Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTERNACIONAL
Introdução ao
Direito Internacional
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
231016531537
JESSER BORGES
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Introdução ao Direito Internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Breve História do Direito Internacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. Teorias que Explicam o Direito Internacional e suas Implicações. . . . . . . . . . 11
3. Princípios de Direito Internacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1. Soberania. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.2. Boa-fé nas Relações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.3. Solução Pacifica dos Conflitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.4. Autodeterminação dos Povos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.5. Princípios de Direito Internacional no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 3 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
APRESENTAÇÃO
Olá estimado aluno(a)!
Espero que esteja bem. Meu nome é Jesser Rodrigues Borges, sou servidor do Ministério
Público Federal há 9 anos, mestre em Direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense
– UNESC, na linha de pesquisa Direito, Sociedade e Estado. Sou professor das disciplinas de
Direito Internacional Público e Privado e Direitos Humanos.
Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para auxilia-lo(a) na sua jornada rumo à
aprovação! Conte sempre conosco e não hesite em tirar todas as suas dúvidas no fórum. Ao
longo das aulas pretendo passar toda minha experiência de mais de 15 anos de “concurseiro”
para que a sua caminhada seja a mais tranquila possível, então teremos dicas e macetes
que ajudarão – e muito – na hora da sua prova.
A disciplina de DIP é fundamental para sua aprovação, pois ela tem caído em todos os
concursos jurídicos de nível superior. Então dedique tempo a ela em sua grade de estudos
e aproveite ao máximo a nossa metodologia diferenciada.
Forte abraço e Bons Estudos!
Profº Jesser Rodrigues Borges
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 4 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
1. INTRODUÇÃO
Inicialmente, é importante esclarecer que as disciplinas de Direito Internacional (Público e
Privado) possuem cada uma as suas peculiaridades. Entretanto, grande parte dos princípios
e diretrizes são comuns a ambas, razão pela qual a maioria dos concursos costuma cobrá-las
dentro da mesma disciplina, como sendo uma só. Em outros casos, como no concurso para
a Câmara dos Deputados, o edital cobra conceitos “misturados”, ou seja, conteúdos que
são objeto de estudo no âmbito do Direito Internacional Público dentro do Privado. Então,
para facilitar o seu estudo, trataremos da integralidade dos tópicos relacionados ao DIP, e
constantes em seu edital, dentro de nossa disciplina, facilitando o seu estudo.
Pois bem, para compreensão da disciplina de Direito Internacional é preciso saber,
primeiramente, que vivemos em uma sociedade extremamente globalizada, onde
ocorrem constantes relações entre as pessoas e os Estados Nacionais. Basta pensarmos
que, atualmente, é possível realizar compras internacionais facilmente via internet, ou
simplesmente conversar com alguém do outro lado do planeta. Todo dia ocorrem negociações
e transações entre empresas privados e entre Estados (fornecimento de bens e serviços).
Tudo isso envolve o direito internacional!
Nesse contexto, surge o que se denomina “sociedade internacional”. Assim, devemos
diferenciar a ordem jurídica nacional (interna) da ordem jurídica internacional (externa),
apesar de ocorrer constante interação entre elas. Afinal de contas, não há um legislativo
global criando normas, mas apenas Estados Soberanos e organizações internacionais que
firmam acordos e pactos em suas relações.
Por certo que, observado os requisitos de incorporação, as normas criadas no cenário
internacional poderão influenciar o direito interno e regulamentar essas relações.
De acordo com o professor Valerio de Oliveira Mazzuoli (2021, p. 36), o Direito
Internacional Privado
[...] é a disciplina jurídica – baseada num método e numa técnica de aplicação do direito – que
visa solucionar os conflitos de leis estrangeiras no espaço, ou seja, os fatos em conexão espacial
com leis estrangeiras divergentes, autônomas e independentes, buscando seja aplicado o
melhor direito ao caso concreto. Trata-se do conjunto de princípios e regras de direito público
destinados a reger os fatos que orbitam ao redor de leis estrangeiras contrárias, bem assim
os efeitos jurídicos que uma norma interna pode ter para além do domínio do Estado em que
foi editada, quer as relações jurídicas subjacentes sejam de direito privado ou público. Como
se vê, o DIPr é a expressão exterior do direito interno estatal (civil, comercial, administrativo,
tributário, trabalhista etc.).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 5 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
EXEMPLO
Imagine que você firmou um contrato com uma empresa alemã para importação de
equipamentos diretamente da Alemanha. Em havendo algum problema jurídico, qual norma
deve ser aplicada? A norma brasileira ou a norma alemã? ou ainda, existiria algum tratado ou
convenção internacional que se aplica no caso concreto?
Todas essas questões são objeto de estudo no âmbito do Direito Internacional Privado
que estudaremos em seguida.
Por vezes, as disciplinas de Direito Internacional também são chamadas de “direito das
gentes”. Afinal, os Estados são formados de indivíduos, ocupantes de um determinado
território, com governo soberano, e que se encontram em constante relacionamento, tanto
interno como externo, compondo o que chamamos de sociedade internacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 6 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
em “pé de igualdade”, não sendo possível que um Estado crie normas e as imponha a outro
Estado, de tal modo que somente serão observadas as normas que todas as partes
envolvidas decidirem – de comum acordo – firmarem.
Como dito, na ordem internacional todos os Estados estão em “pé de igualdade”, de tal
modo que, “independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial”,
terão os mesmos direitos que os demais Estados, não sendo possível impor-lhes normas
a que não tenham manifestado adesão.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 7 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
formação dos Estados soberanos e das expansões marítimas, o que resultou na necessidade
de estudar a relação entre os Estados. Portanto, a consolidação do Direito Internacional
está associada à constituição dos Estados europeus, bem como com à expansão marítima.
Como bem esclarece Mazzuoli (2021, p. 10):
O Direito Internacional Público, contrariamente do que pensa boa parte da doutrina, não é
uma criação recente. Mas também não é tão antigo como pretendem alguns autores. Sem se
poder determinar uma data precisa para o seu nascimento, tem-se como certo que o Direito
Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos
que transformaram a ordem política da Europa na passagem da Idade Média para a Idade
Moderna. (grifo nosso).
O jurista e filósofo holandês Hugo Grotius foi um dos primeiros pensadores a estudar
o Direito Internacional como ciência. Dentre suas obras de destaque encontram-se: Mare
Liberum de 1609 e De Jure Belli ac Pacis (Do Direito da Guerra e da Paz), publicada em 1625,
de tal modo que é considerado por muitos como o pai do Direito Internacional (MAZZUOLI,
2021, p. 11).
Por volta do início do século XVII foram assinados os Tratados de Westfália, cujo objetivo
foi pôr fim à Guerra dos Trinta Anos, conflito bélico que durou de 1618 à 1648. Um dos
elaboradores do tratado foi justamente Hugo Grotius – na condição de Embaixador da Suécia.
Outro marco para o Direito Internacional foi o Congresso de Viena, realizado em 1815.
Esse congresso teve como objetivo encerrar as guerras napoleônicas e estruturar acordos
de cooperação entre as nações europeias. Aponta Mazzuoli (2021, p. 12) que:
O Congresso marcou o fim das guerras napoleônicas e estabeleceu um novo sistema multilateral
de cooperação política e econômica na Europa, além de ter agregado novos princípios de Direito
Internacional, como a proibição do tráfico negreiro, a liberdade irrestrita de navegação nos rios
internacionais da região e as primeiras regras do protocolo diplomático. Os aspectos principais
desse sistema perduraram até quase o início da Primeira Guerra Mundial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 8 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
foi superada com a Convenção de Genebra, em 1958, que codificou o mar territorial e
com a Convenção das Nações Unidas sobre direito do mar, realizada em 1982, que definiu
parâmetros para a extensão do mesmo.
Com a intensificação da globalização, especialmente a partir do século XX, o Direito
Internacional se expande ainda mais, dada a intensificação das relações entre Estados. O
mesmo movimento de expansão é observado no âmbito do Direito Internacional Privado,
pois há o estreitamento das relações, principalmente a partir da intensificação dos meios
de comunicação, permitindo maior agilidade e economia nos negócios internacionais.
Outro evento importante que marcou o Direito Internacional foi o pacto Briand-Kellog,
também conhecido como Pacto de Proibição da Guerra de Agressão, que foi firmado em
1928 (período entre guerras) por várias nações, tendo por objetivo coibir a guerra. Muito
embora tenham ocorrido várias agressões armadas no período posterior à assinatura do
referido tratado, este é considerado um marco para o Direito Internacional, pois o pacto
passou a vigorar no cenário internacional e, ao menos no plano normativo, fixou uma
espécie de censura ao uso das forças armadas para a solução de conflitos, caracterizando
as ações violentas praticadas pelos Estados como afronta ao Direito Internacional (RAMOS,
2016, p. 193).
Em 26 de junho de 1945 foi assinada a Carta das Nações Unidas, inicialmente, foram 50
países signatários. Seu objetivo geral é promover a cooperação internacional e a paz mundial,
especialmente por conta das duas grandes guerras. De acordo com o Artigo 1 da Carta:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 9 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo
1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e vantagens resultantes
de sua qualidade de Membros, deverão cumprir de boa-fé as obrigações por eles assumidas de
acordo com a presente Carta.
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de
modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força
contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra
ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem
de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado contra o qual as Nações
Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de
acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança
internacionais.
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos
que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os Membros a
submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém,
não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII.
O Brasil é signatário da Carta das Nações Unidas, tendo promulgado a carta, no âmbito
interno, em 22 de outubro de 1945, por meio do Decreto n. 19.814/1945.
A presente Convenção aplica-se a todo tratado que seja o instrumento constitutivo de uma
organização internacional e a todo tratado adotado no âmbito de uma organização internacional,
sem prejuízo de quaisquer normas relevantes da organização.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 10 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Esquematizando:
De acordo com Mazzuoli (2006, p. 57), no Brasil adota-se a doutrina monista internacionalista
(o mesmo que dualista moderada), segundo a qual:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 11 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
[...] o Direito Internacional Público encontra-se em posição de absoluta primazia sobre o Direito
interno estatal. Tal primazia atribui aos tratados ratificados pelo Brasil (quaisquer que sejam)
um status hierárquico superior a toda a legislação doméstica do país.
Significa dizer que, uma vez que o Brasil ratificou determinado tratado/convenção
internacional, tendo ocorrido o procedimento de internalização, o tratado passa a ter
força normativa no ordenamento jurídico interno, revogando ou modificando as disposições
ordinárias em contrário e devendo ser observados pela legislação superveniente.
3.1. SOBERANIA
É importante deixar claro que todos os Estados detêm soberania em seu território. Não
há um Estado “melhor” ou “pior” que o outro, independentemente do tamanho do território
ou do poder econômico, TODOS são Estados soberanos em seu território, de modo que não
é possível impor-lhes condições a que não tenham manifestado expressa adesão.
Em decorrência do princípio da Soberania dos Estados temos o elemento consentimento.
Ora, se todos são soberanos em seus territórios e não é possível impor-lhes condicionantes
que não tenham previamente aceito, somente será possível firmar acordos e tratados
internacionais se houver consentimento entre todas as partes envolvidas.
Além do mais, os Estados devem respeitar a soberania dos outros Estados, significa
dizer que não podem intervir em assuntos alheios, relacionados exclusivamente a outro
Estado soberano.
Artigo 26
Pacta sunt servanda
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 12 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 13 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
4. DOS TRATADOS
TRATADOS INTERNACIONAIS
“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
Em seguida, o Tratado precisa ser submetido à referendo por parte do Poder Legislativo
(no nosso caso do Congresso Nacional). Enquanto não houve a aprovação do Poder Legislativo o
Tratado não produzirá efeitos na ordem interna. Nos termos do art. 49 da Constituição Federal:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 14 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Verifica-se que a competência negocial é uma matéria afeta à soberania dos Estados,
razão pela qual deve ser definida pelo ordenamento jurídico interno de cada nação, geralmente
através da Constituição Federal.
Sobre a temática, no cenário internacional, importantes disposições foram estabelecidas
pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, vejamos:
Artigo 7
Plenos Poderes
1. Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ou autenticação do texto
de um tratado ou para expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado se:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 15 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 16 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
RESUMO
O Direito Internacional é dividido em Público e Privado:
• Direito Internacional Privado: disciplina jurídica interna de Direito Público, cujo
objetivo é resolver os conflitos entre leis estrangeiras divergentes, definindo a
aplicabilidade e eventuais efeitos nas relações privadas;
• Direito Internacional Público: disciplina jurídica que estuda as relações entre os
Estados soberanos, seus entes e os organismos internacionais, observadas diretrizes
globais.
• Soberania;
• Boa-fé nas relações;
• Pacta Sunt Servanda (cláusulas pactuadas devem ser cumpridas);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 17 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Esquematizando:
• Tratados Internacionais: são acordos formais, por meio dos quais os Estados
Soberanos e Organismos Internacionais assumem compromissos e obrigações no
cenário internacional. O processo de formação dos Tratados Internacionais compreende
a realização de quatro etapas:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 18 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Esquematizando:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 19 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
EXERCÍCIOS
gran.com.br 20 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 21 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 22 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
tratado internacional o “acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. No que se refere a
esse assunto, marque a assertiva correta.
a) Ao defender a independência do direito internacional em relação ao direito nacional, os
dualistas o fazem levando em consideração exclusivamente as hipóteses de conflito entre
um tratado e uma norma de direito interno.
b) Prevalece no Brasil a teoria dualista pura, para a qual existem dois ordenamentos distintos,
não havendo qualquer influência do direito internacional no direito interno.
c) A teoria monista defende que existem dois ordenamentos jurídicos distintos, o Direito
Internacional e as normas jurídicas de direito interno.
d) A teoria dualista defende a existência de dois ordenamentos jurídicos, sendo que as
normas de Direito Internacional influenciam diretamente as normas do direito interno,
independentemente de qualquer procedimento de incorporação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 23 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
d) As normas denominadas jus cogens não são consideradas como fontes do Direito
Internacional, razão pela qual não costumam ser invocadas em jurisprudência nem pela
doutrina do Direito Internacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 24 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 25 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
constitucionais observados nas relações internacionais pelo nosso país, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) Repúdio ao terrorismo
b) Prevalência dos direitos humanos
c) Autonomia nacional
d) Não intervenção
e) Concessão de asilo político
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 26 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
023. (INÉDITA/2023) Considerando as disposições da Carta das Nações Unidas de 1945, bem
como os princípios gerais do Direito Internacional assinale a assertiva correta.
a) A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
b) A Organização é baseada no princípio da proporcionalidade entre os seus Membros,
de modo que quanto maior o seu capital alocado, maior será o seu poder de decisão na
organização.
c) Após a sua assinatura não se admite o ingresso de novos Estados membros à ONU.
d) a Assembleia Geral da ONU é restrita aos membros originários que firmaram a Carta
em 1945.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 27 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
024. (INÉDITA/2023) Diante dos princípios gerais que regem o Direito Internacional, assinale
a assertiva correta:
a) diante do princípio da soberania dos Estados somente será possível firmar acordos e
tratados internacionais se houver consentimento entre todas as partes envolvidas.
b) não há previsão expressa do princípio da boa-fé.
c) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da intervenção.
d) não há previsão expressa na Constituição Federal do princípio da autodeterminação dos
povos.
025. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a alternativa correta:
a) são consideradas fontes do Direito Internacional, dentre outras, os tratados e convenções
internacionais firmados verbalmente entre os Estados.
b) são consideradas fontes primárias do Direito Internacional as convenções internacionais,
o costume internacional e os princípios gerais do Direito.
c) são consideradas fontes primárias do Direito Internacional as decisões judiciárias e a
doutrina dos publicistas mais qualificados.
d) não se considera fonte do Direito Internacional os costumes internacionais.
026. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde às normas imperativas do Direito Internacional, dotadas de força vinculante
frente aos Estados:
a) soft law
b) pacta sunt servanda
c) jus cogens
d) juris tantum
027. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde àquelas normas do Direito Internacional tidas apenas como orientações/
recomendações aos Estados, não vinculando sua observância.
a) jus cogens
b) pacta sunt servanda
c) soft law
d) juris et de iure
028. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva correta:
a) as normas de soft law são consideradas inderrogáveis por tratados e convenções
internacionais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 28 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
b) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade, somente poderão ser derrogadas
por tratados e convenções internacionais;
c) as normas de soft law, dada a sua flexibilidade, não poderão ser derrogadas por tratados
e convenções internacionais.
d) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade e ampla aceitação no cenário
internacional, não poderão ser derrogadas por tratados e convenções internacionais,
somente podendo ser modificadas por outras normas de igual natureza.
032. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional, assinale
a assertiva que apresenta características do princípio da autodeterminação dos povos.
a) É o princípio que garante o direito de secessão.
b) É o princípio que garante aos povos o direito de escolher livremente seu estatuto político,
seus representantes, bem como o direito de participar ativamente na vida política, inclusive
determinar sua condição social, econômica e cultural.
c) Princípio que está restrito à possibilidade de escolher representantes através do voto
universal e igualitário.
d) Princípio que confere aos Estados capacidade jurídica de direito internacional, podendo
participar de Organizações Internacionais e assumir direitos e obrigações no direito externo.
033. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva que apresenta o conceito de tratado internacional.
a) são acordos assumidos pelos Estados e Organizações Internacionais, independentemente
de qualquer formalidade.
b) são considerados tratados os acordos firmados entre Estados e Organizações Internacionais
que assim sejam devidamente denominados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 29 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
c) significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
d) é todo e qualquer acordo por escrito destinado a produzir efeitos no âmbito interno de
um Estado específico.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 30 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
039. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de Jus Cogens são consideradas normas imperativas do Direito Internacional,
possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto a sua estrita
observância.
040. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de consideradas soft law são aquelas regras mais flexíveis, tidas como orientações/
recomendações, de modo que não vinculam propriamente a atividade dos Estados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 31 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
045. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista defende que todas as relações internacionais estão relacionadas com
a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos.
046. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.
047. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Objetivista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.
048. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
Não se admite, em nenhuma hipótese, a formação de tratados internacionais de forma oral.
049. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais não detém capacidade jurídica própria, razão pela qual não
podem firmar acordos e tratados internacionais.
050. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais são consideradas sujeitos originários do Direito Internacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 32 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
GABARITO
1. c 18. c 35. E
2. c 19. e 36. C
3. d 20. b 37. C
4. a 21. a 38. c
5. a 22. d 39. C
6. b 23. a 40. C
7. d 24. a 41. C
8. c 25. b 42. E
9. a 26. c 43. E
10. d 27. c 44. d
11. a 28. d 45. C
12. b 29. C 46. E
13. d 30. C 47. C
14. c 31. E 48. C
15. a 32. b 49. E
16. b 33. c 50. E
17. c 34. C
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 33 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
GABARITO COMENTADO
a) Errada. Não é “qualquer acordo” que será considerado tratado internacional, de acordo
com a Convenção de Viena sobre direito dos tratados:
Portanto, para ser considerado tratado internacional, o acordo deve ser regido pelo Direito
Internacional e destinado a produzir efeitos de âmbito externo.
b) Errada. Os Estados detém soberania para decidir aderir ou não aos Tratados Internacionais,
contudo, a depender do tratado, não poderá utilizar o direito de reserva. É o caso, por
exemplo, dos tratados que versam sobre direitos humanos fundamentais. De acordo com
a Convenção de Viena:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 34 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade
do tratado.
Art. 46. Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados
1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado
foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para
concluir tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma
de seu direito interno de importância fundamental.
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda,
na matéria, de conformidade com a prática normal e de boa fé.
d) Errada. Pois ocorrendo conflito entre um tratado e uma norma imperativa de Direito
Internacional (jus cogens), o tratado será considerado nulo, as normas de jus cogens são
consideradas inderrogáveis por meio de tratados. De acordo com a Convenção de Viena:
Art. 53. Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral ( jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa
de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos
Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 35 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
A banca considerou como correta a letra c “os Tratados”, vez que, nos termos do art. 38
do Estatuto da Corte Internacional de Justiça:
Artigo 38
1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias que sejam
submetidas, deverá aplicar
2. as convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
3. o costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito;
4. os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
5. as decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior competência das diversas
nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito, sem prejuízo do disposto
no Artigo 59.
6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex aequo et
bono, se convier às partes.
Ressalta-se que o termo “Tratados Internacionais” pode ser utilizado como sinônimo
de “Convenções Internacionais”. Pois bem, os tratados, por serem normas escritas, cujo
fundamento é a manifestação de vontade dos Estados, é a fonte do D.I mais utilizada no
âmbito da CIJ, sendo considerada a mais democrática. Contudo, é bom frisar que não
existe hierarquia entre as fontes primárias do Direito Internacional, razão pela qual há
quem defenda a anulação da presente questão. A banca manteve o entendimento de que o
Tratado Internacional é a normas mais “importante e, ao mesmo tempo, mais democrática”
do D.I, portanto esse é o entendimento que devemos levar para a prova de momento.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 36 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Como dito, na ordem internacional todos os Estados estão em “pé de igualdade”, de tal
modo que, “independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial”,
terão os mesmos direitos que os demais Estados, não sendo possível impor-lhes normas
a que não tenham manifestado adesão.
Letra d.
a) Certa. Apenas a “letra a” está correta, pois, de fato, a CF 88 não consagrou os princípios
do efeito direto/aplicabilidade imediata em relação às normas internacionais.
Significa dizer que há necessidade de submeter os tratados internacionais, bem como
as demais normas de Direito Internacional, ao procedimento de incorporação para que
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 37 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Art. 5º [...] § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (BRASIL, Constituição
Federal de 1988).
Superadas todas essas fases, o tratado adquire executoriedade no plano nacional, sendo
incorporado ao ordenamento jurídico interno, via de regra, no mesmo patamar que Lei
Ordinária.
Caso o tratado disponha sobre Direitos Humanos há duas hipóteses:
• Caso o tratado seja aprovado pelo rito comum (acima descrito), será incorporado
como norma supralegal, ou seja, estará acima da legislação infraconstitucional e
abaixo da Constituição Federal.
• Caso o tratado alcance os requisitos do §3º do art. 5º da CF 88 (aprovados, em cada
Casa do CN, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros),
serão equivalentes às emendas constitucionais.
As demais alternativas estão incorretas, vejamos:
b) Errada. Via de regra, a extradição tem como base a existência de tratado prévio entre o
Estado solicitante e o solicitado. Contudo, a extradição também pode ser concedida nos
casos em que o Estado solicitante se comprometer com a reciprocidade. Previa o art.
76 do Estatuto do Estrangeiro (Lei 9.815/1980) que:
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em
tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. (grifou-se)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 38 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Embora a referida norma já tenha sido revogada pela Lei n. 13.445/2017 (Lei de Migração), o
mesmo entendimento prevalece. De acordo com julgado do STF, “a promessa de reciprocidade
torna indiferente a ausência de tratado, não impedindo a extradição” (STF – Ext n. 1.351,
Relator Min. Luiz Fux, Primeira Turma).
c) Errada. Como regra geral, os tratados são incorporados pelo rito comum, ou seja, depende
apenas de aprovação pelo CN. Somente será necessário o rito previsto no § 3º, do art. 5º da
CF (aprovação em 2 turnos por 3/5 dos seus membros), para que os tratados internacionais
sobre direitos humanos adquiram força de emenda constitucional.
d) Errada. Como vimos, a regra é que os tratados internacionais são incorporados ao
ordenamento interno no mesmo patamar que as leis ordinárias (exceto aquelas hipóteses de
tratados sobre Direitos Humanos), não podendo, portanto, dispor de questões reservadas
às leis complementares.
e) Errada. A proibição do retrocesso foi consolidada pelo STF em relação aos direitos
fundamentais de caráter social. Em suma, a proibição do retrocesso tem como objetivo
impedir que aqueles direitos fundamentais já conquistados pelo cidadão e consagrados
no texto constitucional sejam revogados (STA 175-AgR/CE, rel. Min. Gilmar Mendes, julg.
em 16/6/2009).
Letra a.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no
lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 39 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (em conformidade com o art. 105,
I, ‘’i’’, CF/88).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 40 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Art. 5º [...] § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 41 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
a) jurídica interna, ao qual cabe resolver a questão jurídica propriamente dita, sendo regido
primordialmente por tratados e convenções.
b) jurídica internacional, ao qual cabe apontar o ordenamento jurídico aplicável ao caso
concreto, sendo formado primordialmente por fontes supranacionais.
c) jurídica internacional, incumbido de solucionar diretamente a situação conflituosa
apresentada, sendo regido principalmente pela lei interna de cada estado nacional.
d) jurídica interna, ao qual cabe indicar a norma jurídica que poderá ser utilizada no caso
concreto, sendo preponderantemente composto de normas produzidas pelo legislador
interno.
[...] Trata-se do conjunto de princípios e regras de direito público destinados a reger os fatos que
orbitam ao redor de leis estrangeiras contrárias, bem assim os efeitos jurídicos que uma norma
interna pode ter para além do domínio do Estado em que foi editada, quer as relações jurídicas
subjacentes sejam de direito privado ou público. Como se vê, o DIPr é a expressão exterior do
direito interno estatal (civil, comercial, administrativo, tributário, trabalhista etc.).
Letra d.
Artigo 2
Expressões Empregadas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 42 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Artigo 4
Irretroatividade da Presente Convenção
Sem prejuízo da aplicação de quaisquer regras enunciadas na presente Convenção a que os
tratados estariam sujeitos em virtude do Direito Internacional, independentemente da Convenção,
esta somente se aplicará aos tratados concluídos por Estados após sua entrada em vigor
em relação a esses Estados.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 43 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
b) Prevalece no Brasil a teoria dualista pura, para a qual existem dois ordenamentos distintos,
não havendo qualquer influência do direito internacional no direito interno.
c) A teoria monista defende que existem dois ordenamentos jurídicos distintos, o Direito
Internacional e as normas jurídicas de direito interno.
d) A teoria dualista defende a existência de dois ordenamentos jurídicos, sendo que as
normas de Direito Internacional influenciam diretamente as normas do direito interno,
independentemente de qualquer procedimento de incorporação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 44 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
a) Certa. Em síntese, as normas de jus cogens são aquelas universalmente aceitas no cenário
internacional, dotadas de imperatividade. Assim, consideram-se nulos os tratados que
conflitem com uma norma imperativa de Direito Internacional geral (jus cogens). Vejamos
o que estabelece o Art. 53 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 45 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Artigo 53
Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa
de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos
Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. (grifou-se)
Assim, por serem consideradas normas imperativas de Direito Internacional, são invocadas
com referência tanto em jurisprudência quanto em direito internacional positivo.
b) Errada. Como vimos, as normas consideradas jus cogens são aquelas imperativas de
Direito Internacional, razão pela qual vinculam os Estados.
c) Errada. As regras caracterizadas como soft law são aquelas que não possuem imperatividade,
em geral são consideradas apenas como orientação/recomendação aos Estados.
d) Errada. É justamente o oposto, em verdade as normas de jus cogens são aquelas imperativas
de Direito Internacional, sendo, portanto, fonte primária e imediata do D.I, com frequência
invocadas pela jurisprudência e doutrina.
Letra a.
Sobre esse tema, vejamos o que dispõe o artigo 1º da Declaração da ONU – Declaração de
Princípios sobre a Tolerância de 1995:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 46 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 47 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Fique Ligado(a)! Os Estados detém soberania dentro de seus territórios, de tal modo que
não podem estar subordinados à nenhuma autoridade exterior. Logo, podemos afirmar que
os Estados são formados por: uma base territorial, comunidade humana e uma forma
de governo autônomo. Portanto, correta a letra d.
Letra d.
Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante ato
fundamentado, a pessoa:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 48 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
[...]
V – que apresente documento de viagem que:
não seja válido para o Brasil;
a) Certa. De fato, a lista das fontes de DIP prevista na Convenção de Viena de 1969 é meramente
exemplificativa, ou seja, podem existir outras fontes que não constem expressamente na
convenção. Ademais, não há hierarquia entre essas fontes. Em síntese, as principais fontes
de Direito dos Internacional são: as convenções internacionais; o costume internacional;
os princípios gerais de direito; e as decisões judiciárias e a doutrina (essas últimas como
meio auxiliar).
b) Errada. Como mencionado as fontes do D.I não se limitam aos Tratados e Convenções
Internacionais.
c) Errada. Somente se admite a formação de tratados internacionais por escrito, não há
previsão de “tratado verbal”.
d) Errada. Como vimos, admite-se em D.I as normas costumeiras, as quais não constam
necessariamente codificadas por escrito.
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 49 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca das formas
de expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.
a) De acordo com o Estatuto da Corte da Haia, a equidade constitui, apesar de seu caráter
impreciso, fonte recorrente e prevista como obrigatória na resolução judicial de contenciosos
internacionais.
b) A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional como
prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica, distingue-
se de meros usos ou mesmo de práticas de cortesia internacional.
c) As convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são
consideradas, independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas
originariamente no Estatuto da CIJ.
d) Em face do caráter difuso da sociedade internacional, bem como da proliferação de
tribunais internacionais, verifica-se no direito internacional crescente invocação de decisões
judiciais antecedentes, arroladas como opinio juris, ainda que não previstas no Estatuto
da CIJ.
e) Ainda que não prevista em tratado ou no Estatuto da CIJ, a invocação crescente de
normas imperativas confere ao jus cogens manifesta qualidade de fonte da disciplina, a
par de atos de organizações internacionais, como resoluções da ONU.
a) Errada. Não há previsão expressa acerca da utilização da equidade como fonte do Direito
Internacional, sendo que há muita divergência acerca da possibilidade de se utilizar a
equidade como fonte do D.I. Portanto, a equidade não é fonte recorrente nem prevista
como obrigatória no D.I.
b) Certa. Como vimos, o costume refere-se àquelas normas do Direito Internacional entendidas
como prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica,
distingue-se de meros usos ou mesmo de práticas de cortesia internacional.
c) Errada. Tratados e Convenções Internacionais somente são admitidos na forma escrita.
d) Errada. De fato, há proliferação de tribunais internacionais e crescente utilização das
decisões judiciais antecedentes. Contudo, o erro da assertiva está em afirmar que tais
decisões são arroladas como opinio juris “não previstas no Estatuto da CIJ”. Em verdade
as decisões judiciais antecedentes são consideradas jurisprudência (fonte do Direito
Internacional e não opinio juris), sendo expressamente previstas no Estatuto da CIJ:
Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdo com o direito internacional as controvérsias
que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 50 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
e) Errada. Nada Disso! As normas de jus cogens são as principais fontes do Direito Internacional,
previstas expressamente pelo Estatuto da CIJ (Convenções Internacionais Gerais).
Letra b.
Fique atento(a) aos detalhes! A “letra c” não corresponde a um princípio que rege a RFB em
suas relações internacionais, pois o correto seria independência nacional, e não autonomia.
De acordo com o art. 4º da CF:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 51 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Fique atento(a) aos detalhes! Em nada tem a ver o princípio da “supremacia do interesse
público sobre o interesse privado” no âmbito das relações internacionais previstas no art.
4º da Constituição. Vejamos:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional; (letra a)
II – prevalência dos direitos humanos; (letra e)
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz; (letra b)
VII – solução pacífica dos conflitos; (letra b)
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; (letra d)
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 52 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 53 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Letra e.
O Direito Internacional Público, contrariamente do que pensa boa parte da doutrina, não é
uma criação recente. Mas também não é tão antigo como pretendem alguns autores. Sem se
poder determinar uma data precisa para o seu nascimento, tem-se como certo que o Direito
Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos
que transformaram a ordem política da Europa na passagem da Idade Média para a Idade
Moderna. (grifo nosso).
Portanto, está correta a letra b, sendo certo que o Direito Internacional é fruto de inúmeros
fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos que transformaram a ordem política
da Europa na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
c) Errada. Embora o pacto de Briand-Kellog, também conhecido como Pacto de Proibição
da Guerra de Agressão, firmado em 1928 (período entre guerras), seja um importante
marco para o Direito Internacional ele não é o primeiro tratado internacional de que se
tem notícia, muitos outros tratados surgiram antes dele, tais como o Tratado de Westfália
(1648), Acordos de Viena de 1815, dentre outros.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 54 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
d) Errada. Como vimos, não se admite a formação de tratados de forma verbal, apenas
por escrito.
Letra b.
a) Certa. Conforme expressamente dispõe a Convenção de Viena sobre direito dos tratados:
Artigo 26
Pacta sunt servanda
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.
b) Errada. Pois há sim previsão expressa do princípio pacta sunt servanda no Direito
Internacional.
c) Errada. Como vimos acima, a Convenção de Viena sobre direito dos tratados estabelece
expressamente o princípio da boa-fé nas relações internacionais.
d) Errada. Fique atento(a) aos detalhes, em verdade o Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelo princípio da NÃO intervenção.
Letra a.
gran.com.br 55 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
a) Errada. A Carta das Nações Unidas não foi firmada no período entre guerras, mas apenas
no final da 2ª Guerra Mundial, e tem por objetivo geral promover a paz mundial e os Direitos
Fundamentais, considerando a guerra como ilícito.
b) Errada. A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados é que foi firmada em 1969,
para estabelecer normas gerais sobre o Direito dos Tratados.
c) Errada. O tratado de Westfália é que foi firmado em 1648 para pôr fim à guerra dos trinta
anos, ocorridas em diversos países da Europa, especialmente na Alemanha.
d) Certa. De fato, a carta das Nações Unidas de 1945 foi firmada na Conferência de São
Francisco, tendo por objetivo promover a paz mundial. De acordo com o preâmbulo da Carta:
Letra d.
023. (INÉDITA/2023) Considerando as disposições da Carta das Nações Unidas de 1945, bem
como os princípios gerais do Direito Internacional assinale a assertiva correta.
a) A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
b) A Organização é baseada no princípio da proporcionalidade entre os seus Membros,
de modo que quanto maior o seu capital alocado, maior será o seu poder de decisão na
organização.
c) Após a sua assinatura não se admite o ingresso de novos Estados membros à ONU.
d) a Assembleia Geral da ONU é restrita aos membros originários que firmaram a Carta
em 1945.
Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo
1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
[...]
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 56 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
b) Errada. Como vimos, a ONU se baseia no princípio da igualdade entre os seus Membros,
não há que se falar, no âmbito da ONU em proporcionalidade de capital alocado, TODOS
SÃO IGUAIS.
c) Errada. De acordo com a Carta, a ONU é ABERTA:
Artigo 4. 1. A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados amantes
da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da Organização,
estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações.
024. (INÉDITA/2023) Diante dos princípios gerais que regem o Direito Internacional, assinale
a assertiva correta:
a) diante do princípio da soberania dos Estados somente será possível firmar acordos e
tratados internacionais se houver consentimento entre todas as partes envolvidas.
b) não há previsão expressa do princípio da boa-fé.
c) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da intervenção.
d) não há previsão expressa na Constituição Federal do princípio da autodeterminação dos
povos.
Artigo 26
Pacta sunt servanda
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé.
c) Errada. Cuidado com os detalhes, o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo
princípio da NÃO intervenção.
d) Errada. Há previsão SIM.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
[...]
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 57 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Letra a.
As principais fontes do Direito dos Tratados podem ser extraídas do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça – CIJ de 1920. Assim estabelece o seu art. 38:
Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdo com o direito internacional as controvérsias
que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas
mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras
de direito.
Letra b.
026. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde às normas imperativas do Direito Internacional, dotadas de força vinculante
frente aos Estados:
a) soft law
b) pacta sunt servanda
c) jus cogens
d) juris tantum
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 58 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
As normas de Jus Cogens é que são consideradas normas imperativas do Direito Internacional,
possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto a sua estrita
observância.
Letra c.
027. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes do Direito Internacional, assinale a assertiva que
corresponde àquelas normas do Direito Internacional tidas apenas como orientações/
recomendações aos Estados, não vinculando sua observância.
a) jus cogens
b) pacta sunt servanda
c) soft law
d) juris et de iure
Como estudamos, são consideradas Soft Law aquelas normas mais flexíveis do Direito
Internacional que funcionam como espécie de recomendação/orientação aos Estados. O
exemplo mais comum de soft law são algumas disposições relativas ao meio ambiente.
Portanto, a soft law não vincula os Estados, apenas recomenda a adoção de determinadas
medidas.
Letra c.
028. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva correta:
a) as normas de soft law são consideradas inderrogáveis por tratados e convenções
internacionais.
b) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade, somente poderão ser derrogadas
por tratados e convenções internacionais;
c) as normas de soft law, dada a sua flexibilidade, não poderão ser derrogadas por tratados
e convenções internacionais.
d) as normas de jus cogens, dada a sua imperatividade e ampla aceitação no cenário
internacional, não poderão ser derrogadas por tratados e convenções internacionais,
somente podendo ser modificadas por outras normas de igual natureza.
a) Errada. Normas de soft law são sim derrogáveis por tratados e convenções internacionais,
justamente por serem consideradas mais flexíveis. Por outro lado, as normas de jus cogens
é que são consideradas inderrogáveis por tratados internacionais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 59 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
b) Errada. Como vimos, as normas de jus cogens são inderrogáveis por tratados internacionais,
somente podendo ser alteradas por normas de mesmo status, ou seja, outra norma
internacional considerada de jus cogens.
c) Errada. Como vimos, as normas de soft law podem SIM ser derrogadas por tratados e
convenções internacionais.
d) Certa. Pois dada a imperatividade e ampla aceitação das normas de jus cogens,
elas não podem ser derrogadas por tratados internacionais, somente podendo ser
modificadas por outras normas de igual natureza. Nesse sentido, a Convenção de Viena
estabelece que:
Art. 53. Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral ( jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa
de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos
Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode
ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.
Letra d.
Está correto! Inclusive a própria Constituição Federal, no art. 4º, estabelece que:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
[...]
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 60 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Certo.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Errado.
032. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional, assinale
a assertiva que apresenta características do princípio da autodeterminação dos povos.
a) É o princípio que garante o direito de secessão.
b) É o princípio que garante aos povos o direito de escolher livremente seu estatuto político,
seus representantes, bem como o direito de participar ativamente na vida política, inclusive
determinar sua condição social, econômica e cultural.
c) Princípio que está restrito à possibilidade de escolher representantes através do voto
universal e igualitário.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 61 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
d) Princípio que confere aos Estados capacidade jurídica de direito internacional, podendo
participar de Organizações Internacionais e assumir direitos e obrigações no direito externo.
033. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios gerais do Direito Internacional,
assinale a assertiva que apresenta o conceito de tratado internacional.
a) são acordos assumidos pelos Estados e Organizações Internacionais, independentemente
de qualquer formalidade.
b) são considerados tratados os acordos firmados entre Estados e Organizações Internacionais
que assim sejam devidamente denominados.
c) significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
d) é todo e qualquer acordo por escrito destinado a produzir efeitos no âmbito interno de
um Estado específico.
Expressões Empregadas
1. Para os fins da presente Convenção:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 62 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;
Artigo 38º Regras de um tratado tornadas obrigatórias para terceiros Estados ou terceiras
organizações pela formação de um costume internacional.
Nenhuma das disposições dos artigos 34º a 37º, se opõe a que uma norma enunciada num tratado
se torne obrigatória em relação a terceiros Estados ou terceiras organizações internacionais
como norma consuetudinária de direito internacional, reconhecida como tal.
Certo.
Os atos unilaterais emanados dos Estados, embora possam criar obrigações no direito
internacional público, não são consideradas como fontes primárias do direito internacional,
pois derivam –necessariamente – de outras fontes. Nesse sentido, Paulo Henrique Gonçalves
Portela (2012, p. 85):
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 63 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Errado.
Nos exatos termos da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969:
Artigo 2º
Definições
1 – Para os fins da presente Convenção:
a) “Tratado” designa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais
instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular; (grifo nosso)
Certo.
Está correto! Como estudamos os Estados são sujeitos originários do Direito Internacional
os quais detém capacidade para firmar tratados. Além disso, as Organizações Internacionais
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 64 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
também podem firmar tratados. Conforme a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados
de 1969:
Artigo 2º
Definições
1 – Para os fins da presente Convenção:
a) “Tratado” designa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo direito internacional, quer esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais
instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular; (grifo nosso)
ARTIGO 2º
Expressões empregadas
1. Para os fins da presente Convenção:
a) “tratado” significa um acordo internacional regido pelo Direito Internacional e celebrado por
escrito
i) entre um ou mais Estados e uma ou mais organizações
internacionais; ou
ii) entre organizações internacionais, quer este acordo conste de um único instrumento ou de
dois ou mais instrumentos conexos e qualquer que seja sua denominação específica;
Certo.
De acordo com o Estatuto da Corte Internacional de Justiça – CIJ, também conhecida como
Corte de Haia:
Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdo com o direito internacional as controvérsias
que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas
mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras
de direito.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 65 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
Portanto, em síntese, as principais fontes para o Direito dos Tratados são: as convenções
internacionais; o costume internacional; os princípios gerais de direito; e as decisões
judiciárias e a doutrina (essas últimas como meio auxiliar).
A única alternativa que apresenta apenas as fontes do Direito Internacional é a letra c.
Letra c.
039. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de Jus Cogens são consideradas normas imperativas do Direito Internacional,
possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto a sua estrita
observância.
Está perfeito! As normas de Jus Cogens são consideradas normas imperativas do Direito
Internacional, possuindo aceitação universal, razão pela qual vinculam os Estados quanto
a sua estrita observância.
Certo.
040. (INÉDITA/2023) Acerca das fontes e dos princípios do Direito Internacional, julgue o
item a seguir:
As normas de consideradas soft law são aquelas regras mais flexíveis, tidas como orientações/
recomendações, de modo que não vinculam propriamente a atividade dos Estados.
Está Correto! De fato, as normas denominadas soft law são consideradas regras flexíveis,
tidas como orientações/recomendações, de modo que não vinculam propriamente a
atividade dos Estados.
Certo.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 66 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Certo.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 67 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
O princípio da solução pacífica dos conflitos e da defesa da paz, conforme previstos no art.
4º da Constituição Federal, é um impeditivo para a utilização das forças armadas fora do
território nacional.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 68 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
045. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista defende que todas as relações internacionais estão relacionadas com
a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos.
Está Correto! De fato, a teoria voluntarista é aquela que defende que todas as relações
internacionais estão relacionadas com a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos,
por isso voluntarista – estritamente relacionado com a manifestação de vontade.
Certo.
046. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Voluntarista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.
Nada Disso! Cuidado para não confundir as teorias voluntarista x objetivista. Em verdade
aquela que defende a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores absolutos
é a teoria objetivista. Em suma temos:
• Teoria Voluntarista: Defende que todas as relações internacionais estão relacionadas
com a livre manifestação de vontade dos Estados soberanos, por isso voluntarista;
• Teoria Objetivista: Por outro lado, há a teoria objetivista, a qual sustenta a existência
de uma ordem supranacional, dotada de valores absolutos, os quais a comunidade
internacional não poderia ignorar. Nesse sentido, a “ordem superior” obrigaria
objetivamente (independente da manifestação de vontade) os Estados, afetando
sua ordem interna.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 69 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
047. (INÉDITA/2023) Acerca das teorias que explicam e conceituam o Direito Internacional,
julgue o item a seguir:
A Teoria Objetivista sustenta a existência de uma ordem supranacional, dotada de valores
absolutos, os quais a comunidade internacional não poderia ignorar.
048. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
Não se admite, em nenhuma hipótese, a formação de tratados internacionais de forma oral.
Certo! Nos exatos termos da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969:
Artigo 2º
Definições
1 – Para os fins da presente Convenção:
a) “Tratado” designa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
direito internacional, quer esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais
instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular; (grifo nosso)
Certo.
049. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais não detém capacidade jurídica própria, razão pela qual não
podem firmar acordos e tratados internacionais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 70 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
050. (INÉDITA/2023) Tratados internacionais são acordos formais concluídos entre sujeitos
de direito internacional público cuja finalidade é a produção de efeitos jurídicos. Em face
dessa afirmativa, julgue o item a seguir.
As Organizações Internacionais são consideradas sujeitos originários do Direito Internacional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 71 de 73
Direito Internacional
Introdução ao Direito Internacional
Jesser Borges
REFERÊNCIAS
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Privado. 5. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2021.
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. 6.
ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
gran.com.br 72 de 73
Abra
caminhos
crie
futuros
gran.com.br
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Adenilson Nobre - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.