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Prof. Leonardo dos Santos Arpini
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Aula 6: Da prisão, das medidas cautelares...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 3

PRINCÍPIOS E IMUNIDADES SOBRE PRISÕES................................................................................................. 9

PRISÃO EM FLAGRANTE................................................................................................................................ 13

PRISÃO PREVENTIVA. .................................................................................................................................. 30

PRISÃO TEMPORÁRIA................................................................................................................................... 41

PRISÃO DOMICILIAR..................................................................................................................................... 45

LIBERDADE PROVISÓRIA. ............................................................................................................................. 48

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR............................................................................................... 54

RESUMO DIRECIONADO................................................................................................................................ 71

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INTRODUÇÃO.
Olá, meu amigo(a)!

 Dando início ao nosso décimo encontro em nosso curso regular de direito penal e processo penal, a partir da
aula de hoje passaremos a estudar o tema da prisão e liberdade provisória. 

O Código de Processo Penal disciplina o regramento da prisão, das medidas cautelares e da liberdade
provisória, no Título IX, onde estão especificamente localizados os artigos 282 a 350, QUE SÃO DE LEITURA
OBRIGATÓRIA!!!

Assim, antes de adentrarmos ao conteúdo propriamente dito, quero passar para você alguns aspectos
introdutórios a respeito do nosso tema. 

As medidas cautelares ingressaram no ordenamento jurídico através da Lei nº 12.403/11, prevendo algumas
alterações relacionadas aos aspectos da prisão, da liberdade provisória, da fiança e, também, trouxe um rol
de medidas cautelares pessoais a serem aplicadas ao investigado ou acusado. Desse modo, as medidas
cautelares são providências tomadas pelo Juiz da Causa em face do acusado quando não for necessária sua
prisão provisória para o deslinde do feito. 

A palavra “prisão”, genericamente falando, se trata da privação da liberdade do indivíduo. 

A prisão pode ser classificada em duas modalidades: 

Por prisão pena, estamos diante daquela que decorre de sentença condenatória transitada em julgado, que
aplica pena privativa de liberdade. Aqui, estamos diante de uma condenação proferida por um juiz dentro de
uma ação penal (tema por nós já estudado). 

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Já a prisão sem pena, é a que não decorre de sentença condenatória transitada em julgado, não sendo
considerada pena no sentido técnico jurídico. Dentro desse conceito, os estudiosos do direito processual
penal identificam, ao menos, quatro espécies de prisão sem pena: prisão civil, administrativa, disciplinar e,
por fim, a que nos interessa, a processual (provisória ou cautelar). 

Guardada nossa classificação?! Tenho certeza que sim! Então, continuemos avançando. 

Desse modo, a prisão processual (provisória ou cautelar), se divide em três modalidades, quer ver só: 

Prisão processual (denominada prisão cautelar ou prisão provisória).

Prisão preventiva Arts. 311 a 316 do CPP.

Prisão temporária É a única modalidade de prisão prevista em lei extravagante (Lei nº 7960/89).

Prisão domiciliar Arts. 317 e 318 do CPP

Prisão em flagrante Arts. 301 a 310 do CPP.

Agora que já conseguimos visualizar todas as espécies de prisão existentes no ordenamento jurídico
brasileiro, é chegado o momento de tratarmos da cautelaridade. 

Assim, meu amigo(a), todas as prisões ocorridas antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória, não têm natureza de pena, mas sim, a finalidade de resguardar a sociedade ou o processo com
a segregação do investigado ou acusado. 

Nas palavras de Edilson Mougenot Bonfim, “daí falar em cautelaridade social, cujo escopo é proteger a
sociedade do indivíduo perigoso e, cautelaridade processual, que garante a norma iter procedimental, fazendo
com que a feito transcorra conforme a lei e que eventual sanção penal seja cumprida. Deve necessariamente a
prisão provisória fundar-se em uma das cautelaridades acima apontadas, sob pena de ser considerada
inconstitucional por afrontar ao princípio da presunção de não culpabilidade (art. 5º, LVII, CF). Por não constituir
antecipação de pena, uma vez que inexiste trânsito em julgado de condenação, toda e qualquer prisão cautelar
exige a presença dos seguintes requisitos: indícios suficientes de autoria ou participação – o fummus comissi
delicti; e existência de risco social ou processual – periculum in libertatis, que nada mais é do que a
cautelaridade.” (p.579). 

Desse modo, a regra é que o investigado ou acusado aguarde o transcurso da ação penal em liberdade. De
outra banda, o artigo 5º, LXI, da Constituição Federal assim dispõe: 

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Art. 5º. [...]

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

Em sintonia com a constituição federal, o artigo 282 está assim redigido: 

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal
transitada em julgado. 

Então, caríssimo, a partir da redação constitucional e do Código de Processo Penal, podemos concluir que a
prisão somente poderá resultar de: 

Flagrante delito;

De ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, isto é, mediante


mandado de prisão, seja ele oriundo de sentença condenatória transitada em julgado ou, no
curso da investigação ou do processo, por conta da decretação de prisão temporária ou
preventiva. 

Ainda dentro do nosso capítulo instrutório, é necessário que façamos algumas considerações acerca da prisão
e a inviolabilidade de domicílio. 

Vamos lá!

Em nossa aula passada quando falamos acerca dos meios de prova acabamos por tratar da busca e apreensão
domiciliar, razão pela qual, os conceitos lá abordados serão transportados para cá?! Certo?! Então, preste
atenção, meu amigo(a)!

Pois bem, o conceito de casa é encontrado no artigo 150, §§4º e 5º, do Código Penal, quer ver só:

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem
de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 

        § 4º - A expressão "casa" compreende:

       I - qualquer compartimento habitado;

        II - aposento ocupado de habitação coletiva;

        III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

        § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":

        I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;

       II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

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A casa, meu(a) amigo(a), é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar, sem autorização
judicial, sem o consentimento do morador, salvo flagrante, para prestar socorro, desastre ou durante o dia
(período que vai das 06h até às 18h) com ordem judicial. 

Também, você bem sabe que, para adentrar a imóvel alheio, é necessário que haja o consentimento do
morador, porém, uma vez dado esse consentimento a terceiro para ingressar no imóvel, o dono da habitação
poderá retirar o consentimento, obrigando o ingressante a retirar-se do imóvel. 

É possível, também, a entrada no período noturno sem mandado, desde que haja fundadas suspeitas da
ocorrência de crime permanente, justificadas a posteriori. 

“Professor, eu lembro que aprendi com você sobre os crimes permanentes nas aulas de Penal Geral. Você poderia
me dar um exemplo?”

Mas é claro, meu(a) jovem! 

Um exemplo corriqueiro de crime permanente e que é apto a franquear a entrada das autoridades nos locais
em que haja suspeita, é tráfico de drogas (art. 33, da Lei 11.343/06) na modalidade “ter em depósito” ou,
também, o crime de receptação na modalidade “ocultar”. Ambos são crimes permanentes, em que a
consumação se prolonga no tempo, fazendo com que o indivíduo possa ser preso em flagrante a qualquer
momento. 

Durante o dia com ordem judicial: o conceito cronológico de dia vai das 06h às 18h, porém, meu amigo(a),
quero que você preste atenção ao art. 22, §1º, III, da Lei de Abuso de Autoridade. Para o referido artigo, o dia é
das 05h às 21h. Desse modo, há um conflito acerca do marco temporal do início e fim do dia, razão pela qual,
isso será dirimido através das decisões dos Tribunais Superiores.

Em resumo, meu amigo(a)!

Desse modo, conseguimos sintetizar as principais informações que são necessárias para o estudo do tema da
prisão e da liberdade provisória, porém, antes de avançarmos, só com essa introdução, já é possível
respondermos uma questão a respeito do tema. Quer ver só?

Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2004 - Polícia Federal - Agente
Federal da Polícia Federal - Nacional 

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Acerca de prisão e de habeas corpus, julgue os itens a seguir.

Considera-se coação ilegal, passível de habeas corpus, a manutenção do acusado em cárcere quando houver
cessado o motivo que autorizou a coação. 

(    ) Certo

(   ) Errado 

Resolução: a partir da leitura do enunciado da questão é possível concluirmos que estamos diante de uma
prisão cautelar (seja ela temporária ou preventiva) e, desse modo, cessado o motivo que autorizou a prisão (a
cautelaridade no caso concreto) e o indivíduo permaneça preso, essa prisão se torna ilegal, podendo ser
combatida através do habeas corpus – remédio constitucional utilizado para os casos em que haja uma coação
ilegal ao direito de locomoção – com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da CF.

Gabarito: CERTO.

Compreendido, meu amigo(a)?!

Certo! Então, para fecharmos nosso tópico introdutório, fica aqui mais um diagrama para facilitar sua
memorização: 

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Saiba que é um enorme prazer estar na sua presença!!

Vamos ao próximo capítulo do nosso estudo!

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Princípios e imunidades sobre prisões.


Salve, salve, meu amigo(a)! 

Seja muito bem-vindo ao nosso primeiro capítulo de estudo em nossa aula de número 10. 

Agora que já estudamos ao longo da segunda parte do nosso curso regular, temas como do Inquérito Policial
e Ação Penal e Provas, o tema da prisão e liberdade provisória é de suma importância para todo o
desenvolvimento da instrução processual penal e está diretamente conectado com os temas estudados em
aulas passadas. 

Então, dessa forma, vamos iniciar este tópico a partir dos princípios aplicáveis à prisão: 

A) Respeito a integridade física e moral do preso: o referido princípio está disposto no artigo 5º, XLIX, da CF,
veja só: Art. 5º. [...] – XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Assim,
caríssimo(a), caso o preso morra sob a custódia do Estado, deverão seus familiares serem indenizados,
conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, lançado no Recurso Extraordinário 841.525/RS, de
relatoria do Ministro Luiz Fux, de 01.08.2016.  

B) Comunicação da prisão ao juiz e à família do preso: quanto à comunicação da prisão, o princípio em


análise está posto no artigo 5º, LXII, da CF: Art. 5º. [...] – LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada. É interessante que você saiba que o preso poderá abrir mão da comunicação aos seus familiares,
quando o próprio não indicar de forma voluntária quem são seus familiares para a autoridade policial.

C) Direito ao silêncio: conforme o artigo 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. 

Superado o estudo dos princípios, quero falar a você algumas considerações importantes sobre as
imunidades prisionais. 

A primeira imunidade prisional que precisamos ter em mente se refere à figura do Presidente da República.
Entretanto, é necessário que façamos a leitura do artigo 86, §3º da Constituição Federal:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados,
será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
sujeito a prisão.

Perceba, caríssimo(a), a partir da leitura da parte destacada (que nos interesse para o estudo penal) o
Presidente da República possui imunidade prisional, só podendo ser preso por sentença judicial condenatória
(ATENÇÃO: Essa sentença não precisar ter transitado em julgado), razão pela qual, não sofre prisão
provisória. 

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“Professor, eu me lembro que há uma regra constitucional aplicável para esses casos. A tal da regra da simetria.
Desse modo, posso afirmar que isso também se aplica aos governadores dos Estados?”. 

Uma excelente pergunta, meu(a) caro(a) colega! 

Em que pese existência da figura da simetria, nesse caso, não podemos aplicá-la quando o assunto for
imunidade de governadores. O STF, no Inquérito 650 do DF decidiu que essa imunidade não se estende aos
governadores. Também, o mesmo STF, em 2018, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4362/DF, decidiu
que não podem as Constituições Estaduais estabelecer necessidade de autorização prévia da Assembleia
Legislativa para processo contra governadores. 

Ainda tratando das autoridades federais dos poderes da República, os Senadores, Deputados Federais e
Deputados Estaduais, por força dos artigos 53, §2º e 27, §1º, ambos da Constituição Federal, essas
autoridades só podem ser presas em caso de flagrante de crime inafiançável, com a imediata remessa dos
autos da prisão em flagrante para a respectiva casa legislativa no prazo de 24h para que os semelhantes
deliberem sobre a prisão. 

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos. 

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os
Deputados Federais acima de doze. 

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas. 

Para ficar mais claro, vejamos esse exemplo: 

Imagine que Austin tornou-se Deputado Federal pelo Estado de Minas Gerais e iniciou seu mandato
parlamentar conforme disposto na Constituição. Passado um ano do exercício do mandato, durante algumas
sessões na Câmara acabou por se envolver em discussões com Caracas, também deputado por Minas Gerais,
mas do partido de oposição. Certo dia, Austin encontra Caracas fazendo compras no supermercado e
aproveita esse momento para descarregar sua arma de fogo em direção ao desafeto, tudo por conta dos
desentendimentos no Parlamento. Nesse caso, não há dúvida de que estamos diante de um homicídio
qualificado pelo motivo fútil (art. 121, §2º, inciso II, do CP – crime inafiançável) praticado por um parlamentar
contra outro e, no caso de Austin ser preso em flagrante, após a lavratura do auto pela autoridade policial, o
expediente deverá ser enviado à Câmara dos Deputados para que o restante dos parlamentares decidam
acerca da manutenção ou não da prisão em flagrante. Compreendido?! 

Outras pessoas que possuem prerrogativas de imunidades prisionais são as autoridades do Poder Judiciário,
tais como Juízes, Promotores e Defensores. 

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Para esses cargos, eles só terão imunidade para a prisão em flagrante de crime afiançável, esteja ou não no
exercício da função. Entretanto, todas as demais medidas são cabíveis (prisão preventiva, temporária e
flagrante de crime inafiançável).

E, por fim, o advogado tem imunidade prisional apenas para o exercício da função e para prisão em flagrante
de crime afiançável e, assim como as autoridades acima mencionadas, todas as outras medidas são cabíveis
(prisão preventiva, temporária e flagrante de crime inafiançável).

Então, para fecharmos o estudo do nosso primeiro tópico, vejamos como os concursos estão cobrando o
tema ora estudado!

Ano: 2012 Banca: FGV Órgão: PC-MA Provas: FGV - 2012 - PC-MA - Escrivão de Polícia 

Conforme dispõe a Constituição da República, é correto afirmar que :

A) os senadores, desde a expedição do diploma, não poderão ser presos, salvo nos casos de crimes
inafiançáveis e em razão dos crimes afiançáveis praticados contra a administração pública. 

B) os deputados somente podem ser presos após autorização da maioria dos membros que compõe a câmara
dos deputados. 

C) os deputados, senadores e vereadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento


pelo Supremo Tribunal Federal. 

D) deputados e senadores, desde a expedição do diploma, não poderão ser presos, salvo em flagrante delito
de crime inafiançável. 

E) o vereador não pode ser preso, conforme previsão expressa na Constituição Federal, salvo em flagrante
delito por crime afiançável, praticado em qualquer local.

Resolução: perceba, meu amigo(a), a partir de todas as informações que retemos até o momento e,
conforme a redação do artigo 53, §2º, da CF, os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, não
poderão ser presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável. 

Gabarito: Letra D. 

Em resumo, caríssimo(a):

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Presidente da Membros do
Parlamentares Magistrados Advogados
República MP

Prisão por
Prisão por Presença da
ordem escrita
ordem escrita OAB para lavrar
Prisão Prisão por do Tribunal/
do Tribunal o APF em caso
somente após flagrante de Órgão Especial
competente de prisão em
sentença crime competente
para o flagrante no
condenatória inafiançável para o
julgamento exercício de
julgamento
deles suas funções
deles

Nos demais,
Prisão por Prisão por
casos, basta
flagrante de flagrante de
comunicação à
crime crime
seccional da
inafiançável inafiançável
OAB

Desse modo, encerramos por completo o nosso estudo acerca dos princípios e das imunidades. 

Aguardo você no próximo capítulo! 

Até lá! 

Abraço!!

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Prisão em Flagrante.
Olá, meu(a) caro(a) colega! Tudo bem com você?! Tenho a certeza que sim! 

Bom, é chegado o momento de iniciarmos o estudo de forma individualizada de cada uma das espécies de
prisão que estão presentes em nosso ordenamento jurídico, e que certamente estarão presentes no seu
concurso.

Vamos em frente! 

O título do nosso tópico já tratou de inaugurar o tema do nosso conteúdo, então, vamos direto para tudo
aquilo que nos interessa acerca da prisão em flagrante. 

Inicialmente, é bom que você saiba que o regramento da prisão em flagrante encontra-se disposto entre os
artigos 301 a 310 do CPP. 

“Certo, professor! Mas o que é especificamente a prisão em flagrante?”

Ótima pergunta! 

Para isso, trago a você o conceito estampado na obra do jurista Edilson Mougenot Bonfim: 

“Em razão da etimologia do termo “flagrante”, do latim flagrare (queimar) e flagratis (ardente, abrasador, que
queima), a doutrina costuma definir prisão em flagrante como a detenção do indivíduo no momento de maior
certeza visual da prática do crime. (BONFIM, 2017, p. 588). 

Agora que fixamos um conceito acerca da prisão em flagrante, eu lhe pergunto: “Quem podem ser sujeito ativo
e sujeito passivo da prisão em flagrante?”

Inicialmente, como sujeito passivo, qualquer pessoa pode ser alvo de prisão em flagrante, salvo as
imunidades prisionais que estudamos anteriormente. Já quanto ao sujeito ativo (aquele quem realiza a
prisão), a prisão em flagrante pode ser efetuada por qualquer pessoa do povo, de forma facultativa, conforme
o artigo 301 do CPP e, de forma obrigatória, para os policiais e os agentes de segurança pública. 

Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.

Com essa breve explicação, você já pode responder a seguinte questão: 

Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente
de Polícia Federal 

    Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado,
sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser

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abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à
delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.

Os agentes de polícia podem decidir, discricionariamente, acerca da conveniência ou não de efetivar a prisão
em flagrante de José.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: veja, meu amigo(a), conforme o artigo 301 do Código de Processo Penal, as autoridades policiais
possuem o dever de efetuar a prisão. Desse modo, não podemos falar em discricionariedade dos agentes de
polícia na situação em que José estava portando um revólver calibre 38. 

Gabarito: ERRADO.

A prisão em flagrante, por si só, possui algumas fases para que ela se aperfeiçoe por completo, até a
confecção do respectivo auto pelo Delegado de Polícia. 

As fases do flagrante são divididas da seguinte forma: 

1ª) Prisão captura: aqui, o agente é capturado pela pessoa do povo ou pela autoridade pública. 

2ª) Condução coercitiva: logo após a captura, o flagrado será conduzido até a repartição policial. 

3ª) Lavratura do APF: já nas repartições da Delegacia de Polícia, o Delegado irá iniciar a confecção
do auto de prisão em flagrante (APF).

4ª) Prisão detenção: esse é o momento em que o flagrado ficará nas dependências da Delegacia até
que uma decisão acerca da manutenção ou não de sua prisão sobrevenha por parte do Poder
Judiciário. 

5ª) Comunicações obrigatórias: por fim, a prisão será comunicada a um familiar do preso ou pessoa
por ele indicada e, também, ao Ministério Público, Poder Judiciário e Defensoria Pública nas
comarcas em que atue pois, do contrário, será nomeado advogado dativo para acompanhar o auto. 

Um ponto que é de grande relevância para o nosso estudo diz respeito às modalidades de flagrante. Para
tanto, peço que você beba sua água e redobre sua atenção! Esse tema compõe, ao menos 60%, das questões
de prisão em flagrante na grande maioria dos concursos. 

Veja o que diz o artigo 302 do Código de Processo Penal:

 Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:

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I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III  -  é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.

A partir da redação do artigo 302, inciso I e II, do CPP, estamos diante do flagrante próprio/real, ou seja, é
quando o indivíduo está cometendo o crime ou acaba de cometer. 

O inciso III, traz o flagrante impróprio/imperfeito/quase flagrante, ocasião em que o flagrando é perseguido
logo após. 

Por fim, o inciso IV, traz o flagrante presumido/ficto, ocasião em que o flagrado é encontrado logo depois com
o PIAO (papéis, instrumentos, armas ou objetos que façam presumir ser o autor da infração). 

Veja essa tabela que resume bem as modalidades de prisão em flagrante: 

Flagrante Próprio Flagrante Impróprio Flagrante Presumido

Está cometendo ou acabou Encontrado, logo depois, com


Perseguido, logo após
de cometer a infração objetos que façam presumir ser o
cometer a infração penal
penal autor da infração

Incisos I e II Inciso III Inciso IV

Mas agora, ATENÇÃO! 

ENQUANTO DURAR A PERSEGUIÇÃO A PESSOA ESTÁ EM FLAGRANTE, AINDA QUE AS


AUTORIDADES A PERCAM DE VISTA. O QUE NÃO PODE HAVER É A INTERRUPÇÃO DA
PERSEGUIÇÃO (QUEBRA DE CONTINUIDADE).

Imagine a situação em que indivíduos fortemente armados assaltam uma instituição bancária e após a
empreitada criminosa empreendem fuga do local, sendo imediatamente perseguidos pelas autoridades

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policiais. Por conta da perseguição, os assaltantes adentram em uma mata densa e, ato contínuo, a polícia
cerca toda a mata e inicia as buscas de forma ininterrupta, fazendo trocas regulares dos policiais que estão se
dedicando às diligências e, 15 dias depois do crime encontram os criminosos. Nesse caso, estamos diante de
um flagrante, tendo em vista que não houve quebra de continuidade na situação de flagrância.
Compreendido?! 

Agora que conseguimos visualizar todas as modalidades de flagrante e a quebra de continuidade, vejamos
como os concursos estão cobrando esse tema: 

Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PRF Prova: CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal 

Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais
foram comunicados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e
características foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de
bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na rota de fuga do
homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em sua posse e
que, supostamente, tinha sido utilizada no crime.

Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.

De acordo com a classificação doutrinária dominante, a situação configura hipótese de flagrante presumido
ou ficto.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: perceba, meu amigo(a), no momento em que os policiais rodoviários federais abordam o suposto
autor do homicídio e, com ele, encontram a arma de fogo que supostamente tinha sido utilizada no crime
doloso contra a vida, podemos concluir que o flagrante ficto/presumido, que se trata da modalidade em que o
flagrando é encontrado logo depois com o PIAO (papéis, instrumentos, armas e objetos) que façam presumir
ser ele o autor do crime. 

Gabarito: CERTO. 

Veja essa outra: 

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Ano: 2000 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2000 - Polícia Federal - Agente
Federal da Polícia Federal 

Zeca e Juca, previamente ajustados, adentraram em uma agência da Caixa  Econômica Federal e, mediante
ameaça, com o emprego de armas de fogo  (revólveres), subtraíram a importância de R$ 20.000,00, que se
encontrava no  interior do cofre da instituição financeira. Logo depois da ocorrência, os autores da  subtração
foram encontrados por policiais militares, alguns quarteirões distantes     da agência, em atitude suspeita
(carregando sacolas e com armas na cintura),   momento em que foram abordados e posteriormente presos.
As armas do crime  foram apreendidas e parte da res furtiva recuperada. Juca alegou ter menos de  dezoito
anos de idade. 

Diante dessa situação hipotética, julgue o  item  a seguir. 

Zeca e Juca foram presos em flagrante impróprio ou quase-flagrante. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: perceba, caríssimo(a), o caso não é de flagrante impróprio ou quase-flagrante, mas sim de um
caso de flagrante presumido/ficto, ocasião em que os autores da  subtração foram encontrados por policiais
militares, alguns quarteirões distantes   da agência, em atitude suspeita (carregando sacolas e com armas na
cintura).

Gabarito: ERRADO.

Veja que já avançamos muito em nosso estudo sobre prisão em flagrante. 

Outro tema importante que diz respeito ao instituto é sobre a apresentação espontânea do agente criminoso.

Agora eu lhe pergunto, doutor(a)! Pense bem a respeito... “Você acha que caso o agente criminoso se apresente
espontaneamente as autoridades policiais há ou não o flagrante?”

Se você respondeu que não há ocorrência de flagrante, acertou na mosca! Do contrário, não se preocupe,
vamos estudar isso juntos. 

A maioria da doutrina processualista (estudioso do direito processual penal) leciona no sentido de que a
apresentação espontânea do agente criminoso é suficiente para afastar a prisão em flagrante!  

Também, meu amigo(a), além das modalidades legais de flagrante que acabamos de estudar (baseadas no
artigo 302 do CPP), a jurisprudência dos Tribunais Superiores (STF e STJ) acabaram pro criar outras duas
modalidades. 

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“Arpini, o que seria jurisprudência?” 

Jurisprudência, meu(a) querido(a) são decisões reiteradas sobre determinada matéria no mesmo sentido. Em
outras palavras, é quando algum tribunal acaba decidindo sobre determinado tema diversas vezes sempre em
um único sentido. 

Com base nisso, a jurisprudência acabou por criar o flagrante preparado e, também, o flagrante esperado. 

Concentre-se na tabela abaixo:

Flagrante Preparado Flagrante Esperado

Há intervenção na vontade. Não há intervenção na vontade

Não é válido. É válido

Crime impossível – Súmula 145


do STF  567, STJ - Sistema de vigilância realizado por monitoramento
Não há crime, quando a eletrônico ou por existência de segurança no interior de
preparação do flagrante pela estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
polícia torna impossível a sua configuração do crime de furto
consumação

Flagrante Provocado Flagrante Forjado

A autoridade estimula a prática do delito e, ao mesmo A autoridade “planta” objetos para


tempo, toma as precauções para que não haja a simular uma situação flagrancial que não
consumação existe

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É ilegal É ilegal

Exemplificando, doutor(a): 

- Se o policial, sabendo que seu alvo vende drogas de forma habitual em via pública, o aborda e oculta sua
condição de policial para adquirir o entorpecente e, logo após a compra da voz de prisão em flagrante (na
condição de policial) ao traficante, esse será um flagrante preparado, pois houve intervenção na vontade do
criminoso que “supostamente” vendia drogas para um usuário e não um policial. Porém, caso o traficante
informe ao policial disfarçado que não possui a droga consigo, mas leva-o até sua residência onde os
estupefacientes estão em depósito, o policial poderá prendê-lo em flagrante e a prisão será válida, tendo em
vista que um dos verbos nucleares do artigo 33 da Lei de Drogas é “ter em depósito”, sendo modalidade de
crime permanente, em que a consumação se prolonga no tempo

Imagem retirada do site: https://br.pinterest.com/pin/604678687450383193/.

Esse entendimento nos é apresentado no artigo 303 do CPP: 

  Art.  303.    Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a
permanência.

- Já quanto à figura do flagrante esperado, o argumento sustentado pela defesa de réus acusados de crime de
furto era a de que, tendo em vista o sistema de vigilância posto em estabelecimentos comerciais ou a
presença de seguranças, faria com que o crime de furto fosse considerado um crime impossível, tendo em
vista a ausência de consumação, seja pela visualização através do sistema ou da imediata abordagem pelos
seguranças. Porém, esse argumento não foi acolhido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por conta da
teoria adotada para o momento consumativo do furto. Você lembra de que teoria estamos falando? Aposto
que sim! Estudamos durante nossa aula de crimes contra o patrimônio. É, isso mesmo, a teoria da amotio na
qual o crime de furto se consuma com a inversão do ânimo da posse, independente de posse mansa e pacífica
da res furtiva. 

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Imagem retirada do site: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-


anotada-crime-impossivel.

Esse entendimento nos é apresentado no artigo 303 do CPP: 

  Art.  303.    Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a
permanência.

- Já quanto à figura do flagrante esperado, o argumento sustentado pela defesa de réus acusados de crime de
furto era a de que, tendo em vista o sistema de vigilância posto em estabelecimentos comerciais ou a
presença de seguranças, faria com que o crime de furto fosse considerado um crime impossível, tendo em
vista a ausência de consumação, seja pela visualização através do sistema ou da imediata abordagem pelos
seguranças. Porém, esse argumento não foi acolhido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por conta da
teoria adotada para o momento consumativo do furto. Você lembra de que teoria estamos falando? Aposto
que sim! Estudamos durante nossa aula de crimes contra o patrimônio. É, isso mesmo, a teoria da amotio na
qual o crime de furto se consuma com a inversão do ânimo da posse, independente de posse mansa e pacífica
da res furtiva. 

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Imagem retirada do site: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-


anotada-crime-impossivel.

Esse é um tema recorrente em concursos, veja só:

Ano: 2000 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2000 - Polícia Federal - Agente
Federal da Polícia Federal 

Em meados de julho do corrente ano, X, Y e Z associaram-se, com vontade  associativa permanente, a fim de
praticarem tráfico ilícito de substância   entorpecente. No dia 13 de agosto, por volta das 13 h, agentes de
polícia federal,   passando-se por compradores, adentraram na residência de Z e, em cumprimento     a
mandado de busca, efetuaram a prisão em flagrante de X, Y e Z, que detinham  em depósito, para negócio,
doze quilos de cocaína.
Com referência à situação hipotética apresentada e a considerações penais  correlatas, julgue o  item  que se
segue. 

Na situação em apreço, o flagrante deveria ser considerado nulo, por ter sido preparado ou provocado pelos
agentes policiais e por não ter ocorrido nenhum ato de traficância. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: veja, caríssimo(a), nesse caso, como os criminosos X, Y e Z tinham em depósito os 12kg de cocaína,
estamos diante de um crime permanente e, desse modo, o flagrante realizado pelos agentes policiais é
absolutamente válido. 

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Gabarito: ERRADO.

Veja essa outra: 

Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-AP Prova: CESPE - 2004 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área
Judiciária 

O agente de polícia Silva, trabalhando em uma delegacia de repressão a tóxicos, saiu para cumprir a missão
de identificar e prender possíveis usuários de drogas. Para tanto, ele levou consigo certa quantidade de
maconha e passou a oferecer a mercadoria, vendendo uma porção a Mário, que saiu do local da compra e foi
imediatamente preso em flagrante pelos demais componentes da equipe de Silva.

Sabendo que trazer consigo para uso próprio substância que causa dependência física ou psíquica em
desacordo com determinação legal é conduta prevista como crime na lei antitóxicos, julgue os itens
subsequentes, em face dessa situação hipotética e quanto à prisão em flagrante.

A prisão de Mário foi ilegal, uma vez que se trata de hipótese de flagrante preparado, que exclui o delito 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: nesse caso, a conduta praticada por Silva induziu Mário a adquirir o entorpecente, razão pela
qual, houve intervenção na vontade e a manifestação é viciada, ocasião em que, a prisão de Mário é ilegal por
se tratar de flagrante preparado. 

Gabarito: CERTO. 

Alguma dúvida, doutor(a)? Se estiver faltando algo em seu estudo, venha me procurar para sanarmos a
eventual lacuna. 

Desse modo, encerramos o estudo das modalidades de flagrante. 

Outro ponto importante ainda dentro deste tópico diz respeito às formalidades do flagrante. 

Tais formalidades estão previstas entre os artigos 304 a 309 do CPP. 

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Façamos uma leitura atenta dos dispositivos: 

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua
assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,
após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.           (Redação dada pela Lei
nº 11.113, de 2005)

§ 1o  Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão,
exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso
for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

§ 2o  A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.

§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será
assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.           (Redação dada pela Lei
nº 11.113, de 2005)

§ 4o   Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados
dos filhos, indicado pela pessoa presa.           (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

 Art. 305.  Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará oo auto,
depois de prestado o compromisso legal. 

  Art. 306.  A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.           (Redação dada pela Lei
nº 12.403, de 2011).

§ 1o  Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto
de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.            (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o  No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o
motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.           (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

 Art. 307.  Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções,
constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente
ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o
auto.

 Art. 308.  Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do
lugar mais próximo.

 Art. 309.  Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

Leitura realizada, vamos adiante!!

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A partir de agora vou traçar um esquema das informações mais importantes acerca dos artigos que acabamos
de ler. 

Autoridade: é a autoridade do local da captura e não do local da consumação. 

Condutor: é a pessoa que encaminha o preso à autoridade. Em nosso país, geralmente é a polícia militar que
faz o encaminhamento do preso. 

Testemunhas: deve haver, ao menos, duas testemunhas. O condutor conta como testemunha para lavratura
do APF (Auto de Prisão em Flagrante, lembrado?!). A falta de testemunhas não impede a lavratura do
flagrante, porém, nesse caso, deve haver duas testemunhas da apresentação do preso à autoridade policial,
ou seja, outros dois colegas (geralmente polícia civil) que presenciam a chegada do flagrado. Essas
testemunhas são chamadas de instrumentais, instrumentárias ou fedatárias. 

Atenção!!! Não é obrigatória a presença de defensor na lavratura do Auto. 

Caso o Delegado de Polícia não se convença da ocorrência de crime ou de indícios de autoria, então não
lavrará o flagrante, mas apenas um boletim de ocorrência para posterior investigação do fato. 

Comunicações: o preso recebe a nota de culpa (é a primeira imputação – “acusação” contra o flagrado). A
nota de culpa deve ser entregue ao preso em 24hs. Juiz e Promotor recebem cópia do APF no prazo de 24hs.
Se o preso não possuir advogado, as peças do flagrante serão remetidas para a Defensoria Pública. 

Veja só como isso é cobrando em concurso: 

Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: TRE-AC Prova: FCC - 2010 - TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária 

O documento entregue ao conduzido após a lavratura do auto de prisão em flagrante, assinado pela
autoridade policial e contendo o motivo da prisão, o nome do condutor e das testemunhas, denomina-se 

A) termo circunstanciado.

B) auto de prisão em flagrante.

C) nota de culpa.

D) carta de guia.

E) boletim de ocorrência.

Resolução: conforme acabamos de estudar, no momento em que o preso flagrado é direcionado até a
autoridade para lavratura do APF, ele receberá a nota de culpa, documento que formalizada a primeira
imputação criminal contra sua pessoa. 

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Gabarito: Letra C. 

E, caminhando para o final do nosso estudo sobre prisão em flagrante, vamos tratar das condutas do juiz,
previstas no artigo 310 do CPP. 

 Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
fundamentadamente:       (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

I - relaxar a prisão ilegal; ou           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste
Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou              (Incluído
pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.              (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação.          (Renumerado do parágrafo
único pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que
porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.      
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo
estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão.        (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não
realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser
relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.

Como podemos perceber, o artigo 310 do CPP sofreu algumas alterações por conta da Lei Anticrime e, a partir
de agora, vamos analisar cada uma delas!

Para tanto, farei um quadro comparativo entre a redação anterior e atual redação do artigo 310. 

REDAÇÃO ANTES DA LEI 13.964/19 REDAÇÃO DEPOIS DA LEI 13.964/19

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Art. 310. Ao receber o auto de prisão em Art. 310. Após receber o auto de prisão em
flagrante, o juiz deverá flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e
fundamentadamente: quatro) horas após a realização da prisão, o juiz
I – relaxar a prisão ilegal; ou  deverá promover audiência de custódia com a
II – converter a prisão em flagrante em presença do acusado, seu advogado constituído ou
preventiva, quando presentes os requisitos membro da Defensoria Pública e o membro do
constantes do art. 312 deste Código, e se Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
revelarem inadequadas ou insuficientes as fundamentadamente:       (Redação dada pela Lei nº
medidas cautelares diversas da prisão; ou 13.964, de 2019)       
III – conceder liberdade provisória, com ou I - relaxar a prisão ilegal; ou       
sem fiança; II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto quando presentes os requisitos constantes do art.
de prisão em flagrante, que o agente 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
praticou o fato nas condições constantes insuficientes as medidas cautelares diversas da
dos incisos I a III do caput do art. 23 do prisão; ou
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de III - conceder liberdade provisória, com ou sem
1940 – Código Penal, poderá, fiança.              
fundamentadamente, conceder ao acusado § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em
liberdade provisória, mediante termo de flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
comparecimento a todos os atos das condições constantes dos incisos I, II ou III do
processuais, sob pena de revogação. caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado
liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.               
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964,
de 2019)       

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§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou


que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
medidas cautelares.       (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)       
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação
idônea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo
responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão.            (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)       
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o
decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia
sem motivação idônea ensejará também a
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade
competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva.             
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       

A grande novidade que sobreveio ao ordenamento jurídico por conta da Lei Anticrime alterando o artigo 310
do CPP é a famigerada audiência de custódia. 

Desse modo, caríssimo(a), por intermédio da audiência de custódia, o juiz fica frente a frente com o flagrado,
apurando-se as circunstâncias objetivas da prisão em flagrante, sem adentrar ao mérito dos fatos em si. 

Nas palavras do professor Rogério Sanches Cunha, “a audiência de custódia (ou de apresentação) tem dupla
finalidade: de proteção a fim de tutelar a integridade física do preso, e de constatação, aquilatando, de acordo
com as circunstâncias do caso concreto, a necessidade de ser mantida a prisão do autuado...” (pg. 941). 

Desse modo, realizada a audiência de custódia, o Juiz poderá tomar as seguintes providências:

I - relaxar a prisão ilegal; ou       

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II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do


art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.              

O relaxamento da prisão é uma decorrência natural do artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, que
assim dispõe: “a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”. Para ilustrar uma prisão
ilegal, podemos nos valer da quebra de continuidade que estudamos anteriormente. Suponha que o indivíduo
tenha cometido determinado crime e a polícia após 10 dias de perseguição infrutífera acaba por desistir da
perseguição, ocasião em que o criminoso venha a ser preso somente 1 anos após a prática do crime e a
autoridade policial lavra um APF por conta da custódia. Nesse caso, o Juiz deverá relaxar a prisão, tendo em
vista tratar-se de prisão em flagrante ilegal, de um crime ocorrido um ano antes da prisão. Porém, nada
impede que tal prisão venha a se tornar uma prisão preventiva. 

Já o inciso II trata da conversão do flagrante em preventiva, quando se fizerem presentes os requisitos do


artigo 312 do CPP. Porém, nesse caso, é necessário que tenhamos muita cautela. O atual artigo 311 do CPP
(que vamos analisar posteriormente no estudo da prisão preventiva) sofreu alterações decorrentes da Lei
Anticrime, razão pela qual, atualmente, o art. 311 veda a possibilidade de o juiz decretar prisão preventiva de
ofício. Pois bem, tendo em vista essa modificação ocorrida no artigo 311, uma corrente de pensadores
resolveu estender esses efeitos para o artigo 310, II do CPP. Em outras palavras, caríssimo(a), caso o Juiz, ao
receber um APF verificar o preenchimento dos requisitos do artigo 312 do CPP, não poderia converter o
flagrante em preventiva, por conta da nova redação do artigo 311 do CPP que vedou a decretação de
preventiva de ofício. Assim, o Juiz deveria encaminhar o APF ao Ministério Público para que este requeresse a
prisão preventiva, sob pena de uma indireta decretação da prisão preventiva de ofício. 

O tema era  polêmico, tendo em vista que as duas turmas do Superior Tribunal de Justiça, que tratam de
matéria criminal, não estavam em sintonia quanto ao tema. Para a 5ª Turma, era possível a referida
conversão. Porém, para a 6ª Turma, não era possível. O STF, convidado a se manifestar sobre o tema, no
informativo 994 decidiu pela impossibilidade da conversão de flagrante em preventiva, após o advento
da Lei Anticrime. Assim, meu amigo(a), lhe aconselho a focar no entendimento do STF para o seu
concurso. 

Como o tema é recente, ainda não há questões sobre a controvérsia, desse modo é importante que você
guarde todas essas informações para testes futuros.  

E, para fecharmos as condutas do juiz, é possível, ainda, a concessão da liberdade provisória com ou sem
fiança. 

A atual disciplina da matéria no CPP, estabelece três formas de liberdade provisória, vejamos: 

1ª) Trata-se da liberdade provisória sem fiança ou imposição de qualquer medida cautelar (do art. 319 do
CPP), mas com a obrigação de comparecimento aos atos do processo, quando, através do APF, o Juiz do
flagrante verificar que o flagrado cometeu o fato amparado por uma excludente de ilicitude (art. 23 do CP, por
nós estudadas nas aulas de Penal), conforme o artigo 310, §1º do CPP. 

2ª) a liberdade provisória sem fiança, porém, com a imposição de medida cautelar (art. 319 do CPP) e
obrigação de comparecida aos atos do processo, nos termos do artigo 350 do CPP. Esse é o caso do flagrado
pobre (verificado no caso concreto) que teria que sacrificar a sua própria subsistência ou da sua família, caso

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fosse obrigado a recolher o valor arbitrado na fiança. Porém, ainda que liberado do pagamento, o flagrado se
obriga a “comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do IP (inquérito
policial), da ação penal e para o julgamento, proibido, também, de mudar de endereço ou ausentar-se da
residência por mais de oito dias sem prévia comunicação, além da possibilidade de imposição de outras
medidas cautelares.

3ª) Por fim, a liberdade provisória com ou sem fiança e com ou sem medida cautelar diversa da prisão, para os
casos em que estiverem ausentes os requisitos da prisão preventiva (art. 321, do CPP). 

Desse modo, caminhando para o final da prisão em flagrante, é importante darmos o destaque necessário ao
§2º do art. 310, que é novidade inserida pela Lei Anticrime. 

No parágrafo segundo o legislador determina que o Juiz negue a liberdade provisória, com ou sem medidas
cautelares ao agente reincidente (art. 63, do CP), ou que integra organização criminosa (art. 1, §1º, da Lei
12.85013) armada ou milícia ou que porta arma de fogo de uso restrito. 

Desse modo, meu amigo(a), encerramos por completo o estudo da prisão em flagrante! Qualquer dúvida
acerca desse tópico, me procure em nosso canal de dúvidas ou no meu instragram @prof.arpini. 

Vamos adiante!

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Prisão Preventiva. 
Olá, meu amigo(a)!

Estamos juntos para mais um tópico em nossa aula. Nosso tema a partir de agora é sobre a prisão preventiva,
instituto que sofreu substanciais alterações por conta da Lei Anticrime. Mas não se preocupe, você sairá dessa
aula preparado para enfrentar qualquer questão no seu concurso no tocante à prisão preventiva. 

Inicialmente, os artigos do Código de Processo Penal que nos interessam iniciam-se no 311 até o 317. 

Então, para começarmos já vamos traçar um comparativo com a redação antes da Lei Anticrime e a redação
atual:  

Redação antes da Lei 13.963/19 Redação depois da Lei 13.694/19

Art. 311.  Em qualquer fase da investigação policial Art. 311. Em qualquer fase da investigação
ou do processo penal, caberá a prisão preventiva policial ou do processo penal, caberá a prisão
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação preventiva decretada pelo juiz, a
penal, ou a requerimento do Ministério Público, do requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação querelante ou do assistente, ou por
da autoridade policial. representação da autoridade policial.

A prisão preventiva, meu amigo(a), conceituando-a em seu sentido amplo, é aquele decretada antes do
trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Esse é um conceito, completo e, ao mesmo tempo
breve, que irá ajudar muito você para a identificação da natureza da prisão em suas questões de concurso. 

Agora que você já está familiarizado com a prisão preventiva, vamos estudar suas formas de cabimento e
pressupostos. Então, para isso, vamos à redação do CPP. 

A comparação de redações que acabamos de fazer com o artigo 311, será necessária, também, com o artigo
312. Veja só: 

Redação antes da Lei 13.963/19 Redação depois da Lei 13.694/19

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Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada


como garantia da ordem pública, da ordem
Art. 312.  A prisão preventiva poderá ser econômica, por conveniência da instrução criminal
decretada como garantia da ordem pública, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
da ordem econômica, por conveniência da houver prova da existência do crime e indício
instrução criminal, ou para assegurar a suficiente de autoria e de perigo gerado pelo
aplicação da lei penal, quando houver prova estado de liberdade do imputado.
da existência do crime e indício suficiente de § 1º  A prisão preventiva também poderá ser
autoria.            decretada em caso de descumprimento de
Parágrafo Único.  A prisão preventiva qualquer das obrigações impostas por força de
também poderá ser decretada em caso de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
descumprimento de qualquer das obrigações § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva
impostas por força de outras medidas deve ser motivada e fundamentada em receio de
cautelares (art. 282, § 4o).     perigo e existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.

Desse modo, para que a prisão preventiva possa ser decretada, é necessário que exista prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado (art. 312,
caput). 

No processo penal é comum tratarmos os termos acima destacados como fumus comissi delicti e periculum
libertatis. 

O fummus comissi delicti é a comprovação da existência de um crime e indícios suficientes de autoria. A


prova da existência do crime consiste na presença de elementos que demonstrem a materialidade do delito
(p.ex. o auto de necropsia em crime de homicídio). Por outro lado, os indícios suficientes de autoria
representam elementos convincentes, capazes de fazer o Juiz crer que o imputado é o autor do crime em
análise. 

Outrossim, o fumus comissi delicti é acompanhado do periculum libertatis, que se refere ao risco que o
agente criminoso, em liberdade, possa criar à garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, da
conveniência da instrução criminal, aplicação da lei penal e o perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado. 

Com essas brevíssimas informações já podemos responder a seguinte questão: 

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Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: Câmara de Porto Velho - RO Prova: IBADE - 2018 - Câmara de Porto Velho -
RO - Analista Jurídico 

Dentre as prisões cautelares, isto é, aquelas prisões decretadas antes da sentença final condenatória
transitada em julgado, destaca-se a prisão preventiva. Nesse sentido, um dos motivos que autoriza a
decretação da prisão preventiva é a: 

A) prática de crime punido com pena privativa de liberdade máxima superior a 2 (dois) anos.

B) prática de crime culposo contra o patrimônio.

C) conveniência da instrução criminal 

D) garantia da ordem privada.

E) inexistência de prova do crime.

Resolução: 

a) conforme o artigo 313 do CPP, que será logo mais estudado, a pena máxima deverá ser superior a 4 anos.

b) conforme o artigo 313 do CPP, que será logo mais estudado, somente é cabível nos crimes doloso.

c) conforme o artigo 312 do CPP, um dos fundamentos da prisão preventiva é justamente a conveniência da
instrução criminal.

d) conforme o artigo 312 do CPP, a garantia é da ordem pública e não da ordem privada.

e) conforme o artigo 311 do CPP, é necessário o fumus comissi delicti. 

Gabarito:  Letra C. 

Vejamos mais uma acerca do tema: 

19)  Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PC-CE Prova: VUNESP - 2015 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a
Classe 

De acordo com o art. 312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva poderá ser decretada como
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver 

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A) indícios da existência do crime e prova suficiente de autoria.

B) prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

C) indícios da existência do crime e indício suficiente de autoria.

D) indício suficiente de autoria, apenas.

E) prova da existência do crime, apenas.

Resolução: conforme visualizamos ao longo de nossa aula, os pressupostos da prisão preventiva são
representados pelo fumus comissi delicti e o periculum libertatis, razão pela qual, para a decretação da custódia
preventiva, é necessário que haja a presença de provas de materialidade e indícios suficientes de autoria ou
participação (fumus comissi delicti). 

Gabarito: Letra B. 

Agora vamos tratar acerca dos fundamentos da prisão preventiva! 

Fundamentos da prisão preventiva: a prisão preventiva se justifica como forma de: 

Garantia da ordem pública

Garantia da ordem econômica

Conveniência da instrução criminal

Para assegurar a aplicação da lei penal

Para cada um dos conceitos acima mencionados, trarei para vocês as lições dos professores Edilson
Mougenot Bonfim e Rogério Sanches Cunha, veja só: 

Garantia da ordem pública: “Ordem pública é a paz social, a tranquilidade no meio social cuja manutenção é
um dos objetivos principais do Estado. Quando tal tranquilidade se vê ameaçada, é possível a decretação da
prisão preventiva, a fim de evitar que o agente, solto, volte a delinquir. Assim, é possível a decretação da medida
quando se constata que o agente, dada à periculosidade que ostenta, sente-se incentivado a prosseguir em suas
práticas delituosas”. (CUNHA, 2020, p.963). 

Garantia da ordem econômica: “Hipótese trazida pela Lei n.8.884/94, que tem origem história no combate aos
chamados “crimes do colarinho branco”. O encarceramento, nesse caso, visa impedir que o indiciado ou réu
continue sua atividade prejudicial à ordem econômica e financeira. Busca, também, salvaguardar a credibilidade
da Justiça, afastando a sensação de impunidade. Nesse caso, a magnitude da lesão econômica tem sido usada
para justificar a prisão preventiva (vide art. 30 da Lei n. 7.492/86), tratando-se, pois, de decisão com base na
gravidade concreta do delito (BONFIM, 2017, p.608). 

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Conveniência da instrução criminal: “Trata-se de segregar o acusado para impedir sua atuação com vistas a
influenciar a colheita das provas. Deve-se demonstrar, com dados concretos, que, solto, o indiciado ou acusado
pode suprimir os elementos probatórios indicadores de sua culpabilidade, ameaçando vítimas e testemunhas,
destruindo evidências materiais etc. (BONFIM, 2017, p.608). 

Assegurar a aplicação da lei penal: “...Assim, quando inexistente qualquer elemento que indique que o provável
autor do crime, uma vez condenado, será efetivamente compelido a cumprir a pena, é possível a decretação de
sua prisão preventiva. É uma forma, portanto, de se assegurar a fugira aplicação da pena, que será fatalmente
frustrada caso, desde logo, não se preda o agente. Tem cabimento, v.g., em casos nos quais o agente não possui
residência fixa ou ocupação lícita ou que foge no curso do processo. A apressada alienação do patrimônio, a
obtenção, sem maior justificativa, de uma cidadania estrangeira, o plano de mudança de domicílio sem qualquer
comunicação ao distrito da culpa, são também exemplos que ensejariam, em tese, a decretação da medida
extrema (CUNHA, 2020, p.973). 

Por fim, conforme o artigo 312, §1º, ainda é possível a decretação da prisão preventiva nos casos em que haja
descumprimento, por parte do réu, de alguma outra medida cautelar imposta (art. 319, do CPP). 

Imagine caríssimo(a), suponha que o Juiz da causa tenha imposto ao acusado a medida de comparecimento
em juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades (art. 319, I, do CPP). Porém, ao analisar os
autos do processo, o Juiz verifica que o acusado não está cumprido a medida imposta, razão pela qual, desse
modo, a partir da sistemática anteriormente estudada, o magistrado, desde que haja requerimento do MP,
poderá decretar a prisão preventiva do acusado com embasamento no descumprimento da medida
anteriormente imposta. 

Desse modo, podemos dar por encerrado o estudo dos pressupostos e dos fundamentos da prisão
preventiva. Entretanto, quero sua companhia para seguirmos com nosso estudo, pois agora é o momento de
falar do artigo 313 do Código de Processo Penal, que nos apresenta as hipóteses de admissão da prisão
preventiva. 

Vamos adiante! 

Redação antes da Lei Anticrime Redação posterior a Lei Anticrime

Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código,
será admitida a decretação da prisão será admitida a decretação da prisão
preventiva:        preventiva:        
I - nos crimes dolosos punidos com pena I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa
privativa de liberdade máxima superior a 4 de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
(quatro) anos;             anos;           
II - se tiver sido condenado por outro crime II - se tiver sido condenado por outro crime
doloso, em sentença transitada em julgado, doloso, em sentença transitada em julgado,

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ressalvado o disposto no inciso I do caput do ressalvado o disposto no inciso I do caput do art.


art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
dezembro de 1940 - Código Penal;          1940 - Código Penal;    
III - se o crime envolver violência doméstica e III - se o crime envolver violência doméstica e
familiar contra a mulher, criança, adolescente, familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
para garantir a execução das medidas garantir a execução das medidas protetivas de
protetivas de urgência;         urgência;  
Parágrafo Único. Também será admitida a § 1º  Também será admitida a prisão preventiva
prisão preventiva quando houver dúvida sobre quando houver dúvida sobre a identidade civil da
a identidade civil da pessoa ou quando esta pessoa ou quando esta não fornecer elementos
não fornecer elementos suficientes para suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado colocado imediatamente em liberdade após a
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar
identificação, salvo se outra hipótese a manutenção da medida.          (Redação dada
recomendar a manutenção da medida. pela Lei nº 13.964, de 2019)       
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão
preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência
imediata de investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de denúncia.       
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       

Preenchidos os requisitos e os pressupostos previstos no artigo 312 do CPP, é chegado o momento de


avaliarmos se o fato criminoso se amolda às condições acima expostas que permitem a decretação da prisão
preventiva. 

As condições elencadas no artigo 313 não são cumulativas, mas, apenas, alternativas. Desse modo, basta que
apenas uma das condições do artigo 313 esteja presente, juntamente com as demais do art. 312 e será
possível a decretação da PP. 

As condições são as seguintes: 

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a) Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos: a partir dessa
redação podemos concluir que é incabível a prisão preventiva nos crimes culposos. 

b) Condenação anterior: é o caso de cabimento da prisão preventiva nas hipóteses em que o réu conta com
uma condenação anterior, capaz de configurar a reincidência, conforme o artigo 63 do Código Penal. 

c) Crime envolvendo violência doméstica ou para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência: nesse caso, imagine o crime de lesão corporal leve praticado no âmbito doméstico, em que pese
seja o delito apena com pena de detenção de 1 ano, por conta de tratar-se de crime cometido contra mulher,
será cabível a prisão preventiva. 

d) Dúvida sobre a identidade civil do agente: essa hipótese foi inserida no CPP ainda em 2011, apenas tendo
sido renumerada por conta da Lei Anticrime. Para tanto, essa hipótese possui uma peculiaridade em relação
às outras: deverá ser revogada imediatamente com a identificação civil do acusado, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida prisional. 

Veja só essa recentíssima questão acerca do tema: 

Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-MA Prova: CESPE - 2018 - PC-MA - Escrivão de Polícia Civil 

A prisão preventiva poderá ser decretada 

A) quando os indícios de autoria e prova da materialidade forem insuficientes para assegurar a aplicação da
lei penal.

B) nos crimes de violência doméstica e familiar contra o idoso, para assegurar a execução de medidas
protetivas de urgência.

C) em qualquer fase do inquérito policial, mediante ato da autoridade policial.

D) quando o agente for reincidente específico, por sentença transitada em julgado, em crime culposo, dentro
do período depurador. 

E) nos crimes dolosos punidos com pena máxima inferior a quatro anos. 

Resolução: ao analisarmos o teor de cada uma das assertivas, podemos concluir que, a partir do nosso estudo
sobre pressupostos, fundamentos e requisitos para decretação da prisão preventiva (arts. 312 e 313, do CPP),
a custódia poderá ser decretada nos crimes de violência doméstica e familiar contra o idoso, para assegurar a
execução de medidas protetivas de urgência, conforme o artigo 313, III, do CPP. 

Gabarito: Letra B. 

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A inovação legislativa para operada pela Lei Anticrime, fica por conta da redação do §2º do art. 313 que, na
verdade, meu amigo(a), é mais do mesmo! A partir de todo o conhecimento que já construímos ao longo
dessa aula, já sabemos que a PP deve preencher uma série de requisitos para sua decretação e, o juiz que
acaba por decretar uma prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena, ignora,
por completo, todas as premissas que construímos até o momento. 

Assim, resta superado mais uma parte do nosso estudo! 

Para prosseguirmos, é de suma importância darmos uma atenção especial para o artigo 314 do CPP, veja só: 

Art. 314.  A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos
autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.            (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Da leitura do dispositivo em análise, podemos concluir que não será possível a decretação da prisão
preventiva no caso de o agente estar acobertado por alguma das excludentes de ilicitude (previstas no artigo
23 do CP), razão pela qual, se a excludente afasta a própria existência do crime, inexiste, por consequência
lógica, o pressuposto constante da parte final do art. 312 do PCPP, que requer a presença de “prova da
existência do crime”. Porém, fique atento, caríssimo(a), o simples fato de afastar a PP por conta de excludente
de ilicitude não se trata de adiantar a decisão, sob o argumento de que, praticado o fato nessas condições, o
réu será obrigatoriamente absolvido. 

Compreendido?!

Vamos adiante!

Outro ponto importante e que passou por alterações da Lei Anticrime foi o artigo 315 do CPP, perceba: 

Redação antes da Lei


Redação após a Lei Anticrime
Anticrime

Art.315. A decisão que Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
decretar, substituir ou preventiva será sempre motivada e fundamentada.     (Redação dada
denegar a prisão preventiva pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
será sempre motivada. § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de
qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a
existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.          (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)       (Vigência)

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§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja


ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:      (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)       (Vigência)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;        (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)       (Vigência)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;     (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

Da simples leitura da nova redação do artigo 315 do CPP, podemos concluir que a decisão do Juiz da causa
deve “fugir do comum”, evitando-se assim frases feitas, no mais típico “copia e cola”, que permitam a
reprodução em série, aplicável a todo e qualquer caso, sem o mínimo de individualização do caso concreto.
Assim, meu amigo(a), deverá ficar evidente na decisão o porquê de o Juiz ter tomado a decisão de manter o
indivíduo preso ou de revogar a prisão preventiva. 

Então, para fecharmos de vez o estudo da prisão preventiva, basta-nos apenas analisar o artigo 316 do CPP.

Avante, guerreiro(a)!

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Redação antes da Lei 13.964/19 Redação após a Lei 13.964/19

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das


partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que
preventiva se, no correr do processo, verificar
a justifiquem.     (Redação dada pela Lei nº 13.964,
a falta de motivo para que subsista, bem
de 2019)       (Vigência)
como de novo decretá-la, se sobrevierem
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
razões que a justifiquem.                        (Redação
deverá o órgão emissor da decisão revisar a
dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
necessidade de sua manutenção a cada 90
(noventa) dias, mediante decisão fundamentada,
de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

Dada o teor do novo artigo 316 do CPP, o Juiz poderá, a requerimento das partes ou de ofício, revogar a PP
por ele mesmo decretada, desde que surja um fato novo que não mais indique ser a prisão a medida mais
adequada.

A novidade propriamente dita fica por conta do prazo de revisão de 90 dias pelo qual deverá passar a prisão
preventiva. Desse modo, estando o réu preso provisoriamente há mais de três meses, com processo ou
inquéritos parados, cumpre ao Juiz, investigar a situação do réu, sob pena de, caso não haja a revisão, a prisão
venha, em tese, se tornar ilegal, sendo passível de impetração de habeas corpus. 

Sendo assim, meu amigo(a), para encerramos por completo o estudo da prisão preventiva, fique com esse
resumo acerca do tema: 

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Aguardo você no próximo tópico! 

Abraço! 

Até lá!

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Prisão Temporária.
Salve, guerreiro(a)! 

Preparado para mais um tópico?! 

Tenho certeza que sim! 

Então, a partir desse momento vamos analisar o instituto da prisão temporária. 

Diferentemente do que ocorre com as modalidades de prisão até aqui estudadas, a prisão temporária não
está regulamentada dentro do CPP, mas em legislação esparsa. Assim, a prisão temporária é fruto da medida
provisória n.º 111, de 24 de novembro de 1989, sendo posteriormente convertida na Lei n.º 7.960/89. 

A prisão temporária é uma modalidade de prisão cautelar específica para o momento do Inquérito Policial. 

Assim, meu amigo(a), a prisão temporária está vinculada à cláusula de reserva de jurisdição e, em face do
disposto no artigo 2º da referida Lei, somente poderá ser decretada pelo Juiz de Direito, mediante
representação da Autoridade Policial (leia-se Delegado de Polícia) ou requerimento do Ministério Público. 

De antemão, já quero que você deixe isso gravado na sua mente, pois é pegadinha recorrente em concurso: A
PRISÃO TEMPORÁRIA NÃO PODERÁ SER DECRETADA DE OFÍCIO PELO JUIZ.

Assim como estudamos nas modalidades de prisão anteriores, aqui também se faz presente o requisito do
fummus commissi delicti e do periculum libertatis. 

Portanto, caríssimo(a), o cabimento da prisão temporária é excepcionalíssima, razão pela qual, além dos
requisitos acima mencionados, devem ser preenchidos os requisitos específicos para sua decretação,
consoante o artigo 1º da Lei 7.960/60.

Veja só: 

Imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial (inciso I): é essencial que o referido
fundamento esteja devidamente comprovado para que a medida possa ser decretada. 

Indiciado não tem residência fixa ou não fornece elementos para sua identificação (inciso II): a
justificação da prisão temporária com base no inciso II só é possível se houver um risco efetivo do
agente criminoso empreender fuga. 

Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de
autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes relacionados (inciso III): a legislação procurou
indicar, de forma taxativa, os crimes que admitem a prisão temporária, sendo os seguintes:

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

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II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);          (Vide Decreto-Lei nº
2.848, de 1940)

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);          
(Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);          (Vide Decreto-Lei nº
2.848, de 1940)

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput,
combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de suas formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.           (Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016)

Então, a partir da redação do artigo 1º, admite-se a prisão temporária com base no inciso III
obrigatoriamente, pois ele é o fummus comissi delicti e, além dele, uma das hipóteses dos incisos I ou II: ou
ela será imprescindível para as investigações ou o indiciado não possui residência fixa, ou não fornece
elementos para sua identificação.

Resumindo, caríssimo(a): 

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O outro ponto fundamental acerca da prisão temporária diz respeito ao seu prazo, razão pela qual, a partir da
sua nomenclatura é perceptível que ela terá determinado tempo de duração. 

Conforme o artigo segundo da Lei 7.960/60, o prazo, como regra geral para a decretação da prisão
temporária será de 5 dias, prorrogável por igual período em caso de extra e comprovada necessidade. 

Nos crimes hediondos e assemelhados (tráfico, tortura e terrorismo), conforme o artigo 2º, §4º, da Lei
8.072/90, o prazo da prisão temporária será de 30 dias prorrogáveis por mais 30, em caso de comprovada e
extrema necessidade. 

Fique com esse breve resumo acerca das disposições da prisão temporária:

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Prisão Domiciliar.
Olá, doutor(a)! 

A partir desse momento vamos falar de um tópico curto, porém, importante para sua caminhada.

Assim, vamos direto para o teor do Código de Processo Penal! 

 Art. 317.  A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo
dela ausentar-se com autorização judicial.                  (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

 Art. 318.  Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:         (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).

I - maior de 80 (oitenta) anos;          (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;           
 (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - gestante;           (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;           (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos.           (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Parágrafo único.  Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. 

Nesses casos, meu amigo(a) o juiz poderá substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

 I – Maior de 80 anos (nos concursos as bancas costumam trocar por 70 anos que é idade prevista na Lei de
Execução penal ou 60 anos, que é da pessoa considerada IDOSA). Então, grave essas informações para não
cair em nenhuma pegadinha! 

II – Extremamente debilitado por doença grave (Atenção: para a jurisprudência, precisa estar demonstrada a
incompatibilidade do tratamento médico com o cárcere para ter a prisão domiciliar HC 495492/MS, Laurita Vaz,
DJe 25.06.19); 

III – Imprescindível aos cuidados de menor de 6 anos de idade ou pessoa com deficiência; 

IV – gestante; 

V – Mulher com filho de até 12 anos incompletos; 

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VI – Homem se for o único responsável pelo filho com até 12 anos incompletos. Não confundir com a prisão
domiciliar da LEP (art.117). 

Veja, então, como isso está caindo em concurso:

Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de
Polícia 

O Código de Processo Penal autoriza que o juiz substitua prisão preventiva pela prisão domiciliar quando
o agente for 

A) maior de 60 anos.

B) debilitado por motivo de doença.

C) mulher, com filho de até 8 anos incompletos.

D) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos.

E) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 8 anos de idade ou com deficiência.

Resolução: veja só, caríssimo(a), a alternativa A é uma das pegadinhas que falei a você! Agora, a partir da
leitura do artigo 318 do CPP, podemos concluir que o juiz poderá substituir a PP pela prisão domiciliar nas
hipóteses em que o homem for o único responsável pelo filho de até 12 anos, conforme o inciso VI do art. 318
do CPP. 

 Gabarito: Letra D. 

Outra hipótese de substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar se dá quando a pessoa presa for
mulher. 

Veja só o que o artigo 318-A, do CPP, dispõe acerca do tema: 

Art. 318-A.   A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de
2018).

I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de
2018).

II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).

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 Art. 318-B.  A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação
concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de
2018).

Sendo assim, meu amigo(a), encerramos por completo o estudo da prisão preventiva! 

Aguardo você no próximo tópico! 

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Liberdade provisória. 
Olá, meu amigo(a)!

É um prazer estar na sua presença para mais um tópico de estudo.

A partir desse momento vamos analisar as circunstâncias que envolvem a liberdade provisória, mas, para
tanto, é necessário estabelecermos duas premissas a partir da leitura do artigo 321 do CPP. 

Art. 321.  Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e
observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Premissa 1: Pode ser requerida tanto em face de prisão em flagrante quanto em face de prisão preventiva.
Ela não pode ser obtida em face da prisão temporária.

Premissa 2: 

                                                    

Estabelecidas as duas primeiras premissas, vamos avançar com o conteúdo. 

A partir de agora, vamos analisar cada uma das hipóteses da premissa 2! 

Liberdade provisória obrigatória a) Art. 69, p.ú, do JECrim – se o autor do fato concordar em comparecer na
audiência preliminar não se impõe a prisão em flagrante. Veja só: 

  Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos
exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso

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de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou
local de convivência com a vítima.    

b) Art. 301 da Lei 9.503/97 – Se o condutor do veículo parar para prestar socorro não se impõe a prisão em
flagrante.

      Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

  c) Art. 48, §2º, da Lei 11.343/06 (Lei de Tóxicos) – se for preso do artigo 28 não se impõe a prisão em
flagrante. 

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução
Penal. 

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei (posse de droga para consumo pessoal), não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta
deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
requisições dos exames e perícias necessários. 

Liberdade provisória possível (sem fiança): No sistema original do CPP funcionava assim: prisão em
flagrante por crime inafiançável, o indivíduo ficava preso até a sentença, salvo se o crime tivesse sido
praticado com excludente de ilicitude. Atualmente, caríssimo(a), funciona da seguinte forma: 

A) Art. 310, §1º – se o fato for praticado sob o amparo de causa excludente de ilicitude: deve, então, o juiz
verificar que o crime foi praticado nas hipóteses do art. 23 do CP e, assim, concederá liberdade provisória
mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo. Não há previsão para as hipóteses
excludentes de culpabilidade (menoridade, coação moral irresistível e obediência hierárquica, p.ex.), então,
você não deve confundir, meu amigo(a).

B) Art. 321 – ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as cautelares do art. 319 (conforme visualizamos anteriormente
a partir da leitura do artigo). Nesse caso em análise a prisão em flagrante (PF), o juiz verifica que não estão
preenchidos os requisitos da prisão preventiva e, desse modo, se o crime for inafiançável, a pessoa é solta
com cautelar diversa da prisão, salvo fiança. Se o crime for afiançável, o juiz poderá soltar o agente com a
imposição de cautelar do art.319 e pode ser também imposta a fiança.

C) Art. 350 – caso o réu não tenha dinheiro para pagar a fiança. Para a jurisprudência, se o único motivo é o
não pagamento por condições financeiras, deverá ser solto sem fiança (HC 496093/SE, Ribeiro Dantas, DJe
01.07.19). 

Tudo entendido?! 

Liberdade provisória com fiança:

1) Rol de crimes inafiançáveis: Art. 323, CPP – Por exclusão, doutor(a) tudo o que estiver fora do rol é
afiançável. 

“Certo, professor! Mas quais são os crimes inafiançáveis?!” 

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Como inafiançáveis temos a prática do racismo, tortura, tráfico ilícito, terrorismo (lembre-se do mnemônico
“TTT”) e hediondos e, também, os cometidos por grupos armados civis ou militares contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático. 

1.2) Situações de inafiançabilidade: Art. 324 – se houve quebra da fiança ou violação dos deveres da fiança
sem motivo justo 

2) Fiança pelo Delegado de Polícia: 

Art. 322.  A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

Em que pese a autorização expressa para o Delegado de Polícia conceder a fiança, você deve ter claro em sua
mente que o Juiz deve decidir acerca dessa fiança em 48h. 

3) Procedimento da fiança: 

Art. 333.  Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público,
este terá  vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

4) Arbitramento da fiança: procedimento bifásico. Veja só: 

4.1) Art. 325, CPP: para os crimes com pena máxima menor ou igual a 4 ano, o valor atribuído à título de
fiança irá variar 1 a 100 salários mínimos. Porém, para os crimes com pena máxima maior do que 4 anos, o
valor da fiança será entre 10 a 200 salários mínimos.

“Ok, Arpini! Mas qual é o parâmetro utilizado pelo Juiz para saber dosar qual o valor de fiança é condizente com a
infração penal?”

Ótima pergunta, doutor(a)!

Nesses casos, os critérios concretos de fixação do valor serão aqueles que levam em conta a natureza da
infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa, circunstâncias indicativas de sua periculosidade
(do acusado) e a importância provável das custas (despesas com o processo). Porém, é possível que haja
alterações do valor (art.325), podendo ser aumentada em mil vezes, reduzida em até 2/3 e, ainda, pode ser
dispensada quando o acusado for pobre. Vejamos: 

Art. 325.  O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:           (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau
máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for
superior a 4 (quatro) anos.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o  Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:           (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;           (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou            (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.                  (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Quer ver como isso vem caindo em concurso?! Dê uma olhada nessa questão:

Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de
Polícia 

Acerca dos valores da fiança, assinale a alternativa correta. 

A) Será de 1 a 100 salário mínimos quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau
máximo, não for superior a 4 anos.

B) Será de 20 a 200 salários mínimos quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior
a 4 anos.

C) A depender da situação econômica do preso, a fiança poderá ser reduzida em até 2/5.

D) A depender da situação econômica do preso, a fiança poderá ser aumentada em até 100 vezes.

E) Em nenhuma hipótese, a fiança será dispensável.

Resolução: veja como a redação do artigo 325 do CPP é importante para o seu concurso. Desse modo,
através das assertivas que nos são apresentadas, a única que se encaixa perfeitamente com a redação do CPP
é a que reproduz o texto do artigo 325, inciso I, que Será de 1 a 100 salário mínimos quando se tratar de
infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 anos. 

Gabarito: Letra A.

Também, é necessário sabermos que a fiança acarretará alguns deveres para o afiançado. Vamos conferir?!

5) Deveres da fiança: Vejamos os art. 327 e 328 do CPP.

 Art. 327.  A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes
que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não
comparecer, a fiança será havida como quebrada.

 Art.  328.   O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia
permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

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Desse modo, o afiançado terá que comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para
atos do Inquérito ou para a instrução criminal. Ainda, não pode mudar de residência sem prévia permissão
(Macete Mudança Permissão = MP) da autoridade processante e não pode se ausentar por mais de 8 dias sem
comunicar à autoridade onde pode ser encontrado. 

6) Perda e quebra da fiança: vejamos o artigo 344 do CPP: 

Art. 344.  Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar
para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.

Ocorre quando o acusado não se apresentar para o cumprimento da pena definitivamente imposta (implica
na perda da integralidade do valor). 

6.1) Hipóteses de quebra da fiança: Quando houver violação dos deveres do 327 e do 328. 

Art. 341, do CPP: 

I – quando regularmente intimado, não comparece sem motivo justificado; 

II – quando deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; 

III – quando ele descumprir cautelar imposta cumulativamente com a prisão; 

IV – resistir injustificadamente à ordem judicial; 

V – Praticar nova infração dolosa não exige trânsito em julgado. 

Consequências da quebra: Art. 343 do CPP: a) Perda da metade do valor; b) Questão pessoal, o juiz decide
sobre a imposição de outras cautelares, decidindo se for o caso, pela decretação da prisão preventiva. 

Desse modo, meu amigo(a) terminamos as hipóteses de liberdade. Entretanto, para fecharmos nosso estudo
na aula 10, fareis brevíssimos comentários acerca do procedimento para requisição de liberdade provisória,
ok?!

O procedimento do pedido de liberdade sem fiança na grande maioria dos casos é feito pela Defensoria
Pública, porém, caso o réu possua advogado próprio, este fará um “pedido de liberdade provisória”, razão
pela qual, logo em seguida, esse pedido será encaminhado ao Ministério Público, ocasião em que o Promotor
de Justiça se manifestará pela concessão ou não da liberdade e, por fim, o Juiz irá decidir acerca do pedido.
Lembre-se, caríssimo(a), independente da posição adotada pelo MP em seu parecer, o Juiz não está vinculado
ao pensamento do Promotor de Justiça, podendo decidir da forma que melhor que convier dentro das
circunstâncias do caso concreto. 

Espero ter alcançado todas as suas expectativas com essa aula, meu(a) caro(a) colega! 

Foi um prazer imenso estar na sua presença em mais uma aula! 

Desejo-lhe todo o sucesso do mundo e muita determinação na sua caminhada!

Qualquer dúvida estarei aqui para auxiliá-lo! 

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Fique com Deus! Até a próxima.

Forte abraço!

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Questões comentadas pelo professor

1) Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2004 - Polícia Federal -
Agente Federal da Polícia Federal - Nacional 

Acerca de prisão e de habeas corpus, julgue os itens a seguir.

Considera-se coação ilegal, passível de habeas corpus, a manutenção do acusado em cárcere quando houver
cessado o motivo que autorizou a coação. 

(    ) Certo

(   ) Errado 

Resolução: a partir da leitura do enunciado da questão é possível concluirmos que estamos diante de uma
prisão cautelar (seja ela temporária ou preventiva) e, desse modo, cessado o motivo que autorizou a prisão (a
cautelaridade no caso concreto) e o indivíduo permaneça preso, essa prisão se torna ilegal, podendo ser
combatida através do habeas corpus – remédio constitucional utilizado para os casos em que haja uma coação
ilegal ao direito de locomoção – com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da CF.

Gabarito: CERTO.

2) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-DF Prova: CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia 

Com base no que dispõe o Código de Processo Penal, julgue o item que se segue.

O excesso de prazo da prisão em razão da demora na fixação do foro competente configura constrangimento
ilegal à liberdade de locomoção. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: o excesso de prazo, por si só, não é apto a caracterizar constrangimento ilegal, porém, quando,
por circunstâncias imputáveis ao Poder Judiciário (como o caso em questão – definição da competência),
estamos diante de flagrante ilegalidade, razão pela qual, a prisão torna-se ilegal e passível de impetração de
habeas corpus. 

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Gabarito: CERTO.

3) Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ-GO Provas: FGV - 2014 - TJ-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária 

Em relação às prisões cautelares, é correto afirmar que: 

A) a gravidade da imputação, presente o princípio da não culpabilidade, é capaz, por si só, de levar à prisão
provisória;

B) a alegação de excesso de prazo da prisão preventiva não fica superada pela superveniência da sentença
condenatória;

C) o modus operandi da prática delitiva, a revelar a periculosidade in concreto do réu, constitui justificativa
idônea da prisão preventiva para garantia da ordem pública;

D) é válida a utilização de fundamento para manutenção da prisão cautelar referente a elementos da


execução da pena;

E) a possibilidade de reiteração criminosa e a participação em organização criminosa não são motivos


idôneos para a manutenção da custódia cautelar.

Resolução:

a) perceba, meu amigo(a), a gravidade em abstrato do crime não pode ser fundamento idôneo para
decretação da prisão. Gravidade em abstrato é, por exemplo, nos dissermos que o crime de roubo, por si só é
grave. Porém, para decretar uma prisão é necessário analisar a gravidade em concreto do crime. Nesse caso,
será grave o crime de roubo em que o agente, no contexto da empreitada criminosa, utiliza-se de uma arma
de fogo para apontar para a cabeça da vítima e a ameaça de morte, enquanto a ofendida é amordaçada por
um comparsa e pressionada para entregar as chaves do cofre da sua residência. 

b) um dos fundamentos aptos a afastar o tal “excesso de prazo” é a prolação da sentença condenatória no
bojo da ação penal.

c) conforme visualizamos na letra “a”, somente podemos falar em custódia cautelar a partir da análise da
gravidade do crime em concreto, ou seja, como se desenvolveu a conduta criminosa. 

d) não podemos misturar fundamentos de execução penal com fundamentos para custódia cautelar.
Fundamentos de execução penal não são aptos a incidir na segunda fase da persecutio criminis (perseguição
do crime). Durante a instrução processual penal, somente podemos mencionar elementos capazes de,
cautelarmente, segregarem o acusado que, ao final, poderá ser absolvido pelo crime. 

e) ao se analisar o caso concreto e, verificando que o indivíduo possui um alto grau de reincidência e que
também integra organização criminosa, tais circunstâncias poderão ser levadas em conta para a manutenção
da custódia cautelar. 

Gabarito: Letra C.

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4) Ano: 2012 Banca: FGV Órgão: PC-MA Provas: FGV - 2012 - PC-MA - Escrivão de Polícia 

Conforme dispõe a Constituição da República, é correto afirmar que :

A) os senadores, desde a expedição do diploma, não poderão ser presos, salvo nos casos de crimes
inafiançáveis e em razão dos crimes afiançáveis praticados contra a administração pública. 

B) os deputados somente podem ser presos após autorização da maioria dos membros que compõe a câmara
dos deputados. 

C) os deputados, senadores e vereadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento


pelo Supremo Tribunal Federal. 

D) deputados e senadores, desde a expedição do diploma, não poderão ser presos, salvo em flagrante delito
de crime inafiançável. 

E) o vereador não pode ser preso, conforme previsão expressa na Constituição Federal, salvo em flagrante
delito por crime afiançável, praticado em qualquer local.

Resolução: perceba, meu amigo(a), a partir de todas as informações que retemos até o momento e,
conforme a redação do artigo 53, §2º, da CF, os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, não
poderão ser presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável. 

Gabarito: Letra D. 

5) Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2018 - Polícia Federal -
Agente de Polícia Federal 

 Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado,
sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser
abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à
delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.

Os agentes de polícia podem decidir, discricionariamente, acerca da conveniência ou não de efetivar a prisão
em flagrante de José.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: veja, meu amigo(a), conforme o artigo 301 do Código de Processo Penal, as autoridades policiais

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possuem o dever de efetuar a prisão. Desse modo, não podemos falar em discricionariedade dos agentes de
polícia na situação em que José estava portando um revólver calibre 38. 

Gabarito: ERRADO.

6)  Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PRF Prova: CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal 

Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais
foram comunicados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e
características foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de
bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na rota de fuga do
homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em sua posse e
que, supostamente, tinha sido utilizada no crime.

Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.

De acordo com a classificação doutrinária dominante, a situação configura hipótese de flagrante presumido
ou ficto.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: perceba, meu amigo(a), no momento em que os policiais rodoviários federais abordam o suposto
autor do homicídio e, com ele, encontram a arma de fogo que supostamente tinha sido utilizada no crime
doloso contra a vida, podemos concluir que o flagrante ficto/presumido, que se trata da modalidade em que o
flagrando é encontrado logo depois com o PIAO (papéis, instrumentos, armas e objetos) que façam presumir
ser ele o autor do crime. 

 Gabarito: CERTO. 

7) Ano: 2000 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2000 - Polícia Federal -
Agente Federal da Polícia Federal 

Zeca e Juca, previamente ajustados, adentraram em uma agência da Caixa  Econômica Federal e, mediante
ameaça, com o emprego de armas de fogo  (revólveres), subtraíram a importância de R$ 20.000,00, que se
encontrava no  interior do cofre da instituição financeira. Logo depois da ocorrência, os autores da  subtração
foram encontrados por policiais militares, alguns quarteirões distantes     da agência, em atitude suspeita
(carregando sacolas e com armas na cintura),   momento em que foram abordados e posteriormente presos.
As armas do crime  foram apreendidas e parte da res furtiva recuperada. Juca alegou ter menos de  dezoito
anos de idade. 

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Diante dessa situação hipotética, julgue o  item  a seguir. 

Zeca e Juca foram presos em flagrante impróprio ou quase-flagrante. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: perceba, caríssimo(a), o caso não é de flagrante impróprio ou quase-flagrante, mas sim de um
caso de flagrante presumido/ficto, ocasião em que os autores da  subtração foram encontrados por policiais
militares, alguns quarteirões distantes   da agência, em atitude suspeita (carregando sacolas e com armas na
cintura).

Gabarito: ERRADO.

8) Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-AP Prova: CESPE - 2004 - TJ-AP - Analista Judiciário -
Área Judiciária 

O agente de polícia Silva, trabalhando em uma delegacia de repressão a tóxicos, saiu para cumprir a missão
de identificar e prender possíveis usuários de drogas. Para tanto, ele levou consigo certa quantidade de
maconha e passou a oferecer a mercadoria, vendendo uma porção a Mário, que saiu do local da compra e foi
imediatamente preso em flagrante pelos demais componentes da equipe de Silva.

Sabendo que trazer consigo para uso próprio substância que causa dependência física ou psíquica em
desacordo com determinação legal é conduta prevista como crime na lei antitóxicos, julgue os itens
subsequentes, em face dessa situação hipotética e quanto à prisão em flagrante.

O autor de crime que se apresenta espontaneamente à polícia imediatamente após a sua prática não pode ser
preso em flagrante. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: conforme visualizamos ao longo da nossa aula, para a maioria dos estudiosos do direito
processual penal e, também, para a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o agente que se apresentar
espontaneamente após a prática do crime não poderá ser preso em flagrante, porém, isso não impede que o
Juiz decrete sua prisão preventiva com base em algum dos fundamentos do artigo 312 do CPP. 

Gabarito: CERTO.

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9) Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2004 - Polícia Federal -
Agente da Polícia Federal - Regional 

A respeito do direito processual penal brasileiro, julgue o item a seguir.

Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois da infração, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele infrator. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: através do nosso estudo sobre as modalidades de flagrante e, também, a partir da redação do
artigo 302, inciso IV, do CPP, podemos concluir que estamos diante da modalidade de flagrante
presumido/ficto. 

Gabarito: CERTO.

10) Ano: 2010 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: ACAFE - 2010 - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil 

Segundo o Código de Processo Penal brasileiro, não se acha em flagrante delito quem: 

A) acaba de cometer a infração penal.

B) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração.

C) é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
da infração.

D) independentemente de perseguição prévia, é encontrado, em qualquer momento após a infração penal,


pela autoridade, na posse de objeto material ou de produto do crime.

Resolução:

a) a assertiva encontra-se de acordo com o artigo 302, inciso II, do CPP;

b) a assertiva encontra-se de acordo com o artigo 302, inciso III, do CPP;

c) a assertiva encontra-se de acordo com o artigo 302, inciso IV, do CPP;

d) nesse caso, somente estará em flagrante caso haja a perseguição pois, caso ocorra a quebra de
continuidade, não estaremos mais diante da figura do flagrante. 

Gabarito: Letra D.

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11)  Ano: 2012 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-AL Prova: CESPE - 2012 - PC-AL - Escrivão de Polícia 

No que se refere aos aspectos relativos à prisão em flagrante, julgue


os próximos itens.

A lei processual permite a qualquer pessoa do povo, inclusive à vítima do crime, prender aquele que for
encontrado em flagrante delito. Essa possibilidade legal é denominada flagrante facultativo.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: a questão nos exigiu o conhecimento literal da redação do artigo 301 do Código de Processo
Penal. 

Gabarito: CERTO.

12) Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRE-TO Prova: CESPE - 2017 - TRE-TO - Analista Judiciário -
Área Judiciária 

Por volta das dezessete horas de determinado dia, no interior de um ônibus de transporte coletivo, João
subtraiu para si pertences de vários passageiros mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de
fogo. Após a ação, João empreendeu fuga levando consigo os bens subtraídos e a arma utilizada. A partir de
informações fornecidas por testemunhas, policiais localizaram João às cinco horas da manhã do dia seguinte,
data em que ocorreria o segundo turno das eleições para prefeito. João foi preso em flagrante e foram
apreendidos parte dos objetos subtraídos encontrados em seu poder. 

Nessa situação hipotética, a prisão de João foi

A) legal: houve hipótese de flagrante esperado.

B) legal: houve hipótese de flagrante presumido.

C) ilegal: não pode ser efetuada prisão em período eleitoral.

D) legal: houve hipótese de flagrante impróprio.

E) ilegal: não houve hipótese de flagrante, e a medida cautelar dependeria de decisão judicial.

Resolução: nessa situação, caríssimo(a), a partir das modalidades de flagrante por nós estudada e, também,
por conta da redação do artigo 302, inciso IV, do CPP, estamos diante do flagrante presumido/ficto, em que o
agente  é encontrado com o PIAO. 

Gabarito: Letra B. 

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13) Ano: 2000 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2000 - Polícia Federal -
Agente Federal da Polícia Federal 

Em meados de julho do corrente ano, X, Y e Z associaram-se, com vontade associativa permanente, a fim de
praticarem tráfico ilícito de substância entorpecente. No dia 13 de agosto, por volta das 13 h, agentes de
polícia federal, passando-se por compradores, adentraram na residência de Z e, em cumprimento     a
mandado de busca, efetuaram a prisão em flagrante de X, Y e Z, que detinham  em depósito, para negócio,
doze quilos de cocaína.
Com referência à situação hipotética apresentada e a considerações penais correlatas, julgue o item que se
segue. 

Na situação em apreço, o flagrante deveria ser considerado nulo, por ter sido preparado ou provocado pelos
agentes policiais e por não ter ocorrido nenhum ato de traficância. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: veja, caríssimo(a), nesse caso, como os criminosos X, Y e Z tinham em depósito os 12kg de cocaína,
estamos diante de um crime permanente e, desse modo, o flagrante realizado pelos agentes policiais é
absolutamente válido. 

Gabarito: ERRADO.

14) Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-AP Prova: CESPE - 2004 - TJ-AP - Analista Judiciário -
Área Judiciária 

O agente de polícia Silva, trabalhando em uma delegacia de repressão a tóxicos, saiu para cumprir a missão
de identificar e prender possíveis usuários de drogas. Para tanto, ele levou consigo certa quantidade de
maconha e passou a oferecer a mercadoria, vendendo uma porção a Mário, que saiu do local da compra e foi
imediatamente preso em flagrante pelos demais componentes da equipe de Silva.

Sabendo que trazer consigo para uso próprio substância que causa dependência física ou psíquica em
desacordo com determinação legal é conduta prevista como crime na lei antitóxicos, julgue os itens
subsequentes, em face dessa situação hipotética e quanto à prisão em flagrante.

A prisão de Mário foi ilegal, uma vez que se trata de hipótese de flagrante preparado, que exclui o delito 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: nesse caso, a conduta praticada por Silva induziu Mário a adquirir o entorpecente, razão pela

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qual, houve intervenção na vontade e a manifestação é viciada, ocasião em que, a prisão de Mário é ilegal por
se tratar de flagrante preparado. 

Gabarito: CERTO. 

15) Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: TRE-AC Prova: FCC - 2010 - TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária 

O documento entregue ao conduzido após a lavratura do auto de prisão em flagrante, assinado pela
autoridade policial e contendo o motivo da prisão, o nome do condutor e das testemunhas, denomina-se 

A) termo circunstanciado.

B) auto de prisão em flagrante.

C) nota de culpa.

D) carta de guia.

E) boletim de ocorrência.

Resolução: conforme acabamos de estudar, no momento em que o preso flagrado é direcionado até a
autoridade para lavratura do APF, ele receberá a nota de culpa, documento que formalizada a primeira
imputação criminal contra sua pessoa. 

Gabarito: Letra C. 

16) Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: STJ Prova: CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário -
Judiciária 

Acerca da competência, das questões e dos processos incidentes e das provas, julgue o item a seguir. 

Sendo possível a realização de exame para investigar crimes que deixam vestígios, não proceder a esse
exame é motivo de nulidade do processo, ainda que provas documentais e testemunhais confirmem a autoria
e a materialidade do crime.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: conforme estudamos ao longo de nossa aula, tendo o crime deixado vestígios, é obrigatória a
realização do exame de corpo de delito, razão pela qual, não havendo o exame, será caso de nulidade do
processo pela sua falta. 

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Gabarito: CERTO.

17)  Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: Câmara de Porto Velho - RO Prova: IBADE - 2018 - Câmara de Porto
Velho - RO - Analista Jurídico 

Dentre as prisões cautelares, isto é, aquelas prisões decretadas antes da sentença final condenatória
transitada em julgado, destaca-se a prisão preventiva. Nesse sentido, um dos motivos que autoriza a
decretação da prisão preventiva é a: 

A) prática de crime punido com pena privativa de liberdade máxima superior a 2 (dois) anos.

B) prática de crime culposo contra o patrimônio.

C) conveniência da instrução criminal 

D) garantia da ordem privada.

E) inexistência de prova do crime.

Resolução: 

a) conforme o artigo 313 do CPP, a pena máxima deverá ser superior a 4 anos.

b) conforme o artigo 313 do CPP, somente é cabível nos crimes doloso.

c) conforme o artigo 312 do CPP, um dos fundamentos da prisão preventiva é justamente a conveniência da
instrução criminal.

d) conforme o artigo 312 do CPP, a garantia é da ordem pública e não da ordem privada.

e) conforme o artigo 311 do CPP, é necessário o fumus comissi delicti. 

 Gabarito:  Letra C.

 18)  Ano: 2007 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SGA-AC 

Julgue o item a seguir, relativos a prisão.


A apresentação espontânea do acusado à autoridade policial impede a prisão em flagrante e a decretação da
prisão preventiva. 

(   ) Certo

(   ) Errado

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Resolução: conforme estudamos ao longo da nossa aula, a apresentação espontânea do acusado impede a
prisão em flagrante, porém, nada impede que o Juiz decrete a prisão preventiva do mesmo caso se encontre
presente algum dos fundamentos do artigo 312 do CPP. 

Gabarito: ERRADO.

19)  Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PC-CE Prova: VUNESP - 2015 - PC-CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a
Classe 

De acordo com o art. 312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva poderá ser decretada como
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver 

A) indícios da existência do crime e prova suficiente de autoria.

B) prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

C) indícios da existência do crime e indício suficiente de autoria.

D) indício suficiente de autoria, apenas.

E) prova da existência do crime, apenas.

Resolução: conforme visualizamos ao longo de nossa aula, os pressupostos da prisão preventiva são
representados pelo fumus comissi delicti e o periculum libertatis, razão pela qual, a decretação da custódia
preventiva, é necessário que haja a presença de provas de materialidade e indícios suficientes de autoria ou
participação (fumus comissi delicti). 

Gabarito: Letra B. 

20) Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-MA Prova: CESPE - 2018 - PC-MA - Escrivão de Polícia
Civil 

A prisão preventiva poderá ser decretada 

A) quando os indícios de autoria e prova da materialidade forem insuficientes para assegurar a aplicação da
lei penal.

B) nos crimes de violência doméstica e familiar contra o idoso, para assegurar a execução de medidas
protetivas de urgência.

C) em qualquer fase do inquérito policial, mediante ato da autoridade policial.

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D) quando o agente for reincidente específico, por sentença transitada em julgado, em crime culposo, dentro
do período depurador. 

E) nos crimes dolosos punidos com pena máxima inferior a quatro anos. 

Resolução: ao analisarmos o teor de cada uma das assertivas, podemos concluir que, a partir do nosso estudo
sobre pressupostos, fundamentos e requisitos para decretação da prisão preventiva (arts. 312 e 313, do CPP),
a custódia poderá ser decretada nos crimes de violência doméstica e familiar contra o idoso, para assegurar a
execução de medidas protetivas de urgência, conforme o artigo 313, III, do CPP. 

Gabarito: Letra B. 

21)  Ano: 2013 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: UEG - 2013 - PC-GO - Escrivão de Polícia Civil - Reaplicação 

A prisão preventiva 

A) deverá, em caso de decretação, ser devidamente fundamentada, mas, depois de decretada, só poderá ser
revogada após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

B) será decretada pela autoridade policial, no curso do inquérito policial, e pelo juiz, no curso da ação penal.

C) poderá ser decretada como garantia da ordem pública, quando houver prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria.

D) não poderá ser requerida pelo Ministério Púbico durante o curso do inquérito policial, mas somente após o
recebimento da denúncia.

Resolução: 

a) depois de decreta, a prisão preventiva deverá ser revista, ao menos, a cada 90 dias (conforme atualização
operada pela Lei Anticrime) para que haja ou não a sua manutenção.

b) a prisão preventiva jamais poderá ser decretada pela autoridade policial. O Delegado de polícia, conforme
o artigo 13, IV, do CPP, possui poderes de apenas representar pela PP.

c) a assertiva retrata tudo o que estudamos até o momento, bem como, a redação do artigo 312 do CPP.

d) pelo contrário. O Promotor de Justiça possui atribuição para requerer a decretação da prisão até mesmo
durante a fase de IP. 

Gabarito: Letra C.

22)  Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: PC-SE Prova: IBFC - 2014 - PC-SE - Escrivão Substituto - A 

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Segundo dispõe o Código de Processo Penal, no Título “Da Prisão, das Medidas Cautelares e da Liberdade
Provisória”, NÃO será admitida a decretação da prisão preventiva: 

A) Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la.

B) Se o preso já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, no período
de cinco anos.

C) Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência.

D) Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra pessoa idosa, independentemente da


necessidade de se garantir as medidas protetivas de urgência.

Resolução: a questão nos exige o conhecimento do artigo 313 e incisos do CPP. Desse modo, a partir da
redação por nós estudada ao longo da aula, a única possibilidade que não se amolda ao teor da lei é quando o
crime envolver violência doméstica e familiar contra pessoa idosa, independentemente da necessidade de se
garantir as medidas protetivas de urgência. Nesse caso, a PP será justamente para garantir as medidas
protetivas de urgência. 

Gabarito: Letra D.

23)  Ano: 2004 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2004 - Polícia Federal -
Agente da Polícia Federal - Regional 

A respeito do direito processual penal brasileiro, julgue o item a seguir.

Não é cabível prisão preventiva de acusado de prática de contravenção penal. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: conforme a redação do artigo 313, inciso I, do CPP, só será cabível a prisão preventiva nos crimes
dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos. 

Gabarito: CERTO.

24) Ano: 2014 Banca: Aroeira Órgão: PC-TO Prova: Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil 

No que se refere à prisão preventiva, o juiz pode decretá- la 

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A) exclusivamente nos crimes punidos com pena máxima superior a quatro anos.

B) de ofício, em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal.

C) quando houver dúvida acerca da identidade civil da pessoa.

D) exclusivamente quando houver prova da existência do crime e de sua autoria.

Resolução: 

a) a regra é que a PP seja decretada em crimes punidos com pena máxima superior a quatro anos. Porém, não
podemos esquecer o que estudamos  acerca da possibilidade de decretar a prisão preventiva em decorrência
do descumprimento de medidas protetivas de urgência em crimes que envolvem violência doméstica e
familiar contra a mulher;

b) conforme a Lei Anticrime, fica vedado ao magistrado decretar prisão preventiva de ofício;

c) conforme o artigo 313, §1º do CPP, será possível decretar a PP quando houver dúvida acerca da identidade
civil da pessoa;

d) não há que se falar em exclusividade, tendo em vista a redação integral do artigo 312 e 313 do CPP. 

Gabarito: Letra C.

25) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2013 - Polícia Federal -
Escrivão da Polícia Federal 

No que tange à prisão em flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária, julgue o item que se segue, à
luz do Código de Processo Penal (CPP).

A atual sistemática da prisão preventiva impõe a observância das circunstâncias fáticas e normativas
estabelecidas no CPP e, sobretudo, em qualquer das hipóteses de custódia preventiva, que o crime em
apuração seja doloso punido com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: conforme estudamos ao longo da nossa aula, não necessariamente o crime deverá ter pena de
reclusão superior a quatro anos. É o caso, por exemplo, do crime de lesão corporal leve no âmbito doméstico,
em que a pena para o crime é de detenção de um ano e o fato é apto a ensejar a prisão preventiva conforme o
artigo 313, III, do CPP. 

Gabarito: ERRADO.

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26) Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de
Polícia 

Acerca dos valores da fiança, assinale a alternativa correta. 

A) Será de 1 a 100 salário mínimos quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau
máximo, não for superior a 4 anos.

B) Será de 20 a 200 salários mínimos quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior
a 4 anos.

C) A depender da situação econômica do preso, a fiança poderá ser reduzida em até 2/5.

D) A depender da situação econômica do preso, a fiança poderá ser aumentada em até 100 vezes.

E) Em nenhuma hipótese, a fiança será dispensável.

Resolução: veja como a redação do artigo 325 do CPP é importante para o seu concurso. Desse modo,
através das assertivas que nos são apresentadas, a única que se encaixa perfeitamente com a redação do CPP
é a que reproduz o texto do artigo 325, inciso I, que Será de 1 a 100 salário mínimos quando se tratar de
infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 anos. 

Gabarito: Letra A.

27)  Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE - 2013 - TJ-DFT - Analista Judiciário -
Área Judiciária 

No que se refere a competência, sujeitos processuais, provas,


medidas cautelares e recursos, julgue os itens a seguir.

Presentes os requisitos para a concessão da liberdade provisória, não se mostra viável condicionar a soltura
do paciente ao recolhimento de fiança, caso ele não tenha condições de arcar com tais custos.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: a partir do nosso estudo sobre liberdade provisória e concessão de fiança, conforme o artigo 350
do CPP, será possível conceder liberdade provisória dispensado o réu pobre da fiança, porém, o magistrado
poderá impor outras cautelares do artigo 319 em desfavor do acusado. 

Gabarito: CERTO.

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28)  Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: CNJ Prova: CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área
Judiciária 

A respeito do disposto na Constituição Federal de 1988 (CF) e no


Código de Processo Penal, julgue os próximos itens.

O agente preso em flagrante de crime inafiançável terá direito a concessão de liberdade provisória sem
fiança, se não estiverem caracterizados os motivos para decretação de prisão cautelar, em estrita observância
do princípio da inocência.

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: através de todo o exposto durante a aula, não estando caracterizado os motivos para decretação
da prisão preventiva, bem como, o princípio da presunção de inocência, tratando-se de crime inafiançável, o
juiz poderá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, outras medidas cautelares diversas,
conforme o artigo 319 do CPP. 

Gabarito: CERTO.

29)  Ano: 2015 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRE-GO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2015 - TRE-GO -
Analista Judiciário - Área Judiciária 

Camila foi presa em flagrante delito pela suposta prática de tráfico de drogas. Após ser citada da ação penal,
manifestou interesse em ser assistida pela defensoria pública.

Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item, com base na jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça e nas disposições do Código de Processo Penal.

Devido à gravidade do delito de que Camila é acusada, o juiz que receber o auto de prisão em flagrante está
legalmente impedido de, de ofício, conceder-lhe liberdade provisória ou aplicar-lhe medidas cautelares. 

(   ) Certo

(   ) Errado

Resolução: conforme visualizamos ao longo de nossa aula, a gravidade em abstrato do crime, por si só, não
pode ser motivação idônea para decretar ou conceder liberdade provisória. Deverá o magistrado, dentro da
análise do caso concreto, verificar as circunstâncias concretas do crime. Em que pese o art. 44 da Lei
11.343/06 vede expressamente a concessão de liberdade provisória, as circunstâncias deverão ser verificadas
dentro do caso concreto. 

Gabarito: ERRADO.

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30) Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de
Polícia 

O Código de Processo Penal autoriza que o juiz substitua prisão preventiva pela prisão domiciliar quando
o agente for 

A) maior de 60 anos.

B) debilitado por motivo de doença.

C) mulher, com filho de até 8 anos incompletos.

D) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos.

E) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 8 anos de idade ou com deficiência.

Resolução: veja só, caríssimo(a), a alternativa A é uma das pegadinhas que falei a você! Agora, a partir da
leitura do artigo 318 do CPP, podemos concluir que o juiz poderá substituir a PP pela prisão domiciliar nas
hipóteses em que o homem for o único responsável pelo filho de até 12 anos, conforme o inciso VI do art. 318
do CPP. 

Gabarito: Letra D. 

Agradeço, mais uma vez a sua companhia! 

Encerramos nosso décimo ncontro por aqui!

Aguardo a sua presença em nossa próxima aula. 

Bons estudo! Fique com Deus!

Até lá,

Prof. Leonardo dos Santos Arpini

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Resumo direcionado.
Seja muito bem-vindo novamente, meu amigo(a)! 

A partir desse momento, vamos resumir os pontos mais importantes da matéria para que, sempre que for
preciso, você possa fazer uma revisão rápida, clara e completa de todo conteúdo necessário para sua
aprovação. 

Inicialmente, é de suma importância que você grave alguns pontos que mencionamos no comecinho da nossa
aula. 

Veja só: 

A prisão pode ser classificada em duas modalidades: 

Prisão processual (denominada prisão cautelar ou prisão provisória).

Prisão preventiva Arts. 311 a 318 do CPP.

Prisão temporária É a única modalidade de prisão prevista em lei extravagante (Lei nº 7960/89).

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Prisão domiciliar Arts. 317 e 318 do CPP

Prisão em flagrante Arts. 301 a 310 do CPP.

Outro ponto, diz respeito acerca dos princípios que incidem sobre o instituto da prisão.

Vamos lá!

A) Respeito a integridade física e moral do preso: o referido princípio está disposto no artigo 5º, XLIX, da CF,
veja só: Art. 5º. [...] – XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Assim,
caríssimo(a), caso o preso morra sob a custódia do Estado, deverão seus familiares serem indenizados,
conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, lançado no Recurso Extraordinário 841.525/RS, de
relatoria do Ministro Luiz Fux, de 01.08.2016.  

B) Comunicação da prisão ao juiz e a família do preso: quanto a comunicação da prisão, o princípio em


análise está posto no artigo 5º, LXII, da CF: Art. 5º. [...] – LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada. É interessante que você saiba que o preso poderá abrir mão da comunicação aos seus familiares,
quando o próprio não indicar de forma voluntária quem são seus familiares para a autoridade policial.

C) Direito ao silêncio: conforme o artigo 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. 

Outro ponto que tratamos foi acerca das imunidades prisionais:

A primeira imunidade prisional que precisamos ter em mente se refere a figura do Presidente da República.

Os Senadores, Deputados Federais e Deputados Estaduais, por força dos artigos 53, §2º e 27, §1º, ambos da
Constituição Federal, essas autoridades só podem ser presas em caso de flagrante de crime inafiançável, com
a imediata remessa dos autos da prisão em flagrante para a respectiva casa legislativa no prazo de 24h para
que os semelhantes deliberem sobre a prisão. 

Outras pessoas que possuem prerrogativas de imunidades prisionais são as autoridades do Poder Judiciário,
tais como Juízes, Promotores e Defensores. 

Para esses cargos, eles só terão imunidade para a prisão em flagrante de crime afiançável, esteja ou não no
exercício da função. Entretanto, todas as demais medidas são cabíveis (prisão preventiva, temporária e
flagrante de crime inafiançável).

E, por fim, o advogado tem imunidade prisional apenas para o exercício da função e para prisão em flagrante
de crime afiançável e, assim como as autoridades acima mencionadas, todas as outras medidas são cabíveis
prisão preventiva, temporária e flagrante de crime inafiançável).

Superada a parte introdutória com os princípios e as imunidades, vamos dar seguimento para o resumo
acerca das prisões em espécie. 

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Avante!

A primeira que vamos tratar diz respeito a prisão em flagrante. 

Preste atenção!

Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.

As fases do flagrante são divididas da seguinte forma: 

1ª) Prisão captura: aqui, o agente é capturado pela pessoa do povo ou pela autoridade pública. 

2ª) Condução coercitiva: logo após a captura, o flagrado será conduzido até a repartição policial. 

3ª) Lavratura do APF: já nas repartições da Delegacia de Polícia, o Delegado irá iniciar a confecção
do auto de prisão em flagrante (APF).

4ª) Prisão detenção: esse é o momento em que o flagrado ficará nas dependências da Delegacia até
que uma decisão acerca da manutenção ou não de sua prisão sobrevenha por parte do Poder
Judiciário. 

5ª) Comunicações obrigatórias: por fim, a prisão será comunicada a um familiar do preso ou pessoa
por ele indicada e, também, ao Ministério Público, Poder Judiciário e Defensoria Pública nas
comarcas em que atue pois, do contrário, será nomeado advogado dativo para acompanhar o auto. 

Veja o que diz o artigo 302 do Código de Processo Penal:

 Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III  -  é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.

A partir da redação do artigo 302, inciso I e II, do CPP, estamos diante do flagrante próprio/real, ou seja, é
quando o indivíduo está cometendo o crime ou acaba de cometer. 

O inciso III, traz o flagrante impróprio/imperfeito/quase flagrante, ocasião em que o flagrando é perseguido
logo após. 

Por fim, o inciso IV, traz o flagrante presumido/ficto, ocasião em que o flagrado é encontrado logo depois com
o PIAO (papéis, instrumentos, armas ou objetos que façam presumir ser o autor da infração). 

Mas agora, ATENÇÃO! 

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ENQUANTO DURAR A PERSEGUIÇÃO A PESSOA ESTÁ EM FLAGRANTE, AINDA QUE AS


AUTORIDADES A PERCAM DE VISTA. O QUE NÃO PODE HAVER É A INTERRUPÇÃO DA
PERSEGUIÇÃO (QUEBRA DE CONTINUIDADE).

A jurisprudência acabou por criar o flagrante preparado e, também, o flagrante esperado. 

Concentre-se na tabela abaixo:

PREPARADO ESPERADO

Há intervenção na vontade. Não há intervenção na vontade

Não é válido. É válido

Crime impossível – Súmula 145


do STF  567, STJ - Sistema de vigilância realizado por monitoramento
Não há crime, quando a eletrônico ou por existência de segurança no interior de
preparação do flagrante pela estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
polícia torna impossível a sua configuração do crime de furto
consumação

Outro ponto importante ainda dentro deste tópico diz respeito as formalidades do flagrante. 

Autoridade: é a autoridade do local da captura e não do local da consumação. 

Condutor: é a pessoa que encaminha o preso a autoridade. Em nosso país, geralmente é a polícia militar que
faz o encaminhamento do preso. 

Testemunhas: deve haver, ao menos, duas testemunhas. O condutor conta como testemunha para lavratura
do APF. A falta de testemunhas não impede a lavratura do flagrante, porém, nesse caso, deve haver duas
testemunhas da apresentação do preso à autoridade policial, ou seja, outros dois colegas (geralmente polícia
civil) que presenciam a chegada do flagrado. Essas testemunhas são chamadas de instrumentais,
instrumentárias ou fedatárias. 

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Atenção!!! Não é obrigatória a presença de defensor na lavratura do Auto. 

Caso o Delegado de Polícia não se convença da ocorrência de crime ou de indícios de autoria, então não
lavrará o flagrante, mas apenas um boletim de ocorrência para posterior investigação do fato. 

Comunicações: o preso recebe a nota de culpa (é a primeira imputação – “acusação” contra o flagrado). A
nota de culpa deve ser entregue ao preso em 24hs. Juiz e Promotor recebem cópia do APF no prazo de 24hs.
Se o preso não possuir advogado, as peças do flagrante serão remetidas para a Defensoria Pública. 

O artigo 310 do CPP sofreu algumas alterações por conta da Lei Anticrime e, a partir de agora, vamos analisar
cada uma delas!

Para tanto, farei um quadro comparativo entre a redação anterior e atual redação do artigo 310. 

REDAÇÃO ANTES DA LEI 13.964/19 REDAÇÃO DEPOIS DA LEI 13.964/19

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em Art. 310. Após receber o auto de prisão em
flagrante, o juiz deverá flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e
fundamentadamente: quatro) horas após a realização da prisão, o juiz
I – relaxar a prisão ilegal; ou  deverá promover audiência de custódia com a
II – converter a prisão em flagrante em presença do acusado, seu advogado constituído ou
preventiva, quando presentes os requisitos membro da Defensoria Pública e o membro do
constantes do art. 312 deste Código, e se Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
revelarem inadequadas ou insuficientes as fundamentadamente:       (Redação dada pela Lei nº
medidas cautelares diversas da prisão; ou 13.964, de 2019)       
III – conceder liberdade provisória, com ou I - relaxar a prisão ilegal; ou       
sem fiança; II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto quando presentes os requisitos constantes do art.
de prisão em flagrante, que o agente 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
praticou o fato nas condições constantes insuficientes as medidas cautelares diversas da
dos incisos I a III do caput do art. 23 do prisão; ou
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de III - conceder liberdade provisória, com ou sem
1940 – Código Penal, poderá, fiança.              
fundamentadamente, conceder ao acusado

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liberdade provisória, mediante termo de § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em


comparecimento a todos os atos flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
processuais, sob pena de revogação. das condições constantes dos incisos I, II ou III do
caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado
liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.               
(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964,
de 2019)       
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou
que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
medidas cautelares.       (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)       
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação
idônea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo
responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão.            (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)       
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o
decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia
sem motivação idônea ensejará também a
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade
competente, sem prejuízo da possibilidade de

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imediata decretação de prisão preventiva.             


(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       

Assim, fechamos o resumo acerca da prisão em flagrante!

Outro tema que estudos ao longo da nossa aula foi a prisão preventiva, a qual acabou passando por inúmeras
modificações com base na Lei Anticrime. Então, vamos ao que interessa!

Redação antes da Lei 13.963/19 Redação depois da Lei 13.694/19

Art. 311.  Em qualquer fase da investigação policial Art. 311. Em qualquer fase da investigação
ou do processo penal, caberá a prisão preventiva policial ou do processo penal, caberá a prisão
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação preventiva decretada pelo juiz, a
penal, ou a requerimento do Ministério Público, do requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, ou por representação querelante ou do assistente, ou por
da autoridade policial. representação da autoridade policial.

Redação antes da Lei 13.963/19 Redação depois da Lei 13.694/19

Art. 312.  A prisão preventiva poderá ser Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
decretada como garantia da ordem pública, como garantia da ordem pública, da ordem
da ordem econômica, por conveniência da econômica, por conveniência da instrução criminal
instrução criminal, ou para assegurar a ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
aplicação da lei penal, quando houver prova houver prova da existência do crime e indício
da existência do crime e indício suficiente de suficiente de autoria e de perigo gerado pelo
autoria.            estado de liberdade do imputado.       
Parágrafo Único.  A prisão preventiva § 1º  A prisão preventiva também poderá ser
também poderá ser decretada em caso de decretada em caso de descumprimento de
descumprimento de qualquer das obrigações

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impostas por força de outras medidas qualquer das obrigações impostas por força de
cautelares (art. 282, § 4o).     outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).     
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva
deve ser motivada e fundamentada em receio de
perigo e existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.    

Fundamentos da prisão preventiva: a prisão preventiva se justifica como forma de: 

Garantia da ordem pública

Garantia da ordem econômica

Conveniência da instrução criminal

Para assegurar a aplicação da lei penal

Redação antes da Lei Anticrime Redação posterior a Lei Anticrime

Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código,
será admitida a decretação da prisão será admitida a decretação da prisão
preventiva:        preventiva:        
I - nos crimes dolosos punidos com pena I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa
privativa de liberdade máxima superior a 4 de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
(quatro) anos;             anos;           
II - se tiver sido condenado por outro crime II - se tiver sido condenado por outro crime
doloso, em sentença transitada em julgado, doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do ressalvado o disposto no inciso I do caput do art.
art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
dezembro de 1940 - Código Penal;          1940 - Código Penal;    
III - se o crime envolver violência doméstica e III - se o crime envolver violência doméstica e
familiar contra a mulher, criança, adolescente, familiar contra a mulher, criança, adolescente,

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idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
para garantir a execução das medidas garantir a execução das medidas protetivas de
protetivas de urgência;         urgência;  
Parágrafo Único. Também será admitida a § 1º  Também será admitida a prisão preventiva
prisão preventiva quando houver dúvida sobre quando houver dúvida sobre a identidade civil da
a identidade civil da pessoa ou quando esta pessoa ou quando esta não fornecer elementos
não fornecer elementos suficientes para suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado colocado imediatamente em liberdade após a
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar
identificação, salvo se outra hipótese a manutenção da medida.          (Redação dada
recomendar a manutenção da medida. pela Lei nº 13.964, de 2019)       
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão
preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência
imediata de investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de denúncia.       
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       

As condições para imposição da PP são as seguintes: 

a) Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos: a partir dessa
redação podemos concluir que é incabível a prisão preventiva nos crimes culposos. 

b) Condenação anterior: é o caso de cabimento da prisão preventiva nas hipóteses em que o réu conta com
uma condenação anterior, capaz de configurar a reincidência, conforme o artigo 63 do Código Penal. 

c) Crime envolvendo violência doméstica ou para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência: nesse caso, imagine o crime de lesão corporal leve praticado no âmbito doméstico, em que pese
seja o delito apena com pena de detenção de 1 ano, por conta de tratar-se de crime cometido contra mulher,
será cabível a prisão preventiva. 

d) Dúvida sobre a identidade civil do agente: essa hipótese foi inserida no CPP ainda em 2011, apenas tendo
sido renumerada por conta da Lei Anticrime. Para tanto, essa hipótese possui uma peculiaridade em relação
as outras: deverá ser revogada imediatamente a identificação do acusado, salvo se outra hipótese
recomentar a manutenção da medida. 

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Redação antes da Lei


Redação após a Lei Anticrime
Anticrime

Art.315. A decisão que Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
decretar, substituir ou preventiva será sempre motivada e fundamentada.     (Redação dada
denegar a prisão preventiva pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
será sempre motivada. § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de
qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a
existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.          (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)       (Vigência)
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:      (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)       (Vigência)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;        (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)       (Vigência)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;     (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

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VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou


precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

Redação antes da Lei 13.964/19 Redação após a Lei 13.964/19

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das


partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que
preventiva se, no correr do processo, verificar
a justifiquem.     (Redação dada pela Lei nº 13.964,
a falta de motivo para que subsista, bem
de 2019)       (Vigência)
como de novo decretá-la, se sobrevierem
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva,
razões que a justifiquem.             (Redação
deverá o órgão emissor da decisão revisar a
dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
necessidade de sua manutenção a cada 90
(noventa) dias, mediante decisão fundamentada,
de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)

Desse modo, vamos adiante porque chegou o momento de falarmos acerca da prisão domiciliar! 

O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

 I – Maior de 80 anos (nos concursos as bancas costumam trocar por 70 anos que é idade prevista na Lei de
Execução penal ou 60 anos, que é da pessoa considerada IDOSA). Então, grave essas informações para não
ser cair em nenhuma pegadinha! 

II – Extremamente debilitado por doença grave (Atenção: para a jurisprudência, precisa estar demonstrada a
incompatibilidade do tratamento médico com o cárcere para ter a prisão domiciliar HC 495492/MS, Laurita Vaz,

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DJe 25.06.19); 

III – Imprescindível aos cuidados de menor de 6 anos de idade ou pessoa com deficiência; 

IV – gestante; 

V – Mulher com filho de até 12 anos incompletos; 

VI – Homem se for o único responsável pelo filho com até 12 anos incompletos. Não confundir com a prisão
domiciliar da LEP (art.117). 

Caminhando para o final do nosso resumo direcionado, vamos tecer alguns comentários acerca da liberdade
provisória. 

Premissa 1: Pode ser requerida tanto em face de prisão em flagrante quanto em face de prisão preventiva.
Ela não pode ser obtida em face da prisão temporária.

Premissa 2: 

                                                                

Liberdade provisória obrigatória a) Art. 69, p.ú, do JECrim – se o autor do fato concordar em comparecer na
audiência preliminar não se impõe a prisão em flagrante. Veja só: 

  Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos
exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso
de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou
local de convivência com a vítima.    

b) Art. 301 da Lei 9.503/97 – Se o condutor do veículo parar para prestar socorro não se impõe a prisão em
flagrante.

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      Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

  c) Art. 48, §2º, da Lei 11.343/06 (Lei de Tóxicos) – se for preso do artigo 28 não se impõe a prisão em
flagrante. 

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução
Penal. 

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei (posse de droga para consumo pessoal), não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta
deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
requisições dos exames e perícias necessários. 

Espero ter alcançado todas as suas expectativas com o resumo direcionado, meu(a) caro(a) colega!

Foi um prazer imenso estar na sua presença!

Qualquer dúvida estarei aqui para auxiliá-lo!

Fique com Deus! Até a próxima.

Forte abraço!

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