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CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição
Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIO DE SOUZA OLIVEIRA - 07517410601, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra
1) Apresentação
Caro(a) aluno(a), tudo bem? Espero que este texto lhe encontre feliz e com saúde.
Inicialmente, gostaria de manifestar a minha imensa satisfação de participar dessa impor-
tante e decisiva caminhada rumo ao tão sonhado cargo público. Muito obrigado por confiar no
nosso trabalho.
A caminhada não será fácil, mas não se assuste, pois estamos aqui para ajudá-lo(a) nesta
batalha. Seremos soldados de todas as horas para JUNTOS enfrentarmos essa guerra.
Antes de tudo, permita-me me apresentar. Meu nome é LUCIANO DUTRA ou apenas LD.
Sou Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para
concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e online e autor de diversas obras, dentre
as quais o nosso Direito Constitucional Essencial, que já se encontra na 4ª edição pela Edito-
ra Método. Sou dedicado, também, em estudar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Exerço, com muito orgulho e após intenso esforço, o cargo de Advogado da União desde 2009.
Comecei minha caminhada na seara dos concursos públicos muito cedo, sendo aprovado no
concurso público para Escola Preparatória de Cadetes do Exército aos 15 anos de idade. Gra-
duei-me em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e sou especialista em Direito
Público. Sou, ainda, graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras
do Exército Brasileiro e Pós-Graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento
de Oficiais do Exército Brasileiro, sendo 4º colocado de minha turma. Além disso, importante
dizer que fui aprovado em diversos concursos públicos.
Quer me conhecer um pouco mais? Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=-
fyhpellsL_Q.
Este material foi preparado com muito carinho e dedicação para servir de ferramenta eficaz
para a sua aprovação.
Nosso audacioso objetivo é que você gabarite as questões de Direito Constitucional neste
tão aguardado concurso para Polícia Civil do Estado de Minas Gerais.
Pois bem, agora que você já me conhece, passemos aos ensinamentos do desafiador Di-
reito Constitucional, trazendo primeiramente dicas valiosas de como estudar nossa disciplina.
Venha comigo!!!
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De início, você deve selecionar uma OBRA DE QUALIDADE. Um bom livro para concurso
público deve trazer os assuntos mais importantes de forma objetiva, sintetizando a doutrina
constitucionalista mais abalizada, a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, e
somada, se possível, a quadros sinóticos, dicas e exercícios de fixação retirados das provas já
aplicadas.
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É importante que a obra se encaixe no seu perfil. Para ajudá-lo(a) nesta difícil tarefa, se-
guem algumas indicações bibliográficas, dentre tantas outras existentes no mercado editorial:
• Luciano Dutra, Direito Constitucional Essencial, Editora Método (4ª edição);
• Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, Editora Atlas;
• Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional,
Editora Atlas;
• Dirley da Cunha Júnior, Curso de Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito Constitucional,
Editora Saraiva;
• Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva;
• Marcelo Novelino, Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, Editora Saraiva;
• Sylvio Clemente da Motta Filho, Direito Constitucional: teoria, jurisprudência e questões,
Editora Campus/Elsevier;
• Uadi Lammêgo Bulos, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; e
• Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado, Editora Mé-
todo.
Como a escolha da obra é algo muito pessoal, o ideal é você ler alguns trechos dos livros
selecionados e sentir se a linguagem do autor lhe é agradável. Importante lembrar, ademais,
que nenhuma obra é “completa”, de tal forma que é fundamental acompanhar a leitura do livro
com as informações atualizadas trazidas por nosso curso de Direito Constitucional.
Não deixe de pesquisar também a obra eletrônica disponibilizada no site do STF chamada
“A Constituição e o Supremo”. É gratuita e ajuda o candidato no pleno entendimento da Consti-
tuição Federal à luz das decisões atuais da Suprema Corte.
MAS, se você adotar nosso PDF como material de estudo, eu lhe asseguro que terá TUDO
o que é necessário para gabaritar Direito Constitucional. Utilize o livro escolhido apenas como
complemento, se for o caso.
A segunda base do TRIPÉ DA APROVAÇÃO é a JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. A maneira mais eficiente para você estar atualizado(a) com as recentes decisões do STF
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como o Gran Cursos Online que, com isso, o seu sucesso estará garantido. Nosso PDF tem a
audácia de garantir a você as informações necessárias para GABARITAR Direito Constitucio-
nal, basta ter foco, força de vontade e fé na missão!!!
Valeremo-nos, doravante, deste PDF para ensinar-lhe o desafiador e saboroso Direito Cons-
titucional. Mas o que é o Direito Constitucional? Segundo as palavras do iluminado jurista e, a
nosso sentir, o maior constitucionalista do País José Afonso da Silva1, o Direito Constitucional
pertence ao setor do Direito Público. Distingue-se dos demais ramos do Direito Público pela
natureza específica de seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Configura-se
como Direito Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento
do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases
da estrutura política. Conclui o citado mestre que o Direito Constitucional pode ser definido
como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas
fundamentais do Estado”.
Em nosso Direito Constitucional Essencial2 definimos Direito Constitucional como “o ramo
do Direito Positivo Público que estuda a Constituição Federal, considerada como norma jurí-
dica suprema que organiza o Estado pelos seus elementos constitutivos (povo, território, go-
verno, soberania e finalidade), atribuindo-lhe poder e, ao mesmo tempo, limitando o exercício
desse poder pela previsão de direitos e garantias fundamentais e pela separação de poderes”.
1
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 36.
2
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3.
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Ainda, nos valendo do nosso Direito Constitucional Essencial, vamos diferenciar Direito
Público do Direito Privado3. Nos ramos do Direito qualificados como Público, o Estado parti-
cipa da relação jurídica em condição de supremacia em relação aos indivíduos (em condição
de desigualdade), prevalecendo a vontade coletiva sobre o interesse individual. Ao Estado,
compete criar normas jurídicas que visam tutelar os interesses coletivos, os interesses gerais
da sociedade, e aplicá-las; ao povo, cumpre obedecer a ordem jurídica estabelecida. É o Direito
composto inteiramente por normas de ordem pública, normas cogentes, imperativas, de obri-
gatoriedade inafastável. Como exemplos, temos: Direito Constitucional, Direito Administrativo,
Direito Penal, Direito Processual, Direito Tributário, Direito Eleitoral, Direito Ambiental. De outra
banda, o Direito Privado trata de relações entre particulares (privadas). É composto predomi-
nantemente por normas de ordem privada (supletiva) que se direcionam a regulamentação dos
interesses individuais. Os integrantes da relação jurídica estão em pé de igualdade, prevale-
cendo a autonomia da vontade. Como exemplos, citamos: o Direito Civil e o Direito Empresarial.
Convém mencionar que a divisão do Direito entre Público e Privado cumpre uma função
eminentemente didático-metodológica (trata-se de uma conveniência acadêmica), uma vez
que o Direito é, a rigor, uno e indivisível. Ademais, essa visão dicotômica do Direito perde mais
espaço com o nascimento do neoconstitucionalismo (ou novo Direito Constitucional). Com
a evolução de um novo paradigma de Estado (chamado de Estado pós-Social), as relações
privadas passam a ser observadas à luz da Constituição Federal. Não por outra razão que os
direitos fundamentais passam a influenciar as relações privadas (estudaremos a seu tempo o
tema eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais que está ligado à influência dos
direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas). Nesse contexto, o Direito Civil abando-
na seu caráter meramente patrimonialista e passa a focar no ser humano, em homenagem a
dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, inc. III) e
princípio básico que orienta os demais direitos e garantias fundamentais4.
Como vimos, o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição Federal. Mas
o que é a Constituição? José Afonso da Silva5 demonstra que o termo Constituição assume
vários significados (é uma palavra plurívoca), tais como:
3
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 3.
4
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3-4.
5
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39.
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Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39-40.
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Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liber-
dade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprome-
tida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob
a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Importante informar que o Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o preâm-
bulo da Constituição Federal de 1988 não possui força normativa, reconhecendo apenas valor
interpretativo. Vale dizer, a força do preâmbulo está na sua capacidade de nortear a interpreta-
ção e a integração do texto constitucional propriamente dito, sendo que, embora o preâmbulo
faça parte da Constituição, não possui força autônoma, não podendo induzir a declaração de
inconstitucionalidade tão só com base em suas disposições.7
Por seu turno, a PARTE DOGMÁTICA da Constituição Federal de 1988 constitui o seu corpo
central, reunindo os Princípios Fundamentais (Título I), os Direitos e Garantias Fundamentais
(Título II), a Organização do Estado (Título III), a Organização dos Poderes (Título IV), a Defesa
do Estado e das Instituições Democráticas (Título V), a Tributação e o Orçamento (Título VI),
a Ordem Econômica e a Ordem Financeira (Título VII), a Ordem Social (Título VIII) e as Dis-
posições Constitucionais Gerais (Título IX). Enfim, é o texto da Constituição Federal que se
estende do art. 1º ao art. 250. Da parte dogmática, o que é que interessa para você? Depende
do seu edital. Nesta apresentação haverá um direcionamento específico para o seu concurso.
Por sua vez, o ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) é o
conjunto de normas constitucionais que assumem dupla função:
7
Marcelo Alkmin apud Oliveira, James Eduardo. Constituição Federal anotada e comentada. Editora Forense. 2013. p. 2.
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a) realizar a transição entre a nova ordem constitucional e a que foi substituída (por exem-
plo: art. 25, do ADCT – não precisa decorá-lo);
Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito
este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do
Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente
no que tange a:
I – ação normativa;
II – alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.
§ 1º Os decretos-lei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a promul-
gação da Constituição terão seus efeitos regulados da seguinte forma:
I – se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até
cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar;
II – decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretos-lei ali men-
cionados serão considerados rejeitados;
III – nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência
dos respectivos decretos-lei, podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os efeitos
deles remanescentes.
§ 2º Os decretos-lei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão
convertidos, nesta data, em medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no art.
62, parágrafo único.
Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República,
com a aprovação do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal.
§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida pelo
Senado Federal.
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito Federal,
enquanto não for instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal, mediante con-
trole externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, observado o disposto no art.
72 da Constituição.
§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União
na forma da lei.
Diga-se que não há qualquer diferença hierárquica entre as normas previstas no ADCT e
as integrantes da parte dogmática da Constituição Federal. Ambas são formalmente consti-
tucionais com o mesmo status jurídico, ou seja, as normas constantes do ADCT servem de
parâmetro de controle de constitucionalidade, bem como sua alteração deve seguir o modelo
das emendas constitucionais.
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DICA DO LD
Apesar de cumprirem importante papel na transição constitu-
cional, as normas do ADCT não são imprescindíveis às Consti-
tuições, vale dizer, a existência, ou não, de normas transitórias
fica ao talante do constituinte originário 8 (aquele que redigiu o
texto da Constituição Federal).
8
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 64.
9
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
10
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 65.
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corpo principal
art. 3º do ADCT
PARTE arts. 1º ao 250
procedimento único EC DE REVISÃO
DOGMÁTICA parâmetro de controle
6
parâmetro de controle
não é obrigatória a existência
TUDO
NO
PDF
DO
LD
TRIPÉ DA APROVAÇÃO
DIREITO CONSTITUCIONAL
STF LER COM MUITA ATENÇÃO
ESSENCIAL 4ª EDIÇÃO
Conseguiu acompanhar todo o raciocínio até aqui? Espero que sim. Então prossigamos.
Agora que você já me conhece e entendeu o objeto de estudo da nossa querida disciplina,
vou apresentar-lhe o nosso curso de Direito Constitucional em 12 aulas, para Polícia Civil do
Estado de Minas Gerais, assim distribuídas:
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CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
Podemos citar, ainda, a título de complemento, outros conceitos trazidos pela doutrina
constitucionalista.
Segundo José Afonso da Silva11, Direto Constitucional é “o ramo do Direito Público que
expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
Por seu turno, Manoel Gonçalves Ferreira Filho12 define Direito Constitucional como “o co-
nhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental do Estado. Isto é, conheci-
mento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do governo, ao
modo de aquisição, exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de
sua ação”.
Já Uadi Lammêgo Bulos13 observa que o Direito Constitucional “é a parcela da ordem jurídi-
ca que compreende a ordenação sistemática e racional de um conjunto de normas supremas
encarregadas de organizar a estrutura do Estado e delimitar as relações de poder”.
Importante dizer que a Constituição pode ser conceituada, ainda, por uma perspectiva ma-
11
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 34.
12
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 16.
13
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 2.
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Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra
Sob o ponto de vista material, Paulo Bonavides14 diz que a Constituição é “o conjunto de
toridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, tanto individuais como sociais”.
Perceba que nessa visão material, Constituição engloba apenas as normas materialmente
constitucionais.
Sylvio Motta15, por sua vez, conceitua a Constituição sob a perspectiva formal. Para ele,
disciplina os modos de aquisição, exercício e perda do poder, a forma de Estado, a forma de go-
verno, o regime de governo, a separação dos poderes, os órgãos estatais e seu funcionamento,
homem e as garantias que os asseguram, bem como qualquer outro assunto considerado dig-
social”. Nessa visão mais ampla, a Constituição engloba tanto as normas materialmente cons-
Dito isso, a depender do prisma pelo qual se observa, a Constituição pode assumir três sen-
tidos diferentes: o sociológico, o político e o jurídico. Além disso, ainda falaremos do sentido
culturalista que é uma síntese dos demais. Passemos, a partir de agora, a delinear as peculia-
Constituição).
14
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 80.
15
MOTTA FILHO, Sylvio Clemente da. Direito constitucional: teoria, jurisprudência e questões. 22. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010. p. 18.
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1. Sentido Sociológico
DICA DO LD
Lassalle com dois S – idealizador do sentido Sociológico.
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Ele defende que coexistem, no Estado, duas espécies de Constituição: a Constituição escri-
ta (também chamada de formal ou jurídica) e a Constituição real (ou material).
A Constituição real para Lassalle não seria propriamente uma norma jurídica, mas um fato
social.
Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o
processo político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
Na visão sociológica defendida por Lassalle, em um possível conflito entre a Constituição
jurídica (escrita) e a Constituição real, sempre prevalecerá a Constituição real.
Observe que interessante a metáfora que Lassalle usa em sua obra, para explicar sua teo-
ria:
Podem meus ouvintes plantar no seu quintal uma macieira e segurar no seu tronco um papel que
diga: ‘Esta árvore é uma figueira’. Bastará esse papel para transformar em figueira o que é macieira?
Não, naturalmente. E embora conseguissem que seus criados, vizinhos e conhecidos, por uma razão
de solidariedade, confirmassem a inscrição existente na árvore, a planta continuaria sendo o que
realmente era e, quando desse frutos, estes destruiriam a fábula, produzindo maçãs, e não figos.
O mesmo ocorre com as Constituições. De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se
não se justificar pelos fatores reais e efetivos do poder.
Certo.
Exatamente isso que defende Lassalle!!!
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Certo.
Esse é o ponto central da teoria defendida por Lassalle.
Errado.
Para Lassalle, a Constituição escrita é mera folha de papel, não possuindo, portanto, força nor-
mativa, ou seja, não é capaz de condicionar a atuação do Estado.
Certo.
É isso que defende Lassalle.
Percebeu como as bancas cobram o assunto? É exatamente da maneira cirúrgica que trou-
xemos. Vejamos agora o sentido político de Constituição.
2. Sentido Político
Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Constituição significa a
decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a forma de existência
do Estado.
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DICA DO LD
Schmitt com dois T – idealizador do sentido Politíco.
Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado, tais como forma
de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo, separação dos Po-
deres, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização dos Poderes etc.
haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à
estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado, haveria normas
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Luciano Dutra
que não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para
Aliás, é importante dizer, desde logo, que essas ideias se identificam com uma dicotomia
As normas materialmente constitucionais (que seriam aquilo que Schmitt chama de Cons-
tituição) são aquelas que tratam de temas notoriamente constitucionais como os direitos e
ção e exercício do poder. São normas que sempre estarão nos textos constitucionais porque
Por sua vez, normas formalmente constitucionais (leis constitucionais segundo Schmitt)
Dito isso, vamos fazer juntos algumas questões para sairmos do mundo das ideias e pisar-
elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito a uma
decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder constituinte.
Certo.
É isso o que defende Carl Schmitt. Levem exatamente essa ideia para a prova. Constituição é
igual à decisão política fundamental.
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Errado.
Quem defende que a Constituição é uma decisão política fundamental é Carl Schmitt, no sen-
tido político de Constituição.
Errado.
Não há uma identidade entre o conceito de Constituição e o conceito de leis constitucionais.
É na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As outras nor-
mas inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental são
apenas leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente constitu-
cionais).
Errado.
De acordo com o que ensinamos, Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para
ele, no texto constitucional, haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política,
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Conceito e Sentidos de Constituição
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pois dizem respeito à estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. (aqui-
lo que ele chamou de Constituição). Por outro lado, haveria normas que não apresentam essa
relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para adquirir maior estabilidade
jurídica (as leis constitucionais).
É atribuído, ainda, a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição. Segundo Schmitt, a Cons-
tituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar a separação de
poderes; e 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.
Tem que saber o nome
TT – político
Obra: Teoria da Constituição
3. Sentido Jurídico
O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra A Teoria Pura do Direito, em
que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à es-
truturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político,
servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.
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Perceba o nome da obra: A Teoria Pura do Direito. Esse dado é importante para entender
sua teoria.
Hans Kelsen considera a Constituição como uma norma jurídica pura, sem qualquer cono-
tação sociológica, política ou filosófica.
Muito embora reconheça a relevância dos fatores reais de poder na condução da vida po-
lítica de um Estado, Kelsen defendeu que o seu estudo não compete ao operador do Direito,
mas ao sociólogo, ao filósofo etc. Nisso consistia sua Teoria Pura do Direito: afastar a ciência
jurídica de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.
Por tudo isso, ficou fácil perceber que a concepção jurídica de Constituição de Kelsen sur-
ge exatamente para se contrapor à posição sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.
Kelsen cria o que se denomina dogmático-positivismo kelseniano, colocando a Consti-
tuição no ápice do sistema jurídico, acima de todas as demais leis. Vejamos graficamente a
pirâmide normativa defendida por Kelsen.
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NFH
(cumpra-se a Constituição) Normas constitucionais e tratados internacionais sobre direitos humanos
com força de emenda (art. 5º, § 3º) - BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE
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Certo.
Essa é a ideia principal da “Teoria Pura do Direito”.
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Certo.
O fato imaterial é justamente a norma fundamental hipotética, que é a Constituição em sentido
lógico-jurídico. É imaterial porque não existe no mundo real, sendo uma premissa criada so-
mente para fundamentar a existência da Constituição em sentido jurídico-positivo, esta, sim,
palpável e concreta.
Certo.
Exatamente nossa explicação sobre o sentido jurídico de Constituição.
Para terminar, vamos ao sentido culturalista, que é pouco citado, mas pode ser cobrado na
sua prova.
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4. Sentido Culturalista
Além dos clássicos sentidos sociológico, político e jurídico, podemos, ainda, trazer, o sen-
tido culturalista de Constituição desenvolvido por J. H. Meirelles Teixeira.
Para o autor, o sentido culturalista engloba os sentidos sociológico, político e jurídico, an-
tes estudados.
Defende Meirelles Teixeira que a Constituição é fruto de um fato cultural, ou seja, é produ-
zida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade.
Esse sentido culturalista conduz ao conceito de Constituição total ou integral, que con-
siste justamente na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos e econômicos que
conformam a Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.
Errado.
Conforme dito, defende Meirelles Teixeira que a Constituição é fruto de um fato cultural, ou
seja, é produzida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade.
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Compreendeu?
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Como exemplo de um conteúdo aberto na nossa Constituição Federal, podemos citar a in-
terpretação a ser dada ao conceito de entidade familiar. Da leitura do art. 226, da CF/1988, ex-
traímos, em interpretação autêntica contextual (realizada pela própria Constituição), que se en-
tende como entidade familiar a reunião entre um homem e uma mulher, bem como a sociedade
monoparental (formada pelo pai e filhos ou mãe e filhos). Assim, a partir de uma interpretação
fechada da Constituição, não seria considerada família, a exigir especial proteção do Estado, a
reunião entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, essa visão restritiva não encontra amparo
na realidade social atual. Para adaptar a Constituição às novas expectativas da sociedade, o
STF, considerando o caráter aberto das normas constitucionais, interpretou ampliativamente o
conceito de entidade familiar para, também, considerar a união entre pessoas do mesmo sexo.
Compreendeu?
DICA DO LD
1) A ideia de Constituição Aberta está ligada ao seu conteúdo
dinâmico e aberto, que se adapte às novas expectativas e ne-
cessidades dos cidadãos.
2) A Constituição Aberta tem a possibilidade de permanecer
dentro do seu tempo, evitando o desmoronamento de sua for-
ça normativa.
3) Peter Häberle propõe uma interpretação aberta da Cons-
tituição, em que os indivíduos, mais do que destinatários da
norma constitucional, são autênticos intérpretes, pois, todo
aquele que vive a Constituição é um intérprete constitucional.
Como fechamento da nossa aula, quero trazer dois lembretes: 1) o Gran Cursos Online
possui um fórum de dúvidas para que possamos ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito
Constitucional; 2) gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa aula. Isso é muito impor-
tante para nós.
É isso! Você está comigo até aqui? Então, a partir de agora, faça as questões propostas
para aferir o seu conhecimento.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos.
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RESUMO
Conceito e Sentidos de Constituição
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes
manifestações sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda um
Estado.
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segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e ao
império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por sobre
o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se à censura
possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio
do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.
Estado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não
Constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que di-
zem respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular
do poder constituinte.
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I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política
ou filosófica.
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Questão 22 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Cons-
tituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a
forma de existência do Estado.
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Questão 35 (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os
fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.
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Questão 36 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.
Questão 37 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as
Leis Constitucionais.
Questão 38 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do
poder constituinte originário.
Questão 40 (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui
o mesmo status das demais leis.
Questão 41 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.
Questão 42 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra A
Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o
processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.
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Questão 46 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.
Questão 50 (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sen-
tidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.
Questão 51 (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não ad-
mitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou
filosófica.
Questão 52 (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Consti-
tuição corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas
do ordenamento jurídico.
Questão 53 (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instaura-
dor do processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido lógico-
-jurídico.
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GABARITO
1. e 28. e 55. E
2. C 29. C 56. C
3. C 30. E
4. C 31. E
5. C 32. E
6. e 33. E
7. E 34. c
8. C 35. E
9. C 36. E
10. b 37. C
11. b 38. C
12. E 39. E
13. E 40. E
14. C 41. E
15. E 42. E
16. C 43. E
17. C 44. C
18. C 45. E
19. C 46. E
20. E 47. E
21. E 48. E
22. C 49. C
23. E 50. E
24. C 51. C
25. b 52. E
26. E 53. E
27. b 54. C
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes
manifestações sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda um
Estado.
Letra e.
O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já o
item II cuida do sentido político de Constituição atribuído a Carl Schmitt.
Certo.
É exatamente o sentido sociológico de Constituição proposto por Ferdinand Lassalle.
Certo.
É ponto central do sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle.
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Certo.
Exatamente isso!
Certo.
A questão retrata justamente a contraposição de ideias propostas por Ferdinand Lassalle (sen-
tido sociológico) e Hans Kelsen (sentido jurídico).
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Letra e.
Hans Kelsen, no sentido jurídico, defende que a Constituição é norma jurídica pura, ou seja, sem
influência sociológica, política, filosófica, enfim, sem interferência de assuntos extrajurídicos.
Errado.
Quem disse isso foi Ferdinand Lassalle. Percebeu a importância de conhecer o autor da teoria?
Certo.
Exatamente conforme explanamos.
Certo.
É o que defende Hans Kelsen.
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I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política
ou filosófica.
Letra b.
O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já o
item II cuida do sentido jurídico de Constituição atribuído a Hans Kelsen.
Letra b.
Conforme ensinamos, Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às concep-
ções de constituição, respectivamente, nos sentidos sociológico, político e jurídico.
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Errado.
Segundo a concepção sociológica, a Constituição de um país consiste na soma dos fatores
reais do poder que o regem.
Errado.
Na concepção sociológica, Ferdinand Lassale defende que coexistem, no Estado, duas es-
pécies de Constituição: a Constituição escrita (também chamada de formal ou jurídica) e a
Constituição real (ou material). A Constituição real para Lassalle não seria propriamente uma
norma jurídica, mas um fato social. Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa. Quem determi-
na o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
Certo.
Para Kelsen, a Constituição em seu sentido jurídico-positivo corresponde à norma jurídica su-
prema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico. As normas
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infraconstitucionais (aquelas que estão abaixo da Constituição) só existem e são aptas a pro-
duzir os seus efeitos no mundo jurídico se forem compatíveis com a Constituição, ou seja,
a Constituição, como norma fundamental dotada de supremacia, é o paradigma de validade
para toda a produção normativa subsequente.
Errado.
Ferdinand Lassale não defende isso.
Certo.
É o que defende Ferdinand Lassale.
Certo.
Exatamente o que diz Ferdinand Lassale.
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legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais que
constituem o poder.
Certo.
A Constituição real (ou material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder
que regem uma nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.
Certo.
Exatamente isso.
Errado.
O sentido político de Constituição foi defendido por Carl Schmitt.
Errado.
A norma fundamental hipotética é a Constituição no sentido lógico-jurídico.
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Questão 22 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Cons-
tituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a
forma de existência do Estado.
Certo.
É exatamente o que defende Carl Schmitt.
Errado.
É atribuído a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição elaborado no séc. XIX. Segundo
Schmitt, a Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar a
separação de poderes; 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.
Certo.
É o que defende Ferdinand Lassale.
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social.” O texto citado é de autoria de Ferdinand Lassale, doutrinador clássico do Direito Cons-
titucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto
a) jurídico.
b sociológico.
c) histórico.
d) da inconstitucionalidade.
e) político.
Letra b.
Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os fundamentos socio-
lógicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição real (ou ma-
terial) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma nação, quais
sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.
Errado.
Esse é o conceito desenvolvido por Hans Kelsen.
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a) político.
b) jurídico.
c) sociológico.
d) dogmático.
e) literal.
Letra b.
O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria Pura do Direito”, em
que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à es-
truturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político,
servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.
Letra e.
Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma jurídica pura, sem
qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra
Certo.
Mais uma vez: Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma
jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.
Errado.
O conceito trazido corresponde ao sentido político de Constituição.
Errado.
Quem diz isso é Ferdinand Lassale no sentido sociológico de Constituição.
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Errado.
Na verdade, no sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em
uma sociedade.
Errado.
Não é isso que defende Ferdinand Lassale. Para ele, a Constituição escrita seria uma “mera
folha de papel”, não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.
Quem determina o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos fatores
reais de poder.
trinadores são responsáveis pela formulação de conceitos de Constituição, tendo por base dis-
tintas concepções. Dentre elas, podem ser mencionadas, as seguintes: (i) “A Constituição seria
a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade” e (ii) “Constituição represen-
ta a decisão política do titular do poder constituinte.”. Assim sendo, assinale a alternativa que
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Questão 35 (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os
fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.
Errado.
Na verdade, Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os funda-
mentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.
Questão 36 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.
Errado.
Foi Ferdinand Lassalle que nos apresentou essa ideia.
Questão 37 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as
Leis Constitucionais.
Certo.
Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional, have-
ria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à estrutura
do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado, haveria normas que
não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para adqui-
rir maior estabilidade jurídica.
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Questão 38 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do
poder constituinte originário.
Certo.
Schmitt afirma que a Constituição representa o resultado da vontade política fundamental do
Poder Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado, tais como
forma de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo, separação dos
Poderes, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização dos Poderes etc.
Errado.
Quem nos apresentou o sentido político foi Carl Schmitt.
Questão 40 (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui
o mesmo status das demais leis.
Errado.
Kelsen, ao criar o dogmático-positivismo kelseniano, colocando a Constituição no ápice do
sistema jurídico, acima das demais leis.
Questão 41 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.
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Errado.
Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.
Questão 42 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.
Errado.
Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.
Errado.
Na verdade, em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental hipotéti-
ca, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.
Certo.
Exatamente isso.
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Errado.
Na verdade, no sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica,
política ou filosófica.
Questão 46 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.
Errado.
Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Constituição significa a deci-
são política fundamental.
Errado.
É na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As outras normas
inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental são apenas
leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente constitucionais).
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Certo.
A concepção jurídica de Constituição de Kelsen surge exatamente para se contrapor à posição
sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.
Questão 50 (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sen-
tidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.
Errado.
Essa ideia surge na concepção jurídica de Constituição de Kelsen.
Questão 51 (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não admitia
como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou filosófica.
Certo.
Kelsen não admitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica,
política ou filosófica (lembra-se da ideia da Teoria Pura do Direito?). Assim, foi obrigado a de-
senvolver um fundamento jurídico para a Constituição, o que denominou de norma fundamen-
tal hipotética, também chamada de norma pensada ou pressuposta, que existe apenas para
servir de pressuposto de validade das normas constitucionais.
Questão 52 (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Consti-
tuição corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas
do ordenamento jurídico.
Errado.
Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.
Questão 53 (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instaura-
dor do processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido lógico-
-jurídico.
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Errado.
Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.
Certo.
É a doutrina ensinada por Hans Kelsen na obra Teoria Pura do Direito.
Errado.
Este é o conceito de constituição formal, que elege como critério o processo de formação da
norma constitucional e não o seu conteúdo. Dessa forma, qualquer regra contida na Constitui-
ção Federal, independentemente do seu conteúdo, terá o caráter constitucional.
Certo.
É exatamente isso.
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Luciano Dutra
Advogado da União desde 2009, com atuação no Supremo Tribunal Federal. Autor de livros. Professor de
Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames
de Ordem presenciais e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Graduado em Direito pela
Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado em
Ciências Militares.
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