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DIREITO PROCESSUAL PENAL

INTIMAÇÕES. SENTENÇA E SUJEITOS DO PROCESSO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Intimações
Carolina Carvalhal Leite Brito

Sumário
Intimações. Sentença e Sujeitos do Processo.. .................................................................................. 3
1. Intimações...................................................................................................................................................... 4
1.2. Formas de Intimação das Partes..................................................................................................... 5
2. Sentença Penal. ........................................................................................................................................... 9
2.1. Espécies de Sentenças........................................................................................................................ 10
2.2. Estrutura e Requisitos da Sentença. . ............................................................................................ 11
2.3. Sentenças Absolutórias. .................................................................................................................... 12
2.4. Sentença Condenatória. ..................................................................................................................... 15
2.5. Detração.................................................................................................................................................... 21
2.6. Fixação da Pena..................................................................................................................................... 21
2.7. Publicação da Sentença.................................................................................................................... 24
2.8 Intimação das Partes da Sentença Condenatória................................................................. 24
3. Sujeitos do Processo.............................................................................................................................. 26
3.1. Juiz................................................................................................................................................................27
3.2. Ministério Público................................................................................................................................ 33
3.4. Acusado.................................................................................................................................................... 36
3.5. O Defensor/Procurador..................................................................................................................... 39
3.6. O assistente de Acusação. ............................................................................................................... 42
3.7. Os auxiliares da Justiça..................................................................................................................... 44
Questões de Concurso............................................................................................................................... 45
Gabarito............................................................................................................................................................. 51
Gabarito Comentado................................................................................................................................... 52
Referências Bibliográficas. ....................................................................................................................... 65

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Intimações
Carolina Carvalhal Leite Brito

INTIMAÇÕES. SENTENÇA E SUJEITOS DO PROCESSO


Olá, futuro(a) advogado(a)! Já recuperado(a) da aula passada? Muita informação, né? Mas
é assim mesmo, não pode deixar a peteca cair! Eu tenho um objetivo: ajudá-lo(a) na conquista
do seu sonho, então é isso mesmo, enfrente ou em frente, ok?
A proposta dessa aula é sintetizar todo o conhecimento que vocês trazem da graduação,
revisar e direcionar para o exame da Ordem. Quero acrescentar ainda a minha insistência re-
petindo os artigos da Lei. A ideia é essa mesma: vocês vão ler, uma, duas, “ene” vezes e assim,
internalizar o espírito da lei. Assim, procuro, dentro do assunto, por vezes, repetir o artigo. Por
favor, não pule, leia-o, quantas vezes aparecer.
Lindinho(a), nós não vamos perder tempo com o que não é importante para a nossa prova.
A palavra de ordem é foco e objetividade! Isso é o que buscamos como meta!
Essa já será nossa oitava aula, vamos discorrer sobre intimações, sentença e sujeitos do
processo. Vamos nos concentrar, estudar a doutrina de forma bem didática, resolver e anali-
sar todas as questões dos últimos exames da OAB, aplicados pela banca FGV, separadas por
assunto.
Muito importante verificar como nossos tribunais superiores tratam com o assunto, colo-
cando aqui suas decisões e interpretações majoritárias para você não perder nenhuma ques-
tão e dentro do possível, vamos transcrever a legislação pertinente, assim você ganha mais
tempo.
Dentro da necessidade e relevância dos assuntos, colocaremos mapas mentais, tabelas,
isso com o intuito de chamar sua atenção para aquilo que você não pode deixar de saber.
Ademais, temos nosso fórum de dúvidas e também me coloco a disposição para sanar
qualquer uma que venham a ter.
E aí, animado(a)? Mãos à obra!!!

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Intimações
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1. Intimações
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar co-
nhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior.
(Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por
publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena
de nulidade, o nome do acusado. (Incluído Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á dire-
tamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qual-
quer outro meio idôneo. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1º. (Incluído
pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida, observado o
disposto no art. 357.
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença
das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

O processo penal não pode prosseguir validamente sem a observância do contraditório


e da ampla defesa. Afinal, é por meio da colaboração das partes que o Poder Judiciário pode
chegar ao acertamento do fato delituoso.
Assim sendo, de modo a se preservar o contraditório, concebido pelo binômio conheci-
mento e reação, às partes envolvidas devem ser asseguradas condições de saber o que nele
se passa, podendo reagir de alguma forma aos atos ali praticados.
Há 03 (três) meios de comunicação dos atos processuais: a citação, a intimação e a no-
tificação. Hoje vamos falar sobre a intimação, a qual deve ser utilizada para a comunicação
de ato já praticado no passado, previsto no título X do livro I do CPP que trata dos atos de
comunicação processual entre os arts. 370 e 372).
A intimação é a comunicação feita a alguém no tocante a ato já realizado. A  título de
exemplo, podemos citar a intimação da degravação de audiência, a intimação de sentença
prolatada pelo magistrado etc.

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1.2. Formas de Intimação das Partes


A Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, constitui prerrogativa do membro do MP,
no exercício de sua função, além de outras, a de receber intimação pessoal em qualquer pro-
cesso e grau de jurisdição, através da entrega dos autos com vista. Prevalece o entendimento
de que a entrega dos autos em setor administrativo do MP, formalizada a carga pelo servidor,
configura intimação direta, pessoal, cabendo tomar a data em que ocorrida como a da ciência
da decisão judicial.
Os defensores públicos também têm assegurada a prerrogativa de receber, inclusive
quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer
processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando- se-lhes em dobro todos
os prazos Lei Complementar 80-94).
Quando o Defensor Público for intimado pessoalmente em audiência, há controvérsias se
o início do cômputo do prazo para recorrer começa a fluir daquele momento, ou se, na verda-
de, o prazo somente, se inicia com a remessa dos autos com vista à instituição. Nas hipóteses
em que o ato judicial decisório é proferido em audiência, haverá intimação pessoal das partes
presentes (acusação e defesa). A 3ª Turma do STJ, afirma que essa intimação não é suficien-
te para permitir ao membro da defensoria o exercício pleno do contraditório e ampla defesa,
vez que naquele momento não poderá levar os autos e ainda, pode nem ser esse membro
que impugnará o ato decisório proferido em audiência. Assim, para engendrar a contagem do
prazo recursal, necessário a remessa dos autos a defensoria.
A partir da edição da Lei n. 9.271/1996, que incluiu o § 4º ao art. 370 do CPP, os defen-
sores nomeados, dentre os quais se inclui o defensor dativo, também passaram a possuir
prerrogativas da intimação pessoal. Assim sendo, de acordo com o STF, há de se considerar
inválido o trânsito em julgado de sentença penal condenatória se o advogado dativo foi inti-
mado por meio de publicação no diário de Justiça.
Lado outro, a intimação do defensor constituído, dos advogados do querelante e do as-
sistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da
comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. Se não houver órgão de publi-
cação, pode ser feita diretamente pelo escrivão, por mandado ou via postal com comprovante
de recebimento.

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Na hipótese de intimação por meio de carta precatória, conta-se o prazo recursal a partir
da data da intimação e não dá juntada aos autos da carta precatória. Súmula n. 710-STF: no
processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não dá juntada aos autos do
mandado ou da carta precatória ou de ordem.
Quando a intimação ocorre por meio de publicação feita em fins de semana, o termo a quo
para contagem do prazo recursal é o primeiro dia útil subsequente (geralmente segunda-fei-
ra).
As intimações realizadas por meio de diário eletrônico acontecem no primeiro dia útil
subsequente à data da publicação, e não a partir do momento em que o acordão impugnado
se torna público, de acordo com o STJ.
Atenção à Súmula n. 310 do STF, a qual estabelece que “ quando a intimação tiver lugar na
sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá
início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no
primeiro dia útil que se seguir.
Estando todos os interessados na intimação, realizados por ocasião da audiência, a in-
timação poderá ser pessoalmente (art.  372, CPP). Se houver decisão proferida na própria
audiência, o prazo começa a fluir desse ato, se a ele estiverem presentes as partes. Logo, no
Tribunal do Júri, como a sentença é publicada em plenário, estando presentes o acusado e
seu defensor, assim como o órgão do MP, o termo inicial do prazo recursal será a data da ses-
são de julgamento. Se o acusado, opta por não comparecer, o prazo recursal para ele somente
começará a fluir do momento em que for intimado da sessão.
Por fim, convém salientar que também é possível a intimação por hora certa no processo
penal.

A ausência de defensor, devidamente intimado, à sessão de julgamento não implica, por


si só, nulidade processual. Caso concreto: em ação penal originária que tramitava no TJ,
o defensor foi intimado da sessão de julgamento, mas deixou de comparecer e de fazer
a sustentação oral; não há nulidade. Intimada a defesa para a sessão de julgamento
da ação penal originária, a  ausência da sustentação oral prevista no art.  12 da Lei n.

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8.038/90 não invalida a condenação. STF. 1ª Turma. HC 165534/RJ, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2019 (Info 950).
O advogado de um réu deverá, obrigatoriamente, estar presente no interrogatório do
corréu que com ele responde o mesmo processo criminal? REGRA: não. A presença da
defesa técnica é imprescindível durante o interrogatório do réu por ela representado, não
quanto aos demais. Assim, é obrigatória a presença do advogado no interrogatório do
seu cliente. No interrogatório dos demais réus, essa presença é, em regra, facultativa.
EXCEÇÃO: se o interrogatório é de um corréu delator, a presença do advogado dos réus
delatados é indispensável. Neste caso, deve-se exigir a presença dos advogados dos
réus delatados, pois, na colaboração premiada, o  delator adere à acusação em troca
de um benefício acordado entre as partes e homologado pelo julgador natural. Nor-
malmente, o  delator presta contribuições à persecução penal incriminando eventuais
corréus, razão pela qual seus advogados devem acompanhar o ato. Se o advogado do
corréu não comparece ao interrogatório do réu delator, haverá nulidade? Depende: • Se o
corréu foi delatado no interrogatório e seu advogado não compareceu: sim, haverá nuli-
dade. • Se o corréu não foi delatado no interrogatório: não. Isso porque não houve preju-
ízo. STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 955).
Não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de
depoimentos orais na fase de inquérito policial. Não haverá nulidade dos atos processu-
ais caso essa intimação não ocorra. O inquérito policial é um procedimento informativo,
de natureza inquisitorial, destinado precipuamente à formação da opinio delicti do órgão
acusatório. Logo, no inquérito há uma regular mitigação das garantias do contraditório
e da ampla defesa. Esse entendimento justifica-se porque os elementos de informação
colhidos no inquérito não se prestam, por si sós, a fundamentar uma condenação cri-
minal. A  Lei n. 13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas da defesa técnica,
sem, contudo, conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva
do calendário de inquirições a ser definido pela autoridade policial. STF. 2ª Turma. Pet
7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019 (Info 933).
Não há nulidade se o réu possui mais de um advogado constituído nos autos e a inti-
mação para a sessão de julgamento ocorre em nome de apenas um dos causídicos que,
no entanto, já havia falecido, mas cuja morte não tinha sido comunicada ao Tribunal.
Vale ressaltar que, neste caso, não havia pedido da defesa para que todos os advogados
fossem intimados ou para que constasse o nome de um causídico em específico nas

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publicações. Assim, estando o réu representado por mais de um advogado, basta, em


regra, que a intimação seja realizada em nome de um deles para a validade dos atos pro-
cessuais, salvo quando houver requerimento expresso para que as publicações sejam
feitas de forma diversa. STJ. 5ª Turma. HC 270.534/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado
em 07/03/2017. STF. 1ª Turma. HC 138097/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018 (Info 921). Cumpre esclarecer, no entanto,
que, se, no processo estivesse atuando apenas um advogado, neste caso, haveria nuli-
dade: A intimação do julgamento da apelação em nome do advogado falecido do réu,
único causídico constituído nos autos, configura cerceamento de defesa apto a ensejar
a nulidade absoluta, já que impossibilitou a interposição de recurso pela defesa. STJ.
5ª Turma. HC 307.461/CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 14/08/2018. STJ. 6ª
Turma. HC 301.274/CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 23/10/2018.
No momento da intimação pessoal do acusado acerca de sentença condenatória ou de
pronúncia, a não apresentação do termo de recurso ou de renúncia não gera nulidade
do ato. Essa exigência não está prescrita em lei, de modo que a sua ausência não pode
ser invocada como hábil a anular o ato de intimação. Dessa forma, a ausência desse
documento não é causa de nulidade, especialmente quando há advogado constituído
que, embora regularmente cientificado, não interpôs o recurso voluntário. STJ. 5ª Turma.
RHC 61365-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 3/3/2016 (Info 579).
A defesa alegou nulidade processual por desrespeito ao art. 212 do CPP, por ter o juízo
inquerido diretamente as testemunhas. A magistrada que presidia a audiência reputou
observados o contraditório e a ampla defesa, porque depois de perguntar, ela permitiu
que os defensores e o MP fizessem questionamentos. A 1ª Turma do STF discutiu se
houve nulidade. Dois Ministros (Marco Aurélio e Rosa Weber) consideraram que não foi
respeitada a aludida norma processual. Assim, votaram por conceder a ordem de habeas
corpus para declarar a nulidade processual a partir da audiência de instrução e julga-
mento. Os outros dois Ministros (Alexandre de Moraes e Luiz Fux) entenderam que não
deveria ser declarada a nulidade do processo porque a alteração efetuada no art. 212 do
CPP, ao permitir que as partes façam diretamente perguntas às testemunhas, não retirou
do juiz, como instrutor do processo, a possibilidade de inquiri-las diretamente. Diante
do empate na votação, prevaleceu a decisão mais favorável ao paciente. STF. 1ª Turma.
HC 161658/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020 (Info 980). Obs: prevalece
no STF e no STJ que a inobservância do procedimento previsto no art. 212 do CPP pode
gerar, quando muito, nulidade relativa, cujo reconhecimento depende da demonstração
do prejuízo para a parte que a suscita (STF. 1ª Turma. HC 177530 AgR, Rel. Alexandre de
Moraes, julgado em 20/12/2019).

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2. Sentença Penal
Art. 381. A sentença conterá:
I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;
II – a exposição sucinta da acusação e da defesa;
III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;
V – o dispositivo;
VI – a data e a assinatura do juiz.
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença,
sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
Art.  383. O  juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atri-
buir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
(Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de sus-
pensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não
contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzin-
do-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§  2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o  juiz,
a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com
inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 ((In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o
Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora ne-
nhuma tenha sido alegada.

Para o Código de Processo Penal, sentença é tão somente a decisão que julga o mérito
principal, ou seja, a decisão judicial que condena ou absolve o acusado.

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Em sentido estrito, sentença é o pronunciamento final do juízo de 1º grau (em regra,


singular, monocrático), mas o CPP também se refere a sentença quanto as decisões finais
proferidas por colegiados de 1º grau, tais como aqueles oriundos do Tribunal do Júri e dos
Conselhos de Justiça. Em sentido amplo, a sentença também abrange os acórdãos, que são
decisões dos tribunais, desde que haja julgamento do mérito.

2.1. Espécies de Sentenças

a) Sentença declaratória: aquela que se limita a declarar uma situação jurídica preexisten-
te;
b) Sentença constitutiva: tem como eficácia preponderante a modificação de situação
jurídica, podendo ser de natureza positiva, quando faz surgir uma nova situação jurídica, ou
negativa, que importa em descontruir um ato jurídico anterior.
c) Sentença executiva: é admissível em sede de processo penal;
d) Sentença condenatória: quando se reconhece a procedência da inicial acusatória;
e) Sentença executável: pode ser executada imediatamente;
f) Sentença não executável: não admite execução imediata;
g) Sentença condicional: depende de um acontecimento futuro e incerto. Ex.: sursis; livra-
mento condicional.
h) Sentenças suicidas: as que carregam uma contradição entre sua parte dispositiva e a
fundamentação, e que são nulas ou podem ser corrigidas por embargos de declaração.
i) Sentenças vazias: são passíveis de anulação por serem desprovidas de fundamentação,
ausência de motivação do ato jurisdicional.
j) Sentenças subjetivamente simples: proferida por apenas uma pessoa (juízo monocrá-
tico ou singular).
k) Sentenças subjetivamente plúrimas: emanadas de órgão colegiado homogêneo.
l) Sentenças subjetivamente complexas: são aquelas proferidas por órgão colegiado he-
terogêneo, tal como as turmas ou seções dos Tribunais.

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m) Sentenças autofágicas: são as que se reconhece a imputação, mas declara extinta a


punibilidade. Ex.: perdão judicial.

2.2. Estrutura e Requisitos da Sentença

a) Relatório: resumo da demanda. Nele o juiz indica o nome das partes ou, quando não for
possível, as  indicações necessárias para sua identificação. Deve ainda, fazer uma exposição
sucinta da acusação e das teses da defesa, bem como principais atos já praticados no curso
da ação.
b) Fundamentação: a CF, em seu art. art. 93, inciso IX, determina que, todos os julgamen-
tos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade. Motivação dos atos jurisdicionais, verdadeira garantia processual de se-
gundo grau, funciona com um instrumento para viabilizar o controle das decisões judiciais e
assegurar o exercício do direito de defesa. Vale frisar, contudo, que a exigência de fundamen-
tação não significa que deve haver motivação extensa, sendo possível ao juiz justificar suas
decisões objetivamente, de forma a permitir que a defesa possa exercer o contraditório.
b.1) Fundamentação per relationem: Trata-se da hipótese em que a autoridade judiciária
adota como fundamento de sua decisão as alegações contidas na manifestação das partes.
Renato Brasileiro entende que quando se tratar de sentença condenatória e/ou absolutó-
ria, é inadmissível a fundamentação per relationem, por violação ao art. 93 da Carta Magna.
Quanto à possibilidade de sua utilização, há duas orientações:
Primeira (Majoritária): Não há vedação a que utilize o Poder Judiciário de motivação ad
relationem.
Segunda: A fundamentação ad relationem é inconstitucional, afrontando o disposto no
art. 93, IX, da CF.

É nulo o acórdão que se limita a ratificar a sentença e a adotar o parecer ministerial, sem
sequer transcrevê-los, deixando de afastar as teses defensivas ou de apresentar funda-
mento próprio. Isso porque, nessa hipótese, está caracterizada a nulidade absoluta do
acórdão por falta de fundamentação. A  jurisprudência admite a chamada fundamen-
tação per relationem, mas desde que o julgado faça referência concreta às peças que

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pretende encampar, transcrevendo delas partes que julgar interessantes para legitimar
o raciocínio lógico que embasa a conclusão a que se quer chegar. STJ. 6ª Turma. HC
214049-SP, Rel. originário Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 5/2/2015 (Info 557).

c) Dispositivo: É a conclusão decisória da sentença onde consta o núcleo da decisão, ou


seja, o comando que condena ou absolve o réu, indicando os respectivos dispositivos legais.
Na hipótese de sentença condenatória, deve o juiz indicar o dispositivo legal no qual se dá o
juízo de tipicidade da conduta delituosa imputada ao acusado, sob pena de nulidade. Em se
tratando de sentença absolutória, deve o juiz declinar um dos fundamentos a que faz menção
o art. 386 do CPP.
d) Autenticação: é a aposição da assinatura do juiz. A sua falta torna a sentença inexis-
tente

2.3. Sentenças Absolutórias


Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III – não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação dada pela Lei n. 11.690,
de 2008)
V  – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;  (Redação dada pela Lei n.
11.690, de 2008)
VI  – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts.  20, 21, 22,
23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua
existência; (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
III – aplicará medida de segurança, se cabível.

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2.3.1. Espécies

(i) Sentença absolutória própria: ela julga improcedente o pedido condenatório, reconhe-
cendo a plena inocência do acusado, e não impõe imposição de medida de segurança.
(ii) Sentença absolutória imprópria: é aquela que reconhece a prática de conduta típica
e ilícita pelo acusado inimputável (art. 26, caput, do CP), e impõe a ele medida de segurança
(nos termos do art. 386, parágrafo único, III, do CPP).
O que é agente inimputável? É o agente que era, ao tempo da ação ou omissão, inteira-
mente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento em virtude de doença mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado.

É inconstitucional a manutenção em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico


– estabelecimento penal – de pessoa com diagnóstico de doença psíquica que teve
extinta a punibilidade. Essa situação configura uma privação de liberdade sem  pena.
STF. 2ª Turma. HC 151523/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/11/2018 (Info 925).

(iii) Absolvição sumária: Prevista no CPP, art. 397 (proc comum) e art. 415 (1ª fase do júri)
esta decisão também funciona como espécie de sentença absolutória, já que há o efetivo
julgamento do mérito, reconhecendo o juiz, categoricamente, por ex. tratar-se de conduta
atípica.

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei n. 11.719,
de 2008).
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilida-
de; (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
IV – extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

Súmula n. 18 do STJ, a decisão que reconhece a extinção da punibilidade tem natureza


declaratória, e não absolutória.

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(iv) Absolvição sumária imprópria: consiste no julgamento antecipado da demanda para

absolver inimputável que, porém, sofre a imposição de medida de segurança (internação ou

tratamento ambulatorial).

No procedimento comum, o art. 397, inciso II, do CPP, veda a possibilidade de absolvição

sumária do inimputável. Por outro lado, no Tribunal do Júri, o art. 415, parágrafo único, do CPP,

autoriza que o juiz absolva sumariamente o acusado inimputável, desde que a inimputabilida-

de seja a única tese defensiva.


(v) Sentença absolutória anômala: é a decisão que concede o perdão judicial. É denomi-
nada como anômala, pois não há uma verdadeira absolvição, mas sim um pronunciamento
que só formal pode ser chamado de absolutório, já que se trata, na verdade, de condenação.

2.3.2. Efeitos Decorrentes da Sentença Absolutória

i) Sentença absolutória própria (absolvição sem imposição de medida de segurança): co-


locação do acusado em liberdade.
ii) Sentença absolutória imprópria: há que se verificar o caso concreto, pq duas duas situ-
ações poderão ocorrer:
**O indivíduo, no curso do processo, foi internado em estabelecimento psiquiátrico, encon-
trando-se nesta condição no momento da sentença: nesse caso, se já estava internado antes,
assim deverá continuar, até que possa ser executada a medida de segurança. Por outro lado,
constatando o magistrado a superveniente cessação dos motivos que justificaram a interna-
ção, deverá autorizar sua desinternação, a fim de que aguarde solto o trânsito em julgado da
decisão.
**O indivíduo, apesar de inimputável ao tempo do fato, respondeu ao processo em liber-
dade: nesse caso, ele continuará em liberdade, salvo se a sua internação em estabelecimento
psiquiátrico se mostrar necessária antes mesmo do trânsito em julgado da sentença.

 Obs.: Não há que se falar de aplicação provisória de medida de segurança.

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2.4. Sentença Condenatória


É a decisão judicial que atesta responsabilidade criminal do acusado em virtude do reco-
nhecimento categórico da prática da conduta típica, ilícita e culpável.

O juiz, ao proferir sentença penal condenatória, no momento de fixar o valor mínimo para
a reparação dos danos causados pela infração (art.  387, IV, do CPP), pode, sentindo-
-se apto diante de um caso concreto, quantificar, ao menos o mínimo, o valor do dano
moral sofrido pela vítima, desde que fundamente essa opção. Isso porque o art. 387, IV,
não limita a indenização apenas aos danos materiais e a legislação penal deve sempre
priorizar o ressarcimento da vítima em relação a todos os prejuízos sofridos. STJ. 6ª
Turma. REsp 1585684-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/8/2016
(Info 588).

2.4.1. Efeitos Decorrentes da Sentença Penal Condenatória

Os efeitos da sentença penal condenatória subdividem-se em penais e extrapenais.


a) Efeitos penais: podem ser principais ou primários e reflexos ou secundários da senten-
ça condenatória transitada em julgado.
(i) Efeitos penais principais ou primários da sentença condenatória:
1) Aplicação da pena, que pode ser privativa da liberdade, restritiva de direito ou pena de
multa;
2) A inclusão do nome do réu no rol dos culpados. livro cartorário destinado a inclusão
do nome dos condenados. Vale dizer, somente poderá ocorrer com o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
(ii) Efeitos reflexos ou secundários:
1) induzir a reincidência e;
2) possível regressão do regime carcerário, de acordo com o art. 118 da LEP.
3) revogação do sursis;
4) revogação do livramento condicional.

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Trata-se da categoria de efeitos produzidos pela sentença penal em uma outra relação
jurídica. Ex.: uma condenação transitada em julgado em determinado processo poderá acar-
retar a revogação do sursis e do livramento condicional deferidos em razão de condenação
em processo diverso (arts. 81 e 86 do CP).
b) Efeitos extrapenais:
(i) Obrigatórios e genéricos: aplicados por força de lei, independem de declaração ou mo-
tivação do juiz. Recebem essa denominação por serem aplicáveis, em tese, a toda e qualquer
condenação criminal.

Art. 91. São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte
ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente
com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime
quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão
abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de
perda. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior
a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos
bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado
todos os bens: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto,
na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início
da atividade criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita
do patrimônio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por
ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os
bens cuja perda for decretada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias
deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tra-
mita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem
pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

Vejamos quais sejam, esses efeitos:


1) Obrigação de reparar o dano;
2) Perda em favor da União dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas
cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito, ressalvado o direito do
lesado ou do terceiro de boa-fé;
3) Perda em favor da União do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que cons-
titua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso, ressalvado o direito do
lesado ou do terceiro de boa-fé.

 Obs.: As consequências jurídicas extrapenais, previstas no art. 91 do CPP, são decorren-


tes de sentença penal condenatória. Isso não ocorre, portanto, quando há transa-
ção penal, cuja sentença tem natureza meramente homologatória, sem qualquer juízo
sobre a responsabilidade criminal do aceitante.

(ii) Específicos: são chamados extrapenais porque repercutem em outros ramos do direi-
to, à exceção do Penal. Eles não são automáticos, nem tampouco obrigatórios, e demandam
declaração expressa e fundamentada constante da sentença condenatória. Deve a senten-
ça declarar, motivadamente, os fundamentos da perda do cargo, função pública ou mandato
eletivo, em fiel observância do art.92, parágrafo único, do CP, c/c art.93, IX, da Constituição
Federal, sob pena de nulidade dessa parte da sentença.

Art. 92. São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I  – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei n. 9.268, de
1º.4.1996)

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a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais
casos. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos
sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar,
contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei
n. 13.715, de 2018)
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivada-
mente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Vejamos quais sejam, esses efeitos:


1) Confisco alargado de bens (CP, art 91-A, incluído pela Lei n. 13.969/19)

Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior
a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos
bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado
todos os bens: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto,
na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início
da atividade criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita
do patrimônio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por
ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os
bens cuja perda for decretada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias
deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tra-
mita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem
pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. (Incluído
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2) Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo:


• Quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um (1) ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a adminis-
tração pública;
• Quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro (4) anos, qual-
quer que seja a infração penal.

Certas situações específicas demandam especial atenção quanto à possibilidade (ou não)
de perda do cargo, função ou mandato eletivo:
a) Juízes e membros do MP:
Somente podem perder o cargo mediante ação judicial própria, porque há norma especial
que dispõe que a perda do referido cargo somente após o trânsito em julgado de ação civil
proposta para esse fim.
b) Crimes definidos na Lei de Licitações (Lei n. 8.666/1993):
Autores quando servidores aplica-se a regra geral do art. 92, inciso I, do CP.
c) Crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor:
Aplica a Lei n. 7.716/1989, não são automáticos.
d) Tortura:
Qualquer que seja a quantidade de pena, a condenação acarretará a perda do cargo, fun-
ção ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplica-
da, nos termos da Lei n. 945597.
e) Perda do posto ou patente dos oficiais e da gradação das praças das corporações mi-
litares estaduais:
Segundo a Cf, art. 125, 4º, compete a Justiça militar estadual;
f) Organizações criminosas:
Por força do disposto no art.  2º, §  6º, da nova Lei n. 12.850/2013, a  condenação com
trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou
mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8
anos, subsequentes ao cumprimento da pena;
g) Senadores e Deputados Federais:

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De acordo com o art. 55, § 2º da CF, será decidida pela Câmara Federal ou Senado, por
maioria absoluta.
3) Incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes
dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo
poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;
4) Inabilitação para dirigir veículos automotores;

Imagine que, quando o réu praticou o crime, ele estava ocupando o cargo público “X”. No
entanto, anos mais tarde, no momento em que foi prolatada a sentença condenatória, ele
já estava em outro cargo público (“Z”). O juiz poderá condenar o réu à perda do atual cargo
público (“Z”) mesmo sendo ele posterior à prática do delito? REGRA: não. Em regra, a pena
de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou função pública exercida no
momento da prática do delito. EXCEÇÃO: se o juiz, motivadamente, considerar que o novo
cargo guarda correlação com as atribuições do anterior, ou seja, daquele que o réu ocupava no
momento do crime, neste caso mostra-se devida a perda da nova função como uma forma de
anular (evitar) a possibilidade de que o agente pratique novamente delitos da mesma natu-
reza. Assim, a  pena de perdimento deve ser restrita ao cargo ocupado ou função pública
exercida no momento do delito, à exceção da hipótese em que o magistrado, motivadamente,
entender que o novo cargo ou função guarda correlação com as atribuições anteriores. STJ.
5ª Turma. REsp 1452935/PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 14/03/2017
(Info 599)
Suponhamos que na sentença condenatória não constou que o apenado é reincidente.
O juízo da execução, contudo, na fase de cumprimento da pena, percebeu que o con-
denado é reincidente. O juízo da execução penal poderá reconhecer essa circunstância
negativa no momento de analisar se concede ou não os benefícios (ex: progressão).
O Juízo da Execução pode promover a retificação do atestado de pena para constar a
reincidência, com todos os consectários daí decorrentes, ainda que não esteja reco-
nhecida expressamente na  sentença  penal condenatória transitada em julgado. STJ.
3ª Seção. EREsp 1738968-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/11/2019 (Info 662).

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2.5. Detração

Prevista no art. 42 do CP, consiste no desconto do tempo de prisão cautelar (ou de inter-
nação provisória) do tempo de prisão penal (ou de medida de segurança) imposto ao acusado
em sentença condenatória (ou absolutória imprópria) transitada em julgado. De acordo com o
art. 66, III, c, da LEP (Lei n. 7.210/1984), compete ao juiz da execução decidir sobre a detração
penal.
Ademais, a detração deverá ser considerada pelo juiz que proferir a sentença condenató-
ria, para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.

2.6. Fixação da Pena

a) Método Trifásico

(i) Fixação da pena-base: levando-se em conta as circunstâncias judiciais do art. 59 do


CP: culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos, circuns-
tâncias e consequências do crime e comportamento da vítima.

Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do


agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento
da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
III  – o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabí-
vel. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1) Culpabilidade: trata-se do juízo de reprovabilidade do comportamento do agente, apon-


tando a maior ou menor censurabilidade da conduta delituosa.
2) Antecedentes: são todos os dados favoráveis ou desabonadores da vida pregressa do
agente. Frise-se que são consideradas apenas condenações criminais com trânsito em jul-

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gado que não mais caracterizem a reincidência, em virtude do decurso do lapso temporal de
5 (cinco) anos previsto no art. 64, inciso I, do CP.

Súmula n. 444 do STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em


curso para agravar a pena base.

3) Conduta social: é o comportamento do agente no meio em que vive, abrangendo sua


conduta no ambiente de trabalho, nos momentos de lazer, no âmbito de seu lar etc.
4) Personalidade: é a síntese das qualidades morais e sociais do indivíduo.
5) Motivos do crime: são os antecedentes psicológicos da conduta delituosa, ou seja,
a soma dos fatores que levaram o agente à prática delituosa.
6) Circunstâncias do crime: refere-se ao meio ou modo de execução do delito.
7) Consequências do crime: consiste na intensidade de lesão ou no nível de ameaça ao
bem jurídico tutelado, abrangendo, ademais, os reflexos do delito em relação a terceiros e à
vítima.
8) Comportamento da vítima.
(ii) Fixação da pena provisória, considerando-se as circunstâncias agravantes e atenuantes.
1) Agravantes: Somente podem ser consideradas agravantes as circunstâncias que a lei
expressamente prever como tal. Trata-se de um rol taxativo.

Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – a reincidência; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hos-
pitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei n.
11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei
n. 10.741, de 2003)

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i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;


j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça
particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Art. 62. A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II  – coage ou induz outrem à execução material do crime;  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em
virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em jul-
gado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

2) Atenuantes: encontram-se previstas na legislação de modo exemplificativo, o que não


impede o reconhecimento, pelo juiz, em favor do réu, “de circunstância relevante, anterior ou
posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei” (art. 66 do CP).
Quanto ao critério para o estabelecimento do quantum de aumento e de diminuição in-
cidente sobre a pena-base, em razão da consideração das agravantes e das atenuantes,
o art. 67 do CP dispõe que a pena deve se aproximar do limite indicado pelas circunstâncias
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do
crime, da personalidade do agente e da reincidência.

Súmula n. 231 do STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redu-
ção da pena abaixo do mínimo legal.

Art.  65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data
da sentença; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – ter o agente:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

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b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou mino-
rar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou pos-
terior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

(iii) Fixação da pena definitiva, utilizando-se as causas de aumento (majorantes) e de dimi-


nuição de pena (minorantes). Estão previstas na parte geral e especial do CP e em leis especiais.

Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida se-
rão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição
e de aumento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial,
pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que
mais aumente ou diminua.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

2.7. Publicação da Sentença

A publicação dá existência à sentença, tomando-a um ato processual. Enquanto não pu-


blicada, a sentença é mero ato particular do juiz, sem força vinculante.
Se a sentença for proferida em audiência, ela se torna pública na medida em que está
sendo ditada pelo juiz ao escrevente, o que também ocorre no caso da sentença proferida nos
julgamentos pelo júri, que se considera publicada no momento em que o magistrado procede,
ao final da sessão, à sua leitura.
Por fim, uma vez confeccionada e publicada a sentença, não poderá mais o juiz alterá-la,
salvo na oposição de embargos declaratórios ou na hipótese de ter ocorrido erro material, que
pode ser retificado ex officio.

2.8 Intimação das Partes da Sentença Condenatória


Art. 392. A intimação da sentença será feita:
I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;

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II  – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo
afiançável a infração, tiver prestado fiança;
III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado
de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem
encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certi-
ficar o oficial de justiça.
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo
igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for
feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.
Art. 393. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

São critérios de intimação da sentença:


a) Ministério Público: a intimação do MP deve ser sempre pessoal, nos termos dos
arts. 370, § 4º, 390, 798, § 5º, e 800, § 2º, todos do CPP.
b) Defensor nomeado: deverá ser intimado pessoalmente (art. 370, § 4º).
c) Defensor Público: a intimação também deve ser pessoal, de acordo com o art. 44, I, da
Lei Complementar n. 80/1994.
d) Advogado do querelante e do assistente de acusação: serão intimados mediante publi-
cação no órgão oficial, conforme referem os arts. 370, § 1º, e 391, ambos do CPP.
e) Defesa constituída e acusado: referente às intimações da defesa constituída e do réu
quanto à sentença condenatória (e, também, à absolutória imprópria, no que for cabível), devem
ser observadas, em princípio, as regras inseridas no art. 392 do CPP, dispondo que sejam feitas:

É válida a sentença proferida de forma oral na audiência e registrada em meio audiovi-


sual, ainda que não haja a sua transcrição
É válida a sentença proferida de forma oral na audiência e registrada em meio audiovi-
sual, ainda que não haja a sua transcrição. O § 2º do art. 405 do CPP, que autoriza o regis-
tro audiovisual dos depoimentos, sem necessidade de transcrição, deve ser aplicado
também para os demais atos da audiência, dentre eles os debates orais e a sentença.
O registro audiovisual da sentença prolatada oralmente em audiência é uma medida que
garante mais segurança e celeridade. Não há sentido lógico em se exigir a degravação da

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sentença registrada em meio audiovisual, sendo um desserviço à celeridade. A ausência


de degravação completa da sentença não prejudica o contraditório nem a segurança do
registro nos autos, do mesmo modo que igualmente ocorre com a prova oral. STJ. 3ª
Seção. HC 462253/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 28/11/2018 (Info 641).
Havendo duas sentenças criminais transitadas em julgado envolvendo fatos idênticos,
qual delas deverá prevalecer?
Diante do duplo julgamento do mesmo fato, deve prevalecer a sentença que transitou
em julgado em primeiro lugar. Diante do trânsito em julgado de duas sentenças conde-
natórias contra o mesmo condenado, por fatos idênticos, deve prevalecer a condenação
que transitou em primeiro lugar. STJ. 6ª Turma. RHC 69586-PA, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/11/2018 (Info 642). Depois do
julgado acima, a Corte Especial do STJ proferiu decisão dizendo que: Havendo conflito
entre sentenças transitadas em julgado deve valer a coisa julgada formada por último,
enquanto não invalidada por ação rescisória. STJ. Corte Especial. EAREsp 600811/SP,
Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 04/12/2019. O caso enfrentado pela Corte Especial
do STJ não envolvia matéria criminal e a situação foi analisada sob a ótica do Direito
Processual Civil. Por isso, na minha opinião, não se pode ainda afirmar, com certeza, que
esse entendimento vale também para sentenças criminais considerando que não há
ação rescisória no processo penal e não se admite revisão criminal contra o réu.

3. Sujeitos do Processo
Sujeitos do processo são aqueles que participam do processo, direta ou indiretamente.
Podem ser classificados como:
a) Sujeitos principais ou essenciais: são aqueles cuja existência é essencial para uma re-
lação jurídica processual regularmente instaurada. São eles no processo penal: o juiz, o acu-
sador (Ministério Público ou querelante) e o acusado.
b) Sujeitos secundários, acessórios ou colaterais: são aquelas pessoas que podem, even-
tualmente, participar do processo, mas sua ausência não afeta a validade da relação proces-
sual. Ex: assistente de acusação e do terceiro interessado.

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3.1. Juiz

O juiz tem o poder-dever de aplicar o direito objetivo ao caso concreto, de maneira impar-
cial, substituindo-se à vontade das partes, pondo fim ao conflito entre a pretensão punitiva do
Estado e o interesse do acusado na preservação de sua liberdade individual.

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de inves-
tigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e
pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia
do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da
Constituição Federal; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o dis-
posto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à
sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV  – ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o dis-
posto no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do
disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões
apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
IX – determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para
sua instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
X – requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da
investigação; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XI – decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou
de outras formas de comunicação; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)


e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XII – julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
XIII  – determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XV – assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao
seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da in-
vestigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVI – deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVII – decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração pre-
miada, quando formalizados durante a investigação; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVIII – outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da auto-
ridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por
até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será
imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de
menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399
deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução
e julgamento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento,
que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas
cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados
na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados
aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos
relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que
deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das
garantias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos
arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)

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Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema
de rodízio de magistrados, a  fim de atender às disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da
União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente
divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos
presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explo-
rar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e
penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as  autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e
oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso
serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo,
transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e
a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Decisão liminar: “O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, suspendeu
a implantação do juiz das garantias por 180 dias.” Segundo a Lei n. 13.964/2019, apelidada
de “anticrime”, o juiz das garantias deveria começar a valer a partir do dia 23 de janeiro. A de-
cisão liminar foi provocada pelas ADIs 6.298, 6.299 e 6.300.

JUIZ DAS GARANTIAS JUIZ DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO


Atuará na investigação preliminar e decidirá Atuará no processo penal, durante a instrução
sobre atos a ela relacionados, como medidas e julgamento, para produzir provas e julgar o
cautelares, meios de investigação etc. mérito da acusação.
Terá competência até o recebimento da denún- Não terá contato com os autos do inquérito
cia (início do processo) e ficará impedido de policial, salvo atos irrepetíveis ou antecipados e
nele atuar. meios de obtenção de prova.

Com a finalidade de garantir a efetividade de sua atuação jurisdicional, a lei confere ao juiz
determinados poderes:
a) Poder jurisdicional: são aqueles relativos à condução do processo, tais como a colheita
de provas, a tomada de decisões no processo criminal e a execução do comando sentencial.
Ex: poder de negar a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclareci-

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mento da verdade (CPP, art. 184); poder de determinar a condução do ofendido, das testemu-
nhas e do próprio acusado (CPP, arts. 201, § 1º, 218 e 260); poder de recusar as perguntas da
parte, que puderem induzir a resposta, que não tiverem relação com o processo ou importa-
rem repetição de outra já respondida (CPP, art. 212). Podem ser divididos em:
(i) Poderes meios:
Podem ser:
• Atos ordinatórios: são os despachos de mero expediente e que têm por objetivo con-
duzir o processo.
• Atos instrutórios: são aqueles praticados com a finalidade de reunir elementos de con-
vicção capazes de permitir ao juiz a aplicação adequada do direito material.

(ii) Poderes-fins:
Podem ser:
Atos decisórios: decretação de prisão, concessão de liberdade
• Atos executórios: prisão, cumprimento de pena.

b) Poder de polícia/poderes administrativos: tem o objetivo de assegurar a ordem no de-


correr do processo. Frise-se que a expressão poder de polícia possui o sentido de atuação do
magistrado, visando a restringir a liberdade do particular, seja este parte ou terceiro.

Art. 251, CPP: Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter ordem no curso dos
respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.

3.1.1. Prerrogativas dos Juízes: CF

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:


I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo
a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

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III – dedicar-se à atividade político-partidária.


IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)

a) Vitaliciedade (art.  95, I): é adquirida após 2 anos de exercício, só podendo perder o
cargo por sentença judicial transitada em julgado. Nos casos do quinto constitucional e de
nomeação para o STF, haverá a vitaliciedade imediata, no ato da posse.
b) Inamovibilidade (art. 95, II): o magistrado não poderá sair do local que se encontre, sal-
vo por vontade própria ou por interesse público, assegurada a ele a ampla defesa, desde que
por maioria absoluta do Tribunal ou do CNJ.
c) Irredutibilidade de subsídios (art.  95, III): assegura ao juiz independência funcional,
resguardando-o de perseguições de ordem financeira por parte dos governantes.

3.1.2. Garantias

Face a relevância da função jurisdicional, o juiz deve estar imune a temores e perseguições
que possam causar qualquer tipo de prejuízo a sua função: essas são as seguintes garantias:
a) O ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos, exigindo-se do
bacharel em direito no mínimo 3 anos de comprovada experiência jurídica, com nomeações
segundo a ordem de classificação no concurso (art. 93, I, da CF e Resolução 75/2009 do Con-
selho Nacional de Justiça).
b) A promoção para entrância superior, com abertura de vagas em cada localidade ou juízo,
a serem providas, alternadamente, por antiguidade e merecimento (art. 93, II, da CF).

3.1.3. Vedações

Art. 95. (...)
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.

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IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)

3.1.4. Impedimentos do Juiz

As causas de impedimento são circunstâncias objetivas e referem-se ao objeto da lide.


Tal previsão é taxativa, não admitindo analogia ou interpretação extensiva. Ainda, nesse caso,
há uma presunção absoluta de imparcialidade.

A participação de magistrado em julgamento de caso em que seu pai já havia atuado é


causa de nulidade absoluta, prevista no art. 252, I, do CPP. STF. 2ª Turma. HC 136015/
MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 14/5/2019 (Info 940).

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:


I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade poli-
cial, auxiliar da justiça ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
questão;
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si
parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.

3.1.5. Suspeição do Juiz

Por outro lado, as causas de suspeição são circunstâncias subjetivas e referem-se às par-
tes. Tal previsão é exemplificativa. Nesse caso, há uma presunção relativa de imparcialidade.

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato aná-
logo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

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III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela disso-
lução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dis-
solvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado,
o genro ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou
de propósito der motivo para criá-la.

3.2. Ministério Público


CPP- Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qual-
quer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Lhes for aplicável, as prescrições relativas à
suspeição e aos impedimentos dos juízes.

O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,


incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis (art. 127 da CF).
Trata-se de órgão autônomo e independente, não estando subordinado a nenhum dos
poderes da república, funcionando como fiscal dos poderes, com autonomia organizacional e
dotação orçamentária própria.

Art. 128. (...)
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Pro-
curadores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Pú-
blico, observadas, relativamente a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judi-
cial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37,
X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
Art. 128. (...)
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades pú-
blicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

3.2.1. Princípios Institucionais do Ministério Público

a) Unidade: seus membros fazem parte de uma mesma instituição, um só órgão, esta che-
fiada por um Procurador-Geral.
b) Indivisibilidade: decorre da unidade do Ministério Público. Assim, os  integrantes da
carreira podem ser substituídos uns pelos outros, segundo as prescrições legais. Frise-se que
só se pode falar em unidade dentro de cada Ministério Público. Logo, não há unidade entre o
Ministério Público Federal e o Ministério Público Militar, a despeito de ambos fazerem parte
do Ministério Público da União.
c) Independência funcional: o Ministério Público é independente no exercício de suas fun-
ções, não se subordinando, no exercício das atribuições respectivas, a qualquer dos Poderes
Estatais – Executivo, Legislativo ou Judiciário.

Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e(Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qual-
quer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Lhes for aplicável, as prescrições relativas à
suspeição e aos impedimentos dos juízes.

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3.3. Ofendido

O ofendido é o sujeito passivo da infração penal, ou seja, o titular do bem jurídico lesado
ou posto em perigo pela infração penal.
O Código de Processo Penal confere ao ofendido atribuição para a prática de vários
atos, como:
a) faculdade de requerer a instauração do inquérito policial, valendo lembrar que, em se
tratando de crime de ação penal privada ou pública condicionada à representação, sua ma-
nifestação prévia é condição sine qua non para o início das investigações (CPP, art. 5º, §§ 4º
e 5º); Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: (...) § 4º O inqué-
rito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser
iniciado. § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
b) faculdade de requerer qualquer diligência durante o curso do inquérito policial, ficando
a critério da autoridade policial determinar (ou não) sua realização (CPP, art. 14). CPP, Art. 14.
O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que
será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
c) faculdade de oferecer queixa-crime em face do autor de crime de ação penal privada,
podendo solicitar a nomeação de advogado para tanto, se comprovada sua pobreza (CPP,
art. 32). CPP, Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que compro-
var a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
d) verificada a inércia do órgão ministerial, o ofendido pode oferecer queixa-crime sub-
sidiária (CPP, art. 29). CPP, Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, re-
pudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
retomar a ação como parte principal.
e) no processo penal de crime de ação penal pública, pode se habilitar como assistente da
acusação (CPP, art. 268). CPP, Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir,
como assistente do Ministério Público, o  ofendido ou seu representante legal, ou, na falta,
qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.

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f) requerer o sequestro de bens imóveis adquiridos pelo acusado com os proventos da


infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiros (CPP, art. 127). Art. 127. O juiz, de
ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da
autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes
de oferecida a denúncia ou queixa.
g) requerer a hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado (CPP, art. 134). CPP, Art. 134.
A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qual-
quer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.
h) requerer ao Ministério Público o ajuizamento da ação civil ex delicto ou a execução da
sentença penal condenatória,

3.4. Acusado

O acusado é a pessoa que pratica determinada infração penal, seja na condição de autor,
seja na condição de coautor ou partícipe e em face de quem se busca que seja realizada a
pretensão punitiva do Estado.

3.4.1. Capacidade

Nem todos possuem capacidade ou legitimidade para ocupar o polo passivo do processo
criminal. Excluem-se desta condição:
a) Menores de 18 anos de idade: por faltar-lhes o requisito da legitimidade passiva ad
causam. Nesse sentido, o art. 564, II, do Código de Processo Penal contempla como causa de
nulidade (absoluta) do processo criminal a ilegitimidade de parte, o que abrange, evidente-
mente, tanto a ilegitimatio ad causam ativa como a passiva.
b) Acusado inimputável, portador de doença mental à época do fato, sendo inimputável
(art. 26, caput, do CP) ou semi-imputável (art. 26, parágrafo único, do CP): isso não impede
que o agente integre o polo passivo do processo penal. Tanto, aliás, que o art. 151 do Código
de Processo Penal, ao disciplinar o incidente de insanidade mental, dispõe que, “se os peritos
concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 22 do
Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador”. Por outro lado, os arts. 97

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e 98 do Código Penal contemplam a possibilidade de aplicação de medida de segurança ao


indivíduo que, no momento da infração penal, é totalmente incapaz ou apenas parcialmente
capaz de compreender o caráter ilícito de suas ações e de se autodeterminar segundo este
entendimento.
c) Pessoas jurídicas: debate-se a possibilidade de serem incluídas no polo passivo do pro-
cesso. Alguns admitem essa possibilidade nos casos de crimes contra a ordem econômica e
financeira e contra a economia popular, bem como na hipótese de crimes ambientais, em face
das regras estabelecidas, respectivamente, nos arts. 173, § 5º, e 225, § 3º, da Constituição Fe-
deral.
Outros, ao contrário, concluem no sentido da impossibilidade dessa inclusão, pois não é a
pessoa jurídica, e sim o seu representante legal, quem possui o elemento subjetivo necessário
à configuração do fato típico (dolo ou culpa), bem como a culpabilidade, consistente no juízo
de reprovabilidade da ação ou omissão.
d) Pessoas que gozem de imunidade diplomática: o que abrange os chefes de Estado e os
representantes de governos estrangeiros, que estão excluídos da jurisdição criminal dos pa-
íses em que exercerem suas funções. Tal imunidade, como regra, não atinge os empregados
particulares dos agentes diplomáticos.
e) Pessoas que possuem imunidade parlamentar material: como a estabelecida consti-
tucionalmente aos deputados e senadores, que são invioláveis, civil e penalmente, em quais-
quer manifestações proferidas no exercício ou desempenho de suas funções.

3.4.2. Obrigação de comparecimento do acusado a atos do processo:

A doutrina tem diferenciado duas espécies de atos, assegurando o poder de condução na


primeira categoria e restringindo o mesmo poder na segunda:
a) Atos de presença obrigatória: são aqueles que não se realizam sem a presença do acu-
sado. Ex: audiência destinada ao seu reconhecimento por testemunhas. Nessa hipótese, já se
decidiu que a ausência injustificada do acusado prejudica a realização do ato, facultando-se,
então, a ordem judicial de condução.

O comparecimento do réu aos atos processuais, em princípio, é  um direito e não um


dever, sem embargo da possibilidade de sua condução coercitiva, caso necessário, por

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exemplo, para audiência de reconhecimento. (STJ, REsp 346.677/RJ, 6.ª Turma, DJ


30.09.2002).

b) Atos de presença não obrigatória: são aqueles que, embora a garantia constitucional
da ampla defesa imponha ao magistrado o dever de facultar ao réu fazer-se presente, não
restarão inviabilizados diante de seu não comparecimento. Ex: audiência para inquirição de
testemunhas para a qual tenha sido regularmente notificado o imputado.

3.4.3. Direitos do Acusado

a) Direito de não produzir prova contra si mesmo;


b) Direito de ser citado;
c) Direito de não ser preso, senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamen-
tada da autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei (CF, art. 5º, LXI, c/c art. 283 do CPP);
d) Direito a um processo e julgamento público, salvo quando o sigilo for necessário para a
preservação da intimidade ou dos interesses sociais (CF, art. 5º, LX, c/c art. 93, IX);
e) Direito de ser processado e julgado pelo juízo competente;
f) Direitos atinentes à tutela da liberdade de locomoção: integridade física e moral do
preso, sua indevida exposição à mídia, o uso de algemas, a comunicação imediata da prisão
ao juiz competente, ao Ministério Público, e à Defensoria Pública, se o autuado não informar
o nome de seu advogado, a comunicação imediata da prisão à família do preso ou à pessoa
por ele indicada, o direito à identificação dos responsáveis pela prisão ou pelo interrogatório
policial;
g) Direito de não ser recolhido à prisão, nos crimes afiançáveis, quando prestada a fiança;
h) Direito à liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada (ou não) com as medidas
cautelares diversas da prisão;
i) Direito de não ter contra si utilizada uma prova obtida por meios ilícitos, mesmo que se
trate de prova ilícita por derivação;

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j) Direito de não ser submetido à identificação criminal, quando civilmente identificado,


salvo nas hipóteses previstas na Lei n. 12.037/09;
k) Direito de não ser considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
l) Direito ao duplo grau de jurisdição: reconhecido expressamente pela Convenção Ame-
ricana sobre Direitos Humanos (Dec. 678/92, art. 8º, § 2º, “h”), o duplo grau será estudado no
Título referente aos recursos;
m) Direito ao interrogatório: pois trata-se de meio de defesa;
n) Direito a tradutor ou intérprete, quando desconhecer o idioma nacional ou não puder
se comunicar por motivos relacionados à deficiência auditiva ou vocal (CPP, art. 192 e 193).

Art.  259. A  impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros
qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no
curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualifica-
ção, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer
outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua pre-
sença. (Vide ADPF 395)(Vide ADPF 444)
Parágrafo único. O  mandado conterá, além da ordem de condução, os  requisitos mencionados
no art. 352, no que Ihe for aplicável.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem
defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre
exercida através de manifestação fundamentada. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito
de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habili-
tação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

3.5. O Defensor/Procurador

Segundo o CPP, nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou
julgado sem defensor. Caso o acusado decida que não vai constituir defensor, o juiz providen-

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ciará a nomeação de um, eis que a defesa técnica é indisponível na seara processual penal
(art. 261, CPP).
Frise-se que o defensor constituído pelo réu para sua defesa em juízo deverá acostar aos
autos instrumento de mandato, sob pena de nulidade ou até mesmo inexistência dos atos que
vier a praticar

3.5.1. Espécies de Defensor

a) Defensor constituído: é o advogado que foi constituído pelo acusado para patrocinar
sua defesa técnica no processo penal.
b) Defensor Público: é o integrante da Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e
dos Estados, cuja função precípua é prestar assistência jurídica integral e gratuita àqueles
que comprovarem insuficiência de recursos.
c) Defensor dativo: é aquele nomeado pelo juiz para o acusado que não tem advogado,
para aquele que não tem condições de contratar um, e para aquele que, embora possa cons-
tituir um advogado, deixar de fazê-lo. Caso não haja Defensoria Pública na comarca (ou sub-
seção judiciária), incumbe ao juiz a nomeação de advogado dativo para patrocinar a defesa
do acusado.
Apenas faculta-se ao defensor nomeado recusar o patrocínio por “motivo relevante”, vale
dizer, plenamente justificado ao magistrado (art. 264 do CPP).
d) Defensor ad hoc (ou substituto): é aquele nomeado pelo juiz apenas para um determi-
nado ato processual, quando o defensor a ele não comparecer sem motivo justificado, a des-
peito de ter sido notificado para o ato.
e) Defensor curador: é aquele nomeado ao índio não adaptado, assim como ao acusado
após a instauração do incidente de insanidade mental.

3.5.2. Defesa Técnica Plena e Efetiva

Não basta assegurar a presença formal de um defensor, ou seja, apenas a defesa técnica.
No curso do processo penal, é necessário que se perceba efetiva atividade defensiva do ad-
vogado no sentido de assistir seu cliente.

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Essa é a razão pela qual a Lei n. 10.792/2003 acrescentou o parágrafo único ao art. 261 do
CPP, de modo a exigir que a defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo,
seja sempre exercida por manifestação fundamentada. Destarte, defesa meramente formal,
que se limita a um pedido vago e genérico de absolvição, desprovido de qualquer fundamen-
tação, caracteriza-se como verdadeira ausência de defesa, acarretando a anulação do feito

Súmula n. 523, STF: No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta,
mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

3.5.3. Abandono do Processo pelo Defensor

Nos termos do art. 265 do CPP, “o defensor não poderá abandonar o processo, senão por
motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem)
salários-mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis”.
Vale destacar que o mencionado dispositivo não exime o profissional de observar o dis-
posto no art. 5º, § 3º, da Lei n. 8.906/1994, no sentido de que “o advogado que renunciar ao
mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o
mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo”.
É certo, ainda, que o não comparecimento do advogado pode ocorrer de duas formas:
a) Não comparecimento injustificado, o  juiz nomeará um defensor ad hoc, e  o ato será
realizado.
b) Não comparecimento justificado, o juiz poderá adiar a realização do ato judicial. Ex.:
advogado junta a prova de que tem uma audiência no mesmo horário.

Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob pena de multa
de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado
previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das
demais sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz
não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ain-
da que provisoriamente ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indi-


car por ocasião do interrogatório.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz.

3.6. O assistente de Acusação

O Código de Processo Penal prevê o assistente de causação no seu art. 268, segundo o


qual “em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Pú-
blico, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas
no art. 31 (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do ofendido) ”
Vale dizer que a figura do assistente de acusação é polêmica, havendo duas correntes
sobre o assunto:
a) Primeira: admite-se a intervenção da vítima e demais legitimados previstos no art. 268
do CPP como assistentes do Ministério Público em face do interesse civil que lhes é inerente
em obter a reparação do dano patrimonial causado pela prática criminosa. Os adeptos dessa
linha de pensamento consideram que o pressuposto da atuação da vítima em delito de ação
pública tem em vista apenas auxiliar o Ministério Público a alcançar uma sentença condena-
tória transitada em julgado, já que esta se constitui em título executivo judicial, passível de
execução na esfera civil, conforme dispõem os arts. 91, I, do CP, 515, VI, do Código de Proces-
so Civil/2015, e 63 do CPP.
b) Segunda (majoritária): sendo o assistente de acusação a vítima ou pessoas e ela vin-
culadas, seu interesse não se limita à obtenção de um título executivo civil, objetivando, isto
sim, à condenação do réu como forma de repressão ao crime praticado.

Art.  268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério
Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas
no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a cau-
sa no estado em que se achar.
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas,
aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo
Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

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§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo
assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este,
intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de
força maior devidamente comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.

3.6.1. Irrecorribilidade de Decisão

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto,
constar dos autos o pedido e a decisão.

A admissão do assistente é cabível em qualquer momento da ação penal pública, não

sendo admitida a sua atuação na fase anterior ao recebimento da denúncia e no curso da

execução criminal.

Ademais, no Tribunal do Júri, o assistente somente será admitido se tiver requerido sua

habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar (art.  430 do

CPP). Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5

(cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar. (Redação dada pela Lei n. 11.689,

de 2008)

Outro aspecto relevante a mencionar refere-se à circunstância de que o assistente recebe

o processo no estado em que se encontrar por ocasião de sua habilitação, não sendo lícito ao

juiz determinar a repetição de atos já realizados tão somente para oportunizar a intervenção

daquele, tampouco facultar-lhe a produção de provas cujo momento oportuno já tenha sido

superado.

Súmula n. 448, STF: O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a correr
imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público.

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3.7. Os auxiliares da Justiça

É a designação genérica dos auxiliares permanentes, cuja participação é obrigatória em


todos os processos (oficial de justiça, escrivão etc.), e dos sujeitos variáveis da administração
da justiça, como os peritos e intérpretes. Em regra, os auxiliares da justiça gozam de fé públi-
ca (presunção juris tantum).
Aplicam-se as prescrições sobre suspeição aos auxiliares da justiça (art. 274, CPP).
As  partes podem arguir o embaraço, devendo o juiz decidir de plano, sem possibilida-
de de recurso (art. 105, CPP). Não se pode opor suspeição às autoridades policiais nos
atos do inquérito, mas elas deverão declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal
(art. 107, CPP).
Os peritos e os intérpretes são auxiliares eventuais da justiça para casos que exijam co-
nhecimentos especializados. Possuem o mesmo dever de veracidade das testemunhas. São
aplicáveis a eles, além das hipóteses de suspeição do juiz, mais três impedimentos:
• os que estiverem sujeitos a penas restritivas de direito de interdição temporária do
exercício da profissão ou cargo público;
• os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o
objeto da perícia;
• os analfabetos e os menores de 21 anos

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/OAB/2018) Zeca e Juca foram denunciados pela prática de crime de se-
questro, figurando como vítima Vanda. Por ocasião do interrogatório, Zeca nega a autoria de-
litiva e diz que nem conhece Juca; já Juca alega que conhece Zeca e que somente este seria
o autor do fato, declarando-se inocente.
Após a instrução, o juiz profere sentença absolvendo os denunciados. No dia da publicação da
sentença, Vanda e Juca procuram seus respectivos advogados e reiteram a certeza quanto à
autoria delitiva de Zeca e ao interesse em intervir no processo como assistentes de acusação.
Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta:
a) O advogado de Juca poderá requerer a intervenção de seu cliente como assistente de
acusação, devendo, porém, o Ministério Público ser ouvido previamente sobre a admissão
do assistente.
b) Os advogados de Juca e Vanda não poderão requerer a intervenção de seus clientes como
assistentes de acusação, tendo em vista que já foi proferida sentença.
c) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como assistente de
acusação, mas não poderá solicitar a realização de nova audiência para elaborar as pergun-
tas que entender pertinentes.
d) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como assistente de
acusação, e do despacho que admitir ou não o assistente caberá recurso em sentido estrito.

Questão 2 (FGV/OAB/2017) João foi denunciado pela prática do crime de furto qualificado
previsto no Art. 155, § 4º, inciso I, do Código Penal. Em primeira instância, João foi absolvido.
Em sede de recurso de apelação apresentado pelo Ministério Público, houve provimento par-
cial do recurso, sendo o agente condenado de maneira unânime. Apesar da unanimidade na
condenação, o reconhecimento da qualificadora restou afastado por maioria de votos. Ade-
mais, um dos desembargadores ainda votou pelo reconhecimento do privilégio do Art. 155,
§ 2º, do CP, mas restou isolado e vencido.
Insatisfeito com a condenação pelo furto simples, o Ministério Público apresenta embargos
infringentes em busca do reconhecimento da qualificadora.

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Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que o advogado de João,


sob o ponto de vista técnico, deverá defender:
a) o não conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério Público e
apresentar recurso de embargos infringentes em busca da absolvição de João.
b) o conhecimento e não provimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério
Público e apresentar embargos infringentes em busca do reconhecimento do privilégio.
c) o não conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério Público e
apresentar embargos infringentes em busca do reconhecimento do privilégio.
d) o conhecimento e não provimento dos embargos do Ministério Público e não poderá apre-
sentar recurso de embargos infringentes.

Questão 3 (FGV/OAB/2016) Thales foi denunciado pela prática de um crime de apropria-


ção indébita. Para oitiva da vítima Marcos, residente em cidade diversa do juízo competente,
foi expedida carta precatória, sendo todas as partes intimadas dessa expedição. Antes do
retorno, foi realizada audiência de instrução e julgamento, mas apenas foram ouvidas as tes-
temunhas de acusação João e José, que apresentaram versões absolutamente discrepantes
sobre circunstâncias relevantes, sendo que ambas afirmaram que estavam no local dos fatos.
Hélio, padre que escutou a confissão de Thales e tinha conhecimento sobre a dinâmica de-
litiva, em razão de seu dever de guardar segredo, não foi intimado. Com a concordância das
partes, a audiência de continuação para oitiva das testemunhas de defesa e interrogatório
foi remarcada. Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta.
a) O depoimento de João foi inválido, já que a oitiva do ofendido deve ser realizada antes das
demais testemunhas e a expedição de carta precatória suspende a instrução criminal.
b) O juiz poderá fazer a contradita, diante das contradições sobre circunstâncias relevantes
nos depoimentos das testemunhas.
c) Hélio está proibido de depor sem autorização da parte interessada, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter a prova do fato.
d) O advogado do acusado não precisa ser intimado pessoalmente da data designada para
audiência a ser realizada no juízo deprecado.

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Questão 4 (FGV/OAB/2014) João foi denunciado pela prática de crime de furto simples.
Na denúncia, o Ministério Público apenas narrou que houve a subtração do cordão da vítima,
indicando hora e local. Na audiência de instrução e julgamento, a  vítima narrou que João
empurrou-a em direção ao chão dizendo que se gritasse “o bicho ia pegar”, arrancando, em
seguida, o seu cordão. Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o juiz fica conven-
cido de que houve crime de roubo e não de furto. Sobre o caso apresentado, de acordo com o
Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta.
a) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no artigo 383 do
CPP, que assim dispõe: “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave”
b) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-
co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve aplicar o artigo 28 do CPP.
c) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-
co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá condenar João pelo crime de roubo,
tendo em vista que a vítima narrou a agressão em juízo.
d) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de qualquer provi-
dência, em homenagem ao princípio da verdade real.

Questão 5 (FGV/OAB/2019) Quanto à intimação da sentença, é correto afirmar que:


se dará mediante edital, no caso de infração afiançável, ainda que o réu tenha a) constituído
advogado e este tenha sido intimado;
b) é presumida quando o réu constitui advogado particular;
c) a do Ministério Público se dará mediante mandado a ser cumprido por oficial de justiça;
d) quando o réu constituir defensor, se dará na pessoa deste;
e) será pessoal, no caso de réu preso.

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Questão 6 (FGV/OAB/2019) Bruno foi denunciado como incurso nas sanções penais pre-
vistas no art. 215-A do Código Penal, sendo deferida sua liberdade provisória por ocasião da
audiência de custódia. O denunciado foi citado e apresentou resposta à acusação, não sendo
oferecida proposta de suspensão condicional do processo por responder a outras ações pe-
nais pelo mesmo tipo penal. Ocorre que, no momento da intimação para realização da audi-
ência de instrução e julgamento, Bruno não foi localizado pelo oficial de justiça no endereço
informado. O Ministério Público diligenciou e buscou a intimação de Bruno em todos os en-
dereços obtidos, inclusive através de seus oficiais, não sendo o réu localizado, tendo apenas
a irmã do acusado informado aos oficiais que ele tinha mudado de endereço, apesar de essa
informação não ter sido prestada por Bruno ao juízo. Considerando apenas as informações
expostas, após todas as diligências realizadas pelo Ministério Público, o magistrado:
a) poderá decretar a revelia do réu, persistindo ao Ministério Público a obrigação de compro-
var a autoria e materialidade do crime, mas Bruno não mais precisará ser intimado pessoal-
mente para eventuais próximas audiências;
b) poderá decretar a revelia do réu, que não gera presunção de veracidade dos fatos impu-
tados, devendo Bruno continuar sendo intimado dos demais atos processuais que venham a
ocorrer;
c) não poderá decretar a revelia do réu, devendo a instrução prosseguir até o momento do
interrogatório, quando a presença do acusado é indispensável;
d) não poderá decretar a revelia do réu, devendo o processo, imediatamente, ficar suspenso,
assim como o curso do prazo prescricional;
e) poderá decretar a revelia do réu, gerando presunção de veracidade dos fatos imputados.

Questão 7 (FGV/2015) No processo comum ordinário, o conhecimento do ato judicial que


determina o comparecimento do réu para exame de dependência toxicológica ocorre por:
a) citação;
b) intimação;
c) notificação;
d) requisição;
e) condução.

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Questão 8 (FGV/2018) Como regra geral, a  ciência da prática de um ato processual nos
autos é dada à parte através de uma intimação. O Código de Processo Penal traz uma série de
regras para assegurar a validade do ato de intimação, bem como disciplina sobre os prazos
judiciais a partir desse ato. Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código de Processo
Penal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) adiada a instrução criminal, ainda que as testemunhas e réu presentes tomem conheci-
mento da nova data designada, com assinatura nos autos, a validade do ato depende de nova
intimação pessoal, nos termos previstos no Código de Processo Penal;
b) a intimação do membro do Ministério Público deverá ocorrer pessoalmente, o mesmo não
ocorrendo em relação ao advogado constituído ou defensor público nomeado;
c) no processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos
do mandado de intimação ou da carta precatória ou de ordem;
d) no processo penal, o prazo judicial se inicia no mesmo dia da intimação, incluindo-se o dia
de início e excluindo-se o termo final, assim como ocorre nos prazos penais;
e) não é possível intimação da decisão de pronúncia do réu solto por edital, ainda que ele se
encontre em local incerto e não sabido.

Questão 9 (FGV/2018) Após a instrução probatória e a apresentação de alegações finais


pelas partes, caberá ao magistrado proferir sentença, observando as disposições previstas
no Código de Processo Penal.
De acordo com as disposições legais sobre o tema, é correto afirmar que:
a) o juiz, entendendo que deve ser mantida a prisão do réu, não precisará justificar tal manu-
tenção por ocasião da sentença; mas, caso conceda a liberdade, deverá justificar;
b) o juiz não poderá fixar o valor da indenização por ocasião da sentença, ainda que haja re-
querimento do ofendido, dependendo de ação civil ex delicto;
c) o tempo de prisão provisória será computado para fins de determinação do regime inicial
de pena privativa de liberdade;
d) a intimação do assistente de acusação será necessariamente pessoal, não podendo ocor-
rer por meio de seu advogado;
e) o réu somente poderá ser intimado da sentença condenatória pessoalmente se estiver pre-
so.

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Questão 10 (FGV/2014) Para um adequado exercício da jurisdição pelo Estado, os auxiliares


da Justiça têm papel de fundamental relevo. Sobre esse tema, o Código de Processo Penal
prevê que:
a) as partes não intervirão na nomeação do perito;
b) somente o perito oficial está sujeito à disciplina judiciária;
c) não cabe condução coercitiva do perito que deixar de comparecer sem justa causa;
d) as causas de suspeição dos magistrados não são aplicáveis aos peritos;
e) não podem ser peritos os menores de 16 anos e os maiores de 70 anos.

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GABARITO
1. c
2. c
3. d
4. b
5. e
6. a
7. b
8. c
9. c
10. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/OAB/2018) Zeca e Juca foram denunciados pela prática de crime de se-
questro, figurando como vítima Vanda. Por ocasião do interrogatório, Zeca nega a autoria de-
litiva e diz que nem conhece Juca; já Juca alega que conhece Zeca e que somente este seria
o autor do fato, declarando-se inocente.
Após a instrução, o juiz profere sentença absolvendo os denunciados. No dia da publicação da
sentença, Vanda e Juca procuram seus respectivos advogados e reiteram a certeza quanto à
autoria delitiva de Zeca e ao interesse em intervir no processo como assistentes de acusação.
Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta:
a) O advogado de Juca poderá requerer a intervenção de seu cliente como assistente de acu-
sação, devendo, porém, o  Ministério Público ser ouvido previamente sobre a admissão do
assistente.
b) Os advogados de Juca e Vanda não poderão requerer a intervenção de seus clientes como
assistentes de acusação, tendo em vista que já foi proferida sentença.
c) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como assistente de
acusação, mas não poderá solicitar a realização de nova audiência para elaborar as pergun-
tas que entender pertinentes.
d) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como assistente de
acusação, e do despacho que admitir ou não o assistente caberá recurso em sentido estrito.

Letra c.
a) Errada. nos termos do art. 270, CPP:

O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.

b) Errada. Juca não pode por ser corréu, nos termos do art. 270, CPP. Já, Vanda pode requerer
a intervenção, considerando que ainda não transitou em julgado, nos termos do art. 269, CPP:

O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no
estado em que se achar.

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c) Certa. Art. 269, CPP:

O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no
estado em que se achar.

d) Errada. Não cabe recurso, nos termos do art. 273, CPP:

Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar
dos autos o pedido e a decisão.

Questão 2 (FGV/OAB/2017) João foi denunciado pela prática do crime de furto qualificado
previsto no Art. 155, § 4º, inciso I, do Código Penal. Em primeira instância, João foi absolvido.
Em sede de recurso de apelação apresentado pelo Ministério Público, houve provimento par-
cial do recurso, sendo o agente condenado de maneira unânime. Apesar da unanimidade na
condenação, o reconhecimento da qualificadora restou afastado por maioria de votos. Ade-
mais, um dos desembargadores ainda votou pelo reconhecimento do privilégio do Art. 155,
§ 2º, do CP, mas restou isolado e vencido.
Insatisfeito com a condenação pelo furto simples, o Ministério Público apresenta embargos
infringentes em busca do reconhecimento da qualificadora.
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que o advogado de João,
sob o ponto de vista técnico, deverá defender:
a) o não conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério Público e
apresentar recurso de embargos infringentes em busca da absolvição de João.
b) o conhecimento e não provimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério
Público e apresentar embargos infringentes em busca do reconhecimento do privilégio.
c) o não conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério Público e
apresentar embargos infringentes em busca do reconhecimento do privilégio.
d) o conhecimento e não provimento dos embargos do Ministério Público e não poderá apre-
sentar recurso de embargos infringentes.

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Letra c.

Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras
ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária.
(Redação dada pela Lei n. 1.720-B, de 3.11.1952)
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu,
admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias,
a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos
serão restritos à matéria objeto de divergência.

Questão 3 (FGV/OAB/2016) Thales foi denunciado pela prática de um crime de apropria-


ção indébita. Para oitiva da vítima Marcos, residente em cidade diversa do juízo competen-
te, foi expedida carta precatória, sendo todas as partes intimadas dessa expedição. Antes
do retorno, foi realizada audiência de instrução e julgamento, mas apenas foram ouvidas as
testemunhas de acusação João e José, que apresentaram versões absolutamente discre-
pantes sobre circunstâncias relevantes, sendo que ambas afirmaram que estavam no local
dos fatos. Hélio, padre que escutou a confissão de Thales e tinha conhecimento sobre a
dinâmica delitiva, em razão de seu dever de guardar segredo, não foi intimado. Com a con-
cordância das partes, a audiência de continuação para oitiva das testemunhas de defesa
e interrogatório foi remarcada. Considerando apenas as informações narradas, assinale a
afirmativa correta.
a) O depoimento de João foi inválido, já que a oitiva do ofendido deve ser realizada antes das
demais testemunhas e a expedição de carta precatória suspende a instrução criminal.
b) O juiz poderá fazer a contradita, diante das contradições sobre circunstâncias relevantes
nos depoimentos das testemunhas.
c) Hélio está proibido de depor sem autorização da parte interessada, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter a prova do fato.
d) O advogado do acusado não precisa ser intimado pessoalmente da data designada para
audiência a ser realizada no juízo deprecado.

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Letra d.
a) Errada. Em regra, de fato, o ofendido deve ser ouvido antes das testemunhas. Contudo, em
se tratando de ofendido que será ouvido mediante carta precatória não há nulidade no fato
de vir a ser ouvido após a oitiva das testemunhas, pois a expedição de carta precatória não
suspende a instrução criminal, nos termos do art. 222, § 1º, do CPP.

Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua
residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.

b) Errada. Neste caso caberá a acareação, nos termos do art. 229 do CPP.

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemu-
nhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre
que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Parágrafo único.
Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a
termo o ato de acareação. A contradita não se presta a tal finalidade, sendo um mero instrumento
de que dispõem as partes para IMPUGNAR a testemunha, antes de iniciado o depoimento, alegan-
do circunstâncias que prejudiquem sua necessária imparcialidade, nos termos do
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir
circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará con-
signar a contradita ou arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não
lhe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.

c) Errada. O padre está proibido de depor sem autorização da parte interessada, pois tem o
dever de guardar sigilo, em razão de seu ministério, nos termos do art. 207 do CPP. O erro da
questão, contudo, reside no fato de que a afirmativa diz que o padre poderá ser obrigado a
depor (mesmo sem autorização da parte interessada) quando isso for indispensável para a
obtenção da prova do fato, o que está errado.
d) Certa. Item correto, pois nos termos do Enunciado n. 273 da súmula de jurisprudência
do STJ, uma vez intimada a defesa acerca da expedição da precatória, é absolutamente
desnecessária a intimação da defesa para ciência da data da audiência designada no Ju-
ízo deprecado.

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Intimações
Carolina Carvalhal Leite Brito

Questão 4 (FGV/OAB/2014) João foi denunciado pela prática de crime de furto simples.
Na denúncia, o Ministério Público apenas narrou que houve a subtração do cordão da vítima,
indicando hora e local. Na audiência de instrução e julgamento, a  vítima narrou que João
empurrou-a em direção ao chão dizendo que se gritasse “o bicho ia pegar”, arrancando, em
seguida, o seu cordão. Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o juiz fica conven-
cido de que houve crime de roubo e não de furto. Sobre o caso apresentado, de acordo com o
Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta.
a) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no artigo 383 do
CPP, que assim dispõe: “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave”
b) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-
co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve aplicar o artigo 28 do CPP.
c) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-
co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá condenar João pelo crime de roubo,
tendo em vista que a vítima narrou a agressão em juízo.
d) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de qualquer provi-
dência, em homenagem ao princípio da verdade real.

Letra b.
a) Errada. Ver comentário da letra b.
b) Certa.

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não
contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzin-
do-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Códi-
go. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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Se no curso da instrução criminal sobrevier um fato novo, não descrito na denúncia ou quei-
xa, há uma mudança na causa de pedir (mutatio libelli). Se há um elementar, uma causa de
aumento ou uma qualificadora que extrapola a causa de pedir, será necessário o aditamento,
nos termos do art. 384, CPP, para que não ocorra uma sentença extra petita
c) Errada. Ver comentário da letra b.
d) Errada. Justamente o contrário o que preconiza o princípio da verdade real, haja vista este
prever a não satisfação do juiz com os elementos probatórios trazidos pelas partes, tendo
aquele o dever de perquirir a real verdade dos fatos, valendo-se, em alguns casos, de verda-
deira atividade probatória com o intuito de elucidar os fatos com maior grau de certeza.

Questão 5 (FGV/OAB/2019) Quanto à intimação da sentença, é correto afirmar que:


se dará mediante edital, no caso de infração afiançável, ainda que o réu tenha a) constituído
advogado e este tenha sido intimado;
b) é presumida quando o réu constitui advogado particular;
c) a do Ministério Público se dará mediante mandado a ser cumprido por oficial de justiça;
d) quando o réu constituir defensor, se dará na pessoa deste;
e) será pessoal, no caso de réu preso.

Letra e.
Art. 392, CPP:

Art. 392. A intimação da sentença será feita:


I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II  – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo
afiançável a infração, tiver prestado fiança;
III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado
de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem
encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certi-
ficar o oficial de justiça.

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§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo
igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for
feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

Questão 6 (FGV/OAB/2019) Bruno foi denunciado como incurso nas sanções penais pre-
vistas no art. 215-A do Código Penal, sendo deferida sua liberdade provisória por ocasião da
audiência de custódia. O denunciado foi citado e apresentou resposta à acusação, não sendo
oferecida proposta de suspensão condicional do processo por responder a outras ações pe-
nais pelo mesmo tipo penal. Ocorre que, no momento da intimação para realização da audi-
ência de instrução e julgamento, Bruno não foi localizado pelo oficial de justiça no endereço
informado. O Ministério Público diligenciou e buscou a intimação de Bruno em todos os en-
dereços obtidos, inclusive através de seus oficiais, não sendo o réu localizado, tendo apenas
a irmã do acusado informado aos oficiais que ele tinha mudado de endereço, apesar de essa
informação não ter sido prestada por Bruno ao juízo. Considerando apenas as informações
expostas, após todas as diligências realizadas pelo Ministério Público, o magistrado:
a) poderá decretar a revelia do réu, persistindo ao Ministério Público a obrigação de compro-
var a autoria e materialidade do crime, mas Bruno não mais precisará ser intimado pessoal-
mente para eventuais próximas audiências;
b) poderá decretar a revelia do réu, que não gera presunção de veracidade dos fatos impu-
tados, devendo Bruno continuar sendo intimado dos demais atos processuais que venham a
ocorrer;
c) não poderá decretar a revelia do réu, devendo a instrução prosseguir até o momento do
interrogatório, quando a presença do acusado é indispensável;
d) não poderá decretar a revelia do réu, devendo o processo, imediatamente, ficar suspenso,
assim como o curso do prazo prescricional;
e) poderá decretar a revelia do réu, gerando presunção de veracidade dos fatos imputados.

Letra a.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão sus-
pensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção anteci-

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pada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente
para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de resi-
dência, não comunicar o novo endereço ao juízo. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)

Questão 7 (FGV/2015) No processo comum ordinário, o conhecimento do ato judicial que


determina o comparecimento do réu para exame de dependência toxicológica ocorre por:
a) citação;
b) intimação;
c) notificação;
d) requisição;
e) condução.

Letra b.
a) Errada. Citação é “o ato processual com que se dá conhecimento ao réu da acusação con-
tra ele intentada a fim de que possa defender-se e vir integrar a relação processual”.
b) Certa. Intimação: é a comunicação feita a alguém no tocante a ato já realizado. A título de
exemplo, podemos citar a intimação da degravação de audiência, a intimação de sentença
prolatada pelo magistrado etc.
c) Errada. Notificação: diz respeito à ciência dada a alguém quanto à determinação judicial
impondo o cumprimento de certa diligência.

Exemplo: notificação para que o acusado compareça em audiência una de instrução e julga-
mento para fins de reconhecimento pessoal.

d) Errada. Requisição. é ato de natureza política através do qual o Ministro da Justiça autoriza
a propositura da ação penal por parte do Ministério Público em determinados delitos.

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e) Errada. A condução coercitiva é medida prevista no Código de Processo Penal como forma
de obrigar o ofendido, a testemunha, o perito, ou qualquer outra pessoa que deva comparecer
ao ato para o qual foi intimada, e assim não o faz, injustificadamente.

Questão 8 (FGV/2018) Como regra geral, a  ciência da prática de um ato processual nos

autos é dada à parte através de uma intimação. O Código de Processo Penal traz uma série de

regras para assegurar a validade do ato de intimação, bem como disciplina sobre os prazos

judiciais a partir desse ato. Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código de Processo

Penal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:

a) adiada a instrução criminal, ainda que as testemunhas e réu presentes tomem conheci-

mento da nova data designada, com assinatura nos autos, a validade do ato depende de nova

intimação pessoal, nos termos previstos no Código de Processo Penal;

b) a intimação do membro do Ministério Público deverá ocorrer pessoalmente, o mesmo não

ocorrendo em relação ao advogado constituído ou defensor público nomeado;

c) no processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos

do mandado de intimação ou da carta precatória ou de ordem;

d) no processo penal, o prazo judicial se inicia no mesmo dia da intimação, incluindo-se o dia

de início e excluindo-se o termo final, assim como ocorre nos prazos penais;

e) não é possível intimação da decisão de pronúncia do réu solto por edital, ainda que ele se

encontre em local incerto e não sabido.

Letra c.

a) Errada.

Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença
das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

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b) Errada.

Art. 370, § 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

 Obs.: Defensor nomeado é o nomeado pelo juízo, já o defensor constituído é o contratado


pela parte.

c) Certa.

Súmula n. 710, STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação,


e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.

d) Errada.

Art. 798, § 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

e) Errada.

Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: Parágrafo único. Será intimado por edital
o acusado solto que não for encontrado.

Questão 9 (FGV/2018) Após a instrução probatória e a apresentação de alegações finais


pelas partes, caberá ao magistrado proferir sentença, observando as disposições previstas
no Código de Processo Penal.
De acordo com as disposições legais sobre o tema, é correto afirmar que:
a) o juiz, entendendo que deve ser mantida a prisão do réu, não precisará justificar tal manu-
tenção por ocasião da sentença; mas, caso conceda a liberdade, deverá justificar;
b) o juiz não poderá fixar o valor da indenização por ocasião da sentença, ainda que haja re-
querimento do ofendido, dependendo de ação civil ex delicto;
c) o tempo de prisão provisória será computado para fins de determinação do regime inicial
de pena privativa de liberdade;
d) a intimação do assistente de acusação será necessariamente pessoal, não podendo ocor-
rer por meio de seu advogado;
e) o réu somente poderá ser intimado da sentença condenatória pessoalmente se estiver pre-
so.

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Letra c.
a) Errada.

Art. 387, § 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposi-
ção de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação
que vier a ser interposta.

b) Errada.

Art. 387, IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando
os prejuízos sofridos pelo ofendido.

c) Certa.

Art. 387, § 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou


no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de
liberdade.

d) Errada.

Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pessoalmente ou na pessoa de


seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a intimação será feita
mediante edital com o prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume.

e) Errada.

Art. 392. A intimação da sentença será feita:


I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afian-
çável a infração, tiver prestado fiança;

Questão 10 (FGV/2014) Para um adequado exercício da jurisdição pelo Estado, os auxiliares


da Justiça têm papel de fundamental relevo. Sobre esse tema, o Código de Processo Penal
prevê que:
a) as partes não intervirão na nomeação do perito;
b) somente o perito oficial está sujeito à disciplina judiciária;
c) não cabe condução coercitiva do perito que deixar de comparecer sem justa causa;

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d) as causas de suspeição dos magistrados não são aplicáveis aos peritos;


e) não podem ser peritos os menores de 16 anos e os maiores de 70 anos.

Letra a.
a) Certa.

Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.

b) Errada.

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.

c) Errada.

Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá deter-
minar a sua condução.

d) Errada.

Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.

e) Errada.

Art. 279. Não poderão ser peritos:


III – os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa
de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá deter-
minar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código
Penal;

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II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da
perícia;
III – os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Jurisprudência dizer o Direito- Márcio André, 2020, ed. Juspodivm;

Código de Processo Penal para concursos, Nestor Távora e Fábio Roque, 9ª ed.juspodi-
vm, 2019;

Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro, 8ª ed. 2020, ed. Juspodivm.

Site Buscador Dizer o Direito- MárcioAndré.

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