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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Sentença II
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SENTENÇA II
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I – indeferir a petição inicial;
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 (trinta) dias;
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular
do processo;
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral re-
conhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.

Se ocorrer três extinções por abandono do autor, é necessário observar perempção (art.
486, § 3º).

Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha
de novo a ação.
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa,
não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada,
entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

O § 3º refere-se à perempção, que é causa de extinção do processo sem resolução de


mérito (art. 485, V). Perempção é a extinção do processo por abandono do autor.
Exemplo: o autor ficou sem movimentar o processo por trinta dias e o juiz o extinguiu;
o autor entrou pela segunda vez, o processo correu e o autor não fez o que deveria fazer,
gerando extinção novamente por abandono; o autor entrou uma terceira fez, mas também
ocorreu extinção por abandono.
Após três extinções por abandono, a quarta será perempção. Isso não impede que esse
direito seja alegado como defesa. O direito declarado perempto pode ser alegado em contes-
tação como defesa, mas não em contestação em reconvenção, porque reconvenção é ação.
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V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;


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Os casos de litispendência por coisa julgada e perempção são extinções sem resolução
de mérito. Se já existe coisa julgada e é proposta uma ação que viola essa coisa julgada,
essa segunda ação será extinta sem resolução de mérito, porque o mérito decidido na pri-
meira coisa julgada deve ser preservado.
Muitos autores defendem que existiria a coisa julgada processual, que é a coisa julgada
que não se forma na sentença sem resolução de mérito e que, por isso, permitiriam a repro-
positura da ação. No art. 486, não há coisa julgada, então é como se fosse um vício insaná-
vel, porque a coisa julgada continuará existindo. Nesse caso, a ação não poderia ser repro-
posta, mesmo com a segunda ação extinta sem resolução de mérito.

VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

A legitimidade e o interesse processual são as condições da ação – mas há autores que


não defendem a palavra “condição”.

VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral re-
conhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.

Desistência da ação é decisão sem resolução de mérito. A desistência pode ser formu-
lada do momento da propositura até a sentença (art. 485, § 5º).

a resistência pode ser requerida até a sentença (485 §5º)

PI CONT. SETENÇA
desistência desistência
independe do consent. necessita do consent.
do réu (485,§4°) do réu (485,§4°)

Art. 485.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
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Se já tiver havido contestação, a desistência irá depender de concordância do réu; antes


da contestação, independe do consentimento do réu.

Art. 485.
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.

Via de regra, os pronunciamentos das partes produzem efeitos imediatamente e indepen-


dem de homologação judicial para produzir efeitos. A exceção é a desistência da ação, que
depende de homologação judicial.
Súmula 240/STJ: A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende
de requerimento do réu.

Art. 200.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.

• Desistência da ação – decisão sem resolução de mérito;


• O autor pode desistir até ser proferida a sentença
• Se o réu já tiver contestado, o autor dependerá do consentimento do réu para desistir;
se o réu não tiver contestado, o autor poderá desistir independentemente de seu con-
sentimento.
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• A regra do art. 485, § 4º possui uma exceção, que está no art. 1.040, § 3º, que é no
caso de julgamento repetitivo.

Art. 1.040.
§ 3º A desistência apresentada nos termos do § 1º independe de consentimento do réu, ainda que
apresentada contestação.

Art. 485.
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.

Quando ocorre a extinção sem resolução de mérito, a ação poderá ser reproposta.
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Art. 485.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a
falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto
ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo
e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
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Quando o juiz de ofício extingue o processo sem resolução de mérito, é necessário inti-
mar a parte contrária para comunicar sobre sua decisão. Essa intimação serve para dar ciên-
cia à parte contrária sobre o que aconteceu no processo e ela acontecerá mesmo que a parte
contrária sequer tenha sido citada, para que ela tome ciência de que houve ação contra ela.
Nos casos do art. 331, que trata do indeferimento da petição inicial, no § 3º desse artigo
e o art. 332, § 2º, o réu sequer havia sido citado, houve extinção do processo e a secre-
taria determinou a intimação da parte contrária para que ela tome ciência de que houve
aquela decisão.

§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá
5 (cinco) dias para retratar-se.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha
de novo a ação.

Se a ação pudesse ser reproposta, viraria um ciclo sem fim.

§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art.
485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolu-
ção do mérito.
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das
custas e dos honorários de advogado.

Exemplo: Mozart propôs uma ação contra Lauro. Quando ele propõe essa ação, o juiz
declara que Lauro é parte ilegítima (art. 485, VI), ocorrendo a extinção sem resolução de
mérito. Nesse caso, Mozart pode repropor a ação, mas não contra Lauro, que é ilegítimo.
Entretanto, se ele repropor essa ação contra Joaquim, a ação não será mais a mesma,
porque houve uma mudança subjetiva.
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Nesse caso, ocorre o efeito negativo, que é o que impede a repropositura da ação. Não
é a coisa julgada material que está protegendo Lauro porque a coisa julgada material, nos
termos do art. 502, se forma a partir de uma decisão de mérito transitada e julgada. A deci-
são que declarou Lauro parte ilegítima não é de mérito. Vários autores vêm chamando o que
protege Lauro, nesse caso, de coisa julgada processual.

§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das
custas e dos honorários de advogado.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Mozart Borba Neves Filho.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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