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QUESTÕES:
1) Quais os princípios que norteiam o sistema cautelar no processo penal pátrio e qual sua
importância para a relação da temática “Prisões Cautelares e o Princípio da Presunção de
Inocência”? Justifique. (4,0 pontos)
Jurisdicionalidade e Motivação, Contraditório, Provisionalidade, Provisoriedade está relacionada com o
tempo, falta de fixação do prazo máximo de duração e do reexame periódico obrigatório, Excepcionalidade e
Proporcionalidade.
Conforme o texto de Aury, “a base principiológica é estruturante e fundamental no estudo de qualquer
instituto jurídico. [...] prisões cautelares são os princípios que permitirão a coexistência de uma prisão sem sentença
condenatória transitada em julgado com a garantia da presunção de inocência.
2) Qual o objeto das medidas cautelares de coerção pessoal? Responda a questão, discorrendo sobre
os requisitos e fundamentos para o decreto de uma medida dessa natureza. (4,0 pontos)
Delimitando o objeto das medidas cautelares, é importante frisar nossa discordância em relação á doutrina
tradicional que, ao analisar o requisito e fundamento das medidas cautelares, identifica-os com fumus boni iuris e o
periculum in mora.
No processo penal, o requisito para a decretação de uma medida coercitiva não é a probabilidade de
existência de direito de acusação alegado, mas sim de um fato aparentemente punível. Logo, o correto é afirmar que o
requisito para a decretação de uma prisão cautelar é a existência do fumus commissi delicti, equanto probabilidade da
ocorrência de um delito e não de um direito, ou, mais especificamente, na sistemática do CPP, a prova da existência
do crime e indícios suficientes de autoria.
Já CALAMANDREI considera um equivoco o periculum in mora como requisito das cautelares, ele quer
dizer que periculum não é um requisito, mas sim seu fundamento.
Outro fator é determinante não é o tempo, mas a situação de perigo criada pela conduta do imputado. Isso
quer dizer uma fuga, prejuízos ao processo e coletas de provas muitas vezes. E o periculum libertatis, perigo que
decorre do estado de liberdade do imputado.
Segundo AURY o requisito para a utilização das medidas cautelares é a fumaça da existência de um delito.
Não se exige um juízo de certezas, mas de probabilidade razoável. O fumus commissi exige a existência de sinais
externos, com suporte fático real, extraídos dos autos da investigação levado ao cabo, raciocínio lógico entre outros.
Periculum libertatis perigo que decorre do estado de liberdade do imputado, a provisionalidade está
relacionada com o desaparecimento do suporte fático legitimador da medida e corporificado no fumus commissi
delicti e/ou no periculum libertatis, deve cessar a prisão. Então com o desaparecimento de qualquer uma das fumaças
impõe a imediada soltura do imputado, na medida em que é exigida a presença concomitante de ambas para a
manutenção da prisão.
Então a prisão preventiva ou outras medidas poderão ser revogadas ou substituídas, a qualquer tempo, no
curso do processo ou não, desde que desapareçam os motivos que as legitimam, bem como poderão ser novamente
decretadas, desde que surja a necessidade, a primeira se da pelo motivo de proteção, método de não punir inocente e
já a outra está relacionada a uma prevenção do processo e dar uma resposta mais rápida para a sociedade como vista
em aula.
5) Em 2014, no Brasil, foi implantada a audiência de custódia (Vide artigos disponíveis no portal
sobre a temática). No que consiste tal medida e qual sua importância para os princípios da
jurisdicionalidade e do contraditório, norteadores do sistema cautelar? (4,0 pontos)
Na tentativa não só de minimizar esses dados, mas com especial atenção aos direitos fundamentais daqueles
que vivem no cárcere, bem como à condição de proteção do estado de inocência, com relação aos investigados ou
acusados da prática de infrações penais, é que foi introduzida a realização das Audiências de Custódia, procedimento
ainda não regulamentado pela lei processual penal brasileira, mas que está em execução, em razão da Resolução n.º
213/2015, do CNJ, e resultante de Termos de Cooperação entre o CNJe diversas unidades da Federação, a possibilitar
à autoridade judicial o contato direto com o preso em flagrante, antes que decida sobre sua situação: se terá direito à
liberdade provisória, ou se deverá aguardar o curso da persecução criminal preso preventivamente, caso não seja
suficiente a decretação de uma medida cautelar alternativa.
Em relação a viabilizar o contraditório técnico de defesa previamente à decisão judicial sobre a aplicação da
prisão preventiva; Mostrar a real observância (e antes tão negligenciada) à garantia constitucional do contraditório
(art. 5º, LV, da Constituição Brasileira de 1988), por meio da audiência de custódia, com a oitiva do preso em
flagrante (art. 282, §3º, do CPP), antes de a autoridade judicial decidir se poderá ou não aguardar o curso das
investigações e da posterior instrução criminal em liberdade. Tal situação atende a antigos clamores da comunidade
jurídica brasileira, que há muito aborda a problemática das prisões cautelares no Brasil. Além disso como não
possuindo o devido processo legal, portanto ninguém será privado de liberdade, deste modo não existindo um
processo, então a prisão só pode ser após o processo.