Você está na página 1de 74

TRT 10ª região

Direito Processual Civil


Novo CPC – Lei Federal n. 13.105/2015

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................................3
Breve Histórico do Código de Processo Civil.....................................................5
Alterações Posteriores ao Novo Código...........................................................6
Fontes do Direito Processual Civil...................................................................8
Princípios................................................................................................. 12
Princípios Constitucionais Aplicados ao Processo Civil...................................... 12
Princípio do Juiz Natural............................................................................. 13
Princípio do Devido Processo Legal............................................................... 13
Princípio da Isonomia................................................................................. 14
Princípio da Publicidade.............................................................................. 16
Princípio da Razoável Duração do Processo.................................................... 16
Princípios do Processo Civil......................................................................... 17
Princípio da Inércia (Dispositivo, Demanda) e do Impulso Oficial (Artigo 2º do
CPC)........................................................................................................ 18
Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ou Indeclinabilidade........................ 20
Princípio da Duração Razoável do Processo e Primazia do Julgamento do Mérito.21
Princípio da Boa-Fé.................................................................................... 22
Princípio da Cooperação............................................................................. 23
Princípio da Igualdade ou Isonomia.............................................................. 24
Princípio da Vedação à “Decisão Surpresa”.................................................... 26
Princípio da Motivação (Art. 11)................................................................... 27
Princípio da Ordem Cronológica do Processo.................................................. 27
Princípio da Congruência ou Adstrição.......................................................... 31
Questões de Concurso................................................................................ 34
Gabarito................................................................................................... 46
Gabarito comentado.................................................................................. 47

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Apresentação

Bem, estimado(a) aluno(a), nosso foco é a aprovação no concurso do Tribunal

Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, ou seja, o ingresso na justiça especia-

lizada, a qual julga demandas relativas às relações laborais. O TRT da 10ª Região

é sediado em Brasília e tem jurisdição no Distrito Federal e em Tocantins. O últi-

mo concurso da aludida Corte ocorreu no final do ano de 2012 com aplicação das

provas em 2013. Dentre os cargos ofertados, estavam: Analista Judiciário – área

judiciária – e Analista Judiciário – especialidade: Execução de Mandados. O primei-

ro trazia a previsão de provimento de 3 vagas, mas convocou 136 aprovados! Já

o segundo contava com vagas apenas para cadastro de reserva, todavia realizou

35 convocações! Isto é, foram convocadas 45,33333 vezes o número inicialmente

previsto no primeiro caso e 35 vezes a mais no segundo. Além do exposto, o prazo

para convocações, de dois anos, foi prorrogado por igual período. Com base nessa

informação, percebe-se que é um Tribunal que costuma convocar bem além daquilo

que prevê em edital, o que é excelente para nós!

Saliento que a Corte mencionada concede aprovados a outros Tribunais, como

fez no concurso de 2012, porquanto alguns candidatos foram empossados no Tri-

bunal Regional Federal e no Tribunal Regional Eleitoral, uma excelente notícia! Afi-

nal, exercer as atividades nos Tribunais mencionados é muito bom! Com relação

aos motivos para sermos aprovados no concurso (isso mesmo, “sermos”, pois terei

muita alegria ao tomar conhecimento da sua aprovação e me sentirei um colabo-

rador, portanto também aprovado), tomarei por base o fator motivacional previs-

to no certame do TRT 15 como referência, para o qual os candidatos tiveram R$

12.742,14 para Analista Judiciário – especialidade Oficial de Justiça Avaliador – e

R$ 11.006,83 para Analista Judiciário – área judiciária –, “motivos” para serem

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

aprovados. Falo “motivos” porque o salário é um excelente fator motivacional, não

é mesmo? E esse foi o valor da remuneração prevista no Tribunal da Décima Quinta

Região, “irmão” da Décima Região.

Brincadeiras à parte, as carreiras do Poder Judiciário são muito atrativas e sa-

liento que a remuneração citada ainda é passível de acréscimos oriundos de parce-

las de caráter indenizatório, gratificações e auxílios, além de ser um local de grande

respeitabilidade em razão da atividade jurisdicional.

Bem, o concurso do TRT 10 não foi lançado, fato que me anima, pois você terá

tempo para se preparar e eu poderei tratar os temas comumente cobrados em con-

cursos da justiça laboral com mais tranquilidade. Amigo(a), como não temos edital

e, por conseguinte, o conteúdo a ser cobrado de modo específico, nossas aulas

terão por base os assuntos exigidos nos últimos certames da Justiça do Trabalho,

como no caso do TRT 15ª Região e 2ª Região.

Em ambos os concursos citados no parágrafo anterior, percebi um conteúdo

extenso no que se refere ao Processo Civil. Porém, não me causou espanto essa

dimensão pela seguinte razão: o artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT) estabelece que se aplicará o Código de Processo Civil frente às omissões da

legislação relativa à seara laboral, salvo naquilo que forem incompatíveis. Sendo

assim, a lei de ritos civil tem aplicação subsidiária. Dessa forma, é de suma impor-

tância o conhecimento da disciplina, uma vez que a CLT a utiliza como “um nor-

mativo de reserva”. Posto isso, enfrentaremos os temas consignados no edital no

decorrer das aulas.

Por fim, cumpre destacar que a Fundação Carlos Chagas (nossa referência, haja

vista ter sido a banca responsável pelos últimos concursos dos TRT’s) é conhecida

por cobrar a letra da lei nas provas. Sendo assim, em alguns momentos das lições

será importante transcrever os artigos da codificação ou chamar a sua atenção

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

em relação à leitura mais atenta de alguns dispositivos. Quanto à resolução de


exercícios, destaco que o Novo CPC é ultra, mega, super-recente! E, por conse-
guinte, não há tantas questões de prova, sobretudo quando comparamos nosso
objeto de estudo com outros ramos do Direito. Nesse conduto de raciocínio, alguns
questionamentos serão confeccionados com adaptações do código anterior (1973),
compatíveis à nova lei de ritos (de 2015), por questões de outras bancas no estilo
da FCC. Mas nossa predileção será por questionamentos recentes e da Fundação
Carlos Chagas (as quais são exíguas).
Querido(a) aluno(a), findos esses comentários, iniciaremos nossos estudos para
que consiga a tão almejada vaga no Poder Judiciário, especificamente como Ana-
lista do TRT 10ª Região.

Breve Histórico do Código de Processo Civil

Amigo(a), sempre considerei importante definir o objeto de estudo antes de


começar a refletir sobre ele. Entendo que isso nos leva a uma visão mais ampla e,
porque não dizer, nos ajuda a compreender melhor aquilo que será estudado. Com
base nesse raciocínio, farei um breve histórico do Código de Processo Civil.
Antes de chegarmos a ter uma legislação processual civil codificada, seguiam-
-se as ordenações reais portuguesas como forma de regular a vida em sociedade,
afinal fomos colonizados pelos portugueses. Então, o Brasil seguia as ordenações
Afonsinas (1446); Manuelinas (1521) e Filipinas (1603), nomes dos monarcas da
época (muito criativos, né?!). Em 1850, foi editado o regulamento 737, o qual fa-
cilitou o entendimento do processo.
Em 1939, tivemos o primeiro Código de Processo Civil brasileiro, lei genuina-
mente brasileira, ao contrário das ordenações portuguesas. Entretanto, o código
mencionado sofreu diversas críticas em razão da desarmonia entre suas partes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

No ano de 1973, surgiu um novo Código de Processo Civil, baseado no antepro-


jeto de Alfredo Buzaid, à época Ministro da Justiça, o qual criticava a codificação
anterior. Esse código foi inspirado em diversas legislações estrangeiras. Contudo,
com o passar do tempo, a sociedade mudou e as demandas judiciais começaram
a aumentar de forma significativa, sobretudo após a Constituição Federal de 1988.
Esse fato fez com que diversos artigos fossem inseridos no código. Porém, estima-
do(a) concurseiro(a), muitos desses dispositivos ingressavam em desconformidade
com a codificação, o que evidenciou a necessidade de uma nova lei de ritos.
Diante do que foi mencionado anteriormente, surgiu o Novo Código de Processo
Civil de 2015 (NCPC), Lei n. 13.105/2015, a primeira codificação de ritos em um
Estado democrático, a qual objetivou um alinhamento com as previsões constitu-
cionais (esse alinhamento é denominado de neoprocessualismo) e atender aos re-
clamos daqueles que trabalhavam com o sistema processual, o qual se tornou mais
operável, de compreensão mais simples. O NCPC possui 1.072 artigos, com uma
parte geral, composta de 6 livros e outra, especial, composta por 3 livros.
A nova lei de ritos entrou em vigor no dia 18/03/2016, ou seja, com um ano de vaca-
tio legis – período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor – para que houves-
se uma mudança cultural frente à nova legislação, sobretudo da comunidade jurídica.
O Direito Processual Civil é um ramo do Direito Público, autônomo, formal ou
instrumental, isto é, estabelece procedimentos para que se proponha uma ação
que inicia um processo, que, por seu turno, provoca a jurisdição do Estado, quem
tem o poder-dever de solucionar o conflito.

Alterações Posteriores ao Novo Código

Querido(a), já ocorreu com você uma situação em que, antes de sair de casa,
verificou se não estava esquecendo nada, ou seja, checou os bolsos ou as bolsas a
fim de averiguar se o telefone estava lá, se pegou o Vade Mecum, o lanche, enfim,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

se estava tudo ok? Certo, mas pergunto: já aconteceu de, mesmo diante de todas

essas verificações, acabar se esquecendo de algo? Pois... comigo já... várias vezes,

ainda bem que minha cabeça é colada no meu pescoço!

Com as leis, isso também acontece. Elas são produzidas para fatos fu-

turos e pessoas incertas, são dotadas de abstração e generalidade. Ocorre

que, muitas vezes, por mais que uma comissão de grandes estudiosos, ju-

ristas, tenha se empenhado em estruturar uma legislação completa, sem

lacunas, alguns temas não são disciplinados de forma exauriente ou, então,

percebe-se uma disfunção, uma falha na lei produzida e, mutatis mutandis,

ou seja, mudando o que tem que ser mudado, uma legislação posterior mo-

difica aquilo que fora produzido.

Com a Lei n. 13.105/2015 não foi diferente, algumas alterações posteriores

alteraram o Novo Código, como a Lei n. 13.256/2016, a qual altera do artigo 12,

do CPC, no que se refere à ordem cronológica para proferir sentença ou acórdão e

também modifica a questão relativa ao exame dos requisitos em recurso especial e

extraordinário. Tem-se, também, a Lei n. 13.363/2016, a qual regula a suspensão

de prazos para advogada por ocasião do parto, adoção e estatui o novo tratamento

para o advogado pai.

Enfim, conquanto a lei de ritos tenha “saído do forno”, ela sofreu alterações pe-

las legislações mencionadas, haja vista que, por mais que se queira prever todos

os fatos da vida, às vezes, alguns são imprevisíveis e precisam de ajustes, isso

acontece na vida e nas legislações.

Por uma questão de organização didática, entendo que a melhor forma de tratar

as alterações é no decorrer das aulas, pois os adendos não ficarão desconexos e

manterão uma pertinência temática com aquilo que estará sendo tratado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Fontes do Direito Processual Civil

Estimado(a) estudante, falar sobre fonte é se referir à origem de algo, de onde

veio determinado assunto ou coisa. Ao estudarmos as fontes do Direito Processual

Civil, estaremos a refletir acerca de onde emana a disciplina processual.

As fontes podem ser materiais, que se referem a fatores sociais, culturais, eco-

nômicos, dentre outros, ou seja, elementos os quais influenciam a atividade le-

gislativa, afinal, se a sociedade se inclinar em determinado sentido, querido(a), a

música, a economia, a moda e, também, o Direto acompanham as mudanças.

Agora, as fontes também podem ser formais, as quais se exteriorizam por meio

das normas. Para fins de estudos, meu(minha) amigo(a), normas jurídicas produ-

zidas para regular a vida em sociedade.

Assim, pode-se dizer que as fontes do direito processual são: a lei (fonte primá-

ria), os costumes, a doutrina e a jurisprudência (fontes secundárias).

A lei é considerada a fonte primária do Direito. Isso significa que o intér-

prete da legislação deverá utilizá-la como a primeira opção para resolver o

caso que lhe é apresentado.

Vale ressaltar que, na atualidade, o processo deve observar os ditames da

Constituição, ou seja, as leis infraconstitucionais, como o CPC, devem estar

alinhadas à Carta Política, numa relação de compatibilidade entre a legislação

infraconstitucional e a Carta Cidadã (o que me lembra aquela pirâmide muito

utilizada nas lições de Direito Constitucional, lembra? Isso mesmo! A pirâmide

de Hans Kelsen, pela qual as normas inferiores buscam o elemento de validade,

conformidade, com a Constituição).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Então, pode-se dizer que o Direito processual Civil tem como fonte a Cons-

tituição, Lei Maior, com a qual deve manter uma compatibilidade vertical. Mas a

principal fonte da legislação de ritos encontra-se na Lei n. 13.105/2015, qual seja,

o novo Código. Essa lei ordinária federal é a principal fonte do processo civil, pois

trará as formas pelas quais a marcha processual irá transcorrer, por meios de atos,

prazos, recursos, ou seja, trata dos procedimentos, dos ritos.

Além das citadas leis, ressalto a existência de outras legislações que se encon-

tram espraiadas fora do Novo Código, mas que também constituem fonte, porquan-

to serão aplicadas de forma específica ao assunto regulado por elas. Contudo, por

possuírem uma menor extensão quando comparadas ao CPC, o utilizam de forma

subsidiária, em caso de omissão das suas disposições.

São exemplos: a Lei n. 9099/1995 (dos juizados especiais), o mandado de segu-

rança (Lei n. 12.016/2009), entre outras.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Ocorre, atento(a) leitor(a), que as leis são produzidas para fatos futuros e pes-

soas incertas, dotadas de abstração e generalidade, e, muitas vezes, são os casos

presentes, com pessoas certas e ocorridos em tempo e hora que evidenciam que

as legislações foram omissas (até escrevi sobre isto há pouco).

Então, se o magistrado se deparar com situações dessa natureza, ou seja, com

omissões legislativas, não poderá alegar a lacuna da lei e, com efeito, deixar de

julgar (consoante o artigo 140, do Novo Código de Processo Civil – NCPC).

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do


ordenamento jurídico.

Então, em casos de omissão, o juiz lançará mão das fontes secundárias do Direito.

A primeira fonte a ser citada versa sobre os costumes, que são as práticas reiteradas

de determinada conduta pela sociedade. Podemos até citar uma forma mais rebuscada

para falar sobre a prática costumeira e chamá-la de direito consuetudinário.

A segunda delas é a Doutrina, que se baseia nas lições dos grandes doutrinado-

res, os estudiosos do Direito, os quais se notabilizam pelo conhecimento admirável

das disciplinas jurídicas e são, muitas vezes, citados em decisões judiciais.

Além da fonte doutrinária, pode-se utilizar a jurisprudência, que, em síntese, é

a decisão reiterada dos tribunais em determinado sentido, a qual evidencia o po-

sicionamento do Poder Judiciário acerca da matéria. Veja, querido(a) estudante,

como o NCPC de 2015 trata os precedentes, ou seja, a importância a eles atribuída:

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II – os enunciados de súmula vinculante;
III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de deman-
das repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV – os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional
e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Chamo a sua atenção, distinto(a) estudante, para o relevo dado aos precedentes,

em tal magnitude que o Douto mestre Elpídio Donizete, membro da comissão de juris-

tas no novo Código, se refere a eles como fonte formal com força obrigatória na atua-

ção jurisdicional (DONIZETE, Elpídio.20 ed. São Paulo: Atlas, 2017 (ano). p.6).

Ademais, embora não tenha citado linhas acima, a título de complementar nos-

sos estudos, o magistrado pode utilizar a equidade, isto é, o senso de justiça ao

caso concreto baseado no artigo 140, parágrafo único, da lei de ritos, desde que

haja previsão em lei.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do


ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Amigo(a), a classificação em fontes primárias e secundárias do Direito já foi

cobrada pela Fundação Carlos Chagas em questões relativas ao Código de 1973.

Alguns escritores seguem essa classificação, como Misael Montenegro Filho (MON-

TENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil. 11 ed. v. 1. São

Paulo: Atlas, 2015. p. 9 e 12).

Posto isso, em síntese, tem-se como fontes do Direito:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Lembro a você acerca da previsão da equidade, desde que haja previsão em lei.

Cabe, ainda, observar, estimado(a), que não há mais uma menção expressa à

analogia, costumes e princípios gerais do direito, como está na Lei de Introdução a

Normas de Direito Brasileiro (LINDB), isto porque, segundo a moderna processu-

alística, o juiz não aplica a lei de forma isolada, mas o ordenamento jurídico, mais

abrangente, que compreende os princípios como normas.

Princípios

Prezado(a) estudante, muitas obras jurídicas contêm diversas páginas para ex-

planar acerca dos princípios. Essa reflexão é de extrema importância, pois falar de

princípios é se referir à essência de algo, à origem, ao fundamento, à base de sus-

tentação, ao vetor de direcionamento. Comentei nas linhas supratranscritas que o

Direito Processual Civil mantém uma ligação direta com a Constituição, o que nos

leva a dizer que existem princípios constitucionais aplicados ao Processo Civil, so-

bre os quais analiso a seguir.

Princípios Constitucionais Aplicados ao Processo Civil

Os princípios encartados na Constituição objetivam limitar o poder do Estado.

Você lembra que, do ponto de vista histórico, a briga foi grande para dar limites à

figura Estatal? Pois bem, eles asseguram aos jurisdicionados garantias no que se

refere ao processo no sentido de evitar abusos, assimetrias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Quando falei acerca do neoprocessualismo, pelo qual o novo Código de Processo

Civil busca pautar seus dispositivos baseado na Constituição da República, veja o

que diz o artigo 1º do CPC, que inicia o capítulo I – das normas fundamentais do

Processo Civil:

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores


e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do
Brasil, observando-se as disposições deste Código.

Agora, pergunto, e se, por ventura, o juiz aplicar o CPC contrariamente à Cons-

tituição? Opa! Aí, caberá Recurso Extraordinário perante o STF, pois essa violação

corresponde a uma afronta à Constituição Federal, tendo em vista o art. 1º tratar-

-se de uma norma que repete o texto constitucional.

Bem, diante da importância atribuída à Carta Política, vamos à análise principiológica.

Princípio do Juiz Natural

Esse princípio tem por base o artigo 5º, inciso XXXVII, da Carta da República, e

garante ao jurisdicionado que o caso a ser julgado assim o será por um juiz e por

um tribunal existentes, criados e estabelecidos por lei, e não por um juízo (com-

posto por magistrados e servidores) e juiz constituídos para decidir aquele caso,

naquele momento (tribunal de exceção).

Princípio do Devido Processo Legal

Esse princípio possui fundamento no direito anglo-saxão (due process of law) e

congloba outros princípios inseridos na marcha processual, previstos no inciso LV,

do artigo 5º, da Carta Fundante, quais sejam: o da ampla defesa (que visa conferir

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

às partes todos os meios, admitidos em direito, para comprovar as alegações); do

contraditório (por meio do qual se exerce a chamada dialética processual, com a

possibilidade de negar os fatos e as provas levadas ao juiz); da motivação (encarta-

da no artigo 93, inciso X, da Constituição Federal), que estabelece que as decisões

devem ser motivadas, até para que a parte saiba o que, efetivamente, ocorreu e

possa recorrer, caso deseje, e se manifestar acerca de ponto controvertido, dentre

outros atos processuais.

Art. 5º
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sen-
do as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

Princípio da Isonomia

Também conhecido como princípio da igualdade, está alocado no artigo 5º da

Carta Magna e tem por finalidade conferir às partes um tratamento igualitário du-

rante o processo. Isto significa dispensar àqueles envolvidos na relação jurídico-

-processual um litígio “em pé de igualdade”.

Entretanto, é importante ressaltar que existe uma flexibilização na aludida igual-

dade. Lembra-se dos tempos de faculdade? Quando, em lições de Direto Constitu-

cional, falava-se, a plenos pulmões, sobre tratar de forma igual os iguais e desigual

os desiguais, máxima aristotélica reproduzida por Rui Barbosa? Pois bem, nessa

linha de raciocínio, percebe-se que, em algumas situações, para que se tenha a

igualdade material, algumas partes ou procuradores possuem tratamento diferen-

ciado, como, por exemplo, os prazos em dobro para Fazenda Pública, Ministério

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Público, Defensoria Pública e Advocacia Pública, bem como a gratuidade da justiça,

isto é, flexibilizações para atender a determinadas situações que, caso existentes,

desequilibrariam a relação processual. Imagine a demanda do Ministério Público e

da Defensoria Pública quando comparados com alguns escritórios de advocacia ou

mesmo na análise de uma demanda na Justiça do Trabalho em que o operário não

recebeu o salário e tenha que custear um advogado. Por isso, concede-se a ele

gratuidade de justiça.

Sendo assim, o que se almeja é que as partes tenham tratamento equânime e,

para isso, existem mecanismos conferidos pela lei processual para que haja o equi-

líbrio da relação jurídica.

Autor----------------------------------Réu

Equilíbrio

Veja o que diz a legislação processual sobre isso:

Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-


tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

Querido(a) estudante, esse artigo consagra a cláusula geral de igualdade processu-

al. E digo mais, para garantir o efetivo contraditório, por exemplo, o juiz pode dilatar

prazos processuais, como o da contestação, e alterar a ordem de produção de provas,

a fim de conferir maior efetividade à tutela do direito. (art. 139, VI, NCPC)

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,


incumbindo-lhe:
I – assegurar às partes igualdade de tratamento;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Princípio da Publicidade

Por meio desse princípio, dá-se ciência à coletividade e, sobretudo, às partes

acerca da condução e de decisões do processo.

Como não existe direito absoluto, tal qual o princípio da isonomia, a publicida-

de também admite flexibilizações. Isto ocorre em processos que devam correr em

segredo de justiça

Por exemplo: relações familiares, relações de trabalho com interesses sensíveis, como

a preservação da intimidade – assédio sexual –, ou quando incidir interesse público.

Desse modo, o processo ficará restrito às partes e a seus procuradores, salvo a

possibilidade de algum interessado juridicamente obter certidão do dispositivo da

sentença em ações de inventário ou partilha.

Olhemos o que estabelece o glorioso Código de Processo Civil:

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça


os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união es-
tável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositi-
vo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

Princípio da Razoável Duração do Processo

Querido(a), eu me lembro que há alguns anos assisti uma propaganda que fa-

lava sobre a mediação e conciliação e mostrava o caso de um rapaz, que ingressou

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

com uma demanda no Poder Judiciário. Ele vai protocolar a petição com cabelos

escuros e, ao final, a resolve com os cabelos grisalhos.

A situação ilustrada pela campanha publicitária evidenciava a morosidade para

a resolução dos processos. Pelo princípio acima, encartado na Constituição (artigo

5º, inciso LXXVIII, por meio da Emenda Constitucional n. 45/2004), todos os pro-

cessos devem ter duração razoável.

Art. 5º
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável du-
ração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

Ocorre que a razoável duração se trata de um conceito jurídico aberto, sem

critérios objetivos de tempo para que se tenha uma resposta, de preferência com

resolução de mérito, ao caso levado ao Judiciário.

Porém, conquanto esse princípio tenha um conceito aberto, percebe-se uma

preocupação do legislador em diminuir a morosidade do processo. Veja só:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:


II – velar pela duração razoável do processo;

Princípios do Processo Civil

Prezado(a) estudante, como dito anteriormente no estudo das fontes do Direito,

a Lei n. 13.105/2015 é a principal fonte para o estudo da nossa disciplina. Sendo

assim, logo no início da mencionada legislação observa-se que a base principiológi-

ca do código está localizada dos artigos 2º ao 12º. Assinalo que se trata de um rol

exemplificativo, ou seja, sem embargo de que outros princípios, como os constitu-

cionais acima descritos, sejam aplicados à lei de ritos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Princípio da Inércia (Dispositivo, Demanda) e do Impulso Ofi-


cial (Artigo 2º do CPC)

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso ofi-
cial, salvo as exceções previstas em lei.

Amigo(a), o artigo 2º será analisado em dois momentos interdependentes, a

inércia nos traz a ideia de que o Poder Judiciário irá se manifestar acerca de deter-

minada matéria quando provocado. Isto significa que, se meu direito fora violado

ou está na iminência de o ser, eu devo me dirigir ao Estado-Juiz e PROVOCÁ-LO, em

regra, por petição inicial escrita, para que ele diga o Direito.

Ora, diante desse pensamento, o magistrado não irá sair do seu gabinete em

busca de pessoas que tenham algum direito e que queiram propor ação em juízo

ou, a título ilustrativo, o juiz, ao presenciar um acidente de trânsito, descer do seu

veículo com o objetivo de iniciar uma ação de reparação danos. Perceba que o Ju-

diciário deve ser provocado. Entretanto, há casos em que o magistrado poderá agir

de ofício, sem provocação, como ocorre no caso de restauração de autos ou instau-

ração de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR).

Agora, se o Estado-Juiz for provocado, pelo princípio do impulso oficial, então

deverá dar continuidade à demanda até que seja dada solução ao litígio ora exa-

minado por ele.

Vejamos o que a lei estatui:

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso ofi-
cial, salvo as exceções previstas em lei.

 Obs.: querido(a), farei uma observação importante! Uma das exceções ao impulso

oficial é o princípio do autorregramento da vontade das partes, norma fun-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

damental que não está prevista nos 12 primeiros artigos do NCPC. Assim,

o novo CPC estrutura-se como um ambiente de liberdade para as partes,

desde que observados os limites estipulados pelo próprio Código. São evi-

dências de que a lei adjetiva está estruturada com base no princípio do

autorregramento da vontade das partes, observe as “posturas” do código

em relação ao exposto:

 • estímulo à autocomposição;

 • tentativa de conciliação logo no início do processo;

 • admite a homologação judicial de acordo de qualquer natureza;

 • possibilidade de inclusão de outros sujeitos e outras lides no acordo pro-

cessual;

 • consagra uma cláusula geral de negociação, que permite às partes formu-

lar qualquer acordo sobre o processo;

 • há previsão de uma série de negócios processuais típicos: calendário pro-

cessual, convenção sobre ônus da prova, saneamento consensual, escolha

consensual de perito, mudança convencional de audiência, escolha conven-

cional do tipo de liquidação, possibilidade de mediação, conciliação e arbi-

tragem e o princípio da cooperação, que está intimamente relacionado à

valorização da participação das partes no processo.

Peço licença para, com base no exposto, colacionar algumas passagens da lei de

ritos para que você visualize melhor as ideias comentadas.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito


às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e de-


veres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das conven-
ções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade
ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em
manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática
dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão
modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização
de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ou Indeclinabilidade

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

E, aqui, cabe, de novo, o comentário no sentido de ser cabível Recurso Extraor-

dinário perante o STF em caso de violação ao art. 3º, pois trata-se de uma norma

que reproduz o texto constitucional, especificamente o inciso XXXV, do artigo 5º,

da Constituição.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Querido(a), se o Estado tomou para si a resolução dos conflitos, deverá, então,

analisá-los quando um jurisdicionado o provocar, porquanto a parte não poderá fa-

zer justiça com as próprias mãos (autotutela), salvo em casos de legítima defesa,

desforço incontinente ou em caso de esbulho. Porém, a regra é levar a contenda à

apreciação do Judiciário. Conforme dito anteriormente, esse princípio também tem

previsão na Constituição. Sendo assim, quando um direito for violado ou estiver na

iminência de o ser, o juiz deve apreciá-lo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Além disso, o órgão julgador não poderá alegar lacuna ou obscuridade na lei

para não julgar, consoante o artigo 140, da lei. O ordenamento jurídico pátrio adota

o Non Liquet, isto é, a vedação ao não julgamento.

Ademais, vale dizer que uma das premissas do Novo Código Processo Civil é o

incentivo à autocomposição, fato verificado pelos parágrafos 1º ao 3º, do referido

artigo, de modo que o Estado deverá fomentar, inclusive com implementação de

estrutura adequada, vias alternativas de resolução de conflitos, valendo-se da me-

diação e conciliação para encerrar à lide por meio de acordo entre as partes.

Os parágrafos a seguir tratam dos meios alternativos de solução de conflitos,

previstos no artigo 3º, vamos a eles.

§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.


§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Mi-
nistério Público, inclusive no curso do processo judicial.

Princípio da Duração Razoável do Processo e Primazia do Jul-


gamento do Mérito

Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.

A primeira parte do artigo foi comentada quando do estudo dos princípios cons-

titucionais aplicados ao Processo Civil. Nesse momento, chama-se atenção para a

solução do mérito.

Ora, quando se leva um determinado caso à Justiça, o que se espera é uma de-

cisão definitiva para a casuística, ou seja, que a pretensão seja satisfeita, o que não

significa sair com êxito na causa, mas vê-la decidida. Esse artigo guarda relação

com o artigo 487, do CPC, que versa sobre sentenças que decidam o mérito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

Diante do exposto, entende-se que, sempre que se mostrar possível (até por-
que existem casos muito complexos ou vícios insanáveis), o juiz decidirá o mérito.
Então, querido(a), o que foi mencionado consagra a duração razoável do pro-
cesso e o princípio da efetividade do processo. Garante a primazia da decisão de
mérito em detrimento da decisão sem mérito. Assim, havendo vícios processuais,
antes de extinguir o processo, deve o magistrado determinar o saneamento dos
vícios, consoante o artigo 139, IX, da legislação adjetiva.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:


IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros
vícios processuais;

Princípio da Boa-Fé
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo
com a boa-fé.

Esse princípio se relaciona com a boa-fé objetiva, aquela que leva em conta valores
sociais, normas de conduta eticamente aceitáveis pela sociedade em que vivemos.
Basicamente, pode ser definido como uma conduta ética no processo conjugada
à lealdade na marcha processual. Dizer isto não significa que as partes estabele-
cerão uma relação afetuosa, a ponto de enviar cartões de natal todos os anos para
o ex-adverso ou mesmo de amor um pelo outro, mas devem agir de forma ética e
leal. Saliento que, quando se fala de partes, estamos diante do julgador, ou seja,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

esse princípio engloba juiz, autor e réu, isto é, não se restringe às partes, mas
abrange juízes, advogados, MP, peritos, servidores do judiciário, testemunhas etc.
Veja como o artigo 79 do Código rechaça condutas contrárias à boa-fé:

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.

Princípio da Cooperação

Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

Esse princípio estabelece que as partes envolvidas no processo devem es-

tabelecer um comportamento cooperativo, colaborativo. Como dito anterior-

mente, autor e réu não precisam estabelecer relação afetuosa, mas não devem

adotar comportamento desleal.

O juiz da causa também deve cooperar de forma ativa com vistas a efetivar os

princípios relativos à condução do processo e decidir o mérito, situação evidencia-

da quando o magistrado aponta algum erro da parte para que este seja saneado

ao analisar a petição inicial ou quando decide ir ao local de um fato para inspeção

judicial, com o escopo de melhor orientar a decisão a ser proferida.

O princípio da cooperação tem por objetivo estabelecer um modelo de processo co-

operativo, por meio do qual os sujeitos do processo, partes e magistrado, engendrem

esforços cooperativos com vistas à decisão de mérito. Distingue-se, assim, do modelo

publicista, em que há preponderância da figura do juiz, que conduz o processo de forma

ativa e, também, decide. Também se diferencia do processo adversarial (liberal), em

que a proeminência é das partes, cabendo ao juiz somente decidir.

O princípio da cooperação é um corolário, um desdobramento lógico, do prin-

cípio da boa-fé, que gera deveres de cooperação. Nesse sentido, além das partes,

surgem alguns deveres para o juiz:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

• dever de consulta – garante o diálogo em um ambiente cooperativo;

• dever de prevenção – é o dever de apontar as falhas do processo e informar

como devem ser corrigidas evitando, assim, a imprestabilidade do processo;

• dever de esclarecimento – é o dever de pedir esclarecimentos quando não

compreender a postulação e, também, de proferir decisões claras.

Princípio da Igualdade ou Isonomia

Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-


tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

Este princípio foi comentado em linhas anteriores quando analisamos os princípios

constitucionais e está presente no novo Código. Em verdade, expressa o tratamento

igualitário entre as partes. Ressalto que às vezes é necessário proceder a discrimina-

ções positivas de modo a igualar desiguais, como, por exemplo, conferir ao idoso a

prioridade na marcha processual ou prazos diferenciados para atos processuais a deter-

minados procuradores, como no caso dos Defensores e Advogados Públicos.

Princípio da função social do processo, dignidade da pessoa humana,

proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade e eficiência.

Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigên-
cias do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e ob-
servando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

Esse princípio deve ser “fatiado”, porquanto traz uma série de conceitos, a maio-

ria de âmbito constitucional. Quando se fala em função social do processo, tem-se

a ideia de que é recomendável que o Estado resolva os problemas de seus admi-

nistrados uma vez que isso trará a pacificação social, além de ser pedagógico, ou

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

seja, mostrar à população que se deve evitar a demanda, haja vista que alguma

das partes terá perda em virtude da decisão, porquanto uma sucumbirá ou existirá

sucumbência recíproca.

A dignidade da pessoa humana liga-se a aspectos vitais do ser humano, o direi-

to imanente, o qual deve ser assegurado a toda pessoa humana, ou seja, o Estado

deve garantir a condução de um processo que salvaguarde direitos fundamentais e

uma processualística que respeite a pessoa em valores essenciais.

A proporcionalidade é um princípio constitucional implícito e se relaciona

ao equilíbrio entre os fins e os meios, isto é, devem-se utilizar métodos menos

lesivos para se alcançar o resultado pretendido, verificar se as ações tomadas

são adequadas, necessárias ao resultado a ser obtido. Esse pensamento deve

nortear a ação do julgador.

A razoabilidade recebe a influência de valores sociais e se relaciona ao bom

senso, moderação, prudência, valores esses os quais devem se inserir no processo.

A legalidade significa ter uma lei a nortear as ações do juiz no momento em que

for decidir o litígio em questão, não sendo possível decisão de forma contrária às

legislações de referência, fora dos limites legais, mas, ao contrário, de acordo com

a lei. Esse princípio, em verdade, limita o poder Estatal.

A publicidade, como dito anteriormente, deve ser aplicada como regra aos pro-

cessos, salvo quando tramitarem em segredo de justiça e configura um elemento

de controle dos atos processuais.

A eficiência, princípio com estribo na Constituição (encartado na Carta Fun-

dante pela Emenda Constitucional n. 19/1998), se relaciona a racionalização

dos meios para que o processo possa atingir melhores resultados em menor

tempo, de forma menos dispendiosa, o que conduz à ideia de um processo mais

célere, com ganhos qualitativos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Agora, cuidado! O artigo não menciona a moralidade e a impessoalidade que

estão abrangidas pelos princípios da boa-fé e do juiz natural, respectivamente.

Princípio da Vedação à “Decisão Surpresa”

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III – à decisão prevista no art. 701.

Este princípio consagra a forma de ver o novo contraditório, ou seja, a parte não

poderá ser surpreendida com decisões contrárias sem que lhe seja dada a oportu-

nidade de se manifestar.

Por exemplo, um julgamento em que uma prova é juntada aos autos sem que

tenha sido analisada pela parte. Porém, querido(a) estudante, chamo sua atenção

no sentido de que, se a decisão for a favor da parte não ouvida, então pode ser

proferida decisão sem a sua oitiva!

Diante disso, percebe-se que há um dever de consulta às partes para tomada

de decisão. Todavia, o código estatui três exceções, quais sejam: as tutelas de ur-

gência e de evidência (que serão analisadas em momento próprio) e as decisões

previstas no artigo 701, que remetem à ação monitória, cujo conteúdo versa sobre

a evidência do direito do autor.

Além do exposto, chamo atenção para o artigo 10, do Código, o qual afirma que

o juiz não poderá decidir sem dar a oportunidade de as partes se manifestarem,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

mesmo quando se trate de matéria de ordem pública. Trata-se do dever de

consulta! E se essa regra for descumprida, então gerará nulidade da deci-

são por violação do direito ao contraditório. Vejamos a letra da lei:

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Princípio da Motivação (Art. 11)

Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-
mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença so-
mente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

O princípio em análise traz em seu texto o princípio da publicidade e exige

que as decisões sejam fundamentadas (motivadas). Esse princípio é expresso na

própria Constituição (artigo 93, inciso IX, comentado em momento anterior nesta

aula) e foi contemplado de forma textual no novo Código de Processo Civil.

Outro aspecto importante tanto na Constituição quanto na legislação processual

se refere à nulidade imputada à decisão sem motivação. Sendo assim, amigo(a),

motivar a sentença é obrigatório, caso contrário ela será nula, pois imagine uma

decisão judicial que não justifica a razão pela qual a parte sucumbiu. Como será

possível interpor recurso e outra coisa? Não seria possível, em alguns casos, sequer

saber qual seria o recurso!

Princípio da Ordem Cronológica do Processo

Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica


de conclusão para proferir sentença ou acórdão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Querido(a), quando falamos em ordem cronológica de conclusão, estamos

diante de uma situação em que os processos mais antigos, uma vez concluídos,

serão levados ao juiz para sentença. Então, quando as diligências requisitadas

nos despachos dos Juízes, Desembargadores ou Ministros forem cumpridas, os

autos estarão conclusos.

O ponto que eu gostaria de ressaltar com você refere-se ao termo preferencial-

mente, pois ele é proveniente de uma alteração no Novo Código (isso mesmo, a

nova lei de ritos mal entrou no ordenamento e sofreu alteração!), por meio da Lei n.

13.256/2016, comentário que faço a você, pois os editais dos últimos concursos para

os Tribunais do Trabalho cobraram as alterações posteriores à codificação, o que será

comentado no decorrer das aulas, em momentos mais oportunos e adequados.

Antes, a redação original estabelecia que os processos deveriam obedecer à

ordem cronológica. Porém, após muitas discussões acerca do tema, o imperativo

imputado aos juízes e tribunais não mais vigora, de modo que será atendida, pre-

ferencialmente, a ordem cronológica de conclusão para sentença ou acórdão.

Juízes e tribunais deverão julgar de acordo com a cronologia conforme os autos

forem conclusos aos juízes e tribunais. Ademais, a conclusão deverá ser publicada

para permitir a fiscalização. Agora, cuidado! Essa regra somente se aplica às sen-

tenças ou decisões finais. Assim, não abrange as decisões interlocutórias (aquelas

que não decidem o mérito da questão).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Querido(a), gostaria de chamar a sua atenção no sentido de observar o § 5º, do art.


1.045, do Código, que estabelece que, aos processos pendentes, por ocasião do início
da vigência da Nova Codificação, aplica-se uma regra distinta quanto à ordem de julga-
mento. Assim, diferentemente dos processos novos, os antigos deverão ser organiza-
dos pela ordem de antiguidade da distribuição, e não da conclusão.

Art. 1045. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo
aos processos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 5º A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a anti-
guidade da distribuição entre os já́ conclusos na data da entrada em vigor deste Código.

Querido(a), o parágrafo 1º, do artigo 12, trata da publicidade aplicável aos au-

tos, que, na era da informática, deve estar na Internet, vamos dar uma olhadinha:

§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposi-


ção para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.

Em arremate ao princípio mencionado, transcrevo as exceções abaixo, cuja lei-

tura é recomendável, pois o caput do artigo 12 estabelece as regras, porém, con-

tudo, entretanto, todavia… no Direito, assim como na vida, há exceções e especifi-

camente ao princípio ora estudado temos algumas… vamos a elas:

§ 2º Estão excluídos da regra do caput:


(Isto é, são hipóteses em que o juiz pode decidir fora da ordem cronológica de conclusão.)
I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improce-
dência liminar do pedido;
II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em
julgamento de casos repetitivos;
III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas
repetitivas;
IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

O inciso IV, amigo(a), versa sobre as hipóteses de extinção do processo sem exame

de mérito (artigo 485) e casos de julgamento monocrático (artigo 932), feito pelo rela-

tor, que atua nos tribunais e instrui o processo a fim de levá-lo aos seus pares.
V – o julgamento de embargos de declaração;
VI – o julgamento de agravo interno;
VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.

Estimado(a) amigo(a), sempre que, no caso concreto, houver urgência, o juiz

poderá “quebrar a fila” da ordem de conclusos, são as situações de prioridade na

tramitação, como, por exemplo, pessoa idosa.

§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclu-


sões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formula-
do pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a
reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.

Aqui, no parágrafo 4º, garante-se que o processo concluso não saia da lista em

razão de um mero requerimento para tirá-lo da conclusão.

§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição


em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º,
o processo que:
I – tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de reali-
zação de diligência ou de complementação da instrução;
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.

Querido(a), em arremate ao princípio analisado, faço uma observação no sen-

tido de que o incidente de resolução de demandas repetitivas e o julgamento de

recursos repetitivos devem ser julgados independentemente da ordem de con-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

clusão, ou seja, passam na frente de tudo e de todos! Olha a força do bicho! Até

porque ele irá pautar a atuação do Poder Judiciário, uma vez que obstam as ações

que versem sobre o mesmo assunto do incidente e geração precedentes, falei sobre

a força deles anteriormente.

Princípio da Congruência ou Adstrição

Bem, amigo(a) da rede Gran Cursos Online! Vamos passar para a análise do

princípio da congruência ou adstrição. Por esse princípio, o juiz apreciará aquilo que

for pedido nos autos do processo.

Desse modo, é defeso, ou seja, proibido ao julgador conceder além daquilo que foi

pedido (ultra petita), peço um sanduíche e ganho um sanduíche e um suco; dife-

rente do pleito (extra petita), peço um churrasco e ganho um sorvete; ou aquém

do que foi pedido, peço dois chocolates e ganho meio (cintra ou infra petita).

Essa regra é mitigada por meio da Teoria dos Pedidos Implícitos, incidente quando,

por exemplo, o juiz fixa honorários para o advogado, mesmo sem pedido expresso.

Art. 322. O pedido deve ser certo.


§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.

Ufa! Agora vou organizar o que foi dito sobre os princípios, por meio de esque-

ma simples, na massa cinzenta, no HD, na cuca, no órgão mais forte do corpo hu-

mano: o cérebro! Venha comigo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Princípios Constitucionais

Princípios do Código de Processo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Amigo(a), depois de muito bate-papo acerca do Código de Processo Civil (e,

olha, teremos muito bate-papo mesmo durante este curso!), chegou a hora de

treinarmos, por meio dos nossos exercícios, mas, como havia dito, temos poucos

exercícios da Fundação Carlos Chagas (FCC). Sendo assim, optei por comentar

questionamentos de outras bancas, os quais são parecidos com a forma com a qual

a FCC cobra, vamos a eles!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

QUESTÕES DE CONCURSO

1. (FCC/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/TST/2017) Considerando as normas

fundamentais do processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código de Processo

Civil, é correto afirmar:

a) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal

razoável, da plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade

satisfativa, isto é, de cumprimento ou execução.

b) É possível decidir questão de ofício sem oportunizar a manifestação das partes

sobre o fundamento adotado quando a decisão judicial estiver sendo tomada no

âmbito jurisdicional dos tribunais superiores.

c) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada

oportunidade de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação moni-

tória, quando evidente o direito do autor.

d) Mesmo em questões a respeito das quais o magistrado está legalmente autori-

zado a decidir de ofício, o juiz não está autorizado a proferir decisão sem oportu-

nizar que as partes tenham assegurado o direito de manifestação a fim de poder

influenciar no julgamento.

e) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para

buscar a obtenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo

razoável, de modo justo e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do

processo civil no Brasil.

2. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AP/2018) Não se excluirá da apreciação jurisdi-

cional ameaça ou lesão a direito.

Esse é o princípio da

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo existen-


cial, tratando-se de princípio constitucional e, simultaneamente, infraconstitu-
cional do processo civil.
b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de prin-
cípio constitucional do processo civil.
c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de princípio in-
fraconstitucional do processo civil.
d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e também
infraconstitucional do processo civil.
e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio
constitucional e infraconstitucional do processo civil.

3. (FCC/TÉCNICO MINISTERIAL – EXECUÇÃO DE MANDADOS/MPE-MA/2013) O


processo se origina por iniciativa da parte (nemo iudex sine actore ne procedat iu-
dex ex officio), mas se desenvolve por impulso oficial (CPC 262) (Nelson Nery Jr e
Rosa Maria de Andrade Nery, Código de Processo Civil Comentado, 13. ed., 2013,
p. 207). Trata-se do princípio de direito processual da
a) inércia ou dispositivo.
b) inafastabilidade da jurisdição.
c) celeridade processual.
d) instrumentalidade.
e) estabilidade da lide.

4. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/TRT


– 6ª REGIÃO-PE/2018) Dispõe o CPC que o juiz decidirá o mérito nos limites pro-
postos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo
respeito a lei exija a iniciativa da parte

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Esse enunciado compreende os princípios:

a) da adstrição ou congruência e da persuasão racional.

b) do impulso oficial e dispositivo.

c) da adstrição ou congruência e dispositivo.

d) da persuasão racional e do livre convencimento.

e) do livre convencimento e da eventualidade.

5. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-AM/2016) Acerca da jurisdição e dos princípios

informativos do processo civil, assinale a opção correta.

a) No âmbito do processo civil, admite-se a renúncia, expressa ou tácita, do direito

atribuído à parte de participar do contraditório.

b) A jurisdição voluntária se apresenta predominantemente como ato substitutivo

da vontade das partes.

c) A carta precatória constitui exceção ao princípio da indeclinabilidade da jurisdição.

d) A garantia do devido processo legal se limita à observância das formalidades

previstas no CPC.

e) O princípio da adstrição atribui à parte o poder de iniciativa para instaurar

o processo civil.

6. (CPCON/ADVOGADO/PREFEITURA DE PATOS – PB/2017) O artigo 1º da Lei n.

13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil) trata sobre as normas fundamentais

do Processo Civil, ao preceituar que:

a) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os princípios,

valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Fe-

derativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

b) o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores

e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa

do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

c) o processo civil será ordenado e interpretado conforme os princípios, valores e

as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do

Brasil, observando-se as disposições deste Código.

d) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os valores e

as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do

Brasil, observando-se as disposições deste Código.

e) o processo civil será instruído, organizado e interpretado conforme os princí-

pios, valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República

Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

7. (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO – JULGAMENTO/TCE-PE/2017) Com relação às

normas processuais, julgue o item seguinte.

Os princípios gerais do direito são enunciados gerais e universais que orientam a

compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração, estando estas

positivadas ou não.

8. (INSTITUTO AOCP/ADVOGADO HUJB – UFCG/EBSERH/2017) São princípios que

norteiam o novo CPC:

a) justa causa e legitimidade.

b) duração razoável do processo e boa-fé objetiva.

c) arbitrariedade e cooperação.

d) fins sociais e boa-fé subjetiva.

e) cooperação e boa-fé subjetiva.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

9. (IDECAN/PROCURADOR LEGISLATIVO/CÂMARA DE ARACRUZ – ES/2016) O

Novo Código de Processo Civil aborda, expressamente, sobre alguns princípios a

serem aplicados ao processo como resultado do modelo constitucional de processo

civil. Sobre o tema, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) É permitida a arbitragem, na forma da lei.

b) Expressamente o Código limita a exigência de atuar com boa-fé ao juiz, às par-

tes, aos advogados e aos membros do Ministério Público.

c) A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos

deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do

Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

d) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências

do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e obser-

vando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

10. (IESES/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/TJ-

-MA/2016) Com relação a preocupação do legislador no novo Código de Processo

Civil para assegurar uma prestação jurisdicional célere e elevar o grau de justiça,

foram valorados alguns princípios constitucionais, dos quais podemos destacar:

a) Evidenciados no Novo Código de Processo Civil, apenas os princípios da celeri-

dade, da razoabilidade e do contraditório.

b) Essencialmente o princípio do juiz natural e da celeridade.

c) Princípio da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal, da cele-

ridade, da dignidade da pessoa humana, moralidade, publicidade e razoabilidade.

d) Somente os princípios da celeridade e da dignidade da pessoa humana.

11. (IADHED/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE ARAGUARI – MG/2016) De

acordo com o disposto no Código de Processo Civil vigente, assinale a alternativa incorreta:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

a) Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciários serão públicos e funda-

mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade;

b) Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada somente a presença das

partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público;

c) A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à dis-

posição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores;

d) Os juízes e os tribunais deverão seguir à ordem cronológica de conclusão para

proferir sentença ou acórdão.

12. (FCC/ANALISTA LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO/ALESE/2018) Os

princípios processuais da inércia da jurisdição, da isonomia e da primazia do mérito

significam, respectivamente, que o Judiciário

a) só age, como regra, quando provocado pelas partes; deve o juiz tratar as partes com

igualdade no processo; e deve, o juiz, priorizar a prestação da jurisdição julgando o mé-

rito da ação, sempre que for possível suprindo e sanando irregularidades processuais.

b) age com menos eficiência do que deveria, mostrando-se inerte; o juiz deve tra-

tar as partes com igualdade; e o juiz deve julgar com prioridade o mérito, sanando

as irregularidades processuais sempre que possível.

c) só age quando provocado pelas partes; deve o juiz tratar as partes com base na lei,

observando o contraditório e a ampla defesa; e somente quem tem mérito deve vencer

o processo, não se permitindo privilégios a ninguém por sua condição pessoal.

d) deve vencer sua inércia, visando a tornar-se mais eficiente, em prol da socieda-

de; deve o juiz tratar as partes com igualdade; e o mérito do pedido deve prevale-

cer, devendo o juiz suprir e sanar irregularidades em qualquer ocasião.

e) só age, como regra, quando provocado pelas partes; o juiz deve ser imparcial

e observar o contraditório e a ampla defesa; e o pedido de maior mérito deve ser

julgado procedente pelo juiz.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

13. (FCC/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/TCM-GO/2015)

Considere os artigos da lei processual civil: Nenhum juiz prestará a tutela jurisdi-

cional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais;

e O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer

de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.

Dizem respeito aos princípios, respectivamente

a) da inércia e da inafastabilidade da jurisdição.

b) do impulso oficial e da persuasão racional.

c) da inércia e da congruência.

d) do impulso oficial e da iniciativa da parte.

e) da motivação das decisões judiciais e da adstrição.

14. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PE/2015/ADAPTADA) Em relação à norma proces-

sual civil e as suas fontes formais, considere os enunciados seguintes:

I – Como o processo civil integra o direito público, suas normas são sempre co-

gentes, inexistindo normas dispositivas processuais.

II – Tendo em vista a lei federal como fonte formal primária do processo civil, é

correto dizer que compete à União legislar sobre o direito processual civil,

tendo, porém, os Estados competência concorrente à União para legislar so-

bre normas procedimentais em matéria processual.

III – As fontes formais acessórias do direito processual civil são as mesmas das

normas em geral, quais sejam, analogia, costumes e princípios gerais do di-

reito; servem para suprir as lacunas do ordenamento jurídico, integrando-o.

15. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA/STJ/2018) Com referência às

normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Não cabe ao Estado promover a solução consensual de conflitos. Ela depende uni-

camente de iniciativa privada e deverá ser realizada entre os jurisdicionados.

16. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA/STJ/2018) Com referência às

normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir.

O exercício do direito ao contraditório compete às partes, cabendo ao juiz zelar pela

efetividade desse direito.

17. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA/STJ/2018) Com referência às

normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir.

No novo Código de Processo Civil, proporcionalidade e razoabilidade passaram a ser

princípios expressos do direito processual civil, os quais devem ser resguardados e

promovidos pelo juiz.

18. (CPCON/ADVOGADO/PREFEITURA DE PATOS – PB/2017) O artigo 7º da Lei n.

13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil) trata sobre as normas fundamentais

do Processo Civil, ao preceituar que

a) é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de di-

reitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à

aplicação de sanções processuais, bem como o efetivo contraditório.

b) é assegurado o tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades

processuais, aos meios de defesa, aos ônus e à aplicação de sanções processuais,

competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

c) é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de

direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus e à aplicação

de sanções processuais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

d) é assegurado às partes o tratamento em relação ao exercício de direitos e facul-

dades processuais, aos meios de defesa, aos ônus e à aplicação de sanções proces-

suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

e) é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-

tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à apli-

cação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

19. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2017) Um sistema processual ci-

vil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos,

ameaçados ou violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza

com as garantias constitucionais de um Estado democrático de direito.

Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer de

real efetividade. De fato, as normas de direito material se transformam em pura ilusão,

sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico, por meio do processo.

Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum

Acadêmico de Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações)

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à

luz do entendimento jurisprudencial e doutrinário acerca das normas funda-

mentais do processo civil.

Apesar de o CPC garantir às partes a obtenção, em prazo razoável, da solução inte-

gral do mérito, esse direito já existia no ordenamento jurídico brasileiro até mesmo

antes da Emenda Constitucional n. 45/2004.

20. (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO – ADMINISTRAÇÃO/TCE-PE/2017) A respeito

dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue

o item a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

O princípio constitucional da publicidade de atos processuais alcança não apenas os

autos do processo, mas também as sessões e audiências.

21. (COMPERVE/PROCURADOR LEGISLATIVO/CÂMARA DE CURRAIS NOVOS –

RN/2017) O princípio constitucional do contraditório, na nova estruturação conferi-

da pelo Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/15), está baseado na ideia de que

o contraditório dinâmico possibilita uma preparação mais adequada durante a cog-

nição, aprimora o debate e, consequentemente, conduz a uma decisão de melhor

qualidade. De acordo com esse princípio, o juiz é impedido de

a) conceder tutela de urgência contra uma das partes sem que ela seja pre-

viamente ouvida.

b) proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

c) conceder tutela da evidência contra uma das partes, quando houver tese firma-

da em julgamento de casos repetitivos, sem que ela seja previamente ouvida.

d) proferir decisão com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado

às partes oportunidade de se manifestar, exceto nas matérias em que possa decidir

de ofício.

22. (FCC/ANALISTA/TRT 23ª/2007) O artigo 5º, XXXVII, da Constituição Federal

dispõe que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”. Esse dispositivo consagra,

em relação à jurisdição o princípio:

a) Da especialização.

b) Da improrrogabilidade da jurisdição.

c) Da indeclinabilidade da jurisdição.

d) Do juiz natural.

e) Da indelegabilidade da jurisdição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

23. (QUESTÃO INÉDITA) A Lei n. 13.105/2015, de 16 de março de 2015, que en-

trou em vigor em 18 de março de 2015, é uma lei nacional que regula e disciplina

o Processo Civil.

24. (QUESTÃO INÉDITA) A razoabilidade e a proporcionalidade, embora sejam

princípios implícitos do Novo Código Civil, devem ser aplicados aos processos.

25. (QUESTÃO INÉDITA) É vedado aos juízes alegarem lacuna ou obscuridade na

lei de forma a não apreciarem as demandas a eles levadas.

26. (QUESTÃO INÉDITA) Os juízes e tribunais atenderão, de forma obrigatória, a

ordem cronológica de conclusão para proferir sentença.

27. (QUESTÃO INÉDITA) Philiphe Trace Shape ingressou com uma ação de repa-

ração de danos em desfavor de James Dean, em razão de uma colisão entre os

veículos dos dois. Segundo o Novo Código de Processo Civil, esses litigantes têm

direito à solução parcial de mérito.

28. (QUESTÃO INÉDITA) A conciliação e mediação devem ser estimuladas pelo

poder público. Entretanto, Juízes, Ministério Público e Defensoria Pública estão dis-

pensados de estimular os métodos acima descritos, porquanto essa não é a função

deles no processo.

29. (QUESTÃO INÉDITA) Os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão pú-

blicos, porém alguns deles podem ter a publicidade restrita às partes e a seus pro-

curadores em razão da preservação da intimidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

30. (QUESTÃO INÉDITA) O processo começa pela iniciativa da parte. Essa frase se

relaciona ao princípio:

a) Do impulso oficial.

b) Da ampla defesa.

c) Da inércia ou demanda.

d) Da boa-fé objetiva.

e) N.D.A.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

GABARITO

1. d 25. C

2. e 26. E

3. a 27. E

4. c 28. E

5. a 29. C

6. b 30. c

7. C

8. b

9. b

10. c

11. d

12. a

13. c

14. E/C/E

15. E

16. C

17. C

18. e

19. C

20. C

21. b

22. d

23. E

24. E

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

GABARITO COMENTADO

1. (FCC/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/TST/2017) Considerando as normas


fundamentais do processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código de Processo
Civil, é correto afirmar:
a) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal
razoável, da plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade
satisfativa, isto é, de cumprimento ou execução.
b) É possível decidir questão de ofício sem oportunizar a manifestação das partes
sobre o fundamento adotado quando a decisão judicial estiver sendo tomada no
âmbito jurisdicional dos tribunais superiores.
c) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada
oportunidade de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação moni-
tória, quando evidente o direito do autor.
d) Mesmo em questões a respeito das quais o magistrado está legalmente autori-
zado a decidir de ofício, o juiz não está autorizado a proferir decisão sem oportu-
nizar que as partes tenham assegurado o direito de manifestação a fim de poder
influenciar no julgamento.
e) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para
buscar a obtenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo
razoável, de modo justo e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do
processo civil no Brasil.

Letra d.
Este é o teor do artigo 10, do CPC, ou seja, mesmo que possa decidir de ofício, o
juiz deverá oportunizar às partes o direito de se manifestarem.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

a) Errada. Amigo(a), a letra a está certa até o ponto que consigna o direito de

resolução, em prazo razoável, à solução integral do mérito. Porém, contraria o ar-

tigo 4º do CPC, ao asseverar não estar incluída a atividade satisfativa. Muito pelo

contrário, as partes têm direito a obter a atividade satisfativa!

Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.

b) Errada. Querido(a), a letra b ofende o artigo 10, do CPC, pois, com base nele, o juiz

não pode decidir, EM GRAU ALGUM DE JURISDIÇÃO (incluindo tribunais superiores),

salvo exceções comentadas em aula, sem conferir às partes oportunidade de se mani-

festar. Falamos sobre isso, não se pode decidir sem que se oportunize a ampla defesa e

o contraditório, princípios encartados no artigo 5º, inciso LX, da Constituição.

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;

II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;


III – à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

c) Errada. Prezado(a) estudante, muita calma nessa hora! Nesta alternativa tive a

sensação de que o examinador quis jogar uma casca de banana para você cair. De

fato, o juiz não pode decidir sem ouvir a outra parte (inaudita altera parts). Certo!

Esta é a regra, todavia o artigo 9º, parágrafo único, traz três hipóteses nas quais

não se aplica essa regra, a saber: a tutela provisória de urgência; as hipóteses de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

tutela de evidência e a decisão proferida no art. 701. Ou seja, a regra não é absolu-

ta! Há exceções que permitem ao magistrado proferir a sentença sem ouvir a outra

parte, mas lembro a você, EXCEÇÃO!

e) Errada. Espera um pouco, amiga(o)! O artigo 6º, do CPC, alocado no livro I –

Normas Fundamentais e da Aplicação das Normas Processuais –, estatui que todos

os sujeitos devem cooperar para que, em tempo razoável, haja decisão de mérito.

Ou seja, mais expresso que isso, só se botarmos em um outdoor piscando em ama-

relo fluorescente na frente da rodoviária. Por isso, a questão está errada!

Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

2. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AP/2018) Não se excluirá da apreciação jurisdi-

cional ameaça ou lesão a direito.

Esse é o princípio da

a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo existencial,

tratando-se de princípio constitucional e, simultaneamente, infraconstitucional do

processo civil.

b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de prin-

cípio constitucional do processo civil.

c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de princípio in-

fraconstitucional do processo civil.

d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e também

infraconstitucional do processo civil.

e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio

constitucional e infraconstitucional do processo civil.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Letra e.

Aí, sim! Como diria um amigo irmão que tenho, o qual foi aprovado para o car-

go de Delegado de Polícia em Mato Grosso e deu um grande exemplo de que, se

você, amigo(a) concurseiro(a), se dedicar, atingirá o objetivo almejado, qual seja:

a aprovação no concurso desejado. A inafastabilidade ou, como o examinador de-

nominou, obrigatoriedade da jurisdição, é princípio encartado tanto na Constituição

(art. 5º, XXXV) como na lei de ritos (artigo 3º). Então, a alternativa está certa.

a) Errada. Querido(a), o princípio da dignidade da pessoa humana existe e o Có-

digo de Processo versa sobre mínimo existencial quando, por exemplo, trata de

inalienabilidade de bens, melhor estudado no módulo processual da execução. En-

tretanto, não é em decorrência da inclusão obrigatória. Aliás, nem tratamos essa

inclusão em nossa aula.

b) Errada. A assertiva traz o princípio constitucional da vedação ao tribunal de

exceção ou do juiz natural, mas esse princípio se encaixa com a apreciação pelo

Judiciário, e não da ameaça à lesão.

c) Errada. A assertiva até traz um conceito correto, relativo à obrigatoriedade da

jurisdição, mas o põe como sinônimo de legalidade, o que torna a questão errada.

d) Errada. Amigo(a), o Código Civil fala sobre reparação de danos, mas o CPC não

traz nenhum princípio da reparação integral do dano, então está errado.

3. (FCC/TÉCNICO MINISTERIAL – EXECUÇÃO DE MANDADOS/MPE-MA/2013) O

processo se origina por iniciativa da parte (nemo iudex sine actore ne procedat iu-

dex ex officio), mas se desenvolve por impulso oficial (CPC 262) (Nelson Nery Jr e

Rosa Maria de Andrade Nery, Código de Processo Civil Comentado, 13. ed., 2013,

p. 207). Trata-se do princípio de direito processual da

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

a) inércia ou dispositivo.

b) inafastabilidade da jurisdição.

c) celeridade processual.

d) instrumentalidade.

e) estabilidade da lide.

Letra a.

Amigo(a), antes que você dê um pulo da sua cadeira porque a questão é do ano de

2013, eu te digo que, embora a questão seja do tempo mencionado (sob a égide

do código de 1973), ela é boa para exercitarmos, e não se preocupe, os comentá-

rios serão nos moldes do Novo Código. Vamos lá, pelo princípio da Inércia ou do

dispositivo, é necessário que a parte demande ao judiciário para que esse poder

(o qual é inerte) avalie a demanda. Bem, uma vez iniciado o processo, ele irá se

desenvolver pelo judiciário (impulso oficial). Como vimos no transcurso das lições,

o princípio em comento decorre do artigo 2º da lei de ritos.

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.

b) Errada. Querido(a), a inafastabilidade diz respeito à obrigatoriedade de o Poder

Judiciário avaliar as demandas a ele carreadas, encartado tanto na lei de ritos como

na Constituição. Sendo assim, não é o princípio evidenciado na questão.

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito

c) Errada. Amigo(a), a celeridade tem relação com o princípio da razoável duração do

processo, o que também não se encaixa com aquilo que foi perguntado na questão.

Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mé-
rito, incluída a atividade satisfativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

d) Errada. O Princípio da instrumentalidade estabelece que o processo não é um


fim em si mesmo. Ou seja, se um determinado ato pode ser aproveitado, o juiz
pode considerá-lo, mesmo com uma nulidade (desde que ela seja sanável). O prin-
cípio também não se compatibiliza com a questão em comento.

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo


quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de
outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

e) Errada. Estabilidade da lide, querido amigo(a), versa sobre a possibilidade de

alterar as partes e os pedidos antes da citação do réu. Mas, não é o princípio que

se adéqua à pergunta feita pela questão.

4. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/TRT


– 6ª REGIÃO-PE/2018) Dispõe o CPC que o juiz decidirá o mérito nos limites pro-
postos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo
respeito a lei exija a iniciativa da parte
Esse enunciado compreende os princípios:
a) da adstrição ou congruência e da persuasão racional.
b) do impulso oficial e dispositivo.
c) da adstrição ou congruência e dispositivo.
d) da persuasão racional e do livre convencimento.
e) do livre convencimento e da eventualidade.

Letra c.
Amigo(a), pelo princípio da adstrição ou congruência, o magistrado deverá se li-
mitar aos lindes do que foi pleiteado, já o princípio dispositivo (inércia), previsto
no artigo 2º do Código, evidencia que o juiz atuará impulsionado pela iniciativa da
parte, em conformidade com o enunciado da questão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.

a) Errada. Amigo(a), cuidado com uma precipitação, um impulso! A questão está

boa até o princípio da adstrição ou congruência, mas peca ao elencar como persu-

asão racional o impulso que a parte deve dar para o início do processo, o qual se

refere ao princípio da inércia ou dispositivo, pelo que, uma vez ajuizada a deman-

da, ela segura impulsionado de forma oficial.

b) Errada. O impulso oficial se inicia após a demanda, ou seja, ocorre a provoca-

ção do judiciário e depois ele incidirá. A questão se refere à adstrição ou congruên-

cia, que é o princípio adequado à questão junto com o princípio dispositivo.

d) Errada. A persuasão racional se relaciona ao meio de convencimento do juiz,

ao convencimento motivado que leva o magistrado a decidir a questão, todavia não

são os princípios que se enquadram na questão.

e) Errada. Na questão anterior, vimos a respeito do livre convencimento motivado.

Já a eventualidade diz respeito à perda do prazo relativo a um ato processual, que

não se relaciona com o enunciado da assertiva.

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

5. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-AM/2016) Acerca da jurisdição e dos princípios

informativos do processo civil, assinale a opção correta.

a) No âmbito do processo civil, admite-se a renúncia, expressa ou tácita, do direito

atribuído à parte de participar do contraditório.

b) A jurisdição voluntária se apresenta predominantemente como ato substitutivo

da vontade das partes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

c) A carta precatória constitui exceção ao princípio da indeclinabilidade da jurisdição.


d) A garantia do devido processo legal se limita à observância das formalidades
previstas no CPC.
e) O princípio da adstrição atribui à parte o poder de iniciativa para instaurar o
processo civil.

Letra a.
Amigo(a), o direito de ação é subjetivo e praticar ou não algum ato no processo é
uma faculdade da parte. Agora, o Estado tem o dever de oportunizar a ampla defesa.
Bom, nesse conduto de raciocínio, a parte pode renunciar ao direito de defesa, porém
arcará com o ônus dessa opção, tal como a revelia. Então, a questão está certa.
b) Errada. A letra b se equivoca, pois a jurisdição voluntária se caracteriza
pela confluência de vontades que será homologada pelo juiz e não pela substi-
tutividade. Ou seja, as partes chegam a um denominador comum (“Oxi, profes-
sor! Aula de matemática, é?” Não, isso significa que a vontade das partes não
é substituída pela do juiz).
c) Errada. Não, a carta precatória é uma forma de cooperação entre os tribunais
no sentido de proporcionar uma sentença, e não de se esquivar de proferir uma
decisão, muito pelo contrário. Por meio da precatória, o juiz dá seguimento à mar-
cha processual.
d) Errada. Não, desde que não haja um ato contrário ao Direito, o processo se des-
dobra com a ampla defesa e o contraditório, sem ser um fim em si mesmo. Diante
desse raciocínio, o juiz pode conservar atos informais desde que não acarretem
prejuízo. Agora, ele pode convalidar, pois existem vícios que acarretam nulidade,
os quais não serão sanados. Sendo assim, a letra d incorre em erro.
e) Errada. A letra e diz respeito ao direito de ação (um dos elementos da teoria
estrutural do processo civil) conferido à parte, mas o princípio da adstrição ou con-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

gruência assevera que o juiz limita-se ao que foi pedido a ele, sem ir além, aquém
ou diferente do pleiteado.

6. (CPCON/ADVOGADO/PREFEITURA DE PATOS – PB/2017) O artigo 1º da Lei n.


13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil) trata sobre as normas fundamentais
do Processo Civil, ao preceituar que:
a) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os princípios,
valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Fe-
derativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
b) o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores
e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa
do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
c) o processo civil será ordenado e interpretado conforme os princípios, valores e
as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do
Brasil, observando-se as disposições deste Código.
d) o processo civil será instruído, ordenado e interpretado conforme os valores e
as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do
Brasil, observando-se as disposições deste Código.
e) o processo civil será instruído, organizado e interpretado conforme os princí-
pios, valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

Letra b.
Estimado(a) leitor(a), aqui a letra b traz a literalidade do artigo 1º, da Lei n.
13.105/2015. Veja:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e


as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil,
observando-se as disposições deste Código.

Eu encartei a questão no material para que você observe porque os artigos são co-
lacionados no decorrer das aulas. Isto ocorre porque muitas bancas utilizam a letra
da lei, fato que recomenda a leitura da legislação.

7. (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO – JULGAMENTO/TCE-PE/2017) Com relação às


normas processuais, julgue o item seguinte.
Os princípios gerais do direito são enunciados gerais e universais que orientam a
compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração, estando estas
positivadas ou não.

Certo.
Prezado(a), como vimos no decorrer da aula, os princípios que norteiam o sistema
jurídico são a base de sustentação para aquilo que é ou será implementado. Eles
podem ser explícitos como, por exemplo, a adstrição ou congruência, ou implícitos,
como o duplo grau de jurisdição ou da razoabilidade e proporcionalidade (preceitos
constitucionais aplicados ao processo civil).

8. (INSTITUTO AOCP/ADVOGADO HUJB – UFCG/EBSERH/2017) São princípios que


norteiam o novo CPC:
a) justa causa e legitimidade.
b) duração razoável do processo e boa-fé objetiva.
c) arbitrariedade e cooperação.
d) fins sociais e boa-fé subjetiva.

e) cooperação e boa-fé subjetiva.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Letra b.

A letra b traz dois princípios encartados no ideal do NCPC, quais sejam: a duração

razoável do processo (elencado no artigo 5º, da CF e do NCPC) e a boa-fé objeti-

va. Querido(a), o CPC 2015 pauta-se na boa fé objetiva, que é aquela baseada em

ações socialmente aceitas em âmbito coletivo. A boa-fé subjetiva depende do ele-

mento subjetivo, anímico do indivíduo e, embora comentada pela doutrina civilista,

não foi a opção do NCPC nem do Código Civil, o que torna as letras d e e erradas.

a) Errada. A letra a traz a justa causa e a legitimidade, que são elementos

de avaliação para o julgamento da inicial, o que não se compatibiliza com a

pergunta da questão.

c) Errada. Quanto à letra c, sabe-se que arbitrariedade não se mostra compatível

com o nosso ordenamento jurídico e, com efeito, com o NCPC, que trata o processo

de forma democrática. Todavia, o outro elemento é acertado, porquanto o princípio

da cooperação está previsto no artigo do código, mas esse trecho não torna a as-

sertiva completamente correta.

9. (IDECAN/PROCURADOR LEGISLATIVO/CÂMARA DE ARACRUZ – ES/2016) O

Novo Código de Processo Civil aborda, expressamente, sobre alguns princípios a

serem aplicados ao processo como resultado do modelo constitucional de processo

civil. Sobre o tema, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) É permitida a arbitragem, na forma da lei.

b) Expressamente o Código limita a exigência de atuar com boa-fé ao juiz, às par-

tes, aos advogados e aos membros do Ministério Público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

c) A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos

deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do

Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

d) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exi-

gências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa

humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a

publicidade e a eficiência.

Letra b.
Querido(a), o primeiro ponto para o qual eu chamo a sua atenção é em relação ao co-
mando da questão. Ele pede a INCORRETA, portanto cuidado! Muitos estudantes sabem
responder à questão, mas, por inobservância ao enunciado, marcam aquela que julgam
“mais certa”, por assim dizer, e, com isso, erram, já que o comando exige a errada.
A boa-fé objetiva é dever de todos os envolvidos no processo, sob pena de respon-
sabilização civil e administrativa, conforme preceitua o artigo 79, do NCPC. E, veja,
querido(a), mais uma vez o que estabelece o artigo 3º, do § 3º, do NCPC:

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Mi-
nistério Público, inclusive no curso do processo judicial.

a) Certa. O NCPC é autocompositivo e busca compor conflitos a todo instante,


portanto a arbitragem é estimulada. É o que consigna o artigo 3º, em seu pa-
rágrafo 3º, do NCPC.

§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos


deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Mi-
nistério Público, inclusive no curso do processo judicial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

c) Certa. Esta reforça a ideia do Novo Código, no sentido de buscar a solução con-
sensual dos conflitos e todos os insignes participantes do processo devem buscá-la
durante a marcha processual, consoante o artigo 3º, § 3º, do NCPC, o qual você
nem aguenta mais ler... Rsrs.
d) Certa. Por fim, a letra d transcreve a letra da lei! Destacamos, no decorrer do nosso
bate-papo, o artigo 8º e a questão simplesmente trouxe a literalidade dele na prova.

Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigên-
cias do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e ob-
servando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

10. (IESES/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO/TJ-

-MA/2016) Com relação a preocupação do legislador no novo Código de Processo

Civil para assegurar uma prestação jurisdicional célere e elevar o grau de justiça,

foram valorados alguns princípios constitucionais, dos quais podemos destacar:

a) Evidenciados no Novo Código de Processo Civil, apenas os princípios da celeri-

dade, da razoabilidade e do contraditório.

b) Essencialmente o princípio do juiz natural e da celeridade.

c) Princípio da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal, da cele-

ridade, da dignidade da pessoa humana, moralidade, publicidade e razoabilidade.

d) Somente os princípios da celeridade e da dignidade da pessoa humana.

Letra c.

Esta traz os princípios constitucionais albergados pelo NCPC. Lembra do neoproces-

sualismo, do qual falei? Pois é, o artigo 1º, do CPC, nos indica a importância das

normas constitucionais relativas ao NCPC e, portanto, a alternativa é certa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

a) Errada. Não são apenas os três princípios elencados na alternativa que foram

contemplados na nova lei de ritos.

b) Errada. A letra b erra ao determinar os dois princípios como essenciais. Veja,

há mais princípios e todos são essenciais! Tanto que, quando existe conflito entre

princípios, utiliza-se a ponderação, o sopesamento, e não a exclusão de um em

detrimento do outro.

d) Errada. A letra d estatui que somente a celeridade e a dignidade da pessoa hu-

mana são princípios... Aí é pouco, não é? Existem mais, como nos mostra a letra c.

11. (IADHED/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE ARAGUARI – MG/2016) De

acordo com o disposto no Código de Processo Civil vigente, assinale a alternativa incorreta:

a) Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciários serão públicos e funda-

mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade;

b) Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada somente a presença das

partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público;

c) A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à dis-

posição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores;

d) Os juízes e os tribunais deverão seguir à ordem cronológica de conclusão para

proferir sentença ou acórdão.

Letra d.

Querido(a), mais uma vez, cuidado com o termo “incorreta”! Achei a questão inte-

ressante, pois ela evidencia uma alteração legislativa, especificamente introduzida

pela Lei n. 13.256/2016, a qual consigna que os juízes deverão seguir PREFE-

RENCIALMENTE, a ordem cronológica para sentença ou acórdão. Sendo assim, o

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

termo “deverão seguir”, citado na questão, dá uma ideia de obrigatoriedade, o

que torna a letra d errada.

No mais, vale a pena uma leitura das demais questões do exercício acima, por-

quanto as letras a, b e c revisam os conceitos trabalhados no decorrer da aula,

uma vez que estão corretas.

12. (FCC/ANALISTA LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO/ALESE/2018) Os

princípios processuais da inércia da jurisdição, da isonomia e da primazia do mérito

significam, respectivamente, que o Judiciário

a) só age, como regra, quando provocado pelas partes; deve o juiz tratar as

partes com igualdade no processo; e deve, o juiz, priorizar a prestação da ju-

risdição julgando o mérito da ação, sempre que for possível suprindo e sanando

irregularidades processuais.

b) age com menos eficiência do que deveria, mostrando-se inerte; o juiz deve tra-

tar as partes com igualdade; e o juiz deve julgar com prioridade o mérito, sanando

as irregularidades processuais sempre que possível.

c) só age quando provocado pelas partes; deve o juiz tratar as partes com base na

lei, observando o contraditório e a ampla defesa; e somente quem tem mérito deve

vencer o processo, não se permitindo privilégios a ninguém por sua condição pessoal.

d) deve vencer sua inércia, visando a tornar-se mais eficiente, em prol da socieda-

de; deve o juiz tratar as partes com igualdade; e o mérito do pedido deve prevale-

cer, devendo o juiz suprir e sanar irregularidades em qualquer ocasião.

e) só age, como regra, quando provocado pelas partes; o juiz deve ser imparcial

e observar o contraditório e a ampla defesa; e o pedido de maior mérito deve ser

julgado procedente pelo juiz.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Letra a.

Querido(a), o princípio da inércia evidencia que o juiz só age quando provocado

pela parte, da isonomia se refere ao tratamento igualitário aos litigantes e a nova

processualística prima pelo julgamento de mérito. Então, a alternativa se coaduna

com os princípios e definições expostas.

b) Errada. Querido(a), a questão peca ao dizer que na inércia o juiz age com me-

nos eficiência. Não, na verdade, o princípio da inércia ou demanda estabelece que

o Poder Judiciário age quando provocado.

c) Errada. A assertiva até certa ao versar sobre a inércia, mas traz o conceito de

legalidade em vez da isonomia e, quando se fala de mérito, fala-se em enfrentá-lo

e examiná-lo, não em quem tem mérito.

d) Errada. O conceito de inércia está incorreto, além disso, não é sempre que o juiz

pode corrigir nulidades a fim de saná-las, isto ocorre quando é possível sanear o vício.
e) Errada. A questão peca ao estatuir o conceito de isonomia, a qual se refere ao
tratamento equânime entre as partes e vencer quem tem mérito não se coaduna
com o princípio da primazia de mérito estabelecido pelo código.

13. (FCC/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/TCM-GO/2015)


Considere os artigos da lei processual civil: Nenhum juiz prestará a tutela jurisdi-
cional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais;
e O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer
de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Dizem respeito aos princípios, respectivamente
a) da inércia e da inafastabilidade da jurisdição.
b) do impulso oficial e da persuasão racional.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

c) da inércia e da congruência.
d) do impulso oficial e da iniciativa da parte.
e) da motivação das decisões judiciais e da adstrição.

Letra c.
Aí, sim! A questão se refere aos dois princípios em tela, ou seja, a parte precisa
requerer o que intenta (pelo princípio da inércia) e o juiz estará adstrito (princípio
da adstrição ou congruência àquilo que foi pedido) ao que a parte pleiteia.
a) Errada. Amigo(a), o princípio da inércia está certo, mas o da inafastabilidade da
jurisdição não está compatível com o enunciado da questão.
b) Errada. Comentei, em questão passada, durante as resoluções, que o princípio do
impulso oficial ocorre após o princípio da inércia e a persuasão racional se refere ao con-
vencimento do juiz. Ambos os raciocínios não se enquadram na pergunta da questão.

d) Errada. Bem, a questão não se refere ao impulso oficial e, ademais, cadê o

princípio da adstrição que é o que limita o juiz ao que foi pedido?

e) Errada. Veja, prezado(a) leitor(a), não é pela motivação que o juiz está limitado

pelo pedido. Por meio da motivação, ele evidencia a decisão proferida. Já a adstri-

ção está dentro dos conformes, mas, ainda assim, a assertiva é falsa.

14. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PE/2015/ADAPTADA) Em relação à norma proces-

sual civil e as suas fontes formais, considere os enunciados seguintes:

I – Como o processo civil integra o direito público, suas normas são sempre co-

gentes, inexistindo normas dispositivas processuais.

II – Tendo em vista a lei federal como fonte formal primária do processo civil, é

correto dizer que compete à União legislar sobre o direito processual civil,

tendo, porém, os Estados competência concorrente à União para legislar so-

bre normas procedimentais em matéria processual.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

III – As fontes formais acessórias do direito processual civil são as mesmas das

normas em geral, quais sejam, analogia, costumes e princípios gerais do di-

reito; servem para suprir as lacunas do ordenamento jurídico, integrando-o.

Errado/Certo/Errado.

Estimado aluno(a) da rede Gran Cursos Online, essa questão está desatualizada,

porque foi cobrada sob a vigência do Código de 1973. Porém, ela nos oferece a pos-

sibilidade de comentar o que foi tratado em aula baseado em um questionamento

da Fundação Carlos Chagas. Então, vamos lá!

I – Errado. Amigo(a), de fato, o Direito Processual Civil é um ramo do Direito Pú-

blico e as normas nele são cogentes (de observância obrigatória). Porém, há casos

em que as normas encartadas na lei de ritos permitem convenção entre as partes,

o que flexibiliza a imposição rígida das normas. Nesse conduto de raciocínio, existe

a possibilidade de se estabelecer prazos convencionados pelas partes (calendário

processual, que será estudado em momento oportuno), dilação de prazos, enfim,

é possível mitigar regras previstas pela lei adjetiva. Sendo assim, pela nova siste-

mática, o item está errado.

II – Certo. Embora a competência para legislar sobre direito processual seja atri-

buída à União, conforme o artigo 22 da Carta Fundante, o artigo 24, inciso XI, da

própria Constituição estabelece que compete à União, aos Estados e ao Distrito

Federal legislar de modo concorrente sobre procedimentos em matéria processual.

III – Errado. Por derradeiro, o item III está errado, uma vez que reproduz o con-

ceito da LINDB, cuja incidência não foi reproduzida pelo novo Código.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Cabe, ainda, observar, estimado(a), que não há mais uma menção expressa à

analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito, como está na LINDB,

isto porque, segundo a moderna processualística, o juiz não aplica a lei de for-

ma isolada, mas o ordenamento jurídico, mais abrangente, que compreende os

princípios como normas.

15. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA/STJ/2018) Com referência às

normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir:

Não cabe ao Estado promover a solução consensual de conflitos. Ela depende uni-

camente de iniciativa privada e deverá ser realizada entre os jurisdicionados.

Errado.

Que é isso, companheiro CESPE? Está querendo nos enganar? Durante a aula, co-

mentei a respeito do § 3º, do Código de Processo, pelo qual existe um estímulo, por

parte do Estado, à solução consensual de conflitos.

16. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA/STJ/2018) Com referência às

normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir.

O exercício do direito ao contraditório compete às partes, cabendo ao juiz zelar pela

efetividade desse direito.

Certo.

Aí, sim! Disse a você que a Nova processualística segue os ditames da Constituição

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

e nela se consubstancia. Nesse cenário, o exercício do contraditório compete às

partes, sim, pois o autor intenta provar as alegações e o réu procura refutá-las na

dinâmica processual. Os Juízes devem zelar por esse princípio, consoante o artigo

7º, da Codificação. Ademais, o contraditório tem assento constitucional, consoante

o artigo 5º, inciso LV, da Carta Magna.

Art. 5º.
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

17. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA/STJ/2018) Com referência às

normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir.

No novo Código de Processo Civil, proporcionalidade e razoabilidade passaram a ser

princípios expressos do direito processual civil, os quais devem ser resguardados e

promovidos pelo juiz.

Certo.

A questão está corretíssima, porque trata de princípios com assento constitucional e

expressamente previstos no artigo 8º, da nova lei de ritos, conforme colação abaixo:

Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigên-
cias do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e ob-
servando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

18. (CPCON/ADVOGADO/PREFEITURA DE PATOS – PB/2017) O artigo 7º da Lei n.

13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil) trata sobre as normas fundamentais

do Processo Civil, ao preceituar que

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

a) é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de di-

reitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à

aplicação de sanções processuais, bem como o efetivo contraditório.

b) é assegurado o tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades

processuais, aos meios de defesa, aos ônus e à aplicação de sanções processuais,

competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

c) é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de

direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus e à aplicação

de sanções processuais.

d) é assegurado às partes o tratamento em relação ao exercício de direitos e facul-

dades processuais, aos meios de defesa, aos ônus e à aplicação de sanções proces-

suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

e) é assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-

tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à apli-

cação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

Letra e.

Mais uma vez, chamo sua atenção para o fato de que a leitura da lei é de suma im-

portância. Esta questão traz a literalidade do artigo 7º, da lei de ritos civil, motivo

pelo qual eu colaciono o dispositivo:

Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-


tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

Diante da transcrição da lei, você irá verificar que as letras a, b, c e d possuem al-

guma desconformidade com o texto, o que as tornam erradas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

19. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2017) Um sistema processual ci-

vil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos,

ameaçados ou violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza

com as garantias constitucionais de um Estado democrático de direito.

Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a ca-

recer de real efetividade. De fato, as normas de direito material se transformam

em pura ilusão, sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico,

por meio do processo.

Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum

Acadêmico de Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações)

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do enten-

dimento jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do processo civil.

Apesar de o CPC garantir às partes a obtenção, em prazo razoável, da solução inte-

gral do mérito, esse direito já existia no ordenamento jurídico brasileiro até mesmo

antes da Emenda Constitucional n. 45/2004.

Certo.

Querido(a) aluno(a), o texto da questão assinala a ligação umbilical entre a Cons-

tituição e o Novo Código, o qual se norteia com base na Carta Fundante. Veja, a

Constituição de 1988 trazia, por meio do artigo 5º, inciso LXXVIII, a razoável dura-

ção do processo, ou seja, antes da Emenda Constitucional n. 45/2004.

20. (CESPE/ANALISTA DE GESTÃO – ADMINISTRAÇÃO/TCE-PE/2017) A respeito

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue

o item a seguir.

O princípio constitucional da publicidade de atos processuais alcança não apenas os

autos do processo, mas também as sessões e audiências.

Certo.

Sim, a publicidade alcança a publicidade dos atos e faz valer o princípio constitu-

cional e processual, aquele consignado pela Constituição e este encartado no artigo

8º, da Lei n. 13.105/2015.

21. (COMPERVE/PROCURADOR LEGISLATIVO/CÂMARA DE CURRAIS NOVOS –


RN/2017) O princípio constitucional do contraditório, na nova estruturação conferi-
da pelo Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/15), está baseado na ideia de que
o contraditório dinâmico possibilita uma preparação mais adequada durante a cog-
nição, aprimora o debate e, consequentemente, conduz a uma decisão de melhor
qualidade. De acordo com esse princípio, o juiz é impedido de
a) conceder tutela de urgência contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
b) proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
c) conceder tutela da evidência contra uma das partes, quando houver tese firma-
da em julgamento de casos repetitivos, sem que ela seja previamente ouvida.
d) proferir decisão com base em fundamento a respeito do qual não se tenha
dado às partes oportunidade de se manifestar, exceto nas matérias em que
possa decidir de ofício.
Letra b.
Consoante o artigo 10, da lei de ritos, essa é a regra no sistema processual, ou

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

seja, a vedação à “decisão surpresa”. Chamo sua atenção para o fato de que essa
incidência é aplicada mesmo nas causas em que o juiz deva decidir de ofício.
a) Errada. Amigo(a), esta alternativa contraria a exceção à regra de que o Juiz
não pode proferir decisão contra uma parte sem ouvir a outra. Os juízes podem,
consoante o artigo 9º, I, do Código de Processo Civil, proferir decisão sem oitiva da
parte contrária em caso de tutela provisória de urgência.
c) Errada. Segundo o parágrafo II, do artigo 9º, o juiz pode proferir a decisão sem
oitiva das partes em hipótese de tutela de evidência, isto é, não está impedido.

d) Errada. Não. O juiz deve oportunizar a oitiva das partes mesmo quando possa

decidir de ofício, consoante o artigo 10, do Novo Código.

22. (FCC/ANALISTA/TRT 23ª/2007) O artigo 5º, XXXVII, da Constituição Federal

dispõe que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”. Esse dispositivo consagra,

em relação à jurisdição o princípio:

a) Da especialização.

b) Da improrrogabilidade da jurisdição.

c) Da indeclinabilidade da jurisdição.

d) Do juiz natural.

e) Da indelegabilidade da jurisdição.

Letra d.

Muito embora eu não goste de comentar questões antigas, encartei esta ao nosso ma-

terial para que você esteja atento(a) e familiarizado(a) com o estilo da provável banca

examinadora, a FCC. A questão traz conceitos de jurisdição, os quais serão tratados em

momento específico do curso, e tem como alternativa certa a letra d, que versa sobre

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

o princípio do juiz natural e vedação de juízos e tribunais de exceção.

23. (QUESTÃO INÉDITA) A Lei n. 13.105/2015, de 16 de março de 2015, que en-

trou em vigor em 18 de março de 2015, é uma lei nacional que regula e disciplina

o Processo Civil.

Errado.
A questão está quase toda correta, mas incorre em erro ao mencionar que a Lei n.
13.105/2015 é nacional. Consoante tratamos no início da aula, o Novo Código de
Processo Civil é uma lei federal.

24. (QUESTÃO INÉDITA) A razoabilidade e a proporcionalidade, embora sejam


princípios implícitos do Novo Código Civil, devem ser aplicados aos processos.

Errado.
De acordo com o artigo 8º, da Lei n. 13.105/2015, a razoabilidade e a proporcio-
nalidade são princípios explícitos.

25. (QUESTÃO INÉDITA) É vedado aos juízes alegarem lacuna ou obscuridade na


lei de forma a não apreciarem as demandas a eles levadas.

Certo.
O artigo 3º, da lei de ritos, bem como a Constituição estatuem que ameaça ou lesão a
direito devem ser apreciados pelo Judiciário. Nesse conduto de raciocínio, não pode o
julgador se eximir de julgamento. Esta é a vedação ao non liquet, não julgamento.

26. (QUESTÃO INÉDITA) Os juízes e tribunais atenderão, de forma obrigatória, a

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

ordem cronológica de conclusão para proferir sentença.

Errado.
Os juízes e tribunais atenderão, de forma preferencial, a ordem cronológica. Esta
foi a alteração feita pela Lei n. 13.326/2016, a qual encartou o termo preferencial-
mente no artigo 12, da na nova lei de ritos, em vez da expressão deverão obedecer,
que remete à ideia de obrigatoriamente.

27. (QUESTÃO INÉDITA) Philiphe Trace Shape ingressou com uma ação de repa-
ração de danos em desfavor de James Dean, em razão de uma colisão entre os
veículos dos dois. Segundo o Novo Código de Processo Civil, esses litigantes têm
direito à solução parcial de mérito.

Errado.

De acordo com o artigo 4º, da lei de ritos, os litigantes têm direito à solução inte-

gral de mérito. Algumas decisões podem ser parciais, mas quem litiga tem direito

à solução integral.

28. (QUESTÃO INÉDITA) A conciliação e mediação devem ser estimuladas pelo

poder público. Entretanto, Juízes, Ministério Público e Defensoria Pública estão dis-

pensados de estimular os métodos acima descritos, porquanto essa não é a função

deles no processo.

Errado.

De forma alguma, o Código consigna que os Juízes, o Ministério Público e a Defen-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

soria Pública devem estimular conciliação e mediação.

29. (QUESTÃO INÉDITA) Os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão pú-

blicos, porém alguns deles podem ter a publicidade restrita às partes e a seus pro-

curadores em razão da preservação da intimidade.

Certo.

A publicidade dos atos e do processo é a regra. Porém, alguns processos e atos

serão sigilosos, para salvaguardar interesse público e intimidade.

30. (QUESTÃO INÉDITA) O processo começa pela iniciativa da parte. Essa frase se

relaciona ao princípio:

a) Do impulso oficial.

b) Da ampla defesa.

c) Da inércia ou demanda.

d) Da boa-fé objetiva.

e) N.D.A.

Letra c.

“N.D.A, professor? Que princípio é esse?” Não é princípio, não, amigo(a). Na época

em que comecei a fazer concursos, algumas bancas colocavam isso, que significa

“nenhuma das anteriores”. Coloquei essa alternativa porque lembrei de quando co-

mecei a trajetória em busca do cargo público. Não vou dizer o ano, senão a tela do

seu computador vai ficar em preto e branco! Rs.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 74
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Novo CPC - Lei Federal n. 13.105/2015
Prof. Anderson Ferreira

Brincadeiras à parte, sei que você não iria se influenciar pelo N.D.A, porque o co-

nhecimento sobre os princípios está no seu DNA, tampouco pelos outros princípios

acima escritos, haja vista você estar ciente de que o princípio acima se refere à

inércia, demanda em que o processo começa pela iniciativa da parte.

Querido(a) estudante, com o comentário da questão acima, encerro nossa pri-

meira aula. Agradeço a você pela confiança e paciência. Estaremos juntos nesse

projeto, nessa caminhada. Conte comigo! Termino nosso bate-papo com a reflexão

a seguir, fique com Deus e até a próxima aula.

“O êxito começa no exato momento em que o homem decide o que quer e

começa a trabalhar para consegui-lo.” Roberto Flávio C. Silva.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 74

Você também pode gostar