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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIO BRANCO - ESTÁCIO UNIMETA

DISCIPLINA: MÉTODOS ADEQUADOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

POLÍTICA PÚBLICA
JUDICIÁRIA DE
TRATAMENTO DOS
CONFLITOS DOCENTE: FLÁVIO HENRIQUE BARROS D'OLIVEIRA

RIO BRANCO, ACRE


2023
Flávio Henrique Barros D'Oliveira
CONSELHO NACIONAL DE JSUTIÇA

a criação do Conselho Nacional de Justiça é a busca e


zeladoria do Princípio da Eficiência da Administração Pública
aplicada ao Poder Executivo, para além da autonomia e
independência dos poderes, fato é que todos prestam um
serviço público que deve ser eficiente.
O QUE É EFICIÊNCIA NO ÂMBITO DO PODER
PÚBLICO?
Essa é uma boa pergunta, e que pode ser respondida por
parâmetros de economia de recursos humanos, materiais,
índices de produtividade e outros tantos marcos importantes
para o resultado final da prestação do serviço público ao
cidadão e, aqui no âmbito do Poder Judiciário, ao
jurisdicionado, que busca a solução de seus conflitos pelo
exercício por meio da ação e dentro de um processo judicial.
EFICIÊNCIA
o acesso à Justiça por meio do exercício da ação, gerando
processos que terão, ao final, um universo de decisões
judiciais individuais ou mesmo coletivas não atende
materialmente ao conceito de um acesso à uma ordem
jurídica, a um sistema considerado justo.

Ou seja, afeta a eficiência do Poder Judiciário


EFICIÊNCIA
o acesso à Justiça por meio do exercício da ação, gerando
processos que terão, ao final, um universo de decisões
judiciais individuais ou mesmo coletivas não atende
materialmente ao conceito de um acesso à uma ordem
jurídica, a um sistema considerado justo.

Ou seja, afeta a eficiência do Poder Judiciário


EFICIÊNCIA
Causas que acabam diminuindo sua eficiência:

Grande movimento de busca ao judiciário que gera processos


em demasia, muitos repetitivos, inclusive.
Grande número de recursos e instrumentos processuais que
dilatam os prazos.
Grande tempo de espera por respostas que não resolvem o
conflito imediato das pessoas que buscam o cumprimento da
lei junto ao Poder Judiciário.
Falta de recursos humanos e materiais para as funções da
magistratura, de serventuários.
EFICIÊNCIA
Causas que acabam diminuindo sua eficiência:

Falta de recursos humanos e materiais para as Funções


Essenciais à Justiça no Brasil (Ministério Público, Defensoria
Pública, Advocacia Privada e Pública).
EFICIÊNCIA
Causas que acabam diminuindo sua eficiência:

Falta de recursos humanos e materiais para as Funções


Essenciais à Justiça no Brasil (Ministério Público, Defensoria
Pública, Advocacia Privada e Pública).

Além das causas acima, é possível uma constatação muito


objetiva a respeito das pessoas e seus conflitos, qual seja, a de
que, salvo situações proibidas por lei, as pessoas são capazes de,
por si só ou com auxílio de terceiros, construírem ou buscarem
soluções que não seja simplesmente aguardar que alguém
(Estado Juiz) diga quem está certo ou errado.
EFICIÊNCIA
Causas que acabam diminuindo sua eficiência:

A ideia, por si só, não é nova, pois, desde quando o ser humano é
capaz de se comunicar, é possível a busca pelo consenso, que
pode ser mais ou menos validada e valorizada por razões
diversas, tais como cultura, educação, instrução, percepção de
maior rapidez e autonomia, por exemplo.
REFLEXÃO
Se, no âmbito da gestão, em mais de 80 de milhões de processos
que anualmente orbitam em torno do Poder Judiciário for
possível eliminar um percentual em curto espaço de tempo, pois
as partes puderam receber um tratamento mais adequado, via de
regra incentivando a busca pela consensualidade, o impacto geral
no coletivo é significativo, para além de uma qualidade e
tempestividade real para as partes envolvidas nos casos
concretos.
REFLEXÃO
Se, no âmbito da gestão, em mais de 80 de milhões de processos
que anualmente orbitam em torno do Poder Judiciário for
possível eliminar um percentual em curto espaço de tempo, pois
as partes puderam receber um tratamento mais adequado, via de
regra incentivando a busca pela consensualidade, o impacto geral
no coletivo é significativo, para além de uma qualidade e
tempestividade real para as partes envolvidas nos casos
concretos.
REFLEXÃO
Ou seja, ao instituir uma Política Pública Judiciária, incentivando
novos meios, em tese mais adequados para resolver os conflitos,
o Poder Judiciário contribui com o Princípio da Eficiência do seu
serviço público e, de quebra, proporciona também aos envolvidos
uma maior autonomia e exercício de cidadania em suas vidas.

É por isso que o tema dos métodos adequados de solução de


conflitos, em especial, a valorização da Conciliação e da
Mediação, é a pauta da Política Pública Judiciária de tratamento
dos conflitos instituída pela Resolução CNJ Nº 125/2010.
RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010.
Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento
adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder
Judiciário e dá outras providências.
RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010.
Busca-se com tal política pública:
Ofertar às pessoas naturais e de direito público e privado,
orientações sobre as possibilidades de solução de seus
conflitos no âmbito do Poder Judiciário e fora dele.
Garantir, por meio da criação dos Núcleos Permanentes
de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos,
políticas, ações, cursos, capacitações e atualizações,
treinamento adequado aos recursos humanos do corpo
de serventuários, juízes, mediadores, conciliadores,
inclusive com outros tribunais, escolas e instituições da
sociedade civil.
RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010.
Busca-se com tal política pública:
Permitir, por meio dos Centros de Judiciários de Solução
de Conflitos e Cidadania, condições administrativas para a
oferta, antes e durante os processos judiciais, de serviços
de conciliação e mediação eficazes a quem deles
necessitar ou demandar.
Manter, de modo oficial, o acompanhamento estatístico
específico da aplicação da conciliação e mediação no
âmbito dos respectivos tribunais.
A RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010 E SEUS IMPACTOS
NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
a Resolução CNJ Nº 125/2010 vale para todos os órgãos do
Poder Judiciário, isto é, a Justiça Comum Estadual, Federal, as
Justiças Especiais (Trabalhista, Eleitoral e Militar) e seus
respectivos tribunais, inclusive os tribunais superiores.

se existe órgão julgador do Poder Judiciário, a Resolução CNJ


Nº 125/2010 tem incidência e deve ser correspondida, em
especial, na oferta formal e material aos jurisdicionados de
terem a opção de resolverem os seus conflitos de forma
pacífica.
A RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010 E SEUS IMPACTOS
NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Mas como se opera isso?
Núcleos permanentes de métodos consensuais de solução de
conflitos - NUPEMEC;
Centros judiciários de solução de conflitos - CEJUSC;
Conciliadores e mediadores
A RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010 E SEUS IMPACTOS
NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Núcleos permanentes de métodos consensuais de solução de
conflitos - NUPEMEC;
A Resolução CNJ Nº 125/2010 em seu artigo 7º prevê a criação
dos Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de
Solução de Conflitos. Tais Núcleos, uma vez instalados,
devem, entre outras atribuições, “instalar os Centros
Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania que vão
concentrar, em regra, as sessões de conciliação e mediação
dos respectivos órgãos abrangidos!
A RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010 E SEUS IMPACTOS
NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Núcleos permanentes de métodos consensuais de solução de
conflitos - NUPEMEC;
O Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução
de Conflitos – NUPEMEC tem por atribuição essencial
planejar, efetivar e fomentar a utilização de métodos
alternativos de solução de conflitos, como a conciliação e a
mediação, a fim de proporcionar à sociedade uma prestação
jurisdicional célere, efetiva e que solucione os conflitos de
forma preventiva, contribuindo para a pacificação social.
A RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010 E SEUS IMPACTOS
NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Centros judiciários de solução de conflitos - CEJUSC;
A Resolução CNJ Nº 125/2010 em seu artigo 8º prevê a criação
dos CEJUSC em cada unidade do Poder Judiciário, de acordo
com as suas normas próprias inerentes à Justiça Comum
Estadual, à Justiça Comum Federal e às respectivas Justiças
Especializadas.
Cada qual terá em suas unidades um CEJUSC para atender
casos de conciliação e mediação pré-processual e processual,
isto é, antes e durante a tramitação dos processos judiciais
A RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010 E SEUS IMPACTOS
NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Conciliadores e mediadores
A Resolução CNJ Nº 125/2010, em seu artigo 12, faz menção
expressa aos conciliadores e aos mediadores, isto é, as
pessoas que, independentemente de outras iniciativas de
juízes, desembargadores e ministros, estarão funcionalmente
enquadradas para proporcionar as sessões de mediação e
conciliação nos CEJUSC, ou mesmo em atividades em parceria
com instituições públicas e privadas em convênios, mutirões e
outros eventos similares.
A RESOLUÇÃO CNJ Nº 125/2010 E SEUS IMPACTOS
NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Conciliadores e mediadores
Capacitação do conciliadores (Art. 12 da resolução)
https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/156
A Resolução CNJ Nº 125/2010 em seu artigo 12, parágrafos 2º
e 3º, apresenta regras específicas a respeito da capacitação e
treinamento dos candidatos a conciliadores e mediadores.
Ainda que tais regras possam se especializar no âmbito
normativo interno de cada tribunal, as bases estão
formalmente previstas, inclusive com previsão de conteúdo
programático para cursos e capacitações.
QUESTÕES

Questão 1
O acesso à justiça no Brasil e em muitos outros países sempre esteve associado à ideia de
acesso ao Estado, que, por meio de juízes e tribunais, ditam a solução de conflitos diversos. No
entanto, há crescente movimento e normatização em prol de métodos mais adequados à
solução de conflitos (MASC) nas últimas décadas no Brasil e no mundo. A respeito dessa
movimentação e normatização, é correto afirmar que:
QUESTÕES

Parabéns! A alternativa C está correta.

A Resolução CNJ Nº125/2010 não só instituiu uma Política Pública Judiciária de tratamento
adequado de conflitos no Brasil, como alavancou, do ponto de vista estrutural nos tribunais,
um incremento de atuação do Poder Judiciário em prol dos MASC. A partir da referida
resolução, os demais operadores do direito, escolas e a sociedade civil como um todo se
movimentaram muito mais em prol dos MASC. Pode ser destacar o art. 1º da referida
resolução, sem prejuízo de outras dispositivos.
QUESTÕES

Questão 2
A respeito da Resolução CNJ Nº125/2010 e sua importância para a constituição de espaços
públicos e privados de conciliação e mediação, bem para a capacitação dos conciliadores e
mediadores, marque a opção correta abaixo.
QUESTÕES

A alternativa C está correta.

De acordo com os artigos 8º, 12 e 12-C a 12-F da Resolução CNJ Nº125/2010, os CEJUSC, a
capacitação dos conciliadores e mediadores e os espaços privados foram regulamentados,
proporcionando, assim, condições formais e materiais para as respectivas implementações e
atuações.
CAMARAS PRIVADAS DE CONCILIAÇÃO

De acordo com o parágrafo único do artigo 12-C da Resolução CNJ n. 125/2010, incluído pela Emenda
n. 02/2016, o cadastramento de câmaras privadas é facultativo para a realização de sessões de
mediação ou conciliação pré-processuais. No entanto, feita a opção pelo cadastro, as câmaras
privadas terão de seguir as regras fixadas na Resolução CNJ n. 125/2010, inclusive quanto à
capacitação, bem como as disposições contidas no Código de Processo Civil (artigos 167, “caput” e §
4º, 169, § 2º e 175, parágrafo único). Dessa forma, para atuar como câmara privada cadastrada, seus
integrantes devem ser mediadores cadastrados no respectivo tribunal, sendo necessária, portanto, a
capacitação nos moldes da Resolução CNJ n. 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
CAMARAS PRIVADAS DE CONCILIAÇÃO

Remuneração
A remuneração da câmara privada pela atuação incidental a processos judiciais pode ser fixada pelos
tribunais, respeitadas as diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Não é exigido repasse de
valores aos tribunais, mas como contrapartida ao credenciamento, as câmaras privadas devem
suportar determinado percentual de sessões não remuneradas (artigo 12-D da Resolução CNJ n.
125/2010).
Obrigado!

flaviohenrique.adv@outlook.pt

@flaviohbd

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