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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Nulidades
Douglas de Araújo Vargas
Sumário
Apresentação. . ................................................................................................................3
Nulidades........................................................................................................................4
Reconhecimento..............................................................................................................5
Classificações.................................................................................................................5
Espécies de Nulidades.....................................................................................................8
Nulidades Absolutas......................................................................................................17
Nulidades Relativas.......................................................................................................24
Arguição de Nulidades Absolutas.................................................................................. 27
Arguição de Nulidades Relativas................................................................................... 27
Convalidação de Nulidades Relativas............................................................................ 28
Resumo........................................................................................................................ 30
Questões de Concurso...................................................................................................35
Gabarito........................................................................................................................ 47
Gabarito Comentado. .................................................................................................... 48
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Apresentação
Querido(a) aluno(a), hoje vamos tratar de um assunto um pouco chato, mas também im-
portante para um bom entendimento da disciplina: as causas de nulidade no Direito Proces-
sual Penal.
Especificamente, vamos tratar dos seguintes assuntos:
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Nulidades
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NULIDADES
Vamos começar, é claro, com o conceito doutrinário de nulidade, no âmbito do Direito
Processual Penal.
Segundo Guilherme Nucci, “nulidades são vícios que contaminam determinados atos pro-
cessuais, praticados sem observância da forma prevista em lei, podendo levar à sua inutilida-
de e consequente renovação.”
Ao estudar a parte introdutória do Direito Processual Penal, o aluno aprende que deve ser
respeitado o devido processo legal: a ânsia de punir do Estado deve ser submetida a diversos
direitos e garantias, de modo a respeitar a disparidade de poder entre o Estado e o indivíduo.
Nesse sentido, é importante verificar que a inobservância das previsões legais sobre os
atos processuais gera nulidades, que podem levar à invalidação do ato praticado.
Em palavras ainda mais simples: se o ato processual não respeitar as determinações le-
gais sobre sua execução, pode ser considerado inválido!
Essa informação já nos leva a três observações muito importantes sobre nulidades:
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Assim sendo, se for, por exemplo, produzida uma prova com a prática de alguma nulidade
no âmbito do IP, tal prova será desconsiderada, mas tal nulidade não irá contaminar a ação
penal subsequente.
Reconhecimento
Outro ponto importante que se relaciona com o fato de que as nulidades incidem apenas
sobre atos processuais é a premissa de que a nulidade só existe depois de reconhecida judi-
cialmente. Se não houver decisão judicial que reconheça a existência da nulidade de um ato
processual, portanto, a regra é que este continue a produzir seus efeitos.
Classificações
Você já sabe que as nulidades estão relacionadas a atos processuais. Por esse motivo,
para compreender bem as espécies de nulidades, primeiro precisamos conhecer algumas
espécies de atos processuais que apresentam vícios – pois cada uma delas terá uma pecu-
liaridade quanto à nulidade do ato.
Para bem estudar as nulidades, portanto, você precisa conhecer três tipos de atos pro-
cessuais:
Tais definições tem como base apenas um fator: A variação dos vícios relacionados ao
ato. Ou seja, cada tipo de ato viciado (inexistente, irregular ou nulo) resultará em um vício
diferente, que é mais ou menos grave.
Comecemos pelos atos inexistentes.
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Atos Inexistentes
Os atos inexistentes são aqueles em que falta um dos elementos exigidos pela lei, de for-
ma absoluta. Segundo a doutrina, seu vício é tão grave que sequer podem ser considerados
como verdadeiros atos processuais – daí a escolha da nomenclatura atos inexistentes!
Dessa forma, a doutrina entende o ato inexistente como o chamado”não ato”.
Dessa forma, não se fala em invalidação de um ato inexistente, pois a inexistência ANTECEDE
as considerações de validade!
Com certeza. Imagine uma audiência judicial presidida por um Promotor de Justiça (e não
por um Juiz). Tal ato processual seria inexistente – e não meramente nulo!
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Outros exemplos relevantes para fins de prova são os entendimentos do STF de que atos pro-
cessuais praticados por indivíduo sem habilitação para advogar ou por advogado SUSPENSO
são INEXISTENTES.
Atos Nulos
Os atos nulos, embora padeçam de vício grave, ao contrário do que acontece com os atos
inexistentes, chegam a existir. São, portanto, verdadeiros atos processuais, porém, falta-lhes
adequação à lei, o que pode levar – ou não – ao reconhecimento de que não são aptos para
produzir efeitos no mundo jurídico.
Os atos nulos, portanto, de acordo com a gravidade do desvio que causou a nulidade, po-
derão ser considerados válidos ou não – a depender do caso.
Por esse motivo, dizemos que a nulidade possui duas espécies: nulidade absoluta e nuli-
dade relativa.
Agora sim ficou claro o motivo pelo qual devemos conhecer as espécies de atos proces-
suais antes de estudar as nulidades propriamente ditas, haja vista que as espécies de atos
processuais vão influir na existência das nulidades que vamos estudar!
Atos Irregulares
Por fim, temos os atos irregulares, que nada mais são do que as chamadas infrações
superficiais, que, segundo a doutrina, não contaminam a legalidade do ato – de modo que
merecem a sua renovação.
Como a irregularidade é algo considerado leve, a doutrina defender que o ato irregular é
convalidado (corrigido) pelo mero prosseguimento do processo. Não há necessidade, portan-
to, de convalidação expressa.
Assim sendo, temos o seguinte esquema:
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Uma vez que destrinchamos as espécies de atos viciados, já temos a base teórica neces-
sária para adentrar um dos tópicos mais importantes da aula de hoje: as espécies de nulida-
des. Vamos a elas!
Espécies de Nulidades
Como já mencionamos ao estudar os atos nulos, a nulidade pode ser dividida em duas
espécies: absoluta e relativa.
Segundo a doutrina, são características básicas das espécies acima:
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O quadro acima possui características MUITO IMPORTANTES para que você possa dife-
renciar a nulidade absoluta da relativa. Leia, releia e domine BEM essa comparação – pois ela
simplesmente despenca em prova.
Uma vez que você conhece a diferença entre nulidade relativa e absoluta, o próximo pas-
so, obviamente, é saber quais são as nulidades absolutas e quais são as nulidades relativas
previstas no CPP.
O Código de Processo Penal apresenta as nulidades em seu art. 564, o qual transcreve-
mos abaixo:
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Artigo gigantesco e também muito importante. Embora eu seja um dos professores que
mais recomenda a leitura da letra de lei, nesse caso, há um pequeno problema: não é possível
adivinhar quais são as nulidades relativas e quais são as nulidades absolutas apenas lendo
o art. 564 do CPP.
Por esse motivo, vamos agora esquematizar o artigo acima, dividindo cada nulidade pre-
vista em sua respectiva categoria.
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A previsão do art. 564 trata das chamadas nulidades típicas (nulidades previstas de forma
expressa no ordenamento jurídico). No entanto, existem ainda as chamadas nulidades atípi-
cas (que não estão previstas de forma expressa). Por esse motivo, não estamos diante de rol
taxativo!
Assunto chato? Muito. Necessário? Também. Faz parte da vida de concurseiro.
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Seguindo em frente, vamos estudar pontualmente cada artigo do CPP sobre nulidades
que é digno de ser comentado, a começar pelo art. 563, que apresenta um dos chamados
princípios regentes das nulidades.
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou
para a defesa.
Dizemos que a nulidade absoluta, via de regra, tem o prejuízo presumido, pois o STF já
apresentou entendimento no sentido de que o prejuízo sempre deve ser demonstrado para
permitir o reconhecimento de qualquer nulidade.
Por esse motivo, embora a doutrina majoritária se posicione no sentido de que a compro-
vação de prejuízo só é obrigatória nas nulidades relativas, se o examinador perguntar qual o
posicionamento do STF sobre o assunto, você já sabe: a demonstração de prejuízo é requisito
para ambos os casos.
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha
concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
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Não é que não seja possível que uma parte cause uma determinada nulidade. Na verdade,
esse princípio tem uma função um pouco mais específica: impedir que uma parte, de má-fé,
faça a arguição de uma nulidade que ela própria causou!
Dessa forma, visa-se proteger a ética na realização dos atos processuais, de modo que
não seja possível que uma parte provoque uma nulidade de forma proposital, com o objetivo
de utilizá-la em seu favor mais adiante.
Como consequência dessa premissa, temos o chamado princípio do interesse.
Chamamos de princípio do interesse a exigência de que a parte que alega uma nulidade
tenha interesse para tanto.
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha
concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
Ainda sobre o artigo 565, mas em seu segundo trecho, temos o princípio de que não há
nulidade por omissão de formalidade que só interessa à parte contrária. Esse é outro princípio
ligado ao princípio do interesse, e que só se aplica às nulidades relativas, afinal de contas, ele
deve ser arguido, enquanto que as nulidades absolutas podem e devem ser reconhecidas a
qualquer tempo.
Aqui temos uma vedação que visa impedir uma parte de arguir nulidade a partir da inob-
servância de um procedimento que só afeta a parte contrária. Por exemplo:
Promotor que deseja arguir nulidade pois a defesa não foi intimada de uma carta precatória
para a oitiva de testemunhas, sendo que o defensor alega que seu cliente não sofreu prejuízo
algum com tal omissão.
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O exemplo acima é apresentado por Nucci, e concretiza bem o que estamos explicando:
quem haveria de sofrer o prejuízo com a não intimação era a defesa (que alega que não sofreu
prejuízo algum). Como poderia então a outra parte alegar tal nulidade?
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da
verdade substancial ou na decisão da causa.
Não há motivo para atrapalhar o andamento do processo e onerar ainda mais a máquina
estatal devido a uma declaração de uma nulidade que sequer influiu na decisão da causa.
Não faria sentido, e, como já foi observado, seria mais uma pedra no caminho da celeridade
processual.
Por esse motivo, existe o princípio previsto no art. 566 do CPP, que rege que não há nuli-
dade de ato irrelevante para o deslinde da causa.
É um princípio que se relaciona com a demonstração de prejuízo e com a busca da ver-
dade real, evitando a repetição de atos que seriam verdadeiramente desnecessários para a
decisão da causa.
Vejamos um exemplo excelente trazido pelo mestre Leonardo Barreto:
Testemunha nascida no estrangeiro prestou depoimento em sua língua natal sem o intermé-
dio de um intérprete (como determina o art. 223 do CPP).
Se o depoimento colhido for irrelevante para a conclusão da causa, não há motivo para decre-
tar a nulidade do ato e realizar novamente a oitiva da testemunha seguindo o procedimento
correto.
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam
ou sejam consequência.
Temos ainda o chamado princípio da causalidade, segundo o qual uma vez que a nulidade
de um ato é declarada, causará a nulidade dos demais atos que dependam diretamente ou
que sejam consequência do ato anulado.
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Deve, obviamente, ser demonstrado o nexo causal entre o ato cuja nulidade foi reconheci-
da e os demais atos que terão sua nulidade decretada como consequência.
Como resultado desse princípio, o CPP prevê que o magistrado deverá sempre declarar
quais atos foram alcançados pela nulidade, indicando ainda os que deverão ser retificados ou
mesmo renovados:
Outro ponto relevante sobre o princípio da causalidade é que nem sempre a invalidação
dos atos subsequentes é automática, haja vista que o CPP prevê apenas a anulação de atos
diretamente dependentes ou que sejam consequência do ato cuja nulidade foi declarada.
Princípios – Resumo
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Incompetência
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando
for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
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O art. 567 prevê, portanto, o chamado princípio da conservação dos atos processuais, ao
preservar os atos instrutórios mesmo quando houver incompetência no juízo. Note que, como
acabamos de observar, tal regra só é aplicável se a incompetência foi relativa.
1) Impedimento
2) Suborno do juiz
Tal hipótese é chamada pela doutrina de motivo especial de suspeição, haja vista que está
relacionada com atos de corrupção. Obviamente, é causa de nulidade absoluta.
3) Ilegitimidade da parte
Se a parte foi ilegítima (tanto para a causa quanto para o processo), ocorrerá também a
nulidade absoluta do feito.
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Ademais, cabe ressaltar o entendimento doutrinário de que é possível convalidar atos pra-
ticados por um promotor ou procurador que não possuía atribuições para atuar no processo,
por meio de manifestação fundamentada do órgão do MP que possuía legitimidade para ofi-
ciar naquele caso e de decisão fundamentada do juiz.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Cabe lembrar que, por força do art. 167 do CPP, é possível a realização do exame de corpo de
delito de forma indireta (como, por exemplo, por meio de testemunhas) se os vestígios tiverem
desaparecido.
Em outro giro, se o exame de corpo de delito for realizado, porém, por um número inade-
quado de peritos, a nulidade será meramente relativa.
É o que pode ocorrer caso apenas um perito não oficial realize o exame de corpo de delito
(lembre-se que a lei exige um perito oficial ou dois peritos não oficiais). O exame efetivamente
foi realizado, mas de forma inadequada.
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Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circuns-
tâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classi-
ficação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
O art. 41 do CPP apresenta os requisitos que devem estar contidos na denúncia ou queixa.
A ausência de algum desses elementos pode impedir ou dificultar a defesa do acusado, de
modo que são possíveis as seguintes consequências:
Obviamente, todo acusado tem direito à sua defesa, que se divide em defesa técnica (exer-
cida pelo bacharel em Direito) e em autodefesa (exercida pelo próprio acusado ao apresentar
sua versão dos fatos).
Nesse sentido, a falta de defesa técnica é causa de NULIDADE ABSOLUTA do feito. DEVE
existir defesa técnica em todo processo penal, ou o prejuízo para o acusado será inquestio-
nável.
Observe, no entanto, que falta de defesa não se confunde com a fragilidade de defesa.
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8) Falta de citação
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Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o
interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de
arguí-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
A falta de ampla defesa e de contraditório também são causas de nulidade absoluta, assim
como a falta de citação.
Por fim, é interessante notar que, embora a falta de citação cause nulidade absoluta, a
presença do acusado é um direito deste. Dessa forma, a ausência do réu solto no plenário do
Tribunal do Júri, quando este foi devidamente intimado, não terá o condão de causar nulidade
do ato processual.
Outro ponto relevante também trata do procedimento do Tribunal do Júri. Conforme prevê
o art. 463 do CPP:
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os
trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.
Ou seja, são necessários 15 jurados para instalar os trabalhos do Tribunal do Júri. Adivi-
nha o que acontece se tal sessão for iniciada com menos do que isso? Exatamente: nulidade
absoluta.
Ainda sobre o Tribunal do Júri, temos a exigência de que o Conselho de Sentença seja
composto por 7 jurados, conforme preconiza o art. 447 do CPP:
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cin-
co) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de
Sentença em cada sessão de julgamento.
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Se porventura o Conselho de Sentença não for composto pelo número legal, haverá tam-
bém nulidade absoluta. O mesmo se aplica para o caso de violação da incomunicabilidade
dos jurados.
10) Quesitos
Outro ponto que também está relacionado ao Tribunal do Júri são os quesitos. Os quesi-
tos nada mais são do que perguntas, redigidas no formato de proposições afirmativas, para
que os jurados emitam seu juízo sobre o caso.
Nesse sentido, segundo a Súmula n. 156 do STF, se faltar quesito obrigatório na votação
do Tribunal do Júri, haverá nulidade absoluta!
Ainda sobre os quesitos, é importante verificar que respostas contraditórias produzidas
em razão de quesitos mal elaborados também podem gerar a nulidade absoluta do feito.
Temos ainda as seguintes causas de nulidade absoluta que são dignas de menção, em-
bora menos recorrentes em prova:
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A falta de concessão de prazos para a acusação ou para a defesa são causa de nulidade
RELATIVA do feito – ou seja, dependerão da demonstração de prejuízo para a parte prejudi-
cada.
Na ação penal privada, é sabido que o MP atua como fiscal da lei. Caso ele não cumpra
com essa atuação, temos uma causa de nulidade relativa.
3) Prevenção
As regras de prevenção são utilizadas para sanar conflitos de competência, e são objeto
de estudo aprofundado no tópico Jurisdição e Competência.
De todo modo, é importante notar que se as regras de prevenção forem desrespeitadas,
ocorre nulidade relativa, conforme preconiza a Súmula n. 706 do STF:
4) Intimação de testemunhas
Outro tópico relacionado ao Tribunal do Júri. Caso as testemunhas arroladas pelas partes
não sejam intimadas e não compareçam ao julgamento, ocorre a nulidade relativa do feito.
É importante notar que existe a chamada cláusula de imprescindibilidade, que pode ser
utilizada ao arrolar a testemunha.
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Caso a testemunha tenha sido arrolada com tal cláusula, e, devidamente intimada, deixar
de comparecer, não se pode realizar o julgamento, sob pena de nulidade absoluta, e não rela-
tiva.
5) Intimação do réu
Também relacionado ao Tribunal do Júri, temos o caso da falta de intimação do réu para
participar da sessão de julgamento do Tribunal do Júri como causa de nulidade relativa, nos
casos em que a lei não permite o julgamento à revelia.
Não confunda intimação com citação. Se o réu não for citado, é nulidade ABSOLUTA.
Uma vez citado, se ele não for comunicado da sessão de julgamento (intimação), temos uma
nulidade relativa.
Essa falha (ausência da intimação do réu) pode ser sanada com o seu comparecimento –
mesmo sem ter sido intimado.
Por fim, temos a questão da ausência da forma legal de determinados atos processuais.
Se um ato for praticado desrespeitando a FORMA prevista, e sua prática não atender à sua
finalidade, estaremos diante de uma nulidade relativa.
Exemplo excelente é o utilizado por Leonardo Barreto:
Acusado é citado por meio de mandado que foi emitido sem o prazo para que ele apresente
sua defesa (10 dias).
Caso o acusado perca o prazo (que não lhe foi informado devido a um desrespeito na FORMA
legal da citação), haverá prejuízo, e, dessa forma, a nulidade do feito.
No entanto, caso o acusado apresente sua defesa no prazo, não haverá prejuízo, de modo que
também não haverá a nulidade.
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Quando falamos de nulidades absolutas, você já sabe: a arguição pode ocorrer a qualquer
tempo, em qualquer instância e até mesmo após o trânsito em julgado da decisão.
A única observação cabível está na chamada revisão criminal pro societatis (revisão cri-
minal em favor da sociedade).
Caso um indivíduo seja condenado e já exista coisa julgada, não se admite a arguição de
nulidade absoluta que favoreça apenas a acusação. No entanto, se tal nulidade absoluta inte-
ressar à defesa, aí sim será admissível por meio de revisão criminal.
As nulidades relativas, por sua vez, possuem um momento apropriado para a sua arguição.
E quem disciplina essa matéria é o art. 571 do CPP, que merece ser lido:
Como você pode notar, removemos o inciso IV da lista acima, haja vista que, segundo a
doutrina, tal inciso se encontra atualmente inaplicável.
Professor, o que ocorre se a nulidade relativa não for arguida no prazo legal?
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Ocorre a chamada PRECLUSÃO (perda do direito de agir nos autos em face da perda da opor-
tunidade que só existia em um determinado prazo). É o famoso “Já era”.
Sobre esse assunto, temos ainda uma súmula bastante importante:
Súmula n. 160
É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
Como não são absolutas, em alguns casos, as nulidades relativas podem ser CONVALIDA-
DAS, ou seja, o ato eivado de vício pode ser corrigido, e sua validade, restabelecida.
Existem três casos em que as nulidades relativas podem ser convalidadas, por expressa
previsão legal:
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão
sanadas:
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Em primeiro lugar, note que a preclusão (perda do prazo) irá gerar a convalidação das nu-
lidades relativas, por força do inciso I do art. 572.
Além disso, o inciso II preconiza que, o ato praticado em outra forma que atingiu a sua fi-
nalidade também será convalidado. Esse inciso apresenta o chamado princípio da instrumen-
talidade das formas, que busca privilegiar a finalidade do ato, e não as formalidades legais.
Por fim, temos a aceitação da parte (mesmo que de forma tácita).
Consequências
Se o ato é convalidado, ótimo, afinal de contas, o vício foi sanado. Mas pode ser que não
seja possível corrigir ou sanar o vício, o que irá gerar duas possíveis consequências legais
para a decretação de nulidade:
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RESUMO
Habeas Corpus
• O habeas corpus é classificado como uma ação autônoma de impugnação. Seu objeti-
vo precípuo é o de proteger a liberdade de locomoção quando ameaçada ou violada por
ilegalidade ou abuso de poder.
• O habeas corpus faz parte do art. 5º da CF/1988, de modo que é considerado um direito
fundamental.
Nulidade
• Nulidades são vícios que contaminam determinados atos processuais, praticados sem
observância da forma prevista em lei, podendo levar à sua inutilidade e consequente
renovação.
• Nulidade é um tema que incide sobre atos PROCESSUAIS.
• As nulidades, portanto, NÃO incidem em atos praticados na fase de INQUÉRITO POLI-
CIAL.
• Consequentemente, vícios existentes durante o inquérito policial não contaminam a
futura ação penal!
Reconhecimento
• A nulidade só existe depois de reconhecida judicialmente.
Classificações de Atos
• Atos Inexistentes
– Os atos inexistentes são aqueles em que falta um dos elementos exigidos pela lei,
de forma absoluta.
– Não se fala em invalidação de um ato inexistente, pois a inexistência ANTECEDE as
considerações de validade!
– A doutrina entende o ato inexistente como o chamado “não ato”.
– Atos inexistentes não podem ser convalidados.
– Atos inexistentes não necessitam de decisão judicial para declarar sua invalidade.
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• Atos Nulos
– São verdadeiros atos processuais, porém, falta-lhes adequação à lei, o que pode le-
var, ou não, ao reconhecimento de que não são aptos para produzir efeitos no mundo
jurídico.
• Atos Irregulares
– São as chamadas infrações superficiais, que, segundo a doutrina, não contaminam
a legalidade do ato – de modo que merecem a sua renovação.
Espécies de Nulidades
• Nulidades Absolutas
– É a categoria mais grave de nulidade.
– Violam normas CONSTITUCIONAIS.
– Podem ser decretadas de ofício pelo magistrado.
– Podem também ser decretadas a partir de requerimento das partes.
– O requerimento pode ser realizado em qualquer grau de jurisdição e a qualquer tem-
po.
– Independem de prova de prejuízo para a parte, pois a presunção de prejuízo é ABSO-
LUTA.
• Nulidades Relativas
– É a categoria menos grave de nulidade.
– Violam regras PROCESSUAIS.
– Não podem ser decretadas de ofício pelo magistrado.
– Só podem ser arguidas em momento oportuno.
– Dependem de prova de prejuízo para a parte.
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Omissão de formalidade
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha
concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da
verdade substancial ou na decisão da causa.
Causalidade
• A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente de-
pendam ou sejam consequência.
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• Suborno do juiz
– Tal hipótese é chamada pela doutrina de motivo especial de suspeição, haja vista que
está relacionada com atos de corrupção. Obviamente é causa de nulidade absoluta.
• Ilegitimidade da parte
– Se a parte foi ilegítima (tanto para a causa quanto para o processo), ocorrerá tam-
bém a nulidade absoluta do feito.
• Ausência de exame de corpo de delito
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
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Nulidades Relativas
• Falta de concessão de prazos à acusação e defesa.
• Falta de Intervenção do Ministério Público.
• Desrespeito às normas de Prevenção.
• Não Intimação e comparecimento de Testemunhas arroladas no Tribunal do Júri.
• Falta de Intimação do Réu para comparecimento à audiência no Tribunal do Júri.
• Desrespeito à FORMA LEGAL dos atos.
Arguição de Nulidades
• A arguição de nulidades absolutas pode ocorrer a qualquer tempo, em qualquer instân-
cia, e até mesmo após o trânsito em julgado da decisão.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VUNESP/PREFEITURA-SP/PROCURADOR) É correto afirmar que
a) a nulidade ocorrerá por incompetência, suspeição, impedimento ou suborno do juiz.
b) caberá apelação da decisão que anula o processo da instrução criminal, no todo ou em
parte.
c) a nulidade do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, poderá ser
arguida logo depois que ocorrer ou por ocasião da interposição do recurso.
d) a incompetência do juízo anula os atos ordinatórios e decisórios, devendo o processo,
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
e) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada,
mediante ratificação dos atos processuais.
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e) Enunciado da Súmula do STF define como absoluta a nulidade tanto por ausência quanto
por deficiência de defesa.
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e) A falta do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios é causa de nulidade,
não admitindo que seja sanada de qualquer forma.
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GABARITO
1. e 11. c 21. b
2. e 12. e 22. d
3. b 13. b 23. b
4. a 14. b 24. c
5. a 15. b 25. b
6. a 16. c 26. d
7. b 17. e 27. c
8. d 18. c 28. b
9. b 19. a 29. e
10. e 20. d 30. c
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VUNESP/PREFEITURA-SP/PROCURADOR) É correto afirmar que
a) a nulidade ocorrerá por incompetência, suspeição, impedimento ou suborno do juiz.
b) caberá apelação da decisão que anula o processo da instrução criminal, no todo ou em
parte.
c) a nulidade do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, poderá ser
arguida logo depois que ocorrer ou por ocasião da interposição do recurso.
d) a incompetência do juízo anula os atos ordinatórios e decisórios, devendo o processo,
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
e) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada,
mediante ratificação dos atos processuais.
Letra e.
Conforme preconiza o art. 568 do CPP, “a nulidade por ilegitimidade do representante da parte
poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.”
Letra e.
Conforme estudamos, a incompetência (art. 564 do CPP, inciso I) é causa de nulidade ABSO-
LUTA.
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Letra b.
Justamente, afinal de contas, dependem de demonstração de prejuízo para tal.
Vejamos:
a) Errada. Apenas nulidades absolutas podem ser reconhecidas de ofício.
c) Errada. Visa garantir o interesse das partes.
d) Errada. A nulidade relativa é sanável e preclui se não for arguida no tempo correto.
e) Errada. Depende, sim, da demonstração de prejuízo – ao contrário das nulidades absolutas.
Letra a.
Infelizmente, veja como dominar as hipóteses de nulidade relativa e absoluta é necessário
para responder questões sobre esse assunto. Não tem remédio, a única solução é memorizar!
Conforme estudamos, é considerada nulidade relativa a falta de concessão de prazos à acu-
sação e à defesa.
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Letra a.
A inobservância da competência penal por PREVENÇÃO, conforme estudamos, constitui nu-
lidade RELATIVA.
Letra a.
Atenção para esse tipo de questão – estamos procurando a assertiva INCORRETA. E, confor-
me estudamos, é a nulidade absoluta que pode ser reconhecida pelo juiz, de ofício, a qualquer
tempo – não a relativa!
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Letra b.
Conforme rege o art. 567 do CPP, “a incompetência do juízo anula somente os atos decisórios,
devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.”
Letra d.
A questão quer se apresentar como complexa, fazendo parecer que o assunto é sobre juris-
prudência, quando, na verdade, não é.
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A questão aqui é você perceber que o julgado do STJ estava tratando de uma questão de FOR-
MA, a qual foi reconhecida como nulidade relativa pelo Tribunal.
Nesse sentido, como toda nulidade relativa, a arguição deve ocorrer em tempo oportuno, e
deve ser feita pela parte interessada.
Letra b.
A decisão de pronúncia deve tratar de aspectos muito restritos, para não influenciar na forma-
ção da convicção dos jurados. Dessa forma, se o magistrado extrapolar na pronúncia e atuar
com excesso de linguagem, haverá NULIDADE ABSOLUTA, que, como você já sabe, independe
da demonstração de prejuízo.
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Letra e.
Questão fácil. A nulidade absoluta tem prejuízo presumido, de modo que pode ser decretada
até mesmo após o trânsito em julgado da condenação.
Letra c.
A nulidade absoluta pode ser suscitada pela defesa mesmo após o trânsito em julgado da
sentença condenatória. O que não pode ocorrer é a arguição de nulidade pela acusação, em
prejuízo do réu, após o trânsito em julgado da sentença.
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Letra e.
Questão fantástica e interdisciplinar. Não basta saber que as causas de impedimentos dos
juízes geram nulidades absolutas, é preciso conhecer quais são essas causas para encontrar
a resposta da questão.
Entre as assertivas acima, resta caraterizado o impedimento do magistrado caso sua sobri-
nha esteja atuado como oficial de justiça no processo, por força do art. 252, inciso I.
Letra b.
Nos termos da Súmula n. 523 do STF, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas sua
deficiência só anulará o processo se houver prova de prejuízo para o réu.
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d) Não é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz
exerça a sua jurisdição.
Letra b.
Veja como é importante estudar as Súmulas do STF e demais pontos relevantes da jurispru-
dência. Novamente estamos diante do teor da Súmula n. 523 do STF, a qual acabamos de citar
na questão anterior.
Letra b.
Conforme estudamos, se o ato processual não influiu na apuração da causa ou na decisão
prolatada, sua nulidade não será declarada (como, por exemplo, a nulidade na oitiva de teste-
munha cujo depoimento acabou se tornando irrelevante).
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Letra c.
Ora, no processo penal, é a AUSÊNCIA de defesa que constitui nulidade absoluta. A sua de-
ficiência constitui nulidade relativa, que DEPENDE de prova de prejuízo para o réu. Essa é a
assertiva INCORRETA, como solicitou o examinador.
Letra e.
A incompetência, seja ela ratione personae (em razão da pessoa) ou ratione materiae (em ra-
zão da matéria) tem caráter de nulidade absoluta, podendo ser sim alegada a qualquer tempo.
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Letra c.
Segundo a Súmula 707 do STF, “constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para
oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a no-
meação de defensor dativo.”
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b) As partes poderão arguir nulidade a que tenham dado causa ou de qualquer forma con-
corrido.
c) Configura causa de nulidade a não intimação da defesa da data da audiência no juízo de-
precado, ainda que haja sido intimada da expedição da carta precatória.
d) A incompetência do juízo anula os atos instrutórios e decisórios, devendo o processo,
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
e) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser suprida a todo o tempo,
antes da sentença final, mediante ratificação dos atos processuais.
Letra a.
Veja como a Súmula n. 523 do STF é importante. Já é a terceira questão, de diferentes bancas,
que trata de seu conteúdo. Como você já sabe, tal súmula apresenta o entendimento de que
“no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o
anulará se houver prova de prejuízo para o réu.”
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Letra d.
As nulidades precisam ser reconhecidas por meio de provimento judicial!
Vejamos:
a) Errada. O Rol de nulidades é exemplificativo.
b) Errada. Tal premissa não é critério para definição de nulidade absoluta.
c) Errada. A todo e qualquer tempo o julgador deve reconhecer, de ofício, as nulidades ABSO-
LUTAS, mas as RELATIVAS dependem de arguição.
e) Errada. Também nesse caso é necessária a declaração judicial sobre a nulidade.
Letra b.
Conforme estudamos, o juiz só está adstrito à provocação das partes no caso de nulidades
relativas. Nesse sentido, ao apreciar recurso de ofício, o tribunal poderá, sim, reconhecer e
declarar nulidade absoluta em prejuízo de qualquer das partes.
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Letra d.
Mais uma vez, a resposta vem de uma das Súmulas do STF, nesse caso, a 707:
Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso
interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
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Letra b.
Segundo o art. 544, III, alínea a, temos a seguinte hipótese de nulidade:
Letra c.
Ora, o art. 565 do CPP prevê expressamente que “nenhuma das partes poderá arguir nulidade
a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja obser-
vância só à parte contrária interesse.”
Nesse sentido, porque poderia o MP arguir nulidade em razão da invalidade de citação, sendo
que tal procedimento só interessa ao acusado? É justamente esse tipo de ação que o art. 565
busca vedar!
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Nulidades
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b) não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da
verdade substancial ou na decisão da causa.
c) ocorre nulidade por incompetência, mas não por suspeição do juiz.
d) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada.
e) a incompetência do juízo anula todos os atos do processo, instrutórios e decisórios.
Letra b.
Note como os examinadores gostam de bater nessa tecla das nulidades em atos irrelevantes
para o curso do processo penal.
Como você já sabe, se o ato processual não influiu na apuração da verdade ou na decisão da
causa, sua nulidade não poderá ser declarada!
Letra d.
Art. 568 do CPP: “a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo
sanada, mediante ratificação dos atos processuais.”
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Letra c.
É o que rege o art. 563 do CPP.
E lá vamos nós de novo:
a) Errada. Art. 566 do CPP.
b) Errada. Art. 568 do CPP.
d) Errada. Art. 564, III, alínea d, do CPP.
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Nulidades
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d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente depen-
dam ou sejam consequência.
Letra b.
A incompetência do juízo anula os atos DECISÓRIOS, e não TODOS os atos do processo, nos
termos do art. 567 do CPP – motivo pelo qual a letra b está incorreta.
Letra e.
Embora de forma excepcional, a falta do exame de corpo de delito em crimes que deixam ves-
tígios admite, sim, uma hipótese de convalidação, nos termos do art. 167 do CPP:
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
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b) Nos crimes que deixam vestígio, a falta do exame de corpo de delito sempre causará nu-
lidade processual.
c) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou
para a defesa.
d) A nulidade de um ato, uma vez declarada, não causará a dos que dele diretamente depen-
dam ou sejam consequência.
Letra c.
Conforme preconiza o art. 563 do CPP, “nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não
resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.” Simples assim
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