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Direito Internacional público


Introdução ao Direito Internacional Público

Livro Eletrônico
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Introdução ao Direito Internacional Público
Prof.ª Daniela Menezes

SUMÁRIO
Direito Internacional na Prova.......................................................................3
Cronograma de Aulas...................................................................................4
Metodologia do Curso...................................................................................8
Apresentação Pessoal................................................................................. 11
Considerações Iniciais................................................................................ 11
1. Teoria do Direito Internacional Público...................................................... 12
2. Fontes do Direito Internacional................................................................ 19
3. Tratados Internacionais.......................................................................... 26
4. Considerações Finais.............................................................................. 38
Questões de Concurso................................................................................ 39
Gabarito................................................................................................... 53
Questões Comentadas................................................................................ 54

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Introdução ao Direito Internacional Público
Prof.ª Daniela Menezes

DANIELA MENEZES
Mestranda em Políticas Públicas pelo Uniceub. É advogada com forma-
ção e capacitação para juíza arbitral do Brasil, Europa e Mercosul.

Direito Internacional na Prova

Iniciamos o nosso curso de Direito Internacional preparatório o concurso

da ABIN 2018, que será realizado pelo Cebraspe.

O que nós faremos é justamente nos preparar para acertar todas as questões.

Não teremos problemas com a ementa da disciplina, pois o conteúdo não é tão extenso.

Como estudar Direito Internacional sem perder de vista a quantidade

disciplinas e demais conteúdos?

Temos que analisar os conceitos gerais e as regras mais importantes da dis-

ciplina. Estudar tudo é quase impossível, estudaremos os tópicos do edital bem

detalhadamente.

Em Direito Internacional, podemos ordenar esses blocos de cobrança do seguinte modo:

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Em vista das informações que levantamos, desenvolveremos um curso objetivo

e direto, com base no edital publicado para o cargo de oficial de inteligência.

Cronograma de Aulas

O nosso curso compreenderá um total de 10 aulas, além desta aula demonstra-

tiva, distribuídas conforme cronograma abaixo:

AULA CONTEÚDO
• Teoria geral do Direito Internacional Público
–– Conceito, terminologia, objeto e fundamento;
–– Ordenamento jurídico internacional: jurisdição e
cooperação; princípios;
–– Sociedade internacional: características e sistema
normativo;
–– Dualismo e monismo;
–– Atos internacionais;
–– Comity, forum non conveniens.
• Fontes do Direito Internacional Público
–– Conceito, fontes formais, tratados, costume in-
ternacional;
–– Decisões judiciais, doutrina, princípios gerais do
Aula 1 Direito;
Apresentação do curso, cronograma –– Analogia, equidade e atos unilaterais;
de aulas, introdução ao estudo de –– Decisões de organizações internacionais;
Direito Internacional. –– Normas imperativas: jus cogens e soft law.
• Tratados
–– Conceito e natureza jurídica;
–– Terminologia, classificação e evolução histórica;
–– Condições de validade: capacidade das partes,
habilitação dos agentes, objeto lícito e possível,
consentimento regular;
–– Processo de elaboração dos tratados e efeitos
sobre as partes;
–– Interpretação, adesão, alteração, reservas e ex-
tinção dos tratados;
–– Incorporação ao Direito Interno;
–– Autoridade do tratado em face da lei interna e a
realidade das antinomias.

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• Sujeitos de Direito Internacional Público


–– Personalidade internacional;
–– Estado, organizações internacionais, Santa Sé e
Vaticano;
–– Indivíduo, organizações não governamentais;
–– Empresas, beligerantes, insurgentes e blocos
regionais.
• Organizações Internacionais e Organização
das Nações Unidas (ONU)
Aula 2
–– Teoria geral;
Sujeitos, organizações internacio-
–– Organização das Nações Unidas;
nais e convenções e Decreto n.
–– Organizações regionais;
5.017/2004.
–– Outras organizações internacionais;
–– Convenção das Nações Unidas contra o crime or-
ganizado transnacional (Convenção de Palermo).
• Convenções, acordos, ajustes e protocolos.
• Decreto n. 5.017/2004 (protocolo adicional à
convenção das Nações Unidas contra o crime
organizado transnacional relativo à preven-
ção, repressão e punição do tráfico de pesso-
as, em especial mulheres e criança).
• Responsabilidade internacional
Aula 3 –– Conceito e fundamento;
Responsabilidade internacional. –– Características e classificação;
Conceito de Huber na decisão arbi- –– Elementos essenciais;
tral no caso Holanda x EUA, de –– Responsabilidade por atos lícitos;
1928. Decisão da Corte Internacio- –– Abuso de direito;
nal de Justiça no Caso Nicarágua x –– Responsabilidade por atos do Estado, de funcio-
EUA, de 1986. Caso Lotus, decidido nários e de revolucionários;
pelo Tribunal Permanente de Justiça –– Atos que excluem ou atenuam a responsabilidade;
Internacional, em 1927. –– Proteção diplomática;
–– Dano e reparação.

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• Estado e imunidade de jurisdição


–– Conceito;
–– Elementos constitutivos;
–– Surgimento dos Estados;
–– Reconhecimento de Estado e governo;
–– Direitos e deveres fundamentais;
–– Extinção e sucessão de Estados;
–– Território;
Aula 4 –– Imunidade de jurisdição;
Imunidade de jurisdição. Caso Arrest –– Consulados e embaixadas;
Warrant (Congo x Bélgica, 2000). –– Diplomatas e cônsules.
Abdução de estrangeiros. Casos • Órgãos do Estado nas relações internacionais
relevantes na jurisprudência inter- –– Órgãos dos Estados nas relações internacionais;
nacional: Eichmann, Verdugo-Urqui- –– Privilégios e imunidades;
dez sobre busca e apreensão extra- –– Princípios relativos às relações internacionais do
territorial (EUA) e Alvarez-Machain Brasil.
(EUA). Consulados e embaixadas. • Opiniões de Rezek e Guillaume separadas da
decisão final no caso Arrest Warrant (Congo x
Bélgica, 2000);
• Abdução de estrangeiros;
• Casos relevantes na jurisprudência interna-
cional:
–– Eichmann, Verdugo-Urquidez sobre busca e
apreensão extraterritorial (EUA) e Alvarez-Ma-
chain (EUA).

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• Nacionalidade
–– Conceito, conflitos e critérios de aquisição;
–– Nacionalidade brasileira originária;
–– Naturalização no Brasil;
–– Mudança, perda e reaquisição;
–– Nacionalidade de pessoas jurídicas.
Aula 5 • Condição jurídica do estrangeiro
Nacionalidade. Condição jurídica do –– Introdução;
estrangeiro. Proteção internacional –– Entrada e permanência em Estado estrangeiro;
dos direitos humanos. Declaração –– Deportação;
Universal dos Direitos Humanos. –– Expulsão;
–– Extradição;
–– Entrega ao TPI;
–– Asilo e refúgio;
–– Direitos e deveres do estrangeiro;
–– Estatuto da Igualdade;
–– Neutralidade.
• Solução pacífica de controvérsias internacio-
nais
–– Controvérsias internacionais;
–– Meios de solução de controvérsia: artigo 33,
Carta da ONU;
Aula 06
–– Meios diplomáticos e políticos;
Solução pacífica de controvérsias
–– Meios semijudiciais: arbitragem internacional;
internacionais.
–– Corte Internacional de Justiça;
Direito de guerra e neutralidade.
–– Meios coercitivos.
• Direito de guerra e neutralidade
–– Noções gerais: jus ad bellum e jus in bello;
–– Proscrição da guerra, mecanismos de segurança
coletiva e manutenção da paz;
–– Normas aplicáveis aos conflitos armados.

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• Domínio público internacional e patrimônio


comum da humanidade
–– Disciplina dos espaços internacionais;
–– Direito do mar, dos rios e águas interiores;
–– Zonas polares;
–– Espaço aéreo;
–– Espaço extra-atmosférico;
Aula 7
–– Patrimônio comum da humanidade.
Domínio público internacional. Coo-
• Cooperação jurídica internacional
peração jurídica. Cortes internacio-
–– Noções gerais;
nais. Convenções.
–– Cartas rogatórias;
–– Regime das provas;
–– Cooperação internacional;
–– Auxílio direto;
–– Cooperação jurídica internacional no novo CPC.
• Cortes internacionais
• Convenções
Aula 8 • Decreto n. 5.015/2004
Aula 9 • Decreto n. 5.687/2006
Aula 10 • Revisão

Como você pôde perceber, as aulas são distribuídas para que possamos tratar

cada um dos assuntos com tranquilidade, o que possibilitará excelente desempe-

nho em prova.

Eventuais ajustes de cronograma poderão ser realizados por questões didáticas

e serão sempre informados com antecedência.

Metodologia do Curso

Vistos esses aspectos iniciais referentes a nossa disciplina, agora vamos tecer

algumas observações prévias importantes a respeito do nosso curso.

Primeira, como a disciplina e conteúdo são primordiais para a sua aprovação,

vamos priorizar os assuntos mais recorrentes e importantes para a prova. Desse

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modo, os conceitos e informações apresentados serão objetivos e diretos, visando

à resolução de provas objetivas.

Segunda, serão utilizados, ao longo do curso, as questões anteriores do Ce-

braspe. Temos um bom portfólio de questões, contudo, apresentaremos questões

elaboradas pela banca em concursos públicos, bem como questões inéditas e de

outras bancas. Nosso intuito será, sempre, frisar os temas mais importantes e que

podem aparecer em prova.

É bom registrar que todas as questões do material serão comentadas de

forma analítica. Sempre explicaremos o porquê da assertiva estar correta ou in-

correta. Isso é relevante, pois o aluno poderá analisar cada uma delas, perceber

eventuais erros de compreensão e revisar os assuntos tratados.

Terceiro, os conteúdos desenvolvidos observarão os principais conceitos do

Direito Internacional Público.

Esta é a nossa proposta!

As aulas em PDF têm por característica essencial a didática. Vamos abordar as-

suntos doutrinários com objetividade, priorizando a clareza, para facilitar a absorção.

Isso, contudo, não significa superficialidade. Pelo contrário, sempre que neces-

sário e importante, os assuntos serão aprofundados de acordo com o nível de

exigência das provas anteriores.

Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos informativos, resu-

mos, figuras, tudo com o fito de “chamar atenção” para os conteúdos que possuem

relevância para a prova. Sempre que houver uma “GRAN DICAS” no material,

redobre a atenção.

Outro aspecto muito importante dos nossos cursos é a possibilidade de contato

direto e permanente com o professor. Temos um fórum de dúvidas, por in-

termédio do qual o aluno poderá manter contato com o professor. Durante o estudo

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dos materiais, podem surgir dúvidas ou dificuldades de compreensão. É direito do

aluno questionar e dever do professor respondê-lo.

Foco, objetividade e didática conduzirão todo o nosso curso.

Por fim, nossas aulas seguirão uma estrutura padronizada. Haverá uma parte

inicial, na qual abordaremos os assuntos que serão tratados, informações sobre aulas

passadas (tais como esclarecimentos, correções etc.) e informações sobre o andamen-

to do exame. Em seguida, teremos a parte teórica da aula, permeada por questões.

Por fim, além da lista de questões apresentadas, faremos o fechamento da aula,

com sugestões para a revisão e dicas de estudo

Vejamos a estrutura das aulas:

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Apresentação Pessoal

Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Daniela Medeiros

de Menezes! Sou graduada em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UNI-

CEUB) e mestranda em Políticas Públicas. Estou envolvida com concursos públicos

e Exame de Ordem há bastante tempo.

Dediquei-me à advocacia privada e, atualmente, sou consultora jurídica do Ins-

tituto Nacional de Ensino e Pesquisa Anísio Teixeira – Inep.

Ademais, leciono as disciplinas de Direito Internacional, Deontologia Jurídica e

Direito Administrativo para os mais variados concursos. Além disso, possuo forma-

ção e capacitação como juíza arbitral da Europa e Mercosul.

Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Será um

prazer orientá-lo(a) da melhor forma possível nesta caminhada que se inicia hoje.

Vamos juntos!

@prof.danielamenezes
prof.danielamenezes@gmail.com

Considerações Iniciais

A primeira coisa a se fazer antes de iniciar o estudo de determinada disciplina,

é saber o que ela é. Para quem está iniciando, é importante se situar na matéria.

Se você já tem essa noção, mesmo assim não deixe de ler, pois recentemente foi

aprovada a Lei de Migração n. 13.445/2017, que revogou o Estatuto do Estrangeiro

em 21 de novembro de 2017.

Destaca-se que o edital não faz menção ao antigo Estatuto do Estrangeiro, toda-

via, a cobrança ocorrerá indiretamente com base nos tópicos relacionados no edital

como, por exemplo, sobre a situação jurídica do estrangeiro.

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Dessa forma, o nosso estudo ocorrerá com base nas recentes alterações legis-

lativas. Fique atento(a)!

A partir disso, iniciaremos o estudo de hoje.

Boa aula!

1. Teoria do Direito Internacional Público

Normas Internacionais

O rol das fontes no Estatuto da Corte da Haia prevê os tratados, os costumes e

os princípios gerais do Direito, a jurisprudência e a doutrina como meios auxiliares

na determinação das regras jurídicas e, facultou sob certas condições, o emprego

da equidade.

Os atos unilaterais e as decisões tomadas no âmbito das organizações interna-

cionais não estão previstos no art. 38 do Estatuto da Corte da Convenção de Haia.

Conceito, Terminologia e Objeto do Direito Internacional Público

e Privado

O Direito Internacional Público e o Direito Internacional Privado são ramos dis-

tintos e independentes. Cada ramo possui suas próprias características.

Observa-se que o Direito Internacional Privado é o ramo que regula as relações

entre os Estados e os indivíduos nos conflitos de leis no espaço, auxiliando-os na

aplicação de suas normas e indicando a norma aplicável ao caso concreto.

As relações de Direito Internacional Privado podem ser regulamentadas por

meio de tratados, fontes de direito público, mas, geralmente, são regidas pelas

normas de Direito Interno. Lembre-se de que as normas são apenas indicativas,

pois incidem na resolução de conflitos de leis no espaço.

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De acordo com Portela1, “o Direito Internacional Público é o ramo do Direito que

regula as relações internacionais, a cooperação internacional e temas de interesse da

sociedade internacional”. Dessa forma, disciplina as relações que envolvem os Estados,

as organizações internacionais e outros atores em temas de interesse internacional.

O Direito Internacional Público regulamenta as normas dos Estados e das orga-

nizações internacionais por meio de negociações e de outros processos, aplicando-

-se diretamente às relações internacionais e internas cabíveis.

Entende-se, portanto, que as principais características do Direito Internacional

Público são: a) regular sociedade internacional, b) disciplinar as relações interna-

cionais ou relações internas; c) são normas de aplicação direta e imediata; d) suas

regras são estabelecidas por normas internacionais.

E as principais características do Direito Internacional Privado são: a) regular os

conflitos de leis no espaço, b) indicar a norma aplicável ao conflito, c) são normas

meramente indicativas, d) regras estabelecidas por normas internacionais ou internas.

Denota-se que o conceito recorrente em prova é o de Direito Internacional Pú-

blico, o qual é o ramo do Direito que regula as relações internacionais, a coopera-

ção internacional e temas de interesse da sociedade internacional. Ou seja, disci-

plina as relações que envolvem os Estados, as organizações internacionais e outros

atores em temas de interesse internacional.

Quais são as principais características do Direito Internacional Público?

• Regular sociedade internacional;

• Disciplinar as relações internacionais ou relações internas;

• São normas de aplicação direta e imediata;

• Suas regras são estabelecidas por normas internacionais.


1
PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, p. 50.

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Distinção: Direito Internacional Público e Direito Interno

A doutrina examina duas teorias sobre o tema: teoria monista e a teoria du-

alista. Para a teoria dualista, o Direito Internacional e o Direito Interno são dois

ordenamentos jurídicos distintos e independentes entre si. Não é possível conflito

de normas entre esses dois sistemas.

De acordo com Portela2, “o Direito Internacional dirige a convivência entre os

Estados, ao passo que o Direito Interno disciplina as relações entre os indivíduos e

entre estes e o ente estatal”. Dessa forma, a eficácia das normas não dependeria

da compatibilidade com a norma interna. Aparentemente, o Brasil tem herdado as

regras do dualismo, mas não podemos defender que o Brasil adote essa teoria.

A teoria monista defende a existência de apenas uma ordem jurídica. Para Por-

tela3, as normas internacionais têm eficácia condicionada à harmonia das normas

do Direito Interno, sendo possível o conflito entre as normas.

Quais são as principais características da teoria monista?

• Não aceita a existência de duas ordens jurídicas autônomas, independentes

e não derivadas;

• Defende a primazia do Direito Interno;

• Defende a primazia do Direito Internacional;

• Só existe uma ordem jurídica;

• As normas internacionais são jurídicas e, portanto, obrigatórias;

• Primado hierárquico das normas internas, com derrogação das normas inter-

nacionais contrárias.

Na doutrina, a teoria monista classifica-se em: monismo internacionalista e

o monismo nacionalista. O monismo internacionalista visa a primazia do Direito


2
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. p. 52.
3
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. p. 53.

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Internacional, prevalecendo sobre as normas internas. Já o monismo nacionalista


visa a primazia do Direito Interno, com hierarquia de suas normas, derrogando as

normas internacionais contrárias. Essa teoria, ainda é praticada por vários Estados.

No monismo nacionalista, por exemplo, os limites de validade são impostos

pelo próprio Direito Interno, e não pelo Direito das Gentes. Trata-se de primazia do

Direito Interno. O Estado, por ter soberania absoluta, não está sujeito a nenhum

sistema jurídico que não tenha emanado de sua própria vontade; nesse caso, o

Direito Internacional seria um Direito Interno que os Estados aplicam na sua vida

internacional. Só existe uma ordem jurídica.

No dualismo, observa-se várias ordens jurídicas, com aplicabilidade simultânea,

pluralismo de fontes. Trata-se de ordem jurídica internacional e interna, sendo

necessário diploma legal interno que incorpore o conteúdo da norma internacional

(teoria da incorporação).

Se cair a expressão Direito das Gentes, lembre-se de que é a convivência entre

os Estados. E o Direito Interno é a relação indivíduo e Estado.

Quais são as características da teoria dualista?

• Duas ordens jurídicas, distintas e independentes entre si (internacional e interna);

• Não há possibilidade de conflito entre as normas;

• Teoria da incorporação;

• A incorporação do Direito Interno no dualismo não é regra, por isso não é

mera formalidade.

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Quadro Sinóptico: Teoria Dualismo e Monismo

Dualismo Radical e Moderado

Monismo Internacionalista e Nacionalista

4
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.
5
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.
6
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.

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Monismo Internacionalista Radical e Moderado

Ordenamento Jurídico Internacional

Jurisdição, Sociedade Internacional e Atos internacionais

Pode-se afirmar que a sociedade internacional é o conjunto de sujeitos interna-

cionais em contínua convivência global, com interesses comuns e recíprocos me-

diante cooperação e regulamentação.

São sujeitos de Direito Internacional os Estados, organizações internacionais,

indivíduos, organizações não governamentais (ONG`s) e empresas, dentre outros

atores que são significativamente atuantes na seara internacional.

O Direito Internacional é marcado pela cooperação e pela prevalência da

vontade autônoma.

As relações entre os Estados acontecem horizontalmente, uma vez que a sub-

missão ocorre apenas às regras com as quais concordou voluntariamente. Vere-

mos, na próxima aula, as regras sobre os tratados.

7
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7 edição, 2015.

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Aspectos Principais da Sociedade Internacional

Destaca-se que a sociedade é universal (abrange todos os sujeitos), hetero-

gênea (os atores possuem características distintas), descentralizada (devido à

ausência de soberania), horizontal (a relação ocorre no mesmo nível hierárquico)

e de cooperação (ausência de subordinação).

Distinção de Sociedade e Comunidade Internacional

A comunidade internacional baseia-se no vínculo espontâneo e de caráter sub-

jetivo, pois não existe submissão – nem mesmo pela vontade das partes, mas ape-

nas um mero compartilhamento de valores.

A doutrina majoritária defende que, atualmente, só é possível a existência de

uma sociedade internacional.

Princípios das Relações Internacionais Previstos na Constituição Federal

Nossa própria Constituição da República Federal do Brasil (art. 4º) faz menção

às relações internacionais da nação e enumera os seguintes princípios:

• Independência nacional;

• Prevalência dos direitos humanos;

• Autodeterminação dos povos;

• Não intervenção;

• Igualdade entre os Estados;

• Defesa da paz;

• Solução pacífica dos conflitos;

• Repúdio ao terrorismo e ao racismo;

• Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

• Concessão de asilo político.

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2. Fontes do Direito Internacional

A doutrina classifica as fontes como materiais e formais. As fontes materiais são

aquelas que provocam o aparecimento de normas jurídicas, influenciando na sua

criação e conteúdo.

De acordo com Mazzuoli8, as fontes materiais “determinam a elaboração de certa

norma jurídica”, demonstrando-se a necessidade e importância dos preceitos jurídicos.

Assim, os elementos ou motivos que levam ao aparecimento das normas jurídi-

cas, sejam de cunho filosófico, sociológico, político, valores e aspirações de novos

preceitos jurídicos, são influenciados pelas fontes materiais.

As fontes formais são o modo de exteriorização da norma e dos valores jurídicos

no processo de elaboração, à exemplo, dos tratados, costumes, princípios gerais

de Direito, jurisprudência e a doutrina, como bem definido pelo art. 38 da Corte

Internacional de Justiça.

Destaca-se que não existe hierarquia das fontes previstas no Estatuto da Corte

Internacional de Justiça e, inclusive, os atos unilaterais dos Estados, as decisões

das organizações internacionais, soft law, a analogia, equidade e as normas do jus

cogens são consideradas fontes secundárias.

Fontes principais e acessórias

A doutrina ainda classifica as fontes como principais e acessórias. As fontes prin-

cipais são aquelas que revelam o Direito aplicável na relação jurídica e as fontes

acessórias contribuem com a elucidação do conteúdo da norma. No art. 38 da CIJ, a

jurisprudência e a doutrina são fontes acessórias, e as demais fontes, são principais.

8
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito Internacional Público: parte geral, p.26

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Fontes convencionais e não convencionais

Existem também as fontes convencionais e não convencionais. São chamadas

fontes convencionais aquelas que resultam do acordo de vontade dos sujeitos e

abrangem especialmente os tratados e as não convencionais que decorrem da rea-

lidade internacional, das decisões, jurisprudência e das normas jus cogens.

Fontes Estatutárias e Extraestatutárias

Fontes estatutárias são os tratados, costumes, princípios gerais do Direito, a

jurisprudência e a doutrina e fontes extraestatutárias são os atos unilaterais de

Estados, atos unilaterais de organizações internacionais e as normas do soft law.

Quais são as características dos tratados internacionais?

• Fruto de acordo;

• Forma escrita;

• Celebrado por Estados e organizações internacionais;

• Os tratados devem estabelecer regras expressas reconhecidas pelos Estados

litigantes;

• O tratado adota forma escrita;

• Não existe hierarquia de fontes.

Costume internacional, jurisprudência e doutrina

O Estatuto da Corte Internacional de Justiça define o costume internacional

como “uma prática geral aceita como sendo o Direito”.

O costume é a prática geral, uniforme e reiterada dos sujeitos de Direito In-

ternacional, podendo ser compreendida a partir de dois preceitos: um de caráter

material e objetivo, e outro, de caráter psicológico e subjetivo.

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A generalização não precisa ser global ou universal, podendo ser um costume

regional ou empregado apenas nas relações bilaterais. É importante destacar que

o costume é extinto pelo desuso, pelo aparecimento e afirmação de um novo cos-

tume e pela substituição do costume por tratado internacional.

Quais são as características dos costumes?

• Prática reiterada;

• Generalidade da prática;

• Uniformidade da prática;

• Consciência da juridicidade da prática;

• A formação do costume requer um elemento adicional, de caráter subjetivo,

a opinio juris.

A jurisprudência internacional é o conjunto de decisões judiciais reiteradas e

proferidas por órgãos internacionais jurisdicionais, como a Corte Internacional de

Justiça (CIJ), o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte Interamericana de Di-

reito Humanos (CIDH).

Para Mazzuoli, “a jurisprudência não é fonte de Direito porque não cria o direito,

mas sim o interpreta mediante a reiteração de decisões no mesmo sentido”. Lem-

brando que a jurisprudência é fonte secundária ou auxiliar do Direito Internacional.

A doutrina nada mais é do que o conjunto de estudos, ensinamentos, entendi-

mentos, teses e pareceres de estudiosos do Direito Internacional. A sua principal

função é contribuir para a interpretação e aplicação da norma internacional, bem

como para a formulação de novos princípios e regras jurídicas.

Princípios gerais do Direito, analogia, equidade, atos unilaterais dos

Estados e decisões de organizações internacionais

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Os princípios gerais do Direito são utilizados para orientar a elaboração, interpreta-

ção e aplicação das normas internacionais, marcado por normas de caráter genérico e

abstrato dos sistemas jurídicos mundiais, à exemplo, do primado da proteção da dig-

nidade da pessoa humana; o pacta sunt servanda, a boa-fé e o devido processo legal.

Segundo Mazzuoli9, a analogia é “a aplicação a determinada situação de fato de

uma norma jurídica feita para ser aplicada a caso parecido ou semelhante”. Sendo

assim definida como a forma de regular as relações sociais que não seja objeto de

norma jurídica expressa.

A equidade é aplicada na carência de norma regulamentadora ou diante de nor-

ma inadequada, visando empregar conceitos de justiça em um caso concreto para

resolução dos conflitos internacionais. Destaca-se que a equidade só poderá ser

usada quando autorizada pelas partes.

Os atos unilaterais dos Estados são considerados fontes secundárias ou auxilia-

res, podendo ser expressos ou tácitos, sendo que os atos expressos aperfeiçoam

por meio de declaração escrita ou formal e os atos tácitos são demonstrados impli-

citamente nos atos dos Estados, seja pelo silêncio ou pelas ações compatíveis com

o seu objeto.

Os atos unilaterais dos Estados podem ser retratados por meio de protestos,

notificação, renuncia, denuncia, o reconhecimento, promessa e a ruptura das rela-

ções diplomáticas.

As decisões de organizações internacionais são os resultados das atividades das

Organizações das Nações Unidas ou de outras entidades “que materializam em atos

que podem gerar efeitos jurídicos para o organismo que o praticou e para outros

sujeitos de Direito Internacional”.10

9
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito Internacional Público: parte geral, p. 37
10
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, p. 71.

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E, por último, o soft law que é utilizado para elaboração de tratados e de leis inter-

nas, usados como parâmetro interpretativo, como pauta de políticas públicas e de ação

da sociedade civil, como reforço da argumentação para operadores de direito.

Fontes e outros institutos correlatos relevantes para o Direito Internacional:

11

12

13

11
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.
12
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.
13
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.

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Normas imperativas: jus cogens

A norma de jus cogens é uma norma imperativa reconhecida pela comunidade

internacional dos Estados, que proíbe qualquer derrogação por parte dos Estados e

somente pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional.

A principal característica é a imperatividade de sua norma, tendo em vista que

não pode ser derrogada ou confrontada por qualquer outra norma internacional,

sua aplicabilidade se estende a todos os Estados. A Convenção de Viena já deter-

minou a nulidade dos tratados que conflite com uma norma imperativa.

Destaca-se que as normas jus cogens não são imutáveis, mas sim, rígidas, pela

dificuldade no processo da alteração de seus preceitos, além da variabilidade do

seu conteúdo. O surgimento dessa norma é consequência do art. 53 da Convenção

de Viena. Vejamos: “é nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite

com uma norma imperativa de Direito Internacional geral (...)”.

Principais artigos:

• Estatuto da Corte Internacional de Justiça, arts. 38 e 59;

• Estatuto da CIJ, art. 38, § 2º;

• Convenção de Viena, arts. 53 e 64.

Fundamentos do Direito Internacional

Existem três correntes doutrinárias que justificam a existência de uma ordem jurídi-

ca internacional, uma vez que os Estados são soberanos e não existe poder central nos

relacionamentos internacionais. As correntes são: voluntarista, objetivista e mista.

Teoria voluntarista

De acordo com a teoria voluntarista, a submissão dos Estados à ordem jurídica

internacional deveria da vontade dos Estados em demonstrar o interesse expresso

em tratados e convenções, decorrendo de sua vontade.

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Conforme ensinamento de MAZZUOLI (2012, p.24), “para a doutrina voluntaris-

ta o Direito Internacional público é obrigatório porque os Estados assim o desejam.

O seu fundamento encontra suporte na vontade coletiva dos Estados ou no consen-

timento mútuo destes”.

A teoria voluntarista fundamenta a sua existência à mera vontade dos Estados,

em detrimento da segurança jurídica e das obrigações internacionais avençadas.

Teoria objetivista

De acordo com Portela, na visão objetivista, “as normas internacionais seriam

obrigatórias por sua importância maior para o bom desenvolvimento das relações

internacionais e, nesse sentido, deveriam ser observadas independentemente da

vontade dos Estados”.

Veja que a teoria objetivista afronta os princípios da sociedade internacional,

pois a sociedade é composta de membros soberanos e autônomos, sendo impossí-

vel desprezar a vontade dos estados.

Teoria mista

Essa teoria fundamenta-se no princípio do pacta sunt servanda, pelo qual os Esta-

dos celebram tratados a depender de sua vontade e uma vez criada a norma no campo

internacional, através do consentimento, os Estados estariam obrigados a obedecê-la.

Essa teoria foi consagrada no art. 26 da Convenção de Viena sobre tratados, de 1969,

que dispõe: “todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido de boa-fé”.

Atos internacionais

Os atos unilaterais dos Estados não estão previstos como fonte de Direito Interna-

cional no Estatuto da Corte de Justiça. Todavia, pela doutrina internacional moderna é

considerado como fonte, uma vez que gera efeitos jurídicos no cenário da sociedade.

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Os atos unilaterais não dependem da manifestação de vontade de outro sujeito

de Direito Internacional, pois já possuem eficácia. São exemplos de atos unilate-

rais: denúncia de tratados, reconhecimento de outros Estados e governos, renún-

cia, declarações unilaterais e ruptura de relações diplomáticas.

3. Tratados Internacionais

Capacidade das partes

Os Estados, as organizações internacionais, a Santa Sé, os beligerantes, os

insurgentes, os blocos regionais e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha são

órgãos competentes para a celebração de tratados. Destaca-se que os indivíduos,

as empresas e as organizações não governamentais não possuem capacidade para

a celebração de tratados, embora tenham personalidade jurídica.

O Estado soberano é capaz de celebrar tratados, por ser sujeito de Direito In-

ternacional, dotado de território e povo. Observa-se que, no Brasil, um Estado da

Federação brasileira não tem competência para celebrar tratados, embora tenha

capacidade de atuação da ordem internacional.

No Brasil, a competência para celebração dos tratados é da União, conforme es-

tabelece o art. 22, inciso I, da Constituição Federal: “manter relações com Estados

estrangeiros e participar de organizações internacionais”. Destaca-se que a União

não detém a personalidade jurídica de Direito Internacional Público, mas sim a Re-

pública Federativa do Brasil. Compete à União a representação do Estado brasileiro

nas relações internacionais.

Competência para celebrar tratados

A autoridade competente para celebração dos tratados é o presidente da Re-

pública, conforme estabelece o art. 84, incisos VII e VIIII da Constituição Federal,

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vejamos: “manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representan-

tes diplomáticos e celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a

referendo pelo Congresso Nacional”.

Capacidade das partes

As organizações internacionais têm competência para celebração dos tratados

internacionais, independentemente de seus membros ou vontade dos Estados que

façam parte. É possível, ainda, a celebração dos tratados com os seus membros,

outros Estados e com organizações internacionais, embora sua capacidade seja

limitada ou derivada.

A capacidade das organizações internacionais é derivada, porque depende da de-

cisão dos Estados que a criaram, por meio das negociações formadas em seu âmbito.

Lembre-se de que em cada tratado constitutivo as organizações internacionais esta-

belecem os Estados competentes para celebração do tratado em seu nome.

Os demais sujeitos de Direito Internacional como a Santa Sé, os beligerantes,

insurgentes, os blocos regionais e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha cele-

bram tratados por meio dos órgãos aos quais atribuem competência para tal.

No Brasil, os indivíduos podem celebrar tratados, desde que sejam investidos

de pleno poderes pelo ente estatal que o representam. Tal investidura é feita por

uma carta de plenos poderes concedida pelo presidente da República, a qual delega

poderes a um representante brasileiro para celebrar tratados em nome do Brasil.

Todo tratado deve observar as normas de Direito Internacional não podendo

violar as normas de jus cogens nem violar os padrões de licitude e viabilidade. Além

disso, devem ter consentimento dos signatários envolvidos, repudiar os vícios de

erro, dolo, coação e corrupção do representante do Estado.

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Dessa forma, as condições de validade para a celebração dos tratados são: a) ca-

pacidade das partes; b) habilitação dos agentes; c) objeto lícito, possível; d) consenti-

mento regular, além da proibição de violar as normas obrigatórias do jus cogens.

Quais são os agentes habilitados para a celebração dos tratados inter-

nacionais? Os agentes habilitados para celebração dos tratados internacionais

são: I) chefe de Estado, II) chefe de Governo, III) ministro das Relações Exteriores,

IV) embaixadores e V) indivíduos com carta de plenos poderes.

Processo de elaboração dos tratados

A vigência inicial dos tratados ocorre no plano internacional, a partir do contexto

escrito pelos Estados, embora ainda não possam ser exigidos. No âmbito interno,

o tratado deve ser incorporado ao ordenamento jurídico, a fim de dar cumprimento

ao ato internacional, conhecido como “vigência interna”.

Os passos para a elaboração dos tratados ocorrem com a negociação, assinatura e

ratificação. A negociação é a fase inicial na qual as partes discutem e estabelecem os

termos dos tratados, sendo celebrados pelas autoridades competentes para concluir

os tratados, geralmente, é realizada pelos funcionários com carta de pleno poderes.

No Brasil, a competência das negociações é da União, conduzido pelo presidente

da República, a quem cabe “manter relações com Estados estrangeiros e acreditar

seus representantes diplomáticos”, conforme dispõe o art. 84, incisos VII e VIII,

da Constituição Federal. Além disso, compete ao ministro das Relações Exteriores

acompanhar todas as negociações internacionais.

A assinatura é o ato que finaliza as negociações pelas partes, pois é o momento

em que elas chegam a um acordo e expressam sua concordância sobre determina-

do ato internacional. A assinatura é apenas uma anuência preliminar, não vincula

as partes, pois só ocorre na fase da ratificação.

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Todavia, nos acordos executivos, a assinatura torna-se obrigatória entre as par-

tes e, em regra, elas não podem comprometer o objeto do tratado (depois da as-

sinatura), pois devem agir com boa-fé, conforme a manifestação do seu próprio

consentimento.

Na assinatura não são permitidas alterações de forma unilateral nem proposi-

tura de reservas.

E, por último, a ratificação que é a aceitação definitiva do acordo/tratado. Ama-

ral Junior afirma que a ratificação “surgiu do desejo dos governantes de controlar a

ação dos plenipotenciários quando da assunção de obrigações internacionais”.

No Brasil, a ratificação é ato privativo do presidente da República, discricionário

e depende da autorização parlamentar. Observa-se que se o Congresso não autori-

za, o presidente da República não poderá ratificar. Agora, se o Congresso Nacional

autorizar a ratificar, o presidente pode ou não ratificar, de acordo com o seu critério

de discricionariedade.

O Congresso Nacional poderá aprovar ou rejeitar o tratado somente em seu

todo, não podendo interferir no conteúdo do texto, acrescentando ou excluindo

dispositivos. A autorização é materializada por decreto legislativo, firmado pelo

presidente do Senado.

A entrada em vigor no âmbito internacional ocorre no momento da última noti-

ficação de ratificação. O procedimento é feito na figura do depositário que guarda

os instrumentos de ratificação, informa as partes sobre assinatura do tratado e

impede a circulação desordenada desses documentos.

Com relação ao registro e publicidade, a Carta da ONU determina que todo tra-

tado ratificado pelos seus Estados-membros deverá ser registrado e publicado pelo

secretário-geral da Organização, para que possa ser invocado perante os órgãos

das Nações Unidas.

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Alteração dos tratados: emendas e revisões

Na definição de Portela14, a emenda é “o meio pelo qual o teor dos atos inter-

nacionais é revisto, levando ao acréscimo, à alteração ou à supressão de conteúdo

normativo”. Poderá ser proposta pelos Estados ou organizações internacionais par-

tes no tratado internacional.

Destaca-se que as partes que não aprovarem o tratado emendado seguirão as

regras do tratado original e os Estados que aderirem ao tratado (depois da emen-

da) obedecem a esse último ato. É possível que os tratados estabeleçam cláusulas

gerais de cumprimento obrigatório por todos.

Para alguns doutrinadores, as revisões são correções essenciais ao corpo do

texto, modificações expressivas, envolvendo matéria principal do tratado. Já as

emendas são mudanças pequenas, de menor impacto.

Reservas: formas, validades e efeitos jurídicos

Segundo Yepes15, reserva é “declaração unilateral, qualquer que seja a sua re-

dação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar

um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico

de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado”.

É o modo pelo qual o Estado ratifica o tratado sem se comprometer com todas as

normas estabelecidas. A doutrina classifica reserva em exclusivas e interpretativas.

As reservas exclusivas são aquelas que excluem para os Estados os efeitos de

certas normas e as reservas interpretativas são determinadas as normas de cum-

primento pelos Estados.

As reservas podem ser feitas em qualquer momento no processo de elaboração,

sendo ato unilateral do Estado.


14
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves Portela. Direito Internacional Público e Privado, p. 113.
15
PEREIRA, Bruno Yepes. Direito Internacional Público e Privado, p. 77.

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Extinção e suspensão dos tratados

Os tratados são extintos pelo desaparecimento no ordenamento jurídico, pela

vontade das partes, pela alteração das circunstâncias e pela denúncia. Além disso,

qualquer tratado que viole as normas de jus cogens é nulo e extinto.

A denúncia é o ato pelo qual uma das partes manifesta sua intenção de se retirar do

compromisso internacional, sem que isso acarrete a possibilidade de responsabiliza-

ção internacional. Lembre-se de que o ato da denúncia extingue o tratado bilateral.

Em tratado multilateral, a denúncia implica retirada da parte, sem alterar o ob-

jeto estabelecido e isenta o Estado signatário de produzir efeitos ex nunc. No Brasil,

a denúncia é ato privativo e discricionário do presidente da República, materializa-

do por decreto.

A suspensão ocorre quando o ato internacional deixa de produzir efeitos jurídi-

cos temporariamente, de forma parcial ou total. A suspensão pode ser prevista nos

tratados, requerida pelas partes ou pelo acordo dos signatários. Em síntese, poderá

ocorrer pela vontade das partes, alteração das circunstâncias, violação substancial

e pela impossibilidade de cumprimento.

Além dessas condições, o tratado poderá ser extinto ou suspenso pelo desuso,

rompimento das relações diplomáticas, substituição por outros tratados e pelo de-

curso do tempo.

Incorporação ao Direito Interno

A estrutura jurídica de cada Estado determina as regras para a incorporação dos

tratados. No Brasil, a incorporação depende da aprovação do Congresso Nacional,

por meio do decreto legislativo e após a ratificação pelo presidente da República.

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A única diferença perante os outros Estados é o processo de aprovação, princi-


palmente, dos tratados de direitos humanos, que exige o quórum de 3/5 dos mem-
bros do Congresso Nacional, em dois turnos, conforme estabelece o art. 5º, § 3º,
da Constituição Federal.
Lembre-se de que, após a assinatura do tratado, o presidente da República re-
cebe a exposição de motivos dirigida pelo ministro das Relações Exteriores, poden-
do o presidente da República encaminhar a mensagem ao Congresso Nacional para
apreciação. A mensagem é ato discricionário.
O tratado só terá validade depois da promulgação por decreto e publicação no
Diário Oficial da União. Após incorporado ao ordenamento jurídico, o tratado reves-
te-se de caráter vinculante, podendo ser invocado pelos Estados e por particulares.
Com relação à hierarquia dos tratados, no Brasil, poderá atingir o status de lei
ordinária, emenda constitucional, norma supralegal ou constitucional (para alguns
doutrinares) e ainda ser apreciado por qualquer órgão do Poder Judiciário, cabendo
ao Supremo Tribunal Federal declarar a inconstitucionalidade.
Sendo assim, o processo de internalização do tratado decorre da exposição de
motivos, da mensagem, da análise do tratado no Congresso Nacional, do decreto
legislativo e do decreto de promulgação e publicação.

Hierarquia dos tratados


Nos casos de conflitos entre normas, a doutrina utiliza-se dos critérios hierár-
quico, cronológico e da especialidade. Lembre-se de que a norma é derrogada e
não revogada do ordenamento, sendo que apenas a denúncia é capaz de retirar a
eficácia e exclusão de uma norma.
O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que os tratados
mantêm o status de lei ordinária, todavia, tratados sobre direitos humanos, apro-
vados em cada casa do Congresso Nacional, por 3/5 dos votos, em dois turnos, têm
status de emenda constitucional.

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Os tratados de Direito Tributário têm status de supralegalidade, de acordo com

art. 98 do Código Tributário Nacional (CTN), “os tratados e as convenções interna-

cionais revogam ou modificam a legislação tributária interna e serão observados

pela lei que lhes sobrevenha”.

Tal entendimento também é firmado pela jurisprudência brasileira como resta

demonstrado no RE n. 229.096 “supremacia dos acordos internacionais, em torno

de matéria tributária, sobre a lei”, assim como pelo Superior Tribunal de Justiça.

Principais artigos

Convenção de Viena: art. 16, “b” e art. 24, § 3º; arts. 12 a 14; art. 24, § 1º;

art. 16; art. 7º, § 2º; art. 31, § 2º; art. 18; art. 51; art. 1º, “d” e arts. 19 a 21;

art. 2º, § 1º, “a”; arts. 34 a 38; art. 56, § 2º; arts. 31 e 33; arts. 63 a 74; art. 15;

arts. 3º e 5º; arts. 21 a 39.

Constituição Federal: art. 5º, § 3º; art. 84, incisos VI, VII, VIII; art. 49, inciso

I; art. 47; art. 105, inciso III, “a”; art. 5º, § 2º; art. 102, inciso III, “b”; art. 60, §

4º; art. 109, inciso II; art. 114, inciso I; art. 4º, parágrafo único; art. 4º, incisos VI

e VII; art. 52, inciso IV. art. 12, § 3º; art. 84, incisos XIX e XX; art. 49, inciso II.

Resumindo:

• O tratado é um acordo de vontades celebrado entre entes de Direito Público

Externo, nunca particulares;

• A existência do tratado é prevista no costume internacional e na Convenção

de Viena, e não no Código Civil Pátrio;

• Outros entes de Direito Público externo podem celebrar tratados, como os

organismos internacionais;

• Prevalece a lei interna, mais recente, com indenização aos prejudicados, se-

gundo o critério cronológico;

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• A lei não é revogada, mas sim derrogada;

• O descumprimento do tratado enseja a responsabilização internacional do Estado;

• Os tratados não necessitam nem de aprovação nem de registro da ONU para

entrarem em vigor;

• A coação é uma das causas de invalidade dos atos internacionais;

• Um tratado entra em vigor na forma e na data previstas no tratado ou acorda-

das pelos Estados negociadores, e nos tratados multilaterais, a prática é que

o ato entre em vigor a partir de um mínimo de ratificações;

• O Brasil já ratificou a Convenção de Viena de 1969;

• A assinatura presidencial não dispensa a ratificação;

• Gentlemen`s agreement: significa acordo de cavalheiros. Não é um tratado. Funda-

-se na honra e é condicionado, no tempo, à permanência de seus atores no poder;

• O Congresso Nacional aprova os tratados por meio de decreto, mas apenas

para fins de ratificação;

• O tratado só poderá gerar efeitos internos no Brasil a partir de um ato do pre-

sidente da República, pelo qual este promulga o tratado, por meio de decreto;

• A ratificação é ato discricionário do Estado e, portanto, não é obrigatória;

• A incorporação do tratado, no Brasil, é posterior à ratificação;

• Os tratados não registrados não podem ser invocados perante os órgãos das

Nações Unidas;

• Cabe ao Secretariado publicar os tratados;

• O tratado que não foi ratificado tecnicamente não existe;

• Não existe a obrigação dos tratados serem registrados e publicados em todas

as línguas oficiais;

• A assinatura não confere caráter vinculante;

• Todos os tratados estão sujeitos à mesma disciplina de incorporação;

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• Promulgação e competência do presidente da República;

• Competência exclusiva do Congresso Nacional resolver tratados, acordos ou

atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos;

• O STF declara a inconstitucionalidade

Elementos dos tratados:

16

Tipos de tratados:

17

Condições de validade dos tratados:

18

16
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.
17
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18
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Entrada em vigor do tratado no Brasil:

19

Vigência dos tratados:

20

Extinção dos tratados:

21

19
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.
20
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21
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Processo de internalização do tratado:

22

Processo de elaboração dos tratados:

23

22
Quadro sinóptico do PORTELA. Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, Editora
Juspodivm, 7ª edição, 2015.
23
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Juspodivm, 7 edição, 2015.

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Introdução ao Direito Internacional Público
Prof.ª Daniela Menezes

4. Considerações Finais

Chegamos ao final da nossa aula.

Vimos:

• Teoria geral do Direito Internacional Público;

• Fontes do Direito Internacional;

• Tratados.

No próximo encontro, vamos nos dedicar à análise de temas relevantíssimos

como sujeitos do Direito Internacional, convenções, Decreto n. 5.017/2004 e orga-

nizações internacionais.

Aguardo você em nossa próxima aula!

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (DIPLOMATA/CESPE/2017) A respeito das fontes do Direito Internacional públi-

co, julgue (C ou E) o item a seguir.

O Estatuto da Corte Internacional de Justiça reconhece os princípios gerais de

direito como fontes auxiliares do Direito Internacional.

2. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2013) É fonte de Direito Internacional

reconhecida a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações.

3. (ANALISTA ADMINISTRATIVO DA ANAC/CESPE/2012) No que concerne ao Di-

reito Internacional público, julgue os itens a seguir. Conforme o Estatuto da Corte

Internacional de Justiça, os princípios gerais do Direito Internacional são fonte do

Direito Internacional público.

4. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2015) Julgue o item a seguir, relativo às fontes

do Direito Internacional.

Diferentemente dos tratados, os costumes internacionais reconhecidos pelo Es-

tado brasileiro dispensam, para serem aplicados no país, qualquer mecanismo

ou rito de internalização ao sistema jurídico pátrio.

5. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2009) O elemento objetivo que caracteriza o

costume internacional é a prática reiterada, não havendo necessidade de que o

respeito a ela seja uma prática necessária (opinio juris necessitatis).

6. (DIPLOMATA/CESPE/2017) A respeito das fontes do Direito Internacional públi-

co, julgue (C ou E) o item a seguir.

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Em 2016, entrou em vigor a convenção das Nações Unidas sobre atos unilaterais

dos Estados, fruto de projeto elaborado pela Comissão de Direito Internacional.

7. (Diplomata/CESPE/2017) A respeito das fontes do Direito Internacional público,

julgue (C ou E) o item a seguir.

Não há vedação, conforme a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de

1969, para que dois ou mais Estados sejam depositários de um mesmo tratado.

8. (PROCURADOR FEDERAL/CESPE/2010) O princípio do objetor persistente refe-

re-se à não vinculação de um Estado para com determinado costume internacional.

9. (DIPLOMATA/CESPE/2010) O costume, fonte do Direito Internacional público,

extingue-se pelo desuso, pela adoção de um novo costume ou por sua substituição

por tratado internacional.

10. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) A Declara-

ção Universal dos Direitos do Homem, elaborada pela Organização das Nações

Unidas (ONU), é classificada como fonte codificada do Direito Internacional e, por-

tanto, está prevista no Estatuto da Corte Internacional de Justiça como ato de or-

ganização internacional.

11. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) A prática rei-

terada e uniforme adotada com convicção jurídica, denominada direito costumeiro,

possui no Direito Internacional hierarquia inferior às normas de direito escrito. Logo,

no direito das gentes, tratados não podem ser revogados por direito consuetudinário.

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12. (PROCURADOR FEDERAL/CESPE/2010) Costumes podem revogar tratados e

tratados podem revogar costumes.

13. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) Os trata-

dos são as fontes por excelência do Direito Internacional público e impõem-se hie-

rarquicamente sobre todas as demais formas escritas e não escritas de expressão

do Direito Internacional.

14. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) Na teoria

das fontes, a doutrina tem mais peso em Direito Internacional que em Direito In-

terno, tendo em vista o maior conteúdo político das normas de direito das gentes.

Nesse sentido, a doutrina atua como elaboradora do significado e do alcance de

regras imprecisas, comuns no Direito Internacional.

15. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) O princípio

da equidade, referido no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, constitui fonte

incondicionada de Direito Internacional público.

16. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) Segundo o entendi-

mento do STF, respaldado na teoria da supralegalidade, a ratificação do Pacto de

São José da Costa Rica revogou o inciso LXVII do art. 5.º da CF, que prevê a prisão

do depositário infiel.

17. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) O sistema constitu-

cional brasileiro adotou, para efeito da executoriedade doméstica de um tratado

internacional, a teoria dualista extremada, pois exige a edição de lei formal distinta

para tal executoriedade.

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18. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) O Pacto de São José

da Costa Rica influenciou diretamente a edição da súmula vinculante proferida pelo

STF, a qual veda a prisão do depositário infiel.

19. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) A Convenção de Pa-

lermo tem como objetivo a cooperação para a prevenção e o combate do crime de

feminicídio no âmbito das nações participantes.

20. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) Elaborada pelas Na-

ções Unidas, a Convenção de Mérida, que trata da cooperação internacional contra

a corrupção, ainda não foi ratificada pelo Brasil.

21. (DIPLOMATA/CESPE/2016) Embora a Constituição Federal seja silente sobre o as-

sunto, resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas no Brasil incorporam-

-se ao Direito Interno mediante decreto, com prévia anuência do Congresso Nacional.

22. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2015) Os tratados incorporados ao sistema ju-

rídico brasileiro, dependendo da matéria a que se refiram e do rito observado no

Congresso Nacional para a sua aprovação, podem ocupar três diferentes níveis

hierárquicos: hierarquia equivalente à das leis ordinárias federais; hierarquia su-

pralegal; ou hierarquia equivalente à das emendas constitucionais.

23. (DIPLOMATA/CESPE/2016) A respeito das disposições da Convenção de Viena

sobre o Direito dos Tratados, de 1969, julgue (C ou E) o item seguinte.

A menos que o tratado ou os Estados contratantes disponham de forma diversa,

é função do depositário examinar se a assinatura de instrumento está em boa

forma e, se necessário, chamar a atenção do Estado em causa sobre a questão.

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24. (DIPLOMATA/CESPE/2016) A respeito das disposições da Convenção de Viena

sobre o Direito dos Tratados, de 1969, julgue (C ou E) o item seguinte.

A definição de Estado contratante abrange apenas os Estados que consentiram em

se obrigar pelo tratado quando este tenha entrado em vigor.

25. (DIPLOMATA/CESPE/2015) Extingue-se um tratado por ab-rogação sempre

que a vontade de terminá-lo for comum às partes coobrigadas.

26. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF/ 5 REGIÃO/CESPE/2015) Como regra, um Es-

tado não pode invocar as disposições de seu Direito Interno para justificar o inadim-

plemento de um tratado, salvo na hipótese de violação manifesta a norma de Direito

Interno de importância fundamental sobre competência para concluir tratados.

27. (DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/CESPE/2015) De acordo com a jurispru-

dência do STF, os tratados de direitos humanos e os tratados sobre direito ambien-

tal possuem estatura supralegal.

28. (DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/CESPE/2015) Segundo a Convenção de

Viena sobre Direitos dos Tratados, o Estado é obrigado a abster-se de atos que

frustrem o objeto e finalidade do tratado, quando houver trocado instrumentos

constitutivos do tratado, sob reserva de aceitação.

29. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) A Consti-

tuição estipula que equivalem às emendas constitucionais todos os tratados in-

ternacionais que forem aprovados em cada casa do Congresso Nacional em dois

turnos e por três quintos dos votos dos respectivos membros.

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30. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) Em regra,

os tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional possuem o estatuto

de lei complementar.

31. (JUIZ FEDERAL/TRF/1 REGIÃO/CESPE/2013) É exclusividade do Congresso Na-

cional a resolução definitiva de questões controvertidas que tratem de tratados inter-

nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

32. (AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/CESPE/2013) A Convenção de Viena

sobre Direitos dos Tratados.

Reconhece a mudança fundamental de circunstâncias como causa de extinção

de tratados.

33. (JUIZ FEDERAL/TRF/1 REGIÃO/CESPE/2013) Acerca do direito dos tratados

internacionais, como regido pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados

de 1969, assinale a opção correta.

A necessidade de forma escrita está expressa na definição de tratado presente na

Convenção de Viena.

34. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 REGIÃO/CESPE/2011) No texto da Convenção de Viena

de 1969, tratado internacional é definido como

a) acordo de vontades entre particulares de diferentes nacionalidades.

b) negócio jurídico lícito, tal como previsto no Código Civil brasileiro.

c) acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo

Direito Internacional.

d) sentença prolatada por tribunal internacional.

e) ato unilateral de imposição de uma norma de um país a outro.

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35. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 REGIÃO/CESPE/2011) A ratificação de tratado pelo pre-

sidente da República é ato discricionário.

36. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 REGIÃO/CESPE/2013) Diferentemente dos tratados-lei,

tratados-contrato não necessitam de aprovação do Congresso Nacional para passar

a integrar o ordenamento jurídico nacional.

37. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 Região/CESPE/2013) É proibido ao Congresso Nacional

aprovar os tratados com ressalvas.

38. (ANALISTA ADMINISTRATIVO DA ANAC/CESPE/2012) De acordo com a Consti-

tuição Federal de 1988, os tratados internacionais sobre direitos humanos, aprova-

dos em dois turnos e por três quintos dos votos dos respectivos membros de cada

casa do Congresso Nacional, equivalem-se às leis ordinárias.

39. (ANALISTA ADMINISTRATIVO DA ANAC/CESPE/2012) Segundo a Convenção

de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969, a denúncia de um tratado internacio-

nal que não contenha disposição relativa à sua extinção pode ser exercida por um

Estado quando esse direito puder ser deduzido da natureza do tratado.

40. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2012) Na Convenção de Viena sobre Direito

dos Tratados, o dispositivo que versa sobre a aplicação provisória de tratados foi

objeto de reserva por parte do Estado brasileiro.

41. (JUIZ FEDERAL/TRF/1 REGIÃO/CESPE/2011) No Brasil, os tratados entram em

vigor após a promulgação dos decretos legislativos mediante os quais o Congresso

Nacional se manifesta favoravelmente à sua aprovação.

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42. (DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/CESPE/2007) A eficácia interna do tratado in-

ternacional depende do decreto de execução do presidente da República.

43. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2009) Os tratados internacionais constituem im-

portante fonte escrita do Direito Internacional, a qual vale para toda a comunidade

internacional, tenha havido ou não a participação de todos os países nesses tratados.

44. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM/2010) No âmbito do Direito Internacional, a sobe-

rania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de

a) um Estado impor-se sobre outro.

b) a Organização da Nações Unidas dominar a legislação dos Estados participantes.

c) celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal

Penal Permanente.

d) igualdade entre os países, independentemente de sua dimensão ou importância

econômica mundial.

45. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2008) Em razão de sua natureza descentraliza-

da, o Direito Internacional público desenvolveu-se no sentido de admitir fontes de

direito diferentes daquelas admitidas no Direito Interno. Que fonte, entre as lista-

das a seguir, não pode ser considerada fonte de Direito Internacional?

a) Tratado.

b) Decisões de tribunais constitucionais dos estados.

c) Costume.

d) Princípios gerais de direito.

46. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2009) Comparando-se as instituições do Direito In-

ternacional público com as típicas do Direito Interno de determinado país, percebe-se

que, no Direito Internacional,

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a) há uma norma suprema como no Direito Interno.

b) há órgão central legislativo para todo o planeta.

c) há cortes judiciais com jurisdição transnacional.

d) há um governo central, que possui soberania sobre todas as nações.

47. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) Na relação entre o direito nacional e in-

ternacional, a teoria que entende que são sistemas independentes e distintos é a:

a) dualista;

b) independentista;

c) unidade normativa;

d) monista.

48. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2010) Os tratados internacionais sobre direitos

humanos firmados pela República Federativa do Brasil serão equivalentes às emen-

das constitucionais, se forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,

a) em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

b) em dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

c) em único turno, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

d) em único turno, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

49. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2010) Com relação aos tratados internacionais,

assinale a opção correta à luz da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados,

de 1969.

a) Reserva constitui uma declaração bilateral feita pelos Estados ao assinarem um tratado.

b) Apenas o chefe de Estado pode celebrar tratado internacional.

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c) Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispen-

sável à aplicação de um tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo

tratado, não afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.

d) Uma parte não pode invocar as disposições de seu Direito Interno para justificar

o inadimplemento de um tratado

50. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2009) Tratados são, por excelência, normas de

Direito Internacional público. No modelo jurídico brasileiro, como nas demais de-

mocracias modernas, tratados passam a integrar o Direito Interno estatal, após a

verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, assinale a opção

correta, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro.

a) Uma vez ratificados pelo Congresso Nacional, os tratados passam, de imediato,

a compor o direito brasileiro.

b) Aprovados por decreto legislativo no Congresso Nacional, os tratados podem ser

promulgados pelo presidente da República.

c) Uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem com-

promissos gravosos à União, são automaticamente incorporados visto que são

aprovados por parlamento comunitário.

d) Após firmados, os tratados passam a gerar obrigações imediatas, não podendo

os Estados se eximir de suas responsabilidades por razões de Direito Interno.

51. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2007) Com relação a tratados, acordos e con-

venções no âmbito do Direito Internacional, assinale a opção correta.

a) Tratado é todo acordo internacional concluído apenas entre Estados e regulado

pelo Direito Internacional.

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b) A extinção de um tratado por ab-rogação ocorre sempre que a intenção termi-

nativa emana de uma das partes por ele obrigadas.

c) A Convenção de Viena de 1969 destina-se a regular toda a legislação relaciona-

da com as organizações internacionais.

d) O Brasil submete-se à jurisdição de tribunal penal internacional a cuja criação

tenha manifestado adesão.

52. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) A competência para resolver definitiva-

mente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou

compromissos gravosos ao patrimônio nacional é do:

a) Congresso Nacional;

b) Ministro das Relações Exteriores;

c) Presidente da República;

d) Supremo Tribunal Federal.

53. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) Indique a assertiva CORRETA:

a) os tratados internacionais, segundo o entendimento jurisprudencial brasileiro,

possuem status de Emenda Constitucional;

b) a Constituição admite a submissão de nacionais à jurisdição de Tribunal Penal

Internacional a cuja criação o país tenha manifestado adesão;

c) em hipótese alguma será concedida a extradição de brasileiro;

d) a competência para celebrar tratados, convenções e atos internacionais é exclu-

siva do Presidente da República e estão sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

54. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) A declaração unilateral do Estado vi-

sando excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições de um tratado

internacional é denominada:

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a) denúncia;

b) exceção de executividade;

c) reserva;

d) renúncia.

55. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) Com relação à chamada “norma impera-

tiva de Direito Internacional geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma

a) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatá-

rios, segundo o Direito Interno de cada um.

b) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados,

da qual nenhuma derrogação é permitida.

c) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Esta-

dos membros, salvo os que apresentarem reserva expressa.

d) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de

Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.

56. De acordo com o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Jus­tiça, são

fontes do Direito Internacional as convenções internacionais,

a) o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar.

b) o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as

resoluções das orga­nizações internacionais

c) o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organi-

zações internacionais, decisões judiciárias e a doutrina.

d) o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e

a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex

aequo et bano, se as partes concordarem.

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57. (ADVOGADO DA UNIÃO/2006) Julgue as alternativas.

Embora possua relevantes qualidades de flexibilidade e uma grande proximidade com

os fenômenos e fatos que regula, o costume internacional apresenta grandes difi-

culdades quanto à sua prova, o que lhe diminui o valor na hierarquia das fontes do

Direito Internacional, mantendo, com isso, a suprema­cia dos tratados e convenções.

58. Para que um comportamento comissivo ou omissivo seja considerado como um

costume internacio­nal, é necessária a presença de um elemento material, qual seja:

uma prática reiterada de comporta­mentos que, de início, pode ser um simples uso.

59. Para se constatar a existência de um costume, é necessário verificar a presen-

ça de um elemento subjetivo, qual seja: a certeza de que tais comportamentos são

obrigatórios por expressarem valores exigíveis e essenciais.

60. Acerca das fontes do Direito Internacional público (DIP), julgue os seguintes itens:

A parte que invoca um costume tem de demonstrar que ele está de acordo com a

prática constante e uniforme seguida pelos Estados em questão.

61. Os precedentes judiciais são vinculativos tão-somente para as partes em um

litígio e em relação ao caso concreto, não tendo, assim, obrigatoriedade em DIP.

62. Constituem funções da doutrina o fornecimento da prova do conteúdo do direi-

to e a influência no seu desenvolvimento.

63. O Estatuto da Corte Internacional de Justiça, ao indicar as fontes do DIP que um

tribunal irá aplicar para resolver um caso concreto, concede posição mais elevada

para as normas convencionais, que devem prevalecer sempre sobre todas as outras.

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64. Ainda hoje, o rol das fontes indicado no Estatuto da Corte Internacional de

Justiça é taxativo.

65. (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2007/ADAPTADA) Os costumes internacionais

e os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas não são con-

siderados como fontes extraconvencio­nais de expressão do Direito Internacional.

66. (TRF/2ª REGIÃO/JUIZ/2011) Assinale a opção correta, com relação às fontes

do Direito Internacional nos termos previstos no Estatuto da Corte da Haia:

a) O costume de determinada nação pode ser usado na resolução de conflitos

internacionais.

b) Os tratados internacionais podem ser aplicados por essa Corte na resolução de

conflitos, independentemente de serem reconhecidos pelas nações em litígio

c) A doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações é meio principal

de resolução de con­flitos entre países.

d) A Corte da Haia pode decidir um litígio ex aequo et bano.

e) As convenções internacionais especiais não podem ser usadas para decidir con-

flitos internacionais.

67. (MPF-27º/2013) As normas de Direito Internacional peremptório (jus cogens):

a) podem ser derrogadas por tratado.

b) só podem ser derrogadas por costume internacional.

c) pressupõem uma ordem pública internacional não disponível para os Estados

individualmente.

d) Jus Cogens é inderrogável pelas partes. Proibida derrogação. Só pode ser alte-

rada por norma da mesma natureza.

e) não guardam qualquer relação com o conceito de obrigações erga omnes.

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GABARITO

1. E 25. C 49. d

2. C 26. C 50. b

3. E 27. E 51. d

4. C 28. C 52. a

5. E 29. E 53. b

6. E 30. E 54. c

7. C 31. C 55. b

8. C 32. C 56. d

9. C 33. C 57. E

10. E 34. c 58. C

11. E 35. C 59. C

12. C 36. E 60. E

13. E 37. E 61. C

14. C 38. E 62. C

15. E 39. C 63. E

16. E 40. C 64. E

17. E 41. E 65. E

18. C 42. C 66. d

19. E 43. E 67. c

20. E 44. d

21. E 45. b

22. C 46. c

23. C 47. a

24. E 48. a

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (DIPLOMATA/CESPE/2017) A respeito das fontes do Direito Internacional públi-

co, julgue (C ou E) o item a seguir.

O Estatuto da Corte Internacional de Justiça reconhece os princípios gerais de

direito como fontes auxiliares do Direito Internacional.

Errado.

Os princípios gerais de Direito, ao lado dos tratados e costumes, são considerados

fontes primárias e não meramente auxiliares do Direito Internacional Público.

2. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2013) É fonte de Direito Internacional

reconhecida a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações.

Certo.

Atenção ao art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, pois a banca Cespe

costuma retirar algumas questões desse texto. A doutrina e a jurisprudência são

consideradas fontes auxiliares ou acessórias do Direito Internacional Público.

Artigo 38. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o Direito Internacional as con-


trovérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos
publicistas mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determi-
nação das regras de direito.

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3. (ANALISTA ADMINISTRATIVO DA ANAC/CESPE/2012) No que concerne ao Di-


reito Internacional público, julgue os itens a seguir. Conforme o Estatuto da Corte
Internacional de Justiça, os princípios gerais do Direito Internacional são fonte do
Direito Internacional público.

Errado.
O art. 38 do Estado da Corte Internacional de Justiça fala em princípios gerais DE
Direito e não DO Direito.

4. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2015) Julgue o item a seguir, relativo às fontes


do Direito Internacional.
Diferentemente dos tratados, os costumes internacionais reconhecidos pelo Es-
tado brasileiro dispensam, para serem aplicados no país, qualquer mecanismo
ou rito de internalização ao sistema jurídico pátrio.

Certo.
A norma costumeira internacional, é definida pelo art. 38, § 1º, b, do Estatuto da
Corte Internacional de Justiça, como “uma prática geral aceita como sendo o direi-
to”, formada, na lição de Paulo Henrique Gonçalves Portela, pela união de dois ele-
mentos essenciais. O primeiro deles possui caráter material ou objetivo (consue-
tudo; usum) tratando-se da prática generalizada, reiterada, uniforme e constante
de um ato na esfera das relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos
externos, ao passo que o segundo elemento goza de natureza psicológica ou subje-
tiva (opinio juris sive necessitatis; vel necessitatis) correspondendo à convicção de
que essa prática é juridicamente obrigatória. Nesse sentido, a prática costumeira
é anterior ao processo legislativo, tratando-se de fonte do Direito Internacional de

aceitação tácita que dispensa a formalização por lei para ser aplicada.

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5. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2009) O elemento objetivo que caracteriza o

costume internacional é a prática reiterada, não havendo necessidade de que o

respeito a ela seja uma prática necessária (opinio juris necessitatis).

Errado.

Não há que se falar em costume se ausente o elemento subjetivo ou psicológico do

mesmo, ou seja, o costume somente estará plenamente caracterizado quando os

seus destinatários o tiverem como prática necessária, indispensável e obrigatória.

6. (DIPLOMATA/CESPE/2017) A respeito das fontes do Direito Internacional públi-

co, julgue (C ou E) o item a seguir.

Em 2016, entrou em vigor a convenção das Nações Unidas sobre atos unilaterais

dos Estados, fruto de projeto elaborado pela Comissão de Direito Internacional.

Errado!

A banca quis fazer uma pegadinha com o aluno. Em 2016, não ocorreu a edição

de qualquer convenção das Nações Unidas sobre atos unilaterais dos Estados. Em

verdade, não obstante a relevância do tema, os atos unilaterais só foram inseridos

na pauta de estudos da Comissão de Direito Internacional da ONU em meados da

década de 90, não havendo, até o momento, qualquer convenção sobre a questão.

7. (Diplomata/CESPE/2017) A respeito das fontes do Direito Internacional público,

julgue (C ou E) o item a seguir.

Não há vedação, conforme a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de

1969, para que dois ou mais Estados sejam depositários de um mesmo tratado.

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Certo.

É o que dispõe o art. 76, item 1 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados

(Decreto n. 7.030 de 14 de dezembro de 2009)

Artigo 76
Depositários de Tratados
A designação do depositário de um tratado pode ser feita pelos Estados negociadores no
próprio tratado ou de alguma outra forma. O depositário pode ser um ou mais Estados,
uma organização internacional ou o principal funcionário administrativo dessa organização.

8. (PROCURADOR FEDERAL/CESPE/2010) O princípio do objetor persistente refe-

re-se à não vinculação de um Estado para com determinado costume internacional.

Certo.

O referido princípio apregoa a possibilidade de um Estado esquivar-se ao cumpri-

mento de determinado costume internacional desde que, já no momento inicial de

formação do costume, tenha persistentemente negado adesão ao seu conteúdo.

9. (DIPLOMATA/CESPE/2010) O costume, fonte do Direito Internacional público,

extingue-se pelo desuso, pela adoção de um novo costume ou por sua substituição

por tratado internacional.

Certo.

A questão está corretíssima!

10. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) A Declaração

Universal dos Direitos do Homem, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU),

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é classificada como fonte codificada do Direito Internacional e, portanto, está prevista no

Estatuto da Corte Internacional de Justiça como ato de organização internacional.

Errado.

A Declaração Universal de Direitos do Homem e do Cidadão goza de natureza jurí-

dica de ato de organização internacional sendo, portanto, classificado como fonte

não codificada (extraconvencional) de Direito Internacional Público.

11. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) A prática rei-

terada e uniforme adotada com convicção jurídica, denominada direito costumeiro,

possui no Direito Internacional hierarquia inferior às normas de direito escrito. Logo,

no direito das gentes, tratados não podem ser revogados por direito consuetudinário.

Errado.

Não há hierarquia entre as fontes do Direito Internacional Público, logo, costumes po-

dem revogar tratados e tratados podem revogar costumes. Havendo conflitos, os cri-

térios cronológico e da especialidade ganham destaque em face do critério hierárquico.

12. (PROCURADOR FEDERAL/CESPE/2010) Costumes podem revogar tratados e

tratados podem revogar costumes.

Certo.

Uma vez que não existe hierarquia entre as fontes do Direito Internacional Público,

é plenamente possível que costumem revoguem tratados e vice-versa.

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13. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) Os trata-

dos são as fontes por excelência do Direito Internacional público e impõem-se hie-

rarquicamente sobre todas as demais formas escritas e não escritas de expressão

do Direito Internacional.

Errado.

Não há hierarquia entre as fontes do Direito Internacional Público.

14. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) Na teoria

das fontes, a doutrina tem mais peso em Direito Internacional que em Direito In-

terno, tendo em vista o maior conteúdo político das normas de direito das gentes.

Nesse sentido, a doutrina atua como elaboradora do significado e do alcance de

regras imprecisas, comuns no Direito Internacional.

Certo.

As regras de Direito Internacional tendem a ser mais imprecisas, ressaltando o as-

pecto político que as circunda. Sendo assim, a doutrina adquire maior importância

no processo de fixação dos conceitos das normas internacionais.

15. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) O princípio

da equidade, referido no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, constitui fonte

incondicionada de Direito Internacional público.

Errado.

A equidade é fonte condicionada, eis que depende de anuência (concordância) ex-

pressa das partes.

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16. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) Segundo o entendi-

mento do STF, respaldado na teoria da supralegalidade, a ratificação do Pacto de

São José da Costa Rica revogou o inciso LXVII do art. 5.º da CF, que prevê a prisão

do depositário infiel.

Errado.

Compreende-se que o Pacto de São José da Costa Rica goza de supralegalidade, o

que implica afirmar que está acima da legislação infraconstitucional, mas abaixo da

constitucional, sendo assim, não tem o condão de revogar qualquer inciso da Carta

Magna de 1988.

17. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) O sistema constitu-

cional brasileiro adotou, para efeito da executoriedade doméstica de um tratado

internacional, a teoria dualista extremada, pois exige a edição de lei formal distinta

para tal executoriedade.

Errado.

Na lição de Paulo Henrique Gonçalves Portela, o Brasil adotou a teoria do dualismo

moderado, assim, a executoriedade doméstica de um tratado internacional dispensa a

edição de lei formal, dependendo de procedimento complexo que envolve a aprovação

do Congresso Nacional e posterior promulgação por meio de decreto presidencial.

18. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) O Pacto de São José

da Costa Rica influenciou diretamente a edição da súmula vinculante proferida pelo

STF, a qual veda a prisão do depositário infiel.

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Certo.

O art. 7º, item 7 do Pacto de São José da Costa Rica veda, com exceção da prisão

por inadimplemento de obrigação alimentar, a prisão civil por dívida. A previsão ga-

nhou especial relevância no que tange à prisão do depositário infiel, vindo o STF a

editar a Súmula Vinculante n. 25 que enuncia ser ilícita a prisão civil de depositário

infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.

19. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) A Convenção de Pa-

lermo tem como objetivo a cooperação para a prevenção e o combate do crime de

feminicídio no âmbito das nações participantes.

Errado.

A Convenção de Palermo visa combater o crime organizado.

20. (DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/GO/CESPE/2017) Elaborada pelas Na-

ções Unidas, a Convenção de Mérida, que trata da cooperação internacional contra

a corrupção, ainda não foi ratificada pelo Brasil.

Errado.

A Convenção de Mérida realmente dispõe sobre o combate à corrupção, todavia, já foi

devidamente ratificada no Brasil por meio do Decreto n. 5.687, de 31 de janeiro de 2006.

21. (DIPLOMATA/CESPE/2016) Embora a Constituição Federal seja silente sobre o as-

sunto, resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas no Brasil incorporam-

-se ao Direito Interno mediante decreto, com prévia anuência do Congresso Nacional.

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Errado.

Não se tratando de tema imune às críticas de alguns doutrinadores, vem prevale-

cendo que as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas devem ser

incorporadas ao Direito Pátrio por meio de mero decreto presidencial, editado com

base no art. 84, IV, da CF/1988, dispensada a participação do Congresso Nacional.

Exceção: para a participação do Brasil em operações de paz, enviando tropas, tor-

na-se obrigatória a aprovação do Congresso Nacional por meio de decreto-legisla-

tivo nos termos da Lei n. 2.953/1956.

22. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2015) Os tratados incorporados ao sistema ju-

rídico brasileiro, dependendo da matéria a que se refiram e do rito observado no

Congresso Nacional para a sua aprovação, podem ocupar três diferentes níveis

hierárquicos: hierarquia equivalente à das leis ordinárias federais; hierarquia su-

pralegal; ou hierarquia equivalente à das emendas constitucionais.

Certo.

Tratados, em geral, serão incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro com sta-

tus infraconstitucional de lei ordinária. Por sua vez, tratados internacionais que ver-

sarem sobre direitos humanos poderão adquirir status constitucional ou supralegal

a depender da observância ou não do disposto no art. 5º, § 3º, CF/1988.

23. (DIPLOMATA/CESPE/2016) A respeito das disposições da Convenção de Viena

sobre o Direito dos Tratados, de 1969, julgue (C ou E) o item seguinte.

A menos que o tratado ou os Estados contratantes disponham de forma diversa,

é função do depositário examinar se a assinatura de instrumento está em boa

forma e, se necessário, chamar a atenção do Estado em causa sobre a questão.

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Certo.

É o que está previsto no art. 77 da mencionada Convenção. Assim:

Artigo 77
1. As funções do depositário, a não ser que o tratado disponha ou os Estados contratan-
tes acordem de outra forma, compreendem particularmente:
examinar se a assinatura ou qualquer instrumento, notificação ou comunicação relativa
ao tratado, está em boa e devida forma e, se necessário, chamar a atenção do Estado
em causa sobre a questão;

24. (DIPLOMATA/CESPE/2016) A respeito das disposições da Convenção de Viena

sobre o Direito dos Tratados, de 1969, julgue (C ou E) o item seguinte.

A definição de Estado contratante abrange apenas os Estados que consentiram em

se obrigar pelo tratado quando este tenha entrado em vigor.

Errado.

Mais uma vez o Cespe exigindo lei seca. Nos termos do art. 2º, item 1, f, Estado

contratante é aquele que consentiu em se obrigar pelo tratado, tenha ou não o tra-

tado entrado em vigor.

25. (DIPLOMATA/CESPE/2015) Extingue-se um tratado por ab-rogação sempre

que a vontade de terminá-lo for comum às partes coobrigadas.

Certo.

Esse é exatamente o conceito de ab-rogação como forma de extinção dos tratados.

26. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF/ 5 REGIÃO/CESPE/2015) Como regra, um Es-

tado não pode invocar as disposições de seu Direito Interno para justificar o inadim-

plemento de um tratado, salvo na hipótese de violação manifesta a norma de Direito

Interno de importância fundamental sobre competência para concluir tratados.

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Certo.
É justamente o que se extrai do art. 27 c/ art. 46, I, da Convenção de Viena sobre
o Direito dos Tratados.

27. (DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/CESPE/2015) De acordo com a jurispru-


dência do STF, os tratados de direitos humanos e os tratados sobre direito ambien-
tal possuem estatura supralegal.

Errado.
A jurisprudência do STF vem compreendendo que os tratados internacionais que
versarem sobre direitos humanos serão incorporados como normas supralegais ou
como verdadeiras normas constitucionais. No último caso, deverão ter respeitado o
quórum das emendas constitucionais nos termos do art. 5º, § 3º, CF/1988. No que
tange à estatura da supralegalidade, esta não se aplica aos tratados internacionais
que versarem unicamente sobre Direito Ambiental.

28. (DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/CESPE/2015) Segundo a Convenção de


Viena sobre Direitos dos Tratados, o Estado é obrigado a abster-se de atos que
frustrem o objeto e finalidade do tratado, quando houver trocado instrumentos
constitutivos do tratado, sob reserva de aceitação.

Certo.
Assim determina o art. 18 da convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados
que um Estado é obrigado a abster-se da prática de atos que frustrariam o objeto
e a finalidade de um tratado, quando tiver assinado ou trocado instrumentos cons-
titutivos do tratado, sob reserva de ratificação, aceitação ou aprovação, enquanto

não tiver manifestado sua intenção de não se tornar parte no tratado.

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29. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) A Consti-

tuição estipula que equivalem às emendas constitucionais todos os tratados in-

ternacionais que forem aprovados em cada casa do Congresso Nacional em dois

turnos e por três quintos dos votos dos respectivos membros.

Errado.

O art. 5º, § 3º, CF/1988, cita apenas tratados internacionais que versem sobre di-

retos humanos e não todo e qualquer tratado internacional.

30. (ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CESPE/2014) Em regra,

os tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional possuem o estatuto

de lei complementar.

Errado.

Em regra, terão natureza de lei ordinária.

31. (JUIZ FEDERAL/TRF/1 REGIÃO/CESPE/2013) É exclusividade do Congresso

Nacional a resolução definitiva de questões controvertidas que tratem de tratados

internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio

nacional.

Certo.

É o que dispões a literalidade do art. 49, inciso I, CF/1988:

É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarre-
tem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

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32. (AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/CESPE/2013) A Convenção de Viena

sobre Direitos dos Tratados.

Reconhece a mudança fundamental de circunstâncias como causa de extinção

de tratados.

Certo.

O art. 62 da Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados reconhece, desde

que atendidos determinados requisitos, a mudança fundamental de circunstancias

como causa de extinção de tratados.

33. (JUIZ FEDERAL/TRF/1 REGIÃO/CESPE/2013) Acerca do direito dos tratados

internacionais, como regido pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados

de 1969, assinale a opção correta.

A necessidade de forma escrita está expressa na definição de tratado presente na

Convenção de Viena.

Certo.

Os tratados, conforme o art. 2º, 1, da Convenção de Viena sobre Direitos dos Tra-

tados, são acordos internacionais concluídos por escrito entre Estados.

34. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 REGIÃO/CESPE/2011) No texto da Convenção de Viena

de 1969, tratado internacional é definido como

a) acordo de vontades entre particulares de diferentes nacionalidades.

b) negócio jurídico lícito, tal como previsto no Código Civil brasileiro.

c) acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional.

d) sentença prolatada por tribunal internacional.

e) ato unilateral de imposição de uma norma de um país a outro.

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Letra c.

Em concordância com o art. 2º, 1, da Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados.

35. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 REGIÃO/CESPE/2011) A ratificação de tratado pelo pre-

sidente da República é ato discricionário.

Certo.

No Brasil, o presidente da República possui discricionariedade para ratificar o trata-

do internacional já aprovado pelo Congresso Nacional.

36. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 REGIÃO/CESPE/2013) Diferentemente dos tratados-lei,

tratados-contrato não necessitam de aprovação do Congresso Nacional para passar a

integrar o ordenamento jurídico nacional.

Errado.

A Constituição Federal, em seu art. 49, inciso I, explicita que todos os tratados,

acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos

ao patrimônio nacional devem ser submetidos ao Congresso Nacional.

37. (JUIZ FEDERAL/TRF/5 Região/CESPE/2013) É proibido ao Congresso Nacional

aprovar os tratados com ressalvas.

Errado.

Desde que o tratado que está sendo analisado pelo Congresso Nacional não tenha

sido proibido, o órgão legislativo poderá fazer ressalvas ao seu texto. O que o Con-

gresso efetivamente não poderá fazer é elaborar emendas sobre tratado examinado.

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38. (ANALISTA ADMINISTRATIVO DA ANAC/CESPE/2012) De acordo com a Consti-

tuição Federal de 1988, os tratados internacionais sobre direitos humanos, aprova-

dos em dois turnos e por três quintos dos votos dos respectivos membros de cada

casa do Congresso Nacional, equivalem-se às leis ordinárias.

Errado.

Os tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados em dois turnos e por três

quintos dos votos dos respectivos membros de cada casa do Congresso Nacional terão

estatura de emenda à Constituição, conforme o disposto no art. 5º, § 3º, CF/1988.

39. (ANALISTA ADMINISTRATIVO DA ANAC/CESPE/2012) Segundo a Convenção

de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969, a denúncia de um tratado internacio-

nal que não contenha disposição relativa à sua extinção pode ser exercida por um

Estado quando esse direito puder ser deduzido da natureza do tratado.

Certo.

O art. 56 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados esclarece que:

1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua extinção, e que não prevê de-
núncia ou retirada, não é suscetível de denúncia ou retirada, a não ser que:
a) se estabeleça terem as partes tencionado admitir a possibilidade da denúncia ou
retirada; ou
b) um direito de denúncia ou retirada possa ser deduzido da natureza do tratado.

40. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2012) Na Convenção de Viena sobre Direito

dos Tratados, o dispositivo que versa sobre a aplicação provisória de tratados foi

objeto de reserva por parte do Estado brasileiro.

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Certo.

É isso mesmo.

41. (JUIZ FEDERAL/TRF/1 REGIÃO/CESPE/2011) No Brasil, os tratados entram em

vigor após a promulgação dos decretos legislativos mediante os quais o Congresso

Nacional se manifesta favoravelmente à sua aprovação.

Errado.

No Brasil, os tratados somente entram em vigor após a edição de decreto executivo

pelo presidente da República.

42. (DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/CESPE/2007) A eficácia interna do tratado in-

ternacional depende do decreto de execução do presidente da República.

Certo.

43. (ADVOGADO DA UNIÃO/CESPE/2009) Os tratados internacionais constituem im-

portante fonte escrita do Direito Internacional, a qual vale para toda a comunidade

internacional, tenha havido ou não a participação de todos os países nesses tratados.

Errado.

Regra geral, apenas os Estados signatários de determinado tratado a ele se

vinculam e obrigam.

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44. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM/2010) No âmbito do Direito Internacional, a sobe-

rania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de

a) um Estado impor-se sobre outro.

b) a Organização da Nações Unidas dominar a legislação dos Estados participantes.

c) celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal

Penal Permanente.

d) igualdade entre os países, independentemente de sua dimensão ou importância

econômica mundial.

Letra d.

No plano internacional, a soberania corresponde à igualdade entre os países. Não

importa as características internas de cada país. Por isso, não há imposições ou

prerrogativas entre os Estados. A soberania é una, indivisível, inalienável, impres-

critível, irrevogável e perpetua.

45. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2008) Em razão de sua natureza descentraliza-

da, o Direito Internacional público desenvolveu-se no sentido de admitir fontes de

direito diferentes daquelas admitidas no Direito Interno. Que fonte, entre as lista-

das a seguir, não pode ser considerada fonte de Direito Internacional?

a) Tratado.

b) Decisões de tribunais constitucionais dos estados.

c) Costume.

d) Princípios gerais de direito.

Letra b.

De acordo com o art. 38 da Corte Internacional de Justiça, são fontes do Direito

Internacional: as convenções internacionais, o costume internacional, os princípios

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gerais de direito. As decisões judiciárias e a doutrina são meios auxiliares, portan-

to, não são fontes.

46. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2009) Comparando-se as instituições do Direito

Internacional público com as típicas do Direito Interno de determinado país, perce-

be-se que, no Direito Internacional,

a) há uma norma suprema como no Direito Interno.

b) há órgão central legislativo para todo o planeta.

c) há cortes judiciais com jurisdição transnacional.

d) há um governo central, que possui soberania sobre todas as nações.

Letra c.

O Direito Internacional caracteriza-se pelas cortes judiciais com jurisdição transnacional.

a) Errada. O Direito Internacional caracteriza-se pelas cortes judiciais com jurisdi-

ção transnacional. Não é possível a existência de norma suprema, tendo em vista

que os Estados são soberanos.

b) Errada. O Direito Internacional caracteriza-se pelas cortes judiciais com jurisdição

transnacional. Não existe órgão legislativo central, mas sim tribunais e cortes judiciais.

d) Errada. O Direito Internacional caracteriza-se pelas cortes judiciais com jurisdi-

ção transnacional. Não é possível a existência de norma suprema, tendo em vista

que os Estados são soberanos.

47. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) Na relação entre o direito nacional e in-

ternacional, a teoria que entende que são sistemas independentes e distintos é a:

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a) dualista;

b) independentista;

c) unidade normativa;

d) monista.

Letra a.

Pela teoria dualista, existem duas ordens jurídicas distintas: uma interna e outra

internacional. Não há conflito entre as normas. Fala-se ainda na incorporação da

lei interna. A teoria dualista divide-se em duas: dualismo radical e moderado. Pelo

dualismo radical, o conteúdo da norma internacional deve ser incorporado por lei

interna. Já pelo dualismo moderado, o tratado internacional deverá ser ratificado

pelo chefe de Estado, com aprovação pelo parlamentar.

b, c) Errada. A doutrina classifica o Direito Internacional Público e o Direito In-

terno pelas correntes do monismo e dualismo. Portanto, afasta-se a classificação

independentista e da unidade normativa.

d) Errada. A teoria monista defende a existência de apenas uma ordem jurídica,

com normas internacionais e internas. Por esse motivo, é possível a existência de

conflitos entre o Direito Internacional e interno. Não há necessidade de diploma

legal para incorporação.

48. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2010) Os tratados internacionais sobre direitos

humanos firmados pela República Federativa do Brasil serão equivalentes às emen-

das constitucionais, se forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,

a) em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

b) em dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

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c) em único turno, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros.

d) em único turno, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

Letra a.

Os tratados internacionais sobre direitos humanos serão equivalentes às emendas

constitucionais, após o quórum aprovado pelo Congresso Nacional. Veja o art. 5º, §

3º, da Constituição Federal: “Os tratados e convenções internacionais sobre direi-

tos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois

turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às

emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)”.

49. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2010) Com relação aos tratados internacionais, assi-

nale a opção correta à luz da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969.

a) Reserva constitui uma declaração bilateral feita pelos Estados ao assinarem um tratado.

b) Apenas o chefe de Estado pode celebrar tratado internacional.

c) Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispen-

sável à aplicação de um tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo

tratado, não afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.

d) Uma parte não pode invocar as disposições de seu Direito Interno para justificar

o inadimplemento de um tratado

Letra d.

a) Errada. A reserva constitui um ato unilateral do Estado.

b) Errada. A competência para celebração de tratado não se restringe apenas à

pessoa do chefe de Estado. Os chefes de Governo, ministro das Relações Exteriores,

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chefe da Missão Diplomática, além dos pleniponteciários (que possuem a carta de

pleno poderes).

c) Errada. O rompimento das relações diplomáticas só não afetará as relações ju-

rídicas entre as partes quando for indispensável à aplicação do tratado. Vide o art.

63 da Convenção de Viena.

50. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2009) Tratados são, por excelência, normas de

Direito Internacional público. No modelo jurídico brasileiro, como nas demais de-

mocracias modernas, tratados passam a integrar o Direito Interno estatal, após a

verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, assinale a opção

correta, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro.

a) Uma vez ratificados pelo Congresso Nacional, os tratados passam, de imediato,

a compor o direito brasileiro.

b) Aprovados por decreto legislativo no Congresso Nacional, os tratados podem ser

promulgados pelo presidente da República.

c) Uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem com-

promissos gravosos à União, são automaticamente incorporados visto que são

aprovados por parlamento comunitário.

d) Após firmados, os tratados passam a gerar obrigações imediatas, não podendo

os Estados se eximir de suas responsabilidades por razões de Direito Interno.

Letra b.

No ordenamento jurídico brasileiro, os tratados são incorporados após aprovação do

Congresso Nacional (decreto legislativo) e promulgados pelo Presidente da República.

a, c) Errada. Os tratados passam a incorporar de imediato apenas nos casos em

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que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (vide


art. 49, inciso I, CF/1988).
d) Errada. É possível a retratação do Estado.

51. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2007) Com relação a tratados, acordos e con-


venções no âmbito do Direito Internacional, assinale a opção correta.
Tratado é todo acordo internacional concluído apenas entre Estados e regulado pelo
Direito Internacional.
A extinção de um tratado por ab-rogação ocorre sempre que a intenção terminativa
emana de uma das partes por ele obrigadas.
A Convenção de Viena de 1969 destina-se a regular toda a legislação relacionada
com as organizações internacionais.
O Brasil submete-se à jurisdição de tribunal penal internacional a cuja criação te-
nha manifestado adesão.

Letra d.
Errada. São capacitados para celebrar tratados: os Estados, organizações in-
ternacionais, Santa Sé, beligerantes, insurgentes, blocos regionais e Comitê
Internacional da Cruz Vermelha.
Errada. A extinção do tratado por ab-rogação ocorre pela vontade de todas as partes.
Errada. A Convenção de Viena não regula todas as legislações, mas tão somente
determina as condições para o cumprimento dos tratados internacionais.

52. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) A competência para resolver definitiva-


mente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou

compromissos gravosos ao patrimônio nacional é do:

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a) Congresso Nacional;

b) Ministro das Relações Exteriores;

c) Presidente da República;

d) Supremo Tribunal Federal.

Letra a.

Vide o art. 49, inciso I, CF/1988.

53. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) Indique a assertiva CORRETA:

a) os tratados internacionais, segundo o entendimento jurisprudencial brasileiro,

possuem status de Emenda Constitucional;

b) a Constituição admite a submissão de nacionais à jurisdição de Tribunal Penal

Internacional a cuja criação o país tenha manifestado adesão;

c) em hipótese alguma será concedida a extradição de brasileiro;

d) a competência para celebrar tratados, convenções e atos internacionais é exclu-

siva do Presidente da República e estão sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

Letra b.

Vide art. 5º, § 4º, CF/1988.

a) Errada. Apenas os tratados internacionais sobre direito humanos, aprovado

por 3/5 dos votos, em dois turnos, no Congresso Nacional, tem status de emenda

constitucional. Vide art. 5º, § 3º, CF/1988.

c) Errada. Em regra, o ordenamento jurídico proíbe a extradição de brasileiros,

salvo na hipótese de brasileiros naturalizados, em caso de crime comum, praticado

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antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entor-

pecentes e drogas afins. Vide art. 5º, inciso LI, CF/1988.

d) Errada. É da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitiva-

mente sobre tratados, acordos ou convenções que acarretam encargos ou compro-

missos gravosos. Vide art. 49, I, CF/1988.

54. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) A declaração unilateral do Estado visando

excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições de um tratado interna-

cional é denominada:

a) denúncia;

b) exceção de executividade;

c) reserva;

d) renúncia.

Letra c.

A reserva é quando o Estado visa excluir ou modificar o efeito jurídico de certas

cláusulas no tratado internacional.

a) Errada. A denúncia ocorre quando uma das partes manifesta a vontade de re-

tirar-se do tratado. Caso, seja um acordo bilateral, é possível que o tratado seja

extinto, ao contrário, a denúncia não tem o condão de desfazer o tratado.

d) Errada. A renúncia é quando a parte desiste de celebrar o tratado.

55. (OAB/FGV/EXAME DE ORDEM/2006) Com relação à chamada “norma impera-

tiva de Direito Internacional geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma

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a) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatá-

rios, segundo o Direito Interno de cada um.

b) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados,

da qual nenhuma derrogação é permitida.

c) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Esta-

dos membros, salvo os que apresentarem reserva expressa.

d) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de

Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.

Letra b.

Jus cogens ou “norma imperativa do Direito Internacional” significa que é uma nor-

ma peremptória, categórica e dogmática. Portanto, é aplicável a todos os Estados,

não podendo ser derrogada

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