Você está na página 1de 39

DIREITO

INTERNACIONAL
PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
1. Introdução...................................................................................................................................... 3
2. Competência Jurisdicional para Julgamento de Causas com Conexão Internacional.. 4
2.1. Noções Gerais............................................................................................................................ 4
2.2. Competência Concorrente das Autoridades Judiciais Brasileiras................................. 5
2.3. Competência Exclusiva das Autoridades Judiciais Brasileiras. . ..................................... 8
2.4. Cláusula de Eleição de Foro Exclusivo Estrangeiro......................................................... 11
2.5. Imunidades de Jurisdição e de Execução.. ..........................................................................12
2.6. Forum Shopping e Forum non Conveniens........................................................................12
3. Aplicação do Direito Estrangeiro.. ...........................................................................................12
4. Regime das Provas.....................................................................................................................15
5. Litispendência Internacional. . ..................................................................................................16
6. Caução de Processo.................................................................................................................. 18
Resumo..............................................................................................................................................21
Questões de Concurso.................................................................................................................. 23
Gabarito............................................................................................................................................ 37
Referências...................................................................................................................................... 38

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem?
A aula de hoje é sobre Direito Processual Civil Internacional. Estudaremos, portanto, as
normas processuais inter-relacionadas com o Direito Internacional Privado.
Dentro desse tema, estudamos:
• Competência jurisdicional para julgamento causas com conexão internacional;
• Aplicação do direito estrangeiro;
• Regime das provas;
• Litispendência internacional;
• Caução de processo.

Mas, antes de começar a aula, gostaria de falar sobre a necessidade de se adotar uma
postura ativa durante o estudo.
Não basta passar os olhos rapidamente sobre um texto para se fixar o assunto. Você pode
até compreender a matéria, mas dificilmente a fixará profundamente em seu cérebro.
Você deve, portanto, abandonar uma atitude meramente passiva diante do material de es-
tudos e adotar uma postura ativa: converse com o texto, faça associações, tome nota, subli-
nhe, faça esquemas.
Uma boa ideia é pensar se você seria capaz de explicar o que acabou de ler se aparecesse
alguém repentinamente e perguntasse: o que você aprendeu?
Com uma postura ativa diante do material, a sua absorção será muito maior.
Para mais dicas, me adicione no Instagram: @andersonssilva85.
Agora, vamos à nossa aula.
Como sempre, com sangue nos olhos!
Bons estudos!

1. Introdução
O Direito Internacional Privado (DIPRI ou DIPr) é o ramo do Direito que estuda as normas
que regulam as relações jurídicas com conexão internacional, mais especificamente as que
versam sobre conflitos de normas no espaço, conflitos de jurisdição e cooperação jurídica
internacional.
A aplicação dessas normas não raro faz surgir questões de natureza processual, tais como:
o juízo brasileiro é competente para processar e julgar uma determinada causa com conexão
internacional? Como é feita a aplicação do direito estrangeiro? Quais regras devem ser aplica-
das para a produção de prova de um fato ocorrido no exterior? Uma causa idêntica em anda-
mento no exterior induz litispendência?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

É por isso que diversos manuais de DIPRI contêm um capítulo dedicado ao Direito Proces-
sual Civil Internacional, que estuda as normas processuais inter-relacionadas com o DIPRI.
A principal regra do Direito Processual Civil Internacional é a da lex fori, isto é, as nor-
mas processuais devem ser sempre buscadas no direito do lugar onde está sendo processada
a demanda.
Assim, para resolver aquelas questões mencionadas logo acima (competência, aplicação
do direito estrangeiro, regime da prova, litispendência etc.), o intérprete deve aplicar a lex fori
(lei de onde está sendo processada a demanda).
Nos próximos tópicos, falarei sobre os tópicos de Direito Processual Civil Internacional
mais cobrados em concursos, começando pela competência jurisdicional para julgamento de
causas com conexão internacional.

2. Competência Jurisdicional para Julgamento de Causas com Conexão


Internacional
2.1. Noções Gerais
A primeira questão a ser enfrentada pelo juiz diante de causas transnacionais é a da sua
competência.
No Brasil, as principais normas sobre competência das autoridades judiciais brasileiras
para julgar demandas transnacionais estão contidas na no Código de Processo Civil (CPC), e
no Decreto-Lei 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Bra-
sileiro – LINDB).
Também há normas sobre a matéria no Código Bustamante (promulgado pelo Decreto n.
18.871, de 13 de agosto de 1929) e no Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdição Internacio-
nal em Matéria Contratual, de 5 de agosto de 1994 (promulgado pelo Decreto n. 2.095, de 17
de dezembro de 1996).
As normas mais cobradas em concurso público são as que constam do CPC. Antes de
prosseguir, leia atentamente os arts. 21 a 23:

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no


Brasil;
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao in-
ventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.

A primeira observação a ser feita é que o CPC faz uma distinção entre competência con-
corrente (arts. 21 e 22) e competência exclusiva (art. 23) dos juízes e tribunais brasileiros.
Na primeira modalidade, as autoridades judiciais brasileiras podem julgar a causa, sem pre-
juízo da competência dos juízes e tribunais de outros países. Na segunda, somente a Justiça
brasileira pode julgar demanda.
Examinarei, primeiro, a competência concorrente e, em seguida, a competência exclusiva.

2.2. Competência Concorrente das Autoridades Judiciais Brasileiras


São seis as hipóteses de competência concorrente dos órgãos judiciais brasileiros
(arts. 21 e 22):
• o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, sendo consi-
derada domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial
ou sucursal (art. 21, parágrafo único);
• no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
• o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
• de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu man-
tiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;
• decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residên-
cia no Brasil;
• em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

001. (NC-UFPR/DIREITO/ITAIPU BINACIONAL/2019/ADAPTADA) Compete à autorida-


de judiciária brasileira processar e julgar as ações em que no Brasil tiver de ser cumprida a
obrigação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

As autoridades jurisdicionais brasileiras têm competência concorrente para conhecer das


ações em que no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação (art. 21, II, do CPC).
Certo.

As três primeiras hipóteses já estavam previstas no CPC/1973 e na LINDB, não havendo


qualquer novidade. As três últimas são inovações do CPC/2015 e, por isso, são mais suscetí-
veis de ser cobradas em provas de concurso público.
A regra é que, se a causa não se inserir em nenhuma das hipóteses dos arts. 21 e 22, a
Justiça brasileira não tem competência para julgá-la, embora alguns autores sustentem uma
ampliação excepcional da jurisdição brasileira (RAMOS, 2018, p. 243).

002. (SERCTAM/ASSISTENTE/PREFEITURA DE QUIXADÁ/2016/ADAPTADA) Compete à


autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações nas quais o réu, qualquer que seja a
sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, considerando-se domiciliada no Brasil a pes-
soa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.

O art. 21, I, do CPC, estabelece que compete à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil, e o parágrafo único do mesmo artigo diz que “para o fim do art. 21, I, considera-se
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal”.
Certo.

Como já foi dito, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que
nele tiver agência, filial ou sucursal (art. 21, parágrafo único). Nesse contexto, discute-se se
a jurisdição brasileira abrange somente os litígios envolvendo os atos que tenham pertinên-
cia com a agência, filial ou sucursal. André de Carvalho Ramos sustenta que “há jurisdição
brasileira em ação proposta contra pessoa jurídica aqui domiciliada, mesmo que o ato tenha
sido praticado por pessoa jurídica não domiciliada no Brasil do mesmo grupo econômico”
(2018, p. 211).
Os órgãos judiciais brasileiros não têm competência, em princípio, para decidir sobre bens
situados no exterior, mas o STJ já mitigou essa regra. Veja o seguinte precedente:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE CONJUGAL.


PARTILHA DE BENS. CPC/73, ART. 89, II. DEPÓSITO BANCÁRIO FORA DO PAÍS. POSSIBI-
LIDADE DE DISPOSIÇÃO ACERCA DO BEM NA SEPARAÇÃO EM CURSO NO PAÍS. COMPE-
TÊNCIA DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA.
1. Ainda que o princípio da soberania impeça qualquer ingerência do Poder Judiciário
Brasileiro na efetivação de direitos relativos a bens localizados no exterior, nada impede
que, em processo de dissolução de casamento em curso no País, se disponha sobre
direitos patrimoniais decorrentes do regime de bens da sociedade conjugal aqui estabe-
lecida, ainda que a decisão tenha reflexos sobre bens situados no exterior para efeitos
da referida partilha.
2. Recurso especial parcialmente provido para declarar competente o órgão julgador e
determinar o prosseguimento do feito.
(REsp 1552913/RJ, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
08/11/2016, DJe 02/02/2017).

Merece destaque também o art. 22, III (“[c]ompete, ainda, à autoridade judiciária brasileira
processar e julgar as ações (...) em que as partes, expressa ou tacitamente, se submetem à
jurisdição nacional”), que positiva a possibilidade de submissão voluntária, expressa ou tácita,
da causa à justiça brasileira (eleição de foro ou princípio da submissão).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

2.3. Competência Exclusiva das Autoridades Judiciais Brasileiras


São três as hipóteses de competência exclusiva dos juízes e tribunais brasileiros (art. 23):
• ações relativas a imóveis situados no Brasil;
• em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e
ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
• em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.

003. (COSEAC/PROCURADOR/PREFEITURA DE MARICÁ/2018) São de jurisdição exclusiva


da autoridade judiciária brasileira as ações:
a) de alimentos, quando o alimentando tiver domicílio no Brasil.
b) relativas a imóveis situados no Brasil.
c) de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil.
d) em que a obrigação tiver que ser cumprida no Brasil.
e) em que o fundamento seja fato ou ato praticado no Brasil.

Está em harmonia com o art. 23, I, do CPC. Veja:

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
As demais alternativas contêm hipóteses de competência concorrente das autoridades judi-
ciárias brasileiras (arts. 21 e 22 do CPC).
Letra b.

O CPC/2015 positivou o entendimento do STF e do STJ de que as decisões estrangeiras


em causas de competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras violam a ordem
pública brasileira, não podendo, por isso, produzir efeitos no Brasil. Confira:

Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

O CPC/2015 também proibiu expressamente o deferimento de auxílio direto para colheita


de provas “se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência
exclusiva de autoridade judiciária brasileira” (art. 30, II).

004. (CEFETBAHIA/PROMOTOR/MPE-BA/2018/ADAPTADA) A competência jurisdicional


brasileira pode ser exclusiva ou concorrente, o que implica dizer que decisões alienígenas
podem ter validade no Brasil, excetuando-se, por exemplo, as que digam respeito a imóveis
aqui situados.

O CPC/2015 faz uma distinção entre competência concorrente (arts. 21 e 22) e competên-
cia exclusiva dos juízes e tribunais brasileiros (art. 23). A decisão estrangeira em causas de
competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras viola a ordem pública brasileira,
não podendo, por isso, produzir efeitos no Brasil. Confira:

Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
As causas de competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras estão previstas no
art. 23 do CPC:

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao in-
ventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.
Certo.

Nada obstante, apesar de ser vedada a homologação de decisão estrangeira em divórcio,


separação judicial ou dissolução de união estável, que proceda à partilha de bens situados
no Brasil (art. 23, III, do CPC), o STJ entende que o fato de o bem-estar no Brasil não impede a
homologação da sentença estrangeira de partilha de bens no divórcio quando houver acordo
entre as partes quanto ao referido bem (STJ, SEC 11.795-EX, Rel. Min. Raul Araújo, Corte Es-
pecial, Data de Julgamento: 07/08/2019, Data de Publicação: 16/08/2019).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

005. (CESPE/JUIZ/TRF-3ª/2011/ADAPTADA) É autorizada a homologação de sentença es-


trangeira que, ao decretar o divórcio, convalida acordo celebrado pelos ex-cônjuges quanto à
partilha de bens situados no Brasil.

Embora viole a ordem pública brasileira a sentença estrangeira que, em divórcio, separação
judicial ou dissolução de união estável, proceda à partilha de bens situados no Brasil, o STJ
considera legítima a sentença homologatória de acordo celebrado pelos ex-cônjuges quanto
à partilha de bens situados no Brasil. Confira a ementa transcrita abaixo:

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. DIVÓRCIO CONSENSUAL. ACORDO DE SEPA-


RAÇÃO INCORPORADO À SENTENÇA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. PEDIDO DE
HOMOLOGAÇÃO DEFERIDO.
(...)
4. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não obstante o disposto no art. 89,
I, do CPC de 1973 (atual art. 23, I e III, do CPC de 2015) e no art. 12, § 1º, da LINDB,
autoriza a homologação de sentença estrangeira que, decretando o divórcio, conva-
lida acordo celebrado pelos ex-cônjuges quanto à partilha de bens imóveis situados no
Brasil, que não viole as regras de direito interno brasileiro.
(...)
(STJ, SEC 11.795-EX, Rel. Min. Raul Araújo, Corte Especial, Data de Julgamento:
07/08/2019, Data de Publicação: 16/08/2019).

Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

2.4. Cláusula de Eleição de Foro Exclusivo Estrangeiro


A competência concorrente das autoridades judiciais brasileiras pode ser afastada se
houver uma cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro. É o que diz o caput do art.
25 do CPC:

Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida
pelo réu na contestação.

Mas, como disse, a cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro somente pode afas-
tar a competência concorrente, não a exclusiva, dos juízes e tribunais brasileiros (art. 25, § 1º,
do CPC). Além disso, a cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro deve ser arguida pelo
réu na contestação, sob pena de revogação tácita dessa cláusula.
O art. 25, § 2º, dispõe que se aplicam à cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro
as disposições do art. §§ 1º a 4º, que dizem o seguinte:

Art. 63, § 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir ex-
pressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação,
sob pena de preclusão.

Em suma, a cláusula:
• só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a de-
terminado negócio jurídico;
• obriga os herdeiros e os sucessores das partes;
• pode ter a sua ineficácia, por abusividade, declarada de ofício pelo juiz, antes da cita-
ção; e
• pode ter a sua abusividade alegada na contestação, sob pena de preclusão.

006. (SERCTAM/ASSISTENTE/PREFEITURA DE QUIXADÁ/2016/ADAPTADA) Não compete à


autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláu-
sula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na
contestação.

O item contém a transcrição do art. 25, caput, do CPC:

Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida
pelo réu na contestação.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

2.5. Imunidades de Jurisdição e de Execução


Há casos em que, ainda que o juízo seja competente para julgar determinada causa trans-
nacional, é possível que não seja julgada por força de uma norma de imunidade.
Imunidade é a prerrogativa que determinadas pessoas têm de não serem julgadas ou te-
rem os seus bens constritos por uma jurisdição estrangeira. A imunidade, portanto, pode ser
de jurisdição (prerrogativa de não ser julgado) ou de execução (prerrogativa de não ter os bens
constritos).
São exemplos de pessoas que gozam de imunidade: Estados, organizações internacionais,
Chefes de Estado, Chefes de Governo, Ministros das Relações Exteriores, agentes diplomáti-
cos e funcionários consulares.
Algumas imunidades decorrem de tratado (como é o caso dos agentes diplomáticos e
funcionários consulares) e outras do costume internacional (como a imunidade dos Chefes
de Estado, Chefes de Governo e Ministros das Relações Exteriores).
As hipóteses de imunidade são objeto de estudo do Direito Internacional Público, não do
DIPRI, sendo suficiente registrar, aqui, apenas que as imunidades excepcionam as hipóteses
dos arts. 21 a 23 do CPC.

2.6. Forum Shopping e Forum non Conveniens


Forum shopping é a possibilidade de o autor escolher, dentre vários foros competentes, o
que lhe for mais conveniente. Para impedir o abuso do forum shopping, foi desenvolvida a dou-
trina do forum non conveniens, que defende a possibilidade, comum em países da commom
law, de um juiz competente recusar o julgamento de determinado processo por entender que a
Justiça de outro país é mais apta para julgar a causa.

3. Aplicação do Direito Estrangeiro


O DIPRI é formado, principalmente, por normas indicativas (ou indiretas ou de conexão),
que são aquelas normas que determinam o direito aplicável à relação jurídica com conexão
internacional. Assim, em algumas situações, a norma indireta indicará o direito estrangeiro
como o aplicável à causa.
E, se apontado pela norma indireta como o direito aplicável à causa, o juiz brasileiro deve
aplicar de ofício o direito estrangeiro, incumbindo-lhe verificar o seu conteúdo (art. 408 do
Código Bustamante). Isso, porém, não impede que o juiz exija da parte que invocou o direito
estrangeiro, a prova do seu teor e da sua vigência. É o que se extrai do art. 14 da LINDB e do
art. 376 do CPC:

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e
da vigência.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-
-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.

007. (CESPE/JUIZ/TRF1/2011/ADAPTADA) Não conhecendo a lei estrangeira, o juiz brasileiro


não pode exigir da parte que a invoque o fornecimento de prova do seu texto e vigência, mas,
sim, solicitar às autoridades de outro Estado os elementos de prova ou informação sobre o
texto, sentido e alcance legal de seu direito.

O juiz pode exigir da parte que invocou o direito estrangeiro, a prova do seu teor e da sua vi-
gência. É o que se extrai do art. 14 da LINDB e do art. 376 do CPC:

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e
da vigência.
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-
-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Errado.

O juiz brasileiro pode verificar o direito estrangeiro por diversos meios: códigos, certidões,
revistas, livros ou jornais; e por diversas formas: pessoal, judicial, extrajudicial, documental,
pericial e até testemunhal. Todavia, sendo impossível conhecer a lei estrangeira, dá se prefe-
rência à lei interna (in dubio pro lege fori) (DEL’OLMO, 2015, p. 54).
Também prevalece o entendimento de que, ao aplicar o direito estrangeiro, o juiz brasileiro
deve fazê-lo como se juiz estrangeiro fosse, observando as mesmas regras que este obser-
varia ao apreciar a causa (RECHSTEINER, 2013, p. 270-271).

008. (PGR/PROCURADOR/PGR/2015/ADAPTADA) A interpretação do direito estrangeiro pelo


juiz nacional deve ser feita tal como o fariam os juízes do Estado cujo direito seja aplicável.

Prevalece o entendimento de que, ao aplicar o direito estrangeiro, o juiz brasileiro deve fazê-lo
como se juiz estrangeiro fosse, observando as mesmas regras que este observaria ao apre-
ciar a causa.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

A doutrina sustenta, ainda, a possibilidade de o juiz brasileiro fazer o controle de consti-


tucionalidade da lei estrangeira, tendo como parâmetro a constituição sob a qual foi editada,
desde que tal controle seja admitido por esse direito estrangeiro (RECHSTEINER, 2013, p. 272).
Mas, não se esqueça: a lei estrangeira jamais poderá ser aplicada – ainda que designada
por uma norma indireta – se violar a ordem pública brasileira, entendida como o conjunto de
normas jurídicas fundamentais da nossa ordem jurídica. Veja, nessa direção, o que dispõe o
art. 17 da LINDB:

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

009. (CESPE/DEFENSOR/DPU/2015) No que concerne à aplicação da lei estrangeira no país,


a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro refere-se expressamente ao princípio da
ordem pública.

No Brasil, a ordem pública é mencionada, entre outros dispositivos, pelo art. 17 da Lei de In-
trodução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Certo.

Por fim, uma antiga questão de DIPRI é se a lei estrangeira é direito de verdade ou mero
fato. A doutrina majoritária sustenta que o direito estrangeiro deve ser recepcionado como tal,
não como fato (DEL’OLMO, 2015, p. 53). Assim, o direito estrangeiro pode ser invocado nessa
qualidade inclusive para efeito de recurso extraordinário ou ação rescisória. Não foi por outro
motivo que o STF já entendeu que a lei estrangeira, aplicada por força de norma indicativa,
é equiparada a lei federal para fim de cabimento de recurso extraordinário. Confira a ementa
do acórdão:

EQUIPARAÇÃO DA LEI ESTRANGEIRA, APLICADA NO BRASIL, A LEGISLAÇÃO FEDE-


RAL BRASILEIRA, PARA EFEITO DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
DAÇÃO EM CUMPRIMENTO. SUB-ROGAÇÃO LEGAL. CÓDIGO CIVIL PORTUGUÊS (ARTS.
592, 593 E 837). INEXISTÊNCIA DE NEGATIVA DE VIGÊNCIA DO ARTIGO 9 DA LEI DE
INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL. DISSIDIO DE JURISPRUDÊNCIA NÃO DEMONSTRADO.
A LEI ESTRANGEIRA, APLICADA POR FORÇA DE DISPOSITIVO DE DIREITO INTERNA-
CIONAL PRIVADO BRASILEIRO (NA ESPÉCIE, O ARTIGO 9. DA LEI DE INTRODUÇÃO AO

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

CÓDIGO CIVIL), SE EQUIPARA A LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA, PARA EFEITO DE


ADMISSIBILIDADE DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NÃO OCORRÊNCIA, NO CASO, DE
DAÇÃO EM CUMPRIMENTO (DATIO IN SOLUTUM) E DE SUB-ROGAÇÃO LEGAL. NEGATIVA
DE VIGÊNCIA DOS ARTIGOS 837, 592 E 593 DO CÓDIGO CIVIL PORTUGUÊS. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO.
(RE 93131, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Segunda Turma, julgado em 17/12/1981, DJ
23-04-1982 PP-03669 EMENT VOL-01251-02 PP-00328 RTJ VOL-00101-03 PP-01149).

4. Regime das Provas


No Brasil, a principal regra sobre o regime de provas de fatos ocorridos no exterior é o art.
13 da LINDB, que tem o seguinte teor:

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

010. (PGR/PROCURADOR/PGR/2017/ADAPTADA) Os fatos e atos realizados no estrangeiro


precisam, para serem provados, obedecer necessariamente a todas as formalidades e restri-
ções da lei brasileira.

A regra é que os fatos e atos realizados no estrangeiro devem ser provados de acordo com
a lei que nele vigorar. A restrição é que os tribunais brasileiros não podem admitir provas que
a lei brasileira desconheça. Art. 13 da LINDB:

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
Errado.

5. Litispendência Internacional
Litispendência é a existência de dois ou mais processos em trâmite com a mesma ação.
No Brasil, em regra, é irrelevante o fato de estar pendente ação no exterior com os mesmos
elementos da demanda em curso. Veja o que diz o art. 24 do CPC:

Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

011. (TRF-2ª/JUIZ/TRF-2ª/2017) Na hipótese de idêntica ação ser proposta no Brasil e no


exterior, e inexistindo tratado com o país estrangeiro, marque a opção correta:
a) A litispendência internacional não pode ser conhecida de ofício e deve ser arguida. Arguida,
ela impede que o juiz brasileiro dê curso à ação intentada no Brasil se a questão já tiver sido
submetida a juiz estrangeiro.
b) A litispendência internacional pode ser conhecida de ofício e impede que o juiz brasileiro dê
curso à ação intentada no Brasil se a questão já está submetida a juiz estrangeiro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

c) Em tema afeto à soberania, os Estados estrangeiros estão impedidos de conhecer deman-


das que versem sobre causas situadas no território de outras soberanias, sob pena de res-
ponsabilização internacional.
d) Se uma sentença brasileira decidir determinada questão que também tenha sido decidida
por sentença estrangeira, será sempre a sentença brasileira a que produzirá efeitos no Brasil.
e) A ação intentada no estrangeiro não impede que a mesma questão seja submetida a juiz
brasileiro, nem produz litispendência.

A resposta está no art. 24 do CPC/2015:

Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação
de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Letra e.

O art. 24, caput, porém, ressalva “as disposições em contrário de tratados internacionais e
acordos bilaterais em vigor no Brasil”. Logo, essa norma somente será aplicada se não houver
tratado entre as partes que contenha regras diferentes sobre litispendência, como o Protocolo
de Las Leñas (Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comer-
cial Trabalhista e Administrativa do Mercosul, art. 22).
Observe também que o parágrafo único do art. 24 deixa claro que, se um processo idên-
tico estiver em andamento na Justiça brasileira, não há óbice à homologação da decisão es-
trangeira. Esse dispositivo positiva o entendimento do STJ, no sentido de que “tratando-se de
competência internacional concorrente, o fato de haver processos pendentes no Brasil com
o mesmo objeto da sentença homologanda não impede a homologação da sentença estran-
geira” (SEC 11.939/EX, Relatora: Min. Maria Thereza de Assis Moura, Corte Especial, Data de
Julgamento: 06/05/2015, Data de Publicação: 20/05/2015).

012. (SERCTAM/ASSISTENTE/PREFEITURA DE QUIXADÁ/2016/ADAPTADA) A pendência


de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial es-
trangeira, quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

O item contém a transcrição do art. 24, parágrafo único, do CPC:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

Art. 24, Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homo-
logação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Certo.

6. Caução de Processo
A caução de processo ou cautio iudicatum solvi é uma garantia a favor da parte contrária
para cobrir as custas decorrentes de um processo civil, inclusive os honorários advocatícios
eventualmente devidos em seu final. Está prevista no art. 83 do CPC:

Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao
longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos hono-
rários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis
que lhes assegurem o pagamento.

O art. 83, § 1º, afasta a exigência em três hipóteses:


• quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz
parte;
• na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;
• na reconvenção.

Diversos tratados dispensam a caução, com o objetivo de facilitar o acesso à justiça, como
o Protocolo de Las Leñas, que estabelece:

Art. 4º Nenhuma caução ou depósito, qualquer que seja sua denominação, poderá ser imposto em
razão da qualidade de cidadão ou residente permanente de outro Estado Parte.
O parágrafo precedente se aplicará às pessoas jurídicas constituídas, autorizadas ou registradas
conforme as leis de qualquer dos Estados Partes.

013. (VUNESP/JUIZ/TJ-SP/2018) O autor residente fora do Brasil ficará dispensado de pres-


tar caução suficiente ao pagamento de custas e honorários
a) quando se tratar de ação de estado e capacidade.
b) se o autor tiver bens móveis suficientes no Brasil.
c) quando houver dispensa prevista em acordo internacional vigente no Brasil.
d) quando o réu nada alegar, presumindo-se de sua inércia a inexistência de prejuízo cuja repa-
ração devesse ser garantida.

O art. 83, § 1º, do CPC, afasta a exigência da caução de processo em três hipóteses:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

Art. 83, § 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput :


I – quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;
II – na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;
III – na reconvenção.
Letra c.

O STJ já entendeu que não é necessária a prestação de caução para o ajuizamento de ação
por sociedade empresarial estrangeira devidamente representada no Brasil. Confira a ementa
do acórdão:

PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL MANEJADO SOB A ÉGIDE DO CPC/73.


PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO POR SOCIEDADE EMPRESARIAL ESTRANGEIRA DEVIDAMENTE
REPRESENTADA NO BRASIL. DESNECESSIDADE. ART. 88, I, § ÚNICO DO CPC/73 (ART. 21,
I, § ÚNICO, DO NCPC). RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(...)
2. O artigo 12, VIII, do CPC/73 estabelece que a pessoa jurídica estrangeira será repre-
sentada em juízo (ativa e passivamente) pelo gerente, representante ou administrador
de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
3. O art. 88, I, § único, do mesmo diploma (correspondente ao art.
21, I, § único, do NCPC), considera domiciliada no território nacional a pessoa jurídica
estrangeira que tiver agência, filial ou sucursal estabelecida no Brasil.
4. A Súmula n. 363 do STF dispõe que a pessoa jurídica de direito privado pode ser
demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que praticou o ato.
5. O sistema processual brasileiro, por cautela, exige a prestação de caução para a
empresa estrangeira litigar no Brasil, se não dispuser de bens suficientes para supor-
tar os ônus de eventual sucumbência (art. 835 do CPC). Na verdade, é uma espécie de
fiança processual para ‘não tornar melhor a sorte dos que demandam no Brasil, resi-
dindo fora, ou dele retirando-se, pendente a lide’, pois, se tal não se estabelecesse, o
autor, nessas condições, perdendo a ação, estaria incólume aos prejuízos causados ao
demandado (EREsp n º 179.147/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Corte
Especial, julgado em 1º/8/2000, DJ 30/10/2000).
5. Não havendo motivo que justifique o receio no tocante a eventual responsabilização
da demandante pelos ônus sucumbenciais, não se justifica a aplicação do disposto no
art. 835 do CPC/73 (art. 83 do NCPC), uma vez que a MSC MEDITERRANEAN deve ser
considerada uma sociedade empresarial domiciliada no Brasil e a sua agência represen-
tante, a MSC MEDITERRANEAN DO BRASIL, poderá responder diretamente, caso seja
vencida na demanda, por eventuais encargos decorrentes de sucumbência.
6. Recurso especial provido.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

(REsp 1584441/SP, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em


21/08/2018, DJe 31/08/2018).

Por fim, o art. 83, § 2º, estabelece que, “[v]erificando-se no trâmite do processo que se
desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido
com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que
pretende obter”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

RESUMO
O Direito Processual Civil Internacional estuda as normas processuais inter-relacionadas
com o DIPRI. Dentro desse tema, estudamos: competência jurisdicional para julgamento cau-
sas com conexão internacional; aplicação do direito estrangeiro; regime das provas; litispen-
dência internacional e caução de processo.
Quanto à competência jurisdicional para julgamento causas com conexão internacional, o
CPC faz uma distinção entre competência concorrente (arts. 21 e 22) e competência exclusiva
(art. 23) dos juízes e tribunais brasileiros.
São seis as hipóteses de competência concorrente dos órgãos judiciais brasileiros
(arts. 21 e 22):
• o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, sendo consi-
derada domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial
ou sucursal (art. 21, parágrafo único);
• no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
• o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
• de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu man-
tiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;
• decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residên-
cia no Brasil;
• em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

São três as hipóteses de competência exclusiva dos juízes e tribunais brasileiros (art. 23):
• ações relativas a imóveis situados no Brasil;
• em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e
ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
• em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.

A competência concorrente das autoridades judiciais brasileiras pode ser afastada se hou-
ver uma cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro (art. 25 do CPC).
No tocante à aplicação do direito estrangeiro, é importante lembrar que: o juiz brasileiro
deve aplicar de ofício o direito estrangeiro, o que não o impede de exigir da parte que invocou
o direito estrangeiro, a prova do seu teor e da sua vigência (art. 14 da LINDB e do art. 376 do
CPC); ao aplicar o direito estrangeiro, o juiz brasileiro deve fazê-lo como se juiz estrangeiro
fosse; o juiz brasileiro pode fazer o controle de constitucionalidade da lei estrangeira, tendo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

como parâmetro a constituição sob a qual foi editada, desde que tal controle seja admitido
por esse direito estrangeiro; a lei estrangeira jamais poderá ser aplicada se violar a ordem
pública brasileira; a lei estrangeira é equiparada a lei federal para fim de cabimento de recurso
extraordinário.
Quanto ao regime de provas, o art. 13 da LINDB estabelece que “[a] prova dos fatos ocorri-
dos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de pro-
duzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça”.
No que se refere à litispendência, a regra no Brasil é a da irrelevância da pendência de ação
no exterior com os mesmos elementos da demanda em curso, ressalvadas as disposições em
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil (art. 24 do CPC).
Por fim, a caução de processo ou cautio iudicatum solvi é uma garantia a favor da parte
contrária para cobrir as custas decorrentes de um processo civil, inclusive os honorários advo-
catícios eventualmente devidos em seu final (art. 83 do CPC).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

QUESTÕES DE CONCURSO
014. (NC-UFPR/DIREITO/ITAIPU BINACIONAL/2019/ADAPTADA) Compete à autoridade ju-
diciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionali-
dade, estiver domiciliado no Brasil.

As autoridades jurisdicionais brasileiras têm competência concorrente para conhecer de


ações em que o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, esteja domiciliado no Brasil (art. 21,
I, do CPC).

015. (NC-UFPR/DIREITO/ITAIPU BINACIONAL/2019/ADAPTADA) Compete à autoridade


judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, conhecer de ações relativas a imóveis
situados no Brasil.

As autoridades jurisdicionais brasileiras têm competência exclusiva para conhecer de ações


relativas a imóveis situados no Brasil (art. 23, I, do CPC).

016. (CESPE/PROCURADOR/PGM-CAMPO GRANDE/2019) Autoridade judiciária brasileira


tem competência concorrente para julgar ações relativas a imóveis que, situados no Brasil,
sejam de propriedade de estrangeiros.

As autoridades jurisdicionais brasileiras têm competência exclusiva para conhecer de ações


relativas a imóveis situados no Brasil, independentemente da nacionalidade dos proprietários
(art. 23, I, do CPC).

017. (MPE-SP/PROMOTOR/MPE-SP/2012/ADAPTADA) Só à autoridade judiciária brasileira


compete conhecer das ações relativas a imóveis de estrangeiros situados no Brasil.

As autoridades jurisdicionais brasileiras têm competência exclusiva para conhecer de ações


relativas a imóveis situados no Brasil, independentemente da nacionalidade dos proprietários
(art. 23, I, do CPC).

018. (JUIZ/TRF-4ª/2014/ADAPTADA) Somente à autoridade judiciária brasileira compete co-


nhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil (competência exclusiva).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

As autoridades jurisdicionais brasileiras têm competência exclusiva para conhecer de ações


relativas a imóveis situados no Brasil, independentemente da nacionalidade dos proprietários
(art. 23, I, do CPC).

019. (FUNRIO/PROCURADOR/AL-RR/2018) De acordo com o Código de Processo Civil, com-


pete exclusivamente à autoridade judiciária brasileira, conhecer de ações
a) relativas a imóveis situados no Brasil e nas ações de divórcio proceder à partilha de bens
situados no Brasil, exceto quando o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional.
b) de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil e nas ações de separa-
ção judicial proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de naciona-
lidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
c) de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil e nas ações de sepa-
ração judicial proceder à partilha de bens situados no Brasil, exceto quando o titular seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
d) relativas a imóveis situados no Brasil e nas ações de divórcio proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora
do território nacional.

Está em harmonia com o art. 23, I e III, do CPC. Veja:

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.
a) Errada. Compete exclusivamente à autoridade judiciária brasileira, em divórcio, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou
tenha domicílio fora do território nacional (art. 23, III, do CPC).
b) Errada. As ações de alimentos se inserem na competência concorrente da justiça brasileira
(art. 22, I, do CPC).
c) Errada. As ações de alimentos se inserem na competência concorrente da justiça brasileira
(art. 22, I, do CPC).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

020. (FCC/PROCURADOR/BACEN/2006) Compete à autoridade judiciária brasileira, com ex-


clusão de qualquer outra,
a) se o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.
b) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil ou de coisas móveis que se encon-
trarem no Brasil.
c) proceder o inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
d) julgar as ações relativas às obrigações que devam ser cumpridas no Brasil.
e) se a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.

Está em harmonia com o art. 23, II, do CPC. Veja:

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao in-
ventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
a) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, I, do CPC.
b) Errada. O art. 23, I, do CPC, não faz referência a coisas móveis situadas no Brasil.
d) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, II, do CPC.
e) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, III, do CPC.

021. (IBFC/PROCURADOR/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS/2018) Compete à autoridade ju-


diciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
a) processar e julgar as ações de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residên-
cia no Brasil
b) julgar as ações em que o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil
c) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil
d) julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domicilia-
do no Brasil

Está em harmonia com o art. 23, I, do CPC. Veja:

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
a) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 22, I, a, do CPC.
b) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, III, do CPC.
d) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, I, do CPC.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

022. (SERCTAM/ASSISTENTE/PREFEITURA DE QUIXADÁ/2016/ADAPTADA) Compete à


autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações de alimentos, quando o credor tiver
domicílio ou residência no Brasil e quando o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse
ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos.

O item contém a transcrição do art. 22, I, do CPC:

Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;

023. (TRF-2ª/JUIZ/TRF-2ª/2017/ADAPTADA) Mesmo quando a matéria envolva tema de


competência exclusiva da jurisdição nacional, é juridicamente viável a concessão de exequa-
tur à carta rogatória estrangeira, que não vincula posterior homologação da sentença a ser
proferida.

O CPC veda expressamente a concessão de exequatur à carta rogatória estrangeira que en-
volva tema de competência exclusiva dos juízes brasileiros (art. 954, parágrafo único).

024. (MPE-MS/PROMOTOR/MPE-MS/2018/ADAPTADA) Por meio do pedido de auxílio di-


reto é possível realizar a colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em
curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira.

O item contém a exata transcrição do art. 30, II, do CPC:

Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os se-
guintes objetos:
II – colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de
competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;

025. (CESPE/DEFENSOR/DPU/2010) Por constituírem forma de cooperação internacional


clássica, as cartas rogatórias estrangeiras são cumpridas no Brasil, independentemente de se
referirem ou não a processos de competência exclusiva dos tribunais brasileiros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

Atualmente, há proibição expressa no CPC:

Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.

026. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2010/ADAPTADA) Poderá ser homologada pelo tribunal compe-


tente do Brasil a sentença estrangeira já transitada em julgado relativa a sucessão mortis cau-
sa que dispõe sobre bem imóvel situado no Brasil.

O CPC/2015 positivou o entendimento do STF e do STJ de que as decisões estrangeiras em


causas de competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras violam a ordem pú-
blica brasileira, não podendo, por isso, produzir efeitos no Brasil. Confira:

Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
E a sucessão mortis causa sobre bem situado no Brasil é de competência exclusiva da auto-
ridade judiciária brasileira (art. 23, II, do CPC).

027. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) Nas ações relativas a imóveis situados no Brasil,


em que for autor Estado estrangeiro e o foro de eleição os Estados Unidos, a competência será
a) do Brasil ou do Estado estrangeiro.
b) exclusiva do Estado estrangeiro.
c) dos Estados Unidos.
d) relativa.
e) exclusiva do Brasil.

A competência das autoridades judiciárias brasileiras para conhecer de ações relativas a imó-
veis situados no Brasil é exclusiva (art. 23, I, do CPC):

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

028. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2015) A autoridade judiciária brasileira é competente, com


exclusão de qualquer outra autoridade, para conhecer de ações relativas a imóveis situados
no Brasil.

É o que dispõe o art. 23, I, do CPC:

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

029. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) Ao tratar dos limites da jurisdição nacional, o CPC deter-


mina que a justiça brasileira possui competência concorrente para conhecer de ações relativas
a imóveis situados no Brasil.

A competência da justiça brasileira para conhecer de ações relativas a imóveis situados no


Brasil não é concorrente, mas exclusiva (art. 23, I, do CPC):

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

030. (TRF-2ª/JUIZ/TRT-2ª/213) No que tange a exclusividade da competência da autoridade


jurisdicional brasileira, é certo afirmar que ela ocorre:
I – Para conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.
II – Quando o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.
III – Se no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação.
IV – Se a ação tiver origem em fato ocorrido ou em ato praticado no Brasil.
V – Para proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da
herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.

Está correta a alternativa:


a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) I e V.

I – Correta. A competência das autoridades jurisdicionais brasileiras para conhecer de ações


relativas a imóveis situados no Brasil é exclusiva (art. 23, I, do CPC).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

II – Incorreta. A competência das autoridades jurisdicionais brasileiras quando o réu, qualquer


que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, é concorrente (art. 21, I, do CPC).
III – Incorreta. A competência das autoridades jurisdicionais brasileiras se no Brasil tiver de ser
cumprida a obrigação é concorrente (art. 21, II, do CPC).
IV – Incorreta. A competência das autoridades jurisdicionais brasileiras se a ação tiver origem
em fato ocorrido ou em ato praticado no Brasil é concorrente (art. 21, III, do CPC).
V – Correta. A competência das autoridades jurisdicionais brasileiras para proceder a inven-
tário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e
tenha residido fora do território nacional, é exclusiva (art. 23, II, do CPC).

031. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2010/ADAPTADA) Poderá ser homologada pelo tribunal compe-


tente do Brasil a sentença estrangeira já transitada em julgado relativa a sucessão mortis
causa que dispõe sobre bem imóvel situado no Brasil.

O art. 964, caput, do CPC, estabelece que “não será homologada a decisão estrangeira na hi-
pótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira”. E a sucessão hereditária
relativa a bens situados no Brasil é de competência exclusiva das autoridades judiciárias
brasileiras (art. 23, II, do CPC).

032. (TRF-2ª/JUIZ/TRF-2ª/2017/ADAPTADA) A sentença estrangeira só pode ser homologa-


da no Brasil se a autoridade que a prolatou tiver jurisdição internacional exclusiva.

Não há necessidade de que a autoridade judicial que prolatou a sentença estrangeira tenha
jurisdição internacional exclusiva, sendo suficiente que tenha a competência concorrente (v.
arts. 963, I, e 964 do CPC).

033. (CESPE/JUIZ/TRF-1ª/2011/ADAPTADA) Tanto a autoridade judiciária brasileira quanto


a autoridade do país de origem do autor da herança, se este for estrangeiro, têm competência
para proceder a inventário e partilha de bens situados no Brasil.

Somente a autoridade judiciária brasileira têm competência para proceder a inventário e parti-
lha de bens situados no Brasil (art. 23, II, do CPC):

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao in-


ventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;

034. (CETRO/ANALISTA/ANVISA/2013/ADAPTADA) É competente a autoridade judiciária


brasileira quando o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, ex-
ceto quanto à pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência.

O art. 21, I, do CPC, estabelece que compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar
as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil,
mas o parágrafo único do mesmo artigo diz que “para o fim do art. 21, I, considera-se domici-
liada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal”.

035. (CETRO/ANALISTA/ANVISA/2013/ADAPTADA) Não é competente a autoridade judici-


ária brasileira para proceder inventário e partilhas de bens, situados no Brasil, quando o autor
da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território brasileiro.

Pelo contrário, o art. 23, II, do CPC, prevê que compete à autoridade judiciária brasileira, com
exclusão de qualquer outra, em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de
testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor
da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.

036. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2014/ADAPTADA) Algumas hipóteses legais admitem o concur-


so de jurisdição entre magistrados estrangeiros e brasileiros.

O CPC faz uma distinção entre competência concorrente (arts. 21 e 22) e competência exclu-
siva dos juízes e tribunais brasileiros (art. 23). Na primeira hipótese, as autoridades judiciais
brasileiras podem julgar a causa, sem prejuízo da competência dos juízes e tribunais de outros
países. Na segunda, somente as autoridades judiciais brasileiras podem julgar demanda.

037. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2014/ADAPTADA) A norma legal que admite competência con-


corrente permite, nas suas hipóteses, a livre opção por litigar perante magistrados brasileiros
ou perante tribunais estrangeiros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

Nas hipóteses de competência concorrente, tanto as autoridades judiciais brasileiras quanto


as estrangeiras podem julgar a causa, cabendo ao autor a opção a respeito de onde irá litigar.

038. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2014/ADAPTADA) Entre os elementos definidores da competên-


cia da autoridade judiciária brasileira, ressalta-se o fato de o réu ser domiciliado no Brasil e de
aqui dever ser cumprida a obrigação, não sendo relevante que a ação se origine de fato ocor-
rido no Brasil.

O fato ter ocorrido no Brasil é um dos elementos definidores da competência da autoridade


judiciária brasileira, conforme estabelece o art. 21, III, do CPC:

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.

039. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2014/ADAPTADA) A circunstância de o réu, em processo instau-


rado perante tribunal estrangeiro, ser brasileiro e eventualmente domiciliado no Brasil não atua,
por si só, como fator de exclusão da competência jurisdicional da autoridade alienígena.

O fato de o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, ser domiciliado no Brasil é hipótese de
competência concorrente das autoridades judiciárias brasileiras (art. 21, I, do CPC) e, conse-
quentemente, não exclui a competência jurisdicional na autoridade alienígena.

040. (TRF-3ª/JUIZ/TRF-3ª/2013/ADAPTADA) A cláusula de eleição de foro prevalece mes-


mo em caso de competência exclusiva da justiça brasileira.

A cláusula de eleição de foro exclusivo somente pode afastar a competência concorrente, não
a exclusiva, dos juízes e tribunais brasileiros (art. 25, § 1º, do CPC).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

041. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O Brasil adquiriu grande quan-


tidade de determinado produto de uma empresa chilena, visando equilibrar os preços desse
produto no mercado interno brasileiro. Por motivos orçamentários, o pagamento foi efetuado
fora do período estipulado, tendo resultado em uma dívida em dólares. Após tais fatos, a em-
presa chilena propôs ação de indenização contra o Estado brasileiro. Caso a demanda tenha
sido proposta no Brasil, o juiz poderá determinar que a empresa comprove o texto e a vigência
da lei chilena invocada no processo.

O juiz pode exigir da parte que invocou o direito estrangeiro, a prova do seu teor e da sua vigên-
cia. É o que se extrai do art. 14 da LINDB e do art. 376 do CPC:

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da
vigência.
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á
o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.

042. (CESPE/JUIZ/TRF-1ª/2011/ADAPTADA) As partes têm liberdade para escolher a lei de


regência em contratos internacionais em razão da regra geral da autonomia da vontade, em
matéria contratual. Nesse sentido, as leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, terão plena eficácia no Brasil, independentemente de qualquer condi-
ção ou ressalva.

As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, somente
terão eficácia no Brasil se não violarem a nossa ordem pública. É o que dispõe expressamente
o art. 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

043. (CESPE/JUIZ/TRF-5ª/2011) Mohamed, filho concebido fora do matrimônio, requereu, na


justiça brasileira, pensão alimentícia do pai, Said, residente e domiciliado no Brasil. Said negou
o requerido e não reconheceu Mohamed como filho, alegando que, perante a Tunísia, país no
qual ambos nasceram, somente são reconhecidos como filhos os concebidos no curso do
matrimônio. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da legislação
brasileira de direito internacional privado.
a) A reserva da ordem pública não está expressa na Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

b) O juiz, ao julgar a referida relação jurídica, deve obedecer à lei da Tunísia.


c) Nesse caso, não se aplicam normas de ordem pública, pois se trata de relação jurídica de
direito internacional privado, e não, de direito internacional público.
d) O juiz não deverá aplicar, nessa situação, o direito estrangeiro.
e) A lei brasileira assemelha-se à da Tunísia, razão pela qual esta deverá ser aplicada.

Letra d.
A norma jurídica da Tunísia, segundo a qual somente são reconhecidos como filhos os conce-
bidos no curso do matrimônio, viola a ordem pública brasileira e, por isso, não pode ser aplica-
da pelo juiz brasileiro, por força do art. 17 da LIDNB.
a) Errada. A reserva de ordem pública é expressamente prevista no art. 17 da Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
b) Errada. A norma jurídica da Tunísia, segundo a qual somente são reconhecidos como filhos
os concebidos no curso do matrimônio, viola a ordem pública brasileira e, por isso, não pode
ser aplicada pelo juiz brasileiro, por força do art. 17 da LIDNB.
c) Errada. A reserva de ordem pública é aplicável às relações jurídicas de direito internacio-
nal privado.
e) Errada. A lei brasileira é diferente da tunisiana, pois a CRFB estabelece que “[o]s filhos, havi-
dos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação” (art. 227, § 6º).

044. (CESPE/DEFENSOR/DPU/2010) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-


-se pela lei que nele vigorar, razão pela qual os tribunais brasileiros podem, excepcionalmente,
admitir provas que a lei brasileira desconheça.

Os tribunais brasileiros não podem admitir provas que a lei brasileira desconheça. Art.
13 da LINDB:

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.

045. (MPE-SC/PROMOTOR/MPE-SC/2013) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro


rege-se pela Lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

O item contém a transcrição do art. 13 da LINDB:

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.

046. (NC-UFPR/DIREITO/ITAIPU BINACIONAL/2019/ADAPTADA) A ação proposta perante


tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira
conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário
de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.

No Brasil, é irrelevante o fato de estar pendente ação no exterior com os mesmos elemen-
tos da demanda em curso. Veja o que diz o art. 24 do CPC:

Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

047. (CESPE/JUIZ/TRF-5ª/2015/ADAPTADA) O ajuizamento de demanda no Brasil constitui


empecilho à homologação de sentença estrangeira.

O art. 24, parágrafo único, do CPC, estabelece que “[a] pendência de causa perante a juris-
dição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida
para produzir efeitos no Brasil”.

048. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2010/ADAPTADA) Havendo tramitação de duas ações idênticas


paralelamente (competência concorrente) na jurisdição estrangeira e jurisdição nacional e
ocorrendo o trânsito em julgado da sentença estrangeira e sua homologação no Brasil, deverá
ser extinto o processo no Brasil pela ocorrência de coisa julgada estrangeira.

O art. 24, parágrafo único, do CPC, estabelece que “[a] pendência de causa perante a juris-
dição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

para produzir efeitos no Brasil”. Portanto, se um processo idêntico estiver em andamento na


Justiça brasileira, não há óbice à homologação da decisão estrangeira. Homologada a deci-
são estrangeira, porém, o processo em trâmite na justiça brasileira deverá ser extinto, sem
resolução do mérito, por força da coisa julgada:

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. DIVÓRCIO, PARTILHA DE BENS ESTRANGEI-


ROS, ALIMENTOS E GUARDA DE FILHOS. DECISÃO JUDICIAL PROFERIDA NOS ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA. HOMOLOGABILIDADE. REQUISITOS ATENDIDOS.
2. Por isso mesmo, em casos tais, o ajuizamento de demanda no Brasil não constitui,
por si só, empecilho à homologação de sentença estrangeira (SEC 393, Min. Hamilton
Carvalhido, DJe de 05/02/09;
SEC 1.043, Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 25/02/09; SEC (Emb.Decl) 4.789, Min.
Félix Fischer, DJe de 11/11/10; e SEC 493, Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJe de
06/10/11), sendo que a eventual concorrência entre sentença proferida pelo Judiciário
brasileiro e decisão do STJ homologando sentença estrangeira, sobre a mesma questão,
se resolve pela prevalência da que transitar em julgado em primeiro lugar.
(SEC 4.127/EX, Relatora. Min. Nancy Andrighi, Rel. p/ Acórdão Min. Teori Albino Zavas-
cki, Corte Especial, Data de Julgamento: 29/08/2012, Data de Publicação: 27/09/2012).

049. (TRF-4ª/JUIZ/TRF-4ª/2014/ADAPTADA) Em face da legislação brasileira, é legítimo en-


tender-se, quanto aos casos de competência concorrente, ou seja, aquela que pode ser afas-
tada pela vontade das partes, que valerá a sentença decorrente do primeiro litígio instaurado.

Valerá, no Brasil, a sentença da justiça brasileira, se essa transitar em julgado em primeiro


lugar, ou a sentença da justiça estrangeira, se essa for homologada pelo STJ antes do trânsito
em julgado da sentença da justiça brasileira.

050. (FCC/ANALISTA/TRF-4ª/2019) Em regra, o autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir


fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo deverá prestar
caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária
nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.
Porém, de acordo com o Código de Processo Civil, não se exigirá essa caução quando houver
dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte, bem como
a) na ação cautelar, nas ações fundadas em direito indisponível e no cumprimento de sentença.
b) na reconvenção, na ação cautelar e nas ações que versarem sobre direito real.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

c) no cumprimento de sentença, na execução fundada em título extrajudicial e nas ações que


versarem sobre direito real.
d) na reconvenção, no cumprimento de sentença e nas ações fundadas em direito indisponível.
e) na reconvenção, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título extrajudicial.

O art. 83, § 1º, do CPC, afasta a exigência da caução de processo em três hipóteses:

Art. 83, § 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput :


I – quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;
II – na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;
III – na reconvenção.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

GABARITO
1. C 38. E
2. E 39. C
3. C 40. E
4. d 41. C
5. c 42. E
6. E 43. d
7. C 44. E
8. E 45. C
9. E 46. C
10. E 47. E
11. E 48. C
12. E 49. E
13. C 50. e
14. E
15. C
16. E
17. d
18. E
19. C
20. E
21. C
22. E
23. E
24. C
25. E
26. E
27. e
28. C
29. E
30. e
31. E
32. E
33. E
34. E
35. E
36. C
37. C

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 39
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional

REFERÊNCIAS
DEL’OLMO, Florisbal de Souza. Curso de Direito Internacional Privado. 11ª. ed. rev. atual. e
ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2015.

PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: incluindo no-
ções de direitos humanos e direito comunitário. 6ª. ed. ver. ampl. e atual. Salvador: Juspodi-
vm, 2014.

RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direito Internacional Privado. São Paulo: Saraiva, 2018.

RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional Privado: teoria e prática. 16ª. ed. rev. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2013.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 39
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALESSANDRA MALINOWSKI - 02879192935, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar