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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios, Lei Processual no Tempo e no Espaço, Em Relação Às
Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
Sumário
Sumário .................................................................................................................................................... 3
9. JURISPRUDÊNCIA .................................................................................................................................64
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Princípios, Lei Processual no Tempo e no Espaço, Em Relação Às
Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
IMPORTANTE
Foco: LETRA DA LEI E DOUTRINA
Olá pessoal. Antes de começarmos o estudo do nosso material, é importante lembrar que vários
dispositivos da Lei nº 13.964/19 estão com a eficácia suspensa. Decidimos deixar os apontamentos no
material para o caso do STF julgar o mérito da ADI 6298.
Medidas cautelares concedidas para suspender sine die a eficácia:
(a) Da implantação do juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-
F, do Código de Processo Penal);
(b) Da alteração do juiz sentenciante que conheceu de prova declarada inadmissível (157, §5º, do
Código de Processo Penal);
(c) Da alteração do procedimento de arquivamento do inquérito policial (28, caput, Código de
Processo Penal); e
(d) Da liberalização da prisão pela não realização da audiência de custódia no prazo de 24
horas (Artigo 310, §4°, do Código de Processo Penal);
CUIDADO: Pacote Anticrime - Congresso derruba vetos a dispositivos do CP, do CPP e da LEP. Pessoal,
explicaremos detalhadamente os vetos em cada meta correspondente. Entretanto, é obrigatória a
leitura sobre a síntese dos dispositivos que entrarão em vigor no Código Penal, no Código de Processo
Penal e na Lei de Execução Penal com a promulgação em 2021. Disponível em
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/04/21/pacote-anticrime-congresso-
derruba-vetos-dispositivos-cp-cpp-e-da-lep/
CF/88
⦁ Art. 5º, XL
⦁ Art. 5º, LIII, LV, LVI e LVII
⦁ Art. 5º, LX e LXIII
⦁ Art. 5º, XXXVIII, “a”
⦁ art. 5°, XXXVII
⦁ Art. 53
⦁ art. 93, IX
⦁ Art. 129, I
CPP
⦁ Art. 1º e 2º
⦁ Art. 3º, 3ª-A e 3º-B
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O processo penal brasileiro deve observância às normas previstas na Carta Magna. Nesse
sentido, é possível falar em algumas características decorrentes da constitucionalização:
O juiz não pode requisitar provas, depois da manifestação pelo arquivamento feita pelo MP
(STF);
O juiz não pode substituir o MP em sua função probatória, em que pese, a liberdade de
produção conferida ao juiz pelo CPP;
O interrogatório do réu deve perder a sua característica de prova, passando a ser
exclusivamente meio de defesa;
Se a perspectiva teórica do Código de Processo Penal era nitidamente autoritária,
prevalecendo sempre a preocupação com a segurança pública, como se o Direito Penal constituísse
verdadeira política pública, a Constituição da República de 1988 caminhou em direção diametralmente
oposta.
Enquanto a legislação codificada pautava-se pelo princípio da culpabilidade e da
periculosidade do agente, o texto constitucional instituiu um sistema de amplas garantias individuais,
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a começar pela afirmação da situação jurídica de quem ainda não tiver reconhecida a sua
responsabilidade penal por sentença condenatória passada em julgado:
Art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal: ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
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As funções de acusar e julgar estão concentradas em um mesmo sujeito processual, razão pela
qual, não raramente, havia perda da imparcialidade. O lado maléfico do sistema inquisitório é o
eventual abuso de poder (crítica), além da prejudicialidade da imparcialidade do magistrado, o qual,
simultaneamente, exerce todas as funções (acusa, defende e julga). É característica também do sistema
inquisitório a inexistência de contraditório. A gestão da prova será feita pelo juiz, podendo fazê-lo tanto
na fase inquisitorial quanto na fase do processo.
a. As funções de acusar, defender e julgar encontram-se concentradas em uma única pessoa, que
assume assim as vestes de um juiz acusador, chamado de juiz inquisidor;
b. Não há que se falar em contraditório, o qual nem sequer seria concebível em virtude da falta de
contraposição entre acusação e defesa. Não existe contraditório.
c. O juiz inquisidor é dotado de ampla iniciativa probatória, tendo liberdade para determinar de ofício
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a colheita de provas, seja no curso das investigações, seja no curso do processo penal,
independentemente de sua proposição pela acusação ou pelo acusado. A gestão das provas estava
concentrada, assim, nas mãos do juiz, que, a partir da prova do fato e tomando como parâmetro a lei,
podia chegar à conclusão que desejasse. Neste modelo o magistrado tem, então, ampla iniciativa
probatória.
d. Princípio da verdade real – em decorrência de sua admissibilidade, o acusado não era considerado
sujeito de direito, sendo tratado, em verdade, como mero objeto do processo, daí por que se admite
inclusive a tortura como meio de se obter a verdade absoluta.
Na atualidade, a concentração de poderes nas mãos do juiz e a iniciativa probatória dela decorrente
é incompatível com a garantia da imparcialidade (CADH, art. 8º §1º) e com o princípio do devido
processo legal.
ATENÇÃO: Com as alterações promovidas no CPP pelo Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/19), ao menos
em tese, o juiz não possuirá mais a iniciativa probatória que era prevista na redação anterior da Lei
Processual (Art. 3º-A do CPP).
As funções de acusar, julgar e defender serão exercidas por partes distintas, atribuídas a atores diversos
atuantes no processo penal. No referido sistema haverá respeito ao contraditório; ainda, o acusado
deixa de ser considerado mero objeto e passa a ser enxergado como sujeito de direitos. Quanto à
gestão da prova, parte da doutrina entende que, em um sistema acusatório puro, o juiz não poderia
produzir prova de ofício. Por outro lado, outros juristas aduzem que o juiz pode produzir prova de ofício
na fase processual, desde que atue de forma residual. Assim, é um consenso que na fase investigatória
não é dada ao juiz produzir prova de ofício.
Reitera-se que o pacote anticrime retirou do juiz a iniciativa probatória (Art. 3º-A do CPP), entregando
ao juiz de garantias a competência para decidir sobre a produção de provas cautelares durante a
investigação.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder
Judiciário, competindo-lhe especialmente:
[...]
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;
ATENÇÃO
Com a concessão de liminar na Medida Cautelar nas ADIn's n. 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305 pelo Min.
FUX, está suspensa, sine die, a eficácia do art. 3º-A do CPP, incluído com a reforma promovida pela
Lei nº 13.964/2019. Como se trata de medida liminar, manteremos a análise do dispositivo legal, que
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poderá ter sua vigência restabelecida a qualquer momento. Portanto, enquanto estiver valendo a
medida liminar, o artigo e suas consequências estarão suspensas, valendo o sistema anterior e a
redação do CPP (que não possuía esse artigo). Também manteremos nossas considerações porque o
dispositivo reflete avanço importante para o processo penal e serve como fundamentação teórica
para criticar o superado modelo do CPP (que, segundo doutrina majoritária, adota o sistema
inquisitório - isso se analisarmos sua redação de forma isolada, sem fazer o (necessário) cotejo com
a Constituição Federal).
c. O princípio da verdade real é substituído pelo princípio da busca da verdade, devendo a prova ser
produzida com fiel observância ao contraditório e a ampla defesa;
d. A separação das funções e a iniciativa probatória residual à fase judicial preserva a equidistância que
o magistrado deve tomar quanto ao interesse das partes, sendo compatível com a garantia da
imparcialidade e com o princípio do devido processo legal.
Qual é o sistema adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro? Antes do advento da Lei 13.964/19,
havia divergência na doutrina:
Geraldo Prado - afirma que, em um sistema acusatório puro, o juiz não pode produzir provas
de ofício de maneira nenhuma, independentemente de ser na fase investigatória ou na fase processual.
Eugênio Paccelli, Gustavo Badaró (posição majoritária e Jurisprudência) - juiz pode produzir
prova de ofício, mas apenas na fase processual e desde que de forma residual.
Em outras palavras: O magistrado não será o protagonista na produção de provas, sua atuação
deve ter caráter complementar e subsidiário. Nesse sentido, o art. 212 do CPP:
a inquirição.
Todavia, podemos afirmar que o sistema acusatório, desde sempre, é o sistema adotado pela
Constituição Federal:
A função de acusar nas ações penais públicas é do Ministério Público. Sendo assim a Carta
Magna adotou o sistema acusatório, não sendo outra a conclusão que poderíamos ter, haja vista que
a CF outorgou a titularidade da persecução penal ao referido órgão, por excelência.
É a separação de funções e, por decorrência, a gestão da prova na mão das partes e não do juiz (juiz-
espectador), que cria as condições de possibilidade para que a imparcialidade se efetive.
Há duas fases distintas – uma primeira fase inquisitorial, destinada à investigação preliminar, e
em seguida, teria uma segunda fase, essa última com viés mais voltado ao sistema acusatório. Assim,
neste sistema, teríamos:
Investigação preliminar: polícia judiciária;
Instrução preparatória: juiz de instrução;
Julgamento: apenas nesta última fase há contraditório e ampla defesa.
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visto, estatui que, havendo indício de prática de crime por magistrado, concluídas as investigações,
os autos sejam postos em julgamento no âmbito do Poder Judiciário, que poderá, se concluir pela
inconsistência da imputação, determinar, desde logo, o arquivamento dos autos em relação ao
Magistrado, independentemente de qualquer ciência, análise ou manifestação prévia do titular da
ação penal pública – Ministério Público – nesse sentido. Em juízo de cognição sumária, tenho que o
preceito em questão não condiz com o sistema acusatório, ao atribuir ao Tribunal de Justiça a
formação da opinio delicti, afrontando a regra constitucional do art. 129, I, da Constituição
Federal. Este é, inclusive, o pacífico entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ao reconhecer
que, em regra, em virtude da titularidade exclusiva da ação penal pública pelo Ministério Público,
expressamente prevista no citado art. 129, I, da Constituição Federal, o ordenamento jurídico não
possibilita o arquivamento ex officio de investigações criminais pela autoridade judicial (Inq 4.045
AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe de 19/6/2017; HC 93.921 AgR, Rel. Min. CELSO DE
MELLO, Segunda Turma, DJe de 1/2/2017; RHC 120.379 ED, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe
de 16/9/2016), como está previsto no regimento interno ora impugnado.
Segundo Renato Brasileiro, este sistema é chamado de sistema misto, porquanto o processo se
desdobra em duas fases distintas: a primeira fase é tipicamente inquisitorial, com instrução escrita e
secreta, sem acusação e, por isso, sem contraditório. Nesta, objetiva-se apurar a materialidade e a
autoria do fato delituoso. Na segunda fase, de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a
acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade.
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Para isso, criou o juiz de garantias, acabando com o contato do juiz da instrução e julgamento com
os atos de investigação e buscou acabar com a possibilidade do juiz determinar a produção de
provas. Todas essas alterações serão estudadas detalhadamente ao longo do nosso curso.
Apenas uma dica de nomenclatura: às vezes as provas chamam o sistema acusatório de princípio
acusatório. O conceito é o mesmo. ATENÇÃO
DEFENSORIA!
Na visão de Aury Lopes Jr (antes da alteração do CPP pelo Pacote Anticrime – posição minoritária -
podendo ser sustentada em uma prova discursiva), o sistema processual brasileiro deveria ser
encarado como NEOINQUISITÓRIO, em virtude dos traços inquisitórios que insistiam em permanecer
no nosso processo penal:
Reproduziremos aqui o inteiro teor das ideias do autor após a reforma do CPP, IMPORTANTÍSSIMA
PARA VOCÊ, FUTURO DEFENSORA E DEFENSOR PÚBLICOS:
Até o advento da reforma trazida pela Lei n. 13.964, de 24 de dezembro de 2019, sempre afirmamos
que o processo penal brasileiro era inquisitório (ou neoinquisitório), e que não concordávamos com
grande parte da doutrina que classificava nosso sistema como “misto”, ou seja, inquisitório na
primeira fase (inquérito) e acusatório na fase processual. E não concordávamos (e seguimos
divergindo se insistirem) com tal afirmação porque dizer que um sistema é “misto” é não dizer quase
nada sobre ele, pois misto todos são. O ponto crucial é verificar o núcleo, o princípio fundante, e aqui
está o problema. Outros preferiam afirmar que o processo penal brasileiro é “acusatório formal”,
incorrendo no mesmo erro dos defensores do sistema misto. BINDER 24, corretamente, afirma que
“o acusatório formal é o novo nome do sistema inquisitivo que chega até nossos dias”. Nesse cenário
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preciso que cada um ocupe o seu “lugar constitucionalmente demarcado” (clássica lição de Jacinto
Nelson de Miranda Coutinho), com o MP acusando e provando (a carga da prova é dele), a defesa
trazendo seus argumentos (sem carga probatória) e o juiz, julgando. Simples? Nem tanto, basta ver
que a estrutura inquisitória e a cultura inquisitória (fortíssima) faz com que se resista a essa estrutura
dialética por vários motivos históricos, entre eles o mito da “busca da verdade real” e o anseio mítico
pelo juiz justiceiro, que faça justiça mesmo que o acusador não produza prova suficiente. A redação
artigo do artigo expressamente adota o sistema acusatório, e prevê duas situações: 1ª) veda a
atuação do juiz na fase de investigação, o que é um acerto, proibindo portanto que o juiz atue de
ofício para decretar prisões cautelares, medidas cautelares reais, busca e apreensão, quebra de sigilo
bancário, etc. 2º) veda – na fase processual – a substituição pelo juiz da atuação probatória do órgão
acusador. No primeiro caso não há críticas à redação, está coerente com o que se espera do agir de
um juiz no marco do sistema acusatório. Consagra o juiz das garantias e afasta o juiz inquisidor. Nessa
perspectiva, só faltou o legislador revogar expressamente o art. 156 do CPP, pois não mais pode
subsistir (está tacitamente revogado), até para evitar a resistência inquisitória. E mantemos essa
afirmação mesmo com a decisão do Min. FUX de suspender a eficácia do art. 3o-A, na medida em
que a Constituição estabelece uma estrutura acusatória. Então, o dispositivo é ainda
substancialmente inconstitucional. Diz o art. 156, I: Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem
a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal,
a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Dessarte, não cabe mais esse agir de ofício, na busca de provas, por parte do juiz, seja na
investigação, seja na fase processual de instrução e julgamento. Obviamente que não basta mudar a
lei, é preciso mudar a cultura, e esse sempre será o maior desafio. Não tardarão em aparecer vozes
no sentido de que o art. 156, I deve permanecer, cabendo o agir de ofício do juiz quando a prova for
urgente e relevante. Tal postura constitui uma burla à mudança, mantendo hígida a estrutura
inquisitória antiga. Afinal, basta questionar: o que é uma prova urgente e relevante? Aquela que o
juiz quiser que seja. E a necessidade, adequação e proporcionalidade, quem afere? O mesmo juiz que
determina sua produção. Essa é a circularidade inquisitória clássica, que se quer abandonar. Fica a
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arena das partes e produzir (de ofício) provas nem para colaborar com a acusação e nem para auxiliar
a defesa. Ele não pode é “descer” na estrutura dialética, nem para um lado e nem para o outro. Mais
grave ainda, como adverte MORAIS DA ROSA, é quando o juiz, “fingindo que age em prol da defesa,
passará a produzir provas para condenação. Fique bem claro: juiz com dúvida absolve (CPP, art. 386,
VIII), porque não é preciso dúvida qualificada, bastando dúvida razoável. Temos visto magistrados,
“em nome da defesa”, decretarem de ofício a quebra de sigilo telefônico, dados, de todos os acusados
com smartfones apreendidos, para o fim de ajudar a defesa. É um sintoma da perversão acusatória”
. Mas, infelizmente, existe o risco de a incompreensão do que seja um sistema acusatório, ou sua
reducionista compreensão, somada a tal vagueza conceitual (substituição da atuação probatória)
conduza ao esvaziamento desta cláusula, até mesmo pela fraude da relativização das nulidades e seu
princípio curinga (prejuízo). Isso já aconteceu, por exemplo, quando o STJ decretou a pena de morte
do art. 212 do CPP, tomara que não se repita. O correto e adequado é reconhecer a revogação tácita
do art. 156 (e do art. 385 e tantos outros na mesma linha) e absoluta incompatibilidade com a matriz
acusatória constitucional e a nova redação do art. 3o-A. É preciso compreender ainda a
complexidade da discussão acerca dos sistemas, pois todas essas questões giram em torno do tripé
sistema acusatório, contraditório e imparcialidade. Porque a imparcialidade é garantida pelo modelo
acusatório e sacrificada no sistema inquisitório, de modo que somente haverá condições de
possibilidade da imparcialidade quando existir, além da separação inicial das funções de acusar e
julgar, um afastamento do juiz da atividade investigatória/instrutória. Portanto, pensar no sistema
acusatório desconectado do princípio da imparcialidade e do contraditório é incorrer em grave
reducionismo.
Em suma, respondendo a questão inicial, agora podemos afirmar que o processo penal brasileiro é
legal (art. 3º-A do CPP) e constitucionalmente acusatório, mas para efetivação dessa mudança é
imprescindível afastar a vigência de vários artigos do CPP e mudar radicalmente as práticas
judiciárias. É preciso, acima de tudo, que os juízes e tribunais brasileiros interiorizem e efetivem
tamanha mudança. E esperamos que o art. 3o-A finalmente tenha plena vigência, quando do
julgamento do mérito das ADIn's já mencionadas e da relatoria do Min. FUX.
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Denis Sampaio: Defensor Denis Sampaio, que já foi examinador no concurso para o
RJ, tem predileção pelo tema, Sistemas do Processo Penal. Tem uma série de artigos publicados
nesse sentido, ele defende que permanece o sistema inquisitorial. A busca pela verdade
reforça o inquisitorialismo, bem como um certo autoritarismo no processo, e também nas
relações pré-processuais. Inclusive tem um livro sobre o tema A verdade no processo penal: a
permanência do sistema inquisitorial através do discurso sobre a verdade real.
Observação inicial: O STF decidiu que o cumprimento da pena somente pode ter início com o
esgotamento de todos os recursos. Portanto, atualmente, é proibida a execução provisória da pena.
Este tema será melhor explorado em seguida.
“consiste no direito de não ser declarado culpado, senão após o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória (ou, na visão do STF – HC 126.292, ADC 44 e 43 e ARE 964.246 RG/SP -, após a prolação
de acórdão condenatório por Tribunal de Segunda instância), ao término do devido processo legal, em
que o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para a sua defesa (ampla
defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório).”
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“No ordenamento pátrio, até a entrada em vigor da Constituição de 1988, esse princípio somente
existia de forma implícita, como decorrência da cláusula do devido processo legal. Com a Constituição
Federal de 1988, o princípio da presunção de não culpabilidade passou a constar expressamente do
inciso LVII do art. 5º.” (LIMA, 2017, p. 43)
A Sra. J. foi presa durante o cumprimento de medida de busca e apreensão residencial. Foi processada
por terrorismo e associação ao terrorismo, em virtude de suposta vinculação com o grupo armado
Sendero Luminoso. Foi absolvida em junho de 1993. Logo após ser solta, deixou o território peruano.
Em dezembro do mesmo ano, a Corte Suprema Peruana cassou a sentença absolutória, determinou
um novo julgamento e decretou sua prisão.
Para a CIDH, os distintos pronunciamentos públicos das autoridades estatais, sobre a culpabilidade de
J. violaram o estado de inocência, princípio que determina que o Estado não condene enquanto não
existir decisão judicial condenatória. À luz do princípio, isso não pode acontecer nem mesmo
informalmente, hipótese que ocorre quando se emite juízo perante a sociedade contribuindo para
formação da opinião pública.
Para a Corte, a apresentação da imagem da acusada para a imprensa, escrita e televisiva, ocorreu
quando ela estava sob absoluto controle do Estado, além de as entrevistas posteriores também terem
sido levadas a cabo sob conhecimento e controle do Estado, por meio de seus funcionários. A Corte
acentuou que o estado de inocência não impede que as autoridades mantenham a sociedade
informada sobre investigações criminais, mas requer que isso seja feito com a discrição e a
contextualização necessárias.
Assim, fazer declarações públicas, sem os devidos cuidados, sobre processos penais, gera na sociedade
a crença sobre a culpabilidade do acusado.
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OBSERVAÇÕES:
• CADH possui status normativo supralegal. Ou seja, está abaixo da CF, mas acima da legislação
infraconstitucional.
• Para a CADH, a pessoa é considerada inocente até que se comprove sua culpa. Interpretando-se a
Convenção de forma sistemática, que assegura o direito ao duplo grau de jurisdição, a culpa seria
comprovada após o exercício deste direito.
Foi assim que o STF decidiu no HC 126.292: exercido o direito ao duplo grau de jurisdição, havendo
a condenação, a pena pode ser executada, mesmo na pendência de REsp ou RE.
- Consequências:
Ônus da prova: em regra da acusação.
Prisões cautelares. A privação cautelar da liberdade de locomoção somente se justifica em
hipóteses estritas, ou seja, a regra é que o acusado permaneça em liberdade durante o processo,
enquanto que a imposição de medidas cautelares pessoais é a exceção.
ATENÇÃO: Houve overruling e o STF decidiu que o cumprimento da pena somente pode ter início com
o esgotamento de todos os recursos. Portanto, atualmente, é proibida a execução provisória da pena.
No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54 (Rel. Min. Marco Aurélio), retornou para a sua
posição antiga e afirmou que o cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de
todos os recursos. Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado (antes
do esgotamento de todos os recursos), no entanto, é necessário que seja proferida uma decisão judicial
individualmente fundamentada, na qual o magistrado demonstre que estão presentes os requisitos
para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP. Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do
trânsito em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e não como execução provisória da pena.
Principais argumentos:
• O art. 283 do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011, prevê que “ninguém poderá ser preso
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente,
em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do
processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.”. Esse artigo é plenamente compatível
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Katia Varela: Quanto a esse princípio, importante ter em mente que no ano de 2022 a
DPE RJ divulgou notícia enfatizando que ao menos ⅓ dos HCs ingressados no STJ veram
decisões favoráveis, assegurando assim a presunção de inocência dos seus defendidos. Esse
ponto se faz relevante uma vez que a Defensora Katia Varela, examinadora no último concurso,
é atual corregedora geral da instituição, mas sua principal atuação como defensora, se dá no
segundo grau de jurisdição; ou seja, é de suma importância que se tenha conhecimento acerca de Habeas
Corpus e recursos em espécie.
As partes devem ter em juízo as mesmas oportunidades de atuação no processo e devem ser tratadas
de forma igualitária, na medida da sua igualdade. Segundo Norberto Avena (2017, p. 53): “As partes,
em juízo, devem contar com as mesmas oportunidades e ser tratadas de forma igualitária. Tal princípio
constitui-se desdobramento da garantia constitucional assegurada no art. 5.º, caput, da Constituição
Federal, ao dispor que todas as pessoas serão iguais perante a lei em direitos e obrigações. Não
obstante o sistema constitucional vigente seja proibitivo de discriminações, em determinadas
hipóteses é flexibilizado o princípio da igualdade”.
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Segundo Renato Brasileiro (2017, p. 54), a ampla defesa pode ser vista como um direito sob a ótica de
que privilegia o interesse do acusado; todavia, sob o enfoque publicístico, no qual prepondera o
interesse geral de um processo justo, é vista como garantia.
Art. 5º, LV, da CF: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Divide-se em:
Autodefesa: é aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do processo.
Compreende:
Direito de audiência: É o direito de ser ouvido no processo;
Direito de presença: Direito de estar presente nos atos processuais.
Defesa Técnica: é o direito de ser representado por advogado.
A defesa técnica é indisponível e irrenunciável. Mesmo que o acusado, desprovido de
capacidade postulatória, queira ser processado sem defesa técnica, e ainda que seja revel, deve o juiz
providenciar a nomeação de defensor.
Art. 261 do CPP: Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será
processado ou julgado sem defensor.
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Direito de escolha do defensor pelo próprio acusado: O direito de escolha do defensor pertence ao
acusado. Em havendo ausência do defensor técnico no processo (por falecimento, negligência, ou
qualquer outro motivo), o magistrado, antes de nomear novo defensor, sempre deverá intimar o
acusado para que, no prazo por ele determinado, possa constituir novo defensor (art. 263 do CPP).
Este direito é assegurado ao réu ainda que ele seja revel, conforme já restou decidido pelo STJ (Inf.
430).
Súmula 523, STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Súmula 707, STF: constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões
ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação do defensor dativo.
Súmula 708, STF: é nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do
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único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.
STF: Inexiste nulidade na ausência do preso em audiência de oitiva de testemunha por precatória, se
ele não manifestou expressamente o interesse em participar da audiência.
STJ: A ausência do réu à audiência de oitiva de testemunha NÃO gera nulidade, se o seu defensor
estava presente ao ato e não foi demonstrado prejuízo.
Tema quente: A DPE RJ, no final do ano de 2022, lançou o Núcleo de Investigação
Defensiva (NIDEF - Resolução nº1179), de coordenação do Defensor Denis Sampaio, visando a
maior eficiência na prestação do serviço da Defensoria Pública, faz se considerar que um dos
principais motivos para a criação desse núcleo é justamente para efetivar a ampla defesa e o
contraditório.
Tema quente: Seguindo a premissa do Princípio anterior, este princípio também tem
grande peso, visto que é tema recorrente nas falas de examinadores de concursos anteriores
como Denis Sampaio e Renata Tavares (em que pese Renata ser examinadora da banca de
Direito Público, é titular da vara do Tribunal do Júri na Capital/RJ).
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Envolve regra de tratamento que milita em favor do acusado. O juiz só pode proferir decreto
condenatório se não existirem dúvidas acerca da autoria e materialidade do delito, sendo indispensável
um juízo de certeza para a condenação.
Se houver dúvida na interpretação de determinado artigo de lei processual penal, deve
privilegiar a interpretação que beneficie o réu.
Conforme entendimento do STJ: o princípio NÃO tem aplicação nas fases de oferecimento da
denúncia e na prolação de decisão de pronúncia do Tribunal do Júri, em que prevalece o princípio do
in dubio pro societate.
2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível a pronúncia do acusado baseada exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial?.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/852c296dfa59522f563aef29d8d0adf6>. Acesso em: 23/08/2022
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sociedade que se resolvem as dúvidas quanto à prova, pelo Juízo natural da causa. Constitui a
pronúncia, portanto, juízo fundado de suspeita, que apenas e tão somente admite a acusação. Não
profere juízo de certeza, necessário para a condenação, motivo pelo qual a vedação expressa do art.
155 do CPP não se aplica à referida decisão.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 1702743/GO, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
15/12/2020.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1609833/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 06/10/2020.
Art. 5º, LV, da CF: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Elementos:
Direito de ser intimado (informação/ciência) sobre fatos e provas;
Direito de se manifestar (reação/participação) sobre os fatos e provas;
Direito de interferir efetivamente no pronunciamento do juiz (possibilidade de influir no
convencimento do magistrado).
Espécies:
Contraditório para a prova (contraditório real): é o contraditório feito na formação do
elemento de prova, sendo indispensável que sua produção ocorra na presença do órgão julgador e das
partes;
Contraditório sobre a prova (contraditório diferido/postergado): é a atuação do contraditório
após a formação da prova.
Divisão:
Publicidade ampla (é a regra, permitindo a todos o acesso ao processo e não apenas às partes
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e aos procuradores);
Publicidade restrita (caso haja necessidade de proteção da intimidade ou do interesse social, os
processos poderão correr em segredo de justiça). Pode ser uma restrição ao público em geral (art. 234-
B, CPP) ou apenas às próprias partes (art. 93, IX, CF).
STJ: No caso de processo penal que tramita sob segredo de justiça em razão da qualidade da vítima
(criança ou adolescente), o nome completo do acusado e a tipificação legal do delito podem constar
entre os dados básicos do processo disponibilizados para consulta livre no sítio eletrônico do
Tribunal, ainda que os crimes apurados se relacionem com pornografia infantil. Muito embora o
delito de divulgação de pornografia infantil possa causar repulsa à sociedade, não constitui violação
ao direito de intimidade do réu a indicação, no site da Justiça, do nome de acusado maior de idade
e da tipificação do delito pelo qual responde em ação penal, ainda que o processo tramite sob
segredo de justiça. STJ. 5ª Turma. RMS 49920-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
2/8/2016 (Info 587).
*ATENÇÃO: na visão dos tribunais superiores esse segredo de justiça está dentro da cláusula de
reserva de jurisdição (STF: MS 27.483/DF). Ou seja, quando o segredo de justiça for decretado pelo
juiz, somente o próprio juiz ou uma autoridade jurisdicional superior poderá remover esse segredo
de justiça.
Ex.: CPI dos grampos. A CPI quis ter acesso a todos os processos que tinham interceptação
telefônica. O STF não deixou, pois, se há interceptação telefônica, é uma hipótese de publicidade
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restrita, então somente uma autoridade jurisdicional pode remover o segredo de justiça.
STF: MS 27.483/DF: “Comissão Parlamentar de Inquérito não tem poder jurídico de, mediante
requisição, a operadoras de telefonia, de cópias de decisão nem de mandado judicial de
interceptação telefônica, quebrar sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça. Este é
oponível a Comissão Parlamentar de Inquérito, representando expressiva limitação aos seus poderes
constitucionais”. (STF, Tribunal Pleno, MS 27.483/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe 192 09/10/2008).
Art. 5º, LVI, da CF: São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos.
O reconhecimento da prova ilícita ou da prova ilegítima que enseja a nulidade absoluta tem
como consequência imediata o desentranhamento dos autos e sua inutilização, para que não se possa
influenciar indevidamente o convencimento do magistrado.
Cuidado! O que deve ser desentranhado dos autos é a PROVA, e não os atos processuais que
fazem menção à prova ilícita. Assim já decidiu o STF:
STF: As peças processuais que fazem referência à prova declarada ilícita não devem ser
desentranhadas do processo. Se determinada prova é considerada ilícita, ela deverá ser
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desentranhada do processo. Por outro lado, as peças do processo que fazem referência a essa prova
(exs: denúncia, pronúncia etc.) não devem ser desentranhadas e substituídas. A denúncia, a sentença
de pronúncia e as demais peças judiciais não são "provas" do crime e, por essa razão, estão fora da
regra que determina a exclusão das provas obtidas por meios ilícitos prevista no art. 157 do CPP.
Assim, a legislação, ao tratar das provas ilícitas e derivadas, não determina a exclusão de "peças
processuais" que a elas façam referência. STF. 2ª Turma. RHC 137368/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 29/11/2016 (Info 849).
Tema quente: A DPE RJ, no início de 2023, em um evento que contou com a presença
do Ministro Rogerio Schietti, divulgou a resolução 484 do CNJ, que trata de Diretrizes para o
Reconhecimento de Pessoas em Processos Criminais. Portanto, no que tange à prova ilícita, é
de suma importância que o candidato saiba desta resolução e de todos os requisitos que um
reconhecimento tem que ter para ser considerado correto conforme a resolução e o artigo
226 do Código de Processo Penal. Vale salientar que, neste evento que contou as presença de diversos
defensores atuantes nas varas criminais da DPE RJ - em especial participaram da mesa de abertura a Defensora
Katia Varela e o Defensor Denis Sampaio, que já foram examinadores nos últimos concursos. Logo, além de
ser um tema caro para a instituição como um todo, também é assunto quentíssimo para a prova em todas as
fases.
Trata-se do princípio que ensejou a edição da EC 45/04, responsável por introduzir a razoável
duração do processo enquanto direito fundamental no art. 5, LXXVII, CF.
Assim, a duração razoável do processo corresponde à busca pelo equilíbrio: o processo não pode
ser moroso ao ponto de ensejar a impunidade, mas também não tão célere de modo a inobservar as
garantias do acusado.
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É um princípio expressamente previsto na Constituição Federal, como todos os até então vistos.
Vide a previsão no rol do art. 5º:
O professor Nestor Távora conceitua o devido processo legal nos seguintes termos:
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Também denominado “nemo tenetur se detegere”, seu conteúdo revela que ninguém é
obrigado a produzir prova contra si mesmo. Trata-se de uma espécie de autodefesa passiva.
Previsão Legal: está previsto na CADH (art. 8º, 2., g) e, de forma indireta, também na Constituição
Federal (art. 5º, LXIII). Vejamos os dispositivos:
Direito ao silêncio;
Inexigibilidade de dizer a verdade a verdade (inteligência do art. 203 do CPP, no qual há menção de
que “a testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe
for perguntado”;
Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa gerar incriminação;
investigado, indiciado pela autoridade policial bem como o acusado pelo MP, pouco importa se está
preso ou solto. A testemunha tem a obrigação de dizer a verdade, sob pena de responder pelo crime
de falso testemunho. Entretanto, se das perguntas a ela formuladas puder resultar uma
autoincriminação, também poderá invocar este princípio (informativo 754 STF);
O imputado deve ser advertido acerca do direito de não produzir prova contra si mesmo, sob
pena de ilicitude das provas obtidas.
O art. 2º, §6º, da Lei nº 7.960/89 (prisão temporária) prevê que, efetuada a
prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5º
da Constituição Federal, por meio de uma nota de ciência.
- Entendimentos do STF:
a) O acusado não está obrigado a fornecer padrões vocais necessários a subsidiar prova pericial de
verificação de interlocutor (HC 83.096/RJ);
b) O acusado não está obrigado a fornecer material para exame grafotécnico (HC 77135/SP);
c) Configura constrangimento ilegal a decretação de prisão preventiva de indiciados diante da recusa
destes em participarem de reconstituição do crime (HC 99.245/RJ).
STF: (...) Gravação clandestina de “conversa informal” do indiciado com policiais. Ilicitude decorrente
- quando não da evidência de estar o suspeito, na ocasião, ilegalmente preso ou da falta de prova
idônea do seu assentimento à gravação ambiental - de constituir, dita “conversa informal”,
modalidade de “interrogatório” sub- reptício, o qual - além de realizar-se sem as formalidades legais
do interrogatório no inquérito policial (CPP, art. 6º, V) -, se faz sem que o indiciado seja advertido do
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seu direito ao silêncio. O privilégio contra a autoincriminação - nemo tenetur se detegere -, erigido
em garantia fundamental pela Constituição - além da inconstitucionalidade superveniente da parte
final do art. 186 CPP. - Importou compelir o inquiridor, na polícia ou em juízo, ao dever de advertir o
interrogado do seu direito ao silêncio: a falta da advertência - e da sua documentação formal - faz
ilícita a prova que, contra si mesmo, forneça o indiciado ou acusado no interrogatório formal e, com
mais razão, em “conversa informal” gravada, clandestinamente ou não. (...). (STF, 1ª Turma, HC
80.949/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 14/12/2001).
- 1ª Corrente: há doutrinadores que afirmam que este dever de advertência vale para todos, inclusive
para os particulares, seria a aplicação da eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Portanto, a
imprensa teria a obrigação de advertir o agente acerca do seu direito de permanecer calado.
- 2º Corrente: STF, no entanto, não adota tal posicionamento. Assim, o dever de advertência vale
apenas para o Estado. Nesse sentindo, STF HC 99.558/ES:
STF: (...) Alegação de ilicitude da prova, consistente em entrevista concedida pelo paciente ao jornal
“A Tribuna”, na qual narra o modus operandi de dois homicídios perpetrados no Estado do Espírito
Santo, na medida em que não teria sido advertido do direito de permanecer calado. Entrevista
concedida de forma espontânea. Constrangimento ilegal não caracterizado. Ordem denegada. (STF,
2ª Turma, HC 99.558/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 14/12/2010).
- Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo: Por força do direito
de não produzir prova contra si mesmo, doutrina e jurisprudência têm adotado o entendimento de
que não se pode exigir um comportamento ativo do acusado.
Por comportamento ativo, entende-se um “fazer” por parte do acusado, a exemplo do fornecimento
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do padrão vocal para realização de exame de espectrograma; fornecimento de material escrito para
exame grafotécnico; exame de bafômetro.
Nesse sentido, HC 83.096/RJ: STF:
Atualmente, há teste de bafômetro ativo (não é obrigado a realizar, pois pode acarretar
autoincriminação) e teste de bafômetro passivo, em que é colocado um objeto próximo ao agente,
capaz de captar, por meio da respiração, o teor alcoólico. Este último, por não demandar qualquer
comportamento do agente, pode ser realizado, mesmo contra sua vontade.
Quanto a este tema em específico, fique atento ao recente julgado do Plenário do Supremo Tribunal
Federal, em sede de repercussão geral:
Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das sanções administrativas ao condutor de
veículo automotor que se recuse à realização dos testes, exames clínicos ou perícias voltados a aferir
a influência de álcool ou outra substância psicoativa (art. 165-A e art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código
de Trânsito Brasileiro, na redação dada pela Lei 13.281/2016).
É inadmissível qualquer nível de alcoolemia por condutores de veículos automotivos.
A premissa de que a “Lei Seca” pune na mesma intensidade condutores responsáveis e
irresponsáveis não se mostra correta, em face da inexistência de um nível seguro de “alcoolemia”.
Assim, deixa de ser considerado responsável também todo condutor de veículo que dirige após a
ingestão de qualquer quantidade de álcool. A norma, nesse sentido, se caracteriza como adequada,
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necessária e proporcional.
A eventual recusa de motoristas na realização de “teste do bafômetro”, ou dos demais
procedimentos previstos no CTB para aferição da influência de álcool ou outras drogas, por não
encontrar abrigo no princípio da não autoincriminação, permite a aplicação de multa e a
retenção/apreensão da CNH validamente.
Isso porque não existem consequências penais ou processuais impostas diante da recusa na
realização do “teste do bafômetro” (etilômetro) ou dos demais procedimentos previstos nos artigos
165-A e 277, §§ 2º e 3º, do CTB.
Nesses termos, a imposição de restrições de direitos, decorrente da recusa do motorista em realizar
os testes de alcoolemia previstos em lei, revela-se meio adequado, necessário e proporcional em
sentido estrito para a efetivação, em maior medida, de outros princípios fundamentais como a vida
e a segurança no trânsito, sem que acarrete qualquer violação à dignidade da pessoa humana. Isso
se circunscreve ao espaço de conformação do legislador no desenho de políticas públicas.
*ATENÇÃO: O STF entendeu que o direito a não autoincriminação não assegura ao acusado o direito
de ocultar ou falsear a sua identidade (1ªT, RE n2 561.704, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 64
02/04/2009).
No mesmo sentido, o STJ, possui entendimento sumulado:
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Súmula nº 522: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que
em situação de alegada autodefesa.
STF: (...) Coleta de material biológico da placenta, com propósito de se fazer exame de DNA, para
averiguação de paternidade do nascituro, embora a oposição da extraditanda. (....) Mantida a
determinação ao Diretor do Hospital Regional da Asa Norte, quanto à realização da coleta da
placenta do filho da extraditanda. (...) Bens jurídicos constitucionais como “moralidade
administrativa”, “persecução penal pública” e “segurança pública” que se acrescem, - como bens da
comunidade, na expressão de Canotilho, - ao direito fundamental à honra (CF, art. 5°, X), bem assim
direito à honra e à imagem de policiais federais acusados de estupro da extraditanda, nas
dependências da Polícia Federal, e direito à imagem da própria instituição, em confronto com o
alegado direito da reclamante à intimidade e a preservar a identidade do pai de seu filho. (...) Mérito
do pedido do Ministério Público Federal julgado, desde logo, e deferido, em parte, para autorizar a
realização do exame de DNA do filho da reclamante, com a utilização da placenta recolhida, sendo,
entretanto, indeferida a súplica de entrega à Polícia Federal do “prontuário médico” da reclamante.
(STF, Tribunal Pleno, Rcl-QO 2.040/DF, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ 27/06/2003 p. 31).
Ressalta-se que o raio-x, segundo o STJ (HC 149.146/SP), é considerado prova não invasiva. Logo,
poderá ser realizado mesmo contra a vontade do indivíduo.
STJ: (...) A Constituição Federal, na esteira da Convenção Americana de Direitos Humanos e do Pacto
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de São José da Costa Rica, consagrou, em seu art. 5º, inciso LXIII, o princípio de que ninguém pode
ser compelido a produzir prova contra si. Não há, nos autos, qualquer comprovação de que tenha
havido abuso por parte dos policiais na obtenção da prova que ora se impugna. Ao contrário, verifica-
se que os pacientes assumiram a ingestão da droga, narrando, inclusive, detalhes da ação que
culminaria no tráfico internacional da cocaína apreendida para a Angola, o que denota cooperação
com a atividade policial, refutando qualquer alegação de coação na colheita da prova. Ademais, é
sabido que a ingestão de cápsulas de cocaína causa risco de morte, motivo pelo qual a constatação
do transporte da droga no organismo humano, com o posterior procedimento apto a expeli-la, traduz
em verdadeira intervenção estatal em favor da integridade física e, mais ainda, da vida, bens jurídicos
estes largamente tutelados pelo ordenamento. Mesmo não fossem realizadas as radiografias
abdominais, o próprio organismo, se o pior não ocorresse, expeliria naturalmente as cápsulas
ingeridas, de forma a permitir a comprovação da ocorrência do crime de tráfico de entorpecentes.
(...) Ordem denegada. (STJ, 6ª Turma, HC 149.146/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
05/04/2011).
Fraude processual Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo,
o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado,
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Foi o que aconteceu no caso do Casal Nardoni, acusado e condenado por fraude processual. A defesa,
no caso deste crime específico (alteração da cena do crime), alegou o princípio do nemo tenetur se
detegere, afirmando que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Entretanto, tal
princípio não dá direito à pessoa de cometer outras infrações para se eximir da anterior.
STJ: O Superior Tribunal de Justiça assim se pronunciou no habeas corpus impetrado em favor de A.
N. e A. C. J, denunciados pelo homicídio triplamente qualificado de Isabela Nardoni, e também por
fraude processual, em decorrência da alteração do local do crime: (...) O direito à não auto-
incriminação não abrange a possibilidade de os acusados alterarem a cena do crime, inovando o
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, para, criando artificiosamente outra realidade, levar peritos
ou o próprio Juiz a erro de avaliação relevante (...). (STJ, 5 Turma, HC 137.206/SP, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, j. 01/12/2009, DJe 01/02/2010).
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
STF: (...) “A regra que prevê o crime do art. 305 do CTB é constitucional posto não infirmar o princípio
da não incriminação, garantido o direito ao silêncio e as hipóteses de exclusão de tipicidade e de
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Observações
Obs1.: O Aviso de Miranda é uma construção do direito norte-americano, segundo o qual, o policial,
no momento da prisão, deve relatar para o preso os seus direitos, sob pena de invalidação do que por
ele for dito. Conforme leciona Renato Brasileiro (2017, p. 71), os “Miranda Warnings” têm origem no
julgamento Miranda V. Arizona, em que a Suprema Corte americana firmou o entendimento de que
nenhuma validade pode ser conferida às declarações feitas pela pessoa à polícia, a não ser que antes
tenha sido claramente informada de:
I- Que tem o direito de não responder;
II- Que tudo o que disser pode vir a ser utilizado contra ela;
III- Que tem o direito à assistência de defensor escolhido ou nomeado.
Obs2.: O art. 2º, §6º, da Lei nº 7.960/89 (prisão temporária) prevê que, efetuada a prisão, a autoridade
policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5º da Constituição Federal, por meio de uma
nota de ciência.
Entendimentos do STF:
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1. O acusado não está obrigado a fornecer padrões vocais necessários a subsidiar prova pericial
de verificação de interlocutor (HC 83.096/RJ).
2. O acusado não está obrigado a fornecer material para exame grafotécnico (HC 77135/SP).
3. Configura constrangimento ilegal a decretação de prisão preventiva de indiciados diante da
recusa destes em participarem de reconstituição do crime (HC 99.245/RJ).
(...) Gravação clandestina de “conversa informal” do indiciado com policiais. Ilicitude decorrente -
quando não da evidência de estar o suspeito, na ocasião, ilegalmente preso ou da falta de prova
idônea do seu assentimento à gravação ambiental - de constituir, dita “conversa informal”,
modalidade de “interrogatório” sub-reptício, o qual - além de realizar-se sem as formalidades legais
do interrogatório no inquérito policial (CPP, art. 6º, V) -, se faz sem que o indiciado seja advertido do
seu direito ao silêncio. O privilégio contra a autoincriminação - nemo tenetur se detegere -, erigido
em garantia fundamental pela Constituição - além da inconstitucionalidade superveniente da parte
final do art. 186 CPP. - Importou compelir o inquiridor, na polícia ou em juízo, ao dever de advertir o
interrogado do seu direito ao silêncio: a falta da advertência - e da sua documentação formal - faz
ilícita a prova que, contra si mesmo, forneça o indiciado ou acusado no interrogatório formal e, com
mais razão, em “conversa informal” gravada, clandestinamente ou não. (...). (STF, 1ª Turma, HC
80.949/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 14/12/2001).
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1ª corrente: Há doutrinadores que afirmam que este dever de advertência vale para todos, inclusive
para os particulares, seria a aplicação da eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Portanto, a
imprensa teria a obrigação de advertir o agente acerca do seu direito de permanecer calado.
2º corrente: STF, no entanto, não adota tal posicionamento. Assim, o dever de advertência vale apenas
para o Estado. Nesse sentido:
(...) Alegação de ilicitude da prova, consistente em entrevista concedida pelo paciente ao jornal “A
Tribuna”, na qual narra o modus operandi de dois homicídios perpetrados no Estado do Espírito
Santo, na medida em que não teria sido advertido do direito de permanecer calado. Entrevista
concedida de forma espontânea. Constrangimento ilegal não caracterizado. Ordem denegada. (STF,
2ª Turma, HC 99.558/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 14/12/2010).
O princípio da iniciativa das partes é assinalado pelos axiomas latinos nemo judex sine actore e
ne procedat judex ex officio, ou seja, não há juiz sem autor, ou o juiz não pode dar início ao processo
de ofício sem a provocação da parte interessada. É vedada a propositura de ação penal pelo
magistrado, reservando-se essa iniciativa apenas à parte. Em conformidade com o sistema acusatório,
o juiz não pode iniciar um processo penal sem provocação anterior (nemo judex actore ou ne procedat
judex ex officio).
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Entretanto, a doutrina aponta duas exceções ao princípio da iniciativa das partes. O juiz pode
agir de ofício:
a) Quando a situação disser respeito ao direito de liberdade do agente, o que se verifica na
expedição de habeas corpus de ofício (art. 654, § 2º, CPP); e
b) Quando se tratar do início da execução penal (art. 195, Lei 7.210/84).
NÃO é princípio constitucional expresso, embora exista doutrina que defenda ser decorrência da ampla
defesa. Se concretiza com a interposição de recursos. É a possibilidade de revisão das decisões
proferidas por juízes ou tribunais.
Além disso, decorre de direitos previstos em tratados de direitos humanos, como o já mencionado
Pacto de São José da Costa Rica que, em seu art. 8.2, h, dispõe que: “(...) durante o processo, toda
pessoa tem, em plena igualdade, o direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.”
Consiste no direito que cada cidadão possui de conhecer antecipadamente a autoridade jurisdicional
que o processará e o julgará.
Só podem exercer jurisdição os órgãos instituídos pela Constituição;
Ninguém pode ser julgado por órgão instituído após o fato;
Entre os juízes pré-constituídos vigoram regras de competência que excluem qualquer tipo de
discricionariedade.
Ação Penal Pública é indisponível. Uma vez oferecida a denúncia o Ministério Público não
poderá da mesma dispor, conforme positivado no art.42,CPP.
*ATENÇÃO: Convencendo-se da inocência do acusado, o Ministério Público deverá postular a
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absolvição.
4.2.6 Oficialidade
Segundo este princípio, a pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por órgãos públicos,
ou seja, a autoridade policial, no caso do inquérito, e o Ministério Público, no caso da ação penal
pública.
4.2.7 Oficiosidade
Tal princípio está previsto no art. 5º, XLV da CF. Também denominado princípio da
intranscendência ou da pessoalidade ou, ainda, personalidade da pena, preconiza que somente o
condenado, e mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da
pessoa do condenado.
Este princípio justifica a extinção da punibilidade pela morte do agente. Resta óbvia a extinção
quando estamos tratando da pena privativa de liberdade, mas o princípio da responsabilidade pessoal
faz com que, mesmo tendo o falecido deixado amplo patrimônio, a pena de multa não possa atingi-lo,
pois estaria passando da pessoa do condenado para atingir seus herdeiros. Sendo assim, sempre estará
extinta a punibilidade, independente da pena aplicada, quando ocorrer a morte do agente.
vedação a dupla incriminação ou princípio no bis in idem. Tal princípio proíbe que uma pessoa seja
processada, julgada e condenada mais de uma vez pela mesma conduta.
Tendo em vista a necessária observância de princípios e regras de nosso ordenamento jurídico
à Constituição Federal, fonte de validade de toda norma, importa apontar a origem do princípio em
questão:
É certo que a Constituição Federal de 1988, ao estatuir a garantia da coisa julgada (art. 5º,
XXXVI) procurou assegurar a economia e certeza jurídica das decisões judiciais transitadas em julgado,
servindo, em outro giro, como fundamento do princípio “ne bis in idem”, em seu aspecto processual.
Por outro lado, o princípio da legalidade, insculpido na Carta Magna, em seu artigo 5º, XXXIX, serve de
base ao aspecto substancial do princípio “ne bis in idem”, concretizando os valores da justiça e certeza
a ele inerentes.
Tal princípio não está consolidado expressamente em preceito constitucional. Porém, o próprio
Supremo Tribunal Federal, em decisão do Pleno, cujo acórdão é da lavra do Ministro Ilmar Galvão,
ressaltou que: “A incorporação do princípio do ne bis in idem ao ordenamento jurídico pátrio, ainda que
sem o caráter de preceito constitucional, vem, na realidade, complementar o rol dos direitos e garantias
individuais já previsto pela Constituição Federal, cuja interpretação sistemática leva à conclusão de que
a Lei Maior impõe a prevalência do direito à liberdade em detrimento do dever de acusar.” (SILVA, 2008,
p.2).
Com o pacote anticrime (L.13964/19) tal princípio deixa de fazer sentido em nosso sistema.
Segundo o princípio da verdade real, o magistrado deve buscar provas, tanto quanto as partes, não se
contentando com o que lhe é apresentado. Segundo Nestor Távora (2017, p. 60) “o processo penal não
se conforma com ilações fictícias ou afastadas da realidade. O magistrado pauta o seu trabalho na
reconstrução da verdade dos fatos, superando eventual desídia das partes na colheita probatória,
como forma de exarar um provimento jurisdicional mais próximo possível do ideal de justiça”.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Portanto, com a reforma, o juiz perde essa iniciativa probatória e a possibilidade de buscar
provas em nome da verdade real. O sistema acusatório impõe ao juiz um verdadeiro estado de
alheamento.
Princípio da concentração: Toda a colheita de prova e julgamento devem ocorrer em uma única
audiência;
Princípio da imediaticidade: O magistrado deve ter contato direto com a prova produzida;
Princípio da identidade física do juiz: O juiz que instrui o processo deve julgá-lo.
NÃO pode o ofendido escolher contra qual agente ofertará a ação penal privada.
*ATENÇÃO: Para o STF, a ação penal pública é divisível, pois o MP pode, até sentença final, incluir
novos agentes por aditamento à denúncia ou oferecer nova ação penal, caso já prolatada sentença
no feito. Todavia, para doutrina majoritária, prevalece a indivisibilidade.
A prova pertence ao processo! Uma vez produzida, a prova não pertence mais a parte que a
produziu, mas ao processo. Nesse sentido, o magistrado pode valer-se de uma prova produzida pela
parte para proferir decisão em seu desfavor, de acordo com o seu livre convencimento motivado.
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Princípios, Lei Processual no Tempo e no Espaço, Em Relação Às
Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
Atrelado aos princípios da obrigatoriedade e indeclinabilidade da ação penal. Uma vez iniciado,
o processo tem curso por impulso oficial, ou seja, o juiz, de ofício, dará andamento ao processo até o
seu fim, objetivando a prolação de uma decisão final. Assim, não é possível a paralisação do
procedimento pela inércia ou omissão das partes, caminhando-se para a resolução do litígio de forma
definitiva, enquanto objetivo do processo.
Pelo princípio do efeito imediato, a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo
da validade dos atos praticados sob a vigência da lei anterior (art. 2º, CPP) – tempus regit actum. Como
consequência, a lei processual penal será aplicada de imediato, seja benéfica ou maléfica (não se aplica
o princípio da retroatividade da lei benéfica, como ocorre no Direito Penal).
*ATENÇÃO: normas processuais heterotópicas são aquelas em que apesar de seu conteúdo conferir-
lhe uma determinada natureza, encontra-se prevista em diploma de natureza distinta. Ex: o direito
ao silêncio do acusado em interrogatório apesar de estar previsto no Código de Processo Penal possui
conteúdo material.
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Princípios, Lei Processual no Tempo e no Espaço, Em Relação Às
Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
Ao contrário do que ocorre no Direito Penal, onde se trava longa e complexa discussão sobre a
extraterritorialidade da lei penal, no processo penal a situação é mais simples. Aqui vige o princípio da
territorialidade. As normas processuais penais brasileiras só se aplicam no território nacional, não
tendo qualquer possibilidade de eficácia extraterritorial. (LOPES, 2018. p. 72).
Pelo art. 1º, CPP, há o princípio da territorialidade absoluta, decorrência da soberania, razão
pela qual o CPP vale em todo território nacional, SALVO nas hipóteses excludentes da jurisdição
criminal brasileira, casos em que o CPP possui aplicação subsidiária:
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Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros
de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade;
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial;
V - os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo único - Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos
nos nºs. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de
modo diverso.
Conforme art. 1º, do CPP, é possível que sejam instituídas imunidades da lei processual penal,
seja em virtude de tratados internacionais (imunidade diplomáticas e de chefes de governos
estrangeiros) ou por regras constitucionais (imunidades e regras de competência).
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* ATENÇÃO:
● A imunidade não subtrai o diplomata da investigação, mas do processo e julgamento em
território brasileiro.
● As embaixadas NÃO são extensão do território que representam, mas são invioláveis.
É possível ao país renunciar à imunidade do agente diplomático, mas o agente não pode
renunciar por iniciativa pessoal, já que a imunidade se fundamenta no interesse da função.
STF: A imunidade parlamentar é uma proteção adicional ao direito fundamental de todas as pessoas
à liberdade de expressão, previsto no art. 5º, IV e IX, da CF/88. Assim, mesmo quando desbordem e
se enquadrem em tipos penais, as palavras dos congressistas, desde que guardem alguma
pertinência com suas funções parlamentares, estarão cobertas pela imunidade material do art. 53,
“caput”, da CF/88. STF. 1ª Turma. Inq 4088/DF e Inq 4097/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
1º/12/2015 (Info 810).
Imunidade Absoluta (material, substancial, real, inviolabilidade ou indenidade): Prevê o art. 53,
da CF/88, que deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.
Para STF, a imunidade é causa de atipicidade.
A abrangência dessa imunidade deve ser analisada:
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b) Para o processo: Oferecida denúncia, o Ministro do STF NÃO poderá recebe-la sem prévia
licença da Casa Parlamentar. Após o recebimento da denúncia contra o Senador ou Deputado, por
crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência a Casa respectiva que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, decidirá sustar o
4 Sobre a presunção da imunidade por palavras e expressões proferidas dentro da Casa Parlamentar, o STF, no Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, de Relatoria
do Min. Luiz Fux, julgado em 21/06/2016 (INF 831), recebeu denúncia contra o Dep. Jair Bolsonaro, pela incitação ao crime, ao pronunciar, em acalorada
discussão no plenário, que a também Dep. Federal Maria do Rosário “não merecia ser estuprada”. Para melhor compreensão de interessante julgado,
sugerimos a leitura:
http://www.dizerodireito.com.br/2016/07/entenda-decisao-do-stf-que-recebeu.html
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andamento da ação.
O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias
do seu recebimento pela mesa diretora, e a sustação do processo suspende a prescrição enquanto
durar o mandato.
* ATENÇÃO: NÃO há mais imunidade material para crimes praticados ANTES DA DIPLOMAÇÃO.
*ATENÇÃO! Prerrogativa de foro não se confunde com Imunidades! A principal diferença entre os
institutos trata-se da competência: Imunidade Parlamentar não discute competência. Foro
privilegiado diz respeito a competência do órgão que irá julgar determinada autoridade.
Casos:
Infração cometida DURANTE o exercício da função parlamentar: A competência será do STF,
sendo desnecessário pedir autorização à Casa respectiva, bastando dar ciência ao Legislativo, que
poderá sustar o andamento da ação;
ATENÇÃO: Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal
não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF, mas sim
do juízo de 1ª instância.
Isso porque o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 03/05/2018). STF. 1ª Turma. Inq 4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 19/2/2019 (Info 931).
Delito cometido APÓS o encerramento do mandato: NÃO há foro por prerrogativa de função.
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*ATENÇÃO: A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos vereadores. Apesar disso, não
há óbice de que as Constituições estaduais prevejam foro por prerrogativa de função aos
vereadores.Assim, a Constituição do Estado pode estabelecer que os vereadores sejam julgados em
segunda instância.STJ. 3ª Seção. CC 116771-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
29/2/2012.
Apesar de não haver um julgamento recente enfrentando especificamente a questão dos Vereadores,
entendo que, se chamado a se manifestar, o STF, na sua atual composição, irá declarar inconstitucional
a previsão de Constituição Estadual criando foro por prerrogativa de função para Vereadores. Isso
porque o entendimento da Corte tem sido extremamente restritivo quanto ao tema, conforme se pode
observar a partir deste precedente:
A CF, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais
e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de
foro por prerrogativa de função.STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/5/2019 (Info 940).5
5 Dizer o Direito
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OBS: Apesar de não se tratar de decisão definitiva e tampouco manifestação do Plenário da Corte, a 1ª
Turma do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RHC 181895 AgR, sinalizou expressamente a tendência
de reconhecer a impossibilidade de previsão de prerrogativa de foro para os Vereadores no âmbito da
Constituição Estadual.
STF: As constituições estaduais não podem instituir novas hipóteses de foro por prerrogativa de
função além daquelas previstas na Constituição Federal
É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de função a
autoridades não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou por simetria.
STF. Plenário. ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgados em 20/8/2021 (Info 1026).
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Art. 3° do CPP - A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem
como o suplemento dos princípios gerais de direito.
O que é interpretar? R.: É buscar o sentido da lei, é descobrir o seu significado. Não interessa a vontade
do legislador, mas sim o sentido da lei.
a) Declaratória - O intérprete não amplia e nem restringe o significado da lei, ou seja, o significado
da lei corresponde à sua literalidade.
b) Restritiva - Conclui-se que a lei disse mais do que pretendia dizer, por isso ela deve sofrer uma
restrição na hora de sua interpretação.
c) Extensiva - A lei disse menos do que pretendia dizer, por isso ela deve ser interpretada
extensivamente para abranger outras situações (art. 3º, CPP).
d) Ex.: hipóteses de cabimento do RESE do art. 581, CPP. Essas hipóteses, hoje, estão
desatualizadas. Então as hipóteses de cabimento do RESE devem ser interpretadas de maneira
extensiva para abranger outras situações.
e) Progressiva - Busca adaptar o texto da lei à realidade social vigente naquele determinado
momento.
O art. 68, CPP prevê que o MP pode promover a ação civil ex delito em favor de vítima pobre.
Quando a CF/88 entrou em vigor, houve quem dissesse que esse artigo era inconstitucional, pois o MP
não poderia pleitear interesses individuais disponíveis.
O STF disse que esse artigo estaria sujeito a uma inconstitucionalidade progressiva. Logo,
enquanto não houver defensoria pública em todos os estados, o artigo continua válido.
2) Analogia
A analogia está no art. 3°, CPP na expressão: “aplicação analógica”. Assim, no âmbito processual
penal a analogia é admitida. Então, quando se trata de uma norma genuinamente processual penal, a
analogia pode ser usada, independentemente de ser em bonam partem ou em malam partem (≠
direito penal, em que só é admitida a analogia in bonam partem).
Na analogia, há uma lacuna na norma. Por isso, busca-se suprir tal lacuna valendo-se de um
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Princípios, Lei Processual no Tempo e no Espaço, Em Relação Às
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dispositivo pensado para um caso semelhante. Enquanto na interpretação extensiva existe norma
legal, que, no entanto, será interpretada de norma extensiva.
*Obs.: Só pode aplicar o CPC no Processo Penal quando houver lacuna. Pois é diante da omissão que
se pode valer da analogia com o CPC. Assim, se houver disposição legal expressa no CPP, não é
possível aplicar o CPC!
*ATENÇÃO: Pessoal, muito cuidado neste ponto! O Código Penal prevê implicitamente a
impossibilidade de aplicação da analogia em prejuízo do réu, ao vedar a imputação de crime sem lei
anterior que o defina, admitindo-se, entretanto, a analogia em seu benefício. Deste modo, gravem o
seguinte: É PROIBIDA A ANALOGIA IN MALAM PARTEM NO DIREITO PENAL.
Já o CPP, contudo, em seu art. 3º prevê a possibilidade expressa de aplicação da analogia, sem fazer
ressalvas. Logo, CABE ANALOGIA IN MALAM PARTEM NO PROCESSO PENAL.
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Princípios, Lei Processual no Tempo e no Espaço, Em Relação Às
Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
Considera-se o crime praticado no local em que ocorreu a ação ou omissão, ou ainda, no local em que
ocorreu o resultado, adotando-se aqui a TEORIA DA UBIQUIDADE OU MISTA.
Referências Bibliográficas:
Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro
Curso de Direito Processual , Nestor Távora
Direito Processual Penal , Aury Lopes , 17ª Edição , Jr. 2020
Sinopse Juspodvim
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Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
Neste item colocaremos a letra da lei grifada com as partes importantes, dicas e macetes. Contudo,
não os exime de ler, estudar, grifar e anotar no seu próprio Vade Mecum. Ter um material próprio e
único no qual você mesmo grifou e anotou ajuda sobremaneira na memória visual. Assim,
aconselhamos a ler uma vez a letra da lei na meta e, após, reler no seu próprio Vade Mecum. A leitura
deve ser pausada.
Sugiro que sublinhe as informações que achar relevantes (lápis/caneta) e pinte de amarelo aquilo que
achar super relevante. Caso ache que este método não será apropriado para você, pode usar outro,
mas a leitura deve ser sempre pausada e atenta.
A relevância pode ser verificada de 2 formas: aquilo que você acha que vai esquecer com facilidade ou
aquilo que tem grande incidência em provas objetivas.
LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); APLICAÇÃO DA LEI
PROCESSUAL PENAL
NO ESPAÇO
III - os processos da competência da Justiça Militar;
Art. 124, CF: à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
A não recepção da lei de imprensa não impede o curso regular dos processos fundamentados nos
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Pessoas E Interpretação Da Lei Processual Penal
dispositivos legais da referida lei, nem tampouco a instauração de novos processos, aplicando-se-lhes,
contudo, as normas da legislação comum, o CC, o CP, o CPC e o CPP. É certo que os incisos IV e V do
art. 1º estão prejudicados. No entanto, o dispositivo legal em comento ainda possui importância,
devendo ser interpretado de forma a permitir a aplicação subsidiária do CPP às leis especiais em geral,
caso não dispuserem de modo contrário. É o que ocorre, por exemplo, com a Lei de Tóxicos, Lei de
Abuso de Autoridade etc. 6
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando
as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO
a vigência da lei anterior. TEMPO
Art. 3o A lei processual penal admitirá INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA e APLICAÇÃO ANALÓGICA, bem
como o suplemento dos PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
Admitem interpretação extensiva
Não admitem interpretação analógica.
9. JURISPRUDÊNCIA
Jurisprudência não cai em prova, DESPENCA! ATENÇÃO ao estudar!OBS: uma pergunta frequente dos
alunos é se estamos estudando apenas a jurisprudência referente ao tema visto no dia. A resposta é
não. Estudaremos de forma aleatória, na sequência do nosso arquivo disponibilizado na plataforma
Hotmart, para que seja de fácil localização caso o aluno queira prosseguir na leitura. Ler apenas os
julgados do tema do dia além de limitar o nosso estudo de jurisprudência, já que precisamos ler e reler
os julgados para conseguir fixá-los, também deixa a quantidade de jurisprudência estudada muito
variável, pois em alguns temas há muitos julgados e em outros quase nada.
OBS: Grifem de uma cor diferente aquele julgado que possui mais dificuldade para assimilar ou que
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Tema quente: A DPE RJ, no final do ano de 2022, emitiu um comunicado em conjunto
com as coordenações cíveis e criminais, com orientações acerca do grau mínimo de certeza de
se aferir nos autos. Não sendo possível ter esse grau mínimo de certeza e, no caso concreto,
sendo hipótese de eventual prejuízo ao defendido, deverá ser arguida a nulidade do ato.
Comunicado conjunto COCIV/COCRIM Nº01/2022.
STJ: No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional ficará suspenso pelo
tempo de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime
Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados
os crimes previstos na Constituição Federal como imprescritíveis, é
constitucional limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo
de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de
o processo permanecer suspenso. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não
comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso
do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos
termos do disposto no art. 312. STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600851, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438)
(Info 1001). No mesmo sentido: Súmula 415-STJ: O período de suspensão do
prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.
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STJ: Cabe habeas corpus contra a decisão que não homologa ou que homologa
apenas parcialmente o acordo de colaboração premiada8
Atualmente, não existe previsão legal de recurso cabível em face de não
homologação ou de homologação parcial de acordo. Logo, deve ser possível a
impetração de habeas corpus. A homologação do acordo de colaboração
premiada é etapa fundamental da sistemática negocial regulada pela Lei nº
12.850/2013, estando diretamente relacionada com o exercício do poder
punitivo estatal, considerando que nesse acordo estão regulados os benefícios
concedidos ao imputado e os limites à persecução penal. STF. 2ª Turma. HC
192063/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2021 (Info 1004). Obs: a
7 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2021/02/info-1004-stf.pdf
8 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2021/02/info-1004-stf.pdf
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9 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2021/01/info-683-stj.pdf
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10 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2020/12/info-999-stf.pdf
11 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2020/10/info-988-stf.pdf
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auditores da receita estadual. Com base nessas declarações prestadas por Luiz
e sua irmã, foi deflagrada a “Operação Publicano IV”, no final de 2015, tendo
sido decretada a prisão preventiva de diversos auditores da receita estadual.
Em maio de 2016, o Ministério Público constatou que Luiz descumpriu os
termos do acordo de colaboração premiada. Isso porque, segundo o Parquet,
ele teria mentido e omitido fatos e cometido novos crimes após a celebração
do acordo. Assim, o acordo foi rescindido. Em fevereiro de 2017, foi realizado
o interrogatório judicial de Luiz. Ele declarou que a rescisão do acordo teria sido
arbitrária. Acusou os Promotores “de manipular suas declarações e ocultar
todos os vídeos dos depoimentos que havia prestado extrajudicialmente”.
Posteriormente, o Ministério Público firmou com Luiz novo acordo de delação
premiada, sob a condição de que ele se retratasse das mencionadas acusações
e ratificasse as declarações que fizeram parte do acordo rescindido. O segundo
acordo foi homologado pelo juiz sob o argumento de que seria apenas um
“termo aditivo” do primeiro. A defesa de Gilberto, um dos auditores delatados
por Luiz, impetrou habeas corpus alegando, dentre outros argumentos: a) a
impossibilidade de se aditar acordo de colaboração premiada rescindido; b) a
relevância de o delator Luiz, na audiência realizada em fevereiro de 2017, ter
exposto supostas ilegalidades que teriam sido cometidas durante o primeiro
acordo de colaboração premiada. A 2ª Turma do STF, por empate na votação,
concedeu a ordem de habeas corpus para declarar a nulidade da utilização,
como meio de prova, do segundo acordo de colaboração premiada firmado. O
colegiado reconheceu a ilicitude das declarações incriminatórias prestadas por
Luiz e sua irmã. O relator ressaltou que o estabelecimento de balizas legais para
o acordo é uma opção do nosso sistema jurídico, para garantir a isonomia e
evitar a corrupção dos imputados, mediante incentivos desmesurados à
colaboração, e dos próprios agentes públicos, aos quais se daria um poder sem
limite sobre a vida e a liberdade dos imputados. É preciso respeitar a legalidade,
visto que as previsões normativas caracterizam limitação ao poder negocial no
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12 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2020/09/info-985-stf.pdf
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13 https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2020/05/info-666-stj-1.pdf
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10. SÚMULAS
Competência
Súmula 140, STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime
em que o indígena figure como autor ou vítima.
Súmula 147, STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes
praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o
exercício da função.
Súmula 151, STJ - A competência para o processo e julgamento por crime de
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar
da apreensão dos bens.
Súmula 164, STJ - O prefeito municipal, após a extinção do mandato, continua
sujeito a processo por crime previsto no art. 1. do Decreto-lei n. 201, de
27/02/67.
Súmula 165, STJ - Compete à justiça federal processar e julgar crime de falso
testemunho cometido no processo trabalhista.
Súmula 200, STJ - O juízo federal competente para processar e julgar acusado
de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
Súmula 208, STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito
municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão
federal.
Súmula 209, STJ - Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por
desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
Súmula 244, STJ - Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o
crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos. (• Superada
pela Lei nº 14.155/2021, que inseriu o § 4º ao art. 70 do CPP.)
Súmula 528, STJ - Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga
remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico
internacional.
Súmula 546, STJ - A competência para processar e julgar o crime de uso de
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi
apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão
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expedidor.
Súmula Vinculante 36 - Compete à Justiça Federal comum processar e julgar
civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso
quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou
de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha
do Brasil.
Súmula Vinculante 45 - A competência constitucional do Tribunal do Júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela constituição estadual.
Súmula 498, STF - Compete à Justiça dos Estados, em ambas as instâncias, o
processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.
Súmula 521, STF - O foro competente para o processo e julgamento dos crimes
de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão
de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. (•
Superada pela Lei nº 14.155/2021, que inseriu o § 4º ao art. 70 do CPP.)
Súmula 522, STF - Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a
competência será da Justiça Federal, compete à justiça dos estados o processo
e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.
Súmula 555, STF - É competente o Tribunal de Justiça para julgar conflito de
jurisdição entre Juiz de Direito do estado e a Justiça Militar local.
Súmula 556, STF - É competente a justiça comum para julgar as causas em que
é parte sociedade de economia mista.
Súmula 603, STF - A competência para o processo e julgamento de latrocínio é
do juiz singular e não do Tribunal do Júri.
Súmula 611, STF - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao
juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
Súmula 704, STF - Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do
corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
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04. De acordo com Aury Lopes Jr., como deveria ser encarado o sistema processual brasileiro?
Da presunção de inocência
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Da paridade de armas
Da ampla defesa
Da plenitude da defesa
Do contraditório
Da publicidade
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Da economia processual
Do juiz natural
Da oficialidade
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Da oralidade
Da comunhão da prova
Do impulso oficial
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07. Quais são os desdobramentos do direito de não produzir prova contra si mesmo?
08. Diferencie:
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- Imunidades diplomáticas
- Imunidades parlamentares
10. Qual o entendimento do STF sobre o foro por prerrogativa de função para os Defensores Públicos?
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11. Diferencie:
QUESTÕES PROPOSTAS
a) O Supremo Tribunal Federal admite a execução provisória da decisão penal condenatória, enquanto pendente
de julgamento os recursos extraordinários, porquanto estes não possuem efeito suspensivo.
b) Segundo entendimento dos Tribunais Superiores, no processo penal, a deficiência da defesa técnica constitui
nulidade absoluta.
c) A autodefesa engloba o direito de presença, de audiência e o direito de postular pessoalmente em
determinados atos do processo penal.
d) Não viola a ampla defesa a publicação de acórdão condenatório sem o voto vencido.
e) É indispensável a intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto contra a decisão
que rejeitou a denúncia, exceto se oferecida pelo Defensor Público natural.
Não viola o princípio da ampla defesa o indeferimento do rol de testemunhas de defesa apresentado fora do
prazo legal estipulado inicialmente, todavia nada impede que elas sejam ouvidas como testemunhas do juízo,
caso estejam presentes os requisitos para tanto.
( ) Certo ( )Errado
De acordo com o princípio da vedação da autoincriminação, previsto expressamente no Pacto de São José da
Costa Rica, se, no curso da instrução processual, o acusado se retratar de confissão anteriormente oferecida,
inclusive já no curso do processo, essa confissão não poderá ser considerada pelo juiz para fundamentar
eventual sentença condenatória.
( ) Certo ( ) Errado
De acordo com as normas de direito intertemporal estabelecidas pelo Código de Processo Penal, se sobrevier
nova lei processual no curso do processo criminal, deverão ser repetidos os atos processuais praticados antes
do início da sua vigência, caso estejam em desconformidade com o novo diploma.
( ) Certo ( ) Errado
a) todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, mas não somente a estes.
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b) o civilmente identificado jamais pode ser submetido a identificação criminal, sob pena de caracterização de
constrangimento ilegal.
c) o preso tem direito à identificação do responsável por sua prisão, mas nem sempre por seu interrogatório
policial.
d) a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação são garantias
exclusivamente aplicáveis à ação penal.
e) a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de proibição de juízo ou tribunal de exceção.
a) Em razão do princípio da inocência, caso o crime seja um fato típico, antijurídico e culpável, caberá à acusação
provar a inexistência da causa de exclusão da antijuridicidade alegada pelo réu.
b) Em razão do princípio in dubio pro reo, a qualificadora do crime de roubo pelo uso de arma será excluída se
o réu alegar ter utilizado um simulacro de arma de fogo que tenha sido confundido pela vítima.
c) Fere os princípios do contraditório e da ampla defesa a não intimação da defesa acerca da expedição de carta
precatória para oitiva de testemunha arrolada residente em outra comarca.
d) O princípio do juiz natural impede o desaforamento de julgamentos do tribunal do júri para comarca que não
seja circunvizinha de local que gere dúvida acerca da imparcialidade dos jurados.
e) Fere o princípio da vedação de provas ilícitas a apreensão, sem prévia autorização judicial de busca, de
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substância entorpecente na residência de investigado por associação criminosa para o tráfico ilícito de drogas.
a) contraditório.
b) jurisdicionalidade ou necessidade.
c) imparcialidade.
d) juiz natural.
e) paridade de armas.
a) intranscendência das penas e motivação das decisões; e intervenção mínima (ou ultima ratio) e duplo grau
de jurisdição.
b) contraditório e impulso oficial; e adequação social e favor rei (ou in dubio pro reo).
c) dignidade da pessoa humana e juiz natural; e insignificância e identidade física do juiz.
d) não culpabilidade (ou presunção de inocência) e duração razoável do processo; e não autoacusação (ou nemo
tenetur se detegere) e paridade de armas.
a) indisponibilidade.
b) verdade real.
c) razoável duração do processo.
d) identidade física do juiz.
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e) favor rei.
a) é típico de sistemas processuais inquisitivos e se vale para uma melhor gestão da prova em virtude da
colegialidade dos Tribunais.
b) não se aplica nos Juizados Especiais Criminais, em virtude da informalidade que vigora nesse sistema.
c) é expressa e explicitamente prevista na Constituição de 1988, aplicando-se, inclusive, aos casos de
competência originária do STF.
d) a jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores considera aplicável o duplo grau de jurisdição apenas
em relação ao acusado, não podendo o Ministério Público recorrer em caso de absolvição em primeira instância.
e) a Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que no caso de o acusado ter sido absolvido em
primeiro grau, mas em razão de recurso da acusação, é condenado em segundo grau pela primeira vez, deve ser
garantido recurso amplo desta decisão, podendo rediscutir questões de fato e de direito.
a) De acordo com o CPP, a analogia equivale à norma penal incriminadora, protegida pela reserva legal, razão
pela qual não pode ser usada contra o réu.
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b) No sistema inquisitivo, a confissão é considerada a rainha das provas e predominam nele procedimentos
exclusivamente escritos.
c) A lei processual penal veda a interpretação extensiva para prejudicar o réu.
d) A interpretação extensiva é um processo de integração por meio do qual se aplica a uma determinada situação
para a qual inexiste hipótese normativa própria um preceito que regula hipótese semelhante.
e) Para o uso da analogia, é importante considerar a natureza do diploma de onde se deve extrair a norma
reguladora.
a) Oferecimento de parecer do Ministério Público em recurso decorrente de ação penal de iniciativa pública.
b) Sustentação oral no Ministério Público após a defesa, em julgamento de recurso exclusivo da acusação.
c) Sigilo das medias cautelares em curso na investigação preliminar, cuja ciência ao investigado ou defensor
possa prejudicar a eficácia do ato.
d) Abertura de vista ao Ministério Público após oferecimento de resposta à acusação, onde se alega atipicidade
pela incidência do princípio da insignificância.
e) Distribuição dos espaços físicos entre as partes nos julgamentos populares.
a) da paridade de armas.
b) do contraditório.
c) da ampla defesa.
d) da identidade física do juiz.
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e) do estado de inocência.
a) admite interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.
b) aplica-se desde logo, em prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
c) retroage no tempo para obrigar a refeitura dos atos processuais, caso seja mais benéfica ao réu.
d) não admite definição de prazo de vacatio legis.
e) será aplicada nos atos processuais praticados em outro território que não o brasileiro, em casos de
extraterritorialidade da lei penal.
Alberto e Adriano foram presos em flagrante delito. O juiz que analisou a prisão em flagrante concedeu a Alberto
a liberdade provisória mediante o recolhimento de fiança arbitrada em um salário mínimo. Quanto a Adriano,
foi-lhe decretada a prisão preventiva. Antes que o autuado Alberto recolhesse o valor da fiança e que a DP
impetrasse habeas corpus em favor de Adriano, entrou em vigor lei processual penal nova mais gravosa, que
tratou tanto da fiança quanto da prisão preventiva. Nessa situação, a lei processual penal nova que tratou da
fiança aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Entretanto, à prisão preventiva aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis ao interessado.
( ) Certo ( )Errado
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a) da ampla defesa assegura ao réu a indisponibilidade ao direito de defesa técnica, que pode ser exercida por
defensor privado ou público. Entretanto, quando a defesa técnica for realizada por Defensor Público, será
sempre exercida através de manifestação fundamentada.
b) do duplo grau de jurisdição, expressamente previsto na Constituição Federal, assegura a todos os acusados a
revisão da sentença condenatória.
c) da presunção de inocência impõe um dever de tratamento ao réu, que deve ser considerado inocente durante
a instrução do processo. Porém, após o advento de uma sentença condenatória e enquanto tramitar(em) o(s)
recurso(s), esta presunção passa a ser de culpabilidade.
d) da publicidade, inserto no art. 93, IX, da Constituição Federal, estabelece que todos os julgamentos dos órgãos
do Poder Judiciário serão públicos, não admitindo qualquer limitação por lei ordinária, a fim de que não
prejudique o interesse público à informação.
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e) ne procedat judex ex officio estabelece a inércia da jurisdição. Sendo assim, o Código de Processo Penal proíbe
ao juiz determinar, de ofício, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Respostas14
14 01: C 02: C 03: E 04: E 05: E 06: A 07: C 08: B 09: D 10: C 11: E 12: B 13: B 14: C
15: A 16: A 17: E 18: A 19: C 20: A
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