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Direito Processual Penal p/ PC-SP (Escrivão) Com videoaulas - 2019

Renan Araujo, Time Renan Araujo


Renan Araujo, Time Renan Araujo
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1 TEORIA GERAL DA PROVA NO PROCESSO PENAL ...................................................... 3


1.1 Introdução. Classificações ......................................................................................................... 3
1.1.1 Introdução .................................................................................................................................................................... 3
1.1.2 Classificação das provas ............................................................................................................................................... 6

1.2 Princípios que regem o sistema probatório .............................................................................. 8


1.3 Etapas de produção da prova .................................................................................................... 9
1.4 Ônus da prova .......................................................................................................................... 10
1.4.1 Produção probatória pelo Juiz ................................................................................................................................... 10

1.5 Provas ilegais............................................................................................................................ 12


1.5.1 Provas ilícitas.............................................................................................................................................................. 12
1.5.2 Provas ilícitas por derivação....................................................................................................................................... 13
1.5.3 Provas ilegítimas ........................................................................................................................................................ 15
1.5.4 Consequências processuais no caso de reconhecimento da ilegalidade da prova.................................................... 16
1.5.5 Consequências processuais do reconhecimento da ilicitude da prova ..................................................................... 16
1.5.6 Consequências processuais do reconhecimento da ilegitimidade da prova ............................................................. 17

2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................................... 18


3 SÚMULAS PERTINENTES ......................................................................................... 19
3.1 Súmulas do STJ ......................................................................................................................... 19
4 LISTA DE EXERCÍCIOS .............................................................................................. 20
5 EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................................... 32
6 GABARITO .............................................................................................................. 55

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Olá, meus amigos!

Hoje vamos estudar um tema bastante interessante, que é o tema de PROVAS. O tema
completo é estudado em duas aulas, deixando para esta primeira aula a análise da teoria geral da
prova no Direito Processual Penal brasileiro.

Bons estudos!

Prof. Renan Araujo

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1 TEORIA GERAL DA PROVA NO PROCESSO PENAL

1.1 INTRODUÇÃO. CLASSIFICAÇÕES

1.1.1 Introdução

A Teoria Geral da Prova no Processo Penal está regulada no Título VII CPP, a partir do art.
155, que assim dispõe:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

áà à à à à à à à à à à sistema do livre
1
convencimento motivado da prova . O que isso significa? O princípio ou sistema do livre
convencimento motivado, ou livre convencimento regrado, diz que o Juiz deve valorar a prova
produzida da maneira que entender mais conveniente, de acordo com sua análise dos fatos
comprovados nos autos.
Assim, o Juiz não es à à à à à à à à àP à
exemplo: num processo criminal, mesmo que o acusado confesse o crime, o Juiz não está obrigado
a dar a esta prova (confissão) valor absoluto, devendo avaliá-la em conjunto com as demais provas
produzidas no processo, de forma a atribuir a esta prova o valor que reputar pertinentes.
Entretanto, esta liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois:
 O Magistrado deve fundamentar suas decisões;
 As provas devem constar dos autos do processo;
 As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial Assim, as
provas exclusivamente produzidas em sede policial (Inquérito Policial) não podem,
por si sós, fundamentar a decisão do Juiz.2

Além disso, o CPP determina que as provas urgentes, que não podem esperar para serem
produzidas em outro momento (cautelares, provas não sujeitas à repetição, etc.), estão
ressalvadas da obrigatoriedade de serem produzidas necessariamente pelo crivo do contraditório

1
Também chamado de princípio da PERSUASÃO RACIONAL, CONVENCIMENTO RACIONAL ou APRECIAÇÃO FUNDAMENTADA.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p.345
2
À exceção das provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Além disso, PACELLI sustenta que a impossibilidade de utilização
dos elementos colhidos na investigação como únicos para fundamentar a decisão somente se aplicaria à decisão condenatória,
pois o intuito da norma e evitar que sejam violados o contraditório e a ampla defesa. E, se tratando de decisão absolutória, não
haveria qualquer razão para não se admitir. PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 16º edição. Ed. Atlas. São Paulo, 2012, p.
331.

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judicial, embora se deva sempre procurar estabelecer o contraditório em sede policial quando da
realização destas diligências.
Ao sistema do livre convencimento regrado ou motivado, contrapõem-se:
 Sistema da prova tarifada (ou certeza moral do legislador, sistema das regras legais ou da
prova legal) - o sistema da prova tarifada, ou sistema tarifário da prova, estabelece, diretamente
à à à à à à à à à à à à à à
3
para o Juiz . De à à à à à àJ à à à à à à à à
de cada prova, a fim de decidir se o somatório das provas em determinado sentido é superior ao
somatório das provas em sentido contrário.

Neste sistema, a título de exemplo, a confissão deveria possuir valor máximo (rainha
das provas), de forma que sendo o réu confesso, o Juiz deveria condená-lo, ainda que
todas as outras provas indicassem o contrário.

O Brasil não adotou, como regra, o sistema da prova tarifada. No entanto, existem algumas
exceções no CPP. Exemplos: Necessidade de que, para a extinção da punibilidade pela morte do
acusado, a prova se dê única e exclusivamente pela certidão de óbito (art. 62); quando o Juiz esteja
obrigado a suspender o curso do processo penal para que seja decidida, no Juízo Cível, questão
sobre o estado das pessoas. Nesse caso, o único meio de prova que se admite para a comprovação
do estado da pessoa (filiação, etc.), é a sentença produzida no Juízo Cível (art. 92 do CPP).
Essa tarifação exemplificada acima, é o que se chama de tarifação absoluta, ou seja, somente
se admite aquela prova expressamente prevista. Existe, entretanto, a chamada tarifação relativa,
que é aquela na qual a lei estabelece determinado critério de valoração do meio de prova, mas
confere alguma liberdade ao Juiz.

EXEMPLO: o art. 158 do CPP prevê a obrigatoriedade do exame de delito para se provar
a existência dos crimes que deixarem vestígios. No entanto, o art. 167 relativiza esta
disposição, afirmando que se os vestígios tiverem desaparecido, poderá o Magistrado
suprir o exame de corpo de delito pela prova testemunhal.

 Sistema da íntima convicção (ou certeza moral do Juiz) É um sistema no qual não há
necessidade de fundamentação por parte do julgador, podendo ele decidir da maneira que a sua
à àJ à àT à à à à à à àP àP à àtendo
sido adotado, porém, como exceção, nos processos cujo julgamento seja afeto ao Tribunal do
Júri, pois os jurados, pessoas leigas que são, julgam conforme o seu sentimento interior de Justiça,
não tendo que fundamentar o porquê de sua decisão.
Vale mencionar a vocês que o Brasil não adotou, como regra, o sistema taxativo da prova. O
sistema taxativo implica a impossibilidade de produção de outros meios de prova que não sejam
aqueles expressamente previstos na Lei Processual. No Brasil, é plenamente possível a utilização

3
PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 330

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de meios de prova inominados ou atípicos (não previstos expressamente na Lei). Não confundam
isto com sistema da prova tarifada. São coisas distintas!

Podemos definir prova como o elemento produzido pelas partes ou mesmo pelo Juiz,
visando à formação do convencimento deste (Juiz) acerca de determinado fato. Como o processo
à à à à à à à à à à à à à à à à
à materialidade do delito e sua autoria), a produção probatória é um instrumento que conduz o
J à à à à à à à à à à à à à à àJ à à à
Direito.
Por sua vez, o objeto de prova é o fato que precisa ser provado para que a causa seja
decidida, pois sobre ele existe incerteza4. Assim, num crime de homicídio, o exame de corpo de
delito é prova, enquanto o fato (existência ou não do homicídio a materialidade do crime) é o
objeto de prova. NÃO CONFUNDAM ISSO!
Somente os fatos, em regra, podem ser objeto de prova, pois o Direto não precisa ser
provado, na medida em que o Juiz conhece o Direito (iura novit curia). No entanto, utilizando-se
por analogia o regramento processual civil, a parte que alegar direito5 municipal, estadual ou
estrangeiro, deve provar-lhes o teor e a vigência, pois o Juiz não está obrigado a conhecer estas
normas jurídicas.
No entanto, esta disposição fica muito enfraquecida no Direito Processual Penal,
considerando a competência privativa da União para legislar sobre Direito Penal e Processual, nos
termos do art. 22, I da CRFB/88.
Porém, existem determinados fatos que não necessitam serem provados 6 (não sendo,
portanto, objeto de prova). São eles:
 Fatos evidentes (ou axiomáticos, ou intuitivos) São fatos que decorrem de um
raciocínio lógico, intuitivo, decorrente de alguma situação que gera a lógica
conclusão de outro fato (ex.: o réu, nascido em junho de 1985, fato este conhecido
do Juízo, não precisa provar que em agosto de 2015 ele possuía 30 anos. É evidente
que se nasceu em junho de 1985, em agosto de 2015 já terá completado 30 anos).
 Fatos notórios São aqueles que pertencem ao conhecimento comum de todas as
pessoas. Assim, ao mencionar, por exemplo, que um fato criminoso fora cometido no
dia 25 de dezembro, Natal, não tem a parte obrigação de provar que o dia 25 de
dezembro é Natal, pois isso é do conhecimento comum de qualquer pessoa.
 Presunções legais São fatos que a lei presume tenham ocorrido. O exemplo mais
clássico é a inocência do réu. A Lei presume a inocência do réu, portanto, não cabe

4
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 341
5
Normas infralegais (portarias, resoluções, etc.) também devem ser provadas, exceto se forem complemento para normas
penais em branco, como, por exemplo, a Portaria da ANVISA nº 344, que regulamenta Lei 13.343/06 (Lei de Drogas),
estabelecendo quais são as substâncias consideradas entorpecentes.
6
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 342

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ao réu provar que é inocente, pois este fato já é presumido. No entanto, este fato é
uma presunção relativa, ou seja, pode ser desconstituído se o titular da ação penal
(MP ou ofendido) provar que o acusado é culpado. Nessa hipótese, terá sido ilidida a
presunção de inocência. Por outro lado, a presunção pode ser também, absoluta, ou
seja, não admitir prova em contrário. Um exemplo clássico é a presunção de que o
menor de 14 anos não tem condições mentais de consentir na realização de um ato
sexual, sendo, portanto, crime de estupro a prática de ato sexual com pessoa menor
de 14 anos, consentido ou não a vítima (presunção absoluta de incapacidade para
consentir, ou presunção iure et de iure). Para parcela da Doutrina, no entanto, trata-
se de presunção meramente relativa (tese minoritária). Frise-se que embora o fato
presumido independa de prova, o fato que gera a presunção deve ser provado.
Assim, embora seja presumida a incapacidade para consentir do menor de 14 anos, a
condição de menor de 14 anos deve ser objeto de prova.
 Fatos inúteis São aqueles que não possuem qualquer relevância para a causa,
sendo absolutamente dispensáveis e, até mesmo, podendo ser dispensada a sua
apreciação pelo Juiz.

1.1.2 Classificação das provas

As provas podem ser classificadas em:


Quanto ao seu objeto:
a) Provas diretas Aquelas que provam o próprio fato, de maneira direta. Exemplo:
Testemunha ocular de um delito, que, com seu depoimento, prova diretamente a
ocorrência do fato;
b) Provas indiretas Aquelas que não provam diretamente o fato, mas por uma dedução
lógica, acabam por prová-lo. Exemplo: Imagine-se que o acusado comprove de maneira
cabal (absoluta) que se encontrava em outro país quando da ocorrência de um roubo na
cidade do Rio de Janeiro, do qual é acusado. Assim, comprovado este fato (que não é o fato
criminoso), deduz-se de maneira irrefutável, que o acusado não praticou o crime (prova
indireta).

Quanto ao valor:
a) Provas plenas Aquelas que trazem a possibilidade de um juízo de certeza quanto ao fato
que buscam provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua decisão de mérito em apenas
uma delas, se for o caso. Exemplo: Prova documental, testemunhal, exame de corpo de
delito, etc.;
b) Provas não-plenas Apenas ajudam a reforçar a convicção do Juiz, contribuindo na
formação de sua certeza, mas não possuem o poder de formar a convicção do Juiz, que
não pode fundamentar sua decisão de mérito apenas numa prova não-plena. Exemplos:
Indícios (art. 239 do CPP), fundada suspeita (art. 240, § 2° do CPP), etc.

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Quanto ao sujeito:
a) Provas reais Aquelas que se baseiam em algum objeto, e não derivam de uma pessoa.
Exemplo: Cadáver, documento, etc.
b) Provas pessoais São aquelas que derivam de uma pessoa. Exemplo: Testemunho,
interrogatório do réu, etc.

Existe, ainda, a figura da PROVA EMPRESTADA. A prova emprestada é aquela que, tendo sido
produzida em outro processo, vem a ser apresentada7 no processo corrente, de forma a também
neste produzir os seus efeitos.
A Doutrina e a Jurisprudência discutem sobre a necessidade de que a prova emprestada tenha sido
produzida em processo que envolveu as mesmas partes (identidade de partes).
O entendimento mais recente do STJ8 é no sentido de que não se exige que a prova emprestada
seja oriunda de processo que envolveu as mesmas partes, desde que essa prova emprestada seja,
no momento de sua inclusão no processo atual, submetida ao contraditório.
Presentes os requisitos, a prova emprestada terá o mesmo valor das demais provas. Ausente
qualquer dos requisitos, será considerada como mero indício, tendo o valor de prova não-plena.9

Quanto ao procedimento:
a) prova típica Seu procedimento está previsto na Lei.
b) prova atípica Duas correntes: a.1) É somente aquela que não está prevista na Legislação
(este conceito se confunde com o de prova inominada); a.2) É tanto aquela que está prevista na
Lei, mas seu procedimento não, quanto aquela em que nem ela nem seu procedimento estão
previstos na Legislação.

Outras classificações:

7
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 339
8
REsp 1340069/SC, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 15/08/2017, DJe 28/08/2017

T à à à à à à à à à à à àO à à à à à à à
9

ao fato objeto de um processo é encontrado fortuitamente, ou seja, por acaso, em outro processo. Neste caso, a decisão judicial
pode ser fundamentada em elementos de prova surgidos, de forma fortuita, durante a investigação de outros crimes.

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a) prova anômala É a prova típica, só que utilizada para fim diverso daquele para o qual foi
originalmente prevista.
b) prova irritual É aquela em que há procedimento previsto na Lei, só que este
procedimento não é respeitado quando da colheita da prova.
c) à à à É aquela realizada perante juízo distinto daquele perante o qual
tramita o processo (realizada por carta precatória, por exemplo).
d) prova crítica É utilizada como sinônim à à à

1.2 PRINCÍPIOS QUE REGEM O SISTEMA PROBATÓRIO

a) Princípio do contraditório Todas as provas produzidas por uma das partes podem ser
contraditadas (contraprova) pela outra parte;
b) Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova) A prova é produzida por
uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos autos, deixa de
pertencer àquele que a produziu, passando a ser parte integrante do processo, podendo
ser utilizada em benefício de qualquer das partes. Exemplo: Imagine que o réu arrole uma
testemunha, acreditando que seu depoimento será favorável a ele. No entanto, eu seu
depoimento a testemunha afirma que viu o acusado praticar o crime. Assim, nada impede
que o Juiz se valha da própria prova produzida pelo réu para condená-lo, pois a prova não
é mais do réu, e sim comum ao processo (comunhão da prova). Isso é muito importante!
Guardem isso!
c) Princípio da oralidade Sempre que for possível, as provas devem ser produzidas
oralmente na presença do Juiz. Assim, mais valor tem uma prova testemunhal produzida
em audiência que um mero documento juntado aos autos contendo algumas declarações
de uma suposta testemunha. Desse princípio decorrem:
c.1) Subprincípio da concentração Sempre que possível as provas devem ser
concentradas na audiência. Tanto o é que, com as alterações promovidas pela Lei
11.719/08, as alegações finais, que antes eram realizadas mediante a apresentação de
memoriais (escritos), atualmente serão, em regra, apresentadas oralmente ao final da
audiência (podendo, em casos complexos, serem apresentadas por escrito, através de
memoriais);
c.2) Subprincípio da publicidade Os atos processuais não devem ser praticados de
maneira secreta, sendo vedado ao Juiz apresentar obstáculos à publicidade dos atos
processuais. Isto deriva da própria Constituição, em seus arts. 5°, LX e 93, IX. Porém, esta
publicidade não é absoluta, podendo ser restringida em alguns casos, apenas às partes e
seus procuradores, ou somente a estes. Percebam, portanto, que existe a possibilidade,
até mesmo, de um ato processual não ser público para uma das partes, MAS NUNCA
PODERÁ SER RESTRINGIDA A PUBLICIDADE AOS PROCURADORES DAS PARTES;

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c.3) Subprincípio da imediação o Juiz, sempre que possível, deve ter contato físico com a
prova, no ato de sua produção, a fim de que melhor possa formar sua convicção;

d) Princípio da autorresponsabilidade das partes As partes respondem pelo ônus da


produção da prova acerca do fato que tenham de provar. Assim, se o titular da ação penal
não provar a autoria e a materialidade do fato, terá uma consequência adversa para si,
que é a absolvição do acusado;
e) Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo tenetur se detegere) Por este princípio
entende-se a não obrigatoriedade que a parte tem de produzir prova contra si mesma.
Assim, não está o acusado obrigado a responder às perguntas que lhe forem feitas, nem a
participar da reconstituição simulada, nem fornecer material gráfico para exame
grafotécnico, etc.

1.3 ETAPAS DE PRODUÇÃO DA PROVA

Esclareço a vocês, ainda, que quatro são as etapas do processo de produção da prova:
1- Proposição A produção da prova é requerida ao Juiz, podendo ocorrer em momento
ordinário ou extraordinário. O momento ordinário é aquele no qual a lei estabelece que
devam ser requeridas. Assim, o momento para a proposição de meios de prova é a
denúncia, para o MP, e a resposta à acusação, para a defesa. O momento extraordinário,
por sua vez, é todo momento em que a parte requeira a produção de uma prova fora da
época correta (momento ordinário);
2- Admissão É o ato mediante o qual o Juiz defere ou não a produção de uma prova. As
provas propostas no momento ordinário só podem ser indeferidas quando impertinentes ao
processo (não guardam relação com o processo). Já as provas propostas em momento
extraordinário podem ser indeferidas pela simples análise, pelo Juiz, de sua desnecessidade
para a formação de sua convicção;
3- Produção É o momento em que a prova é trazida para dentro do processo, seja através da
juntada de um documento ou laudo pericial, ou através da oitiva de uma testemunha, etc.;
4- Valoração É o momento no qual o Juiz aprecia cada prova produzida e lhe atribui o valor
que julgar pertinente, de acordo com todo o conteúdo probatório existente,
fundamentando sua decisão.

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1.4 ÔNUS DA PROVA

O ônus da prova pode ser definido como o encargo conferido a uma das partes referente à
produção probatória relativa ao fato por ela alegado. 10
Assim, nos termos do art. 156, 1° parte, do CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação
dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Desta forma, fica claro que a parte que alega algum fato, deve fazer prova dele. Portanto,
cabe ao acusador fazer prova da materialidade e da autoria do delito. 11 Cabe ao réu, por sua vez,
provar os fatos que alegar (algum álibi) ou desconstituir a prova feita pelo acusador (um
excludente de ilicitude, uma excludente de culpabilidade, etc.).
Um ônus não é uma obrigação, pois uma obrigação descumprida é um ato contrário ao
Direito. Um ônus, por sua vez, quando descumprido, não gera um ato contrário ao Direito, mas
representa uma perda de oportunidade à parte que lhe der causa.

1.4.1 Produção probatória pelo Juiz

Pode se dar de duas formas distintas:


(i) Na produção antecipada de provas Regra geral, as provas devem ser produzidas
pelas partes. No entanto, em alguns casos, o Juiz pode determinar a produção de algumas provas.
Essa faculdade está prevista no art. 156, segunda parte, e incisos I e II do CPP. O primeiro deles
trata da produção de provas urgentes:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação
dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
I ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690,
de 2008)

Muito se discutiu na Doutrina acerca da constitucionalidade desta faculdade, tendo em conta


a adoção, no Brasil, de um sistema processual acusatório (ainda que mitigado ou, para muitos,
um sistema MISTO), ou seja, cabe às partes agirem para formar a convicção do Magistrado, que
apenas recebe os elementos de prova e os valora.

10
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 342
11
PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 325

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No entanto, o STJ e o STF entendem que a produção de provas pelo Juiz É


CONSTITUCIONAL, sendo, porém, medida excepcional, pois embora se adote o sistema
acusatório, também se adota o princípio da verdade real12, de forma que o Juiz deve buscar
à à à à à à à à à à à à à à àprocesso (verdade
formal).
Ressalto a vocês que a determinação de produção antecipada de provas urgentes e
relevantes é uma espécie de medida cautelar (busca evitar o perecimento da prova), de forma que
devem estar presentes os requisitos da cautelaridade, que são o fumus comissi delicti (existência
de indícios da materialidade e da autoria do delito) e o periculum in mora (Perigo de que a demora
na produção da prova torne impossível a sua realização).

A Doutrina entende que para que o Juiz possa exercer esta faculdade de determinar a produção
antecipada de provas, é necessário que exista um procedimento investigatório em andamento (IP
em curso, por exemplo), e algum requerimento posto à sua apreciação (ainda que não seja o
requerimento de prova). Assim, se um Juiz tem notícia da prática de um crime, não pode, só por
este fato, determinar a produção de uma prova. Ao contrário, se lhe aparecer sobre a mesa um IP
com pedido de arquivamento por falta de provas, nada impede que o Juiz determine a produção
de prova cautelar ainda não requerida (STJ. REsp 582.881/PR).

Deve, ainda, o Magistrado quando determinar a produção de prova antecipada, fazer isto
obedecendo:

 A necessidade da prova A prova determinada deve ser indispensável à elucidação


dos fatos.
 Adequação da prova A prova da adequação se dá mediante uma análise da urgência
de sua realização. Se determinada a realização de uma prova que não é urgente, não
haverá adequação da medida.
 Proporcionalidade Está relacionada à ponderação de valores em conflito. Assim, a
proporcionalidade deve ser extraída mediante um balanço entre a busca da verdade
real e a imparcialidade do Juiz, mediante a análise de fatores como a existência de
outras provas acerca do mesmo fato, gravidade do delito, grau de urgência, etc.

12
Tal princípio não está imune a críticas, notadamente aquelas que o consideram como uma brecha inquisitiva para o exercício
arbitrário de poder por parte do Estado. PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 322/323

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(ii) Na produção de provas após iniciada a fase de instrução do processo Esta


possibilidade está prevista no art. 156, II do CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação
dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
(...) II determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Um exemplo de exercício desta faculdade está no art. 196 do CPP, que permite ao Juiz
proceder, de ofício (ou seja, sem requerimento das partes), a novo interrogatório do réu. Ou,
ainda, nos termos do art. 209 do CPP, ouvir testemunhas não arroladas pelas partes, dentre outros
exemplos.
O mesmo que se disse quanto à constitucionalidade da produção antecipada de provas ex
officio se aplica a esta hipótese de produção de provas pelo Juiz. O objetivo é conciliar o princípio
da verdade real com o modelo acusatório.
A diferença entre ambas as hipóteses reside, primordialmente, no fato de que no primeiro
caso se exige a cautelaridade da medida (urgência de sua realização). No segundo caso, basta que
o Magistrado tenha dúvida sobre ponto relevante, o que autoriza a produção de provas ex officio.

1.5 PROVAS ILEGAIS

As provas ilegais são um gênero do qual derivam três espécies: provas ilícitas, provas ilícitas
por derivação e provas ilegítimas.

1.5.1 Provas ilícitas


São consideradas provas ilícitas aquelas produzidas mediante violação de normas de direito
material (normas constitucionais ou legais)13. A Constituição Federal expressamente prevê a
vedação da utilização de provas obtidas por meios ilícitos. Nos termos do seu art. 5°, LVI:
Art. 5º (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

O art. 157 do CPP, por sua vez, diz:


Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

13
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 340

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São exemplos de prova ilícita:


 Interceptação telefônica realizada sem ordem judicial, por violar o art. 5°, XII da
Constituição Federal.
 Busca e apreensão domiciliar sem ordem judicial, por violação ao art. 5°, XI da
Constituição.
 Prova obtida mediante violação de correspondência, pois viola o art. 5°, XII da
Constituição Federal.

Muitos outros existem, e ficaríamos dias e dias a enumerá-los. No entanto, o que vocês
devem saber é que qualquer prova obtida por meio ilícito é uma prova ilegal, e que por meio ilícito
deve-se entender aquele que importa em violação a algum direito material, constitucionalmente
protegido, de maneira direta ou indireta.
A prova pode ser ilícita por afrontar direta ou indiretamente a Constituição. Todos os
exemplos citados acima são hipóteses de prova ilícita por afrontamento direto à Constituição. No
entanto, pode ocorrer de a prova ser ilícita por ofender uma norma prevista em Lei (não na
Constituição), mas essa Lei retira seu fundamento diretamente da Constituição.

EXEMPLO: Imagine um interrogatório do réu em sede judicial realizado sem a presença


do advogado. A norma que diz que a presença do advogado é indispensável não está na
Constituição, mas no art. 185 do CPP. No entanto, este art. 185 do CPP nada mais faz
que observar o princípio da ampla defesa. Assim, pode-se dizer que quando se afronta o
art. 185 do CPP, está a ser violado, também, o princípio da ampla defesa, consagrado no
art. 5°, LV da Constituição.

1.5.2 Provas ilícitas por derivação

São aquelas provas que, embora sejam lícitas em sua essência, derivam de uma prova ilícita,
à à à à à à Trata-se da aplicação da Teoria dos frutos da árvore
envenenada (fruits of the poisonous tree), segundo a qual, o fato de a árvore estar envenenada
necessariamente contamina os seus frutos. Trazendo para o mundo jurídico, significa que o defeito
(vício, ilegalidade) de um ato contamina todos os outros atos que a ele estão vinculados.
Antes do advento da Lei 11.690 (que alterou alguns dispositivos do CPP), a utilização desta
teoria era fundamentada com base no art. 573, § 1° do CPP, que diz:
Art. 573 (...) § 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente
dependam ou sejam consequência.

No entanto, com o advento da Lei citada, o art. 157, § 1° do CPP passou a tratar
expressamente da prova ilícita por derivação. Vejamos:

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§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente
das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Perceba, caro aluno, que a primeira parte do dispositivo transcrito trata da regra, qual seja:
Toda prova derivada de prova ilícita é inadmissível no processo. Entretanto, a segunda parte do
artigo excepciona a regra, ou seja, existem casos em que a prova, mesmo derivando de outra
prova, esta sim ilícita, poderá ser utilizada.
Exige-se, primeiramente, que a prova ilícita por derivação possua uma relação de causalidade
exclusiva com a prova originalmente ilícita. Assim, se uma prova B (lícita) só pode ser obtida
porque se originou de uma prova ilícita (A), a prova B será inadmissível. Entretanto, se a prova B
não foi obtida exclusivamente em razão da prova A, a prova B não será inadmissível.

EXEMPLO: Imagine que Paulo fora arrolado pelo MP como testemunha em um processo
criminal, tendo prestado seu depoimento de maneira válida durante a instrução
processual. O que esta prova tem de ilícita? Nada. Porém, imagine que a testemunha
Paulo só tenha sido descoberta em razão de um depoimento testemunhal ocorrido em
sede policial, na qual a testemunha Carlos foi torturada. Assim, o depoimento de Carlos
é prova ilícita, de formar que contamina o depoimento (válido) de Paulo, pois somente
através do depoimento mediante tortura de Carlos é que se chegou até a testemunha
Paulo.
Imagine, agora, que além de ter sido mencionado como testemunha do crime por Carlos
(que estava sob tortura), Paulo tenha sido apontado como testemunha ocular do crime
por outra testemunha, Ricardo, que prestou depoimento válido e de maneira livre em
sede policial. Ora, estamos aqui diante do que se chama de fonte independente capaz
de conduzir ao objeto de prova.14 Assim, se a prova ilícita por derivação (depoimento
de Paulo) tenha sido obtida também por uma fonte independente (depoimento de
Ricardo) da fonte contaminada (depoimento de Carlos, sob tortura), a prova deixará de
ser ilícita por derivação e poderá ser utilizada no processo. Nos termos do § 2° do art.
157 do CPP:
Art. 157 (...) § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e
de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Por fim, há ainda o que a Doutrina chama T 15


(inevitable
discovery), segundo a qual também poderá ser utilizada a prova que, embora obtida através de
uma outra prova, ilícita, teria sido obtida inevitavelmente pela autoridade.

14
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 341
T à à à à à àHIPOTÉTICA
15

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EXEMPLO: Imagine que o Juiz tenha determinado a Busca e apreensão de documentos e


objetos na casa do suspeito José. Antes de realizada a diligência, José, que estava preso,
afirma, mediante tortura, que a arma do crime está em sua residência, dentro do
armário. Chegando no local, a autoridade policial constata que de fato a arma está no
armário, mas simultaneamente chega ao local outra equipe, para cumprimento do
Mandado de Busca e Apreensão determinado anteriormente. Ora, a arma seria
localizada inevitavelmente pela equipe que fora realizar a busca e apreensão
(diligência válida e regular).
Portanto, a prova ilícita por derivação (arma do crime, à qual se chegou através de
interrogatório mediante tortura) teria sido inevitavelmente descoberta de forma lícita,
ainda que não houvesse a prova ilícita que lhe deu origem.
Assim, a prova foi obtida de forma ilícita, pois decorreu do interrogatório mediante
tortura. Todavia, analisando-se as circunstâncias, é perfeitamente possível concluir que
esta mesma prova acabaria sendo obtida de qualquer modo, licitamente.
Desta forma, a prova poderá ser usada no processo.

1.5.3 Provas ilegítimas


São provas obtidas mediante violação a normas de caráter eminentemente processual, sem
que haja nenhum reflexo de violação a normas constitucionais.

EXEMPLO: Imagine que num determinado processo criminal em uma comarca do


interior, não havendo perito oficial, o Juiz tenha determinado a produção de prova
pericial por um perito não oficial. Esta prova pericial produzida será ilegítima, pois viola
uma norma processual, prevista no art. 159, § 1° do CPP:
Art. 159 (...)
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Neste caso, não há qualquer violação à Constituição, pois a realização de uma prova
pericial por apenas um perito não-oficial, ao invés de dois, em nada prejudica algum
direito fundamental. No entanto, trata-se de violação a uma norma processual, de
forma que esta prova é considerada ilegítima.

N à à à à à à à à à à à à à à à à à
normas à à PROCE““UáL à J à à à à à à à à à à à
violação às normas de direito material.
Assim:

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ILÍCITAS (08 LETRAS) MATERIAL (08 LETRAS)


ILEGÍTIMAS (10 LETRAS) PROCESSUAL (10 LETRAS)

1.5.4 Consequências processuais no caso de reconhecimento da ilegalidade da prova


Reconhecida a ilegalidade da prova, este reconhecimento gera algumas consequências
práticas no processo criminal. Entretanto, estas consequências são diferentes no caso de provas
ilícitas (ilícitas e ilícitas por derivação) e provas ilegítimas.

1.5.5 Consequências processuais do reconhecimento da ilicitude da prova


No caso das provas ilícitas e ilícitas por derivação, declarada sua ilicitude, elas deverão ser
desentranhadas do processo16 e, após estar preclusa a decisão que determinou o
desentranhamento (não couber mais recurso desta decisão), esta prova será inutilizada pelo Juiz. É
o que preconiza o § 3° do art. 157 do CPP:
Art. 157 (...) § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)

Trata-se, portanto, de valoração da ilicitude da prova ANTES DA SENTENÇA. Entretanto, em


relação à simetria de tratamento que se dá às provas ilícitas e às nulidades absolutas, a ilicitude
destas provas poderá ser arguida a qualquer momento, inclusive após a sentença.

CUIDADO! Há parcela da Doutrina, no entanto, vem entendendo que, desentranhada prova


declarada inadmissível, a sua inutilização não é obrigatória, podendo o Magistrado declarar a
inadmissibilidade da prova, mas não decretar seu desentranhamento e inutilização.
Isto se deve em razão da existência de forte entendimento 17 no sentido de que a prova, ainda que
seja ilícita, se for a única prova que possa conduzir à absolvição do réu, ou comprovar fato

16
Sobre os efeitos do reconhecimento da ilicitude da prova, vale destacar que o mero reconhecimento da ilicitude da prova não
é capaz de ensejar o trancamento da ação penal ou a prolação de uma sentença condenatória. A ação penal pode possuir justa
causa (elementos mínimos de prova) calcada em outras provas, não declarada ilícitas, bem como a condenação pode sobrevir
condenação, também fundada em outras provas, não vinculadas à prova considerada ilícita (Informativo 776 do STF).
17
PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 320

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importante para sua defesa, em razão do princípio da proporcionalidade, deverá ser utilizada no
processo. Assim, a inutilização da prova inviabilizaria sua utilização pro reo.
EXEMPLO: Imagine que Marcelo, acusado de homicídio, saiba que, na verdade, Bruno é o
verdadeiro homicida, mas não possui provas acerca disso. No entanto, Marcelo adentra à casa de
Bruno pela madrugada e acopla um dispositivo para realização de escutas. Durante a utilização do
dispositivo, Bruno comenta diversas vezes com sua esposa acerca da autoria do homicídio,
confessando-o. Esta prova, obtida ilicitamente (violação ao Direito à privacidade, art. 5°, X da
Constituição), por ser a única capaz de provar a inocência de Marcelo, apesar de ilícita, poderá ser
utilizada para sua absolvição.
Entretanto, a prova não passa a ser considerada lícita. Ela continua sendo ilícita, mas
excepcionalmente será utilizada, apenas para beneficiar o acusado (Marcelo). Isso é extremamente
importante, pois se a prova passasse a ser considerada lícita, poderia ser utilizada para incriminar o
verdadeiro autor do crime (Bruno). Entretanto, como ela continua sendo prova ilícita, poderá ser
utilizada para inocentar Marcelo, mas não poderá ser utilizada para incriminar Bruno, pois a
Doutrina e Jurisprudência dominantes só admitem a utilização da prova ilícita pro reo, e não pro
societate.
MUITO CUIDADO COM ISSO!

Questão interessante diz respeito à possibilidade de utilização de prova ilícita obtida


mediante excludente de ilicitude. A Doutrina, o STF e o STJ entendem que a prova obtida
mediante legítima defesa ou estado de necessidade, por serem estas causas excludentes da
ilicitude, são provas válidas, e não provas ilícitas, podendo, portanto, serem utilizadas no
processo.
Qual é o recurso cabível em face da decisão referente à ilicitude da prova? A Doutrina
entende que:
 Decisão que RECONHECE A ILICITUDE da prova Cabe RESE, nos termos do art. 581,
XIII do CPP.
 Decisão que RECONHECE A ILICITUDE da prova apenas na sentença Cabe
APELAÇÃO.
 Decisão que NÃO RECONHECE a ilicitude da prova Não cabe recurso (seria possível o
manejo de HC ou MS).

1.5.6 Consequências processuais do reconhecimento da ilegitimidade da prova

Diferentemente do que ocorre com as provas ilícitas, em que a natureza e a gravidade dos
crimes podem implicar a sua utilização, no que tange às provas ilegítimas, o critério para definição
de sua utilização ou não será outro.

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Para que se defina se a prova ilegítima (obtida ou produzida mediante violação à norma de
caráter processual) será utilizada ou não, devemos distingui-las em dois grupos: provas ilegítimas
por violação a norma processual de caráter absoluto (que importam nulidade absoluta) e provas
ilegítimas por violação a norma processual de caráter relativo (que importam em nulidade
relativa).
A prova decorrente de violação à norma processual de caráter absoluto (nulidade absoluta)
jamais poderá ser utilizada no processo, pois as nulidades absolutas, são questões de ordem
pública e são insanáveis. O STF e o STJ estão relativizando isso, ao fundamento de que não pode
ser declarada qualquer nulidade sem comprovação da ocorrência de prejuízo).
Já a prova decorrente de violação à norma processual de caráter relativo (nulidade relativa),
poderá ser utilizada, desde que não haja impugnação à sua ilegalidade (essa ilegalidade deve ser
arguida por alguma das partes, não podendo o Juiz suscitá-la de ofício), ou tenha sido sanada a
irregularidade em tempo oportuno.
Seja como for, de acordo com a Doutrina majoritária, às provas ilegítimas deve ser aplicado o
regime jurídico das nulidades, e não as regras atinentes às provas ilícitas, que vimos
anteriormente.
Quadro esquemático:

Provas ilícitas
propriamente ditas
Tenham sido obtidas
Violação a normas por fonte
Provas ilícitas independente
de direito material
Podem ser
Provas ilícitas por utilizadas,
derivação excepcionalmente,
PROVAS ILEGAIS quando:
Quando seriam
inevitavelmente
descobertas por
Aplica-se o regime fonte independente
Violação a normas
Provas ilegítimas jurídico das
de direito processual
nulidades

2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO DE PROCESSSO PENAL

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 Arts. 155 a 157 do CPP - Regulamentam a Teoria Geral da Prova no CPP:


DA PROVA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído
pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela
Lei nº 11.690, de 2008)
I ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes,
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
II determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre
ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas
em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído
pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial,
facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 Art. 5º, LVI da CF/88 - Estabelece a inadmissibilidade constitucional da utilização das provas
ilícitas:
Art. 5º. (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

3 SÚMULAS PERTINENTES

3.1 SÚMULAS DO STJ

 Súmula 455 do STJ: O STJ sumulou entendimento no sentido de que a produção antecipada de
provas, em razão da suspensão do processo decorrente da aplicação do art. 366 do CPP (réu revel
citado por edital), deve ser fundamentada em elementos concretos (risco de perda da prova), não
podendo o Juiz determina-la com base apenas na alegação de que o decurso do tempo poderia
prejudicar a colheita da prova:

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Súmula 455 do STJ à áà à à à à à à à à à à à à à àCPPà


deve ser concretamente fundamentada, não a jus à à à à à à à

 Súmula 74 do STJ: O STJ sumulou entendimento no sentido de que a prova da MENORIDADE


penal somente pode se dar mediante a apresentação de documento hábil, não sendo possível a
prova de tal fato por outros meios (testemunhal, etc.). Tal entendimento configura exceção ao
sistema do livre convencimento do Juiz, já que, neste caso, temos uma exemplo de prova tarifada:
Súmula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO REU REQUER PROVA POR
DOCUMENTO HABIL.

4 LISTA DE EXERCÍCIOS

01. (VUNESP 2016 TJM-SP JUIZ ADAPTADA)


O catálogo de produção de provas no processo penal é taxativo, não se admitindo as provas
atípicas.

02. (VUNESP 2015 TJ-SP JUIZ)


A formação da convicção do magistrado no processo penal tem por base inúmeros elementos.
Assinale a alternativa que contenha elementos que vão ao encontro da sistemática do Código de
Processo Penal como um todo.
a) Vinculação das provas do processo à sua própria consciência e verdade formal.
b) Livre convencimento e verdade material.
c) Livre convencimento e motivação da decisão.
d) Hierarquia prefixada de provas e livre apreciação dos elementos constatados nos autos.

03. (VUNESP 2015 PC-CE DELEGADO)


Determina o art. 156 do CPP que a prova da alegação incumbirá a quem a fizer. Tal norma
a) é relativizada, pois o juiz pode ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes.
b) é corolário do Estado Democrático de Direito, pois apenas ao acusado, tecnicamente assistido
por advogado, é franqueado o direito de provar o que entende relevante para o sucesso de seus
argumentos.

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c) consagra o princípio da imparcialidade da jurisdição, pois ao Estado-Juiz é defeso realizar


diligências de ofício no curso do processo.
d) consagra o princípio do in dubio pro reo, pois o juiz não pode determinar de ofício a produção
de prova que aproveite a tese da parte autora.
e) consagra o princípio da inércia judicial, pois o julgador não poderá determinar a produção de
provas no curso da ação penal.

04. (VUNESP 2013 TJ-RJ JUIZ)


Assinale a alternativa correta a respeito das provas processuais penais.
a) A regulamentação dos meios de prova feita pelo Código de Processo Penal é taxativa, não sendo
admitidas provas atípicas ou inominadas.
b) O Código de Processo Penal não admite, nem mesmo exce à à à à
como sistema de apreciação da prova.
à áà à à à à à à à à à à à
infraconstitucional.
d) Fatos axiomáticos são os que dependem de prova.

05. (VUNESP 2013 PC-SP ESCRIVÃO)


Determina o art. 155 do CPP que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação,
a) ressalvadas as provas cautelares e não repetíveis, apenas.
b) sem qualquer exceção.
c) ressalvadas as provas cautelares e antecipadas, apenas.
d) ressalvadas as provas não repetíveis e antecipadas, apenas.
e) ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

06. (VUNESP 2011 TJ-SP JUIZ)


A respeito da prova no processo penal, analise as proposições seguintes.
I. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em juízo, mas também
pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação.
II. As provas cautelares antecipadas podem ser consideradas pelo juiz na formação da sua
convicção, ainda que não reproduzidas perante o contraditório.
III. O ônus da prova cabe a quem fizer a alegação, sendo vedado ao juiz determinar a produção de
provas de ofício, diante do princípio da inércia da jurisdição.

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IV. As provas ilícitas e as delas derivadas são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, salvo quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
V. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Estão corretas somente as proposições
a) I, III e IV.
b) II, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, II e III.
e) I, II e V.

07. (VUNESP 2013 MPE-ES PROMOTOR DE JUSTIÇA)


X, funcionário público, foi denunciado por prevaricação. Durante o curso da instrução processual,
recebe uma carta confidencial de Y, suposta vítima do crime, que comprova sua inocência. X junta
aos autos o referido documento, que deverá ser considerado:
a) prova ilícita, tendo em vista que o sigilo de correspondência é inviolável nos termos da
Constituição Federal.
b) prova ilícita, porque fere o princípio do contraditório.
c) prova lícita, apesar de violar o princípio do contraditório.
d) prova lícita, tendo em vista que não viola normas constitucionais ou legais.
e) prova ilícita porque sua utilização fere o princípio constitucional que garante privacidade à vida
privada da vítima do crime de prevaricação

08. (VUNESP 2014 PC-SP ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


A estrita disciplina do art. 157 do CPP, no que concerne às provas ilícitas, determina que elas são:
a) aceitas de acordo com critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
b) inadmissíveis para condenação, mas podem motivar eventual absolvição.
c) consideradas inadmissíveis se ofenderem disposições constitucionais, e admissíveis se
ofenderem meras disposições legais
d) inadmissíveis, mas devem permanecer no processo para fins de análise e eventual validação
pelo segundo grau de jurisdição.
e) inadmissíveis e devem ser desentranhadas do processo.

09. (VUNESP 2014 TJ-SP TITULAR NOTARIAL)


São sistemas de apreciação de prova vigentes na legislação brasileira:

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a) Íntima convicção e Livre convencimento.


b) Livre convencimento e Verdade legal ou formal.
c) Verdade legal ou formal e Étnico.
d) Íntima convicção e Verdade legal ou formal.

10. (VUNESP 2014 PC-SP DELEGADO DE POLÍCIA)


No processo penal, a prova produzida durante o inquérito policial
a) pode ser utilizada por qualquer das partes, bem como pelo juiz.
b) tem o mesmo valor que a prova produzida judicialmente.
c) pode ser utilizada somente pelo juiz.
d) não tem valor legal.
e) deverá ser sempre ratificada judicialmente para ter valor legal

11. (FCC 2009 DPE/MA DEFENSOR PÚBLICO)


Para prolação de sentença condenatória o juiz formará sua convicção, de acordo com o teor de
nova regra processual penal trazida pela Lei no 11.719, de 20/06/2008, segundo
a) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial onde se garanta a ampla defesa do
acusado.
b) apreciação controlada da prova produzida em contraditório judicial com desprezo ao teor de
eventual confissão prestada no inquérito policial.
c) livre apreciação da prova produzida, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação.
d) apreciação discricionária da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação.
e) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

12. (FCC 2010 DPE-SP DEFENSOR PÚBLICO)


Atenção: Para responder à questão assinale a alternativa correta em relação ao assunto indicado.
Disciplina da prova no processo penal.
a) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma absolvição, à defesa
incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em situação que exclua a ilicitude da conduta.
b) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque estas não foram localizadas
na fase judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos depoimentos de inquérito
porque a prova colhida na investigação se tornou irrepetível.

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c) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente declarada ilícita não pode ser
o mesmo a prolatar a sentença, sob pena de nulidade.
d) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova ilícita por derivação seja
considerada válida para a condenação quando obtida através de fonte independente ou quando,
por raciocínio hipotético, sua descoberta teria sido inevitável.
e) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova da autoria é feita
exclusivamente por indícios.

13. (FCC 2013 TJ-PE TITULAR NOTARIAL)


No tocante à atividade probatória no processo penal, de acordo com o Código de Processo Penal,
a) as provas ilícitas, obtidas em violação a normas legais, são inadmissíveis, sendo facultado seu
desentranhamento dos autos do processo.
b) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
sendo-lhe vedado utilizar os elementos informativos colhidos na investigação para fundamentar a
sua decisão, mesmo tratando-se de provas cautelares.
c) é possível provar o estado das pessoas por qualquer meio de prova admissível no processo
penal, independentemente das restrições estabelecidas na lei civil.
d) a prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz, de ofício,
determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante.
e) quando a infração deixar vestígio, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, salvo se já houver confissão do acusado.

14. (FCC 2011 MPE-CE PROMOTOR DE JUSTIÇA)


A circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução,
concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias, no âmbito do processo penal,
a) serve como elemento formador de convicção do Promotor de Justiça em matéria de Tribunal do
Júri.
b) tem expressa disposição no Título II do Código de Processo Penal que trata do inquérito policial
e a prevê como consideração à autoridade policial no âmbito meramente investigativo.
c) não tem qualquer valor legal por vedar a Constituição Federal qualquer espécie de presunção
por ofensa ao princípio do contraditório.
d) considera-se indício e é um dos meios de prova.
e) é expressão legal do princípio acusatório no processo penal.

15. (FCC 2011 TJ-PE JUIZ)


No tocante à prova, o juiz
a) formará sua convicção pela livre apreciação da produzida nos autos, sem qualquer restrição.

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b) poderá, de ofício, ordenar a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes,


mas apenas depois de iniciada a ação penal.
c) formará sua convicção pela livre apreciação da produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão em provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
d) observará a necessidade, adequação e proporcionalidade da produção antecipada de provas,
mesmo antes de iniciada a ação penal.
e) não poderá determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante.

16. (FCC 2011 DPE-RS DEFENSOR PÚBLICO)


Sobre provas ilícitas, é INCORRETO afirmar:
a) A vedação da utilização de provas ilícitas pode ser excepcionalmente afastada em favor do
acusado.
b) A doutrina processual penal faz uma distinção conceitual entre a prova ilícita e a prova ilegítima,
sendo aquela a obtida com violação ao direito substantivo e esta a obtida com violação ao direito
adjetivo.
c) As provas derivadas das ilícitas não se considerarão contaminadas quando puderem ser obtidas
de uma fonte independente destas, ou quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas
e outras, segundo o disposto na norma processual penal.
d) Consoante previsto no Código de Processo Penal, preclusa a decisão de desentranhamento da
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial.
e) Contra a decisão interlocutória que não reconhece a ilicitude de prova cabe recurso em sentido
estrito.

17. (FCC 2010 TJ-PI ASSESSOR JURÍDICO)


Em relação às provas ilícitas, é correto afirmar que
a) não precisam, necessariamente, ser desentranhadas dos autos.
b) não se permite a presença das partes no incidente de inutilização, por se tratar de ato sigiloso.
c) são aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
d) são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo, apenas e tão somente, quando
as derivadas puderem ser obtidas por fonte independente das primeiras.
e) considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo trâmites atípicos, da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

18. (FCC 2009 TJ-GO JUIZ)


Em relação às provas ilícitas, é possível assegurar que
a) não se faculta a presença das partes no incidente de inutilização.

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b) são inadmissíveis, mas não precisam ser desentranhadas do processo.


c) se considera fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites normais da
investigação ou da instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
d) a inadmissibilidade também atinge as provas derivadas das ilícitas, salvo tão-somente quando
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.
e) são aquelas obtidas apenas em violação a normas constitucionais.

19. (FCC 2009 TJ-AP ANALISTA JUDICIÁRIO)


No processo penal, a prova
a) deverá ser produzida pelas partes, vedado ao juiz determinar, de ofício, a produção de qualquer
outra prova.
b) quanto ao estado das pessoas, assim como todas as provas no processo penal, observarão as
restrições estabelecidas na lei civil.
c) da alegação incumbirá a quem a fizer.
d) ilícita deve ser analisada em conjunto com as lícitas, podendo servir de base para a condenação
se estiver em consonância com estas.
e) pericial consistente no exame de corpo de delito e outras perícias, será realizada por perito
oficial, portador de curso superior, ou, na sua falta, por três pessoas idôneas, portadoras de curso
médio completo.

20. (FCC 2009 TJ-PI TÉCNICO JUDICIÁRIO)


Segundo a doutrina, independem de prova os fatos
a) induvidosos e inúteis.
b) admitidos ou aceitos e incontroversos.
c) ilegítimos e ilícitos.
d) intuitivos, notórios e inúteis.
e) reconhecidos pelo acusado e legítimos.

21. (FCC 2009 DPE-MA DEFENSOR PÚBLICO)


O direito ao silêncio do acusado e o valor da confissão harmonizam-se, segundo a sistemática atual
do Código de Processo Penal, com fundamento nas seguintes regras:
a) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, estabelecendo
escala de preponderância para as provas periciais e verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não importará confissão e nem
poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.

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b) o silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa,
sendo ao juiz vedada qualquer alusão ao silêncio do acusado na sentença que venha a proferir.
c) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se
entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não
importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
d) o valor da confissão deverá ser compatibilizado exclusivamente com a prova colhida sob
princípio do contraditório, sendo vedada qualquer alusão a eventual silêncio do réu na sentença
condenatória.
e) o princípio constitucional da presunção de inocência impede que o juiz faça qualquer
consideração na sentença a interrogatório e/ou confissão extrajudicial, não podendo nem mesmo
tal circunstância interferir na sua livre apreciação das provas.

22. (ESAF 2008 CGU ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE)


Analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao
final a opção correspondente.
( ) Não se admite prova emprestada quando transplantada de inquérito policial.
( ) A prova emprestada, no momento em que é transportada para o novo processo, passa a
constituir mera prova documental, embora originariamente possa ser testemunhal.
( ) A Constituição da República atribui ao Ministério Público, com exclusividade, a propositura da
ação penal pública, seja ela incondicionada ou condicionada, não prevendo exceção.
( ) Nos termos do Código de Processo Penal, depois de oferecida a denúncia a representação pode
ser retratável.
a) V, F, F, V
b) F, V, V, V
c) F, V, F, V
d) F, F, V, F
e) V, V, F, F

23. (CESPE 2009 BCB PROCURADOR)


Com relação à prova, assinale a opção correta.
a) O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos que trazem os
elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o convencimento do juiz, que é seu
destinatário.
b) A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira colhida na flagrância da
conduta delituosa, enquanto a última deriva do testemunho e da perícia.
c) Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos à atividade probatória.

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d) O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são obrigados a conhecer o
direito federal em caráter absoluto.
e) A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à apreciação do Tribunal
Penal Internacional.

24. (FGV 2016 MPE-RJ ANALISTA PROCESSUAL)


Chega ao conhecimento do Ministério Público e da Polícia Civil que na casa de Tício estava
escondido um facão que seria instrumento de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, ainda
sujo com sangue do autor e da vítima. O Ministério Público entra com pedido de busca e
apreensão domiciliar, sendo deferido pelo juiz. Com base nisso, monta operação com a Chefia da
Polícia Civil para cumprimento do mandado. Lá chegando, porém, deparam-se com policiais
militares, que, sem mandado, aproveitaram que a residência estava vazia e encontraram o facão,
que estava em cima da mesa da sala. A Polícia Civil formaliza o cumprimento do mandado e a
apreensão do instrumento, oferecendo o Ministério Público denúncia em face de Tício. Em defesa
prévia, o acusado alega a ilicitude da prova no que tange ao facão. No caso, é correto afirmar que:
a) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, já que os policiais ingressaram sem mandado na
residência do réu, de modo que deve ser desentranhada dos autos;
b) a prova é válida, tendo em vista que havia flagrante delito quando os policiais ingressaram na
residência de Tício;
à à à à à à à à à à à à à à à F à da Árvore
E à
d) deve a prova ser mantida nos autos, pois a legislação apenas proíbe que constem dos autos a
prova ilícita, mas não a ilegítima;
e) a prova é válida, aplicando-se a ideia da descoberta inevitável e fonte independente.

25. (FGV 2015 TJ-BA ANALISTA DIREITO)


Durante a instrução de caso penal versando sobre crime doloso contra a vida, em desfavor de
Bruno, além da prova oral e pericial, foram juntados aos autos, por meio de compartilhamento de
provas judicialmente autorizado, áudios e transcrições de interceptação telefônica implementada
em processo distinto, que investigava tráfico de drogas, e que indiciavam a conduta criminosa do
réu. A decisão interlocutória de pronúncia foi fundamentada nos indícios oriundos dessa
interceptação telefônica, deferida por Juiz de Direito diverso daquele competente para o crime
doloso contra a vida. Nessa situação, a decisão de pronúncia:
a) deve ser anulada por usar elementos de prova coligidos fora da instrução processual própria;
b) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos, de forma fortuita, durante a
investigação de outros crimes;
c) deve ser anulada pela violação do princípio da imediação processual penal;
d) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos durante investigação de outros crimes,
se corroborada pela prova plena do processo principal;

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e) deve ser anulada pela violação do princípio da identidade física do juiz na colheita da prova da
interceptação.

26. (FGV 2013 AL-MA TÉCNICO: ADVOGADO)


Assinale a alternativa que indica o princípio que fundamenta a lição da doutrina de que a prova
não pertence à parte que a produziu, mas ao processo.
a) Princípio do livre convencimento motivado.
b) Princípio do contraditório.
c) Princípio da oralidade da prova.
d) Princípio da publicidade da prova.
e) Princípio da aquisição ou comunhão da prova.

27. (FGV 2010 OAB EXAME UNIFICADO)


Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando- lhe sérias lesões no ombro
direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do
crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato.
A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na
audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma
de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as
testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.
Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima
defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira
em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada
dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
b) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
c) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em
dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
d) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A
lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas, sob
pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.

28. (FGV 2010 PC-AP DELEGADO DE POLÍCIA)


Relativamente ao tema prova, analise as afirmativas a seguir:

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I. O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença
ou acórdão.
II. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
III. A lei autoriza a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, mesmo
antes de iniciada a ação penal, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

29. (FGV 2008 SENADO FEDERAL ADVOGADO)


Relativamente ao princípio de vedação de auto-incriminação, analise as afirmativas a seguir:
I. O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante de
qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática de
crime ao declarante.
II. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela
autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime
de desobediência.
III. O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o
silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao
réu.
IV. O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a
pena do condenado utilizando como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

30. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE)


A respeito da prova no processo penal, assinale a alternativa correta.

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a) A prova objetiva demonstra a existência/inexistência de um determinado fato ou a


veracidade/falsidade de uma determinada alegação. Todos os fatos, em sede de processo penal,
devem ser provados.
b) São consideradas provas ilícitas aquelas obtidas com a violação do direito processual. Por outro
lado, são consideradas provas ilegítimas as obtidas com a violação das regras de direito material.
c) As leis em geral e os costumes não precisam ser comprovados.
d) A lei processual pátria prevê expressamente a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação,
perfilhando- à à à à à à à à à à à

31. (FGV - 2008 - TJ-MS JUIZ - ADAPTADA)


O princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita
seja utilizada quando é a única disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado
hediondo.

32. (FGV - 2008 - TJ-PA JUIZ - ADAPTADA)


Em regra vigora o sistema da íntima convicção, pelo qual o juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova, estando dispensado de motivá-la.

33. (FGV - 2008 - TJ-PA JUIZ - ADAPTADA)


São inadmissíveis no processo as provas produzidas por meios ilícitos, salvo quando servirem para
esclarecer dúvida sobre ponto relevante.

34. (FGV 2008 TJ/RJ OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA)


São consideradas ilícitas as provas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais, devendo
ser desentranhadas do processo, mas a ilegalidade não se estende às provas derivadas daquelas,
qualquer que seja a hipótese.

35. (FGV 2008 TJ/RJ OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA)


O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

36. (FGV 2012 PC/MA DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA)


Conferindo efetividade ao princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si e ao
direito ao silêncio, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o condutor de veículo automotor não
é obrigado a se submeter ao teste do bafômetro e que tal recusa não pode implicar consequências
penais.

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37. (FGV 2014 MPE-RJ ESTÁGIO FORENSE)


Sobre a prova penal, analise as afirmativas a seguir.
I São princípios que informam a prova penal: verdade material, vedação da prova ilícita,
aquisição ou comunhão da prova, audiência contraditória, concentração e imediação, auto-
responsabilidade das partes, identidade física do juiz, publicidade e livre convencimento motivado.
II Como formas de avaliação da prova no direito processual penal brasileiro são admitidos os
seguintes sistemas: tarifada ou legal, íntima convicção e persuasão racional.
III A confissão do réu no processo penal é de valor relativo e deve ser cotejada com as demais
provas. Se reconhecida na sentença não poderá levar a pena abaixo do mínimo cominado.
IV A prova ilícita é inadmissível no direito processual penal brasileiro, exceto aquela a favor do
à à à à à à à à àá à à à à à à à T à
dos frutos da á à à à à à à à à à à à à
ilicitamente colhida. O Código de Processo Penal hoje mitiga a vedação das provas ilícitas por
derivação, no caso da fonte independente e da descoberta inevitável.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I, II e III;
b) somente I e IV;
c) somente II e IV;
d) somente III;
e) I, II, III e IV

5 EXERCÍCIOS COMENTADOS

01. (VUNESP 2016 TJM-SP JUIZ ADAPTADA)


O catálogo de produção de provas no processo penal é taxativo, não se admitindo as provas
atípicas.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o Brasil não adotou o sistema taxativo da prova. O sistema
taxativo implica a impossibilidade de produção de outros meios de prova que não sejam aqueles
expressamente previstos na Lei Processual. No Brasil, é plenamente possível a utilização de meios
de prova inominados ou atípicos (não previstos expressamente na Lei).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

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02. (VUNESP 2015 TJ-SP JUIZ)


A formação da convicção do magistrado no processo penal tem por base inúmeros elementos.
Assinale a alternativa que contenha elementos que vão ao encontro da sistemática do Código de
Processo Penal como um todo.
a) Vinculação das provas do processo à sua própria consciência e verdade formal.
b) Livre convencimento e verdade material.
c) Livre convencimento e motivação da decisão.
d) Hierarquia prefixada de provas e livre apreciação dos elementos constatados nos autos.
COMENTÁRIOS: No processo penal brasileiro, como regra geral, vigora o princípio do livre
convencimento motivado, ou livre convencimento baseado em provas, segundo o qual o Juiz é
livre para valorar os elementos de prova constantes dos autos. Contudo, ao decidir, deverá
fundamentar sua decisão nas provas que estejam presentes nos autos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

03. (VUNESP 2015 PC-CE DELEGADO)


Determina o art. 156 do CPP que a prova da alegação incumbirá a quem a fizer. Tal norma
a) é relativizada, pois o juiz pode ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes.
b) é corolário do Estado Democrático de Direito, pois apenas ao acusado, tecnicamente assistido
por advogado, é franqueado o direito de provar o que entende relevante para o sucesso de seus
argumentos.
c) consagra o princípio da imparcialidade da jurisdição, pois ao Estado-Juiz é defeso realizar
diligências de ofício no curso do processo.
d) consagra o princípio do in dubio pro reo, pois o juiz não pode determinar de ofício a produção
de prova que aproveite a tese da parte autora.
e) consagra o princípio da inércia judicial, pois o julgador não poderá determinar a produção de
provas no curso da ação penal.
COMENTÁRIOS: Tal regra de distribuição do ônus da prova consagra o princípio da inércia, pois
transfere às partes o ônus de provar aquilo que alegam. Contudo, é relativizada pela possibilidade
conferida ao Juiz de tomar a iniciativa da produção de determinadas provas, notadamente aquelas
consideradas urgentes e relevantes, de forma antecipada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

04. (VUNESP 2013 TJ-RJ JUIZ)


Assinale a alternativa correta a respeito das provas processuais penais.
a) A regulamentação dos meios de prova feita pelo Código de Processo Penal é taxativa, não
sendo admitidas provas atípicas ou inominadas.

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à Oà C à àP àP à à à à à à à à à
como sistema de apreciação da prova.
à áà à à à à à à à à à à à
infraconstitucional.
d) Fatos axiomáticos são os que dependem de prova.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: São admitidos quaisquer meios de prova, ainda que não expressamente previstos no
CPP, pelo princípio da busca da verdade real.
B) ERRADA: Embora este sistema não seja adotado, como regra, a Doutrina entende que há
passagens no CPP que indicam a adoção excepcional de tal sistema, nos termos do art. 62, por
exemplo:
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o
Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 157, §1º do CPP:
Art. 157 (...)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
D) ERRADA: Os fatos axiomáticos (ou intuitivos ou evidentes) são espécie de fatos que não
dependem de prova, conforme entendimento doutrinário.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

05. (VUNESP 2013 PC-SP ESCRIVÃO)


Determina o art. 155 do CPP que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação,
a) ressalvadas as provas cautelares e não repetíveis, apenas.
b) sem qualquer exceção.
c) ressalvadas as provas cautelares e antecipadas, apenas.
d) ressalvadas as provas não repetíveis e antecipadas, apenas.
e) ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
COMENTÁRIOS: O Juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão EXCLUSIVAMENTE em elementos de
convicção obtidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Esta é a definição contida no art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

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06. (VUNESP 2011 TJ-SP JUIZ)


A respeito da prova no processo penal, analise as proposições seguintes.
I. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em juízo, mas também
pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação.
II. As provas cautelares antecipadas podem ser consideradas pelo juiz na formação da sua
convicção, ainda que não reproduzidas perante o contraditório.
III. O ônus da prova cabe a quem fizer a alegação, sendo vedado ao juiz determinar a produção
de provas de ofício, diante do princípio da inércia da jurisdição.
IV. As provas ilícitas e as delas derivadas são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, salvo quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
V. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Estão corretas somente as proposições
a) I, III e IV.
b) II, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, II e III.
e) I, II e V.
COMENTÁRIOS:
I ERRADA: Em regra, o Juiz não pode fundamentar sua decisão com base exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis
e antecipadas, nos termos do art. 155 do CPP.
II CORRETA: Esta é a ressalva contida no art. 155 do CPP.
III ERRADO: O princípio da inércia sofre mitigação, no processo penal, pelo princípio da busca da
verdade real, motivo pelo qual se faculta ao Juiz a atividade probante, nos termos do art. 156 do
CPP.
IV CORRETA: Item correto, pois retrata o exato regramento contido no art. 157 do CPP:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios
da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690,
de 2008)
V CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 158 do CPP:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

07. (VUNESP 2013 MPE-ES PROMOTOR DE JUSTIÇA)


X, funcionário público, foi denunciado por prevaricação. Durante o curso da instrução
processual, recebe uma carta confidencial de Y, suposta vítima do crime, que comprova sua
inocência. X junta aos autos o referido documento, que deverá ser considerado:
a) prova ilícita, tendo em vista que o sigilo de correspondência é inviolável nos termos da
Constituição Federal.
b) prova ilícita, porque fere o princípio do contraditório.
c) prova lícita, apesar de violar o princípio do contraditório.
d) prova lícita, tendo em vista que não viola normas constitucionais ou legais.
e) prova ilícita porque sua utilização fere o princípio constitucional que garante privacidade à
vida privada da vítima do crime de prevaricação
COMENTÁRIOS: Neste caso não há que se falar em ilicitude da prova, uma vez que a carta era
dirigida a X, não tendo havido violação ao sigilo das correspondências.
Desta forma, a prova é considerada LÍCITA.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

08. (VUNESP 2014 PC-SP ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


A estrita disciplina do art. 157 do CPP, no que concerne às provas ilícitas, determina que elas são:
a) aceitas de acordo com critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
b) inadmissíveis para condenação, mas podem motivar eventual absolvição.
c) consideradas inadmissíveis se ofenderem disposições constitucionais, e admissíveis se
ofenderem meras disposições legais
d) inadmissíveis, mas devem permanecer no processo para fins de análise e eventual validação
pelo segundo grau de jurisdição.
e) inadmissíveis e devem ser desentranhadas do processo.
COMENTÁRIOS: O art. 157 do CPP determina que as provas ilícitas são inadmissíveis e devem ser
desentranhadas do processo. Vejamos:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

09. (VUNESP 2014 TJ-SP TITULAR NOTARIAL)


São sistemas de apreciação de prova vigentes na legislação brasileira:
a) Íntima convicção e Livre convencimento.
b) Livre convencimento e Verdade legal ou formal.

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c) Verdade legal ou formal e Étnico.


d) Íntima convicção e Verdade legal ou formal.
COMENTÁRIOS: No Brasil vigora, como regra, o sistema do livre convencimento motivado (ou
fundamentado, ou baseado em provas), ou seja, o Juiz é livre para apreciar a prova produzida no
processo. Contudo, vigora também, de forma excepcional, o princípio da íntima convicção, no qual
o julgador não precisa fundamentar sua decisão. Tal sistema somente se aplica nas decisões
tomadas pelos jurados, nos processos da competência do Tribunal do Júri.
A verdade formal não vigora no processo penal brasileiro, que exige sempre a busca pela verdade
material (aquilo que de fato ocorreu).
áà à à à à à à à à à à à à à à
à à à àC à à à à à à à à
suficiente para anular a questão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

10. (VUNESP 2014 PC-SP DELEGADO DE POLÍCIA)


No processo penal, a prova produzida durante o inquérito policial
a) pode ser utilizada por qualquer das partes, bem como pelo juiz.
b) tem o mesmo valor que a prova produzida judicialmente.
c) pode ser utilizada somente pelo juiz.
d) não tem valor legal.
e) deverá ser sempre ratificada judicialmente para ter valor legal.
COMENTÁRIOS: A prova produzida durante o IP pode ser utilizada por qualquer das partes, pelo
princípio da COMUNHÃO DA PROVA (a prova, uma vez produzida, passa a pertencer ao processo, e
não àquele que a produziu). Não possui o mesmo valor da prova produzida em Juízo porque no IP
não há contraditório nem ampla defesa, mas ainda assim possui algum valor. Por fim, em regra a
prova produzida nestas circunstâncias deve ser repetida em Juízo, sob o crivo do contraditório.
Contudo, isso nem sempre será necessário (ou possível), como é o caso das provas antecipadas,
cautelares e não repetíveis, que não podem ser renovadas em Juízo. Vejamos o art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

11. (FCC 2009 DPE/MA DEFENSOR PÚBLICO)


Para prolação de sentença condenatória o juiz formará sua convicção, de acordo com o teor de
nova regra processual penal trazida pela Lei no 11.719, de 20/06/2008, segundo
a) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial onde se garanta a ampla defesa
do acusado.

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b) apreciação controlada da prova produzida em contraditório judicial com desprezo ao teor de


eventual confissão prestada no inquérito policial.
c) livre apreciação da prova produzida, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação.
d) apreciação discricionária da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação.
e) livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
COMENTÁRIOS: O Brasil adotou o sistema da livre apreciação da prova, ou do livre convencimento
fundamentado em provas, conforme se extrai do art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Percebam, assim, que a letra E traz a redação praticamente literal do art. 155 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

12. (FCC 2010 DPE-SP DEFENSOR PÚBLICO)


Atenção: Para responder à questão assinale a alternativa correta em relação ao assunto
indicado.
Disciplina da prova no processo penal.
a) Considerando a repartição do ônus da prova, para que se alcance uma absolvição, à defesa
incumbe a prova da alegação de ter agido o réu em situação que exclua a ilicitude da conduta.
b) Desistindo o Ministério Público das testemunhas arroladas porque estas não foram localizadas
na fase judicial, o magistrado poderá condenar o acusado com base nos depoimentos de
inquérito porque a prova colhida na investigação se tornou irrepetível.
c) O juiz que recebeu a denúncia com base em prova posteriormente declarada ilícita não pode
ser o mesmo a prolatar a sentença, sob pena de nulidade.
d) A reforma parcial do código de processo penal permitiu que a prova ilícita por derivação seja
considerada válida para a condenação quando obtida através de fonte independente ou quando,
por raciocínio hipotético, sua descoberta teria sido inevitável.
e) No processo penal, é inadmissível uma condenação quando a prova da autoria é feita
exclusivamente por indícios.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Primeiramente cabe à acusação a prova de que o réu praticou o fato típico, ou seja, o
fato definido como crime. Não provado isto, a absolvição se impõe, independentemente de
qualquer prova produzida pela defesa;
B) ERRADA: A não localização das testemunhas arroladas pela acusação na fase processual não é
situação que se possa considerar como irrepetibilidade da prova, de forma que o depoimento

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destas testemunhas, em sede policial, não poderá ser utilizado como elemento de prova, eis que
não foram ratificados em juízo, sob o crivo do contraditório;
C) ERRADA: O fato de o Juiz conhecer o conteúdo da prova declarada inadmissível não gera a sua
impossibilidade de proferir a sentença, não havendo qualquer previsão nesse sentido;
D) CORRETA: Esta previsão está, de fato, contida no CPP, com a nova redação dada ao art. 157,
§1º:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
E) ERRADA: É possível a condenação baseada apenas em indícios, desde que estes indícios sejam
capazes de formar o convencimento do Juiz, no que se denominou de "prova indiciária", embora
isso não seja unânime na Doutrina.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

13. (FCC 2013 TJ-PE TITULAR NOTARIAL)


No tocante à atividade probatória no processo penal, de acordo com o Código de Processo Penal,
a) as provas ilícitas, obtidas em violação a normas legais, são inadmissíveis, sendo facultado seu
desentranhamento dos autos do processo.
b) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, sendo-lhe vedado utilizar os elementos informativos colhidos na investigação para
fundamentar a sua decisão, mesmo tratando-se de provas cautelares.
c) é possível provar o estado das pessoas por qualquer meio de prova admissível no processo
penal, independentemente das restrições estabelecidas na lei civil.
d) a prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz, de ofício,
determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante.
e) quando a infração deixar vestígio, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, salvo se já houver confissão do acusado.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O desentranhamento é obrigatório, nos termos do art. 157 do CPP.
B) ERRADA: As provas cautelares, produzidas antes do momento oportuno em razão da
possibilidade do perecimento da prova, podem fundamentar a decisão do Juiz, ainda que não
repetidas sob o crivo do contraditório, nos termos do art. 155 do CPP.
C) ERRADA: Neste caso a prova deverá obedecer às restrições previstas na Lei Civil, nos termos do
art. 155, § único do CPP.
D) CORRETA: Esta é a representação correta da distribuição do ônus da prova, bem como está
correta também com relação à atividade probante do Juiz. Vejamos:

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Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada
pela Lei nº 11.690, de 2008)
I ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
II determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida
sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
E) ERRADA: A primeira parte do item está correto, mas peca ao afirmar que a confissão pode suprir
o exame de corpo de delito, pois isto não é possível, nos termos do art. 158 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

14. (FCC 2011 MPE-CE PROMOTOR DE JUSTIÇA)


A circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução,
concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias, no âmbito do processo penal,
a) serve como elemento formador de convicção do Promotor de Justiça em matéria de Tribunal
do Júri.
b) tem expressa disposição no Título II do Código de Processo Penal que trata do inquérito
policial e a prevê como consideração à autoridade policial no âmbito meramente investigativo.
c) não tem qualquer valor legal por vedar a Constituição Federal qualquer espécie de presunção
por ofensa ao princípio do contraditório.
d) considera-se indício e é um dos meios de prova.
e) é expressão legal do princípio acusatório no processo penal.
COMENTÁRIOS: Temos, no enunciado, a definição perfeita de indício, nos termos do art. 239 do
CPP:
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Oà à à à à à à à àCPP à à à à à
nada (apenas autorização presumir algo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

15. (FCC 2011 TJ-PE JUIZ)


No tocante à prova, o juiz
a) formará sua convicção pela livre apreciação da produzida nos autos, sem qualquer restrição.
b) poderá, de ofício, ordenar a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, mas apenas depois de iniciada a ação penal.
c) formará sua convicção pela livre apreciação da produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão em provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
d) observará a necessidade, adequação e proporcionalidade da produção antecipada de provas,
mesmo antes de iniciada a ação penal.

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e) não poderá determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências para


dirimir dúvida sobre ponto relevante.
COMENTÁRIOS: O Juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas. Poderá, ainda, ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida, bem como determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Vejamos o art. 155
e o art. 156 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada
pela Lei nº 11.690, de 2008)
I ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
II determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida
sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

16. (FCC 2011 DPE-RS DEFENSOR PÚBLICO)


Sobre provas ilícitas, é INCORRETO afirmar:
a) A vedação da utilização de provas ilícitas pode ser excepcionalmente afastada em favor do
acusado.
b) A doutrina processual penal faz uma distinção conceitual entre a prova ilícita e a prova
ilegítima, sendo aquela a obtida com violação ao direito substantivo e esta a obtida com violação
ao direito adjetivo.
c) As provas derivadas das ilícitas não se considerarão contaminadas quando puderem ser
obtidas de uma fonte independente destas, ou quando não evidenciado o nexo de causalidade
entre umas e outras, segundo o disposto na norma processual penal.
d) Consoante previsto no Código de Processo Penal, preclusa a decisão de desentranhamento da
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial.
e) Contra a decisão interlocutória que não reconhece a ilicitude de prova cabe recurso em
sentido estrito.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: A Doutrina vem entendendo que se a prova ilícita é o ÚNICO meio de provar a
inocência do acusado, deve ser admitida no processo penal.

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B) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata diferenciação realizada pela Doutrina. Lembrando
à à à à à à à à à à à à à à à
processual.
C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 157, § 1º do CPP:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
D) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 157, §3º do CPP:
Art. 157 (...)
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
E) ERRADA: Item errado, pois o Recurso Em Sentido Estrito somente é admitido nas taxativas
hipóteses do art. 581 do CPP, dentre as quais não está a decisão citada. A Doutrina entende ser
cabível o manejo de HC ou Mandado de Segurança, a depender do caso. Lembrando que se a
decisão for pela declaração da ILICITUDE da prova, caberá recurso em sentido estrito, nos termos
à à àXIIIà àCPPà à à à
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA E.

17. (FCC 2010 TJ-PI ASSESSPR JURÍDICO)


Em relação às provas ilícitas, é correto afirmar que
a) não precisam, necessariamente, ser desentranhadas dos autos.
b) não se permite a presença das partes no incidente de inutilização, por se tratar de ato sigiloso.
c) são aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
d) são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo, apenas e tão somente,
quando as derivadas puderem ser obtidas por fonte independente das primeiras.
e) considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo trâmites atípicos, da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Devem, necessariamente, ser desentranhadas dos autos, nos termos do art. 157, §3º
do CPP.
B) ERRADA: A participação das partes é possível, nos termos do art. 157, §3º do CPP.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a definição de provas ilícitas. Lembrando que a Doutrina
ainda elenca outra espécie de provas ilegais, que são as provas ILEGÍTIMAS. Estas últimas são
aquelas obtidas mediante violação a normas de direito processual.
D) ERRADA: O item está errado porque existe outra ressalva de possibilidade de utilização da prova
derivada da ilícita, que ocorre quando não restar evidenciado o nexo de causalidade entre a prova
originalmente ilícita e a supostamente derivada, nos termos do art. 157, §1º do CPP:

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Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
E) ERRADA: Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites TÍPICOS e
de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova, nos termos do art. 157, §2º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

18. (FCC 2009 TJ-GO JUIZ)


Em relação às provas ilícitas, é possível assegurar que
a) não se faculta a presença das partes no incidente de inutilização.
b) são inadmissíveis, mas não precisam ser desentranhadas do processo.
c) se considera fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites normais da
investigação ou da instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
d) a inadmissibilidade também atinge as provas derivadas das ilícitas, salvo tão-somente quando
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.
e) são aquelas obtidas apenas em violação a normas constitucionais.
COMENTÁRIOS: As provas ilícitas são aquelas obtidas com violação a normas de direito material,
sejam elas de nível constitucional ou infraconstitucional. São inadmissíveis, ainda, as derivas das
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. Uma vez preclusa a
decisão referente ao desentranhamento da prova (necessário desentranhamento da prova
inadmissível), esta será inutilizada, podendo as partes acompanhar o incidente de inutilização.
Vejamos:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios
da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690,
de 2008)
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por
decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

19. (FCC 2009 TJ-AP ANALISTA JUDICIÁRIO)


No processo penal, a prova

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a) deverá ser produzida pelas partes, vedado ao juiz determinar, de ofício, a produção de
qualquer outra prova.
b) quanto ao estado das pessoas, assim como todas as provas no processo penal, observarão as
restrições estabelecidas na lei civil.
c) da alegação incumbirá a quem a fizer.
d) ilícita deve ser analisada em conjunto com as lícitas, podendo servir de base para a
condenação se estiver em consonância com estas.
e) pericial consistente no exame de corpo de delito e outras perícias, será realizada por perito
oficial, portador de curso superior, ou, na sua falta, por três pessoas idôneas, portadoras de
curso médio completo.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O Juiz pode determinar a produção de provas, nos termos do art. 156 do CPP.
B) ERRADA: De fato, quanto à prova do estado das pessoas serão obedecidas as restrições da Lei
Civil, nos termos do art. 155, § único do CPP, mas esta é uma exceção, não sendo aplicável no que
tange à prova dos demais fatos.
C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 156 do CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada
pela Lei nº 11.690, de 2008)
D) ERRADA: As provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo, pois são inadmissíveis, nos
termos do art. 157 do CPP.
E) ERRADA: Na falta de perito oficial, a prova pericial será realizada por duas pessoas idôneas, e
não três. Estas duas pessoas idôneas, portadoras de nível superior, são chamadas de peritos não
oficiais, nos termos do art. 159, §2º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

20. (FCC 2009 TJ-PI TÉCNICO JUDICIÁRIO)


Segundo a doutrina, independem de prova os fatos
a) induvidosos e inúteis.
b) admitidos ou aceitos e incontroversos.
c) ilegítimos e ilícitos.
d) intuitivos, notórios e inúteis.
e) reconhecidos pelo acusado e legítimos.
COMENTÁRIOS: Segundo definição doutrinária, não dependem de prova os fatos intuitivos
(também chamados de AXIOMÁTICOS), os fatos notórios e os fatos inúteis.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

21. (FCC 2009 DPE-MA DEFENSOR PÚBLICO)

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O direito ao silêncio do acusado e o valor da confissão harmonizam-se, segundo a sistemática


atual do Código de Processo Penal, com fundamento nas seguintes regras:
a) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo,
estabelecendo escala de preponderância para as provas periciais e verificando se entre ela e
estas existe compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não importará
confissão e nem poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
b) o silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da
defesa, sendo ao juiz vedada qualquer alusão ao silêncio do acusado na sentença que venha a
proferir.
c) o valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e
para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando
se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância, sendo que o silêncio do acusado não
importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
d) o valor da confissão deverá ser compatibilizado exclusivamente com a prova colhida sob
princípio do contraditório, sendo vedada qualquer alusão a eventual silêncio do réu na sentença
condenatória.
e) o princípio constitucional da presunção de inocência impede que o juiz faça qualquer
consideração na sentença a interrogatório e/ou confissão extrajudicial, não podendo nem
mesmo tal circunstância interferir na sua livre apreciação das provas.
COMENTÁRIOS: Considerando-se o sistema da livre apreciação da prova, adotado pelo nosso
ordenamento jurídico, afastando-se a prova tarifada, bem como considerando o princípio do nemo
tenetur se detegere, ou seja, o princípio segundo o qual ninguém pode ser compelido a produzir
prova contra si mesmo, a alternativa correta seria a letra B, nos termos do art. 186 do CPP:
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado
pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que
lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
A Banca, porém, se fundamentou no art. 198 do CPP:
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do
convencimento do juiz.
Ocorre que a Doutrina majoritária entende que a parte final do art. 198 está tacitamente revogada
pelo art. 186, § único do CPP, de forma que a questão deveria ter tido o gabarito alterado.
Contudo, fora mantido o gabarito como Letra C. Com relação à Letra B, ela está correta, pois o Juiz
não pode se valer do silêncio do acusado como fundamento para uma sentença condenatória (Ele
até pode mencionar o silêncio, mas no relatório da sentença, ou seja, na mera descrição dos fatos
ocorridos no processo, sem utilizar como elemento de convicção).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C (GABARITO DA BANCA).

22. (ESAF 2008 CGU ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE)

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Analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao
final a opção correspondente.
( ) Não se admite prova emprestada quando transplantada de inquérito policial.
( ) A prova emprestada, no momento em que é transportada para o novo processo, passa a
constituir mera prova documental, embora originariamente possa ser testemunhal.
( ) A Constituição da República atribui ao Ministério Público, com exclusividade, a propositura da
ação penal pública, seja ela incondicionada ou condicionada, não prevendo exceção.
( ) Nos termos do Código de Processo Penal, depois de oferecida a denúncia a representação
pode ser retratável.
a) V, F, F, V
b) F, V, V, V
c) F, V, F, V
d) F, F, V, F
e) V, V, F, F
COMENTÁRIOS:
CORRETO: A prova emprestada é a prova que fora produzida em outro processo judicial mas que,
por uma questão de economia processual, será admitida em outro processo. Não é cabível a prova
emprestada oriunda de IP, eis que as provas produzidas no bojo do Inquérito não foram colhidas
sob o pálio do contraditório;
CORRETO: A prova emprestada, ainda quando originalmente seja oral (testemunhal, por exemplo),
será transportada na forma de um documento (declarações escritas, já realizadas no passado),
sendo, portanto, prova documental, sujeita ao regramento estabelecido para este tipo de prova;
ERRADO: A CRFB/88 confere ao MP a titularidade privativa da ação penal, mas admite a
regulamentação na forma da Lei, que é o que ocorre com a previsão da ação privada subsidiária da
pública, prevista no CPP.
ERRADA: A representação, nos termos do art. 25 do CPP, será IRRETRATÁVEL depois de oferecida a
denúncia:
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA E.

23. (CESPE 2009 BCB PROCURADOR)


Com relação à prova, assinale a opção correta.
a) O direito processual regula os meios de prova, que são os instrumentos que trazem os
elementos de convicção aos autos. A finalidade da prova é o convencimento do juiz, que é seu
destinatário.
b) A materialidade da prova pode ser direta ou indireta, sendo a primeira colhida na flagrância
da conduta delituosa, enquanto a última deriva do testemunho e da perícia.

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c) Na instrução processual, todos os fatos relevantes devem ser submetidos à atividade


probatória.
d) O direito também é objeto de prova, pois os juízes estaduais não são obrigados a conhecer o
direito federal em caráter absoluto.
e) A prova do direito estrangeiro só pode ser aceita quando submetida à apreciação do Tribunal
Penal Internacional.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: De fato, a prova é o elemento que tem a finalidade de formar o convencimento do
Juiz, e os meios de prova são regulamentados pelo CPP, conforme podemos extrair dos arts. 155 e
seguintes do CPP, que compõem o título VII - DA PROVA.
B) ERRADA: A materialidade da prova, de fato, pode ser direta ou indireta. Será direta, contudo,
quando for colhida diretamente sobre o objeto que deva ser examinado. Será indireta quando
decorrer de testemunhos ou de qualquer outro meio indireto, que não permita contato direto de
quem produz a prova com o seu objeto;
C) ERRADA: Os fatos notórios, que são aqueles que são do conhecimento geral, bem como as
presunções legais, são fatos relevantes que não dependem de prova.
D) ERRADA: Embora os meios de prova tenham como finalidade provar FATOS, é possível a
utilização de meio de prova com a finalidade de provar direito. Contudo, o direito federal se
presume conhecido. Só se deve provar direito municipal, estadual ou estrangeiro.
E) ERRADA: A prova do direito estrangeiro não depende de apreciação pelo TPI, até porque este
órgão não tem esta função. Basta que a parte que alega o direito estrangeiro prove o seu teor e
vigência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

24. (FGV 2016 MPE-RJ ANALISTA PROCESSUAL)


Chega ao conhecimento do Ministério Público e da Polícia Civil que na casa de Tício estava
escondido um facão que seria instrumento de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, ainda
sujo com sangue do autor e da vítima. O Ministério Público entra com pedido de busca e
apreensão domiciliar, sendo deferido pelo juiz. Com base nisso, monta operação com a Chefia da
Polícia Civil para cumprimento do mandado. Lá chegando, porém, deparam-se com policiais
militares, que, sem mandado, aproveitaram que a residência estava vazia e encontraram o facão,
que estava em cima da mesa da sala. A Polícia Civil formaliza o cumprimento do mandado e a
apreensão do instrumento, oferecendo o Ministério Público denúncia em face de Tício. Em
defesa prévia, o acusado alega a ilicitude da prova no que tange ao facão. No caso, é correto
afirmar que:
a) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, já que os policiais ingressaram sem mandado na
residência do réu, de modo que deve ser desentranhada dos autos;
b) a prova é válida, tendo em vista que havia flagrante delito quando os policiais ingressaram na
residência de Tício;

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à à à à à à à à à à à à à à à F à àÁ à
E à
d) deve a prova ser mantida nos autos, pois a legislação apenas proíbe que constem dos autos a
prova ilícita, mas não a ilegítima;
e) a prova é válida, aplicando-se a ideia da descoberta inevitável e fonte independente.
COMENTÁRIOS: Neste caso, a prova é válida, dada a aplicação da teoria da descoberta inevitável,
já que, ainda que a apreensão pelos policiais militares tenha se dado de forma ilícita, eis que sem
mandado, fatalmente o objeto seria encontrado pela equipe da polícia civil incumbida do
cumprimento do mandado de busca e apreensão. Logo, a prova pode ser utilizada no processo
penal, nos termos do art. 157, §1º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

25. (FGV 2015 TJ-BA ANALISTA DIREITO)


Durante a instrução de caso penal versando sobre crime doloso contra a vida, em desfavor de
Bruno, além da prova oral e pericial, foram juntados aos autos, por meio de compartilhamento
de provas judicialmente autorizado, áudios e transcrições de interceptação telefônica
implementada em processo distinto, que investigava tráfico de drogas, e que indiciavam a
conduta criminosa do réu. A decisão interlocutória de pronúncia foi fundamentada nos indícios
oriundos dessa interceptação telefônica, deferida por Juiz de Direito diverso daquele
competente para o crime doloso contra a vida. Nessa situação, a decisão de pronúncia:
a) deve ser anulada por usar elementos de prova coligidos fora da instrução processual própria;
b) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos, de forma fortuita, durante a
investigação de outros crimes;
c) deve ser anulada pela violação do princípio da imediação processual penal;
d) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos durante investigação de outros
crimes, se corroborada pela prova plena do processo principal;
e) deve ser anulada pela violação do princípio da identidade física do juiz na colheita da prova da
interceptação.
COMENTÁRIOS: Neste caso, a decisão de pronúncia pode ser fundamentada em elementos de
prova, mais precisamente indícios de autoria, surgidos, de forma fortuita, durante a investigação
de outros crimes. Trata- à à à à à à à à
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

26. (FGV 2013 AL-MA TÉCNICO: ADVOGADO)


Assinale a alternativa que indica o princípio que fundamenta a lição da doutrina de que a prova
não pertence à parte que a produziu, mas ao processo.
a) Princípio do livre convencimento motivado.
b) Princípio do contraditório.

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c) Princípio da oralidade da prova.


d) Princípio da publicidade da prova.
e) Princípio da aquisição ou comunhão da prova.
COMENTÁRIOS: O princípio que fundamenta a ideia de que a prova não pertence à parte que a
produziu, mas ao processo é o princípio da aquisição ou comunhão da prova. Segundo tal princípio,
uma vez produzida a prova, ela pode ser utilizada pelo Juiz em qualquer sentido, inclusive para
prejudicar a própria parte que a produziu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

27. (FGV 2010 OAB EXAME UNIFICADO)


Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando- lhe sérias lesões no ombro
direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do
crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o
fato.
A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na
audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma
arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo.
Já as testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de
Pedro.
Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima
defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo
agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia
fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
b) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se
convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
c) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em
dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
d) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença.
A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas,
sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.
COMENTÁRIOS: Questão interessante. O ônus da prova incumbe a quem alega, nos termos do art.
156 do CPP. Assim, a acusação se desincumbiu de seu ônus, pois alegou a agressão e esta restou
provada. A defesa, por sua vez, alegou a legítima defesa, não tendo conseguido fazer prova disso.
Contudo, como o Juiz ficou em DÚVIDA acerca da existência ou não da legítima defesa, isso
significa que o Juiz NÃO TEM CERTEZA sobre a culpa do agente, de forma que, pelo princípio do in
dubio pro reo, o Juiz deve absolve-lo.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

28. (FGV 2010 PC-AP DELEGADO DE POLÍCIA)


Relativamente ao tema prova, analise as afirmativas a seguir:
I. O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a
sentença ou acórdão.
II. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
III. A lei autoriza a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, mesmo
antes de iniciada a ação penal, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS:
I ERRADA: Não há qualquer previsão neste sentido.
II CORRETA: Item correto, pois é a exata previsão do art. 155 do CPP:
Art.. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
III CORRETA: Esta autorização legal está contida no art. 156, I do CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada
pela Lei nº 11.690, de 2008)
I ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

29. (FGV 2008 SENADO FEDERAL ADVOGADO)


Relativamente ao princípio de vedação de auto-incriminação, analise as afirmativas a seguir:
I. O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante
de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática
de crime ao declarante.

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II. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela
autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime
de desobediência.
III. O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o
silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao
réu.
IV. O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a
pena do condenado utilizando como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIO:
I - CORRETO: O direito ao silêncio, corolário do princípio da vedação da auto-incriminação, é
aplicável em qualquer seara, desde que a resposta à indagação possa prejudicar o silenciante;
II - ERRADO: O indiciado não pode ser compelido a fornecer estes padrões vocais, pois não está
obrigado a produzir prova contra si mesmo, tal como ocorre no direito ao silêncio;
III - ERRADO: O silêncio não pode ser considerado como confissão nem poderá ser valorado de
forma negativa ao réu, nos termos do art. 186, § único do CPP;
IV - CORRETO: O réu tem o direito de se defender em Juízo, utilizando-se, dentre outras, da
autodefesa, o que inclui o direito de mentir, que não pode ser utilizado como causa de aumento da
pena-base. Este é o entendimento do STF.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

30. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE)


A respeito da prova no processo penal, assinale a alternativa correta.
a) A prova objetiva demonstra a existência/inexistência de um determinado fato ou a
veracidade/falsidade de uma determinada alegação. Todos os fatos, em sede de processo penal,
devem ser provados.
b) São consideradas provas ilícitas aquelas obtidas com a violação do direito processual. Por
outro lado, são consideradas provas ilegítimas as obtidas com a violação das regras de direito
material.
c) As leis em geral e os costumes não precisam ser comprovados.
d) A lei processual pátria prevê expressamente a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação,
perfilhando- à à à à à à à à à à à
COMENTÁRIOS:

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A) ERRADA: Item errado, pois existem fatos que não dependem de prova, como os fatos inúteis, os
axiomáticos, os notórios, etc.
B) ERRADA: Item errado, pois inverte o conceito de provas ilícitas e ilegítimas.
C) ERRADA: Os costumes são nada mais que fatos sociais, e precisam ser provados quando não
forem notórios. As leis, em regra, não precisam ser provadas, salvo em casos excepcionais (Direito
estrangeiro, etc.).
D) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 157, §1º do CPP:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

31. (FGV - 2008 - TJ-MS JUIZ - ADAPTADA)


O princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita
seja utilizada quando é a única disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado
hediondo.
COMENTÁRIOS: Item errado. A Doutrina só vem admitindo a possibilidade de utilização de tais
provas quando for a única forma disponível para que acusado demonstre cabalmente sua
inocência. Não é cabível a prova ilícita em favor da acusação.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

32. (FGV - 2008 - TJ-PA JUIZ - ADAPTADA)


Em regra vigora o sistema da íntima convicção, pelo qual o juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova, estando dispensado de motivá-la.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois no processo penal brasileiro vigora, COMO REGRA, o princípio
do livre convencimento regrado (ou motivado, fundamentado ou baseado em provas), segundo o
qual o Juiz é livre para apreciar e dar valor a cada prova, devendo, porém, fundamentar sua
decisão.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

33. (FGV - 2008 - TJ-PA JUIZ - ADAPTADA)


São inadmissíveis no processo as provas produzidas por meios ilícitos, salvo quando servirem
para esclarecer dúvida sobre ponto relevante.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à
ilícitos.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

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34. (FGV 2008 TJ/RJ OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA)


São consideradas ilícitas as provas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais,
devendo ser desentranhadas do processo, mas a ilegalidade não se estende às provas derivadas
daquelas, qualquer que seja a hipótese.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a ilegalidade de uma prova obtida por meio ilícito se estende
àquelas provas que dela derivarem, salvo se estas puderem ser obtidas por fonte independente ou
quando não houver nexo de causalidade entre umas e outras, nos termos do art. 157, §1º do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

35. (FGV 2008 TJ/RJ OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE - PROVA 1 - ADAPTADA)


O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
COMENTÁRIOS: Item correto, pois é a exata previsão do art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

36. (FGV 2012 PC/MA DELEGADO DE POLÍCIA - ADAPTADA)


Conferindo efetividade ao princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si e ao
direito ao silêncio, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o condutor de veículo automotor
não é obrigado a se submeter ao teste do bafômetro e que tal recusa não pode implicar
consequências penais.
COMENTÁRIOS: Item correto, pois este é o entendimento do STJ e do STF, que entendem que o
direito à não auto-incriminação pressupõe a impossibilidade de se obrigar o acusado a realizar o
teste do bafômetro, já que isso constituiria obrigação de produção de prova contra si próprio (Ver,
por todos, REsp 1.111.566 STJ).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

37. (FGV 2014 MPE-RJ ESTÁGIO FORENSE)


Sobre a prova penal, analise as afirmativas a seguir.
I São princípios que informam a prova penal: verdade material, vedação da prova ilícita,
aquisição ou comunhão da prova, audiência contraditória, concentração e imediação, auto-
responsabilidade das partes, identidade física do juiz, publicidade e livre convencimento
motivado.
II Como formas de avaliação da prova no direito processual penal brasileiro são admitidos os
seguintes sistemas: tarifada ou legal, íntima convicção e persuasão racional.

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III A confissão do réu no processo penal é de valor relativo e deve ser cotejada com as demais
provas. Se reconhecida na sentença não poderá levar a pena abaixo do mínimo cominado.
IV A prova ilícita é inadmissível no direito processual penal brasileiro, exceto aquela a favor do
réu e para proteger o seu estado de liberdade. As provas ilícitas por derivação, extraídas da
T à à à à à à à à à à à à à à
por prova ilicitamente colhida. O Código de Processo Penal hoje mitiga a vedação das provas
ilícitas por derivação, no caso da fonte independente e da descoberta inevitável.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I, II e III;
b) somente I e IV;
c) somente II e IV;
d) somente III;
e) I, II, III e IV.
COMENTÁRIOS:
I CORRETA: Todos estes princípios se aplicam ao sistema probatório no direito processual penal
brasileiro, havendo apenas uma ressalva em relação ao princípio da identidade física do Juiz, que
não é propriamente um princípio relacionado à prova em si, mas guarda relação com o sistema
probatório (Tal princípio prega que o Juiz que presidiu a audiência de instrução e julgamento
deverá proferir a sentença).
II CORRETA: O sistema da persuasão racional (mais um sinônimo de livre convencimento
motivado) é o sistema adotado como regra, nos termos do art. 155 do CPP. O sistema da íntima
convicção (que independe de fundamentação) só vigora, atualmente, no procedimento do Júri, em
que os jurados não precisam fundamentar sua decisão. Por fim, o sistema da prova tarifada é,
também, excepcional, mas admitido em certos casos, como na hipótese de prova sobre o estado
das pessoas (nascimento, óbito...), em que só se admite a prova pelos meios estabelecidos
expressamente na lei civil (não se pode provar por outros meios).
III CORRETA: De fato, a confissão tem valor relativo. Na verdade, ela é uma prova como outra
qualquer, e deve ser analisada tendo em conta as demais provas existentes, conforme se extrai dos
arts. 197 e 200 do CPP. Com relação ao reconhecimento da confissão, ela representa uma
atenuante genérica e, segundo o STJ, o reconhecimento de atenuantes genéricas não autoriza a
redução da pena-base aplicada a um patamar inferior ao mínimo legal.
IV CORRETA: O CPP regulamenta a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação em seu art.
157, §1º:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Com relação à admissibilidade pro reo, ela é doutrinariamente aceita desde que seja a única forma
para que o réu possa provar sua inocência.

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Assim, todas as afirmativas estão corretas.


Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

6 GABARITO

1. ERRADA
2. ALTERNATIVA C
3. ALTERNATIVA A
4. ALTERNATIVA C
5. ALTERNATIVA E
6. ALTERNATIVA B
7. ALTERNATIVA D
8. ALTERNATIVA E
9. ALTERNATIVA A
10. ALTERNATIVA A
11. ALTERNATIVA E
12. ALTERNATIVA D
13. ALTERNATIVA D
14. ALTERNATIVA D
15. ALTERNATIVA D
16. ALTERNATIVA E
17. ALTERNATIVA C
18. ALTERNATIVA C
19. ALTERNATIVA C
20. ALTERNATIVA D
21. ALTERNATIVA C
22. ALTERNATIVA E
23. ALTERNATIVA A
24. ALTERNATIVA E
25. ALTERNATIVA B

Direito Processual Penal p/ PC-SP (Escrivão) Com videoaulas - 2019


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Renan Araujo, Time Renan Araujo
Aula 02

26. ALTERNATIVA E
27. ALTERNATIVA C
28. ALTERNATIVA D
29. ALTERNATIVA C
30. ALTERNATIVA D
31. ERRADA
32. ERRADA
33. ERRADA
34. ERRADA
35. CORRETA
36. CORRETA
37. ALTERNATIVA E

Direito Processual Penal p/ PC-SP (Escrivão) Com videoaulas - 2019


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