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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição

Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

Conceito e Sentidos de Constituição.............................................................................. 16


1. Sentido Sociológico.................................................................................................... 18
2. Sentido Político........................................................................................................ 20
3. Sentido Jurídico.........................................................................................................24
4. Sentido Culturalista. ..................................................................................................29
5. Concepções Modernas de Constituição..................................................................... 30
5.1. Força Normativa da Constituição........................................................................... 30
5.2. Constituição Simbólica........................................................................................... 31
5.3. Constituição Aberta. ............................................................................................... 31
Resumo.........................................................................................................................33
Questões de Concurso...................................................................................................34
Gabarito........................................................................................................................44
Gabarito Comentado. .....................................................................................................45

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Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

1) Apresentação

Caro(a) aluno(a), tudo bem? Espero que este texto lhe encontre feliz e com saúde.
Inicialmente, gostaria de manifestar a minha imensa satisfação de participar dessa impor-
tante e decisiva caminhada rumo ao tão sonhado cargo público. Muito obrigado por confiar no
nosso trabalho.
A caminhada não será fácil, mas não se assuste, pois estamos aqui para ajudá-lo(a) nesta
batalha. Seremos soldados de todas as horas para JUNTOS enfrentarmos essa guerra.
Antes de tudo, permita-me me apresentar. Meu nome é LUCIANO DUTRA ou apenas LD.
Sou Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para
concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e online e autor de diversas obras, dentre
as quais o nosso Direito Constitucional Essencial, que já se encontra na 4ª edição pela Edito-
ra Método. Sou dedicado, também, em estudar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Exerço, com muito orgulho e após intenso esforço, o cargo de Advogado da União desde 2009.
Comecei minha caminhada na seara dos concursos públicos muito cedo, sendo aprovado no
concurso público para Escola Preparatória de Cadetes do Exército aos 15 anos de idade. Gra-
duei-me em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e sou especialista em Direito
Público. Sou, ainda, graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras
do Exército Brasileiro e Pós-Graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento
de Oficiais do Exército Brasileiro, sendo 4º colocado de minha turma. Além disso, importante
dizer que fui aprovado em diversos concursos públicos.
Quer me conhecer um pouco mais? Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=-
fyhpellsL_Q.
Este material foi preparado com muito carinho e dedicação para servir de ferramenta eficaz
para a sua aprovação.
Nosso audacioso objetivo é que você gabarite as questões de Direito Constitucional neste
tão aguardado concurso para Polícia Civil do Estado de Minas Gerais.
Pois bem, agora que você já me conhece, passemos aos ensinamentos do desafiador Di-
reito Constitucional, trazendo primeiramente dicas valiosas de como estudar nossa disciplina.
Venha comigo!!!

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2) Como Estudar o Direito Constitucional: o Tripé da Aprovação

Para ser aprovado em concurso público, independentemente do nível de exigência do cargo


pleiteado, você precisa ultrapassar a disciplina Direito Constitucional. Para facilitar o caminho
até a tão sonhada conquista, superando o possível trauma inicial causado pelo primeiro con-
tato com os intangíveis e incomuns conceitos do Direito Constitucional, trarei uma ferramenta
testada e aprovada pelos meus saudosos alunos e alunas: aquilo que denominei de TRIPÉ DA
APROVAÇÃO.
Pois bem, meu (minha) querido(a) discente, o estudo do Direito Constitucional para concur-
sos públicos se apoia em três bases: uma boa doutrina, a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal e a leitura incessante da Constituição Federal. Além, é claro, da resolução das provas
anteriores e da escolha de um excelente curso preparatório (já começou com o pé direito, es-
colhendo o Gran Cursos Online – centro de excelência que já aprovou milhares de ex-alunos).

De início, você deve selecionar uma OBRA DE QUALIDADE. Um bom livro para concurso
público deve trazer os assuntos mais importantes de forma objetiva, sintetizando a doutrina
constitucionalista mais abalizada, a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, e
somada, se possível, a quadros sinóticos, dicas e exercícios de fixação retirados das provas já
aplicadas.

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É importante que a obra se encaixe no seu perfil. Para ajudá-lo(a) nesta difícil tarefa, se-
guem algumas indicações bibliográficas, dentre tantas outras existentes no mercado editorial:
• Luciano Dutra, Direito Constitucional Essencial, Editora Método (4ª edição);
• Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, Editora Atlas;
• Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional,
Editora Atlas;
• Dirley da Cunha Júnior, Curso de Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito Constitucional,
Editora Saraiva;
• Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva;
• Marcelo Novelino, Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, Editora Saraiva;
• Sylvio Clemente da Motta Filho, Direito Constitucional: teoria, jurisprudência e questões,
Editora Campus/Elsevier;
• Uadi Lammêgo Bulos, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; e
• Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado, Editora Mé-
todo.

Como a escolha da obra é algo muito pessoal, o ideal é você ler alguns trechos dos livros
selecionados e sentir se a linguagem do autor lhe é agradável. Importante lembrar, ademais,
que nenhuma obra é “completa”, de tal forma que é fundamental acompanhar a leitura do livro
com as informações atualizadas trazidas por nosso curso de Direito Constitucional.
Não deixe de pesquisar também a obra eletrônica disponibilizada no site do STF chamada
“A Constituição e o Supremo”. É gratuita e ajuda o candidato no pleno entendimento da Consti-
tuição Federal à luz das decisões atuais da Suprema Corte.
MAS, se você adotar nosso PDF como material de estudo, eu lhe asseguro que terá TUDO
o que é necessário para gabaritar Direito Constitucional. Utilize o livro escolhido apenas como
complemento, se for o caso.
A segunda base do TRIPÉ DA APROVAÇÃO é a JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. A maneira mais eficiente para você estar atualizado(a) com as recentes decisões do STF

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é ler os Informativos de jurisprudência disponibilizados semanalmente no site da Corte. Mas


cuidado ao manusear o Informativo! Não há necessidade de ler todas as partes, mas apenas
aquelas que se inserem no conteúdo do edital do seu concurso. Tenha senso de seleção. Por
exemplo, se no seu certame não cai Direito Tributário, você não precisa estudar as decisões
afetas a esse ramo do Direito. Reconheço o quão difícil é ler e compreender os Informativos do
STF. Para ajudá-lo(a), terei o zelo de trazer para dentro do nosso PDF as decisões recentes do
STF que poderão impactar os concursos públicos. Destaque-se que a importância do estudo
da jurisprudência está intimamente ligada ao grau de dificuldade do certame: quanto mais difí-
cil é o concurso maior a cobrança da jurisprudência. Ou seja, concursos das carreias jurídicas,
concursos das carreiras do Poder Legislativo, concursos para a área fiscal, concursos das áre-
as de gestão e controle cobram com mais frequência a jurisprudência do STF. Para você que
fará concurso para estas áreas citadas, deixo ao final das aulas um repositório de súmulas
e jurisprudência aplicáveis, de leitura obrigatória. Outros concursos como os das carreiras
policiais, concursos para as demais área do Poder Executivo, concursos de nível médio exi-
gem mais a literalidade da Constituição Federal e não costumam cobrar o conhecimento da
jusrisprudência. Caso você deseja fazer estes concursos em que a jurisprudência não é muito
cobrada, as súmulas e jurisprudência aplicáveis que acompanham o material deverão ser en-
caradas como mera leitura complementar, se houver tempo. Não se trata de leitura obrigatória,
é apenas um brinde do LD para você. Portanto, direcione a leitura deste PDF de acordo com a
sua realidade. Para este concurso da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, não é necessá-
rio ler a jurisprudência trazida ao final de cada aula. Considere esta parte do material apenas
como um brinde do LD para futuros concursos..
Fechando o TRIPÉ DA APROVAÇÃO, é imprescindível ler e reler o TEXTO DA CONSTITUI-
ÇÃO FEDERAL, palco de cobrança de infindáveis questões. O examinador de qualquer banca,
muitas das vezes, traz para o bojo da prova a literalidade do Texto Maior. Para tanto, tenha
sempre em mãos uma Constituição Federal atualizada, contendo as emendas constitucionais
mais recentes. Temas como os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º), os Direitos
Sociais (arts. 6º ao 11), o elenco dos bens da União (art. 20), os bens atribuídos aos Estados-
-membros (art. 26), a repartição constitucional de competências (arts. 21 a 24), as atribuições
do Congresso Nacional e de suas Casas - Câmara dos Deputados e Senado Federal (arts. 48

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a 52), as atribuições do Presidente da República (art. 84), as composições e as competências


dos órgãos do Poder Judiciário (arts. 101 a 126) dependem muito mais do seu esforço pessoal
em ler a Constituição Federal até a exaustão do que assistir uma brilhante aula expositiva ou a
leitura de uma obra doutrinária de qualidade. Nesse viés, para facilitar a sua vida, vou transcre-
ver no PDF as partes da Constituição Federal que exigem a assimilação por você.
Além da preparação teórica proposta, que necessariamente passará pelo TRIPÉ DA APRO-
VAÇÃO, é fundamental a RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES dos concursos públicos anteriores.
Aqui, também temos uma dica valiosa: faça as questões recentes da banca que realizará o seu
certame, desde que de editais similares, e todas as questões passadas dos concursos anterio-
res do cargo que você pleiteia, independentemente da banca. Com isso, você fixará os conhe-
cimentos já adquiridos e levantará os temas que precisa melhorar. Nosso PDF conta, também,
com um rol de exercícios minuciosamente selecionados para a sua preparação. Além disso,
você pode contar com o GRAN CURSOS QUESTÕES que contém inúmeras questões para aju-
dá-lo(a) na sua aprendizagem.
Em se falando das bancas examinadoras, é importantíssimo conhecer o seu “inimigo”. En-
sina Sun Tzu em “A arte da guerra”, capítulo 10, que: “conheça o inimigo e a si mesmo e você
obterá a vitória sem qualquer perigo; conheça terreno e as condições da natureza, e você será
sempre vitorioso”. No seu caso, o “inimigo” é a banca examinadora e o “terreno” são as provas
passadas desta banca.
Para facilitar o pleno conhecimento do “inimigo” e do “terreno”, segue uma análise pessoal
das bancas examinadoras mais importantes, à luz do TRIPÉ DA APROVAÇÃO:
CESPE Vunesp FCC FGV
DOUTRINA Importante Importante Importante Muito importante
JURISPRUDÊNCIA Muito importante Importante Importante Importante
CF/88 Muito importante Muito importante Muito importante Muito importante

Note que a leitura da Constituição Federal é SEMPRE muito importante!


Concluindo, é certo que o Direito Constitucional estará na sua prova. Não se assuste com o
“choque” inicial que essa disciplina pode lhe causar. Está longe de ser um “bicho de sete cabe-
ças”. Apoie-se no TRIPÉ DA APROVAÇÃO (a doutrina, a jurisprudência do STF e a Constituição
Federal), faça infindáveis exercícios de fixação e se valha de um excelente curso preparatório

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como o Gran Cursos Online que, com isso, o seu sucesso estará garantido. Nosso PDF tem a
audácia de garantir a você as informações necessárias para GABARITAR Direito Constitucio-
nal, basta ter foco, força de vontade e fé na missão!!!

3) O Direito Constitucional e a Constituição Federal

Valeremo-nos, doravante, deste PDF para ensinar-lhe o desafiador e saboroso Direito Cons-
titucional. Mas o que é o Direito Constitucional? Segundo as palavras do iluminado jurista e, a
nosso sentir, o maior constitucionalista do País José Afonso da Silva1, o Direito Constitucional
pertence ao setor do Direito Público. Distingue-se dos demais ramos do Direito Público pela
natureza específica de seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Configura-se
como Direito Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento
do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases
da estrutura política. Conclui o citado mestre que o Direito Constitucional pode ser definido
como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas
fundamentais do Estado”.
Em nosso Direito Constitucional Essencial2 definimos Direito Constitucional como “o ramo
do Direito Positivo Público que estuda a Constituição Federal, considerada como norma jurí-
dica suprema que organiza o Estado pelos seus elementos constitutivos (povo, território, go-
verno, soberania e finalidade), atribuindo-lhe poder e, ao mesmo tempo, limitando o exercício
desse poder pela previsão de direitos e garantias fundamentais e pela separação de poderes”.

Direito Constitucional Constituição

Norma jurídica suprema que cria o


Estado, atribuindo-lhe poder limitado
Ramo do Direito Positivo Público que
pela previsão de direitos e garantias
estuda a Constituição.
fundamentais e pela separação de
poderes.

1
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 36.
2
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3.

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Ainda, nos valendo do nosso Direito Constitucional Essencial, vamos diferenciar Direito
Público do Direito Privado3. Nos ramos do Direito qualificados como Público, o Estado parti-
cipa da relação jurídica em condição de supremacia em relação aos indivíduos (em condição
de desigualdade), prevalecendo a vontade coletiva sobre o interesse individual. Ao Estado,
compete criar normas jurídicas que visam tutelar os interesses coletivos, os interesses gerais
da sociedade, e aplicá-las; ao povo, cumpre obedecer a ordem jurídica estabelecida. É o Direito
composto inteiramente por normas de ordem pública, normas cogentes, imperativas, de obri-
gatoriedade inafastável. Como exemplos, temos: Direito Constitucional, Direito Administrativo,
Direito Penal, Direito Processual, Direito Tributário, Direito Eleitoral, Direito Ambiental. De outra
banda, o Direito Privado trata de relações entre particulares (privadas). É composto predomi-
nantemente por normas de ordem privada (supletiva) que se direcionam a regulamentação dos
interesses individuais. Os integrantes da relação jurídica estão em pé de igualdade, prevale-
cendo a autonomia da vontade. Como exemplos, citamos: o Direito Civil e o Direito Empresarial.
Convém mencionar que a divisão do Direito entre Público e Privado cumpre uma função
eminentemente didático-metodológica (trata-se de uma conveniência acadêmica), uma vez
que o Direito é, a rigor, uno e indivisível. Ademais, essa visão dicotômica do Direito perde mais
espaço com o nascimento do neoconstitucionalismo (ou novo Direito Constitucional). Com
a evolução de um novo paradigma de Estado (chamado de Estado pós-Social), as relações
privadas passam a ser observadas à luz da Constituição Federal. Não por outra razão que os
direitos fundamentais passam a influenciar as relações privadas (estudaremos a seu tempo o
tema eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais que está ligado à influência dos
direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas). Nesse contexto, o Direito Civil abando-
na seu caráter meramente patrimonialista e passa a focar no ser humano, em homenagem a
dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, inc. III) e
princípio básico que orienta os demais direitos e garantias fundamentais4.
Como vimos, o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição Federal. Mas
o que é a Constituição? José Afonso da Silva5 demonstra que o termo Constituição assume
vários significados (é uma palavra plurívoca), tais como:
3
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 3.
4
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3-4.
5
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39.

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a) conjunto dos elementos essenciais de alguma coisa: a constituição do universo, a cons-


tituição dos corpos sólidos;
b) temperamento, compleição do corpo humano: uma constituição psicológica explosiva,
uma constituição robusta;
c) organização, formação: a constituição de uma assembleia, a constituição de uma co-
missão;
d) o ato de estabelecer juridicamente: a constituição de dote, de renda, de uma sociedade
anônima;
e) conjunto de normas que regem uma corporação, uma instituição: a constituição da pro-
priedade;
f) a lei fundamental de um Estado.
Com efeito, a Constituição, que se traduz em objeto de estudo do Direito Constitucional,
é justamente o sentido de “lei fundamental de um Estado”, ou seja, “a organização dos seus
elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o es-
tabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e
as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os
elementos constitutivos do Estado”.6

4) Estrutura da Constituição Federal de 1988

Querido(a) aluno(a), para conseguirmos compreender o conteúdo de nossa atual Consti-


tuição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, é importantíssimo entender a maneira
pela qual ela foi estruturada. Então vamos lá! Ela possui um preâmbulo, uma parte dogmáti-
ca, um ato das disposições constitucionais transitórias, emendas constitucionais de revisão,
emendas constitucionais de reforma e atos internacionais equivalentes à emenda à Consti-
tuição. Vejamos cada um deles.
O PREÂMBULO é a parte precedente do texto constitucional que irradia uma pauta de valo-
res e objetivos adotados pela Constituição Federal. Diz o preâmbulo:

6
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39-40.

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Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liber-
dade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprome-
tida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob
a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Importante informar que o Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o preâm-
bulo da Constituição Federal de 1988 não possui força normativa, reconhecendo apenas valor
interpretativo. Vale dizer, a força do preâmbulo está na sua capacidade de nortear a interpreta-
ção e a integração do texto constitucional propriamente dito, sendo que, embora o preâmbulo
faça parte da Constituição, não possui força autônoma, não podendo induzir a declaração de
inconstitucionalidade tão só com base em suas disposições.7

DE OLHO NOS DETALHES


O preâmbulo:
1) não possui força normativa;
2) possui função de diretriz interpretativa do texto constitucional;
3) não é considerado verdadeiramente uma norma constitucional;
4) não é norma de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais e pelas Leis Orgânicas
do Distrito Federal e dos Municípios. Ou seja, não segue o princípio da simetria;
5) não pode ser utilizado como parâmetro de controle.

Por seu turno, a PARTE DOGMÁTICA da Constituição Federal de 1988 constitui o seu corpo
central, reunindo os Princípios Fundamentais (Título I), os Direitos e Garantias Fundamentais
(Título II), a Organização do Estado (Título III), a Organização dos Poderes (Título IV), a Defesa
do Estado e das Instituições Democráticas (Título V), a Tributação e o Orçamento (Título VI),
a Ordem Econômica e a Ordem Financeira (Título VII), a Ordem Social (Título VIII) e as Dis-
posições Constitucionais Gerais (Título IX). Enfim, é o texto da Constituição Federal que se
estende do art. 1º ao art. 250. Da parte dogmática, o que é que interessa para você? Depende
do seu edital. Nesta apresentação haverá um direcionamento específico para o seu concurso.
Por sua vez, o ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) é o
conjunto de normas constitucionais que assumem dupla função:
7
Marcelo Alkmin apud Oliveira, James Eduardo. Constituição Federal anotada e comentada. Editora Forense. 2013. p. 2.

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a) realizar a transição entre a nova ordem constitucional e a que foi substituída (por exem-
plo: art. 25, do ADCT – não precisa decorá-lo);

Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito
este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do
Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente
no que tange a:
I – ação normativa;
II – alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.
§ 1º Os decretos-lei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a promul-
gação da Constituição terão seus efeitos regulados da seguinte forma:
I – se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até
cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar;
II – decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretos-lei ali men-
cionados serão considerados rejeitados;
III – nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência
dos respectivos decretos-lei, podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os efeitos
deles remanescentes.
§ 2º Os decretos-lei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão
convertidos, nesta data, em medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no art.
62, parágrafo único.

b) disciplinar provisoriamente determinadas situações, enquanto não regulamentadas em


definitivo por lei (por exemplo: art. 16, do ADCT – também não há necessidade de memorizá-lo).

Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República,
com a aprovação do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal.
§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida pelo
Senado Federal.
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito Federal,
enquanto não for instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal, mediante con-
trole externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, observado o disposto no art.
72 da Constituição.
§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União
na forma da lei.

Diga-se que não há qualquer diferença hierárquica entre as normas previstas no ADCT e
as integrantes da parte dogmática da Constituição Federal. Ambas são formalmente consti-
tucionais com o mesmo status jurídico, ou seja, as normas constantes do ADCT servem de
parâmetro de controle de constitucionalidade, bem como sua alteração deve seguir o modelo
das emendas constitucionais.

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DICA DO LD
Apesar de cumprirem importante papel na transição constitu-
cional, as normas do ADCT não são imprescindíveis às Consti-
tuições, vale dizer, a existência, ou não, de normas transitórias
fica ao talante do constituinte originário 8 (aquele que redigiu o
texto da Constituição Federal).

Vejamos agora as EMENDAS CONSTITUCIONAIS. Elas podem ser de reforma ou de revi-


são. Em cumprimento ao art. 3º do ADCT9, foram promulgadas seis EMENDAS CONSTITU-
CIONAIS DE REVISÃO (ECR). Por se tratar de um procedimento único e exaurido, sob o regime
constitucional vigente, não é possível a edição de uma nova ECR. Noutro giro, o procedimento
para a edição de uma EMENDA CONSTITUCIONAL DE REFORMA (EC) é permanente, razão
pela qual pode, a qualquer momento, ser efetuada uma nova modificação constitucional, des-
de que respeitado o devido processo legislativo constitucional capitulado no art. 6010 (se no
seu concurso cair processo legislativo, iremos juntos trabalhar este art. 60 no momento ade-
quado).
Por fim, a partir da promulgação da Emenda Constitucional 45, de 2004, o Brasil passou a admitir
ATOS INTERNACIONAIS EQUIVALENTES À EMENDA À CONSTITUIÇÃO, que são os tratados inter-
nacionais sobre direitos humanos incorporados ao ordenamento jurídico pátrio com força de emen-
da à Constituição. É o que prevê o § 3º do art. 5º: “os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
O Brasil já possui dois tratados internacionais sobre direitos humanos internalizados segundo o
quórum diferenciado do art. 5º, § 3º: 1) a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
e de seu Protocolo Facultativo, assinado em Nova Iorque, em 2007 (Decreto Legislativo n. 186, de
2008); e 2) o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas,
com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, concluído

8
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 64.
9
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
10
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 65.

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Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, celebrado em Marraqueche, em 2013


(Decreto Legislativo nº 261, de 2015).
Para facilitar nossa memorização quanto à estrutura da Constituição Federal de 1988, vamos a um
mapa mental. Aliás, você encontrará mapas mentais, esquemas e dicas durante todo nosso curso.
parte precedente
sintetiza valores
serve para orientar a interpretação
art. 5º, §3º ATOS INTERNACIONAIS = EC PREÂMBULO não possui força normativa (STF)
não é verdadeiramente uma norma constitucional

art. 60 não é de observância obrigatória


EC DE REFORMA não é utilizado como parâmetro de controle
procedimento
ESTRUTURA
permanente
DA CF 1988

corpo principal
art. 3º do ADCT
PARTE arts. 1º ao 250
procedimento único EC DE REVISÃO
DOGMÁTICA parâmetro de controle
6

realizar a transação entre Constituições


SERVE PARA
disciplinar provisoriamente certas matérias

normas do ADCT = normas da parte dogmática (não há hierarquia) ADCT

parâmetro de controle
não é obrigatória a existência

TUDO
NO
PDF
DO
LD
TRIPÉ DA APROVAÇÃO

DOUTRINA JURISPRUDÊNCIA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

DIREITO CONSTITUCIONAL
STF LER COM MUITA ATENÇÃO
ESSENCIAL 4ª EDIÇÃO

Conseguiu acompanhar todo o raciocínio até aqui? Espero que sim. Então prossigamos.
Agora que você já me conhece e entendeu o objeto de estudo da nossa querida disciplina,
vou apresentar-lhe o nosso curso de Direito Constitucional em 12 aulas, para Polícia Civil do
Estado de Minas Gerais, assim distribuídas:

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Conceito e Sentidos de Constituição
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Aula um – Conceito e Sentidos de Constituição;


Aula dois – Princípios Fundamentais;
Aula três – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais;
Aula quatro – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;
Aula cinco – Direitos Sociais;
Aula seis – Nacionalidade;
Aula sete – Direitos Políticos e Partidos Políticos;
Aula oito – Organização Político-Administrativa do Estado;
Aula nove – Repartição de Competências;
Aula dez – Administração Pública;
Aula onze – Funções Essenciais à Justiça;
Aula doze – Defesa do Estado e das Instituições Democráticas;
Está comigo até aqui? Espero que sim.
Lembre-se de que o Gran Cursos Online possui um fórum de dúvidas para que possamos
ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito Constitucional.
Gostaria de receber sua avaliação acerca das nossas aulas. Isso é muito importante para
nós.
Então vamos ao estudo do tema Conceito e Sentidos de Constituição.
Espero tê-lo(a) como aluno(a). Conte sempre conosco. Fique com Deus, forte abraço e
bons estudos.

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Conceito e Sentidos de Constituição
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CONCEITO E SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO


Meu(minha) aluno(a), como está?
A Constituição Federal, objeto de estudo do Direito Constitucional, é uma norma jurídica
suprema que cria o Estado, organizando os seus elementos constitutivos (povo, território, go-
verno, soberania e finalidade), perfazendo sua lei fundamental.

CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

Sistema unitário e harmônico de normas jurídicas que cria o


Estado, regulamentando a forma de Estado, a forma de governo,
o sistema de governo, o regime de governo, o modo de aquisição
e exercício do poder estatal, o estabelecimento de seus órgãos,
os limites de sua ação e os direitos e garantias fundamentais.

Podemos citar, ainda, a título de complemento, outros conceitos trazidos pela doutrina
constitucionalista.
Segundo José Afonso da Silva11, Direto Constitucional é “o ramo do Direito Público que
expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
Por seu turno, Manoel Gonçalves Ferreira Filho12 define Direito Constitucional como “o co-
nhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental do Estado. Isto é, conheci-
mento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do governo, ao
modo de aquisição, exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e aos limites de
sua ação”.
Já Uadi Lammêgo Bulos13 observa que o Direito Constitucional “é a parcela da ordem jurídi-
ca que compreende a ordenação sistemática e racional de um conjunto de normas supremas
encarregadas de organizar a estrutura do Estado e delimitar as relações de poder”.

Importante dizer que a Constituição pode ser conceituada, ainda, por uma perspectiva ma-

terial e uma perspectiva formal.

11
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 34.
12
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 16.
13
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 2.

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Sob o ponto de vista material, Paulo Bonavides14 diz que a Constituição é “o conjunto de

normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao exercício da au-

toridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, tanto individuais como sociais”.

Perceba que nessa visão material, Constituição engloba apenas as normas materialmente

constitucionais.

Sylvio Motta15, por sua vez, conceitua a Constituição sob a perspectiva formal. Para ele,

Constituição é o “conjunto de normas e princípios, escritos ou costumeiros, que estabelece e

disciplina os modos de aquisição, exercício e perda do poder, a forma de Estado, a forma de go-

verno, o regime de governo, a separação dos poderes, os órgãos estatais e seu funcionamento,

as finalidades para a atuação do Estado, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do

homem e as garantias que os asseguram, bem como qualquer outro assunto considerado dig-

no de previsão constitucional, a exemplo do meio ambiente, da ordem econômica e da ordem

social”. Nessa visão mais ampla, a Constituição engloba tanto as normas materialmente cons-

titucionais, bem como as normas formalmente constitucionais.

Mais a frente, ao tratar da diferença entre leis constitucionais e Constituição, no contexto

do sentido político de Constituição, vou diferenciar normas formalmente constitucionais de

normas materialmente constitucionais.

Dito isso, a depender do prisma pelo qual se observa, a Constituição pode assumir três sen-

tidos diferentes: o sociológico, o político e o jurídico. Além disso, ainda falaremos do sentido

culturalista que é uma síntese dos demais. Passemos, a partir de agora, a delinear as peculia-

ridades de cada um dos Sentidos de Constituição (também conhecidos como Concepções de

Constituição).

14
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 80.
15
MOTTA FILHO, Sylvio Clemente da. Direito constitucional: teoria, jurisprudência e questões. 22. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010. p. 18.

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1. Sentido Sociológico

Ferdinand Lassalle, em sua obra A Essência da Constituição, revelou os fundamentos so-


ciológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição real (ou
material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma nação,
quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.

É importante saber o nome do doutrinador e de sua obra.

DICA DO LD
Lassalle com dois S – idealizador do sentido Sociológico.

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Ele defende que coexistem, no Estado, duas espécies de Constituição: a Constituição escri-
ta (também chamada de formal ou jurídica) e a Constituição real (ou material).
A Constituição real para Lassalle não seria propriamente uma norma jurídica, mas um fato
social.
Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o
processo político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
Na visão sociológica defendida por Lassalle, em um possível conflito entre a Constituição
jurídica (escrita) e a Constituição real, sempre prevalecerá a Constituição real.
Observe que interessante a metáfora que Lassalle usa em sua obra, para explicar sua teo-
ria:

Podem meus ouvintes plantar no seu quintal uma macieira e segurar no seu tronco um papel que
diga: ‘Esta árvore é uma figueira’. Bastará esse papel para transformar em figueira o que é macieira?
Não, naturalmente. E embora conseguissem que seus criados, vizinhos e conhecidos, por uma razão
de solidariedade, confirmassem a inscrição existente na árvore, a planta continuaria sendo o que
realmente era e, quando desse frutos, estes destruiriam a fábula, produzindo maçãs, e não figos.
O mesmo ocorre com as Constituições. De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se
não se justificar pelos fatores reais e efetivos do poder.

Veja como isso é cobrado em prova.

Questão 1 (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção


sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o re-
gem, sendo, portanto, real e efetiva.

Certo.
Exatamente isso que defende Lassalle!!!

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Questão 2 (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos


fatores reais do poder em uma sociedade.

Certo.
Esse é o ponto central da teoria defendida por Lassalle.

Questão 3 (DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2006) Ferdinand Lassalle, seguidor do conceito


sociológico, reconhece a Constituição como um instrumento jurídico dotado de força normativa.

Errado.
Para Lassalle, a Constituição escrita é mera folha de papel, não possuindo, portanto, força nor-
mativa, ou seja, não é capaz de condicionar a atuação do Estado.

Questão 4 (2019/INSTITUTO QUADRIX/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SER-


GIPE/FARMACÊUTICO FISCAL) Na visão sociológica de Lassale, em um possível conflito en-
tre a Constituição jurídica e a Constituição real, esta última prevalecerá.

Certo.
É isso que defende Lassalle.

Percebeu como as bancas cobram o assunto? É exatamente da maneira cirúrgica que trou-
xemos. Vejamos agora o sentido político de Constituição.

2. Sentido Político

Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Constituição significa a
decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a forma de existência
do Estado.

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DICA DO LD
Schmitt com dois T – idealizador do sentido Politíco.

Assim, a Constituição representa o resultado da vontade política fundamental do Poder

Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado, tais como forma

de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo, separação dos Po-

deres, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização dos Poderes etc.

Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional,

haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à

estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado, haveria normas

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que não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para

adquirir maior estabilidade jurídica.

Aliás, é importante dizer, desde logo, que essas ideias se identificam com uma dicotomia

muito difundida na doutrina moderna que distingue normas materialmente constitucionais de

normas formalmente constitucionais.

As normas materialmente constitucionais (que seriam aquilo que Schmitt chama de Cons-

tituição) são aquelas que tratam de temas notoriamente constitucionais como os direitos e

garantias fundamentais, a organização do Estado, a separação de Poderes, o modo de aquisi-

ção e exercício do poder. São normas que sempre estarão nos textos constitucionais porque

se ligam à estruturação do Estado.

Por sua vez, normas formalmente constitucionais (leis constitucionais segundo Schmitt)

são todas aquelas inseridas no texto constitucional independentemente do seu conteúdo.

Dito isso, vamos fazer juntos algumas questões para sairmos do mundo das ideias e pisar-

mos em solo firme!

Questão 5 (PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de Constituição,

elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito a uma

decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder constituinte.

Certo.
É isso o que defende Carl Schmitt. Levem exatamente essa ideia para a prova. Constituição é
igual à decisão política fundamental.

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Questão 6 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido sociológico defendido


por Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto de uma decisão política.

Errado.
Quem defende que a Constituição é uma decisão política fundamental é Carl Schmitt, no sen-
tido político de Constituição.

Questão 7 (STN/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2005) Na concepção de consti-


tuição em seu sentido político, formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito
de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que
se materializa a decisão política fundamental do Estado.

Errado.
Não há uma identidade entre o conceito de Constituição e o conceito de leis constitucionais.
É na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As outras nor-
mas inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental são
apenas leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente constitu-
cionais).

Questão 8 (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO


FISCAL) Na visão política de Carl Schmitt, é considerado como Constituição tudo o que for-
malmente nela se encontre, independentemente de cuidar ou não de matéria propriamente
constitucional.

Errado.
De acordo com o que ensinamos, Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para
ele, no texto constitucional, haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política,

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pois dizem respeito à estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. (aqui-
lo que ele chamou de Constituição). Por outro lado, haveria normas que não apresentam essa
relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para adquirir maior estabilidade
jurídica (as leis constitucionais).

É atribuído, ainda, a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição. Segundo Schmitt, a Cons-
tituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar a separação de
poderes; e 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.
Tem que saber o nome

Obra: A Essência da Constituição


SS – sociológico Fundamentos sociológicos das Constituições: fatores
reais de poder (econômico, político, religioso, militar)
ou CONCEPÇÕES
SOCIOLÓGICO FERDINAND LASSALLE Constituição real: somatório dos fatores reais de poder
Constituição escrita: mera folha de papel
Metáfora da figueira e da macieira
SENTIDOS DE
CONSTITUIÇÃO

TT – político
Obra: Teoria da Constituição

POLÍTICO CARL SCHMITT Constituição: decisão política fundamental


Constituição (Títulos I a IV) x Leis Constitucionais (art. 242, § 2°)

estabelecida na forma escrita


contemplasse a separação dos
Conceito ideal de Constituição poderes
consagrasse direitos e garantias
fundamentais

Agora, vejamos o sentido jurídico de Constituição.

3. Sentido Jurídico

O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra A Teoria Pura do Direito, em
que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à es-
truturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político,
servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

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Perceba o nome da obra: A Teoria Pura do Direito. Esse dado é importante para entender
sua teoria.
Hans Kelsen considera a Constituição como uma norma jurídica pura, sem qualquer cono-
tação sociológica, política ou filosófica.
Muito embora reconheça a relevância dos fatores reais de poder na condução da vida po-
lítica de um Estado, Kelsen defendeu que o seu estudo não compete ao operador do Direito,
mas ao sociólogo, ao filósofo etc. Nisso consistia sua Teoria Pura do Direito: afastar a ciência
jurídica de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.
Por tudo isso, ficou fácil perceber que a concepção jurídica de Constituição de Kelsen sur-
ge exatamente para se contrapor à posição sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.
Kelsen cria o que se denomina dogmático-positivismo kelseniano, colocando a Consti-
tuição no ápice do sistema jurídico, acima de todas as demais leis. Vejamos graficamente a
pirâmide normativa defendida por Kelsen.

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NFH
(cumpra-se a Constituição) Normas constitucionais e tratados internacionais sobre direitos humanos
com força de emenda (art. 5º, § 3º) - BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE

Atos normativos primários: atos normativos supralegais (tratados inter-


nacionais sobre direitos humanos sem força de emenda), demais tratados
internacionais, leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos legislativos, resoluções (art. 59), decretos autônomos
(art. 84, VI), regimento da Câmara dos Deputados (art. 51, III), regimento do
Senado Federal (art. 52, XII), regimento dos Tribunais (art. 96, I, a).

Atos normativos secundários: decretos regulamentares (art. 84, IV), porta-


rias, circulares, instruções, pareceres etc.

Figura: Escalonamento Normativo ou Pirâmide Normativa

A Constituição, sob a ótica jurídica, é vista como um sistema unitário e harmônico de


normas jurídicas fundamentais à estruturação do Estado e paradigma de validade de todo o
ordenamento jurídico.
Agora, sente firme em sua cadeira e aperte o cinto, porque vamos entrar em uma área de
turbulência.
Kelsen desenvolveu dois sentidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o
sentido jurídico-positivo.
Em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental hipotética (NFH),
cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição em sentido jurídico-positivo.
Kelsen não admitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole socioló-
gica, política ou filosófica (lembra da ideia da Teoria Pura do Direito?). Assim, foi obrigado a
desenvolver um fundamento jurídico para a Constituição, o que denominou de norma funda-
mental hipotética, também chamada de norma pensada ou pressuposta, que existe apenas
para servir de pressuposto de validade das normas constitucionais.

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A norma fundamental hipotética determina a observância da Constituição Federal. Tra-


duz-se em um verdadeiro comando de “cumpra-se a Constituição” (conforme citado na figura
acima).
Por outro lado, em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma jurí-
dica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.
As normas infraconstitucionais (aquelas que estão abaixo da Constituição) só existem e
são aptas a produzir os seus efeitos no mundo jurídico se forem compatíveis com a Constitui-
ção, ou seja, a Constituição, como norma fundamental dotada de supremacia, é o paradigma
de validade para toda a produção normativa subsequente.
Com isso, surge um ordenamento jurídico (conjunto de normas) unitário e harmônico, con-
cebido de forma escalonada, o chamado escalonamento normativo, também conhecido como
pirâmide normativa (figura acima).
O escalonamento normativo kelseniano pressupõe que uma norma jurídica inferior se fun-
damente na norma jurídica superior, de modo que a lei possua como fundamento de validade a
Constituição Federal, e que esta, por sua vez, se apoie na norma fundamental hipotética.
Tudo bem até aqui? Prepare-se, então, para aterrissar. Façamos agora questões comenta-
das para aferir nosso conhecimento.

Questão 9 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido jurídico, a Constituição


não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Certo.
Essa é a ideia principal da “Teoria Pura do Direito”.

Questão 10 (MTE/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/2003) Para Hans Kelsen, a norma


fundamental, fato imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, seria a
Constituição em seu sentido lógico-jurídico.

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Certo.
O fato imaterial é justamente a norma fundamental hipotética, que é a Constituição em sentido
lógico-jurídico. É imaterial porque não existe no mundo real, sendo uma premissa criada so-
mente para fundamentar a existência da Constituição em sentido jurídico-positivo, esta, sim,
palpável e concreta.

Questão 11 (STF/ANALISTA/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e


reproduzida, com adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positi-
vo. São Paulo: Atlas, p. 41...). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição
tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição sig-
nifica norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto
de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto
afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico.

Certo.
Exatamente nossa explicação sobre o sentido jurídico de Constituição.

Para terminar, vamos ao sentido culturalista, que é pouco citado, mas pode ser cobrado na
sua prova.

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4. Sentido Culturalista

Além dos clássicos sentidos sociológico, político e jurídico, podemos, ainda, trazer, o sen-
tido culturalista de Constituição desenvolvido por J. H. Meirelles Teixeira.
Para o autor, o sentido culturalista engloba os sentidos sociológico, político e jurídico, an-
tes estudados.
Defende Meirelles Teixeira que a Constituição é fruto de um fato cultural, ou seja, é produ-
zida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade.
Esse sentido culturalista conduz ao conceito de Constituição total ou integral, que con-
siste justamente na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos e econômicos que
conformam a Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.

Questão 12 (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO


FISCAL) O sentido culturalista da Constituição congrega seus sentidos sociológicos, políticos
e jurídicos, vendo, na Carta, um fato cultural que submete e subordina a sociedade, que não
tem poderes de nela influir

Errado.
Conforme dito, defende Meirelles Teixeira que a Constituição é fruto de um fato cultural, ou
seja, é produzida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade.

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Vamos a um mapa mental para facilitar nossa vida!

Obra: A Teoria Pura do Direito


Constituição é uma norma jurídica
pura com plena força normativa
HANS KELSEN Kelsem X Lassalle
JURÍDICO
sentido lógico-jurídico (NFH) X
sentido jurídico-positivo (funda-
mento de validade)
Pirâmide normativa
SENTIDO DE
CONSTITUIÇÃO
Engloba os demais sentidos
Constituição é fruto de um ato cultural

J. H. MEIRELLES TEIXEIRA Constituição influi na sociedade e é por


CULTURALISTA ela influenciada
Constituição total ou integral (congrega
os aspectos; sociais, políticos, jurídicos e
econômicos)

Compreendeu?

5. Concepções Modernas de Constituição

5.1. Força Normativa da Constituição


Konrad Hesse colaborou significativamente para a consolidação da suprema­cia consti-
tucional, a partir da divulgação de suas ideias contidas em sua obra “A Força Normativa da
Constituição”, que se contrapõem as propostas pugnadas por Ferdinand Lassalle.
Como visto, a visão sociológica de Lassalle negava força normativa à Consti­tuição jurídi-
ca, e, por via de consequência, negava sua supremacia formal, pois, no seu entender, caberia
à Constituição, tão somente, a expressão dos “fatores reais do poder” que regem um Estado.
Para Hesse, a Constituição jurídica não configura apenas a representação dos “fatores
reais do poder”. Significa mais do que o simples reflexo das forças sociais e políticas. A Cons-
tituição jurídica possui força ativa capaz de condicionar a rea­lidade política e social de um
Estado, o que denominou de “força normativa da Constituição”.

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Conceito e Sentidos de Constituição
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A Constituição, segundo Hesse, possui força normativa se os mandamentos constitucio-


nais forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor deno-
mina de “vontade de Constituição”.
Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é con­dicionada pela
realidade político-social. Também concorda que a pretensão de eficácia da Constituição so-
mente será realizada se se levar em conta essa realidade. Outrossim, não concorda quando
Lassalle conceitua a Constituição jurídica como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é in-
concebível reduzi-la à simples função de justificar as relações de poder dominantes.
Segundo a visão de Hesse, a Constituição jurídica e a Constituição sociológica estão em
relação de coordenação, condicionando-se mutuamente. No entanto, em caso de eventual
conflito entre ambas, a Constituição jurídica deve prevalecer, uma vez que dotada de força
normativa própria.

5.2. Constituição Simbólica


O modelo de Constituição simbólica foi elaborado pelo professor Marcelo Neves. Segun-
do o autor, Constituição simbólica, em breve resumo, é aquela que exagera na quan­tidade
de normas programáticas, deixando, com isso, de ter compromisso com a realidade social
(exemplos: o princípio fundamental da razoável duração do processo; o objetivo fundamental
de construção de uma sociedade livre, justa e solidária; os diverso direitos “assegurados” pelo
salário mínimo etc.).

5.3. Constituição Aberta


Peter Häberle, em sua obra Hermenêutica Constitucional. Sociedade Aberta dos Intérpretes
da Constituição: contribuição para a Interpretação Pluralista e Pro­cedimental da Constituição,
defende que a interpretação constitucional deve ser levada a cabo pela sociedade aberta e não
apenas pelos operadores oficiais. Na sociedade aberta vislumbrada por Häberle, os indivídu-
os, mais do que destinatários da norma constitucional, são autênticos intérpretes, pois, todo
aquele que vive a Constituição é um intérprete constitucional, especialmente se se considerar
que o titular do poder constituinte originário é o povo. Segundo o autor, a Constituição tem
conteúdo dinâmico e aberto, para que se adapte às novas expectativas e necessidades dos
cidadãos.

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Como exemplo de um conteúdo aberto na nossa Constituição Federal, podemos citar a in-
terpretação a ser dada ao conceito de entidade familiar. Da leitura do art. 226, da CF/1988, ex-
traímos, em interpretação autêntica contextual (realizada pela própria Constituição), que se en-
tende como entidade familiar a reunião entre um homem e uma mulher, bem como a sociedade
monoparental (formada pelo pai e filhos ou mãe e filhos). Assim, a partir de uma interpretação
fechada da Constituição, não seria considerada família, a exigir especial proteção do Estado, a
reunião entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, essa visão restritiva não encontra amparo
na realidade social atual. Para adaptar a Constituição às novas expectativas da sociedade, o
STF, considerando o caráter aberto das normas constitucionais, interpretou ampliativamente o
conceito de entidade familiar para, também, considerar a união entre pessoas do mesmo sexo.
Compreendeu?

DICA DO LD
1) A ideia de Constituição Aberta está ligada ao seu conteúdo
dinâmico e aberto, que se adapte às novas expectativas e ne-
cessidades dos cidadãos.
2) A Constituição Aberta tem a possibilidade de permanecer
dentro do seu tempo, evitando o desmoronamento de sua for-
ça normativa.
3) Peter Häberle propõe uma interpretação aberta da Cons-
tituição, em que os indivíduos, mais do que destinatários da
norma constitucional, são autênticos intérpretes, pois, todo
aquele que vive a Constituição é um intérprete constitucional.

Como fechamento da nossa aula, quero trazer dois lembretes: 1) o Gran Cursos Online
possui um fórum de dúvidas para que possamos ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito
Constitucional; 2) gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa aula. Isso é muito impor-
tante para nós.
É isso! Você está comigo até aqui? Então, a partir de agora, faça as questões propostas
para aferir o seu conhecimento.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos.

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RESUMO
Conceito e Sentidos de Constituição

Conceito de Constituição: sistema unitário e harmônico de normas jurídicas que cria o


Estado, regulamentando a forma de Estado, a forma de governo, o sistema de governo, o regi-
me de governo, o modo de aquisição e exercício do poder estatal, o estabelecimento de seus
órgãos, os limites de sua ação e os direitos e garantias fundamentais.
Sentido Sociológico: Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, reve-
lou os fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele,
a Constituição real seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma
nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc. Já a Constitui-
ção escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o processo político por
não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a Constituição real resultan-
te do somatório dos fatores reais de poder.
Sentido Político: Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Constitui-
ção significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a forma
de existência do Estado. É atribuído, ainda, a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição ela-
borado no séc. XIX. Segundo Schmitt, a Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma
escrita; 2) deve contemplar a separação de poderes; e 3) deve garantir as liberdades públicas
e os direitos individuais.
Sentido Jurídico: o sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria
Pura do Direito”, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o
processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.
Sentido culturalista: desenvolvido por J. H. Meirelles Teixeira, defende que a Constituição é
fruto de um fato cultural, ou seja, é produzida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influen-
ciar a vida em comunidade. Esse sentido culturalista conduz ao conceito de Constituição total
ou integral, que consiste justamente na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos e
econômicos que conformam a Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes
manifestações sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda um
Estado.

Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
e) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.

Questão 2 (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção


sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o re-
gem, sendo, portanto, real e efetiva.

Questão 3 (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos


fatores reais do poder em uma sociedade.

Questão 4 (TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção sociológica, elaborada por


Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de
poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o
ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Questão 5 (TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O sentido sociológico da Constituição


como uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na organização dos fatores reais
do poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa da Constituição,

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segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e ao

império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por sobre

o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se à censura

jurídica do Poder Judiciário.

Questão 6 (DPU/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo constituição

possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo

fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio

do sentido

a) culturalista.

b) sociológico.

c) político.

d) filosófico.

e) jurídico.

Questão 7 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um

Estado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não

ocorra, ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel.

Questão 8 (POLÍCIA CIVIL-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de

Constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que di-

zem respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular

do poder constituinte.

Questão 9 (ANTT/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Em sentido jurídico, a constituição

é considerada norma pura, puro dever ser.

Questão 10 (INÉDITA) Considerando as diferentes concepções de Constituição, analise as

manifestações sobre o tema a seguir:

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Conceito e Sentidos de Constituição
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I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política
ou filosófica.

É correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassalle e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.

Questão 11 (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO/PROCU-


RADOR/2018) No tocante ao tema conceito de constituição, existem pensadores e doutrina-
dores que formularam concepções de constituição segundo seus diferentes sentidos. Con-
sequentemente, é correto afirmar que Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão
ligados às concepções de constituição, respectivamente, nos sentidos:
a) substancial, material e formal.
b) sociológico, político e jurídico.
c) pluralista, social e transcendental.
d) pactual, contratualista e compromissório.
e) ideológico, garantista e positivista.

Questão 12 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ/JUIZ/2017/ADAPTADA) Em sentido so-


ciológico, a Constituição deve ser entendida como a norma que se refere à decisão política
estruturante da organização do Estado.

Questão 13 (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁ-


RIO/ADAPTADA) Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores
reais de poder em uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva
e a constituição jurídica.

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Questão 14 (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE/DEFENSOR


PÚBLICO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Consoante Hans Kelsen, a concepção jurídica de
Constituição a concebe como a norma por meio da qual é regulada a produção das normas
jurídicas gerais.

Questão 15 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/AGENTE ADMINIS-


TRATIVO/2013) Na concepção sociológica de constituição, constituição e lei constitucional
têm a mesma acepção.

Questão 16 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDE-


RAL/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em
uma sociedade.

Questão 17 (BANCO DA AMAZÔNIA S.A./TÉCNICO CIENTÍFICO/2012) Consoante a con-


cepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder
que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.

Questão 18 (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO/TÉCNICO JUDICIÁ-


RIO/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser conside-
rada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais
que constituem o poder.

Questão 19 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Cons-


tituição, em sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos
fatores reais de poder que regem um determinado Estado.

Questão 20 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Em sen-


tido político, Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans
Kelsen.

Questão 21 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Segun-


do a concepção de Hans Kelsen, a Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma
hipotética fundamental.

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Questão 22 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Cons-
tituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a
forma de existência do Estado.

Questão 23 (INÉDITA) O conceito ideal de Constituição é atribuído à Ferdinand Lassale.

Questão 24 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011)


A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como
sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política,
econômica e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Questão 25 (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/EXECUTIVO PÚBLI-


CO/2011) “De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos
fatos reais e efetivos do poder. Os problemas constitucionais não são problemas de direito,
mas do poder, a verdadeira constituição de um país somente tem por base os fatores reais
e efetivos do poder que naquele país reagem, e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade
social.” O texto citado é de autoria de Ferdinand Lassale, doutrinador clássico do Direito Cons-
titucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto
a) jurídico.
b sociológico.
c) histórico.
d) da inconstitucionalidade.
e) político.

Questão 26 (MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITU-


TO/2010/ADAPTADA) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica
da constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico,
em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico-positivo, ou seja,
a norma positivada.

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Questão 27 (SECRETARIA DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL/ATENDENTE DE REINTE-


GRAÇÃO SOCIAL/2010) Hans Kelsen sempre defendeu que o estudo dos fatores sociais em
uma dada sociedade não compete ao jurista e que a Constituição é considerada norma pura,
puro dever-ser. Com base na classificação das constituições, é correto afirmar que Hans Kel-
sen está associado à teoria da constituição em seu sentido
a) político.
b) jurídico.
c) sociológico.
d) dogmático.
e) literal.

Questão 28 (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATI-


VO/2010) O termo constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a
constituição é norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais,
considera-se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

Questão 29 (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No


sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filo-
sófica.

Questão 30 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitu-
cional, pois refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à
estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto
leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de
decisão política fundamental.

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Questão 31 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real
seria o somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não
teria mais legitimidade.

Questão 32 (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO/ANALIS-


TA/2006/ADAPTADA) Na concepção sociológica, defendida por Ferdinand Lassale, a Cons-
tituição seria o resultado de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos
fatos sociopolíticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de deter-
minado Estado.

Questão 33 (AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA ADMINISTRATI-


VO/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele
segundo o qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico-consti-
tucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

Questão 34 (CÂMARA MUNICIPAL DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) Diversos dou-


trinadores são responsáveis pela formulação de conceitos de Constituição, tendo por base dis-
tintas concepções. Dentre elas, podem ser mencionadas, as seguintes: (i) “A Constituição seria
a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade” e (ii) “Constituição represen-
ta a decisão política do titular do poder constituinte.”. Assim sendo, assinale a alternativa que
indica, correta e respectivamente, os autores dessas duas concepções.
a) Hans Kelsen e J.J. Gomes Canotilho.
b) Carl Schmitt e Hans Kelsen.
c) Ferdinand Lassale e Carl Schmitt.
d) Hans Kelsen e Ferdinand Lassale.
e) Konrad Hesse e Carl Schmitt.

Questão 35 (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os
fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

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Questão 36 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Questão 37 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as
Leis Constitucionais.

Questão 38 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do
poder constituinte originário.

Questão 39 (INÉDITA) No sentido político defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é


fruto de uma decisão política fundamental.

Questão 40 (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui
o mesmo status das demais leis.

Questão 41 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

Questão 42 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra A
Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o
processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

Questão 43 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição significa a norma funda-


mental hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

Questão 44 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma jurí-


dica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.

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Questão 45 (INÉDITA) No sentido jurídico, a Constituição fundamenta-se em aspectos socio-


lógicos, políticos e filosóficos.

Questão 46 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.

Questão 47 (INÉDITA) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por


Carl Schmitt, o autor defende que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão polí-
tica fundamental do Estado.

Questão 48 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen buscou aproximar o


Direito de juízos de ordem moral, política, social e filosófica.

Questão 49 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen contrapôs-se às


ideias defendidas por Ferdinand Lassale.

Questão 50 (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sen-
tidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.

Questão 51 (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não ad-
mitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou
filosófica.

Questão 52 (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Consti-
tuição corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas
do ordenamento jurídico.

Questão 53 (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instaura-
dor do processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido lógico-
-jurídico.

Questão 54 (INÉDITA) A Constituição é considerada norma pura. A palavra Constituição tem


dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa

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norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da


validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto de
normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.

Questão 55 (2022/CRMV-SP/ANALISTA DE SUPORTE DE GESTÃO DE ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA) A constituição em sentido material é o conjunto das normas elaboradas pelo poder
constituinte, agregadas pelo poder de reforma constitucional e dotadas de hierarquia consti-
tucional.

Questão 56 (2022/CRMV-PR/ADVOGADO/ADAPTADA) O “neoconstitucionalismo” possui


como premissa a ideia de Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ter
papel central, colorindo com seu espírito a interpretação de todas as demais normas.

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GABARITO
1. e 28. e 55. E
2. C 29. C 56. C
3. C 30. E
4. C 31. E
5. C 32. E
6. e 33. E
7. E 34. c
8. C 35. E
9. C 36. E
10. b 37. C
11. b 38. C
12. E 39. E
13. E 40. E
14. C 41. E
15. E 42. E
16. C 43. E
17. C 44. C
18. C 45. E
19. C 46. E
20. E 47. E
21. E 48. E
22. C 49. C
23. E 50. E
24. C 51. C
25. b 52. E
26. E 53. E
27. b 54. C

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

GABARITO COMENTADO
Questão 1 (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes
manifestações sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda um
Estado.

Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
e) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.

Letra e.
O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já o
item II cuida do sentido político de Constituição atribuído a Carl Schmitt.

Questão 2 (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção


sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o re-
gem, sendo, portanto, real e efetiva.

Certo.
É exatamente o sentido sociológico de Constituição proposto por Ferdinand Lassalle.

Questão 3 (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos


fatores reais do poder em uma sociedade.

Certo.
É ponto central do sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle.

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Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

Questão 4 (TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção sociológica, elaborada por


Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de
poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o
ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Certo.
Exatamente isso!

Questão 5 (TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O sentido sociológico da Constituição


como uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na organização dos fatores reais
do poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa da Constituição,
segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e ao
império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por sobre
o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se à censura
jurídica do Poder Judiciário.

Certo.
A questão retrata justamente a contraposição de ideias propostas por Ferdinand Lassalle (sen-
tido sociológico) e Hans Kelsen (sentido jurídico).

Questão 6 (DPU/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo constituição


possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio
do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

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Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

Letra e.
Hans Kelsen, no sentido jurídico, defende que a Constituição é norma jurídica pura, ou seja, sem
influência sociológica, política, filosófica, enfim, sem interferência de assuntos extrajurídicos.

Questão 7 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um


Estado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não
ocorra, ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel.

Errado.
Quem disse isso foi Ferdinand Lassalle. Percebeu a importância de conhecer o autor da teoria?

Questão 8 (POLÍCIA CIVIL-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de


Constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que di-
zem respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular
do poder constituinte.

Certo.
Exatamente conforme explanamos.

Questão 9 (ANTT/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Em sentido jurídico, a constituição


é considerada norma pura, puro dever ser.

Certo.
É o que defende Hans Kelsen.

Questão 10 (INÉDITA) Considerando as diferentes concepções de Constituição, analise as


manifestações sobre o tema a seguir:

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Conceito e Sentidos de Constituição
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I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política
ou filosófica.

É correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassalle e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.

Letra b.
O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já o
item II cuida do sentido jurídico de Constituição atribuído a Hans Kelsen.

Questão 11 (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO/PROCU-


RADOR/2018) No tocante ao tema conceito de constituição, existem pensadores e doutrina-
dores que formularam concepções de constituição segundo seus diferentes sentidos. Con-
sequentemente, é correto afirmar que Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão
ligados às concepções de constituição, respectivamente, nos sentidos:
a) substancial, material e formal.
b) sociológico, político e jurídico.
c) pluralista, social e transcendental.
d) pactual, contratualista e compromissório.
e) ideológico, garantista e positivista.

Letra b.
Conforme ensinamos, Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às concep-
ções de constituição, respectivamente, nos sentidos sociológico, político e jurídico.

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Questão 12 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ/JUIZ/2017/ADAPTADA) Em sentido so-


ciológico, a Constituição deve ser entendida como a norma que se refere à decisão política
estruturante da organização do Estado.

Errado.
Segundo a concepção sociológica, a Constituição de um país consiste na soma dos fatores
reais do poder que o regem.

Questão 13 (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁ-


RIO/ADAPTADA) Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores
reais de poder em uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva
e a constituição jurídica.

Errado.
Na concepção sociológica, Ferdinand Lassale defende que coexistem, no Estado, duas es-
pécies de Constituição: a Constituição escrita (também chamada de formal ou jurídica) e a
Constituição real (ou material). A Constituição real para Lassalle não seria propriamente uma
norma jurídica, mas um fato social. Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa. Quem determi-
na o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.

Questão 14 (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE/DEFENSOR


PÚBLICO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Consoante Hans Kelsen, a concepção jurídica de
Constituição a concebe como a norma por meio da qual é regulada a produção das normas
jurídicas gerais.

Certo.
Para Kelsen, a Constituição em seu sentido jurídico-positivo corresponde à norma jurídica su-
prema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico. As normas

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infraconstitucionais (aquelas que estão abaixo da Constituição) só existem e são aptas a pro-
duzir os seus efeitos no mundo jurídico se forem compatíveis com a Constituição, ou seja,
a Constituição, como norma fundamental dotada de supremacia, é o paradigma de validade
para toda a produção normativa subsequente.

Questão 15 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/AGENTE ADMINIS-


TRATIVO/2013) Na concepção sociológica de constituição, constituição e lei constitucional
têm a mesma acepção.

Errado.
Ferdinand Lassale não defende isso.

Questão 16 (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDE-


RAL/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em
uma sociedade.

Certo.
É o que defende Ferdinand Lassale.

Questão 17 (BANCO DA AMAZÔNIA S.A./TÉCNICO CIENTÍFICO/2012) Consoante a con-


cepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder
que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.

Certo.
Exatamente o que diz Ferdinand Lassale.

Questão 18 (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO/TÉCNICO JUDICIÁ-


RIO/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser considerada

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legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais que
constituem o poder.

Certo.
A Constituição real (ou material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder
que regem uma nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.

Questão 19 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Cons-


tituição, em sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos
fatores reais de poder que regem um determinado Estado.

Certo.
Exatamente isso.

Questão 20 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Em sen-


tido político, Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans
Kelsen.

Errado.
O sentido político de Constituição foi defendido por Carl Schmitt.

Questão 21 (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Segun-


do a concepção de Hans Kelsen, a Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma
hipotética fundamental.

Errado.
A norma fundamental hipotética é a Constituição no sentido lógico-jurídico.

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Questão 22 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Cons-
tituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a
forma de existência do Estado.

Certo.
É exatamente o que defende Carl Schmitt.

Questão 23 (INÉDITA) O conceito ideal de Constituição é atribuído à Ferdinand Lassale.

Errado.
É atribuído a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição elaborado no séc. XIX. Segundo
Schmitt, a Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar a
separação de poderes; 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.

Questão 24 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011)


A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como
sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política,
econômica e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Certo.
É o que defende Ferdinand Lassale.

Questão 25 (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/EXECUTIVO PÚBLI-


CO/2011) “De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos
fatos reais e efetivos do poder. Os problemas constitucionais não são problemas de direito,
mas do poder, a verdadeira constituição de um país somente tem por base os fatores reais
e efetivos do poder que naquele país reagem, e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade

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social.” O texto citado é de autoria de Ferdinand Lassale, doutrinador clássico do Direito Cons-
titucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto
a) jurídico.
b sociológico.
c) histórico.
d) da inconstitucionalidade.
e) político.

Letra b.
Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os fundamentos socio-
lógicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição real (ou ma-
terial) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma nação, quais
sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.

Questão 26 (MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITU-


TO/2010/ADAPTADA) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica
da constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico,
em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico-positivo, ou seja,
a norma positivada.

Errado.
Esse é o conceito desenvolvido por Hans Kelsen.

Questão 27 (SECRETARIA DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL/ATENDENTE DE REINTE-


GRAÇÃO SOCIAL/2010) Hans Kelsen sempre defendeu que o estudo dos fatores sociais em
uma dada sociedade não compete ao jurista e que a Constituição é considerada norma pura,
puro dever-ser. Com base na classificação das constituições, é correto afirmar que Hans Kel-
sen está associado à teoria da constituição em seu sentido

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a) político.
b) jurídico.
c) sociológico.
d) dogmático.
e) literal.

Letra b.
O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria Pura do Direito”, em
que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à es-
truturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo político,
servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

Questão 28 (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATI-


VO/2010) O termo constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a
constituição é norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais,
considera-se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

Letra e.
Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma jurídica pura, sem
qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.

Questão 29 (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No


sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filo-
sófica.

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Certo.
Mais uma vez: Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma
jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.

Questão 30 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitu-
cional, pois refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à
estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto
leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de
decisão política fundamental.

Errado.
O conceito trazido corresponde ao sentido político de Constituição.

Questão 31 (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITU-


TO/2009/ADAPTADA) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real
seria o somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não
teria mais legitimidade.

Errado.
Quem diz isso é Ferdinand Lassale no sentido sociológico de Constituição.

Questão 32 (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO/ANALIS-


TA/2006/ADAPTADA) Na concepção sociológica, defendida por Ferdinand Lassale, a Cons-
tituição seria o resultado de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos
fatos sociopolíticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de deter-
minado Estado.

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Errado.
Na verdade, no sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em
uma sociedade.

Questão 33 (AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA ADMINISTRATI-

VO/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele

segundo o qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico-consti-

tucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

Errado.

Não é isso que defende Ferdinand Lassale. Para ele, a Constituição escrita seria uma “mera

folha de papel”, não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Quem determina o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos fatores

reais de poder.

Questão 34 (CÂMARA MUNICIPAL DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) Diversos dou-

trinadores são responsáveis pela formulação de conceitos de Constituição, tendo por base dis-

tintas concepções. Dentre elas, podem ser mencionadas, as seguintes: (i) “A Constituição seria

a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade” e (ii) “Constituição represen-

ta a decisão política do titular do poder constituinte.”. Assim sendo, assinale a alternativa que

indica, correta e respectivamente, os autores dessas duas concepções.

a) Hans Kelsen e J.J. Gomes Canotilho.

b) Carl Schmitt e Hans Kelsen.

c) Ferdinand Lassale e Carl Schmitt.


d) Hans Kelsen e Ferdinand Lassale.

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Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

e) Konrad Hesse e Carl Schmitt.


Letra c.
Segundo Ferdinand Lassale, “a Constituição seria a somatória dos fatores reais do poder den-
tro de uma sociedade”. Conforme Carl Schmitt, “Constituição representa a decisão política do
titular do poder constituinte”.

Questão 35 (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os
fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

Errado.
Na verdade, Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os funda-
mentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

Questão 36 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”,
não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Errado.
Foi Ferdinand Lassalle que nos apresentou essa ideia.

Questão 37 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as
Leis Constitucionais.

Certo.
Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional, have-
ria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à estrutura
do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado, haveria normas que
não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para adqui-
rir maior estabilidade jurídica.

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Questão 38 (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do
poder constituinte originário.
Certo.
Schmitt afirma que a Constituição representa o resultado da vontade política fundamental do
Poder Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado, tais como
forma de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo, separação dos
Poderes, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização dos Poderes etc.

Questão 39 (INÉDITA) No sentido político defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é


fruto de uma decisão política fundamental.

Errado.
Quem nos apresentou o sentido político foi Carl Schmitt.

Questão 40 (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui
o mesmo status das demais leis.

Errado.
Kelsen, ao criar o dogmático-positivismo kelseniano, colocando a Constituição no ápice do
sistema jurídico, acima das demais leis.

Questão 41 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

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Errado.
Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.

Questão 42 (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra
A Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

Errado.
Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.

Questão 43 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição significa a norma funda-


mental hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

Errado.
Na verdade, em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental hipotéti-
ca, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

Questão 44 (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma jurí-


dica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.

Certo.
Exatamente isso.

Questão 45 (INÉDITA) No sentido jurídico, a Constituição fundamenta-se em aspectos socio-


lógicos, políticos e filosóficos.

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Errado.
Na verdade, no sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica,
política ou filosófica.

Questão 46 (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental.

Errado.
Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Constituição significa a deci-
são política fundamental.

Questão 47 (INÉDITA) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por


Carl Schmitt, o autor defende que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão polí-
tica fundamental do Estado.

Errado.
É na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As outras normas
inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental são apenas
leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente constitucionais).

Questão 48 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen buscou aproximar o


Direito de juízos de ordem moral, política, social e filosófica.
Errado.
Muito embora reconheça a relevância dos fatores reais de poder na condução da vida política
de um Estado, Kelsen defendeu que o seu estudo não compete ao operador do Direito, mas ao
sociólogo, ao filósofo etc. Nisso consistia sua Teoria Pura do Direito: afastar a ciência jurídica
de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.

Questão 49 (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen contrapôs-se às


ideias defendidas por Ferdinand Lassale.

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Conceito e Sentidos de Constituição
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Certo.
A concepção jurídica de Constituição de Kelsen surge exatamente para se contrapor à posição
sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.

Questão 50 (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sen-
tidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.

Errado.
Essa ideia surge na concepção jurídica de Constituição de Kelsen.

Questão 51 (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não admitia
como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou filosófica.

Certo.
Kelsen não admitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica,
política ou filosófica (lembra-se da ideia da Teoria Pura do Direito?). Assim, foi obrigado a de-
senvolver um fundamento jurídico para a Constituição, o que denominou de norma fundamen-
tal hipotética, também chamada de norma pensada ou pressuposta, que existe apenas para
servir de pressuposto de validade das normas constitucionais.

Questão 52 (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Consti-
tuição corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas
do ordenamento jurídico.

Errado.
Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.

Questão 53 (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instaura-
dor do processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido lógico-
-jurídico.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos de Constituição
Luciano Dutra

Errado.
Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.

Questão 54 (INÉDITA) A Constituição é considerada norma pura. A palavra Constituição tem


dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição signi-
fica norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto
de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.

Certo.
É a doutrina ensinada por Hans Kelsen na obra Teoria Pura do Direito.

Questão 55 (2022/CRMV-SP/ANALISTA DE SUPORTE DE GESTÃO DE ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA) A constituição em sentido material é o conjunto das normas elaboradas pelo poder
constituinte, agregadas pelo poder de reforma constitucional e dotadas de hierarquia consti-
tucional.

Errado.
Este é o conceito de constituição formal, que elege como critério o processo de formação da
norma constitucional e não o seu conteúdo. Dessa forma, qualquer regra contida na Constitui-
ção Federal, independentemente do seu conteúdo, terá o caráter constitucional.

Questão 56 (2022/CRMV-PR/ADVOGADO/ADAPTADA) O “neoconstitucionalismo” possui


como premissa a ideia de Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ter
papel central, colorindo com seu espírito a interpretação de todas as demais normas.

Certo.
É exatamente isso.

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Luciano Dutra
Advogado da União desde 2009, com atuação no Supremo Tribunal Federal. Autor de livros. Professor de
Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames
de Ordem presenciais e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Graduado em Direito pela
Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado em
Ciências Militares.

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