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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Da Sentença, da Coisa Julgada, da
Liquidação de Sentença

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Da Sentença, da Coisa Julgada, da Liquidação de Sentença
Anderson Ferreira

Sumário
Da Sentença, da Coisa Julgada, da Liquidação de Sentença. . ................................................. 3
Da Extinção do Processo com Resolução de Mérito................................................................ 5
Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença................................................................................. 6
Da Remessa Necessária............................................................................................................... 10
Da Coisa Julgada. . ............................................................................................................................12
Dos Limites Objetivos da Coisa Julgada.....................................................................................12
Dos Limites Subjetivos da Coisa Julgada.................................................................................. 14
Da Liquidação. . .................................................................................................................................15
Questões de Concurso.................................................................................................................. 18
Gabarito.............................................................................................................................................31

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Da Sentença, da Coisa Julgada, da Liquidação de Sentença
Anderson Ferreira

DA SENTENÇA, DA COISA JULGADA, DA LIQUIDAÇÃO DE


SENTENÇA
Olá, querido(a), é com grande satisfação e enorme entusiasmo que inicio, junto com você,
prezado(a) companheiro(a) virtual, mais um encontro para tratarmos do nosso glorioso Pro-
cesso Civil. Na aula de hoje, falarei sobre a sentença, coisa julgada e liquidação. Então, sem
mais delongas... Venha comigo!
Bem, na aula anterior falei sobre a fase instrutória da marcha processual, que deve estar
“quentinha” na sua memória, né? Veja, após o Juiz conduzir a aludida fase, ele poderá senten-
ciar na audiência de instrução e julgamento ou em 30 (trinta dias). Pode-se dizer que a sen-
tença está encartada na fase decisória do processo e põe fim ao processo de conhecimento
assim como extingue a execução, ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos
especiais, conforme estabelece o artigo 203, § 1º, da Lei de Ritos.

Obs.: VEJA BEM!


 Pode-se dizer que a sentença é a decisão que encerra o procedimento em primeira
instância e a decisão interlocutória como a decisão que não encerra o procedimento
em 1ª instância. Pelo Novo Código é possível falar em decisão interlocutória de mérito,
que é uma decisão definitiva, apta à coisa julgada material, mas não é sentença, pois
não extingue o processo em primeira instância.

Quanto à sentença, vamos relembrar alguns conceitos, ela é ato do Julgador por meio do
qual ele decide acerca do que foi levado a julgamento lastreado nas peças acostadas ao pro-
cesso e pode ocorrer sem julgamento de mérito (hipóteses elencadas no artigo 485, as quais
se referem a situações que fazem coisa julgada formal), o que acarreta extinção do processo
por alguma situação de irregularidade do ponto de vista de forma e, mesmo que o processo
seja extinto, existirá a possibilidade de propor novamente a ação, pois são sentenças termi-
nativas (não examinaram o mérito), das quais são exemplos: a ausência de legitimidade ou
interesse para postular em juízo ou falta dos pressupostos processuais, reconhecimento de
litispendência e desídia da parte.
Chamo sua atenção, para o fato de que em caso de litispendência e nas situações expres-
sas nos incisos I, IV, VI e VII, a repropositura da ação dependerá da correção do vício o qual
levou à sentença que não resolveu o mérito, conforme estatui o artigo 486, § 1º.

Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de
novo a ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a
propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.

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Enfim, o artigo 485 elenca um rol de situações de julgamento sem resolução de mérito, o
qual é de grande valia a memorização... Vamos dar uma “olhadinha” nele:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


I – indeferir a petição inicial;
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
de 30 (trinta) dias;
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reco-
nhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.

Amigo(a), se a parte apelar, recurso cabível para as sentenças que extinguem o proces-
so sem resolução de mérito, o Juiz poderá retratar-se, ou seja, modificar a sentença em 5
(cinco) dias.

Art. 485 (...)


§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá
5 (cinco) dias para retratar-se.

A nova processualística prima pelo julgamento de mérito, e, sendo assim, o Juiz, sempre que
possível, dará à parte a oportunidade de corrigir o vício que deu causa ao julgamento sem
adentrar no motivo da controvérsia.

Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportu-
nidade para, se possível, corrigir o vício.

Feitas as considerações acima, acompanhe comigo o seguinte raciocínio:


São hipóteses de extinção do processo sem julgamento de mérito:
• Por abandono do autor (incisos II e III).
• Desistência (VIII).
• Morte (IX).
• Invalidade processual (I, IV, V, VI, VII).

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Da Extinção do Processo com Resolução de Mérito


Vamos examinar, agora, o tipo de “preferido” de sentença pela nova processualística... A
extinção do processo com resolução de mérito. Bem, quando se decide o mérito, a sentença é
definitiva, faz coisa julgada material, ou seja, não admite a propositura de nova ação, apenas
recurso. Esse provimento jurisdicional gera mais segurança jurídica ao jurisdicionado, há uma
resposta ao pleito, mesmo que com uma decisão desfavorável a uma das partes. O artigo 488
da Lei n. 13.105 de 2015 evidencia a ideia da codificação no que se refere à primazia da sen-
tença de mérito, confira comigo:

Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.

Os casos de extinção do processo com julgamento de mérito estão previstos no artigo 487
do Novo Código e passo a analisá-los com você, logo abaixo:

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;

Lembro-te que a reconvenção amplia os limites objetivos da demanda, a ação traz os pedi-
dos formulados. No caso da homologação, uma das partes reconhece o pedido do adverso e
o Juiz aprova, ratifica o reconhecimento.

b) a transação;

Nesse caso, o Juiz homologa (aprova) o acordo feito entre as partes se a controvérsia for
relativa a direito disponível.

c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.

Nesse caso, o autor renuncia ao direito disponível que tem e o Juiz ratifica a postura.

Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

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Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença


Querido(a), quando o Juiz profere a sentença, ela pode ser divida em 3 partes, elementos
essenciais, a saber:
• Relatório: é uma parte composta da qualificação das partes, dos fatos ocorridos no
processo, ou seja, sintetiza o processo e registra as principais ocorrências no curso da
marcha processual. Esse relatório tem que descrever o caso, o que irá ajudar na aplica-
ção do Direito à situação carreada ao Juiz.
• Fundamentos: nessa parte, o Juiz analisa as questões de fato e de direito a ele car-
readas. Essa fundamentação deverá ser razoável e não deve se limitar: a parafrasear
ato normativo sem explicação da relação entre a causa e a questão decidida; valer-se
do emprego de conceitos jurídicos indeterminados; conter motivação genérica a qual
justificaria o uso em outra decisão; não enfrentar os argumentos no processo ou que
deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela par-
te que não demostre que o caso enfrentado é distinto dos precedentes ou que houve
superação deles, conforme estabelece o artigo 489 da Lei de Ritos. Acompanhe comigo
como o citado artigo do Código de Processo Civil regula o tema ora abordado, em rol
exemplificativo:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:

Observe que qualquer decisão judicial deve ser fundamentada, ou seja, decisões interlocu-
tórias, sentenças ou acórdãos.

I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;

Veja, nesse caso, o Juiz tem que esclarecer o conceito. A título de exemplo, suponha que o
Julgador diga que há prova inequívoca nos autos. É um conceito indeterminado. Ele não expli-
ca por que há prova inequívoca.

III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

Observe, amigo(a), que uma motivação que sirva para qualquer decisão não é motivação,
ou seja, existe uma vedação de decisões padronizadas.

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IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

Trata-se de ponto polêmico do novo Código de Processo Civil. Agora, o Juiz é obrigado
a enfrentar os argumentos, desde que eles sejam capazes de mudar a decisão. Se o Juiz vai
desacolher, ele vai ter que examinar todos os argumentos que possam alterar a decisão. É o
dever de completude da decisão.

V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos de-
terminantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

Na hora de aplicar o precedente, o Juiz vai dizer se o aplica ou não. A fundamentação para
aplicação do precedente se estriba no inciso V.

VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Veja, se deixar de aplicar o precedente obrigatório, aplica-se o inciso VI. O Juiz não pode
deixar de aplicar um precedente, sem dizer que há distinção ou superação.
• Dispositivo: é a parte por meio da qual o Juiz resolve a questão que lhe fora submeti-
da, por meio do acolhimento ou rejeição do pedido, ou mesmo com a extinção do pro-
cesso sem adentrar no mérito. Como diria meu pai: “é quando o Juiz bate o martelo”,
dá o veredito.

Ok, feitas essas considerações, vejamos os elementos da sentença por meio gráfico:

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O Novo Código de Processo Civil estabelece que o relatório é um elemento essencial da sen-
tença. Nesse sentido, a ausência do relatório acarreta a nulidade da sentença. Por outro lado,
vale destacar que o artigo 38 da Lei n. 9.099 de 1995 estabelece que o relatório é dispensável.

001. (CESPE/FUNPRESP-EXE/ESPECIALISTA/ÁREA JURÍDICA/2016) A respeito de senten-


ça e coisa julgada, julgue o item que se segue.
A sentença é composta basicamente de três partes: relatório, fundamentação e dispositivo,
determinando a lei processual que o juiz, quando considerar adequado, poderá dispensar o
relatório.

O relatório não é dispensado, ao contrário dos Juizados Especiais.


Errado.

Lei n. 13.105 de 2015 (...)

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.

Lei n. 9.099 de 1995 (...)

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos
relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

Conforme o artigo 490 da Lei de Ritos, no momento da resolução do mérito o Juiz poderá
acolher ou rejeitar, de modo total ou parcial os pedidos que foram formulados pelas partes.
Diante disso, é vedado ao Juiz julgar além, aquém ou de forma diversa daquilo que foi pedido,
em consagração ao princípio da adstrição ou congruência.
Com base no princípio da adstrição, o Juiz apreciará aquilo que for pedido nos autos do
processo. Desse modo, é defeso, ou seja, proibido ao Julgador conceder além daquilo que foi
pedido (ultra petita), peço um sanduíche e ganho três sanduíches; diferente do pleito (extra
petita) peço um churrasco e ganho um sorvete; ou aquém do que foi pedido, peço dois choco-
lates (dois pedidos) e ganho um chocolate (citra ou infra petita).

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Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.

Amigo(a), algumas obrigações de pagar quantia podem ter pedido genérico, como no caso
de um acidente de trânsito no qual há obrigação de ressarcir os danos, mas o valor ainda não
pode ser definido, haja vista ser necessária avaliação médica mais detalhada. Mesmo em ca-
sos como esses, é necessário que se defina a extensão da obrigação, a correção monetária,
os juros, exceto se não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; caso
a apuração do valor dependa de provas cuja realização seja demorada ou excessivamente
dispendiosa reconhecida na sentença.

Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a de-
cisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros,
o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessi-
vamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.

Após a propositura da ação, se houver algum fato modificativo, extintivo ou constitutivo


de direito capaz de influir no julgamento de mérito, o Juiz deverá avaliá-lo, de ofício ou a re-
querimento da parte, quando for proferir a sentença. Se o Juiz constatar, de ofício, fato novo
que possa influenciar o julgamento, ouvirá as partes antes de decidir, consoante o artigo 493
da Lei Adjetiva.
Uma vez publicada a sentença, o Juiz poderá alterá-la em duas hipóteses previstas no arti-
go 494 da Lei Processual, quais sejam:

I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;

O inciso I prevê a possibilidade de corrigir inexatidões que versem sobre erros materiais ou
de cálculos sobre valores.

II – por meio de embargos de declaração.

Esse é o recurso cabível quando a sentença for obscura, omissa, contraditória ou eivada
de erro material.
Veja, o artigo 495 do Novo Código traz a figura da hipoteca judiciária, por meio da qual a
decisão que condenar o réu a pagar prestação em dinheiro, de fazer, não fazer (abstenção), ou
de dar coisa, convertidas em obrigação pecuniária, tem como um efeito anexo, o valor de um
título de hipoteca judiciária.

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Com base no raciocínio esposado, o título mencionado pode ser averbado em cartório, na
matrícula do imóvel, para ciência de que o bem é uma garantia real advinda de uma sentença
judicial, o que salvaguarda eventual terceiro de boa-fé. O artigo em comento deixa claro que a
hipoteca judiciária é um efeito que somente pode ser produzido se a sentença for para paga-
mento de quantia. A Hipoteca judiciária não precisa de autorização judicial, mas é uma conse-
quência legal da lei.
Chamo sua atenção para o fato de que nas obrigações de fazer ou de abstenção, o Juiz
poderá conceder uma tutela específica para garantir o resultado prático da relação obrigacio-
nal. Agora, imagine que eu desejo fazer um procedimento dentário com um grande cirurgião
dentista. Bem, suponha que contrato esse profissional e pago a quantia por ele exigida. Porém,
ele não cumpre com a obrigação, qual seja: o tratamento dentário. Nesse cenário, é possível
uma ação cujo objetivo seja o cumprimento da relação contratual, ou seja, de fazer, uma vez
que eu desejo ficar sob os cuidados desse profissional, o qual deixará o meu sorriso igual ao
de um ator de cinema... Rs. No entanto, se o dentista se recusar a realizar o procedimento, por
ser uma atuação personalíssima, a obrigação pode ser convertida em perdas e danos e, com
efeito, ser paga uma indenização que pode ser cumulada com multa... E olha, haja dinheiro,
pois eu deixaria de estrear em alguma produção milionária de Hollywood...Rsrs.

Da Remessa Necessária
Querido(a), nosso sistema processual segue a sistemática do duplo grau de jurisdição
(princípio implícito do nosso ordenamento jurídico), por meio do qual é possível reexaminar
a decisão proferida pelo Juiz. Bem, se eu quiser me valer de um reexame arvorado no que
foi dito, será necessário recorrer aos Tribunais, a fim de reformar a sentença. Contudo, se o
sucumbente for a União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias ou fundações de di-
reito público a eles vinculadas, o processo deverá ser remetido, necessariamente, ao Tribunal
para reexame da sentença, ou seja, haverá a remessa necessária. Diante do exposto, mesmo
que o Poder Público não apele, há necessidade de reexame pelo Tribunal.
A remessa necessária não está prevista no rol de recursos previstos no artigo 994 da Lei
n. 13.105 de 2015, é uma condição de eficácia sentença sem a qual não ocorre o trânsito em
julgado. Segundo a súmula 423 do STF: “não transita em julgado a sentença por haver omitido
o recurso ex officio, que se considera interposto ex lege”.

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.

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§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.

Veja que interessante!


Segundo a Súmula 45 do Superior Tribunal de Justiça, “no reexame necessário, é defeso,
ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública”.
Conquanto a remessa seja necessária em caso de sucumbência dos entes políticos e suas
autarquias e fundações de direito público, esse reexame, essa obrigatoriedade de submissão
da decisão ao duplo grau de jurisdição será desnecessária quando a condenação ou proveito
econômico relativo à causa for inferior as quantias estabelecidas pelo § 3º da Lei de Ritos, as
quais colaciono abaixo:

§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na
causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias
e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fun-
dações de direito público.

Além disso, não será necessária a remessa quando a sentença proferida pelo Juiz estiver
fundamentada em entendimentos de Tribunais ou da própria administração pública, discipli-
nados no § 4 do artigo 496 da Lei de Ritos, quais sejam: súmula de Tribunal Superior, acórdão
proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento
de recursos repetitivo; entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repe-
titivas ou de assunção de competência; quando houver entendimento coincidente com orien-
tação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em
manifestação, parecer ou súmula administrativa.

O reexame necessário não possui natureza de recurso.

A remessa necessária – também conhecida como reexame necessário – não constitui figura recur-
sal, porque lhe falta a voluntariedade inerente aos recursos. Trata-se de condição para a eficácia da
sentença e para a formação de coisa julgada (Código de Processo Civil comentado/ Luiz Guilherme
Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart, Daniel Mitidiero – 5ª ed. revisada, atualizada e ampliada – São Pau-
lo: Thomson Reuters. Brasil, 2019. P. 622).

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Da Coisa Julgada
Quando analisamos a coisa julgada, prevista na codificação de 2015, estamos diante de
uma decisão relativa ao mérito da questão carreada ao Juiz, a qual está cunhada de imutabili-
dade (não há possibilidade de reanálise da ação sobre a qual se operou o trânsito em julgado,
portanto não pode ser modificada, salvo por ação rescisória) e é indiscutível (não caberá redis-
cussão daquilo que fora decidido e transitou em julgado do ponto de vista material).
A coisa julgada pode ser divida em coisa julgada formal e material, as quais passamos a
analisar a seguir:
• Coisa julgada formal: é a impossibilidade de discussão da matéria decidida no mesmo
processo.Trata-se de uma sentença que surte efeitos dentro do processo (endoproces-
sual) e atinge as sentenças, de modo especial as terminativas, haja vista que essa espé-
cie de coisa julgada admite que seja proposta nova ação uma vez sanado o vício relativo
ao processo ( vide previsão do artigo 486, § 1º) .
• Coisa julgada material: nessa espécie, tem-se, efetivamente, a incidência de uma sen-
tença imutável e indiscutível, a qual atingiu o direito material, ou seja, irradiou os efeitos
“para fora” do processo e recaem apenas sobre sentenças com julgamento de mérito.

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a deci-
são de mérito não mais sujeita a recurso.

Para Cássio Scarpinella Bueno, “a coisa julgada formal tende a ser entendida como a ocor-
rência da imutabilidade da sentença “dentro” do processo em que proferida”. Para o insigne
Doutrinador, a coisa julgada material possui característica de indiscutibilidade e imutabilidade
do quanto decidido para “fora” do processo. (Bueno, Cássio Scarpinella. Manual de Direito Pro-
cessual Civil, Volume único, 4ª edição, p. 467, 2018, ed. Saraiva).

Dos Limites Objetivos da Coisa Julgada


Quando falo de limites objetivos da coisa julgada, refiro-me àquilo que a decisão proferida
atinge, quais são os limites do julgado, isto é, aquilo que transita em julgado do ponto de vista
material e não será discutido novamente.
Veja, o que fora decidido está “blindado” do ponto de vista material e poderá ser rediscuti-
do, apenas e tão somente, em caso de ação rescisória. Cumpre destacar que antes de exami-
nar o mérito da questão, o Juiz deverá avaliar as questões preliminares (questões de ordem
processual que impedem adentrar no mérito, como discussão de paternidade em ação de
alimentos) e prejudiciais, caracterizadas por serem questões que, quando decididas, darão o

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sentido da decisão da ação, como, por exemplo, o reconhecimento da paternidade gerará a


obrigação da prestação de alimentos, veja que a primeira decisão direciona a segunda, afinal,
no cenário mencionado, o pai deverá adimplir com sua obrigação de provedor.

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.

Veja, atento(a) estudante, que o termo força de lei se refere à coisa julgada material e ques-
tão principal diz respeito ao que fora pedido por autor e réu nas peças produzidas por eles.

§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-


temente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;

Acompanhe o seguinte raciocínio a partir de dois questionamentos:

O que se entende por uma questão prejudicial?

A questão é prejudicial quando ela é prévia. Significa que é uma questão que tem que ser
examinada antes de outra, por razão lógica, e é uma questão cuja solução irá nortear como
decidir a outra. Por exemplo: filiação e alimentos. A filiação é prejudicial aos alimentos, porque
tem que ser decidida antes dos alimentos.

O que sempre foi característica do nosso sistema?

A coisa julgada só recair sobre a solução de questões principais. Questões incidentais não
fazerem coisa julgada. Isso era tradição. O novo Código rompeu com isso ao criar o regime
especial da coisa julgada relativa a questões prejudiciais incidentais.

Às decisões que resolvam questão prejudicial serão aplicáveis os efeitos da coisa julga-
da material.

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-
temente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;

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II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão
principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.

Contudo, impende mencionar que há situações que não permitem a incidência da coisa
julgada, as quais estão elencadas no artigo 504 do Novo Código de Processo Civil, as quais
também mantém relação com os limites objetivos da coisa julgada.

Art. 504. Não fazem coisa julgada:


I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

Dos Limites Subjetivos da Coisa Julgada


Enquanto nos limites objetivos, comentei sobre no que recai a coisa julgada, nos limites
subjetivos me refiro a sobre quem recai a coisa julgada. Bem, segundo o artigo 506 da Lei n.
13.105 de 2015, a sentença faz coisa julgada entre as partes e não prejudicará terceiros, po-
derá beneficiar, mas não pode prejudicar.

Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.

O artigo 505 da Lei de Ritos se refere à limitação temporal da coisa julgada, porquanto
estabelece que nenhum Juiz decidirá questões as quais foram decididas e são relativas à
mesma lide, exceto quando se tratar de relações de trato continuado, quando sobreveio mo-
dificação em estado de fato ou de direito, o que autoriza a parte a pedir a revisão do que fora
estatuído na sentença e nos demais casos prescritos em lei, nos quais há previsão legal para
nova decisão.
Veja, o artigo 507 da Lei de Ritos evidencia que a parte não poderá discutir, durante o pro-
cesso, questões que foram discutidas e sobre as quais se operou a preclusão, seja ela tempo-
ral (perda de prazo para prática de ato processual, afastada se a parte convencer o Julgador
que não praticou o ato em razão de uma causa justa), lógica (prática de ato que não se com-
patibiliza com o que deveria ter sido praticado) ou consumativa (a parte pratica o ato de modo
incompleto ou errôneo).

Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

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Tudo aquilo que poderia ter sido deduzido, mas não foi, considera-se deduzido e repelido.
A coisa julgada trava a discussão. É a famosa regra do deduzido e deduzível. O artigo 508 evi-
dencia a eficácia preclusiva da coisa julgada.
Estimado(a) leitor(a), se uma sentença transitou em julgado, não há de se falar em interpo-
sição de recursos (porquanto não é possível a interpor mais nenhuma espécie recursal, afinal
o processo precisa ter fim, não é?).
Quando se fala de trânsito em julgado, estamos diante de uma decisão sobre a qual recaiu
o manto da coisa julgada, porém, ainda existe a possibilidade de impugnação do julgado por
meio da ação rescisória, que pode recair sobre os limites objetivos da coisa julgada, a qual se
presta a rever a sentença, no prazo decadencial de dois anos do trânsito em julgado, sobre a
qual não seja mais possível a interposição de recurso, em virtude da incidência de vício que
torne a decisão anulável.

Da Liquidação
Bem, amigo(a) do Gran Cursos Online, vimos que, em regra, a sentença deverá ser certa,
com uma quantia determinada ou, pelo menos, determinável, ou seja, líquida. A partir de então,
o devedor saberá o quanto pagará antes de retirar o escorpião do bolso, e, a depender do valor
a ser pago, esse escorpião se torna mais pesado e peçonhento! Rs.
Bem, a fase de liquidação antecede a fase de cumprimento de sentença e ocorrerá em
casos nos quais a obrigação seja ilíquida, cujo conceito é exatamente o contrário da líquida,
isto é, não é possível determinar, de plano, de imediato a quantia a ser paga pelo devedor. A
título ilustrativo, suponha que um acidente de trânsito trouxe algumas fraturas a algum dos
condutores, o qual teve uma sentença favorável no sentido de ser indenizado (a sentença foi
condenatória em desfavor do adverso). Veja, muito embora ele tenha direito à indenização,
com base em considerações de Direito Civil, pode ser que não seja possível saber o valor exato,
haja vista ser necessária a submissão a intervenções cirúrgicas e fisioterápicas no decorrer da
reabilitação.
O legislador falou em decisão em ilíquida para pagar quantia e a iliquidez pode se referir
a outras parcelas da obrigação, como nas sentenças proferidas em ações coletivas em que o
juiz manda indenizar as vítimas, cujo valor será apurado em liquidação.

Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liqui-
dação, a requerimento do credor ou do devedor:

Quando estivermos diante de uma sentença ilíquida, tanto credor quanto devedor podem
requerer ao Juiz que ocorra a fase de liquidação antes da fase de cumprimento de sentença.
Antes essa fase ocorria em processo autônomo, porém, nos tempos atuais, em perspectiva de
processo sincrético, trata-se de um momento processual.
A liquidação pode ser divida em:

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• Liquidação por arbitramento: o valor exige cálculos dotados de complexidade. Nessa es-
pécie, as partes podem convencionar acerca da quantia. Além do exposto, o Juiz intimará
as partes para apresentarem pareceres ou documentos que possam elucidar o caso e,
acaso não possa decidir, o Julgador nomeará perito. Chamo sua atenção para o fato de
que se o valor depender apenas de cálculos aritméticos, o credor pode promover, desde
logo, o cumprimento de sentença, conforme o § 2º do artigo 509 da Lei de Ritos.
• Liquidação pelo procedimento comum: Ocorre quando houver necessidade de provar
algum fato novo, estranho ao processo, como, por exemplo, a submissão a novos pro-
cedimentos cirúrgicos (oriundas de lesões que não foram objeto de debate anterior)
em razão de acidente de trânsito. Nessa espécie, o Juiz determinará a intimação do
requerido por meio de seu advogado ou sociedade de advogados para que apresente
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, conforme o artigo 511 do Novo Código de
Processo Civil.

Art. 324. O pedido deve ser determinado.


§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
(...)
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
(...)
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a
decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de
juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo
quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessi-
vamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.

Veja que interessante!


Não se fala mais em liquidação por artigo e a liquidação por arbitramento é por perícia.
Veja, atento(a) estudante, o Código prevê a possibilidade de a decisão trazer uma parte
líquida e outra ilíquida.

Vixe, professor! E aí, como se faz com esse Frankenstein?

Bem, nesse caso é possível cumprir a parte líquida e providenciar a liquidação da parte
ilíquida em autos apartados. Seria o caso de acidente de trânsito no qual o Juiz condena a uma
das partes a pagar R$ 15.000.00 a título de danos emergentes, mas precisa avaliar uma outra
parte da sentença, cujo conteúdo verse sobre o tratamento médico, o qual não foi concluído.

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§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simul-
taneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.

Veja, a liquidação da sentença não se presta a alterar a decisão proferida ou rediscutir a


lide. Outro ponto interessante se refere ao fato de o Conselho Nacional de Justiça colocar pro-
grama de atualização financeira à disposição dos interessados.
Chamo sua atenção para o fato de a liquidação poder ser realizada mesmo na pendência
de recurso de modo que cumpre ao liquidante (quem procede à liquidação da sentença) ins-
truir o pleito com cópias das peças pertinentes ao caso.

Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apar-
tados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças proces-
suais pertinentes.

Então, feitas as considerações relativas aos temas trabalhados, chegou o momento de


fixá-los por meio da nossa habitual bateria de exercícios, vamos a eles!

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QUESTÕES DE CONCURSO
002. (VUNESP/PREFEITURA DE BAURU – SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) Os pronun-
ciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. No que
concerne à sentença, assinale a alternativa correta.
a) O juiz resolverá o mérito quando verificar a impossibilidade jurídica do pedido do autor e a
ausência de interesse de agir.
b) O juiz resolverá o mérito da lide, quando em caso de morte do autor, a ação for considerada
intransmissível por disposição legal.
c) A extinção do processo por perempção pode ser reconhecida de ofício pelo juiz da cau-
sa, na audiência de instrução designada para realização de oitiva de testemunha arrolada em
contestação.
d) Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não
poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, nem tampouco, se demandado,
alegar em defesa o seu direito.
e) Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento proferido em sentença terminativa.

Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportu-
nidade para, se possível, corrigir o vício.
a) Errada. Essa é uma hipótese de extinção do processo sem resolução de mérito, prevista no
inciso, VI, do artigo 485 do Código relativa ao interesse processual. Mas não há de se falar em
impossibilidade jurídica do pedido.
b) Errada. Essa é uma hipótese de extinção do processo sem resolução de mérito, prevista no
inciso, IX, do artigo 485 do Código.
c) Errada. Conquanto essa seja uma causa na qual o Juiz possa decidir de ofício, quando for
oferecida a contestação o abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu,
consoante o § 6º do artigo 485 Código.

§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende
de requerimento do réu.
d) Errada. A questão trata da perempção e incorre em erro quando afirma que o demandado
não poderá alegar o direito de defesa.

§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá
propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibili-
dade de alegar em defesa o seu direito.

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e) Certa. Veja, a assertiva se fundamenta no artigo 488 do Código de Processo, lembre-se de
que a nova processualística se arvora na primazia do julgamento de mérito, então, busca-se a
sentença definitiva.

Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
Letra e.

003. (CESPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/2018) Caberá ao juiz


não resolver o mérito quando
a) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação.
b) decidir, de ofício, sobre a ocorrência de prescrição.
c) homologar reconhecimento da procedência do pedido formulado na reconvenção.
d) homologar a transação.
e) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.

Veja, a alternativa E evidencia uma causa de extinção do processo sem resolução do mérito
(constante no rol do artigo 485). As demais alternativas evidenciam hipóteses de julgamento
com resolução de mérito (artigo 487).
Letra e.

004. (CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO/2019) Acerca do disposto no Código


de Processo Civil (CPC) sobre as normas processuais civis, os deveres das partes e dos pro-
curadores, a intervenção de terceiros e a forma dos atos processuais, julgue o item a seguir.
Em observância ao princípio da economia processual, a fundamentação de decisão que não
admite recurso pode limitar-se à mera indicação de precedente com força vinculante ou persu-
asiva reconhecida pelo CPC.

Segundo o artigo 489, § 1º:

Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acór-
dão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

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V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos de-
terminantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Errado.

005. (CESPE/CGE – CE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/ÁREA DE CORREIÇÃO/2019/


ADAPTADA) A respeito do devido processo legal e de suas consequências, assinale a op-
ção correta.
a) Os motivos fazem coisa julgada desde que sejam relevantes para determinar o alcance da
parte dispositiva da sentença.
b) A resolução de questão prejudicial decidida expressa e incidentalmente no processo terá
força de lei se dela depender o mérito.

Com base no artigo 504 do Novo Código, a assertiva A está incorreta.

Art. 504. Não fazem coisa julgada:


I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
Assertiva B está correta, porquanto se alinha com o artigo 503 da Lei de Ritos.

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-
temente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão
principal.
Letra b.

006. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/CALCULIS-


TA/2019) À luz do Código de Processo Civil, julgue o próximo item, relativos às normas funda-
mentais do processo civil e aos elementos da sentença, aos honorários advocatícios, à advo-
cacia pública e à aplicação das normas processuais.
Os elementos essenciais da sentença incluem os fundamentos — que consistem na análise
das questões de fato e de direito pelo juiz — e o dispositivo — no qual o juiz resolve as questões
principais que as partes lhe submeterem —; o relatório, por sua vez, é dispensado, haja vista o
direito das partes de obter, em prazo razoável, a solução integral do mérito.

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Cuidado! O relatório é um elemento essencial da sentença e não é dispensável. Noutro giro, o


relatório é dispensado nos juizados especiais (Art. 38 da Lei n. 9.099/1995).
Errado.

007. (CESPE/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) O juiz proferirá sentença sem re-


solução de mérito quando
a) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.
b) homologar a transação.
c) homologar o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação.
d) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação.
e) verificar a impossibilidade jurídica do pedido.

a  ) Certa. A assertiva traz uma situação de julgamento sem resolução de mérito (artigo 485, VII).
b) Errada. É caso de julgamento com resolução de mérito (artigo 487, III, b).
c) Errada. É caso de julgamento com resolução de mérito (artigo 487, III, a).
d) Errada. É caso de julgamento com resolução de mérito (artigo 487, III, c).
e) Errada. Não há de se falar em impossibilidade jurídica do pedido como causa de extinção do
processo sem resolução de mérito.
Letra a.

008. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com relação à jurisdi-


ção e ao poder jurisdicional, julgue o próximo item.
A sentença é o produto mais importante da atividade jurisdicional e, assim como a atividade
legislativa, normatiza a conduta de todos.

Segundo o artigo 506 da lei de ritos: “A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é
dada, não prejudicando terceiros”. Observe os limites subjetivos da sentença.
Errado.

009. (CESPE/FUNPRESP-EXE/ESPECIALISTA/ÁREA JURÍDICA/2016) A respeito de senten-


ça e coisa julgada, julgue o item que se segue.
A sentença é composta basicamente de três partes: relatório, fundamentação e dispositivo, de-
terminando a lei processual que o juiz, quando considerar adequado, poderá dispensar o relatório.

Conforme comentado, linhas acima, o relatório não é dispensado.


Errado.

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010. (CESPE/TCE-PR/AUDITOR/2016) A respeito da coisa julgada e da sentença, assinale a


opção correta.
a) Ainda que o autor formule pedido genérico relativo à obrigação de pagar quantia, a exten-
são do dano deverá ser fixada na sentença, com os consectários legais de juros e correção
monetária.
b) Para que a decisão seja fundamentada é suficiente que o juiz invoque dispositivo legal ou
súmula em seu julgado.
c) A remessa necessária guarda relação com a pessoa parte ré na ação, não importando o
valor da condenação.
d) Os efeitos da coisa julgada material serão inaplicáveis em caso de decisão que resolva
questão prejudicial.
e) Se, após o réu apresentar a contestação, o autor, imotivadamente, deixar o processo sem
movimento por mais de um ano, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução de mérito.

a) Certa. Segundo o artigo 322, § 1º:

O pedido deve ser certo. § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e
as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
Lembro-te acerca dos pedidos implícitos. Ademais, consoante o artigo 491 do NCPC:

Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão de-
finirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo
inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessi-
vamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
b) Errada. A assertiva contraria o que estabelece o artigo 489, § 1º, V.
c) Errada. A condenação leva em consideração o valor da condenação (veja o 496, § 3º).
d) Errada. Segundo o art. 503, § 1º:

O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemen-


te no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão
principal.
e) Errada. Consoante o artigo 485, II, § 6º:

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Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de
requerimento do réu.
Além do exposto, a parte será intimada para suprir a falta em cinco dias (artigo 485, § 1º).
Letra a.

011. (CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Considera-se fundamentada a de-


cisão interlocutória se o juiz apenas
a) expuser as razões que lhe formaram o convencimento.
b) indicar o dispositivo legal aplicável.
c) invocar precedente jurisprudencial aplicável.
d) reproduzir o ato normativo aplicável.
e) empregar conceitos jurídicos, ainda que indeterminados.

a) Certa. O Juiz irá fundamentar as razões de seu convencimento (veja o artigo 489, II).
b) Errada. Com base no artigo 489, § 1º, I.
c) Errada. Com base no artigo 489, § 1º, V.
d) Errada. Com base no artigo 489, § 1º, I.
e) Errada. Com base no artigo 489, § 1º, II.
Letra a.

012. (CESPE/EBSERH/ADVOGADO/2018) Julgue o item a seguir, considerando as regras do


atual Código de Processo Civil acerca das sentenças e dos recursos.
Em atenção à coisa julgada, a sentença terminativa impede que a parte autora proponha nova-
mente a ação.

Veja, conforme visto em aula, a sentença terminativa permite que a parte proponha novamente
a ação, ao contrário da sentença definitiva, a qual impede nova propositura.
Errado.

013. (CESPE/TCE-PR/AUDITOR/2016/ADAPTADA) A respeito da coisa julgada e da sentença,


assinale a opção correta.
Os efeitos da coisa julgada material serão inaplicáveis em caso de decisão que resolva
questão prejudicial.

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Veja, a assertiva contraria o que estabelece o artigo 503, § 1º, da Lei de Ritos, veja o dispositivo
em comento:

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-
temente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.
Errado.

014. (FCC/ PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Em relação à coisa julgada,


a) a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
b) nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, em nenhu-
ma hipótese.
c) denomina-se coisa julgada formal a autoridade que torna imutável e indiscutível a sentença
de mérito não mais sujeita a recurso.
d) os motivos não fazem coisa julgada, mas a verdade dos fatos sim, desde que estabelecida
como fundamento da sentença.
e) é possível à parte discutir no curso do processo as questões já decididas, se sobre elas ope-
rou-se somente a preclusão.

a) Certa. Amigo(a), vimos que o artigo 506 do Código versa sobre os limites subjetivos da lide
e a questão traz a literalidade do dispositivo, acompanhe comigo:

Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
b) Errada. Há duas hipóteses do artigo 505 que permitem a Juiz decidir a mesma lide. Acom-
panhe comigo:

Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
I – se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato
ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
II – nos demais casos prescritos em lei.
c) Errada. Veja, esse é o conceito de coisa julgada material, consoante o artigo 502 da Lei de
Ritos.

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d) Errada. Veja, conforme o inciso II, do artigo 504, não fazem coisa julgada a verdade dos fa-
tos, como fundamento da sentença.
e) Errada. Negativo, a questão contraria a dicção do artigo 507 do Novo Código.

Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão.
Letra a.

015. (FCC/TRF - 5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FE-


DERAL/2017) Acerca da coisa julgada, considere:
I – Denomina-se coisa julgada formal a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão
de mérito não mais sujeita a recurso.
II – A verdade dos fatos faz coisa julgada, quando estabelecida como fundamento da sentença.
III – A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, e em relação a terceiros
juridicamente interessados.
IV – Os motivos não fazem coisa julgada, ainda que importantes para determinar o alcance da
parte dispositiva da sentença.
V – Transitada em julgado a decisão de mérito, consideram-se formuladas e rejeitadas todas
as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e V.
e) IV e V.

I – Errado. O item se refere ao conceito de coisa julgada material, consoante o artigo 502 da
Lei de Ritos.
I I – Errado. Negativo, não faz coisa julgada, ao contrário do que o item afirma. (vide artigo 504, II).
III – Errado. Veja, consoante o artigo 506 da Lei de Ritos, a sentença faz coisa julgada entre as
partes. Lembre-se dos limites subjetivos da coisa julgada.

Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
IV – Correto. Aí sim! O item se harmoniza com o artigo 504, I, do Novo Código.
V – Correto. O item se harmoniza com o artigo 508, do Novo Código.
Letra e.

016. (CESPE/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) Caso o juiz julgue parcialmente o


mérito, reconhecendo a existência de obrigação ilíquida, a parte vencedora

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a) poderá promover de pronto a liquidação, mediante o depósito de caução.


b) poderá promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto recurso pela parte vencida.
c) deverá aguardar a extinção do processo para promover a liquidação.
d) deverá promover a liquidação nos mesmos autos, em vista do princípio da eficiência.
e) poderá promover a liquidação somente após transcorrido o prazo para interposição de re-
curso pela parte vencida.

Veja, a parte poderá promover a liquidação, mesmo na pendência de recurso, consoante o arti-
go 512 do Novo Código de Processo Civil, processando-se em autos apartados (então, cuidado
com a assertiva D).

Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apar-
tados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças proces-
suais pertinentes.
Saliento que o recurso cabível para atacar a liquidação da sentença é o agravo de instrumento,
conforme parágrafo único do artigo 1.015, da Lei de Ritos.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
(...)
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.
Letra b.

017. (CESPE/TCE-RN/AUDITOR/2015) Considerando uma demanda hipotética na qual


A busque a satisfação de seu crédito decorrente de uma obrigação por parte de B, julgue o
item a seguir.
Caso os pedidos de A sejam julgados procedentes e a sentença condene B em quantia ilíquida,
a liquidação poderá ocorrer tanto a requerimento de A quanto de B, sendo certo que se dará
pelo procedimento comum quando houver a necessidade de alegar ou provar fato novo.

Vimos, no decorrer da aula, que tanto credor quanto devedor podem requerer a liquidação.
Além disso, a mencionada fase poderá ocorrer pelo procedimento comum quando houver a
necessidade de alegar ou provar fato novo, consoante o artigo 509, II, da Lei Adjetiva.
Certo.

018. (IESES/TJ-AM/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMO-


ÇÃO/2018) Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á

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à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor. Acerca da liquidação de sentença


é correto afirmar:
I – A liquidação de sentença se dará por arbitramento, quando determinado pela sentença,
convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação.
II – Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
III – Na liquidação é permitido rediscutir a lide ou modificar a sentença que a julgou.
IV – É vetado promover a liquidação na pendência de recurso.
A sequência correta é:
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
b) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva IV está incorreta.
d) Apenas as assertivas II e IV estão incorretas.

I – Correto. O item traz a dicção do artigo 509, I, da Lei Adjetiva.


II – Correto. O item se alinha com o artigo 509, § 1º, da Lei Adjetiva.
III – Errado. Não, ao contrário do que afirma o item, não é possível, na liquidação, discutir de
novo a lide ou modificar a sentença, com estribo no § 4º do artigo 509.
IV – Errado. O artigo 512 afirma o contrário daquilo que assevera a questão. O artigo em co-
mento afirma que é possível a liquidação da sentença na pendência de recurso, a qual se pro-
cessa em autos apartados.
Letra a.

019. (CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/2018) Acerca dos atos proces-


suais, julgue o seguinte item.
Decisão interlocutória consiste no ato pelo qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedi-
mento comum.

Negativo, a decisão do Juiz que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum e a sentença.
Errado.

020. (FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) Em relação à liquidação


de sentença,
a) na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a citação do requerido, pesso-
almente, para oferecer contestação no prazo de quinze dias.

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b) quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, os autos serão remeti-
dos pelo juiz, de ofício, ao Contador Judicial, sem necessidade de oitiva prévia das partes.
c) na liquidação é possível discutir de novo a lide, mas não modificar a sentença que a julgou.
d) quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
e) a liquidação não poderá ser realizada na pendência de recurso, somente podendo ocorrer
com o trânsito em julgado da lide.

a) Errada. Conforme o artigo 511 do Código, o Juiz intimará o requerido na pessoa do seu ad-
vogado.
b) Errada. Conforme o artigo 509, § 2º, do Código, quando os cálculos forem aritméticos, o
credor poderá, desde logo, promover o cumprimento da sentença.
c) Errada. Veja, é vedado rediscutir a lide ou modificar a sentença, consoante o artigo 509, §
4º, da Lei de Ritos.
d) Certa. Aí, sim! Estamos diante do teor do artigo 509, § 1º, da Lei Adjetiva.
e) Errada. Negativo, a questão contraria o artigo 512 do Código, o qual admite liquidação na
pendência de recurso.
Letra d.

021. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/CALCULISTA/


2019) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a fazenda pú-
blica e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
O credor poderá promover imediatamente o cumprimento da sentença, dispensando a fase
de liquidação, quando a apuração do valor a ser executado depender somente de cálculo
aritmético.

Segundo o artigo 509, § 2º:

Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, des-
de logo, o cumprimento da sentença.
Certo.

022. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU/DIREITO/2018) Com base nas normas que regem o


processo civil, julgue o item seguinte, acerca da função jurisdicional; do Ministério Público; de
nulidades processuais; e de sentença.
A existência de convenção de arbitragem acarreta a extinção do processo sem resolução
do mérito.

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A assertiva está alinhada com o que estabelece o artigo 485, VII, do NCPC.
Certo.

023. (CESPE/TCM-BA/AUDITOR ESTADUAL DE CONTROLE EXTERNO/2018) Pedro ajuizou


demanda contra Renato com pedido único de indenização por danos materiais e, em sua defe-
sa, o réu alegou a existência de prescrição. Posteriormente, acolhendo o argumento levantado
por Renato, o magistrado pôs termo ao processo por meio de espécie de pronunciamento
classificado como
a) ato meramente ordinatório.
b) despacho.
c) decisão interlocutória.
d) decisão monocrática.
e) sentença.

A assertiva nos dá a possibilidade de revisarmos os conceitos trabalhados em aula, por meio


da leitura dos artigos 203 e 204 do NCPC, vamos a eles:

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.


§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronuncia-
mento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enqua-
dre no § 1º.
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou
a requerimento da parte.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despa-
cho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Letra e.

024. (CESPE/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE/JURÍDICA/2016/ADAPTADA) Com refe-


rência ao processo, ao procedimento comum e à intervenção de terceiros, assinale a opção
correta de acordo com o Código de Processo Civil (CPC).
De acordo com o CPC, sentença é o pronunciamento do magistrado que, com ou sem resolu-
ção do mérito, extingue o processo em primeiro grau. Os demais atos decisórios do juiz singu-
lar possuem natureza interlocutória.

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Segundo o artigo 203 do NCPC:


Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronuncia-


mento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2º Decisão interlocutória é todo pronun-
ciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou
a requerimento da parte.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despa-
cho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Errado.

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GABARITO
2. e 10. a 18. a
3. e 11. a 19. E
4. E 12. E 20. d
5. b 13. E 21. C
6. E 14. a 22. C
7. a 15. e 23. e
8. E 16. b 24. E
9. E 17. C

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Bem, após esse bate-papo, querido(a) guerreiro(a), você que é a peça fundamental para
nosso trabalho e tem todo o meu respeito e admiração, por estar nessa “batalha”, a qual é
exigente. Mas saiba que acredito em você, estamos juntos nessa luta! Despeço-me, agora, por
meio dos meus mais sinceros agradecimentos pela companhia virtual e confiança. Fique com
Deus e até o nosso Próximo encontro!
“Se há uma característica comum aos grandes campeões, em qualquer área de atividade, é
a habilidade de manter o foco”.
Michael Jordan.

Anderson Ferreira
Servidor Público desde 2007, aprovado em diversos concursos públicos, dentre os quais: Professor da
Secretaria de Educação do Distrito Federal; Analista do Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região; Agente
de Polícia Civil do Distrito Federal e Escrivão de Polícia Civil do Distrito Federal (cargo ocupado nos tempos
atuais)

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