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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Conceito e Sentidos
de Constituição e o
Neoconstitucionalismo

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
230522497650

LUCIANO DUTRA

Advogado da União desde 2009, com atuação no Supremo Tribunal Federal. Autor
de livros. Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos
preparatórios para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e on-line.
Aprovado em diversos concursos públicos. Graduado em Direito pela Universidade
Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado
em Ciências Militares.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Simone Venâncio dos Santos Xavier - 83712003153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Direito Constitucional
Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

SUMÁRIO
Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1. Sentido Sociológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2. Sentido Político . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3. Sentido Jurídico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4. Sentido Culturalista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5. Concepções Modernas de Constituição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.1. Força Normativa da Constituição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.2. Constituição Simbólica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5.3. Constituição Aberta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
6. O Neoconstitucionalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

1) APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a), tudo bem? Espero que este texto lhe encontre feliz e com saúde.
Inicialmente, gostaria de manifestar a minha imensa satisfação de participar dessa
importante e decisiva caminhada rumo ao tão sonhado cargo público. Muito obrigado por
confiar no nosso trabalho.
A caminhada não será fácil, mas não se assuste, pois estamos aqui para ajudá-lo(a)
nesta batalha. Seremos soldados de todas as horas para JUNTOS enfrentarmos essa guerra.
Antes de tudo, permita-me me apresentar. Meu nome é LUCIANO DUTRA ou apenas LD.
Sou Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios
para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e online e autor de diversas obras,
dentre as quais o nosso Direito Constitucional Essencial, que já se encontra na 4ª edição
pela Editora Método. Sou dedicado, também, em estudar a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. Exerço, com muito orgulho e após intenso esforço, o cargo de Advogado da
União desde 2009. Comecei minha caminhada na seara dos concursos públicos muito cedo,
sendo aprovado no concurso público para Escola Preparatória de Cadetes do Exército aos
15 anos de idade. Graduei-me em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e sou
especialista em Direito Público. Sou, ainda, graduado em Ciências Militares pela Academia
Militar das Agulhas Negras do Exército Brasileiro e Pós-Graduado em Ciências Militares pela
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro, sendo 4º colocado de minha
turma. Além disso, importante dizer que fui aprovado em diversos concursos públicos.
Quer me conhecer um pouco mais? Acesse o link https://www.youtube.com/
watch?v=fyhpellsL_Q.
Este material foi preparado com muito carinho e dedicação para servir de ferramenta
eficaz para a sua aprovação.
Nosso audacioso objetivo é que você gabarite as questões de Direito Constitucional neste
tão aguardado concurso para Técnico em Gestão e Assistência Pública à Saúde da SES DF.
Pois bem, agora que você já me conhece, passemos aos ensinamentos do desafiador
Direito Constitucional, trazendo primeiramente dicas valiosas de como estudar nossa
disciplina. Venha comigo!!!

2) COMO ESTUDAR O DIREITO CONSTITUCIONAL: O TRIPÉ DA APROVAÇÃO


Para ser aprovado em concurso público, independentemente do nível de exigência do
cargo pleiteado, você precisa ultrapassar a disciplina Direito Constitucional. Para facilitar
o caminho até a tão sonhada conquista, superando o possível trauma inicial causado pelo
primeiro contato com os intangíveis e incomuns conceitos do Direito Constitucional, trarei
uma ferramenta testada e aprovada pelos meus saudosos alunos e alunas: aquilo que
denominei de TRIPÉ DA APROVAÇÃO.

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Pois bem, meu (minha) querido(a) discente, o estudo do Direito Constitucional para
concursos públicos se apoia em três bases: uma boa doutrina, a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal e a leitura incessante da Constituição Federal. Além, é claro, da resolução
das provas anteriores e da escolha de um excelente curso preparatório ( já começou com
o pé direito, escolhendo o Gran Cursos Online – centro de excelência que já aprovou
milhares de ex-alunos).

De início, você deve selecionar uma OBRA DE QUALIDADE. Um bom livro para concurso
público deve trazer os assuntos mais importantes de forma objetiva, sintetizando a doutrina
constitucionalista mais abalizada, a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal,
e somada, se possível, a quadros sinóticos, dicas e exercícios de fixação retirados das provas
já aplicadas.
É importante que a obra se encaixe no seu perfil. Para ajudá-lo(a) nesta difícil tarefa,
seguem algumas indicações bibliográficas, dentre tantas outras existentes no mercado
editorial:
• Luciano Dutra, Direito Constitucional Essencial, Editora Método (4ª edição);
• Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, Editora Atlas;
• Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional,
Editora Atlas;
• Dirley da Cunha Júnior, Curso de Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito Constitucional,
Editora Saraiva;
• Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva;
• Marcelo Novelino, Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
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• Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, Editora Saraiva;


• Sylvio Clemente da Motta Filho, Direito Constitucional: teoria, jurisprudência e
questões, Editora Campus/Elsevier;
• Uadi Lammêgo Bulos, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; e
• Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado, Editora
Método.
Como a escolha da obra é algo muito pessoal, o ideal é você ler alguns trechos dos livros
selecionados e sentir se a linguagem do autor lhe é agradável. Importante lembrar, ademais,
que nenhuma obra é “completa”, de tal forma que é fundamental acompanhar a leitura do
livro com as informações atualizadas trazidas por nosso curso de Direito Constitucional.
Não deixe de pesquisar também a obra eletrônica disponibilizada no site do STF chamada
“A Constituição e o Supremo”. É gratuita e ajuda o candidato no pleno entendimento da
Constituição Federal à luz das decisões atuais da Suprema Corte.
MAS, se você adotar nosso PDF como material de estudo, eu lhe asseguro que terá
TUDO o que é necessário para gabaritar Direito Constitucional. Utilize o livro escolhido
apenas como complemento, se for o caso.
A segunda base do TRIPÉ DA APROVAÇÃO é a JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. A maneira mais eficiente para você estar atualizado(a) com as recentes decisões do STF
é ler os Informativos de jurisprudência disponibilizados semanalmente no site da Corte.
Mas cuidado ao manusear o Informativo! Não há necessidade de ler todas as partes, mas
apenas aquelas que se inserem no conteúdo do edital do seu concurso. Tenha senso de
seleção. Por exemplo, se no seu certame não cai Direito Tributário, você não precisa estudar
as decisões afetas a esse ramo do Direito. Reconheço o quão difícil é ler e compreender os
Informativos do STF. Para ajudá-lo(a), terei o zelo de trazer para dentro do nosso PDF as
decisões recentes do STF que poderão impactar os concursos públicos. Destaque-se que
a importância do estudo da jurisprudência está intimamente ligada ao grau de dificuldade
do certame: quanto mais difícil é o concurso maior a cobrança da jurisprudência. Ou seja,
concursos das carreias jurídicas, concursos das carreiras do Poder Legislativo, concursos
para a área fiscal, concursos das áreas de gestão e controle cobram com mais frequência
a jurisprudência do STF. Para este concurso de Técnico em Gestão e Assistência Pública à
Saúde da SES DF, não há necessidade de ler a jurisprudência trazida ao final de cada aula.
Considere-a como um presente do LD para concursos futuros. Outros concursos como os
das carreiras policiais, concursos para as demais área do Poder Executivo, concursos de
nível médio exigem mais a literalidade da Constituição Federal e não costumam cobrar
o conhecimento da jusrisprudência. Caso você deseja fazer estes concursos em que a
jurisprudência não é muito cobrada, as súmulas e jurisprudência aplicáveis que acompanham
o material deverão ser encaradas como mera leitura complementar, se houver tempo. Não

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se trata de leitura obrigatória, é apenas um brinde do LD para você. Portanto, direcione a


leitura deste PDF de acordo com a sua realidade. Para este concurso de Analista em Gestão
e Assistência Pública à Saúde da SES DF, não há necessidade de ler a jurisprudência trazida
ao final de cada aula. Considere-a como um presente do LD para concursos futuros.
Fechando o TRIPÉ DA APROVAÇÃO, é imprescindível ler e reler o TEXTO DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL, palco de cobrança de infindáveis questões. O examinador de qualquer banca,
muitas das vezes, traz para o bojo da prova a literalidade do Texto Maior. Para tanto, tenha
sempre em mãos uma Constituição Federal atualizada, contendo as emendas constitucionais
mais recentes. Temas como os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º), os Direitos
Sociais (arts. 6º ao 11), o elenco dos bens da União (art. 20), os bens atribuídos aos Estados-
membros (art. 26), a repartição constitucional de competências (arts. 21 a 24), as atribuições
do Congresso Nacional e de suas Casas - Câmara dos Deputados e Senado Federal (arts. 48
a 52), as atribuições do Presidente da República (art. 84), as composições e as competências
dos órgãos do Poder Judiciário (arts. 101 a 126) dependem muito mais do seu esforço pessoal
em ler a Constituição Federal até a exaustão do que assistir uma brilhante aula expositiva
ou a leitura de uma obra doutrinária de qualidade. Nesse viés, para facilitar a sua vida, vou
transcrever no PDF as partes da Constituição Federal que exigem a assimilação por você.
Além da preparação teórica proposta, que necessariamente passará pelo TRIPÉ DA
APROVAÇÃO, é fundamental a RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES dos concursos públicos anteriores.
Aqui, também temos uma dica valiosa: faça as questões recentes da banca que realizará o
seu certame, desde que de editais similares, e todas as questões passadas dos concursos
anteriores do cargo que você pleiteia, independentemente da banca. Com isso, você fixará
os conhecimentos já adquiridos e levantará os temas que precisa melhorar. Nosso PDF
conta, também, com um rol de exercícios minuciosamente selecionados para a sua
preparação. Além disso, você pode contar com o GRAN CURSOS QUESTÕES que contém
inúmeras questões para ajudá-lo(a) na sua aprendizagem.
Em se falando das bancas examinadoras, é importantíssimo conhecer o seu “inimigo”.
Ensina Sun Tzu em “A arte da guerra”, capítulo 10, que: “conheça o inimigo e a si mesmo e
você obterá a vitória sem qualquer perigo; conheça terreno e as condições da natureza, e
você será sempre vitorioso”. No seu caso, o “inimigo” é a banca examinadora e o “terreno”
são as provas passadas desta banca.
Para facilitar o pleno conhecimento do “inimigo” e do “terreno”, segue uma análise
pessoal das bancas examinadoras mais importantes, à luz do TRIPÉ DA APROVAÇÃO:
CESPE Vunesp FCC FGV
DOUTRINA Importante Importante Importante Muito importante
JURISPRUDÊNCIA Muito importante Importante Importante Importante
CF/88 Muito importante Muito importante Muito importante Muito importante

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Note que a leitura da Constituição Federal é SEMPRE muito importante!


Concluindo, é certo que o Direito Constitucional estará na sua prova. Não se assuste
com o “choque” inicial que essa disciplina pode lhe causar. Está longe de ser um “bicho de
sete cabeças”. Apoie-se no TRIPÉ DA APROVAÇÃO (a doutrina, a jurisprudência do STF e a
Constituição Federal), faça infindáveis exercícios de fixação e se valha de um excelente curso
preparatório como o Gran Cursos Online que, com isso, o seu sucesso estará garantido.
Nosso PDF tem a audácia de garantir a você as informações necessárias para GABARITAR
Direito Constitucional, basta ter foco, força de vontade e fé na missão!!!

3) O DIREITO CONSTITUCIONAL E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL


Valeremo-nos, doravante, deste PDF para ensinar-lhe o desafiador e saboroso Direito
Constitucional. Mas o que é o Direito Constitucional? Segundo as palavras do iluminado
jurista e, a nosso sentir, o maior constitucionalista do País José Afonso da Silva1, o Direito
Constitucional pertence ao setor do Direito Público. Distingue-se dos demais ramos do
Direito Público pela natureza específica de seu objeto e pelos princípios peculiares que o
informam. Configura-se como Direito Público fundamental por referir-se diretamente à
organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo
e ao estabelecimento das bases da estrutura política. Conclui o citado mestre que o Direito
Constitucional pode ser definido como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta
e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
Em nosso Direito Constitucional Essencial2 definimos Direito Constitucional como
“o ramo do Direito Positivo Público que estuda a Constituição Federal, considerada como
norma jurídica suprema que organiza o Estado pelos seus elementos constitutivos (povo,
território, governo, soberania e finalidade), atribuindo-lhe poder e, ao mesmo tempo,
limitando o exercício desse poder pela previsão de direitos e garantias fundamentais e
pela separação de poderes”.

1
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 36.
2
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3.

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Luciano Dutra

Direito Constitucional Constituição


Norma jurídica suprema que cria
o Estado, atribuindo-lhe poder
Ramo do Direito Positivo Público
limitado pela previsão de direitos
que estuda a Constituição.
e garantias fundamentais e pela
separação de poderes.

Ainda, nos valendo do nosso Direito Constitucional Essencial, vamos diferenciar Direito
Público do Direito Privado3. Nos ramos do Direito qualificados como Público, o Estado
participa da relação jurídica em condição de supremacia em relação aos indivíduos (em
condição de desigualdade), prevalecendo a vontade coletiva sobre o interesse individual.
Ao Estado, compete criar normas jurídicas que visam tutelar os interesses coletivos, os
interesses gerais da sociedade, e aplicá-las; ao povo, cumpre obedecer a ordem jurídica
estabelecida. É o Direito composto inteiramente por normas de ordem pública, normas
cogentes, imperativas, de obrigatoriedade inafastável. Como exemplos, temos: Direito
Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual, Direito Tributário,
Direito Eleitoral, Direito Ambiental. De outra banda, o Direito Privado trata de relações entre
particulares (privadas). É composto predominantemente por normas de ordem privada
(supletiva) que se direcionam a regulamentação dos interesses individuais. Os integrantes
da relação jurídica estão em pé de igualdade, prevalecendo a autonomia da vontade.
Como exemplos, citamos: o Direito Civil e o Direito Empresarial.
Convém mencionar que a divisão do Direito entre Público e Privado cumpre uma função
eminentemente didático-metodológica (trata-se de uma conveniência acadêmica), uma vez
que o Direito é, a rigor, uno e indivisível. Ademais, essa visão dicotômica do Direito perde mais
espaço com o nascimento do neoconstitucionalismo (ou novo Direito Constitucional). Com
a evolução de um novo paradigma de Estado (chamado de Estado pós-Social), as relações
privadas passam a ser observadas à luz da Constituição Federal. Não por outra razão que
os direitos fundamentais passam a influenciar as relações privadas (estudaremos a seu
tempo o tema eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais que está ligado à
influência dos direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas). Nesse contexto, o Direito
Civil abandona seu caráter meramente patrimonialista e passa a focar no ser humano, em
homenagem a dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil
(art. 1º, inc. III) e princípio básico que orienta os demais direitos e garantias fundamentais4.

3
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 3.
4
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3-4.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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Como vimos, o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição Federal.


Mas o que é a Constituição? José Afonso da Silva5 demonstra que o termo Constituição
assume vários significados (é uma palavra plurívoca), tais como:
a) conjunto dos elementos essenciais de alguma coisa: a constituição do universo, a
constituição dos corpos sólidos;
b) temperamento, compleição do corpo humano: uma constituição psicológica explosiva,
uma constituição robusta;
c) organização, formação: a constituição de uma assembleia, a constituição de uma
comissão;
d) o ato de estabelecer juridicamente: a constituição de dote, de renda, de uma
sociedade anônima;
e) conjunto de normas que regem uma corporação, uma instituição: a constituição da
propriedade;
f) a lei fundamental de um Estado.
Com efeito, a Constituição, que se traduz em objeto de estudo do Direito Constitucional,
é justamente o sentido de “lei fundamental de um Estado”, ou seja, “a organização dos
seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que
regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do
poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais
do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas
que organiza os elementos constitutivos do Estado”.6

4) ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


Querido(a) aluno(a), para conseguirmos compreender o conteúdo de nossa atual
Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, é importantíssimo entender a
maneira pela qual ela foi estruturada. Então vamos lá! Ela possui um preâmbulo, uma parte
dogmática, um ato das disposições constitucionais transitórias, emendas constitucionais
de revisão, emendas constitucionais de reforma e atos internacionais equivalentes à
emenda à Constituição. Vejamos cada um deles.
O PREÂMBULO é a parte precedente do texto constitucional que irradia uma pauta de
valores e objetivos adotados pela Constituição Federal. Diz o preâmbulo:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores

5
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39.
6
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39-40.

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supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL.

Importante informar que o Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o


preâmbulo da Constituição Federal de 1988 não possui força normativa, reconhecendo
apenas valor interpretativo. Vale dizer, a força do preâmbulo está na sua capacidade de
nortear a interpretação e a integração do texto constitucional propriamente dito, sendo
que, embora o preâmbulo faça parte da Constituição, não possui força autônoma, não
podendo induzir a declaração de inconstitucionalidade tão só com base em suas disposições.7

DE OLHO NOS DETALHES


O preâmbulo:
1) não possui força normativa;
2) possui função de diretriz interpretativa do texto constitucional;
3) não é considerado verdadeiramente uma norma constitucional;
4) não é norma de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais e pelas Leis Orgânicas
do Distrito Federal e dos Municípios. Ou seja, não segue o princípio da simetria;
5) não pode ser utilizado como parâmetro de controle.

Por seu turno, a PARTE DOGMÁTICA da Constituição Federal de 1988 constitui o seu
corpo central, reunindo os Princípios Fundamentais (Título I), os Direitos e Garantias
Fundamentais (Título II), a Organização do Estado (Título III), a Organização dos Poderes
(Título IV), a Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (Título V), a Tributação e
o Orçamento (Título VI), a Ordem Econômica e a Ordem Financeira (Título VII), a Ordem
Social (Título VIII) e as Disposições Constitucionais Gerais (Título IX). Enfim, é o texto
da Constituição Federal que se estende do art. 1º ao art. 250. Da parte dogmática, o
que é que interessa para você? Depende do seu edital. Nesta apresentação haverá um
direcionamento específico para o seu concurso.
Por sua vez, o ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) é o
conjunto de normas constitucionais que assumem dupla função:
a) realizar a transição entre a nova ordem constitucional e a que foi substituída (por
exemplo: art. 25, do ADCT – não precisa decorá-lo);

Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição,
sujeito este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem

7
Marcelo Alkmin apud Oliveira, James Eduardo. Constituição Federal anotada e comentada. Editora Forense. 2013. p. 2.

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a órgão do Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional,


especialmente no que tange a:
I – ação normativa;
II – alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.
§ 1º Os decretos-lei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a
promulgação da Constituição terão seus efeitos regulados da seguinte forma:
I – se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até
cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar;
II – decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretos-lei ali
mencionados serão considerados rejeitados;
III – nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência
dos respectivos decretos-lei, podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os
efeitos deles remanescentes.
§ 2º Os decretos-lei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão
convertidos, nesta data, em medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no
art. 62, parágrafo único.

b) disciplinar provisoriamente determinadas situações, enquanto não regulamentadas em


definitivo por lei (por exemplo: art. 16, do ADCT – também não há necessidade de memorizá-lo).

Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República,
com a aprovação do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal.
§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida
pelo Senado Federal.
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito
Federal, enquanto não for instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal,
mediante controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, observado
o disposto no art. 72 da Constituição.
§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela
União na forma da lei.

Diga-se que não há qualquer diferença hierárquica entre as normas previstas no ADCT
e as integrantes da parte dogmática da Constituição Federal. Ambas são formalmente
constitucionais com o mesmo status jurídico, ou seja, as normas constantes do ADCT servem
de parâmetro de controle de constitucionalidade, bem como sua alteração deve seguir o
modelo das emendas constitucionais.

DICA DO LD
Apesar de cumprirem importante papel na transição
constitucional, as normas do ADCT não são imprescindíveis
às Constituições, vale dizer, a existência, ou não, de normas

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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transitórias fica ao talante do constituinte originário 8

(aquele que redigiu o texto da Constituição Federal).

Vejamos agora as EMENDAS CONSTITUCIONAIS. Elas podem ser de reforma ou de revisão.


Em cumprimento ao art. 3º do ADCT9, foram promulgadas seis EMENDAS CONSTITUCIONAIS
DE REVISÃO (ECR). Por se tratar de um procedimento único e exaurido, sob o regime
constitucional vigente, não é possível a edição de uma nova ECR. Noutro giro, o procedimento
para a edição de uma EMENDA CONSTITUCIONAL DE REFORMA (EC) é permanente, razão
pela qual pode, a qualquer momento, ser efetuada uma nova modificação constitucional,
desde que respeitado o devido processo legislativo constitucional capitulado no art. 6010 (se
no seu concurso cair processo legislativo, iremos juntos trabalhar este art. 60 no momento
adequado).
Por fim, a partir da promulgação da Emenda Constitucional 45, de 2004, o Brasil passou a
admitir ATOS INTERNACIONAIS EQUIVALENTES À EMENDA À CONSTITUIÇÃO, que são os tratados
internacionais sobre direitos humanos incorporados ao ordenamento jurídico pátrio com força de
emenda à Constituição. É o que prevê o § 3º do art. 5º: “os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
O Brasil já possui dois tratados internacionais sobre direitos humanos internalizados segundo o
quórum diferenciado do art. 5º, § 3º: 1) a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
e de seu Protocolo Facultativo, assinado em Nova Iorque, em 2007 (Decreto Legislativo n. 186, de
2008); e 2) o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas,
com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, concluído
no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, celebrado em Marraqueche, em
2013 (Decreto Legislativo nº 261, de 2015).
Para facilitar nossa memorização quanto à estrutura da Constituição Federal de 1988, vamos
a um mapa mental. Aliás, você encontrará mapas mentais, esquemas e dicas durante todo
nosso curso.

8
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 64.
9
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
10
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 65.

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parte precedente
sintetiza valores
serve para orientar a interpretação
art. 5º, §3º ATOS INTERNACIONAIS = EC PREÂMBULO não possui força normativa (STF)
não é verdadeiramente uma norma constitucional

art. 60 não é de observância obrigatória


EC DE REFORMA não é utilizado como parâmetro de controle
procedimento
ESTRUTURA
permanente
DA CF 1988

corpo principal
art. 3º do ADCT
PARTE arts. 1º ao 250
procedimento único EC DE REVISÃO
DOGMÁTICA parâmetro de controle
6

realizar a transação entre Constituições


SERVE PARA
disciplinar provisoriamente certas matérias

normas do ADCT = normas da parte dogmática (não há hierarquia) ADCT

parâmetro de controle
não é obrigatória a existência

TUDO
NO
PDF
DO
LD
TRIPÉ DA APROVAÇÃO

DOUTRINA JURISPRUDÊNCIA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

DIREITO CONSTITUCIONAL
STF LER COM MUITA ATENÇÃO
ESSENCIAL 4ª EDIÇÃO

Conseguiu acompanhar todo o raciocínio até aqui? Espero que sim. Então prossigamos.
Agora que você já me conhece e entendeu o objeto de estudo da nossa querida disciplina,
vou apresentar-lhe o nosso curso de Direito Constitucional em 12 aulas, para Técnico
em Gestão e Assistência Pública à Saúde da SES DF, assim distribuídas:
Aula um – Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo;
Aula dois – Poder Constituinte;
Aula três – Controle de Constitucionalidade;
Aula quatro – Princípios Fundamentais;
Aula cinco – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais;
Aula seis – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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Aula sete – Direitos Sociais;


Aula oito – Nacionalidade;
Aula nove – Direitos Políticos e Partidos Políticos;
Aula dez – Organização Político-Administrativa do Estado;
Aula onze– Repartição de Competências;
Aula doze – Administração Pública.
Está comigo até aqui? Espero que sim.
Lembre-se de que o Gran Cursos Online possui um fórum de dúvidas para que possamos
ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito Constitucional.
Gostaria de receber sua avaliação acerca das nossas aulas. Isso é muito
importante para nós.
Então vamos ao estudo do tema Conceito e Sentidos de Constituição e o
Neoconstitucionalismo.
Espero tê-lo(a) como aluno(a). Conte sempre conosco. Fique com Deus, forte abraço e
bons estudos.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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CONCEITO E SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO E O


NEOCONSTITUCIONALISMO
Meu(minha) aluno(a), como está?
A Constituição Federal, objeto de estudo do Direito Constitucional, é uma norma jurídica
suprema que cria o Estado, organizando os seus elementos constitutivos (povo, território,
governo, soberania e finalidade), perfazendo sua lei fundamental.

CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

Sistema unitário e harmônico de normas jurídicas que cria o


Estado, regulamentando a forma de Estado, a forma de governo,
o sistema de governo, o regime de governo, o modo de aquisição
e exercício do poder estatal, o estabelecimento de seus órgãos,
os limites de sua ação e os direitos e garantias fundamentais.

Podemos citar, ainda, a título de complemento, outros conceitos trazidos pela doutrina
constitucionalista.
Segundo José Afonso da Silva11, Direto Constitucional é “o ramo do Direito Público que
expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
Por seu turno, Manoel Gonçalves Ferreira Filho12 define Direito Constitucional como
“o conhecimento sistematizado da organização jurídica fundamental do Estado. Isto é,
conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do
governo, ao modo de aquisição, exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e
aos limites de sua ação”.
Já Uadi Lammêgo Bulos13 observa que o Direito Constitucional “é a parcela da ordem
jurídica que compreende a ordenação sistemática e racional de um conjunto de normas
supremas encarregadas de organizar a estrutura do Estado e delimitar as relações de poder”.
Importante dizer que a Constituição pode ser conceituada, ainda, por uma perspectiva
material e uma perspectiva formal.
Sob o ponto de vista material, Paulo Bonavides14 diz que a Constituição é “o conjunto
de normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao exercício
da autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, tanto individuais

11
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 34.
12
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 16.
13
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 2.
14
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 80.

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como sociais”. Perceba que nessa visão material, Constituição engloba apenas as normas
materialmente constitucionais.
Sylvio Motta15, por sua vez, conceitua a Constituição sob a perspectiva formal. Para
ele, Constituição é o “conjunto de normas e princípios, escritos ou costumeiros, que
estabelece e disciplina os modos de aquisição, exercício e perda do poder, a forma de Estado,
a forma de governo, o regime de governo, a separação dos poderes, os órgãos estatais e
seu funcionamento, as finalidades para a atuação do Estado, os limites de sua ação, os
direitos fundamentais do homem e as garantias que os asseguram, bem como qualquer
outro assunto considerado digno de previsão constitucional, a exemplo do meio ambiente,
da ordem econômica e da ordem social”. Nessa visão mais ampla, a Constituição engloba
tanto as normas materialmente constitucionais, bem como as normas formalmente
constitucionais.
Mais a frente, ao tratar da diferença entre leis constitucionais e Constituição, no contexto
do sentido político de Constituição, vou diferenciar normas formalmente constitucionais
de normas materialmente constitucionais.
Dito isso, a depender do prisma pelo qual se observa, a Constituição pode assumir três
sentidos diferentes: o sociológico, o político e o jurídico. Além disso, ainda falaremos do
sentido culturalista que é uma síntese dos demais. Passemos, a partir de agora, a delinear
as peculiaridades de cada um dos Sentidos de Constituição (também conhecidos como
Concepções de Constituição).

15
MOTTA FILHO, Sylvio Clemente da. Direito constitucional: teoria, jurisprudência e questões. 22. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010. p. 18.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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1. SENTIDO SOCIOLÓGICO
Ferdinand Lassalle, em sua obra A Essência da Constituição, revelou os fundamentos
sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição real
(ou material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma
nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.

É importante saber o nome do doutrinador e de sua obra.

DICA DO LD
Lassalle com dois S – idealizador do sentido Sociológico.

Ele defende que coexistem, no Estado, duas espécies de Constituição: a Constituição


escrita (também chamada de formal ou jurídica) e a Constituição real (ou material).
A Constituição real para Lassalle não seria propriamente uma norma jurídica, mas um
fato social.

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Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir
o processo político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado
é a Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
Na visão sociológica defendida por Lassalle, em um possível conflito entre a Constituição
jurídica (escrita) e a Constituição real, sempre prevalecerá a Constituição real.
Observe que interessante a metáfora que Lassalle usa em sua obra, para explicar
sua teoria:

Podem meus ouvintes plantar no seu quintal uma macieira e segurar no seu tronco um papel
que diga: ‘Esta árvore é uma figueira’. Bastará esse papel para transformar em figueira o que é
macieira? Não, naturalmente. E embora conseguissem que seus criados, vizinhos e conhecidos, por
uma razão de solidariedade, confirmassem a inscrição existente na árvore, a planta continuaria
sendo o que realmente era e, quando desse frutos, estes destruiriam a fábula, produzindo maçãs,
e não figos. O mesmo ocorre com as Constituições. De nada servirá o que se escrever numa
folha de papel, se não se justificar pelos fatores reais e efetivos do poder.

Veja como isso é cobrado em prova.

001. (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção sociológica,


a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, sendo,
portanto, real e efetiva.

Exatamente isso que defende Lassalle!!!


Certo.

002. (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores


reais do poder em uma sociedade.

Esse é o ponto central da teoria defendida por Lassalle.


Certo.

003. (DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2006) Ferdinand Lassalle, seguidor do conceito sociológico,


reconhece a Constituição como um instrumento jurídico dotado de força normativa.

Para Lassalle, a Constituição escrita é mera folha de papel, não possuindo, portanto, força
normativa, ou seja, não é capaz de condicionar a atuação do Estado.
Errado.

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004. (2019/INSTITUTO QUADRIX/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/


FARMACÊUTICO FISCAL) Na visão sociológica de Lassale, em um possível conflito entre a
Constituição jurídica e a Constituição real, esta última prevalecerá.

É isso que defende Lassalle.


Certo.

Percebeu como as bancas cobram o assunto? É exatamente da maneira cirúrgica que


trouxemos. Vejamos agora o sentido político de Constituição.

2. SENTIDO POLÍTICO
Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Constituição significa
a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a forma de
existência do Estado.

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DICA DO LD
Schmitt com dois T – idealizador do sentido Politíco.

Assim, a Constituição representa o resultado da vontade política fundamental


do Poder Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado,
tais como forma de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo,
separação dos Poderes, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização
dos Poderes etc.
Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional,
haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à
estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado, haveria normas
que não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição
para adquirir maior estabilidade jurídica.
Aliás, é importante dizer, desde logo, que essas ideias se identificam com uma dicotomia
muito difundida na doutrina moderna que distingue normas materialmente constitucionais
de normas formalmente constitucionais.
As normas materialmente constitucionais (que seriam aquilo que Schmitt chama de
Constituição) são aquelas que tratam de temas notoriamente constitucionais como os
direitos e garantias fundamentais, a organização do Estado, a separação de Poderes, o modo
de aquisição e exercício do poder. São normas que sempre estarão nos textos constitucionais
porque se ligam à estruturação do Estado.
Por sua vez, normas formalmente constitucionais (leis constitucionais segundo Schmitt)
são todas aquelas inseridas no texto constitucional independentemente do seu conteúdo.
Dito isso, vamos fazer juntos algumas questões para sairmos do mundo das ideias e
pisarmos em solo firme!

005. (PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de Constituição, elaborada por


Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito a uma decisão
política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder constituinte.

É isso o que defende Carl Schmitt. Levem exatamente essa ideia para a prova. Constituição
é igual à decisão política fundamental.
Certo.

006. (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido sociológico defendido por Ferdinand


Lassalle, a Constituição é fruto de uma decisão política.
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Quem defende que a Constituição é uma decisão política fundamental é Carl Schmitt, no
sentido político de Constituição.
Errado.

007. (STN/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2005) Na concepção de constituição em


seu sentido político, formulada por Carl Schmitt, há uma identidade entre o conceito de
constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que
se materializa a decisão política fundamental do Estado.

Não há uma identidade entre o conceito de Constituição e o conceito de leis constitucionais.


É na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As outras
normas inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental
são apenas leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente
constitucionais).
Errado.

008. (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO FISCAL) Na visão


política de Carl Schmitt, é considerado como Constituição tudo o que formalmente nela se
encontre, independentemente de cuidar ou não de matéria propriamente constitucional.

De acordo com o que ensinamos, Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais.


Para ele, no texto constitucional, haveria normas que se destacariam pela enorme relevância
política, pois dizem respeito à estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime
político etc. (aquilo que ele chamou de Constituição). Por outro lado, haveria normas que
não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na Constituição para
adquirir maior estabilidade jurídica (as leis constitucionais).
Errado.

É atribuído, ainda, a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição. Segundo Schmitt,


a Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar a
separação de poderes; e 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
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Tem que saber o nome

Obra: A Essência da Constituição


SS – sociológico Fundamentos sociológicos das Constituições: fatores
reais de poder (econômico, político, religioso, militar)
ou CONCEPÇÕES
SOCIOLÓGICO FERDINAND LASSALLE Constituição real: somatório dos fatores reais de poder
Constituição escrita: mera folha de papel
Metáfora da figueira e da macieira
SENTIDOS DE
CONSTITUIÇÃO

TT – político
Obra: Teoria da Constituição

POLÍTICO CARL SCHMITT Constituição: decisão política fundamental


Constituição (Títulos I a IV) x Leis Constitucionais (art. 242, § 2°)

estabelecida na forma escrita


contemplasse a separação dos
Conceito ideal de Constituição poderes
consagrasse direitos e garantias
fundamentais

Agora, vejamos o sentido jurídico de Constituição.

3. SENTIDO JURÍDICO
O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra A Teoria Pura do Direito,
em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais
à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo
político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

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Perceba o nome da obra: A Teoria Pura do Direito. Esse dado é importante para entender
sua teoria.
Hans Kelsen considera a Constituição como uma norma jurídica pura, sem qualquer
conotação sociológica, política ou filosófica.
Muito embora reconheça a relevância dos fatores reais de poder na condução da vida
política de um Estado, Kelsen defendeu que o seu estudo não compete ao operador do
Direito, mas ao sociólogo, ao filósofo etc. Nisso consistia sua Teoria Pura do Direito: afastar
a ciência jurídica de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.
Por tudo isso, ficou fácil perceber que a concepção jurídica de Constituição de Kelsen
surge exatamente para se contrapor à posição sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.
Kelsen cria o que se denomina dogmático-positivismo kelseniano, colocando a
Constituição no ápice do sistema jurídico, acima de todas as demais leis. Vejamos graficamente
a pirâmide normativa defendida por Kelsen.

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NFH
Normas constitucionais e tratados internacionais sobre direitos humanos
com força de emenda (art. 5º, § 3º) - BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE
(cumpra-se a Constituição)

Atos normativos primários: atos normativos supralegais (tratados inter-


nacionais sobre direitos humanos sem força de emenda), demais trata-
dos internacionais, leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas,
medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções (art. 59), decretos
autônomos (art. 84, VI), regimento da Câmara dos Deputados (art. 51, III),
regimento do Senado Federal (art. 52, XII), regimento dos Tribunais (art.
96, I, a).

Atos normativos secundários: decretos regulamentares (art. 84, IV), por-


tarias, circulares, instruções, pareceres etc.

Figura: Escalonamento Normativo ou Pirâmide Normativa

A Constituição, sob a ótica jurídica, é vista como um sistema unitário e harmônico


de normas jurídicas fundamentais à estruturação do Estado e paradigma de validade de
todo o ordenamento jurídico.
Agora, sente firme em sua cadeira e aperte o cinto, porque vamos entrar em uma área
de turbulência.
Kelsen desenvolveu dois sentidos para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico
e o sentido jurídico-positivo.
Em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental hipotética
(NFH), cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição em sentido
jurídico-positivo.
Kelsen não admitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole
sociológica, política ou filosófica (lembra da ideia da Teoria Pura do Direito?). Assim, foi
obrigado a desenvolver um fundamento jurídico para a Constituição, o que denominou
de norma fundamental hipotética, também chamada de norma pensada ou pressuposta,
que existe apenas para servir de pressuposto de validade das normas constitucionais.
A norma fundamental hipotética determina a observância da Constituição Federal.
Traduz-se em um verdadeiro comando de “cumpra-se a Constituição” (conforme citado
na figura acima).

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Por outro lado, em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma


jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.
As normas infraconstitucionais (aquelas que estão abaixo da Constituição) só existem
e são aptas a produzir os seus efeitos no mundo jurídico se forem compatíveis com a
Constituição, ou seja, a Constituição, como norma fundamental dotada de supremacia, é o
paradigma de validade para toda a produção normativa subsequente.
Com isso, surge um ordenamento jurídico (conjunto de normas) unitário e harmônico,
concebido de forma escalonada, o chamado escalonamento normativo, também conhecido
como pirâmide normativa (figura acima).
O escalonamento normativo kelseniano pressupõe que uma norma jurídica inferior se
fundamente na norma jurídica superior, de modo que a lei possua como fundamento de
validade a Constituição Federal, e que esta, por sua vez, se apoie na norma fundamental
hipotética.
Tudo bem até aqui? Prepare-se, então, para aterrissar. Façamos agora questões
comentadas para aferir nosso conhecimento.

009. (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem


qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Essa é a ideia principal da “Teoria Pura do Direito”.


Certo.

010. (MTE/AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO/2003) Para Hans Kelsen, a norma fundamental,


fato imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, seria a Constituição
em seu sentido lógico-jurídico.

O fato imaterial é justamente a norma fundamental hipotética, que é a Constituição em


sentido lógico-jurídico. É imaterial porque não existe no mundo real, sendo uma premissa
criada somente para fundamentar a existência da Constituição em sentido jurídico-positivo,
esta, sim, palpável e concreta.
Certo.

011. (STF/ANALISTA/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida,


com adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo:
Atlas, p. 41...). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois

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sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa


norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da
validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto
de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto
afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico.

Exatamente nossa explicação sobre o sentido jurídico de Constituição.


Certo.

Para terminar, vamos ao sentido culturalista, que é pouco citado, mas pode ser cobrado
na sua prova.

4. SENTIDO CULTURALISTA
Além dos clássicos sentidos sociológico, político e jurídico, podemos, ainda, trazer, o
sentido culturalista de Constituição desenvolvido por J. H. Meirelles Teixeira.
Para o autor, o sentido culturalista engloba os sentidos sociológico, político e jurídico,
antes estudados.
Defende Meirelles Teixeira que a Constituição é fruto de um fato cultural, ou seja, é
produzida pelo homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade.
Esse sentido culturalista conduz ao conceito de Constituição total ou integral, que
consiste justamente na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos e econômicos
que conformam a Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.

012. (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO FISCAL) O


sentido culturalista da Constituição congrega seus sentidos sociológicos, políticos e jurídicos,
vendo, na Carta, um fato cultural que submete e subordina a sociedade, que não tem
poderes de nela influir

Conforme dito, defende Meirelles Teixeira que a Constituição é fruto de um fato cultural, ou
seja, é produzida pela homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade.
Errado.

Vamos a um mapa mental para facilitar nossa vida!

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Conceito e Sentidos de Constituição e o Neoconstitucionalismo
Luciano Dutra

Obra: A Teoria Pura do Direito


Constituição é uma norma jurídica
pura com plena força normativa

JURÍDICO HANS KELSEN Kelsem X Lassalle


sentido lógico-jurídico (NFH) X
sentido jurídico-positivo (funda-
mento de validade)
Pirâmide normativa

SENTIDO DE
CONSTITUIÇÃO
Engloba os demais sentidos
Constituição é fruto de um ato cultural

J. H. MEIRELLES TEIXEIRA Constituição influi na sociedade e é por


CULTURALISTA ela influenciada
Constituição total ou integral (congrega
os aspectos; sociais, políticos, jurídicos e
econômicos)

5. CONCEPÇÕES MODERNAS DE CONSTITUIÇÃO

5.1. FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO


Konrad Hesse colaborou significativamente para a consolidação da suprema­cia
constitucional, a partir da divulgação de suas ideias contidas em sua obra “A Força Normativa
da Constituição”, que se contrapõem as propostas pugnadas por Ferdinand Lassalle.
Como visto, a visão sociológica de Lassalle negava força normativa à Consti­tuição jurídica,
e, por via de consequência, negava sua supremacia formal, pois, no seu entender, caberia à
Constituição, tão somente, a expressão dos “fatores reais do poder” que regem um Estado.
Para Hesse, a Constituição jurídica não configura apenas a representação dos “fatores
reais do poder”. Significa mais do que o simples reflexo das forças sociais e políticas. A
Constituição jurídica possui força ativa capaz de condicionar a rea­lidade política e social
de um Estado, o que denominou de “força normativa da Constituição”.
A Constituição, segundo Hesse, possui força normativa se os mandamentos constitucionais
forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomina
de “vontade de Constituição”.
Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é con­dicionada pela
realidade político-social. Também concorda que a pretensão de eficácia da Constituição
somente será realizada se se levar em conta essa realidade. Outrossim, não concorda quando

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Lassalle conceitua a Constituição jurídica como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é
inconcebível reduzi-la à simples função de justificar as relações de poder dominantes.
Segundo a visão de Hesse, a Constituição jurídica e a Constituição sociológica estão em
relação de coordenação, condicionando-se mutuamente. No entanto, em caso de eventual
conflito entre ambas, a Constituição jurídica deve prevalecer, uma vez que dotada de força
normativa própria.

5.2. CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA


O modelo de Constituição simbólica foi elaborado pelo professor Marcelo Neves.
Segundo o autor, Constituição simbólica, em breve resumo, é aquela que exagera na quan­
tidade de normas programáticas, deixando, com isso, de ter compromisso com a realidade
social (exemplos: o princípio fundamental da razoável duração do processo; o objetivo
fundamental de construção de uma sociedade livre, justa e solidária; os diverso direitos
“assegurados” pelo salário mínimo etc.).

5.3. CONSTITUIÇÃO ABERTA


Peter Häberle, em sua obra Hermenêutica Constitucional. Sociedade Aberta dos Intérpretes
da Constituição: contribuição para a Interpretação Pluralista e Pro­cedimental da Constituição,
defende que a interpretação constitucional deve ser levada a cabo pela sociedade aberta
e não apenas pelos operadores oficiais. Na sociedade aberta vislumbrada por Häberle, os
indivíduos, mais do que destinatários da norma constitucional, são autênticos intérpretes,
pois, todo aquele que vive a Constituição é um intérprete constitucional, especialmente
se se considerar que o titular do poder constituinte originário é o povo. Segundo o autor, a
Constituição tem conteúdo dinâmico e aberto, para que se adapte às novas expectativas
e necessidades dos cidadãos.
Como exemplo de um conteúdo aberto na nossa Constituição Federal, podemos citar a
interpretação a ser dada ao conceito de entidade familiar. Da leitura do art. 226, da CF/1988,
extraímos, em interpretação autêntica contextual (realizada pela própria Constituição), que
se entende como entidade familiar a reunião entre um homem e uma mulher, bem como
a sociedade monoparental (formada pelo pai e filhos ou mãe e filhos). Assim, a partir de
uma interpretação fechada da Constituição, não seria considerada família, a exigir especial
proteção do Estado, a reunião entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, essa visão restritiva
não encontra amparo na realidade social atual. Para adaptar a Constituição às novas
expectativas da sociedade, o STF, considerando o caráter aberto das normas constitucionais,
interpretou ampliativamente o conceito de entidade familiar para, também, considerar a
união entre pessoas do mesmo sexo. Compreendeu?

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DICA DO LD
1) A ideia de Constituição Aberta está ligada ao seu conteúdo
dinâmico e aberto, que se adapte às novas expectativas e
necessidades dos cidadãos.
2) A Constituição Aberta tem a possibilidade de permanecer
dentro do seu tempo, evitando o desmoronamento de sua
força normativa.
3) Peter Häberle propõe uma interpretação aberta da
Constituição, em que os indivíduos, mais do que destinatários
da norma constitucional, são autênticos intérpretes,
pois, todo aquele que vive a Constituição é um intérprete
constitucional.

6. O NEOCONSTITUCIONALISMO
Antes de tratarmos do neoconstitucionalismo, é importante fazermos um breve histórico
sobre a evolução do constitucionalismo pelo mundo.
Então vamos lá!
Apesar de alguns doutrinadores afirmarem que, historicamente, sempre houve a ideia de
uma norma jurídica suprema que trouxesse a estruturação do Estado, Pedro Lenza16 e Dirley
da Cunha Júnior17, citando Karl Loewenstein, apontam o surgimento do constitucionalismo
antigo ao povo hebreu, com o estabelecimento, mesmo que timidamente, de limitações
do poder político no Estado teocrático.
Pedro Lenza afirma que, conforme destacado por Loewestein, após os hebreus, já no
século V a.C., as Cidades-Estados gregas foram importantes exemplos de democracia
constitucional direta caracterizada pela absoluta igualdade entre governantes e governados.
Segundo Dirley da Cunha Júnior18, nessa fase do constitucionalismo antigo a Constituição
era concebida como um texto não escrito, que visava tão só à organização política de velhos
Estados [Absolutistas] e a limitar alguns órgãos do poder estatal (Executivo e Judiciário)
com o reconhecimento de certos direitos fundamentais, cuja garantia se cingia no esperado
respeito espontâneo do governante, uma vez que inexistia sanção contra o príncipe que
desrespeitasse os direitos de seus súditos. Ademais, o Parlamento, considerado absoluto,
não se vinculava às disposições constitucionais, não havendo possibilidade de controle de

16
LOEWESTEIN, Karl apud LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 71.
17
LOEWESTEIN, Karl apud CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de direito constitucional. 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2009. p. 33.
18
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de direito constitucional. 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2009. p. 35.

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constitucionalidade dos atos parlamentares. O Parlamento podia, até, alterar a Constituição


pelas vias ordinárias.

DICA DO LD
Constitucionalismo antigo:
1) Estados Absolutistas;
2) Origem histórica: povo hebreu e, já no século V a.C., as
Cidades-Estados gregas.

Já o movimento denominado constitucionalismo moderno surge apenas no final do século


XVIII, com o propósito de limitar o poder estatal absoluto. O marco histórico do constitucionalismo
moderno foi a Constituição dos Estados Unidos da América de 1787, concebida após a
independência das 13 Colônias Americanas, e a Constituição da França de 1791, criada após
a Revolução Francesa de 1789. Essas ideias revolucionárias franco-americanas buscaram
romper com o arbítrio típico do Estado Absolutista para implantar um novo modelo de
Estado – o Estado Liberal, também chamado de Estado Moderno.
A característica marcante do constitucionalismo moderno foi a criação de Constituições
com dupla finalidade: 1) limitar o exercício do poder estatal pela previsão de direitos e
garantias fundamentais e pela separação de poderes; 2) estabelecer regras de organização
do Estado. Nesse sentido, foram concebidas Constituições escritas e rígidas, inspiradas nos
ideais do Iluminismo e na proteção das liberdades públicas, marcas centrais do Liberalismo
político e econômico vigentes na época, na busca de limites ao exercício do poder do Estado.

DICA DO LD
Constitucionalismo moderno:
1) baseado na ideologia liberal;
2) valorização das liberdades públicas (os direitos civis);
3) no contexto do Estado Liberal (absenteísta ou
abstencionista – não prestacional);
4) Origem história: Constituições americana de 1787 e
francesa de 1791.

Por sua vez, o constitucionalismo contemporâneo surge no início do século XX, no


contexto da Revolução Industrial, momento que nasce a ideia da igualdade de oportunidades,
uma vez que a igualdade formal não mais satisfazia os interesses da coletividade. Nesse
contexto, o Estado abandona seu ideal abstencionista (Estado Liberal), passando a intervir
na comunidade com a finalidade de corrigir as desigualdades existentes. Passam os Estados a

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executar políticas públicas tendentes a garantir os direitos sociais como a saúde, a moradia,
a previdência e a educação (Estado Social).
No Brasil, o constitucionalismo contemporâneo surge com a promulgação da
Constituição Federal de 1934 – terceira Constituição brasileira e a primeira a tratar da
ordem econômica e social –, tendo como fonte inspiradora a Constituição Alemã de 1919
(chamada de Constituição de Weimar).

DICA DO LD
Constitucionalismo contemporâneo:
1) baseado na ideologia socialista;
2) pautado na igualdade de oportunidades;
3) no contexto do Estado Social (prestacional);
4) Origem histórica: Constituição mexicana de 1917 e
Constituição alemã de 1919.

Origem histórica: povo hebreu e as Cidades-Estados


gregas no séc. V a.C.
CONSTITUCIONALISMO
Estados Absolutistas
ANTIGO

Origem histórica: Constituições americana de


1787 e francesa de 1791
Ideologia liberal
CONSTITUCIONALISMO
valorização das liberdades públicas
EVOLUÇÃO DO MODERNO
Estados Liberais
CONSTITUCIONALISMO

Origem histórica: Constituições mexicana de 1917


e alemã de 1919
Ideologia: socialista
CONSTITUCIONALISMO
igualdade de oportunidades (igualdade material)
CONTEMPORÂNEO
Estados Sociais

Feita essa rápida explanação acerca da evolução do constitucionalismo pelo mundo,


chegamos ao chamado neoconstitucionalismo.
No século XX, surgiu na Europa um novo modelo constitucional, que passa a reconhecer
a supremacia material e axiológica da Constituição capaz de condicionar a validade de todo
o sistema jurídico.
Essa nova corrente de pensamento constitucional recebeu a denominação de
“neoconstitucionalismo” ou “novo Direito Constitucional”, permitindo o nascimento de

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um novo modelo jurídico, “o Estado Constitucional de Direito”, que superou o ultrapassado


“Estado Legislativo de Direito”.
Com isso, houve a migração da lei e do princípio da legalidade para a periferia do sistema
jurídico e o trânsito da Constituição e do princípio da constitucionalidade para o centro
de todo o sistema, em face do reconhecimento da Constituição como verdadeira norma
jurídica dotada de força vinculante, de plena obrigatoriedade, de supremacia material
e de intensa carga valorativa.
Nessa senda, os princípios abandonam sua função meramente subsidiária na aplicação
do Direito – quando serviam tão somente de meio de integração da ordem jurídica (na
hipótese de eventual lacuna) e vetor interpretativo – e passam a ser dotados de elevada e
reconhecida normatividade.
Luís Roberto Barroso19 ensina que as mudanças que levaram a essa nova percepção
de constitucionalismo possuem três marcos fundamentais: o histórico, o filosófico e
o teórico.
Segundo Barroso, o marco histórico do novo Direito Constitucional, na Europa continental,
foi o constitucionalismo do pós-guerra, especialmente na Alemanha e na Itália. No Brasil,
foi a Constituição de 1988 e o processo de redemocratização que ela ajudou a protagonizar.
Para Barroso, o marco filosófico é o pós-positivismo, superando os modelos tradicionais
do jusnaturalismo e do positivismo. O jusnaturalismo, desenvolvido a partir do século XVI,
aproximou a lei da razão, fundando-se na existência de princípios de justiça universal.
Noutro giro, o positivismo buscou a objetividade científica, equiparando o Direito à lei. O
pós-positivismo, que se apresenta como uma terceira via, vai além da legalidade estrita,
sem desprezo ao Direito Posto. Eleva os valores na interpretação jurídica; reconhece a
normatividade dos princípios, diferenciando-os qualitativamente das regras; produz uma
nova hermenêutica constitucional; e desenvolve uma teoria dos direitos fundamentais
edificada na dignidade da pessoa humana.
Por fim, ensina Barroso que o marco teórico se situa: a) no reconhecimento da força
normativa da Constituição; b) na expansão da jurisdição constitucional; c) no desenvolvimento
de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
Por tudo isso, conclui Barroso que o neoconstitucionalismo se identifica com o
constitucionalismo democrático do pós-guerra, desenvolvido em uma cultura filosófica
pós-positivista, marcado pela força normativa da Constituição, pela expansão da jurisdição
constitucional e por uma nova hermenêutica.

19
BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo
modelo. 3. ed. 2. tir. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 265-289.

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Surge no séc. XX, na Europa


No contexto do nascimento do Estado Constitucional de Direito
Há migração da Constituição e do princípio da constitucionalidade para o centro
INTRODUÇÃO da ordem jurídica
Há o reconhecimento da Constituição como verdadeira norma jurídica, com
plena força normativa, com supremacia material e com intensa carga valorativa

Na Europa: constitucionalismo do pós-guerra,


especialmente na Alemanha e Itália
MARCO HISTÓRICO No Brasil: Constituição de 1988

NEOCONSTITUCIONALISMO eleva os valores na interpretação jurídica


reconhece a normatividade dos princípios
Pós-positivismo
MARCO FILOSÓFICO diferencia qualitativamente as regras dos princípios
importância da dignidade da pessoa humana na teoria
dos direitos fundamentais

reconhecimento da força normativa da Constituição


expansão da jurisdição constitucional
MARCO TEÓRICO
mudança na hermenêutica constitucional

De forma direta e objetiva, são esses os conhecimentos necessários para acertar as


questões afetas ao neoconstitucionalismo na sua prova.

013. (2019/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE RONDÔNIA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADO)


O constitucionalismo representa uma série de movimentos históricos, culturais, sociais e
políticos cujo objetivo central é a limitação do poder estatal mediante o estabelecimento de
uma Constituição. Sobre a sua evolução histórica e caraterísticas, é correto afirmar que as
Revoluções liberais do Século XVIII e início do Século XIX, promovidas na Europa Ocidental,
são fruto do denominado constitucionalismo moderno, e foram caracterizadas, dentre
outros elementos, pela consagração das liberdades individuais e defesa da igualdade em
sentido formal.

Exatamente como explicamos.


Certo

014. (2018/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MATO GROSSO/JUIZ SUBSTITUTO/ADAPTADO) A


Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 são os dois marcos
mais importantes do Neoconstitucionalismo.

A Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 são marcos do


constitucionalismo moderno.
Errado.

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Compreendeu?
Como fechamento da nossa aula, quero trazer dois lembretes: 1) o Gran Cursos Online
possui um fórum de dúvidas para que possamos ajudá-lo(a) na plena compreensão do
Direito Constitucional; 2) gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa aula. Isso é
muito importante para nós.
É isso! Você está comigo até aqui? Então, a partir de agora, faça as questões propostas
para aferir o seu conhecimento.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos.

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RESUMO

CONCEITO E SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO


Conceito de Constituição: sistema unitário e harmônico de normas jurídicas que cria
o Estado, regulamentando a forma de Estado, a forma de governo, o sistema de governo,
o regime de governo, o modo de aquisição e exercício do poder estatal, o estabelecimento
de seus órgãos, os limites de sua ação e os direitos e garantias fundamentais.
Sentido Sociológico: Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”,
revelou os fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo
ele, a Constituição real seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que
regem uma nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.
Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o
processo político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é a
Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
Sentido Político: Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a
Constituição significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o
modo e a forma de existência do Estado. É atribuído, ainda, a Carl Schmitt o conceito ideal
de Constituição elaborado no séc. XIX. Segundo Schmitt, a Constituição ideal: 1) deve
ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar a separação de poderes; e 3) deve
garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.
Sentido Jurídico: o sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria
Pura do Direito”, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o
processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.
Sentido culturalista: desenvolvido por J. H. Meirelles Teixeira, defende que a Constituição
é fruto de um fato cultural, ou seja, é produzida pela homem, podendo, ao mesmo tempo,
influenciar a vida em comunidade. Esse sentido culturalista conduz ao conceito de Constituição
total ou integral, que consiste justamente na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos
e econômicos que conformam a Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.

O NEOCONSTITUCIONALISMO
Constitucionalismo antigo: apesar de alguns doutrinadores afirmarem que,
historicamente, sempre houve a ideia de uma norma jurídica suprema que trouxesse a
estruturação do Estado, Pedro Lenza e Dirley da Cunha Júnior, citando Karl Loewestein,
apontam o surgimento do constitucionalismo antigo ao povo hebreu, com o estabelecimento,
mesmo que timidamente, de limitações do poder político no Estado teocrático. Continua

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Lenza, afirmando que, conforme destacado por Loewestein, após os hebreus, já no século V
a.C., as Cidades-Estados gregas foram importantes exemplos de democracia constitucional
direta caracterizada pela absoluta igualdade entre governantes e governados.
Constitucionalismo moderno: movimento político, jurídico e ideológico que concebeu
ou aperfeiçoou a ideia de estruturação racional do Estado e de limitação do exercício de
seu poder, concretizada pela elaboração de um documento escrito destinado a representar
sua lei fundamental e suprema.
Constitucionalismo contemporâneo: o Estado abandona seu ideal abstencionista (Estado
Liberal), passando a intervir no corpo social com a finalidade de corrigir as desigualdades
existentes. Passam os entes políticos a executar políticas públicas tendentes a garantir
os direitos sociais como a saúde, a moradia, a previdência e a educação (Estado Social).
Ademais, as Constituições passaram a se preocupar com os interesses da coletividade.
São os denominados direitos metaindividuais ou transindividuais, aí incluídos os direitos
difusos, os coletivos e os individuais homogêneos.
Neoconstitucionalismo: identifica-se com o constitucionalismo democrático do pós-
guerra, desenvolvido em uma cultura filosófica pós-positivista, marcado pela força normativa
da Constituição, pela expansão da jurisdição constitucional e por uma nova hermenêutica.

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EXERCÍCIOS

001. (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de Constituição,


abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes manifestações
sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda
um Estado.

Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
e) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.

002. (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção sociológica,


a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, sendo,
portanto, real e efetiva.

003. (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores


reais do poder em uma sociedade.

004. (TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand


Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de poder,
isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o
ordenamento jurídico de determinada sociedade.

005. (TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O sentido sociológico da Constituição como


uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na organização dos fatores reais do
poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa da Constituição,
segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e
ao império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por
sobre o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se
à censura jurídica do Poder Judiciário.

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006. (DPU/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo constituição possui diversas


acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo fruto da
vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio
do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

007. (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um Estado


deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra,
ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel.

008. (POLÍCIA CIVIL-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de Constituição,


elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito
a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder
constituinte.

009. (ANTT/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Em sentido jurídico, a constituição é


considerada norma pura, puro dever ser.

010. (INÉDITA) Considerando as diferentes concepções de Constituição, analise as


manifestações sobre o tema a seguir:
I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é
a Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, po-
lítica ou filosófica.

É correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassalle e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
e) Hans Kelsen e Konrad Hesse.

011. (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO/PROCURADOR/2018) No


tocante ao tema conceito de constituição, existem pensadores e doutrinadores que formularam

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concepções de constituição segundo seus diferentes sentidos. Consequentemente, é correto


afirmar que Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às concepções de
constituição, respectivamente, nos sentidos:
a) substancial, material e formal.
b) sociológico, político e jurídico.
c) pluralista, social e transcendental.
d) pactual, contratualista e compromissório.
e) ideológico, garantista e positivista.

012. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ/JUIZ/2017/ADAPTADA) Em sentido sociológico,


a Constituição deve ser entendida como a norma que se refere à decisão política estruturante
da organização do Estado.

013. (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADAPTADA) Na


concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais de poder em uma
sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva e a constituição jurídica.

014. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE/DEFENSOR PÚBLICO


SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Consoante Hans Kelsen, a concepção jurídica de Constituição
a concebe como a norma por meio da qual é regulada a produção das normas jurídicas gerais.

015. (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/AGENTE ADMINISTRATIVO/2013) Na


concepção sociológica de constituição, constituição e lei constitucional têm a mesma acepção.

016. (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2013) No


sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em uma sociedade.

017. (BANCO DA AMAZÔNIA S.A./TÉCNICO CIENTÍFICO/2012) Consoante a concepção


sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o
regem, sendo, portanto, real e efetiva.

018. (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012)


Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser considerada
legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais
que constituem o poder.

019. (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Constituição, em


sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos fatores reais
de poder que regem um determinado Estado.

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020. (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Em sentido político,


Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans Kelsen.

021. (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Segundo a concepção


de Hans Kelsen, a Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma hipotética
fundamental.

022. (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Constituição
significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a forma
de existência do Estado.

023. (INÉDITA) O conceito ideal de Constituição é atribuído à Ferdinand Lassale.

024. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção


sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a
somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica
e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

025. (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/EXECUTIVO PÚBLICO/2011)


“De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos fatos
reais e efetivos do poder. Os problemas constitucionais não são problemas de direito, mas
do poder, a verdadeira constituição de um país somente tem por base os fatores reais
e efetivos do poder que naquele país reagem, e as constituições escritas não têm valor
nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na
realidade social.” O texto citado é de autoria de Ferdinand Lassale, doutrinador clássico do
Direito Constitucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto
a) jurídico.
b) sociológico.
c) histórico.
d) da inconstitucionalidade.
e) político.

026. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2010/


ADAPTADA) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica da
constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico,
em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico-positivo, ou
seja, a norma positivada.

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027. (SECRETARIA DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL/ATENDENTE DE REINTEGRAÇÃO


SOCIAL/2010) Hans Kelsen sempre defendeu que o estudo dos fatores sociais em uma
dada sociedade não compete ao jurista e que a Constituição é considerada norma pura,
puro dever-ser. Com base na classificação das constituições, é correto afirmar que Hans
Kelsen está associado à teoria da constituição em seu sentido
a) político.
b) jurídico.
c) sociológico.
d) dogmático.
e) literal.

028. (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo


constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é
norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-
se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

029. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido jurídico,


a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

030. (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2009/


ADAPTADA) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois
refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto leis
constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de
decisão política fundamental.

031. (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2009/


ADAPTADA) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o
somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não
teria mais legitimidade.

032. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO/ANALISTA/2006/ADAPTADA)


Na concepção sociológica, defendida por Ferdinand Lassale, a Constituição seria o resultado

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de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sociopolíticos,
que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado.

033. (AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2009)


Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele segundo o
qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico-constitucionais,
devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

034. (CÂMARA MUNICIPAL DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) Diversos doutrinadores


são responsáveis pela formulação de conceitos de Constituição, tendo por base distintas
concepções. Dentre elas, podem ser mencionadas, as seguintes: (i) “A Constituição seria a
somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade” e (ii) “Constituição representa
a decisão política do titular do poder constituinte.”. Assim sendo, assinale a alternativa que
indica, correta e respectivamente, os autores dessas duas concepções.
a) Hans Kelsen e J.J. Gomes Canotilho.
b) Carl Schmitt e Hans Kelsen.
c) Ferdinand Lassale e Carl Schmitt.
d) Hans Kelsen e Ferdinand Lassale.
e) Konrad Hesse e Carl Schmitt.

035. (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os fundamentos
sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

036. (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não
sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

037. (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as Leis
Constitucionais.

038. (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular
do poder constituinte originário.

039. (INÉDITA) No sentido político defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto
de uma decisão política fundamental.

040. (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui o
mesmo status das demais leis.

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041. (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra A Teoria
Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir
o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

042. (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra A Teoria
Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o
processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.

043. (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição significa a norma fundamental


hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

044. (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma jurídica


suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.

045. (INÉDITA) No sentido jurídico, a Constituição fundamenta-se em aspectos sociológicos,


políticos e filosóficos.

046. (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a Constituição
significa a decisão política fundamental.

047. (INÉDITA) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por Carl
Schmitt, o autor defende que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política
fundamental do Estado.

048. (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen buscou aproximar o Direito
de juízos de ordem moral, política, social e filosófica.

049. (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen contrapôs-se às ideias


defendidas por Ferdinand Lassale.

050. (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sentidos
para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.

051. (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não admitia como
fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou filosófica.

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052. (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição
corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas do
ordenamento jurídico.

053. (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do
processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido lógico-jurídico.

054. (INÉDITA) A Constituição é considerada norma pura. A palavra Constituição tem dois
sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa norma
fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da
validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto
de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.

055. (2021/ CRT 4/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/ÁREA: ELETROTÉCNICA) No sentido jurídico, a


constituição revela parâmetro de controle da constitucionalidade das normas que lhe são
hierarquicamente inferiores.

056. (2021/CRT 4/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/ÁREA: ELETROTÉCNICA) No sentido culturalista,


a constituição é produzida por uma comunidade que sobre ela influi, integrando aspectos
sociais, políticos, jurídicos e econômicos.

057. (2021/CRMV AP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Com base em seu sentido sociológico, uma
constituição pode ser entendida como a decisão política fundamental e concreta sobre o
modo e a forma de existência do Estado.

058. (2021/CRBM 4ª REGIÃO/RECEPCIONISTA) No sentido jurídico, Hans Kelsen conceitua a


constituição como a soma dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade, da forma
como ela é na prática.

059. (2021/CRT 4/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/ÁREA: EDIFICAÇÕES/CONSTRUÇÃO CIVIL) No


sentido político, a constituição espelha os fatores reais de poder, isto é, revela a vontade
da elite política dominante do momento.

060. (2021/PC PA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) Ao conceber a constituição como a soma


de fatores reais do poder que regem a nação, ou seja, um produto dos pleitos das forças
sociais de determinada época, está se tratando da ideia de constituição concebida por
a) Carl Schmitt.
b) José Afonso da Silva.
c) Hans Kelsen.

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d) Ferdinand Lassalle.
e) Peter Häberle.

061. (2021/CRMV AP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Segundo a concepção de Carl Schmitt, não


há distinção entre constituição e leis constitucionais.

062. (2020/CÂMARA DE VINHEDO/PROCURADOR JURÍDICO) Ao se utilizar a expressão “a


Constituição é a soma dos fatores reais de poder”, está-se admitindo a concepção de
Constituição:
a) no sentido histórico, como uma concepção do evoluir social em direção à estabilidade.
b) no sentido lógico-jurídico, como norma jurídica hipotética e fundamental.
c) no sentido sociológico, pela qual se entende a constituição escrita apenas como uma
“folha de papel”.
d) no sentido jurídico-positivo, como uma norma positiva suprema que regula a criação de
outras normas.
e) no sentido político, como decisão concreta de conjunto sobre o modo e forma de existência
da unidade política.

063. (2022/CRMV-SP/ANALISTA DE SUPORTE DE GESTÃO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) A


constituição em sentido material é o conjunto das normas elaboradas pelo poder constituinte,
agregadas pelo poder de reforma constitucional e dotadas de hierarquia constitucional.

064. (2022/CRMV-PR/ADVOGADO/ADAPTADO) O “neoconstitucionalismo” possui como


premissa a ideia de Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ter
papel central, colorindo com seu espírito a interpretação de todas as demais normas.

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GABARITO

1. e 35. E
2. C 36. E
3. C 37. C
4. C 38. C
5. C 39. E
6. e 40. E
7. E 41. E
8. C 42. E
9. C 43. E
10. b 44. C
11. b 45. E
12. E 46. E
13. E 47. E
14. C 48. E
15. E 49. C
16. C 50. E
17. C 51. C
18. C 52. E
19. C 53. E
20. E 54. C
21. E 55. C
22. C 56. C
23. E 57. E
24. C 58. E
25. b 59. E
26. E 60. d
27. b 61. E
28. e 62. c
29. C 63. E
30. E 64. C
31. E
32. E
33. E
34. c

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GABARITO COMENTADO

001. (TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Considerando os diferentes conceitos de Constituição,


abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise as seguintes manifestações
sobre o tema:
I – Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.
II – Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza ou funda
um Estado.

Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
e) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.

O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já


o item II cuida do sentido político de Constituição atribuído a Carl Schmitt.
Letra e.

002. (BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO/DIREITO/2012) Consoante a concepção sociológica,


a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, sendo,
portanto, real e efetiva.

É exatamente o sentido sociológico de Constituição proposto por Ferdinand Lassalle.


Certo.

003. (DPF/DELEGADO/2013) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores


reais do poder em uma sociedade.

É ponto central do sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle.


Certo.

004. (TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand


Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de poder,

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isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o


ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Exatamente isso!
Certo.

005. (TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O sentido sociológico da Constituição como


uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na organização dos fatores reais do
poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa da Constituição,
segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e
ao império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por
sobre o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se
à censura jurídica do Poder Judiciário.

A questão retrata justamente a contraposição de ideias propostas por Ferdinand Lassalle


(sentido sociológico) e Hans Kelsen (sentido jurídico).
Certo.

006. (DPU/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo constituição possui diversas


acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo fruto da
vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio
do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

Hans Kelsen, no sentido jurídico, defende que a Constituição é norma jurídica pura, ou
seja, sem influência sociológica, política, filosófica, enfim, sem interferência de assuntos
extrajurídicos.
Letra e.

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007. (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) Para Carl Schmitt, a constituição de um Estado


deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra,
ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel.

Quem disse isso foi Ferdinand Lassalle. Percebeu a importância de conhecer o autor da teoria?
Errado.

008. (POLÍCIA CIVIL-TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) A concepção política de Constituição,


elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito
a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder
constituinte.

Exatamente conforme explanamos.


Certo.

009. (ANTT/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Em sentido jurídico, a constituição é


considerada norma pura, puro dever ser.

É o que defende Hans Kelsen.


Certo.

010. (INÉDITA) Considerando as diferentes concepções de Constituição, analise as


manifestações sobre o tema a seguir:
I – A Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o pro-
cesso político por não possuir força normativa. Quem determina o rumo do Estado é
a Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.
II – A Constituição é uma norma jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, po-
lítica ou filosófica.

É correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos, respectivamente, a


a) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
b) Ferdinand Lassalle e Hans Kelsen.
c) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
d) Hans Kelsen e Konrad Hesse.

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O item I retrata o sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle. Já


o item II cuida do sentido jurídico de Constituição atribuído a Hans Kelsen.
Letra b.

011. (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO/PROCURADOR/2018) No


tocante ao tema conceito de constituição, existem pensadores e doutrinadores que formularam
concepções de constituição segundo seus diferentes sentidos. Consequentemente, é correto
afirmar que Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às concepções de
constituição, respectivamente, nos sentidos:
a) substancial, material e formal.
b) sociológico, político e jurídico.
c) pluralista, social e transcendental.
d) pactual, contratualista e compromissório.
e) ideológico, garantista e positivista.

Conforme ensinamos, Ferdinand Lassale, Carl Schmitt e Hans Kelsen estão ligados às
concepções de constituição, respectivamente, nos sentidos sociológico, político e jurídico.
Letra b.

012. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ/JUIZ/2017/ADAPTADA) Em sentido sociológico,


a Constituição deve ser entendida como a norma que se refere à decisão política estruturante
da organização do Estado.

Segundo a concepção sociológica, a Constituição de um país consiste na soma dos fatores


reais do poder que o regem.
Errado.

013. (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADAPTADA) Na


concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais de poder em uma
sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva e a constituição jurídica.

Na concepção sociológica, Ferdinand Lassale defende que coexistem, no Estado, duas


espécies de Constituição: a Constituição escrita (também chamada de formal ou jurídica)
e a Constituição real (ou material). A Constituição real para Lassalle não seria propriamente

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uma norma jurídica, mas um fato social. Já a Constituição escrita seria uma “mera folha
de papel”, não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.
Quem determina o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos
fatores reais de poder.
Errado.

014. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE/DEFENSOR PÚBLICO


SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Consoante Hans Kelsen, a concepção jurídica de Constituição
a concebe como a norma por meio da qual é regulada a produção das normas jurídicas gerais.

Para Kelsen, a Constituição em seu sentido jurídico-positivo corresponde à norma jurídica


suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico. As normas
infraconstitucionais (aquelas que estão abaixo da Constituição) só existem e são aptas a
produzir os seus efeitos no mundo jurídico se forem compatíveis com a Constituição, ou
seja, a Constituição, como norma fundamental dotada de supremacia, é o paradigma de
validade para toda a produção normativa subsequente.
Certo.

015. (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/AGENTE ADMINISTRATIVO/2013) Na


concepção sociológica de constituição, constituição e lei constitucional têm a mesma acepção.

Errado.
Ferdinand Lassale não defende isso.

016. (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2013) No


sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em uma sociedade.

É o que defende Ferdinand Lassale.


Certo.

017. (BANCO DA AMAZÔNIA S.A./TÉCNICO CIENTÍFICO/2012) Consoante a concepção


sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o
regem, sendo, portanto, real e efetiva.

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Exatamente o que diz Ferdinand Lassale.


Certo.

018. (TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012)


Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser considerada
legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais
que constituem o poder.

A Constituição real (ou material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder
que regem uma nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.
Certo.

019. (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Constituição, em


sentido sociológico, conforme concepção de Ferdinand Lassale, é a soma dos fatores reais
de poder que regem um determinado Estado.

Exatamente isso.
Certo.

020. (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Em sentido político,


Constituição é a decisão política fundamental, considerando-se a teoria de Hans Kelsen.

O sentido político de Constituição foi defendido por Carl Schmitt.


Errado.

021. (POLÍCIA CIVIL DO PARÁ/DELEGADO DE POLÍCIA/2012/ADAPTADA) Segundo a concepção


de Hans Kelsen, a Constituição, no sentido jurídico-positivo, significa a norma hipotética
fundamental.

A norma fundamental hipotética é a Constituição no sentido lógico-jurídico.


Errado.

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022. (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição, afirma que a Constituição
significa a decisão política fundamental, que é a decisão concreta sobre o modo e a forma
de existência do Estado.

É exatamente o que defende Carl Schmitt.


Certo.

023. (INÉDITA) O conceito ideal de Constituição é atribuído à Ferdinand Lassale.

É atribuído a Carl Schmitt o conceito ideal de Constituição elaborado no séc. XIX. Segundo
Schmitt, a Constituição ideal: 1) deve ser estabelecida na forma escrita; 2) deve contemplar
a separação de poderes; 3) deve garantir as liberdades públicas e os direitos individuais.
Errado.

024. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) A concepção


sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a
somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica
e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

É o que defende Ferdinand Lassale.


Certo.

025. (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO/EXECUTIVO PÚBLICO/2011)


“De nada servirá o que se escrever numa folha de papel, se não se justifica pelos fatos
reais e efetivos do poder. Os problemas constitucionais não são problemas de direito, mas
do poder, a verdadeira constituição de um país somente tem por base os fatores reais
e efetivos do poder que naquele país reagem, e as constituições escritas não têm valor
nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na
realidade social.” O texto citado é de autoria de Ferdinand Lassale, doutrinador clássico do
Direito Constitucional, que analisa o conceito de constituição sob o aspecto
a) jurídico.
b) ociológico.
c) histórico.
d) da inconstitucionalidade.
e) político.

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Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os fundamentos


sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder. Segundo ele, a Constituição real
(ou material) seria, tão somente, o somatório dos fatores reais de poder que regem uma
nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos, religiosos, militares etc.
Letra b.

026. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2010/


ADAPTADA) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica da
constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico,
em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico-positivo, ou
seja, a norma positivada.

Esse é o conceito desenvolvido por Hans Kelsen.


Errado.

027. (SECRETARIA DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL/ATENDENTE DE REINTEGRAÇÃO


SOCIAL/2010) Hans Kelsen sempre defendeu que o estudo dos fatores sociais em uma
dada sociedade não compete ao jurista e que a Constituição é considerada norma pura,
puro dever-ser. Com base na classificação das constituições, é correto afirmar que Hans
Kelsen está associado à teoria da constituição em seu sentido
a) político.
b) jurídico.
c) sociológico.
d) dogmático.
e) literal.

O sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria Pura do Direito”,
em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas fundamentais à
estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir o processo
político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa subsequente.
Letra b.

028. (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) O termo


constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é

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norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-
se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.

Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma jurídica pura,
sem qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.
Letra e.

029. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No sentido jurídico,


a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Mais uma vez: Hans Kelsen, no sentido jurídico, considera a Constituição como uma norma
jurídica pura, sem qualquer conotação sociológica, política ou filosófica.
Certo.

030. (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2009/


ADAPTADA) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois
refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto leis
constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de
decisão política fundamental.

O conceito trazido corresponde ao sentido político de Constituição.


Errado.

031. (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2009/


ADAPTADA) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o
somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não
teria mais legitimidade.

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Quem diz isso é Ferdinand Lassale no sentido sociológico de Constituição.


Errado.

032. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO/ANALISTA/2006/ADAPTADA)


Na concepção sociológica, defendida por Ferdinand Lassale, a Constituição seria o resultado
de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sociopolíticos,
que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado.

Na verdade, no sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder em


uma sociedade.
Errado.

033. (AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2009)


Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele segundo o
qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico-constitucionais,
devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

Não é isso que defende Ferdinand Lassale. Para ele, a Constituição escrita seria uma
“mera folha de papel”, não sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força
normativa. Quem determina o rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório
dos fatores reais de poder.
Errado.

034. (CÂMARA MUNICIPAL DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) Diversos doutrinadores


são responsáveis pela formulação de conceitos de Constituição, tendo por base distintas
concepções. Dentre elas, podem ser mencionadas, as seguintes: (i) “A Constituição seria a
somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade” e (ii) “Constituição representa
a decisão política do titular do poder constituinte.”. Assim sendo, assinale a alternativa que
indica, correta e respectivamente, os autores dessas duas concepções.
a) Hans Kelsen e J.J. Gomes Canotilho.
b) Carl Schmitt e Hans Kelsen.
c) Ferdinand Lassale e Carl Schmitt.
d) Hans Kelsen e Ferdinand Lassale.
e) Konrad Hesse e Carl Schmitt.

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Segundo Ferdinand Lassale, “a Constituição seria a somatória dos fatores reais do poder
dentro de uma sociedade”. Conforme Carl Schmitt, “Constituição representa a decisão
política do titular do poder constituinte”.
Letra c.

035. (INÉDITA) Ferdinand Lassalle, em sua obra A Teoria Pura do Direito, revelou os fundamentos
sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.

Na verdade, Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os


fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais de poder.
Errado.

036. (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição escrita é uma “mera folha de papel”, não
sendo apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa.

Foi Ferdinand Lassalle que nos apresentou essa ideia.


Errado.

037. (INÉDITA) Para Carl Schmitt, não há uma identidade entre a Constituição e as Leis
Constitucionais.

Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional,


haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito
à estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc. Por outro lado,
haveria normas que não apresentam essa relevância, que só se encontrariam inseridas na
Constituição para adquirir maior estabilidade jurídica.
Certo.

038. (INÉDITA) Para Carl Schmitt, a Constituição é um conjunto de normas que dizem
respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular
do poder constituinte originário.

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Schmitt afirma que a Constituição representa o resultado da vontade política fundamental


do Poder Constituinte originário quanto aos temas ligados à estruturação do Estado,
tais como forma de Estado, forma de Governo, sistema de Governo, regime de Governo,
separação dos Poderes, Direitos e Garantias Fundamentais, Sistema Tributário, Organização
dos Poderes etc.
Certo.

039. (INÉDITA) No sentido político defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é fruto
de uma decisão política fundamental.

Quem nos apresentou o sentido político foi Carl Schmitt.


Errado.

040. (INÉDITA) No sentido jurídico, Hans Kelsen reconhece que a Constituição possui o
mesmo status das demais leis.

Kelsen, ao criar o dogmático-positivismo kelseniano, colocando a Constituição no ápice do


sistema jurídico, acima das demais leis.
Errado.

041. (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra A Teoria
Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir
o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.


Errado.

042. (INÉDITA) O sentido jurídico foi concebido por Ferdinand Lassale em sua obra A Teoria
Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas jurídicas
fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de conduzir
o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa
subsequente.

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Essa doutrina se deve a Hans Kelsen.


Errado.

043. (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição significa a norma fundamental


hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.

Na verdade, em sentido lógico-jurídico, a Constituição significa a norma fundamental


hipotética, cuja função é servir de fundamento de validade da Constituição.
Errado.

044. (INÉDITA) Em sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma jurídica


suprema, o fundamento de validade das demais normas do ordenamento jurídico.

Exatamente isso.
Certo.

045. (INÉDITA) No sentido jurídico, a Constituição fundamenta-se em aspectos sociológicos,


políticos e filosóficos.

Na verdade, no sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica,


política ou filosófica.
Errado.

046. (INÉDITA) Carl Schmitt, em sua obra A Essência da Constituição, afirma que a Constituição
significa a decisão política fundamental.

Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Constituição significa a
decisão política fundamental.
Errado.

047. (INÉDITA) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por Carl
Schmitt, o autor defende que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política
fundamental do Estado.

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É na Constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. As outras normas


inseridas no texto constitucional que não refletem a decisão política fundamental são apenas
leis constitucionais (ou aquilo que chamamos hoje de normas formalmente constitucionais).
Errado.

048. (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen buscou aproximar o Direito
de juízos de ordem moral, política, social e filosófica.

Muito embora reconheça a relevância dos fatores reais de poder na condução da vida política
de um Estado, Kelsen defendeu que o seu estudo não compete ao operador do Direito, mas
ao sociólogo, ao filósofo etc. Nisso consistia sua Teoria Pura do Direito: afastar a ciência
jurídica de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.
Errado.

049. (INÉDITA) No sentido jurídico de Constituição, Hans Kelsen contrapôs-se às ideias


defendidas por Ferdinand Lassale.

A concepção jurídica de Constituição de Kelsen surge exatamente para se contrapor à


posição sociológica defendida por Ferdinand Lassalle.
Certo.

050. (INÉDITA) No sentido político de Constituição, Carl Scmitt desenvolveu dois sentidos
para a palavra Constituição: o sentido lógico-jurídico e o sentido jurídico-positivo.

Essa ideia surge na concepção jurídica de Constituição de Kelsen.


Errado.

051. (INÉDITA) Hans Kelsen criou a norma fundamental hipotética porque não admitia como
fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica, política ou filosófica.

Kelsen não admitia como fundamento de validade da Constituição algo de índole sociológica,
política ou filosófica (lembra-se da ideia da Teoria Pura do Direito?). Assim, foi obrigado
a desenvolver um fundamento jurídico para a Constituição, o que denominou de norma

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fundamental hipotética, também chamada de norma pensada ou pressuposta, que existe


apenas para servir de pressuposto de validade das normas constitucionais.
Certo.

052. (INÉDITA) Carl Schmitt defendeu que, em seu sentido jurídico-positivo, a Constituição
corresponde à norma jurídica suprema, o fundamento de validade das demais normas do
ordenamento jurídico.

Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.


Errado.

053. (INÉDITA) Para Ferdinand Lassale, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do
processo de criação das normas positivas, seria a Constituição em seu sentido lógico-jurídico.

Quem defendeu essa ideia foi Hans Kelsen.


Errado.

054. (INÉDITA) A Constituição é considerada norma pura. A palavra Constituição tem dois
sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa
norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da
validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto
de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.

É a doutrina ensinada por Hans Kelsen na obra Teoria Pura do Direito.


Certo.

055. (2021/ CRT 4/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/ÁREA: ELETROTÉCNICA) No sentido jurídico, a


constituição revela parâmetro de controle da constitucionalidade das normas que lhe são
hierarquicamente inferiores.

Conforme ensinamos, o sentido jurídico foi concebido por Hans Kelsen em sua obra A
Teoria Pura do Direito, em que o autor defende que a Constituição é um corpo de normas
jurídicas fundamentais à estruturação do Estado, dotada de plena força normativa capaz de
conduzir o processo político, servindo de fundamento de validade para a produção normativa

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subsequente (ou seja, funciona como parâmetro de controle de constitucionalidade para


as leis infraconstitucionais).
Certo.

056. (2021/CRT 4/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/ÁREA: ELETROTÉCNICA) No sentido culturalista,


a constituição é produzida por uma comunidade que sobre ela influi, integrando aspectos
sociais, políticos, jurídicos e econômicos.

No sentido culturalista, a Constituição é fruto de um fato cultural, ou seja, é produzida


pelo homem, podendo, ao mesmo tempo, influenciar a vida em comunidade. Esse sentido
culturalista conduz ao conceito de Constituição total ou integral, que consiste justamente
na integração dos aspectos sociais, políticos, jurídicos e econômicos que conformam a
Constituição, chegando na sua perspectiva unitária.
Certo.

057. (2021/CRMV AP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Com base em seu sentido sociológico, uma
constituição pode ser entendida como a decisão política fundamental e concreta sobre o
modo e a forma de existência do Estado.

Esse é o sentido político de Constituição.


Errado.

058. (2021/CRBM 4ª REGIÃO/RECEPCIONISTA) No sentido jurídico, Hans Kelsen conceitua a


constituição como a soma dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade, da forma
como ela é na prática.

Trata-se do sentido sociológico de Ferdinand Lassalle.


Errado.

059. (2021/CRT 4/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/ÁREA: EDIFICAÇÕES/CONSTRUÇÃO CIVIL) No


sentido político, a constituição espelha os fatores reais de poder, isto é, revela a vontade
da elite política dominante do momento.

Trata-se do sentido sociológico de Ferdinand Lassalle.


Errado.

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060. (2021/PC PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) Ao conceber a constituição como a soma


de fatores reais do poder que regem a nação, ou seja, um produto dos pleitos das forças
sociais de determinada época, está se tratando da ideia de constituição concebida por
a) Carl Schmitt.
b) José Afonso da Silva.
c) Hans Kelsen.
d) Ferdinand Lassalle.
e) Peter Häberle.

O enunciado cuida do sentido sociológico de Constituição defendido por Ferdinand Lassalle.


Letra d.

061. (2021/CRMV AP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Segundo a concepção de Carl Schmitt, não


há distinção entre constituição e leis constitucionais.

Carl Schmitt diferencia Constituição de Leis Constitucionais. Para ele, no texto constitucional,
haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, pois dizem respeito à
estrutura do Estado, aos direitos individuais, ao regime político etc (aquilo que ele chama
de Constituição). Por outro lado, haveria normas que não apresentam essa relevância, que
só se encontrariam inseridas na Constituição para adquirir maior estabilidade jurídica (o
que ele denomina de Leis Constitucionais).
Errado.

062. (2020/CÂMARA DE VINHEDO/PROCURADOR JURÍDICO) Ao se utilizar a expressão “a


Constituição é a soma dos fatores reais de poder”, está-se admitindo a concepção de
Constituição:
a) no sentido histórico, como uma concepção do evoluir social em direção à estabilidade.
b) no sentido lógico-jurídico, como norma jurídica hipotética e fundamental.
c) no sentido sociológico, pela qual se entende a constituição escrita apenas como uma
“folha de papel”.
d) no sentido jurídico-positivo, como uma norma positiva suprema que regula a criação de
outras normas.
e) no sentido político, como decisão concreta de conjunto sobre o modo e forma de existência
da unidade política.

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Letra c.
Ferdinand Lassalle revelou os fundamentos sociológicos das Constituições: os fatores reais
de poder. Segundo ele, a Constituição real (ou material) seria, tão somente, o somatório dos
fatores reais de poder que regem uma nação, quais sejam, os poderes econômicos, políticos,
religiosos, militares etc. Já a Constituição escrita seria uma “mera folha de papel”, não sendo
apta a conduzir o processo político por não possuir força normativa. Quem determina o
rumo do Estado é a Constituição real resultante do somatório dos fatores reais de poder.

063. (2022/CRMV-SP/ANALISTA DE SUPORTE DE GESTÃO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) A


constituição em sentido material é o conjunto das normas elaboradas pelo poder constituinte,
agregadas pelo poder de reforma constitucional e dotadas de hierarquia constitucional.

Errado.
Este é o conceito de constituição formal, que elege como critério o processo de formação
da norma constitucional e não o seu conteúdo. Dessa forma, qualquer regra contida na
Constituição Federal, independentemente do seu conteúdo, terá o caráter constitucional.

064. (2022/CRMV-PR/ADVOGADO/ADAPTADO) O “neoconstitucionalismo” possui como


premissa a ideia de Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ter
papel central, colorindo com seu espírito a interpretação de todas as demais normas.

Certo.
É exatamente isso.

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