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Direito Processual Civil Internacional
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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Direito Processual Civil Internacional
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
1. Introdução...................................................................................................................................... 3
2. Competência Jurisdicional para Julgamento de Causas com Conexão Internacional.. 4
2.1. Noções Gerais............................................................................................................................ 4
2.2. Competência Concorrente das Autoridades Judiciais Brasileiras................................. 5
2.3. Competência Exclusiva das Autoridades Judiciais Brasileiras. . ..................................... 8
2.4. Cláusula de Eleição de Foro Exclusivo Estrangeiro......................................................... 11
2.5. Imunidades de Jurisdição e de Execução.. ..........................................................................12
2.6. Forum Shopping e Forum non Conveniens........................................................................12
3. Aplicação do Direito Estrangeiro.. ...........................................................................................12
4. Regime das Provas.....................................................................................................................15
5. Litispendência Internacional. . ..................................................................................................16
6. Caução de Processo.................................................................................................................. 18
Resumo..............................................................................................................................................21
Questões de Concurso.................................................................................................................. 23
Gabarito............................................................................................................................................ 37
Referências...................................................................................................................................... 38
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Direito Processual Civil Internacional
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem?
A aula de hoje é sobre Direito Processual Civil Internacional. Estudaremos, portanto, as
normas processuais inter-relacionadas com o Direito Internacional Privado.
Dentro desse tema, estudamos:
• Competência jurisdicional para julgamento causas com conexão internacional;
• Aplicação do direito estrangeiro;
• Regime das provas;
• Litispendência internacional;
• Caução de processo.
Mas, antes de começar a aula, gostaria de falar sobre a necessidade de se adotar uma
postura ativa durante o estudo.
Não basta passar os olhos rapidamente sobre um texto para se fixar o assunto. Você pode
até compreender a matéria, mas dificilmente a fixará profundamente em seu cérebro.
Você deve, portanto, abandonar uma atitude meramente passiva diante do material de es-
tudos e adotar uma postura ativa: converse com o texto, faça associações, tome nota, subli-
nhe, faça esquemas.
Uma boa ideia é pensar se você seria capaz de explicar o que acabou de ler se aparecesse
alguém repentinamente e perguntasse: o que você aprendeu?
Com uma postura ativa diante do material, a sua absorção será muito maior.
Para mais dicas, me adicione no Instagram: @andersonssilva85.
Agora, vamos à nossa aula.
Como sempre, com sangue nos olhos!
Bons estudos!
1. Introdução
O Direito Internacional Privado (DIPRI ou DIPr) é o ramo do Direito que estuda as normas
que regulam as relações jurídicas com conexão internacional, mais especificamente as que
versam sobre conflitos de normas no espaço, conflitos de jurisdição e cooperação jurídica
internacional.
A aplicação dessas normas não raro faz surgir questões de natureza processual, tais como:
o juízo brasileiro é competente para processar e julgar uma determinada causa com conexão
internacional? Como é feita a aplicação do direito estrangeiro? Quais regras devem ser aplica-
das para a produção de prova de um fato ocorrido no exterior? Uma causa idêntica em anda-
mento no exterior induz litispendência?
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É por isso que diversos manuais de DIPRI contêm um capítulo dedicado ao Direito Proces-
sual Civil Internacional, que estuda as normas processuais inter-relacionadas com o DIPRI.
A principal regra do Direito Processual Civil Internacional é a da lex fori, isto é, as nor-
mas processuais devem ser sempre buscadas no direito do lugar onde está sendo processada
a demanda.
Assim, para resolver aquelas questões mencionadas logo acima (competência, aplicação
do direito estrangeiro, regime da prova, litispendência etc.), o intérprete deve aplicar a lex fori
(lei de onde está sendo processada a demanda).
Nos próximos tópicos, falarei sobre os tópicos de Direito Processual Civil Internacional
mais cobrados em concursos, começando pela competência jurisdicional para julgamento de
causas com conexão internacional.
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;
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A primeira observação a ser feita é que o CPC faz uma distinção entre competência con-
corrente (arts. 21 e 22) e competência exclusiva (art. 23) dos juízes e tribunais brasileiros.
Na primeira modalidade, as autoridades judiciais brasileiras podem julgar a causa, sem pre-
juízo da competência dos juízes e tribunais de outros países. Na segunda, somente a Justiça
brasileira pode julgar demanda.
Examinarei, primeiro, a competência concorrente e, em seguida, a competência exclusiva.
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O art. 21, I, do CPC, estabelece que compete à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil, e o parágrafo único do mesmo artigo diz que “para o fim do art. 21, I, considera-se
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal”.
Certo.
Como já foi dito, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que
nele tiver agência, filial ou sucursal (art. 21, parágrafo único). Nesse contexto, discute-se se
a jurisdição brasileira abrange somente os litígios envolvendo os atos que tenham pertinên-
cia com a agência, filial ou sucursal. André de Carvalho Ramos sustenta que “há jurisdição
brasileira em ação proposta contra pessoa jurídica aqui domiciliada, mesmo que o ato tenha
sido praticado por pessoa jurídica não domiciliada no Brasil do mesmo grupo econômico”
(2018, p. 211).
Os órgãos judiciais brasileiros não têm competência, em princípio, para decidir sobre bens
situados no exterior, mas o STJ já mitigou essa regra. Veja o seguinte precedente:
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Merece destaque também o art. 22, III (“[c]ompete, ainda, à autoridade judiciária brasileira
processar e julgar as ações (...) em que as partes, expressa ou tacitamente, se submetem à
jurisdição nacional”), que positiva a possibilidade de submissão voluntária, expressa ou tácita,
da causa à justiça brasileira (eleição de foro ou princípio da submissão).
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Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
As demais alternativas contêm hipóteses de competência concorrente das autoridades judi-
ciárias brasileiras (arts. 21 e 22 do CPC).
Letra b.
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
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O CPC/2015 faz uma distinção entre competência concorrente (arts. 21 e 22) e competên-
cia exclusiva dos juízes e tribunais brasileiros (art. 23). A decisão estrangeira em causas de
competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras viola a ordem pública brasileira,
não podendo, por isso, produzir efeitos no Brasil. Confira:
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
As causas de competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras estão previstas no
art. 23 do CPC:
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao in-
ventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.
Certo.
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Embora viole a ordem pública brasileira a sentença estrangeira que, em divórcio, separação
judicial ou dissolução de união estável, proceda à partilha de bens situados no Brasil, o STJ
considera legítima a sentença homologatória de acordo celebrado pelos ex-cônjuges quanto
à partilha de bens situados no Brasil. Confira a ementa transcrita abaixo:
Certo.
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Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida
pelo réu na contestação.
Mas, como disse, a cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro somente pode afas-
tar a competência concorrente, não a exclusiva, dos juízes e tribunais brasileiros (art. 25, § 1º,
do CPC). Além disso, a cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro deve ser arguida pelo
réu na contestação, sob pena de revogação tácita dessa cláusula.
O art. 25, § 2º, dispõe que se aplicam à cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro
as disposições do art. §§ 1º a 4º, que dizem o seguinte:
Art. 63, § 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir ex-
pressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação,
sob pena de preclusão.
Em suma, a cláusula:
• só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a de-
terminado negócio jurídico;
• obriga os herdeiros e os sucessores das partes;
• pode ter a sua ineficácia, por abusividade, declarada de ofício pelo juiz, antes da cita-
ção; e
• pode ter a sua abusividade alegada na contestação, sob pena de preclusão.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida
pelo réu na contestação.
Certo.
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Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e
da vigência.
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Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-
-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
O juiz pode exigir da parte que invocou o direito estrangeiro, a prova do seu teor e da sua vi-
gência. É o que se extrai do art. 14 da LINDB e do art. 376 do CPC:
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e
da vigência.
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-
-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Errado.
O juiz brasileiro pode verificar o direito estrangeiro por diversos meios: códigos, certidões,
revistas, livros ou jornais; e por diversas formas: pessoal, judicial, extrajudicial, documental,
pericial e até testemunhal. Todavia, sendo impossível conhecer a lei estrangeira, dá se prefe-
rência à lei interna (in dubio pro lege fori) (DEL’OLMO, 2015, p. 54).
Também prevalece o entendimento de que, ao aplicar o direito estrangeiro, o juiz brasileiro
deve fazê-lo como se juiz estrangeiro fosse, observando as mesmas regras que este obser-
varia ao apreciar a causa (RECHSTEINER, 2013, p. 270-271).
Prevalece o entendimento de que, ao aplicar o direito estrangeiro, o juiz brasileiro deve fazê-lo
como se juiz estrangeiro fosse, observando as mesmas regras que este observaria ao apre-
ciar a causa.
Certo.
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Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
No Brasil, a ordem pública é mencionada, entre outros dispositivos, pelo art. 17 da Lei de In-
trodução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Certo.
Por fim, uma antiga questão de DIPRI é se a lei estrangeira é direito de verdade ou mero
fato. A doutrina majoritária sustenta que o direito estrangeiro deve ser recepcionado como tal,
não como fato (DEL’OLMO, 2015, p. 53). Assim, o direito estrangeiro pode ser invocado nessa
qualidade inclusive para efeito de recurso extraordinário ou ação rescisória. Não foi por outro
motivo que o STF já entendeu que a lei estrangeira, aplicada por força de norma indicativa,
é equiparada a lei federal para fim de cabimento de recurso extraordinário. Confira a ementa
do acórdão:
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Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
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A regra é que os fatos e atos realizados no estrangeiro devem ser provados de acordo com
a lei que nele vigorar. A restrição é que os tribunais brasileiros não podem admitir provas que
a lei brasileira desconheça. Art. 13 da LINDB:
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
Errado.
5. Litispendência Internacional
Litispendência é a existência de dois ou mais processos em trâmite com a mesma ação.
No Brasil, em regra, é irrelevante o fato de estar pendente ação no exterior com os mesmos
elementos da demanda em curso. Veja o que diz o art. 24 do CPC:
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
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Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação
de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Letra e.
O art. 24, caput, porém, ressalva “as disposições em contrário de tratados internacionais e
acordos bilaterais em vigor no Brasil”. Logo, essa norma somente será aplicada se não houver
tratado entre as partes que contenha regras diferentes sobre litispendência, como o Protocolo
de Las Leñas (Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comer-
cial Trabalhista e Administrativa do Mercosul, art. 22).
Observe também que o parágrafo único do art. 24 deixa claro que, se um processo idên-
tico estiver em andamento na Justiça brasileira, não há óbice à homologação da decisão es-
trangeira. Esse dispositivo positiva o entendimento do STJ, no sentido de que “tratando-se de
competência internacional concorrente, o fato de haver processos pendentes no Brasil com
o mesmo objeto da sentença homologanda não impede a homologação da sentença estran-
geira” (SEC 11.939/EX, Relatora: Min. Maria Thereza de Assis Moura, Corte Especial, Data de
Julgamento: 06/05/2015, Data de Publicação: 20/05/2015).
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Art. 24, Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homo-
logação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Certo.
6. Caução de Processo
A caução de processo ou cautio iudicatum solvi é uma garantia a favor da parte contrária
para cobrir as custas decorrentes de um processo civil, inclusive os honorários advocatícios
eventualmente devidos em seu final. Está prevista no art. 83 do CPC:
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao
longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos hono-
rários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis
que lhes assegurem o pagamento.
Diversos tratados dispensam a caução, com o objetivo de facilitar o acesso à justiça, como
o Protocolo de Las Leñas, que estabelece:
Art. 4º Nenhuma caução ou depósito, qualquer que seja sua denominação, poderá ser imposto em
razão da qualidade de cidadão ou residente permanente de outro Estado Parte.
O parágrafo precedente se aplicará às pessoas jurídicas constituídas, autorizadas ou registradas
conforme as leis de qualquer dos Estados Partes.
O art. 83, § 1º, do CPC, afasta a exigência da caução de processo em três hipóteses:
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O STJ já entendeu que não é necessária a prestação de caução para o ajuizamento de ação
por sociedade empresarial estrangeira devidamente representada no Brasil. Confira a ementa
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Por fim, o art. 83, § 2º, estabelece que, “[v]erificando-se no trâmite do processo que se
desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido
com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que
pretende obter”.
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RESUMO
O Direito Processual Civil Internacional estuda as normas processuais inter-relacionadas
com o DIPRI. Dentro desse tema, estudamos: competência jurisdicional para julgamento cau-
sas com conexão internacional; aplicação do direito estrangeiro; regime das provas; litispen-
dência internacional e caução de processo.
Quanto à competência jurisdicional para julgamento causas com conexão internacional, o
CPC faz uma distinção entre competência concorrente (arts. 21 e 22) e competência exclusiva
(art. 23) dos juízes e tribunais brasileiros.
São seis as hipóteses de competência concorrente dos órgãos judiciais brasileiros
(arts. 21 e 22):
• o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, sendo consi-
derada domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial
ou sucursal (art. 21, parágrafo único);
• no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
• o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
• de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu man-
tiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;
• decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residên-
cia no Brasil;
• em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
São três as hipóteses de competência exclusiva dos juízes e tribunais brasileiros (art. 23):
• ações relativas a imóveis situados no Brasil;
• em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e
ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
• em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.
A competência concorrente das autoridades judiciais brasileiras pode ser afastada se hou-
ver uma cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro (art. 25 do CPC).
No tocante à aplicação do direito estrangeiro, é importante lembrar que: o juiz brasileiro
deve aplicar de ofício o direito estrangeiro, o que não o impede de exigir da parte que invocou
o direito estrangeiro, a prova do seu teor e da sua vigência (art. 14 da LINDB e do art. 376 do
CPC); ao aplicar o direito estrangeiro, o juiz brasileiro deve fazê-lo como se juiz estrangeiro
fosse; o juiz brasileiro pode fazer o controle de constitucionalidade da lei estrangeira, tendo
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como parâmetro a constituição sob a qual foi editada, desde que tal controle seja admitido
por esse direito estrangeiro; a lei estrangeira jamais poderá ser aplicada se violar a ordem
pública brasileira; a lei estrangeira é equiparada a lei federal para fim de cabimento de recurso
extraordinário.
Quanto ao regime de provas, o art. 13 da LINDB estabelece que “[a] prova dos fatos ocorri-
dos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de pro-
duzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça”.
No que se refere à litispendência, a regra no Brasil é a da irrelevância da pendência de ação
no exterior com os mesmos elementos da demanda em curso, ressalvadas as disposições em
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil (art. 24 do CPC).
Por fim, a caução de processo ou cautio iudicatum solvi é uma garantia a favor da parte
contrária para cobrir as custas decorrentes de um processo civil, inclusive os honorários advo-
catícios eventualmente devidos em seu final (art. 83 do CPC).
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QUESTÕES DE CONCURSO
014. (NC-UFPR/DIREITO/ITAIPU BINACIONAL/2019/ADAPTADA) Compete à autoridade ju-
diciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionali-
dade, estiver domiciliado no Brasil.
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Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.
a) Errada. Compete exclusivamente à autoridade judiciária brasileira, em divórcio, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou
tenha domicílio fora do território nacional (art. 23, III, do CPC).
b) Errada. As ações de alimentos se inserem na competência concorrente da justiça brasileira
(art. 22, I, do CPC).
c) Errada. As ações de alimentos se inserem na competência concorrente da justiça brasileira
(art. 22, I, do CPC).
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Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao in-
ventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
a) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, I, do CPC.
b) Errada. O art. 23, I, do CPC, não faz referência a coisas móveis situadas no Brasil.
d) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, II, do CPC.
e) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, III, do CPC.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
a) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 22, I, a, do CPC.
b) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, III, do CPC.
d) Errada. Hipótese de competência concorrente: art. 21, I, do CPC.
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Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda
ou obtenção de benefícios econômicos;
O CPC veda expressamente a concessão de exequatur à carta rogatória estrangeira que en-
volva tema de competência exclusiva dos juízes brasileiros (art. 954, parágrafo único).
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os se-
guintes objetos:
II – colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de
competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
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Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da
autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
E a sucessão mortis causa sobre bem situado no Brasil é de competência exclusiva da auto-
ridade judiciária brasileira (art. 23, II, do CPC).
A competência das autoridades judiciárias brasileiras para conhecer de ações relativas a imó-
veis situados no Brasil é exclusiva (art. 23, I, do CPC):
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
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Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
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O art. 964, caput, do CPC, estabelece que “não será homologada a decisão estrangeira na hi-
pótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira”. E a sucessão hereditária
relativa a bens situados no Brasil é de competência exclusiva das autoridades judiciárias
brasileiras (art. 23, II, do CPC).
Não há necessidade de que a autoridade judicial que prolatou a sentença estrangeira tenha
jurisdição internacional exclusiva, sendo suficiente que tenha a competência concorrente (v.
arts. 963, I, e 964 do CPC).
Somente a autoridade judiciária brasileira têm competência para proceder a inventário e parti-
lha de bens situados no Brasil (art. 23, II, do CPC):
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
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O art. 21, I, do CPC, estabelece que compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar
as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil,
mas o parágrafo único do mesmo artigo diz que “para o fim do art. 21, I, considera-se domici-
liada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal”.
Pelo contrário, o art. 23, II, do CPC, prevê que compete à autoridade judiciária brasileira, com
exclusão de qualquer outra, em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de
testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor
da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
O CPC faz uma distinção entre competência concorrente (arts. 21 e 22) e competência exclu-
siva dos juízes e tribunais brasileiros (art. 23). Na primeira hipótese, as autoridades judiciais
brasileiras podem julgar a causa, sem prejuízo da competência dos juízes e tribunais de outros
países. Na segunda, somente as autoridades judiciais brasileiras podem julgar demanda.
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Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
O fato de o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, ser domiciliado no Brasil é hipótese de
competência concorrente das autoridades judiciárias brasileiras (art. 21, I, do CPC) e, conse-
quentemente, não exclui a competência jurisdicional na autoridade alienígena.
A cláusula de eleição de foro exclusivo somente pode afastar a competência concorrente, não
a exclusiva, dos juízes e tribunais brasileiros (art. 25, § 1º, do CPC).
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O juiz pode exigir da parte que invocou o direito estrangeiro, a prova do seu teor e da sua vigên-
cia. É o que se extrai do art. 14 da LINDB e do art. 376 do CPC:
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da
vigência.
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á
o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, somente
terão eficácia no Brasil se não violarem a nossa ordem pública. É o que dispõe expressamente
o art. 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
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Letra d.
A norma jurídica da Tunísia, segundo a qual somente são reconhecidos como filhos os conce-
bidos no curso do matrimônio, viola a ordem pública brasileira e, por isso, não pode ser aplica-
da pelo juiz brasileiro, por força do art. 17 da LIDNB.
a) Errada. A reserva de ordem pública é expressamente prevista no art. 17 da Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942):
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
b) Errada. A norma jurídica da Tunísia, segundo a qual somente são reconhecidos como filhos
os concebidos no curso do matrimônio, viola a ordem pública brasileira e, por isso, não pode
ser aplicada pelo juiz brasileiro, por força do art. 17 da LIDNB.
c) Errada. A reserva de ordem pública é aplicável às relações jurídicas de direito internacio-
nal privado.
e) Errada. A lei brasileira é diferente da tunisiana, pois a CRFB estabelece que “[o]s filhos, havi-
dos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação” (art. 227, § 6º).
Os tribunais brasileiros não podem admitir provas que a lei brasileira desconheça. Art.
13 da LINDB:
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
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Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
No Brasil, é irrelevante o fato de estar pendente ação no exterior com os mesmos elemen-
tos da demanda em curso. Veja o que diz o art. 24 do CPC:
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
O art. 24, parágrafo único, do CPC, estabelece que “[a] pendência de causa perante a juris-
dição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida
para produzir efeitos no Brasil”.
O art. 24, parágrafo único, do CPC, estabelece que “[a] pendência de causa perante a juris-
dição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida
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O art. 83, § 1º, do CPC, afasta a exigência da caução de processo em três hipóteses:
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GABARITO
1. C 38. E
2. E 39. C
3. C 40. E
4. d 41. C
5. c 42. E
6. E 43. d
7. C 44. E
8. E 45. C
9. E 46. C
10. E 47. E
11. E 48. C
12. E 49. E
13. C 50. e
14. E
15. C
16. E
17. d
18. E
19. C
20. E
21. C
22. E
23. E
24. C
25. E
26. E
27. e
28. C
29. E
30. e
31. E
32. E
33. E
34. E
35. E
36. C
37. C
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REFERÊNCIAS
DEL’OLMO, Florisbal de Souza. Curso de Direito Internacional Privado. 11ª. ed. rev. atual. e
ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado: incluindo no-
ções de direitos humanos e direito comunitário. 6ª. ed. ver. ampl. e atual. Salvador: Juspodi-
vm, 2014.
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direito Internacional Privado. São Paulo: Saraiva, 2018.
RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional Privado: teoria e prática. 16ª. ed. rev. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2013.
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