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SUMÁRIO
PRISÃO CAUTELAR ....................................................................................................................................... 2
MEDIDAS CAUTELARES ............................................................................................................................ 2
CAUTELARES PROBATÓRIAS ..................................................................................................................... 2
CAUTELARES REAIS............................................................................................................................... 2
CAUTELARES PESSOAIS ......................................................................................................................... 2
PRISÕES CAUTELARES .............................................................................................................................. 3
CARACTERÍSTICAS: ............................................................................................................................... 3
EXCEÇÃO.............................................................................................................................................. 6
REQUISITOS DAS MEDIDAS CAUTELARES PRISIONAIS ............................................................................... 7
LEGALIDADE ......................................................................................................................................... 7
LEGITIMIDADE...................................................................................................................................... 7
PRESSUPOSTOS .................................................................................................................................... 8
PRISÃO EM FLAGRANTE (ARTS. 301 A 310 DO CPP) .................................................................................. 8
NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE ................................................................................. 8
MOMENTOS (ETAPAS) DA PRISÃO EM FLAGRANTE............................................................................... 8
ESÉCIES DE FLAGRANTES (CLASSIFICAÇÃO) ........................................................................................... 8
EXCEÇÃO:............................................................................................................................................. 9
QUESTÕES ..................................................................................................................................................11
GABARITO...................................................................................................................................................12

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PRISÃO CAUTELAR
MEDIDAS CAUTELARES
Quando se pensa nas medidas cautelares possíveis dentro do processo penal,
identificam-se 3 grupos de cautelarares: as probatórias, as reais e as pessoais.

PROBATÓRIAS

MEDIDAS
REAIS
CAUTELARES

PESSOAIS

CAUTELARES PROBATÓRIAS
São cautelares que visão a obtenção de provas. Exemplo: busca e apreensão,
interceptação telefônica e infiltração de agentes.

Cuidado!
A busca e apreensão pode ser tanto cautelar probatória como cautelar real
ou pessoal. Depende do objeto da apreensão.

CAUTELARES REAIS
São cautelares que visão assegurar o estado das coisas, ou seja, elas são assecuratórias.
Exemplo: sequestro, arresto e hipoteca legal.

CAUTELARES PESSOAIS
São cautelares pessoais recaem sobre as pessoas. Dentro delas estão as prisões
cautelares. O Código de Processo Penal até pouco tempo adotava o sistema de bipolaridade.
Sistema de Bipolaridade: significa dizer que ou a pessoa ficava presa cautelarmente
ou ficava em liberdade provisória. Portanto, não existiam outras modalidades de cautelares
pessoais que visassem a instrumentalidade do processo. Sendo assim, só exista como
instrumento de garantia processual as prisões cautelares ou a liberdade provisória.
Sistema multicautelar: com a reforma processual de 2011 de implementação da Lei
nº 12.403/2011 abandonou-se essa visão bipolar das cautelares pessoais e passou-se a adotar
o sistema multicautelar. Isso porque passou-se a ter, além das prisões cautelares e a
liberdade cautelar (que tem uma natureza de contracautela), as cautelares não prisionais,
art.319 e 320 do CPP.
Hoje, tem-se diversas possibilidades de cautelares diversas da prisão. Por exemplo:
monitoramento eletrônico, comparecimento periódico em juízo que antes da Lei nº

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12.403/2011 já vinham adotando essas medidas, mas elas não tinham uma previsão expressa
em lei.

BIPOLARIDADE MULTICAUTELARIDADE

Todas essas medidas cautelares que podem ocorrer incidentalmente ou podem até
mesmo configurarem um processo cautelar.
Em especial na Justiça Estadual, é muito comum de acontece do indivíduo seja preso
em flagrante e esse auto de prisão em flagrante acaba deflagrando a condução coercitiva e a
instauração do inquérito policial e o juiz acaba convertendo essa prisão em flagrante em uma
prisão preventiva.
Neste caso, tudo isso fica no mesmo auto processual, ou seja, tudo no mesmo processo.
Porém, pode acontecer de forma diversa.
Por exemplo, não houve prisão em flagrante para a instauração do inquérito. O
inquérito policial foi instaurado por outro motivo e durante o inquérito policial o delegado de
polícia representa ao juiz pela prisão temporária.
Sendo assim, dentro dos autos do inquérito, o delegado de policial faz sua petição de
representação ao juiz, o juiz abre prazo para o Ministério Público se manifestar. O MP
manifesta-se e o juiz decide pela prisão temporária. E naqueles mesmos autos.
Isso traz a impressão que não existam processos cautelares, mas os processos cautelares
existem.
O que tem-se, em realidade, uma prisão temporária ou uma prisão em preventiva
decretadas na fase de inquérito policial são realizadas por meio de processos cautelares.
Isso é diferente de quando a denúncia já foi oferecida, ou seja, já existe um processo
penal. Nestes casos, as prisões ocorreram de forma incidental.
Contudo, sendo a prisão efetuada em processo cautelar ou de forma incidental no
processo, não faz diferença. Em ambos os casos, essas prisões são medidas cautelares, ou seja,
isso não altera a natureza das prisões cautelares.

PRISÕES CAUTELARES
CARACTERÍSTICAS:
Acessoriedade

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As medidas cautelares não são o objetivo final do processo, elas são acessórios que
visão preservar o resultado útil do processo.

Instrumentalidade hipotética
A medida cautelar detém natureza revogável, porque a ela aplicando-se a cláusula rebus
sic stantibus, que significa que enquanto as coisas permanecerem como estão mantém-se a
cautelar, estabelecendo-se sua revogação sempre que não mais se fizer necessária no caso
concreto.
Existe uma posição minoritária no sentido de que não existe uma instrumentalidade
hipotética nas medidas cautelares prisionais com relação a garantia da ordem pública. Isso
porque, defendem que na garantia da ordem pública existe apenas um grau de probabilidade
de cometimento de novos crimes e não o efetivo cometimento tornando assim essa espécie de
prisão cautelar inconstitucional por ferir o direito fundamental do indivíduo a liberdade de
locomoção.

Provisoriedade
As medidas cautelares, por visarem justamente assegurar uma providência útil ao
processo, não podem ser definitivas, mas sim vinculadas exclusivamente ao período e à
necessidade de sua imposição.
A provisoriedade se dá porque as prisões em flagrante e a temporária têm um termo
final, ou seja, elas não provisórias.
Já a prisão preventiva, embora não possuía esse termo final, também tem um caráter
provisório, uma vez que independente de quanto tempo dure, ao final do processo, ou ela será
transformada em prisão definitiva ou em absolvição do réu gerando sua liberdade.
Por isso, as medidas cautelares prisionais são dotadas de provisoriedade.

Excepcionalidade
As medidas cautelares são restrições as garantias e liberdades consagradas pela
Constituição Federal de 1988, portanto, devem ser consideradas excepcionais. Por isso, as
prisões cautelares são a ultima ratio.

Provisionalidade (substituibilidade e revogabilidade)


Hoje as medidas cautelares tem a característica da provisionalidade presente no art. 316
do CPP.

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a


prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada
90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob
pena de tornar a prisão ilegal.

Desta característica surgem duas outras que são desdobramentos desta, a saber, a
substituibilidade e a revogabilidade.

Substituibilidade
As medidas cautelares só devem ser estabelecidas caso não seja possível sua
substituição por outra medida cautelar menos gravosa e podem ser substituidas a qualquer

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tempo por outras medidas diversas da prisão (menos gravosas) como prevê o art. 282, §§ 5º e
6º do CPP.

Revogabilidade*
As medidas cautelares podem ser revogadas a qualquer tempo.

Eficácia e Fungibilidade* (art. 282, § 4º. e 312, § 1º. do CPP)


Eficácia
As prisão cautelares requeridas no curso do inquérito policial possuem um prazo sobre
pena de perda do objeto, conforme art. 282, § 4º do CPP.
Para se considerada eficaz a prisão em flagrante precisa respeitar o prazo para o
oferecimento da denúncia sob pena de perder o seu objeto.
Desta maneira, se o delegado não concluir o inquérito em dez dias, na forma do art. 10
do CPP, ou o MP não oferecer a denúncia dentro do prazo de 5 dias, na forma do art.46 do CPP,
a cautelar de prisão em flagrante perde o objeto, a eficácia tornando-se uma prisão ilegal e
deve ser relaxada.
Esta característica foi trazida pelo Pacote Anticrime, sendo assim, tem grande
probabilidade de incidência em provas.

[art.282] § 4º No caso de descumprimento de qualquer das


obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério
Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a
medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a
prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Fungibilidade*
Toda vez que uma medida cautelar diversa da prisão estiver sendo descumprida, ela
pode ser substituída pela prisão preventiva por razão da característica da fungibilidade. Isso
significa dizer que se o sujeito teve sua prisão cautelar substituída por outra medida é porque
essa medida pode ser absorvida, transformada pela prisão cautelar novamente.

[art.312] § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em


caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por
força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Homogeneidade
A homogeneidade das cautelares é a característica ligada ao princípio da
proporcionalidade, segundo essa característica a prisão cautelar precisa guarda
proporcionalidade com o crime cometido. Sendo assim, se o crime cometido não possui uma
pena definitiva de privação de liberdade, a medida cautelar a ele aplicada também não pode
constituir em privação de liberdade, na forma do art 313 do CP.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

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II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença


transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do
art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver
dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso
ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação,
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como
decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação
ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

EXCEÇÃO
 Descumprimento reinternado de medidas protetivas de urgência conta crianças ou
adolescente, idosos e no âmbito de violência doméstica, art. 313, inciso III do CP;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a


mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

 Indivíduo que não fornecer sua identificação civil enquanto não se souber sua
identidade por outros meios.

Contemporaneidade*
A partir do Pacote Anticrime, Lei nº 13.964/19, o juiz tem de reavaliar de 90 em 90
dias se os motivos da prisão cautelar ainda estão presentes. Uma vez que, a prisão tem de
estar associada a contemporaniedade dos motivos fáticos que justificaram aquela prisão.

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Acessoriedade

Instrumentalidade
Características inerentes a toda e
hipotética qualquer cautelar penal ou civil.

Excepcionalidade

Provisoriedade
CARACTERÍSTICAS
DAS MEDIDAS
CAUTELARES
Provisionalidade

Eficácia e Fungibilidade

Homogeneidade

Contemporaneidade

REQUISITOS DAS MEDIDAS CAUTELARES PRISIONAIS


LEGALIDADE
Para se verificar a legalidade ou a ilegalidade de uma prisão em flagrante, tem-se de
observar se ela está presente ou não na lei para aquele caso concreto. E, além disso, verificar
se os pressupostos encontram-se presentes, se a autoridade que a decretou é legítima para
isso.
Resumindo, a analise para observar deste requisito da prisão em flagrante será da
legalidade no sentido amplo.

LEGITIMIDADE
Segundo este requisito só pode efetuar a medida cautelar prisional que tem
legitimidade, ou seja, quem possui a atribuição legal para efetua-la. Em regra, a legitimidade é
da autoridade policial. Por isso, a legitimidade está para a autoridade policial assim como a
competência está para o juiz.

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PRESSUPOSTOS
Fumus comissi delicti e Periculum libertatis
O fumus comissi delicti ou fumaça da prática de um direito punível é um requisito
indispensável para a decretação da prisão preventiva. É o que diz na parte final do art. 312 do
CPP.
Já o periculum libertatis é o perigo de que a liberdade do indivíduo prejudique de alguma
forma o processo.
O fumus comissi delicti e o periculum libertatis na prisão em flagrante estão tão presentes
que o constituinte permitiu que qualquer um do povo pudesse efetua-lo.

PRISÃO EM FLAGRANTE (ARTS. 301 A 310 DO CPP)


NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Hoje prevalece o entendimento que a natureza jurídica da prisão em flagrante é de
pré-cautelar (e isso chegou a ser cobrado na prova de Delegado pela banca
CESPE/CEBRASPE na 2º fase do exame).
Isso porque, antigamente, o indivíduo poderia permanecer preso em flagrante durante
todo o processo, porém hoje, a prisão em flagrante não se mantém. Uma vez que ou ela será
transformada em prisão preventiva caso cumpra os requisitos para isso. Em contrário, o
indivíduo será colocado em liberdade ainda que com medidas diversas da prisão.
Desta forma, a prisão em flagrante tornou-se uma prisão que acontece antes das demais
cautelares, por isso, sua natureza pré-cautelar.

MOMENTOS (ETAPAS) DA PRISÃO EM FLAGRANTE


A prisão em flagrante divide-se em quatro momentos: captura, condução, lavratura do
auto de prisão em flagrante (ou formalização do flagrante) e custódia (ou judicialização do
flagrante).

 Captura: momento em que a pessoa que encontra-se em alguma situação de


flagrância previstas em lei e é apreendida, detida
 Condução: e levada até a autoridade policial (delegado de polícia);
 Lavratura do auto de prisão em flagrante: estando a pessoa com a autoridade
policial, esta deverá observar se estão presentes os requisitos legais para a prisão,
em caso positivo, deverá efetuar a lavratura do auto de prisão em flagrante. Ele
servirá como título de custódia provisória;
 Custódia: é o momento de recolhimento ao cárcere.

ESÉCIES DE FLAGRANTES (CLASSIFICAÇÃO)


A classificação dos flagrantes podem decorrer da lei, como é o caso dos arts. 301 e 302
do CPP ou podem decorrer da doutrina. Os flagrantes que decorrem da lei são conhecidos
também como flagrantes legais.

Pergunta de Prova:
Houve uma prova para delegado que exigia do candidato justamente este
conhecimento. A questão perguntava quais as hipóteses não eram hipóteses de

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flagrante legais, ou seja, quais hipóteses de flagrante que decorria de uma


classificação doutrinária e não da lei.

QUANTO A LEGITIMIDADE (art.301 do CP)


Essa classificação é apenas para o momento da captura do agente e não para a lavratura
do auto de prisão em flagrante. Para a lavratura do auto de prisão em flagrante continua
sendo a autoridade policial a autoridade legitima para realiza-lo.

 Flagrante facultativo: É aquele efetuado por qualquer pessoa do pode, ou seja,


aquele que possui a faculdade de realizar o flagrante.

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e


seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em
flagrante delito.

 Flagrante coercitivo ou compulsório: É aquele efetuado pela pessoa que tem o


dever legal de realiza-lo, ou seja, aquele que está obrigado pela lei a realiza-lo que
são as autoridades policiais e os agentes de segurança pública.
No Código Processual Penal , quando utiliza-se da expressão autoridade policial,
ele está sempre se referendo a autoridade de polícia judiciária, ou seja, o delegado
de polícia.

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e


seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em
flagrante delito.

EXCEÇÃO:
 autoridade policial ou agentes de segurança pública em licença sem vencimento
ou aposentado.

BOMBEIROS

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A posição majoritária na doutrina é de que o bombeiro não tem o dever,


mas sim a faculdade de efetuar a prisão.

FLAGRANTE EM CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO


Os crimes de menor potencial ofensivo são de competência do Juizado
Especial Criminal (JECRIM), sendo assim são regidos pela Lei nº 9.099/95. Nesses
caso não há lavratura de auto de prisão em flagrante, porém a captura e
condução podem ocorrer. Lavra-se Termo Circunstanciado, art.69 da Lei nº
9.099/95.

QUANTO AO ESTADO DE FLAGRÂNCIA (art.302 do CPP)

 Flagrante próprio: também reconhecido como flagrante perfeito, real ou


propriamente dito. É a situação flagrancial na qual o agente está cometendo o
crime e é surpreendido ou no momento no qual acaba de cometê-lo, na forma do
art. 302, incisos I e II do CPP.
Embora seja considerada situação de flagrante próprio, a segunda hipótese
implica que o delito já se tenha consumado, havendo elementos significativos no
sentido de que a pessoa detida é a autora da prática delituosa recém-ocorrida. A
diferença dessa hipótese de flagrância para a flagrância do art. 302, inciso III é que
nesta hipótese não há perseguição do agente criminoso.

 Flagrante impróprio: também reconhecido como imperfeito ou quase flagrante.


Nesta situação de flagrância o indivíduo acaba de cometer o ato criminoso e há
uma perseguição, ou seja, a flagrância decorre de situação em que o agente é
perseguido seja pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer outra pessoa logo
após a prática de fato delituoso, em situação que faça presumir ser autor da
infração, na forma do art.302, inciso III do CPP.

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 Flagrante presumido (ficto): é a situação em que o suposto agente é encontrado,


logo depois da ocorrência de fato delituoso, com instrumentos, armas, objetos
ou papéisque façam presumir ser ele autor da infração (art. 302, IV).
Nesta caso não se exige perseguição do agente criminoso. Basta que ele tenha
sido encontrado nas situações referidas logo após o crime.

QUESTÕES
1. (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia) Considerando a doutrina majoritária e o
entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta a respeito da prisão.
A) O flagrante diferido que permite à autoridade policial retardar a prisão em flagrante
com o objetivo de aguardar o momento mais favorável à obtenção de provas da infração
penal prescinde, em qualquer hipótese, de prévia autorização judicial.
B) Para a admissibilidade de prisão temporária exige-se, cumulativamente, a presença
dos seguintes requisitos: imprescindibilidade para as investigações, não ter o indiciado
residência fixa ou não fornecer dados esclarecedores de sua identidade e existência de
indícios de autoria em determinados crimes.
C) Configura crime impossível o flagrante denominado esperado, que ocorre quando a
autoridade policial, detentora de informações sobre futura prática de determinado
crime, se estrutura para acompanhar a sua execução, efetuando a prisão no momento
da consumação do delito.
D) Havendo conversão de prisão temporária em prisão preventiva no curso da
investigação policial, o prazo para a conclusão das investigações, no âmbito do
competente inquérito policial, iniciar-se-á a partir da decretação da prisão preventiva.
E) Havendo mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a
autoridade policial poderá executar a ordem mediante certificação em cópia do
documento, desde que a diligência se efetive no território de competência do juiz
processante.

2. (FUNCAB - 2014 - PC-RO - Delegado de Polícia Civil) Sabe-se que a prisão em flagrante
se desdobra em dois momentos sucessivos: em um primeiro momento, ocorre a
apreensão física do infrator e; em um momento posterior, a lavratura ou a
documentação da prisão no respectivo auto. Dito isso, analise as proposições e assinale
a alternativa correta.
A) Após a lavratura ou a documentação da prisão, o auto de prisão em flagrante deverá
ser encaminhado ao juiz competente.
B) Não cabe apreensão física de Juiz de Direito que pratica infração afiançável.
C) Não há discussão doutrinária acerca da possibilidade de a autoridade judiciária
lavrar o auto de prisão em flagrante, essa possibilidade decorre da lei.
D) O denominado flagrante facultativo viabiliza que a autoridade policial não lavre ou
documente a prisão.
E) Não cabe apreensão física de pessoa que pratica infração de menor potencial
ofensivo.

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GABARITO
1. (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia) Considerando a doutrina majoritária e o entendimento dos
tribunais superiores, assinale a opção correta a respeito da prisão.
A) O flagrante diferido que permite à autoridade policial retardar a prisão em flagrante com o objetivo de
aguardar o momento mais favorável à obtenção de provas da infração penal prescinde, em qualquer
hipótese, de prévia autorização judicial.
B) Para a admissibilidade de prisão temporária exige-se, cumulativamente, a presença dos seguintes
requisitos: imprescindibilidade para as investigações, não ter o indiciado residência fixa ou não fornecer
dados esclarecedores de sua identidade e existência de indícios de autoria em determinados crimes.
C) Configura crime impossível o flagrante denominado esperado, que ocorre quando a autoridade policial,
detentora de informações sobre futura prática de determinado crime, se estrutura para acompanhar a sua
execução, efetuando a prisão no momento da consumação do delito.
D) Havendo conversão de prisão temporária em prisão preventiva no curso da investigação policial, o prazo
para a conclusão das investigações, no âmbito do competente inquérito policial, iniciar-se-á a partir da
decretação da prisão preventiva.
E) Havendo mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a autoridade policial
poderá executar a ordem mediante certificação em cópia do documento, desde que a diligência se efetive
no território de competência do juiz processante.

GABARITO D
COMENTÁRIO:
LETRA A A ação controlada está presente em algumas leis penais especiais,
tais como, Lei de Lavagem de Capitais, Lei de Organização Criminosa e Lei de
Drogas.
Contudo o seu tratamento nesses dispositivos não é homogêneo, ou seja,
em alguns desses dispositivos a ação controlada realmente não necessita de
autorização judicial, porém não em todos. Neste último caso, temos a Lei de
Drogas que prevê que a ação controlada necessita da autorização judicial, ou seja,
a autorização judicial para a ação controlada é imprescindível, art. 53, inciso II da
Lei nº 11.343/06.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos
nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial
e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no
território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número
de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal
cabível.
Com isso, esta alternativa está equivocada.
LETRA B Na analise do art. 1º da Lei nº 7.960/89, percebe-se que os
requisitos de necessidade da prisão temporária presentes nos três incisos não são
cumulativos. Para configurar o binômino de necessidade e cabimento da prisão
temporária basta a cumulatividade do inciso I e III ou ainda do inciso II e III.
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;

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III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida
na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
LETRA C Esta alternativa está equivocada, porque a hipótese de crime
impossível não tem relação com o flagrante esperado, mas sim com o flagrante
preparado, conforme a Súmula nº 145 do STF.
Súmula nº 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação.”
LETRA D Enquanto os artigos correlacionados ao juiz das garantias estiverem
suspensos, a afirmação desta alternativa é a regra que está valendo, pois é o que
dispõem o art. 10, caput do CPP.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
LETRA E Esta alternativa está incorreta, pois, o art. 289-A do CPP não traz a
exigência da diligência ser efetivada no território de competência do juiz
processante.
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado
de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa
finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da
competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias
para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou,
devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

2. (FUNCAB - 2014 - PC-RO - Delegado de Polícia Civil) Sabe-se que a prisão em flagrante se desdobra em
dois momentos sucessivos: em um primeiro momento, ocorre a apreensão física do infrator e; em um
momento posterior, a lavratura ou a documentação da prisão no respectivo auto. Dito isso, analise as
proposições e assinale a alternativa correta.
A) Após a lavratura ou a documentação da prisão, o auto de prisão em flagrante deverá ser encaminhado
ao juiz competente.
B) Não cabe apreensão física de Juiz de Direito que pratica infração afiançável.
C) Não há discussão doutrinária acerca da possibilidade de a autoridade judiciária lavrar o auto de prisão
em flagrante, essa possibilidade decorre da lei.
D) O denominado flagrante facultativo viabiliza que a autoridade policial não lavre ou documente a prisão.
E) Não cabe apreensão física de pessoa que pratica infração de menor potencial ofensivo.

GABARITO A
COMENTÁRIO:
LETRA A Esta alternativa está de acordo com o art. 306, § 1º do CPP e com
as etapas do flagrante estudadas anteriormente.

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Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado
não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
LETRA B Cabe a apreensão física do Juiz de Direito, o que não caberá é
autuação em flagrante por crime afiançável do Juiz de Direito. Por isso essa
questão está incorreta.
LETRA C Em regra, pela lei, o juiz não pode lavrar auto de prisão em
flagrante, pois a legitimidade para a prática desse ato é do delegado de polícia.
Porém, há discussão doutrinária a respeito desta questão.
LETRA D Segundo o art. 301 do CPP, o flagrante facultativo não cabe para a
autoridade policial. Para a autoridade policial o flagrante é coercitivo, ou seja, é
obrigatório, também de acordo com o art.301 do CPP.
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Portanto, essa alternativa está incorreta.
LETRA E Cabe apreensão física de pessoa, ou seja, captura e até mesmo a
condição para quem pratica infração de menor potencial ofensivo. O que não cabe é
a lavratura do auto de prisão em flagrante (APF). Portanto, essa alternativa
também está incorreta.

MUDE SUA VIDA!


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