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DIREITO CIVIL

Direito de Família – Parte I

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

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do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
231128016761

ANTÔNIO ALEX

Doutorando em Direito pelo UniCEUB; mestre pela UnB; bacharel em Direito e


Engenharia Elétrica pela UnB. Possui licenciatura em Física; pós-graduação em
Direito Notarial e Registral, Direito Processual Civil e Gestão Pública. Atua como
advogado voluntário no Núcleo Cível de Tribunais Superiores da Defensoria Pública
do DF. Servidor público federal aprovado em vários concursos públicos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JACQUELINE DANTAS DOS SANTOS - 03647755567, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Direito Civil
Direito de Família – Parte I
Antônio Alex

SUMÁRIO
Direito de Família – Parte I. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Noções de Direito de Família. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Casamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. Conceito de Casamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2. Habilitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3. Impedimentos e Causas Suspensivas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4. Celebração, Prova e Efeitos do Casamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.5. Tipos de Casamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.6. Inexistência e Invalidade do Casamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.7. Extinção do Casamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3. Regime de Bens entre os Cônjuges. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1. Modalidades de Regimes de Bens de Casamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2. Outorga Conjugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4. União Estável e Concubinato. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

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Direito de Família – Parte I
Antônio Alex

DIREITO DE FAMÍLIA – PARTE I

APRESENTAÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
Sou o Professor Antônio Alex Pinheiro.
Inicialmente, gostaria de lhe dizer que é com grande satisfação que aceitei o desafio
de elaborar aulas para sua preparação para o exame da OAB (Exame da Ordem). A minha
aprovação nesse exame corresponde a uma das maiores alegrias da minha vida, sendo que
tenho certeza que brevemente você estará vivenciando essa experiência incrível, que vai
transformar sua vida.
Vou me apresentar rapidamente, principalmente para que você entenda a lógica de
organização do curso. Sou graduado em Engenharia Elétrica e Direito pela UnB, com Mestrado
também pela UnB, com Doutorado pelo CEUB, cursando atualmente o pós-doutorado em
Direito pelo CEUB. Possuo pós-graduação em Direito Processual Civil e em Direito Notarial.
Também finalizei o curso de graduação de licenciatura em Física.
Minha experiência com concursos públicos começou no ano de 2003 e continua até então,
nessa trajetória fui aprovado nos concursos públicos da Caixa Econômica Federal, Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Federal, Curso de Oficial da PMDF, professor da Secretaria de
Educação do Distrito Federal, professor do Instituto Federal de Brasília e Anatel. Atualmente
ocupo o cargo de Especialista em Regulação na Anatel. Recentemente, logrei êxito na
aprovação para o cargo de Notário e Registrador dos Tribunais de Justiça do Ceará, do
Amazonas, do Paraná e de Santa Catarina, quando aprofundei meus estudos em relação ao
Direito Civil. No concurso para o cargo de Notário ou Registrador, o conteúdo de Direito Civil
tem um peso extremamente importante nas três fases: prova objetiva, prova discursiva e
prova oral.
Desde o ano de 2015, exerço também a advocacia voluntária pela Defensoria Pública
do DF na área de Direito Civil. Atualmente, estou lotado no núcleo de Defensoria Pública
do DF junto aos Tribunais Superiores, atividade que me trouxe grande aprendizado na
área de Direito Civil. Como fruto de minhas pesquisas, recentemente também publiquei
livros na área de Direito Civil. Inclusive, nos anos de 2021 e 2022, recebi uma premiação
da Confederação Nacional dos Notários e Registradores como um autor de obras jurídicas
referência para a preparação desses profissionais.
O nosso curso de Direito Civil foi elaborado sabendo que, diante da vida corrida, o aluno
não dispõe de muito tempo disponível para seu estudo, com cada aula estrategicamente
pensada e elaborada com os principais conceitos relacionados com o respectivo assunto
para facilitar o entendimento e a fixação do conteúdo. Além do mais, tendo em vista a forte

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cobrança de lei seca em questões de Direito Civil, para economizar seu tempo, sempre farei
menção aos artigos correspondentes ao conteúdo estudado, então não pule a leitura da
lei seca. Assim, além de você entender o conceito estudado, vai saber como o assunto é
disposto na respectiva redação da lei, para não errar.
Procurei esgotar questões que já caíram em provas anteriores do exame da ordem da
OAB, sempre que possível, complementando com questões de concursos quando necessário.
Ainda, ao final da aula, apresento uma lista de exercícios dos últimos anos que permitam
a fixação do conteúdo estudado. Por fim, os esquemas e os resumos trazem os principais
pontos estudados em cada aula, em que recomendo que sejam estudados entre os intervalos
das aulas para facilitar a fixação do conteúdo e também na última semana antes da prova.
Minha intenção é fazer com que você seja aprovado no exame da OAB, bem como possa
exercer com segurança a advocacia na área Cível.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. O seu feed back da
aula é muito importante para que eu possa melhorar o material, não se esqueça de avaliar
ou me enviar uma mensagem pelas redes sociais. Por favor: material obrigatório! Então,
fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno!
Muito bem-vindo ao nosso curso, vamos ao trabalho e à sua aprovação!!!!

Nenhum obstáculo é tão grande se sua vontade de vencer for maior.

Forte abraço e bons estudos!


Antônio Alex Pinheiro
@prof._antonio_alex

1. NOÇÕES DE DIREITO DE FAMÍLIA


Direito de Família constitui um ramo do direito civil que regula as relações entre pessoas
unidas pelo casamento, pela união estável ou pelo parentesco, assim como os institutos
complementares da tutela e curatela, que embora não venham de relação de parentesco,
possuem conexão com as relações familiares.
O conceito tradicional de família, inclusive presente no Código Civil de 1916, enxergava
a família como instituição jurídica e social, resultante de casamento, formada por duas
pessoas de sexo diferente com a intenção de estabelecerem uma comunhão de vidas e,
em regra, terem filhos a quem pudessem transmitir o seu nome e seu patrimônio. Além
do mais, a família estabelecida fora do casamento era considerada ilegítima, os filhos
originados fora do casamento eram classificados como ilegítimos, não tendo sua filiação
assegurada por lei.

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A Constituição Federal de 1988 adotou uma nova ordem de valores, privilegiando o


princípio da dignidade da pessoa humana, realizando profundas transformações no Direito
de Família com base em 3 (três) pilares:
• Conforme o art. 226 da CF/88, a entidade familiar passou a ser plural e não mais
singular, contendo várias formas constituição, inclusive afastando o pré-requisito
de casamento para seu reconhecimento e da exigência para proliferação. Além do
mais, o parágrafo § 3, do art. 226 reconheceu a união estável como entidade familiar.
• O parágrafo § 6º do art. 227 passou a proibir a discriminação de filhos concebidos
fora do casamento.
• Os artigos 5º, inciso I, e 226, § 5º, consagraram a igualdade entre os homens e as
mulheres.
Com as mudanças sociais ocorridas na segunda metade do século passado e a promulgação
da CF/88, foi aprovado o Código Civil de 2002, que, dentre outras mudanças para o Direito
de Família, algumas podem ser destacadas:
• Conforme a CF/88, ampliou o conceito de família, regulamentando a união estável
como entidade familiar;
• Conforme a CF/88, reafirmou a igualdade entre os filhos havidos ou não dentro do
casamento;
• Passa a permitir a mudança do regime de bens no casamento;
• O grau de parentesco foi limitado ao quarto grau, sendo este o mesmo limite para
o direito sucessório;
• Regulamentou um novo regime de bens: participação final nos aquestos;
• Exigência de procedimento judicial para adoção, seja para pessoas menores ou maiores;
• Regulou as regras de dissolução do casamento, revogando tacitamente as normas
de caráter material da Lei do Divórcio;
• Modificou a disciplina de prestação de alimentos;
• Manteve a instituição do chamado bem de família;
O Direito de Família rege-se pelos seguintes princípios:
• Respeito à dignidade da pessoa humana;
• Igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros;
• Igualdade jurídica de todos os filhos;
• Paternidade responsável e planejamento familiar;
• Comunhão plena de vida, baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes;
• Liberdade de constituir uma comunhão de vida familiar.
Qual a natureza jurídica do Direito de Família? Para a maior parte da doutrina, o Direito de
Família integra o Direito Privado, já que regula uma instituição particular, íntima, privada: a

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família. Entretanto, cabe ressaltar, que muitas relações do Direito de Família são fiscalizadas
pelo Estado, principalmente através da participação do Ministério Público, que procura
proteger a família. A lei e o Estado se preocupam com o poder familiar, alimentos, bem de
família, além do mais, as normas do Direito de Família são imperativas e seus institutos
são irrenunciáveis/indisponíveis aproximando-se do Direito Público.

2. CASAMENTO

2.1. CONCEITO DE CASAMENTO


Casamento é a união solene, formal, entre pessoas humanas com a intenção de constituir
família, com base na igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges:

Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos
e deveres dos cônjuges.

Em regra, a maior parte das definições apresentam o casamento como uma união entre
homem e mulher, ou seja, entre duas pessoas de sexos diferentes. Entretanto, tal requisito
já foi afastado pela jurisprudência (STF e STF) e confirmado pelo Conselho Nacional de
Justiça, que editou Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, dispõe sobre a habilitação,
celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre
pessoas de mesmo sexo.

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Quanto à natureza jurídica do casamento, existem 3 (três) teorias para explicar:


Teoria Clássica, também chamada de contratualista ou de individualista, entende que
o casamento é uma relação puramente contratual, resultante de um acordo de vontades,
conforme um contrato qualquer.
Teoria Institucionalista, também chamada supra individualista, enxerga o casamento
como uma grande instituição social, que é aderida pelas pessoas que se casam.
Teoria Eclética, trata-se de uma fusão entre a teoria contratualista (Teoria Clássica)
e a teoria institucionalista, a qual considera o casamento como um contrato especial, de
direito de família, em que os cônjuges aderem a uma instituição pré-organizada, alcançando
o estado matrimonial.

001. (QUADRIX/ADVOGADO/CRA/PR/2019) No que tange ao direito de família, julgue o item.


De acordo com a teoria eclética, o casamento é um negócio jurídico bilateral sui generis,
sendo um contrato quanto aos aspectos de sua formação e uma instituição no que toca
a seu conteúdo.

A doutrina aponta a existência de três teorias para explicar a natureza jurídica do casamento:
Teoria institucionalista: o casamento é uma instituição.
Teoria contratualista: o casamento é um contrato de natureza especial, e com regras
próprias de formação.

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Teoria mista ou eclética: casamento é uma instituição quanto ao conteúdo e um contrato


especial quanto à formação.
Certo.

Não há consenso sobre qual teoria adotada pelo Código Civil, embora o artigo 1.514 do
Código Civil, ao que parece possa ter recepcionado a teoria contratualista:

Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante
o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.

002. (QUADRIX/ANALISTA/CRC–PR/JURÍDICA/2022) No que se refere ao instituto do


casamento, julgue o item.
O casamento se realiza no momento em que os cônjuges manifestam, perante o juiz, a sua
vontade de estabelecer vínculo conjugal e o juiz os declara.

É a disposição do art. 1.514 do Código Civil que estabelece, em relação ao momento da


realização do matrimônio, a necessidade de livre manifestação dos nubentes e da declaração
do celebrante:

Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante
o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.

Certo.

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O art. 1.513 do CC veda que qualquer pessoa, de direito público ou privado, interfira
na comunhão de vida instituída pela família. O casamento é um ato formal, sendo que
para sua consolidação são necessárias 3 (três) fases: habilitação, celebração e registro.
Na habilitação, são verificados se os cônjuges possuem os requisitos necessários para o
casamento; na celebração, os cônjuges manifestam sua vontade de contrair o matrimônio
e, por fim, o registro serve como prova do casamento e também para dar publicidade ao
casamento para terceiros.

A legislação reconhece exclusivamente o casamento civil, conforme o art. 1.512 do CC,


embora admita a celebração do casamento de forma religiosa. Ou seja, mesmo o casamento
religioso deve se submeter aos requisitos do casamento civil para ter validade.
Assim, os cônjuges podem se submeter ao processo de habilitação prévia para o casamento
e realizar a celebração civil, sendo o registro realizado de imediato. Ou então, nos ternos
do art. 1.516 do CC, após a habilitação realizada, os cônjuges podem em até 90 dias (art.
1.532 do CC) realizar a cerimônia religiosa, devendo ser realizado o seu registro dentro do
prazo de 90 (noventa) dias após a celebração (art. 1.516, § 1º do CC).
Já a terceira hipótese é aquela do casamento religioso realizado sem prévia habilitação
do § 2º do art. 1.516 do CC, quando então os cônjuges podem requerer, a qualquer tempo,
registro, no cartório de registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade
competente.
Conforme o art. 1.515 do CC, o casamento religioso, que atender às exigências do
casamento civil, equipara-se ao casamento civil, desde que registrado em registro próprio,
produzindo efeitos desde a data da celebração do casamento religioso, ou seja, com efeitos
ex tunc (retroativos). Por fim, será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes
dele, qualquer dos cônjuges houver contraído casamento civil com outra pessoa.

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Nos termos do art. 1.512, a celebração do casamento é gratuita, enquanto o processo de


habilitação e de registro não são gratuitos, exceto para pessoas que se declararem pobres.

2.2. HABILITAÇÃO
Habilitação é um processo que tem a finalidade de comprovar se os nubentes (cônjuges)
preenchem os requisitos legais para o casamento civil, realizado a partir de documentos
apresentados pelos nubentes.

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O primeiro ponto a ser avaliado é a capacidade para o casamento, sendo que o Código
Civil fixou a idade para casamento (idade núbil) em 16 (dezesseis) anos no mínimo, seja
para os homens como para as mulheres.

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único
do art. 1.631.

003. (FGV/NACIONAL UNIFICADO/OAB/VI EXAME/2011) Rejane, solteira, com 16 anos de


idade, órfã de mãe e devidamente autorizada por seu pai, casa-se com Jarbas, filho de sua
tia materna, sendo ele solteiro e capaz, com 23 anos de idade.
A respeito do casamento realizado, é correto afirmar que é
a) nulo, tendo em vista o parentesco existente entre Rejane e Jarbas.
b) é anulável, tendo em vista que, por ser órfã de mãe, Rejane deveria obter autorização
judicial a fim de suprir o consentimento materno.
c) válido.
d) anulável, tendo em vista o parentesco existente entre Rejane e Jarbas.

Como Rejane já possuía 16 (dezesseis) anos completos e estava devidamente autorizada pelo
seu genitor – valendo destacar que sua mãe era falecida – verificamos que o requisito da
capacidade se encontra preenchido, eis que atendidos os pressupostos do art. 1.517 do CC:

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único
do art. 1.631.

Nesse contexto, impende analisar se a menor poderia se casar com seu primo e a resposta
é afirmativa, uma vez que, sendo os primos parentes de 4º (quarto) grau, não incide o
impedimento matrimonial previsto no art. 1.521, IV, CC, que veda o casamento, sob pena
de nulidade (art. 1.548, II, CC), entre colaterais até o 3º (terceiro) grau:

Art. 1.521. Não podem casar:


[...]
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
[...]

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Anota-se, porém, que, segundo entendimento majoritário, é permitido o casamento entre


tios e sobrinhos (casamento avuncular) se uma junta médica apontar que não há risco
biológico, nos termos do DL n. 3.200/1941. Nesse sentido, cita-se o Enunciado 98 do CJ/STJ:

O inc. IV do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-lei
n. 3.200/41, no que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau.

Letra c.

Em caso de divergência entre os pais acerca do consentimento para a realização de


casamento de menores de dezoito anos de idade, qualquer um deles poderá recorrer ao
juiz para solução da desavença. Trata-se de do suprimento judicial da outorga parental,
com previsão no art. 1.517, p. único, c.c. art. 1.631, p. único, do Código Civil:

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único
do art. 1.631.
[...]
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta
ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer
deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.

Nessa hipótese, obtido o suprimento judicial, o casamento será celebrado sob o regime
da separação de bens legal/obrigatório, consoante art. 1.641, III, CC:

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

004. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/XXXIV EXAME/2022) Júlia, 22 anos, com espectro


autista, tem, em razão de sua deficiência, impedimento de longo prazo de natureza mental
que pode, em algumas atividades cotidianas, obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

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Júlia, apaixona-se por Rodrigo, 19 anos, também com espectro autista, com quem quer
se casar. Mas Rita, mãe de Júlia, temendo que Júlia não tenha o discernimento adequado
para tomar as decisões certas em sua vida, e no intuito de proteger o melhor interesse de
sua filha, impede o casamento.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) Júlia é relativamente incapaz e, assim o sendo, precisará de anuência de sua mãe, Rita,
para celebrar o ato, em prol da proteção de sua dignidade.
b) A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa para casar-se, de modo que
Rita não poderá impedir o casamento de Júlia.
c) Júlia é plenamente capaz em razão de sua idade, mas, em razão da deficiência que a
acomete, deverá confirmar sua vontade com o curador que deverá ser instituído.
d) Rita, ainda que esteja atuando no melhor interesse de Júlia, na qualidade de mãe, não
pode impedir o casamento podendo, contudo, impor à Júlia, sua curatela.

a) Errada. A partir da leitura do enunciado, podemos concluir que Júlia é uma pessoa com
deficiência, nos termos do § 2º do art. 1º da Lei n. 12.764/2014 – que institui a Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista – mas não
relativamente incapaz, haja vista não estar impedida, por causa transitória ou permanente,
de exprimir sua vontade (art. 4º, III, CC) nem se enquadrar nas outras hipóteses taxativas
do rol do art. 4º do Código Civil. Dessa forma, por ter plena capacidade, poderá ela se casar
sem necessidade de anuência de sua mãe, consoante art. 6º, I, da Lei n. 13.146/2015 e art.
1.550, § 2º, CC:

Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável; [...]
Art. 1.550. É anulável o casamento: [...]
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio,
expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.

b) Certa. É o que se depreende do art. 6º, I, do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n.
13.146/2015, também conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência):

Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável; [...]

c) Errada. Júlia pode se casar expressando sua vontade diretamente, não havendo, em regra,
necessidade de curador para ratificação (art. 6º, I, EPcD e art. 1.550, § 2º, CC).
d) Errada. A curatela, por ser medida protetiva extraordinária, deve ser proporcional às
necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível, não havendo
se falar em imposição. Ademais, tratando-se de pessoa com deficiência plenamente capaz,

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restringir-se-á a medida aos direitos de natureza patrimonial e negocial, não alcançando o


direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde,
ao trabalho e ao voto, conforme arts. 84, § 3º, e 85, caput e § 1º, do EPcD:

Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial
e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio,
à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e
motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar
preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o
curatelado.

Letra b.

Assim, a idade mínima para o casamento é de 16 (dezesseis) anos, exigindo-se autorização


dos pais ou representantes legais caso a pessoa tenha entre 16 (dezesseis) e 18 (dezoito)
anos. Se houver divergência entre os pais, podem recorrer ao Poder Judiciário para a solução
do desacordo. A autorização dos pais ou dos representantes legais no caso de a pessoa
ainda não ter atingido a maioridade civil pode ser revogada até a celebração do casamento.
Com a publicação da Lei n. 13.811/2.019 alterando o art. 1.520 do CC, foi vedado o
casamento civil de qualquer pessoa que tenha menos de 16 (dezesseis) anos, ou seja, não
existem mais exceções, como no caso de gravidez ou para cumprimento de pena criminal.

005. (CEBRASPE/ ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/2018) Em relação ao direito de família e ao


direito das sucessões, julgue o item subsequente.
A existência de estado gravídico é hipótese excepcional de permissão para casamento de
pessoa que não tenha atingido a idade núbil.

A questão deve ser atualizada nos termos do art. 1.520 do CC, que dispõe que não será
permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil de 16 anos.
Errado.

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O processo de habilitação é instaurado a requerimento de ambos os cônjuges no cartório


de seu domicílio, sendo domiciliados em municípios diversos, a habilitação se processará
perante o cartório de registro civil de qualquer deles, mas o edital será publicado em ambos.
O Oficial de Registro Civil irá afixar os proclamas em lugar ostensivo e os publicará
na imprensa local, se houver, além do mais, é necessária audiência do Ministério Público.
No processo de habilitação, podem ser opostos tanto os impedimentos como as causas
suspensivas. A habilitação só será submetida ao juiz se houver impugnação.
Nos termos dos artigos 1.531 e 1.532 do CC, cumpridas as formalidades e verificada a
inexistência de fato que impeça o casamento, o oficial de registro civil expedirá certificado
de habilitação, sendo que a eficácia da habilitação será de 90 (noventa) dias para a realização
do casamento.

2.3. IMPEDIMENTOS E CAUSAS SUSPENSIVAS


Impedimento consiste na falta de requisitos exigidos pela lei para que o casamento
seja válido e regular. Os impedimentos têm como objetivo impedir uniões que possam
contrariar a ordem pública, resultantes de atos que não possam ser convalidados, ou seja,
o casamento será obrigatoriamente nulo.
Os impedimentos são de 3 (cinco) tipos: parentesco, resultantes de casamento anterior
e decorrentes de crime. Os impedimentos estão previstos no art. 1.521 do CC, também
chamados de impedimentos dirimentes absolutos:

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006. (QUADRIX/ANALISTA/CRC PR/JURÍDICA/2022) No que se refere ao instituto do casamento,


julgue o item.
É lícito o casamento entre ascendentes e descendentes, desde que o parentesco entre eles
seja civil.

Os ascendentes e descendentes são impedidos de se casarem, seja o parentesco natural


ou civil, sob pena de nulidade (art. 1.548, II, CC), conforme art. 1.521, I, CC:

Art. 1.521. Não podem casar:


I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra
o seu consorte.

Errado.

Tipo de Impedimento Situação


Consanguinidade:
• Os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesco natural ou civil;
• Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais
colaterais, até o terceiro grau inclusive;

Afinidade:
Parentesco
• Os afins em linha reta (Avós, pais e filhos, netos,
bisnetos, ou seja, aplica-se somente em linha reta);

Adoção:
• O adotante com quem foi cônjuge do adotado e
o adotado com quem o foi do adotante;
• O adotado com o filho do adotante;
Casamento anterior • As pessoas casadas
• O cônjuge sobrevivente com o condenado por
Crime homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte (exige condenação)

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Causas Suspensivas são circunstâncias ou situações que podem suspender a realização


do casamento, se arguidas tempestivamente. Entretanto, caso os cônjuges se casem com
a existência de uma causa suspensiva, o casamento não será nulo ou anulável, será apenas
um casamento irregular e obrigatoriamente deverá adotar o regime de separação de bens
(nos termos do Inciso I, do art. 1.641 do CC:)

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

As causas de suspensão estão previstas no artigo 1.523 do CC:

Art. 1.523. Não devem casar:


I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens
do casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos,
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem
saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada;
no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez,
na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes
em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo
grau, sejam também consangüíneos ou afins

007. (QUADRIX/ANALISTA/CRC PR/JURÍDICA/2022) No que se refere ao instituto do casamento,


julgue o item.
As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas por qualquer
pessoa capaz.

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A oposição da causas suspensivas da celebração do casamento, por interessar exclusivamente


à família dos nubentes, somente poderá ser arguida: (i) pelos parentes em linha reta
(ascendentes ou descendentes), consanguíneos ou afins, de um dos noivos, não havendo
óbice para que seja incluído o adotante e o adotado, por serem parentes civis, e, além disso,
o adotante, sendo menor o adotado, por ser aquele detentor do poder familiar; e (ii) pelos
colaterais, em segundo grau, sejam consanguíneos ou afins. Nesse contexto, prevê o art.
1.524, CC:

Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes
em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo
grau, sejam também consanguíneos ou afins.

Em acréscimo, merece menção o Enunciado 330 do CJF/STJ:

As causas suspensivas da celebração do casamento poderão ser arguidas inclusive


pelos parentes em linha reta de um dos nubentes e pelos colaterais em segundo grau,
por vínculo decorrente de parentesco civil.

Por fim, em relação aos impedimentos matrimoniais, a lei civil confere legitimidade para
sua oposição a toda pessoa capaz (art. 1.522, caput, CC):

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento,
por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum
impedimento, será obrigado a declará-lo.

Errado.

Causa Suspensiva Situação


O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge
falecido, enquanto não fizer inventário dos bens
do casal e der partilha aos herdeiros;
Evitar confusão de patrimônios
O divorciado, enquanto não houver sido
homologada ou decidida a partilha dos bens do
casal;
A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez
por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses
Evitar confusão de sangue
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da
sociedade conjugal.
O tutor ou o curador e os seus descendentes,
ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos,
Tutela e Curatela com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto
não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem
saldadas as respectivas contas.

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Nos termos do art. 1.522, os impedimentos podem ser opostos no processo de habilitação
e até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Já as causas
suspensivas devem ser opostas no curso do processo de habilitação, até o decurso do prazo
de quinze dias da publicação dos proclamas, ou seja, possuem um prazo mais curto.

008. (FGV/MPE/RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2016) Everaldo manteve relação de


união estável durante treze anos com Priscila. Da união nasceu Barbara. Luciana é a filha
mais velha de Priscila, proveniente de outro relacionamento.
Após a separação, Everaldo iniciou um relacionamento amoroso com Luciana, o qual já dura
dois anos. Nesse contexto, é correto afirmar que:
a) não há qualquer impedimento no matrimônio de Everaldo com Luciana, já que nunca
houve qualquer vínculo familiar entre eles;
b) Everaldo somente poderá contrair matrimônio com Luciana após dez anos de separação
de Priscila;
c) por haver uma relação de parentesco em linha reta, Everaldo e Luciana não podem
contrair matrimônio;
d) por haver uma relação de afinidade em linha reta, Everaldo e Luciana não podem contrair
matrimônio;
e) não há qualquer impedimento no matrimônio de Everaldo com Luciana, já que o vínculo
familiar que havia entre eles findou a partir da separação dele e de Priscila.

Everaldo e Luciana estão impedidos de se casar porque são parentes por afinidade em linha
reta (art. 1.521, II, CC). Everaldo é equiparado a pai de Luciana (art. 1.591, CC). O parentesco
por afinidade decorre da união estável e não se extingue com o fim dela (art. 1.595, CC):
Everaldo não deixará de ser considerado pai de Luciana com o fim da união estável entre
ele e Priscila, sua mãe.

Art. 1.521. Não podem casar:


II – os afins em linha reta;

Letra d.

009. (IDECAN/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ PI/JUDICIÁRIA/ANALISTA JUDICIAL/2022) Existem


situações legalmente determinadas que implicam a obrigatoriedade da adoção do regime
de separação de bens.

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Nesse sentido, é correto afirmar que não deve(m) casar, por dar(em) ensejo a causa impeditiva
da alteração de regime legal,
a) o viúvo ou viúva que tiver filho do cônjuge falecido enquanto não der início à abertura
do inventário dos bens do casal.
b) o adotante com quem foi cônjuge do adotado.
c)o cônjuge sobrevivente com o condenado por tentativa de homicídio contra o seu consorte.
d) a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até 10 meses depois
do começo da dissolução da sociedade conjugal.
e) o tutor, o curador e seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos
com a pessoa tutelada ou curatelada, até 6 meses após cessada a tutela ou curatela.

a) Errada. A causa suspensiva não é afastada pela tão só abertura do processo de inventário,
mas sim com a devida partilha, donde o erro da assertiva (art. 1.523, I, CC).
b) Errada. O adotante não pode casar com quem foi cônjuge do adotado, sendo uma das
hipóteses de impedimento matrimonial que acarreta a nulidade do casamento (art. 1.521,
III, CC).
c) Errada. Cuida-se de mais uma hipótese de impedimento matrimonial (art. 1.521, VII, CC).
d) Certa. É a disposição do art. 1.523, II, c.c. art. 1.641, I, CC: Art. 1.523. Não devem casar:

II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

e) Errada. A causa suspensiva do art. 1.523, IV, do Código Civil, não fixa um interregno da
cessação da tutela/curatela, mas vincula o afastamento à prestação de contas.
Letra d.

2.4. CELEBRAÇÃO, PROVA E EFEITOS DO CASAMENTO


O casamento é um verdadeiro ritual, com aplicação de normas de ordem pública, que
atribuem certeza ao ato, garantem sua prova e preservam interesses de terceiros quanto
à publicidade da sociedade conjugal.
A celebração do casamento sem o atendimento das formalidades exigidas torna o
casamento inexistente, salvo em caso de dispensa excepcionais, como no caso nuncupativo
e na conversão da união estável em casamento.
Em regra, o local de realização da cerimônia de celebração do casamento é a sede do
próprio cartório onde se processou a habilitação, entretanto, as partes podem escolher
outro local, público ou particular, como clubes, salões de festas, templos religiosos, casa
dos nubentes.

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Na celebração, as portas devem permanecer abertas, permitindo o livre ingresso de


qualquer pessoa ao recinto e que a solenidade se realize com toda a publicidade, para que,
caso existam, possam ser opostos eventuais impedimentos.
Conforme art. 1.534, caput e § 1º, do CC, a celebração exige como requisito imprescindível
a presença de pelo menos 2 (duas) testemunhas, parentes ou não dos nubentes. O
número de testemunhas será aumentado para 4 (quatro) no caso de celebração realizada
em edifício particular ou no caso de algum dos contraentes não souber ou não puder
escrever, podendo inclusive ser parentes dos contraentes.
Em relação à autoridade judiciária, a CF/88 trouxe a disposição de que a celebração seria
realizada pela justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto,
universal e secreto, com mandato de quatro anos. Entretanto, ainda não foi devidamente
regulamentada, prevalecendo, em regra, a lei de organização judiciária de cada Estado que
faz a designação da autoridade celebrante. Em alguns estados chama-se de juiz de paz, em
outros, o próprio juiz de direito é incumbido das celebrações.
Nos termos do art. 1.542, o casamento também pode celebra-se mediante procuração
obrigatoriamente por instrumento público, com poderes especiais para o ato. A única
exigência é que o procurador represente apenas um do casal. Na ausência dos dois, serão
necessárias duas procurações, com procuradores distintos (um para cada qual dos noivos).
A eficácia da procuração não poderá ultrapassar o prazo de 90 (noventa) dias, além do mais,
só por instrumento público poderá ser revogada a procuração.
O momento de realização do casamento ocorre quando os cônjuges manifestam,
perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados
(art. 1.514 do CC). Ou seja, somente a declaração dos contraentes não é suficiente.
A prova de casamento celebrado no Brasil é a certidão do registro civil do casamento
(art. 1.543 do CC). No caso de casamento realizado no exterior, a prova de casamento será
o documento de acordo com a lei do país celebrado, legalizado pelo cônsul brasileiro do
lugar. Ou então, sendo casamento celebrado perante agente consular brasileiro, o casamento
será provado pelo registro do consulado (art. 1.544 do CC).

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Também se admite a prova do casamento quando não puder ser provada por outros
meios, como no caso perda ou falta do registro civil (art. 1.546 do CC).
Prevista no art. 1.545 do CC, a Posse do Estado de Casado é uma prova de exceção do
casamento, podendo ser invocada quando os cônjuges não puderem manifestar sua vontade,
ou tenham falecido, para sanar qualquer falha no registro de casamento, para beneficiar
os filhos comuns do casal ou quando o casamento for impugnado, havendo provas dúbias
quando à existência do casamento, julgar-se-á pelo casamento.

Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar
vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante
certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento
impugnado.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os
cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.

Posse do estado de casados é a situação em que 2 (duas) pessoas vivem como casadas
e assim são consideradas por todos, ou seja, vivem publicamente como marido e mulher,
inclusive reconhecidos pela sociedade. Não se trata de conferir status de casamento a
situações de mera convivência ou coabitação, mesmo com filhos, mas de induzir a existência
do casamento, que não pode ser provado em face do registro de casamento. Trata-se de
uma prova de casamento que tenha efetivamente sido realizado, tendo como requisitos
o indicativo de que a mulher usava o nome do marido, tratavam-se publicamente como
marido e mulher e gozavam de reputação de pessoas casadas.
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Em relação aos efeitos, o casamento irradia múltiplos efeitos e consequências em 03


(três) dimensões:
• Ambiente Social: irradia suas consequências por toda a sociedade;
• Caráter Pessoal: limita-se, em regra, aos cônjuges e aos filhos, referindo-se aos
direitos e deveres dos cônjuges e dos pais em face dos filhos;
• Patrimoniais: envolve o regime de bens, a obrigação alimentar e os direitos sucessórios,
podendo eventualmente estender-se aos ascendentes e aos colaterais até o quarto
grau (art. 1.839 do CC).
Os principais efeitos e deveres do casamento são os seguintes:

Efeitos (CF, art. 226, CC, art. 1.565, 1.566, art. 1.639, § 1º) Deveres (CC, art. 1.566 1.568)
A constituição da família Fidelidade
Os cônjuges se tornam consortes, companheiros e Vida em comum (coabitação), no
responsáveis pelos encargos da família. domicílio conjugal
A imposição de deveres aos cônjuges, a partir da celebração Mútua assistência
A imediata vigência, na data da celebração (CC, art. 1.639, §
1º), do regime de bens, que só pode ser alterado mediante
Sustento, guarda e educação dos filhos
autorização judicial em pedido motivado de ambos os
cônjuges.
Respeito e consideração mútuos
Os cônjuges são obrigados a
concorrer, na proporção de seus bens
e dos rendimentos do trabalho, para
o sustento da família e a educação
dos filhos, qualquer que seja o regime
patrimonial.

2.5. TIPOS DE CASAMENTO


Os casamentos podem ser de 2 (dois) tipos: válidos ou inválidos.
Em relação aos casamentos válidos, além do casamento regular, o casamento putativo,
moléstia grave, nuncupativo, religioso com efeitos civis, consular e conversão da união
estável em casamento, desde que contenham os elementos essenciais e observados todos
os requisitos legais, constituem formas válidas de casamentos. Portanto, existem os
seguintes casamentos válidos:

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2.5.1. REGULAR:
É o casamento realizado com todas das formalidades exigidas sem contrariar qualquer
impedimento ou causa suspensiva.

2.5.2. CASAMENTO PUTATIVO:


O casamento putativo é previsto no art. 1.521 do CC, correspondendo ao casamento que,
embora nulo ou anulável, foi contraído com boa-fé por um ou ambos os cônjuges. Significa
que os cônjuges se casaram na ignorância da existência dos impedimentos dirimentes,
previstos nos artigos 1.521 e 1.523 do CC.
Em relação aos efeitos, para os cônjuges, são os efeitos de um casamento válido para
o cônjuge de boa-fé (art. 1.561 e 1.561), entretanto, seus efeitos terminam na data de
possível sentença judicial que ponha fim. Quanto aos alimentos, não são devidos para o
futuro, porque as partes não são mais cônjuges. O cônjuge que reclama ou recebe alimentos
tem direito até a data da sentença. Em relação aos filhos, os efeitos civis do casamento
putativo se aproveitam aos filhos, inclusive na hipótese de má-fé de ambos os cônjuges.

2.5.3. EM CASO MOLÉSTIA GRAVE:


Previsto no art. 1.539 do CC, trata-se de um tipo de casamento que constitui exceção
quanto às formalidades exigidas para o casamento. Neste caso, já houve o processo prévio
de habilitação do casamento, inclusive com a expedição do certificado de habilitação ao
casamento. Entretanto, a gravidade do estado de saúde de um dos nubentes impede este
nubente de locomover até o local da cerimônia de casamento.
Diante deste fato, o juiz irá celebrar o casamento no local onde estiver o cônjuge enfermo,
mesmo à noite e perante 2 (duas) testemunhas que saibam ler e escrever.

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2.5.4. NUNCUPATIVO:
Previsto nos artigos 1.540 e 1.541 do CC, o casamento nuncupativo constitui uma
segunda exceção de dispensa das formalidades exigidas para o casamento. O casamento
nuncupativo dispensa o processo de habilitação e até mesmo a presença do celebrante.
Assim, diante de extrema urgência, os contraentes poderão celebrar o casamento,
recebendo um ao outro, por marido e mulher, desde que na presença de 6 (seis) testemunhas
que não tenham parentesco com os cônjuges em linha reta, ou colateral, até em segundo grau.
Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial
mais próxima, dentro em 10 (dez dias), pedindo que lhes tome por termo a declaração,
quando o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam
ter-se habilitado, decidindo em seguida.
Nos termos do § 2º art. 1.542 do CC, o nubente que não estiver em iminente risco de
vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo por meio de instrumento
público com poderes específicos, ou seja, procuração pública com poderes especiais.

2.5.5. RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS:


O ordenamento legal admite exclusivamente o casamento civil, entretanto, admite-se
a celebração do casamento de forma religiosa, que deverá ser submetida às formalidades
de habilitação e registro do casamento civil de 2 (duas) formas diferentes:
Habilitação Prévia: os nubentes se submetem ao processo de habilitação prévia, sendo o
expedido o certificado de habilitação, sendo a eficácia da habilitação de 90 (noventa) dias da
data de extração do certificado. O certificado de habilitação será apresentado à autoridade
religiosa, que o arquivará. Celebrado o casamento, mediante comunicação do celebrante
ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado deverá ser promovido o
registro civil, dentro do prazo decadencial de 90 (noventa) dias de sua celebração, nos
termos do § 1º do art. art. 1.516 do CC.
Habilitação Posterior: quando celebrado o casamento religioso, sem a devida habilitação
prévia, os nubentes podem requerer o registro, a qualquer tempo, instruindo o pedido com
certidão do ato religioso e com os documentos previstos no art. 1.525 do CC. Realizada
a habilitação e certificada a inexistência de impedimentos, será realizado o registro pelo
oficial com a data retroativa a partir da celebração (art. 1.525 do CC).

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2.5.6. CONSULAR:
Previsto no art. 1.544 do CC, o casamento consular é aquele realizado entre brasileiros
no exterior perante a autoridade consular brasileira. Após a realização do casamento, ele
deverá ser registrado no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, a contar da volta de um
ou ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º
Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.

2.5.7. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO:


Nos termos do art. 1.726 do CC, a união estável poderá converte-se em casamento,
mediante pedido dos companheiros ao juiz e registro no Cartório de Registro Civil.
Assim, cabe ressaltar que, conforme expresso, na redação do Código Civil, exige-se pedido
expresso ao Poder Judiciário, não podendo ser pedido diretamente de forma administrativa
ao Cartório de Registro Civil, contrariando o art. 226, § 3º, da CF/88, de que deveria a lei
facilitar a conversão da união estável em casamento, estabelecendo modos mais ágeis de
se alcançar semelhante propósito. Dessa forma, pela redação do Código Civil, o pedido da
conversão da união estável em casamento deve ser feita de forma judicial.
Entretanto, nos termos do art. 226, § 3º, da CF/88, existem regulamentos estaduais
prevendo a conversão da união estável em casamento a partir de requerimento junto ao
oficial de registro civil das pessoas naturais do domicílio dos conviventes. Nesse sentido,
cabe aos conviventes apresentarem requerimento acompanhado de declaração de união

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estável e de inexistência de impedimentos para o matrimonio. Recebido o requerimento,


será iniciado o processo de habilitação, observando-se o disposto nos artigos 1.525 a
1.532 do CC.
A conversão da união estável dependerá da superação dos impedimentos legais para o
casamento, sujeitando-se a adoção do regime matrimonial de bens, na forma e segundo os
preceitos da lei civil e as regras de ordem pública pertinentes. A ausência de indicação de
regime de bens específico, instrumentalizado em contrato escrito, obrigara os conviventes,
no que couber, ao regime de comunhão parcial de opção pela comunhão parcial será reduzida
a termo e nas demais escolhas de regimes exigir-se-á escritura pública de pacto antenupcial.
Decorrido o prazo legal do edital, sem que haja impedimento cumpridas as formalidades
legais, será lavrado o assento da conversão da união estável em casamento, independentemente
de qualquer solenidade, prescindindo o ato da celebração do matrimonio. Do assento de
casamento convertido a partir da união estável não constara a data do início ou período de
sua duração, salvo nas hipóteses em que houver reconhecimento judicial, escritura pública
ou contrato particular registrado.

2.6. INEXISTÊNCIA E INVALIDADE DO CASAMENTO


Após retratar os casamentos válidos, chegou o momento de retratar os casamentos
inválidos, que abrangem o casamento inexistente, nulo e anulável.

2.6.1. INEXISTENTE
A doutrina tradicional entende que para a existência do casamento é necessária a presença
dos chamados elementos essenciais ou estruturais: diferença de sexo, consentimento e
celebração.
Entretanto, cabe ressaltar que a necessidade de diferença de sexo foi excluída, sendo
possível o casamento de pessoas do mesmo sexo.

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Assim, diante da falta de consentimento e de celebração o casamento é inexistente.


A falta de consentimento ocorre, por exemplo, nos casos de procuração outorgada sem os
poderes específicos e de coação absoluta. O caso de falta de celebração ocorre quando
o celebrante não for o juiz de casamentos ( juiz de paz), ou seja, quando a incompetência
for absoluta, em razão da matéria.
O casamento inexistente não pode ser confundido com as hipóteses de vício de
consentimento ou incompetência relativa da autoridade celebrante ( juiz de paz de domicilio
diferente dos cônjuges), pois nesses casos será hipótese de casamento anulável.

2.6.2. ANULÁVEL
As hipóteses de casamento anulável estão previstas no art. 1.550 do CC. A anulabilidade
é decretada por meio da ação chamada ação anulatória, cuja sentença produz efeitos ex
nunc, ou seja, não retroage. Trata-se de ação de estado e versa sobre direitos indisponíveis,
não se operando à revelia.

a) Casamento de quem não completou a idade mínima para casar:

Art. 1.550, CC – É anulável o casamento:


I – de quem não completou a idade mínima para casar

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É anulável o casamento de quem não completou a idade núbil (16 anos), sendo necessária
autorização judicial, salvo nos casos do art. 1.551 do CC:

Art. 1.551, CC – Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.

b) Casamento do menor em idade núbil (16 a 18 anos) não havendo autorização do


seu representante legal:

Art. 1.550, CC – É anulável o casamento:


II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

O menor, quando se casa, tem uma autorização especial dos pais, e não representação.
Esse artigo comporta uma regra de convalidação, conforme art. 1.555, § 2º, do CC, que é
a aprovação posterior do representante, expressa ou tácita:

Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante
legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do
incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 2º Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes
legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.

c) Casamento contraído sob coação moral:

Art. 1.550, CC – É anulável o casamento:


III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558:
Art. 1.558 do CC – É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de
um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável
e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.

Coação, para o casamento, é um fundado temor de mal considerável e iminente para


a vida, a saúde e a honra do cônjuge ou de seus familiares. O casamento sob coação pode
ser convalidado pela coabitação.
IMPORTANTE: Qual a diferença do art. 1.558 do CC para a coação do art. 151 do CC? Na
coação da parte geral, a ameaça pode estar relacionada a bens ou à pessoa que não seja
da família do coato. Já no caso do casamento, a coação está ligada a vida, saúde e honra
do cônjuge ou de seus familiares.

Art. 151, CC – A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.

d) Havendo erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge:

Art. 1.556 do CC – O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de
um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.

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Situações de erro essencial, descritas no art. 1.557 do CC:

Art. 1.557 do CC – Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:


I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;

Exemplo: não sabia que o marido era homossexual, bissexual, transexual, sadomasoquista,
casamento com o irmão gêmeo etc.

II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a
vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize
deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em
risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;

Exemplo: de defeitos físicos: hermafroditismo, deformações genitais.

010. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/III EXAME/2010) João foi registrado ao nascer com o
gênero masculino. Em 2008, aos 18 anos, fez cirurgia para correção de anomalia genética e
teve seu registro retificado para o gênero feminino, conforme sentença judicial. No registro
não constou textualmente a indicação de retificação, apenas foi lavrado um novo termo,
passando a adotar o nome de Joana. Em julho de 2010, casou-se com Antônio, homem
religioso e de família tradicional interiorana, que conheceu em janeiro de 2010, por quem
teve uma paixão fulminante e correspondida. Joana omitiu sua história registral por medo
de não ser aceita e perdê-lo. Em dezembro de 2010, na noite de Natal, a tia de Joana revela
a Antônio a verdade sobre o registro de Joana/João. Antônio, não suportando ter sido
enganado, deseja a anulação do casamento.
Conforme a análise da hipótese formulada, é correto afirmar que o casamento de Antônio
e Joana
a) só pode ser anulado até 90 dias da sua celebração.
b) poderá ser anulado pela identidade errônea de Joana/João perante Antônio e a
insuportabilidade da vida em comum.
d) é inexistente, pois não houve a aceitação adequada, visto que Antônio foi levado ao erro
de pessoa, o que tornou insuportável a vida em comum do casal.
e) é nulo; portanto, não há prazo para a sua arguição

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No Direito brasileiro, o casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por
parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro. Trata-se
de causa de anulabilidade, sujeita, portanto, a prazo decadencial. Vejamos como o Código
Civil de 2002 trata a matéria:

Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:


I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a
vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e
transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de
sua descendência;
IV – a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.

Conforme observado, tem-se que o casamento de Antônio e Joana poderá ser anulado, no
prazo de três anos (art. 1.560, III, CC/02), pela identidade errônea de Joana/João perante
Antônio e a insuportabilidade da vida em comum.
Letra b.

e) Casamento do incapaz de consentir e de manifestar de forma inequívoca a


sua vontade:

IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;

A incapacidade de consentir, que torna anulável o casamento, abrange as hipóteses


mencionadas no inc. III do art. 4º do Código Civil:

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:


III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.

f) Casamento celebrado por procuração, havendo revogação do mandato:

V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
§ 1º. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.

Nesse caso, um cônjuge outorga poderes para o mandatário participar da cerimônia


com o outro cônjuge.

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Esse mandato deve ser celebrado por escritura pública com poderes especiais. Se
o mandatário efetuar o casamento mesmo após de o mandante revogar o mandato, o
casamento será anulável. Esse casamento pode ser convalidado pela coabitação. Qualquer
invalidade do mandato (mandato nulo ou anulável) gera a anulabilidade do casamento.
g) Casamento celebrado por autoridade relativamente incompetente.

VI – por incompetência da autoridade celebrante.

Essa incompetência é em razão do local.

Exemplo: juiz de paz de uma localidade que celebra o casamento em outra localidade.

Haverá convalidação do casamento se a autoridade relativamente incompetente exercer


publicamente o ato e ocorrer registro civil do casamento, conforme art. 1.554 do CC. Isso
só se aplica para o casamento anulável. Casamento inexistente não se convalida. A ação
anulatória de casamento é uma ação constitutiva negativa, que está sujeita a prazos
decadenciais, conforme art. 1.560 do CC:

Prazo Decadencial Hipótese


4 anos (contados da celebração) Coação moral
3 anos (contados da celebração) Erro
2 anos (contados da celebração) Incompetência relativa
180 dias Demais casos

2.6.3. NULO
As hipóteses de casamento nulo estão no Inciso II do art. 1.548 do CC:

Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:


II – por infringência de impedimento

Entretanto, o referido artigo deve ser lido em conjunto com o art. 1.521 do CC, o qual
traz o rol das situações de impedimento. A nulidade do casamento é declarada por meio da
ação declaratória de nulidade, com efeitos ex tunc (retroativos), ação de estado que versa
sobre direitos indisponíveis. Desta forma, as hipóteses de casamento nulo são as seguintes:

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Em relação aos efeitos do casamento nulo, primeiramente, cabe a ação declaratória de


nulidade do casamento, que é imprescritível (art. 169 do CC).

Art. 169 do CC – O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo
decurso do tempo.

Podem ajuizar essa ação declaratória por qualquer interessado, ou o Ministério Público,
quando lhe couber intervir, pois a matéria envolve ordem pública, nos termos do art.
1.549 do CC:

Art. 1.549 do CC – A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo


antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público.

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Obs.: O juiz pode conhecer de ofício a nulidade do casamento? O CC diz que o juiz deve
conhecer de ofício os impedimentos matrimoniais. Mas, o juiz não pode reconhecer
de ofício a nulidade do casamento. Isso é majoritário, em razão do princípio da não
intervenção, consagrado no art. 1.513 do CC.

Art. 1.513 do CC – É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na


comunhão de vida instituída pela família.

Então, o impedimento matrimonial pode ser conhecido de ofício, mas o casamento nulo
não. O art. 1.522 do CC diz que:

Art. 1.522, CC – Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento,
por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum
impedimento, será obrigado a declará-lo.

2.6.4. CASAMENTO IRREGULAR


O casamento irregular é aquele contraído com a inobservância das causas suspensivas
(Inciso I a IV, do art. 1.523 do CC). O casamento irregular não é nulo nem anulável, entretanto,
a legislação lhe impõe uma sanção: obrigatoriamente, os cônjuges adotarão o regime de
separação de bens, nos termos do art. 1.641 do CC.

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011. (FCC/ PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS/PREFEITURA/2016) Decorre do regime


estabelecido pelo Código Civil que:
a) É anulável o casamento por infringência de impedimento.
b) É nulo o casamento celebrado por autoridade incompetente.
c) A anulação do casamento dos menores de 16 anos não pode ser requerida diretamente
pelo próprio cônjuge menor por necessitar de seus representantes legais para elaborar tal
pedido.
d) É nulo o casamento por vício da vontade.
e) É anulável o casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges.

a) Errada. Na alternativa “A”, nos termos do art. 1.548, II, CC é nulo o casamento contraído
for infringência de impedimento.
b) Errada. Na alternativa “B”, nos termos do art. 1.550, VI, CC é anulável o casamento
celebrado por autoridade incompetente.
c) Errada. Na alternativa “C”, a anulação do casamento pode ser requerida pelo próprio
cônjuge menor, nos termos do art. 1.552, III, do CC.
d) Errada. Na alternativa “D”, nos termos do art. 1.550, III, é anulável o casamento celebrado
por vício de vontade.
e) Certa. Na alternativa “E”, nos termos do art. 1.550, V do CC, é anulável o casamento
realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges.
Letra e.

2.7. EXTINÇÃO DO CASAMENTO


As hipóteses de término da sociedade conjugal estão previstas no artigo 1.571 do CC:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:


I – pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III – pela separação judicial;
IV – pelo divórcio.
§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-
se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.

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Diante do exposto, a primeira hipótese extinção da sociedade conjugal é a morte real


de um dos cônjuges. Entretanto, o art. 1.571, § 1º, segunda parte incluiu entre as causas de
dissolução a presunção de morte quanto ao ausente. Relembrando, a declaração da morte
presumida do ausente envolve 3 (três) fases: declaração de ausência, sucessão provisória e
sucessão definitiva. Para entender a presunção de morte do ausente, a leitura da segunda
parte do art. 1.571, § 1º deve ser feita em conjunto com o art. 6º do CC:

Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Assim, pela leitura conjunta dos 2 (dois) artigos do Código Civil, quanto ao ausente, o
término da sociedade conjugal ocorre com a abertura da sucessão definitiva. A abertura da
sucessão definitiva poderá ser requerida após dez anos de passada em julgado a sentença
que conceder a abertura da sucessão provisória ou, então, provando-se que o ausente
conta com oitenta anos de idade e que de cinco datam as últimas notícias dele, conforme
os artigos 37 e 38 do CC. Antes da sucessão definitiva, os efeitos da declaração de ausência
serão apenas patrimoniais, limitando-se a permitir a abertura da sucessão provisória.
Também deve ser ressaltado, embora não previsto na redação do art. 1.571 do CC, a
hipótese de decretação da morte presumida sem decretação da ausência, a qual ocorre
nas situações de guerra ou perigo de vida, nesses casos a sentença judicial que declara a
morte presumida vai extinguir a sociedade conjugal.
O inciso II do art. 1.571 do CC prevê como causas de extinção da sociedade conjugal a
nulidade ou a anulação do casamento, as quais rompem o vínculo matrimonial, extinguindo
a sociedade conjugal e permitindo que os cônjuges se casem novamente. Estudamos as
causas de nulidade e de anulabilidade do casamento nos itens. 2.6.2 e 2.6.3.
No inciso III, temos como causa de extinção da sociedade conjugal a separação judicial,
que, conforme o art. 1.576 do CC, coloca fim aos deveres de coabitação e fidelidade
recíproca e ao regime de bens. Entretanto, outros 3 (três) deveres, previstos no art. 1.566
do CC, permanecem: mútua assistência; sustento, guarda e educação dos filhos; respeito
e consideração mútuos. Assim, a separação não quebra o vínculo jurídico do casamento, e
o casal não poderá se casar outra vez enquanto não estiver divorciado. A separação pode
ser realizada pela via extrajudicial, por escritura pública no Cartório de Notas, desde que
exista consenso entre os cônjuges, bem como, não exista filhos menores ou incapazes.
Por fim, no inciso IV, temos como causa da extinção da sociedade conjugal o divórcio, que
é capaz de romper todos os laços do casamento e os cônjuges podem se casar novamente.
O divórcio também pode ser feito extrajudicialmente no Cartório de Notas, por escritura
pública, se não houver litigio entre os cônjuges, bem como, se não houver filhos menores
ou incapazes. Havendo litígio ou filhos menores ou incapazes, necessariamente o divórcio
deve ser realizado pela via judicial.

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Sobre o divórcio cabe ressaltar a Emenda à Constituição n. 66/2010, conhecida como “PEC
do Divórcio”, que alterou o § 6º do art. 226 da CF/88, retirando a exigência, para o divórcio,
do requisito temporal e da prévia separação. Ou seja, para a realização do divórcio, não é
mais necessário esperar algum tempo mínimo de casado, bem como, não há necessidade
de realizar a separação para, posteriormente, realizar o divórcio.
Cabe ressaltar que, após a dissolução da sociedade conjugal, os cônjuges podem
restabelecer a união conjugal, inclusive caso a dissolução tenha sido feita de forma judicial,
o restabelecimento pode ser feito de forma extrajudicial. Diante do exposto, as causas de
extinção da sociedade conjugal podem assim ser resumidas:

012. (VUNESP/ADVOGADO/CÂMARA DE BARRETOS/2017) O vigente Código Civil prevê como


forma de extinção da pessoa natural a morte real ou a presumida, sem e com declaração
de ausência. Em relação à morte presumida com declaração de ausência, de acordo com a
doutrina majoritária, o cônjuge do ausente será considerado viúvo, expedindo-se mandado
para registro do óbito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais:
a) depois de publicada a sentença que determinar a abertura da sucessão provisória.
b) cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa a sentença que determinar a
abertura da sucessão provisória.

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c) dez anos depois de passada em julgado a sentença que conceder a abertura da sucessão
provisória.
d) não regressando o ausente nos dez anos seguintes de passada em julgado a sentença
que determinar a abertura da sucessão definitiva.
e) não se pode mais declarar a viuvez do cônjuge do ausente, pela sistemática do Código
Civil de 2002, devendo o casamento ser dissolvido por meio do processo de divórcio.

A questão precisa ser interpretada à luz § 1º do art. 1.571 do CC em conjunto como art. 6º
e 37 do CC:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:


§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-
se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções
prestadas.

A sucessão definitiva, nos termos do art. 37 do CC, ocorrerá em 10 anos após a abertura
da sucessão provisória.
Letra c.

3. REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES


Regime de Bens entre os cônjuges refere-se ao estudo das regras patrimoniais ao
casamento e à união estável. No Código Civil, existem quatro regimes de bens previstos:
comunhão parcial, comunhão universal, participação final de aquestos e separação de bens.
Pelo princípio da autonomia da vontade, os cônjuges têm liberdade de escolha do regime
de bens de seu casamento.
Além do mais, conforme Enunciado n. 331 da, IV Jornada do Conselho da Justiça Federal,
os cônjuges podem escolher outro regime além do rol previsto no Código Civil, trata-se de
um rol meramente exemplificativo.
A escolha do regime de bens pelos cônjuges é realizada através do pacto antenupcial,
que inclusive deve ser feito por meio de escritura pública. Entretanto, a liberdade de escolha
do regime de bens e de suas regras não é absoluta, encontrando-se limitações de ordem
pública, conforme art. 1.655 do CC:

Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.

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Por exemplo, o art. 1.655 do CC proíbe que cláusula contratual em pacto antenupcial
afaste o regime de separação de bens obrigatório previsto no art. 1.641 do CC:

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

Além da necessidade de escritura pública, o pacto antenupcial necessita de registro,


conforme art. 1.653 e art. 1.657 do CC:

Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não
lhe seguir o casamento.
Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de
registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.

013. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/MPE/PI/2018) Julgue o item a seguir acerca de direitos


da personalidade, de registros públicos, de obrigações e de bens.
Para que tenham efeitos perante terceiros, as convenções antenupciais que disponham
sobre regime de bens devem ser registradas pelo oficial do cartório de registro de imóveis
do domicílio conjugal.

O casal pode acordar regime diverso do legal, para tanto, devem celebrar Pacto Antenupcial,
o qual deverá ser registrado em livro especial a fim de produzir efeito erga omnes, nos
termos do art. 1.657 do CC:

Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de
registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.

Certo.

014. (FGV/ NACIONAL UNIFICADO/OAB/XXIII EXAME/2017) Arlindo e Berta firmam pacto


antenupcial, preenchendo todos os requisitos legais, no qual estabelecem o regime de
separação absoluta de bens. No entanto, por motivo de saúde de um dos nubentes, a
celebração civil do casamento não ocorreu na data estabelecida.

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Diante disso, Arlindo e Berta decidem não se casar e passam a conviver maritalmente. Após
cinco anos de união estável, Arlindo pretende dissolver a relação familiar e aplicar o pacto
antenupcial, com o objetivo de não dividir os bens adquiridos na constância dessa união.
Nessas circunstâncias, o pacto antenupcial é
a) válido e ineficaz.
b) válido e eficaz.
c) inválido e ineficaz.
d) inválido e eficaz.

A questão diz que o pacto antenupcial preencheu os requisitos legais, os quais exigem
escritura pública, logo ele é VÁLIDO; todavia, como o casamento não se consumou após
celebração do pacto, será ele [o pacto] INEFICAZ, consoante dispõe o art. 1.653, CC/2002:

Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não
lhe seguir o casamento.

Letra a.

Pelo princípio da indivisibilidade dos bens, o regime de bens é uno para ambos os cônjuges,
se por caso o regime escolhido for comunhão universal de bens, aplica-se tanto para o
homem como para a mulher. Pelo princípio da variedade dos regimes de bens, existem os
seguintes regimes de bem.
Os nubentes estipulam o regime de casamento antes da celebração do casamento nos
termos do art. 1.639 do CC:

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus
bens, o que lhes aprouver.
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado
de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos
de terceiros.

O regime de bens de casamento começa a vigorar a partir do casamento. Cabe ressaltar,


conforme o parágrafo 2º do art. 1.639 do CC, a possibilidade de alteração posterior do
regime de casamento entre os cônjuges. Entretanto, alguns requisitos são necessários:
autorização judicial, pedido motivado de ambos os cônjuges, apuração da procedência das
razões e direitos de terceiros precisam ser ressalvados.

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015. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/XX EXAME/2016) Juliana é sócia de uma sociedade


empresária que produz bens que exigem alto investimento, por meio de financiamento
significativo. Casada com Mário pelo regime da comunhão universal de bens, desde 1998,
e sem filhos, decide o casal alterar o regime de casamento para o de separação de bens,
sem prejudicar direitos de terceiros, e com a intenção de evitar a colocação do patrimônio
já adquirido em risco.
Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) A alteração do regime de bens mediante escritura pública, realizada pelos cônjuges e
averbada no Registro Civil, é possível.
b) A alteração do regime de bens, tendo em vista que o casamento foi realizado antes da
vigência do Código Civil de 2002, não é possível.
c) A alteração do regime de bens mediante autorização judicial, com pedido motivado de
ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos
de terceiros, é possível.
d) Não é possível a alteração para o regime da separação de bens, tão somente para o
regime de bens legal, qual seja, o da comunhão parcial de bens.

A resolução da questão impõe ao candidato não só o conhecimento das disposições legais


pertinentes, como também do entendimento jurisprudencial pacificado pelo STJ, nos idos
de 2005, acerca da possibilidade de alteração do regime de bens de casamentos celebrados
antes da vigência do CC/2002.
Primeiramente, vamos aos dispositivos aplicáveis ao caso dado:

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus
bens, o que lhes aprouver.
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado
de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos
de terceiros.

Letra c.

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3.1. MODALIDADES DE REGIMES DE BENS DE CASAMENTO


As modalidades de regimes de bens de casamento são as seguintes:

3.1.1. COMUNHÃO PARCIAL DE BENS:


Esse regime terá validade e eficácia no caso de silêncio entre as partes, ou se o pacto
antenupcial for nulo (Ex. pacto antenupcial não foi feito por meio de escritura pública) ou
ineficaz. Nos termos do art. 1.640 do CC, esse regime é legal de bens. O referido regime
de bem tem como característica: a separação quanto aos bens que cada cônjuge possuía
antes do casamento; e a comunhão quanto ao futuro, ou seja, quanto aos bens adquiridos
na constância do casamento, formando três tipos de bens: os do marido, os da mulher e os
comuns. Os artigos 1.659 e 1.661 do CC trazem as disposições quanto aos bens excluídos
da comunhão, enquanto, o art. 1.660 dispõe sobre os bens que entram na comunhão:

BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO BENS QUE ENTRAM NA COMUNHÃO


Os bens adquiridos na constância do casamento
Bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior
por título oneroso, ainda que só em nome de um
ao casamento.
dos cônjuges.
Bens que cada cônjuge possuir ao casar e os sub- Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem
rogados em seu lugar o concurso de trabalho ou despesa anterior
Bens adquiridos por doação ou sucessão e os sub- Os bens adquiridos por doação, herança ou legado,
rogados em seu lugar em favor de ambos os cônjuges.
Bens adquiridos com valores exclusivamente
pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge
dos bens particulares
Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares
de cada cônjuge, percebidos na constância do
As obrigações anteriores ao casamento
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a
comunhão

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BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO BENS QUE ENTRAM NA COMUNHÃO


As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo
reversão em proveito do casal.
Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de
profissão.
Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge
As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas
semelhantes.

Em relação aos bens móveis, presumem-se adquiridos na constância do casamento:

Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento


os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
A administração dos bens comuns cabe a qualquer dos cônjuges:
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.

Como é um assunto muito cobrado em prova, vamos fazer muitos exercícios para que
você domine o assunto:

016. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/II EXAME/2010) Jane e Carlos constituíram uma união
estável em julho de 2003 e não celebraram contrato para regular as relações patrimoniais
decorrentes da aludida entidade familiar. Em março de 2005, Jane recebeu R$ 100.000,00
(cem mil reais) a título de doação de seu ti o Túlio. Com os R$ 100.000,00 (cem mil reais),
Jane adquiriu em maio de 2005 um imóvel na Barra da Tijuca. Em 2010, Jane e Carlos se
separaram. Carlos procura um advogado, indagando se tem direito a partilhar o imóvel
adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005.
Assinale a alternativa que indique a orientação correta a ser exposta a Carlos.
a) Por se tratar de bem adquirido a título oneroso na vigência da união estável, Carlos tem
direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005.
b) Carlos não tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em
maio de 2005 porque, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais entre os mesmos o regime da separação total de bens.
c) Carlos não tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio
de 2005 porque, em virtude da ausência de contrato escrito entre os companheiros, aplica-
se às relações patrimoniais entre os mesmos o regime da comunhão parcial de bens, que
exclui dos bens comuns entre os consortes aqueles doados e os sub-rogados em seu lugar.

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d) Carlos tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de
2005 porque, muito embora o referido bem tenha sido adquirido com o produto de uma
doação, não se aplica a sub-rogação de bens na união estável.

Vejamos o dispositivo do Código Civil que determina esta regra.

Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

Letra c.

017. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/XX EXAME/2016) Em maio de 2005, Sérgio e Lúcia


casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens. Antes de se casar, ele já era proprietário
de dois imóveis. Em 2006, Sérgio alugou seus dois imóveis e os aluguéis auferidos, mês a
mês, foram depositados em conta corrente aberta por ele, um mês depois da celebração
dos contratos de locação. Em 2010, Sérgio recebeu o prêmio máximo da loteria, em dinheiro,
que foi imediatamente aplicado em uma conta poupança aberta por ele naquele momento.
Em 2013, Lúcia e Sérgio se separaram. Lúcia procurou um advogado para saber se tinha
direito à partilha do prêmio que Sérgio recebeu na loteria, bem como aos valores oriundos
dos aluguéis dos imóveis adquiridos por ele antes do casamento e, mensalmente, depositados
na conta corrente de Sérgio.
Com base na hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Ela não tem direito à partilha do prêmio e aos valores depositados na conta corrente
de Sérgio, oriundos dos aluguéis de seus imóveis, uma vez que se constituem como bens
particulares de Sérgio.
b) Ela tem direito à partilha dos valores depositados na conta corrente de Sérgio, oriundos
dos aluguéis de seus imóveis, mas não tem direito à partilha do prêmio obtido na loteria.
c) Ela tem direito à partilha do prêmio, mas não poderá pleitear a partilha dos valores
depositados na conta corrente de Sérgio, oriundos dos aluguéis de seus imóveis.
d) Ela tem direito à partilha do prêmio e dos valores depositados na conta corrente de
Sérgio, oriundos dos aluguéis dos imóveis de Sérgio, uma vez que ambos constituem-se
bens comuns do casal.

Em caso de divórcio, os bens que devem ser partilhados estão previstos no art. 1.660 do
CC, dentre eles:
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Art. 1.660. Entram na comunhão:


I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior
(PRÊMIO DA LOTERIA);

De outro lado, os frutos decorrentes dos bens particulares que cada cônjuge possui, e
recebidos durante a constância do casamento, são comunicáveis, pois representam, em
suma, acréscimo da vida em comum. Nesse sentido, é a previsão do inciso V do art. 1.660, CC:
Art. 1.660. Entram na comunhão:
[…]
V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância
do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão (ALUGUÉIS DE IMÓVEIS).

Letra d.

018. (FGV/NACIONAL UNIFICADO/OAB/XXXVII EXAME/2023) Pedro e Joana casaram-se pelo


regime da comunhão parcial de bens. Na constância do casamento, Pedro herdou ações
e comprou um carro, enquanto Joana recebeu de doação um apartamento e ganhou um
prêmio de loteria.
Com base nessas informações, assinale a opção que indica, em caso de divórcio, os bens
que devem ser partilhados.
a) As ações e o apartamento.
b) O carro e o prêmio de loteria.
c) O carro e o apartamento.
d) As ações e o prêmio de loteria.

Em caso de divórcio, os bens que devem ser partilhados são o carro e o prêmio de loteria,
por força do disposto no art. 1.660, I e II do Código Civil.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

As ações herdadas por Pedro e o apartamento que Joana recebeu em doação não entram
não partilha, de acordo com o art. 1.659, I do Código Civil.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

Letra b.

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019. (FGV/NACIONAL UNIFICADO/OAB/XXXI EXAME/2020) Aldo e Mariane são casados sob


o regime da comunhão parcial de bens, desde setembro de 2013. Em momento anterior ao
casamento, Rubens, pai de Mariane, realizou a doação de um imóvel à filha. Desde então,
a nova proprietária acumula os valores que lhe foram pagos pelos locatários do imóvel.
No ano corrente, alguns desentendimentos fizeram com que Mariane pretendesse se
divorciar de Aldo. Para tal finalidade, procurou um advogado, informando que a soma dos
aluguéis que lhe foram pagos desde a doação do imóvel totalizava R$ 150.000,00 (cento e
cinquenta mil reais), sendo que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) foram auferidos antes do
casamento e o restante, após. Mariane relatou, ainda, que atualmente o imóvel se encontra
vazio, sem locatários.
Sobre essa situação e diante de eventual divórcio, assinale a afirmativa correta.
a) Quanto aos aluguéis, Aldo tem direito à meação sob o total dos valores.
b) Tendo em vista que o imóvel locado por Mariane é seu bem particular, os aluguéis por
ela auferidos não se comunicam com Aldo.
c) Aldo tem direito à meação dos valores recebidos por Mariane, durante o casamento, a
título de aluguel.
d) Aldo faz jus à meação tanto sobre a propriedade do imóvel doado a Mariane por Rubens,
quanto sobre os valores recebidos a título de aluguel desse imóvel na constância do casamento.

No regime da comunhão parcial de bens (arts. 1.658 a 1.666, CC), os bens que sobrevêm ao
casal, a título oneroso, na constância do casamento, com as exceções legais (art. 1.658, CC).
No que se refere aos bens doados a um dos cônjuges, são eles incomunicáveis, sejam eles
recebidos antes ou depois do matrimônio, sendo, portanto, considerados bens particulares,
conforme art. 1.659, I, CC:
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
De outro lado, os frutos decorrentes dos bens particulares que cada cônjuge possui, e recebidos
durante a constância do casamento, são comunicáveis, pois representam, em suma, acréscimo
da vida em comum. Nesse sentido, é a previsão do inciso V do art. 1.660, CC:
Art. 1.660. Entram na comunhão:
[…]
V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância
do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

Logo, sendo os aluguéis (frutos civis) decorrentes do bem particular de Mariane (imóvel
doado pelo seu pai), e havendo recebimento durante a constância do casamento, terá Aldo
direito à meação desses valores, sendo a assertiva C o gabarito da questão!
Letra c.

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020. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/XVIII EXAME/2015) Roberto e Ana casaram-se,


em 2005, pelo regime da comunhão parcial de bens. Em 2008, Roberto ganhou na loteria
e, com os recursos auferidos, adquiriu um imóvel no Recreio dos Bandeirantes. Em 2014,
Roberto foi agraciado com uma casa em Santa Teresa, fruto da herança de sua tia. Em 2015,
Roberto e Ana se separaram.
Tendo em vista o regime de bens do casamento, assinale a afirmativa correta.
a) Os imóveis situados no Recreio dos Bandeirantes e em Santa Teresa são bens comuns e,
por isso, deverão ser partilhados em virtude da separação do casal.
b) Apenas o imóvel situado no Recreio dos Bandeirantes deve ser partilhado, sendo o imóvel
situado em Santa Teresa bem particular de Roberto.
c) Apenas o imóvel situado em Santa Teresa deve ser partilhado, sendo o imóvel situado
no Recreio dos Bandeirantes excluído da comunhão, por ter sido adquirido com o produto
de bem advindo de fato eventual.
d) Nenhum dos dois imóveis deverá ser partilhado, tendo em vista que ambos são bens
particulares de Roberto.

O regime de bens é o conjunto de regras que os nubentes devem escolher antes da celebração
do casamento, determinando juridicamente como os bens do casal serão administrados
durante o casamento. Pelo regime da comunhão parcial de bens, somente os bens adquiridos
após a data do casamento serão comuns ao casal, com algumas exceções.
Dispõe o Código Civil que:

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal,
na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.

No caso hipotético, Roberto, na constância do casamento com Ana, ganhou na loteria e


com esses recursos adquiriu um imóvel no Recreio dos Bandeirantes. Recebeu, ainda, uma
casa em Santa Teresa, de herança da sua tia. Vejamos o que o Código Civil prevê quanto
aos bens excluídos da comunhão e os que entram na comunhão:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior
(PRÊMIO DA LOTERIA);

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Portanto, os valores recebidos a título de prêmio na loteria originalmente deveriam ser


partilhados entre os cônjuges, conforme art. 1.660, II do CC. Em seguida, os recursos em
questão foram utilizados para aquisição do imóvel em Santa Teresa, que assim deve ser
partilhado. O imóvel no Recreio dos Bandeirantes foi recebido por Roberto por meio de
herança, sendo que conforme art. 1.659, I do CC, ele deve ser excluído da comunhão entre
os cônjuges.
Letra b.

3.1.2. COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS:


Esse regime de bens, conforme art. 1.667 do CC prevê a comunicação de todos os bens,
atuais e futuros, dos cônjuges, mesmo que adquiridos em nome apenas um, assim como
as dívidas posteriores ao casamento. Deve ser instituído por meio de pacto antenupcial.
São excluídos da comunhão, conforme art. 1.668 do CC, os seguintes bens:

BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO


Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar.
Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição
suspensiva.
As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem
em proveito comum.
As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade
Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão.
Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge
As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

Nos termos do art. 1.669 do CC, embora os bens previstos no art. 1.668 do CC sejam
excluídos da comunhão, os frutos dos bens que são incomunicáveis se comunicam:

Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende
aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.

Já em relação à administração dos bens comuns compete ao casal em sistema de


cogestão, e a dos particulares, ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto
antenupcial (arts. 1.670, 1.663 e 1.665).

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3.1.3. PARTICIPAÇÃO FINAL DE AQUESTOS:


De acordo com o referido regime, segundo o art. 1.672 do CC, cada cônjuge possui
patrimônio próprio, cabendo a cada cônjuge, à época, da dissolução da sociedade conjugal
metade dos bens adquiridos pelo casal a título oneroso na constância do casamento.

Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio,
consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal,
direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

Trata-se de um regime misto: aplicando-se o regime de separação total, durante o


casamento, e o regime de comunhão parcial após a sua dissolução.
O regime de participação final de aquestos nasce com pacto antenupcial, em que
cada cônjuge possui patrimônio próprio, com exclusiva administração de seu patrimônio
pessoal, composto pelo patrimônio que possuía antes de casar e o adquirido na constância
do casamento, podendo livremente dispor dos bens móveis e depende de autorização do
outro cônjuge para dispor dos bens imóveis, conforme a combinação dos art. 1.656 e art.
1.673, único:

Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-
se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por
ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá
livremente alienar, se forem móveis.

Cabe ressaltar, nos termos do caput do art. 1.656 do CC, que os cônjuges casados sob
o regime de participação final nos aquestos, podem convencionar, no pacto antenupcial, a
livre disposição também dos bens imóveis, ou seja, o cônjuge pode livremente praticar atos
de disposição sobre bens imóveis, como alienação, doação ou gravar de ônus reais, sem a
autorização do outro cônjuge.

021. (VUNESP/ NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJSP/2018) Tulio e Lívia possuem, respectivamente,


sessenta e cinquenta e quatro anos de idade e celebraram pacto antenupcial, no qual
adotaram o regime da participação final nos aquestos. Convencionaram, nesse pacto, a
dispensa da autorização conjugal para a livre disposição dos bens imóveis particulares. O
referido pacto antenupcial é

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a) anulável.
b) nulo.
c) ineficaz.
d) válido.

A questão deve ser respondida conforme o art. 1.656 do CC:

Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-
se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.

Letra d.

Após a dissolução da sociedade conjugal, serão apurados os bens de cada cônjuge, cabendo
a cada cônjuge a metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso na constância
do casamento. Na apuração dos aquestos com a dissolução da sociedade conjugal, alguns
bens são excluídos:

Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aquestos,
excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I – os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II – os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III – as dívidas relativas a esses bens.

3.1.4. SEPARAÇÃO DE BENS:


Admite suas variantes, a separação convencional de bens/absoluta (por pacto antenupcial),
e a separação legal/obrigatória, em virtude de imposição legal. O referido regime está
previsto no art. 1.687 do CC:

Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva
de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção
dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto
antenupcial.

No regime de separação de bens convencional/absoluta, cada cônjuge possui a plena


propriedade e gozo dos seus próprios bens, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real
livremente, sejam móveis ou imóveis. Cada cônjuge continua dono do que lhe pertencia e
se tornará proprietário exclusivo dos bens que vier a adquirir, recebendo, sozinho, as rendas
produzidas por esses bens.

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Existem hipóteses de casamento que a lei obriga que necessariamente seja aplicado o
regime de separação de bens (Separação Legal), chamado de separação obrigatória/legal,
previsto no art. 1.641 do CC:

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

As causas suspensivas estão previstas no art. 1.523 do CC, conforme estudamos. A


proibição de casamento de pessoas maiores de 70 (setenta) anos visa proteger o chamado
“golpe do baú”, ou seja, evitar que pessoas bem mais jovens se casem com pessoas mais
velhas somente com interesse material.
Já o suprimento judicial de consentimento acontece quando aquele que pretende
se casar possui mais de 16 e menos de 18 anos e um dos pais não autoriza o casamento.
Nesses casos, o juiz, em sentença judicial, analisará a questão e autorizará o matrimônio,
substituindo a autorização dos pais. Em relação àqueles que pretendem casar, mas contam
com menos de 16 anos, já não existe mais a possibilidade de realizar o ato, sendo a atualização
legislativa trazida pela Lei n. 13.811 de 2019, que alterou o artigo 1.520 do Código Civil,
deu-lhe nova redação, qual seja:

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade
núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.

022. (FGV/ NACIONAL UNIFICADO/OAB/III EXAME/2010) Mathias, solteiro e capaz, com 65


anos de idade, e Tânia, solteira e capaz, com 60 anos de idade, conheceram-se há um ano
e, agora, pretendem se casar.
A respeito da situação narrada, é correto afirmar que Mathias e Tânia
a) deverão, necessariamente, celebrar pacto antenupcial optando expressamente pelo
regime da separação de bens.
b) poderão casar-se pelo regime da comunhão parcial de bens, desde que obtenham
autorização judicial, mediante a prévia demonstração da inexistência de prejuízo para
terceiros.
c) poderão optar livremente dentre os regimes de bens previstos em lei, devendo celebrar
pacto antenupcial somente se escolherem regime diverso da comunhão parcial de bens.

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d) somente poderão se casar pelo regime da separação obrigatória de bens, por força de
lei e independentemente da celebração de pacto antenupcial.

Como se trata de casamento envolvendo pessoas idosas (maior de 60 anos de idade), sempre
se deve analisar a exigência, ou não, do regime de separação obrigatória de bens. Vejamos
como o Código Civil disciplina a matéria:
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

Como se percebe, o regime de separação de bens é obrigatório apenas àqueles que contam
com mais de 70 anos de idade, o que não é o caso da narrativa (Mathias possui 65 anos
e Tânia 60 anos). Dessa forma, aplica-se a regra geral, que determina que não havendo
convenção (pacto antenupcial) ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens
entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial. Assim sendo, concluímos que está correta
a alternativa de letra C.
Letra c.

3.2. OUTORGA CONJUGAL


A outorga conjugal está tratada no CC entre os arts. 1.647 a 1.650 do CC e pode ser de
2 tipos: outorga uxória (da mulher) e outorga marital (do marido).
A outorga conjugal é uma hipótese de legitimação, ou seja, de capacidade especial para
determinado ato ou negócio. Está, portanto, no plano da validade do negócio jurídico. O
art. 1.647 dispõe sobre os atos que exigem outorga:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura
meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.

A outorga conjugal é dispensável no regime da separação absoluta. Segundo o


entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência, o regime de separação absoluta
é somente a separação convencional (por pacto antenupcial).
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A separação legal não seria uma separação absoluta, pois se aplica para a separação
legal a súmula 377 do STF.

Súmula 377, STF – No regime de separação legal de bens, comunicam-se os bens


adquiridos na constância do casamento (pelo esforço comum).

Então, segundo entendimento majoritário, na separação legal NÃO HÁ separação absoluta.


Portanto, imagine aquele senhor com 75 anos que se casou com a moça de 18 anos, casaram-
se pelo regime de separação legal de bens. Na constância do casamento, o senhor comprou
um apartamento, vai precisar de autorização da moça de 18 anos para vender o referido
apartamento. Por outro lado, se o senhor já possuía uma casa antes de se casar com a moça
de 18 anos, não vai precisar da autorização da moça para vender a referida casa.

023. (FGV/NACIONAL UNIFICADO/OAB/XV EXAME/2014) Augusto, viúvo, pai de Gustavo e


Fernanda, conheceu Rita e com ela manteve, por dez anos, um relacionamento amoroso
contínuo, público, duradouro e com objetivo de constituir família. Nesse período, Augusto
não se preocupou em fazer o inventário dos bens adquiridos quando casado e em realizar
a partilha entre os herdeiros Gustavo e Fernanda. Em meados de setembro do corrente
ano, Augusto resolveu romper o relacionamento com Rita.
Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta.
a) A ausência de partilha dos bens de Augusto com seus herdeiros Gustavo e Fernanda
caracteriza causa suspensiva do casamento, o que obsta o reconhecimento da união estável
entre Rita e Augusto.
b) Sendo reconhecida a união estável entre Augusto e Rita, aplicar-se-ão à relação patrimonial
as regras do regime de comunhão universal de bens, salvo se houver contrato dispondo de
forma diversa.
c) Em razão do fim do relacionamento amoroso, Rita poderá pleitear alimentos em desfavor
de Augusto, devendo, para tanto, comprovar o binômio necessidade-possibilidade
d) As dívidas contraídas por Augusto, na constância do relacionamento com Rita, em proveito
da entidade familiar, serão suportadas por Rita de forma subsidiária.

a) Errada. Em verdade, a simples ausência de partilha de bens não impede a caracterização


da união estável. No caso narrado, Augusto e Rita constituíram família, de modo a se
configurar o instituto da união estável. Ocorre que havendo reconhecimento da união

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estável, quanto a possível divisão de bens, será aplicado o regime de separação obrigatória
de bens, conforme art. 1.641, II do CC.

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.344, de 2010)
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

b) Errada. Conforme exposto na alternativa “A”, havendo o reconhecimento da união estável


entre ambos, será aplicado o regime de separação obrigatória de bens, conforme art. 1.641,
II do CC.
c) Certa. De fato. Nos termos do art. 1.694 do Código Civil de 2002, podem os parentes, os
cônjuges ou ao companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para
viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades
de sua educação. Tais alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada (binômio necessidade-possibilidade).
d) Errada. Nos termos do Art. 1.643, CC. Podem os cônjuges, independentemente de
autorização um do outro:

I – comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; II – obter, por empréstimo,
as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir;

E também Art, CC. 1.644.

As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os


cônjuges, quanto às dívidas contraídas em proveito da família, os cônjuges responderão de
forma solidária.

Letra c.

024. (FGV/NACIONAL UNIFICADO/OAB/XXX EXAME/2019) Arnaldo, publicitário, é casado com


Silvana, advogada, sob o regime de comunhão parcial de bens. Silvana sempre considerou
diversificar sua atividade profissional e pensa em se tornar sócia de uma sociedade empresária
do ramo de tecnologia. Para realizar esse investimento, pretende vender um apartamento
adquirido antes de seu casamento com Arnaldo; este, mais conservador na área negocial,
não concorda com a venda do bem para empreender.
Sobre a situação descrita, assinale a afirmativa correta.
a) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, pois destina-
se ao incremento da renda familiar.
b) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária, por conta do regime
da comunhão parcial de bens.

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c) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, pois se trata
de bem particular.
d) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária e decorre do casamento,
independentemente do regime de bens.

a) Errada. No regime da comunhão parcial, a autorização do cônjuge é necessária ainda que


o imóvel a ser alienado constitua bem particular, embora possa ser dispensada, em pacto
antenupcial, no regime de participação final nos aquestos (art. 1.656, CC). Nesse sentido,
é a previsão dos arts. 1.642, I, c.c. 1.647, I, CC:

Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I – praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua
profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647; [...]
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

b) Certa. Com efeito, a anuência é necessária por força do art. 1.647, I, CC, acima citado.
Ressalta-se, por oportuno, que a hipótese do enunciado não se encaixa na previsão do art.
978 do CC, que possibilita ao empresário casado, qualquer que seja o regime de bens e sem
necessidade de outorga conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa
ou gravá-los de ônus real, haja vista que se trata de bem particular de Silvana. Portanto,
se por acaso o bem já integrasse o patrimônio empresarial afetado, não seria necessária
a autorização.
c) Errada. Ainda que se trate de bem particular, faz-se necessária a outorga conjugal (art.
1.647, I, CC).
d) Errada. A outorga conjugal é dispensada no regime da separação absoluta (art. 1.647,
caput, CC), bem como pode ser afastada, por pacto antenupcial, no regime de participação
final nos aquestos, quando se tratar, nesse último caso, de bens imóveis particulares (art.
1.656, CC).
Letra b.

O que acontece se não for concedida a outorga conjugal?

O juiz pode suprir a outorga, no caso de ausência de justa causa na negativa da vênia,
conforme art. 1.648 do CC:

Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos
cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.

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A falta da outorga, pelo CC, gera a anulabilidade do ato, desde que proposta a ação
anulatória no prazo decadencial de 2 anos, depois de terminada a sociedade conjugal,
conforme art. 1.649 do CC:

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
Anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois
de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou
particular, autenticado.

025. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/XXVIII EXAME/2019) Mônica, casada pelo regime da


comunhão total de bens, descobre que seu marido, Geraldo, alienou um imóvel pertencente
ao patrimônio comum do casal, sem a devida vênia conjugal. A descoberta agrava a crise
conjugal entre ambos e acaba conduzindo ao divórcio do casal.
Tempos depois, Mônica ajuíza ação em face de seu ex-marido, objetivando a invalidação
da alienação do imóvel.
Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) O juiz pode conhecer de ofício do vício decorrente do fato de Mônica não ter anuído com
a alienação do bem.
b) O fato de Mônica não ter anuído com a alienação do bem representa um vício que
convalesce com o decurso do tempo.
c) O vício decorrente da ausência de vênia conjugal não pode ser sanado pela posterior
confirmação do ato por Mônica.
d) Para que a pretensão de Mônica seja acolhida, ela deveria ter observado o prazo prescricional
de dois anos, a contar da data do divórcio.

O art. 1.647, I, prescreve que nenhum dos cônjuges, exceto no regime de separação absoluta,
poderá alienar ou gravar de ônus real bens imóveis sem que haja autorização do outro, verbis:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura
meação.

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Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.

Logo, tendo em vista que Mônica e Geraldo eram casados sob o regime da comunhão
total de bens, impunha-se a autorização daquela na alienação do imóvel. É de se destacar,
por oportuno, que a ausência de outorga conjugal poderá ser suprida pelo juiz, quando o
cônjuge não puder concedê-la ou venha a denegá-la de maneira injusta, como disposto no
art. 1.648, CC/2002:

Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos
cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.

Inexistindo suprimento judicial, a falta da outorga conjugal acarretará a anulação (e não


nulidade absoluta) do negócio jurídico, cuja ação deverá ser proposta no prazo decadencial
de 2 (dois) anos pelo cônjuge preterido ou por seus herdeiros (legítimos interessados),
segundo o quanto preconizam os arts. 1.649 e 1.650, ambos do CC/2002:

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois
de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou
particular, autenticado.
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento,
ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la,
ou por seus herdeiros.

Letra b.

Em relação à fiança, não pode ser esquecida as disposições da Súmula 332/STJ:

Súmula 332, do STJ – A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica
a ineficácia total da garantia.

Cabe relembrar, nos termos do caput do art. 1.656 do CC, que os cônjuges casados sob
o regime de participação final nos aquestos, podem convencionar, no pacto antenupcial,
a livre disposição também dos bens imóveis, ou seja, o cônjuge pode livremente praticar
atos de disposição sobre bens imóveis, como alienação, doação ou gravar de ônus reais,
sem a autorização do outro cônjuge. Ou seja, precisa existir previsão expressa no pacto
antenupcial.

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026. (FGV/NACIONAL UNIFICADO/OAB/X EXAME/2013) Amélia e Alberto são casados pelo


regime de comunhão parcial de bens. Alfredo, amigo de Alberto, pede que ele seja seu fiador
na compra de um imóvel.
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A garantia acessória poderá ser prestada exclusivamente por Alberto.
b) A outorga de Amélia se fará indispensável, independente do regime de bens.
c) A fiança, se prestada por Alberto sem o consentimento de Amélia, será anulável.
d) A anulação do aval somente poderá ser pleiteada por Amélia durante o período em que
estiver casada.

A questão deve ser resolvida conforme as disposições da Súmula 332 do STJ em conjunto
com o art. 1.647 do CC. Assim, a Súmula 332 do STJ diz: A fiança prestada sem autorização
de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. A outorga conjugal é uma hipótese
de legitimação, ou seja, de capacidade especial para determinado ato ou negócio. Está,
portanto, no plano da validade do negócio jurídico. O art. 1.647 dispõe sobre os atos que
exigem outorga:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura
meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.

A outorga conjugal é dispensável no regime da separação absoluta. Segundo o entendimento


majoritário da doutrina e da jurisprudência, o regime de separação absoluta é somente
a separação convencional (por pacto antenupcial). Assim, como Amélia e Alberto são
casados pelo regime de comunhão parcial de bens, A fiança, se prestada por Alberto sem
o consentimento de Amélia, será anulável.
Letra c.

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4. UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO


União Estável trata-se da união de duas pessoas (não precisa mais ser só homem e
mulher) com convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de
constituição de família. A sua previsão está no art. 1.723 do CC:

Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família.

A convivência pública é a convivência notória, conhecida, não havendo necessidade de


qualquer ato formal, a união deve ser contínua e duradoura, não há necessidade de um
prazo mínimo dessa união, bem como não há necessidade de prole comum.
Segundo o art. 1.723, § 1º, do CC, a pessoa casada e separada (de fato, judicialmente
ou extrajudicialmente) pode constituir união estável. Conforme o art. 1.723, § 1º do CC,
a união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se
aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato
ou judicialmente.
Ademais, as causas suspensivas do casamento não impedem a caracterização da
união estável.

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Art. 1.723, §2º, CC – As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da
união estável.

Em relação aos efeitos patrimoniais, aplicam-se à união estável as disposições do regime


de comunhão de parcial de bens, conforme art. 1.725 do CC:

Art. 1.725, CC – Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.

Quanto aos efeitos da sucessão do companheiro, são tratados no art. 1.790 do CC, em
que o companheiro era tratado com grande desvantagem. Sobre o referido artigo, o STF
manifestou-se no Recurso Extraordinário n. 878.694, sobre a inconstitucionalidade do
referido artigo. Nesse sentido, a partir de então, aplicam-se, para sucessão do companheiro,
as mesmas disposições da sucessão legítima, previstas no art. 1.829 do CC, equiparando o
companheiro aos cônjuges devidamente casados. Em relação à conversão da união estável
em casamento, as disposições estão previstas no art. 1.726 do CC:

Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros
ao juiz e assento no Registro Civil.

O artigo em questão exige uma ação judicial proposta pelos companheiros para a conversão,
desobedecendo às previsões da Constituição de 1988, não facilitando a conversão da união
estável em casamento. Por isso, os Códigos de Normas Extrajudiciais das Corregedorias dos
Tribunais de Justiça Estaduais dispensam a ação judicial, convertendo administrativamente
no Cartório a união estável em casamento. Cabe ressaltar que, caso os companheiros queiram
a conversão com data retroativa, precisam necessariamente recorrer ao poder judiciário.

027. (FGV/NACIONAL UNIFICADO/OAB/V EXAME/2011) Em relação à união estável, assinale


a alternativa correta.
a) Para que fique caracterizada a união estável, é necessário, entre outros requisitos, tempo
de convivência mínima de cinco anos, desde que durante esse período a convivência tenha
sido pública e duradoura.
b) Quem estiver separado apenas de fato não pode constituir união estável, sendo necessária,
antes, a dissolução do anterior vínculo conjugal; nesse caso, haverá simples concubinato.
c) Não há presunção legal de paternidade no caso de filho nascido na constância da união
estável.
d) O contrato de união estável é solene, rigorosamente formal e sempre público.

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a) Errada. Segundo o Código Civil atual, é reconhecida como entidade familiar a união estável
entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família (art. 1.723).
Como se percebe, o conceito legal do instituto não impõe lapso temporal mínimo para a
configuração da união estável. Ademais, a doutrina é unânime nesse sentido (“a lei não
exige prazo mínimo para a sua constituição, devendo ser analisadas as circunstâncias do
caso concreto” – (TARTUCE, Flávio, Manual de Direito Civil, Método. p. 1.090).
b) Errada. Cônjuges separados (de fato ou judicialmente) podem constituir união estável.
c) Certa. Em que pese a doutrina majoritária ensinar que a presunção de filiação, de
paternidade e de maternidade aplica-se à união estável, a assertiva impõe subsunção do
enunciado ao Código Civil (presunção legal), o que, embora seja passível de críticas, não
está errado. Vejamos o dispositivo do Código Civil de 2002 que trata da matéria:

Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:


I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de
concepção artificial homóloga;
V – havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.

Logo, conclui-se que a Lei Civil enumera hipóteses de presunção de paternidade de filhos
concebidos na constância do casamento.
d) Errada. A união estável resulta de uma constatação fática de indivíduos que possuem
objetivos de constituir família. Assim, preenchidos os requisitos legais do art. 1.723,
configurada estará a união. O que se impõe é que, havendo interesse do regime patrimonial
ser diverso da comunhão parcial, deverão os companheiros pactuarem um contrato de
convivência, por meio de escritura pública ou instrumento particular registrado.
Letra c.

028. (CESPE/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJDFT/ 2019) Acerca dos novos arranjos familiares


e da separação judicial, assinale a opção correta à luz do entendimento dos tribunais
superiores e da doutrina.
a) Embora decorram da união homoafetiva todos os direitos e deveres que emanam da
união estável entre homem e mulher, essa união não é considerada uma entidade familiar.
b) É constitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros,
tal como o previsto no Código Civil.
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c) A emenda constitucional que suprimiu a necessidade de prazo para o divórcio e o sistema


bifásico incorreu na revogação tácita da legislação infraconstitucional que versa sobre a
separação judicial.
d) É juridicamente impossível que uma pessoa tenha dois pais, um biológico e outro
socioafetivo, e receba de ambos os direitos relacionados a essa filiação.
e) A família eudemonista resulta do arranjo familiar que busque a felicidade individual com
o propósito de emancipação de seus membros.

a) Errada. Na alternativa “A”, O art. 226, § 3º da CF/88 reconhece a união estável entre o
homem e a mulher como entidade familiar.
b) Errada. Na alternativa “B”, o STF equiparou o companheiro ao cônjuge, declarando a
inconstitucionalidade da distinção feita entre ambos pelo Código Civil atual na sucessão.
Entendeu pela aplicação da regra de sucessão do artigo 1.829 do CC ao companheiro, com
a declaração de inconstitucionalidade do artigo 1.790 do CC. A tese fixada para fins de
repercussão geral ocorreu no RE 878.694/MG.
c) Errada. Na alternativa “C”, a Emenda à Constituição n. 66/2010 não revogou os artigos
do Código Civil que tratam da separação judicial.
d) Errada. Na alternativa “D”, STF no julgamento do RExt. n. 898.060/SC, O STF admite a
possibilidade do reconhecimento de dupla paternidade quando, embora existente paternidade
socioafetiva, o filho deseja o reconhecimento da paternidade biológica, decorrendo daí
todos os efeitos jurídicos, inclusive sucessórios
e) Certa. Na alternativa”E”, o STJ, no REsp 1008398/SP, reconheceu a família eudemonista
como um arranjo familiar que busque a felicidade individual com o propósito de emancipação
de seus membros.
Letra e.

Concubinato são relações não eventuais entre pessoas impedidas de se casar, que não
se confunde com a união estável, famoso amante conforme art. 1.727 do CC:

Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem
concubinato.

Em regra, os concubinos não têm direito patrimonial, sendo que excepcionalmente,


terá direito aos bens adquiridos pelo esforço comum e desde que provado seu esforço, nos
termos da Súmula 380 do STF:

Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua


dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.

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dúvidas lá no fórum. Estou esperando você lá no Fórum! Estudaaaaa!!!!

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RESUMO
Nesta aula, você deve fixar os seguintes pontos:
DIREITO DE FAMÍLIA: constitui um ramo do direito civil que regula das relações entre
pessoas unidas pelo casamento, pela união estável ou pelo parentesco, assim como os
institutos complementares da tutela e curatela, que embora não venham de relação de
parentesco, possuem conexão com as relações familiares.
CASAMENTO: é a união solene, formal, entre pessoas humanas com a intenção de
constituir família, com base na igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges.

HABILITAÇÃO: é um processo que tem a finalidade de comprovar se os nubentes (cônjuges)


preenchem os requisitos legais para o casamento civil, realizado a partir de documentos
apresentados pelos nubentes.
IMPEDIMENTOS: consiste na falta de requisitos exigidos pela lei para que o casamento
seja válido e regular. Os impedimentos têm como objetivo impedir uniões que possam
contrariar a ordem pública, resultantes de atos que não possam ser convalidados, ou seja,
o casamento será obrigatoriamente nulo.

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Tipo de Impedimento Situação


Consanguinidade:
• Os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesco natural ou civil;
• Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais
colaterais, até o terceiro grau inclusive;

Afinidade:
Parentesco
• Os afins em linha reta (Avós, pais e filhos, netos,
bisnetos, ou seja, aplica-se somente em linha reta);

Adoção:
• O adotante com quem foi cônjuge do adotado e
o adotado com quem o foi do adotante;
• O adotado com o filho do adotante;
Casamento anterior • As pessoas casadas
• O cônjuge sobrevivente com o condenado por
Crime homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte (exige condenação)

CAUSAS SUSPENSIVAS: são circunstâncias ou situações que podem suspender a realização


do casamento, se arguidas tempestivamente.

Causa Suspensiva Situação


O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge
falecido, enquanto não fizer inventário dos bens
do casal e der partilha aos herdeiros;
Evitar confusão de patrimônios
O divorciado, enquanto não houver sido
homologada ou decidida a partilha dos bens do
casal;
A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez
por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses
Evitar confusão de sangue
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da
sociedade conjugal.
O tutor ou o curador e os seus descendentes,
ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos,
Tutela e Curatela com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto
não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem
saldadas as respectivas contas.

CELEBRAÇÃO, PROVA E EFEITOS DO CASAMENTO:


a) A celebração do casamento sem o atendimento das formalidades exigidas torna
o CASAMENTO INEXISTENTE, salvo em caso de dispensa excepcionais, como no caso
nuncupativo e na conversão da união estável em casamento.

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b) A celebração exige como requisito imprescindível a presença de pelo menos 2 (DUAS)


TESTEMUNHAS, parentes ou não dos nubentes. O número de testemunhas será aumentado
para 4 (Quatro) no caso de celebração realizada em edifício particular ou no caso de algum
dos contraentes não souber ou não puder escrever, podendo inclusive ser parentes dos
contraentes.
c) O momento de realização do casamento ocorre quando os cônjuges manifestam,
perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados
(art. 1.514 do CC). Ou seja, somente a declaração dos contraentes não é suficiente.
d) A prova de casamento celebrado no Brasil é a Certidão Do Registro Civil Do Casamento
(art. 1.543 do CC).
e) A POSSE DO ESTADO DE CASADO é uma prova de exceção do casamento, podendo
ser invocada quando os cônjuges não puderem manifestar sua vontade, ou tenham falecido,
para sanar qualquer falha no registro de casamento, para beneficiar os filhos comuns do
casal ou quando o casamento for impugnado, havendo provas dúbias quando à existência
do casamento, julgar-se-á pelo casamento.
f) Os principais efeitos e deveres do casamento são os seguintes:

Efeitos (CF, art. 226, CC, art. 1.565, 1.566, art. 1.639, § 1º) Deveres (CC, art. 1.566 1.568)
A constituição da família Fidelidade
Os cônjuges se tornam consortes, companheiros e responsáveis Vida em comum (coabitação), no
pelos encargos da família. domicílio conjugal
A imposição de deveres aos cônjuges, a partir da celebração Mútua assistência
A imediata vigência, na data da celebração (CC, art. 1.639, § 1º),
do regime de bens, que só pode ser alterado mediante autorização Sustento, guarda e educação dos filhos
judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges.
Respeito e consideração mútuos
Os cônjuges são obrigados a concorrer,
na proporção de seus bens e dos
rendimentos do trabalho, para o
sustento da família e a educação dos
filhos, qualquer que seja o regime
patrimonial.
TIPOS DE CASAMENTO:

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INEXISTÊNCIA E INVALIDADE DO CASAMENTO:

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EXTINÇÃO DO CASAMENTO:

REGIME DE BENS DE CASAMENTO: refere-se ao estudo das regras patrimoniais ao


casamento e à união estável.
MODALIDADES DE REGIME DE BENS DE CASAMENTO:

COMUNHÃO PARCIAL DE BENS: esse regime terá validade e eficácia no caso de silêncio
entre as partes, ou se o pacto antenupcial for nulo (Ex. pacto antenupcial não foi feito

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por meio de escritura pública) ou ineficaz. Nos termos do art. 1.640 do CC, esse regime é
legal de bens.
• O referido regime de bem tem como característica:
• a separação quanto aos bens que cada cônjuge possuía antes do casamento;
• e a comunhão quanto ao futuro, ou seja, quanto aos bens adquiridos na constância
do casamento, formando três tipos de bens: os do marido, os da mulher e os comuns.

BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO BENS QUE ENTRAM NA COMUNHÃO


Os bens adquiridos na constância do casamento
Bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior
por título oneroso, ainda que só em nome de um
ao casamento.
dos cônjuges
Bens que cada cônjuge possuir ao casar e os sub- Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem
rogados em seu lugar o concurso de trabalho ou despesa anterior
Bens adquiridos por doação ou sucessão e os sub- Os bens adquiridos por doação, herança ou legado,
rogados em seu lugar em favor de ambos os cônjuges
Bens adquiridos com valores exclusivamente
pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge
dos bens particulares
Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares
de cada cônjuge, percebidos na constância do
As obrigações anteriores ao casamento
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a
comunhão
As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo
reversão em proveito do casal
Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de
profissão
Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge
As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas
semelhantes

COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS: esse regime de bens, conforme art. 1.667 do CC prevê
a comunicação de todos os bens, atuais e futuros, dos cônjuges, mesmo que adquiridos
em nome apenas um, assim como as dívidas posteriores ao casamento. Deve ser instituído
por meio de pacto antenupcial. São excluídos da comunhão, conforme art. 1.668 do CC,
os seguintes bens:

BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO


Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar
Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição
suspensiva.

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BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO


As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem
em proveito comum
As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade
Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão.
Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge
As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS: de acordo com o referido regime, segundo o art.
1.672 do CC, cada cônjuge possui patrimônio próprio, cabendo a cada cônjuge, à época, da
dissolução da sociedade conjugal metade dos bens adquiridos pelo casal a título oneroso na
constância do casamento. Trata-se de um regime misto: aplicando-se o regime de separação
total, durante o casamento, e o regime de comunhão parcial após a sua dissolução.
SEPARAÇÃO DE BENS: admite suas variantes, a separação convencional de bens/ absoluta
(por pacto antenupcial), e a separação legal/obrigatória, em virtude de imposição legal.
No regime de separação de bens convencional/absoluta, cada cônjuge possui a plena
propriedade e gozo dos seus próprios bens, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real
livremente, sejam móveis ou imóveis. Cada cônjuge continua dono do que lhe pertencia e
se tornará proprietário exclusivo dos bens que vier a adquirir, recebendo, sozinho, as rendas
produzidas por esses bens.
Existem hipóteses de casamento que a lei obriga que necessariamente seja aplicado o
regime de separação de bens (Separação Legal), chamado de separação obrigatória/legal,
previsto no art. 1.641 do CC:

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial

OUTORGA CONJUGAL: está tratada no CC entre os arts. 1.647 a 1.650 do CC e pode ser
de 2 tipos: outorga uxória (da mulher) e outorga marital (do marido). Trata-se de autorização
cônjuge para atos de disposição de bens imóveis, no caso de alienação, doação e gravações
de direitos reais.
A outorga conjugal é dispensável no regime da separação absoluta. Segundo o
entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência, o regime de separação absoluta
é somente a separação convencional (por pacto antenupcial). A falta da outorga conjugal
torna o ato ANULÁVEL.

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UNIÃO ESTÁVEL: trata-se da união de duas pessoas (não precisa mais ser só homem
e mulher) com convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de
constituição de família.
CONCUBINATO: são relações não eventuais entre pessoas impedidas de se casar, que
não se confunde com a união estável, famoso amante.

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 18ª REGIÃO/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2023)


De acordo com o Código Civil, o casamento contraído por infringência de impedimento é
a) anulável, assim como o casamento do menor em idade núbil quando não autorizado por
seu representante legal.
b) anulável, diferentemente do casamento decorrente de vício da vontade, que é nulo de
pleno direito.
c) anulável, diferentemente do casamento do menor em idade núbil quando não autorizado
por seu representante legal, que é nulo de pleno direito.
d) nulo de pleno direito, diferentemente do casamento decorrente de vício da vontade,
que é meramente anulável.
e) nulo de pleno direito, assim como o casamento do menor em idade núbil quando não
autorizado por seu representante legal.

002. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE SC/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
É nulo o casamento da pessoa incapaz de consenti-lo.

003. (CEBRASPE/CESPE/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCE RJ/2023) No


que tange à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre os direitos da personalidade,
julgue o item a seguir.
É vedado o restabelecimento do nome de solteiro em decorrência de dissolução de vínculo
conjugal por morte.

004. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DA PARAÍBA/2022) Felipe e Paulo vivem em


união estável desde 2010 e não firmaram pacto de convivência. Em 2012, Paulo adquiriu
um veículo para facilitar sua locomoção ao trabalho. No ano de 2018, Felipe recebeu R$
200.000,00 de sua genitora a título de doação. Considerando que os dois são civilmente
capazes e têm menos de 70 anos, na situação hipotética de dissolução da união estável e
partilha de bens,
a) em ambos os casos, será necessário prova de esforço comum para a partilha de bens,
por se tratar de sociedade de fato.
b) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de prova de esforço
comum. E Paulo fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar de
numerário sujeito à comunhão no regime de bens aplicável à relação.

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c) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de prova de esforço
comum. Por outro lado, Paulo não fará jus à partilha do valor recebido a título de doação,
por se tratar de bem excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação.
d) Paulo terá direito à meação do valor recebido a título de doação sem a necessidade de
prova de esforço comum. Em contrapartida, Felipe não fará jus à partilha do veículo, o
qual foi adquirido para facilitar a locomoção de Paulo ao trabalho e, portanto, excluído da
comunhão no regime de bens aplicável à relação.
e) Paulo não fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar de bem
excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. Por sua vez, Felipe também
não fará jus à partilha do veículo, o qual foi adquirido para facilitar a locomoção de Paulo
ao trabalho e, portanto, excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação.

005. (COM. EXAM./MPE SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA (MPE SP)/2022/94º) João e Maria estão
casados há dez anos. Inexistiu união estável anterior entre eles. Não houve pacto antenupcial.
Estão ausentes as hipóteses de separação legal/obrigatória de bens. Ele adquiriu um imóvel
não residencial a título oneroso em 2010. Ele hoje pretende doar referido bem ao seu pai,
viúvo. João é filho único. Pode-se dizer que
a) a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato nulo.
b) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois se trata de bem particular
do João.
c) haveria diferente tratamento legal se João não fosse doar, mas sim hipotecar o bem.
d)a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato anulável.
e) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois o bem continuará dentro
da esfera familiar de João que será, mais adiante, o seu herdeiro.

006. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/XI EXAME/2013) A escritura pública, lavrada em


notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, notadamente no que tange ao fato
de o ato de declaração ter sido praticado na presença do tabelião e ter sido feita sua regular
anotação em assentos próprios, o que não importa na veracidade quanto ao conteúdo
declarado.
A respeito desse tema, assinale a afirmativa correta.
a) Aos cônjuges ou à entidade familiar é vedado destinar parte do seu patrimônio para
instituir bem de família por escritura pública, cuja forma legal exige testamento.
b) A escritura pública é essencial para a validade do pacto antenupcial, devendo ser declarado
nulo se não atender à forma exigida por lei.

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c) A partilha amigável entre herdeiros capazes será feita por termo nos autos do inventário
ou por escritura pública, não se admitindo escrito particular, ainda que homologado pelo
Juiz.
d) A doação será realizada por meio de escritura pública ou instrumento particular, não
tendo validade a doação verbal, tendo em vista ser expressamente vedada pela norma.

007. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–PA/2023) É anulável o casamento de


a) afins em linha reta.
b) menor em idade núbil.
c) afins em linha colateral.
d) adotado com o filho do adotante.
e) incapaz de manifestar, sem equívoco, o consentimento.

008. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA (MPE SC)/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
A decretação judicial de nulidade do casamento põe fim à sociedade conjugal.

009. (SUSTENTE/ESTAGIÁRIO/DPE PE/CURSO DE DIREITO/2023) Considerando o Direito de


Família, marque a alternativa INCORRETA.
a) A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será decretada por sentença,
da qual constará referência à causa que a determinou.
b) A sociedade conjugal termina: pela morte de um dos cônjuges, pela nulidade ou anulação
do casamento, pela separação judicial e pelo divórcio.
c) É anulável o casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges.
d) Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes,
companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
e) Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges
restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.

010. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE SC/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
É permitido que um homem se case com a própria filha desde que ela não seja sua filha
natural.

011. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/REMOÇÃO/2022) O homem e a mulher com


____________anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Assinale a alternativa que
preenche corretamente a lacuna do texto.
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a) (15) quinze anos.


b) (17) dezessete anos.
c) (16) dezesseis anos.
d) (14) quatorze anos.

012. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ–TO/REMOÇÃO/2022) O cônjuge necessitará do


consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo
quando casados sob o regime de:
a) Participação final nos aquestos.
b) Comunhão parcial de bens.
c) Comunhão universal de bens.
d) Separação absoluta de bens.

013. (QUADRIX/ANALISTA/CRC–PR/JURÍDICA/2022) No que se refere ao instituto do


casamento, julgue o item.
O casamento se realiza no momento em que os cônjuges manifestam, perante o juiz, a sua
vontade de estabelecer vínculo conjugal e o juiz os declara casados.

014. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:
O casamento de menores de 16 anos poderá ser autorizado judicialmente em caso de
gravidez.

015. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:
Estando presentes os pressupostos legais para o casamento nuncupativo, o nubente que
não estiver em iminente risco de vida poderá ser representado por procurador, nos termos
legais.

016. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:
Caso um dos nubentes recuse a solene afirmação da vontade na celebração do casamento,
esta será imediatamente suspensa, não podendo retornar no mesmo dia.

017. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:
A eficácia da habilitação para o casamento é de noventa dias a contar da data que foi
extraído o certificado.

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018. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/DIREITO CIVIL,


PROCESSUAL CIVIL E AGRÁRIO/2022) Após um desgastante divórcio, o ex-casal Rita e
Joaquim optam por não partilhar os bens da comunhão, de forma a evitar novos dissabores.
Passados 5 (cinco) anos do divórcio, Rita contrai matrimônio com João, sem que tenha sido
eleito regime de bens e apresentada oposição por terceiros.
Acerca do novo casamento, é correto afirmar que
a) é nulo, ante a ausência de partilha da comunhão anterior.
b) é anulável, ante a ausência de partilha da comunhão anterior.
c)é válido e o regime de bens será o da comunhão parcial.
d) é anulável, ante a ausência de concordância do cônjuge anterior.
e) é válido e o regime de bens será o da separação obrigatória.

019. (FGV/PROCURADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA/10º/2022) Actínio e Copernícia


casam-se em 2018. Meses depois, Actínio começa a desenvolver um relacionamento amoroso
com sua sogra, mãe de Copernícia, chamada Samária.
Em 2020, não aguentando mais esta situação, Actínio divorcia-se de Copernícia e passa a
viver publicamente com Samária, com quem vem a ter dois filhos.
Em 2022, Actínio, em seu leito de morte, declara que é seu desejo casar-se com Samária.
As partes, às pressas, chamam a enfermeira plantonista que celebra o casamento, na
presença de Samária e seus dois filhos. O termo é assinado pelos quatro presentes e pela
celebrante. Uma hora depois, Actínio falece.
Nesse caso, é possível reconhecer que havia, entre Actínio e Samária:
a) casamento nuncupativo;
b) união estável;
c) concubinato;
d) namoro qualificado;
e) casamento anulável.

020. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ–SC/2022) Brenda e Tício se apaixonaram e rapidamente


decidiram se casar. Poucos dias após o casamento, ele passou a demonstrar uma personalidade
completamente diferente, tendo atitudes violentas diariamente. Com dez dias de casamento,
Brenda, que está grávida de Tício, decidiu procurar informações sobre o passado do marido.
Descobriu que há muitos anos ele fora condenado por tentativa de homicídio, com sentença
transitada em julgado. Para a sua proteção e a de seu filho, mesmo sabendo que Tício não
aceitará, ela deseja reverter o estado civil de casada, pois a vida em comum com ele tornou-
se insuportável a partir da ciência de tal condenação.
Nesse caso, Brenda deve procurar um advogado e requerer, quanto ao casamento, a:

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a) separação judicial;
b) anulação;
c) declaração de nulidade;
d) separação administrativa;
e) declaração de inexistência.

021. (FEPESE/PROCURADOR MUNICIPAL/PREF CHAPECÓ/2022) Assinale a alternativa correta


de acordo com o Código Civil Brasileiro.
a) Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, presumem-se adquiridos durante o
casamento todos os bens que o casal possuir.
b) O pacto antenupcial de menor, mesmo na hipótese do regime de separação de bens, terá
a sua validade condicionada à aprovação do seu representante legal.
c) As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro,
ou a seus herdeiros.
d) Para ter validade, o pacto antenupcial deverá ter as assinaturas dos nubentes reconhecidas
em cartório e seguir o casamento.
e) No casamento de pessoas maiores de sessenta e cinco anos será obrigatória a adoção
do regime de separação total de bens.

022. (CPCV UERR/ANALISTA TÉCNICO JURÍDICO/UERR/2022) Acerca da disciplina aplicável


ao casamento segundo o Código Civil, assinale a opção correta.
a) O tutor não pode casar com a pessoa tutelada enquanto não cessar a tutela, ainda que
se prove a inexistência de prejuízo para a pessoa tutelada ou curatelada.
b) O casamento pode ser celebrado por procuração, desde que esta seja lavrada por
instrumento público e contenha poderes especiais.
c) O casamento de menor, que conte com quinze anos completos, pode ser celebrado
quando houver motivo plenamente justificável e autorização de ambos os pais ou dos
representantes legais.
d) O cônjuge sobrevivente não deve casar com o condenado por homicídio culposo praticado
contra o seu consorte.
e) Apesar de não aconselhável, inexiste vedação para a celebração do casamento entre o
adotante e a pessoa que foi cônjuge do adotado.

023. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 5ª REGIÃO/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2022)


Aqueles que pretendem se casar precisam atender vários requisitos legalmente estabelecidos;
por outro lado, também é a lei que define quais hipóteses em que pessoas não podem casar.
Apresenta hipóteses de impedimento legal:

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a) O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.
b) O cônjuge com o acusado pela prática de crime contra seu consorte.
c) Os incapazes de consentir ou de manifestar, de modo inequívoco, o consentimento.
d) O viúvo ou a viúva, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos
herdeiros.
e) O divorciado, enquanto não decidida a questão da partilha dos bens do casal.

024. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE AM/2023) Segundo a jurisprudência


do STJ, o regime legal de separação obrigatória de bens previsto para pessoa maior de 70
anos de idade.
a) aplica-se à união estável e, no caso de dissolução dessa união, a comunicação de bens
adquiridos pelos companheiros na constância da relação dependerá de comprovação de
esforço comum.
b) aplica-se à união estável e, no caso de dissolução dessa união, há presunção relativa de
que os bens adquiridos pelos companheiros na constância da união decorrem de esforço
comum.
c) não se aplica à união estável e, no caso de dissolução da união em que não tenha sido
firmado pacto de convivência, a comunicação de bens adquiridos pelos companheiros na
constância da relação dependerá da comprovação de esforço comum.
d) não se aplica à união estável e, no caso de dissolução da união em que não tenha sido
firmado pacto de convivência, há presunção absoluta de que os bens adquiridos na constância
da relação decorrem de esforço comum.
e) não se aplica à união estável e, no caso de dissolução da união em que não tenha sido
firmado pacto de convivência, há presunção relativa de que os bens adquiridos pelos
companheiros na constância da relação decorrem de esforço comum.

025. (SUSTENTE/ESTAGIÁRIO/DPE–PE/CURSO DE DIREITO/2023) Em consonância ao disposto


no Código Civil, considerando o Regime de Bens entre os Cônjuges, subtítulo, dos alimentos,
analise as afirmativas.
I – As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice
oficial regularmente estabelecido.
II – Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na
proporção de seus recursos.
III – Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
IV – O casamento, a união estável ou o concubinato do credor, não cessa o dever de prestar
alimentos.

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V – Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor, sendo
facultado ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ação se processe em
segredo de justiça.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III, IV e V.
b) I, II, III e V.
c) III, IV e V.
d) II, III e V.
e) I, II, III e IV.

026. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–SC/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
Casal de nubentes que pretenda adotar o regime de participação final nos aquestos poderá,
no pacto antenupcial, convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que sejam
particulares.

027. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ SC/2022) Jussara e Evandro casaram-se civilmente sob o


regime da comunhão parcial de bens. Na constância da união, o casal recebeu de herança
da mãe de Evandro uma casa de praia no Rio de Janeiro, Jussara comprou um automóvel,
Evandro ganhou um prêmio no sorteio do clube e Jussara recebeu em doação de suas
amigas um jet ski.
Caso ocorra o divórcio, será objeto de partilha somente:
a) a casa de praia, o automóvel e o prêmio do sorteio;
b) a casa de praia, o automóvel e o jet ski;
c) a casa de praia e o jet ski;
d) o automóvel e o prêmio do sorteio;
e) o automóvel.

028. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 23ª REGIÃO/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2022)


De acordo com o Código Civil, em pacto antenupcial que adotar o regime de participação
final nos aquestos,
a) poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
b) poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, tanto comuns quanto
particulares.
c) poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que comuns.
d) é vedada convenção que preveja a livre disposição dos bens imóveis particulares.
e) é reputada sem efeito convenção que preveja a livre disposição dos bens imóveis, tanto
comuns quanto particulares.

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029. (FGV/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE–TO/DIREITO/2022) Astolfo e Maria casaram-


se sob o regime da comunhão parcial de bens. Na constância do casamento, Astolfo ganhou
um barco em um sorteio no clube e recebeu um sítio de presente de seu pai; Maria recebeu
um apartamento por herança de sua mãe e comprou uma casa.
Na hipótese de divórcio, serão considerados bens comuns somente:
a) a casa;
b) o apartamento;
c) o barco e o sítio;
d) o barco e a casa;
e) o sítio, o apartamento e a casa.

030. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 14ª REGIÃO)/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2022) De


acordo com o Código Civil, é lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular,
quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. Segundo esse mesmo diploma, é necessária a
celebração de pacto antenupcial para a adoção
a) dos regimes da comunhão universal de bens e da separação de bens, quando não
obrigatória, sendo dispensável para a adoção dos regimes da comunhão parcial de bens e
da participação final nos aquestos.
b) de quaisquer dos regimes de bens previstos no Código Civil.
c) dos regimes da comunhão parcial ou universal de bens, bem como do regime da participação
final nos aquestos, sendo dispensável para a adoção do regime da separação de bens,
mesmo quando não for obrigatória.
d) dos regimes da comunhão parcial de bens, da participação final nos aquestos e da
separação de bens, quando não obrigatória, sendo dispensável para a adoção do regime
da comunhão universal de bens.
e) dos regimes da comunhão universal de bens, da participação final nos aquestos e da
separação de bens, quando não obrigatória, sendo dispensável para a adoção do regime
da comunhão parcial de bens.

031. (QUADRIX/CRO–RO/ADVOGADO/2022) De acordo com o Código Civil, incluem-se no


regime da comunhão parcial de bens
a) os bens sub-rogados no lugar dos que cada cônjuge já possuía ao casar, recebidos por
sucessão.
b) os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge.
c) as obrigações anteriores ao casamento.
d) as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge.
e) as pensões, os meios-soldos, os montepios e outras rendas semelhantes.

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032. (IAUPE/ADVOGADO/CM GOIANA/2022) João e Maria são casados sob o regime da


comunhão parcial de bens. Recentemente, Maria ganhou um prêmio de R$ 1.000.0000,00
(um milhão de reais) na loteria e foi instada por João a fazer despesas com as melhorias
do imóvel onde os dois habitam atualmente. Maria, por sua vez, recusou-se a fazer tais
despesas sob o argumento de que o prêmio da loteria consistiria em bem particular, cabendo
somente a ela decidir sobre a conveniência da utilização para tais fins. Mas, no intuito de não
desprezar totalmente a opinião do seu esposo, Maria sugere a venda de uma tela pintada
por um artista famoso e que se encontraria na parede da sala de jantar e que teria sido um
presente de casamento dado por sua sogra. Insatisfeito, João busca um advogado a fim
de obter esclarecimentos sobre estas questões patrimoniais.
Sobre isso, é CORRETO afirmar que
a) o prêmio da loteria obtido por Maria entra na comunhão patrimonial. Assim, havendo
dissolução do casamento, João terá direito de requerer a partilha deste bem.
b) o quadro pintado pelo famoso artista não deve ser considerado bem comum, pois os
bens herdados e doados não entram na comunhão.
c) o prêmio da loteria só deve ser considerado bem comum se restar comprovado que João
contribuiu para o pagamento da aposta. Se Maria pagou a aposta com recursos exclusivos,
o prêmio pertencerá apenas a ela.
d) o quadro de autoria do afamado pintor só poderá ser reputado de bem comum do casal
se houver contrato de doação celebrado por escritura pública.
e) o prêmio da loteria deve ser excluído da comunhão por ter natureza jurídica de pensão,
montepio, meio-soldo e outras rendas semelhantes.

033. (FADESP/FISCAL DE RECEITAS ESTADUAIS/SEFA PA/2022) Quando Olga casou-se com


seu colega de faculdade de engenharia civil, Pedro, em 1999, ele já era pai de Ingrid e Natália,
nascidas do relacionamento com sua falecida namorada. O casal não teve filhos, mas as
crianças, com quatro e dois anos de idade por ocasião do enlace, passaram a chamar Olga
de mãe e o vínculo socioafetivo de filiação -maternidade estabeleceu-se naturalmente
com a convivência, de sorte que no registro de ambas constam os nomes da mãe biológica
e de Olga como suas genitoras ao lado do nome do genitor. Considerando-se que Olga e
Pedro casaram-se no regime de comunhão universal de bens, que ele faleceu vitimado
pela covid-19 no início deste ano e que Olga, Ingrid e Natália são as únicas familiares que
o sobreviveram,
a) defere-se a integralidade do patrimônio de Pedro às suas filhas.
b) além da meação decorrente do regime de bens do casamento com Pedro, Olga recebe
um terço da herança deixada por ele, assim como Ingrid e Natália.
c) Olga recebe sua meação em decorrência do regime de bens adotado ao casar com Pedro,
enquanto suas filhas herdam por cabeça a meação de Pedro, incidindo concorrência entre
ela e as filhas, se houver bens de Pedro excluídos da comunhão.
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d) não cabe a reserva legal de um quarto da herança à Olga, considerando-se que ela não
é ascendente das filhas de Pedro.
e) em razão do regime da comunhão universal de bens que regia seu casamento com Pedro,
Olga tem assegurado o direito real de habitação sobre a residência da família.

034. (FGV/ESTAGIÁRIO/MPE–BA/DIREITO/2022) Celso e Maria se casaram pelo regime da


comunhão parcial de bens. Na constância do casamento, Celso herdou um apartamento e
comprou um sítio, enquanto Maria recebeu de doação uma fazenda e ganhou um prêmio
de loteria.
Com base nessas informações, em caso de divórcio, devem ser partilhados:
a) o sítio e a fazenda;
b) o apartamento e o prêmio de loteria;
c) o apartamento e a fazenda;
d) o sítio e o apartamento;
e) o sítio e o prêmio de loteria

035. (FGV/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL/XVIII/2022) Sara e


Roberto se casaram sob o regime de comunhão parcial de bens. Antes do casamento, Roberto
adquiriu uma casa simples na cidade onde nasceu e Sara não tinha bens. Na constância
do casamento conseguiram, com muita dificuldade, comprar um sítio. Sara herdou de sua
mãe um automóvel antigo. Com o nascimento dos gêmeos, Sara e Roberto pensam em
alternativas para ajudar no sustento dos filhos e o estresse já consome o casal.
A partir disso, é correto afirmar que:
a) na hipótese de Sara e Roberto se divorciarem, o sítio e a casa simples deverão ser
partilhados;
b) Roberto necessitará da vênia conjugal de Sara se decidir alienar a casa que adquiriu
antes do casamento;
c) se Sara comprar mantimentos para o lar conjugal, ambos os cônjuges respondem por
essa dívida, mas não solidariamente;
d) por ter sido adquirido na constância do casamento, o automóvel é considerado herança
em favor de ambos os cônjuges.

036. (CEBRASPE/CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO TOCANTINS/2022) Murilo, de


setenta e um anos de idade, tem um relacionamento com Estefânia, de sessenta e quatro
anos de idade, que é sua vizinha há longos anos. Ambos são solteiros e Estefânia tem
uma filha, Laura, de um antigo relacionamento. Como Laura vai mudar de cidade, Murilo e
Estefânia decidiram se casar.
De acordo com as disposições do Código Civil, Murilo e Estefânia devem se casar

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a) preferencialmente pelo regime da separação de bens, tendo em vista a idade de Estefânia.


b) obrigatoriamente pelo regime da separação de bens, em razão da idade de Murilo.
c) obrigatoriamente pelo regime de comunhão parcial de bens, em razão da idade de Murilo.
d) preferencialmente pelo regime de comunhão parcial de bens, tendo em vista a idade de
Estefânia.
e) pelo regime de comunhão universal de bens, não sendo relevantes as idades dos futuros
cônjuges.

037. (COM. EXAM./MPE SP/ PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–SP/94º/2022) João e Maria estão


casados há dez anos. Inexistiu união estável anterior entre eles. Não houve pacto antenupcial.
Estão ausentes as hipóteses de separação legal/obrigatória de bens. Ele adquiriu um imóvel
não residencial a título oneroso em 2010. Ele hoje pretende doar referido bem ao seu pai,
viúvo. João é filho único. Pode-se dizer que
a) a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato nulo.
b) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois se trata de bem particular
do João.
c) haveria diferente tratamento legal se João não fosse doar, mas sim hipotecar o bem.
d) a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato anulável.
e) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois o bem continuará dentro
da esfera familiar de João que será, mais adiante, o seu herdeiro.

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GABARITO

1. d 35. b
2. E 36. b
3. E 37. d
4. c
5. d
6. b
7. e
8. C
9. a
10. E
11. c
12. d
13. C
14. E
15. C
16. C
17. C
18. e
19. c
20. c
21. c
22. b
23. a
24. a
25. b
26. C
27. a
28. a
29. d
30. e
31. d
32. a
33. c
34. e

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GABARITO COMENTADO

001. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 18ª REGIÃO/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2023)


De acordo com o Código Civil, o casamento contraído por infringência de impedimento é
a) anulável, assim como o casamento do menor em idade núbil quando não autorizado por
seu representante legal.
b) anulável, diferentemente do casamento decorrente de vício da vontade, que é nulo de
pleno direito.
c) anulável, diferentemente do casamento do menor em idade núbil quando não autorizado
por seu representante legal, que é nulo de pleno direito.
d) nulo de pleno direito, diferentemente do casamento decorrente de vício da vontade,
que é meramente anulável.
e) nulo de pleno direito, assim como o casamento do menor em idade núbil quando não
autorizado por seu representante legal.

a) Errada. De acordo com o Código Civil, é nulo, diferentemente do casamento do menor em


idade núbil quando não autorizado por seu representante legal, que é anulável. Examine:

Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: (...)


II – por infringência de impedimento.
Art. 1.550. É anulável o casamento: (...)
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

b) Errada. É nulo de pleno direito, bem como o casamento decorrente de vício da vontade
é anulável. Vejamos:

Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: (...)


II – por infringência de impedimento.
Art. 1.550. É anulável o casamento: (...)
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;

c) Errada. Veja o comentário da letra ‘’A’’.


d) Certa. A assertiva está de acordo com o Código Civil. Verifique os seguintes dispositivos:

Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: (...)


II – por infringência de impedimento.
Art. 1.550. É anulável o casamento: (...)
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;

e) Errada. Veja o comentário da letra ‘’A’’.


Letra d.
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002. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE SC/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
É nulo o casamento da pessoa incapaz de consenti-lo.

É anulável o casamento da pessoa incapaz de consenti-lo (art. 1.550, IV, Código Civil).

Art. 1.550. É anulável o casamento:


I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1º Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. (Redação dada
pela Lei n. 13.146, de 2015)
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio,
expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador. (Incluído pela
Lei n. 13.146, de 2015)

Errado.

003. (CEBRASPE/CESPE/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCE RJ/2023) No


que tange à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre os direitos da personalidade,
julgue o item a seguir.
É vedado o restabelecimento do nome de solteiro em decorrência de dissolução de vínculo
conjugal por morte.

Veja o teor do art. 1.571, § 2º, do CC, que dispõe acerca da possibilidade de manutenção
do nome de casado com o divórcio, do que se extrai a regra de restabelecimento do nome
de solteiro:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:


I – pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III – pela separação judicial;
IV – pelo divórcio.
§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-
se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.

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§ 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o
nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.

Errado.

004. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DA PARAÍBA/2022) Felipe e Paulo vivem em


união estável desde 2010 e não firmaram pacto de convivência. Em 2012, Paulo adquiriu
um veículo para facilitar sua locomoção ao trabalho. No ano de 2018, Felipe recebeu R$
200.000,00 de sua genitora a título de doação. Considerando que os dois são civilmente
capazes e têm menos de 70 anos, na situação hipotética de dissolução da união estável e
partilha de bens,
a) em ambos os casos, será necessário prova de esforço comum para a partilha de bens,
por se tratar de sociedade de fato.
b) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de prova de esforço
comum. E Paulo fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar de
numerário sujeito à comunhão no regime de bens aplicável à relação.
c) Felipe terá direito à meação do veículo adquirido sem a necessidade de prova de esforço
comum. Por outro lado, Paulo não fará jus à partilha do valor recebido a título de doação,
por se tratar de bem excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação.
d) Paulo terá direito à meação do valor recebido a título de doação sem a necessidade de
prova de esforço comum. Em contrapartida, Felipe não fará jus à partilha do veículo, o
qual foi adquirido para facilitar a locomoção de Paulo ao trabalho e, portanto, excluído da
comunhão no regime de bens aplicável à relação.
e) Paulo não fará jus à partilha do valor recebido a título de doação, por se tratar de bem
excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação. Por sua vez, Felipe também
não fará jus à partilha do veículo, o qual foi adquirido para facilitar a locomoção de Paulo
ao trabalho e, portanto, excluído da comunhão no regime de bens aplicável à relação.

a) Errada. Em eventual meação, apenas o veículo será objeto de partilha entre os ex-
companheiros, pois adquirido onerosamente na constância da união estável, havendo, in
casu, uma presunção de esforço comum para a aquisição do bem, consoante art. 1.660, I,
c.c. art. 1.725 do CC e art. 5º, caput, da Lei n. 9.278/1996:

Art. 1.660. Entram na comunhão:


I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
[…]

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Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 5º Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância
da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum,
passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária
em contrato escrito.
§ 1º Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial ocorrer com o produto
de bens adquiridos anteriormente ao início da união.
§ 2º A administração do patrimônio comum dos conviventes compete a ambos, salvo estipulação
contrária em contrato escrito.

Ademais, o reconhecimento da união estável independe da existência de pacto de


convivência, bastando, para sua caracterização a demonstração da convivência pública,
contínua e duradoura, a qual independe de coabitação, estabelecida com o objetivo de
constituição de família, sem a ocorrência dos impedimentos do art. 1.521 do CC/02, com
a exceção do inc. VI quanto à pessoa casada separada de fato ou judicialmente (REsp
n. 930.460/PR, Rel.: Min. Nancy Andrighi, Órgão Julgador: 3ª Turma, j. em 19.5.2011;
e AgRg no AREsp n. 649.786/GO, Rel.: Min. Marco Aurélio Bellizze, Órgão Julgador: 3ª
Turma, j. em 4.8.2015).

a) Errada. A primeira parte da assertiva está correta, como já expusemos no comentário


anterior. No entanto, em relação ao valor recebido em doação por Felipe, não há se falar
em meação, pois se trata de bem excluído da comunhão, conforme art. 1.659, I, CC:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

c) Certa. É o que se depreende do art. 5º, caput, Lei n. 9.278/1996 e dos arts. 1.659, I, 1.660,
I, 1.725 do CC:

Art. 5º Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância
da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum,
passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária
em contrato escrito.
§ 1º Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial ocorrer com o produto
de bens adquiridos anteriormente ao início da união.
§ 2º A administração do patrimônio comum dos conviventes compete a ambos, salvo estipulação
contrária em contrato escrito.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; […]

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Art. 1.660. Entram na comunhão:


I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
[…]
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.

Anota-se, por oportuno, que, segundo o STJ, na união estável de pessoa maior de 70
(setenta) anos (art. 1.641, II, CC), impõe-se o regime da separação obrigatória, sendo
possível a partilha de bens adquiridos na constância da relação, desde que comprovado
o esforço comum (EREsp n. 1.171.820/PR, Rel.: Min. Raul Araújo, Órgão Julgador: 2ª
Seção, j. em 21.9.2015).

d) Errada. O valor doado a Felipe constitui bem excluído da comunhão, de modo que Paulo
não será meeiro (art. 1.659, I, CC). Em relação ao automóvel, tratando-se de bem adquirido
onerosamente na constância da união estável será ele objeto de partilha (art. 1.660, I,
c.c. art. 1.725, CC). Sublinhe-se que caso a doação tivesse sido em benefício do casal, a
situação seria diferente, pois estaria incluído na comunhão, segundo o quanto disposto
no art. 1.660, III, CC:

Art. 1.660. Entram na comunhão:


[…]
III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;

e) Errada. Em relação ao automóvel, tratando-se de bem adquirido onerosamente na


constância da união estável será ele objeto de partilha (art. 1.660, I, c.c. art. 1.725, CC).
Ressalta-se que o fato de o automóvel ter sido adquirido com a finalidade de facilitar a
locomoção para o trabalho não o torna, por si só, instrumento laboral, o que o excluiria da
comunhão (art. 1.659, V, CC).
Letra c.

005. (COM. EXAM./MPE SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA (MPE SP)/2022/94º) João e Maria estão
casados há dez anos. Inexistiu união estável anterior entre eles. Não houve pacto antenupcial.
Estão ausentes as hipóteses de separação legal/obrigatória de bens. Ele adquiriu um imóvel
não residencial a título oneroso em 2010. Ele hoje pretende doar referido bem ao seu pai,
viúvo. João é filho único. Pode-se dizer que
a) a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato nulo.
b) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois se trata de bem particular
do João.

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c) haveria diferente tratamento legal se João não fosse doar, mas sim hipotecar o bem.
d)a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato anulável.
e) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois o bem continuará dentro
da esfera familiar de João que será, mais adiante, o seu herdeiro.

a) Errada. Cuida-se de hipótese de anulabilidade (nulidade relativa), ex vi do art. 1.649,


caput, do CC:

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois
de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou
particular, autenticado.

a) Errada. Ainda que se trate de bem particular, como é o caso, faz-se necessária a vênia
conjugal ou o suprimento judicial (art. 1.647, I, CC).
c) Errada. Segundo entendimento majoritário, o verbo “alienar”, empregado no art. 1.647,
I, do Código Civil, deve ser entendido em sentido amplo, abarcando, nesse sentido, a
constituição de hipoteca ou de outros ônus reais sobre imóveis.
d) Certa. É o que consta do art. 1.647, I, c.c. arts. 1.648 e 1.649, caput, do CC:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
[...]
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos
cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois
de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou
particular, autenticado.

e) Errada. Por expressa previsão legal, impõe-se, sob pena de anulabilidade, a vênia conjugal
ou o suprimento judicial (arts. 1.647, I, c.c. arts. 1.648 e 1.649, caput, do CC), ainda que se
trate de doação feita a ascendente.
Letra d.

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006. (FGV/NACIONAL UNIFICADO (OAB)/XI EXAME/2013) A escritura pública, lavrada em


notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, notadamente no que tange ao fato
de o ato de declaração ter sido praticado na presença do tabelião e ter sido feita sua regular
anotação em assentos próprios, o que não importa na veracidade quanto ao conteúdo
declarado.
A respeito desse tema, assinale a afirmativa correta.
a) Aos cônjuges ou à entidade familiar é vedado destinar parte do seu patrimônio para
instituir bem de família por escritura pública, cuja forma legal exige testamento.
b) A escritura pública é essencial para a validade do pacto antenupcial, devendo ser declarado
nulo se não atender à forma exigida por lei.
c) A partilha amigável entre herdeiros capazes será feita por termo nos autos do inventário
ou por escritura pública, não se admitindo escrito particular, ainda que homologado pelo
Juiz.
d) A doação será realizada por meio de escritura pública ou instrumento particular, não
tendo validade a doação verbal, tendo em vista ser expressamente vedada pela norma.

a) Errada. Nos termos do Art. 1.711 do CC/02. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar,
mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir
bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao
tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial
estabelecida em lei especial.
b) Certa. Pacto antenupcial é um contrato solene, realizado antes do casamento, por meio
do qual as partes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre elas desde a data
do matrimônio. Solene pois exige forma prescrita em lei (sob pena de nulidade). Vejamos:

Art. 1.653, CC. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se
não lhe seguir o casamento.

c) Errada. Partilha é a divisão do patrimônio líquida (resultante do inventário) entre os


sucessores do de cujus. Com a partilha, desaparece a figura do espólio, cessando a comunhão
hereditária. Prescreve o CC/02:

Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública,
termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.

Logo, nada obsta que, sendo os herdeiros capazes e não havendo litígio, a partilha seja feita
mediante instrumento particular homologado pelo juiz.

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d) Errada. Em regra, a doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.


Todavia, a doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor,
se lhe seguir incontinenti a tradição (art. 541, CC/02).
Letra b.

007. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–PA/2023) É anulável o casamento de


a) afins em linha reta.
b) menor em idade núbil.
c) afins em linha colateral.
d) adotado com o filho do adotante.
e) incapaz de manifestar, sem equívoco, o consentimento.

a) Errada. A assertiva abarca causa de impedimento ao casamento, nos termos do art.


1.521, II, do CC:

Art. 1.521. Não podem casar:


I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra
o seu consorte.

Trata-se de hipótese de casamento nulo.


a) Errada. A assertiva está incompleta, pois é anulável o casamento do menor em idade núbil,
quando não autorizado por seu representante legal, conforme prevê o art. 1.550, II, do CC:

Art. 1.550. É anulável o casamento:


II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

Lembrando que a idade núbil é dezesseis anos, exigindo-se autorização dos pais ou
representantes legais para o casamento do maior de dezesseis e menor de dezoito anos,
ou seja, enquanto não atingida a maioridade, nos termos do art. 1.517 do CC:

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único
do art. 1.631.

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c) Errada. Há impedimento ao casamento entre irmãos e demais colaterais até o terceiro


grau, nos termos do art. 1.521, IV, do CC:

Art. 1.521. Não podem casar:


IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;

d) Errada. A assertiva abarca causa de impedimento ao casamento, nos termos do art.


1.521, V, do CC:

Art. 1.521. Não podem casar:


V – o adotado com o filho do adotante.

Trata-se de hipótese de casamento nulo.


e) Certa. A assertiva tem fundamento no art. 1.550, IV, do CC:

Art. 1.550. É anulável o casamento:


I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.

Letra e.

008. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA (MPE SC)/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
A decretação judicial de nulidade do casamento põe fim à sociedade conjugal.

A nulidade do casamento é uma das hipóteses de extinção da sociedade conjugal, de


acordo com o art. 1.571, II do Código Civil. A nulidade do casamento só pode ser decretada
judicialmente em ação ordinária (Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil brasileiro [livro
eletrônico], vol. 6, 19ª ed., Saraiva, 2022, p. 57).

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:


I – pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III – pela separação judicial;
IV – pelo divórcio.
§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-
se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.

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§ 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o
nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.

Certo.

009. (SUSTENTE/ESTAGIÁRIO/DPE PE/CURSO DE DIREITO/2023) Considerando o Direito de


Família, marque a alternativa INCORRETA.
a) A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será decretada por sentença,
da qual constará referência à causa que a determinou.
b) A sociedade conjugal termina: pela morte de um dos cônjuges, pela nulidade ou anulação
do casamento, pela separação judicial e pelo divórcio.
c) É anulável o casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges.
d) Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes,
companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
e) Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges
restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.

a) Errada. Na realidade, a sentença não constará referência à causa que a determinou.


Vejamos:

Art. 1.580. (...)


§ 1º A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será decretada por sentença,
da qual não constará referência à causa que a determinou.

b) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:


I – pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III – pela separação judicial;
IV – pelo divórcio.

c) Certa. A assertiva está em harmonia com o Código Civil. Examine:

Art. 1.550. É anulável o casamento:


(...)
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

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d) Certa. A assertiva é cópia literal do seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes,
companheiros e responsáveis pelos encargos da família.

e) Certa. A assertiva está de acordo com o Código Civil. Verifique o seguinte dispositivo:

Art. 1.577. Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos
cônjuges restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.

Letra a.

010. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE SC/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
É permitido que um homem se case com a própria filha desde que ela não seja sua filha
natural.

Não é permitido que um homem se case com a própria filha, mesmo que ela não seja sua
filha natural (art. 1.521, I, Código Civil).

Art. 1.521. Não podem casar:


I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra
o seu consorte.

Errado.

011. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/REMOÇÃO/2022) O homem e a mulher com


____________anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Assinale a alternativa que
preenche corretamente a lacuna do texto.
a) (15) quinze anos.
b) (17) dezessete anos.
c) (16) dezesseis anos.
d) (14) quatorze anos.

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A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

Letra c.

012. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ–TO/REMOÇÃO/2022) O cônjuge necessitará do


consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo
quando casados sob o regime de:
a) Participação final nos aquestos.
b) Comunhão parcial de bens.
c) Comunhão universal de bens.
d) Separação absoluta de bens.

A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código de Processo Civil. Vejamos:

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.

Letra d.

013. (QUADRIX/ANALISTA/CRC–PR/JURÍDICA/2022) No que se refere ao instituto do


casamento, julgue o item.
O casamento se realiza no momento em que os cônjuges manifestam, perante o juiz, a sua
vontade de estabelecer vínculo conjugal e o juiz os declara casados.

É a disposição do art. 1.514 do Código Civil que estabelece, em relação ao momento da


realização do matrimônio, a necessidade de livre manifestação dos nubentes e da declaração
do celebrante:

Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante
o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.

Certo.

014. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:

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O casamento de menores de 16 anos poderá ser autorizado judicialmente em caso de


gravidez.

A Lei n. 13.811/2019 alterou o Código Civil para proibir, em qualquer hipótese, o casamento
de pessoa menor de 16 anos. Vejamos:

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.811, de 2019)
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

Errado.

015. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:
Estando presentes os pressupostos legais para o casamento nuncupativo, o nubente que
não estiver em iminente risco de vida poderá ser representado por procurador, nos termos
legais.

Previsto nos artigos 1.540 e 1.541 do CC, o casamento nuncupativo constitui uma segunda
exceção de dispensa das formalidades exigidas para o casamento. O casamento nuncupativo
dispensa o processo de habilitação e até mesmo a presença do celebrante. Assim, diante de
extrema urgência, os contraentes poderão celebrar o casamento, recebendo um ao outro,
por marido e mulher, desde que na presença de 6 (seis) testemunhas que não tenham
parentesco com os cônjuges em linha reta, ou colateral, até em segundo grau. Realizado
o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais
próxima, dentro em 10 (dez dias), pedindo que lhes tome por termo a declaração, quando
o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se
habilitado, decidindo em seguida. Nos termos do § 2º art. 1.542 do CC, o nubente que não
estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo
por meio de instrumento público com poderes específicos, ou seja, procuração pública com
poderes especiais:

Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com
poderes especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas,
celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da
revogação, responderá o mandante por perdas e danos.

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§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no
casamento nuncupativo

Certo.

016. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:
Caso um dos nubentes recuse a solene afirmação da vontade na celebração do casamento,
esta será imediatamente suspensa, não podendo retornar no mesmo dia.

A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
I – recusar a solene afirmação da sua vontade;
(...)
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à
suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.

Certo.

017. (IESES/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ TO/PROVIMENTO/2022/ADAPTADA) A respeito do


casamento, julgue a assertiva:
A eficácia da habilitação para o casamento é de noventa dias a contar da data que foi
extraído o certificado.

A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído
o certificado.

Certo.

018. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/DIREITO CIVIL,


PROCESSUAL CIVIL E AGRÁRIO/2022) Após um desgastante divórcio, o ex-casal Rita e
Joaquim optam por não partilhar os bens da comunhão, de forma a evitar novos dissabores.
Passados 5 (cinco) anos do divórcio, Rita contrai matrimônio com João, sem que tenha sido
eleito regime de bens e apresentada oposição por terceiros.

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Acerca do novo casamento, é correto afirmar que


a) é nulo, ante a ausência de partilha da comunhão anterior.
b) é anulável, ante a ausência de partilha da comunhão anterior.
c)é válido e o regime de bens será o da comunhão parcial.
d) é anulável, ante a ausência de concordância do cônjuge anterior.
e) é válido e o regime de bens será o da separação obrigatória.

De acordo com o magistério de Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro, volume 6:
direito de família. 14. ed. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva, 2017), as causas suspensivas são
determinadas circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do casamento,
se arguidas tempestivamente pelas pessoas legitimadas a fazê-lo, mas que não provocam,
quando infringidas, a sua nulidade ou anulabilidade. O casamento é apenas considerado
irregular, tornando, porém, obrigatório o regime da separação de bens (CC, art. 1.641, I),
como sanção imposta ao infrator.
Nesse sentido, dispõem os arts. 1.523 e 1.641, I, CC:

Art. 1.523. Não devem casar:


I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens
do casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos,
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem
saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada;
no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez,
na fluência do prazo.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;

Anota-se que a oposição das causas suspensivas deverá ser feita no prazo de 15 (quinze)
dias da publicação dos editais, para produzir o efeito de sustar a realização do casamento
(art. 1.527, CC). Se efetivada após esse prazo, não terá o condão de obstá-lo, embora
sujeite os cônjuges ao regime da separação dos bens e os imóveis destes à hipoteca legal,
na hipótese do inciso I do art. 1.523 do CC (Cf. GONÇALVES, Carlos Roberto. Op. Cit.).

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Voltando ao enunciado, temos que, diante da ausência de oposição das causas suspensivas
pelos legitimados (parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou
afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins, ex vi do
art. 1.524, CC), o casamento entre Rita e João será válido, mas submetido ao regime da
separação legal/obrigatória de bens (art. 1.641, I, CC).
Letra e.

019. (FGV/PROCURADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA/10º/2022) Actínio e Copernícia


casam-se em 2018. Meses depois, Actínio começa a desenvolver um relacionamento amoroso
com sua sogra, mãe de Copernícia, chamada Samária.
Em 2020, não aguentando mais esta situação, Actínio divorcia-se de Copernícia e passa a
viver publicamente com Samária, com quem vem a ter dois filhos.
Em 2022, Actínio, em seu leito de morte, declara que é seu desejo casar-se com Samária.
As partes, às pressas, chamam a enfermeira plantonista que celebra o casamento, na
presença de Samária e seus dois filhos. O termo é assinado pelos quatro presentes e pela
celebrante. Uma hora depois, Actínio falece.
Nesse caso, é possível reconhecer que havia, entre Actínio e Samária:
a) casamento nuncupativo;
b) união estável;
c) concubinato;
d) namoro qualificado;
e) casamento anulável.

A sogra é parente em primeiro grau em linha reta por afinidade do seu genro. Registra-se
que o parentesco por afinidade entre sogra e genro não se extingue com a dissolução do
casamento. Sendo assim, a sogra é impedida de casar com o genro. Não havendo que falar
em união estável. Vejamos:

Art. 1.521. Não podem casar:


(...)
II – os afins em linha reta;

TÍTULO III
DA UNIÃO ESTÁVEL

Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família.

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§ 1º A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se


aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou
judicialmente.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem
concubinato.

Letra c.

020. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ–SC/2022) Brenda e Tício se apaixonaram e rapidamente


decidiram se casar. Poucos dias após o casamento, ele passou a demonstrar uma personalidade
completamente diferente, tendo atitudes violentas diariamente. Com dez dias de casamento,
Brenda, que está grávida de Tício, decidiu procurar informações sobre o passado do marido.
Descobriu que há muitos anos ele fora condenado por tentativa de homicídio, com sentença
transitada em julgado. Para a sua proteção e a de seu filho, mesmo sabendo que Tício não
aceitará, ela deseja reverter o estado civil de casada, pois a vida em comum com ele tornou-
se insuportável a partir da ciência de tal condenação.
Nesse caso, Brenda deve procurar um advogado e requerer, quanto ao casamento, a:
a) separação judicial;
b) anulação;
c) declaração de nulidade;
d) separação administrativa;
e) declaração de inexistência.

O enunciado nos apresenta um caso em que caracterizada hipótese de casamento anulável


em razão de erro essencial sobre a pessoa (error in persona), cujo rol taxativo vem enumerado
no art. 1.557 do Código Civil:

Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos
nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a
vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize
deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em
risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;

Letra c.

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021. (FEPESE/PROCURADOR MUNICIPAL/PREF CHAPECÓ/2022) Assinale a alternativa correta


de acordo com o Código Civil Brasileiro.
a) Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, presumem-se adquiridos durante o
casamento todos os bens que o casal possuir.
b) O pacto antenupcial de menor, mesmo na hipótese do regime de separação de bens, terá
a sua validade condicionada à aprovação do seu representante legal.
c) As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro,
ou a seus herdeiros.
d) Para ter validade, o pacto antenupcial deverá ter as assinaturas dos nubentes reconhecidas
em cartório e seguir o casamento.
e) No casamento de pessoas maiores de sessenta e cinco anos será obrigatória a adoção
do regime de separação total de bens.

a) Errada. A comunicação dos bens depende do regime de bens adotado pelo casal. No
regime legal, ou seja, o regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens que
sobrevierem ao casal, na constância do casamento, excetuado os seguintes. Vejamos:

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal,
na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-
rogação dos bens particulares;
III – as obrigações anteriores ao casamento;
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância
do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Art. 1.674, CC. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos
aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I – os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;

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II – os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;


III – as dívidas relativas a esses bens.

a) Errada. A assertiva viola o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação
de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.

c) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao
outro, ou a seus herdeiros.

d) Errada. O pacto antenupcial é uma modalidade de escritura pública feita no tabelionato


de notas de forma que dispensa o reconhecimento de firma. Vejamos o dispositivo do
Código Civil que trata do tema:
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não
lhe seguir o casamento.

e) Errada. A assertiva viola o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:


Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.344, de 2010)
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

Letra c.

022. (CPCV UERR/ANALISTA TÉCNICO JURÍDICO/UERR/2022) Acerca da disciplina aplicável


ao casamento segundo o Código Civil, assinale a opção correta.
a) O tutor não pode casar com a pessoa tutelada enquanto não cessar a tutela, ainda que
se prove a inexistência de prejuízo para a pessoa tutelada ou curatelada.
b) O casamento pode ser celebrado por procuração, desde que esta seja lavrada por
instrumento público e contenha poderes especiais.
c) O casamento de menor, que conte com quinze anos completos, pode ser celebrado
quando houver motivo plenamente justificável e autorização de ambos os pais ou dos
representantes legais.
d) O cônjuge sobrevivente não deve casar com o condenado por homicídio culposo praticado
contra o seu consorte.
e) Apesar de não aconselhável, inexiste vedação para a celebração do casamento entre o
adotante e a pessoa que foi cônjuge do adotado.

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a) Errada. O tutor não pode casar com a pessoa tutelada enquanto não cessar a tutela,
salvo prova de inexistência de prejuízo para a pessoa tutelada ou curatelada. Examine:
Art. 1.523. Não devem casar: (...)
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos,
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem
saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada;
no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez,
na fluência do prazo.

b) Certa. Aplica-se ao caso, o artigo 1.542, caput, do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com
poderes especiais.

c) Errada. Pode ser celebrado o casamento de menor, que conte com dezesseis anos, desde
que ambos os pais ou os seus representantes legais autorizem. Vejamos:

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

d) Errada. O cônjuge sobrevivente não pode casar com o condenado por homicídio praticado
contra o seu consorte. Examine:

Art. 1.521. Não podem casar: (...)


VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra
o seu consorte.

e) Errada. Na verdade, é vedado a celebração do casamento entre o adotante e a pessoa


que foi cônjuge do adotado. Vejamos:

Art. 1.521. Não podem casar: (...)


III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

Letra b.

023. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 5ª REGIÃO/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2022)


Aqueles que pretendem se casar precisam atender vários requisitos legalmente estabelecidos;
por outro lado, também é a lei que define quais hipóteses em que pessoas não podem casar.
Apresenta hipóteses de impedimento legal:
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a) O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.
b) O cônjuge com o acusado pela prática de crime contra seu consorte.
c) Os incapazes de consentir ou de manifestar, de modo inequívoco, o consentimento.
d) O viúvo ou a viúva, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos
herdeiros.
e) O divorciado, enquanto não decidida a questão da partilha dos bens do casal.

a) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.521. Não podem casar: (...)


III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

a) Errada. Para ser causa de impedimento deve haver condenação por homicídio ou tentativa
de homicídio contra o seu consorte (não basta a acusação). Vejamos:

Art. 1.521. Não podem casar: (...)


VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra
o seu consorte.

c) Errada. Trata-se de caso de anulabilidade do casamento. Vejamos:

Art. 1.550. É anulável o casamento: (...)


IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;

d) Errada. Trata-se de causa suspensiva. Vejamos:

Art. 1.523. Não devem casar:


I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens
do casal e der partilha aos herdeiros;

e) Errada. Trata-se de causa suspensiva. Vejamos:

Art. 1.523. Não devem casar: (...)


III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;

Letra a.

024. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE AM/2023) Segundo a jurisprudência


do STJ, o regime legal de separação obrigatória de bens previsto para pessoa maior de 70
anos de idade.
a) aplica-se à união estável e, no caso de dissolução dessa união, a comunicação de bens
adquiridos pelos companheiros na constância da relação dependerá de comprovação de
esforço comum.

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b) aplica-se à união estável e, no caso de dissolução dessa união, há presunção relativa de


que os bens adquiridos pelos companheiros na constância da união decorrem de esforço
comum.
c) não se aplica à união estável e, no caso de dissolução da união em que não tenha sido
firmado pacto de convivência, a comunicação de bens adquiridos pelos companheiros na
constância da relação dependerá da comprovação de esforço comum.
d) não se aplica à união estável e, no caso de dissolução da união em que não tenha sido
firmado pacto de convivência, há presunção absoluta de que os bens adquiridos na constância
da relação decorrem de esforço comum.
e) não se aplica à união estável e, no caso de dissolução da união em que não tenha sido
firmado pacto de convivência, há presunção relativa de que os bens adquiridos pelos
companheiros na constância da relação decorrem de esforço comum.

A assertiva está de acordo com a Súmula, STJ e Súmula 377 do STF:

Súmula 655-STJ: Aplica-se à união estável contraída por septuagenário o regime da


separação obrigatória de bens, comunicando-se os adquiridos na constância, quando
comprovado o esforço comum.
Súmula 377:No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento.

Pessoa maior de 70 anos


Ao maior de 70 anos (septuagenário) é imposto o regime de separação obrigatória de bens.
O objetivo do legislador foi o de proteger o idoso e seus herdeiros de casamentos realizados
por interesse estritamente econômico. Trata-se de

prudência legislativa em favor das pessoas e de suas famílias, considerando a idade dos nubentes.
É de lembrar que, conforme os anos passam, a idade avançada acarreta maiores carências
afetivas e, portanto, maiores riscos corre aquele que tem mais de setenta anos de sujeitar-se
a um casamento em que o outro nubente tenha em vista somente vantagens financeiras, ou
seja, em que os atrativos matrimoniais sejam pautados em fortuna e não no afeto (MONTEIRO,
Washington de Barros. Curso de direito civil: direito de família. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 295).

Havendo dissolução de casamento ou união estável que era regulado pelo regime da
separação obrigatória de bens (art. 1.641, II, do CC), como deve ser feita a partilha dos
bens?

Deverão ser partilhados apenas os bens adquiridos onerosamente na constância da união


estável, e desde que comprovado o esforço comum na sua aquisição.

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Esse é o entendimento pacificado do STJ:

No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do


casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1.623.858-MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador
Convocado do TRF 5ª Região), julgado em 23/05/2018 (Info 628).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 655 do STJ. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisp...>. Acesso
em: 09/06/2023

Letra a.

025. (SUSTENTE/ESTAGIÁRIO/DPE–PE/CURSO DE DIREITO/2023) Em consonância ao disposto


no Código Civil, considerando o Regime de Bens entre os Cônjuges, subtítulo, dos alimentos,
analise as afirmativas.
I – As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice
oficial regularmente estabelecido.
II – Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na
proporção de seus recursos.
III – Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
IV – O casamento, a união estável ou o concubinato do credor, não cessa o dever de prestar
alimentos.
V – Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor, sendo
facultado ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ação se processe em
segredo de justiça.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III, IV e V.
b) I, II, III e V.
c) III, IV e V.
d) II, III e V.
e) I, II, III e IV.

I – Certa. A assertiva é cópia literal do seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.710. As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice
oficial regularmente estabelecido.

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II – Certa. Aplica-se ao caso, o artigo 1.703 do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na
proporção de seus recursos.

III – Certa. É o que dispõe o Código Civil. Examine:

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

IV – Errada. O casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de


prestar alimentos. Examine:

Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de
prestar alimentos.

V – Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.705. Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor,
sendo facultado ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ação se processe
em segredo de justiça.

Letra b.

026. (CEBRASPE/CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–SC/43º CONCURSO PÚBLICO/2023)


À luz do Código Civil, julgue o item a seguir, relativos ao casamento.
Casal de nubentes que pretenda adotar o regime de participação final nos aquestos poderá,
no pacto antenupcial, convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que sejam
particulares.

É o que estabelece o art. 1.656 do Código Civil:

Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-
se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.

Pelo regime de participação final nos aquestos, durante o casamento, cada cônjuge possui
patrimônio próprio e administração exclusiva dos seus bens (bens particulares), cabendo-
lhes, no entanto, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito de meação sobre os
bens aquestos onerosamente adquiridos pelo próprio casal (Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona
Filho, Manual de Direito Civil [livro eletrônico], 6ª ed., Saraiva Educação, 2022, p. 1.757). É
um regime em que há separação de bens, no qual cada consorte tem a livre e independente
administração do seu patrimônio pessoal, dele podendo dispor quando for bem móvel e
necessitando da outorga do cônjuge se imóvel, salvo dispensa em pacto antenupcial para

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Direito de Família – Parte I
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os bens particulares (Rolf Madaleno, Manual de Direito de Família [livro eletrônico], 4ª ed,
Forense, 2022, p. 502).
Certo.

027. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ SC/2022) Jussara e Evandro casaram-se civilmente sob o


regime da comunhão parcial de bens. Na constância da união, o casal recebeu de herança
da mãe de Evandro uma casa de praia no Rio de Janeiro, Jussara comprou um automóvel,
Evandro ganhou um prêmio no sorteio do clube e Jussara recebeu em doação de suas
amigas um jet ski.
Caso ocorra o divórcio, será objeto de partilha somente:
a) a casa de praia, o automóvel e o prêmio do sorteio;
b) a casa de praia, o automóvel e o jet ski;
c) a casa de praia e o jet ski;
d) o automóvel e o prêmio do sorteio;
e) o automóvel.

Da leitura do enunciado, podemos concluir que o acervo patrimonial do casal Jussara e


Evandro, adquirido na constância da sociedade conjugal, é o seguinte:
(i) uma casa de praia recebida, pelo casal, como herança da mãe de Evandro;
(ii) um automóvel comprado por Jussara;
(iii) um prêmio arrecadado por Evandro em um sorteio; e
(iv) um jet ski doado a Jussara.
Nesse contexto, a casa de praia, como foi adquirida por herança em favor do casal, integrará
a comunhão de bens, sendo objeto de partilha em eventual divórcio, conforme art. 1.660,
III, CC:

Art. 1.660. Entram na comunhão:


[...]
III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
[...]

Por sua vez, o jet ski constitui bem excluído da comunhão, não sendo objeto de meação,
ante a previsão do art. 1.659, I, CC:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
[...]

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Já o automóvel de Jussara, bem como o prêmio amealhado por Evandro serão partilhados
em caso de eventual divórcio, porquanto são bens que integram a comunhão, como disposto
no art. 1.660, I e II, CC:

Art. 1.660. Entram na comunhão:


I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
[...]

Logo, a assertiva A é o gabarito!


Letra a.

028. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 23ª REGIÃO/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2022)


De acordo com o Código Civil, em pacto antenupcial que adotar o regime de participação
final nos aquestos,
a) poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
b) poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, tanto comuns quanto
particulares.
c) poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que comuns.
d) é vedada convenção que preveja a livre disposição dos bens imóveis particulares.
e) é reputada sem efeito convenção que preveja a livre disposição dos bens imóveis, tanto
comuns quanto particulares.

Dois conceitos merecem ser citados na presente questão. O primeiro diz respeito ao pacto
antenupcial (arts. 1.653 a 1.657, CC), que se trata de um contrato solene e condicional, por
meio do qual os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre ambos, após
o casamento (Cf. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6: direito de
família. 14. ed. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva, 2017).
O outro é o do regime de participação final nos aquestos (arts. 1.672 a 1.686, CC), um das
espécies de regime de bens legalmente estabelecido, e que veio a substituir o regime dotal
do CC/1916, o qual prescreve uma separação convencional de bens durante o casamento
e, no caso de dissolução da sociedade conjugal, algo próximo ao regime da comunhão
parcial de bens, de modo que cada cônjuge terá direito a uma participação dos bens para
os quais colaborou para a aquisição, devendo provar o esforço patrimonial nesse sentido
(Cf. TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 8. ed. São Paulo: Método, 2018,
pp. 1.410-1.411).

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Feitos esses breves esclarecimentos, temos que a resposta da questão está no comando
do art. 1.656 do Código Civil, que assim estabelece:

Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-
se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.

Dessa forma, o preceito autoriza que, no pacto antenupcial que adote o regime da participação
final nos aquestos, poderá ser inserida cláusula admitindo a livre disposição de bens imóveis,
desde que sejam particulares do alienante, sem a necessidade de outorga conjugal.
Letra a.

029. (FGV/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE–TO/DIREITO/2022) Astolfo e Maria casaram-


se sob o regime da comunhão parcial de bens. Na constância do casamento, Astolfo ganhou
um barco em um sorteio no clube e recebeu um sítio de presente de seu pai; Maria recebeu
um apartamento por herança de sua mãe e comprou uma casa.
Na hipótese de divórcio, serão considerados bens comuns somente:
a) a casa;
b) o apartamento;
c) o barco e o sítio;
d) o barco e a casa;
e) o sítio, o apartamento e a casa.

No regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens adquiridos na constância


da sociedade conjugal, com a ressalva das exceções legais (art. 1.658 c.c. 1.659, CC).
Na hipótese do enunciado, temos quatro situações: (i) recebimento de um barco mediante
sorteio; (ii) recebimento de um sítio de presente; (iii) aquisição de um apartamento por
herança; e (iv) compra de uma casa.
Desse rol, à luz das disposições legais, temos que apenas o barco e a casa constituem bens
comuns, uma vez que o primeiro adveio de um fato eventual sem concurso do trabalho (art.
1.660, II, CC) e o segundo se trata de bem adquirido onerosamente por um dos cônjuges
(art. 1.660, I, do Código Civil):

Art. 1.660. Entram na comunhão:


I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

Já o sítio e o apartamento são bens excluídos da comunhão, pois se enquadram nas hipóteses
do inciso I do art. 1.659 do CC:

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Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

Portanto, a assertiva D é o nosso gabarito!


Letra d.

030. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 14ª REGIÃO)/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2022) De


acordo com o Código Civil, é lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular,
quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. Segundo esse mesmo diploma, é necessária a
celebração de pacto antenupcial para a adoção
a) dos regimes da comunhão universal de bens e da separação de bens, quando não
obrigatória, sendo dispensável para a adoção dos regimes da comunhão parcial de bens e
da participação final nos aquestos.
b) de quaisquer dos regimes de bens previstos no Código Civil.
c) dos regimes da comunhão parcial ou universal de bens, bem como do regime da participação
final nos aquestos, sendo dispensável para a adoção do regime da separação de bens,
mesmo quando não for obrigatória.
d) dos regimes da comunhão parcial de bens, da participação final nos aquestos e da
separação de bens, quando não obrigatória, sendo dispensável para a adoção do regime
da comunhão universal de bens.
e) dos regimes da comunhão universal de bens, da participação final nos aquestos e da
separação de bens, quando não obrigatória, sendo dispensável para a adoção do regime
da comunhão parcial de bens.

Na disciplina conferida pelo Código Civil, o regime da comunhão parcial de bens (arts. 1.658
a 1.666, CC) é aquele que vigorará entre os cônjuges quando não houver pacto antenupcial
ou sendo ele nula ou ineficaz, daí ser chamado de regime legal ou supletório, ex vi do art.
1.640, caput, do CC:

Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens
entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes
que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial,
fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.

Anota-se que esse entendimento também é aplicável à união estável, ante a disposição
do art. 1.725 do CC:

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Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.

Nesse contexto, podemos concluir que a celebração de pacto antenupcial ou de contrato


de convivência será necessária quando os cônjuges/companheiros optarem pelos regimes
da comunhão universal de bens (arts. 1.667 a 1.671, CC), da participação final nos aquestos
(arts. 1672 a 1.686, CC) e da separação de bens (arts. 1.687 a 1.688, CC), quando não
obrigatória (art. 1.641, CC), sendo dispensada na adoção do regime da comunhão parcial
de bens, uma vez que o referido regime possui natureza supletiva, sendo aplicáveis suas
regras na ausência de pacto antenupcial ou contrato de convivência, assim como em razão
de sua nulidade ou ineficácia (art. 1.640, caput, CC). Logo, a assertiva E é o nosso gabarito!
Letra e.

031. (QUADRIX/CRO–RO/ADVOGADO/2022) De acordo com o Código Civil, incluem-se no


regime da comunhão parcial de bens
a) os bens sub-rogados no lugar dos que cada cônjuge já possuía ao casar, recebidos por
sucessão.
b) os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge.
c) as obrigações anteriores ao casamento.
d) as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge.
e) as pensões, os meios-soldos, os montepios e outras rendas semelhantes.

a) Errada. Os bens sub-rogados no lugar dos que cada cônjuge já possuía ao casar, recebidos
por sucessão, são excluídos da comunhão. Vejamos:

Art. 1.659, CC. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

a) Errada. Excluem-se da comunhão os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge.


Examine:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: (...)


VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

c) Errada. Excluem-se da comunhão as obrigações anteriores ao casamento. Examine:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: (...)


III – as obrigações anteriores ao casamento;

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d) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.660. Entram na comunhão: (...)


IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;

e) Errada. As pensões, os meios-soldos, os montepios e outras rendas semelhantes são


excluídos da comunhão. Vejamos:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: (...)


VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

Letra d.

032. (IAUPE/ADVOGADO/CM GOIANA/2022) João e Maria são casados sob o regime da


comunhão parcial de bens. Recentemente, Maria ganhou um prêmio de R$ 1.000.0000,00
(um milhão de reais) na loteria e foi instada por João a fazer despesas com as melhorias
do imóvel onde os dois habitam atualmente. Maria, por sua vez, recusou-se a fazer tais
despesas sob o argumento de que o prêmio da loteria consistiria em bem particular, cabendo
somente a ela decidir sobre a conveniência da utilização para tais fins. Mas, no intuito de não
desprezar totalmente a opinião do seu esposo, Maria sugere a venda de uma tela pintada
por um artista famoso e que se encontraria na parede da sala de jantar e que teria sido um
presente de casamento dado por sua sogra. Insatisfeito, João busca um advogado a fim
de obter esclarecimentos sobre estas questões patrimoniais.
Sobre isso, é CORRETO afirmar que
a) o prêmio da loteria obtido por Maria entra na comunhão patrimonial. Assim, havendo
dissolução do casamento, João terá direito de requerer a partilha deste bem.
b) o quadro pintado pelo famoso artista não deve ser considerado bem comum, pois os
bens herdados e doados não entram na comunhão.
c) o prêmio da loteria só deve ser considerado bem comum se restar comprovado que João
contribuiu para o pagamento da aposta. Se Maria pagou a aposta com recursos exclusivos,
o prêmio pertencerá apenas a ela.
d) o quadro de autoria do afamado pintor só poderá ser reputado de bem comum do casal
se houver contrato de doação celebrado por escritura pública.
e) o prêmio da loteria deve ser excluído da comunhão por ter natureza jurídica de pensão,
montepio, meio-soldo e outras rendas semelhantes.

a) Certa. A assertiva está correta, pois o prêmio da loteria se trata de um bem adquirido
por fato eventual. Assim sendo, integra a massa de bens comuns, tendo João direito de
requerer a partilha deste bem em caso de dissolução do casamento. Vejamos:

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Art. 1.660. Entram na comunhão: (...)


II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior.
Os bens adquiridos por fato eventual, ou seja, a título gratuito e não esperado, também integram
a massa de bens comuns, mesmo não havendo o consórcio de esforço comum dos nubentes
para tal aquisição, sendo, neste caso, responsável o fator sorte. (TEPEDINO, Gustavo. Código civil
interpretado conforme a Constituição da República. Vol. IV, Rio de Janeiro: Renovar, 2014, p. 306).
O inciso II trata dos bens adquiridos por fato eventual. Nesse caso, não se leva em consideração
se houve concurso de trabalho ou despesa anterior de qualquer cônjuge. São exemplos os bens
havidos por aluvião (art. 1.250), por descoberta (art. 1.233), os tesouros (art. 1.264), a aposta e
a loteria. (SILVA, Regina Beatriz Tavares da. Código Civil Comentado. 6ª ed., São Paulo: Saraiva. p.
1.810). CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Partilha de prêmio da loteria mesmo que se trate
de relacionamento regulado pelo regime da separação obrigatória (art. 1.641, II, do CC).
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/
jurisp...>. Acesso em: 13/06/2023.

a) Errada. O quadro foi presente de casamento dado pela mãe de João em favor de ambos
os cônjuges. À vista disso, deve ser considerado bem comum. Vejamos:

Art. 1.660. Entram na comunhão: (...)


III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;

c) Errada. Não é necessário comprovar que João contribuiu para o pagamento da aposta.
O prêmio da loteria é considerado bem comum, com ou sem o concurso de trabalho ou
despesa anterior. Vejamos:

Art. 1.660. Entram na comunhão: (...)


II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

d) Errada. Veja o comentário da letra ‘’B’’.


e) Errada. Veja o comentário da letra ‘’A’’.
Letra a.

033. (FADESP/FISCAL DE RECEITAS ESTADUAIS/SEFA PA/2022) Quando Olga casou-se com


seu colega de faculdade de engenharia civil, Pedro, em 1999, ele já era pai de Ingrid e Natália,
nascidas do relacionamento com sua falecida namorada. O casal não teve filhos, mas as
crianças, com quatro e dois anos de idade por ocasião do enlace, passaram a chamar Olga
de mãe e o vínculo socioafetivo de filiação -maternidade estabeleceu-se naturalmente
com a convivência, de sorte que no registro de ambas constam os nomes da mãe biológica
e de Olga como suas genitoras ao lado do nome do genitor. Considerando-se que Olga e
Pedro casaram-se no regime de comunhão universal de bens, que ele faleceu vitimado

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pela covid-19 no início deste ano e que Olga, Ingrid e Natália são as únicas familiares que
o sobreviveram,
a) defere-se a integralidade do patrimônio de Pedro às suas filhas.
b) além da meação decorrente do regime de bens do casamento com Pedro, Olga recebe
um terço da herança deixada por ele, assim como Ingrid e Natália.
c) Olga recebe sua meação em decorrência do regime de bens adotado ao casar com Pedro,
enquanto suas filhas herdam por cabeça a meação de Pedro, incidindo concorrência entre
ela e as filhas, se houver bens de Pedro excluídos da comunhão.
d) não cabe a reserva legal de um quarto da herança à Olga, considerando-se que ela não
é ascendente das filhas de Pedro.
e) em razão do regime da comunhão universal de bens que regia seu casamento com Pedro,
Olga tem assegurado o direito real de habitação sobre a residência da família.

a) Errada. Olga terá direito à metade do patrimônio a título de meação, tendo em vista
que era casada pelo regime da comunhão universal. Olga não é herdeira, mas é meeira. As
filhas são herdeiras da outra metade, em partes iguais. Vejamos:

Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes
e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário n.
646.721) (Vide Recurso Extraordinário n. 878.694)
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares; (...)
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

a) Errada. Olga era casada com Pedro pelo regime da comunhão universal de bens. Desse
modo, em relação aos bens comuns do casal, Olga é meeira (não herdeira). Sendo assim,
Olga possui direito a 50% do patrimônio comum do casal, que corresponde a meação. Por
outro lado, Olga somente será herdeira, em concorrência com as filhas, em relação aos bens
particulares de Pedro, se houver. Ademais, quando o Código Civil se refere a porcentagem
do cônjuge ele menciona a quarta parte (não a um terço). Dessarte, segundo entendimento
firme dos Tribunais Superiores, a filiação socioafetiva é equiparada para todos os fins à
filiação biológica, inclusive para fins sucessórios, de forma que no caso em tela, as filhas
são comuns do casal. Vejamos dispositivos do Código Civil que corrobora o exposto:

Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes
e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.

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Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão
igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário n.
646.721) (Vide Recurso Extraordinário n. 878.694)
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares; (...)
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

c) Certa. Como Olga era casada com Pedro pelo regime da comunhão universal de bens, ela é
meeira de 50% do patrimônio do casal. As filhas de Pedro herdam o restante. Registra-se que
se houver bens particulares de Pedro, Olga é herdeira (não meeira) em concorrência com as
filhas. Registra-se que mesmo no regime da comunhão universal de bens, existe patrimônio
que pode ser excluído da comunhão, como os bens com cláusula de incomunicabilidade.
Vejamos dispositivos do Código Civil que corrobora o exposto:

Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes
e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário n.
646.721) (Vide Recurso Extraordinário n. 878.694)
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares; (...)
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I – os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu
lugar;
II – os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada
a condição suspensiva;
III – as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou
reverterem em proveito comum;
IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de
incomunicabilidade;
V – Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.

d) Errada. Segundo entendimento firme dos Tribunais Superiores, a filiação socioafetiva é


equiparada para todos os fins à filiação biológica, inclusive para fins sucessórios.

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Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão
igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário n.
646.721) (Vide Recurso Extraordinário n. 878.694)
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;

e) Errada. Por expressa previsão do Código Civil, o direito real de habitação é assegurado
independente do regime de bens. Vejamos:

Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem
prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao
imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.

Letra c.

034. (FGV/ESTAGIÁRIO/MPE–BA/DIREITO/2022) Celso e Maria se casaram pelo regime da


comunhão parcial de bens. Na constância do casamento, Celso herdou um apartamento e
comprou um sítio, enquanto Maria recebeu de doação uma fazenda e ganhou um prêmio
de loteria.
Com base nessas informações, em caso de divórcio, devem ser partilhados:
a) o sítio e a fazenda;
b) o apartamento e o prêmio de loteria;
c) o apartamento e a fazenda;
d) o sítio e o apartamento;
e) o sítio e o prêmio de loteria

Em caso de divórcio devem ser partilhados o sítio porque foi comprado por Celso durante o
casamento (art. 1.660, I em combinação com o art. 1.658, ambos do Código Civil) e o prêmio
de loteria, bem adquirido por Maria por fato eventual durante o casamento (art. 1.660, II
em combinação com o art. 1.658, ambos do Código Civil).

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal,
na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

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III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância
do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

O apartamento herdado por Celso e a fazenda que Maria recebeu por doação não entram
na partilha em caso de divórcio porque são excluídos dela pelo art. 1.659, I, do Código Civil.

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-
rogação dos bens particulares;
III – as obrigações anteriores ao casamento;
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

Letra e.

035. (FGV/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL/XVIII/2022) Sara e


Roberto se casaram sob o regime de comunhão parcial de bens. Antes do casamento, Roberto
adquiriu uma casa simples na cidade onde nasceu e Sara não tinha bens. Na constância
do casamento conseguiram, com muita dificuldade, comprar um sítio. Sara herdou de sua
mãe um automóvel antigo. Com o nascimento dos gêmeos, Sara e Roberto pensam em
alternativas para ajudar no sustento dos filhos e o estresse já consome o casal.
A partir disso, é correto afirmar que:
a) na hipótese de Sara e Roberto se divorciarem, o sítio e a casa simples deverão ser
partilhados;
b) Roberto necessitará da vênia conjugal de Sara se decidir alienar a casa que adquiriu
antes do casamento;
c) se Sara comprar mantimentos para o lar conjugal, ambos os cônjuges respondem por
essa dívida, mas não solidariamente;
d) por ter sido adquirido na constância do casamento, o automóvel é considerado herança
em favor de ambos os cônjuges.

a) Errada. Ocorrendo o divórcio, e com base nas informações constantes do enunciado,


apenas o sítio entrará na partilha de bens, pois se cuida de bem adquirido onerosamente
na constância do casamento, conforme art. 1.660, I, CC:

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Art. 1.660. Entram na comunhão:


I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome
de um dos cônjuges;

Já a casa simples adquirida por Roberto antes do casamento, assim como o automóvel
herdado por Sara constituem bens excluídos da comunhão, ex vi do art. 1.659, I, CC:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

b) Certa. É o que se depreende do art. 1.647, I, CC:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

A autorização do consorte é necessária ainda que os bens imóveis sejam particulares do


cônjuge, nos regimes de comunhão parcial e universal, podendo ser dispensada, em pacto
antenupcial, no regime de participação final nos aquestos (CC, art. 1.656). Todavia, o art.
978 do Código Civil preceitua que

o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime
de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

c) Errada. Cuida-se de hipótese de solidariedade legal, consoante art. 1.643, I, c.c. art.
1.644, ambos do CC:

Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:


I – comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II – obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente
ambos os cônjuges.

d) Errada. O automóvel é herança exclusiva de Sara e constitui bem excluído da comunhão


patrimonial (art. 1.659, I, CC), porquanto particular. Em complemento, Carlos Roberto
Gonçalves (Op. Cit.) assevera: São ainda particulares os bens que cada cônjuge receber como
herança ou doação depois do casamento, e os sub-rogados em seu lugar. Com mais razão
serão particulares tais bens se recebidos antes do casamento. A doação é uma liberalidade
e pode ser pura ou com encargo. A sucessão mencionada na lei é a hereditária, que decorre
da morte de quem transmitiu o bem, podendo ser legítima ou testamentária. O bem pode
ser recebido na condição de herdeiro ou de legatário. Se o doador quiser que a liberalidade

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beneficie o casal, e não apenas um dos cônjuges, fará a doação ou o legado em favor do
casal, como determina o art. 1.660, III, do Código Civil.
Letra b.

036. (CEBRASPE/CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO TOCANTINS/2022) Murilo, de


setenta e um anos de idade, tem um relacionamento com Estefânia, de sessenta e quatro
anos de idade, que é sua vizinha há longos anos. Ambos são solteiros e Estefânia tem
uma filha, Laura, de um antigo relacionamento. Como Laura vai mudar de cidade, Murilo e
Estefânia decidiram se casar.
De acordo com as disposições do Código Civil, Murilo e Estefânia devem se casar
a) preferencialmente pelo regime da separação de bens, tendo em vista a idade de Estefânia.
b) obrigatoriamente pelo regime da separação de bens, em razão da idade de Murilo.
c) obrigatoriamente pelo regime de comunhão parcial de bens, em razão da idade de Murilo.
d) preferencialmente pelo regime de comunhão parcial de bens, tendo em vista a idade de
Estefânia.
e) pelo regime de comunhão universal de bens, não sendo relevantes as idades dos futuros
cônjuges.

A separação legal de bens é imposta nas hipóteses arrolada no art. 1.641 do CC, dentre as
quais quando a pessoa é maior de 70 anos, como no caso de Murilo:

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

Letra b.

037. (COM. EXAM./MPE SP/ PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–SP/94º/2022) João e Maria estão


casados há dez anos. Inexistiu união estável anterior entre eles. Não houve pacto antenupcial.
Estão ausentes as hipóteses de separação legal/obrigatória de bens. Ele adquiriu um imóvel
não residencial a título oneroso em 2010. Ele hoje pretende doar referido bem ao seu pai,
viúvo. João é filho único. Pode-se dizer que
a) a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato nulo.
b) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois se trata de bem particular
do João.

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c) haveria diferente tratamento legal se João não fosse doar, mas sim hipotecar o bem.
d) a falta de vênia conjugal ou suprimento judicial torna o ato anulável.
e) são desnecessários vênia conjugal ou suprimento judicial, pois o bem continuará dentro
da esfera familiar de João que será, mais adiante, o seu herdeiro.

Primeiramente, é importante deixarmos claro que o enunciado, embora silente quanto ao


regime de bens adotado, fez expressa ressalva afastando o regime da separação legal ou
obrigatória de bens (art. 1.641, CC).
No entanto, como ausente pacto antenupcial, a conclusão é que se adotou o regime da
comunhão parcial de bens (arts. 1.658 a 1.666, CC), nos termos do art. 1.640, caput, do CC:

Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens
entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes
que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial,
fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.

Nessa linha, considerando que João e Maria estão casados há 10 (dez) anos, e tomando
por base o ano da realização do certame (2022), podemos concluir que a aquisição do bem
se deu antes da formação da sociedade conjugal, sendo certo, ainda, que não havia união
estável entre o casal antes do casamento, nem fora firmado pacto antenupcial.
Logo, cuida-se de bem particular de João e, por consequência, não integrante da meação
(art. 1.659, I, CC).
No mais, interessa-nos o quanto disposto nos arts. 1.647 a 1.650 do CC:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura
meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos
cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois
de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou
particular, autenticado.

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Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento,
ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la,
ou por seus herdeiros.

Percebe-se que o preceito apenas excepciona a necessidade de outorga conjugal no regime


da separação absoluta.
Embora haja discussão sobre o alcance do preceito – se aplicável ao regime da separação
convencional (arts. 1687 e 1.688, CC) ou ao da separação legal/obrigatória (art. 1.641, CC)
– é certo que, à luz das informações constantes do enunciado, podemos concluir que, no
caso, não incide qualquer dos regimes, pois a banca, além de dispor, de forma explícita,
que ausentes as hipóteses de separação legal/obrigatória de bens, também destacou
que inexistente pacto antenupcial, não havendo que se falar, portanto, em separação
convencional.
Dessa forma, tem-se por necessária, sob pena de anulabilidade (nulidade relativa), a outorga
conjugal, por força do art. 1.647, I, do CC, ou seu suprimento judicial (art. 1.648, CC):

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
[...]
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos
cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois
de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou
particular, autenticado.

Sobre a restrição – que não é causa de incapacidade, mas sim de carência de legitimação
– esclarece Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro, volume 6: direito de família.
14. ed. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva, 2017):

Justifica-se a exigência [do art. 1.647, I, do Código Civil] pelo fato de os imóveis serem considerados
bens de raiz, que dão segurança à família e garantem o futuro dos filhos, malgrado o patrimônio
mobiliário possa atingir valor pecuniário muitas vezes maior que o imobiliário. Justo que o outro
cônjuge seja ouvido a respeito da conveniência ou não da alienação. O verbo “alienar” tem sentido
amplo, abrangendo toda forma de transferência de bens de um patrimônio para outro, como a
venda, a doação, a permuta, a dação em pagamento etc.
[...]
A vênia conjugal é necessária também no compromisso de compra e venda irretratável e irrevogável,
pois é hábil para transferir o domínio por meio da adjudicação compulsória (CC, art. 1.418).

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Inclui-se na exigência de anuência do outro cônjuge a constituição de hipoteca ou de outros


ônus reais sobre imóveis.
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nos regimes de comunhão parcial e universal, podendo ser dispensada, em pacto antenupcial,
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preceitua que “o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que
seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los
de ônus real.

Letra d.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal,


1988.

_______. Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Brasília: Senado Federal, 1988.

_______. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Brasília: Senado Federal, 1988.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. 11ª edição, Editora Saraiva, 2021.

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