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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE DIREITO
DEPARTAMENTO DE DIREITO PÚBLICO

NOÇÕES DE DIREITO

EMENTA: Noções básicas de Direito. Fontes do


Direito. Direito Público e Direito Privado.

■ Módulo 1 – Direito – conceitos, noções gerais. Fontes do Direito - fases


processuais. Direito Público e Direito Privado. Conceitos dos ramos do
Direito. Direito Constitucional. Constituições Brasileiras. Poderes do
■ Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. Direitos e deveres individuais e
coletivos – art. 5º da Constituição Federal.

■ Direito – é o conjunto de normas existenciais da sociedade, coativamente


asseguradas pelo Poder Público.
■ Direito – é a arte do bom e do eqüitativo (AG).
■ Direito – é o conjunto de regras de conduta coativamente impostas pelo
Estado (HLM).
■ Direito – é o complexo das condições existenciais da sociedade,
asseguradas pelo Poder Público (MC).
■ Direito – é um sentimento inato.

Histórico do Direito no Brasil


Ordenações do Reino

■ Dava-se este nome às antigas leis portuguesas compiladas em códigos. As


primeiras, ordenadas por D. João I, foram concluídas em 1446. Em 1514
publicou-se nova coleção das leis do reino com as alterações introduzidas
pelo tempo. Por terem sido impressas por ordem de D. Manuel, receberam
o nome de Ordenações Manuelinas. Em 1603 publicaram-se as Ordenações
Filipinas, mandadas compilar por Filipe I, que em Portugal vigoraram até
1868. No Brasil, as Ordenações Filipinas, por força da lei de 20.10.1823,
chegaram a vigorar até 31 de dezembro de 1916, como subsídio do direito
pátrio, e só foram, definitivamente, revogadas pelo Código Civil de
1916/1917.

Elementos que entraram na formação do direito brasileiro:

A partir do descobrimento do Brasil e, principalmente, depois da independência


e da proclamação da República, o Direito brasileiro passou por uma fase de
afirmação. Alguns elementos foram primordiais para o seu nascimento:

■ Elementos Universais – Direito Canônico e Direito Romano;


(exemplos do Direito Romano – pessoas, usucapião, etc.)
■ Elementos Estrangeiros – Direito Português, Direito Francês e Direito
Alemão.
Alguns conceitos e normas do Direito Inglês e do Direito Americano
também serviram de inspiração dos nossos juristas, para a elaboração do
Direito Brasileiro na segunda metade do Século XIX.

FONTES DO DIREITO

■ Fontes – são os meios pelos quais se formam ou pelos quais se


estabelecem as normas jurídicas.

■ Fontes diretas ou imediatas – são aquelas que, sozinhas, pela sua


própria força, são capazes de gerar a regra jurídica: lei e costume.

– LEI – é a norma imposta pelo Estado e tornada obrigatória na sua


observância, assumindo forma coativa.
– LEI – é um preceito comum e obrigatório, emanado do poder
competente e provido de sanção.
– COSTUME – é admitido pelos juristas clássicos como fonte de direito,
desde que caracterizado por sua antigüidade, tenha a aprovação
geral, e seja considerado de acordo com a razão.

■ Fontes indiretas ou mediatas – são aquelas que não têm a mesma força
das fontes diretas, mas, mais cedo ou mais tarde conseguem a elaboração
da norma jurídica: doutrina e jurisprudência.

■ DOUTRINA – é formada através dos pareceres dos jurisconsultos, dos


ensinamentos dos professores, das opiniões dos tratadistas e dos trabalhos
forenses, funcionando como um filtro do texto legal, mostrando quais os
pontos positivos e os negativos da lei.

■ JURISPRUDÊNCIA – é o conjunto de decisões no mesmo sentido de um


Tribunal, sobre a mesma matéria. Quando firmada, torna-se quase um
suplemento da própria legislação.

PROCESSO - Fases processuais:

■ petição inicial;
■ citação;
■ conciliação;
■ contestação;
■ réplica (c/juntada de documentos);
■ produção de provas;
■ audiência de instrução ou de instrução e julgamento;
■ razões finais;
■ sentença – decisão de 1ª instância;
■ apelação;
■ contrarrazões de apelação
■ acórdão – decisão de 2ª instância;
■ recurso especial e/ou recurso extraordinário;
■ contrarrazões de recurso especial
■ acórdão – decisão de 3ª instância.
⮚ TRÂNSITO EM JULGADO – fenômeno jurídico que encerra o processo.
O DIREITO se divide em Direito Público e Direito Privado.

■ Direito Público – regula todos os interesses do Estado e os interesses dos


particulares com o Estado - Direito Constitucional, Direito Administrativo,
Direito Tributário e Financeiro, Direito Penal, Direito Processual Civil e
Penal, Direito Eleitoral, Direito Municipal, Direito Ambiental.

– Direito Constitucional – se interessa pela estrutura estatal e pela


administração política do governo,
– Direito Administrativo – estuda a organização interna dos órgãos da
administração, de seu pessoal e do funcionamento de seus serviços,
de modo que possa satisfazer as finalidades constitucionais que lhe
são destinadas.
– Direito Tributário e Financeiro – estuda a instituição e a arrecadação
de tributos, bem como a realização de receitas e a fixação de
despesas públicas.
– Direito Penal – estuda os crimes e as punições correspondentes.
– Direito Processual Civil e Penal – estuda a regulamentação do
processo em todas as suas fases.
– Direito Eleitoral – estuda a investidura em cargos eletivos, a
organização da votação, a apuração dos pleitos eleitorais, a
organização e o funcionamento dos partidos políticos, o ordenamento
e a fiscalização da propaganda.
– Direito Municipal – estuda a organização e o funcionamento dos
Municípios (matéria autônoma – mais de 5.000 Municípios no país).
– Direito Ambiental - estuda as normas de conduta relativas ao meio
ambiente nos três níveis da administração: federal, estadual e
municipal.

■ Direito Privado – regula os interesses dos particulares entre si – Direito


Civil, Direito do Trabalho e Direito Comercial.

– Direito Civil – estuda o conjunto de normas que disciplinam a vida


privada do cidadão.

– Direito do Trabalho – estuda as relações de emprego existentes entre


patrões e empregados.

– Direito Comercial – estuda as relações comerciais entre as pessoas,


bem como o funcionamento das pessoas jurídicas no comércio.

Constituições do Brasil

- Constituição de 1824; . Emenda Constitucional nº 01 de 1969;


- Constituição de 1891; - Constituição de 1988.
- Constituição de 1934; > A Constituição de 1988 recebeu, até ago
- Constituição de 1937; ra (Julho de 2016), 91 Emendas Consti-
- Constituição de 1946; tucionais, tratando das mais diferentes
- Constituição de 1967; matérias.
PODERES DO ESTADO

■ Poder Legislativo:

– União – Câmara dos Deputados e Senado Federal

– Estados – Assembléia Legislativa

– Municípios – Câmara de Vereadores

■ Poder Executivo:
– União – Presidente da República
– Estados – Governadores
– Municípios – Prefeitos

■ Poder Judiciário:
– membros: todos os juízes estaduais, do Distrito Federal e juízes
federais;
– órgãos: Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, Tribunais Eleitorais,
Tribunais do Trabalho, Tribunais Militares, Tribunais Regionais
Federais, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

ART. 5º DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares
de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente
de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo


vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:


a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações


de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há


pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania;

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;


b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos


necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e
os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

▪ Módulo 2 – Direito Administrativo. Conceito. Servidores Públicos.


Acumulação de cargos. Ato administrativo. Licitação.

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO: estuda a organização interna dos órgãos da


administração, de seu pessoal e do funcionamento de seus serviços, de modo
que possa satisfazer às finalidades constitucionais que lhe são destinadas.

Cargo público – é o conjunto de atribuições individuais que devem ser


confiadas a uma pessoa física. (Mário Masagão).

Cargo público – É um complexo conjunto autônomo de atribuições enfeixadas


e entregues à atividade do agente público. (Tito Prates da Fonseca).

Cargo público – É o lugar e o conjunto de atribuições a ele inerentes, confiado


pelo Estado a uma pessoa física que, agindo em nome deste, desenvolve
atividades de interesse coletivo. (José Cretella Júnior).

- É uma incumbência que o Estado atribui a uma pessoa física, que é o


agente público.

- Os cargos dividem-se em cargos de carreira e cargos isolados.

. São cargos de carreira aqueles em que o funcionário, mesmo


desempenhando tarefas idênticas, tem possibilidade de ascender
gradativamente na escala hierárquica.

. São cargos isolados aqueles em que o funcionário público não tem a


possibilidade de ascensão na escala hierárquica.
Provimento – é o meio pelo qual a Administração Pública, através de ato de
autoridade competente, preenche o cargo com a pessoa física que tenha
atendido aos requisitos próprios exigidos para provê-lo. “É o ato pelo qual se
efetua o preenchimento do cargo público, com a designação do seu titular.
(HLM)”. Também chamada de investidura, é o meio pelo qual a pessoa física
se vincula ao Poder Público.

POSSE – é o ato administrativo formal onde a pessoa física aceita assumir o


cargo público para o qual foi nomeada. Com a posse concretiza-se a nomeação,
faltando ao servidor entrar no efetivo exercício do cargo , com a prática de
qualquer ato concernente ao cargo assumido.

ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES – inciso XVI do art. 37


da Constituição. Só pode haver acumulação lícita para dois cargos de professor,
um cargo de professor com outro técnico ou científico e a de dois cargos
privativos da área de saúde, desde que haja compatibilidade de horário.

- Órgão, função e cargo são criações abstratas da Lei.


- O Agente Público é a pessoa que realmente dá vida, vontade e ação a
essas abstrações. A posse no cargo público consolida a nomeação e o
efetivo exercício do cargo consolida a posse.
- O cargo é lotado no órgão e o agente é investido no cargo, titularizando-
o.

LICITAÇÃO

LICITAÇÃO – é o procedimento administrativo através do qual a pessoa a isso


juridicamente obrigada seleciona dentre interessados que tenham atendido à
sua convocação, em razão de critérios previamente estabelecidos, a proposta
mais vantajosa para o contrato ou ato de seu interesse. (Diógenes Gasparini).

LICITAÇÃO – é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração


Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.
(Hely Lopes Meirelles).

LICITAÇÃO – a forma que a Administração Pública tem de buscar a proposta


que lhe seja mais vantajosa para a celebração do contrato administrativo,
quando da aquisição de bens ou serviços de seu interesse, e a alienação dos
bens públicos. (Augusto Galvão).

Competência para legislar sobre licitações – compete privativamente à União


estabelecer

- normas gerais de licitação e contratação, em todas as


modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos
do art. 173, § 1º, III; (inciso XXVII, art. 22 – Constituição da
República).
Licitação – Exigência constitucional:

- ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras


e alienações serão contratados mediante processo de LICITAÇÃO PÚBLICA que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento
das obrigações; (inciso XXI, art. 37 – Constituição da República).

PRINCÍPIOS GERAIS DA LICITAÇÃO

“A LICITAÇÃO destina-se a garantir a observância do princípio constitucional


da ISONOMIA e a selecionar a PROPOSTA MAIS VANTAJOSA para a
Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os
PRINCÍPIOS BÁSICOS da LEGALIDADE, da IMPESSOALIDADE, da MORALIDADE,
da IGUALDADE, da PUBLICIDADE, da PROBIDADE ADMINISTRATIVA, da
VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO, do JULGAMENTO OBJETIVO
e dos que lhe são correlatos.” (Art. 3º - Leis nºs 8.666/93 e 8.883/94).

1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – o procedimento licitatório só poderá ocorrer


obedecendo integralmente às disposições contidas nas normas formais
que regem a licitação.

2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE – a realização de uma licitação


pressupõe que não se tenha qualquer preferência pessoal por quem quer
que seja.

3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE – os atos públicos devem ser


necessariamente revestidos de MORAL. A prática de qualquer ato amoral
no procedimento licitatório é flagrantemente inconstitucional, devendo ser
rejeitado.

4. PRINCÍPIO DA IGUALDADE – para que se realizem licitações, faz-se


imprescindível que a Administração Pública trate a todos os fornecedores
com absoluta igualdade, não preferindo qualquer um deles. Evita-se,
assim, a discriminação entre os participantes.

5. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE – não se concebe a realização de uma


licitação sem que a Administração Pública tenha promovido uma ampla
publicidade através dos meios de comunicação, permitindo que os
possíveis interessados possam dela participar. Os principais atos do
procedimento devem ser publicados.

6. PRINCÍPIO DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA – o agente público tem a


obrigação de praticar os atos administrativos com honestidade, com lisura,
com seriedade. Ser probo, é ser honrado, íntegro, reto, justo, qualidades
essenciais quando da realização das licitações. Evita-se, com a prática
deste princípio, que sejam praticados atos ou que sejam selecionadas
propostas que atentem contra a probidade administrativa.
7. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO ATO CONVOCATÓRIO – A Administração
Pública tem a obrigação de seguir inteiramente as regras que estabeleceu
no instrumento que convocou os fornecedores a participar da licitação.
Não se conceberia ver o Poder Público chamar os interessados de uma
forma e realizar o procedimento licitatório de outra. A obediência ao
INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO é exigida para a Administração Pública e
para os fornecedores.

8. PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO – à Administração Pública cabe


julgar a licitação que realizar baseando-se estritamente nas normas que
tiver estabelecido para o procedimento. Ao julgar as propostas ofertadas
pelos fornecedores, o Poder Público providenciará o cotejamento delas
com o INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO e a Lei, definindo quem sairá
vencedor. Os critérios a serem usados pela Comissão de Licitação serão
sempre aqueles estabelecidos pela própria Administração Pública para o
procedimento.

MODALIDADES DE LICITAÇÃO

- Seis são as MODALIDADES de procedimentos licitatórios: carta-convite,


tomada de preços, concorrência, concurso, leilão e pregão.

1. CARTA-CONVITE – é a modalidade mais simplificada da Administração


Pública realizar uma licitação. São escolhidos no mínimo 03 (três)
interessados no ramo correspondente ao objeto a se licitar, que podem ou
não constar do cadastro geral de fornecedores que deve ser mantido pela
Administração Pública. No quadro de avisos do órgão licitante deve ser
afixada uma cópia do instrumento convocatório, o que vai permitir que
outros interessados do ramo que não tenham recebido a carta-convite
possam, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas,
manifestar desejo de também participar do certame. Entre o recebimento
da carta-convite e a abertura das propostas deve ser obedecido o lapso
temporal de 05 (cinco) dias.

2. TOMADA DE PREÇO – ocorre entre interessados previamente cadastrados


pela Administração Pública, ou aqueles que venham a atender a todas as
condições estabelecidas no edital, até o 3º dia anterior ao recebimento das
propostas. O lapso temporal a ser obedecido é de 30 (trinta) dias para a
licitação do tipo melhor técnica ou técnica e preço e 15 (quinze) dias para
os demais casos.

3. CONCORRÊNCIA – é a modalidade própria para que a Administração


Pública realize licitações de valores elevados, bem como para a alienação
de bens imóveis, a concessão de direito real de uso e concessão de obra
pública, podendo dela participar qualquer interessado, desde que tenha
sido aprovado na fase inicial de habilitação. O lapso temporal a ser
obedecido é de 45 (quarenta e cinco) dias quando o contrato a ser
celebrado contemplar o regime de empreitada integral e para a licitação
do tipo melhor técnica ou técnica e preço e 30 (trinta) dias para os demais
casos.
4. CONCURSO – é o procedimento usado para selecionar trabalho técnico,
científico ou artístico, com a concessão de prêmio ou remuneração dos que
vierem a vencer, tudo de acordo com os critérios previamente
estabelecidos. O lapso de tempo necessário é de 45 (quarenta e cinco)
dias.

5. LEILÃO – é a modalidade que a Administração Pública usa para proceder


a venda de bens móveis inservíveis, bens legalmente apreendidos, além
da alienação de bens imóveis pelo maior lance, igual ou superior ao da
avaliação. O interessado deve efetuar o pagamento à vista ou pagar valor
não inferior correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação e o
restante na forma do que ficou estabelecido no edital.

6. PREGÃO – é a modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços


comuns, promovida pela Administração Pública, qualquer que seja o valor
estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por
meio de propostas e lances em sessão pública.

OBRAS E SERVIÇOS DE
MODALIDADE SERVIÇOS E COMPRAS
ENGENHARIA
DISPENSA Até R$ 17.600,00 Até R$ 33.000,00
CARTA-CONVITE Até R$ 176.000,00 Até R$ 330.000,00
TOMADA DE PREÇOS Ate R$ 1.430.000,00 Ate R$ 3.300.000,00
CONCORRÊNCIA Acima de R$ 1.430.000,00 Acima de R$ 3.300.000,00

DISPENSA e INEXIGÊNCIA DA LICITAÇÃO

A DISPENSA da licitação ocorre em face de previsão legal, em decorrência de


fato específico que enseja ao administrador público usar do seu poder
discricionário para aplicá-lo, deixando de realizar o certame licitatório onde,
naturalmente ele ocorreria. Ex.: calamidade pública, urgência, preços
manifestamente superiores aos de mercado, preços abaixo do limite
estabelecido por lei.

A INEXIGÊNCIA da licitação decorre da impossibilidade de competição entre


fornecedores em face da especialidade, da produção única de bens ou serviços.

Módulo 3 - Direito penal. Conceitos. Noções gerais. Contravenções e crimes.

Direito Penal – é o ramo do Direito Público, formado pelo conjunto de normas


(regras e princípios) que visam, coercitivamente, à proteção de bens jurídicos
fundamentais. É o sistema de normas mediante as quais se tipificam condutas
pessoais proibidas pela lei penal, para as quais são cominadas, de maneira
precisa e prévia, penas, desde que o fato seja além de típico, antijurídico e seja
praticado com culpa ou dolo, inexistindo qualquer excludente de culpabilidade.

Contravenção penal - considera-se contravenção, a infração penal a que a lei


comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas,
alternativa ou cumulativamente. Como se costuma dizer, é um crime anão. A
diferença entre ambos é meramente quantitativa, pois a contravenção é crime
menor, é menos grave que o delito.

Assim é que, consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para


os efeitos da lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a lei preveja
procedimento especial.

Crime – é o ato antijurídico praticado por alguém, atingindo diretamente a


tríade fundamental de bens jurídicos tutelados coativamente pelo Estado: vida,
liberdade e propriedade.

Crime doloso – aquele para o qual o agente quis o resultado ou assumiu o risco
de produzi-lo.

Crime culposo – aquele cujo resultado decorreu da imprudência, negligência


ou imperícia do agente.

Crime tentado – é aquele que, após iniciada a execução, não se consuma em


razão de circunstâncias alheias à vontade do agente.

Crime consumado – quando todos os fatos típicos do crime previstos na


definição legal estão presentes.

Legítima defesa – estará a pessoa em legítima defesa quando, usando


moderadamente dos meios necessários, repelir injusta agressão, atual e
iminente, a direito seu ou de outrem.

PENAS PRINCIPAIS

I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos;

III - de multa.

PRIVATIVAS DE LIBERDADE – RECLUSÃO e DETENÇÃO

A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou


aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. Considera-se:

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança


máxima ou média;

b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado.
RESTRITIVAS DE DIREITOS

As penas restritivas de direitos são:

I - prestação pecuniária – entre um e trezentos e sessenta salários mínimos;

II - perda de bens e valores – em favor do Fundo Penitenciário prejuízo


causado ou do provento obtido pelo agente;

III - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas - é aplicável


às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. Consiste na
atribuição de tarefas gratuitas ao condenado e dar-se-á em entidades
assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos
congêneres, em programas comunitários ou estatais;

IV - interdição temporária de direitos - proibição do exercício de cargo,


função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; proibição do
exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público; suspensão de autorização ou de
habilitação para dirigir veículo e proibição de frequentar determinados lugares;

V - limitação de fim de semana – consiste na obrigação do condenado


permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de
albergado ou outro estabelecimento adequado.

PUNIBILIDADE – os menores de 18 anos são penalmente irresponsáveis, ficando


sujeitos, quando praticarem crimes, às normas estabelecidas na legislação
especial. Igualmente é isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.

CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES DO CRIME – são aquelas que sempre agravam


a pena, em face das suas circunstâncias.

I - a reincidência;

II - ter o agente cometido o crime:

a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou


vantagem de outro crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que


dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou


cruel, ou de que podia resultar perigo comum;

e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;


f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade;

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de


coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da
lei específica;

g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério


ou profissão;

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública,


ou de desgraça particular do ofendido;

l) em estado de embriaguez preordenada.

CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES – são as que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70


(setenta) anos, na data da sentença;

II - o desconhecimento da lei;

III - ter o agente:

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento,
reparado o dano;

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de


ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

CRIMES – contra a pessoa; contra a honra; contra a liberdade individual; contra


o patrimônio; contra a propriedade imaterial; contra a liberdade sexual; contra
o casamento; contra a saúde pública; contra a administração pública; contra as
finanças públicas, etc.

Módulo 4 - Direito do trabalho. Conceitos. Direitos do trabalhador.


Direito do Trabalho - Direito do Trabalho, ou Direito Laboral, é o conjunto
de normas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores,
e os direitos resultantes da condição jurídica dos trabalhadores. Estas normas,
no Brasil, estão regidas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
Constituição Federal e legislação correlata. Pode ser conceituado também
segundo Hernainz Marques, como o “Conjunto de normas jurídicas que regulam
as relações de trabalho, sua preparação, desenvolvimento, conseqüências e
instituições complementares dos elementos pessoais que nelas intervêm".

Não é apenas o conjunto de leis, mas de normas jurídicas, entre as quais os


contratos coletivos, e não regula apenas as relações entre empregados e
empregadores num contrato de trabalho, mas vai desde a sua preparação com
a aprendizagem até as conseqüências complementares, como por exemplo a
organização profissional.

O vínculo empregatício se consuma com a conjugação de três situações:

a) habitualidade;
b) subordinação;
c) contraprestação ou salário.

Diversos são os direitos assegurados aos trabalhadores pela legislação do país:

a) contrato de trabalho – CTPS;


b) jornada semanal de 44 horas;
c) salário mínimo;
d) irredutibilidade de salário, salvo acordo coletivo;
e) salário família;
f) repouso semanal remunerado;
g) férias anuais de 30 dias, com abono de 1/3;
h) 13° salário;
i) hora-extra;
j) adicional noturno;
k) adicionais de insalubridade e de periculosidade;
l) licenças;
m) aviso prévio;
n) FGTS;
o) aposentadoria;
p) seguro desemprego;
q) seguro contra acidentes.

Módulo 5 - Direito civil. Conceitos. Noções gerais. Divisão. Direito das coisas.
Direito das obrigações. Direito de família. Direito das sucessões.

O DIREITO CIVIL é o principal ramo do direito privado. Trata-se do conjunto


de normas (regras e princípios) que regulam as relações entre os particulares
que se encontram em uma situação de equilíbrio de condições.

As demais vertentes do direito privado, como o direito do trabalho, o direito


comercial e o direito do consumidor encontram sua origem no direito civil, sendo
dele separados com a finalidade de buscar a proteção a uma das partes, seja
por ser ela concretamente mais fraca que a outra (como o trabalhador e o
consumidor), ou por ser ela merecedora de uma proteção em virtude de sua
função sócio-econômica (o comerciante/empresário).

O direito civil tem como objetivo estabelecer os parâmetros que regem as


relações jurídicas das pessoas físicas e jurídicas. Por isso, estabelece as
condições em que os membros de uma comunidade podem relacionar-se, nos
mais variados sentidos.

Refere-se à pessoa, à família, aos bens e à sua forma de aquisição, à sucessão


(com quem os bens ficam depois da morte de alguém), às obrigações de fazer
e de não fazer, aos contratos. Regulamenta os atos das pessoas jurídicas,
principalmente o Direito Comercial ou Empresarial.

PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS.

Pessoas físicas – são as pessoas naturais, sendo certo que a personalidade


civil delas começa do nascimento com vida. Entretanto, a lei põe a salvo, desde
a concepção, os direitos do nascituro.

Capacidade civil – é o atributo concedido por lei à pessoa física para que possa
exercer pessoalmente todos os atos da vida civil.

Absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos.

Incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

Relativamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;

III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem


exprimir sua vontade; e

IV - os pródigos.

Cessa, para os menores, a incapacidade:

I – aos dezoito anos completos;

II - pela concessão dos pais (emancipação), ou de um deles na falta do


outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos;

III - pelo casamento;

IV - pelo exercício de emprego público efetivo;


V - pela colação de grau em curso de ensino superior;

VI - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação


de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.

A existência da pessoa natural termina com a morte.

Pessoas jurídicas – são divididas em pessoas jurídicas de direito público,


interno ou externo, e de direito privado.

São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

São pessoas jurídicas de direito público externo:

I - os Estados estrangeiros;

II - todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações;

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Direito das Obrigações – trata da relação jurídica estabelecida entre devedor


e credor e cujo objeto consiste em prestação de dar, fazer ou não fazer alguma
coisa.

As obrigações provêm dos contratos, das declarações unilaterais de vontade


e dos atos lícitos.

CONTRATO: É a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, em


virtude do qual uma delas obriga a outra a dar, fazer, ou abster-se de fazer algo,
podendo contratar da maneira que bem entendem, mas o limite dessa liberdade
é a ordem pública, a moral e o direito.

DIREITO DAS COISAS

Direito das Coisas - é o ramo do direito civil que regula o poder dos homens
sobre os bens e as formas de sua utilização. Dessa forma, o Direito das Coisas
destina-se a regular as relações das pessoas com as coisas.

DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS: A propriedade em sua plenitude


contém diversos componentes a saber: o uso, o usufruto, etc; esses elementos
que a integram podem ou não estar reunidos nas mãos do proprietário, porque
o Direito os considera como suscetíveis de se constituírem em objeto próprio,
destacável, portanto, a hipótese em que conferem a um terceiro que não
proprietário o Direito específico sobre essa parte destacável.

Usufruto - É o direito de desfrutar temporariamente de um bem alheio como


se dele fosse proprietário, sem alterar-lhe a substância. Usufrutuário é aquele
ao qual é conferido o usufruto. Nu-proprietário é aquele que confere o usufruto.
Consiste na possibilidade de retirar da coisa as vantagens que ela oferece e
produz. Sua duração pode ser vitalícia ou temporária.

Hipoteca - É o direito real de garantia, ou seja, é a vinculação de um bem para


responder com o seu valor por uma dívida. Recai sobre os bens imóveis.

Penhor - É a garantia real sobre bens móveis que ficarão em poder do credor,
salvo nos casos especiais de penhor rural.

Alienação Fiduciária - É uma forma de garantia consistente na revenda, pelo


adquirente ao alienante, e no mesmo ato da compra, da coisa adquirida, ficando
apenas com a sua posse. Após complementação do pagamento, dar-se-á a
transferência da propriedade. É bastante utilizada nos contratos de
financiamento para aquisição de automóveis.

PROPRIEDADE é um direito complexo, contendo as faculdades de usar, gozar,


dispor e reivindicar a coisa sobre a qual incide. Trata-se de um direito absoluto,
no sentido de conferir ao titular a faculdade de disposição e o poder de decidir
se deve usá-la, abandoná-la, aliená-la ou destruí-la, ou ainda limitá-la. É
perpétua, pois sua duração é ilimitada, e é pessoal, pois consiste no poder de
proibir que terceiros exerçam sobre a coisa qualquer dominação.

POSSE – é o exercício, pleno ou não, de alguns dos poderes inerentes à


propriedade. É possuidor quem tem a disponibilidade da exteriorização da
propriedade.

Modalidades de Posse

posse nova: menos de um ano e um dia;

posse velha: mais de um ano e um dia;


posse direta: o possuidor detém a coisa;

posse indireta: o possuidor não detém a coisa;

posse justa: não é violenta, precária ou clandestina;

posse injusta: é a posse violenta, precária ou clandestina.

DIREITO DE FAMÍLIA

Direito de Família – é o ramo do Direito que estuda relações pessoais


existenciais e patrimoniais. Encontram-se no Direito de Família normas de
ordem pública e normas de ordem privada. As normas que têm relação com o
direito existencial são de ordem pública; as que têm relação com o direito
patrimonial são de ordem privada.

Institutos Jurídicos do Direito de Família: casamento, união estável, parentesco,


filiação, alimentos, bem de família convencional, guarda, tutela e curatela. É o
chamado Direito Assistencial.

DIREITO DAS SUCESSÕES

Direito das Sucessões – é o ramo do Direito que estuda os efeitos decorrentes


do fim da personalidade jurídica, da abertura da sucessão à partilha dos bens
do de cujus, quer por força de sucessão legítima, quer pela sucessão
testamentária. Define-se o Direito das Sucessões, também, como o conjunto de
princípios jurídicos que disciplina a transmissão do patrimônio de uma pessoa
que morreu, ou que é presumida morta, a outros, que são considerados seus
sucessores.

A sucessão, na técnica jurídica, significa a transmissão de bens decorrente da


substituição de uma pessoa por outra na titularidade de direito, podendo operar-
se a título gratuito, inter vivos ou causa mortis.

Quando há a referência ao Direito das Sucessões, quer-se relacionar àquela


sucessão decorrente da morte e, excepcionalmente em vida, quando trata de
partilha em vida e doações.

Módulo 6 - Noções de Ética Profissional.

ÉTICA – é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. É,


também, o conjunto de normas de comportamento e formas de vida através do
qual o homem tende a realizar o valor do bem. É um conjunto de regras de
comportamento próprias de uma cultura.

É ciência, pois tem por objeto o estudo da moral e das leis, já que a ética vai
além da moral, ao procurar os princípios fundamentais do comportamento.
A ética é a ciência da conduta. Ela pode sofrer pequenas variações entre
culturas, pois seu enfoque é o estado atual do mundo, na medida em que
observa o que existe e constrói a teoria explicativa.

A norma ética é puramente convencional, mutável, subjetiva, se bem que


existem valores éticos que são universais. Podem existir, pois, normas diferentes
aplicáveis à mesma situação. Os valores, a priori, são criados conforme seja
necessário ou oportuno.

Ética profissional – é conjunto de normas de conduta que deverá ser posta em


prática no exercício de qualquer profissão. É a ação reguladora do desempenho
das profissões, fazendo com que o profissional respeite seus clientes, seus
semelhantes e as normas de conduta da carreira que abraçou, quando no
exercício da sua profissão.

A ética é absolutamente indispensável ao profissional, porque na ação humana,


o fazer e o agir estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência
que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se
refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no
desempenho de sua profissão.

A ética, assim, baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a


natureza e o fim de todo ser humano. A capacitação científica ou técnica precisa
estar em conexão com os princípios essenciais da ética, para que o desempenho
do profissional esteja compatível com as expectativas que se esperam dele.

Virtudes de um profissional ético: responsabilidade, lealdade, honestidade,


sigilo, competência, prudência, coragem, perseverança, compreensão,
humildade, imparcialidade e otimismo.

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