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DIREITO PROCESSUAL PENAL

PRISÕES. LIBERDADE PROVISÓRIA. CITAÇÕES

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisões. Liberdade Provisória. Citações
Carolina Carvalhal Leite Brito

Apresentação..................................................................................................................4
Prisões. Liberdade Provisória. Citações.. .........................................................................5
1. Prisão..........................................................................................................................5
1.1. Conceito.....................................................................................................................5
1.2. Espécies de Prisão....................................................................................................5
1.3. Mandado de Prisão. ...................................................................................................8
1.4. Prisão por Precatória. ...............................................................................................9
2. Prisão em Flagrante. ................................................................................................. 12
2.1. Conceito.................................................................................................................. 14
2.2. Flagrante Facultativo e Flagrante Obrigatório........................................................17
2.3. Exceções à Prisão em Flagrante.. ........................................................................... 18
2.4. O Flagrante nas Infrações de Menor Potencial Ofensivo.. ....................................... 18
2.5. Modalidades de Flagrante...................................................................................... 19
2.6. Prisão em Flagrante nas Várias Espécies de Crime............................................... 20
2.7. Procedimentos....................................................................................................... 21
2.8. Quais as Possibilidades do Juiz ao Receber os Autos de Prisão em Flagrante?.. .....23
3. Prisão Preventiva...................................................................................................... 27
3.1. Depois da Lei n. 13.964/2019 – Pacote Anticrime. . ..................................................29
4. Prisão Temporária (Lei n. 7.960/1989).. ................................................................... 30
5. Prisão Domiciliar.......................................................................................................32
6. Das Medidas Cautelares de Natureza Pessoal Diversas da Prisão.............................33
Questões de Concurso...................................................................................................43
Gabarito........................................................................................................................55

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Gabarito Comentado. .....................................................................................................56


Referências.................................................................................................................. 86

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Apresentação

E aí meu(minha) mimo(a)... sim, você é! Tudo bem com vocês? Á medida que vou fazendo
esse material para nossa aula, eu já penso como fazer para que você assimile e aprenda esse
conteúdo tão salutar para a prova que se aproxima. Minha maior satisfação, você já sabe né:
você com a sua carteirinha da Ordem.
A proposta dessa aula é sintetizar todo o conhecimento que vocês trazem da graduação,
revisar e direcionar para o exame da Ordem. Quero acrescentar ainda a minha insistência re-
petindo os artigos da Lei. A ideia é essa mesma: você vai ler, uma, duas, “ene” vezes e assim,
internalizar o espírito da lei. Assim, procuro, dentro do assunto, por vezes, repetir o artigo. Por
favor, não pule, leia-o, quantas vezes aparecer.
Lindinho(a), nós não vamos perder tempo com o que não é importante para a nossa prova.
A palavra de ordem é foco e objetividade! Isso é o que buscamos como meta!
Essa já será nossa sétima aula, vamos discorrer sobre prisões, liberdade provisória, ci-
tações. É muita lei seca e jurisprudência dos Tribunais Superiores também. Vamos nos con-
centrar, estudar a doutrina de forma bem didática, resolver e analisar todas as questões dos
últimos exames da OAB, aplicados pela banca FGV, separadas por assunto.
Muito importante verificar como nossos tribunais superiores tratam com o assunto, colo-
cando aqui suas decisões e interpretações majoritárias para você não perder nenhuma ques-
tão e dentro do possível, vamos transcrever a legislação pertinente, assim você ganha mais
tempo.
Dentro da necessidade e relevância dos assuntos, colocaremos mapas mentais, tabelas,
isso com o intuito de chamar sua atenção para aquilo que você não pode deixar de saber.
Ademais, temos nosso fórum de dúvidas e também me coloco a disposição para sanar
qualquer uma que venha a ter.
E aí, animado(a)? Mãos à obra!!!

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Prisões. Liberdade Provisória. Citações
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PRISÕES. LIBERDADE PROVISÓRIA. CITAÇÕES


1. Prisão
1.1. Conceito

A palavra “prisão” origina-se do latim prensione, que significa prender. No termo que mais
interessa ao direito processo penal, deve ser compreendida como a privação da liberdade de
locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude de flagrante
delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja em face de
transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei (CF, art. 5º,
LXI).

1.2. Espécies de Prisão


No ordenamento jurídico pátrio há, fundamentalmente, 3 (três) espécies de prisão:
a) prisão extrapenal (prisão civil e prisão militar);
b) prisão penal (prisão ou pena): é aquela que decorre de sentença condenatória com
trânsito em julgado (STF- ADC’s 43,54).
c) prisão cautelar, provisória, processual ou sem pena: tem como subespécies a prisão em
flagrante, a prisão preventiva e a prisão temporária.
a) PRISÃO EXTRAPENAL:
i) Prisão civil:
É aquela decretada para fins de compelir alguém ao cumprimento de um dever civil.
Atualmente, só se admite a prisão civil do devedor de alimentos, não sendo mais possível
a do depositário infiel.

Súmula Vinculante n. 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito.
Súmula n. 419, STJ: Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.

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ii) Prisão militar:


Prevista Código Penal Militar.
b) PRISÃO PENAL:
Só pode ser aplicada após um devido processo legal no qual tenham sido respeitados
todas as garantias e direitos do cidadão. Caracteriza-se pela definitividade.
c) PRISÃO CAUTELAR:

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado
o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-
digo Penal; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cum-
primento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

É aquela decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória como


objetivo de assegurar a eficácia das investigações ou do processo criminal.

O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o
cumprimento da pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção
de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. Assim, é proibida a chamada “execução
provisória da pena”. Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trân-
sito em julgado (antes do esgotamento de todos os recursos), no entanto, para isso, é
necessário que seja proferida uma decisão judicial individualmente fundamentada, na
qual o magistrado demonstre que estão presentes os requisitos para a prisão preventiva
previstos no art. 312 do CPP. Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito

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em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e não como execução provisória da


pena. STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019 (Info 958).

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamenta-
da da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de conde-
nação criminal transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada,
cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.403,
de 2011).
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições
relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

A doutrina majoritária aponta três espécies de prisão cautelar: prisão em flagrante, prisão
preventiva e prisão temporária.
1) Momento da prisão:
1.1) Inviolabilidade do domicílio:

Art. 283 (...) § 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as
restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Dispõe o art. 5º, XI, da CF, que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pene-
trar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial

Conceito de dia: durante o dia, é possível o ingresso em domicílio nas seguintes hipó-

teses: 1) com o consentimento do morador; 2) em caso de flagrante delito; 3) desastre; 3)

para prestar socorro; ou 4) mediante determinação judicial. Por outro lado, durante a noite, o

ingresso em domicílio só pode ocorrer nos seguintes casos: 1) com o consentimento do mo-

rador; 2) flagrante delito; 3) desastre; ou 4) para prestar socorro.

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante


delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinali-
zem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera intuição acerca de eventual
traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar abordagem policial, em via

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pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em
seu domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma.
REsp 1.574.681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).

1.2) Prisão e Emprego de Força

Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou
de tentativa de fuga do preso.

1.3. Mandado de Prisão

À exceção dos casos de flagrante delito, transgressão militar e crime propriamente militar,
a CF, em seu art. 5º, inciso LXI, demanda ordem escrita e fundamentada de autoridade judi-
ciária competente para que alguém seja preso. Por isso, não se pode fechar os olhos para a
importância do mandado de prisão, instrumento que materializa a ordem de prisão escrita e
fundamentada da autoridade judiciaria competente.

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

São requisitos do mandado de prisão:


(i) Ser lavrado pelo escrivão e assinado pelo juiz que determinou sua expedição;
(ii) Identificação da pessoa a ser presa por seu nome, alcunha ou sinais característicos
(não são necessários todos os dados referentes à qualificação da pessoa que tiver de ser
presa (art. 41-CPP);
(iii) Referência à infração penal que motivou a prisão;
(iv) Declaração do valor da fiança quando, tratando-se de infração afiançável, tenha sido
aquela arbitrada;

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(v) Destinação a quem tiver qualidade para executá-lo: é, em regra, a autoridade policial e
seus agentes, podendo ser também o oficial de justiça.

Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da
prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o
preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será
mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o
preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a
realização de audiência de custódia. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

1.4. Prisão por Precatória

Se o acusado estiver em território nacional, mas fora da jurisdição do juiz que ordenou a
prisão, esta será deprecada, devendo constar da carta precatória o inteiro teor do mandado.
Caso haja urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, caso
em que deverá constar o motivo da prisão, bem como valor da fiança, se arbitrada. Realizada
a prisão, o juiz processante deverá providenciar a remoção do preso, no prazo máximo de 30
dias, contados da efetivação da medida.

Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante,
será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual
deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a
autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta)
dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de
dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 12.403,
de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registra-
do no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expe-
diu. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Con-
selho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do

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mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro
do mandado na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual
providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo
que a decretou. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição
Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria
Pública. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre
a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se re-
fere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade lo-
cal, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em
tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pes-
soa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até
que fique esclarecida a dúvida.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-se
conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determi-
nada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios
necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hos-
pitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em
mulheres durante o período de puerpério imediato. (Redação dada pela Lei n. 13.434, de 2017)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em
alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obede-
cido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não
for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça,
arrombará as portas e efetuará a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à pre-
sença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que for
aplicável.

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DICA
Não constitui favorecimento pessoal (art. 348, CP) o fato de
alguém não permitir o ingresso, durante a noite, em seu do-
micílio, para cumprir um mandado de prisão, ainda que o pro-
curado esteja no seu interior. Trata-se de exercício regular de
direito, logo, fato lícito, porque garantido pela Constituição Fe-
deral

Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente,
quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:
I – os ministros de Estado;
II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação
dada pela Lei n. 3.181, de 11.6.1957)
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias
Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
(Redação dada pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
IX – os ministros do Tribunal de Contas;
X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos
da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. (Reda-
ção dada pela Lei n. 5.126, de 20.9.1966)
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhi-
mento em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela
distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubrida-
de do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico
adequados à existência humana. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela Lei n.
10.258, de 11.7.2001)
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. (Incluído
pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabeleci-
mentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.

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Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade poli-
cial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente
reproduzido o teor do mandado original.
Art. 298. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de co-
municação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para
averiguar a autenticidade desta. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definiti-
vamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais,
será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autori-
dades competentes. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

 Obs.: Deve haver a separação dos presos provisórios dos que já estiverem definitivamente
condenados.

DICA
A PRISÃO ESPECIAL não pode ser considerada uma moda-
lidade de prisão cautelar. Cuida-se, na verdade, de especial
forma de cumprimento da prisão cautelar. Só há se falar em
prisão especial quando o agente estiver sujeito à prisão antes
da condenação definitiva. Logo, com o transito em julgado,
cessa o direito a prisão especial.

2. Prisão em Flagrante

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem
quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração;

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IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir
ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar
a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre
a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei n. 11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará
recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos
do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade
que o seja.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse
caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a
apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em
flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
(Redação dada pela Lei n. 11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual res-
ponsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade la-
vrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediata-
mente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz compe-
tente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela au-
toridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de
suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer
o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e
pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato
delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo
apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão
em flagrante.

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Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do
art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da prisão; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia
no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ile-
galidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Flagrância – flaglare: significa que está ardendo, em chamas. A Constituição Federal re-
conhece que o Estado não se faz presente em todas as circunstâncias e fatos da vida social,
de modo que permite a prisão em flagrante independentemente de autorização judicial, em
virtude justamente do estado de flagrância.

2.1. Conceito

É uma medida de autodefesa da sociedade, caracterizada pela privação da liberdade de


locomoção daquele que é surpreendido em situação de flagrância (art. 302, CPP), a ser exe-
cutada independentemente de prévia autorização judicial
São funções da prisão em flagrante:
a) evitar a fuga do infrator;

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b) auxiliar na colheita de elementos informativos;


c) impedir a consumação do delito, no caso em que a infração está sendo praticada (CPP,
art. 302, inciso I), ou de seu exaurimento, nas demais situações (CPP, art. 302, incisos II, III e IV);
d) preservar a integridade física do preso, diante da comoção que alguns crimes provo-
cam na população, evitando-se, assim, possível linchamento.

Depois da Lei n. 13.964/2019 (Pacote anticrime)


Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação cri-
minal transitada em julgado.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso,
em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização
de audiência de custódia.”
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas
após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado,
seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das
condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal) (legítima defesa), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo (24 horas após recebimento do auto de prisão em flagrante)
responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo,
a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da
prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decreta-
ção de prisão preventiva. (NR)

Nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade 6298, 6299, 6300 e 6305 o ministro Luiz Fux con-
cedeu Medida Cautelar para suspender a eficácia do art. 310, §4 do Código de Processo Penal
310, §4º (Inconstitucionalidade material):

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“(...) A ilegalidade da prisão como consequência jurídica para a não realização da audiência
de custódia no prazo de 24 horas fere a razoabilidade, uma vez que desconsidera dificuldades
práticas locais de várias regiões do país, bem como dificuldades logísticas decorrentes de
operações policiais de considerável porte. A categoria aberta “motivação idônea”, que excep-
ciona a ilegalidade da prisão, é demasiadamente abstrata e não fornece baliza interpretativa
segura para aplicação do dispositivo

Audiência de custódia consiste no direito que a pessoa presa em flagrante possui de


ser conduzida (levada), sem demora, à presença de uma autoridade judicial (magis-
trado) que irá analisar se os direitos fundamentais dessa pessoa foram respeitados
(ex: se não houve tortura), se a prisão em flagrante foi legal e se a prisão cautelar deve
ser decretada ou se o preso poderá receber a liberdade provisória ou medida cautelar
diversa da prisão. A audiência de custódia é prevista na Convenção Americana de Direi-
tos Humanos (CADH), que ficou conhecida como “Pacto de San Jose da Costa Rica”,
promulgada no Brasil pelo Decreto 678/92 e ainda não regulamentada em lei no Brasil.
Diante dessa situação, o TJSP editou o Provimento Conjunto n. 03/2015 regulamen-
tando a audiência de custódia no âmbito daquele Tribunal. O STF entendeu que esse
Provimento é constitucional porque não inovou na ordem jurídica, mas apenas explici-
tou conteúdo normativo já existente em diversas normas da CADH e do CPP. Por fim, o
STF afirmou que não há que se falar em violação ao princípio da separação dos poderes
porque não foi o Provimento Conjunto que criou obrigações para os delegados de polí-
cia, mas sim a citada convenção e o CPP. STF. Plenário. ADI 5240/SP, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 20/8/2015 (Info 795).
A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante
sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o indi-
víduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia. STF. 1ª Turma.
HC 157.306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018 (Info 917).
A audiência de custódia, no caso de mandado de prisão preventiva cumprido fora do
âmbito territorial da jurisdição do Juízo que a determinou, deve ser efetivada por meio
da condução do preso à autoridade judicial competente na localidade em que ocorreu a

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prisão. Não se admite, por ausência de previsão legal, a sua realização por meio de vide-
oconferência, ainda que pelo Juízo que decretou a custódia cautelar. STJ. 3ª Seção. CC
168.522-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/12/2019 (Info 663).

2.2. Flagrante Facultativo e Flagrante Obrigatório

a) Flagrante facultativo: quando qualquer pessoa do povo prende alguém em flagrante,


está agindo sob a excludente de ilicitude exercício regular de direito (art. 23, III, CP);
b) Flagrante obrigatório: quando a prisão for realizada por policial, trata-se de estrito
cumprimento de dever legal (art. 23, III, CP).

Flagrante Obrigatório ou coercitivo Flagrante Facultativo


É o das autoridades policiais. É denominado de obriga- É aquele efetuado por qualquer pessoa do povo.
tório pelo fato de que as autoridades policiais funcio- Trata-se de uma faculdade, e não um dever imposto.
nam como garantes (art. 13, §2º do CP) e dessa forma,
tem por lei a obrigação de realizar o flagrante.

É aquele imposto às autoridades policiais e seus agen- É aquele realizado por qualquer pessoa do povo,
tes. Trata-se de estrito cumprimento de um dever legal. que não está obrigado a efetivá-lo. Trata-se de
exercício regular de um direito.

Art. 301
• Espécie de flagrante
• Excludente de ilicitude
• Infração em tese
• Qualquer do povo PODERÁ
• FACULTATIVO
• Exercício regular do direito
• Constrangimento ilegal
• As autoridades policiais e seus agentes DEVERÃO
• OBRIGATÓRIO
• Estrito cumprimento do dever legal
• Abuso de autoridade

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2.3. Exceções à Prisão em Flagrante

Há pessoas que, em razão do cargo ou da função exercida, não podem ser presas em fla-
grante ou somente em hipóteses previstas. São exemplos:
a) Diplomatas: não podem ser presos em flagrante, por força de convenção internacional,
assegurando-lhes imunidade.
b) Parlamentares federais e estaduais: somente podem ser detidos em flagrante de crime
inafiançável, e ainda assim devem, logo após a lavratura do auto, ser imediatamente encami-
nhados à sua respectiva Casa Legislativa.
c) Magistrados e membros do Ministério Público: somente podem ser presos em flagran-
te de crime inafiançável, sendo que, após a lavratura do auto, devem ser apresentados, res-
pectivamente, ao Presidente do Tribunal ou ao Procurador Geral de Justiça ou da República,
conforme o caso.
d) Presidente da República: nos termos do art. 86, § 3º, da CF, “enquanto não sobrevier
sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito
a prisão”.

2.4. O Flagrante nas Infrações de Menor Potencial Ofensivo

Nos termos do art. 61 da Lei n. 9.099/1995, “consideram-se infrações de menor potencial


ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa”.
Nesse sentido, dispõe o art. 69, parágrafo único, que “ao autor do fato que, após a lavratu-
ra do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança”.
Assim, em caso de flagrância de infração considerada como de menor potencial ofensivo,
será o acusado capturado e apresentado ao Delegado de Polícia. Concordando ele em compa-
recer ao juizado especial criminal quando encaminhado pela autoridade policial ou assumindo
o compromisso de fazê-lo, não será lavrado o auto de prisão em flagrante, mas tão somente o
termo circunstanciado correspondente à infração cometida, podendo ser liberado incontinenti.

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Por outro lado, caso o acusado se recuse ao comparecimento imediato ao Juizado ou a


subscrever o termo de compromisso de comparecer à sua sede quando determinado, deverá
a autoridade policial proceder normalmente à lavratura do auto de prisão em flagrante e de-
mais formalidades do art. 304 e seguintes do CPP.

2.5. Modalidades de Flagrante

a) Flagrante Próprio (real, propriamente dito, perfeito ou verdadeiro) – Art. 302, I e II, CPP:
caracteriza-se quando o agente está cometendo a infração penal ou acabou de cometê-la. A
expressão “acaba de cometê-la” deve ser interpretada de modo restritivo, no sentido de não
haver qualquer intervalo de tempo.
b) Flagrante Impróprio (irreal, quase flagrante) – Art. 302, III, CPP: ocorre quando o agen-
te é perseguido logo após cometer a infração penal, em situação que faça presumir ser ele o
autor do ilícito. Exige a conjugação de 3 fatores:
(i) perseguição (requisito de atividade);
(ii) logo após o cometimento da infração penal (requisito temporal);
(iii) situação que faça presumir a autoria (requisito circunstancial).
d) Flagrante Preparado (provocado, delito de ensaio, delito putativo, imaginado por obra
do agente provocador): ocorre quando alguém, de forma ardilosa, instiga o agente à prática
do delito com o objetivo de prendê-lo em flagrante, ao mesmo tempo em que adota todas as
providências para que o delito não se consume

Súmula n. 145, STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia toma
impossível a sua consumação.

e) Flagrante esperado: não há agente provocado. Nesse caso, chega à polícia a notícia de
que um crime será, em breve, cometido. Trata-se de uma hipótese viável de autorizar a prisão
em flagrante e a constituição válida do crime.
f) Flagrante Forjado: trata-se de um flagrante artificial, pois é integralmente composto por
terceiros. É fato atípico, já que a pessoa presa jamais pensou ou agiu para praticar a infração

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penal. Ex.: alguém coloca no veículo de outrem certa porção de entorpecente, para, abordan-
do-o depois, dar-lhe voz de prisão em flagrante por transportar ou trazer consigo a droga.
g) Flagrante postergado, diferido, retardado, estratégico, ação controlada: é a possibili-
dade que a polícia possui de retardar a realização da prisão em flagrante, para obter maiores
dados e informações a respeito do funcionamento, componentes e atuação de uma organi-
zação criminosa.

2.6. Prisão em Flagrante nas Várias Espécies de Crime

I – Prisão em Flagrante em Crime Permanente

Crimes permanentes são aqueles, cuja consumação, pela natureza do bem jurídico ofen-
dido, ocorre em uma única ação, mas o resultado se prolonga no tempo. Neste caso, é possí-
vel a prisão em flagrante do agente durante todo o período da permanência, conforme o art.
303 do CPP.

II – Prisão em Flagrante nos Crimes Habituais

É aquele que demanda a prática reiterada de determinada conduta, por ex. exercício ilegal
da medicina. Não se confunde com habitualidade criminosa.
Há divergência se pode ou não haver, parte da doutrina não admite, sob o fundamento
de que tal delito só se aperfeiçoa com a reiteração da conduta e outra parte entende que
pode haver, vez que a possibilidade de efetivação da prisão em flagrante em crimes habitu-
ais deve estar diretamente ligada à comprovação do ato, da reiteração da prática delituosa
pelo agente.

III – Prisão em Flagrante nos Crimes de Ação Penal Pública Condicionada e


de Ação Penal Privada

Afigura-se possível a prisão em flagrante diante da prática de crimes de ação penal pública
condicionada ou de ação penal privada. Nesse caso, considerando que o auto de prisão em
flagrante constitui-se em uma das formas de início de inquérito policial e tendo em vista que,

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nos crimes de ação penal pública condicionada e de ação penal privada, o inquérito não pode
ser iniciado sem a manifestação do ofendido ou seu representante (art. 5º, §§ 4º e 5º, do CPP),
para a validade do flagrante, será necessário que referidas manifestações de vontade instruam
o auto de prisão, devendo, pois, a ele ser acostadas como condição para a homologação.

2.7. Procedimentos

Realizada a apresentação do preso, incumbirá à autoridade que presidir o auto de prisão,


conforme previsto no CPP:

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre
a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto.(Redação dada pela Lei n. 11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará
recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos
do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade
que o seja.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse
caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a
apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em
flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
(Redação dada pela Lei n. 11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência
de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.(Incluído pela Lei n. 13.257,
de 2016)
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediata-
mente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz compe-
tente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública.(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela au-
toridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.(Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).

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 Obs.: *Testemunhas da infração, devem ser no mínimo 2. Nesse sentido, o entendimento


dominante é o de que não vicia o auto de prisão em flagrante o fato de que esteja
fundamentado apenas nos testemunhos dos policiais que participaram da prisão do
agente, considerando-se estes idôneos para este fim, mesmo porque sujeitos a pos-
terior ratificação em juízo;
 *Interrogatório do preso, que poderá manter-se em silêncio, nos termos do art. 5º,
LXIII, da CF;
 *Encaminhamento do auto de prisão em flagrante ao juiz, em até 24 horas após a
realização da prisão e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública.
 *Audiência de custódia: após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
de até 24 horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de cus-
tódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defenso-
ria Pública e o membro do Ministério Público.

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o
preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a
realização de audiência de custódia.(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:(Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do
art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da prisão; o(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia
no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ile-
galidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

A audiência de custódia consiste no direito que a pessoa presa em flagrante possui de ser
conduzida sem demora, à presença de uma autoridade judicial (magistrado) que irá analisar
se os direitos fundamentais dessa pessoa foram respeitados (ex.: se não houve tortura), se a
prisão em flagrante foi legal ou se deve ser relaxada e se a prisão cautelar ser decretada, ou
se o preso poderá receber a liberdade provisória ou medida cautelar diversa da prisão.

2.8. Quais as Possibilidades do Juiz ao Receber os Autos de Prisão em


Flagrante?

Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 horas após a
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acu-
sado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente, escolher uma das seguintes
hipóteses:
1) Relaxamento da prisão em flagrante ilegal: Análise da legalidade da medida constritiva,
ocasião em que o agente será imediatamente solto. o juiz observará:
(i) se o auto de prisão em flagrante noticia a prática de infração penal;
(ii) se o agente capturado estava em uma das situações legais que autoriza o flagrante
(art. 302 do CPP);
(iii) se foram observadas as formalidades estabelecidas pela CF e pelo CPP, analisando se
o auto está formalmente em ordem;
(iv) se o uso de algemas foi feito nos termos preconizados pela Súmula Vinculante n. 11
do STF.

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Vale frisar, contudo, que o relaxamento da prisão em flagrante não impede a decretação
da prisão preventiva e/ou temporária, nem a decretação das medidas cautelares diversas da
prisão, desde que presentes seus requisitos legais.
Ademais, verificando o magistrado a presença de ordem ou execução de medida privativa
de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder, também deve
encaminhar ao órgão do MP as peças comprobatórias da ilegalidade, a fim de promover a
responsabilização criminal do funcionário, nos termos da Lei de Abuso de Autoridade (Lei
13.869/2019).

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses


legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável,
deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória,
quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando

2) Conversão da prisão em flagrante em preventiva (ou temporária), verificada a legalida-


de da prisão em flagrante, o juiz poderá, fundamentadamente, converter a prisão, desde que:

Art. 310 (...) I - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cau-
telares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

(i) Estejam presentes os fundamentos da prisão preventiva: ou seja:


• A garantia da ordem pública;
• A garantia da ordem econômica;
• A conveniência da instrução criminal;
• A segurança da aplicação da lei penal;
• Indícios de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.

(ii) Revelem-se inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;

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(iii) Trate-se de hipótese legal que autoriza a prisão preventiva, dentre as estipuladas no
art. 313 do CPP:

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado
o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-
digo Penal; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cum-
primento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

 Obs.: Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação
de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou
da apresentação ou recebimento de denúncia.
 Em que pese o art. 310, II, do CPP, fazer menção apenas a prisão preventiva, revela-se
possível a conversão em temporária (Lei n. 7.960/1989), desde que haja requerimento
do MP ou representação da Autoridade policial nesse sentido.
 A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas
constantes dos autos ter o agente praticado o fato em hipóteses de exclusão de ilici-
tude (incisos I, II e III, do art. 23, do CP):
 a) Estado de necessidade;
 b) Legítima defesa;
 c) Estrito cumprimento de dever legal;
 d) Exercício regular de direito.

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3) Concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada (ou não) com as me-
didas cautelares diversas da prisão.
Com a nova redação do art. 310, inc. III, do CPP, põe fim a decisões onde o juiz apenas
analisava a legalidade da medida constritiva e agora deve observar a necessidade de manu-
tenção do cárcere. Deve sempre fundamentar, com elementos concretos existentes nos autos

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos ca-
sos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403,
de 2011).
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do
indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no
curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento
do Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o
pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo
de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo
os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados
em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional.
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requeri-
mento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor
outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo
único do art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la
quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por
outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por
outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do
caso concreto, de forma individualizada. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
justificar atividades; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacio-
nadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco
de novas infrações; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacio-
nadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária
para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acu-
sado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financei-
ra quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal)
e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (In-
cluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser
cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

3. Prisão Preventiva
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá
indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação
da medida adotada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidên-
cia no caso; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos de-
terminantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamen-
te decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a neces-
sidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício,
sob pena de tornar a prisão ilegal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente,

mediante representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, do que-

relante ou do assistente, em qualquer fase das investigações ou do processo criminal ( nessa

hipótese, pode ser de ofício pelo juiz), sempre respeitando os requisitos do art. 313 e os mo-

tivos listados no art. 312 e se mostrem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares

diversas da prisão do art. 319, CPP.

A reforma legislativa operada pelo chamado “Pacote Anticrime” (Lei n. 13.964/2019)


introduziu a revisão periódica dos fundamentos da prisão preventiva, por meio da inclu-
são do parágrafo único ao art. 316 do CPP. A redação atual prevê que o órgão emissor da
decisão deverá revisar a necessidade de sua manutenção a cada noventa dias, mediante
decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar ilegal a prisão preventiva: Art. 316
(...) Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. Assim, a prisão preventiva é
decretada sem prazo determinado. Contudo, o CPP agora prevê que o juízo que decre-
tou a prisão preventiva deverá, a cada 90 dias, proferir uma nova decisão analisando se
ainda está presente a necessidade da medida. Isso significa que a manutenção da prisão
preventiva exige a demonstração de fatos concretos e atuais que a justifiquem. A exis-
tência desse substrato empírico mínimo, apto a lastrear a medida extrema, deverá ser
regularmente apreciado por meio de decisão fundamentada. A esse respeito, importante
mencionar também o § 2º do art. 312 do CPP, inserido pelo Pacote Anticrime: “A decisão

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que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo
e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.” STF. 2ª Turma. HC 179859 AgR/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 3/3/2020 (Info 968).

3.1. Depois da Lei n. 13.964/2019 – Pacote Anticrime

A prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do


processo penal.
A requerimento do ministério público, do querelante ou do assistente, ou por representa-
ção da autoridade policial – de ofício o juiz apenas pode revogar ou substituir, vedada a sua
decretação.
Não será admitida a decretação com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena
ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento
de denúncia.
Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz de-
verá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem eco-
nômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado
de liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer
das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de
perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado
o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-
digo Penal; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cum-
primento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Não existe um prazo determinado de duração para a prisão preventiva, sendo que, em regra,
ela deve perdurar até quando seja necessária, durante o curso do processo, não podendo, é lógi-
co, ultrapassar eventual decisão absolutória ou o trânsito em julgado de decisão condenatória.

4. Prisão Temporária (Lei n. 7.960/1989)

Trata-se de espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz apenas durante a fase prelimi-
nar de investigação, com prazo preestabelecido de duração, quando a privação da liberdade
de locomoção do indivíduo for indispensável para a obtenção de elementos de informação
quanto à autoria e materialidade das infrações penais mencionadas no art. 1º, inciso III, da
Lei n. 7.960/1989.
É necessário a presença do fumus commissi delicti (inciso III), somado ao periculum li-
bertatis (inciso I ou II).

Art. 1º Caberá prisão temporária:


I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclare-
cimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal,
de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);

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d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);


e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide De-
creto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); (Vide Decre-
to-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte
(art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956), em qualquer de sua formas
típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016)
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade poli-
cial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.
§ 1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Minis-
tério Público.
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro
do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do
requerimento.
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar
que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e
submetê-lo a exame de corpo de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais
será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão temporária
estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. (Incluído
pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5º da
Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em
liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia
deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação
da prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)

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§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão tempo-


rária. (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais
detentos.

5. Prisão Domiciliar

Levando-se em consideração certas situações especiais de natureza humanitária, a


substituição da prisão preventiva pela domiciliar visa tornar menos desumana a segrega-
ção cautelar.
Nada diz a lei quanto a natureza do crime, pode ser aplicado a qualquer espécie de infra-
ção penal, tenha ou não natureza hedionda, conforme entende Renato Brasileiro, desde que
preenchidos os requisitos alternativos dos incisos do art. 318, CPP.

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência,
só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com
deficiência; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei n. 13.257,
de 2016)
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste
artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018).
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.769,
de 2018).
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído pela Lei n. 13.769,
de 2018).
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da
aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela
Lei n. 13.769, de 2018).

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O art. 318, II, do CPP é chamado de prisão domiciliar humanitária. Em um caso concreto,
o STF entendeu que deveria conceder prisão humanitária ao réu tendo em vista o alto
risco de saúde, a grande possibilidade de desenvolver infecções no cárcere e a impos-
sibilidade de tratamento médico adequado na unidade prisional ou em estabelecimento
hospitalar — tudo demostrado satisfatoriamente no laudo pericial. Considerou-se que
a concessão da medida era necessária para preservar a integridade física e moral do
paciente, em respeito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF). STF. 2ª Turma.
HC 153961/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/3/2018 (Info 895).
Não é cabível a substituição da prisão preventiva pela domiciliar quando o crime é prati-
cado na própria residência da agente, onde convive com filhos menores de 12 anos. STJ.
5ª Turma. HC 457.507/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/09/2018.
STJ. 6ª Turma. HC 441.781-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/06/2018 (Info 629)
Não é possível a concessão de prisão domiciliar para condenada gestante ou que seja
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência se já houver sentença
condenatória transitada em julgado e ela não preencher os requisitos do art. 117 da LEP.
STF. 1ª Turma. HC 177164/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/2/2020 (Info 967).

6. Das Medidas Cautelares de Natureza Pessoal Diversas da Prisão


Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar
e justificar atividades
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacio-
nadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco
de novas infrações
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relaciona-
das ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária
para a investigação ou instrução.
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acu-
sado tenha residência e trabalho fixos.
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financei-
ra quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais.
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal)
e houver risco de reiteração.

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VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (In-
cluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser
cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarrega-
das de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entre-
gar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Da Citação

A citação é um dos mais importantes atos de comunicação processual, vez que dá co-
nhecimento ao acusado do recebimento de uma denúncia ou queixa em face de sua pessoa,
chamando-o para se defender.
Tamanha é sua importância que o próprio CPP, em seu art. 564, III, “e”, estabelece que sua
falta configura nulidade absoluta, a qual poderá ser arguida mesmo após o trânsito em julga-
do de sentença condenatória ou absolutória imprópria.

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdi-
ção do juiz que a houver ordenado.
Art. 352. O mandado de citação indicará:
I – o nome do juiz;
II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;
IV – a residência do réu, se for conhecida;
V – o fim para que é feita a citação;
VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado me-
diante precatória.
Art. 354. A precatória indicará:
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II – a sede da jurisdição de um e de outro;
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

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Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de
lançado o “cumpra-se” e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.
§ 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remete-
rá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a
citação.
§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será
imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art.
354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação
expedidora mencionará.
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e
hora da citação;
II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa.
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será noti-
ficado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a
ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á
nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o dis-
posto nos arts. 394 e seguintes deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 365. O edital de citação indicará:
I – o nome do juiz que a determinar;
II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residên-
cia e profissão, se constarem do processo;
III – o fim para que é feita a citação;
IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;

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V – o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua
afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado
pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a pu-
blicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal
com a data da publicação.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão sus-
pensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção anteci-
pada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente
para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de resi-
dência, não comunicar o novo endereço ao juízo. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória,
suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei
n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas me-
diante carta rogatória. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)

Súmula n. 366, STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal,
embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
Súmula n. 351, STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da fede-
ração em que o juiz exerce a sua jurisdição.
Súmula n. 455, STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com
base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando uni-
camente o mero decurso do tempo.

Jurisprudência em Teses - STJ

EDIÇÃO N. 32: PRISÃO PREVENTIVA:


1) A fuga do distrito da culpa é fundamentação idônea a justificar o decreto da custódia
preventiva para a conveniência da instrução criminal e como garantia da aplicação da
lei penal.
2) As condições pessoais favoráveis não garantem a revogação da prisão preventiva
quando há nos autos elementos hábeis a recomendar a manutenção da custódia.

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3) A substituição da prisão preventiva pela domiciliar exige comprovação de doença


grave, que acarrete extrema debilidade, e a impossibilidade de se prestar a devida assis-
tência médica no estabelecimento penal.
4) A prisão preventiva poderá ser substituída pela domiciliar quando o agente for com-
provadamente imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 (seis) anos
de idade ou com deficiência.
5) As medidas cautelares diversas da prisão, ainda que mais benéficas, implicam em
restrições de direitos individuais, sendo necessária fundamentação para sua imposição.
6) A citação por edital do acusado não constitui fundamento idôneo para a decretação
da prisão preventiva, uma vez que a sua não localização não gera presunção de fuga.
7) A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente prevista
ou imposta na sentença condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal, por
força do princípio da homogeneidade.
8) Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão que
a decreta.
9) A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção social
não constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva.
10) A prisão preventiva pode ser decretada em crimes que envolvam violência doméstica
e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiên-
cia, para o fim de garantir a execução das medidas protetivas de urgência.
11) A prisão cautelar deve ser fundamentada em elementos concretos que justifiquem,
efetivamente, sua necessidade.
12) A prisão cautelar pode ser decretada para garantia da ordem pública potencialmente
ofendida, especialmente nos casos de: reiteração delitiva, participação em organiza-
ções criminosas, gravidade em concreto da conduta, periculosidade social do agente, ou
pelas circunstâncias em que praticado o delito (modus operandi).
13) Não pode o tribunal de segundo grau, em sede de habeas corpus, inovar ou suprir a
falta de fundamentação da decisão de prisão preventiva do juízo singular.
14) Inquéritos policiais e processos em andamento, embora não tenham o condão
de exasperar a pena-base no momento da dosimetria da pena, são elementos aptos
a demonstrar eventual reiteração delitiva, fundamento suficiente para a decretação da
prisão preventiva.

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15) A segregação cautelar é medida excepcional, mesmo no tocante aos crimes de trá-
fico de entorpecente e associação para o tráfico, e o decreto de prisão processual exige
a especificação de que a custódia atende a pelo menos um dos requisitos do art. 312 do
Código de Processo Penal.
EDIÇÃO N. 120: DA PRISÃO EM FLAGRANTE
1) Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação. (Súmula n. 145/STF)
2) O tipo penal descrito no art. 33 da Lei n. 11.343/2006 é de ação múltipla e de natureza
permanente, razão pela qual a prática criminosa se consuma, por exemplo, a depender
do caso concreto, nas condutas de “ter em depósito”, “guardar”, “transportar” e “trazer
consigo”, antes mesmo da atuação provocadora da polícia, o que afasta a tese defensiva
de flagrante preparado.
3) No flagrante esperado, a polícia tem notícias de que uma infração penal será come-
tida e passa a monitorar a atividade do agente de forma a aguardar o melhor momento
para executar a prisão, não havendo que se falar em ilegalidade do flagrante.
4) No tocante ao flagrante retardado ou à ação controlada, a ausência de autorização
judicial não tem o condão de tornar ilegal a prisão em flagrante postergado, vez que o
instituto visa a proteger o trabalho investigativo, afastando a eventual responsabilidade
criminal ou administrava por parte do agente policial.
5) Para a lavratura do auto de prisão em flagrante é despicienda a elaboração do laudo
toxicológico definitivo, o que se depreende da leitura do art. 50, §1º, da Lei n. 11.343/2006,
segundo o qual é suficiente para tanto a confecção do laudo de constatação da natureza
e da quantidade da droga.
6) Eventual nulidade no auto de prisão em flagrante devido à ausência de assistência por
advogado somente se verifica caso não seja oportunizado ao conduzido o direito de ser
assistido por defensor técnico, sendo suficiente a lembrança, pela autoridade policial,
dos direitos do preso previstos no art. 5º, LXIII, da Constituição Federal.
7) Uma vez decretada a prisão preventiva, fica superada a tese de excesso de prazo na
comunicação do flagrante.
8) Realizada a conversão da prisão em flagrante em preventiva, fica superada a alegação
de nulidade porventura existente em relação à ausência de audiência de custódia.

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9) Não há nulidade da audiência de custódia por suposta violação da Súmula Vinculante


n. 11 do STF, quando devidamente justificada a necessidade do uso de algemas pelo
segregado.
10) Não há nulidade na hipótese em que o magistrado, de ofício, sem prévia provocação da
autoridade policial ou do órgão ministerial, converte a prisão em flagrante em preventiva,
quando presentes os requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal - CPP.
11) Com a superveniência de decretação da prisão preventiva ficam prejudicadas as ale-
gações de ilegalidade da segregação em flagrante, tendo em vista a formação de novo
título ensejador da custódia cautelar.
EDIÇÃO N. 75: TRIBUNAL DO JÚRI - I
1) O ciúme, sem outras circunstâncias, não caracteriza motivo torpe.
2) Cabe ao Tribunal do Júri decidir se o homicídio foi motivado por ciúmes, assim como
analisar se referido sentimento, no caso concreto, qualifica o crime.
3) Na fase de pronúncia, cabe ao Tribunal do Júri a resolução de dúvidas quanto à apli-
cabilidade de excludente de ilicitude.
4) A exclusão de qualificadora constante na pronúncia só pode ocorrer quando manifes-
tamente improcedente e descabida, sob pena de usurpação da competência do Tribunal
do Júri.
5) A complementação do número regulamentar mínimo de 15 (quinze) jurados por
suplentes de outro plenário do mesmo Tribunal do Júri, por si só, não enseja nulidade do
julgamento.
6) Viola o princípio da soberania dos veredictos a anulação parcial de decisão proferida
pelo Conselho de Sentença acerca da qualificadora sem a submissão do réu a novo Júri.
7) A ausência do oferecimento das alegações finais em processos de competência do
Tribunal do Júri não acarreta nulidade, uma vez que a decisão de pronúncia encerra juízo
provisório acerca da culpa.
8) A simples leitura da pronúncia no Plenário do Júri não leva à nulidade do julgamento,
que somente ocorre se a referência for utilizada como argumento de autoridade que
beneficie ou prejudique o acusado.
9) Na intimação pessoal do réu acerca de sentença de pronúncia ou condenatória do
Júri, a ausência de apresentação do termo de recurso ou a não indagação sobre sua
intenção de recorrer não gera nulidade do ato.

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10) A sentença de pronúncia deve limitar-se à indicação da materialidade do delito e aos


indícios de autoria para evitar nulidade por excesso de linguagem e para não influenciar
o ânimo do Conselho de Sentença.
11) É possível rasurar trecho ínfimo da sentença de pronúncia para afastar eventual nuli-
dade decorrente de excesso de linguagem.
12) Reconhecida a nulidade da pronúncia por excesso de linguagem, outra decisão deve
ser proferida, visto que o simples envelopamento e desentranhamento da peça viciada
não é suficiente.
13) A competência para o processo e julgamento do latrocínio é do juiz singular e não do
Tribunal do Júri (Súmula n. 603/STF).
14) Compete ao Tribunal do Júri decretar, motivadamente, como efeito da condenação,
a perda do cargo ou função pública, inclusive de militar quando o fato não tiver relação
com o exercício da atividade na caserna.
15) A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime. (Súmula n. 191/STJ)
EDIÇÃO N. 78: TRIBUNAL DO JÚRI – II
1) O emprego de algemas deve ser medida excepcional e a utilização delas em plenário
de júri depende de motivada decisão judicial, sob pena de configurar constrangimento
ilegal e de anular a sessão de julgamento. (VIDE SÚMULA VINCULANTE N. 11)
2) Compete às instâncias ordinárias, com base no cotejo fático carreado aos autos,
absolver, pronunciar, desclassificar ou impronunciar o réu, sendo vedado em sede de
recurso especial o revolvimento do acervo fático-probatório - Súmula n. 7/STJ.
3) As nulidades existentes na decisão de pronúncia devem ser arguidas no momento
oportuno e por meio do recurso próprio, sob pena de preclusão.
4) A leitura em plenário do júri dos antecedentes criminais do réu não se enquadra nos
casos apresentados pelo art. 478, incisos I e II, do Código de Processo Penal, inexistindo
óbice à sua menção por quaisquer das partes.
5) O exame de controvérsia acerca do elemento subjetivo do delito é reservado ao Tribu-
nal do Júri, juiz natural da causa.
6) É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri
sem audiência da defesa (Súmula n. 712/STF).

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7) Eventuais nulidades ocorridas em Plenário do Júri, decorrentes de impedimento ou


suspeição de jurados, devem ser arguidas no momento oportuno, sob pena de preclusão.
8) É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório (Súmula
n. 156/STF).
9) Após as modificações no rito do Tribunal do Júri introduzidas pela Lei n. 11.689/2008,
o quesito genérico de absolvição (art. 483, III, do CPP) não pode ser tido como contradi-
tório em relação ao reconhecimento da autoria e da materialidade do crime.
10) Possíveis irregularidades na quesitação devem ser arguidas após a leitura dos que-
sitos e a explicação dos critérios pelo Juiz presidente, sob pena de preclusão (art. 571,
inciso VIII, do CPP).
11) É nulo o julgamento quando os quesitos forem apresentados com má redação ou
quando forem formulados de modo complexo, a ponto de causarem perplexidade ou de
dificultarem o entendimento dos jurados.
12) O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos
da sua interposição. (Súmula n. 713/STF).
13) Não viola o princípio da soberania dos vereditos a cassação da decisão do Tribunal
do Júri manifestamente contrária à prova dos autos.
14) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a desconstituição da deci-
são por meio de revisão criminal.

EDIÇÃO N. 117: INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - I


1) A alteração da competência não torna inválida a decisão acerca da interceptação tele-
fônica determinada por juízo inicialmente competente para o processamento do feito.
2) É admissível a utilização da técnica de fundamentação per relationem para a prorro-
gação de interceptação telefônica quando mantidos os pressupostos que autorizaram a
decretação da medida originária.
3) O art. 6º da Lei n. 9.296/1996 não restringe à polícia civil a atribuição para a execução
de interceptação telefônica ordenada judicialmente.
4) É possível a determinação de interceptações telefônicas com base em denúncia anô-
nima, desde que corroborada por outros elementos que confirmem a necessidade da
medida excepcional.

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5) A interceptação telefônica só será deferida quando não houver outros meios de prova
disponíveis à época na qual a medida invasiva foi requerida, sendo ônus da defesa
demonstrar violação ao disposto no art. 2º, inciso II, da Lei n. 9. 296/1996.
6) É legítima a prova obtida por meio de interceptação telefônica para apuração de delito
punido com detenção, se conexo com outro crime apenado com reclusão.
7) A garantia do sigilo das comunicações entre advogado e cliente não confere imunidade
para a prática de crimes no exercício da advocacia, sendo lícita a colheita de provas em
interceptação telefônica devidamente autorizada e motivada pela autoridade judicial.
8) É desnecessária a realização de perícia para a identificação de voz captada nas inter-
ceptações telefônicas, salvo quando houver dúvida plausível que justifique a medida.
9) Não há necessidade de degravação dos diálogos objeto de interceptação telefônica,
em sua integralidade, visto que a Lei n. 9.296/1996 não faz qualquer exigência nesse
sentido.
10) Em razão da ausência de previsão na Lei n. 9.296/1996, é desnecessário que as
degravações das escutas sejam feitas por peritos oficiais.

Vamos exercitar?

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/OAB/2020) Durante escuta telefônica devidamente deferida para investi-
gar organização criminosa destinada ao contrabando de armas, policiais obtiveram a infor-
mação de que Marcelo receberia, naquele dia, grande quantidade de armamento, que seria
depois repassada a Daniel, chefe de sua facção. Diante dessa informação, os policiais se diri-
giram até o local combinado. Após informarem o fato à autoridade policial, que o comunicou
ao juízo competente, eles acompanharam o recebimento do armamento por Marcelo, optando
por não o prender naquele momento, pois aguardariam que ele se encontrasse com o chefe
da sua organização para, então, prendê-los. De posse do armamento, Marcelo se dirigiu ao
encontro de Daniel e lhe repassou as armas contrabandeadas, quando, então, ambos foram
surpreendidos e presos em flagrante pelos policiais que monitoravam a operação. Encami-
nhados para a Delegacia, os presos entraram em contato com um advogado para esclareci-
mentos sobre a validade das prisões ocorridas.
Com base nos fatos acima narrados, o advogado deverá esclarecer aos seus clientes que a
prisão em flagrante efetuada pelos policiais foi
a) ilegal, por se tratar de flagrante esperado.
b) legal, restando configurado o flagrante preparado.
c) legal, tratando-se de flagrante retardado.
d) ilegal, pois a conduta dos policiais dependeria de prévia autorização judicial.

Questão 2 (FGV/OAB/2020) Mariana foi vítima de um crime de apropriação indébita con-


sumado, que teria sido praticado por Paloma. Ao tomar conhecimento de que Paloma teria
sido denunciada pelo crime mencionado, inclusive sendo apresentado pelo Ministério Público
o valor do prejuízo sofrido pela vítima e o requerimento de reparação do dano, Mariana pas-
sou a acompanhar o andamento processual, sem, porém, habilitar-se como assistente de
acusação. No momento em que constatou que os autos estariam conclusos para sentença,
Mariana procurou seu advogado para adoção das medidas cabíveis, esclarecendo o temor de
ver a ré absolvida e não ter seu prejuízo reparado.
O advogado de Mariana deverá informar à sua cliente que

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a) não poderá ser fixado pelo juiz valor mínimo a título de indenização, mas, em caso de sen-
tença condenatória, poderá esta ser executada, por meio de ação civil ex delicto, por Mariana
ou seu representante legal.
b) poderá ser apresentado recurso de apelação, diante de eventual sentença absolutória e
omissão do Ministério Público, por parte de Mariana, por meio de seu patrono, ainda que não
esteja, no momento da sentença, habilitada como assistente de acusação.
c) poderá ser fixado pelo juiz valor a título de indenização em caso de sentença condenatória,
não podendo a ofendida, porém, nesta hipótese, buscar a apuração do dano efetivamente
sofrido perante o juízo cível.
d) não poderá ser buscada reparação cível diante de eventual sentença absolutória, com trân-
sito em julgado, que reconheça não existir prova suficiente para condenação.

Questão 3 (FGV/OAB/2018) Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de
um crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da
Lei n. 9.503/1997 – pena: detenção de seis meses a dois anos), foi identificado que o autor
dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, possuía três anotações
referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela prática da mesma infração penal,
todas aptas a configurar reincidência quando da prática do delito ora investigado.
Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo
crime antes investigado; diante da reincidência específica do denunciado civilmente identifi-
cado, foi requerida a decretação da prisão preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente
decretou a prisão preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa cir-
cunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem preenchidos.
Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer
a) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas cautelares alternativas.
b) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese ser legal, é des-
necessária.
c) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, é desnecessária.
d) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal.

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Questão 4 (FGV/OAB/2018) Durante as investigações de um crime de associação crimino-


sa (Art. 288 do CP), a autoridade policial representa pela decretação da prisão temporária do
indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria imprescindível para a continuidade das
investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério Público, que se manifesta favora-
velmente à representação da autoridade policial, mas deixa de requerer expressamente, por
conta própria, a decretação da prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao receber o pro-
cedimento, decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando que a lei admite a
prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o magistrado constar, ainda, que Jorge
não poderia permanecer acautelado junto com outros detentos que estavam presos em razão
de preventivas decretadas. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de
Jorge, ao ser constituído, deverá alegar que
a) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal.
b) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado dos demais detentos
é ilegal.
c) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a associação criminosa não está
prevista no rol dos crimes hediondos e nem naquele que admite a decretação dessa espécie
de prisão.
d) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de ofício, já que não houve
requerimento do Ministério Público.

Questão 5 (FGV/OAB/2018) No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 14


anos, conduzia um veículo automotor, em via pública, às 14h, quando foi solicitada sua para-
da em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais constataram que o veículo
era produto de crime de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, às 09h. Diante da suposta
prática do crime de receptação, realizaram a prisão e encaminharam Caio para a Delegacia.
Em sede policial, a vítima do crime de roubo foi convidada a comparecer e, em observância a
todas as formalidades legais, reconheceu Caio como o autor do crime que sofrera. A autori-
dade policial lavrou auto de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de recep-
tação. O Ministério Público, em audiência de custódia, manifesta-se pela conversão da prisão

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em flagrante em preventiva, valorizando o fato de Caio ser reincidente, conforme confirmação


constante de sua Folha de Antecedentes Criminais.
Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico, deverá
requerer:
a) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não estão presentes os
pressupostos para prisão preventiva.
b) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante.
c) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime de roubo foi ilegal.
d) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é responsável pelos cui-
dados de adolescente de 14 anos.

Questão 6 (FGV/OAB/2017) Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrup-
ção, sendo encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Paulo
entra, de imediato, em contato com o advogado, solicitando esclarecimentos e pedindo au-
xílio para seu filho. De acordo com a situação apresentada, com base na jurisprudência dos
Tribunais Superiores, deverá o advogado esclarecer que:
a) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser assistido pelo advo-
gado na delegacia.
b) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, é sem-
pre imprescindível, de modo que, caso não esteja presente, todo o procedimento será consi-
derado nulo.
c) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso aos elementos in-
formativos nele constantes, ainda que já documentados no procedimento.
d) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência de advogado, de
modo que existe uma faculdade na contratação de seus serviços para acompanhamento do
procedimento em sede policial.

Questão 7 (FGV/OAB/2017) Douglas responde a ação penal, na condição de preso caute-


lar, pela prática do crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico.
No curso do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi-imputável e que

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haveria risco de reiteração. O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de


Douglas, entendendo que não persistem os motivos que justificaram essa medida mais grave,
aplicando, porém, a medida cautelar de internação provisória, com base no Art. 319 do Códi-
go de Processo Penal. Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o
afastamento da cautelar aplicada, em razão
a) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo que tais medidas
estão sujeitas ao princípio da taxatividade.
b) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírem pela inimputabilidade, mas
não pela semi-imputabilidade.
c) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
d) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de ofício, sem requerimento
pretérito do Ministério Público.

Questão 8 (FGV/OAB/2016) Marlon, Wellington e Vitor foram denunciados pela prática de


um crime de lesão corporal dolosa gravíssima em concurso de agentes. Após o recebimento
da denúncia, o oficial de justiça compareceu ao endereço indicado no processo como sendo
de residência de Marlon, mas não o encontrou, tendo em vista que estava preso, naquela mes-
ma unidade da Federação, por decisão oriunda de outro processo. Marlon, então, foi citado
por edital. Wellington, por sua vez, estava em local incerto e não sabido, sendo também citado
por edital.
Em relação a Vitor, o oficial de justiça foi à sua residência em quatro oportunidades, cons-
tatando que ele, de fato, residia no local, mas que estava se ocultando para não ser citado.
Após certificar-se de tal fato, foi realizada a citação de Vitor com hora certa. Considerando a
hipótese narrada, o(a) advogado(a) dos acusados deverá alegar ter sido inválida a citação de
a) Marlon, apenas.
b) Marlon e Vitor, apenas.
c) Vitor, apenas.
d) Marlon, Wellington e Vitor.

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Questão 9 (FGV/OAB/2016) O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Matheus,


não plenamente identificado, a partir de inquérito policial que apurava a prática de crime de
estupro. O endereço constante do inquérito foi diligenciado para citação do réu, mas foi in-
formado que este estava em local incerto e não sabido. Diante disso, foi publicado edital para
sua citação.
Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta.
a) É válido o edital que identifica o réu por suas características, ainda que desconhecida sua
qualificação completa.
b) O réu que, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado poderá ter seu pro-
cesso e o curso do prazo prescricional suspensos por tempo indefinido.
c) Ainda que Matheus esteja preso na mesma unidade da Federação em que foi oferecida a
denúncia, a citação por edital será válida.
d) Não existe citação por hora certa no âmbito do Processo Penal brasileiro.

Questão 10 (FGV/OAB/2016) José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática
do crime de receptação (Art. 180 do Código Penal – pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa).
Em que pese seja tecnicamente primário e de bons antecedentes e seja civilmente identifica-
do, possui, em sua Folha de Antecedentes Criminais, duas anotações pela prática de crimes
patrimoniais, sem que essas ações tenham resultados definitivos. Neste caso, de acordo com
as previsões expressas do Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta:
a) Estão preenchidos os requisitos para decretação da prisão preventiva, pois as ações penais
em curso demonstram a existência de risco para a ordem pública.
b) A autoridade policial não poderá arbitrar fiança neste caso, ficando tal medida de respon-
sabilidade do magistrado.
c) Antes de decidir pela liberdade provisória ou conversão em preventiva, poderá a prisão em fla-
grante do acusado perdurar pelo prazo de 10 dias úteis, ou seja, até o oferecimento da denúncia.
d) O juiz não poderá converter a prisão em flagrante em preventiva, mas poderá aplicar as
demais medidas cautelares.

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Questão 11 (FGV/OAB/2016) Thales foi denunciado pela prática de um crime de apropriação


indébita. Para oitiva da vítima Marcos, residente em cidade diversa do juízo competente, foi
expedida carta precatória, sendo todas as partes intimadas dessa expedição. Antes do retor-
no, foi realizada audiência de instrução e julgamento, mas apenas foram ouvidas as testemu-
nhas de acusação João e José, que apresentaram versões absolutamente discrepantes sobre
circunstâncias relevantes, sendo que ambas afirmaram que estavam no local dos fatos. Hélio,
padre que escutou a confissão de Thales e tinha conhecimento sobre a dinâmica delitiva, em
razão de seu dever de guardar segredo, não foi intimado. Com a concordância das partes, a
audiência de continuação para oitiva das testemunhas de defesa e interrogatório foi remarca-
da. Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta:
a) O depoimento de João foi inválido, já que a oitiva do ofendido deve ser realizada antes das
demais testemunhas e a expedição de carta precatória suspende a instrução criminal.
b) O juiz poderá fazer a contradita, diante das contradições sobre circunstâncias relevantes
nos depoimentos das testemunhas.
c) Hélio está proibido de depor sem autorização da parte interessada, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter a prova do fato.
d) O advogado do acusado não precisa ser intimado pessoalmente da data designada para
audiência a ser realizada no juízo deprecado.

Questão 12 (FGV/OAB/2015) Marcelo foi denunciado pela prática de um crime de furto. En-
tendendo que não haveria justa causa, antes mesmo de citar o acusado, o magistrado não re-
cebeu a denúncia. Diante disso, o Ministério Público interpôs o recurso adequado. Analisando
a hipótese, é correto afirmar que:
a) o recurso apresentado pelo Ministério Público foi de apelação.
b) apesar de ainda não ter sido citado, Marcelo deve ser intimado para apresentar contrarra-
zões ao recurso, sob pena de nulidade.
c) mantida a decisão do magistrado pelo Tribunal, não poderá o Ministério Público oferecer
nova denúncia pelo mesmo fato, ainda que surjam provas novas.
d) antes da rejeição da denúncia, deveria o magistrado ter citado o réu para apresentar res-
posta à acusação.

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Questão 13 (FGV/OAB/2015) A prisão temporária pode ser definida como uma medida cau-
telar restritiva, decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as investigações de
certos crimes considerados pelo legislador como graves, antes da propositura da ação penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta:
a) Assim como a prisão preventiva, pode ser decretada de ofício pelo juiz, após requerimento
do Ministério Público ou representação da autoridade policial.
b) Sendo o crime investigado hediondo, o prazo poderá ser fixado em, no máximo, 15 dias,
prorrogáveis uma vez pelo mesmo período.
c) Findo o prazo da temporária sem prorrogação, o preso deve ser imediatamente solto.
d) O preso, em razão de prisão temporária, poderá ficar detido no mesmo local em que se en-
contram os presos provisórios ou os condenados definitivos.

Questão 14 (FGV/OAB/2014) João Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado


pela prática de homicídio qualificado por motivo fútil (Art. 121, § 2º, II, do Código Penal). Logo
após o recebimento da denúncia, o magistrado, acatando o pedido realizado pelo Ministério Pú-
blico, decretou a prisão preventiva do acusado, já que havia documentação comprobatória de
que o réu estava fugindo do país, a fim de se furtar de uma possível sentença condenatória ao
final do processo. O processo transcorreu normalmente, tendo ao réu sido assegurados todos
os seus direitos legais. Após cinco anos de prisão provisória, foi marcada a audiência no Plená-
rio do Júri. Os jurados, por unanimidade, consideraram o réu culpado pela prática do homicídio
supramencionado. O Juiz Presidente então passou à aplicação da pena e, ao término do cálculo
no rito tri-fásico, obteve a pena de 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado.
Sobre a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta:
a) Somente o juiz da Vara de Execuções Penais poderá realizar o cômputo do tempo de prisão
provisória para fins de determinação do regime inicial de cumprimento de pena.
b) O magistrado sentenciante deverá computar o tempo de prisão provisória para fins de de-
terminação do regime inicial de pena privativa de liberdade.
c) O condenado deverá iniciar seu cumprimento de pena no regime inicial fechado e, passado
o prazo de 1/6, poderá requerer ao juízo de execução a progressão para o regime mais bené-
fico, desde que preencha os demais requisitos legais.

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d) O condenado deverá iniciar seu cumprimento de pena no regime inicial fechado e, passado
o prazo de 1/6, poderá requerer ao juízo sentenciante a progressão para o regime mais bené-
fico, desde que preencha os demais requisitos legais.

Questão 15 (FGV/OAB/2014) Wilson está sendo regularmente processado pela prática do


crime de furto. Durante a instrução criminal, entretanto, as testemunhas foram uníssonas ao
afirmar que, para a subtração, Wilson utilizou-se de grave ameaça, exercida por meio de uma
faca. A partir do caso narrado, assinale a opção correta:
a) A hipótese é de emendatio libelli e o juiz deve absolver o réu relativamente ao crime que lhe
foi imputado.
b) Não haverá necessidade de aditamento da inicial acusatória, haja vista o fato de que as
alegações finais orais acontecem após a oitiva das testemunhas e, com isso, respeitam-se os
princípios do contraditório e da ampla defesa.
c) A hipótese é de mutatio libelli e, nos termos da lei, o Ministério Público deverá fazer o res-
pectivo aditamento.
d) Caso o magistrado entenda que deve ocorrer o aditamento da inicial acusatória, se o pro-
motor de justiça e, recusar-se a fazê-lo, o juiz estará obrigado a absolver o réu da imputação
que lhe foi originalmente atribuída.

Questão 16 (FGV/OAB/2014) João foi denunciado pela prática de crime de furto simples.
Na denúncia, o Ministério Público apenas narrou que houve a subtração do cordão da vítima,
indicando hora e local. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima narrou que João
empurrou-a em direção ao chão dizendo que se gritasse “o bicho ia pegar”, arrancando, em
seguida, o seu cordão. Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o juiz fica conven-
cido de que houve crime de roubo e não de furto. Sobre o caso apresentado, de acordo com o
Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta:
a) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no artigo 383 do
CPP, que assim dispõe: “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave”.

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b) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-


co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve aplicar o artigo 28 do CPP.
c) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-
co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá condenar João pelo crime de roubo,
tendo em vista que a vítima narrou a agressão em juízo.
d) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de qualquer provi-
dência, em homenagem ao princípio da verdade real.

Questão 17 (FGV/OAB/2014) Felipe foi reconhecido em sede policial por meio de fotografia
como o autor de um crime de roubo. O inquérito policial seguiu seus trâmites de forma regular
e o Ministério Público decidiu denunciar o indiciado. O oficial de justiça procurou em todos os
endereços constantes nos autos, mas a citação pessoal ou por hora certa foram impossíveis.
Assim, o juiz decidiu pela citação por edital. Marcela, irmã de Felipe, ao passar pelo fórum leu
a citação por edital e procurou um advogado para tomar ciência das consequências de tal
citação, pois ela também não sabe do paradeiro do irmão. Diante da situação descrita, acerca
da orientação a ser dada pelo advogado, assinale a afirmativa correta:
a) Felipe deve comparecer em juízo, sob pena de ser processado e condenado sem que seja
dada oportunidade para a sua defesa.
b) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo pres-
cricional ficarão suspensos, sendo decretada a sua prisão preventiva de forma automática.
c) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo pres-
cricional ficarão suspensos, sendo determinada a produção antecipada de provas de forma
automática, diante do risco do desaparecimento das provas pelo decurso do tempo.
d) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo pres-
cricional ficarão suspensos e, se for urgente, o juiz determinará a produção antecipada de
provas, podendo decretar a prisão preventiva se presentes os requisitos expressos no artigo
312, do CPP.

Questão 18 (FGV/OAB/2012) O deputado “M” é um famoso político do Estado “Y”, e tem


grande influência no governo estadual, em virtude das posições que já ocupou, como a de

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Presidente da Assembleia Legislativa. Atualmente, exerce a função de Presidente da Comis-


são de Finanças e Contratos. Durante a reunião semestral com as empresas interessadas
em participar das inúmeras contratações que a Câmara fará até o final do ano, o deputado
“M” exigiu do presidente da empresa “Z” R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que esta
pudesse participar da concorrência para a realização das obras na sede da Câmara dos De-
putados. O presidente da empresa “Z”, assustado com tal exigência, visto que sua empresa
preenchia todos os requisitos legais para participar das obras, compareceu à Delegacia de
Polícia e informou ao Delegado de Plantão o ocorrido, que o orientou a combinar a entrega da
quantia para daqui a uma semana, oportunidade em que uma equipe de policiais estaria pre-
sente para efetuar a prisão em flagrante do deputado. No dia e hora aprazados para a entrega
da quantia indevida, os policiais prenderam em flagrante o deputado “M” quando este con-
feria o valor entregue pelo presidente da empresa “Z”. Na qualidade de advogado contratado
pelo Deputado, assinale a alternativa que indica a peça processual ou pretensão processual,
exclusiva de advogado, cabível na hipótese acima:
a) Liberdade Provisória.
b) Habeas Corpus.
c) Relaxamento de Prisão.
d) Revisão Criminal.

Questão 19 (FGV/OAB/2012) O Código de Processo Penal pátrio menciona que também se


considera em flagrante delito quem é perseguido, logo após o delito, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o perseguido autor da
infração. A essa modalidade dá-se o nome de flagrante
a) impróprio.
b) ficto.
c) diferido ou retardado.
d) esperado.

Questão 20 (FGV/OAB/2011) Como se sabe, a prisão processual (provisória ou cautelar) é a


decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória, nas hipóteses pre-
vistas em lei. A respeito de tal modalidade de prisão, é correto afirmar que

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Prisões. Liberdade Provisória. Citações
Carolina Carvalhal Leite Brito

a) em nosso ordenamento jurídico, a prisão processual contempla as seguintes modalidades:


prisão em flagrante, preventiva, temporária, por pronúncia e em virtude de sentença condena-
tória recorrível.
b) a prisão temporária tem como pressupostos a existência de indícios de autoria e prova
da materialidade, e como fundamentos a necessidade de garantia da ordem pública, a con-
veniência da instrução criminal, a necessidade de garantir a futura aplicação da lei penal e a
garantia da ordem pública.
c) o prazo de duração da prisão temporária é de cinco dias, prorrogável por mais cinco em caso
de extrema e comprovada necessidade. Em se tratando, todavia, de crime hediondo, a prisão
temporária poderá ser decretada pelo prazo de trinta dias, prorrogável por igual período.
d) são requisitos da prisão preventiva a sua imprescindibilidade para as investigações do
inquérito policial e o fato de o indiciado não ter residência fixa ou não fornecer elementos ne-
cessários ao esclarecimento de sua identidade.

Questão 21 (FGV/OAB/2011) Ao proferir sentença, o magistrado, reputando irrelevantes os


argumentos desenvolvidos pela defesa, deixa de apreciá-los, vindo a condenar o acusado.
Com base no caso acima, assinale a alternativa correta.
a) Como é causa de nulidade da sentença, a falta de fundamentação deve ser arguida inicial-
mente por meio de embargos de declaração, que, se não forem opostos, gerarão a preclusão
da alegação, pois a nulidade decorrente da falta de fundamentação do decreto condenatório
importa em nulidade relativa.
b) Como é causa de nulidade absoluta da sentença, a falta de fundamentação não precisa
ser arguida por meio de embargos de declaração, devendo necessariamente, no entanto, ser
sustentada no recurso de apelação para poder ser conhecida pelo Tribunal.
c) Como é causa de nulidade absoluta da sentença, a falta de fundamentação não precisa ser
arguida nem por meio de embargos de declaração, nem no recurso de apelação, podendo ser
conhecida de ofício pelo Tribunal.
d) Como reputou irrelevantes as alegações feitas pela defesa, o magistrado não precisava
tê-las apreciado na sentença proferida, não havendo qualquer nulidade processual, pois não
há nulidade sem prejuízo.

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GABARITO
1. c 8. a 15. c
2. b 9. a 16. b
3. d 10. d 17. d
4. a 11. d 18. c
5. b 12. b 19. a
6. d 13. c 20. c
7. c 14. b 21. c

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/OAB/2020) Durante escuta telefônica devidamente deferida para investi-
gar organização criminosa destinada ao contrabando de armas, policiais obtiveram a infor-
mação de que Marcelo receberia, naquele dia, grande quantidade de armamento, que seria
depois repassada a Daniel, chefe de sua facção. Diante dessa informação, os policiais se diri-
giram até o local combinado. Após informarem o fato à autoridade policial, que o comunicou
ao juízo competente, eles acompanharam o recebimento do armamento por Marcelo, optando
por não o prender naquele momento, pois aguardariam que ele se encontrasse com o chefe
da sua organização para, então, prendê-los. De posse do armamento, Marcelo se dirigiu ao
encontro de Daniel e lhe repassou as armas contrabandeadas, quando, então, ambos foram
surpreendidos e presos em flagrante pelos policiais que monitoravam a operação. Encami-
nhados para a Delegacia, os presos entraram em contato com um advogado para esclareci-
mentos sobre a validade das prisões ocorridas.
Com base nos fatos acima narrados, o advogado deverá esclarecer aos seus clientes que a
prisão em flagrante efetuada pelos policiais foi
a) ilegal, por se tratar de flagrante esperado.
b) legal, restando configurado o flagrante preparado.
c) legal, tratando-se de flagrante retardado.
d) ilegal, pois a conduta dos policiais dependeria de prévia autorização judicial.

Letra c.
a) Errada. Não se trata de flagrante esperado. Encontra respaldo na Lei n. 12.850/2013 a ação
controlada (espécie de flagrante postergado/diferido) previsto no art. 8º, que assim dispõe:

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à


ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação
e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de
provas e obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.

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b) Errada. Não se pode, ainda, confundir o flagrante retardado (caso da questão) com o fla-
grante preparado ou provocado, que são provas ilícitas:

Súmula n. 145, STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna
impossível a sua consumação”

c) Certa. Art. 8º da Lei n. 12.850/2013.


d) Errada. Art. 8º da Lei n. 12.850/2013, onde se demonstra que não há falar em autorização
judicial, mas sim, de simples comunicação ao juiz.

Questão 2 (FGV/OAB/2020) Mariana foi vítima de um crime de apropriação indébita con-


sumado, que teria sido praticado por Paloma. Ao tomar conhecimento de que Paloma teria
sido denunciada pelo crime mencionado, inclusive sendo apresentado pelo Ministério Público
o valor do prejuízo sofrido pela vítima e o requerimento de reparação do dano, Mariana pas-
sou a acompanhar o andamento processual, sem, porém, habilitar-se como assistente de
acusação. No momento em que constatou que os autos estariam conclusos para sentença,
Mariana procurou seu advogado para adoção das medidas cabíveis, esclarecendo o temor de
ver a ré absolvida e não ter seu prejuízo reparado.
O advogado de Mariana deverá informar à sua cliente que
a) não poderá ser fixado pelo juiz valor mínimo a título de indenização, mas, em caso de sen-
tença condenatória, poderá esta ser executada, por meio de ação civil ex delicto, por Mariana
ou seu representante legal.
b) poderá ser apresentado recurso de apelação, diante de eventual sentença absolutória e
omissão do Ministério Público, por parte de Mariana, por meio de seu patrono, ainda que não
esteja, no momento da sentença, habilitada como assistente de acusação.
c) poderá ser fixado pelo juiz valor a título de indenização em caso de sentença condenatória,
não podendo a ofendida, porém, nesta hipótese, buscar a apuração do dano efetivamente
sofrido perante o juízo cível.
d) não poderá ser buscada reparação cível diante de eventual sentença absolutória, com trân-
sito em julgado, que reconheça não existir prova suficiente para condenação.

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Letra b.
a) Errada. O CPP traz expressamente essa possibilidade. CPP:

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:(Vide Lei n. 11.719, de 2008),(...), IV - fixará valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo
ofendido; (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juí-
zo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada
pelo valor fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquida-
ção para a apuração do dano efetivamente sofrido.

b) Certa.

CPP, Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença
não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pes-
soas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor
apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em
que terminar o do Ministério Público.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito
de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

c) Errada.

CPP, Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá
ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.

d) Errada.

CPP, Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta
quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.

Questão 3 (FGV/OAB/2018) Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de
um crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da
Lei n. 9.503/1997 – pena: detenção de seis meses a dois anos), foi identificado que o autor
dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, possuía três anotações
referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela prática da mesma infração penal,
todas aptas a configurar reincidência quando da prática do delito ora investigado.
Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo
crime antes investigado; diante da reincidência específica do denunciado civilmente identifi-

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cado, foi requerida a decretação da prisão preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente
decretou a prisão preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa cir-
cunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem preenchidos.
Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer
a) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas cautelares alternativas.
b) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese ser legal, é des-
necessária.
c) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, é desnecessária.
d) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal.

Letra d.
a); b); c) Erradas.
d) Errada. Vez que não há essa previsão no art. 313, do Código.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado
o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-
digo Penal; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – (revogado).(Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida.(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cum-
primento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Questão 4 (FGV/OAB/2018) Durante as investigações de um crime de associação crimino-


sa (Art. 288 do CP), a autoridade policial representa pela decretação da prisão temporária do
indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria imprescindível para a continuidade das

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investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério Público, que se manifesta favora-


velmente à representação da autoridade policial, mas deixa de requerer expressamente, por
conta própria, a decretação da prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao receber o pro-
cedimento, decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando que a lei admite a
prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o magistrado constar, ainda, que Jorge
não poderia permanecer acautelado junto com outros detentos que estavam presos em razão
de preventivas decretadas. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de
Jorge, ao ser constituído, deverá alegar que
a) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal.
b) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado dos demais detentos
é ilegal.
c) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a associação criminosa não está
prevista no rol dos crimes hediondos e nem naquele que admite a decretação dessa espécie
de prisão.
d) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de ofício, já que não houve
requerimento do Ministério Público.

Letra a.
a) Certa. Não pode estender o prazo sem a comprovação da necessidade. De acordo com a
Lei n. 7.960/1989:

Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade poli-
cial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.

b) Errada.

Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais de-
tentos.

c) Errada. Em que pese não estar prevista na Lei dos crimes hediondos, Lei n. 8.072/1990,
encontra previsão na Lei n. 7.960/1989, Lei da prisão temporária em seu art. 1º. (Querido(a)
aluno(a), fiz questão de colocar todo o art. da lei de crimes hediondos, para ressaltar a impor-
tância dessa lei para sua prova. Atente-se as alterações do pacote anticrime).

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Lei n. 8.072/1990:Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no


Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Reda-
ção dada pela Lei n. 8.930, de 1994) (Vide Lei n. 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de
morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Públi-
ca, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo:(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (Inciso
incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei n. 12.015,
de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos
ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2
de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adoles-
cente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).(Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum
(art. 155, § 4º-A).(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956;(In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n.
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de de-
zembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da


Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
rado.(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Lei n. 7.960/1989 - Art. 1º Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclare-
cimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal,
de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide De-
creto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); (Vide Decre-
to-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte
(art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956), em qualquer de sua formas
típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016)

d) Errada. A lei permite a representação pela Autoridade Policial:

Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade poli-
cial ou de requerimento do Ministério Público...

Questão 5 (FGV/OAB/2018) No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 14


anos, conduzia um veículo automotor, em via pública, às 14h, quando foi solicitada sua para-
da em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais constataram que o veículo
era produto de crime de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, às 09h. Diante da suposta
prática do crime de receptação, realizaram a prisão e encaminharam Caio para a Delegacia.

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Em sede policial, a vítima do crime de roubo foi convidada a comparecer e, em observância a


todas as formalidades legais, reconheceu Caio como o autor do crime que sofrera. A autori-
dade policial lavrou auto de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de recep-
tação. O Ministério Público, em audiência de custódia, manifesta-se pela conversão da prisão
em flagrante em preventiva, valorizando o fato de Caio ser reincidente, conforme confirmação
constante de sua Folha de Antecedentes Criminais.
Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico, deverá
requerer:
a) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não estão presentes os
pressupostos para prisão preventiva.
b) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante.
c) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime de roubo foi ilegal.
d) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é responsável pelos cui-
dados de adolescente de 14 anos.

Letra b.
a) Errada. Quem cometeu o crime de roubo NÃO responde pelo crime de receptação: assim,
NÃO pode ser considerado sujeito ativo do delito de receptação aquele que, de alguma forma,
participou do cometimento do delito anterior, pois, neste caso, será considerado um pós fato
impunível. Assim, o autor, coautor ou partícipe do crime antecedente responde apenas por
este, e não pelo crime acessório (receptação). Dessa forma, não há situação flagrancial, sen-
do a prisão ILEGAL, devendo, portanto, ser relaxada.
b) Certa. Assim, apesar, de não existirem os requisitos previstos no art. 312 do CPP referente
a prisão preventiva, o flagrante era ilegal. Assim a prisão em flagrante foi ilegal e também
não existem os requisitos da prisão preventiva. Fazendo com que o aluno ficasse na dúvida
entre a liberdade provisória e o relaxamento da prisão em flagrante. Contudo, como deve ser
analisado primeiro a legalidade do flagrante, alternativa correta é o relaxamento do flagrante.

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério

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Prisões. Liberdade Provisória. Citações
Carolina Carvalhal Leite Brito

Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do
art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da prisão; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia
no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão.(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ile-
galidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva.(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

c) Errada.

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamen-
te decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a neces-
sidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício,
sob pena de tornar a prisão ilegal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

d) Errada. Em razão do exposto anteriormente.

A diferença do pedido de Revogação da prisão e do Pedido de Liberdade Provisória é momen-


to do pedido, enquanto o Pedido de Liberdade Provisória é cabível antes da análise do juiz
pela decretação ou não da prisão preventiva, o pedido de Revogação ocorre enquanto depois
de já decretada a prisão preventiva. Lembrando que em qualquer momento, se houver ilegali-
dade, cabe o relaxamento de prisão.

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O relaxamento da prisão é julgado nos mesmos autos do processo penal tal qual a liberdade
provisória, mas seu objetivo é decretar vício nos requisitos da prisão em flagrante e o Habeas
Corpus é uma ação, um processo.

Questão 6 (FGV/OAB/2017) Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrup-
ção, sendo encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Paulo
entra, de imediato, em contato com o advogado, solicitando esclarecimentos e pedindo au-
xílio para seu filho. De acordo com a situação apresentada, com base na jurisprudência dos
Tribunais Superiores, deverá o advogado esclarecer que:
a) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser assistido pelo advo-
gado na delegacia.
b) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, é sem-
pre imprescindível, de modo que, caso não esteja presente, todo o procedimento será consi-
derado nulo.
c) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso aos elementos in-
formativos nele constantes, ainda que já documentados no procedimento.
d) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência de advogado, de
modo que existe uma faculdade na contratação de seus serviços para acompanhamento do
procedimento em sede policial.

Letra d.

Súmula Vinculante n. 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso


amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício
do direito de defesa.

Fundamento da S.V.: arts. XXXIII, LIV e LV, da CF/88; art. 7º, XIII e XIV, do Estatuto da OAB. Vale
ressaltar que, depois de a súmula ter sido editada, houve alteração no inciso XIV do art. 7º do
Estatuto da OAB, que agora tem a seguinte redação:

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Art. 7º São direitos do advogado: (...) XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por con-
duzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer na-
tureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital;

A súmula vinculante continua válida. Contudo, depois da alteração promovida pela Lei n.
13.245/2016, a interpretação do enunciado deve ser ampliada para abranger qualquer proce-
dimento investigatório realizado por qualquer instituição (e não mais apenas aquele realizado
“por órgão com competência de polícia judiciária”, como prevê o seu texto).
A Paulo deve ser garantida a possibilidade de estar acompanhado por advogado, de modo
que a contratação é facultativa.

Questão 7 (FGV/OAB/2017) Douglas responde a ação penal, na condição de preso caute-


lar, pela prática do crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico.
No curso do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi-imputável e que
haveria risco de reiteração. O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de
Douglas, entendendo que não persistem os motivos que justificaram essa medida mais grave,
aplicando, porém, a medida cautelar de internação provisória, com base no Art. 319 do Códi-
go de Processo Penal. Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o
afastamento da cautelar aplicada, em razão
a) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo que tais medidas
estão sujeitas ao princípio da taxatividade.
b) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírem pela inimputabilidade, mas
não pela semi-imputabilidade.
c) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
d) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de ofício, sem requerimento
pretérito do Ministério Público.

Letra c
O advogado do réu, neste caso, deve sustentar não ser cabível tal medida, pois o crime impu-
tado (furto qualificado) não foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, na forma
do art. 319, VII do CPP, o que é um dos pressupostos para a decretação de tal medida.

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Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e
justificar atividades;(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacio-
nadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco
de novas infrações;(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacio-
nadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;(Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária
para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acu-
sado tenha residência e trabalho fixos;
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financei-
ra quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave
ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal)
e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (In-
cluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser
cumulada com outras medidas cautelares.

Questão 8 (FGV/OAB/2016) Marlon, Wellington e Vitor foram denunciados pela prática de


um crime de lesão corporal dolosa gravíssima em concurso de agentes. Após o recebimento da
denúncia, o oficial de justiça compareceu ao endereço indicado no processo como sendo de re-
sidência de Marlon, mas não o encontrou, tendo em vista que estava preso, naquela mesma uni-
dade da Federação, por decisão oriunda de outro processo. Marlon, então, foi citado por edital.
Wellington, por sua vez, estava em local incerto e não sabido, sendo também citado por edital.
Em relação a Vitor, o oficial de justiça foi à sua residência em quatro oportunidades, cons-
tatando que ele, de fato, residia no local, mas que estava se ocultando para não ser citado.

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Após certificar-se de tal fato, foi realizada a citação de Vitor com hora certa. Considerando a
hipótese narrada, o(a) advogado(a) dos acusados deverá alegar ter sido inválida a citação de
a) Marlon, apenas.
b) Marlon e Vitor, apenas.
c) Vitor, apenas.
d) Marlon, Wellington e Vitor.

Letra a.
a) Certa.

Súmula n. 351, STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da fede-
ração em que o juiz exerce a sua jurisdição.

b) Errada.
c) Errada.

CPP, Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a
ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei
n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

d) Errada.

CPP, Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.

Questão 9 (FGV/OAB/2016) O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Matheus,


não plenamente identificado, a partir de inquérito policial que apurava a prática de crime de
estupro. O endereço constante do inquérito foi diligenciado para citação do réu, mas foi in-
formado que este estava em local incerto e não sabido. Diante disso, foi publicado edital para
sua citação.
Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta.
a) É válido o edital que identifica o réu por suas características, ainda que desconhecida sua
qualificação completa.
b) O réu que, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado poderá ter seu pro-
cesso e o curso do prazo prescricional suspensos por tempo indefinido.

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c) Ainda que Matheus esteja preso na mesma unidade da Federação em que foi oferecida a
denúncia, a citação por edital será válida.
d) Não existe citação por hora certa no âmbito do Processo Penal brasileiro.

Letra a.
a) Certa.

Art. 365. O edital de citação indicará:


II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residên-
cia e profissão, se constarem do processo;

b) Errada.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão sus-
pensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção anteci-
pada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312.

Súmula n. 415, STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo


máximo da pena cominada.

c) Errada.

Súmula n. 351, STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da fede-
ração em que o juiz exerce a sua jurisdição.

d) Errada.

Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocor-
rência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei n.
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Questão 10 (FGV/OAB/2016) José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática
do crime de receptação (Art. 180 do Código Penal – pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa).
Em que pese seja tecnicamente primário e de bons antecedentes e seja civilmente identifica-
do, possui, em sua Folha de Antecedentes Criminais, duas anotações pela prática de crimes
patrimoniais, sem que essas ações tenham resultados definitivos. Neste caso, de acordo com
as previsões expressas do Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta:

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a) Estão preenchidos os requisitos para decretação da prisão preventiva, pois as ações penais
em curso demonstram a existência de risco para a ordem pública.
b) A autoridade policial não poderá arbitrar fiança neste caso, ficando tal medida de respon-
sabilidade do magistrado.
c) Antes de decidir pela liberdade provisória ou conversão em preventiva, poderá a prisão em fla-
grante do acusado perdurar pelo prazo de 10 dias úteis, ou seja, até o oferecimento da denúncia.
d) O juiz não poderá converter a prisão em flagrante em preventiva, mas poderá aplicar as
demais medidas cautelares.

Letra d.
a) Errada.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem eco-
nômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Parágrafo único: A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de
qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º)

b) Errada.

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

c) Errada.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identi-
dade civil da pessoa [o que não é o caso] ou quando esta não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo
se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.

d) Certa.

CPP, Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-
mentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transita-
da em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou
prisão preventiva.
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada,
cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

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Questão 11 (FGV/OAB/2016) Thales foi denunciado pela prática de um crime de apropriação


indébita. Para oitiva da vítima Marcos, residente em cidade diversa do juízo competente, foi
expedida carta precatória, sendo todas as partes intimadas dessa expedição. Antes do retor-
no, foi realizada audiência de instrução e julgamento, mas apenas foram ouvidas as testemu-
nhas de acusação João e José, que apresentaram versões absolutamente discrepantes sobre
circunstâncias relevantes, sendo que ambas afirmaram que estavam no local dos fatos. Hélio,
padre que escutou a confissão de Thales e tinha conhecimento sobre a dinâmica delitiva, em
razão de seu dever de guardar segredo, não foi intimado. Com a concordância das partes, a
audiência de continuação para oitiva das testemunhas de defesa e interrogatório foi remarca-
da. Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta:
a) O depoimento de João foi inválido, já que a oitiva do ofendido deve ser realizada antes das
demais testemunhas e a expedição de carta precatória suspende a instrução criminal.
b) O juiz poderá fazer a contradita, diante das contradições sobre circunstâncias relevantes
nos depoimentos das testemunhas.
c) Hélio está proibido de depor sem autorização da parte interessada, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter a prova do fato.
d) O advogado do acusado não precisa ser intimado pessoalmente da data designada para
audiência a ser realizada no juízo deprecado.

Letra d.
a) Errada.

Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua
residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma
vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada por
meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tem-
po real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização
da audiência de instrução e julgamento.

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b) Errada.

CPP, Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre teste-
munhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre
que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergên-
cias, reduzindo-se a termo o ato de acareação.

c) Errada.

CPP, Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto,
recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que des-
quitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profis-
são, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu
testemunho.

d) Certa.

Súmula n. 273, do STJ: Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se


desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado.

Questão 12 (FGV/OAB/2015) Marcelo foi denunciado pela prática de um crime de furto. En-
tendendo que não haveria justa causa, antes mesmo de citar o acusado, o magistrado não re-
cebeu a denúncia. Diante disso, o Ministério Público interpôs o recurso adequado. Analisando
a hipótese, é correto afirmar que:
a) o recurso apresentado pelo Ministério Público foi de apelação.
b) apesar de ainda não ter sido citado, Marcelo deve ser intimado para apresentar contrarra-
zões ao recurso, sob pena de nulidade.
c) mantida a decisão do magistrado pelo Tribunal, não poderá o Ministério Público oferecer
nova denúncia pelo mesmo fato, ainda que surjam provas novas.
d) antes da rejeição da denúncia, deveria o magistrado ter citado o réu para apresentar res-
posta à acusação.

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Letra b.
a) Errada. Pelo princípio da taxatividade dos recursos deve-se obedecer a previsão legal e o
cabimento de cada um dos recursos. Sendo assim, segundo inciso I do artigo 581 do CPP, o
recurso correto é o Recurso em Sentido Estrito.
b) Certa.

Súmula n. 707 do STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para ofe-
recer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a
nomeação de defensor dativo.

c) Errada.

Ementa: HABEAS CORPUS HOMICÍDIO QUALIFICADO OCULTAÇÃO DE CADÁVER TRAN-


CAMENTO REVISÃO CRIMINAL JULGADA PROCEDENTE PROCESSO ANULADO DENÚN-
CIA REJEITADA NOVA DENÚNCIA PELOS MESMOS FATOS E COM AS MESMAS PROVAS
IMPOSSIBILIDADE COISA JULGADA ORDEM CONCEDIDA. - Anulada a ação penal, desde
a denúncia, sendo esta rejeitada, em sede de revisão criminal, somente se admite o ofe-
recimento de nova exordial, pelos mesmos fatos, caso haja formação de novas provas
concretas. Meros indícios de fraude nas provas apresentadas em juízo não são suficien-
tes para que a decisão judicial, que nelas se baseou, seja desconsiderada. - Rejeitada a
denúncia, por ausência de prova da existência do delito, não é possível a apresentação
de mesma denúncia, pelos mesmos fatos, sem qualquer inovação probatória a respeito
da materialidade delitiva. - Ordem concedida para trancar a ação penal. Prejudicadas as
demais questões. Expedido alvará de soltura, se o paciente não estiver preso por outro
motivo. STJ - HABEAS CORPUS HC 101494 RS 2008/0049098-5 (STJ), Data de publica-
ção: 04/08/2008

d) Errada.

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

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Questão 13 (FGV/OAB/2015) A prisão temporária pode ser definida como uma medida cau-
telar restritiva, decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as investigações de
certos crimes considerados pelo legislador como graves, antes da propositura da ação penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta:
a) Assim como a prisão preventiva, pode ser decretada de ofício pelo juiz, após requerimento
do Ministério Público ou representação da autoridade policial.
b) Sendo o crime investigado hediondo, o prazo poderá ser fixado em, no máximo, 15 dias,
prorrogáveis uma vez pelo mesmo período.
c) Findo o prazo da temporária sem prorrogação, o preso deve ser imediatamente solto.
d) O preso, em razão de prisão temporária, poderá ficar detido no mesmo local em que se en-
contram os presos provisórios ou os condenados definitivos.

Letra c.
A Lei n. 7.960/1989:
Art. 2º (...)
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia
deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação
da prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)

b) Errada. Lei n. 8.072/1990:

Art. 2º, § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)

c) Certa.
Art. 2º, § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela cus-
tódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso
em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decre-
tação da prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869)

d) Errada. Lei n. 7.960/1989.

Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos.

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Prisões. Liberdade Provisória. Citações
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Questão 14 (FGV/OAB/2014) João Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado


pela prática de homicídio qualificado por motivo fútil (Art. 121, § 2º, II, do Código Penal). Logo
após o recebimento da denúncia, o magistrado, acatando o pedido realizado pelo Ministério
Público, decretou a prisão preventiva do acusado, já que havia documentação comprobatória de
que o réu estava fugindo do país, a fim de se furtar de uma possível sentença condenatória ao
final do processo. O processo transcorreu normalmente, tendo ao réu sido assegurados todos
os seus direitos legais. Após cinco anos de prisão provisória, foi marcada a audiência no Plená-
rio do Júri. Os jurados, por unanimidade, consideraram o réu culpado pela prática do homicídio
supramencionado. O Juiz Presidente então passou à aplicação da pena e, ao término do cálculo
no rito tri-fásico, obteve a pena de 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado.
Sobre a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta:
a) Somente o juiz da Vara de Execuções Penais poderá realizar o cômputo do tempo de prisão
provisória para fins de determinação do regime inicial de cumprimento de pena.
b) O magistrado sentenciante deverá computar o tempo de prisão provisória para fins de de-
terminação do regime inicial de pena privativa de liberdade.
c) O condenado deverá iniciar seu cumprimento de pena no regime inicial fechado e, passado
o prazo de 1/6, poderá requerer ao juízo de execução a progressão para o regime mais bené-
fico, desde que preencha os demais requisitos legais.
d) O condenado deverá iniciar seu cumprimento de pena no regime inicial fechado e, passado
o prazo de 1/6, poderá requerer ao juízo sentenciante a progressão para o regime mais bené-
fico, desde que preencha os demais requisitos legais.

Letra b.
a) Errada. Art. 387, § 2º, do CPP
b) Certa.

Art. 387, § 2º, do CPP: O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no
Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena pri-
vativa de liberdade.

c) Errada. Segundo entendimento do STF, a obrigatoriedade do regime inicial fechado prevista


na Lei de Crimes Hediondos é inconstitucional, pois fere o princípio da individualização da

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pena. Além disso, deverá cumprir 2/5 da pena para que possa progredir de regime, e não 1/6
conforme enunciado.
Vide § 2º, art. 2º, da Lei n. 8.072/1990:

§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á
após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quin-
tos), se reincidente. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)

Julgado STF: Inconstitucionalidade da obrigatoriedade do regime inicial fechado para


crimes hediondos “Entendo que, se a Constituição Federal menciona que a lei regulará
a individualização da pena, é natural que ela exista. Do mesmo modo, os critérios para
a fixação do regime prisional inicial devem-se harmonizar com as garantias constitu-
cionais, sendo necessário exigir-se sempre a fundamentação do regime imposto, ainda
que se trate de crime hediondo ou equiparado. Deixo consignado, já de início, que tais
circunstâncias não elidem a possibilidade de o magistrado, em eventual apreciação
das condições subjetivas desfavoráveis, vir a estabelecer regime prisional mais severo,
desde que o faça em razão de elementos concretos e individualizados, aptos a demons-
trar a necessidade de maior rigor da medida privativa de liberdade do indivíduo, nos
termos do § 3º do art. 33 c/c o art. 59 do Código Penal. A progressão de regime, ademais,
quando se cuida de crime hediondo ou equiparado, também se dá em lapso temporal
mais dilatado (Lei n. 8.072/90, art. 2º, § 2º). (...) Feitas essas considerações, penso que
deve ser superado o disposto na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do
cumprimento de pena no regime fechado) para aqueles que preencham todos os demais
requisitos previstos no art. 33, §§ 2º, b, e 3º, do CP, admitindo-se o início do cumpri-
mento de pena em regime diverso do fechado. Nessa conformidade, tendo em vista a
declaração incidental de inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei n. 8.072/90, na
parte em que impõe a obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cum-
primento da pena aos condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados,
concedo a ordem para alterar o regime inicial de cumprimento das reprimenda impos-
tas ao paciente para o semiaberto.” HC 111.840, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal
Pleno, julgamento em 27.6.2012, DJe de 17.12.2013.

d) Errada.

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Questão 15 (FGV/OAB/2014) Wilson está sendo regularmente processado pela prática do


crime de furto. Durante a instrução criminal, entretanto, as testemunhas foram uníssonas ao
afirmar que, para a subtração, Wilson utilizou-se de grave ameaça, exercida por meio de uma
faca. A partir do caso narrado, assinale a opção correta:
a) A hipótese é de emendatio libelli e o juiz deve absolver o réu relativamente ao crime que lhe
foi imputado.
b) Não haverá necessidade de aditamento da inicial acusatória, haja vista o fato de que as
alegações finais orais acontecem após a oitiva das testemunhas e, com isso, respeitam-se os
princípios do contraditório e da ampla defesa.
c) A hipótese é de mutatio libelli e, nos termos da lei, o Ministério Público deverá fazer o res-
pectivo aditamento.
d) Caso o magistrado entenda que deve ocorrer o aditamento da inicial acusatória, se o pro-
motor de justiça e, recusar-se a fazê-lo, o juiz estará obrigado a absolver o réu da imputação
que lhe foi originalmente atribuída.

Letra c.
a) Errada. Portanto, trata-se de caso de mutatio libellie, que não prever possibilidade de ab-
solvição, mas sim o seguimento da instrução, contudo, da forma correta. Aplica-se o artigo
384 do CPP:

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não
contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-
-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.

b) Errada. Vide correção anterior.


c) Certa. A hipótese é de mutatio libellie, nos termos da lei, o Ministério Público deverá fazer o
respectivo aditamento– Aplicando o artigo 384 do CPP.

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não
contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzin-
do-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a
requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com
inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco)
dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. (Incluído pela Lei n. 11.719,
de 2008).
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

d) Errada. Havendo divergência entre o entendimento do juiz e do promotor, dever-se-á no


caso aplicar a mesma norma vista no artigo 28 do CPP, remetendo os autos ao procurador
de justiça.

CPP, Art. 384. (...)


§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Códi-
go. Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arqui-
vamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procu-
rador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para ofere-
cê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Questão 16 (FGV/OAB/2014) João foi denunciado pela prática de crime de furto simples.
Na denúncia, o Ministério Público apenas narrou que houve a subtração do cordão da vítima,
indicando hora e local. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima narrou que João
empurrou-a em direção ao chão dizendo que se gritasse “o bicho ia pegar”, arrancando, em
seguida, o seu cordão. Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o juiz fica conven-
cido de que houve crime de roubo e não de furto. Sobre o caso apresentado, de acordo com o
Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta:
a) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no artigo 383 do
CPP, que assim dispõe: “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave”.

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b) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-


co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve aplicar o artigo 28 do CPP.
c) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cin-
co) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá condenar João pelo crime de roubo,
tendo em vista que a vítima narrou a agressão em juízo.
d) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de qualquer provi-
dência, em homenagem ao princípio da verdade real.

Letra b.
a) Errada.
b) Certa.

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não
contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-
-se a termo o aditamento, quando feito oralmente

c) Errada. Art. 384:

(...) § 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste
Código.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquiva-
mento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procura-
dor-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la,
ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

d) Errada. Vide letra “b”.

Questão 17 (FGV/OAB/2014) Felipe foi reconhecido em sede policial por meio de fotografia
como o autor de um crime de roubo. O inquérito policial seguiu seus trâmites de forma regular
e o Ministério Público decidiu denunciar o indiciado. O oficial de justiça procurou em todos os
endereços constantes nos autos, mas a citação pessoal ou por hora certa foram impossíveis.
Assim, o juiz decidiu pela citação por edital. Marcela, irmã de Felipe, ao passar pelo fórum leu
a citação por edital e procurou um advogado para tomar ciência das consequências de tal

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Prisões. Liberdade Provisória. Citações
Carolina Carvalhal Leite Brito

citação, pois ela também não sabe do paradeiro do irmão. Diante da situação descrita, acerca
da orientação a ser dada pelo advogado, assinale a afirmativa correta:
a) Felipe deve comparecer em juízo, sob pena de ser processado e condenado sem que seja
dada oportunidade para a sua defesa.
b) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo pres-
cricional ficarão suspensos, sendo decretada a sua prisão preventiva de forma automática.
c) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo pres-
cricional ficarão suspensos, sendo determinada a produção antecipada de provas de forma
automática, diante do risco do desaparecimento das provas pelo decurso do tempo.
d) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo pres-
cricional ficarão suspensos e, se for urgente, o juiz determinará a produção antecipada de
provas, podendo decretar a prisão preventiva se presentes os requisitos expressos no artigo
312, do CPP.

Letra d.
a) Errada.
b) Errada.
c) Errada.

Súmula n. 455, STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com
base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando uni-
camente o mero decurso do tempo.

d) Certa.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão sus-
pensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção anteci-
pada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312.

Questão 18 (FGV/OAB/2012) O deputado “M” é um famoso político do Estado “Y”, e tem


grande influência no governo estadual, em virtude das posições que já ocupou, como a de Pre-
sidente da Assembleia Legislativa. Atualmente, exerce a função de Presidente da Comissão de

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Prisões. Liberdade Provisória. Citações
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Finanças e Contratos. Durante a reunião semestral com as empresas interessadas em parti-


cipar das inúmeras contratações que a Câmara fará até o final do ano, o deputado “M” exigiu
do presidente da empresa “Z” R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que esta pudesse
participar da concorrência para a realização das obras na sede da Câmara dos Deputados.
O presidente da empresa “Z”, assustado com tal exigência, visto que sua empresa preenchia
todos os requisitos legais para participar das obras, compareceu à Delegacia de Polícia e
informou ao Delegado de Plantão o ocorrido, que o orientou a combinar a entrega da quantia
para daqui a uma semana, oportunidade em que uma equipe de policiais estaria presente para
efetuar a prisão em flagrante do deputado. No dia e hora aprazados para a entrega da quantia
indevida, os policiais prenderam em flagrante o deputado “M” quando este conferia o valor
entregue pelo presidente da empresa “Z”. Na qualidade de advogado contratado pelo Deputa-
do, assinale a alternativa que indica a peça processual ou pretensão processual, exclusiva de
advogado, cabível na hipótese acima:
a) Liberdade Provisória.
b) Habeas Corpus.
c) Relaxamento de Prisão.
d) Revisão Criminal.

Letra c.
a) Errada. Não é exclusiva do advogado. A liberdade provisória é um estado de liberdade,
circunscrito em condições e reservas, que impedem ou substitui a prisão cautelar, atual ou
iminente.

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319
deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).

b) Errada. CF.
c) Certa. Sabemos que os parlamentares possuem imunidades processuais, também chama-
das de formais ou relativas. Estas compreendem prerrogativas concedidas aos parlamenta-
res federais de não serem presos provisoriamente senão em flagrante por crime inafiançável

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e a possibilidade de sustação dos processos criminais contra si instaurados – vide artigo


art. 53, § 2º, da CF/88. Importante observar que isso também é válido para os parlamentares
estaduais por força do art. 27, § 1º, da CF/88, o qual garante a prerrogativa das imunidades
aos deputados estaduais entre outras. Basta lembrar sobre o princípio da simetria constitu-
cional. Portanto, como não se trata de crime inafiançável o deputado foi preso em flagrante
ilegalmente, restando assim o pedido de Relaxamento de Prisão, conforme previsto no art. 5º,
LXV, da CF/88 e 310, I, do CPP.

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:(Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

d) Errada. Revisão criminal:

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:


I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos
autos;
II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos compro-
vadamente falsos;
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de cir-
cunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após.
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou,
no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Questão 19 (FGV/OAB/2012) O Código de Processo Penal pátrio menciona que também se


considera em flagrante delito quem é perseguido, logo após o delito, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o perseguido autor da
infração. A essa modalidade dá-se o nome de flagrante
a) impróprio.
b) ficto.
c) diferido ou retardado.
d) esperado.

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Letra a.
a) Certa. Flagrante impróprio. Nele, o agente é perseguido logo após a prática do delito. Pre-
visão legal, artigo 302, III do CPP: “é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;”
b) Errada. Flagrante ficto. Nessa modalidade de flagrante, o criminoso é encontrado logo de-
pois da prática do delito – também chamada de presumido ou assimilado. Previsão legal,
artigo 302, IV do CPP: “é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis
que façam presumir ser ele autor da infração.”
c) Errada. Flagrante diferido ou retardado. Ele é caracterizado pela expectativa de efetivá-la
no momento mais oportuno independente se ocorrer outros crimes no seu percurso
d) Errada. Flagrante esperado. Essa modalidade de flagrante é caracterizada pela realização
de campana (tocaia) na esperança de que o 1º ato executório do delito se realize para con-
cretização do flagrante. Todavia, essa modalidade é totalmente doutrinaria, ou seja, não há
previsão legal, quando a prisão é efetivada ela se transforma em uma das hipóteses do artigo
302 do CPP

Questão 20 (FGV/OAB/2011) Como se sabe, a prisão processual (provisória ou cautelar) é a


decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória, nas hipóteses pre-
vistas em lei. A respeito de tal modalidade de prisão, é correto afirmar que
a) em nosso ordenamento jurídico, a prisão processual contempla as seguintes modalidades:
prisão em flagrante, preventiva, temporária, por pronúncia e em virtude de sentença condena-
tória recorrível.
b) a prisão temporária tem como pressupostos a existência de indícios de autoria e prova
da materialidade, e como fundamentos a necessidade de garantia da ordem pública, a con-
veniência da instrução criminal, a necessidade de garantir a futura aplicação da lei penal e a
garantia da ordem pública.
c) o prazo de duração da prisão temporária é de cinco dias, prorrogável por mais cinco em caso
de extrema e comprovada necessidade. Em se tratando, todavia, de crime hediondo, a prisão
temporária poderá ser decretada pelo prazo de trinta dias, prorrogável por igual período.

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d) são requisitos da prisão preventiva a sua imprescindibilidade para as investigações do


inquérito policial e o fato de o indiciado não ter residência fixa ou não fornecer elementos ne-
cessários ao esclarecimento de sua identidade.

Letra c.
a) Errada. Inconstitucional a prisão por pronúncia e em virtude de sentença condenatória re-
corrível.
b) Errada. 1) trata-se de pressupostos da prisão preventiva e não temporária; 2) repete 2 vezes
a garantia da ordem pública; 3) não arrola o pressuposto da garantia da ordem econômica.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem eco-
nômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado
de liberdade do imputado.(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer
das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de
perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

c) Certa. FUNDAMENTO: o art. 2º, da Lei n. 7.960/1989 (Que dispõe sobre prisão temporária.):

Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade poli-
cial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.
Art. 2º (...) Lei n. 8.072/1990 (Que trata dos crimes hediondos.)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos cri-
mes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)

PRAZOS DA PRISÃO TEMPORÁRIA: em regra, esse prazo é de cinco dias, prorrogável por igual
período (mais 5 dias), em casos de extrema e comprovada necessidade.
QUANTO AOS CRIMES HEDIONDOS, esse prazo é de 30 dias, prorrogável por igual período
(mais 30 dias), também em casos de extrema e comprovada necessidade.
D) Errada. Art. 312 – CPP.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisões. Liberdade Provisória. Citações
Carolina Carvalhal Leite Brito

Questão 21 (FGV/OAB/2011) Ao proferir sentença, o magistrado, reputando irrelevantes os


argumentos desenvolvidos pela defesa, deixa de apreciá-los, vindo a condenar o acusado.
Com base no caso acima, assinale a alternativa correta.
a) Como é causa de nulidade da sentença, a falta de fundamentação deve ser arguida inicial-
mente por meio de embargos de declaração, que, se não forem opostos, gerarão a preclusão
da alegação, pois a nulidade decorrente da falta de fundamentação do decreto condenatório
importa em nulidade relativa.
b) Como é causa de nulidade absoluta da sentença, a falta de fundamentação não precisa
ser arguida por meio de embargos de declaração, devendo necessariamente, no entanto, ser
sustentada no recurso de apelação para poder ser conhecida pelo Tribunal.
c) Como é causa de nulidade absoluta da sentença, a falta de fundamentação não precisa ser
arguida nem por meio de embargos de declaração, nem no recurso de apelação, podendo ser
conhecida de ofício pelo Tribunal.
d) Como reputou irrelevantes as alegações feitas pela defesa, o magistrado não precisava
tê-las apreciado na sentença proferida, não havendo qualquer nulidade processual, pois não
há nulidade sem prejuízo.

Letra c.
Nulidade é a sanção estabelecida judicialmente ante a inobservância de norma processual
que enseje prejuízo (real ou presumido) a direito das partes ou interessados no processo. As
nulidades podem ser: a) NULIDADE ABSOLUTA: podem ser reconhecidas pelo magistrado, de
ofício, ou a requerimento das partes, sendo despicienda a demonstração de prejuízo, que já é
presumido. Além disto, a nulidade absoluta não é passível de convalescimento. b) NULIDADE
RELATIVA: de regra, serão decretadas pelo juiz a requerimento da parte, em momento oportu-
no, devendo-se demonstrar a ocorrência de prejuízo. Admitem sanatória.

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Prisões. Liberdade Provisória. Citações
Carolina Carvalhal Leite Brito

REFERÊNCIAS
Jurisprudência dizer o Direito - Márcio André, 2020, ed. Juspodivm;

Código de Processo Penal para concursos, Nestor Távora e Fábio Roque, 9ª ed.juspodivm,
2019;

Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro, 8ª ed. 2020, ed. Juspodivm.

Site Buscador Dizer o Direito- MárcioAndré.

Site STJ

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