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Direito Constitucional

Direitos e Garantias Fundamentais (ART. 5º)

APOSTILA ÚNICA

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1 Apresentação

Olá, meu caro aluno, minha cara aluna, futuro servidor público!

É um privilégio tê-lo como nosso aluno, ou aluna e, desde já, dou as boas-vindas ao
nosso curso DIREITO CONSTITUCIONAL para o seu concurso público; aqui no
FOCUS CONCURSOS.

Nossa aula irá tratar dos Direitos e Garantias Fundamentais (ART. 5º). Um conteúdo
muito importante para a sua prova.

2 Roteiro do PDF FOCADO

• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);
• Questões Gabaritadas e Comentadas (são questões extras/bônus, para fixar
o conteúdo durante a parte teórica. Essas questões fazem parte apenas do
material em PDF, logo não são resolvidas em videoaulas);
• Mapa de Conteúdo: Mapa da Lei, Mnemônico Bizu Focus;
• Legislação Detalhada: artigo 5º esquematizado.

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs
para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso.

VAMOS NESSA!

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3 Conteúdo Programático
1 Apresentação ........................................................................................................................ 2
2 Roteiro do PDF FOCADO ........................................................................................................ 2
4 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ............................................................. 5
4.1 Proibição da tortura .................................................................................................................... 5
4.2 Manifestação do pensamento ..................................................................................................... 8
4.3 Direito de resposta e responsabilidade por dano moral e material ............................................. 11
4.4 Direito Religioso ....................................................................................................................... 13
4.5 Vedação à censura .................................................................................................................... 17
4.6 Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, da vida .......................... 21
4.7 Inviolabilidade de domicílio – inciso XI ...................................................................................... 22
4.8 Sigilo de correspondência e de comunicação ............................................................................. 25
4.9 Liberdade de profissão .............................................................................................................. 27
4.10 Direito à informação e sigilo profissional ............................................................................... 28
4.11 Direito de locomoção............................................................................................................ 30
4.12 Direito de reunião ................................................................................................................ 30
4.13 Direito de Associação............................................................................................................ 33
4.14 Direito à propriedade ........................................................................................................... 35
4.15 Direitos Autorais .................................................................................................................. 41
4.16 Direito à Herança.................................................................................................................. 42
4.17 Defesa do Consumidor .......................................................................................................... 42
4.18 Garantias administrativas (Direito de Petição e de certidão) .................................................. 42
4.19 Acesso à jurisdição e segurança jurídica ................................................................................ 44
4.20 Princípio da inafastabilidade da jurisdição (XXXV) ................................................................. 44
4.21 Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada (XXXVI) .............................................. 44
4.22 Princípio do juiz natural e vedação do tribunal de exceção (XXXVII) ....................................... 44
4.23 Tribunal do Júri..................................................................................................................... 47
4.24 Legalidade e anterioridade da lei penal incriminadora ........................................................... 51
4.25 Irretroatividade da lei penal .................................................................................................. 51
4.26 Delitos imprescritíveis e inafiançáveis ................................................................................... 52
4.27 As Penas ............................................................................................................................... 53
4.28 Princípio do juiz natural e do devido processo legal ............................................................... 55

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4.29 Princípio do devido processo legal ........................................................................................ 56


4.30 Princípio do contraditório e da ampla defesa......................................................................... 57
4.31 Princípio da vedação das provas ilícitas ................................................................................. 58
4.32 Princípio do estado de inocência ou da não culpabilidade ...................................................... 58
4.33 Ação penal privada subsidiária da pública ............................................................................. 59
4.34 Princípio da publicidade dos atos processuais........................................................................ 60
4.35 Disciplina constitucional da prisão e dos direitos do preso ..................................................... 60
4.36 Da prisão civil por dívida e o Pacto de São José ...................................................................... 61
5 Das Garantias Constitucionais Fundamentais ...................................................................... 62
5.1 Habeas Corpus – HC .................................................................................................................. 62
5.2 Habeas Data – HD ..................................................................................................................... 64
5.3 Mandado de Segurança Individual – MS .................................................................................... 65
Características/Requisitos ....................................................................................................................................66
Direito Líquido e Certo .........................................................................................................................................67
Espécies de Mandado de Segurança .....................................................................................................................67
Prazo decadencial de impetração .........................................................................................................................68
Legitimidade do mandado de segurança ..............................................................................................................69
Liminar em Mandado de Segurança .....................................................................................................................71
5.4 Mandado de segurança coletivo ................................................................................................ 73
3Características/Requisitos ..................................................................................................................................74
3.3. Competência .................................................................................................................................................76
5.5 Mandado de Injunção – MI........................................................................................................ 78
5.6 Ação Popular – AP ..................................................................................................................... 79
5.7 Na Letra da Lei .......................................................................................................................... 80
5.7.1.1 Habeas Corpus .................................................................................................................................80
5.7.1.2 Mandado de Segurança ....................................................................................................................80
5.7.1.3 Mandado de Segurança Coletivo ...................................................................................................... 81
5.7.1.4 Mandado de Injunção .......................................................................................................................81
5.7.1.5 Habeas Data ..................................................................................................................................... 81
5.7.1.6 Ação Popular ....................................................................................................................................81
Resumo ................................................................................................................................................................82
5.8 Gratuidade na prestação da assistência jurídica ......................................................................... 84
5.9 Exceção a irresponsabilidade do estado por ato judicial ............................................................. 84
5.10 Gratuidade das certidões e das ações de habeas corpus e habeas data .................................. 85
5.11 Direitos fundamentais e tratados internacionais ................................................................... 88
6 Súmulas - Art. 5º - STF ......................................................................................................... 90
7 Questões Extras (bônus) ...................................................................................................... 92
7.1 Questões comentadas ............................................................................................................. 128

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8 Mapa de Conteúdo ............................................................................................................ 182


9 LEI DETALHADA ................................................................................................................. 203

4 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


O direito à vida é, sem sombra de dúvidas, o direito fundamental mais
importante, pressuposto para o exercício dos demais.

O direito à vida humana abarca desde a garantia da existência física, de que ninguém
será privado de sua vida arbitrariamente (art. 5º, caput, da CF), passando pela proteção
da integridade física e mental (psíquica) das pessoas (art. 5º, inciso XLIX, da CF) até a
garantia de uma vida com dignidade (art. 1º, inciso III e art. 170, da CF).

Assim é que se veda a tortura, tratamento desumano ou degradante (art. 5º, inciso III,
da CF) e a existência de penas de trabalhos forçados ou cruéis (art. 5º, inciso XLVII, da
CF), por importarem em agressão à integridade física e moral das pessoas. Como
decorrência do direito a uma vida com dignidade é que o Estado fica compelido a
assegurar um mínimo de condições materiais, por meio da garantia de direitos
fundamentais como o trabalho, a saúde, a assistência social.

Apesar de ser o direito fundamental mais importante, o direito à vida


não é absoluto, o que significa que, em determinadas situações, o
mesmo deverá ceder.

O art. 5º, da CRFB/88, estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade.

4.1 Proibição da tortura

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III - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou


degradante.

Tanto a tortura como o tratamento desumano ou degradante ofendem a integridade


física da pessoa humana, e aqui, a Constituição Federal veda expressamente tal forma
comportamento contra a pessoa. Tem no inciso que “ninguém será submetido”, ou
seja, aplica-se para todos sem distinção de qualquer natureza, inclusive aos
estrangeiros residentes ou não no Brasil. A tortura seria constranger alguém causando
sofrimento físico ou mental visando castigar por algo que tenha feito ou não.

Lei nº 9.455/97
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Convenção Americana de Direitos Humanos (1969)


(Pacto de San José da Costa Rica)

Artigo 5º - Direito à integridade pessoal


(...)
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis,
desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada
com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
.

Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos


(Regras de Nelson Mandela)

REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL


Princípios básicos
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Regra 1 - Todos os reclusos devem ser tratados com o respeito inerente ao valor e
dignidade do ser humano. Nenhum recluso deverá ser submetido a tortura ou outras
penas ou a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes e deverá ser protegido de
tais atos, não sendo estes justificáveis em qualquer circunstância. A segurança dos
reclusos, do pessoal do sistema prisional, dos prestadores de serviço e dos
visitantes deve ser sempre assegurada.

SV 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio


de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade
civil do Estado.

BIZU FOCUS

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QUESTÃO 01 De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, “ninguém será


submetido a tortura, nem tratamento desumano ou degradante”. Essa previsão faz
parte dos:
a) Direitos do Estado de Sítio.
b) Direitos Políticos.
c) Direitos Sociais.
d) Direitos e Deveres Individuais e Coletivos.

QUESTÃO 02 A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou


anistia, a prática:
a) da tortura.
b) do descaminho.
c) do contrabando.
d) de improbidade.
e) de homicídio simples.

Gabaritos: 01 D 02 A

4.2 Manifestação do pensamento

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

A liberdade de manifestação do pensamento é espécie do direito maior à liberdade


de expressão, que inclui, também, o direito à expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação (art. 5º, inciso IX, da CF).

Assegura-se, aqui, o direito à livre manifestação do pensamento ou direito à opinião,


que se constitui da faculdade que todos possuem de expressar um juízo de valor, uma
convicção, seja de forma escrita ou verbal.

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O direito à manifestação do pensamento não é, contudo, absoluto.

A primeira restrição ao exercício do direito consta do próprio inciso IV, do artigo 5º,
da CF, ou seja, a manifestação do pensamento não posse ser anônima, apócrifa, sem
a precisa identificação de quem seja o seu autor.

A razão para a restrição é muito simples. Como não há censura ou necessidade de


licença prévia ao exercício do direito de opinião, se de sua manifestação resultar
violação a direito de outrem, será assegurado a este o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem
(art. 5º, inciso V, da CF).

Outra restrição decorre da ideia de sistema e da necessidade de convivência das


liberdades. Desta forma o direito à manifestação do pensamento não pode abrigar
qualquer atitude reputada ilícita pelo sistema. O abuso no seu exercício pode conduzir,
assim, à responsabilização civil ou criminal do agente.

Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que, “o direito à livre
expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações de conteúdo imoral
que implicam ilicitude penal. As liberdades públicas não são incondicionais, por isso
devem ser exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na própria
CF” (STF, HC 82.424, DJ 19.03.2004).

A manifestação anônima comporta uma exceção que deve ser mencionada. Segundo,
também, o STF, “os escritos anônimos não podem justificar, só por si, desde que
isoladamente considerados, a imediata instauração da persecutio criminis (...) nada
impede, contudo, que o Poder Público provocado por delação anônima (‘disque-
denúncia’, p. ex.), adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em
averiguação sumária, ‘com prudência e discrição’, a possível ocorrência de eventual
situação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo de conferir a
verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, em caso

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positivo, a formal instauração da persecutio criminis, mantendo-se, assim, completa


desvinculação desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas” (STF, Inq.
1957, DJ 11.11.2005).

OBSERVAÇÃO: é importante destacar que denúncias anônimas podem servir de base,


mas jamais poderão ser causa única de exercício de atividade punitiva pelo Estado. Será
necessário mais que isso para que um procedimento formal de investigação possa ser
instaurado.

Ação Penal 1044 - O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado


federal Daniel Silveira (PTB-RJ) a oito anos e nove meses de reclusão, em regime
inicial fechado, por crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação
no curso do processo. Para a maioria do Plenário, as manifestações do deputado
não estão protegidas pela imunidade parlamentar nem pela liberdade de
expressão. A pena deve ser cumprida em regime inicial fechado. [Rel. Min.
Alexandre de Moraes. J.20/abr/22]

DECRETO DE 21 DE ABRIL DE 2022

Art. 1º Fica concedida graça constitucional a Daniel Lucio da Silveira, Deputado


Federal, condenado pelo Supremo Tribunal Federal, em 20 de abril de 2022, no
âmbito da Ação Penal nº 1.044, à pena de oito anos e nove meses de reclusão,
em regime inicial fechado, pela prática dos crimes previstos

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Mapa da Lei e Mnemônico – Artigo 5ª, IV

4.3 Direito de resposta e responsabilidade por dano moral e material

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem.

Em outros termos, as pessoas são responsáveis por seus atos e, supondo que essas
informações gerem algum dano, seja moral, material ou à imagem, ou causem
prejuízo a terceiro, este terá o direito de responder às informações e deverá ser
ressarcido pelo dano ou prejuízo que eventualmente tenha sofrido, situação que seria
inviabilizada pelo anonimato.

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Tal direito estar relacionado com o art. 220 da Constituição Federal, que estabelece a
manifestação de pensamento, de informação, vedada a censura política,
ideológica ou artística. O inciso também prevê a indenização por dano moral,
material ou à imagem ao ofendido que tenha sofrido algum prejuízo. Em relação a
indenização o inciso deixa bem claro que não é possível a cumulação de dano moral
com indenização por danos materiais, no entanto o STJ tem admitido a indenização
por dano estéticos. A Constituição Federal ao estabelecer tal direito, quis proteger
qualquer pessoa física ou jurídica de sofrer ofensa, prejudicando a dignidade da
pessoa humana e sua honra. O Supremo Tribunal Federal ao julgar a ADI nº 130
determinou que a indenização deve ser proporcional com o intuito de evitar os
excessos, violando o principio da proporcionalidade.
A Constituição garante ainda o direito de indenização por dano à imagem. Esta será́
devida quando houver prejuízo “à boa figura pública do ofendido”.

Uadi Lammêgo Bulos explica a imagem social “como o conjunto de atributos que se
confere a determinada pessoa física ou jurídica, depreendidos do seu comportamento
exterior”. Assim, será́ possível pleitear indenização pela violação à imagem social.

QUESTÃO 03 - Leia o texto, para responder à questão.


O texto constitucional de 1988 ampliou liberdades, direitos e garantias individuais, e
consagrou as relações econômicas, políticas e sociais. Foi a partir dele que analfabetos
e jovens de 16 a 17 anos tiveram direito ao voto. Além disso, a Carta reduziu a jornada
semanal de trabalho de 48 para 44 horas e garantiu benefícios como seguro-
desemprego e férias remuneradas.

Para assegurar que a sociedade tivesse direitos e garantias do Estado, a Constituição


de 1988 privilegiou os princípios fundamentais, os direitos e deveres individuais e
coletivos e os direitos sociais, ressaltando cada um dos itens logo nos primeiros
capítulos.
(Planalto Release, 2018. Adaptado)
Assinale a alternativa que se refere aos direitos e garantias fundamentais, conforme
expresso na Constituição Federal.

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a) É livre a manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato em casos de


risco de vida.
b) Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante,
com exceção aos casos de crime contra a pátria e suas autoridades.
c) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, exceto em casos de flagrante
disseminação de ódio, preconceito e contrária à ordem política e social do país.
d) É garantido o direito de propriedade, exceção feita em casos de interesse particular
ou mesmo público e social sobre a terra.
e) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.

Gabarito 03 E

4.4 Direito Religioso

Segundo a Constituição Federal (CF), artigo 5º, inciso VI, “é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

➔ A liberdade de consciência nos permite possuir convicções intimas acerca dos


valores morais, espirituais, posicionamentos políticos, filosóficos, que
entendamos corretos e conduzirmos nossas vidas a partir deles. Ela é o gênero,
do qual a liberdade de crença é a espécie.
➔ A liberdade de crença assegura, em primeiro lugar, o direito de ter uma religião,
de professar uma fé, ou mesmo de não querer professar nenhuma.

Garante-se, naquele dispositivo, também, a liberdade de culto (adoração da


divindade), as liturgias (série de atos públicos de adoração da divindade) e a proteção
a quaisquer locais de culto.

No contexto da liberdade de crença, o artigo 5º, inciso VII, da CF assegura, nos termos
da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva, como os hospitais, penitenciárias, quarteis.

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Por fim, dispõe o artigo 5º, inciso VIII, da CF, que ninguém será privado de direitos por
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei.

O dispositivo prevê aquilo que se conhece como “escusa de consciência”, garantindo


que as pessoas possam se recusar (escusar) a cumprir, em virtude de suas convicções,
uma obrigação a todos imposta, desde que cumpram a obrigação alternativa fixada
na lei, se ela existir.

O não cumprimento da obrigação a todos imposta e da obrigação alternativa fixada


na lei, acarreta a suspensão dos direitos políticos (art. 15, inciso IV, da CF), como
determinam, exemplificativamente, os artigos 4º, parágrafo 2º, da Lei n. 8.239, de 1991
e 438, do Código de Processo Penal.

Artigo 19 do CF
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

Artigo 150 do CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre: (...)
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (...)
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.

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▪ RE 630.790 - “As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de


assistência social a fim de se beneficiarem da imunidade tributária prevista no
artigo 150, VI, c, da Constituição, que abrangerá não só os impostos sobre o seu
patrimônio, renda e serviços, mas também os impostos sobre a importação de
bens a serem utilizados na consecução de seus objetivos estatutários”.

▪ RE 494.601 - “É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar


a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões
de matriz africana”.

▪ ADI 5258 (AM) - “É inconstitucional, por ofensa aos princípios da isonomia, da


liberdade religiosa e da laicidade do Estado, norma que obrigue a manutenção
de exemplar de determinado livro de cunho religioso em unidades escolares e
bibliotecas públicas estaduais”.

▪ RE 611874 - “Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é


possível a realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos
dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por
motivos de crença religiosa, desde que presente a razoabilidade da alteração, a
preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarreta ônus
desproporcional à administração pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada”.

▪ ARE 1099099 - “Nos termos do artigo 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível
à administração pública, inclusive durante o estágio probatório, estabelecer
critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos
cargos públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência por
motivos de crença religiosa, desde que, presente a razoabilidade da alteração, não
se caracterize o desvirtuamento no exercício de suas funções e não acarrete ônus
desproporcional à administração pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada”.

Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o direito à liberdade, como


previsto na Constituição Federal de 1988.

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QUESTÃO 04 - Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o direito à


liberdade, como previsto na Constituição Federal de 1988.

a) É livre a manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato, desde que


assegurado o direito de resposta.

b) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


desde que haja licença prévia da autoridade competente.

c) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,


desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local
e tenha sido concedida a devida autorização prévia.

d) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias.

e) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento, ainda que
elas possuam caráter paramilitar.

QUESTÃO 05 - José, internado em um hospital público para tratamento de saúde,


solicita a presença de um pastor para lhe conceder assistência religiosa. O pedido,
porém, é negado pela direção do hospital, sob a alegação de que, por se tratar de
instituição pública, a assistência não seria possível em face da laicidade do Estado.
Inconformado, José consulta um advogado.

Após a análise da situação, o advogado esclarece, com correto embasamento


constitucional, que

a) a negativa emanada pelo hospital foi correta, tendo em vista que a Constituição
Federal de 1988, ao consagrar a laicidade do Estado brasileiro, rejeita a expressão
religiosa em espaços públicos.

b) a direção do hospital não tem razão, pois, embora a Constituição Federal de 1988
reconheça a laicidade do Estado, a assistência religiosa é um direito garantido pela
mesma ordem constitucional.

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c) a correção ou incorreção da negativa da direção do hospital depende de sua


consonância, ou não, com o regulamento da própria instituição, já que se está perante
direito disponível.

d) a decisão sobre a possibilidade, ou não, de haver assistência religiosa em entidades


públicas de saúde depende exclusivamente de comando normativo legal, já que a
temática não é de estatura constitucional.

Gabarito 04 D 05 B

4.5 Vedação à censura

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independentemente de censura ou licença.

A liberdade de expressão aqui garantida é uma forma de manifestação do


pensamento, vedada a sua censura. A proteção deste inciso abrange a atividade
intelectual, artística e científica de qualquer pessoa podendo ser divulgadas
independente de permissão. Mas vale lembra que tal direito não é absoluto, visto que,
qualquer livre expressão de atividade ofensivas a honra, dignidade é cabível
indenização por danos morais e materiais.

Censura é uma palavra com origem no latim censura que significa o ato ou efeito de
censurar. Censura também pode ser sinônimo de repreensão ou reprimenda. Além
disso, a censura é uma conhecida forma de restrição da liberdade e do conhecimento,
normalmente exercida por um regime ditatorial. A censura também pode consistir em
um análise crítica de uma determinada obra literária ou artística, antes de ser
apresentada ao público em geral.

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Não se pode, contudo, olvidar que é perfeitamente possível a concorrência do direito


de opinião (CRFB/88, art. 5º, IV) e expressão (CRFB/88, art. 5º, IX), como, por exemplo,
uma pintura ou peça teatral que veicule em seu bojo um juízo crítico de valores. O
exercício desse direito prescinde de licença ou censura. Aliás, a censura é considerada
uma figura odiosa e incompatível com o Estado Democrático de Direito em que
vivemos, eis que com ela a liberdade é deferida ao talento daquele que está no poder.

Artigo 220 do CF
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação,
sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição,
observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e
artística.

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SE LIGUE!

Tanto para a tortura quanto para a censura, tratamento desumano ou


degradante, não existe exceção, esse comportamento é totalmente vedado
pelo texto constitucional e não é permitido em nenhuma hipótese.

Além disso, nós veremos adiante de forma detalhada, mas o inciso XLIII do
art. 5º classifica o crime de tortura como inafiançável e insuscetível de graça
ou anistia, devido a tamanha gravidade. Ainda, de acordo com a Lei nº
8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), a tortura juntamente com o crime de
tráfico de drogas e terrorismo são equiparados a crimes hediondos.
.

▪ Juris STF
• ADPF 130 (2009) “LEI DA IMPRENSA”
• ADI 4415 (2010/2018) “LEI ELEITORAL X HUMOR”
• ADI 4815 (2015) “BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS”
• ARE 833.248 (2021) “DIRIETO AO ESQUECIMENTO”

▪ Juris STF
• ARE 833.248 (2021) “DIRIETO AO ESQUECIMENTO”
“É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao
esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da
passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente
obtidos e publicados em meios de comunicação social – analógicos ou
digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de
expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos

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parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra,


da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e
específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível”.

QUESTÃO 06 De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, “ninguém será


submetido a tortura, nem tratamento desumano ou degradante”. Essa previsão faz
parte dos:
a) Direitos do Estado de Sítio.
b) Direitos Políticos.
c) Direitos Sociais.
d) Direitos e Deveres Individuais e Coletivos.

QUESTÃO 07 A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia,


a prática:
a) da tortura.
b) do descaminho.
c) do contrabando.
d) de improbidade.
e) de homicídio simples.

QUESTÃO 08 Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou


degradante, exceto quando violar direito da pessoa idosa ou criança em situação de
risco.
Certo ( ) Errado ( )

QUESTÃO 09 O dispositivo constitucional que determina que "ninguém será


submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante"
A) não admite interpretação extensiva, por tratar-se de norma definidora de direito
fundamental.
B) constitui norma programática.
C) ocupa o mesmo grau hierárquico do dispositivo constitucional que determina a
gratuidade do ensino público.

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D) define um direito coletivo, na medida em que todos os cidadãos brasileiros são


titulares desse direito.

QUESTÃO 10 A Constituição Federal prevê que "ninguém será submetido a tortura


nem a tratamento desumano ou degradante". Esse dispositivo de proteção abrange
apenas o sofrimento físico, único inerente à tortura.
Certo ( ) Errado ( )

QUESTÃO 11 A respeito de direitos e garantias fundamentais estabelecidos pela


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens seguintes.
A tortura é constitucionalmente proibida, exceto para salvar a vida de outras pessoas.
Certo ( ) Errado ( )

Gabaritos: 06 D 07 A 08 ERRADO 09. C 10. ERRADO 11. ERRADO

4.6 Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem,


da vida

privada, da honra e da imagem


X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.

Tal inciso visa proteger a utilização indevida da imagem, podendo ser indenizado
pelos danos materiais ou morais sofridos. A garantia a inviolabilidade a intimidade,
a vida privada, a honra e a imagem têm como objetivo resguarda a dignidade da
pessoa humana, com o intuito de preservar o conhecimento por parte de terceiros
sobre sua vida privada podendo se manifestar caso ocorra alguma violação ao direito
assegurado. Como exemplo de preservação da imagem o STF editou a súmula
vinculante nº 11, que restringe o uso de algemas, podendo ser utilizadas apenas nos
casos de resistência, fundado receio de fuga, perigo a integridade física própria ou
alheia por parte do preso.

Direito a intimidade

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O direito a intimidade reflete a vida secreta do indivíduo, que deve ser reservada
penas para si, sem qualquer repercussão social. Esse direito está ligado a essência
de cada pessoa, aos seus anseios e temores mais íntimos.

Direito a vida privada


A vida privada é o convívio com as outras pessoas, o viver em sociedade,
compartilhando suas convicções, mas resguardando em si uma parcela social. A
intimidade está alocada dentro da vida privada do indivíduo, elas são esferas
diferentes.

Direito a honra
A honra do indivíduo pode ser dividida em objetiva e subjetiva. A honra objetiva
protege o apreço moral do sujeito perante o seu meio de convivência, ou seja, é a
percepção que a sociedade tem sobre a pessoa. Já a honra subjetiva, protege o
apreço que o indivíduo tem sobre si mesmo e sua personalidade.

Direito a imagem
A imagem do sujeito diz respeito a sua representação externa, a caracterização de
seus atributos físicos.

No entanto, esses direitos possuem uma inviolabilidade mitigada, vez que os


indivíduos podem deixar de exercê-los por vontade própria, quando assinam um
contrato e se dispõem a participar de um reality show, por exemplo.

4.7 Inviolabilidade de domicílio – inciso XI

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar


sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial.

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A Constituição consagrou a inviolabilidade domiciliar dentre os direitos individuais,


com o fito de proteger a intimidade e a vida privada dos indivíduos. A princípio, sem
o consentimento do morador ninguém poderá́ penetrar em sua casa, em prol das
relações que permeiam a vida particular no interior de seu lar.

O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento mais amplo possível para o


significado constitucional da palavra “casa”. Nesse contexto, a expressão compreende
qualquer compartimento habitado, inclusive aposento ocupado de habitação coletiva
(quartos de hotel, pensão, motel e hospedaria, desde que ocupados) e ainda qualquer
compartimento não aberto ao público, onde se exerce profissão ou atividade (RHC
90.376, rel. Min. Celso de Mello, j. em 3-4-2007, DJ de 18-5-2007).

A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
COM o consentimento do morador, pode entrar a qualquer hora;
SEM o consentimento do morador, pode entrar nas seguintes hipóteses

começa e termina o dia? O assunto está longe de ser pacificado na doutrina, que
oferece critérios distintos. Luiz Alberto David Araújo, que adota o critério da
iluminação solar, ou seja, enquanto esta não se findar será́ dia. Portanto, dia é o
período entre o alvorecer e o anoitecer. Estabelecer um critério fixo em horas seria

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temerário, visto que em algumas regiões do Brasil o sol surge mais cedo e se põe mais
tarde. Outra parte da doutrina vem entendendo como dia o horário que vai de 6:00h
até as 18:00h e que nesse horário somente é permitido o ingresso em casa de
terceiros nas hipóteses emergências ou de urgências como (flagrante, desastre,
prestar socorro e autorização judicial).

A autorização para violação do domicílio, aqui referida, somente pode emanar de uma
autoridade judicial, de um juiz. É o que se chama de “reserva de jurisdição”.

QUESTÃO 12 Observadas as ressalvas constitucionais e jurisprudenciais, os espaços


que poderão ser protegidos pela inviolabilidade do domicílio incluem
I o local de trabalho do indivíduo.
II a embarcação em que o indivíduo resida e(ou) exerça atividade laboral.
III o recinto ocupado provisoriamente pelo indivíduo.
IV o imóvel que o indivíduo ocupe por empréstimo.
V o quarto de hotel que seja ocupado pelo indivíduo.

Assinale a opção correta.

a) Apenas os itens I, III e IV estão certos.


b) Apenas os itens II, III e V estão certos.
c) Todos os itens estão certos.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens IV e V estão certos.

QUESTÃO 13 Segundo a disciplina constitucional do direito à inviolabilidade do


domicílio, considere as seguintes afirmações.
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I. Em razão do caráter emergencial, nas hipóteses de flagrante delito, desastre ou


para prestar socorro, a casa poderá ser invadida a qualquer hora do dia ou da noite,
sem o consentimento do morador.
II. Sendo a casa asilo inviolável do indivíduo durante a noite, mesmo na hipótese de
flagrante delito, nela não se poderá adentrar sem o consentimento do morador.
III. Para o cumprimento de determinação judicial, poder-se-á ingressar na casa, se
não houver consentimento do morador, somente durante o dia.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

Gabaritos: 12 C 13 D

4.8 Sigilo de correspondência e de comunicação

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações


telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso
(comunicações telefônicas), por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal.

Protege-se, por meio do dispositivo, quatro formas de comunicação: a


correspondência, a telegráfica, de dados e a telefônica.

(ATENÇÃO) Segundo entendimento do STF (RExt 418.416/SC; DJ de


19.12.2006), o objeto protegido aqui não são os dados, as informações
em si, mas a sua comunicação restringida. A troca de informações
(comunicação) é que não pode ser violada por sujeito estranho à
comunicação.

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A Constituição Federal, naquele dispositivo, trata de excepcionar apenas as


comunicações telefônicas, prevendo a possibilidade de sua violação desde que a
mesma se dê por ordem judicial (“reserva de jurisdição”), nas hipóteses e na forma que
a lei estabelecer – Lei n. 9.296, de 1996 - e, unicamente, para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal.

Isso não significa que as demais formas de comunicação sejam absolutas. Sua
limitação pode constar da legislação infraconstitucional, desde justificada
constitucionalmente, além de ser razoável, proporcional.

(ATENÇÃO) Conforme entendimento do STF (RExt 212.081/RO; DJ de


27.03.1988), a gravação de conversa telefônica feita por um dos
interlocutores, mesmo sem conhecimento do outro, não constitui
interceptação telefônica – que pressupõe a existência de um terceiro alheio
-, podendo ser realizada independentemente do cumprimento dos
requisitos mencionados no dispositivo.

Também segundo o entendimento do STF (RExt 583.937; DJ de 18.12.2009), é lícita a


prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem
o conhecimento do outro.

Logo, meu caro aluno, a inviolabilidade de correspondência, e de dados pode-se dizer


que a Constituição Federal não estabelece exceções quando a sua violabilidade,
diferentemente das comunicações telefônicas, visto que essas podem ser violadas
por ordem judicial para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal, e neste mesmo sentido o que estabelecer a lei 9.296/96 ao autorizar a
interceptação telefônica. Deve-se levar em conta que a violabilidade só e possível pelo
poder Judiciário, e por obediência a harmonia dos poderes e da cláusula de reserva
jurisdicional , proibindo neste caso o legislador infraconstitucional de autorizar a
quebra de tal sigilo, bem como decisões administrativas. Em relação a CPIs podem
determinar quebra do sigilo fiscal, bancário e de dados, incluindo os telefônicos (lista
de ligações feitas e/ou recebidas) mas não podem determinar interceptação telefônica

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(escuta, grampo) por conta da cláusula de reserva jurisdicional.

Lembre-se que nenhum direito é absoluto! Dessa forma, embora a


Constituição diga que somente as comunicações telefônicas podem ser
violadas, por meio de decisão judicial, as outras (sigilo da
correspondência e das comunicações telegráficas) também podem. Ex:
carta do preso enviando ordem aos comparsas que estão fora da cadeia.

4.9 Liberdade de profissão

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas


as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Garante-se, assim, o direito à liberdade de exercício profissional.

Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), a norma aqui consubstanciada é de


eficácia contida e de aplicabilidade imediata, o que significa que, em princípio,
podemos exercer qualquer trabalho, ofício ou profissão, até que norma
infraconstitucional venha a estabelecer limites (relatividade).

Neste ponto devemos atentar para algumas importantes decisões do STF sobre o
assunto:
o “A vedação do exercício da atividade de advocacia por aqueles que
desempenham, direta ou indiretamente, serviço de caráter policial, prevista no
art. 28, V, da Lei 8.906/1994, não se presta para fazer qualquer distinção
qualificativa entre a atividade policial e a advocacia. (...) O que pretendeu o
legislador foi estabelecer cláusula de incompatibilidade de exercício simultâneo
das referidas atividades, por entendê-lo prejudicial ao cumprimento das
respectivas funções. (...) Elegeu-se critério de diferenciação compatível com o
princípio constitucional da isonomia, ante as peculiaridades inerentes ao
exercício da profissão de advogado e das atividades policiais de qualquer
natureza” (STF, ADI 3.541, DJE de 24-3-2014.).

o “Nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento

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de condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando


houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em
conselho de fiscalização profissional. A atividade de músico prescinde de
controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da
liberdade de expressão” (STF, RE n. 414.426, DJE de 10-10-2011).

o "O jornalismo é uma profissão diferenciada por sua estreita vinculação ao pleno
exercício das liberdades de expressão e de informação. (...). Isso implica,
logicamente, que a interpretação do art. 5º, XIII, da Constituição, na hipótese
da profissão de jornalista, se faça, impreterivelmente, em conjunto com os
preceitos do art. 5º, IV, IX, XIV, e do art. 220, da Constituição, que asseguram as
liberdades de expressão, de informação e de comunicação em geral. (...) No
campo da profissão de jornalista, não há espaço para a regulação estatal
quanto às qualificações profissionais. O art. 5º, IV, IX, XIV, e o art. 220 não
autorizam o controle, por parte do Estado, quanto ao acesso e exercício da
profissão de jornalista. Qualquer tipo de controle desse tipo, que interfira na
liberdade profissional no momento do próprio acesso à atividade jornalística,
configura, ao fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, caracteriza
censura prévia das liberdades de expressão e de informação, expressamente
vedada pelo art. 5º, IX, da Constituição. (...)” (STF, RE n. 511.961, DJE de 13-11-
2009).

Como consequência deste último julgamento, ficou consignado pelo STF que, (a) o
artigo 4º, inciso V, do Decreto-Lei n. 972, de 1969, ao exigir diploma de curso superior
para o exercício da profissão de jornalista, não foi recepcionado pela CF e, (b) que, o
Estado não pode criar uma ordem ou um conselho profissional (autarquia) para a
fiscalização da profissão de jornalista.

Ainda, no contexto, o artigo 5º, inciso XIV, da CF assegura “a todos o acesso à


informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.
Ressaltemos a proteção ao sigilo da fonte, quando isso for necessário ao exercício da
liberdade de informação jornalística pelos profissionais respectivos.

4.10 Direito à informação e sigilo profissional

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional
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(...)

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

(...)

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais,
inclusive nos meios digitais. (Incluído pela EC nº 115, de 2022)

O acesso à informação, é um direito essencial do Estado Democrático de Direito, pois


a democracia é realizada com a participação da sociedade e o acesso à informação
é um dos requisito para seu exercício. O direito a informação é para assuntos pessoais
ou da coletividade, garantido a todos os cidadãos com o objetivo de fornecer
informações relacionadas a assuntos público. Tal acesso pode-se dizer que é absoluto,
pois a leis restringe o acesso a informações quando em segredo de justiça. Aqui é
protegido o sigilo profissional, considerando crime a violação de segredo profissional,
ou seja, quem passa informações relacionadas com o cargo, função que exerce. O
advogado, por exemplo, tem inviolabilidade do seu local de trabalho, correspondência
e deve guardar sigilo com relação a informações que saiba em razão do cargo. No
entanto, tal sigilo pode ser violado quando houver a necessidade de busca e
apreensão com autorização.

A Constituição Federal, por meio do inciso XIV do art. 5°, estabelece como direito
individual o acesso de todos à informação. O livre acesso à informação nada mais é
do que uma consequência inerente a um Estado Democrático de Direito, que decerto
se preocupa em garantir à população o conhecimento sobre os diversos fatos e
acontecimentos que formarão o cidadão esclarecido e devidamente instruído.
Qualquer ato que impeça o direito de acesso à informação não estará́ amparado pela
Constituição (ADIns 3.742 e 3.743, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 6-9-2006,
Informativo STF n. 439).

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4.11 Direito de locomoção

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;

O direito à liberdade de locomoção nos faculta, de forma livre, a possibilidade de ir,


de vir e permanecer, trazendo conosco os nossos bens. Assim como os demais direitos
fundamentais e em regra, o direito à liberdade de locomoção não é absoluto,
podendo ser restringido, por exemplo e conforme dispõe o inciso XV, do artigo 5º, da
CF, em tempo de guerra.

No entanto, aquele que sofrer ou estiver ameaçado de sofrer violência ou coação em


sua liberdade de locomoção poderá utilizar-se do remédio constitucional do habeas
corpus (art. 5º, inciso LXVIII, da CF).

4.12 Direito de reunião

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos


ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente.

O direito de reunião é assegurado na Constituição Federal, mas as pessoas que irão


participar da reunião devem comunicar previamente a autoridade competente para
evitar que a reunião frustre (atrapalhe) reunião anteriormente marcada para o mesmo
local. O direito de reunião é uma forma de manifestação exercido por um conjunto de
pessoas, com objetivos de defender seus interesses individuas ou coletivos, é uma
forma de participação ativa da sociedade. Pode-se dizer que a reunião apresenta
como elementos a pluralidade de pessoas, duração limitada, dever ser pacífica e sem
armas e em local delimitado aberto ao público. Havendo violação ao direito de reunião
cabe impetrar mandado de segurança.

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o “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,


independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
aviso à autoridade competente”.

A liberdade de reunião possui nítida feição coletiva e se coloca como um direito


“meio”, pois viabiliza o direito amplo à liberdade de expressão.

Na reunião, a união, o agrupamento das pessoas se dão por período limitado, de


forma não permanente.

Aqui, é importante que atentemos para a decisão tomada pelo STF, na ADPF 187:
o “Concluiu-se que a defesa, em espaços públicos, da legalização das drogas ou
de proposta abolicionista a outro tipo penal (desde que não implique em
incitamento à prática de ações ilegais) não significaria ilícito penal (em especial,
a “apologia de crime ou criminoso”, conforme o artigo 287, do CP), mas, ao
contrário, representaria o exercício legítimo do direito à livre manifestação do
pensamento, propiciada pelo exercício do direito de reunião.” (STF, ADPF 187,
julgamento em 15-6-2011).

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• Não é preciso de autorização para que seja realizado um dia de reunião, ou


seja, não é preciso de autorização de uma autoridade pública;
• É necessário um prévio aviso para que o Estado possa se preparar, garantir
o direito de reunião e para não frustrar outra reunião;
• É tratado sempre em local aberto, pois em local fechado não é algo de
interesse do Estado;
• A reunião deve ser obrigatoriamente pacífica, (será pacífico quando não há
armas);
• Esse direito a reunião é um direito que não é absoluto e pode ser suspenso,
ou seja, pode ser limitado em Estado de Exceção;
• As reuniões no seio da associação podem ser suspensas;
• Em situação de Estado de Exceção, as reuniões fechadas podem sofrer
limitações.

Professor, quando a Polícia pode interpretar como uma reunião


armada? Para o STF deve ser aplicado o princípio da
proporcionalidade e razoabilidade.

Exemplo: Há uma reunião com 100 mil integrantes, 5 indivíduos de


má índole levam armas, a reunião não deve ser finalizada, estes 5
sujeitos devem ser retirados da reunião e a mesma deve prosseguir.

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4.13 Direito de Associação

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter


suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado.
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

O direito de associação, de acordo com os ensinamentos de Pontes de Miranda, “é o


direito de exercício coletivo que, dotado de caráter permanente, envolve a coligação
voluntária de duas ou mais pessoas, com vistas à realização de objetivo comum, sob
direção unificante”.

Queridos concurseiros, dentre os elementos nucleares das associações, podemos


destacar: plurissubjetividade (duas ou mais pessoas); base estatutária; permanência;
fins comuns e lícitos; direção unificante.

Estes incisos consagram a liberdade de associação, ou seja, podem criar associação,


se associar quem quiser ou desligar-se da sociedade e dissolver-se. Não confundir
direito de Associação com direito de reunião. A associação pressupõe um vínculo de
maior duração, permanente; quando fala em reunião, entende-se um vínculo
transitório. Vale lembrar que o inciso estabelece que a criação de associação bem
como a de cooperativas não precisa de autorização. Aqui também é proibido a
interferência estatal no funcionamento de associações e de cooperativas. Há
ainda duas restrições com relação a liberdade de associação são; criação de associação
que não seja para fins lícitos e de caráter paramilitar. Fins lícitos são aquele não

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contrário ao ordenamento jurídico como, por exemplo, uma associação para pratica
de um crime. Caráter paramilitar seria a associação que tenha características de um
corpo militar, estrutura de tropa ou exército.

Para dissolver associações precisa de decisão transitada em julgado; para


suspender, não precisa haver o trânsito (pode ser até mesmo decisão
antecipatória ou cautelar).

O inciso XXI, estabelece que as entidades associativas, quando expressamente


autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente. Aqui, temos a legitimidade para as entidades associativas
representarem seus filiados judicial ou extrajudicial, ou seja, caracteriza-se na verdade
uma substituição processual.

O direito aqui assegurado deve ser quando expressamente autorizadas tais entidade
a representar seus filiados, esta autorização pode estar prevista na lei, estatutos, ou
ser autorizado pelo próprio associado, bem como por assembleias. Tal associação visa
defender os direitos de seus associados, direitos esses que podem ser individuais,
coletivos ou difusos.

Vale lembrar que a entidade para impetrar Mandado de Segurança Coletivo é


dispensado a autorização dos associados (Súmula 629 do STF).

O direito de associação, é um direito paralelo com a reunião e PODE SER COBRADO


EM QUESTÃO:

• É um direito que não precisa de autorização estatal;


• O Estado não pode intervir;

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• Há o princípio da facultatividade, se está livre para associar e também para sair


da associação;
• Não se pode ter uma associação para fins ilícitos e paramilitares;

Se liga no BIZU FOCUS

Reunião e Associação

RESUMINDO, tudo o que for questão de reunião e associação. Isso sempre cai em
provas. A reunião é pacífica, em lugar aberto, não precisa de autorização. Outro
detalhe, tanto para dissolver o funcionamento de uma associação, como para
suspender, é necessária uma decisão judicial. Veja, se você quiser simplesmente
acabar com uma associação, que é uma decisão gravíssima, você só vai cumprir essa
ordem do juiz após o trânsito em julgado.

4.14 Direito à propriedade

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá́
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será́ objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
meios de financiar o seu desenvolvimento;

Nos termos do Código Civil(CC), artigo 1.228, o direito de propriedade constitui-se


das faculdades de usar, gozar e dispor de uma coisa, de um bem, e o direito de reavê-

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la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

No artigo 5º, inciso XXII, a Constituição Federal(CF) assegura o direito de propriedade


como um direito fundamental de primeira dimensão e do qual pode ser titular tanto
uma pessoa física quanto jurídica.

A nossa Carta Magna garante tanto o direito à propriedade de bens corpóreos, como
a de bens incorpóreos.

Assim é que, no artigo 5º, inciso XXVII, a CF vai prever que aos autores pertence o
direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. Assegura-se, aqui, o direito à propriedade
intelectual, na espécie propriedade autoral ou direito de autor.

Também, o artigo 5º, inciso XXIX, da CF dispõe que a lei assegurará aos autores de
inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País. Assegura-se, aqui, o direito à propriedade intelectual, na espécie
propriedade industrial.

A CF ainda vai prever especial proteção à pequena propriedade rural, dispondo, em


seu artigo 5º, inciso XXVI, que a mesma, conforme definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o
seu desenvolvimento.

O direito de propriedade, assim como os demais direitos fundamentais, não é


absoluto. A própria Constituição Federal estabelece diversas limitações. Outras, ainda,
podem ser encontradas na legislação infraconstitucional.

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A primeira delas é a submissão da propriedade a sua função social.

Dispõe o artigo 5º, inciso XXIII, da CF que toda a propriedade deverá atender a sua
função social.

Enquanto limite, a função social exige que o exercício do direito de propriedade se


faça de forma a não prejudicar (art. 1228, parágrafo 2º, do CC) e, também, a atender,
em maior ou menor medida, certos interesses coletivos, como a preservação da flora,
da fauna, das belezas naturais, do equilíbrio ecológico e do patrimônio histórico e
artístico (art. 1228, parágrafo 1º, do CC).

A Constituição Federal ainda estabelece, nos artigos 182, parágrafo 2º e 186, os


elementos caracterizadores do cumprimento da função social pela propriedade
urbana e rural, respectivamente.

Segundo o artigo 5º, inciso XXV, da CF, no caso de iminente perigo público, a
autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior (posterior), se houver dano.

O dispositivo está prevendo aquilo que se conhece como requisição administrativa,


que é uma espécie de “empréstimo forçado”, por meio do qual - diante de um perigo
iminente e para fazer frente a ele - uma autoridade pública requisita (é um ato dotado
de autoexecutoriedade) bens móveis ou imóveis, devolvendo-os, posteriormente e
indenizando o seu proprietário, mas apenas se houver causado danos aos mesmos.

Como se pode ver, então, pelo mero uso do bem requisitado não há indenização.

A Constituição Federal dispõe de várias hipóteses em que o proprietário poderá


perder seu bem, móvel ou imóvel, por meio da desapropriação.

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Assim, inicialmente, dispõe o artigo 5º, inciso XXIV, da CF, que a lei estabelecerá o
procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro.

Nesta hipótese de desapropriação, por necessidade pública, utilidade pública ou


interesse social, o Estado deverá promover a justa e prévia indenização em dinheiro.

Nos artigos 182, parágrafo 4º e 184, a CF vai abortar as hipóteses de desapropriação


de bens imóveis urbanos e rurais, respectivamente, em virtude de o seu proprietário
ter descumprido a função social (é a chamada desapropriação sanção).

Conforme o artigo 182, parágrafo 4º, da CF fica facultado ao Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de, dentre outras medidas,
desapropriação, com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10(dez)
anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização
e os juros legais.

Nos termos do artigo 184, da CF, compete à União desapropriar, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor
real, resgatáveis no prazo de até 20(vinte) anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Por fim, o artigo 243, da CF vai trazer uma modalidade de desapropriação em que não
há indenização ao proprietário, a chamada “desapropriação confisco” ou expropriação.

Segundo o dispositivo, as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País

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onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de


trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e
a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Exemplo: Imagine que você possui uma fazenda, entretanto, seu filho
planta maconha em seu terreno. O STF compreende que ocorrerá a
expropriação da propriedade que não alcançou a sua função social e foi
condenada, flagrada com o plantio de drogas. A propriedade inteira será
expropriada, mesmo que seu filho tenha plantado em apenas uma parte do
terreno, ou seja, sem pagamento de indenização.

• Se for feita uma requisição de iniciativa que limite a posse, mas não teve dano,
não há que se falar em indenização.

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A herança representa o conjunto dos bens – corpóreos e incorpóreos – que se forma


com o falecimento da pessoa que era o seu proprietário.

Esse conjunto de bens será transmitido aos herdeiros, legítimos e testamentários, por
meio de uma série de atos chamada de “sucessão”, prevista nos artigos 1.784 a 2.027,
do Código Civil.

Em primeiro lugar, a CF garante, no artigo 5º, inciso XXX, o direito de herança, ou seja,
o direito dos herdeiros à propriedade dos bens deixados pelo “de cujus”.

Depois, no inciso XXXI, do artigo 5º, a CF prevê que a sucessão de bens de estrangeiros
situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos

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brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”, ou
seja, do autor da herança.

Assim, segundo este dispositivo, em princípio aplicam-se as disposições constantes


do Código Civil, a não ser que sejam mais favoráveis aos herdeiros brasileiros a
legislação do país de origem do “de cujos”, sendo a mesma aplicada.

4.15 Direitos Autorais

XXVII- aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou


reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII- são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da


imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem


ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;

XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para
sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social
e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

• O direito autoral não é sobre a questão artística, mas sim industrial.

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4.16 Direito à Herança

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela


lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

4.17 Defesa do Consumidor

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.

Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.

4.18 Garantias administrativas (Direito de Petição e de certidão)

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de


taxas:
a) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) A obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos
e esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

Dentre as garantias fundamentais e para além das ações constitucionais, vamos


encontram um importante mecanismo, o direito de petição, previsto no artigo 5º,
inciso XXXIV, alínea “a”, da CF, segundo o qual é assegurado a todos,
independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

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Por meio dele qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira) pode
provocar os Poderes Públicos para, noticiando um fato, buscar a defesa de um direito
(individual ou coletivo), ameaçado ou lesionado, ilegalmente ou com abuso de poder.

O direito de petição não se confunde com o direito de ação (art. 5º, inciso XXXV, da
CF), o qual permite buscar, especificamente, o Estado Juiz (Judiciário), para resolver
um conflito de interesses.

Observe, ainda, que a atuação junto ao Judiciário exige capacidade postulatória –


geralmente pertencente ao advogado -, enquanto o exercício do direito de petição
pode se dar, em regra, por qualquer cidadão.

Não há uma forma pré-definida para o exercício do direito que, segundo o dispositivo
constitucional, é, também, gratuito.

Neste sentido, a Súmula Vinculante n. 21, do STF dispõe que

o “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro


ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.

Segundo a doutrina e jurisprudência dominantes, a recusa na expedição de certidões


é combatida por meio de mandado de segurança e não habeas data. Isso porque
direito de certidão (ainda que de interesse pessoal) não se confundiria com direito de
informação

DIREITO DE PETIÇÃO DIREITO DE CERTIDÃO


Direito de todos os indivíduos em É o direito de todos os indivíduos
requerer das autoridades um pedido obterem de repartições públicas

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de providencia ou de intervenção em certidões para a defesa de atos e


prol de interesses individuais ou esclarecimentos de situações de
coletivos próprios ou de terceiros, de interesse pessoais, independentemente
pessoa física ou jurídica (excepcionando do pagamento de taxas para sua
a legitimidade das Forças Armadas) que obtenção.
estejam sendo violados por ato ilegal ou Regulado pela Lei n. 9.051/95.
abusivo de poder, de caráter gratuito e
representado por advogado.
Não guarda semelhança com o direito de
ação (este último ocorre quando há
ameaça ou lesão a direito).

4.19 Acesso à jurisdição e segurança jurídica


4.20 Princípio da inafastabilidade da jurisdição (XXXV)
4.21 Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada (XXXVI)
4.22 Princípio do juiz natural e vedação do tribunal de exceção (XXXVII)

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça


a direito.

XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a


coisa julgada

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção

O inciso XXXV é o chamado princípio da inafastabilidade da jurisdição. Por meio


dele, tanto se assegura ao Judiciário o monopólio da jurisdição, quanto faculta à
pessoa o direito de ação. Aqui assegura que todos tem direito ao acesso à justiça para
postular direitos individuais ou coletivos. Aqui, apenas garante o direito de ação, não
a garantia de uma sentença de mérito, pois esta é necessário que as partes
apresentem as condições de uma ação.

O dispositivo em tela tem em mira, em especial, a atuação do legislador ordinário que


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não poderá́ lançar mão dos meios normativos elencados no art. 59 da Constituição,
que impeçam a apreciação e solução dos conflitos de interesses pelo órgão do Poder
Judiciário. Segundo Nery Jr.: “Embora o destinatário principal desta norma seja o
legislador, o comando constitucional atinge a todos indistintamente, vale dizer, não
pode o legislador e ninguém mais impedir que o jurisdicionado vá́ a juízo deduzir
pretensão”.

No artigo 5º, inciso XXXVI, a Constituição Federal promoverá uma proteção geral às
relações jurídicas (segurança nas relações jurídicas), vendando, como regra, que lei
nova possa retroagir, prejudicando o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.

Esta previsão também consta do artigo 6º, do Decreto-Lei n. 4.657, de 1942 (Lei de
Introdução às normas do Direito Brasileiro), o qual conceitua aqueles três institutos.

Decreto-Lei n. 4.657, de 1942


(Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro)
Art. 6º (...)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente
ao tempo em que se efetuou.

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou


alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício
tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem.

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já


não caiba recurso.

Consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição
pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem (p. ex.: o preenchimento de todos os

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requisitos para a aposentadoria; a aquisição do direito às férias).

De sua parte, reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente
ao tempo em que se efetuou (p. ex.: um contrato de compra e venda). Assim como o
direito adquirido (que decorre diretamente da lei), o ato jurídico perfeito (que decorre
diretamente de um ato negocial) cria certas posições de vantagem, que podem ser
exigidas imediatamente ou no futuro, e não serão alteradas por lei superveniente.

E, chama-se coisa julgada ou caso julgado, a decisão judicial de que já não caiba
recurso.

Neste contexto devemos conhecer o conteúdo da Súmula n. 654, do STF, a qual prevê
que:

o “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da


CF, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado”.

A súmula expressa o entendimento segundo o qual o ente estatal que editou a lei que
preveja sua aplicação retroativa, não pode alegar a proteção do artigo 5º, inciso XXXVI,
da CF para se recusar a cumpri-la, o que seria um contrassenso.

Ainda, é conhecido o entendimento do STF no sentido de que não há, de parte do


servidor público, direito adquirido a regime jurídico, o que implica na possibilidade,
por exemplo, de mudança dos critérios para a concessão de um adicional ou
gratificação, sem que isso represente ofensa ao dispositivo.

O dispositivo XXXVII estabelece o princípio do juiz natural, um dos corolários do


Estado Democrático de Direito, cuja premissa básica é garantir ao cidadão ser

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processado e julgado por juiz investido de competência, delineada abstratamente, de


forma objetiva, com observância de critérios definidos em normas regimentais,
previamente determinadas. Segundo o entendimento de Alexandre de Moraes,
“tribunal de exceção é aquele criado após o cometimento do fato. Considera-se que
neste tribunal há uma predisposição para condenar o réu, uma vez que foi instituído
para proceder a um julgamento predeterminado, comprometendo a imparcialidade
do juiz”.

Esse dispositivo, prever também que o réu deve saber previamente por qual órgão
estatal será julgado. É aqui vedado a criação de tribunal de exceção, que seria um
tribunal criado por certo período para julgar casos específicos, e que sua composição
poderia ser feita por qualquer pessoa, ou seja, até mesmo quem não é juiz. Como
exemplo de tribunal de exceção temos o conhecido Tribunal de Nuremberg. É
importante lembrar que com a criação de justiça especializadas como a Justiça Federal,
justiça Militar e Justiça eleitoral não caracteriza tribunais de exceção, seriam apenas
prerrogativas de foro.

4.23 Tribunal do Júri

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe


der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

O Tribunal do Júri é um órgão especial do Poder Judiciário de primeira instância,


pertencente à Justiça Comum Estadual ou Federal, colegiado e heterogêneo, formado
por um juiz togado, que é seu presidente, e por 25 (vinte e cinco) jurados, 7 (sete) dos
quais compõem o Conselho de Sentença, que tem competência mínima para o processo

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e julgamento dos crimes dolosos contra a vida, temporário, porquanto constituído para
sessões periódicas, sendo depois dissolvido, dotado de soberania quanto às decisões,
tomadas de maneira sigilosa e com base no sistema da íntima convicção, sem
fundamentação, de seus integrantes leigos.

O Tribunal do Júri é reconhecido constitucionalmente porque configura,


precipuamente, proteção à pessoa, no sentido de poder ser julgada por um Tribunal
Popular, ou seja, pelos seus semelhantes, em determinados crimes. A dogmática
constitucional prescreve quatro premissas básicas, norteadoras da atuação legislativa
infraconstitucional, quando proceder à organização do Tribunal do Júri:

A plenitude de defesa prevista no Tribunal do Júri estabelece a utilização de


todos os meios de defesa possíveis, tem o acusado o direito já garantido pela
própria Constituição Federal, direito a ampla defesa.
O sigilo das votações significa que a opinião dos jurados deve ser
resguardada, para que suas atuações não fiquem limitadas nem cercadas de
constrangimentos, o que impediria que, por fatores outros, a verdade no
julgamento prevalecesse

A soberania dos veredictos estabelece que as decisões do tribunal do júri


não podem ser modificadas por outro órgão, no entanto há a possibilidade de
impetrar recurso quando as decisões forem contrarias aos autos, podendo haver
o pedido de um novo júri ou mesmo de uma revisão criminal.
A competência par julgamento dos crimes dolosos contra a vida é do
Tribunal do Júri. Nada impede que outras competências sejam atribuídas ao
Tribunal do Júri. Mas não é possível retirar a competência que lhe foi
constitucionalmente conferida. Assim, cumpre destacar que são crimes dolosos:
homicídio (tentado e consumado); instigação, auxílio ou induzimento ao suicídio;
infanticídio; e aborto.

Cabe ressalvar que o júri também pode julgar crimes que não sejam dolosos contra a
vida, desde que conexos com estes. Ex.: caso uma pessoa mate a outra (homicídio

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doloso) e depois esconda o corpo (ocultação de cadáver), ela será levada a júri, que
julgará ambos os crimes.

Competência do júri não é absoluta, pois os casos de foro privilegiado (também


chamado de foro por prerrogativa de função) previstos na Constituição Federal a ela
se sobrepõem.

❑ JURIS – STF

▪ SÚMULA 206 - É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de


jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo.

▪ SÚMULA 712 - É nula a decisão que determina o desaforamento de processo


da competência do júri sem audiência da defesa.

▪ SÚMULA 713 - O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é


adstrito aos fundamentos da sua interposição.

▪ SÚMULA 721 - A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece


sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela
Constituição estadual. [SV. Nº 45]

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➢ SÃO DE COMPETÊNCIA DO JÚRI: (ART. 121 – 126, CP)

✓ Homicídios
✓ Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio,
✓ Infanticídio
✓ Abortos

➢ NÃO SÃO DE COMPETÊNCIA DO JÚRI:

Ø Latrocínio
Ø Genocídio
Ø Ato infracional
Ø Homicídio Culposo

Professor, quais são as exceções AO TRIBUNAL DO JURI?

Ø PREFEITOS - JULGADOS PELO TJ (Art. 29, X, CF88)

Ø JUIZES E PROMOTORES – JULGADOS PELO TJ (Art. 96, III, CF/88)

Ø PR / VICE / MIN / CONGRESSISTAS / PGR / CMT FFAA /


DIPLOMATAS / MINISTROS (STF – STJ – TST – TSE – STM – TCU) –
JULGADOS PELO STF (Art. 102, I, “b” e c” da CF88)

Ø GOVERNADORES – JULGADOS PELO STJ ( Art. 105, I, “a” da CF88)

Ø JUIZES FEDERAIS E PROCURADORES DA REPÚBLICA –


JULGADOS PELO TRF (Art. 108, I, CF88)

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4.24 Legalidade e anterioridade da lei penal incriminadora

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação lega

O inciso XXXIX, do artigo 5º, da Constituição Federal erige, de uma só vez, dois
importantes princípios, da anterioridade e da legalidade penal, ao prever que “não
há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

O princípio da legalidade ou da reserva legal impõe que a criação de um tipo penal


somente pode ser feita por lei em sentido estrito, lei ordinária ou lei complementar.

O princípio da anterioridade penal informa que uma determinada ação ou omissão


somente pode ser tida como crime – e punida de acordo – se prevista como tal por
uma lei que lhe seja anterior – à ação ou omissão

4.25 Irretroatividade da lei penal

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

No inciso XL, o artigo 5º, da Constituição Federal estabelece o princípio da


irretroatividade da lei penal, salvo nas hipóteses em que ela possa beneficiar o réu.

Assim, a lei que exclua o crime ou reduza a pena pode retroagir, atingindo fatos
pretéritos. Não considerando mais o fato como crime, cessam os efeitos da sentença
penal condenatória.

Neste contexto, vejamos a Súmula n. 611, do STF:

o Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das


execuções a aplicação de lei mais benigna.

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No contexto do direito fundamental à igualdade, a Constituição Federal, no artigo 5º,


inciso XLI, ainda prevê que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos
e liberdades fundamentais”.

4.26 Delitos imprescritíveis e inafiançáveis

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e


liberdades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;

O Racimo e o golpe de estado (crime de grupos armados, civis ou militares, contra a


ordem constitucional e o Estado Democrático) são inafiançáveis e imprescritíveis.
Racimo e golpe de estado não são crimes hediondos. Imprescritível significa que o
Estado nunca perde o direito de punir.

o criminoso, mesmo que se passem vários anos. O crime de racismo caracteriza


quando existe alguma conduta que impeça o livre acesso a lugares públicos, a cargos
ou empregos, transportes públicos em razão da cor, etnia, religião. Como forma de
ampliar o combate ao racismo o legislador criou a Injúria racial que consiste na
imputação de termos pejorativos referentes a raça, cor, etnia, religião origem ou
condição da pessoa idosa ou deficiente.

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No julgamento do HC-82.424, o STF decidiu que escrever, editar, divulgar


e comerciar livros ‘fazendo apologia de ideias preconceituosas e
discriminatórias’ contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na
redação dada pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às
cláusulas de inafiançabilidade e imprescritibilidade.

Os Crimes hediondos, tortura, terrorismo e tráfico de entorpecentes são inafiançáveis,


insuscetíveis de graça e anistia. Contudo, a Constituição Federal não fala em proibição
ao indulto (só quem fala é a lei dos crimes hediondos – Lei 8.072/90). Crimes hediondo
são aqueles em que traz uma repugnância, sórdido, horrível, no entanto nem todos
os crimes que se mostra com tais características podem ser hediondo, pois o legislador
preferiu definir crimes hediondos os previstos taxativamente na legislação. O tráfico
ilícito de entorpecentes, tortura e terrorismo não são hediondos. A anistia seria o
esquecimento da infração penal, o poder público preferir não punir, há extinção da
punibilidade e não abrange os efeitos civis. A graça é uma espécie de clemência
destinada a pessoa, há extinção da punibilidade, e é solicitado ao presidente da
república. O indulto é um benefício, que também é concedido pelo presidente da
república. Vale lembrar que para os crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins e de terrorismo é inadmissível a concessão de liberdade provisória.

4.27 As Penas

XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Existem duas formas de penas, sendo:

• A pena possível de ser aplicada; e


• A pena que não pode ser aplicada.

XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;


b) perda de bens;
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c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

ATENÇÃO! A única pena que pode ser cumulada com outras é a multa, alínea c) do
inciso XLVI. Outra alínea que deve ser observada é a alínea b), quem irá cumprir a
pena é o condenado, há uma exceção na questão de perda de bens a qual pode ser
repassada para sucessores. É uma exceção ao princípio de individualização da pena,
ou seja, a perda de bens possui a possibilidade de aplicação a sucessores a terceiros
não condenados, disposto no inciso XLV deste artigo.

Exemplo: João possui uma herança para receber, mas o pai que deixou a herança foi
condenado para perder os bens, entretanto seu pai falece, neste caso há a possibilidade
de aplicação ao sucessor João, perdendo sua herança.

XLVII- não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

ATENÇÃO! A Constituição diz que é possível aplicar a pena de morte é uma exceção
em caso de guerra declarada e precisa ser uma guerra internacional, a guerra civil não
autoriza a aplicação da pena de morte.

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LEMBRE-SE, o limite de prisão é até 40 anos, ninguém no Brasil fica preso há mais de
40 anos, pois há a proibição de caráter perpétuo. O limite era de 30 anos, porém, com
o advento da Lei 13.964/2019, o Código Penal sofreu mudanças.

OBSERVE QUE, pena cruel não é tortura, pode ser uma questão de prova, tortura é
crime, se uma questão afirmar que, “no Brasil está expressamente vedada a aplicação
da pena de tortura” será uma afirmativa errônea, porque pena é cruel, a tortura é
crime.

4.28 Princípio do juiz natural e do devido processo legal

LIII – ninguém será́ processado nem sentenciado senão pela autoridade


competente;

No ordenamento jurídico brasileiro, o princípio do juiz natural tem assento


constitucional, tanto no presente inciso como no inciso XXXVII, revelando o grau de
importância dispensada pelo legislador constitucional. Aqui se encontra o preceito
básico no tocante ao poder de julgar, porque o princípio do juiz natural impede que
órgãos não judiciários se mostrem como autoridades judicantes. Assim, o órgão
julgador deverá estar estabelecido por meio de regras objetivas de competência,
garantindo-se um julgamento isento de disposição prévia para a condenação.

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4.29 Princípio do devido processo legal

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal.

Seguindo as premissas estabelecidas por Nelson Nery Junior, “devido processo legal
é o conjunto de normas, garantias e princípios, que tem por objetivo resguardar os
direitos fundamentais do indivíduo, principalmente a vida, liberdade e patrimônio,
durante o desenrolar do processo, que deve ser finalizado em prazo razoável, de
modo a permitir a justa composição da lide”.

É considerado pela doutrina um postulado de onde emanam várias garantias


específicas, como direito ao contraditório e ampla defesa, inadmissibilidade de provas
ilícitas, razoável duração do processo, dentre outras. Normalmente, é caracterizado
sob o enfoque formal e material.

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4.30 Princípio do contraditório e da ampla defesa

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados


em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

A Constituição assegurou, com base no princípio do devido processo legal, os


princípios do contraditório e da ampla defesa, de maneira ampliada, englobando o
processo civil, penal e administrativo.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem garantido a amplitude do direito


de defesa, o exercício do contraditório e o devido processo legal (CRFB/88, art. 5o, LIV
e LV) mesmo que em sede de inquéritos policiais e/ou processos originários, cujos
conteúdos devam ser mantidos sob sigilo.

Nessa esteira de pensamento surgiu a Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor,


no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já́
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciaria, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.

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4.31 Princípio da vedação das provas ilícitas

LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.

É a vedação de provas ilícitas. A vedação se estende às provas que mesmo lícitas


derivem das ilícitas por conta da teoria dos frutos da árvore envenenada (também
chamada de ilicitude por derivação). Deve se ressaltar que a ilicitude por derivação
alcança apenas as provas que tenham ligação com a ilícita. Assim, havendo
independência entre as provas, nada impede a condenação, desde que baseada ‘nas
provas boas’.

Ainda sobre o tema, prevalece na jurisprudência a admissibilidade (com reservas) das


chamadas provas emprestadas. Ex.: as provas obtidas em uma ação penal podem ser
utilizadas em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) movido contra o servidor.

4.32 Princípio do estado de inocência ou da não culpabilidade

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória.

Vislumbra-se o chamado princípio da presunção de inocência ou da não-


culpabilidade, cujo objetivo principal é tutelar a liberdade pessoal do indivíduo e
assegurar que enquanto não tiver sentença transitada em julgado ninguém poderá
ser considerado culpado, aqui, estará o acusado em um estado de inocência. É
aplicado aqui o que chamamos de “in dubio pro reo’’, ou seja, existindo dúvida ou falta
de provas para efetuar a condenação do réu deverá ser resolvido em favor do réu, ou
seja será absolvido. Em relação a prisão provisória o Supremo Tribunal Federal tem
entendido que não viola o princípio da inocência, pois a prisão ante de transitado em
julgado tem caráter cautelar.

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Em recente decisão, o STF entendeu que, em respeito ao princípio da


presunção de inocência, candidatos que respondam a processos criminais
sem condenação definitiva podem concorrer a cargos políticos (caso dos
candidatos com ‘ficha suja’).

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação


criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

Em nome do princípio da dignidade da pessoa humana, não poderá́ ser exigida


identificação criminal daquele que já demonstrou sua identidade civilmente, através
da apresentação de documento de identidade reconhecido pela legislação.

A lei mencionada no inciso é a Lei 10.054/2000, cuja redação trouxe várias exceções a
esse dispositivo constitucional, conforme se depreende da leitura de seu art. 3º. Assim,
para aqueles que praticaram os crimes ali previstos, mesmo que civilmente
identificados, haverá́ necessidade de identificação criminal, que inclui a colheita de
impressões digitais e fotografias

Além disso, o art. 1º da citada lei prevê em quais casos o não identificado civilmente
deverá se submeter à identificação criminal.

4.33 Ação penal privada subsidiária da pública

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal.

É a possibilidade de o ofendido ou seu representante ingressar em juízo ante a inércia


do Ministério Público, que é o detentor da ação penal pública. As ações são chamadas
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública. Assim, assegura o ajuizamento da ação
penal privada subsidiaria da pública quando houver inercia do Ministério Público.

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4.34 Princípio da publicidade dos atos processuais

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

A regra é a publicidade dos atos, por conta do princípio da publicidade, previsto para
toda a administração pública. No entanto a lei só poderá limitar a publicação dos atos
processuais quando a defesa e interesse social o exigirem. Lembrando que os atos
processuais são públicos ressalvados os que correm em segredo de justiça e os
direitos relacionados a família.

4.35 Disciplina constitucional da prisão e dos direitos do preso

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

Pode-se dizer que tal inciso reafirma o princípio da liberdade, tal direito à liberdade
estar relacionado ao direito de não ser preso por autoridade salvo nas hipóteses
previstas, bem como direito de não ser aprisionado e direito a proteção do estado.
Sabe-se que somente pode ser preso nos casos de flagrante e devendo ser por ordem
fundamentada de autoridade judiciaria. Lembrando que pressão cautelar não violar
tal dispositivo, pois tal prisão evita que o imputado fuja, tendo apenas medida
cautelar. Nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar pode ser
decretada a prisão independente de flagrante ou ordem judicial. O código militar
estabelecer que o acusado pode ficar preso por até 30 dias, mesmo não havendo
flagrante.

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;

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LXIII – o preso será́ informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será́ imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;
LXVI – ninguém será́ levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;

4.36 Da prisão civil por dívida e o Pacto de São José

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel.

A regra é a inadmissibilidade de prisão civil por dívidas. Atualmente, a exceção se


restringe ao responsável por obrigação alimentícia. Não obstante a questão da
possibilidade da prisão civil do alimentante inadimplente esteja totalmente pacificada
em nosso ordenamento, não logra o mesmo êxito a sistemática em torno do
depositário infiel.

O Brasil aderiu à Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da


Costa Rica), como também ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, que
vedam a prisão civil por dívidas relativas a obrigações contratuais, ressalvando
somente a decorrente de obrigação alimentar.

No julgamento do RE 466.343/SP, o Supremo Tribunal Federal afastou a


possibilidade de prisão civil do depositário infiel e também do alienante
fiduciário. Nesse mesmo julgamento, o Supremo explicitou que os
tratados internacionais sobre Direitos Humanos anteriores à EC 45/04 tem
status de norma supralegal. O tratado internacional referido no
julgamento era o Pacto de São José da Costa Rica, ao qual o Brasil aderiu
em 1992.
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Na Súmula Vinculante 25, o STF reafirmando o posicionamento anterior,


disciplinou que é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito. Na prática, o Pacto de São José da Costa Rica findou
por revogar a legislação interna que previa a prisão nos casos de depositário infiel.

5 Das Garantias Constitucionais Fundamentais


O Título II, da Constituição Federal (CF) elenca direitos e garantias fundamentais.
São previsões jurídicas distintas, que não podem ser confundidas.

Os direitos fundamentais representam os bens, os valores que são socialmente


relevantes e que precisam ser protegidos (p. ex.: a liberdade de locomoção, a vida, a
propriedade).

As garantias fundamentais, por sua vez, possuem natureza instrumental, são


mecanismos que visam à proteção e efetividade dos direitos fundamentais (p. ex.:
direito de petição, mandado de segurança, habeas corpus, habeas data).

Na sequência estudaremos algumas das garantias fundamentais presentes no artigo


5º, da Constituição Federal (CF).

5.1 Habeas Corpus – HC

Conforme dispõe o artigo 5º, inciso LXVII, da CF, “conceder-se-á ‘habeas-corpus’


sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.

O habeas corpus é a ação judicial proposta com o objetivo de assegurar o direito à


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liberdade de locomoção (art. 5º, inciso XV, da CF), ameaçado (quando, então, o
habeas corpus é chamado de preventivo) ou já lesionado (quando o habeas corpus
passa a ser repressivo), por um ato ilegal ou praticado com abuso de poder.

Na ação de habeas corpus vamos identificar três figuras processuais: o impetrante, o


impetrado e o paciente.

O impetrante é o autor da ação, podendo ser pessoa física ou jurídica (desde que em
favor de uma pessoa física), nacional ou estrangeira, com ou sem capacidade civil ou
processual. Não há a necessidade de constituir advogado para a demanda, como se
pode ver do artigo 1º, parágrafo 1º, da Lei n. 8.906, de 1994.

O impetrado é o réu da ação, aquele que está ameaçando ou violando a liberdade de


locomoção de alguém. Pode figurar como réu tanto um agente estatal, quanto um
particular.

O paciente é a vítima da ameaça ou lesão à liberdade de locomoção. Só uma pessoa


física pode ser titular do direito à liberdade de locomoção e, portanto, paciente em
um habeas corpus.

Segundo o artigo 5º, inciso LXXVII, da CF, a ação de habeas corpus é gratuita, ou seja,
não são cobradas custas ou emolumentos.

O artigo 142, parágrafo 2º, da CF dispõe, no entanto, que não cabe habeas corpus em
relação a punições disciplinares militares. O STF, interpretando a norma diz, contudo,
que cabe a medida se a mesma se volta, tão somente, para os pressupostos de
legalidade da punição, sem a apreciação de questões referentes ao mérito.

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5.2 Habeas Data – HD

Dispõe o artigo 5º, inciso LXXII, da CF que se concederá habeas data,

(a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público ou,

(b) para a retificação (correção) de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.

O habeas data é a ação judicial destinada a assegurar o conhecimento ou


retificação de informações pessoais, informações que pertencem ao autor da ação.
Garante o direito à liberdade de acesso a informações pessoais. Não cabe habeas
data para o conhecimento de informações de terceiros ou de interesse coletivo.

Segundo o artigo 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.507, de 1997, considera-se de caráter
público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que
possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou
entidade produtora ou depositária das informações. O réu na ação pode ser, assim,
uma entidade pública ou privada.

O autor da ação pode ser pessoa física ou jurídica, desde que relativamente a
informações que lhes digam respeito.

Para a propositura da ação é necessária a recusa (expressa ou tácita) de informações


por aquele que a detém, conforme dispõe a Súmula 2, do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) e artigo 8º, parágrafo único, inciso I, da Lei n. 9.507, de 1997.

Segundo o artigo 5º, inciso LXXVII, da CF, a ação de habeas data também é gratuita.

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Pedido em via
administrativa
Negativa do Ação de HD no
•Acesso pedido judiciário
•Retificação
•Anotação

Figura 1 – Procedimento do Habeas Data.


Fonte: Núcleo Editorial Focus.

QUALQUER Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ) poderá impetrar um HD,
mesmo residentes no exterior e empresas não nacionais que não possuem sede no
Brasil, analfabetos e menores de idade.

NÃO É POSSÍVEL impetrar um HD SEM advogado.

5.3 Mandado de Segurança Individual – MS

O mandado de segurança é um instrumento constitucional cujo emprego se destina


a proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou por habeas
data, de ato de autoridade pública que o lesione ou que o venha a lesionar.

De acordo como art. 5º, LXIX da CRFB/88, mandado de segurança será concedido para
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. No mesmo
sentido dispõe o art. 1º, da lei nº 12.016/09.

O saudoso professor Hely Lopes Meirelles definiu de certa feita que mandado de
segurança constitui-se como “o meio constitucional posto à disposição de toda
pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade
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reconhecida por lei, para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo,
não aparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por
ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça”. 1

O Mandado de Segurança é uma ação de natureza civil, que segue o rito sumário
especial. É uma garantia constitucional utilizado para tutelar direito líquido, ou seja,
aquele comprovado de plano, por meio de documento, já que não há dilação
probatória. Neste sentindo, o Supremo Tribunal Federal, entende que o mandado de
segurança não comporta a possibilidade de instauração incidental de uma fase de
dilação probatória. A noção de direito líquido e certo ajusta-se, em seu específico
sentido jurídico, ao conceito de situação que deriva de fato certo, vale dizer, de fato
passível de comprovação documental imediata e inequívoca.2

Características/Requisitos

O mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso
de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as
funções que exerça. De acordo com o art. 1o, §1o, da lei 12.106/09, equiparam-se às
autoridades, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores
de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas
naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito
a essas atribuições.

1 MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de
injunção, habeas data. São Paulo: Editora Malheiros, 1997, p. 21
2 MS 24.500, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 25-11-2010, Plenário, DJE de 13-12-2010;

RMS 25.692, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-6-2010, Primeira Turma, DJE de 1º-7-2010;
MS 27.236-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-3-2010, Plenário, DJE de 30-4-2010.

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Direito Líquido e Certo

Considera-se direito líquido e certo aquele que pode ser provado simplesmente por
documentos e para constatá-lo o juiz não precisará de maiores delongas processuais
em busca de outras provas. Neste sentido, para a Suprema Corte “a noção de direito
líquido e certo ajusta-se, em seu específico sentido jurídico, ao conceito de situação
que deriva de fato certo, vale dizer, de fato passível de comprovação documental
imediata e inequívoca”.3 Refoge aos estreitos limites da ação mandamental o exame
de fatos despojados da necessária liquidez, pois o iter procedimental do mandado de
segurança não comporta a possibilidade de instauração incidental de uma fase de
dilação probatória.

Direito líquido é aquele sobre cujo conteúdo não há dúvida e cuja existência é clara.
Direito certo é aquele que não está condicionado a nenhuma circunstância, podendo
ser plenamente exercido no momento da impetração do mandado.4

Ademais, a súmula 474, do STF dispõe que não há direito líquido e certo, amparado
pelo mandado de segurança, quando se escuda em lei cujos efeitos foram anulados
por outra, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

Espécies de Mandado de Segurança

Assim como o habeas corpus, o mandado de segurança é classificado pela doutrina


em repressivo e preventivo. O mandado de segurança repressivo mira remediar um
abuso de poder ou uma ilegalidade já cometida pela autoridade coatora. Impende
dispor que o ato praticado pelo sujeito passivo, que enseja a propositura de tal ação
constitucional, poderá ser um ato comissivo ou uma omissão dotada de ilegalidade

3
MS 20.882, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 23-6-1994, Plenário, DJ de 23-9-1994.) No mesmo sentido: MS 24.500,
rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 25-11-2010, Plenário, DJE de 13-12-2010.
4 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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ou abuso.

Já o mandado de segurança preventivo visa tutelar ameaça ao direito líquido e certo


do impetrante. Quanto ao tema, pousa na doutrina e na jurisprudência o
entendimento de que o ato ilegal ou abusivo representa ameaça concreta de que será
realizado.

O mandado de segurança, então, é repressivo quando houver violação efetiva a


direito líquido e certo do impetrante, por ilegalidade ou abuso de poder por
parte da autoridade. Por outro lado, será preventivo quando houver justo receio
de violação de direito líquido e certo do impetrante provoca pela administração
pública ou por quem exerce a sua função por delegação. Para se caracterizar a ameaça
e, com isso, o justo receio de lesão deve existir um risco potencial para causar o dano
o ato administrativo.

Prazo decadencial de impetração

O prazo para impetração do Mandado de Segurança repressivo é de 120 dias,


contados da ciência do ato impugnado pelo interessado. Já o Mandado de
Segurança preventivo não há prazo, pois como trata apenas da ameaça, poderá ser
impetrado a qualquer tempo. O prazo decadencial de 120 dias, a que se refere o art.
23, da lei 12.016/09, extingue-se, de pleno direito, a prerrogativa de impetrar
mandado de segurança.

O termo inicial do prazo decadencial de 120 dias começa a fluir, para efeito de
impetração do mandado de segurança, a partir da data em que o ato do Poder
Público, formalmente divulgado no Diário Oficial, revela-se apto a gerar efeitos
lesivos na esfera jurídica do interessado. O ato estatal eivado de ilegalidade ou de
abuso de poder não se convalida nem adquire consistência jurídica pelo simples
decurso, do prazo decadencial. A extinção do direito de impetrar mandado de
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segurança, resultante da consumação do prazo decadencial, embora impeça a


utilização processual desse instrumento constitucional, não importa em
correspondente perda do direito material, ameaçado ou violado, de que seja titular a
parte interessada, que, sempre, poderá – respeitados os demais prazos estipulados
em lei – questionar, em juízo, a validade jurídica dos atos emanados do Poder Público
que lhe sejam lesivos.5

Se o direito caducar ou se seu direito não for líquido e certo, o cidadão poderá utilizar
uma Ação Judicial Ordinária, pois o mandado é uma proteção com rito especial. A
lei 12.016/09 veio atualizar as normas disciplinadoras do mandado de segurança
abrindo a possibilidade de encaminhamento da petição inicial por telegrama,
radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada em casos de
urgência.

Legitimidade do mandado de segurança

Assim, afigura-se no polo passivo da ação autoridades públicas e agentes de pessoas


jurídicas com atribuições de Poder Público. No entanto, cumpre destacar que não cabe
mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público.

Quanto ao polo ativo, somente o próprio titular do direito violado tem legitimidade
para impetrar o mandado de segurança individual. Pode ser qualquer pessoa, física ou
jurídica, desde que tenha capacidade de direito e seja titular do direito violado. 6

5
MS 29.108-ED, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 11-5-2011, Plenário, DJE de 22-6-2011.) Vide: MS 25.985-AgR, rel.
min. Marco Aurélio, julgamento em 1º-7-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009; RMS 23.987, rel. min. Moreira Alves, julgamento
em 25-3-2003, Primeira Turma, DJ de 2-5-2003.
6 OLIVEIRA, Erival da Silva. Prática Constitucional. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, p. 193.

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Se o Mandado de Segurança for contra ato judicial, necessariamente você terá uma
decisão que não transitou em julgado e que é irrecorrível ou, pelo menos, que é
atacável por um recurso não dotado de efeito suspensivo. Se o Mandado de
Segurança for contra ato legislativo, você terá um ato praticado no curso do processo
legislativo e que viola o devido processo legislativo de criação de um diploma legal.
Já se o Mandado de Segurança for contra ato administrativo, que é o mais comum
na prova do exame de ordem, você terá que observar o seguinte: a) é preciso que o
ato gere ameaça ou lesão concreta ao impetrante e que o elemento fático do direito
subjetivo do impetrante seja comprovável, exclusivamente, por meio de prova
documental; b) é preciso ter tido ciência do ato há, no máximo, 120 dias, na data da
impetração; esse prazo não se exaure quando temos ataque a ato omissivo ou
continuado e c) pode ser comissivo ou omissivo; d) ele pode já existir ou ainda não
existir (Mandado de Segurança repressivo ou preventivo).

O mandado de segurança não deve ser impetrado em face de pessoal jurídica de


direito público, mas contra a autoridade coatora. Neste sentido, Erival Oliveira ensina
que a autoridade coatora será a pessoa física que concretiza a lesão a direito individual
como decorrência de sua vontade. Não se levam em consideração as pessoas que
estabelecem regras e determinações genéricas, nem tão pouco aquela que
meramente executa a ordem. Infere-se que os atos normativos gerais não estão
sujeitos a mandado de segurança. Além disso, não cabe mandado de segurança contra
ato de particular e mérito de decisão impugnada.7

7 OLIVEIRA, Erival da Silva. Prática Constitucional. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011,p. 193.

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Mandado de Segurança

Legitimidade Ativa: pessoa física ou jurídica que sofreu ou está ameaçada de sofrer ato ilegal ou
abusivo.

Legitimidade Passiva: autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de


atribuições do Poder Público que praticou ato ilegal ou abusivo, possuindo competência para
corrigir o ato ilegal ou abuso do poder.

Cumpre destacar que a participação do Ministério Público é indispensável,


justificada na tutela do interesse público, tendo obrigatoriamente que oferecer seu
parecer no prazo máximo de dez dias, de acordo com o art. 12, da lei 12.016/09.

Liminar em Mandado de Segurança

Conforme estabelece o art. 7º, III, da lei 12.016/09, ao despachar a inicial do Mandado
de Segurança, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido,
quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia
da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa
jurídica.

A liminar proferida em mandado de segurança visa à proteção in natura do bem, cuja


proteção efetiva, concreta e definitiva é o objeto da impetração.8 Assim, é possível a
obtenção de medida liminar no Mandado de Segurança, desde que existente os

8
Bueno, Cassio Scarpinella. Liminar em mandado de segurança: um tema com variações. São Paulo: Revista dos tribunais,
1999. p.78.

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pressupostos para a sua concessão: plausibilidade da alegação (Fumus boni juris) e


urgência (Periculum in mora).

Igualmente, a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que


evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo., desde que presente os requisitos do art. 300, do Código de Processo
Civil. Além disso, cumpre destacar, que nos termos do art. 311, do mesmo dispositivo
legal, a tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: a) ficar
caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da
parte; b) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; c)
se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa; e d) a petição inicial for instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não
oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação


da sentença. Nestes termos, havendo decisão de indeferimento do pedido de liminar,
caberá agravo de instrumento, nos termos da lei 12.016/09, podendo ter seu efeito
devolutivo ou suspensivo.

Não é cabível medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação
ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de
vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação


da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e
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ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da União, do


Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do
mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às
providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato
apontado como ilegal ou abusivo de poder.

5.4 Mandado de segurança coletivo

O Mandado de Segurança Coletivo é uma ação constitucional que tutela direitos


coletivos e individuais homogêneos, direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público.

Os princípios básicos que regem o mandado de segurança individual informam e


condicionam, no plano jurídico-processual, a utilização do writ mandamental coletivo.
Atos em tese acham-se pré-excluídos do âmbito de atuação e incidência do mandado
de segurança, aplicando-se, em consequência, às ações mandamentais de caráter
coletivo, conforme enuncia a Súmula 266 do Supremo Tribunal Federal.9

O Mandado de Segurança Coletivo é uma ação de natureza civil, que segue o rito
sumário especial. É uma garantia constitucional utilizado para tutelar direito líquido,
ou seja, aquele comprovado de plano, por meio de documento, já que não há dilação
probatória. Neste sentindo, o Supremo Tribunal Federal, entende que o mandado de
segurança coletivo não comporta a possibilidade de instauração incidental de
uma fase de dilação probatória. A noção de direito líquido e certo ajusta-se, em seu
específico sentido jurídico, ao conceito de situação que deriva de fato certo, vale dizer,
de fato passível de comprovação documental imediata e inequívoca.10

9 MS 21.615, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-2-1994, Plenário, DJ de 13-3-1998.
10 MS 24.500, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 25-11-2010, Plenário, DJE de 13-12-2010;

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De acordo como art. 5º, LXX, da CRFB/88, o Mandado de Segurança Coletivo pode ser
impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional e por
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados. No mesmo sentido dispõe o art. 21, da lei 12.016/09, que o
mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos
a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de
classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, um
ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus
membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

3Características/Requisitos

O parágrafo único, do art. 21, da lei 12.016/09, estabelece que os direitos protegidos
pelo mandado de segurança coletivo podem ser direitos coletivos, ou seja, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica e os
direito individuais homogêneos, ou seja, os decorrentes de origem comum e da
atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou
membros do impetrante.

A legitimidade ativa para propositura do Mandado de Segurança Coletivo pode ser


fundamentada nas alíneas “a” e “b” do art. 5o, LXX, da CRFB/88. Neste sentindo, o
Remédio Constitucional, ora estudado, pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional e por organização sindical, entidade de classe
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,
em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Em se tratando de
mandado de segurança, é imprescindível a demonstração de que o ato ilegal da

RMS 25.692, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-6-2010, Primeira Turma, DJE de 1º-7-2010;
MS 27.236-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-3-2010, Plenário, DJE de 30-4-2010.

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autoridade prejudicou direito subjetivo, líquido e certo do impetrante, ou de seus


representados, no caso de mandado de segurança coletivo.11

Partido político com representação no


Congresso Nacional

MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO

Organização sindical, entidade de classe ou


associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano

Quanto à legitimidade passivo da ação, enumeramos as autoridades públicas e


agentes de pessoas jurídicas com atribuições de Poder Público. Cumpre destacar que
o mandado de segurança coletivo não deve ser impetrado em face de pessoal jurídica
de direito público, mas contra a autoridade coatora.

Inerente ao Mandado de Segurança está a liminar que se presta para assegurar o


direito, reparando, logo no início da demanda, ainda que provisoriamente, a violação
cometida. Sem a liminar, o Mandado de Segurança torna-se ineficaz, irreconhecível,
fundamentalmente, porque seu uso pressupõe urgência e sua tramitação, sem a
liminar, não garante a presteza conferida pela lei. No entanto, cumpre destacar, que
de acordo com § 2o, do art. 22, da lei 12.016/09, a liminar, no mandado de segurança
coletivo, só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da
pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e
duas horas.

No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos

11 RMS 22.350, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 3-9-1996, Primeira Turma, DJ de 8-11-1996.

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membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante, conforme caput do art.


22, da lei 12.016/09.

A participação do Ministério Público é indispensável, justificada na tutela do interesse


público, tendo obrigatoriamente que oferecer seu parecer no prazo máximo de dez
dias, de acordo com o art. 12, da lei 12.016/09.

Por fim, não se pode esquecer do disposto no art. 23, da lei 12.016/09. O mandado de
Segurança tem prazo fatal, decadencial e improrrogável, ou seja, o direito de requerer
mandado de segurança extinguir-se-á decorridos cento e vinte dias, contados da
ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

3.3. Competência

A competência para processar e julgar o mandado de segurança é definida em função


da hierarquia da autoridade legitimada a praticar a conduta, comissiva ou omissiva,
que possa resultar em lesão ao direito subjetivo da parte e não será alterada pela
posterior elevação funcional da mesma.

Assim, a Constituição Federal estabeleceu, em seu art. 102, I, “d”, a competência


originária, ao Supremo Tribunal Federal, para julgamento do mandado de segurança
contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal.

Conforme estabelece o art. 105, I, “b”, CRFB/88, compete ao Superior Tribunal de


Justiça processar e julgar, originariamente, os mandados de segurança contra ato de
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou

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do próprio Tribunal;

A competência dos Tribunais Regionais Federais para processar e julgar,


originariamente, os mandados de segurança contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
federal, tem previsão constitucional no art. 108, I, “c”.

Já a competência dos juízes federais para processar e julgar os mandados de


segurança contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos
tribunais federais, esta estabelecida no art.109, VIII, da CRFB/88.

A competência estadual no mandado de segurança é regulada pelas Constituições


Estaduais e leis locais de organização judiciária.

QUESTÃO 14 A respeito dos direitos e garantias fundamentais e da aplicabilidade


das normas constitucionais, julgue o item subsequente.
É possível a concessão de mandado de segurança coletivo impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, para proteger direito líquido e
certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pelo
abuso de poder for ministro de Estado.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

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Comentário: Nos termos do artigo 5º, inciso LXIX, da CF o mandado de segurança é


a medida destinada a “proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público”. Ainda, conforme o inciso LXX, do artigo 5º, da CF, partido político com
representação no Congresso Nacional tem legitimidade para impetrar mandado de
segurança coletivo.
Gabarito: 14 Certo

O Mandado de Segurança Coletivo – MSC não se difere em muito do MSI


ou apenas MS. Na verdade, o objeto mantém-se o mesmo, demonstrando
diferença apenas nas partes, podendo impetrar um MSC:
• Partidos que detém AO MENOS 1 REPRESENTANTE NO CONGRESSO
NACIONAL – ao menos um deputado federal na Câmara dos Deputados
ou ao menos um senador da república no Senado Federal.
• Sindicatos e/ou entidades de classe.
• Associações com MAIS DE 1 ANO de existência, não demandando
autorização específica.

O partido somente precisa ter um representante durante a impetração do mandado no


prosseguimento da ação. Supondo que o partido perca esta representatividade, isso não
virá a atingir a ação do MSC.

5.5 Mandado de Injunção – MI

No contexto das ações, “remédios” constitucionais, o mandado de injunção será


proposto sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos

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direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à


soberania e à cidadania (art. 5º, inciso LXXI, da CF).

Segundo a sua eficácia social, as normas constitucionais podem ser divididas em


normas de eficácia plena, contida e limitada.

As normas constitucionais de eficácia social limitada são aquelas que precisam de uma
complementação normativa para produzir efeitos, não bastando apenas a previsão
constitucional. Sua aplicabilidade é, então, mediata, indireta ou diferida. Essa
“complementação” normativa é feita, normalmente, por uma lei.

É, justamente, a demora injustificada dos poderes públicos em editar tal norma, que
justifica a propositura do mandado de injunção, que pode ser individual ou coletivo.

Se julgada procedente, a ação permite que o titular do direito possa exercê-lo,


imediatamente, valendo-se dos parâmetros estabelecidos na decisão e até que a
norma complementar seja editada.

Aqui é importante conhecermos a Súmula Vinculante n. 33, do Supremo Tribunal


Federal (STF), a qual foi aprovada após a propositura de inúmeros mandados de
injunção e visando, justamente, a redução do número de ações:
o “Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º,
inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica”.

5.6 Ação Popular – AP

Dispõe o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal, que


o “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e

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cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e


do ônus da sucumbência”.

A ação popular destina-se a proteção de direitos difusos, ou seja, o patrimônio


público, a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e
cultural.

Somente o cidadão pode propor a ação. Cidadão é o brasileiro nato ou naturalizado


que está no gozo de seus direitos políticos. O artigo 1º, parágrafo 3º, da Lei n. 4.717,
de 1965 dispõe, neste sentido, que a prova da cidadania, para ingresso em juízo, será
feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.

A propositura da ação popular é uma típica manifestação dos direitos políticos


positivos.

Como dispõe o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal, salvo comprovada má-
fé, a ação é isenta de custas judiciais e do ônus de sucumbência.

5.7 Na Letra da Lei


5.7.1.1 Habeas Corpus

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

5.7.1.2 Mandado de Segurança

LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;

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5.7.1.3 Mandado de Segurança Coletivo

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

5.7.1.4 Mandado de Injunção

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes
à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

5.7.1.5 Habeas Data

LXXII – conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

5.7.1.6 Ação Popular

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

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Resumo

Figura 2 – Resumo das Ações Mandamentais.


Fonte: Videoaula Focus – Professor Luciano Franco.

QUADRO RESUMO DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS


REMÉDIO INCISO OBJETIVO RESUMO
Proteger a liberdade de Pode ser impetrado em face de
locomoção, já retirada ou autoridade (abuso de poder) ou de
Habeas Corpus LXVIII e
sob ameaça de sê-lo (ainda particular (ilegalidade). É gratuito.
(HC) LXXVII
que de modo indireto) De natureza penal. Pode ser
preventivo ou repressivo

a) Para conhecer informações A pessoa pode preferir fazer a


pessoais em registros retificação por outro meio,
Habeas Data (HD) LXXII e
públicos ou de caráter sigiloso, seja judicial ou
LXXVII
público administrativo

b) Para retificar dados É gratuito e depende de prévia


negativa administrativa

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Proteger direito líquido e É impetrado em face de autoridade


certo não amparado por HC pública ou de agente de pessoa
Mandado de LXIX
ou HD jurídica no exercício de atribuições
Segurança (MS) do poder público.

Igual ao MS, sendo que a O partido político tem que ter


defesa é feita por partido representação no Congresso
Mandado de LXX
político ou por ente coletivo Nacional. Todavia, o requisito de
Segurança
agindo em defesa dos um ano de constituição civil é
Coletivo (MSC) interesses de seus membros exigido apenas para as entidades
ou associados de classe ou organizações
sindicais.

Suprir a falta de norma São consideradas prerrogativas


regulamentadora que torne básicas as inerentes à
Mandado de LXXI
inviável o exercício de nacionalidade, à soberania e à
Injunção (MI) direitos e liberdades cidadania.
constitucionais e das
prerrogativas básicas.

Anular ato lesivo ao Pode ser proposta por qualquer


patrimônio público, histórico cidadão. Salvo comprovada má-fé,
Ação Popular (AP) LXXIII
e cultural, ao meio ambiente o autor está isento de custas
ou à modalidade judiciais e dos ônus da
administrativa. sucumbência.

Caro aluno e aluna, na aula de hoje, você estudou sobre as disposições legais acerca:
✓ do Habeas Corpus.
✓ do Habeas Data.
✓ do Mandado de Segurança – individual e coletivo.
✓ do Mandado de Injunção – individual e coletivo.
✓ da Ação Popular.

Entendemos, quanto a estas ações:


• O seu objeto: a finalidade da ação.
• As suas partes: quem está envolvido na ação.
• A necessidade de advogado: se precisa de um advogado ou não.
• O pagamento de custas: se pagará custas ou não.

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5.8 Gratuidade na prestação da assistência jurídica

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovarem insuficiência de recursos.

É a garantia de gratuidade de justiça aos pobres, na forma da lei. Para viabilizar esse
direito constitucional foram criadas as Defensorias Públicas. Assim, a partir da
CRFB/88, quem defende aqueles que comprovarem insuficiência de recursos é a
Defensoria e não o Ministério Público. O Estado tem de indenizar erro judiciário, assim
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.

Se liga!

Lei 1.060/50:
Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros
residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou
do trabalho.
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele
cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
Lei 13.105/2015:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

➢ BASE: Súmula de nº 481 DO STJ

5.9 Exceção a irresponsabilidade do estado por ato judicial

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;

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É possível responsabilizar o Estado por erro judiciário na área criminal, acordando com
o inciso LXXV, onde nos é trazido o DEVER do Estado em indenizar o indivíduo que
tenha sido condenado por erro judiciário, assim como aquele que tenha ficado preso
por um período de tempo maior do que o fixado na sentença.

5.10 Gratuidade das certidões e das ações de habeas corpus e habeas data

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito.

O inciso estabelece que aos pobres não serão cobrados emolumento com relação a
registro civil de nascimento e certidão de óbito, ou seja, são gratuitos o registro civil
de nascimento e a certidão de óbito. Além disso, o habeas corpus e o habeas data são
gratuitos para todos. A comprovação de pobreza consiste na declaração feita pelo
próprio interessado, se este for analfabeto deverá ser acompanhado por duas
testemunhas.

Se liga!

CF/88
Art. 5º - XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuito a celebração.

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❑ GRATUIDADE DAS CERTIDÕES


Considerou-se inexistir conflito da Lei 9.534/97 com os arts. 5º, LXXVI e 236
da CF, dado que o inciso LXXVI do art. 5º da CF, ao assegurar a gratuidade
desses atos aos reconhecidamente pobres, determina o mínimo a ser
observado pela lei, não impedindo que esta garantia seja ampliada, e, também,
pelo fato de que os atos relativos ao nascimento e ao óbito são a base para o
exercício da cidadania, sendo assegurada pela CF a gratuidade de todos os atos
necessários ao seu exercício (CF, art. 5º, LXXVII). Salientou-se, ainda, que os
oficiais exercem um serviço público, prestado mediante delegação, não
havendo direito constitucional a percepção de emolumentos por todos os atos
praticados, mas apenas o recebimento, de forma integral, da totalidade dos
emolumentos que tenham sido fixados
(...)
Vencido o Ministro Maurício Corrêa, que indeferia o pedido, por entender que a
CF apenas assegurou a gratuidade dos referidos atos somente àqueles
reconhecidamente pobres (CF, art. 5º, LXXVI), e também pelo fato de que as
normas impugnadas inviabilizariam o funcionamento dos cartórios de notas e
registros civis. Vencido, também, o Ministros Marco Aurélio, que não conhecia
do pedido de liminar, visto ser ele incabível em ação declaratória de
constitucionalidade, em face de seu efeito vinculante e indeferia o pedido,
acompanhando o Min. Maurício Corrêa. Por diferente fundamento, o Min. Carlos
Velloso, reconhecendo que as custas e emolumentos qualificam-se como taxa,
também indeferia a liminar, por entender, à primeira vista, falecer competência
à União para instituir isenção de tributo da competência dos Estados (CF, art.
151, III). (Informativo 105). ADC 5-DF, rel. Min. Nelson Jobim,
17.11.99.

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma


da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania;

Fácil é perceber que a gratuidade aí instituída tem por escopo facilitar o uso dessas
ações que veiculam a defesa de dois direitos nobres: a liberdade de locomoção e a de
informação.
Se liga!

CPC
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral
do mérito, incluída a atividade satisfativa.

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LPA
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as decisões
administrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais setores, órgãos
ou entidades poderão ser tomadas mediante decisão coordenada, sempre
que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - for justificável pela relevância da matéria; e
II - houver discordância que prejudique a celeridade do processo
administrativo decisório.
.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

Tal inciso visa garantir maior celeridade aos processos judiciais e administrativos,
pode-se dizer que esse direito já estava assegurado ao estabelece o princípio da
eficiência na administração pública e aos processos em geral. A celeridade consiste na
rapidez de um processo, as partes devem ter uma prestação jurisdicional em um curto
tempo. A razoável duração estar relacionada ao princípio da razoabilidade, ou seja,
uma proporcionalidade, ponderação. Tudo isso, visa evitar o abarrotamento do poder
judiciário.

Se liga!

LE
Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5o da Constituição Federal,
considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda de
mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua
apresentação à Justiça Eleitoral.
§ 1o A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em
todas as instâncias da Justiça Eleitoral.
§ 2o Vencido o prazo de que trata o caput, será aplicável o disposto no art. 97,
sem prejuízo de representação ao Conselho Nacional de Justiça.
.

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5.11 Direitos fundamentais e tratados internacionais

§ 1º – As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


aplicação imediata.

Os direitos previstos no artigo 5º são de aplicação imediata, ou seja, não precisam de


regulamentação, lembrando que aqui estabelece apenas os previstos no artigo 5º
desta constituição, pois os direitos sócias, culturais e econômicos na maioria das vezes
dependem de regulamentação, são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta.

§ 2º – Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem


outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Os direitos previstos no artigo 5º são exemplificativos, podendo ser ampliado. Sendo


assim, os direitos e garantias que se estendem em outros tópicos desta constituição
são considerados direitos fundamentais. Temos também a possibilidade de normas
internacionais sobre direitos humanos agrupar no nosso ordenamento

§ 3º – Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que


forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.

Temos aqui, a possibilidade dos tratados e convenções sobre direitos humanos


(direitos e garantias infraconstitucionais) incorporar ao direito constitucional pátrio
que após aprovação serão considerados equivalentes a emenda constitucional. É
importante estabelecer que para garantir a aplicação imediata da norma interna
(tratados e convenções de direitos humanos) deve após a aprovação pelo Congresso
Nacional deve ser promulgado pelo chefe do Poder Executivo

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Tratado e
Status
Art 5º - §3º convenções
Constitucional
internacionais

Objeto: Direitos Quorum de


2 votações Congresso nacional
Humanos aprovação de 3Τ5

Câmara dos
Deputados

Senado Federal

• Ementas Constitucionais
• Constituição Federal
• Tratados dos Direitos Humanos

• Tratados dos Direitos Humanos


(sem crivo) – infraconstitucionais e
supralegais

• Leis
• Demais tratados

Quadro 1 – Pirâmide hierárquica dos dispositivos legais.


Fonte: Núcleo Editorial Focus.

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§ 4º – O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a


cuja criação tenha manifestado adesão.

Visando a defesa dos direitos humanos, determina tal inciso que o Brasil se submete
à jurisdição do Tribunal Penal Internacional, nos casos de violação grave dos direitos
humanos. Pois crimes de tal gravidade constitui ameaça à humanidade não podendo
ficar impune.

6 Súmulas - Art. 5º - STF

SV 3 - Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa


quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão.

SV 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar


não ofende a Constituição.

SV 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga


ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil
e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que
se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

SV 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos


elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.

SV 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro


ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

SV 25 - É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do


depósito.

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SV 26 - Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime


hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art.
2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar,
para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.

SV 28 - É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de


admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.

SV 45 - A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por


prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.

Súm. 667 - Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária


calculada sem limite sobre o valor da causa.

Súm. 603 - A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular


e não do tribunal do júri.

Súm. 611 -Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das


execuções a aplicação de lei mais benigna.

Súm. 70 - É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para


cobrança de tributo.

Súm. 323 - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para


pagamento de tributos.

Súm. 695 - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

Súm. 629 - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em


favor dos associados independe da autorização destes.

Súm. 630 - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

Súm.101 - O mandado de segurança não substitui a ação popular.

Súm. 365 - Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.

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7 Questões Extras (bônus)


Lembrando que, as questões extras/bônus são para fixar o conteúdo durante a parte
teórica. Essas questões fazem parte apenas do material em PDF, logo não são
resolvidas em videoaulas!

QUESTÃO 01.

O Brasil adotou a forma republicana de governo e o modelo federativo de Estado que


se embasa na autonomia e na soberania dos estados-membros, expressa pela
capacidade destes de se auto-organizarem por meio das constituições estaduais.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 02.

O pluralismo político é princípio fundamental que assegura aos cidadãos até mesmo
o apartidarismo.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 03.

Acerca dos princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir. Conforme o princípio democrático, todo o poder emana do
povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes eleitos.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 04.

Acerca dos princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir.

Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais


constituem objetivos da República Federativa do Brasil expressos na CF.

( ) Certo ( ) Errado
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QUESTÃO 05.

A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacionais, pelos


seguintes princípios: independência nacional; prevalência dos direitos humanos;
autodeterminação dos povos; não intervenção; igualdade entre os Estados; defesa da
paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade e concessão de asilo político.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 06.

A dignidade da pessoa humana e o pluralismo político são princípios fundamentais


da República Federativa do Brasil.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 07.

Acerca dos princípios fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir.

A prevalência dos direitos humanos, a concessão de asilo político e a solução pacífica


de conflitos são princípios fundamentais que regem as relações internacionais do
Brasil.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 08.

Serão considerados equivalentes às emendas constitucionais os tratados


internacionais sobre direitos humanos referendados em ambas as Casas do Congresso
Nacional em dois turnos de votação e por um terço dos respectivos membros.

( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 09.

Considerando as regras do direito constitucional, julgue os itens a seguir.

Embora os direitos e as garantias fundamentais se destinem essencialmente às


pessoas físicas, alguns deles podem ser estendidos às pessoas jurídicas.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 10.

Acerca dos princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir.

Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se aos estrangeiros


em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de previsão
constitucional expressa.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 11.

O respeito aos direitos fundamentais deve subordinar tanto o Estado quanto os


particulares, igualmente titulares e destinatários desses direitos.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 12.

Somente aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país é assegurado o direito


de petição em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 13.

No que concerne aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item que se segue.

A ilimitabilidade é uma característica dos direitos fundamentais consagrados na CF,

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pois esses são absolutos e, diante de casos concretos, devem ser interpretados com
base na regra da máxima observância dos direitos envolvidos.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 14.

A respeito dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir.


O direito à vida desdobra-se na obrigação do Estado de garantir à pessoa o direito de
continuar viva e de proporcionar-lhe condições de vida digna.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 15.

Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
A CF assegura a liberdade de pensamento, mas veda o anonimato, uma vez que o
conhecimento da autoria torna possível a utilização do direito de resposta.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 16.

Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.

Como regra, não se admite a privação de liberdade de locomoção em razão de dívidas.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 17.

Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos,


julgue o item a seguir.

A liberdade para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão está


condicionada ao atendimento das qualificações profissionais estabelecidas por lei,
mas nem todos os ofícios ou profissões, para serem exercidos, estarão sujeitos à
existência de lei.
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( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 18.

Acerca dos direitos humanos, à luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item
subsequente.

O direito de reunião constitui instrumento viabilizador do exercício da liberdade de


expressão e propicia a ativa participação da sociedade civil mediante exposição de
ideias, opiniões, propostas, críticas e reinvindicações.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 19.

No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, à nacionalidade e aos


direitos políticos, julgue o item que se segue, tendo como referência as disposições
da CF.

Depende de decisão judicial com trânsito em julgado a suspensão das atividades de


associação que tenha praticado alguma ilegalidade.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 20.

Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.

As entidades associativas, se expressamente autorizadas, possuem legitimidade para


representar seus filiados na esfera judicial.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 21.

Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos,


julgue o item a seguir.

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Lei aprovada pelo Congresso Nacional para conferir proteção especial às mulheres,
seja qual for o tratamento diferenciado entre os gêneros, contrariará a CF, que prevê
a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 22.

Julgue o item seguinte, acerca dos direitos e garantias fundamentais da República


Federativa do Brasil.

Ações afirmativas são mecanismos que visam viabilizar uma isonomia material em
detrimento de uma isonomia formal por meio do incremento de oportunidades para
determinados segmentos.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 23.

Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.

Na hipótese de iminente perigo, o poder público competente poderá requisitar o uso


de propriedade particular, estando assegurada ao proprietário a possibilidade de ser
indenizado em caso de dano ao seu patrimônio.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 24.

Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

O direito fundamental ao sigilo das comunicações telefônicas pode ser suspenso por
determinação judicial, mas somente para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.

( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 25.

No que concerne aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item que se segue.

Nos processos judiciais, são assegurados aos litigantes os direitos fundamentais do


contraditório e da ampla defesa. Entretanto, diante do princípio da autotutela
administrativa, essa garantia é inaplicável aos processos administrativos.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 26.

A inviolabilidade da correspondência e das comunicações, sejam elas telegráficas, de


dados ou telefônicas, constitui direito individual fundamental, razão por que o texto
constitucional veda o reconhecimento de exceções ao exercício desse direito.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 27.

A lei penal somente pode retroagir para que o réu seja beneficiado.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 28.

A respeito dos direitos fundamentais, julgue o item que se segue.

O princípio da razoável duração do processo e dos meios que garantam a celeridade


de sua tramitação não alcança o inquérito policial em razão das peculiaridades que
envolvem o trabalho investigativo.

Resposta: ERRADO

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 29. Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que
se segue.

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Situação hipotética: Um servidor público federal ofereceu representação ao Ministério


Público contra o presidente de uma grande empresa que lhe havia oferecido quantia
indevida, a fim de obter favorecimento em um processo administrativo. O servidor
apresentou como prova uma conversa telefônica por ele gravada. Assertiva: Nessa
situação, em que pese a inexistência de autorização judicial, tal prova será considerada
lícita.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 30.

No que tange aos direitos e às garantias individuais e coletivos, julgue o item que se
segue.

O direito adquirido, entendido como aquele que já se incorporou ao patrimônio do


seu titular, não poderá ser prejudicado por lei posterior.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 31.

Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção.

Entre os legitimados para a impetração do mandado de injunção, figura a pessoa


natural.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 32.

Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção.

A concessão do mandado de injunção está condicionada à ausência de norma


regulamentadora para o exercício de um direito, ainda que esta omissão seja parcial.

( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 33.

A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue, tendo
como referência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

É vedado ao legislador editar lei em que se exija o pagamento de custas processuais


para a impetração de habeas corpus.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 34.

A respeito das associações, julgue o item subsequente à luz das disposições da CF.

A atuação das associações na defesa de seus associados em mandado de segurança


coletivo independe de autorização.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 35.

Julgue o item a seguir, a respeito dos direitos e garantias fundamentais.

O habeas data não é meio de solicitação e obtenção de informações de terceiros, uma


vez que tem como objetivo assegurar o conhecimento de informações relativas ao
próprio impetrante.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 36.

A respeito da teoria e do regime jurídico dos direitos fundamentais, julgue o item que
se segue à luz das disposições da CF.

Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é possível obter
informações relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam classificadas
como públicas.

( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 37.

Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos,


julgue o item a seguir.

Se determinado dirigente de autarquia estadual editar ato administrativo lesivo ao


patrimônio público, qualquer cidadão ou pessoa jurídica poderá propor ação popular
para anular o referido ato, sem custas judiciais.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 38.

Em relação à teoria da constituição, ao poder constituinte, aos direitos fundamentais


e aos remédios constitucionais, julgue o item que se segue.

Entre os direitos fundamentais incluem-se os remédios constitucionais, como, por


exemplo, o mandado de injunção, criado pela Constituição Federal de 1988 e que tem
por finalidade suprir a falta de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 39.

Acerca dos remédios constitucionais, julgue o próximo item.

Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 40.

Os direitos fundamentais arrolados pela CF balizam o trabalho do servidor público.


Considerando as disposições constitucionais insculpidas nos artigos que vão do 5.º ao
15, julgue os itens subsecutivos.

O direito de petição só se aplica ao judiciário.

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( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 41.

Julgue o item a seguir, que se refere aos direitos e garantias fundamentais previstos
na CF e à administração pública. Recentemente, o transporte foi incluído no rol de
direitos sociais previstos na CF, que já contemplavam, entre outros, o direito à saúde,
ao trabalho, à moradia e à previdência social, bem como a assistência aos
desamparados.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 42.

Com referência à Constituição Federal de 1988 e às disposições nela inscritas


relativamente a direitos sociais e políticos, administração pública e servidores
públicos, julgue o item subsequente.

A Constituição Federal de 1988 proíbe expressamente a diferença de salários, de


exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 43.

Com relação aos direitos sociais, aos direitos de nacionalidade, aos direitos políticos
e aos partidos políticos, julgue o próximo item.

O transporte e o lazer são direitos sociais expressamente previstos na CF.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 44.

No que diz respeito a direitos sociais relacionados ao trabalho, julgue o item a seguir.

A realização de trabalho noturno, perigoso ou insalubre por menor de dezoito anos

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de idade é permitida desde que o empregador pague a esse trabalhador adicional


pecuniário.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 45.

À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue o item a
seguir. Aos trabalhadores compete decidir sobre os interesses que devam defender
por meio do exercício do direito de greve.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 46.

À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue o item a
seguir.

É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos


órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
de discussão e deliberação.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 47.

No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, à nacionalidade e aos


direitos políticos, julgue o item que se segue, tendo como referência as disposições
da CF. Para que o filho de casal brasileiro nascido em país estrangeiro seja considerado
brasileiro nato, ambos os pais devem estar, nesse país, a serviço da República
Federativa do Brasil.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 48.

Com base no disposto na CF, julgue o item abaixo, relativo aos direitos e deveres

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individuais e coletivos. A extradição de brasileiro, expressamente vedada em caso de


brasileiro nato, é admitida em caso de brasileiro naturalizado que tenha cometido
crime comum antes da naturalização ou cujo envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes ou drogas afins tenha sido comprovado, ainda que após a
naturalização.

( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 49.
O cidadão que entender que seu direito líquido e certo foi violado por ato de agente
do tribunal de contas que atuava no exercício de suas funções poderá se valer do
remédio constitucional denominado
a) mandado de injunção.
b) ação popular.
c) mandado de segurança.
d) ação civil pública.
e) ação rescisória.

QUESTÃO 51.
O princípio da proibição do reformatio in pejus não se aplica ao habeas corpus, pois
esta garantia fundamental não possui natureza recursal.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 52.
A isenção de custas processuais na ação popular para a defesa de interesse coletivo
ou difuso inclui o ônus da sucumbência, salvo se comprovada má-fé.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 53.

A ação constitucional que tem o cidadão como legitimado ativo e que objetiva
defender interesse difuso para anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural denomina-se

a) mandado de segurança.

b) habeas data.

c) habeas corpus.

d) ação civil pública.

e) ação popular.

QUESTÃO 54.
O habeas corpus pode ser impetrado por
a) condenado a pena de multa, caso ele considere exorbitante o valor desta.
b) militar, contra punição disciplinar imposta sem motivação.
c) pessoa física, para impugnar determinação de suspensão de direitos políticos.
d) estrangeiro, mas sempre em português.
e) pessoa jurídica, em seu favor, quando ela for acusada de crime ambiental.

QUESTÃO 55.
Servidores públicos de determinado estado da Federação iniciaram movimento
grevista, motivados pelo atraso no pagamento de seus vencimentos, na tentativa de
regularizar a situação salarial. Inconformado com a paralisação de atividades que
julgava essenciais, o gestor público expediu ato administrativo determinando o
desconto do salário dos servidores grevistas, bem como o processamento da devida
anotação funcional.
Nessa situação hipotética, o instrumento processual de controle judicial que o
sindicato dos servidores deverá invocar para suspender o ato administrativo de
desconto e anotação dos dias não trabalhados é o

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a) mandado de injunção.
b) recurso ordinário.
c) habeas corpus.
d) habeas data.
e) mandado de segurança.

QUESTÃO 56.
Jorge, cidadão brasileiro com dezoito anos de idade, deseja tomar medida jurídica,
sob o fundamento de que determinada prerrogativa inerente a sua cidadania não
pode ser usufruída em razão de omissão legislativa na edição de norma
regulamentadora de dispositivo constitucional.
Nessa situação hipotética, para buscar tutela jurisdicional, de acordo com o rol de
direitos e garantias fundamentais, Jorge deverá valer-se de
a) habeas data.
b) mandado de injunção.
c) mandado de segurança.
d) ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
e) ação popular.

QUESTÃO 57.
Jonas, servidor público federal, respondeu a processo administrativo disciplinar e, ao
final, foi absolvido das acusações. No entanto, por um equívoco, no seu assentamento
funcional passou a constar a informação de que ele havia sido condenado. Ao saber
do erro, Jonas solicitou a retificação dos dados, mas o seu pedido foi indeferido.
Nessa situação hipotética, a ação cabível, de acordo com a CF, é
a) a ação direta de inconstitucionalidade.
b) a ação popular.
c) o habeas corpus.

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d) o mandado de injunção.
e) o habeas data.

QUESTÃO 58.
Se o mandado de segurança não for conhecido, será possível a renovação do pedido,
desde que observado o prazo decadencial do remédio constitucional.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 59.
Após ter sido negada a sua solicitação de financiamento para a aquisição de imóvel
residencial — seu nome estava negativado no serviço de proteção ao crédito —, Pedro
procurou a entidade responsável pelo banco de dados em questão, mas lhe foi
negado o fornecimento de informações acerca de seu cadastro.
Nessa situação hipotética, para garantir o acesso aos dados, o remédio constitucional
cabível em sede judicial é o(a)
a) mandado de injunção.
b) habeas data.
c) ação popular.
d) mandado de segurança

QUESTÃO 60.
Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é possível obter
informações relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam classificadas
como públicas.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 61.
Compete exclusivamente ao STF o julgamento de habeas corpus impetrado por

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ministro de Estado.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 62.
É considerado abuso de poder ato praticado pelo presidente da República contra o
exercício de direito individual, podendo esse exercício ser protegido por meio de
mandado de segurança, cujo julgamento será da competência do Supremo Tribunal
Federal (STF).
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 63.
O remédio constitucional do habeas data permite que o impetrante obtenha
informações cadastrais relativas a todas as partes de um processo do qual seja parte,
exceto aquelas protegidas por sigilo bancário.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 64.
Se determinado dirigente de autarquia estadual editar ato administrativo lesivo ao
patrimônio público, qualquer cidadão ou pessoa jurídica poderá propor ação popular
para anular o referido ato, sem custas judiciais.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 65.
O remédio constitucional que representa, no plano institucional, a mais expressiva
reação jurídica do Estado às instituições que lesem, efetiva ou potencialmente, os
direitos de conhecimento de informações relativas à pessoa interessada constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público,
bem como de retificação de dados e complementação de registros existentes, é o(a)
a) habeas data.

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b) mandado de segurança.
c) habeas corpus.
d) ação popular.
e) mandado de injunção.

QUESTÃO 66.
Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 67.
Pessoa jurídica pode impetrar Habeas Corpus.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 68.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
O habeas corpus é instrumento viável para a revisão de súmulas de tribunais se o teor
da súmula atentar abstratamente contra o direito à liberdade de locomoção.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 69.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
A utilização do habeas corpus como mecanismo judicial para salvaguarda do direito à
liberdade de locomoção é limitada no tempo, sujeitando-se a preclusão e decadência.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 70.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
A inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, ou seja, de apreciação
de um segundo habeas corpus quando ainda não definitivamente julgado o
anteriormente impetrado, é relativizada se se tratar de ilegalidade flagrante e
prontamente evidente.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 71.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
O habeas corpus é meio idôneo para impugnar ato de sequestro ou confisco de bens
em processo criminal.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 72.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
O afastamento de cargo público é impugnável por habeas corpus.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 73.
Como o habeas data não pode ser utilizado por pessoa jurídica, deve ser reconhecida
a ilegitimidade ativa na hipótese de pessoa jurídica ajuizar habeas data para obter
informações de seu interesse constante de dados de determinada entidade
governamental.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 74.

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O habeas data é recurso previsto no texto constitucional cuja finalidade é assegurar


ao indivíduo o conhecimento de informações, relativas à sua pessoa, que estejam
armazenadas em bancos de dados de entidades governamentais, ou banco de dados
privados de interesse público.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 75.
Decai o mandado de segurança impetrado no TJDFT contra ato de autoridade coatora
que deveria ser processada na justiça federal se o processo não for remetido ao juízo
competente em até cento e vinte dias após a ocorrência do ato.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 76.
A atuação das associações na defesa de seus associados em mandado de segurança
coletivo independe de autorização.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 77.
As associações possuem legitimidade para deduzir interpelação judicial como medida
preparatória de ação penal em defesa da honra de seus associados.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 78.
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 79.
De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida em mandado de
injunção pode levar à concretização da norma constitucional despida de plena
eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das
prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 80.
A ação popular deve ser proposta somente por partido político com representação no
Congresso Nacional.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 81.
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político que tenha
representação no Congresso Nacional.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 82.
Uma entidade de classe que estiver em funcionamento há apenas seis meses não
possui, por essa razão, legitimidade para impetração de mandado de segurança
coletivo em defesa de interesse de seus membros.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 83.
Qualquer associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano é parte legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao
patrimônio público ou ao meio ambiente.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 84.
O cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, com capacidade eleitoral ativa, tem
legitimidade para propor ação popular.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 85.
Não viola a cláusula do devido processo legal a exigência de arrolamento prévio de
bens para fins de admissibilidade de recurso administrativo.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 86
A jurisprudência do STF acerca do mandado de injunção evoluiu para admitir que,
além de declarar omisso o Poder Legislativo, o próprio tribunal edite a norma geral
de que depende o exercício do direito invocado pelo impetrante.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 87.
A legitimidade ativa do habeas data, destinado a assegurar o conhecimento de
informações relativas ao impetrante constantes de registros ou banco de dados, está
adstrita às pessoas físicas.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 88. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado sempre que
alguém sofrer violência em sua liberdade de locomoção.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 89.
No ordenamento jurídico brasileiro, o habeas corpus somente pode ser impetrado na

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forma repressiva, ou seja, somente no caso de alguém efetivamente ter sofrido


violência que limite liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 90.
Terá legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo o partido político que
tenha, no mínimo, um representante na Câmara dos Deputados e um no Senado
Federal.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 91.
A todos os cidadãos é gratuita a ação de habeas data.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 92.
Entidade de classe somente pode impetrar mandado de segurança coletivo em favor
de seus associados se for por eles expressamente autorizada.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 93.
Para que uma entidade de classe ajuíze mandado de segurança coletivo em favor de
seus associados, além do prazo mínimo de um ano de regular existência dessa
entidade, é necessário que ela conte com autorização da respectiva assembleia.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 94.
O mandado de injunção é impróprio para pleitear em juízo direito individual líquido e
certo decorrente de norma constitucional autoaplicável.

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( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 95.
Para a retificação de informações constantes de cadastros de registros públicos ou
banco de dados de entidades governamentais, é inadmissível a impetração de habeas
data, cuja função é assegurar apenas o conhecimento dessas informações.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 96.
Caracteriza-se como repressivo o “habeas corpus” impetrado por alguém que se
julgue ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção por
ilegalidade ou abuso de poder.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 97.
A jurisprudência do STF não admite impetração de “habeas corpus” em favor de
pessoa jurídica, ainda que esta figure como ré em ação de crime contra o meio
ambiente.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 98.
A legitimidade para impetrar “habeas corpus” pertence apenas à pessoa natural
afetada por qualquer medida que restrinja ou ameace restringir a sua liberdade de
locomoção.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 99.
Segundo a jurisprudência dominante do STF, é cabível “habeas corpus” contra decisão
condenatória à pena de multa.
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( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 100.
É possível a desistência de mandado de segurança após a sentença de mérito, ainda
que favorável ao impetrante, sem a anuência do impetrado.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 101.
De acordo com o entendimento do STF, o estado-membro não dispõe de legitimidade
para propor, contra a União, mandado de segurança coletivo em defesa de supostos
interesses da população residente na unidade federada.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 102.
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados, mas não
por partido político, que não possui representação para a defesa de direitos de
categorias sociais em particular.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 103.
O cidadão que esteja impedido de exercer direito individual em razão da ausência de
norma regulamentadora poderá valer-se do mandado de injunção.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 104.
Considere que Antônio, preso político durante a ditadura, pretenda obter informações
de seu interesse constantes de banco de dados de entidade governamental.
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Considere, ainda, que o pedido de Antônio seja indeferido na esfera administrativa.


Nessa situação, Antônio deverá impetrar “habeas corpus” junto ao Poder Judiciário a
fim de obter as informações desejadas.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 105.
Para o cabimento do habeas data, não é necessário que o impetrante comprove prévia
recusa do acesso a informações ou de sua retificação.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 106.
O habeas data, importante ação constitucional, assegura o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público, mas veda ao impetrante a
retificação desses dados.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 107.
Para propor ação popular objetivando anular ato lesivo ao patrimônio público, não é
necessário que o indivíduo esteja no gozo de direitos que lhe permitam participar da
vida política.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 108.
Ao constatar que o esgoto produzido em uma edificação que sediava um órgão da
administração pública era lançado diretamente no principal rio da cidade, um cidadão
local, inconformado com tal situação de descaso com o meio ambiente, decidiu
pleitear, pela via judicial, a obtenção de medida que protegesse o meio ambiente da
agressão constatada. Nessa situação hipotética, para requerer a medida protetiva
pretendida, o referido cidadão deverá impetrar:

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a) habeas corpus.
b) ação popular.
c) mandado de segurança coletivo.
d) habeas data.
e) mandado de injunção.

QUESTÃO 109.
Todas as pessoas físicas ou jurídicas são partes legítimas para propor ação popular
que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 110.
Embora apenas o cidadão tenha legitimidade para o ajuizamento da ação popular, o
Ministério Público pode, na hipótese de desistência da ação por parte do autor,
promover o respectivo prosseguimento do feito.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 111.
O direito à duração razoável de processos, tanto no âmbito judicial quanto no
administrativo, é um direito fundamental previsto expressamente na CF.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 112.
A liberdade de locomoção em tempo de paz, que engloba, em relação ao território
nacional, as situações de acesso e ingresso, saída e permanência, assim como a
possibilidade de deslocamento, constitui direito absoluto, que não comporta
limitações.
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( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 113.
Os chamados remédios constitucionais, ou remédios do direito constitucional,
constituem em meios à disposição do indivíduo para provocar a atuação das
autoridades competentes, com o fim de evitar ou sanar ilegalidade e abuso de poder
em prejuízo de direitos e interesses individuais ou coletivos.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 114
O “habeas corpus” pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder público
como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 115.
O sujeito passivo do “habeas corpus” será a autoridade pública, pois somente ela tem
a prerrogativa de restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do
interesse público ou social, razão pela qual não se admite sua impetração contra ato
de particular.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 116.
Caso a sentença penal condenatória emanada de juiz militar imponha pena de
exclusão de militar ou de perda de patente, será cabível a utilização do “habeas
corpus”.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 117.

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Ainda que já extinta a pena privativa de liberdade, é cabível a utilização de “habeas


corpus” para pedido de reabilitação de paciente.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 118.
Caso ocorra, ao fim de um processo penal, a fixação de pena de multa em sentença
penal condenatória, ficará prejudicada a utilização do “habeas corpus”, haja vista a sua
destinação exclusiva à tutela do direito de ir e vir.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 119.
São legitimados para impetrar mandado de segurança a pessoa física, nacional ou
estrangeira, e a pessoa jurídica privada, mas não a pública, visto o mandado de
segurança ter como função garantir direito líquido e certo contra ato de autoridade
pública.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 120.
Será cabível, em qualquer circunstância, manejo de mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do poder público.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 121.
O mandado de segurança pode ser interposto mesmo contra ato administrativo do
qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de
caução.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 122.
O mandado de segurança pode ser impetrado por pessoas naturais, mas não por
pessoas jurídicas, em defesa de direitos individuais.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 123.
Estrangeiro residente no exterior não pode impetrar mandado de segurança no Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 124.
O partido político com representação nacional pode impetrar mandado de segurança
coletivo contra ilegalidade ou abuso de poder.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 125.
Diferentemente das organizações sindicais, das entidades de classe e das associações,
os partidos políticos não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança
coletivo.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 126.
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por pessoas jurídicas, públicas
ou privadas, como as organizações sindicais e as entidades de classe legalmente
constituídas, mas não por partidos políticos.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 127.
Qualquer partido político pode impetrar mandado de segurança coletivo para
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proteção de direito líquido e certo.


( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 128.
De acordo com a CF, o mandado de injunção é remédio destinado a suprir lacuna ou
ausência de regulamentação de direito previsto na CF e em norma infraconstitucional.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 129.
Segundo a CF, deve ser concedido habeas data sempre que a ausência de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 130.
O STF adota a posição de que o mandado de injunção não tem função concretista,
porque não cabe ao Poder Judiciário conferir disciplina legal ao caso concreto sob
pena de violação ao princípio da separação dos poderes.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 131.
O STF passou a admitir a adoção de soluções normativas para a decisão judicial como
alternativa legítima de tornar a proteção judicial efetiva por meio do mandado de
injunção.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 132.
O mandado de injunção tem como objeto o não cumprimento de dever constitucional
de legislar que, de alguma forma, afete direitos constitucionalmente assegurados,
sendo pacífico, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele só é
cabível se a omissão tiver caráter absoluto ou total, e não parcial.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 133.
Além das pessoas físicas, as pessoas jurídicas, os sindicatos e as associações, assim
como o MP, dispõem de legitimidade para impetrar o mandado de injunção.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 134.
O “habeas data” pode ser impetrado contra qualquer órgão do Estado, seja ele do
Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, mas não contra pessoas
jurídicas de direito privado.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 135.
A CF prevê, entre outras fundamentais, o mandado de injunção como instrumento
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 136.
Segundo a CF, cabe mandado de injunção para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público.

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( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 137.
Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito
de acesso a informações constantes de registros ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público relativo a dados pessoais pertinentes à pessoa
do impetrante, a pessoa jurídica não tem legitimidade para o ajuizamento desse tipo
de ação.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 138.
Habeas data é o remédio constitucional adequado para o caso de recusa de
fornecimento de certidões para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal, próprio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de
obtenção de informações de interesse particular, coletivo ou geral.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 139.
Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 140.
O habeas data destina-se a assegurar o conhecimento de informações pessoais
constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público, desde que geridas por servidores do Estado.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 141.
Maria protocolou junto ao DETRAN requerimento com a finalidade de conhecer as
informações acerca de sua pessoa constantes no banco de dados daquele órgão. O
pedido foi negado pelo diretor, com base em portaria do órgão que proibia o acesso
pretendido por Maria, apesar de as informações não serem de uso exclusivo do
DETRAN. Para ter acesso às informações, Maria poderá valer-se do mandado de
injunção. Essa ação constitucional destina-se a assegurar o acesso a informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 142.
Na impetração do habeas data, o interesse de agir configura-se diante do binômio
utilidade necessidade dessa ação constitucional, independentemente da apresentação
da prova negativa da via administrativa.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 143.
O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciário, independentemente de prévio
requerimento na esfera administrativa.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 144.
Qualquer cidadão poderá impetrar habeas data no Poder Judiciário para assegurar o
conhecimento de informações relativas a sua pessoa disponíveis na Agência Nacional
de Telecomunicações (ANATEL), independentemente de ter formulado o pedido
diretamente na agência.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 145.

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A nacionalidade brasileira é condição necessária e suficiente para propor ação popular


visando à declaração de nulidade de ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 146.
A ação popular, que tem como legitimado ativo o cidadão brasileiro nato ou
naturalizado, exige, para seu ajuizamento, o prévio esgotamento de todos os meios
administrativos e jurídicos de prevenção ou repressão aos atos ilegais ou imorais
lesivos ao patrimônio público.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 147.
O mandado de injunção é o remédio constitucional adequado para anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 148.
Se o autor da ação popular dela desistir, o MP poderá, entendendo presentes os
devidos requisitos, dar-lhe prosseguimento.
( ) Certo ( ) Errado

QUESTÃO 149.
O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, ou seja, apenas quando a
condenação fizer com que alguém fique preso além do tempo fixado na sentença.
( ) Certo ( ) Errado

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QUESTÃO 150.
É gratuita a certidão de óbito para os reconhecidamente pobres na forma da lei.
( ) Certo ( ) Errado

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7.1 Questões comentadas

QUESTÃO 01.

O Brasil adotou a forma republicana de governo e o modelo federativo de Estado que


se embasa na autonomia e na soberania dos estados-membros, expressa pela
capacidade destes de se auto-organizarem por meio das constituições estaduais.

Resposta: ERRADA
Comentário: Nos termos do artigo 1º, da CF, o Estado brasileiro adota a forma
federativa e, como forma de governo, a republicana. A forma federativa de Estado
aponta para a existência de entes autônomos – União, estados, DF e municípios -, mas
não soberanos. Somente a República Federativa do Brasil possui soberania.

QUESTÃO 02.

O pluralismo político é princípio fundamental que assegura aos cidadãos até mesmo
o apartidarismo.

Resposta: CERTO
Comentário: Como decorrência do princípio democrático, o pluralismo político (art.
1º, inciso V, da CF) demanda uma sociedade na qual a diversidade de ideias e as
liberdades devem ser amplamente respeitadas, incluindo-se ai, sem dúvidas, o direito
a não filiação à uma corrente partidária.

QUESTÃO 03.

Acerca dos princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir. Conforme o princípio democrático, todo o poder emana do
povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes eleitos.

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Resposta: CERTO
Comentário: É o que vamos encontrar no parágrafo único, do artigo 1º, da
Constituição Federal.

QUESTÃO 04.

Acerca dos princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir.

Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais


constituem objetivos da República Federativa do Brasil expressos na CF.

Resposta: CERTO
Comentário: Conforme previsto no artigo 3º, da Constituição Federal.

QUESTÃO 05.

A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacionais, pelos


seguintes princípios: independência nacional; prevalência dos direitos humanos;
autodeterminação dos povos; não intervenção; igualdade entre os Estados; defesa da
paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade e concessão de asilo político.

Resposta: CERTO
Comentário: A questão reproduz o conteúdo do artigo 4º, da Constituição Federal.

QUESTÃO 06.

A dignidade da pessoa humana e o pluralismo político são princípios fundamentais


da República Federativa do Brasil.

Resposta: CERTO
Comentário: É o que encontramos no artigo 1º, incisos III e V, da Constituição Federal,
que os coloca como fundamentos da República.

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QUESTÃO 07.

Acerca dos princípios fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir.

A prevalência dos direitos humanos, a concessão de asilo político e a solução pacífica


de conflitos são princípios fundamentais que regem as relações internacionais do
Brasil.

Resposta: CERTO
Comentário: Conforme podemos conferir no artigo 4º, incisos II, VII, e X, da
Constituição Federal.

QUESTÃO 08.

Serão considerados equivalentes às emendas constitucionais os tratados


internacionais sobre direitos humanos referendados em ambas as Casas do Congresso
Nacional em dois turnos de votação e por um terço dos respectivos membros.

Resposta: ERRADO
Comentário: Segundo dispõe o parágrafo 3º, do artigo 5º, da CF, somente os tratados
e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

QUESTÃO 09.

Considerando as regras do direito constitucional, julgue os itens a seguir.

Embora os direitos e as garantias fundamentais se destinem essencialmente às


pessoas físicas, alguns deles podem ser estendidos às pessoas jurídicas.

Resposta: CERTO
Comentário: Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), guardadas
as suas características, a pessoa jurídica também pode ser titular de direitos
fundamentais, como o direito de propriedade, de imagem.

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QUESTÃO 10.

Acerca dos princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF),


julgue o item a seguir.

Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se aos estrangeiros


em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de previsão
constitucional expressa.

Resposta: ERRADO
Comentário: É entendimento do STF de que também os estrangeiros não residentes
no País (em trânsito) e as pessoas jurídicas, podem ser titulares de direitos
fundamentais.

QUESTÃO 11.

O respeito aos direitos fundamentais deve subordinar tanto o Estado quanto os


particulares, igualmente titulares e destinatários desses direitos.

Resposta: CERTO
Comentário: Dada a sua essencialidade, os direitos fundamentais podem ser exigidos,
opostos, em face do Estado (eficácia vertical) ou dos particulares, pessoas físicas ou
jurídicas (eficácia horizontal).

QUESTÃO 12.

Somente aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país é assegurado o direito


de petição em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Resposta: ERRADA
Comentário: O Supremo Tribunal Federal entende, em interpretação do artigo 5º,
caput, da CF, que são titulares dos direitos fundamentais – o que inclui o direito de
petição – também os estrangeiros não residentes no Brasil.

QUESTÃO 13.
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No que concerne aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item que se segue.

A ilimitabilidade é uma característica dos direitos fundamentais consagrados na CF,


pois esses são absolutos e, diante de casos concretos, devem ser interpretados com
base na regra da máxima observância dos direitos envolvidos.

Resposta: ERRADO
Comentário: Nenhum direito fundamental é absoluto. Havendo conflito entre dois
direitos, na análise do caso concreto, ponderar-se-á pela aplicação daquele que, na
oportunidade, se apresenta razoável, mais adequado.

QUESTÃO 14.

A respeito dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir.


O direito à vida desdobra-se na obrigação do Estado de garantir à pessoa o direito de
continuar viva e de proporcionar-lhe condições de vida digna.
Resposta: CERTO
Comentário: O direito à vida humana abarca desde a garantia da existência física, de
que ninguém será privado de sua vida arbitrariamente (art. 5º, caput, da CF), passando
pela proteção da integridade física e mental (psíquica) das pessoas (art. 5º, inciso XLIX,
da CF) até a garantia de uma vida com dignidade (art. 1º, inciso III e art. 170, da CF).

QUESTÃO 15.

Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
A CF assegura a liberdade de pensamento, mas veda o anonimato, uma vez que o
conhecimento da autoria torna possível a utilização do direito de resposta.

Resposta: CERTO
Comentário: Está conforme o artigo 5º, inciso IV, da CF: “é livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o anonimato”.

QUESTÃO 16.

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Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.

Como regra, não se admite a privação de liberdade de locomoção em razão de dívidas.

Resposta: CERTO
Comentário: É o que decorre da previsão feita pelo artigo 5º, inciso LXVII, da CF: “não
haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”.

QUESTÃO 17.

Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos,


julgue o item a seguir.

A liberdade para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão está


condicionada ao atendimento das qualificações profissionais estabelecidas por lei,
mas nem todos os ofícios ou profissões, para serem exercidos, estarão sujeitos à
existência de lei.

Resposta: CERTO
Comentário: Conforme o artigo 5º, inciso XIII, da CF, a regra é o exercício livre de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, até que lei venha – se este for o caso – a
estabelecer certas qualificações profissionais.

QUESTÃO 18.

Acerca dos direitos humanos, à luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item
subsequente.

O direito de reunião constitui instrumento viabilizador do exercício da liberdade de


expressão e propicia a ativa participação da sociedade civil mediante exposição de
ideias, opiniões, propostas, críticas e reinvindicações.

Resposta: CERTO
Comentário: A liberdade de reunião (art. 5º, inciso XVI, da CF) possui nítida feição
coletiva e se coloca como um direito “meio”, pois viabiliza o direito amplo à liberdade
de expressão.

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QUESTÃO 19.

No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, à nacionalidade e aos


direitos políticos, julgue o item que se segue, tendo como referência as disposições
da CF.

Depende de decisão judicial com trânsito em julgado a suspensão das atividades de


associação que tenha praticado alguma ilegalidade.

Resposta: ERRADO
Comentário: Nos termos do artigo 5º, inciso XIX, da CF, a suspensão das atividades
de uma associação pode ser determinada por decisão judicial que não tenha
transitado em julgado. A dissolução da associação depende, contudo, que a decisão
judicial que o determine já tenha transitado em julgado.

QUESTÃO 20.

Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.

As entidades associativas, se expressamente autorizadas, possuem legitimidade para


representar seus filiados na esfera judicial.

Resposta: CERTO
Comentário: Esta é a figura da representação processual, conforme o artigo 5º, inciso
XXI, da CF.

QUESTÃO 21.

Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos,


julgue o item a seguir.

Lei aprovada pelo Congresso Nacional para conferir proteção especial às mulheres,
seja qual for o tratamento diferenciado entre os gêneros, contrariará a CF, que prevê
a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações.

Resposta: ERRADO
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Comentário: Como vimos, o direito a um igual tratamento pela lei (art. 5º, caput, da
CF), sem quaisquer distinções, comporta, no entanto, exceções, desde que razoáveis
e justificadas. Assim, em princípio, “homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações” (art. 5º, inciso I, da CF), podendo haver, contudo, tratamento diferenciado,
devidamente justificado e de acordo com os valores albergados pela nossa ordem
jurídica.

QUESTÃO 22.

Julgue o item seguinte, acerca dos direitos e garantias fundamentais da República


Federativa do Brasil.

Ações afirmativas são mecanismos que visam viabilizar uma isonomia material em
detrimento de uma isonomia formal por meio do incremento de oportunidades para
determinados segmentos.

Resposta: CERTO

Comentário: O direito à igualdade, assegurado pela Constituição Federal, não é só


aquele formal. Nossa ordem constitucional dá guarida a medidas que visam
estabelecer uma igualdade material. O objetivo dessas medidas, chamadas de
“discriminação positiva”, de “ação afirmativa” é garantir uma igualdade de fato,
substancial, social, a partir da concessão de iguais oportunidades a grupos ou pessoas
marginalizadas socialmente ou hipossuficientes.

QUESTÃO 23.

Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.

Na hipótese de iminente perigo, o poder público competente poderá requisitar o uso


de propriedade particular, estando assegurada ao proprietário a possibilidade de ser
indenizado em caso de dano ao seu patrimônio.

Resposta: CERTO

Comentário: É o que encontramos no artigo 5º, inciso XXV, da CF, o qual diz que “no
caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver

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dano”. É a chamada “requisição administrativa”.

QUESTÃO 24.

Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

O direito fundamental ao sigilo das comunicações telefônicas pode ser suspenso por
determinação judicial, mas somente para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.

Resposta: CERTO

Comentário: A Constituição Federal estabelece, em princípio, ser “inviolável o sigilo


da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas” (art. 5º, inciso XI). Admite, no entanto, a violação das comunicações
telefônicas “por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para
fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.

QUESTÃO 25.

No que concerne aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item que se segue.

Nos processos judiciais, são assegurados aos litigantes os direitos fundamentais do


contraditório e da ampla defesa. Entretanto, diante do princípio da autotutela
administrativa, essa garantia é inaplicável aos processos administrativos.

Resposta: ERRADO

Comentário: Está claro no artigo 5º, inciso LV, da CF, que aos litigantes, seja em
processo judicial, seja administrativo, “são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.

QUESTÃO 26.

A inviolabilidade da correspondência e das comunicações, sejam elas telegráficas, de


dados ou telefônicas, constitui direito individual fundamental, razão por que o texto
constitucional veda o reconhecimento de exceções ao exercício desse direito.

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Resposta: ERRADO

Comentário: Em regra, nenhum direito fundamental é absoluto. Neste caso


específico, o artigo 5º, inciso XII, da CF traz uma exceção explícita ao sigilo das
comunicações telefônicas, “por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.

QUESTÃO 27.

A lei penal somente pode retroagir para que o réu seja beneficiado.

Resposta: CERTO

Comentário: Conforme o artigo 5º, inciso XL, da CF, a regra é que a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu, seja abolindo o crime, seja prevendo uma
sanção menos gravosa.

QUESTÃO 28.

A respeito dos direitos fundamentais, julgue o item que se segue.

O princípio da razoável duração do processo e dos meios que garantam a celeridade


de sua tramitação não alcança o inquérito policial em razão das peculiaridades que
envolvem o trabalho investigativo.

Resposta: ERRADO

Comentário: O artigo 5º, inciso LXXVIII, da CF prevê que “a todos, no âmbito judicial
e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação”, sem estabelecer qualquer distinção. Sendo
o inquérito policial um procedimento de natureza administrativa, ele também está
sujeito àquela disposição.

QUESTÃO 29. Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que
se segue.

Situação hipotética: Um servidor público federal ofereceu representação ao Ministério


Público contra o presidente de uma grande empresa que lhe havia oferecido quantia

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indevida, a fim de obter favorecimento em um processo administrativo. O servidor


apresentou como prova uma conversa telefônica por ele gravada. Assertiva: Nessa
situação, em que pese a inexistência de autorização judicial, tal prova será considerada
lícita.

Resposta: CERTO

Comentário: Conforme entendimento sedimentado no STF (vide o RExt 212.081/RO;


DJ de 27.03.1988), a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores,
mesmo sem conhecimento do outro, não constitui interceptação telefônica – que
pressupõe a existência de um terceiro alheio -, podendo ser realizada
independentemente do cumprimento dos requisitos mencionados no artigo 5º, inciso
XII, da CF.

QUESTÃO 30.

No que tange aos direitos e às garantias individuais e coletivos, julgue o item que se
segue.

O direito adquirido, entendido como aquele que já se incorporou ao patrimônio do


seu titular, não poderá ser prejudicado por lei posterior.

Resposta: CERTO

Comentário: É o que vamos encontrar no artigo 5º, inciso XXXVI, da CF: “a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.

QUESTÃO 31.

Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção.

Entre os legitimados para a impetração do mandado de injunção, figura a pessoa


natural.

Resposta: CERTO

Comentário: Conforme entendimento jurisprudencial no âmbito do STF, o mandado


de injunção pode ser impetrado tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica,
para viabilizar o exercício dos direitos de que é titular, diante da ausência de norma

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reguladora infraconstitucional.

QUESTÃO 32.

Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção.

A concessão do mandado de injunção está condicionada à ausência de norma


regulamentadora para o exercício de um direito, ainda que esta omissão seja parcial.

Resposta: CERTO

Comentário: A questão está conforme o disposto no inciso LXXI, do artigo 5º, da CF:
“conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.

QUESTÃO 33.

A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue, tendo
como referência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

É vedado ao legislador editar lei em que se exija o pagamento de custas processuais


para a impetração de habeas corpus.

Resposta: CERTO

Comentário: Isso, porque o artigo 5º, inciso LXXVII, da CF assegura que “são gratuitas
as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania”

QUESTÃO 34.

A respeito das associações, julgue o item subsequente à luz das disposições da CF.

A atuação das associações na defesa de seus associados em mandado de segurança


coletivo independe de autorização.

Resposta: CERTO

Comentário: É entendimento jurisprudencial consolidado que os legitimados à


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propositura do mandado de segurança coletivo – o que inclui as associações - atuam


como substitutos processuais, dispensando autorização expressa dos filiados ou
associados (art. 5º, inciso LXX, da CF).

QUESTÃO 35.

Julgue o item a seguir, a respeito dos direitos e garantias fundamentais.

O habeas data não é meio de solicitação e obtenção de informações de terceiros, uma


vez que tem como objetivo assegurar o conhecimento de informações relativas ao
próprio impetrante.

Resposta: CERTO

Comentário: O artigo 5º, inciso LXXII, da CF é claro ao afirmar que será concedido
habeas data “para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante” apenas, não de terceiros.

QUESTÃO 36.

A respeito da teoria e do regime jurídico dos direitos fundamentais, julgue o item que
se segue à luz das disposições da CF.

Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é possível obter
informações relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam classificadas
como públicas.

Resposta: ERRADO

Comentário: O artigo 5º, inciso LXXII, da CF é claro ao dizer que somente se concederá
habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à própria pessoa
do impetrante, não de terceiros.

QUESTÃO 37.

Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos,


julgue o item a seguir.

Se determinado dirigente de autarquia estadual editar ato administrativo lesivo ao


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patrimônio público, qualquer cidadão ou pessoa jurídica poderá propor ação popular
para anular o referido ato, sem custas judiciais.

Resposta: ERRADO

Comentário: Na sistemática do artigo 5º, inciso LXXIII, da CF, a ação popular é uma
ação que somente pode ser manejada pelo cidadão, que necessariamente é uma
pessoa física, no gozo de seus direitos políticos.

QUESTÃO 38.

Em relação à teoria da constituição, ao poder constituinte, aos direitos fundamentais


e aos remédios constitucionais, julgue o item que se segue.

Entre os direitos fundamentais incluem-se os remédios constitucionais, como, por


exemplo, o mandado de injunção, criado pela Constituição Federal de 1988 e que tem
por finalidade suprir a falta de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Resposta: CERTO

Comentário: É o que prevê o inciso LXXI, do artigo 5º, da Constituição Federal.

QUESTÃO 39.

Acerca dos remédios constitucionais, julgue o próximo item.

Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus.

Resposta: CERTO

Comentário: O habeas corpus tutela a liberdade de locomoção, direito que somente


pode ser titularizado por uma pessoa física, pessoa natural. Assim, o paciente somente
pode ser uma pessoa física. O impetrante da medida, contudo, pode ser uma pessoa
jurídica, desde que em favor de uma pessoa física.

QUESTÃO 40.

Os direitos fundamentais arrolados pela CF balizam o trabalho do servidor público.


Considerando as disposições constitucionais insculpidas nos artigos que vão do 5.º ao
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15, julgue os itens subsecutivos.

O direito de petição só se aplica ao judiciário.

Resposta: ERRADO

Comentário: O direito de petição é, por assim dizer, o gênero, do qual o direito de


ação é espécie. Conforme estabelece o artigo 5º, inciso XXXIV, da CF é assegurado o
direito de petição “aos Poderes Públicos”, na defesa de direitos ou conta ilegalidade
ou abuso de poder. Assim, o direito de petição não está limitado ao Poder Judiciário.

QUESTÃO 41.

Julgue o item a seguir, que se refere aos direitos e garantias fundamentais previstos
na CF e à administração pública. Recentemente, o transporte foi incluído no rol de
direitos sociais previstos na CF, que já contemplavam, entre outros, o direito à saúde,
ao trabalho, à moradia e à previdência social, bem como a assistência aos
desamparados.

Resposta: CERTO
Comentário: Por meio da Emenda Constitucional n. 90, de 2015, o transporte foi
incluído no artigo 6º, da CF, como direito social.

QUESTÃO 42.

Com referência à Constituição Federal de 1988 e às disposições nela inscritas


relativamente a direitos sociais e políticos, administração pública e servidores
públicos, julgue o item subsequente.

A Constituição Federal de 1988 proíbe expressamente a diferença de salários, de


exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil.

Resposta: CERTO
Comentário: A questão está de acordo com o artigo 7º, inciso XXX, da CF: “proibição
de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil”.

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QUESTÃO 43.

Com relação aos direitos sociais, aos direitos de nacionalidade, aos direitos políticos
e aos partidos políticos, julgue o próximo item.

O transporte e o lazer são direitos sociais expressamente previstos na CF.

Resposta: CERTO
Comentário: É o que encontramos no artigo 6º, da CF.
QUESTÃO 44.

No que diz respeito a direitos sociais relacionados ao trabalho, julgue o item a seguir.

A realização de trabalho noturno, perigoso ou insalubre por menor de dezoito anos


de idade é permitida desde que o empregador pague a esse trabalhador adicional
pecuniário.

Resposta: ERRADO
Comentário: Conforme o artigo 7º, inciso XXXIII, da CF, é proibida a realização de
“trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito”, independentemente
do pagamento dos adicionais respectivos ou não.

QUESTÃO 45.

À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue o item a
seguir. Aos trabalhadores compete decidir sobre os interesses que devam defender
por meio do exercício do direito de greve.

Resposta: CERTO
Comentário: Está conforme o artigo 9º, da CF, que preceitua: “É assegurado o direito
de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
sobre os interesses que devam por meio dele defender”.

QUESTÃO 46.

À luz das disposições constitucionais relativas aos direitos sociais, julgue o item a

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seguir.

É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos


órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
de discussão e deliberação.

Resposta: CERTO
Comentário: Tal previsão é feita pelo artigo 10, da CF.

QUESTÃO 47.

No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, à nacionalidade e aos


direitos políticos, julgue o item que se segue, tendo como referência as disposições
da CF. Para que o filho de casal brasileiro nascido em país estrangeiro seja considerado
brasileiro nato, ambos os pais devem estar, nesse país, a serviço da República
Federativa do Brasil.

Resposta: ERRADO
Comentário: Conforme o artigo 12, inciso I, alínea “c”, da CF, também são brasileiros
natos “os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira”.

QUESTÃO 48.

Com base no disposto na CF, julgue o item abaixo, relativo aos direitos e deveres
individuais e coletivos. A extradição de brasileiro, expressamente vedada em caso de
brasileiro nato, é admitida em caso de brasileiro naturalizado que tenha cometido
crime comum antes da naturalização ou cujo envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes ou drogas afins tenha sido comprovado, ainda que após a
naturalização.

Resposta: CERTO
Comentário: É o que prevê o artigo 5º, inciso LI, da CF.

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QUESTÃO 49.
O cidadão que entender que seu direito líquido e certo foi violado por ato de agente
do tribunal de contas que atuava no exercício de suas funções poderá se valer do
remédio constitucional denominado
a) mandado de injunção.
b) ação popular.
c) mandado de segurança.
d) ação civil pública.
e) ação rescisória.
GABARITO: Alternativa correta é a letra C.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXIX, da CRFB/88, conceder-se-á
mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.

QUESTÃO 51.
O princípio da proibição do reformatio in pejus não se aplica ao habeas corpus, pois
esta garantia fundamental não possui natureza recursal.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O que é reformatio in pejus? É o agravamento da situação
jurídica do réu em face de recurso interposto exclusivamente pela defesa. E isso não
pode, ou seja, melhorando a frase, é proibido agravar a situação jurídica em habeas
corpus.
A proibição da “reformatio in pejus” (ou seja, piorar o caso rs) aplica-se
ao “habeas corpus”, cujo manejo jamais poderá agravar a situação jurídica
daquele a quem busca favorecer. [STF. 2ª Turma. HC 126869/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 23/6/2015 (Info 791 STF)].

QUESTÃO 52.

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A isenção de custas processuais na ação popular para a defesa de interesse coletivo


ou difuso inclui o ônus da sucumbência, salvo se comprovada má-fé.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.

QUESTÃO 53.

A ação constitucional que tem o cidadão como legitimado ativo e que objetiva
defender interesse difuso para anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural denomina-se

a) mandado de segurança.

b) habeas data.

c) habeas corpus.

d) ação civil pública.

e) ação popular.

GABARITO: Alternativa E.

COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, qualquer


cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.

QUESTÃO 54.
O habeas corpus pode ser impetrado por

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a) condenado a pena de multa, caso ele considere exorbitante o valor desta.


b) militar, contra punição disciplinar imposta sem motivação.
c) pessoa física, para impugnar determinação de suspensão de direitos políticos.
d) estrangeiro, mas sempre em português.
e) pessoa jurídica, em seu favor, quando ela for acusada de crime ambiental.

GABARITO: Alternativa D.
COMENTÁRIOS: O habeas corpus pode ser impetrado por
a) Alternativa A: ERRADO. Não cabe habeas corpus em face de decisão que
condena a apenas o pagamento de multa (SÚMULA 693/STF).
b) Alternativa B: ERRADO. Não cabe habeas corpus para analisar mérito de
punição militar. Quando a alternativa se refere a "punição disciplinar imposta sem
motivação", ela está se referindo a um ato discricionário, logo, trata-se do mérito
administrativo. Lembrando que em relação à ilegalidade do ato, caberia habeas
corpus.
c) Alternativa C: ERRADO. Não cabe habeas corpus em relação à pena de
suspensão de direitos políticos.
d) Alternativa D: CORRETO. Via de regra, o habeas corpus não exige
formalidades, bastando que a petição seja escrita no vernáculo (em português) e
que não seja apócrifa (sem assinatura).
e) Alternativa E: ERRADO. Pessoa jurídica não pode impetrar habeas corpus
em seu favor, mas apenas em favor de uma pessoa física.

QUESTÃO 55.
Servidores públicos de determinado estado da Federação iniciaram movimento
grevista, motivados pelo atraso no pagamento de seus vencimentos, na tentativa de
regularizar a situação salarial. Inconformado com a paralisação de atividades que
julgava essenciais, o gestor público expediu ato administrativo determinando o
desconto do salário dos servidores grevistas, bem como o processamento da devida
anotação funcional.
Nessa situação hipotética, o instrumento processual de controle judicial que o
sindicato dos servidores deverá invocar para suspender o ato administrativo de
desconto e anotação dos dias não trabalhados é o
a) mandado de injunção.

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b) recurso ordinário.
c) habeas corpus.
d) habeas data.
e) mandado de segurança.
GABARITO: Alternativa E.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXIX, da CRFB/88, conceder-se-á
mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.

QUESTÃO 56.
Jorge, cidadão brasileiro com dezoito anos de idade, deseja tomar medida jurídica,
sob o fundamento de que determinada prerrogativa inerente a sua cidadania não
pode ser usufruída em razão de omissão legislativa na edição de norma
regulamentadora de dispositivo constitucional.
Nessa situação hipotética, para buscar tutela jurisdicional, de acordo com o rol de
direitos e garantias fundamentais, Jorge deverá valer-se de
a) habeas data.
b) mandado de injunção.
c) mandado de segurança.
d) ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
e) ação popular.
GABARITO: Alternativa B.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXI, da CRFB/88, conceder-se-á
mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

QUESTÃO 57.

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Jonas, servidor público federal, respondeu a processo administrativo disciplinar e, ao


final, foi absolvido das acusações. No entanto, por um equívoco, no seu assentamento
funcional passou a constar a informação de que ele havia sido condenado. Ao saber
do erro, Jonas solicitou a retificação dos dados, mas o seu pedido foi indeferido.
Nessa situação hipotética, a ação cabível, de acordo com a CF, é
a) a ação direta de inconstitucionalidade.
b) a ação popular.
c) o habeas corpus.
d) o mandado de injunção.
e) o habeas data.
GABARITO: Alternativa E.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXII, da CRFB/88, conceder-se-á
habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; e b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
O habeas data é tido como uma ação personalíssima, o que quer dizer que
o pedido não poderá ser requerido por terceiros.
Por fim, o art. 5.º, LXXVII, da CRFB/88: “são gratuitas as ações de habeas
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania”.

QUESTÃO 58.
Se o mandado de segurança não for conhecido, será possível a renovação do pedido,
desde que observado o prazo decadencial do remédio constitucional.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 6o, § 6o, da lei 12.106/09, o pedido de
mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a
decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

QUESTÃO 59.
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Após ter sido negada a sua solicitação de financiamento para a aquisição de imóvel
residencial — seu nome estava negativado no serviço de proteção ao crédito —, Pedro
procurou a entidade responsável pelo banco de dados em questão, mas lhe foi
negado o fornecimento de informações acerca de seu cadastro.
Nessa situação hipotética, para garantir o acesso aos dados, o remédio constitucional
cabível em sede judicial é o(a)
a) mandado de injunção.
b) habeas data.
c) ação popular.
d) mandado de segurança
GABARITO: Alternativa B.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXII, da CRFB/88, conceder-se-á
habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; e b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
O habeas data é tido como uma ação personalíssima, o que quer dizer que
o pedido não poderá ser requerido por terceiros.

QUESTÃO 60.
Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é possível obter
informações relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam classificadas
como públicas.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXII, da CRFB/88, conceder-se-á
habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; e b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
O habeas data é tido como uma ação personalíssima, o que quer dizer que
o pedido não poderá ser requerido por terceiros.
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QUESTÃO 61.
Compete exclusivamente ao STF o julgamento de habeas corpus impetrado por
ministro de Estado.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A competência do STJ para julgar habeas corpus é
determinada constitucionalmente em razão do paciente ou da autoridade coatora
(CRFB/88, art. 105, I, c). Nesse rol constitucionalmente afirmado, não se inclui a
atribuição daquele Superior Tribunal para processar e julgar, originariamente, ação
de habeas corpus na qual figure como autoridade coatora juiz de direito.

QUESTÃO 62.
É considerado abuso de poder ato praticado pelo presidente da República contra o
exercício de direito individual, podendo esse exercício ser protegido por meio de
mandado de segurança, cujo julgamento será da competência do Supremo Tribunal
Federal (STF).
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O abuso de poder é gênero, dos quais são espécies: desvio
de finalidade e excesso de poder. Caracterizando aquele que visa outra finalidade,
mesmo atuando dentro dos seus limites, e o excesso de poder quando atua fora dos
limites de sua competência.
A assertiva trata de crime de responsabilidade e não de abuso de poder,
conforme disposto no art. 85, III, da CRFB/88, é crime de responsabilidade o ato
do Presidente da República contra o exercício do direito individual.

QUESTÃO 63.
O remédio constitucional do habeas data permite que o impetrante obtenha
informações cadastrais relativas a todas as partes de um processo do qual seja parte,
exceto aquelas protegidas por sigilo bancário.
( ) Certo ( ) Errado

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GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXII, da CRFB/88, conceder-se-á
habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; e b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
O habeas data é tido como uma ação personalíssima, o que quer dizer que
o pedido não poderá ser requerido por terceiros.

QUESTÃO 64.
Se determinado dirigente de autarquia estadual editar ato administrativo lesivo ao
patrimônio público, qualquer cidadão ou pessoa jurídica poderá propor ação popular
para anular o referido ato, sem custas judiciais.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
A ação popular somente pode ser impetrada por cidadão, ou seja, o eleitor,
que é a pessoa natural no gozo de sua capacidade eleitoral ativa. A comprovação
da condição de eleitor deve ser feita por meio do título de eleitor.

QUESTÃO 65.
O remédio constitucional que representa, no plano institucional, a mais expressiva
reação jurídica do Estado às instituições que lesem, efetiva ou potencialmente, os
direitos de conhecimento de informações relativas à pessoa interessada constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público,
bem como de retificação de dados e complementação de registros existentes, é o(a)
a) habeas data.
b) mandado de segurança.
c) habeas corpus.

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d) ação popular.
e) mandado de injunção.
GABARITO: Alternativa A.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXII, da CRFB/88, conceder-se-á
habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; e b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

QUESTÃO 66.
Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Qualquer pessoa, física ou jurídica, que se veja
impossibilitada de exercer direito constitucional por falta de norma
regulamentadora é legitimada a propor mandado de injunção. Essa é, afinal, uma
das diferenças entre o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade
por omissão.

QUESTÃO 67.
Pessoa jurídica pode impetrar Habeas Corpus.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Habeas Corpus possui legitimação Universal para o seu
ajuizamento. Assim, qualquer pessoa poderá impetrá-lo, mesmo estrangeiros (ainda
que em trânsito), absolutamente incapaz e analfabetos.
A pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus? Sim. Desde que seja em
favor de terceira pessoa física. É que apesar da pessoa jurídica poder figurar no polo
ativo dessa relação processual, de outra banda não pode ela ser beneficiária do
remédio, já que não ostenta o direito à liberdade ambulatória. Este mesmo
raciocínio pode ser aplicado ao Ministério Público e à Defensoria Pública.
Instituições que podem ser impetrantes, mas não podem ser pacientes de habeas
corpus, já que não exercem o direito de locomoção.
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QUESTÃO 68.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
O habeas corpus é instrumento viável para a revisão de súmulas de tribunais se o teor
da súmula atentar abstratamente contra o direito à liberdade de locomoção.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 103 – A, da CRFB/88, o Supremo
Tribunal Federal poderá, de oficio ou por provocação, mediante decisão de dois
terços de seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,
aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder a sua revisão ou cancelamento na forma estabelecida em lei.
Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a provação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor ação
direta de inconstitucionalidade.

QUESTÃO 69.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
A utilização do habeas corpus como mecanismo judicial para salvaguarda do direito à
liberdade de locomoção é limitada no tempo, sujeitando-se a preclusão e decadência.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O habeas corpus não sofre qualquer peia, sendo-lhe
estranhos os institutos da prescrição, da decadência e da preclusão ante o fator
tempo. APELAÇÃO - JULGAMENTO - INTIMAÇÃO - DEFENSORIA PÚBLICA. A falta
de intimação pessoal do defensor público para a sessão em que apregoado e
julgado certo recurso torna insubsistente o acórdão proferido, pouco importando a
passagem substancial de tempo, considerada a data da configuração do vício. (HC
88672, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 27/03/2007,
DJe-018 DIVULG 17-05-2007 PUBLIC 18-05-2007 DJ 18-05-2007 PP-00083 EMENT
VOL-02276-02 PP-00264).
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QUESTÃO 70.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
A inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, ou seja, de apreciação
de um segundo habeas corpus quando ainda não definitivamente julgado o
anteriormente impetrado, é relativizada se se tratar de ilegalidade flagrante e
prontamente evidente.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Conforme o STF, a “inadmissibilidade de impetração
sucessiva de habeas corpus, ou seja, de apreciação de um segundo habeas corpus
quando ainda não definitivamente julgado o anteriormente impetrado, é
relativizada se se tratar de ilegalidade flagrante e prontamente evidente”. (HC
108986 SC).

QUESTÃO 71.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
O habeas corpus é meio idôneo para impugnar ato de sequestro ou confisco de bens
em processo criminal.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXVIII, da CRFB/88, conceder-se-á
habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
É incabível habeas corpus, pois nessa hipótese não está em jogo o direito de
locomoção.

QUESTÃO 72.
À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus.
O afastamento de cargo público é impugnável por habeas corpus.
( ) Certo ( ) Errado
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GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: É incabível Habeas Corpus para impugnar penalidade
imposta mediante decisão administrativa de caráter disciplina (advertência,
suspensão, demissão, destituição de cargo em comissão, cassação de aposentadoria
etc.), porque nessas hipóteses não está em jogo o direito de locomoção.

QUESTÃO 73.
Como o habeas data não pode ser utilizado por pessoa jurídica, deve ser reconhecida
a ilegitimidade ativa na hipótese de pessoa jurídica ajuizar habeas data para obter
informações de seu interesse constante de dados de determinada entidade
governamental.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A legitimatio ad causam para impetração de Habeas Data
estende-se às pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, porquanto
garantia constitucional aos direitos individuais ou coletivos. (STF, RE 673.707/MG,
Rel. Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2015).

QUESTÃO 74.
O habeas data é recurso previsto no texto constitucional cuja finalidade é assegurar
ao indivíduo o conhecimento de informações, relativas à sua pessoa, que estejam
armazenadas em bancos de dados de entidades governamentais, ou banco de dados
privados de interesse público.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: O habeas data tem como uma de suas funções assegurar ao
indivíduo o conhecimento de informações, relativas à sua pessoa, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

QUESTÃO 75.
Decai o mandado de segurança impetrado no TJDFT contra ato de autoridade coatora
que deveria ser processada na justiça federal se o processo não for remetido ao juízo
competente em até cento e vinte dias após a ocorrência do ato.
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( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Não cabe falar em decadência nesse caso, uma vez que o
impetrante buscou os seus direitos no Judiciário dentro do prazo. A demanda já foi
submetida ao Judiciário, o que afasta a decadência.

QUESTÃO 76.
A atuação das associações na defesa de seus associados em mandado de segurança
coletivo independe de autorização.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: É o que prevê a Súmula 629 do STF, segundo a qual “a
impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes”. Trata-se do instituto da substituição
processual.

QUESTÃO 77.
As associações possuem legitimidade para deduzir interpelação judicial como medida
preparatória de ação penal em defesa da honra de seus associados.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Segundo o STF, as associações não têm legitimidade para
promover interpelação judicial em defesa da honra de seus associados, por se tratar
de um direito personalíssimo de quem foi atingido em sua honra.

QUESTÃO 78.
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Correta.
COMENTÁRIOS: É isso mesmo! A impetração de mandado de segurança

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coletivo por entidade de classe independe da autorização dos associados.

QUESTÃO 79.
De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão proferida em mandado de
injunção pode levar à concretização da norma constitucional despida de plena
eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das
prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Correta.
COMENTÁRIOS: O STF vem adotando a corrente concretista acerca dos
efeitos do mandado de injunção. Nesse sentido, a Corte não tem se limitado a
declarar a mora legislativa; ao contrário, as decisões do STF buscam concretizar a
norma constitucional pendente de regulamentação.

QUESTÃO 80.
A ação popular deve ser proposta somente por partido político com representação no
Congresso Nacional.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A ação popular não pode ser proposta por partido político.
Ela deve ser proposta por cidadão, assim considerado aquele que está no pleno
gozo dos direitos políticos.

QUESTÃO 81.
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político que tenha
representação no Congresso Nacional.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Isso mesmo! O partido político com representação no
Congresso Nacional é legitimado para impetrar mandado de segurança coletivo.

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QUESTÃO 82.
Uma entidade de classe que estiver em funcionamento há apenas seis meses não
possui, por essa razão, legitimidade para impetração de mandado de segurança
coletivo em defesa de interesse de seus membros.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: As associações (e não as entidades de classe!) é que só
podem impetrar mandado de segurança coletivo após 1 (um) ano de
funcionamento.

QUESTÃO 83.
Qualquer associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano é parte legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao
patrimônio público ou ao meio ambiente.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: ERRADO.
COMENTÁRIOS: Somente o cidadão pode propor ação popular.

QUESTÃO 84.
O cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, com capacidade eleitoral ativa, tem
legitimidade para propor ação popular.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De fato, qualquer cidadão tem legitimidade para propor
ação popular, nos termos do art. 5o, LXXIII, da CF/88: LXXIII - qualquer cidadão é
parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

QUESTÃO 85.

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Não viola a cláusula do devido processo legal a exigência de arrolamento prévio de


bens para fins de admissibilidade de recurso administrativo.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A questão cobra o conhecimento da Súmula Vinculante no
21 do STF, segundo a qual “ é inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.” Tal exigência viola, sim, o devido processo legal.

QUESTÃO 86
A jurisprudência do STF acerca do mandado de injunção evoluiu para admitir que,
além de declarar omisso o Poder Legislativo, o próprio tribunal edite a norma geral
de que depende o exercício do direito invocado pelo impetrante.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: O examinador “forçou a barra” ao dizer que o tribunal pode
editar norma para regular a Constituição, dando a impressão de que o Judiciário
passou a assumir a função legiferante, típica do Poder Legislativo. Todavia, a questão
foi considerada correta. Isso porque atualmente o STF tem adotado a posição
concretista no julgamento dos mandados de injunção, suprindo a lacuna legislativa
diante da omissão do legislador.

QUESTÃO 87.
A legitimidade ativa do habeas data, destinado a assegurar o conhecimento de
informações relativas ao impetrante constantes de registros ou banco de dados, está
adstrita às pessoas físicas.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O habeas data pode ser ajuizado tanto por pessoas físicas
como por pessoas jurídicas.

QUESTÃO 88. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado sempre que

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alguém sofrer violência em sua liberdade de locomoção.


( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O remédio constitucional adequado para proteger o direito
de locomoção é o habeas corpus (CRFB/88, art. 5º, LXVIII).

QUESTÃO 89.
No ordenamento jurídico brasileiro, o habeas corpus somente pode ser impetrado na
forma repressiva, ou seja, somente no caso de alguém efetivamente ter sofrido
violência que limite liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O habeas corpus pode ser impetrado, também, na forma
preventiva (salvo conduto), quando o direito de locomoção de alguém estiver sendo
ameaçado.

QUESTÃO 90.
Terá legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo o partido político que
tenha, no mínimo, um representante na Câmara dos Deputados e um no Senado
Federal.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A Constituição Federal exige que o partido político tenha
representante no Congresso Nacional (CRFB/88, art. 5º, LXX, “a”). Basta, portanto,
que ele tenha uma vaga ocupada na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.
Não é necessário ter representante em ambas as Casas.

QUESTÃO 91.
A todos os cidadãos é gratuita a ação de habeas data.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
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COMENTÁRIOS: De fato, a Constituição assegura que as ações de habeas


data são gratuitas (CRFB/88, art. 5º, LXXVII).

QUESTÃO 92.
Entidade de classe somente pode impetrar mandado de segurança coletivo em
favor de seus associados se for por eles expressamente autorizada.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A impetração de mandado de segurança coletivo por
entidade de classe independe da autorização de seus associados. Trata-se de
hipótese de substituição processual (súmula 629 do STF).

QUESTÃO 93.
Para que uma entidade de classe ajuíze mandado de segurança coletivo em favor de
seus associados, além do prazo mínimo de um ano de regular existência dessa
entidade, é necessário que ela conte com autorização da respectiva assembleia.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Para a impetração de mandado de segurança coletivo, a
Constituição Federal exige apenas que as associações estejam legalmente
constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano. Essa exigência não se
estende às entidades de classe (CRFB/88, art. 5o, LXX, “b”). Além disso, trata-se de
hipótese de substituição processual, não havendo necessidade de autorização da
respectiva assembleia (súmula 629 do STF).

QUESTÃO 94.
O mandado de injunção é impróprio para pleitear em juízo direito individual líquido e
certo decorrente de norma constitucional autoaplicável.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De fato, o STF entende que se o direito independe de norma
regulamentadora que viabilize seu exercício, não ocorre hipótese de mandado de
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injunção, que só é cabível exatamente quando a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania (CRFB/88, art. 5º,
LXXI). É impróprio, portanto, o uso do mandado de injunção para o exercício de
direito decorrente de norma constitucional autoaplicável.

QUESTÃO 95.
Para a retificação de informações constantes de cadastros de registros públicos ou
banco de dados de entidades governamentais, é inadmissível a impetração de habeas
data, cuja função é assegurar apenas o conhecimento dessas informações.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXII, da CRFB/88, o habeas data
é instrumento adequado, também, para a retificação de dados de cadastros de
registros públicos ou banco de dados de entidades governamentais, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

QUESTÃO 96.
Caracteriza-se como repressivo o “habeas corpus” impetrado por alguém que se
julgue ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção por
ilegalidade ou abuso de poder.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Nesse caso, o habeas corpus é preventivo, não repressivo.

QUESTÃO 97.
A jurisprudência do STF não admite impetração de “habeas corpus” em favor de
pessoa jurídica, ainda que esta figure como ré em ação de crime contra o meio
ambiente.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: O habeas corpus, de fato, não pode ter como paciente
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pessoa jurídica.

QUESTÃO 98.
A legitimidade para impetrar “habeas corpus” pertence apenas à pessoa natural
afetada por qualquer medida que restrinja ou ameace restringir a sua liberdade de
locomoção.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Tanto a pessoa natural quanto pessoa jurídica pode
impetrar habeas corpus a favor de outra que esteja sendo afetada por medida que
restrinja ou ameace restringir sua liberdade de locomoção.

QUESTÃO 99.
Segundo a jurisprudência dominante do STF, é cabível “habeas corpus” contra decisão
condenatória à pena de multa.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Pelo contrário! O STF entende que, nesse caso, não há
qualquer possibilidade de violação ao direito de locomoção, sendo, por isso,
descabido o habeas corpus.

QUESTÃO 100.
É possível a desistência de mandado de segurança após a sentença de mérito, ainda
que favorável ao impetrante, sem a anuência do impetrado.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: A desistência do mandado de segurança é possível a
qualquer tempo, mesmo após sentença de mérito favorável ao impetrante.

QUESTÃO 101.
De acordo com o entendimento do STF, o estado-membro não dispõe de legitimidade
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para propor, contra a União, mandado de segurança coletivo em defesa de supostos


interesses da população residente na unidade federada.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De fato, o Estado-membro não é, segundo a Corte,
legitimado a impetrar mandado de segurança coletivo contra a União, em defesa de
sua população.

QUESTÃO 102.
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados, mas não
por partido político, que não possui representação para a defesa de direitos de
categorias sociais em particular.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Os partidos políticos com representação no Congresso
Nacional podem impetrar mandado de segurança coletivo.

QUESTÃO 103.
O cidadão que esteja impedido de exercer direito individual em razão da ausência de
norma regulamentadora poderá valer-se do mandado de injunção.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 5º, LXXI, da CRFB/88, conceder-se-á
mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

QUESTÃO 104.
Considere que Antônio, preso político durante a ditadura, pretenda obter informações
de seu interesse constantes de banco de dados de entidade governamental.
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Considere, ainda, que o pedido de Antônio seja indeferido na esfera administrativa.


Nessa situação, Antônio deverá impetrar “habeas corpus” junto ao Poder Judiciário a
fim de obter as informações desejadas.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Reza a Constituição que o “habeas data” é remédio
adequado para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público (CRFB/88, art. 5º, LXXII).

QUESTÃO 105.
Para o cabimento do habeas data, não é necessário que o impetrante comprove prévia
recusa do acesso a informações ou de sua retificação.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Como vimos, é necessário, sim, que se comprove a negativa
da autoridade administrativa em garantir o acesso aos dados relativos ao
impetrante. É o que dispõe a Lei 9.507/97 em seu art. 8º, parágrafo único.

QUESTÃO 106.
O habeas data, importante ação constitucional, assegura o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público, mas veda ao impetrante a
retificação desses dados.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O habeas data é, sim, ação adequada para a retificação de
dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo (CRFB/88, art. 5º, LXXII, “b”).

QUESTÃO 107.
Para propor ação popular objetivando anular ato lesivo ao patrimônio público, não é
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necessário que o indivíduo esteja no gozo de direitos que lhe permitam participar da
vida política.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Pelo contrário! É necessário, sim, que o indivíduo esteja em
pleno gozo de direitos políticos, uma vez que só o cidadão pode impetrar ação
popular.

QUESTÃO 108.
Ao constatar que o esgoto produzido em uma edificação que sediava um órgão da
administração pública era lançado diretamente no principal rio da cidade, um cidadão
local, inconformado com tal situação de descaso com o meio ambiente, decidiu
pleitear, pela via judicial, a obtenção de medida que protegesse o meio ambiente da
agressão constatada. Nessa situação hipotética, para requerer a medida protetiva
pretendida, o referido cidadão deverá impetrar:
a) habeas corpus.
b) ação popular.
c) mandado de segurança coletivo.
d) habeas data.
e) mandado de injunção.

GABARITO: Alternativa B.
COMENTÁRIOS: A ação popular, como vimos, é o instrumento adequado a
anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

QUESTÃO 109.
Todas as pessoas físicas ou jurídicas são partes legítimas para propor ação popular
que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural.
( ) Certo ( ) Errado

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GABARITO: Errada.
COMENTÁRIOS: Apenas o cidadão é parte legítima para propor ação
popular.

QUESTÃO 110.
Embora apenas o cidadão tenha legitimidade para o ajuizamento da ação popular, o
Ministério Público pode, na hipótese de desistência da ação por parte do autor,
promover o respectivo prosseguimento do feito.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De fato, poderá o Ministério Público, nesse caso, ser
sucessor do autor da ação popular.

QUESTÃO 111.
O direito à duração razoável de processos, tanto no âmbito judicial quanto no
administrativo, é um direito fundamental previsto expressamente na CF.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De fato, trata-se de direito fundamental previsto no inciso
LXXVIII do art. 5º da Constituição Federal.

QUESTÃO 112.
A liberdade de locomoção em tempo de paz, que engloba, em relação ao território
nacional, as situações de acesso e ingresso, saída e permanência, assim como a
possibilidade de deslocamento, constitui direito absoluto, que não comporta
limitações.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A liberdade de locomoção em tempo de paz (CRFB/88, art.
5º, XV), que engloba, em relação ao território nacional, as situações de acesso e
ingresso, saída e permanência, assim como a possibilidade de deslocamento, não é
direito absoluto. Ela poderá sofrer restrições, sendo uma norma constitucional de
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eficácia contida.

QUESTÃO 113.
Os chamados remédios constitucionais, ou remédios do direito constitucional,
constituem em meios à disposição do indivíduo para provocar a atuação das
autoridades competentes, com o fim de evitar ou sanar ilegalidade e abuso de poder
em prejuízo de direitos e interesses individuais ou coletivos.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Excelente definição de remédios constitucionais!

QUESTÃO 114
O “habeas corpus” pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder público
como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Desde que haja lesão ou ameaça de lesão ao direito de
locomoção, é cabível o “habeas corpus”, seja contra ato do poder público ou de
particular.

QUESTÃO 115.
O sujeito passivo do “habeas corpus” será a autoridade pública, pois somente ela tem
a prerrogativa de restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do
interesse público ou social, razão pela qual não se admite sua impetração contra ato
de particular.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Também o particular pode ser sujeito passivo de “habeas
corpus”.

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QUESTÃO 116.
Caso a sentença penal condenatória emanada de juiz militar imponha pena de
exclusão de militar ou de perda de patente, será cabível a utilização do “habeas
corpus”.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Entende o STF que a imposição da pena acessória de perda
da graduação e exclusão do militar dos quadros da Corporação, por não implicar,
ainda que de forma indireta, atentado à liberdade de locomoção do paciente, não
comporta exame na via estreita do habeas corpus.

QUESTÃO 117.
Ainda que já extinta a pena privativa de liberdade, é cabível a utilização de “habeas
corpus” para pedido de reabilitação de paciente.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O entendimento do STF é o de que, desconstituído o objeto
do habeas corpus, por julgada extinta a pena em face do seu integral cumprimento,
resta prejudicado o pedido. Isso significa que a extinção da pena torna incabível a
utilização do habeas corpus. Isso porque o habeas corpus visa a tutela do direito à
locomoção, não se justificando quando esse direito não mais se encontra limitado
ou ameaçado.

QUESTÃO 118.
Caso ocorra, ao fim de um processo penal, a fixação de pena de multa em sentença
penal condenatória, ficará prejudicada a utilização do “habeas corpus”, haja vista a sua
destinação exclusiva à tutela do direito de ir e vir.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Segundo o STF, não cabe habeas corpus contra decisão que
fixa pena de multa, uma vez que não haverá ofensa à liberdade de locomoção.

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QUESTÃO 119.
São legitimados para impetrar mandado de segurança a pessoa física, nacional ou
estrangeira, e a pessoa jurídica privada, mas não a pública, visto o mandado de
segurança ter como função garantir direito líquido e certo contra ato de autoridade
pública.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errada.
COMENTÁRIOS: As pessoas jurídicas de direito público também podem
impetrar mandado de segurança. Questão incorreta. A orientação jurisprudencial do
Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de não admitir, salvo em situações
excepcionais, mandado de segurança contra as suas próprias decisões jurisdicionais,
inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros, uma vez que esses atos só
podem ser reformados por via dos recursos admissíveis, ou, em se tratando de
julgamento de mérito com trânsito em julgado, por meio de ação rescisória (MS
30836 RJ, 06/10/2011).

QUESTÃO 120.
Será cabível, em qualquer circunstância, manejo de mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do poder público.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O mandado de segurança é uma ação residual, sendo
cabível apenas quando o direito não for protegido nem por “habeas corpus” nem
por “habeas data”.

QUESTÃO 121.
O mandado de segurança pode ser interposto mesmo contra ato administrativo do
qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de
caução.
( ) Certo ( ) Errado

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GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Pelo contrário! Não cabe mandado de segurança nesses
casos (Lei 2016/09, art. 5º, II).

QUESTÃO 122.
O mandado de segurança pode ser impetrado por pessoas naturais, mas não por
pessoas jurídicas, em defesa de direitos individuais.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O mandado de segurança pode ser impetrado tanto por
pessoas naturais quanto por pessoas físicas, na defesa de direito líquido e certo.

QUESTÃO 123.
Estrangeiro residente no exterior não pode impetrar mandado de segurança no Brasil.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Pode sim! São legitimadas a impetrar mandado de
segurança todas as pessoas, físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras,
domiciliadas ou não no Brasil.

QUESTÃO 124.
O partido político com representação nacional pode impetrar mandado de segurança
coletivo contra ilegalidade ou abuso de poder.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Para ser legitimado a impetrar mandado de segurança
coletivo o partido político precisa ter representação no Congresso Nacional.

QUESTÃO 125.
Diferentemente das organizações sindicais, das entidades de classe e das associações,
os partidos políticos não têm legitimidade para impetrar mandado de segurança
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coletivo.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Os partidos políticos podem, sim, impetrar mandado de
segurança coletivo, desde que tenham representação no Congresso Nacional.

QUESTÃO 126.
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por pessoas jurídicas, públicas
ou privadas, como as organizações sindicais e as entidades de classe legalmente
constituídas, mas não por partidos políticos.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Os partidos políticos podem impetrar mandado de
segurança coletiva, quando tem representação no Congresso Nacional.

QUESTÃO 127.
Qualquer partido político pode impetrar mandado de segurança coletivo para
proteção de direito líquido e certo.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Para que seja legitimado a impetrar mandado de segurança
coletivo, é necessário que o partido político tenha representação no Congresso
Nacional.

QUESTÃO 128.
De acordo com a CF, o mandado de injunção é remédio destinado a suprir lacuna
ou ausência de regulamentação de direito previsto na CF e em norma
infraconstitucional.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O STF entende que o mandado de injunção só é cabível para
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suprir lacuna ou ausência de regulamentação de direito previsto na CF. Não cabe


mandado de injunção para suprir regulamentação de norma infraconstitucional.

QUESTÃO 129.
Segundo a CF, deve ser concedido habeas data sempre que a ausência de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O instrumento adequado a sanar a lesividade da omissão
do legislador, nesse caso, é o mandado de injunção, não o “habeas data” (CRFB/88,
art. 5º, LXXI).

QUESTÃO 130.
O STF adota a posição de que o mandado de injunção não tem função concretista,
porque não cabe ao Poder Judiciário conferir disciplina legal ao caso concreto sob
pena de violação ao princípio da separação dos poderes.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O STF tem adotado a posição concretista, conferindo ao
mandado de injunção o papel de superar, nos casos concretos, as consequências
lesivas da inércia do Legislativo.

QUESTÃO 131.
O STF passou a admitir a adoção de soluções normativas para a decisão judicial como
alternativa legítima de tornar a proteção judicial efetiva por meio do mandado de
injunção.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: De fato, o STF passou a adotar a posição concretista em seus
julgados, como forma de dar efetividade à proteção judicial.
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QUESTÃO 132.
O mandado de injunção tem como objeto o não cumprimento de dever constitucional
de legislar que, de alguma forma, afete direitos constitucionalmente assegurados,
sendo pacífico, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele só é
cabível se a omissão tiver caráter absoluto ou total, e não parcial.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O mandado de injunção, segundo o STF, é cabível não só
para omissões de caráter absoluto ou total como também para as omissões de
caráter parcial.

QUESTÃO 133.
Além das pessoas físicas, as pessoas jurídicas, os sindicatos e as associações, assim
como o MP, dispõem de legitimidade para impetrar o mandado de injunção.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O mandado de injunção individual, como vimos, pode ser
impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, que se veja impossibilitada de
exercer direito constitucional por falta de norma regulamentadora. Já o mandado
de injunção coletivo tem como legitimados:
✓ Partido político com representação no Congresso Nacional;
✓ Organização sindical ou entidade de classe;
✓ Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
✓ Ministério Público;
✓ Defensoria Pública.

QUESTÃO 134.
O “habeas data” pode ser impetrado contra qualquer órgão do Estado, seja ele do
Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, mas não contra pessoas
jurídicas de direito privado.

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( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O “habeas data” pode, sim, ser impetrado contra pessoas
jurídicas de direito privado, desde que detentoras de dados de caráter público.

QUESTÃO 135.
A CF prevê, entre outras fundamentais, o mandado de injunção como instrumento
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: É o “habeas data” (e não o mandado de injunção!) o
instrumento para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.

QUESTÃO 136.
Segundo a CF, cabe mandado de injunção para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O instrumento adequado, nesse caso, é o “habeas data”.

QUESTÃO 137.
Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito
de acesso a informações constantes de registros ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público relativo a dados pessoais pertinentes à pessoa
do impetrante, a pessoa jurídica não tem legitimidade para o ajuizamento desse tipo
de ação.
( ) Certo ( ) Errado
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GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Tanto a pessoa física quanto a jurídica têm legitimidade para
impetrar “habeas data”.

QUESTÃO 138. (CESPE: MPE-SE, 2010) Habeas data é o remédio constitucional


adequado para o caso de recusa de fornecimento de certidões para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal, próprio ou de
terceiros, assim como para o caso de recusa de obtenção de informações de
interesse particular, coletivo ou geral.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O habeas data é remédio constitucional que se destina a
garantir o acesso a informações relativas à pessoa do impetrante, jamais de
terceiros.

QUESTÃO 139.
Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante ou à de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Não cabe “habeas data” para conhecimento de informações
relativas a terceiros.

QUESTÃO 140.
O habeas data destina-se a assegurar o conhecimento de informações pessoais
constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público, desde que geridas por servidores do Estado.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Não há necessidade de que as informações constantes do
registro de dados sejam geridas por servidores do Estado. Não há tal condição no

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ordenamento jurídico.

QUESTÃO 141.
Maria protocolou junto ao DETRAN requerimento com a finalidade de conhecer as
informações acerca de sua pessoa constantes no banco de dados daquele órgão. O
pedido foi negado pelo diretor, com base em portaria do órgão que proibia o acesso
pretendido por Maria, apesar de as informações não serem de uso exclusivo do
DETRAN. Para ter acesso às informações, Maria poderá valer-se do mandado de
injunção. Essa ação constitucional destina-se a assegurar o acesso a informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: O instrumento adequado, nesse caso, seria o “habeas data”,
não o mandado de injunção.

QUESTÃO 142.
Na impetração do habeas data, o interesse de agir configura-se diante do binômio
utilidade necessidade dessa ação constitucional, independentemente da apresentação
da prova negativa da via administrativa.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A negativa da autoridade administrativa é requisito para a
impetração do habeas data.

QUESTÃO 143.
O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciário, independentemente de prévio
requerimento na esfera administrativa.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: É necessário, sim, que tenha havido prévio requerimento na
esfera administrativa. Não havendo tal requerimento, será tido como inexistente o
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interesse de agir. Esse é o entendimento do STF, que exige o prévio esgotamento


da via administrativa para que o “habeas data” possa ser impetrado.

QUESTÃO 144.
Qualquer cidadão poderá impetrar habeas data no Poder Judiciário para assegurar o
conhecimento de informações relativas a sua pessoa disponíveis na Agência Nacional
de Telecomunicações (ANATEL), independentemente de ter formulado o pedido
diretamente na agência.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Qualquer pessoa poderá impetrar “habeas data” no Poder
Judiciário, cumpridos os requisitos constitucionais e legais. Um desses requisitos é
a prévia negativa administrativa.

QUESTÃO 145.
A nacionalidade brasileira é condição necessária e suficiente para propor ação popular
visando à declaração de nulidade de ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A cidadania é condição necessária e suficiente para propor
ação popular.

QUESTÃO 146.
A ação popular, que tem como legitimado ativo o cidadão brasileiro nato ou
naturalizado, exige, para seu ajuizamento, o prévio esgotamento de todos os meios
administrativos e jurídicos de prevenção ou repressão aos atos ilegais ou imorais
lesivos ao patrimônio público.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: Não há tal exigência para a ação popular.

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QUESTÃO 147.
O mandado de injunção é o remédio constitucional adequado para anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: É a ação popular (não o mandado de injunção) o remédio
constitucional adequado para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento
de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

QUESTÃO 148.
Se o autor da ação popular dela desistir, o MP poderá, entendendo presentes os
devidos requisitos, dar-lhe prosseguimento.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: O Ministério Público poderá, nesse caso, atuar como
sucessor do autor.

QUESTÃO 149.
O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, ou seja, apenas quando a
condenação fizer com que alguém fique preso além do tempo fixado na sentença.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIOS: A questão cobra o conhecimento do inciso LXXV do art. 5º
da CF/88, segundo o qual o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.

QUESTÃO 150.

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É gratuita a certidão de óbito para os reconhecidamente pobres na forma da lei.


( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Correto.
COMENTÁRIOS: Cobra-se, na questão, o inciso LXXVI do art. 5º, da CRFB/88,
segundo o qual são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei o
registro civil de nascimento e a certidão de óbito.

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8 Mapa de Conteúdo

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Pode haver tratamento desigual entre pessoas, em situações

9 LEI DETALHADA diferentes.

Exemplo: reserva de vagas em universidade para negros e


Título II - Dos Direitos E Garantias índios (ações afirmativas) -> IGUALDADE MATERIAL

Fundamentais As cotas raciais em concursos públicos são admitidas pelo


STF, podendo ser utilizados os critérios de autodeclaração e
de heteroidentificação.
Capítulo I
Na autodeclaração, o próprio indivíduo se declara como
Dos Direitos E Deveres Individuais E negro ou pardo.

Coletivos Na heteroidentificação, é formada uma comissão plural


responsável por entrevistar o candidato e verificar se a sua
declaração foi verdadeira. O objetivo é evitar condutas
fraudulentas e garantir que a política de cotas raciais possa
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção efetivamente realizar a igualdade material.
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
e aos estrangeiros residentes no País a alguma coisa senão em virtude de lei;
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos III - ninguém será submetido a tortura nem a
seguintes: tratamento desumano ou degradante;
Esse inciso costuma ser cobrado em sua literalidade.
Despenca em prova!
A Súmula Vinculante nº 11 se relaciona a este inciso:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
natureza” fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo


vedado o anonimato;
Entendimentos do STF: Segundo o STF, é legal a
participação em eventos e manifestações a favor da
legalização das drogas, aborto etc.; é vedado o
acolhimento de denúncias anônimas, mas elas podem
servir de base para que as autoridades competentes
esclareçam ou investiguem determinados fatos; a
liberdade de expressão exclui os discursos de ódio e a
incitação ao racismo.

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional


Entendimentos do STF: i) uniões homoafetivas
são reconhecidas como entidades familiares; ii)
ao agravo, além da indenização por dano material,
não ofende o direito à vida a pesquisa com moral ou à imagem;
células-tronco embrionárias; iii) não viola o
direito à vida a interrupção da gravidez de feto O direito de resposta aplica-se tanto a pessoas físicas
anencéfalo. quanto a pessoas jurídicas. Pode ser acumulado com
indenização por dano material, moral ou a imagem
I - homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos
Fique atento!
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de Entendimentos do STF: o conceito de “casa” revela-
se abrangente, estendendo-se a: i) qualquer
assistência religiosa nas entidades civis e militares
compartimento habitado; ii) qualquer aposento
de internação coletiva; ocupado de habitação coletiva; e iii) qualquer
compartimento privado não aberto ao público, onde
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo
alguém exerce profissão ou atividade pessoal.
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a comunicações telegráficas, de dados e das
cumprir prestação alternativa, fixada em lei; comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
Essa norma constitucional, que trata da escusa de
consciência, tem eficácia contida, podendo o legislador lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
ordinário restringir tal garantia. instrução processual penal;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, É norma de eficácia limitada. É necessário que exista
uma lei para que o juiz possa autorizar, nas hipóteses e
artística, científica e de comunicação,
na forma por ela estabelecida, a interceptação das
independentemente de censura ou licença; comunicações telefônicas.

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito Fique atento!
a indenização pelo dano material ou moral
- A interceptação telefônica somente pode ser determinada
decorrente de sua violação; pelo Poder Judiciário, para fins de investigação criminal ou
As pessoas jurídicas também poderão ser indenizadas instrução processual penal. A quebra do sigilo telefônico
por dano moral, uma vez que são titulares dos direitos pode ser determinada pelo Poder Judiciário ou por CPI.
à honra e à imagem. - É lícita a prova obtida por policial a partir da verificação, no
Entendimentos do STF: i) não se pode coagir suposto celular de indivíduo preso em flagrante delito, dos registros
pai a realizar exame de DNA; ii) são admitidas as das últimas ligações telefônicas.
biografias não-autorizadas; iii) a quebra de sigilo - É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente
bancário pode ser determinada por ordem judicial ou durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para
por CPI; iv) as autoridades fiscais podem requisitar às apuração de crime diverso.
instituições financeiras informações protegidas por
sigilo bancário; v) o TCU tem competência para - É possível a gravação telefônica por um dos interlocutores
requisitar informações relativas a operações de crédito sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa
originárias de recursos públicos. daquele que desconhece que a gravação está sendo feita.

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém - São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação
telefônica determinada a partir apenas de denúncia anônima,
nela podendo penetrar sem consentimento do sem investigação preliminar.
morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, Escuta Telefônica Gravação Clandestina
por determinação judicial;
Captação da conversa
Captação da conversa
telefônica, feita por um
Exceções da inviolabilidade do domicílio telefônica feita por um dos
terceiro, com o
interlocutores da conversa;
conhecimento de um dos
sem o conhecimento do
interlocutores da conversa.
flagrante delito; outro. A autorização judical
Exige-se autorização
não é exigida.
judicial.
desastre;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações
prestação de socorro
profissionais que a lei estabelecer;
Norma de eficácia contida. O STF decidiu pela
Durante o dia, por determinação judicial inconstitucionalidade da exigência de diploma de
jornalismo para o exercício da profissão de jornalista e
pela constitucionalidade do exame da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), por considerar que o
exercício da advocacia traz um risco coletivo.

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XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e casos previstos nesta Constituição;


resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional; Desapropriação

XV - é livre a locomoção no território nacional em


Necessidade ou utilidade pública Urgência
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens; Interesse social Conveniên
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem XXV - no caso de iminente perigo cia a
público,
armas, em locais abertos ao público, autoridade competente poderá usar de
independentemente de autorização, desde que propriedade particular, assegurada ao proprietário
não frustrem outra reunião anteriormente indenização ulterior, se houver dano;
convocada para o mesmo local, sendo apenas
Requisição administrativa da propriedade.
exigido prévio aviso à autoridade competente;
A autoridade será competente para utilizar temporariamente
XVII - é plena a liberdade de associação para fins o imóvel. Não requisição, a indenização só é devida em caso
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; de dano à propriedade particular.

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a


de cooperativas independem de autorização, sendo XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida
vedada a interferência estatal em seu em lei, desde que trabalhada pela família, não será
funcionamento; objeto de penhora para pagamento de débitos
XIX - as associações só poderão ser decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas lei sobre os meios de financiar o seu
atividades suspensas por decisão judicial, desenvolvimento;
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
julgado; utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei
Memorize!
fixar;
Atividades Suspensas: Decisão Judicia
Direito Autoral.
Compulsoriamente Dissolvidas: Decisão Judicial + Trânsito em
Julgado Configura-se como um privilégio vitalício, transmissível aos
herdeiros apenas pelo prazo que a lei determinar. Após o
prazo estipulado, será de domínio público.
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se
ou a permanecer associado;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XXI - as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para a) a proteção às participações individuais em obras
representar seus filiados judicial ou coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
extrajudicialmente; inclusive nas atividades desportivas;
Representação Processual: Exige expressa
autorização do associado para que seja válida, não
b) o direito de fiscalização do aproveitamento
podendo ser substituída por autorização genérica econômico das obras que criarem ou de que
prevista em estatutos da entidade. participarem aos criadores, aos intérpretes e às
XXII - é garantido o direito de propriedade; respectivas representações sindicais e associativas;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para industriais privilégio temporário para sua utilização,
desapropriação por necessidade ou utilidade bem como proteção às criações industriais, à
pública, ou por interesse social, mediante justa e propriedade das marcas, aos nomes de empresas e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os a outros signos distintivos, tendo em vista o

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interesse social e o desenvolvimento tecnológico e geral, não existe, em nosso ordenamento jurídico, a jurisdição
condicionada
econômico do País;
Há alguns casos de jurisdição condicionada, em relação aos
Os inventos industriais, diferentemente do direito
quais exige-se o prévio requerimento administrativo. São eles
autoral, são privilégios temporários.
os seguintes: i) habeas data; ii) controvérsias desportivas; iii)
XXX - é garantido o direito de herança; reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante
pela Administração Pública e; iv) requerimento judicial de
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros benefício previdenciário
situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, Súmula STF nº 667: Viola a garantia constitucional de
sempre que não lhes seja mais favorável a lei acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem
pessoal do "de cujus"; limite sobre o valor da causa. constitucional a
divulgação da remuneração de servidores na Internet,
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a em virtude do princípio da transparência.
defesa do consumidor; Trata-se de norma de eficácia Súmula Vinculante nº 20: É inconstitucional a
exigência de depósito prévio como requisito de
limitada.
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos discutir a exigibilidade de crédito tributário.
públicos informações de seu interesse particular, ou XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado. Princípio do juiz natural.
Entendimentos do STF: é constitucional a divulgação Não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII).
da remuneração de servidores na Internet, em virtude Ninguém será processado nem sentenciado senão pela
do princípio da transparência. autoridade competente (art. 5º, LIII).
O remédio constitucional que protege o direito à
informação é o mandado de segurança.
XXXIV - são a todos assegurados, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
independentemente do pagamento de taxas: organização que lhe der a lei, assegurados:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em a) a plenitude de defesa;


defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso b) o sigilo das votações;
de poder;
c) a soberania dos veredictos;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
para defesa de direitos e esclarecimento de d) a competência para o julgamento dos crimes
situações de interesse pessoal; dolosos contra a vida;
Esse inciso deve ser memorizado. Geralmente é cobrado
O direito à obtenção de certidões independe do
em sua literalidade! Decore cada uma dessas “alíneas”!
pagamento de taxas. É protegido por meio de mandado
de segurança. Súmula STF nº 45: A competência constitucional do
Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
Habeas Data Mandado de Segurança pela Constituição estadual.
Súmula Vinculante nº 603: A competência para o
processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular,
Certidão para
e não do Tribunal do Júri.
Informações relativas à esclarecimento de
pessoa do impetrante situações de interesse
pessoal XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
As “normas penais em branco” não violam a reserva legal
Judiciário lesão ou ameaça a direito; em matéria penal.

Fique atento! XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar


No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição. Como regra o réu; Admite-se, portanto, a retroatividade benigna.

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XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória TTTH


dos direitos e liberdades fundamentais;
Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente, Tortura Terrorismo Tráfico ilícito de Hediondos
portanto, de complementação legislativa. Evidencia um
entorpecentes e
mandato de criminalização que busca efetivar a proteção drogras afins
dos direitos fundamentais.

XLII - a prática do racismo constitui crime


XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
ação de grupos armados, civis ou militares, contra
reclusão, nos termos da lei;
a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Fique atento!
Inafiançáveis e insuscetíveis
Imprescritível é aquilo que não sofre prescrição. A prescrição Inafiançáveis e imprescritíveis
de Graça ou anistia
é a extinção de um direito que se dá após um prazo, devido à
inércia do titular do direito em protegê-lo. No caso, ao dizer
que o racismo é imprescritível, o inciso XLII determina que Racismo Crimes hediondos
este não deixará de ser punido mesmo com o decurso de
longo tempo desde sua prática e com a inércia (omissão) do Ação de grupos Tortura
titular da ação durante todo esse período armados, civis ou
militares, contra a Tráfico de drogras
Inafiançável é o crime que não admite o pagamento de fiança ordem constitucional e
(montante em dinheiro) para que o preso seja solto. o Estado Democrático Terrorismo
As bancas examinadoras vão tentar te confundir e dizer que
o racismo é punível com detenção. Não é! O racismo é punível Com a edição da Lei 8.072/90 regulamentou-se o
com reclusão, que é uma pena mais gravosa do que a dispositivo constitucional incluindo a vedação da
detenção. A apologia à discriminação contra os judeus é concessão do indulto.
considerada racismo.
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o
Entendimentos do STF: , injúria racial é uma espécie dano e a decretação do perdimento de bens ser,
de racismo. Logo, o delito de injúria racial também é
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
imprescritível e inafiançável.
contra eles executadas, até o limite do valor do
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e patrimônio transferido; Princípio da pessoalidade
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura
, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, adotará, entre outras, as seguintes: Princípio da
individualização da pena
por eles respondendo os mandantes, os executores
e os que, podendo evitá-los, se omitirem; a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Rol meramente exemplificativo, poderá a lei criar novos
tipos de penalidade.

XLVII - não haverá penas:


Mnemônico
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
Crimes inafiançáveis e insuscetíveis b) de caráter perpétuo;
de graça ou anistia
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;

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e) cruéis; meio de interceptação telefônica sem autorização


judicial. II) São ilícitas as provas obtidas por meio de
Fique atento! interceptação telefônica determinada a partir apenas
de denúncia anônima, sem investigação preliminar. III)
Se a questão generalizar e afirmar que a CF não permite, em São ilícitas as provas obtidas mediante gravação de
hipótese alguma, as seguintes penas, estará incorreto, visto conversa informal do indiciado com policiais, por
que admite-se pena de morte excepcionalmente. constituir-se tal prática em “interrogatório sub-
Quanto ao caráter perpétuo, o máximo penal legalmente reptício”, realizado sem as formalidades legais do
exequível, no ordenamento positivo nacional, é de 40 interrogatório no inquérito policial e sem que o
(quarenta) anos. indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio. IV)
São ilícitas as provas obtidas mediante confissão
durante prisão ilegal. Ora, se a prisão foi ilegal, todas
XLVIII - a pena será cumprida em as provas obtidas a partir dela também o serão.; V) É
lícita a prova obtida mediante gravação telefônica feita
estabelecimentos distintos, de acordo com a
por um dos interlocutores sem a autorização judicial,
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; caso haja investida criminosa daquele que desconhece
que a gravação está sendo feita. Nessa situação, tem-
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à se a legítima defesa. VI) É lícita a prova obtida por
integridade física e moral; gravação de conversa telefônica feita por um dos
interlocutores, sem conhecimento do outro, quando
L - às presidiárias serão asseguradas condições para ausente causa legal de sigilo ou de reserva da
que possam permanecer com seus filhos durante o conversação. VII) É lícita a prova consistente em
período de amamentação; gravação ambiental realizada por um dos
interlocutores sem o conhecimento do outro.
Art. 14, § 4º da Lei nº 14.326, de 2022: Será assegurado
tratamento humanitário à mulher grávida durante os LVII - ninguém será considerado culpado até o
atos médico-hospitalares preparatórios para a trânsito em julgado de sentença penal
realização do parto e durante o trabalho de parto, bem
condenatória; Princípio da presunção de inocência
como à mulher no período de puerpério, cabendo ao
poder público promover a assistência integral à sua LVIII - o civilmente identificado não será submetido
saúde e à do recém-nascido.
a identificação criminal, salvo nas hipóteses
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o previstas em lei;
naturalizado, em caso de crime comum, praticado
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
antes da naturalização, ou de comprovado
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o
LII - não será concedida extradição de estrangeiro
interesse social o exigirem;
por crime político ou de opinião; Concessão de asilo
político LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
LIII - ninguém será processado nem sentenciado ou por ordem escrita e fundamentada de
senão pela autoridade competente; Princípio do Juiz autoridade judiciária competente, salvo nos casos
Natural. de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal; Princípio do devido
processo legal - Due process of law

LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos; Fruto da árvore envenenada

Entendimentos do STF: I) É ilícita a prova obtida por

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Principais garantias dadas ao preso Habeas Corpus

comunicação da prisão ao juiz competente e à


família ou a pessoa indicada pelo preso; Sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação
identificação dos responsáveis por sua prisão ou por em sua liberdade de
seu interrogatório policial; locomoção

permanecer calado e assistência de advogado e LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para


familiar;
proteger direito líquido e certo, não amparado
a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
autoridade judiciária; responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde exercício de atribuições do Poder Público; O mandado
se encontre serão comunicados imediatamente ao de segurança tem prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias.
juiz competente e à família do preso ou à pessoa LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
por ele indicada; impetrado por:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre a) partido político com representação no Congresso
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe Nacional;
assegurada a assistência da família e de advogado;
b) organização sindical, entidade de classe ou
LXIV - o preso tem direito à identificação dos associação legalmente constituída e em
responsáveis por sua prisão ou por seu funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
interrogatório policial; dos interesses de seus membros ou associados;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
pela autoridade judiciária; Mandado de Segurança Coletivo

STF: Súmula Vinculante nº 11: Só é lícito o uso de


algemas em caso de resistência e de fundado receio Partido político com representação no
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou Congresso Nacional;
alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de
Organização sindical;
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere sem prejuízo da
Entidade de classe;
responsabilidade civil do Estado.

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela Associação legalmente constituída e em


mantido, quando a lei admitir a liberdade funcionamento há pelo menos 1 ano.
provisória, com ou sem fiança;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do sempre que a falta de norma regulamentadora
responsável pelo inadimplemento voluntário e torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
inescusável de obrigação alimentícia e a do constitucionais e das prerrogativas inerentes à
depositário infiel; nacionalidade, à soberania e à cidadania; É aplicável
diante da falta de regulamentação de norma constitucional de
STF: Súmula vinculante nº 25: É ilícita a prisão civil de
eficácia limitada.
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito. LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre a) para assegurar o conhecimento de informações
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer relativas à pessoa do impetrante, constantes de
violência ou coação em sua liberdade de registros ou bancos de dados de entidades
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; governamentais ou de caráter público;

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b) para a retificação de dados, quando não se § 2º Os direitos e garantias expressos nesta


prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou Constituição não excluem outros decorrentes do
administrativo; regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
Habeas Data
§ 3º Os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, em
Conhecimento de informações pessoais em registros de caráter
público; cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas
Retificação de dados;
constitucionais.

Anotações nos assentamentos do interessado, de


Tratados e convenções internacionais
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas
justitificável e que este sob pendência judicial ou amigável.

Votação em 2 Serão equivalentes


LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para turnos nas casas do 3/5 dos votos às emendas
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao Congresso Nacional constitucionais

patrimônio público ou de entidade de que o Estado


participe, à moralidade administrativa, ao meio § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, Penal Internacional a cuja criação tenha
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de manifestado adesão.
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-
corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração
do processo e os meios que garantam a celeridade
de sua tramitação.
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à
proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios
digitais.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.

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