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Resumo de Direito Constitucional

Prof. Jonathas de Oliveira

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Curso: Direito Constitucional
Professor: Jonathas de Oliveira
Resumo de Direito Constitucional
Prof. Jonathas de Oliveira

APRESENTAÇÃO

Caro amigo,

É com enorme prazer que trago aqui pelo Exponencial Concursos


este resumo da disciplina Direito Constitucional.

Trata-se de um conteúdo objetivo e sintetizado que pode ser


utilizado nos estudos para concursos de diversas áreas, como a fiscal, a de
planejamento, a de controle, a jurídica, a legislativa, a policial, dentre muitas
outras.

Mas antes de prosseguir, façamos uma breve apresentação.

Meu nome é Jonathas de Oliveira, bacharel em Turismo e graduando


em Direito, e minha história nos concursos se iniciou aos 23 anos, quando
em 2012, sem maior pretensão, fui aprovado para um concurso de nível
municipal em Armação de Búzios (RJ). Alguns meses depois, dei início à
minha preparação formal.

No início de 2013, fui aprovado para Analista de Fazenda da Secretaria


de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para
Auditor Fiscal da Receita do Estado do Espírito Santo, em 3º lugar, cargo que
exerço atualmente, atuando como Subgerente na gerência responsável pelo
julgamento de processos administrativos fiscais.

Ao todo foram 11 meses de estudo como concurseiro e já são 5 anos


de atuação como professor para concursos, travando contato com diferentes
materiais e metodologias, resolvendo milhares de questões, resumindo e
esquematizando conteúdos e tendo o feedback de milhares de alunos de
dezenas de concursos diferentes.

Com base nessa experiência é possível verificar que alguns pontos da


nossa disciplina são os queridinhos das bancas. Já alguns não incidem tanto,
mas são importantes para o entendimento de outros. Por fim, há aqueles que
não tem um custo x benefício bom. São assuntos que quando caem são
errados pela maioria e acertados por uma minoria com certa sorte. rs

Enfim, além de identificar esse núcleo de tópicos que tradicionalmente


tem mais atenção das bancas, bem como aqueles que causam mais dúvidas

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entre os concurseiros, a lição mais importante aprendida em todos esses anos


é que estudar requer consistência e método.

Nesse contexto, a meta principal aqui é o de permitir rápidas


revisões sobre os principais tópicos da nossa disciplina cobrados em
concursos públicos.

Com o material que você tem em mãos será possível, por exemplo:
 Ambientar-se com a nossa disciplina;
 Rever em poucas horas os principais pontos da nossa matéria;
 Exercitar a memória visual dos assuntos mais cobrados (contamos com
centenas de esquemas);
 Reforçar conteúdos já dominados;
 Aperfeiçoar elementos ainda não bem absorvidos;
 Facilitar o planejamento de estudos da disciplina Direito Constitucional;
 Calibrar o tempo de estudo por tópicos;
 Ter uma noção geral do que é o Direito Constitucional.

Uma vez que nosso foco é a fixação de pontos centrais do conteúdo e


sua revisão por meio de sínteses, esquemas gráficos e elementos-chave,
este material será otimizado pelos concurseiros que já possuem um
conhecimento básico da disciplina Direito Constitucional.
Isso porque, nesse nível, o leitor já domina conceitos essenciais,
consegue preencher eventuais lacunas, reconhece a linha jurisprudencial
sobre os temas e compreende o Direito Constitucional dentro do sistema
maior no qual ele se insere, refinando o aprendizado.

Se você estiver partindo do zero, recomendamos nossos cursos


de teoria, jurisprudência e questões comentadas ou nossos cursos de
resumo e questões comentadas, dependendo do estilo de estudo preferido
e do perfil de cada um.
Vale a pena conferir! ;)

https://www.exponencialconcursos.com.br/cursos-por-professor/jonathas-
de-oliveira/

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Todos aqueles que já estudaram de forma competitiva para concursos


públicos (sei bem o que é isso) sabem o esforço necessário e como é bom
contar com materiais de qualidade que clareiem nosso entendimento.
Não pretendemos inventar a roda, cansar os concurseiros com mais
um “método revolucionário” de estudos (que por si só já consome nossas
energias), entupir as cabeças com falação em demasia, nem escrever um
tratado acadêmico.

O objetivo aqui é simples e direto: ser um elemento facilitador da


sua aprovação!

Contem comigo e com toda a equipe de professores do Exponencial


Concursos nesse caminho!

Grande abraço!

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Sumário
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS. TEORIAL GERAL DO ESTADO. TEORIA GERAL
DA CONSTITUIÇÃO. ............................................................................ 6
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. .............................................. 13
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. APLICABILIDADE DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. ............... 20
DIREITOS SOCIAIS. DIREITOS DE NACIONALIDADE. DIREITOS POLÍTICOS.
PARTIDOS POLÍTICOS. ....................................................................... 37
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA. UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO
FEDERAL E MUNICÍPIOS. .................................................................... 46
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................................................................. 55
PODER LEGISLATIVO. ........................................................................ 62
PODER EXECUTIVO. ........................................................................... 79
PODER JUDICIÁRIO. .......................................................................... 86
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA. ...................................................... 98
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS. ................ 104
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. REPARTIÇÃO DE RECEITAS. ............. 111
ORÇAMENTO E FINANÇAS PÚBLICAS. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA.
..................................................................................................... 119
ORDEM SOCIAL. .............................................................................. 126

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ASPECTOS INTRODUTÓRIOS. TEORIAL GERAL DO ESTADO.


TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO.

Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que tem por objeto


a Constituição dos Estados nacionais.

Em sentido jurídico, a Constituição é o fundamento de validade


normativa dos Estados nacionais.
O princípio da supremacia da Constituição postula que a Lei
Fundamental (Constituição) do Estado se encontra na parte mais elevada do
ordenamento jurídico, de modo que nenhuma norma pode contrariar suas
disposições normativas. Este princípio orienta toda interpretação da
Constituição, lei fundamental do Estado, que não pode ser contrariada por
nenhuma outra norma.
Temos, portanto, a seguinte relação de hierarquia:

É a ideia lógica
Norma Hipotética Fundamental
que sustenta o
plano jurídico-
positivo Constituição Federal de 1988 (normas
originárias)

Constituição Federal de 1988 (emendas) e


tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos aprovados na forma do
art. 5º, §3º
Outros tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos
(status supralegal)
Leis complementares, leis ordinárias, leis
delegadas, medidas provisórias, decretos
legislativos, resoluções, tratados e
convenções internacionais gerais, decretos
autônomos (status legal)

Normas infralegais (decretos


regulamentares, portarias, ordens de
serviço, instruções normativas e outras)

A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988,


apresenta a seguinte anatomia constitucional:

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PREÂMBULO Natureza
político-
ideológica
TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais (art. 1º a 4º)
TÍTULO II– Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º a
17)
TÍTULO III – Da Organização do Estado (art. 18 a 43)
TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes (art. 44 a 135)
TÍTULO V – Da Defesa do Estado e das Instituições

Natureza jurídica
Democráticas (art. 136 a 144)
TÍTULO VI – Da Tributação e Orçamento (art. 145 a 169)
TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 a
192)
TÍTULO VIII – Da Ordem Social (art. 193 a 232)
TÍTULO IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (art. 233
a 250)

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS


TRANSITÓRIAS (art. 1º a 97)

O Supremo Tribunal Federal adota a tese da irrelevância jurídica do


preâmbulo constitucional (ADI 2.076/AC).
Por outro lado, é cediço o caráter formalmente constitucional das
normas do ADCT (RE 160.486).

Pela classificação de José Afonso da Silva, de acordo com sua finalidade


e estrutura normativa, as normas constitucionais podem ser agrupadas em
cinco categorias, ou elementos constitucionais:
 Elementos orgânicos (ex.: normas sobre a organização do Estado);
 Elementos limitativos (ex.: normas sobre os direitos e garantias
fundamentais);
 Elementos sócio-ideológicos (ex.: normas da ordem social);
 Elementos de estabilização constitucional (ex.: normas relativas ao
controle de constitucionalidade e ao processo de intervenção);

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 Elementos formais de aplicabilidade (ex.: normas do ADCT).

Ressalte-se que o neoconstitucionalismo, influenciou a atual


Constituição Federal e promoveu o fortalecimento dos direitos e garantias
fundamentais.
Passou-se da supremacia da lei à supremacia da Constituição, com
ênfase na força normativa do texto constitucional e na concretização das
normas nela expressas.

Teoria Geral do Estado

O Estado é instituição organizada, política, social e juridicamente, que


se destaca por três elementos centrais:

Governo
Povo Território
(elemento
(elemento (base ESTADO
político
humano) física)
condutor)

No nosso Estado, “todo o poder emana do povo” (CF/88, art. 1º,


parágrafo único), e predomina a teoria da tripartição de Poderes, herdada
da concepção de Montesquieu, em sua obra “O Espírito das Leis”, tipicamente
identificados como Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

Poder Funções típicas Funções atípicas


Executivo - Executar atos de administração e - Legislar
chefia de Estado e de governo
- “Julgar”

Legislativo - Elaboração de leis - Executar atos de


administração
- Fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial - “Julgar”
do Poder Executivo

Judiciário - Julgar em caráter de definitividade - Executar atos de


administração

- Legislar

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Vejamos ainda mais algumas classificações importantes relativas ao


estudo geral dos Estados (deixamos preenchidos os quadros nos quais se
insere o Estado brasileiro):

Simétrica ou
Estado unitário assimétrica
Formas de Estado
Cooperativa
Federação ou dual

Por agregação
Monarquia ou
Formas de desagregação
Governo
República
Conceitos de
teoria do
Estado Parlamentarismo
Sistemas de
Governo
Presidencialismo

Democrático

Regimes de
Autoritário
Governo

Totalitário

Teoria Geral da Constituição

Podemos identificar na doutrina três conceitos mais destacados de


Constituição:
 Conceito político – principal expoente: Carl Schimtt (diferença entre
Constituição e lei constitucional)
 Conceito sociológico – principal expoente: Ferdinand Lassale
(Constituição é o somatório dos fatores reais de poder na sociedade)
 Conceito jurídico – principal expoente: Hans Kelsen (Constituição é
a norma máxima do Estado)

Devemos ainda saber distinguir entre normas materialmente


constitucionais e formalmente constitucionais (a depender do caso, uma
mesma norma pode ser constitucional tanto material como formalmente).

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Normas
constitucionais

Normas Normas
materialmente formalmente
constitucionais constitucionais

Importante tema diz com a classificações das Constituições.


Realçamos em cada quadro onde se encaixa a atual Constituição Federal de
1988 de acordo com a doutrina majoritária.

Outorgadas Escritas

Quanto à
forma
Quanto à origem

Promulgadas ou
democráticas
Não escritas

Cesaristas ou bonapartistas Sintéticas


Quanto à
extensão

Pactuadas Analíticas

Imutáveis Materialmente
conteúdo
Quanto à alterabilidade

Quanto

constitucionais
ao

(Super) rígidas Formalmente


constitucionais

Semi rígidas Dogmáticas


elaboração
Quanto ao
modo de

Flexíveis ou plásticas Históricas

Normativas Ortodoxas
Quanto à correspondência

dogmática
Quanto à
com a realidade

Nominalistas Ecléticas

Semânticas Principiológicas
Quanto ao
sistema

Preceituais

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Quanto à origem de sua decretação

Autônomas Heterônomas

Quanto à finalidade

Garantia Balanço Dirigentes

Hermenêutica Constitucional

Uma vez que a Constituição irradia o fundamento de validade do nosso


ordenamento jurídico, é de nuclear importância o trabalho de adequada
interpretação do seu texto (cuja ciência é a hermenêutica).
A hermenêutica constitucional dispõe, para esse propósito, de um
conjunto de métodos de interpretação (não são necessariamente
mutuamente excludentes), que se combinam a princípios de
interpretação.

MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO


Normativo Estruturante Unidade da Constituição
Científico Espiritual Concordância Prática ou
Harmonização
Hermenêutico Concretizador Efeito Integrador
Jurídico Justeza ou Conformidade Funcional
Tópico Problemático Força Normativa da Constituição
Máxima Efetividade
Proporcionalidade e Razoabilidade
Interpretação conforme a
Constituição

A interpretação conforme a Constituição é aplicada nos


casos em que a interpretação de uma mesma norma
pode produzir significados diversos (normas
polissêmicas).

O intuito é conduzir a interpretação da norma ao


sentido mais compatível com o texto
constitucional, afastando-a dos vieses
inconstitucionais e conservando-a no sistema
normativo (com ou sem redução de seu texto).

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Poder constituinte

Poder Constituinte

Originário Derivado Difuso

Revisor (esgotado)

Decorrente (CE dos Estados e LO do DF)

Reformador (Emendas à Constituição)

Histórico ou Deriva diretamente do É o poder que se


revolucionário, é: poder originário, manifesta no fenômeno
sendo: das mutações
De primeiro grau
constitucionais.
De segundo grau
Inicial*
Diferentemente dos
Constituído
Ilimitado* poderes revisor e
Limitado reformador (mutação
Incondicionado
Condicionado formal), aqui observamos
Permanente uma mutação informal.

ATENÇÃO!
* Exceto, parcialmente,
por questões meta As Leis Orgânicas dos
jurídicas (cultura, religião, Municípios não são
costumes etc.) fruto do poder
constituinte derivado.
A Lei Orgânica do DF
Questões correlatas:
sim.
Recepção

Repristinação

Desconstitucionalização

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.

A análise da constitucionalidade de uma norma diz com sua


compatibilidade ou conformidade com a Constituição.
Esmiuçando, em razão da supremacia da Constituição Federal, não se
admite que norma hierarquicamente inferior afronte o arranjo geral, os
vetores e as regras estabelecidos pela Carta Magna.

Desse raciocínio, e retomando a “pirâmide de Kelsen”, depreende-se


que as normas dispostas pelo poder constituinte originário não são
passíveis de controle de constitucionalidade.
Também não se admite a tese de Otto Bachof de hierarquia entre
normas constitucionais originárias, o que, e tese, possibilitaria a existência
de normas constitucionais originárias inconstitucionais.

Existem diferentes tipos (ou perspectivas) de inconstitucionalidade:

Por ação

Por omissão
Inconstitucionalidade

Não admitida pelo STF.


Originária
Na análise de normas
editadas sob a vigência
Superveniente de outras Constituições
e que porventura ainda
vigorem no atual
sistema jurídico, fala-se
Total
em recepção ou não
recepção da norma.

Parcial

De regra, a norma declarada inconstitucional é tida como nula desde


o nascedouro (efeitos ex tunc).

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Entretanto, por razões de boa-fé e segurança jurídica, tem-se


flexibilizados tais efeitos, por exemplo:
 Modulação dos efeitos da decisão no controle difuso e concentrado
(art. 27 da Lei 9.868/99) – a nulidade pode ser ex nunc;
 Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade
– a nulidade não é pronunciada até que sobrevenha lei ou ato
normativo substitutivo.

Outro ponto importante diz com os momentos em que pode ser


exercido o controle de constitucionalidade.
Aqui, válido destacar que por mais que a primazia seja do Judiciário,
os outros poderes podem exercer uma espécie de controle indireto, aferindo
a lei ou ato normativo (inclusive projetos de) dos quais se questiona a
constitucionalidade.

Legislativo

Prévio
(Preventivo) Executivo

Judiciário
Momentos de
controle de
constitucionalidade REGRA
Jurisdicional
misto Legislativo
(difuso + (art. 49, V,
Posterior concentrado) da CF/88)
(Repressivo)

Executivo
EXCEÇÕES

TCU
(Súmula nº
347 do STF)

Como regra no Brasil, o controle posterior de


constitucionalidade é jurisdicional misto, ou seja, concilia dois
sistemas, o difuso e o concentrado.

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Verifica-se pela possibilidade de, no âmbito


Sistema difuso de suas competências, qualquer juiz ou
(americano) tribunal exercer o controle de
constitucionalidade.

Verifica-se pela possibilidade de que apenas


Sistema concentrado um espectro reduzido de órgãos (ou
órgão único) políticos e/ou jurisdicionais,
(austríaco) constitucionalmente definidos, exercer o
controle de constitucionalidade.

De regra, o controle judiciário difuso é identificável em um caso


concreto, e a declaração de (in)constitucionalidade se dá de forma incidental
(incidenter tantum), prejudicialmente ao exame da questão principal.

Já o controle concentrado se manifesta pela via principal, ou seja, o


controle de constitucionalidade é a questão principal da causa discutida.
Manifesta-se por meio das seguintes ações:

Controle
concentrado

Ação Declaratória Ação Direta de Arguição de Representação


de Inconstitucionalidade descumprimento Interventiva
Constitucionalidade (ADI) de preceito
(ADC) fundamental
(ADPF)
ADI
genérica

ADI por
omissão
(ADO)

Tanto no controle difuso como no concentrado deve ser observada a


cláusula de reserva de plenário:

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[CF/88] Art. 97. Somente pelo voto da maioria


absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.

Exceções

Norma já
Interpreta-
Recursos considerada Não Juiz
ção Medidas
Extraordi- inconstitu- recepção de monocráti-
conforme a cautelares
nários cional pelo norma co
Constituição
STF

Quanto aos efeitos da decisão, vejamos:

Declaração de inconstitucionalidade no
controle difuso

Efeitos

Regra Exceção
Inter partes Erga omnes

Art. 52, X, da CF/88


EX TUNC

EX NUNC

Discute-se atualmente a
tese da abstrativização do
controle difuso e de mutação
do art. 52, X, da CF/88

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Declaração de
inconstitucionalidade no controle
concentrado

Efeitos

Erga omnes

Regra Exceção (modulação)


EX TUNC EX NUNC

Norma Parâmetro Competência para julgar


Lei ou ato normativo CF STF
federal ou estadual
Lei ou ato normativo CE TJ – Tribunal de Justiça
estadual ou
municipal
Lei ou ato normativo CF De regra, inexiste controle por meio de
municipal ADI, é possível somente o difuso. Há,
contudo, possibilidade de ADPF ou RE.
Exceção: Tribunais de Justiça podem
exercer controle concentrado de
constitucionalidade de leis municipais
utilizando como parâmetro normas da CF,
desde que se trate de normas de
reprodução obrigatória pelos Estados (RE
650.898).
Lei ou ato normativo CF É de natureza distrital?  Se sim, STF.
distrital
É de natureza municipal?  Se sim, não
há controle através de ADI, só difuso.
Possível, porém, ADPF ou RE.
Lei ou ato normativo Lei Orgânica TJ – Tribunal de Justiça
distrital Distrital
Lei municipal em face Lei Orgânica Sistema difuso apenas ou simples
da... do município controle de legalidade e não de
constitucionalidade (ponto não pacificado
pelo STF)

Vejamos um panorama de cada espécie de ação em sede de controle


concentrado.

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ADI GENÉRICA ADI POR OMISSÃO ADC APDF

Objeto Lei ou ato normativo Norma constitucional ainda Lei ou ato normativo (Lei nº 9.882/99) A ADPF
federal ou estadual (ou não efetiva em razão de federal editado após a tem por objeto evitar ou
distrital) editado após a omissão total ou parcial de promulgação da CF/88 reparar lesão a preceito
promulgação da CF/881 qualquer dos Poderes ou fundamental, resultante
órgãos administrativos de ato do Poder Público.

Cabe também ADPF quando


for relevante o fundamento
da controvérsia
constitucional sobre lei ou
ato normativo federal,
estadual ou municipal,
incluídos os anteriores à
Constituição.

Legitimados Art. 103 da CF/88 Idem Idem Idem


ativos

Aspectos Quórum de instalação → Idem Idem Idem


procedimentais mínimo de 8 Ministros. Sem
isso, não pode sequer
haver deliberação
Quórum de declaração →
maioria absoluta (o STF
possui 11 Ministros,

1 Inclui leis (em sentido amplo) federal ou estadual (ou distrital): emendas à Constituição; leis complementares; leis ordinárias; leis delegadas; medidas
provisórias; decretos legislativos (dotados de normatividade); resoluções (dotadas de normatividade), atos normativos federais ou estaduais (ou distritais);
leis orçamentárias (são de efeitos concretos apenas na aparência - ADI. 4.048/DF); tratados e convenções internalizados (Rp. 803/DF); regimentos dos
Tribunais Superiores ou estaduais; resoluções do TSE.

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portanto, exige-se o voto


de 6 Ministros)

Aspectos Vincula: órgãos do Poder Poder competente: não Vincula: órgãos do Poder Vincula: órgãos do Poder
diversos Judiciário e da há prazo Judiciário e da Judiciário e da
Administração Pública constitucionalmente fixado Administração Pública Administração Pública
federal, estadual, municipal para a adoção de medidas, federal, estadual, municipal federal, estadual, municipal
e distrital, direta e indireta a CF/88 fala simplesmente e distrital, direta e indireta e distrital, direta e indireta
que a ele será dada ciência
Não vincula: o Poder Não vincula: o Poder Não vincula: o Poder
da omissão.
Legislativo em sua função Legislativo em sua função Legislativo em sua função
legiferante e o próprio STF Órgão administrativo: a legiferante e o próprio STF legiferante e o próprio STF
ele será dada ciência da
omissão e o órgão terá 30
dias (ou,
excepcionalmente, prazo
razoável a ser fixado pelo
STF) para sanar a omissão.

Não admite desistência Não admite desistência Não admite desistência Não admite desistência
após sua propositura. após sua propositura. após sua propositura. após sua propositura.

Admite amicus curiae. Admite amicus curiae. Admite amicus curiae. Admite amicus curiae.

É ambivalente com a ADC. É ambivalente com a ADI. Subsidiariedade.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. APLICABILIDADE DAS NORMAS


CONSTITUCIONAIS. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.

Disposições Gerais

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
FUNDAMENTOS OBJETIVOS

I- Soberania I- Construir uma I- Independência nacional


sociedade livre, justa e
II- Cidadania II- Prevalência dos direitos
solidária
humanos
III- Dignidade da
II- Garantir o
pessoa humana III- Autodeterminação dos povos
desenvolvimento nacional
IV- Valores IV- Não-intervenção
III- Erradicar a pobreza e
sociais do
a marginalização e reduzir V- Igualdade entre os Estados
trabalho e da livre
as desigualdades sociais e VI- Defesa da paz;
iniciativa
regionais
V- Pluralismo VII- Solução pacífica dos conflitos
IV- Promover o bem de
político VIII- Repúdio ao terrorismo e ao
todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, racismo
idade e quaisquer outras IX- Cooperação entre os povos
formas de discriminação para o progresso da humanidade
X- Concessão de asilo político

A Constituição Federal classifica o gênero “direitos e garantias


fundamentais” em cinco espécies:

Direitos e garantias
fundamentais

direitos e
direitos dos
deveres direitos direitos de direitos
partidos
individuais e sociais nacionalidade políticos
políticos
coletivos

O rol do art. 5º da CF/88 não é exaustivo!

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Quanto à distinção entre direitos e garantias fundamentais, vejamos:

Direitos prestações positivas consagradas pela Constituição

instrumentos assecuratórios da adequada prestação


Garantias de direitos ou da reparação de eventual lesividade a eles
causada

Ainda no âmbito teórico-doutrinário, temos a tradicional classificação


das dimensões/gerações dos direitos fundamentais:

1ª dimensão: 2ª dimensão:
LIBERDADE – Direitos civis e políticos IGUALDADE – Direitos sociais,
(primeira dimensão) econômicos e culturais (SEC -
Delimitação do individual e do público. segunda dimensão)
Transição entre Estado Autoritário e Estado Transição entre Estado Liberal e
Liberal de Direito. Estado Social.
Direitos de resistência/oposição perante o Igualdade real e não meramente
Estado. formal.

3ª dimensão:
FRATERNIDADE –
Direitos coletivos e
difusos
(desenvolvimento,
4ª dimensão: 5ª dimensão:
meio ambiente
equilibrado, acesso à Democracia direta, Paz (universal), direitos
comunicação etc.) pluralismo e acesso à virtuais,
informação transconsitucionalismo
Transição entre Estado
Social e Estado
Democrático.
Proteção do gênero
humano.

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Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais

Eficácia das
normas
constitucionais

Plena Contida Limitada

- A produção de efeitos
também é integral. No - A produção de efeitos
- Produzem entanto, há margem
integralmente seus é reduzida (apenas os
para que norma mais gerais são notados
efeitos a partir da constitucional ou
vigência da a partir da vigência da
infraconstitucional os Constituição);
Constituição; limite;
- Desnecessitam de - Necessitam de
- A priori, norma
norma desnecessitam de
infraconstitucional infraconstitucional
norma integradora;
integradora; infraconstitucional
- Aplicabilidade plena integradora; - Aplicabilidade
e imediata. reduzida e mediata.
- Aplicabilidade plena
e imediata.

Normas de eficácia limitada

Princípios institutivos
Princípios programáticos
(organizativos/orgânicos)

Esboçam a organização de
Esboçam programas e
instituições e órgãos, e
compromissos que o Estado
estabelecem ainda
deve implementar,
competências, limites e
especialmente no âmbito dos
vedações aos entes.
chamados "direitos sociais".
Exemplos: art. 25; 33; 37, VII,
Exemplos: art. 6º; 196; 205;
113; 121; 146; 161, I, dentre
215, dentre outros.
outros.

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Direitos, Deveres e Garantias Individuais

Os elementos a seguir são inter relacionados de forma que, muito


embora destaquemos seu escopo principal, estão interligados com os demais.
Impende destacar que as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata (art. 5º, §1º).
Na sua regulamentação, deve ser protegido o chamado núcleo
essencial.
Além disso, os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte (art. 5º, §2º).

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:

Isonomia
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;

Legalidade
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;

Dignidade e integridade
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;

Direito de opinião e manifestação


IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;

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Direito de resposta e indenização


V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;

Inviolabilidade de crença
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;

Direito à privacidade e à intimidade


X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;

Liberdade de profissão
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Direito à informação
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do estado;

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Liberdade de locomoção
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;

Liberdade de reunião e de associação


XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar.
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
caso, o trânsito em julgado; = QUANDO NÃO CABE MAIS RECURSO
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Direitos de propriedade e de herança


XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento;

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XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou


reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei
fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução
da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

Direito do consumidor
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Direito de petição
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Razoável duração do processo


LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

Inafastabilidade da jurisdição
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
a direito;

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Exceções parciais:

Ações relativas à disciplina e às competições desportivas (CF,


art. 217)

Requerem Reclamação de ato administrativo, ou de omissão da


esgotamento administração pública, que contraria Súmula Vinculante (Lei nº
prévio da via 11.471/06)
administrativa
Habeas-data (exige prova de indeferimento prévio do pedido de
informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo -
HD 22/DF)

Segurança jurídica
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;

Princípios constitucionais penais

 Gerais
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der
a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,


salvo nas hipóteses previstas em lei;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;

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 Tipicidade
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

 Irretroatividade
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

 Vedação à fiança, prescrição, graça ou anistia


XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Inafiançáveis e
Crimes
Insuscetíveis de
Inafiançáveis e
graça ou anistia
Imprescritíveis
(H3T)

Racismo Hediondo

Ação de grupos Tortura


armados civis ou
militares contra a Tráfico
ordem Terrorismo
constitucional e o
Estado Democárico

 Pessoalidade ou instranscendência da pena


XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido;

 Relacionados às penas
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:

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privação ou restrição da liberdade

perda de bens

Lista não multa


taxativa

prestação social alternativa

suspensão ou interdição de direitos

XLVII - não haverá penas:

de morte, salvo em caso de guerra


declarada, nos termos do art. 84, XIX

de caráter perpétuo

Penas vedadas de trabalhos forçados

de banimento

cruéis

 Direitos dos presos


XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com
a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;

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LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;
Segundo o STF (RE 466.343/SP), na internalização de tratados e convenções
que versam sobre direitos humanos a norma pode adquirir diferentes status:

Tratado e convenção que versa sobre direitos


humanos aprovado segundo o rito do art.
5º, § 3º
Status constitucional (equivale às
emendas constitucionais)

Tratado e convenção que versa sobre direitos


humanos aprovado em rito ordinário de
internalização
Status supralegal (abaixo da Constituição,
porém acima da legislação
infraconstitucional)

Desde 1992 o Brasil é signatário do Pacto de San José da Costa (Convenção


Americana sobre Direitos Humanos), que inadmite a prisão civil do
depositário infiel e esvaziou toda a legislação infraconstitucional que regulava
a matéria.
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o
que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

 Crimes internacionais e extradição


LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;

 Promotor natural
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;

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 Presunção de inocência
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
Para o STF (HC 126.292/SP e outros), não impede a execução da pena,
inclusive a prisão, já após o julgamento de segundo grau.

Direitos dos hipossuficientes


LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

Remédios (Writs) Constitucionais

Habeas corpus

Mandado de
segurança
(indivudal e Habeas data
coletivo) Remédios
constitucionais
(writs)

Mandado de
injunção
(individual e Ação Popular
coletivo)

HABEAS CORPUS

Conceito Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se


geral achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder
Objeto e Proteção ou restauração da liberdade de locomoção
objetivo

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Impetrante Qualquer pessoa física (nacional ou estrangeira) ou jurídica (em


pouquíssimas circunstâncias). Pode também ser concedido de
ofício por juiz ou tribunal

Paciente Pessoa física (nacional ou estrangeira)


Coator Pessoa ou entidade, pública ou privada, cujo ato é ativo ou
omissivo (HC 95.563)
Não é - Punições disciplinares militares (CF/88, art. 142, §2º)
cabível para
- Penas de multa (Súmula 693)
- Procedimentos judiciais em que não se discute, nem
indiretamente, a liberdade de ir e vir (HC 90.378/MS)
- Sequência de Processo Administrativo Disciplinar (HC
100.664/DF)
- Suspensão de direitos políticos (REsp 19.663/SP)
- Dilação probatória (HC 68.397-5/DF)
- Perda de patente ou de função pública (Súmula 694)
Outros É ação gratuita e imune de taxas (art. 5º, LXXVII)
aspectos

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO


Conceito Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
geral líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-
data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público
Objeto e Mandado de segurança individual
objetivo
Proteção, preventiva ou repressiva, de direito líquido e certo,
desde que não amparado por habeas corpus ou habeas data

Mandado de segurança Coletivo


Proteção, preventiva ou repressiva, de direito líquido e certo
coletivo ou individual homogêneo, desde que não amparado por
habeas corpus ou habeas data

Impetrante Mandado de segurança individual


- pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras
- universalidades reconhecidas por lei e que tenham capacidade
processual, mesmo sem ter personalidade jurídica
- alguns órgãos públicos
- o Ministério Público
Mandado de segurança coletivo

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- partido político com representação no Congresso Nacional (para


haver representação basta 1 membro em qualquer das Casas)
- organização sindical e entidade de classe
- associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano
Paciente O detentor do referido direito
Coator Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público
Não será - Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
concedido independentemente de caução
para
- Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo
- Decisão judicial transitada em julgado (STF - Súmula nº 268)
- Lei em tese (geral e abstrata), exceto se produtora de efeitos
concretos (STF - Súmula nº 266)
- Atos de gestão comercial praticados pelos administradores de
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público
Outros Não é ação gratuita ou imune de taxas
aspectos
Como regra, o prazo para impetração do mandado de segurança
é de cento e vinte dias, contados da ciência, pelo interessado, do
ato impugnado

Vejamos alguns entendimentos sumulados sobre o writ.


STF – Súmula nº 101 – O mandado de segurança não substitui a
ação popular.
STF – Súmula nº 629 – A impetração de mandado de segurança
coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da
autorização destes.
STF – Súmula nº 630 – A entidade de classe tem legitimação para o
mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse
apenas a uma parte da respectiva categoria.
STJ – Súmula nº 213 – O mandado de segurança constitui ação
adequada para a declaração do direito à compensação tributária.
STJ – Súmula nº 460 – É incabível o mandado de segurança para
convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Conceito Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma


geral regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e

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liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à


nacionalidade, à soberania e à cidadania
Objeto e Viabilizar o exercício de direito e liberdades constitucionais e das
objetivo prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
Impetrante Mandado de injunção individual
- Pessoa física ou jurídica titular dos direitos e liberdades
Mandado de injunção coletivo
- Partido político com representação no Congresso Nacional;
- Organização sindical e entidade de classe;
- Associação que esteja constituída há pelo menos 1 ano
Paciente O titular dos referidos direitos e liberdades

Coator Poder, órgão, entidade ou autoridade competente para


regulamentar a norma de eficácia limitada
Outros Não é ação gratuita ou imune de taxas
aspectos
Nos seus posicionamentos mais recentes (vide MI 712/PA), o STF
adotou a via concretista geral

HABEAS DATA
Conceito Conceder-se-á "habeas-data":
geral
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo;

Objeto e - Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


objetivo impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público
- Retificar de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo
Impetrante Qualquer pessoa física ou jurídica de cuja informação se trate
Paciente O impetrante
Coator Entidade pública ou privada na qual estejam registrados os dados
Não é - Punições disciplinares militares (CF/88, art. 142, §2º)
cabível para
- Penas de multa (Súmula nº 693)
- Procedimentos judiciais em que não se discute, nem
indiretamente, a liberdade de ir e vir (HC 90.378/MS)
- Sequência de Processo Administrativo Disciplinar (HC
100.664/DF)

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- Suspensão de direitos políticos (REsp 19.663/SP)


- Dilação probatória (HC 68.397-5/DF)
- Perda de patente ou de função pública (Súmula nº 694)

Outros É ação gratuita e imune de taxas (art. 5º, LXXVII)


aspectos

AÇÃO POPULAR
Conceito Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
geral vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência
Objeto e Anular o ato lesivo à moralidade administrativa, ao meio ambiente
objetivo e ao patrimônio histórico e cultural (CF/88) e reparar o dano (Lei
nº 4.717/65)
Impetrante Qualquer cidadão (brasileiro nato ou naturalizado)
Paciente O impetrante
Coator Pessoas físicas ou jurídicas que pratiquem ou se beneficiem do
ato lesivo (ou potencialmente lesivo)
Outros É ação gratuita e imune de taxas, salvo comprovada má-fé
aspectos
O prazo prescricional da ação popular é de 5 anos, ressalvada
ação de ressarcimento ao erário

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Conceito Ação para a proteção do patrimônio público e social, do meio


geral ambiente e de outros interesses difusos e coletivos
Objeto e Tutelar, dentre outros interesses difusos e coletivos (rol não
objetivo taxativo), ações relacionadas:
- ao meio ambiente;
- ao consumidor;
- a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
- à ordem econômica;
- à ordem urbanística.
Legitimados - o Ministério Público;
ativos
- a Defensoria Pública;
- a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

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- a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de


economia mista;
- a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei
civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção aos
objetos acima relacionados

Legitimados Pessoas físicas ou jurídicas que lesionem ou ameacem lesionar os


passivos bens tutelados
Não é Pretensões que envolvam:
cabível para
- tributos e contribuições previdenciárias;
- o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
- FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinados

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DIREITOS SOCIAIS. DIREITOS DE NACIONALIDADE. DIREITOS


POLÍTICOS. PARTIDOS POLÍTICOS.

Direitos Sociais

Os direitos sociais são de segunda dimensão.


Regra geral, costumam ter sua exigibilidade condicionada à prévia
integração pela legislação infraconstitucional, ou seja, tem aplicabilidade
reduzia, mediata.

Na sua efetivação devem ser ainda observados dois aspectos:

RESERVA DO
MÍNIMO EXISTENCIAL (FINANCEIRAMENTE)
POSSÍVEL

• Impõe o dever do poder • Os direitos sociais


público de garantir o mínimo assegurados na Constituição
necessário para a existência Federal devem ser efetivados
digna da população pelo poder público, porém, na
medida em que isso seja
possível (viável, em especial,
financeiramente)

Impera ainda a vedação ao retrocesso social, vale dizer, em tema


de direitos fundamentais de caráter social, não podem ser desconstituídas as
conquistas já alcançadas pelo cidadão e pela sociedade (ARE 639337 AgR).

De acordo com a CF/88 (art. 6º), são direitos sociais:

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Educação

Saúde

Alimentação

Trabalho

Moradia

Direitos sociais Transporte

Lazer

Segurança

Previdência social

Proteção à maternidade e à infância

Assistência aos desamparados

Ao longo do art. 7º da nossa Carta Magna temos o que parte da


doutrina denomina direitos individuais dos trabalhadores (urbanos e
rurais), uma vez que a ênfase recai sobre o indivíduo enquanto parte da
relação de trabalho.

Destacam-se (nem todos são aplicáveis aos servidores públicos):


art. 7º, I relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar,
que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos
art. 7º, II seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário
Art. 7º, III fundo de garantia do tempo de serviço
art. 7º, IV salário mínimo
art. 7º, VII garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
que percebem remuneração variável
art. 7º, VIII décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria
art. 7º, IX remuneração do trabalho noturno superior à do diurno
art. 7º, XII salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei

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art. 7º, XIII duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho
art. 7º, XV repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos
art. 7º, XVI remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em cinquenta por cento à do normal
art. 7º, XVII gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal
art. 7º, licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
XVIII com a duração de cento e vinte dias
art. 7º, XIX licença-paternidade
art. 7º, XX proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, nos termos da lei
art. 7º, adicional de remuneração para as atividades penosas,
XXIII insalubres ou perigosas, na forma da lei
art. 7º, XXII redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
normas de saúde, higiene e segurança
art. 7º, XXX proibição de diferença de salários, de exercício de
funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil
art. 7º, proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
XXXIII menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos

Ao longo dos art. 8º a 11 temos o que parte da doutrina denomina


direitos coletivos dos trabalhadores, uma vez que a ênfase recai sobre o
conjunto de trabalhadores.
Nesse âmbito destaca-se a atuação dos sindicados, a quem cabe a
defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria. Nesse
contexto:
 a lei não pode exigir autorização (pode exigir apenas registro) do
Estado para fundação de sindicato, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção.

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 não pode haver mais de um sindicato da mesma categoria profissional


ou econômica, na mesma base territorial (que não pode ser inferior a
um Município).
 ninguém pode ser obrigado a se filiar ou a manter-se filiado a sindicato
 o aposentado filiado pode votar e ser votado.
 é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo
se cometer falta grave nos termos da lei.
 é assegurado o direito de greve.

A lei pode:

- Definir os serviços ou atividades essenciais

- Dispor sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da


comunidade

- Sujeitar os responsáveis por eventuais abusos a penas

No âmbito da administração pública não podem exercer greve:

Os militares (art.142, §3º) + servidores públicos que atuam


diretamente na segurança pública (ARE 654.432)

Nacionalidade

Pode ser:

Primária (ou Originária) Secundária (Adquirida)

Resulta de fato natural: Resulta de fato voluntário:


nascimento naturalização

O tema está regulado no art. 12 da CF/88, que dispõe:

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São brasileiros (art. 12)

NATOS NATURALIZADOS

1
ainda que de pais
Nascidos na Os que, na forma da lei,
estrangeiros, desde
República adquiram a nacionalidade
que estes não estejam
Federativa do Brasil brasileira, exigidas aos
a serviço de seu país
originários de países de
[critério jus soli]
língua portuguesa apenas
residência por um ano
2 desde que qualquer
Nascidos no ininterrupto e idoneidade
deles esteja a serviço moral
estrangeiro, de
da República Federativa
pai brasileiro ou [naturalização ordinária]
mãe brasileira do Brasil
[critério jus sanguini]
Os estrangeiros de qualquer
desde que sejam registrados em nacionalidade, residentes na
3
repartição brasileira competente ou República Federativa do
venham a residir na República Brasil há mais de quinze
anos ininterruptos e sem
Federativa do Brasil e optem, em
condenação penal, desde que
qualquer tempo, depois de atingida a
requeiram a nacionalidade
maioridade, pela nacionalidade brasileira
brasileira
[naturalização quinzenária]

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. [português equiparado –
cláusula ut des] Não é naturalização, é equiparação!

Ao contrário do que ocorre em outros países, no sistema jurídico-


constitucional pátrio não é cabível a aquisição da nacionalidade brasileira
como efeito direto e imediato resultante do casamento civil (jure matrimonii).

Tema recorrente é o fato de que nem todos os cargos são acessíveis


aos brasileiros naturalizados:

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Presidente e Vice-Presidente
da República
Podem exercer o
Presidente da Câmara dos cargo de Presidente
Deputados da República

Presidente do Senado Federal (art. 80)


Só brasileiro
nato pode Ministro do Supremo Tribunal
ser Federal
Cargo estratégico:
Da carreira diplomática relações exteriores

Oficial das Forças Armadas Cargos estratégicos:


defesa nacional
Ministro de Estado da Defesa

Já a perda da nacionalidade do brasileiro pode ocorrer:


 se o brasileiro naturalizado tiver cancelada sua naturalização, por
sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
 se o brasileiro nato ou naturalizado adquirir outra nacionalidade,
salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis.

Direitos políticos

São direitos de primeira dimensão.


Normalmente, são classificados em positivos ou negativos:

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Capacidade eleitoral ativa


D (alistabilidade - art. 14, §§ 1º)
I
R Capacidade eleitoral passiva
E (elegibilidade - art. 14, §3º)
Positivos
I
Direito ao sufrágio
T
(art. 14, I, II e III)
O
S Outros
(vide art. 17 - criação de partidos políticos)
P
Inelegibilidade
O
(absoluta ou relativa - art. 14, §§4º, 7º, 8º
L
e 9º)
Í
T Suspensão
Negativos
I (art. 15, II, III e V)
C
O Perda
S (art. 15, I e IV)

As disposições mais cobradas reforçam que:

Obrigatório Maiores de 18 anos

Alistamento eleitoral Analfabetos


e voto

Facultativo Maiores de 70 anos

Maiores de 16 e
menores de 18 anos

Não podem se alistar como eleitores (inalistáveis):


Estrangeiros + Conscritos (durante o período do serviço militar
obrigatório)
Não podem se eleger (absolutamente inelegíveis):

ABSOLUTAMENTE INELEGÍVEIS

INALISTÁVEIS ANALFABETOS

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Por outro lado, são relativamente inelegíveis:


 (art. 14, §5º) o Presidente da República, os Governadores de Estado e
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos, para mais de 1 mandato
subsequente.
 (art. 14, §6º) o Presidente da República, os Governadores de Estado e
do Distrito Federal e os Prefeitos que queiram concorrer a outros
cargos e não renunciem até 6 meses antes do pleito.
 (art. 14, §7º) no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção,
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
e candidato à reeleição.

Já o militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para
a inatividade.

Para ser eleito, é preciso ainda observar:

a nacionalidade
brasileira

o pleno exercício dos


direitos políticos

o alistamento
Para ser eleitoral
eleito é
preciso
o domicílio eleitoral 35 anos para Presidente e Vice-
na circunscrição Presidente da República e Senador

30 anos para Governador e Vice-


a filiação partidária Governador de Estado e do Distrito
Federal

a idade mínima de:


21 anos para Deputado Federal,
Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz

18 anos para Vereador

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Por fim, sobre a perda e suspensão dos direitos políticos, temos que:

Cancelamento da naturalização por sentença


transitada em julgado
Perda dos direitos
políticos
Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa

Incapacidade civil absoluta

Suspensão dos Condenação criminal transitada em julgado,


direitos políticos enquanto durarem seus efeitos

Improbidade administrativa

Partidos Políticos

É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados
os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei;
V - necessidade de registro de seus estatutos no TSE.

Apesar da autonomia, os partidos políticos não podem celebrar


coligações nas eleições proporcionais (ex.: para deputados e vereadores).
Também não podem utilizar organização paramilitar.

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ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA. UNIÃO, ESTADOS,


DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS.

A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende:

A SOBERANIA é da República Federativa do Brasil


(art. 1º, I, da CF/88)

Estado brasileiro

Entes federados Territórios não


são autônomos

União Todos autônomos


Se/quando criados, integram a
Estados Não soberanos
União.
DF Vedações gerais
Municípios (art. 19 da CF/88)
(auto) Organização
(auto) Legislação
(auto) Governo
No caso de Estados e
Municípios pode haver (auto) Administração
FUSÃO CISÃO DESMEMBRAMENTO

Dois ou mais entes de Um ente se subdivide Pode ser:


incorporam, criando um em dois ou mais entes
ente novo. O ente novos. O ente original Formação (a parte
original deixa de existir. de existir. desmembrada de um
ente gera um novo)

É vedada a divisão do DF em Municípios (art. 32)! Anexação (a parte


desmembrada de um
Territórios podem ser divididos em Municípios (art. 33, §1º)! ente é anexada a outro
já existente.

Reorganização territorial de Estado Reorganização territorial de


Município
 Lei complementar federal  Lei estadual dentro de período
 Independe de Estudo de determinado por Lei
Viabilidade complementar federal
 Demanda plebiscito  Depende de Estudo de
Viabilidade
 Demanda plebiscito

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Bens da União e dos Estados

Bens da União (art. 20) Bens dos Estados (art. 26)


os que atualmente lhe pertencem e -
os que lhe vierem a ser atribuídos
as terras devolutas indispensáveis as terras devolutas não
à defesa das fronteiras, das compreendidas entre as da
fortificações e construções União
militares, das vias federais de
comunicação e à preservação
ambiental, definidas em lei
os lagos, rios e quaisquer correntes as águas superficiais ou
de água em terrenos de seu subterrâneas, fluentes, emergentes
domínio, ou que banhem mais de e em depósito, ressalvadas, neste
um Estado, sirvam de limites com caso, na forma da lei, as
outros países, ou se estendam a decorrentes de obras da União
território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais
as ilhas fluviais e lacustres nas as ilhas fluviais e lacustres não
zonas limítrofes com outros países; pertencentes à União
as praias marítimas; as ilhas
+
oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as que contenham a sede as áreas, nas ilhas oceânicas e
de Municípios (ex.: Florianópolis/SC costeiras, que estiverem no seu
e Vitória/ES), exceto aquelas domínio, excluídas aquelas sob
áreas afetadas ao serviço domínio da União, Municípios ou
público e a unidade ambiental terceiros
federal
os recursos naturais da plataforma
continental e da zona econômica
exclusiva
o mar territorial -
os terrenos de marinha e seus -
acrescidos
os potenciais de energia hidráulica -
os recursos minerais, inclusive os -
do subsolo

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as cavidades naturais subterrâneas -


e os sítios arqueológicos e pré-
históricos
as terras tradicionalmente -
ocupadas pelos índios

Repartição de competências
Competência indelegável.
Somente a União pode exercê-
Exclusiva
la, sem qualquer participação,
(art. 21)
Material mesmo subsidiária, dos demais
entes.
(Adminis-
trativa) Todos os entes podem
Comum
exercê-la, sem qualquer
(art. 23) preferência de ordem.

Competência indelegável.
Exclusiva Somente os Estados podem
(art. 25, §§1º exercê-la, sem qualquer
Competência e 2º) participação, mesmo subsidiária,
dos demais entes.

Competência parcialmente
delegável. A União prevalece
Privativa ao legislar sobre as matérias. No
entanto, pode, por Lei
(art. 22) Complementar, autorizar os
Estados a legislar sobre
questões específicas.
Legislativa
Todos os entes podem
Concorrente exercê-la, havendo a seguinte
preferência de ordem: a União
(art. 24) limita-se a legislar sobre normas
gerais

suplementar complementar
–existe lei federal sobre a
matéria, os Estados e DF
simplesmente as completam
Suplementar
(art. 24, §§2º suplementar supletiva –
e 3º) inexiste lei federal; os Estados e
o DF passam a dispor,
temporariamente, de
competência plena sobre a
matéria

Compete ainda aos Municípios, além de legislar sobre assuntos de


interesse local (art. 30, I), suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber (art. 30, II).

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Regra geral, a Constituição Federal construiu a seguinte arquitetura na


discriminação de competências:
Ente Discriminação
União Enumerada
Estados Remanescente (residual)
Distrito Federal Enumerada + remanescente
(residual)
Municípios Enumerada

Deve-se atentar sobretudo para os pontos a seguir, costumeiramente


objeto de pegadinhas em concursos:

Art. 22, I Art. 24, I e XI

Competência privativa da Competência concorrente


União (União, Estados e DF)

D. Civil D. Tributário

D. Comercial D. Financeiro

D. Penal Direito Penitenciário

D. Processual Direito Econômico

D. Eleitoral Produção e consumo

D. Agrário Procedimentos em matéria


processual

D. Marítimo

D. Aeronáutico

D. Espacial

D. Trabalho

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Art. 22, XXIII Art. 24, XII

Competência privativa da Competência concorrente


União (União, Estados e DF)

Previdência Social e defesa


Seguridade Social
da Saúde

Art. 22, XXV Art. 24, III

Competência privativa da Competência concorrente


União (União, Estados e DF)

Registros públicos Juntas comerciais

Imperioso também destacar (o que sempre é cobrado em concursos)


que no âmbito da legislação concorrente à União compete estabelecer normas
gerais.

União estabelece
normas gerais
REGRA
Estados suplementam
as normas gerais
Legislação
concorrente
EXCEÇÃO
(inexistência de lei Estados legislam
federal de normas plenamente
gerais)
Suspende a
eficácia da lei
Superveniência estadual no
de lei federal que lhe for
(normas contrário
gerais)

Traçado esse panorama, vejamos outras especificidades acerca dos


entes federados e dos territórios.

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Nº de Deputados Nº de Deputados na TOTAL


Federais na Câmara dos Assembleia/Câmara
(Deputados
Deputados Legislativa
Estaduais)
8 3x8 24
15 3 x 12 (36) + 3 39
(nº acima de doze)
70 3 x 12 (36) + 58 94
(nº acima de doze)

Subsídio dos Deputados Estaduais  lei de iniciativa da Assembleia


Legislativa  no máximo, 75% daquele estabelecido para os Deputados
Federais

Estado  Além da CF, é regido por Constituição Estadual


DF  Além da CF, é regido por Lei Orgânica (votada e 2 turnos, interstício
mínimo de 10 dias, aprovada por pelo menos 2/3 da Câmara Legislativa)
Município  (votada e 2 turnos, interstício mínimo de 10 dias, aprovada
por pelo menos 2/3 da Câmara Municipal)

Manifestações do poder constituinte derivado decorrente.


Não é manifestação do poder constituinte derivado decorrente. É um
poder de terceiro grau.

Os Estados:

 Detêm as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição


Federal.
 Podem explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços
locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.
 Podem, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos
de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.

As Câmaras Municipais devem observar os limites abaixo na sua


composição:

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 Início: 9 Vereadores  Municípios com até 15.000 habitantes


 Fim: 55 Vereadores  Municípios com mais de 8.000.000
habitantes
 A gradação do início ao fim não é inteiramente proporcional

Subsídio dos Vereadores  lei de iniciativa da Câmara Municipal


 Início: Municípios com até 10.000 habitantes limite do subsídio
dos Vereadores = 20% do subsídio dos Deputados Estaduais
 Fim: Municípios com mais de 500.000 habitantes  limite do
subsídio dos Vereadores = 75% do subsídio dos Deputados
Estaduais

O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os


subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os limites:
 Limite inicial: Municípios com até 100.000 habitantes  7% das
receitas e transferências tributárias
 Limite final: Municípios com mais de 8.000.001 habitantes 
3,5% das receitas e transferências tributárias

Especificamente as Câmaras Municipais devem observar ainda:


Limite de despesa Limites de despesa do Limite de despesa da
com remuneração Poder Legislativo Câmara Municipal com
de Vereadores Municipal, incluídos os folha de pagamento,
subsídios dos Vereadores e incluído o gasto com o
excluídos os gastos com subsídio de seus
inativos Vereadores
5% da receita do 7% e 3,5% (extremos) 70% da receita da Câmara
Município das receitas e
transferências tributárias

Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas


aos Estados e Municípios.

Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do


Governador, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância,
membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá
sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

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Intervenção Federal e Estadual

Muito embora os entes sejam autônomos, a Constituição enumera


taxativamente situações em que se admite o mecanismo excepcional e
drástico de supressão (temporária) da autonomia de um ente por parte
de outro. Trata-se das hipóteses de intervenção.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:

Art. 1º A República Federativa do


Brasil, formada pela união indissolúvel
manter a integridade nacional
dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal [...]
No primeiro caso, visa a restaurar a
repelir invasão estrangeira
integridade perturbada. Já no
ou de uma unidade da Federação
segundo, a ênfase é evitar
em outra
desequilíbrios entre os entes.

Não é relevante a causa do


pôr termo a grave
comprometimento da ordem, basta
comprometimento da ordem
sua ocorrência e permanência
pública
duradoura.

garantir o livre exercício de qualquer Trata-se de coação indevida sobre


dos Poderes nas unidades da algum dos Poderes, inclusive sobre o
Federação Executivo.

reorganizar as finanças da unidade


da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida
fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de A causa aqui é simples:
força maior; desorganização administrativa.
b) deixar de entregar aos
Municípios receitas tributárias
fixadas nesta Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei;
Inciso bem literal. Dificilmente isto
será alvo de questões, mas destaque-
prover a execução de lei federal, se não é toda lei federal de que trata a
ordem ou decisão judicial norma, e sim, em regra, aquela cuja
recusa na execução acarreta prejuízos
generalizados à sociedade.

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assegurar a observância dos


seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema
representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da Estes são os denominados princípios
administração pública, direta e constitucionais sensíveis.
indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da
receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.

Agora vejamos as possibilidades de intervenção por parte dos Estados


e da União nos municípios localizados em Territórios:

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:

deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por


dois anos consecutivos, a dívida fundada

não forem prestadas contas devidas, na forma da lei


Intervenção por
parte dos
Estados (e União não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
municipal na manutenção e desenvolvimento do
nos municípios em
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
Territórios) se dá
quando (art. 35)
o Tribunal de Justiça der provimento a
representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial

Resumidamente, portanto, existem dois níveis de intervenção:

União (art. 34) Estados (art. 35)

Municípios localizados
Estados e DF Municípios
em Território Federal

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

São princípios expressos da administração pública:

Art. 5º, II: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de


fazer alguma coisa senão em virtude de lei”

Para os particulares, a regra é a autonomia da


vontade (é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíba).
Legalidade
Já a Administração Pública não tem vontade
autônoma, estando vinculada às determinações da lei

Atos praticados contra a lei ou além da lei são atos


inválidos e podem ter sua invalidade decretada pela
própria Administração que os editou (autotutela
administrativa/sindicabilidade) ou pelo Poder Judiciário

Toda atuação da Administração deve visar ao


interesse público, e não tem como finalidade a
satisfação de interesses pessoais
Impessoalidade

Vedação a que o agente público se promova às custas


das realizações da Administração Pública

A moral administrativa difere da moral comum, uma


vez que é jurídica e objetiva e pela possibilidade de
invalidação (anulação, seja pela Administração, como
Moralidade pelo Poder Judiciário, se provocado) dos atos
administrativos que sejam praticados em inobservância
deste princípio

Exige-se transparência da atuação administrativa. Em


tese, assim é possibilitado, da forma mais ampla
possível, o controle da Administração Pública pelos
administrados
Publicidade

Em sentido mais estrito, é a exigência de publicação


oficial (como requisito de eficácia) dos atos
administrativos que devam produzir efeitos externos e
dos atos que impliquem ônus para o patrimônio público

No que concerne à atuação do agente público, espera-


se o melhor desempenho possível de suas atribuições e
a obtenção dos melhores resultados (com
Eficiência economicidade)

Em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar


a administração pública, exige-se que este seja o mais
racional possível

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Em relação à investidura em cargos públicos, temos duas


possibilidades:

depende sempre de aprovação


Cargos/empregos
em concurso público de
públicos de
provas ou de provas e
provimento efetivo
títulos

Investidura mesmo sem aprovação em


concurso, pode haver
investidura no caso dos
cargos em comissão (art.
Cargos/empregos
37, II) e de contratação por
públicos de
tempo determinado para
provimento precário
atender a necessidade
temporária de excepcional
interesse público (art. 37,
IX)

Cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos


brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
assim como aos estrangeiros, na forma da lei

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos,


prorrogável por mais 2 anos.

Temos também uma importante distinção em razão da natureza do


cargo ocupado:

Somente DIREÇÃO / CHEFIA / ASSESSORAMENTO

FUNÇÃO DE CONFIANÇA CARGO EM COMISSÃO

Devem ser ocupadas apenas Devem ser ocupados apenas


por servidores efetivos? por servidores efetivos?

Parcialmente, nas condições e


Sim percentuais mínimos previstos
em lei

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Em relação à remuneração dos cargos públicos, temos como limite


geral o chamado teto constitucional (aplicável à administração direta e à
indireta, inclusive às empresas públicas e sociedades de economia mista que
recebam recursos públicos):
LIMITE GERAL LIMITES ESPECÍFICOS

Poder Executivo Estados + DF: Subsídio do


Governador (ver art. 37, §12)
(exceto Procuradores SUBSÍDIO DOS
e Defensores Públicos) MINISTROS DO Municípios: Subsídio do Prefeito
STF
Poder Legislativo Estados + DF: Subsídio dos
(X) Deputados Estaduais ou Distritais

Poder Judiciário Teto Estados + DF: Subsídio dos


constitucional Desembargadores dos Tribunais de
Justiça (0,9025X)

Outros ressalvados Subsídio dos Desembargadores dos


pelo inciso XI Tribunais de Justiça (0,9025X)
(Ministério Público,
Procuradores e
Defensores Públicos)

No âmbito da remuneração na administração pública destacam-se


também as seguintes regras:
 os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
 é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público;
 os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores;
 o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos
públicos são (nominalmente) irredutíveis.
 Não serão computadas, para efeito do teto constitucional, as parcelas
de caráter indenizatório previstas em lei.

Observado o teto constitucional, é vedada a acumulação remunerada


de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários:

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2 cargos de professor (art. 37, XVI, "a")

1 cargo de professor + 1 cargo técnico ou


científico (art. 37, XVI, "b")

Acumulação 2 cargos ou empregos privativos de profissionais


remunerada de de saúde, com profissões regulamentadas (art. 37,
cargos públicos XVI, "c")
(havendo
compatibilidade de
horários) 1 cargo público + Mandato de vereador (art. 38, III)

1 cargo de Magistrado + 1 cargo no Magistério


(art. 95, parágrafo único, I)

1 cargo de Procurador do Ministério Público + 1


cargo no Magistério (art. 128, §5º, II, "d")

Outras regras importantes:


 Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
 As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Caso o servidor público da administração direta, autárquica e


fundacional seja eleito para mandato eletivo aplica-se o seguinte:

I - tratando-se de mandato eletivo


federal, estadual ou distrital, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou
função
REGRA
II - investido no mandato de Prefeito,
será afastado do cargo, emprego ou
Servidor função, sendo-lhe facultado optar pela
+ sua remuneração
Mandato
eletivo III - investido no mandato de Vereador,
havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo,
EXCEÇÃO emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso II

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Sobre a estabilidade no serviço público, são estáveis após 3 anos


de efetivo exercício (e após avaliação especial de desempenho) os
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público.
O servidor público estável só perderá o cargo:

em virtude de sentença judicial transitada em


julgado;

mediante processo administrativo em que lhe seja


assegurada ampla defesa;

mediante procedimento de avaliação periódica de


A perda de cargo desempenho, na forma de lei complementar,
do servidor estável assegurada ampla defesa.
pode ocorrer

[Art. 169, §4º] Se as medidas adotadas [para o


cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal]
não forem suficientes [...], desde que ato normativo
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da
redução de pessoal.

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor


estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço.
Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Por fim, no âmbito da aposentadoria no serviço público, aos


servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
regime de previdência próprio/específico. É o RPPS (Regime Próprio de
Previdência Social).
Aos servidores exclusivamente comissionados, temporários e
empregados públicos, aplica-se o regime geral, o RGPS.

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Sobre o RPPS:

Solidário Contributivo
Regime Próprio de
Todos (ente público, Previdência Social Por meio das espécies
servidores ativos, inativos e tributárias do gênero
pensionistas) contribuem para Contribuições Especiais
a sustentação do Regime (Sociais - Para Seguridade
* Uma diferença: no RGPS Social)
não incide contribuição sobre
aposentadorias e pensões

Vedada a existência de A lei não poderá É vedada a adoção de


mais de um regime estabelecer qualquer requisitos e critérios
próprio de previdência forma de contagem de diferenciados para a
social para os servidores tempo de contribuição concessão de
titulares de cargos fictício. (art. 40, §10) aposentadoria pelo RPPS,
efetivos, e de mais de
Apenas as contribuições ressalvados, nos termos
uma unidade gestora
efetivas são computadas definidos em leis
do respectivo regime em
para fins de cálculo dos complementares, os casos
cada ente estatal. (art.
proventos. de servidores:
40, §20)

I – portadores de deficiência;

II – que exerçam atividades de risco;

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições


especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física. (art. 40, §4º)

Desde a promulgação da CF/88, a previdência social passou por três


expressivas reformas: a primeira, mediante a Emenda Constitucional nº
20/1998, a segunda, por meio da Emenda Constitucional nº 41/2003, e a
terceira por meio da EC nº 103/2019.
Até o advento da EC nº 41/2003, aqueles que ingressaram no serviço
público antes de sua vigência podiam (podem) se aposentar com proventos
integrais, a chamada integralidade.
Após o advento da EC nº 41/2003, os ingressantes no serviço público
podiam (podem) se aposentar pela regra de proventos proporcionais.
A partir de 2012, com fundamento nos §§14, 15 e 16 do art. 37 da
CF/88, no âmbito da União (Lei nº 12.618/2012) e de alguns outros entes,
começaram a ser instituídos e regulamentados os regimes de previdência
complementar. Com o advento de tal regime nesses entes, os ingressantes
no serviço público após sua instituição podem se aposentar no máximo com
o limite remuneratório do regime geral (RGPS), acrescido do montante que
conseguirem agregar pela previdência complementar.

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Por seu turno, a EC nº 103/2019 trouxe algumas novidades,


destacando-se o estabelecimento, como regra geral, de idade mínima de 62
anos para mulheres e 65 anos para homens (após o período de transição),
excetuadas algumas categorias.
Minúcias a respeito das mudanças nas regras previdenciárias não são
cobradas em Direito Constitucional.

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PODER LEGISLATIVO.

Temos o seguinte quadro geral do Poder Legislativo:

União Estados e DF Municípios


Legislativo Bicameral: o Unicameral: Unicameral:
Congresso Nacional Assembleia Câmara
é composto do Legislativa Municipal
Senado Federal + (Deputados (Vereadores
Câmara dos Estaduais) ou Municipais)
Deputados Câmara
Legislativa
(Deputados
Distritais)

Nosso estudo é centrado no âmbito da União, muito embora, por


simetria, a maior parte das disposições seja aplicáveis nos demais entes.

Congresso Nacional

Câmara dos
Senado Federal
Deputados

Representantes dos Estados e


Representantes do Povo DF

Eleição pelo Sistema Eleição pelo Sistema Majoritário


Proporcional

Mandato de 4 anos Mandato de 8 anos renovando a cada 4


anos por 1/3 e 2/3

Em cada Estado ou DF
Mín. 8 Deputados 3 Senadores por Estado ou DF
Máx. 70 Deputados

Cada Senador terá 2


Territórios terão 4 deputados Suplentes

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Legislatura Sessão legislativa

• Período de 4 anos que se • Período de 1 ano:


inicia com a posse dos - 2 fevereiro a 17 julho
Deputados e Senadores (seguido de recesso)
Federais (estes, quando recém - 1 agosto a 22 dezembro
eleitos) (seguido de recesso)

Vejamos as competências do Poder Legislativo que mais merecem


destaque:

CONGRESSO NACIONAL COM A SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Legislar sobre:
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de
crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da
União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou
Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal

CONGRESSO NACIONAL SEM A SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a


permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar;

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III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do


País, quando a ausência exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio,


ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar


os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

CÂMARA DOS DEPUTADOS SEM A SANÇÃO DO PRESIDENTE DA


REPÚBLICA
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra
o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não


apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa;

Juízo de admissibilidade
da acusação ofertada Câmara dos Deputados
contra o Presidente da (representantes do povo)
República ou demais
agentes

Infrações de índole
penal e eleitoral
Crime de
Infrações de Crime comum
responsabilidade Podem sujeitar o
índole político-
autor à prisão
administrativa

Podem sujeitar o
autor a
impeachment
Julgamento pelo Senado
Federal (Presidido pelo Julgamento pelo STF
Presidente do STF)

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SENADO FEDERAL SEM A SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Destacam-se:

(i) atribuições de julgamento de diversos agentes públicos nos crimes de


responsabilidade
(ii) aprovações de indicados pelo Presidente da República
(iii) atuações no campo do direito tributário e financeiro

Sobre os dois primeiros pontos, vejamos:

Agente Quem julga?

Presidente e Vice- infração penal comum  STF (art. 102, I, “b”);


Presidente da
crime de responsabilidade  Senado Federal (art. 52, I).
República

infração penal comum e responsabilidade  STF (art. 102, I,


"c”);
Ministro de Estado
crime de responsabilidade conexo com o praticado pelo
Presidente da República ou seu Vice Senado Federal (art.
52, I); se não conexo, STF.

infração penal comum e responsabilidade  STF (art. 102, I,


"c”);
Comandantes da
Marinha do Exército crime de responsabilidade conexo com o praticado pelo
e da Aeronáutica Presidente da República ou seu Vice  Senado Federal (art.
52, I); se não conexo, STF.

Ministro do STF infração penal comum  STF (art. 102, I, “b”);

crime de responsabilidade  Senado Federal (art. 52, II).

Membros do infração penal comum  competência de julgamento será


Conselho Nacional fixada individualmente;
de Justiça e do
crime de responsabilidade  Senado Federal (art. 52, II).
Conselho Nacional
do Ministério
Público

Procurador-Geral infração penal comum  STF (art. 102, I, “b”);


da República
crime de responsabilidade  Senado Federal (art. 52, II).

Advogado-Geral da infração penal comum  STF (art. 102, I, “c”);


União
crime de responsabilidade  Senado Federal (art. 52, II).

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Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição


(ex.: Ministros do STF, STJ, TST, STM e TCU, indicados
pelo Presidente da República)

Ministros do Tribunal de Contas da União indicados


pelo Presidente da República

Governador de Território (indicado pelo Presidente


da República)

Senado
Federal aprova Presidente e diretores do banco central (indicados
(ou não) a pelo Presidente da República)
escolha de

Procurador-Geral da República (indicado pelo


Presidente da República)

Titulares de outros cargos que a lei determinar (ex.:


membros do Conselho Nacional do Ministério Público e
do Conselho Nacional de Justiça, indicados pelo
Presidente da República)

Chefes de missão diplomática de caráter


permanente

Os parlamentares federais apresentam prerrogativas e vedações que


lhes são próprias.
Tratemos primeiramente das imunidades.

Os Vereadores somente são invioláveis por suas opiniões, palavras e


votos (imunidade material) no exercício do mandato e apenas na
circunscrição do Município (art. 29, VIII).

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* Regra não absoluta. A imunidade só é verificada quando os pronunciamentos têm


relação com o exercício do mandato.
Para as opiniões proferidas no interior das Casas Legislativas presume-se esta
conexão. Já os pronunciamentos em demais ambientes são passíveis de exame (Inq
1.958/AC).

O manto protetor da imunidade alcança quaisquer meios (inclusive manifestações por


WhatsApp, Facebook e outras redes e aplicativos sociais) que venham a ser
empregados para propagar palavras e opiniões dos parlamentares (AO 2.002).

Os Deputados e Senadores são


invioláveis, civil e penalmente,
por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos (não inclui
Material agressões físicas), desde que
proferidas no exercício constitucional
Imunidades da função, independente da
dos circunscrição (art. 53, caput)
parlamentares
federais Os Deputados e Senadores dispõem
de determinadas prerrogativas
Formal relativas a sua eventual prisão e às
regras processuais pertinentes (art.
53, §§ 1º a 5º)

Exceção à prisão do parlamentar


após sua diplomação
Crime No entanto, ainda assim haverá
inafiançável interferência da respectiva Casa:
(art. 53, §§ 2º) Votação aberta como condição
indispensável para manutenção da
prisão
Imunidade
formal
O STF pode processar o parlamentar
federal, após sua diplomação, sem
Outros anuência prévia da Casa
crimes
No entanto, esta poderá se
(art. 53, §§ 3º a manifestar e sustar o
5º) prosseguimento da ação enquanto
durar o mandato

Crimes praticados antes Não há imunidade formal. O STF não precisa dar
da diplomação ciência à Casa respectiva e esta não pode sustar o
andamento do processo.
Crimes praticados após o Não há imunidade formal. A imunidade não é do
término do mandato agente público e sim da função parlamentar.

Acerca de proibições próprias dos parlamentares, temos que:

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Os Deputados e Senadores não podem (art. 54):

firmar ou manter contrato com pessoa


jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa
Desde a concessionária de serviço público,
expedição salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes
do
diploma
aceitar ou exercer cargo, função ou
emprego remunerado, inclusive os de
que sejam demissíveis "ad nutum", nas
entidades acima
Incompatibilidades
e impedimentos ser proprietários, controladores ou
diretores de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada

ocupar cargo ou função de que sejam


Desde a demissíveis "ad nutum", nas entidades
acima
posse
patrocinar causa em que seja
interessada qualquer das entidades
acima

ser titulares de mais de um cargo ou


mandato público eletivo

Perderá o mandato o Deputado ou Senador (art. 55):

Nestes casos, a perda do


por infração a qualquer das mandato será decidida pela
proibições estabelecidas no Câmara dos Deputados ou
artigo anterior
pelo Senado Federal, por
maioria absoluta,
por algum procedimento ser mediante provocação da
declarado incompatível com o respectiva Mesa ou de
decoro parlamentar
partido político representado
no Congresso Nacional,
por sofrer condenação criminal
em sentença transitada em assegurada ampla defesa
julgado (CF, art. 55, §2º) -
Perda de
CASSAÇÃO
mandato de
Deputado ou por deixar de comparecer, em
Senador cada sessão legislativa, à terça
parte das sessões ordinárias Nestes casos, a perda do
da Casa a que pertencer, salvo mandato será declarada
licença ou missão por esta pela Mesa da Casa
autorizada respectiva, de ofício ou
mediante provocação de
por perder ou ter suspensos os qualquer de seus membros,
direitos políticos ou de partido político
representado no Congresso
por decreto da Justiça Nacional, assegurada ampla
Eleitoral, nos casos previstos defesa (CF, art. 55, §3º) -
na Constituição EXTINÇÃO

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A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa


levar à perda do mandato, terá seus efeitos suspensos até as deliberações
finais sobre a decisão ou declaração da perda do mandato.

Avancemos.

As reuniões dos membros do Congresso Nacional ocorrem em


sessões, que podem ser:

Sessão Sessão
Sessão ordinária Sessão conjunta preparatória extraordinária
(art. 57, §3º e
(art. 57, caput) outros) (art. 57, §§4º e (art. 57, §§6º a
5º) 8º)

A sessão legislativa não


O CN somente deliberará sobre a
será interrompida sem a
matéria para a qual foi convocado,
aprovação do projeto de
exceto se houver MP pendente de
lei de diretrizes
apreciação, a qual deve ser colocada
orçamentárias
em pauta.
É vedado o pagamento de parcela
indenizatória, em razão da
convocação.

Noutra via, o Congresso Nacional também pode arregimentar


comissões, a saber:

Comissões

Permanentes Temporárias Comissão Comissão Comissão


(em razão da (especiais) Parlamentar mista representativa
matéria) (Regimentos da de Inquérito (cf. sessão (recesso)
(art. 58, §2º) CD e do SF) (art. 58, §3º) conjunta) (art. 58, §3º)

De longe as mais cobradas, temos as comissões parlamentares de


inquérito, que apresentam as seguintes características:

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Comissão
Parlamentar de
Inquérito

Não impõe
Criadas pela CD penalidades
Tem poderes de
e/ou pelo SF, em (inclusa
investigação
conjunto ou Apuram fato responsabilização
próprios das
separadamente determinado e por penal e civil).
autoridades
prazo certo Conclusões são
(1/3 dos membros judiciais, dentre
encaminhadas
da Casa ou do CN) outros
para o Ministério
Público.

Pode Não pode

Convocar particulares e autoridades Determinar prisão (exceto em


públicas para depor, seja como flagrante), seja temporária, preventiva
testemunhas seja como investigados ou de qualquer espécie (proibição
extensível à determinação de medidas
cautelares penais e civis – ex.:
sequestro de bens)

Intimar e conduzir coercitivamente Investigar atos de conteúdo jurisdicional


testemunhas (porém, não os editados pelo Poder Judiciário (somente
investigados), inclusive com força é possível controle sobre atos de
policial natureza administrativa)

Determinar diligências, perícias e Determinar a anulação de atos do Poder


exames Executivo

Determinar busca e apreensão (exceto Determinar busca e apreensão


domiciliar) domiciliar

Determinar a quebra dos sigilos fiscal, Determinar a interceptação (escuta)


bancário e telefônico (registros telefônica
apenas) do investigado
Determinar medidas processuais de
garantia, como: decretar
indisponibilidade e sequestro de bens
Convocar (intimar) Chefe do Poder
Executivo

No bojo de sua função típica de fiscalização, o Poder Legislativo


(Congresso Nacional) é auxiliado pelo Tribunal de Contas da União.
Sobre o tema, válido ressaltar:

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Controle interno Controle externo (pelo Legislativo)

• Em tese, é pleno e irrestrito • Delimitado a determinados objetos


• Pertine à legalidade ou à • Exercido com o auxílio do
legitimidade da atuação dos Tribunal de Contas (em âmbito
respectivos órgãos e agentes (um federal, o TCU)
exemplo é a auditoria • Formalmente, restringe-se a
governamental) aferir a legalidade do agir da
• Pode também tratar das administração pública e a
atuações discricionárias, regularidade na utilização de
avaliando a conveniência e recursos públicos (forte viés
oportunidade administrativas contábil e financeiro)

A fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e


Patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à Legalidade, Legitimidade, Economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
de controle interno de cada Poder.

Sobre o TCU, válido destacar que a ele compete:


I - apreciar (e não julgar! Quem julga é o Congresso Nacional!) as contas
prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer
prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas
as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal,
e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa


terão eficácia de título executivo.
Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato pode
denunciar irregularidade ou ilegalidade perante o TCU.

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Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

mais de 35 e menos de 65 anos de idade

idoneidade moral e reputação ilibada

Requisitos para notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,


Ministro do TCU econômicos e financeiros ou de administração
pública

mais de 10 anos de exercício de função ou de


efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior

Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

Escolha de
Ministros do
TCU

I - 1/3 pelo Presidente da República, com


aprovação do Senado Federal, sendo 2
II - 2/3 pelo Congresso Nacional
alternadamente dentre auditores e
[escolha discricionária
membros do Ministério Público junto ao
observados os parâmetros da
Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
CF/88].
Tribunal, segundo os critérios de antigüidade
e merecimento [escolha vinculada];

As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas


respectivos, que serão integrados por 7 Conselheiros.
É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas
Municipais.

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Processo Legislativo

Atividade típica do Poder Legislativo, o processo legislativo


compreende a elaboração de:

Emendas à Constituição (EC)

Espécies normativas Leis Complementares (LC)

Leis Ordinárias (LO)

Leis Delegadas

Medidas Provisórias (MP)

Decretos Legislativos

Resoluções

Com exceção das emendas à Constituição, as espécies normativas


acima descritas não mantêm entre si relação de hierarquia.
Vejamos as cinco primeiras (os decretos legislativos e as resoluções
praticamente não são cobrados para além da literalidade constitucional).

Emendas à Constituição

A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

Propositura de EC

III - de mais da metade das


I - de 1/3, no
Assembléias Legislativas das
mínimo, dos
II - do Presidente da unidades da Federação,
membros da Câmara
República manifestando-se, cada uma
dos Deputados ou
delas, pela maioria relativa
do Senado Federal
(simples) de seus membros

§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de


intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

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Devem ser observadas as seguintes limitações:

Iniciativa

Quorum de
Formais ou aprovação
procedimentais
(art. 60, I, II, III e
§§2º, 3º e 5º) Promulgação

PEC rejeitada
Circunstanciais (irrepetibilidade
(art. 60, §1º) absoluta)
Expressas CLÁUSULAS PÉTREAS
I - a forma federativa de
Estado;
II - o voto direto, secreto,
Materiais universal e periódico;
(art. 60, §4º) III - a separação dos
Limitações
Poderes;
IV - os direitos e garantias
individuais.

Implícitas Não se admite a teoria da dupla revisão

Impossibilidade de se alterar o titular do


poder constituinte originário

Impossibilidade de se alterar o titular do


poder constituinte derivado reformador

Leis complementares e ordinárias

Leis ordinárias Leis complementares

• Quórum de aprovação: • Quórum de aprovação:


maioria simples (art. 47) - maioria absoluta (art. 69) -
considera-se o total de considera-se o total de
parlamentares presentes parlamentares que integram a
Casa legislativa
• Matérias: residualmente,
tudo o que não é expressamente • Matérias: taxativamente
previsto para lei complementar previstas na Constituição
Federal

A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe [...]:

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Iniciativa de
LC e LO

Iniciativa Iniciativa
Parlamentar Extraparlamentar

- Presidente da República (vide


Qualquer membro e/ou
art. 61)
Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado - STF
Federal ou do Congresso - Tribunais Superiores (STJ, TST,
Nacional TSE, STM)
- PGR
- Cidadãos (iniciativa popular)

Iniciativa popular
LO e LC Federal LO, LC LO, LC Municipal
Estadual/Distrital
Mínimo de 1% do eleitorado CE ou LO distrital Mínimo de 5% do
nacional (Distribuído por 5 estados, disporá sobre o eleitorado
com + de 0,3% em cada um) processo legislativo
*Apresentado à Câmara dos
Deputados

Emenda à Constituição
Possibilidade de iniciativa ppular em âmbito

Não
Lei complementar
Sim
Lei ordinária
Espécie normativa

Sim
Federal

Lei delegada
x

Não
Medida provisória
Não
Decreto legislativo
Não
Resolução
Não

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Um projeto de lei (ordinária ou complementar) apresenta o fluxograma


básico abaixo:

Projeto de lei aprovado pela Casa iniciadora e


enviado para Casa revidora é

Aprovado Rejeitado Emendado

(1 turno de discussão e Voltará à Casa


votação – para LC e LO) Será arquivado iniciadora

Será enviado à sanção (irrepetibilidade (ATENÇÃO: Esta não


ou veto (deliberação) relativa, art. 67) pode apresentar
do Presidente da emenda à emenda!)
República

Texto modificado segue para Emenda aceita


deliberação do Chefe do Executivo

Texto original segue para


deliberação do Chefe do Executivo Emenda não aceita

Características do veto presidencial


Jurídico Total Sempre Derrubável Insuscetível Irretratável
ou ou expresso de apreciação
Político Parcial judicial

Leis delegadas

As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,


que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

É da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos


normativos do Poder Executivo que exorbitem dos limites de delegação
legislativa!

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atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os


de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal

matéria reservada à lei complementar

Vedada
delegação organização do Poder Judiciário e do Ministério
para Público, a carreira e a garantia de seus membros

nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos


e eleitorais

planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e


orçamentos

Medidas provisórias

Sujeitam-se excepcionalmente
Pressupostos
constitucionais a controle pelo Judiciário (ADI
2.213 MC).
Após adotadas
devem ser
submetidas de
imediato ao CN Relevância Urgência

nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos


políticos e direito eleitoral

direito penal, processual penal e processual civil

organização do Poder Judiciário e do Ministério Público,


a carreira e a garantia de seus membros

planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e


Vedada MP créditos adicionais e suplementares, ressalvado o
para matéria previsto no art. 167, § 3º [abertura de créditos
extraordinários]

que vise a detenção ou sequestro de bens, de


poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro

reservada a lei complementar

já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo


Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República

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MP é submetida ao
Congresso Nacional

Caberá à comissão mista de Deputados e


Senadores examinar as medidas
As medidas provisórias terão sua
provisórias e sobre elas emitir parecer,
votação iniciada na Câmara dos
antes de serem apreciadas, em sessão
Deputados.
separada, pelo plenário de cada uma das
Casas do Congresso Nacional.

MP é apreciada em até 45 MP não é apreciada em


dias contados de sua até 45 dias contados de
publicação sua publicação

[...] entrará em regime de urgência,


subsequentemente, em cada uma das
Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação,
todas as demais deliberações legislativas
da Casa em que estiver tramitando.

MP é apreciada
Congresso Nacional

Texto aprovado com alteração


(i) Deverá ser apresentado de projeto de
lei de conversão relativo à matéria.
Esse projeto de lei de conversão seguirá a
Texto aprovado sem alteração tramitação comum às LC e LO.
O texto será promulgado pelo (ii) Também deverá ser apresentado
Presidente da Mesa do Congresso projeto de decreto legislativo,
Nacional para publicação, como disciplinando as relações jurídicas
Lei, no Diário Oficial da União decorrentes da vigência dos textos
suprimidos ou alterados, o qual terá sua
tramitação iniciada pela CD.
Aprovado projeto de lei de conversão
alterando o texto original da MP, esta
manter-se-á integralmente em vigor até
que seja sancionado ou vetado o projeto.

Texto apreciado e rejeitado (rejeição


Texto não apreciado (rejeição tácita) expressa)
As MP [...] perderão eficácia, desde a Rejeitada a MP, o Congresso Nacional
edição, se não forem convertidas em lei no deve se ocupar em disciplinar os efeitos
prazo de 60 dias, prorrogável, uma vez por jurídicos que ela produziu, por meio de
igual período, devendo o Congresso decreto legislativo.
Nacional disciplinar, por decreto legislativo,
as relações jurídicas delas decorrentes. Não editado o decreto legislativo [acima]
após a rejeição ou perda de eficácia de
Não editado o decreto legislativo [acima] MP, as relações jurídicas constituídas e
após a rejeição ou perda de eficácia de MP, decorrentes de atos praticados durante
as relações jurídicas constituídas e sua vigência conservar-se-ão por ela
decorrentes de atos praticados durante sua regidas.
vigência conservar-se-ão por ela regidas.

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PODER EXECUTIVO.

Em âmbito federal, o Poder Executivo é exercido monocraticamente


pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado,
exercendo atribuições de chefe de Estado e chefe de governo.

Sobre as eleições dos chefes do Executivo nas três esferas:


Presidente e Vice Governador e Vice Prefeito e Vice
Presidente da Governador de Prefeito de
República Estado ou do DF Município

Tempo de 4 anos + 4 anos + 4 anos +


mandato possibilidade de 1 possibilidade de 1 possibilidade de 1
reeleição reeleição reeleição
subsequente subsequente subsequente
Data do Primeiro domingo Primeiro domingo de Primeiro domingo de
primeiro de outubro do ano outubro do ano outubro do ano
turno da anterior ao término anterior ao término anterior ao término
eleição do mandato dos do mandato dos que do mandato dos que
que devam suceder devam suceder ou devam suceder ou
ou do término de do término de do término de
mandato próprio mandato próprio mandato próprio
(em caso de (em caso de (em caso de
reeleição) reeleição) reeleição)
Data do Se houver, no Se houver, no último Se houver, no último
segundo último domingo de domingo de outubro domingo de outubro
turno da outubro do referido do referido ano do referido ano; e
eleição ano apenas no caso de
municípios com
mais de duzentos
mil eleitores
Posse 1º de janeiro do 1º de janeiro do ano 1º de janeiro do ano
ano subsequente subsequente ao da subsequente ao da
ao da eleição eleição eleição

São regras gerais:

 A eleição do Presidente da República importa a do Vice-Presidente com


ele registrado.
 É considerado eleito Presidente em 1º turno o candidato que obtiver a
maioria absoluta de votos válidos.

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 Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta no 1º turno, é feita


nova eleição em até 20 dias após a proclamação do resultado,
concorrendo os 2 candidatos mais votados e considerando-se eleito
aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
 Se, antes de realizado o 2º turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convoca-se, dentre os
remanescentes, o de maior votação.
 Se remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a
mesma votação, qualifica-se o mais idoso.

O Vice-Presidente é o substituto natural do Presidente, substituindo-


o em caso de impedimento, e sucedendo-lhe no caso de vaga.

Impedimento Vaga

• É temporário • É definitivo
• Ex.: por motivo de doença • Ex.: perda do cargo por
impeachment, morte, renúncia, não
comparecimento para posse dentro
do prazo de 10 dias da data fixada,
ausência do País por mais de 15 dias
(sem licença do Congresso Nacional)

Vagando os cargos de Presidente + Vice-Presidente é feita eleição 90 dias


depois de aberta a última vaga.

Se ocorrer a vacância nos últimos 2 anos do período presidencial, a eleição


para ambos os cargos será feita 30 dias depois da última vaga, pelo
Congresso Nacional, na forma da lei.

O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença


do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Vejamos as principais competências privativas do Presidente da


República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;

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IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos


e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto (autônomo), sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
XIV, XV, XVI e XVII - nomear:

Presidente da República
nomeia

Após aprovação do Senado Ministros do Tribunal de


Federal (XIV) Contas da União (XV)
- Ministros do STF e
demais Tribunais * O PR nomeia 1/3 dos
Superiores (STJ, TST, Ministros, sendo dois
STM...) alternadamente dentre
- Governadores de auditores e membros do
Territórios Ministério Público junto ao
- Procurador-Geral da
Tribunal, indicados em lista
República
tríplice pelo Tribunal, segundo
- Presidente e os
diretores do banco os critérios de antiguidade e
central e outros servidores, merecimento
quando determinado em lei

Outros Magistrados, O Advogado-Geral da Membros do Conselho


nos casos previstos na União (XVI) da República (XVII)
Constituição (XVI)
* O PR nomeia 2,
dentre cidadãos
brasileiros natos

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XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de


diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta
Constituição;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

Algumas das competências supracitadas são passíveis de delegação:

Presidente da República pode


delegar para

Ministros de Procurador-Geral
Estado da República

Advogado-Geral
da União

VI – dispor, mediante decreto,


sobre:
XII - conceder indulto
a) organização e XXV - prover os
e comutar penas, com
funcionamento da cargos públicos
audiência, se
administração federal, quando federais, na forma da
necessário, dos órgãos
não implicar aumento de lei;
instituídos em lei;
despesa nem criação ou extinção
de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou
cargos públicos, quando vagos;

No que diz com sua responsabilização, o são crimes de


responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra:

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a existência da União

o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder


Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação

Crimes de o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais


responsabilidade
cometidos pelo
Presidente da a segurança interna do País
República (atentar
contra)
a probidade na administração

a lei orçamentária

o cumprimento das leis e das decisões judiciais

STF - Súmula Vinculante nº 46 – A definição dos crimes de


responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de
processo e julgamento são da competência legislativa privativa da
União.

O Presidente (assim como os Chefes do Executivo nas demais esferas),


detém algumas prerrogativas, senão vejamos:

Imunidade formal quanto ao processo - para


crimes de responsabilidade
(art. 86, caput)

Prerrogativa de foro para julgamento - para


crimes comuns
Presidente da (art. 86, caput c/c art. 52, I, e 102, I, b)
República
Imunidade formal quanto à prisão
(art. 86, §3º)

Irresponsabilidade penal relativa


(art. 86, §4º)

Imunidade formal quanto ao processo - para


crimes de responsabilidade
(simetria e lei 1.079/1950)
Governador de
Estado
Prerrogativa de foro para julgamento - para
crimes comuns
(art. 105, I, a)

Prerrogativa de foro para julgamento - para


Prefeito de crimes comuns
Município
(art. 29, X e Súmula nº 702 do STF)

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Conselho da República Conselho de Defesa Nacional

Conselho da República (art. 89) Conselho de Defesa Nacional (art. 91)

Membros

O Presidente da República + O Presidente da República +


I - o Vice-Presidente da República; I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos II - o Presidente da Câmara dos


Deputados; Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal; III - o Presidente do Senado Federal;

IV - o Ministro da Justiça; IV - o Ministro da Justiça;

V - os líderes da maioria e da V - o Ministro de Estado da Defesa;


minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro das Relações
IV - os líderes da maioria e da Exteriores;
minoria na Câmara dos Deputados;
VII - o Ministro do Planejamento;
VII - seis cidadãos brasileiros
VIII - os Comandantes da Marinha,
natos, com mais de trinta e cinco
do Exército e da Aeronáutica.
anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da
República, dois eleitos pelo Senado
Federal e dois eleitos pela Câmara
dos Deputados, todos com
mandato de três anos, vedada a
recondução.

[...]

§ 1º - O Presidente da República
poderá convocar Ministro de Estado
para participar da reunião do Conselho,
quando constar da pauta questão
relacionada com o respectivo
Ministério.
[...]

Competência

Pronunciar-se sobre: I - opinar nas hipóteses de declaração


de guerra e de celebração da paz, nos
I - intervenção federal, estado de
termos desta Constituição;
defesa e estado de sítio;
II - opinar sobre a decretação do estado
II - as questões relevantes para a
de defesa, do estado de sítio e da
estabilidade das instituições
intervenção federal;
democráticas.
III - propor os critérios e condições de
utilização de áreas indispensáveis à

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segurança do território nacional e opinar


sobre seu efetivo uso, especialmente na
faixa de fronteira e nas relacionadas com
a preservação e a exploração dos
recursos naturais de qualquer tipo;

IV - estudar, propor e acompanhar o


desenvolvimento de iniciativas
necessárias a garantir a independência
nacional e a defesa do Estado
democrático.

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PODER JUDICIÁRIO.

Disposições gerais

Conselho Nacional de
Justiça (competências
3ª instância

administrativas, não
STF
jurisdicionais)

STJ TST TSE STM

TJs TJM / TJ TRFs TRTs TREs 2ª instância

Juízes dos * TJM: nos Juízes Juízes do Juízes e


Estados, Estados/DF Federais Trabalho Juntas
DF e se o efetivo Eleitorais
Territórios militar for
superior a
20.000
membros Nos Estados/DF se o efetivo militar for inferior a 20.000
integrantes, as competências de jurisdição sobre militares
ficarão a cargo dos Tribunais de Justiça.

* Em azul, os órgãos de superposição.

Em vermelho, os órgãos do Judiciário que compõem a chamada Justiça especial.

Em preto, os órgãos da Justiça comum.

Todos acima (incluindo os juízes) são considerados órgãos do Poder


Judiciário + os juizados especiais e a justiça de paz (art. 92 c/c art. 98).

Por seu turno, o ingresso na carreira e a promoção devem observar


regras específicas:

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Cargo inicial de juiz substituto

Mediante concurso público de provas e títulos

Com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil


Ingresso na em todas as fases
carreira (art. 93 I)

Exigindo-se do bacharel em Direito, no mínimo, 3


anos de atividade jurídica

Obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de


classificação

é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes


consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento

a promoção por merecimento pressupõe dois anos de


exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira
quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver
com tais requisitos quem aceite o lugar vago

aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos


Promoção critérios objetivos de produtividade e presteza no
na carreira exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento
(art. 93, II) em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento

na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá


recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois
terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a
indicação

não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver


autos em seu poder além do prazo legal, não podendo
devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão

São, ainda, garantias dos magistrados:

vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida


após dois anos de exercício, dependendo a perda do
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o
juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
Garantias judicial transitada em julgado
funcionais
dos juizes
inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
público, na forma do art. 93, VIII

irredutibilidade de subsídio [observadas as diretrizes


constitucionais]

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Se por um lado os juízes têm garantias que lhes são próprias, por
outro, também têm vedações especificas:

exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou


função, salvo uma de magistério

receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou


participação em processo

Vedações dedicar-se à atividade político-partidária


funcionais aos
juizes
receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei

exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se


afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do
cargo por aposentadoria ou exoneração [quarentena de
saída]

Além de juízes de carreira, alguns tribunais são compostos por


advogados da OAB e membros do Ministério Público, indicados de acordo com
a regra do quinto constitucional.

1/5 dos membros:


- Membros do MP com mais de 10 anos de
Quinto constitucional carreira
- Advogados com mais de 10 anos de
atividade, com notório saber jurídico e
reputação ilibada

Se aplica Não se aplica

No caso da composição
do STJ, a CF/88 prevê
TRFs STF (art. 104) regra
semelhante a dos art.
TJs STJ*
94, 111-A e 115, porém,
TST TSE o quantitativo previsto é
TRTs TRE de 1/3!

Vamos ver as principais características de cada órgão do Judiciário. Ao


fim, resumimos a temática dos precatórios.

A composição dos tribunais é sempre objeto de questões em


concursos, bem como os requisitos de idade. Analisemos cada qual:

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Tribunal Número de componentes Requisitos de idade Quinto


constitucional

STF 11 (MNEMÔNICO: Somos + de 35 e – de 65 Não


um Time de Futebol) anos

STJ No mínimo 33 + de 35 e – de 65 Não (terço)


anos
(MNEMÔNICO: São “Três”
Juntos)

TRF No mínimo 7 em cada + de 30 e – de 65 Sim


tribunal anos

TST 27 (MNEMÔNICO: Trinta + de 35 e – de 65 Sim


Sem Três) anos
TRT Sim
No mínimo 7 em cada + de 30 e – de 65
tribunal anos

TSE No mínimo 7 em cada + de 35 e – de 65 Não


tribunal anos
TRE Não
Exatamente 7 em cada + de 35 e – de 65
tribunal anos

STM 15 (MNEMÔNICO: São + de 35 e – de 65 Não


Três Moças de 15 anos) anos

Supremo Tribunal Federal

Julga, entre outros:


 a ADI de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ADC de
lei ou ato normativo federal
 nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus
próprios Ministros e o Procurador-Geral da República
 nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto
no art. 52, I [crimes conexos ao Presidente ou ao Vice 
julgamento pelo Senado Federal], os membros dos Tribunais
Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente
 o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas
referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e
o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do

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Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República


e do próprio Supremo Tribunal Federal
 o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário
cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição
em uma única instância
 as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e
o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta
 os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de
Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou
entre estes e qualquer outro tribunal

Julga, em recurso ordinário:


STF (art. 102, II)
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-
data" e o mandado de injunção decididos em única instância
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político.

Julga, em recurso extraordinário:


STF (art. 102, III)
As causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo da Constituição Federal;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
da Constituição Federal.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Edita súmulas vinculantes:


 De ofício ou por provocação
 2/3 do STF (8 membros)
 Após reiteradas decisões sobre matéria constitucional
 Tem por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual
entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública
que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica

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Poder Judiciário (exceto o


STF)
Vincula
Toda a administração pública
direta e indireta
Súmula
Vincultante
O próprio STF

Não Vincula
O Poder Legislativo (em sua
atividade legiferante
típica)

São legitimados para propor aprovação, revisão ou cancelamento de


SV:
os legitimados para propor ADI (art. 103)
+ o Defensor Público-Geral da União
+ os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do
Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais
Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais
Militares
+ o Município incidentalmente ao curso de processo em que seja parte

Conselho Nacional de Justiça

É hierarquicamente submetido ao STF, compõe o Judiciário e atua


no seu controle e transparência administrativa, financeira e disciplinar desse
Poder, não exercendo atuação sobre a atividade jurisdicional em sentido
estrito.

Compõe-se de 15 membros com mandato de 2 anos, admitida 1


recondução:

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O Presidente do membro nato, preside o CNJ; não dependerá de


STF aprovação pelo Senado Federal como todos os demais

1 Ministro do STJ indicado pelo respectivo tribunal [corregedor do CNJ]

1 Ministro do TST indicado pelo respectivo tribunal

1 Desembargador
indicado pelo STF
de TJ

1 juiz estadual indicado pelo STF

1 juiz de TRF indicado pelo STJ

1 juiz federal indicado pelo STJ

1 juiz de TRT indicado pelo TST

1 juiz do trabalho indicado pelo TST

1 membro do MP
indicado pelo PGR
da União

1 membro de MP escolhido pelo PGR dentre os nomes indicados pelo órgão


estadual competente de cada instituição estadual

2 advogados indicados pelo Conselho Federal da OAB

de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados 1


2 cidadãos
pela Câmara dos Deputados e 1 pelo Senado Federal

Superior Tribunal de Justiça

Julga, entre outros:


 nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios
e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais

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 os mandados de segurança e os habeas data contra ato de


Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica ou do próprio Tribunal
 os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer
das pessoas mencionadas acima, ou quando o coator for
tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral
 os conflitos de atribuições entre autoridades
administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
Distrito Federal, ou entre as deste e da União
 os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
ressalvada a competência do STF, bem como entre tribunal e
juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos
 a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão
de exequatur [“autorização”] às cartas rogatórias [“solicitação
de intercâmbio jurídico-processual”, ex.: inquirição de
testemunha que resida em outro país]

Julga, em recurso ordinário:


STJ (art. 105, II)
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios [TJs e TJDFT], quando
a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios [TJs e TJDFT], quando
denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município
ou pessoa residente ou domiciliada no País.

Julga, em recurso especial:


STJ (art. 105, II)
As causas decididas, em única ou última instância,
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
vigência;

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b) julgar válido ato de governo local contestado em face


de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe
haja atribuído outro tribunal.

Justiça Federal e Juízes Federais

Os TRFs, julgam, entre outros:


 os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do MPU, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral
 os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do
próprio Tribunal ou de juiz federal
 os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal
 e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados
ao Tribunal

Os juízes federais, julgam, entre outros:


 as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho

É competente a Justiça comum


Compete à Justiça comum estadual o estadual para julgar as causas em que
processo e o julgamento, em ambas as é parte sociedade de economia mista
instâncias, das causas de acidente do (STF - Súmulas 508 e 556).
trabalho, ainda que promovidas contra
a União, suas autarquias, empresas
públicas ou sociedades de economia
mista (STF - Súmula 501).

 IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em


detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral
 os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira

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Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-


Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Justiça do Trabalho

Julga, entre outros:


 as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes
de direito público externo e da administração pública direta e
indireta da União, dos Estados, do DF e dos Municípios
 as ações que envolvam exercício do direito de greve
 as ações sobre representação sindical
 os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data,
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
jurisdição

Justiça Eleitoral

O TSE e os TREs são comandados por membros da magistratura


advindos de diversos tribunais, além de advogados de notável saber jurídico
e reputação ilibada, todos investidos no cargo periodicamente.

São irrecorríveis as Das decisões dos TRE somente


decisões do TSE, exceto: caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição


as que contrariarem expressa da CF ou de lei
a Constituição Federal

II - ocorrer divergência na interpretação de lei


as denegatórias de habeas entre dois ou mais tribunais eleitorais
corpus ou mandado de
segurança III - versarem sobre inelegibilidade ou
expedição de diplomas nas eleições federais
ou estaduais

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda


de mandatos eletivos federais ou estaduais

V - denegarem habeas corpus, mandado de


segurança, habeas data ou mandado de
injunção

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Justiça Militar

Julga os crimes militares definidos em lei (vide Decreto-Lei nº


1.001/1969, Código Penal Militar).

Justiça dos Estados e do DF

É responsável por julgar matérias que não sejam da competência dos


demais ramos do Judiciário.
Vale dizer, sua competência é residual, o que engloba inúmeras
situações nas áreas cível, criminal, tributária, dentre outras.

Precatórios

A tratativa dos precatórios se concentra no art. 100 do corpo principal


e arts. 97 e 101 e seguintes do ADCT. A cobrança é centrada nas normas do
corpo principal, destacando-se:
 Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais,
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, devem ser
feitos exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
nos créditos adicionais abertos para este fim.
 Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por
sucessão hereditária, tenham 60 anos de idade, ou sejam
portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos
os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei
para as obrigações de pequeno valor, admitido o fracionamento para
essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem
cronológica de apresentação do precatório.
 A regra de expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial
transitada em julgado.

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 É vedada a expedição de precatórios complementares ou


suplementares de valor pago, bem como o fracionamento,
repartição ou quebra do valor da execução para fins de
enquadramento no limite das obrigações de pequeno valor.
 O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou
omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e
responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.

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FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA.

A Constituição Federal as descreve nos seus art. 127 a 135 da CF/88:

Funções essenciais à Justiça

Advocacia Defensoria
Ministério Público Advocacia
Pública Pública

Nenhuma delas integra o Judiciário ou lhe é hierarquicamente


subordinada.
Vejamos cada qual.

Ministério Público

É instituição permanente e a ele compete a defesa da ordem


jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.

O MP abrange:

MP da União MP dos Estados

MP do DF e
MP Federal MP do Trabalho MP Militar
Territórios

São princípios institucionais do MP:

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Unidade
Embora existam diferentes ramos, os membros

Princípios institucionais do MP
do MP agem como um órgão único, integrando
uma mesma vontade

Indivisibilidade
Dentro de cada ramo, os membros do MP podem
ser substituídos uns pelos outros em sua
atuação, sem prejuízo do munus jurídico-
processual que lhe é típico

Independência funcional
Sempre respeitados os limites legais, cada
membro do MP é livre para formar seu
convencimento jurídico-técnico sem observância
a limitações hierárquicas e afins

O ingresso na carreira do Ministério Público se dá:

Ingresso na
carreira

Com a Exigindo-se do
Mediante participação da bacharel em Obedecendo-se,
concurso público Ordem dos Direito, no nas nomeações, à
de provas e Advogados do mínimo, 3 anos ordem de
títulos Brasil em todas de atividade classificação
as fases jurídica

Assim como os juízes, os membros do MP (promotores e procuradores)


possuem garantias e vedações que lhes são próprias.

vitaliciedade, após dois anos de exercício, não


podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado

Garantias
funcionais dos inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
membros do MP público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do MP, pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, assegurada ampla defesa

irredutibilidade de subsídio [observadas as


diretrizes constitucionais]

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receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,


honorários, percentagens ou custas processuais

exercer a advocacia (ver art. 29, §3º, do ADCT)

participar de sociedade comercial, na forma da lei


Vedações
funcionais aos
membros do MP exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
função pública, salvo uma de magistério

exercer atividade político-partidária

receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou


contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei

O Procurador-Geral da República (PGR) é chefe do MPU.


Os Procuradores-Gerais de Justiça (PGJ) são chefes dos MP dos
Estados.

PGR PGJ

• Chefe do MPU (Federal + Trabalho • Chefe do MPE


+ Militar + DFT)
• Os MP dos Estados formam lista
• Nomeado pelo Presidente da tríplice dentre integrantes da
República dentre integrantes de carreira, na forma da lei respectiva,
carreira, maiores de 35 anos, após para escolha de seu Procurador-
aprovação de seu nome pela Geral, que será nomeado pelo
maioria absoluta do Senado Chefe do Poder Executivo
Federal
• Mandato de 2 anos
• Mandato de 2 anos
• Permitida 1 recondução
• Permitida a recondução (várias)
• Os Procuradores-Gerais de Justiça
•A destituição do PGR, por nos Estados poderão ser
inicativa do Presidente da destituídos por deliberação da
República, deverá ser precedida de maioria absoluta do Poder
autorização da maioria absoluta Legislativo, na forma da lei
do Senado Federal complementar respectiva

Dentre as funções institucionais do MP destacam-se:

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I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do


patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses
difusos e coletivos;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações


indígenas;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei


complementar mencionada no artigo anterior;

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que


compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

O Ministério Público junto aos Tribunais de Contas não tem qualquer


vínculo com o Ministério Público comum (da União e dos Estados).

Simetricamente ao CNJ, existe o CNMP (Conselho Nacional do


Ministério Público), que atua no controle e transparência administrativa,
financeira e disciplinar dessa instituição, não interferindo diretamente em sua
atividade fim.

Compõe-se de 14 membros com mandato de 2 anos, admitida 1


recondução:

O PGR membro nato, preside o CNMP

assegurada a representação de cada uma de suas


4 membros do MPU carreiras [ou seja, 1 de cada ramo] [dentre estes será
escolhido o corregedor do CNMP]

3 membros do MPE - [dentre estes será escolhido o corregedor do CNMP]

2 juízes 1 indicado pelo STF + 1 indicado pelo STJ

2 advogados indicados pelo Conselho Federal da OAB

de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados 1


2 cidadãos
pela Câmara dos Deputados e 1 pelo Senado Federal

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Advocacia pública

A advocacia pública no Brasil é composta por três carreiras centrais: a


Advocacia Geral da União (AGU), as Procuradorias dos Estados e do PF e dos
Municípios.
A Constituição Federal traz disposições expressas acerca da AGU e das
Procuradorias dos Estados e DF.

A AGU atua em:

Representação
União
judicial e extrajudicial

Consultoria e
Poder Executivo, somente
Assessoramento

Tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo


Presidente dentre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada (podem não ser da carreira da AGU!).
Seus membros ingressam por concurso público de provas e títulos e
têm estabilidade após 3 anos de efetivo exercício.
Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da
União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Em relação às Procuradorias dos Estados e DF, elas atuam em:

Representação
Respectivo ente
judicial e consultoria

Seus membros ingressam por concurso público de provas e títulos e


têm estabilidade após 3 anos de efetivo exercício.

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Advocacia privada

O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo


inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites
da lei (imunidade relativa).

Defensoria Pública

É instituição permanente e a ela incumbe principalmente a orientação


jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma
integral e gratuita, aos necessitados.

Seus membros ingressam por concurso público de provas e títulos e


têm estabilidade após 3 anos de efetivo exercício.

É vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

Também são princípios da Defensoria Pública: a unidade, a


indivisibilidade e a independência funcional.

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DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS.

O tópico se desmembra sobre duas vertentes:

Defesa do Estado e das instituições


democráticas

Sistema
Defesa do País e da
constitucional das
sociedade
crises

Estado de defesa Estado de sítio Forças Armadas Segurança pública

necessidade e temporariedade

Estado de Defesa e Estado de Sítio

São hipótese de cabimento do estado de defesa:


Hipóteses de cabimento
de estado de defesa

(ordem e paz social) ameaçadas por


grave e iminente instabilidade
institucional Duração:

30 dias
(ordem e paz social) atingidas por
calamidades de grandes (+30)
proporções na natureza

São medidas possíveis de serem adotadas na vigência do estado de


defesa.

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a) reunião, ainda
que exercida no
seio das
associações;

I - restrições aos b) sigilo de


direitos de: correspondência;

c) sigilo de
Medidas no estado comunicação
de defesa telegráfica e
telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e


serviços públicos, na hipótese de calamidade
pública, respondendo a União pelos danos e
custos decorrentes.

Noutro giro, são hipótese de cabimento do estado de sítio:


Hipóteses de cabimento

Duração:
de estado de sítio

I - comoção grave de repercussão nacional ou


ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de 30 dias (+30
medida tomada durante o estado de defesa + 30...)

Duração:
II - declaração de estado de guerra ou resposta
a agressão armada estrangeira Prazo
indeterminado

Por seu turno, são medidas possíveis de serem adotadas na vigência


do estado de sítio.

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I - obrigação de permanência em
localidade determinada

II - detenção em edifício não


destinado a acusados ou condenados
por crimes comuns Parágrafo único.
Não se inclui [...] a
III - restrições relativas à difusão de
inviolabilidade da correspondência, pronunciamentos
ao sigilo das comunicações, à de parlamentares
prestação de informações e à efetuados em
liberdade de imprensa, radiodifusão e suas Casas
Medidas no televisão, na forma da lei
Legislativas, desde
estado de que liberada pela
sítio
IV - suspensão da liberdade de respectiva Mesa.
reunião

V - busca e apreensão em domicílio

VI - intervenção nas empresas de


serviços públicos

VII - requisição de bens

Os procedimentos a serem adotados em ambos estados de exceção


encontram-se sintetizados como segue:

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Estado de defesa

São verificados os O Presidente ouve o


pressupostos fáticos do art. Conselho da República e o
136, caput Conselho de Defesa Nacional

Decreta o estado de Não decreta o


defesa estado de defesa

O decreto determinará o tempo de


sua duração, especificará as áreas a São adotadas outras medidas para
serem abrangidas e indicará as restabelecer a ordem e a paz social
medidas coercitivas a vigorarem

O decreto, com a respectiva justificação, será submetido ao


Congresso Nacional dentro de 24 horas, o qual decidirá sobre
o ato por maioria absoluta (art. 136, §4º).
Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de 5 dias (art. 136, §5º).

O CN apreciará o decreto dentro


de 10 dias contados de seu
recebimento, devendo continuar
funcionando enquanto vigorar o
estado de defesa (art. 136, §6º)

O Congreso O Congreso
Nacional mantém Nacional não
o decreto mantém o decreto

O ato é mantido por até 30


Cessa imediatamente o
dias podendo ser
estado de defesa (art. 136,
prorrogado por mais 30
§7º)
dias (art. 136, §2º)

Na vigência do estado de defesa, o Judiciário exerce controle das medidas na forma


do art. 136, §3º, podendo apreciar outras medidas praticadas com ilegalidade,
abuso ou excesso de Poder.
O Legislativo, além dos §§2º, 4º, 5º, 6º e 7º, por meio da Mesa do Congresso
Nacional designará Comissão composta de 5 de seus membros para acompanhar e
fiscalizar a execução das medidas (art. 140). Também apreciará a mensagem
relatada pelo Presidente da República na forma do art. 141, parágrafo único.

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Estado de sítio

São identificados os O Presidente ouve o Conselho


pressupostos fáticos do art. da República e o Conselho de
137, I e II Defesa Nacional

Não solicita
Solicita autorização
autorização para
para decretar o
decretar o estado de
estado de sítio
sítio

São adotadas outras medidas para


restabelecer a normalidade ou para
solucionar/repelir a declaração de
guerra/agressão armada

Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente,


no prazo de 5 dias (art. 138, §2º), para apreciar o pedido de autorização para
decretar ou prorrogar o estado de sítio, decidindo por maioria absoluta (art. 137,
parágrafo único e 138, §2º).

O Congreso Nacional
O Congreso Nacional
não autoriza a
autoriza a decretação
decretação

O Presidente
O ato é mantido por até 30
da República
dias podendo ser
designará o prorrogado por mais 30 Não há estado de sítio
executor das dias (art. 137, I), ou por
medidas e as prazo indeterminado (art.
áreas 137, II)
abrangidas

Na vigência do estado de sítio, o Judiciário pode apreciar medidas praticadas com


ilegalidade, abuso ou excesso de Poder.
O Legislativo, além do controle prévio (na autorização) e concomitante, exercerá
controle posterior por meio da Mesa do Congresso Nacional, que designará Comissão
composta de 5 de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das
medidas (art. 140). Também apreciará a mensagem relatada pelo Presidente da
República na forma do art. 141, parágrafo único.

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Forças Armadas e Órgãos de Segurança Pública

Marinha + Exército + Aeronáutica

Instuições nacionais, permanentes e regulares

Organizadas com base na hierarquia e disciplina

Subordinadas ao Presidente da República

Forças Destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes


Armadas constitucionais e da lei e da ordem

Não cabe "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares


militares

Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve

O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a


partidos políticos

STF – Súmula Vinculante nº 6 – Não viola a Constituição o


estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo
para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

Lembremos ainda que o serviço militar é obrigatório nos termos da


lei.
Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço
alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo
de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter
essencialmente militar.
As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar
obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a
lei lhes atribuir.

Finalmente, a segurança pública é tratada com bastante ênfase no art.


144.

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São órgãos e agentes que compõe o sistema constitucional de


segurança pública (destacamos suas principais competências):

apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços
e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e EPs, assim como outras infrações
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme;
prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho;
exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária.

segurança dos
patrulhamento
estabelecimentos Polícia ostensivo das
penais Federal rodovias
federais
Polícia Penal
Polícia
Federal,
Rodoviária
Distrital e
Federal
Estadual
patrulhamento
ostensivo das
ferrovias
federais

Polícia
Órgãos e
Polícia Militar e
agentes de
Ferroviária Corpo de
segurança
Federal Bombeiros
pública
Militar

forças auxiliares
do Exército
PM  polícia
ostensiva e a
ressalvada a Guarda preservação da
Polícia Civil
competência da Municipal
ordem pública
União, exerce as
CBM  atividades
funções de
Agentes de de defesa civil,
polícia judiciária
Trânsito dentre outras
e a apuração de
infrações
penais, exceto proteção de
as militares bens, serviços
e instalações
do Município
segurança
viária, educação,
engenharia e
fiscalização de
trânsito, dentre
outras

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SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. REPARTIÇÃO DE RECEITAS.

Sistema Tributário Nacional

São espécies tributárias passíveis de instituição pela União, Estados,


DF e Municípios:

impostos

taxas em razão do exercício do poder de polícia ou


pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição

Espécies contribuição de melhoria, decorrente de obras


tributárias públicas

empréstimos compulsórios

contribuições especiais

As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

STF – Súmula Vinculante 29 - É constitucional a adoção, no cálculo do


valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de
determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre
uma base e outra.

A lei complementar exerce importante papel em matéria tributária,


destacando-se:

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I - dispor sobre conflitos de


competência, em matéria II - regular as limitações
tributária, entre a União, os constitucionais ao poder de
Estados, o Distrito Federal e os tributar
Municípios

LC em
matéria
tributária

III - estabelecer normas gerais


em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos


discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes [OBS.: não faz menção a alíquotas];

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades


cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as MicroEmpresas e para as


Empresas de Pequeno Porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do [ICMS]
[e] das contribuições [patronal, COFINS, PIS-PASEP e CSLL].

São tributos de competência de cada ente:

União II + IE + IPI + IOF + IR + ITR + Contribuições especiais (- COSIP e


contribuições previdenciárias dos demais entes sobre seus
servidores) + IGF + Empréstimos compulsórios + Impostos
estaduais (Territórios) + Impostos municipais (Territórios) + IEG

Estados ITCMD + IPVA + ICMS + contribuições previdenciárias sobre seus


servidores

DF ITCMD + IPVA + ICMS + contribuições previdenciárias sobre seus


servidores + ITBI + IPTU + ISS + COSIP

Municípios ITBI + IPTU + ISS + contribuições previdenciárias sobre seus


servidores + COSIP

No exercício do poder de tributar os entes devem observar, dentre


outros, os seguintes princípios tributários e diretrizes:
 Legalidade e reserva legal
 Isonomia

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 Irretroatividade
 Anterioridade anual e nonagesimal
 Não confisco
 Não limitação ao tráfego
 Imunidades

São exceções à legalidade estrita:

II, IE, IOF, IPI e CIDE-combustíveis  podem ter suas alíquotas


alteradas mediante iniciativa (geralmente decreto) do Executivo
federal

ICMS monofásico sobre combustíveis  tem suas alíquotas


definidas nacionalmente mediante convênio entre os Estados e DF

Exceções à ICMS  alíquotas externas (interestaduais) definidas


legalidade previamente por resolução do Senado, bem como suas alíquotas
estrita internas mínimas e máximas; as demais alíquotas são fixadas
mediante deliberação do Conselho de Política Fazendária –
CONFAZ

ITCMD  alíquotas máximas fixadas por resolução do Senado

IPVA  alíquotas mínimas fixadas pelo Senado

Noutro giro, nem todos os tributos estão sujeitos às anterioridades:

TRIBUTO ANTERIORIDADE NOVENTENA


ANUAL
II NÃO NÃO
IE NÃO NÃO
IPI NÃO SIM
IOF NÃO NÃO
IGF N.A. N.A.
ITR SIM SIM
UNIÃO

IR SIM NÃO
Contribuições especiais (exceto SIM SIM
contribuições da seguridade social) (exceto
CIDE-combustíveis) (exceto Contribuições
residuais)
Contribuições da seguridade social NÃO SIM
CIDE-combustíveis (restabelecimento NÃO SIM
de alíquotas)

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CIDE-combustíveis (majoração de NÃO SIM


alíquotas)
Contribuições residuais NÃO SIM
Empréstimos compulsórios
- Guerra externa ou sua iminência - NÃO - NÃO
- Calamidade pública - NÃO - NÃO
- Investimento público de caráter - SIM - SIM
urgente e relevância nacional
Impostos residuais SIM SIM
Imposto extraordinário de guerra NÃO NÃO
Taxas e contribuições de melhoria SIM SIM

ITCMD SIM SIM


IPVA (-) fixação de base de cálculo SIM SIM
Fixação de base de cálculo do IPVA SIM NÃO
ICMS (exceto unifásico sobre combustíveis SIM SIM
e lubrificantes) (exceto deliberações do
ESTADOS + DF

CONFAZ)
ICMS unifásico sobre combustíveis e NÃO SIM
lubrificantes (restabelecimento de
alíquotas)
ICMS unifásico sobre combustíveis e NÃO SIM
lubrificantes (majoração de alíquotas)
Contribuições especiais sociais da NÃO SIM
seguridade social sobre seus
servidores
Taxas e contribuições de melhoria SIM SIM

IPTU (exceto fixação de base de cálculo) SIM SIM


MUNICÍPIOS + DF

Fixação de base de cálculo do IPTU SIM NÃO


ITBI SIM SIM
ISS SIM SIM
COSIP SIM SIM
Contribuições especiais sociais da NÃO SIM
seguridade social sobre seus
servidores
Taxas e contribuições de melhoria SIM SIM

STF – Súmula Vinculante 50 – Norma legal que altera o prazo de


recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade.

Por seu turno, as imunidades também são sempre alvo de cobrança.


Vejamos as principais:

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§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva


a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros
(IMUNIDADE INCONDICIONADA) às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos
b) templos de qualquer culto serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, IMUNIDADE CONDICIONADA


Vedado à União, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
aos Estados, ao trabalhadores, das instituições de educação e de § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do
Distrito Federal e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os parágrafo anterior não se aplicam ao
aos Municípios requisitos da lei ** patrimônio, à renda e aos serviços,
instituir impostos relacionados com exploração de
sobre d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua atividades econômicas regidas pelas
impressão normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no ou pagamento de preços ou tarifas pelo
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de usuário, nem exonera o promitente
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por comprador da obrigação de pagar imposto
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou relativamente ao bem imóvel.
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser OBS.: Para o STF, a imunidade se estende
para as EP e SEM prestadoras de serviços
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o públicos de prestação obrigatória e
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais exclusiva do Estado (AC 1.550-2/RO e RE
das entidades nelas mencionadas. 407.099/RS), em caráter monopolístico.

IPI - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

Impostos exceto IOF - não incidem sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial.

ICMS - não incide sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior; não incide sobre
operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; não incide
nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.

ITBI - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão
de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente
for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

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Por fim, antes de rever a repartição de receitas tributárias entre os


entes, vejamos algumas especificidades de certos tributos que exigem mais
atenção.

IPI ICMS
• Será seletivo • Poderá ser seletivo
• Será não cumulativo • Será não cumulativo

As alíquotas de impostos estaduais são fixadas pelo Senado Federal,


mais especificamente:
ICMS Mínimas e máximas (internas e interestaduais)
ITCMD Máximas
IPVA Mínimas

No campo da incidência do ICMS x ISS, podemos ter as seguintes


situações:
Hipóteses Valor da Valor do Valor total
mercadoria serviço da operação

Serviço previsto na LC nº 116/2003, ICMS ISS


com ressalva de cobrança do ICMS

Serviço previsto na LC nº 116/2003, ISS


sem ressalva de cobrança do ICMS

Serviço não previsto na LC nº 116/2003 ICMS

Outro ponto sempre cobrado:

ITCMD ITBI
• Competência: Estados e DF • Competência: Municípios e DF
• Incidência: bens móveis e imóveis • Incidência: bens imóveis
• Incidência: operações graciosas • Incidência: operações onerosas
(gratuitas) • Transmissões: inter vivos
• Trasmissões: causa mortis e inter
vivos

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Repartição de receitas

Ente Efetua repasses originários de alguns tributos para


União Estados + DF + Municípios
Estados Municípios
DF Ninguém
Municípios Ninguém

100% do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) sobre os


rendimentos pagos pelos Estados + DF (administração direta +
autarquias + fundações)
Repasses UNIÃO  ESTADOS + DF

20% dos impostos residuais (caso sejam criados)

10% do IPI proporcionalmente às exportações de produtos


industrializados do Estado/DF

29% da CIDE combustíveis, observada a destinação ao


financiamento de programas de infra-estrutura de transportes

30% do IOF sobre o ouro utilizado como ativo financeiro ou


instrumento cambial conforme a origem da operação

100% do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) sobre os


Repasses UNIÃO  MUNICÍPIOS

rendimentos pagos pelos Municípios (administração direta +


autarquias + fundações)

50% do ITR incidente sobre propriedades localizadas no Município


(em caso de delegação da capacidade tributária ativa, os Municípios
receberão 100% do ITR);

7,25% da CIDE combustíveis


(repasse indireto: União  Estados  Municípios)

70% do IOF sobre o ouro utilizado como ativo financeiro ou


instrumento cambial conforme a origem da operação

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Repasses ESTADOS  MUNICÍPIOS

50% do IPVA arrecadado sobre veículos licenciados em seu território

25% do ICMS

2,5% do IPI proporcionalmente às exportações de produtos


industrializados do respectivo Estado
(repasse indireto: União  Estados  Municípios; corresponde a 25%
do IPI transferido aos Estados)

21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito


Federal
Regra específica relativa ao IR + IPI
(49% do produtos de
ambos impostos será destinado na

22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios


seguinte forma)

3% para aplicação em programas de financiamento ao setor


produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será


entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada
ano

1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será


entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano

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ORÇAMENTO E FINANÇAS PÚBLICAS. ORDEM ECONÔMICA E


FINANCEIRA.

Orçamento e Finanças Públicas

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico;
II - orçamento;

Nesse contexto, lei complementar deve dispor sobre:

finanças públicas

dívida pública externa e interna, incluída a das


autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo
Poder Público

concessão de garantias pelas entidades públicas

emissão e resgate de títulos da dívida pública


Lei
Complementar
fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta

operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

compatibilização das funções das instituições oficiais


de crédito da União, resguardadas as características e
condições operacionais plenas das voltadas ao
desenvolvimento regional

Destacam-se as seguintes disposições:

 A competência da União para emitir moeda será exercida


exclusivamente pelo banco central.
 É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente,
empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que
não seja instituição financeira.

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 O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do


Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a
taxa de juros.
 As disponibilidades de caixa da União serão depositadas
no BACEN; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por
ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os
casos previstos em lei (essa lei é de caráter nacional e deve ser editada
pela União).

Leis de iniciativa do Poder Executivo disporão sobre:

A lei que instituir o Plano


o plano plurianual (PPA) PluriAnual estabelecerá, de forma
regionalizada, as Diretrizes,
Objetivos e Metas da
Nível estratégico administração pública federal para
as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as
relativas aos programas de
duração continuada.
as diretrizes orçamentárias (LDO)
A Lei de Diretrizes Orçamentárias
Nível tático compreenderá as Metas e
Prioridades da administração
pública federal, incluindo as
despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei
os orçamentos anuais (LOA) orçamentária anual, disporá sobre
as alterações na legislação
Nível operacional tributária e estabelecerá a política
de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento.

LOA

orçamento da
orçamento fiscal
seguridade social,
referente aos Poderes da orçamento de
abrangendo todas as
União, seus fundos, investimento das
entidades e órgãos a ela
órgãos e entidades da empresas em que a
vinculados, da
administração direta e União, direta ou
administração direta ou
indireta, inclusive indiretamente, detenha a
indireta, bem como os
fundações instituídas e maioria do capital social
fundos e fundações
mantidas pelo Poder com direito a voto
instituídos e mantidos
Público
pelo Poder Público

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São, ainda, princípios orçamentários:

As despesas devem se manter em equilíbrio com as


Equilíbrio
receitas

a lei orçamentária deve compreender a totalidade


Universalidade das despesas e receitas de toda a administração
pública

Anualidade a lei orçamentária compreende o período de um ano


ORÇAMENTÁRIOS
PRINCÍPIOS

a totalidade das despesas e receitas de toda a


Unidade administração pública deve estar compreendida em
uma única lei

é vedado incluir na lei orçamentária dispositivo que


Exclusividade
contenha matéria estranha ao seu objeto

o projeto de lei orçamentária será acompanhado de


demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as
Transparência receitas e despesas, decorrente de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia
Não vinculação de regra, as receitas não são reservadas ou
de receitas comprometidas para atender a despesas específicas

A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à


fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para
abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Os projetos de lei relativos ao PPA, à LDO, à LOA e aos créditos


adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.

EXAME GERAL + PARECERES


Comissão mista
(fase de discussão)

APRECIAÇÃO DE EMENDAS Plenário de cada


(fase de emendamento) Casa

As emendas ao projeto de LOA ou aos projetos que o modifiquem


somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o PPA e com a LDO;

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II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de


anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e
Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

As emendas ao projeto de LDO não poderão ser aprovadas quando


incompatíveis com o PPA.

O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso


Nacional para propor modificação nos projetos de lei do PPA, da LDO e da
LOA enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte
cuja alteração é proposta.

A regra geral, em relação aos impostos é que seja vedada a


vinculação de sua arrecadação, o que se conhece por princípio da não
afetação (ou não vinculação) da receita de impostos, salvo nos casos
previstos pela própria Constituição:

REPARTIÇÃO DE IMPOSTOS DA UNIÃO COM OS ENTES SUBNACIONAIS

+ APLICAÇÃO NA SAÚDE

+ APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

+ APLICAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

+ COMO GARANTIA EM OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO


DE RECEITA

+ (art. 167, §4º) PARA A PRESTAÇÃO DE GARANTIA OU


CONTRAGARANTIA À UNIÃO E PARA PAGAMENTO DE DÉBITOS PARA
COM ESTA.

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Ordem Econômica e Financeira

São princípios gerais da atividade econômica:

soberania nacional
(ex.: tratado econômico internacional que atente contra princípio
fundamental deve ser derrotado)

propriedade privada
(atende à função social, vide art. 5º, XXIII)

função social da propriedade


(tanto na política urbana - art. 182 e 183, quanto agrária - art. 184 a
191)

livre concorrência
(inclui a repressão ao abuso de poder econômico, vide art. 173, §4º)

Princípios defesa do consumidor


gerais da (vide art. 5º, XXXII)
ordem
econômica
defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação

redução das desigualdades regionais e sociais


(vide art. 43 e art. 151, I)

busca do pleno emprego

tratamento favorecido para as empresas de pequeno


porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede
e administração no País
(vide art. 179)

Nesse sentido, nossa Constituição Federal traz diversas disposições:


 Ressalvados os casos previstos na Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado (feita
por meio das EPs e SEMs) só será permitida quando necessária
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.
 As EPs e as SEMs não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado.
 Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor público e indicativo para o setor privado.

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 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


dispensarão às MEs e às EPPs, tratamento jurídico
diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas
obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de
lei.

Vale aqui registrar uma distinção estabelecida pelo constituinte:

Podem dispensar licitação em


Sempre exigem licitação
determinados casos

• a prestação de serviços • as obras, serviços, compras


públicos (art. 175) e alienações (art. 37, XXI)

Por fim, temos disposições específicas na seara da política urbana e


política agrícola e fundiária e da reforma agrária.

A política de desenvolvimento urbano é:


 Executada pelo Poder Público Municipal;
 Formalizada no plano diretor, aprovado pela Câmara
Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20.000
habitantes;
 A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende
o plano diretor;
 A usucapião de imóveis urbanos deve atender a diversos
requisitos:
 Até 250 m²
 Não pode ser imóvel público
 Ocupação por 5 anos ininterruptos
 Uso para moradia
 Sem oposição
 Desde que não seja proprietário de outro imóvel
(urbano ou rural)

Já a política agrícola e fundiária e da reforma agrária deve


observar:

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 Compete à União desapropriar por interesse social, para


fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja
cumprindo sua função social;
 Não podem ser desapropriados para a reforma agrária a pequena
e média propriedade rural, desde que seu proprietário não possua
outra, e a propriedade produtiva;
 A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente: I - aproveitamento racional e adequado; II -
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente; III - observância das disposições
que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que
favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
 A usucapião de imóveis rurais deve atender a diversos
requisitos:
 Até 50 hectares (500.000m²)
 Não pode ser imóvel público
 Ocupação por 5 anos ininterruptos
 Uso produtivo e para moradia
 Sem oposição
 Desde que não seja proprietário de outro imóvel
(urbano ou rural)

É regra comum aos imóveis públicos, urbanos e rurais que eles não
podem ser adquiridos por usucapião.

Por fim, devem ser observas as regras de desapropriação:

PROPRIEDADE PROPRIEDADE
URBANA RURAL

Desapropriação
Imóvel não Benfeitorias ordinária +
Desapropriação
cumpre função úteis e Imóvel não
ordinária
social necessárias cumpre função
social

Indenização em Indenização em
Indenização em Indenização em
títulos da dívida títulos da dívida
dinheiro dinheiro
pública agrária

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ORDEM SOCIAL.

A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como


objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Desdobra-se sobre os seguintes eixos:

Saúde
(art. 196 a 200)

Seguridade Social Previdência Social


(art. 194 a 204) (art. 201 e 202)

Assistência Social
Educação, Cultura e Desporto
(art. 203 e 204)
(art. 205 a 217)

Ciência,Tecnologia e Inovação
ORDEM SOCIAL

(art. 218 e 219)

Comunicação Social
(art. 220 a 224)

Meio Ambiente
(art. 225)

Família, Criança, Adolescente,


Jovem e Idoso
(art. 226 a 230)

Índios
(art. 231 e 232)

Vejamos os principais separadamente.

Seguridade Social – Disposições Gerais

Compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos


Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Tem por princípios:

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universalidade da cobertura e do atendimento

uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços


às populações urbanas e rurais

seletividade e distributividade na prestação dos


benefícios e serviços

Princípios da irredutibilidade do valor dos benefícios


seguridade
social
equidade na forma de participação no custeio

diversidade da base de financiamento

caráter democrático e descentralizado da


administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados

A seguridade social será financiada por toda a sociedade, mediante


recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais (novas
poderão ser instituídas por lei complementar):

TODOS ENTES
PODEM QUEM INSTITUI É
INSTITUIR A UNIÃO

(sobre seus SEGURIDADE


servidores) – SOCIAL
alíquotas paritárias
às da União

EMPREGADORES TRABALHADORES IMPORTAÇÃO CONCURSOS DE


(não incidindo DE BENS E PROGNÓSTICOS
contribuição sobre SERVIÇOS
aposentadorias e
pensões concedidas
pelo RGPS) CIDE-
VALOR
Importação
ADUANEIRO
FOLHA DE Contribuição patronal
COFINS-
PAGAMENTO previdenciária
poderão ter alíquotas Importação e
ou BC diferenciadas, em PIS/PASEP-
RECEITA/ COFINS e razão da atividade Importação
FATURAMENTO PIS/PASEP econômica, da utilização
intensiva de mão-de-
LUCRO obra, do porte da
CSLL
empresa ou da condição
estrutural do mercado
de trabalho
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Seguridade Social – Saúde

A saúde é direito de todos e dever do Estado. As políticas, ações e


serviços de saúde têm natureza preventiva e reparadora.

Compete:

Regulamentação,
fiscalização e
controle

Poder Público

Execução de ações
e serviços de saúde

Pessoa física ou
jurídica de direito Execução de ações
privado e serviços de saúde

São diretrizes do SUS:

Diretrizes do
Sistema Unico de
Saúde

atendimento
integral, com
descentralização,
prioridade para as participação da
com direção única em
atividades preventivas, comunidade
cada esfera de governo
sem prejuízo dos
serviços assistenciais

As instituições privadas poderão participar do SUS de forma


complementar, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público

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ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins


lucrativos.
Porém, é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

Por fim, ao SUS compete, dentre outras atribuições:

controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse


para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos

executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as


de saúde do trabalhador
COMPETÊNCIAS DO SUS

ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde

participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico

incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e


tecnológico

fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor


nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano

participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e


utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos

colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do


trabalho

Seguridade Social – Previdência Social

A Previdência Social é organizada sob a forma de regime geral, de


caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e atende à:

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aposentadoria

cobertura de eventos por doença, invalidez, morte e


idade avançada

proteção à maternidade, especialmente à gestante


Atendimentos da
previdência
social proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário

salário-família e auxílio-reclusão para os


dependentes dos segurados de baixa renda

pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao


cônjuge ou companheiro e dependentes

São regras gerais da previdência social:


 É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadoria aos beneficiários do RGPS, ressalvados
os casos de atividades exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar
de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em
lei complementar.
 É vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.
 O regime de previdência privada complementar é organizado de
forma autônoma em relação ao RGPS, e será facultativo.
 É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras
entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação
na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá
exceder a do segurado.

Regra geral da aposentadoria no RGPS:

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Aposentadoria

Por tempo de contribuição Por idade

65 anos de idade, se homem, e 60


anos de idade, se mulher, reduzido em
cinco anos o limite para os trabalhadores
35 anos de contribuição, se
rurais de ambos os sexos e para os que
homem, e 30 anos de
exerçam suas atividades em regime de
contribuição, se mulher
economia familiar, nestes incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador
artesanal

- 5 anos para o professor que comprove exclusivamente


tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio

Seguridade Social – Assistência Social

A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:

a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice


Objetivos da Seguridade Social

o amparo às crianças e adolescentes carentes

a promoção da integração ao mercado de trabalho

a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a


promoção de sua integração à vida comunitária

a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora


de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser
a lei

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As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas


com recursos do orçamento da seguridade social, além de outras fontes, e
organizadas com base nas seguintes diretrizes:

Diretrizes na
Assistência Social

descentralização político-
administrativa, cabendo a coordenação participação da população, por
e as normas gerais à esfera federal e a meio de organizações
coordenação e a execução dos respectivos representativas, na formulação das
programas às esferas estadual e políticas e no controle das ações em
municipal, bem como a entidades todos os níveis
beneficentes e de assistência social

Educação, Cultura e Desporto

O ensino é público e obrigatório (educação básica) e livre à iniciativa


privada (desde que observe as normas gerais da educação nacional e sendo
periodicamente avaliada pelo poder público).

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia


de, dentre outros:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram
acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos
de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
educando;

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As universidades gozam de autonomia didático-científica,


administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao
princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, na forma da lei.

O ensino religioso é de matrícula facultativa, e constituirá


disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em


regime de colaboração seus sistemas de ensino.
União  Instituições de ensino públicas federais, assistência técnica e
financeira geral
Municípios  Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil
Estados e DF  Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio

A União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os Estados,


o Distrito Federal e os Municípios 25%, no mínimo, da receita resultante
de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.

No campo da cultura, o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos


direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

Previsão de um Sistema Nacional de Cultura.


 regulamentado por lei federal;
 leis próprias dos Estados, DF e Municípios organizarão os sistemas de
cultura dos respectivos entes.

Por fim, no campo do desporto, temos como disposições


constitucionais de relevo:

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 É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-


formais.
 O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça
desportiva (instância de curso forçado).
 A justiça desportiva terá o prazo máximo de 60 dias, contados da
instauração do processo, para proferir decisão final.

Comunicação Social

A diretriz geral é a livre manifestação do pensamento, a criação,


a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo.

Principais diretrizes:
 Compete à lei federal regular as diversões e espetáculos públicos.
 A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,
medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais.
 Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente,
ser objeto de monopólio ou oligopólio.
 A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de
sons e imagens é [...]

privativa de
brasileiro natos Em qualquer caso, pelo menos 70% do
ou naturalizados capital total e do capital votante das
há mais de 10 empresas jornalísticas e de radiodifusão
anos sonora e de sons e imagens deverá
pertencer, direta ou indiretamente, a
brasileiros natos ou naturalizados há
ou de pessoas mais de 10 anos, que exercerão
jurídicas obrigatoriamente a gestão das
constituídas sob atividades e estabelecerão o
as leis brasileiras conteúdo da programação
e tenham sede
no País

A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e


direção da programação veiculada são privativas de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, em
qualquer meio de comunicação social.

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 Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão


e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e
imagens. O prazo da concessão ou permissão será de 10 anos para as
emissoras de rádio e de 15 para as de televisão.
 A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação
de, no mínimo, 2/5 do Congresso Nacional, em votação nominal.
 O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo,
depende de decisão judicial.

Meio Ambiente

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem


de uso comum do povo, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente


sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.

São patrimônio nacional (não bens da União), devendo ter sua


utilização regulada por lei:
 Floresta Amazônica (porção brasileira)
 Mata Atlântica
 Serra do Mar
 Pantanal Mato-Grossense
 Zona Costeira

As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua


localização definida em lei federal.

Não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais,


desde que sejam manifestações culturais, conforme estabelece a
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante

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do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei


específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso

A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado (a


jurisprudência adota um conceito expansivo de família).

O casamento é civil e gratuita a celebração. Pode ser dissolvido


pelo divórcio.
O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

Além da família constituída pelo casamento, é reconhecida a união


estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento, assim como a comunidade formada
por qualquer dos pais e seus descendentes (no campo da união estável,
a jurisprudência recente também adota um conceito expansivo).

O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo


ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse
direito, vedada qualquer coerção por parte de instituições oficiais ou
privadas.
A adoção deve ser assistida pelo poder público e pode, na forma da
lei, ser também efetivada por estrangeiros.
Não podem haver discriminações entre filhos tidos ou não no âmbito
do casamento (ex.: tratamento diferenciado entre adotado x filho biológico).

Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os


filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência
ou enfermidade.

Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis.


Aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos transportes
coletivos urbanos (leis específicas podem reduzir ainda mais essa idade em
cada ente).

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Índios

À União compete demarcar as terras indígenas.


Essas terras:
destinam-se a sua posse posse permanente,
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do
solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
podem ter seus recursos hídricos, incluídos os
potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das
riquezas minerais em terras indígenas aproveitados
com autorização do Congresso Nacional,
ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes
assegurada participação nos resultados da
lavra, na forma da lei.
são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos
sobre elas, imprescritíveis.

É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras,


salvo, "ad referendum" do CN, em caso de catástrofe
ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no
interesse da soberania do País, após deliberação do
CN, garantido, em qualquer hipótese, o retorno
imediato logo que cesse o risco.

São nulos e extintos (e não “anuláveis”), não produzindo


efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o
domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a
exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da
União, segundo o que dispuser LC, não gerando a nulidade
e a extinção direito a indenização ou a ações contra a
União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias
derivadas da ocupação de boa fé

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