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DIREITO PROCESSUAL

PENAL
Jurisdição e Competência

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de produção de conteúdo: Magno Coimbra

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outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
230523194660

DOUGLAS VARGAS

Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado


em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF
(Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério da Integração, Ministério da Justiça,
BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Siqueira - 11741000440, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Direito Processual Penal
Jurisdição e Competência
Douglas Vargas

SUMÁRIO
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Jurisdição e Competência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Jurisdição – Dizendo o Direito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Características da Jurisdição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Princípios Específicos da Jurisdição Criminal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Prorrogação e Competência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Prorrogação de Competência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Competência Absoluta e Relativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Espécies de Competência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Competência em Razão da Matéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Competências Territoriais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Alteração da Competência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Casos de Separação Obrigatória. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Casos de Separação Facultativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Recomendações Práticas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

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Jurisdição e Competência
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INTRODUÇÃO
Olá, querido(a)!
O termo jurisdição é sem dúvidas um dos mais utilizados no cotidiano pelos meios
de comunicação.
comunicação. Nos jornais, revistas e em diversos noticiários, é comum ouvir que um
determinado caso estava sob a jurisdição de um órgão ou de outro.
Em seriados e filmes, acontece a mesma coisa: “Você está fora da sua jurisdição”, dizem
os personagens. O mais engraçado é que, muitas vezes, essa utilização do termo jurisdição
acaba sendo realizada de forma incorreta!
Na aula de hoje, você vai entender com propriedade o que realmente significa exercer
jurisdição, qual a diferença entre a definição de jurisdição e de competência e porque os
roteiros de filmes e seriados deveriam ser escritos sob a supervisão de um consultor jurídico.
Vamos apresentar os conceitos, diferenciar esses institutos e aprofundar em cada um
de seus elementos, de modo que você vai ficar muito bem preparado(a) quando se deparar
com qualquer tipo de questão sobre o assunto.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de exercícios de múltipla escolha, finalizando
nossa prática com questões complementares quando for necessário (alguns assuntos são
mais escassos em questões).
Lembrando que, ao final do curso, disponibilizaremos um PDF adicional com uma lista
comentada específica de exercícios de questões de Exames da Ordem anteriores.
Espero que tenha um estudo proveitoso.
Prof. Douglas.

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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

JURISDIÇÃO – DIZENDO O DIREITO


O termo jurisdição nasce do latim juris (direito) e dicere (dizer), e é a nomenclatura
utilizada para definir o poder do Estado de aplicar o direito ao caso concreto,
concreto, ou seja,
de dizer o direito!
Antes de prosseguir em nossa narrativa sobre jurisdição, no entanto, vamos falar sobre
uma curiosidade que pode nos ajudar a entender o assunto: os brocardos jurídicos.
jurídicos.

Obs.: Brocardos jurídicos são pensamentos sintetizados em uma única sentença,


expressando uma conclusão reconhecida como verdade!
Os brocardos jurídicos, em maior parte, são escritos em latim
latim,, e tratam dos mais diversos
temas. Quanto à jurisdição, existem dois que são de especial relevância:

Os brocardos apresentados estão diretamente ligados ao conceito de jurisdição,


materializado no poder do Estado de aplicar o direito a um determinado caso.
Eles nos levam, no entanto, à seguinte pergunta: se jurisdição é o poder do Estado
de aplicar o direito a um caso concreto, afinal de contas, o que é a competência?
A competência, que muitos chamam erroneamente de jurisdição, não trata do poder
do Estado de aplicar o direito, e sim de uma norma para definição de QUEM poderá aplicar
a jurisdição em uma determinada situação.
Dessa forma, enquanto a jurisdição significa dizer o direito, competência significa dizer
quem é o responsável por aplicar o direito em um determinado caso.
De uma forma ainda mais simples: competência é uma medida da jurisdição!

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Portanto, em um conflito sobre a aplicação do direito (em um caso concreto), cabe


ao Estado-juiz realizar uma análise e dizer o direito naquela situação (ou seja, exercer a
chamada prestação jurisdicional).
jurisdicional).
A questão é que o Estado-juiz está dividido em esferas de competência. Cada juiz tem
uma determinada competência determinada por lei, e só atuará em situações e casos aos
quais a sua competência seja adequada.
Com isso, acaba acontecendo o seguinte: alguns juízes têm competências mais amplas
do que outros.
outros. Um juiz federal, como o juiz Sérgio Moro, possui uma competência menos
ampla do que um ministro do STF, cuja competência alcança todo o território nacional.
Assim sendo, temos o seguinte cenário:

CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
A primeira característica do exercício de jurisdição (e que costuma ser observada em
provas) é a inércia
inércia..
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Obs.: Inércia: em regra, um juiz não atua de ofício – deve ser PROVOCADO para tal. Ou
seja: a prestação jurisdicional deve ser solicitada ao Estado.
Por força da inércia, o órgão jurisdicional tem que ser provocado para atuar. Não pode,
portanto, julgar das seguintes formas:

Além disso, é claro que o órgão jurisdicional também não possui o direito de se omitir
e dizer “não julgo”, caso seja provocado a fazê-lo, e muito menos julgar sem que seja
provocado para tal (devido à característica da inércia).
inércia).

ART. 383 DO CPP E TIPIFICAÇÃO DO FATO


Sobre o assunto em tela, é interessante observar o que rege o art. 383 do CPP. Veja só:

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-
lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.

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Para exemplificar o que quer dizer o art. 383, a doutrina costuma apresentar o
seguinte exemplo:

Em um determinado processo, um fato foi inicialmente classificado como um estupro.


Entretanto, posteriormente, verifica-se que, na verdade, ocorreu um estupro de vulnerável.

Se isso acontecer, o juiz poderá atribuir a tipificação mais gravosa e cominar a pena ao
acusado – sem que haja nulidade alguma.
alguma.
A única obrigatoriedade, nesse caso, é que não ocorra modificação na DESCRIÇÃO dos
fatos contidos na denúncia. Conforme ensina Capez, o réu se defende dos fatos – e não
da capitulação jurídica!
Ainda nos ensinamentos de Capez, esse fato também se torna possível, pois se parte
do princípio de que o juiz conhece o direito. Basta às partes que lhe informem sobre
os fatos! Ou seja, dai-me os fatos, que lhe darei o direito!
A seguir, temos a próxima característica relacionada com a prestação jurisdicional: a
existência de lide.
lide.

Obs.: Existência de lide: deve existir um conflito de interesses (uma lide) para que possa
ocorrer a prestação jurisdicional.
Essa característica nos leva à próxima, que é sem dúvidas a mais importante característica
sobre a matéria de jurisdição, como leciona Leonardo Barreto: a substitutividade
substitutividade..

Obs.: Substitutividade: a vontade do Estado substituirá a vontade das partes, para a


resolução do conflito.
Oras, se solicitamos a prestação jurisdicional para que resolva uma lide (um conflito
entre as partes), e o órgão jurisdicional atuou decidindo o direito aplicável ao caso, é fato
que não se obterá o que querem as partes – e sim o que o Estado determinar que seja feito.
Essa é a essência da prestação jurisdicional.
O próximo item é a imutabilidade
imutabilidade..

Obs.: Imutabilidade: a sentença conclui o exercício da jurisdição, o que, via de regra,


tem caráter definitivo.
Salvo casos de revisão criminal,
criminal, a qual estudaremos posteriormente, uma sentença
transitada em julgado é imutável – tem caráter definitivo – e conclui a prestação jurisdicional.
A sentença também nos leva à última característica que precisamos estudar: a atuação
do direito.
direito.

Obs.: Atuação do direito: é o objetivo da prestação jurisdicional, que se realiza na aplicação


do direito ao caso concreto.

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Embora as normas efetivas sobre os casos concretos encontrem-se previstas na legislação


penal comum, é a legislação processual que permite a aplicação do direito ao caso concreto,
por meio de suas normas procedimentais
procedimentais..

Esquematizando::
Esquematizando

Características da Jurisdição

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA JURISDIÇÃO CRIMINAL


As características apresentadas estão relacionadas à jurisdição como um todo – e não
apenas à jurisdição criminal,
criminal, que é a que mais nos interessa.
Essa última, por sua vez, tem princípios específicos, os quais conheceremos a seguir –
seguindo os ensinamentos de Leonardo Barreto, em seu excelente curso de processo penal.

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Merece destaque o fato de que a jurisdição não pode ser delegada, enquanto que, em casos
pontuais, é possível a delegação de competência.
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Esquematizando::
Esquematizando

PRORROGAÇÃO E COMPETÊNCIA
A jurisdição, embora seja a base da atuação do Poder Judiciário, é um assunto mais
simples. Só ele a exerce e se relaciona diretamente com o poder de dizer o direito no
caso concreto.
A competência, por sua vez, é um assunto muito mais extenso – pois trata da verdadeira
medida da jurisdição.

É o estudo da competência que permite dizer qual órgão irá atuar em determinados casos!

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Antes que possamos adentrar nessa matéria, no entanto, é necessário primeiro entender
o conceito de prorrogação de competência processual.
processual.

PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
A competência processual, via de regra, é improrrogável
improrrogável,, ou seja, deve ser exercida
exclusivamente pelo juízo competente.
Entretanto, em alguns casos excepcionais, admite-se que um juízo originariamente
incompetente possa emanar uma decisão à qual se submetam as partes. partes.
Essa exceção é possibilitada pela lei,
lei, e, quando ocorrer, estaremos diante da chamada
prorrogação de competência.

Em alguns casos, a lei permite que um juízo originariamente incompetente atue, sem gerar
vício processual.

COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA

COMPETÊNCIA ABSOLUTA E SUAS CARACTERÍSTICAS


A competência absoluta, como você já sabe, possui a característica de não admitir
prorrogação.

Reiterando: competência absoluta não admite prorrogação!

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Existem três casos em que será considerada a competência do juízo como absoluta.

COMPETÊNCIA FUNCIONAL
A competência funcional é uma espécie de competência absoluta que se divide em
três tipos:

COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO


A competência por prerrogativa de função é mais simples – está relacionada simplesmente
com o cargo público ocupado pelo infrator. É a competência sobre a qual a mídia mais fala,
chamando-a, inadequadamente, de foro privilegiado.
privilegiado.
Algumas autoridades públicas, por força do foro por prerrogativa de função, devem ser
julgadas no STF, outras no STJ, e outras por outros tribunais.

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COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA


A última forma de competência absoluta decorre do tipo de infração penal que será
julgada.. Simples assim!
julgada

A competência absoluta é basicamente a “mais importante”, pois caso não seja respeitada,
pode ser questionada pelas partes a qualquer tempo, em qualquer grau de jurisdição, e até
mesmo pelo juiz, de ofício.

COMPETÊNCIA RELATIVA
A competência relativa, como o próprio nome nos leva a crer, é mais tolerante – posto
que admite a prorrogação.
prorrogação.
Entretanto, embora a incompetência relativa possa também ser argumentada pelas
partes (assim como a absoluta), tal arguição não poderá ocorrer a qualquer tempo!

Caso a arguição da incompetência de um determinado foro não seja realizada a tempo,


ocorre a prorrogação da competência do foro incompetente!

Cuidado::
Cuidado

Felizmente, a competência relativa é muito mais fácil de dominar do que a competência


absoluta, pois só existe um caso de competência relativa no Direito Processual Penal!

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A competência territorial é o único caso de competência relativa previsto no direito


processual penal.

Seguindo em diante, podemos finalmente adentrar nas espécies de competência


propriamente ditas, o que fará com que o assunto fique mais prático e mais fácil de entender!

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA
Vamos começar abordando a categoria de competências em razão da matéria!

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA

TRIBUNAL DO JÚRI
A competência do tribunal do júri está prevista no art. 74 do CPP. Vejamos:

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária,
salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122,
parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. (Redação
dada pela Lei n. 263, de 23/2/1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência
de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro,
que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de
juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo
próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º).

O tribunal do júri possui competência para julgar os chamados crimes dolosos contra a
vida.. Veja como agora fica muito mais fácil entender o conceito de jurisdição e competência.
vida competência.
Todo o Judiciário pode exercer jurisdição. Entretanto apenas o tribunal do júri tem a
competência para julgar os crimes dolosos contra a vida!

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Por isso, muito cuidado para não cair em uma pegadinha básica sobre esse assunto:

Homicídio CULPOSO (previsto no § 3º do art. 121), obviamente, não é de competência do


tribunal do júri. Só condutas dolosas estão em sua esfera de competência!

Outra observação importante é sobre os crimes tentados


tentados..

O fato de o crime ser tentado ou consumado não influirá na configuração da competência


do tribunal do júri. Logo, homicídio doloso tentado ou consumado será de competência do
júri, normalmente!

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CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA DO JÚRI

Note, ainda, que crimes conexos aos crimes contra a vida também passam a ser de
competência do tribunal do júri.
júri. Nesse caso, se houve um estupro e um homicídio, de
forma conexa, ambos os delitos serão julgados pelo tribunal do júri.
júri.
Tal previsão, no entanto, encontra-se no CPP, e não diretamente na Constituição Federal.

Os examinadores adoram elaborar questões dizendo que os delitos de latrocínio, estupro


seguido de morte e lesões corporais seguidas de morte são de competência do tribunal
do júri. Essa afirmação está incorreta!
Não são competência do júri:
• lesão corporal seguida de morte;
• latrocínio;
• estupro seguido de morte.

JUSTIÇA MILITAR
Outra competência expressa na Constituição Federal é a competência da Justiça Militar.
A competência da justiça militar só costuma ser abordada de uma forma mais avançada
em concursos para cargos militares (como para carreiras nas polícias militares e corpos
de bombeiros militares dos estados). Isso porque a justiça militar tem seu próprio Código
Penal e seu próprio Código de Processo Penal,
Penal, ambos de natureza militar.

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Apesar disso, é importante conhecer, ao menos de forma básica, o que diz a


Constituição Federal:

CF, art. 124.


À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
CF, art. 125.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)

Veja que as definições são bastante simples. Os crimes militares previstos em lei estão
previstos no Código Penal Militar,
Militar, bem como as circunstâncias em que crimes comuns
(como homicídio) serão considerados como crimes militares.
Para apurá-los, temos os seguintes órgãos:

OBSERVAÇÕES SOBRE A JUSTIÇA MILITAR


• Vítima civil de homicídio
O Código Penal Militar (CPM) prevê o crime militar de homicídio. No entanto, homicídio
praticado por militar contra civil, por expressa previsão constitucional, é de competência
do tribunal do júri!

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• Julgamento de civis
Apenas a Justiça Militar da UNIÃO tem a competência de julgar civis.

A justiça militar estadual não possui essa competência!

• Abuso de autoridade
Segundo a Súmula n. 172 do STJ, abuso de autoridade cometido por militar, mesmo que
praticado em serviço, é de competência da Justiça Comum Estadual!
Entre os tópicos apresentados, merece especial destaque a questão do abuso de
autoridade e da impossibilidade do julgamento de civis pela justiça militar estadual! Tome
nota dessas observações!

JUSTIÇA ELEITORAL
Em 2017, as ações que tramitam no TSE tomaram grande notoriedade, o que acabou
trazendo uma maior protagonismo da Justiça Eleitoral nas notícias em geral.
Sua competência (que não se restringe à do TSE, é claro), possui origem na Constituição
Federal, com a definição dos órgãos que a compõem:

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.

Apesar disso, suas normas de competência propriamente ditas não costumam ser
cobradas em prova, visto que, por força do art. 121, uma lei complementar deve tratar do
assunto, e tal diploma legal dificilmente faz parte do conteúdo programático dos concursos.

Curiosidade: a lei complementar que deve dispor sobre a organização e competência da


Justiça Eleitoral é o Código Eleitoral.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes
de direito e das juntas eleitorais.

JUSTIÇA FEDERAL
Para finalizar a competência em razão da matéria, temos a mais extensa dessa lista: a
competência da Justiça Federal.
Federal.

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Direito Processual Penal
Jurisdição e Competência
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A competência da JF é sempre TAXATIVA e EXPRESSA.

Ou seja: Aquilo que é competência da Justiça Federal estará escrito como tal. Todo
o resto é competência da Justiça Estadual (chamada de competência residual residual).
).
A primeira norma sobre o assunto é o art. 109 da Constituição Federal – da competência
dos juízes federais.
federais. Mas, como tal artigo é um pouco extenso, vamos apresentá-lo de uma
forma esquematizada!

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Jurisdição e Competência
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Repare que, no esquema apresentado, estão incluídas todas as hipóteses, e não


apenas as criminais.
criminais.
A única boa notícia sobre essa lista extensa é que o examinador costuma cobrar o assunto
apresentado de forma direta (colocando uma assertiva extraída do rol de competências
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da Justiça Federal). O lado ruim disso, no entanto, é óbvio: somos forçados a ler, reler
memorizar. Infelizmente, não tem remédio!

Lembre-se de que a competência da Justiça Estadual é residual. Se uma hipótese não


estiver configurada como competência da Justiça Federal, será da Justiça Estadual, por
eliminação!

CRIMES CONEXOS
É necessário, ainda, saber o que acontece quando um crime de competência da Justiça
Federal é praticado de forma conexa com um crime de competência da Justiça Estadual.
Quem responde a essa pergunta é a Súmula n. 122/STJ:

Súmula n. 122 do STJ. Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado


dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do
art. 78, II, “a”, do Código de Processo Penal.

JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE
Não bastasse o rol de competência extremamente extenso, existem ainda inúmeros
informativos e súmulas relacionados à competência da Justiça Federal, os quais você
precisa conhecer.

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OUTROS CONFLITOS
Temos ainda um outro quadro comparativo entre a Justiça Federal e a Justiça Estadual,
baseado em outras decisões judiciais.

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COMPETÊNCIAS TERRITORIAIS
Passamos, agora, a estudar as competências em razão do território. Não se preocupe:
esse regramento é muito mais simples do que as competências em razão da matéria.
Vamos começar com a leitura do art. 70 do CPP:

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência
será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente
o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu
resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições,
a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas
ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Via de regra, a competência territorial será determinada por meio do local em que se
consumou o delito, ou no caso de tentativa, o local em que foi praticado o último ato
de execução
execução..

Segundo a doutrina, o art. 70 aplica a chamada TEORIA DO RESULTADO na definição de


competência.

PREVENÇÃO
Antes que possamos continuar nosso estudo, é preciso que você entenda o conceito
de PREVENÇÃO
PREVENÇÃO.. Você ainda vai ler muito esse termo tanto em nossa aula quanto nas
provas de concursos, então, primeiramente, vejamos o que ele significa:

Prevenção: prevenção está relacionada com a ideia de antecipação.

No Direito Processual Penal, a prevenção é uma prefixação de competência, concedida


ao juiz que primeiro tomar conhecimento da infração penal e praticar um ato ou tomar
uma medida no processo ou inquérito.
inquérito.
Costumo dizer que a prevenção é um verdadeiro “coringa” da solução dos conflitos de
competência. Quando não houver outro critério para solucionar uma situação em que
dois juízes possam ser considerados competentes para atuar em um determinado
inquérito ou processo, o legislador utilizar-se-á da prevenção para solucionar o impasse.
impasse.

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Prevenção: o “Coringa” da definição de Competências.

O primeiro exemplo de aplicação da prevenção está no § 3º do art. 70:

Em caso de limite territorial incerto entre jurisdições, ou de infração consumada ou tentada


nas divisas entre jurisdições, tornando complicado determinar o local exato para definição da
competência, o legislador utilizou-se do critério de prevenção para solucionar o caso.

Um segundo caso está no art. 71:

Em caso de infração continuada ou permanente praticada em território de múltiplas jurisdições,


o conflito também será sanado por prevenção.

Obs.: Lembre-se de que a definição de competência no âmbito internacional (para os


chamados crimes a distância) segue as regras do lugar do crime previstas no Código
PENAL, em seu art. 6º (teoria da ubiquidade), e as normas de territorialidade e
extraterritorialidade da lei penal.
Ou seja, caro(a) aluno(a): para não se confundir, quando for resolver uma questão sobre a
competência da justiça brasileira para julgar um delito de caráter internacional,
internacional, aplique
as regras e teorias previstas no CP. Você irá solucionar os casos dos chamados crimes a
distância..
distância
Já nos casos de crimes plurilocais (praticados em múltiplos locais dentro do território
nacional),
nacional ), você deve utilizar as regras e teorias do CPP.

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Esclarecida essa diferença, vamos falar de mais uma exceção à regra do art. 70 do CPP.
Em casos de delitos de homicídio
homicídio,, deve prevalecer o juízo do local da AÇÃO ou da
OMISSÃO,, segundo a jurisprudência majoritária. Logo, em casos de homicídio, temos que
OMISSÃO
a teoria utilizada, por definição judicial, é a teoria da atividade,
atividade, e não a do resultado, que
é a regra do CPP.

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JURISPRUDÊNCIA SOBRE COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Sei que são muitas hipóteses para casos singulares. Infelizmente, o examinador
simplesmente adora utilizar desse tipo de jurisprudência para confundir o(a) aluno(a), de
modo que não temos saída senão listar cada uma delas.
Dito isso, sigamos. Nosso próximo passo é conhecer os arts. 72 e 73 do CPP:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou
residência do réu.
§ 1º
O conteúdo deste Seeletrônico
livro o réu tiver mais para
é licenciado de uma
Feliperesidência, a competência
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por quaisquer meios a qualquer título,
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§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz
que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio
ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Essa é a chamada regra supletiva,


supletiva, utilizada caso a regra geral não possa ser aplicada.
Nesse caso, por algum motivo não se conhece o local da infração, mas ainda sim existe um
processo que precisa tramitar regularmente.
O legislador optou pelo seguinte fluxo para determinar o juízo competente de forma a
solucionar esse caso:

Temos, ainda, a regra do art. 73, específica para ação penal exclusivamente privada,
privada, na
qual o querelante tem o direito de optar pelo trâmite do processo no foro de domicílio ou
residência do réu em lugar do foro do lugar da infração,
infração, mesmo que este seja conhecido.
Veja que a regra prevista no art. 73 é para ação penal exclusivamente privada,
privada, ou seja,
não se aplicará aos casos de ação penal privada subsidiária da pública.

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Jurisdição e Competência
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Esquematizando::
Esquematizando

O conteúdo apresentado soluciona inúmeras questões sobre esse regramento. Entretanto,


ainda fica a seguinte pergunta: o que fazer quando existirem dois juízes igualmente
competentes para julgar uma infração penal?
A explicação está no art. 75 do CPP:

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição


judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação
de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação
penal.

Identificamos um novo termo relacionado com a definição de competência: a distribuição


distribuição..
Mas o que esse termo significa?

DISTRIBUIÇÃO
Distribuição nada mais é do que a maneira que o legislador optou para dizer sorteio!
Ou seja, havendo dois juízes igualmente competentes na mesma circunscrição judiciária,

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será selecionado qual julgará um determinado caso por sorteio


sorteio,, o que normalmente é
efetuado por um sistema informatizado desenvolvido com essa finalidade.

ALTERAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Via de regra, a competência é definida de acordo com regras básicas e gerais. A partir
do art. 76 do CPP, no entanto, temos os chamados critérios de conexão e continência,
continência,
que tratam da possibilidade de alteração da competência originária para que o caso
concreto possa ser processado de uma melhor forma.
forma.

Os critérios de conexão e continência não criam um novo tipo de competência. O que


ocorre é uma alteração da competência originária!

Em primeiro lugar, no entanto, precisamos entender o que significam, exatamente, os


conceitos de conexão e continência
continência..

Antes de especificar os detalhes de cada um desses institutos, devemos fazer uma


menção à Súmula n. 235 do STJ:

Súmula n. 235 do STJ. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles
já foi julgado.
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Ou seja, tanto na conexão quanto na continência, não se deve reunir processos se um


deles já tiver sido julgado.
julgado.
Passemos, agora, ao estudo de cada um desses dois institutos, de forma detalhada!

CONTINÊNCIA
Primeiramente, vamos fazer a leitura do art. 77 do CPP:

Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:


I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte,
e 54 do Código Penal.

Se duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração,


infração, ou na hipótese de concurso
formal de crimes, prevista no Código Penal, teremos a determinação de competência pela
continência.. Simples assim!
continência

CONEXÃO
A conexão, por sua vez, é um pouco mais complexa que a continência. Vejamos o que
rege o art. 76 do CPP:

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por
várias pessoas, umas contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou
para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir
na prova de outra infração.

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Sobre a conexão, a doutrina faz a distinção entre cada um desses incisos. Esquematizando,
fica da seguinte forma:

PREVALÊNCIA DO FORO
Ao alterar a competência originária para julgar uma determinada infração, é certo
que existirão inúmeros benefícios (tais como evitar contradições, facilitar a produção das
provas, entre outros).
Entretanto, essa unificação de várias infrações gera uma consequência bastante óbvia:
onde tínhamos dois ou mais juízos competentes, agora apenas um irá prevalecer.
prevalecer.
A questão é a seguinte: como selecionar qual dos juízos deverá manter sua competência
no momento da união dos feitos?
A resposta para essa pergunta está no art. 78 do CPP:

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as


seguintes regras:
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I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá


a competência do júri;
II – no concurso de jurisdições da mesma categoria:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas
penas forem de igual gravidade;
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.

São muitas informações, mas esquematizando fica bem mais fácil. Vejamos:

EXCEÇÃO IMPORTANTE
Em caso de concursos de crimes de jurisdição MILITAR e jurisdição COMUM,
COMUM, deve
ocorrer a disjunção dos feitos.

CASOS DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA


Já aprendemos quando é que os processos devem ser reunidos para julgamento uno dos
feitos. Também
O conteúdo já sabemos
deste livro eletrônico qual
é licenciado parajustiça deve
Felipe Siqueira prevalecer
- 11741000440, empor
vedada, casos específicos
quaisquer (ao título,
meios e a qualquer estudar
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o art. 78). Entretanto ainda nos resta aprender que, em determinados casos, mesmo
diante de um caso de conexão ou continência, os processos não devem ser reunidos,
mantendo-se a separação dos feitos.
feitos.
Tais casos estão previstos expressamente no art. 79 do CPP, a saber:

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:


I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier
o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não
possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

Sobre a separação entre a justiça comum e a justiça militar, nós acabamos de fazer uma
observação. Entretanto temos ainda outros casos.

SEPARAÇÃO ENTRE A JUSTIÇA COMUM E O JUÍZO DE MENORES


Aqui temos o seguinte: num concurso entre um menor de 18 anos e um outro autor
maior de idade, o menor será julgado pelos Juizados da Infância e Juventude,
Juventude, enquanto
que o maior de idade terá sua participação apurada pela Justiça Criminal de forma regular.
regular.

SUPERVENIÊNCIA DE ENFERMIDADE MENTAL


Quanto ao § 1º, estamos diante do caso em que um dos autores acaba padecendo de
uma doença mental que enseja a suspensão do processo até a sua recuperação.
Entretanto, não se pode suspender também o processo para o réu que se encontra
bem de saúde, motivo pelo qual os processos devem ser desmembrados, suspendendo-se
apenas o relativo ao réu doente.
doente.

FUGA DE UM DOS RÉUS


Por fim, temos o § 2º, que trata da fuga de um dos réus. Aqui, é necessário analisar se é
possível que o réu possa ser julgado à revelia. Se for possível, a junção poderá ser realizada
normalmente. No entanto, se for um caso onde o julgamento à revelia não é permitido,
deverá ocorrer a disjunção dos processos.
processos.

CASOS DE SEPARAÇÃO FACULTATIVA


Existem ainda casos em que, embora a separação não seja obrigatória, o legislador
previu a possibilidade de separação dos feitos. Note que estamos diante de uma faculdade,
e não de uma obrigação.

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Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas
em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz
reputar conveniente a separação.

Esses casos são simples – basta que você conheça o rol que pode ensejar a separação
facultativa dos processos.
A única observação realmente importante é que a separação facultativa dos processos
pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou quando arguida pelas partes.
partes.

PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO
A perpetuação da jurisdição (perpetuatio
(perpetuatio jurisdictionis)
jurisdictionis) está prevista no art. 81 do CPP:

Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo
da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que
desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente
em relação aos demais processos.

No caso do art. 81, ocorreu o seguinte: alguns processos foram reunidos, por conexão
ou continência. Entretanto, no que diz respeito ao processo que causou a atração (ou seja,
que determinou a escolha de competência que prevaleceu sobre as demais), o juiz proferiu
uma sentença absolutória ou desclassificou a infração para outra, que não é de sua
competência..
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Nessa situação, o que deve acontecer com os processos que foram atraídos e que não
estão em seu juízo de origem?

A resposta é simples: eles deverão continuar sob a competência do juízo atual, por
força do art. 81 do CPP.
CPP.
Até aí a definição é bastante simples, certo? No entanto, como toda boa regra, a do art.
81 também possui uma exceção, prevista em seu parágrafo único, especificamente para
os casos do tribunal do júri:

Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o


juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que
exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.

Ou seja, temos um processo com delitos conexos a um crime doloso contra a vida (por
exemplo, um estupro conexo com um homicídio doloso). Inicialmente, portanto, os processos
serão unidos e encaminhados ao tribunal do júri (cuja competência prevalece sobre a justiça
comum, como você já sabe).
Entretanto, se o juiz-presidente verificar, por algum motivo, que não há mais a
competência do júri para atuar no caso (por exemplo: comprova-se que o homicídio foi
culposo), o júri não poderá continuar atuando no julgamento, de modo que os processos
deverão ser remetidos ao juízo competente!
Portanto, note que ocorreu o contrário do que se aplica aos casos regulares, nos
quais o processo continuaria sob a tutela do juízo mesmo após sua desclassificação e o
reconhecimento da competência de outro órgão jurisdicional.

AVOCAÇÃO DE PROCESSOS
Em alguns casos, embora exista uma situação de conexão ou continência, processos
diferentes serão instaurados. Nessa situação, o juízo prevalente (aquele no qual deveria
tramitar a união de todos os processos relacionados) deverá avocar (chamar para si) os
processos instaurados em outros juízos!

A existência de sentença definitiva impede a avocação de um determinado processo.

Quanto à exceção apresentada, tome cuidado: segundo a doutrina, sentença definitiva


não é sinônimo de trânsito em julgado.
julgado. Sentença definitiva, nesse caso, quer dizer
simplesmente que a primeira fase processual foi encerrada!

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PREVENÇÃO – ART. 83
Você com certeza se lembra de que falamos que a prevenção é o coringa das situações
de conflitos processuais. Quando as regras gerais não forem suficientes para solucionar
os conflitos de competência e determinar em qual juízo devem tramitar os processos, a
solução virá da prevenção.

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais
juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos
outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao
oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, “c”).

Entretanto é importante também conhecer a Súmula n. 706 do STF,


STF, que trata sobre
o assunto:

Súmula n. 706 do STF. É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência


penal por prevenção.

Ou seja: se durante um processo não for corretamente observada a competência


definida por prevenção, a nulidade não será absoluta (apenas relativa), de modo que, para
ser arguida, irá depender da comprovação de que houve prejuízo!

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO


Por fim, temos a previsão contida entre os artigos 84 e 87 do CPP. Tratamos, é claro,
do foro por prerrogativa de função (popularmente chamado de foro privilegiado).
O CPP não aborda todas as regras específicas para cada cargo – pois quem o faz é a
Constituição da República –, o que acaba transferindo a abordagem mais pesada sobre este
assunto para a disciplina de Direito Constitucional (inclusive a Questão de Ordem na Ação
Penal n. 937, a qual sugiro que você leia).
Dito isso, em Direito Processual Penal, o que o examinador costuma fazer é cobrar a
literalidade dos artigos do CPP, os quais serão transcritos a seguir:

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns
e de responsabilidade.
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a
Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele
ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.

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RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS
Se você seguir na leitura do CPP (dos artigos 88 até o 91), irá se deparar em regras de
aplicação da lei processual no espaço.
Gostaria de observar que tais normas raramente são objeto de prova, salvo a literalidade
dos artigos (e mesmo assim não é comum essa abordagem).
Isso ocorre pois, em relação à aplicação da lei no espaço (tanto penal quanto processual),
o examinador historicamente prefere cobrar as previsões do Código Penal (art. 6º,
territorialidade e extraterritorialidade).
Por esse motivo, recomenda-se que você faça a leitura dos artigos 88, 89, 90 e 91 para
conhecer o texto de lei, mas que foque seus estudos na aplicação da lei penal no espaço,
se esse for um dos tópicos do seu conteúdo programático.
Dito isso, a última dica de hoje é a seguinte: combine o estudo de conceitos, jurisprudência
e doutrina presentes nesta aula com a leitura da lei seca. Acredite, essa combinação faz toda
a diferença na hora da prova, pois te prepara para todo tipo de questão que o examinador
pode vir a elaborar!

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RESUMO

BROCARDOS JURÍDICOS
• Brocardos jurídicos são pensamentos sintetizados em uma única sentença, expressando
uma conclusão reconhecida como verdade!
• Da mihi factum, dabo tibi ius: Dai-me os fatos que te darei o direito. Diretamente
ligado ao conceito de jurisdição.

CONCEITOS
• Jurisdição é o poder do Estado de aplicar o direito a um caso concreto.
• Competência é a medida da jurisdição.
• Todo juiz tem jurisdição; nem todo juiz tem competência.

CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
• Inércia: em regra, um juiz não atua de ofício – deve ser PROVOCADO para tal. Ou seja:
a prestação jurisdicional deve ser solicitada ao Estado.
• Existência de lide: deve existir um conflito de interesses (uma lide) para que possa
ocorrer a prestação jurisdicional.
• Substitutividade: a vontade do Estado substituirá a vontade das partes, para a
resolução do conflito.
• Imutabilidade: a sentença conclui o exercício da jurisdição, o que, geralmente, tem
caráter definitivo.
• Atuação do direito: é o objetivo da prestação jurisdicional, que se realiza na aplicação
do direito ao caso concreto.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA JURISDIÇÃO

PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
• A competência processual, via de regra, é improrrogável, ou seja, deve ser exercida
exclusivamente
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COMPETÊNCIA ABSOLUTA
• Competência absoluta não admite prorrogação!
• Existem três casos:
− competência funcional:

− competência por prerrogativa de função;


− competência em razão da matéria.

COMPETÊNCIA RELATIVA
• A competência territorial é o único caso de competência relativa prevista no direito
processual penal.

ESPÉCIE DE COMPETÊNCIAS
• Em razão da matéria:
− Tribunal do Júri;
− Justiça Militar;
− Justiça Eleitoral;
− Justiça Federal.
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COMPETÊNCIAS TERRITORIAIS
• A competência será, em regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
• Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas
ou mais jurisdições, a competência se firmará pela prevenção.

PREVENÇÃO
• No Direito Processual Penal, a prevenção é uma prefixação de competência, concedida
ao juiz que primeiro tomar conhecimento da infração penal e praticar um ato ou
tomar uma medida no processo ou inquérito.

DISTRIBUIÇÃO
• Sorteio utilizado para sanar um conflito de competência quando existem dois juízes
igualmente competentes.

CONTINÊNCIA
• A competência será determinada pela continência quando:
− duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
− no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, se-
gunda parte, e 54 do Código Penal.

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CONEXÃO
• A conexão pode ser:

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PREVALÊNCIA DE FORO

CASOS DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA


• Justiça comum e de menores.
• Superveniência de Enfermidade Mental.
• Fuga de um dos réus.

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SEPARAÇÃO FACULTATIVA

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FGV/2023/ OAB - EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVII - PRIMEIRA FASE) Gregório
é defensor público no Estado do Rio de Janeiro, cuja Constituição lhe assegura foro por
prerrogativa de função no Tribunal de Justiça local.
Durante o carnaval, na cidade de Salvador/BA, Gregório por acaso se encontra com seu
irmão e inimigo capital Sandro em uma rua erma, durante a dispersão de bloco carnavalesco.
Gregório então se aproveita da oportunidade para matar Sandro com golpes de espada.
Assinale a opção que indica o foro competente para conhecer e julgar esse crime.
a) O Tribunal do Júri da Comarca de Salvador/BA.
b) O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
c) O Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro/RJ.
d) O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

002. (VUNESP/TJ-MS/JUIZ/2015) De acordo com o artigo 80, do Código de Processo Penal,


nos processos conexos, será facultativa a separação quando:
a) as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou lugar diferentes, ou,
quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória,
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
b) venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração
para outra que não se inclua na sua competência.
c) houver corréu em local incerto ou não sabido ou foragido que não possa ser julgado à
revelia, ainda que representado por defensor constituído e regularmente citado.
d) concorrerem jurisdição comum e do juízo falimentar.
e) em relação a algum corréu, por superveniência de doença mental, nos termos do artigo
152 do Código de Processo Penal, ainda que indispensável a suspensão do processo para
instauração de incidente de insanidade mental.

003. (VUNESP/PC-CE/DELEGADO/2015) A competência para a ação penal, caso:


a) desconhecido o domicílio do ofendido, será estabelecida pelo local da infração.
b) desconhecido o local da infração, será estabelecida pela residência ou domicílio do réu.
c) desconhecido o domicílio do réu, será estabelecida pela prevenção.
d) se trate de ação privada, ficará a cargo do querelante, que pode escolher entre o local
da infração e o da sua própria residência.
e) se trate de crime tentado, será fixada no lugar onde deveria ter se consumado a infração.

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004. (VUNESP/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) Determina o caput do art. 70 do CPP que


nos crimes consumados, como regra, a competência para julgamento será determinada
pelo lugar em que se consumar a infração. No caso de tentativa,
a) pelo domicílio do ofendido.
b) pelo domicílio do acusado.
c) pela prevenção.
d) pelo lugar onde deveria ter se consumado a infração.
e) pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

005. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2013) Tratando-se de infração continuada ou permanente,


praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pelo(a):
a) prevenção.
b) lugar da infração.
c) conexão ou continência.
d) distribuição.

006. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS-SP/ADVOGADO/2013) Em relação às


regras de competência previstas no Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
a) a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração
praticada em território nacional, ou no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado
o primeiro ato de execução.
b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
c) nos casos de exclusiva ação privada, o querelante pode rá eleger o foro de domicílio ou
da residência do réu, somente se desconhecido o lugar da infração.
d) a competência será determinada pela conexão quando duas ou mais pessoas forem
acusadas pela mesma infração.
e) tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

007. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2009) No caso de roubo praticado na cidade de São Paulo contra


agência bancária da Caixa Econômica Federal, em que tenha havido a subtração de dinheiro
do caixa, a competência para a ação penal é da:
a) Justiça Federal.
b) Justiça Estadual.
c) Justiça Federal ou da Justiça Estadual, observada a regra da prevenção.
d) Justiça Federal ou da Justiça Estadual, conforme o inquérito tenha sido conduzido pela
Polícia Federal ou pela Polícia Estadual.
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008. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO/2008) A perpetuatio jurisdictionis é aplicável:


a) aos casos de conexão ou continência.
b) somente nos casos de conexão.
c) somente aos processos do Tribunal do Júri.
d) aos casos de competência funcional.

009. (VUNESP/MPE-SP/ANALISTA/2015) Para delimitação de competência, entende-se por


foro supletivo ou foro subsidiário, previsto no artigo 72, caput, do Código de Processo Penal,
a) o do juízo prevento, na infração continuada ou permanente, praticada em território de
duas ou mais jurisdições.
b) o do lugar da infração à qual cominada pena mais grave.
c) o de domicílio ou residência do réu, porque desconhecido o lugar da infração penal.
d) o da residência da vítima, porque desconhecidos o paradeiro do réu, o local da consumação
do delito e, na tentativa, o lugar em que praticado o último ato de execução.
e) o do juízo da distribuição, porque desconhecidos o paradeiro do réu, o local da consumação
do delito e, na tentativa, o lugar em que praticado o último ato de execução.

010. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2009) Em única denúncia, em aparente conexão, foi imputada a


José a prática de três furtos ocorridos em Campinas e de um roubo ocorrido em Americana,
este em maio e aqueles em abril do corrente ano. Nessa hipótese, a competência para
decidir sobre o eventual recebimento da denúncia e instauração da respectiva ação penal é:
a) do Juízo Criminal da Comarca de Campinas.
b) do Juízo Criminal da Comarca de Americana.
c) determinada pela prevenção.
d) do Juízo Criminal a quem a denúncia for endereçada.

011. (FCC/TRE-SP/ANALISTA/2017) Xisto, policial militar rodoviário no exercício da função,


resolve em um único dia de trabalho praticar três crimes de corrupção passiva, utilizando
para tanto o mesmo modus operandi, solicitando dinheiro de condutores de veículos
para não fazer a autuação administrativa pelo excesso de velocidade. O primeiro crime é
praticado às 09h na cidade de Guarulhos. O segundo é praticado às 12h na cidade de Mogi
das Cruzes. E o terceiro é praticado às 14h na cidade de Jacareí, onde Xisto é preso em
flagrante por policiais civis, prisão esta analisada e mantida pelo Magistrado competente
daquela comarca. Xisto é denunciado pelo Ministério Público da comarca de Jacareí pelos
três crimes de corrupção passiva. Sobre o caso hipotético apresentado e à luz do Código
de Processo Penal, a competência da comarca de Jacareí foi determinada:
a) por conexão.
b) por continência.
c) por prevenção.
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d) pela prerrogativa de função.


e) pelo lugar da infração.

012. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) De acordo com norma expressa do Código


de Processo Penal, são fatores que determinam a competência jurisdicional:
a) O local da residência da vítima e a natureza da infração.
b) A prevenção e o local da prisão.
c) A prerrogativa de função e o domicílio ou residência do réu.
d) O local da investigação e a conexão ou continência.
e) O local da prisão e o local da infração.

013. (FCC/TRE-AP/ANALISTA/2015) Tacito comete um crime de roubo com emprego de arma


de fogo na comarca de Macapá, subtraindo um veículo e pertences da vítima. Consumado o
roubo, que tem pena cominada de 04 a 10 anos de reclusão, Tacito é preso em flagrante na
comarca de Mazagão, quando entregava toda a res furtiva para seus amigos José e Manoel,
que também são presos em flagrante, estes últimos por crime de receptação (pena de 01
a 04 anos de reclusão). A competência para processamento e julgamento da ação penal
contra Tacito, José e Manoel determinar-se-á pela:
a) continência e será da comarca de Mazagão, onde ocorreu a prisão em flagrante dos três
indivíduos.
b) conexão e será da comarca de Macapá, onde ocorreu o crime cuja pena mais grave é
cominada.
c) prevenção e poderá ser tanto da comarca de Macapá quanto da comarca de Mazagão.
d) continência e será da comarca de Macapá, onde ocorreu o crime cuja pena mais grave é
cominada.
e) conexão e será da comarca de Mazagão, onde ocorreu a prisão em flagrante dos três
indivíduos.

014. (FCC/TRE-SE/ANALISTA) Bráulio, Rodolfo, Ricardo e Benício, todos residentes na cidade de


Barra dos Coqueiros − SE, planejam o sequestro de um empresário de uma grande empresa da
cidade de Aracaju. No dia 13 de Janeiro de 2015 o plano é executado e o empresário é arrebatado
quando saía do seu local de trabalho e levado para o cativeiro na cidade de Maruim − SE, onde
permaneceu por sete dias até o pagamento do resgate e libertação, esta última em uma rua
deserta na cidade de Barra dos Coqueiros. Iniciada investigação criminosa, os quatro criminosos
acabam presos. Instaurada a ação penal, pelo referido crime permanente de extorsão mediante
sequestro, a competência para processar e julgar a ação penal será:
a) da comarca de Barra dos Coqueiros, onde foi praticado o último ato executório.
b) das comarcas de Aracaju, Barra dos Coqueiros e Maruim e firmar-se-á pela prevenção.
c) da comarca de Aracaju, onde o crime foi praticado.
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d) da comarca de Maruim, onde a maior parte do crime foi executada.


e) firmada pela continência entre as comarcas de Aracaju e Maruim.

015. (FCC/TRT-15/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) Quando duas ou mais pessoas forem acusadas


pela prática da mesma infração penal e quando a prova de uma infração penal ou de qualquer
de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração penal, justifica-se a
fusão dos processos pela:
a) continência e conexão, respectivamente.
b) conexão e continência, respectivamente.
c) continência.
d) conexão intersubjetiva.
e) conexão instrumental.

016. (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS/2013) O Código de Processo Penal


brasileiro, ao tratar da competência jurisdicional por conexão ou continência, determina a
observância da seguinte regra:
a) no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá
esta última.
b) no concurso de jurisdições da mesma categoria, preponderará a do lugar da infração à
qual for cominada a pena mais grave, exceto no caso de crimes conexos de competência
federal e estadual, em que a competência será sempre da Justiça Federal.
c) no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá aquela.
d) a conexão e continência importam unidade de processo e julgamento, sem exceção.
e) é obrigatória a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas
em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes.

017. (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Em relação à competência em processo


penal, é correto afirmar que:
a) será determinada pela continência quando a prova de uma infração ou de qualquer de
suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
b) é absoluta a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.
c) será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas
em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o
juiz reputar conveniente a separação.
d) nos casos de ação penal de iniciativa pública, não sendo conhecido o lugar da infração,
a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do ofendido.
e) na determinação da competência por conexão ou continência, no concurso entre a
jurisdição especial e a comum, prevalecerá esta, em regra.
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018. (FCC/MPE-PE/ANALISTA/2012) A doutrina denomina conexão instrumental a que


ocorre quando:
a) uma infração tiver sido praticada para facilitar ou ocultar outra.
b) duas ou mais infrações forem praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas.
c) a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração.
d) duas ou mais infrações forem praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso
o tempo e o lugar.
e) uma infração tiver sido praticada para conseguir impunidade ou vantagem de outra.

019. (FCC/TRF-2/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Tício resolveu matar seu desafeto Cícero. Deu
início à execução do homicídio em São José dos Campos/SP, onde efetuou disparos de arma
de fogo contra o veículo em que este se encontrava. Cícero conseguiu fugir e, perseguido,
foi novamente alvejado por Tício em São Sebastião/SP, Caraguatatuba/SP, Ubatuba/SP e
Angra dos Reis/RJ, local em que, face à aproximação de viaturas policiais, não conseguiu
dar prosseguimento à empreitada criminosa. Nesse caso, a competência para processar e
julgar o ilícito penal cometido por Tício será o Juízo de Direito da Comarca de:
a) São José dos Campos/SP.
b) Ubatuba/SP.
c) Caraguatatuba/SP.
d) São Sebastião/SP.
e) Angra dos Reis/RJ.

020. (FCC/TJ-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Em relação à competência, é correto


afirmar que:
a) será, de regra, determinada pelo domicílio ou residência do réu.
b) não sendo conhecido o domicílio ou residência do réu, a competência será do lugar da
infração.
c) será determinada pela conexão no caso de infrações cometidas em concurso forma.
d) no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do outro órgão da jurisdição comum.
e) a conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo no concurso
entre a jurisdição comum e a do juízo da infância e da juventude.

021. (FCC/TJ-AP/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS/2011) Tratando-se de infração


permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência:
a) será determinada pelo local em que foi praticado o último ato de execução antes da
prisão do agente.

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b) será determinada pelo local em que tiver sido praticado o maior número de atos de
execução.
c) será determinada pelo local em que ocorreu a consumação.
d) firmar-se-á pela prevenção.
e) será determinada pelo local do domicílio ou residência da vítima.

022. (FCC/NOSSA CAIXA/ADVOGADO/2011) A competência será determinada pela


continência quando:
a) a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração.
b) duas ou mais infrações houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras,
ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas.
c) duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
d) duas ou mais infrações houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas,
umas contra as outras.
e) duas ou mais infrações houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar.

023. (FCC/DPE-PA/DEFENSOR PÚBLICO/2009) Na determinação da competência por


conexão ou continência, no concurso de jurisdições da mesma categoria, será observada
a seguinte regra:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave.
b) no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do júri.
c) no concurso entre a justiça militar e a comum prevalecerá a da justiça castrense.
d) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações.
e) firmar-se-á a competência pela prevenção, em qualquer caso.

024. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR/2009) A competência fixada pela circunstância de duas ou mais


pessoas serem acusadas pela mesma infração é determinada:
a) pela prevenção.
b) por conexão.
c) pela natureza da infração.
d) pela continência.
e) por distribuição.

025. (CESPE/PC-PE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2016) No que se refere ao lugar da infração, a


competência será determinada:

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a) pelo domicílio do réu, no caso de infração permanente praticada no território de duas


ou mais jurisdições conhecidas.
b) pela prevenção, no caso de infração continuada praticada em território de duas ou mais
jurisdições conhecidas.
c) de regra, pelo local onde tiver sido iniciada a execução da infração, ainda que a consumação
tenha ocorrido em outro local.
d) pelo local onde tiver começado o iter criminis, no caso de tentativa.
e) pelo lugar em que tiver sido iniciada a execução no Brasil, se a infração se consumar fora
do território nacional.

026. (FGV/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – BACHAREL EM


DIREITO/2015) Gabriel, preso em flagrante em Rondônia, residente da cidade do Cuiabá,
foi denunciado, perante o juízo competente, pela prática de diversos delitos em conexão
probatória, sendo que todos os fatos ocorreram no mesmo dia e no Estado de Mato Grosso.
Foi a ele imputada a prática de 03 (três) delitos de furto (pena: 01 a 04 anos de reclusão
e multa), que aconteceram na cidade de Alta Floresta, 01 (um) crime de roubo (pena: 04 a
10 anos de reclusão e multa), ocorrido em Sinop, e 01 (um) crime de resistência (pena: 02
meses a 02 anos de detenção), praticado em São Félix do Araguaia.
Considerando tais informações, é correto afirmar que Gabriel foi denunciado perante o
juízo criminal da seguinte cidade:
a) Rondônia.
b) Cuiabá.
c) Alta Floresta.
d) Sinop.
e) São Félix do Araguaia.

027. (FGV/PC-MA/DELEGADO/2012) Com relação ao instituto da competência, analise as


afirmativas a seguir.
I – Na continência, existe pluralidade de agentes e unidade de crime. Já a conexão pode ser
identificada em situações de pluralidade de crimes e unidade ou pluralidade de agentes.
II – A conexão intersubjetiva por reciprocidade é aquela em que duas ou mais infrações são
praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas.
III – A conexão intersubjetiva concursal ocorre quando duas ou mais infrações forem
cometidas por várias pessoas em concurso, ainda que não estejam na mesma situação de
tempo e lugar.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c)O se somente
conteúdo aseletrônico
deste livro afirmativas
é licenciadoIIpara
e IIIFelipe
estiverem corretas.vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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d) se somente a afirmativa I estiver correta.


e) se somente a afirmativa II estiver correta.

028. (FUNDATEC/IGP-RS/TÉCNICO/2017) Segundo disposto no Código de Processo Penal,


o que determina a competência jurisdicional é, EXCETO a:
a) Natureza da infração.
b) Litispendência.
c) Distribuição.
d) Conexão ou continência.
e) Prerrogativa de função.

029. (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2017) A competência será determinada


pela conexão:
a) quando duas ou mais pessoas foram acusarias pela mesma infração.
b) nos casos de infração cometida em erro de execução ou resultado diverso do pretendido.
c) se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por
várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o
lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras.
d) nos casos de concurso formal.
e) nos casos de crime continuado.

030. (CESPE/TJ-PR/JUIZ/2017) Acerca da divisão do exercício da jurisdição entre os diversos


órgãos jurisdicionais, assinale a opção correta.
a) A competência será determinada pela conexão, quando duas ou mais pessoas forem
acusadas pela mesma infração.
b) Caso desclassifique infração que tenha dado causa à conexão, o juiz continuará competente
para julgar os delitos remanescentes e os corréus, haja vista a regra da perpetuatio
jurisdictionis.
c) Nos crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da capital da
República, independentemente de o acusado ter residido ou não no Brasil.
d) Os domicílios do réu e da vítima são critérios de determinação da competência jurisdicional.

031. (TRF-2/TRF-2/JUIZ FEDERAL/2017) Analise as assertivas sobre a competência penal


e, depois, marque a opção correta.
I – A conexão entre crimes da competência da Justiça Federal e da Estadual não enseja a
reunião dos feitos.
II – São requisitos para o deferimento do incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal a grave violação de direitos humanos, a necessidade de assegurar
o cumprimento, pelo Brasil, de obrigações decorrentes de tratados internacionais e a
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incapacidade de o estado-membro, por suas instituições e autoridades, levar a cabo, em


toda a sua extensão, a persecução penal.
III – Se cometidos durante o horário de expediente, compete à Justiça Federal julgar os
delitos praticados por funcionário público federal.
a) Apenas a assertiva I está correta.
b) Apenas a assertiva II está correta.
c) Apenas a assertiva III está correta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Apenas as assertivas II e III estão corretas.

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GABARITO

1. a
2. a
3. b
4. e
5. a
6. e
7. a
8. a
9. c
10. b
11. c
12. c
13. b
14. b
15. a
16. b
17. c
18. c
19. e
20. e
21. d
22. c
23. a
24. d
25. b
26. d
27. b
28. b
29. c
30. b
31. b

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Direito Processual Penal
Jurisdição e Competência
Douglas Vargas

GABARITO COMENTADO

001. (FGV/2023/ OAB - EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVII - PRIMEIRA FASE) Gregório
é defensor público no Estado do Rio de Janeiro, cuja Constituição lhe assegura foro por
prerrogativa de função no Tribunal de Justiça local.
Durante o carnaval, na cidade de Salvador/BA, Gregório por acaso se encontra com seu
irmão e inimigo capital Sandro em uma rua erma, durante a dispersão de bloco carnavalesco.
Gregório então se aproveita da oportunidade para matar Sandro com golpes de espada.
Assinale a opção que indica o foro competente para conhecer e julgar esse crime.
a) O Tribunal do Júri da Comarca de Salvador/BA.
b) O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
c) O Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro/RJ.
d) O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Primeiramente, devemos ressaltar que Gregório praticou crime doloso contra a vida, cuja
competência é do Tribunal do Júri.

CPP, art. 74, § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§
1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.

Nesse caso, prevalece entendimento do STF:

SV nº45: “A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa
de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”.

Portanto, o foro competente para conhecer e julgar esse crime é da Comarca de Salvador/
BA (local da infração), nos termos do art. 70 do CPP:

CPP, art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

Letra a.

002. (VUNESP/TJ-MS/JUIZ/2015) De acordo com o artigo 80, do Código de Processo Penal,


nos processos conexos, será facultativa a separação quando:
a) as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou lugar diferentes, ou,
quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória,
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
b) venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração
para outra que não se inclua na sua competência.
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c) houver corréu em local incerto ou não sabido ou foragido que não possa ser julgado à
revelia, ainda que representado por defensor constituído e regularmente citado.
d) concorrerem jurisdição comum e do juízo falimentar.
e) em relação a algum corréu, por superveniência de doença mental, nos termos do artigo
152 do Código de Processo Penal, ainda que indispensável a suspensão do processo para
instauração de incidente de insanidade mental.

Conforme estudamos, a separação facultativa de processos conexos está prevista no art. 80


do CPP e se dá quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou
lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar
a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
Letra a.

003. (VUNESP/PC-CE/DELEGADO/2015) A competência para a ação penal, caso:


a) desconhecido o domicílio do ofendido, será estabelecida pelo local da infração.
b) desconhecido o local da infração, será estabelecida pela residência ou domicílio do réu.
c) desconhecido o domicílio do réu, será estabelecida pela prevenção.
d) se trate de ação privada, ficará a cargo do querelante, que pode escolher entre o local
da infração e o da sua própria residência.
e) se trate de crime tentado, será fixada no lugar onde deveria ter se consumado a infração.

Conforme determina a norma do art. 72 do CPP, caso seja desconhecido o local da infração,
a competência será inicialmente determinada pela residência ou domicílio do réu!
Letra b.

004. (VUNESP/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) Determina o caput do art. 70 do CPP que


nos crimes consumados, como regra, a competência para julgamento será determinada pelo
lugar em que se consumar a infração. No caso de tentativa,
a) pelo domicílio do ofendido.
b) pelo domicílio do acusado.
c) pela prevenção.
d) pelo lugar onde deveria ter se consumado a infração.
e) pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

Segundo o art. 70 do CPP, no caso de tentativa (ou seja, a infração penal não se consumou),
a competência será fixada pelo lugar em que foi praticado o último ato de execução.
Letra e.
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Jurisdição e Competência
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005. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2013) Tratando-se de infração continuada ou permanente,


praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pelo(a):
a) prevenção.
b) lugar da infração.
c) conexão ou continência.
d) distribuição.

Nos casos de infração continuada ou permanente praticada em território de mais de uma


jurisdição, segundo o art. 71 do CPP, a competência será firmada pela prevenção.
Veja como a leitura do texto de lei é importante no estudo de jurisdição e competência!
Letra a.

006. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS-SP/ADVOGADO/2013) Em relação às


regras de competência previstas no Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
a) a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração
praticada em território nacional, ou no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado
o primeiro ato de execução.
b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
c) nos casos de exclusiva ação privada, o querelante pode rá eleger o foro de domicílio ou
da residência do réu, somente se desconhecido o lugar da infração.
d) a competência será determinada pela conexão quando duas ou mais pessoas forem
acusadas pela mesma infração.
e) tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Veja como as bancas examinadoras elaboram questões baseadas no mesmo assunto


diversas vezes: novamente, estamos diante da cobrança do art. 71 do CPP, sobre a fixação
de competência pela prevenção.
Letra e.

007. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2009) No caso de roubo praticado na cidade de São Paulo contra


agência bancária da Caixa Econômica Federal, em que tenha havido a subtração de dinheiro
do caixa, a competência para a ação penal é da:
a) Justiça Federal.
b) Justiça Estadual.
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c) Justiça Federal ou da Justiça Estadual, observada a regra da prevenção.


d) Justiça Federal ou da Justiça Estadual, conforme o inquérito tenha sido conduzido pela
Polícia Federal ou pela Polícia Estadual.

Para acertar essa questão, você, primeiramente, precisa se lembrar que a CEF é uma Empresa
Pública Federal. De posse dessa informação, fica fácil:

I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Conforme estudamos, a hipótese apresentada é de competência da Justiça Federal,


perfeitamente aplicável ao exemplo fornecido pelo examinador.
Letra a.

008. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO/2008) A perpetuatio jurisdictionis é aplicável:


a) aos casos de conexão ou continência.
b) somente nos casos de conexão.
c) somente aos processos do Tribunal do Júri.
d) aos casos de competência funcional.

A perpetuatio jurisdictionis, ou perpetuação da jurisdição, está manifesta no art. 81 do CPP


e é aplicável nos casos de conexão ou continência nos quais, mesmo após ocorrer sentença
absolutória ou desclassificação de uma infração, o restante dos processos continuarem
tramitando no juízo prevalente!
Letra a.

009. (VUNESP/MPE-SP/ANALISTA/2015) Para delimitação de competência, entende-se por


foro supletivo ou foro subsidiário, previsto no artigo 72, caput, do Código de Processo Penal,
a) o do juízo prevento, na infração continuada ou permanente, praticada em território de
duas ou mais jurisdições.
b) o do lugar da infração à qual cominada pena mais grave.
c) o de domicílio ou residência do réu, porque desconhecido o lugar da infração penal.
d) o da residência da vítima, porque desconhecidos o paradeiro do réu, o local da consumação
do delito e, na tentativa, o lugar em que praticado o último ato de execução.
e) o do juízo da distribuição, porque desconhecidos o paradeiro do réu, o local da consumação
do delito e, na tentativa, o lugar em que praticado o último ato de execução.

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O art. 72 do CPP determina que, não sendo conhecido o lugar da infração, a competência
será do foro de domicílio ou residência do réu. Não tem erro!
Letra c.

010. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2009) Em única denúncia, em aparente conexão, foi imputada a


José a prática de três furtos ocorridos em Campinas e de um roubo ocorrido em Americana,
este em maio e aqueles em abril do corrente ano. Nessa hipótese, a competência para
decidir sobre o eventual recebimento da denúncia e instauração da respectiva ação penal é:
a) do Juízo Criminal da Comarca de Campinas.
b) do Juízo Criminal da Comarca de Americana.
c) determinada pela prevenção.
d) do Juízo Criminal a quem a denúncia for endereçada.

Segundo o art. 78 do CPP, inciso II, no concurso de jurisdições da mesma categoria, deve
prevalecer a do lugar da infração à qual for cominada a pena mais grave!
O delito de roubo possui uma pena mais grave do que o delito de furto, motivo pelo qual,
na situação hipotética da questão, deverá prevalecer a comarca de Americana para julgar
os feitos!
Letra b.

011. (FCC/TRE-SP/ANALISTA/2017) Xisto, policial militar rodoviário no exercício da função,


resolve em um único dia de trabalho praticar três crimes de corrupção passiva, utilizando
para tanto o mesmo modus operandi, solicitando dinheiro de condutores de veículos
para não fazer a autuação administrativa pelo excesso de velocidade. O primeiro crime é
praticado às 09h na cidade de Guarulhos. O segundo é praticado às 12h na cidade de Mogi
das Cruzes. E o terceiro é praticado às 14h na cidade de Jacareí, onde Xisto é preso em
flagrante por policiais civis, prisão esta analisada e mantida pelo Magistrado competente
daquela comarca. Xisto é denunciado pelo Ministério Público da comarca de Jacareí pelos
três crimes de corrupção passiva. Sobre o caso hipotético apresentado e à luz do Código
de Processo Penal, a competência da comarca de Jacareí foi determinada:
a) por conexão.
b) por continência.
c) por prevenção.
d) pela prerrogativa de função.
e) pelo lugar da infração.

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Jurisdição e Competência
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Questão um pouco mais trabalhosa, pois cobra um pouco de interdisciplinaridade. O(a)


aluno(a) precisa de um pouco de conhecimento sobre Direito Penal para perceber que, na
situação narrada, Xisto praticou condutas em um contexto que caracteriza a execução de
crime continuado!
Uma vez que você identifique ser esse o caso, fica fácil. Segundo o CPP (art. 71), em casos
de crimes permanentes ou continuados, a competência será fixada pela prevenção!
Letra c.

012. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) De acordo com norma expressa do Código


de Processo Penal, são fatores que determinam a competência jurisdicional:
a) O local da residência da vítima e a natureza da infração.
b) A prevenção e o local da prisão.
c) A prerrogativa de função e o domicílio ou residência do réu.
d) O local da investigação e a conexão ou continência.
e) O local da prisão e o local da infração.

Das assertivas listadas, a única que lista simultaneamente dois fatores que podem ser
considerados como critério para a determinação de competência é a assertiva “c” (a
prerrogativa de função e o domicílio ou residência do réu)!
Letra c.

013. (FCC/TRE-AP/ANALISTA/2015) Tacito comete um crime de roubo com emprego de arma


de fogo na comarca de Macapá, subtraindo um veículo e pertences da vítima. Consumado o
roubo, que tem pena cominada de 04 a 10 anos de reclusão, Tacito é preso em flagrante na
comarca de Mazagão, quando entregava toda a res furtiva para seus amigos José e Manoel,
que também são presos em flagrante, estes últimos por crime de receptação (pena de 01
a 04 anos de reclusão). A competência para processamento e julgamento da ação penal
contra Tacito, José e Manoel determinar-se-á pela:
a) continência e será da comarca de Mazagão, onde ocorreu a prisão em flagrante dos três
indivíduos.
b) conexão e será da comarca de Macapá, onde ocorreu o crime cuja pena mais grave é
cominada.
c) prevenção e poderá ser tanto da comarca de Macapá quanto da comarca de Mazagão.
d) continência e será da comarca de Macapá, onde ocorreu o crime cuja pena mais grave é
cominada.

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e) conexão e será da comarca de Mazagão, onde ocorreu a prisão em flagrante dos três
indivíduos.

Em primeiro lugar, note que temos uma situação hipotética que caracteriza a chamada
CONEXÃO PROBATÓRIA, tendo em vista que a prova de uma infração (do roubo) irá influir
na prova da outra infração penal (da receptação).
Diante disso, aplicamos, ainda, o art. 78 do CPP para sanar o conflito entre as jurisdições
de mesma categoria. Segundo tal norma, deve prevalecer o juízo do lugar da infração ao
qual for cominada a pena mais grave!
Letra b.

014. (FCC/TRE-SE/ANALISTA) Bráulio, Rodolfo, Ricardo e Benício, todos residentes na cidade


de Barra dos Coqueiros − SE, planejam o sequestro de um empresário de uma grande empresa
da cidade de Aracaju. No dia 13 de Janeiro de 2015 o plano é executado e o empresário
é arrebatado quando saía do seu local de trabalho e levado para o cativeiro na cidade de
Maruim − SE, onde permaneceu por sete dias até o pagamento do resgate e libertação,
esta última em uma rua deserta na cidade de Barra dos Coqueiros. Iniciada investigação
criminosa, os quatro criminosos acabam presos. Instaurada a ação penal, pelo referido
crime permanente de extorsão mediante sequestro, a competência para processar e julgar
a ação penal será:
a) da comarca de Barra dos Coqueiros, onde foi praticado o último ato executório.
b) das comarcas de Aracaju, Barra dos Coqueiros e Maruim e firmar-se-á pela prevenção.
c) da comarca de Aracaju, onde o crime foi praticado.
d) da comarca de Maruim, onde a maior parte do crime foi executada.
e) firmada pela continência entre as comarcas de Aracaju e Maruim.

Não se assuste com o enunciado gigante dessa questão: ela é fácil! Basta que você perceba
que o delito de extorsão mediante sequestro perpetrado pelos infratores é um crime
permanente (sua consumação se prolonga no tempo).
Sabendo disso, é só lembrar o que preconiza o art. 71 do CPP:

Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais


jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Letra b.

015. (FCC/TRT-15/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) Quando duas ou mais pessoas forem acusadas


pela prática da mesma infração penal e quando a prova de uma infração penal ou de qualquer
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de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração penal, justifica-se a


fusão dos processos pela:
a) continência e conexão, respectivamente.
b) conexão e continência, respectivamente.
c) continência.
d) conexão intersubjetiva.
e) conexão instrumental.

Quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela prática da mesma infração penal,
estaremos diante de hipótese de continência (art. 77, inciso I). Já quando a prova de uma
infração penal influir na prova de outra infração penal, estaremos diante de um caso de
conexão (art. 76, III).
Letra a.

016. (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS/2013) O Código de Processo Penal


brasileiro, ao tratar da competência jurisdicional por conexão ou continência, determina a
observância da seguinte regra:
a) no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá
esta última.
b) no concurso de jurisdições da mesma categoria, preponderará a do lugar da infração à
qual for cominada a pena mais grave, exceto no caso de crimes conexos de competência
federal e estadual, em que a competência será sempre da Justiça Federal.
c) no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá aquela.
d) a conexão e continência importam unidade de processo e julgamento, sem exceção.
e) é obrigatória a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas
em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes.

Conforme estudamos, no concurso de jurisdições de mesma categoria, prevalece a do lugar


da infração com a pena mais gravosa (art. 78, II). Entretanto essa norma não se aplica nos
casos de crimes conexos de competência federal e estadual (Súmula n. 122 do STJ)!
Letra b.

017. (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Em relação à competência em processo


penal, é correto afirmar que:
a) será determinada pela continência quando a prova de uma infração ou de qualquer de
suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
b) é absoluta a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.
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c) será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas
em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o
juiz reputar conveniente a separação.
d) nos casos de ação penal de iniciativa pública, não sendo conhecido o lugar da infração,
a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do ofendido.
e) na determinação da competência por conexão ou continência, no concurso entre a
jurisdição especial e a comum, prevalecerá esta, em regra.

A separação facultativa dos processos pode ocorrer nos seguintes casos:


• infrações praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes;
• excessivo número de acusados;
• outro motivo relevante.
É o que preconiza o art. 80 do CPP, que foi cobrado em sua literalidade pelo examinador!
Letra c.

018. (FCC/MPE-PE/ANALISTA/2012) A doutrina denomina conexão instrumental a que


ocorre quando:
a) uma infração tiver sido praticada para facilitar ou ocultar outra.
b) duas ou mais infrações forem praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas.
c) a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração.
d) duas ou mais infrações forem praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso
o tempo e o lugar.
e) uma infração tiver sido praticada para conseguir impunidade ou vantagem de outra.

A conexão instrumental está prevista no art. 76, inciso III, e é caracterizada quando a prova
de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de
outra infração!
Letra c.

019. (FCC/TRF-2/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Tício resolveu matar seu desafeto Cícero. Deu
início à execução do homicídio em São José dos Campos/SP, onde efetuou disparos de arma
de fogo contra o veículo em que este se encontrava. Cícero conseguiu fugir e, perseguido,
foi novamente alvejado por Tício em São Sebastião/SP, Caraguatatuba/SP, Ubatuba/SP e
Angra dos Reis/RJ, local em que, face à aproximação de viaturas policiais, não conseguiu

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dar prosseguimento à empreitada criminosa. Nesse caso, a competência para processar e


julgar o ilícito penal cometido por Tício será o Juízo de Direito da Comarca de:
a) São José dos Campos/SP.
b) Ubatuba/SP.
c) Caraguatatuba/SP.
d) São Sebastião/SP.
e) Angra dos Reis/RJ.

Lembre-se de que, nos crimes tentados, em regra, o juízo competente será o do local
onde foi realizado o último ato de execução. Note, portanto, que Tício alvejou Cícero pela
última vez em Angra dos Reis, onde, por circunstâncias alheias à sua vontade (aproximação
da polícia), foi impedido de continuar em seu intento.
Dessa forma, o juízo da comarca de Angra dos Reis será o responsável pelo processo e
julgamento da infração penal!
Letra e.

020. (FCC/TJ-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Em relação à competência, é correto


afirmar que:
a) será, de regra, determinada pelo domicílio ou residência do réu.
b) não sendo conhecido o domicílio ou residência do réu, a competência será do lugar da
infração.
c) será determinada pela conexão no caso de infrações cometidas em concurso forma.
d) no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do outro órgão da jurisdição comum.
e) a conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo no concurso
entre a jurisdição comum e a do juízo da infância e da juventude.

A conexão e a continência, em regra, importarão unidade de processo e julgamento, salvo


no concurso entre a jurisdição comum e do juízo da infância e juventude, situação na qual
estamos diante da SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DOS FEITOS!
Letra e.

021. (FCC/TJ-AP/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS/2011) Tratando-se de infração


permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência:
a) será determinada pelo local em que foi praticado o último ato de execução antes da
prisão do agente.

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b) será determinada pelo local em que tiver sido praticado o maior número de atos de
execução.
c) será determinada pelo local em que ocorreu a consumação.
d) firmar-se-á pela prevenção.
e) será determinada pelo local do domicílio ou residência da vítima.

A questão cobrou o conteúdo literal da norma do art. 71 do CPP:

Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais


jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Não tem segredo!


Letra d.

022. (FCC/NOSSA CAIXA/ADVOGADO/2011) A competência será determinada pela


continência quando:
a) a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração.
b) duas ou mais infrações houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras,
ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas.
c) duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
d) duas ou mais infrações houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas,
umas contra as outras.
e) duas ou mais infrações houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar.

Haverá continência quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração. É
o que prevê o art. 77, em seu inciso I.
Letra c.

023. (FCC/DPE-PA/DEFENSOR PÚBLICO/2009) Na determinação da competência por


conexão ou continência, no concurso de jurisdições da mesma categoria, será observada
a seguinte regra:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave.
b) no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do júri.
c) no concurso entre a justiça militar e a comum prevalecerá a da justiça castrense.
d) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações.
e)O conteúdo
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Veja como o teor do art. 78 é um dos queridinhos dos examinadores. Diversas questões
recorrendo ao inciso I de tal artigo em sua elaboração!
Como você já deve estar expert a essa altura de nosso estudo, na determinação de competência
por conexão ou continência, havendo concurso de jurisdições da mesma categoria, prevalece
a competência do lugar onde foi praticada a infração com a pena mais grave!
Letra a.

024. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR/2009) A competência fixada pela circunstância de duas


ou mais pessoas serem acusadas pela mesma infração é determinada:
a) pela prevenção.
b) por conexão.
c) pela natureza da infração.
d) pela continência.
e) por distribuição.

Conforme estudamos, a fixação de competência, quando duas ou mais pessoas são acusadas
de UMA mesma infração, é determinada por continência!
Não confunda com a conexão, que ocorre com o concurso de delitos (existe mais de um delito)!
Letra d.

025. (CESPE/PC-PE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2016) No que se refere ao lugar da infração, a


competência será determinada:
a) pelo domicílio do réu, no caso de infração permanente praticada no território de duas
ou mais jurisdições conhecidas.
b) pela prevenção, no caso de infração continuada praticada em território de duas ou mais
jurisdições conhecidas.
c) de regra, pelo local onde tiver sido iniciada a execução da infração, ainda que a consumação
tenha ocorrido em outro local.
d) pelo local onde tiver começado o iter criminis, no caso de tentativa.
e) pelo lugar em que tiver sido iniciada a execução no Brasil, se a infração se consumar fora
do território nacional.

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Douglas Vargas

Veja como, em bancas diferentes, e diversos cargos, o estilo de cobrar a matéria segue
sempre uma mesma linha (e os mesmos artigos são sempre os favoritos dos examinadores).
Como você já viu em questões anteriores, no caso de infração continuada ou permanente
praticada em mais de um território de jurisdições conhecidas, deve ser fixada a competência
pela prevenção (art. 71 do CPP).
Letra b.

026. (FGV/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – BACHAREL EM


DIREITO/2015) Gabriel, preso em flagrante em Rondônia, residente da cidade do Cuiabá,
foi denunciado, perante o juízo competente, pela prática de diversos delitos em conexão
probatória, sendo que todos os fatos ocorreram no mesmo dia e no Estado de Mato Grosso.
Foi a ele imputada a prática de 03 (três) delitos de furto (pena: 01 a 04 anos de reclusão
e multa), que aconteceram na cidade de Alta Floresta, 01 (um) crime de roubo (pena: 04 a
10 anos de reclusão e multa), ocorrido em Sinop, e 01 (um) crime de resistência (pena: 02
meses a 02 anos de detenção), praticado em São Félix do Araguaia.
Considerando tais informações, é correto afirmar que Gabriel foi denunciado perante o
juízo criminal da seguinte cidade:
a) Rondônia.
b) Cuiabá.
c) Alta Floresta.
d) Sinop.
e) São Félix do Araguaia.

De novo e de novo, o examinador quer saber se você conhece a norma do art. 78 do CPP. Na
situação da questão, por força de tal artigo, devemos verificar em qual local foi perpetrado
o delito mais grave – que, no caso, foi o ROUBO, perpetrado em Sinop-MT.
Dessa forma, é o juízo criminal de Sinop que será competente para receber a denúncia
contra o autor!
Letra d.

027. (FGV/PC-MA/DELEGADO/2012) Com relação ao instituto da competência, analise as


afirmativas a seguir.
I – Na continência, existe pluralidade de agentes e unidade de crime. Já a conexão pode ser
identificada em situações de pluralidade de crimes e unidade ou pluralidade de agentes.
II – A conexão intersubjetiva por reciprocidade é aquela em que duas ou mais infrações são
praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas.
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III – A conexão intersubjetiva concursal ocorre quando duas ou mais infrações forem
cometidas por várias pessoas em concurso, ainda que não estejam na mesma situação de
tempo e lugar.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa I estiver correta.
e) se somente a afirmativa II estiver correta.

Vamos analisar cada uma das afirmativas.


I – Certa. O examinador destacou corretamente as possíveis diferenças entre a conexão e
a continência.
II – Errada. Faltou falar que, na conexão por reciprocidade, as infrações penais são praticadas
por pessoas umas contra as outras!
III – Certa. O examinador conceituou a conexão intersubjetiva concursal corretamente!
Letra b.

028. (FUNDATEC/IGP-RS/TÉCNICO/2017) Segundo disposto no Código de Processo Penal,


o que determina a competência jurisdicional é, EXCETO a:
a) Natureza da infração.
b) Litispendência.
c) Distribuição.
d) Conexão ou continência.
e) Prerrogativa de função.

Dos critérios apresentados pelo examinador, o único que não é utilizado para a definição
de competência é a litispendência.
Letra b.

029. (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2017) A competência será determinada


pela conexão:
a) quando duas ou mais pessoas foram acusarias pela mesma infração.
b) nos casos de infração cometida em erro de execução ou resultado diverso do pretendido.
c) se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por
várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o
lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras.
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d) nos casos de concurso formal.


e) nos casos de crime continuado.

Ocorrerá a conexão nos casos de duas ou mais infrações praticadas por duas ou mais
pessoas, ao mesmo tempo, ou por várias pessoas em concurso, embora diversos o tempo
e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras.
O examinador simplesmente transcreveu o art. 76 do CPP.
Letra c.

030. (CESPE/TJ-PR/JUIZ/2017) Acerca da divisão do exercício da jurisdição entre os diversos


órgãos jurisdicionais, assinale a opção correta.
a) A competência será determinada pela conexão, quando duas ou mais pessoas forem
acusadas pela mesma infração.
b) Caso desclassifique infração que tenha dado causa à conexão, o juiz continuará competente
para julgar os delitos remanescentes e os corréus, haja vista a regra da perpetuatio
jurisdictionis.
c) Nos crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da capital da
República, independentemente de o acusado ter residido ou não no Brasil.
d) Os domicílios do réu e da vítima são critérios de determinação da competência jurisdicional.

Quando ocorre a desclassificação da infração que deu causa à conexão (definindo, portanto,
qual o juízo ia prevalecer), em regra, o juiz continua competente para julgar os delitos
remanescentes e os corréus, por força do art. 81 do CPP, que manifesta a regra da perpetuatio
jurisdictionis.
Letra b.

031. (TRF-2/TRF-2/JUIZ FEDERAL/2017) Analise as assertivas sobre a competência penal


e, depois, marque a opção correta.
I – A conexão entre crimes da competência da Justiça Federal e da Estadual não enseja a
reunião dos feitos.
II – São requisitos para o deferimento do incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal a grave violação de direitos humanos, a necessidade de assegurar
o cumprimento, pelo Brasil, de obrigações decorrentes de tratados internacionais e a
incapacidade de o estado-membro, por suas instituições e autoridades, levar a cabo, em
toda a sua extensão, a persecução penal.
III – Se cometidos durante o horário de expediente, compete à Justiça Federal julgar os
delitos praticados por funcionário público federal.
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a) Apenas a assertiva I está correta.


b) Apenas a assertiva II está correta.
c) Apenas a assertiva III está correta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Apenas as assertivas II e III estão corretas.

Analisando cada uma das assertivas:


I – Errada. Os feitos irão sim ser reunidos, sob a tutela da Justiça Federal, por força da
Súmula n. 122/STJ.
II – Certa. É uma das hipóteses expressas no art. 109 da CF, que trata da competência da
Justiça Federal.
III – Errada. O cometimento de delito em horário de expediente ou fora dele não é critério
para definição de competência.
Letra b.

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