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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Princípios, Fontes, Lei Processual Civil e
Direito Intertemporal

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GUSTAVO DEITOS

Professor de Cursos Preparatórios pra Concur-


sos Públicos. Coach especialista em Concursos
Públicos. Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª
Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Re-
gião. Outras aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª
Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST –
Analista Judiciário e 48° lugar – TRT da 24ª Re-
gião – Técnico Judiciário.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Princípios, Fontes, Lei Processual Civil e Direito Intertemporal
Prof. Gustavo Deitos

Princípios, Fontes, Lei Processual Civil e Direito Processual Intertemporal............4


1. Fontes do direito processual civil................................................................6
1.1. Fontes Formais Primárias.......................................................................6
1.2. Fontes Formais Acessórias......................................................................7
1.3. Fontes não Formais...............................................................................9
1.4. Classificação das Fontes Formais quanto à sua Origem (Maria Helena
Diniz)...................................................................................................... 10
1.5. Resumo Ilustrativo das Fontes.............................................................. 11
2. Lei Processual Civil................................................................................. 11
2.1. Interpretação, Eficácia e Aplicação da Lei............................................... 14
2.2. Lei Processual Civil no Tempo e no Espaço.............................................. 17
3. Princípios do Direito Processual Civil......................................................... 19
3.1. Princípios Constitucionais..................................................................... 21
3.2. Princípios Infraconstitucionais............................................................... 34
4. Direito Processual Intertemporal.............................................................. 46
4.1. Regras Especiais de Direito Intertemporal............................................... 49
Questões de Concurso................................................................................ 51
Gabarito................................................................................................... 69
Gabarito Comentado.................................................................................. 70

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PRINCÍPIOS, FONTES, LEI PROCESSUAL CIVIL E DIREITO


PROCESSUAL INTERTEMPORAL

Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem!

Neste curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de Direito Processual

Civil, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato

de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.

Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você

possa tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de

estudo completo e capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros

meios de estudo.

A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, indivi-

dualmente, avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios

de estudo ideais. Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF

e vídeos, ou somente com um ou outro meio.

Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio

de contar com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta

aula. De qualquer forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como

fonte de estudos de forma aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online.

Tudo depende, unicamente, da preferência de cada aluno.

Nesta aula, estudaremos os seguintes tópicos da Direito Processual Civil:

• Princípios do direito processual civil;

• Fontes do direito processual civil;

• Eficácia, aplicação e interpretação da lei processual civil;

• Direito processual intertemporal.

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A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abran-

ger todos os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda

mais solidificado. O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâ-

metros: complexidade do conteúdo e número de questões de concursos existentes.

Por resultado, o número de exercícios disponibilizados é determinado de modo que

seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente testado e fixado, mas sem que

haja uma repetição obsoleta.

Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida.

Considero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuida-

de da produção e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informa-

ções quanto à qualidade do material. Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para

avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de satisfação relativamente aos

materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós.

Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para

você e sua prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e considera-

ção ao seu esforço, que, para nós, é sagrado.

Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim

por meio do Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido

possível. Será um grande prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundi-

dade, e com o grande respeito que você merece.

Bons estudos!

Seja imparável!

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1. Fontes do direito processual civil


No Direito Processual Civil, a tradicional classificação das fontes do ramo, e ma-

joritariamente reconhecida, é a seguinte:

• Fontes formais primárias (ou fontes formais diretas);

• Fontes formais acessórias (ou fontes formais indiretas);

• Fontes não formais (ou fontes materiais).

1.1. Fontes Formais Primárias

As fontes formais primárias consistem nos elementos que servem, direta-

mente, à fundamentação dos pedidos e das decisões no processo. É por isso que

também são conhecidas como “fontes formais diretas”. Tais fontes são as regras

basilares do “jogo processual”, que orientam o seu percurso e as ferramentas que

podem, ou não, ser utilizadas.

Sem nenhuma divergência significativa, a doutrina reconhece como espécies de

fontes formais primárias/diretas as seguintes:

• Leis federais e estaduais;

• Constituição Federal;

• Constituições Estaduais.

 Obs.: a União é privativamente competente para legislar sobre direito processu-

al (art. 22, I, CF/88), e os Estados e o Distrito Federal são concorrentemen-

te competentes para legislar sobre procedimentos em matéria proces-

sual (art. 24, XI, CF/88).

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Se a lei federal ou estadual for material e formalmente constitucional,

isto é, versar sobre tema pertinente à sua competência legislativa constitucional

(arts. 22, I e 24, XI da CF/88), tal lei será uma legítima fonte formal primária do

Direito Processual Civil. O mesmo raciocínio vale para as Constituições Estaduais.

1.2. Fontes Formais Acessórias

As fontes formais acessórias (ou indiretas) são responsáveis pela inte-

gração do direito processual. Isso significa que tais fontes têm seu papel principal

diante da inexistência de uma fonte formal primária (inexistência de disposição de

lei ou de Constituição a respeito de um ponto específico).

Em termos mais simples, as fontes formais acessórias servem para o supri-

mento de lacunas deixadas pelas fontes formais primárias.

Tradicionalmente, apontam-se como espécies das fontes formais acessórias

os elementos integrativos da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(art. 4º):

• Analogia;

• Costumes;

• Princípios gerais do Direito (inclusive do direito processual).

Existe, ainda, um rol de fontes do direito processual que não é apontado a uma ou

outra categoria de forma unânime. São elas:

• Súmulas Vinculantes (editadas pelo STF);

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• Decisões do STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade

(ações diretas de inconstitucionalidade, ações declaratórias de constituciona-

lidade e arguições de descumprimento de preceito fundamental);

• Precedentes de observância obrigatória (incidente de resolução de demandas

repetitivas, incidente de assunção de competência, recursos especiais e ex-

traordinários repetitivos).

Todos os itens acima têm algo em comum: produzem efeito vinculante sobre
órgãos do Poder Judiciário, especialmente sobre as decisões judiciais.
Afinal de contas, se a utilização desses enunciados jurisprudenciais vincula o
Poder Judiciário e afeta diretamente suas decisões, seriam tais fontes enquadráveis
como fontes formais primárias, correto?
Eis aqui uma grande divisão doutrinária, caro(a) aluno(a). Doutrinadores mais
tradicionais e/ou conservadores apontam que os referidos enunciados, mesmo que
com força vinculante, são meras fontes formais acessórias, pois as fontes formais
primárias seriam exclusivamente aquelas que decorrem da competência legisla-
tiva. Nesta lista, entra Marcus Vinícius Rios Gonçalves, por exemplo.
Já os doutrinadores mais modernos vêm aceitando o posicionamento desses
enunciados jurisprudenciais vinculantes como fontes formais primárias (diretas),
justamente em razão da necessidade de observância obrigatória pelo Poder Judici-
ário. Um exemplo é o doutrinador Misael Montenegro Filho.

Professor, se a classificação dos enunciados jurisprudenciais vinculantes como


fontes do direito for cobrada na prova em questão objetiva, como devo respon-
der?

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Neste caso, caro(a) aluno(a), é  necessário conhecer o posicionamento de


cada banca. Nem todas as bancas cobram esta classificação, justamente pela
divergência existente. Abaixo, apresentarei a você, de forma direta, os posiciona-
mentos adotados pelas bancas que já entraram no mérito desta classificação. Na
lista de exercícios de nossa aula, você encontrará questões pertinentes ao assunto.

FCC: os referidos enunciados são fontes formais acessórias.

VUNESP: coloca como fontes formais primárias as que tenham força vincu-

lante, sem entrar no mérito de suas espécies. Por tabela, ela parece considerar os

enunciados jurisprudenciais vinculantes como fontes formais primárias.

As demais bancas, ao que parece, não entraram no mérito desta classificação,

até o momento.

 Obs.: independentemente dessa divergência, existe um posicionamento firme na

doutrina: os enunciados vinculantes da jurisprudência (como as Súmu-

las Vinculantes) são fontes formais. A divergência existe no tocante à sua

classificação como formais primárias ou formais acessórias.

1.3. Fontes não Formais

As fontes não formais (fontes materiais) do direito processual são respon-

sáveis pela orientação das partes e do juiz quanto à maneira de aplicação de uma

norma processual, ou quanto à ferramenta que possa ser utilizada diante de uma

dúvida relativa à norma que deva ser aplicada.

Na prática, tais fontes servem como inspiração/orientação às partes (advoga-

dos) e aos magistrados. Exemplos consagrados dessas fontes são:

• doutrina;

• jurisprudência esparsa (não vinculante).

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É possível enquadrar como elementos doutrinários – e por consequência

como fontes não formais – os enunciados de jornadas de Direito Processual

Civil, como aqueles publicados pelo Fórum Permanente de Processualistas Civis

(FPPC). Embora eles não devam ser obrigatoriamente seguidos, eles servem como

fontes de orientação das partes e dos juízes, no que tange à forma de interpretação

e aplicação do direito processual.

Como exemplo, vejamos o Enunciado n. 7 do FPPC: “O pedido, quando omitido

em decisão judicial transitada em julgado, pode ser objeto de ação autônoma.”.

Perceba que a lei não afirma a “regra” fraseada no enunciado acima citado. Ele

consiste numa interpretação tida como a mais razoável diante de um conjunto de

regras positivadas, para um grupo de juristas, e serve como orientação aos opera-

dores do Direito Processual Civil.

Jurisprudência de caráter vinculante: FONTE FORMAL.

Jurisprudência sem força vinculante: FONTE NÃO FORMAL (MATERIAL).

1.4. Classificação das Fontes Formais quanto à sua Origem


(Maria Helena Diniz)

Maria Helena Diniz traz uma classificação diferenciada, que leva em conta a ori-

gem da fonte formal do direito processual.

Tal classificação refere-se somente às fontes formais.

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FONTES ESTATAIS: São as legislativas (lei, Constituição, Regimentos Internos

etc.) e as jurisprudenciais (súmulas, jurisprudências vinculantes etc.). Todas elas

têm algo em comum: são produzidas por órgãos do Estado (governamentais).

FONTES NÃO ESTATAIS: São do direito brasileiro interno, mas produzidas por

sujeitos não integrantes do Estado. Exemplos claros são a doutrina, os  negócios

jurídicos processuais celebrados pelas partes e os costumes.

FONTES CONVENCIONAIS: Abrangem os tratados e as convenções interna-

cionais.

1.5. Resumo Ilustrativo das Fontes

2. Lei Processual Civil
As leis processuais civis, que correspondem a uma categoria de fonte formal do
direito processual, dispõem, principalmente, sobre dois aspectos:
• 1) Relação processual: instituem-se regras que normatizam os ônus pro-
batórios de cada litigante, as regras para produção de provas, os poderes de

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que o juiz pode se valer para zelar pela obediência do devido processo legal,
os direitos e deveres das partes no curso do processo, dentre várias outras
normas que venham a moderar o comportamento e os atos de todos os su-
jeitos processuais: juiz, autor, réu, advogado/defensor, terceiro interve-
niente e o custos legis (Ministério Público);
• 2) Procedimento: instituem-se regras que disciplinam a forma como o pro-
cesso tramitará – atos processuais, recursos, prazos e oportunidades de ma-
nifestação – bem como as ferramentas de que as partes poderão valer-se para
apresentar suas pretensões, sejam elas as pretensões postulatórias (pedidos
do autor ou do reconvinte) ou as pretensões defensivas (defesa do réu ou da
parte reconvinda).

O Direito Processual Civil é um ramo do direito público, o  que faz com que
as normas processuais civis sejam predominantemente imperativas e cogentes.
Isso significa que, em regra, as normas do CPC ou das demais legislações proces-
suais devem ser rigorosamente observadas pelas partes.

Os prazos processuais não podem ser relevados ou flexibilizados sem justa cau-

sa. Confira o que dispõe o art. 223 do CPC:

Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato pro-


cessual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte
provar que não o realizou por justa causa.

Esta norma ilustra com perfeição o caráter cogente e imperativo das normas

processuais. A inobservância dessas regras sujeita as partes às consequências ju-

rídicas da inobservância. A perda de um prazo processual, por exemplo, sujeita a

parte a uma consequência que também é prevista em lei: extinção do direito de

praticar o ato processual, o que pode implicar efeitos muito desfavoráveis na deci-

são de mérito final (sentença ou acórdão), a depender do contexto.

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Contudo, em algumas situações específicas, a norma processual poderá ser dis-

positiva (ou “não cogente”). Trata-se de situações em que as partes poderão,

por iniciativa própria, diminuir a força de algumas regras do processo, de acordo

com as circunstâncias vivenciadas na lide. Para entender este ponto, confira as re-

gras dos arts. 190 e 191 do CPC:

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é  lícito


às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e de-
veres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das conven-
ções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade
ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em
manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática
dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão
modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização
de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

Os dois artigos acima dispõem, respectivamente, sobre a convenção das par-

tes para mudança do procedimento de acordo relativamente aos seus ônus, po-

deres, faculdades e deveres processuais e sobre a fixação de calendário para

prática de atos processuais.

Veja: tais artigos permitem que as partes obedeçam a um procedimento mais

flexível, diferente daquele imposto pela lei. Nas situações em que as convenções

e os calendários forem possíveis, a norma processual civil será de caráter disposi-

tivo, isto é, poderá a norma ser “disposta” pelas partes, o que conferirá à norma

uma imperatividade menor.

Professor, quer dizer que as normas processuais são imperativas, mas que em

algumas situações essa imperatividade não existirá?

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Não é tão simples assim, caro(a) aluno(a). Muito embora algumas regras pro-

cedimentais sejam maleáveis pelas partes – nos termos dos arts. 190 e 191 –,

a imperatividade da norma processual nunca desaparecerá, uma vez que a

fixação de calendários e a realização de convenções processuais dependerá sem-

pre da homologação do juiz. Portanto, a imperatividade da norma processual é

comprovada pelo fato de que, para a flexibilização dessa norma, deverão ser
atendidos os requisitos fixados pela própria norma.

 Obs.: na aula em que estudaremos os atos processuais, aprofundaremos mais

a respeito da abrangência e dos limites do direito de convencionar sobre

mudanças no procedimento processual.

2.1. Interpretação, Eficácia e Aplicação da Lei

Interpretar a lei é uma atitude necessária para sua aplicação. Diante de um dis-

positivo normativo (Constituição, CPC, Ato Normativo etc.), é necessário mensurar

o conteúdo, o sentido e o alcance desse dispositivo. Essa mensuração é o que

devemos chamar de interpretação.

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2.1.1. Métodos de Interpretação

A interpretação, para ser concretizada, deve usar determinados métodos de

interpretação, que podem ser aplicados de maneira isolada ou conjunta. Veja,

abaixo, a definição de cada método:

• MÉTODO GRAMATICAL/LITERAL: descoberta do sentido literal das pala-

vras e das frases escritas no dispositivo. O resultado da interpretação (con-

teúdo, sentido e alcance do dispositivo) será conforme o significado das

palavras e das construções frasais do dispositivo;

• MÉTODO LÓGICO: o resultado da interpretação decorre de raciocínios ló-

gicos, que consistem na análise da compatibilidade entre diferentes dis-

positivos;

• MÉTODO HISTÓRICO: o resultado da interpretação depende da análise das

causas que determinaram a criação do dispositivo. É a análise de tudo o que,

historicamente, ocorreu para que o dispositivo existisse. Trata-se de consi-

derar quais foram as fontes materiais determinantes da criação da norma;

• MÉTODO SISTEMÁTICO: a interpretação da norma deve levar em conta

que o dispositivo interpretado integra um conjunto normativo muito maior do

que ele, devendo compatibilizar-se com esse conjunto a fim de que se

evitem antinomias que comprometam o Direito. O método sistemático

de interpretação utiliza três critérios, que são:


− 1) Especialidade. A norma especial prevalece sobre a norma geral;
− 2) Hierarquia. A norma hierarquicamente superior prevalece sobre a in-
ferior;

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− 3) Cronologia. As normas de igual ou superior espécie que sejam mais


recentes revogam, tacitamente, no todo ou em parte, as  normas
anteriores que com elas forem incompatíveis (art. 2º, § 1º, Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro).

MÉTODO TELEOLÓGICO/SOCIOLÓGICO: O resultado da interpretação de-

pende da observância da finalidade que o legislador visou no momento da

criação da norma. Num Estado Social, como o Brasil, essa finalidade sempre tem

algum caráter social, o que torna possível nomear o método teleológico, também,

como método sociológico.

2.1.2. Eficácia e Aplicação da Lei

A eficácia da lei processual tem direta relação com os resultados da sua in-

terpretação, por parte do jurista. Os efeitos da interpretação podem ser extensi-

vos/ampliativos, restritivos ou estáticos.


• EXTENSIVOS/AMPLIATIVOS: O sentido e o alcance da norma são maio-
res do que o significado dos termos e das expressões de seu texto;
• RESTRITIVOS: O sentido e o alcance da norma são menores do que o sig-
nificado dos termos e das expressões de seu texto;
• ESTÁTICOS: O sentido e o alcance da norma são idênticos aos dos termos
e expressões constantes da norma.

Eficácia traduz-se no grau de alcance de alguma coisa. No direito, o grau de


alcance de uma norma depende diretamente do resultado de sua interpretação: ex-
tensivos, restritivos ou estáticos. Portanto, a lei será aplicada ao caso concreto de
modo que reproduza seu grau de alcance, isto é, sua eficácia (de forma restritiva,
extensiva ou estática).

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2.1.3. Resumo: Métodos e Efeitos

Para proporcionar uma fixação rápida da estrutura do que estudamos, apresen-


to o seguinte mapa mental:

2.2. Lei Processual Civil no Tempo e no Espaço

Quanto à aplicação da lei processual no espaço, você precisa saber de que as

leis processuais civis têm validade e eficácia em todo o território nacional, de


acordo com o art. 16 do CPC, que dispõe:

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território
nacional, conforme as disposições deste Código.

Veja, portanto, que a jurisdição (ato de dizer o direito) ocorre em todo o terri-

tório nacional. Como a jurisdição (forma de dizer o direito) é regulamentada pelo

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Direito Processual Civil, conclui-se, logicamente, que as normas processuais civis

se aplicam em todo o território nacional.

Já quanto à aplicação da lei processual civil no tempo, é necessário considerar-

mos dois aspectos: a vigência da norma e sua forma de aplicação intertemporal.

Vigência: A lei processual civil obedece à regra de vigência estabelecida na Lei

de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), que, em seus arts. 1º e 2º,

dispõe:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se
inicia três meses depois de oficialmente publicada.
§ 2º REVOGADO
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada
a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

O intervalo temporal existente entre a publicação da lei e o início de seu vigor

chama-se vacatio legis. O CPC, conforme o art. 1.045, submeteu-se à vacatio legis

específica de um ano. Logo, as normas do CPC passaram a vigorar depois de um

ano da data de sua publicação.

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modi-
fique ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revoga-
dora perdido a vigência.

A exemplo das outras normas jurídicas, o vigor da norma processual civil exis-

tirá até que uma lei posteriormente publicada a modifique ou revogue, ou até que

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uma nova lei disponha sobre temas de forma incompatível com as normas da lei

anterior.

 Obs.: as normas do CPC são consideradas normas especiais. Portanto, se uma

norma geral, que não de destine a regular especificamente algum aspecto

processual, dispuser sobre um tema de forma incompatível com o CPC, pre-

valecerá a regra do CPC, por ser norma especial, ainda que mais antiga que

a lei nova.

Quanto à forma de aplicação intertemporal, é necessário um aprofundamento

maior. Para tanto, remeto-lhe ao Título n. 4 desta aula, que trata do direito pro-

cessual intertemporal.

3. Princípios do Direito Processual Civil


Uma das fontes do Direito Processual Civil é o princípio.

Princípio, etimológica e semanticamente, significa o começo de algo, ou, ainda,

a origem e a causa de determinado resultado, conforme Sérgio Pinto Martins. Além

desse conceito, é possível trabalharmos com outro: um princípio é uma proposição

básica que condiciona, logicamente, as posteriores estruturações racionais, de

acordo com Cretella Júnior.

O princípio, portanto, serve como uma diretriz geral à formação das regras,

orientando seus âmbitos de aplicabilidade e efetividade, de forma restritiva, está-

tica ou, até mesmo, ampliativa, de acordo com as necessidades do caso concreto.

Diante da inexistência de uma regra positivada e expressa, o princípio poderá servir

de norma concreta, recebendo a modulação e o balizamento por parte do aplicador

do direito: o juiz.

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Os princípios podem ter hierarquia constitucional ou infraconstitucional.

Os de hierarquia constitucional, como o próprio nome diz, são previstos no texto da

Constituição, enquanto os demais têm previsão nos textos das legislações ordiná-

rias e complementares (CPC, Lei da Ação Civil Pública, Lei do Mandado de Injunção,

Lei do Mandado de Segurança etc.).

Antes de estudá-los um a um, é necessário compreender que os princípios pos-

suem três funcionalidades: interpretativa, integrativa e normativa.

Função Interpretativa: o princípio ajuda o operador do Direito a escolher a

interpretação mais adequada de determinada norma. Esta função se evidencia,

por exemplo, quando qualquer artigo do CPC com sentido dúbio é interpretado em

favor da menor onerosidade ao devedor ou da segurança jurídica de uma das par-

tes ou de terceiros.

Função Integrativa: o princípio pode ser utilizado para suprir lacuna de nor-

ma do CPC. Portanto, os princípios têm o papel de auxiliar o aplicador da lei a suprir

uma lacuna no texto da lei, seja a lacuna normativa, ontológica ou axiológica.

LACUNAS NORMATIVAS: não existe norma para o caso concreto. Portanto,

o aplicador da lei deverá encontrar meio integrativo para sanar a omissão (aplica-

ção analógica de norma semelhante, princípios, costumes etc.).

LACUNAS ONTOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa

norma sofreu um drástico envelhecimento diante do direito moderno, sendo his-

toricamente incompatível com o caso concreto. Pelo fato de o atual CPC ser muito

recente (2015), esta espécie de lacuna praticamente não é apontada no processo

civil, a não ser quando a norma pertença a diploma legal diverso do CPC (leis pro-

cessuais esparsas, como a Lei da Ação Civil Pública, Lei do Mandado de Segurança

etc.).

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LACUNAS AXIOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa

norma tornou-se injusta em razão de circunstâncias de tempo ou de contexto,

e sua aplicação ao caso formaria situação clara de injustiça.

Função Normativa: o princípio, em razão de traduzir preceito que deve ser

observado na seara processual, tem força de norma. Geralmente, o conteúdo

dos princípios acaba sendo abordado com algum artigo de lei, como, por exemplo,

o caso do art. 141 do CPC, que diz: “O juiz decidirá o mérito nos limites propostos

pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo res-

peito a lei exige iniciativa da parte”. Esse artigo cria regra que corresponde a nada

mais que os princípios da adstrição ou congruência e da inércia/dispositivo, de que

também trataremos adiante.

Agora, partimos à conceituação dos princípios específicos. Primeiramente, ve-

remos os princípios constitucionais, e, depois, os princípios infraconstitucionais.

3.1. Princípios Constitucionais

Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil, embora independam

de qualquer disposição expressa de lei para serem efetivos, foram expressamente

legitimados pelo art. 1º do CPC, que dispõe:

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valo-


res e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Fede-
rativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

Agora, vamos à descrição individualizada de cada um.

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Princípio do Devido Processo Legal

É também conhecido na doutrina como “princípio da legalidade”. Insculpe-se

no art. 5º, inciso LIV, da Constituição: “ninguém será privado da liberdade ou de

seus bens sem o devido processo legal”.

O procedimento para que alguém seja obrigado a fazer, deixar de fazer, pagar

ou submeter-se a qualquer ato restritivo deve ser aquele expressamente previsto

em lei, seguido de acordo com as diretrizes formalmente estabelecidas. Eventuais

atos que desobedeçam às normas expressas em lei e que causem prejuízo a al-

guém serão anuláveis ou nulos de pleno direito, a depender da situação.

 Obs.: a nulidade será relativa (ato anulável) ou absoluta (ato nulo de pleno direi-

to). Na aula em que abordarmos as nulidades, aprofundaremos neste ponto.

Exemplo: para que um devedor tenha seus bens penhorados, faz-se necessário

que o exequente (autor da fase de conhecimento) requeira a execução, e que o juiz

determine a expedição do competente mandado de penhora de bens.

Princípio do Acesso à Justiça

Doutrinariamente, este princípio também é referido como “princípio da ina-

fastabilidade da jurisdição”. É previsto no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição:

“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.

O art. 3º do CPC, em termos quase idênticos, dispõe: “não se excluirá da aprecia-

ção jurisdicional ameaça ou lesão a direito.”.

Tal princípio garante às pessoas o direito de buscar a tutela jurisdicional do

Estado, isto é, de valer-se do amparo do Poder Judiciário a fim de que seu direito

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seja protegido, concedido ou compensado, a depender do caso concreto. Este prin-

cípio, em termos práticos, traduz-se no tradicional direito de ação.

Princípio da Duração Razoável do Processo

Este princípio é relativamente novo no direito brasileiro interno, mas já vinha

sendo reconhecido em razão de ser garantido em norma jurídica internacional (Pac-

to de San José da Costa Rica). A Emenda Constitucional n. 45/2004 introduziu ao

art. 5º da Constituição o inciso LXXVIII, que preceitua: “a todos, no âmbito judicial

e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que

garantam a celeridade de sua tramitação”.

O sentido de razoabilidade não é sólido, mas, diante de uma realidade prática

de excessiva demora na tramitação de processos, fica seguro interpretar a razoabi-

lidade como eliminação da demora injustificada. Deverá passar nada mais que

o tempo necessário para que o processo tramite de forma transparente e juridica-

mente correta.

De modo a conferir um sentido ainda mais abrangente, o art. 4º do CPC dis-

põe: “As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do

mérito, incluída a atividade satisfativa”. Veja: este artigo garante não somente a

duração do processo em tempo razoável. Ele garante, também, o direito a um re-

sultado processual de mérito, inclusive com a satisfação do direito.

Não é suficiente a duração razoável do processo como um todo. Ao final desta

espera, o cidadão deverá receber a tutela jurisdicional integral, que se traduz na

solução (resolução) integral do mérito. Como se não bastasse, o Novo CPC

ainda dá ao cidadão-jurisdicionado o direito à atividade satisfativa em período

razoável.

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Atividade satisfativa consiste no uso dos meios necessários para que o direito

reconhecido pelo juiz seja efetivado e entregue à parte que o postulou (cumpri-

mento de sentença, execução, poder geral de efetivação do juiz, dentre outras

formas). Não se preocupe: no curso, estudaremos todas as referidas formas de

efetivação do direito reconhecido.

Professor, quer dizer que a resolução do mérito e a execução das decisões é

garantida a todos os jurisdicionados?

Não é bem assim, caro(a) aluno(a). Embora exista uma preferência pela

resolução do mérito dos processos e pela racionalização da satisfação do direito

(mediante cumprimento de sentença ou execução, por exemplo), todo processo se

sujeitará às normas processuais que condicionam a resolução do mérito e as for-

mas de execução. Explico.

O art.  485 do CPC estabelece hipóteses em que o processo será extinto sem

análise do mérito. Algumas delas são falta de interesse processual, falta de legiti-

midade, inépcia da petição inicial, dentre outras. Portanto, de modo geral, a deci-

são de mérito, em tempo razoável, será buscada pelo juiz, desde que não exista

motivo legalmente imposto para que o processo seja extinto sem exame

do mérito.

Ademais, a garantia de duração razoável à atividade satisfativa significa que

o cumprimento das decisões, quando o exequente assim requerer, deverá ser pro-

cedido pelo juiz da forma que, no caso concreto, proporcione maiores

chances de satisfação do direito. As execuções e cumprimentos não podem fi-

car reféns de usos e procedimentos sabidamente inócuos e/ou inoportunos naquele

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caso concreto: devem ser adotadas as formas mais rápidas e efetivas para que o

credor (exequente) seja pago ou receba o que lhe é de direito.

É claro que a escolha das formas céleres/efetivas de execução deverá sempre

observar o devido processo legal. O mesmo raciocínio vale pela busca da decisão

de mérito efetiva, em tempo razoável.

Princípio do Contraditório

O princípio do contraditório é insculpido no art. 5º, inciso LV, da Constituição:

“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral

são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela

inerentes”. No CPC, o princípio do contraditório é evidenciado nos arts. 9º e 10º:

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III – à decisão prevista no art. 701.

Extrai-se do art. 9º que, como regra geral, todas as decisões só serão proferidas

após a parte afetada ser ouvida, isto é, manifestar-se sobre os fatores que influen-

ciem na decisão a ser tomada. Esta regra possui algumas exceções.

Há situações expressamente prescritas no CPC que permitem a prolação de de-

cisões sem que a parte afetada tenha oportunidade de se manifestar sobre os fato-

res relevantes. Essas hipóteses correspondem ao chamado contraditório diferido

(ou “postergado”). São elas:

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• Tutela provisória de urgência: quando a parte contrária formular pedido


de tutela de urgência (art. 300: probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo), o juiz poderá conceder ou dene-
gar a tutela provisória de urgência sem ouvir a parte contrária;
• Hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III. Tais
hipóteses são:
− Tutela de evidência formulada quando as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julga-
mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
− Tutela de evidência formulada quando se tratar de pedido reipersecutório
fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em
que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob comi-
nação de multa;
• Expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução
de obrigação de fazer ou de não fazer, nas ações monitórias, quando o di-
reito do autor for considerado evidente pelo juiz.

 Obs.: não se preocupe, agora, com os aspectos mais complexos das hipóteses
acima. Todos serão aprofundados nas aulas pertinentes a cada item (aulas
sobre tutela provisória e ação monitória).

As hipóteses acima correspondem às tradicionais decisões “liminares”. Decidir

“liminarmente” nada mais é que decidir sem necessidade de manifestação prévia

do autor ou do réu (parte afetada pela decisão). Trata-se da clássica decisão judi-

cial inaudita altera pars (sem oitiva da parte contrária).

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda
que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

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O art. 10, por sua vez, assegura às partes o direito de se manifestarem, antes

das decisões, sobre os fundamentos que o juiz possa adotar para a prolação

dessas decisões. Essa garantia existirá inclusive quando as decisões puderem ser

proferidas de ofício pelo juiz, isto é, independentemente de provocação (requeri-

mento) das partes.

Exemplo: se o juiz entender que a ação ajuizada pelo autor é idêntica a uma ação
já em curso (caso de litispendência, que acarreta a extinção do processo sem
resolução do mérito), ele deverá oportunizar ao autor um prazo para que se mani-
feste sobre a possibilidade de as duas ações serem, ou não, idênticas.
Note que o juiz pode extinguir o processo sem resolução do mérito em razão de
litispendência de ofício, por força do art. 485, § 3º, do CPC. Mesmo assim, ele
deverá oportunizar às partes a manifestação sobre o fundamento que uti-
lizaria para a decisão: litispendência.

Para ilustrar:

Princípio da Isonomia (ou Igualdade)

O princípio da isonomia, de forma genérica e com aplicabilidade sobre todos os

ramos do direito, é previsto no art. 5º, caput, da Constituição: “todos são iguais

perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)”. No aspecto processual,

o princípio da isonomia é especificado no art. 7º do CPC, nos seguintes termos:

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Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de


direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à apli-
cação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

O autor, o réu e, no que couber, os terceiros intervenientes deverão ser tratados

com igualdade, no sentido de que os instrumentos assegurados tenham paridade

entre si. Uma parte não pode ter, por natureza, armas que não possam ser con-

tra-atacadas pela parte contrária, e vice-versa.

Os critérios para o exercício da defesa, o atendimento dos ônus, o cumprimento

dos deveres e a sujeição às sanções processuais devem ser iguais para todas as

partes, na medida de suas desigualdades.

Aqui, a ideia de igualdade não é a de uma igualdade de tratamento rigorosa e

cega (igualdade formal). A igualdade “na medida das desigualdades” traduz-se no

que se chama de igualdade material ou igualdade real. Igualdade material/real

é a verdadeira isonomia.

Diante da veneração à isonomia (igualdade material/real), a lei pode criar

situações em que uma parte tenha privilégios que a outra não possua, em razão de

um preexistente desequilíbrio natural entre as partes. Logo, trata-se de colocá-las

em patamar de equilíbrio processual, a fim de que as desigualdades naturais das

partes não se traduzam em desequilíbrio no processo. A ideia de isonomia funda-

menta-se, ideologicamente, no propósito de alcance da justiça efetiva.

Exemplos:

1) O Código de Defesa do Consumidor (CDC), que instituiu algumas regras de

direito processual, possibilita que o juiz inverta o ônus da prova sempre que o con-

sumidor seja hipossuficiente ou suas alegações sejam verossímeis (art. 6º, inciso

VIII, CDC)

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2) O art. 1.048 do CPC estabelece um rol de sujeitos que possuem direito à tra-

mitação processual prioritária, com maior rapidez (maiores de 60 anos e porta-

dores de doença grave).

3) Os prazos concedidos à Fazenda Pública e ao Ministério Público são dobrados,

em virtude do grande volume de processos nos quais estes entes devem se mani-

festar e participar.

Em prestígio ao princípio da isonomia, o  art.  12 do CPC institui a preferência

por se observar a ordem cronológica de conclusão dos processos para a prolação

de decisões, instituindo, em seu § 2º, exceções a tal regra com base em critérios

de isonomia (justiça real e efetiva). Estudaremos essas regra e suas exceções,

detalhadamente, na aula sobre Processo e Procedimentos e Teoria Geral

do Processo.

Princípio do Juiz Natural

Tal princípio é insculpido em dois incisos do art. 5º da Constituição: o LIII e o

XXXVII, que enunciam:

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade com-
petente;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

O juiz competente para processar e julgar uma ação é aquele determinado pela

lei e pela Constituição Federal, de acordo com regras de competência definidas

em razão da matéria, do lugar, da função, da pessoa e do valor. Todas estas

regras são preexistentes, e devem obrigatoriamente ser consideradas para a defi-

nição do juiz ou órgão jurisdicional que processará e julgará a ação.

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Não é possível que as partes escolham, aleatoriamente, o órgão juris-

dicional que apreciará a causa. O mais próximo que as partes podem chegar de

“selecionar” um juiz é a celebração de contratos com cláusula de eleição de foro.

Todavia, mesmo assim, o princípio do juiz natural se evidencia pelo fato de que so-

mente o foro eleito é que poderá ser o competente para apreciar a causa, por mais

que as partes desejem, no momento da ação, que outro juiz seja o competente.

Isso sem falar que o foro eleito pelas partes poderá ser anulado em determinadas

situações.

Outrossim, não é possível que um órgão jurisdicional seja criado de for-

ma excepcional para a apreciação de uma causa. Trata-se de uma proibição

ao juízo ou tribunal de exceção. Os órgãos competentes para a apreciação das cau-

sas devem ser previamente existentes e competentes.

Exemplos:

1) O art. 102, inciso I, alínea a, da Constituição Federal atribui ao Supremo Tri-

bunal Federal a competência funcional para processar e julgar a ação direta de

inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declara-

tória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Portanto, esta norma

de competência em razão da função deve ser observada diante do ajuizamento das

referidas ações.

2) O art. 109, inciso II, da Constituição Federal atribui à Justiça Federal (juízes

federais) a competência material para processar e julgar as causas entre Estado

estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou resi-

dente no País. Portanto, esta norma de competência em razão da matéria deve ser

observada diante do ajuizamento das referidas causas.

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3) O art. 46 do CPC atribui ao juiz do foro de domicílio do réu a competência

territorial para processar e julgar a ação fundada em direito pessoal ou em direito

real sobre bens móveis.

 Obs.: as competências em razão do lugar (território) e do valor podem ser flexi-

bilizadas, como regra geral. Se o foro territorialmente competente para a

ação não for aquele em que tramita o processo, o foro “incorreto” poderá

tornar-se correto pelo fenômeno da prorrogação de competência, desde

que a parte contrária deixe de alegar esta incorreção no momento oportuno.

Ademais, nestas hipóteses, o juiz não pode alegar a incompetência de ofício

(por iniciativa própria).

 Por outro lado, as competências em razão da matéria, da pessoa e da função

são improrrogáveis (inflexíveis), e a incorreção do foro pode ser apontada

de ofício pelo juiz ou, a qualquer tempo, pelas partes, independentemente

da fase em que o processo se encontre.

 As competências em razão do lugar e do valor são chamadas de competên-

cias relativas, enquanto aquelas definidas em razão da matéria, da função

e da pessoa são competências absolutas. Sobre elas, estudaremos com

profundidade na aula específica sobre as competências.

Como consequência do reconhecimento do princípio do juiz natural, a doutrina

tem sustentado, também, a existência do princípio do promotor natural. Este

princípio segue a mesma lógica do princípio do juiz natural: o promotor (membro

do Ministério Público) competente para atuar nos processos como autor, réu ou fis-

cal da lei deve ser aquele previamente competente, de acordo com as normas

institucionais já existentes.

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Exemplos:

1) O Ministério Público Federal deverá ser presentado por um de seus membros

(Procurador da República) nas causas de competência do Supremo Tribunal Fede-

ral, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes

Federais, e dos Tribunais e Juízes Eleitorais e nas causas de competência de quais-

quer juízes e tribunais, para defesa de direitos e interesses dos índios e das popu-

lações indígenas, do meio ambiente, de bens e direitos de valor artístico, estético,

histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio nacional (art. 37 da Lei

Complementar n. 75 de 1993).

2) O Ministério Público Estadual deverá ser presentado por promotor de justiça

lotado na área criminal em ações penais, ou pelo substituto legal/regimental deste

promotor, em suas ausências ou impedimentos.

Princípio da Publicidade dos Atos Processuais

Em regra, os atos processuais devem ser públicos, sob pena de nulidade. So-

mente nos casos previstos em lei é que os atos do processo poderão ser sigilosos,

restritos a determinadas pessoas. Tal princípio é insculpido no art. 93, inciso IX:

Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos,


e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a pre-
sença, em determinados atos, às  próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação;

De acordo com o art. 11, parágrafo único, do CPC, “nos casos de segredo de

justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados,

de defensores públicos ou do Ministério Público”.

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O art. 189 do CPC traça quatro hipóteses em que os processos tramitarão em

segredo de justiça:

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os


processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união es-
tável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.

Em suma:

Princípio da Motivação das Decisões

Todas as decisões judiciais, de quaisquer espécies (despachos, decisões inter-

locutórias, sentenças e acórdãos) deverão ter seus fundamentos expostos, isto

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é, esclarecidos pelo julgador. É necessário que seja possível o conhecimento das

razões que levaram o julgador a pender pelo sentido adotado na circunstância.

A motivação das decisões é o alicerce do contraditório, da ampla defesa, da bo-

a-fé e do devido processo legal. Se uma decisão judicial não for devidamente fun-

damentada, diversos princípios constitucionais e infraconstitucionais serão direta

ou indiretamente violados.

Tal princípio também é insculpido no art. 93, inciso IX:

Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fun-
damentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação;

3.2. Princípios Infraconstitucionais

Os princípios infraconstitucionais são aqueles insculpidos e/ou imbuídos no con-

teúdo de dispositivos estritamente legais, mesmo que guardem alguma conexão ló-

gica com princípios constitucionais. Afinal de contas, é papel precípuo da legislação

a observância e o cumprimento dos propósitos gerais da Constituição.

Princípios infraconstitucionais são, na doutrina, muito variáveis em termos de

nomenclatura e de subdivisão. Abaixo, serão abordados os princípios mais repeti-

dos pela doutrina de Direito Processual Civil, e destacadamente mais cobrados em

provas.

Princípio Dispositivo, Princípio da Demanda ou Princípio da Inércia

O juiz não pode, de ofício, conhecer de questões não suscitadas pelas partes.

São estas que levam ao juiz a matéria para ser julgada. O juiz somente poderá se

pronunciar de ofício quando a lei permitir, geralmente em casos de matéria de

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ordem pública (como necessidade de intimação do Ministério Público, declaração

de impedimento etc.).

Este princípio tem seu conteúdo fixado no art. art. 141 do CPC e na partícula

inicial do art. 2º, também do CPC, que preceituam:

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 2. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.

Como regra geral, todo processo é iniciado por parte daquele que alega ser titu-

lar do direito pleiteado na ação. O juiz somente atuará após esta iniciativa. O juiz é

perfeitamente inerte, isto é, não tutela o direito das pessoas por iniciativa própria.

É necessária a demanda, por parte das pessoas, para que o juiz se valha dos ins-

trumentos jurídicos legalmente assegurados para a tutela jurisdicional.

Princípio Inquisitivo ou Princípio do Impulso Oficial

Após as partes apresentarem o processo e suas alegações, o juiz deverá, de

ofício, dar o impulso adequado ao processo a fim de que ele efetivamente tramite

(a grosso modo, que o processo “ande”), intimando as partes para apresentarem

oportunas manifestações, designando audiências, determinando diligências im-

prescindíveis etc. O juiz só poderá deixar de impulsionar o processo se a lei,

expressamente, exigir o pedido da parte, como no caso do cumprimento de

sentença que ordena o pagamento de quantia certa, que depende de requerimento

formal do autor (exequente), conforme o art. 513, § 1º, do CPC.

Este princípio encontra expressão no segundo elemento frasal do art.  2º do

CPC, que dispõe: “o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por

impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”.

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Princípio da Instrumentalidade, Princípio da Finalidade ou Princípio da

Instrumentalidade das Formas

A forma dos atos processuais, caso não seja observada de maneira rigorosa,

não causará a nulidade do ato se a sua finalidade for atingida. Este princípio é

consubstanciado no art. 277 do CPC, que dispõe:

Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato
se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

Caso clássico é o do art. 239, § 1º, do CPC, que dispõe:

Art. 239, § 1º: O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta


ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de
contestação ou de embargos à execução.

Exemplo: na prática, não há diferença de validade entre a parte ser citada por Cor-

reios ou por Oficial de Justiça, contanto que a finalidade do ato (dar ciência à

parte) seja atendida. Só haverá nulidade se o resultado do ato não corresponder

à sua finalidade, como, por exemplo, no caso de intimação de parte desassistida

de advogado mediante Diário Eletrônico, pois nesta situação fica evidente a quase

absoluta impossibilidade de a parte ter ciência do teor da intimação, ante a inefi-

cácia real do meio.

Princípio da Impugnação Especificada

A parte ré deverá se manifestar, em sua contestação, sobre toda a matéria que

deva arguir em sua defesa, presumindo-se verdadeiro tudo o que não for

impugnado. Cada fato narrado na petição inicial deve ser impugnado de forma

específica. Em regra, é  inapropriada a impugnação genérica a todos os pedidos,

sem especificações.

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Este princípio encontra expressão no art. 341 do CPC, que também estabelece

exceções a ele próprio:

Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato


constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da
substância do ato;
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor
público, ao advogado dativo e ao curador especial.

Como regra geral, se um ou mais fatos da petição inicial não forem impugnados

pelo réu, tais fatos serão presumidos como verdadeiros, o que produz o efeito

da confissão do réu. Contudo, há situações em que o efeito da confissão não será

implementado, mesmo que o réu não apresente impugnação aos fatos pertinentes.

A respeito deste tema, estudaremos em nossa aula direcionadas à Defesa do Réu

(contestação, reconvenção, revelia e confissão).

Princípio da Eventualidade

No momento (evento) previsto em lei, a parte deverá alegar toda matéria de

defesa de sua pretensão. Este princípio encontra expressão no art.  336 do CPC:

“Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as

razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as

provas que pretende produzir”.

Após o referido momento processual, a parte não poderá apresentar sua defe-

sa nas mesmas condições em que poderia apresentar no momento oportuno.

Muitos confundem, no início, os sentidos dos princípios da impugnação especi-

ficada e da eventualidade. Abaixo, apresento a basilar diferenciação entre eles, de

modo que você não os confunda:

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Princípio da Economia Processual ou Princípio da Economicidade

Economia processual diz respeito à prestação da máxima atividade juris-

dicional com o mínimo de atos processuais. Sempre que for possível, sem

prejuízo a alguém, aproveitar um momento processual para resolver diversas

questões de uma só vez, para evitar trabalho excessivo ou retrabalho das partes

e do juiz, estes deverão providenciar a fim de que sejam apresentadas/sustentadas

todas as alegações desejadas (parte) e impostas todas as determinações devidas

no momento (juiz).

No CPC, não existe um artigo que, de forma específica, institua o princípio da

economia processual (ou da economicidade). Sua existência é depreendida de vá-

rias regras processuais que prezam pela solução de diversas questões num só mo-

mento, de modo que se crie um “encurtamento de caminhos” no processo. Um

claro exemplo consta das regras do art. 1.013, §§ 3º e 4º, do CPC:

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve


decidir desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485* [*extinção do processo sem resolução
do mérito];
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pe-
dido ou da causa de pedir* [*sentença ultra petita, extra petita ou citra petita];

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III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá jul-
gá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal,
se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retor-
no do processo ao juízo de primeiro grau.

Os parágrafos supracitados legitimam a ocorrência do efeito expansivo sobre

os recursos de natureza ordinária, como a apelação. Este efeito teve origem na

Teoria da Causa Madura.

Tal teoria preconiza que o órgão competente para julgar o recurso poderia, des-

de logo, apreciar o mérito das questões do processo quando o juízo recorrido nem

mesmo tenha entrado nesse mérito. Essa atitude só poderia ser tomada pelo órgão

recursal (que julga o recurso interposto) se a matéria a ser decidida de imediato

fosse unicamente de direito ou, se fosse de fato, já houvesse ampla e suficiente

dilação probatória sobre o fato.

Em palavras técnicas, o juízo recursal só poderia fazer isso se o processo já es-

tivesse em condições de imediato julgamento.

Para sintetizar:

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Princípio da Imediatidade/Imediação

É o próprio juiz da causa quem colhe a prova diretamente, deferindo sua pro-

dução ou determinando-a, por própria iniciativa. O juiz da causa deve, na medida

do possível, ter contato pessoal e direto com as partes e com a produção da prova,

apreciando-a diretamente e, quando possível, acompanhando sua coleta (como no

caso da prova testemunhal).

Expressão evidente deste princípio consta do art. 370 do CPC: “Caberá ao juiz,

de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao jul-

gamento do mérito.”.

Princípio da Primazia da Decisão de Mérito

A extinção do processo sem resolução do mérito é medida a ser aplicada so-

mente quando for absolutamente impossível a correção de vícios e irregularidades.

Dessa forma, sendo o vício sanável e não sendo caso de vício urgente ou absoluto,

o juiz deverá dar à parte prazo para corrigi-lo, exceto se a lei expressamente

determinar a extinção imediata do processo sem resolução do mérito.

Este princípio encontra expressão em alguns artigos do CPC, em especial os

arts. 317 e 488, que, respectivamente, dispõem:

Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à
parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for fa-
vorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485
[extinção sem resolução do mérito].

Merece ponderação, desde já, a regra do art. 488. Acompanhe o seguinte exem-

plo prático.

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Exemplo: João ajuíza ação de cobrança contra Gabriel. O juiz, de plano, verifica

que a petição inicial de João é inepta, e concede-lhe o prazo de 15 dias para corrigir

o vício. João permaneceu inerte, e o juiz resolve extinguir o processo sem resolução

do mérito, em razão da inépcia da petição inicial (art. 485, inciso I).

Antes de o juiz publicar a sentença de extinção sem resolução do mérito, Gabriel

apresenta provas cabais de que a dívida cobrada por João estaria prescrita. João,

intimado para se manifestar sobre tais provas, nada alega. Neste caso, o juiz –

convencido da ocorrência da prescrição – deverá resolver o mérito da ação, reco-

nhecendo a ocorrência da prescrição. Afinal de contas, a prescrição da dívida

refere-se ao mérito da ação, pois o instituto da prescrição pertence ao direito

material (incide sobre as relações jurídicas materiais, e não sobre os pressupostos

processuais).

Professor, qual é a razão de haver uma preferência pela resolução do mérito,

quando for possível?

Caro(a) aluno(a), se o processo for extinto com resolução do mérito, será for-

mada a coisa julgada material. Este fenômeno tornará imutável e indiscutível a

questão suscitada na ação (no exemplo acima, trata-se da exigibilidade de uma dí-

vida). Se o processo fosse extinto sem resolução do mérito, por inépcia da petição

inicial, o réu permaneceria com receio de que nova ação fosse ajuizada posterior-

mente. Sendo o mérito resolvido, o réu poderá ficar tranquilo: não será processado

novamente pelo mesmo motivo.

Veja: embora o réu fosse beneficiado pela extinção do processo sem resolução

do mérito (que forma apenas a coisa julgada formal), é  melhor, para ele, que o

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processo seja extinto com resolução do mérito, pois dessa forma constrói-se a

coisa julgada material, que impede a rediscussão da matéria.

 Obs.: entende-se por coisa julgada material a força impositiva que torna imutá-

vel e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Já a coisa

julgada formal restringe-se à impossibilidade de manifestação, sobre a

causa, no mesmo processo, em razão de este ter sido extinto. No caso da

coisa julgada formal, o mérito da ação (alegações do autor e do réu) não é

apreciado.

DICA
A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de
nova ação acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de
nova ação sobre a mesma causa.

Princípio da Cooperação ou Princípio da Colaboração

As partes, mesmo tendo interesses distintos, devem cooperar entre si em busca

de decisão judicial efetiva, justa e célere. Como decorrência, as partes têm, espe-

cialmente, os deveres de denunciar eventuais irregularidades e vícios processuais

e respeitar as faculdades processuais da parte contrária, além de esclarecer todos

os pontos necessários para a resolução de pontos processuais de forma justa e de

boa-fé.

Este princípio passou a ter expressão legal no CPC, especificamente no art. 6º:

“Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em

tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.

Outra expressão deste princípio consta do art. 357, § 3º, do CPC:

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Art. 357, § 3º. Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito,


deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação
com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a inte-
grar ou esclarecer suas alegações.

O princípio que abordaremos abaixo tem detalhes que devo destacar, para evitar

equívocos comuns acerca de sua interpretação.

Princípio da Identidade Física do Juiz

O princípio da identidade física do juiz, consiste na necessidade de o julgamento

(sentença/acórdão) ser feito pelo mesmo juiz que presidiu as audiências do

processo.

No Novo CPC, este princípio perdeu sua expressão, razão pela qual ficou reco-

nhecida, a princípio, sua extinção.

No entanto, verifica-se que o princípio da identidade física do juiz tem expres-

são dentro das normas sobre os processos nos tribunais. Veja o que dispõe

o § 3º, inciso I, do art. 1.012 do CPC:

Art. 1.012, § 3º. O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º


poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribui-
ção, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

Veja: se a parte postular a concessão de efeito suspensivo ao recurso ao in-

terpô-lo à segunda instância, o relator designado para apreciar o pedido de efeito

suspensivo ficará prevento (isto é, fixado) para julgar o recurso final.

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Essa regra nos faz concluir que o Princípio da Identidade Física do Juiz

permanece existindo na segunda instância e, também, nas instâncias su-

periores (STF, STJ, TSE e TST), pois existe regra idêntica para o caso de pedido

de efeito suspensivo a recursos de natureza extraordinária (como recurso especial

e recurso extraordinário)

Conclusão: o Princípio da Identidade Física do Juiz não existe mais em primeiro

grau (Varas), mas continua existindo nos tribunais (TJ, TRF, STJ, STF etc.).

Princípio da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento Motivado

O juiz tem liberdade para apreciar as provas apresentadas e/ou produzidas no

processo, desde que indique, em suas decisões, os fundamentos (motivos) em que

se amparou ao tomar a decisão naquele caso concreto. Trata-se da exposição dos

fundamentos fáticos e jurídicos, relacionados às provas dos autos, que levaram o

juiz a tomar a decisão.

Em termos mais simples, o juiz é livre para formar seu convencimento acerca

dos fatos e das provas apresentadas, devendo, em contrapartida, expor os motivos

que o levaram a formar seu convencimento num ou noutro sentido.

O princípio acima é imbuído no conteúdo do art. 371 do CPC: “O juiz apreciará

a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido,

e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.”.

Princípio da Boa-fé

O princípio da boa-fé, no sentido processual, diz respeito ao comportamento

das partes no curso do processo: todos devem buscar suas pretensões com as

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ferramentas objetivamente disponíveis, sem tutelá-las com artifícios lesivos aos

direitos de qualquer sujeito, seja por ação ou omissão.

A expressão do princípio da boa-fé, no processo civil, consta do seu art.  5º:

“Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo

com a boa-fé.”.

Professor, já ouvi falar da expressão “litigância de má-fé”, e sei que o conceito

de boa-fé não é dos mais concretos. Afinal, de que formas o princípio da boa-fé

poderia ser objetivamente tido como violado?

Caro(a) aluno(a), as hipóteses de litigância de má-fé (violação direta e objetiva

ao princípio da boa-fé) são expressas no art. 80 do CPC:

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Perceba que as condutas enumeradas acima representam, claramente, riscos

ou prejuízos aos direitos de outras pessoas, seja de forma direta (como a alteração

da verdade dos fatos), seja de forma indireta (como o retardamento indevido do

andamento do processo).

Ademais, o  CPC exalta o papel interpretativo do princípio da boa-fé.

Os arts. 322, § 2º, e 489, § 3º, colocam, respectivamente, que os pedidos e as

decisões devem ser interpretados de forma contextual e sistemática, à luz do prin-

cípio da boa-fé. Isso existe para que segmentos isolados das peças ou das decisões

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judiciais não deem munição para que atos não pretendidos e/ou desnecessários

sejam praticados no processo. Confira o que dispõem os parágrafos supramencio-

nados:

Art. 322, § 2º. A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e ob-


servará o princípio da boa-fé.
Art. 489, § 3º. A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos
os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

É claro que, na doutrina processual brasileira, você encontrará vários outros

princípios, com diversos nomes. Entretanto, estes aqui tratados são os mais re-

levantes em se tratando de cobrança em prova, por serem os mais repetidos, de

forma ampla e destacada. Posso garantir a você que os princípios acima elencados

cobrem, seguramente, 99% das questões de concursos que versem diretamente

sobre princípios processuais civis.

Existem princípios muito específicos de partes do Direito Processual Civil, como

no direito probatório (relativo às provas) – caso do princípio da comunhão da prova

– e no tema pertinente às audiências – caso do princípio da concentração. Em ra-

zão da particularidade desses princípios e da necessária correlação deles com

certos temas (provas e audiências, por exemplo), eles serão tratados juntamente

com seus conteúdos basilares, isto é, nas aulas específicas.

4. Direito Processual Intertemporal

O direito processual intertemporal consiste nas regras de aplicação do direito

processual diante das alterações legislativas sobre as normas processuais. De for-

ma simples, trata-se do estudo da norma que deve ser aplicada a cada processo,

diante da ocorrência de modificação da norma que deveria ter aplicação.

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O grande e relevantíssimo exemplo que podemos ter é a revogação do CPC de

1973 diante da entrada em vigor, em 2016, do CPC de 2015. Afinal de con-

tas, qual dos códigos deve vigorar diante de processos ajuizados antes da entrada

em vigor do Novo CPC? É nisto que consiste o direito processual intertemporal.

A regra basilar acerca desse tema é a do art. 14 do CPC, que dispõe:

Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos pro-
cessos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada.

Como regra, todas as disposições do Novo CPC aplicaram-se imediatamente a

todos os processos em tramitação. Isto engloba os processos ajuizados antes

de sua entrada em vigor, bem como os processos ajuizados após sua entrada em

vigor.

Portanto, as espécies de atos processuais, os recursos, as formas de comunica-

ção dos atos processuais e os meios de execução e cumprimento de sentença são

aqueles previstos na nova lei processual (Novo CPC), com aplicação sobre

todos os processos em curso.

O limite dessa aplicação imediata é descrito no segundo período do enuncia-

do normativo do art. 14 do CPC: “respeitados os atos processuais praticados e as

situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. Este artigo

institui no Direito Processual Civil brasileiro a Teoria do Isolamento dos Atos

Processuais, que decorre do antigo princípio do tempus regit actum (o tempo

rege o ato).

Esta teoria – aliada ao referido princípio – determina que cada ato processual

deve observar a regra que se aplica a ele naquele exato momento em que ele foi

praticado, de forma isolada de todas as outras questões. Explico.

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Todos os atos processuais que já houverem sido praticados sob a vigência da


norma revogada deverão permanecer como estiverem. O mesmo raciocínio
vale para as decisões judiciais (inclusive as de mérito, como sentenças e acórdãos),
que devem ser integralmente mantidas como estão.
A teoria do isolamento dos atos processuais tem balizamento, fundamentalmen-
te, no art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, que alicerça importantíssimas
garantias fundamentais:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;

Direito adquirido: não há uma definição expressa de direito adquirido. Se-


gundo Celso Bastos, seguido por Alexandre de Moraes, o  direito adquirido é um
instituto que permite ao sujeito sentir-se seguro em sua vida, uma vez que as
novas legislações e interpretações não poderão retroagir para tirar dele um direito
legitimamente concedido. Basicamente, devem ser honrados os compromissos as-
sumidos com o cidadão que batalhou por um direito “seguindo as regras do jogo”.

Exemplo: um caso prático que muito bem ilustra o direito adquirido é o direito do
candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas no
edital, ser nomeado pelo órgão promotor do certame.

Ato jurídico perfeito: é o ato que reuniu todos os elementos necessários à sua

formação diante da lei antiga, e cujo processo de desenvolvimento e conclusão já

se esgotou.

Exemplo: decisão judicial que concede um prazo permitido pela lei revogada, mas

que a lei nova proíbe.

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Coisa julgada: é a preclusão máxima. O juízo de conhecimento do Poder Judi-

ciário já se esgotou, e a conclusão adotada pelo julgador tem força de lei.

 Obs.: o conceito clássico de coisa julgada diz respeito à coisa julgada mate-

rial: decisão de mérito não mais sujeita a recurso, imutável e indiscutível

(art. 502 do CPC).

É cabível registrar que o caput do art. 1.046 do CPC estabelece a mesma regra

de direito intertemporal do art. 14, nos seguintes termos:

Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo
aos processos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.

4.1. Regras Especiais de Direito Intertemporal

O direito intertemporal tem algumas regras especiais. Elas se referem ao direi-

to probatório (direito relativo às provas) e aos prazos processuais.

Quanto ao direito probatório, a regra especial consta do art. 1.047:

Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se ape-


nas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua
vigência.

O Capítulo XII do CPC, que versa sobre as disposições de direito probatório

(incidentes probatórios, prazos, restrições etc.) aplica-se apenas às provas que

forem requeridas pelas partes após a entrada em vigor do Novo CPC, ou deter-

minadas de ofício pelo juiz após o mesmo momento. As provas requeridas ou

determinadas antes da entrada em vigor do Novo CPC devem reger-se pelas regras

do CPC de 1973.

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Quanto às regras especiais relativas aos prazos processuais, é necessário

conhecer dois enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC):

Enunciado n. 267. Os prazos processuais iniciados antes da vigência do CPC


serão integralmente regulados pelo regime revogado.
Enunciado n. 268. A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica
aos prazos iniciados após a vigência do Novo Código.

Os prazos processuais, conforme estudaremos na aula apropriada, são contados

em dias úteis à luz do Novo CPC, mas, no CPC revogado, eram contados em dias

corridos. Portanto, os prazos que já tiverem começado antes da entrada em vigor

do Novo CPC (antes de 18/03/2016) serão contados em dias corridos, como dispõe

o CPC de 1973.

Dessa forma, somente os prazos iniciados após o dia 18/03/2016 é que se-

rão contados em dias úteis. Trata-se da regra aplicável aos prazos em geral: con-

testação, recurso, réplica, encargos processuais etc.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PRO-

CURADOR DO MUNICÍPIO) Assinale a alternativa que apresenta o princípio e sua

respectiva característica.

a) Princípio do livre convencimento motivado: o poder do juiz de decidir, funda-

mentadamente, de acordo com sua convicção jurídica, observando os fatos e as

provas existentes no processo.

b) Princípio da instrumentalidade: determina que todos os atos processuais devem

ser informados aos envolvidos e aos seus respectivos procuradores.

c) Princípio da disponibilidade: o direito de ação não pode ser negado àqueles que

se sentirem lesados em seus direitos.

d) Princípio do juiz natural: cabe ao juiz dar continuidade ao procedimento, em

cada uma de suas etapas, até a conclusão.

e) Princípio do direito de ação: possibilidade que os cidadãos têm de exercer, ou

não, os seus direitos, perante à Administração Pública e ao Poder Judiciário.

Questão 2    (2019/VUNESP/PREFEITURA DE CERQUILHO-SP/PROCURADOR JU-

RÍDICO) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, apon-

tando o princípio correspondente:

“O processo, depois de instaurado, não pode ficar à mercê da vontade das partes,

devendo ser dado ao mesmo o devido andamento, cabendo ao Juiz zelar pela rápi-

da e eficaz solução da lide, em obediência ao princípio ___________”.

a) da segurança jurídica.

b) do duplo grau de jurisdição.

c) do impulso processual/oficial.

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d) da oficialidade.

e) da disponibilidade e indisponibilidade.

Questão 3    (2019/VUNESP/CÂMARA DE TATUÍ-SP/PROCURADOR LEGISLATI-

VO) Assinale a alternativa que corresponde à definição do princípio da efetividade

do processo.

a) Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em

tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

b) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigên-

cias do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana

e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a

eficiência.

c) As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,

incluída a atividade satisfativa.

d) Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente

ouvida.

e) Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-

mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Questão 4    (2019/VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE-

GISTROS) Nos termos do artigo 4º do Código de Processo Civil, as partes têm o

direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade

satisfativa. Considerando que o processo civil deve ser interpretado conforme os

valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Fe-

derativa do Brasil, é correto afirmar que referido dispositivo consagra os seguintes

princípios:

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a) cooperação processual, proporcionalidade, razoabilidade e eficiência.

b) boa-fé objetiva processual, isonomia material e impulso oficial.

c) contraditório comparticipativo, impulso oficial e legalidade.

d) razoável duração do processo, primazia das decisões de mérito e efetividade.

e) inafastabilidade da jurisdição e estímulo a resolução consensual de conflitos.

Questão 5    (2019/CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) De acordo com os princípios

constitucionais e infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta.

a) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz

tratamento idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se

pela inconstitucionalidade das regras do CPC, que estabelecem prazos diferencia-

dos para o Ministério Público, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública se mani-

festarem nos autos.

b) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na

garantia do cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-

-constituído na forma da lei.

c) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditó-

rio postecipado, previsto no sistema processual civil antigo.

d) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os de-

veres de esclarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio.

e) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na

aplicação do ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalida-

de, razoabilidade, legalidade, publicidade e a eficiência.

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Questão 6    (2019/FGV/DPE-RJ/TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA) Se-

gundo o vigente Código de Processo Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo de

30 (trinta) dias, bem como poderá, nas causas que dispensem a fase instrutória,

e independentemente de citação do réu, julgar liminarmente improcedente o pedi-

do, se verificar, desde logo, a ocorrência de prescrição ou decadência.

Trata-se de regras processuais que encerram a aplicação do princípio constitucional

do(a):

a) livre acesso à justiça;

b) juiz natural;

c) isonomia;

d) ampla defesa;

e) duração razoável do processo.

Questão 7    (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO)

O dispositivo constitucional que assegura que ninguém será processado nem sen-

tenciado senão pela autoridade competente, aplicável ao processo administrativo,

é representado pelo princípio

a) do juiz natural.

b) do amplo acesso ao Poder Judiciário.

c) da dignidade humana.

d) da inafastabilidade da jurisdição.

e) da legitimidade.

Questão 8    (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO)

O princípio da segurança jurídica tem por escopo dar maior estabilidade às situa-

ções jurídicas. Nesse sentido, assinale a alternativa que contempla o instituto jurí-

dico relacionado diretamente a esse princípio.

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a) Dignidade humana.

b) Habeas corpus.

c) Sigilo da correspondência.

d) Direito de greve.

e) Coisa julgada.

Questão 9    (2019/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) Assinale a alternativa cor-

reta acerca das normas fundamentais do processo civil, de acordo com o Código de

Processo Civil de 2015:

a) A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração

razoável.

b) A exigência de comportamento com boa-fé, do Código de Processo Civil, aplica-

-se somente às partes.

c) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam pro-

feridas sem a oitiva da parte afetada.

d) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de

Processo Civil.

e) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-

-processuais.

Questão 10    (2018/VUNESP/CÂMARA DE ORLÂNDIA-SP/CÂMARA DE ORLÂN-

DIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) As fontes do Direito Processual Civil podem ser

classificadas como

a) diretas ou imediatas, que exercem influência na elaboração de futuras normas,

e as indiretas ou mediatas, que geram as regras jurídicas.

b) formais, que são vinculantes, sendo o próprio direito positivado, e as fontes ma-

teriais que não apresentam um caráter obrigatório e nem possuem força vinculante.

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c) primárias, que são os princípios, e as fontes secundárias, que são as jurispru-
dências.
d) diretas ou imediatas a doutrina e jurisprudência, e, as indiretas ou mediatas,
as próprias leis.
e) formais, que são os costumes, equidade e analogia, e as materiais, que são as
leis e as medidas provisórias.

Questão 11    (2016/IDECAN/CÂMARA MUNICIPAL DE ARACRUZ-ES/PROCURA-


DOR LEGISLATIVO) Sobre o tratamento que o Novo Código de Processo Civil dá à
aplicação das normas processuais, analise as afirmativas a seguir.
I – A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalva-
das as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos
internacionais de que o Brasil seja parte.
II – A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos pro-
cessos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
III – Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas conjunta-
mente.

Estão corretas as afirmativas


a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

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Questão 12    (2018/FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo dis-

põe o artigo 14 do CPC/2015, “A norma processual não retroagirá e será aplicável

imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados

e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”.

Considerando isso, é correto afirmar que:

a) O legislador usou da chamada “teoria das fases processuais”, de modo que cada

fase é analisada e claramente identificada, promovendo-se a aplicação da nova lei

quando houver nova fase processual na demanda em curso.

b) A teoria adotada pelo legislador foi a chamada “teoria do isolamento dos atos

processuais”, ou seja, cada ato é claramente identificado (e olhado de forma indi-

vidualizada), promovendo-se a aplicação da nova lei quando houver novo ato pro-

cessual na demanda em curso.

c) Com esse dispositivo, o legislador determina o respeito aos atos processuais

praticados e a situações jurídicas consolidadas na vigência da norma revogada tão

somente quando dessas não resultarem piora da situação processual de qualquer

das partes. O que for em benefício da parte, sempre retroagirá.

d) Desse dispositivo decorre a aplicação do sistema da unidade processual, de

modo que, ocorrendo alteração da norma processual em meio à tramitação de um

feito, ele não surtirá qualquer efeito, permanecendo a norma revogada em plena

vigência.

e) A referência a “situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revo-

gada” diz respeito apenas e tão somente a questões de direito material resolvidas

sob a égide da norma anterior, não guardando qualquer relação com questões de

direito formal.

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Questão 13    (2015/FCC/TRT-23ª REGIÃO/MT/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITU-

TO) Quando o novo Código de Processo Civil entrar em vigor


a) serão atingidos todos os processos e atos processuais em curso, tendo em vista

o efeito imediato da lei nova, salvo quanto aos atos que constituírem direito adqui-

rido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.

b) serão atingidos todos os processos, incluindo os que possuam decisão transitada

em julgado, tendo em vista o efeito retroativo da lei processual.

c) serão atingidos todos os processos em curso, sem exceção de qualquer ato, ten-

do em vista o efeito retroativo da lei processual.

d) todos os processos em curso, assim como os atos processuais posteriores ao iní-

cio da vigência da nova lei, continuarão regidos pelo Código de Processo Civil atual.

e) serão atingidos todos e quaisquer processos e atos processuais, tendo em vista

o efeito imediato da lei processual, com exceção apenas das decisões transitadas

em julgado.

Questão 14    (2016/FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre o direito processu-

al intertemporal, o novo Código de Processo Civil

a) retroage porque a norma processual é de natureza cogente.

b) torna aplicáveis a todas as provas as disposições de direito probatório adotadas,

ainda que requeridas antes do início de sua vigência.

c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é de natureza cogen-

te e possui efeito imediato.

d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de todas as ações ajui-

zadas sob este procedimento, incluindo as anteriores à sua entrada em vigor.

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e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, res-

peitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a

vigência da norma revogada.

Questão 15    (2018/FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO) Estabelece o Código de

Processo Civil:

não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ou-

vida (art. 9º, caput);

o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a

respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda

que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (art. 10º).

Tais normas atendem ao princípio

a) Contraditório.

b) Inércia.

c) Primazia do mérito.

d) Motivação das decisões judiciais.

e) Inafastabilidade da jurisdição.

Questão 16    (2018/FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCU-

RADOR LEGISLATIVO) No que se refere às normas fundamentais do Processo Civil,

a) todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em

tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

b) é assegurado às partes tratamento diferenciado em relação ao exercício de di-

reitos e faculdades processuais, inclusive quanto ao contraditório, a ser discriciona-

riamente resguardado a elas pelo juiz.

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c) as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,

excluída a atividade satisfativa.

d) o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento

a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, sal-

vo se tratar-se de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

e) os juízes e tribunais atenderão obrigatoriamente à ordem cronológica de conclu-

são para proferir sentença ou acórdão.

Questão 17    (2018/FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO) Não se excluirá da apre-

ciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

Esse é o princípio da

a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo existencial,

tratando-se de princípio constitucional e, simultaneamente, infraconstitucional do

processo civil.

b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de prin-

cípio constitucional do processo civil.

c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de princípio in-

fraconstitucional do processo civil.

d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e também

infraconstitucional do processo civil.

e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio

constitucional e infraconstitucional do processo civil.

Questão 18    (2017/FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Considerando

as normas fundamentais do processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código

de Processo Civil, é correto afirmar:

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a) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal

razoável, da plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade

satisfativa, isto é, de cumprimento ou execução.

b) É possível decidir questão de ofício sem oportunizar a manifestação das partes


sobre o fundamento adotado quando a decisão judicial estiver sendo tomada no
âmbito jurisdicional dos tribunais superiores.
c) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada

oportunidade de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação moni-

tória, quando evidente o direito do autor.

d) Mesmo em questões a respeito das quais o magistrado está legalmente autori-

zado a decidir de ofício, o juiz não está autorizado a proferir decisão sem oportu-

nizar que as partes tenham assegurado o direito de manifestação a fim de poder

influenciar no julgamento.

e) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para

buscar a obtenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo

razoável, de modo justo e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do

processo civil no Brasil.

Questão 19    (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E

DE REGISTROS/REMOÇÃO) Com relação às fontes do Direito Processual Civil bra-

sileiro, avalie as seguintes proposições:

I – O processo civil será interpretado conforme os valores e normas fundamen-

tais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil.

II – Os  tratados internacionais em que o Brasil seja parte não são fontes para

aplicação do Direito Processual Civil.

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III – A lei, os costumes, a doutrina e a jurisprudência são consideradas fontes do

Direito Processual Civil.

IV – A doutrina e a jurisprudência são importantes fontes do Direito Processual

Civil, seja para a elaboração das normas jurídicas, seja para a solução do

litígio que se apresenta ao Poder Judiciário.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I, III e IV.

b) II, III e IV.

c) I, II e III.

d) I e II.

Questão 20    (2018/MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Sobre o Di-

reito Processual Civil, não seria correto afirmar:

a) O Direito Processual Civil possui natureza de Direito público e possui inter-re-

lacionamento com o Direito constitucional muito bem expresso no capítulo III, da

Constituição Federal que trata do Poder Judiciário.

b) São constitucionais os pressupostos básicos atinentes ao recurso extraordinário e

ao recurso especial, embora possa a União, em matéria processual, sobre eles legislar.

c) São fontes do Direito Processual Civil, além da própria Constituição Federal,

as codificações, as leis de organização judiciária dos estados, leis processuais es-

parsas, além dos regimentos internos dos tribunais de justiça.

d) A lei estrangeira não pode determinar a forma processual a ser aplicada no Bra-

sil, embora o juiz possa utilizar-se de prova alienígena para decidir a causa, sem

valorá-la, porquanto rege-se a sua produção pela lei que nele vigorar

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e) Sobre a aplicação da lei processual no tempo, diverso das condições da ação que é

regulada pela lei vigente quando da propositura da ação, à resposta do réu é aplicada

aquela em vigor quando do surgimento do ônus da defesa produzido pela citação.

Questão 21    (2018/QUADRIX/CODHAB-DF/ANALISTA/DIREITO E LEGISLAÇÃO)

No que se refere às normas processuais fundamentais no Código de Processo Civil,

julgue o item subsequente.


A cooperação para atingimento de decisão de mérito em prazo razoável vincula as
partes, não alcançando o juiz, que deve se manter imparcial.

Questão 22    (2017/CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Um sistema pro-


cessual civil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos
direitos, ameaçados ou violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se
harmoniza com as garantias constitucionais de um Estado democrático de direito.
Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer de
real efetividade. De fato, as normas de direito material se transformam em pura ilusão,
sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico, por meio do processo.
Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum
Acadêmico de Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações)
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do
entendimento jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do
processo civil.
Voltado para a concepção democrática atual do processo justo, o CPC promoveu a
evolução do contraditório, que passou a ser considerado efetivo apenas quando vai
além da simples possibilidade formal de oitiva das partes.

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Questão 23    (2017/CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Para garantir os


pressupostos mencionados em sua exposição de motivos, o  CPC estabelece, de

forma exaustiva, as normas fundamentais do processo civil.

Questão 24    (2017/CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO) Com

relação ao processo, seus princípios e seus procedimentos, julgue o item subse-

quente.

Dado o princípio da demanda, o juiz não pode agir sem ser provocado pelo interes-

sado, salvo no caso das exceções previstas em lei.

Questão 25    (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Acerca dos princí-

pios constitucionais do processo civil, julgue o item a seguir.

O princípio do contraditório, por constituir garantia aplicável em situações especí-

ficas, não vincula a decisão do juiz, visto que, em geral, este deve decidir sem a

oitiva das partes.

Questão 26    (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Acerca dos princí-

pios constitucionais do processo civil, julgue o item a seguir.

A cooperação entre as partes não é necessária para assegurar uma razoável du-

ração do processo, uma vez que cada uma delas tem seus próprios interesses na

demanda.

Questão 27    (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Acerca dos princí-

pios constitucionais do processo civil, julgue o item a seguir.

O devido processo legal é uma garantia contra eventual uso abusivo de poder, de

modo a assegurar provimento jurisdicional em consonância com a Constituição Fe-

deral de 1988.

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Questão 28    (2019/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O Código de Processo Civil

adota o modelo multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à

técnica ou método mais adequado para a sua solução e devem ser adotados todos

os esforços para que as partes cheguem a uma solução consensual do conflito. Em

regra, apenas se não for possível a solução consensual, o processo seguirá para a

segunda fase, litigiosa, voltada para instrução e julgamento adjudicatório do caso.

Questão 29    (2019/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O Código de Processo Ci-

vil dispõe que o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em

fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se

manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Questão 30    (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURA-


DORIA/CALCULISTA) À luz do Código de Processo Civil, julgue o próximo item,
relativos às normas fundamentais do processo civil e aos elementos da sentença,
aos honorários advocatícios, à advocacia pública e à aplicação das normas proces-
suais.
Mesmo na ausência de norma que regulamente a tramitação de determinado pro-
cesso administrativo, as disposições do Código de Processo Civil não poderão ser a
ele aplicadas, ainda que supletiva ou subsidiariamente, haja vista a natureza dis-
tinta desses dispositivos normativos.

Questão 31    (2017/CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO) Com


relação às normas processuais, julgue o item seguinte.
Considerando-se o sistema do isolamento dos atos processuais, a lei processual
nova não retroage, aplicando-se imediatamente aos processos em curso, respeita-

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dos os atos processuais já praticados e as situações jurídicas já consolidadas sob


a vigência da lei anterior.

Questão 32    (2015/CESPE/TCE-RN/AUDITOR) O princípio da cooperação proces-


sual se relaciona à prestação efetiva da tutela jurisdicional e representa a obrigato-
riedade de participação ampla de todos os sujeitos do processo, de modo a se ter
uma decisão de mérito justa e efetiva em tempo razoável.

Questão 33    (2017/QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR/DIREITO) Julgue o item sub-


sequente em relação ao Direito Processual Civil.
Considerando-se as normas constitucionais e processuais civis, é  correto afirmar
que o princípio do contraditório, segundo o qual o juiz deve observar, em todas as

suas decisões, os elementos da informação e da possibilidade de reação da parte

que não ajuizou a ação ou formulou pedido nos autos, seja inafastável.

Questão 34    (2016/CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA

ADMINISTRATIVA/DIREITO) No que diz respeito às normas processuais, aos atos

e negócios processuais e aos honorários de sucumbência, julgue o item que se se-

gue, com base no disposto no novo Código de Processo Civil.

Em observância ao princípio da primazia da decisão de mérito, o magistrado deve

conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir vício processual antes de

proferir sentença terminativa.

Questão 35    (2018/QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO) Quanto ao direito probatório

no CPC/2015, julgue o item que se segue.

O princípio dispositivo orienta também a atividade probatória, impedindo que o juiz

atue ativamente na colheita da prova, determinando sua produção, por exemplo.

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Questão 36    (2017/QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR/DIREITO) Julgue o item sub-

sequente em relação ao Direito Processual Civil.


Ao se analisar a forma dos atos processuais e as nulidades à luz do princípio da
instrumentalidade das formas, não é conveniente considerar nulo o ato somente
porque praticado em desconformidade com a forma legal exigida, desde que atin-
gida sua finalidade.

Questão 37    (2012/CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Em obe-


diência ao princípio da isonomia, corolário do devido processo legal, pessoas em
condições diversas podem receber tratamento diferenciado no processo.

Questão 38    (2013/CESPE/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRA-


TIVA) De acordo com o princípio da indeclinabilidade, uma vez provocado, o órgão
jurisdicional não poderá recusar-se a dirimir litígios, a não ser na hipótese de exis-
tência de lacunas na lei aplicável à matéria, hipótese em que julgará improcedente
o pedido do autor.

Questão 39    (2015/FCC/TCM-GO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE


CONTAS) Em relação às fontes do direito processual, considere:
I – No direito processual a fonte formal primária é a lei, bem como as súmulas
vinculantes.
II – Entre outras, são fontes formais acessórias a analogia, os costumes e os
princípios gerais do direito.
III – Entre as fontes não formais do direito, aponta-se a doutrina e, em regra,
os precedentes jurisprudenciais.

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Está correto o que se afirma APENAS em

a) II

b) II e III.

c) I

d) I e II

e) I e III.

Questão 40    (2014/FCC/TJ-AP/JUIZ) Considere:

I – São fontes formais da norma processual civil a Constituição Federal, bem

como os demais atos que ela prevê ou consente, quais sejam, a lei, os tra-
tados internacionais, os princípios gerais do direito e os usos e costumes

forenses.

II – Na interpretação da lei processual civil, o método empregado é o exegético

ou gramatical, consistente na busca do significado do texto no conjunto das

disposições correlatas, contidas na ordem jurídico-positiva como um todo.

III – No tocante à eficácia da lei processual civil no tempo, aplica-se ordinaria-

mente a regra tempus regit actum, pela qual fatos ocorridos e situações já

consumadas no passado não se regem pela lei nova que entra em vigor, mas

continuam valorados segundo a lei do seu tempo.

Está correto o que consta em

a) III, apenas.

b) I e III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

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GABARITO
1. a 25. E

2. c 26. E

3. c 27. C

4. d 28. C

5. d 29. E

6. e 30. E

7. a 31. C

8. e 32. C

9. a 33. E

10. b 34. C

11. b 35. E

12. b 36. C

13. a 37. C

14. e 38. E

15. a 39. b

16. a 40. b

17. e

18. d

19. a

20. d

21. E

22. C

23. E

24. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PRO-

CURADOR DO MUNICÍPIO) Assinale a alternativa que apresenta o princípio e sua

respectiva característica.

a) Princípio do livre convencimento motivado: o poder do juiz de decidir, funda-

mentadamente, de acordo com sua convicção jurídica, observando os fatos e as

provas existentes no processo.

b) Princípio da instrumentalidade: determina que todos os atos processuais devem

ser informados aos envolvidos e aos seus respectivos procuradores.

c) Princípio da disponibilidade: o direito de ação não pode ser negado àqueles que

se sentirem lesados em seus direitos.

d) Princípio do juiz natural: cabe ao juiz dar continuidade ao procedimento, em

cada uma de suas etapas, até a conclusão.

e) Princípio do direito de ação: possibilidade que os cidadãos têm de exercer, ou

não, os seus direitos, perante à Administração Pública e ao Poder Judiciário.

Letra a.

a) Certa. O juiz pode decidir conforme suas razões, desde que respeite as regras

processuais, especialmente as do contraditório sobre fatos e provas. Tal princípio

também é denominado “princípio da persuasão racional”.

b) Errada. O princípio da instrumentalidade determina que “quando a lei prescre-

ver determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo,

lhe alcançar a finalidade” (art. 277 do CPC).

c) Errada. Disponibilidade corresponde ao poder do autor de dispor de seu direito,

renunciando-o ou transigindo sobre ele, ou, ainda, abrindo mão de reivindicá-lo.

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d) Errada. Tal princípio refere-se à necessidade de se observar as regras de com-

petência previamente fixadas para a seleção do órgão jurisdicional que processará

e julgará a ação.

e) Errada. O princípio da inafastabilidade de jurisdição (direito de ação) dispõe que

não se pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Trata-se de uma dinâmica muito diferente de um mero exercício de direitos perante

a Administração Pública.

Questão 2    (2019/VUNESP/PREFEITURA DE CERQUILHO-SP/PROCURADOR JU-

RÍDICO) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir, apon-

tando o princípio correspondente:

“O processo, depois de instaurado, não pode ficar à mercê da vontade das partes,

devendo ser dado ao mesmo o devido andamento, cabendo ao Juiz zelar pela rápi-

da e eficaz solução da lide, em obediência ao princípio ___________”.

a) da segurança jurídica.

b) do duplo grau de jurisdição.

c) do impulso processual/oficial.

d) da oficialidade.

e) da disponibilidade e indisponibilidade.

Letra c.

Tal definição encaixa-se perfeitamente na consistência prática do princípio do im-

pulso oficial (ou princípio inquisitivo). Este princípio não se confunde com o da “ofi-

cialidade”, que existe predominantemente no direito processual penal e diz respeito

à possibilidade de os juízes criminais decidirem várias questões de ofício. Não se

pode confundir o princípio do impulso oficial com o da disponibilidade, pois este se

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refere à necessidade de que o autor, primeiramente, postule o direito, para que o

juiz possa atuar em sua tutela jurisdicional.

Questão 3    (2019/VUNESP/CÂMARA DE TATUÍ-SP/PROCURADOR LEGISLATI-

VO) Assinale a alternativa que corresponde à definição do princípio da efetividade

do processo.

a) Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em

tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

b) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigên-

cias do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana

e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a

eficiência.

c) As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,

incluída a atividade satisfativa.

d) Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente

ouvida.

e) Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-

mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Letra c.

a) Errada. Trata-se do princípio da cooperação processual. A efetividade, neste

caso, é uma consequência do atendimento do princípio da cooperação.

b) Errada. Esta alternativa reproduz o art. 8º do CPC, que, para alguns, institui

o princípio da finalidade social do processo, ou o princípio da dignidade da pessoa

humana, além de, propriamente, insculpir os princípios da proporcionalidade, da

razoabilidade, da legalidade, da publicidade e da eficiência.

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c) Certa. Tal alternativa alberga dois princípios: da celeridade (duração razoável),

da primazia das decisões de mérito e da efetividade (solução do mérito, inclusive

com atividade satisfativa: efetivar o direito).

d) Errada. Trata-se do princípio do contraditório.

e) Errada. Trata-se dos princípios da publicidade e da persuasão racional (livre

convencimento motivado).

Questão 4    (2019/VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE-

GISTROS) Nos termos do artigo 4º do Código de Processo Civil, as partes têm o

direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade

satisfativa. Considerando que o processo civil deve ser interpretado conforme os

valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Fe-

derativa do Brasil, é correto afirmar que referido dispositivo consagra os seguintes

princípios:

a) cooperação processual, proporcionalidade, razoabilidade e eficiência.

b) boa-fé objetiva processual, isonomia material e impulso oficial.

c) contraditório comparticipativo, impulso oficial e legalidade.

d) razoável duração do processo, primazia das decisões de mérito e efetividade.

e) inafastabilidade da jurisdição e estímulo a resolução consensual de conflitos.

Letra d.

Para você, que conhece a definição básica dos princípios, a questão é tranquila. Ob-

ter em prazo razoável: duração razoável do processo ou celeridade; solução inte-

gral do mérito (primazia da decisão de mérito); solução integral do mérito, incluída

a atividade satisfativa (efetividade: satisfazer/efetivar o direito reconhecido).

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Questão 5    (2019/CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) De acordo com os princípios


constitucionais e infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta.
a) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz
tratamento idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se
pela inconstitucionalidade das regras do CPC, que estabelecem prazos diferencia-
dos para o Ministério Público, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública se mani-
festarem nos autos.
b) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na
garantia do cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-
-constituído na forma da lei.
c) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditó-
rio postecipado, previsto no sistema processual civil antigo.
d) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os de-
veres de esclarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio.
e) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na
aplicação do ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalida-
de, razoabilidade, legalidade, publicidade e a eficiência.

Letra d.
a) Errada. O princípio da isonomia garante que sujeitos desiguais sejam tratados
de forma diferenciada, de modo que se restaure o equilíbrio universal. Como o
MP e a Fazenda possuem muitos processos pra acompanhamento e manifestação,
torna-se isonômico assegurar-lhes prazo dobrado para manifestações em geral. É,
inclusive, um exemplo clássico de isonomia, trazido em aula.

b) Errada. O princípio do juiz natural possui, no mínimo, três dimensões: proibição

de juízos e tribunais de exceção, garantia do cidadão a se submeter a um julga-

mento por juiz competente e pré-constituído e, ainda, a imparcialidade do juiz.

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c) Errada. O CPC de 2015 ainda permite que o contraditório seja diferido (poste-
cipado). As hipóteses constam do rol do art. 9º, parágrafo único.
d) Certa. O dever de esclarecimento, como decorrência do princípio da cooperação
processual, é expressamente definido no art. 357, § 3º, que dispõe: “Se a causa
apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar
audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportu-
nidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer
suas alegações”. A prevenção de equívocos, a assistência e o auxílio ao deslinde
do feito são deveres implicitamente integrantes da ideia de cooperação.
e) Errada. O  art.  8º prevê expressamente os referidos princípios, exceto o da
moralidade e o da impessoalidade.

Questão 6    (2019/FGV/DPE-RJ/TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA) Se-


gundo o vigente Código de Processo Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo de
30 (trinta) dias, bem como poderá, nas causas que dispensem a fase instrutória,
e independentemente de citação do réu, julgar liminarmente improcedente o pedi-
do, se verificar, desde logo, a ocorrência de prescrição ou decadência.
Trata-se de regras processuais que encerram a aplicação do princípio constitucional
do(a):
a) livre acesso à justiça;
b) juiz natural;
c) isonomia;
d) ampla defesa;
e) duração razoável do processo.

Letra e.
A limitação de um prazo para a prolação da sentença e o impedimento de que um
processo tenha desnecessário andamento são facetas do princípio da duração razoável

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do processo, pois tais circunstâncias evitam o acúmulo de processos e, conse-


quentemente, a demora excessiva nestes e nos demais processos. Os demais prin-
cípios citados nas alternativas não têm conexão direta com as circunstâncias nar-
radas no enunciado.

Questão 7    (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO)


O dispositivo constitucional que assegura que ninguém será processado nem sen-
tenciado senão pela autoridade competente, aplicável ao processo administrativo,
é representado pelo princípio
a) do juiz natural.
b) do amplo acesso ao Poder Judiciário.
c) da dignidade humana.
d) da inafastabilidade da jurisdição.
e) da legitimidade.

Letra a.

Tal princípio refere-se à necessidade de se observar as regras de competência pre-

viamente fixadas para a seleção do órgão jurisdicional que processará e julgará a

ação. Os demais princípios citados nas alternativas não têm conexão direta com a

circunstância narrada no enunciado.

Questão 8    (2019/VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO)

O princípio da segurança jurídica tem por escopo dar maior estabilidade às situa-

ções jurídicas. Nesse sentido, assinale a alternativa que contempla o instituto jurí-

dico relacionado diretamente a esse princípio.

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a) Dignidade humana.

b) Habeas corpus.

c) Sigilo da correspondência.

d) Direito de greve.

e) Coisa julgada.

Letra e.

A coisa julgada, assim como o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, são três

bens jurídicos fundamentais (art. 5º, XXXVI, CF/88) relacionados à segurança jurí-

dica, eis que os três institutos correspondem a elementos que não podem ser modi-

ficados ou afetados por leis posteriores. As demais alternativas não se aproximam,

diretamente, da ideia de segurança jurídica.

Questão 9    (2019/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) Assinale a alternativa cor-

reta acerca das normas fundamentais do processo civil, de acordo com o Código de

Processo Civil de 2015:

a) A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração

razoável.

b) A exigência de comportamento com boa-fé, do Código de Processo Civil, aplica-

-se somente às partes.

c) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam pro-

feridas sem a oitiva da parte afetada.

d) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de

Processo Civil.

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e) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-

-processuais.

Letra a.

a) Certa. De fato, o art. 4º do CPC garante às partes o direito de obter em prazo

razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.

b) Errada. Todos os sujeitos processuais (partes, juiz, promotores, terceiros inter-

venientes etc.) devem comportar-se com boa-fé. O art. 5º dispõe: “Aquele que de

qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.”.

c) Errada. Em regra, a  parte envolvida deve ser previamente ouvida (art.  9º

do CPC).

d) Errada. O art. 6º dispõe que “todos os sujeitos do processo devem cooperar

entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efeti-

va.”.

e) Errada. O art. 3º, § 3º. preconiza que “A conciliação, a mediação e outros mé-

todos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advo-

gados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso

do processo judicial.”.

Questão 10    (2018/VUNESP/CÂMARA DE ORLÂNDIA-SP/CÂMARA DE ORLÂN-

DIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) As fontes do Direito Processual Civil podem ser

classificadas como

a) diretas ou imediatas, que exercem influência na elaboração de futuras normas,

e as indiretas ou mediatas, que geram as regras jurídicas.

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b) formais, que são vinculantes, sendo o próprio direito positivado, e  as fontes

materiais que não apresentam um caráter obrigatório e nem possuem força vincu-

lante.

c) primárias, que são os princípios, e as fontes secundárias, que são as jurispru-

dências.

d) diretas ou imediatas a doutrina e jurisprudência, e, as indiretas ou mediatas,

as próprias leis.

e) formais, que são os costumes, equidade e analogia, e as materiais, que são as

leis e as medidas provisórias.

Letra b.

As fontes formais primárias são também conhecidas como fontes formais propria-

mente ditas (lei e instrumentos de caráter vinculante). Já as fontes formais aces-

sórias (não vinculantes, como doutrina e jurisprudência esparsa) são sinônimas de

fontes materiais, como dito na questão.

Questão 11    (2016/IDECAN/CÂMARA MUNICIPAL DE ARACRUZ-ES/PROCURA-

DOR LEGISLATIVO) Sobre o tratamento que o Novo Código de Processo Civil dá à

aplicação das normas processuais, analise as afirmativas a seguir.

I – A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalva-

das as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos

internacionais de que o Brasil seja parte.

II – A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos pro-

cessos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações

jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.

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III – Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou

administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas conjunta-

mente.

Estão corretas as afirmativas

a) I, II e III.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

Letra b.

I – Certo. Trata-se da regra literal do art. 13 do CPC: “A jurisdição civil será regida

pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previs-

tas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.”.

II – Certo. A teoria (sistema) do isolamento dos atos processuais é fielmente re-

produzida no art. 14 do CPC: “A norma processual não retroagirá e será aplicável

imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados

e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.”.

III – Errado. A aplicação de tais normas é em caráter supletivo e subsidiário,

na verdade (art. 15 do CPC).

Questão 12    (2018/FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo dis-

põe o artigo 14 do CPC/2015, “A norma processual não retroagirá e será aplicável

imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados

e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”.

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Considerando isso, é correto afirmar que:

a) O legislador usou da chamada “teoria das fases processuais”, de modo que cada

fase é analisada e claramente identificada, promovendo-se a aplicação da nova lei

quando houver nova fase processual na demanda em curso.

b) A teoria adotada pelo legislador foi a chamada “teoria do isolamento dos atos

processuais”, ou seja, cada ato é claramente identificado (e olhado de forma

individualizada), promovendo-se a aplicação da nova lei quando houver novo ato

processual na demanda em curso.

c) Com esse dispositivo, o legislador determina o respeito aos atos processuais

praticados e a situações jurídicas consolidadas na vigência da norma revogada tão

somente quando dessas não resultarem piora da situação processual de qualquer

das partes. O que for em benefício da parte, sempre retroagirá.

d) Desse dispositivo decorre a aplicação do sistema da unidade processual, de

modo que, ocorrendo alteração da norma processual em meio à tramitação de um

feito, ele não surtirá qualquer efeito, permanecendo a norma revogada em plena

vigência.

e) A referência a “situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revo-

gada” diz respeito apenas e tão somente a questões de direito material resolvidas

sob a égide da norma anterior, não guardando qualquer relação com questões de

direito formal.

Letra b.

Em razão da aplicação imediata a todos os processos, independentemente de a

nova norma prejudicar ou favorecer os interesses das partes ou da fase em que se

encontram, levando em conta que os atos processuais já praticados sob a égide

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da norma revogada ficam imaculados, o Direito Processual Civil brasileiro, quanto

ao direito intertemporal, adota a teoria do isolamento dos atos processuais.

Ademais, todas as situações jurídicas consolidadas, independentemente de terem

caráter material ou processual, devem ser respeitadas (direito adquirido, ato jurí-

dico perfeito e coisa julgada). A coisa julgada é um claro exemplo de bem jurídico

de direito processual.

Questão 13    (2015/FCC/TRT-23ª REGIÃO/MT/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITU-

TO) Quando o novo Código de Processo Civil entrar em vigor

a) serão atingidos todos os processos e atos processuais em curso, tendo em vista

o efeito imediato da lei nova, salvo quanto aos atos que constituírem direito adqui-

rido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.

b) serão atingidos todos os processos, incluindo os que possuam decisão transitada

em julgado, tendo em vista o efeito retroativo da lei processual.

c) serão atingidos todos os processos em curso, sem exceção de qualquer ato, ten-

do em vista o efeito retroativo da lei processual.

d) todos os processos em curso, assim como os atos processuais posteriores ao iní-

cio da vigência da nova lei, continuarão regidos pelo Código de Processo Civil atual.

e) serão atingidos todos e quaisquer processos e atos processuais, tendo em vista

o efeito imediato da lei processual, com exceção apenas das decisões transitadas

em julgado.

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Letra a.

Trata-se da fiel regra de direito intertemporal do art. 14 do CPC: “A norma proces-

sual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, res-

peitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a

vigência da norma revogada.”.

Questão 14    (2016/FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre o direito processu-

al intertemporal, o novo Código de Processo Civil

a) retroage porque a norma processual é de natureza cogente.

b) torna aplicáveis a todas as provas as disposições de direito probatório adotadas,

ainda que requeridas antes do início de sua vigência.

c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é de natureza cogen-

te e possui efeito imediato.

d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de todas as ações ajui-

zadas sob este procedimento, incluindo as anteriores à sua entrada em vigor.

e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, res-

peitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a

vigência da norma revogada.

Letra e.

a) Errada. Vide comentário à letra e.

b) Errada. Quanto às disposições de direito probatório, existe uma regra especial

de direito intertemporal, prevista no art. 1.047 do CPC: “As disposições de direito

probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou de-

terminadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.”. Portanto, as provas

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requeridas ou determinadas antes de 18/03/2016 (início da vigência do CPC de

2015) serão reguladas pelo CPC de 1973, o anterior.

c) Errada. O período de vacatio legis do CPC de 2015 foi de um ano. Portanto,

a entrada em vigor ocorreu somente um ano após a data da publicação do diploma.

d) Errada. O art. 1.046, § 1º, do CPC dispõe que as disposições relativas ao proce-

dimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão

às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência do CPC de 2015.

e) Certa. Trata-se da fiel regra de direito intertemporal do art. 14 do CPC: “A nor-

ma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em

curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consoli-

dadas sob a vigência da norma revogada.”.

Questão 15    (2018/FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO) Estabelece o Código de

Processo Civil:

não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ou-

vida (art. 9º, caput);

o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a

respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda

que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (art. 10º).

Tais normas atendem ao princípio

a) Contraditório.

b) Inércia.

c) Primazia do mérito.

d) Motivação das decisões judiciais.

e) Inafastabilidade da jurisdição.

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Letra a

Questão tranquila, pois cobra os artigos que mais conhecidamente expressam o

princípio do contraditório, conforme nossa aula.

Questão 16    (2018/FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCU-

RADOR LEGISLATIVO) No que se refere às normas fundamentais do Processo Civil,

a) todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em

tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

b) é assegurado às partes tratamento diferenciado em relação ao exercício de di-

reitos e faculdades processuais, inclusive quanto ao contraditório, a ser discriciona-

riamente resguardado a elas pelo juiz.

c) as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,

excluída a atividade satisfativa.

d) o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento

a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, sal-

vo se tratar-se de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

e) os juízes e tribunais atenderão obrigatoriamente à ordem cronológica de conclu-

são para proferir sentença ou acórdão.

Letra a.

a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 6º do CPC: “Todos os sujeitos do proces-

so devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de

mérito justa e efetiva.”. É o princípio da cooperação processual.

b) Errada. O art. 7º dispõe: “É assegurada às partes paridade de tratamento em

relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos  meios de defesa,

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aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz

zelar pelo efetivo contraditório.”. O tratamento deve ser paritário, e o juiz deve ze-

lar pela efetividade do exercício do contraditório (não há discricionariedade: há um

dever de zelo).

c) Errada. A atividade satisfativa é incluída a tal propósito (art. 4º CPC).

d) Errada. Matérias cognoscíveis de ofício também dependem do exercício do con-

traditório para serem apreciadas (art. 10 do CPC).

e) Errada. A ordem cronológica é preferencial (art. 12, caput).

Questão 17    (2018/FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO) Não se excluirá da apre-

ciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

Esse é o princípio da
a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo existencial,
tratando-se de princípio constitucional e, simultaneamente, infraconstitucional do
processo civil.
b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de prin-
cípio constitucional do processo civil.
c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de princípio in-
fraconstitucional do processo civil.
d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e também
infraconstitucional do processo civil.
e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio
constitucional e infraconstitucional do processo civil.

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Letra e.
a) Errada. Tal princípio não é reconhecido pela doutrina majoritária como especí-
fico do processo civil.
b) Errada. Tal princípio é o do juiz natural, em uma de suas facetas.
c) Errada. Ainda que fosse o princípio da legalidade (o que não é o caso), este
princípio seria constitucional, também (art. 5º, caput).
d) Errada. Tal princípio não é reconhecido pela doutrina majoritária como especí-
fico do processo civil.
e) Certa. O  caráter constitucional deste princípio encontra-se no art.  5º, inciso
XXXV, e o caráter infraconstitucional, no art. 3º, caput, do CPC.

Questão 18    (2017/FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Considerando

as normas fundamentais do processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código

de Processo Civil, é correto afirmar:

a) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal

razoável, da plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade

satisfativa, isto é, de cumprimento ou execução.

b) É possível decidir questão de ofício sem oportunizar a manifestação das partes

sobre o fundamento adotado quando a decisão judicial estiver sendo tomada no

âmbito jurisdicional dos tribunais superiores.

c) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada

oportunidade de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação moni-

tória, quando evidente o direito do autor.

d) Mesmo em questões a respeito das quais o magistrado está legalmente autori-

zado a decidir de ofício, o juiz não está autorizado a proferir decisão sem oportu-

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nizar que as partes tenham assegurado o direito de manifestação a fim de poder

influenciar no julgamento.

e) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para

buscar a obtenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo

razoável, de modo justo e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do

processo civil no Brasil.

Letra d.

a) Errada. A atividade satisfativa é incluída a tal propósito (art. 4º CPC).

b) Errada. Matérias cognoscíveis de ofício também dependem do exercício do con-

traditório para serem apreciadas (art. 10 do CPC).

c) Errada. Como trabalhado em aula, a evidência do direito do autor da ação mo-

nitória torna possível a expedição do mandado injuntivo para pagamento antes da

oitiva do réu. Logo, nesta hipótese, o contraditório será diferido (posterior), confor-

me o art. 9º, parágrafo único, inciso III.

d) Errada. Como regra geral, as partes devem ser previamente ouvidas antes das

decisões, ainda que seja proferíveis de ofício (art. 10 do CPC).

e) Certa. Tal norma é, sim prevista no capítulo das normas fundamentais do pro-

cesso civil no Brasil no CPC (art. 6º).

Questão 19    (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E

DE REGISTROS/REMOÇÃO) Com relação às fontes do Direito Processual Civil bra-

sileiro, avalie as seguintes proposições:

I – O processo civil será interpretado conforme os valores e normas fundamen-

tais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil.

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II – Os  tratados internacionais em que o Brasil seja parte não são fontes para

aplicação do Direito Processual Civil.

III – A lei, os costumes, a doutrina e a jurisprudência são consideradas fontes do

Direito Processual Civil.

IV – A doutrina e a jurisprudência são importantes fontes do Direito Processual

Civil, seja para a elaboração das normas jurídicas, seja para a solução do

litígio que se apresenta ao Poder Judiciário.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I, III e IV.

b) II, III e IV.

c) I, II e III.

d) I e II.

Letra a.

I – Certo. Trata-se da regra do art. 1º do CPC.

II – Errado. O art. 13 do CPC assegura que os tratados internacional sejam cogen-

tes sobre o processo civil brasileiro.

III – Certo. A lei é uma fonte formal primária, e os demais elementos citados são

fontes formais acessórias (ou fontes materiais). Há certa divergência doutrinária

sobre a classificação dos costumes, mas a questão justamente não chegou a tal

ponto.

IV – Certo. Por serem para a elaboração das normas jurídicas e para a solução do

litígio é que tais elementos se consideram fontes formais acessórias.

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Questão 20    (2018/MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Sobre o Di-

reito Processual Civil, não seria correto afirmar:

a) O Direito Processual Civil possui natureza de Direito público e possui inter-re-

lacionamento com o Direito constitucional muito bem expresso no capítulo III, da

Constituição Federal que trata do Poder Judiciário.

b) São constitucionais os pressupostos básicos atinentes ao recurso extraordinário

e ao recurso especial, embora possa a União, em matéria processual, sobre eles

legislar.

c) São fontes do Direito Processual Civil, além da própria Constituição Federal,

as codificações, as leis de organização judiciária dos estados, leis processuais es-

parsas, além dos regimentos internos dos tribunais de justiça.

d) A lei estrangeira não pode determinar a forma processual a ser aplicada no Bra-

sil, embora o juiz possa utilizar-se de prova alienígena para decidir a causa, sem

valorá-la, porquanto rege-se a sua produção pela lei que nele vigorar

e) Sobre a aplicação da lei processual no tempo, diverso das condições da ação

que é regulada pela lei vigente quando da propositura da ação, à resposta do réu é

aplicada aquela em vigor quando do surgimento do ônus da defesa produzido pela


citação.

Letra d.
a) Errada. De fato, o processo civil pertence ao direito público, e o maior funda-
mento desta premissa é sua estruturação básica na Constituição Federal, sem falar
na necessidade de que os valores e normas constitucionais informem o processo
civil a todo tempo (art. 1º do CPC).
b) Errada. É da União a competência para legislar sobre direito processual, de fato
(art. 22, inciso I, CF/88).

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c) Errada. Tais elementos são considerados fontes formais primárias do processo


civil.
d) Certa. Na verdade, o juiz não pode se utilizar de prova sobre a qual as partes
não tenham tido oportunidade de se manifestar.
e) Errada. Pelo fato de as novas normas serem imediatamente aplicadas aos pro-
cessos em curso, os atos de defesa (como a contestação) sujeitar-se-ão às regras
novas, se a contestação houver de ocorrer após a entrada em vigor do novo diploma.

Questão 21    (2018/QUADRIX/CODHAB-DF/ANALISTA/DIREITO E LEGISLAÇÃO)


No que se refere às normas processuais fundamentais no Código de Processo Civil,
julgue o item subsequente.
A cooperação para atingimento de decisão de mérito em prazo razoável vincula as
partes, não alcançando o juiz, que deve se manter imparcial.

Errado.

Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em

tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6º). Essa norma alcança o

juiz, que é um dos sujeitos processuais.

Questão 22    (2017/CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Um sistema pro-

cessual civil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos

direitos, ameaçados ou violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se

harmoniza com as garantias constitucionais de um Estado democrático de direito.

Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer

de real efetividade. De fato, as normas de direito material se transformam em pura

ilusão, sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico, por meio do

processo.

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Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum

Acadêmico de Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações)

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do

entendimento jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do

processo civil.

Voltado para a concepção democrática atual do processo justo, o CPC promoveu a

evolução do contraditório, que passou a ser considerado efetivo apenas quando vai

além da simples possibilidade formal de oitiva das partes.

Certo.

A efetividade é uma ideia que justamente se remete ao resultado real de alguma

coisa. Logo, o contraditório efetivo é aquele que apresenta, por resultado material

e real, a oportunidade de que a parte se direcione de forma contrária a fundamen-

tos e fatos. Por esta razão, as alegações das partes devem ser devidamente consi-

deradas e fundamentadamente deferidas/indeferidas pelo juiz.. Portanto, a simples

conferência de possibilidade formal de manifestação (como prazo para manifestar-

-se nos autos) não corresponde a um contraditório efetivo, se as alegações das

partes não forem consideradas para a tomada da decisão judicial.

Questão 23    (2017/CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Para garantir os


pressupostos mencionados em sua exposição de motivos, o  CPC estabelece, de

forma exaustiva, as normas fundamentais do processo civil.

Errado.

O art. 1º do CPC já aponta a Constituição Federal como fonte de normas funda-

mentais do processo civil. Logo, o CPC não é exaustivo (exauriente/completo) ao

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elencar as normas fundamentais do processo civil. Tanto o CPC como a CF/88 tra-

zem tais normas.

Questão 24    (2017/CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO) Com

relação ao processo, seus princípios e seus procedimentos, julgue o item subse-

quente.

Dado o princípio da demanda, o juiz não pode agir sem ser provocado pelo interes-

sado, salvo no caso das exceções previstas em lei.

Certo.

Trata-se de uma forma diferente de transcrição da exata regra do art. 2º: “O pro-

cesso começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as

exceções previstas em lei.”.

Questão 25    (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Acerca dos princí-

pios constitucionais do processo civil, julgue o item a seguir.

O princípio do contraditório, por constituir garantia aplicável em situações especí-

ficas, não vincula a decisão do juiz, visto que, em geral, este deve decidir sem a

oitiva das partes.

Errado.

Como regra geral, as partes devem ser previamente ouvidas antes das decisões,

ainda que seja proferíveis de ofício (art. 10 do CPC).

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Questão 26    (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Acerca dos princí-

pios constitucionais do processo civil, julgue o item a seguir.

A cooperação entre as partes não é necessária para assegurar uma razoável du-

ração do processo, uma vez que cada uma delas tem seus próprios interesses na

demanda.

Errado.

Apesar da existência de interesses opostos numa lide, as partes devem cooperar

entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva

(art. 6º do CPC). Trata-se do princípio da cooperação processual.

Questão 27    (2019/CESPE/TJ-AM/ASSISTENTE JUDICIÁRIO) Acerca dos princí-

pios constitucionais do processo civil, julgue o item a seguir.

O devido processo legal é uma garantia contra eventual uso abusivo de poder, de

modo a assegurar provimento jurisdicional em consonância com a Constituição Fe-

deral de 1988.

Certo.

O devido processo legal é, por excelência, uma garantia contra a arbitrariedade de

juízes e tribunais, uma vez que a observância do procedimento objetivamente ex-

presso em lei viabiliza o tratamento isonômico (igual) de todos os litigantes. Esta

garantia tende a dar efetividade ao princípio constitucional da isonomia e ao da

legalidade (art. 5º, caput, CF/88).

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Questão 28    (2019/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O Código de Processo Civil

adota o modelo multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à

técnica ou método mais adequado para a sua solução e devem ser adotados todos

os esforços para que as partes cheguem a uma solução consensual do conflito. Em

regra, apenas se não for possível a solução consensual, o processo seguirá para a

segunda fase, litigiosa, voltada para instrução e julgamento adjudicatório do caso.

Certo.

De fato, a solução litigiosa dos conflitos deve ocorrer, teoricamente, somente se a

conciliação for impossível, seja pela natureza do direito ou pela complexidade do

conflito entre as partes. Trata-se de depreensão da regra do art. 3º, § 2º, que dis-

põe: “O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos con-

flitos”. Portanto, a solução não conciliatória (litigiosa) é, teoricamente, uma forma

de resolução de conflitos não preferencial (segunda opção).

Questão 29    (2019/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O Código de Processo Ci-


vil dispõe que o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Errado.
O princípio do contraditório deve ser observado, em regra, até mesmo nas deci-
sões proferíveis de ofício. É  o que dispõe o art.  10: “O juiz não pode decidir,

em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se

tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria

sobre a qual deva decidir de ofício”.

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Questão 30    (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURA-

DORIA/CALCULISTA) À luz do Código de Processo Civil, julgue o próximo item,

relativos às normas fundamentais do processo civil e aos elementos da sentença,

aos honorários advocatícios, à advocacia pública e à aplicação das normas proces-

suais.

Mesmo na ausência de norma que regulamente a tramitação de determinado pro-

cesso administrativo, as disposições do Código de Processo Civil não poderão ser a

ele aplicadas, ainda que supletiva ou subsidiariamente, haja vista a natureza dis-

tinta desses dispositivos normativos.

Errado.

O art. 15 do CPC dispõe: “Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,

trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas

supletiva e subsidiariamente.”.

Questão 31    (2017/CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO) Com

relação às normas processuais, julgue o item seguinte.

Considerando-se o sistema do isolamento dos atos processuais, a lei processual

nova não retroage, aplicando-se imediatamente aos processos em curso, respeita-

dos os atos processuais já praticados e as situações jurídicas já consolidadas sob

a vigência da lei anterior.

Certo.
A teoria (sistema) do isolamento dos atos processuais é fielmente reproduzida no
art. 14 do CPC: “A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente

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aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações

jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.”.

Questão 32    (2015/CESPE/TCE-RN/AUDITOR) O princípio da cooperação proces-

sual se relaciona à prestação efetiva da tutela jurisdicional e representa a obrigato-

riedade de participação ampla de todos os sujeitos do processo, de modo a se ter

uma decisão de mérito justa e efetiva em tempo razoável.

Certo.

Trata-se da regra do art. 6º: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre

si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.”.

Questão 33    (2017/QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR/DIREITO) Julgue o item sub-

sequente em relação ao Direito Processual Civil.

Considerando-se as normas constitucionais e processuais civis, é  correto afirmar

que o princípio do contraditório, segundo o qual o juiz deve observar, em todas as

suas decisões, os elementos da informação e da possibilidade de reação da parte

que não ajuizou a ação ou formulou pedido nos autos, seja inafastável.

Errado.

O contraditório não é inafastável O art.  9º, parágrafo único, enuncia um rol de

hipóteses em que o contraditório não será prévio, mas, sim, posterior (diferido).

São elas:

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• Tutela provisória de urgência: quando a parte contrária formular pedido de


tutela de urgência (art. 300: probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo), o juiz poderá conceder ou denegar a
tutela provisória de urgência sem ouvir a parte contrária;
• Hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III. Tais
hipóteses são:
− Tutela de evidência formulada quando as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julga-
mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
− Tutela de evidência formulada quando se tratar de pedido reipersecutório
fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em
que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob comi-
nação de multa;
• Expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução
de obrigação de fazer ou de não fazer, nas ações monitórias, quando o direito
do autor for considerado evidente pelo juiz.

Questão 34    (2016/CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA


ADMINISTRATIVA/DIREITO) No que diz respeito às normas processuais, aos atos
e negócios processuais e aos honorários de sucumbência, julgue o item que se se-
gue, com base no disposto no novo Código de Processo Civil.
Em observância ao princípio da primazia da decisão de mérito, o magistrado deve
conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir vício processual antes de
proferir sentença terminativa.

Certo.

A concessão de prazo para correção de vício que possa causar, em tese, uma extin-

ção processual sem resolução do mérito é uma das facetas do princípio da primazia

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da decisão de mérito. Confira o que dispõe o art. 317 do CPC: “Antes de proferir de-
cisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para,
se possível, corrigir o vício.”.

Questão 35    (2018/QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO) Quanto ao direito probatório


no CPC/2015, julgue o item que se segue.
O princípio dispositivo orienta também a atividade probatória, impedindo que o juiz
atue ativamente na colheita da prova, determinando sua produção, por exemplo.

Errado.
Embora esta questão seja mais relacionada ao conteúdo sobre provas, julgo im-
portante destacar que o juiz pode, sim, determinar de ofício a produção de pro-
vas, justamente como expressão do princípio do impulso oficial. É a regra do
art. 370 do CPC: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar
as provas necessárias ao julgamento do mérito.”.

Questão 36    (2017/QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR/DIREITO) Julgue o item sub-


sequente em relação ao Direito Processual Civil.
Ao se analisar a forma dos atos processuais e as nulidades à luz do princípio da
instrumentalidade das formas, não é conveniente considerar nulo o ato somente
porque praticado em desconformidade com a forma legal exigida, desde que atin-
gida sua finalidade.

Certo.
De fato, é esta a essência do princípio da instrumentalidade das formas. É a regra
do art. 277 do CPC: “Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.”.

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Questão 37    (2012/CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Em obe-

diência ao princípio da isonomia, corolário do devido processo legal, pessoas em

condições diversas podem receber tratamento diferenciado no processo.

Certo.

É exatamente este o conceito de isonomia, que vale também para o Novo CPC:

igualar os iguais e desigualar os desiguais, mantendo-se um equilíbrio real.

Questão 38    (2013/CESPE/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRA-

TIVA) De acordo com o princípio da indeclinabilidade, uma vez provocado, o órgão

jurisdicional não poderá recusar-se a dirimir litígios, a não ser na hipótese de exis-

tência de lacunas na lei aplicável à matéria, hipótese em que julgará improcedente

o pedido do autor.

Errado.

Primeiramente, cabe salientar que o princípio da indeclinabilidade é tratado por

alguns doutrinadores como parte integrante do princípio da inafastabilidade juris-

dicional. Uma das facetas deste princípio é que o juiz não pode deixar de decidir

alegando lacuna no direito. Deverá o juiz, sempre que necessário, buscar outras

fontes do direito para julgar (art. 140, caput, CPC)

Questão 39    (2015/FCC/TCM-GO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE

CONTAS) Em relação às fontes do direito processual, considere:

I – No direito processual a fonte formal primária é a lei, bem como as súmulas

vinculantes.

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II – Entre outras, são fontes formais acessórias a analogia, os costumes e os

princípios gerais do direito.

III – Entre as fontes não formais do direito, aponta-se a doutrina e, em regra,

os precedentes jurisprudenciais.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II

b) II e III.

c) I

d) I e II

e) I e III.

Letra b.

I – Errado. A FCC entende que as súmulas vinculantes são fontes formais acessó-

rias.

II – Certo. As fontes formais acessórias são essencialmente integrativas (utiliza-

das na lacuna da lei), e a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito


(art. 4º da LINDB) são os principais exemplos.

III – Certo. Os precedentes jurisprudenciais, quando não tiverem caráter vincu-

lante (regra geral) são fontes não formais (materiais), como a doutrina. O pulo do

gato está em saber que, como regra geral, a jurisprudência não possui força vincu-

lante. Os casos de vinculação do Judiciário são excepcionais.

Questão 40    (2014/FCC/TJ-AP/TJ-AP/JUIZ) Considere:

I – São fontes formais da norma processual civil a Constituição Federal, bem

como os demais atos que ela prevê ou consente, quais sejam, a  lei,

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os tratados internacionais, os princípios gerais do direito e os usos e costu-

mes forenses.

II – Na interpretação da lei processual civil, o método empregado é o exegético

ou gramatical, consistente na busca do significado do texto no conjunto das

disposições correlatas, contidas na ordem jurídico-positiva como um todo.

III – No tocante à eficácia da lei processual civil no tempo, aplica-se ordinaria-

mente a regra tempus regit actum, pela qual fatos ocorridos e situações já

consumadas no passado não se regem pela lei nova que entra em vigor, mas

continuam valorados segundo a lei do seu tempo.

Está correto o que consta em

a) III, apenas.

b) I e III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

Letra b.

I – Certo. Embora os elementos citados neste item sejam separáveis na classifi-

cação “primárias ou acessórias”, todos eles são fontes formais, como diz o texto.

II – Errado. A busca do significado do texto no conjunto das disposições correla-

tas, que de fato ocorre no processo civil, é conhecida como interpretação siste-

mática, e não gramatical.

III – Certo. A teoria (sistema) do isolamento dos atos processuais, intimamente

conectada à teoria do tempus regit actum, é fielmente reproduzida no art. 14 do

CPC: “A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos

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processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações ju-

rídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”.

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