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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Supremacia da Constituição

Livro Eletrônico
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LUCIANO DUTRA

Advogado da União desde 2009. Autor de livros


e articulista. Professor de Direito Constitucional
com ampla experiência em cursos preparatórios
para concursos públicos e Exames de Ordem
presenciais e on-line. Aprovado em diversos
concursos públicos. Comentarista jurídico de
revistas, jornais, sites e rádios. Graduado em
Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora
e pós-graduado em Direito Público. Graduado
e pós-graduado em Ciências Militares.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Supremacia da Constituição
Prof. Luciano Dutra

SUMÁRIO
Supremacia da Constituição..........................................................................5

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Supremacia da Constituição
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SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Querido(a) aluno(a), tudo bem?

Para estudarmos o Direito Constitucional, é importantíssimo entender a supre-

macia formal da nossa Constituição Federal em face de todo o ordenamento jurídico

infraconstitucional. Certo?

Sabemos que, quanto à alterabilidade, as Constituições podem ser classificadas

como imutáveis, rígidas, semirrígidas e flexíveis.

Nos Estados que adotam Constituições rígidas (como é o caso do Brasil), as

normas constitucionais só podem ser alteradas por um procedimento mais ri-

goroso do que aquele previsto para a alteração das demais normas infraconsti-

tucionais (estudaremos o processo de alteração da nossa Constituição Federal ao

tratarmos do Processo Legislativo).

Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por Hans Kelsen,

a Constituição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de fundamento de

validade para toda a produção normativa subsequente, ou seja, as normas consti-

tucionais possuem uma força destacada apta a condicionar a validade das normas

infraconstitucionais.
Como consequência dessa estrutura hierarquizada de normas, fala-se em su-
premacia formal das normas constitucionais em face das demais leis do orde-
namento jurídico.
Pode-se afirmar, portanto, que em um sistema jurídico dotado de supremacia
constitucional, todas as normas, constitucionais, independentemente de seu con-
teúdo, equivalem-se em termos de hierarquia (isso é muito importante) e são
dotadas de supremacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais.

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Como isso pode cair em concurso público? Vejamos.

Questão 1    (EXAME DA OAB/2004) Nos quadros da dogmática jurídica contem-


porânea, os princípios constitucionais que definem direitos fundamentais ocupam
o mesmo patamar hierárquico das normas constitucionais que regem o processo
legislativo.

Certo.
Você irá perceber que a fundamentação para responder a essa questão vale para as
demais questões do quadro. Conforme afirmamos, todas as normas constitucio-
nais equivalem-se em termos de hierarquia, independente de seu conteúdo.

Questão 2    (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2005) A norma constitucional que


prevê a liberdade de convicção religiosa tem maior hierarquia que a norma consti-
tucional que estabelece a imunidade tributária dos locais destinados a cultos reli-
giosos.

Errado.

Como dito, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hierarquia.

Questão 3    (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2005) Havendo colisão entre um prin-

cípio constitucional previsto no texto original da Constituição da República e um

princípio introduzido por emenda constitucional, deve prevalecer o primeiro.

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Errado.

É bem verdade que precisaríamos aprofundar um pouco mais no assunto sobre o

princípio da proporcionalidade para responder a essa questão. No entanto, valen-

do-se da premissa fixada de que todas as normas constitucionais se equivalem

em termos de hierarquia, já é possível, só por isso, verificar que o item está er-

rado. Por questões didáticas, deixemos o princípio da proporcionalidade para um

próximo momento.

Questão 4    (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) É prevalecente, na doutrina consti-

tucional brasileira, o entendimento de que as normas que consagram as cláusulas

pétreas estão em nível hierárquico superior às demais normas constitucionais.

Errado.

Mais uma vez, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hie-

rarquia.

A título de argumentação, em um Estado que adota uma Constituição do tipo

flexível, não se fala em supremacia formal da Constituição, porque não há

distinção entre os processos legislativos de elaboração das normas constitucio-

nais e das leis infraconstitucionais. Nesse sistema, as normas constitucionais são

dotadas, tão somente, de supremacia material (de conteúdo), devido à impor-

tância da matéria de que tratam.

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Questão 5    (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2003) A existência de su-


premacia formal da constituição independe da existência de rigidez constitucional.

Errado.
Como vimos, só se fala em supremacia formal da Constituição em Estados que
adotam a Constituição do tipo rígida.

Questão 6    (DEFENSOR PÚBLICO DO ACRE/2006) A supremacia da constituição


ocorre mesmo nas chamadas constituições flexíveis.

Errado.
Mais uma vez, para fixarmos definitivamente a ideia central: só se fala em supre-
macia formal da Constituição em Estados que adotam a Constituição do tipo rígida.

A consolidação da tese da supremacia formal da Constituição está intimamente


ligada às ideias propostas por Konrad Hesse, a partir da divulgação de sua obra
A Força Normativa da Constituição, que se contrapõem às ideias trazidas por
Ferdinand Lassalle.
Lembre-se do seguinte: Lassalle nega a existência de força normativa da
Constituição jurídica (também chamada por ele de Constituição escrita ou Consti-
tuição formal), e, por consequência, nega a possibilidade de supremacia formal do
seu texto, pois, no seu entender, caberia à Constituição apenas a expressão dos
“fatores reais do poder” que regem uma nação. Para ele, a Constituição não tem
força normativa para condicionar os atores estatais.

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Em sentido contrário, Konrad Hesse afirma que a Constituição jurídica não con-

figura apenas a representação dos “fatores reais do poder”. Significa muito mais do

que o simples reflexo das forças sociais e políticas. Para ele, a Constituição jurídica

possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um Estado, o

que denominou de “força normativa da Constituição”. A Constituição possui força

normativa se os mandamentos constitucionais forem efetivamente realizados pelos

detentores do poder político – é o que o autor denomina “vontade de Constituição”.

Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é condicio-

nada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de eficácia

da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade.

Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídi-

ca como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constitui-

ção jurídica à mísera função de justificar as relações de poder dominantes.

Questão 7    (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/ 2003) A concepção de

constituição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a con-

cepção de constituição defendida por Ferdinand Lassalle, uma vez que, para Konrad

Hesse, os fatores históricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concor-

rem para a força normativa da constituição.

Errado.

Konrad Hesse concorda com Ferdinand Lassalle no sentido de que a Constituição

jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a

pretensão de eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em

conta essa realidade.

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Segundo a visão de Hesse, a Constituição jurídica e a Constituição sociológica

estão em relação de coordenação, condicionando-se mutuamente. No entanto, em

caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição jurídica deve prevale-

cer, uma vez que é dotada de força normativa própria.

Depois de tanta teoria, nada melhor que um mapa mental para nos trazer os

pontos centrais da doutrina explorada.

É isso. Estamos juntos até aqui?

Espero que tenha se divertido com tanta teoria interessante.

Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos.

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