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Aula 1 de Teoria Constitucional e Direitos Fundamentais

a) Apresentação do professor
b) Indicação bibliográfica para a disciplina
BARROS, Renata Furtado de. Direito constitucional I. 1ª. Rio de Janeiro: SESES, 2016
(LIVRO DA SIA).
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado (Jurisprudência = decisões
reiteradas dos tribunais).
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de DC (doutrina
alemã).
Barroso (EUA)
c) Método de avaliação
Aplicação de AV1, AV2, AVD (conteúdo digital) e AV3.
d) O que é o Direito Constitucional? Noções preliminares.
d.1) Noções gerais sobre a Constituição;
CONSTITUIÇÃO É O DOCUMENTO JURÍDICO-POLÍTICO DE MAIOR
RELEVÂNCIA NO ORDENAMENTO.
A HIERARQUIA DA CONSTITUIÇÃO É SUPERIOR.
LEI “A” DIZ QUE NÃO EXISTE IGUALDADE FORMAL NO BRASIL.
CONSTITUIÇÃO DIZ QUE EXISTE IGUALDADE.
LEI “A” ESTÁ VIOLANDO A CONSTITUIÇÃO.
JURÍDICO = SÃO NORMAS COM MAIOR HIERARQUIA NO ORDENAMENTO
JURÍDICO.
POLÍTICO = ORGANIZAÇÃO DO PODER
d.2) A constitucionalização do Direito e a Constituição de 1988;
FILTRAGEM CONSTITUCIONAL
CONSTITUIÇÃO DE 1988
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (UM DOS ARTIGOS DO CÓDIGO PREVÊ QUE
O DIREITO AO SILÊNCIO PODE SER USADO CONTRA O ACUSADO)
d.3) O Direito Constitucional como um ramo do Direito Público.
DIREITO PRIVADO (CONTRATO DE COMPRA E VENDA X DIREITO PÚBLICO
(QUESTÕES PÚBLICAS, TRIBUTÁRIO, CONSTITUCIONAL)
e) Unidades da disciplina
Unidade 1: Teoria da Constituição;
O QUE É CONSTITUIÇÃO?
QUAL A CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES?
QUAIS SÃO AS CONCEPÇÕES SOBRE AS CONSTITUIÇÕES?
QUAIS SÃO OS MOVIMENTOS CONSTITUCIONAIS?
COMO SURGIU A CONSTITUIÇÃO?
QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS?
O QUE DIFERENCIA A CONSTITUIÇÃO DE OUTRAS NORMAS JURÍDICAS?
Unidade 2: Poder Constituinte;
COMO SURGIU A CONSTITUIÇÃO?
O QUE É O PODER CONSTITUINTE?
QUAIS SÃO AS CLASSIFICAÇÕES DE PODER CONSTITUINTE?
Unidade 3: Direitos e garantias fundamentais;
Art. 5 (direitos e garantias).
Unidade 4: Ordem Social.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
DAR A PALAVRA FINAL SOBRE A CONSTITUIÇÃO.
GUARDIÃO DA CONSTITUIÇÃO.
QUESTÕES CONSTITUCIONAIS.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (CRFB, CR)
ENTES DA FEDERAÇÃO (POLÍTICOS) = UNIÃO, ESTADOS, DF, MUNICÍPIOS
f) Roteiro da aula
Unidade 1: Teoria da Constituição
1. Constitucionalismo
a) Movimento jusfilosófico;
MOVIMENTO QUE VAI TRAZER DISCUSSÕES JURÍDICAS E FILOSÓFICAS
CONHECIMENTO + DIREITO
ESTADO ABSOLUTISTA = CONCENTRAÇÃO DE PODER NAS MÃOS DO OU DA
MONARCA
REVOLUÇÃO FRANCESA
MARCOS (COMERCIANTE) ELE TINHA UM LUCRO MENSAL DE 4 MIL REAIS
IMPOSTO QUE O MONARCA COBRAVA = 2.900 REAIS
LIBERDADE!!!
b) Século XVIII;
c) Revoluções liberais;
d) A necessidade de uma Constituição escrita. LIMITAÇÃO DO EXERCÍCIO DO PODER
POLÍTICO.
1.1 Constitucionalismo Liberal (LIBERDADE)
a) Pouca intervenção do Estado;
b) Liberdades individuais;
LIBERDADE DE EXPRESSÃO (DIZER O QUE EU PENSO)
ESTOU PROTESTANDO NA RUA CONTRA O GOVERNO
ESTADO INTERVIER
EXIGEM QUE O ESTADO NÃO INTERVENHA
LIBERDADE (ESTOU PROTESTANDO. SE O ESTADO NÃO AGIR, MEU DIREITO
SERÁ RESPEITADO) X DIREITO SOCIAL (DIREITO À SAÚDE, DIREITO À
EDUCAÇÃO)
REVOLUÇÃO FRANCESA:
IGUALDADE FORMAL (IGUALDADE PERANTE A LEI)
c) Duas perspectivas:
c.1) Conquista de direitos;
c.2) Concentração de renda;
d) A igualdade meramente formal consegue solucionar as demandas sociais? NÃO!
1.2 Constitucionalismo Social
a) Direitos sociais;
DIREITO À EDUCAÇÃO.
ESCOLAS PÚBLICAS = PARA CRIAR ESCOLA PÚBLICA, O ESTADO TEM QUE
INVESTIR? SIM!!! LICITAÇÃO PARA CONSTRUIR A ESCOLA PÚBLICA,
CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES POR MEIO DE CONCURSO PÚBLICO. GERA
GASTOS? SIM!!!
b) A igualdade apenas formal NÃO é suficiente;
c) Podemos dizer que o direito à saúde, à educação (direitos sociais, exigem atuação por parte
do Estado) e à propriedade privada (liberdade, pouca intervenção) são direitos sociais?
d) Duas Constituições foram marcantes nesse constitucionalismo:
d.1) Constituição do México de 1917;
d.2) Constituição de Weimar (alemã) de 1919;
e) Busca pela igualdade material;
f) A postura liberal ocasionou exclusão social.
1.3 Neoconstitucionalismo
DEPOIS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
2ª GUERRA = VIOLAÇÃO GENERALIZADA DE DIREITOS HUMANOS
APROXIMAÇÃO DA ÉTICA COM O DIREITO
PREVISÃO DE PRINCÍPIOS COMO NORMAS
a) A proteção dos direitos fundamentais;
b) A exigência da observância dos ditames constitucionais; CONSTITUIÇÃO PRECISA SER
RESPEITADA.
c) A força normativa da Constituição (Konrad Hesse);
CONSTITUIÇÃO PRECISA TER UMA FORÇA PARA CONFORMAR A REALIDADE.

d) A interpretação constitucional;
e) A jurisdição constitucional;
f) O Supremo Tribunal Federal;
1.4 Constitucionalismo Latino Americano
a) A justiça indígena (Bolívia e Equador, por exemplo);
b) O Estado plurinacional (Bolívia, por exemplo);
c) O pluralismo jurídico;
d) O exemplo do Tribunal do Júri indígena em Roraima.
1.5 Constitucionalismo Brasileiro
Constituições brasileiras:
a) 1824 (Brasil Império);
b) Constituição de 1891 (Brasil República);
c) Constituição de 1934 (Segunda República);
d) Constituição de 1937 (Estado Novo);
e) Constituição de 1946;
f) Constituição de 1967 (Regime Militar);
g) Emenda Constitucional n.1 à Constituição de 1967 (uma parcela da doutrina considera como
a Constituição de 1969);
h) Constituição de 1988 (Constituição Cidadã)
(Senado e STF)
2. Conceito de Constituição
a) Conjunto de normas jurídicas;
b) Existem temas tipicamente constitucionais;
c) Por exemplo: forma de Estado, direitos fundamentais, organização do poder político;
(José Afonso da Silva)
d) A Constituição como norma jurídica suprema;
e) A limitação do desempenho do poder político;
3. Classificação das Constituições
3.1 Quanto à origem
a) Promulgada (democrática);
a.1) Assembleia Nacional Constituinte;
a.2) Participação popular;
a.3) Exemplo: Constituições Brasileiras de 1891, 1934 e 1988;
b) Outorgada (imposta);
b.1) O povo não participa;
b.2) Exemplos: Constituições Brasileiras de 1824 e 1967;
c) Cesarista ou Bonapartista;
c.1) Na prática, é outorgada;
c.2) Objetivo de aparência de legitimidade;
c.3) Utilização de referendo, por exemplo;
c.4) Exemplo: Constituição do Chile de 1980 (na ditadura de Pinochet);
3.2 Quanto à forma
a) Constituições escritas;
a.1) É codificada;
a.2) Observamos um documento único;
a.3) Sabemos que aquele documento é a Constituição;
a.4) Exemplos: As Constituições brasileiras;
b) Constituições não escritas;
b.1) É costumeira;
b.2) É possível que existam leis esparsas (com assuntos constitucionais);
b.3) A jurisprudência pode preenchê-la;
b.4) Exemplo: Inglaterra;
3.3 Quanto ao modo de elaboração
a) Constituições dogmáticas;
a.1) Dogmas (compreensões indiscutíveis) do momento de elaboração;
a.2) Exemplo: Constituição Brasileira de 1988;
b) Constituições históricas;
b.1) Decorre do passar do tempo, dos costumes;
b.2) Ocorre um processo de reflexão contínuo;
b.3) Exemplo: Inglaterra.
3.4 Quanto à extensão
a) Constituições Analíticas;
a.1) Muitos artigos;
a.2) Vários temas;
a.3) Exemplo: Constituição Brasileira de 1988;
b) Constituições Sintéticas;
b.1) Poucos artigos;
b.2) Temas cruciais a uma Constituição;
b.3) Exemplos: Constituição dos EUA de 1787 e Constituição Brasileira de 1891.
3.5 Quanto à finalidade
a) Constituição-garantia
a.1) Limitação do poder do Estado;
a.2) Poucos artigos;
a.3) Constituição dos EUA de 1787;
b) Constituição-balanço
b.1) Ela faz um balanço dos acontecimentos políticos da época em que é elaborada;
b.2) Logo depois, espera-se uma nova Constituição;
b.3) Constituições da União Soviética (URSS)
c) Constituição dirigente
c.1) Prevê programas a serem cumpridos no decorrer de sua vigência;
c.2) Orienta as ações estatais para o futuro;
c.3) Constituição Brasileira de 1988.
3.6 Quanto à estabilidade
a) Constituições imutáveis;
a.1) O texto não pode ser modificado;
a.2) Exemplo: âmbito histórico (Castro);
b) Constituições rígidas;
b.1) Processo legislativo mais complexo se comparado ao das leis;
b.2) Exemplo: Constituição Brasileira de 1988;
c) Constituições flexíveis;
c.1) Processo legislativo idêntico para a mudança da Constituição e das leis;
c.2) Exemplo: Inglaterra;
d) Constituições semi-rígidas;
d.1) Exemplo: Constituição do Brasil Império de 1824;
d.2) Art. 178 dessa Constituição:
“E' só Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas dos
Poderes Politicos, e aos Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não
é Constitucional, póde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas
ordinarias” (BRASIL, 1824).
3.7 Quanto à ideologia
a) Constituições Ortodoxas;
a.1) Uma ideologia;
a.2) Constituição da URSS de 1977 (socialista);
b) Constituições Heterodoxas ou Ecléticas;
b.1) Mais de uma ideologia;
b.2) Exemplo: Constituição Brasileira de 1988 (reforma agrária x propriedade privada);
3.8. Quanto à correspondência com a realidade (Loewenstein)
a) Constituições Normativas;
a.1) Conseguem conformar a realidade;
a.2) Alguns doutrinadores mencionam a Constituição Brasileira de 1988;
b) Constituições Nominativas;
b.1) Tentam conformar, mas não conseguem;
b.2) Alguns doutrinadores mencionam a Constituição Brasileira de 1988;
c) Constituições Semânticas
c.1) Não querem conformar, visam à manutenção do poder
c.2) É possível dizer que a Constituição Brasileira de 1967 está aqui?
4. Sentido de Constituição
4.1 Sentido sociológico
a) Lassale, século XIX, Alemanha;
b) Constituição real x Constituição escrita;
c) Ausência de correspondência: a Constituição escrita como uma mera folha de papel.
4.2 Sentido Político
a) Carl Schmitt;
b) a Constituição como “uma decisão política fundamental do povo”;
c) Crítica: posição decisionista x justiça e direitos fundamentais.
4.3 Sentido Jurídico
a) Hans Kelsen;
b) A Constituição como a lei mais relevante;
c) A norma hipotética fundamental;
d) A norma positivada.
4.3 Sentido Culturalista

a) Soma dos sentidos anteriores;


b) A influência das culturas no texto constitucional.
5. Elementos das Constituições
5.1 Elementos orgânicos
Preocupação com a estrutura estatal.
Ex.: art. 2 da Constituição de 1988 (“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”).
Vamos utilizar “CRFB” como sinônimo de “Constituição da República Federativa do Brasil”.
5.2 Elementos limitativos
Limitação do poder estatal. Ex.: art. 5, CRFB (direitos fundamentais, “todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade”).
5.3 Elementos socioideológicos
Conjunto de ideologias na Constituição. Ex.: arts. 3 e 170, CRFB (“Art. 3º. Constituem
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: III - erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Art. 170. A ordem econômica,
fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social”).
5.4 Elementos de estabilização constitucional
Proteção à segurança. Questões institucionais. Ex.: art. 34 (intervenção federal).
5.5 Elementos formais de aplicabilidade
Estipulam meios de aplicação da Constituição. Exemplo: ADCT.
Obs.: Quais foram os autores utilizados na confecção do presente roteiro?
a) Marcelo Alexandrino (2017); b) Material da Estácio (2018); c) Pedro Lenza
(2020); d) Larissa Castro; e) Luciano Dutra.
g) Questão objetiva da semana 1 (exatamente como consta no plano de aula da Estácio)
(PGE-GO, 2010) À luz dos critérios comumente utilizados para classificação das constituições,
a Constituição de 1988 é considerada:
a) dirigente, por traçar planos de ação visando dirigir o processo de evolução política;
b) rígida, porque prevê a existência de cláusulas pétreas;
c) histórica, porque marca, com a redemocratização, nova etapa no processo político do país;
d) uma constituição garantia, por ser o elemento fiador da estabilidade institucional do país;
e) dogmática, por consagrar certos temas e imunizá-los contra alterações.

Gabarito: Letra A

h) Caso concreto da semana 1 (exatamente como consta no plano de aula da Estácio)


Uma definição de Constitucionalismo elaborada pelo italiano Abateudi e muito reproduzida
pelos doutrinadores em geral é que seria “a doutrina da limitação do poder”. Assim, o foco do
Constitucionalismo moderno é centrado na limitação de poder. Ocorre que a ideia de
Constituição como nós a concebemos hoje em dia é fruto da modernidade, muito embora tenha
antecedentes na Idade Média, em Roma, na Grécia, etc.[...]o Constitucionalismo moderno, ideia
que hoje nós temos de Constituição, deve muito ao Iluminismo. Foi no Iluminismo que se
criaram os pressupostos sem os quais não poderia desenvolver o ideal constitucionalista
moderno. Nessa época é que foram idealizados, por exemplo, os Direitos Subjetivos no sentido
de que seriam direitos de um indivíduo, invocáveis inclusive contra o Estado. (SOUZA, Juliana
Vieira). Hodiernamente, estamos na fase conhecida como Neoconstitucionalismo que apresenta
características distintas da fase anterior. Assim, de acordo com o estudado em sala de aula,
podemos afirmar que Neoconstitucionalismo e o Constitucionalismo Latinoamericano possuem
as mesmas características? Justifique.
i) Gabarito (exatamente como consta no plano de aula da Estácio)
“Não. Barroso (2007, p. 2) afirma que “o neoconstitucionalismo deve ser compreendido por
meio da identificação do marco histórico, teórico e filosófico. O autor identifica como marco
histórico os movimentos constitucionais da Europa pós 2ª Guerra Mundial. O autor aponta
como marcos significativos as constituições alemã (1949) e italiana (1947) e a criação dos
tribunais constitucionais nesses países – nos anos de 1951 e 1956, respectivamente. Aponta
ainda a importância dos processos de redemocratização da Espanha e Portugal para a construção
e fortalecimento do neoconstitucionalismo”. Como marco teórico, devemos nos ater com a
existência de três características fundamentais para a caracterização do neoconstitucionalismo:
a) o reconhecimento de força normativa à Constituição; b) a expansão da jurisdição
constitucional; c) o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
Surge o novo constitucionalismo latino-americano como um movimento social, jurídico-político
voltado à ressignificação do exercício do poder constituinte, da legitimidade, da participação
popular e do próprio conceito de Estado. O Estado do novo constitucionalismo latino-americano
é o Estado plurinacional, que reconhece a pluralidade social e jurídica, respeitando e
assegurando os direitos de todas as camadas sociais. Ex.: Bolívia e Equador”.

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