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DEFESA PRÉVIA
1. DA TEMPESTIVIDADE
O auto de infração ambiental foi lavrado no dia 22 de julho de 2020. Contudo,
os prazos processuais estão suspensos em razão da Pandemia, e ainda que assim não fosse,
nos termos do art. 73 da Lei Estadual 14.675/2009 e art. 98 c/c art. 28 da Portaria Conjunta
CPMA/IMA 143/2019, o prazo para a apresentação de Defesa Prévia é de 20 (vinte) dias úteis,
contados da ciência do autuado, que ocorreu em 25 de julho de 2020, conforme Termo de
Compromisso e Orientações para Defesa Prévia/Conciliação. Portanto, indiscutível a
tempestividade da presente defesa.
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3. BREVE SÍNTESE DO AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL
4. DO MÉRITO
A Constituição Federal de 1988 assegura em seu art. 5º, que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, e ainda:
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4.1. AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL LAVRADO PELA POLÍCIA MILITAR
AMBIENTAL E MUNICÍO DE FLORIANÓPOLIS - IMPOSSIBILIDADE
Segundo a equipe de fiscalização da Polícia Militar Ambiental, a Autuada
estaria exercendo atividade sem a devida Autorização Ambiental - AuA, motivo pelo qual
lavraram o auto de infração ambiental, cuja norma infringida seria o art. 66 do Dec. 6.514/98, in
verbis:
Art. 66. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos,
atividades, obras ou serviços utilizadores de recursos ambientais, considerados
efetiva ou potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
ambientais competentes, em desacordo com a licença obtida ou contrariando as
normas legais e regulamentos pertinentes: [...]
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos
da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e
atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais
com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental
lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se
refere o caput.
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Portanto, necessário o cancelamento do auto infração ambiental lavrado pela
Polícia Militar Ambiental, sob pena de violação do princípio da legalidade e do non bis in idem.
Nesse sentir, caso esta autoridade não entenda pelo cancelamento do auto de
infração ─ haja visto a vedação ao no bis in idem ─ requer a aplicação do art. 62 da Lei
Estadual 14.675/2009, in verbis:
Art. 62º. Sempre que de uma infração ambiental não tenha decorrido dano ambiental
relevante, serão as penas de multa convertidas em advertência, salvo em caso de
reincidência.
Parágrafo único. Dano ambiental relevante é aquele que causa desocupação da área
atingida pelo evento danoso, afeta a saúde pública das pessoas do local, ou causa
mortandade de fauna e flora.
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Como se vê, a legislação ambiental autoriza a conversão da multa em
advertência quando preenchidos os requisitos, como é o caso dos autos. Dessa forma, caso a
Autoridade Julgadora não entenda pelo cancelamento do auto de infração ou sua conversão com
base na legislação estadual, requer a aplicação do § 1º, art. 5º do Decreto 6.514/08.
7. ATENUANTES
Subsidiariamente, se esta autoridade julgadora não entender pela
nulidade/cancelamento do auto de infração ambiental ou conversão da multa em advertência,
requer sejam aplicadas as circunstâncias atenuantes para fins de redução do valor da multa,
porque (i) o Autuado colaborou com a fiscalização; (ii) atendeu à guarnição para ser autuado; (iii)
possui baixo grau de instrução ou escolaridade; (iv) é micro infrator; e, (v) os supostos danos são
reversíveis em curto espaço de tempo; Dessa forma, requer a redução do valor da multa para o
mínimo legal previsto no art. 66 do Decreto 6.514/08.
8. DOS REQUERIMENTOS
Ante o exposto, requer se digne esta Autoridade Julgadora:
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ADVOGADO
OAB/SC
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