos do art.
581, XIII do CPP.
● Decisão que RECONHECE A ILICITUDE da prova apenas na sentença – Cabe
APELAÇÃO.
● Decisão que NÃO RECONHECE a ilicitude da prova – Não cabe recurso (seria
possível o manejo de HC ou MS).

Consequências processuais do reconhecimento da ilegitimidade da


prova

Diferentemente do que ocorre com as provas ilícitas, em que a natureza e a gravidade dos
crimes podem implicar a sua utilização, no que tange às provas ilegítimas, o critério para
definição de sua utilização ou não será outro.

Para que se defina se a prova ilegítima (obtida ou produzida mediante violação à norma de
caráter processual) será utilizada ou não, devemos distingui-las em dois grupos: provas ilegítimas
por violação a norma processual de caráter absoluto (que importam nulidade absoluta) e provas
ilegítimas por violação a norma processual de caráter relativo (que importam em nulidade
relativa).

A prova decorrente de violação à norma processual de caráter absoluto (nulidade absoluta)


jamais poderá ser utilizada no processo, pois as nulidades absolutas, são questões de ordem
pública e são insanáveis. O STF e o STJ estão relativizando isso, ao fundamento de que não pode
ser declarada qualquer nulidade sem comprovação da ocorrência de prejuízo).

Já a prova decorrente de violação à norma processual de caráter relativo (nulidade relativa),


poderá ser utilizada, desde que não haja impugnação à sua ilegalidade (essa ilegalidade deve ser
arguida por alguma das partes, não podendo o Juiz suscitá-la de ofício), ou tenha sido sanada a
irregularidade em tempo oportuno.

Seja como for, de acordo com a Doutrina majoritária, às provas ilegítimas deve ser aplicado
o regime jurídico das nulidades, e não as regras atinentes às provas ilícitas, que vimos
anteriormente.

Quadro esquemático:

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​ SÚMULAS PERTINENTES

Súmulas do STJ

⮲ Súmula 455 do STJ: O STJ sumulou entendimento no sentido de que a produção antecipada
de provas, em razão da suspensão do processo decorrente da aplicação do art. 366 do CPP (réu
revel citado por edital), deve ser fundamentada em elementos concretos (risco de perda da
prova), não podendo o Juiz determiná-la com base apenas na alegação de que o decurso do
tempo poderia prejudicar a colheita da prova:

Súmula 455 do STJ: “A decisão que determina a produção antecipada de provas


com base no artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a
justificando unicamente o mero decurso do tempo”.

⮲ Súmula 74 do STJ: O STJ sumulou entendimento no sentido de que a prova da MENORIDADE


penal somente pode se dar mediante a apresentação de documento hábil, não sendo possível a
prova de tal fato por outros meios (testemunhal, etc.). Tal entendimento configura exceção ao
sistema do livre convencimento do Juiz, já que, neste caso, temos um exemplo de prova tarifada:

Súmula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA


MENORIDADE DO REU REQUER PROVA POR DOCUMENTO HABIL.

​ JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
⮲ STJ - REsp 1111566/DF: O STJ decidiu no sentido de o direito à não autoincriminação
pressupõe a impossibilidade de se obrigar o acusado a realizar o teste do bafômetro, já que isso
constituiria obrigação de produção de prova contra si próprio:

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(...) 1. O entendimento adotado pelo Excelso Pretório, e encampado pela


doutrina, reconhece que o indivíduo não pode ser compelido a colaborar com os
referidos testes do 'bafômetro' ou do exame de sangue, em respeito ao
princípio segundo o qual ninguém é obrigado a se autoincriminar (nemo tenetur
se detegere). Em todas essas situações prevaleceu, para o STF, o direito
fundamental sobre a necessidade da persecução estatal.
(...) (REsp 1111566/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Rel. p/ Acórdão
Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/RJ), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/03/2012, DJe 04/09/2012)

⮲ STF - HC 116931/RJ: O STF decidiu que o mero reconhecimento da ilicitude da prova não é
capaz de ensejar o trancamento da ação penal ou a prolação de uma sentença condenatória, pois
a ação penal pode possuir justa causa (elementos mínimos de prova) calcada em outras provas,
não declarada ilícitas, bem como a condenação pode sobrevir condenação, também fundada em
outras provas, não vinculadas à prova considerada ilícita.

(...) A defesa sustentava que a peça acusatória embasara-se em prova ilícita,


constituída por elementos colhidos mediante quebra de sigilo bancário
requisitado diretamente pela Receita Federal às instituições financeiras. A Turma
consignou que o STJ, ao conceder parcialmente a ordem em “habeas corpus” lá
apreciado, reconhecera a nulidade da prova colhida ilicitamente, mas deixara de
trancar a ação penal, tendo em conta remanescerem outros elementos de prova,
regularmente colhidos, que seriam suficientes para atestar a materialidade e
autoria dos delitos. Ademais, tendo em conta essa decisão proferida pelo STJ, o
juízo de 1º grau reanalisara a viabilidade da ação penal, a despeito das provas
então consideradas nulas, e concluíra pela existência de justa causa amparada
por outras provas. Na ocasião, não apenas as provas ilícitas foram retiradas dos
autos, como os fatos a ela relacionados também foram desconsiderados.
Posteriormente à impetração perante o STF, fora prolatada sentença
condenatória, na qual nenhuma prova produzida ilegalmente fora utilizada para a
condenação. O juízo natural da ação penal, com observância do contraditório,
procedera ao exame do suporte probatório produzido, e afastara dele o que lhe
poderia contaminar pela ilicitude declarada pelo STJ, para concluir pela
existência de elementos probatórios idôneos para justificar a condenação.
Apenas parte da apuração teria sido comprometida pelas provas obtidas a partir
dos dados bancários encaminhados ilegalmente à Receita Federal. Evidenciada,
pela instância ordinária, a ausência de nexo causal entre os elementos de prova
efetivamente utilizados e os considerados ilícitos, não se poderia dizer que o
suporte probatório ilegal contaminara todas as demais diligências. HC
116931/RJ, rel. Min. Teori Zavascki, 3.3.2015. (HC-116931)

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EXERCÍCIOS COMENTADOS – PROVAS (PARTE


GERAL)
01. (FCC – 2018 – CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – PROCURADOR
LEGISLATIVO - adaptada) O Código de Processo Penal adotou como regra o sistema de valoração
das provas denominado “prova legal ou tarifada”.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois como regra se adota o sistema da persuasão racional, e não o da prova tarifada,
ao estabelecer que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, conforme art. 155 do CPP.

GABARITO: Errada

02. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) A proibição das provas ilícitas
é absoluta em nosso ordenamento processual penal.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois as provas ilícitas, de fato, não podem ser utilizadas, como regra quase absoluta.
A Doutrina majoritária, porém, entende que a prova ilícita pode vir a ser utilizada,
excepcionalmente, quando for a única forma de se provar a inocência do réu, evitando-se uma
condenação injusta.

GABARITO: Errada

03. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) Vige como regra em nosso
ordenamento processual penal o sistema de valoração de provas denominado “prova legal ou
tarifada”.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois como regra se adota o sistema da persuasão racional, e não o da prova tarifada,
ao estabelecer que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, conforme art. 155 do CPP.

GABARITO: Errada

04. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) O juiz formará sua convicção
pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo em nenhuma

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hipótese fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na


investigação.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o art. 155 do CPP estabelece que o Juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, RESSALVADAS as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. Ou seja, não se trata de uma restrição absoluta.

GABARITO: Errada

05. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) O juiz não poderá ordenar,
de ofício, a produção antecipada de provas, sob pena de comprometer sua imparcialidade e atuar
como investigador.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o Juiz poderá determinar, DE OFÍCIO, ou seja, sem provocação de qualquer das
partes, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes:

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de


provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação
e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

GABARITO: ERRADA

06. (FCC – 2009 – DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO) Para prolação de sentença condenatória o
juiz formará sua convicção, de acordo com o teor de nova regra processual penal trazida pela Lei
no 11.719, de 20/06/2008, segundo
a) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial onde se garanta a ampla defesa
do acusado.
b) apreciação controlada da prova produzida em contraditório judicial com desprezo ao teor de
eventual confissão prestada no inquérito policial.
c) livre apreciação da prova produzida, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação.
d) apreciação discricionária da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação.

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e) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

COMENTÁRIOS

O Brasil adotou o sistema da livre apreciação da prova, ou do livre convencimento fundamentado


em provas, conforme se extrai do art. 155 do CPP:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
2008)

Percebam, assim, que a letra E traz a redação praticamente literal do art. 155 do CPP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

07. (FCC – 2010 – DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO) Atenção: Para responder à questão assinale
a alternativa correta em relação ao assunto indicado.

Disciplina da prova no processo penal.


a) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma absolvição, à defesa
incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em situação que exclua a ilicitude da conduta.
b) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque estas não foram localizadas
na fase judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos depoimentos de inquérito
porque a prova colhida na investigação se tornou irrepetível.
c) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente declarada ilícita não pode
ser o mesmo a prolatar a sentença, sob pena de nulidade.
d) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova ilícita por derivação seja
considerada válida para a condenação quando obtida através de fonte independente ou quando,
por raciocínio hipotético, sua descoberta teria sido inevitável.
e) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova da autoria é feita
exclusivamente por indícios.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Primeiramente cabe à acusação a prova de que o réu praticou o fato típico, ou seja,
o fato definido como crime. Não provado isto, a absolvição se impõe, independentemente de
qualquer prova produzida pela defesa;

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B) ERRADA: A não localização das testemunhas arroladas pela acusação na fase processual não é
situação que se possa considerar como irrepetibilidade da prova, de forma que o depoimento
destas testemunhas, em sede policial, não poderá ser utilizado como elemento de prova, eis que
não foram ratificados em juízo, sob o crivo do contraditório;

C) ERRADA: O fato de o Juiz conhecer o conteúdo da prova declarada inadmissível não gera a sua
impossibilidade de proferir a sentença, não havendo qualquer previsão nesse sentido;

D) CORRETA: Esta previsão está, de fato, contida no CPP, com a nova redação dada ao art. 157,
§1º:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)

E) ERRADA: É possível a condenação baseada apenas em indícios, desde que estes indícios sejam
capazes de formar o convencimento do Juiz, no que se denominou de "prova indiciária", embora
isso não seja unânime na Doutrina.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

08. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) No tocante à atividade probatória no processo
penal, de acordo com o Código de Processo Penal,
a) as provas ilícitas, obtidas em violação a normas legais, são inadmissíveis, sendo facultado seu
desentranhamento dos autos do processo.
b) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
sendo-lhe vedado utilizar os elementos informativos colhidos na investigação para fundamentar a
sua decisão, mesmo tratando-se de provas cautelares.
c) é possível provar o estado das pessoas por qualquer meio de prova admissível no processo
penal, independentemente das restrições estabelecidas na lei civil.
d) a prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz, de ofício,
determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante.
e) quando a infração deixar vestígio, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, salvo se já houver confissão do acusado.

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COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O desentranhamento é obrigatório, nos termos do art. 157 do CPP.

B) ERRADA: As provas cautelares, produzidas antes do momento oportuno em razão da


possibilidade do perecimento da prova, podem fundamentar a decisão do Juiz, ainda que não
repetidas sob o crivo do contraditório, nos termos do art. 155 do CPP.

C) ERRADA: Neste caso a prova deverá obedecer às restrições previstas na Lei Civil, nos termos
do art. 155, § único do CPP.

D) CORRETA: Esta é a representação correta da distribuição do ônus da prova, bem como está
correta também com relação à atividade probante do Juiz. Vejamos:

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de


provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação
e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização


de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº
11.690, de 2008)

E) ERRADA: A primeira parte do item está correto, mas peca ao afirmar que a confissão pode
suprir o exame de corpo de delito, pois isto não é possível, nos termos do art. 158 do CPP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

09. (FCC – 2011 – MPE-CE – PROMOTOR DE JUSTIÇA) A circunstância conhecida e provada,


que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias, no âmbito do processo penal,
a) serve como elemento formador de convicção do Promotor de Justiça em matéria de Tribunal
do Júri.
b) tem expressa disposição no Título II do Código de Processo Penal que trata do inquérito policial
e a prevê como consideração à autoridade policial no âmbito meramente investigativo.
c) não tem qualquer valor legal por vedar a Constituição Federal qualquer espécie de presunção
por ofensa ao princípio do contraditório.
d) considera-se indício e é um dos meios de prova.
e) é expressão legal do princípio acusatório no processo penal.

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COMENTÁRIOS

Temos, no enunciado, a definição perfeita de indício, nos termos do art. 239 do CPP:

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo


relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou
outras circunstâncias.

Os indícios estão topograficamente inseridos dentro das “provas” no CPP, ainda que não
“provem” nada (apenas autorização presumir algo).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

10. (FCC – 2011 – DPE-RS – DEFENSOR PÚBLICO) Sobre provas ilícitas, é INCORRETO afirmar:
a) A vedação da utilização de provas ilícitas pode ser excepcionalmente afastada em favor do
acusado.
b) A doutrina processual penal faz uma distinção conceitual entre a prova ilícita e a prova ilegítima,
sendo aquela a obtida com violação ao direito substantivo e esta a obtida com violação ao direito
adjetivo.
c) As provas derivadas das ilícitas não se considerarão contaminadas quando puderem ser obtidas
de uma fonte independente destas, ou quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas
e outras, segundo o disposto na norma processual penal.
d) Consoante previsto no Código de Processo Penal, preclusa a decisão de desentranhamento da
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial.
e) Contra a decisão interlocutória que não reconhece a ilicitude de prova cabe recurso em sentido
estrito.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: A Doutrina vem entendendo que se a prova ilícita é o ÚNICO meio de provar a
inocência do acusado, deve ser admitida no processo penal.

B) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata diferenciação realizada pela Doutrina. Lembrando
que “direito substantivo” é sinônimo de direito material e “direito adjetivo” é sinônimo de direito
processual.

C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 157, § 1º do CPP:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

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§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)

D) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 157, §3º do CPP:

Art. 157 (...)

§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível,


esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o
incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

E) ERRADA: Item errado, pois o Recurso Em Sentido Estrito somente é admitido nas taxativas
hipóteses do art. 581 do CPP, dentre as quais não está a decisão citada. A Doutrina entende ser
cabível o manejo de HC ou Mandado de Segurança, a depender do caso. Lembrando que se a
decisão for pela declaração da ILICITUDE da prova, caberá recurso em sentido estrito, nos termos
do art. 581, XIII do CPP (anulação “parcial” do processo).

Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA E.

11. (FCC – 2010 – TJ-PI – ASSESSPR JURÍDICO) Em relação às provas ilícitas, é correto afirmar
que
a) não precisam, necessariamente, ser desentranhadas dos autos.
b) não se permite a presença das partes no incidente de inutilização, por se tratar de ato sigiloso.
c) são aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
d) são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo, apenas e tão somente, quando
as derivadas puderem ser obtidas por fonte independente das primeiras.
e) considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo trâmites atípicos, da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Devem, necessariamente, ser desentranhadas dos autos, nos termos do art. 157, §3º
do CPP.

B) ERRADA: A participação das partes é possível, nos termos do art. 157, §3º do CPP.

C) CORRETA: Item correto, pois esta é a definição de provas ilícitas. Lembrando que a Doutrina
ainda elenca outra espécie de provas ilegais, que são as provas ILEGÍTIMAS. Estas últimas são
aquelas obtidas mediante violação a normas de direito processual.

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D) ERRADA: O item está errado porque existe outra ressalva de possibilidade de utilização da
prova derivada da ilícita, que ocorre quando não restar evidenciado o nexo de causalidade entre
a prova originalmente ilícita e a supostamente derivada, nos termos do art. 157, §1º do CPP:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)

E) ERRADA: Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites TÍPICOS
e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto
da prova, nos termos do art. 157, §2º do CPP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

12. (FCC – 2009 – TJ-GO – JUIZ) Em relação às provas ilícitas, é possível assegurar que
a) não se faculta a presença das partes no incidente de inutilização.
b) são inadmissíveis, mas não precisam ser desentranhadas do processo.
c) se considera fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites normais da
investigação ou da instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
d) a inadmissibilidade também atinge as provas derivadas das ilícitas, salvo tão-somente quando
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.
e) são aquelas obtidas apenas em violação a normas constitucionais.

COMENTÁRIOS

As provas ilícitas são aquelas obtidas com violação a normas de direito material, sejam elas de
nível constitucional ou infraconstitucional. São inadmissíveis, ainda, as derivas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. Uma vez preclusa a decisão
referente ao desentranhamento da prova (necessário desentranhamento da prova inadmissível),
esta será inutilizada, podendo as partes acompanhar o incidente de inutilização.

Vejamos:

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Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)

§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites


típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível,


esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o
incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

13. (FCC – 2009 – TJ-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) No processo penal, a prova


a) deverá ser produzida pelas partes, vedado ao juiz determinar, de ofício, a produção de qualquer
outra prova.
b) quanto ao estado das pessoas, assim como todas as provas no processo penal, observarão as
restrições estabelecidas na lei civil.
c) da alegação incumbirá a quem a fizer.
d) ilícita deve ser analisada em conjunto com as lícitas, podendo servir de base para a condenação
se estiver em consonância com estas.
e) pericial consistente no exame de corpo de delito e outras perícias, será realizada por perito
oficial, portador de curso superior, ou, na sua falta, por três pessoas idôneas, portadoras de curso
médio completo.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O Juiz pode determinar a produção de provas, nos termos do art. 156 do CPP.

B) ERRADA: De fato, quanto à prova do estado das pessoas serão obedecidas as restrições da Lei
Civil, nos termos do art. 155, § único do CPP, mas esta é uma exceção, não sendo aplicável no
que tange à prova dos demais fatos.

C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 156 do CPP:

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Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

D) ERRADA: As provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo, pois são inadmissíveis, nos
termos do art. 157 do CPP.

E) ERRADA: Na falta de perito oficial, a prova pericial será realizada por duas pessoas idôneas, e
não três. Estas duas pessoas idôneas, portadoras de nível superior, são chamadas de peritos não
oficiais, nos termos do art. 159, §2º do CPP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

14. (FCC – 2009 – TJ-PI – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Segundo a doutrina, independem de prova
os fatos
a) induvidosos e inúteis.
b) admitidos ou aceitos e incontroversos.
c) ilegítimos e ilícitos.
d) intuitivos, notórios e inúteis.
e) reconhecidos pelo acusado e legítimos.

COMENTÁRIOS

Segundo definição doutrinária, não dependem de prova os fatos intuitivos (também chamados de
AXIOMÁTICOS), os fatos notórios e os fatos inúteis.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

15. (FCC – 2009 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO) O direito ao silêncio do acusado e o valor
da confissão harmonizam-se, segundo a sistemática atual do Código de Processo Penal, com
fundamento nas seguintes regras:
a) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, estabelecendo
escala de preponderância para as provas periciais e verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não importará confissão e nem
poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
b) o silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa,
sendo ao juiz vedada qualquer alusão ao silêncio do acusado na sentença que venha a proferir.
c) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando

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se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não
importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
d) o valor da confissão deverá ser compatibilizado exclusivamente com a prova colhida sob
princípio do contraditório, sendo vedada qualquer alusão a eventual silêncio do réu na sentença
condenatória.
e) o princípio constitucional da presunção de inocência impede que o juiz faça qualquer
consideração na sentença a interrogatório e/ou confissão extrajudicial, não podendo nem mesmo
tal circunstância interferir na sua livre apreciação das provas.

COMENTÁRIOS

Considerando-se o sistema da livre apreciação da prova, adotado pelo nosso ordenamento


jurídico, afastando-se a prova tarifada, bem como considerando o princípio do nemo tenetur se
detegere, ou seja, o princípio segundo o qual ninguém pode ser compelido a produzir prova
contra si mesmo, a alternativa correta seria a letra B, nos termos do art. 186 do CPP:

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da


acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do
seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem
formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser
interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

A Banca, porém, se fundamentou no art. 198 do CPP:

Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir
elemento para a formação do convencimento do juiz.

Ocorre que a Doutrina majoritária entende que a parte final do art. 198 está tacitamente revogada
pelo art. 186, § único do CPP, de forma que a questão deveria ter tido o gabarito alterado.
Contudo, fora mantido o gabarito como Letra C. Com relação à Letra B, ela está correta, pois o
Juiz não pode se valer do silêncio do acusado como fundamento para uma sentença condenatória
(Ele até pode mencionar o silêncio, mas no relatório da sentença, ou seja, na mera descrição dos
fatos ocorridos no processo, sem utilizar como elemento de convicção).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C (GABARITO DA BANCA).

16. (ESAF – 2008 – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE) Analise os itens a seguir e
marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente.
( ) Não se admite prova emprestada quando transplantada de inquérito policial.

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( ) A prova emprestada, no momento em que é transportada para o novo processo, passa a


constituir mera prova documental, embora originariamente possa ser testemunhal.
( ) A Constituição da República atribui ao Ministério Público, com exclusividade, a propositura da
ação penal pública, seja ela incondicionada ou condicionada, não prevendo exceção.
( ) Nos termos do Código de Processo Penal, depois de oferecida a denúncia a representação
pode ser retratável.
a) V, F, F, V
b) F, V, V, V
c) F, V, F, V
d) F, F, V, F
e) V, V, F, F

COMENTÁRIOS

CORRETO: A prova emprestada é a prova que fora produzida em outro processo judicial mas que,
por uma questão de economia processual, será admitida em outro processo. Não é cabível a prova
emprestada oriunda de IP, eis que as provas produzidas no bojo do Inquérito não foram colhidas
sob o pálio do contraditório;

CORRETO: A prova emprestada, ainda quando originalmente seja oral (testemunhal, por
exemplo), será transportada na forma de um documento (declarações escritas, já realizadas no
passado), sendo, portanto, prova documental, sujeita ao regramento estabelecido para este tipo
de prova;

ERRADO: A CRFB/88 confere ao MP a titularidade privativa da ação penal, mas admite a


regulamentação na forma da Lei, que é o que ocorre com a previsão da ação privada subsidiária
da pública, prevista no CPP.

ERRADO: A representação, nos termos do art. 25 do CPP, será IRRETRATÁVEL depois de


oferecida a denúncia:

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA E.

17. (CESPE – 2009 – BCB – PROCURADOR) Com relação à prova, assinale a opção correta.
a) O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos que trazem os
elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o convencimento do juiz, que é seu
destinatário.

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b) A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira colhida na flagrância da
conduta delituosa, enquanto a última deriva do testemunho e da perícia.
c) Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos à atividade probatória.
d) O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são obrigados a conhecer o
direito federal em caráter absoluto.
e) A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à apreciação do Tribunal
Penal Internacional.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: De fato, a prova é o elemento que tem a finalidade de formar o convencimento do


Juiz, e os meios de prova são regulamentados pelo CPP, conforme podemos extrair dos arts. 155
e seguintes do CPP, que compõem o título VII - DA PROVA.

B) ERRADA: A materialidade da prova, de fato, pode ser direta ou indireta. Será direta, contudo,
quando for colhida diretamente sobre o objeto que deva ser examinado. Será indireta quando
decorrer de testemunhos ou de qualquer outro meio indireto, que não permita contato direto de
quem produz a prova com o seu objeto;

C) ERRADA: Os fatos notórios, que são aqueles que são do conhecimento geral, bem como as
presunções legais, são fatos relevantes que não dependem de prova.

D) ERRADA: Embora os meios de prova tenham como finalidade provar FATOS, é possível a
utilização de meio de prova com a finalidade de provar direito. Contudo, o direito federal se
presume conhecido. Só se deve provar direito municipal, estadual ou estrangeiro.

E) ERRADA: A prova do direito estrangeiro não depende de apreciação pelo TPI, até porque este
órgão não tem esta função. Basta que a parte que alega o direito estrangeiro prove o seu teor e
vigência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

18. (VUNESP – 2016 – TJM-SP – JUIZ – ADAPTADA) O catálogo de produção de provas no


processo penal é taxativo, não se admitindo as provas atípicas.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o Brasil não adotou o sistema taxativo da prova. O sistema taxativo implica a
impossibilidade de produção de outros meios de prova que não sejam aqueles expressamente
previstos na Lei Processual. No Brasil, é plenamente possível a utilização de meios de prova
inominados ou atípicos (não previstos expressamente na Lei).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

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19. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ) A formação da convicção do magistrado no processo penal
tem por base inúmeros elementos. Assinale a alternativa que contenha elementos que vão ao
encontro da sistemática do Código de Processo Penal como um todo.
a) Vinculação das provas do processo à sua própria consciência e verdade formal.
b) Livre convencimento e verdade material.
c) Livre convencimento e motivação da decisão.
d) Hierarquia prefixada de provas e livre apreciação dos elementos constatados nos autos.

COMENTÁRIOS

No processo penal brasileiro, como regra geral, vigora o princípio do livre convencimento
motivado, ou livre convencimento baseado em provas, segundo o qual o Juiz é livre para valorar
os elementos de prova constantes dos autos. Contudo, ao decidir, deverá fundamentar sua
decisão nas provas que estejam presentes nos autos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

20. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Determina o art. 156 do CPP que a prova da
alegação incumbirá a quem a fizer. Tal norma
a) é relativizada, pois o juiz pode ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes.
b) é corolário do Estado Democrático de Direito, pois apenas ao acusado, tecnicamente assistido
por advogado, é franqueado o direito de provar o que entende relevante para o sucesso de seus
argumentos.
c) consagra o princípio da imparcialidade da jurisdição, pois ao Estado-Juiz é defeso realizar
diligências de ofício no curso do processo.
d) consagra o princípio do in dubio pro reo, pois o juiz não pode determinar de ofício a produção
de prova que aproveite a tese da parte autora.
e) consagra o princípio da inércia judicial, pois o julgador não poderá determinar a produção de
provas no curso da ação penal.

COMENTÁRIOS

Tal regra de distribuição do ônus da prova consagra o princípio da inércia, pois transfere às partes
o ônus de provar aquilo que alegam. Contudo, é relativizada pela possibilidade conferida ao Juiz
de tomar a iniciativa da produção de determinadas provas, notadamente aquelas consideradas
urgentes e relevantes, de forma antecipada.

GABARITO: ALTERNATIVA A

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21. (VUNESP – 2013 – TJ-RJ – JUIZ) Assinale a alternativa correta a respeito das provas
processuais penais.
a) A regulamentação dos meios de prova feita pelo Código de Processo Penal é taxativa, não
sendo admitidas provas atípicas ou inominadas.
b) O Código de Processo Penal não admite, nem mesmo excepcionalmente, a “prova tarifada”
como sistema de apreciação da prova.
c) A teoria dos “frutos da árvore envenenada” está positivada em nossa legislação
infraconstitucional.
d) Fatos axiomáticos são os que dependem de prova.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: São admitidos quaisquer meios de prova, ainda que não expressamente previstos no
CPP, pelo princípio da busca da verdade real.

B) ERRADA: Embora este sistema não seja adotado, como regra, a Doutrina entende que há
passagens no CPP que indicam a adoção excepcional de tal sistema, nos termos do art. 62, por
exemplo:

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito,
e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 157, §1º do CPP:

Art. 157 (...) § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando
as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

D) ERRADA: Os fatos axiomáticos (ou intuitivos ou evidentes) são espécie de fatos que não
dependem de prova, conforme entendimento doutrinário.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

22. (VUNESP – 2013 – PC-SP – ESCRIVÃO) Determina o art. 155 do CPP que o juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
a) ressalvadas as provas cautelares e não repetíveis, apenas.
b) sem qualquer exceção.
c) ressalvadas as provas cautelares e antecipadas, apenas.

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d) ressalvadas as provas não repetíveis e antecipadas, apenas.


e) ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

COMENTÁRIOS

O Juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão EXCLUSIVAMENTE em elementos de convicção obtidos
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Esta é a definição
contida no art. 155 do CPP:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
2008)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

23. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) A respeito da prova no processo penal, analise as
proposições seguintes.
I. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em juízo, mas também
pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação.
II. As provas cautelares antecipadas podem ser consideradas pelo juiz na formação da sua
convicção, ainda que não reproduzidas perante o contraditório.
III. O ônus da prova cabe a quem fizer a alegação, sendo vedado ao juiz determinar a produção
de provas de ofício, diante do princípio da inércia da jurisdição.
IV. As provas ilícitas e as delas derivadas são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, salvo quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
V. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Estão corretas somente as proposições
a) I, III e IV.
b) II, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, II e III.
e) I, II e V.

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COMENTÁRIOS

I – ERRADA: Em regra, o Juiz não pode fundamentar sua decisão com base exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis
e antecipadas, nos termos do art. 155 do CPP.

II – CORRETA: Esta é a ressalva contida no art. 155 do CPP.

III – ERRADA: O princípio da inércia sofre mitigação, no processo penal, pelo princípio da busca
da verdade real, motivo pelo qual se faculta ao Juiz a atividade probante, nos termos do art. 156
do CPP.

IV – CORRETA: Item correto, pois retrata o exato regramento contido no art. 157 do CPP:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)

§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites


típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

V – CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 158 do CPP:

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

24. (VUNESP – 2013 – MPE-ES – PROMOTOR DE JUSTIÇA) X, funcionário público, foi


denunciado por prevaricação. Durante o curso da instrução processual, recebe uma carta
confidencial de Y, suposta vítima do crime, que comprova sua inocência. X junta aos autos o
referido documento, que deverá ser considerado:
a) prova ilícita, tendo em vista que o sigilo de correspondência é inviolável nos termos da
Constituição Federal.
b) prova ilícita, porque fere o princípio do contraditório.
c) prova lícita, apesar de violar o princípio do contraditório.

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d) prova lícita, tendo em vista que não viola normas constitucionais ou legais.
e) prova ilícita porque sua utilização fere o princípio constitucional que garante privacidade à vida
privada da vítima do crime de prevaricação

COMENTÁRIOS

Neste caso não há que se falar em ilicitude da prova, uma vez que a carta era dirigida a X, não
tendo havido violação ao sigilo das correspondências.

Desta forma, a prova é considerada LÍCITA.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

25. (VUNESP – 2014 – PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) A estrita disciplina do art. 157 do CPP,
no que concerne às provas ilícitas, determina que elas são:
a) aceitas de acordo com critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
b) inadmissíveis para condenação, mas podem motivar eventual absolvição.
c) consideradas inadmissíveis se ofenderem disposições constitucionais, e admissíveis se
ofenderem meras disposições legais
d) inadmissíveis, mas devem permanecer no processo para fins de análise e eventual validação
pelo segundo grau de jurisdição.
e) inadmissíveis e devem ser desentranhadas do processo.

COMENTÁRIOS

O art. 157 do CPP determina que as provas ilícitas são inadmissíveis e devem ser desentranhadas
do processo. Vejamos:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

26. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) São sistemas de apreciação de prova
vigentes na legislação brasileira:
a) Íntima convicção e Livre convencimento.
b) Livre convencimento e Verdade legal ou formal.
c) Verdade legal ou formal e Étnico.

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d) Íntima convicção e Verdade legal ou formal.

COMENTÁRIOS

No Brasil vigora, como regra, o sistema do livre convencimento motivado (ou fundamentado, ou
baseado em provas), ou seja, o Juiz é livre para apreciar a prova produzida no processo. Contudo,
vigora também, de forma excepcional, o princípio da íntima convicção, no qual o julgador não
precisa fundamentar sua decisão. Tal sistema somente se aplica nas decisões tomadas pelos
jurados, nos processos da competência do Tribunal do Júri.

A verdade formal não vigora no processo penal brasileiro, que exige sempre a busca pela verdade
material (aquilo que de fato ocorreu).

A questão poderia ser mais técnica, pois “livre convencimento” é um termo não tão correto quanto
2
“livre convencimento motivado”. Contudo, entendo que esse pequeno deslize não seja suficiente
para anular a questão.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

27. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) No processo penal, a prova produzida
durante o inquérito policial
a) pode ser utilizada por qualquer das partes, bem como pelo juiz.
b) tem o mesmo valor que a prova produzida judicialmente.
c) pode ser utilizada somente pelo juiz.
d) não tem valor legal.
e) deverá ser sempre ratificada judicialmente para ter valor legal.

COMENTÁRIOS

A prova produzida durante o IP pode ser utilizada por qualquer das partes, pelo princípio da
COMUNHÃO DA PROVA (a prova, uma vez produzida, passa a pertencer ao processo, e não
àquele que a produziu). Não possui o mesmo valor da prova produzida em Juízo porque no IP não
há contraditório nem ampla defesa, mas ainda assim possui algum valor. Por fim, em regra a prova
produzida nestas circunstâncias deve ser repetida em Juízo, sob o crivo do contraditório. Contudo,
isso nem sempre será necessário (ou possível), como é o caso das provas antecipadas, cautelares
e não repetíveis, que não podem ser renovadas em Juízo. Vejamos o art. 155 do CPP:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas

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cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de


2008)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

28. (FGV – 2016 – MPE-RJ – ANALISTA PROCESSUAL) Chega ao conhecimento do Ministério


Público e da Polícia Civil que na casa de Tício estava escondido um facão que seria instrumento
de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, ainda sujo com sangue do autor e da vítima. O
Ministério Público entra com pedido de busca e apreensão domiciliar, sendo deferido pelo juiz.
Com base nisso, monta operação com a Chefia da Polícia Civil para cumprimento do mandado.
Lá chegando, porém, deparam-se com policiais militares, que, sem mandado, aproveitaram que a
residência estava vazia e encontraram o facão, que estava em cima da mesa da sala. A Polícia Civil
formaliza o cumprimento do mandado e a apreensão
2 do instrumento, oferecendo o Ministério
Público denúncia em face de Tício. Em defesa prévia, o acusado alega a ilicitude da prova no que
tange ao facão. No caso, é correto afirmar que:
a) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, já que os policiais ingressaram sem mandado na
residência do réu, de modo que deve ser desentranhada dos autos;
b) a prova é válida, tendo em vista que havia flagrante delito quando os policiais ingressaram na
residência de Tício;
c) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, em razão da aplicação da teoria do “Fruto da Árvore
Envenenada”;
d) deve a prova ser mantida nos autos, pois a legislação apenas proíbe que constem dos autos a
prova ilícita, mas não a ilegítima;
e) a prova é válida, aplicando-se a ideia da descoberta inevitável e fonte independente.

COMENTÁRIOS

Neste caso, a prova é válida, dada a aplicação da teoria da descoberta inevitável, já que, ainda
que a apreensão pelos policiais militares tenha se dado de forma ilícita, eis que sem mandado,
fatalmente o objeto seria encontrado pela equipe da polícia civil incumbida do cumprimento do
mandado de busca e apreensão. Logo, a prova pode ser utilizada no processo penal, nos termos
do art. 157, §1º do CPP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

29. (FGV – 2015 – TJ-BA – ANALISTA – DIREITO) Durante a instrução de caso penal versando
sobre crime doloso contra a vida, em desfavor de Bruno, além da prova oral e pericial, foram
juntados aos autos, por meio de compartilhamento de provas judicialmente autorizado, áudios e
transcrições de interceptação telefônica implementada em processo distinto, que investigava
tráfico de drogas, e que indiciavam a conduta criminosa do réu. A decisão interlocutória de

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pronúncia foi fundamentada nos indícios oriundos dessa interceptação telefônica, deferida por
Juiz de Direito diverso daquele competente para o crime doloso contra a vida. Nessa situação, a
decisão de pronúncia:
a) deve ser anulada por usar elementos de prova coligidos fora da instrução processual própria;
b) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos, de forma fortuita, durante a
investigação de outros crimes;
c) deve ser anulada pela violação do princípio da imediação processual penal;
d) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos durante investigação de outros crimes,
se corroborada pela prova plena do processo principal;
e) deve ser anulada pela violação do princípio da identidade física do juiz na colheita da prova da
interceptação.
8
COMENTÁRIOS

Neste caso, a decisão de pronúncia pode ser fundamentada em elementos de prova, mais
precisamente indícios de autoria, surgidos, de forma fortuita, durante a investigação de outros
crimes. Trata-se da chamada “serendipidade”, ou encontro fortuito de provas.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

30. (FGV – 2013 – AL-MA – TÉCNICO: ADVOGADO) Assinale a alternativa que indica o
princípio que fundamenta a lição da doutrina de que a prova não pertence à parte que a produziu,
mas ao processo.
a) Princípio do livre convencimento motivado.
b) Princípio do contraditório.
c) Princípio da oralidade da prova.
d) Princípio da publicidade da prova.
e) Princípio da aquisição ou comunhão da prova.

COMENTÁRIOS

O princípio que fundamenta a ideia de que a prova não pertence à parte que a produziu, mas ao
processo é o princípio da aquisição ou comunhão da prova. Segundo tal princípio, uma vez
produzida a prova, ela pode ser utilizada pelo Juiz em qualquer sentido, inclusive para prejudicar
a própria parte que a produziu.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

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31. (FGV – 2010 – OAB – EXAME UNIFICADO) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com
uma faca, causando- lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia
contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou
duas testemunhas que presenciaram o fato.

A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na
audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma
de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as
testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.

Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima
defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo
agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia
fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro
1 em situação de legítima defesa.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
b) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
c) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em
dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
d) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A
lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas,
sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.

COMENTÁRIOS

Questão interessante. O ônus da prova incumbe a quem alega, nos termos do art. 156 do CPP.
Assim, a acusação se desincumbiu de seu ônus, pois alegou a agressão e esta restou provada. A
defesa, por sua vez, alegou a legítima defesa, não tendo conseguido fazer prova disso.

Contudo, como o Juiz ficou em DÚVIDA acerca da existência ou não da legítima defesa, isso
significa que o Juiz NÃO TEM CERTEZA sobre a culpa do agente, de forma que, pelo princípio do
in dubio pro reo, o Juiz deve absolvê-lo.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

32. (FGV – 2008 – SENADO FEDERAL – ADVOGADO) Relativamente ao princípio de vedação


de auto-incriminação, analise as afirmativas a seguir:

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I. O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante
de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática
de crime ao declarante.
II. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela
autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime
de desobediência.
III. O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o
silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao
réu.
IV. O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a
pena do condenado utilizando como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo.
Assinale:
b
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

COMENTÁRIOS

I - CORRETO: O direito ao silêncio, corolário do princípio da vedação da auto-incriminação, é


aplicável em qualquer seara, desde que a resposta à indagação possa prejudicar o silenciante;

II - ERRADO: O indiciado não pode ser compelido a fornecer estes padrões vocais, pois não está
obrigado a produzir prova contra si mesmo, tal como ocorre no direito ao silêncio;

III - ERRADO: O silêncio não pode ser considerado como confissão nem poderá ser valorado de
forma negativa ao réu, nos termos do art. 186, § único do CPP;

IV - CORRETO: O réu tem o direito de se defender em Juízo, utilizando-se, dentre outras, da


autodefesa, o que inclui o direito de mentir, que não pode ser utilizado como causa de aumento
da pena-base. Este é o entendimento do STF.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

33. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE) A respeito da
prova no processo penal, assinale a alternativa correta.

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a) A prova objetiva demonstra a existência/inexistência de um determinado fato ou a


veracidade/falsidade de uma determinada alegação. Todos os fatos, em sede de processo penal,
devem ser provados.
b) São consideradas provas ilícitas aquelas obtidas com a violação do direito processual. Por outro
lado, são consideradas provas ilegítimas as obtidas com a violação das regras de direito material.
c) As leis em geral e os costumes não precisam ser comprovados.
d) A lei processual pátria prevê expressamente a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação,
perfilhando-se à “teoria dos frutos da árvore envenenada” (“fruits of poisonous tree”).

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Item errado, pois existem fatos que não dependem de prova, como os fatos inúteis,
os axiomáticos, os notórios, etc. 1

B) ERRADA: Item errado, pois inverte o conceito de provas ilícitas e ilegítimas.

C) ERRADA: Os costumes são nada mais que fatos sociais, e precisam ser provados quando não
forem notórios. As leis, em regra, não precisam ser provadas, salvo em casos excepcionais (Direito
estrangeiro, etc.).

D) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 157, §1º do CPP:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

34. (FGV - 2008 - TJ-MS – JUIZ - ADAPTADA) O princípio da vedação de provas ilícitas não é
absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível para a
acusação e o crime imputado seja considerado hediondo.

COMENTÁRIOS

Item errado. A Doutrina só vem admitindo a possibilidade de utilização de tais provas quando for
a única forma disponível para que acusado demonstre cabalmente sua inocência. Não é cabível a
prova ilícita em favor da acusação.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

35. (FGV - 2008 - TJ-PA – JUIZ - ADAPTADA) Em regra vigora o sistema da íntima convicção,
pelo qual o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova, estando dispensado de
motivá-la.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois no processo penal brasileiro vigora, COMO REGRA, o princípio do livre
convencimento regrado (ou motivado, fundamentado ou baseado em provas), segundo o qual o
Juiz é livre para apreciar e dar valor a cada prova, devendo, porém, fundamentar sua decisão.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

36. (FGV - 2008 - TJ-PA – JUIZ - ADAPTADA) São inadmissíveis no processo as provas
produzidas por meios ilícitos, salvo quando servirem para esclarecer dúvida sobre ponto relevante.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois não existe essa ressalva (“salvo quando servirem para esclarecer dúvida sobre
ponto relevante.”) em relação à inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

37. (FGV – 2008 – TJ/RJ – OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA) São
consideradas ilícitas as provas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais, devendo
ser desentranhadas do processo, mas a ilegalidade não se estende às provas derivadas daquelas,
qualquer que seja a hipótese.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a ilegalidade de uma prova obtida por meio ilícito se estende àquelas provas
que dela derivarem, salvo se estas puderem ser obtidas por fonte independente ou quando não
houver nexo de causalidade entre umas e outras, nos termos do art. 157, §1º do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

38. (FGV – 2008 – TJ/RJ – OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA) O juiz
formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

COMENTÁRIOS

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Item correto, pois é a exata previsão do art. 155 do CPP:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
2008)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

39. (FGV – 2012 – PC/MA – DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Conferindo efetividade ao


princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si e ao direito ao silêncio, o Superior
Tribunal de Justiça decidiu que o condutor de veículo automotor não é obrigado a se submeter
ao teste do bafômetro e que tal recusa não pode implicar consequências penais.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois este é o entendimento do STJ e do STF, que entendem que o direito à não
auto-incriminação pressupõe a impossibilidade de se obrigar o acusado a realizar o teste do
bafômetro, já que isso constituiria obrigação de produção de prova contra si próprio (Ver, por
todos, REsp 1.111.566 – STJ).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

40. (FGV – 2014 – MPE-RJ – ESTÁGIO FORENSE) Sobre a prova penal, analise as afirmativas a
seguir.
I – São princípios que informam a prova penal: verdade material, vedação da prova ilícita, aquisição
ou comunhão da prova, audiência contraditória, concentração e imediação, auto-
responsabilidade das partes, identidade física do juiz, publicidade e livre convencimento
motivado.
II – Como formas de avaliação da prova no direito processual penal brasileiro são admitidos os
seguintes sistemas: tarifada ou legal, íntima convicção e persuasão racional.
III – A confissão do réu no processo penal é de valor relativo e deve ser cotejada com as demais
provas. Se reconhecida na sentença não poderá levar a pena abaixo do mínimo cominado.
IV – A prova ilícita é inadmissível no direito processual penal brasileiro, exceto aquela a favor do
réu e para proteger o seu estado de liberdade. As provas ilícitas por derivação, extraídas da
“Teoria dos frutos da árvore envenenada”, chegam ao processo por meio de informação obtida
por prova ilicitamente colhida. O Código de Processo Penal hoje mitiga a vedação das provas
ilícitas por derivação, no caso da fonte independente e da descoberta inevitável.
Está correto o que se afirma em:

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a) somente I, II e III;
b) somente I e IV;
c) somente II e IV;
d) somente III;
e) I, II, III e IV.

COMENTÁRIOS

I – CORRETA: Todos estes princípios se aplicam ao sistema probatório no direito processual penal
brasileiro, havendo apenas uma ressalva em relação ao princípio da identidade física do Juiz, que
não é propriamente um princípio relacionado à prova em si, mas guarda relação com o sistema
probatório (Tal princípio prega que o Juiz que presidiu a audiência de instrução e julgamento
deverá proferir a sentença).

II – CORRETA: O sistema da persuasão racional (mais um sinônimo de livre convencimento


motivado) é o sistema adotado como regra, nos termos do art. 155 do CPP. O sistema da íntima
convicção (que independe de fundamentação) só vigora, atualmente, no procedimento do Júri,
em que os jurados não precisam fundamentar sua decisão. Por fim, o sistema da prova tarifada é,
também, excepcional, mas admitido em certos casos, como na hipótese de prova sobre o estado
das pessoas (nascimento, óbito...), em que só se admite a prova pelos meios estabelecidos
expressamente na lei civil (não se pode provar por outros meios).

III – CORRETA: De fato, a confissão tem valor relativo. Na verdade, ela é uma prova como outra
qualquer, e deve ser analisada tendo em conta as demais provas existentes, conforme se extrai
dos arts. 197 e 200 do CPP. Com relação ao reconhecimento da confissão, ela representa uma
atenuante genérica e, segundo o STJ, o reconhecimento de atenuantes genéricas não autoriza a
redução da pena-base aplicada a um patamar inferior ao mínimo legal.

IV – CORRETA: O CPP regulamenta a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação em seu art.
157, §1º:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei
nº 11.690, de 2008)

Com relação à admissibilidade pro reo, ela é doutrinariamente aceita desde que seja a única forma
para que o réu possa provar sua inocência.

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Assim, todas as afirmativas estão corretas.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

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EXERCÍCIOS PARA PRATICAR – PROVAS (PARTE


GERAL)

01. (FCC – 2018 – CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – PROCURADOR


LEGISLATIVO - adaptada) O Código de Processo Penal adotou como regra o sistema de valoração
das provas denominado “prova legal ou tarifada”.

02. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) A proibição das provas ilícitas
é absoluta em nosso ordenamento processual penal.

03. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) Vige como regra em nosso
ordenamento processual penal o sistema de valoração de provas denominado “prova legal ou
tarifada”.

04. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) O juiz formará sua convicção
pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo em nenhuma
hipótese fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação.

05. (FCC – 2018 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) O juiz não poderá ordenar,
de ofício, a produção antecipada de provas, sob pena de comprometer sua imparcialidade e atuar
como investigador.

06. (FCC – 2009 – DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO) Para prolação de sentença condenatória o
juiz formará sua convicção, de acordo com o teor de nova regra processual penal trazida pela Lei
no 11.719, de 20/06/2008, segundo
a) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial onde se garanta a ampla defesa
do acusado.
b) apreciação controlada da prova produzida em contraditório judicial com desprezo ao teor de
eventual confissão prestada no inquérito policial.
c) livre apreciação da prova produzida, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação.
d) apreciação discricionária da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação.

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e) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

07. (FCC – 2010 – DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO) Atenção: Para responder à questão assinale
a alternativa correta em relação ao assunto indicado.

Disciplina da prova no processo penal.


a) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma absolvição, à defesa
incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em situação que exclua a ilicitude da conduta.
b) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque estas não foram localizadas
na fase judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos depoimentos de inquérito
porque a prova colhida na investigação se tornou irrepetível.
c) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente declarada ilícita não pode
ser o mesmo a prolatar a sentença, sob pena de nulidade.
d) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova ilícita por derivação seja
considerada válida para a condenação quando obtida através de fonte independente ou quando,
por raciocínio hipotético, sua descoberta teria sido inevitável.
e) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova da autoria é feita
exclusivamente por indícios.

08. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) No tocante à atividade probatória no processo
penal, de acordo com o Código de Processo Penal,
a) as provas ilícitas, obtidas em violação a normas legais, são inadmissíveis, sendo facultado seu
desentranhamento dos autos do processo.
b) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
sendo-lhe vedado utilizar os elementos informativos colhidos na investigação para fundamentar a
sua decisão, mesmo tratando-se de provas cautelares.
c) é possível provar o estado das pessoas por qualquer meio de prova admissível no processo
penal, independentemente das restrições estabelecidas na lei civil.
d) a prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz, de ofício,
determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante.
e) quando a infração deixar vestígio, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, salvo se já houver confissão do acusado.

09. (FCC – 2011 – MPE-CE – PROMOTOR DE JUSTIÇA) A circunstância conhecida e provada,


que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias, no âmbito do processo penal,

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a) serve como elemento formador de convicção do Promotor de Justiça em matéria de Tribunal


do Júri.
b) tem expressa disposição no Título II do Código de Processo Penal que trata do inquérito policial
e a prevê como consideração à autoridade policial no âmbito meramente investigativo.
c) não tem qualquer valor legal por vedar a Constituição Federal qualquer espécie de presunção
por ofensa ao princípio do contraditório.
d) considera-se indício e é um dos meios de prova.
e) é expressão legal do princípio acusatório no processo penal.

10. (FCC – 2011 – DPE-RS – DEFENSOR PÚBLICO) Sobre provas ilícitas, é INCORRETO afirmar:
a) A vedação da utilização de provas ilícitas pode ser excepcionalmente afastada em favor do
acusado.
b) A doutrina processual penal faz uma distinção conceitual entre a prova ilícita e a prova ilegítima,
sendo aquela a obtida com violação ao direito substantivo e esta a obtida com violação ao direito
adjetivo.
c) As provas derivadas das ilícitas não se considerarão contaminadas quando puderem ser obtidas
de uma fonte independente destas, ou quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas
e outras, segundo o disposto na norma processual penal.
d) Consoante previsto no Código de Processo Penal, preclusa a decisão de desentranhamento da
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial.
e) Contra a decisão interlocutória que não reconhece a ilicitude de prova cabe recurso em sentido
estrito.

11. (FCC – 2010 – TJ-PI – ASSESSPR JURÍDICO) Em relação às provas ilícitas, é correto afirmar
que
a) não precisam, necessariamente, ser desentranhadas dos autos.
b) não se permite a presença das partes no incidente de inutilização, por se tratar de ato sigiloso.
c) são aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
d) são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo, apenas e tão somente, quando
as derivadas puderem ser obtidas por fonte independente das primeiras.
e) considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo trâmites atípicos, da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

12. (FCC – 2009 – TJ-GO – JUIZ) Em relação às provas ilícitas, é possível assegurar que
a) não se faculta a presença das partes no incidente de inutilização.
b) são inadmissíveis, mas não precisam ser desentranhadas do processo.

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c) se considera fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites normais da
investigação ou da instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
d) a inadmissibilidade também atinge as provas derivadas das ilícitas, salvo tão-somente quando
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.
e) são aquelas obtidas apenas em violação a normas constitucionais.

13. (FCC – 2009 – TJ-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) No processo penal, a prova


a) deverá ser produzida pelas partes, vedado ao juiz determinar, de ofício, a produção de qualquer
outra prova.
b) quanto ao estado das pessoas, assim como todas as provas no processo penal, observarão as
restrições estabelecidas na lei civil.
c) da alegação incumbirá a quem a fizer.
d) ilícita deve ser analisada em conjunto com as lícitas, podendo servir de base para a condenação
se estiver em consonância com estas.
e) pericial consistente no exame de corpo de delito e outras perícias, será realizada por perito
oficial, portador de curso superior, ou, na sua falta, por três pessoas idôneas, portadoras de curso
médio completo.

14. (FCC – 2009 – TJ-PI – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Segundo a doutrina, independem de prova
os fatos
a) induvidosos e inúteis.
b) admitidos ou aceitos e incontroversos.
c) ilegítimos e ilícitos.
d) intuitivos, notórios e inúteis.
e) reconhecidos pelo acusado e legítimos.

15. (FCC – 2009 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO) O direito ao silêncio do acusado e o valor
da confissão harmonizam-se, segundo a sistemática atual do Código de Processo Penal, com
fundamento nas seguintes regras:
a) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, estabelecendo
escala de preponderância para as provas periciais e verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não importará confissão e nem
poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
b) o silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa,
sendo ao juiz vedada qualquer alusão ao silêncio do acusado na sentença que venha a proferir.
c) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando

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se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não
importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
d) o valor da confissão deverá ser compatibilizado exclusivamente com a prova colhida sob
princípio do contraditório, sendo vedada qualquer alusão a eventual silêncio do réu na sentença
condenatória.
e) o princípio constitucional da presunção de inocência impede que o juiz faça qualquer
consideração na sentença a interrogatório e/ou confissão extrajudicial, não podendo nem mesmo
tal circunstância interferir na sua livre apreciação das provas.

16. (ESAF – 2008 – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE) Analise os itens a seguir e
marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente.
( ) Não se admite prova emprestada quando transplantada de inquérito policial.
( ) A prova emprestada, no momento em que é transportada para o novo processo, passa a
constituir mera prova documental, embora originariamente possa ser testemunhal.
( ) A Constituição da República atribui ao Ministério Público, com exclusividade, a propositura da
ação penal pública, seja ela incondicionada ou condicionada, não prevendo exceção.
( ) Nos termos do Código de Processo Penal, depois de oferecida a denúncia a representação
pode ser retratável.
a) V, F, F, V
b) F, V, V, V
c) F, V, F, V
d) F, F, V, F
e) V, V, F, F

17. (CESPE – 2009 – BCB – PROCURADOR) Com relação à prova, assinale a opção correta.
a) O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos que trazem os
elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o convencimento do juiz, que é seu
destinatário.
b) A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira colhida na flagrância da
conduta delituosa, enquanto a última deriva do testemunho e da perícia.
c) Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos à atividade probatória.
d) O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são obrigados a conhecer o
direito federal em caráter absoluto.
e) A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à apreciação do Tribunal
Penal Internacional.
18. (VUNESP – 2016 – TJM-SP – JUIZ – ADAPTADA) O catálogo de produção de provas no
processo penal é taxativo, não se admitindo as provas atípicas.

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19. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ) A formação da convicção do magistrado no processo penal
tem por base inúmeros elementos. Assinale a alternativa que contenha elementos que vão ao
encontro da sistemática do Código de Processo Penal como um todo.
a) Vinculação das provas do processo à sua própria consciência e verdade formal.
b) Livre convencimento e verdade material.
c) Livre convencimento e motivação da decisão.
d) Hierarquia prefixada de provas e livre apreciação dos elementos constatados nos autos.
20. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Determina o art. 156 do CPP que a prova da
alegação incumbirá a quem a fizer. Tal norma
a) é relativizada, pois o juiz pode ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes.
b) é corolário do Estado Democrático de Direito, pois apenas ao acusado, tecnicamente assistido
por advogado, é franqueado o direito de provar o que entende relevante para o sucesso de seus
argumentos.
c) consagra o princípio da imparcialidade da jurisdição, pois ao Estado-Juiz é defeso realizar
diligências de ofício no curso do processo.
d) consagra o princípio do in dubio pro reo, pois o juiz não pode determinar de ofício a produção
de prova que aproveite a tese da parte autora.
e) consagra o princípio da inércia judicial, pois o julgador não poderá determinar a produção de
provas no curso da ação penal.

21. (VUNESP – 2013 – TJ-RJ – JUIZ) Assinale a alternativa correta a respeito das provas
processuais penais.
a) A regulamentação dos meios de prova feita pelo Código de Processo Penal é taxativa, não
sendo admitidas provas atípicas ou inominadas.
b) O Código de Processo Penal não admite, nem mesmo excepcionalmente, a “prova tarifada”
como sistema de apreciação da prova.
c) A teoria dos “frutos da árvore envenenada” está positivada em nossa legislação
infraconstitucional.
d) Fatos axiomáticos são os que dependem de prova.

22. (VUNESP – 2013 – PC-SP – ESCRIVÃO) Determina o art. 155 do CPP que o juiz formará sua
convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
a) ressalvadas as provas cautelares e não repetíveis, apenas.
b) sem qualquer exceção.

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c) ressalvadas as provas cautelares e antecipadas, apenas.


d) ressalvadas as provas não repetíveis e antecipadas, apenas.
e) ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

23. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) A respeito da prova no processo penal, analise as
proposições seguintes.
I. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em juízo, mas também
pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação.
II. As provas cautelares antecipadas podem ser consideradas pelo juiz na formação da sua
convicção, ainda que não reproduzidas perante o contraditório.
III. O ônus da prova cabe a quem fizer a alegação, sendo vedado ao juiz determinar a produção
de provas de ofício, diante do princípio da inércia da jurisdição.
IV. As provas ilícitas e as delas derivadas são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, salvo quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
V. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Estão corretas somente as proposições
a) I, III e IV.
b) II, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, II e III.
e) I, II e V.
24. (VUNESP – 2013 – MPE-ES – PROMOTOR DE JUSTIÇA) X, funcionário público, foi
denunciado por prevaricação. Durante o curso da instrução processual, recebe uma carta
confidencial de Y, suposta vítima do crime, que comprova sua inocência. X junta aos autos o
referido documento, que deverá ser considerado:
a) prova ilícita, tendo em vista que o sigilo de correspondência é inviolável nos termos da
Constituição Federal.
b) prova ilícita, porque fere o princípio do contraditório.
c) prova lícita, apesar de violar o princípio do contraditório.
d) prova lícita, tendo em vista que não viola normas constitucionais ou legais.
e) prova ilícita porque sua utilização fere o princípio constitucional que garante privacidade à vida
privada da vítima do crime de prevaricação

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25. (VUNESP – 2014 – PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) A estrita disciplina do art. 157 do CPP,
no que concerne às provas ilícitas, determina que elas são:
a) aceitas de acordo com critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
b) inadmissíveis para condenação, mas podem motivar eventual absolvição.
c) consideradas inadmissíveis se ofenderem disposições constitucionais, e admissíveis se
ofenderem meras disposições legais
d) inadmissíveis, mas devem permanecer no processo para fins de análise e eventual validação
pelo segundo grau de jurisdição.
e) inadmissíveis e devem ser desentranhadas do processo.

26. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) São sistemas de apreciação de prova
vigentes na legislação brasileira:
a) Íntima convicção e Livre convencimento.
b) Livre convencimento e Verdade legal ou formal.
c) Verdade legal ou formal e Étnico.
d) Íntima convicção e Verdade legal ou formal.
27. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) No processo penal, a prova produzida
durante o inquérito policial
a) pode ser utilizada por qualquer das partes, bem como pelo juiz.
b) tem o mesmo valor que a prova produzida judicialmente.
c) pode ser utilizada somente pelo juiz.
d) não tem valor legal.
e) deverá ser sempre ratificada judicialmente para ter valor legal.
28. (FGV – 2016 – MPE-RJ – ANALISTA PROCESSUAL) Chega ao conhecimento do Ministério
Público e da Polícia Civil que na casa de Tício estava escondido um facão que seria instrumento
de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, ainda sujo com sangue do autor e da vítima. O
Ministério Público entra com pedido de busca e apreensão domiciliar, sendo deferido pelo juiz.
Com base nisso, monta operação com a Chefia da Polícia Civil para cumprimento do mandado.
Lá chegando, porém, deparam-se com policiais militares, que, sem mandado, aproveitaram que a
residência estava vazia e encontraram o facão, que estava em cima da mesa da sala. A Polícia Civil
formaliza o cumprimento do mandado e a apreensão do instrumento, oferecendo o Ministério
Público denúncia em face de Tício. Em defesa prévia, o acusado alega a ilicitude da prova no que
tange ao facão. No caso, é correto afirmar que:
a) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, já que os policiais ingressaram sem mandado na
residência do réu, de modo que deve ser desentranhada dos autos;

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b) a prova é válida, tendo em vista que havia flagrante delito quando os policiais ingressaram na
residência de Tício;
c) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, em razão da aplicação da teoria do “Fruto da Árvore
Envenenada”;
d) deve a prova ser mantida nos autos, pois a legislação apenas proíbe que constem dos autos a
prova ilícita, mas não a ilegítima;
e) a prova é válida, aplicando-se a ideia da descoberta inevitável e fonte independente.

29. (FGV – 2015 – TJ-BA – ANALISTA – DIREITO) Durante a instrução de caso penal versando
sobre crime doloso contra a vida, em desfavor de Bruno, além da prova oral e pericial, foram
juntados aos autos, por meio de compartilhamento de provas judicialmente autorizado, áudios e
transcrições de interceptação telefônica implementada em processo distinto, que investigava
tráfico de drogas, e que indiciavam a conduta criminosa do réu. A decisão interlocutória de
pronúncia foi fundamentada nos indícios oriundos dessa interceptação telefônica, deferida por
Juiz de Direito diverso daquele competente para o crime doloso contra a vida. Nessa situação, a
decisão de pronúncia:
a) deve ser anulada por usar elementos de prova coligidos fora da instrução processual própria;
b) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos, de forma fortuita, durante a
investigação de outros crimes;
c) deve ser anulada pela violação do princípio da imediação processual penal;
d) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos durante investigação de outros crimes,
se corroborada pela prova plena do processo principal;
e) deve ser anulada pela violação do princípio da identidade física do juiz na colheita da prova da
interceptação.

30. (FGV – 2013 – AL-MA – TÉCNICO: ADVOGADO) Assinale a alternativa que indica o
princípio que fundamenta a lição da doutrina de que a prova não pertence à parte que a produziu,
mas ao processo.
a) Princípio do livre convencimento motivado.
b) Princípio do contraditório.
c) Princípio da oralidade da prova.
d) Princípio da publicidade da prova.
e) Princípio da aquisição ou comunhão da prova.

31. (FGV – 2010 – OAB – EXAME UNIFICADO) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com
uma faca, causando- lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia
contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou
duas testemunhas que presenciaram o fato.

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A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na
audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma
de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as
testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.

Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima
defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo
agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia
fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
b) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
c) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em
dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
d) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A
lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas,
sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.

32. (FGV – 2008 – SENADO FEDERAL – ADVOGADO) Relativamente ao princípio de vedação


de auto-incriminação, analise as afirmativas a seguir:
I. O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante
de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática
de crime ao declarante.
II. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela
autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime
de desobediência.
III. O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o
silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao
réu.
IV. O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a
pena do condenado utilizando como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.

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d) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.


e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

33. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE) A respeito da
prova no processo penal, assinale a alternativa correta.
a) A prova objetiva demonstra a existência/inexistência de um determinado fato ou a
veracidade/falsidade de uma determinada alegação. Todos os fatos, em sede de processo penal,
devem ser provados.
b) São consideradas provas ilícitas aquelas obtidas com a violação do direito processual. Por outro
lado, são consideradas provas ilegítimas as obtidas com a violação das regras de direito material.
c) As leis em geral e os costumes não precisam ser comprovados.
d) A lei processual pátria prevê expressamente a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação,
perfilhando-se à “teoria dos frutos da árvore envenenada” (“fruits of poisonous tree”).

34. (FGV - 2008 - TJ-MS – JUIZ - ADAPTADA) O princípio da vedação de provas ilícitas não é
absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível para a
acusação e o crime imputado seja considerado hediondo.

35. (FGV - 2008 - TJ-PA – JUIZ - ADAPTADA) Em regra vigora o sistema da íntima convicção,
pelo qual o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova, estando dispensado de
motivá-la.

36. (FGV - 2008 - TJ-PA – JUIZ - ADAPTADA) São inadmissíveis no processo as provas
produzidas por meios ilícitos, salvo quando servirem para esclarecer dúvida sobre ponto relevante.

37. (FGV – 2008 – TJ/RJ – OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA) São
consideradas ilícitas as provas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais, devendo
ser desentranhadas do processo, mas a ilegalidade não se estende às provas derivadas daquelas,
qualquer que seja a hipótese.

38. (FGV – 2008 – TJ/RJ – OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA) O juiz
formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

39. (FGV – 2012 – PC/MA – DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Conferindo efetividade ao


princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si e ao direito ao silêncio, o Superior
Tribunal de Justiça decidiu que o condutor de veículo automotor não é obrigado a se submeter
ao teste do bafômetro e que tal recusa não pode implicar consequências penais.

40. (FGV – 2014 – MPE-RJ – ESTÁGIO FORENSE) Sobre a prova penal, analise as afirmativas a
seguir.

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I – São princípios que informam a prova penal: verdade material, vedação da prova ilícita, aquisição
ou comunhão da prova, audiência contraditória, concentração e imediação, auto-
responsabilidade das partes, identidade física do juiz, publicidade e livre convencimento
motivado.
II – Como formas de avaliação da prova no direito processual penal brasileiro são admitidos os
seguintes sistemas: tarifada ou legal, íntima convicção e persuasão racional.
III – A confissão do réu no processo penal é de valor relativo e deve ser cotejada com as demais
provas. Se reconhecida na sentença não poderá levar a pena abaixo do mínimo cominado.
IV – A prova ilícita é inadmissível no direito processual penal brasileiro, exceto aquela a favor do
réu e para proteger o seu estado de liberdade. As provas ilícitas por derivação, extraídas da
“Teoria dos frutos da árvore envenenada”, chegam ao processo por meio de informação obtida
por prova ilicitamente colhida. O Código de Processo Penal hoje mitiga a vedação das provas
ilícitas por derivação, no caso da fonte independente e da descoberta inevitável.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I, II e III;
b) somente I e IV;
c) somente II e IV;
d) somente III;
e) I, II, III e IV.

GABARITO

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1. ERRADA
2. ERRADA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. ERRADA
6. ALTERNATIVA E
7. ALTERNATIVA D
8. ALTERNATIVA D
9. ALTERNATIVA D
10. ALTERNATIVA E
11. ALTERNATIVA C
12. ALTERNATIVA C
13. ALTERNATIVA C
14. ALTERNATIVA D
15. ALTERNATIVA C
16. ALTERNATIVA E
17. ALTERNATIVA A
18. ERRADA
19. ALTERNATIVA C
20. ALTERNATIVA A
21. ALTERNATIVA C
22. ALTERNATIVA E
23. ALTERNATIVA B
24. ALTERNATIVA D
25. ALTERNATIVA E
26. ALTERNATIVA A
27. ALTERNATIVA A
28. ALTERNATIVA E
29. ALTERNATIVA B
30. ALTERNATIVA E
31. ALTERNATIVA C
32. ALTERNATIVA C
33. ALTERNATIVA D
34. ERRADA
35. ERRADA
36. ERRADA
37. ERRADA
38. CORRETA
39. CORRETA
40. ALTERNATIVA E

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