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Nulidades
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Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Nulidades
Danielle Rolim
Sumário
Apresentação..................................................................................................................4
Nulidades........................................................................................................................5
1. Introdução...................................................................................................................5
2. Espécies de Irregularidades no Processo Penal. . .........................................................6
3. Espécies de Nulidade no Processo Penal..................................................................... 7
3.1. Nulidade Absoluta. ....................................................................................................8
3.2. Nulidade Relativa................................................................................................... 12
4. Reconhecimento de Nulidade de Ofício...................................................................... 18
5. Princípios Aplicáveis às Nulidades............................................................................. 19
5.1. Princípio da Tipicidade das Formas......................................................................... 19
5.2. Princípio da Instrumentalidade das Formas. . ......................................................... 20
5.3. Princípio do Prejuízo ou da Irrelevância.................................................................. 21
5.4. Princípio da Eficácia dos Atos Processuais............................................................. 21
5.5. Princípio da Causalidade ou da Consequencialidade ou da Extensão ou da
Contaminação.. ..............................................................................................................22
5.6. Princípio da Conservação dos Atos Processuais.....................................................24
5.7. Princípio da Restrição Processual.. .........................................................................25
5.8. Princípio do Interesse. ............................................................................................26
5.9. Princípio da Lealdade............................................................................................. 27
5.10. Princípio da Convalidação...................................................................................... 27
6. Nulidades em Espécie...............................................................................................29
6.1. Incompetência........................................................................................................ 30
6.2. Impedimento e Suspeição. Suborno do Juiz............................................................ 31
6.3. Ilegitimidade de Parte............................................................................................ 31
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Apresentação
Vamos tratar nesta aula de um dos temas mais recorrentes em provas de concurso: nu-
lidades. Até porque é muito fácil cobrá-lo com outros pontos do edital. Tanto assim que,
quando passamos por outros assuntos, aqui e ali, acabamos por nos referir a alguma nuli-
dade: quando falamos de citação, de procedimento, de tribunal do júri, de recursos... ufa! Na
vida prática, não é diferente. Alegação e reconhecimento de nulidade ou o afastamento dela
rodeiam a praxe forense. Isso resulta em bastante jurisprudência e súmulas sobre o tema. Por
isso, vamos nos ocupar do estudo das nulidades com atenção para responder com tranqui-
lidade às questões da prova e para evitar que pratiquemos atos nulos ou anuláveis quando
estivermos ocupando o cargo que almejamos, não é verdade? Então, venha comigo!
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NULIDADES
1. Introdução
Quando alguém pratica um fato criminoso, tem conhecimento de que contra si pode se
movimentar o Estado com o objetivo de puni-lo. É o exercício do jus puniendi. Mas quem pra-
tica o fato criminoso, tem também a garantia de que a punição estatal apenas poderá decor-
rer de um devido processo legal, ou seja, apenas resultará da persecução penal, que seguirá
procedimento previsto em lei, em que são obedecidos os direitos e as garantias fundamentais
previstos na Constituição Federal, assim como os princípios dispostos na legislação infra-
constitucional. Assim, o acusado da prática de um fato criminoso tem o direito de saber o que
irá enfrentar, de saber “qual o próximo passo” da marcha processual e que forma ela seguirá.
Aqui, estamos diante da chamada tipicidade dos atos processuais, que tem a finalidade de
garantir segurança jurídica a todos os envolvidos no processo criminal. A desobediência à
forma prevista em lei pode culminar justamente no reconhecimento da nulidade do ato pro-
cessual praticado.
Com isso, temos, de um lado, a certeza de que o processo penal cumprirá sua missão
ao mesmo tempo que asseguramos ao acusado o atendimento de seus direitos e garantias
fundamentais por meio de um instrumento coercitivo: a imposição de nulidade ao ato que
não seguir a tipicidade prevista em lei. A nulidade se apresenta aqui, portanto, como a sanção
imposta pela legislação ao ato praticado em desconformidade com a forma prevista em lei.
A consequência do reconhecimento dessa nulidade varia conforme o legislador considere
tal ou qual forma como mais imprescindível ao atendimento dos ditames constitucionais.
Mas já te alerto: a técnica legislativa aqui não é das melhores, o que gera a necessidade de um
trabalho um pouco mais intenso. Tudo isso sem falar em alterações legislativas que geram a
necessidade de que a leitura de alguns dos dispositivos referentes às nulidades seja feita com
os olhos voltados para modificações que neles repercutem, apesar de o legislador não ter se
ocupado de fazer os ajustes diretamente naqueles dispositivos. Ademais, imprescindível aqui
a análise da jurisprudência, que também oscila bastante. Então, para provas objetivas, fique-
mos alertas às súmulas e jurisprudência dos tribunais superiores. Nas provas subjetivas, temos
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uma maior maleabilidade para, ao destacar esses posicionamentos dominantes, também le-
vantarmos discussões que passem sobre a parte teórica e estrutural do tema.
Tudo isso é o que passaremos a estudar.
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Apesar disso, enquanto não reconhecida essa nulidade, a decisão continua a produzir
efeitos. Vale dizer: sendo expedido mandado de prisão, o réu poderá ser preso em razão
dessa decisão! O agente não deixará de dar cumprimento a ela ao argumento de que é
nula. Só outra decisão judicial poderá falar sobre essa nulidade. Reconhecida a nulidade,
aí sim a decisão deixa de ter aptidão para produzir efeitos. Dentre os atos nulos, pode-
mos destacar: nulidades relativas ou sanáveis; nulidades absolutas ou insanáveis. Mais
adiante, analisaremos com cuidado a classificação aqui apresentada.
Já os atos considerados inexistentes são aqueles que possuem vício tão grave que
são chamados pela doutrina “não ato” ou “fantasmas verbais” (preste atenção a essas
expressões!), excluídos da categoria de atos processuais. Estamos aqui diante da falta
(inexistência) de elemento tido como essencial para o ato. Assim, não analisamos a vali-
dade desse ato, porque a constatação da existência/inexistência antecede a verificação
da validade/nulidade. A doutrina traz como exemplo a sentença proferida por quem não é
juiz e a sentença sem dispositivo. São exemplos não visualizados no dia a dia e, por isso,
necessária a concentração do estudo nos atos nulos.
Por fim, há que se destacar o ato perfeito, ou seja, aquele praticado de acordo com o
tipo legal de acordo com o modelo previsto em lei. Esse ato perfeito é plenamente válido
e eficaz. É capaz de produzir os efeitos que lhe são próprios.
Como dito, a doutrina fala em nulidade relativa e nulidade absoluta. Para alguns: nulidade
sanável ou insanável. Vamos ao estudo delas.
Ah, antes de prosseguirmos, só mais uma observação. Cuidado porque a palavra “nu-
lidade” ora é usada com um sentido ora é usada com outro. E um não exclui o outro.
Como assim?
A questão passa pela indagação: o que é nulidade? Há dois significados:
1ª Acepção: sanção aplicada ao ato processual defeituoso, retirando dele a eficácia. Por-
tanto, utilizada como sinônimo de sanção de ineficácia aplicada ao ato processual defeituoso.
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Essa é a acepção mais convencional do termo. No exemplo que dei acima, da decisão que de-
creta a prisão do réu sem nenhuma motivação, quando impetrar habeas corpus, o pedido será
de declaração de nulidade. E o que você entende pela palavra “nulidade” aqui? Justamente o
pedido para que o tribunal reconheça que aquela decisão não tem fundamentação e, portanto,
diante desse grave defeito, que seja aplicada uma sanção – reconhecimento de que se cuida
de uma decisão nula.
2ª Acepção: nulidade entendida como qualidade ou característica do ato ou processo de-
feituoso. Quando se diz que determinado ato é nulo, em verdade, estar-se a dizer que deter-
minado ato é dotado de um vício, que é ineficaz.
Não é incomum o uso, no dia a dia, do termo “nulidade” com os dois significados.
Aqui, estamos diante de um vício que afeta o interesse público por causa da violação de
norma cogente ou decorrente de violação de princípio constitucional. Há duas características
fundamentais apontadas pela doutrina.
Ser o prejuízo presumido. Antes de mais nada, é preciso saber: não há nulidade sem pre-
juízo. É o que se infere da leitura do art. 563 do CPP. Então, aqui, já temos um facilitador: cui-
dando-se de nulidade absoluta, o prejuízo se presume. Renato Brasileiro nos faz uma obser-
vação: essa presunção de prejuízo não é absoluta. Em que sentido? Perceba. Quem alegar a
existência de uma nulidade absoluta, não precisa demonstrar o prejuízo, pois ele é presumido.
No entanto, essa presunção pode ser desconstituída por quem pretenda a preservação do ato.
Para isso, tem que comprovar cabalmente que prejuízo não houve. Então, o que a presunção
gera é uma inversão quanto ao ônus de provar o prejuízo: não cabe a quem alega a nulidade,
mas a quem pretende refutá-la. Aqui, começamos com alguns problemas, como eu te alertei
no começo da nossa aula. Que problemas são esses? A jurisprudência traz julgados em sen-
tido diverso. Explico. Muito embora haja toda essa construção doutrinária abarcando a teoria
das nulidades, afirmando quanto à presunção de prejuízo na nulidade absoluta, há diversos
julgados dos tribunais superiores afirmando a necessidade de comprovação do prejuízo pela
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parte que pretende ver o ato anulado ainda que se cuide de nulidade absoluta. E agora? Como
resolver isso na prova? Temos que estar sempre de olho nos últimos julgados sobre o tema,
pois os concursos costumam trazer questões, especialmente nesse ponto do edital, basea-
das na casuística enfrentada pelos tribunais superiores. Por todos, segue um julgado do STJ
e outro do STF sobre o tema:
Em regra, a nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer momento. Essa é a se-
gunda característica apontada pela doutrina como fundamental às nulidades absolutas.
1
Certo.
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A nulidade absoluta não pode ser saneada, não pode ser convalidada. Não falamos aqui
em preclusão, seja temporal, seja lógica. Então, em qualquer momento que seja, pode ser
utilizada a nulidade absoluta como uma “carta na manga” visando a retirar a eficácia de
determinado ato processual. Sobre essa característica, duas observações importantes
precisam ser feitas.
Primeira delas: posso arguir uma nulidade absoluta em sede de recurso extraordiná-
rio? Os recursos extraordinários trazem um detalhe importante. Um de seus pressupos-
tos é, exatamente, o prequestionamento. A nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer
momento, mas como os recursos extraordinários têm como pressuposto o prequestiona-
mento, temos que verificar se a questão invocada já havia sido analisada, pois estamos
diante do regramento disposto nas súmulas 356 do STF: o ponto omisso da decisão
sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios não pode ser objeto de recurso
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento; e 320 do STJ: a questão fe-
deral somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do prequestionamento.
Nesse sentido, o julgado abaixo:
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nulidade absoluta do ato, por violação à ampla defesa, conforme se extrai dos arts. 5º,
§ 5º, da Lei n. 1.060/1950, e 128, I, da Lei Complementar n. 80/1994 (HC n. 309.685/
SC, Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 17/3/2016). 3. Agravo regimen-
tal conhecido parcialmente e, nessa extensão, improvido. Habeas corpus concedido de
ofício para anular o julgamento proferido pela Corte de origem. (AgInt no REsp 1270317/
ES, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/05/2016, DJe
18/05/2016).
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Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão
sanadas:
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceitado os seus efeitos.
Ao dispor o art. 572 que as nulidades do art. 564 nele mencionadas considerar-se-ão
sanadas se não forem arguidas em tempo oportuno, está afirmando que elas são relativas.
Logo, as demais têm natureza absoluta!
Assim, nulidades absolutas são aquelas listadas no art. 564 do CPP que não estejam res-
salvadas pelo art. 572 daquele mesmo dispositivo legal. Portanto, fazemos uma interpretação
a contrario sensu do art. 572 do CPP para chegarmos às nulidades absolutas. Mas não para
por aqui. Também haverá nulidade absoluta quando estivermos diante da violação de nor-
ma protetiva de interesse público prevista na Constituição e em Tratados Internacionais que
versem sobre Direitos Humanos, mesmo que a nulidade não esteja expressa no art. 564 do
CPP – o que já nos deixa antever que o rol do art. 564 do CPP é exemplificativo e não taxativo.
Aqui falamos de princípios constitucionais, a exemplo do contraditório, da ampla defesa e
do juiz natural, para citar alguns, os quais devem ser observados necessariamente sob pena
de estarmos afrontando a existência de um processo penal legal. Não se pode admitir que a
violação de uma norma constitucional produza mera irregularidade.
Quando estamos diante de uma nulidade relativa, o interesse que prepondera é o das par-
tes. A norma violada, portanto, traz interesse preponderantemente da parte. Aqui, diferente do que
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acontece na nulidade absoluta, o prejuízo deve ser comprovado, não se presume (lembrando
do que falamos acima sobre o posicionamento da doutrina e da jurisprudência no que diz
respeito à presunção de prejuízo da nulidade absoluta). Por causa de tudo isso, cuida-se de
nulidade que não pode ser conhecida de ofício, devendo ser arguida pela parte, em momen-
to oportuno, sob pena de preclusão temporal. Também poderá haver preclusão lógica, caso
aceitos os seus efeitos (falaremos disso mais adiante). Com a preclusão, dar-se-á a convali-
dação do ato praticado.
Portanto, as hipóteses de nulidades relativas são aquelas que estão descritas no art. 564
do CPP, mas que estão sujeitas à convalidação pelo decurso do tempo, em uma leitura do
art. 572, I do CPP. Portanto, são relativas as nulidades descritas no art. 564, III, “d” e “e”, se-
gunda parte, “g” e “h”, e IV. Também estaremos diante de hipótese de nulidade relativa quando,
apesar da inexistência de cominação específica na lei, estivermos tratando da violação de
uma forma prevista em lei, que tenha por fim proteger interesse que seja preponderante da
parte.
Vamos a um exemplo aqui de nulidade considerada pela jurisprudência como relati-
va? Vou me valer de duas importantes súmulas. A primeira delas é a 273 do STJ que diz:
intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação
da data da audiência no juízo deprecado. Assim, o que precisa ser comunicado é que foi
expedida a carta precatória. O que se espera da defesa, ciente da expedição, é que dili-
gencie junto ao juízo deprecado acerca da data da audiência. Não há necessidade de que
seja a defesa intimada da data da audiência no juízo deprecado. Aí, vem o STF e comple-
menta no enunciado 155 de suas súmulas: é relativa a nulidade do processo criminal por
falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha.
Veja bem: o Supremo entende que se não houver a intimação nem mesmo da expe-
dição da carta precatória, a nulidade é apenas relativa! Vai ter que ser aferido se houve
ou não prejuízo para a defesa. Imagine você que foi nomeado um defensor dativo para o
ato, que nada sabia sobre o fato delituoso e que deixou de formular perguntas impres-
cindíveis ao direito de defesa. Isso, certamente, configura prejuízo apto à anulação da
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Inciso III – as nulidades que ocorram no processo sumário devem ser arguidas no prazo
a que se refere o art. 537 do CPP, ou se verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta
a audiência e apregoadas as partes. O art. 537 foi revogado. Trazia a defesa prévia para as
hipóteses de procedimento comum sumário que tinha início com auto de prisão em flagrante
ou portaria da autoridade policial ou juiz. Hoje, sabemos que não há mais essa possibilidade.
Assim, o entendimento é de que às nulidades relativas que ocorrem no procedimento comum
sumário, aplica-se o regramento que estudamos no artigo anterior – devem ser arguidas na
resposta à acusação, se anteriores a ela; se posteriores à resposta, devem ser arguidas até as
alegações orais. Não havendo arguição no tempo oportunidade, opera-se a preclusão, com a
consequente convalidação do ato.
Inciso IV – as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de
aberta a audiência. Esse capítulo a que se refere o inciso IV foi tacitamente revogado pela
nova Parte Geral do Código Penal, com a reforma promovida pela lei n. 7.209/84 (e olha que já
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tem tempo!). Trazia o procedimento de aplicação de medida de segurança por fato não crimi-
noso. Então, um inciso a menos para nos preocuparmos!
Inciso V – as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julga-
mento e apregoadas as partes (Art. 447). Portanto, a nulidade relativa ocorrida após a pro-
núncia deve ser argui-la imediatamente depois de anunciado o julgamento e apregoadas as
partes. Vou fazer aqui algumas observações. Sabemos que o procedimento do Tribunal do
Júri é bifásico (ao menos para a maioria, explico isso melhor na nossa aula de procedimento).
Como já analisamos no inciso I, nulidades ocorridas na primeira fase devem ser alegadas na
resposta à acusação, se anteriores a ela ou até as alegações orais da primeira fase, se poste-
riores à resposta e ocorridas ainda durante a instrução criminal. Havendo pronúncia, teremos
a segunda fase do procedimento. Aqui, chamo a atenção! Se a nulidade relativa acontecer na
decisão de pronúncia, deve ser arguida por meio de recurso em sentido estrito, nos termos
do art. 581, IV, do CPP. Após a pronúncia, as nulidades devem ser arguidas imediatamente
após anunciado o julgamento em plenário do júri e apregoadas as partes, conforme inciso
que estamos agora analisando. Apenas esqueça a menção ao art. 447 do CPP, porque esse
artigo já não mais diz respeito ao pregão e ao anúncio do julgamento. O dispositivo que trata
da matéria agora é o art. 463, caput e seu §1º. Mas nossas observações não param por aqui.
Lembra que te chamei a atenção para o fato de o art. 471 não ter sido alterado pelas leis que
produziram mudanças no procedimento do processo penal? Temos mais um caso. Por que
estou dizendo isso? Nós tínhamos, até a reforma de 2008, o chamado libelo crime acusatório,
inaugurando a segunda fase do procedimento do Tribunal do Júri. Hoje, o que se tem é a cha-
mada fase de preparação do julgamento em plenário. Preclusa a pronúncia, as partes serão
intimadas para apresentar rol de testemunhas, juntar documentos, requerer diligências, no
prazo de 5 dias, nos termos do art. 422 do CPP. Em seguida, o juiz trata desses requerimentos
e provas e ordena diligências necessárias para sanar qualquer NULIDADE (art. 423, I). Acende
nosso sinal amarelo! O Código passou a prever mais um momento em que o juiz deverá con-
siderar e sanar eventuais nulidades: ainda na preparação do processo para julgamento em
plenário ao analisar os requerimentos e arguições das partes. Após esse instante, em que o
juiz faz uma espécie de saneamento do processo, surgindo novas nulidades, aqui sim devem
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ser elas arguidas imediatamente após anunciado o julgamento em plenário do júri e aprego-
adas as partes.
Lembrando: estamos conversando sobre preclusão para arguição de nulidades relativas.
As absolutas, como já tratamos, não são convalidadas pelo decurso do tempo.
Vamos esquematizar tudo isso para facilitar?
Momento de arguição de nulidades relativas no procedimento do Tribunal do júri:
* Já adiantei aqui inciso que iremos tratar adiante, para termos todos os aspectos do Tri-
bunal do Júri inseridos em nossa tabela, ok? Segura aí que já, já te explico esse ponto.
Inciso VI – as da instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tri-
bunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500. Atenção!
Os crimes de competência originária dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, dos Tribunais Regionais Federais, do Superior Tribunal de Justiça e do Supre-
mo Tribunal Federal têm hoje o procedimento previsto na Lei n. 8.038/90. Assim, devem
ser arguidas as nulidades relativas quando da apresentação das alegações escritas ou
quando da sustentação oral, nos termos dos arts. 11 e 12, I daquela lei. Dessa forma,
a previsão do inciso VI deve ser lida em conformidade com tal normativo. O art. 500 do
CPP foi revogado.
Inciso VII – se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recur-
so ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes. Aqui,
não houve alteração na legislação processual penal que traga repercussão a esse inciso
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(finalmente, né?). Assim, se uma nulidade relativa ocorrer depois da decisão de primeira
instância, deve ser arguida nas razões recursais ou logo depois de anunciado o julga-
mento perante o tribunal.
Inciso VIII – as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo
depois de ocorrerem. Nulidades relativas que aconteçam durante a audiência, sessão ou ple-
nário devem ser arguidas de imediato, sob pena de ser o vício convalidado. Sendo rejeitada
pelo juiz, deverá constar em ata a impugnação, visando a que seja reiterada em preliminar de
eventual apelação.
O tema foi objeto de questionamento no concurso para Juiz Substituto do Tribunal de Justiça
do Ceará. Confira.
2
Certo.
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O grande questionamento que se faz aqui é: o tribunal pode conhecer uma nulidade contra
o réu? Perceba. Se houver recurso da acusação, aventando a nulidade, o tribunal pode conhe-
cer dela, ainda que prejudicial ao réu, quer se cuide de nulidade absoluta ou relativa que não
tinha sido convalidada.
Agora, fique bem atento! Quando a nulidade for a favor do acusado, o tribunal deverá re-
conhecê-la, mesmo que não tenha havido impugnação! Isso porque vige em favor do recurso
a reformatio in mellius.
Isto é, havendo recurso exclusivo da defesa ou mesmo dentro de um recurso do órgão mi-
nisterial, ainda que nenhuma nulidade tenha sido aventada, poderá ser reconhecida em favor do
acusado, seja ela absoluta ou relativa (quanto a esta, cabe a repetição: se não tiver ainda conva-
lidada).
Vale anotar: nas hipóteses de reexame necessário, o tribunal pode reconhecer a nulidade
(absoluta ou relativa) de forma livre, tanto em favor como contra o acusado, pois aqui o co-
nhecimento de toda a matéria é devolvido ao tribunal.
É esse o entendimento sumulado do STF: é nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o
réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício
(Súmula 160).
Última pergunta agora, e que vai ter uma resposta fácil, diante de toda nossa construção
até aqui: tribunal pode reconhecer de ofício uma nulidade? “Depende” é a melhor resposta. Se
for para melhorar a situação do réu, pode. Se for para prejudicar, não.
Conforme falamos acima, o ato processual tem uma forma prevista em lei, que deve ser
seguida em atendimento a diversos princípios constitucionais e processuais penais. A inob-
servância da forma prevista na lei pode gerar nulidade, absoluta ou relativa, conforme a natu-
reza do interesse que a norma pretenda proteger.
Com efeito, a decisão se legitima pela obediência ao procedimento, motivo pelo qual o
devido processo legal é trazido pela doutrina como garantia insuprimível. O processo é, sem
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intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato
se consumar, embora declare que o faz para o único fim de argui-la.
No concurso para Juiz Substituto do Tribunal de Minas Gerais, em 2018, foi cobrado conheci-
mento sobre a possibilidade de ser sanada a nulidade ou falta de citação quando o réu com-
parece a juízo, ainda que o faça unicamente para arguir a falta ou nulidade. Veja:
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Em razão desse princípio, declarada a nulidade de um ato processual, os demais que dele
dependam ou dele decorram, também deverão ser anulados, por extensão.
E por que isso ocorre? O processo é uma sequência de atos ordenados. Portanto, havendo
ato posterior dependente do ato invalidado, será ele necessariamente também considerado
nulo, por estar contaminado por aquele ato pretérito.
Mas temos que ler isso com atenção! Imagine você que, em determinado momento do
procedimento, foi reconhecida a nulidade do ato processual X. Isso significa que todo o res-
tante do procedimento também é considerado nulo? Ou melhor, significa que todo e qual-
quer ato praticado depois dele (em uma perspectiva unicamente cronológica) é também nulo?
Causalidade significa isso? Não!
Perceba. Essa relação de dependência a que estamos nos referindo traz uma relação ló-
gica e não meramente cronológica ou sequencial. Serão nulos os atos processuais que estão
relacionados ao ato nulo, que decorrem do ato originariamente nulo. Os demais atos perma-
necem íntegros e válidos!
O Código de Processo Penal traz o princípio da causalidade relacionado às nulidades no
§1º de seu art. 573 ao dispor que a nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos
que dele diretamente dependam ou sejam consequência, sendo seguido do § 2º, que diz que
o juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. O Código de Processo
Civil é ainda mais feliz ao trazer, após a descrição do defeito por derivação, a ressalva expres-
sa contida na parte final de seu art. 281 do CPC: anulado o ato, consideram-se de nenhum
efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não
prejudicará as outras que dela sejam independentes.
Imagine o seguinte exemplo. Denúncia inepta. O órgão ministerial apresentou a seguin-
te denúncia: “A, mediante violência ou grave ameaça, subtraiu coisa alheia móvel. Assim,
o Ministério Público oferece a presente ação penal, visando a que ele seja condenado nas
penas do art. 157 do CP”. Não narra o fato, o local, o horário. Não traz, em resumo, as cir-
cunstâncias do fato criminoso. Apesar disso, o juiz recebeu essa denúncia e fez a instrução
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mais. Não falou nem mesmo em aplicar uma atenuante de pena! O juiz sentencia esse feito e
condena o réu. Indignado, o réu apela (ele mesmo, independentemente de qualquer atuação
da defesa técnica – no processo penal isso pode acontecer, conforme estudamos em nossa
aula de recursos). O Tribunal, ao analisar o recurso do réu, percebe que a defesa foi extrema-
mente falha na apresentação dos memoriais, causando prejuízo ao réu. A súmula 523 do STF
dispõe que, no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua defi-
ciência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. Analisando os autos, o Tribunal
entendeu que a deficiência da defesa causou prejuízo ao réu, pois deixou de mencionar im-
portantes questões que, se consideradas pelo magistrado, poderiam conduzir à absolvição
do réu ou a uma pena mais favorável. É certo que questões que beneficiam o réu poderiam
ter sido reconhecidas de ofício pelo juiz. Mas, se ele não fez e não estava o réu amparado
por uma defesa técnica capaz, tendo em razão disso prejuízo, a nulidade está clara. Assim,
o que o Tribunal fará? Reconhecer a nulidade que decorre da deficiência da defesa, mas tão
somente para atingir o ato praticado e os que dele decorram. Nesse caso: as alegações da
defesa e a sentença! Os demais atos são válidos e devem ser conservados, pois não depen-
dem logicamente da peça defensiva apresentada.
Tudo bem, professora, mas também nesse exemplo, estamos diante de uma situação que
afeta os atos seguintes. Em alguma hipótese, eu posso ter a anulação de um ato processual
que não afete os próximos? Sim! Um claro exemplo disso: é reconhecida a nulidade de uma
prova produzida nos autos. Apesar disso, as demais provas, que dela não dependem, ainda
que posteriores ou concomitantes, continuam válidas. A decisão, portanto, pode se limitar,
nessa hipótese, a determinar que seja a prova excluída dos autos, mantendo-se a validade
dos demais atos processuais praticados.
É dessa conservação dos atos processuais que independem daquele que foi anulado que
vou tratar ao falar do próximo princípio aqui aplicável.
De acordo com esse princípio, deve ser conservado o ato processual que não dependa
do ato anterior que foi considerado válido. É também chamado de princípio do confinamento
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da nulidade – ela ficará restrita àquilo que for necessário. Está bastante ligado ao princípio
anterior, sendo a outra face da mesma moeda.
Assim, da mesma forma que os atos que dependam do ato nulo devem ser anulados,
o contrário também se aplica. Se você visualiza que um ato processual não guarda qualquer
relação de dependência com o ato que foi anulado, ele deve ser preservado. Esse é o princípio
da conservação dos atos processuais. Não está previsto expressamente no CPP, mas como
destacamos acima, veio disposto no art. 281 do Código de Processo Civil.
Conforme falamos, o ato processual continua a produzir efeitos enquanto não for declara-
da a nulidade. No entanto, para o reconhecimento da nulidade, precisamos ter um panorama
que leve a essa possibilidade, sob duas perspectivas:
• deve haver um instrumento processual adequado para impugnar o ato.
• o instrumento deve ser manejado no momento adequado.
Então vejamos. De início, temos que verificar: há instrumento processual apto a impugnar
o ato cuja nulidade se pretende ver reconhecida? Os instrumentos mais comumente utiliza-
dos para arguição da nulidade são os recursos, o habeas corpus e a revisão criminal. Isso
sem falar nos atos processuais praticados no curso do processo, em que a nulidade pode (e
até mesmo deve, sob pena de preclusão, quando se trata de nulidade relativa) ser aventada,
a exemplo das alegações orais no procedimento ordinário. Em alguns casos, no entanto, não
vislumbramos qualquer possibilidade de impugnação, por ausência de instrumento apto a
essa finalidade. É o que se dá, por exemplo, em caso de sentença absolutória própria transita-
da em julgado – não se pode manejar revisão criminal ou habeas corpus visando a descons-
tituir essa decisão.
No que diz respeito ao momento adequado, temos que a nulidade absoluta pode ser ar-
guida, em tese, a qualquer momento. E por que em tese? Vamos nos valer do mesmo exemplo
que falamos acima: cuidando-se de nulidade ocorrida em processo que culminou em uma
sentença absolutória própria, não resta margem à impugnação. Por outro lado, caso se trate
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de nulidade relativa, aqui sim iremos nos preocupar com o momento adequado, em conformi-
dade com o disposto no art. 571 do CPP.
De acordo com esse princípio, não se pode arguir nulidade referente à formalidade que
não foi cumprida e que só interesse à parte contrária. Como assim?
Se eu estou invocando uma nulidade, tenho que demonstrar meu interesse. A doutrina
traz como exemplo situação em que o promotor de justiça não comparece à audiência desig-
nada unicamente com o objetivo de interrogar o réu. Nessa hipótese, a questão é: quem tem
interesse em que o promotor de justiça esteja presente àquele ato é o próprio órgão ministe-
rial, para fazer perguntas e esclarecer pontos que entenda relevantes. Ausente ele e sobrevin-
do a condenação do réu, é incabível o pedido da defesa de anulação do ato do interrogatório,
usando como fundamento justamente a ausência do promotor. Se o Ministério Público não
compareceu e tivesse ele interesse que a nulidade fosse declarada, este quem deveria entrar
com uma apelação e não a defesa! Essa nulidade apenas interessa ao Ministério Público.
Aplicável aqui o pedido do interesse para fundamentar a manutenção do ato impugnado.
Por isso, dispõe o art. 565, 2ª parte do CPP: “Nenhuma das partes poderá arguir nulidade
[...] referente à formalidade cuja observância só à parte contrária interesse”. Portanto, a pre-
sença do Ministério Público àquele ato processual é formalidade que apenas a ele interessa,
não podendo ser arguida pelo réu a nulidade decorrente do desatendimento dela.
Quanto a esse princípio, duas observações importantes:
Não se aplica às hipóteses de nulidade absoluta. Por quê? O interesse, cuidando-se de
nulidade absoluta, é de ordem pública. Por isso, não é vinculado especificamente a uma das
partes, motivo pelo qual a matéria de nulidade absoluta pode ser invocada por qualquer das
partes.
Não se aplica ao Ministério Público, pois como a ele cabe a tutela da ordem jurídica e de
direitos individuais indisponíveis, pode arguir nulidade relativa em favor do acusado, visando
a preservar o estado de inocência dele, assim como a liberdade de locomoção.
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De acordo com esse princípio, a nulidade não pode ser arguida por aquele que a ela deu
causa. É o ensinamento que se extrai do art. 565 do Código de Processo Penal, ao dispor que
nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa.
No exemplo que falamos acima, de ausência do promotor de justiça à audiência de in-
terrogatório, vamos imaginar agora que o próprio promotor é que venha a alegar a nulidade.
Observando os autos do processo, o tribunal verifica que o órgão ministerial foi devidamente
intimado para o ato e que não houve qualquer justificativa para a ausência. Ora, foi o próprio
Ministério Público quem deu causa àquela ausência, não havendo que se falar em nulidade a
ser reconhecida a partir disso.
Outro ponto importante aqui é que o princípio da lealdade não se aplica, geralmente, às hi-
póteses de nulidade absoluta. Um exemplo é um advogado que, agindo com o fim específico
de ter uma nulidade posteriormente reconhecida, atua de maneira absolutamente displicente
durante todo o curso do processo, causando prejuízo ao réu. Ele, portanto, deu causa à nuli-
dade. Apesar disso, por ser o direito de defesa questão de ordem pública, essa nulidade pode-
rá ser arguida pelo réu e reconhecida pelo tribunal.
De acordo com esse princípio, as nulidades relativas podem ser convalidadas por exem-
plo, pela preclusão, seja ela temporal ou lógica. E as nulidades absolutas, nunca serão conva-
lidadas? Há uma hipótese em que sim: no caso de trânsito em julgado de sentença absolutó-
ria própria, pois como falamos não há, no ordenamento jurídico, instrumento processual apto
a desconstituir essa decisão (não há revisão criminal pro societate, de igual forma, não pode
ser o habeas corpus impetrado em desfavor do réu).
Vamos analisar algumas hipóteses de convalidação.
A forma mais convencional de convalidação do ato processual é a que decorre da preclu-
são temporal, ou seja, do decurso do tempo. Assim, teremos a perda da faculdade processual
de arguir a nulidade relativa, por não ter sido ela levantada no momento oportuno. E qual o
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momento oportuno? A nulidade relativa deve ser arguida nos prazos do art. 571 do CPP, que
já analisamos nesta aula. Se isso não foi feito, por mais que houvesse uma nulidade relativa
evidente, ela estará convalidada.
Também não podemos descurar da preclusão lógica, ou seja, estará convalidado o ato
praticado com nulidade relativa se a parte aceitar os seus efeitos, ainda que tacitamente,
conforme dispõe o art. 572 do CPP. Dessa forma, nulidade que aconteça durante sessão de
julgamento em plenário do Tribunal do Júri, por exemplo, se a parte não a arguir naquele ins-
tante e praticar os demais atos que decorram daquele ato nulo, estará tacitamente aceitando
o ato processual passível de impugnação, o qual restará convalidado.
O art. 569 do CPP diz que as omissões da denúncia ou da queixa ou da representação “[...]
poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final”. Traz aqui, portanto, o instituto
denominado suprimento. Ou seja, abre a possibilidade de que o ato defeituoso praticado seja
complementado. É o que acontece, por exemplo, quando o Ministério Público adita a denún-
cia, para incluir questão que tenha restado omissa na peça inicialmente apresentada.
Outra forma de sanar o ato processual é por meio da ratificação. Imagine a hipótese de
uma procuração outorgada ao advogado para oferecimento de queixa-crime por pessoa me-
nor de 18 anos de idade. Ainda que se cuide de defeito grave, ele pode ser ratificado pelo
representante legal que comparece em juízo e ratifica o ato processual. É o que diz o art. 568,
CPP: a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada,
mediante ratificação dos atos processuais. Então, se não foi percebida inicialmente a meno-
ridade da vítima, e o processo seguiu seu curso regular, essa falha pode ser posteriormente
corrigida, bastando que o representante do menor ratifique os atos praticados.
Também resta a possibilidade de sanar o ano nulo praticado por meio da retificação ou
correção. Verificado, por exemplo, um erro material que possa dar ensejo a eventual nulidade,
poderá ser ele corrigido antecipadamente, evitando que se tenha que declarar a nulidade.
Também funciona como causa de convalidação a prolação de sentença. Essa regra se
extrai do art. 282, § 2º do CPC que diz: quando puder decidir do mérito a favor da parte a
quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o
ato, ou suprir-lhe a falta. Então, imagine a hipótese que, ao proferir sentença, o juiz percebe
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a existência de nulidade que poderia ser reconhecida em favor do réu. Mas percebe também
que a hipótese é de absolvição do acusado! Não faz nenhum sentido que seja declarada essa
nulidade, determinando a repetição do ato, por exemplo, se para o réu é muito mais favorá-
vel uma decisão de mérito que o absolva desde logo. O mesmo ocorre quando o tribunal, em
julgamento de recurso da defesa, constata a existência da nulidade, mas entende, também,
que a hipótese seria de absolvição do réu no mérito. Aqui há posição doutrinária que defende,
inclusive, a possibilidade de aplicação da teoria da causa madura no processo penal, para
que o réu seja absolvido (apesar de bastante discussão quanto ao tema, que analisaremos
na aula de recursos)! Mas preste muita atenção! Isso apenas poderia ocorrer se a decisão de
mérito fosse a favor da parte a quem aproveite a nulidade. Não sendo a hipótese, deve ser ela
reconhecida, e praticado o ato processual em conformidade com os ditames legais.
Por fim, ressalto a coisa julgada como forma de convalidar as nulidades, que não poderão
mais ser arguidas pelas partes, sendo chamada pela doutrina como causa de saneamento
geral, tendo em vista que atinge as irregularidades que não foram sequer alegadas ou apre-
ciadas no processo. A ressalva que se faz aqui é no que diz respeito às nulidades absolutas
que aproveitem à defesa, pois podem ser arguidas a qualquer tempo, em sede de revisão cri-
minal ou de habeas corpus. Assim, cuida-se de hipótese de sanativa geral para a acusação,
que nada mais poderá argumentar visando ao reconhecimento de nulidade posteriormente
identificada.
6. Nulidades em Espécie
Vamos analisar agora as nulidades em espécie que estão descritas no Código de Proces-
so Penal, no rol do art. 564. Aqui vale destacar: cuida-se de rol meramente exemplificativo,
sendo certo que podemos pensar sobre nulidades quando forem feridas normas procedimen-
tais, ainda que não estejam expressamente descritas neste dispositivo legal.
Alguns dos itens aqui analisados são objeto de comentário mais pormenorizado na aula
específica sobre o respectivo conteúdo. Assim, para evitar repetições desnecessárias e para
atender ao objetivo específico desta aula, falarei das ponderações mais importantes sobre
cada um dos temas. Combinado assim? Então, vamos lá.
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6.1. Incompetência
Quando estamos diante de hipótese de incompetência absoluta, a consequência será a
nulidade absoluta e não a inexistência do ato, conforme posição que prevalece na doutrina.
Por outro lado, sendo ferida regra de competência relativa, a nulidade será relativa.
Em caso de nulidade relativa, conforme doutrina majoritária, são nulos os atos decisórios,
mas devem ser mantidos os instrutórios, em uma aplicação do princípio da conservação dos
atos processuais. Em caso de nulidade absoluta, no entanto, a nulidade abrange todos os atos
processuais (decisórios e não decisórios), que devem ser novamente praticados pelo juízo com-
petente.
A jurisprudência tem entendimento diferente. O STF entende que, mesmo que se cuide de
incompetência absoluta, apenas os atos decisórios são anulados, sendo possível a ratifica-
ção dos instrutórios. Em caso de incompetência relativa, poderiam ser aproveitados todos os
atos do processo, decisórios e não decisórios.
Importante inovação decorreu do entendimento do STF contido no julgamento do HC
83.006/SP. Preste atenção aqui! Neste julgado, analisando hipótese de incompetência abso-
luta, a Corte destacou que é possível a ratificação até mesmo dos atos decisórios!
Na hipótese, o STF examinou a questão do oferecimento e recebimento da denúncia por
juízo absolutamente incompetente, tendo decidido nos seguintes moldes: “Tanto a denúncia
quanto o seu recebimento emanados de autoridades incompetentes rationae materiae são
ratificáveis no juízo competente”. Precedentes. (HC 83006, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE,
Tribunal Pleno, julgado em 18/06/2003, DJ 29-08-2003 PP-00030 EMENT VOL-02121-17 PP-
03374).
O entendimento do STF, pois, é no sentido de que o recebimento de denúncia por juízo in-
competente pode ser ratificado pelo competente, ainda que se trate de situação de incompe-
tência absoluta. Atenção! A própria denúncia pode ser ratificada pelo Ministério Público que
atua perante o juízo competente, não havendo necessidade de oferecimento de nova inicial
acusatória.
Ainda sobre as consequências que incidem nos atos praticados por juízo incompetente,
no HC 121189/PR, o STF concedeu a ordem para declarar insubsistentes os atos decisórios
proferidos pela justiça militar, em caso que era de competência da justiça federal. Naquela
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decisão, explicitou que ao STF caberia apenas anular a decisão condenatória, competindo ao
juízo competente verificar se seria o caso de anular ou não os demais atos praticados. Além
disso, acrescentou o Ministro Luiz Fux que, atualmente, a divisão de competência em abso-
luta ou relativa deveria ter como única consequência remeter os autos ao juízo competente,
pois a jurisdição é una. (Informativo 755 STF). Assim, o que se depreende desse julgado é
uma tendência dos tribunais superiores de flexibilizarem as consequências da declaração de
incompetência do juízo, quer se cuide de incompetência relativa ou absoluta.
Atenção para um ponto importante, aproveitando para revisar conteúdo: recebimento de
denúncia por juízo absolutamente incompetente não interrompe a prescrição, o que apenas
se dará quando do recebimento pelo juízo competente (ratificação). Por outro lado, o ofere-
cimento da queixa perante juízo incompetente é suficiente para evitar a decadência, que se
contenta com o exercício do direito de ação, ainda que se cuide de incompetência absoluta.
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do art. 568 do CPP. É a hipótese que já falamos do ofendido menor de 18 anos que outorga
procuração para advogado, visando a iniciar ação penal de iniciativa privada.
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serão nomeadas para a realização do exame pericial, nos termos do art. 159, §1º. É a hipótese
que sobeja para aplicação do entendimento sumulado. Nesse sentido:
Outrossim, inexiste razão que justifique a concessão da ordem de habeas corpus para
declarar a ausência de materialidade do crime, fundada na premissa exclusiva de que o laudo
pericial que atestou a natureza da substância entorpecente foi subscrito por um único perito.
Isso porque, em primeiro lugar, há precedentes do Supremo Tribunal Federal no sentido de que
a Súmula 361 (no processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se
impedido o que tiver funcionando anteriormente na diligência de apreensão) não se aplica a
peritos oficiais, como ocorre com o Laudo Pericial acostado aos autos [...].[HC 115.530, rel.
min. Luiz Fux, 1ª T, j. 25-6-2013, DJE 158 de 14-8-2013.]
A falta de defesa técnica, no processo penal, realizada por profissional habilitado, qual
seja advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, conduz à nulidade absoluta! As
peças defensivas são obrigatórias. Assim, se o réu não constitui advogado para apresentar
resposta à acusação, deve o juiz tomar as medidas necessárias para nomear defesa técnica
que pratique tal ato. Não pode o processo prosseguir, por exemplo, sem resposta à acusação.
O mesmo vale para as alegações finais defensivas. Ainda que se trate de réu revel, é necessá-
rio que tenha defesa técnica constituída e atuante nos autos.
Também na execução, deve ser assegurada defesa técnica ao réu, inclusive para repre-
sentá-lo em procedimento administrativo disciplinar para apurar falta grave. A ausência de
defesa técnica, nessa hipótese, é causa de nulidade, não se aplicando aqui a Súmula Vincu-
lante n. 5: a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.
A falha da defesa, por outro lado, é hipótese de nulidade relativa, só conduzindo à anula-
ção do processo se houver prejuízo para o réu. Nesse sentido, a Súmula 523 do STF: no pro-
cesso penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará
se houver prejuízo para o réu.
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Certo.
Em conformidade com o entendimento sumulado.
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A lei fala também em concessão de prazos à acusação e à defesa. Ora, as partes têm o
direito de ter ciência dos atos praticados e sobre eles se manifestarem, o que decorre do con-
traditório. Têm também direito ao prazo previsto em lei para esse fim. Caso o juiz não conceda
prazo ou o reduza, está clara a nulidade, que deve ser arguida em tempo oportuno, sob pena de
preclusão.
Haverá nulidade absoluta se o réu for levado a plenário de julgamento no Tribunal do Júri,
sem que haja decisão de pronúncia ou quando ela for incompleta ou defeituosa. A fundamentação
4
Errado.
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Cuida-se de hipótese que perdeu a razão de existir, pois o comparecimento do réu à ses-
são de julgamento é um direito dele e não um dever. Assim, pode ser técnica de defesa a au-
sência do réu ao julgamento ou mera opção dele.
Mas temos que estar bem alertas aqui a duas questões.
A primeira delas diz respeito ao réu preso que não é conduzido pelo Estado para a sessão
de julgamento. Estando preso, o réu pode manifestar interesse expresso, por meio de petição
assinada por ele e por seu advogado, de não comparecer ao ato processual designado, o que
não gera qualquer nulidade (cuida-se de direito, e não de dever). Situação diversa é quando
ele não é conduzido pelo Estado. Ora, o réu está com sua liberdade restrita, não podendo
simplesmente sair da prisão e ir ao fórum. Nesse caso, em que a ausência do réu decorre de
A outra questão que quero destacar: o réu tem direito de não comparecer ao ato, sem que
isso acarrete a nulidade do processo. Mas, para dizer que o réu optou em não ir à sessão,
é preciso que ele tenha tomado conhecimento da sessão. Portanto, a intimação do réu quan-
gerar a nulidade absoluta, salvo se ele comparecer à sessão, mesmo não tendo sido intimado.
Também desnecessária a intimação quando o réu se tornar revel, por não ter mantido atuali-
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Nos termos do art. 463 do CPP, é exigida a quantidade mínima de 15 jurados para insta-
lação de sessão de julgamento no tribunal do Júri, sendo incluídos nesse número os jurados
impedidos. Não se atingindo esse quórum e mesmo assim iniciada a sessão, estaremos dian-
te de um caso de nulidade absoluta.
Caso o julgamento em plenário do Tribunal do Júri se realize sem prévio sorteio de jura-
dos, em número de sete, para compor o Conselho de Sentença, estaremos diante de hipótese
de nulidade absoluta.
De igual forma, por decorrer da garantia constitucional do sigilo das votações, a violação
da incomunicabilidade dos jurados acarreta a nulidade absoluta do julgamento.
Caso não sejam inseridos dentre os quesitos aqueles que são considerados obrigatórios,
a hipótese é de nulidade absoluta do feito. Importa ressaltar a necessária formulação do que-
sito genérico de absolvição, ainda que a negativa de autoria seja a única tese defensiva, sob
pena de nulidade absoluta.
Cabe ainda destacar que os quesitos devem ser baseados na pronúncia, nos debates das
partes e no interrogatório do réu.
Os artigos 484 e 483 do CPP trazem a disciplina da quesitação, a qual estudamos com
cuidado em nossa aula de procedimento do Tribunal do Júri, inclusive destacando todas as
hipóteses de nulidade que podem ser verificadas em decorrência da má formulação dos que-
sitos.
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caso da Defesa, será intimada a Defensoria Pública para que compareça à próxima sessão,
em caso de nova ausência do advogado do réu. O objetivo da norma é evitar que a sessão seja
adiada repetidas vezes, com o fim, até mesmo, de gerar a prescrição.
Além do mais, acusação e defesa devem atuar efetivamente, sendo certo que a sustenta-
ção da tese acusatória ou defensiva de maneira defeituosa pode levar à desconstituição do
Conselho de Sentença, cuidando-se de verdadeira causa de nulidade relativa o prossegui-
mento da sessão com esse defeito.
Não havendo sentença ou ela existindo, faltando alguma de suas partes – relatório, fun-
damentação ou dispositivo, a hipótese é de nulidade absoluta. Há doutrina que defende que
a ausência de relatório não tem o condão de gerar nulidade absoluta, se puder ser verificado
pela decisão como um todo que o juiz tinha pleno conhecimento de todos os termos do pro-
cesso.
Outra não será a consequência quando estivermos diante de sentença sem fundamen-
tação, sendo evidente a nulidade absoluta. Na fundamentação, a jurisprudência entende que
não é necessária a menção expressa a cada uma das alegações defensivas, se for possí-
vel depreender da decisão condenatória que todas as teses foram examinadas, ainda que
de forma sucinta ou indireta. Mas temos que nos atentar ao seguinte: a Lei n. 13.964/2019
acrescentou o inciso V ao art. 564 do CPP, para dizer que haverá nulidade em decorrência de
decisão carente de fundamentação (e aproveito o comentário a esse inciso para tratar do
tema, tendo em vista que a sentença é espécie de decisão). Isso deixa antever que a decisão
cuja fundamentação for insuficiente também estará viciada, sendo considerada nula. A Lei n.
13.964/2019 não parou por aqui, pois trouxe no art. 315, §2º um rol de hipóteses em que a
decisão judicial não se considerará fundamentada. Portanto, os dois dispositivos devem ser
lidos em conjunto, possibilitando a constatação da nulidade da decisão judicial, por falta de
fundamentação.
É imprescindível que a sentença tenha dispositivo, pois é aqui que consta o comando
de condenar ou absolver o réu. A doutrina eleva a sentença sem dispositivo à categoria da
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inexistência, sendo considerado um “não ato”. Do mesmo modo, sentença sem assinatura
do juiz é inexistente para alguns, enquanto para outros é vista como mera irregularidade. Em
tempos de processo eletrônico, essa discussão vem perdendo gradativamente a importância.
Há julgado do STJ dizendo que a ausência de rubrica do juiz em todas as folhas da sentença
é mera irregularidade.
Aqui temos que visualizar a ausência de intervenção do órgão ministerial sob duas pers-
pectivas.
A primeira delas é quando se cuida de ação penal pública. Ora, o Ministério Público é o ti-
tular da ação penal pública, motivo pelo qual a intervenção dele é obrigatória e, não sendo ele
intimado para intervir, a hipótese será de nulidade absoluta. Por outro lado, se intimado deixar
de atuar, haverá nulidade relativa, no que diz respeito aos atos instrutórios. Cuidando-se de
atos postulatórios, como alegações finais e debates no tribunal do Júri, a ausência do órgão
ministerial conduzirá à nulidade absoluta, pois configurará verdadeira tentativa de desistên-
cia da ação penal pública.
Quando estamos diante de uma ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério
Público atua como interveniente adesivo obrigatório. Ele deve intervir em todos os termos do
processo, sob pena de nulidade relativa, que deve ser arguida em tempo oportuno, bem como
ser comprovado prejuízo.
O envio dos autos ao Tribunal para reexame necessário deve ser observado pelo juiz nas hipó-
teses previstas em lei. Enquanto não reexaminada a decisão, não irá ela precluir, nem irá a senten-
ça transitar em julgado. Nesse sentido, súmula 423 do STF: “não transita em julgado a sentença
por haver omitido o recurso ex officio, que se considera interposto ex lege”. No campo das nulida-
des, vale ressaltar que o oferecimento de recurso voluntário (recurso das partes) supre a ausência
do encaminhamento do feito para reexame necessário, pois o tribunal dele tomará conhecimento.
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Se não observado o número mínimo de juízes para que o órgão realize o julgamento, pre-
visto no Regimento Interno do respectivo tribunal, será ele considerado nulo.
As formalidades essenciais são aquelas imprescindíveis para que o ato processual seja
considerado válido e eficaz. O art. 564, IV diz que se considera sanada se não for arguida em
tempo oportuno, bem como se praticado por outra forma, o ato tiver atingido seu fim ou mes-
mo se a parte tiver aceitado, ainda que tacitamente, seus efeitos. Apesar de esse dispositivo
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deixar antever que a omissão de formalidade essencial se cuida de uma nulidade relativa, te-
mos que ter em mente o seguinte: quando uma dessas formalidades estiver a serviço de prin-
cípios constitucionais ou previstos em tratados internacionais, a exemplo do devido processo
legal, contraditório e de ampla defesa, não se cuidará de mera nulidade relativa! É o caso da
fundamentação da sentença. Ora, a Constituição dispõe que as decisões judiciais devem ser
obrigatoriamente motivadas, razão pela qual a ausência de tal formalidade não pode ser su-
prida, por exemplo, pelo decurso do tempo.
O inquérito policial é instrumento informativo. Por isso, os vícios dele constantes não con-
taminam o processo penal. Significa dizer: havendo irregularidade no inquérito, não haverá
contaminação do processo penal correspondente. Eventuais provas ilícitas que tenham sido
colhidas (por exemplo, uma prova cautelar não autorizada judicialmente) serão desentranha-
das dos autos, assim como aquelas que dela derivarem, sendo mantidas aquelas provenien-
tes de fonte independente ou que sejam legais.
O conhecimento foi objeto de indagação no concurso abaixo:
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Súmula 156-STF
É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório.
STF Súmula n. 160
É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
STF Súmula n. 162
É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, quando os quesitos da defesa não prece-
dem aos das circunstâncias agravantes.
Quando a Súmula 162 faz menção às agravantes, abrange não somente estas, como tam-
bém qualificadoras e causas de aumento de pena. Dessa forma, no Tribunal do Júri, os quesi-
tos da defesa devem preceder aos de acusação. Só lembrando que atenuantes e agravantes
não são mais quesitados (para a maioria), mas a súmula continua a valer sob a perspectiva de
outros quesitos, como por exemplo, causas de diminuição e de aumento, que devem ser apre-
sentadas nessa ordem. É essa a ordem trazida, inclusive, pelo art. no art. 483, § 3º do CPP.
Está posto na lei o entendimento dessa súmula, precisamente no art. 449, I do CPP.
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Errado.
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Os julgados abaixo foram coletados a partir dos principais pontos cobrados em pro-
vas de concursos e que extrapolam o mero conhecimento da lei, de súmula ou da base
doutrinaria que construímos até aqui. Vamos a eles.
A expedição da carta precatória não suspende a instrução criminal, razão pela qual
o feito prosseguirá, em respeito ao princípio da celeridade processual, proceden-
do-se à oitiva das demais testemunhas, ao interrogatório do acusado e, inclusive,
ao julgamento da causa, ainda que pendente a devolução da carta pelo juízo depre-
cado. (STJ, HC 388.688/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
04/04/2017, DJe 17/04/2017)
A ausência de assinatura de duas testemunhas não acarreta a nulidade ex offi-
cio do laudo de apreensão, tratando-se de mera irregularidade, que pode ser sanada
com o laudo pericial que atesta a falsificação das mídias. De todo modo, mostra-se
desarrazoado a descrição individualizada de todos os produtos apreendidos, bas-
tando a indicação numérica dos bens” (STJ, HC n. 359.040-RS, Quinta Turma, DJe
de 23.02.2017).
A participação de magistrado em julgamento de caso em que seu pai já havia atuado
é causa de nulidade absoluta, prevista no art. 252, I, do CPP. (STF. 2ª Turma. HC
136015/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 14/5/2019)
A Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça firmou orientação segundo a qual
o julgamento, proferido em órgão colegiado, do qual participou Desembargador
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impedido, não deve ser considerado nulo se o referido voto não foi determinante para o
resultado. (HC 352.825/RS, SEXTA TURMA, DJe 20/05/2016)
A inobservância ao disposto no art. 212 do Código de Processo Penal gera nulidade
meramente relativa. São necessárias para seu reconhecimento a alegação no momento
oportuno e a comprovação do efetivo prejuízo. (STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC 62.461/MG,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 03/10/2017).
A falta de observância da formalidade prevista no art. 226, II, do CPP, não induz nulidade,
pois, na dicção daquele dispositivo, somente será providenciada ‘se possível’. Ademais,
na espécie, funda-se a condenação em outros elementos de prova, e não somente no
reconhecimento, ocorrido ainda na fase inquisitorial. (STJ REsp n. 275.656/DF)
Tratando-se de um ônus da Defensoria Pública, não há nulidade em razão do indeferi-
mento, pelo magistrado, do pedido de intimação do paciente para prévia entrevista com
o defensor ou para que preenchesse formulário disponibilizado pelo órgão de assistên-
cia judiciária, a fim de que este colha elementos para subsidiar o oferecimento de res-
posta à acusação. Precedentes. (HC 368.479/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA
TURMA, julgado em 11/10/2016, DJe 25/10/2016)
Esta Corte Superior de Justiça possui entendimento consolidado no sentido da não con-
figuração de nulidade pela inversão da ouvida de testemunhas de acusação e de defesa,
quando a inquirição for feita por meio de carta precatória, cuja expedição não suspende
a instrução criminal. (HC 461.002/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA,
julgado em 23/10/2018, DJe 31/10/2018).
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) João foi denunciado, tendo
sido arroladas pelo Ministério Público as testemunhas Antônio, Paula e Carla, esta última
residente em outro estado da Federação. Outra testemunha, Diana, foi arrolada pela defesa.
Designada a audiência de instrução, compareceram Antônio, Paula, Diana e João, sem que
ainda houvesse resposta do cumprimento da carta precatória de Carla. O juiz ouviu todas as
testemunhas presentes e realizou o interrogatório. Nessa situação hipotética
a) ocorreu nulidade processual, pois o juiz não poderia ter ouvido a testemunha de defesa
antes do retorno da carta precatória.
b) ocorreu nulidade processual, visto que o feito estava suspenso; o juiz deveria ter marcado
a audiência apenas após o retorno da carta precatória.
c) não ocorreu nulidade processual, ainda que tenha havido, no mesmo momento processual,
a oitiva de testemunhas e o interrogatório.
d) o juiz não agiu corretamente, pois a oitiva da testemunha de defesa somente pode ocorrer
antecipadamente com expressa autorização das partes.
e) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório deveria ter sido realizado somente após
o retorno da carta precatória.
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V – É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação ou em casos de recurso de ofício.
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e V.
e) IV e V.
b) não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva
e) não é nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em
a) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada, ainda que
sado comparecer em juízo, antes de o ato consumar-se e declarar que o faz para o único
fim de argui-la.
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c) Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade,
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a) A incompetência rationae materiae é causa de nulidade absoluta e, por isso, os atos deci-
sórios praticados por juiz incompetente não poderão ser ratificados.
b) A nulidade do julgamento de processo em órgão colegiado do qual tenha participado ma-
gistrado impedido dependerá da possibilidade de mudança no resultado do julgamento, com
a subtração do voto desse magistrado.
c) A identificação de causa de suspeição de promotor de justiça implicará nulidade absoluta,
razão pela qual a sua consequente alegação não é passível de preclusão.
d) A denúncia apresentada com ofensa ao princípio do promotor natural será nula e não po-
derá ser ratificada.
e) A formulação de perguntas pelo juiz com a inversão do rito previsto no art. 212 do CPP é
causa de nulidade que independe da demonstração de prejuízo.
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d) A obrigação de esgotamento dos meios de localização para a validade da citação por edital
não alcança as diligências em todos os endereços constantes no IP.
e) Citado por edital, o réu poderá, a qualquer tempo, integrar a relação processual, e o prazo
para resposta à acusação começará a fluir a partir do referido ato de ingresso no processo.
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a) V F F V F
b) V V V F F
c) F V F V F
d) F F V V V
e) F V F F V
lidades:
A ausência de Defensor constituído não intimado para audiência realizada por carta precatória
em outra Comarca gera nulidade do ato, ainda que ciente da expedição da referida deprecata.
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c) o exercício da jurisdição pelo juiz que tiver funcionado no mesmo processo em outra instân-
cia.
d) a decisão proferida por juiz incompetente em razão da matéria.
e) o oferecimento de denúncia pelo MP em crime de ação penal privada.
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devido processo legal. A respeito desse assunto, assinale a opção correta de acordo com o
entendimento dos tribunais superiores.
a) A oitiva de policiais de forma antecipada, sob a alegação de que a atuação frequente em
situações semelhantes leva ao esquecimento de fatos específicos, não configura constran-
gimento ilegal.
b) O acesso do MP a recibos e comprovantes de depósitos bancários entregues espontane-
amente pela ex-companheira do investigado, que tiverem sido voluntariamente deixados sob
a guarda dela pelo próprio investigado, é considerado meio de prova nulo.
c) A gravação ambiental realizada por um dos interlocutores, sem o consentimento do outro e
sem prévia autorização judicial, é ilícita e, por isso, acarreta nulidade da prova.
d) A técnica de depoimento sem dano nos crimes sexuais contra criança e adolescente confi-
gura-se vedada no ordenamento brasileiro, por trazer cerceamento de defesa, devido ao fato
de o defensor não poder fazer a inquirição direta da testemunha.
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causídico no feito for sem desídia. Caso contrário, havendo desídia do defensor, a nulidade
será absoluta e não relativa.
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e) Nos termos do CPP, nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa
ou para que tenha concorrido.
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e) Caso não se tenha habilitado como assistente de acusação até a prolação da sentença no
tribunal do júri, a vítima ficará impedida de interpor recurso, ainda que o MP não recorra da
sentença absolutória.
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c) Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, serão renovados ou retificados.
d) É causa de nulidade a falta do recurso de ofício, nos casos em que a lei o tenha estabele-
cido.
e) A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o
interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único
fim de argui-la.
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GABARITO
1. c 18. b 35. E
2. b 19. a 36. d
3. d 20. E 37. e
4. C 21. E 38. b
5. c 22. a 39. b
6. b 23. a 40. b
7. c 24. b 41. b
8. E 25. c 42. a
9. d 26. e 43. c
10. b 27. b 44. d
11. e 28. a 45. b
12. c 29. d 46. b
13. e 30. d 47. e
14. E 31. a 48. d
15. E 32. e 49. C
16. c 33. e 50. d
17. d 34. d 51. a
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020). João foi denunciado, tendo
sido arroladas pelo Ministério Público as testemunhas Antônio, Paula e Carla, esta última
residente em outro estado da Federação. Outra testemunha, Diana, foi arrolada pela defesa.
Designada a audiência de instrução, compareceram Antônio, Paula, Diana e João, sem que
ainda houvesse resposta do cumprimento da carta precatória de Carla. O juiz ouviu todas as
testemunhas presentes e realizou o interrogatório. Nessa situação hipotética
a) ocorreu nulidade processual, pois o juiz não poderia ter ouvido a testemunha de defesa
antes do retorno da carta precatória.
b) ocorreu nulidade processual, visto que o feito estava suspenso; o juiz deveria ter marcado
a audiência apenas após o retorno da carta precatória.
c) não ocorreu nulidade processual, ainda que tenha havido, no mesmo momento processual,
a oitiva de testemunhas e o interrogatório.
d) o juiz não agiu corretamente, pois a oitiva da testemunha de defesa somente pode ocorrer
antecipadamente com expressa autorização das partes.
e) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório deveria ter sido realizado somente após
o retorno da carta precatória.
Letra c.
Não há que se falar em nulidade processual no caso ilustrado na questão. A expedição de car-
ta precatória não suspende a instrução processual, nos termos do art. 222, §§ 1º e 2º do CPP.
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c) causa de nulidade relativa da diligência realizada, que será validada somente se o advoga-
d) nulidade absoluta, desde que a diligência tenha sido realizada para atender procedimento
Letra b.
De acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, a ausência de assinatura das teste-
que o acusado não teria sido recolhido à prisão, deve ser declarada nula a decisão do tribu-
nal (nulidade absoluta), já que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos assegura
acusado à prisão.
b) A incompetência relativa deve ser arguida no momento oportuno, sob pena de preclusão e
consequente convalidação da nulidade. Ex. competência territorial, que deve ser alegada na
de pronúncia, deve ser alegada em recurso em sentido estrito, a ser julgado pelo tribunal com-
petente.
d) Pelo princípio da ineficácia lógica dos atos processuais, a nulidade de um ato, uma vez de-
clarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.
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Letra d.
A declaração de nulidade de um ato tem como consequência a nulidade também dos atos que
dele dependam, mas isso em razão do princípio da ineficácia contagiosa.
a) Certa. O art. 594 do Código de Processo Penal que previa a prisão para apelar, foi expres-
samente revogado pela Lei n. 11.719/2008, alinhado com o art. 8º da Convenção Americana
de Direitos Humanos.
b) Certa. Traz o regramento da competência relativa, da qual a competência territorial é exem-
plo. A incompetência relativa deve ser arguida no momento oportuno e, se não o for, opera-se
a preclusão.
c) Certa. Em conformidade com o art. 571, V do CPP.
Certo.
A alternativa está correta, pois reproduz fielmente o disposto no enunciado 706 da Súmula
do STF.
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V – É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da
acusação ou em casos de recurso de ofício.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e V.
e) IV e V.
Letra c.
I – Errado. Conforme Súmula 162 do STF, é absoluta a nulidade do julgamento pelo júri, quan-
do os quesitos da defesa não precedem aos das circunstâncias agravantes.
II – Certo. Em conformidade com a Súmula 366 do STF (não é nula a citação por edital que
indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma
os fatos em que se baseia).
III – Certo, nos termos da Súmula 707 do STF (constitui nulidade a falta de intimação do de-
nunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a
suprindo a nomeação de defensor dativo).
IV – Errado. Conforme a Súmula 706 STF: É relativa a nulidade decorrente da inobservância
da competência penal por prevenção. Imprescindível comprovação do prejuízo. O item V está
incorreto, pois diz a súmula 160 STF que é nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o
réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
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Letra b.
Mais uma questão que é respondida integralmente a partir do conhecimento das Súmulas
dos Tribunais Superiores. Está em conformidade com a súmula 366 do STF.
a) Errada. Fere o disposto na Súmula 523 do STF.
c) Errada. Desrespeita a Súmula 712 do STF.
d) Errada. Não está em conformidade com a Súmula 155 do STF.
e) Errada. Descumpre a Súmula 206 do STF.
Letra c.
A prolação de sentença funciona como causa de convalidação da nulidade, regra que se ex-
trai do art. 282, § 2º do CPC que diz: quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem
aproveite a declaração de nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou
suprir-lhe a falta.
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a) Errada, pois o art. 568 do CPP dispõe que a nulidade por ilegitimidade do representante da
parte poderá ser sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
b) Errada, pois, conforme o art. 570 do CPP, a falta ou a nulidade da intimação ou notifica-
ção poderá ser sanada, desde que o interessado compareça em juízo, antes de o ato consu-
mar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la.
d) Errada, pois se extrai do art. 567 do CPP que a incompetência territorial ou relativa do juí-
zo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade,
ser remetido ao juiz competente.
e) Errada, pois leciona o art. 569 do CPP que as omissões da denúncia ou da queixa poderão
ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Errado.
Nos termos do art. 564, III, d, haverá nulidade por falta de intervenção em todos os termos
da ação por ele intentada e nos termos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de
crime de ação pública. Como vimos, esta última hipótese se refere à ação penal privada sub-
sidiária da pública.
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a) O Tribunal de Apelação poderia conhecer de ofício a nulidade absoluta por ser de ordem
pública.
b) O Tribunal de Apelação poderia conhecer de ofício nulidade absoluta em prejuízo do acusa-
do em recurso da acusação, salvo em se tratando de apelação do Tribunal do Júri.
c) O Tribunal de Apelação não poderia conhecer de ofício nulidade em prejuízo do acusado,
mas poderia ter reformado o veredicto para condenar o acusado.
d) O Tribunal de Apelação não poderia conhecer de ofício nulidade em prejuízo do acusado
nem qualquer matéria que não foi expressamente impugnada em recurso de apelação de de-
cisão do Tribunal do Júri.
Letra d.
Nos termos da Súmula 160 do STF, é nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nu-
lidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício. No
caso da questão, o recurso foi do Ministério Público, pretendendo a anulação do julgamento
por entender que o resultado foi contrário à prova dos autos. Assim, não poderia ter o tribunal
reconhecido nulidade de ofício, que levasse à anulação do julgamento, tendo em vista que
isso prejudica o réu (ele havia sido absolvido). De mais a mais, no tribunal do Júri o efeito de-
volutivo da apelação é adstrito aos fundamentos da sua interposição, conforme súmula 713
do STF.
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d) A denúncia apresentada com ofensa ao princípio do promotor natural será nula e não po-
derá ser ratificada.
e) A formulação de perguntas pelo juiz com a inversão do rito previsto no art. 212 do CPP é
causa de nulidade que independe da demonstração de prejuízo.
Letra b.
A questão seguiu entendimento do STJ sobre o tema, no seguinte julgado: A Terceira Seção
deste Superior Tribunal de Justiça firmou orientação segundo a qual o julgamento, proferido
em órgão colegiado, do qual participou Desembargador impedido, não deve ser considera-
do nulo se o referido voto não foi determinante para o resultado. (HC 352.825/RS, SEXTA
TURMA, DJe 20/05/2016). A alternativa
a) Errada. A jurisprudência tem se assentado no sentido de que mesmo que se cuide de in-
competência absoluta, o juízo competente pode ratificar tanto os atos instrutórios quanto
decisórios. Veja que a questão cobra o entendimento dos tribunais superiores.
c) Errada. A suspeição é causa de nulidade relativa.
d) Errada. A denúncia apresentada com ofensa ao promotor natural poderá ser ratificada,
conforme entendimento dos tribunais superiores.
e) Errada. Os tribunais entendem que se trata de causa de nulidade relativa, portanto neces-
sária a demonstração de prejuízo.
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Letra e.
Conforme o art. 396, parágrafo único do CPP, no caso de citação por edital, o prazo para defe-
sa começa a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
No que importa diretamente ao tema da nossa aula, a letra a) está em desconformidade com
a Súmula 330 do STJ, motivo pelo qual a alternativa foi considerada incorreta.
Letra c.
Errada, tendo em vista que a ausência de citação pode ser suprida com o comparecimento do
réu, ainda que o faça unicamente para alegá-la (art. 570 do CPP).
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Letra e.
I – Errado. Fere o art. 570 do CPP.
II – Certo. Traz exatamente o princípio do interesse.
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III – Errado. A inobservância de regra de competência absoluta gera nulidade absoluta. Po-
rém, as regras de foro por prerrogativa de função não são extensíveis à improbidade adminis-
trativa.
IV – Errado. A falta de defesa gera nulidade absoluta, enquanto a deficiência, nulidade relativa.
O princípio descrito no item V é, em verdade, o do prejuízo, e não da causalidade. Apesar disso,
a banca considerou correta essa alternativa.
Errado.
A preclusão da arguição de nulidade verificada após a decisão de pronúncia se dará, nos ter-
mos do art. 571, V do CPP, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes.
Errado.
A alternativa fere o que dispõe o enunciado 273 da Súmula do STJ.
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III – Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a
rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
a) Somente a assertiva III está correta.
b) Todas as assertivas estão erradas.
c) Estão corretas as assertivas II e III.
d) Estão corretas as assertivas I e II.
e) Todas as assertivas estão corretas.
Letra c.
I – Errado. A reformatio in mellius é sempre possível, quer se cuide de recurso exclusivo do
Ministério Público, quer se trate de recurso do réu que não abrangeu a questão reconhecida
pelo tribunal para melhorar a situação dele.
II – Certo, pois apenas o recebimento da denúncia (ou a ratificação do recebimento) por juiz
competente interrompe a prescrição.
III – Certo, pois reproduz a súmula 709 do STF.
Letra d.
Nos termos do art. 571, VII, as nulidades verificadas após a decisão de primeira instância de-
vem ser arguidas nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso
e apregoadas as partes.
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I – A inobservância da regra de competência por prevenção gera nulidade absoluta por ofensa
ao princípio do juiz natural.
II – A inexistência de oportunidade para a entrevista reservada entre o acusado e seu defen-
sor no momento que antecede a audiência de instrução é causa de nulidade relativa.
III – Intimado o defensor, a não apresentação de defesa escrita na primeira fase do procedi-
mento do júri não ensejará nulidade.
IV – A participação de pessoa como jurado em julgamento de processo no qual ela tenha
exercido essa mesma função anteriormente não gera nulidade.
Estão certos apenas os itens
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
Letra b.
I – Errado. Em desconformidade com a súmula 706 do STF.
II – Certo. Conforme a jurisprudência, é nulidade relativa, devendo ser demonstrado o prejuízo.
III – Certo. O entendimento dos tribunais superiores é que a não apresentação de memoriais
pela defesa, na primeira fase do tribunal do júri, pode decorrer de técnica da defesa que não
pretende antecipar as alegações que serão feitas em plenário.
IV – Errado. Contraria a súmula 206 do STF.
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Letra a.
A competência territorial é relativa. A desobediência à regra de competência relativa gera
nulidade apenas relativa. Assim, se não arguida oportunidade, será convalidada. Cumpre res-
saltar que, no processo penal, o juiz pode se declarar incompetente de ofício, mesmo que se
trate de incompetência relativa.
Errado.
A questão seguiu entendimento do STJ, que assim já decidiu: “a citação é pressuposto de
existência da relação processual e sua obrigatoriedade não pode ser relativizada somente
porque o réu constituiu advogado particular quando foi preso em flagrante. O fato de o Juiz
ter determinado a juntada, nos autos da ação penal, de cópia da procuração outorgada ao ad-
vogado no processo apenso, relacionado ao pedido de liberdade provisória, bem como que o
causídico apresentasse resposta à acusação, não supre a falta de citação e nem demonstra,
sem o comparecimento espontâneo do réu a nenhum ato do processo, sua ciência inequívoca
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da denúncia nem que renunciou à autodefesa”. (REsp 1580435/GO, Rel. Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, Sexta Turma, julgado em 17/03/2016, DJe 31/03/2016).
Errado
As decisões judiciais precisam ser motivadas. Assim, ainda que minimamente, deveria ter o
juiz fundamentado a decisão. Nesse sentido, o magistrado, ao proferir decisão que determi-
na o prosseguimento do processo, deverá ao menos aludir àquilo que fora trazido na defesa
preliminar, não se eximindo também da incumbência de enfrentar questões processuais re-
levantes e urgentes. STJ. 6ª Turma. RHC 46127-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 12/2/2015. A ausência de fundamentação conduz à nulidade da decisão.
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Letra a.
A alternativa está em conformidade com o entendimento do STJ sobre o tema. Há julgados
do STF em sentido contrário.
b) Errada. Em desconformidade com o seguinte julgado: não configura quebra de sigilos ban-
cário e fiscal o acesso do MP a recibos e comprovantes de depósitos bancários entregues
espontaneamente pela ex-companheira do investigado, os quais foram voluntariamente dei-
xados sob a responsabilidade dela pelo próprio investigado. (STJ RHC 34.799-PA).
c) Errada. Entendimento pacífico dos tribunais superiores que a gravação ambiental feita por
um dos interlocutores independe de autorização judicial, cuidando-se de prova lícita, mesmo
que sem o conhecimento da outra parte.
d) Errada. A jurisprudência entende cabível o depoimento sem dano nos crimes sexuais, es-
tando a questão positivada em nossa legislação processual penal.
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Letra a.
Em desconformidade com a súmula 273 do STJ.
b) Certa. Reproduz entendimento da jurisprudência sobre o tema.
c) Certa. Em conformidade com o art. 385 do CPP.
d) Certa. Cnforme art. 565 do CPP.
e) Certa. Reproduz entendimento do STJ sobre o tema.
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Letra b.
A alternativa indicada como correta seguiu o que diz a Súmula 115 do STJ: na instância espe-
cial, é inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos autos. Essa questão
será enfrentada em nossa aula de recursos.
a) Errada. Em desacordo com a Súmula 160 do STF.
c) Errada. “Não procede a tese de nulidade das interceptações telefônicas levadas a cabo
por não ter havido o esgotamento prévio de todas as possibilidades de produção da pro-
va na espécie [...]”. (HC 128650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em
20/09/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-212 DIVULG 04-10-2016 PUBLIC 05-10-2016).
d) Errada. Irregularidades do inquérito não repercutem na ação penal.
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Letra c.
A questão é respondida pelo conhecimento da Súmula 707 do STF: constitui nulidade a falta
de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da
denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
Letra e.
A alternativa traz o ensinamento contido no art. 563 do CPP e entendimento da jurisprudência.
a) Errada. Nos termos da súmula 273 do STJ.
b) Errada. É hipótese de nulidade relativa, conforme súmula 706 do STF.
c) Incorreta, por estar em desacordo com a súmula 707 do STF – nulidade que não pode ser
suprida pela nomeação de defensor dativo.
d) Errada. Conforme o art. 568 do CPP, poderá ser sanada a todo tempo, mediante ratificação
dos atos processuais.
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Letra b.
A questão considerou correta a alternativa, pois, nos termos da jurisprudência dos tribunais
superiores, o excesso de linguagem é proibido, razão pela qual a decisão deverá ser anulada.
Na aula de tribunal do júri, discutimos algumas questões relacionadas ao ponto.
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Letra a.
A alternativa está em consonância com o entendimento atual dos tribunais superiores, no
sentido de que, para que seja considerada a nulidade, deve ser demonstrado prejuízo, quer se
cuide de nulidade absoluta ou relativa.
b) Errada. A inversão da ordem do art. 212 é causa de nulidade relativa.
c) Errada. É contraditória ao que comentamos quanto à alternativa correta.
d) Errada. A inépcia da acusação pode ser verificada a qualquer momento, pois diz respeito à
ampla defesa, portanto é hipótese de nulidade absoluta.
e) Errada. A coisa julgada sana as nulidades processuais relativas, mas não as absolutas, que
podem ser reconhecidas mesmo depois do trânsito em julgado, salvo na hipótese de absol-
vição própria.
Letra d.
Pois se cuida de procedimento não previsto em lei, mas adotado para privilegiar o contradi-
tório. A não concessão de prazo, na hipótese, é mera irregularidade. Há julgados destacando
ser hipótese de nulidade relativa, mas não absoluta como diz a alternativa.
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Nulidades
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a) Certa. Traz princípios aplicáveis à teoria das nulidades, conforme estudamos.
b) Certa. Conforme súmula 351 do STF.
c) Certa. Por trazer o princípio da proibição da reformatio in pejus indireta.
e) Certa. Em conformidade com o art. 566 do CPP.
Letra d.
Questão perigosa! A alternativa D traz o entendimento da súmula 707 do STF, portanto cor-
reta.
a) Errada. Cobra conhecimento sobre a necessidade ou não de resposta preliminar.
Vimos questões que aplicam a súmula 330 do STJ: é desnecessária a resposta preliminar de
que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.
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Letra a.
A alternativa é a correta, pois cobra o conhecimento sobre a Súmula 523 do STF: no processo
penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu.
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Letra e.
A resposta à acusação, prevista no art. 396 do CPP, é peça obrigatória, tanto assim que se não
apresentada, o juiz nomeará defensor para fazê-lo – art. 396-A, §2º.
b) Errada. De acordo com o entendimento dos tribunais superiores, o princípio da identidade
física do juiz não é absoluto, admitindo exceções, por exemplo, quando o juiz que presidiu a
instrução está de férias.
c) Errada. Em razão do que dispõe a súmula 273 do STJ.
d) Errada. Conforme art. 222, §§ 1º e 2º do CPP.
Letra e.
a
) Errada. Nos termos do art. 571, V, CPP, as nulidades ocorridas posteriormente à pronúncia
devem ser arguidas depois de anunciado o julgamento e apregoado as partes. está incorreta
b
) Errada. Contra a decisão que reconhece a suspeição de jurado, não há previsão de recurso em
sentido estrito, ao contrário, há ressalva expressa quanto ao cabimento dele (art. 581, III, CPP).
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c) Errada. A modificação da decisão de pronúncia, após o prazo recursal, de ofício, não é
possível, tendo em vista que se dará o início da segunda fase do tribunal do Júri. Se ocorrer
situação superveniente, será necessário que o juiz conceda vista ao Ministério Público.
d) Errada. A jurisprudência fala sobre a necessidade de comprovação do prejuízo, mesmo na
hipótese descrita na questão.
Letra d.
Eis o entendimento do STJ sobre o tema: “Conforme a orientação deste Superior Tribunal de
Justiça, a inquirição das testemunhas pelo Juiz antes que seja oportunizada a formulação
das perguntas às partes, com a inversão da ordem prevista no art. 212 do Código de Processo
Penal, constitui nulidade relativa. Assim, sem a demonstração do prejuízo, nos termos exigi-
dos pelo art. 563 do mesmo Codex, não é possível reconhecer a nulidade do ato. No presente
caso, a defesa não logrou demonstrar prejuízo, não havendo, pois, falar em nulidade do ato
impugnado”. (AgRg no AREsp 1341174/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 07/11/2019, DJe 22/11/2019)
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Nulidade ocorrida após a pronúncia deverá ser arguida na fase de especificação das provas
que serão produzidas em plenário, sob pena de preclusão.
Errado
Nos termos do art. 571, V, CPP, as nulidades ocorridas posteriormente à pronúncia devem ser
arguidas depois de anunciado o julgamento e apregoado as partes.
Letra d.
I – Certo. Em conformidade com o art. 570 do CPP.
II – Errado. É necessária a demonstração de prejuízo, conforme entendimento do STJ.
III – Certo. Conforme Súmula 160 do STF.
IV – Certo. Conforme art. 567 do CPP.
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Letra e.
Em consonância com a súmula 707 do STF.
a) Errada. O art. 570 não excepciona a hipótese de risco de prescrição.
b) Errada. Contraria a súmula 708 do STF.
c) Errada. O art. 563 do CPP diz exatamente o contrário.
d) Errada. Contraria o art. 568 do CPP.
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Letra b.
No sentido da alternativa correta, o seguinte julgado: 1. Não há falar em nulidade do julga-
mento quando devidamente quesitada a tese sustentada pela defesa. 2. A matéria não sus-
tentada pela defesa nos debates orais não pode ser objeto dos quesitos por importar inova-
ção probatória e violação do devido processo legal. (HC 111.371/SP, Rel. Ministro ARNALDO
ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 05/11/2009, DJe 30/11/2009)
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a) F, F, V, V.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) V, V, F, V.
e) F, V, V, V.
Letra b.
I – Errado. O princípio do interesse não se aplica à atuação do órgão ministerial, que tem a
função de velar pela aplicação dos princípios constitucionais.
II – Certo. Nos termos da súmula 330 do STJ.
III – Errado. Em desconformidade com a súmula 366 do STJ.
IV – Certo. Súmulas 273 do STJ e 155 do STF.
Letra b.
A questão é respondida pela Súmula 707 do STF.
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Letra b.
No crime de lesão corporal culposa, a representação da vítima é condição de procedibilidade.
O processo desenvolvido sem ela é nulo desde o início, pois para o oferecimento da denúncia
já se fazia imprescindível a existência da representação (e até mesmo para a instauração de
inquérito!). Lembrando que no contexto da violência doméstica, desnecessária a representa-
ção da vítima, mesmo que se cuide de lesão corporal leve ou culposa (há discussão sobre a
compatibilidade da lesão corporal culposa com o contexto da violência doméstica, em que se
exige a motivação de gênero).
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Letra a.
A nulidade por ilegitimidade de parte poderá ser sanada, nos termos do art. Art. 568 do CPP.
b) Certa. Em conformidade com o art. 570 do CPP.
c) Certa. Por estar em conformidade com o entendimento dos tribunais superiores, apesar
de discussão sobre o tema, em razão do livre convencimento dos jurados (não se teria como
aferir se a nulidade interferiu ou não na formação da convicção deles).
d) Certa. Conforme art. 157, §3º do CPP.
Letra c.
Pois a deficiência da defesa é causa de nulidade relativa, conforme súmula 523 do STF.
a) Certa. Por estar em conformidade com o art. 567 do CPP.
b) Certa. De acordo com a súmula 706 do STF.
d) Certa. Conforme súmula 708 do STF.
e) Certa. De acordo com a súmula 707 do STF.
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SOTO e forneceu o prenome ROMOPS na delegacia, que é de seu irmão, porque tinha antece-
dentes e agiu no exercício de sua autodefesa. O Tribunal de Justiça repele a preliminar, pois
no tocante às nulidades, não foi observado o princípio do(a):
a) Tipicidade das formas;
b) Conservação dos atos processuais;
c) Causalidade;
d) Interesse;
e) Convalidação do ato processual.
Letra d.
Cuida-se do princípio do interesse, previsto no art. 565 do CPP – não se pode alegar nulidade
a que tenha dado causa.
Letra b.
A Súmula 160 do STF excepciona o recurso de ofício, nos seguintes termos: é nula a decisão
do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalva-
dos os casos de recurso de ofícios.
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Letra b.
Tendo em vista que foi incluído fato novo (crime conexo), é necessário que o réu seja citado e
interrogado com relação a eles, sob pena de ser ferido o contraditório e a ampla defesa, o que
gera nulidade absoluta do feito e, consequentemente, da sentença que o condenou sem o
atendimento dessas formalidades.
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a) Ratione materiae.
b) Ratione personae.
c) Competência funcional.
d) No júri, por falta de quesito obrigatório.
e) Territorial.
Letra e.
Dentre as alternativas elencadas, é caso de nulidade relativa a incompetência territorial, pois
se trata de hipótese de incompetência relativa.
Letra d.
Está em conformidade com a súmula 707 do STF.
a) Errada. Em desconformidade com a súmula 523 do STF. Incorreta
b) Errada. A hipótese é de nulidade relativa, súmula 706 do STF.
c) Errada. Por ferir o que dispõe o art. 568 do CPP.
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de acordo com as regras do artigo 571 do CPP; se, praticado por outra forma, o ato tiver atin-
gido o seu fim; ou se a parte tiver aceito os seus efeitos.
Certo.
A afirmativa reproduz a regra contida no art. 572 do CPP.
Letra d.
Conforme ensina a doutrina, o ato nulo continua produzindo efeitos, até que sobrevenha de-
cisão que reconheça a nulidade.
a) Errada. O rol de nulidades previsto no CPP é meramente exemplificativo, podendo as nuli-
dades decorrerem do desatendimento de normas constitucionais, previstas em tratados ou
procedimentos previstos na lei e não expressamente elencados como sendo causadores de
nulidades.
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b) Errada. A nulidade absoluta decorre de ato praticado em detrimento do interesse público,
e não das partes.
c) Errada. Por estar em desacordo com a Súmula 160 do STF.
e) Errada. Porque não se cuida de nulidade dos atos subsequentes ao nulo, mas daqueles que
dele decorram ou sejam consequência.
Letra a.
Pois necessária a ratificação dos atos processuais (art. 568 do CPP).
b) Certa. Conforme art. 563 do CPP.
c) Certa. De acordo com art. 573 do CPP.
d) Certa. Conforme art. 564, III, n, CPP.
e) Certa. Segundo art. 570 do CPP.
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REFERÊNCIAS
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Salvador: Ed. JusPodivm, 2019.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva, 2014.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. Rio de Janeiro: Fo-
rense, 2015.
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