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Vencedora
Aprenda como destacar seu texto da pilha de processos
✓ Querer convencer que o seu argumento é o melhor e não o único correto à luz da
CRFB/88;
✓ Acreditar que os princípios abrem a interpretação;
✓ Confiar e aplicar o chamado neoconstitucionalismo;
✓ Utilizar os velhos princípios gerais do Direito ao invés dos princípios constitucionais;
✓ Não entender o que significa Estado Social Democrático de Direito;
✓ Desconhecer e, portanto, não aplicar o círculo hermenêutico;
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência
liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a
2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das
partes.
§ 4o A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá
fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
PERGUNTA: Um autor protocolou uma inicial em 26/03/2018, ao qual foi emendada em 25/06/2018.
Em decisão de 20/09/2018 fora relegado para momento posterior a análise da conveniência da
realização da audiência de conciliação, citando e intimando a ré para apresentar contestação no prazo
de 15 dias, ao qual foi devidamente citado em 08/01/2019, e, que não tendo apresentado a referida
resposta, haveria revelia. Pode o magistrado decidir dessa forma?
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
Prof. Dr. Thiago Rodrigues Pereira www.novoliceu.com
➢ Estudo de casos concretos
✓ Início da contagem do prazo para resposta do réu
Qual será a resposta constitucionalmente mais adequada para esse caso concreto?
Como só existe uma resposta correta a partir do sentido correto dos textos constitucional e legal,
a única resposta admissível no presente caso será que o juiz errou, pois o legislador não deu
possibilidade de escolha se irá ou não realizar a audiência de mediação ou conciliação, ficando a
critério das partes a sua realização. Logo, o prazo para contestar sequer começou a fluir.
Em um caso concreto, após discussão grave entre uma avó e duas netas, o filho da senhora,
portanto, tio das mulheres, teria se metido na discussão e supostamente agredido suas sobrinhas,
netas da senhora. Após denúncia das sobrinhas, o caso foi recebido pelo juízo da Vara de
Violência Doméstica Familiar contra a Mulher, enquadrado na Lei Maria da Penha. Era
competente o juízo?
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura,
nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua
saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres
no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo
exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral
ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com
ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS.
FUNDAMENTAÇÃO. PALAVRA DA VÍTIMA. RELEVÂNCIA. INEXISTÊNCIA DE RISCO PARA A OFENDIDA. EXAME
FÁTICO PROBATÓRIO, INCABÍVEL EM HABEAS CORPUS. RECURSO DESPROVIDO.
(...)
3. A jurisprudência deste Tribunal Superior tem entendido que, em casos de violência doméstica, a palavra
da vítima tem especial relevância, pois ocorre frequentemente em situações de clandestinidade.
(...)
A resposta constitucionalmente correta sempre procura encontrar o sentido correto do texto legal, tento a
constituição como o norte hermenêutico a ser seguido. Não resta qualquer dúvida que é dever do Estado
salvaguardar a proteção a família, nos termos do §8º do artigo 226 da CRFB/88 (Art. 226. A família, base da
sociedade, tem especial proteção do Estado. § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações).
Contudo, mister se faz encontrar o sentido correto da lei 11.340/2006 (lei Maria da Penha). O sentido é de
proteger aquela violência que ocorre as escondidas, onde a mulher, seja pela força física, psicológica ou
econômica, encontra enormes dificuldades de se defender e/ou sair dessa relação. Não será qualquer
violência no âmbito da família que deverá incidir a Lei Maria da Penha. No caso concreto em exame, o juízo
da Vara de Violência contra a Mulher não seria o juízo competente, tendo em vista que a violência ocorrida
(se é que efetivamente ocorreu) não guardou qualquer relação com o sentido correto do texto legal.
Em um caso concreto versando sobre direito do trabalho, em razão de uma antecipação de tutela
em um caso sobre gratificação de função especial, uma Reclamada impetrou mandado de
segurança, que foi deferido, mesmo a relatora do TRT da 6ª Região pensando diferente, mas
concedendo a ordem em razão do princípio da colegialidade. Agiu certo o relator?
A ideia da integridade das decisões judiciais encontra em Ronald Dworkin, especialmente em sua obra
Império do Direito, um dos seus maiores defensores. Mas sua ideia de integridade está centrada na
manutenção das decisões judiciais quando estas estão de acordo com o sentido correto consagrado no seio
de uma comunidade política. Isso quer dizer que não se pode invocar tal princípio para julgar um caso de
forma equivocada. Em relação ao “princípio da colegialidade”, primeiro, não é princípio, mas uma
construção jurisprudencial carente de salvaguarda pela sociedade e toda comunidade científica. Um
princípio apenas se torna princípio quando este ganha esse status da própria comunidade política, ou seja,
é a sociedade que passa a ver nele um dos elementos centrais basilares de um ordenamento jurídico, como
é, por exemplo, o princípio da ampla defesa e do contraditório. É a tradição, antiga e atual que concede
esse status e nunca apenas o legislador, juiz, desembargador ou mesmo ministros dos tribunais superiores.
Portanto, simplesmente não existe tal princípio. É apenas uma criação infeliz de uma panprincipiologia
tupiniquim.
Imóvel situado em estação ecológica seria isento de IPTU em razão de existir uma limitação
administrativa?