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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Procedimentos
Danielle Rolim
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Procedimentos...................................................................................................................................................................4
1. Procedimento. . ................................................................................................................................................................4
1.1. Introdução.. ....................................................................................................................................................................4
1.2. Classificação do Procedimento........................................................................................................................4
1.3. Classificação do Procedimento Comum......................................................................................................5
1.4. Procedimento em Caso de Conexão e Continência. ............................................................................ 10
2. Procedimento Comum Ordinário...................................................................................................................... 10
2.1. Oferecimento da Peça Acusatória.. .............................................................................................................. 10
2.2. Rejeição ou Recebimento da Peça Acusatória.......................................................................................11
2.3. Citação do Acusado..............................................................................................................................................16
2.4. Resposta à Acusação..........................................................................................................................................17
2.5. Oitiva da Acusação.. ..............................................................................................................................................19
2.6. Absolvição Sumária..............................................................................................................................................19
2.7. Suspensão Condicional do Processo........................................................................................................ 24
2.8. Designar Audiência de Instrução e Julgamento.................................................................................25
2.9. Audiência Una de Instrução e Julgamento.............................................................................................26
3. Procedimento Comum Sumário.. .......................................................................................................................36
3.1. Hipóteses de Cabimento do Procedimento Comum Sumário.......................................................36
3.2. Distinção entre o Procedimento Comum Ordinário e o Sumário...............................................37
4. Procedimento Sumaríssimo. . ..............................................................................................................................37
4.1. Princípios Orientadores.....................................................................................................................................38
4.2. Procedimento Sumaríssimo – Fase Pré-Processual........................................................................38
4.3. Procedimento Sumaríssimo – Fase Processual...................................................................................41
4.4. Suspensão Condicional do Processo.........................................................................................................41
Resumo................................................................................................................................................................................44
Questões de Concurso................................................................................................................................................46
Gabarito...............................................................................................................................................................................63
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................64
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Procedimentos
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Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)! Seguindo na nossa preparação, vamos iniciar nossa aula sobre
procedimentos. Aqui vamos tratar do procedimento comum ordinário, que é de longe o mais
importante de todos! E por que eu digo isso? Porque ele é a base dos demais. Só quando sa-
bemos a regra é que temos condições de analisar as exceções, não é mesmo? Aqui é mais ou
menos isso: analisaremos o procedimento que é utilizado para a grande maioria dos casos,
entenderemos ele e, a partir daí, teremos facilidade para perceber as especificidades dos de-
mais. Passaremos também pelo estudo do procedimento comum sumário e pelo sumaríssi-
mo – que, prometo, vai ser bem rapidinho, destacando apenas os pontos que mais importam.
Ao final, algumas questões de concurso – todas as que foram encontradas dentro desse
ponto – para podermos treinar com bastante cuidado.
Vamos começar!
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Procedimentos
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PROCEDIMENTOS
1. Procedimento
1.1. Introdução
Processo é conceituado pela doutrina como o instrumento de que se vale o Estado para
exercer a jurisdição, ou seja, para aplicar a lei ao caso concreto. Procedimento, por outro lado,
é o “modo pelo qual se desenvolve o processo, no seu aspecto interno”, nos dizeres de Gui-
lherme de Souza Nucci. Vamos tentar simplificar.
Quando falamos em procedimento não temos como nos distanciar do devido processo
legal. Por quê? Quem quer que decida por praticar um fato criminoso sabe da possibilidade de
ter contra si movimentada a máquina estatal, visando a lhe impor uma pena. Mas sabe tam-
bém que essa movimentação se dará por meio de uma série concatenada de atos que serão
praticados seguindo uma tipicidade – é o procedimento. Eu sei, por exemplo, que se eu matar
alguém, o Ministério Público irá oferecer denúncia contra mim e que, se o juiz receber a peça
acusatória, eu preciso ser citada e, a partir daí, vou integrar uma relação jurídico-processual,
tendo direitos e garantias, especialmente aqueles relacionados ao contraditório e à ampla
defesa (que são os que mais nos interessam quando tratamos de procedimento). Sei também
que esses direitos serão exercidos seguindo o procedimento previsto por lei – que vincula as
partes e o juiz. Então, não devem ser esperadas “surpresas”.
O procedimento está descrito em lei e, para se falar em devido processo legal, deve ser
seguido, apenas sendo admitidas ponderações que passem pela observância de outros prin-
cípios, a exemplo da economia processual, e desde que não provoque prejuízo para as partes.
Esse ponto é de especial importância! A jurisprudência tem se posicionado no sentido de que
a inversão de ato processual ou adoção de procedimento diverso daquele previsto em lei ape-
nas gera nulidade se for comprovado prejuízo à parte. Isso porque o procedimento não é um
fim em si mesmo, mas serve ao regular desenvolvimento do processo.
Daí a importância do estudo do tema, com atenção voltada para a jurisprudência que
enfrenta vários aspectos relacionados a essa ponderação entre os princípios aqui trazidos.
Vamos em frente!
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A assertiva está errada, pois como vimos, nos termos do caput do art. 394, o procedimento
será comum ou especial.
Errado.
O procedimento especial pode estar previsto no CPP ou em leis especiais. O CPP, ao fa-
zê-lo, irá trazer regras próprias que servem àquela determinada categoria de crimes. É o que
acontece, por exemplo, quando se trata do procedimento especial dos crimes dolosos contra
a vida, nos artigos 406 a 497. De igual modo, ao se referir ao procedimento especial dos “cri-
mes de responsabilidade dos funcionários públicos”, nos artigos 513 a 518. Em leis especiais
encontramos, por exemplo, o procedimento previsto na Lei n. 11.343/2006.
Por outro lado, o procedimento comum vai ser aplicado na ausência de procedimento
especial. Vale dizer: não havendo procedimento especial previsto em lei, será aplicado o pro-
cedimento comum. É o que diz o § 2º do art. 394 do CPP: “aplica-se a todos os processos o
procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial”.
O procedimento comum também é aplicado subsidiariamente aos procedimentos espe-
ciais. Em que sentido? Na ausência de regra própria no procedimento especial cabível ao
caso, iremos nos valer das regras gerais constantes do procedimento comum. É o que diz o §
5º do art. 394 do CPP: “aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e
sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário”.
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Primeiro vamos verificar se existe procedimento especial que se aplica àquele fato crimino-
so. Não tendo, sabemos que será aplicado o procedimento comum. Vamos a partir daí verificar
a quantidade de PENA MÁXIMA em abstrato prevista para aquele crime para, só então, definir
se o procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo, nos seguintes termos:
• Procedimento Comum Ordinário – crimes cuja pena máxima cominada seja igual ou
superior a 4 anos, (pouco importa se se cuida de crime punido com detenção ou re-
clusão).
• Procedimento Comum Sumário – crimes cuja pena máxima seja inferior a 4 anos e
superior a 2 anos.
Espera aí, professora. De onde tirou essa história de superior a 2 anos? A lei não fala nada
disso!
De certa forma, fala sim. Se para as infrações penais de menor potencial ofensivo é apli-
cado o procedimento sumaríssimo, e não o sumário, temos que excluir dele as infrações pu-
nidas com pena máxima igual ou inferior a 2 anos e as contravenções penais.
Aqui vou dizer: para tudo! Para tudo pra prestar bem atenção nessas penas aí. Por quê? Os
examinadores têm verdadeira fixação por esse dispositivo, para fazer maldades, ops, ques-
tionamentos da seguinte ordem: “o procedimento comum sumário é aplicado para crimes
cuja pena máxima é igual ou inferior a 4 anos”; “o procedimento comum ordinário é aplicado
apenas a crimes cuja pena máxima cominada seja superior a 4 anos”. Ou seja, em um ele in-
seriu o “igual a 4 anos” e no outro ele retirou o “igual a 4 anos”, tornando as duas alternativas
incorretas. Então, todo cuidado do mundo é pouco: na hora de estudar, pra prestar bem aten-
ção e memorizar essas penas, e na hora da prova, para não ler rápido demais e confundir as
respostas, tá bom? Da minha parte, aí vai uma forcinha:
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Perceba que o 2 e o 4 anos não estão dentro do sumário. Significa dizer: o sumário não
abrange o “igual a”, estejamos falando em 2 ou em 4 anos. Então, necessariamente, o “igual
a” estará nos outros procedimentos. Em resumo:
Comum
Comum sumário Comum ordinário
sumaríssimo
Igual ou inferior a Mais de 2 e
Pena – máxima Igual ou superior a 4
2 anos menos de 4
Então, cola na parede do quarto (dica de decoração da professora), para você não confun-
dir na prova, está certo? Por que cai? Cai sim! Olha aí:
( ) Será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for inferior
a quatro anos de pena privativa de liberdade.
( ) Será sumário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja igual
ou superior a quatro anos.
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Até aqui tudo bem. Você já sabe que precisa ter esses parâmetros bem definidos para fa-
zer bonito na prova. Mas tem mais. Como para determinar o procedimento eu estou em busca
da pena máxima prevista para aquele crime, em abstrato, algumas indagações precisam ser
feitas. Vamos a elas.
• Como proceder se houver concurso de crimes? Deve ser verificada a pena máxima de
cada um deles isoladamente ou aquela que resulte da aplicação das regras do concur-
so? Deve ser aplicado o critério da acumulação material ou da majoração das penas.
Ou seja: vou somar as penas, em caso de concurso material, ou vou aplicar a fração
correspondente, em caso de concurso formal próprio ou crime continuado! A partir do
resultado que conseguir com essas operações, é que vou definir a quantidade máxima
de pena em abstrato que é possível de ser aplicada e, portanto, saber qual o procedi-
mento aplicável.
• Qualificadoras devem ser levadas em consideração para a determinação do procedi-
mento? Sim. Na hora de determinar o procedimento, eu levo em consideração o tipo
derivado das qualificadoras, e não o tipo básico, para saber qual a pena máxima comi-
nada em abstrato.
• Causas de aumento e causas de diminuição de pena são levadas em conta no mo-
mento de fixar o procedimento? Sim. Mas aqui tem mais um ponto que temos que nos
preocupar antes de avançarmos. As causas de aumento e de diminuição não tem um
valor fixo previsto em lei – são variáveis. Por exemplo, diz a lei, no caso de tentativa,
que a pena será reduzida de 1 a 2/3. E agora? Qual fração aplico sobre a pena máxima
já prevista no tipo penal para saber que procedimento irei adotar? O que você precisa
lembrar é que estamos em busca da MÁXIMA pena cabível para aquele crime. Dito isso,
você irá aplicar, em caso de causa de aumento, o quantum que mais aumente ou, em
caso de causa de diminuição, o quantum que menos diminua a pena. Assim, se a causa
de aumento varia de 1/3 a 2/3, você deve aplicar a fração de 2/3 sobre a pena máxima
e, a partir desse resultado, verificar qual o procedimento. Por outro lado, se a causa de
diminuição é que varia de 1/3 a 2/3, você irá pegar a pena máxima em abstrato e dimi-
nuir de 1/3 (menor diminuição possível). Pronto. Você estará diante da máxima pena
possível para aquele caso, em uma ou outra hipótese, e pronto para determinar qual
procedimento irá adotar naquele caso concreto.
• Agravantes e atenuantes são levadas em consideração para determinação do procedi-
mento? A resposta aqui é negativa. Como a lei sequer fornece parâmetros para agravar
ou atenuar a pena, o entendimento é no sentido de que elas não serão consideradas
quando da determinação do procedimento.
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Ufa! Muita coisa para se preocupar, não é mesmo? Mas não paramos por aqui. Apesar de
toda essa construção, em alguns casos essas regras não irão se aplicar! Isso porque alguns
crimes não estão submetidos a esses critérios (baseados na quantidade máxima de pena co-
minada em abstrato), ainda que não tenham um procedimento especial previsto em lei. Como
assim? Que crimes são esses?
• Crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher – mesmo que
a pena máxima seja igual ou inferior a 2 anos, não se aplica o procedimento comum
sumaríssimo dos Juizados Especiais, por expressa vedação legal – art. 41 da Lei n.
11.340/2006 dispõe que: “aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099/1995”.
• Crimes tipificados no Estatuto do Idoso. Aqui precisamos ter um cuidado especial! Por
quê? O Estatuto do Idoso dispõe em seu art. 94 que deve ser adotado o procedimento
comum sumaríssimo às infrações penais nele tipificadas cuja pena máxima não ultra-
passe 4 anos. Perceba: tratamento diferente do que preconiza o Código de Processo
Penal. Por se tratar de lei especial, o entendimento é no sentido de aplicação dessa re-
gra: até 4 anos de pena máxima, sendo crime previsto no Estatuto do Idoso, é aplicado
o procedimento sumaríssimo. Mas atenção! O Supremo Tribunal Federal foi chamado
a falar sobre o tema. E disse o seguinte: o objetivo da norma aqui é proteger o idoso,
ou seja, dar mais celeridade ao julgamento de processos em que o idoso seja vítima,
visando a uma rápida resposta estatal. Não faz sentido, a partir dessa visão, entender
que a norma tem também o objetivo de proteger quem praticou crime contra o idoso.
Por conta disso é que o STF afastou a possibilidade de concessão dos benefícios des-
penalizadores da Lei n. 9.099/1995, como transação penal e composição civil de danos,
àqueles que tenham praticado crimes contra idosos. A aplicação da norma, portanto, é
apenas quanto a aspectos do procedimento, para garantir celeridade, e não para privi-
legiar, de qualquer modo, quem tenha praticado crime contra idoso.
• Crimes falimentares – a Lei de Falências manda observar o rito previsto nos arts. 531
a 540 do CPP, que tratavam sobre o procedimento sumário – hoje previsto nos arts.
531 a 536 do CPP. Assim, qualquer que seja a pena cominada, cuidando-se de crime
falimentar, o procedimento a ser utilizado é o comum sumário.
• Crimes previstos na Lei de Organizações Criminosas e crimes conexos – nos termos
do art. 22 da Lei n. 12.850/2013, aos crimes lá previstos e às infrações conexas, qual-
quer que seja a pena cominada, aplica-se o procedimento comum ordinário. A despeito
disso, diante da ausência de qualquer proibição na lei, é possível a aplicação dos insti-
tutos despenalizadores previstos na Lei n. 9.099/1995 para crimes que se adequem ao
conceito de infração de menor potencial ofensivo.
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JURISPRUDÊNCIA
Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal e desta Corte, não há nulidade na
adoção do rito ordinário em ação penal que apura crimes que possuem ritos diversos,
pois se trata de procedimento mais amplo no qual, em tese, estaria assegurado com
maior amplitude o exercício do contraditório e da ampla defesa (RHC 29.062/RJ, Rel.
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 01/10/2015, DJe 26/10/2015).
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o querelante, na ação penal privada, por meio de queixa, vai ao Estado-juiz pedindo a conde-
nação de alguém.
Nos termos do art. 41 do CPP, “a denúncia ou queixa conterá a exposição do fato cri-
minoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas”. Na nossa aula sobre ação penal, tratamos com detalhes sobre os requisitos da
denúncia, que por questões didáticas não serão aqui repetidas, combinado?
Apenas quero deixar registrado aqui o seguinte: a lei fala em rol de testemunhas. Quantas
testemunhas podem ser arroladas? Vou te dizer, e já apresentando a primeira diferença entre
o procedimento ordinário e o sumário:
• Procedimento ordinário – 8 testemunhas, por fato criminoso.
• Procedimento sumário – 5 testemunhas, por fato criminoso.
• Inépcia da peça acusatória. Como já vimos, a inicial acusatória deve conter a exposição
do fato com todas as circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol
de testemunhas. A inépcia pode ser formal, que se dá quando não são observados os
requisitos obrigatórios da peça acusatória, previstos no art. 41. Por outro lado, haverá
inépcia material quando não houver justa causa para o processo penal, ou seja, ele-
mentos mínimos que permitam a instauração de um processo penal – prova de mate-
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É possível a rejeição parcial da peça acusatória. É o que acontece, por exemplo, quando diante
do oferecimento de denúncia contra duas pessoas, o juiz percebe que quanto a uma delas não
há justa causa. Assim, rejeita a denúncia quanto ao acusado A, mas recebe quanto ao acusa-
do B. Também pode acontecer de haver justa causa quanto a um crime e não haver quanto a
outro, na hipótese de denúncia que engloba mais de um fato criminoso, contra o mesmo réu,
ou contra vários réus. Em um ou outro caso, estamos diante de exemplos de rejeição parcial
da peça acusatória.
Rejeitada a inicial acusatória, é possível que seja oferecida novamente, caso superada a
causa de rejeição.
Da decisão que rejeita a inicial acusatória cabe Recurso em Sentido Estrito, nos termos do
art. 581, I do CPP.
Nos juizados o recurso cabível é o de apelação, de acordo com o artigo 82 da Lei n. 9.099/1995.
Obs.: 1) Interposto o Recurso em Sentido Estrito contra a rejeição da peça acusatória, caso
o tribunal dê provimento ao recurso, o acórdão valerá como marco interruptivo da
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Como vimos, o Código de Processo Penal traz, no art. 395, as hipóteses de rejeição da ini-
cial acusatória. A contrario sensu, quando não forem identificadas as situações lá delineadas,
a denúncia ou a queixa será recebida pelo juiz. Ou seja: se a denúncia ou a queixa preencher
os requisitos dispostos no art. 41 do CPP, se estiverem presentes os pressupostos processu-
ais, as condições da ação e a justa causa, deverá ser recebida.
É o que dispõe o art. 396 do CPP: “nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a de-
núncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á (...)”.
Para a maioria da doutrina, o recebimento da peça acusatória deve ser fundamentado
pelo juiz como, em verdade, deve ser toda e qualquer decisão judicial, nos termos do art. 93,
IX, da CRFB. O cuidado que se deve ter é que essa fundamentação não pode ultrapassar o
necessário para afirmar que estão presentes os pressupostos processuais, as condições da
ação, a justa causa e que a peça atende aos requisitos formais dispostos em lei. Ir muito além
disso pode importar em um pré-julgamento do denunciado. Isso porque, um eventual excesso
na fundamentação pode implicar em que o juiz esteja antecipando seu juízo de valor sobre o
caso que lhe é apresentado. Há quem defenda que a fundamentação aqui é implícita, ou seja,
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quando o juiz recebe a denúncia ou queixa, já está dizendo que não existem as causas que
levariam à rejeição dela.
A despeito dessa construção doutrinária, a jurisprudência dos tribunais superiores, em
sua maioria, entende não ser necessária a fundamentação de recebimento da inicial acusa-
tória, bastando uma decisão que afirma estarem presentes justamente os requisitos do art.
41, os pressupostos processuais, as condições da ação e a justa causa. Ressalva é feita para
aqueles procedimentos que possuem uma defesa preliminar. Qual a diferença? Em alguns
procedimentos, após o oferecimento da denúncia, e antes da análise quanto ao recebimento,
é oportunizado ao acusado se manifestar sobre a acusação (defesa preliminar). Só após isso
irá o juiz analisar se é caso de recebimento ou rejeição da denúncia. Aqui, diz a jurisprudência,
é necessário que a decisão que entende pelo recebimento seja fundamentada, enfrentando,
inclusive, os argumentos trazidos na defesa preliminar. No entanto, cuidando-se de procedi-
mento ordinário, a maioria da jurisprudência é no sentido de que a decisão não precisa ser
fundamentada de forma exauriente. Nesse sentido:
JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência dos Tribunais Superiores possui entendimento de que a decisão que
recebe a denúncia possui natureza jurídica de interlocutória simples, não necessi-
tando fundamentação exauriente por parte do Magistrado quanto aos motivos do seu
recebimento. Trata-se de declaração positiva do juiz, no sentido de que estão presen-
tes os requisitos fundamentais do artigo 41 e ausentes quaisquer hipóteses do artigo
395, ambos do CPP. (RHC 117.847/TO, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 21/11/2019, DJe 05/12/2019)
JURISPRUDÊNCIA
Em um primeiro momento, na fase do art. 396, do CPP, o Juiz “demonstra, de forma
sucinta, o preenchimento dos seus aspectos formais (art. 41, c/c o art. 395, I, do CPP) e
identificada a presença tanto dos pressupostos de existência e validade da relação pro-
cessual quanto das condições para o exercício da ação penal (art. 395, II, do CPP)” (RCD
no HC 474.949/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
06/11/2018, DJe 21/11/2018.).
JURISPRUDÊNCIA
DENÚNCIA – RECEBIMENTO – FUNDAMENTAÇÃO. A referência, no ato de recebimento
da denúncia, ao atendimento ao figurino instrumental, implica fundamentação razoável.
(HC 144268, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 12/11/2019, PRO-
CESSO ELETRÔNICO DJe-260 DIVULG 27-11-2019 PUBLIC 28-11-2019)
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JURISPRUDÊNCIA
Segundo jurisprudência sedimentada nesta Corte Superior, a propositura da ação penal
exige tão somente a presença de indícios mínimos e suficientes de autoria e materia-
lidade. A certeza será comprovada ou afastada durante a instrução probatória, pre-
valecendo, na fase de oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro societate.
(AgRg no RHC 122.933/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em
28/04/2020, DJe 04/05/2020).
Não há recurso cabível contra a decisão que recebe a peça acusatória. A decisão é irrecorrível!
Em razão disso, recebida a peça acusatória, os tribunais têm admitido, em casos excepcio-
nais, a impetração de habeas corpus visando ao trancamento do processo, quando houver
risco à liberdade de locomoção. Caso contrário será possível o mandado de segurança. Os
tribunais têm admitido Habeas Corpus nessas quatro hipóteses:
• manifesta atipicidade formal ou material da conduta delituosa;
• causa extintiva da punibilidade;
• ausência dos pressupostos processuais ou as condições da ação;
• ausência de justa causa para o processo.
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Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando
a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do
assistente.
Estamos tratando aqui do art. 396 do CPP como sendo o momento do recebimento da
denúncia, seguindo o entendimento dominante da doutrina e da jurisprudência. O que se tem
aqui é que os autores do anteprojeto (Lei n. 11.719/2008 que alterou o procedimento) pre-
tendiam que houvesse uma espécie de defesa preliminar, antes do recebimento da denúncia,
sendo que esta ocorreria apenas na fase do art. 399. No entanto, não foi esse o procedimento
aprovado pelo Congresso Nacional, que inseriu o “recebê-la-á” no art. 396. Também o art. 396
se depreende que, recebida a denúncia, será determinada a citação do réu. A citação pressu-
põe a existência de um processo penal, o que se tem quando do recebimento da denúncia.
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A apresentação da resposta é obrigatória, sob pena de ensejar nulidade absoluta por violação
ao princípio da ampla defesa. Em razão disso é que, citado o réu pessoalmente, se não cons-
tituir advogado para apresentar resposta, o juiz irá nomear advogado para fazê-lo. De igual
forma, se o réu constituir advogado, mas ele não apresentar a resposta, deve ser nomeado de-
fensor para essa finalidade. Veja o que diz o § 2º do art. 396-A: “não apresentada a resposta
no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias”.
Assim, vai ser nomeado defensor e ele terá devolvido o prazo para apresentar a resposta.
Lembrando: se a defesa for patrocinada pela Defensoria Pública, o prazo para resposta é
em dobro, portanto, de 20 dias.
DICA
Cuidado para não usar a palavra errada. Resposta à acusação
não se confunde com a defesa prévia, que existia no Código
de Processo Penal, antes das alterações promovidas pela Lei
n. 11.719/2008. Também não se confunde com a defesa ou
resposta preliminar, própria de alguns procedimentos.
O art. 396-A do CPP dispõe que: “na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e
alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar
as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário”.
Aqui nós temos a aplicação do princípio da concentração da matéria de defesa. O que
significa isso? Na resposta à acusação, devem ser arguidas todas as matérias processuais e
de mérito, devem ser juntados documentos, requeridas diligências e arroladas testemunhas.
Obviamente, há a possibilidade de as matérias defensivas serem trazidas a qualquer tempo,
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não havendo que se falar em preclusão. Por conta disso, não é incomum que as respostas à
acusação sejam apresentadas de forma vaga, algo do tipo “o acusado comprovará no curso
da instrução que deve ser absolvido”. No entanto, como após a resposta é feita uma análise
pelo julgador que pode conduzir à absolvição sumária, abre-se espaço para alegações que
visem a esse resultado. Então, em resumo, na resposta à acusação o acusado poderá:
1. Arguir Preliminares
2. Alegar tudo que interesse a sua defesa
3. Oferecer Documentos e Justificações
4. Especificar provas
5. Apresentar Rol de Testemunhas;
Além de apresentar o rol de testemunhas, caso haja outra prova que a defesa pretenda
requerer, esse é o momento adequado para fazê-lo. Mas cuidado com isso! Qual é a consequ-
ência da não apresentação do rol de testemunhas neste momento? Vai se operar a preclusão.
Nesse sentido:
JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que o rol de testemunhas deve ser
apresentado pela defesa na resposta à acusação, sob pena de preclusão, nos termos do
art. 396-A do Código de Processo Penal: “Na resposta, o acusado poderá arguir prelimi-
nares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações,
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo
sua intimação, quando necessário”. (AgRg no AREsp 1471476/SP, Rel. Ministro RIBEIRO
DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 10/09/2019, DJe 16/09/2019).
Veja: essa é a solução no caso em que o acusado apresenta resposta, mas não faz cons-
tar dele rol de testemunhas. Situação diversa decorre da apresentação fora do prazo da res-
posta à acusação, COM rol de testemunhas. Aqui, como a resposta é obrigatória, tanto ela
quanto o rol devem ser admitidos. Portanto, no que diz respeito à apresentação da resposta à
acusação fora do prazo previsto em lei, diante da obrigatoriedade da peça, entende o Superior
Tribunal de Justiça que não pode o juiz desconsiderar apenas o rol de testemunhas:
JURISPRUDÊNCIA
A resposta à acusação é obrigatória e se defensor particular a apresentou de forma
extemporânea, mas o Juiz aceitou a peça, não há como desconsiderar apenas o rol de
testemunhas. Está correta a declaração de nulidade pelo Tribunal de Justiça, pois o acu-
sado teve cerceada a garantia constitucional de plenitude da defesa. Ele suportou con-
denação sem a oportunidade de produzir prova oral em decorrência da atuação intem-
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A oitiva do Ministério Público ou do querelante após a resposta à acusação NÃO está prevista
expressamente no procedimento comum.
Vamos lá. Essa oitiva da acusação após a resposta à acusação tem previsão expressa
no procedimento do Tribunal do Júri, mas não aqui. No entanto, temos que ter em mente que
após a resposta à acusação abre-se a possibilidade de absolvição sumária do réu! Então a
cautela que se deve ter visa a observar o princípio do contraditório. Por isso que se entende
que se a defesa apresentar alegações, fatos ou provas com relação aos quais a acusação não
tinha ciência, deve ser aplicado por analogia o art. 409 do CPP, que está dentro do procedi-
mento do Tribunal do Júri, e que diz: “apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público
ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias”.
Perceba: o que se defende não é que essa oitiva será sempre obrigatória, mas sim que,
caso surjam provas ou fatos novos e o juiz anteveja a possibilidade de absolvição, o ideal é
que seja preservado o contraditório.
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de procedimento, é um dos pontos mais cobiçados pelos examinadores, porque dá para fazer
uma bagunça na cabeça do candidato, se o examinador quiser, e o aluno não for você, que
acompanhou minha aula! Então vamos em frente?
A absolvição sumária já era prevista no procedimento do Júri, mas a Lei n. 11.719/2008
trouxe a previsão também no procedimento comum. Antes de mais nada, devo dizer: há dife-
renças entre a absolvição sumária prevista no procedimento do Júri e a prevista no procedi-
mento ordinário, que destacarei mais adiante.
Estamos diante aqui de um verdadeiro julgamento antecipado da lide no processo penal!
Por quê? Temos a possibilidade de, antes mesmo da instrução do feito, ser o réu julgado, ob-
viamente para ser absolvido. Não se pode admitir, de forma alguma, é um julgamento anteci-
pado da lide no processo penal para condenar o réu!
Antes mesmo da inserção da absolvição sumária no procedimento comum ordinário, já
tínhamos exemplos de julgamento antecipado da lide no processo penal. Vamos passar rapi-
damente por eles. O art. 516 do CPP, ao tratar do procedimento dos crimes funcionais, diz que
o juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela res-
posta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
De igual modo, a Lei n. 8.038/1990, que fala sobre a competência originária dos tribunais, traz
a previsão de que após a apresentação da resposta preliminar, o relator delibere sobre, dentre
outros pontos, a improcedência da acusação (art. 6º da Lei).
Perceba: são previsões que permitem o juiz analisar o mérito (improcedência da ação), de
modo a absolver o réu de maneira antecipada, sem instruir o feito.
Dito isso, vamos analisar as hipóteses de absolvição sumária previstas em nosso Código
de Processo Penal.
As hipóteses de absolvição sumária estão todas previstas no CPP, no art. 397, que diz:
Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa exclu-
dente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do
agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.
Antes de prosseguirmos e tratarmos de cada uma dessas causas, quero destacar aqui o
que o examinador vai fazer para tentar te confundir na prova. Primeiro, ele vai trazer causas
que não estão previstas aí, mas tem “cara” de que podem levar à absolvição sumária – por
exemplo, as causas que levam à absolvição propriamente dita. Segundo, ele vai confundir as
hipóteses de rejeição da denúncia, com as de absolvição sumária, para que você pense “é, tá
certo, isso aí está previsto no Código sim. Eu lembro de ter visto em algum lugar”. Sim, você
viu, mas não no artigo que trata da absolvição sumária! Por fim, ele vai confundir as hipóte-
ses de absolvição sumária do procedimento comum com as do Tribunal do Júri. Então, qual
meu papel aqui? Tirar você dessa cilada, criando mais alguns quadros decorativos para seu
quarto. Vamos a eles?
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Então nós compilamos aqui as principais “pegadinhas” feitas em provas objetivas, aquilo
que é utilizado pelos examinadores para confundir os candidatos em termos de absolvição
sumária. Feito isso, vamos prosseguir.
Além das diferenças referentes às hipóteses que conduzem à absolvição sumária, outra
importante distinção que deve ser feita é quanto ao momento do procedimento em que vai
se dar a absolvição sumária no procedimento comum e no procedimento do júri. No procedi-
mento comum, como estamos estudando, a análise da absolvição sumária se dá lá no início
do processo, logo após a resposta à acusação. No procedimento do júri a questão é bem dife-
rente: a absolvição sumária vai ocorrer ao final da primeira fase do procedimento do júri, após
toda a instrução probatória.
Agora sim, vamos estudar cada uma das causas de absolvição sumária no procedi-
mento comum.
Perceba, pois, que uma coisa é a absolvição sumária (certeza). Outra coisa é a sentença
a ser proferida ao final da instrução, em que a dúvida quanto uma excludente da ilicitude au-
toriza a absolvição
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Mais uma observação, só para deixar minha consciência tranquila: não é que o inimpu-
tável não pode ser absolvido sumariamente, não é isso! O inimputável não pode ser absolvi-
do sumariamente no procedimento comum por conta da inimputabilidade propriamente dita.
Mas é óbvio que nas outras hipóteses ele pode. Por exemplo, se o inimputável praticou o fato
em legítima defesa, e isso se torna evidente a partir da resposta à acusação, ele pode ser ab-
solvido sumariamente, diante da manifesta causa excludente da ilicitude.
• Quando o fato narrado evidentemente não constituir crime. Fique de olho: o fato nar-
rado EVIDENTEMENTE não constituir crime. Verificando o juiz que a conduta é atípica,
seja no plano formal, seja no material, irá absolver sumariamente o réu.
• Quando estiver extinta a punibilidade do agente. Verificando o juiz que está extinta a
punibilidade do agente, irá o juiz absolvê-lo sumariamente. Quanto a essa hipótese,
sequer seria necessária essa previsão expressa, pois o art. 61 do CPP dispõe que, em
qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá decla-
rá-lo de ofício. Assim, independentemente da previsão aqui no art. 397, a extinção da
punibilidade, em qualquer instante, deve ser declarada.
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te julgando o feito, ainda que de maneira prematura. Portanto, teremos aqui uma sentença de
absolvição, que deve ser devidamente fundamentada.
Contra essa sentença, o recurso cabível é o de apelação, nos termos do art. art. 593, I do
CPP que diz: “Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: I - das sentenças definitivas de
condenação ou absolvição proferidas por juiz singular”.
Discute-se quanto ao recurso cabível em caso de absolvição sumária fundamentada na
extinção da punibilidade. Por quê? Quando o juiz declara extinta a punibilidade, estamos dian-
te de uma decisão de natureza declaratória. Prova disso, inclusive, é o teor da Súmula 18, do
STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não
subsistindo qualquer efeito condenatório.
Vale dizer: quando o juiz julga extinta a punibilidade, ele não está exatamente absolvendo
o réu (tecnicamente falando, apesar da previsão do dispositivo legal que estamos estudando).
Só está reconhecendo que o Estado não poderá submetê-lo ao cumprimento de uma pena. Aí
vem o problema: qual seria o recurso nas hipóteses de absolvição sumária quando o juiz julga
extinta a punibilidade? Com os olhos nessa construção é que a doutrina defende que, nesse
caso, o recurso cabível é o Recurso em Sentido Estrito, com base no art. 581, VIII: “Caberá
recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: VIII - que decretar a prescrição
ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade”.
Outro ponto muito importante: a absolvição sumária faz coisa julgada material e formal,
diferentemente do que acontece com a rejeição da peça acusatória, que só faz coisa jul-
gada formal.
Professora, quando que em um procedimento comum ordinário, vou poder ter a suspen-
são condicional do processo?
Lembra que a definição do procedimento é feita a partir da pena máxima cominada abs-
tratamente para o tipo penal? Pois é. Pode ser que, apesar de o crime ter uma pena máxima
que leve a ser adotado o procedimento comum ordinário, a pena mínima dele seja igual ou
inferior a 1 ano, ou seja cominada pena de multa alternativamente. Pronto. Mesmo estando
no juízo comum, teremos que oferecer ao acusado a possibilidade de suspensão condicional
do processo.
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Aqui já trago mais uma diferença entre o procedimento comum ordinário e o sumário, para
você já ir memorizando: no procedimento comum sumário, a audiência deve ser realizada no
prazo máximo de 30 dias, nos termos do art. 531 do CPP.
Importante também que você fique de olho no art. 394-A, introduzido pela Lei n.
13.285/2016, que diz: “os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade
de tramitação em todas as instâncias”.
A audiência a ser designada é una, de instrução e julgamento. É o que diz o § 1º do art.
400: “as provas serão produzidas numa só audiência (...)”
Então, vamos ao estudo da audiência propriamente dita.
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Ao indeferir as provas, o juiz deverá fundamentar sua decisão. É o caso concreto que per-
mitirá a aferição da irrelevância, impertinência ou caráter protelatório da prova. Como disse
acima, caso a parte discorde, não há recurso que possa ser manejado na audiência, devendo
apenas ser feito pedido para que conste em ata o pedido e o seu indeferimento.
4º) Identidade Física do Juiz – também como efeito da oralidade, temos o princípio da
identidade física do juiz que sim, está previsto expressamente em nosso Código (isso é cons-
tantemente questionado em provas de concurso). E onde ele está? No § 2º do art. 399, que
diz: o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. O objetivo é que o juiz que colhe
os elementos de convicção seja o mesmo que irá sentenciar o feito.
Mas esse princípio comporta exceções? O Código de Processo Penal silencia sobre o
tema. Por conta disso, sempre nos valíamos do art. 132 do CPC/1973, que dizia: “o juiz, titular
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ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado,
afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao
seu sucessor”.
Só que aí vem um problema. O Código de Processo Civil de 2015 não trouxe previsão
semelhante. Então, não temos mais dispositivo legal que trate de exceções ao princípio da
identidade física do juiz. A despeito disso, a jurisprudência dos tribunais superiores continua
a dizer: não se trata de princípio absoluto, que deve ser afastado diante de motivos legais que
impeçam o juiz que instrui o feito de proceder ao julgamento. Nesse sentido:
JURISPRUDÊNCIA
O princípio da identidade física do juiz não pode ser interpretado de maneira abso-
luta e admite exceções que devem ser verificadas caso a caso, à vista, por exemplo,
de promoção, remoção, convocação ou outras hipóteses de afastamento justificado do
magistrado que presidiu a instrução criminal (RHC 78.603/MS, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 15/8/2017, DJe 24/8/2017).
Nesse tópico vamos analisar especificamente a ordem que deve ser seguida em audiência
de instrução e julgamento. Perceba que estamos falando de matéria probatória. Os pontos
aqui tratados (concernentes à prova) são aprofundados na aula correspondente. Aqui nos
interessa apenas o procedimento a ser adotado, tudo bem? Então vamos lá.
O art. 400 do CPP diz que: na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no
prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações
e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado”. Então,
essa é a ordem a ser seguida. Vamos especificar os pontos que são cobrados pelos examina-
dores dentro de questões sobre procedimento.
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JURISPRUDÊNCIA
É cabível a condução coercitiva da vítima para depor em juízo, ainda que esta alegue não
ter mais interesse em processar seu companheiro na esfera criminal, pois além de a ação
penal ser pública incondicionada, no caso de lesão corporal por violência doméstica e
familiar, o próprio Código de Processo Penal prevê a possibilidade de condução coerci-
tiva da ofendida para depor. (AgRg no HC 506.814/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 06/08/2019, DJe 12/08/2019).
O § 2º do art. 201 garante ao ofendido o direito de ser comunicado dos atos processuais
relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para a audiência
e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem, acrescentando o § 3º
que as comunicações deverão ser feitas no endereço indicado pela vítima, admitindo-se, por
opção dela, o uso de meio eletrônico.
O réu tem o direito de acompanhar o depoimento da vítima e testemunhas. No entanto, o
art. 217 do CPP prevê exceção a essa regra, ao dispor: “se o juiz verificar que a presença do
réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendi-
do, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência
e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na
inquirição, com a presença do seu defensor. Parágrafo único. A adoção de qualquer das me-
didas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que
a determinaram”. Portanto, a decisão deve ser devidamente fundamentada, demonstrando
alguma das hipóteses previstas em lei que conduzem à possibilidade de ser o réu retirado da
sala de audiências. De todo modo, o defensor do acusado deverá permanecer no local.
Além disso, deverá ser reservado espaço separado para o ofendido. Quanto a isso, previ-
são do § 4º do art. 201 do CPP: “antes do início da audiência e durante a sua realização, será
reservado espaço separado para o ofendido.
O caput do art. 201 diz que: “Sempre que possível, o ofendido será qualificado e pergunta-
do sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que
possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações”.
2º) Oitiva de testemunhas arroladas pela acusação.
3º) Oitiva de testemunhas arroladas pela defesa.
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Nos termos do art. 401 do CPP, poderão ser inquiridas até 8 testemunhas arroladas pela
acusação e 8 pela defesa. Prevalece o entendimento de que essa quantidade máxima de tes-
temunhas diz respeito a cada fato criminoso. Assim, se o réu estiver sendo acusado do co-
metimento de um roubo e um furto, poderão ser arroladas 8 testemunhas para cada fato,
totalizando 16. Nesse sentido:
JURISPRUDÊNCIA
O limite máximo de 8 (oito) testemunhas descrito no art. 401, do Código de Processo
Penal, deve ser interpretado em consonância com a norma constitucional que garante a
ampla defesa no processo penal (art. 5º, LV, da CF/88). Para cada fato delituoso impu-
tado ao acusado, não só a defesa, mas também a acusação, poderá arrolar até 8 (oito)
testemunhas, levando-se em conta o princípio da razoabilidade e proporcionalidade.
(HC 55.702/ES, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/AP), QUINTA TURMA, julgado em 05/10/2010, DJe 25/10/2010).
Já fica de olho, porque o art. 532 do CPP traz o número máximo de testemunhas para o pro-
cedimento sumário: 5 para a acusação e 5 para a defesa. Já anota aí! Daqui a pouco vamos
compilar todas as diferenças.
O § 1º do art. 401 traz informação relevante, ao dizer que nesse número máximo de 8 tes-
temunhas não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas. Já o § 2º
diz que a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressal-
vado o disposto no art. 209 deste Código. O que isso significa? A desistência de testemunha
independe de concordância da parte contrária. No entanto, como o juiz poderá ouvir outras
testemunhas, além das indicadas pelas partes, certo é que, em caso de desistência, o juiz
poderá ouvir aquela testemunha como sua.
Se a testemunha arrolada não for encontrada, é possível que seja substituída. Aqui é apli-
cado, por analogia, o art. 451 do CPC que autoriza a substituição da testemunha quando não
for encontrada, por ter mudado de residência ou de local de trabalho, quando falecer ou em
razão de enfermidade que inviabilize o depoimento.
Então, primeiro serão ouvidas as testemunhas de acusação e depois as de defesa. A in-
versão dessa ordem de oitivas é causa de nulidade relativa, devendo ser demonstrado pre-
juízo. A jurisprudência é no sentido de que se as partes concordarem com a inversão, não se
fala em nulidade:
JURISPRUDÊNCIA
Conquanto o princípio do devido processo legal compreenda a garantia ao procedi-
mento tipificado em lei, não se admitindo a inversão da ordem processual ou a adoção
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de um rito por outro, não se pode olvidar que as regras procedimentais não possuem
vida própria, servindo ao regular desenvolvimento do processo, possibilitando a aplica-
ção do direito ao caso concreto. Assim, a eventual inversão de algum ato processual ou
a adoção do procedimento ordinário em detrimento de rito especial só podem conduzir
à nulidade do processo se houver prejuízo às partes. No caso dos autos, após a colheita
das declarações da vítima e algumas testemunhas, o magistrado interrogou o acusado,
tendo as partes desistido das demais oitivas a serem implementadas, razão pela qual
o interrogatório do paciente foi, efetivamente, o último ato da instrução processual, não
tendo a defesa, outrossim, requerido a sua reinquirição, o que afasta a ocorrência de
prejuízos e impede o reconhecimento da eiva suscitada na impetração. (HC 388.688/SP,
Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/04/2017, DJe 17/04/2017).
JURISPRUDÊNCIA
Inversão da ordem da oitiva das testemunhas de acusação e defesa. Ausência de
demonstração de prejuízo. Ausência de similitude fática entre o paradigma indicado e o
acórdão impugnado. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 825534 AgR-ED-
-EDv-AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 30/04/2014, ACÓR-
DÃO ELETRÔNICO DJe-095 DIVULG 19-05-2014 PUBLIC 20-05-2014).
Não há dúvidas de que o juiz deve envidar esforços para que a ordem de oitivas seja
preservada. Assim, se, por exemplo, faltar à audiência uma ou algumas das testemunhas de
acusação, estando presentes as de defesa, deve o juiz remarcar o ato, visando a que as tes-
temunhas de acusação sejam ouvidas previamente. No entanto, concordando a defesa com a
oitiva de suas testemunhas de antemão, sanado estará qualquer vício. Isso costuma ocorrer,
na prática, quando as testemunhas de defesa irão falar apenas sobre a conduta do réu, por
nada saberem sobre o fato. Assim, a defesa concorda em que já sejam ouvidas, até mesmo
para evitar que elas tenham que novamente comparecer ao juízo, em outra data, o que obvia-
mente gera despesas e inconvenientes.
Questão que se mostra interessante, dentro do tema inversão da ordem de oitivas, é a que
diz respeito à expedição de carta precatória para oitiva de alguma testemunha. Imagine você
o seguinte: o MP arrolou 6 testemunhas. Duas delas residem em outra unidade da federação,
o que importará que a oitiva delas seja feita por meio de carta precatória. Acontece que no
dia da audiência una de instrução e julgamento, não havia ainda ocorrido a audiência no juízo
deprecado. A questão é: vai ser possível a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa
presentes na audiência una de instrução e julgamento que está sendo realizada no juízo com-
petente, ou isso implica nulidade, em razão da inversão da ordem de oitivas?
Aqui temos que nos valer do que dispõe o art. 222 do CPP, em seu § 1º, que afirma que
a expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. Acrescenta o § 2º que findo
o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez
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devolvida, será juntada aos autos. Perceba: é possível até mesmo que seja realizado o julga-
mento do feito antes do retorno da carta precatória, com mais razão a prática dos demais atos
instrutórios: oitiva de testemunhas de defesa, interrogatório do réu. É bem verdade que a dou-
trina tece críticas a essa possibilidade, máxime diante da imprescindibilidade do depoimento
daquela testemunha que será ouvida por carta precatória, de modo a ser possível constatar,
no caso concreto, prejuízo à defesa. Fora disso, a jurisprudência, em sua maioria, entende
que não há vício na inversão da ordem de oitivas quando há expedição de carta precatória.
Nesse sentido:
JURISPRUDÊNCIA
Em consonância com a jurisprudência consolidada desta Corte, a inversão da oitiva de
testemunhas de acusação e interrogatório não configura nulidade quando a inquirição
é feita por meio de carta precatória. Inteligência do art. 400 c/c art. 222, ambos do CPP.
Precedentes. A Lei Processual Penal em vigor adota, em sede de nulidades processuais,
o princípio da pas de nullité sans grief, segundo o qual somente há de se declarar a nuli-
dade se, alegada em tempo oportuno, houver demonstração ou comprovação de efetivo
prejuízo para a parte. Precedentes. (AgRg no RHC 125.549/SC, Rel. Ministro NEFI COR-
DEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 12/05/2020, DJe 18/05/2020).
Dentro do campo da oitiva de testemunhas por carta precatória, vamos lembrar aqui de
um ponto importante, que é sempre cobrado em provas de concurso:
É necessária a intimação das partes quanto à expedição da precatória, sob pena de nu-
lidade relativa. Intimada a parte quanto à expedição da precatória, incumbe a ela verificar a
data da audiência no juízo deprecado. Nesse sentido temos a Súmula 273 do STJ e 155 do
STF: “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação
da data da audiência no juízo deprecado”. “É relativa a nulidade do processo criminal por falta
de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha”.
Outro ponto que deve ser analisado aqui, no campo dos depoimentos, é com relação ao
art. 212 do CPP que diz em seu caput que “as perguntas serão formuladas pelas partes dire-
tamente à testemunha (...)” e acrescenta em seu parágrafo único “sobre os pontos não es-
clarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. Assim, as partes perguntam primeiro: o
Ministério Público ou querelante questiona as suas testemunhas, sendo seguido do assisten-
te, se houver, e da defesa. Por fim, restando pontos a serem esclarecidos, o juiz faz perguntas.
No caso de testemunhas de defesa, é o defensor quem inicia com as perguntas, seguido do
Ministério Público ou querelante e do assistente, se houver, e por fim o juiz.
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Em resumo:
1º. - De acordo com nosso atual sistema, primeiro irá perguntar diretamente a parte que
arrolou a testemunha (exame direto ou direct examination);
2º. – Pergunta diretamente a parte contrária (exame cruzado ou cross examination);
3º - Pergunta o juiz, complementando os pontos não esclarecidos.
A questão que se põe é: não seguir essa ordem gera alguma nulidade processual? O en-
tendimento da jurisprudência é no sentido de que a inversão da ordem de oitivas do art. 212
do CPP é causa de nulidade relativa, devendo ser demonstrado prejuízo. Nesse sentido:
JURISPRUDÊNCIA
A não observância da regra do art. 212 do Código de Processo Penal, quanto à inver-
são da ordem de testemunhas, pode gerar, no máximo, nulidade relativa, por não ter
sido suprimida do juiz a possibilidade de efetuar suas perguntas, ainda que subsidiaria-
mente, para o esclarecimento da verdade real, sendo certo que, aqui, o interesse prote-
gido é exclusivo das partes. Verifica-se dos autos não ter sido feita a necessária argui-
ção de nulidade em momento oportuno, tampouco a demonstração do efetivo prejuízo.
(AgRg no AREsp 454.105/RJ, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 16/09/2014, DJe 01/10/2014).
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soa apresentada como sendo o autor da infração, ou vestimenta como sendo a utilizada por quem
praticou contra ele o fato criminoso. O procedimento está previsto nos artigos 226 a 228 do CPP:
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela
seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva
ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que
com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a
apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de in-
timidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a
autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela
pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal
ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo
anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de obje-
to, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.
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até então pelas autoridades. Essa prova pode ser de interesse tanto da acusação quanto da
defesa. Ademais, importa para a busca da verdade.
O juiz também pode indeferir diligências que se mostrem irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias.
Sendo apresentadas alegações orais, o juiz proferirá, a seguir, sentença, nos termos do
art. 403 do CPP.
Ainda que não haja diligências a serem realizadas, o juiz poderá, considerada a complexi-
dade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias suces-
sivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, o juiz terá o prazo de 10 (dez) dias
para proferir a sentença.
Portanto, e só para resumir: a regra são alegações orais. Excepcionalmente, as alegações
finais serão por memoriais, nos seguintes casos:
1. Quando houver o deferimento de pedido de diligências que não podem ser realizadas
imediatamente.
2. Diante da complexidade da causa e/ou
3. Diante da pluralidade de acusados.
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• Quando o réu não for encontrado para ser citado, por estar em local incerto e não
sabido. Diante da impossibilidade de citação por edital nos Juizados, nos termos do
parágrafo único do art. 66 da Lei n. 9.099/1995, os autos serão remetidos para o juízo
comum.
Pronto! Acredita que isso é tudo? Você já sabia de todas essas diferenças, pois já havia
adiantado ao tratar do procedimento comum ordinário. Aqui foi mesmo apenas para sedi-
mentar o conhecimento, tá bom?
Com isso, finalizamos o estudo do procedimento comum ordinário e sumário. Só falta
agora testar seus conhecimentos nas questões propostas ao final da nossa aula.
4. Procedimento Sumaríssimo
A Lei n. 9.099/1995, Lei dos Juizados Especiais, traz o denominado procedimento sumarís-
simo. Importa, para os fins do nosso concurso e desta nossa aula, o estudo do procedimento.
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Quais infrações penais que seguirão o procedimento sumaríssimo? Nos termos do art. 61
da Lei n. 9.099/1995, consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contra-
venções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada
ou não com multa.
Assim, é a análise da pena máxima cominada em abstrato para determinado tipo penal
quem irá dizer se estamos ou não diante de um crime de menor potencial ofensivo, de modo
a poder ser aplicado o procedimento sumaríssimo.
Lembrando: em caso de concurso material de crimes, as penas máximas cominadas abs-
tratamente devem ser somadas para verificar qual o procedimento cabível. De igual modo,
deve ser aplicada a exasperação da pena prevista em lei, cuidando-se de crimes praticados
em concurso formal ou em continuidade delitiva.
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sários”. Acrescenta o parágrafo único que “ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não
se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança”.
Em sequência, será designada uma audiência preliminar, em que poderá se dar:
A) Composição civil dos danos.
Está prevista no art. 74 da Lei n. 9.099/1995. Cuida-se de um acordo, a ser homologado
pelo juiz. Por se cuidar de um ajuste de vontades, a sentença que homologa a composição
civil dos danos é irrecorrível. Perceba: como o objetivo da lei é a reparação dos danos, afas-
tando a aplicação de uma pena privativa de liberdade, a composição civil dos danos atende
bem a esse papel, pois a vítima receberá o valor correspondente ao dano sofrido, ao passo
que o autor da infração não terá uma sanção penal.
Em caso de descumprimento do acordo, estaremos diante de um título executivo judicial,
que deverá ser executado no juízo cível.
Dispõe o parágrafo único do art. 74 que tratando-se de ação penal de iniciativa privada
ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a
renúncia ao direito de queixa ou representação. Vale dizer: com a homologação do acordo,
não poderemos ter ação penal, em se tratando de ação penal de iniciativa privada ou de ação
penal pública condicionada. Por outro lado, em caso de ação penal pública incondicionada, o
mesmo resultado prático não ocorrerá, ou seja, permanece a possibilidade de ajuizamento da
respectiva ação penal, tendo a composição civil de danos efeitos apenas no que diz respeito
a uma possível ação cível.
Se durante a audiência não se chegar a um acordo de composição civil dos danos, abre-
-se a possibilidade de a vítima oferecer a representação (em casos de crimes de ação penal
pública condicionada à representação). Caso a vítima não o faça na própria audiência, ainda
terá a chance de fazê-lo, desde que dentro do prazo decadencial (art. 38 do CPP).
Havendo a representação, aí sim poderemos avançar no procedimento, abrindo-se a pos-
sibilidade de realização da transação penal.
B) Transação penal
A transação penal está prevista no art. 76 da Lei n. 9.099/1995, que diz:
Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo
caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Perceba que a lei fala do cabimento da transação penal na ação penal pública incondicio-
nada ou condicionada à representação (o que fica claro ao afirmar “havendo representação
ou...”). O primeiro questionamento que se faz aqui é quanto ao cabimento da transação penal
em crimes de ação penal privada. A questão é controvertida tanto na doutrina quanto na ju-
risprudência. Prevalece, no entanto, o entendimento no sentido de ser sim possível a transa-
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ção penal também nos crimes de ação penal de iniciativa privada (assim como a suspensão
condicional do processo).
Sempre caberá transação penal? Não, a lei traz vedações, dispostas no §2º do art. 76,
afirmando que não caberá transação penal se ficar comprovado:
• ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liber-
dade, por sentença definitiva. Note que é necessário o trânsito em julgado da condena-
ção anterior, para impedir o benefício, bem como que a condenação pretérita seja por
CRIME e que tenha sido cominada PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.
• ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo. Vale dizer: se o autor foi beneficiado
com transação penal anteriormente, deve-se verificar se esse benefício foi concedido
nos 5 anos anteriores, pois isso irá implicar em vedação à transação penal. Cuidado para
não confundir! A transação penal não implica em reincidência, sequer em maus antece-
dentes. Ela apenas impede a concessão de benefício semelhante nos próximos 5 anos.
• não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
Mas o que é a transação penal? Aqui teremos uma proposta feita pelo Ministério Públi-
co, de aplicação imediata de uma pena restritiva de direitos ou de multa. Sendo cabível a
transação penal, e aceita a proposta, o juiz proferirá sentença homologatória. Atenção! Aqui,
diferentemente do que acontece na composição civil de danos, a sentença que homologa a
transação penal é passível de ser atacada por meio de recurso de apelação.
Cuidado também! Aqui não temos uma sentença condenatória, pois não há reconheci-
mento de culpa. O ajuste é feito pelo autor do fato com o Ministério Público visando justa-
mente a afastar a persecução penal e uma possível imposição de pena.
E muita atenção do que vou dizer agora: também diferentemente do que acontece na com-
posição civil de danos, o descumprimento da transação penal tem repercussões aqui, na sea-
ra penal. Veja o que diz a súmula vinculante 35: “a homologação da transação penal prevista
no art. 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas,
retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da per-
secução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial”.
Assim, não cumprida a transação penal, o Ministério Público irá tomar as providências
cabíveis para que seja dada continuidade à persecução penal.
E se não for celebrada a transação penal, por não ser cabível, ou por não ter o autor da in-
fração aceitado a proposta? Nesse caso, vamos iniciar o procedimento sumaríssimo propria-
mente dito, pois, até aqui, estamos em uma fase pré-processual. Note que não falamos, em
nenhum instante, em que já foi iniciada a ação penal: sequer houve oferecimento de denúncia
ou queixa. E é isso que iremos estudar agora.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 243 STJ – O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação
às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade
delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 723-STF – Não se admite a suspensão condicional do processo por crime con-
tinuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de
um sexto for superior a um ano.
2) o acusado não estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime.
A existência de inquérito policial em curso não impede a proposta, mas ação penam em
curso sim!
JURISPRUDÊNCIA
Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo,
mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão
ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.
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I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo
II – proibição de frequentar determinados lugares
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz.
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades.
Ademais, o juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
Revogação obrigatória – a suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário
vier a ser processado por outro CRIME ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do
dano (descumprimento desta específica condição).
Revogação facultativa – a suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser pro-
cessado, no curso do prazo, por CONTRAVENÇÃO, ou descumprir QUALQUER OUTRA condi-
ção imposta.
Revogada a suspensão, ou caso o acusado não a aceite, o processo prosseguirá.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 337 do STJ – É cabível a suspensão condicional do processo na desclassifica-
ção do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.
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RESUMO
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IBFC/PAPILOSCOPISTA POLICIAL DE 3ª CLASSE/PC-RJ/2014) A respeito da suspensão
do processo e das condições impostas no período de prova ao acusado, previstas no artigo
89 da Lei n. 9.099/95, assinale a alternativa correta:
a) Expirado o prazo sem revogação, o Juiz marcará audiência com o réu para analisar se é o
caso de extinguir a punibilidade.
b) A suspensão será obrigatoriamente revogada se o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
c) A prescrição será interrompida durante o prazo de suspensão do processo.
d) O Juiz não poderá especificar outras condições que a fica subordinada a suspensão além
daquelas previstas no artigo 89 da Lei n. 9.099/95.
e) A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
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c) O procedimento comum será sumaríssimo quando tiver por objeto crime cuja sanção má-
xima cominada seja inferior a 1 (um) ano de pena privativa de liberdade.
d) Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, ordinário e sumário as disposi-
ções do procedimento sumaríssimo.
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III – O procedimento será sumário sempre que tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a 3 (três) anos de pena privativa de liberdade.
IV – O procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial ofensivo,
na forma da lei.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Todas as afirmações estão corretas.
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021. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJRJ/2014) Em processo que tramita pelo rito comum or-
dinário, que conta com 3 (três) acusados e um assistente do Ministério Público que faz uso
da palavra, o tempo reservado ao defensor de cada acusado nos debates orais, como regra,
em minutos, é de
a) 30 (trinta).
b) 10 (dez).
c) 15 (quinze).
d) 20 (vinte).
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c) No rito da Lei n. 9.099/95 não se prevê defesa escrita, sendo que após o recebimento da
denúncia em audiência, cabe ao advogado do autor do fato apresentar defesa oral;
d) Não estatuindo a lei antidrogas nenhuma medida cautelar de caráter pessoal, as medi-
das do Código de Processo Penal aplicam-se subsidiariamente, por expressa previsão da
lei especial;
e) Pelo rito ordinário do CPP, se após a defesa escrita o juiz constata que, pela pena máxima
cominada ao delito imputado na denúncia incide a prescrição, absolverá sumariamente o réu.
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a) Para se identificar o rito processual basta verificar a pena mínima referente a cada delito
presente no próprio tipo penal.
b) O rito Ordinário é destinado aos crimes punidos com reclusão, com pena igual ou supe-
rior a 8 anos.
c) Será aplicado rito Sumário quando a pena máxima do delito imputado ao réu em abstrato
for igual ou superior a 4 anos.
d) Será aplicado rito Sumaríssimo quando a pena máxima for inferior a 4 anos e supe-
rior a 2 anos.
e) Será aplicado rito Ordinário aos crimes que tenham pena máxima em abstrato igual ou su-
perior a 4 anos de pena privativa de liberdade
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Procedimentos
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c) Caso o acusado esteja fora da jurisdição do juiz do processo, a resposta preliminar poderá
ser apresentada por defensor nomeado, no prazo de dez dias.
d) Se não for conhecida a residência do acusado ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar, no prazo de dez dias.
e) A lei processual penal antecipa o contraditório, pois, antes de inaugurada ação penal, per-
mite a apresentação da defesa preliminar.
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036. (FGV/JUIZ/TJ-AM/2013) O Código de Processo Penal prevê nos arts. 513/518 um pro-
cedimento especial para os crimes de responsabilidade praticados por funcionários públicos.
Com relação a esse procedimento é correto afirmar que:
a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia
ou queixa.
b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público con-
tra a Administração, desde que estes sejam inafiançáveis;
c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária
a resposta preliminar quando a ação penal for instruída por inquérito policial.
d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento espe-
cial não será aplicável;
e) se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá acompanhar o processo, mas não terá atribuição
para apresentar resposta preliminar.
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046. (VUNESP/JUIZ/TJ-RO/2019) Tício foi denunciado pelo Ministério Público pela prática
de crime tributário (apenado com reclusão de 2 a 5 anos), em vista de sonegação de imposto,
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GABARITO
1. e 37. E
2. d 38. C
3. b 39. b
4. c 40. E
5. a 41. a
6. a 42. a
7. e 43. b
8. c 44. c
9. c 45. C
10. c 46. a
11. b 47. E
12. c 48. E
13. d 49. c
14. e 50. C
15. b
16. b
17. d
18. a
19. C
20. d
21. a
22. d
23. b
24. e
25. E
26. e
27. c
28. c
29. a
30. e
31. c
32. e
33. b
34. C
35. e
36. c
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GABARITO COMENTADO
001. (IBFC/PAPILOSCOPISTA POLICIAL DE 3ª CLASSE/PC-RJ/2014) A respeito da suspensão
do processo e das condições impostas no período de prova ao acusado, previstas no artigo
89 da Lei n. 9.099/95, assinale a alternativa correta:
a) Expirado o prazo sem revogação, o Juiz marcará audiência com o réu para analisar se é o
caso de extinguir a punibilidade.
b) A suspensão será obrigatoriamente revogada se o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
c) A prescrição será interrompida durante o prazo de suspensão do processo.
d) O Juiz não poderá especificar outras condições que a fica subordinada a suspensão além
daquelas previstas no artigo 89 da Lei n. 9.099/95.
e) A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
Letra e.
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a) Errada. Contraria os termos do art. 394, §1º, III, do CPP, transcrito abaixo.
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c) Errada. Contraria o art. 394, §1º, III, do CPP, c.c. Lei n. 9.099/1995:
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.
JURISPRUDÊNCIA
Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação
da data da audiência no juízo deprecado.
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JURISPRUDÊNCIA
Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por
excesso de prazo.
c) Errada. A alternativa C deve ser assinalada, pois contraria o disposto na Súmula 234 do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
JURISPRUDÊNCIA
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante
cheque sem provisão de fundos.
Atente-se, contudo, para a superação de tal entendimento sumular pelo advento da Lei n.
14.155/2021, que inseriu no CPP, art. 70, a seguinte previsão:
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente pro-
visão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de
vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Letra c.
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Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado,
que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiên-
cia de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o
responsável civil e seus advogados.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei c.c.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-
-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao
idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa.
Letra a.
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Art. 394. O procedimento será comum ou especial. § 1º O procedimento comum será ordinário,
sumário ou sumaríssimo.
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Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, pre-
ferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da
Justiça Criminal”.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica deca-
dência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
e) Errada. A alternativa E deve ser assinalada, pois está em contrariedade com a Lei
n. 9.099/1995, art. 76:
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§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antece-
dentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, caben-
do aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Letra e.
Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias antes da audiência, indepen-
dentemente de intimação das partes.
Letra c.
A alternativa C está correta, pois em conformidade com o art. 395, III, do CPP
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As alternativas a e b estão incorretas, pois as respectivas hipóteses não figuram entre as cau-
sas de rejeição da denúncia trazidas no art. 395 do CPP. Além disso, o rol de testemunhas só
acompanhará a denúncia “quando necessário”, nos termos do art. 41 do CPP
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circuns-
tâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classi-
ficação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Já a alternativa d contraria o texto expresso do art. II do art. 395 do CPP, acima transcrito.
Letra c.
Quando o juiz, após a apresentação da resposta, vem a se convencer da falta de justa causa,
a hipótese não é de prosseguir com a ação penal, como dispõe a alternativa A – não faz qual-
quer sentido o juiz prosseguir com ação penal que ele já tenha percebido que não tem fun-
damento, sequer é hipótese de absolvição sumária, pois não está configurada nenhuma das
hipóteses taxativas previstas no art. 397 do CPP. Também não é hipótese de enviar os autos
ao titular da ação penal – é o julgador quem precisa resolver esse problema (de uma ação
penal que está transitando sem justa causa), não precisando de anuência do autor da ação.
A hipótese, portanto, é de rejeição da denúncia. A possibilidade de rejeição da denúncia após
análise da resposta à acusação não é pacífica na doutrina, mas a alternativa deixou claro que
está trazendo entendimento de “parte da doutrina”. Portanto, correta a alternativa C.
Letra c.
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Tá vendo só aí? Mais uma vez, qual artigo que vamos usar aqui? Isso mesmo, o famoso 397.
Vamos a ele?
Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
sumariamente o acusado quando verificar:
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV – extinta a punibilidade do agente.
JURISPRUDÊNCIA
É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo
penal. (Súmula 438, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010).
b) Certa. A alternativa B está correta, pois a inexigibilidade de conduta diversa é causa de ex-
clusão da culpabilidade, assim se adequa ao inciso II do dispositivo legal acima mencionado.
c) Errada. Traz hipótese de ausência de justa causa, que conduz à rejeição da inicial acusatória.
d) Errada. A hipótese de ser o acusado portador de doença mental é excluída pelo inciso II do
art. 397. Nesse caso, a ação penal prosseguirá, e sendo comprovada materialidade e autoria,
e não estando presente excludente de ilicitude ou outra causa excludente de culpabilidade, o
réu será absolvido impropriamente, ou seja, com imposição de medida de segurança.
e) Errada. A previsão do art. 22 do Código Penal, que traz a obediência hierárquica, fala em
ordem não manifestamente ilegal, apta a afastar a culpabilidade da conduta do agente.
Letra b.
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Estou só esperando você dizer: “eita, professora, desse jeito eu vou decorar esse art. 397!”
Esse é meu objetivo. Não que você decore exatamente, mas que perceba a importância dele.
Sério: selecionei questões sobre procedimento, sem ficar catando aquelas que tratam desse
dispositivo. E peguei todas que trataram do tema nos últimos anos. É inevitável, o art. 397
jorra nos concursos. Então, vamos a ele de novo!
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III – O prazo para alegações finais após o deferimento de diligências será de 3 dias.
IV – Adotando o procedimento do júri o método de inquirição direta, acusação e defesa, mas
não os jurados, poderão perguntar diretamente às testemunhas.
V – Conforme o STJ, a resposta preliminar prevista no artigo 514 do Código de Processo Pe-
nal para o julgamento de crimes praticados por funcionários públicos é corolário da ampla
defesa e não pode ser afastada.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e V.
b) I, III e V.
c) III e IV.
d) I, II, IV.
e) II, IV e V.
I – Certo. Nos termos do art. 400 do CPP, dentro do regramento do rito comum ordinário, a
audiência de instrução deve ocorrer no prazo máximo de 60 dias. Por outro lado, o art. 531 do
CPP, que traz regramento que se aplica ao procedimento sumário, está expresso que a audi-
ência de instrução e julgamento se realizará no prazo máximo de 30 dias.
II – Certo. Traz o regramento do art. 402 do CPP:
III – Errado. O prazo de alegações finais é de 5 dias. Confira o que diz o parágrafo único
do art. 404:
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a) Errada. A resposta à acusação é peça obrigatória, tanto assim que se não for apresen-
tada espontaneamente pelo réu, o juiz nomeará defensor para fazê-lo, nos termos do art.
396-A, § 2º.
b) Errada. A jurisprudência entende que o princípio da identidade física do juiz comporta ex-
ceções, sendo a promoção do magistrado que instruiu o feito uma delas.
c) Errada. Não há necessidade de intimação do advogado quanto à data da audiência desig-
nada no juízo deprecado, bastando a intimação quanto à expedição da carta precatória, nos
termos do entendimento sumulado: “intimada a defesa da expedição da carta precatória, tor-
na-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado” (súmula 273 STJ).
d) Errada. A pendência de cumprimento de carta precatória não impede o julgamento do feito,
nos termos do art. 222, § 1º do CPP: “a expedição da precatória não suspenderá a instrução
criminal”.
Letra e.
a) Errada. O princípio da identidade física do juiz encontra previsão expressa no art. 399, § 2º
do CPP, que diz: “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença”.
b) Certa. Reproduz o que dispõe o art. 400, § 1º do CPP, em seus exatos termos.
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a) Errada. Uma vez que não está convencido de que o acusado não concorreu para o crime
não é uma das causas que levam à absolvição sumária, nos termos do art. 397 do CPP.
b) Certa. A expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas não suspende a instru-
ção criminal, nos termos do art. 222, § 1º do CPP.
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c) Errada. Podem ser arroladas até 8 testemunhas pela acusação e 8 pela defesa, nos termos
do art. 401 do CPP. Ademais, se considerarmos que a quantidade máxima de testemunhas é
por fato criminoso, poderiam ser arroladas até mais, pois imputados dois crimes ao acusado.
d) Errada. A jurisprudência dos tribunais superiores admite exceções ao princípio da identida-
de física do juiz, sendo as férias uma das hipóteses.
e) Errada. Quando não apresentada resposta no prazo legal, deve o juiz nomear defensor para
fazê-lo, nos termos do art. 396-a, § 2º do CPP.
Letra b.
I – Certo. Em conformidade com o § 1º do art. 394 que diz que o procedimento comum será
ordinário, sumário ou sumaríssimo.
II – Errado. O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade e será sumário quando
tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for inferior a 4 anos de pena privativa de
liberdade (art. 394, § 1º, I e II do CPP).
III – Errado. O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade e será sumário quando
tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for inferior a 4 anos de pena privativa de
liberdade (art. 394, § 1º, I e II do CPP).
IV – Certo. O procedimento será sumaríssimo para as infrações penais de menor potencial
ofensivo, na forma da lei (art. 394, § 1º, III do CPP). Assim, deve ser assinalada a alternativa D,
pois corretos os itens I e IV.
Letra d.
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a) Errada. Portanto, deve ser assinalada, pois nos termos do art. 394, § 1º, II do CPP o proce-
dimento comum sumário é cabível quando a sanção máxima cominada for inferior a 4 anos.
Igual a 4 anos já conduz ao procedimento comum ordinário.
b) Certa. É o que dispõe o art. 531 do CPP.
c) Certa. O art. 536 do CPP dispõe que a testemunha que comparecer será inquirida, indepen-
dentemente da suspensão da audiência.
d) Certa. Em conformidade com o art. 538 do CPP, que dispõe: “nas infrações penais de menor
potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças
existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário pre-
visto neste Capítulo”.
Letra a.
Correta a assertiva, pois traz exatamente o que prevê o art. 397 do CPP (dessa vez nem vou
reproduzi-lo, porque a assertiva traz os incisos integralmente).
Certo.
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a) Errada. Uma das causas de rejeição da denúncia é quando faltar justa causa para o exercí-
cio da ação penal, nos termos do art. 395, III do CPP.
b) Errada. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à
sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário, conforme art.
396-A. O que invalida a alternativa é a limitação “apenas poderá”.
c) Errada. Ao tratar da existência manifesta de causa excludente de culpabilidade, o art. 397
excepciona a inimputabilidade. Assim, não é “qualquer causa excludente da culpabilidade”.
d) Certa. O § 2º do art. 401 diz que a parte poderá desistir da inquirição de qualquer das teste-
munhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 do CPP – dispositivo que traz a previsão
de que o juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas
pelas partes.
e) Errada. A regra é que a sentença seja proferida pelo juiz que presidiu a instrução, tendo em
vista o princípio da identidade física do juiz, previsto no art. 399, § 2º do CPP.
Letra d.
021. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJRJ/2014) Em processo que tramita pelo rito comum or-
dinário, que conta com 3 (três) acusados e um assistente do Ministério Público que faz uso
da palavra, o tempo reservado ao defensor de cada acusado nos debates orais, como regra,
em minutos, é de
a) 30 (trinta).
b) 10 (dez).
c) 15 (quinze).
d) 20 (vinte).
Para responder a essa questão, temos que partir da análise do art. 403 do CPP, que diz:
Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais
orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais
10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez)
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
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Perceba: no caso dos autos temos 3 acusados, cada um com um defensor. As alegações
finais são, via de regra, de 20 minutos para cada. Temos que partir do pressuposto que não
houve prorrogação, pois a questão não fala nisso! Por outro lado, a questão fala que o assis-
tente do MP fez uso do direito à palavra. Ele tem direito a 10 minutos de fala. Esse tempo deve
ser dado também à defesa. Dessa forma, correta a conclusão de que a defesa de cada um dos
acusados tem direito a se manifestar, em alegações finais, por até 30 minutos.
Letra a.
a) Errada. O art. 394 do CPP dispõe que o procedimento será comum ou especial.
b) Errada. Conforme o art. 396-A, § 2º, se não for apresentada a resposta no prazo legal, ou se
o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecer a resposta.
A suspensão do processo e do curso da prescrição ocorre no caso de citação por edital, sem
o que o acusado a ela atenda.
c) Errada. O procedimento sumário tem por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 anos, e não igual (art. 396, § 1º, II).
d) Certa. O § 4º do art. 394 prevê que as disposições dos arts. 395 a 398 deste Código apli-
cam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste
Código. O 395 trata da rejeição da denúncia ou queixa. O art. 396 cuida da resposta à acusa-
ção, o art. 397 trata da absolvição sumária. O art. 398 foi revogado.
e) Errada. Em desconformidade com o parágrafo único do art. 396, que diz que no caso de
citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal
do acusado ou do defensor constituído.
Letra d.
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Até eu já estou cansada desse art. 397! Tá vendo só? Mais uma vez sendo cobrado. A alterna-
tiva correta é a B, pois, dentre as apresentadas, é a única que não está expressa no artigo 397.
Letra b.
a) Errada. O juiz também substituirá as alegações orais por memoriais quando for ordenada
diligência considerada imprescindível, nos termos do art. 404 do CPP. Ademais, o § 3º do art.
403 fala em complexidade do caso OU número de acusados. A forma como escrita a alterna-
tiva, dá margem ao entendimento de que é necessário o somatório de causas.
b) Errada. Mais uma vez o examinador tentando confundir o candidato, colocando a pena má-
xima igual a 4 anos como conduzindo ao procedimento comum sumário. Como vimos, apenas
a pena inferior a 4 anos é que leva ao procedimento sumário, nos termos do art. 394, § 1º, II.
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A assertiva está incorreta, tendo em vista que nos procedimentos ordinário e sumário, o inter-
rogatório é o último ato da instrução.
Errado.
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Ao analisar a resposta à acusação, o juiz poderá, nos termos do art. 397 do CPP, absolver
sumariamente o acusado. De fato, o juízo de admissibilidade da denúncia antecede a citação
para resposta, conforme previsão do art. 395 do CPP.
Letra c.
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Uma pausa em homenagem ao art. 397 do CPP. Mais uma vez ele aqui, só que dessa vez de-
mandando uma análise um pouco mais cautelosa.
a) Errada. Não está prevista no art. 397.
b) Errada. A causa excludente de ilicitude deve ser manifesta para conduzir à absolvi-
ção sumária.
c) Certa. Perceba que a ressalva “se esta for a única tese defensiva” não está prevista no
art. 397. Por outro lado, encontra previsão no procedimento do tribunal do Júri (que não é o
que cobra o comando da questão!). O examinador sustentou a resposta em entendimento
de parte da doutrina, que diz que deve ser aplicada a ressalva prevista no parágrafo único do
art. 415 também ao procedimento comum ordinário, culminando em uma absolvição sumária
imprópria também aqui.
d) Errada. Não encontra previsão como causa de absolvição sumária.
e) Errada. A lei não ressalva os casos de prescrição, decadência ou perempção.
Letra c.
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sanção máxima cominada seja inferior a 8 (oito) anos de pena privativa de liberdade; suma-
ríssimo quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade; e do júri para os crimes dolosos contra a vida.
Correta a alternativa A, pois em conformidade com a previsão do art. 394, §1º do CPP. As de-
mais alternativas trazem quantidades de pena que não equivalem à previsão legal.
Letra a.
a) Errada. Nos termos do art. 394, § 1º do CPP, é verificada a pena máxima prevista em abs-
trato para o crime, e não a pena mínima.
b) Errada. O rito ordinário é destinado aos crimes punidos com pena igual ou superior a 4 anos.
c) Errada. O rito sumário é aplicado quando a pena máxima foi inferior a 4 anos.
d) Errada. O rito sumaríssimo é aplicado para as infrações penais de menor potencial ofensi-
vo: contravenções ou crimes com pena máxima não superior a dois anos.
e) Certa. Reproduz o que dispõe o inciso I, do § 1º do art. 394.
Letra e.
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a) Certa. Reproduz o que diz o art. 520 do CPP: antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às
partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as,
separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.
b) Certa. Em conformidade com o art. 521:
No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a queixa será
arquivada.
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d) Se não for conhecida a residência do acusado ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar, no prazo de dez dias.
e) A lei processual penal antecipa o contraditório, pois, antes de inaugurada ação penal, per-
mite a apresentação da defesa preliminar.
a) Errada. O prazo é de 15 dias, nos termos do art. 514 do CPP. Ademais, a previsão é especí-
fica para os crimes afiançáveis.
b) Errada. O art. 516 dispõe expressamente que a rejeição se dará por meio de “despacho
fundamentado”.
c) Errada. O parágrafo único do art. 514 diz que se o acusado estiver fora da jurisdição do juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar, no entanto, não
há alteração do prazo, que continua a ser aquele previsto no caput: 15 dias.
d) Errada. O parágrafo único do art. 514 diz que se o acusado estiver fora da jurisdição do juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar, no entanto, não
há alteração do prazo, que continua a ser aquele previsto no caput: 15 dias.
e) Certa. O procedimento previsto no CPP traz a resposta preliminar para os crimes funcionais,
em que se antecipa o contraditório, que é exercido antes mesmo do recebimento da denúncia.
Letra e.
JURISPRUDÊNCIA
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, con-
dicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções.
Letra b.
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O procedimento previsto no Código de Processo Penal para os crimes funcionais, que traz a
defesa preliminar, antes do recebimento da denúncia, é aplicável aos crimes afiançáveis. De
mais a mais, cuida-se de hipótese de antecipação do contraditório, que é exercido antes da
decisão do juiz quanto ao recebimento ou rejeição da denúncia.
Certo.
a) Errada. O juiz poderá irá absolver sumariamente o réu se constatar, após a resposta à
acusação, a presença de quaisquer das hipóteses do art. 397, independentemente do que for
alegado pela defesa.
b) Errada. A súmula 330 do STJ é no sentido de que “é desnecessária a resposta preliminar
de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito
policial”.
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c) Errada. O procedimento especial previsto no CPP apenas se aplica aos crimes funcionais
típicos, conforme a jurisprudência dominante.
d) Errada. Contraria a súmula 714 do STF:
JURISPRUDÊNCIA
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, con-
dicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções.
e) Certa. O art. 516 do CPP diz que “o juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fun-
damentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação”. Não há exigência de oitiva do Ministério Público no
dispositivo legal.
Letra e.
036. (FGV/JUIZ/TJ-AM/2013) O Código de Processo Penal prevê nos arts. 513/518 um pro-
cedimento especial para os crimes de responsabilidade praticados por funcionários públicos.
Com relação a esse procedimento é correto afirmar que:
a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia
ou queixa.
b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público con-
tra a Administração, desde que estes sejam inafiançáveis;
c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária
a resposta preliminar quando a ação penal for instruída por inquérito policial.
d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento espe-
cial não será aplicável;
e) se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá acompanhar o processo, mas não terá atribuição
para apresentar resposta preliminar.
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e) Errada. Nos termos do parágrafo único do art. 514, se não for conhecida a residência do
acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem
caberá apresentar a resposta preliminar, contrariando o que diz a alternativa E.
Letra c.
Nos crimes contra a honra, a tentativa de reconciliação é feita antes do recebimento da quei-
xa, nos termos do art. 520 do CPP. Perceba que a assertiva traz a particularidade de o crime
contra a honra ter sido praticado contra servidor público no exercício da função, o que não
altera o procedimento.
Errado.
A alternativa está correta, pois nos crimes funcionais afiançáveis, há previsão de resposta
preliminar, antes do recebimento da inicial acusatória, conforme art. 514 do CPP.
Certo.
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d) De acordo com previsão legal, Vânia poderá, após a instauração do inquérito policial, ha-
bilitar-se como assistente de acusação, devendo, nessa hipótese, receber a causa no estado
em que esta se encontrar, ainda que em fase de execução penal.
e) Sentença absolutória por ausência de prova da existência do fato
a) Errada. A previsão de prisão especial é apenas para a prisão provisória, cessando quando
da prisão definitiva, conforme art. 295 do CPP.
b) Certa. Nos termos do art. 359, o dia designado para funcionário público comparecer em
juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
c) Errada. Nos termos do parágrafo único do art. 263 do CPP, “o acusado, que não for pobre,
será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz”.
d) Errada. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença, nos termos
do art. 269 do CPP, logo, não poderá se habilitar na execução.
e) Errada. A sentença penal que absolve o réu por falta de provas não impede a propositura de
ação civil indenizatória, leitura do art. 66 do CPP que dispõe: não obstante a sentença absolu-
tória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamen-
te, reconhecida a inexistência material do fato.
Letra b.
No caso não é necessária a resposta preliminar para nenhum deles: Roger porque foi demitido
e Rafael porque não é funcionário público. Ademais, antes do recebimento da denúncia, o que
se tem no procedimento próprio é defesa preliminar, e não resposta à acusação.
Errado.
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A questão pede o entendimento do STF sobre o tema, que tem a seguinte posição, quanto à
prescindibilidade ou não de defesa preliminar, ainda quando a ação penal esteja lastreada em
inquérito:
JURISPRUDÊNCIA
I – A partir do julgamento do HC 85.779/RJ, passou-se a entender, nesta Corte, que é
indispensável a defesa prévia nas hipóteses do art. 514 do Código de Processo Penal,
mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito policial (Informativo 457/STF). (RHC
120569 / SP, 2ª Turma. Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski. 11/03/2014).
b) Errada. O crime em tese praticado amolda-se ao tipo penal descrito no art. 317 do CP –
corrupção passiva.
c) Errada. O fato de ter o acusado advogado constituído nos autos não dispensa a necessida-
de de notificação dele para apresentar a defesa.
d) Errada. Não será seguido o procedimento sumaríssimo, mas sim aquele que decorre da
quantidade máxima de pena cominada, podendo ser ordinário ou sumário. Isso porque, o art.
518 diz que na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o dispos-
to nos capítulos I (procedimento comum ordinário) e III (procedimento comum sumário) do
Título I deste livro.
e) Errada. O procedimento diferenciado é aplicado apenas quando se trata de crime funcional
praticado pelo funcionário público. Portanto, não se aplica aos crimes comuns.
Letra a.
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a) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu será ouvida, desde que obede-
cida a ordem prevista no Código de Processo Penal.
b) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu para o ato não será inquirida.
c) Se a audiência for suspensa, a testemunha que compareceu para o ato será inquirida inde-
pendentemente da ordem estabelecida no Código de Processo Penal.
d) Nenhuma das hipóteses é verdadeira.
A alternativa correta é a A, pois o art. 536 diz que “a testemunha que comparecer será inqui-
rida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem
estabelecida no art. 531 deste Código”. Por trazerem soluções que não se adequam a essa
previsão legal, as demais alternativas estão incorretas.
Letra a.
O art. 396-A dispõe que na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendi-
das e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Assim, incorreta a alternativa A ao dizer que o réu não pode arguir prescrição. De igual modo,
incorretas as afirmações constantes das alternativas C (não pode suscitar atipicidade do
fato); D (não pode arguir causa de extinção da punibilidade) e E (não pode suscitar decadên-
cia ou abolitio criminis), pois todas são alegações que interessam a sua defesa.
Portanto, correta a alternativa B, pois o réu pode suscitar nulidade e excludente de ilicitude.
Tome cuidado para não confundir: o réu pode trazer todas as alegações que interessam
a sua defesa na resposta à acusação. O que é mais restrito é a possibilidade ou não de o
juiz absolver sumariamente o réu – ato que vem logo após a resposta. Daí que se discute a
possibilidade de rejeição da inicial acusatória após a resposta, depois de já ter sido feito o
recebimento “precário”.
Letra b.
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Vou começar com um pedido: fique sempre alerta ao comando da questão. Aqui o examinador
pede o regramento aplicável ao procedimento sumário. Então é com base nele que iremos
respondê-la, combinado? Vamos lá.
I – Certo. Nos termos do art. 531 do CPP:
Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proce-
der-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arrola-
das pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.
II – Errado. Por consequência, está incorreto o item II, que traz procedimento diverso, fala em
prazo de 45 dias, além de inverter a ordem de oitivas.
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III – Certo. O art. 532 diz que poderão ser inquiridas até 5 testemunhas arroladas pela acusa-
ção e 5 pela defesa.
IV – Certo. Reproduz o que diz o art. 534:
V – Errado. Por consequência, incorreto o item V, pois traz parâmetros de tempo diferentes
dos previstos em lei.
Assim, a alternativa a ser assinalada é a C: corretos os itens I, III e IV.
Letra c.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemu-
nhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV – extinta a punibilidade do agente.
Certo.
046. (VUNESP/JUIZ/TJ-RO/2019) Tício foi denunciado pelo Ministério Público pela prática
de crime tributário (apenado com reclusão de 2 a 5 anos), em vista de sonegação de imposto,
no montante de 1 milhão de reais. Citado, apresentou resposta à acusação, tendo arrolado 8
testemunhas de defesa, duas delas residentes fora da jurisdição, tendo sido expedidas cartas
precatórias, com prazo de cumprimento de 90 dias. Ouvidas as testemunhas de acusação e
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defesa, com exceção das duas residentes fora da jurisdição, tendo esgotado o prazo de cum-
primento da precatória, Tício foi interrogado, abrindo-se vista às partes para apresentação de
alegações finais. O órgão de acusação manifestou-se pela absolvição de Tício, por não restar
comprovada a autoria. Já a defesa, alegou cerceamento de defesa, por não se aguardar o
retorno das cartas precatórias. Conclusos os autos ao Juiz, foi proferida sentença condena-
tória. Na sentença, a despeito da não imputação pelo órgão da acusação, o Juiz reconheceu a
causa de aumento prevista na legislação de crimes tributários, consistente na ocorrência de
grave dano à coletividade, pelo valor sonegado, incidindo aumento da pena de 1/3. Diante da
situação hipotética, assinale a alternativa correta.
a) A sentença condenatória não violou os princípios do contraditório e devido processo legal,
pois pode o juiz condenar o réu, contrariamente à posição do órgão de acusação, não sendo
obrigado aguardar o retorno de cartas precatórias, expedidas com prazo.
b) Haja vista que o crime imputado a Tício processa-se sob o procedimento comum sumário,
o número de testemunhas arroladas deveria ser de, no máximo, 5 (cinco).
c) Haja vista a expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas de defesa residentes
fora da jurisdição, o Juiz não poderia ter sentenciado o feito, devendo, ao contrário, ter sus-
pendido o processo, até o retorno.
d) Haja vista que o órgão de acusação, titular da ação penal, manifestou-se pela absolvição
de Mévio, não poderia o Juiz ter proferido sentença condenatória.
e) Haja vista que a denúncia ofertada pelo órgão de acusação não imputou a Tício qualquer
causa que implicasse agravamento da pena, não poderia o Juiz ter reconhecido a causa de
aumento consistente na ocorrência de grave dano à coletividade.
a) Certa. Apesar de críticas na doutrina, nos termos do art. 385 do CPP, nos crimes de ação
pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha
opinado pela absolvição (...). Ademais, também correto afirmar que a expedição de carta pre-
catória não suspende o curso da instrução, nos termos do art. 222, § 1º do CPP.
b) Errada. A quantidade de pena máxima cominada ao crime – 5 anos, atrai a utilização do pro-
cedimento comum ordinário – crimes punidos com pena máxima igual ou superior a 4 anos.
c) Errada. Valendo aqui o comentário da parte final da alternativa A e o comentário inicial da
alternativa A, respectivamente.
d) Errada. Valendo aqui o comentário da parte final da alternativa A e o comentário inicial da
alternativa A, respectivamente.
e) Errada. O valor do dano causado estava descrito na denúncia. Assim, o juiz pode sim reco-
nhecer a causa de aumento consistente na ocorrência de grave dano à coletividade.
Letra a.
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Incorreta a assertiva, pois nos termos do art. 394, § 1º, I, o procedimento comum ordinário é
observado quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior
a 4 anos de pena privativa de liberdade.
Errado.
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I – Certo. A alternativa I foi tida como correta. Muito embora saibamos que no procedimento
comum, depois de recebida a denúncia, o juiz determina a citação do réu para responder à
acusação em 10 dias. A despeito disso, o examinador se valeu da literalidade do art. 399 para
considerar essa alternativa como correta. Veja o que ele diz: “recebida a denúncia ou queixa,
o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu de-
fensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente”. Então a questão
se valeu da confusão existente no Código de Processo Penal para também tentar confundir o
candidato.
II – Errado. A súmula 723 do STF diz que não se admite a suspensão condicional do proces-
so por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento
mínimo de um sexto for superior a um ano. Portanto, não se afasta totalmente a possibilidade
de suspensão condicional do processo no crime continuado, mas apenas quando a aplicação
das regras da continuidade delitiva levar a pena que ultrapasse a quantidade prevista em lei
para admissão do instituto.
III – Certo. Não há necessidade de anuência da defesa para que o Ministério Público desista
das testemunhas apenas por ele arroladas.
IV – Errado. Com efeito, o art. 397, ao tratar da manifesta causa excludente de culpabilidade,
ressalva a inimputabilidade. Não bastasse isso, não é suficiente processo de interdição para
absolvição imprópria, ainda que se entenda pela possibilidade dela nesse momento, como
o faz parte da doutrina, na hipótese de ser a inimputabilidade a única tese defensiva. É ne-
cessário que se demonstre a incapacidade de compreender o caráter ilícito do fato ou de se
comportar conforme esse entendimento, na época do evento criminoso.
Letra c.
Olha aí, mais uma questão sobre o art. 397. Eu nem iria colocá-la no nosso material, mas
mudei de ideia. Não porque eu suspeite que você ainda precise de ler esse dispositivo. Tenho
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certeza de que se você chegou até aqui, já sabe não apenas dizer o conteúdo dele, mas fazê-
-lo soletrando ao contrário. Quero chamar a atenção para o “é integralmente correto afirmar”.
Perceba, inclusive, que adaptei a questão para essa finalidade. O meu objetivo é que você
esteja totalmente preparado para resolver prova objetiva e isso parte da leitura do comando
da questão. Quando o “não” aparece é que percebo que os candidatos mais confundem. En-
tão veja. Na questão, nós temos itens que não se adequam ao art. 397. Lá não está previsto
“que não há provas do crime ou que o fato não constitui crime”, mas sim “que o fato narrado
evidentemente não constitui crime”. Não é um juízo de dúvida, mas sim de certeza. Dito isso,
está certa a assertiva ao dizer “não é integralmente correto afirmar que”. Então, nosso acordo:
leia o comando da questão e entenda o que ela quer, antes de sair correndo para as assertivas
(ou para o restante do texto) sem saber com precisão o que você está procurando!
Certo.
Danielle Rolim
Juíza de direito e juíza de direito substituta do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
Professora do Curso Preparatório para Magistraturas e Ministérios Públicos do Gran Cursos Online, nas
disciplinas Direito Processual Penal e Legislação Penal Especial. Professora da Escola da Magistratura do
Distrito Federal, na disciplina Direito Processual Penal. Graduada em Direito pelo Centro Universitário de
Brasília (Uniceub). Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo Centro de Ensino Tecnológico de
Brasília. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade da Amazônia.
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