Você está na página 1de 73

DIREITO

INTERNACIONAL
Introdução ao
Direito Internacional

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
231016531537

JESSER BORGES

Professor. Servidor no Ministério Público Federal desde 2014. Mestre em Direito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Introdução ao Direito Internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Breve História do Direito Internacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. Teorias que Explicam o Direito Internacional e suas Implicações. . . . . . . . . . 11
3. Princípios de Direito Internacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1. Soberania. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.2. Boa-fé nas Relações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.3. Solução Pacifica dos Conflitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.4. Autodeterminação dos Povos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.5. Princípios de Direito Internacional no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4. Dos Tratados Internacionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14


4.1. Produção de Tratados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.2. Processo de Formação e Incorporação dos Tratados no Brasil. . . . . . . . . . . . 14
5. Negociação e Competência Negocial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 3 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

APRESENTAÇÃO
Olá estimado aluno(a)!
Espero que esteja bem. Meu nome é Jesser Rodrigues Borges, sou servidor do Ministério
Público Federal há 9 anos, mestre em Direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense
– UNESC, na linha de pesquisa Direito, Sociedade e Estado. Sou professor das disciplinas de
Direito Internacional Público e Privado e Direitos Humanos.
Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para auxilia-lo(a) na sua jornada rumo à
aprovação! Conte sempre conosco e não hesite em tirar todas as suas dúvidas no fórum. Ao
longo das aulas pretendo passar toda minha experiência de mais de 15 anos de “concurseiro”
para que a sua caminhada seja a mais tranquila possível, então teremos dicas e macetes
que ajudarão – e muito – na hora da sua prova.
A disciplina de DIP é fundamental para sua aprovação, pois ela tem caído em todos os
concursos jurídicos de nível superior. Então dedique tempo a ela em sua grade de estudos
e aproveite ao máximo a nossa metodologia diferenciada.
Forte abraço e Bons Estudos!
Profº Jesser Rodrigues Borges

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 4 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL

1. INTRODUÇÃO
Inicialmente, é importante esclarecer que as disciplinas de Direito Internacional (Público e
Privado) possuem cada uma as suas peculiaridades. Entretanto, grande parte dos princípios
e diretrizes são comuns a ambas, razão pela qual a maioria dos concursos costuma cobrá-las
dentro da mesma disciplina, como sendo uma só. Em outros casos, como no concurso para
a Câmara dos Deputados, o edital cobra conceitos “misturados”, ou seja, conteúdos que
são objeto de estudo no âmbito do Direito Internacional Público dentro do Privado. Então,
para facilitar o seu estudo, trataremos da integralidade dos tópicos relacionados ao DIP, e
constantes em seu edital, dentro de nossa disciplina, facilitando o seu estudo.
Pois bem, para compreensão da disciplina de Direito Internacional é preciso saber,
primeiramente, que vivemos em uma sociedade extremamente globalizada, onde
ocorrem constantes relações entre as pessoas e os Estados Nacionais. Basta pensarmos
que, atualmente, é possível realizar compras internacionais facilmente via internet, ou
simplesmente conversar com alguém do outro lado do planeta. Todo dia ocorrem negociações
e transações entre empresas privados e entre Estados (fornecimento de bens e serviços).
Tudo isso envolve o direito internacional!
Nesse contexto, surge o que se denomina “sociedade internacional”. Assim, devemos
diferenciar a ordem jurídica nacional (interna) da ordem jurídica internacional (externa),
apesar de ocorrer constante interação entre elas. Afinal de contas, não há um legislativo
global criando normas, mas apenas Estados Soberanos e organizações internacionais que
firmam acordos e pactos em suas relações.
Por certo que, observado os requisitos de incorporação, as normas criadas no cenário
internacional poderão influenciar o direito interno e regulamentar essas relações.
De acordo com o professor Valerio de Oliveira Mazzuoli (2021, p. 36), o Direito
Internacional Privado

[...] é a disciplina jurídica – baseada num método e numa técnica de aplicação do direito – que
visa solucionar os conflitos de leis estrangeiras no espaço, ou seja, os fatos em conexão espacial
com leis estrangeiras divergentes, autônomas e independentes, buscando seja aplicado o
melhor direito ao caso concreto. Trata-se do conjunto de princípios e regras de direito público
destinados a reger os fatos que orbitam ao redor de leis estrangeiras contrárias, bem assim
os efeitos jurídicos que uma norma interna pode ter para além do domínio do Estado em que
foi editada, quer as relações jurídicas subjacentes sejam de direito privado ou público. Como
se vê, o DIPr é a expressão exterior do direito interno estatal (civil, comercial, administrativo,
tributário, trabalhista etc.).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 5 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Já o Direito Internacional Público é conceituado como “[...] o conjunto de regras e


princípios que regula a sociedade internacional” (VARELLA, 2019, p. 9). Portanto, podemos
conceituar o Direito Internacional Público como a disciplina jurídica que estuda as relações
entre os Estados soberanos, seus entes e os organismos internacionais, tendo como
norte as diretrizes diplomáticas previamente estabelecidas em uma ordem mundial.
Basicamente, quando nos referimos à relação existente entre Estados Soberanos ou entre
esses e os organismos internacionais (Estado x Estado; Estado x Organismo Internacional)
estamos falando de direito internacional público. Por outro lado, quando tratamos da
relação dos indivíduos, de cunho eminentemente privado, aí estamos nos referindo ao
direito internacional privado.

A disciplina de direito internacional privado é o conjunto de normas criadas internamente


(direito interno), com o objetivo de solucionar eventual conflito entre normas de ordenamentos
distintos, determinado aquela que deve ser aplicada ao caso concreto (MAZZUOLI, 2021, p. 36).

EXEMPLO
Imagine que você firmou um contrato com uma empresa alemã para importação de
equipamentos diretamente da Alemanha. Em havendo algum problema jurídico, qual norma
deve ser aplicada? A norma brasileira ou a norma alemã? ou ainda, existiria algum tratado ou
convenção internacional que se aplica no caso concreto?

Todas essas questões são objeto de estudo no âmbito do Direito Internacional Privado
que estudaremos em seguida.
Por vezes, as disciplinas de Direito Internacional também são chamadas de “direito das
gentes”. Afinal, os Estados são formados de indivíduos, ocupantes de um determinado
território, com governo soberano, e que se encontram em constante relacionamento, tanto
interno como externo, compondo o que chamamos de sociedade internacional.

Na ordem interna temos um Estado Democrático de Direito, sistema no qual o povo


escolhe os seus representantes e esses, legitimamente eleitos, irão criar normas a serem
por todos cumpridas (relação vertical = Estado cria x povo cumpre).
Por outro lado, no Direito Internacional, todos os Estados são Soberanos, estando,
portanto, no mesmo patamar (relação de horizontalidade), significa dizer que todos estão

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 6 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

em “pé de igualdade”, não sendo possível que um Estado crie normas e as imponha a outro
Estado, de tal modo que somente serão observadas as normas que todas as partes
envolvidas decidirem – de comum acordo – firmarem.

001. (CEBRASPE (CESPE)/OAB REGIONALIZADO/UNIFICADO PARCIAL/EXAME ANUAL 3/2009) No


âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional,
significa a possibilidade de:
a) um Estado impor-se sobre outro.
b) a Organização da Nações Unidas dominar a legislação dos Estados participantes.
c) celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal
Permanente.
d) igualdade entre os países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica
mundial.

Como dito, na ordem internacional todos os Estados estão em “pé de igualdade”, de tal
modo que, “independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial”,
terão os mesmos direitos que os demais Estados, não sendo possível impor-lhes normas
a que não tenham manifestado adesão.
Letra d.

2. BREVE HISTÓRIA DO DIREITO INTERNACIONAL


Primeiramente, é importante ressaltar que não é nosso objeto aqui estudar com
profundidade todos os eventos históricos que marcaram o Direito Internacional, mesmo
porque não há consenso na doutrina acerta de todos eles. Nosso objetivo, portanto, será
apresentar um panorama geral dos principais eventos históricos do Direito Internacional
e que possam ser objeto de cobrança em provas.
Não há consenso doutrinário acerca da exata origem do Direito Internacional. Há autores
que defendem que o seu surgimento ocorre com a formação das primeiras civilizações.
Outros defendem que somente há Direito Internacional com a formação do Estado Moderno.
Aponta Varella (2019, p. 9) que uma espécie de Direito Internacional já existia na Idade
Média. Porém, é somente com a consolidação do Estado Moderno (por volta do século XV)
que o Direito Internacional ganha espaço enquanto disciplina jurídica, sobretudo por conta da

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 7 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

formação dos Estados soberanos e das expansões marítimas, o que resultou na necessidade
de estudar a relação entre os Estados. Portanto, a consolidação do Direito Internacional
está associada à constituição dos Estados europeus, bem como com à expansão marítima.
Como bem esclarece Mazzuoli (2021, p. 10):

O Direito Internacional Público, contrariamente do que pensa boa parte da doutrina, não é
uma criação recente. Mas também não é tão antigo como pretendem alguns autores. Sem se
poder determinar uma data precisa para o seu nascimento, tem-se como certo que o Direito
Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos
que transformaram a ordem política da Europa na passagem da Idade Média para a Idade
Moderna. (grifo nosso).

O jurista e filósofo holandês Hugo Grotius foi um dos primeiros pensadores a estudar
o Direito Internacional como ciência. Dentre suas obras de destaque encontram-se: Mare
Liberum de 1609 e De Jure Belli ac Pacis (Do Direito da Guerra e da Paz), publicada em 1625,
de tal modo que é considerado por muitos como o pai do Direito Internacional (MAZZUOLI,
2021, p. 11).
Por volta do início do século XVII foram assinados os Tratados de Westfália, cujo objetivo
foi pôr fim à Guerra dos Trinta Anos, conflito bélico que durou de 1618 à 1648. Um dos
elaboradores do tratado foi justamente Hugo Grotius – na condição de Embaixador da Suécia.
Outro marco para o Direito Internacional foi o Congresso de Viena, realizado em 1815.
Esse congresso teve como objetivo encerrar as guerras napoleônicas e estruturar acordos
de cooperação entre as nações europeias. Aponta Mazzuoli (2021, p. 12) que:

O Congresso marcou o fim das guerras napoleônicas e estabeleceu um novo sistema multilateral
de cooperação política e econômica na Europa, além de ter agregado novos princípios de Direito
Internacional, como a proibição do tráfico negreiro, a liberdade irrestrita de navegação nos rios
internacionais da região e as primeiras regras do protocolo diplomático. Os aspectos principais
desse sistema perduraram até quase o início da Primeira Guerra Mundial.

Nesse contexto, surgiram vários pensadores que influenciaram o Direito Internacional,


a exemplo do holandês Cornélio Von Bienkershoek que desenvolveu, no século XVIII, a teoria
que ficou conhecida como “bala de canhão”, a fim de determinar o alcance do mar territorial.
Por certo que nenhum Estado pode deter o controle absoluto dos mares, e com as
expansões marítimas isso virou um problema. Logo, surgiram as controvérsias acerca
da distância que se considera o mar como território do país costeiro. Assim, a teoria de
Bienkershoek propôs resolver a celeuma de uma forma bem simples: considera-se mar
territorial o limite do alcança de uma bala de canhão. Afinal de contas, naquela época,
esse era o limite territorial que um Estado conseguiria controlar. Qualquer embarcação
que passasse além desse limite estaria ilesa e, portanto, em alto-mar. Essa teoria apenas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 8 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

foi superada com a Convenção de Genebra, em 1958, que codificou o mar territorial e
com a Convenção das Nações Unidas sobre direito do mar, realizada em 1982, que definiu
parâmetros para a extensão do mesmo.
Com a intensificação da globalização, especialmente a partir do século XX, o Direito
Internacional se expande ainda mais, dada a intensificação das relações entre Estados. O
mesmo movimento de expansão é observado no âmbito do Direito Internacional Privado,
pois há o estreitamento das relações, principalmente a partir da intensificação dos meios
de comunicação, permitindo maior agilidade e economia nos negócios internacionais.
Outro evento importante que marcou o Direito Internacional foi o pacto Briand-Kellog,
também conhecido como Pacto de Proibição da Guerra de Agressão, que foi firmado em
1928 (período entre guerras) por várias nações, tendo por objetivo coibir a guerra. Muito
embora tenham ocorrido várias agressões armadas no período posterior à assinatura do
referido tratado, este é considerado um marco para o Direito Internacional, pois o pacto
passou a vigorar no cenário internacional e, ao menos no plano normativo, fixou uma
espécie de censura ao uso das forças armadas para a solução de conflitos, caracterizando
as ações violentas praticadas pelos Estados como afronta ao Direito Internacional (RAMOS,
2016, p. 193).
Em 26 de junho de 1945 foi assinada a Carta das Nações Unidas, inicialmente, foram 50
países signatários. Seu objetivo geral é promover a cooperação internacional e a paz mundial,
especialmente por conta das duas grandes guerras. De acordo com o Artigo 1 da Carta:

Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são:


1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da
paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma
perturbação da paz;
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de
igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas
ao fortalecimento da paz universal;
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter
econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos
humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; e
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos
comuns.

Na sequência, em 24 de outubro de 1945, na cidade de São Francisco, nos Estados


Unidos, foi criada a Organização das Nações Unidas – ONU. Nos termos do Artigo 2 da Carta
das Nações Unidas:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 9 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo
1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e vantagens resultantes
de sua qualidade de Membros, deverão cumprir de boa-fé as obrigações por eles assumidas de
acordo com a presente Carta.
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de
modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força
contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra
ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem
de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado contra o qual as Nações
Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de
acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança
internacionais.
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos
que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os Membros a
submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém,
não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII.

O Brasil é signatário da Carta das Nações Unidas, tendo promulgado a carta, no âmbito
interno, em 22 de outubro de 1945, por meio do Decreto n. 19.814/1945.

Em 1969, firmou-se no cenário internacional a Convenção de Viena sobre o Direito dos


Tratados, a qual restou promulgada no Brasil apenas em 2009 por meio do Decreto n. 7.030,
de 14 de dezembro daquele ano.
A convenção é um marco para o Direito Internacional, pois estabelece uma série de
princípios e diretrizes a serem observados pela comunidade internacional quando da
assinatura de tratados internacionais. De acordo com o seu artigo 5:

A presente Convenção aplica-se a todo tratado que seja o instrumento constitutivo de uma
organização internacional e a todo tratado adotado no âmbito de uma organização internacional,
sem prejuízo de quaisquer normas relevantes da organização.

Por certo que a sociedade é dinâmica e está em constante transformação, da mesma


forma o direito – especialmente o Direito Internacional – está em constante evolução para
dar respostas aos conflitos originados no tecido social.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 10 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Esquematizando:

2.1. TEORIAS QUE EXPLICAM O DIREITO INTERNACIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES


Existem algumas teorias que surgiram com o objetivo de explicar o Direito Internacional
e suas implicações no âmbito interno dos Estados.
Sob o aspecto da ordem jurídica surgiram duas grandes teorias, são elas: dualista
e monista.
• Teoria Monista (monismo): Note o prefixo “mono” = um, essa teoria defende a
existência de uma única ordem jurídica, de modo que considera as normas e tratados
internacionais incorporados ao ordenamento jurídico em posição supralegal, ou seja,
superior às suas normas internas. Para essa teoria não há necessidade de um diploma
legal interno que reconheça a validade das normas internacionais, pois elas teriam
aplicabilidade direta e imediata.
• Teoria Dualista (dualismo): O dualismo (prefixo “duo” = dois) prega a existência
de dois ordenamentos jurídicos distintos e independentes (Direito Interno x Direito
Internacional), de modo que não haveria implicação entre eles, ou seja, uma norma
internacional não afetaria o direito interno e vice-versa. Para essa corrente somente
seria possível a incorporação de um tratado internacional mediante um procedimento
de incorporação, o qual deve tramitar, necessariamente, no âmbito do Poder Legislativo.
Significa dizer que, para o dualismo, é necessária uma norma interna estabelecendo
a incorporação ao ordenamento jurídico da norma internacional.

De acordo com Mazzuoli (2006, p. 57), no Brasil adota-se a doutrina monista internacionalista
(o mesmo que dualista moderada), segundo a qual:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 11 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

[...] o Direito Internacional Público encontra-se em posição de absoluta primazia sobre o Direito
interno estatal. Tal primazia atribui aos tratados ratificados pelo Brasil (quaisquer que sejam)
um status hierárquico superior a toda a legislação doméstica do país.

Significa dizer que, uma vez que o Brasil ratificou determinado tratado/convenção
internacional, tendo ocorrido o procedimento de internalização, o tratado passa a ter
força normativa no ordenamento jurídico interno, revogando ou modificando as disposições
ordinárias em contrário e devendo ser observados pela legislação superveniente.

3. PRINCÍPIOS DE DIREITO INTERNACIONAL


De pronto, podemos observar que o Direito Internacional rege-se por alguns princípios
gerais, vejamos:

3.1. SOBERANIA
É importante deixar claro que todos os Estados detêm soberania em seu território. Não
há um Estado “melhor” ou “pior” que o outro, independentemente do tamanho do território
ou do poder econômico, TODOS são Estados soberanos em seu território, de modo que não
é possível impor-lhes condições a que não tenham manifestado expressa adesão.
Em decorrência do princípio da Soberania dos Estados temos o elemento consentimento.
Ora, se todos são soberanos em seus territórios e não é possível impor-lhes condicionantes
que não tenham previamente aceito, somente será possível firmar acordos e tratados
internacionais se houver consentimento entre todas as partes envolvidas.
Além do mais, os Estados devem respeitar a soberania dos outros Estados, significa
dizer que não podem intervir em assuntos alheios, relacionados exclusivamente a outro
Estado soberano.

3.2. BOA-FÉ NAS RELAÇÕES


Os Estados soberanos devem agir com boa-fé nas suas relações, assim produzem maior
segurança no cenário internacional. Um dos principais efeitos da boa-fé é a observância do
princípio conhecido como Pacta Sunt Servanda, que significa, em síntese, que as cláusulas
pactuadas devem ser cumpridas.
Nesse sentido, o artigo 26 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969
dispõe que:

Artigo 26
Pacta sunt servanda
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 12 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

3.3. SOLUÇÃO PACIFICA DOS CONFLITOS


Basicamente esse princípio orienta que os Estados devem evitar ao máximo o uso da
ameaça/força, devendo sempre buscar a solução pacifica dos conflitos. Vale mencionar,
inclusive, que esse é um dos princípios que rege o Brasil em suas relações internacionais
(art. 4º da Constituição Federal de 1988).
No cenário internacional, países firmam acordos que proíbem o uso da força, somente
sendo permitida em caso de defesa. Fique tranquilo(a), mais adiante aprofundaremos
esse tópico.

3.4. AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS


Trata-se de um princípio universal que todos os povos sejam tratados de forma igualitária,
respeitada a sua identidade cultural, política e econômica. A autodeterminação dos povos
está relacionada com a capacidade dos sujeitos de um Estado determinarem o seu próprio
ordenamento jurídico e as estruturas que melhor atendam às suas necessidades. Por
exemplo, não se pode cogitar que um Estado estrangeiro venha determinar ao Brasil quais
leis devam ser seguidas e quais as condutas devam ser consideradas inadequadas.

3.5. PRINCÍPIOS DE DIREITO INTERNACIONAL NO BRASIL


No caso brasileiro, a Constituição Federal de 1988 estabelece os seguintes princípios
gerais relacionados às relações internacionais nos seguintes temos:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 13 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

4. DOS TRATADOS
TRATADOS INTERNACIONAIS

4.1. PRODUÇÃO DE TRATADOS


Os Tratados Internacionais são acordos formais, por meio dos quais os Estados Soberanos
e Organismos Internacionais assumem compromissos e obrigações no cenário internacional.
Portanto, os Tratados são destinados à produção de efeitos jurídicos.
Uma importante norma que disciplina os Tratados Internacionais é a Convenção de
Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, a qual fora ratificada pelo Brasil através do
Decreto n. 7.030/2009.
De acordo com a mencionada Convenção (artigo 2, 1. “a”):

“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.

4.2. PROCESSO DE FORMAÇÃO E INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS NO BRASIL


O processo de formação dos Tratados Internacionais compreende a realização de quatro
etapas, que podem assim ser sintetizadas:
• Negociação e assinatura do tratado pelo chefe do Poder Executivo;
• Referendo (deliberação e aprovação do Poder Legislativo);
• Ratificação; e
• Promulgação no âmbito interno.
Em um primeiro momento, identificada a necessidade/oportunidade para firmar
determinado Tratado Internacional, os Estados interessados iniciam negociações e, uma vez
que há acordo acerca dos termos do tratado, o chefe do Poder Executivo assina o Tratado.
Nesse sentido, dispõe o art. 84, VIII da Constituição Federal que:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


[...]
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;

Em seguida, o Tratado precisa ser submetido à referendo por parte do Poder Legislativo
(no nosso caso do Congresso Nacional). Enquanto não houve a aprovação do Poder Legislativo o
Tratado não produzirá efeitos na ordem interna. Nos termos do art. 49 da Constituição Federal:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 14 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Posteriormente, na terceira etapa, ocorre a ratificação. A ratificação nada mais é do


que a “confirmação”, por parte do chefe do Poder Executivo, de que o Tratado Internacional
foi devidamente incorporado pelo seu Estado e produzirá efeitos interna e externamente.
Portanto, a ratificação é o ato administrativo em que os signatários “trocam” os tratados
devidamente assinados.
Por fim, ocorre a promulgação e publicação do texto do Tratado Internacional na
imprensa oficial.

5. NEGOCIAÇÃO E COMPETÊNCIA NEGOCIAL


A negociação, no âmbito internacional, ocorre quando dois ou mais Estados ou Organismos
Internacionais possuem interesses em comum e decidem resolver determinada questão.
De acordo com Marcelo Dias Varella (2019, p. 21):

Um tratado nasce a partir da manifestação da vontade de um sujeito de direito internacional


(Estado ou Organização Internacional) em regular juridicamente determinada situação no âmbito
internacional. O representante do Estado ou da Organização Internacional comunica aos demais
sujeitos de direito internacional, com quem tem a intenção de firmar o futuro tratado, para que
manifestem seu interesse em participar da regulação internacional e enviem seus representantes
para a negociação. Os negociadores constroem o texto, que é adotado ao final da reunião. Essa
etapa não compromete definitivamente o Estado, pois o texto ainda deverá ser ratificado.

A competência negocial pode ser definida como a capacidade conferida a um agente


ou autoridade para negociar e firmar Tratados Internacionais em nome do seu Estado. No
caso do Brasil, a competência negocial é atribuída pela Constituição Federal ao Presidente
da República, o qual possui as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Vejamos:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


[...]
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;

Verifica-se que a competência negocial é uma matéria afeta à soberania dos Estados,
razão pela qual deve ser definida pelo ordenamento jurídico interno de cada nação, geralmente
através da Constituição Federal.
Sobre a temática, no cenário internacional, importantes disposições foram estabelecidas
pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, vejamos:

Artigo 7
Plenos Poderes
1. Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ou autenticação do texto
de um tratado ou para expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado se:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 15 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

a) apresentar plenos poderes apropriados; ou


b) a prática dos Estados interessados ou outras circunstâncias indicarem que a intenção do Estado
era considerar essa pessoa seu representante para esses fins e dispensar os plenos poderes.
2. Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são
considerados representantes do seu Estado:
a) os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a
realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado;
b) os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entre o Estado
acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados;
c) os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização
internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência,
organização ou órgão.

Concluímos aqui a primeira parte do nosso conteúdo!


É importante ler as convenções internacionais mais relevantes de que o Brasil
é signatário, razão pela qual, aquelas que forem abordadas em cada aula constaram
no anexo. Recomendamos fortemente a sua leitura, pois elas costumam ser cobradas
frequentemente em prova.
Além disso, preparamos um resumo especial e questões comentadas para facilitar a
fixação do conteúdo.
Bons Estudos!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 16 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

RESUMO
O Direito Internacional é dividido em Público e Privado:
• Direito Internacional Privado: disciplina jurídica interna de Direito Público, cujo
objetivo é resolver os conflitos entre leis estrangeiras divergentes, definindo a
aplicabilidade e eventuais efeitos nas relações privadas;
• Direito Internacional Público: disciplina jurídica que estuda as relações entre os
Estados soberanos, seus entes e os organismos internacionais, observadas diretrizes
globais.

TEORIAS QUE EXPLICAM O DIREITO INTERNACIONAL

• Teoria Monista (monismo): defende a existência de uma única ordem jurídica, de


modo que considera as normas e tratados internacionais incorporados direta e
imediatamente ao ordenamento jurídico em posição supralegal.
• Teoria Dualista (dualismo): prega a existência de dois ordenamentos jurídicos distintos
e independentes (Direito Interno x Direito Internacional), de modo que não haveria
implicação entre eles
• Teoria Voluntarista: Defende que todas as relações internacionais estão relacionadas
com a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos, por isso voluntarista;
• Teoria Objetivista: Sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de
valores absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL

• Soberania;
• Boa-fé nas relações;
• Pacta Sunt Servanda (cláusulas pactuadas devem ser cumpridas);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 17 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

• Solução pacifica dos conflitos;


• Autodeterminação dos povos

PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL EM SUAS RELAÇÃO INTERNACIONAIS


I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Esquematizando:

• Tratados Internacionais: são acordos formais, por meio dos quais os Estados
Soberanos e Organismos Internacionais assumem compromissos e obrigações no
cenário internacional. O processo de formação dos Tratados Internacionais compreende
a realização de quatro etapas:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 18 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

− Negociação e assinatura do tratado pelo chefe do Poder Executivo;


− Referendo (deliberação e aprovação do Poder Legislativo);
− Ratificação; e
− Promulgação no âmbito interno.

Esquematizando:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 19 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

EXERCÍCIOS

001. (FGV/OAB UNIFICADO/NACIONAL/2018/XXVII EXAME) Em 14 de dezembro de 2009,


o Brasil promulgou a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, por meio
do Decreto n. 7.030. A Convenção codificou as principais regras a respeito da conclusão,
entrada em vigor, interpretação e extinção de tratados internacionais.
Tendo por base os dispositivos da Convenção, assinale a afirmativa correta.
a) Para os fins da Convenção, “tratado” significa qualquer acordo internacional concluído
por escrito entre Estados e/ou organizações internacionais.
b) Os Estados são soberanos para formular reservas, independentemente do que disponha
o tratado.
c) Um Estado não poderá invocar o seu direito interno para justificar o descumprimento de
obrigações assumidas em um tratado internacional devidamente internalizado.
d) Os tratados que conflitem com uma norma imperativa de Direito Internacional geral têm
sua execução suspensa até que norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma
natureza derrogue a norma imperativa com eles conflitante.

002. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/DEFESA


NACIONAL, SEGURANÇA PÚBLICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS/2012) O Direito Internacional
(DI) pode ser entendido como o “conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas
entre Estados e, subsidiariamente, as demais pessoas internacionais, como determinadas
organizações, e dos indivíduos”. Ao longo do século XX, o Direito Interacional (DI) ampliou
sobremaneira seu âmbito de atuação e, no século XXI, as perspectivas são ainda maiores,
na medida em que as interações entre os diversos sujeitos do direito internacional tende
a se multiplicar. Entre as fontes do DI no séc. XXI, assinale a considerada mais importante
e, ao mesmo tempo, mais democrática:
a) O Costume
b) Os Princípios Gerais do Direito
c) Os Tratados
d) A Jurisprudência
e) A Doutrina

003. (CEBRASPE/CESPE/OAB REGIONALIZADO/UNIFICADO PARCIAL/EXAME ANUAL 3/2009) No


âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional,
significa a possibilidade de:
a) um Estado impor-se sobre outro.
b) a Organização da Nações Unidas dominar a legislação dos Estados participantes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 20 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

c) celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal


Permanente.
d) igualdade entre os países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica
mundial.

004. (COM. EXAM.TRF 2/JUIZ FEDERAL/TRF 2ª REGIÃO/2017/XVI) Quanto à internalização


de tratados ao ordenamento nacional, assinale a opção correta:
a) O sistema de recepção de tratados internacionais previsto na Constituição Federal
não acolhe o chamado princípio do efeito direto e imediato dos tratados ou convenções
internacionais sobre Direitos Humanos.
b) A extradição solicitada por Estado estrangeiro para fins de cumprimento de pena somente
poderá ser deferida depois de internalizado o tratado de extradição firmado entre o Brasil
e o respectivo Estado estrangeiro.
c) Somente após ser aprovado em duplo turno de votação, nas duas casas do Congresso
Nacional, seguido de publicação de Decreto Presidencial, poderá o Tratado Internacional
adquirir validade no Direito Brasileiro.
d) Tratado internacional que verse sobre matéria que a Constituição brasileira reserva
ao domínio da Lei Complementar poderá ter aplicabilidade interna, bastando que no ato
de internalização seja observado o quórum de maioria absoluta previsto no artigo 69 da
Constituição.
e) Tratados que versem sobre concretização de Direitos Humanos no plano interno não
podem ser objeto de denúncia pelo Estado Brasileiro, sob pena de violação ao postulado
da proibição de retrocesso.

005. (CESGRANRIO/PROFISSIONAL PETROBRAS DE NÍVEL SUPERIOR/PETROBRAS/


DIREITO/2015) A homologação de uma sentença estrangeira no Brasil tem, como requisito
indispensável,
a) haver sido proferida por autoridade competente.
b) estar autenticada pelo Ministro da Justiça brasileiro.
c) estar acompanhada de tradução, podendo ser juramentada ou não.
d) ser decisão proferida por órgão colegiado ou tribunal.
e) terem sido as partes citadas adequadamente, não se admitindo a figura da revelia.

006. (COM. EXAM./TRT 21/JUIZ DO TRABALHO/TRT 21ª REGIÃO/2015/VIII) Analise as assertivas


abaixo, e, a seguir, assinale a opção correta:
I – Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária
interna e serão observados pela que lhes sobrevenha.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 21 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

II – O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se


pela assinatura, troca dos instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação,
aprovação ou adesão, ou por quaisquer outros meios, se assim acordado.
III – Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
IV – Compete ao Presidente da República, auxiliado pelos ministros de Estado, celebrar
tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.
a) todas as assertivas estão corretas;
b) apenas as assertivas I, II e III estão corretas;
c) apenas as assertivas II, III e IV estão corretas;
d) apenas as assertivas III e IV estão corretas;
e) todas as assertivas estão incorretas.

007. (CESPE CEBRASPE/2021/APEX BRASIL/ANALISTA/ÁREA: PROCESSOS JURÍDICOS/2021)


O direito internacional privado, haja vista sua natureza, seu objeto e suas principais fontes
normativas, é, em sua essência, um direito de natureza
a) jurídica interna, ao qual cabe resolver a questão jurídica propriamente dita, sendo regido
primordialmente por tratados e convenções.
b) jurídica internacional, ao qual cabe apontar o ordenamento jurídico aplicável ao caso
concreto, sendo formado primordialmente por fontes supranacionais.
c) jurídica internacional, incumbido de solucionar diretamente a situação conflituosa
apresentada, sendo regido principalmente pela lei interna de cada estado nacional.
d) jurídica interna, ao qual cabe indicar a norma jurídica que poderá ser utilizada no caso
concreto, sendo preponderantemente composto de normas produzidas pelo legislador
interno.

008. (CEBRASPE/CESPE/DIPLOMATA/TERCEIRO SECRETÁRIO/2017/ADAPTADA) A respeito


das fontes do direito internacional público e tendo como referência a Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados, assinale a assertiva correta:
a) somente se considera “tratado” aquele acordo internacional concluído por escrito entre
Estados e assim especificamente denominado.
b) Organização Internacional são aquelas caracterizadas como Organização Não Governamental.
c) Não há vedação para que dois ou mais Estados sejam depositários de um mesmo tratado.
d) A convenção de Viena sobre direito dos tratados se aplica a todos os tratados internacionais,
mesmo que tenha entrado em vigor em período anterior à convenção.

009. (CEBRASPE/CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA 1/2018) De acordo com a Convenção


de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, define-se por

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 22 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

tratado internacional o “acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. No que se refere a
esse assunto, marque a assertiva correta.
a) Ao defender a independência do direito internacional em relação ao direito nacional, os
dualistas o fazem levando em consideração exclusivamente as hipóteses de conflito entre
um tratado e uma norma de direito interno.
b) Prevalece no Brasil a teoria dualista pura, para a qual existem dois ordenamentos distintos,
não havendo qualquer influência do direito internacional no direito interno.
c) A teoria monista defende que existem dois ordenamentos jurídicos distintos, o Direito
Internacional e as normas jurídicas de direito interno.
d) A teoria dualista defende a existência de dois ordenamentos jurídicos, sendo que as
normas de Direito Internacional influenciam diretamente as normas do direito interno,
independentemente de qualquer procedimento de incorporação.

010. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANAC/ÁREA 3/2012/ADAPTADA) No que


concerne ao direito internacional público, prevalece no Brasil a teoria:
a) dualista, segundo a qual as normas de direito internacional e de direito interno existem
separadamente e não afetam umas às outras. b) monista, de acordo com a qual há unidade
do ordenamento jurídico, prevalecendo as normas de direito internacional sobre as de
direito interno.
c) dualista, segundo a qual existe apenas um único ordenamento jurídico universal.
d) dualista moderada, segundo a qual há possibilidade de incorporação de normas
internacionais ao ordenamento jurídico interno, desde que submetidas regularmente ao
procedimento de incorporação.

011. (CEBRASPE/CESPE/DIPLOMATA/TERCEIRO SECRETÁRIO/2015/ADAPTADA) A jurisprudência


tem constituído importante acervo de decisões que balizam o desenvolvimento progressivo
do direito internacional, não apenas como previsão ideal, mas como efetivo aporte à prática
da disciplina. Acerca da aplicação do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça,
de antecedentes judiciários, de tratados e de costumes, assinale a assertiva correta.
a) A noção de jus cogens, como a de normas imperativas a priori, embora não unanimemente
reconhecida em doutrina, é invocada com referência tanto em jurisprudência quanto em
direito internacional positivo.
b) As normas consideradas de jus cogens são aquelas que não possuem imperatividade, em
geral são apenas orientações a serem seguidas pelos Estados.
c) As regras caracterizadas como soft law são normas imperativas, que vinculam os Estados
a adotarem determinadas pedidas sob pena de sanções no cenário externo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 23 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

d) As normas denominadas jus cogens não são consideradas como fontes do Direito
Internacional, razão pela qual não costumam ser invocadas em jurisprudência nem pela
doutrina do Direito Internacional.

012. (CESPE/CEBRASPE/AGU/ADVOGADO/2022/ADAPTADA) Princípios de tolerância são


discutidos no contexto internacional desde a Declaração de Princípios de Tolerância da
ONU, de 1995; e, recentemente, o Brasil promulgou a Convenção Interamericana contra
o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. A partir desses
documentos, assinala a assertiva correta.
a) O princípio da soberania dos Estados possibilita que, em determinadas situações, os Estados
intervenham no âmbito de outro Estado para a resolução de eventuais conflitos internos.
b) Tolerância não pode ser considerada uma situação de condescendência ou indulgência
em relação à diversidade cultural do mundo.
c) A autodeterminação dos povos garante o direito de um Estado-membro adquirir
independência frente ao Estado Federal (direito de secessão).
d) Dado o princípio da não intervenção, nenhum Estado poderá utilizar suas forças armadas
fora de seu território.

013. (CESPE/CEBRASPE/DPF/DELEGADO/2021/ADAPTADA) Em relação à importância dos


elementos que compõem o Estado, assinale a assertiva correta.
a) Os Estados são formados basicamente por uma base territorial e um governo soberano.
b) Estados são formados por três elementos conjugados: base territorial, comunidade
humana e uma forma de governo que pode estar subordinada à autoridade exterior.
c) Os Estados são formados por 2 elementos: base territorial e o elemento humano
denominado povo.
d) Estados são formados por três elementos: base territorial, comunidade humana e uma
forma de governo autônomo.

014. (CESPE/CEBRASPE/DPF/DELEGADO/2021/ADAPTADA) Os Estados possuem autonomia


para decidir sobre a entrada de indivíduos em seu território. Nesse sentido, tendo por base
os princípios gerais do Direito Internacional, assinale a assertiva correta:
a) o Brasil estabelece que poderá ser impedido de ingressar no País, após entrevista individual
e independente de fundamentação, a pessoa que apresente documento de viagem que
não seja válido para o Brasil.
b) em nenhuma hipótese admite-se o impedimento de ingresso no Brasil.
c) poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual, a pessoa que
apresente documento de viagem que não seja válido para o Brasil, desde que o ato seja
devidamente fundamentado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 24 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

d) dado o princípio da soberania, os Estados não são obrigado a observarem, no âmbito


interno, as normas internacionais que tutelem direitos fundamentais dos estrangeiros,
mesmo que sejam signatários.

015. (CESPE/CEBRASPE/SF ADVOGADO/2020/ADAPTADA) A respeito das fontes de direito


internacional público, assinale a alternativa correta.
a) A lista das fontes de Direito Internacional prevista na Convenção de Viena de 1969 é
meramente exemplificativa e não estabelece uma hierarquia entre tais fontes.
b) As fontes do direito internacional estão restritas aos Tratados e Convenções Internacionais,
não se admitindo outras fontes.
c) Os tratados internacionais, fontes primárias do Direito Internacional, são formados a
partir do consenso entre os Estados e assumem a forma escrita ou verbal.
d) Somente são admitidos como fontes do Direito Internacional normas escritas.

016. (CESPE/CEBRASPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2ª ETAPA/2012) Considerando


as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte Internacional de
Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca das formas
de expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.
a) De acordo com o Estatuto da Corte da Haia, a equidade constitui, apesar de seu caráter
impreciso, fonte recorrente e prevista como obrigatória na resolução judicial de contenciosos
internacionais.
b) A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional como
prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica, distingue-
se de meros usos ou mesmo de práticas de cortesia internacional.
c) As convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são
consideradas, independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas
originariamente no Estatuto da CIJ.
d) Em face do caráter difuso da sociedade internacional, bem como da proliferação de
tribunais internacionais, verifica-se no direito internacional crescente invocação de decisões
judiciais antecedentes, arroladas como opinio juris, ainda que não previstas no Estatuto
da CIJ.
e) Ainda que não prevista em tratado ou no Estatuto da CIJ, a invocação crescente de
normas imperativas confere ao jus cogens manifesta qualidade de fonte da disciplina, a
par de atos de organizações internacionais, como resoluções da ONU.

017. (FGV/PREFEITURA DE RECIFE/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/ÁREA FINANÇAS


PÚBLICAS/ 2014) A Constituição Brasileira de 1988 elenca os princípios que o Brasil deverá
observar no seu relacionamento com outros países. As opções a seguir apresentam princípios

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 25 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

constitucionais observados nas relações internacionais pelo nosso país, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Repúdio ao terrorismo
b) Prevalência dos direitos humanos
c) Autonomia nacional
d) Não intervenção
e) Concessão de asilo político

018. (FGV/TJ AM/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2013) O Brasil, em suas relações internacionais, deve


observar alguns princípios dispostos na Constituição da República, conforme as alternativas
a seguir, à exceção de uma.
a) A independência nacional.
b) A defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos.
c) A supremacia do interesse público sobre o interesse privado.
d) O repúdio ao terrorismo e ao racismo.
e) A prevalência dos direitos humanos.

019. (FGV/PREFEITURA DE RECIFE/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/2014) Analise as


afirmativas a seguir.
I – A soberania, a cidadania e a proteção à propriedade privada constituem fundamentos
da República Federativa do Brasil.
II – A República Federativa do Brasil rege-se, em suas relações internacionais, pela
autodeterminação dos povos e pela não intervenção.
III – A Constituição da República Federativa do Brasil erige a livre iniciativa como um princípio
fundamental.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

020. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto de formação do Direito Internacional, suas


fontes e teorias, assinale a assertiva correta.
a) o Direito Internacional surge como ciência jurídica somente após o fim da 2º guerra
mundial, momento a partir do qual começam a surgir tratados internacionais.
b) o Direito Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos
e religiosos que transformaram a ordem política da Europa na passagem da Idade Média
para a Idade Moderna.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 26 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

c) com o fim da primeira guerra mundial firmou-se o primeiro tratado internacional de


que se tem notícia: o pacto Briand-Kellog, também conhecido como Pacto de Proibição da
Guerra de Agressão, que foi firmado em 1928 (período entre guerras).
d) a Convenção de Viena sobre direito dos tratados admite a formação de tratados baseados
em compromissos verbais.

021. (INÉDITA/2023) Considerando as fontes de direito internacional público previstas no


Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como
a doutrina acerca das formas de expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.
a) de acordo com o princípio pacta sunt servanda, os Tratados Internacionais em vigor
obrigam as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.
b) não há previsão no âmbito do Direito Internacional do princípio pacta sunt servanda.
c) no âmbito do Direito Internacional, dado o princípio da soberania dos Estados, não há
que se falar em boa-fé nas relações.
d) no contexto das relações internacionais, o Brasil rege-se pelo princípio da intervenção.

022. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto de formação do Direito Internacional, suas


fontes e teorias, assinale a assertiva correta.
a) a carta das Nações Unidas de 1945 foi firmada no período entre guerras e tem por objetivo
geral censurar os conflitos armados.
b) o Tratado de Westfália foi firmado em 1969, destinado a estabelecer normas gerais
sobre o Direito dos Tratados.
c) a Convenção de Viena sobre direito dos tratados, firmada em 1648, teve por objetivo
pôr fim à guerra dos trinta anos.
d) a carta das Nações Unidas de 1945 foi firmada na Conferência de São Francisco, tendo
por objetivo promover a paz mundial e a garantia de direitos fundamentais.

023. (INÉDITA/2023) Considerando as disposições da Carta das Nações Unidas de 1945, bem
como os princípios gerais do Direito Internacional assinale a assertiva correta.
a) A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
b) A Organização é baseada no princípio da proporcionalidade entre os seus Membros,
de modo que quanto maior o seu capital alocado, maior será o seu poder de decisão na
organização.
c) Após a sua assinatura não se admite o ingresso de novos Estados membros à ONU.
d) a Assembleia Geral da ONU é restrita aos membros originários que firmaram a Carta
em 1945.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 27 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

024. (INÉDITA/2023) Diante dos princípios gerais que regem o Direito Internacional, assinale
a assertiva correta:
a) diante do princípio da soberania dos Estados somente será possível firmar acordos e
tratados internacionais se houver consentimento entre todas as partes envolvidas.
b) não há previsão expressa do princípio da boa-fé.
c) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da intervenção.
d) não há previsão expressa na Constituição Federal do princípio da autodeterminação dos
povos.

025. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a alternativa correta:
a) são consideradas fontes do Direito Internacional, dentre outras, os tratados e convenções
internacionais firmados verbalmente entre os Estados.
b) são consideradas fontes primárias do Direito Internacional as convenções internacionais,
o costume internacional e os princípios gerais do Direito.
c) são consideradas fontes primárias do Direito Internacional as decisões judiciárias e a
doutrina dos publicistas mais qualificados.
d) não se considera fonte do Direito Internacional os costumes internacionais.

026. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde às normas imperativas do Direito Internacional, dotadas de força vinculante
frente aos Estados:
a) soft law
b) pacta sunt servanda
c) jus cogens
d) juris tantum

027. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde àquelas normas do Direito Internacional tidas apenas como orientações/
recomendações aos Estados, não vinculando sua observância.
a) jus cogens
b) pacta sunt servanda
c) soft law
d) juris et de iure

028. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva correta:
a) as normas de soft law são consideradas inderrogáveis por tratados e convenções
internacionais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 28 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

b) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade, somente poderão ser derrogadas
por tratados e convenções internacionais;
c) as normas de soft law, dada a sua flexibilidade, não poderão ser derrogadas por tratados
e convenções internacionais.
d) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade e ampla aceitação no cenário
internacional, não poderão ser derrogadas por tratados e convenções internacionais,
somente podendo ser modificadas por outras normas de igual natureza.

029. (INÉDITA/2023) No âmbito do direito internacional, o princípio da proibição ao retrocesso


significa que não podem ser criadas normas que restrinjam direitos fundamentais já
consagrados pela sociedade internacional.

030. (INÉDITA/2023) Tendo como norte as diretrizes do Direito Internacional, julgue o


item a seguir.
Um dos princípios fundamentais que regem as relações internacionais é a solução pacífica
dos conflitos.

031. (INÉDITA/2023) Tendo como norte as diretrizes do Direito Internacional, julgue o


item a seguir.
No cenário internacional, prevalece a dependência dos Estados economicamente
subdesenvolvidos em relação aos Estados desenvolvidos.

032. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional, assinale
a assertiva que apresenta características do princípio da autodeterminação dos povos.
a) É o princípio que garante o direito de secessão.
b) É o princípio que garante aos povos o direito de escolher livremente seu estatuto político,
seus representantes, bem como o direito de participar ativamente na vida política, inclusive
determinar sua condição social, econômica e cultural.
c) Princípio que está restrito à possibilidade de escolher representantes através do voto
universal e igualitário.
d) Princípio que confere aos Estados capacidade jurídica de direito internacional, podendo
participar de Organizações Internacionais e assumir direitos e obrigações no direito externo.

033. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva que apresenta o conceito de tratado internacional.
a) são acordos assumidos pelos Estados e Organizações Internacionais, independentemente
de qualquer formalidade.
b) são considerados tratados os acordos firmados entre Estados e Organizações Internacionais
que assim sejam devidamente denominados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 29 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

c) significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
d) é todo e qualquer acordo por escrito destinado a produzir efeitos no âmbito interno de
um Estado específico.

034. (CEBRASPE/CESPE/PROCURADOR FEDERAL/2006) Acerca do costume internacional,


julgue o item subseqüente. Os Estados soberanos e as organizações internacionais são
sujeitos de direito internacional público reconhecidamente aptos a produzir regras de
costume internacional.

035. (CEBRASPE/CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/


DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DEFESA NACIONAL/2002)
Considerando o ato jurídico internacional, julgue o item abaixo.
Segundo Celso D. de Albuquerque Mello, “o ato jurídico pode ser definido como a manifestação
de vontade de um ou mais sujeitos do direito internacional destinada a criar direitos e
obrigações no direito internacional público.” Diante dessa definição, é correto afirmar,
segundo a concepção do citado autor, que todo ato jurídico internacional é uma fonte
primária de direito internacional público.

036. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DA RECEITA ESTADUAL/AC/2006) Conceitua-se o tratado


internacional como um acordo formal concluído entre sujeitos de direito internacional
público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. O tratado internacional é, em si
mesmo, um simples instrumento, identificado pelo seu processo de produção e por sua
forma final.
Em face dessa assertiva, julgue o item a seguir.
O tratado, um acordo formal que se manifesta em um determinado momento histórico,
exprime com precisão e contornos bem definidos o seu teor, não podendo prescindir da
forma escrita.

037. (CEBRASPE (CESPE)/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/


DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DEFESA NACIONAL/2002)
Considerando o ato jurídico internacional, julgue o item abaixo.
De acordo com o art. 2º da Convenção de Viena acerca do direito dos tratados, entende-se
por tratado um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e outros sujeitos
de direito internacional ou entre os próprios sujeitos de direito internacional e regido
pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja a sua denominação específica.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 30 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

038. (INÉDITA/2023) Assinale a assertiva que apresenta apenas fontes expressamente


previstas do Direito Internacional.
a) tratados internacionais, costume e equidade.
b) tratados e convenções internacionais, princípios gerais do direito e equidade.
c) tratados e convenções internacionais, costume e princípios gerais do direito.
d) tratados e convenções internacionais, costume e a legislação interna dos Estados.

039. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de Jus Cogens são consideradas normas imperativas do Direito Internacional,
possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto a sua estrita
observância.

040. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de consideradas soft law são aquelas regras mais flexíveis, tidas como orientações/
recomendações, de modo que não vinculam propriamente a atividade dos Estados.

041. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue o item a seguir.
Dentre os princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais encontram-se a
autodeterminações dos povos, a independência nacional e a não intervenção.

042. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue o item a seguir.
Muito embora a prevalência dos Direitos Humanos seja um princípio internacionalmente
reconhecido, a Constituição Federal de 1988 não estabeleceu expressamente tal princípio.

043. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue o item a seguir.
O princípio da solução pacífica dos conflitos e da defesa da paz, conforme previstos no art.
4º da Constituição Federal, é um impeditivo para a utilização das forças armadas fora do
território nacional.

044. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, e em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue os itens a seguir e marque a alternativa correta.
I – Jus Cogens são aquelas normas imperativas de Direito Internacional.
II – A independência nacional é um princípio expressamente previsto na Constituição Federal
no que tange às relações internacionais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 31 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

III – Tratados internacionais são acordos firmados entre os Estados e Organizações


Internacionais, independentemente da forma que assumem.
a) todas as alternativas estão corretas.
b) estão corretas a II e a III apenas.
c) estão corretas a I e a III apenas.
d) estão corretas a I e a II apenas.
e) nenhuma das afirmativas está correta.

045. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista defende que todas as relações internacionais estão relacionadas com
a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos.

046. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.

047. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Objetivista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.

048. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
Não se admite, em nenhuma hipótese, a formação de tratados internacionais de forma oral.

049. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais não detém capacidade jurídica própria, razão pela qual não
podem firmar acordos e tratados internacionais.

050. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais são consideradas sujeitos originários do Direito Internacional.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 32 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

GABARITO

1. c 18. c 35. E
2. c 19. e 36. C
3. d 20. b 37. C
4. a 21. a 38. c
5. a 22. d 39. C
6. b 23. a 40. C
7. d 24. a 41. C
8. c 25. b 42. E
9. a 26. c 43. E
10. d 27. c 44. d
11. a 28. d 45. C
12. b 29. C 46. E
13. d 30. C 47. C
14. c 31. E 48. C
15. a 32. b 49. E
16. b 33. c 50. E
17. c 34. C

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 33 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

GABARITO COMENTADO

001. (FGV/OAB UNIFICADO/NACIONAL/2018/XXVII EXAME) Em 14 de dezembro de 2009,


o Brasil promulgou a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, por meio
do Decreto n. 7.030. A Convenção codificou as principais regras a respeito da conclusão,
entrada em vigor, interpretação e extinção de tratados internacionais.
Tendo por base os dispositivos da Convenção, assinale a afirmativa correta.
a) Para os fins da Convenção, “tratado” significa qualquer acordo internacional concluído
por escrito entre Estados e/ou organizações internacionais.
b) Os Estados são soberanos para formular reservas, independentemente do que disponha
o tratado.
c) Um Estado não poderá invocar o seu direito interno para justificar o descumprimento de
obrigações assumidas em um tratado internacional devidamente internalizado.
d) Os tratados que conflitem com uma norma imperativa de Direito Internacional geral têm
sua execução suspensa até que norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma
natureza derrogue a norma imperativa com eles conflitante.

a) Errada. Não é “qualquer acordo” que será considerado tratado internacional, de acordo
com a Convenção de Viena sobre direito dos tratados:

Art. 2º Expressões Empregadas


1. Para os fins da presente Convenção:
a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica;

Portanto, para ser considerado tratado internacional, o acordo deve ser regido pelo Direito
Internacional e destinado a produzir efeitos de âmbito externo.
b) Errada. Os Estados detém soberania para decidir aderir ou não aos Tratados Internacionais,
contudo, a depender do tratado, não poderá utilizar o direito de reserva. É o caso, por
exemplo, dos tratados que versam sobre direitos humanos fundamentais. De acordo com
a Convenção de Viena:

Art. 19 Formulação de Reservas


Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular
uma reserva, a não ser que:
a)a reserva seja proibida pelo tratado;
b)o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quais não
figure a reserva em questão; ou

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 34 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade
do tratado.

c) Certa. As normas de Direito Internacional, uma vez devidamente internalizadas, possuem


primazia em relação às normas do direito interno e deverão ser observadas pelo Estado.
Nesse sentido, a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 (promulgada pelo
Decreto n. 7.030), que dispôs acerca das principais regras a respeito da conclusão, entrada
em vigor, interpretação e extinção de tratados internacionais estabelece que:

Art. 27 Direito Interno e Observância de Tratados


Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento
de um tratado.

Já o art. 46 estabelece que:

Art. 46. Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados
1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado
foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para
concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma
de seu direito interno de importância fundamental.
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda,
na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé.

d) Errada. Pois ocorrendo conflito entre um tratado e uma norma imperativa de Direito
Internacional (jus cogens), o tratado será considerado nulo, as normas de jus cogens são
consideradas inderrogáveis por meio de tratados. De acordo com a Convenção de Viena:

Art. 53. Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral ( jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa
de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos
Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.

Letra c.

002. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/DEFESA


NACIONAL, SEGURANÇA PÚBLICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS/2012) O Direito Internacional
(DI) pode ser entendido como o “conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas
entre Estados e, subsidiariamente, as demais pessoas internacionais, como determinadas
organizações, e dos indivíduos”. Ao longo do século XX, o Direito Interacional (DI) ampliou
sobremaneira seu âmbito de atuação e, no século XXI, as perspectivas são ainda maiores,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 35 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

na medida em que as interações entre os diversos sujeitos do direito internacional tende


a se multiplicar. Entre as fontes do DI no séc. XXI, assinale a considerada mais importante
e, ao mesmo tempo, mais democrática:
a) O Costume
b) Os Princípios Gerais do Direito
c) Os Tratados
d) A Jurisprudência
e) A Doutrina

A banca considerou como correta a letra c “os Tratados”, vez que, nos termos do art. 38
do Estatuto da Corte Internacional de Justiça:

Artigo 38
1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias que sejam
submetidas, deverá aplicar
2. as convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
3. o costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito;
4. os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
5. as decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior competência das diversas
nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito, sem prejuízo do disposto
no Artigo 59.
6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex aequo et
bono, se convier às partes.

Ressalta-se que o termo “Tratados Internacionais” pode ser utilizado como sinônimo
de “Convenções Internacionais”. Pois bem, os tratados, por serem normas escritas, cujo
fundamento é a manifestação de vontade dos Estados, é a fonte do D.I mais utilizada no
âmbito da CIJ, sendo considerada a mais democrática. Contudo, é bom frisar que não
existe hierarquia entre as fontes primárias do Direito Internacional, razão pela qual há
quem defenda a anulação da presente questão. A banca manteve o entendimento de que o
Tratado Internacional é a normas mais “importante e, ao mesmo tempo, mais democrática”
do D.I, portanto esse é o entendimento que devemos levar para a prova de momento.
Letra c.

003. (CEBRASPE/CESPE/OAB REGIONALIZADO/UNIFICADO PARCIAL/EXAME ANUAL 3/2009) No


âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional,
significa a possibilidade de:
a) um Estado impor-se sobre outro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 36 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

b) a Organização da Nações Unidas dominar a legislação dos Estados participantes.


c) celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal
Permanente.
d) igualdade entre os países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica
mundial.

Como dito, na ordem internacional todos os Estados estão em “pé de igualdade”, de tal
modo que, “independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial”,
terão os mesmos direitos que os demais Estados, não sendo possível impor-lhes normas
a que não tenham manifestado adesão.
Letra d.

004. (COM. EXAM.TRF 2/JUIZ FEDERAL/TRF 2ª REGIÃO/2017/XVI) Quanto à internalização


de tratados ao ordenamento nacional, assinale a opção correta:
a) O sistema de recepção de tratados internacionais previsto na Constituição Federal
não acolhe o chamado princípio do efeito direto e imediato dos tratados ou convenções
internacionais sobre Direitos Humanos.
b) A extradição solicitada por Estado estrangeiro para fins de cumprimento de pena somente
poderá ser deferida depois de internalizado o tratado de extradição firmado entre o Brasil
e o respectivo Estado estrangeiro.
c) Somente após ser aprovado em duplo turno de votação, nas duas casas do Congresso
Nacional, seguido de publicação de Decreto Presidencial, poderá o Tratado Internacional
adquirir validade no Direito Brasileiro.
d) Tratado internacional que verse sobre matéria que a Constituição brasileira reserva
ao domínio da Lei Complementar poderá ter aplicabilidade interna, bastando que no ato
de internalização seja observado o quórum de maioria absoluta previsto no artigo 69 da
Constituição.
e) Tratados que versem sobre concretização de Direitos Humanos no plano interno não
podem ser objeto de denúncia pelo Estado Brasileiro, sob pena de violação ao postulado
da proibição de retrocesso.

a) Certa. Apenas a “letra a” está correta, pois, de fato, a CF 88 não consagrou os princípios
do efeito direto/aplicabilidade imediata em relação às normas internacionais.
Significa dizer que há necessidade de submeter os tratados internacionais, bem como
as demais normas de Direito Internacional, ao procedimento de incorporação para que

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 37 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

tenham aplicabilidade no âmbito interno. Enquanto não houver essa transposição, os


tratados internacionais não terão aplicabilidade no âmbito interno.
Veja como exemplo o que ocorre com os tratados internacionais sobre Direitos Humanos:

Art. 5º [...] § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (BRASIL, Constituição
Federal de 1988).

Em síntese, para incorporação dos tratados internacionais, deve-se observar as seguintes


fases:

Superadas todas essas fases, o tratado adquire executoriedade no plano nacional, sendo
incorporado ao ordenamento jurídico interno, via de regra, no mesmo patamar que Lei
Ordinária.
Caso o tratado disponha sobre Direitos Humanos há duas hipóteses:
• Caso o tratado seja aprovado pelo rito comum (acima descrito), será incorporado
como norma supralegal, ou seja, estará acima da legislação infraconstitucional e
abaixo da Constituição Federal.
• Caso o tratado alcance os requisitos do §3º do art. 5º da CF 88 (aprovados, em cada
Casa do CN, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros),
serão equivalentes às emendas constitucionais.
As demais alternativas estão incorretas, vejamos:
b) Errada. Via de regra, a extradição tem como base a existência de tratado prévio entre o
Estado solicitante e o solicitado. Contudo, a extradição também pode ser concedida nos
casos em que o Estado solicitante se comprometer com a reciprocidade. Previa o art.
76 do Estatuto do Estrangeiro (Lei 9.815/1980) que:

Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em
tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. (grifou-se)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 38 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Embora a referida norma já tenha sido revogada pela Lei n. 13.445/2017 (Lei de Migração), o
mesmo entendimento prevalece. De acordo com julgado do STF, “a promessa de reciprocidade
torna indiferente a ausência de tratado, não impedindo a extradição” (STF – Ext n. 1.351,
Relator Min. Luiz Fux, Primeira Turma).
c) Errada. Como regra geral, os tratados são incorporados pelo rito comum, ou seja, depende
apenas de aprovação pelo CN. Somente será necessário o rito previsto no § 3º, do art. 5º da
CF (aprovação em 2 turnos por 3/5 dos seus membros), para que os tratados internacionais
sobre direitos humanos adquiram força de emenda constitucional.
d) Errada. Como vimos, a regra é que os tratados internacionais são incorporados ao
ordenamento interno no mesmo patamar que as leis ordinárias (exceto aquelas hipóteses de
tratados sobre Direitos Humanos), não podendo, portanto, dispor de questões reservadas
às leis complementares.
e) Errada. A proibição do retrocesso foi consolidada pelo STF em relação aos direitos
fundamentais de caráter social. Em suma, a proibição do retrocesso tem como objetivo
impedir que aqueles direitos fundamentais já conquistados pelo cidadão e consagrados
no texto constitucional sejam revogados (STA 175-AgR/CE, rel. Min. Gilmar Mendes, julg.
em 16/6/2009).
Letra a.

005. (CESGRANRIO/PROFISSIONAL PETROBRAS DE NÍVEL SUPERIOR/PETROBRAS/


DIREITO/2015) A homologação de uma sentença estrangeira no Brasil tem, como requisito
indispensável,
a) haver sido proferida por autoridade competente.
b) estar autenticada pelo Ministro da Justiça brasileiro.
c) estar acompanhada de tradução, podendo ser juramentada ou não.
d) ser decisão proferida por órgão colegiado ou tribunal.
e) terem sido as partes citadas adequadamente, não se admitindo a figura da revelia.

a) Certa. De acordo com a Lei de Introdução às Normas de Direito brasileiro (LINDB):

Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no
lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 39 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (em conformidade com o art. 105,
I, ‘’i’’, CF/88).

As demais alternativas não estão conformidade com o mencionado dispositivo:


b) Errada. Perceba que a lei não traz tal exigência. Ademais, nos termos da Resolução n. 9 do
STJ, a autenticação é de responsabilidade do cônsul brasileiro, e não do Ministro da Justiça:

Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira:


I – haver sido proferida por autoridade competente;
II – terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia;
III – ter transitado em julgado; e
IV – estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial
ou juramentado no Brasil.

c) Errada. A resolução n. 9 do STJ, em seu art. 5º, determina expressamente a necessidade


de tradução oficial ou juramentada. Ressalta-se que a tradução oficial, por si só, já é
juramentada.
d) Errada. O requisito acima mencionado é “proferida por autoridade competente”, portanto,
não há exigência que seja por órgão colegiado ou tribunal.
e) Errada. O requisito é a citação válida. Se a parte não respondeu e isso acarretou em
revelia em nada impede a homologação da sentença estrangeira.
Letra a.

006. (COM. EXAM./TRT 21/JUIZ DO TRABALHO/TRT 21ª REGIÃO/2015/VIII) Analise as assertivas


abaixo, e, a seguir, assinale a opção correta:
I – Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária
interna e serão observados pela que lhes sobrevenha.
II – O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se
pela assinatura, troca dos instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação,
aprovação ou adesão, ou por quaisquer outros meios, se assim acordado.
III – Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
IV – Compete ao Presidente da República, auxiliado pelos ministros de Estado, celebrar
tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.
a) todas as assertivas estão corretas;
b) apenas as assertivas I, II e III estão corretas;
c) apenas as assertivas II, III e IV estão corretas;
d) apenas as assertivas III e IV estão corretas;
e) todas as assertivas estão incorretas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 40 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Vamos analisar uma a uma as assertivas:


I – Certa. O Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento de que os tratados celebrados
pelo Brasil são incorporados como Lei Ordinário, razão pela qual “revogam ou modificam a
legislação tributária interna”, é o que se denomina princípio “lex posterior derogat legi priori”
(lei posterior derroga a lei anterior por ela revogada). Inclusive, esse é a exata disposição
do art. 98 do CTN:

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária


interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

É importante mencionar que há divergências doutrinárias e jurisprudenciais acerca dessa


temática, a exemplo o julgado do STF n. RE 460320/PR, porém a banca não irá adentrar
em temas muito divergentes, justamente pela possibilidade de eventuais anulações das
questões. Portanto, recomendamos estudar o princípio em vigor e a regra geral mencionada,
pois já será o suficiente para acertarmos eventuais questões sobre o tema.
II – Certa. É exatamente o que estabelece o art. 11 da Convenção de Viena sobre o Direito
dos Tratados:

Artigo 11: Meios de manifestar consentimento em obrigar-se por um tratado


1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pela
assinatura, troca dos instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação, aprovação
ou adesão, ou por quaisquer outros meios, se assim for acordado.

III – Certa. Em conformidade com o § 3º do art. 5º da Constituição Federal:

Art. 5º [...] § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

IV – Errada. Em verdade, trata-se de competência exclusiva do Presidente da República,


nos termos do art. 84, VIII da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


[...]
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;

Letra b.

007. (CESPE CEBRASPE/2021/APEX BRASIL/ANALISTA/ÁREA: PROCESSOS JURÍDICOS/2021)


O direito internacional privado, haja vista sua natureza, seu objeto e suas principais fontes
normativas, é, em sua essência, um direito de natureza

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 41 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

a) jurídica interna, ao qual cabe resolver a questão jurídica propriamente dita, sendo regido
primordialmente por tratados e convenções.
b) jurídica internacional, ao qual cabe apontar o ordenamento jurídico aplicável ao caso
concreto, sendo formado primordialmente por fontes supranacionais.
c) jurídica internacional, incumbido de solucionar diretamente a situação conflituosa
apresentada, sendo regido principalmente pela lei interna de cada estado nacional.
d) jurídica interna, ao qual cabe indicar a norma jurídica que poderá ser utilizada no caso
concreto, sendo preponderantemente composto de normas produzidas pelo legislador
interno.

Fique Atento(a)! O objetivo do direito internacional privado é solucionar eventuais conflitos


entre leis estrangeiras, indicando quais normas devem ser aplicadas ao caso concreto.
Portanto, é regido pelo direito interno, ou seja, é o ordenamento jurídico pátrio que irá
indicar a norma que tem validade no caso concreto.
De acordo com o professor Valerio de Oliveira Mazzuoli (2021, p. 36), o Direito Internacional
Privado

[...] Trata-se do conjunto de princípios e regras de direito público destinados a reger os fatos que
orbitam ao redor de leis estrangeiras contrárias, bem assim os efeitos jurídicos que uma norma
interna pode ter para além do domínio do Estado em que foi editada, quer as relações jurídicas
subjacentes sejam de direito privado ou público. Como se vê, o DIPr é a expressão exterior do
direito interno estatal (civil, comercial, administrativo, tributário, trabalhista etc.).

Letra d.

008. (CEBRASPE/CESPE/DIPLOMATA/TERCEIRO SECRETÁRIO/2017/ADAPTADA) A respeito


das fontes do direito internacional público e tendo como referência a Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados, assinale a assertiva correta:
a) somente se considera “tratado” aquele acordo internacional concluído por escrito entre
Estados e assim especificamente denominado.
b) Organização Internacional são aquelas caracterizadas como Organização Não Governamental.
c) Não há vedação para que dois ou mais Estados sejam depositários de um mesmo tratado.
d) A convenção de Viena sobre direito dos tratados se aplica a todos os tratados internacionais,
mesmo que tenha entrado em vigor em período anterior à convenção.

a) Errada. Veja o que estabelece o artigo 2 da Convenção:

Artigo 2
Expressões Empregadas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 42 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

1. Para os fins da presente Convenção:


a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica;

Portanto, não precisa constar especificamente a denominação “tratado” no documento


para que ele seja considerado como tal.
b) Errada. Nada Disso! As Organizações Internacionais são aquelas pessoas jurídicas de
direito público externo, criadas pelos Estados (ou por outras O.I) com finalidades específicas
no cenário internacional, não se confundem com ONG.
c) Certa. De acordo com a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, não há qualquer
vedação para que dois ou mais Estados sejam depositários de um mesmo tratado. Nesse
sentido, o art. 76 da referida convenção estabelece que:

Art. 76. Depositários de Tratados


1. A designação do depositário de um tratado pode ser feita pelos Estados negociadores no
próprio tratado ou de alguma outra forma. O depositário pode ser um ou mais Estados, uma
organização internacional ou o principal funcionário administrativo dessa organização.
(grifou-se)

d) Errada. Conforme expressamente prevê o artigo 4:

Artigo 4
Irretroatividade da Presente Convenção
Sem prejuízo da aplicação de quaisquer regras enunciadas na presente Convenção a que os
tratados estariam sujeitos em virtude do Direito Internacional, independentemente da Convenção,
esta somente se aplicará aos tratados concluídos por Estados após sua entrada em vigor
em relação a esses Estados.

Letra c.

009. (CEBRASPE/CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA 1/2018) De acordo com a Convenção


de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, define-se por
tratado internacional o “acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. No que se refere a
esse assunto, marque a assertiva correta.
a) Ao defender a independência do direito internacional em relação ao direito nacional, os
dualistas o fazem levando em consideração exclusivamente as hipóteses de conflito entre
um tratado e uma norma de direito interno.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 43 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

b) Prevalece no Brasil a teoria dualista pura, para a qual existem dois ordenamentos distintos,
não havendo qualquer influência do direito internacional no direito interno.
c) A teoria monista defende que existem dois ordenamentos jurídicos distintos, o Direito
Internacional e as normas jurídicas de direito interno.
d) A teoria dualista defende a existência de dois ordenamentos jurídicos, sendo que as
normas de Direito Internacional influenciam diretamente as normas do direito interno,
independentemente de qualquer procedimento de incorporação.

A questão acabou abortando conteúdo que se relaciona com a disciplina de Direito


Constitucional e Hermenêutica Jurídica. Nesse momento, para nossa disciplina, basta
saber que há duas grandes correntes: a corrente monista e a corrente dualista.
Em síntese, a corrente dualista defende que há dois sistemas totalmente distintos e
independentes: o direito interno e o direito internacional (por isso dualista), de tal modo
que uma norma do ordenamento jurídico interno não influenciaria uma norma de direito
internacional, do mesmo modo que uma norma de direito internacional não afetaria o
direito interno.
Por outro lado, a teoria monista defende que existe um único ordenamento jurídica – unidade
normativa. Para essa teoria prevalece o Direito Internacional, ou seja, havendo um Estado
firmado determinado tratado esse seria incorporado diretamente como norma jurídica e
teria incidência na ordem interna.
Como vimos, no Brasil, predomina a chamada corrente dualista moderada (ou monista
internacionalista), para a qual o direito interno prevalece em relação ao internacional, não
obstante, há possibilidade de incorporação do direito internacional a partir do procedimento
de incorporação. Portanto, tratados e acordos internacionais podem ser incorporados
como norma jurídica e ter vigência no ordenamento jurídico interno, desde que observado
o procedimento para incorporação.
a) Certa. Pois, ao defender a independência do direito internacional em relação ao direito
nacional (defendem que há dois ordenamentos jurídicos distintos e independentes), os
dualistas o fazem levando em consideração exclusivamente as hipóteses de conflito entre
um tratado e uma norma de direito interno.
b) Errada. No Brasil prevalece a doutrina dualista moderada ou monista internacionalista.
c) Errada. É a teoria dualista que defendia a existência de dois ordenamentos jurídicos
distintos e independentes.
d) Errada. Para a já superada teoria dualista as normas de Direito Internacional não
influenciariam as normas de direito interno.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 44 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

010. (CEBRASPE/CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANAC/ÁREA 3/2012/ADAPTADA) No que


concerne ao direito internacional público, prevalece no Brasil a teoria:
a) dualista, segundo a qual as normas de direito internacional e de direito interno existem
separadamente e não afetam umas às outras. b) monista, de acordo com a qual há unidade
do ordenamento jurídico, prevalecendo as normas de direito internacional sobre as de
direito interno.
c) dualista, segundo a qual existe apenas um único ordenamento jurídico universal.
d) dualista moderada, segundo a qual há possibilidade de incorporação de normas
internacionais ao ordenamento jurídico interno, desde que submetidas regularmente ao
procedimento de incorporação.

Prevalece, no Brasil, a teoria dualista moderada (o mesmo que monista internacionalista),


segundo a qual há possibilidade de incorporação de normas internacionais ao ordenamento
jurídico interno, desde que submetidas regularmente ao procedimento de incorporação.
Letra d.

011. (CEBRASPE/CESPE/DIPLOMATA/TERCEIRO SECRETÁRIO/2015/ADAPTADA) A jurisprudência


tem constituído importante acervo de decisões que balizam o desenvolvimento progressivo
do direito internacional, não apenas como previsão ideal, mas como efetivo aporte à prática
da disciplina. Acerca da aplicação do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça,
de antecedentes judiciários, de tratados e de costumes, assinale a assertiva correta.
a) A noção de jus cogens, como a de normas imperativas a priori, embora não unanimemente
reconhecida em doutrina, é invocada com referência tanto em jurisprudência quanto em
direito internacional positivo.
b) As normas consideradas de jus cogens são aquelas que não possuem imperatividade, em
geral são apenas orientações a serem seguidas pelos Estados.
c) As regras caracterizadas como soft law são normas imperativas, que vinculam os Estados
a adotarem determinadas pedidas sob pena de sanções no cenário externo.
d) As normas denominadas jus cogens não são consideradas como fontes do Direito
Internacional, razão pela qual não costumam ser invocadas em jurisprudência nem pela
doutrina do Direito Internacional.

a) Certa. Em síntese, as normas de jus cogens são aquelas universalmente aceitas no cenário
internacional, dotadas de imperatividade. Assim, consideram-se nulos os tratados que
conflitem com uma norma imperativa de Direito Internacional geral (jus cogens). Vejamos
o que estabelece o Art. 53 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 45 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Artigo 53
Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa
de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos
Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. (grifou-se)

Assim, por serem consideradas normas imperativas de Direito Internacional, são invocadas
com referência tanto em jurisprudência quanto em direito internacional positivo.
b) Errada. Como vimos, as normas consideradas jus cogens são aquelas imperativas de
Direito Internacional, razão pela qual vinculam os Estados.
c) Errada. As regras caracterizadas como soft law são aquelas que não possuem imperatividade,
em geral são consideradas apenas como orientação/recomendação aos Estados.
d) Errada. É justamente o oposto, em verdade as normas de jus cogens são aquelas imperativas
de Direito Internacional, sendo, portanto, fonte primária e imediata do D.I, com frequência
invocadas pela jurisprudência e doutrina.
Letra a.

012. (CESPE/CEBRASPE/AGU/ADVOGADO/2022/ADAPTADA) Princípios de tolerância são


discutidos no contexto internacional desde a Declaração de Princípios de Tolerância da
ONU, de 1995; e, recentemente, o Brasil promulgou a Convenção Interamericana contra
o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. A partir desses
documentos, assinala a assertiva correta.
a) O princípio da soberania dos Estados possibilita que, em determinadas situações, os Estados
intervenham no âmbito de outro Estado para a resolução de eventuais conflitos internos.
b) Tolerância não pode ser considerada uma situação de condescendência ou indulgência
em relação à diversidade cultural do mundo.
c) A autodeterminação dos povos garante o direito de um Estado-membro adquirir
independência frente ao Estado Federal (direito de secessão).
d) Dado o princípio da não intervenção, nenhum Estado poderá utilizar suas forças armadas
fora de seu território.

Sobre esse tema, vejamos o que dispõe o artigo 1º da Declaração da ONU – Declaração de
Princípios sobre a Tolerância de 1995:

Artigo 1º – Significado da tolerância


1.1 A tolerância é o respeito, a aceitação e a apreço da riqueza e da diversidade das culturas de
nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 46 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

de seres humanos. É fomentada pelo conhecimento, a abertura de espírito, a comunicação e a


liberdade de pensamento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença.
Não só é um dever de ordem ética; é igualmente uma necessidade política e jurídica. A tolerância
é uma virtude que torna a paz possível e contribui para substituir uma cultura de guerra por
uma cultura de paz.
1.2 A tolerância não é concessão, condescendência, indulgência. A tolerância é, antes de tudo,
uma atitude ativa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das
liberdades fundamentais do outro. Em nenhum caso a tolerância poderia ser invocada para
justificar lesões a esses valores fundamentais. A tolerância deve ser praticada pelos indivíduos,
pelos grupos e pelo Estado.

a) Errada. É justamente o oposto, o princípio da soberania dos Estados garante que os


Estados estrangeiros não intervenham em assuntos de interesse interno. Vale mencionar que,
excepcionalmente, através do conselho de segurança da ONU, e tendo vez superadas todas
as tentativas de resolver determinado conflito pacificamente – sem sucesso, admite-se a
intervenção da Organização Internacional (por meio de seus Estados partes) em determinado
conflito. Porém, como fica evidente, esse caso requer a existência de um conflito que possa
comprometer a paz mundial, jamais um conflito interno.
b) Certa. Pois, de fato, a tolerância não é concessão, condescendência, indulgência, razão
pela qual em nenhum caso a tolerância poderia ser invocada para justificar lesões a valores
fundamentais.
c) Errada. É vedado o direito de secessão, ou seja, a possibilidade de um Estado-membro da
Federação (ex.: Rio de Janeiro) se separar do Estado Federal. Assim, a autodeterminação dos
povos não se confunde com direito de separação, mas está relacionada com a possibilidade
dos povos escolherem livremente seu estatuto jurídico, normas, valores sociais, culturais
e econômicos.
d) Errada. Fique atento(a), em alguns casos é possível sim a utilização das forças armadas
de um Estado no território de outro, desde que ocorra no âmbito de alguma intervenção
devidamente autorizada pela ONU, nas restritas hipóteses em que isso seja previsto, tal
como ocorre nas missões de paz. Inclusive, o Brasil já participou de algumas missões de paz
(a exemplo as missões realizadas no Haiti e no Líbano).
Letra b.

013. (CESPE/CEBRASPE/DPF/DELEGADO/2021/ADAPTADA) Em relação à importância dos


elementos que compõem o Estado, assinale a assertiva correta.
a) Os Estados são formados basicamente por uma base territorial e um governo soberano.
b) Estados são formados por três elementos conjugados: base territorial, comunidade
humana e uma forma de governo que pode estar subordinada à autoridade exterior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 47 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

c) Os Estados são formados por 2 elementos: base territorial e o elemento humano


denominado povo.
d) Estados são formados por três elementos: base territorial, comunidade humana e uma
forma de governo autônomo.

Fique Ligado(a)! Os Estados detém soberania dentro de seus territórios, de tal modo que
não podem estar subordinados à nenhuma autoridade exterior. Logo, podemos afirmar que
os Estados são formados por: uma base territorial, comunidade humana e uma forma
de governo autônomo. Portanto, correta a letra d.
Letra d.

014. (CESPE/CEBRASPE/DPF/DELEGADO/2021/ADAPTADA) Os Estados possuem autonomia


para decidir sobre a entrada de indivíduos em seu território. Nesse sentido, tendo por base
os princípios gerais do Direito Internacional, assinale a assertiva correta:
a) o Brasil estabelece que poderá ser impedido de ingressar no País, após entrevista individual
e independente de fundamentação, a pessoa que apresente documento de viagem que
não seja válido para o Brasil.
b) em nenhuma hipótese admite-se o impedimento de ingresso no Brasil.
c) poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual, a pessoa que
apresente documento de viagem que não seja válido para o Brasil, desde que o ato seja
devidamente fundamentado.
d) dado o princípio da soberania, os Estados não são obrigado a observarem, no âmbito
interno, as normas internacionais que tutelem direitos fundamentais dos estrangeiros,
mesmo que sejam signatários.

a) Errada. Como vimos, precisa sim de fundamentação.


b) Errada. Os Estados não são obrigados a admitir o ingresso de todos os estrangeiros
em seu território, havendo sim hipóteses em que poderão ser impedidos de ingressar em
território nacional (a exemplo quando portar documento de identificação que não seja
válido em nosso território), desde que o ato seja fundamentado.
c) Certa. Cuidado com os detalhes! De fato, o Brasil estabelece que poderá ser impedida
de ingressar no País, após entrevista individual, a pessoa que apresente documento de
viagem que não seja válido para o Brasil. Porém, o ato que impede o ingresso no País tem
que ser fundamentado. Assim estabelece a lei n. 13.445/2017 – Lei de Migração:

Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante ato
fundamentado, a pessoa:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 48 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

[...]
V – que apresente documento de viagem que:
não seja válido para o Brasil;

d) Errada. Os Estados detém soberania e capacidade jurídica internacional para decidirem


aderir ou não às convenções e tratados internacionais. Porém, uma vez que são signatários,
deverão adotar medidas para a fiel observância de suas normas, especialmente aquelas
que tutelem direitos fundamentais.
Letra c.

015. (CESPE/CEBRASPE/SF ADVOGADO/2020/ADAPTADA) A respeito das fontes de direito


internacional público, assinale a alternativa correta.
a) A lista das fontes de Direito Internacional prevista na Convenção de Viena de 1969 é
meramente exemplificativa e não estabelece uma hierarquia entre tais fontes.
b) As fontes do direito internacional estão restritas aos Tratados e Convenções Internacionais,
não se admitindo outras fontes.
c) Os tratados internacionais, fontes primárias do Direito Internacional, são formados a
partir do consenso entre os Estados e assumem a forma escrita ou verbal.
d) Somente são admitidos como fontes do Direito Internacional normas escritas.

a) Certa. De fato, a lista das fontes de DIP prevista na Convenção de Viena de 1969 é meramente
exemplificativa, ou seja, podem existir outras fontes que não constem expressamente na
convenção. Ademais, não há hierarquia entre essas fontes. Em síntese, as principais fontes
de Direito dos Internacional são: as convenções internacionais; o costume internacional;
os princípios gerais de direito; e as decisões judiciárias e a doutrina (essas últimas como
meio auxiliar).
b) Errada. Como mencionado as fontes do D.I não se limitam aos Tratados e Convenções
Internacionais.
c) Errada. Somente se admite a formação de tratados internacionais por escrito, não há
previsão de “tratado verbal”.
d) Errada. Como vimos, admite-se em D.I as normas costumeiras, as quais não constam
necessariamente codificadas por escrito.
Letra a.

016. (CESPE/CEBRASPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2ª ETAPA/2012) Considerando


as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte Internacional de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 49 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca das formas
de expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.
a) De acordo com o Estatuto da Corte da Haia, a equidade constitui, apesar de seu caráter
impreciso, fonte recorrente e prevista como obrigatória na resolução judicial de contenciosos
internacionais.
b) A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional como
prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica, distingue-
se de meros usos ou mesmo de práticas de cortesia internacional.
c) As convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são
consideradas, independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas
originariamente no Estatuto da CIJ.
d) Em face do caráter difuso da sociedade internacional, bem como da proliferação de
tribunais internacionais, verifica-se no direito internacional crescente invocação de decisões
judiciais antecedentes, arroladas como opinio juris, ainda que não previstas no Estatuto
da CIJ.
e) Ainda que não prevista em tratado ou no Estatuto da CIJ, a invocação crescente de
normas imperativas confere ao jus cogens manifesta qualidade de fonte da disciplina, a
par de atos de organizações internacionais, como resoluções da ONU.

a) Errada. Não há previsão expressa acerca da utilização da equidade como fonte do Direito
Internacional, sendo que há muita divergência acerca da possibilidade de se utilizar a
equidade como fonte do D.I. Portanto, a equidade não é fonte recorrente nem prevista
como obrigatória no D.I.
b) Certa. Como vimos, o costume refere-se àquelas normas do Direito Internacional entendidas
como prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica,
distingue-se de meros usos ou mesmo de práticas de cortesia internacional.
c) Errada. Tratados e Convenções Internacionais somente são admitidos na forma escrita.
d) Errada. De fato, há proliferação de tribunais internacionais e crescente utilização das
decisões judiciais antecedentes. Contudo, o erro da assertiva está em afirmar que tais
decisões são arroladas como opinio juris “não previstas no Estatuto da CIJ”. Em verdade
as decisões judiciais antecedentes são consideradas jurisprudência (fonte do Direito
Internacional e não opinio juris), sendo expressamente previstas no Estatuto da CIJ:

Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdo com o direito internacional as controvérsias
que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 50 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas;


d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas
mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras
de direito.

e) Errada. Nada Disso! As normas de jus cogens são as principais fontes do Direito Internacional,
previstas expressamente pelo Estatuto da CIJ (Convenções Internacionais Gerais).
Letra b.

017. (FGV/PREFEITURA DE RECIFE/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/ÁREA FINANÇAS


PÚBLICAS/ 2014) A Constituição Brasileira de 1988 elenca os princípios que o Brasil deverá
observar no seu relacionamento com outros países. As opções a seguir apresentam princípios
constitucionais observados nas relações internacionais pelo nosso país, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Repúdio ao terrorismo
b) Prevalência dos direitos humanos
c) Autonomia nacional
d) Não intervenção
e) Concessão de asilo político

Fique atento(a) aos detalhes! A “letra c” não corresponde a um princípio que rege a RFB em
suas relações internacionais, pois o correto seria independência nacional, e não autonomia.
De acordo com o art. 4º da CF:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 51 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

018. (FGV/TJ AM/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2013) O Brasil, em suas relações internacionais, deve


observar alguns princípios dispostos na Constituição da República, conforme as alternativas
a seguir, à exceção de uma.
a) A independência nacional.
b) A defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos.
c) A supremacia do interesse público sobre o interesse privado.
d) O repúdio ao terrorismo e ao racismo.
e) A prevalência dos direitos humanos.

Fique atento(a) aos detalhes! Em nada tem a ver o princípio da “supremacia do interesse
público sobre o interesse privado” no âmbito das relações internacionais previstas no art.
4º da Constituição. Vejamos:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional; (letra a)
II – prevalência dos direitos humanos; (letra e)
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz; (letra b)
VII – solução pacífica dos conflitos; (letra b)
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; (letra d)
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Letra c.

019. (FGV/PREFEITURA DE RECIFE/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/2014) Analise as


afirmativas a seguir.
I – A soberania, a cidadania e a proteção à propriedade privada constituem fundamentos
da República Federativa do Brasil.
II – A República Federativa do Brasil rege-se, em suas relações internacionais, pela
autodeterminação dos povos e pela não intervenção.
III – A Constituição da República Federativa do Brasil erige a livre iniciativa como um princípio
fundamental.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 52 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

c) se somente a afirmativa III estiver correta.


d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Vamos analisar cada uma das afirmativas:


I – Errada. A propriedade privada não constitui fundamento da RFB. Nesse sentido a CF88
estabelece que:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.

II – Certa. Nos termos do art. 4º da CF88:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

III – Certa. Estabelece a Constituição Federal em seu art. 1º que:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 53 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;


V – o pluralismo político.

Letra e.

020. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto de formação do Direito Internacional, suas


fontes e teorias, assinale a assertiva correta.
a) o Direito Internacional surge como ciência jurídica somente após o fim da 2º guerra
mundial, momento a partir do qual começam a surgir tratados internacionais.
b) o Direito Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos
e religiosos que transformaram a ordem política da Europa na passagem da Idade Média
para a Idade Moderna.
c) com o fim da primeira guerra mundial firmou-se o primeiro tratado internacional de
que se tem notícia: o pacto Briand-Kellog, também conhecido como Pacto de Proibição da
Guerra de Agressão, que foi firmado em 1928 (período entre guerras).
d) a Convenção de Viena sobre direito dos tratados admite a formação de tratados baseados
em compromissos verbais.

a) Errada. Como estudamos, o Direito Internacional enquanto ciência jurídica começa a


surgir a partir da formação dos Estados europeus e da passagem da Idade Média para a
Idade Moderna.
b) Certa. De acordo com o professor Mazzuoli (2021, p. 10):

O Direito Internacional Público, contrariamente do que pensa boa parte da doutrina, não é
uma criação recente. Mas também não é tão antigo como pretendem alguns autores. Sem se
poder determinar uma data precisa para o seu nascimento, tem-se como certo que o Direito
Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos
que transformaram a ordem política da Europa na passagem da Idade Média para a Idade
Moderna. (grifo nosso).

Portanto, está correta a letra b, sendo certo que o Direito Internacional é fruto de inúmeros
fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos que transformaram a ordem política
da Europa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
c) Errada. Embora o pacto de Briand-Kellog, também conhecido como Pacto de Proibição
da Guerra de Agressão, firmado em 1928 (período entre guerras), seja um importante
marco para o Direito Internacional ele não é o primeiro tratado internacional de que se
tem notícia, muitos outros tratados surgiram antes dele, tais como o Tratado de Westfália
(1648), Acordos de Viena de 1815, dentre outros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 54 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

d) Errada. Como vimos, não se admite a formação de tratados de forma verbal, apenas
por escrito.
Letra b.

021. (INÉDITA/2023) Considerando as fontes de direito internacional público previstas no


Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como
a doutrina acerca das formas de expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.
a) de acordo com o princípio pacta sunt servanda, os Tratados Internacionais em vigor
obrigam as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.
b) não há previsão no âmbito do Direito Internacional do princípio pacta sunt servanda.
c) no âmbito do Direito Internacional, dado o princípio da soberania dos Estados, não há
que se falar em boa-fé nas relações.
d) no contexto das relações internacionais, o Brasil rege-se pelo princípio da intervenção.

a) Certa. Conforme expressamente dispõe a Convenção de Viena sobre direito dos tratados:

Artigo 26
Pacta sunt servanda
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.

b) Errada. Pois há sim previsão expressa do princípio pacta sunt servanda no Direito
Internacional.
c) Errada. Como vimos acima, a Convenção de Viena sobre direito dos tratados estabelece
expressamente o princípio da boa-fé nas relações internacionais.
d) Errada. Fique atento(a) aos detalhes, em verdade o Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelo princípio da NÃO intervenção.
Letra a.

022. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto de formação do Direito Internacional, suas


fontes e teorias, assinale a assertiva correta.
a) a carta das Nações Unidas de 1945 foi firmada no período entre guerras e tem por objetivo
geral censurar os conflitos armados.
b) o Tratado de Westfália foi firmado em 1969, destinado a estabelecer normas gerais
sobre o Direito dos Tratados.
c) a Convenção de Viena sobre direito dos tratados, firmada em 1648, teve por objetivo
pôr fim à guerra dos trinta anos.
d) a carta das Nações Unidas de 1945 foi firmada na Conferência de São Francisco, tendo
por objetivo promover a paz mundial e a garantia de direitos fundamentais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 55 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

a) Errada. A Carta das Nações Unidas não foi firmada no período entre guerras, mas apenas
no final da 2ª Guerra Mundial, e tem por objetivo geral promover a paz mundial e os Direitos
Fundamentais, considerando a guerra como ilícito.
b) Errada. A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados é que foi firmada em 1969,
para estabelecer normas gerais sobre o Direito dos Tratados.
c) Errada. O tratado de Westfália é que foi firmado em 1648 para pôr fim à guerra dos trinta
anos, ocorridas em diversos países da Europa, especialmente na Alemanha.
d) Certa. De fato, a carta das Nações Unidas de 1945 foi firmada na Conferência de São
Francisco, tendo por objetivo promover a paz mundial. De acordo com o preâmbulo da Carta:

NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS


a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa
vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais
do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e
das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as
quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito
internacional possam ser mantidos, e
a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla.
E para tais fins
praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, [...]

Letra d.

023. (INÉDITA/2023) Considerando as disposições da Carta das Nações Unidas de 1945, bem
como os princípios gerais do Direito Internacional assinale a assertiva correta.
a) A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
b) A Organização é baseada no princípio da proporcionalidade entre os seus Membros,
de modo que quanto maior o seu capital alocado, maior será o seu poder de decisão na
organização.
c) Após a sua assinatura não se admite o ingresso de novos Estados membros à ONU.
d) a Assembleia Geral da ONU é restrita aos membros originários que firmaram a Carta
em 1945.

a) Certa. Conforme expressamente estabelece Carta da ONU:

Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo
1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
[...]

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 56 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

b) Errada. Como vimos, a ONU se baseia no princípio da igualdade entre os seus Membros,
não há que se falar, no âmbito da ONU em proporcionalidade de capital alocado, TODOS
SÃO IGUAIS.
c) Errada. De acordo com a Carta, a ONU é ABERTA:

Artigo 4. 1. A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados amantes
da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da Organização,
estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações.

d) Errada. A Assembleia Geral da ONU é composta por todos os seus membros.


Letra a.

024. (INÉDITA/2023) Diante dos princípios gerais que regem o Direito Internacional, assinale
a assertiva correta:
a) diante do princípio da soberania dos Estados somente será possível firmar acordos e
tratados internacionais se houver consentimento entre todas as partes envolvidas.
b) não há previsão expressa do princípio da boa-fé.
c) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da intervenção.
d) não há previsão expressa na Constituição Federal do princípio da autodeterminação dos
povos.

a) Certa. Em decorrência do princípio da Soberania dos Estados temos o elemento


consentimento. Ora, se todos são soberanos em seus territórios e não é possível impor-
lhes condicionantes que não tenham previamente aceito, somente será possível firmar
acordos e tratados internacionais se houver consentimento entre todas as partes
envolvidas.
Vejamos o erro das demais alternativas:
b) Errada. Conforme expressamente dispõe a Convenção de Viena sobre direito dos tratados:

Artigo 26
Pacta sunt servanda
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.

c) Errada. Cuidado com os detalhes, o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo
princípio da NÃO intervenção.
d) Errada. Há previsão SIM.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
[...]

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 57 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

III – autodeterminação dos povos;


[...]

Letra a.

025. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a


alternativa correta:
a) são consideradas fontes do Direito Internacional, dentre outras, os tratados e convenções
internacionais firmados verbalmente entre os Estados.
b) são consideradas fontes primárias do Direito Internacional as convenções internacionais,
o costume internacional e os princípios gerais do Direito.
c) são consideradas fontes primárias do Direito Internacional as decisões judiciárias e a
doutrina dos publicistas mais qualificados.
d) não se considera fonte do Direito Internacional os costumes internacionais.

As principais fontes do Direito dos Tratados podem ser extraídas do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça – CIJ de 1920. Assim estabelece o seu art. 38:

Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdo com o direito internacional as controvérsias
que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas
mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras
de direito.

Letra b.

026. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde às normas imperativas do Direito Internacional, dotadas de força vinculante
frente aos Estados:
a) soft law
b) pacta sunt servanda
c) jus cogens
d) juris tantum

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 58 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

As normas de Jus Cogens é que são consideradas normas imperativas do Direito Internacional,
possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto a sua estrita
observância.
Letra c.

027. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde àquelas normas do Direito Internacional tidas apenas como orientações/
recomendações aos Estados, não vinculando sua observância.
a) jus cogens
b) pacta sunt servanda
c) soft law
d) juris et de iure

Como estudamos, são consideradas Soft Law aquelas normas mais flexíveis do Direito
Internacional que funcionam como espécie de recomendação/orientação aos Estados. O
exemplo mais comum de soft law são algumas disposições relativas ao meio ambiente.
Portanto, a soft law não vincula os Estados, apenas recomenda a adoção de determinadas
medidas.
Letra c.

028. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva correta:
a) as normas de soft law são consideradas inderrogáveis por tratados e convenções
internacionais.
b) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade, somente poderão ser derrogadas
por tratados e convenções internacionais;
c) as normas de soft law, dada a sua flexibilidade, não poderão ser derrogadas por tratados
e convenções internacionais.
d) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade e ampla aceitação no cenário
internacional, não poderão ser derrogadas por tratados e convenções internacionais,
somente podendo ser modificadas por outras normas de igual natureza.

a) Errada. Normas de soft law são sim derrogáveis por tratados e convenções internacionais,
justamente por serem consideradas mais flexíveis. Por outro lado, as normas de jus cogens
é que são consideradas inderrogáveis por tratados internacionais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 59 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

b) Errada. Como vimos, as normas de jus cogens são inderrogáveis por tratados internacionais,
somente podendo ser alteradas por normas de mesmo status, ou seja, outra norma
internacional considerada de jus cogens.
c) Errada. Como vimos, as normas de soft law podem SIM ser derrogadas por tratados e
convenções internacionais.
d) Certa. Pois dada a imperatividade e ampla aceitação das normas de jus cogens,
elas não podem ser derrogadas por tratados internacionais, somente podendo ser
modificadas por outras normas de igual natureza. Nesse sentido, a Convenção de Viena
estabelece que:

Art. 53. Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral ( jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa
de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos
Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.

Letra d.

029. (INÉDITA/2023) No âmbito do direito internacional, o princípio da proibição ao retrocesso


significa que não podem ser criadas normas que restrinjam direitos fundamentais já
consagrados pela sociedade internacional.

É exatamente isso! O princípio da proibição (ou vedação) ao retrocesso estabelece que


não podem ser criadas normas restringindo direitos fundamentais já consagrados pela
sociedade internacional.
Certo.

030. (INÉDITA/2023) Tendo como norte as diretrizes do Direito Internacional, julgue o


item a seguir.
Um dos princípios fundamentais que regem as relações internacionais é a solução pacífica
dos conflitos.

Está correto! Inclusive a própria Constituição Federal, no art. 4º, estabelece que:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
[...]

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 60 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

VII – solução pacífica dos conflitos;


[...]

Certo.

031. (INÉDITA/2023) Tendo como norte as diretrizes do Direito Internacional, julgue o


item a seguir.
No cenário internacional, prevalece a dependência dos Estados economicamente
subdesenvolvidos em relação aos Estados desenvolvidos.

Nada disso! Um dos princípios fundamentais de Direito Internacional é a soberania, segundo


o qual todos os Estados (independentemente de sua condição econômica, cultural, social
e etc.) detém total autonomia no âmbito do seu território, não sendo correto afirmar que
são dependentes de outros Estados. Ademais, vale lembrar que a Constituição Federal
estabelece que:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Errado.

032. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional, assinale
a assertiva que apresenta características do princípio da autodeterminação dos povos.
a) É o princípio que garante o direito de secessão.
b) É o princípio que garante aos povos o direito de escolher livremente seu estatuto político,
seus representantes, bem como o direito de participar ativamente na vida política, inclusive
determinar sua condição social, econômica e cultural.
c) Princípio que está restrito à possibilidade de escolher representantes através do voto
universal e igualitário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 61 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

d) Princípio que confere aos Estados capacidade jurídica de direito internacional, podendo
participar de Organizações Internacionais e assumir direitos e obrigações no direito externo.

a) Errada. A autodeterminação dos povos não garante direito de secessão.


b) Certa. Pois como estudamos, a autodeterminação dos povos é o princípio que garante
aos povos o direito de escolher livremente seu estatuto político, seus representantes, bem
como o direito de participar ativamente na vida política, inclusive determinar sua condição
social, econômica e cultural.
c) Errada. A autodeterminação dos povos é um princípio amplo que abrange todos os
aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais, não estando restrito à possibilidade
de escolher representantes.
d) Errada. O conceito apresentado corresponde ao Princípio da Soberania e não à
autodeterminação dos povos.
Letra b.

033. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva que apresenta o conceito de tratado internacional.
a) são acordos assumidos pelos Estados e Organizações Internacionais, independentemente
de qualquer formalidade.
b) são considerados tratados os acordos firmados entre Estados e Organizações Internacionais
que assim sejam devidamente denominados.
c) significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
d) é todo e qualquer acordo por escrito destinado a produzir efeitos no âmbito interno de
um Estado específico.

a) Errada. Somente será considerado tratado internacional os documentos escritos, ou


seja, são acordos formais.
b) Errada. De acordo o artigo supramencionado, não há necessidade de ter a denominação
“tratado” para que o documento seja assim considerado.
c) Certa. Conforme estabelece a Convenção de Viena sobre direito dos tratados, considera-
se tratado internacional:

Expressões Empregadas
1. Para os fins da presente Convenção:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 62 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;

d) Errada. Os tratados são destinados a produzir efeitos em âmbito externo.


Letra c.

034. (CEBRASPE/CESPE/PROCURADOR FEDERAL/2006) Acerca do costume internacional,


julgue o item subseqüente. Os Estados soberanos e as organizações internacionais são
sujeitos de direito internacional público reconhecidamente aptos a produzir regras de
costume internacional.

Corretíssimo! Nos termos da Convenção de Viena sobre Tratados de 1986, os Estados e


as Organizações Internacionais podem firmar regras de costume internacional através de
tratados:

Artigo 38º Regras de um tratado tornadas obrigatórias para terceiros Estados ou terceiras
organizações pela formação de um costume internacional.
Nenhuma das disposições dos artigos 34º a 37º, se opõe a que uma norma enunciada num tratado
se torne obrigatória em relação a terceiros Estados ou terceiras organizações internacionais
como norma consuetudinária de direito internacional, reconhecida como tal.

Certo.

035. (CEBRASPE/CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/


DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DEFESA NACIONAL/2002)
Considerando o ato jurídico internacional, julgue o item abaixo.
Segundo Celso D. de Albuquerque Mello, “o ato jurídico pode ser definido como a manifestação
de vontade de um ou mais sujeitos do direito internacional destinada a criar direitos e
obrigações no direito internacional público.” Diante dessa definição, é correto afirmar,
segundo a concepção do citado autor, que todo ato jurídico internacional é uma fonte
primária de direito internacional público.

Os atos unilaterais emanados dos Estados, embora possam criar obrigações no direito
internacional público, não são consideradas como fontes primárias do direito internacional,
pois derivam –necessariamente – de outras fontes. Nesse sentido, Paulo Henrique Gonçalves
Portela (2012, p. 85):

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 63 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Partindo-se da premissa voluntarista de que as normas de Direito Internacional se fundamentam


no consentimento dos Estados e das Organizações Internacionais, os atos unilaterais de entes
estatais não poderiam ser fontes de Direito das Gentes. (PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves.
Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora PODIVM, 2012. Ed. 4, p. 85).

Errado.

036. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DA RECEITA ESTADUAL/AC/2006) Conceitua-se o tratado


internacional como um acordo formal concluído entre sujeitos de direito internacional
público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. O tratado internacional é, em si
mesmo, um simples instrumento, identificado pelo seu processo de produção e por sua
forma final.
Em face dessa assertiva, julgue o item a seguir.
O tratado, um acordo formal que se manifesta em um determinado momento histórico,
exprime com precisão e contornos bem definidos o seu teor, não podendo prescindir da
forma escrita.

Nos exatos termos da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969:

Artigo 2º
Definições
1 – Para os fins da presente Convenção:
a) “Tratado” designa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais
instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular; (grifo nosso)

Certo.

037. (CEBRASPE (CESPE)/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/


DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DEFESA NACIONAL/2002)
Considerando o ato jurídico internacional, julgue o item abaixo.
De acordo com o art. 2º da Convenção de Viena acerca do direito dos tratados, entende-se
por tratado um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e outros sujeitos
de direito internacional ou entre os próprios sujeitos de direito internacional e regido
pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja a sua denominação específica.

Está correto! Como estudamos os Estados são sujeitos originários do Direito Internacional
os quais detém capacidade para firmar tratados. Além disso, as Organizações Internacionais

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 64 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

também podem firmar tratados. Conforme a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados
de 1969:

Artigo 2º
Definições
1 – Para os fins da presente Convenção:
a) “Tratado” designa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais
instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular; (grifo nosso)

Posteriormente, a Convenção de Viena de 1986 estabeleceu que:

ARTIGO 2º
Expressões empregadas
1. Para os fins da presente Convenção:
a) “tratado” significa um acordo internacional regido pelo Direito Internacional e celebrado por
escrito
i) entre um ou mais Estados e uma ou mais organizações
internacionais; ou
ii) entre organizações internacionais, quer este acordo conste de um único instrumento ou de
dois ou mais instrumentos conexos e qualquer que seja sua denominação específica;

Certo.

038. (INÉDITA/2023) Assinale a assertiva que apresenta apenas fontes expressamente


previstas do Direito Internacional.
a) tratados internacionais, costume e equidade.
b) tratados e convenções internacionais, princípios gerais do direito e equidade.
c) tratados e convenções internacionais, costume e princípios gerais do direito.
d) tratados e convenções internacionais, costume e a legislação interna dos Estados.

De acordo com o Estatuto da Corte Internacional de Justiça – CIJ, também conhecida como
Corte de Haia:

Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdo com o direito internacional as controvérsias
que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas
mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras
de direito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 65 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

Portanto, em síntese, as principais fontes para o Direito dos Tratados são: as convenções
internacionais; o costume internacional; os princípios gerais de direito; e as decisões
judiciárias e a doutrina (essas últimas como meio auxiliar).
A única alternativa que apresenta apenas as fontes do Direito Internacional é a letra c.
Letra c.

039. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de Jus Cogens são consideradas normas imperativas do Direito Internacional,
possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto a sua estrita
observância.

Está perfeito! As normas de Jus Cogens são consideradas normas imperativas do Direito
Internacional, possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto
a sua estrita observância.
Certo.

040. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de consideradas soft law são aquelas regras mais flexíveis, tidas como orientações/
recomendações, de modo que não vinculam propriamente a atividade dos Estados.

Está Correto! De fato, as normas denominadas soft law são consideradas regras flexíveis,
tidas como orientações/recomendações, de modo que não vinculam propriamente a
atividade dos Estados.
Certo.

041. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue o item a seguir.
Dentre os princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais encontram-se a
autodeterminações dos povos, a independência nacional e a não intervenção.

Está correto! Nos termos o art. 4º da Constituição Federal:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 66 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Certo.

042. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue o item a seguir.
Muito embora a prevalência dos Direitos Humanos seja um princípio internacionalmente
reconhecido, a Constituição Federal de 1988 não estabeleceu expressamente tal princípio.

Está Errado! Além de ser um princípio internacionalmente reconhecido, a Constituição


Federal trouxe expressamente o princípio da prevalência dos Direitos Humanos. Nesse
sentido, estabelece o seu art. 4º:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Errado.

043. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue o item a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 67 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

O princípio da solução pacífica dos conflitos e da defesa da paz, conforme previstos no art.
4º da Constituição Federal, é um impeditivo para a utilização das forças armadas fora do
território nacional.

Está Errado! Em determinadas circunstâncias, quando devidamente autorizado pelo


Conselho de Segurança da ONU e diante de casos para os quais não foi possível solucionar
determinado conflito pacificamente (esgotadas as medidas), é possível sim a intervenção
armada em um Estado estrangeiro. São exemplos as missões de paz, nas quais o Brasil já
participou com o envio de efetivo.
Portanto, a “defesa da paz” e a “solução pacífica dos conflitos” não impedem que, em
determinadas circunstâncias, as forçar armadas sejam utilizadas, mesmo em território
estrangeiro.
Errado.

044. (INÉDITA/2023) Considerando o contexto atual, e em conformidade com as normas e


princípios do Direito Internacional, julgue os itens a seguir e marque a alternativa correta.
I – Jus Cogens são aquelas normas imperativas de Direito Internacional.
II – A independência nacional é um princípio expressamente previsto na Constituição Federal
no que tange às relações internacionais.
III – Tratados internacionais são acordos firmados entre os Estados e Organizações
Internacionais, independentemente da forma que assumem.
a) todas as alternativas estão corretas.
b) estão corretas a II e a III apenas.
c) estão corretas a I e a III apenas.
d) estão corretas a I e a II apenas.
e) nenhuma das afirmativas está correta.

Vamos analisar cada uma das assertivas:


I – Certa. Como estudamos as normas de jus cogens são aquelas regras imperativas de
Direito Internacional, amplamente aceitas no âmbito externo e que vinculam os Estados.
II – Certa. Conforme expressamente estabelece o art. 4º da CF 88:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 68 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

III – Errada. Somente se admite a formação de tratados por escrito.


Letra d.

045. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista defende que todas as relações internacionais estão relacionadas com
a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos.

Está Correto! De fato, a teoria voluntarista é aquela que defende que todas as relações
internacionais estão relacionadas com a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos,
por isso voluntarista – estritamente relacionado com a manifestação de vontade.
Certo.

046. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.

Nada Disso! Cuidado para não confundir as teorias voluntarista x objetivista. Em verdade
aquela que defende a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores absolutos
é a teoria objetivista. Em suma temos:
• Teoria Voluntarista: Defende que todas as relações internacionais estão relacionadas
com a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos, por isso voluntarista;
• Teoria Objetivista: Por outro lado, há a teoria objetivista, a qual sustenta a existência
de uma ordem supranacional, dotada de valores absolutos, os quais a comunidade
internacional não poderia ignorar. Nesse sentido, a “ordem superior” obrigaria
objetivamente (independente da manifestação de vontade) os Estados, afetando
sua ordem interna.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 69 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

047. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Objetivista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.

É isso mesmo! A Teoria Objetivista sustenta a existência de uma ordem supranacional,


dotada de valores absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.
Nesse sentido, a “ordem superior” obrigaria objetivamente (independente da manifestação
de vontade) os Estados, afetando sua ordem interna.
Certo.

048. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
Não se admite, em nenhuma hipótese, a formação de tratados internacionais de forma oral.

Certo! Nos exatos termos da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969:

Artigo 2º
Definições
1 – Para os fins da presente Convenção:
a) “Tratado” designa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
direito internacional, quer esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais
instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular; (grifo nosso)

Certo.

049. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais não detém capacidade jurídica própria, razão pela qual não
podem firmar acordos e tratados internacionais.

Errado! Em verdade as Organizações Internacionais, assim como os Estados, são dotadas


de personalidade jurídica de Direito Interno, razão pela qual possuem plena capacidade
para firmar tratados e acordos internacionais.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 70 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

050. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais são consideradas sujeitos originários do Direito Internacional.

Errado! Em verdade as Organizações Internacionais são consideradas sujeitos derivados,


pois derivam da vontade dos Estados em constituí-las. Por outro lado, os Estados sim são
considerados sujeitos originários, pois não dependem de outros sujeitos para adquirirem
personalidade jurídica de direito interno.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 71 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges

REFERÊNCIAS

ACCIOLY, Hildebrando; CASELLA, Paulo Borba; SILVA, G. E. do Nascimento. Manual de direito


internacional público. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal,


1988.

BRASIL. Decreto n. 7.030/2009. Promulga a Convenção de Viena sobre o Direito dos


Tratados de 1969. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d7030.htm>.

MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Privado. 5. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2021.

RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. 6.
ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 72 de 73
Abra

caminhos

crie

futuros
gran.com.br

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar