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E COLETIVOS
Teoria Constitucional e Rito Processual
dos Direitos Difusos e Coletivos
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
Teoria Constitucional e Rito Processual dos Direitos Difusos e Coletivos
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Teoria Constitucional e Rito Processual dos Direitos Difusos e Coletivos. . ........................ 4
1. Teoria Geral dos Direitos Difusos e Coletivos........................................................................ 4
1.1. Evolução Histórica dos Direitos Fundamentais e do Processo Coletivo....................... 4
1.2. Distinção entre Direitos e Interesses................................................................................. 10
1.3. Interesse Primário e Secundário.......................................................................................... 11
1.4. Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos..............................................13
2. Princípios do Direito Processual Coletivo Comum..............................................................15
2.1. Princípio do Acesso à Justiça.................................................................................................16
2.2. Princípio do Devido Processo Legal Coletivo....................................................................16
2.3. Princípio da Não Taxatividade.............................................................................................. 17
2.4. Princípio da Prioridade Jurisdicional.. ................................................................................. 17
2.5. Princípio da Indisponibilidade............................................................................................. 18
2.6. Princípio da Participação no Processo e pelo Processo................................................ 18
2.7. Princípio da Reparação Integral do Dano...........................................................................19
2.8. Princípio da Obrigatoriedade da Execução Coletiva pelo Ministério Público............19
2.9. Princípio da Predominância de Aspectos Inquisitoriais.. ............................................... 20
3. A Defesa Judicial dos Interesses Transindividuais............................................................. 20
3.1. Legitimados Ativos................................................................................................................. 20
3.2. Rito Processual....................................................................................................................... 24
3.3. Custas e Emolumentos e Denunciação à Lide. . ................................................................ 30
3.4. Liquidação e Execução das Sentenças.............................................................................. 32
3.5. Ônus da Prova......................................................................................................................... 35
3.6. Coisa Julgada........................................................................................................................... 37
Questões de Concurso..................................................................................................................40
Gabarito............................................................................................................................................ 72
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Apresentação
Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos a teoria geral e constitucional relacionada com a tutela co-
letiva dos direitos difusos e coletivos.
Além disso, conheceremos o rito processual a ser observado no curso das diversas ações
coletivas, oportunidade em que faremos uso, preponderantemente, das disposições da Lei n.
7.347/1985 (ação civil pública) e do Código de Defesa do Consumidor.
Posteriormente, resolveremos questões referentes ao procedimento a ser observado em
relação a estas duas importantes normas jurídicas.
Grande abraço e boa aula!
Diogo
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Obs.: inicialmente, a atuação do Estado consistia em uma série de imposições e deveres aos
indivíduos que estavam sob a sua proteção.
Como resultado destas ações do Poder Público, tínhamos uma população acuada e
que praticamente não podia expressar as suas vontades.
Com o surgimento dos primeiros direitos fundamentais, passou-se a exigir uma “não
atuação” do Estado, resultando em um aumento das liberdades conferidas à população
e em uma maior autonomia das relações privadas ante a atuação do Poder Público.
Exemplo de tratado global: pode-se citar o Pacto Internacional sobre Direitos Políticos. Como
exemplo de convenção regional, cita-se a Convenção Americana de Direitos Humanos.
Em ambas as situações, para que os direitos humanos previstos nos acordos possam ter vali-
dade em um determinado Estado, faz-se necessário que o respectivo país reconheça e positive
os direitos acordados.
Uma vez positivados, tais direitos podem ou não assumir o status de direitos fundamentais.
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Com isso, chegamos à importante conclusão de que nem todos os direitos humanos são
considerados direitos fundamentais, mas sim apenas aqueles que foram positivados pela
Constituição Federal.
De acordo com o momento histórico em que surgiram e foram reconhecidos pelo orde-
namento jurídico, os direitos fundamentais podem ser classificados em cinco gerações ou
dimensões.
Primeira Geração: até meados da Idade Média, o Estado era conduzido mediante as or-
dens da monarquia. As opiniões do rei, nesta época, eram absolutas, não podendo ser objeto
de contestação por parte da população.
Com o passar do tempo, os indivíduos começaram a se revoltar com os desmandos e
abusos cometidos, dando ensejo ao surgimento do Liberalismo e dos primeiros direitos
fundamentais.
Os direitos fundamentais de primeira geração são formados pela necessidade de uma “não
atuação” do Estado, aumentando assim a liberdade da população.
Por este motivo, tais direitos são comumente conhecidos como “direitos negativos” ou
“direitos de defesa”, uma vez que são resultados da necessidade de proteção à população
ante os desmandos do Estado.
Importante mencionar que os direitos fundamentais de primeira geração surgiram em me-
ados do século XVIII, possuindo como principal objetivo a conquista de liberdade e sendo ma-
terializado pelos direitos políticos e civis.
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Exemplo: na medida em que direitos sociais como as férias e o descanso semanal remunerado
são garantidos à população, temos um Estado que não apenas está deixando de agir, mas sim
que está ofertando à população melhores condições de vida.
Nesta situação, o que está pautando a atuação estatal é a igualdade, de forma que todas as
pessoas que estejam sob a mesma condição devem fazer jus aos mesmos benefícios e pres-
tações do Poder Público.
Obs.:
da análise das três primeiras gerações de direitos fundamentais, consegue-se notar uma
semelhança com o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Assim, na medida em que os direitos de primeira geração conferem aos indivíduos
uma maior liberdade, os de segunda geração, por assegurarem uma série de pres-
tações positivas, estão pautados na igualdade. Os de terceira geração, por sua vez,
fundamentam-se na fraternidade, uma vez que não estão direcionados para um grupo
específico de pessoas, mas sim para toda a espécie humana.
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Quarta Geração: os direitos fundamentais de quarta geração são aqueles intimamente re-
lacionados com a globalização. De acordo com esta corrente, fazem parte de tal geração o
direito à democracia direta, o direito à informação e todos os direitos relacionados com a bio-
tecnologia.
Nesta dimensão, os direitos fundamentais seriam os responsáveis por evitar que as mani-
pulações genéticas ocorressem sem nenhum tipo de controle.
Marcelo Novelino apresenta uma importante definição acerca dos direito fundamentais de
quarta dimensão:
Tais direitos foram introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, compreendem o di-
reito à democracia, informação e pluralismo. Os direitos fundamentais de quarta dimensão com-
pendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado
social sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política.
Quinta Geração: parte da doutrina identifica, ainda, uma quinta dimensão ou geração de
direitos fundamentais. De acordo com esta corrente, fortemente defendida por constitucio-
nalistas como Paulo Bonavides, a quinta geração seria representada como o direito de toda a
espécie humana à paz.
De acordo com o mencionado autor, a concepção de paz deve ser a mais ampla possível,
abrangendo todas as nações e servindo de base para a preservação da dignidade da pes-
soa humana.
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Desta forma, podemos resumir todas as características acerca das gerações ou dimen-
sões dos direitos fundamentais por meio do gráfico abaixo:
Analisando cada uma das gerações ou dimensões dos direitos fundamentais, é possível
afirmar que foi a partir da terceira geração (com os direitos transindividuais) que o processo
coletivo ganhou força.
Antes disso, o direito se preocupava em regular, preponderantemente, as relações indivi-
duais. Neste sentido, é importante destacar que foi com a Revolução Industrial, ocorrida na
Inglaterra no século XVIII, que tivemos o início da produção em massa.
E como consequência da Revolução Industrial, tivemos um aumento massivo no consumo
e na utilização dos meios de comunicação, gerando, inevitavelmente, a existência de conflitos
que se sobressaiam ao indivíduo em particular.
Em outros termos, como inúmeros eram os conflitos que violavam mais de uma pessoa
(quando não a coletividade como um todo), teve o direito que acompanhar essa evolução na
proteção da sociedade.
Contudo, ao contrário do que muitos podem imaginar, não foi com a Constituição Federal
de 1988 que tivemos o “marco inicial” da proteção aos interesses e direitos da coletividade.
Ainda que normas esparsas já tivessem sido editadas anteriormente, a doutrina defende
que foi com a edição da Lei n. 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública) e da Lei n. 8.078/1990
(Código de Defesa do Consumidor) que passamos a contar com um microssistema de processo
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coletivo, ou seja, um conjunto de regras especificamente destinadas à tutela coletiva dos di-
reitos transindividuais (difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos). Atu-
almente, o mencionado microssistema é composto, também, por outras importantes normas
jurídicas, tais como a Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/65), a Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente (Lei n. 6.938/81) e a Lei do Mandado de Segurança (Coletivo) (Lei n. 12.016/09).
O microssistema do processo coletivo pode ser definido como o conjunto de normas jurídicas
que apresentam regras especificamente destinadas a tutelar os direitos transindividuais (direi-
tos difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos.
Mencionamos várias vezes o termo “processo coletivo”. Neste sentido, é importante que
saibamos a definição deste importante conceito. De acordo com Fredie Didier Jr., temos a se-
guinte definição acerca do processo coletivo e da ação coletiva.
Conceitua-se processo coletivo como aquele instaurado por ou em face de um legitimado autôno-
mo, em que se postula um direito coletivo lato sensu ou se postula um direito em face de um titular
de um direito coletivo lato sensu, com o fito de obter uma providência jurisdicional que atingirá uma
coletividade ou um número determinado de pessoas.
Ação coletiva é, pois, a demanda que dá origem a um processo coletivo, pela qual se afirma a exis-
tência de uma situação jurídica coletiva ativa ou passiva. Tutela jurisdicional coletiva é a proteção
que se confere a uma situação jurídica coletiva ativa (direitos coletivos lato sensu) ou a efetivação
de situações jurídicas (individuais ou coletivas) em face de uma coletividade, que seja titular de uma
situação jurídica coletiva passiva (deveres ou estados de sujeição coletivos).
Observa-se assim que a ação coletiva é o instrumento por meio do qual temos o início do
processo coletivo, cujo objeto é a tutela jurisdicional coletiva.
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No caso de processo instaurado para a defesa de direitos coletivos em sentido amplo, são tama-
nhas as diferenças em relação ao processo tradicional-individualista que se convencionou identifi-
cá-lo como processo coletivo. A par de inúmeras peculiaridades, pode-se elencar três característi-
cas principais do processo coletivo:
a) objeto;
b) legitimidade para agir;
c) coisa julgada.
Desta forma, podemos memorizar que três são as principais peculiaridades do processo
coletivo em relação ao processo individual, sendo elas:
• O objeto: direitos difusos, direitos coletivos em sentido estrito ou direitos individuais
homogêneos.
• A legitimidade para agir: legitimação extraordinária ou legitimação autônoma, que é
aquela distinta da parte que está eventualmente sofrendo a lesão.
• A coisa julgada: efeitos erga omnes no caso de direitos difusos e direitos individuais
homogêneos e efeitos ultra partes no caso de direitos coletivos em sentido estrito.
Neste ponto da matéria, apenas é necessário que tenhamos conhecimento destas ca-
racterísticas. Ao longo da aula, nos aprofundaremos, quando necessário, nas peculiaridades
mencionadas.
Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funciona-
mento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
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DICA!
Para fins de prova, devemos considerar ambas as expres-
sões (direitos e interesses) como sinônimos, sendo que am-
bas podem ser objeto de tutela coletiva por meio das ações
competentes.
Exemplo desta situação ocorre na celebração de um contrato de compra e venda. Caso o com-
prador não cumpra com a sua obrigação de entregar dinheiro ao vendedor, não está este obri-
gado a entregar o bem objeto da celebração, podendo, por consequência, rescindir o contrato
e eximir-se da obrigação.
No âmbito da Administração Pública, no entanto, isso não ocorre. E o motivo para tal é a
obrigação do Poder Público de garantir o bem estar da coletividade. Logo, nada mais natural
que a Administração esteja em uma posição superior aos interesses dos administrados.
O princípio da supremacia do interesse público, dessa forma, significa que os interesses
da coletividade são mais relevantes que os interesses individuais. Por isso mesmo (para conseguir
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fazer prevalecer o interesse público sobre o privado) é que a Administração recebe poderes
(prerrogativas) que não são estendidos aos particulares.
É correto afirmar, inclusive, que as relações travadas entre a Administração Pública e os
administrados é caracterizada pela verticalidade, haja vista que a administração, por ter a fi-
nalidade de garantir o bem estar coletivo, figura em posição de superioridade em relação aos
particulares.
Tal princípio, ressalta-se, não está presente em todas as atividades da Administração Pú-
blica, mas sim apenas naquelas em que a Administração deve fazer valer a sua vontade para
assegurar que o interesse coletivo seja preservado.
Em diversas situações, a administração atua despida de suas prerrogativas, obedecendo às
normas do direito privado e se sujeitando às mesmas obrigações e direitos que os particulares.
Imagine como seria estranho se, ao emitir um cheque (ato de gestão), a Administração
pudesse valer-se de sua supremacia para declarar que não iria honrar com tal obrigação. Com
toda certeza teríamos uma grave insegurança jurídica.
A verticalidade conferida à administração, como consequência deste princípio, não impli-
ca, no entanto, que a administração deva fazer a vontade da maioria. O que deve ser feito é a
adoção de medidas que garantam o bem estar da coletividade, medidas estas que nem sem-
pre podem coincidir com o interesse da maioria.
Indisponibilidade do Interesse Público: quando possuímos a disponibilidade de algo, esta-
mos livres para dispor do bem da maneira que acharmos mais conveniente. Podemos, desta
forma, aliená-lo, onerá-lo ou simplesmente doá-lo a terceiros.
Tais possibilidades não ocorrem com o interesse público, que é gerido pela Administração
Pública de todos os entes federativos. E como não possui a disponibilidade dos interesses da
coletividade, cabe ao Poder Público, apenas, a gestão destes interesses da forma que melhor
reflita no bem estar da população.
O princípio da indisponibilidade do interesse público, desta forma, significa que a Admi-
nistração não é a proprietária dos interesses por ela geridos. Tal princípio está presente em
toda a atividade administrativa, devendo a Administração, por meio de seus agentes, proteger
o interesse público, bem maior de toda a coletividade.
Supremacia do Interesse Público Indisponibilidade do Interesse Público
É princípio implícito. É princípio implícito.
Não está presente em toda a atividade
Está presente em toda a atividade administrativa.
administrativa.
Dele decorrem as prerrogativas (poderes)
Dele decorrem as sujeições (obrigações) da Administração.
da Administração.
É a base do regime jurídico. É a base do regime jurídico.
Tem como exemplos a aplicação das
Tem como exemplos a realização de concurso público, a rea-
cláusulas exorbitantes, os poderes admi-
lização de licitações e a obrigação de prestação de contas
nistrativos e a imperatividade dos atos
por parte dos administradores públicos.
administrativos.
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Agora que conhecemos estes dois princípios, surge uma questão interessante: o interesse
público mencionado em ambos os casos é o primário ou o secundário?
Antes de respondermos esta importante questão, devemos saber que o interesse público
primário é o verdadeiro interesse do Poder Público, ou, em outras palavras, a razão de ser da
Administração Pública, que possui como finalidade o bem estar da coletividade.
Já o interesse público secundário é aquele leva em conta, preponderantemente, o interesse
patrimonial do Poder Público, e não o da coletividade.
O autor Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta uma importante definição e distinção
em relação a estes dois interesses:
Primário: coincide com a realização de políticas públicas voltadas para o bem estar social. Satisfaz
o interesse da sociedade, do todo social. O interesse público primário justifica o regime jurídico ad-
ministrativo e pode ser compreendido como o próprio interesse social, o interesse da coletividade
como um todo. Pode-se afirmar também que os interesses primários estão ligados aos objetivos do
Estado, que não são interesses ligados a escolhas de mera conveniência de Governo, mas sim de-
terminações que emanam do texto constitucional, notadamente do art. 3º da Constituição Federal.
Secundário: decorre do fato de que o Estado também é uma pessoa jurídica que pode ter interesses
próprios, particulares. “O Estado pode ter, tanto quanto as demais pessoas, interesses que lhe são
particulares, individuais.” Estes interesses existem e devem conviver no contexto dos demais inte-
resses individuais. De regra, o interesse secundário tem cunho patrimonial, tendo como exemplos o
pagamento de valor ínfimo em desapropriações, a recusa no pagamento administrativo de valores
devidos a servidor público, a título de remuneração.
Retornando para a indagação inicial, o interesse público que é defendido pelo Poder Públi-
co em todas as ações coletivas destinadas a proteger os interesses transindividuais é o primá-
rio, ou seja, o interesse que tem como fundamento o bem estar coletivo.
Interesse Primário: leva em conta o bem estar coletivo, sendo a razão de existir do Poder Pú-
blico. É o fundamento de validade para a tutela coletiva dos direitos transindividuais.
Interesse Secundário: leva em conta o interesse patrimonial do Estado.
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Os direitos ou interesses difusos são aqueles que são compartilhados por um grupo inde-
terminável de pessoas e possuem natureza indivisível. Como exemplo, pode-se citar as ações
relacionadas com a defesa do meio ambiente.
Os direitos ou interesses coletivos também são compartilhados por um grupo de pessoas.
Contudo, ao contrário do que acontece com os direitos difusos, tal grupo é determinável, ou
seja, é possível identificar todas as pessoas que estão usufruindo daquele direito.
Um exemplo seria uma ação civil pública coletiva com a finalidade de anular cláusula de-
corrente de um contrato celebrado com a finalidade de repassar valores públicos para a cons-
trução de casas populares. Nesta hipótese, sabe-se quais são as pessoas que beneficiadas
com a construção das casas populares, sendo elas, portando, determináveis e decorrentes de
uma relação jurídica.
Os direitos ou interesses individuais homogêneos também reúnem um grupo determiná-
vel de pessoas, mas, ao contrário do que ocorre com os direitos coletivos, os interesses são
divisíveis, ou seja, possuem uma origem comum. Como exemplo, temos uma ação coletiva
com o propósito de obter indenização decorrente da não prestação de serviço público federal.
Neste caso, a ação coletiva apenas reúne as pessoas que foram lesadas em virtude de
uma mesma prestação de serviços. Contudo, a indenização pode ser diferente de uma para
outra pessoa, a depender da gravidade do dano causado.
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Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividu-
ais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Exemplo: podemos relacionar a força normativa dos princípios com a construção de uma torre:
Inicialmente, e como forma de evitar que um futuro desabamento ocorra, devem os responsá-
veis pela construção garantir que a base seja extremamente sólida. Caso contrário, ainda que
o restante da construção seja perfeita, correrá a obra o risco de desabar, situação que deixaria
todo o trabalho posterior seriamente comprometido.
Assim também ocorre com o nosso ordenamento jurídico: Se não tivermos uma base sólida
(os Princípios), toda a construção posterior (as Leis) pode ficar comprometida.
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Ainda que inúmeros sejam os princípios que orientem a atuação do administrador em re-
lação ao processo coletivo, é possível identificar, de acordo com a doutrina majoritária, os
seguintes princípios do direito processual coletivo comum.
Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
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No âmbito do processo coletivo, o devido processo legal implica em assegurar que todas
as fases ou etapas do processo sejam devidamente observadas, sem prejuízo para os particu-
lares que estão sendo defendidos.
A título de exemplo, podemos elencar as formalidades estabelecidas no CDC em relação à
competência para julgamento da demanda e no que se refere à obrigatoriedade de publicação
no meio oficial como forma de garantir que todos os interessados possam intervir no processo
como litisconsortes.
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou re-
gional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam
intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comuni-
cação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsa-
bilidade por danos morais e patrimoniais causados:
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
Sendo assim, como decorrência do princípio da não taxatividade, todo e qualquer interesse
difuso ou coletivo pode ser defendido por meio da ação judicial competente (normalmente,
uma Ação Civil Pública).
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Art. 5º, § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
Além disso, caso o Ministério Público tenha o interesse em arquivar o processo, o rito a ser
observado será bem mais dificultoso do que o previsto, por exemplo, para as ações individuais.
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Já a participação pelo processo possui uma finalidade mais ampla, implicando na possibili-
dade de influenciar o Estado e a sociedade como um todo. Estes objetivos são mais bem verifi-
cados por meio de institutos específicos, como a realização de audiências e consultas públicas.
Para fins de prova, devemos memorizar que as ações coletivas adotaram prioritariamente
o princípio da participação no processo.
Fica evidente aqui a presença do princípio de reparação integral do dano: mesmo que não tenha sido
feito o pedido de condenação, este se retira da natureza da ação popular e da ação de improbidade
administrativa, admitindo-se uma espécie de pedido implícito.
No âmbito legislativo, o princípio em questão pode ser mais bem verificado por meio do
artigo 11 da Lei da Ação Popular:
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugna-
do, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários
dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem
em culpa.
Trata-se de uma regra que faz todo o sentido: como, nas ações coletivas, o bem tutelado
envolve toda a coletividade, a reparação integral do dano implica em um dever do particular
para com a sociedade na qual ele está inserido.
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a
associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
iniciativa aos demais legitimados.
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LACP, Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos
que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as pro-
vidências cabíveis.
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a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
A lista de legitimados é bem mais extensa, por exemplo, do que a prevista no Código de
Defesa do Consumidor:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza-
ção assemblear.
A importância da ampliação da lista de legitimados é melhor visualizada por meio dos en-
sinamentos da professora Lúcia Valle Figueiredo.
Na medida que a Lei da Ação Civil Pública amplia a legitimidade para agir, estendendo-a a terceiros
(art. 129, §1º da Constituição da República), e dá tal legitimidade, já de início, ao Ministério Público,
vemos que não subsiste mais a necessidade do difícil enfrentamento da questão da possibilidade
de tutela de certos direitos fundamentais arrolados na carta constitucional, tais sejam, direito do
consumidor, do meio ambiente, do patrimônio histórico, da moralidade administrativa, etc.
Uma das principais alterações promovidas pela Lei n. 7.437/1985 foi a inclusão da Defen-
soria Pública como legitimada para a proposição da ACP. Antes disso, contávamos com uma
lacuna em relação a esta entidade, que sequer aparecia na lista de legitimados do CDC.
Atualmente, o entendimento é de que a Defensoria Pública consta como legitimada para
dar início à ACP referente a qualquer interesse difuso ou coletivo, inclusive o relacionado à
defesa dos consumidores.
Em relação às associações, e tomando como base o conjunto de regras expressas no CDC
e na Lei da ACP, três são os requisitos que devem ser atendidos para que a propositura da ação
coletiva seja possível:
• Modo de Constituição: a associação deve ter personalidade jurídica, que será formaliza-
da por meio da inscrição do seu estatuto no Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
• Tempo de Constituição: a associação deve estar constituída a pelo menos 1 ano, conta-
dos até a propositura da ação coletiva;
• Finalidade: a finalidade institucional da associação, bem como seus objetivos em rela-
ção à tutela coletiva dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais homogêne-
os, devem estar definidos no estatuto.
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Os requisitos da pré-constituição das associações poderão ser dispensados pelo juiz quando
haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela
relevância do bem jurídico a ser protegido.
Logo, é correto afirmar que o pré-requisito da constituição há pelo menos 1 ano pode ser rela-
tivizado diante de situações específicas. Em sintonia com este entendimento, por exemplo, é o
teor do Resp. 31.150/SP, de autoria do STJ:
Pela ampliação do objeto a ser tutelado: a Lei da Ação Civil Pública (Lei n. 7.437/1985)
também foi a responsável por ampliar significativamente o objeto que pode ser tutelado nas
ações coletivas. E isso ocorre na medida em que o inciso IV estabelece que a ACP pode ser
utilizada nas ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados a qualquer
outro interesse difuso ou coletivo.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsa-
bilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l - ao meio ambiente;
II - ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V – por infração da ordem econômica;
VI – à ordem urbanística.
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – ao patrimônio público e social.
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Os legitimados poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus suces-
sores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos.
Apenas para relembrarmos, são os seguintes os legitimados paras tal espécie de
ação judicial:
• o Ministério Público,
• a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
• as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem per-
sonalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos pro-
tegidos pelo CDC;
• as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC, dispen-
sada a autorização da assembleia.
Aqui, é importante mencionar que o Ministério Público, caso não seja o responsável pelo
ajuizamento da ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados pos-
sam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios
de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilida-
de do réu pelos danos causados.
Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
• no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
• no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional
ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competên-
cia concorrente.
Após a prolação da sentença, teremos a liquidação e a execução. Ainda que estes tópicos
sejam objeto de estudo em ponto específico da aula, relaciono aqui os artigos relacionados
com os procedimentos a serem realizados nesta etapa do processo.
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Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucesso-
res, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82,
abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem
prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá
constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2º É competente para a execução o juízo:
I – da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II – da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.º 7.347, de
24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento da-
noso, estas terão preferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fun-
do criado pela Lei n.7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de
segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio
do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível
com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da
indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n. 7.347, de
24 de julho de 1985.
Importante destacar que os legitimados a agir poderão propor ação visando compelir o
Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis-
tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acon-
dicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde
pública e à incolumidade pessoal.
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Antes da propositura da ACP, poderá o Ministério Público instaurar inquérito civil. O in-
quérito civil, em linhas gerais, trata-se do procedimento prévio destinado a investigar se os
fatos configuram ou não violação a direitos e interesses.
Obs.: é importante destacar que a possibilidade de instaurar inquérito civil é uma exclu-
sividade do Ministério Público. Consequentemente, nenhuma outra autoridade ou
órgão pode determinar que a medida seja realizada.
Merece ser destacado que o inquérito civil é um procedimento prévio, sendo uma exce-
ção à obrigatoriedade de observância do contraditório e da ampla defesa.
Além do inquérito, poderá o Ministério Público requisitar, de qualquer organismo público
ou particular, certidões, informações, exames ou perícias. Somente nos casos em que a lei
impuser sigilo é que poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação
poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
Art. 8º, § 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisi-
tar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no
prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
§ 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação,
hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo
ao juiz requisitá-los.
Art. 9º, § 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos,
sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Minis-
tério Público.
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou rejeita-
da a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas
ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior
do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regimento.
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde
logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
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A ação civil pública será proposta no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá com-
petência funcional para processar e julgar a causa.
Logo, de forma semelhante ao que ocorre com a ação popular, não há que se falar, na ACP,
em foro por prerrogativa de função, uma vez que o que está em jogo não é alguma caracterís-
tica da pessoa que está causando o dano, mas sim os interesses ou direitos da coletividade.
A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Outro ponto que merece ser destacado é que a ação civil pública poderá ter por objeto a
condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Assim, temos
que memorizar que três são os possíveis efeitos decorrentes da ACP, sendo eles:
• condenação em dinheiro;
• cumprimento de obrigação de fazer;
• cumprimento de obrigação de não fazer.
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Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do
órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo
gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente
o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconsti-
tuição dos bens lesados.
§ 1º. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento
oficial de crédito, em conta com correção monetária.
§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de discriminação
étnica nos termos do disposto no art. 1º desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente
ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, con-
forme definição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão
nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou locais, nas hipóteses de
danos com extensão regional ou local, respectivamente.
Já quando estivermos diante de uma ação civil pública que tenha por objeto o cumpri-
mento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da
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Na ação civil pública, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários peri-
ciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada
má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
No entanto, em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsá-
veis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e
ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
Neste mesmo sentido é o teor das disposições do Código de Defesa do Consumidor, que
apresenta a seguinte redação:
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de custas, emolu-
mentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis
pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décu-
plo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
Portanto, memorize: Nas ações coletivas, não haverá adiantamento de custas e emolumen-
tos, bem como de honorários periciais ou de quaisquer outras despesas.
Também não haverá a condenação da associação autora, exceto se esta estiver litigando com
má-fé. Neste caso, a associação e os diretores serão solidariamente condenados ao paga-
mento dos honorários advocatícios e ao décuplo do valor das custas devidas.
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Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante,
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
de quem for vencido no processo.
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indefe-
rida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu ante-
cessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o de-
nunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será
exercido por ação autônoma.
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada
em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a
denunciação da lide.
Para todas as demais ações, inclusive as ACP, o entendimento que deve ser levado para
a prova é que, ainda que não haja uma vedação expressa, os tribunais e a doutrina possuem
entendimento de que a denunciação à lide não é possível.
De acordo com o STJ, por exemplo, admitir a medida seria protelar um direito da coletividade em
prol da exigência por parte de um terceiro interessado. Além disso, a doutrina defende que, mesmo
que o pedido de denunciação à lide seja indeferido, nada impede que o particular ajuíze, posterior-
mente, uma ação autônoma de ressarcimento contra o terceiro que seria chamado ao processo.
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O objetivo da liquidação é, portanto, o de integrar a decisão liquidanda, chegando a uma solução acerca
dos elementos que faltam para a completa definição da norma jurídica individualizada, a fim de que essa
decisão possa ser objeto de execução. Dessa forma, liquidação de sentença é atividade judicial cognitiva
pela qual se busca complementar a norma jurídica individualizada estabelecida num título judicial.
A liquidação da sentença poderá ser realizada tanto pelo juízo (por meio de servidores pú-
blicos) quanto por terceiros (peritos nomeados para a elaboração dos cálculos).
Nas ações coletivas que tenham por obrigação fazer ou não fazer algo, não há que se falar
em liquidação, uma vez que a sentença não envolve, como regra geral, valores monetários. Em
tais situação, de acordo com a Lei n. 7.347/1985, o juiz determinará o cumprimento da pres-
tação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva. Em caso de descumprimento da
obrigação, será fixado, desde já, uma multa diária.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz de-
terminará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob
pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível,
independentemente de requerimento do autor.
Nas demais ações, precisamos fazer uma distinção entre aquelas que versam sobre direi-
tos difusos e coletivos e aquelas que são destinadas aos direitos individuais homogêneos.
Nas ações coletivas que tenham por objeto a proteção os direitos difusos e coletivos, o
autor da ação poderá (trata-se de uma faculdade) promover a liquidação. Caso a parte autora
seja o Ministério Público, e considerando que esta instituição tem a obrigação de efetivar as
medidas destinadas à proteção da coletividade, a liquidação será obrigatória, e não uma sim-
ples faculdade.
Neste sentido, inclusive, é a previsão do artigo 15 da Lei da ACP:
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a asso-
ciação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa
aos demais legitimados.
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Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucesso-
res, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Liquidação nas ações relacionadas com os Liquidação nas ações relacionadas com os direitos individu-
direitos difusos e coletivos ais homogêneos
a) vítima e seus sucessores
b) o Ministério Público,
a) o Ministério Público (obrigatoriedade)
c) a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
b) a Defensoria Pública (faculdade)
d) as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou
c) a União, os Estados, o Distrito Federal e os
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especifica-
Municípios (faculdade)
mente destinados à defesa dos interesses e direitos protegi-
d) a autarquia, empresa pública, fundação ou
dos por este código;
sociedade de economia mista (faculdade)
e) as associações legalmente constituídas há pelo menos
e) a associação que comprove os requisitos
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
legais (faculdade)
dos interesses e direitos protegidos por este código, dispen-
sada a autorização assemblear.
Após a liquidação, temos o início da execução da sentença. Nesta fase, por já contar-
mos com um valor objetivamente definido, é hora da obrigação ser exigida da parte que foi
condenada.
Em relação à ACP, vale a mesma regra da liquidação das ações relacionadas com os direi-
tos difusos e coletivos, da seguinte forma:
• inicialmente, será dada preferência à parte autora para iniciar o processo de execução,
que possui a faculdade de realizar o procedimento. Não o fazendo, os autos serão re-
metidos ao Ministério Público, que solicitará as medidas necessárias ao juízo;
• caso a parte autora seja o Ministério Público, a execução deve obrigatoriamente ser
realizada pela instituição.
Nas demais ações coletivas, a execução será feita de acordo com as regras dos artigos 97,
98 e 100 do CDC, de seguinte redação:
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus suces-
sores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82,
abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem
prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá
constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2º É competente para a execução o juízo:
I – da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II – da ação condenatória, quando coletiva a execução.
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Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível
com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da
indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.º 7.347,
de 24 de julho de 1985.
Desta forma, podemos memorizar as seguintes regras em relação à execução das ações
que versem sobre os direitos individuais homogêneos:
• a execução pode ser realizada de forma individual ou coletiva;
• como regra geral, a execução será realizada de forma individual, sendo competente para
dar início ao procedimento a vítima e seus sucessores ou os legitimados para dar início
à ação coletiva. Neste sentido, decorrido o prazo de 1 ano sem habilitação de interes-
sados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados ativos
promover a liquidação e execução da indenização devida;
• quando a execução for realizada de forma coletiva, abrangerá ela as vítimas cujas inde-
nizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamen-
to de outras execuções. Neste caso, a execução será realizada com base em certidão
das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em
julgado;
• na execução individual, será competente o juízo da liquidação da sentença ou da ação
condenatória. Na execução coletiva, será competente o juízo da ação condenatória.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.º 7.347, de
24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento
danoso, estas terão preferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fun-
do criado pela Lei n.7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de
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Aqui, estamos diante da situação em que, em razão da sentença proferida em uma Ação
Civil Pública, há um concurso de credores. Isso ocorre, por exemplo, quando a sentença deter-
mina o pagamento de indenizações aos particulares lesados e a destinação de um valor para
o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.
Nesta situação, a preferência será sempre conferida às indenizações destinadas aos par-
ticulares. Na prática, em caso de recurso decorrente da decisão que deferiu o pagamento das
indenizações, a destinação de recursos ao mencionado fundo de defesa ficará sustada até que
a decisão de segundo grau (em nível de recurso) seja proferida.
Esta é a regra geral! Contudo, caso o condenado devedor tenha patrimônio suficiente para
responder por ambas as condenações (indenizações e destinação ao fundo), não haverá ne-
cessidade de sustação. Neste caso, ainda que reste pendente o julgamento de recurso em
relação às indenizações dos particulares, a destinação ao fundo de defesa dos direitos difusos
já poderá ocorrer.
No entanto, devemos destacar que esta regra vigora plenamente em relação às ações indi-
viduais. Nas ações coletivas, se levarmos em conta que o bem tutelado envolve toda a coleti-
vidade, atribuir o ônus da prova ao autor poderia, em determinadas situações, fazer com este
desistisse do ajuizamento da ação.
Para evitar que isso ocorra, o CDC estabelece a possibilidade de termos, nas ações cole-
tivas, a inversão do ônus da prova. Com isso, ao invés do autor ser obrigado a apresentar as
provas comprobatórias daquilo que ele está alegando, a incumbência passa a ser da parte ré,
que passa a ter a obrigação de demonstrar que o alegado pelo autor não possui fundamento.
A inversão do ônus da prova consta expressamente como um dos direitos dos consumido-
res, conforme previsão do CDC:
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É importante destacar que a inversão do ônus da prova não é uma regra absoluta. Em
sentido contrário, a medida apenas pode ser tomada quando assim decidir o juiz, que, para tal,
levará em conta a verossimilhança da alegação ou a hipossuficiência da parte autora.
Ainda que a previsão do CDC seja destinada às ações de consumo, o STJ já decidiu, no
julgamento do Resp. 1049822, que a regra em questão deve ser observada para todas as situ-
ações abrangidas pela Ação Civil Pública.
A inversão do ônus da prova, prevista no art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumi-
dor, contém comando normativo estritamente processual, o que a põe sob o campo de
aplicação do art. 117 do mesmo estatuto, fazendo-a valer, universalmente, em todos os
domínios da Ação Civil Pública, e não só nas relações de consumo.
O próprio STJ, inclusive, entende que a inversão do ônus da prova pode ocorrer, no curso
de uma ACP, ainda que a parte autora não seja, necessariamente, hipossuficiente. No caso em
tela, estávamos diante de uma ACP proposta pelo Ministério Público, e que, ainda assim, con-
tava com a possibilidade da inversão do ônus da prova.
DICA!
Com base em tudo o que foi exposto, devemos memorizar
as seguintes informações em relação ao ônus da prova nas
ações coletivas:
a) Como regra geral, cabe ao autor, ao propor a ação, apresen-
tar as provas por todos os meios legítimos.
b) A critério do juiz, há a possibilidade de termos a inversão do
ônus da prova.
c) De acordo com o STJ, todas as ações coletivas, e não ape-
nas as ações destinadas à proteção do consumidor, podem
contar com a inversão do ônus da prova.
d) De acordo com o STJ, a inversão do ônus da prova pode ser
determinada pelo juiz ainda que a parte autora não seja com-
provadamente hipossuficiente.
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A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão
prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que
qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
Sendo assim, após o tramite processual, teremos a decisão do Poder Judiciário, mate-
rializada por meio de uma sentença. De forma semelhante ao que ocorre com outras ações
coletivas, a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, ou seja, contra todos que estejam no
limite de competência do órgão prolator da sentença. A exceção fica por conta do pedido ser
julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado pode-
rá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
Em relação ao CDC, a coisa julgada produzirá efeitos de acordo com as regras dos artigos
103 e 104, que apresentam a seguinte redação:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insufici-
ência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do
parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos
individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que
não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título
individual.
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§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n. 7.347, de
24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos,
propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, bene-
ficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos
dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes
a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais,
se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajui-
zamento da ação coletiva.
Ação de Direitos
Efeitos
Difusos e Coletivos
Coisa julgada materialmente, com efeitos:
a) erga omnes (no caso de direitos difusos);
b) ultra partes (no caso de direitos coletivos).
Procedência Consequentemente, a matéria não poderá mais ser discutida, seja pelo réu ou por
qualquer outro legitimado.
Além disso, qualquer um dos colegitimados terá competência para executar o título
executivo judicial.
Improcedência por Por não haver provas suficientes, a sentença não fará coisa julgada material.
insuficiência de Consequentemente, qualquer um dos legitimados (inclusive aquele que propôs a
provas ação coletiva) terá competência para propor outra ação com o mesmo objeto.
Aqui, a improcedência ocorre com base em fundamentos apresentados em juízo, e
não por falta de provas.
Improcedência por
Logo, a sentença fará coisa julgada material, cujos efeitos serão:
pretensão infundada
a) erga omnes (no caso de direitos difusos);
b) ultra partes (no caso de direitos coletivos).
Ação de Direitos
Individuais Efeitos
Homogêneos
Teremos a coisa julgada material com efeitos erga omnes (contra todos).
Consequentemente, a matéria não poderá mais ser discutida, seja por qualquer
um dos legitimados, seja pelo réu.
Procedência Por estarmos diante de direitos individuais homogêneos, a decisão abrange todos
aqueles que se enquadrarem na situação jurídica objeto da decisão. Para fazerem
uso da decisão, deverão os interessados comprovar que se enquadram no campo
de abrangência da ação.
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Independente do motivo, a sentença fará coisa julgada, mas os efeitos não serão
erga omnes.
Ainda que a decisão impeça a propositura de uma nova ação civil pública com o
mesmo objeto, nada impede que ações individuais sejam propostas por cada uma
Improcedência
das partes lesadas.
Aqui, um ponto merece se destacado: caso o particular lesado tenha atuado
como litisconsorte na ACP, será ele prejudicado pelos efeitos da coisa julgada,
não podendo mais propor uma ação indenizatória individual.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FEPESE/FIS-RC/PREFEITURA DE ITAJAÍ/2020) De acordo com o Código de Defesa do
Consumidor, assinale a alternativa que indica corretamente o conceito de interesse ou direi-
tos difusos.
a) São os direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde-
terminadas e ligadas por circunstâncias de fato.
b) São entendidos como direitos de natureza divisível de que seja titular uma categoria ou clas-
se de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação de origem comum.
c) Decorrem de origem comum, de natureza indivisível, em de que sejam titulares pessoas deter-
minadas ou determináveis, ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base.
d) Recebem tutela jurídica quando possuírem natureza indivisível, de que sejam titulares pes-
soas determinadas e ligadas por circunstâncias de fato.
e) Assim entendidos como direitos de natureza indivisível de que seja titular uma classe de
pessoas ligadas entre si por uma relação de origem comum.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Letra a.
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A questão exige o conhecimento dos legitimados para a propositura de ação coletiva destina-
da a verificar a abusividade de cláusulas contratuais. De acordo com o CDC, são os seguintes
os legitimados:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público; (Item II)
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalida-
de jurídica (Erro do Item IV), especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por este código; (Item III, uma vez que a Defensoria Pública integra a Administração Direta)
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza-
ção assemblear. (Erro do Item I)
Letra b.
A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou
se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
Letra d.
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Na primeira situação, estamos diante de um direito coletivo em sentido estrito, uma vez que há
uma classe de pessoas ligadas à parte ré (no caso, o banco), por meio de uma relação jurídica
específica (um contrato).
Art. 81, Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
No segundo caso, o direito em questão é classificado como difuso, haja vista que a publicida-
de do banco alcança um grupo indeterminável de pessoas, que apenas estão ligadas por uma
situação de fato.
Art. 81, Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
de fato;
Letra e.
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Para que a Defensoria Pública conste como legitimada, os interesses defendidos devem ser
individuais homogêneos, e não heterogêneos, conforme afirma a questão.
Art. 81, Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Neste sentido, a LACP elenca expressamente a Defensoria Pública como uma das legitimadas
para a ação coletiva em questão.
Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
Certo.
Conforme afirmado, as ações coletivas do CDC não induzem litispendência para as ações indi-
viduais, nos termos do artigo 104:
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não indu-
zem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações in-
dividuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos
do ajuizamento da ação coletiva.
Certo.
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Parte da doutrina entende que a natureza jurídica da legitimidade ativa para a tutela coletiva
é de legitimação autônoma para a condução do processo, categoria que se confunde com a
legitimação extraordinária.
Parte da doutrina realmente entende que a legitimação ativa para a tutela coletiva é de legiti-
mação autônoma. Contudo, esta espécie de legitimação não se confunde, para aqueles que a
defendem, com a clássica diferenciação entre legitimação ordinária e extraordinária.
Errado.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucesso-
res, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Certo.
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Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Errado.
Certo.
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Teoria Constitucional e Rito Processual dos Direitos Difusos e Coletivos
Art. 103, § 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n.
7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente
sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedi-
do, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução,
nos termos dos arts. 96 a 99.
Desta forma, o titular do dano sofrido poderá proceder à liquidação e execução individualizada
da coisa julgada na ação coletiva. Com isso, será ele beneficiado com a decisão, ainda que
inicialmente tomada em um processo coletivo.
Certo.
Nem sempre a sentença fará coisa julgada erga omnes, ainda que procedente. Caso estejamos
diante de direitos coletivos em sentido estrito, os efeitos serão ultra partes.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insufici-
ência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do
parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Errado.
014. (COM. EXAM./PJ/MPE-SC/2019) Nas ações coletivas de que trata o Código de Defesa
do Consumidor, a sentença fará coisa julgada, ultra partes, em todo e qualquer caso, limitado
ao grupo ou classe que guarde relação com o tema demandado.
A depender da espécie de direito que está sendo tutelado, os efeitos poderão ser, também, erga
omnes. Isso ocorre quando estivermos diante de direitos difusos ou individuais homogêneos.
Em caso de direitos coletivos em sentido estrito, os efeitos serão ultra partes.
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Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insufici-
ência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do
parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Errado.
015. (COM. EXAM./PJ/MPE-SC/2019) Compete à Justiça Federal julgar causas entre con-
sumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL for litisconsorte
passiva necessária, assistente, ou opoente.
A questão exigiu o conhecimento das disposições do artigo 103, I, do CDC, que apresenta a
seguinte redação em relação aos direitos ou interesses difusos.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
Certo.
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A previsão do enunciado consta apenas para as ações coletivas, e não também para as ações
individuais.
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Errado.
018. (COM. EXAM./PJ/MPE-SC/2019) Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri-
gação de fazer ou não fazer, baseada na defesa do consumidor, a conversão da obrigação em
perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou
se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
Certo.
Como estamos diante de uma demanda coletiva, as disposições do CDC são perfeitamente
aplicáveis. Neste sentido, inclusive, é o entendimento sumulado do STJ:
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Súmula n. 602
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais pro-
movidos pelas sociedades cooperativas.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza-
ção assemblear.
Letra a.
020. (VUNESP/PROC JUR/ESEF/2019) Considere as vítimas dos seguintes eventos: (I) Jair
sofreu uma forte intoxicação pelo consumo de água contaminada fornecida pelo serviço pú-
blico de saneamento. (II) Rita foi vítima de uma propaganda enganosa veiculada na televisão
aberta. (III) Renato foi vítima de um naufrágio de um transatlântico na costa do país. Houve,
respectivamente, violação aos direitos
a) coletivos, difusos e individuais homogêneos.
b) coletivos, individuais homogêneos e difusos.
c) individuais homogêneos, individuais homogêneos e difusos.
d) individuais homogêneos, difusos e individuais homogêneos.
e) difusos, coletivos e individuais homogêneos.
No Item I, estamos diante de um direito coletivo, uma vez que é possível quantificar as pessoas
que passaram pela mesma situação que Jair.
No Item II, o direito é difuso, haja vista que a propaganda enganosa pode fazer coo vítima um
grupo indeterminável de pessoas.
No Item III, trata-se de um direito individual homogêneo, uma vez que apenas um grupo deter-
minável de pessoas (os que estavam no transatlântico) sofreram o dano.
O fundamento para as definições e diferenciações acerca dos direitos difusos, coletivos s indi-
viduais homogêneos consta expressamente no artigo 81 do CDC:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
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A coisa julgada terá efeitos ultra partes quando estivermos diante de direitos e interesses
coletivos.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência
de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo
único do art. 81 (Direitos Coletivos);
Além disso, conforme afirmado na Letra A, a ação coletiva em questão não induz litispendên-
cia, como regra geral, para as ações individuais.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes
a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais,
se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuiza-
mento da ação coletiva.
Letra a.
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c) difusos.
d) transindividuais de natureza indivisível.
e) individuais de natureza divisível.
O exemplo apresentado pela questão trata-se de clara violação aos direitos individuais homo-
gêneos. E conseguimos perceber isso na medida em que há um grupo determinável de pesso-
as que sofreram o dano (no caso, os assinantes da TV a cabo) e o interesse é divisível (cada
pessoa possui um pacote de assinatura específica).
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Letra a.
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No acidente de avião, o dano alcança um grupo determinado de pessoas (os passageiros e respecti-
vos parentes). Por isso mesmo, estamos diante de direitos ou interesses individuais homogêneos.
Letra d.
No caso de propaganda enganosa, estamos diante de um direito difuso, ou seja, um interesse de na-
tureza indivisível em que são titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato.
Neste caso, os efeitos da decisão são os presentes no artigo 103, I, do CDC, de seguinte redação:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
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d) coletivos.
e) difusos.
A veiculação de propaganda enganosa é uma das situações clássicas de afronta aos direitos
e interesses difusos. Nestes casos, estamos diante de afronta a interesses de natureza indivi-
sível e dos quais são titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (a
veiculação da propaganda).
Letra e.
Para respondermos a questão, temos que verificar, do enunciado, a parte que menciona que
estamos diante de interessados determináveis. No caso dos direitos difusos, os interessados
sempre serão indetermináveis. Logo, o direito em questão não é o difuso.
Para ser um direito coletivo em sentido estrito, há a necessidade de ligação do grupo por meio
de uma relação jurídica base (como um contrato), algo que não ocorre no enunciado. Assim, o
interesse em questão também não é o coletivo.
No caso, estamos diante de interesses ou direitos individuais homogêneos, uma vez que o
dano abrange um grupo determinável de pessoas (as pessoas que adquiriram a mercadoria) e
o objeto é perfeitamente divisível (cada pessoa comprou um ou mais produtos).
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Letra c.
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A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão
prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.
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Errado.
A jurisprudência do STJ é justamente no sentido de que o Ministério Público não deve arcar
com o pagamento de honorários advocatícios, uma vez que atua como fiscal da lei na tutela
dos interesses coletivos. O pagamento apenas poderá ser exigido, assim como ocorre na ação
popular, em caso de comprovada má-fé.
Neste sentido é o entendimento proferido no julgamento dos ED Agr. 962.250:
Errado.
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Como regra geral, a sentença civil decorrente da ACP fará coisa julgada erga omnes (contra
todos), nos limites da competência territorial do órgão prolator.
No entanto, quando o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, tal como na
situação mencionada pelo enunciado, não há que e falar em efeitos erga omnes, haja vista que
qualquer um dos legitimados poderão ajuizar outra ação com idêntico fundamento.
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do
órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.
Errado.
031. (CEBRASPE/ANA I/IPHAN/ÁREA 8/2018) Victor viajou do Acre até Brasília para parti-
cipar de uma manifestação popular na Esplanada dos Ministérios. Durante o ato, houve de-
sentendimento entre manifestantes e a polícia e se iniciou um grande tumulto em frente à
Catedral Metropolitana de Brasília, monumento tombado pelo IPHAN. Victor estava no local
no momento da confusão e, em reação à ação policial, decidiu depredar parte dos vitrais da
Catedral, tendo, ainda, causado outros danos à estrutura do monumento. O prejuízo material
causado por Victor foi estimado em dois milhões de reais.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue, com base na Lei n.º
7.347/1985, que regulamenta a ação civil pública.
Independentemente de sua pertinência temática, se uma associação civil de defesa do consu-
midor pretender propor ação civil pública para reparo do dano causado por Victor, ela deterá
legitimidade para fazê-lo, desde que seja existente há mais de um ano.
Dois são os requisitos que devem ser atendidos, concomitantemente, para que a associação
civil possa ajuizar a ação civil pública, conforme previsão da Lei n. 7.347:
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Observa-se, desta forma, que um dos requisitos para o ajuizamento é a existência de pertinên-
cia temática, ou seja que a finalidade institucional da associação esteja relacionada, dentre
outros, com a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à
ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou
ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Assim sendo, a questão está errada, uma vez que a pertinência temática, conforme analisado,
é requisito que deve ser observado pelas associações.
Errado.
032. (CEBRASPE/ANA I/IPHAN/ÁREA 8/2018) Victor viajou do Acre até Brasília para parti-
cipar de uma manifestação popular na Esplanada dos Ministérios. Durante o ato, houve de-
sentendimento entre manifestantes e a polícia e se iniciou um grande tumulto em frente à
Catedral Metropolitana de Brasília, monumento tombado pelo IPHAN. Victor estava no local
no momento da confusão e, em reação à ação policial, decidiu depredar parte dos vitrais da
Catedral, tendo, ainda, causado outros danos à estrutura do monumento. O prejuízo material
causado por Victor foi estimado em dois milhões de reais.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue, com base na Lei n.º
7.347/1985, que regulamenta a ação civil pública.
A defensoria pública federal não tem legitimidade para propor ação civil pública com intuito de
reparar o dano causado por Victor ao patrimônio cultural.
A Defensoria Pública está, diferente do que informado, dentre os legitimados para a proposi-
ção de ação civil pública, conforme previsão do artigo 5º da Lei n. 7.347.
Na situação narrada, como estamos diante de um bem tombado pelo IPHAN, autarquia federal,
pode a Defensoria Pública exercer o seu direito de legitimação.
Errado.
033. (CEBRASPE/ANA I/IPHAN/ÁREA 8/2018) Victor viajou do Acre até Brasília para parti-
cipar de uma manifestação popular na Esplanada dos Ministérios. Durante o ato, houve de-
sentendimento entre manifestantes e a polícia e se iniciou um grande tumulto em frente à
Catedral Metropolitana de Brasília, monumento tombado pelo IPHAN. Victor estava no local
no momento da confusão e, em reação à ação policial, decidiu depredar parte dos vitrais da
Catedral, tendo, ainda, causado outros danos à estrutura do monumento. O prejuízo material
causado por Victor foi estimado em dois milhões de reais.
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A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue, com base na Lei n.º
7.347/1985, que regulamenta a ação civil pública.
Caso Victor resida no Acre, a proposição de ação civil pública pelo IPHAN para reparo do dano
causado à Catedral Metropolitana de Brasília deverá ser feita na justiça estadual do Acre.
As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa.
Na situação apresentada, o dano ocorreu em Brasília, sendo este, por isso mesmo, o local onde
a ação deve ser proposta.
Errado.
034. (CEBRASPE/ANA I/IPHAN/ÁREA 8/2018) Victor viajou do Acre até Brasília para parti-
cipar de uma manifestação popular na Esplanada dos Ministérios. Durante o ato, houve de-
sentendimento entre manifestantes e a polícia e se iniciou um grande tumulto em frente à
Catedral Metropolitana de Brasília, monumento tombado pelo IPHAN. Victor estava no local
no momento da confusão e, em reação à ação policial, decidiu depredar parte dos vitrais da
Catedral, tendo, ainda, causado outros danos à estrutura do monumento. O prejuízo material
causado por Victor foi estimado em dois milhões de reais.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue, com base na Lei n.º
7.347/1985, que regulamenta a ação civil pública.
O Ministério Público Federal poderá arquivar eventual inquérito civil aberto contra Victor, sem
apresentar motivação.
Em linhas gerais, o inquérito civil público pode ser conceituado como o procedimento investi-
gativo, de iniciativa do Ministério Público, realizado com o objetivo de subsidiar, com base nos
dados e informações coletas, uma eventual ação civil pública.
O procedimento a ser observado para o arquivamento do inquérito civil público consta no arti-
go 9º da Lei n. 7.347, de seguinte redação:
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Desta forma, o arquivamento do ICP apenas poderá ocorrer, ao contrário do que informa a
questão, de forma fundamentada.
Ainda assim, após o arquivamento, os autos serão remetidos, no prazo de 3 dias, ao Conselho
Superior do Ministério Público, que será responsável por homologar ou rejeitar a proposta de
arquivamento.
Errado.
Inicialmente, precisamos saber que os dois requisitos necessários para que a associação pos-
sa propor uma ação civil pública foram, de acordo com o enunciado, atendidos pela associa-
ção de defesa dos consumidores.
Além disso, de acordo com as disposições da Lei n. 7.347, não há que se falar, como regra
geral, em adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras des-
pesas por parte da associação autora.
Caso, no entanto, o mencionado legitimado atue com comprovada má-fé, haverá a condenação
ao pagamento de honorários de advogado, custas e despesas processuais.
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Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá-
rios periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprova-
da má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
Certo.
Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários peri-
ciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
No entanto, merece ser destacado o entendimento do STJ (Resp. 1397499), para o qual a men-
cionada isenção não alcança aqueles que estejam no polo passivo da demanda judicial.
Certo.
As associações, desde que atendam aos requisitos legais, estão dentre os legitimados para a
proposição de ação civil pública.
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Ao contrário do que informa a questão, a Defensoria Pública está dentre os legitimados para a
proposição de ação civil pública.
O erro está em afirmar que a ACP objetiva proteger os interesses individuais. Em sentido diver-
so, apenas os interesses individuais que sejam homogêneos é que poderão ser objeto da ação
civil pública.
Errado.
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Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá-
rios periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprova-
da má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
Quando o legitimado for o Ministério Público, no entanto, o STJ possui entendimento de que
esta desnecessidade de realização de adiantamento implica no pagamento dos honorários
devidos pela respectiva Fazenda Pública.
E o fundamento para isso faz todo o sentido, haja vista que, na visão do tribunal, o perito não
é obrigado a trabalhar gratuitamente, devendo, por isso mesmo, receber da Fazenda Pública
os respectivos honorários periciais.
Neste sentido, por exemplo, é o julgado proferido no âmbito do Resp. 1168893:
Certo.
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De acordo com a Lei da Ação Civil Pública, a sentença proferida em ação civil pública fará
coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, ressalva-
da a hipótese em que o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas.
A questão está correta, nos termos do artigo 16 da Lei n. 7.347, que é a norma responsável
por estabelecer os procedimentos a serem adotados na ação civil pública.
Assim, a regra geral é que a sentença civil fará coisa julgada erga omnes (efeitos a serem
observados por todos). A exceção fica por conta do pedido julgado improcedente por insufi-
ciência de provas, quando, em sentido diverso, os demais legitimados poderão ajuizar outra
ação com idêntico fundamento.
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do
órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.
Certo.
Logo, se considerarmos que a associação desistiu da ação, qualquer um dos outros legitima-
dos poderá assumir a titularidade da demanda.
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b) Errada. A ação não deverá ser extinta. Conforme mencionado, os demais legitimados pode-
rão assumir a titularidade da ação civil pública.
c) Errada. Conforme verificado, não é apenas o Ministério Público que poderá dar continuidade
e assumir a titularidade da ACP, mas sim todos os demais legitimados.
d) Errada. Não há que se falar em extinção com julgamento de mérito, uma vez que há a possi-
bilidade legal de prosseguimento por parte dos demais legitimados.
e) Errada. A ACP prescreve no prazo de 5 anos, mas este prazo não possui relação com a data
do abandono da titularidade por parte associação legitimada.
Letra a.
a) Errada. O Ministério Público é parte legítima (e não ilegítima) para propor a ação civil pública.
b) Certa. Considerando que a associação em questão atende aos requisitos legais, poderá ela
dar início à ACP.
c) Errada. O consumidor não está dentre os legitimados da Lei n. 7.347 para a propositura de
ação civil pública.
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Art. 5º, Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I – o Ministério Público;
II – a Defensoria Pública;
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V – a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
Logo, mesmo que a Defensoria Pública dê início à ACP, a participação do Ministério Público,
ainda assim, é essencial.
Letra b.
Vejamos, de acordo com a Lei n. 7.347, os legitimados para a proposição da ação civil pública.
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b) Errada. A sentença, no âmbito da ação civil pública, fará coisa julgada erga omnes, e não
ultra partes.
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do
órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.
c) Certa. Conforme verificado na alternativa anterior, a sentença, nas ações coletivas para de-
fesa de direitos individuais homogêneos (dentre as quais encontra-se a ACP) faz coisa julgada
erga omnes.
d) Errada. Dois são os requisitos que devem ser atendidos para que a associação possa ajuizar
uma ação civil pública.
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Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habili-
tar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
Letra c.
De acordo com a Lei n. 7.347, a propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo
terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único, A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posterior-
mente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Logo, deve prevalecer, para fins de prevenção, o juízo onde foi ajuizada a primeira ação ci-
vil pública.
Letra e.
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Para responder essa questão, temos que conhecer os legitimados para a proposição da ação
civil pública.
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Em linhas gerais, a ação civil pública pode ser entendida como o instrumento que tem por
objetivo a proteção à coletividade, responsabilizando o infrator por danos causados ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico, bem como a direito difuso ou coletivo.
No entanto, a ação civil pública trata-se de ação judicial que apenas pode discutir assuntos
relacionados com a eventual responsabilidade civil. Em outros termos, significa em afirmar
que as questões referentes ao âmbito administrativo ou penal (criminal) devem ser objeto de
outro tipo de ação.
Sendo assim, e com base no enunciado da questão, chegamos à conclusão de que apenas
a responsabilidade civil da empresa poderá ser objeto de discussão por meio da ação ci-
vil pública.
Letra a.
As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa.
b) Errada. Ao contrário do que afirmado, a parte autora (associação) pode sim desistir da ação
após a sua propositura. Nesta situação, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a
titularidade ativa.
Art. 5º, § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
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c) Errada. A ação civil pública não precisa ter como objeto da condenação, necessariamente, o
pagamento em dinheiro. Em sentido diverso, a condenação poderá consistir em obrigação de
fazer ou de não fazer.
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação
de fazer ou não fazer.
d) Errada. A habilitação como litisconsorte trata-se de uma faculdade, e não de uma obrigação,
por parte do Ministério Público.
Art. 5º, § 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste
artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
e) Errada. Na ação civil pública, não há que se falar na possibilidade de adiantamento de cus-
tas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Apenas em caso de comprovada má-fé é que a associação autora, de acordo com a norma
legal, deverá pagar honorários de advogado, custas e despesas processuais.
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá-
rios periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprova-
da má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
Letra a.
Inicialmente, precisamos saber que a ação civil pública poderá ser ajuizada pelo Ministério
Público, que é um dos legitimados para tal.
Com relação ao local do ajuizamento, este deverá, de acordo com as disposições legais, ser o
foro do local onde ocorrer o dano.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o da no, cujo juízo
terá competência funcional para processar e julgar a causa.
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Por fim, ainda de acordo com as disposições da Lei n. 7.347, estabelece o artigo 3º que
A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer.
Certo.
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GABARITO
1. a 18. C 35. C
2. b 19. a 36. C
3. d 20. a 37. C
4. e 21. a 38. E
5. C 22. a 39. E
6. C 23. d 40. C
7. E 24. d 41. C
8. E 25. e 42. a
9. C 26. c 43. b
10. E 27. c 44. e
11. C 28. E 45. c
12. C 29. E 46. e
13. E 30. E 47. c
14. E 31. E 48. a
15. C 32. E 49. a
16. C 33. E 50. C
17. E 34. E
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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