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DIREITO

PROCESSUAL
PENAL
Procedimentos

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Procedimentos
Danielle Rolim

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Procedimentos...................................................................................................................................................................4
1. Procedimento. . ................................................................................................................................................................4
1.1. Introdução.. ....................................................................................................................................................................4
1.2. Classificação do Procedimento........................................................................................................................4
1.3. Classificação do Procedimento Comum......................................................................................................5
1.4. Procedimento em Caso de Conexão e Continência. ............................................................................ 10
2. Procedimento Comum Ordinário...................................................................................................................... 10
2.1. Oferecimento da Peça Acusatória.. .............................................................................................................. 10
2.2. Rejeição ou Recebimento da Peça Acusatória.......................................................................................11
2.3. Citação do Acusado..............................................................................................................................................16
2.4. Resposta à Acusação..........................................................................................................................................17
2.5. Oitiva da Acusação.. ..............................................................................................................................................19
2.6. Absolvição Sumária..............................................................................................................................................19
2.7. Suspensão Condicional do Processo........................................................................................................ 24
2.8. Designar Audiência de Instrução e Julgamento.................................................................................25
2.9. Audiência Una de Instrução e Julgamento.............................................................................................26
3. Procedimento Comum Sumário.. .......................................................................................................................36
3.1. Hipóteses de Cabimento do Procedimento Comum Sumário.......................................................36
3.2. Distinção entre o Procedimento Comum Ordinário e o Sumário...............................................37
4. Procedimento Sumaríssimo. . ..............................................................................................................................37
4.1. Princípios Orientadores.....................................................................................................................................38
4.2. Procedimento Sumaríssimo – Fase Pré-Processual........................................................................38
4.3. Procedimento Sumaríssimo – Fase Processual...................................................................................41
4.4. Suspensão Condicional do Processo.........................................................................................................41
Resumo................................................................................................................................................................................44
Questões de Concurso................................................................................................................................................46
Gabarito...............................................................................................................................................................................63
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................64

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Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)! Seguindo na nossa preparação, vamos iniciar nossa aula sobre
procedimentos. Aqui vamos tratar do procedimento comum ordinário, que é de longe o mais
importante de todos! E por que eu digo isso? Porque ele é a base dos demais. Só quando sa-
bemos a regra é que temos condições de analisar as exceções, não é mesmo? Aqui é mais ou
menos isso: analisaremos o procedimento que é utilizado para a grande maioria dos casos,
entenderemos ele e, a partir daí, teremos facilidade para perceber as especificidades dos de-
mais. Passaremos também pelo estudo do procedimento comum sumário e pelo sumaríssi-
mo – que, prometo, vai ser bem rapidinho, destacando apenas os pontos que mais importam.
Ao final, algumas questões de concurso – todas as que foram encontradas dentro desse
ponto – para podermos treinar com bastante cuidado.
Vamos começar!

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PROCEDIMENTOS
1. Procedimento
1.1. Introdução
Processo é conceituado pela doutrina como o instrumento de que se vale o Estado para
exercer a jurisdição, ou seja, para aplicar a lei ao caso concreto. Procedimento, por outro lado,
é o “modo pelo qual se desenvolve o processo, no seu aspecto interno”, nos dizeres de Gui-
lherme de Souza Nucci. Vamos tentar simplificar.
Quando falamos em procedimento não temos como nos distanciar do devido processo
legal. Por quê? Quem quer que decida por praticar um fato criminoso sabe da possibilidade de
ter contra si movimentada a máquina estatal, visando a lhe impor uma pena. Mas sabe tam-
bém que essa movimentação se dará por meio de uma série concatenada de atos que serão
praticados seguindo uma tipicidade – é o procedimento. Eu sei, por exemplo, que se eu matar
alguém, o Ministério Público irá oferecer denúncia contra mim e que, se o juiz receber a peça
acusatória, eu preciso ser citada e, a partir daí, vou integrar uma relação jurídico-processual,
tendo direitos e garantias, especialmente aqueles relacionados ao contraditório e à ampla
defesa (que são os que mais nos interessam quando tratamos de procedimento). Sei também
que esses direitos serão exercidos seguindo o procedimento previsto por lei – que vincula as
partes e o juiz. Então, não devem ser esperadas “surpresas”.
O procedimento está descrito em lei e, para se falar em devido processo legal, deve ser
seguido, apenas sendo admitidas ponderações que passem pela observância de outros prin-
cípios, a exemplo da economia processual, e desde que não provoque prejuízo para as partes.
Esse ponto é de especial importância! A jurisprudência tem se posicionado no sentido de que
a inversão de ato processual ou adoção de procedimento diverso daquele previsto em lei ape-
nas gera nulidade se for comprovado prejuízo à parte. Isso porque o procedimento não é um
fim em si mesmo, mas serve ao regular desenvolvimento do processo.
Daí a importância do estudo do tema, com atenção voltada para a jurisprudência que
enfrenta vários aspectos relacionados a essa ponderação entre os princípios aqui trazidos.
Vamos em frente!

1.2. Classificação do Procedimento


Quando falamos em classificação de procedimento, precisamos ir ao art. 394 do CPP, que
diz: “O procedimento será comum ou especial”.
Então daqui já extraímos duas classes: procedimentos comuns e procedimentos especiais.
Por incrível que pareça, essa simples classificação é cobrada em inúmeras questões de
prova! Os examinadores tentam confundir, misturando nomes. Quer ver como isso cai?

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001. (FCC/JUIZ/TJAP/2014/ADAPTADA) No que toca aos procedimentos, o Código de Pro-


cesso Penal estabelece que O procedimento será comum ou sumário

A assertiva está errada, pois como vimos, nos termos do caput do art. 394, o procedimento
será comum ou especial.
Errado.

O procedimento especial pode estar previsto no CPP ou em leis especiais. O CPP, ao fa-
zê-lo, irá trazer regras próprias que servem àquela determinada categoria de crimes. É o que
acontece, por exemplo, quando se trata do procedimento especial dos crimes dolosos contra
a vida, nos artigos 406 a 497. De igual modo, ao se referir ao procedimento especial dos “cri-
mes de responsabilidade dos funcionários públicos”, nos artigos 513 a 518. Em leis especiais
encontramos, por exemplo, o procedimento previsto na Lei n. 11.343/2006.
Por outro lado, o procedimento comum vai ser aplicado na ausência de procedimento
especial. Vale dizer: não havendo procedimento especial previsto em lei, será aplicado o pro-
cedimento comum. É o que diz o § 2º do art. 394 do CPP: “aplica-se a todos os processos o
procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial”.
O procedimento comum também é aplicado subsidiariamente aos procedimentos espe-
ciais. Em que sentido? Na ausência de regra própria no procedimento especial cabível ao
caso, iremos nos valer das regras gerais constantes do procedimento comum. É o que diz o §
5º do art. 394 do CPP: “aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e
sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário”.

1.3. Classificação do Procedimento Comum


Também é o art. 394 do CPP, agora em seu § 1º, que nos apresenta a classificação do
procedimento comum, nos seguintes termos:

§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:


I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade;
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

Então, o que temos, é o seguinte:

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Primeiro vamos verificar se existe procedimento especial que se aplica àquele fato crimino-
so. Não tendo, sabemos que será aplicado o procedimento comum. Vamos a partir daí verificar
a quantidade de PENA MÁXIMA em abstrato prevista para aquele crime para, só então, definir
se o procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo, nos seguintes termos:
• Procedimento Comum Ordinário – crimes cuja pena máxima cominada seja igual ou
superior a 4 anos, (pouco importa se se cuida de crime punido com detenção ou re-
clusão).
• Procedimento Comum Sumário – crimes cuja pena máxima seja inferior a 4 anos e
superior a 2 anos.

Espera aí, professora. De onde tirou essa história de superior a 2 anos? A lei não fala nada
disso!

De certa forma, fala sim. Se para as infrações penais de menor potencial ofensivo é apli-
cado o procedimento sumaríssimo, e não o sumário, temos que excluir dele as infrações pu-
nidas com pena máxima igual ou inferior a 2 anos e as contravenções penais.

• Procedimento Comum Sumaríssimo – é o aplicado para as infrações penais de menor


potencial ofensivo – contravenções penais e crimes punidos com pena máxima igual
ou inferior a 2 anos, cumulada ou não com multa, ressalvadas as hipóteses de violência
familiar contra a mulher. Aqui estamos diante do procedimento que visa a apurar as
infrações penais de competência dos Juizados Especiais Criminais.

Aqui vou dizer: para tudo! Para tudo pra prestar bem atenção nessas penas aí. Por quê? Os
examinadores têm verdadeira fixação por esse dispositivo, para fazer maldades, ops, ques-
tionamentos da seguinte ordem: “o procedimento comum sumário é aplicado para crimes
cuja pena máxima é igual ou inferior a 4 anos”; “o procedimento comum ordinário é aplicado
apenas a crimes cuja pena máxima cominada seja superior a 4 anos”. Ou seja, em um ele in-
seriu o “igual a 4 anos” e no outro ele retirou o “igual a 4 anos”, tornando as duas alternativas
incorretas. Então, todo cuidado do mundo é pouco: na hora de estudar, pra prestar bem aten-
ção e memorizar essas penas, e na hora da prova, para não ler rápido demais e confundir as
respostas, tá bom? Da minha parte, aí vai uma forcinha:

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Perceba que o 2 e o 4 anos não estão dentro do sumário. Significa dizer: o sumário não
abrange o “igual a”, estejamos falando em 2 ou em 4 anos. Então, necessariamente, o “igual
a” estará nos outros procedimentos. Em resumo:

Comum
Comum sumário Comum ordinário
sumaríssimo
Igual ou inferior a Mais de 2 e
Pena – máxima Igual ou superior a 4
2 anos menos de 4

Então, cola na parede do quarto (dica de decoração da professora), para você não confun-
dir na prova, está certo? Por que cai? Cai sim! Olha aí:

002. (COPS-UEL/DELEGADO DE POLÍCIA/PCPR/2013) A respeito do procedimento comum,


atribua V (verdadeira) ou F (falso) às afirmativas a seguir:

( ) Será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for inferior
a quatro anos de pena privativa de liberdade.
( ) Será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual
ou superior a quatro anos.

(F) É ordinário quando a pena máxima for igual ou superior a 4 anos.


(F) Será sumário quando a pena máxima foi maior que 2 e menor que 4 anos.
F, F.
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Até aqui tudo bem. Você já sabe que precisa ter esses parâmetros bem definidos para fa-
zer bonito na prova. Mas tem mais. Como para determinar o procedimento eu estou em busca
da pena máxima prevista para aquele crime, em abstrato, algumas indagações precisam ser
feitas. Vamos a elas.

• Como proceder se houver concurso de crimes? Deve ser verificada a pena máxima de
cada um deles isoladamente ou aquela que resulte da aplicação das regras do concur-
so? Deve ser aplicado o critério da acumulação material ou da majoração das penas.
Ou seja: vou somar as penas, em caso de concurso material, ou vou aplicar a fração
correspondente, em caso de concurso formal próprio ou crime continuado! A partir do
resultado que conseguir com essas operações, é que vou definir a quantidade máxima
de pena em abstrato que é possível de ser aplicada e, portanto, saber qual o procedi-
mento aplicável.
• Qualificadoras devem ser levadas em consideração para a determinação do procedi-
mento? Sim. Na hora de determinar o procedimento, eu levo em consideração o tipo
derivado das qualificadoras, e não o tipo básico, para saber qual a pena máxima comi-
nada em abstrato.
• Causas de aumento e causas de diminuição de pena são levadas em conta no mo-
mento de fixar o procedimento? Sim. Mas aqui tem mais um ponto que temos que nos
preocupar antes de avançarmos. As causas de aumento e de diminuição não tem um
valor fixo previsto em lei – são variáveis. Por exemplo, diz a lei, no caso de tentativa,
que a pena será reduzida de 1 a 2/3. E agora? Qual fração aplico sobre a pena máxima
já prevista no tipo penal para saber que procedimento irei adotar? O que você precisa
lembrar é que estamos em busca da MÁXIMA pena cabível para aquele crime. Dito isso,
você irá aplicar, em caso de causa de aumento, o quantum que mais aumente ou, em
caso de causa de diminuição, o quantum que menos diminua a pena. Assim, se a causa
de aumento varia de 1/3 a 2/3, você deve aplicar a fração de 2/3 sobre a pena máxima
e, a partir desse resultado, verificar qual o procedimento. Por outro lado, se a causa de
diminuição é que varia de 1/3 a 2/3, você irá pegar a pena máxima em abstrato e dimi-
nuir de 1/3 (menor diminuição possível). Pronto. Você estará diante da máxima pena
possível para aquele caso, em uma ou outra hipótese, e pronto para determinar qual
procedimento irá adotar naquele caso concreto.
• Agravantes e atenuantes são levadas em consideração para determinação do procedi-
mento? A resposta aqui é negativa. Como a lei sequer fornece parâmetros para agravar
ou atenuar a pena, o entendimento é no sentido de que elas não serão consideradas
quando da determinação do procedimento.

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Ufa! Muita coisa para se preocupar, não é mesmo? Mas não paramos por aqui. Apesar de
toda essa construção, em alguns casos essas regras não irão se aplicar! Isso porque alguns
crimes não estão submetidos a esses critérios (baseados na quantidade máxima de pena co-
minada em abstrato), ainda que não tenham um procedimento especial previsto em lei. Como
assim? Que crimes são esses?

• Crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher – mesmo que
a pena máxima seja igual ou inferior a 2 anos, não se aplica o procedimento comum
sumaríssimo dos Juizados Especiais, por expressa vedação legal – art. 41 da Lei n.
11.340/2006 dispõe que: “aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099/1995”.
• Crimes tipificados no Estatuto do Idoso. Aqui precisamos ter um cuidado especial! Por
quê? O Estatuto do Idoso dispõe em seu art. 94 que deve ser adotado o procedimento
comum sumaríssimo às infrações penais nele tipificadas cuja pena máxima não ultra-
passe 4 anos. Perceba: tratamento diferente do que preconiza o Código de Processo
Penal. Por se tratar de lei especial, o entendimento é no sentido de aplicação dessa re-
gra: até 4 anos de pena máxima, sendo crime previsto no Estatuto do Idoso, é aplicado
o procedimento sumaríssimo. Mas atenção! O Supremo Tribunal Federal foi chamado
a falar sobre o tema. E disse o seguinte: o objetivo da norma aqui é proteger o idoso,
ou seja, dar mais celeridade ao julgamento de processos em que o idoso seja vítima,
visando a uma rápida resposta estatal. Não faz sentido, a partir dessa visão, entender
que a norma tem também o objetivo de proteger quem praticou crime contra o idoso.
Por conta disso é que o STF afastou a possibilidade de concessão dos benefícios des-
penalizadores da Lei n. 9.099/1995, como transação penal e composição civil de danos,
àqueles que tenham praticado crimes contra idosos. A aplicação da norma, portanto, é
apenas quanto a aspectos do procedimento, para garantir celeridade, e não para privi-
legiar, de qualquer modo, quem tenha praticado crime contra idoso.
• Crimes falimentares – a Lei de Falências manda observar o rito previsto nos arts. 531
a 540 do CPP, que tratavam sobre o procedimento sumário – hoje previsto nos arts.
531 a 536 do CPP. Assim, qualquer que seja a pena cominada, cuidando-se de crime
falimentar, o procedimento a ser utilizado é o comum sumário.
• Crimes previstos na Lei de Organizações Criminosas e crimes conexos – nos termos
do art. 22 da Lei n. 12.850/2013, aos crimes lá previstos e às infrações conexas, qual-
quer que seja a pena cominada, aplica-se o procedimento comum ordinário. A despeito
disso, diante da ausência de qualquer proibição na lei, é possível a aplicação dos insti-
tutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/1995 para crimes que se adequem ao
conceito de infração de menor potencial ofensivo.

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1.4. Procedimento em Caso de Conexão e Continência


Uma indagação que pode surgir é: o que fazer no caso de infrações penais sujeitas a pro-
cedimentos distintos, nas hipóteses de conexão e continência?
De início, temos que nos valer da regra do art. 78 do CPP para saber qual juízo irá exercer
a força atrativa. A partir daí, vamos determinar o procedimento. Assim, em um caso em que
haja conexão entre um crime de homicídio e um furto, o procedimento a ser adotado é o do
tribunal do júri (art. 78, I CPP). Até aqui sem nenhum problema.
A grande questão é quando a competência para julgar os crimes conexos e continentes
com procedimentos distintos é do juízo singular comum. A doutrina traz como exemplo a
conexão entre um crime de furto, submetido ao procedimento comum ordinário, e o crime de
tráfico de drogas, que tem procedimento especial, previsto na Lei n. 11.343/2006. O entendi-
mento é no sentido de que, nesses casos, deve ser adotado o procedimento mais amplo, ou
seja, o que permita melhores condições de defesa para o réu. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal e desta Corte, não há nulidade na
adoção do rito ordinário em ação penal que apura crimes que possuem ritos diversos,
pois se trata de procedimento mais amplo no qual, em tese, estaria assegurado com
maior amplitude o exercício do contraditório e da ampla defesa (RHC 29.062/RJ, Rel.
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 01/10/2015, DJe 26/10/2015).

2. Procedimento Comum Ordinário


Pronto, agora que já sabemos como definir qual o procedimento a ser adotado diante de
um fato criminoso, vamos avançar para estudar as especificidades do procedimento, inician-
do com o procedimento comum ordinário. E aqui já te adianto: esse é o procedimento que
mais deve estar assentado em sua cabeça. Ele é o mais usual, além de ter utilização subsi-
diária nos demais. Além disso, estando com essa base bem construída, teremos facilidade
em distinguir especificidades dos demais procedimentos. Afinal de contas, como analisar
diferenças de um procedimento especial se não temos bom conhecimento do modelo que
está sendo utilizado para comparar? E tem mais um ponto: já vou te falando rapidamente
sobre eventuais diferenças entre o procedimento comum ordinário e o sumário no decorrer
da nossa aula. Com isso, ao final de tudo, em menos de 2 minutos conseguiremos estudar o
procedimento comum sumário. Quer ver só? Vem comigo.

2.1. Oferecimento da Peça Acusatória


Esse é o primeiro ato que vai acontecer. É o que vai movimentar o Poder Judiciário, para
que ele possa agir. Ou o Ministério Público, na ação penal pública, por meio de denúncia, ou

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o querelante, na ação penal privada, por meio de queixa, vai ao Estado-juiz pedindo a conde-
nação de alguém.
Nos termos do art. 41 do CPP, “a denúncia ou queixa conterá a exposição do fato cri-
minoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas”. Na nossa aula sobre ação penal, tratamos com detalhes sobre os requisitos da
denúncia, que por questões didáticas não serão aqui repetidas, combinado?
Apenas quero deixar registrado aqui o seguinte: a lei fala em rol de testemunhas. Quantas
testemunhas podem ser arroladas? Vou te dizer, e já apresentando a primeira diferença entre
o procedimento ordinário e o sumário:
• Procedimento ordinário – 8 testemunhas, por fato criminoso.
• Procedimento sumário – 5 testemunhas, por fato criminoso.

2.2. Rejeição ou Recebimento da Peça Acusatória


Ao ter em mãos a inicial acusatória, o juiz irá verificar se há alguma causa de suspeição
ou impedimento que não lhe permita analisar aquele feito. Não sendo o caso, vai verificar se
é competente – lembrando que no processo penal, a incompetência pode ser reconhecida de
ofício, mesmo que relativa. Assentada a competência e ausente qualquer causa que o impeça
de analisar o feito, o juiz irá verificar se é o caso de recebimento ou rejeição, o que passare-
mos a analisar.

2.2.1. Rejeição da Peça Acusatória

O art. 395 do CP diz que:

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:


I – for manifestamente inepta;
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Vamos tratar dessas hipóteses.

• Inépcia da peça acusatória. Como já vimos, a inicial acusatória deve conter a exposição
do fato com todas as circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol
de testemunhas. A inépcia pode ser formal, que se dá quando não são observados os
requisitos obrigatórios da peça acusatória, previstos no art. 41. Por outro lado, haverá
inépcia material quando não houver justa causa para o processo penal, ou seja, ele-
mentos mínimos que permitam a instauração de um processo penal – prova de mate-

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rialidade e indícios de autoria. De acordo com a jurisprudência, apesar de alguns ques-


tionamentos doutrinários, essa inépcia só pode ser arguida pela defesa até o momento
da sentença, sob pena de preclusão. A rejeição da inicial com fundamento no art. 395, I
do CPP só faz coisa julgada formal, tendo em vista que não há análise do mérito.
• Ausência de Pressupostos Processuais. Os pressupostos processuais se dividem
em pressupostos de existência e de validade. Como é intuitivo, sem pressuposto de
existência, o processo não existe, é um “nada jurídico”; sem pressuposto de validade,
o processo existe, mas não é válido. A delimitação de quais são os pressupostos de
existência é bem controvertida na doutrina. Vamos seguir a seguinte linha, quanto aos
pressupostos de existência:
− Existência de uma demanda, veiculada pela peça acusatória;
− Órgão investido de jurisdição;
− Existência de partes que possam estar em juízo.
− Já os pressupostos de validade referem-se a:
− Inexistência de vícios ou defeitos processuais;
− Originalidade da demanda: inexistência de litispendência e coisa julgada;
− Falta de condições da ação e de justa causa. Também já discutimos amplamente
sobre condições da ação e justa causa em nossa aula sobre ação penal. Aqui vale
reforçar que se cuida de hipótese que conduz à rejeição da inicial acusatória.

É possível a rejeição parcial da peça acusatória. É o que acontece, por exemplo, quando diante
do oferecimento de denúncia contra duas pessoas, o juiz percebe que quanto a uma delas não
há justa causa. Assim, rejeita a denúncia quanto ao acusado A, mas recebe quanto ao acusa-
do B. Também pode acontecer de haver justa causa quanto a um crime e não haver quanto a
outro, na hipótese de denúncia que engloba mais de um fato criminoso, contra o mesmo réu,
ou contra vários réus. Em um ou outro caso, estamos diante de exemplos de rejeição parcial
da peça acusatória.

Rejeitada a inicial acusatória, é possível que seja oferecida novamente, caso superada a
causa de rejeição.
Da decisão que rejeita a inicial acusatória cabe Recurso em Sentido Estrito, nos termos do
art. 581, I do CPP.

Nos juizados o recurso cabível é o de apelação, de acordo com o artigo 82 da Lei n. 9.099/1995.

 Obs.: 1) Interposto o Recurso em Sentido Estrito contra a rejeição da peça acusatória, caso
o tribunal dê provimento ao recurso, o acórdão valerá como marco interruptivo da

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prescrição, já que se equipara ao recebimento da denúncia ou queixa (o recebimento


da denúncia ou queixa interrompe a prescrição, como já já falaremos). Nesse sen-
tido, súmula 709 do STF: “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão
que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento
dela”. Nos termos da súmula, a interrupção da prescrição tendo por marco interrupti-
vo o acórdão que deu provimento ao recurso apenas não ocorrerá quando o Tribunal
entender ser nula a decisão de primeiro grau. Por quê? Nessa hipótese, anulada a
decisão, outra vai ser proferida pelo juízo de primeiro grau.
 2) Interposto o Recurso em Sentido Estrito contra a rejeição da peça acusatória, é
obrigatória a intimação do denunciado para apresentar contrarrazões recursais,
não a suprindo a nomeação de advogado dativo. Nesse sentido, súmula 707 do STF:
“constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao
recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor
dativo”. Caso seja desconhecido o endereço do acusado, deve ser ele intimado por
edital. Só após isso abre-se a possibilidade de nomeação de defensor dativo para
apresentar as contrarrazões ao Recurso em Sentido Estrito. O entendimento aqui é no
sentido de que ele tem interesse em que seja mantida a decisão de rejeição da denún-
cia, por isso deve-se possibilitar que dela tenha conhecimento para, então, manifes-
tar-se nos autos.

2.2.2. Recebimento da Peça Acusatória

Como vimos, o Código de Processo Penal traz, no art. 395, as hipóteses de rejeição da ini-
cial acusatória. A contrario sensu, quando não forem identificadas as situações lá delineadas,
a denúncia ou a queixa será recebida pelo juiz. Ou seja: se a denúncia ou a queixa preencher
os requisitos dispostos no art. 41 do CPP, se estiverem presentes os pressupostos processu-
ais, as condições da ação e a justa causa, deverá ser recebida.
É o que dispõe o art. 396 do CPP: “nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a de-
núncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á (...)”.
Para a maioria da doutrina, o recebimento da peça acusatória deve ser fundamentado
pelo juiz como, em verdade, deve ser toda e qualquer decisão judicial, nos termos do art. 93,
IX, da CRFB. O cuidado que se deve ter é que essa fundamentação não pode ultrapassar o
necessário para afirmar que estão presentes os pressupostos processuais, as condições da
ação, a justa causa e que a peça atende aos requisitos formais dispostos em lei. Ir muito além
disso pode importar em um pré-julgamento do denunciado. Isso porque, um eventual excesso
na fundamentação pode implicar em que o juiz esteja antecipando seu juízo de valor sobre o
caso que lhe é apresentado. Há quem defenda que a fundamentação aqui é implícita, ou seja,

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quando o juiz recebe a denúncia ou queixa, já está dizendo que não existem as causas que
levariam à rejeição dela.
A despeito dessa construção doutrinária, a jurisprudência dos tribunais superiores, em
sua maioria, entende não ser necessária a fundamentação de recebimento da inicial acusa-
tória, bastando uma decisão que afirma estarem presentes justamente os requisitos do art.
41, os pressupostos processuais, as condições da ação e a justa causa. Ressalva é feita para
aqueles procedimentos que possuem uma defesa preliminar. Qual a diferença? Em alguns
procedimentos, após o oferecimento da denúncia, e antes da análise quanto ao recebimento,
é oportunizado ao acusado se manifestar sobre a acusação (defesa preliminar). Só após isso
irá o juiz analisar se é caso de recebimento ou rejeição da denúncia. Aqui, diz a jurisprudência,
é necessário que a decisão que entende pelo recebimento seja fundamentada, enfrentando,
inclusive, os argumentos trazidos na defesa preliminar. No entanto, cuidando-se de procedi-
mento ordinário, a maioria da jurisprudência é no sentido de que a decisão não precisa ser
fundamentada de forma exauriente. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência dos Tribunais Superiores possui entendimento de que a decisão que
recebe a denúncia possui natureza jurídica de interlocutória simples, não necessi-
tando fundamentação exauriente por parte do Magistrado quanto aos motivos do seu
recebimento. Trata-se de declaração positiva do juiz, no sentido de que estão presen-
tes os requisitos fundamentais do artigo 41 e ausentes quaisquer hipóteses do artigo
395, ambos do CPP. (RHC 117.847/TO, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 21/11/2019, DJe 05/12/2019)
JURISPRUDÊNCIA
Em um primeiro momento, na fase do art. 396, do CPP, o Juiz “demonstra, de forma
sucinta, o preenchimento dos seus aspectos formais (art. 41, c/c o art. 395, I, do CPP) e
identificada a presença tanto dos pressupostos de existência e validade da relação pro-
cessual quanto das condições para o exercício da ação penal (art. 395, II, do CPP)” (RCD
no HC 474.949/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
06/11/2018, DJe 21/11/2018.).
JURISPRUDÊNCIA
DENÚNCIA – RECEBIMENTO – FUNDAMENTAÇÃO. A referência, no ato de recebimento
da denúncia, ao atendimento ao figurino instrumental, implica fundamentação razoável.
(HC 144268, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 12/11/2019, PRO-
CESSO ELETRÔNICO DJe-260 DIVULG 27-11-2019 PUBLIC 28-11-2019)

Prevalece o entendimento de que na análise da inicial acusatória aplica-se o princípio do


in dubio pro societate, ou seja, havendo algum tipo de dúvida, deve o juiz receber a denúncia

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ou a queixa, aguardando o curso da instrução processual para, aí sim, se não confirmada a


acusação, ou se permanecer o estado de dúvida, absolver o réu. Essa construção vem sendo
cada vez mais criticada pela doutrina moderna. Apesar disso, é encampado pelos tribunais
superiores, em grande parte das decisões. Veja o julgado abaixo:

JURISPRUDÊNCIA
Segundo jurisprudência sedimentada nesta Corte Superior, a propositura da ação penal
exige tão somente a presença de indícios mínimos e suficientes de autoria e materia-
lidade. A certeza será comprovada ou afastada durante a instrução probatória, pre-
valecendo, na fase de oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro societate.
(AgRg no RHC 122.933/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em
28/04/2020, DJe 04/05/2020).

Não há recurso cabível contra a decisão que recebe a peça acusatória. A decisão é irrecorrível!
Em razão disso, recebida a peça acusatória, os tribunais têm admitido, em casos excepcio-
nais, a impetração de habeas corpus visando ao trancamento do processo, quando houver
risco à liberdade de locomoção. Caso contrário será possível o mandado de segurança. Os
tribunais têm admitido Habeas Corpus nessas quatro hipóteses:
• manifesta atipicidade formal ou material da conduta delituosa;
• causa extintiva da punibilidade;
• ausência dos pressupostos processuais ou as condições da ação;
• ausência de justa causa para o processo.

O recebimento da denúncia ou da queixa é causa interruptiva do curso da prescrição. Em


caso de recebimento da denúncia por juiz absolutamente incompetente, não ocorrerá esse
efeito. Pode também configurar causa de fixação da competência por prevenção, nos termos
do art. 83 do CPP.
O recebimento da denúncia é também tido pela maioria da doutrina como o marco de
início do processo penal, que terá completa a sua formação com a citação do acusado, nos
termos do art. 363 do CPP.
Questão que se coloca na doutrina é qual o preciso momento de recebimento da denún-
cia. E qual a razão da indagação? Dois dispositivos do Código de Processo Penal utilizam a
denominação “recebida a denúncia”, muito embora tratem de momentos distintos.
Vamos a eles:

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Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando
a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do
assistente.

Estamos tratando aqui do art. 396 do CPP como sendo o momento do recebimento da
denúncia, seguindo o entendimento dominante da doutrina e da jurisprudência. O que se tem
aqui é que os autores do anteprojeto (Lei n. 11.719/2008 que alterou o procedimento) pre-
tendiam que houvesse uma espécie de defesa preliminar, antes do recebimento da denúncia,
sendo que esta ocorreria apenas na fase do art. 399. No entanto, não foi esse o procedimento
aprovado pelo Congresso Nacional, que inseriu o “recebê-la-á” no art. 396. Também o art. 396
se depreende que, recebida a denúncia, será determinada a citação do réu. A citação pressu-
põe a existência de um processo penal, o que se tem quando do recebimento da denúncia.

2.3. Citação do Acusado


Citação é conceituada pela doutrina como o ato processual por meio do qual se leva ao
conhecimento do acusado a notícia de que contra ele foi recebida peça acusatória, para que
possa se defender. Visa ao atendimento dos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Recebida a denúncia, o juiz ordenará a citação do acusado, para responder à acusação, no
prazo de 10 dias. Nós temos uma aula bem completa falando de citação (comunicação dos
atos processuais). Para o estudo do procedimento, o que é importa, é o seguinte:
• a citação deve ser pessoal. Citado o réu, o procedimento seguirá normalmente. É ini-
ciado o prazo de 10 dias para que ele apresente resposta à acusação, contado da data
da efetiva citação. Ainda que o réu, citado pessoalmente, não constitua advogado,
será nomeado defensor para ele, visando a que apresente resposta à acusação, de-
vendo seguir o feito.
• se a citação for por edital, não comparecendo o réu e nem constituindo advogado, em
regra será determinada a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional,
nos termos do art. 366 do CPP. Comparecendo o réu posteriormente, ou constituindo
advogado, aí sim prosseguiremos para a próxima fase dentro do procedimento. Nesse
caso, o prazo de 10 dias para oferecer resposta à acusação começa a correr do compa-
recimento pessoal do réu ou do seu advogado, nos termos do art. 396, parágrafo único
do CPP: “no caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído”.

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2.4. Resposta à Acusação


A resposta à acusação está prevista no art. 396-A. Qual é o momento para a sua apresen-
tação? O momento é: após a citação do acusado, devendo ser apresentada no prazo de 10
dias, contados da citação. Reforço isso para que você não esqueça: é do dia da citação, e não
da juntada aos autos do mandado cumprido! É nesse prazo também que devem ser ofereci-
das eventuais exceções, a exemplo da exceção de incompetência.
A resposta à acusação somente pode ser apresentada por advogado, devidamente
habilitado.

A apresentação da resposta é obrigatória, sob pena de ensejar nulidade absoluta por violação
ao princípio da ampla defesa. Em razão disso é que, citado o réu pessoalmente, se não cons-
tituir advogado para apresentar resposta, o juiz irá nomear advogado para fazê-lo. De igual
forma, se o réu constituir advogado, mas ele não apresentar a resposta, deve ser nomeado de-
fensor para essa finalidade. Veja o que diz o § 2º do art. 396-A: “não apresentada a resposta
no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias”.

Assim, vai ser nomeado defensor e ele terá devolvido o prazo para apresentar a resposta.
Lembrando: se a defesa for patrocinada pela Defensoria Pública, o prazo para resposta é
em dobro, portanto, de 20 dias.

DICA
Cuidado para não usar a palavra errada. Resposta à acusação
não se confunde com a defesa prévia, que existia no Código
de Processo Penal, antes das alterações promovidas pela Lei
n. 11.719/2008. Também não se confunde com a defesa ou
resposta preliminar, própria de alguns procedimentos.

O art. 396-A do CPP dispõe que: “na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e
alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar
as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário”.
Aqui nós temos a aplicação do princípio da concentração da matéria de defesa. O que
significa isso? Na resposta à acusação, devem ser arguidas todas as matérias processuais e
de mérito, devem ser juntados documentos, requeridas diligências e arroladas testemunhas.
Obviamente, há a possibilidade de as matérias defensivas serem trazidas a qualquer tempo,

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não havendo que se falar em preclusão. Por conta disso, não é incomum que as respostas à
acusação sejam apresentadas de forma vaga, algo do tipo “o acusado comprovará no curso
da instrução que deve ser absolvido”. No entanto, como após a resposta é feita uma análise
pelo julgador que pode conduzir à absolvição sumária, abre-se espaço para alegações que
visem a esse resultado. Então, em resumo, na resposta à acusação o acusado poderá:
1. Arguir Preliminares
2. Alegar tudo que interesse a sua defesa
3. Oferecer Documentos e Justificações
4. Especificar provas
5. Apresentar Rol de Testemunhas;

Além de apresentar o rol de testemunhas, caso haja outra prova que a defesa pretenda
requerer, esse é o momento adequado para fazê-lo. Mas cuidado com isso! Qual é a consequ-
ência da não apresentação do rol de testemunhas neste momento? Vai se operar a preclusão.
Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que o rol de testemunhas deve ser
apresentado pela defesa na resposta à acusação, sob pena de preclusão, nos termos do
art. 396-A do Código de Processo Penal: “Na resposta, o acusado poderá arguir prelimi-
nares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações,
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo
sua intimação, quando necessário”. (AgRg no AREsp 1471476/SP, Rel. Ministro RIBEIRO
DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 10/09/2019, DJe 16/09/2019).

Veja: essa é a solução no caso em que o acusado apresenta resposta, mas não faz cons-
tar dele rol de testemunhas. Situação diversa decorre da apresentação fora do prazo da res-
posta à acusação, COM rol de testemunhas. Aqui, como a resposta é obrigatória, tanto ela
quanto o rol devem ser admitidos. Portanto, no que diz respeito à apresentação da resposta à
acusação fora do prazo previsto em lei, diante da obrigatoriedade da peça, entende o Superior
Tribunal de Justiça que não pode o juiz desconsiderar apenas o rol de testemunhas:

JURISPRUDÊNCIA
A resposta à acusação é obrigatória e se defensor particular a apresentou de forma
extemporânea, mas o Juiz aceitou a peça, não há como desconsiderar apenas o rol de
testemunhas. Está correta a declaração de nulidade pelo Tribunal de Justiça, pois o acu-
sado teve cerceada a garantia constitucional de plenitude da defesa. Ele suportou con-
denação sem a oportunidade de produzir prova oral em decorrência da atuação intem-

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pestiva de seu patrono, ausente a paridade de armas necessária ao processo penal.


(REsp 1828483/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
03/12/2019, DJe 06/12/2019)

Conhecimento extra: Na prática, em razão do princípio da busca da verdade e da ampla


defesa, não é incomum que o julgador ouça as testemunhas arroladas intempestivamente
como testemunhas do juízo. De igual modo, sendo a defesa patrocinada pela Defensoria Pú-
blica ou advogado dativo, que pode ter sido nomeada para o ato, sem qualquer prévio contato
com o réu, admite-se seja ele intimado pessoalmente para o único fim de indicar testemunhas
que pretenda ouvir, ou mesmo que seja apresentado o rol de testemunhas de forma extempo-
rânea, após possível contato entre o acusado e a defesa, por exemplo, por ocasião da audiên-
cia de instrução e julgamento.

2.5. Oitiva da Acusação

A oitiva do Ministério Público ou do querelante após a resposta à acusação NÃO está prevista
expressamente no procedimento comum.

Professora, então por que falar disso aqui?

Vamos lá. Essa oitiva da acusação após a resposta à acusação tem previsão expressa
no procedimento do Tribunal do Júri, mas não aqui. No entanto, temos que ter em mente que
após a resposta à acusação abre-se a possibilidade de absolvição sumária do réu! Então a
cautela que se deve ter visa a observar o princípio do contraditório. Por isso que se entende
que se a defesa apresentar alegações, fatos ou provas com relação aos quais a acusação não
tinha ciência, deve ser aplicado por analogia o art. 409 do CPP, que está dentro do procedi-
mento do Tribunal do Júri, e que diz: “apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público
ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias”.
Perceba: o que se defende não é que essa oitiva será sempre obrigatória, mas sim que,
caso surjam provas ou fatos novos e o juiz anteveja a possibilidade de absolvição, o ideal é
que seja preservado o contraditório.

2.6. Absolvição Sumária


Se você me dissesse agora: professora, vai cair procedimento na minha prova, eu não sei
de absolutamente nada, e só tenho 10 minutos para estudar, o que eu faço? Eu te diria: foca
no item em que falo em absolvição sumária. E sabe por quê? Cai muito, muito mesmo! Dentro

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de procedimento, é um dos pontos mais cobiçados pelos examinadores, porque dá para fazer
uma bagunça na cabeça do candidato, se o examinador quiser, e o aluno não for você, que
acompanhou minha aula! Então vamos em frente?
A absolvição sumária já era prevista no procedimento do Júri, mas a Lei n. 11.719/2008
trouxe a previsão também no procedimento comum. Antes de mais nada, devo dizer: há dife-
renças entre a absolvição sumária prevista no procedimento do Júri e a prevista no procedi-
mento ordinário, que destacarei mais adiante.
Estamos diante aqui de um verdadeiro julgamento antecipado da lide no processo penal!
Por quê? Temos a possibilidade de, antes mesmo da instrução do feito, ser o réu julgado, ob-
viamente para ser absolvido. Não se pode admitir, de forma alguma, é um julgamento anteci-
pado da lide no processo penal para condenar o réu!
Antes mesmo da inserção da absolvição sumária no procedimento comum ordinário, já
tínhamos exemplos de julgamento antecipado da lide no processo penal. Vamos passar rapi-
damente por eles. O art. 516 do CPP, ao tratar do procedimento dos crimes funcionais, diz que
o juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela res-
posta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
De igual modo, a Lei n. 8.038/1990, que fala sobre a competência originária dos tribunais, traz
a previsão de que após a apresentação da resposta preliminar, o relator delibere sobre, dentre
outros pontos, a improcedência da acusação (art. 6º da Lei).
Perceba: são previsões que permitem o juiz analisar o mérito (improcedência da ação), de
modo a absolver o réu de maneira antecipada, sem instruir o feito.
Dito isso, vamos analisar as hipóteses de absolvição sumária previstas em nosso Código
de Processo Penal.
As hipóteses de absolvição sumária estão todas previstas no CPP, no art. 397, que diz:
Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa exclu-
dente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do
agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.
Antes de prosseguirmos e tratarmos de cada uma dessas causas, quero destacar aqui o
que o examinador vai fazer para tentar te confundir na prova. Primeiro, ele vai trazer causas
que não estão previstas aí, mas tem “cara” de que podem levar à absolvição sumária – por
exemplo, as causas que levam à absolvição propriamente dita. Segundo, ele vai confundir as
hipóteses de rejeição da denúncia, com as de absolvição sumária, para que você pense “é, tá
certo, isso aí está previsto no Código sim. Eu lembro de ter visto em algum lugar”. Sim, você
viu, mas não no artigo que trata da absolvição sumária! Por fim, ele vai confundir as hipóte-
ses de absolvição sumária do procedimento comum com as do Tribunal do Júri. Então, qual
meu papel aqui? Tirar você dessa cilada, criando mais alguns quadros decorativos para seu
quarto. Vamos a eles?

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Rejeição da denúncia (art. 395) Absolvição sumária (art. 397)


I – existência manifesta de causa excludente da
I – denúncia ou queixa manifestamente inepta
ilicitude do fato
II – existência manifesta de causa
II – faltar pressuposto processual ou condição
excludente da culpabilidade do agente, salvo
para o exercício da ação penal
inimputabilidade
III – faltar justa causa para o exercício da ação III – que o fato narrado evidentemente não
penal. constitui crime
IV – extinta a punibilidade do agente.

Absolvição própria (art. 386) Absolvição sumária (art. 397)


I – existência manifesta de causa excludente da
I – estar provada a inexistência do fato
ilicitude do fato
II – existência manifesta de causa
II – não houver prova da existência do fato excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade
III – que o fato narrado evidentemente não
III – não constituir o fato infração penal
constitui crime
IV – Estar provado que o réu não concorreu
IV – extinta a punibilidade do agente.
para a infração penal
V – Não existir prova de ter o réu concorrido
para a infração penal
VI – existirem circunstâncias que excluam o
crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo se
houver fundada dúvida sobre sua existência
VII – não existir prova suficiente para a
condenação.

Absolvição sumária no Júri (art. 415) Absolvição sumária (art. 397)


I – existência manifesta de causa excludente da
I – provada a inexistência do fato
ilicitude do fato
II – existência manifesta de causa
II – provado não ser ele autor ou partícipe
excludente da culpabilidade do agente, salvo
do fato
inimputabilidade
III – que o fato narrado evidentemente não
III – o fato não constituir infração penal
constitui crime

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Absolvição sumária no Júri (art. 415) Absolvição sumária (art. 397)


IV – demonstrada causa de isenção de pena ou
de exclusão do crime. Não se aplica ao caso do
IV – extinta a punibilidade do agente.
inimputável do art. 26 do CP, salvo quando esta
for a única tese defensiva.

Então nós compilamos aqui as principais “pegadinhas” feitas em provas objetivas, aquilo
que é utilizado pelos examinadores para confundir os candidatos em termos de absolvição
sumária. Feito isso, vamos prosseguir.
Além das diferenças referentes às hipóteses que conduzem à absolvição sumária, outra
importante distinção que deve ser feita é quanto ao momento do procedimento em que vai
se dar a absolvição sumária no procedimento comum e no procedimento do júri. No procedi-
mento comum, como estamos estudando, a análise da absolvição sumária se dá lá no início
do processo, logo após a resposta à acusação. No procedimento do júri a questão é bem dife-
rente: a absolvição sumária vai ocorrer ao final da primeira fase do procedimento do júri, após
toda a instrução probatória.
Agora sim, vamos estudar cada uma das causas de absolvição sumária no procedi-
mento comum.

• Existência manifesta de causa excludente da ilicitude. Perceba que o próprio legislador


teve o cuidado de falar em existência “manifesta”. Então, eu te pergunto: qual é o grau
de certeza que o juiz precisa ter para absolver sumariamente o réu com base na legíti-
ma defesa? O juiz precisa estar absolutamente convicto da excludente de ilicitude para
poder absolver sumariamente o réu. Estamos diante de um efetivo julgamento, só que
antecipado! Então, não poderia ser diferente! Havendo dúvida, o processo prosseguirá.
Persistindo a dúvida, mesmo ao final da instrução probatória, o juiz absolverá o réu,
mas agora não com base no art. 397 do CPP, mas sim diante do art. 386, VI, parte final:
“O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconhe-
ça: VI - existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts.
20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada
dúvida sobre sua existência”.

Perceba, pois, que uma coisa é a absolvição sumária (certeza). Outra coisa é a sentença
a ser proferida ao final da instrução, em que a dúvida quanto uma excludente da ilicitude au-
toriza a absolvição

• Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade. Essa é a segunda hipóte-


se de absolvição sumária. Verificando o juiz que o réu praticou o delito amparado em

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causa excludente da culpabilidade, como inexigibilidade de conduta diversa ou coação


moral irresistível, por exemplo, irá absolvê-lo sumariamente. Qual é a única causa ex-
cludente da culpabilidade que não autoriza a absolvição sumária? A inimputabilidade.
Por que o inimputável não pode ser absolvido sumariamente? Porque da inimputabili-
dade resulta a imposição de medida de segurança! E para que seja imposta medida de
segurança, é necessária a instrução do feito, para verificar se o fato é típico e ilícito, se
aconteceu e se foi o réu quem o praticou! Obviamente que é mais vantajosa para o réu
a absolvição própria, que resulte, por exemplo, da constatação de que não foi ele quem
praticou o fato, pois nessa hipótese não será aplicada a ele qualquer medida! Então, em
razão de inimputabilidade, não se absolve sumariamente o réu.

No procedimento do tribunal do Júri é admitida a absolvição sumária em caso de inimpu-


tabilidade, mas apenas se esta for a única causa defensiva. Essa possibilidade NÃO está
prevista no procedimento comum. Apesar disso, há parte da doutrina (minoria) que defende,
também aqui, a possibilidade de absolvição sumária do inimputável, se não houver outra tese
de defesa.

Mais uma observação, só para deixar minha consciência tranquila: não é que o inimpu-
tável não pode ser absolvido sumariamente, não é isso! O inimputável não pode ser absolvi-
do sumariamente no procedimento comum por conta da inimputabilidade propriamente dita.
Mas é óbvio que nas outras hipóteses ele pode. Por exemplo, se o inimputável praticou o fato
em legítima defesa, e isso se torna evidente a partir da resposta à acusação, ele pode ser ab-
solvido sumariamente, diante da manifesta causa excludente da ilicitude.

• Quando o fato narrado evidentemente não constituir crime. Fique de olho: o fato nar-
rado EVIDENTEMENTE não constituir crime. Verificando o juiz que a conduta é atípica,
seja no plano formal, seja no material, irá absolver sumariamente o réu.
• Quando estiver extinta a punibilidade do agente. Verificando o juiz que está extinta a
punibilidade do agente, irá o juiz absolvê-lo sumariamente. Quanto a essa hipótese,
sequer seria necessária essa previsão expressa, pois o art. 61 do CPP dispõe que, em
qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá decla-
rá-lo de ofício. Assim, independentemente da previsão aqui no art. 397, a extinção da
punibilidade, em qualquer instante, deve ser declarada.

Estudadas as hipóteses de absolvição sumária, alguns pontos ainda se mostram


relevantes.
Primeiro deles: a decisão do juiz deve ser fundamentada. Ele deve demonstrar de onde se
extraem dos autos os motivos que levam à absolvição pois, afinal de contas, está efetivamen-

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te julgando o feito, ainda que de maneira prematura. Portanto, teremos aqui uma sentença de
absolvição, que deve ser devidamente fundamentada.
Contra essa sentença, o recurso cabível é o de apelação, nos termos do art. art. 593, I do
CPP que diz: “Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: I - das sentenças definitivas de
condenação ou absolvição proferidas por juiz singular”.
Discute-se quanto ao recurso cabível em caso de absolvição sumária fundamentada na
extinção da punibilidade. Por quê? Quando o juiz declara extinta a punibilidade, estamos dian-
te de uma decisão de natureza declaratória. Prova disso, inclusive, é o teor da Súmula 18, do
STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não
subsistindo qualquer efeito condenatório.
Vale dizer: quando o juiz julga extinta a punibilidade, ele não está exatamente absolvendo
o réu (tecnicamente falando, apesar da previsão do dispositivo legal que estamos estudando).
Só está reconhecendo que o Estado não poderá submetê-lo ao cumprimento de uma pena. Aí
vem o problema: qual seria o recurso nas hipóteses de absolvição sumária quando o juiz julga
extinta a punibilidade? Com os olhos nessa construção é que a doutrina defende que, nesse
caso, o recurso cabível é o Recurso em Sentido Estrito, com base no art. 581, VIII: “Caberá
recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: VIII - que decretar a prescrição
ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade”.
Outro ponto muito importante: a absolvição sumária faz coisa julgada material e formal,
diferentemente do que acontece com a rejeição da peça acusatória, que só faz coisa jul-
gada formal.

2.7. Suspensão Condicional do Processo


Antes de tratarmos da audiência de instrução e julgamento, não posso deixar de mencio-
nar a possibilidade que se abre aqui de suspensão condicional do processo. Perceba: cuida-
-se de procedimento a ser estudado com profundidade na aula sobre Juizados Especiais, pois
previsto na Lei n. 9.099/1995. Mas diante da possibilidade de a suspensão acontecer também
aqui, não posso deixar de mencionar algumas particularidades, certo?

Professora, quando que em um procedimento comum ordinário, vou poder ter a suspen-
são condicional do processo?

Lembra que a definição do procedimento é feita a partir da pena máxima cominada abs-
tratamente para o tipo penal? Pois é. Pode ser que, apesar de o crime ter uma pena máxima
que leve a ser adotado o procedimento comum ordinário, a pena mínima dele seja igual ou
inferior a 1 ano, ou seja cominada pena de multa alternativamente. Pronto. Mesmo estando
no juízo comum, teremos que oferecer ao acusado a possibilidade de suspensão condicional
do processo.

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Portanto, afastada a possibilidade de absolvição sumária, oferta-se ao acusado, preen-


chidas as hipóteses legais, a suspensão condicional do processo, em audiência especialmen-
te designada para essa finalidade.
Não sendo caso de absolvição sumária, sequer de suspensão condicional do processo, o
juiz irá designar audiência de instrução e julgamento.

2.8. Designar Audiência de Instrução e Julgamento


Dispõe o art. 399 do CPP que “recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora
para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público
e, se for o caso, do querelante e do assistente”. Como já tratamos acima, a peça acusatória já
foi recebida lá atrás. Portanto, a melhor leitura desse dispositivo é no sentido de “não sendo
hipótese de absolvição sumária (ou de suspensão condicional do processo), o juiz designará
dia e hora...”
O Código fala, portanto, da necessidade de ser ordenada a intimação do acusado, do seu
defensor, do Ministério público e, se for o caso, do querelante e do assistente de acusação. A
vítima também deve ser intimada, nos termos do art. 201, § 2º do CPP.
O § 1º diz que o acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, de-
vendo o poder público providenciar sua apresentação.
O art. 400 do CPP diz: “na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à in-
quirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações
e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado”.
Portanto, no procedimento comum ordinário, a audiência deve ocorrer no prazo máximo
de 60 dias, não fazendo distinção a lei quanto a estar o réu preso ou solto!

Aqui já trago mais uma diferença entre o procedimento comum ordinário e o sumário, para
você já ir memorizando: no procedimento comum sumário, a audiência deve ser realizada no
prazo máximo de 30 dias, nos termos do art. 531 do CPP.

Importante também que você fique de olho no art. 394-A, introduzido pela Lei n.
13.285/2016, que diz: “os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade
de tramitação em todas as instâncias”.
A audiência a ser designada é una, de instrução e julgamento. É o que diz o § 1º do art.
400: “as provas serão produzidas numa só audiência (...)”
Então, vamos ao estudo da audiência propriamente dita.

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2.9. Audiência Una de Instrução e Julgamento


A existência de uma audiência una de instrução e julgamento visa a atender ao princípio
da oralidade. Vale dizer: deve ser privilegiada a forma oral na prática dos atos processuais.
Tudo isso em busca da celeridade e da economia processual, sem perder de vista o contrato
direto das partes e das provas com o julgador, provocando uma participação ativa dos sujei-
tos processuais. Em razão disso, temos alguns efeitos ou subprincípios que dele decorrem:
1º) Concentração – o procedimento é reduzido a uma ou a poucas audiências, caso se
faça necessário (por exemplo, ausência de uma testemunha, gerando a necessidade de mar-
car novo ato). Logo, os atos de instrução e julgamento serão concentrados nessa audiência.
O intuito é imprimir celeridade, de modo que o julgamento do fato criminoso ocorra o mais
próximo possível da data do fato, pois é certo que o passar do tempo prejudica a prova.
2º) Imediatidade – aqui aproximamos o juiz tanto das partes quanto das provas. O juiz vai
ter contato direto com as provas e as partes, o que é extremamente relevante para que valore
a prova e forme seu convencimento.
3º) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias. As decisões interlocutórias proferidas
em audiência, máxime aquelas relacionadas às provas, são irrecorríveis. É o que ocorre, por
exemplo, quando o juiz indefere alguma prova cuja produção tenha sido requerida pelas par-
tes. Caso a parte se sinta prejudicada, deve pedir que tudo conste em ata, para viabilizar pos-
terior impugnação em preliminar de apelação ou por meio de habeas corpus. Quanto a isso,
importa destacar que o § 1º do art. 400 diz que o juiz deverá indeferir as provas:
• irrelevantes – que tratam do objeto da causa, mas em nada influenciarão no julgamen-
to dela;
• impertinentes – que não dizem respeito ao objeto da causa;
• protelatórias – que visam apenas a retardar o processo, e em nada ajudarão no escla-
recimento do fato criminoso.

Ao indeferir as provas, o juiz deverá fundamentar sua decisão. É o caso concreto que per-
mitirá a aferição da irrelevância, impertinência ou caráter protelatório da prova. Como disse
acima, caso a parte discorde, não há recurso que possa ser manejado na audiência, devendo
apenas ser feito pedido para que conste em ata o pedido e o seu indeferimento.
4º) Identidade Física do Juiz – também como efeito da oralidade, temos o princípio da
identidade física do juiz que sim, está previsto expressamente em nosso Código (isso é cons-
tantemente questionado em provas de concurso). E onde ele está? No § 2º do art. 399, que
diz: o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. O objetivo é que o juiz que colhe
os elementos de convicção seja o mesmo que irá sentenciar o feito.
Mas esse princípio comporta exceções? O Código de Processo Penal silencia sobre o
tema. Por conta disso, sempre nos valíamos do art. 132 do CPC/1973, que dizia: “o juiz, titular

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ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado,
afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao
seu sucessor”.
Só que aí vem um problema. O Código de Processo Civil de 2015 não trouxe previsão
semelhante. Então, não temos mais dispositivo legal que trate de exceções ao princípio da
identidade física do juiz. A despeito disso, a jurisprudência dos tribunais superiores continua
a dizer: não se trata de princípio absoluto, que deve ser afastado diante de motivos legais que
impeçam o juiz que instrui o feito de proceder ao julgamento. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
O princípio da identidade física do juiz não pode ser interpretado de maneira abso-
luta e admite exceções que devem ser verificadas caso a caso, à vista, por exemplo,
de promoção, remoção, convocação ou outras hipóteses de afastamento justificado do
magistrado que presidiu a instrução criminal (RHC 78.603/MS, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 15/8/2017, DJe 24/8/2017).

A produção de prova por meio de carta precatória fere os princípios da imediatidade e da


identidade física do juiz? O entendimento é no sentido de que não resta inviabilizada a expe-
dição de carta precatória em razão da sistemática adotada por nossa legislação processual
penal, sequer se afasta a produção de prova por meio de videoconferência. Tanto assim que
o Código de Processo Penal traz expressamente a possibilidade de o interrogatório do réu ser
realizado por meio de videoconferência (art. 185, § 2º do CPP).

2.9.1. Ordem dos Atos Processuais na Audiência Una de Instrução e Julgamento

Nesse tópico vamos analisar especificamente a ordem que deve ser seguida em audiência
de instrução e julgamento. Perceba que estamos falando de matéria probatória. Os pontos
aqui tratados (concernentes à prova) são aprofundados na aula correspondente. Aqui nos
interessa apenas o procedimento a ser adotado, tudo bem? Então vamos lá.
O art. 400 do CPP diz que: na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no
prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações
e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado”. Então,
essa é a ordem a ser seguida. Vamos especificar os pontos que são cobrados pelos examina-
dores dentro de questões sobre procedimento.

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1º) Oitiva do ofendido.


O primeiro ato na audiência una de instrução e julgamento será a oitiva do ofendido, caso
indicado pelas partes em suas peças (inicial acusatória ou resposta à acusação).
Caso o ofendido não compareça, o § 1º do art. 201 fala sobre a possibilidade de condução
coercitiva. Em campo doutrinário e jurisprudencial discute-se sobre essa possibilidade. Sobre
o tema, o seguinte julgado:

JURISPRUDÊNCIA
É cabível a condução coercitiva da vítima para depor em juízo, ainda que esta alegue não
ter mais interesse em processar seu companheiro na esfera criminal, pois além de a ação
penal ser pública incondicionada, no caso de lesão corporal por violência doméstica e
familiar, o próprio Código de Processo Penal prevê a possibilidade de condução coerci-
tiva da ofendida para depor. (AgRg no HC 506.814/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 06/08/2019, DJe 12/08/2019).

O § 2º do art. 201 garante ao ofendido o direito de ser comunicado dos atos processuais
relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para a audiência
e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem, acrescentando o § 3º
que as comunicações deverão ser feitas no endereço indicado pela vítima, admitindo-se, por
opção dela, o uso de meio eletrônico.
O réu tem o direito de acompanhar o depoimento da vítima e testemunhas. No entanto, o
art. 217 do CPP prevê exceção a essa regra, ao dispor: “se o juiz verificar que a presença do
réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendi-
do, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência
e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na
inquirição, com a presença do seu defensor. Parágrafo único. A adoção de qualquer das me-
didas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que
a determinaram”. Portanto, a decisão deve ser devidamente fundamentada, demonstrando
alguma das hipóteses previstas em lei que conduzem à possibilidade de ser o réu retirado da
sala de audiências. De todo modo, o defensor do acusado deverá permanecer no local.
Além disso, deverá ser reservado espaço separado para o ofendido. Quanto a isso, previ-
são do § 4º do art. 201 do CPP: “antes do início da audiência e durante a sua realização, será
reservado espaço separado para o ofendido.
O caput do art. 201 diz que: “Sempre que possível, o ofendido será qualificado e pergunta-
do sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que
possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações”.
2º) Oitiva de testemunhas arroladas pela acusação.
3º) Oitiva de testemunhas arroladas pela defesa.

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Nos termos do art. 401 do CPP, poderão ser inquiridas até 8 testemunhas arroladas pela
acusação e 8 pela defesa. Prevalece o entendimento de que essa quantidade máxima de tes-
temunhas diz respeito a cada fato criminoso. Assim, se o réu estiver sendo acusado do co-
metimento de um roubo e um furto, poderão ser arroladas 8 testemunhas para cada fato,
totalizando 16. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
O limite máximo de 8 (oito) testemunhas descrito no art. 401, do Código de Processo
Penal, deve ser interpretado em consonância com a norma constitucional que garante a
ampla defesa no processo penal (art. 5º, LV, da CF/88). Para cada fato delituoso impu-
tado ao acusado, não só a defesa, mas também a acusação, poderá arrolar até 8 (oito)
testemunhas, levando-se em conta o princípio da razoabilidade e proporcionalidade.
(HC 55.702/ES, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/AP), QUINTA TURMA, julgado em 05/10/2010, DJe 25/10/2010).

Já fica de olho, porque o art. 532 do CPP traz o número máximo de testemunhas para o pro-
cedimento sumário: 5 para a acusação e 5 para a defesa. Já anota aí! Daqui a pouco vamos
compilar todas as diferenças.

O § 1º do art. 401 traz informação relevante, ao dizer que nesse número máximo de 8 tes-
temunhas não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas. Já o § 2º
diz que a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressal-
vado o disposto no art. 209 deste Código. O que isso significa? A desistência de testemunha
independe de concordância da parte contrária. No entanto, como o juiz poderá ouvir outras
testemunhas, além das indicadas pelas partes, certo é que, em caso de desistência, o juiz
poderá ouvir aquela testemunha como sua.
Se a testemunha arrolada não for encontrada, é possível que seja substituída. Aqui é apli-
cado, por analogia, o art. 451 do CPC que autoriza a substituição da testemunha quando não
for encontrada, por ter mudado de residência ou de local de trabalho, quando falecer ou em
razão de enfermidade que inviabilize o depoimento.
Então, primeiro serão ouvidas as testemunhas de acusação e depois as de defesa. A in-
versão dessa ordem de oitivas é causa de nulidade relativa, devendo ser demonstrado pre-
juízo. A jurisprudência é no sentido de que se as partes concordarem com a inversão, não se
fala em nulidade:

JURISPRUDÊNCIA
Conquanto o princípio do devido processo legal compreenda a garantia ao procedi-
mento tipificado em lei, não se admitindo a inversão da ordem processual ou a adoção

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de um rito por outro, não se pode olvidar que as regras procedimentais não possuem
vida própria, servindo ao regular desenvolvimento do processo, possibilitando a aplica-
ção do direito ao caso concreto. Assim, a eventual inversão de algum ato processual ou
a adoção do procedimento ordinário em detrimento de rito especial só podem conduzir
à nulidade do processo se houver prejuízo às partes. No caso dos autos, após a colheita
das declarações da vítima e algumas testemunhas, o magistrado interrogou o acusado,
tendo as partes desistido das demais oitivas a serem implementadas, razão pela qual
o interrogatório do paciente foi, efetivamente, o último ato da instrução processual, não
tendo a defesa, outrossim, requerido a sua reinquirição, o que afasta a ocorrência de
prejuízos e impede o reconhecimento da eiva suscitada na impetração. (HC 388.688/SP,
Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/04/2017, DJe 17/04/2017).
JURISPRUDÊNCIA
Inversão da ordem da oitiva das testemunhas de acusação e defesa. Ausência de
demonstração de prejuízo. Ausência de similitude fática entre o paradigma indicado e o
acórdão impugnado. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 825534 AgR-ED-
-EDv-AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 30/04/2014, ACÓR-
DÃO ELETRÔNICO DJe-095 DIVULG 19-05-2014 PUBLIC 20-05-2014).

Não há dúvidas de que o juiz deve envidar esforços para que a ordem de oitivas seja
preservada. Assim, se, por exemplo, faltar à audiência uma ou algumas das testemunhas de
acusação, estando presentes as de defesa, deve o juiz remarcar o ato, visando a que as tes-
temunhas de acusação sejam ouvidas previamente. No entanto, concordando a defesa com a
oitiva de suas testemunhas de antemão, sanado estará qualquer vício. Isso costuma ocorrer,
na prática, quando as testemunhas de defesa irão falar apenas sobre a conduta do réu, por
nada saberem sobre o fato. Assim, a defesa concorda em que já sejam ouvidas, até mesmo
para evitar que elas tenham que novamente comparecer ao juízo, em outra data, o que obvia-
mente gera despesas e inconvenientes.
Questão que se mostra interessante, dentro do tema inversão da ordem de oitivas, é a que
diz respeito à expedição de carta precatória para oitiva de alguma testemunha. Imagine você
o seguinte: o MP arrolou 6 testemunhas. Duas delas residem em outra unidade da federação,
o que importará que a oitiva delas seja feita por meio de carta precatória. Acontece que no
dia da audiência una de instrução e julgamento, não havia ainda ocorrido a audiência no juízo
deprecado. A questão é: vai ser possível a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa
presentes na audiência una de instrução e julgamento que está sendo realizada no juízo com-
petente, ou isso implica nulidade, em razão da inversão da ordem de oitivas?
Aqui temos que nos valer do que dispõe o art. 222 do CPP, em seu § 1º, que afirma que
a expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. Acrescenta o § 2º que findo
o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez

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devolvida, será juntada aos autos. Perceba: é possível até mesmo que seja realizado o julga-
mento do feito antes do retorno da carta precatória, com mais razão a prática dos demais atos
instrutórios: oitiva de testemunhas de defesa, interrogatório do réu. É bem verdade que a dou-
trina tece críticas a essa possibilidade, máxime diante da imprescindibilidade do depoimento
daquela testemunha que será ouvida por carta precatória, de modo a ser possível constatar,
no caso concreto, prejuízo à defesa. Fora disso, a jurisprudência, em sua maioria, entende
que não há vício na inversão da ordem de oitivas quando há expedição de carta precatória.
Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
Em consonância com a jurisprudência consolidada desta Corte, a inversão da oitiva de
testemunhas de acusação e interrogatório não configura nulidade quando a inquirição
é feita por meio de carta precatória. Inteligência do art. 400 c/c art. 222, ambos do CPP.
Precedentes. A Lei Processual Penal em vigor adota, em sede de nulidades processuais,
o princípio da pas de nullité sans grief, segundo o qual somente há de se declarar a nuli-
dade se, alegada em tempo oportuno, houver demonstração ou comprovação de efetivo
prejuízo para a parte. Precedentes. (AgRg no RHC 125.549/SC, Rel. Ministro NEFI COR-
DEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 12/05/2020, DJe 18/05/2020).

Dentro do campo da oitiva de testemunhas por carta precatória, vamos lembrar aqui de
um ponto importante, que é sempre cobrado em provas de concurso:
É necessária a intimação das partes quanto à expedição da precatória, sob pena de nu-
lidade relativa. Intimada a parte quanto à expedição da precatória, incumbe a ela verificar a
data da audiência no juízo deprecado. Nesse sentido temos a Súmula 273 do STJ e 155 do
STF: “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação
da data da audiência no juízo deprecado”. “É relativa a nulidade do processo criminal por falta
de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha”.

A expedição da precatória não suspende a instrução criminal. Findo o prazo designado


para ouvir a precatória, o juiz PODE proferir sentença.

Outro ponto que deve ser analisado aqui, no campo dos depoimentos, é com relação ao
art. 212 do CPP que diz em seu caput que “as perguntas serão formuladas pelas partes dire-
tamente à testemunha (...)” e acrescenta em seu parágrafo único “sobre os pontos não es-
clarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. Assim, as partes perguntam primeiro: o
Ministério Público ou querelante questiona as suas testemunhas, sendo seguido do assisten-
te, se houver, e da defesa. Por fim, restando pontos a serem esclarecidos, o juiz faz perguntas.
No caso de testemunhas de defesa, é o defensor quem inicia com as perguntas, seguido do
Ministério Público ou querelante e do assistente, se houver, e por fim o juiz.

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Em resumo:
1º. - De acordo com nosso atual sistema, primeiro irá perguntar diretamente a parte que
arrolou a testemunha (exame direto ou direct examination);
2º. – Pergunta diretamente a parte contrária (exame cruzado ou cross examination);
3º - Pergunta o juiz, complementando os pontos não esclarecidos.
A questão que se põe é: não seguir essa ordem gera alguma nulidade processual? O en-
tendimento da jurisprudência é no sentido de que a inversão da ordem de oitivas do art. 212
do CPP é causa de nulidade relativa, devendo ser demonstrado prejuízo. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
A não observância da regra do art. 212 do Código de Processo Penal, quanto à inver-
são da ordem de testemunhas, pode gerar, no máximo, nulidade relativa, por não ter
sido suprimida do juiz a possibilidade de efetuar suas perguntas, ainda que subsidiaria-
mente, para o esclarecimento da verdade real, sendo certo que, aqui, o interesse prote-
gido é exclusivo das partes. Verifica-se dos autos não ter sido feita a necessária argui-
ção de nulidade em momento oportuno, tampouco a demonstração do efetivo prejuízo.
(AgRg no AREsp 454.105/RJ, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 16/09/2014, DJe 01/10/2014).

4º) Esclarecimentos dos peritos.


Nos termos do art. 159 § 5º, I do CPP, as partes poderão requerer a oitiva dos peritos com
a finalidade de esclarecer a prova ou para responder a quesitos. Quanto a isso, especifica a lei:
“desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam
encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas
em laudo complementar”.
5º) Acareações.
A acareação é o ato processual que consiste na confrontação de dois ou mais acusados,
testemunhas ou ofendidos que já foram ouvidos. Acarear, portanto, é confrontar os depoi-
mentos. É o que diz o art. 229 do CPP: “a acareação será admitida entre acusados, entre acu-
sado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida,
e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou
circunstâncias relevantes. Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que ex-
pliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação”.
A acareação não tem o propósito de que seja prestado novo depoimento/interrogatório,
devendo centrar-se nos pontos de divergência.
6º) Reconhecimento de Pessoas e Coisas.
É meio de prova que visa a que seja identificada pessoa ou coisa que já tenha sido vista ou
conhecida. Ou seja, é o ato por meio do qual o ofendido, por exemplo, vai indicar se reconhece pes-

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soa apresentada como sendo o autor da infração, ou vestimenta como sendo a utilizada por quem
praticou contra ele o fato criminoso. O procedimento está previsto nos artigos 226 a 228 do CPP:

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela
seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva
ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que
com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a
apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de in-
timidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a
autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela
pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal
ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo
anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de obje-
to, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.

7º) Interrogatório do réu.


O último ato da instrução, no que diz respeito à prova oral, é o interrogatório do acusado.
O interrogatório não é só meio de prova, mas também um meio de defesa. Assim, o réu tem
o direito de não comparecer ao ato, sem que isso gere contra ele consequências negativas,
como a decretação de prisão ou a condução coercitiva. De igual modo, tem o direito de, com-
parecendo, permanecer em silêncio quanto ao fato a ele imputado, o que não pode ser utiliza-
do em seu desfavor pelo magistrado, quando da análise do mérito.
No interrogatório do réu, o juiz inicia com as perguntas. Após, são admitidas perguntas
complementares das partes. É o que dispõe o art. 188 do CPP: “após proceder ao interroga-
tório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as
perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante”.
8º) Pedido de Diligências.
Nos termos do art. 402 do CPP, “produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério
Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução”.
Assim, não é instante para requerimento de diligências que já poderiam ter sido solicitadas
desde o início do procedimento, mas sim aquelas cuja necessidade decorra de circunstâncias
ou fatos apurados na instrução. Como exemplo: testemunha diz que tanto visualizou o fato,
como o sistema de segurança de sua residência filmou todo o crime, o que era desconhecido

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até então pelas autoridades. Essa prova pode ser de interesse tanto da acusação quanto da
defesa. Ademais, importa para a busca da verdade.
O juiz também pode indeferir diligências que se mostrem irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias.

Não há previsão de pedido de diligências no procedimento sumário. Apesar disso, na prá-


tica, visando à busca da verdade, diante do pedido da parte, o juiz poderá deferir eventuais
diligências.

9º) Alegações orais.


Ao final da instrução, as partes irão se manifestar, com o objetivo de influenciar o conhe-
cimento do juiz.
As alegações serão orais, em audiência:
• Se não houver requerimento de diligências ou quando o requerimento de diligências for
indeferido.

Para tanto, o prazo para as alegações orais será de:


• 20 minutos para o MP e para a defesa, prorrogáveis por mais 10 minutos.
• Se houver mais de um acusado: o tempo é individual, para a defesa de cada um deles.
• Se houver assistente da acusação: tem direito a 10 minutos e, nesse caso, a defesa,
tem mais 10 minutos.

Sendo apresentadas alegações orais, o juiz proferirá, a seguir, sentença, nos termos do
art. 403 do CPP.
Ainda que não haja diligências a serem realizadas, o juiz poderá, considerada a complexi-
dade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias suces-
sivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, o juiz terá o prazo de 10 (dez) dias
para proferir a sentença.
Portanto, e só para resumir: a regra são alegações orais. Excepcionalmente, as alegações
finais serão por memoriais, nos seguintes casos:
1. Quando houver o deferimento de pedido de diligências que não podem ser realizadas
imediatamente.
2. Diante da complexidade da causa e/ou
3. Diante da pluralidade de acusados.

Não há previsão de substituição de alegações finais orais por memoriais no procedimento


comum sumário. Aqui, mais uma diferença entre os procedimentos! Apesar disso, pode acon-
tecer na prática, o que é tratado como mera irregularidade.

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Caso o Ministério Público deixe de apresentar alegações orais, há entendimento no sen-


tido de que se cuida de tentativa de desistência do processo, o que não se pode admitir, sob
pena de se ferir o princípio da indisponibilidade da ação penal pública. Em razão disso, seria
hipótese de aplicação do art. 28 do CPP. Por outro lado, cuidando-se de ação penal privada, a
não apresentação de alegações finais pelo querelante é hipótese de perempção (art. 60, III do
CPP), salvo se estivermos diante de ação penal privada subsidiária da pública, caso em que,
diante da inércia do querelante, o Ministério Público apresentará as alegações finais.
Quanto ao acusado, é imprescindível a apresentação de alegações finais. Assim, se o
advogado não apresentar as alegações no prazo fixado, o juiz deverá determinar a intimação
do acusado para que constitua novo advogado. Se esse chamamento não for atendido, o juiz
nomeará defensor para que apresente as alegações orais. Não o fazendo, estaremos diante
de uma nulidade absoluta, nos termos da súmula 523 do STF: “no processo penal, a falta da
defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de
prejuízo para o réu”.
Por se tratar de peça imprescindível, a apresentação das alegações finais fora do prazo
legal é mera irregularidade.
Se a peça apresentada pela defesa for deficiente, por exemplo, resumir-se a dizer: “o réu
é inocente” ou, pior ainda, “diante da prova da culpa, peço a condenação do réu”, o juiz deve
considerar o réu indefeso e destituir a defesa. Nesse caso, deve intimar o réu para constituir
novo advogado. Caso o réu permaneça inerte, será nomeado defensor para apresentação das
alegações finais.
10) Sentença.
Por fim, após toda a instrução probatória e apresentadas as alegações finais, o juiz irá
proferir sentença, que é objeto de aula própria.
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO:

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3. Procedimento Comum Sumário


Como prometido, vamos falar sobre o procedimento comum sumário em pouquíssimas
linhas. Por que isso? Porque temos a base dele já toda construída: vale tudo o que já estuda-
mos quanto ao procedimento comum ordinário, com as pouquíssimas distinções que tratare-
mos agora. O procedimento comum sumário está tratado nos arts. 531 a 538 do CPP. Vamos
ao trabalho?

3.1. Hipóteses de Cabimento do Procedimento Comum Sumário


a. Quando a pena for superior a 2 anos e inferior a 4 anos (até 2 anos – Juizados Especiais
Criminais).
b. Infrações de menor potencial ofensivo que precisem ser deslocadas do Juizado para o juí-
zo comum, nos termos do art. 538, CPP. Quando isso vai acontecer? Temos aqui duas situações:
• Complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação de denúncia,
nos termos do art. 77, § 2º da Lei n. 9.099/95, como por exemplo, diante de vários au-
tores, várias vítimas, provas complexas.

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• Quando o réu não for encontrado para ser citado, por estar em local incerto e não
sabido. Diante da impossibilidade de citação por edital nos Juizados, nos termos do
parágrafo único do art. 66 da Lei n. 9.099/1995, os autos serão remetidos para o juízo
comum.

Assim, encaminhados os autos para o juízo comum, o procedimento a ser adotado é o


comum sumário, a despeito da possibilidade, ainda assim, de serem aplicados os institutos
despenalizadores da Lei n. 9.099/1995, se preenchidos os requisitos legais.

3.2. Distinção entre o Procedimento Comum Ordinário e o Sumário


Para facilitar nossa vida, vou apresentar as distinções em forma de quadro:

Procedimento Comum Ordinário Procedimento Comum Sumário


Até 8 testemunhas. Até 5 testemunhas.
aplicado aos crimes cuja pena máxima seja
aplicado aos crimes cuja pena máxima seja
igual ou superior a 4 anos (ex.: furto);
inferior a 4 anos e superior a 2 anos.

60 dias para a realização da audiência. 30 dias para a realização da audiência.


Não há previsão legal para o requerimento de
É possível o requerimento de diligências (art. diligências. É possível, entretanto, que o juiz,
402 do CPP). com base no princípio da verdade real, conceda
o direito de as partes requererem diligências.
Não há previsão legal de substituição das
As alegações orais podem ser substituídas por
alegações orais por memoriais.
memoriais:
Na prática, a despeito da inexistência de
a) quando houver pedido de diligência;
previsão legal, pode haver a substituição,
b) em virtude da complexidade da causa e/ou
sendo hipótese de mera irregularidade
do número de acusados.
processual.

Pronto! Acredita que isso é tudo? Você já sabia de todas essas diferenças, pois já havia
adiantado ao tratar do procedimento comum ordinário. Aqui foi mesmo apenas para sedi-
mentar o conhecimento, tá bom?
Com isso, finalizamos o estudo do procedimento comum ordinário e sumário. Só falta
agora testar seus conhecimentos nas questões propostas ao final da nossa aula.

4. Procedimento Sumaríssimo
A Lei n. 9.099/1995, Lei dos Juizados Especiais, traz o denominado procedimento sumarís-
simo. Importa, para os fins do nosso concurso e desta nossa aula, o estudo do procedimento.

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Quais infrações penais que seguirão o procedimento sumaríssimo? Nos termos do art. 61
da Lei n. 9.099/1995, consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contra-
venções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada
ou não com multa.
Assim, é a análise da pena máxima cominada em abstrato para determinado tipo penal
quem irá dizer se estamos ou não diante de um crime de menor potencial ofensivo, de modo
a poder ser aplicado o procedimento sumaríssimo.
Lembrando: em caso de concurso material de crimes, as penas máximas cominadas abs-
tratamente devem ser somadas para verificar qual o procedimento cabível. De igual modo,
deve ser aplicada a exasperação da pena prevista em lei, cuidando-se de crimes praticados
em concurso formal ou em continuidade delitiva.

4.1. Princípios Orientadores


O art. 62 da Lei n. 9.099/1995 dispõe que “o processo perante o Juizado Especial orien-
tar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e ce-
leridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
aplicação de pena não privativa de liberdade”.
Desse dispositivo podemos extrair a finalidade do procedimento sumaríssimo: propiciar,
sempre que possível, a reparação dos danos que a vítima sofreu, bem como aplicar pena não
privativa de liberdade. Por isso que falamos que a Lei n. 9.099/1995 traz os chamados insti-
tutos despenalizadores, que serão estudados adiante.

4.2. Procedimento Sumaríssimo – Fase Pré-Processual


Vamos entrar no tema que nos interessa diretamente: o estudo do procedimento sumarís-
simo, como se dá a atuação do Estado quando do conhecimento da prática de uma infração
penal de menor potencial ofensivo. Esse tópico é um dos mais cobrados dentro deste assunto.
Primeiro ponto é o seguinte: aqui não teremos um inquérito policial, mas sim um termo
circunstanciado, o qual será encaminhado ao juizado especial, visando a que seja realizada
uma audiência preliminar. Nesta audiência, poderemos ter a composição civil dos danos ou a
transação penal – institutos despenalizadores, previstos na Lei n. 9.099/1995.
E o que seria o termo circunstanciado? Cuida-se de procedimento pré-processual, a ser
lavrado quando da apuração de uma infração de menor potencial ofensivo. Tal qual o inqué-
rito, visa a que sejam colhidos elementos que demonstrem materialidade e autoria. Por outro
lado, o termo circunstanciado é “mais simples”.
Nos termos do art. 69 da Lei n. 9.099/1995, “a autoridade policial que tomar conhecimen-
to da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado,
com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais neces-

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sários”. Acrescenta o parágrafo único que “ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não
se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança”.
Em sequência, será designada uma audiência preliminar, em que poderá se dar:
A) Composição civil dos danos.
Está prevista no art. 74 da Lei n. 9.099/1995. Cuida-se de um acordo, a ser homologado
pelo juiz. Por se cuidar de um ajuste de vontades, a sentença que homologa a composição
civil dos danos é irrecorrível. Perceba: como o objetivo da lei é a reparação dos danos, afas-
tando a aplicação de uma pena privativa de liberdade, a composição civil dos danos atende
bem a esse papel, pois a vítima receberá o valor correspondente ao dano sofrido, ao passo
que o autor da infração não terá uma sanção penal.
Em caso de descumprimento do acordo, estaremos diante de um título executivo judicial,
que deverá ser executado no juízo cível.
Dispõe o parágrafo único do art. 74 que tratando-se de ação penal de iniciativa privada
ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a
renúncia ao direito de queixa ou representação. Vale dizer: com a homologação do acordo,
não poderemos ter ação penal, em se tratando de ação penal de iniciativa privada ou de ação
penal pública condicionada. Por outro lado, em caso de ação penal pública incondicionada, o
mesmo resultado prático não ocorrerá, ou seja, permanece a possibilidade de ajuizamento da
respectiva ação penal, tendo a composição civil de danos efeitos apenas no que diz respeito
a uma possível ação cível.
Se durante a audiência não se chegar a um acordo de composição civil dos danos, abre-
-se a possibilidade de a vítima oferecer a representação (em casos de crimes de ação penal
pública condicionada à representação). Caso a vítima não o faça na própria audiência, ainda
terá a chance de fazê-lo, desde que dentro do prazo decadencial (art. 38 do CPP).
Havendo a representação, aí sim poderemos avançar no procedimento, abrindo-se a pos-
sibilidade de realização da transação penal.
B) Transação penal
A transação penal está prevista no art. 76 da Lei n. 9.099/1995, que diz:

Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo
caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

Perceba que a lei fala do cabimento da transação penal na ação penal pública incondicio-
nada ou condicionada à representação (o que fica claro ao afirmar “havendo representação
ou...”). O primeiro questionamento que se faz aqui é quanto ao cabimento da transação penal
em crimes de ação penal privada. A questão é controvertida tanto na doutrina quanto na ju-
risprudência. Prevalece, no entanto, o entendimento no sentido de ser sim possível a transa-

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ção penal também nos crimes de ação penal de iniciativa privada (assim como a suspensão
condicional do processo).
Sempre caberá transação penal? Não, a lei traz vedações, dispostas no §2º do art. 76,
afirmando que não caberá transação penal se ficar comprovado:
• ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liber-
dade, por sentença definitiva. Note que é necessário o trânsito em julgado da condena-
ção anterior, para impedir o benefício, bem como que a condenação pretérita seja por
CRIME e que tenha sido cominada PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.
• ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo. Vale dizer: se o autor foi beneficiado
com transação penal anteriormente, deve-se verificar se esse benefício foi concedido
nos 5 anos anteriores, pois isso irá implicar em vedação à transação penal. Cuidado para
não confundir! A transação penal não implica em reincidência, sequer em maus antece-
dentes. Ela apenas impede a concessão de benefício semelhante nos próximos 5 anos.
• não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

Mas o que é a transação penal? Aqui teremos uma proposta feita pelo Ministério Públi-
co, de aplicação imediata de uma pena restritiva de direitos ou de multa. Sendo cabível a
transação penal, e aceita a proposta, o juiz proferirá sentença homologatória. Atenção! Aqui,
diferentemente do que acontece na composição civil de danos, a sentença que homologa a
transação penal é passível de ser atacada por meio de recurso de apelação.
Cuidado também! Aqui não temos uma sentença condenatória, pois não há reconheci-
mento de culpa. O ajuste é feito pelo autor do fato com o Ministério Público visando justa-
mente a afastar a persecução penal e uma possível imposição de pena.
E muita atenção do que vou dizer agora: também diferentemente do que acontece na com-
posição civil de danos, o descumprimento da transação penal tem repercussões aqui, na sea-
ra penal. Veja o que diz a súmula vinculante 35: “a homologação da transação penal prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas,
retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da per-
secução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial”.
Assim, não cumprida a transação penal, o Ministério Público irá tomar as providências
cabíveis para que seja dada continuidade à persecução penal.
E se não for celebrada a transação penal, por não ser cabível, ou por não ter o autor da in-
fração aceitado a proposta? Nesse caso, vamos iniciar o procedimento sumaríssimo propria-
mente dito, pois, até aqui, estamos em uma fase pré-processual. Note que não falamos, em
nenhum instante, em que já foi iniciada a ação penal: sequer houve oferecimento de denúncia
ou queixa. E é isso que iremos estudar agora.

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4.3. Procedimento Sumaríssimo – Fase Processual


Se não for realizada a composição civil dos danos, sequer a transação penal, o Ministério
Público irá oferecer denúncia. A peça inicial pode ser oferecida de forma oral, hipótese em que
será reduzida a termo.
A denúncia é elaborada com base no termo circunstanciado, sendo dispensado o inquéri-
to policial. De igual modo, desnecessário o exame de corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente. Cuidando-se de ação penal
de iniciativa privada, poderá ser oferecida queixa oral, a qual também será reduzida a termo.
Constatada a complexidade da causa, será declinada a competência para o juízo comum,
assim como na hipótese de não localização do autor do fato para ser citado – não se procede
a citação por edital nos juizados especiais.
Após o oferecimento da denúncia ou da queixa, o acusado será citado e cientificado da
audiência de instrução e julgamento. Essa determinação de citação do acusado é feita sem
valoração quanto ao recebimento ou rejeição da peça inicial acusatória.
Na audiência, será dada a palavra à defesa, para apresentar resposta à acusação. Após a
resposta, aí sim irá o juiz decidir quanto ao recebimento ou rejeição da denúncia ou da queixa,
também na própria audiência. Da decisão que rejeita a denúncia ou a queixa, caberá apelação,
no prazo de 10 dias, da qual devem constar as razões e o pedido.
Se o juiz receber a denúncia ou a queixa, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acu-
sação e defesa e, por fim, será interrogado o acusado. Na sequência, ocorrerão os debates
orais e a prolação da sentença.
De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo juiz e pelas partes, con-
tendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.
A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do juiz.

4.4. Suspensão Condicional do Processo


Dispõe o art. 89 da Lei n. 9.099/1995 que “nos crimes em que a pena mínima cominada
for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao ofere-
cer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que
o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, pre-
sentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do
Código Penal)”.
Da leitura do dispositivo legal, portanto, podemos extrair os requisitos para que seja defe-
rida a suspensão condicional do processo:
1) pena mínima em abstrato igual ou inferior a um ano (cuidado para não confundir esse
ponto! Aqui temos de nos atentar à pena mínima!).

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Em caso de concurso de crimes ou de continuidade delitiva, deve-se observar entendimen-


to sumulado:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 243 STJ – O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação
às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade
delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 723-STF – Não se admite a suspensão condicional do processo por crime con-
tinuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de
um sexto for superior a um ano.

2) o acusado não estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime.
A existência de inquérito policial em curso não impede a proposta, mas ação penam em
curso sim!

A suspensão condicional do processo se aplica a processos que estejam ou não abrangidos


pela Lei n. 9.099/1995, ou seja, tanto às infrações de menor potencial ofensivo quanto às de-
mais, desde que preenchidos os requisitos legais.

Atenção também ao que diz a Súmula 696 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo,
mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão
ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.

O período de prova é de 2 a 4 anos. Durante o prazo de suspensão, não correrá a prescri-


ção da pretensão punitiva estatal.
Cumpridas as condições, ao final do período fixado, será declarada a extinção da pu-
nibilidade.
Se a proposta for aceita pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo
a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as
seguintes condições (art. 89, §1º):

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I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo
II – proibição de frequentar determinados lugares
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz.
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades.

Ademais, o juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
Revogação obrigatória – a suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário
vier a ser processado por outro CRIME ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do
dano (descumprimento desta específica condição).
Revogação facultativa – a suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser pro-
cessado, no curso do prazo, por CONTRAVENÇÃO, ou descumprir QUALQUER OUTRA condi-
ção imposta.
Revogada a suspensão, ou caso o acusado não a aceite, o processo prosseguirá.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 337 do STJ – É cabível a suspensão condicional do processo na desclassifica-
ção do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.

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RESUMO
Procedimento

Será especial ou comum. O procedimento comum será:


• ordinário – crimes punidos com pena máxima igual ou superior a 4 anos.
• sumário – crimes punidos com pena máxima superior a 2 anos e menor que 4 anos.
• sumaríssimo – contravenções penais e crimes punidos com pena máxima igual ou
inferior a 2 anos.
• devem ser consideradas as qualificadoras, bem como as causas de aumento e de dimi-
nuição de pena. Devem ser desconsideradas as agravantes e atenuantes.
• em caso de concurso de crimes, considerar a totalidade de crimes.

Procedimento Comum Ordinário

• oferecimento da denúncia ou da queixa.


• rejeição da denúncia ou da queixa quando manifestamente inepta, faltar condição da
ação ou pressuposto processual, faltar justa causa para o exercício da ação penal (art.
395, CPP). Contra essa decisão, cabe RESE.
• recebida a denúncia ou a queixa, será o réu citado para, em 10 dias, apresentar a res-
posta à acusação.
• o juiz absolverá sumariamente o réu quando verificar: I) a existência manifesta de cau-
sa excludente da ilicitude do fato; II) a existência manifesta de causa excludente da cul-
pabilidade, salvo inimputabilidade; III) que o fato narrado evidentemente não constitui
crime; IV) extinta a punibilidade do agente.
• se não for absolvido sumariamente o réu, será designada audiência de instrução e jul-
gamento.
• no procedimento comum ordinário, a audiência deverá ser realizada em 60 dias (no
sumário, em 30 dias).
• As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as considera-
das irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
• na AIJ teremos: 1. Oitiva do ofendido, se possível; 2. Oitiva das testemunhas de acusa-
ção e de defesa, nessa ordem. As perguntas serão feitas de forma direta e, em sequên-
cia, cruzada: MP inicia as perguntas as suas testemunhas, seguido da defesa. Na oitiva
das testemunhas de defesa, esta começa perguntando, seguida da acusação. O juiz
complementa as perguntas, se houver necessidade. Podem ser ouvidas até 8 testemu-
nhas da acusação e 8 da defesa, por fato criminoso. Nesse número, não se incluem as
que não prestam compromisso e nem as referidas. A parte pode desistir da inquirição
de qualquer testemunha, sem necessidade de concordância da parte contrária, res-
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salvada a possibilidade de o juiz ouvi-las como testemunhas do juízo. Em sequência,


haverá os esclarecimentos dos peritos, se houve prévio requerimento das partes; as
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas. O interrogatório é o último ato
de instrução processual. Aqui o juiz procede às perguntas, podendo as partes apenas
complementar.
• Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o as-
sistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine
de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.
• Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alega-
ções finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa,
prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
• Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte,
a audiência será concluída sem as alegações finais.
• O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conce-
der às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memo-
riais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
• O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
• Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas
partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IBFC/PAPILOSCOPISTA POLICIAL DE 3ª CLASSE/PC-RJ/2014) A respeito da suspensão
do processo e das condições impostas no período de prova ao acusado, previstas no artigo
89 da Lei n. 9.099/95, assinale a alternativa correta:
a) Expirado o prazo sem revogação, o Juiz marcará audiência com o réu para analisar se é o
caso de extinguir a punibilidade.
b) A suspensão será obrigatoriamente revogada se o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
c) A prescrição será interrompida durante o prazo de suspensão do processo.
d) O Juiz não poderá especificar outras condições que a fica subordinada a suspensão além
daquelas previstas no artigo 89 da Lei n. 9.099/95.
e) A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

002. (IBFC/ESCRIVÃO SUBSTITUTO/PC-SE/2014) A respeito da transação penal, prevista no


artigo 76 da Lei n. 9.099/1995, assinale a alternativa que corresponde ao entendimento do
Supremo Tribunal Federal sobre o tema.
a) A homologação da transação penal faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláu-
sulas, somente pode ser retomada a situação anterior mediante instauração de inquérito po-
licial para apurar novos fatos, sem prejuízo da ocorrência de crime de desobediência.
b) A homologação da transação penal faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláu-
sulas, cabe ao Ministério Público remeter os autos para Delegacia de origem para lavratura de
novo Termo Circunstanciado.
c) A homologação da transação penal não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continui-
dade da persecução penal mediante novo Termo Circunstanciado.
d) A homologação da transação penal não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a conti-
nuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquéri-
to policial.

003. (IBFC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PR/2014) Quanto aos pro-


cedimentos, assinale a alternativa correta:
a) O procedimento comum será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade e para as infrações
penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
b) O procedimento comum será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
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c) O procedimento comum será sumaríssimo quando tiver por objeto crime cuja sanção má-
xima cominada seja inferior a 1 (um) ano de pena privativa de liberdade.
d) Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, ordinário e sumário as disposi-
ções do procedimento sumaríssimo.

004. (IBFC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PR/2014) Em relação às


Súmulas do Superior Tribunal de Justiça, em matéria de direito processual penal, assinale a
incorreta:
a) Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se se desnecessária intimação
da data da audiência no juízo deprecado.
b) Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por exces-
so de prazo.
c) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o
seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
d) Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante
cheque sem provisão de fundos.

005. (IBFC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PR/2014) Assinale a al-


ternativa correta:
a) Segundo estabelece a Lei n. 9.099/95 (Lei do Juizado Especial Criminal), oferecida a de-
núncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará
citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instru-
ção e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o respon-
sável civil e seus advogados.
b) Segundo estabelece a Lei n. 9.099/95 (Lei do Juizado Especial Criminal), as testemunhas
arroladas serão intimadas por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tra-
tando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recep-
ção, independentemente de sua identificação, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, in-
dependentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de
comunicação.
c) Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas do Código
de Processo Penal e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que
não conflitarem com o estabelecido na Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). O Código de
Processo Civil não poderá ser aplicado nem mesmo de forma subsidiária.
d) É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de pe-
nas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, sendo admissível, entretanto, a subs-
tituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

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006. (IBFC/ANALISTA DE PROMOTORIA/MPE-SP/2013) Leia as seguintes assertivas, refe-


rentes ao procedimento comum:
I – O procedimento comum pode ser ordinário, sumário ou especial.
II – O procedimento será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima comina-
da seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
III – O juiz poderá determinar a emenda da denúncia ou queixa quando identificar a falta de
algum pressuposto processual.
IV – O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, prorrogar
o prazo para alegações finais por mais 20 (vinte) minutos. Nesse caso, terá o prazo de 10
(dez) dias para proferir a sentença.
Está CORRETO, apenas, o que se afirma em:
a) II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

007. (IBFC/ANALISTA DE PROMOTORIA/MPE-SP/2013) Com relação à fase preliminar do


processo em trâmite no Juizado Especial Criminal, NÃO está correto o que se afirma em:
a) Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
medida alternativa restritiva de direitos ou multa, a ser especificada na proposta.
b) Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferente-
mente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da
Justiça Criminal.
c) Na hipótese de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
d) O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do
direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
e) A imposição de medida alternativa restritiva de direitos ou multa, decorrente de proposta
do Ministério Público e aceita pelo autor da infração, não constará de certidão de anteceden-
tes criminais, mas produz efeitos civis, cabendo aos interessados propor a execução no juízo
cível competente.

008. (IBFC/PERITO CRIMINAL/PC-RJ/2013) De acordo com a Lei n. 10.259, de 12 de julho de


2001, que dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da
Justiça Federal, é correto afirmar que para efetuar o exame técnico necessário à conciliação
ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo:
a) até três dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.
b) no dia anterior à audiência, independentemente de intimação das partes.

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c) até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.


d) até sete dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.
e) até quatro dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.

009. (IBFC/OFICIAL DE PROMOTORIA/MPE-SP/2011) Considera-se fundamento para rejei-


ção da denúncia oferecida pelo Ministério Público:
a) a ausência de rol de testemunhas no corpo da exordial acusatória.
b) a inexistência de cota introdutória com descrição pormenorizada do fato delituoso e escla-
recimento da autoria.
c) a ausência de justa causa para o exercício da ação penal pública.
d) a presença de pressupostos processuais imprescindíveis ao exercício da ação penal.

010. (TRF-3ªREGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF-3ªREGIÃO/2016) Pensando na hipó-


tese de, após a apresentação de resposta à acusação, o magistrado se convencer da falta de
justa causa para a ação penal, assinale qual hipótese é verdadeira:
a) O magistrado terá que deixar a ação correr, pois não lhe compete conceder habeas corpus
contra si próprio;
b) O magistrado deverá absolver sumariamente o acusado, sem especificar nenhum inciso do
artigo 397 do Código de Processo Penal;
c) O magistrado poderá rejeitar a denúncia, dado que o primeiro recebimento, conforme parte
da doutrina, ocorre a título precário;
d) O magistrado deverá enviar os autos ao titular da ação, para que diga se concorda em re-
tirar a denúncia.

011. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJAM/2016) Em se tratando de procedimento


comum ordinário, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar que
a) a punibilidade está extinta em razão da ocorrência da prescrição da pretensão punitiva em
perspectiva.
b) o fato foi cometido em situação de manifesta inexigibilidade de conduta diversa.
c) estão ausentes indícios mínimos de autoria e materialidade do fato supostamente praticado.
d) o acusado é portador de doença mental, atestada por laudo médico oficial, e inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
e) o fato foi cometido em estrita obediência a ordem manifestamente ilegal.

012. (MS CONCURSOS/DELEGADO DE POLÍCIA/PCPA/2012) Nos procedimentos ordinário


e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-
-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de
10 (dez) dias. Após recebida a resposta, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado
quando verificar:

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I – extinta a punibilidade do agente.


II – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato.
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime.
IV – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente.
Diante dessas informações, assinale a alternativa correta:
a) Somente as assertivas I e III estão incorretas.
b) Somente as assertivas II e III estão incorretas.
c) Somente a assertiva IV está incorreta.
d) Somente a assertiva I está incorreta.
e) Todas as assertivas estão incorretas.

013. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJAL/2015) Considere as seguintes assertivas:


I – Umas das diferenças previstas no Código de Processo Penal entre o rito ordinário e o su-
mário é a previsão do prazo para a realização da audiência de instrução e julgamento.
II – O Ministério Público, o querelante, o assistente e o acusado poderão requerer diligências,
desde que tal necessidade decorra de circunstâncias e fatos apurados na instrução.
III – O prazo para alegações finais após o deferimento de diligências será de 3 dias.
IV – Adotando o procedimento do júri o método de inquirição direta, acusação e defesa, mas
não os jurados, poderão perguntar diretamente às testemunhas.
V – Conforme o STJ, a resposta preliminar prevista no artigo 514 do Código de Processo Pe-
nal para o julgamento de crimes praticados por funcionários públicos é corolário da ampla
defesa e não pode ser afastada.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e V.
b) I, III e V.
c) III e IV.
d) I, II, IV.
e) II, IV e V.

014. (MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-SP/2015) Assinale a alternativa correta:


a) No procedimento ordinário, o Juiz de Direito, depois de receber a denúncia, determinará a
citação do réu para o oferecimento de defesa escrita, que não é, entretanto, obrigatória.
b) A inobservância do princípio da identidade física do juiz é causa de nulidade absoluta, mes-
mo em face da promoção do magistrado que tenha presidido a instrução.
c) O advogado deverá ser intimado da data da audiência designada no juízo deprecado.
d) A pendência de cumprimento de carta precatória impede o julgamento do feito.
e) Todas as alternativas estão incorretas.

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015. (FUNIVERSA/DELEGADO DE POLÍCIA/PCDF/2015) Assinale a alternativa correta acerca


do procedimento penal.
a) O princípio da identidade física do juiz não se aplica ao processo penal.
b) As provas devem ser produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as conside-
radas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
c) No procedimento ordinário, após o oferecimento da denúncia, o juiz, recebendo-a, mandará
desde logo designar dia e hora para o interrogatório do réu.
d) A absolvição sumária é instituto exclusivo do rito do júri popular.
e) O princípio da identidade física do juiz aplica-se ao processo penal por construção juris-
prudencial, não sendo previsto no CPP.

016. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ DE DIREITO/TJDFT/2014) Tiago foi processado pelos crimes


de roubo e corrupção de menores. Citado, indicou advogado para patrocinar sua defesa, não
tendo, no entanto, sido apresentada resposta no prazo legal, o que levou o juiz a nomear a DP
para apresentar defesa. Na peça processual, foram arroladas oito testemunhas, além da mãe
e do pai do acusado, bem como apresentada documentação comprovando que, no dia e hora
dos fatos narrados na denúncia, o acusado estava trabalhando em outro país. A resposta foi
recebida e designada audiência de instrução e julgamento. Após a colheita do depoimento
da vítima e das testemunhas presentes, verificou-se a necessidade de oitiva de testemunhas
de acusação residentes em outro estado da Federação. Assim, procedeu-se ao interrogatório
do acusado. As partes requereram diligências e, após o cumprimento destas, abriu-se vista
a acusação e defesa, para o oferecimento de alegações finais por memoriais. Os autos foram
conclusos ao juiz substituto, visto que o titular, que presidira a sessão, estava de férias.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Convencido de que Tiago não tivesse concorrido para a prática dos crimes narrados na
denúncia, o juiz poderia tê-lo absolvido sumariamente quando do recebimento da resposta
à acusação.
b) O juiz agiu corretamente ao realizar a oitiva das testemunhas de defesa e, em seguida, in-
terrogar o acusado antes de colhido o depoimento das testemunhas de acusação faltantes.
c) Ao receber a resposta à acusação, o juiz deveria ter determinado que a defesa adequasse
seu rol de testemunhas ao número legal.
d) O juiz substituto não poderá proferir a sentença, visto que não presidiu a instrução.
e) O juiz não poderia nomear a DP para patrocinar a defesa de Tiago, já que este possuía ad-
vogado particular.

017. (ACAFE/DELEGADO DE POLÍCIA/PCSC/2014) Ante as disposições do Código de Proces-


so Penal, analise as afirmações a seguir.
I – O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo.
II – O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima comi-
nada for igual ou superior a 3 (três) anos de pena privativa de liberdade.

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III – O procedimento será sumário sempre que tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a 3 (três) anos de pena privativa de liberdade.
IV – O procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial ofensivo,
na forma da lei.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Todas as afirmações estão corretas.

018. (MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-MG/2014) Sobre o procedimento comum su-


mário, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Cabível quando a ação penal tiver objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual
ou inferior a 4 (quatro) anos.
b) A audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada em até 30 (trinta) dias.
c) A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da
audiência.
d) Poderá ser aplicado nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o magistra-
do do juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes.

019. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-SC/2014) No procedimento comum, dispõe o


Estatuto Processual Penal, que o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando ve-
rificar: a) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; b) a existência ma-
nifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; c) que o fato
narrado evidentemente não constitui crime; d) extinta a punibilidade do agente.

020. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PE/2014) No procedimento comum:


a) incabível a rejeição da denúncia quando faltar justa causa para o exercício da ação penal,
circunstância que só pode conduzir à absolvição sumária
b) o acusado, na resposta, apenas poderá alegar tudo o que seja de interesse de sua defesa
quanto ao mérito da acusação.
c) caberá a absolvição sumária quando o juiz verificar a existência manifesta de qualquer
causa excludente da culpabilidade.
d) a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, mas ao ma-
gistrado é facultado ouvi-la como testemunha do juízo.
e) a sentença sempre pode ser proferida por juiz diverso do que tenha presidido a instrução.

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021. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJRJ/2014) Em processo que tramita pelo rito comum or-
dinário, que conta com 3 (três) acusados e um assistente do Ministério Público que faz uso
da palavra, o tempo reservado ao defensor de cada acusado nos debates orais, como regra,
em minutos, é de
a) 30 (trinta).
b) 10 (dez).
c) 15 (quinze).
d) 20 (vinte).

022. (FCC/JUIZ/TJAP/2014) No que toca aos procedimentos, o Código de Processo Penal


estabelece que
a) o procedimento será comum ou sumário.
b) não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor,
o Juiz determinará a suspensão do processo e do prazo prescricional.
c) o procedimento sumário tem por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual ou
inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade.
d) as disposições atinentes à rejeição da denúncia ou queixa, apresentação de resposta à
acusação e absolvição sumária aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro
grau, ainda que não regulados pelo Código de Processo Penal.
e) no caso de citação por edital, o prazo para a defesa apresentar resposta à acusação come-
çará a fluir a partir da nomeação do defensor nomeado.

023. (FCC/JUIZ/TJ-AP/2014) Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia


ou queixa, o Juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado
para responder à acusação. Apresentada a resposta, NÃO é causa expressa de absolvição
sumária, de acordo com o Código de Processo Penal,
a) a extinção da punibilidade do agente.
b) a inépcia manifesta da denúncia.
c) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato.
d) a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimpu-
tabilidade.
e) o fato narrado evidentemente não constituir crime.

024. (MPE-PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-RR/2013) Sobre procedimento, é corre-


to afirmar:
a) No procedimento ordinário, o juiz poderá substituir as alegações orais das partes por me-
moriais, somente se há complexidade do caso penal e número elevado de acusados;
b) No procedimento comum, o rito será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção
máxima cominada seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;

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c) No rito da Lei n. 9.099/95 não se prevê defesa escrita, sendo que após o recebimento da
denúncia em audiência, cabe ao advogado do autor do fato apresentar defesa oral;
d) Não estatuindo a lei antidrogas nenhuma medida cautelar de caráter pessoal, as medi-
das do Código de Processo Penal aplicam-se subsidiariamente, por expressa previsão da
lei especial;
e) Pelo rito ordinário do CPP, se após a defesa escrita o juiz constata que, pela pena máxima
cominada ao delito imputado na denúncia incide a prescrição, absolverá sumariamente o réu.

025. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-AL/2012) Nos procedimentos ordinário


e sumário, após o interrogatório do réu em juízo, este deverá, por intermédio de seu advogado,
apresentar defesa prévia, no prazo de 10 dias, ocasião em que poderão ser arguidas prelimi-
nares, teses defensivas, arrolar testemunhas e oferecer documentos.

026. (INSTITUTO CIDADES/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-GO/2010) Em relação à instrução cri-


minal no Código de Processo Penal, há os seguintes procedimentos:
a) comum ou especial, sendo que o especial se classifica em ordinário, sumário e sumaríssimo.
b) comum, que se classifica em ordinário, sumário e sumaríssimo, sendo que o ordinário tem
lugar quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou inferior a
quatro anos.
c) comum, que se classifica em sumaríssimo, sumário e ordinário, sendo que o sumaríssimo
se aplica quando tiver por objeto infrações penais cuja pena privativa de liberdade não seja
inferior a dois anos.
d) comum e especial, sendo que o comum se classifica em sumário e sumaríssimo e o espe-
cial se classifica em sumário.
e) os procedimentos são comum e especial, sendo que o comum se classifica em ordinário,
sumário e sumaríssimo, sendo este último aplicado para as infrações penais de menor poten-
cial ofensivo, na forma da lei.

027. (NC-UFPR/JUIZ/TJ-PR/2012) A Lei n. 11.719/08 acrescentou o art. 396-A ao Código de


Processo Penal, garantindo ao acusado a apresentação de resposta à denúncia. O que pode
o Juiz fazer em face de tal ato da defesa?
a) Rejeitar a denúncia, exercendo o juízo de admissibilidade negativo, em razão da relevância
dos fundamentos da defesa.
b) Não oferecida a resposta no prazo legal de dez (10) dias, decretar a revelia do acusado,
prosseguindo-se, então, na ação penal.
c) Absolver sumariamente o acusado, uma vez que o juízo de admissibilidade da denúncia an-
tecede a citação para a resposta, desde que o Juiz verifique a presença de uma das causas de
excludente de ilicitude, de culpabilidade ou quando o fato evidentemente não constitui crime.
d) Determinar a suspensão do processo quando o réu não for encontrado para a citação, sus-
pendendo o curso do prazo prescricional e determinando o arquivamento provisório dos autos.

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028. (INSTITUTO CIDADES/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AM/2011). Assinale a alternativa cor-


reta. No processo comum, o Juiz absolverá sumariamente o réu:
a) provado não ser ele apenas participe do fato
b) quando verificar a existência de causa excludente de ilicitude, ainda que dependa de dila-
ção probatória prévia
c) quando verificar a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente,
salvo inimputabilidade, se esta for a única tese defensiva.
d) quando verificar que o fato narrado possa não vir a constituir crime.
e) extinta a punibilidade do agente, exceto nos casos de prescrição, decadência ou perempção.

029. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-CE/2011) No âmbito do Código de Processo Penal


o procedimento comum é dividido segundo os seguintes critérios:
a) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou supe-
rior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime
cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
e sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo.
b) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou supe-
rior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada seja superior a 4 (quatro) e inferior a 8 (oito) anos de pena privativa
de liberdade; e sumaríssimo, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
c) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou su-
perior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; sumário, para as infrações penais de
menor potencial ofensivo; e do júri para os crimes dolosos contra a vida.
d) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou su-
perior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime
cuja sanção máxima cominada seja inferior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade;
sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo; e do júri para os crimes
dolosos contra a vida.
e) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou supe-
rior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada seja inferior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; suma-
ríssimo quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade; e do júri para os crimes dolosos contra a vida.

030. (TJ-RO/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-RO/2011) A respeito dos ritos no Processo Penal, indique


a única alternativa CORRETA:

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a) Para se identificar o rito processual basta verificar a pena mínima referente a cada delito
presente no próprio tipo penal.
b) O rito Ordinário é destinado aos crimes punidos com reclusão, com pena igual ou supe-
rior a 8 anos.
c) Será aplicado rito Sumário quando a pena máxima do delito imputado ao réu em abstrato
for igual ou superior a 4 anos.
d) Será aplicado rito Sumaríssimo quando a pena máxima for inferior a 4 anos e supe-
rior a 2 anos.
e) Será aplicado rito Ordinário aos crimes que tenham pena máxima em abstrato igual ou su-
perior a 4 anos de pena privativa de liberdade

031. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-GO/2019) Acerca do processo e


do julgamento dos crimes de calúnia e injúria, de competência do juiz singular, é incorre-
to afirmar:
a) Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem,
fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus
advogados, não se lavrando termo.
b) Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação, promo-
verá entendimento entre eles, na sua presença.
c) No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência e de-
corrido o prazo de 5 (cinco) dias sem retratação, a queixa será arquivada.
d) Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o quere-
lante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemu-
nhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras,
ou para completar o máximo legal.

032. (FAPEMS/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-MS/2017) Leia o trecho a seguir. [...] não é pro-


priamente a qualidade de funcionário público que caracteriza o crime funcional, mas o fato
de que é praticado por quem se acha no exercício de função pública, seja esta permanente ou
temporária, remunerada ou gratuita, exercida profissionalmente ou não, efetiva ou interina-
mente, ou per accidens [...]”.
HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991. Acer-
ca do processo e julgamento dos crimes praticados por funcionário público, assinale a alter-
nativa correta.
a) Estando a denúncia ou a queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
notificação do acusado, para responder por escrito, no prazo de dez dias.
b) O juiz deverá rejeitar a denúncia, em despacho genérico, se estiver convencido, após a res-
posta do acusado ou de seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.

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c) Caso o acusado esteja fora da jurisdição do juiz do processo, a resposta preliminar poderá
ser apresentada por defensor nomeado, no prazo de dez dias.
d) Se não for conhecida a residência do acusado ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar, no prazo de dez dias.
e) A lei processual penal antecipa o contraditório, pois, antes de inaugurada ação penal, per-
mite a apresentação da defesa preliminar.

033. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJSP/2017) A legitimidade para a propositura de ação pe-


nal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções é
a) exclusiva do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido.
b) concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à repre-
sentação do ofendido.
c) concorrente do ofendido, mediante representação, e do Ministério Público, mediante ação
pública incondicionada.
d) exclusiva do ofendido, mediante queixa.

034. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO FEDERAL/DPF/2013) A respeito dos processos em espé-


cie, dos princípios que orientam o processo penal e da sentença criminal, julgue o próximo item.
Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, a legislação
processual antecipa o contraditório antes de inaugurada a ação penal, com a apresentação
da defesa preliminar.

035. (TRF-2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/TRF-2ª REGIÃO/2014) Assinale a alternativa correta:


a) Na resposta preliminar à acusação, se a defesa não nega os fatos, e apenas controverte a
sua qualificação, fica impedido o julgador de absolver sumariamente o acusado, antes da fase
probatória.
b) De acordo com a jurisprudência sólida do Superior Tribunal de Justiça, nos crimes pratica-
dos por funcionário público, ainda que a ação penal esteja lastreada em inquérito policial, não
se dispensa a resposta escrita preliminar de que cuida o artigo 514 do Código de Processo
Penal (CPP).
c) Na esteira da jurisprudência dominante, o procedimento de que cuidam os artigos 513 e se-
guintes do CPP, ao prever a prévia resposta do funcionário, é observável para todos os crimes
praticados por funcionário público, e não só quando se trate de crime funcional típico.
d) É exclusiva do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, a legitimida-
de para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções.
e) Recebida a resposta do funcionário público, de que cuida o artigo 514 do CPP, o juiz rejei-
tará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado e independentemente da oitiva do
Ministério Público, se convencido, pela resposta apresentada, da inexistência do crime.

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036. (FGV/JUIZ/TJ-AM/2013) O Código de Processo Penal prevê nos arts. 513/518 um pro-
cedimento especial para os crimes de responsabilidade praticados por funcionários públicos.
Com relação a esse procedimento é correto afirmar que:
a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia
ou queixa.
b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público con-
tra a Administração, desde que estes sejam inafiançáveis;
c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária
a resposta preliminar quando a ação penal for instruída por inquérito policial.
d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento espe-
cial não será aplicável;
e) se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá acompanhar o processo, mas não terá atribuição
para apresentar resposta preliminar.

037. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ FEDERAL/TRF-1ª REGIÃO/ADAPTADA) A respeito de proces-


sos por crimes de responsabilidade de funcionário público, crimes contra a honra (...) julgue:
No processo criminal por crimes de calúnia e difamação praticados contra servidor público no
exercício da função, após recebida a queixa, o juiz designará audiência de reconciliação e, se
essa for frutífera, homologará, por sentença, a desistência do querelante.

038. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO FEDERAL/2013) Nos casos de crimes afiançáveis de


responsabilidade do funcionário público, a legislação processual antecipa o contraditório an-
tes de inaugurada a ação penal, com a apresentação da defesa preliminar.

039. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-AC/2012) Vânia alega que Carlos, servidor


público com curso superior, praticou contra ela o crime de extorsão, motivo pelo qual Carlos
está sendo processado. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Caso seja preso, Carlos terá direito a prisão especial, que consiste no recolhimento em cela
individual e transporte separado do preso comum, durante a prisão provisória e a definitiva.
b) Por expressa disposição legal, tanto Carlos quanto o chefe da repartição em que ele traba-
lha deverão ser notificados a respeito do dia designado para que Carlos compareça em juízo
para a audiência referente ao processo.
c) Caso Carlos não constitua advogado particular, o juiz poderá nomear defensor ad hoc para
defendê-lo e poderá arbitrar os honorários desse advogado, os quais Carlos não estará obri-
gado a pagar se a defesa técnica for deficiente.
d) De acordo com previsão legal, Vânia poderá, após a instauração do inquérito policial, ha-
bilitar-se como assistente de acusação, devendo, nessa hipótese, receber a causa no estado
em que esta se encontrar, ainda que em fase de execução penal.
e) Sentença absolutória por ausência de prova da existência do fato

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040. (CESPE/CEBRASPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-BA/2010) Roger, servidor público es-


tadual, e Rafael, autônomo, praticaram, em concurso de agentes, crime afiançável contra a
administração pública. A apuração dos fatos, feita em processo administrativo disciplinar,
resultou na demissão do servidor, por grave falta administrativa. Encaminhada cópia autên-
tica do processo administrativo disciplinar ao MP, este, de pronto, ofertou denúncia contra os
acusados. Nessa situação, tanto Roger quanto Rafael devem ser notificados para a apresen-
tação de resposta à acusação, antes do recebimento da denúncia.

041. (FUNIVERSA/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-DF/2009) O Ministério Público do Distrito Fede-


ral e dos Territórios, com base em elementos de informação obtidos em inquérito policial, de-
nunciou João, agente da polícia civil, por ter supostamente solicitado propina ao comerciante
de peças de automóvel Manoel, com o objetivo de não efetuar contra este a prisão em flagrante
em razão de haver adquirido mercadoria oriunda de crime. Acerca dessa situação hipotética,
assinale a alternativa correta segundo o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal.
a) O fato de a denúncia ter sido respaldada em elementos de informação colhidos no inquéri-
to policial não dispensa a obrigatoriedade da notificação prévia do acusado para apresentar
defesa preliminar.
b) A conduta do policial civil amolda-se ao crime de concussão.
c) A notificação do acusado para apresentar a resposta preliminar por escrito é desnecessária
se ele já tiver constituído advogado nos autos.
d) Após o recebimento da denúncia ou da queixa, será o acusado citado, seguindo-se o pro-
cedimento sumariíssimo, desde que haja a resposta preliminar à acusação.
e) O procedimento especial previsto no processo penal, imputado a funcionários públicos,
aplica-se tanto aos crimes comuns como aos crimes funcionais típicos por eles praticados.

042. (EJEF/JUIZ/TJ-MG/2009) Em se tratando de processo sumário, marque a opção CORRETA.


a) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu será ouvida, desde que obede-
cida a ordem prevista no Código de Processo Penal.
b) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu para o ato não será inquirida.
c) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu para o ato será inquirida inde-
pendentemente da ordem estabelecida no Código de Processo Penal.
d) Nenhuma das hipóteses é verdadeira.

043. (FCC/JUIZ/TJPE/2011) Na resposta à acusação, o réu


a) pode arrolar testemunhas e oferecer documentos, mas não arguir prescrição.
b) pode suscitar nulidade e excludente da ilicitude.
c) não pode suscitar a atipicidade do fato, embora possa especificar as provas pretendidas.
d) pode arguir preliminares, mas não causa de extinção da punibilidade.
e) não pode suscitar decadência ou abolitio criminis.

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044. (TJ-SC/JUIZ/TJ-SC/2010) Quanto ao procedimento sumário:


I – Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trin-
ta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no
Código de Processo Penal, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-
-se, finalmente, aos debates.
II – Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 45 (quarenta
e cinco) dias, proceder-se-á ao interrogatório do acusado, seguindo-se à tomada de declara-
ções do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela
defesa, em número de seis, respectivamente, nesta ordem, ressalvado o disposto no Código
de Processo Penal, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhe-
cimento de pessoas e coisas, com alegações via memoriais.
III – Na instrução, poderão ser inquiridas até cinco testemunhas arroladas pela acusação e
cinco pela defesa.
IV – As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação
e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz,
a seguir, sentença.
V – As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação
e à defesa, pelo prazo de 10 (dez) minutos, prorrogáveis por mais 5 (cinco), proferindo o juiz,
a seguir, sentença.
a) Somente as proposições I e V estão corretas.
b) Somente as proposições I e III estão corretas.
c) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
d) Somente as proposições II e V estão corretas.
e) Somente as proposições II, IV e V estão corretas.

045. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-GO/2019/ADAPTADA) Sobre os chamados


processos em espécie, segundo previsão do Código de Processo Penal:
No processo comum, na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendi-
das e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Após a resposta, juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a exis-
tência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa
excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado eviden-
temente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente.

046. (VUNESP/JUIZ/TJ-RO/2019) Tício foi denunciado pelo Ministério Público pela prática
de crime tributário (apenado com reclusão de 2 a 5 anos), em vista de sonegação de imposto,

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no montante de 1 milhão de reais. Citado, apresentou resposta à acusação, tendo arrolado 8


testemunhas de defesa, duas delas residentes fora da jurisdição, tendo sido expedidas cartas
precatórias, com prazo de cumprimento de 90 dias. Ouvidas as testemunhas de acusação e
defesa, com exceção das duas residentes fora da jurisdição, tendo esgotado o prazo de cum-
primento da precatória, Tício foi interrogado, abrindo-se vista às partes para apresentação de
alegações finais. O órgão de acusação manifestou-se pela absolvição de Tício, por não restar
comprovada a autoria. Já a defesa, alegou cerceamento de defesa, por não se aguardar o
retorno das cartas precatórias. Conclusos os autos ao Juiz, foi proferida sentença condena-
tória. Na sentença, a despeito da não imputação pelo órgão da acusação, o Juiz reconheceu a
causa de aumento prevista na legislação de crimes tributários, consistente na ocorrência de
grave dano à coletividade, pelo valor sonegado, incidindo aumento da pena de 1/3. Diante da
situação hipotética, assinale a alternativa correta.
a) A sentença condenatória não violou os princípios do contraditório e devido processo legal,
pois pode o juiz condenar o réu, contrariamente à posição do órgão de acusação, não sendo
obrigado aguardar o retorno de cartas precatórias, expedidas com prazo.
b) Haja vista que o crime imputado a Tício processa-se sob o procedimento comum sumário,
o número de testemunhas arroladas deveria ser de, no máximo, 5 (cinco).
c) Haja vista a expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas de defesa residentes
fora da jurisdição, o Juiz não poderia ter sentenciado o feito, devendo, ao contrário, ter sus-
pendido o processo, até o retorno.
d) Haja vista que o órgão de acusação, titular da ação penal, manifestou-se pela absolvição
de Mévio, não poderia o Juiz ter proferido sentença condenatória.
e) Haja vista que a denúncia ofertada pelo órgão de acusação não imputou a Tício qualquer
causa que implicasse agravamento da pena, não poderia o Juiz ter reconhecido a causa de
aumento consistente na ocorrência de grave dano à coletividade.

047. (TRF-4ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/TRF-4ª REGIÃO/2016/ADAPTADA) Julgue o item:


Ressalvados os procedimentos especiais previstos no Código de Processo Penal e na legisla-
ção esparsa, o procedimento comum ordinário será observado quando se tratar de crime cuja
pena privativa da liberdade máxima cominada seja igual ou superior a três anos.

048. (FAURGS/JUIZ/TJ-RS/2016/ADAPTADA) Em se tratando de instrução criminal de pro-


cedimento comum ordinário no qual quatro acusados respondem, igualmente, por quatro cri-
mes em concurso material, tendo constituído um único advogado, a defesa poderá arrolar até
oito testemunhas para cada acusado, não se computando, nesse número, os informantes e
as testemunhas referidas.

049. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2011/ADAPTADA) Considere as asserti-


vas a seguir:

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I – no processo comum, o juiz, depois de receber a denúncia, designa audiência de instrução


devendo determinar a intimação, dentre outros, do ofendido.
II – a jurisprudência consolidada no STF não admite a suspensão condicional do processo em
caso de crime continuado.
III – o Ministério Público pode desistir de suas testemunhas sem a anuência prévia da defesa.
IV – se o juiz, após a defesa preliminar, reconhecer a existência de doença mental do acusado,
comprovada por sentença judicial de interdição, deverá absolver sumariamente o acusado,
embora se trate de absolvição imprópria, tendo em vista a possibilidade de imposição de me-
dida de segurança.
Pode-se afirmar que:
a) I, II e III estão incorretas
b) III e IV estão incorretas
c) II e IV estão incorretas
d) todas estão incorretas

050. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2015/ADAPTADA) Não é integralmente corre-


to afirmar que, nos procedimentos sumário e ordinário, o juiz pode absolver sumariamente o
réu se verificar: a existência de manifesta causa que exclui a ilicitude do fato; a existência de
manifesta causa que exclua a culpabilidade, salvo a inimputabilidade; que não há provas do
crime ou que o fato não constitui crime; e quando extinta a punibilidade do agente.

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GABARITO
1. e 37. E
2. d 38. C
3. b 39. b
4. c 40. E
5. a 41. a
6. a 42. a
7. e 43. b
8. c 44. c
9. c 45. C
10. c 46. a
11. b 47. E
12. c 48. E
13. d 49. c
14. e 50. C
15. b
16. b
17. d
18. a
19. C
20. d
21. a
22. d
23. b
24. e
25. E
26. e
27. c
28. c
29. a
30. e
31. c
32. e
33. b
34. C
35. e
36. c

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GABARITO COMENTADO
001. (IBFC/PAPILOSCOPISTA POLICIAL DE 3ª CLASSE/PC-RJ/2014) A respeito da suspensão
do processo e das condições impostas no período de prova ao acusado, previstas no artigo
89 da Lei n. 9.099/95, assinale a alternativa correta:
a) Expirado o prazo sem revogação, o Juiz marcará audiência com o réu para analisar se é o
caso de extinguir a punibilidade.
b) A suspensão será obrigatoriamente revogada se o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
c) A prescrição será interrompida durante o prazo de suspensão do processo.
d) O Juiz não poderá especificar outras condições que a fica subordinada a suspensão além
daquelas previstas no artigo 89 da Lei n. 9.099/95.
e) A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

a) Errada. Não há previsão de tal audiência da Lei n. 9.099/1995, art. 89:

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

b) Errada. Contraria a Lei n. 9.099/1995, art. 89:

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

c) Errada. Nos termos da referida lei, art. 89:

§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

Suspende-se, pois, e não se interrompe o prazo prescricional.


d) Errada. Contraria a referida lei, art. 89:

§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

e) Certa. Em conformidade com a Lei n. 9.099/1995, art. 89:

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
Letra e.

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002. (IBFC/ESCRIVÃO SUBSTITUTO/PC-SE/2014) A respeito da transação penal, prevista no


artigo 76 da Lei n. 9.099/1995, assinale a alternativa que corresponde ao entendimento do
Supremo Tribunal Federal sobre o tema.
a) A homologação da transação penal faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláu-
sulas, somente pode ser retomada a situação anterior mediante instauração de inquérito po-
licial para apurar novos fatos, sem prejuízo da ocorrência de crime de desobediência.
b) A homologação da transação penal faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláu-
sulas, cabe ao Ministério Público remeter os autos para Delegacia de origem para lavratura de
novo Termo Circunstanciado.
c) A homologação da transação penal não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continui-
dade da persecução penal mediante novo Termo Circunstanciado.
d) A homologação da transação penal não faz coisa julgada material e, descumpridas suas
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a conti-
nuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquéri-
to policial.

A alternativa D é a única em consonância com a Súmula Vinculante 35: “A homologação da


transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e,
descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério
Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisi-
ção de inquérito policial”.
Letra d.

003. (IBFC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PR/2014) Quanto aos pro-


cedimentos, assinale a alternativa correta:
a) O procedimento comum será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade e para as infrações
penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
b) O procedimento comum será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
c) O procedimento comum será sumaríssimo quando tiver por objeto crime cuja sanção má-
xima cominada seja inferior a 1 (um) ano de pena privativa de liberdade.
d) Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, ordinário e sumário as disposi-
ções do procedimento sumaríssimo.

a) Errada. Contraria os termos do art. 394, §1º, III, do CPP, transcrito abaixo.

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b) Certa. Em conformidade com o CPP:

Art. 394. O procedimento será comum ou especial.


§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade;
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

c) Errada. Contraria o art. 394, §1º, III, do CPP, c.c. Lei n. 9.099/1995:

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.

d) Errada. Contraria o CPP, art. 394:

§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as dispo-


sições do procedimento ordinário.
Letra b.

004. (IBFC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PR/2014) Em relação às


Súmulas do Superior Tribunal de Justiça, em matéria de direito processual penal, assinale a
incorreta:
a) Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se se desnecessária intimação
da data da audiência no juízo deprecado.
b) Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por exces-
so de prazo.
c) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o
seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
d) Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante
cheque sem provisão de fundos.

a) Certa. Alternativa está em conformidade com a Súmula 273 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação
da data da audiência no juízo deprecado.

b) Certa. Está em conformidade com a Súmula 52 do STJ:

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JURISPRUDÊNCIA
Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por
excesso de prazo.

c) Errada. A alternativa C deve ser assinalada, pois contraria o disposto na Súmula 234 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

d) Certa. Está em conformidade com a Súmula 244 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante
cheque sem provisão de fundos.

Atente-se, contudo, para a superação de tal entendimento sumular pelo advento da Lei n.
14.155/2021, que inseriu no CPP, art. 70, a seguinte previsão:

§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente pro-
visão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de
vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Letra c.

005. (IBFC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PR/2014) Assinale a al-


ternativa correta:
a) Segundo estabelece a Lei n. 9.099/95 (Lei do Juizado Especial Criminal), oferecida a de-
núncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará
citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instru-
ção e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o respon-
sável civil e seus advogados.
b) Segundo estabelece a Lei n. 9.099/95 (Lei do Juizado Especial Criminal), as testemunhas
arroladas serão intimadas por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tra-
tando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recep-
ção, independentemente de sua identificação, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, in-
dependentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de
comunicação.

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c) Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da


prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas do Código
de Processo Penal e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que
não conflitarem com o estabelecido na Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). O Código de
Processo Civil não poderá ser aplicado nem mesmo de forma subsidiária.
d) É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de pe-
nas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, sendo admissível, entretanto, a subs-
tituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

a) Certa. Em conformidade com a Lei n. 9.099/1995:

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado,
que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiên-
cia de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o
responsável civil e seus advogados.

b) Errada. Em desconformidade com a Lei n. 9.099/1995, art. 78:

§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei c.c.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-
-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

c) Errada. Em desconformidade com a Lei n. 11.340/2006:

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao
idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

d) Errada. Em desconformidade com a Lei n. 11.340/2006:

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa.
Letra a.

006. (IBFC/ANALISTA DE PROMOTORIA/MPE-SP/2013) Leia as seguintes assertivas, refe-


rentes ao procedimento comum:

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I – O procedimento comum pode ser ordinário, sumário ou especial.


II – O procedimento será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima comina-
da seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
III – O juiz poderá determinar a emenda da denúncia ou queixa quando identificar a falta de
algum pressuposto processual.
IV – O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, prorrogar
o prazo para alegações finais por mais 20 (vinte) minutos. Nesse caso, terá o prazo de 10
(dez) dias para proferir a sentença.
Está CORRETO, apenas, o que se afirma em:
a) II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

I – Errado. Contraria o CPP:

Art. 394. O procedimento será comum ou especial. § 1º O procedimento comum será ordinário,
sumário ou sumaríssimo.

II – Certo. Em conformidade com o CPP:

Art. 394. O procedimento será comum ou especial.


§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade;
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

III – Errado. Contraria o CPP:

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:


II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal.

IV – Errado. Contraria o CPP, art. 403:

§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às


partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso,
terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Letra a.

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007. (IBFC/ANALISTA DE PROMOTORIA/MPE-SP/2013) Com relação à fase preliminar do


processo em trâmite no Juizado Especial Criminal, NÃO está correto o que se afirma em:
a) Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
medida alternativa restritiva de direitos ou multa, a ser especificada na proposta.
b) Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferente-
mente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da
Justiça Criminal.
c) Na hipótese de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
d) O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do
direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
e) A imposição de medida alternativa restritiva de direitos ou multa, decorrente de proposta
do Ministério Público e aceita pelo autor da infração, não constará de certidão de anteceden-
tes criminais, mas produz efeitos civis, cabendo aos interessados propor a execução no juízo
cível competente.

a) Certa. Está em conformidade com a Lei n. 9.099/1995:

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

b) Certa. Está em conformidade com a Lei n. 9.099/1995, art. 73:

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, pre-
ferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da
Justiça Criminal”.

c) Certa. Está em conformidade com a Lei n. 9.099/1995, art. 76:

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

d) Certa. Está em conformidade com a Lei n. 9.099/1995, art. 75:

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica deca-
dência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

e) Errada. A alternativa E deve ser assinalada, pois está em contrariedade com a Lei
n. 9.099/1995, art. 76:

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§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antece-
dentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, caben-
do aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Letra e.

008. (IBFC/PERITO CRIMINAL/PC-RJ/2013) De acordo com a Lei n. 10.259, de 12 de julho de


2001, que dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da
Justiça Federal, é correto afirmar que para efetuar o exame técnico necessário à conciliação
ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo:
a) até três dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.
b) no dia anterior à audiência, independentemente de intimação das partes.
c) até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.
d) até sete dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.
e) até quatro dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.

A alternativa C está correta, pois em conformidade com a Lei n. 10.259/2001:

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias antes da audiência, indepen-
dentemente de intimação das partes.
Letra c.

009. (IBFC/OFICIAL DE PROMOTORIA/MPE-SP/2011) Considera-se fundamento para rejei-


ção da denúncia oferecida pelo Ministério Público:
a) a ausência de rol de testemunhas no corpo da exordial acusatória.
b) a inexistência de cota introdutória com descrição pormenorizada do fato delituoso e escla-
recimento da autoria.
c) a ausência de justa causa para o exercício da ação penal pública.
d) a presença de pressupostos processuais imprescindíveis ao exercício da ação penal.

A alternativa C está correta, pois em conformidade com o art. 395, III, do CPP

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:


I – for manifestamente inepta;
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal.

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As alternativas a e b estão incorretas, pois as respectivas hipóteses não figuram entre as cau-
sas de rejeição da denúncia trazidas no art. 395 do CPP. Além disso, o rol de testemunhas só
acompanhará a denúncia “quando necessário”, nos termos do art. 41 do CPP

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circuns-
tâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classi-
ficação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Já a alternativa d contraria o texto expresso do art. II do art. 395 do CPP, acima transcrito.
Letra c.

010. (TRF-3ªREGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF-3ªREGIÃO/2016) Pensando na hipó-


tese de, após a apresentação de resposta à acusação, o magistrado se convencer da falta de
justa causa para a ação penal, assinale qual hipótese é verdadeira:
a) O magistrado terá que deixar a ação correr, pois não lhe compete conceder habeas corpus
contra si próprio;
b) O magistrado deverá absolver sumariamente o acusado, sem especificar nenhum inciso do
artigo 397 do Código de Processo Penal;
c) O magistrado poderá rejeitar a denúncia, dado que o primeiro recebimento, conforme parte
da doutrina, ocorre a título precário;
d) O magistrado deverá enviar os autos ao titular da ação, para que diga se concorda em re-
tirar a denúncia.

Quando o juiz, após a apresentação da resposta, vem a se convencer da falta de justa causa,
a hipótese não é de prosseguir com a ação penal, como dispõe a alternativa A – não faz qual-
quer sentido o juiz prosseguir com ação penal que ele já tenha percebido que não tem fun-
damento, sequer é hipótese de absolvição sumária, pois não está configurada nenhuma das
hipóteses taxativas previstas no art. 397 do CPP. Também não é hipótese de enviar os autos
ao titular da ação penal – é o julgador quem precisa resolver esse problema (de uma ação
penal que está transitando sem justa causa), não precisando de anuência do autor da ação.
A hipótese, portanto, é de rejeição da denúncia. A possibilidade de rejeição da denúncia após
análise da resposta à acusação não é pacífica na doutrina, mas a alternativa deixou claro que
está trazendo entendimento de “parte da doutrina”. Portanto, correta a alternativa C.
Letra c.

011. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJAM/2016) Em se tratando de procedimento


comum ordinário, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar que

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a) a punibilidade está extinta em razão da ocorrência da prescrição da pretensão punitiva em


perspectiva.
b) o fato foi cometido em situação de manifesta inexigibilidade de conduta diversa.
c) estão ausentes indícios mínimos de autoria e materialidade do fato supostamente praticado.
d) o acusado é portador de doença mental, atestada por laudo médico oficial, e inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
e) o fato foi cometido em estrita obediência a ordem manifestamente ilegal.

Tá vendo só aí? Mais uma vez, qual artigo que vamos usar aqui? Isso mesmo, o famoso 397.
Vamos a ele?

Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
sumariamente o acusado quando verificar:
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV – extinta a punibilidade do agente.

a) Errada. A prescrição da pretensão punitiva em perspectiva, prevista na alternativa A,


não é admitida pelos tribunais superiores. Inclusive, há entendimento sumulado – súmula
438 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo
penal. (Súmula 438, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010).

b) Certa. A alternativa B está correta, pois a inexigibilidade de conduta diversa é causa de ex-
clusão da culpabilidade, assim se adequa ao inciso II do dispositivo legal acima mencionado.
c) Errada. Traz hipótese de ausência de justa causa, que conduz à rejeição da inicial acusatória.
d) Errada. A hipótese de ser o acusado portador de doença mental é excluída pelo inciso II do
art. 397. Nesse caso, a ação penal prosseguirá, e sendo comprovada materialidade e autoria,
e não estando presente excludente de ilicitude ou outra causa excludente de culpabilidade, o
réu será absolvido impropriamente, ou seja, com imposição de medida de segurança.
e) Errada. A previsão do art. 22 do Código Penal, que traz a obediência hierárquica, fala em
ordem não manifestamente ilegal, apta a afastar a culpabilidade da conduta do agente.
Letra b.

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012. (MS CONCURSOS/DELEGADO DE POLÍCIA/PCPA/2012) Nos procedimentos ordinário e


sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e or-
denará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Após recebida a resposta, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I – extinta a punibilidade do agente.
II – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato.
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime.
IV – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente.
Diante dessas informações, assinale a alternativa correta:
a) Somente as assertivas I e III estão incorretas.
b) Somente as assertivas II e III estão incorretas.
c) Somente a assertiva IV está incorreta.
d) Somente a assertiva I está incorreta.
e) Todas as assertivas estão incorretas.

Estou só esperando você dizer: “eita, professora, desse jeito eu vou decorar esse art. 397!”
Esse é meu objetivo. Não que você decore exatamente, mas que perceba a importância dele.
Sério: selecionei questões sobre procedimento, sem ficar catando aquelas que tratam desse
dispositivo. E peguei todas que trataram do tema nos últimos anos. É inevitável, o art. 397
jorra nos concursos. Então, vamos a ele de novo!

O juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:


I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV – extinta a punibilidade do agente.

I – Certo. O item I traz a previsão do inciso IV.


II – Certo. O item II traz a previsão do inciso I.
III – Certo. O item III traz a previsão do inciso III.
IV – Errado. O item está incompleto, pois não ressalva a inimputabilidade.
Assim, a alternativa correta é a C, que afirma que apenas a assertiva IV está incorreta.
Letra c.

013. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJAL/2015) Considere as seguintes assertivas:


I – Umas das diferenças previstas no Código de Processo Penal entre o rito ordinário e o su-
mário é a previsão do prazo para a realização da audiência de instrução e julgamento.
II – O Ministério Público, o querelante, o assistente e o acusado poderão requerer diligências,
desde que tal necessidade decorra de circunstâncias e fatos apurados na instrução.
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III – O prazo para alegações finais após o deferimento de diligências será de 3 dias.
IV – Adotando o procedimento do júri o método de inquirição direta, acusação e defesa, mas
não os jurados, poderão perguntar diretamente às testemunhas.
V – Conforme o STJ, a resposta preliminar prevista no artigo 514 do Código de Processo Pe-
nal para o julgamento de crimes praticados por funcionários públicos é corolário da ampla
defesa e não pode ser afastada.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e V.
b) I, III e V.
c) III e IV.
d) I, II, IV.
e) II, IV e V.

I – Certo. Nos termos do art. 400 do CPP, dentro do regramento do rito comum ordinário, a
audiência de instrução deve ocorrer no prazo máximo de 60 dias. Por outro lado, o art. 531 do
CPP, que traz regramento que se aplica ao procedimento sumário, está expresso que a audi-
ência de instrução e julgamento se realizará no prazo máximo de 30 dias.
II – Certo. Traz o regramento do art. 402 do CPP:

Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a


seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou
fatos apurados na instrução.

III – Errado. O prazo de alegações finais é de 5 dias. Confira o que diz o parágrafo único
do art. 404:

Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cin-


co) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.

IV – Certo. Traz a previsão dos parágrafos § 1º e 2º do art. 474:

§ 1º O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular,


diretamente, perguntas ao acusado.
§ 2º Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente.

V – Errado. O entendimento do STJ é no sentido da possibilidade de se afastar a resposta


preliminar, máxime quando o feito estiver instruído com elementos suficientes que tenham
sido produzidos em inquérito.
Portanto, a alternativa D deve ser assinalada.
Letra d.

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014. (MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-SP/2015) Assinale a alternativa correta:


a) No procedimento ordinário, o Juiz de Direito, depois de receber a denúncia, determinará a
citação do réu para o oferecimento de defesa escrita, que não é, entretanto, obrigatória.
b) A inobservância do princípio da identidade física do juiz é causa de nulidade absoluta, mes-
mo em face da promoção do magistrado que tenha presidido a instrução.
c) O advogado deverá ser intimado da data da audiência designada no juízo deprecado.
d) A pendência de cumprimento de carta precatória impede o julgamento do feito.
e) Todas as alternativas estão incorretas.

a) Errada. A resposta à acusação é peça obrigatória, tanto assim que se não for apresen-
tada espontaneamente pelo réu, o juiz nomeará defensor para fazê-lo, nos termos do art.
396-A, § 2º.
b) Errada. A jurisprudência entende que o princípio da identidade física do juiz comporta ex-
ceções, sendo a promoção do magistrado que instruiu o feito uma delas.
c) Errada. Não há necessidade de intimação do advogado quanto à data da audiência desig-
nada no juízo deprecado, bastando a intimação quanto à expedição da carta precatória, nos
termos do entendimento sumulado: “intimada a defesa da expedição da carta precatória, tor-
na-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado” (súmula 273 STJ).
d) Errada. A pendência de cumprimento de carta precatória não impede o julgamento do feito,
nos termos do art. 222, § 1º do CPP: “a expedição da precatória não suspenderá a instrução
criminal”.
Letra e.

015. (FUNIVERSA/DELEGADO DE POLÍCIA/PCDF/2015) Assinale a alternativa correta acerca


do procedimento penal.
a) O princípio da identidade física do juiz não se aplica ao processo penal.
b) As provas devem ser produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as conside-
radas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
c) No procedimento ordinário, após o oferecimento da denúncia, o juiz, recebendo-a, mandará
desde logo designar dia e hora para o interrogatório do réu.
d) A absolvição sumária é instituto exclusivo do rito do júri popular.
e) O princípio da identidade física do juiz aplica-se ao processo penal por construção juris-
prudencial, não sendo previsto no CPP.

a) Errada. O princípio da identidade física do juiz encontra previsão expressa no art. 399, § 2º
do CPP, que diz: “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença”.
b) Certa. Reproduz o que dispõe o art. 400, § 1º do CPP, em seus exatos termos.

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c) Errada. No procedimento ordinário, após o oferecimento da denúncia, o juiz, se não a rejei-


tar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado, para responder à acusação,
por escrito, no prazo de 10 dias, conforme art. 396 do CPP.
d) Errada. Como vimos, a absolvição sumária está prevista também para o procedimento co-
mum, no art. 397 do CPP.
e) Errada. O princípio da identidade física do juiz encontra previsão expressa no art. 399, § 2º
do CPP, que diz: “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença”.
Letra b.

016. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ DE DIREITO/TJDFT/2014) Tiago foi processado pelos crimes


de roubo e corrupção de menores. Citado, indicou advogado para patrocinar sua defesa, não
tendo, no entanto, sido apresentada resposta no prazo legal, o que levou o juiz a nomear a DP
para apresentar defesa. Na peça processual, foram arroladas oito testemunhas, além da mãe
e do pai do acusado, bem como apresentada documentação comprovando que, no dia e hora
dos fatos narrados na denúncia, o acusado estava trabalhando em outro país. A resposta foi
recebida e designada audiência de instrução e julgamento. Após a colheita do depoimento
da vítima e das testemunhas presentes, verificou-se a necessidade de oitiva de testemunhas
de acusação residentes em outro estado da Federação. Assim, procedeu-se ao interrogatório
do acusado. As partes requereram diligências e, após o cumprimento destas, abriu-se vista
a acusação e defesa, para o oferecimento de alegações finais por memoriais. Os autos foram
conclusos ao juiz substituto, visto que o titular, que presidira a sessão, estava de férias.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Convencido de que Tiago não tivesse concorrido para a prática dos crimes narrados na
denúncia, o juiz poderia tê-lo absolvido sumariamente quando do recebimento da resposta
à acusação.
b) O juiz agiu corretamente ao realizar a oitiva das testemunhas de defesa e, em seguida, in-
terrogar o acusado antes de colhido o depoimento das testemunhas de acusação faltantes.
c) Ao receber a resposta à acusação, o juiz deveria ter determinado que a defesa adequasse
seu rol de testemunhas ao número legal.
d) O juiz substituto não poderá proferir a sentença, visto que não presidiu a instrução.
e) O juiz não poderia nomear a DP para patrocinar a defesa de Tiago, já que este possuía ad-
vogado particular.

a) Errada. Uma vez que não está convencido de que o acusado não concorreu para o crime
não é uma das causas que levam à absolvição sumária, nos termos do art. 397 do CPP.
b) Certa. A expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas não suspende a instru-
ção criminal, nos termos do art. 222, § 1º do CPP.

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c) Errada. Podem ser arroladas até 8 testemunhas pela acusação e 8 pela defesa, nos termos
do art. 401 do CPP. Ademais, se considerarmos que a quantidade máxima de testemunhas é
por fato criminoso, poderiam ser arroladas até mais, pois imputados dois crimes ao acusado.
d) Errada. A jurisprudência dos tribunais superiores admite exceções ao princípio da identida-
de física do juiz, sendo as férias uma das hipóteses.
e) Errada. Quando não apresentada resposta no prazo legal, deve o juiz nomear defensor para
fazê-lo, nos termos do art. 396-a, § 2º do CPP.
Letra b.

017. (ACAFE/DELEGADO DE POLÍCIA/PCSC/2014) Ante as disposições do Código de Proces-


so Penal, analise as afirmações a seguir.
I – O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo.
II – O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima comi-
nada for igual ou superior a 3 (três) anos de pena privativa de liberdade.
III – O procedimento será sumário sempre que tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a 3 (três) anos de pena privativa de liberdade.
IV – O procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial ofensivo,
na forma da lei.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Todas as afirmações estão corretas.

I – Certo. Em conformidade com o § 1º do art. 394 que diz que o procedimento comum será
ordinário, sumário ou sumaríssimo.
II – Errado. O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade e será sumário quando
tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for inferior a 4 anos de pena privativa de
liberdade (art. 394, § 1º, I e II do CPP).
III – Errado. O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade e será sumário quando
tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for inferior a 4 anos de pena privativa de
liberdade (art. 394, § 1º, I e II do CPP).
IV – Certo. O procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial
ofensivo, na forma da lei (art. 394, § 1º, III do CPP). Assim, deve ser assinalada a alternativa D,
pois corretos os itens I e IV.
Letra d.

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018. (MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-MG/2014) Sobre o procedimento comum su-


mário, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Cabível quando a ação penal tiver objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual
ou inferior a 4 (quatro) anos.
b) A audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada em até 30 (trinta) dias.
c) A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da
audiência.
d) Poderá ser aplicado nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o magistra-
do do juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes.

a) Errada. Portanto, deve ser assinalada, pois nos termos do art. 394, § 1º, II do CPP o proce-
dimento comum sumário é cabível quando a sanção máxima cominada for inferior a 4 anos.
Igual a 4 anos já conduz ao procedimento comum ordinário.
b) Certa. É o que dispõe o art. 531 do CPP.
c) Certa. O art. 536 do CPP dispõe que a testemunha que comparecer será inquirida, indepen-
dentemente da suspensão da audiência.
d) Certa. Em conformidade com o art. 538 do CPP, que dispõe: “nas infrações penais de menor
potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças
existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário pre-
visto neste Capítulo”.
Letra a.

019. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-SC/2014) No procedimento comum, dispõe o


Estatuto Processual Penal, que o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando ve-
rificar: a) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; b) a existência ma-
nifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; c) que o fato
narrado evidentemente não constitui crime; d) extinta a punibilidade do agente.

Correta a assertiva, pois traz exatamente o que prevê o art. 397 do CPP (dessa vez nem vou
reproduzi-lo, porque a assertiva traz os incisos integralmente).
Certo.

020. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PE/2014) No procedimento comum:


a) incabível a rejeição da denúncia quando faltar justa causa para o exercício da ação penal,
circunstância que só pode conduzir à absolvição sumária
b) o acusado, na resposta, apenas poderá alegar tudo o que seja de interesse de sua defesa
quanto ao mérito da acusação.

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c) caberá a absolvição sumária quando o juiz verificar a existência manifesta de qualquer


causa excludente da culpabilidade.
d) a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, mas ao ma-
gistrado é facultado ouvi-la como testemunha do juízo.
e) a sentença sempre pode ser proferida por juiz diverso do que tenha presidido a instrução.

a) Errada. Uma das causas de rejeição da denúncia é quando faltar justa causa para o exercí-
cio da ação penal, nos termos do art. 395, III do CPP.
b) Errada. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à
sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário, conforme art.
396-A. O que invalida a alternativa é a limitação “apenas poderá”.
c) Errada. Ao tratar da existência manifesta de causa excludente de culpabilidade, o art. 397
excepciona a inimputabilidade. Assim, não é “qualquer causa excludente da culpabilidade”.
d) Certa. O § 2º do art. 401 diz que a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das teste-
munhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 do CPP – dispositivo que traz a previsão
de que o juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas
pelas partes.
e) Errada. A regra é que a sentença seja proferida pelo juiz que presidiu a instrução, tendo em
vista o princípio da identidade física do juiz, previsto no art. 399, § 2º do CPP.
Letra d.

021. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJRJ/2014) Em processo que tramita pelo rito comum or-
dinário, que conta com 3 (três) acusados e um assistente do Ministério Público que faz uso
da palavra, o tempo reservado ao defensor de cada acusado nos debates orais, como regra,
em minutos, é de
a) 30 (trinta).
b) 10 (dez).
c) 15 (quinze).
d) 20 (vinte).

Para responder a essa questão, temos que partir da análise do art. 403 do CPP, que diz:

Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais
orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais
10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez)
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.

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Perceba: no caso dos autos temos 3 acusados, cada um com um defensor. As alegações
finais são, via de regra, de 20 minutos para cada. Temos que partir do pressuposto que não
houve prorrogação, pois a questão não fala nisso! Por outro lado, a questão fala que o assis-
tente do MP fez uso do direito à palavra. Ele tem direito a 10 minutos de fala. Esse tempo deve
ser dado também à defesa. Dessa forma, correta a conclusão de que a defesa de cada um dos
acusados tem direito a se manifestar, em alegações finais, por até 30 minutos.
Letra a.

022. (FCC/JUIZ/TJAP/2014) No que toca aos procedimentos, o Código de Processo Penal


estabelece que
a) o procedimento será comum ou sumário.
b) não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor,
o Juiz determinará a suspensão do processo e do prazo prescricional.
c) o procedimento sumário tem por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual ou
inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade.
d) as disposições atinentes à rejeição da denúncia ou queixa, apresentação de resposta à
acusação e absolvição sumária aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro
grau, ainda que não regulados pelo Código de Processo Penal.
e) no caso de citação por edital, o prazo para a defesa apresentar resposta à acusação come-
çará a fluir a partir da nomeação do defensor nomeado.

a) Errada. O art. 394 do CPP dispõe que o procedimento será comum ou especial.
b) Errada. Conforme o art. 396-A, § 2º, se não for apresentada a resposta no prazo legal, ou se
o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecer a resposta.
A suspensão do processo e do curso da prescrição ocorre no caso de citação por edital, sem
o que o acusado a ela atenda.
c) Errada. O procedimento sumário tem por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 anos, e não igual (art. 396, § 1º, II).
d) Certa. O § 4º do art. 394 prevê que as disposições dos arts. 395 a 398 deste Código apli-
cam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste
Código. O 395 trata da rejeição da denúncia ou queixa. O art. 396 cuida da resposta à acusa-
ção, o art. 397 trata da absolvição sumária. O art. 398 foi revogado.
e) Errada. Em desconformidade com o parágrafo único do art. 396, que diz que no caso de
citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal
do acusado ou do defensor constituído.
Letra d.

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023. (FCC/JUIZ/TJ-AP/2014) Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia


ou queixa, o Juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado
para responder à acusação. Apresentada a resposta, NÃO é causa expressa de absolvição
sumária, de acordo com o Código de Processo Penal,
a) a extinção da punibilidade do agente.
b) a inépcia manifesta da denúncia.
c) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato.
d) a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimpu-
tabilidade.
e) o fato narrado evidentemente não constituir crime.

Até eu já estou cansada desse art. 397! Tá vendo só? Mais uma vez sendo cobrado. A alterna-
tiva correta é a B, pois, dentre as apresentadas, é a única que não está expressa no artigo 397.
Letra b.

024. (MPE-PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-RR/2013) Sobre procedimento, é corre-


to afirmar:
a) No procedimento ordinário, o juiz poderá substituir as alegações orais das partes por me-
moriais, somente se há complexidade do caso penal e número elevado de acusados;
b) No procedimento comum, o rito será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção
máxima cominada seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
c) No rito da Lei n. 9.099/95 não se prevê defesa escrita, sendo que após o recebimento da
denúncia em audiência, cabe ao advogado do autor do fato apresentar defesa oral;
d) Não estatuindo a lei antidrogas nenhuma medida cautelar de caráter pessoal, as medi-
das do Código de Processo Penal aplicam-se subsidiariamente, por expressa previsão da
lei especial;
e) Pelo rito ordinário do CPP, se após a defesa escrita o juiz constata que, pela pena máxima
cominada ao delito imputado na denúncia incide a prescrição, absolverá sumariamente o réu.

a) Errada. O juiz também substituirá as alegações orais por memoriais quando for ordenada
diligência considerada imprescindível, nos termos do art. 404 do CPP. Ademais, o § 3º do art.
403 fala em complexidade do caso OU número de acusados. A forma como escrita a alterna-
tiva, dá margem ao entendimento de que é necessário o somatório de causas.
b) Errada. Mais uma vez o examinador tentando confundir o candidato, colocando a pena má-
xima igual a 4 anos como conduzindo ao procedimento comum sumário. Como vimos, apenas
a pena inferior a 4 anos é que leva ao procedimento sumário, nos termos do art. 394, § 1º, II.

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c) Errada. No rito da Lei n. 9.099/1995, oferecida a denúncia, o acusado é cientificado da


designação de dia e hora para audiência. Na audiência, é dada a palavra ao defensor para
responderá à acusação, e após isso é que o juiz irá verificar se é caso de receber ou não a
denúncia ou a queixa.
d) Errada. A lei de drogas traz previsão de medida cautelar pessoal – art. 56, § 1º.
e) Certa. Conforme o art. 397, IV, uma das hipóteses de absolvição sumária é quando o juiz
verificar que está extinta a punibilidade do agente. A prescrição é causa de extinção da pu-
nibilidade.
Letra e.

025. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-AL/2012) Nos procedimentos ordinário


e sumário, após o interrogatório do réu em juízo, este deverá, por intermédio de seu advogado,
apresentar defesa prévia, no prazo de 10 dias, ocasião em que poderão ser arguidas prelimi-
nares, teses defensivas, arrolar testemunhas e oferecer documentos.

A assertiva está incorreta, tendo em vista que nos procedimentos ordinário e sumário, o inter-
rogatório é o último ato da instrução.
Errado.

026. (INSTITUTO CIDADES/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-GO/2010) Em relação à instrução cri-


minal no Código de Processo Penal, há os seguintes procedimentos:
a) comum ou especial, sendo que o especial se classifica em ordinário, sumário e sumaríssimo.
b) comum, que se classifica em ordinário, sumário e sumaríssimo, sendo que o ordinário tem
lugar quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou inferior a
quatro anos.
c) comum, que se classifica em sumaríssimo, sumário e ordinário, sendo que o sumaríssimo
se aplica quando tiver por objeto infrações penais cuja pena privativa de liberdade não seja
inferior a dois anos.
d) comum e especial, sendo que o comum se classifica em sumário e sumaríssimo e o espe-
cial se classifica em sumário.
e) os procedimentos são comum e especial, sendo que o comum se classifica em ordinário,
sumário e sumaríssimo, sendo este último aplicado para as infrações penais de menor poten-
cial ofensivo, na forma da lei.

a) Errada. O procedimento comum é que se classifica em ordinário, sumário e sumaríssimo.


b) Errada. O procedimento comum ordinário vai ser aplicado quando a pena máxima comina-
da for igual ou superior a quatro anos.

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c) Errada. O procedimento sumaríssimo tem aplicação às infrações de menor potencial ofen-


sivo, ou seja, crime com pena máxima não superior a dois anos e contravenções penais.
d) Errada. O procedimento comum se classifica em ordinário, sumário e sumaríssimo, en-
quanto o especial não tem subclassificação.
e) Certa. A alternativa está correta tendo em vista que o procedimento é comum ou espe-
cial, e o comum se classifica em ordinário, sumário e sumaríssimo, tudo inteligência dos art.
394 do CPP.
Letra e.

027. (NC-UFPR/JUIZ/TJ-PR/2012) A Lei n. 11.719/08 acrescentou o art. 396-A ao Código de


Processo Penal, garantindo ao acusado a apresentação de resposta à denúncia. O que pode
o Juiz fazer em face de tal ato da defesa?
a) Rejeitar a denúncia, exercendo o juízo de admissibilidade negativo, em razão da relevância
dos fundamentos da defesa.
b) Não oferecida a resposta no prazo legal de dez (10) dias, decretar a revelia do acusado,
prosseguindo-se, então, na ação penal.
c) Absolver sumariamente o acusado, uma vez que o juízo de admissibilidade da denúncia an-
tecede a citação para a resposta, desde que o Juiz verifique a presença de uma das causas de
excludente de ilicitude, de culpabilidade ou quando o fato evidentemente não constitui crime.
d) Determinar a suspensão do processo quando o réu não for encontrado para a citação, sus-
pendendo o curso do prazo prescricional e determinando o arquivamento provisório dos autos.

Ao analisar a resposta à acusação, o juiz poderá, nos termos do art. 397 do CPP, absolver
sumariamente o acusado. De fato, o juízo de admissibilidade da denúncia antecede a citação
para resposta, conforme previsão do art. 395 do CPP.
Letra c.

028. (INSTITUTO CIDADES/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AM/2011). Assinale a alternativa cor-


reta. No processo comum, o Juiz absolverá sumariamente o réu:
a) provado não ser ele apenas participe do fato
b) quando verificar a existência de causa excludente de ilicitude, ainda que dependa de dila-
ção probatória prévia
c) quando verificar a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente,
salvo inimputabilidade, se esta for a única tese defensiva.
d) quando verificar que o fato narrado possa não vir a constituir crime.
e) extinta a punibilidade do agente, exceto nos casos de prescrição, decadência ou perempção.

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Uma pausa em homenagem ao art. 397 do CPP. Mais uma vez ele aqui, só que dessa vez de-
mandando uma análise um pouco mais cautelosa.
a) Errada. Não está prevista no art. 397.
b) Errada. A causa excludente de ilicitude deve ser manifesta para conduzir à absolvi-
ção sumária.
c) Certa. Perceba que a ressalva “se esta for a única tese defensiva” não está prevista no
art. 397. Por outro lado, encontra previsão no procedimento do tribunal do Júri (que não é o
que cobra o comando da questão!). O examinador sustentou a resposta em entendimento
de parte da doutrina, que diz que deve ser aplicada a ressalva prevista no parágrafo único do
art. 415 também ao procedimento comum ordinário, culminando em uma absolvição sumária
imprópria também aqui.
d) Errada. Não encontra previsão como causa de absolvição sumária.
e) Errada. A lei não ressalva os casos de prescrição, decadência ou perempção.
Letra c.

029. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-CE/2011) No âmbito do Código de Processo Penal


o procedimento comum é dividido segundo os seguintes critérios:
a) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou supe-
rior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime
cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
e sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo.
b) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou supe-
rior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada seja superior a 4 (quatro) e inferior a 8 (oito) anos de pena privativa
de liberdade; e sumaríssimo, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
c) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou su-
perior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; sumário, para as infrações penais de
menor potencial ofensivo; e do júri para os crimes dolosos contra a vida.
d) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou su-
perior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime
cuja sanção máxima cominada seja inferior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade;
sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo; e do júri para os crimes
dolosos contra a vida.
e) ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou supe-
rior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; sumário, quando tiver por objeto crime cuja

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sanção máxima cominada seja inferior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; suma-
ríssimo quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade; e do júri para os crimes dolosos contra a vida.

Correta a alternativa A, pois em conformidade com a previsão do art. 394, §1º do CPP. As de-
mais alternativas trazem quantidades de pena que não equivalem à previsão legal.
Letra a.

030. (TJ-RO/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-RO/2011) A respeito dos ritos no Processo Penal, indique


a única alternativa CORRETA:
a) Para se identificar o rito processual basta verificar a pena mínima referente a cada delito
presente no próprio tipo penal.
b) O rito Ordinário é destinado aos crimes punidos com reclusão, com pena igual ou supe-
rior a 8 anos.
c) Será aplicado rito Sumário quando a pena máxima do delito imputado ao réu em abstrato
for igual ou superior a 4 anos.
d) Será aplicado rito Sumaríssimo quando a pena máxima for inferior a 4 anos e supe-
rior a 2 anos.
e) Será aplicado rito Ordinário aos crimes que tenham pena máxima em abstrato igual ou su-
perior a 4 anos de pena privativa de liberdade

a) Errada. Nos termos do art. 394, § 1º do CPP, é verificada a pena máxima prevista em abs-
trato para o crime, e não a pena mínima.
b) Errada. O rito ordinário é destinado aos crimes punidos com pena igual ou superior a 4 anos.
c) Errada. O rito sumário é aplicado quando a pena máxima foi inferior a 4 anos.
d) Errada. O rito sumaríssimo é aplicado para as infrações penais de menor potencial ofensi-
vo: contravenções ou crimes com pena máxima não superior a dois anos.
e) Certa. Reproduz o que dispõe o inciso I, do § 1º do art. 394.
Letra e.

031. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-GO/2019) Acerca do processo e


do julgamento dos crimes de calúnia e injúria, de competência do juiz singular, é incorre-
to afirmar:
a) Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem,
fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus
advogados, não se lavrando termo.
b) Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação, promo-
verá entendimento entre eles, na sua presença.

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c) No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência e de-


corrido o prazo de 5 (cinco) dias sem retratação, a queixa será arquivada.
d) Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o quere-
lante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemu-
nhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras,
ou para completar o máximo legal.

a) Certa. Reproduz o que diz o art. 520 do CPP: antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às
partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as,
separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.
b) Certa. Em conformidade com o art. 521:

Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação, promoverá


entendimento entre eles, na sua presença.

c) Errada. Deve ser assinalada, pois o art. 522 dispõe que:

No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a queixa será
arquivada.

Não há previsão de prazo de 5 dias.


d) Certa. Reproduz integralmente o que previsto no art. 523 do CPP.
Letra c.

032. (FAPEMS/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-MS/2017) Leia o trecho a seguir. [...] não é pro-


priamente a qualidade de funcionário público que caracteriza o crime funcional, mas o fato
de que é praticado por quem se acha no exercício de função pública, seja esta permanente ou
temporária, remunerada ou gratuita, exercida profissionalmente ou não, efetiva ou interina-
mente, ou per accidens [...]”.
HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991. Acer-
ca do processo e julgamento dos crimes praticados por funcionário público, assinale a alter-
nativa correta.
a) Estando a denúncia ou a queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
notificação do acusado, para responder por escrito, no prazo de dez dias.
b) O juiz deverá rejeitar a denúncia, em despacho genérico, se estiver convencido, após a res-
posta do acusado ou de seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
c) Caso o acusado esteja fora da jurisdição do juiz do processo, a resposta preliminar poderá
ser apresentada por defensor nomeado, no prazo de dez dias.

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d) Se não for conhecida a residência do acusado ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar, no prazo de dez dias.
e) A lei processual penal antecipa o contraditório, pois, antes de inaugurada ação penal, per-
mite a apresentação da defesa preliminar.

a) Errada. O prazo é de 15 dias, nos termos do art. 514 do CPP. Ademais, a previsão é especí-
fica para os crimes afiançáveis.
b) Errada. O art. 516 dispõe expressamente que a rejeição se dará por meio de “despacho
fundamentado”.
c) Errada. O parágrafo único do art. 514 diz que se o acusado estiver fora da jurisdição do juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar, no entanto, não
há alteração do prazo, que continua a ser aquele previsto no caput: 15 dias.
d) Errada. O parágrafo único do art. 514 diz que se o acusado estiver fora da jurisdição do juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar, no entanto, não
há alteração do prazo, que continua a ser aquele previsto no caput: 15 dias.
e) Certa. O procedimento previsto no CPP traz a resposta preliminar para os crimes funcionais,
em que se antecipa o contraditório, que é exercido antes mesmo do recebimento da denúncia.
Letra e.

033. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJSP/2017) A legitimidade para a propositura de ação pe-


nal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções é
a) exclusiva do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido.
b) concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à repre-
sentação do ofendido.
c) concorrente do ofendido, mediante representação, e do Ministério Público, mediante ação
pública incondicionada.
d) exclusiva do ofendido, mediante queixa.

A legitimidade é concorrente, nos termos da súmula 714 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, con-
dicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções.

Letra b.

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034. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO FEDERAL/DPF/2013) A respeito dos processos em espé-


cie, dos princípios que orientam o processo penal e da sentença criminal, julgue o próximo item.
Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, a legislação
processual antecipa o contraditório antes de inaugurada a ação penal, com a apresentação
da defesa preliminar.

O procedimento previsto no Código de Processo Penal para os crimes funcionais, que traz a
defesa preliminar, antes do recebimento da denúncia, é aplicável aos crimes afiançáveis. De
mais a mais, cuida-se de hipótese de antecipação do contraditório, que é exercido antes da
decisão do juiz quanto ao recebimento ou rejeição da denúncia.
Certo.

035. (TRF-2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/TRF-2ª REGIÃO/2014) Assinale a alternativa correta:


a) Na resposta preliminar à acusação, se a defesa não nega os fatos, e apenas controverte a
sua qualificação, fica impedido o julgador de absolver sumariamente o acusado, antes da fase
probatória.
b) De acordo com a jurisprudência sólida do Superior Tribunal de Justiça, nos crimes pratica-
dos por funcionário público, ainda que a ação penal esteja lastreada em inquérito policial, não
se dispensa a resposta escrita preliminar de que cuida o artigo 514 do Código de Processo
Penal (CPP).
c) Na esteira da jurisprudência dominante, o procedimento de que cuidam os artigos 513 e se-
guintes do CPP, ao prever a prévia resposta do funcionário, é observável para todos os crimes
praticados por funcionário público, e não só quando se trate de crime funcional típico.
d) É exclusiva do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, a legitimida-
de para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções.
e) Recebida a resposta do funcionário público, de que cuida o artigo 514 do CPP, o juiz rejei-
tará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado e independentemente da oitiva do
Ministério Público, se convencido, pela resposta apresentada, da inexistência do crime.

a) Errada. O juiz poderá irá absolver sumariamente o réu se constatar, após a resposta à
acusação, a presença de quaisquer das hipóteses do art. 397, independentemente do que for
alegado pela defesa.
b) Errada. A súmula 330 do STJ é no sentido de que “é desnecessária a resposta preliminar
de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito
policial”.

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c) Errada. O procedimento especial previsto no CPP apenas se aplica aos crimes funcionais
típicos, conforme a jurisprudência dominante.
d) Errada. Contraria a súmula 714 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, con-
dicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções.

e) Certa. O art. 516 do CPP diz que “o juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fun-
damentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação”. Não há exigência de oitiva do Ministério Público no
dispositivo legal.
Letra e.

036. (FGV/JUIZ/TJ-AM/2013) O Código de Processo Penal prevê nos arts. 513/518 um pro-
cedimento especial para os crimes de responsabilidade praticados por funcionários públicos.
Com relação a esse procedimento é correto afirmar que:
a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia
ou queixa.
b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público con-
tra a Administração, desde que estes sejam inafiançáveis;
c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária
a resposta preliminar quando a ação penal for instruída por inquérito policial.
d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento espe-
cial não será aplicável;
e) se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá acompanhar o processo, mas não terá atribuição
para apresentar resposta preliminar.

a) Errada. Diante da previsão legal de defesa preliminar, a primeira manifestação do acusado


ocorre antes do recebimento da inicial acusatória (art. 514 do CPP).
b) Errada. O art. 514 fala em aplicação do procedimento diferenciado para os crimes afiançáveis.
c) Certa. A súmula 330 do STJ diz que “é desnecessária a resposta preliminar de que trata o
artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial”.
d) Errada. Não há qualquer razão para que o procedimento especial não seja aplicável ao cri-
me de peculato doloso, pois se cuida de infração penal afiançável.

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e) Errada. Nos termos do parágrafo único do art. 514, se não for conhecida a residência do
acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem
caberá apresentar a resposta preliminar, contrariando o que diz a alternativa E.
Letra c.

037. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ FEDERAL/TRF-1ª REGIÃO/ADAPTADA) A respeito de proces-


sos por crimes de responsabilidade de funcionário público, crimes contra a honra (...) julgue:
No processo criminal por crimes de calúnia e difamação praticados contra servidor público no
exercício da função, após recebida a queixa, o juiz designará audiência de reconciliação e, se
essa for frutífera, homologará, por sentença, a desistência do querelante.

Nos crimes contra a honra, a tentativa de reconciliação é feita antes do recebimento da quei-
xa, nos termos do art. 520 do CPP. Perceba que a assertiva traz a particularidade de o crime
contra a honra ter sido praticado contra servidor público no exercício da função, o que não
altera o procedimento.
Errado.

038. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO FEDERAL/2013) Nos casos de crimes afiançáveis de


responsabilidade do funcionário público, a legislação processual antecipa o contraditório an-
tes de inaugurada a ação penal, com a apresentação da defesa preliminar.

A alternativa está correta, pois nos crimes funcionais afiançáveis, há previsão de resposta
preliminar, antes do recebimento da inicial acusatória, conforme art. 514 do CPP.
Certo.

039. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-AC/2012) Vânia alega que Carlos, servidor


público com curso superior, praticou contra ela o crime de extorsão, motivo pelo qual Carlos
está sendo processado. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Caso seja preso, Carlos terá direito a prisão especial, que consiste no recolhimento em cela
individual e transporte separado do preso comum, durante a prisão provisória e a definitiva.
b) Por expressa disposição legal, tanto Carlos quanto o chefe da repartição em que ele traba-
lha deverão ser notificados a respeito do dia designado para que Carlos compareça em juízo
para a audiência referente ao processo.
c) Caso Carlos não constitua advogado particular, o juiz poderá nomear defensor ad hoc para
defendê-lo e poderá arbitrar os honorários desse advogado, os quais Carlos não estará obri-
gado a pagar se a defesa técnica for deficiente.

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d) De acordo com previsão legal, Vânia poderá, após a instauração do inquérito policial, ha-
bilitar-se como assistente de acusação, devendo, nessa hipótese, receber a causa no estado
em que esta se encontrar, ainda que em fase de execução penal.
e) Sentença absolutória por ausência de prova da existência do fato

a) Errada. A previsão de prisão especial é apenas para a prisão provisória, cessando quando
da prisão definitiva, conforme art. 295 do CPP.
b) Certa. Nos termos do art. 359, o dia designado para funcionário público comparecer em
juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
c) Errada. Nos termos do parágrafo único do art. 263 do CPP, “o acusado, que não for pobre,
será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz”.
d) Errada. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença, nos termos
do art. 269 do CPP, logo, não poderá se habilitar na execução.
e) Errada. A sentença penal que absolve o réu por falta de provas não impede a propositura de
ação civil indenizatória, leitura do art. 66 do CPP que dispõe: não obstante a sentença absolu-
tória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamen-
te, reconhecida a inexistência material do fato.
Letra b.

040. (CESPE/CEBRASPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-BA/2010) Roger, servidor público es-


tadual, e Rafael, autônomo, praticaram, em concurso de agentes, crime afiançável contra a
administração pública. A apuração dos fatos, feita em processo administrativo disciplinar,
resultou na demissão do servidor, por grave falta administrativa. Encaminhada cópia autên-
tica do processo administrativo disciplinar ao MP, este, de pronto, ofertou denúncia contra os
acusados. Nessa situação, tanto Roger quanto Rafael devem ser notificados para a apresen-
tação de resposta à acusação, antes do recebimento da denúncia.

No caso não é necessária a resposta preliminar para nenhum deles: Roger porque foi demitido
e Rafael porque não é funcionário público. Ademais, antes do recebimento da denúncia, o que
se tem no procedimento próprio é defesa preliminar, e não resposta à acusação.
Errado.

041. (FUNIVERSA/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-DF/2009) O Ministério Público do Distrito Fe-


deral e dos Territórios, com base em elementos de informação obtidos em inquérito policial,
denunciou João, agente da polícia civil, por ter supostamente solicitado propina ao comer-
ciante de peças de automóvel Manoel, com o objetivo de não efetuar contra este a prisão em
flagrante em razão de haver adquirido mercadoria oriunda de crime. Acerca dessa situação

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hipotética, assinale a alternativa correta segundo o atual entendimento do Supremo Tribu-


nal Federal.
a) O fato de a denúncia ter sido respaldada em elementos de informação colhidos no inquéri-
to policial não dispensa a obrigatoriedade da notificação prévia do acusado para apresentar
defesa preliminar.
b) A conduta do policial civil amolda-se ao crime de concussão.
c) A notificação do acusado para apresentar a resposta preliminar por escrito é desnecessária
se ele já tiver constituído advogado nos autos.
d) Após o recebimento da denúncia ou da queixa, será o acusado citado, seguindo-se o pro-
cedimento sumariíssimo, desde que haja a resposta preliminar à acusação.
e) O procedimento especial previsto no processo penal, imputado a funcionários públicos,
aplica-se tanto aos crimes comuns como aos crimes funcionais típicos por eles praticados.

A questão pede o entendimento do STF sobre o tema, que tem a seguinte posição, quanto à
prescindibilidade ou não de defesa preliminar, ainda quando a ação penal esteja lastreada em
inquérito:

JURISPRUDÊNCIA
I – A partir do julgamento do HC 85.779/RJ, passou-se a entender, nesta Corte, que é
indispensável a defesa prévia nas hipóteses do art. 514 do Código de Processo Penal,
mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito policial (Informativo 457/STF). (RHC
120569 / SP, 2ª Turma. Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski. 11/03/2014).

b) Errada. O crime em tese praticado amolda-se ao tipo penal descrito no art. 317 do CP –
corrupção passiva.
c) Errada. O fato de ter o acusado advogado constituído nos autos não dispensa a necessida-
de de notificação dele para apresentar a defesa.
d) Errada. Não será seguido o procedimento sumaríssimo, mas sim aquele que decorre da
quantidade máxima de pena cominada, podendo ser ordinário ou sumário. Isso porque, o art.
518 diz que na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o dispos-
to nos capítulos I (procedimento comum ordinário) e III (procedimento comum sumário) do
Título I deste livro.
e) Errada. O procedimento diferenciado é aplicado apenas quando se trata de crime funcional
praticado pelo funcionário público. Portanto, não se aplica aos crimes comuns.
Letra a.

042. (EJEF/JUIZ/TJ-MG/2009) Em se tratando de processo sumário, marque a op-


ção CORRETA.

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a) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu será ouvida, desde que obede-
cida a ordem prevista no Código de Processo Penal.
b) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu para o ato não será inquirida.
c) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu para o ato será inquirida inde-
pendentemente da ordem estabelecida no Código de Processo Penal.
d) Nenhuma das hipóteses é verdadeira.

A alternativa correta é a A, pois o art. 536 diz que “a testemunha que comparecer será inqui-
rida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem
estabelecida no art. 531 deste Código”. Por trazerem soluções que não se adequam a essa
previsão legal, as demais alternativas estão incorretas.
Letra a.

043. (FCC/JUIZ/TJPE/2011) Na resposta à acusação, o réu


a) pode arrolar testemunhas e oferecer documentos, mas não arguir prescrição.
b) pode suscitar nulidade e excludente da ilicitude.
c) não pode suscitar a atipicidade do fato, embora possa especificar as provas pretendidas.
d) pode arguir preliminares, mas não causa de extinção da punibilidade.
e) não pode suscitar decadência ou abolitio criminis.

O art. 396-A dispõe que na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendi-
das e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Assim, incorreta a alternativa A ao dizer que o réu não pode arguir prescrição. De igual modo,
incorretas as afirmações constantes das alternativas C (não pode suscitar atipicidade do
fato); D (não pode arguir causa de extinção da punibilidade) e E (não pode suscitar decadên-
cia ou abolitio criminis), pois todas são alegações que interessam a sua defesa.
Portanto, correta a alternativa B, pois o réu pode suscitar nulidade e excludente de ilicitude.
Tome cuidado para não confundir: o réu pode trazer todas as alegações que interessam
a sua defesa na resposta à acusação. O que é mais restrito é a possibilidade ou não de o
juiz absolver sumariamente o réu – ato que vem logo após a resposta. Daí que se discute a
possibilidade de rejeição da inicial acusatória após a resposta, depois de já ter sido feito o
recebimento “precário”.
Letra b.

044. (TJ-SC/JUIZ/TJ-SC/2010) Quanto ao procedimento sumário:

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Procedimentos
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I – Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trin-


ta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no
Código de Processo Penal, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-
-se, finalmente, aos debates.
II – Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 45 (quarenta
e cinco) dias, proceder-se-á ao interrogatório do acusado, seguindo-se à tomada de declara-
ções do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela
defesa, em número de seis, respectivamente, nesta ordem, ressalvado o disposto no Código
de Processo Penal, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhe-
cimento de pessoas e coisas, com alegações via memoriais.
III – Na instrução, poderão ser inquiridas até cinco testemunhas arroladas pela acusação e
cinco pela defesa.
IV – As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação
e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz,
a seguir, sentença.
V – As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação
e à defesa, pelo prazo de 10 (dez) minutos, prorrogáveis por mais 5 (cinco), proferindo o juiz,
a seguir, sentença.
a) Somente as proposições I e V estão corretas.
b) Somente as proposições I e III estão corretas.
c) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
d) Somente as proposições II e V estão corretas.
e) Somente as proposições II, IV e V estão corretas.

Vou começar com um pedido: fique sempre alerta ao comando da questão. Aqui o examinador
pede o regramento aplicável ao procedimento sumário. Então é com base nele que iremos
respondê-la, combinado? Vamos lá.
I – Certo. Nos termos do art. 531 do CPP:

Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proce-
der-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arrola-
das pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.

II – Errado. Por consequência, está incorreto o item II, que traz procedimento diverso, fala em
prazo de 45 dias, além de inverter a ordem de oitivas.

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III – Certo. O art. 532 diz que poderão ser inquiridas até 5 testemunhas arroladas pela acusa-
ção e 5 pela defesa.
IV – Certo. Reproduz o que diz o art. 534:

As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa,


pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.

V – Errado. Por consequência, incorreto o item V, pois traz parâmetros de tempo diferentes
dos previstos em lei.
Assim, a alternativa a ser assinalada é a C: corretos os itens I, III e IV.
Letra c.

045. (MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-GO/2019/ADAPTADA) Sobre os chamados


processos em espécie, segundo previsão do Código de Processo Penal:
No processo comum, na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendi-
das e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Após a resposta, juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a exis-
tência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa
excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado eviden-
temente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente.

A assertiva está correta, e reproduz o que dispõem os artigos 396-A e 397:

Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemu-
nhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV – extinta a punibilidade do agente.
Certo.

046. (VUNESP/JUIZ/TJ-RO/2019) Tício foi denunciado pelo Ministério Público pela prática
de crime tributário (apenado com reclusão de 2 a 5 anos), em vista de sonegação de imposto,
no montante de 1 milhão de reais. Citado, apresentou resposta à acusação, tendo arrolado 8
testemunhas de defesa, duas delas residentes fora da jurisdição, tendo sido expedidas cartas
precatórias, com prazo de cumprimento de 90 dias. Ouvidas as testemunhas de acusação e

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defesa, com exceção das duas residentes fora da jurisdição, tendo esgotado o prazo de cum-
primento da precatória, Tício foi interrogado, abrindo-se vista às partes para apresentação de
alegações finais. O órgão de acusação manifestou-se pela absolvição de Tício, por não restar
comprovada a autoria. Já a defesa, alegou cerceamento de defesa, por não se aguardar o
retorno das cartas precatórias. Conclusos os autos ao Juiz, foi proferida sentença condena-
tória. Na sentença, a despeito da não imputação pelo órgão da acusação, o Juiz reconheceu a
causa de aumento prevista na legislação de crimes tributários, consistente na ocorrência de
grave dano à coletividade, pelo valor sonegado, incidindo aumento da pena de 1/3. Diante da
situação hipotética, assinale a alternativa correta.
a) A sentença condenatória não violou os princípios do contraditório e devido processo legal,
pois pode o juiz condenar o réu, contrariamente à posição do órgão de acusação, não sendo
obrigado aguardar o retorno de cartas precatórias, expedidas com prazo.
b) Haja vista que o crime imputado a Tício processa-se sob o procedimento comum sumário,
o número de testemunhas arroladas deveria ser de, no máximo, 5 (cinco).
c) Haja vista a expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas de defesa residentes
fora da jurisdição, o Juiz não poderia ter sentenciado o feito, devendo, ao contrário, ter sus-
pendido o processo, até o retorno.
d) Haja vista que o órgão de acusação, titular da ação penal, manifestou-se pela absolvição
de Mévio, não poderia o Juiz ter proferido sentença condenatória.
e) Haja vista que a denúncia ofertada pelo órgão de acusação não imputou a Tício qualquer
causa que implicasse agravamento da pena, não poderia o Juiz ter reconhecido a causa de
aumento consistente na ocorrência de grave dano à coletividade.

a) Certa. Apesar de críticas na doutrina, nos termos do art. 385 do CPP, nos crimes de ação
pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha
opinado pela absolvição (...). Ademais, também correto afirmar que a expedição de carta pre-
catória não suspende o curso da instrução, nos termos do art. 222, § 1º do CPP.
b) Errada. A quantidade de pena máxima cominada ao crime – 5 anos, atrai a utilização do pro-
cedimento comum ordinário – crimes punidos com pena máxima igual ou superior a 4 anos.
c) Errada. Valendo aqui o comentário da parte final da alternativa A e o comentário inicial da
alternativa A, respectivamente.
d) Errada. Valendo aqui o comentário da parte final da alternativa A e o comentário inicial da
alternativa A, respectivamente.
e) Errada. O valor do dano causado estava descrito na denúncia. Assim, o juiz pode sim reco-
nhecer a causa de aumento consistente na ocorrência de grave dano à coletividade.
Letra a.

047. (TRF-4ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/TRF-4ª REGIÃO/2016/ADAPTADA) Julgue o item:

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Ressalvados os procedimentos especiais previstos no Código de Processo Penal e na legisla-


ção esparsa, o procedimento comum ordinário será observado quando se tratar de crime cuja
pena privativa da liberdade máxima cominada seja igual ou superior a três anos.

Incorreta a assertiva, pois nos termos do art. 394, § 1º, I, o procedimento comum ordinário é
observado quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior
a 4 anos de pena privativa de liberdade.
Errado.

048. (FAURGS/JUIZ/TJ-RS/2016/ADAPTADA) Em se tratando de instrução criminal de pro-


cedimento comum ordinário no qual quatro acusados respondem, igualmente, por quatro cri-
mes em concurso material, tendo constituído um único advogado, a defesa poderá arrolar até
oito testemunhas para cada acusado, não se computando, nesse número, os informantes e
as testemunhas referidas.

Incorreta a assertiva, pois o entendimento é no sentido de que a quantidade máxima de teste-


munhas que podem ser arroladas (aqui no procedimento comum ordinário até 8) refere-se a
cada fato criminoso imputado aos acusados. Pouco importa que eles tenham o mesmo advo-
gado, pois o direito é de cada um dos réus, quanto a cada um dos crimes que eles respondam
individualmente. Então cada réu pode indicar até 8 testemunhas para cada fato criminoso,
não se computado nesse número as que não prestem compromisso e as referidas.
Errado.

049. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2011/ADAPTADA) Considere as asserti-


vas a seguir:
I – no processo comum, o juiz, depois de receber a denúncia, designa audiência de instrução
devendo determinar a intimação, dentre outros, do ofendido.
II – a jurisprudência consolidada no STF não admite a suspensão condicional do processo em
caso de crime continuado.
III – o Ministério Público pode desistir de suas testemunhas sem a anuência prévia da defesa.
IV – se o juiz, após a defesa preliminar, reconhecer a existência de doença mental do acusado,
comprovada por sentença judicial de interdição, deverá absolver sumariamente o acusado,
embora se trate de absolvição imprópria, tendo em vista a possibilidade de imposição de me-
dida de segurança.
Pode-se afirmar que:

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a) I, II e III estão incorretas


b) III e IV estão incorretas
c) II e IV estão incorretas
d) todas estão incorretas

I – Certo. A alternativa I foi tida como correta. Muito embora saibamos que no procedimento
comum, depois de recebida a denúncia, o juiz determina a citação do réu para responder à
acusação em 10 dias. A despeito disso, o examinador se valeu da literalidade do art. 399 para
considerar essa alternativa como correta. Veja o que ele diz: “recebida a denúncia ou queixa,
o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu de-
fensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente”. Então a questão
se valeu da confusão existente no Código de Processo Penal para também tentar confundir o
candidato.
II – Errado. A súmula 723 do STF diz que não se admite a suspensão condicional do proces-
so por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento
mínimo de um sexto for superior a um ano. Portanto, não se afasta totalmente a possibilidade
de suspensão condicional do processo no crime continuado, mas apenas quando a aplicação
das regras da continuidade delitiva levar a pena que ultrapasse a quantidade prevista em lei
para admissão do instituto.
III – Certo. Não há necessidade de anuência da defesa para que o Ministério Público desista
das testemunhas apenas por ele arroladas.
IV – Errado. Com efeito, o art. 397, ao tratar da manifesta causa excludente de culpabilidade,
ressalva a inimputabilidade. Não bastasse isso, não é suficiente processo de interdição para
absolvição imprópria, ainda que se entenda pela possibilidade dela nesse momento, como
o faz parte da doutrina, na hipótese de ser a inimputabilidade a única tese defensiva. É ne-
cessário que se demonstre a incapacidade de compreender o caráter ilícito do fato ou de se
comportar conforme esse entendimento, na época do evento criminoso.
Letra c.

050. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2015/ADAPTADA) Não é integralmente corre-


to afirmar que, nos procedimentos sumário e ordinário, o juiz pode absolver sumariamente o
réu se verificar: a existência de manifesta causa que exclui a ilicitude do fato; a existência de
manifesta causa que exclua a culpabilidade, salvo a inimputabilidade; que não há provas do
crime ou que o fato não constitui crime; e quando extinta a punibilidade do agente.

Olha aí, mais uma questão sobre o art. 397. Eu nem iria colocá-la no nosso material, mas
mudei de ideia. Não porque eu suspeite que você ainda precise de ler esse dispositivo. Tenho

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certeza de que se você chegou até aqui, já sabe não apenas dizer o conteúdo dele, mas fazê-
-lo soletrando ao contrário. Quero chamar a atenção para o “é integralmente correto afirmar”.
Perceba, inclusive, que adaptei a questão para essa finalidade. O meu objetivo é que você
esteja totalmente preparado para resolver prova objetiva e isso parte da leitura do comando
da questão. Quando o “não” aparece é que percebo que os candidatos mais confundem. En-
tão veja. Na questão, nós temos itens que não se adequam ao art. 397. Lá não está previsto
“que não há provas do crime ou que o fato não constitui crime”, mas sim “que o fato narrado
evidentemente não constitui crime”. Não é um juízo de dúvida, mas sim de certeza. Dito isso,
está certa a assertiva ao dizer “não é integralmente correto afirmar que”. Então, nosso acordo:
leia o comando da questão e entenda o que ela quer, antes de sair correndo para as assertivas
(ou para o restante do texto) sem saber com precisão o que você está procurando!
Certo.

Danielle Rolim
Juíza de direito e juíza de direito substituta do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
Professora do Curso Preparatório para Magistraturas e Ministérios Públicos do Gran Cursos Online, nas
disciplinas Direito Processual Penal e Legislação Penal Especial. Professora da Escola da Magistratura do
Distrito Federal, na disciplina Direito Processual Penal. Graduada em Direito pelo Centro Universitário de
Brasília (Uniceub). Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo Centro de Ensino Tecnológico de
Brasília. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade da Amazônia.

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